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PLANO DE APOIO AO COMÉRCIO DE MATOSINHOS
Antes de mais uma nota explicativa: dentro do sector comércio há uma área
especialmente importante e representativa, nomeadamente em Matosinhos, isto
é, a área da Restauração. Trata-se de uma área tão significativa que irá merecer
da parte desta candidatura um tratamento autónomo, até pela gravidade dos
problemas que a assolam. Assim, no Plano que de seguida iremos apresentar não
se trata dos problemas específicos da Restauração uma vez que oportunamente
iremos apresentar um Plano específico para este sector.
O Comércio é, provavelmente o sector empregador mais importante do concelho
de Matosinhos. Mas, quando falamos de comércio em Matosinhos temos de
considerar diferentes realidades. Na verdade, temos o comércio das grandes
superfícies, com enorme peso em Matosinhos, e o comércio de rua, o comércio
tradicional quer isolado quer localizado em zonas que outrora foram
importantes espaços comerciais onde apenas sobrevivem alguns
estabelecimentos comerciais. Hoje surgem novas zonas comerciais que
atravessam também grandes dificuldades.
Das grandes superfícies importa dizer que tem de haver, entre a câmara e as
grandes superfícies um diálogo permanente porque, se é verdade que são um
importante segmento de negócio que representa muito dinheiro e muitos
empregos, é igualmente verdade que as grandes superfícies geram um conjunto
de problemas ao nível das acessibilidades, do trânsito, etc.
Até aqui a Câmara tem sido, na nossa opinião, demasiado complacente com os
problemas que decorrem do funcionamento das grandes superfícies. Importa
que as negociações sejam permanentes e que a autarquia não se deixe colocar
numa posição de subalternidade. Em causa estão interesses colectivos e o
interesse público que, por definição, tem de ser prioritário a qualquer interesse
particular por mais legítimo que este seja.
Já quanto ao Comércio tradicional ou de rua a Autarquia não pode voltar as
costas a este sector com tão grande peso económico e histórico no nosso
concelho. Trata-se, de um dos mais importantes sectores empregadores do nosso
concelho, composto essencialmente por micro ou pequenas empresas. Empresas
que, fruto da conjuntura, mas também e essencialmente por razões estruturais
que se vêm acumulando há anos, atravessa enormes dificuldades.
Falar do comércio de rua ou comércio tradicional é falar de empresas
descapitalizadas, que se traduzem em negócios familiares, alguns deles
transmitidos de geração em geração, que as mudanças do tempo têm vindo a
atirara para a ruína.
A Câmara Municipal de Matosinhos não pode continuar, como até aqui, de costas
voltadas para este importante sector que precisa gritantemente de ajuda. Nesse
sentido, ouvidos representantes do sector, estudados os problemas específicos e
analisadas situações idênticas, na Área Metropolitana do Porto, no País no seu
todo e também em cidades estrangeiras, elaboramos um PLANO DE APOIO AO
COMÈRCIO DE MATOSINHOS de que salientamos as seguintes medidas:
1º Permanente interacção com a ou as associações representativas do sector
na definição, planeamento e execução de todas as medidas que se destinem
ao Comércio, entre as quais e desde já, se enquadram as medidas que se
apresentam de seguida.
2º Simplificação dos processos burocráticos de licenciamento dos
estabelecimentos.
3º Política de horários de funcionamento do comércio flexível que seja
ajustável ao tipo de necessidade do binómio comerciante/cliente e tenha em
linha de conta o tipo de comércio em questão, a sua localização, etc.
4º Dentro de dias será lançado, um programa de apoio à modernização do
comércio com base em fundos comunitários. Não são ainda conhecidas as linhas
mestras desse programa mas seguramente ele irá prolongar-se no tempo para
além das eleições autárquicas e implicará, como é regra em matéria de aplicação
de fundos comunitários no âmbito do Quadro Comunitário, que cada
financiamento tenha de ser acompanhado de comparticipação do beneficiário.
Ora perante a situação difícil, de quase total descapitalização das empresas do
sector, perante a dificuldade de recurso à banca por todos conhecida, o que
propomos é que a Câmara de Matosinhos assuma o papel de "business angel",
negociando com uma instituição bancária o financiamento da componente
de investimento próprio do beneficiário, funcionando a autarquia como
fiadora para o caso de incumprimento pelo beneficiário. Contactos informais
com instituições bancárias mostraram que estas estão disponíveis para
participar neste projecto e confirmaram que, porque se logrará dessa forma uma
significativa redução dos riscos para a entidade bancária, se poderão conseguir
condições de financiamento bastante mais favoráveis. Desta forma poderemos
apoiar a modernização dos estabelecimentos comerciais, tão necessária para
a revitalização deste sector.
5º Criação das chamadas " zonas de comércio tradicional ", isto é a
delimitação de zonas de comércio, cada qual com um responsável ao nível da
autarquia. Este responsável terá a seu cargo:
responder por todas as questões de manutenção do espaço público,
garantindo a boa qualidade dos passeios, da iluminação, etc;
ser o interlocutor dos comerciantes da zona, e tratar com as entidades
respectivas de todas as questões relacionadas com de pessoas e
estabelecimentos;
ser responsável pela articulação e definição dos horários de
funcionamento do comércio naquela zona, dentro dos limites
regulamentarmente fixados;
ter a seu cargo o desenvolvimento de programas de animação
permanente ( 365 dias no ano ) e de acções de promoção do comércio da
zona respectiva;
ter ainda a responsabilidade de procurar novos investidores para a zona
respectiva, procurando atrair as chamadas lojas ancora.
No fundo trata-se de aproveitar as experiências de algum sucesso de gestão dos
centros comerciais e adaptá-las a espaços públicos.
6º Instalação de serviços públicos que atraiam pessoas para as zonas
comerciais. Por exemplo, a loja do cidadão que se pretende venha para
Matosinhos, deve ser instalada na Brito Capelo e não junto à Câmara Municipal.
7º Garantir estacionamento automóvel nas zonas comerciais.
8º Aplicação de uma política de taxas de publicidade em matéria de reclames
e toldos que seja motivadora para os comerciantes em vez de opressora
como hoje se verifica,
9º Desenvolvimento de uma política de Derrama que fomente o comércio.
10º Desenvolvimento e dinamização de campanhas promocionais do
comércio de Matosinhos quer junto dos concelhos limítrofes quer, e
especialmente, direccionadas para os turistas que nos visitem
11º Programas de animação permanente de zonas comerciais
12º É evidente que uma política de apoio ao comércio, e em particular a zonas
comerciais, especialmente na baixa de Matosinhos, mas também em Leça da
Palmeira, na zona antiga, ou na zona central de S. Mamede Infesta, têm de ser
precedidas e acompanhadas por uma política de reabilitação urbana.
A reabilitação urbana não tem como único ou sequer principal objectivo a
dinamização do comércio. Mas sem a reabilitação das zonas mais antigas não
será possível dinamizar e revitalizar o comércio dessas zonas. Oportunamente
apresentaremos um Plano de intervenção no espaço público e de reabilitação
urbana.