37
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE ANDREZZA RENATA ARAUJO DE FIGUERÊDO PRIORI PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RISCO DIRECIONADA À ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA RECIFE 2012

PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

  • Upload
    phamnhu

  • View
    224

  • Download
    4

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

0

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE

ANDREZZA RENATA ARAUJO DE FIGUERÊDO PRIORI

PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

GERENCIAMENTO DE RISCO DIRECIONADA À ASSISTÊNCIA DE

ENFERMAGEM AOS PACIENTES EM UMA UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA

RECIFE

2012

Page 2: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

1

ANDREZZA RENATA ARAUJO DE FIGUERÊDO PRIORI

PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE

RISCO DIRECIONADA À ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES EM

UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.

Orientador (a): Msc. Cláudia Germânia Alencar de Castro

RECIFE2

2012

IRINEIDE MARIA DE SALLIX DE MOURA

Page 3: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

2

Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

Priori, Andrezza Renata Araújo de Figuerêdo.

Plano de Intervenção para Implantação do

Gerenciamento de Risco Direcionada a Assistência de

Enfermagem aos Pacientes em uma Unidade de Terapia

Intensiva. / Andrezza Renata Araújo de Figuerêdo. - Recife:

2012.

39 p.

Monografia (Curso de Especialização de Sistema e

Serviços de Saúde) - Centro de Pesquisas Aggeu

Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, 2012.

Orientadora: Cláudia Germânia Alencar de Castro.

1. Saúde. 2. Humanização da Assistência. 3.

Acolhimento. I. Barbosa, Valquíria Farias Bezerra. II.

Título.

CDU xxx.xx

Page 4: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

3

RECIFEANDREZZA RENATA ARAUJO DE FIGUERÊDO PRIORI

PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE

RISCO DIRECIONADA A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES EM

UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para a obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde

Aprovada em: ___ / ___ / _____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________

Msc. Cláudia Germânia A. de Castro Hospital Regional do Agreste

__________________________________

Drª Profª Tereza Maciel Lyra CPqAM/Fiocruz/PE

Page 5: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

4

Dedico a concretização deste trabalho aos meus pais, José e Lindomar Figuerêdo, por terem acreditado em minha competência profissional e incentivado a novos projetos de vida.

Page 6: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

5

AGRADECIMENTOS

Em especial, ao meu esposo Pedro Humberto Priori, pelo incentivo ao meu

crescimento profissional, companheirismo, paciência, por se fazer presente em mais

um momento vitorioso de minha vida e por me entender como ser humano.

Aos queridos Izaías e Suzana, e ao pequeno Pedro, pelo acolhimento e

carinho dedicados quando estive fora de meu lar, um obrigada grandioso.

À professora doutora Kátia Regina Medeiros, que me mostrou o caminho da

pesquisa, mesmo nos efêmeros momentos de orientação inicial.

À orientadora, mestre Cláudia Germânia Alencar de Castro, pela paciência,

atenção e disponibilidade de me acompanhar neste árduo processo de criação deste

plano.

À minha amiga Patrícia Tatiana, agradeço pelos momentos de descontração,

de incentivo, mesmo nos momentos de fraqueza, esteve presente ainda que

estivesse distante. Sua alegria é contagiante e motivadora.

As amizades que se formaram no decorrer do curso e sem esquecer Fabiana

Paiva, Inês Tenório, Keyla Lima, Mª Gorete, Rosane Siqueira, Patrícia Daniele, Sueli

Amorim e Ricardo Jorge, como foram divertidas nos momentos juntos.

Ao gestor de enfermagem do Hospital Regional do Agreste, Enfº Dr. José

Rogério, pelo estímulo e ajuda ao projeto de implantação do plano.

Aos incansáveis, Nancy e Semente, por brilhante execução de suas tarefas,

por tão distinta dedicação, enfim, por sempre estarem presentes e compartilhando

de nossas angústias, medos e de alegrias.

Aos professores que contribuíram para o aprofundamento de nossos

conhecimentos como gestores da saúde pública de nosso país

Page 7: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

6

PRIORI, Andrezza Renata Araujo de Figuerêdo. Plano de intervenção para implantação do gerenciamento de risco direcionada a assistência de enfermagem aos pacientes em uma unidade de terapia intensiva – PE. 2012. Monografia (Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2012.

RESUMO

Em se tratando da complexidade das organizações de saúde, fica evidente que gerenciar unidades de saúde, no improviso, não garante eficiência nos serviços. Cada vez mais se discute qualidade na gestão dos serviços de saúde. A utilização de indicadores nesta área não é usada apenas para formação de séries históricas das organizações, mas também para realizar comparações externas do desempenho institucional. O modelo de gestão em saúde tem o importante papel de fazer com que o sistema funcione numa lógica organizacional, programando, executando e avaliando as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. Para que haja segurança e mais humanização na assistência prestada à saúde dos indivíduos é necessário o incremento de eficiência e eficácia nos processos de gestão. A melhoria da segurança em saúde requer que os sistemas se conscientizem da importância em transformar a cultura organizacional, a fim de melhorar a segurança do indivíduo. A assistência à saúde em instituições hospitalares expõe o paciente a eventos iatrogênicos, que necessita ser gerenciada para atenuar a probabilidade desses eventos. No contexto organizacional da saúde e com o olhar na qualidade e segurança do paciente, percebe-se a importância da implantação e implementação do gerenciamento de risco em toda Instituição Hospitalar. Objetivando desenvolver e avaliar a qualidade da assistência à saúde, foram criados e aperfeiçoados programas voltados às instituições de saúde com a finalidade de valorizar e garantir suas ações assistenciais. Com base neste contexto, propõe-se neste estudo um plano de intervenção para implantação do gerenciamento de risco direcionado a assistência de enfermagem aos pacientes críticos, em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de uma Instituição Hospitalar Pública, tendo como finalidade detectar precocemente situações que gerem danos ao indivíduo e que estruturar um instrumento que viabilize a equipe de enfermagem, habilidade na construção de mecanismos apropriados para a utilização de recursos que reafirme seu papel no processo de segurança do paciente. Palavras Chaves: Gerenciamento de Risco, Assistência de Enfermagem, Unidade de Terapia Intensiva.

Page 8: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

7

PRIORI, Andrezza Renata Araujo de Figuerêdo. Intervention plan for the implementation of risk management directed nursing care to patients in an intensive care unit - PE. 2012. Monograph (Specialization in Management Systems and Services Health) - Research Center Aggeu Magalhães. Fundação OswaldoCruz. Recife, 2012.

SUMMARY In terms of complexity of health organizations, it is evident that managing health facilities in the improvisation, does not guarantee efficiency in services Increasingly quality is discussed in the management of health services. The use of indicators in this area is not only used for the formation of historical organizations, but also to make external comparisons of institutional performance. The model of health management has an important role to make the system work in an organizational logic, programming, implementing and evaluating health promotion, health protection and recovery. To be safe and more humane assistance in the health of individuals is necessary increase efficiency and effectiveness in management. Improving security requires that health systems become aware of the importance of transforming organizational culture in order to improve the safety of the individual. Health care in hospitals exposes patients to iatrogenic events that need to be managed to mitigate the likelihood of these events. In the organizational context of health and with look at the quality and safety of the patient realizes the importance of the establishment and implementation of risk management throughout the hospital. Aiming to develop and evaluate the quality of health care, were created and refined programs directed at health institutions in order to enhance and ensure their care actions. Based on this context, it is proposed in this study an action plan for implementation of risk management directed nursing care to critical patients in an intensive care unit (ICU) of a public hospital, with the purpose early detection of situations that generate damage to the individual and to design a tool that makes possible the nursing staff, ability to build appropriate mechanisms for the use of resources to reaffirm its role in patient safety.

Keywords: Risk Management, Nursing Care, Intensive Care Units.

Page 9: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................

2 REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................

2.1 Estabelecimento da Gerência de Risco nas Instituições de Saúde................

2.2 Indicadores de Qualidade do Serviço de Enfermagem...................................

2.3 Processos de Qualificação e Avaliação de Serviços de Saúde......................

3 OBJETIVOS....................................................................................................

3.1 Objetivo Geral.................................................................................................

3.2 Objetivos Específicos.....................................................................................

4 METODOLOGIA............................................................................................

5 RESULTADOS...............................................................................................

5.1 METAS..........................................................................................................

5.2 PLANO OPERATIVO....................................................................................

5.3 ESTRATÉGIAS.............................................................................................

5.4 CRONOGRAMA DA INTERVENÇÃO..........................................................

5.4.1 PRIMEIRO ANO..........................................................................................

5.4.2 SEGUNDO ANO.........................................................................................

6 ORÇAMENTO DETALHADO......................................................................

7 CONSIDERAÇÕES GERAIS.......................................................................

REFERÊNCIAS..........................................................................................

08

11

11

13

17

21

21

21

22

24

24

24

25

27

27

28

29

30

31

Page 10: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

8

1 INTRODUÇÃO

O papel do gestor do SUS cresce em importância e responsabilidade.

Portanto, o gestor precisa possuir habilidades políticas e técnicas, articuladas de

forma a responder aos desafios que são inerentes a sua função para alcançar

melhores resultados. Politicamente, o gestor deve ter capacidade de negociar e

pactuar com outros indivíduos envolvidos na gestão. Tecnicamente, deve direcionar

a execução de suas funções gestoras, articulando habilidades com natureza distinta,

para viabilizar a política de saúde (NORONHA; LIMA; MACHADO, 2004).

A gestão dos sistemas e serviços de saúde é um grande desafio para a

consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS). O modelo de gestão em saúde tem

o importante papel de fazer com que o sistema funcione numa lógica organizacional,

programando, executando e avaliando as ações de promoção, proteção e

recuperação da saúde. Porém, ainda existe uma distância em relação às redes

contínuas de cuidados integrais, indispensáveis para a integração das diferentes

etapas de atenção, otimização da aplicação dos recursos do SUS e consideração de

sua legitimidade junto aos usuários (SCHRAIBER; et al., 1999; MERHY; et al.,

2003).

Em se tratando da complexidade das organizações de saúde, fica evidente

que gerenciar unidades de saúde, no improviso, não garante eficiência nos serviços.

A gestão necessita aprimorar e ampliar seus conhecimentos, acessar os avanços

tecnológicos e ter capacidade de avaliar o processo de trabalho e seus resultados

(CRISÓSTOMO, 2009). A qualidade em saúde, cada vez mais, tornar-se foco de

discussão na gestão dos serviços de saúde. Na gestão capitalista tradicional, ela é

enfocada na necessidade do aumento da produção, no mercado, na competitividade

e na lucratividade. Para gestão em saúde, o foco de preocupação esta na prestação

de assistência médico-hospitalar, referenciada à atuação da enfermeira Florence

Nightingalee (MALIK, 2003).

Para o paciente, a qualidade na área da saúde é compreendida como um

processo mais amplo, que se inicia pelo acesso aos serviços de saúde, obtenção de

resposta aos cuidados recebidos, bom relacionamento interpessoal entre ele e a

equipe assistente, resposta terapêutica adequada, possibilitando alívio dos sintomas

e melhora geral do seu estado de saúde e, principalmente, primando pela segurança

e ausência de qualquer tipo de lesão (VINCENT; COULTER, 2002).

Page 11: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

9

Os erros relacionados às técnicas e procedimentos na área da saúde, podem

resultar em tragédia para pacientes e suas famílias, aumentar o tempo de internação

e os custos hospitalares. A iatrogenia é uma ação prejudicial, não intencional dos

profissionais de saúde, relacionado à observação, monitorização ou intervenção

terapêutica, caracterizando uma falha por negligência. Essa pode ter um efeito

dramático na vida de profissionais de saúde dedicados e envolvidos na assistência

aos pacientes (HOYTT; HARVEY; AXON, 1995; HARADA; et. al., 2003).

A gestão de riscos geralmente envolve os riscos no ambiente político, jurídico

e comercial, porém a gestão de risco clínico focaliza-se nos processos clínicos,

direta ou indiretamente relacionados ao paciente. A presença de eventos adversos

em ambientes hospitalares constitui o ponto crucial para abordagem da gestão de

risco clínico. Esta se compõe de ações e elementos estruturais, processuais e

instrumentais necessários em um ambiente hospitalar para identificar, analisar,

controlar e gerenciar a ocorrência desses eventos para assistência terapêutica do

paciente (WOLFF; et al., 2001; BRINER; et al., 2010).

Em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), as condições clínicas do

paciente, que oscilam entre limites estreitos de normalidade/anormalidade, a

variedade de técnicas e procedimentos utilizados em sua assistência e a sobrecarga

de trabalho favorece ocorrência de práticas iatrogênicas, que pode levar à

deterioração grave na função corporal do paciente (PADILHA, 2000). O profissional

de enfermagem deve primar por melhoria nas condições de trabalho e no

investimento contínuo de sua formação, pois é o principal responsável pelas ações e

resultados gerados, por sua postura profissional, no ambiente de trabalho

(CAMPOS,1997).

A melhoria da segurança em saúde requer que os sistemas de saúde se

conscientizem da importância em transformar a cultura organizacional, a fim de

melhorar a segurança do indivíduo. A cultura atual impede o reconhecimento do

erro, por "culpa e vergonha", impossibilitando o acesso à informação que suporta a

aprender com a experiência, a fim de promover a construção de sistemas que tanto

evitem os erros e como reduza o impacto para a ocorrência desses (NIEVA;

SORRA, 2003)

No contexto organizacional da saúde e com o olhar na qualidade e segurança

do paciente, percebe-se a importância da implantação e implementação do

gerenciamento de risco em toda Instituição Hospitalar. Nesse estudo é proposto um

Page 12: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

10

plano de intervenção para implantação do gerenciamento de risco em uma Unidade

de Tratamento Intensivo (UTI), com a finalidade de monitorar a assistência de

enfermagem prestada ao paciente crítico, possibilitando minimizar a sobrecarga de

trabalho e de custos materiais envolvidos no seu cuidar e, principalmente, prevenir

iatrogenias cometidas pela equipe de enfermagem, passíveis de lesões/seqüelas ao

indivíduo.

A proposta de implantação do gerenciamento de risco na Unidade de Terapia

Intensiva apresentou-se após análise de dados levantados no período de três meses

sobre os principais riscos que acometem os pacientes sob cuidados intensivos. Os

principais riscos identificados foram extubação acidental, risco de quedas, perda de

sonda nasoenteral, surgimento de úlceras por pressão e risco de flebite. Dentre os

pacientes internados neste setor a maior incidência do risco foi a úlcera por pressão.

Em consequência a este resultado percebe-se a necessidade de implantação

do gerenciamento de risco neste setor com o intuito de reduzir os riscos e prestar

uma assistência de enfermagem segura e com qualidade. A construção do plano de

intervenção para o gerenciamento de risco direcionado a assistência de enfermagem

aos pacientes críticos consistirá nas informações obtidas através das notificações do

relatório de enfermagem quanto à ocorrência de eventos adversos resultantes da

assistência da equipe multiprofissional, selecionando os eventos específicos as

ações de enfermagem.

Page 13: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

11

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Estabelecimento da Gerência de Risco nas Instituições de Saúde

A segurança do paciente representa um problema global de saúde pública

que afeta os países em todos os níveis de desenvolvimento. Portanto em

decorrência das limitações na tecnologia de infraestrutura e recursos humanos há

maiores evidências de risco de danos ao indivíduo, seja em hospitais ou na atenção

primária e ambientes comunitários (ANDERMANN et al., 2010).

O termo risco deriva da palavra italiana riscare, cujo significado era navegar

entre rochedos perigosos. Foi incorporada ao vocabulário francês por volta de 1660.

Sendo o risco inerente à vida, intensificou-se com o processo de constituição das

sociedades contemporâneas a partir do final do Renascimento e início das

revoluções científicas, quando ocorreram intensas transformações sociais e culturais

associadas ao forte impulso nas ciências e nas tecnologias (DIAS; SOUZA;

BITTENCOURT; NOGUEIRA; 2007).

As organizações de saúde estão cada vez mais se conscientizando da

importância de transformar a cultura organizacional, com o intuito de aprimorar a

segurança do paciente. Esse crescente interesse na segurança do enfermo tem sido

acompanhada pela necessidade utilização de instrumentos de avaliação voltados

para os aspectos culturais de esforços de aperfeiçoamento de segurança (NIEVA;

SORRA, 2003).

As novas tecnologias fazem com que os problemas das iatrogenias se tornem

cada vez mais diversificados e complicados, e o progresso tecnológico impõe

vigilância maior para a mesma dose de risco. Em geral, o uso de tecnologias mais

avançadas pode produzir resultados melhores, mas exige estritos controles e

critérios. Os médicos e outros profissionais da saúde devem ter qualificação muito

mais profunda, o que nem sempre ocorre, e os produtos, instrumentos e aparelhos

devem ter sua qualidade devidamente monitorada, o que é ainda mais difícil, em

especial nos países menos desenvolvidos (DIAS; SOUZA; BITTENCOURT;

NOGUEIRA, 2007).

A assistência à saúde em instituições hospitalares está associada com a

presença de eventos adversos para o paciente e instituir uma gestão de risco visa a

atenuar a probabilidade desses eventos. Uma abordagem envolve a detecção de

Page 14: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

12

eventos adversos, analisando suas causas, estimando sua possibilidade e as

consequências, e tomando medidas adequadas para evitar que o evento seja

recorrente (WOLFF et al., 2001).

Filosoficamente, a gestão de risco busca instituir a ordem a partir do caos e

facilitar a segurança em um ambiente de incerteza. A Comissão Conjunta de

Credenciamento das Organizações de Saúde (JCAHO) define o gerenciamento de

risco como “atividades clínicas e administrativas realizadas para identificar, avaliar e

reduzir o risco de lesões em pacientes, funcionários e visitantes, e do risco de perda

para a própria organização”. Assim, o cuidado com a gestão de riscos em saúde é

comprometida com a redução de perdas associadas ao paciente e relacionadas com

a segurança de eventos em instituições de saúde (MURPHY; SHANNON;

PUGLIESE, 2006).

Pode-se definir gestão de risco como todas as estruturas, processos,

instrumentos e atividades que permitem os funcionários do hospital identificar,

analisar, controlar e gerenciar os riscos ao fornecer tratamento clínico e assistência

ao paciente. A gestão de risco clínico é focada nos processos clínicos, direta e

indiretamente relacionados ao paciente. Mas ainda há uma falta de conhecimento

sobre sua implementação nos hospitais (BRINER et al., 2010).

Estudos têm mostrado que a maioria dos eventos adversos ocorre entre

mulheres e recém-nascidos, principalmente em unidades hospitalares de cuidados

intensivos, salas de operação e serviços de urgência (MURPHY; SHANNON;

PUGLIESE, 2006). Essa preocupação tem promovido esforços para desenvolver

uma melhoria na segurança no ambiente hospitalar. A implementação de

intervenções poderia ser mais bem compreendida e facilitada, se o ambiente de

segurança fosse diferenciado entre as distintas áreas de trabalho e categorias

profissionais (CANTOR et al., 2009).

As práticas de segurança dos pacientes foram definidas como aquelas que

reduzem o risco de eventos adversos relacionados à exposição à assistência

médica, através de uma série de diagnósticos ou condições. Algumas práticas de

segurança ao enfermo são estabelecidas principalmente a partir de campos não

médicos como o uso de código de barras, prescrição médica eletrônica, gestão de

recursos da tripulação, merecem pesquisas complementares para esclarecer o seu

valor no ambiente de cuidados de saúde (SHOJANIA et al., 2001).

Page 15: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

13

A equipe de saúde deve dispor de mecanismos apropriados e se sentir

habilitada na utilização de recursos para implementação de soluções, reafirmando

seu papel no processo de segurança do paciente, sendo precisa na identificação do

paciente, eficiente na comunicação entre os cuidadores, melhorar a segurança de

medicamentos, reduzir as infecções, reduzir o risco de quedas e incentivar os

pacientes a se envolver nos cuidados (ADAIR, 2010).

Hoje, para gerenciar os riscos, os profissionais devem ter responsabilidades

adicionais para ajudar as instituições a fornecer informações, através de

instrumentos de coletas, como subsídios para segurança do paciente e estarem

cientes da nova legislação relacionada com a segurança do paciente, tais como a

Segurança do Paciente e recente Lei de Melhoria da Qualidade associadas ao

paciente relacionadas com a segurança eventos em instituições de saúde

(MURPHY; SHANNON; PUGLIESE, 2006).

2.2 Indicadores de qualidade do Serviço de Enfermagem

Os indicadores são instrumentos reguladores da qualidade e assistência, no

caso da Enfermagem, onde obedecem a padrões estabelecidos e periodicamente

revistos e que são construídos a partir de componentes da organização como a

estrutura, o processo e o resultado (TEIXEIRA et al., 2006). Possibilitam definir

parâmetros que serão utilizados para realizar comparações e agregar o juízo de

valor diante do encontrado e o ideal estabelecido, portanto precisam ter uma coleta e

sistematização bem planejadas (CARVALHO; ROSEMBURG; BURALLI, 2000).

A utilização de indicadores na área da saúde não é usada apenas para

formação de séries históricas das organizações, mas também para realizar

comparações externas do desempenho institucional. Estes indicadores são

representados pela produtividade dos serviços, número de pacientes-dia, média de

permanência, índices de mortalidade, taxa de infecção, dentre outros

(D’INNOCENZO et al., 2010). Ainda segundo a autora, na gestão de serviços é

importante a construção do conhecimento através do uso de indicadores. Portanto,

ainda se tem pouca informação acerca de quais indicadores representam a

qualidade da assistência à saúde prestada aos pacientes.

De acordo com (MOTA et al., 2007, p.12); (DUARTE; FERREIRA, 2006, p.

65/66); (TEIXEIRA et al., 2006), um indicador não é uma medida direta de qualidade.

Page 16: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

14

Mas sim uma unidade de medida de uma atividade, com a qual se está relacionado.

É quantitativa e pode ser como um guia para monitorar e avaliar a qualidade de

cuidados importantes vindos do cliente e as atividades dos serviços de suporte. Um

indicador pode ser uma taxa ou coeficiente, um índice, um número absoluto ou um

fato.

Bittar (2001, p. 22), conceitua sobre o que são taxas, coeficientes, índices,

números absolutos e fatos para se aprender sobre o uso de indicadores.

Taxa/coeficiente: é o número de vezes que um fato ocorreu dividido

pelo número de vezes que ele poderia ter ocorrido multiplicado por uma base e

definido no espaço e tempo.

Índice: relação entre dois números ou a razão entre determinados

valores, exemplo é a rotatividade dos leitos e camas.

Números absolutos: podem ser indicadores se comparam valores

iguais, maiores ou menores a ele, resultantes de atividades, resultados, estrutura ou

meio ambiente.

Fatos: demonstram a ocorrência de um resultado benéfico ou não, uma

não conformidade ou outro resultado qualquer adverso ou não.

Para a montagem dos indicadores, segundo Bittar (2001) devem ser

obedecidos os seguintes itens: nome do indicador, fórmula de expressão, tipo, fonte

de informação, método, amostra, nome do responsável, frequência e objetivo ou o

que se quer alcançar. Mota et al., (2007) diz que os indicadores de qualidade de

assistência podem ser: incidência de quedas do paciente; incidência de extubação

acidental; incidência de perda de sonda nasogástrica enteral; incidência de úlcera

por pressão; incidência de não conformidade relacionada a não administração de

medicamentos pela enfermagem; incidência de flebite.

Mas em 1994, a American Nurses Association (ANA) investigou acerca do

impacto da reestrutura do sistema de saúde na segurança e qualidade dos cuidados

aos pacientes objetivando comprovar a conexão existente entre as ações de

enfermagem e os resultados ao paciente (D’INNOCENZO et. al., 2010). Ainda

segundo a autora, os serviços de enfermagem utilizavam os indicadores

desenvolvidos pela ANA. Porém em 2006 foi publicado o Manual e Indicadores de

Enfermagem do Núcleo de Apoio à Gestão Hospitalar (NAGEH) do Programa de

Qualidade Hospitalar.

Page 17: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

15

O manual foi criado de forma coletiva, onde a principal proposta era construir

indicadores de qualidade passíveis de aplicação na Enfermagem. Logo foram

criados 16 indicadores, onde os seis primeiros empregados nas instituições do

programa e dez relacionados a indicadores de gestão (MANUAL DE INDICADORES

DE ENFERMAGEM, 2006). São eles com suas respectivas definições:

Incidência de queda de paciente: relação entre o número de pacientes-

dia, multiplicado por 1000.

Incidência de extubação acidental: relação entre o número de pacientes

extubados acidentalmente e o número de pacientes intubados por dia, multiplicado

por 100.

Incidência de perda de sonda nasogastroenteral para aporte

nutricional: relação entre o número de perdas de sonda nasogastroenteral (NGE) e o

número de pacientes com sonda nasogastroenteral por dia, multiplicado por 100,

Incidência de não conformidade relacionada à administração de

medicamentos pela enfermagem: relação entre o número de não conformidades

relacionadas à administração de medicamentos e o número de pacientes-dia com

prescrição de medicamentos, multiplicado por 100,

Incidência de úlcera por pressão: relação entre o número de casos

novos de pacientes com úlcera por pressão em um determinado período e o número

de pessoas expostas ao risco de adquirir úlcera por pressão no período, multiplicado

por 100.

Incidência de flebite: relação entre o número de casos de flebite no

período e o número de pacientes-dia com acesso venoso periférico, multiplicado por

100.

Taxa de absenteísmo de enfermagem: relação entre o número de

horas/homem ausentes e o número de horas/homem trabalhadas, multiplicado por

100.

Índice de treinamento de profissionais de enfermagem: relação entre a

soma de (número de funcionários ouvintes no curso 1 x carga horária do curso 1) +

(número de funcionários ouvintes no curso 2 x carga horária do curso 2) + ...+

(número de funcionários ouvintes no curso x x carga horária do curso x) e o número

de horas/homem trabalhadas, multiplicado por 1000.

Page 18: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

16

Taxa de acidente de trabalho de profissionais de enfermagem: relação

entre o número de acidentes de trabalho de enfermagem e o número de funcionários

da equipe de enfermagem em atividade, multiplicado por 100.

Taxa de rotatividade de profissionais de enfermagem: (turn over):

relação entre o número de admissões somadas às demissões, dividido por 2, e o

número médio de funcionários, considerando os funcionários ativos e os afastados

no período.

Horas de enfermeiro/cuidado intensivo: relação entre as horas

prestadas por enfermeiros e o número de pacientes-dia em cuidado intensivo.

Horas de técnico de enfermagem/cuidado intensivo: relação entre as

horas prestadas por técnicos de enfermagem e o número de pacientes-dia em

cuidado intensivo.

Horas de enfermeiro/cuidado semi-intensivo: relação entre as horas

prestadas por enfermeiros e o número de pacientes-dia em cuidado semi-intensivo.

Horas de técnicos e/ou auxiliares/cuidado semi-intensivo: relação entre

as horas prestadas por técnicos e/ou auxiliares de enfermagem e o número de

pacientes-dia em cuidado semi-intensivo.

Horas de enfermeiro/cuidado mínimo e intermediário: relação entre as

horas prestadas por enfermeiros e o número de pacientes-dia em cuidado mínimo e

intermediário.

Horas de técnicos e/ou auxiliares de enfermagem/cuidado mínimo e

intermediário: relação entre as horas prestadas por técnicos e/ou auxiliares de

enfermagem e o número de pacientes-dia em cuidado mínimo e intermediário.

Outros indicadores dos serviços de saúde e de enfermagem foram publicados

recentemente, onde ampliam os desafios da gestão dos serviços. Estes indicadores

estão relacionados à dermatite perineal; trauma mamilar; gerenciamento da dor

infantil e em adultos; indicadores em Centro Cirúrgico, Monitoramento em Centro de

Material e Esterilização (LEÃO; SILVA; ALVARENGA; MENDONÇA, 2008).

Segundo Teixeira et al., (2006) os instrumentos disponibilizados num serviço

de enfermagem para a gestão de qualidade podem ser subdivididos em: internos e

externos. Os internos são destacados pelas comissões de avaliação interna da

qualidade, de gerenciamento de riscos, auditoria de enfermagem, ética em pesquisa,

dentre outros. Já os externos, destacam-se na acreditação hospitalar, empregada

Page 19: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

17

gradativamente nas instituições de saúde como uma prática importante para a

gestão de qualidade.

A construção coletiva de compromissos éticos e de métodos para as ações de

atenção à Saúde e de gestão dos serviços deve ser pautada pelo processo de

humanização da assistência em saúde. A humanização está fundamentada no

respeito e valorização do indivíduo e constitui um processo de busca pela

transformação cultural. A fala e a escuta são palavras que têm sentido de

transformação e revelação. Portanto, a escuta não é só um ato generoso e de boa

vontade, mas um recurso técnico fundamental para o diagnóstico e a adesão

terapêutica quando se refere à relação do profissional com o paciente (RIOS, 2009).

Para Backes et al., (2007) a escuta, compreensão, acolhimento,

reconhecimento e respeito podem ser utilizadas como formas de indicadores de

qualidades em enfermagem. Portanto, a humanização também é considerada um

indicador de qualidade em enfermagem levando a novas possibilidades para se

alcançar qualidade e credibilidade. Aprimorar a comunicação interpessoal entre o

paciente e a equipe de saúde facilita parcerias ativas em qualquer estratégia de

segurança do paciente (VINCENT; COULTER, 2002).

2.3 Processos de qualificação e avaliação de serviços de Saúde

Uma das principais missões das instituições hospitalares é o atendimento de

seus pacientes de forma adequada, preocupando-se com a melhoria contínua e

permanente da qualidade de sua gestão e assistência. A organização hospitalar é

considerada um sistema complexo e dinâmico, onde as estruturas e os processos

são interligados de uma forma que o funcionamento de um componente interfere em

todo o conjunto e no resultado final, onde se tem necessidade de realizar uma

avaliação geral da instituição (D’INNOCENZO et al., 2010).

Para que haja segurança e mais humanização na assistência prestada à

saúde dos indivíduos é necessário o incremento de eficiência e eficácia nos

processos de gestão (CAMPOS, 1997). Logo, o que se busca é qualidade, um

atributo que determina a natureza de algo, significando superioridade e excelência

(HOUAISS, 2001). Para Mezomo, (2001) qualidade significa “conformidade com os

quesitos”. Se não houver exigências claras, a qualidade torna-se sem sentido, ou

Page 20: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

18

algo subjetivo. Está relacionada a um “standard”, ou seja, “fazer a coisa certa já da

primeira vez”, e melhor na seguinte.

Com o objetivo de desenvolver e avaliar a qualidade foram criados e

aperfeiçoados programas voltados às instituições de saúde que visam “acreditar” as

organizações de saúde (D’INNOCENZO et al., 2010). Um estabelecimento

assistencial é considerado “acreditado” quando a disposição e organização dos

recursos e atividades conformam um processo cujo resultado final é uma assistência

de qualidade satisfatória (JOINT COMMISSION INTERNATIONAL, 2003).

A avaliação da qualidade constitui uma prática atual de organizações públicas

e privadas, em materiais, produtos, processos ou serviços, onde na área de Saúde

os serviços de enfermagem possuem indicadores de qualidade para mensurar

qualitativamente e quantitativamente estes indicadores quanto a estes serviços

(CORREIA; CAIXETA; BARROS [sd]). Segundo RIPSA, (2008) indicadores são

medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e

dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde.

Quando vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e

servir para a vigilância das condições de saúde.

O tema qualidade da assistência à saúde tem várias origens e todas

decorrem do aumento e inovações da procura por serviços de saúde, custos

crescentes e recursos limitados para manter estes serviços, os direitos humanos e

conscientização dos usuários, reivindicações de gestores e profissionais de saúde

por condições dignas de trabalho (MOTA et al;, 2007). Segundo os atores Duarte e

Ferreira (2006, p. 64) reportando-se a Donabedian (1990), verificam que o tema

qualidade já aparecia em pauta no setor da saúde em meados de 1990. Assim

como, adotam o conceito que “qualidade no campo da saúde deve ser entendida

como obtenção dos maiores benefícios, com os menores riscos e custos para os

usuários”.

Donabedian (1999), ainda dizia que a qualidade do cuidado na saúde é

decorrente de três fatores: estrutura, processo e resultados.

Estrutura: são as características mais estáveis da assistência de

saúde. Envolve desde a estrutura fica e disponibilidade de equipamentos até a

capacitação de indivíduos que prestam assistência. Atributos do local onde o

cuidado é prestado como recursos materiais (equipamentos, recursos financeiros);

Page 21: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

19

recursos humanos (quantidade e qualificação do pessoal); estrutura organizacional

(organização do pessoal, métodos, normas e formas de pagamento).

Processo: envolve todas as atividades desenvolvidas entre

profissionais de saúde e os pacientes. Fornece as bases para a valorização da

qualidade que é de onde se obtém os resultados da assistência.

Resultado: consequência da ação realizada, refletindo as mudanças

observadas no estado de saúde do paciente. É o efeito de cuidado no estado de

saúde do paciente e da população, incluindo a melhoria do conhecimento sobre a

doença, as mudanças de comportamento que venham a melhorar o estado de saúde

e o grau de satisfação do paciente (DONABEDIAN, 1999; FELDMAN, 2004).

Ainda considerando Donabedian, em 1993, no Seminário Internacional

(1994), afirmou que qualidade do cuidado de saúde é definida por sete atributos que

nomeou como “os Sete Pilares da Qualidade”:

Eficácia: significa o melhor que se pode fazer nas condições mais

favoráveis, dado o estado do paciente e mantidas constantes as demais

circunstâncias.

Efetividade: medida de melhoria na saúde, alcançada ou alcançável

nas condições usuais da prática cotidiana.

Eficiência: medida de custo com o qual uma dada melhoria na saúde é

alcançada.

Otimização: relação entre custo e benefício mais favorável. É

importante à medida que os efeitos do cuidado da saúde não são avaliados em

forma absoluta, mas relativamente aos custos.

Aceitabilidade: significa adaptação do cuidado aos desejos,

expectativas e valores dos pacientes e de suas famílias. Vai depender da

efetividade, eficiência e otimização, além da acessibilidade do cuidado, das

características da relação médico-paciente e das amenidades do cuidado.

Legitimidade: aceitabilidade do cuidado da forma em que é vista pela

comunidade ou pela sociedade em geral.

Equidade: determina-se o que é justo ou razoável na distribuição do

cuidado e de seus benefícios entre os membros de uma população.

Observa-se que as organizações responsáveis pelo desenvolvimento de

programas e ações de saúde que atendem às reais exigências das diferentes

Page 22: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

20

situações dos usuários procuram melhorar a qualidade dos serviços prestados.

Desde o período de Nightingale que se busca por qualidade dos serviços de saúde,

onde se adotou métodos e padrões sanitários que reduziram a mortalidade

(TEIXEIRA et al., 2006).

Page 23: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

21

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Propor um plano de intervenção para implantação do gerenciamento de risco

direcionado a assistência de enfermagem aos pacientes críticos, em uma Unidade

de Terapia Intensiva (UTI) de uma Instituição Hospitalar Pública, tendo como

finalidade detectar precocemente situações que gerem danos ao indivíduo.

3.2 Objetivos Específicos

Identificar os principais fatores de risco associados à assistência de

enfermagem prestada ao paciente crítico;

Correlacionar os principais fatores de risco com indicadores de

qualidade preestabelecidos:

Criar um instrumento para notificação e monitoramento da freqüência

diária dos indicadores de qualidade relacionados à assistência de enfermagem ao

paciente crítico, a ser aplicado na UTI, por um período de um ano;

Analisar os resultados obtidos a partir do instrumento utilizado para

notificação e monitoramento da freqüência diária dos indicadores de qualidade

relacionados à assistência de enfermagem ao paciente crítico;

Capacitar a equipe de enfermagem de uma UTI para inserção do

controle de qualidade da assistência prestada ao paciente crítico.

Page 24: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

22

4 METODOLOGIA

Com o propósito de elaborar um plano de intervenção para o gerenciamento

de risco direcionado a assistência de enfermagem aos pacientes críticos, em uma

Unidade de Terapia Intensiva, foi escolhida como metodologia à pesquisa de campo,

com características descritivas, fundamentada numa abordagem qualitativa.

A pesquisa descritiva caracteriza-se pela observação, descrição e

documentação de aspectos de uma situação, sendo delineada para caracterizar um

fenômeno. Os fatos são observados, registrados, analisados e interpretados sem a

interferência do pesquisador (RODRIGUES, 2007).

A abordagem qualitativa baseada na análise de conteúdo é norteada por três

etapas: 1) a pré-análise; 2) a exploração do material; 3) o tratamento dos resultados

e interpretação. A primeira etapa envolve a fase de organização, através da

elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação; a segunda etapa

caracteriza-se pela codificação dos dados a partir das unidades de registro; a

terceira e última etapa é a fase de categorização, que consiste na classificação dos

elementos, reagrupados em função de características comuns (CAREGNATO;

MUTTI, 2006).

O estudo será realizado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital

Regional do Agreste (HRA), localizado na BR - 232, Km 130, bairro Indianópolis, no

município de Caruaru em Pernambuco. Essa instituição oferece seus serviços

através do Sistema Único de Saúde, sob a responsabilidade e gerenciamento da

Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco.

O HRA é um hospital que presta assistência a diversas especialidades:

emergência geral com classificação de risco, pediatria cirúrgica, clínica médica e

oncológica, neurocirurgia e buco-maxilo-facial, cirurgia geral e traumato-ortopedia,

porém tem como perfil principal a assistência traumatológica. Sua demanda é

advinda por trinta e dois municípios do Agreste pernambucano da IV Regional de

Saúde.

O hospital possui um total de 214 leitos, sendo que 19 destes são reservados

a assistência em UTI. Esta unidade possui um quantitativo de 16 profissionais de

saúde, entre médicos, fisioterapeutas e equipe de enfermagem, e ainda não possui

um programa de gerenciamento de risco. A equipe de enfermagem representa 75%

da equipe multiprofissional dessa unidade. As características que compõe o perfil

Page 25: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

23

profissional deste grupo, no que se refere a tempo de profissão, experiência em UTI,

capacitações e treinamentos que agreguem conhecimentos, são bastante variadas.

Daí a possibilidade de registrar a ocorrência de eventos adversos das atividades

desenvolvidas neste setor.

Page 26: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

24

5 RESULTADOS

5.1 Metas

a) Realizar diagnóstico diário do setor, identificado os principais fatores de

risco que estão relacionados com a assistência de enfermagem prestada

ao paciente crítico;

b) Estabelecer correlação dos principais fatores de risco com os indicadores

de qualidade preestabelecidos;

c) Formular um instrumento para notificar e monitorar a frequência diária dos

principais indicadores de qualidade relacionados com a assistência de

enfermagem prestada ao paciente crítico numa UTI, por um período

mínimo de um ano;

d) Realizar análise dos resultados obtidos a partir do instrumento utilizado

para notificar e monitorar a frequência diária dos indicadores de qualidade

relacionados à assistência de enfermagem ao paciente crítico;

e) Realizar capacitação em 100% da equipe de enfermagem quanto à

inserção do controle de qualidade da assistência prestada, bem como o

treinamento do preenchimento das planilhas dos fatores de risco.

5.2 Plano Operativo

No primeiro momento do plano será realizada a identificação dos principais

fatores de risco que estão associados com a assistência de enfermagem prestada

ao paciente crítico, com a finalidade de diagnosticar os riscos mais acometidos ao a

este indivíduo. Estes fatores serão correlacionados aos indicadores de qualidade

preestabelecidos pela literatura.

A segunda etapa a ser desenvolvida será a criação de um instrumento para

notificação e monitoramento da freqüência diária dos indicadores de qualidade

relacionados à assistência de enfermagem ao paciente crítico por um período

mínimo de um ano e, posterior avaliação dos resultados obtidos. Este instrumento

deverá ser aplicado no serviço após orientações para seu correto preenchimento,

evitando subnotificações dos dados.

Page 27: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

25

A disponibilização dos resultados do plano de intervenção servirá de subsídios

para formulação de estratégias direcionadas a melhoria da qualidade da assistência

prestada aos pacientes críticos da Unidade de Terapia Intensiva, servindo de piloto

para implantação em outros setores da Unidade hospitalar.

Na terceira e última etapa será aplicada uma capacitação para equipe de

enfermagem com o intuito de sensibilizar os profissionais quanto à importância da

prestação de uma assistência de enfermagem qualificada e com segurança. Esta

capacitação terá como foco principal a inserção da equipe de enfermagem no

contexto do controle de qualidade assistencial da saúde, buscando evitar a

ocorrência de iatrogenias.

5.3 Estratégias

Ação 1: Identificação dos fatores de risco associados a assistência de

enfermagem prestada ao paciente crítico

Atividades

Diagnóstico diário dos principais fatores de risco instalados na Unidade de

Terapia Intensiva;

Correlação dos principais fatores de risco com os indicadores de qualidade

preestabelecidos.

Indicador

% de diagnósticos identificados quanto aos fatores de risco relacionados à

assistência de enfermagem prestada ao paciente crítico;

% de indicadores de qualidade.

Ação 2: Criação de instrumento para notificação e monitorização dos principais

indicadores de qualidade relacionados à assistência de enfermagem

Atividades:

Instituir cronograma para levantamento do diagnóstico de acordo com os

indicadores de qualidade preestabelecidos;

Page 28: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

26

Disponibilizar as planilhas dos indicadores de qualidade para mensuração do

gerenciamento de risco;

Realização de capacitação dos enfermeiros quanto ao preenchimento das

planilhas de coleta de dados do gerenciamento de risco.

Indicador

% de indicadores de qualidade preenchidos na planilha de gerenciamento de

risco;

Número de planilhas distribuídas à equipe de enfermagem.

Ação 3: Análise dos resultados obtidos a partir do instrumento utilizado

Atividades

Monitorar mensalmente os dados obtidos a partir da planilha de

gerenciamento de risco;

Avaliação dos dados adquiridos após o período de um ano.

Indicadores

% de dados analisados

Ação 4: Capacitação dos enfermeiros da unidade de terapia intensiva

Atividades

Aperfeiçoamento da equipe de enfermagem quanto ao tema de controle de

qualidade.

Indicadores

% de enfermeiros quanto ao preenchimento das planilhas de coleta de dados

do gerenciamento de risco;

% da equipe de enfermagem quanto ao aperfeiçoamento sobre o tema de

controle de qualidade;

Page 29: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

27

5.4 Cronograma da Intervenção

5.4.1 Primeiro Ano

2012

ATIVIDADES JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

1. Diagnóstico diário dos principais fatores de risco

instalados na unidade de terapia intensiva; X X X - - -

-

2. Correlação dos principais fatores de risco com

indicadores de qualidade preestabelecidos;

- - - X -

-

-

3. Criação de um instrumento para notificação da

freqüência diária dos indicadores de qualidade

relacionados à assistência de enfermagem ao

paciente crítico;

- - - - X -

-

4. Monitorização do instrumento com indicadores

de qualidade relacionados à assistência de

enfermagem ao paciente crítico por um período de

um ano;

- - - - - X

X

5. Analisar os resultados obtidos a partir do

instrumento utilizado para notificação e

monitoramento da freqüência diária dos

indicadores de qualidade relacionados à

assistência de enfermagem ao paciente crítico;

- - - - - -

-

6.Capacitar a equipe de enfermagem de uma UTI

para inserção do controle de qualidade da

assistência prestada ao paciente crítico.

- - - - - -

-

Page 30: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

28

5.4.2 Segundo Ano

2013

ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

1. Diagnóstico diário dos principais

fatores de risco instalados na

unidade de terapia intensiva;

- - - - - - -

2. Correlação dos principais fatores

de risco com indicadores de

qualidade preestabelecidos;

- - - - -

-

-

3. Criação de um instrumento para

notificação da frequência diária dos

indicadores de qualidade

relacionados à assistência de

enfermagem ao paciente crítico;

- - - - - -

-

4. Monitorização do instrumento com

indicadores de qualidade

relacionados à assistência de

enfermagem ao paciente crítico por

um período de um ano;

X X X X X X X X X X - -

5. Analisar os resultados obtidos a

partir do instrumento utilizado para

notificação e monitoramento da

frequência diária dos indicadores de

qualidade relacionados à assistência

de enfermagem ao paciente crítico;

X X X X X X X X X X X -

6. Capacitar a equipe de enfermagem

de uma UTI para inserção do controle

de qualidade da assistência prestada

ao paciente crítico.

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

X

Page 31: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

29

6 ORÇAMENTO FINANCEIRO

Descrição do produto Quantidade Valor unitário Valor total

Formulários de coleta de

dados

850 0,7 595,00

Impressos para capacitação 250 0,7 175,00

Canetas esferográficas 05 8,50 42,50

Lápis 05 1,20 6,00

Borrachas 02 2,50 5,00

Canetas piloto 06 3,00 18,00

Data show 01 2.500,00 2.500,00

Calculadora científica 01 30,00 30,00

Quadro branco 01 210,00 210,00

Total 2.986,50

Page 32: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

30

7 CONSIDERAÇÕES GERAIS

O plano de intervenção voltado para implantação do gerenciamento de risco

numa Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) torna-se viável partindo da importância

da necessidade de sua aplicação como gerenciador dos riscos passíveis de ocorrer

em estabelecimentos de saúde. O cuidar do paciente precisa ser regido por

segurança, pois a assistência em saúde em instituições hospitalares está associada

à constante presença de eventos adversos. Logo se percebe que o gerenciamento

de risco visa à redução de probabilidade da ocorrência e frequência de iatrogenias.

A realização de ações eficazes está diretamente relacionada com a

diminuição de ocorrência de erros. Os instrumentos de avaliação de segurança da

cultura devem se concentrar em percepções e atitudes da equipe, na organização

de uma política não punitiva, na atividade de assessoria jurídica, na liderança

incentiva e premia do reconhecimento e notificação de eventos adversos e quase

acidentes, buscando resposta imediata para tratar os efeitos adversos gerados pelos

erros.

No contexto da assistência à saúde do outro, toda comunicação verbal e não-

verbal deve ser benéfica, efetiva, terapêutica. Os profissionais de saúde devem

incidir na prevenção e relato dos erros, como objetivo na prestação de segurança no

cuidar. Assim, como perceber que os relatos não podem vir a comprometer o

profissional, nem considerar punições para tal acontecimento. A equipe de

enfermagem deve dispor de ferramentas adequadas e se sentir habilitada na

utilização de recursos para implementação de soluções, reafirmando seu papel no

processo de segurança do paciente.

É sugerido, aos profissionais de enfermagem, maior envolvimento com a

segurança do indivíduo, a partir de intervenções conscientes que modifiquem e

sensibilizem o comportamento da equipe. Estas práticas realizadas de forma segura

garantem ao paciente uma assistência de enfermagem qualificada. Portanto, as

capacitações oferecidas aos componentes da equipe de enfermagem, envolvidas na

prestação da assistência direta ao paciente crítico, devem ser contínuas para que

haja elucidações dos problemas após a ocorrência do erro.

Page 33: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

31

REFERÊNCIAS

ADAIR L. Managing patient safety through NPSGs and employee performance. Radiology Management. Nov-Dec. 32 (6): 50-5. 2010. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22295473>. Acesso em: 19/06/2012. ANA – American Nurses Association. Nursing Quality Indicators. Definitions and Implications. American Nurses Publishing, 1996. ANDERMANN A; GINSBURG L; NORTON P; ARORA N; BATES D; WU A; LARIZGOITIA I. Core competencies for patient safety research: a pillar for strengthening the overall capacity. BMJ Qual Saf. 2011; 20: 96-101. 10.1136/bmjqs.2010.041814. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21228081>. Acesso em: 10/06/2012. BACKES D.S.; SILVA D. M.; SIQUEIRA H.H.; ERDMANN A. L.: O produto do serviço de enfermagem na perspectiva da gerência da qualidade. Revista Gaúcha de Enfermagem 2007; 28(2): 163-70. Disponível em: <

seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/download/.../1730. Acesso em: 11/06/2012. BITTAR, Olímpio J. Nogueira V. Indicadores de qualidade e quantidade em saúde RAS _ Vol. 3, Nº 12 Jul-Set, 2001. Disponível em: <www.saude.sc.gov.br/materiais/estudo.../indicarodes_Olípio_1.pdf>. Acesso em: 15/06/2012. BRINER, M; KESSLER, O; PFEIFFER, Y; WEHNER, T; MANSER, T. Assenssing hospitals’ risk management: Development of monitoring instrument. BMC Health Serv Res. 2010 Dec 13; 10: 337. Disponível em: <www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21144039>. Acesso em: 20/06/2012. CAMPOS, J. C. Administração de saúde: técnicas de organização. São Paulo: Jotacê; 1997. CANTOR, S. J; GABA, D. M; FALWELL, A; LIN, S; HAYES, J. L; BAKER. Patient safety climate in 92 US hospitals: differences by work area and discipline. Med Care 2009 Jan; 47 (1): 23-31. Disponível em: <psnet.ahrq.gov/resource.aspx?resourceID=8655>. Acesso em 10/06/2012. CAREGNATO, R. C. A; MUTTI R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo Texto contexto - enferm. v.15 n.4 Florianópolis. out./dez. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072009000400013>. Acesso em: 15/06/2012.

Page 34: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

32

CARVALHO G., ROSEMBURG C.P., BURALLI K.O. Avaliação de ações e serviços de saúde. O mundo da saúde. São Paulo. ano 24 v. 24 n.1 jan.fev.2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2002000600009&script=sci_arttext>. Acesso em: 11/06/2012. CHRISÓSTOMO, I. M. R. O desafio da profissionalização dos trabalhadores de nível médio na gestão em serviços de saúde. Dissertação para obtenção do título de Mestre Modalidade Profissional em Saúde Pública. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/2455/1/ENSP_Disserta%C3%A7%C3%A3o_Chris%C3%B3stomo_Isa_Martins_Rafael.pdf>. Acesso em: 15/06/2012. CORRÊA, I. R. S; CAIXETA, L. R; BARROS, T. B. (orient.). Indicadores de qualidade do serviço de enfermagem. Administração em Enfermagem: Universidade de Uberaba (UNIUBE). [sd]. DIAS, MF; Souza, NR; BITTENCOURT, MO, NOGUEIRA; MS. Vigilância Sanitária e Gerenciamento do Risco em Medicamentos. Rev. Fármacos e medicamentos. 2007. Disponível em: http://www.unirondon.br/ebook/enfermagem/Anvisa/Farmacologia/RACINE_RISCO.pdf. Acesso em: 20/08/2012. D’INNOCENZO, M. (Coord.); FELDMAN, L. B; FAZENDA, N. R. R; HELITO, R. A. B; RUTHES, R. M. Indicadores, auditoria, certificações: ferramentas de qualidade para gestão em saúde. 2ª ed.__São Paulo. Martinari, 2010. DUARTE, I. G; FERREIRA, D. P. Uso de indicadores na gestão de um centro cirúrgico. RAS, v. 8, n. 31; abr/jun. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n5/pt_23.pdf>. Acesso em: 14/06/2012. DONABEDIAN, A. The definition of quality and approaches to its assessment. Ann Arbor, Michigan: Health Administration Press; 1999. FELDMAN L.B. Como alcançar a qualidade nas instituições de saúde. Critérios de avaliações, procedimentos de controle, gerenciamento de riscos hospitalares até a certificação. São Paulo. Martinari, 2004. HARADA, M. J. C. et al. Ocorrências Adversas e Consequências Imediatas para os pacientes em unidade de cuidados intensivos pediátricos. Acta Paul Enf. São Paulo. v.16, n..3 , p.62-70, 2003. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/cuidados-de-enfermagem-e-ocorrencias-iatrogenicas-na-uti/16952/>. Acesso em: 10/06/2012.

Page 35: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

33

HOUSSAIS, A; VILLAR, M. S; FRANCO, F. M. M. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. 1ª ed. Rio de Janeiro. Objetiva; 2001. HOYTT, J. W; HARVEY, M. A; AXON, D. C. The critical care unit: design recommendations and standards. In: Shoemaker WC. Textbook of critical care. Philadelphia: W.B Saunders; 1995. P.1-14. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000084&pid=S0104-1169200100050001400002&lng=pt> . Acesso em: 15/06/2012. Joint Commission International. Consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas e Serviços, 2003. Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organization. Characteristics of clinical indicators. QRB Qual Rev Bul. 1989; 15(11):330-9.

LEÃO, E. R; SILVA, C. P. R; ALVARENGA, D. C; MENDONÇA, S. H. F (Org.) Qualidade em saúde e indicadores como ferramenta de gestão. São Caetano do Sul. SP. Yendis Editora, 2008. MALIK, A. M; PENA, F. P. M. Administração estratégica em hospitais. São Paulo. EAESP/FGV. NPP; 2003 (séries de pesquisa n.21). MERHY, E. E; MAGALHÃES JUNIOR, H. M; RIMOLI, J; FRANCO, T. B; BUENO, W. S. O trabalho em saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano. São Paulo. Ed. HUCITEC, 2003. MEZOMO J. C. Gestão da qualidade na saúde. 1ª ed. São Paulo. Manole; 2001. MOTA, N. V. V. P; MELLEIRO, M. M; TRONCHIN, D. M. R. A construção de indicadores de qualidade de enfermagem: relato de experiência do Programa de Qualidade Hospitalar. RAS. v. 9 , n. 34, jan./mar. 2007. Disponível em: <http://pesquisa.proqualis.net/resources/000000064>. Acesso em: 10/06/2012. MURPHY, D. M; SHANNON, K; PUGLIESE, G. Patient Safety and the Risk. Management Professional: New Challenges and Opportunities. Handbook for Health, 2006. Disponível em: <http://media.johnwiley.com.au/product_data/excerpt/85/07879870/0787987085.pdf>. Acesso em 31/08/2012. NIEVA, V. F; SORRA, J. Safey culture assessment: a tool for improving patient safety in health care organizations. Qual Saf Health Care. 2003 Dec.12 Suppl 2:ii17-23. Disponível em: < http://www.ahrq.gov/qual/patientsafetyculture/hospapps.htm>. Acesso em 11/06/2012.

Page 36: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

34

NORONHA, J. C; LIMA, L.D; MACHADO, C. V. A. A gestão do Sistema Único de Saúde: características e tendências. In: Ministério da Saúde (BR). Saúde no Brasil: contribuições para a agenda de prioridades de pesquisa. Brasília (DF): MS; 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_nlinks&ref=000087&pid=S0104-0707200700030000700002&lng=pt>. Acesso em: 21/06/2012. PADILHA, K. G. A prática de enfermagem em UTI e as ocorrências iatrogênicas: considerações sobre o contexto atual. Rev. Paul. Enferm. 2000; 19(3): 49-56. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342006000200013>. Acesso em: 10/06/2012. Programa de Qualidade Hospitalar (CQH). Manual de Indicadores de Enfermagem NAGEH. São Paulo. APM/CREMESP, 2006. RIOS, I. C. Caminhos da humanização na saúde: prática e reflexão. São Paulo. Áurea Editora, 2009. REDE. Interagencial de Informação para a Saúde Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações / Rede Interagencial de Informação para a Saúde - Ripsa. – 2. ed. – Brasília. Organização Pan-Americana da Saúde, 2008. 349 p.: il. ISBN 978-85–87943–65-1 1. Saúde Pública – Brasil. I. Rede Interagencial de Informação para a Saúde – Ripsa. II. Organização Pan-Americana da Saúde. Disponível em: < http://www.ripsa.org.br/php/index.php>. Acesso em: 16/06/2012. Simpósio Acreditação de Hospitais e Melhoria da Qualidade em Saúde. Anais. Academia Nacional de Medicina. Rio de Janeiro. Na Acad Nac Med, 154 (4): 185-213; 1994. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-1002005000200015>. Acesso em: 10/06/2012. RODRIGUES, W. C. Metodologia Científica. FAETEC/IST. Paracambi2007. Disponível em: <http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf>. Acesso em: 01/08/2012. SCHRAIBER, L.B.; PEDUZZI, M.; SALA, A.; NEMES, M.I.B.; CASTANHESA, C.R.L; KON, R. Planejamento, gestão e avaliação em saúde: identificando problemas. Rev. Ciência Saúde Coletiva.1999;4: 221 - 42. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-1231999000200002&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 11/06/2012.

Page 37: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO

35

SHOJANIA, K.G; DUNCAN, B. W; MCDONALD, K. M. R. M; WACHTER; MARKOWITZ, A. J. Making Health Care Safer: a critical analysis of patient safety practices. Evid Rep Technol Assess (Summ). 2001; (43): ix, 1-668. Disponível em: <https://www.premierinc.com/quality/toolsservices/safety/topics/patient_safety/downloads/23_AHRQ_evidence_report_43.pdf>. Acesso em 17/06/2012. TEIXEIRA, J. D. R; CAMARGO, F. A; TRONCHIN, D. M. R; MELLEIRO, M. M. A elaboração de indicadores de qualidade da assistência de Enfermagem nos períodos puerperal e neonatal. Rev enferm. UERJ, v. 14, n.2, Rio de Janeiro. jun, 2006. Disponível em: < http://www.facenf.uerj.br/v14n2/v14n2a18.pdf>. Acesso em: 17/06/2012. WOLFF, A. M; BOURKE, J; CAMPBELL, I. A; LEEMBRUGGEN, D. W. Detecting and reducing hospital adverse events: outcomes of the Wimmera clinical risk management program. Med J Aust. 2001 Jun 18; 174(12):621-5. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11480681>. Acesso em: 15/06/2012. VINCENT, C. A; COULTER, A. Patient safety: what about the patient? Qual Saf Health Care. 2002.11:76-80.10.1136/qhc.11.1.76. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1743559/>. Acesso em: 14/06/2012.