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PLANO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAPARATUBA “Cenários do Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba”

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PLANO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO

JAPARATUBA

“Cenários do Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba”

Setembro de 2014

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..............................................................................................................................2

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................4

2. A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS CENÁRIOS.......................................................................17

3. CONDICIONANTES DE FUTURO.............................................................................................303.1 Variáveis Condicionantes de Futuro........................................................................................313.2 As Incertezas Críticas...............................................................................................................33

4. CENÁRIOS...................................................................................................................................374.1 Cenário Otimista......................................................................................................................384.2 Cenário Pessimista...................................................................................................................41

5. DEFINIÇÃO DO CENÁRIO FACTÍVEL (POSSÍVEL) PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAPARATUBA..................................................................................................................44

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................51

7. ANEXOS........................................................................................................................................52

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APRESENTAÇÃO

É fenômeno da modernidade a elaboração de planejamento estratégico para nortear as

decisões futuras. Seja nas empresas, seja no setor público ou nas organizações da sociedade

civil, a construção de cenários têm sido crescentemente utilizada como instrumental capaz

de contribuir para delimitar os espaços possíveis de evolução da realidade.

Norteados por essas premissas, o presente documento tem o objetivo de apresentar o

caminho percorrido e os resultados obtidos na construção social dos cenários para a Bacia

Hidrográfica do Rio Japaratuba. O texto está estruturado em secções como se segue.

Na primeira secção, a INTRODUÇÃO, apresenta-se os conceitos e a legislação norteadora

da cenarização. Contempla também os objetivos almejados e método e instrumentais

utilizados em cada fase da elaboração. São descritas as sete etapas que compõem a

metodologia utilizada, bem como, como foram planejadas, as ferramentas utilizadas, de que

forma foram executadas e a que resultados remetem.

A segunda secção, A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS CENÁRIOS, apresenta-se os

resultados das oficinas públicas da fase prognostica realizada conjuntamente com os atores

sociais relevantes para a Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

A secção seguinte, a terceira - CONDICIONANTES DE FUTURO, apresenta as variáveis

“condicionantes de futuro” e as Incertezas Críticas reveladas pela avaliação e ratificação da

matriz multicritério e pela hierarquização das variáveis relevantes para a Bacia. Processo

realizado conjuntamente pelo Grupo de Apoio Técnico do Plano – GAT, membros dos

Comitês Gestores das Bacias Hidrográficas dos Rios Sergipe, Piauí e Japaratuba e técnicos

de empresas públicas das esferas municipal, estadual e federal com interesse nos Planos de

Bacia Hidrográfica em execução.

Na quarta secção, CENÁRIOS, são apresentadas as hipóteses de futuro. Demonstra o

comportamento dos 2 cenários alternativos: Cenário Otimista e Cenário Pessimista,

definidos socialmente para a Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. A Secção apresenta

também a prospecção dos principais processos e variáveis que condicionam os cenários dos

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recursos hídricos em horizonte temporal de curto, médio e longo prazo, ou seja, 2013, 2018,

2023, 2028 e 2033.

Na seção seguinte, DEFINIÇÃO DO CENÁRIO FACTÍVEL, descreve-se o cenário

normativo para a Bacia. Trata-se do cenário possível construído a partir da percepção dos

principais atores sociais nos seminários, dos resultados das oficinas públicas e do olhar dos

membros dos comitês e dos técnicos e consultores da COHIDRO.

Na última secção têm-se AS CONSIDERAÇÕES FINAIS, com as contribuições possíveis

sobre o processo de cenarização da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

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1. INTRODUÇÃO

Os Cenários são ferramentas de planejamento utilizadas para aglutinar racionalidades

existentes dando coerência a uma série de elementos difusos e procurando extrais deles

orientações norteadoras de ações futuras1. Diante disso, o intuito deste relatório é apresentar

a base metodológica que norteou a identificação dos principais processos e variáveis que

condicionam os cenários socioeconômicos dos recursos hídricos para a Bacia Hidrográfica

do Rio Japaratuba. E, a partir dessas condicionantes, desenvolver os cenários de

planejamento para a gestão de recursos hídricos e a proposição de ações futuras. Trata-se de

uma análise prospectiva2 sistemática com vistas a atender ao que determina a Política

Nacional dos Recursos Hídricos Lei nº 9.433 de 8 de janeiro de 1997 e ao Art. 12 da

Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH nº 145, que estabelece as

diretrizes para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas e dá

outras providências. Busca ainda atender ao disposto na legislação do Estado de Sergipe,

especificamente, na Lei n° 3.870/97, que institui a Política Estadual de Recursos Hídricos e

o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos de Sergipe – SEGRSH.

O processo de desenvolvimento dos Cenários consiste na utilização de ferramentas de

Planejamento que permitem confrontar condições futuras imprevistas com uma tendência

que foi definida com base em condições dadas no passado. Busca-se, assim, identificar quais

os atores e as variáveis mais relevantes do sistema e apresentá-los de forma sistemática.

Os principais atributos dos cenários3 são: i) a visão sistêmica da realidade; ênfase em

aspectos descritos em termos qualitativos; ii) explicitação das relações entre variáveis e

atores como estruturas dinâmicas; iii) visão de futuro como construção social e não como

fatalidade. Para tanto, é necessária uma metodologia capaz de identificar atores e as

variáveis relevantes ao sistema.

1 Conceito construído tendo como referência o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Paraná. Águas do Paraná (Produto 2.5) – Cenários Alternativos do Plano Estadual de Recursos Hídricos (2010, p.49) 2 A análise prospectiva trata de uma visão de futuro abrangente, com enfoque em oportunidades existentes. No prognóstico, os principais processos e variáveis que condicionam os cenários dos recursos hídricos são apresentados de forma sistemática. PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DE MATO GROSSO DO SUL (2010).3 Vide Plano Nacional de Recursos Hídricos (2006, p. 16), Volume II – Cenários.

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Norteados por essas premissas, busca-se, então, apresentar o caminho percorrido no

estabelecimento dos Cenários de Planejamento, construídos socialmente, para Bacia

Hidrográfica do Rio Japaratuba. A metodologia utilizada compreende 7 etapas, descritas de

forma detalhada, a seguir.

Os cenários fundamentam-se no confronto entre a situação atual e as tendências de

evolução, considerando que as condições socioeconômicas não sofrerão alterações

significativas, no período de tempo estabelecido. Assim, a primeira etapa consistiu na

elaboração do diagnóstico produtivo da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba –

leitura, técnico descritiva, da realidade local e regional, dos principais problemas e

dificuldades enfrentadas na Bacia. Respaldados pela interpretação de informações e dados

socioeconômicos, buscou-se reconhecer, definir e descrever a natureza e características das

principais variáveis de mudança e permanência do Sistema de recursos hídricos nos últimos

cinco anos. O objetivo foi caracterizar, com base na informação existente, a situação atual

dos recursos hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba e em suas Unidades de

Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI4. A importância deste procedimento consiste

no estabelecimento do quadro de referência do Plano de Bacia Hidrográfica, constituindo a

base para a identificação de áreas críticas e/ou temas críticos para a gestão, para a

elaboração de prognósticos e para a priorização de intervenções, visando à melhoria das

condições dos recursos hídricos.

Quanto à metodologia empregada na construção das informações que o fundamentam, tem-

se a pesquisa a dados secundários, cuja fonte é o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística – IBGE, Ministério do Meio Ambiente – MMA, aos documentos da Secretaria de

Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH, aos dados da Secretaria de

Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, da Companhia de Saneamento de

Sergipe – DESO e da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado

de Sergipe – SEPLAG.

Enfim, o diagnóstico produtivo apresenta as constatações possibilitadas pela análise dos

dados, além da determinação das áreas e atividades responsáveis pelo maior dinamismo

4 Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de Recursos Hídricos - UGRHI: Unidade físico-territorial de uma bacia hidrográfica com limites que podem ser ajustados à divisão geopolítica com finalidades de planejamento e gestão de seus recursos hídricos.

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econômico. Entende-se que a partir dessas análises, pode-se contribuir para uma visão mais

ampla da estrutura econômica dos Municípios e das Unidades de Planejamento – UP que

compõe a Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. E, com isso, compreender o

comportamento tendencial dos setores e facilitar, mais adiante, a mensuração da demanda

por recursos hídricos.

Na segunda etapa - Consulta às Comunidades, o objetivo foi contribuir para a

identificação dos principais problemas e variáveis de impacto sobre os recursos hídricos na

Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. Para tanto, foram desenvolvidas atividades desde a

proposição da metodologia até a realização das consultas públicas5 em forma de oficinas por

Comitê Gestor de Bacia, com vistas a estimular a discussões prévias nas bases de

representação. Acredita-se que as contribuições oferecidas pelas oficinas permitem orientar

o cruzamento da visão que a Bacia faz de si própria com os dados apresentados no

diagnóstico de forma a elaborar as possíveis visões de futuro.

Norteados por esses valores, o processo iniciou-se pela realização de uma reunião, em

Aracaju, na data de 19 de fevereiro de 2014, nas dependências da SRH/SEMARH, reunindo

os membros da equipe técnica e os membros dos Comitês de Bacia Hidrográfica6: CBH

Sergipe, CBH Piauí e CBH Japaratuba. O objetivo foi definir a metodologia de participação

social na fase do Prognóstico dos Planos de Bacia dos Rios Japaratuba, Sergipe e Piauí.

A oficina elaborou uma proposta a ser submetida aos membros dos Grupos de

Acompanhamento dos Comitês em uma reunião prevista para o dia 14 de março. Dessa

oficina, resultou uma proposta, sistematizada como se segue:

i. Antecipar as consultas públicas da fase prognóstica para a realização de oficinas

com membros dos Comitês de Bacias;

5 Consulta Pública: é um instrumento de participação que consiste de um sistema que objetiva auxiliar na elaboração e na coleta de opiniões da sociedade sobre temas de importância. Esse sistema permite intensificar a articulação entre a representatividade e a sociedade, permitindo que a sociedade participe da formulação e definição de políticas públicas (CONSULTA PÚBLICA. 2009). No caso dos PBH a Consulta Pública tem com o objetivo de dar transparência e publicidade aos objetivos e metas para a gestão dos recursos hídricos da UGRHI.

6 As discussões para a elaboração do Plano de Bacia Hidrográfica no Estado de Sergipe foram realizadas conjuntamente com os membros dos Comitês das Bacias do Rio Sergipe, do Rio Japaratuba e do Rio Piauí.

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ii. Definir o público participante das oficinas, convidar e mobilizar todos os membros

dos CBH (titulares e suplentes) e um número de convidados a serem definidos na

reunião, não ultrapassando um total de 60 participantes;

iii. Realizar três oficinas prognósticas sendo uma em cada bacia.

iv. Consultados os comitês definir previamente as datas para a realização das oficinas.

No dia 14 de março, nas dependências da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -

EMBRAPA, foi realizada uma reunião com os membros dos Grupos de Acompanhamento

dos Planos – GAP, dos Comitês de Bacia Hidrográfica: CBH Japaratuba, CBH Piauí e CBH

Sergipe. O intuito foi o de apreciar a proposta para a participação social na etapa prognóstica

de elaboração dos Planos de Bacia dos referidos CBH, assim como traçar uma estratégia

acordada para isso.

A reunião contou com a presença de representantes do poder Público executivo e legislativo

municipal, Instituições públicas, Empresas, Universidades, Associações de moradores e

organizações sociais do terceiro setor: Prefeitura Municipal de Nossa Senhora do Socorro,

Prefeitura Municipal de Itabaiana, Prefeitura Municipal Nossa Senhora da Glória, Prefeitura

Municipal de Laranjeiras, Câmara de Aracajú, Associação Comunitária e Cidadania João

Bebe Água, ASMANE - Nossa Senhora do Socorro, Colônia de Pescadores Z-2,

OSCATMA /Barra dos Coqueiros, Universidade Tiradentes, IBAMA, SEMARH / SRH e

PETROBRÁS.

A proposta da reunião foi avaliada, iniciando-se a fase de planejamento das oficinas.

Definiu-se, então, que as oficinas prognósticas deveriam atender ao objetivo de analisar as

tendências em curso a impactar (positiva/negativamente) sobre a quantidade e/ou qualidade

das águas nas Bacias Hidrográficas. Em relação à mobilização, determinou-se que deveria

informar, convidar e estimular a discussão prévia nas bases de representação. Na

oportunidade, foram definidas as atribuições dos membros do Grupo de Acompanhamento

Técnico dos Planos das Bacias Hidrográficas dos Rios Japaratuba, Sergipe e Piauí – GAT e

do Grupo de Acompanhamento do Plano dos Comitês Gestores de cada Bacia na execução

das oficinas, datas e locais das oficinas prognóstica, material e infraestrutura necessária à

execução e os convidados. No caso da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, a data

acordada foi o dia 26 de março de 2014, no Município de Pirambu - SE.

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Definida a estratégia, foram elaborados os instrumentais para a mobilização, encaminhados

pelos mobilizadores para os convidados das oficinas, no caso do convite e para todas as

outras instituições cadastradas na Bacia, questionários por meio de correio eletrônico. Para

estes últimos - questionário por meio eletrônico, foi extrapolado o âmbito dos Comitês

Gestores, optando-se pela entrevista inúmeras instituições. Esse proceder tornou o processo

mais transparente e auxiliou na coleta de dados.

A metodologia utilizada nas consultas públicas da fase do prognóstico contemplou uma

hierarquização das atividades, planejadas pelos membros do GAT e representantes dos

Comitês das três Bacias, conforme dito anteriormente. Assim, a oficina da Bacia

Hidrográfica do Rio Japaratuba, iniciou-se pela abertura pelo presidente do Comitê da Bacia

Hidrográfica e a apresentação dos 34 participantes – membros da Bacia e convidados destes.

Após a exposição dos objetivos da participação da sociedade, através de suas representações

na fase do prognóstico e das etapas necessárias a sua construção, ocorreu a apresentação da

Síntese dos Fatores de Impacto verificados na Fase Diagnóstica. De posse das informações,

os participantes foram agrupados em quatro eixos de semelhança: Problemas Relativos à

Disponibilidade, Desperdício e Conflitos Pelo Uso, Poluição dos Corpos Hídricos,

Decorrentes do Mau Uso do Solo e Fragilidades Institucionais.

Apresentados os eixos a serem trabalhados, foram formados quatro grupos de trabalho por

livre adesão, um para cada eixo apresentado, sendo negociado um equilíbrio de participação

entre os mesmos. É importante ressaltar que os Grupos de trabalho foram orientados a

selecionar os principais Fatores de Impacto dentro do Eixo de discussão e analisar as

questões, norteados pelos conceitos previamente estruturados, conforme apresentado abaixo:

1. FATOR DE IMPACTO – Cada um dos elementos que contribuem para um resultado

positivo ou negativo sobre a qualidade e/ou quantidade dos recursos hídricos na bacia. O

impacto é positivo ou negativo?

2. TENDÊNCIA APONTADA – A direção geral ou sequência de eventos que indicam

como os fatores de impacto estão se movimentando. Qual a tendência do mesmo nos

próximos anos: aumentar, diminuir, permanecer sem alterações significativas?

JUSTIFICATIVA – Explicação das causas que contribuíram para a tomada de decisão

sobre a tendência apontada. Justificar o porquê.

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3. . AÇÕES EM CURSO – Planos, projetos, programas que estão sendo executados no

momento atual da análise. Identificar quais as ações que são necessárias para

incentivar (em caso de impacto positivo) ou enfrentar (em caso negativo) que já estão

em curso;

4. AÇÕES PROJETADAS – Planos, projetos, programas que estão em fase de

projeção, negociação, contratação, ou seja, já existe decisão tomada para suas

implementações, que estão projetadas; Quais ações precisão ser projetadas No

caso de alguma ação identificada apontar as organizações responsáveis;

AÇÕES SUGERIDAS - Planos, projetos, programas que são vistos como

necessários ao enfrentamento da problemática, mas que ainda não são verificadas

pelos participantes. Sugerir ações.

O Grupo foi ainda orientado a escolher um (a) relator (a) para o registro das discussões em

fichas sintéticas e organização da apresentação em tarjetas coloridas, como apresentados na

Figura, como se segue.

Figura 1 – Esquema de apresentação dos resultados de trabalhos nos grupos

Fonte: Oficina do Prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, 2014.

A terceira etapa - organização e consolidação das informações - organizou e consolidou

as informações evidenciadas pelas fases anteriores – diagnóstico produtivo e oficinas

públicas. Portanto, nessa etapa realizou-se um trabalho de filtro, organização das

informações, análise e consolidação. Buscou-se, assim, organizar as informações e

estabelecer um formato adequado – na forma de matriz, para a avaliação das variáveis pelos

membros dos Comitês gestores e do GAT e o estabelecimento do comportamento destas em

cada um dos cenários, conforme realizado na etapa seguinte.

Exemplo

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O percurso metodológico para a construção dessa etapa incluiu uma reunião, na sede da

empresa COHIDRO Consultoria, com técnicos e consultores envolvidos com o prognóstico

das Bacias Hidrográficas dos Rios Japaratuba, Sergipe e Piauí, durante dois dias, em junho

de 2014. O resultado dessa reunião foi a identificação das variáveis consideradas relevantes

para a construção de hipóteses coerentes de futuro: Os cenários. Assim, apresenta-se na

matriz 1, em Anexos, os temas, sub temas e variáveis relevantes para o sistema de recursos

hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

O elemento central da matriz é a identificação dos problemas mais relevantes do sistema de

recursos hídricos de cada Bacia neste momento e de como eles se relacionam entre si. Essa

relação foi estabelecida pelos técnicos e consultores da COHIDRO, norteados por

informações e dados do diagnóstico produtivo e oficinas públicas para o prognóstico.

Nesse sentido, foram enumerados 9 TEMAS - Crescimento Econômico, Disciplinamento da

Ocupação do Solo, Saneamento, Usos Econômicos, Recursos Hídricos, Disponibilidade

Hídrica Superficial, Fatores Ambientais, Conflitos de Usos e Governança e 31

SUBTEMAS - Demografia, Economia, Área de Reserva Legal, Proteção do Solo contra a

Erosão, Unidades de Conservação, Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário,

Drenagem, Coleta e disposição de Lixo, Agricultura, Pecuária, Irrigação, Aqüicultura,

Indústria, Mineração, Atividades Turísticas, Qualidade da Água, Captação de Água

Subterrânea, Adoção de Práticas de Reuso, Preservação de Nascentes, Conflitos de Usos,

Tecnologias, Construção de Barragens / Açudes, Desmatamento, Erosão das Margens dos

Corpos Hídricos, Barramentos, Uso irregular, Irrigação x Usos Diversos, Aqüicultura

(Peixes), Implementação dos Instrumentos de Gestão e Situação institucional dos atores do

SINGERH.

As 25 variáveis elencadas incluem a matriz institucional, o marco regulatório e os aspectos

naturais e socioeconômicos, são elas: Crescimento populacional, Imigração, Emigração,

Variação PIB, Controle de perdas, Atendimento, Petróleo, Extração (lavra) de área, Poluição

esgoto doméstico, Poluição esgoto industrial, Poluição Vinhoto, Poluição agrotóxicos, Poluição

Chorume, Calcário, Outorga, Cobrança, Sistema Informação, Monitoramento quanti-qualitativo,

Planos Diretores, Enquadramento, Compensação a Municípios, Educação ambiental, Órgão Gestor

Estadual, Comitês de Bacias e Agência.

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É importante ressaltar que, aceita-se de antemão, a impossibilidade de esgotar todas as

nuances da realidade, devido à complexidade das situações produzidas pela sociedade.

A estratégia eleita socialmente para a quarta etapa - oficinas de subsídios aos cenários

foram oficinas, que ocorreram nos dias 20 e 21 de agosto de 2014, em Aracaju. Participaram

os membros do Grupo de Acompanhamento Técnico dos Planos – GAT, representantes dos

Comitês gestores das Bacias Hidrográficas dos Rios Sergipe, Japaratuba e Piauí e Técnicos

de órgãos governamentais da esfera estadual e federal. Os participantes foram divididos em

4 grupos de discussão: três por Comitê de Bacia Hidrográfica e um com técnicos.

As discussões na oficina obedeceram às seguintes fases:

i) Validar o conjunto de temas, subtemas e variáveis;

ii) Eleger os cenários mais representativos;

iii) Hierarquizar as variáveis conforme o seu impacto em recursos hídricos;

iv) Descrever o comportamento das variáveis em cada cenário.

O primeiro passo foi a apresentação para a discussão do conjunto de temas, sub temas e

variáveis construídos a partir do diagnóstico produtivo das Bacias e das oficinas públicas de

prognóstico, para consolidação e ratificação pelo grupo. As variáveis foram ratificadas e

também tiveram a inclusão de outras, conforme cada grupo. Optou-se então, por adotar

todas as sugestões em uma única matriz.

Na seqüência, houve a definição do comportamento das variáveis para cada um dos

cenários representativos para cada Bacia a serem projetados, ou seja, dois cenários

alternativos (otimista e Pessimista) e um cenário factível. Trata-se de cenários de caráter

qualitativo, com orientações quantitativas, estabelecidos a partir dos parâmetros definidos

pelo grupo.

O próximo passo foi hierarquizar as variáveis conforme seu impacto em recursos hídricos e

descrever o comportamento – tendência, das variáveis eleitas em cada cenário. Para tanto, a

metodologia – Análise multicritério, incluiu a utilização da pontuação de acordo com o

impacto, como se segue: 0 – Nenhum impacto, 1- Baixo impacto, 2 – Médio Baixo impacto

e 3 – Alto impacto.

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Os resultados das discussões realizadas e do preenchimento da matriz no seminário dos dias

20 e 21 de agosto de 2014 com os membros do Grupo de Acompanhamento Técnico – GAT

e dos membros dos Comitês Gestores das Bacias Hidrográficas dos Rios Japaratuba, Piauí e

Sergipe, Técnicos de órgãos estaduais e Federais foram representados em uma matriz.

Confirmadas as variáveis e seus impactos, o grupo de trabalho faz os ajustes e define

índices, que possibilitam a definição das incertezas críticas e das condicionantes de futuro,

possibilitando a futura quantificação e a descrição dos cenários.

A quinta etapa - Condicionante de futuro e incertezas críticas, consistiu em um trabalho

interno, realizados pelos consultores, no qual se identificou as principais variáveis

identificadas como “Condicionantes de Futuro” e também aquelas consideradas como

“Incertezas Críticas”, identificadas a partir da consolidação e análise das variáveis obtidas

na oficina descrita na quarta etapa.

As “condicionantes de futuro”7 são atores e processos sistêmicos ou pontuais (variáveis), de

natureza social, cultural, política, ambiental, tecnológica, entre outras, que têm influência

relevante na trajetória futura do objeto de cenarização.

Identificadas as condicionantes de futuro, é importante delimitar também aquelas com alto

grau de incerteza e elevado impacto em relação ao futuro do objeto de cenarização – as

Incertezas Críticas. Estas últimas podem ser específicas ou estarem agrupadas em uma ou

mais incertezas-síntese. E, este é o principal resultado da quinta etapa, apresentado mais

adiante no capítulo que trata das condicionantes de futuro.

Na sexta etapa - Descrição e Prospecção dos Cenários Alternativos e Tendencial,

são descritos os cenários alternativos: Otimista e Pessimista e o Tendencial. Estes,

construídos a partir dos resultados do diagnóstico produtivo e das oficinas públicas com os

atores sociais relevantes para as Bacias Hidrográficas dos Rios Japaratuba, Piauí e Sergipe e

das oficinas da fase prognóstica com os membros dos Comitês Gestores das Bacias e o

GAT, conforme explicitado anteriormente.

7 Vide Plano Nacional de Recursos Hídricos (2006, p. 78), Volume II – Cenários.

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A etapa consistiu também na Projeção dos Cenários dos Recursos Hídricos em um

horizonte de planejamento de 20 anos. Para tanto, utilizou-se como quadro de referência o

diagnóstico produtivo, que mostra o grau do dinamismo econômico e as tendências atuais

dos principais indicadores econômicos por setores e por produto na Bacia Hidrográfica.

As prospecções dos principais processos e variáveis que condicionam os cenários dos

recursos hídricos – otimista, pessimista e factível foram desenhadas para um horizonte

temporal de curto, médio e longo prazos, ou seja, 2013, 2018, 2023, 2028 e 2033. As

variáveis utilizadas foram o Valor Adicionado Bruto Total, o Valor Adicionado Bruto Total

para o setor Industrial, a produção agrícola – cana-de-açúcar e demais lavouras temporárias

e lavouras permanentes, o rebanho – aves e os demais (Bovino, Eqüino, Asinino, Muar,

Suíno, Caprino e Ovino), o crescimento populacional e a área irrigada. Trata-se de um

esforço para delimitar a interface entre as principais variáveis econômicas e o consumo de

recursos hídricos ao longo do tempo.

Os pressupostos utilizados na caracterização – qualitativa, dos cenários foram os seguintes:

Cenário Tendencial é caracterizado pela continuidade da situação atual, ou seja, sem

grandes alterações da situação atual e da tendência de médio e longo prazo. Portanto, espera-

se a manutenção dos fatores que determinam as condições atuais.

No Cenário Otimista há a conjugação de fatores que modificam o status quo e ultrapassam

as aspirações sociais a serem atendidas em um horizonte de planejamento de, médio e longo

prazos. Projeta-se um mudo que cresce de maneira contínua – modelo de desenvolvimento

econômico com altos índices de crescimento, capaz de reduzir pobreza e desigualdades, com

fortes, mas declinantes impactos sobre os recursos hídricos. A gestão é operativa, com o uso

da água eficiente, incluindo o uso múltiplo.

Demonstra uma hipótese de melhoria, acima do esperado, dos diversos fatores que

modificam o “status quo” atual e que ultrapassam as aspirações sociais a serem atendidas

em um horizonte médio e longo prazo. As principais características são: Crescimento

econômico no Brasil e no exterior, avanço da agricultura e pecuária na Bacia. Ampliação da

área irrigada. Demanda industrial é ampliada, mas com melhoria de sistemas de reuso.

Melhoria da implementação do Sistema e dos instrumentos de gestão. Maior participação

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social na Bacia. Aumento da pressão sobre os recursos hídricos. Ampliação do investimento

público sobre a oferta e demanda de Recursos Hídricos. Melhoria dos serviços de

abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto sanitário. Taxas de perdas do sistema

de água e esgoto reduzem. Sistema de meio ambiente mais rígido, com maior controle

ambiental.

No Cenário Pessimista o ambiente apresenta reduzido crescimento econômico, com

manutenção dos índices de pobreza e desigualdade social. Não há expansão significativa no

fornecimento de energia hidrelétrica. Os investimentos em proteção dos recursos hídricos

são pequenos, seletivos e corretivos. A gestão é burocrática. Os conflitos em torno das águas

crescem, com ocorrência de contaminação dos recursos disponíveis.

Evidencia, hipoteticamente, a piora dos diversos fatores que modificam o “status quo” atual,

ou seja, consiste na deterioração das aspirações sociais e econômicas no horizonte de médio

e longo prazo. As principais características são: Estagnação econômica no Brasil e no

exterior, redução da agricultura e pecuária na Bacia. Área irrigada constante. Demanda

industrial constante, sem grandes melhorias no sistema de reuso e controle de perdas.

Enfraquecimento do Sistema de Recursos Hídricos e pouco avanço na implementação dos

instrumentos de gestão. Maior centralização do Sistema. Maior descredito social na Bacia –

redução da participação social. Consumo perdulário de recursos hídricos. Redução do

investimento público em oferta e demanda de Recursos Hídricos. Redução do patamar de

investimento atual nos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto

sanitário. Redução das perdas nos sistemas de abastecimento reduz o ritmo. Sistema de meio

ambiente permanece constante, com fiscalização e controle atuais e permanência do marco

legal institucional. Ampliação do Desmatamento.

Na quantificação dos Cenários, os pressupostos e fonte de dados foram os seguintes:

Crescimento Populacional: Os desenhos dos cenários foram baseados em projeções do

IBGE para o Estado de Sergipe;

Crescimento Econômico: As projeções do Valor Adicionado Bruto Total foram baseadas

na tendência apontada pelo diagnóstico produtivo e na trajetória da economia brasileira e do

Estado de Sergipe nos últimos anos. Para o cenário otimista, a taxa média de crescimento do

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Valor Adicionado Bruto Total foi de 4%aa. Para o pessimista, 1,5%aa e, para o factível,

2,5%aa;

Setor Industrial: Projetou-se o Valor Adicionado Bruto do setor Industrial baseado no

diagnóstico produtivo. O Cálculo foi baseado na Taxa Média de crescimento do setor no

período de 2006 a 2011. A partir desse cálculo, determinou-se que para o cenário otimista, a

taxa média de crescimento do Valor Adicionado Setor seria 1,5% a mais que a média

encontrada. Para o pessimista, 1,5% a menos e, para o factível, a tendência, ou seja, a taxa

média do período, 4,5%aa.

Produção Agrícola: Optou-se pela análise da cultura cana-de-açúcar separada das demais

culturas. Isso, porque o diagnóstico produtivo evidenciou que a produção dessa cultura foi

responsável, em 2012, por 97% da produção agrícola total da Bacia Hidrográfica do Rio

Japaratuba. Aliado a isso, o processo de construção social dos cenários demonstrou que o

avanço dessa cultura é um fator de impacto negativo para a Bacia, com tendência a

expansão. As projeções foram baseadas no comportamento dessa cultura no período 2007 a

2012, medida através de dados secundários cuja fonte foi o IBGE. As demais lavouras

temporárias e lavouras permanentes foram projetadas seguindo a mesma lógica, ou seja, no

comportamento dessa cultura no período 2007 a 2012, evidenciadas pelo diagnóstico

produtivo, cuja fonte, foi os dados secundários do IBGE.

Pecuária: A exemplo, da produção agrícola optou-se pela análise do rebanho de aves

separada restante do plantel. A justificativa para tal procedimento está no fato de que o

consumo de água para a descedentação desse tipo de criação é menor que os demais. Além

disso, o diagnóstico produtivo da Bacia demonstrou o acelerado crescimento de aves no

período de 2005 a 2012, um fator de impacto para a Bacia, com tendência a expansão. As

projeções foram baseadas no comportamento na taxa média de crescimento no período 2005

a 2012 (4,4%aa), medida através de dados secundários cuja fonte foi o IBGE, presentes no

diagnóstico produtivo. A partir desse cálculo, determinou-se para o cenário otimista, a taxa

média de crescimento em cabeças seria 2,0% a mais que a média encontrada. Para o

pessimista, 2,0% a menos e, para o factível, a tendência, ou seja, a taxa média do período, ou

seja, 4,4%aa.

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Para os outros rebanhos, Bovino, Equino, Asinino, Muar, Suíno, Caprino e Ovino, os

cenários foram projetados seguindo a mesma lógica, ou seja, no comportamento do rebanho

no período 2005 a 2012, evidenciadas pelo diagnóstico produtivo, cuja fonte foi os dados

secundários cuja fonte foi o IBGE. É importante salientar que a taxa média de crescimento

para esse rebanho foi negativa (- 1,6%), evidenciando uma substituição das pastagens pela

monocultura, principalmente cana-de-açúcar. Diante disso, determinou-se para o cenário

otimista, a taxa média de crescimento em cabeças seria menos 1% que a média encontrada.

Para o pessimista, 1,0% a mais e, para o factível, a tendência, ou seja, a taxa média do

período, ou seja, -1,6%aa.

Área irrigada: Os dados que serviram de referência foram do IBGE, 2006. Para o cálculo

da área irrigada, utilizou-se das taxas e projeções do Ministério da Integração Nacional

(2011) para 2030.

Na sétima etapa, a construção do cenário factível (Possível) foi elaborado o cenário

normativo ou factível.

De acordo com o Plano Nacional de Recursos Hídricos (2006, p.64), os enredos

prospectivos permitem identificar as invariâncias dos cenários juntamente com suas

implicações em termos de desafios e oportunidades vigentes em qualquer situação e tecer as

considerações para elaboração de uma estratégia robusta na gestão dos recursos hídricos

(...). A importância de se definir cenário Normativo ou factível, segundo as diretrizes para a

elaboração de planos de Recurso Hídricos de Bacias Hidrográficas, Resolução8 CNR nº 145,

artigo VII é a seguinte:

Definição do cenário de referência para o qual o Plano de Recursos Hídricos orientará suas ações.

No caso da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, o cenário factível foi construído a partir

dos resultados do diagnóstico produtivo e das oficinas públicas com os atores sociais

relevantes para as Bacias Hidrográficas dos Rios Japaratuba, Piauí e Sergipe e das oficinas

da fase prognóstica com os membros dos Comitês Gestores das Bacias e o GAT nos dias 20

e 21 de agosto, conforme explicitado anteriormente.

8 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS. RESOLUÇÃO CNRH No 145, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012 (Publicada no D.O.U de 26/02/2013)

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Os resultados obtidos a partir das discussões e do preenchimento realizado nas oficinas de

subsídios aos cenários – para o cenário factível, está apresentado na matriz 2, em Anexos.

2. A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS CENÁRIOS

Os resultados das contribuições oferecidas pelo grupo, sistematizados em fichas, uma para

cada fator de impacto analisado, estão apresentados como se segue.

FATOR DE IMPACTO

DESPERDÍCIO NO USO DA ÁGUA

TENDÊNCIA APONTADA

Fator de impacto negativo que tende a ser reduzido nos próximos anos

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Disseminação da educação ambiental Melhorias nos equipamentos dos sistemas de abastecimento

de água. Redução de perdas no percurso da distribuição Hidrometração e reservação residencial. Melhoria na micromedição e implantação da macromedição. Melhorias nos sistemas de irrigação.

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Campanhas sócio educativas Programa de perdas

Cobrança pelo uso da água

Exercer a fiscalização sobre o uso da água na agricultura.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Prefeituras

Governo do EstadoDESO

DESO

COHIDRO

ENDAGRO

FATOR DE IMPACTO

Conflitos pelo uso da Água

TENDÊNCIA APONTADA Fator de impactos negativos que tendem a ser reduzidos.

PROBLEMAS RELATIVOS À DISPONIBILIDADE, DESPERDÍCIO E CONFLITOS PELO USO.

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JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Com a implantação dos instrumentos de gestão previstos em lei.

Fortalecimento dos comitês de bacias. Melhoria no nível educacional da população. Garantia do princípio do uso múltiplo.

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Existência do CBH

Atuação dos órgãos de fiscalização.

Atuação do Ministério Público.

Projeto Preservando as Nascentes

Criação de Unidades de Conservação

Mediação do conflito que envolve a obstrução do riacho Pedras em Pirambu.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

CBH

Ministério Público

Prefeituras Municipais

SEMARH ADEMA

SRH

Ibama

MP

CNH

FATOR DE IMPACTO

Explotação de água subterrânea sem controle

TENDÊNCIA APONTADA Fator de impacto negativo que tende aumentar

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Inexistência de estudos sobre a situação Águas superficiais com altos níveis de poluição/contaminação

e insuficiência para o atendimento da demanda. Crescimento da demanda devido ao aumento da população.

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Projetos de educação ambiental / reflorestamento de margens e nascentes (embora de forma pontual)

Plano de Bacia e enquadramentos dos corpos d’água.

Projetos de reflorestamento.

Construção de barragens na bacia.

Controle da outorga e fiscalização.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

CBH

ONG

DESO

SEMARH

SRH

SEMARH

Governo do Estado

SRH

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Algumas prefeituras

SEMARH

FATOR DE IMPACTO

EFEITOS DECORRENTES DO ASSOREAMENTO NA

BACIA

TENDÊNCIA APONTADA Fator de impacto negativo que tende aumentar

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Retirada de cobertura vegetal pela indústria da cana e agropecuária.

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Abertura do canal Pomonga (próximo a Pirambu)

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Em relação aos problemas relativos à disponibilidade, desperdício e conflitos pelo uso, os

participantes nas oficinas do prognóstico da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba avaliaram

que os principais fatores de impacto são o desperdício da água, conflitos pelo uso,

explotação de água subterrânea sem controle e efeitos decorrentes do assoreamento da

Bacia. O primeiro, desperdício de água - avaliado pelo grupo de discussão como impacto

negativo, com tendência a redução. Acredita-se que a queda será impulsionada pela

disseminação da educação ambiental; Melhorias nos equipamentos dos sistemas de

abastecimento de água; Redução de perdas no percurso da distribuição; hidrometração e

reservação residencial; Melhoria na micromedição e implantação da macromedição e

melhorias nos sistemas de irrigação.

O segundo, Conflito pelo uso da água, de acordo com o grupo, pode ser considerado como

um impacto negativo, com tendência à redução, que será impulsionada pela implantação dos

instrumentos de gestão previstos em Lei; Fortalecimento dos Comitês de Bacia

Hidrográfica; Melhoria no nível educacional da população e a garantia do princípio do uso

múltiplo.

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O terceiro fator de impacto apresentado pelo grupo foi a explotação de água subterrânea sem

controle. Nesse caso, avaliou-se como sendo um impacto de caráter negativo, com tendência

de ampliar-se. A justificativa oferecida inclui a inexistência de estudos sobre a situação;

Águas superficiais com altos níveis de poluição/contaminação e insuficiência para o

atendimento da demanda e crescimento da demanda devido ao aumento da população. Por

último, apresentou-se como impacto negativo para o eixo dos problemas de disponibilidade,

desperdício e conflitos no uso da água, os efeitos decorrentes do assoreamento da Bacia

Hidrográfica. Segundo o grupo de discussão, este tem um caráter negativo, com tendência

de aumento. Demonstra-se preocupação com a retirada de cobertura vegetal pela indústria

da cana e agropecuária. É importante ressaltar, que em relação às instituições que poderiam

contribuir para minimizar tais impactos, o grupo não apresentou sugestões.

Outro problema que impacta a Bacia, segundo os participantes da oficina, é a poluição dos

corpos hídricos, os resultados das discussões estão representados abaixo.

FATOR DE IMPACTO

Poluição por agrotóxicos e queima da cana

TENDÊNCIA APONTADA

Fator de Impacto negativo que tende aumentar (agrotóxicos) e reduzir (queima da cana)

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Aumento na plantação da cana de açúcar Adoção de leis que proíbem a queima da cana em diversos

estados pode influenciar o Estado de Sergipe

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Fiscalização

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS Órgãos públicos

FATOR DE IMPACTO

Poluição decorrente das atividades turísticas

TENDÊNCIA APONTADA Fator de impacto negativo tendendo aumentar na bacia

POLUIÇÃO DOS CORPOS HÍDRICOS

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JUSTIFICATIVA PARA ISSO Crescimento da atividade turística

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Programas de educação ambiental

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

FATOR DE IMPACTO

Poluição decorrente da cultura de cana de açúcar

TENDÊNCIA APONTADA Fator de impacto negativo que tende aumentar.

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Incentivo econômico e energético na produção de cana de açúcar e biocombustíveis

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Adequação da cultura a partir de uma avaliação dos seus impactos ambientais.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Universidades

FATOR DE IMPACTO

Poluição por resíduos sólidos

TENDÊNCIA APONTADA Fator de impacto negativo que tende a ser reduzido.

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos Elaboração de Planos Municipais Previsão de consórcios Ações de educação ambiental

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Educação ambiental nas escolas e comunidades

Elaboração dos Planos municipais de resíduos sólidos

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INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Sociedade Civil

Órgãos públicos

De acordo com os atores sociais consultados na oficina, a poluição dos corpos hídricos da

Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba tem os seguintes fatores de impactos: Poluição por

agrotóxicos e queima da cana-de-açúcar; Poluição decorrente das atividades turísticas;

Poluição decorrente da cultura de cana-de-açúcar e Poluição por resíduos sólidos.

O primeiro deles, a poluição por agrotóxicos e queima da cana-de-açúcar, é avaliado como

fator de impacto negativo. No caso da contaminação por agrotóxicos, o grupo avaliou que

tem tendência a aumentar. Já a queima, é fator de impacto que tende a diminuir. A

justificativa apresentada para tal avaliação é a adoção de Leis que proíbem a queima da cana

em diversos estados podendo influenciar o Estado de Sergipe.

O segundo fator de impacto na poluição dos corpos hídricos da Bacia são os decorrentes das

atividades turísticas. Para este, o grupo de discussão avaliou que o aumento dessa atividade

econômica nos municípios pertencentes à Bacia gera impactos negativos, com tendência à

expansão e/ou agravamento. Na avaliação do terceiro fator, demonstra-se ênfase na questão

dos impactos gerados pelo cultivo e processamento da cana-de-açúcar, pois o grupo de

discussão justificou a escolha do impacto da seguinte forma: Incentivo econômico e

energético na produção de cana de açúcar e biocombustíveis. E, por ultimo, o fator de

impacto que trata da poluição por resíduos sólidos. De acordo com os componentes da

oficina, este é um fator negativo, com tendência à redução. Isso, porque, segundo os atores

sociais consultados, este pode ser mitigado pela instituição da Política Nacional de Resíduos

Sólidos, pela elaboração de Planos Municipais, com a previsão de consórcios e por ações de

educação ambiental.

Outro eixo analisado foi os problemas decorrentes do mau uso do solo, demonstrado abaixo:

FATOR DE IMPACTO

Retirada de Areia

DECORRENTES DO MAU USO DO SOLO

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TENDÊNCIA APONTADA Fator de impacto negativo com tendência aumentar

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Aumento da demanda Fiscalização deficiente Dificuldades no licenciamento

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Busca de novas tecnologias que substituam a areia.

Aumento da fiscalização.

Programa de educação ambiental.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Órgãos fiscalizadores

Redes de ensino

Instituições de ensino e pesquisa.

FATOR DE IMPACTO

Desmatamento

TENDÊNCIA APONTADA Fator de impacto negativo com tendência a aumentar na bacia

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Aumento na monocultura da cana de açúcar Produção agropecuária Equipe reduzida na ADEMA para orientação e fiscalização

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

CAR (Cadastro Rural)

Código Florestal

Ações de alguns usuários na recuperação

Aumento na fiscalização.

Programa de educação ambiental.

Programa de reflorestamento.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Sistemas municipais e

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estadual do meio ambiente.

FATOR DE IMPACTO

Expansão da Monocultura da Cana-de-açúcar

TENDÊNCIA APONTADA

Fator de impacto negativo com tendências a permanecer sem grandes alterações.

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Desperdício na irrigação Uso indiscriminado de agrotóxicos Destruição de matas ciliares, APP, reservas legais Poluição de mananciais com caxixe (fertilização) Deficiência na fiscalização e monitoramento

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Revitalização do rio

Siriri e criação de unidade de conservação da mata do Cipó

CAR

Fortalecimento da fiscalização das grandes usinas (monitoramento)

Revitalização das matas ciliares, reserva legal e APP

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS SEMARH Órgãos de

fiscalização.

FATOR DE IMPACTO

Avanço na monocultura do milho

TENDÊNCIA APONTADA Fator de impacto negativo com tendência a aumentar na bacia.

JUSTIFICATIVA PARA ISSO Substituição das áreas de pastagens para a monocultura.

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Sem sugestões

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

A análise dos resultados da oficina demonstra que os fatores de impacto apontados foram o

desmatamento, a retirada de areia e o avanço das monoculturas de milho e cana-de-açúcar,

sendo que para os três primeiros, avaliou-se que há uma tendência a aumentar. Já para o

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caso do avanço do cultivo da cana-de-açúcar, o grupo de discussão avaliou que há uma

tendência a continuar inalterado. Revela também que os problemas relativos à retirada de

areia são decorrentes do aumento da demanda, à fiscalização deficiente e às dificuldades no

licenciamento. Em relação ao desmatamento, atribui-se ao aumento na monocultura da cana

de açúcar, à produção agropecuária e à equipe reduzida na ADEMA para orientação e

fiscalização.

Os outros dois impactos apresentados dizem respeito ao avanço das monoculturas. No caso

da cultura da cana-de-açúcar, atribui-se ao desperdício na irrigação, ao uso indiscriminado

de agrotóxicos, à destruição de matas ciliares, APP, reservas legais, à poluição de

mananciais com caxixe (fertilização) e à deficiência na fiscalização e monitoramento. Já

para o avanço do cultivo de milho, os atores sociais envolvidos na discussão, atribuíram o

impacto à substituição das áreas de pastagens para a monocultura, sem, no entanto, opinar a

respeito de ações e instituições que estariam envolvidas com o problema.

O ultimo eixo discutido tratou das fragilidades institucionais, cujos resultados estão

representados abaixo.

FATOR DE IMPACTO

Falta de vontade política

TENDÊNCIA APONTADA Fator de impacto negativo com tendência a diminuir

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Força da cobrança da legislação Cobrança pela sociedade civil organizada Tema água (recursos hídricos) na agenda política nacional

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Atuação do CBH

(reuniões e encontros temáticos)

Ações integrais entre os municípios da bacia

Implantação de planos municipais de saneamento.

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS CBH - SRH Prefeituras e CBH Prefeituras

FRAGILIDADES INSTITUCIONAIS

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FATOR DE IMPACTO

Baixa capacidade operativa das instituições

TENDÊNCIA APONTADA

Impacto negativo com tendência a permanecer sem grandes alterações

JUSTIFICATIVA PARA ISSO

Não há previsão de concursos públicos Planejamento e orçamentos deficitários Desarticulação entre os órgãos Estrutura precária dos órgãos

AÇÕES NECESSÁRIAS EM CURSO PROJETADAS SUGERIDAS

Busca de informações pelos municípios junto aos órgãos estaduais

Estudo da EMBRAPA sobre o rio Japaratuba

Estruturação dos órgãos públicos (estaduais e municipais)

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

SEMARH

ANA

Ministérios (Saúde e Cidades)

EMBRAPA

Os resultados da consulta pública revelam que, de acordo com os membros da oficina, os

principais fatores que levam às fragilidades institucionais percebidas na Bacia Hidrográfica

do Rio Japaratuba são: Falta de vontade política e à baixa capacidade operativa das

instituições. Quando solicitados para descrever a tendência de cada impacto, registraram que

para o primeiro, falta de vontade política, a tendência é a redução devido à força da cobrança

da legislação, à cobrança pela sociedade civil organizada e à relevância dos recursos

hídricos na agenda política nacional. Já para o segundo impacto, baixa capacidade operativa

das instituições. Os atores sociais consultados avaliaram que há uma tendência à

manutenção ao longo do tempo. A justificativa apontada para que tais impactos ocorram e

sua tendência é que: Não há previsão de concursos públicos; Planejamento e orçamentos

deficitários; Desarticulação entre os órgãos e estrutura precária dos órgãos.

As oficinas técnicas voltadas para a contribuição qualificada das instituições que compõem

os colegiados das Bacias foram avaliadas pelos participantes da seguinte forma:

a) O envolvimento dos membros dos comitês, fortalecendo o seu papel de articulação e a

responsabilidade dos mesmos com a qualidade do produto encomendado: o plano. A

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participação de boa parte dos membros dos CBH assegura que os planos em elaboração

articulam uma aproximação favorável entre o que desejam as instituições da Bacia e o que a

equipe técnica produz;

b) A qualidade das contribuições dadas à visão sobre os possíveis cenários futuros nas Bacias a

partir das observações de quem vive o dia a dia das mesmas, acompanhando suas

transformações;

c) A identificação de diversas ações em curso que poderão impactar de forma positiva ou negativa

os recursos hídricos das bacias e que contribuem para uma análise prognóstica mais

aprofundada;

d) A indicação de ações necessárias que deverão constituir-se as ações, projetos e programas dos

planos em elaboração;

e) O estreitamento das relações entre os comitês, os demais entes do sistema e a equipe técnica.

Em relação às consultas públicas à distância, foi encaminhado, via mobilizadores,

questionário orientador para a contribuição institucional na fase prognostica. Solicitou-se

das instituições e/ou entidades identificadas com interesse na elaboração e futura

implantação do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe, que

colaborassem com a construção do prognóstico, indicando qual é sua visão sobre as

tendências em curso que irão caracterizar a situação futura para a respectiva Bacia

Hidrográfica, quais são os elementos que levam a essa projeção e que ainda descrevessem

quais são os programas, projetos e ações que desenvolve ou que pretende desenvolver com

impactos (positivos ou negativos) sobre as águas na Bacia. Os resultados da consulta estão

apresentado a seguir no Quadro 1 e Quadro 2.

Quadro 1 – Contribuições, Via Correio Eletrônico, de Instituição9 Relevante na Bacia Hidrográfica da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

FATORES DE IMPACTO

TENDÊNCIAS O QUE JUSTIFICA A TENDÊNCIA

AÇÕES PREVISTAS

Atividades agrícolas (indústria sucro-alcooleira e pecuária).

Expansão das áreas com a cultura da cana-de-açúcar e pastagem, com consequente degradação da qualidade do solo e da

Estudos sobre a evolução do uso e cobertura da terra e monitoramento da qualidade da água

Continuidade da realização dos estudos por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa.

9 O nome das instituições e das pessoas que contribuíram não foram aqui revelados por entender que os mesmos não acrescentariam. A justificativa para tal procedimento é que o interesse aqui é retratar as diferentes visões a respeito dos impactos na Bacia Hidrográfica.

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água. (indicando presença de nutrientes e compostos orgânicos) realizados na área da bacia.

Desmatamento da cobertura vegetal

Redução das escassas áreas de vegetação da bacia, caso não sejam intensificadas as ações de fiscalização por parte dos órgãos competentes e tomadas medidas de recuperação das matas.

Estudos, sobre a evolução do uso e cobertura da terra,realizados na área da bacia nos últimos quatro anos.

Continuidade da realização dos estudos por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa.

Erosão do solo e assoreamento dos corpos hídricos.

Aumento da carga de sedimentos e assoreamento dos corpos hídricos com redução da vazão, se não forem adotadas práticas conservacionistas do solo e de recuperação da vegetação.

Monitoramento da qualidade da água realizado na área da bacia e verificação in loco da formação de bancos de areia em diversos locais.

Continuidade da realização dos estudos por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa.

Lançamento de esgotos domésticos nos copos hídricos.

Aumento da degradação dos corpos hídricos, caso não sejam tomadas medidas que envolvam a coleta e o tratamento de esgotos.

Monitoramento da qualidade da água realizado na área da bacia nos últimos quatro anos.

Continuidade da realização dos estudos por meio do desenvolvimento de projetos de pesquisa.

Fonte: COHIDRO, 2014.

Quadro 2 – Contribuições, Via Correio Eletrônico, de Instituição Relevante na Bacia Hidrográfica da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

FATORES DE IMPACTO

TENDÊNCIAS O QUE JUSTIFICA A TENDÊNCIA

AÇÕES PREVISTAS

Sistema precário de abastecimento

A precariedade no sistema de saneamento básico influencia negativamente a qualidade da água, especialmente a de consumo humano

A deficiência de saneamento no entorno da bacia potencializa o aumento nos índices epidemiológicos de doenças de veiculação hídrica

Determinação/Monitoramento dos índices de incidência de doenças de veiculação hídrica e condições de saneamento ambiental(Recursos financeiros oriundos de Órgãos de fomento)

Excesso de minerais (macro nutrientes) na água

Redução do nível da qualidade da água devido a maior contaminação por esgoto doméstico (Nitrogênio e Fósforo)

Avaliação da qualidade das águas na bacia do rio Japaratuba (V Encontro de Recursos Hídricos em Sergipe)

Monitoramento dos níveis quantitativos de macro nutrientes na água, especialmente aquelas usadas para o abastecimento urbano(Recursos financeiros oriundos de Órgãos de fomento)

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Desmatamento Redução da cobertura vegetal original (especialmente a mata Atlântica) devido a ação antrópica (assentamentos e áreas agrícolas)

Identificação de matrizes florestais nos fragmentos de Mata Atlântica do assentamento José Emídio dos Santos, Capela/Se (Revista Eletrônica de Engenharia Florestal/2012)

- Monitoramento faunístico e florístico de áreas com ocupação irregular das margens- Assessoria em projetos de definição de áreas de Reservas Naturais, APPs e RPPNs(Recursos financeiros oriundos de Órgãos de fomento)

Poluição dos corpos hídricos

Aumento do nível de contaminação nos elementos bióticos (organismos aquáticos) e abióticos (água e sedimentos)

1. Fauna parasitária do bagre marinho, Sciadesproops, coletados no estuário do rio Japaratuba, litoral de Sergipe (VI Encontro de Recursos Hídricos em Sergipe)2. Análise de contaminação por metazoários parasitas e por elementos traço em Sciadesproopsdo estuário do rio Japaratuba,Se (Dissertação de Mestrado em Saúde e Ambiente – UNIT/2014)3. Influência do cultivo da cana de açúcar nas nascentes do Alto e Baixo Rio Japaratuba (Dissertação de Mestrado do PRODEMA – UFS/2013)4. Determinação do nível trófico nas bacias hidrográficas do Estado de Sergipe (V Encontro Nacional de Química Ambiental)

- Monitoramento microbiológico e parasitológico em projetos de esgotamento sanitário- Monitoramento de poluição hídrica por agrotóxicos e microrganismos (água, sedimentos e peixes)(Recursos financeiros oriundos de Órgãos de fomento)

Planejamento gestão Aumento da demanda por estratégias de gestão das bacias hidrográficas

- - Gestão hidrográfica e aspecto socioambiental do grupo de pequenas bacias de rios costeiros (Dissertação – Mestrado em Saúde e Ambiente - UNIT)- Monitoramento ambiental na Barragem de Cumbe (Lazer/Piscicultura intensiva)(Recursos financeiros oriundos de Órgãos de fomento)

Fonte: COHIDRO, 2014.

Diante disso, pode-se constatar que tanto na consulta pública como nos resultados com as

instituições, o desmatamento, o avanço da atividade sucroalcooleira e poluição dos corpos

hídricos aparecem como fatores de impacto negativo na Bacia Hidrográfica do Japaratuba É

importante ressaltar que, para ambos, o fortalecimento dos instrumentos legais é o agente de

transformação capaz de reduzir os impactos negativos desses fatores na Bacia.

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3. CONDICIONANTES DE FUTURO

A necessidade de planejar o aperfeiçoamento da gestão das águas impõe-se pela

complexidade decorrente do desenvolvimento econômico, do aumento populacional, da

expansão da agricultura, das pressões locais, da urbanização, das mudanças tecnológicas e

das necessidades e demandas ambientais e sociais, em meio às incertezas do futuro sobre

quando, como, onde e com que intensidade. Diante disso, o objetivo dessa secção é

apresentar as condicionantes de futuro e as incertezas críticas do sistema de Recursos

hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, as quais foram identificadas a partir dos

seminários de validação e hierarquização das variáveis, atribuídas pelos representantes dos

Comitês da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, dos técnicos do Governo do Estado de

Sergipe e do GAT.

A seguir são apresentadas as principais variáveis condicionantes de futuro.

3.1 Variáveis Condicionantes de Futuro

A Dinâmica Econômica:

O ritmo e a forma de crescimento da economia brasileira e sergipana vão determinar o

crescimento ou retração da indústria na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, mensurado

por um importante indicador econômico, o Valor Adicionado Bruto. O setor econômico com

maior dinamismo no Estado é o industrial. O comportamento desse setor contribui para

influenciar os possíveis cenários futuros, na medida em que impactam o acesso, consumo e a

conservação da água.

Os cenários futuros dependerão também do grau de modernização que alcançará o Estado,

que conseguirá ou não gestar os impactos socioeconômicos e ambientais decorrentes da

atividade industrial na Bacia.

Expansão do Agronegócio

O processo de expansão do setor primário - atividade agrícola, principalmente a

monocultura da cana de açúcar e a pecuária pode imprimir maior pressão sobre os recursos

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hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. Verifica-se que extensas áreas de mata

foram devastadas para dar lugar às pastagens e/ou para a plantação de cana-de-açúcar, que

se expande na Bacia principalmente nos municípios de Capela, Japaratuba, Nossa Senhora

das Dores e Rosário do Catete.

Existem atualmente 04 (quatro) usinas sucroalcooleiras inseridas na Bacia, a maior

concentração de usinas deste tipo em todo o estado. Há estímulos do Governo Federal à

produção de álcool proveniente da cana-de-açúcar como combustível alternativo à gasolina

a partir da criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Apesar das dificuldades da

indústria de bicombustíveis no país, há uma tendência de expansão do plantio de cana-de-

açúcar na Bacia, o que indica possível aumento da demanda hídrica.

De acordo com dados da Pesquisa Agrícola Municipal (IBGE, 2012), o município de

Capela apresenta a maior produção deste cultivo do Estado de Sergipe, com 703.500

toneladas. Nos municípios onde existem tais usinas há risco de lançamento do vinhoto nos

rios da Bacia. Em Pirambu, há um município de conflito por questões de cunho

socioambiental entre a comunidade pesqueira e os usineiros, devido às diversas formas de

uso da água. Em decorrência desta intensa atividade agrícola, preocupa também à existência

de solos expostos, o escoamento superficial e erosão laminar, com o conseqüente aumento

na carga de sedimentos nos rios e o seu assoreamento.

Crescimento dos Investimentos em Saneamento

De modo geral, o agronegócio da cana-de-açúcar e a atividade de extração mineral surgem

como principais fatores de atração populacional nos municípios da Bacia, com tendência ao

adensamento urbano em todas as sedes municipais. Em decorrência da ação antrópica, em

especial do lançamento de esgotos domésticos, é forte a tendência em aumentar a poluição

das águas na Bacia. Torna-se assim, necessária a aplicação de investimentos em

infraestrutura básica de redes de escoamento e tratamento do esgoto produzido nos

aglomerados urbanos.

Outro aspecto a ser considerado é a existência de lixões, muitas vezes próximos dos

mananciais sem tratamento e a correta destinação dos resíduos sólidos, comprometendo a

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qualidade das águas superficiais e subterrâneas. A poluição dos rios é uma constante

também em relação aos núcleos industriais.

Diante disso, O montante de investimentos em saneamento ambiental, a ser desenvolvido

tanto nas áreas rurais, como no perímetro urbano e uma atuação eficiente nos Municípios em

relação ao tratamento dos esgotos, à construção dos aterros sanitários e ao controle no uso

de agrotóxicos é ator privilegiado na minimização dos impactos na qualidade e quantidade

de recursos hídricos na Bacia. As ações do Projeto: Águas de Sergipe e instalação/ampliação

da rede de esgoto da capital e de outros municípios – em curso, o Programa de Aceleração

do Crescimento, o monitoramento da potabilidade das águas e outros programas,

relacionados a resíduos sólidos e esgotamento sanitário, além da conclusão dos Planos

Municipais de Saneamento, que irão subsidiar a elaboração de projetos ambientais de

proteção às águas superficiais e subterrâneas. Estes são exemplos de investimentos capazes

de minimizar impactos e potencializar a qualidade das águas da Bacia.

O Desmatamento

O desmatamento e a limitação hídrica na área de nascentes do Rio Japaratubinha, no

município de Capela, poderão agravar a escassez de água que já é notada, principalmente,

nos municípios de Capela, Carmópolis e Santo Amaro de Brotas.

Destaca-se também, em termos da agricultura, a expansão da área destinada ao plantio da

cana-de-açúcar e pecuária. Para atingir tal objetivo, há substituição das reservas de mata e

a destruição de mata ciliar em toda a Bacia. Isso impacta de forma significativa o uso do

solo e por conseqüência a quantidade e a qualidade da água.

Dificuldades financeiras do Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos

O apoio, os recursos humanos e financeiros e a estrutura operacional Sistema estão aquém

das necessidades. Se as condições institucionais atuais se mantiverem no futuro imediato

haverá claramente um forte impacto negativo colocando em risco a viabilização da Política

Estadual de Recursos Hídricos, assim como todas as iniciativas de gestão ambiental e

territorial. O recurso hídrico estadual caminharia para um processo de degradação intenso.

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Dinâmica populacional

A taxa de crescimento populacional do Estado de Sergipe acompanha a tendência nacional

de redução com projeção de zerar o crescimento na década de 2030. Mas, até lá a população

continuará crescendo a uma taxa anual cada vez menor.

Existem dois fenômenos migratórios em Sergipe: (1) a imigração intra-estadual e (2) a

imigração interestadual. Sergipe, ao lado do Rio Grande do Norte, são os únicos estados do

Nordeste que apresentam saldos positivos de imigração interestadual, mas o destino

principal é Aracaju. Já a imigração intra-estadual é diferente entre os municípios, mas o

destino mais escolhido é a Região Metropolitana - RM de Aracaju. O que se observa é que

nos municípios mais pobres ficam as crianças, os idosos e alguns pequenos produtores

rurais, enquanto suas esposas se mudam para a RM de Aracaju para trabalhar. Com isso as

Bacias Hidrográficas do Rio Piauí (mais) e do Rio Japaratuba (menos) tem perda de

população por migração, enquanto a Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe é a que mais recebe

os imigrantes.

O padrão inverso ocorre com as Bacias em função dos mesmos fenômenos descritos na

Imigração. Ou seja, a Bacia Hidrográfica do Rio Piauí é a que mais perde com emigração,

seguida pela Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

3.2 As Incertezas Críticas

Identificadas as condicionantes de futuro, é importante delimitar aquelas com alto grau de

incerteza e elevado impacto em relação ao futuro do objeto de cenarização – as Incertezas

Críticas. Estas últimas podem ser específicas ou estarem agrupadas em uma ou mais

incertezas-síntese. Desse modo, apresenta-se a seguir as variáveis eleitas socialmente para a

Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. Resulta da visão e conhecimentos diversos usuários,

segmentos organizados da sociedade e de setores públicos relacionados à gestão dos

recursos hídricos.

Ritmo do Crescimento Econômico do Brasil

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Os cenários: nacional e internacional apresentam um ambiente de incertezas gerado pelas

mudanças econômicas e comerciais, tecnológicas, sociais e político-institucionais, que por

sua interface com processos em desenvolvimento, imprimem indefinições de futuro para o

Estado de Sergipe e para Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

A influência das políticas macroeconômicas brasileiras podem gerar um aumento na

produção industrial sergipana, com exportação de produtos industrializados e os

provenientes do setor primário, como cana-de-açúcar e milho ou uma retração dos setores,

levando a uma redução do ritmo de crescimento, com reflexos sociais importantes. Devido

ao processo migratório no Estado para atender à indústria, a retração do setor poderá

produzir uma grande massa de desempregados em Aracaju e região metropolitana.

Dinâmica Econômica Regional

O setor industrial em Sergipe, segundo a Federação das Indústrias do Estado de Sergipe

(2012) tem grande relevância para o crescimento da economia estadual. Segundo dados da

CODISE/SE, existem 04 (quatro) polos/núcleos industriais na Bacia Hidrográfica do Rio

Japaratuba, localizados nos municípios de Capela, Carmópolis, Nossa Senhora das Dores, e

Rosário do Catete. Há também, uma intensa exploração de petróleo (PETROBRAS), com

perspectivas de implantação de uma usina petrolífera de pequeno porte no município de

Carmópolis nos próximos anos. Além disso, estima-se que nos próximos anos será iniciada a

extração de potássio (VALE), em jazida localizada no subsolo dos municípios de Capela e

Japaratuba. Isto implicará maior demanda por água, fundamental no processo de extração de

potássio que servirá para a produção de fertilizantes.

Do ponto de vista dos recursos hídricos, tal panorama significa forte e acelerado aumento de

uso, pois o crescimento acelerado da atividade industrial impactua no crescimento

populacional e numa maior demanda de água para abastecimento, uso industrial e agrícola.

Este panorama pode repercutir negativamente sobre a qualidade e quantidade das águas já

que a Bacia também conta com expressiva área de atividades agrícolas e agropecuárias,

inclusive, com o uso de irrigação.

Irrigação

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Os montantes de área irrigada estimados para 2006 indicam que cerca de 1,23 % da área

total da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. Trata-se de uma área de 2.066 hectares

utilizando sistemas de irrigação. Este pode ser considerado de baixa intensidade.

De acordo com a Secretaria de Agricultura10 no tocante ao segmento da irrigação pública, o

estado de Sergipe conta com oito perímetros irrigados, com área irrigável superior a 13 mil

hectares, dos quais três (Betume, Cotinguiba-Pindoba e Propriá) foram implantados pelo

governo federal, através da CODEVASF. Os demais foram implantados pelo governo

estadual, geralmente com a participação de recursos federais e internacionais. À exceção do

Platô de Neópolis, dividido em lotes empresariais, os demais são subdivididos em lotes

parcelares de exploração familiar.

Além daqueles em operação, encontram-se em fase final de implantação os projetos de

irrigação Jacarecica II e Jacaré-Curituba, respectivamente em Itabaiana e Canindé do São

Francisco. Estão em estudo, para implantação o projeto Xingó, com abrangência nos

municípios de Canindé do São Francisco, Poço Redondo e Monte Alegre de Sergipe, e o

Canal Dois Irmãos, que levará água a municípios da Bahia e de Sergipe, alcançando neste

estado o município de Carira.

A empresa pública responsável pela gestão dos recursos hídricos no Estado de Sergipe é a

Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (COHIDRO),

órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (SEAGRI).

A COHIDRO11 administra seis perímetros irrigados, responsáveis pela produção de

alimentos variados, tais como: batata-doce, quiabo, milho, cana-caiana, inhame, macaxeira,

maracujá, goiaba, tomate, pimentão, alface, coentro, cebolinha e outros. Os perímetros estão

localizados nos municípios de Itabaiana, Canindé, Tobias Barreto, Lagarto e Malhador, e

ocupam uma área total de mais de 12 mil hectares.

A expansão da Pecuária

O ritmo de crescimento da pecuária, principalmente do rebanho aves e bovinos possui

um alto grau de impacto e incerteza por se tratar de uma atividade intensiva no uso de

recursos hídricos.

10 Disponível em: http://www.cohidro.se.gov.br/11 Ver mais detalhes em: http://www.sagri.se.gov.br

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A expansão da Cana-de-açúcar:

É incerteza crítica o comportamento do crescimento da área destinada ao plantio da cana-de-

açúcar, principalmente nos municípios de Japaratuba, Siriri e Rosário do Catete e Capela, –

maior produtor do estado em 2012, 703.500 toneladas, conforme dito anteriormente. Há na

Bacia, 4 indústrias sucroalcooleiras instaladas em seus territórios. Do ponto de vista

ambiental, o impacto se dá pela poluição por diversos processos, dentre estes o uso

indiscriminado de agrotóxicos agrícolas. Aliado a isso, o uso intensivo de água pode

acarretar uma sobrecarga no sistema de recursos hídricos caso esse avanço não seja

monitorado pelos órgãos competentes.

Outro aspecto a ser considerado é que o cultivo da cana-de-açúcar promove o avanço da

monocultura sobre terras antes destinadas a uma diversidade de culturas. Em relação às

culturas temporárias, observa-se uma queda no cultivo de feijão, milho, amendoim e

mandioca. Em termos das culturas permanentes, observou-se uma queda no cultivo de coco

da baía e laranja.

Aquicultura e Pesca:

A aceitação do mercado e a ampliação do número de tanques e redes demonstram um

aumento da aqüicultura e pesca na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba. A existência de

conflitos que envolvem o município Pirambu em conflito por questões de cunho

socioambiental entre a comunidade pesqueira e os usineiros, devido às diversas formas de

uso da água evidencia a criticidade dessa questão. A capacidade do Estado em mediar este

conflito vai determinar a destinação e o uso dos recursos hídricos na Bacia: O uso para fins

econômicos pelos aquiculturores ou pelo setor sucroalcooleiro?

4. CENÁRIOS

Os estudos prospectivos constituem parte importante do processo de planejamento, na

medida em que oferecem uma orientação para as tomadas de decisões sobre iniciativas e

ações para a construção do futuro almejado pela sociedade e pelas empresas. A própria

atividade planejadora tem como pressuposto central o fato de o futuro não estar

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predeterminado e ser uma construção social, resultante, portanto, das ações e das decisões da

sociedade. O processo de planejamento não teria nenhum sentido se a natureza e a sociedade

tivessem histórias futuras predefinidas, retirando qualquer espaço de liberdade para definir o

próprio futuro. (Godet, 1997).12

Nos estudos prospectivos, a técnica de elaboração de cenários tem se consolidado como o

principal recurso metodológico. Em sua caracterização, é possível distinguir dois grupos:

Cenários Alternativos e Cenário desejado ou Normativo.

No caso do estudo prospectivo da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, elaborou-se a

matriz multicritérios com contribuições dos representantes dos Comitês Gestores de Bacia

Hidrográfica, dos técnicos da COHIDRO Consultoria e as principais instituições envolvidas

com o sistema de recursos hídricos do Estado de Sergipe, conforme processo descrito

anteriormente.

Desse ponto de vista, apresenta-se a seguir o comportamento das variáveis, nos respectivos

cenários futuros para Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

4.1 Cenário Otimista

Sob a influência de uma economia nacional que cresce de maneira integrada e contínua, a

economia sergipana cresce de forma mais intensiva. A Variação do Valor Adicionado Bruto

– VAB da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba é da ordem de 4% a.a. A economia é

impulsionada pelos royalties do petróleo e pela agroindústria, principalmente os

provenientes da produção e processamento da cana-de-açúcar. O setor industrial possui uma

taxa de variação do Valor Adicionado Bruto, estimada de 6,0% a.a. Tendência de ampliação

do setor com a atuação do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI, que

investe em apoio locacional, apoio fiscal e tem um Fundo de Apoio à industrialização,

relocalização e normatização. Ocorre incremento da renda da população.

Ocorre redução das desigualdades regionais, seja entre os municípios do Estado, seja entre

os Estados do Nordeste. Isso reduz o movimento migratório causando maior estabilidade

entre as populações das Bacias Hidrográficas. O crescimento populacional desacelera mais

12 GODET, et. al BUARQUE (2003, p.20)

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rapidamente, mas com tendência de crescimento até a década de 2030. Para o cenário

otimista, a projeção de crescimento da população do Estado de Sergipe para o período de

2010 a 2033 é de 17,81%. O Estado se antecipa à pressão populacional e cria infraestrutura

capaz de atender novas demandas.

Aumenta os investimentos em infraestrutura hídrica e saneamento básico. Ocorre aumento

dos índices de atendimento aos indicadores específicos da legislação para abastecimento de

água, com a universalização, ou seja, 100% dos domicílios atendidos. Expansão dos

investimentos em sistemas de coleta e tratamento do esgotamento sanitário, com o alcance

da meta de 90%. Aumento da rede de drenagem. As taxas de mortalidade são reduzidas em

função de políticas mais eficazes de saúde e saneamento. O sistema de gerenciamento de

resíduos sólidos, tanto urbano quanto rural é eficaz no atendimento a demanda da

população. Implementação dos projetos do Programa Águas de Sergipe para ampliação das

redes de esgoto e tratamento. Considera a construção de aterros sanitários, podendo utilizá-

los para a produção de energia.

Em uma perspectiva otimista, a tendência apontada para a irrigação na Bacia, aponta para

um aumento da área irrigada de 3,3% aa. As projeções demonstram que para 2033, a área

irrigada será 4.963 hectares de área irrigada na Bacia. O Estado atua no controle dos

recursos hídricos, alcançando patamares de 40% de redução das perdas. Estimula o reuso

pela indústria. Amplia a fiscalização do tratamento dos rejeitos industriais. Amplia os

investimentos para atender às demandas setoriais de água. Maior investimento privado em

produção e em tecnologias mais eficientes de reuso.

Em relação ao disciplinamento da ocupação do solo, o Estado intensifica a implementação

de programas de recuperação e preservação dos solos. A fiscalização dos órgãos ambientais

é mais efetiva, principalmente, no que se refere á ocupação irregular de áreas que margeiam

os corpos hídricos. Aumento do número de municípios com Planos Diretores

implementados. Ocorre o aumento do número das Unidades de Conservação, em

cumprimento à legislação.

Quanto aos usos econômicos, considera um avanço da cana-de-açúcar. Esta cultura

apresentará uma taxa média de crescimento de 14,4% aa de 2012 a 2018. A partir desse

período, o desenho do cenário otimista para o comportamento dessa cultura demonstrou que,

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em 2018, a produção de cana-de-açúcar atingirá o seu limite máximo, ou seja, serão

ocupados 50.000 hectares com 3.244.000 toneladas.

Para as demais lavouras temporárias, há uma projeção de queda mais acentuada de 7,3%aa.

Em relação às lavouras permanentes, a tendência projetada evidencia uma redução de 3,7%

aa.

O Território é ocupado com áreas de pastagem. A tendência apontada é de crescimento do

plantel de aves de 6,4% aa. Em 2033, projeta-se que haverá na Bacia Hidrográfica do Rio

Japaratuba, 2.201.126 cabeças de aves. Para os outros rebanhos (Bovino, Eqüino, Asinino,

Muar, Suíno, Caprino e Ovino), projeta-se uma taxa média de decréscimo de 2,6% aa.

Assim, em um cenário otimista, projeta-se que haverá 65.216 cabeças na Bacia.

Acréscimo dos incentivos da CODEVASF para construção e disseminação de tanques-rede

e viveiros elevados em tanques de irrigação. Ocorre crescimento das atividades do complexo

mineral-químico (Petróleo, gás e fertilizantes). Há um fortalecimento institucional dos

órgãos de controle e aumento da fiscalização dos órgãos ambientais das atividades

mineradoras e sucroalcooleiras. Adoção de novas tecnologias menos impactantes (produção

limpa) no cultivo e beneficiamento da cana-de-açúcar controla a contaminação das águas

por agrotóxicos e os rejeitos industriais.

No que diz respeito à Governança e a implementação dos Instrumentos de gestão, ocorre um

avanço na implementação, com ampliação da restrição à outorga e a viabilidade de

implementar a cobrança de forma amplamente participativa – com valor monetário

atualizado, pelo uso dos recursos hídricos. Há a ampliação do enquadramento e a

implementação de planos com restrições a usos específicos. Considera um avanço na

implantação dos instrumentos, com avanços em outorga, enquadramento e Cobrança.

Quanto à Situação institucional dos atores do SINGREH, ocorre avanço da estruturação do

Sistema Estadual de Gestão de Recursos Hídricos. Órgão Estadual de Gestão de Recursos

Hídricos com maior autonomia e estruturado, fortalecido técnica e financeiramente, com

quadro de pessoal próprio adequado às suas atribuições. O Conselho Estadual de Recursos

Hídricos é fortalecido, desempenhando todas as atribuições que lhe são previstas

legalmente, promovendo a articulação e integração das diferentes políticas setoriais com

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interface na gestão de recursos hídricos. O Comitê de Bacia Hidrográfica fortalece-se e é

reconhecido, desempenhando as atribuições previstas legalmente. Tem-se maior

participação social.

Apresenta-se, a seguir, a Tabela 1 – Projeções das Variáveis de Futuro para a Bacia

Hidrográfica do Rio Japaratuba no Cenário Otimista. Trata-se de prospecções dos principais

processos e variáveis que condicionam os cenários dos recursos hídricos em horizonte

temporal de curto, médio e longo, prazos, ou seja, 2013, 2018, 2023, 2028 e 2033.

É importante salientar, que os dados quantitativos apresentados se referem a projeções

desenhadas a partir da evolução das variáveis para cada cenário, evidenciadas pelo

diagnóstico produtivo e pelo processo de construção social dos cenários.

4.2 Cenário Pessimista

A economia sergipana é induzida pela brasileira, que não consegue aproveitar as poucas

oportunidades de um mundo instável e fragmentado. O resultado disso é um cenário de

estagnação econômica e aumento da inflação. O reduzido crescimento da atividade

econômica é traduzida pela Variação do Valor Adicionado Bruto – VAB da Bacia

Hidrográfica do Rio Japaratuba é da ordem de em 1,5% aa, impulsionado pelo setor

industrial, principalmente as do complexo mineral-químico. O setor industrial apresenta uma

taxa de variação do Valor Adicionado Bruto, estimada de 3,0% a.a.

Há o agravamento das desigualdades regionais, seja entre os municípios do Estado, seja

entre os Estados do Nordeste. Devido a este fato, ocorre um aumento do movimento

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migratório causando maior instabilidade entre as populações das Bacias. Aumenta o

movimento migratório da população inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Piauí – com

mais intensidade, e da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, principalmente para a Região

Metropolitana de Aracaju. Aumento das crises e da insatisfação da população. O

crescimento populacional desacelera, com menor intensidade, com tendência de crescimento

até a década de 2030. Para o cenário pessimista, a projeção de crescimento da população do

Estado de Sergipe para o período de 2010 a 2033 é de 24,1%. O Estado não se antecipa à

pressão populacional na criação de infraestrutura.

O sistema de abastecimento de água atende a 90% dos domicílios. Crescimento

populacional piora a qualidade do abastecimento e saneamento básico: Declínio do grau de

eficiência. A rede de drenagem não atende à demanda.

O grau de eficiência não se mantém em consonância com a legislação, ocorrendo maior

incidência de sanções. O sistema de gerenciamento de resíduos sólidos, tanto urbanos

quanto rurais é ineficaz no atendimento à demanda, gerada pelo aumento populacional. São

evidentes os danos causados por resíduos provenientes de matadouros e lixões.

Em uma perspectiva pessimista, a tendência apontada para a irrigação na Bacia, aponta para

um aumento da área irrigada de 1,8% aa. As projeções demonstram que para 2033, a área

irrigada será 3.344 hectares de área irrigada na Bacia.

O Estado tem menor participação no controle dos recursos hídricos, alcançando patamares

de 60% de perdas. Pouca ou nenhuma melhoria de tecnologia de usos de recursos hídricos.

É pouco expressivo o estímulo ao reuso pela indústria. As regras para a fiscalização do

tratamento dos rejeitos industriais estão formalmente implantadas, mas sem efetividade.

Faltam recursos para os investimentos em infraestrutura para atender às demandas setoriais

de água. Menor avanço do setor privado em produção e em tecnologias mais eficientes de

reuso.

Em relação ao disciplinamento da ocupação do solo, o Estado é ineficaz na implementação

de programas de recuperação e preservação dos solos. O desmatamento das nascentes é

agravado. Ocorre a ocupação irregular nas margens dos corpos hídricos e retirada de areia

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dos leitos dos rios, principalmente o Rio Siri em Rosário do Catete e Nossa Senhora do

Socorro.

Devido ao baixo rigor no cumprimento da legislação, aumenta a contaminação das águas e

ocorre uma piora da qualidade do solo devido ao uso intensivo de agrotóxicos. Ocorre

resistência à adesão ao sistema. Ingerência políticas e interferências econômicas dificultam

a implementação dos Planos Diretores. Há pouca informação sobre as Unidades de

conservação, com reduzida atuação dos Conselhos Gestores.

Quanto aos usos econômicos, considera o crescimento das cultura temporária de cana-de-

açúcar a menores taxas. Esta cultura alcança uma produção projetada de 3.244.000 toneladas

em 2022, com uma área de 50.000 hectares. Mantém-se nesse patamar até 2033. A taxa

média de crescimento de 8,4% aa. Para as demais lavouras temporárias, há uma projeção de

uma queda menos acentuada de 3,3% aa. Em relação às lavouras permanentes, a tendência

projetada evidencia uma redução de 1,7% aa.

O Território é ocupado com áreas de pastagem. Mas, a tendência apontada é de crescimento

do plantel de aves de 2,4% aa. Em 2033, projeta-se que haverá na Bacia Hidrográfica do Rio

Japaratuba, 984.396 cabeças de aves. Para os outros rebanhos (Bovino, Eqüino, Asinino,

Muar, Suíno, Caprino e Ovino), projeta-se uma taxa média, ocorrendo decréscimo de 0,6%

aa. Assim, em um cenário pessimista, projeta-se que haverá 99.938 cabeças na Bacia em

2033.

A produção industrial alcança R$ 2.508.598,00 em 2033. Impulsionado pelo crescimento

das atividades minineral-químico, o acréscimo do setor industrial é de 3%aa. Mas, não é

acompanhado por um aumento no rigor da fiscalização, gerando os seguintes impactos:

Retirada de areia dos leitos dos rios, contaminação por agrotóxicos, principalmente na

região do Rio Siri e Poluição dos rios localizados nos pólos industriais. Não ocorre um

fortalecimento institucional dos órgãos de controle e atendimento nas normas pela iniciativa

privada, bem como a adoção de novas tecnologias menos impactantes (produção limpa) no

cultivo e beneficiamento da cana-de-açucar e para as fontes de poluição industrial. Aliado a

isso, o crescimento da indústria da construção civil, aumenta a retirada de areia dos leitos

dos rios, sem o devido disciplinamento.

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No que diz respeito à Governança e a implementação dos Instrumentos de gestão, o Estado

se mostra incapaz de implementar a cobrança e planos com restrições a usos específicos.

Faltam recursos para obras de infraestrutura. Quanto à Situação institucional dos atores do

SINGREH, ocorre estagnação e até recuo da estruturação do Sistema Estadual de Gestão de

Recursos Hídricos. Órgão Estadual de Gestão de Recursos Hídricos com pouca autonomia e

estruturado de forma pouco operativa, fragilizado por mudanças na conjuntura político-

institucional. A atuação do Conselho Estadual de Recursos Hídricos fica estagnada,

desempenhando poucas atribuições que lhe são previstas legalmente e não consegue

promover a articulação e integração das diferentes políticas setoriais com interface na gestão

de recursos hídricos. Existência de Comitê de Bacia (desde 2007) desempenhando

atribuições previstas na legislação, mas dependente do suporte técnico administrativo da

SRH, com dificuldade de garantir participação efetiva de todos os membros e insuficiente

interação com a sociedade e instituições que atuam na da Bacia. Menor participação social e

aumento dos conflitos.

Dados esses aspectos, apresenta-se, a seguir, a Tabela 2 – Projeções das Variáveis de Futuro

para a Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba no Cenário Pessimista. Trata-se de prospecções

dos principais processos e variáveis que condicionam os cenários dos recursos hídricos em

horizonte temporal de curto, médio e longo, prazos, ou seja, 2013, 2018, 2023, 2028 e 2033.

5. DEFINIÇÃO DO CENÁRIO FACTÍVEL (POSSÍVEL) PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAPARATUBA

O cenário factível é fruto da vontade coletiva, expressa pela representatividade da Bacia

Hidrográfica. É baseado nos resultados da compatibilização das disponibilidades com as

demandas hídricas, após ajustes e refinamentos ditados por critérios de viabilidade técnica e

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de aceitação política. No caso da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, o comportamento

desse cenário, construído socialmente, está descrito como se segue.

O comportamento da economia do Estado de Sergipe é dependente do padrão nacional. A

tendência continua sendo de aumento do emprego e renda, mas com alta taxa de

informalidade e de pessoas que não buscam colocação no mercado de trabalho. A variação

do Valor Adicionado Bruto no Estado de Sergipe apresenta variações bruscas de um ano

para outro, impulsionado pelo crescimento da Indústria Têxtil, papel, madeira, mobiliário,

agronegócio e serviços. Em função do impacto que investimentos de grandes empresas têm

sobre a economia relativamente pequena do Estado, anos de crescimento do Valor

Adicionado Bruto, são, muitas vezes, seguidos de anos de queda nesse crescimento, sendo

os efeitos desses fluxos de grandes empresas, severamente sentidos pelos municípios.

A Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba se beneficia pelas plantas industriais instaladas. Há

também na Bacia uma intensa exploração de petróleo (PETROBRAS) com perspectivas de

implantação de uma usina petrolífera de pequeno porte no Município de Carmópolis nos

próximos anos. Além disso, estima-se que nos próximos anos será iniciada a extração de

potássio (VALE), em jazida localizada no subsolo dos municípios de Capela e Japaratuba.

Isto implicará maior demanda por água, fundamental no processo de extração de potássio

que servirá para a produção de fertilizantes.

De acordo com dados da CODISE/SE, existem 04 (quatro) polos/núcleos industriais na

Bacia, localizados nos municípios de Capela, Carmópolis, Nossa Senhora das Dores, e

Rosário do Catete. A tendência projetada para o setor industrial é uma taxa média de

variação do Valor Adicionado Bruto estimada de 4,5% a.a. Ocorre incremento da renda da

população.

A taxa de crescimento populacional de Sergipe acompanha a tendência nacional de

desaceleração, com projeção de zerar o crescimento na década de 2030. Mas, até lá, a

população continuará crescendo a uma taxa anual cada vez menor. A projeção é de

crescimento da população do Estado de Sergipe para o ano de 2014 de 1,09% e para 2033,

de 0,56%.

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O comportamento da dinâmica populacional revela dois fenômenos migratórios no Estado

de Sergipe - a imigração intra-estadual e a imigração interestadual. Sergipe, ao lado do

Estado do Rio Grande do Norte, são os únicos estados do Nordeste que apresentam saldos

positivos de imigração interestadual, mas o destino principal é Aracaju. Já a imigração intra-

estadual é diferente entre os municípios, mas o destino principal é a Região Metropolitana

de Aracaju. O que se observa é que nos municípios mais pobres ficam as crianças, os idosos

e alguns pequenos produtores rurais, enquanto suas esposas se mudam para a RM de

Aracaju para trabalhar. Com isso, as Bacias do Piauí (mais) e do Japaratuba (menos) têm

perda de população por migração, enquanto a Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe é a que

mais recebe os imigrantes.

O crescimento do Distrito industrial de Santo Amaro de Brotas, das atividades extrativas

minerais e do agronegócio gera um aumento populacional, aumentando a demanda de água

para o abastecimento humano e para os setores produtivos. De modo geral, o agronegócio da

cana-de-açúcar e a atividade de extração mineral surgem como principais fatores de atração

populacional nos municípios da Bacia, com tendência ao adensamento urbano em todas as

sedes municipais.

Os investimentos em infraestrutura hídrica conseguem sanar os problemas de abastecimento

e qualidade da água, principalmente em Capela, Carmópolis, Graccho Cardoso e Santo

Amaro de Brotas. As intervenções em termos de abastecimento de 13 projetos (Águas de

Sergipe e PAC) promovem a melhoria da infraestrutura hídrica da Bacia Hidrográfica do

Rio Japaratuba. Os índices de abrangência e o grau de tratamento de esgotos é ampliado. As

taxas de mortalidade são reduzidas em função de políticas mais eficazes de saúde e

saneamento. O grau de eficiência mantém-se em consonância com a legislação.

Em relação ao disciplinamento da ocupação do solo, ocorre a ampliação das áreas de reserva

legal e APP’s para atendimento à legislação. A tendência é que sejam realizadas ações para

a redução do risco de erosão dos solos e estabilização das áreas degradadas. Há manutenção

das Unidades de conservação, ou seja, não ocorre expansão de novas áreas. Tendência de

implementação dos planos Diretores para as cidades com mais de 200.00 habitantes.

O Estado atua no controle dos recursos hídricos, alcançando patamares de 50% de redução

das perdas no abastecimento de água. Manutenção do atual patamar de investimento em

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drenagem. Ocorre a ampliação do atendimento em abastecimento de água com 91,25% dos

domicílios atendidos. Elevação do índice de cobertura de atendimento da rede de

esgotamento de 35% para 90%. Para o sistema de gerenciamento de resíduos sólidos, a

tendência apontada é que serão mais nítidos os níveis de tratamento de resíduos, com

acréscimos devidos ao aumento populacional. Isso devido à implantação de aterros

controlados para disposição final de resíduos e encerramento de Lixões.

Quanto aos usos econômicos, a tendência apontada considera que o aumento populacional

aumenta o consumo, sendo que o aumento da produção dependerá dos cultivos e da técnica

ou uso de água com sustentabilidade e técnicas corretas. Considera a previsão de

crescimento do setor agrícola de 11,2% aa, com predominância do crescimento da cultura de

cana-de-açúcar 11,4% aa, que se expande na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba,

principalmente, nos municípios de Capela, Japaratuba, Nossa Senhora das Dores e Rosário

do Catete. A cultura de cana-de-açúcar alcança uma produção projetada de 3.244.000

toneladas em 2019, ocupando 50.000 hectares.

Atualmente, existem 04 (quatro) usinas sucroalcooleiras inseridas na Bacia, a maior

concentração de usinas deste tipo em todo o Estado de Sergipe. Há estímulos do Governo

Federal à produção de álcool proveniente da cana-de-açúcar como combustível alternativo à

gasolina a partir da criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Apesar das

dificuldades da indústria de bicombustíveis no país, há uma tendência de expansão do

plantio de cana-de-açúcar na Bacia, o que indica possível aumento da demanda hídrica. Para

as demais lavouras temporárias, a tendência é de uma queda de 5,3%aa. Observa-se também

uma retração das culturas permanentes de 2,7% aa.

Considera que a tendência de crescimento dos rebanhos de aves na Bacia é de 4,4% aa e

outros (Bovino, Equino, Asinino, Muar, Suíno, Caprino e Ovino) com tendência de retração

de 1,6% aa. Assim, em um cenário factível ou desejável, projeta-se que, no longo prazo,

20anos, a tendência é que haja na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, 1.477.683 cabeças

de aves. Quanto à aquicultura, a tendência é de crescimento, pelo conhecimento do que

existe cadastro pelo IBGE e contratação de técnicos pela EMBRAPA. Percebe-se assim,

uma tendência de crescimento da agroindústria, com aumento de abatedouros, granjas,

laticínios e do processamento da cana-de-açúcar, muito intensivo no uso de recursos

hídricos. Considera um crescimento da área irrigada de 2,4%aa.

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A tendência observada para o setor industrial na Bacia é de 4,5%aa, conforme dito

anteriormente. Ocorre crescimento das atividades do complexo minera-químico (Petróleo,

gás e fertilizantes). As projeções apontam uma tendência de que, em 2033, o setor industrial

da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba produza R$ 3.448.026,00. Redução da extração nas

Bacias terrestres.

Em relação às atividades de extração mineral, ocorre a ampliação da extração em águas

profundas – “Pré-sal”. Aumento do risco de contaminação devido à ampliação da extração e

da re-injeção de água. Tendência de ampliação e intensificação da extração devido às novas

empresas produtoras fertilizantes no Estado. Aumento da Fiscalização.

Quanto à disponibilidade de recursos hídricos, a tendência apontada é que a qualidade da

água pode sofrer alterações com a poluição proveniente do esgoto doméstico e industrial, do

vinhoto, de agrotóxicos e do chorume. No que diz respeito à poluição advinda do esgoto

doméstico, para o cenário factível, trabalha-se com hipótese de que os índices de

abrangência e grau de tratamento de esgotos são ampliados de 35% par 90%, conforme dito

anteriormente. Já para a poluição industrial, a tendência apontada é que haverá melhorara

em função instituição da outorga de lançamento pela SEMARH. Para a poluição advinda do

vinhoto, considera-se a ampliação da atividade industrial, mas com tendência de redução da

poluição em função das ações de fiscalização pela ADEMA. Da proveniente de agrotóxico,

considera-se a redução em função da legislação e de maior fiscalização EMDAGRO. Para a

poluição causada pelo chorume, considera-se que a tendência é melhorar devido ao

encerramento de antigos lixões e à remediação.

Analisando-se as variáveis relacionadas à disponibilidade dos recursos hídricos, tem-se uma

prospecção positiva. Isso, porque a Captação água Subterrânea tende a diminuir e ser mais

racional em função dos levantamentos e estudos realizados; A adoção de práticas de reuso

tende a se expandir em função das questões de disponibilidade de água e da adoção das

ISO’s pelo setor industrial; A preservação das Áreas de Proteção Permanentes,

principalmente das relacionadas às nascentes, tende a ser mais eficiente em função dos

programas que estão sendo instruídos pela SEMARH e DESO; A construção de barragens

tende a se manter em função de poucos eixos possíveis de serem barrados. É importante

ressaltar, que as transposições podem levar a uma tendência de agravamento dos impactos

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sobre a oferta de recursos hídricos em função das diminuições da vazão imposta pela

política energética.

Dos fatores ambientais com impacto na Bacia, tem-se que a recuperação florestal possui

uma tendência de aumento, com ampliação da área plantada em função do atendimento ao

Novo Código Florestal e que o desmatamento e a erosão das margens dos corpos hídricos

apresentam tendência de redução, devido principalmente, ao aumento do monitoramento, da

fiscalização e do controle do desmatamento e da erosão pela ADEMA.

Em relação às questões que acirram os conflitos na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba,

tem-se: Barramentos; Uso irregular Irrigação x usos diversos; Lançamento de efluentes

industriais, principalmente o vinhoto e Aquicultura (comunidade pesqueira x Usineiros de

Pirambu). Todos estes, apresentam tendência de redução em função do aumento da

fiscalização da ADEMA.

A implementação dos Instrumentos de gestão está condicionada a uma maior estruturação

do Sistema Estadual de Gestão de Recursos Hídricos. A tendência para a Bacia Hidrográfica

do Rio Japaratuba é o avanço na implementação, com critérios de outorga mais restritivos e

a melhoria em função da rede de monitoramento e dos sistemas adotados pela SEMARH.

Outra tendência é o inicio da implantação da cobrança nas Bacias estaduais, com

implantação gradativa, pois contribui para racionalização do uso dos recursos hídricos.

Contribui também a implantação prevista pela SEMARH do Sistema de Informação.

Neste cenário, há a perspectiva de melhora do monitoramento qualitativo e quantitativo, em

função da ampliação e do acompanhamento da rede de monitoramento. Contribui também a

elaboração dos Planos Diretores de Recursos Hídricos nas demais Bacias estaduais –

inclusive a costeira; a tendência de grande ampliação da fiscalização devido ao convênio de

estruturação da SEMARH ou ADEMA, a criação de um Fundo com recursos, com

intervenções específicas e a ampliação das ações de educação ambiental nas Bacias.

Quanto à Situação institucional dos atores do SINGERH, ocorre avanço da estruturação do

Sistema Estadual de Gestão de Recursos. Considera a possibilidade de estruturação e maior

autonomia do Sistema em decorrência da pressão social por água em quantidade e qualidade

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para os diversos usos. Existência de órgão gestor, desempenhando atribuições previstas na

legislação, com melhora da estrutura física, recursos humanos e da autonomia.

Órgão Estadual de Gestão de Recursos Hídricos fortalece-se em relação à autonomia,

estrutura e amplia o quadro técnico e a questão financeira. A atuação do Conselho Estadual

de Recursos Hídricos - CONERH é mais intensiva na regulamentação dos instrumentos de

gestão e resolução de conflitos. Há a implantação de Agência de águas no Estado, vinculado

á implementação da Cobrança. Os Comitês Gestores de Bacia Hidrográfica, desde 2002

desempenhando atribuições previstas na legislação, fortalecem-se com maior apoio

institucional e passam a possuir maior autonomia.

Dados esses aspectos, apresenta-se, a seguir, a Tabela 3 – Projeções das Variáveis de Futuro

para a Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba no Cenário Factível. Trata-se de prospecções

dos principais processos e variáveis que condicionam o cenário desejável dos recursos

hídricos em horizonte temporal de curto, médio e longo prazos, ou seja, 2013, 2018, 2023,

2028 e 2033.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção social dos cenários para a Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba contou com a

visão e os conhecimentos de diversos usuários, segmentos organizados da sociedade civil e

de setores públicos relacionados à gestão dos recursos hídricos. O processo de elaboração

foi dividido em 7 etapas. Desde a elaboração do diagnóstico produtivo até a descrição e

prospecção dos cenários, foram desenvolvidas oficinas públicas e reuniões que deram

origem aos resultados apresentados.

O trabalho de análise e consolidação dos dados obtidos no diagnóstico produtivo e nas

oficinas públicas demonstrou os principais processos e variáveis de futuro que condicionam

os recursos hídricos para 2033. As variáveis eleitas foram: O crescimento econômico, a

dinâmica populacional, o comportamento do setor agrícola - principalmente da cana-de-

açúcar, a pecuária, em especial o plantel de aves, o comportamento do setor industrial e da

área irrigada. Nos cenários alternativos (otimistas e pessimistas) e factível, desenhou-se

tendências de caráter quantitativo e qualitativo para um horizonte de planejamento de 20

anos, divididos em períodos de 5 anos.

Dentre as variáveis de futuro projetadas, merece destaque o avanço da cana-de-açúcar, que

no cenário otimista, atingirá uma produção de 3.244.000 toneladas em 2018. Para o cenário

pessimista, essa será a produção de 2022 e, para o cenário factível, em 2019. Assim, as

projeções demonstram que há um limite de área da Bacia a ser destinada para o cultivo da

cana-de-açúcar, de aproximadamente 50.000 hectares e que esse limite será atingido, no

máximo, em 2022. Destacam-se também as atividades industriais, principalmente as do

complexo mineral-químico. De acordo com as projeções, estima-se que esse setor produzirá

R$ 4.717.818,00 em um cenário otimista, R$ 2.508.598,00 para o cenário pessimista e R$

3.448.026,00 em um cenário normativo ou factível da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

A construção dos cenários evidenciou a fragilidade do atual sistema e possibilita a

construção das estratégias de atuação para se consolidar o cenário almejado. Demonstra que

as fragilidades do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos podem ser modificadas,

principalmente pela consolidação e fortalecimento política-institucional dos atores do

SINGREH através da ampliação dos recursos humanos e da normalização técnica e jurídico-

administrativa.

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ANEXOSMatriz 1 - Etapa 3 - Organização e Consolidação das Variáveis.

VARIÁVEIS DOS CENÁRIOSTEMA SUBTEMA

Crescimento EconômicoDemografia

Crescimento populacionalImigraçãoEmigração

Economia Variação PIB

Disciplinamento da Ocupação do Solo

Áreas de Reserva LegalProteção do Solo contra a ErosãoUnidades de Conservação

Saneamento

Abastecimento de ÁguaControle de perdasAtendimentoEsgotamento SanitárioDrenagemColeta e Disposição de Lixo

Usos Econômicos

AgriculturaPecuáriaIrrigaçãoAquicultura (peixes)Indústria

MineraçãoPetróleoExtração (lavra) de áreaOutros

Atividades Turísticas

Recursos Hídricos

Qualidade da água

Poluição esgoto domésticoPoluição esgoto industrialPoluição VinhotoPoluição agrotóxicosPoluição ChorumeCalcárioOutros Captação água subterraneaAdoção de Práticas de ReusoPreservação de nascentesConflitos de usosTecnologiasOutros

Disponibilidade Hídrica SuperficialConstrução de Barragens / Açudes

Fatores AmbientaisDesmatamentoErosão das margens dos Corpos Hídricos

Conflitos de usos

BarramentosUso irregularIrrigação x usos diversosAquicultura (peixes)

Governança

Implementação dos Instrumentos de Gestão

OutorgaCobrançaSistema InformaçãoMonitoramento quanti-qualitativoPlanos DiretoresEnquadramentoCompensação a MunicípiosEducação ambiental

Situação institucional dos atores do SINGREHÓrgão Gestor EstadualComitês de BaciasAgências

Fonte: COHIDRO, 2014.

Matriz 2 – Cenário Normativo ou Factível da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba.

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TEMA SUBTEMA CENÁRIO NORMATIVO

VARIÁVEIS DOS CENÁRIOS COMPORTAMENTO DAS VARIÁVEIS NO CENÁRIO PROPOSTO

Crescimento Econômico

Demografia

Crescimento populacional

O crescimento populacional continua desacelerando, mas com tendência de crescimento até a década de 2030. A projeção de crescimento da população do Estado de Sergipe para o ano de 2014 é de 1,09% e para 2033, de 0,56% .

Imigração

O Estado possui dois fenômenos migratórios: intra-estadual e inter-estadual. Sergipe, apresenta saldos positivos de imigração inter-estadual, mas o destino principal é Aracaju. Já a imigração intra-estadual é diferente entre os municípios, mas o destino principal é a Região Metropolitana de Aracaju. O que se observa é que nos municípios mais pobres ficam as crianças, os idosos e alguns pequenos produtores rurais, enquanto suas esposas se mudam para a RM de Aracaju para trabalhar. De modo geral, o agronegócio da cana-de-açúcar e a atividade de extração mineral surgem como principais fatores de atração populacional nos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba, com tendência ao adensamento urbano em todas as sedes municipais.

Emigração

Na Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba ocorre perda de população pelo fenômeno de emigração. O destino é, principalmente, a RM de Aracaju.

Economia

Emprego e Renda

A tendência do Estado de Sergipe continua sendo de aumento de emprego e renda, mas ainda com alta informalidade e alta taxa de pessoas que não procuram emprego.

Variação PIB

A tendência é de Crescimento econômico moderado. Taxa de crescimento média estimada do Valor Adicionado Bruto é de 2,5% a.a

Disciplinamento da Ocupação do Solo

Áreas de Reserva Legal e APPs

Ampliação das áreas de reserva legal e APP´s,

para atendimento à legislação.

Proteção do solo contra erosão - Áreas degradadas

Aumento da proteção do solo contra erosão e estabilização das áreas degradadas.

Plano DiretorTendência de implementação dos planos Diretores para as cidades com mais de 200.00 habitantes.

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Unidades de Conservação Manutenção das Unidades de Conservação – Sem expansão de novas áreas.

Saneamento

Abastecimento de Água

Controle de perdasNo controle das perdas no abastecimento de água, a tendência é que se mantenha um percentual de 50%.

Atendimento

Há uma tendência de que os índices de abastecimento de água atinjam um patamar de 91,25%. Os investimentos em infraestrutura hídrica conseguem sanar os problemas de abastecimento e qualidade da água, principalmente em Capela, Carmópolis, Graccho Cardoso e Santo Amaro de Brotas.

Esgotamento Sanitário

Considera que os índices de abrangência e grau de tratamento de esgotos são ampliados de 35% para 90%.

Drenagem Manutenção do atual patamar de investimento em drenagem

Coleta e Disposição de

Lixo

Considera que serão mais nítidos os níveis de tratamento de resíduos. Implantação de aterros controlados para disposição final de resíduos.

Reciclagem Ampliação da reciclagem. Concentração na Região Metropolitana de Aracaju.

Saúde PúblicaDoenças de veiculação

hidricas

Tendência de redução devido a melhoria nas condições de saneamento básico e investimentos em saúde pública.

Usos Econômicos

Agricultura

Considera que aumenta a população, aumenta o consumo. O aumento da produção dependendo dos cultivos e da técnica ou uso de água com sustentabilidade e técnicas corretas. Considera a previsão de crescimento do setor agrícola de 11,2% aa, com predominância do crescimento da cultura de cana-de-açúcar, 11,4% aa. Para as demais lavouras temporárias, a tendência é de uma queda de 5,3%aa. Observa-se também uma retração das culturas permanentes de 2,7% aa.

Pecuária

Tendência de crescimento dos rebanhos de aves na Bacia é de 4,4%aa e outros (Bovino, Eqüino, Asinino, Muar, Suíno, Caprino e Ovino) com tendência de queda de 1,6% aa.

Irrigação Considera um crescimento da área irrigada de 2,4%aa.

Aquicultura (peixes)

A tendência é de crescimento, pelo conhecimento do que existe cadastro pelo IBGE e contratação de técnicos pela EMBRAPA.

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Indústria

Indústria

A tendência observada para o setor industrial na Bacia é de 4,5%aa. Ampliação da atuação do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI, que investe em apoio locacional, apoio fiscal e tem um Fundo de Apoio à industrialização, relocalização e normatização.

Agroindústria

Tendência de crescimento de abatedouros, granjas, laticínios e do processamento da cana-de-açúcar, muito intensivo no uso de recursos hídricos. Considera a previsão de crescimento do setor agrícola de 11,2% aa, com predominância do crescimento da cultura de cana-de-açúcar 11,4% aa, que se expande, principalmente, nos municípios de Capela, Japaratuba, Nossa Senhora das Dores e Rosário do Catete. A cultura de cana-de-açúcar alcança uma produção projetada de 3.244.000 toneladas em 2019, ocupando 50.000 hectares.Para as demais lavouras temporárias, a tendência é de uma queda de 5,3%aa. Observa-se também uma retração das culturas permanentes de 2,7% aa.

Mineração

Energéticos (Petróleo)

Há na Bacia uma intensa exploração de petróleo (PETROBRAS) com perspectivas de implantação de uma usina petrolífera de pequeno porte no Município de Carmópolis nos próximos anos. Ampliação da extração em águas profundas – “Pré-sal”. Aumento do risco de contaminação devido a ampliação da extração e da reinjeção de água. Redução da extração nas Bacias terrestres. Estima-se que nos próximos anos será iniciada a extração de potássio (VALE), em jazida localizada no subsolo dos municípios de Capela e Japaratuba. Isto implicará maior demanda por água, fundamental no processo de extração de potássio que servirá para a produção de fertilizantes.

Não energético Extração (lavra) de areia e argila

Tendência de ampliação e intensificação da extração devido as novas empresas produtoras de vidro no Estado. Aumento da Fiscalização.

Comércio Tendência moderada de ampliação, acompanhando as taxas de crescimento do PIB.

Disponibilidade Recursos Hídricos

Qualidade da Água Poluição esgoto doméstico

Considera que os índices de abrangência e grau de tratamento de esgotos são ampliados de 35% par 90%.

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Poluição esgoto industrial Tende a melhorar em função instituição da outorga de lançamento pela SEMARH.

Poluição Vinhoto

Ampliação da atividade industrial, mas tendência de redução da poluição por vinhoto em função das ações de fiscalização pela ADEMA

Poluição Agrotóxicos Redução em função da legislação e de maior fiscalização EMDAGRO.

Poluição ChorumeTende a melhorar em função do encerramento de antigos lixões e com a remediação.

Quantidade de Água

Captação água SubterrâneaTende a diminuir e ser mais racional em função dos levantamentos e estudos realizados.

Adoção de Práticas de Reuso (tecnologia)

Tende a se expandir em função das questões de disponibilidade de água e da adoção das ISO’s pelo setor industrial.

Preservação de APPs (nascentes)Tende a melhorar em função dos programas que estão sendo instituídos pela SEMARH e DESO.

TransposiçõesTende a aumentar os impactos em função das diminuições da vazão imposta pela política energética.

Construção de Barragens / Açudes

Tendência de se estabilizar em função de poucos eixos possíveis de serem barrados. As ampliações da crista estão sendo ocupadas a exemplo de Dionisio Machado - ocupação urbana.

Fatores Ambientais

Recuperação florestal Aumento da área plantada em função para atendimento ao Novo Código Florestal.

DesmatamentoRedução do desmatamento a taxas atuais, devido a manutenção do controle pela ADEMA.

Erosão das margens Corpos Hídricos

Tendência de redução da erosão devido, principalmente, a fiscalização e ao controle do desmatamento pela ADEMA.

Conflitos de usos Conflitos

Barramentos Tendência a redução em função do aumento da fiscalização da ADEMA.

Uso irregular Tende a diminuir em função do aumento da fiscalização da ADEMA.

Irrigação x usos diversos Tende a diminuir em função do aumento da fiscalização da ADEMA.

Indústria (lançamento do VINHOTO)

Tende a diminuir em função do aumento da fiscalização da ADEMA.

Aquicultura Tende a diminuir em função do aumento da fiscalização da ADEMA.

Governança

Implementação dos

Instrumentos de Gestão

Outorga Melhoria em função da rede de monitoramento e dos sistemas adotados pela SEMARH.

Cobrança Inicio da implantação da cobrança nas Bacias estaduais. Avanço gradativo.

Page 57: PLANO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SERGIPE€¦  · Web viewPLANO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO JAPARATUBA “Cenários do Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba” Setembro

Sistema de Informação Implantação prevista pela SEMARH.

Monitoramento qualitativoMelhoria em função da ampliação e do acompanhamento da rede de monitoramento.

Monitoramento quantitativo Melhoria em função da rede de monitoramento.

Planos DiretoresElaboração dos Planos Diretores de Recursos Hídricos nas demais Bacias Estaduais – inclusive a costeira.

EnquadramentoPerspectiva de implementação gradativa do enquadramento, tendo em vista as diretrizes do PERH.

FiscalizaçãoTendência de grande ampliação da fiscalização devido ao convênio de estruturação da SEMARH ou ADEMA.

FUNERH Fundo com recursos, financiando intervenções especificas.

Educação Ambiental Ampliação das ações de educação ambiental nas Bacias.

Situação institucional dos

atores do SINGREH

Órgão Gestor EstadualFortalecimento institucional do órgão gestor de recursos hídricos. Reestruturação e ampliação do quadro técnico.

Comitês de Bacias Fortalecimento dos Comitês com maior apoio institucional e maior autonomia.

CONERH

Fortalecimento do CONERH. Atuação mais intensiva na regulamentação dos instrumentos de gestão e resolução de conflitos.

AgênciasImplantação de Agência de águas no Estado, vinculado á implementação da Cobrança – Modelo em estudo.

Fonte: COHIDRO, 2014.