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- 0 - PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA APRENDENDO CIÊNCIAS A PARTIR DO CAMPO Imagem fornecida pelo autor, álbum de família AUGUSTINHO CARLO TREMÉA Professor PDE Professor Orientador: Prof. Dr. Charlie Antoni Miquelin - UTFPR

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PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

NA ESCOLA

APRENDENDO CIÊNCIAS A PARTIR DO CAMPO

Imagem fornecida pelo autor, álbum de família

AUGUSTINHO CARLO TREMÉA

Professor PDE

Professor Orientador: Prof. Dr. Charlie Antoni Miquelin - UTFPR

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APRENDENDO CIÊNCIAS A PARTIR DO CAMPO

INTRODUÇÃO

Buscar uma linguagem facilitadora da aprendizagem para alunos que estudam em

escolas localizadas na zona rural dos municípios e ou escolas em pequenas cidades que

possuem sua clientela oriunda do campo.

As escolas ditas do campo estão carentes de materiais adaptados as suas

realidades, as iniciativas nesse sentido são muito incipientes não podendo mudar as

realidades instaladas em nossas escolas, onde os professores contratados para serem

orientadores do saber, para essas escolas na maioria das vezes são oriundos de grandes

centros urbanos e são abandonados nas escolas rurais sem nenhum tipo de treinamento

que os possibilite entender a realidade onde foram inseridos. E se isso não bastasse, os

materiais didáticos de apoio que chegam a essas escolas para apoiar os professores

também possuem uma linguagem urbanizada, pois são materiais produzidos nos grandes

centros urbanos, em especial no centro oeste do país, que nada tem de comum com a

realidade de nossa região e de nosso povo.

Enfim, nossos alunos conseguem executar tarefas muito complexas de física,

matemática e química, por exemplo, mas não conseguem resolver problemas simples em

suas propriedades rurais como: regular uma máquina, quantificar a adubação de uma

lavoura, diferenciar vantagens em porcentagens de nutrientes em uma saca de adubo,

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prever custos e benefícios em um sistema de produção entre outras coisas simples que

seus pais executam com facilidade, associando à pouca instrução formal que tiveram, o

grande conhecimento prático adquirido ao longo de suas vidas.

Certo de que não podemos privá-los do mundo urbano, mas conscientes de que a

aprendizagem será melhor se partirmos do conhecimento da realidade que possuem, é que

se justifica esta intervenção, ou seja, contextualizando os conteúdos da área de ciências

onde os educandos poderão demonstrar seus pré-conhecimentos práticos e utilizá-los

dentro dessa área.

A intencionalidade deste caderno pedagógico é fornecer aos alunos através dos

professores de ciências informações do conteúdo de física, centradas na

contextualização do campo, uma vez que nesta perspectiva não é encontrada em

livros didáticos.

A princípio o público alvo são alunos de 8ª séries, podendo se estender a todo ensino fundamental e médio tendo em vista que o tema é relativamente e importante para a melhor aprendizagem do educando.

Objetivos

OBJETIVO GERAL:

Adaptar conteúdos de ciências focando a realidade rural e facilitando a

aprendizagem de alunos com realidades semelhantes às vivenciadas pelos do

Colégio Estadual Rui Barbosa, município essencialmente agrícola do estado do

Paraná.

OBJETIVO ESPECÍFICO

Melhorar a aprendizagem e a aplicabilidade dos conteúdos da disciplina de ciências

no cotidiano dos alunos da 8ª série do Colégio Estadual Rui Barbosa, no município

de Agudos do Sul - Pr

.

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PROBLEMATIZAÇÃO

Como contextualizar o ensino de ciências para escolas do campo, se o baixo índice

de aplicabilidade da aprendizagem de ciências nas escolas do campo ou nas escolas

localizadas nas zonas rurais é evidenciado pelos professores que atuam na área, por falta

de contextualização dos conteúdos pelos professores.

FUNDAMENTAÇÃO

ENSINO DE CIÊNCIAS NA PERSPECTIVA DAS DIRETRIZES CURRICULARES

DO ESTADO DO PARANÁ

Nas Diretrizes Curriculares de Ciências para o Ensino Fundamental do Estado do

Paraná, o objetivo de Ciências está assim explicitado:

“ (...) tem como objeto de estudo o conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza. ( ...) entende-se por Natureza o conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda sua complexidade.”( DCEs, p.4)

Desta forma “a NATUREZA legitima, então, os objetos de estudo de ciências

naturais e da disciplina de Ciências” ( DCEs, p.4). A elaboração e a circulação do

conhecimento são asseguradas pela cultura, trabalho e processo educacional que

estabelecem novas formas de pensar, de dominar a natureza, de compreendê-la e se

apropriar de seus recursos . “(...) A história e a filosofia da ciência mostram que a

sistematização do conhecimento científico evolui pela observação de regularidades

percebidas na Natureza, o que permitiu sua apropriação por meio da compreensão dos

fenômenos que nela ocorrem” (DCEs, p.5) .

A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente construída,

que influencia e sofre influencias de questões sociais, tecnológicas, culturais, éticas e

políticas ( KNELLER,1980;ANDERY et al.,1998).

As DCEs, conceituam Ciência como:

(...)um conjunto de descrições, interpretações, teorias, leis, modelos, etc, visando ao conhecimento de uma parcela da realidade, em contínua ampliação e renovação, que resulta da aplicação deliberada de uma metodologia especial (metodologia científica) ( FREIRE-Maia,2000,p.24)

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Sendo assim, o Ensino de Ciências deixa de ser encarado como mera transmissão

de conceitos científicos, para ser compreendido como processo de superação das

concepções alternativas dos estudantes, possibilitando o enriquecimento de sua cultura

científica. ( LOPES,1999)

Na rede pública estadual, de modo geral, observa-se que os conhecimentos

científicos escolares selecionados para serem ensinados na disciplina de Ciências têm

origem nos modelos construídos a partir da investigação da Natureza, pelo processo de

mediação didática.

Prioriza-se o conhecimento da história da Ciência como sendo fundamental para :

� o professor compreender como se desenvolveu o conhecimento científico;

� compreender os obstáculos epistemológicos a serem superados para que o processo

ensino-aprendizagem seja mais bem sucedido;

� propiciar melhor integração dos conceitos científicos escolares, prioritariamente sob

duas perspectivas: como conteúdo específico em si mesmo e como fonte de estudo que

permite ao professor compreender melhor os conceitos científicos, assim, enriquecendo

suas estratégias de ensino( BASTOS,1998);

� que o professor não apenas transmita aos seus alunos os conteúdos (resultados) dessa

ciência, mas também (consciente ou inconscientemente) uma concepção sobre o que é

Ciência. Ora, o conhecimento sobre a natureza da pesquisa científica só pode ser

adquirido de duas formas : ou pela prática da pesquisa e contato com cientistas (isto é,

pela vivência direta) ou pelo estudo da História da Ciência, (MARTINS,1990,p.4).

Dentro dessa concepção, destacam-se três fatores importantes para a Investigação

Científica da Natureza:

� prática pedagógica que leve à integração dos conceitos científicos e valorize o

pluralismo metodológico;

� considerar como ocorre a formação de conceitos científicos pelos estudantes:

( ...) mais do que a soma de certas conexões associativas formadas pela memória, é mais do que um simples hábito mental; é um ato real e complexo de pensamento que não pode ser ensinado por meio de treinamento, só pode ser realizado quando o próprio desenvolvimento mental da criança já tiver atingido o nível necessário.( VYGOTSKY,1991ª,p.71).

� valorizar o que o estudante já sabe (conhecimento cotidiano) e consegue efetivamente

fazer ou resolver por ele mesmo ( nível de desenvolvimento real) e o que o estudante

ainda não sabe, mas pode vir a saber, com a mediação do professor ( nível de

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desenvolvimento pessoal), de acordo com o conceito ZDP ( Zona de Desenvolvimento

Proximal) de Vygotsky.

Para tanto, três aspectos essenciais para o Ensino de Ciências, tanto para a

formação do professor quanto para a atividade pedagógica, devem ser considerados:

A história da ciência , cuja importância foi citada anteriormente;

A divulgação científica : “Tem o papel de oportunizar ao professor de ciências o

contato com o conhecimento científico atualizado contribuindo desta forma para sua própria

formação continuada ( LINS DE BARROS, 2002).”

A atividade experimental : “ O professor... precisa considerar que sua intervenção (

mediação didática ) será essencial para a superação da observação como mera ação

empírica e de descoberta.... possibilitam ao professor criar dúvidas, problematizar o

conteúdo que pretende ensinar e contribuir para que o estudante construa suas hipóteses”.

Assim, propõem-se alguns encaminhamentos metodológicos a serem valorizados

no ensino de Ciências, tais como: a problematização, a contextualização, a

interdisciplinaridade, a pesquisa, a leitura científica, a atividade em grupo, a observação, a

atividade experimental, os recursos instrucionais e lúdicos.

Quanto à avaliação dos alunos no ensino de Ciências, as Diretrizes Curriculares

explicitam que “Avaliar implica intervir no processo ensino-aprendizagem do estudante, para

que ele compreenda o real significado dos conteúdos científicos escolares e do objeto de

estudo de Ciências, visando uma aprendizagem realmente significativa para sua vida.”

Contudo, observa-se que nas 8ª séries do ensino fundamental, o conteúdo

programático demasiadamente extenso, concentrando em apenas um semestre todo o

conteúdo que seria abordado no ensino médio. Um semestre para o ensino da física e outro

para o ensino da química. Além disso, o ensino de ciências nas escolas do campo está

totalmente descontextualizada da realidade cultural da vida dessa população. Isso deve-se

ao fato dos livros didáticos serem, muitas vezes, o único material utilizado na prática

pedagógica na maioria das escolas, apresentando conteúdos prontos num contexto

totalmente urbano, produzido em grandes centros. A situação se agrava por conta de

professores que são frutos de uma formação acadêmica já baseada nesse mesmo princípio,

ou seja, sem criatividade nem conhecimento suficiente para promover as mudanças

necessárias que levem os alunos do meio rural a serem agentes de transformações e

melhorias de suas realidades sociais, econômicas e culturais. No, porque

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“o povo tem o direito de ser educado no lugar onde vive”; Do, pois “o povo tem direito a uma educação pensada desde o seu lugar e com a sua participação, vinculada à sua cultura e às suas necessidades humanas e sociais” (Caldart, 2002, p. 26) .

Diante disso, busca-se com esse projeto, contextualizar os conteúdos a partir da

realidade observada, em que percebe-se o descontentamento tanto dos educandos quanto

de seus pais com relação à sistematização do saber escolar, pois após oito anos ou mais de

sala de aula, os alunos conseguem desenvolver questões complexas de matemática, física

e química, porém apresentam dificuldades em solucionar problemas simples relacionados a

custo e benefício, dimensionamento de áreas, regulagem de máquinas e outros vitais para o

bom desenvolvimento da vida no campo.

“os dados oficiais são surpreendentes: Temos, hoje, 100 mil escolas rurais, 6 milhões de alunos e 290 mil professores. Contudo os dados revelam que apenas 21% das crianças que vivem no campo terminam o ensino fundamental e apenas 10% terminam o ensino médio. Central de doc. Eloi Ferreira da silva:Educação no campo

A análise desses dados nos leva a outra reflexão, que nos remete ao momento em

que estão sendo ensinados alguns conhecimentos básicos, que serão utilizados no

transcorrer da vida, ao concentrar os conteúdos na última série do ensino fundamental,

corre-se o risco de, apresentá-los tarde demais aos educandos, quando a grande maioria já

não tiver mais nos bancos escolares. A mudança nessa realidade deve-se iniciar pelos

currículos e metodologia, possibilitando ao aluno, a partir de sua realidade, resolver e

interpretar problemas que poderão interferir diretamente na sua vida para posterior

contextualização com as questões urbanas.

Atualmente, percebe-se que as metodologias desprestigiam o meio rural e o fascínio

dos livros com as questões urbanas leva cada vez mais os jovens rurais em busca dos sub-

empregos nas grandes cidades, metrópoles, ficando no campo apenas aqueles que não tem

aptidão aos estudos, ou, que, por algum outro fator, precisam abandonar as atividades

escolares.

Há uma produção cultural no campo que deve se fazer presente na escola. Os conhecimentos desses povos precisam ser levados em consideração, melhor, são o ponto de partida das práticas pedagógicas na Escola do Campo. Sendo assim, esta compreensão de campo vai além de uma definição administrativa, configurando-se como um conceito político, ao considerar as especificidades dos sujeitos e não apenas sua localização espacial e geográfica (Veiga, 2003).

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PRINCIPIOS DA EDUCAÇÃO NO CAMPO

A Educação do Campo é um projeto educacional compreendido a partir dos sujeitos

que têm o campo como seu espaço de vida. Nesse sentido, ela é uma educação que deve

ser no e do campo. Nesse sentido, o conceito de campo busca ampliar e superar a visão do

rural como local de atraso, no qual as pessoas não precisam estudar ou basta uma

educação precária e aligeirada.

Campo, nesta concepção, é entendido como lugar de vida onde as pessoas

produzem conhecimento na sua relação de existência e sobrevivência.

DESENVOLVIMENTO

Neste momento será apresentado um conjunto de ações ordenadas com objetivos específicos para cada atividades, partindo do conhecimento prévio do aluno. Sugere-se que avaliação seja um processo continuo de conjunto de instrumentos que serão apresentados no decorrer das atividades.

Para o início das atividades é importante que o professor já tenha trabalhado a implementação do projeto junto a equipe pedagógica e direção da escola para não haver choque de informações e esta ação estar inclusa no planejamento da turma, bem como o conteúdo estar de acordo com o currículo da mesma na escola.

1- A ATIVIDADE Será desenvolvida em quatro capítulos sendo assim divididos: 1.1 ) Introdução ao estudo da física 1.2 ) Cinemática escalar 1.3 ) Movimento uniforme 1.4 ) Movimento variado

ABORDAGEM DOS CAPITULOS

Em cada um dos capitulo destinaremos 20% do tempo previsto para implementação do conteúdo apresentando aos alunos uma introdução teórica do estudo, bem como sua abrangência , principais unidades de medidas utilizadas e aplicabilidade, porem é o momento em que necessitaremos de muita cautela para contextualizar cada conceito levando ao seu imaginário a vida real como de fato é o estudo da física. No inicio de cada assunto novo a ser tratado o professor deve

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resgatar dos educando aquilo que já possuem de conhecimento no referido tema certo de que o conhecimento que possuem normalmente não é elaborado mas sim uma experiência vivida no cotidiano. Relatadas essas, o educador deve organizar as informações dentro do conteúdo programado para as próximas aulas, abrindo espaços para que as aulas práticas possam comprovar que o conhecimento do aluno é valido e importante apenas precisamos sistematiza- los.

CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO A COMPREENSÃO DA FÍSICA

O estudo da Física baseia-se na observação e interpretação de fenômenos da

natureza, é um instrumento que possibilita interpretar fatos e processos naturais

relacionados do nosso cotidiano.

Acreditamos que a Física pode contribuir para que o estudante além de construir um

esquema cheio de conceitos, possa desenvolver uma visão critica a qual lhe permitirá

analisar o grande número de informações trazidas todos os dias pelos meios de

comunicação nas suas diversas formas de apresentação, aprendendo a selecionar e a

compreender as mais relevantes.

A Física quando bem compreendida nos conduz ao exercício da cidadania.

“Descobrimos uma pegada misteriosa nas praias do Desconhecido. Depois de muito

esforço e perspicácia para averiguar sua origem, conseguimos finalmente descobrir quem a

deixara: nós mesmos”.

A.S. Eddinton

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OBJETIVOS

1 – Desmistificar a complexidade dos Princípios da Física;

2 – Conhecer e Trabalhar com as unidades básicas de medida do SI.

PROCEDIMENTOS

1) Aula dialogada para levantamento dos conhecimentos prévios e suas aplicações na

vida cotidiana.

2) Aula expositiva dialogada repasse de conceitos básicos;

3) Aula prática de Unidades de Medidas.

Para aulas práticas, devemos solicitar que os alunos tragam: fita métrica, régua,

relógio, cronômetro e balança pequena.

Serão usadas as dependências do colégio para realizar medições de tempo, massa e

comprimento, os alunos deverão fazer as devidas anotações para posteriores

transformações ou comparações.

4) Exercícios em grupo e individual;

5) Elaboração de relatório sobre os temas tratados e avanços individuais.

AVALIAÇÃO

A avaliação será um processo continuo e levaremos em consideração:

� A participação e qualidade das intervenções nas aulas dialogadas e práticas;

� A participação e qualidade das interações quando trabalhado em grupo;

� Aprendizagem demonstrada na avaliação teórica e no relatório.

O educador utilizar-se-á dos conteúdos básicos, contidos em livros, revistas e outros

materiais adotados pela Unidade de Ensino e aplicará o grande conhecimento prático da

vida no campo para fazer as intervenções e promover uma aprendizagem efetiva e

duradoura.

A seguir, apresentamos os conteúdos básicos a serem trabalhados, os quais terão

adaptações após a 1ª aula de acordo com a realidade apresentada pelos alunos.

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2. INTRODUÇÃO Á ESTUDOS DA FISICA

Qualquer acontecimento na natureza é um fenômeno, independente de seu tamanho

e/ou grau de complexidade.

Os fenômenos físicos são aqueles que ocorrem sem causar alteração na estrutura

na matéria, pode alterar a forma do corpo, mas isso não muda as propriedades e

características da matéria.

A física divide-se em partes, de acordo com a modalidade do fenômeno. Assim

temos:

� Mecânica: estuda os fenômenos que produzem o movimento dos corpos;

� Óptica: os fenômenos produzidos pela luz;

� Termologia: os fenômenos provocados pelo calor;

� Ondulatório: estudo dos fenômenos produzidos pelas ondas, como os sons;

� Eletromagnetismo: estuda os fenômenos produzidos por cargas elétricas e

pelos imãs.

3. UNIDADES DE MEDIDAS

A grandeza escalar necessita apenas de um módulo expresso por uma unidade

numérica.

Ateremos- nos agora apenas nas grandezas escalas como a extensão, a massa e o

tempo.

Comprimento

O comprimento é uma medida de extensão que mais usaremos nesse momento,

para efetuar essa medida, a unidade padrão no Sistema Internacional de Unidades (SI), é o

metro. Normalmente usamos medidas derivadas com maiores ou menores valores.

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Unidade Símbolo Relações Úteis

Metro

Quilometro

Centímetro

M

km

cm

= 100 cm = 1.000 mm

= 1.000 m

= 0,01m = 10 mm

Massa

A medida da massa, segundo SI, é o quilograma.

Unidade Símbolo Relações Úteis

Quilograma

Grama

Miligrama

kg

g

MG

1.000 g

0,001 kg 1 kg = 0,001 kg

1.000

0,001g 1g = 0,001g

1.000

Tempo

A unidade padrão no SI de tempo é o segundo.

Unidade Símbolo Relações Úteis

Segundo

Minuto

Hora

Dia

s

min

h

-

-

= 60 s

= 60 min = 3.600 s

= 24 h

4. UNIFORMIZAÇÃO DE UNIDADES DE MEDIDAS

Para facilitar a resolução de problemas de física é importante que você uniformize as

unidades de mesma grandeza.

A maneira mais fácil para operacionalizar os cálculos e a utilização da regra de três

simples e direta. Nesse caso temos três valores conhecidos e, por meio deles podemos

determinar com facilidade o quarto valor. Veja alguns exemplos:

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a) Transformar 12 minutos em horas

Resolução:

Já sabemos que a hora = 60 min

Logo 1h – 60 min 60 X = 12

X 12 min X = 12

60

b) Transformar 0,54 km em metros.

Resolução:

Já sabemos que 1 km= 1.000m

1 km - 1.000m X = 0,54 + 1.000

0,54km X

X = 540m

c) Transformar 1.329g em quilogramas.

Resolução:

Já sabemos que 1 kg = 1.000g

1 kg - 1.000g 1.000 X = 1 x 1.329

X 1.329g X = 1.329

1.000

X = 0,20h

X = 1.329 kg

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d) Transformar 2h15min em segundos.

Resolução:

Sabemos que 1h= 3.600s, então

2h x 3.600s = 7.200s

Mais

1 min - 60s X = 60 x 15

15 min - X X = 900s

Somando: 7.200 + 900 = 8.100s

CAPITULO II

Esse capitulo merecerá atenção especial, por se tratar de uma base do estudo da Física,

que será utilizado com muita freqüência em outros níveis de estudo.

OBJETIVOS

� Entender os princípios dos movimentos e relaciona-los com a vida diária;

� Efetuar cálculos de velocidade e deslocamento e seus reflexos para a melhoria da

vida no campo e na cidade.

PROCEDIMENTOS

• Aula dialogada para diagnosticar conceito já existente e aplicações do assunto em

questão na vida do campo;

• Aula expositiva dialogada para construção de conceitos básicos;

• Aula prática na quadra esportiva da escola, onde serão trabalhados: movimento,

repouso, ponto de referencia, ponto material, deslocamento e posição. (Para aulas

práticas usaremos bicicleta, carrinho de mão, fita métrica e cronômetro).

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• Aula expositiva dialogada para comparar os conceitos construídos com situações do

cotidiano;

• Resolução de exercícios propostos;

• Elaboração e solução de problemas;

• Relatório individual sobre os temas tratados e avanços individuais.

AVALIAÇÃO

A avaliação será um processo continuo e levaremos em consideração:

� A participação e qualidade das intervenções nas aulas dialogadas e práticas;

� A participação e qualidade das interações quando trabalhado em grupo;

� Aprendizagem demonstrada na avaliação teórica e no relatório.

O educador utilizar-se-á dos conteúdos básicos, contidos em livros, revistas e outros

materiais adotados pela Unidade de Ensino e aplicará o grande conhecimento prático da

vida no campo para fazer as intervenções e promover uma aprendizagem efetiva e

duradoura.

A seguir, apresentamos os conteúdos básicos a serem trabalhados, os quais terão

adaptações após a 1ª aula de acordo com a realidade apresentada pelos alunos.

UNIDADE MECÂNICA

1. CINEMÁTICA ESCALAR

O mundo que nos cerca está em constante mudança. Observar as mudanças é

contemplar os movimentos.

Para entender com mais facilidade os conceitos de repouso, movimento, trajetória,

ponto de referencia, posição, velocidade e espaço, iremos nos utilizar do conhecimento de

realidade do aluno, o qual reside distante da escola em áreas rurais e dependem

exclusivamente de transporte para chegar até a escola.

Olhando pela janela do ônibus, vemos as paisagens alterando-se. Para você que é

um passageiro dentro do ônibus, as casas vão mudando de posição, as arvores na beira do

caminho também, mas o banco que você está sentado está sempre abaixo de si. Em

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relação às casas e arvores o ônibus, você e o banco vão mudando de posição. Entendemos

então que os movimentos são relativos.

Na cinemática procuramos fazer uma descrição dos movimentos. Como os

movimentos são relativos, a descrição de cada movimento depende da referencia que

estejamos usando.

O referencial é ponto de partida, até porque ele define se existe em movimento é

denominado móvel para facilitar o entendimento e a aprendizagem.

Estudaremos individualmente os conceitos e relacionando-os com nosso cotidiano.

a) Repouso ou Movimento

A localização de um móvel não nos permite dizer de ele está ou não em movimento.

Só será permitido definir se o móvel está em movimento ou em repouso, após definirmos em

relação a qual ponto de referência a analise está sendo feita.

Imagine você vindo à escola , dentro do ônibus do transporte escolar, bem

acomodado, sentado no banco. Em relação ao banco do ônibus, você está em repouso, pois

nem o banco se afasta de você e nem você do banco. Mas em relação às arvores da beira

do caminho, das casas e da escola, você está em movimento, pois em relação a esses

pontos de referencia você está se afastando ou se aproximando.

Quando a distancia posição do móvel muda, com o passar do tempo em relação ao

referencial, dizemos que o corpo observado está em movimento. No exemplo anterior em

relação ao banco, você não mudou de posição, mas em relação aos outros pontos de

referencia, você se afastou de alguns e se aproximou de outros, logo em relação a esses,

você está em movimento.

b) Trajetória

A trajetória é uma linha imaginária, feita por um corpo em movimento.

O caminho que você faz de sua casa até a escola é um bom exemplo, pois é a sua

trajetória para chegar à escola, respeitando os referenciais. Existem trajetórias das mais

diversas formas, exemplos:

Circular – aquela feita pelos ponteiros do relógio;

Elípticas – feita pelos planetas em torno do sol;

Parabólica – uma bola de basquetebol lançada à cesta.

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c) Ponto Material e Corpo Extenso

Um mesmo objeto pode ser considerado apenas um ponto material em uma parte

minada situação e corpo extenso em outra.

Para identificarmos melhor essa situação, imagine um trator dentro da garagem de

sua casa, ele ocupa grande parte do espaço dela, nesse caso é considerado corpo extenso.

O mesmo trator no meio de uma grande área de lavoura, ele passa quase

despercebido, é muito pequeno em relação ao tamanho da área, nesse caso é um ponto

material.

Ponto Material – é todo corpo cujas dimensões podem ser desprezadas.

Corpo Extenso - sua dimensão não pode ser desprezada, pois é muito significativa.

d) Como localizar os móveis

A posição de um móvel pode ser determinada com muito mais facilidade se tivermos

um bom referencial.

Quanto menor o espaço, mais conhecidos são os referenciais. Suponha que

estrague seu ônibus do transporte escolar, caso ligue para alguém fazer o socorro e apenas

dizer: “ estragamos o ônibus escolar no caminho”, as pessoas do socorro terão dificuldade

em localizá-los, se a informação tiver um ponto de referencia, facilitará, veja a mesma

informação: “estragamos o ônibus escolar a 500 metros da igreja católica do Palmitos,

sentido Tarumã”, agora sim o socorro terá destino certo.

Outro exemplo: Todas as nossas rodovias, sejam elas federais ou estaduais,

possuem um padrão que é a marcação através de marcos com o quilometro e pontos de

seu inicio, esses marcos são os pontos de referencia. Para localização, veja: “Preciso de

socorro no km 150 da Rodovia BR 116, facilmente será encontrado”.

e) Deslocamento do Móvel

O deslocamento de um móvel é medido pela variação do espaço percorrido por ele.

O espaço é indicado sempre por um numero real por meio do qual se pode

determinar a posição do móvel em uma trajetória.

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O deslocamento (variação de espaço) pode ser indicado por ∆S (∆ – uma letra grega

que indica variação e S indica espaço).

Num deslocamento é importante identificarmos:

So – espaço inicial (inicio de deslocamento)

SF – espaço final (final de deslocamento).

Veja exemplo:

- 10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Espaço m

So = 10 SF = 70

Inicio de deslocamento Final de deslocamento

∆S = SF – So

∆S = 70 – 10

∆S = 60m

O deslocamento do móvel, iniciou em 10 m e encerrou em 70 metros, essa diferença é o

deslocamento (∆S).

f) Intervalo de Tempo

Para definirmos o intervalo de tempo, o procedimento é similar deslocamento.

Suponha que saia de sua casa para vir à escola às 17;30h e chegue à escola 19h, esse

tempo gasto é o intervalo de tempo

Casa Escola

To: 17:30h Tf: 19:00h ∆T = T – To

∆T = 19:00 – 17:30 ∆T = 1,50h

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g) Velocidade Escalar Média

Exemplo 1

Suponha que você decida vir ao Colégio andando, saindo da comunidade do Tarumã

até a escola que está na Sede de Agudos do Sul – PR, localizada a 15 km de sua casa,

para fazer esse percurso você gasta 3 horas.

Relacionando o espaço percorrido e o tempo gasto, obteremos a velocidade media,

representada sempre por Vm, que é uma grandeza física determinada por:

Vm = ∆S 15 Km 5 Km/h

∆T 3h

Isso significa que a velocidade média imprimida em sua caminhada foi de 3 km em

cada hora, não importando se no caminho você parou ou correu, o que de fato interessa

para a velocidade media é o quanto se deslocou e o tempo que gastou.

No SI de unidades, a velocidade media é medida em m/s, mas outras unidades

podem ser usadas como, por exemplo: km/h; m/min, cm/s, etc.

Exemplo 2

Suponha agora que você tem viajado de caminhão, da cidade de Agudos do Sul-PR

para São Paulo-SP, suponha ainda que os 400 km que separam essas cidades, foram

percorridos em 5 horas.

Calcular a velocidade média nessa condição.

Espaço percorrido = ∆S = Sf – So = 400 km – 0 km = 400 km

Tempo gasto = ∆t = Tf – Fo = 5h – 0h = 5h

Vm = ∆S = 400km = 80 km/h

∆t 5h

Independente de quantas vezes o caminhão parou no caminho, mas em média esse

caminhão rodou 80 km em cada hora.

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OBS: Quando estamos dentro de um veiculo qualquer, e olharmos no velocímetro,

ele estará marcando uma certa velocidade, essa velocidade muda todo o instante, pois

depende do veiculo, das condições da rodovia, do transito e especialmente da vontade do

condutor.

O valor que está marcando naquele instante que você olha é denominada

Velocidade Escalar Instantânea.

Exercícios resolvidos :

1 – Um trator percorreu 18 quilômetros em meia hora. Qual foi a velocidade escalar média

do trator em km/h?

Vm = ?

∆S = 18 km Vm = ∆S = 18 km Vm = 36 km/h

∆t = 0,5h ∆t 0,5h

2 – Qual o espaço percorrido pelo mesmo trator nas mesmas condições em 180 minutos?

Vm = 36 km/h

∆S = ?

∆t = 180 min = 3h

1º transtorno min para hora

180 min

60 min que possui 1 hora = 3h

Vm = ∆S

∆t

36 = ∆S

3

3.36 = ∆S

Page 21: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

- 20 -

∆S = 108 Km

O espaço que o trator percorrera em 180 min que é de 3h é de 108 Km.

3) Sabemos que a Vm do trator são 36 km/h. Qual será o tempo em horas gasto para

percorrer 72 km?

Vm = 36 km/h

∆t = ? Vm = ∆S

∆S = 72 km ∆t

36. ∆t = 72

∆t = 72

36

OBS: Na equação da velocidade média envolvemos três variáveis : Vm, ∆t e ∆S.

Para definir cada uma delas poderemos sempre usar a mesma equação Vm= ∆S

∆t

Ou já usaremos os possíveis isolamentos:

Velocidade Média: Vm = ∆S

∆t

Variação do Tempo: ∆t = ∆S

Vm

Variação de Espaço: ∆S = Vm. ∆t

∆t = 2 horas

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- 21 -

Exercícios de Aprendizagem

1) Um automóvel sai de Agudos do Sul –Pr e vai para Quitandinha - Pr, distante 35 km em meia

hora. Qual a velocidade escalar média?

Resolução:

Vm = ?

∆S = 35 Km Vm = ∆S Vm = 35 Km Vm = 70 km/h

∆t = 0,5 h ∆t 0,5 h

2) Um lavrador com sua parelha de cavalos, anda por 20 minutos para fazer um pequeno

percurso de 2.000m. Qual a velocidade média em m/s?

Vm = ?

∆S = 2.000m Vm = 2.000

∆t = 20min 1.200s 1.200

3) Um móvel com velocidade media de 70km/h, desloca-se por uma rodovia durante 5

horas. Qual a distância percorrida por esse móvel?

Vm = 70 km/h

∆S = ? ∆S = Vm. ∆t

∆t = 5 ∆S = 70 . 5

4) Um corredor, com velocidade media de 0,4 km/min, mantém o mesmo ritmo por uma hora

e 20 minutos. Qual o espaço percorrido pelo atleta?

Vm = 0,4 km/min

∆S = ? ∆S = Vm . At

∆t = 1:20 60+20= 80 min ∆S = 0,4 . 80

Vm = 1,66m/s

∆S = 350 Km

∆S = 32 Km

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CAPITULO III

OBJETIVOS

o Saber identificar os movimentos uniformes;

o Identificar em um deslocamento: Posição, Posição Inicial e sentido do deslocamento;

o Efetuar cálculos e construir gráficos de movimento uniforme.

PROCEDIMENTOS

o Aula dialogada para diagnosticar aplicação do movimento no cotidiano;

o Aula expositiva dialogada na construção dos conceitos;

o Trabalho em grupo na resolução e elaboração de problemas;

o Elaboração de relatório individual sobre o tema tratado e os avanços individuais.

AVALIAÇÃO

A avaliação será um processo continuo e levaremos em consideração:

� A participação e qualidade das intervenções nas aulas dialogadas e práticas;

� A participação e qualidade das interações quando trabalhado em grupo;

� Aprendizagem demonstrada na avaliação teórica e no relatório.

O educador utilizar-se-á dos conteúdos básicos, contidos em livros, revistas e outros

materiais adotados pela Unidade de Ensino e aplicará o grande conhecimento prático da

vida no campo para fazer as intervenções e promover uma aprendizagem efetiva e

duradoura.

A seguir, apresentamos os conteúdos básicos a serem trabalhados, os quais terão

adaptações após a 1ª aula de acordo com a realidade apresentada pelos alunos.

Page 24: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

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1. MOVIMENTO UNIFORME

O movimento de um corpo é uniforme quando sua velocidade escalar é constante e

diferente de zero.

Nesse tipo de movimento, a velocidade escalar instantânea é igual à velocidade

média do movimento.

Nos dias atuais, em função do avanço tecnológico, não é difícil encontrar

movimentos.

Mantenha uma velocidade escalar constante, característica do movimento uniforme.

Como exemplo, temos a rotação da tomada de força do trator em uma aceleração

constante.

O movimento dos ponteiros de um relógio; as cadeiras de uma roda gigante; o socar

de um monjolo, as correias de um elevador de milho no secador, os degraus de uma escada

rolante, entre outros.

2. FUNÇÃO HORÁRIA DOS ESPAÇOS (S=F (t))

Como a velocidade média é igual à velocidade escalar instantânea. Podemos dizer

que o espaço (localização) do móvel pode ser dado pela expressão S=So + Vt, onde S =

Espaço final ou posição;

So = Espaço inicial ou posição inicial

V = Velocidade;

t = Tempo

Sendo So e V constantes físicas do movimento.

OBS: A função horária é aplicada em qualquer movimento uniforme, independente da

trajetória descrita pelo móvel.

Page 25: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

- 24 -

Uma característica fundamental dos movimentos uniformes é que os deslocamentos

escalares são diretamente proporcionais dos intervalos de tempo. Assim, se a velocidade de

um trator é mantida constante em 30 k/h, temos: em meia hora o trator percorre 15 km; em 1

h percorre 30 km, em 2 h, 60 km e em 3 horas, 90 km e assim por diante.

=∆S=V.∆t

Exercícios Resolvidos

1 – Um trator movimenta-se com velocidade constante de 6m/s.

a) Que distância ele percorre em 30s?

b) Em quanto tempo ele percorrerá 1.200m?

Resolução:

a) ∆S = V. ∆t

∆S = 6.30

b) ∆S = V. ∆t

Fazendo o isolamento da variável tempo, temos:

∆t = ∆S

V

∆t = 1.200

6

∆t = 200s

∆t (h) 0,5 1 2 3 4 5

∆S (km) 15 30 60 90 120 150

∆S = 180 m

Page 26: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

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2 – Quanto tempo demora um trator acoplado com uma carreta com 15 metros de

comprimento, que se movimentar com velocidade constante de 18 km/h (ou 5m/s), para

atravessar uma ponte de 50m de comprimento?

Resolução: Para que o trator mais a carreta atravessem a ponte, precisamos entender que

todo o conjunto deverá passar a ponte.

50 m + 15 m

∆S = 65 m

O tempo da travessia é dado por: ∆S = V. ∆t ∆t = ∆S

V

∆t = 65m

5m/s

3 – A função horária dos espaços de um móvel é S = 5 + 3.t

Considere S em metros e t em segundos

Determine :

a) o espaço inicial

b) a velocidade do móvel

c) o espaço do móvel no instante 10s

Para solucionar comparamos a função algébrica com a proposta : S = 50 + Vt

S = 5+ 3t

Logo

a) 5m

b) 3m/s

c) S = 5+3.10

S = 5+ 30

S = 35m

∆t = 13s

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- 26 -

3. GRÁFICOS DO MOVIMENTO UNIFORME

Gráfico (S x t) posição em função do tempo

Para o movimento uniforme, todo o gráfico S x t é uma reta inclinada em relação aos

eixos por ser produto de uma função do 1º grau.

Considere a tabela a seguir, que apresenta a posição de uma saca de milho subindo

em uma esteira de carregamento.

S (m) 0 3 6 9 12 15 18 21

t (s) 0 2 4 6 8 10 12 14

Transportando esses valores para o plano do espaço em função do tempo (S x t) obtemos:

V = ∆S V= 6

∆t 4

V = 1,5m/s

Page 28: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

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Gráfico (V x t) velocidade em função do tempo

No movimento uniforme, o diagrama da velocidade em função do tempo (V x t) é

uma reta paralela ao eixo dos tempos, porque a velocidade escalar é uma constante, assim

para o movimento da esteira de carregamento, podemos obter o gráfico abaixo:

V(m/s)

1,5 ...........................................

10 t (s)

O movimento uniforme pode ser: Progressivo ou Retrogrado. Quando a V > 0

progressivo; V < 0 retrogrado. No progressivo o deslocamento do móvel é a favor da

orientação da trajetória, se retrogrado o deslocamento será no sentido contrario da trajetória.

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CAPITULO IV

OBJETIVOS

� Diferenciar movimento uniformemente variado de movimento uniforme;

� Saber definir avaliação, velocidade e posição no MUV.

PROCEDIMENTOS

� Aulas dialogadas para diagnostico;

� Aula expositiva dialogada na construção de conceitos e aplicação;

� Trabalho em grupo para solucionar problemas propostos;

� Aula prática com apoio de outro professor, para esta, usaremos veiculo do professor,

fita métrica e cronômetro, os dados serão anotados para trabalho em grupo;

� Elaborar e resolver em grupo, problemas de MUV;

� Descrever relatório individual sobre avanços no tema tratado.

AVALIAÇÃO

A avaliação será um processo continuo e levaremos em consideração:

� A participação e qualidade das intervenções nas aulas dialogadas e práticas;

� A participação e qualidade das interações quando trabalhado em grupo;

� Aprendizagem demonstrada na avaliação teórica e no relatório.

O educador utilizar-se-á dos conteúdos básicos, contidos em livros, revistas e outros

materiais adotados pela Unidade de Ensino e aplicará o grande conhecimento prático da

vida no campo para fazer as intervenções e promover uma aprendizagem efetiva e

duradoura.

A seguir, apresentamos os conteúdos básicos a serem trabalhados, os quais terão

adaptações após a 1ª aula de acordo com a realidade apresentada pelos alunos.

Page 30: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

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4. MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO

Toda vez que num movimento ocorrer uma variação na velocidade, no decorrer do

tempo, dizemos que o movimento é variado.

Suponha um carro saindo do repouso e adquirindo um movimento como segue:

Ponto A Ponto B Ponto C

(m) = 0 100 500

(S) 0 10 25

Perceba que no Ponto B a velocidade é de 10 m/s e no Ponto C a velocidade é de 20

m/s.

Quando um corpo muda de velocidade com o passar do tempo, dizemos que

adquiriu aceleração.

Aceleração - É uma grandeza física que indica uma variação em um intervalo de

tempo. Não importa se a velocidade aumenta ou diminui.

Se arremessarmos uma pedra para o alto, ela vai diminuir a velocidade até parar no

chão, nos dois casos houve aceleração, pois houve variação de velocidade, tanto subindo

quanto descendo.

A aceleração média é representada por: a = ∆V

∆t

5. FUNÇÃO HORÁRIA DA VELOCIDADE NO MUV

A função da velocidade nos permite definir a velocidade de um móvel em qualquer

instante de tempo e podemos escrevê-la: V = Vo + a.t

Onde:

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V = Velocidade no tempo definido

Vo = Velocidade Inicial

a = Aceleração

t = Tempo definido

Devemos tomar cuidado com a Unidade de Medidas no SI, como:

Vo e V = m/s; a = m/s²; t = s.

Exemplo:

1) Um carro parte do repouso e atinge velocidade de 15 m/s em 3 segundos. Qual é sua

aceleração? E qual a velocidade nos segundos?

a) a = sV b) V = Vo + a.t

st V = o + 5.8

a = 15 m/s

3s

a = 5 m/s²

OBS: Cuidado com s²

a = 15 m : 3s a = 15 m . 1 = 5m/s²

s s 3s

6. EQUAÇÃO HORÁRIA DA POSIÇÃO NO MUV

A posição de um móvel em movimento uniformemente variado é dado pela equação ∆s = So + Vo. T + a t²,

2

Se o móvel partir do repouso, Vo = zero e So = zero, podemos usar ∆S= a t²

2

V = 40 m/s

Page 32: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

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Exemplo:

Um carro parte do repouso e percorre em MUV 90 m em 6 s.

a) Qual é a aceleração do movimento?

b) Qual é a velocidade após 7 segundos?

c) Qual o espaço percorrido pelo carro nos primeiros 5 segundos?

Solução:

a) ∆S = a.t²/2 b) ∆V = a. st c) ∆ s = a.t²

a.t² = 2. ∆S ∆V = 5 m/s². 7s 2

a = 2. ∆S ∆V = 35 m/s ∆s = 5 m/s². 25 s²

t² 2

a = 2. 90 Obs: Cuidado ∆s = 62,5 m

6² s²

a = 180 m 5 m. 7s = 35 m.s Obs: Cuidado

36 s² s² s²

a = 5 m/s² V = 35 m/s

Page 33: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

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ATIVIDADE DE ENCERRAMENTO

RELATÓRIO DE CONCLUSÃO

OBJETIVOS

� Aprofundar, revisar os estudos feitos em sala de aula;

� Apresentar às outras 8ª séries e 1ª série do Ensino Médio, além da equipe

pedagógica da escola e pais dos participantes, o trabalho realizado;

� Discutir com os mesmos a viabilidade de aplicação em anos e séries seqüentes.

O relatório será apresentado pelos alunos, divididos em 4 grupos, cada um com dois

capítulos.

Para tanto é necessário quer o professor oriente e organize os grupos e o relatório.

O professor, juntamente com os alunos fará avaliação para não cometer erros em

relação aos alunos com dificuldade de se expressar.

CRONOGRAMA:

Meses Fevereiro Março Abril Maio Junho Preparação x x x x Capitulo 1 x x Capitulo 2 x x x Capitulo 3 x x Capitulo 4 x x Org.resultados x x x x x x x x

Page 34: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

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REFERÊNCIAS

BONJORNO, Regina Azenha; BONJORNO, José Roberto;BONJORNO,

Valter;RAMOS,Cleiton Marcico. Física completa volume único ,2001

CARRON, Wilson; GUIMARÃES Osvaldo. Física moderna volume único , 2006

CRUZ,José Luiz Carvalho. Projeto Araria ciências , 2006

IMAGEM – Arquivo pessoal do autor, álbum de família.

MARTINS, Josemar da Silva. Educação no campo, explorando peculiaridades e

desafios , julho de 2008, disponível em www.sec.ba.gov.br/entrevistas/entrevista7.html.,

acessado em 27 de junho de 2008.

OLIVEIRA, Reinaldo Marum de; ARAUJO,Mauro Sergio Teixeira de. A introdução de

tópicos da física moderna e contemporânea em uma co ncepção CTS para alunos

da Zona Rural como instrumento para o exercício da cidadania , 2007.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares Estaduais - Ensino Fundamen tal, Ciências . Secretaria

de Estado da Educação. Curitiba: SEED,2003 ( FREIRE-Maia,2000,p.24) ( LINS DE

BARROS, 2002).” (VYGOTSKY,1991ª,p.71). ( FREIRE-Maia,2000,p.24) (

KNELLER,1980; ANDERY et al.,1998). MARTINS,1990,p.4). ( BASTOS,1998);

LOPES,1999).

Page 35: PLANO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA ESCOLA …

- 34 -

PASSADOR, Claudia Souza. Projeto Escola do Campo: Casas familiares rurais. U ma

experiência pedagógica . 1999.

SILVA, Eloi Ferreira, Educação no campo: O desafio de construção de um outro

conceito educacional , abril de 2008, disponível em

http://cedefes.org.br/new/index.php, acessado em 14 de junho 2008

SILVA, Djalma Nunes Da. Física Paraná,2006.