18
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA Comissão Temática de Biodiversidade, Florestas, Parques e Áreas Protegidas RELATÓRIO FINAL PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉ 22 de agosto de 2018

PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE

CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA

Comissão Temática de Biodiversidade, Florestas, Parques e Áreas Protegidas

RELATÓRIO FINAL

PLANO DE MANEJO DA

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉ

22 de agosto de 2018

Page 2: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato
Page 3: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

1

I – APRESENTAÇÃO

O presente Relatório sintetiza as informações e as discussões ocorridas no âmbito da CTBio/CONSEMA

referentes ao Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré.

A Estação Ecológica de Avaré foi criada em 28/12/2010, por meio do Decreto Estadual 56.616, em área

que compõe o Horto Florestal Andrada e Silva.

Anteriormente à sua criação, a área da Estação foi utilizada para o plantio de espécies do gênero

Eucalyptus, destinando-se ao atendimento da demanda de madeira para dormentes da Estrada de Ferro

Sorocabana. A partir de 2010, os plantios de Eucalyptus foram completamente erradicados, favorecendo

uma vigorosa regeneração natural de vegetações de Cerrado e Mata Atlântica.

A transformação da área em Estação Ecológica, categoria associada às Unidades de Conservação da

Natureza do grupo de proteção integral, foi proposta em 2005, por pesquisador do Instituto Florestal e,

posteriormente, apoiada pela Prefeitura da Estância Turística de Avaré e pela Câmara de Vereadores do

Município. Em 2009, um Grupo de Trabalho do Instituto Florestal (Portaria do Diretor Geral do Instituto

Florestal, de 23 de outubro de 2009) foi criado para elaboração de estudos e de proposta técnica visando

a criação da Estação Ecológica, sendo esta aprovada pelo CONSEMA, em 21 de dezembro de 2010.

A Estação Ecológica de Avaré abrange área de 719,02 hectares e está localizada no município de Avaré,

na Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema. A estação foi criada com o objetivo de preservação dos

ecossistemas e processos ecológicos em zona de contato entre o Cerrado e a Mata Atlântica, de grande

relevância ambiental, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de

atividades de educação e interpretação ambiental em contato com a natureza.

A seguir, no Quadro 1, apresenta-se ficha técnica da Estação Ecológica de Avaré e, na Figura 1, mapa com

a localização e os limites da unidade.

Estação Ecológica de Avaré

Legislação Específica

Decreto Estadual nº 56.616, de 28/12/2010 - Cria a Estação Ecológica de Avaré na área que compõe o Horto Florestal de Andrada e Silva, Município de Avaré, em terras que estão sob posse e domínio da Fazenda Pública do Estado de São Paulo, e dá providências correlatas.

Grupo: Proteção Integral Categoria: Estação Ecológica Órgão Gestor: Instituto Florestal Responsável pela UC: Edgar Fernando De Luca E-mail: [email protected]

Área da UC: 719,02 hectares Município abrangido: Avaré UGRHi: 17 – Bacia Médio Paranapanema Situação Fundiária: 100% das terras que compõem a Estação são públicas

Conselho Consultivo: Resolução SMA nº 99/2017 – institui o Conselho e; Resolução SMA nº 136/2017 – designa seus representantes

Endereço: Rua Pernambuco, s/n – Horto Florestal – Braz – Avaré/SP – CEP: 18701-180 Acesso à UC: Rodovia João de Mellão, Km 240 + 400m, acesso por estrada municipal rural

Objetivos

Preservação dos ecossistemas e processos ecológicos em zona de contato entre o Cerrado e a Mata Atlântica, de grande relevância ambiental, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental em contato com a natureza.

Atributos

Um dos últimos grandes remanescentes de Cerrado da região, com a presença de espécies da flora e da fauna ameaçadas de extinção, protegendo os recursos hídricos e promovendo a conservação do solo.

Page 4: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

2 Relatório Final CTBio – Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Aprovado em 10-08-18

Atrativos

Capela Bom Senhor Jesus e Coreto (capela centenária instalada no limite da UC);

Antigo Cemitério (Memória do antigo bairro Andrada e Silva).

Infraestrutura

Existência de duas residências funcionais.

Equipe da UC

01 chefe de Unidade de Conservação;

01 funcionário.

Atividades em desenvolvimento

Manutenção permanente de aceiros, estradas, pontes e cercas;

Fiscalização diária por funcionário residente;

Ações integradas no âmbito do Sistema Integrado de Monitoramento (SIM), por meio do Plano de Fiscalização Ambiental para Proteção das Unidades de Conservação do Estado de São Paulo, cujo objetivo é sistematizar atuação integrada entre a Coordenadoria de Fiscalização Ambiental (CFA), as unidades de policiamento ambiental, da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PAmb), a Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo (FF), o Instituto Florestal (IF) e o Instituto de Botânica (IBot), para melhor assegurar os atributos que justifiquem a proteção desses espaços;

Desenvolvimento de pesquisas científicas. Quadro 1. Ficha Técnica da Estação Ecológica de Avaré.

Figura 1. Limites e localização da Estação Ecológica de Avaré.

Page 5: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

3

II - HISTÓRICO

O processo de elaboração do Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré iniciou-se em novembro de

2013, a partir da criação de Grupo de Trabalho responsável pela execução de atividades para esse fim

(Portaria do Diretor Geral do Instituto Florestal, de 01/11/2013).

Até 2017, embora diversos levantamentos e estudos tivessem sido realizados, o Plano não havia sido

concluído, assim tendo em vista a instituição do Comitê de Integração dos Planos de Manejo (Resolução

SMA nº 93/2017, que alterou a Resolução SMA nº 95/2016) e dos trabalhos para o desenvolvimento de

um Roteiro Metodológico para elaboração de Planos de Manejo no estado, foi proposto pelo Instituto

Florestal e aprovado pelo Comitê a inclusão da Estação Ecológica de Avaré no Projeto Piloto (criado para

o desenvolvimento dos trabalhos do Comitê), que passou a ser composto por um total de onze Unidades

de Conservação.

O Comitê é uma instância formada por todos os órgãos do Sistema Ambiental Paulista, que tem como

objetivo estabelecer diretrizes e procedimentos, incluindo a uniformização de conceitos e metodologias,

para a elaboração, revisão e implantação dos Planos de Manejo das Unidades de Conservação estaduais.

A inclusão da Estação Ecológica de Avaré no Projeto Piloto levou à adequações e ajustes na estrutura do

Plano de Manejo da unidade, conforme diretrizes do Roteiro Metodológico em desenvolvimento.

Em 12/07/2018, o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré foi encaminhado ao CONSEMA, tendo

sido incluído na pauta da 72ª Reunião da Comissão de Biodiversidade, Florestas e Áreas Protegidas (CTBio)

do CONSEMA, em 17/07/2018, ocasião em que foi apresentado e a Coordenadoria de Fiscalização

Ambiental (CFA) foi designada como relatora do Plano.

Em 10/08/2018, na 73ª Reunião da CTBio, foi discutido o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

e o presente relatório foi objeto de apreciação final.

A linha do tempo exposta no Quadro 2 ilustra o histórico do processo.

20

13

No

v

01

/11

Instituição do Grupo de Trabalho para a elaboração do Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré (Portaria do Diretor Geral do Instituto Florestal, de 01/11/2013)

201

4 a

2

016

Levantamentos de campo e estudos para elaboração de diagnósticos e zoneamento da unidade

201

7

Set

06/

09

Instituição do Comitê de Integração dos Planos de Manejo (Resolução SMA nº 93/2017, altera a Resolução SMA nº 95/2016)

No

v 01/

11

Posse do Conselho Consultivo da Estação Ecológica de Avaré (Resolução nº 99/2017 e Resolução SMA nº 136/2017)

14

/11

Oficina de Diagnóstico

De

z 05

/12

Oficina de Zoneamento

19/

12

Oficina de Programas de Gestão

201

8

Fev

06/

02

Oficina de Devolutiva sobre as contribuições ao Plano de Manejo

Page 6: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

4 Relatório Final CTBio – Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Aprovado em 10-08-18

16

/02

Manifestação favorável sobre o Plano de Manejo

Mar

13

/06

Audiência Pública Ju

l 12

/07

CONSEMA

17

/07

CTBio Relatoria CFA

Ago

10

/08

CTBio Aprovação do Relatório Final – Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Quadro 2. Histórico do processo de elaboração do Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré.

III - RELATO DOS TRABALHOS DA CTBio

Na 72ª Reunião da CTBio, o Instituto Florestal (IF) fez a apresentação do Plano de Manejo da Estação

Ecológica de Avaré, destacando o processo de elaboração do Plano e considerando sua reorganização e

reestruturação em virtude de alinhamento às diretrizes e procedimentos relacionados à metodologia

proposta pelo Comitê para elaboração de planos de manejo no estado.

Nesta mesma reunião, foram validadas as dinâmicas propostas à discussão da Comissão e decidido que

serão seguidos os mesmos mecanismos para a continuidade dos trabalhos, considerando a inclusão das

informações sobre o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré no ambiente virtual criado, para o

envio de contribuições e sugestões sobre o plano e o relatório.

Os documentos e as informações sobre o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré foram

disponibilizados aos membros da comissão, na plataforma virtual, em 25/07/2018. Além do Plano de

Manejo, foi disponibilizado aos membros da CTBio o relatório de seu processo de elaboração, o qual

apresenta descrição das etapas, registros fotográficos e registros de presenças.

A comissão analisou a minuta de Resolução SMA que trata da Estação Ecológica de Avaré e contém

basicamente os seguintes artigos: (i) aprovação do Plano; (ii) disponibilização dos dados referentes ao

zoneamento no portal Datageo; (iii) objetivos da Unidade; (iv) caracterizações, normas e diretrizes para

cada zona interna da UC; (v) caracterização, normas e diretrizes para a zona de amortecimento; (v)

descrição dos Programas de Gestão; e os anexos: (i) mapa do zoneamento interno; (ii) mapa da zona de

amortecimento; (iii) conteúdo mínimo para Termo de Compromisso para os empreendimentos de

utilidade pública; e (iv) lista exemplificativa das atividades conforme o grau de impacto.

Registra-se que, todos os itens discutidos e ajustes realizados às minutas dos Planos das UC do Contínuo

Cantareira foram compatibilizados à minuta da Estação Ecológica e encontram-se destacados em azul e

comentados no Anexo I do presente Relatório. A saber, aponta-se a seguir os ajustes realizados à minuta,

evidenciando-se as inserções (texto em laranja) e as exclusões (tachadas) realizadas ao longo do texto:

Page 7: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

5

Considerandos:

o Inclusão de citação ao Decreto de criação da unidade – O Decreto Estadual nº 55.616, de

28 de dezembro de 2010, que criou a Estação Ecológica de Avaré;

Zoneamento Interno – Da Normativa das Zonas:

o Adequação do texto do inciso XIII do artigo 7º – Poderão ser implantados

empreendimentos de utilidade pública de saneamento, transporte, telecomunicações e

energia, nos casos de inexistência comprovada de alternativa locacional,

preferencialmente nas secções de mesma natureza que transpassem a UC, e mediante

comprovação da viabilidade socioambiental, de acordo com a legislação vigente e sem

prejuízo do processo de licenciamento;

Zona de Amortecimento – Das Normativas da Zona de Amortecimento (ZA):

o Adequação do texto do inciso I do artigo 16 – As diretrizes, normas e incentivos definidos

para a Zona de Amortecimento deverão ser considerados no processo de licenciamento

ambiental, bem como deverão ser observados deverá ser observado o disposto na

legislação vigente nas Resoluções CONAMA nº 428/2010 e SMA nº 85/2012 e outras

normativas relacionadas;

o Inclusão da alínea “a” ao inciso V do artigo 16 – A pessoa física ou jurídica que cultivar ou

criar espécies exóticas com potencial de invasão, não contempladas nas normativas do

CONSEMA, deverá adotar ações de controle para evitar seu estabelecimento no interior

da Unidade de Conservação;

a) O Sistema Ambiental Paulista estabelecerá procedimentos para manejo e controle das

espécies;

o Adequação do texto do inciso IX e exclusão da alínea “b” do artigo 16 – As Reservas Legais

(RLs) das propriedades inseridas na Zona de Amortecimento deverão, prioritariamente,

estabelecer conectividade funcional e estrutural com a Unidade de Conservação;

a) A instituição da Reserva Legal deverá ser, preferencialmente, no próprio imóvel, sendo,

nesses casos, elegível para receber apoio técnico-financeiro conforme previsto na norma

XI para a sua recomposição;

b) A compensação de RLs, prevista nos incisos II e IV, § 5°, artigo 66 da Lei 12.651, de 25

de maio de 2012, deverá ocorrer em imóveis situados no interior da Zona de

Amortecimento da Estação Ecológica de Avaré;

o Adequação do texto do inciso X do artigo 16 – O cultivo ou a criação de Organismos

Geneticamente Modificados (OGMs) ou seus derivados só será permitido após

apresentação deverá ocorrer mediante posse do parecer técnico da Comissão Técnica

Nacional de Biossegurança (CTNBio), em sua íntegra, original ou cópia, referente a

utilização comercial, atestando que não trará risco aos atributos da Unidade de

Conservação, conforme previsto no artigo 27 da Lei Federal nº 11.460, de 21 de março de

2007;

o Adequação da alínea “c” do inciso XI do artigo 16 – Adotar medidas para evitar a

contaminação invasão biológica;

Page 8: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

6 Relatório Final CTBio – Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Aprovado em 10-08-18

o Inclusão da alínea “f” do inciso XI do artigo 16 – Adotar, sempre que possível, práticas

agroecológicas para minimizar o uso de agrotóxicos;

o Inclusão da alínea “g” do inciso XI do artigo 16 – Adotar boas práticas no controle de

pragas e priorizar, na medida do possível, o manejo integrado de pragas e o controle

biológico;

Programas de Gestão – Dos Programas de Gestão:

o Adequação do texto do inciso III do artigo 17: Programa de Interação Socioambiental, com

o objetivo de assegurar, por meio das relações entre os diversos atores do território,

compreendendo a unidade de conservação e sua zona de amortecimento, os pactos

sociais, as boas práticas e o reconhecimento do papel e potencial da Unidade, necessários

para garantir os objetivos de criação da Unidade e o desenvolvimento das comunidades

envolvidas;

o Inclusão do § 3º ao artigo 17 – O Programa de Uso Público deverá prever ações para a

implementação, gestão e monitoramento das atividades e infraestruturas de uso público,

previstas no Anexo 4;

Anexos:

o Adequação do título do Anexo IV – LISTA EXEMPLIFICATIVA DO ENQUADRAMENTO DE

ATIVIDADES E INFRAESTRUTURA CONFORME NÍVEL DE IMPACTO QUE SERÃO

PARAMETRIZADAS NO ÂMBITO DO PROGRAMA DE USO PÚBLICO.

Na 73ª Reunião, realizada em 10/08/2018, o presente relatório foi colocado em discussão na CTBio, não

havendo contribuições ou manifestações dos membros da Comissão.

Após ajustes no presente relatório e na minuta (Anexo I do presente Relatório), a CTBio aprovou por

unanimidade o relatório sobre o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré..

Ao finalizar o presente relatório e comparar a minuta de Resolução do Plano de Manejo da Estação

Ecológica de Avaré às minutas das UC do Contínuo Cantareira, foi identificada a necessidade de realizar

ajuste em dois textos, a fim de compatibilizar a redação aos encaminhados dados no âmbito da CTBio, os

quais foram grafados em azul, destacados em amarelo e comentados no Anexo I do presente Relatório. A

saber:

o Adequação do texto da alínea “h” do inciso XI do artigo 16 – Prevenir a poluição e

promover a gestão o gerenciamento ambiental adequadoa aos resíduos gerados nas

atividades agrossilvipastoris;

o Adequação do texto do item I de Obrigações do Órgão Gestor do Anexo III – Fiscalizar e

monitorar o cumprimento dos acordos estabelecidos com a concessionária.

O Processo SMA 5.467/2018 (NIS 2093274) contém o encaminhamento do Plano de Manejo ao CONSEMA

e sua tramitação interna; além de relatório do processo de elaboração do Plano com memória das oficinas

e reuniões realizadas e, cópia do presente relatório, com registro dos principais pontos discutidos pela

CTBio.

Page 9: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

7

IV - ESTRUTURA DO PLANO DE MANEJO

A estrutura adotada, de acordo com o novo Roteiro Metodológico em elaboração pelo Sistema Ambiental

Paulista, está voltada à gestão e à compreensão facilitada pelos agentes públicos e sociais.

Com base nessa reorientação metodológica, o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré contém as

informações necessárias à gestão da UC. Em seus anexos, estão contidos o detalhamento em mapas e

tabelas.

O Plano de Manejo está estruturado em três partes: Diagnóstico (Meio Antrópico, Meio Biótico e Meio

Físico), Zoneamento (Interno e Zona de Amortecimento1) e Programas de Gestão, contendo os seguintes

capítulos:

INFORMAÇÕES GERAIS DA UC - contatos institucionais, atos normativos, aspectos fundiários, gestão e infraestrutura, infraestrutura de apoio ao uso público, atrativos turísticos e alvos da conservação.

DIAGNÓSTICO DO MEIO ANTRÓPICO - Cobertura da terra e uso do solo, infraestrutura linear, dinâmica demográfica e socioeconômica, ocupações humanas e populações residentes, história e patrimônio, vetores de pressão e conflitos de uso.

DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO - Vegetação (fisionomia e estágio sucessional, riqueza, ocorrência de degradação, espécies endêmicas e exóticas, áreas prioritárias para conservação e conectividade) e fauna (riqueza, espécies migratórias, endêmicas, ameaçadas de extinção, exóticas e indicadoras).

DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO - Geologia, geomorfologia, pedologia, climatologia, perigo, vulnerabilidade e risco, águas superficiais, águas subterrâneas e mineração.

JURÍDICO-INSTITUCIONAL - Instrumentos de ordenamento territorial federais, estaduais e municipais.

LINHAS DE PESQUISA - Pesquisas em andamento e/ou finalizadas.

SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO - Síntese dos diagnósticos do meio antrópico, meio biótico e meio físico.

ZONEAMENTO – Zoneamento Interno e Zona de Amortecimento, conteúdo mínimo para termo de compromisso e lista exemplificativa do enquadramento de atividades de infraestrutura conforme nível de impacto.

PROGRAMAS DE GESTÃO – Apresentação e Conteúdo dos programas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ANEXOS.

V - METODOLOGIA

O Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré, inicialmente, foi fundamentado no “Roteiro

Metodológico para o Planejamento de Unidades de Conservação”, publicado em 2002 pelo Ministério do

Meio Ambiente, tomando como premissas e características a construção de um processo contínuo,

gradativo e participativo.

1 Pela nova metodologia, a área de estudo no entorno da UC é de três quilômetros. O conteúdo dos estudos em seu entorno se circunscrevem a esse perímetro.

Page 10: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

8 Relatório Final CTBio – Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Aprovado em 10-08-18

De novembro de 2013 até o início de 2017, as atividades para a elaboração do Plano de Manejo da Estação

foram realizadas por Grupo de Trabalho instituído com essa finalidade, contando com a participação e

envolvimento de cerca de 42 especialistas de diferentes áreas, pertencentes ao corpo de pesquisadores

e funcionários do Instituto Florestal.

Após a inclusão da Estação Ecológica de Avaré no Projeto Piloto, coordenado pelo Comitê de Integração,

o Plano buscou seguir as diretrizes estabelecidas pela Secretaria do Meio Ambiente, de forma sinérgica

com todo o Sistema Ambiental Paulista e atendendo a legislação ambiental vigente, em especial a

Resolução SMA nº 33/2013 e o Decreto Estadual nº 60.302/2014.

Desse modo, equipes técnicas dos demais órgãos do Sistema Ambiental foram envolvidas no trabalho,

possibilitando a complementação dos temas relacionados ao Plano de Manejo e promovendo a

integração entre os diferentes órgãos e técnicos vinculados à Secretaria do Meio Ambiente (SMA).

As instituições que compõem o Comitê de Integração dos Planos de Manejo são:

GABINETE- SMA

FUNDAÇÃO FLORESTAL

INSTITUTO FLORESTAL

INSTITUTO GEOLÓGICO

INSTITUTO DE BOTÂNICA

CETESB

COORDENADORIA DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL

COORDENADORIA DE FISCALIZAÇÃO

COORDENADORIA DE BIODIVERSDADE E RECURSOS NATURAIS

COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Participaram da elaboração do Plano, além do corpo de pesquisadores e funcionários do Instituto

Florestal, pesquisadores e técnicos dos Institutos de Botânica e Geológico, técnicos da CETESB, assessores

e técnicos das Coordenadorias e gabinete da SMA.

Ao todo, no Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré foram envolvidos 72 técnicos do Sistema

Ambiental para a elaboração do Diagnóstico, 22 na fase do Zoneamento e 17 na elaboração dos

Programas de Gestão.

A. Análise Integrada e Visitas a campo

A metodologia incluiu a análise integrada dos aspectos físicos, bióticos e antrópicos da UC, além de

aspectos jurídico-institucionais, de forma a subsidiar a elaboração dos mapas e a redação dos

instrumentos de gestão previstos no Plano de Manejo.

Especificamente no que se refere aos meios físico e biótico, foram realizados levantamentos em campo,

além de consultas a trabalhos científicos anteriormente realizados na unidade ou em sua região.

Page 11: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

9

B. Processo participativo

A participação social na elaboração do Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré foi tomada como

uma premissa e característica essencial desde o princípio, de forma que os diferentes setores da

sociedade e a comunidade do entorno da Estação tivessem oportunidade de contribuir para sua

elaboração com conhecimentos sobre a área e participar da tomada de decisões estratégicas, conforme

consta no Processo SMA 5.467/2018.

As diretrizes e procedimentos que orientaram a elaboração do Plano de Manejo da Estação Ecológica de

Avaré, assim, buscaram garantir a participação em todos os níveis (interno e externo) e momentos, se

configurando tanto nas reuniões de trabalho de técnicos e pesquisadores dos diversos órgãos vinculados

à SMA, como nas oficinas e reuniões realizadas no espaço do Conselho Consultivo da UC, instituído em

setembro de 2017 por meio da Resolução SMA nº 99/2017 (institui o Conselho) e da Resolução SMA nº

136/2017 (designou seus representantes).

Além desses momentos, foi mantido pelo Instituto Florestal uma plataforma virtual aberta de consulta

pública, na qual foram compartilhados os materiais e informações sobre a elaboração do Plano de Manejo

da UC e disponibilizado mecanismo para manifestação e coleta de contribuições sobre os temas e etapas

do processo.

A Figura 2 apresenta o ambiente virtual utilizada para disponibilização de arquivos e materiais e coleta de

contribuições ao Plano de Manejo.

Figura 2. Ambiente virtual do processo de elaboração do Plano de Manejo, no qual foram compartilhados arquivos

e materiais e disponibilizado mecanismo para a coleta de contribuições.

Foram realizadas quatro oficinas de consulta pública, as quais trataram dos temas relacionados ao Plano

de Manejo: Diagnóstico, Zoneamento, Programas de Gestão e Oficina Devolutiva, esta última, com o

objetivo de expor os resultados e as justificativas sobre a aceitação, ou não, das contribuições colhidas

nas etapas presenciais e na plataforma de consulta pública virtual. As oficinas aconteceram em reuniões

ampliadas do Conselho Consultivo, com o envolvimento de seus representantes e a participação de

demais atores do território da UC, em especial da comunidade de seu entorno.

Page 12: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

10 Relatório Final CTBio – Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Aprovado em 10-08-18

A manifestação favorável do Conselho Consultivo referente ao Plano de Manejo, em cumprimento a

exigência do artigo 27 da Lei 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e

ao artigo 17 do Decreto Estadual 60.302/2014, foi realizada na 2ª Reunião Ordinária do Conselho da

Estação Ecológica de Avaré, em 16 de fevereiro de 2018.

Ainda, seguindo as diretrizes da Resolução SMA 29/2018, foi realizada uma audiência pública, em 13 de

junho de 2018. A audiência contou com a presença de 19 pessoas e a manifestação de 3 participantes,

um representante do poder executivo municipal, um de organização da sociedade civil e um de outros

órgãos ou entidades públicas. Em sua maioria, as manifestações teceram elogios ao processo de

elaboração e à estrutura do Plano de Manejo e alguns apontamentos relativos às normas da Zona de

Amortecimento da unidade foram esclarecidos; não decorrendo em ajustes ou alterações no documento

final do Plano.

O Quadro 3 sistematiza o processo participativo e apresenta as datas das oficinas, o total de participantes

e contribuições, bem como os instrumentos de formalização do Conselho da Estação Ecológica de Avaré.

Processo participativo na elaboração do Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Data Atividade Nº de

participantes

Form

aliz

ação

do

C

on

selh

o

13/09/2017 *Resolução SMA º 99/2017 – institui o Conselho Consultivo

30/10/2017 *Resolução SMA nº 136/2017 – designa os representantes do Conselho Consultivo

01/11/2017 Posse do Conselho Consultivo

20

17

14/11/2017 Oficina de Diagnóstico 27

05/12/2017 Oficina de Zoneamento 51

19/12/2017 Oficina de Programas de Gestão 37

Número de Contribuições: 85 contribuições no total, das quais 82% foram totalmente ou parcialmente deferidas e incorporadas e as demais foram rejeitadas, mediante justificativa.

201

8

06/02/2018 Oficina de Devolutiva 19

16/02/2018 Manifestação favorável sobre o Plano de Manejo - 2ª Reunião Ordinária do Conselho Consultivo

17

13/06/2018 Audiência Pública 19

Quadro 3. Síntese do processo participativo na elaboração do Plano de Manejo.

VI - ZONEAMENTO

A nomenclatura, descrição, diretrizes e objetivos das zonas foram definidos no âmbito dos trabalhos do

Comitê de Integração dos Planos de Manejo, para cada categoria de Unidade de Conservação. As regras

gerais irão compor o Roteiro Metodológico e as regras específicas são construídas no processo de

elaboração do Plano de cada UC.

Page 13: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

11

Um grande diferencial nessa nova concepção metodológica para o Zoneamento é o estabelecimento de

três Unidades de Planejamento distintas, Zonas e Áreas (Figura 3), que compõem a principal estrutura do

Zoneamento Interno, e a possibilidade de Setorização, quando necessário, para a Zona de Amortecimento

(Figura 4).

Figura 3. Desenho esquematizando a relação “Zona e Área”, no zoneamento interno das UCs.

Zona é a porção territorial delimitada com base em critérios socioambientais e no grau de intervenção

previsto, que estabelece objetivos, diretrizes e normas próprias. São porções mais extensas do território

com características (momento presente e expectativa futura) mais homogêneas e predominantes.

Indicam e orientam os usos e comandos de gestão mais amplos e que devem predominar ao longo do

tempo de vigência do PM. As zonas definidas no Plano de Manejo somente poderão ser alteradas no

âmbito da revisão do Plano de Manejo.

Área é a porção territorial destinada à implantação dos programas e projetos prioritários de gestão da

Unidade de Conservação, em conformidade com as características, objetivos e regramentos da zona sobre

a qual incide. São porções menores do território que indicam, dentro das Zonas, onde irão ocorrer os

programas e projetos prioritários de gestão. Podem ter suas delimitações remarcadas em revisões parciais

do PM e devem dar mais agilidade à gestão.

Setor: porção territorial da Zona de Amortecimento com características ambientais e socioeconômicas

específicas, para a qual serão estabelecidas diretrizes e condicionantes. Assim como as zonas, os setores

definidos no Plano de Manejo só poderão ser alterados no âmbito da revisão do Plano de Manejo.

Figura 4. Desenho esquematizando a Zona de Amortecimento e sua possibilidade de setorização.

A proposta preliminar de Zoneamento da Estação Ecológica de Avaré foi desenvolvida entre abril e

outubro de 2017 com base nos diagnósticos da unidade e discutida e aprimorada por diversos técnicos

do Sistema Ambiental Paulista em reuniões de grupo de trabalho vinculado ao Comitê de Integração dos

Planos de Manejo. A proposta também sofreu ajustes e alterações a partir das discussões e contribuições

realizadas durante as oficinas participativas, até a obtenção de consenso final e manifestação favorável

do Conselho Consultivo da unidade.

Page 14: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

12 Relatório Final CTBio – Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Aprovado em 10-08-18

A descrição, objetivos e regramentos do Zoneamento da unidade constam da minuta de Resolução que

institui o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré, no Anexo I deste Relatório.

A. Zoneamento Interno

Os principais critérios para definição do zoneamento interno preliminar da unidade foram os diagnósticos

do meio físico e biótico, a partir dos quais buscou-se identificar o estado de conservação dos ecossistemas

e a necessidade de implantação e conservação de infraestrutura que permitisse à Estação Ecológica

alcançar seus objetivos de conservação.

Foram definidas três zonas internas na Estação Ecológica: Conservação, Recuperação e, Uso Extensivo; as

quais são descritas no Quadro 4, que apresenta seus objetivos e a dimensão e proporção de cada uma à

área total da unidade.

Relação das zonas internas da Estação Ecológica de Avaré

Zona Descrição Objetivo Dimensão (ha)

% do total da UC

Conservação É aquela onde ocorrem ambientes naturais bem conservados, podendo apresentar efeitos de intervenção humana não significativos.

Conservar a paisagem natural, a biodiversidade e o meio físico, possibilitando atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com mínimo impacto sobre os atributos ambientais da Unidade de Conservação.

140,00 19%

Recuperação É aquela constituída por ambientes naturais degradados que devem ser recuperados para atingir um melhor estado de conservação e que, uma vez recuperada, deverá ser reclassificada.

Deter a degradação dos recursos ambientais e recuperar os ecossistemas naturais quanto à estrutura, função e composição, o mais próximo possível da condição anterior à sua degradação.

574,00 80%

Uso Extensivo

É aquela constituída em sua maior parte por regiões naturais conservadas, podendo apresentar efeitos de intervenção humana e que possibilita o desenvolvimento de atividade de educação ambiental.

Conservar a paisagem natural, a biodiversidade e o meio físico, possibilitando atividades de pesquisa científica e educação ambiental, com baixo impacto sobre os recursos ambientais.

6,00 1%

TOTAL 720,00 100%

Obs. As dimensões e percentuais são aproximadas. Quadro 4. Zonas da Estação Ecológica de Avaré.

Page 15: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

13

Além das zonas acima, incidem também na Estação Ecológica de Avaré quatro áreas: Uso Público,

Administração, Histórico-Cultural e, Interferência Experimental.

A Área Histórico-Cultural, especificamente, busca valorizar o patrimônio imaterial e a memória e história

do antigo bairro Andrada e Silva, reconhecido como precursor da fundação do município de Avaré e, cujo

desenvolvimento e declínio decorreu, respectivamente, em função da instalação e da desativação de

estação ferroviária ligada à Estrada de Ferro Sorocabana. Nessa área situam-se: a Capela do Bom Senhor

Jesus e Coreto, construída anteriormente à 1895, e onde ocorrem atividades relacionadas à

tradicionalidade caipira e religiosa, que agregam moradores do entorno da Estação, moradores de bairros

vizinho e da própria cidade de Avaré; e antigo cemitério, que funcionou entre os anos de 1900 a 1950 e

representa memória dos antigos moradores e do próprio bairro Andrada e Silva, porém que atualmente

está descaracterizado e coberto por vegetação de Cerrado, mas ainda recebe visitas em datas de cunho

religioso ou é utilizado para a realização de rituais, que podem se converter em um vetor de pressão à

unidade, principalmente devido ao uso de materiais inflamáveis.

A descrição das áreas e seus objetivos são apresentados no Quadro 5. As áreas não foram dimensionadas,

pois são flexíveis e poderão ser mapeadas durante a implantação do Plano de Manejo.

Relação das áreas da Estação Ecológica de Avaré

Área Descrição Objetivo

Área de Uso Público

É aquela que circunscreve as atividades de pesquisa e educação ambiental e que possibilita a instalação de infraestrutura de suporte às atividades permitidas na zona em que se insere.

Possibilitar o desenvolvimento das atividades de educação ambiental permitidas na zona em que se insere.

Área de Administração

É aquela que circunscreve a infraestrutura de apoio aos serviços administrativos, de proteção, de fiscalização e de pesquisa científica.

Oferecer suporte ao desenvolvimento das atividades de gestão da Unidade de Conservação.

Área Histórico-Cultural

É aquela que circunscreve o patrimônio histórico-cultural ou arqueopaleontógico e as atividades correlatas.

Proteger e difundir a importância do patrimônio histórico-cultural ou arqueopaleontógico.

Área de Interferência Experimental

É aquela constituída por ambientes naturais, conservados ou alterados, destinada a pesquisas científicas de maior impacto.

Avaliar o funcionamento dos ecossistemas por meio do desenvolvimento de pesquisas científicas experimentais, cujos resultados sejam aplicáveis à restauração e conservação.

Quadro 5. Áreas do zoneamento interno da Estação Ecológica de Avaré.

Conforme discussões realizadas na CTBio, em 03/07, durante a análise dos Planos de Manejo das UC do

Contínuo Cantareira, na qual foram levantadas questões sobre o tratamento dado às antigas “Zonas de

Uso Conflitante”; esclarece-se que buscou-se adotar abordagem na qual não serão mais utilizadas zonas

ou áreas específicas para esse tipo de empreendimento, mas sim a proposta de elaboração de documento

a ser assinado entre o Órgão Gestor da Unidade e as Concessionárias que gerem essas infraestruturas.

Esta opção alinha-se com a motivação que permeia toda a nova proposta metodológica: orientar e

subsidiar a adequada gestão da Unidade.

Page 16: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

14 Relatório Final CTBio – Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Aprovado em 10-08-18

Dessa forma, aponta-se que no Zoneamento é apresentado o conteúdo mínimo para os Termos de

Compromissos a serem firmados com as Concessionárias de empreendimentos de utilidade pública,

quando existentes.

B. Zona de Amortecimento

Seguindo o novo roteiro metodológico, a área de estudo para a definição da Zona de Amortecimento (ZA)

foi de 3 quilômetros, a partir dos limites da UC.

Para a Zona de Amortecimento preliminar da Estação Ecológica de Avaré foram levados em conta,

principalmente, a importância dos processos hidrológicos, tomando-se a bacia hidrográfica como unidade

de análise e buscando-se o máximo possível de proteção das microbacias situadas a montante da unidade.

Além disso, considerou-se as possibilidades de aumento de conectividade ecológica da paisagem por meio

de futura interligação de fragmentos remanescentes de vegetação nativa entre si e com a própria UC.

A delimitação da ZA foi orientada de forma a facilitar a gestão, uniformizar as diretrizes e priorizar as

normativas mais específicas das zonas internas, mais restritivas e efetivas ao alcance dos objetivos da UC.

A Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Avaré não foi subdividida em setores, em decorrência

de seus usos homogêneos; e suas informações gerais são apresentadas no Quadro 6.

Caracterização da Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Avaré

Dimensão Total (ha) Município Abrangido

3.494 Avaré Quadro 6. Zona de Amortecimento da Estação Ecológica de Avaré.

VII – PROGRAMAS DE GESTÃO

Os Programas de Gestão do Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré foram elaborados adotando-

se como premissas básicas a viabilidade, objetividade e a continuidade do Plano, de modo a direcionar e

facilitar o manejo e a gestão da Estação Ecológica.

As ações previstas nos Programas de Gestão foram direcionadas à prevenção e superação dos impactos

causados pelos pontos fracos (ambiente interno) e pelas ameaças (ambiente externo), que impedem ou

dificultam o alcance dos objetivos da unidade; e também para aproveitar o estímulo proporcionado pelos

pontos fortes (ambiente interno) e pelas oportunidades (ambiente externo), que se constituem em forças

impulsoras que contribuem para o alcance de seus objetos de criação.

Os Programas de Gestão, seus objetivos gerais e estratégicos são apresentados no Quadro 7.

Programas de Gestão da Estação Ecológica de Avaré

Programa

Objetivo Geral Objetivo Estratégico

Manejo e Recuperação

Assegurar a conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas (aquáticos ou terrestres), por meio de ações

Melhoria na efetividade da gestão.

Page 17: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

15

de recuperação ambiental e manejo sustentável dos recursos naturais.

Uso Público

Ordenar as atividades de uso público na unidade de modo a garantir a segurança dos usuários (tanto nas atividades dirigidas quanto livres) e minimizar possíveis impactos sobre os recursos naturais protegidos pela UC.

Promoção do uso público efetivo na UC.

Interação Socioambiental

Assegurar, por meio das relações entre os diversos atores do território, os pactos sociais, as boas práticas e o reconhecimento do papel e potencial do território, necessários para garantir os objetivos dos Programas de Gestão e o desenvolvimento das comunidades envolvidas.

Interação socioambiental efetiva com os atores do território.

Proteção e Fiscalização

Diminuir os vetores de pressão sobre o território, com vistas a garantir a integridade física, biológica e cultural da unidade.

Contenção da degradação ambiental no interior da UC e entorno por conta dos vetores de pressão.

Pesquisa e Monitoramento

Produzir, sistematizar, disponibilizar e difundir conhecimentos que auxiliem a gestão da UC em suas diversas ações.

Incremento na produção de conhecimento científico na UC.

Quadro 7. Programas de Gestão da Estação Ecológica de Avaré.

Os Programas de Gestão serão executados no prazo de até cinco anos e, a fim de facilitar o entendimento

da sequência lógica estabelecida, foram estruturados em uma matriz composta por: (i) Objetivo Geral e

(ii) Objetivo Estratégico, (iii) Ações, (iv) Atividades, (v) Classificação das Atividades, (vi) Responsabilidades

e Parcerias, e (vii) Cronograma. O Instituto Florestal também apontou condicionantes para implantação

dos programas, como: manutenção da sede da seção, adequação orçamentária e operacional da

instituição e investimentos para contratação de funcionários.

VIII – CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. Os trabalhos para elaboração do Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré foram iniciados em

novembro de 2013 e concluídos em fevereiro de 2018, com a manifestação favorável do Conselho

Consultivo; cumprindo os ritos exigidos pela legislação vigente, em especial, em relação ao conteúdo

e à participação social;

2. Registra-se que o Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré foi adequado e reestruturado sob

as diretrizes e procedimentos do Roteiro Metodológico em elaboração no Sistema Ambiental

Paulista, compondo os resultados do Projeto Piloto (bloco 1) do Comitê de Integração dos Planos de

Manejo;

3. O conteúdo do Plano de Manejo é sintético, mas suficiente e qualificado para a elaboração do

Zoneamento e dos Programas, oferecendo um instrumento pragmático à gestão da UC;

4. O Plano de Manejo foi discutido e elaborado pelo Sistema Ambiental Paulista, com ampla

participação dos atores locais;

5. A participação da sociedade possibilitou o esclarecimento aos atores envolvidos sobre a importância

desse instrumento de gestão da UC e criou oportunidades para suas contribuições ao aprimoramento

do Plano de Manejo. A participação se deu por meio de oficinas com o envolvimento de atores do

Page 18: PLANO DE MANEJO DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE AVARÉarquivos.ambiente.sp.gov.br/consema/2018/09/ee-avare-relatorio... · atividades de educação e interpretação ambiental em contato

16 Relatório Final CTBio – Plano de Manejo da Estação Ecológica de Avaré

Aprovado em 10-08-18

território da UC, comunidade do entorno e membros do Conselho Consultivo, e por meio de

plataforma virtual;

6. A CTBio analisou e discutiu a minuta de Resolução e, considerando as discussões realizadas nas

reuniões da CTBio, de 03/07/2018 e 17/07/2018, nas quais foram propostas adequações às minutas

de Resolução que tratam dos Planos de Manejo das UC do Contínuo Cantareira, aprovou, em

10/08/2018, a compatibilização e incorporação das sugestões acordadas à minuta do Plano de

Manejo da Estação Ecológica de Avaré, conforme registros grafados em azul e comentados no texto

do Anexo I deste relatório;

7. Diante do exposto, a Comissão Temática de Biodiversidade, Florestas, Parques e Áreas Protegidas

manifesta-se favoravelmente à aprovação da minuta de resolução SMA e ao Plano de Manejo da

Estação Ecológica de Avaré, propondo encaminhamento à Plenária do CONSEMA para a

manifestação final.

São Paulo, 22 de agosto de 2018.

ORIGINAL ASSINADO

Relator: Sergio Luis Marçon

Coordenador de Fiscalização Ambiental

Secretaria do Meio Ambiente