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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS UFAM FACULDADE DE DIREITO FD DEPARTAMENTO DE DIREITO APLICADO PLANO DE AULA i INSTITUIÇÃO DE ENSINO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONASUFAM CURSO: DIREITO PROFESSOR: Especialista Rafael da Silva Menezes NÍVEL DE ENSINO: SUPERIOR PERÍODO: 6º TURNO: DIURNO/NOTURNO DATA: 09/09/2010 DURAÇÃO DA AULA: 100 min TEMA DA AULA: JURISDIÇÃO OBJETIVOS ESPECÍFICOS Compreender a jurisdição como função, poder e atividade do Estado. Analisar as caracterísiticas pertinentes à atividade jurisdicional. Estudar as diferentes espécies de tutela jurisdicional. Conhecer as espécies e órgãos da jurisdição. CONTEÚDO DE ENSINO 1- Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição. 2- Trilogia Estrutural do Processo. 3- Objetivo, Conceitos e Atual Contexto da Jurisdição. 4- Características e Princípios da Jurisdição. 5- Espécies de Jurisdição. 6- Tutela Jurisdicional: conceito e classificação. 7- Órgãos da Jurisdição. 8- Equivalentes da Jurisdição. 9- Arbitragem. 10- Classificação do Professor Kazuo Watanabe.

PLANO DE AULA INSTITUIÇÃO DE ENSINO: CURSO: NÍVEL … · Teoria Clássica : ´ administração pública , exercida pelo Poder Judiciário , de interesses privados µ (José Frederico

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PLANO DE AULAi

INSTITUIÇÃO DE ENSINO: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS– UFAM

CURSO: DIREITO

PROFESSOR: Especialista Rafael da Silva Menezes

NÍVEL DE ENSINO: SUPERIOR PERÍODO: 6º TURNO:

DIURNO/NOTURNO

DATA: 09/09/2010 DURAÇÃO DA AULA: 100 min

TEMA DA AULA: JURISDIÇÃO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Compreender a jurisdição como função, poder e atividade do Estado. Analisar as caracterísiticas pertinentes à atividade jurisdicional. Estudar as diferentes espécies de tutela jurisdicional. Conhecer as espécies e órgãos da jurisdição.

CONTEÚDO DE ENSINO

1- Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição.

2- Trilogia Estrutural do Processo.

3- Objetivo, Conceitos e Atual Contexto da Jurisdição.

4- Características e Princípios da Jurisdição.

5- Espécies de Jurisdição.

6- Tutela Jurisdicional: conceito e classificação.

7- Órgãos da Jurisdição.

8- Equivalentes da Jurisdição.

9- Arbitragem.

10- Classificação do Professor Kazuo Watanabe.

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ROTEIRO

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1. TRILOGIA ESTRUTURAL DO PROCESSO

JURISDIÇÃO

AÇÃO

PROCESSO

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2. JURISDIÇÃO2.1 Princípio da Inafastabilidade

“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou

ameaça a direito” (Art.5o, XXXV, CF/88)

2.2 Função do Estado Democrático de Direito (poder/função)

a) Legislativa: norma abstrata

b) Administrativa: parcialidade + revogação/modificação

2.3 Objetivo

a) fazer atuar o ordenamento jurídico no caso

concreto levado ao Poder Judiciário.

b) a sentenca é lei disciplinadora, in concreto, da espécie

solucionada (Rogério Lauria Tucci)

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2.4 Conceitos e Atual Contexto:

a) Chiovenda:

“função do Estado que tem por escopo a atuação da vontadeconcreta da lei por meio da substituição, pela atividade de órgãospúblicos, da atividade de particulares ou de outros órgãospúblicos, já no afirmar a existência da vontade da lei, já notorná-la, praticamente, efetiva”

b) Carnelutti:

“função de buscar a justa composição da lide”

lide:”conflito de interesses degenerado pela pretensão de uma

das partes e pela resistência da outra”

pretensão: “intenção de submissão do interesse alheio ao

interesse próprio”

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c) Moacyr Amaral Santos

“consiste no poder de atar o direito objetivo, que o próprioEstado elaborou, compondo conflitos de interesses e dessaforma resguardando a ordem jurídica e a autoridade da lei”

d) Marinoni

“se nas teorias clássicas o juiz apenas eclarava a lei oucriava a norma individual a partir da norma geral, agora eleconstrói a norma jurídica a partir da interpretação deacordo com a Constituição, do controle deconstitucionalidade e da adoção da regra do balanceamentodos direitos fundamentais no caso concreto”

e) Atividade Criativa/Norma e dispositivo (Humberto Ávila)

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2.5 Características e Princípios Essenciais

a) Inércia

Depende de provocação (Princípio da Demanda)

“nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando

a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas

legais” (Art 2o, CPC + Art. 262 CPC)

Princípio da Congruência (sentença limitada pela pretensão)

a1) Exceções:

Art. 989, CPC

Art. 797, CPC

Art. 18, CPC

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b) Substitutividade

Não era função originária

Substitui a vontade das partes (heterocomposição)

Autotutela (atualmente, é exceção): Art. 1.210, CC/2002

c) Declaratória??

d) Poder de Decisão e Poder de Coerção

e) Princípio da Investidura

só pode ser exercida por quem dela se ace legitimamente

investido

Art. 324, CP

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f) Indelegabilidade da JurisdiçãoCartas Precatórias e RogatóriasArt. 102,I, m, CF/88 (Atos executórios)Art. 93, XIV, CF/88

f) Indeclinabilidade ou UbiquidadeArt. 126, CPC

g) Aderência do Território à JurisdiçãoExceção: art. 107, 230, CPC

h) LideAmeaça (tutela inibitória)Interesse Individual (naturalização, p. ex.)

i) Coisa Julgada“finalidade de atribuir definitivamente um bem da vida aoganhador” (Eduardo Arruda Alvim) *Cautelar

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2.6 Espécies de Jurisdição

Una e Indivisível (parcela da soberania)

“a jurisdição é função do Estado, exercendo-se com a mesmafinalidade a todas as espécies de conflitos de interesses. Asatividade~s jurisdicionais não se diversificam porque o conflito acomporse é de natureza penal, civil, trabalhista, eleitoral. Nessesentido se diz que a função jurisdicional é una” (Moacyr AmaralSantos)

b) Instância: nível hierárquivo

Grau de jurisdição: “conhecer, por via de recursos, as causas jádecididas na instância inferior, e se funda na possibilidade da

decisão nesta proferida ser errada ou injusta”

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c) Quanto à matéria

d) Contenciosa ou Graciosa (Voluntária)

Litígios/Conflitos de Interesses qualificados por uma

pretensão

ESPECIALIZADA

COMUM

TRABALHISTAELEITORAL

MILITAR

PENALCÍVEL

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e) Jurisdição Voluntária

Alienação de Bens de Incapaz

Nomeação e Remoção de Tutores

Separação e Divórcio envolvendo menores

Teoria Clássica: “administração pública, exercida pelo PoderJudiciário, de interesses privados” (José Frederico Marques)

Teoria Revisionista: Atividade Jurisdicional Propriamente Dita

lide/substitutividadecoisa julgada

Não há partes, só interessados; Não produz coisa julgada

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2.7 Tutela Jurisdicional

“Sendo a jurisdição uma função do Estado, todos têmdireitos a que a mesma seja prestada. Nem por isso todostêm direito à tutela jurisdicional” (Alexandre Freitas Câmara)

só recebe a tutela jurisdicional quem é titular de umaposição jurídica de vantagem

a) Conceito

“tutela efetiva de direitos ou de situações pelo processo (…)A técnica processual a serviço de seu resultado” (JoséBedaque)

“o amparo que, por obra dos juízes, o Estado ministra a quetem razão no processo” (Dinamarco)

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b) Tutela Jurisdicional Adequada

provimento deve ser adequado a proteger o direitolesionado ou ameaçado

c) Classificação (I)

cognitiva: existência ou inexistência de direito

executiva: satifação de um crédito

cautelar: limita-se a assegurar a efetividade de outro tipo

de tutela

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c) Classificação (II)

Satisfativa e Não-Satisfativa

2.8 Tutela Jurisdicional Antecipada

“forma de tutela jurisdicional efetiva, prestada com base em juízode probabilidade” (Alexandre Freitas Câmara)

Economia Processual

Permite a produção dos efeitos da sentença de procedência dopedido do autor desde o início do processo (provisória)

Requisitos: propabilidade da existência do direito +

fundado receio de dano grave ou difícil reparação

Art. 273, I e II, 6o.

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2.9 Tutela Jurisdicional Específica

Art. 461, CPC + Art. 84 do CDC

Nemo ad factum praecise cogi potest

Art. 465, 5o, CPC

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2.10 Órgãos da Jurisdiçãoa) Supremo Tribunal Federal

b) Conselho Nacional de Justiça

c) Superior Tribunal de Justiça

d) Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais

e) Tribunais e Juízes do Trabalho

f) Tribunais e Juízes Eleitorais

g) Tribunais e Juízes Militares

h) Tribunais eJuízes dos Estados e do Distrito Federal eTerritórios

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2.11 Equivalentes Jurisdicionais

“formas não-jurisdicionais de solução de conflitos (…) nãosendo jurisdição, funcionam como técnica de tutela dosdireitos, resolvendo conflitos ou certificando situaçõesjurídicas” (Fredie Didier Junior)

Não há monopólio estatal para dirimir conflitos

a) Autotutela

Regra: vedação (exercício arbitrário das próprias razões e

abuso de poder)

Exceção: legítima defesa, direito de greve; retenção

b) Autocomposição (Art. 125, IV, c/c Art. 331, CPC, p. ex.)

transação/submissão/renúncia

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c) Tribunais Administrativos

c1) Tribunal Marítimo:

julgar acidentes e fatos da navegação

elemento de prova (p. relativa)

responsabilidade técnica

pode ser arbitral

c2) Tribunal de Contas

c3) Agências Reguladoras

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2.12 Arbitragem

Lei 9.307/96

Convenção de Arbitragem (cláusula compromissória +compromisso arbitral)

Título Executivo Judicial (Art. 475N, IV, CPC)

Controle Jurisdicional

Jurisdição ou não??

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3. OBSERVAÇÕESa) Turmas Recursais não são tribunais

não cabe RESP

cabe REXT

b) Art. 217, 1, CF/88

Art. 5, I, Lei 12.016/2009

Habeas Data

c) CARF (Inafastabilidade + Art. 156, IX, CTN)

d) Art. 1.109 CPC

e) Intervenção do Ministério Público (Art. 82, CPC – comprovaçãoconcreta)

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f) Classificação Professor Kazuo Watanabe

COGNIÇÃO HORIZONTAL

COGNIÇÃO VERTICAL

MATÉRIAS APRECIADAS

PELO MAGISTRADO

SUPERFICIALSUMÁRIA

EXAURIENTE

REFERÊNCIAS BÁSICAS

AMORIM FILHO, Daniel Assunção. Direito Processual Civil, São Paulo: Editora Método, 2010. CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições Preliminares de Direito Processual Civil. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010. DIDIER, Fredie, Direito Processual Civil. Vol 1. Editora Jus Podivm. SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. Vol 1. São

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Paulo: Saraiva. 2010

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

i ESTE PLANO DE AULA NÃO CONTEMPLA TODOS OS ASSUNTOS TRATADOS EM SALA DE AULA. TRATA-SE APENAS DE UM MATERIAL COMPLEMENTAR, QUE VISA TORNAR MAIS EFICIENTE O DIÁLOGO ESTABELECIDO EM SALA DE AULA, INDICANDO OS TÓPICOS A SEREM TRATADOS.

Lei da Arbitragem. Rápidas Observações sobre Arbitragem e Jurisdição. Bases para a construção do processo colaborativo. (Daniel Mitidiero)