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Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013 1 PLANO DE BAIRRO: O desenvolvimento participativo de uma metodologia SUMÁRIO CENÁRIO 2 O QUE É PLANO DE BAIRRO? 6 PREMISSAS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE BAIRRO 12 ESTRUTURA E METODOLOGIA DE PLANO DE BAIRRO 14 E DE ONDE SURGIRÃO OS RECURSOS PARA IMPLEMENTAR 24 PLANO DE BAIRRO? DESAFIOS PARA O GRUPO QUE DESENVOLVE A METODOLOGIA 25

PLANO DE BAIRRO: O desenvolvimento participativo de uma ... · No Plano Diretor de 2002 existe a figura do Plano de Bairro e tem diretrizes para a elaboração dos Planos de Bairros

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Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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PLANO DE BAIRRO:

O desenvolvimento participativo

de uma metodologia

SUMÁRIO

CENÁRIO 2

O QUE É PLANO DE BAIRRO? 6

PREMISSAS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE BAIRRO 12

ESTRUTURA E METODOLOGIA DE PLANO DE BAIRRO 14

E DE ONDE SURGIRÃO OS RECURSOS PARA IMPLEMENTAR 24

PLANO DE BAIRRO?

DESAFIOS PARA O GRUPO QUE DESENVOLVE A METODOLOGIA 25

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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CENÁRIO

(as considerações iniciais foram extraídas da apresentação do Dr. Nakano

em 04/04/2013 no evento Plano Diretor: Plano de Bairro na Fecomércio).

Considerando que já existe um mapa de zoneamento do Município de São

Paulo esse pode ser o pano de fundo para a revisão dos Planos Regionais

que vão poder ser um instrumento para definir as bases para os Planos de

Bairro.

O Plano Diretor tem que ser a ferramenta de programação e de

organização dos investimentos e ações para melhorar as ofertas e criar

melhores condições de atendimento das necessidades sociais nas várias

áreas da cidade. E os Planos de Bairro têm muito a contribuir para essa

definição.

O Estatuto da Cidade diz que o Plano Diretor tem que orientar os Planos

Plurianuais, as leis de diretrizes orçamentárias e as leis de orçamentos

anuais, que são os instrumentos de planejamento financeiro do município.

Se o Plano Diretor deixa muito claro quais são os investimentos estruturais

necessários para que a cidade cumpra suas funções sociais, fica mais clara

a possibilidade de ligar o Plano Diretor com esses planos plurianuais, com

as leis de diretrizes orçamentárias e as leis de orçamentos anuais, para que

esses instrumentos de planejamento das finanças do município sejam

construídos com base nos investimentos previstos no Plano Diretor.

No Plano Diretor de 2002 existe a figura do Plano de Bairro e tem diretrizes

para a elaboração dos Planos de Bairros como, por exemplo, a necessidade

de se prever e programar investimentos, projetos, locais, melhorias de

espaços públicos, praças, áreas verdes, caminhos verdes, etc.

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OBSERVAÇÃO: em consulta ao Plano Diretor disponível na internet não

localizamos as diretrizes que fala o parágrafo acima. Precisamos verificar.

Destacamos abaixo alguns artigos do Plano Diretor que se relacionam mais

diretamente com os Planos Regionais e Planos de Bairro.

CAPÍTULO III DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO URBANA E AMBIENTAL SEÇÃO I- DOS INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS Art. 198 - Para o planejamento, controle, gestão e promoção do

desenvolvimento urbano, o Município de São Paulo adotará, dentre outros,

os instrumentos de política urbana que forem necessários, notadamente

aqueles previstos na Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 –

Estatuto da Cidade e em consonância com as diretrizes contidas na Política

Nacional do Meio Ambiente: III - planos regionais; IV - planos locais

de bairro; V - programas e projetos elaborados em nível local;

CAPÍTULO III - DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO URBANO MUNICIPAL - SEÇÃO I - DO SISTEMA E PROCESSO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO Art. 269 – O Sistema e o Processo Municipal de Planejamento Urbano

serão desenvolvidos pelos órgãos do Executivo, com a participação da

sociedade, garantindo os instrumentos necessários para sua efetivação,

sendo composto por: II - Planos Municipais, Regionais e, quando houver,

planos de bairro;

SEÇÃO II - DOS PLANOS REGIONAIS Art. 273 – Os Planos Regionais serão elaborados pelas Subprefeituras com

a supervisão da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano – SEMPLA, e

da Secretaria das Subprefeituras.

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§ 3º - Os planos regionais deverão ser elaborados com a participação dos

munícipes dos diversos bairros que compõem cada região, nos diagnósticos,

concepção, aprovação, monitoramento, fiscalização e revisão em todas as

ações, com base em plena informação, disponibilizada pelo Executivo, a elas

concernentes, em tempo hábil para subsidiar o processo de discussão,

elaboração e decisão.

Art. 274 – Os Planos Regionais, observando os elementos estruturadores

e integradores do Plano Diretor Estratégico, complementarão as suas

proposições de modo a atender às peculiaridades do sítio de cada região e às

necessidades e opções da população que nela reside ou trabalha.

Art. 275 – Os Planos Regionais deverão versar sobre questões específicas

de cada região e dos bairros que a compõem e serão aprovados em leis,

complementando o Plano Diretor Estratégico.

Art. 278 - Os Planos Regionais poderão ser desdobrados em planos de

bairro, detalhando as diretrizes propostas e definidas nos Planos Regionais,

e devem ser elaborados com a participação da sociedade local.

Existe um importante processo de planejamento urbano que está

ocorrendo na cidade a partir da iniciativa dos cidadãos que é a elaboração

de Planos de Bairro.

Considerando que essa ação não é um limite administrativo, seria

complicado já impor algo de cima para baixo no Plano Diretor. A lição que

a sociedade está dando de que esse trabalho tem que ser de baixo para

cima é algo importante a ser incorporado no Plano Diretor.

O Plano Diretor prevê a abertura para que os Planos de Bairro sejam feitos

a partir dessa iniciativa dos cidadãos e das cidadãs.

A relação entre o Plano Diretor, os Planos Regionais e os Planos de Bairro,

de quem cuida, em tese é a própria Secretaria Municipal de

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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Desenvolvimento Urbano, que dentro da administração pública municipal, é

uma instância para estar fazendo a gestão desses instrumentos.

No entanto, considerando que o Plano de Bairro é um plano de ação e que

esses planos de ação são inter setoriais, porque são ações de habitação,

melhorias viárias, melhoria de caladas, construção de creches, construção

de escolas e etc., isso é inter secretarias.

Então não pode ficar só em um corpo, em um órgão da prefeitura, sem ter

ação inter secretarias com base no plano. Essa é uma dificuldade e ao

mesmo tempo é a potencialidade dos Planos de Bairro, de serem a

ferramenta de articulação inter secretarias e inter setorial no território, a

partir de investimentos concretos. A inter setorialidade se dá no território,

através de ações concretas. Então esse é um ponto da gestão que é

necessário amadurecer.

Não há uma obrigação de hierarquizar a discussão em Plano Diretor do

município todo, depois os Planos Regionais das Subprefeituras e depois os

Planos de Bairro. O processo de construção dos Planos de Bairro também

pode ajudar a definir concepções para o Plano Diretor

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O QUE É UM PLANO DE BAIRRO?

UM CAMINHO A PERCORRER PARA O FUTURO DESEJADO

É um documento que registra os sonhos de melhoria da qualidade de vida

de grande parte de uma comunidade num território identificado como

bairro.

Como se trata de um caminho a percorrer é importante que estabeleça

uma visão ou visões de futuro, estratégias, propostas e projetos que

devem ser implementados para se chegar ao futuro desejado.

As estratégias devem atender às diretrizes dos Planos Regionais

Estratégicos que devem seguir as diretrizes do Plano Diretor Estratégico.

Mas também podem, estratégias de Planos de Bairro, influenciar nas

estratégicas dos planos regionais.

O Plano de Bairro sendo um instrumento de planejamento mais próximo do

cidadão morador deve ser elaborado em ambientes que promovam

condições de inteiração entre esses moradores.

É importante que uma comunidade tenha oportunidade de experimentar

diversos tipos de ambiente onde poderá interagir como, por exemplo

fóruns, rodadas de diálogo, world café, eventos, festas, facebook,

plataformas digitais, entre outros que podem ser criados pela própria

comunidade para gerir informações, idéias e propostas.

O Plano deve apontar o caminho que deve ser percorrido pela comunidade

e poder público para alcançar o conjunto de objetivos que trarão melhorias

na qualidade de vida às pessoas do bairro.

Tem uma relação direta com o Plano Diretor Estratégico e com os Planos

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Regionais Estratégicos das subprefeituras. E é nesse plano da subprefeitura

que se vincula o Plano de Bairro.

Uma característica importante dos Planos de Bairro é que se trata de um

documento que propõe um conjunto de programas, projetos e ações

articuladas, que orientam um caminho a ser percorrido para o futuro

desejado.

É importante planejar e construir um Plano e depois fazê-lo acontecer. Mas

é provável que durante o processo da elaboração do Plano se realizem, de

forma antecipada, alguns projetos que poderiam fazer parte do Plano.

Podemos dizer que o planejamento é um processo e que durante esse

processo, alguns produtos que são os programas e projetos podem ser

executados pelo setor público e privado e mesmo pela sociedade civil

organizada, se houver viabilidade pontual de realizar-se.

Mas é importante que o processo de planejamento encerre uma proposta

geral que será o Plano de Bairro e que durante a sua execução possam

prever-se e realizar avaliações e reorientações desse Plano.

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O QUE É BAIRRO?

É importante refletir sobre esta questão, aprofundar e definir a qual a

escala vamos nos referir para efeito deste documento e garantir a definição

na revisão do Plano Diretor Estratégico, pois orientará as relações políticas

entre comunidade e poder público

Na maioria das cidades do mundo, Bairro é uma comunidade ou região que

está dentro de uma cidade ou município e é considerada como a unidade

mínima de urbanização.

A seguir registramos um conjunto de definições e conceitos de um estudo

realizado por Josué Alencar Bezerra “COMO DEFINIR O BAIRRO?” “UMA

BREVE REVISÃO”.

A intenção abaixo é apenas disponibilizar alguns conceitos de estudiosos

no tema, que poderão nos ajudar a definir a unidade urbana que falamos

para efeito dos Planos de Bairro. São efetivamente frases soltas que não

representa neste momento nenhum pensamento. A definição será

construída neste fórum.

Algumas definições que podem ser encontradas no texto sobre O QUE É

BAIRRO?:

[...] divisão territorial de uma cidade ou uma porção de território nas

proximidades de um núcleo urbano. Cada uma das grandes divisões de

uma cidade.

[...] uma das partes principais em que se localiza a população de uma

cidade ou mesmo uma porção do território de uma povoação, mais ou

menos separada e a semelhança com um arrabalde ou subúrbio.

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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[...] cada uma das partes em que se costuma dividir uma cidade ou vila,

para mais precisa orientação das pessoas e mais fácil controle

administrativo dos serviços públicos.

[...] além de determinado território, o bairro se caracteriza por um segundo

elemento, o “sentimento de localidade” existente nos seus moradores, e

cuja formação depende não apenas da posição geográfica, mas também do

intercâmbio entre as famílias e as pessoas, vestindo por assim dizer o

esqueleto topográfico.

[...] a porção de terra a que os moradores têm consciência de pertencer,

formando uma certa unidade diferente das outras. Território, este dotado

de elementos de dominação e pertencimento.

[...] uma forma física, um pedaço do urbano que cresce segundo tais eixos

ou tais direções, e em um determinado tamanho, seu traçado segue uma

lógica espaço-social.

[...] a cidade, na sua vastidão e na sua beleza, é uma criação nascida de

numerosos e diversos momentos de formação; a unidade desses

momentos é a unidade urbana em seu conjunto, a possibilidade de ler a

cidade com continuidade reside em seu preeminente caráter formal e

espacial.

[...] um momento, um setor da forma da cidade, intimamente ligado à sua

evolução e à sua natureza, constituído por partes e à sua imagem.

[...] na identificação de um bairro, para a maioria dos seus habitantes, não

interessa o seu limite imposto por um órgão gestor, porque se já o

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identificam físico-cognitivamente, pouco lhes importa até onde se

estendem seus limites.

[...] não pode ser compreendido por uma área demarcada para uma

simples utilização de ordem administrativa para os seus habitantes, mas

sim uma organização do espaço de multiplicidade social numa cidade.

[...] um referencial direto e decisivo, pois define territorialmente a base

social de um ativismo, de uma organização, aglutinando grupos e por

vezes classes diferentes (em níveis variáveis de acomodação ou tensão);

catalisa a referência simbólica e, politicamente, o enfrentamento de uma

problemática com imediata expressão espacial: insuficiência dos

equipamentos de consumo coletivo, problemas habitacionais, segregação

sócio-espacial, intervenções urbanísticas autoritárias, centralização da

gestão territorial, massificação do bairro e deterioração da qualidade de

vida urbana.

[...] a diferença mínima entre os espaços sociais múltiplos e diversificados,

ordenados pelas instituições e pelos centros ativos. Seria o ponto de

contato mais acessível entre o espaço geométrico e o espaço social, o

ponto de transição entre um e outro; a porta de entrada e saída entre

espaços qualificados e espaço quantificado, o lugar onde se faz a tradução

(para e pelos usuários) dos espaços sociais (econômicos, políticos, culturais

etc) em espaço comum, quer dizer, geométrico.

[...] onde se desenvolve a vida pública, que se organiza a representação

popular. Finalmente, e não é menos importante, o bairro tem um nome

que lhe confere uma personalidade dentro da cidade

Para Nakano o bairro é uma escala micro-local, territórios de vivência,

territórios concretos onde as pessoas moram e se relacionam, onde as

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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pessoas vivem o dia a dia, circulam, têm relação de vizinhança e vêem os

problemas concretos que afetam o cotidiano.

O bairro não é limite administrativo, bairro é uma entidade cultural e

antropológica. A própria delimitação já é parte do conteúdo do Plano de

Bairro, ela tem que ser parte desse processo de discussão para a

elaboração do Plano de Bairro.

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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PREMISSAS PARA A ELABORAÇÃO DE PLANOS DE BAIRROS

A metodologia para a elaboração do Plano do Bairro deve:

Reconhecer o bairro que se tem e ser a expressão do bairro que se quer. Ou seja, orientar-se por uma visão ou visões de futuro.

Delimitar o território do bairro para saber sobre qual área será realizada a intervenção.

Reconhecer a identidade do bairro, sua história, cenário e a sua cultura.

Desenvolver o registro da memória social passada, presente e futura.

Conhecer detalhadamente o que está acontecendo no bairro, prédios que foram aprovados, investimentos que estão previstos, seja na parte privada ou pública.

O diagnóstico local tem que ser participativo e devem promover espaços para a inteiração entre as pessoas e desenvolvimento de plataformas digitais para debater os problemas do bairro e propor sugestões.

Envolver muito diálogo e levar em consideração o tempo de cada pessoa e as várias formas de extrair da população informações e propostas.

Considerar não somente as pessoas que moram naquele lugar, mas as pessoas que circulam e se beneficiam e impactam a de alguma forma a localidade.

Considerar o desenvolvimento e a disponibilidade de ferramentas de gestão

e mediação de conflitos.

Ter ações de curto, médio e longo prazo.

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Ser um processo de responsabilidade compartilhada com determinadas

ações sendo feitas pelo Governo, e outras pela própria comunidade.

Criar índices de mensuração com a sociedade civil e o poder público.

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ESTRUTURA E METODOLOGIA DE PLANO DE BAIRRO

APRESENTAÇÃO

É uma descrição geral resumida do que tratará o documento Plano de

Bairro, geralmente escrita no final do trabalho.

HISTÓRICO

É um relato de todo o processo de desenvolvimento do bairro. Descreve a

sua história e a história dos movimentos sociais e o processo de articulação

para se chegar ao Plano de Bairro nos dias de hoje.

(Existe metodologia produzido pelo Museu da Pessoa em parceria com o

Senac que trata de como grupos de pessoas podem contar a história do

desenvolvimento de uma comunidade. O material pode ser digitalizado e

disponibilizado para a população)

GOVERNANÇA LOCAL

Governança local é uma força política que se constrói em torno de pactos,

entre atores sociais, para a realização de projetos que promovem o

desenvolvimento do local. É um núcleo comunitário ou um grupo de

trabalho que vá se formando para animar a participação das pessoas no

processo de planejamento, organizar as estratégias de trabalho e

sistematizar todas as informações geradas pela comunidade no processo

de planejamento. É importante que o grupo de trabalho se aproxime da

subprefeitura e solicite ao subprefeito que indique uma pessoa ou pessoas

para representá-lo nesse grupo de trabalho.

Quando a comunidade local e externa ao local reconhecem que uma

comunidade está organizada em torno de um planejamento para o seu

bairro, podemos dizer que está ocorrendo a Governança Local.

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Mas para se ter uma governança forte é preciso que haja muita conexão

entre as pessoas, ou seja, rede.

E para promover rede sugere-se que esse grupo de trabalho:

1. Organize encontros com pessoas interessadas no desenvolvimento do bairro.

2. Promova diálogos buscando formar conexões entre as pessoas e identificando o talento de cada uma.

3. Procure entender os interesses que as pessoas tem em comum.

4. Estimule para que as pessoas se conheçam e criem vínculos de confiança.

5. Defina com a comunidade um jeito de comunicar todas as pessoas sobre os eventos, festas e atividades de interesse local, além dos próprios encontros para tratar do Plano de Bairro.

6. Promova sempre a interação entre as pessoas.

7. Mantenha a dinâmica de rede durante todo o processo de planejamento e implementação do plano de bairro.

8. Registre as principais ideias e propostas.

9. Sistematize e disponibilize as informações para a comunidade.

VISÃO DE FUTURO

indica os principais sonhos e desejos de como o bairro será e como as

pessoas que moram ou convivem no bairro querem viver nos próximos 10

anos. Trata-se de uma referência nova, uma nova perspectiva de vida que

as comunidades desejam alcançar.

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A Visão serve para definir onde se quer chegar e orientar o caminho para

se chegar lá.

Para construir uma visão de futuro de forma coletiva é importante que o

grupo de trabalho:

1. Promova o diálogo entre os participantes antes de iniciar uma atividade. Isso cria confiança e aproxima as pessoas.

2. Peça para todos fecharem os olhos e imaginem tudo o que pode ser melhorado no bairro nos próximos 10 anos.

3. Permita que as pessoas compartilhem seus sonhos.

4. Registre todas as manifestações das pessoas.

5. Mostre os resultados e solicite comentários dos participantes.

6. Repita essa dinâmica em diversos grupos.

7. Organize as informações e torne a validar as propostas promovendo diálogo entre os participantes.

8. Registre uma declaração de visão ou visões de futuro para o bairro.

9. Valide com os participantes alinhando com palavras e expressões mais próximas da cultura local.

OBJETIVOS

Indicam desdobramentos da visão de futuro, as diretrizes e o conjunto de

resultados principais que a comunidade quer alcançar no médio e longo

prazo. Esse conjunto de resultados resumido, que são os objetivos, vão

sendo escritos no desenvolvimento do planejamento e somente no final se

consolidam.

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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DADOS DEMOGRÀFICOS

Quando possível, é importante conhecer e analisar a composição da

população: número de homens e mulheres e os fatores determinantes do

seu crescimento e as condições socioeconômicas para poder atuar em

ações que promovam a qualidade de vida dessa população.

Existem dados demográficos no âmbito do Distrito. Em casos em que uma

comunidade defina um Plano de Bairro num outro território, será

necessário realizar um novo levantamento ou ter como referência os dados

do distrito.

Para um levantamento de informações locais é necessário desenvolver um

método:

1. ????? 2. ????? 3. ????? 4. ?????

ATIVOS E OPORTUNIDADES

Indicam os recursos e talentos humanos identificados no bairro, assim

como o potencial de desenvolvimento de oportunidades e orientações para

as potencialidades de empreendimento nesta localidade.

Para identificar ativos e oportunidades é importante que o grupo de

trabalho:

1. Perceba as manifestações das pessoas nos encontros coletivos de planejamento.

2. Registre tudo aquilo que a comunidade relata como ativos e oportunidades.

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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3. Registre, no processo do diagnóstico participativo, novos relatos sobre ativos e oportunidades locais.

4. Organize as informações.

5. Promova rodadas de diálogo para validar os ativos e oportunidades.

DIAGNÓSTICO TÉCNICO E PARTICIPATIVO

DIAGNOSTICAR DADOS TÉCNICOS

São informações coletadas em fontes oficiais como prefeitura, IBGE e

outros institutos de pesquisa. Na cidade de São Paulo existem informações

técnicas na escala do distrito. É possível que no se bairro alguma empresa,

universidade ou mesmo a população local tenha realizado alguma pesquisa

ou levantamento de informações com relação a algum tema. Para fazer

novos levantamentos de informações e pesquisas é importante buscar

parcerias com a universidade além de estar em contato com o setor de

informações da secretaria municipal de desenvolvimento urbano.

Segue um exemplo de como levantar informações sobre a Economia Local

e o Mercado de Trabalho:

Quais são os setores econômicos do Bairro que contribuem para a riqueza

do município?

Quais são os ramos de atividades desses setores?

Quais são as tendências observadas do setor produtivo?

Em que atividades se concentram as micro e pequenas empresas?

Em que atividades se concentram as médias e grandes empresas?

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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O Bairro tem algum potencial competitivo em relação ao município ou

região? (Mão de obra qualificada, localização estratégica, recursos naturais,

patrimônio histórico, outros?)

Para levantar informações locais é importante que o grupo de trabalho:

1. Identifique grupos universitários e da secretarias municipais correspondente ao tema a ser pesquisado.

2. Elabore as perguntas.

3. Oriente um grupo de voluntários para fazer a pesquisa.

4. Organize as informações coletadas.

5. Sistematize os resultados.

6. Crie um cenário técnico sobre a temática ou segmento socioeconômico

pesquisado.

LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES COMUNITÁRIAS

São os dados e informações que são levantados em fóruns, encontros,

world café, eventos, festas e facebook junto à comunidade. É um

diagnóstico participativo e nele se identifica os ativos, as oportunidades, os

problemas e parte das soluções.

O diagnóstico participativo ajuda as pessoas a se reconhecerem e

aprenderem mais sobre os seus recursos, talentos e a sua própria força.

Ele é um retrato, uma fotografia do local.

Para realizar o diagnóstico participativo o grupo de trabalho deve:

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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1. Ajudar à comunidade a entender o que é Diagnóstico Participativo estimulando a conversar sobre saúde, educação, lazer, meio ambiente e outros temas de interesse da comunidade.

2. Planejar a pesquisa de campo e orientar a comunidade a obter informações sobre o local. Caminhadas, fotografias, conversas com vizinhos e questionários ajudam a realizar esse trabalho.

3. Organizar as informações coletadas em segmentos socioeconômicos ou de outra forma que a comunidade melhor se identificar.

4. Criar um cenário para cada segmento socioeconômico ou de outra forma que a comunidade melhor se identificar.

5. Sistematizar o que são problemas, o que são sugestões de melhoria para cada segmento socioeconômico ou de outra forma que a comunidade melhor se identificar.

6. Compartilhar todas as informações sistematizadas.

7. Promover novas rodadas de diálogo para que a comunidade possa validar e incorporar os resultados.

DEFINIÇÂO DOS SEGMENTOS SÓCIOECONÔMICOS

Caso a comunidade opte por trabalhar com segmentos socioeconômicos

deverá definir quais são os mais importantes ou quais vão ser considerados

na elaboração do Plano de Bairro.

À medida que a comunidade trata dos seus problemas vão percebendo os

temas principais que podem ser organizados em segmentos

socioeconômicos.

Comunidades têm problemas e características muito específicas e por isso

os temas apresentados aqui podem ser uma referência de organização,

mas não uma obrigatoriedade administrativa.

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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Os segmentos econômicos sugeridos são: Qualidade Ambiental, Saúde,

Educação, Cultura e Lazer, Moradia, Segurança, Economia e Infra estrutura

e desenvolvimento urbano.

Dentro de cada segmento é que serão tratados os diversos problemas e

soluções.

CONSTRUINDO O PLANO DE AÇÕES

O Plano é um caminho a percorrer par o futuro e por isso será um guia, em

forma de cronograma, do que precisa ser realizado no curto, médio e longo

prazo.

Para essa ação o grupo de trabalho precisará elaborar, junto com a

comunidade:

1. A Identificação da vocação local. Parte desta ação foi realizada no processo de planejamento em que a comunidade identificou ativos e oportunidades. Ou seja, neste momento vai de definir a principal ou as principais idéias que a comunidade tem a respeito da potencialidade do próprio local. Essa vocação, junto com a visão de futuro e as oportunidades identificadas para o local vai ajudar a priorizar os programas e projetos que deverão ser propostos para o Plano de Bairro.

2. A identificação de um Eixo Norteador, ou seja, uma atividade socioeconômica que mais a comunidade se identifica e então os programas e Projetos deverão ser priorizados de acordo com este Eixo norteador.

3. Priorizar os programas e projetos a partir por segmento socioeconômico. A partir do diagnóstico técnico e comunitário e definição dos segmentos socioeconômicos elabora-se um cenário para cada segmento.

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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4. Definir, para cada segmento sócioeconômico os problemas, as estratégias de ação, as propostas que são os programas e projetos e os programas e projetos

PROBLEMAS

Para cada segmento socioeconômico a comunidade indica as coisas que a

impedem de ter uma vida melhor neste momento. O que “pega”, quais são

as coisas que travam o desenvolvimento. Esses problemas são identificados

no processo de diagnóstico que incluiu o levantamento de dados técnicos e

comunitários.

Os problemas tem que ser registrados de forma clara, inteligível para

todos.

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Indicam as principais diretrizes que orientam as propostas que se

desdobram em programas e projetos que devem ser implementados. Fica

mais fácil primeiro identificar as propostas para os problemas. Depois deve

ser analisado se um conjunto de propostas podem atender a uma

estratégia específica e então se registra a estratégia para nortear as

propostas.

PROPOSTAS

Indica os programas e projetos que devem ser desenvolvidos para se

chegar ao futuro desejado.

Deverão ser identificados o conjunto de programas e projetos públicos e

privados existentes que solucionam os problemas levantados pela

comunidade e registrados no item seguinte chamado de Programas e

Projetos em Andamento que vão se somar aos demais programas e

projetos que serão apresentados neste item.

Os Programas e Projetos deverão ter no mínimo uma descrição do:

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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1. Objetivo Geral 2. Objetivo específico = resultados que pretende alcançar 3. Orçamento 4. Responsável 5. Previsão do período de implementação

PROGRAMAS E PROJETOS EM ANDAMENTO

Refere-se às atividades que a comunidade ou o poder público já realizam e

contribuem com os objetivos do Plano e deverão ser incorporados ao

cronograma de ação.

OBSERVAÇÃO:

Todos os Programas e Projetos elaborados ou em andamento deverão ser

inseridos num cronograma de ação com objetivos e custos.

CRONOGRAMA

indica o prazo planejado para implementar o conjunto de programas e

projetos ao longo de 10 anos, organizados em ordem de prioridades.

Passo final:

Deverá ser realizado um pacto local, que é um momento em que

comunidade e poder público validam o Plano de bairro e assumem

publicamente o compromisso de manter-se mobilizados para articular a sua

implementação.

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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E DE ONDE SURGIRÃO OS RECURSOS PARA IMPLEMENTAR O

PLANO DE BAIRRO?

As alternativas atuais são:

Garantir no Plano Diretor que os Planos Regionais repassem recursos aos

Planos de Bairro.

Negociar com a subprefeitura para que o Plano de Bairro Plano faça parte

do Plano Regional Estratégico, conforme prevê a lei. E dessa forma passa a

fazer parte do orçamento do município.

Nesse caso as subprefeituras deverão garantir uma estrutura para a

realização de Fóruns Permanentes para dialogar com os diversos Planos de

Bairro e organização de uma estratégia que articulem os Planos de Bairro

num Plano Regional da Subprefeitura.

Articular com vereadores a criação de Projetos de Lei que reconheçam a

importância das ações propostas num Plano de Bairro e pleiteiem recursos

para a sua implementação no todo ou em partes; ou

Buscar recursos com empresas e com organismos nacionais e

internacionais de patrocínio a projetos

FÓRUM PERMANENTE: PLANO REGIONAL E PLANOS DE BAIRRO

Deverá estar garantido no Plano Diretor que as subprefeituras realizem

Fóruns permanentes para o acompanhamento comunitário do Plano

Regional e planos de Bairro.

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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DESAFIOS PARA O GRUPO QUE DESENVOLVE A METODOLOGIA

1. Definir o que é bairro

O texto acima sobre” O que é bairro”? dão elementos para aprofundarmos

esta questão.

2. Definir o território que será considerado para o Plano de Bairro

Essa definição tem que estar garantida como diretriz no plano Diretor

Estratégico.

Algumas comunidades, nas suas iniciativas entendem que o Plano de Bairro

deve ser realizado por uma comunidade que tenha identidade e sentimento

de pertencimento ao local. E os Diversos Planos de Bairro deveriam ser

consolidados pela subprefeitura nos seu Plano Regional Estratégico.

Outras comunidades entendem que o Plano de Bairro deve ser realizado no

âmbito dos distritos, ainda que esses planos considerem a realização de

“sub-planos” em territórios menores com identidade e sentimento de

pertencimento como o conceito apresentado no Plano de Bairro de Perus

que fala em Unidade Ambiental de Moradia.

3. Definir as diretrizes que devem ser incorporadas no Plano

Diretor sobre Planos de Bairro

Versão 1 – Metodologia de Plano de Bairro 13/05/2013

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Metodologia de como elaborar o Plano de Bairro, formas de repassa de

recursos, regras de relacionamento político com a subprefeitura, garantir

que as subprefeituras realizem fóruns permanentes para tratar dos Planos

de bairro, entre outros.

4. Elaborar perguntas para o levantamento de informações dos segmentos socioeconômicos

Assim como o exemplo do segmento Economia e mercado de Trabalho

acima, precisamos elaborar perguntas para os demais segmentos

propostos como sugestão.

5. Reconhecer a especulação imobiliária

Precisamos:

Desenvolver a forma de analisar a ação que o mercado imobiliário está

exercendo sobre o local.

Debater o limite da expansão imobiliária.

Identificar como o mercado imobiliário vai participar dessas discussões

para ver qual vai ser seu papel no redesenho de nossa cidade?

6. OUTROS?

Quais????