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PLANO DE CARREIRA DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO: UMA AVALIAÇÃO DO MERCADO CAREER PLANNING FOR EXECUTIVE ASSISTANT: A MARKET ANALYSIS Fernanda Saturnino Pires da Cunha Graduanda em Automação de Escritórios e Secretariado pela FATEC-SP E-mail: [email protected] Marina Evangelista Graduanda em Automação de Escritórios e Secretariado pela FATEC-SP E-mail: [email protected] Michelle Gonçalves da Silva Graduanda em Automação de Escritórios e Secretariado pela FATEC-SP E-mail: [email protected]

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Texto desenvolvido para auxiliar e esclarecer tópicos sobre o planejamento e a carreira de secretariado executivo.

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PLANO DE CARREIRA DO PROFISSIONAL DE

SECRETARIADO: UMA AVALIAÇÃO DO MERCADO

CAREER PLANNING FOR EXECUTIVE ASSISTANT:

A MARKET ANALYSIS

Fernanda Saturnino Pires da Cunha

Graduanda em Automação de Escritórios e Secretariado pela FATEC-SP

E-mail: [email protected]

Marina Evangelista

Graduanda em Automação de Escritórios e Secretariado pela FATEC-SP

E-mail: [email protected]

Michelle Gonçalves da Silva

Graduanda em Automação de Escritórios e Secretariado pela FATEC-SP

E-mail: [email protected]

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CAREER PLANNING FOR EXECUTIVE ASSISTANT: A MARKET ANALYSIS

PLANO DE CARREIRA DO PROFISSIONAL DE

SECRETARIADO: UMA AVALIAÇÃO DO MERCADO

RESUMO

Este estudo traz uma avaliação acerca do plano de carreira focado no profissional de

secretariado. O objetivo deste artigo é analisar a relação do profissional com o mercado

de trabalho e com a empresa em que atua, desta forma, evidenciando a importância de

um plano de carreira. A pesquisa foi realizada a partir de análises de perfis dos

profissionais (faixa etária, tempo de atuação na área, perspectivas de crescimento, etc.) e

o ambiente em que trabalham: se no setor privado ou no setor público. A partir dos

resultados, foi possível analisar como o planejamento de carreira é construído. Este

artigo trás uma contribuição à área de secretariado executivo e visa promover a

discussão e novas pesquisas a respeito do assunto.

Palavras- chave: Plano de Carreira; Profissional de Secretariado; Mercado de

Trabalho.

CAREER PLANNING FOR EXECUTIVE ASSISTANT:

A MARKET ANALYSIS

ABSTRACT

This study provides an assessment about the career planning focused on executive

assistant. The purpose of this article is to analyze the professional relationship with the

job market and the company in which it operates, therefore, highlights the importance of

a career plan. The survey was conducted from professional profiles analysis (age, work

experience in the area, growth prospects, etc.) and the environment in which they work:

if the private sector or the public sector. From the results it was possible to analyze how

the career planning is built. This article brings a contribution for the area of executive

assistant and aims to promote discussion and further research on the subject.

Key-words: Career Planning; Executive Assistant; Job Market.

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente é essencial para quem está ou quer entrar no mercado de trabalho, estar

atento a novos horizontes, não se prendendo a ultrapassadas e aparentemente

seguras funções. A carreira da secretária também passou por diversas mudanças ao

longo dos anos e hoje atua como agente facilitador e é elo entre os diversos setores

da empresa, clientes e fornecedores.

Não existe mais um caminho pré-definido para a ascensão profissional e tanto a

empresa como os empregados são responsáveis pelo desenvolvimento de carreira.

Dentro do Desenvolvimento de Carreiras, a carreira é uma sucessão ou sequência de

cargos ocupados por uma pessoa ao longo de sua vida profissional. A carreira

pressupõe desenvolvimento profissional gradativo e cargos crescentes mais elevados

e complexos (CHIAVENATO, I., 1999).

Da perspectiva do indivíduo, a carreira engloba o entendimento e a avaliação de sua

experiência profissional, enquanto, da perspectiva da organização, englobam

políticas, procedimentos e decisões ligadas a espaços ocupacionais, níveis

organizacionais, compensação e movimento de pessoas. Estas perspectivas são

conciliadas pela carreira dentro de um contexto de constante ajuste,

desenvolvimento e mudança (LONDON, M. e STUMPF, S.A., 1982).

A partir desse artigo pretende-se mostrar, a partir de informações coletadas por

meio de entrevistas com profissionais atuantes no mercado de trabalho, a situação

do profissional de secretariado que trabalha tanto em empresas públicas como

privadas quanto a existência de um plano de carreira, seja ele individual ou

oferecida pela própria empresa.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Na elaboração desse artigo científico foram utilizados como referencial teórico tanto

livros como artigos, a fim de proporcionar maior consistência ao tema abordado,

através de teóricos e estudiosos da área.

Autores como Chiavenato e Dutra darão embasamento teórico referente às teorias

administrativas, planejamento de carreira, suas definições, etapas, ferramentas e

papel das pessoas e empresas na construção de plano de carreira; para isso foi

optado por utilizar os livros Gestão de Pessoas: Desenvolvimento de Pessoas e

Organizações e o livro Administração de Carreiras: Uma proposta para repensar a

gestão de pessoas. Utilizou-se também uma monografia de TCC da Faculdade de

Tecnologia de São Paulo que tem como tema Planejamento de Carreira e a

utilização de técnicas para o sucesso profissional.

Em relação à mídia eletrônica, o site da revista de Gestão e Secretariado (GeSec) foi

o que deu subsídios à análise de artigos científicos correlatos ao tema abordado

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pelas autoras, retirando informações de relevância, que por ventura pudesse ser

encontrado, auxiliando no desenvolvimento do artigo em questão.

Além disso, com entrevistas coletadas de profissionais atuantes na área de

secretariado foi possível extrair informações relevantes à construção do artigo.

Acredita-se que esses referenciais teóricos, tanto impressos como em mídia digital,

servirão para concretização desse projeto, e este agregará aos estudantes da área

secretarial conhecimentos relevantes em relação à carreira escolhida.

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

A realização deste artigo tem por objetivo analisar se há e de que forma o plano de

carreira tem importância na vida do profissional de secretariado; e também as diferenças

do plano de carreira entre profissionais que trabalham no setor público e os que

trabalham no setor privado. Para isso, foi realizada uma pesquisa exploratória

envolvendo estudantes do curso de automação e secretariado da Faculdade de

Tecnologia de São Paulo, e também profissionais já formados e com maior tempo de

atuação na área de secretariado executivo.

Primeiramente, houve a pesquisa bibliográfica, utilizando como referência os

sites da revista GESEC (Revista de Gestão e Secretariado) e FENASSEC (Federação

Nacional das Secretárias e Secretários). A busca inicial guiou-se pela inserção da

palavra-chave: “lei”, na caixa de pesquisa do próprio site o que resultou em quatro

artigos científicos:

1- Características dos Cursos Superiores de Tecnologia e Bacharelado em Secretariado:

Um Estudo com Base na Interpretação das Diretrizes Curriculares.

Nesse artigo, são esclarecidas algumas dúvidas quanto à formação e atuação dos

profissionais formados na área de secretariado. Algumas das dúvidas esclarecidas são a

respeito da carga horária do curso, a oferta de idiomas e a nomenclatura dos cursos. E

também a importância da regulamentação da profissão, datada de 30/09/1985.

2- O Panorama do Cargo de Secretário Executivo em uma Instituição Federal de Ensino

Superior e as Implicações da Lei 11.091/2005.

Nesse artigo mostra-se que apesar de haver uma lei que regulamente a

profissão, a carreira de secretariado ainda encontra barreiras; há manobras para que

profissionais de outras áreas, como recepcionistas e administradores, atuem como

secretários. Porém, há uma abertura para esses profissionais no mercado, principalmente

no setor público e as autoras mostram esse panorama em uma Universidade Federal.

3- Análise dos Gêneros na Linguagem: A Atuação e o Preconceito Contra os Homens

na Área de Secretariado Executivo –

Esse artigo científico diz respeito às mudanças de gênero ocorridas durante o

passar dos tempos, em relação à carreira de secretariado. Analisando o porquê de ter se

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tornado uma área quase que, predominantemente, feminina. Tendo a “hierarquia como

outro fator de consolidação do poder, sobrepondo o gênero masculino ao feminino

(Executivo e Secretária).”, além de remeter aos “homens no campo político e do

trabalho (produção) e as mulheres no doméstico (reprodução).” São destacadas também

concepções socioculturais entre os gêneros no mercado de trabalho e os fatores

históricos que de uma forma ou outra implicam na constituição da profissão como se

conhece hoje em dia.

4-A Profissão e Atuação do Secretário Escolar no Ensino Público e Privado em Escolas

de São Sebastião-DF-

No texto, são discutidas as observações feitas em escolas públicas e privadas de

São Sebastião-DF sobre a atuação e as atribuições do secretário na sua rotina de

trabalho, e as diferenças entre o trabalho em cada instituição.

Também buscou-se a palavra-chave: “plano de carreira” e foram encontrados os

seguintes artigos:

1- Retenção de Talentos na profissão de Secretariado.

Nesse artigo, abordam-se as formas de retenção de talentos, com a valorização

do profissional através da confiança em propor tarefas mais desafiadoras e do seu

alinhamento com os valores da empresa. O salário não é mais o principal incentivo, o

profissional quer um plano de carreira bem estruturado, buscando sempre o crescimento

pessoal e profissional.

2- Análise das competências secretariais requeridas pela Universidade Federal de Santa

Catarina em comparação ao perfil profissiográfico¹ do secretário executivo.

O artigo aborda a atuação dos profissionais de secretariado em universidades

federais, mais especificamente na Universidade Federal de Santa Catarina. Além de ter

como foco discutir sobre o modelo de gestão por competência, como as atribuições

desses profissionais foi adequado ao contexto dessas instituições, e apresentar

estratégias, a fim de conciliar as competências dos profissionais à instituição,

desenvolvendo e aumentando-as. Nessas instituições não existem definições de

competência, nem definição de cargo ou programas de capacitação do secretário

executivo.

Analisaram-se os seis artigos para verificar se havia algo referente ao plano de

carreira na área de secretariado. Somente um dos artigos citou o plano de carreira.

Para o melhor desenvolvimento deste artigo, foi aplicada uma entrevista direcionada a

estudantes e profissionais de secretariado que trabalham em órgãos públicos e privados.

Os profissionais trabalham em locais como a IBM, VOLKSWAGEM, USP, FATEC-

SP. As respostas fornecidas permitiram a análise de pontos de vistas diferentes acerca

de questões feitas com o mesmo conteúdo. Dessa maneira, pretende-se viabilizar o

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resultado dessa análise que explora as expectativas dos profissionais em relação a sua

carreira.

4 APRESENTAÇÃO DAS ENTREVISTAS

1. Os profissionais que realizaram a pesquisa estão em uma faixa etária de 18 a 34 anos

na média.

Percebe-se uma característica de que são profissionais jovens, que estão ingressando no

mercado de trabalho/ de pouca a média experiência, sendo a faixa etária média da

população economicamente ativa.

Figura 1 - Idade

Fonte: Elaborado pelas autoras

2. Ao analisar o sexo dos entrevistados, nota-se que os atuantes na área são, em sua

maioria, do sexo feminino. Essa predominância é devido a fatores históricos e

socioculturais relativos ao profissional de secretariado, tais confirmações têm como

base o artigo científico pesquisado na resista GESEC com título: Análise dos Gêneros

na Linguagem: A Atuação e o Preconceito Contra os Homens na Área de Secretariado

Executivo.

16%

17%

17% 17%

33%

IDADE DOS ENTREVISTADOS

24 anos 25 anos 27 anos 30 anos 34 anos

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Figura 2 - Sexo

Fonte: Elaborado pelas autoras

3. No item “local de trabalho” observa-se que há no contexto geral dos atuantes da área,

dois entrevistados que correspondem a 33,33% no setor público, três entrevistados que

correspondem a 50% do setor privado e o último, no momento, não está no mercado de

trabalho e corresponde a 16,67% dos entrevistados.

4. Em relação à questão “é o primeiro emprego?”, foi computado quatro entrevistados que

disseram não ser o primeiro emprego, que equivale a 66,67% e dois entrevistados

disseram que era o primeiro emprego, que corresponde a 33,33%.

5. O tempo de atuação dos que se propuseram a colaborar para pesquisa tiveram variações

e três deles estão de 3 a 7 meses atuando na área secretarial, tendo uma média

aproximadamente 4 meses de atuação constatada entre eles. E dois entrevistados estão

de 12 a 13 anos trabalhando como profissionais de secretariado. E um entrevistado com

4 anos e 4 meses de atuação. Devido a isso, analisa-se que está crescendo o número de

profissionais, ingressando na área e por isso, muitos tem somente alguns meses de

experiência.

6. No item “O que o (a) levou a escolher a profissão de secretariado?”

Muitas foram às justificativas para o motivo da escolha da profissão entre elas estão às

oportunidades existentes, pretensões salariais, estar ao lado do poder decisório, garantia

de acesso ao mercado de trabalho, além de identificação com a área (possuir vocação).

67%

33%

SEXO DOS ENTREVISTADOS

Feminino Masculino

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7. “Pretende seguir carreira nessa área?”

A maioria dos entrevistados optou por continuar a seguir carreira, visto que, acreditam

que o profissional de secretariado possui grandes ofertas no mercado de trabalho,

todavia, os que começaram a carreira há pouco tempo, ou não tem certeza, ou afirmam

que não querem seguir carreira na área.

8. A organização em que você trabalha – abre espaço para que você (progrida

funcionalmente) se desenvolva? ( não fazer pergunta com S/N)

A maioria dos entrevistados afirmou que as empresas em que atuam (ou já atuaram)

adotam a progressão funcional. O (a) secretário (a) pode se desenvolver

intelectualmente, dando subsídios a fazer cursos para melhor prepara-lo (a) (s) para a

área, por exemplo. Nas empresas públicas, não há plano de carreira, somente um maior

reconhecimento dos funcionários com o passar dos anos.

9. Se existe a progressão funcional, quais os níveis existentes (Ex: Secretária Júnior,

Pleno, Sênior)?

A análise das respostas mostra que a maior parte dos entrevistados não vivenciou a

progressão funcional durante sua carreira. Nas empresas privadas, as secretárias

“acompanham” os chefes caso eles subam de cargo, ou podem ser promovidas a cargos

de chefia. Além disso, com relação ao entrevistado que atua no banco Santander relatou

que há progressão funcional, descreveu todos os níveis desde estagiário a secretário da

presidência ou secretário executivo 10, que seria o nível máximo, e que a partir de

secretário executivo 9 abre-se uma vertente para secretário voltado à área/ cargos de

gestão. O entrevistado que trabalha na USP disse que há carreira vertical, mas não

explicou como seria isso.

10. Quais os critérios exigidos para mudar de nível de carreira?

Nas empresas públicas há diferentes critérios para mudar de nível de carreira. Na Fatec-

SP a secretária só pode progredir funcionalmente por meio de concurso público. Na

Universidade de São Paulo, os avaliadores hierárquicos fazem uma avaliação funcional

dos funcionários para definir os critérios.

Nas empresas privadas, cada organização adota seus critérios para evolução de carreira,

tendo como exemplos de critérios: possuir graduação, a secretaria executar seu trabalho

com eficiência, destacar-se para mudar de nível, os idiomas são um dos critérios mais

relevantes apontados pelos entrevistados e, sobretudo, para alcançar a maior posição em

relação a área de secretariado, o tempo em que o profissional atua na organização está

dentre um dos mais significativos apontados pelas entrevistas.

11. Quais transformações/sugestões considera importantes para o desenvolvimento da

carreira na organização em que atua?

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A maioria dos entrevistados acredita que a constante atualização do profissional através

se cursos, participação em congressos e feiras na área secretarial ou áreas correlatas, é a

melhor maneira de se desenvolver profissionalmente. As habilidades interpessoais,

como a liderança, pró- atividade, flexibilidade e capacidade de fazer networking

também foram destacadas pelos entrevistados.

12. Qual a importância do plano de carreira para o desenvolvimento do profissional e a

empresa?

Os entrevistados consideram o plano de carreira essencial para o desenvolvimento

profissional. O profissional deve ter um plano de carreira estabelecido, independente se

houver dentro da empresa ou não, para alcançar seus objetivos profissionais.

Um dos entrevistados relatou que o banco Santader possui um plano de carreira

profundo e estruturado para o profissional de secretariado a nível global, atendendo as

necessidades da organização nos seus diversos níveis, a fim de enxergar nas pessoas o

desenvolvimento, apostando de forma que cresçam, ou seja, consigam progressão e

evolução contínua, visto que a melhor forma de uma organização prosperar é acreditar

no seu capital humano.

13. Quais os empecilhos encontrados dentro da profissão que impedem ou

desestimulam continuar atuando como profissional de secretariado?

Os empecilhos e fatores que desestimulam o profissional a seguir na profissão citados

pelos entrevistados foram: desvalorização da profissão por terceiros, a pressão a que são

submetidos o profissional em seu ambiente de trabalho, a falta de um plano de carreira

pré-estabelecido pela empresa e também à instabilidade em meio a cortes no quadro de

funcionários ou a problemas que venham a ocorrer. A desvalorização foi citada por mais

de três entrevistados.

Contudo, um dos entrevistados relatou que mesmo com todos esses empecilhos, “o

reconhecimento virá tão logo você pare de pensar que você merece ser promovido, mais

que qualquer outro; não existe profissional ruim, existe profissional mal colocado na organização. ”.

14. Quais são as razões que motivam a prosseguir essa profissão?

As razões que os motivam a seguir na profissão foram, em sua maioria, a satisfação

pessoal, pois se o profissional não gostar do que faz, fica difícil trabalhar bem, então

acima de tudo deve-se gostar da carreira e ter vocação; e as oportunidades existentes no

mercado de trabalho para o profissional de secretariado também são outras fontes de

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motivação. Os salários e a valorização do trabalho do secretário dentro da empresa

também foram citados por duas entrevistadas.

E para aqueles que ainda possuem dúvidas em relação em seguir carreira, um dos

entrevistados destacou algumas questões à serem respondidas.

Qual profissão você é o pescoço do negócio, em que seu chefe é a cabeça e você

o virá para onde quiser?

Qual profissão você é pessoa de confiança da alta direção em poucos anos de

carreira?

Qual profissão você é convidado para trabalhar?

Qual profissão você só fica desempregado, se você quiser?

Qual profissão você pode inovar e fazer diferente sempre?

Qual profissão você pode desenvolver inúmeras funções que contribuam para

diferentes controles internos, inclusive para redução de custos?

Qual profissão em poucos anos pode sem dúvida ter altos salários?

Com isso, destacam-se apenas alguns itens do por que de ser um profissional de

secretariado, e que a valorização deve partir do próprio profissional para de

posteriormente, outros mudem seus conceitos e haja valorização e respeito à carreira,

visto que esses profissionais fazem do impossível, possível, para melhor colaborar no

seu ambiente profissional.

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

O perfil do profissional de secretariado sofreu mudanças com o passar do tempo, passou

de um mero executor de tarefas a níveis decisórios e cargos de gerência.

As novas gerações atualmente são de jovens que querem crescer de forma rápida no

mercado de trabalho, estando ligados nesse mundo globalizado, e trocando com mais

frequência de emprego, então, devido a esse novo perfil de profissional, as organizações

para acompanhar essas mudanças devem estruturar um plano de carreira, haja vista que

será a melhor forma de reter esses novos profissionais. Todavia, percebe-se que não são

todas as empresas que optam a desenvolver planos de carreira em suas empresas, fato

esse, que dificulta o profissional a desenvolver-se profissionalmente dentro da

organização, não tendo noção de quais são as expectativas e pretensões da empresa para

com o profissional e este em relação à empresa em que atua.

Devido a isso, é importante o profissional fazer seu próprio plano de carreira, e

estabelecer as diretrizes para alcança-los, além de procurar empresas que possuam esse

tipo de plano dentro da organização e que venha de encontro as seus anseios.

A característica desse profissional é ser predominantemente do sexo feminino, fato esse

que ainda se mantem, contudo, os homens também já veem a carreira de profissional de

secretariado como opção, isso é um ponto positivo, visto que está havendo a

desmistificação de haver áreas ocupadas unicamente por um determinado sexo.

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Pode-se destacar como motivos para essa nova situação as oportunidades existentes na

área secretarial, poder estar em contato com diversas pessoas de distintas áreas de

atuação (networking), possuir flexibilidade, estar antenado as constantes mudanças do

mundo tecnológico e delas tirar proveito, além de participar do papel decisório, atuando

como co-gestor na área secretarial.

Com relação aos critérios exigidos ao profissional de secretariado para que possa haver

promoções, de modo geral, destacam-se: possuir titulação de ensino superior,

conhecimento em idiomas, maior tempo de atuação na organização, iniciativa, pró-

atividade e assertividade, desse modo, nota-se que não são somente aspectos técnicos,

mas também características interpessoais possuem grande relevância para atuar na área.

Contudo, são distintos os critérios de progressão funcional entre o setor público e

privado, sendo que muitas vezes a única forma de progredir no setor público seria por

meio de concurso público, para haver progressão salarial ou por tempo de carreira. Já no

setor privado, isso depende de cada organização, seus métodos e critérios.

Deste modo, todos os dados coletados nas entrevistas serviram para esclarecer

questionamentos a respeito de plano de carreira, destacando seus pontos positivos e

negativos, colaborando para o desenvolvimento de um artigo científico mais

consistente, de forma a relatar o perfil do profissional de secretariado em sua área de

atuação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O planejamento de Carreira tornou-se peça fundamental nos dias de hoje para a vida de

todos os profissionais, pois possibilita manter-se competitivo no mercado de trabalho.

A partir das entrevistas realizadas, percebe-se que o profissional de secretariado atual

sabe da importância do Plano de Carreira para a sua trajetória profissional, e mesmo que

a empresa onde trabalham não tenha critérios pré-estabelecidos para a progressão

funcional, eles procuram desenvolver seu plano de carreira individualmente e manter-se

sempre atualizados, pois acreditam que essa é a melhor maneira de se alcançar os

próprios objetivos profissionais.

Por meio da análise das entrevistas percebe-se que através do profissional de

secretariado, muitas decisões são tomadas e muitas situações resolvidas. Apesar de

alguns entrevistados terem citado a banalização do uso da denominação secretária, que

acaba sendo desvalorizada por terceiros, nota-se hoje um papel mais participativo e

dinâmico, com mais autonomia na tomada de decisão.

Quanto à existência do plano de carreira, constata-se uma maior preocupação das

empresas privadas do que as públicas com o tema. Algumas empresas, como o

Santander, possuem estratégias organizacionais que possibilitam o crescimento

profissional de seus secretários de forma bem definida. Outras contam com critérios

mais subjetivos, como avaliação de superiores hierárquicos ou acompanham seus chefes

conforme eles progridem na carreira.

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Conclui-se que ainda há questões a serem aprimoradas pelas empresas e pelos

indivíduos. Cabe ao profissional de secretariado demonstrar seu valor através do

comprometimento com suas funções e o aperfeiçoamento profissional, visando agregar

mais valor à profissão, e às organizações proporcionar suporte e recursos adequados aos

seus colaboradores, para que estes atinjam uma carreira profissional se sentindo

valorizados e colaborem assim, de maneira mais efetiva na busca por melhores

resultados na empresa.

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