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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ELAINE ALVES CAVALHEIRO
PLANO DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE
DE AMPARO À INFÂNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Biguaçu
2012
ELAINE ALVES CAVALHEIRO
PLANO DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE
DE AMPARO À INFÂNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao
Curso de Administração do Centro de Educação da
UNIVALI – Biguaçu, como requisito para obtenção do
Título de Bacharel em Administração.
Professor(a) Orientador(a): Msc. Vanderléia Martins
Lohn
Biguaçu
2012
ELAINE ALVES CAVALHEIRO
PLANO DE CAPTAÇÃO DERECURSOS PARA ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DE
AMPARO À INFÂNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
Área de Concentração: Terceiro Setor
Biguaçu, dezembro de 2012.
Prof. Msc. Vanderléia Martins Lohn
UNIVALI – CECIESA GESTÃO
Orientadora
Prof. Msc. Ana Paula Sohn
UNIVALI - CE de Biguaçu
Prof. Msc. Rogério Raul da Silva
UNIVALI – CE de Biguaçu
Dedico este trabalho aos meus pais Sônia e Wilmar, e à minha
irmã Adriana e aos meus irmãos, pessoas muito especiais que
sempre me acompanharam e me ajudaram para que eu
pudesse alcançar mais essa conquista.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pela oportunidade de aqui estar, por iluminar
os meus caminhos.
Aos meus pais, pela educação recebida que me conduziu até aqui.
Principalmente a minha mãe que me deu muita força nos momentos mais difíceis.
À minha irmã Adriana, que sempre me apoiou e me ajudou a em todas as
horas que eu precisei.
Aos meus irmãos que me apoiaram principalmente o Anderson que nunca se
recusou a me levar no curso, em qualquer hora estava disponível.
Aos meus amigos Aline, Erika e Nilciano, pela amizade construída no decorrer
das aulas, que me ajudaram muita durante o curso.
Aos demais amigos e colegas de turma, que juntos batalhamos por mais uma
etapa de nossas vidas.
À minha orientadora e Prof. Msc. Vanderléia Martins Lohn, que através de
seus conhecimentos e dedicação traçou rumos e contribuiu para o sucesso deste
trabalho.
Aos demais professores do curso, o meu carinho e respeito pelo
conhecimento repassado.
RESUMO
CAVALHEIRO, Elaine Alves. Plano de captação de recursos para Associação Beneficente de Amparo à Infância e Assistência Social. 2012. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2012.
O objetivo desde trabalho foi propor ações para captação de recursos, que possibilitem a auto sustentabilidade da Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social. Este estudo foi elaborado através de pesquisa bibliográfica voltada para: organizações sociais, terceiro Setor, classificação do terceiro setor, gestão no terceiro setor, sustentabilidade e captação de recursos para o terceiro setor, projetos sociais e marketing social. Já em termos metodológicos, o estudo é uma pesquisa quali-quanti que se concretizou através de um estudo de caso, e para coletar os dados desejados, foi realizado uma pesquisa com 50 organizações do Terceiro Setor disponível no site Portal Transparência e três entrevistas com representante de organizações do Terceiro Setor de destaque na Grande Florianópolis. Sendo que com os dados analisados da pesquisa e das entrevistas, se resultou em propostas de captação de recursos sustentáveis para associação, estas propostas foram: Elaboração de projetos com parceria com o SESC e com a Prefeitura do município, Parceria – Patrocinadores e neste foi sugerido elaboração de carnês e parceria com pessoas de credibilidade na sociedade, Eventos Beneficentes com elaboração de jantares, um evento anual e realizações de bingos e bazares e o último foi sugerido à divulgação em mídia com a divulgação da ABAIAS nas redes sociais e site e também parceria com empresas utilizando o site para divulgação da sua marca. E por fim foi sugerida uma proposta futura para ABAIAS, que é a qualificação dos responsáveis pela captação de recursos, para que os mesmos estejam atualizados e que possam buscar novos meios de recursos.
Palavras–chave: Terceiro Setor; Captação de Recursos.
ABSTRACT
CAVALHEIRO, Elaine Alves. Plano de captação de recursos para Associação Beneficente de Amparo à Infância e Assistência Social. 2012. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2012 The main objective since work was to propose actions to acquisition of resources that permit the self sustainability of Charitable Association of Amparo to childhood and the Social Assistance. This study was prepared by bibliographic research focused on: social organizations, third sector and classification of the third sector, management in the third sector, sustainability and acquisition of resources for the third sector, social projects and social marketing. Already in methodological terms, the study and research a quali-quant that materialized through a case study, and to collect the desired data, was carried out a survey with 50 third sector organizations available in Portal site Transparency and three interviews with representative of third sector organizations to focus on great Florianopolis. Being that with the analyzed data from research and interviews, if resulted in proposals for acquisition of sustainable resources for association, these proposals were: Elaboration of projects in partnership with SESC and with the city hall, Partnership - sponsors and this was suggested preparation of meat and partnership with people of credibility in society, charitable events with the preparation of dinner, an annual event and achievements of bingo and bazaars And the last was suggested the disclosure in media with the dissemination of ABAIAS in social networks and web site and also partnership with companies using the site for the dissemination of their mark. And in the end it was suggested a future proposal for ABAIAS, which is the qualification of the persons responsible for raising funds, for which the same are updated and that they can seek new means of resources.
Word-key: Third Sector; acquisition of resources.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Configuração do terceiro setor no século XIX.....................................20
Figura 2 - Configuração do terceiro setor em meados do século XX.......,...........21
Figura 3 - Configuração do terceiro setor na década de 80.................................22
Figura 4 – Uma proposta de modelo de gestão...................................................30
Gráfico 1 - Tempo de existência..........................................................................57
Gráfico 2 - Área de atividade..............................................................................58
Gráficos 3 – Âmbito de atuação..........................................................................58
Gráficos 4 - Beneficiario direto da Organização.................................................59
Gráficos 5 - Quantas pessoas atuam diretamente na organização..................60
Gráficos 6 - Quantidade de voluntários na organização.....................................60
Gráficos 7 - Número de pessoas remunerada na organização..........................61
Gráficos 8 - Grau de Instrução da equipe............................................................62
Gráficos 9 - Volume de receita arrecada por ano................................................62
Gráfico 10 - Área / Diretoria de Captação de Recursos.......................................63
Gráficos 11 - Como são realizadas as ações para obter novos recursos............64
Gráficos 12 - Como é obtida a captação de recursos..........................................65
Gráfico 13 - Maior rentabilidade...........................................................................66
Grafico 14 - Forma de recebimento das doações..............................................67
Gráficos 15 - A organização possui recursos proprios........................................67
Gráficos 16 - Como é realizado a divulgação da ações e projetos .....................68
Quadro 1 - Historia das Organizações.................................................................16
Quadro 2 – Exemplos de formas jurídicas...........................................................25
Quadro 3 - Formas jurídicas em levantamentos do terceiro setor.......................27
Quadro 4 – Três dimensões.................................................................................36
Quadro 5 - Modelo de projeto..............................................................................37
Quadro 6 - Doadores - Primeira fase.................................................................52
Quadro 7 - 2ª e 3ª fase – Campanha e Projeto....................................................54
Quadro 8 - 4ª fase – dias atuais – campanhas....................................................56
Quadro 9 - Dado da Entrevista.............................................................................70
Quadro 10 - Propostas Sugeridas........................................................................76
Quadro 11 - Parceria com SESC.........................................................................77
Quadro 12 - Elaboração de Carnê.......................................................................78
Quadro 13 - Parceria com pessoas de credibilidade na sociedade.....................79
Quadro 14 - Elaboração de Jantares...................................................................80
Quadro 15 – Evento de grande porte...................................................................81
Quadro 16 - Realizações de Bingos.....................................................................82
Quadro 17 - Realização de Bazares....................................................................83
Quadro 18 - Divulgação da ABAIAS....................................................................84
Quadro 19 - Parceria com empresas...................................................................85
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................... 12
1.1.1 Objetivo geral .......................................................................................... 12
1.1.2 Objetivos específicos............................................................................... 13
1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 15
2.1 ORGANIZAÇÕES SOCIAIS ....................................................................... 15
2.2 TERCEIRO SETOR .................................................................................... 18
2.2.1 Classificação do Terceiro Setor ............................................................... 24
2.2.2 Gestão no Terceiro Setor ........................................................................ 28
2.2.3 Sustentabilidade – Captação de Recursos para o Terceiro Setor ........... 31
2.3 PROJETOS SOCIAIS ................................................................................. 35
2.4 MARKETING SOCIAL ...................................................................................... 40
3. ASPECTOS METODOLÓGICO ................................................................... 47
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................... 47
3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA ..................................................... 49
3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ............................... 49
3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS .............................................................. 51
4 RESULTADO ................................................................................................ 52
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO .................................................. 52
4.2 RESULTADO DA PESQUISA ............................................................................. 57
4. 2.1 Análise das pesquisas ............................................................................ 68
4.3 RESULTADO DA ENTREVISTA .......................................................................... 69
4.3.1 Análise das entrevistas............................................................................ 75
4.4 PROPOSTA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA ABAIAS. ................. 76
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS. ........................................................................ 87
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 89
ANEXO ............................................................................................................ 92
11
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o cenário mundial vem mudando com o surgimento de um
novo setor, o Terceiro Setor, que veio para suprir as necessidades da sociedade
visando atender os direitos sociais básicos, combatendo a exclusão social e
protegendo o meio ambiente. Este novo setor foi nomeado de Terceiro Setor, pois, o
Primeiro Setor é o governo e o Segundo Setor é o mercado.
E como descreve Hudson (2004) o Terceiro Setor tem como filosofia, o
desejo do ser humano em ajudar o próximo sem ter benefícios pessoais, esse
desejo já vem de muito tempo, só que era conhecido como caridade e filantropia.
Sendo que caridade tem origem latina, caritas, significando amor ao próximo e a
palavra filantropia vem de origem grega que significa boa vontade para com as
pessoas.
O termo Terceiro Setor surgiu a partir da metade do século XX nos Estados
Unidos, já no Brasil segundo Tachizawa (2007) descreve que o Terceiro Setor
obteve maior significância para a sociedade brasileira a partir de 1988 quando a
constituição foi reelaborada. Mas ele só foi reconhecido nas contas públicas
brasileira somente no ano de 2007, apesar de em 2004 o IBGE divulgar sua primeira
base nacional de organizações do terceiro setor, nomeada Fundações privadas e
associações sem fins lucrativos (Fasfil). (SILVA et. al.2011).
Os dados obtidos pela fonte (IBGE, 2008) referentes a dados coletados em
2005, no qual mostram que existiam 338 mil fundações Privadas e Associações sem
Fins Lucrativos em todo país, estas atuavam em: 35% defesas do direito e
interesses dos cidadãos, 24 % eram instituições religiosas e 7,2% desenvolviam em
ações de Saúde e Educação e Pesquisa.
Nesta mesma pesquisa foram obtidas algumas outras informações
relevantes, empregabilidade dessas organizações que eram de 1,7 milhões de
pessoas em todo País, com um salário médio mensal de R$ 1.094,44. No entanto
79,5% dessas organizações não se têm empregados formalizados, e o tempo médio
delas são em torno de 12,3 anos, sendo, que na região sudeste obrigava 42,4%
dessas organizações. (IBGE, 2008)
Estas organizações atuam atendendo as necessidades sociais, tentando
cobrir as lacunas que o Estado acaba deixando em aberto, utilizando recursos
privados ou parcerias com o próprio Estado. No entanto, algumas dessas
12
organizações têm dificuldade em captar recursos, e por não terem fins lucrativos,
elas precisam buscar meios para se manter e realizar seus projetos.
A captação de recursos não existe apenas para a possibilidade de sucesso da
campanha, mas sim para diminuir os riscos que pode ocasionar na falta de recursos
financeiros. Quanto mais fontes de recursos e em maior quantidade, menor será o
risco para a manutenção financeira da organização. Fica claro que uma organização
do Terceiro Setor, deve se relacionar com diversos públicos de forma diferenciada
para a captação de recursos.
Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar as melhores
formas de captação de recursos para Associação Beneficente de Amparo à Infância
e a Assistência Social (ABAIAS). Essa Associação está há mais de vinte anos com
seus projetos na comunidade, localizada no bairro Prado – Biguaçu.- SC.
A Associação Beneficente de Amparo à Infância e a AssistênciaSocial, por ser
uma organização sem fins lucrativos, sobrevive apenas com doações esporádicas
de voluntários, bazares e bingos, sendo realizada apenas em épocas de realizar
suas campanhas (Natal, Dia da Criança e Páscoa).E por estarvoltada e preocupada
com a educação busca meios para poder manter-se financeiramente o ano inteiro,
pois necessita de estabilidade financeira para poder ter também funcionários, não
apenas voluntários como possui atualmente.
Sendo assim, a Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência
Social pretende obter outras formas de captação de recursos, principalmente no que
diz respeito à auto sustentabilidade da organização, assim como de suas ações e
projetos.
Diante do que foi exposto, este trabalho tem como objetivo de responder a
seguinte pergunta: Quais as melhores formas de captação de recursos para a auto
sustentabilidade da Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência
Social?
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
13
Elaborar um plano de captação de recursos para Associação Beneficente de
Amparo à Infância e a Assistência Social, em Biguaçu, no período de março a
novembro de 2012.
1.1.2 Objetivos específicos
Descrever as ações e projetos de captação de recursos desenvolvidos pela
Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social;
Identificar as necessidades de recursos financeiros, materiais e humanos para
a Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social;
Analisar as formas de captação de recursos utilizadas das organizações do
Portal Transparência para a auto sustentabilidade;
Propor o plano de captação de recursos para a ABAIAS.
1.2 JUSTIFICATIVA
Segundo Andrade (2002), com o crescimento das organizações não
governamentais no Brasil, o recurso que o governo disponibiliza não está atendendo
a demanda social, e os recursos que as agencias internacionais disponibilizam está
sendo cada vez mais procurado pelo aumento de entidade que desenvolve projetos
sociais. Andrade (2002) ainda comenta que com essa limitação de recursos
financeiros das agencias internacionais e Governo, ficou crucial para as
organizações de o Terceiro Setor ampliar e diversificar as fontes de recursos para
que elas possam, além de sobreviver, desempenhar um papel importante com o seu
público e a sociedade em geral.
No entanto hoje ABAIAS não possui nenhum tipo de recursos financeiro e
nem materiais. Ela precisa identificar os melhores meios de captação de recursos,
onde é mais viável esta captação, como foi mencionado no texto acima está tendo
limitações de recursos através das agencias internacionais e governo, por isso é
muito importante ABAIAS ter conhecimento de novas fontes de recursos, para que
ela não fique apenas esperando recursos desses órgãos.
Neste contexto, a elaboração deste trabalho é importante, pois com ele, a
ABAIAS terá ações para obter recursos para a melhoria de sua estrutura e de seus
14
projetos, e consequentemente irá trazer benefícios para a comunidade onde ela está
inserida. A ABAIAS tem como finalidade trabalhar com atividades pedagógicas e
desenvolver cidadania nas crianças que possuem tempo vago, para que elas não
entrem no mundo da criminalidade.
O momento é oportuno para este trabalho, pois a Associação Beneficente de
Amparo à Infância e a Assistência Social necessita de recursos financeiros e
materiais para seguir com seus projetos sociais. A diretoria tem a necessidade de
conhecer melhor a elaboração de projetos e de como e onde buscar estes recursos.
Este estudo proporcionará benefícios para a associação e para a comunidade
no qual está inserida, uma vez que o plano de captação de recursos possibilitará
uma melhor qualidade de trabalho à comunidade, assim como aumentar o número
de serviços oferecidos a comunidade. Este trabalho é viável de ser realizado durante
um ano, além disso, não terá nenhum tipo de custo e a pesquisadora é uma das
componentes da associação, no qual ela terá mais acesso às informações para a
pesquisa. Além disso, a diretoria tem um grande interesse no desenvolvimento
nesse estudo.
15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este trabalho tem por objetivo elaborar ações para captação de recursos para
Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social, sendo que a
fundamentação teórica contemplará os seguintes assuntos: organizações sociais,
terceiro setor, classificação do terceiro setor, gestão do terceiro setor,
sustentabilidade - captação de recursos, projetos sociais e marketing social.
2.1 ORGANIZAÇÕES SOCIAIS
As organizações são constituídas por um grupo de pessoas, com finalidade
de oferecer produtos ou serviços para organizações ou para consumidores. Porém,
Silva (2004) apresenta a seguinte definição: “uma organização é definida como duas
ou mais pessoas trabalhando juntas cooperativamente dentro de limites
identificáveis, para alcançar um objetivo ou meta comum”.
De forma mais abrangente, Chiavenato (2007) explica que as organizações
“são unidades sociais (ou agrupamentos humanos), intencionalmente construídas e
reconstruídas, com o fim de atingir objetivos específicos”. Isso significa que as
organizações são propositadas e planejadamente construídas e elaboradas para
atingir determinados objetivos, e também são reconstruída e reelaborada, ou seja,
reestruturadas e redefinidas, conforme os objetivos são atingidos ou conforme se
descobrem meios melhores para atingi-los com menor custo e menor esforço e
menor tempo.
Cabe evidenciar que Chiavenato (2007) ainda menciona que se dá o nome de
organizações formais às organizações caracterizadas por regras e regulamentos
formalizados por escritos e por estruturas de posições e hierarquia que ordenam as
relações entres os indivíduos.
As organizações vêm se aprimorando e evoluindo em toda sua história, e
Chiavenato (2007) traz a história das organizações, dividida nas seguintes fases
conforme o Quadro 1.
16
Quadro 1 - Historia das Organizações
Fase Descrição
Fase artesanal:
É uma fase que vai desde a antiguidade até aproximadamente
1780, quando se inicia a revolução industrial. Nesta fase o
regime de produção e fundamentado no artesanato básico das
pequenas oficinas e na mão de obra intensiva e não qualificada
da agricultura.
Fase transição do
artesanato à
industrialização:
Dá-se a primeira revolução industrial, que aconteceu entre 1780
e 1860. Nesta fase que a Era Industrial nasceu com a intensa
industrialização e mecanização das oficinas e agricultura.
Fase do
desenvolvimento
industrial:
Vem da segunda Revolução Industrial, entre 1860 e 1914.
Destaca-se o aço e a eletricidade nessa fase, onde o aço
substitui o ferro como material e industrial, e a eletricidade vem
no lugar do vapor, os maquinários sofre um intenso
desenvolvimento.
Fase do
gigantismo
industrial:
É fase que entre as duas Grandes Guerras Mundiais (entre 1914
e 1945), nas quais se incrementa a organização e a tecnologia
avançada. É a fase que compreende a grande depressão
econômica de 1929 e a crise mundial por ela provocada.
Fase moderna:
É a fase mãos recente, que vai de 1945 a 1980 e marca uma
nítida separação entre os países desenvolvidos, os
subdesenvolvidos e os países em desenvolvimento. Nesta fase
surgem e se desenvolvem organizações de grande porte,
juntamente com uma variedade enorme de empresas médias e
pequenas.
Fase da
globalização:
É a fase após 1980, carregada de desafios, dificuldades,
restrições e adversidades para as organizações, tornando-se
uma complexidade o ambiente externo que faz as empresas não
decifrarem e interpretarem adequadamente. E uma terceira
Revolução Industrial marca esta fase: onde os computadores
estão substituindo agora não mais os músculos humanos pelas
máquinas, e sim o cérebro humano pela máquina eletrônica.
Fonte: Adaptação Chiavenato (2007)
O Quadro 1 apresenta as fases da organizações, o qual percebe-se que até o
século XVIII não houve grande mudanças nas organizações, sendo a fase artesanal
17
onde a produção era fundamentado no artesanato e com mão de obra intensiva na
agricultura. Somente por volta de 1780, quando foi introduzida a máquina a vapor na
produção, uma nova concepção de trabalho surgiu, trazendo modificações na
estrutura econômica, política e social da humanidade, conforme o decorrer das
fases.
Chiavenato (2007) descreve que o mundo dos negócios entrou na Era da
informação em 1990, ficando assim para trás a Era Indústrial. Sendo que a Era
Indústrial imperou a fábrica e a empresa de concreto e tijolo, enquanto a Era da
Informação predomina a empresa que faz negócios por meio de conceitos virtuais.
Ainda Chiavenato (2007), as organizações na primeira ênfase (Era Industrial)
estavam nos recursos, no tamanho da organizacional e na perpetuidade, já a
segunda ênfase (Era da Informação) está nas competências, na conectividade e na
agilidade.
Chiavenato (2007) conclui que na Era industrial os resultados eram focados
exclusivamente no acionista ou proprietário e na Era da Informação os resultados
são totalmente focado nos grupos de interesses envolvidos no negocio da
organização. Neste sentido as organizações foram dividia em três setores sendo,
Primeiro Setor, Segundo Setor e Terceiro Setor.
Por tanto as organizações são divididas em três setores: Segundo Kother
(2008), o Primeiro Setor é o cenário político, tem, portanto uma visão política
configurada na tradição e com forte influência do fator “poder”. Já o Segundo Setor é
o cenário econômico, tem consequentemente, uma visão prospectiva de “progresso
financeiro”, do qual não pode se afastar em razão da sua própria manutenção e das
consequências que traria aos demais,e o Terceiro Setor são o cenário social, tem,
em razão uma visão de reconstrução que visa à solução das causas sociais,
buscando reconstruir e refazer o lado positivo, necessário e urgente da vida das
pessoas e das comunidades.
Kother (2008) descreve ainda, que os três setores (Primeiro, Segundo e
Terceiro), mantêm relações circunstanciais verticais e horizontais e entre eles
existem, também, canais de comunicação que determinam o planejamento em razão
do capital que movem em realidades diferentes. O Primeiro Setor trabalha no campo
do capital político procedente das relações pessoais e intergovernamentais, já no
Segundo Setor, o Capital econômico orienta e indica as direções do seu
planejamento e, no Terceiro Setor, o capital social, como marca definidora das
18
relações entre as pessoas e as organizações. E para entender um pouco mais deste
ultimo setor, o próximo capítulo será apresentar o conceito e o histórico do Terceiro
Setor.
2.2 TERCEIRO SETOR
O Terceiro Setor vem se destacando no cenário mundial, pois suas ações que
são voltadas ao interesse público sem fim lucrativo e filantrópico, essas
organizações trabalham em torno de objetivos coletivos ou de interesses públicos.
Para Cabral (2007) o Terceiro Setor o nome adotado para distinguir um
conjunto de organizações sociais particulares daquelas organizações lucrativas e de
organizações governamentais. Que são instituídas a partir de uma missão social,
agregando indivíduos voluntários, operando em programas e ambientes altamente
dependentes de financiamento social, e orientam sua atuação para problemas e
conflitos sociais.
Conforme Hudson (1999), o Terceiro Setor tem como filosofia o desejo
humano de ajudar outras pessoas sem a exigência de benefícios sociais, desta
forma se pode estabelecer uma relação histórica evolutiva entre o setor e as ações
humanas. Pois, antes era vista como caridade e filantropia, sendo caridade tendo
origem latina que significa amor ao próximo, uma espécie de compaixão aos mais
necessitados, e a filantropia de origem grega que significa boa vontade com as
pessoas.
Hudson (1999) ainda descreve que a preocupação com o próximo e com tudo
que envolve a humanidade já vem de muito tempo, pois apresenta dados dos Egito
antigo, do Império Romano, da Índia antiga e das ações budistas relacionados ao
atendimento aos doentes, pobres, sendo que tudo isto era muito tempo antes do
surgimento moderno, sendo que só na metade do século XIX que esse tipo de
preocupação começou a ficar comum, tanto em decorrência da maior
conscientização da sociedade.
No entanto os esquemas inovadores para atender às necessidades das
pessoas, estabelecidos pelo Terceiro Setor no decorrer dos últimos 150 anos, foram
sendo gradativamente adotados pelo governo, principalmente na década de 1840
onde o obteve um papel mais amplo na educação (Hudson, 1999).
19
Hudson (1999) comenta que até 1948, as organizações voluntárias e de
caridade permaneceram como as principais provedoras de serviços diretos,
hospitais voluntários e serviços para crianças e deficientes dependiam das
organizações voluntárias. Hudson (1999) descreve ainda que o provisionamento
voluntário, como hospitais estavam cada vez mais criticados, pela rivalidade entre as
próprias instituições e pela dificuldade de propiciar serviços a todos, e à medida que
a provisões do Estado aumentavam, o papel do setor voluntário se tornava
suplementar aos serviços do Estado e não como um sistema paralelo, como tinha
sido classificado antes.
Hudson (1999) descreve que um período depois da Segunda Guerra Mundial,
o papel do setor voluntario foi diminuindo à medida que o Estado assumia hospitais
e outros serviços, oferecendo atendimento mais completo por meio de
departamentos e serviços sociais. Durante algum tempo o Terceiro Setor atuou num
segundo plano e só começou se destacar novamente a partir dos anos 60 por
exercer influência à medida que novas necessidades eram identificadas e que novos
meios de arrecadação foram estabelecidos, no entanto sua importância não diminui
desde aquela época (Hudson, 1999).
Já no Brasil os alicerces do Terceiro Setor estão nos princípios da filantropia e
da caridade religiosa, conforme Silva (2010) apresenta que uma das primeiras
organizações da sociedade foram as Santas Casas de Misericórdia, que foram
fundadas no século XVI e se encontram atuantes até hoje.
Silva (2010) ainda ressalta que por mais de três séculos (do período colonial
até o final do século XIX) foram surgindo novas organizações, tendo em comum a
origem religiosa à prática assistencialista às comunidades carentes, seu foco
principal era as áreas de saúde, educação e assistência social.
Silva (2010) demonstra na figura 1 como era estruturado o Terceiro Setor no
século XIX.
20
Figura 1- Configuração do terceiro setor no século XIX
Fonte: Silva (2010)
De acordo com a Figura 1, Silva (2010) descreve que durante esse período
a configuração do Terceiro Setor era bastante simplificada, tanto em relação aos
tipos de organizações, quanto às praticas de gestão, legislação e fonte de recursos.
O autor ressalta que a presença do Estado, da Igreja, assim como dos ricos
filantropos (indivíduos) era quem davam a sustentação dos educandários, asilos e
hospitais, sendo os tipos de organizações mais comuns nesse período.
Ainda Silva (2010) descreve que mudanças mais significativas na forma de
atuação das organizações do Terceiro Setor viriam acontecer somente no inicio do
século XX, principalmente pela intensificação da atuação Estatal nas questões
sociais.
No entanto Silva (2010) descreve que na década de 70 para defender os
direitos políticos e humanos por estarem precários pela ditadura militar, surgiram as
organizações que foram denominadas de não governamentais (ONGs), passando
uma postura de distinção quanto às ações governamentais. Neste sentido, pode-se
observar na Figura 2, que o Terceiro Setor teve um grande crescimento nessa
época.
21
Figura 2 - Configuração do terceiro setor em meados do século XX
Fonte: Silva (2010)
Silva (2010) descreve que entre o início e os meados do século XX, como a
configuração do Terceiro Setor começa apresentar mudanças mais significativas, ou
seja, observa-se um Estado interventor que passou a exigir que as organizações
detivessem certas práticas de gestão. O autor ainda complementa que as relações
com Estado também estão presentes no estabelecimento do marco legal a partir do
Código Civil de 1916, legislações referentes ao Titulo de Utilidade Pública e do
certificado de Entidade de Fins Filantrópicos. Ainda se tem a publicação da
Constituição de 1934, o qual ocorreu também à diversificação dos tipos de
organizações e conjuntamente a distinção entre natureza pública e corporativa das
organizações sem fins lucrativos.
Silva (2010) descreve que no campo da Constituição de 1934, o Estado
brasileiro assumiu o modelo de Estado social, passando a voltar sua atenção
também para área econômica e social, além de se envolver diretamente com a
execução de políticas públicas, quase que exclusivamente em perímetros urbanos e
nas áreas de saúde e educação. Ainda Silva (2010), argumenta que nesse período o
Estado se caracterizou por forte dependência econômica, passou a exigir prestação
22
de contas e a exercer maior controle sobre a gestão financeiro - administrativo das
organizações.
Em 1916, por meio do Código Civil (Lei no 3.071/1916), as organizações
passaram a ter garantida a sua existência jurídica como associações, fundações e
sociedades civis sem fins econômicos. Como descrito no Código, em seu artigo 16,
nessa última forma jurídica estavam contidas as sociedades civis religiosas, pias,
morais, científicas ou literárias. Foi nessa ocasião que as igrejas foram inseridas na
sociedade civil e reconhecidas como pessoas jurídicas de direito privado (SILVA
2010).
Silva (2010) descreve que a integração ao terceiro setor de inúmeras
entidades cujas naturezas não eram mais tão bem definidas foi determinante para a
elaboração de uma legislação específica para aquelas que tinham finalidade pública.
Em 1935, através da Lei no 91/1935, foi instituído o título de Utilidade Pública
Federal, concedido às organizações que serviam desinteressadamente à
coletividade.
Na década 70 com o crescimento das ONGs e a diversificação das tipologias
constituinte do Terceiro Setor, nesta época ocorre à introdução das agências e
organizações financiadoras internacionais, passando a favorecer as atividades do
setor. Já na década 80 representou-se por mudanças econômicas – financeiras e
legais, e assim as organizações tiveram mais exigências quanto á gestão (SILVA,
2010). Na figura 3 apresenta-se como ficou a configuração do Terceiro Setor na
década de 80.
Figura 3- Configuração do terceiro setor na década de 80.
Fonte: Silva (2010)
23
Na figura 3, Silva (2010) apresenta o crescimento do Terceiro Setor. Na
gestão foi acrescentado o planejamento, avaliação de atividades e a captação de
recursos, nas fontes de recursos houve o acréscimo das organizações internacionais
e dos recursos próprios, já legislação se obteve a elaboração da constituição 1988 e
o conselho de políticas públicas. Silva (2010) descreve ainda, que as organizações
do Terceiro Setor configuraram um novo modelo de organização e de gerenciamento
de recursos possuindo vínculos com agencias financiadoras internacionais, ao
contrário dos períodos anteriores, em que as organizações se vinculavam ao Estado
tanto administrativo quanto econômico.
Com as agências financiadoras se tornando mais exigentes, se favoreceu a
introdução das práticas de planejamentos e avaliação de atividades, além de
reforçarem as demandas pela transparência e prestação de contas das atividades
desenvolvidas (SILVA 2010).
Silva (2010) acrescenta que diante do cenário, as organizações do Terceiro
Setor foram levadas a buscar alternativas para sustentabilidade, iniciando uma
tendência de geração de suas fontes próprias de recursos, principalmente através
de produtos ou comercialização de produtos e serviços.
Para Nobre (2004), por algum tempo o Terceiro Setor se caracteriza na
realização de atividade ligada ao governo, por não ter sido bem desempenhadas, a
sociedade decidiu se unir para procurar atingir uma melhor qualidade de vida. Sendo
que hoje, as ONGs se organizam para a realização do bem comum, sem visarem
lucro, visando somente o lucro intangível que é a satisfação do individuo.
Em perspectiva similar, Tachizawa (2007) argumenta que a mídia vem
divulgando que o Estado não tem conseguido atender as demandas, principalmente
na área social, da população brasileira, esse fato não é recente no cenário
socioeconômico brasileiro, passa ter maior importância para a sociedade a partir da
Constituição de 1988, é daí que surge o Terceiro Setor como um mercado social
formado pelas ONGs e outras congêneres.
No entanto, para Yamaguti et al. (2006), o termo Terceiro Setor no Brasil
adquiriu forças nesta década, sendo utilizada para a caracterização de atuações de
utilidade públicas, pelas associações privadas de caráter não governamentais.
Contudo, não basta atingir somente o bem comum, mas sim ter muita
sensibilidade e procurar entender a limitações de cada individuo. Pois a
24
sensibilidade e criatividade devem estar juntas na busca da satisfação pessoal,
acrescenta (NOBRE, 2004).
No entanto o que foi apresentado teve a possibilidade de conhecer um pouco
da complexidade do Terceiro Setor, o que se pode perceber que segundo os autores
a característica do setor corresponde a movimentos populares, organizados por
todos que se sensibilizam pelos problemas cotidianos da sociedade. E para
entender mais sobre este setor o próximo tópico apresentara a classificação do
Terceiro Setor.
2.2.1 Classificação do Terceiro Setor
O Terceiro Setor abrange organizações com objetivos e valores diversos e as
organizações sem fins lucrativos estão inserida em diversas áreas como: educação,
saúde, assistência social, religião e associações profissionais, entre outras. Para
Mânica (2006), a expressão Terceiro Setor, traduzida do inglês Third Sector, o qual
foi divulgada a partir da década de setenta e está sendo utilizada até hoje pelas
ciências sociais para referir – se às organizações formadas pela sociedade civil cujo
objetivo não é a busca pelo lucro, mas a satisfação de um interesse social. Já para
Falconer e Vilela (2001), o Terceiro Setor pode ser conceituado como um conjunto
de iniciativas da sociedade civil organizada, com base na ação voluntária, sem fins
lucrativos, o qual visa o desenvolvimento da sociedade.
Em perspectiva similar Szazi (2003), descreve que o Terceiro Setor é um
conjunto de agentes privados com fins públicos, cujo suas ações visam atender as
necessidades sociais básicos e combater a exclusão social e, mais recentemente,
proteger o patrimônio ecológico brasileiro.
A denominação do Terceiro Setor é formada por inúmeros temos, tais como:
organização não governamental (ONG), associações, fundações, sindicatos,
cooperativas, igrejas, institutos, Conselhos de Classes, sociedades sem fins
lucrativos organização da sociedade civil, grupo, centro, setor de caridade, atividade
filantrópica, rede liga, núcleo, lar, instituição, seara, fraternidade, dentre outros.
Sendo que no ano de 2002 com o novo código civil, ficou determinado que apenas
fundações e associações fossem os termos juridicamente corretos, no entanto não
quer dizer que os outros termos não possam ser utilizados de acordo com cada
proposta, contanto que citados nos devidos estatutos (YAMAGUTI et al, 2006).
25
Mesmo o Terceiro Setor ainda possuindo organizações informais, já existe um
grande numero de organizações formalizadas neste setor. No Quadro 2 é
apresentado alguns exemplos das formas jurídicas reconhecidas como
organizações do terceiro setor brasileiro e organizações.
Quadro 2 – Exemplos de formas jurídicas
Fonte: Elaborado Silva et al (2011).
O Quadro 2 apresenta algumas organizações, que depois de analisar seus
estatutos foi possível constatar a vinculação às respectivas formas jurídicas. Assim,
conforme os estatutos, a Anpad (2008) descreve que “[...] é uma associação, sem
fins lucrativos, devendo representar os interesses dos sócios filiados junto à opinião
pública, ao Governo, aos órgãos de classe, a instituição de ensino e pesquisa no
Brasil e no exterior [...]”. Já o Instituto Ethos (2010), a despeito do nome fantasia
“Instituto”, se posiciona como “[...] uma associação, sem fins lucrativos, destinada a
mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma
socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade
sustentável e justa”.
No entanto o estatuto do IPEAD (2011) descreve que “é pessoa jurídica
fundacional de direito privado, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa,
financeira e patrimonial, regendo-se pelo presente Estatuto e pela legislação que lhe
for aplicável”. A ABFin (2012), “é uma associação civil sem fins lucrativos,
Forma jurídica
Exemplo
Associação
- Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração
(Anpad)
- Instituto Ethos
Fundação
- Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e
Contábeis de Minas Gerais (IPEAD)
- Fundação Roberto Marinho
- Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente
Sociedade civil
Sem fins
econômicos
- Sociedade Brasileira de Finanças (SBFin)
- Sociedade São Vicente de Paulo
- Santa Casa de Misericórdia
26
constituídas por prazo indeterminado, apartidária, cujo funcionamento será regido
por este Estatuto e pela demais disposições legais que lhe forem aplicáveis”. Para a
Sociedade de São Vicente de Paulo (2010) “é uma associação civil de direito
privado, filantrópica, beneficente, para fins não econômicos, caritativa e de
assistência social, de duração por tempo indeterminado, com personalidade jurídica
distinta de seus membros”. E o estatuto da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia
(2004), é uma associação civil de direito privado, beneficente, caritativa e de
assistência social, sem fins lucrativos, sem denominação política ou religiosa e
constituída por prazo indeterminado, vinculada à Sociedade.
Neste contexto, compreende-se que tanto nas associações como nas
fundações, existem dois elementos, o elemento pessoal e o patrimonial uma vez que
não se pode conceber uma pessoa jurídica em que não haja uma coletividade de
pessoas reunidas para constituí-la e um patrimônio próprio. A importância de um ou
de outro elemento varia conforme se trate de uma associação ou de uma fundação
(SILVA et al 2011).
O atual Código Civil, além de estabelecer as associações e fundações como
formas jurídicas representativas dos Terceiro Setor, também suprimiu das pessoas
jurídicas de direitos privados as sociedades civis sem fins econômicos, juridicamente
reconhecidos pelo Código Civil de 1916 (SILVA et al 2011).
Em perspectiva similar Szazi (2003) apresenta o conceito das formas
jurídicas, sendo que: Associação pode ser definida como pessoa jurídica formada a
partir da união de uma ideia e esforço de pessoas como uma finalidade de não obter
lucros, já Fundações é um tipo especial de pessoa jurídica, pois ela pode ser
formada a partir da decisão de um só individuo e a Sociedade Civil também é uma
pessoa jurídica e como associação formada pela união de pessoas.
Com o Terceiro Setor juridicamente estabelecido, a seguir será apresentado
no Quadro 3 a distribuição das organizações, considerando as formas jurídicas das
quais se estruturam.
27
Quadro 3 - Formas jurídicas em levantamentos do terceiro setor
Fonte: Elaborado Silva (2011)
No Quatro 3, Silva et al (2011) apresenta os dados que foram obtidos nas
pesquisas Fasfil, o qual foram trazidas as quantidades de organizações vinculadas a
cada forma jurídica. Por tanto a pesquisa da Fasfil apresenta que as associações
representam 97,6% do universo de organizações do terceiro setor brasileiro e as
fundações 2,4%, já no Mapa do Terceiro Setor, as associações representam 94% e
as fundações 6% das organizações do Terceiro Setor. A pesquisa de Diagnóstico do
cenário já apresenta resultados um pouco diferentes, como as associações 68,3% e
a sociedade civil 228% e contra partida as fundações são minoria representando
somente 8,9% das organizações (SILVA et al, 2011).
Neste contexto, observa-se que a maioria das organizações do Terceiro Setor
se enquadra na forma jurídica de associação, pois a legislação se torna bastante
favorável à criação de associação, sendo necessário apenas que pessoas se
reúnam em torno de uma causa de interesse comum, registrando seus atos
constitutivos em cartório civil, o mesmo se aplica a forma de sociedade civil. Já as
fundações, em função que na lei visa à garantia do patrimônio e do interesse de seu
instituidor, estão sujeitas a mais exigências quanto à sua constituição e
administração (SILVA et al 2011).
Conclui-se que o Terceiro Setor vem crescendo e se tornando cada vez mais
reconhecido na sociedade, e atingindo varias áreas como: educação, saúde,
segurança e assistência social entre outros. E estas organizações aos passar dos
anos estão sentindo a necessidade de se tornar juridicamente legalizada se
28
tornando uma organização formal. E para conhecer uma pouco mais dessas
organizações e no próximo tópico será apresentado a Gestão do Terceiro Setor.
2.2.2 Gestão no Terceiro Setor
A gestão é uma ferramenta de suma importância para as organizações e para
o Terceiro Setor não é diferente, sendo necessárias as ferramentas de gestão para
que as ONGs consigam alcançar os seus objetivos, bem como atender as
necessidades do seu cidadão beneficiário. E na atual conjuntura que as mudanças
que estão constantes, e principalmente no Terceiro Setor que está sendo cada vez
mais importante para a sociedade, são necessárias que tenha pessoas bem
qualificadas para gerir estas organizações, pois elas estão contribuindo para o
crescimento, cultural, social e até mesmo econômico do país.
Segundo Ramos (1989), as organizações do terceiro setor pertencem à
categoria isonômica que se caracteriza pela atuação na esfera pública, pelo aspecto
auto gratificante das atividades desempenhadas, pela iniciativa voluntária à
deliberação da autoridade e pelo espaço sócio-aproximador.
Ramos (1989) complementa que, dentro dessa mesma teoria, as empresas
privadas com fins lucrativos podem ser classificadas na categoria econômica, em
que prevalece um espaço organizacional altamente ordenado, estabelecido para a
produção e bens e para a prestação de serviços.
Perspectiva similar, Mintzberg (1996) descreve que no Setor Privado, a
gestão vem com finalidade de aumentar os interesses individuais e ou de grupos,
não correspondendo à natureza e foco da organização social, ao contrário das
organizações do Terceiro Setor que privilegia o interesse coletivo, buscam um
modelo que valoriza a dimensão participativa oriunda de ideais democráticos, que
viabiliza um processo decisório de igualdade e inclusão.
Já para Albuquerque (2006), a gestão de organização do Terceiro Setor é um
ponto estratégico para o bom funcionamento e para o cumprimento de sua missão e
de seus objetivos. Em perspectiva similar Salamon (1998) descreve que no
panorama mundial o Terceiro Setor chegou à maturidade, mas é preciso que tenha
fortalecimento e sua capacidade e uma contribuição de maior significância, para
resolver os problemas mais importantes.
29
No entanto os gestores das organizações do Terceiro Setor deverão dar
maior enfoque nos treinamentos e auxilio técnico, e para as pessoas que querem
ajudar estas entidades deve se sobrepôs além da vontade de estar bem consigo
mesma, a pensar em ajuda de longo prazo.
. Para Albuquerque (2006), gerir uma organização de forma eficiente é
necessário para a estratégia, não só das organizações do Terceiro Setor, como
também das organizações dos demais setores, por isso no caso do Terceiro Setor
devem ser bem geridas em seus aspectos financeiros, humanos e materiais para
que consiga administrar bem os seus projetos, afim, de conseguir manter parceiros e
a sua própria sustentabilidade.
Já Camargo et al.(2001), apresenta que a forma de gestão para o Terceiro
Setor é parecida com a forma de gerir a do Segundo Setor, pois as duas precisam
de política e de captação de recursos, estratégia de mercado e recursos humanos,
no entanto os principais desafios da gestão de organizações do Terceiro Setor estão
relacionados principalmente com:
Busca da sustentabilidade – a sustentabilidade das organizações do Terceiro
Setor dependerá muito da forma em que estiver sendo gerida, ou seja, sua
gestão terá de ser parecida com a forma de gerir das outras das organizações
do Segundo Setor, no que tange fatores humanos, financeiros, materiais,
estratégicos e políticos.
Capacitação na gestão – os gestores das organizações devem dar mais
atenção para as questões de treinamento e auxilio técnico.
Aumento do desempenho – gerir de forma a eliminar as limitações
relacionadas com profissionalização do pessoal, e diminuição de custos
indiretos.
Pode-se observar que gestão das organizações do Terceiro Setor é muito
parecida com as organizações do Segundo Setor, no entanto ela se diferencia na
sua sustentabilidade, no qual as organizações do Segundo Setor a sua
sustentabilidade é por meio dos clientes que recebem o serviço ou produto, já no
Terceiro Setor a sustentabilidade da organização não vem dos que recebem o
serviço e sim de um terceiro que acredita na organização e no projeto. Por isso que
sua gestão tem que está bem capacitada para que a organização tenha um bom
desempenho e credibilidade na sociedade. Essas organizações podem utilizar como
30
apoio alguns modelos de gestão, que a teoria apresenta e também com a
experiência que vai adquirindo com o tempo.
Nesta perspectiva Tachizawa (2007) apresenta um modelo de gestão para
organização não governamental sem fins lucrativos, o qual descreve como:
Identifique as estratégias genéricas aplicáveis a esse tipo de organização;
Hierarquize as decisões que compõem o processo de gerenciamento em
estratégicas e operacionais;
Identifique os diferentes agentes e instituições que se integram à ONG.
Tachizawa (2007) descreve que este modelo de gestão é para diagnosticar e
gerenciar uma organização não governamental parte de fora para dentro da
organização, e do geral para o particular.
Será apresentado na Figura 4 um exemplo de modelo de gestão, no qual
Tachizawa (2007) retrata a organização inserida no ambiente em que opera, sujeita
às influências das variáveis ambientais e interagindo com os stakeholders, que são
seus diferentes públicos, para satisfazer suas expectativas.
Figura 4 – Uma proposta de modelo de gestão
Fonte: Tachizawa (2007)
A Figura 4, segundo Tachizawa (2007) corresponde apresentação das
estratégias para parceria e gestão com pessoas, no qual é sugerido que a
31
organização tenha pessoal – funcionários fixos na organização, com vinculo
empregatício para as principais atividades, como gestão, captação de recursos e
demais atividades que a organização identificar importante para o desenvolvimento
da organização. Tachizawa (2007) ainda descreve que para reduzir custos
operacionais da organização é necessário fazer parcerias com outras ONGs do
mesmo gênero para fins de execução de serviços e atividades demandas por seus
projetos sociais.
E por fim, Tachizawa (2007) descreve que nos recursos da tecnologia da
informação é necessário que a organização amplie as fronteiras, expandindo
virtualmente os limites da organização, propiciando uma integração de suas
atividades com outras instituições parceiras e conveniadas, tendo a possibilidade de
melhores indicadores de gestão, que tendem a melhorar a capacidade de
monitoramento e avaliação dos projetos sociais executados e em andamentos.
Neste contexto, percebe-se que a gestão das organizações tanto do Terceiro
Setor quanto o Segundo estão cada vez mais importantes para o seu
funcionamento. Hoje um gestor tem que estar sempre se atualizando para
acompanhar as mudanças que são constantes e uma organização sem uma boa
gestão não terá uma vida muito longa. A gestão tem uma grande importância na
sustentabilidade da organização do Terceiro Setor, ou seja, o gestor precisa
conhecer a melhor forma de captação de recursos para organização ser sustentável.
Para entender um pouco mais, o próximo tópico será sobre sustentabilidade e
captação de recursos para o Terceiro Setor.
2.2.3 Sustentabilidade – Captação de Recursos para o Terceiro Setor
Discussões que tratam dos dilemas e problemas das organizações não-
governamentais, na obtenção de recursos financeiros para atendimento e serviços
prestados, vêm ocupando cada vez mais espaço no campo das práticas sobre
sustentabilidade dos projetos sociais e da sobrevivência dessas organizações.
Segundo Amarani (2003), o tema da sustentabilidade das ONGs ocupa boa
parte da agenda pública do setor na atualidade. Embora desde o início da
cooperação internacional com organizações da sociedade civil brasileira se fala na
“auto sustentação”, no entanto o tema ganhou maior projeção na década de 90, em
especial a partir de 2000, quando aumenta o numero de ONGs.
32
Para Ruscheinsky (2004), a sustentabilidade parece conter ou contemplar um
movimento histórico, ser um elemento agregador e mediador de mudança para
articular setores sociais diferentes provenientes de movimentos sociais e de
agências estatais. A identidade que parece integrar essa multiplicidade seria a
orientação para o desenvolvimento de uma sociedade sem desigualdades sociais ou
uma sociedade sustentável.
Amarani (2003) descreve que a sustentabilidade pode ser definida como a
capacidade de sustentar de forma duradoura o valor social do projeto institucional a
partir da interação criativa com contexto mutável, no nível macro – social a
sustentabilidade. Ou seja, pode ser tomados como o grau de correspondência entre
a ação coletiva das ONGs e as concepções, políticas e mecanismos (públicos e
privados) de enfrentamento da pobreza e das desigualdades e de promoção do
desenvolvimento.
Já para Hartmiltein (2004), o conceito de sustentabilidade mais amplamente
difundido no meio empresarial baseia-se na idéia de que as empresas, além de
gerar resultados econômicos financeiros, também precisam se engajar em ações
sociais e zelar pelo meio ambiente.
Em perspectiva similar Copesul (2001) uma organização empresarial é
considerada sustentável quando atende às expectativas financeiras de seus
acionistas, tem uma atitude socialmente responsável perante a sociedade e possui
medidas não agressivas ao meio ambiente.
Amarani (2003) descreve que a sustentabilidade das ONGs é também, lutar
pela garantia de que existam políticas e fundos públicos destinados a apoiar de
forma substancial este tipo de organização, garantindo-se que o apoio público não
signifique perda de autonomia da ONG e especialmente, de seu caráter de sujeito
político na sociedade civil. Lutar também para que os mecanismos e procedimentos
institucionais e administrativos (critérios de acesso, parâmetros de controle social,
instrumentos de acompanhamento e avaliação, normas administrativo-financeiras,
etc.) sejam adequados e flexíveis para abarcar pequenas, medias e grandes
organizações.
Para Kisil (2005) a preocupação com a sustentabilidade também é abordada
nas instituições sociais e ambientais, quando o conceito de sustentabilidade é
trazido ao Terceiro Setor, é utilizado para tratar da permanência e continuidade de
longo prazo dos esforços realizados para atingir – se o desenvolvimento humano.
33
Já Armani (2003) descreve que a organização passou a ser um ponto
importante na busca da sustentabilidade para as organizações não governamentais.
Em um contexto de grandes mudanças políticas, econômicas e sociais as ONGs têm
sido desafios a se fortalecerem institucionalmente, como condição à sua
sustentabilidade.
Neste contexto, captação de recursos para organizações no terceiro setor é o
meio que dá a sustentação e o suporte para organizações. Ou seja, não são
somente as ações de arrecadamentos, e sim uma estratégia um levantamento do
que realmente a organização precisa.
Para Kother (2007), a captação de recursos nos dias atuais não significa
acabar com o espírito filantrópico como o motivador da ação de doar, e sim um novo
processo que visa à operacionalização da ação de ajudar a uma determinada causa,
sendo que os fins são coletivos e de abrangência pública, onde se torna visível e
claro para que haja credibilidade na aplicação desses recursos captados.
As estratégias de captação de recursos devem ser aplicadas de acordo com o
tipo de fonte, que podem ser institucionais, empresariais, ou individuais. Assim,
Dimenstein (2005) destaca que a captação de recursos deve se pautar em alguns
princípios básicos, quais sejam:
Definição exata da verba necessária para realizar a ação;
Pesquisa dos potenciais doadores;
Levantamento dos contatos no entorno da entidade;
Confecção de uma lista ou banco de dados;
Elaboração de uma proposta bem estruturada, com orçamento;
Montagem de uma apresentação sobre a proposta;
Abordagem clara e objetiva;
Realização de contato de retorno;
Encaminhamento de agradecimento;
Prestação de contas.
No processo de captação, é importante contar com um profissional capacitado
para poder desenvolver da melhor forma um plano de captação, para as pequenas
organizações, a tendência é terceirizar esta área, por meio de consultores, e as
34
entidades maiores criam um departamento interno de captação, tanto contratando
profissionais especializados ou remanejando voluntários ou profissionais que já
atuam em outras áreas e projetos (DIMENSTEIN, 2005).
Kother (2007) apresenta o código de ética do captador de recursos da ABCR
(Associação Brasileira de Captação de Recursos):
Sobre a legalidade: O captador de recursos deve respeitar incondicionalmente
a legislação vigente no País;
Sobre a remuneração: O captador de recursos deve receber pelo seu trabalho
apenas remuneração preestabelecida;
Sobre a confidencialidade e lealdade aos doadores: O captador de recursos
deve respeitar o sigilo das informações sobre os doadores obtidas em nome
da organização em que trabalha;
Sobre a transparência nas informações: O captador de recursos deve exigir
da organização para a qual trabalha total transparência na gestão dos
recursos captados;
Sobre conflitos de interesse: O captador de recursos deve cuidar para que
não existam conflitos de interesse no desenvolvimento de sua atividade;
Sobre os direitos do doador: O captador de recursos deve respeitar e divulgar
o Estatuto dos Direitos do Doador;
Sobre a relação do captador com as organizações para as quais ele mobiliza
recursos: O captador de recursos, seja funcionário ou autônomo ou
voluntário, deve estar comprometido com o progresso das condições de
sustentabilidade da organização;
Sobre sanções: sempre que a conduta de associado da ABCR for objeto de
denúncia identificada de infração às normas estabelecidas, neste Código de
Ética, o caso será avaliado por uma comissão designada pela Diretoria da
ABCR, podendo até desligamento do quadro associativo, conforme a
gravidade do ato.
A captação de recursos é uma área nova no mercado, assim como no Terceiro
Setor e por isso os profissionais são de outras áreas, como: Administração,
Economia, Direito, Comunicação e Marketing. Ou seja, é um profissional
35
multidisciplinar, que precisa estar bem informado e manter bons relacionamentos
(DIMENSTEIN, 2005).
No entanto, a organização do Terceiro Setor quanto mais organizada maiores
resultados poderão obter para que suas causas sejam apoiadas pelos seus
patrocinadores, voluntários e doadores da sociedade no geral. No próximo tópico
será apresentado projetos sociais, correspondente ao principal meio de captação de
recursos.
2.3 PROJETOS SOCIAIS
Os projetos sociais exigem a busca de uma maior racionalidade nas ações e
resultados, bem como de novos e modernos instrumentos que dêem conta dessas
novas exigências. Para Nogueira (1998) o conceito de um projeto social recorre,
por meio de um conjunto integrado de atividades, transformar uma parcela da
realidade, reduzindo ou eliminando um déficit, ou solucionando um problema, para
satisfazer necessidade de grupos que não possuem meios para solucioná-las por
intermédio do mercado.
Já para Cepal (1998), os termos projetos, programas e políticos sociais são
confundidos, sendo que programa social é um conjunto de projetos, e uma política
social, por sua vez, é um conjunto de programas. Cepal (1998) ainda descreve que
projetos e programas correspondem à tradução operacional das políticas sociais,
sendo que um projeto envolve ações concretas a serem desenvolvidas em um
horizonte de tempo e espaço determinados, restritas pelos recursos disponíveis. Já
os programas, em geral, envolvem horizontes de tempo mais longos que os projetos,
no entanto, pode-se, analisar um programa por meio do estudo dos projetos que o
compõem.
Segundo Tachizawa (2007), avaliação de projetos ou programas sociais, é um
dos campos mais polêmicos na gestão social, sendo que a importância da avaliação
tem crescido os últimos anos, em especial com a exigência feita por agências
financiadoras para que organizações avaliem de forma mais sistemática a eficácia, a
eficiência e a efetividade de seus projetos e programas.
Para Nogueira (1998), a gestão do projeto consiste em dar unidade e
coerência ao ciclo de ação, um projeto consiste em um conjunto de produtos,
resultados e impactos, sendo que a gestão deve assegurar que tais produtos,
36
resultados e impactos sejam coerente com a concepção e os fins dos projetos,
garantindo sua eficácia e efetividade, por meio de uma adequada combinação de
recursos.
Cury (2001) descreve que são varias as maneiras de levantar as questões
ligadas ao planejamento de um projeto social, o qual será apresentado no Quadro 4
as três dimensões fundamentais para entender a dinâmica desse processo.
Quadro 4 - Três dimensões
Processo lógico
São necessários que seus conteúdos e passos sejam
precisos, sistemáticos, em um encadeamento racional de
seus elementos e de suas ações;
Processo comunicativo
O documento do projeto deve ser o resultado de uma
construção coletiva, criando em nossa organização um
consenso quanto aos objetivos, estratégias e resultados e,
extremamente, possa convencer e informar sobre a
importância e a necessidade de sua implementação e da
competência de nossa organização para fazê-lo eficaz e
eficientemente;
Processo de cooperação e
articulação
Não é possível mais trabalharmos isolados; é preciso
desenvolver a capacidade do dialogo, do convencimento e da
negociação, a capacidade de trabalharmos juntos, com
nossas identidades e diferenças. É fundamental hoje “sair
para o mundo” na busca de novas parcerias e na integração
com as redes sociais existentes.
Fonte: Adaptação Cury (2001)
No Quadro 4 é apresentada as a três dimensões que Cury (2001) descreve
sendo, analisar e sintetizar fatos e informações; saber comunicar-se, persuadir
convencer, compreender e operar nosso entorno social, reconhecer e aceitar
diferenças, saber trabalhar em grupo de maneira participativa, tudo isso faz parte de
um importante aprendizado social.
Cury (2001) comenta ainda que para cada atividade prevista no projeto deve ser
explicitados claramente quais os recursos físicos, financeiros e humanos
necessários, pois só assim será possível elaborar um orçamento realista, o
37
planejamento dos recursos dever ser minucioso, a fim de diminuir as surpresas na
fase de implementação do projeto, dando contornos e limites à nossas ações.
Em perspectiva similar Marcelino et AL (2007) descreve que:
O futuro dos projetos sociais está fortemente vinculado ao seu planejamento e a sua gestão. Gerir um projeto contido em um programa, que articula vários autores, que é financiado por várias fontes de recursos e que tem interfaces com outros projetos e serviços, certamente não é uma tarefa fácil. É necessário planejá-lo, cuidadosamente, monitorá-lo com base em indicadores previamente estabelecidos e avaliar seus resultados. Essas etapas são necessárias e são bem-sucedidas quando elaboradas no momento do planejamento.
Armani (2002) descreve que mesmo reconhecendo as limitações de um
projeto, ele ainda é a forma mais adequada para promover a viabilidade e o êxito de
ações sociais. E para estes projetos terem credibilidade, serem aceitos e elaborados
corretamente, Cury (2001) apresenta uma sugestão de roteiro para elaboração de
projetos, com componentes básicos de uma proposta de trabalho, sendo que
dependendo dos projetos, deverá alterar o roteiro, modificando e incluindo o que
identificar necessário.
O Quadro 5 apresenta o modelo de projetos conforme Cury (2001).
Quadro 5 - Modelo de projeto
1. Título do projeto
O título de seu projeto deve refletir a
natureza do problema enfocado e ter um
impacto significativo em seu leitor.
2. Sumário executivo
O objetivo do sumário é levar o futuro
parceiro/financiador a uma apreciação e
compreensão geral de sua proposta,
permitindo determinar se ela se adéqua às
exigências de suporte técnico e/ou
financeiro contido no projeto. Deverá
resumir, de maneira eficiente, todas as
informações-chave relativas ao projeto, não
devendo ultrapassar uma página.
3. Apresentação da organização
A apresentação deve conter: nome ou sigla
da organização; composição da diretoria, da
coordenação e nome do responsável pelo
projeto; endereço completo para contatos e
correspondências; histórico resumido da
entidade (quando foi criada, diretrizes
gerais, percurso ligado ao social, parcerias e
38
trabalhos realizados, resultados alcançados
e principais fontes de recursos ou
financiamentos da organização).
4. Análise de contexto e justificativa
A análise de contexto deve descrever as
deficiências e potencialidades da região
onde o projeto vai se inserir, as
características da população local e as
iniciativas já desenvolvidas. Deve analisar a
natureza do problema e suas implicações,
dando ênfase a aspectos quantitativos e
qualitativos, fornecendo dados e indicadores
significativos que cubram de maneira
suficiente o problema. Essa análise deve se
restringir aos elementos básicos que se
relacionem ao problema enfocado e que nos
permitam esboçar alternativas viáveis de
intervenção. A justificativa deve expor seus
argumentos, correlacionando as deficiências
locais, necessidades e potencialidades
descritas e analisadas com a alternativa de
intervenção escolhida, demonstrando a
relevância e a necessidade de realização do
projeto, bem como sua capacidade de
transformação da realidade analisada.
5. Objetivos e metas
Os objetivos e as metas do projeto devem
ser definidos com clareza e precisão.
6. Público-alvo
Devem-se descrever as características
(faixa etária, sexo, nível de escolaridade,
situação socioeconômica) dos beneficiários
(público-alvo) diretos e indiretos do projeto.
7. Metodologia
Deve-se relatar, resumidamente, o modelo
teórico utilizado, explicitar as rotinas e as
estratégias planejadas, as
responsabilidades e compromissos
assumidos, como o projeto vai se
desenvolver, todos os envolvidos e o nível
de participação/responsabilidade de cada
um.
8. Sistema de avaliação
Deve-se descrever como será o sistema de
monitoramento e avaliação do projeto,
apresentando alguns indicadores tangíveis
e/ou intangíveis, os instrumentos e
estratégias de coleta de dados e a equipe
responsável pelo processo.
9. Cronograma de atividades
O cronograma de atividades deve enumerar
as atividades necessárias à realização do
projeto e suas etapas no tempo.
39
10. Cronograma físico-financeiro do
projeto e composição do orçamento.
O cronograma físico-financeiro deve conter
a previsão de todos os custos, por item de
despesa, durante o tempo de duração do
projeto. A composição do orçamento deve
explicitar o planejamento da
cobertura/composição desses custos.
11. Anexos
Os anexos devem conter a informação (ou
documentos) adicional que o financiador
tenha solicitado ou que você considere
necessárias como complementações do
projeto.
Fonte: Adaptação Cury (2001)
Cury (2001) descreve que nos projetos sociais os objetivos não devem constar
comentários gerais e opinativos, tem que ser claro para que o leitor entenda com
facilidade, e sempre se preocupar com as argumentações para que sejam lógicas,
ou seja, não usar jargões, pois dificultam a compreensão e ter cuidados com os
textos longos, tentar fazer quadros para sintetizar o que está querendo expressar,
com legendas ou observações que esclareçam uma leitura mais objetiva do assunto.
O projeto deve passar necessariamente por três momentos: o planejamento, a
implementação e a avaliação, essas etapas estão relacionada, possuindo o mesmo
grau de importância. A avaliação começa quando se tem uma proposta de projeto é
esboçada, a avaliação tem como objetivo de analisar o ambiente onde o projeto
pretende se inserir, já a implementação é o monitoramento sistemático das
atividades e custo do projeto fornece as informações necessárias não só para o
momento da avaliação final, mas também para todos os níveis gerenciais Cury
(2001)
Conclui-se que não existe um modelo padrão para escrever um projeto, existe
varias formas e roteiros que podem ser utilizada, além disso, na captação de
recursos e na solicitação de apoio financeiro, encontrará agências financiadoras que
têm roteiros e formulários próprios e exigências de documentação específica a ser
anexada.
No entanto os projetos têm que ser elaborados com muito cuidado, pois com ele
as ações da organização podem ser realizadas. Além dos projetos outro ponto muito
importante para a organização é o marketing, pois utilizando muito bem esta
ferramenta os projetos da organização terão uma melhor apresentação e
consequente, uma melhor captação de recursos. Ainda no contexto do marketing é
40
importante destacar o marketing social, ferramenta que busca estabelecer uma
relação de mudança de comportamento ou idéia sobre o cidadão beneficiário. Para
entender melhor sobre este assunto, no próximo tópico será apresentação do
marketing e marketing social.
2.4 MARKETING SOCIAL
O marketing foi criado inicialmente para atender as necessidades
organizações que visam lucros, com o passar do tempo, foram surgindo outras
organizações com outros objetivos não sendo principal o lucro, mas sim buscar
resultados positivos, para a melhoria das condições sociais. Diante destas
necessidades, surgiu o marketing social.
Para um melhor entendimento de marketing social, é importante definir,
primeiramente, o que é marketing, utilizando um enunciado clássico reelaborado por
Kotler (2000) é um processo social por meio do quais pessoas e grupos de pessoas
obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre
negociação de produtos e serviços de valor com outros.
Em uma visão mais ampla, Las Casas (1993) afirma que o marketing é uma
área do conhecimento que engloba atividades direcionadas às relações de trocas,
orientada para a satisfação dos desejos e necessidades dos clientes, visando
alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre
o meio ambiente de atuação e o impacto destas relações com a sociedade.
Já para Richers (2001), marketing está voltado para a busca e realização de
trocas com seu meio ambiente, visando benéficos específicos, com atividades
sistemáticas de uma organização.
Ferrel (2005) acrescenta que o marketing tem como meta conectar as
organizações com seus clientes, afirma ainda que o marketing é relacionado hoje
em dia com as necessidades humanas e sociais, portanto é preciso ter cautela no
momento de utilizar o marketing como ferramenta e deve – se ter certa atenção no
que diz respeito às questões éticas e sociais para não gerarem efeitos negativos.
Kotler (1998) apresenta uma ferramenta do marketing, que é chamado de mix
do marketing, este é constituído por várias atividades, sendo de difícil distinção. Com
objetivo de distingui-las, estudiosos formularam um programa chamado 4P’s, que
seriam o preço, o produto, a praça e a promoção. Este mix de marketing procura
41
demonstrar que cada P abrange varia atividades. A seguir será detalhado o
significado de cada P.
Produto: para Kotler e Armstrong (2003) o produto é o primeiro P do mix do
marketing, ele assume uma grande importância no mercado, pois é através dele que
surgem todos os outros itens, ele deve atrair os clientes e provocar o desejo de
compra. Produto é algo que é oferecido ao mercado que satisfaça uma necessidade
ou um desejo. São considerados produtos bens físicos, serviços, eventos, pessoas,
lugares, organizações ou uma mistura desses itens.
Preço: para Kotler e Armstrong (2003) Preço é um item de muita relevância
no mercado, e deve ser trabalhado com muitas estratégias pelas empresas, pois são
exatamente elas que vão definir as margens de lucro da empresa. Preço é a soma
de todos os valores que os consumidores estão dispostos a pagar em troca dos
benefícios do produto. É o elemento mais flexível do mix de marketing.
Praça: para Kotler (1998), Praça está relacionada aos canais de distribuição
dos produtos, ou seja, onde ele estará disponível para que os clientes realizem a
compra. Praça ou distribuição "envolve as atividades da empresa que tornam o
produto disponível para o consumidor-alvo”.
Promoção: Segundo Kotler (1998), promoção significa "as atividades que
comunicam os atributos do produto e persuadem o consumidor-alvo a adquiri-lo". Já
Las Casas (1997) descreve, promoção significa comunicação. O administrador de
marketing deve se preocupar com as várias formas, que sejam eficientes, para
informar aos consumidores a respeito dos seus produtos, serviços ou formação da
própria imagem da empresa.
Kotler (2000) conclui que a definição de um mix de marketing que represente
claramente o foco e o posicionamento da empresa reduz a dependência do
mercado, pois possibilita manter os clientes, diminuindo a ação da concorrência, o
mix diminui também a falta de qualidade, pois a oferta é adequada ao cliente,
possibilitando escolher o ponto mais adequado, como também age diretamente nos
problemas de comercialização e concepção de produtos, trazendo como
conseqüência clientes satisfeitos, vendas e lucros, podendo ainda aumentar ou criar
demanda no mercado externo, além de auxiliar na criação de uma política de custos.
No entanto, Mccarthy e Perreault (1997) descrevem que o conceito de
marketing tem importância não só para organizações privadas, mas também para
organizações do Terceiro Setor, pois da mesma forma que as organizações do
42
Segundo Setor precisam de recursos e apoio para sobreviver em suas atividades, às
organizações do Terceiro Setor possuem esta mesma necessidades.
Neste contexto, Kotler (1978) descreve que marketing social é a
implementação e controle de programas que procuram aumentar a aceitação de
uma idéia social num grupo-alvo. Utiliza conceitos de segmentação de mercado, de
pesquisa de consumidores, de configuração de idéias, de comunicações, de
facilitação de incentivos e a teoria da troca, a fim de maximizara reação do grupo –
alvo.
Para Kotler e Roberto (1992) o termo marketing social apareceu pela primeira
vez em 1971, para descrever o uso de princípios e técnicas de marketing para
promoção de uma causa, idéia ou comportamento social, desde então, passou a
significar uma tecnologia de gestão da mudança social, associada ao projeto,
implantação e controle de programas voltados para o aumento da disposição de
aceitação de uma idéia ou pratica social em um ou mais grupo de adotantes
escolhidos como alvo.
Segundo Cobra (1986), o marketing social é conceituado como um
intercâmbio de valores não necessariamente físicos nem econômicos, mas que
podem ser sociais, morais ou políticos, sendo utilizado para vender idéias ou
propósitos que proporcionem bem-estar à comunidade.
“O marketing social vem sendo descrito como o “quarto estágio” de
desenvolvimento do marketing. Mas algumas vezes é visto apenas como uma
resposta ao movimento do consumismo, do marketing comercial” (ZENONE, 2006).
Para Zenone (2006), o marketing social é a extensão de marketing ao longo
de sua dimensão e substantiva, isto é o aumento das áreas relativas ao marketing
para focar os interesses ao longo prazo dos consumidores e da sociedade.
Marketing social é um modelo de gestão voltada para as transformações
sociais com base na mudança de comportamentos e atitudes, individuais e coletivas
(KOTLER, 1978).
Para Sins e Souza (1999), “Marketing social é o uso das técnicas e
ferramentas do marketing tradicional, para promover a adoção de comportamento
que desenvolverá a saúde e o bem-estar de um público-alvo específico ou da
sociedade como um todo”.
Segundo Drucker (1997) “embora o marketing para uma instituição sem fins
lucrativos utilize muitos dos termos e mesmo muitas das ferramentas usados pelas
43
empresas, ele é na verdade muito diferente, porque a instituição está vendendo uma
coisa intangível”.
O mesmo autor (1997) afirma que a definição da estratégica de marketing
correta para os serviços da instituição sem fins lucrativos é a primeira tarefa
estratégica básica, ela necessita conhecer o mercado. Ela necessita de um plano de
marketing, com objetivos e metas específicos.
Kotler e Roberto (1992) explicam que, para uma campanha de mudança social
ser sucesso ela deverá ser parecido com uma campanha comercial. Eles trazem
cinco fatores importantes como alvo:
A Força. A intensidade da motivação de uma pessoa para o objetivo resulta
de uma predisposição antes do recebimento da mensagem e do nível de
estímulo desta.
A Direção. O conhecimento de como e onde responder positivamente aos
objetivos de uma campanha, ou seja, a presença de um meio para a
consecução dos objetivos.
O Mecanismo. A existência de um órgão, repartição ou estabelecimento
varejista que permita que a pessoa transforme a motivação em ação.
Adequação e Compatibilidade. A capacidade e a eficácia do órgão na
realização de seu trabalho.
Distância. A avaliação, pelo indivíduo, da energia e do custo necessário para
modificar uma atitude ou um comportamento em relação a recompensar.
Ainda Kotler e Roberto (1992) complementam que marketing social é uma
estratégia de mudanças de comportamento, ele combina os melhores elementos das
abordagens tradicionais da mudança social um esquema integrado de planejamento
e ação, além de aproveitar os avanços na tecnologia das comunicações e na
capacidade de marketing.
Fontes (2001) descreve que a maior crítica em relação ao uso exclusivo dos
meios massivos de comunicação deve-se à limitação dos processos de mudança de
comportamento a uma estratégia orientada unicamente à promoção da saúde
pública, ou seja, marketing não é promoção.
44
Fontes (2001) complementa ainda, que no entendimento de diversos autores
sobre marketing é o já consagrado conceito de mix do marketing, a promoção é
apenas um dos quatro “P” do marketing, sendo os outros três produto, preço e ponto
de distribuição. Neste sentido pode-se indicar algumas características encontradas
em relação a cada um dos “P”, desenvolvida na área social que favorecem o
sucesso de sua implementação, que são:
Produto: Muitas vezes, o produto social não é definido corretamente, ou seja,
não se define o conhecimento, a atitude ou prática que se quer promover. É comum
encontrar projetos que querem disseminar atitudes de saúde ou educação, mas não
esclarecem exatamente qual o produto social que está sendo oferecido. Segundo
Fontes (apud KOTLER e ROBERTO, 1989) o produto social é definido como idéias e
práticas a serem “vendidas”.
Preço: Talvez tenha o papel mais importante para a adoção de um produto social
já definido. O preço estabelece uma relação direta entre o comportamento e as
vantagens e custos de sua adoção. O maior avanço em relação à análise de preço
está na identificação de custos e benefícios intangíveis para adotantes.
Ponto – de – distribuição: Intuitivamente, muitos programas sociais obtiveram
grande êxito com as adoções de novas estratégias de ponto – de – distribuição. Na
área da saúde pública, o caso mais exemplar são as intervenções de agentes de
saúde, ou seja, aproximação da oferta dos produtos sociais às demandas
específicas.
Promoção: Em razão da ampliação do conceito de marketing para algo que não
está restrito apenas à propaganda e aos meios de comunicação massivos, como
rádio e televisão, cabe, também, uma análise mais específica, Fontes (apud
KOTLER e ROBERTO, 1989) em relação ao fundamentos do “P” da promoção no
marketing social. A melhor forma de entender as estratégias de promoção é a
inversão da lógica que define as estratégicas de ponto - de – distribuição, ou seja,
promoção é qualquer estratégia utilizada para aproximar a demanda à oferta dos
produtos sociais.
Público - adotante: O público – adotante nunca foi considerado um dos “P” do
marketing social, pois, assim como no marketing comercial, se acreditava que o
exercício de segmentação, o qual precede qualquer plano de marketing, já definiria o
público.
45
Pessoal: Outro avanço em relação à definição de estratégia de marketing social
é o conceito de “Pessoal” ou indivíduos capacitados para a gestão de um
determinado programa. Nesse conceito, verifica-se também uma diferença entre a
aplicação do conceito de pessoal entre o marketing comercial e social.
Fontes (2001) define marketing social como:
Marketing social é a gestão estratégica do processo de introdução de inovações sociais a partir da adoção de comportamentos, atitudes e praticas individuais e coletivas orientadas por preceitos éticos, fundamentados nos direitos humanos e na equidade social.
Segundo Melo Neto e Froes (2001), empresas desenvolvem projetos sociais com
dois objetivos, exercer filantropia empresarial e desenvolve estratégias de marketing
com base nas ações sociais. Neste contexto, Melo neto e Froes (2001) apresenta as
modalidades que são denominadas de marketing social:
Marketing de filantropia: fundamenta-se na doação feita pela empresa a uma
entidade que será beneficiada;
Marketing de campanhas sociais: significa veicular mensagens de interesse
público através de embalagens de produtos, organizar uma força de vendas
para determinado percentual ou dia de vendas ser destinado a entidades, ou
veicular em mídia televisiva como em novelas;
Marketing de patrocínio dos projetos sociais: o patrocínio pode ser a
terceiros, com as empresas atuando em parceria com os governos no
financiamento de suas ações sociais, como o Programa Comunidade
Solidária, e também o patrocínio próprio, em que as empresas, através de
seus institutos e fundações, criam seus projetos e implementam-nos com
recursos próprios;
Marketing de relacionamento com base em ações sociais: utiliza o pessoal de
vendas da empresa para orientar os clientes como usuários de serviços
sociais;
Marketing de promoção social do produto e da marca: a empresa utiliza o
nome de uma entidade ou logotipo de uma campanha, agregando valor ao
seu negócio e gerando aumento de vendas.
46
Neste contexto, o marketing, voltado para organizações comerciais, visa
principalmente resultados financeiros, já o marketing empregado na divulgação de
organizações do Terceiro Setor que não visam lucro, serve para ajudar a mostrar a
transparência de retorno em relação às obras realizadas por estas, afim de, atrair
financiadores, colaboradores e investidores para projetos e campanhas sociais.
Para o marketing comercial, os produtos divulgados são bens e serviços, no entanto,
para o marketing social, o produto principal de divulgação é a causa social em
questão.
47
3. ASPECTOS METODOLÓGICO
Neste capitulo será apresentado à metodologia do trabalho. Segundo Minayo
(1994) a metodologia estabelece o caminho do pensamento e da pratica utilizados
para a abordagem da realidade, com determinado objetivo, envolvendo um conjunto
de técnicas e concepção teóricas, bem como o “sopro divino do potencial criativo do
investigador”. Para Azevedo (1997), a evidência do referencial metodológico que
orienta o pesquisador na busca das fontes e das ferramentas auxiliares de sua
pesquisa.
Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos
científicos em sua gênese e em seu desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma
“metrologia” ou tecnologia da medida dos fatos científicos. Para Strauss e Corbin
(1998), o método de pesquisa é um conjunto de procedimentos e técnicas utilizados
para se coletar e analisar os dados. O método fornece os meios para se alcançar o
objetivo proposto, ou seja, são as “ferramentas” das quais fazemos uso na pesquisa,
a fim de responder nossa questão.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
O presente estudo é descrito como uma pesquisa de natureza descritiva,
caráter qualitativo e quantitativo e também se caracteriza como um estudo de caso,
analisado o ambiente interno e externo da Associação Beneficente de Ampara à
Infância e Assistência Social, bem como verificando as necessidades e as
oportunidades para propor um plano de captação de recursos.
Segundo Bervian (1983), “pesquisa descritiva observa, registra, analisa e
correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulação”. Já para Malhorta
(2004), “o principal objetivo da pesquisa descritiva é descrever alguma coisa -
normalmente características ou funções de mercado”. E para Mattar (1997), as
pesquisas descritivas “são caracterizada por possuírem objetivos bem definidos,
procedimentos formais, serem estruturadas e dirigidas para solução ou avaliação de
alternativas de cursos de ação”. A pesquisa possui característica predominante
qualitativas com aporte quantitativo.
Para Silva & Menezes (2000) o caráter qualitativo descreve-se como:
48
”a pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e atribuição de significados são básicos nos processo qualitativo. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem”.
Em outro contexto, Roesch (1999) descreve a pesquisa de caráter qualitativo
como uma alternativa metodológica de pesquisa que pode ser apropriada para
qualquer dos tipos de projetos. E conforme Liebscher (1998) descreve, os métodos
qualitativos são importantes quando o fenômeno em estudos é complexo, de
natureza social e não tende a quantificação.
Para Richardson (1985), o estudo de caso não é o estudo de um objeto, mas
de um fenômeno, o que neste estudo significa a análise do processo de importação
na empresa estudada. Já Yin (2001) trata dos estudos de caso por meio da coleta
de evidências. Para Richardson (1999), estudo de caso expõe que este tipo de
pesquisa trata de compreender os significados e características situacionais
apresentada pelos entrevistados, em lugar de produzir medidas quantitativas de
características ou comportamentos.
A pesquisa quantitativa é caracterizada, segundo Richardson (199):
[...] pelo emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas, desde a mais simples como percentual, média, a mais complexa, como coeficiente de correlação e analise de regressão.
Com base no contexto deste estudo, observa-se que ele se caracteriza
como uma pesquisa de caráter qualitativo e quantitativo, pois só um método, a
pesquisa, não será suficiente para alcançar os objetivos da pesquisa, sendo
necessária a realização de entrevistas com organizações do Terceiro Setor que tem
uma boa captação de recursos. Também se caracteriza como um estudo de caso,
no qual se tem a preocupação de identificar a relação da organização em estudo
ABAIAS com as demais organizações pesquisadas e entrevistas na forma de
captação de recursos. O estudo tem como objetivo a proposta de captação de
recursos para a organização ABAIAS.
49
3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA
O referido estudo teve como população as organizações do Terceiro Setor da
Grande Florianópolis do Site Portal Transparência, e amostra as organizações do
Terceiro Setor disponível no Site do Portal Transparência.Sendo que a população
para Malhotra (2001) “a soma de todos os elementos que compartilham algum
conjunto de características, conformando o universo para o propósito do problema
da pesquisa”. E para Roesch (1999) a população é um conjunto de indivíduos ou
organizações que se tem preocupação de entrevistar para a finalidade especifica de
um estudo. Gil (2002) complementa que população é “um conjunto de elementos
que possuem determinadas características”.
Já amostra conforme Lakatos e Marconi (1991) apresentam que ela é “uma
parcela convenientemente selecionada do universo (população)”. E para Malhotra
(2001) amostra é um subgrupo dos elementos da população selecionado para
participação no estudo.
No entanto a população para a aplicação do questionário foi de 50
organizações e a amostra também correspondente a 50 organizações. Para a
entrevista a população e amostra foram de três organizações do Terceiro Setor,
sendo que essas foram escolhidas por se destacarem na Grande Florianópolis em
suas atividades e forma de captação de recursos. A pesquisa foi realizada por meio
do Site Porta Transparência, escolhido por corresponder as organizações
cadastradas da Grande Florianópolis, além do melhor acesso para contato no
responder dos questionários.
3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Neste item são apresentados os métodos empregados no levantamento de
dados, bem como os instrumentos de pesquisa utilizados para a análise documentos
(dados secundários). Para Mallhotra (2001) “os dados secundários são dados que já
foram coletados para objetivos que não os do problema em pauta”.
Segundo Oliveira (1999) na coleta de dados “verifica-se que a fase prática da
pesquisa inicia-se com a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas
selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos”. Para esse propósito,
50
os dados foram recolhidos em sua maior parte por meio de fonte primaria obtida com
questionários com as organizações.
O referido estudo foi realizado por meio de questionário e entrevistas, sendo
que para Rosch (2007), questionário “é um instrumento de coleta de dados que
busca mensurar alguma coisa”. Já Gil (1989) apresenta o questionário como: “a
técnica de investigação composta por um número de questões apresentadas por
escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças,
sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas”.
Já entrevista para Lakatos e Marconi (1985) é um procedimento usado na
investigação social para coletar dados, ou ajudar no diagnóstico ou tentar solucionar
problemas sociais, acontece em um colóquio entre duas pessoas em que uma delas
vai passar informações para a outra. Ainda neste contexto Paulilo (2007),
complementa que entrevista é o instrumento da análise da enunciação que se apóia
na dinâmica da entrevista e nas figuras de retórica como a metáfora, o paradoxo
facilita a interpretação e a compreensão, a produção das palavras é espontânea,
porém existe constrangimento devido à situação de se estar sendo entrevistado.
Os questionários foram enviados para 50 organizações do Terceiro Setor do
Site Portal Transparência, sendo respondidos apenas 36 questionários. A pesquisa
foi construída com perguntas fechadas, contendo três partes, abordando os
seguintes temas: 1º Perfil da Organização; 2º Recursos Humanos; 3º Captação de
recursos. O instrumento foi aplicado no período de 27/08/2012 e 06/09/2012 através
de e-mail e depois foi realizado o contato por telefone nos dias 13 e 14 do mês de
setembro de 2012, com o intuito de saber meios de captação de recurso que cada
organização adota e também conhecer sua estrutura O modelo de questionário se
encontra em anexo ao trabalho.
Também foi aplicada entrevistas estruturada com 3 representantes de
organizações do Terceiro Setor. Essas entrevistas foram feitas nos meses de agosto
e setembro no escritório de cada entrevistado. O roteiro de entrevistas foi construído
com 15 perguntas abertas, sendo que os dados foram coletados através de uma
conversa – sendo gravado com a autorização dos entrevistados. A realização da
entrevista teve como objetivo a busca de dados – informações sobre a captação de
recursos dessas organizações. O roteiro de entrevista se encontra em anexo ao
trabalho.
51
O estudo, em termos de coleta de dados a pesquisa se deu por meio de
aplicação de questionários com as organizações não governamentais e a entrevistas
com os representantes da ONGs, gerando dados primários. De acordo com
Mallhotra (2001) “os dados primários são gerados por um pesquisador para
finalidade específica de solucionar os problemas em pauta”.
3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Roesch (1999) descreve a análise de conteúdo como sendo o método que
busca classificar palavras, frases ou mesmo parágrafos em categoria de conteúdo,
utiliza-se desde técnicas simples até outras mais complexas, que se apóiam em
métodos estáticos. Já para Rudio (2002), o pesquisador deve utilizar uma serie de
técnicas para analisar o material que foi obtido.
Neste estudo, a análise dos dados foi realizada por meio de gráficos e
análises descritivas dos resultados do questionário e entrevista, correlacionando
com o referencial teórico e informações apresentadas pela organização ABAIAS.
52
4 RESULTADO
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
A Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social,
localizada no bairro Prado – Biguaçu surgiu há mais de vinte anos, quando três
mulheres sensibilizadas com o mundo a sua volta decidiram fazer algo por um
mundo melhor. Assim, dão início a um projeto que, com a ajuda de amigos,
alimentavam as crianças carentes de seu bairro e ainda mantinham a campanha de
leite e do enxoval. Nessa etapa, as crianças eram atendidas na própria casa de uma
dessas mulheres, que é a Dona Sonia. No entanto com o passar de dois anos
senhor Wilmar Silveira Cavalheiro esposo da Dona Sonia, empresta uma casa onde
se poder ter mais estrutura para as crianças.
A alimentação era oferecida três vezes por dia (café da manhã, almoço e
jantar), e as crianças entre 2 a 6 anos ficavam na associação para que os pais
pudessem trabalhar, os maiores de 7 a 15 anos apenas frequentavam na hora das
refeições. A seguir apresentará no quadro 6 uma relação de doadores nessa
primeira fase.
QUADRO 6 - DOADORES - PRIMEIRA FASE.
Doador Supermercado do bairro.
Doação - Doação de alimentos; - Doação de Leite.
Atividade realizada -Alimentação diária, - Entrega de leite para as famílias
Doador Empresa de transporte de Biguaçu
Doação -Doação de alimentos
Atividade realizada - Alimentação diária
Doador Pessoas físicas
Doação - Doação de alimentos; - Leite; - Enxoval; - Doações de brinquedos
e doces.
Atividade realizada -Alimentação diária; - Entrega de leite; - Campanha do enxoval,
natal, páscoa e dia das crianças.
Fonte: Dados da ABAIAS
Conforme o Quadro 6 apresenta os doadores neste período, se observa que
essas doações eram realizadas por duas empresas privadas e por pessoas físicas.
Nesta fase também era mantido as campanhas (da páscoa, dia das crianças, natal,
enxoval e a do leite) com doações e realizações de eventos (bingos, rifas e
53
pedágios). Por sete anos, este projeto seguiu em frente atendendo em media de 70
crianças e adolescentes, mas pelo fato de o bairro ter deixado de ser carente e com
dificuldade da ABAIAS manter essas refeições, este projeto foi finalizado.
Por um período, a associação ficou só com campanhas da páscoa que se
entregava cestas com doces, a do dia da criança com uma festa e entrega de doce,
a do agasalho com distribuição de roupas e cobertores e a do natal onde eram
distribuídos doces e brinquedos. Deixando nesta etapa de existir a campanha do
leite e a do enxoval. E essas campanhas foram realizadas na cidade de Biguaçu e
Bom retiro, sendo mantidos por doações, bingos, rifas e pedágios. Em 1999, o grupo
conseguiu regularizar a associação, tornando-a conhecida legalmente. Neste
período, o grupo percebeu que o projeto inicial não tinha ido à frente por um único
motivo: “não se deve dar o peixe e sim ensinar a pescar”. Foi assim que surgiu a
Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social (ABAIAS),
reconhecida juridicamente como Associação conforme o Estatuto (2006), e tem por
finalidade, o “pleno exercício da assistência beneficente, sendo: Social, Educacional,
Cultural, Recreativa, passa atender as necessidades do cidadão do bairro ou no
município, desde que haja necessidades”.
Neste período o grupo percebeu que o grande problema do bairro, não era
mais alimentação, pois maiorias dos pais dessas crianças já estavam trabalhando,
podendo alimentá-los adequadamente. O problema era que com os pais trabalhando
o dia todo, essas crianças permaneciam um período nas ruas, e consequentemente
estavam indo para criminalidade, sendo assim, o grupo viu a necessidade de ajudar
as crianças com um projeto no contra turno.
Esta nova fase da ABAIAS se desejava trabalhar com as crianças no período
escolar, por tanto a estrutura não suportava este tipo de atividade, sendo que nessa
sede só possuía uma pequena sala, e como no bairro possuía muitas crianças com
idade diferentes, ficaria inviável trabalhar com todas no mesmo local. Foi nesse
momento que com ajuda de um vereador a associação conseguiu um terreno, mas
isso era pouco, pois precisava também de uma estrutura para realizar as atividades.
No entanto um dos componentes o senhor Ademir possuía um terreno com uma
casa que não estava utilizando, ele se propôs a emprestar este terreno, sem
nenhum custo, esta casa estava em boas condições para que o projeto começasse,
sendo que este projeto era: reforço escolar e cidadania.
54
Neste projeto com ajuda de voluntários, a associação atuava em dois turnos
de atividades com as crianças do bairro, onde havia o reforço escolar, aulas de
danças e artesanatos. Nesta fase eram atendidas cerca de 60 crianças, estas
frequentavam o projeto no contra turno, ficavam na associação três horas onde
faziam os deveres, recebiam auxilio em matérias que estavam com dificuldades na
escola, também praticavam aulas de dança e artesanatos duas vezes por semana.
Para que este projeto fosse realizado, a associação possuía apoio de alguns
doadores, sendo assim, o Quadro 7 apresentará a relação desses doadores que
ajudavam na fase 2 e 3 da ABAIAS, onde a segunda fase era só realizada
campanhas e a terceira era realizadas as campanhas e o projeto reforço escolar e
cidadania.
Quadro 7 - 2ª e 3ª fase – Campanha e Projeto
Doador Centro de Eventos Petry
Doação -Disponibilidade do Salão; - Doação de Alimentos; - Doação de
roupas; - Disponibilidade de um espaço nos eventos da casa.
Atividade realizada
- Salão disponibilizado para apresentação das crianças (dança) e
realizações de bazar; - Doação de alimentos para a comunidade;-
Realização de bazares e campanha do agasalho; - Em cada baile,
ABAIAS tinha um espaço para comercializar um produto.
Doador Oficina Dêco
Doação - Doação brinquedo; - Doação de doces.
Atividade realizada - Campanhas de natal e páscoa.
Doador Pessoas físicas
Doação
- Doação de roupas; - Doação de brindes; - Doação de
brinquedos;- Doação de doces; - Doação em dinheiro; - Doação de
material escolar e livros; - Doação de um terreno.
Atividade realizada
- Realização de Bazares e campanha do agasalho; - Bingo e rifa;-
Campanha do natal, páscoa e dia das crianças; - Manutenção das
salas e pagamento das despesas fixas; - Aulas de artesanatos e
apresentação de dança; - Criação de uma Biblioteca. - Um terreno
próprio da ABAIAS.
Fonte: Dado da ABAIAS
Conforme apresenta o Quadro 7, na segunda e terceira fase, a ABAIAS teve
alguns doadores importantes, como o Centro de Eventos Petry que disponibilizava
seu espaço para ABAIAS realizar alguns eventos, conforme as fotos em anexo,
também doaram alimentos para associação doar no seu bairro, e eles sempre
55
estavam doando roupas, com essas doações ABAIAS conseguia realizar bazares e
campanhas de agasalhos, outra ajuda que o Centro de Eventos Petry prestava para
ABAIAS era disponibilizar um espaço nos bailes, onde os voluntários da associação
vendiam cachorro quente. Outro doador que se destaca na associação é a Oficina
Dêco, que até hoje apóia todas as campanhas de natal, páscoa e dia das crianças, e
outros doadores, são as pessoas físicas que são formadas pelos componentes e
amigos que apoiavam todas as atividades da ABAIAS, com estes doadores a
ABAIAS conseguiu levar em diante seu projeto.
No entanto, em 2010 o projeto não aconteceu, pois a sede emprestada da
associação estava com sua estrutura danificada, em cada chuva o telhado rebaixava
mais, para não ter problema com as crianças e por não ter recursos para reforma, a
casa foi devolvida para o senhor Ademir.
Após a entrega da casa ABAIAS só realizou suas campanhas, mas nesse
mesmo ano os componentes começaram a captar recursos para a construção de
uma pequena sede no terreno da associação, essa captação foi realizada através de
rifas, bingo e doações de pessoas físicas. E no ano de 2011 um vereador conseguiu
uma doação de R$ 5.000,00, onde se conseguir finalizar um pequeno salão e uma
biblioteca, e assim finalizando a construção. Com este espaço a ABAIAS começou
realizar pequenos eventos, como bingo e bazares, estes eventos era para a
realização das campanhas de agasalho e natal.
No entanto a ABAIAS atualmente não está atuando com nenhum trabalho
diretamente com crianças, pois não tem condições financeiras de manter os
funcionários e sua estrutura. As atividades realizadas hoje pela associação são
apenas campanhas, onde este ano de 2012 já foi realizada a campanha da páscoa e
do agasalho, e terá ainda a campanha do natal, sendo que as campanhas de
agasalho e do natal são realizadas nas cidades de Biguaçu e de Bom Retiro / SC.
Essas campanhas são realizadas basicamente com doações de pessoas
físicas que acreditam no trabalho prestado pela associação. Sendo que no natal é
quando a ABAIAS tem mais gastos para campanha ser realizada, pois é comprado
brinquedo e doces paras as duas cidades, e para obter estes recursos financeiros,
alem das doações das pessoas físicas é realizados alguns eventos, como: bingos,
jantares e brechós. No Quadro 8 será apresentado os doadores atuais da
associação.
56
Quadro 8 - 4ª fase – dias atuais – campanhas.
Doador Oficina Dêco
Doação - Doação brinquedo; - Doação de doces; - Doação de Brindes.
Atividade realizada - Realização de Bingos; - Realização de campanhas de natal,
páscoa e dia das crianças.
Doador Pessoas físicas
Doação - Doação de Brinde; - Doação de brinquedos; - Doação de doces;-
Doação de roupas; - Doação de dinheiro.
Atividade realizada
-Realização de bingos e rifas; - Campanhas de natal, dias das
crianças, páscoa e agasalho; - Pagamento das despesas fixas da
associação.
Fonte: Dados da ABAIAS
Conforme se observa no quadro 8 os doadores diminuíram nessa ultima fase,
pois não está tenho um trabalho diariamente com crianças, pois as despesas são
muito grandes, e as professoras que trabalhavam de voluntárias precisaram
trabalhar em outros locais, e como a ABAIAS não possui uma receita fixa não se tem
como contratar uma profissional para atender essas crianças. Mesmo assim a
associação ainda possui alguns doadores que em todas as campanhas estão
ajudando com o que pode. Ela conta muito a colaboração dos componentes que em
época de campanha doam alem de todo apoio com trabalho físico, também ajudam
financeiramente, por tanto hoje na associação, os componentes são os únicos
voluntários que prestam seus serviços nas campanhas e eventos.
Neste contexto, a ABAIAS não pretende ficar somente com as campanhas e
sim voltar atuar com as crianças que é seu foco, até por causa da grande violência
que vem crescendo no bairro. Pois a associação tem como objetivo além de dar
apoio pedagógico, é mostrar a essas crianças a importância de serem cidadã e
consciente dos próprios atos.
No entanto para as atividades da ABAIAS se tornarem realidade, ela precisa
buscar recursos financeiros e materiais, sendo que precisa no mínimo de dois
funcionários, uma secretaria e uma professora. Portanto a grande dificuldade da
ABAIAS é manter os recursos fixos para manter essas necessidades.
A Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social tem
uma grande importância no bairro onde está inserida, e já chegou atender 60
crianças em período escolar, hoje as crianças procuram a associação, querendo
voltar ao reforço, mas a organização não tem condições de atender a todos. A
57
ABAIAS sabe a grande importância que tem os estudos, e necessita de apoio para
seguir com esse projeto, pois a mesma tem a visão de que o estudo é a porta para o
futuro, o caminho mais seguro para uma vida digna.
4.2 RESULTADO DA PESQUISA
Neste capítulo será apresentado o resultado da pesquisa realizado com as 36
organizações do Terceiro Setor do Site Portal Transparência e descrição das
entrevistas realizadas com as três organizações locais do Terceiro Setor.
Primeiramente será apresentado o resultado da pesquisa e a seguir o resultado das
entrevistas.
O questionário foi formulado em três partes - primeira sobre a organização,
segundo sobre os Recursos Humanos e o terceiro Sobre a captação de Recursos,
sendo que será apresentado o resultado e análise de cada pergunta.
Gráfico 1 - Tempo de existência
Fonte: Dados da pesquisa
A análise dos resultados do Gráfico 1 aponta que 58% das organizações
estão acima de 10 anos de atividade, 28% entre de 6 e 10 anos e 14% estão entre 1
58
a 5 anos. Pode se observar que a grande parte das organizações pesquisadas estão
acima de 6 anos de atividades e sua maioria acima de 10 anos.
Gráfico 2 - Área de atividade
Fonte: Dados da pesquisa
No Gráfico 2, pode-se observar que 26 % são da área da educação e
pesquisa, 19% assitencial, 17% cultura e recreação, 12% meio-ambiente, 11%
direitos humanos, 8% saúde, 3% atuam em outras áreas, 2% deficiente físico e
somente 1% na terceira idade. No entanto a maioria das organizações estão
voltadas para a educação e pesquisa alcançando 26% das organizações do Terceiro
Setor.
59
GRÁFICO 3 – Âmbito de atuação
Fonte: Dados da pesquisa
Os dados apresentados no Gráfico, demosnstra que as organizações estão
atuando 56% no municipio, 22% estadual, 11% regional, 8% nacional e 3%
internacional. Se observa que mais da metade das organizações estão realizando
suas atividades e projetos no seu municipio, a pesquisa obtever 56% das
organizações.
GRÁFICO 4 - Beneficiario direto da Organização
Fonte: Dados da pesquisa
60
Pode - se observar no Gráfico 4, que houve um empate em relação do
número de beneficiário da organização, pois, 33% das organizações beneficiam
acima de 100 até 300 pessoas e também teve 33% acima de 500 pessoas, 28% até
100 pessoa e somente 6% acima de 300 até 500 pessoas. Pode-se concluir que as
organizações estão beneficiando o numero razoável de pessoas, sendo as duas
alternativas mais votadas se tem um grande número de beneficiários.
A partir do Gráfico 5, a analise entra no ponto Recursos Humanos.
GRÁFICO 5 - Quantas pessoas atuam diretamente na organização
Fonte: Dados da pesquisa
No Gráfico 5, se observa que as quantidades de pessoas que atuam
diretamente nas ações das organizações são de: 72% acima de 20 pessoas, 22%
entre 11 e 20 pessoas, 6 % entre 6 a 10 pessoas e nenhuma organização possui um
número inferior de 6 pessoas. Nesta pesquisa se pode chegar a conclusão que a
maioria das organizações já possuem uma quantidade grande de pessoas atuando
na organização, sendo o resultado foi de 72% das organizações possuem mais de
20 pessoas atuando.
O Gráfico 6, expõe a quantidade pessoas voluntárias nas organizações.
61
GRÁFICO 6 - Quantidade de voluntários na organização
Fonte: Dados da pesquisa
O Gráfico 6, demonstra que as organizações possuem de voluntarios
atuantes, sendo que, 36% acima de 20 pessoas, 28% de 11 e 20% pessoas, 22%
entre 1 a 5 pessoas, 11% de 6 a 10 pessoas e 3 % não possuem nenhum voluntário.
Neste contexto, pode-se analisar que 36 % das organizações possuem mais de 20
pessoas atuando como voluntários em suas ações e que existe 3% dessas
organizações que não possuem nenhum tipo de voluntariado.
GRÁFICO 7 - Número de pessoas remunerada na organização
Fonte: Dados da pesquisa
62
Neste Gráfico 7, observa-se a quantidade de pessoas remuneradas na
organização, sendo que 31% estão entre 6 a 10 pessoas, 25% acima de 20
pessoas, 25% entre 11 a 20 pessoas, 17% de 1 a 5 pessoas e 3% dessas
organizações não possuem nenhuma pessoas remunerada na organização. Pode-se
observar que essas organizações possuem mais voluntários que pessoas
remuneradas, sendo que no Gráfico 6 a porcentagem maior estava acima de 20
pessoas voluntárias e no Gráfico 7 a maioria das organizações tem entre 6 a 10
pessoas remuneradas. Com empate nas alternativas: acima de 20 pessoas e entre
11 e 20 pessoas, ambas com 25 % das organizações. No entanto pode concluir que
a maioria da organizações ainda estão com maior numero de voluntarios mas que
vem crescendo o numero funcionários.
GRÁFICO 8 - Grau de Instrução da equipe
Fonte: Dados da pesquisa
.
O Gráfico 8 apresenta o grau de instrução que a equipe das organizações
possuem, no qual apesquisa apresentou 53% das organizações possui o ensino
médio e 47% ensino superior. Pode-se observar que mesmo tendo uma quantia
maior no ensino médio, já se tem a preocupação em se qualificar, pois uma grande
parte das organizações do Terceiro Setor – Site Portal Transparência já tem o
ensino superior.
A partir do Gráfico 9 se abordará o ponto de captação de recursos,
começando com o volume arrecado por ano nas organizações pesquisadas.
63
GRÁFICO 9 - Volume de receita arrecada por ano.
Fonte: Dados da pesquisa
Pode-se observar no Gráfico 9 que 35% das organizações possuem um
volume arrecado anual superior a R$ 401.000,00, 26% estão entre R$ 201.000,00 a
R$ 300.000,00, 16% estão as organizações que arrecadam R$ 50.000,00 a R$
100.000,00, 16% também estão as organizações entre R$ 101.000,00 a R$
200.000,00 e 6% das organizações estão entre R$ 301.000,00 a R$ 400.000,00.
Neste contexto, pode-se dizer que a maioria das organizações estão com um
volume arrecadado anual superior de R$401.000,00.
Gráfico 10 - Área / Diretoria de Captação de Recursos.
Fonte: Dados da pesquisa
No Gráfico 10 pode-se observar que 58% das organizações não possuem
uma área de captação de recursos, sendo que 42% das organizações pesquisada já
64
existem uma área para captação de recursos. Neste contexto se observa que
mesmo a maioria das organizações não possuirem uma área especializada para
captação de recursos, já existem um grande percentual das organizações que já tem
uma área para a captação de recursos.
Conforme descreve Speak, Mcbride e Shipley (2002) a captação ou
mobilização de recursos é denominação para o processo de geração de recursos
das organizações sem fins lucrativos, sem distinção de qual fonte foi angariado.
Mobilizar recursos não significa apenas assegurar recursos novos ou adicionais,
mas também otimizar os recursos existentes (aumento da eficácia e eficiência dos
planos); conquistar novas parcerias e encontrar fontes alternativas de recursos
financeiros. O termo recursos pode ser usado para representar recursos financeiros
ou pessoas (recursos humanos), materiais e serviços (SPEAK;MCBRIDE; SHIPLEY,
2002).
GRÁFICO 11 - Como são realizadas as ações para obter novos recursos.
Fonte: Dados da pesquisa
No Gráfico 11 pode-se observar que 33% das organizações elaboram
projetos para a captação de recursos, 28% mantém contato mensalmente com o
patrocinador, 24% das organizações realizam eventos beneficentes e palestras, 13%
divulgam em mídia e 2 % possuem outros tipos de ações. Pode - se concluir que
65
33% das organizações utilizam a elaboração de projetos para a captação de
recursos.
Segundo a definição da ONU, projetos são empreendimentos planejados, que
abrangem um universo de atividades inter-relacionadas e coordenados, para que
possamos atingir objetivos específicos, com limites de tempo e orçamento. Para
Moussallem (2012) “Um bom projeto é aquele que é capaz de aglutinar informações
necessárias, com elementos básicos e com problemas realmente concretos, sem
jamais se esquecer da missão e dos objetivos da organização”.
GRÁFICO 12 - Como é obtida a captação de recursos
Fonte: Dados da pesquisa
No Gráfico 12, é demonstrado como as organizações obtem a captação de
recursos financeiros, sendo que 22% das organizações recebem recursos de
pessoas físicas, 20% de empresas privadas, 15% de prefeituras (governo
municipal), 14% possuem vendas de produtos e serviços próprios, 12% do governos
estatual, 9% obtem recursos por outros meios, 7 % do governo federal e somente
1% possui patrocinadores internacionais. Se conclui que a a maioria das
organizações sendo 22% obtem seus recursos por meio de pessoas físicas.
Segundo Bressan e Vieira (2011), aatividade de captação de recursos
ganhou, nos últimos anos, enorme importância epassou a ser vista como uma ação
que deve ser levada a cabo com maior dose deprofissionalismo, dada a sua
significância para a sobrevivência das instituições, visto que asmesmas não podem
66
ficar esperando que somente o governo forneça os recursos necessários para que
possam se manter, ou então ficar a mercê de doações, obrigando-as assim a
buscarem outras fontes investidoras e tornar a atividade de captação mais eficiente
e dinâmica.
Gráfico 13 - Maior rentabilidade.
Fonte: Dados da pesquisa
Pode-se observar no Gráfico 13 que 31% das organizações possuem maior
rentabilidade pela prefeituras, 23% são das empresas privadas, 17% pessoas
físicas, 11% do governo estadual e outras opções e 3 % são do governos estadual e
das venda de produtos e serviços criados pela própiria organização. Na pesquisa as
organizações do Terceiro Setor – Site Porta Transparencia, possuem uma maior
rentabilidade com a Prefeitura (governo municipal), sendo que 31% dessas
organizações tem maior rentabilidade com a prefeitura.
67
Grafico 14 - Forma de recebimento das doações
Fonte: Dados da pesquisa
No Gráfico 14, observa-se as formas de doações, sendo que 57% são
descinto em conta bancaria, 14% parceria com empresas de energa – água ou
telefone e 14% de outros meios, 11% das organizações não trabalham com
recebimento de doações e 5% faz cobrança em residencia. No entando mais da
metade das organizações do Terceiro Setor – Site Porta Transparência possui
doaçãoe por meio de desconto em conta bancaria.
GRÁFICO 15 - A organização possui recursos proprios.
Fonte: Dados da pesquisa
68
Pode –se observar que no Gráfico 15 que 56% das organização não possuem
recursos próprios e 44% tem recursos próprios para venda. Conclui-se que ainda a
maioria das organizações dependem de recursos de terceiros, mas que uma quantia
rasoável de organizações já possuem algum tipo de recursos próprios.
GRÁFICO 16 - Como é realizado a divulgação da ações e projetos
Fonte: Dados da pesquisa
Através do Gráfico 16 é observado que 25% das organizações pesquisada
divulgam suas ações e projetos por meio da internet, 18% panfletos, 17% folder,
11% painel informativo, 6% programa de rádio, 6% Bussdor, 6% programa de TV,
6% out-door e 4% são outros meios. No entanto a maioria das organizações do
Terceiro Setor – Site Portal Transparência, divulgam sua ações e projetos por meio
da internet.
4. 2.1 Análise das pesquisas
Pode-se observar que as organizações pesquisadas todas estão há mais de
um ano no mercado atingindo um grande numero de beneficiário e que a maioria
dessas organizações estão na área da educação e pesquisa. No quesito captação
de recursos, as organizações apresentam alguns pontos interessantes, o primeiro e
que nem todas as organizações possuem uma área especifica de captação de
69
recursos, no qual a própria equipe de atuação da organização que realiza os
projetos e buscam a captação de recursos. Outro ponto é a forma de captação de
recursos, sendo, que os projetos estão à frente, maioria dessas organizações
buscam recursos por meiode projetos e uma grande parte dos recursos ainda são
obtidos por pessoas físicas. No entanto as organizações já possuem outros meios
de captação de recursos, sendo governo, empresas e outros, como os recursos
próprios que de eventos, bazares entre outros que vem crescendo.
As organizações estão preocupadas em divulgar seus projetos e com
avanço da tecnologia se tornou mais fácil para esta divulgação acontecer, o que se
pode observar na pesquisa realizada, no qual as organizações utilizam algum meio
para divulgação de suas ações. A grande parte dos respondentes utiliza a internet
com seus sites, blogs e rede sociais.
Assim, pode-se com concluir que as organizações pesquisada estão
conseguir se manter com seus projetos e atingindo seus objetivos, sendo
transparentes apresentando os dados com clareza, quesitoimportante para uma
ONG permanecer na sociedade é realizar seu trabalho com dignidade e qualidade.
4.3 RESULTADO DA ENTREVISTA
As entrevistas foram realizadas com três representantes de organizações do
Terceiro setor que tem importante destaque na Grande Florianópolis, sendo o
primeiro entrevistado o Sr. Anderson, gerente executivo do ICOM (Instituto
Comunitário Grande Florianópolis), a segunda entrevistada foi a Sra. Deolinda,
assistente social da Orionópolis Catarinense e a terceira entrevista foi com a Sra.
Maria Marlene, coordenadora pedagógica do CEDEP (Centro de Educação e
Evangelização Popular).
As entrevistas tiveram como objetivo conhecer melhor a estrutura dessas
organizações, tendo o principal foco na capação de recursos. Foram realizadas 14
perguntas aos entrevistados, sendo que ocorreu nos meses de agosto e setembro
de 2012. Foi utilizado um gravador para ajudar na coleta dos dados.
A seguir será apresentado no Quadro 9 os dados coletados de cada
entrevista, sendo que cada pergunta apresentará as três respostas, entrevistado 1
(ICOM), entrevistado 2 (Orionópolis) e entrevistados 3 (CEDEP).
70
Quadro 9 - Dado da Entrevista
1. Qual área atuação da organização
Entrevistado 1
- A produção e disseminação de conhecimento sobre a comunidade;
- Proporcionar apoio para o desenvolvimento institucional à ONGS
que atuam na região da Grande Florianópolis;
- Apoio a pessoas físicas e jurídicas que desejam realizar
investimentos sociais de forma eficiente e integrada.
Entrevistado 2 - Entidade de assistência
Entrevistado 3 - Educação complementar.
2. Quais são as principais atividades desenvolvidas pela organização?
Entrevistado 1
-Mapeamento das organizações - apoio técnico e financeiro as
organizações - apoio ao investidor social e disseminação do
conhecimento.
Entrevistado 2
- Acolhimento de pessoas com deficiências físicas e mentais, no
entanto ela destaca que o foco é o trabalho com pessoas com
deficiências mentais, e complementa que para seguir com essas
atividades a Orionopolis possui uma equipe de psicólogo,
nutricionista, assistente social e enfermeiros.
Entrevistado 3
- Suas atividades são de sócio educativo nas atividades de: Ed.
Física, artes literária, recriando a escrita, tecnológica, capoeira e
percurção.
3. A organização tem missão, visão e valores definidos? Caso tenha, pode
descrever?
Entrevistado 1
- Missão:Promover o desenvolvimento comunitário por meio da
mobilização, articulação e apoio a investidor e organizações sociais.
- Visão da organização é: tornar-se referência, para investidores e
organizações comunitárias, na gestão de recursos, transparência
administrativa e qualidade técnica de investimentos sociais. -
Valores estão voltados para Articulação, Colaboração e parcerias,
Inovação, Qualidade, Transparência e Ética.
Entrevistado 2 - A organização não possui ainda missão, visão e valores, mas já
estão elaborando junto com a sua diretoria.
Entrevistado 3
- Missão: Propiciar, mediante praticas educativas diversificadas,
condições para que crianças e adolescentes das classes populares
atinjam um desenvolvimento mais pleno, contemplando tanto as
necessidades e direitos inerentes à sua faixa etária quanto a sua
71
capacitação para reconhecer e exercer seus direitos de cidadania”. -
Visão: “O Cedep busca inserir, incluir e integrar as crianças e
adolescentes das classes populares a partir de atividades que
permite interagir com ajuda mútua promovendo o desenvolvimento
dos mesmos”.
4. Quais os principais projetos sociais da organização?
Entrevistado 1
- Os principais projetos realizados no momento são: Floripa te quero
bem, fundo do empreendedorismo jovem, projeto fortalecer e
mapeamento do terceiro setor.
Entrevistado 2 - Seus projetos são: projeto cadeiras de rodas adaptadas e projeto
reciclando a vida.
Entrevistado 3 - O seu principal projeto é a inclusão e cidadania do projeto oficina
do saber.
5. Como sua organização se estrutura? Como a organização está
estruturada hoje? (organograma).
Entrevistado 1
- O entrevistado comentou que a organização possui um conselho
deliberativo, conselho fiscal, diretoria, executivo e consultor
(terceirizado) quando necessário.
Entrevistado 2 - A organização possui: direção, equipe da saúde, setor da
integração (serviço social), setor pedagógico, telemarketing.
Entrevistado 3
- A entrevista detalhou mais a organização, a estruturada é da
seguinte forma: 6 sala de aula 1 sala de coordenação pedagógica, 1
sala de coordenação geral, 1 sala da administração, 1 biblioteca, 1
sala de professor, 1 sala de informática, cozinha e refeitório, 3
almoxarifados, 3 banheiros masculinos, 3 banheiros femininos, 1
sala de assistente social, 1 sala de arte e 1 sala de atendimento
psicológicos. Com Presidente, Vice Presidente, Primeiro Tesoureiro,
Segundo Tesoureiro, Primeira Secretária, Segunda Secretária,
Conselho Fiscal, Setor Administrativo(Coordenação geral e
Finanças), Setor Pedagógico (Coordenação Pedagógica), Setor de
Serviço Social,Equipe de Educadores 2012 Funcionários CEDEP: (7
profissionais) e parceria com a Prefeitura de Florianópolis (6
profissionais), Monitores (2 funcionários), Setor
Nutricional(Cozinheiras e Auxiliar de Cozinha), Setor de Apoio (3
serventes ) e Serviços Contábeis.
6. As atividades e projetos da organização ocorrem por meio de voluntários
72
ou funcionários? Quantos voluntários e funcionários? Os funcionários e
voluntários possuem curso superior? Qual área?
Entrevistado 1
- Os números de voluntário são bem poucos, sua participação é só
em eventos. Nas atividades diárias, a organizações possuem
somente funcionários, sendo que estes funcionários são todos
graduados em diversas áreas, ele ainda comenta que a graduação
é um quesito importante para a contratação destes funcionários, já
os voluntários não há necessidade de graduação, pois eles atuam
somente em eventos que o ICOM realiza.
Entrevistado 2
- A organização possui 75 funcionários e mais 100 voluntários, estes
voluntários e funcionários possuem todos os níveis de escolaridade,
só é necessária a graduação, quando o funcionário vai exercer uma
área mais especifica. Ela ainda comenta que a participação dos
voluntários na maior parte é em eventos, no entanto existem alguns
voluntários que prestam seus trabalhos diariamente, que são
dentistas e clínicos gerais.
Entrevistado 3
- As atividades são realizadas pelos dois, sendo um grupo de
voluntários de mais ou menos 20 pessoas e uma equipe de
funcionários contratados pela organização de 22 e 06 pedagogos
cedidos pela Prefeitura de Florianópolis. Quanto ao curso superior a
maioria dos funcionários possui sendo uns até pós graduados e
outros sem graduação. Estes graduados são de diversas áreas
como: pedagogia, administração, arte e biblioteconomia, quanto aos
voluntários todos são aposentados, alguns com graduação.
7. A organização tem uma pessoa – equipe responsável pela captação de
recursos?Como é elaborada a captação de recursos?
Entrevistado 1
- A organização não possui uma pessoa e nem uma equipe para
captação de recursos, ele complementa que todos estão envolvidos
nessa captação de recursos. Sua captação é realizada através de
fundações nacionais e internacionais, empresas locais e pessoas
físicas.
Entrevistado 2
- A captação de recursos é feita pela Orionopolis através de
bazares, churrasco solidário todo segundo domingo do mês,
telemarketing e também possui convenio com as Prefeituras de São
Jose e Florianópolis. A organização não possui uma diretoria
especifica para captação, ela diz que o “único que sai para captar
73
recursos é o Padre Manoel, ele busca com empresário e amigos”.
Entrevistado 3
- A organização possui uma diretoria responsável pela captação de
recursos, sua captação é realizada através de convênios com a
prefeitura de Florianópolis, pessoas físicas, empresas nacionais,
empresas internacionais e fundações.
8. Quando é elaborado o planejamento das ações para captação de
recursos?
Entrevistado 1 O entrevistado diz que, “todas as pessoas que estão envolvidas
com o ICOM estão pensando mobilizar recursos o tempo inteiro”.
Entrevistado 2
O planejamento das ações para a captação de recursos é realizado
nos primeiros meses do ano, sendo que durante o ano é realizados
reuniões para se tratar dessas ações.
Entrevistado 3 É desenvolvido um planejamento financeiro e administrativo anual
para se prever e assim captar os recursos para todo o ano.
9. Quais são as principais fontes de recursos financeiro, material e humano
da organização?
Entrevistado 1
O entrevistado apresenta suas principais fontes de recursos, que
são: institutos e fundações internacionais, Institutos e fundações
nacionais, empresas, pessoas físicas, outras associações e receitas
financeiras.
Entrevistado 2
A entrevistada diz que suas receitas são através de doações de
pessoas físicas e empresas privadas, bazares, uma pequena ajuda
do governo.
Entrevistado 3
A entrevistada comenta que suas receitas são por meio de: doações
anônimas, Prefeitura Municipal, pessoas físicas, jurídicas e a
Benefest (festa que banca uma boa parte das despesas da
organização).
10. Quais são os principais parceiros da organização?
Entrevistado 1 O entrevista 1 diz que os principais parceiros são instituto CeA que
desde 2007 estão ajudando e algumas empresas locais.
Entrevistado 2 Já as entrevistada 2 e 3 comentam que seus principais parceiros
são a Prefeitura, empresas privadas e pessoas físicas
Entrevistado 3 Já as entrevistada comentam que seus principais parceiros São
empresas privadas, prefeitura e pessoas físicas.
11. A organização possui alguma atividade (produto ou serviço) de geração
de recursos financeiros próprios? Quais? Quem é responsável por estas
74
atividades? Qual é o setor da organização responsável?
Entrevistado 1
O entrevistado diz, que a não possui nenhum tipo de serviço e
produto que geram recursos próprios, mas ele argumenta que está
na hora da organização pensar em algo nesse sentido
Entrevistado 2 A entrevistada comenta que a organização possui bazares, eventos,
site e telemarketing,
Entrevistado 3
A entrevistada diz que produto ou serviço em si não tem, “mas
temos a Benefest que é uma festa para arrecadação de verba para
manter o funcionamento e pagar uma parte das despesas da
organização, é uma festa na qual é servido feijoada geralmente no
Lagoa Iate Clube, onde tudo é conseguido como doação de
parceiros e donos de restaurantes e cantores e bandas que tocam
na festa. Este ano vamos para 7ª festa, os responsável são um
grupo de voluntários”.
12. Em sua opinião, quais produtos / serviços o terceiro setor pode
desenvolver para auxilio na auto sustentabilidade?
Entrevistado 1
O entrevista diz que pode-se realizar oficina de conhecimentos com
palestras, ele ainda comenta que a organização tem que tomar
cuidado para não se tornar uma empresa, competindo com as
demais, saindo totalmente do seu foco.
Entrevistado 2
Para a entrevista um auxilio na auto sustentabilidade para
organização é a realização de eventos constantes como, bazares e
jantares.
Entrevistado 3
A entrevistada comenta que realizar festas grandes como é
realizada a Benefest, “neste caso acho que este tipo de festa bem
planejada e bem divulgada é uma ótima alternativa, pois é muito
bom o resultado, mas teríamos que ter outras festas e outros
parceiros para manter a organização sem dificuldades”.
13. Quais são os veículos de comunicação – marketing utilizado pela
organização na divulgação de suas ações – atividades?
Entrevistado 1
O entrevistado comenta que suas ações e atividades são divulgadas
por meio de: site, blog, rede social, estratégia de relacionamento
com o newsletter, universidade, TV, radio e outras associações.
Entrevistado 2 A entrevistada diz que as divulgação são realizadas por site e
telemarketing.
Entrevistado 3 A entrevistada diz que é utilizado para a divulgação de suas
75
atividades por meio de rede de televisão, autdoor, mídia jornalística
e o site.
14. A organização tem uma pessoa- área responsável pela elaboração de
projetos sociais?
Entrevistado 1
Não, e que não acha necessário ter uma pessoa só para a
elaboração de projetos, só quando é necessário elaborar um projeto
mais especifico ai sim, ele diz que pode contratar uma pessoa
responsável para este projeto, pois ter uma área só para projetos se
torna um custo a mais para organização. Ele diz que no ICOM, eles
mesmos que fazem os projetos, só quando é necessário, que se
contrata um consultor para apóiá-los.
Entrevistado 2
A entrevistada comentou que a organização não possui uma área
só pra realizar os projetos, mas acredita que é de suma importância
ter uma área de captação de recursos e de realizar os projetos, com
essa área teria mais captação de recursos e numa quantia maior, a
pessoa responsável estaria mais atenta onde buscar estes recursos.
Entrevistado 3
A entrevistada diz que “como havia comentado geralmente estes
projetos são feitos pela nossa diretoria e às vezes pela coordenação
do mesmo”.
Fonte: Dados das entrevistas
O Quadro 9 apresentado os dados obtidos nas entrevistas, onde a acadêmica
realizou durante o presente estudo, sendo que as perguntas das entrevistas fora
abertas e para coletar os dados foi utilizado um gravador.
4.3.1 Análise das entrevistas
Neste contexto, se observa que mesmo as organizações sendo de áreas
diferentes elas possuem pontos parecidos. No quesito captação de recursos se pode
analisar que as organizações, além de buscar apoios elas conseguem ter seus
recursos próprios, com os eventos, dependendo do evento pode ser tornar a receita
maior da organização. No entanto outro ponto positivo é que as organizações, não
estão só buscando recursos no seu meio, algumas até possuem doadores
internacionais, facilitando o seu crescimento.
Por tanto há uma divergência no ponto de ter uma área de captação de
recursos e projetos, para uma organização não é importante essa área já para as
76
outras duas organizações é necessário. Tendo uma visão diferente, um vê como um
maior custo e a outra vê como uma possibilidade maior de captar recursos. Tirando
esse ponto todas as organizações estão na mesma linha de captação de recursos,
claro com necessidades diferentes.
Essas entrevistas foram realizadas com os responsáveis de três
Organizações do Terceiro Setor, com interesse de conhecer a melhor a sua
estrutura e como a gestão está trabalhando com a organização, nas entrevistas a
acadêmica já tinha um roteiro das perguntas para que a conversa chegasse ao fim
desejado.
4.4 PROPOSTA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA ABAIAS.
Com base nos estudos e pesquisas realizadas foi realizada uma proposta de
captação de recursos para a organização ABAIAS, como segue no Quadro10.
Quadro 10 - Propostas Sugeridas
Propostas Sugeridas
Elaboração de
Projetos
Parceira -
Patrocinadores
Eventos
Beneficentes
Divulgação em
Mídia
- Parceria com
SESC;
- Parceria com
Prefeitura.
- Elaboração de carnê;
- Parceria com pessoa
que tenha credibilidade
na sociedade.
- Elaboração de
Jantares;
- Evento anual
-Realizações de
Bingos
- Realização de
Bazares.
-Divulgação da
ABAIAS;
- Parcerias com
empresas.
Fonte: Dados primários
Elaboração de Projetos
Neste tópico, será apresentada proposta que por meio de projetos a
Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social poderá captar
recursos.
No Quadro 11 será apresentado uma proposta de captação de recursos para
ABAIAS, no qual é sugerido uma parceria com SESC ( projeto Mesa – Brasil).
77
Quadro 11 - Parceria com SESC
Projeto Mesa Brasil
Objetivo Estratégia Ações Custo Cronograma
Obter
doações de
alimentos
mensais.
Cadastrar a
ABAIAS
devidamente no
programa Mesa
Brasil.
Com este projeto,
ABAIAS poderá
disponibilizar
alimentação para
as crianças, que
participam das
atividades da
associação.
Não tem
custo direto
Março a
Dezembro de
2013
Fonte: Dados primários
No Quadro 11 é sugerido uma parceria com o Sesc, sendo que o mesmo
possui um projeto que é o Mesa Brasil, com este recuso a ABAIAS poderá alimentar
as crianças que participam das atividades diárias da associação. Como identificado
na entrevista com a responsável pelo CEDEP, a organização possuem um parceria
Mesa Brasil, no qual recebem doações de alimentos podendo oferecer o café da
manhã, almoço e o café da tarde para suas crianças. É sugerido para ABAIAS
elaborar um projeto onde irá apresentar suas necessidades dessas refeições, pois o
intuito é dar as refeições podendo assim trazer mais crianças para o projeto.
No entanto para ABAIAS conseguir trabalhar com essas crianças é sugerido que
a associação realize outro projeto para buscar parceria com a Prefeitura de Biguaçu,
sendo que o objetivo desse projeto é a solicitação de professores e uma ajuda
financeira para as despesas mensais. Essa parceria é de grande valia, conforme no
que se pode observar nas pesquisas quanto nas entrevistas, às organizações
possuem um convenio com as prefeituras, e essas são as fontes mais rentáveis das
organizações. No entanto é proposto que os responsáveis da ABAIAS entrem em
contato com a assistência social, para conhecer melhor e como realizar convênios
com as mesmas. E nessa perspectiva o próximo tópico apresentará propostas para
a ABAIAS captar recursos financeiros com patrocinadores mensais.
Parcerias – Patrocinadores
78
Este tópico tem por objetivo captar recursos financeiros por meio de parcerias
e patrocinadores, sendo realizado por meio de carnês. No Quadro 12 apresenta-se a
proposta para iniciar a captação de recursos, a ser distribuído para amigos e
organizações locais.
Quadro 12 - Elaboração de Carnê
Fonte: Dados primários
O Quadro 12 sugere à criação de um carnê, onde este terá doze páginas
sendo para cada mês do ano, é proposto a criação inicialmente de 100 carnês para
que não haja desperdício, sendo que terá um custo no total de R$ 60,00 para a
confecção. Neste carnê estará disponível o número da conta corrente para que o
doador possa depositar, ou poderá ser pago na sede da associação, essas doações
poderão ser de qualquer valor, pois estes carnês não terão um valor especifico,
assim possibilitará qualquer doação.
Elaboração de Carnê
Objetivo Estratégia Ações Custo Cronogra
ma
Obter doações
financeiras
mensalmente.
- Convidar os
amigos e
pessoas que
conhecem o
trabalho da
ABAIAS para
contribuição;
- Convidar as
empresas locais
para contribuir
financeiramente
com a ABAIAS
- Será feito uma
reunião com os
componentes onde
será oferecido para
cada um deles;
- Para as pessoas que
já realizam as doações
será oferecido este
carnê e apresentando o
motivo da confecção do
mesmo.
- Para as empresas
locais será marcada
uma reunião com as
empresas que doam
em época de
campanha, onde os
responsáveis da
ABAIAS irão apresentar
o projeto que este
recurso irá apoiar.
Serão
elaborados
inicialmente
100 carnês
no valor de
R$ 60,00 no
total.
Janeiro a
dezembro
de 2013
79
Para atingir estes possíveis doadores, é sugerido que elabore uma proposta,
demonstrando as atividades que serão realizadas com essas doações, essa
captação é sugerida que comece com as pessoas que já participam com doações
nas campanhas e também com empresas locais, como: a oficina Dêco, Centro de
Eventos Petry, Supermercado do Prado e Comercial Kastelo, pois essas pessoas e
empresas já conhecem a ABAIAS, se tornando mais fácil o primeiro acesso.
Com essa proposta ABAIAS terá doações mensais, possibilitando a
manutenção da sua sede e nas suas despesas, no entanto a doação que for
depositada é sugerida que utilize para uma despesa de urgência ou para a
campanha de natal.
A terceira proposta corresponde a realizar parcerias com pessoas bem
conhecidas - famosas no município ou na grande Florianópolis para ser o padrinho
(a) da organização e assim ter um valor agregado a ABAIAS. O Quadro 13
apresenta a proposta.
Quadro 13 - Parceria com pessoas de credibilidade na sociedade.
Parceria de credibilidade
Objetivo Estratégia Ações Custo Cronograma
Convidar um
padrinho (a)
para a
organização
ABAIAS.
- Identificar
pessoas com
credibilidade
conhecidas para
apadrinhar a
ABAIAS.
- Em parceria com
essa pessoa realizar
eventos para
captação de
recursos;- Em
parceria com essa
pessoa buscar
pareceria com
empresas;
Não terá
nenhum
custo direto
Janeiro a
março de
2013.
Fonte: Dados primários
O Quadro 13 demonstra a proposta sugerida que é uma parceria com
pessoas de credibilidade na sociedade, na conversa com o responsável do ICOM,
ele comentou que para uma associação começar a buscar recursos é viável que
tenha alguém conhecido, pois a associação ainda não está conhecida na sociedade
e fica mais difícil chegar aos doadores.
Sendo assim, é sugerido que essa pessoa seja a Senhora Ivania Marçal, pois
ela já foi assistente social destaque em biguaçu ela está sempre com atividade na
área social na cidade, sendo que estas atividades são da mesma causa do que as
80
atividades da ABAIAS, e ela também possui um grande conhecimento em
elaborações de projetos, podendo passar seu conhecimento para as pessoas
responsáveis da ABAIAS. Possuído outras contribuições para ABAIAS, como indicar
cursos e palestras para os componentes, apresentar a associação para as empresas
e pessoas físicas do centro de Biguaçu e outros bairros. Neste contexto é importante
que uma pessoa de credibilidade e conhecida esteja junta nessa captação de
recursos, pois ela abre as portas para associação mostrar seu trabalho. Já a quarta
proposta corresponde a atividades da ABAIAS na captação de recursos próprios,
que será apresentada a seguir.
Eventos Beneficentes
Neste tópico serão apresentadas as propostas de recursos próprios para
Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social. A primeira
proposta apresentada será a elaboração de jantares, conforme apresentado no
Quadro 14.
Quadro 14 - Elaboração de Jantares
Elaborar Jantares
Objetivo Estratégia Ações Custo Cronograma
- Realizar
jantares
beneficentes;
- Apresentar a
casa e
atividades a
população
local
- Buscar
parcerias com
empresas locais
para os insumos
do jantar;
- Convidar
chefes de
cozinha
conhecidos e
famosos na
região para
elaboração do
prato principal
do jantar.
- Visitas as
empresas locais
para busca dos
insumos;
- Convidar os
chefes de
cozinhas
conhecidos a
causa da
ABAIAS;
- Realizar a
venda dos
convites.
ABAIAS terá um
custo
aproximadamente
de R$ 500,00,
com as bebidas
vendidas.
- Março
- Junho
- Agosto
- Outubro
- Dezembro
Fonte: Dados primários
No Quadro 14 apresenta a proposta de elaborações de jantares em cada dois
meses, com esses jantares a ABAIAS terá uma interação com a comunidade maior,
e o lucro que tiver nesses eventos, a associação poderá manter suas despesas.
81
Conforme a entrevista com a representante da Orionópolis eles realizam eventos
como este todos os meses, estes eventos ajudam muito nas despesas que a
organização possui.
Para a realização desse evento é sugerido que os responsáveis busquem
apoio de empresas locais com doações de insumos para o jantar, também com
doações dos componentes como hoje é realizado, outro ponto que é sugerido que
ABAIAS busque apoio de um chefe de cozinha conhecido na região, mas para
começar ela pode utilizar os serviços da Elizandra Borges que trabalhou no
restaurante do Centro de Eventos Petry e tem conhecimentos de como fazer esses
tipos de jantares. No entanto para esse tipo de jantar a ABAIAS terá só despesa
com as bebida, sendo que ela só pagará pela bebida vendida, sendo num valor
aproximado de R$ 500,00, e seu ganho será na venda dos convites e das bebidas.
Já proposta seguinte corresponde a um evento de grande porte por ano,
conforme apresenta o Quadro 15.
Quadro 15 – Evento de grande porte
Evento anual
Objetivo Estratégia Ações Custo Cronograma
- Levar a
ABAIAS a
sociedade;
- Tornar este
evento
conhecido na
região
- Buscar
recursos
financeiros
para a
ABAIAS
-Buscar
parcerias com
algum
estabelecimento
grande da região
(ex CEPETRY);
-Buscar
parcerias com
músicos da
região;
- Buscar
parcerias com
empresas locais
para os insumos
do evento.
- Visitar empresas
que possuam um
salão ou espaço
para a realização
do evento;
- Convidar
músicos da região
para apoiar o
evento;
- Visitar as
empresas locais
para buscar
insumos.
- Realizar Venda
de ingresso
-Não terá
nenhum
custo direto.
Este evento
será realizado
no mês de
agosto.
Fonte: Dados primários
No Quadro 15 é sugerido um evento grande para ABAIAS, como uma feijoada
ou macarronada, mas este evento não será na sede da associação e sim num lugar
onde pode atingir um público maior, com este evento associação poderá manter
82
uma grande parte da suas despesas, de acordo com a entrevistada responsável do
CEDEP, a organização possui um grande evento que é uma feijoada, este evento
começou pequeno e hoje é um dos maiores recursos que a organização possui.
Para este evento acontecer é propostos que os responsáveis da associação
busquem parcerias com organização que possuem um espaço para eventos, como o
Centro de Eventos Petry ou Chalé de Vidro, pois as duas empresas são de Biguaçu
e tem ótimo espaço. Outro ponto é buscar parcerias com músicos locais, pois com
estes músicos poderá trazer mais pessoas para o evento e por último é buscar apoio
de pessoas físicas e empresas para obter os insumos do evento, junto com essas
empresas buscar doações de distribuidoras de bebidas, para que neste evento a
ABAIAS não tenha nenhum tipo de custo, e seu lucro será pela as vendas dos
ingressos. Já a terceira proposta conforme o Quando 16 é realizar bingos 3
vezes ao ano, sendo que nos dias atuais a ABAIAS já realiza dois ao ano.
Quadro 16 - Realizações de Bingos
Realização de Bingos
Objetivo Estratégia Ações Custo Cronograma
- Realizar
bingos
comunitários
para
captação de
recursos.
- Realizar a
captação de
produtos-
brindes para o
bingo com as
empresas
locais e;
- Realizar a
vendas
cartelas.
- Visitar
empresas locais
para buscar
brinde para o
bingo.
- Distribuir as
cartelas do
bingo para os
componentes
venderem;
Com as Bebidas
vendidas
aproximadamente
R$ 650,00
- Abril
- Julho
- Outubro
Fonte: Dados primários
No Quadro 16 é proposto a realização de bingos em mais vezes, pois nos
dias atuais a associação já realiza duas vezes ao ano. Com estes bingos terá
novamente uma maior integração com a comunidade, pois estes são realizados na
sede na mesma, e também obter lucros para as campanhas da páscoa, dia das
crianças e natal. Por ser quase tudo doado, ABAIAS não terá grandes despesas,
somente com as bebidas vendias.
83
Para estes bingos acontecerem é sugerido que os componentes da ABAIAS
visitem as empresas locais, como os bazares e supermercados e lojas de roupas e
calçados, para que os mesmos possam doar brindes para os bingos, sendo que
estes brindes também poderão ser doados por pessoas físicas, a alimentação será
doadas pelos componentes e a bebida será a única despesa da associação, sendo
que será só pago a bebida que for vendida. Já as comercializações das cartelas
serão através dos componentes, pois cada um levará no mínimo 5 cartela para
vender ou comprar. Sendo assim é sugerido que ABAIAS realize 3 bingos, sendo
que o lucro está focado para as campanhas. E para finalizar o tópico de eventos é
sugerido realizações de bazares, conforme o Quadro 17.
Quadro 17 - Realização de Bazares.
Realizar Bazares
Objetivo Estratégia Ações Custo Cronograma
Realizar
bazares de
vestuários e
calçados para
captação de
recursos da
ABAIAS
- Realizar
Captação de
materiais-
produtos para o
bazar com
pessoas físicas.
- Buscar com a
comunidade e
amigos doações
de materiais e
produtos que não
utilizam mais.
Não terá
custo direto
Março a
dezembro de
2013.
Fonte: Dados primários
No Quadro 17, é apresentada a última proposta de eventos com objetivo de
realizar bazares durante o ano de 2013. Como a associação recebe muitas doações
de roupas e sapatos e outros objetos, algumas seminovas e outras novas são
sugeridas que associação faça bazares. Sugere-se a realização de um bazar por
mês.
Com a realização destes eventos, ABAIAS terá um contato maior com a
comunidade e com a região, podendo apresentar resultado de suas atividades, se
tornando assim, mais conhecida e com mais credibilidade para a captação de
recursos. Outra forma que a ABAIAS poderá divulgar seus resultados serão pela
divulgação em mídia. Neste sentido, o próximo tópico apresentará as propostas que
Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social poderá utilizar
para a divulgação em mídia.
84
Divulgação em mídia
No entanto este tópico será apresentado uma proposta para Associação
Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social, que poderá utilizar através
da mídia. No Quadro 18 será sugerida a proposta de divulgação das atividades da
ABAIAS por meio das redes sociais e site.
Quadro 18 - Divulgação da ABAIAS
Divulgação da ABAIAS
Objetivo Estratégia Ações Custo Cronograma
-Atingir o
maior número
de pessoas;
- Divulgação
das atividades
da ABAIAS.
-Participar de
redes sociais;
-Criando blog e
um site com os
dados da
ABAIAS atuais.
- Se cadastrando
em redes sociais
mais conhecidas
do público.
- Elaborando um
site e um blog
com as
divulgações das
atividades e
projetos da
ABAIAS.
Não terá
custo direto. Janeiro a
maio de 2013
Fonte: Dados primários
No Quadro 18 é apresentada a proposta de divulgação que ABAIAS pode
utilizar na mídia, que são pelas as redes sociais e por um site. Conforme o resultado
da pesquisa, todas as organizações do Terceiro Setor disponível no site Portal
Transparência utilizam o meio eletrônico para a sua divulgação e também como
meio de captação de recursos. Para ABAIAS é sugerido que ela utilize as redes
sociais e blog para aumentar sua rede de relacionamento e para divulgar suas
atividades diariamente, ou semanalmente, para que as pessoas vejam a associação
em atividade, podendo também utilizar este meio para realização de suas
campanhas, como o facebook se pode comentar todos os dias sobre a campanha
que está sendo realizada no momento. E no site que está previsto para ficar pronto
no ano de 2013, é sugerido que utilize para as doações e também para a divulgação
de suas atividades. E com utilização do site é sugerido outra proposta, que é uma
parceria com empresas privadas que no Quadro 19 será mais bem explicado.
85
Quadro 19 - Parceria com empresas.
Parceria com empresas.
Objetivo Estratégia Ações Custo Cronograma
-Realizar
contratos por
um período
com
empresas.
- Buscar
empresas
privadas, que
tenham interesse
em realizar
doações.
- Elaborar uma
proposta para ser
apresentado na
empresa que será
a possível
doadora.
Não terá
custo
Essa proposta
poderá ser
realizada, no
ano de 2013
quando o site
estiver
finalizado.
Fonte: Dados primários
No Quadro 19 é elaborada uma proposta para ABAIAS, onde as pessoas
responsáveis da associação vão até as empresas escolhidas para apresentar
ABAIAS, e também sugerir uma parceria. Essa parceria seria de um contrato anual,
sendo que estas empresas pagariam um valor especifico por mês, para que sua
marca ficasse disponível no site e nas redes sociais, como uma parceira da ABAIAS.
Essas doações que serão mensais ajudarão nas despesas com funcionários e nas
despesas fixas.
4.4.1 Análise das propostas.
Essas propostas sugeridas se pode observar que não é nada de tão difícil
para a ABAIAS realizar, sendo que algumas ela já possui, só precisa modificar
alguns pontos. Estas propostas apresentadas são resultado da pesquisa e das
entrevistas realizada pela acadêmica, e segundo as organizações estas estão dando
certo.
Outro ponto muito importante é ABAIAS buscar recursos com organizações
que possam fazer suas doações mensais, pois com estes recursos associação
poderá seguir com suas atividades, é interessante também parcerias com pessoas
conhecidas, pois com elas a associação terá um melhor acesso na captação de
recursos. Só não pode deixar de lado é a integração com a comunidade, e estes
eventos propostos a associação poderá além de ter recursos, ela estará e com
contato com a comunidade, podendo apresentar seu trabalho realizado e ganhando
mais credibilidade.
86
Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social,
precisará está com sua equipe preparada para começar essas atividades, pois com
estas propostas, conseguirá apoio para realizar seus projetos. No entanto a ABAIAS
não precisará se limitar somente nessas propostas é evidente que com o passar do
tempo, a equipe estará mais qualificada para buscar projetos maiores e
conhecimento para obter outras parcerias.
87
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Este trabalho de conclusão de estagio teve como principal objetivo elaborar
um plano de captação de recurso para ABAIAS (Associação Beneficente de Amparo
à Infância e a Assistência Social), pois se observou no decorrer do estudo que a
ABAIAS, possui apenas pequenas ações de captação de recursos, sendo somente
eventos como bingo, rifas e bazares e doações esporádicas de empresas privadas e
de pessoas físicas.
No entanto estes recursos não são suficientes para manter suas
necessidades, pois, hoje a associação para continuar em atividade ela precisa
melhorar sua estrutura física, recursos para manter uma professora e secretária,
manter suas despesas e também precisa de pessoas com conhecimento na
laboração de projetos e na mobilização de recursos para que as atividades da
ABAIAS sigam em frente.
E para que se tornasse possível uma proposta de captação de recursos para
ABAIAS, foi analisada as formas de captação de recursos das organizações do
Terceiro Setor do Site Porta Transparência, o que se pode analisar que a maioria
das organizações, possui uma parceria com as prefeituras e que estas parcerias na
maioria se tornam mais rentável, no entanto também possuem parcerias com
empresas privadas e pessoas físicas, sendo que muitas mobilizam uma parte de
seus recursos através eventos ou comercialização de produto ou serviços.
Para Associação Beneficente de Amparo à Infância e a Assistência Social
este trabalho teve importância, pois este estudo teve como objetivo em buscar
proposta de recursos fixos para a associação. Sendo assim, este estudo trouxe
informações relevantes, como a estrutura e a captação de recursos utilizada nas
organizações do Terceiro Setor disponível no site Portal Transparência e essas
informações foram de grande valia, pois com estes dados foi possível realizar um
plano de captação para Associação Beneficente de Amparo à Infância e a
Assistência Social.
No decorrer deste trabalho a acadêmica teve uma ótima comunicação com a
equipe da ABAIAS, pois, quando possuía dúvidas os outros componentes
auxiliavam, sendo, que as duvidas foram maiores no levantamento das
necessidades reais da associação.
88
Ao final do presente trabalho foram sugeridas ações para captação de
recursos visando à sustentabilidade de associação e também a melhoria das
estratégias de captação de recursos atuais.
A titulo de sugestão futura propõe - se, a qualificação dos responsáveis pela a
captação de recursos, é importante que participem de palestras e façam cursos para
conhecer melhor essa área do Terceiro Setor, de captação de recursos e de como
realizar projetos. Sendo que a pessoa que for fazer estes cursos poderá ter outra
visão do setor e também saberá onde buscar estes recursos, principalmente na
elaboração de projetos, pois com um projeto bem elaborado não terá desperdício de
tempo.
Sendo assim, a realização do presente trabalho agregou à acadêmica,
conhecimentos teóricos e práticos, ampliando desta maneira, a capacidade de
elaboração de trabalhos acadêmicos e técnicas administrativas, que poderão ser
aplicada futuramente.
89
REFERÊNCIAS
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Anexo B - Modelo do questionário da pesquisa
1. Há quanto tempo à organização está atuando no mercado?
( ) Há menos de 1 ano( ) 1 a 5 anos ( ) Acima de 6 anos até 10 anos
( ) Acima de 10 anos
2. Qual é a área de atividade?
( ) Educação e pesquisa ( ) Meio – ambiente ( ) Saúde
( ) Direitos humanos ( ) Cultura e recreação ( ) Terceira idade
( ) Assistencial ( ) Deficiente físico
( ) Outras ( especificar ) ______________________________________
3. Qual é o âmbito de atuação dos programas/ projetos sociais?
( ) Municipal ( ) Estadual ( ) Regional ( ) Nacional ( ) Internacional
4. Qual é o número de beneficiarios diretos da organização por ano?
( ) Até 100 pessoas ( ) Acima de 100 até 300 pessoas
( ) Acima de 300 até 500 pessoas ( ) Acima de 500 pessoas
5. Quantas pessoas atuam diretamente nas ações da Oraganização?
( ) 1 a 5 pessoas ( ) Entre 6 a 10 pessoas ( ) Entre 11 e 20 pessoas
( ) Acima de 20 pesssoas
6. Deste número quantas pessoas atuam como voluntárias?
( ) Nenhuma ( ) 1 a 5 pessoas( ) 6 a 10 pessoas( ) 11 e 20 pessoas
( ) Acima de 20 pesssoas
7. Deste número quantas pessoas remuneradas atuam na organização?
( ) Nenhuma ( ) 1 a 5 pessoas ( ) 6 a 10 pessoas ( ) 11 e 20 pessoas
( ) Acima de 20 pessoas
8. Em relação ao grau de instrução, a maior parte de sua equipe (remunerado
e não remunerado) está agrupado em:
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( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior
( ) Pós - graduação
9. Em média qual o volume de receita arrecadado por ano?
( ) R$ 50.0000,00 a R$ 100.000,00 ( ) R$ 101.000,00 a R$ 200.000,00
( ) R$ 201.000,00 a R$ 300.000,00 ( ) R$ 301.000,00 a R$ 400.000,00
( ) Acima de R$ 401.000,00
10. A organização possui uma área – diretoria de captação de recursos?
( ) Sim ( ) Não
11. Como são realizadas as ações para obter novos recursos financeiros e
materiais?
( ) Elaboração de projetos ( ) Divulgação em mídia
( ) Eventos beneficentes e palestras; ( ) Contato mensalmente com
patrocinadores.
( ) Outros: _________________________________________________
12. Como é obtida a captação de recursos financeiros da organização?
(Assinale quantas alternativas forem necessárias).
( ) Patrocinadores internacionais ( ) Governo federal
( ) Governo estadual ( ) Prefeitura ( ) Empresas privadas
( ) Contribuintes particulares mensais ( pessoas físicas)
( ) Venda de produtos e serviços criados pela própria organização
( ) Outros: ___________________
13. Qual das opções acima tem uma maior rentabilidade?
( ) Patrocinadores internacionais ( ) Governo federal
( ) Governo estadual ( ) Prefeitura ( ) Empresas privadas
( ) Contribuintes particulares mensais ( pessoas físicas)
( ) Venda de produtos e serviços criados pela própria organização
( ) Outros: ___________________
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14. Qual a forma de recebimento das doações? (Assinale quantas alternativas
forem necessárias).
( ) Ficha de contribuição, desconto em conta bancaria
( ) Cobrança em residência ( ) Ficha de contribuição, parceria com empresas de
energia –água ou telefonia. ( ) Não trabalha com recebimento de doações
( ) Outros___________________________
15. A organização possui recursos próprios para venda? (como produtos /
serviços).
( ) Sim ( ) Não
Se sim, quais?_____________________________
16. Como é realizada a divulgação da sua organização, ações e projetos?
( ) Folder ( ) Bussdor ( ) Panfletos
( ) Programa de TV ( ) Programa de rádio ( ) Out-door
( ) Painel informativo ( ) Internet
( )Outros__________________________________________
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Anexo C - Modelo do roteiro da entrevista
1. Qual área atuação da organização?
2. Quais são as principais atividades desenvolvidas pela organização?
3. A organização tem missão, visão e valores definidos? Caso tenha, pode
descrever?
4. Quais os principais projetos sociais da organização?
5. Como sua organização se estrutura? Como a organização está estruturada
hoje? (organograma).
6. As atividades e projetos da organização ocorrem por meio de voluntários ou
funcionários? Quantos voluntários e funcionários? Os funcionários e voluntários
possuem curso superior? Qual área?
7. A organização tem uma pessoa – equipe responsável pela captação de
recursos?Como é elaborada a captação de recursos?
8. Quando é elaborado o planejamento das ações para captação de recursos?
9. Quais são as principais fontes de recursos financeiro, material e humano da
organização? (Governo, empresas...e outros)
10. Quais são os principais parceiros da organização?
11. A organização possui alguma atividade (produto ou serviço) de geração de
recursos financeiros próprios? Quais? Quem é responsável por estas atividades?
Qual é o setor da organização responsável?
12. Em sua opinião, quais produtos / serviços o terceiro setor pode desenvolver
para auxilio na auto sustentabilidade?
13. Quais são os veículos de comunicação – marketing utilizado pela organização
na divulgação de suas ações – atividades?
14. A organização tem uma pessoa- área responsável pela elaboração de
projetos sociais?