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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito Associação Patrimônio Natural Página 1 de 148 PLANO DE MANEJO RPPN FAZENDA SÃO BENEDITO Brasil - Rio de Janeiro - Rio Claro - 2009

Plano de Manejo RPPN São Benedito - revisão out 2010

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 1 de 148

PLANO DE MANEJO

RPPN FAZENDA SÃO BENEDITO Brasil - Rio de Janeiro - Rio Claro - 2009

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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PLANO DE MANEJO DA RPPN SÃO BENEDITO

Proprietário: Antônio Luís de Mello e Souza

Coordenação Geral: Associação Patrimônio Natural do Rio de Janeiro

Equipe técnica de elaboração do estudo

Coordenação Geral: Deise Moreira Paulo - APN-RJ

Coordenação Técnica:

Adriano Lopes de Melo - Eng. Florestal, MSc.

Estudos secundários

Coordenação: Monise Aguillar Faria Magalhães - Acadêmica de Engenharia Florestal

Estudos da Flora: Coordenação: Celso Fraga de Mattos Junior - Acadêmico de Engenharia Florestal

Alexandre de Medeiros - Acadêmico de Engenharia Florestal Daniel Leal Zumbrinsky - Acadêmico de Engenharia Florestal Eduardo de Paiva e Paula - Acadêmico de Engenharia Florestal

Daniel Flint - Acadêmico de Engenharia Florestal Vitor Cavalcanti de Mattos - Acadêmico de Engenharia Florestal

Luis Ireno - Acadêmico de Engenharia Florestal Monise Aguillar Faria Magalhães - Acadêmica de Engenharia Florestal

Renata Patrizia - Acadêmica de Engenharia Florestal

Estudos da Fauna: Coordenador: Leandro Travassos dos Santos - Biólogo

Israel Dias de Carvalho - Biólogo Jeiel Carvalhaes - Biólogo

Estudos Topográficos e geoprocessamento: Washington Ramalho - Técnico em Agrimensura

Gilberto Pereira – Biólogo e especialista em geoprocessamento

Equipe de Apoio: Sr. Zé Paulino – RPPN Fazenda São Benedito

Sra. Ana – RPPN Fazenda São Benedito

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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APRESENTAÇÃO

O presente documento materializa a reflexão de um conjunto de pessoas sobre o

futuro da RPPN Fazenda São Benedito (Portaria ICMBIO 70/01), localizada no município

de Rio Claro, Rio de Janeiro. Em seu conteúdo foram compilados e sistematizados

estudos primários e secundários de diversas áreas do conhecimento, naturalmente,

aqueles relacionados de alguma forma à RPPN. Cada estudo deste documento foi

realizado por uma equipe específica e capacitada, sob a coordenação geral de um técnico

da APN-RJ, e foi, a partir dos mesmos, que todas as diretrizes de proteção e manejo

foram delineadas. Ou seja, uma fase diagnóstico (leitura de atributos ambientais,

históricos, sócio-econômicos, etc.) como subsídio a uma fase de planejamento da

RPPN (zoneamento, programas e projetos específicos de proteção e manejo). Os estudos

primários foram aqueles realizados no campo, tais como flora, fauna e topografia. Os

estudos secundários foram aqueles realizados com foco em revisões de literatura (solo,

geologia, geomorfologia, sócio-economia, uso e ocupação do solo, etc.). Estes são

apresentados sempre abordando o contexto regional e depois os aspectos específicos da

propriedade, RPPN e seu entorno direto (como se fosse uma abordagem “funil”). Toda

esta concepção está baseada no Roteiro Metodológico para Elaboração de Planos de Manejo

de RPPN, publicado pelo ICMBIO. O conteúdo deste documento foi elaborado com a

preocupação de ser compreensível ao proprietário/gestor da RPPN e, melhor ainda,

exequível. Isso só foi possível diante das conversas estabelecidas com o mesmo, além

daquelas realizadas com seus funcionários, que são notórios saber da região. Portanto,

espera-se que este documento sirva para aprimorar a percepção do proprietário acerca

dos atributos ambientais dos domínios da propriedade e RPPN, bem como do seu

entorno e região que se insere, na busca do entendimento das potencialidades e

limitações existentes e as diretrizes que devem estar associadas a cada uma dessas.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 3

INTRODUÇÃO: .................................................................................................................... 5

I.1) Localização e acesso da propriedade e RPPN: ............................................................ 8

I.2) Histórico: .................................................................................................................... 11

1.3) Ficha Resumo ............................................................................................................ 12

1. DIAGNÓSTICO ............................................................................................................... 14

1.I Caracterização ............................................................................................................. 14

I.I.I) Clima ...................................................................................................................... 14

1.I.2) Relevo .................................................................................................................. 18

1.I.4) Hidrografia ........................................................................................................... 24

1.I.5) Vegetação ............................................................................................................ 33

1.I.6) Fauna .................................................................................................................... 46

1.2) Fogo e outros fatores de degradação ................................................................... 51

1.3) Atividades desenvolvidas na RPPN ....................................................................... 54

1.4) Pesquisa e Monitoramento .................................................................................... 54

1.5) Visitação ................................................................................................................ 55

1.6) Sistema de Gestão ................................................................................................. 55

1.7) Pessoal ................................................................................................................... 55

1.11) Formas de Cooperação ....................................................................................... 59

2) CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE ..................................................................... 60

3) CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO .......................................................................... 62

3.1) Aspectos Sócio-econômicos ................................................................................. 63

4) POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE ........................................................................ 65

5. DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA ............................................................................. 69

PLANEJAMENTO ................................................................................................................. 73

1. Objetivos específicos de manejo .................................................................................. 73

2. Zoneamento ................................................................................................................. 73

2.1. Zona Silvestre ............................................................................................................ 75

2.2. Zona de Proteção ...................................................................................................... 75

2.3. Zona de Transição ..................................................................................................... 76

2.4. Zona de Visitação ...................................................................................................... 76

2.5.Zona de Recuperação ................................................................................................. 77

3. Programas de Manejo ....................................................................................................... 77

3.1. PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO ...................................................................... 79

4.2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO ................................................... 86

4.3. PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO ............................................. 90

4.4. PROGRAMA DE VISITAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL .................................. 92

4.5. PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA ....................................... 106

4.6. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E INTEGRAÇÃO ........................................ 109

5.0. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA REINTRODUÇÃO DE FAUNA NATIVA ......... 124

6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES E CUSTOS ....................................................... 126

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 132

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INTRODUÇÃO:

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC, foi

instituido pela Lei Federal 9.985, de 18 de julho de 2000, na qual ficam estabelecidos os

critérios e normas para a criação, implantação e gestão das Unidades de Conservação. O

SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e

municipais, de acordo com o disposto na Lei citada acima, onde se lê no Art. 4º os seus

objetivos1:

I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos

genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;

II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;

III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de

ecossistemas naturais;

IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza

no processo de desenvolvimento;

VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

VII - proteger as características relevantes de natureza geológica,

geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;

VIII - proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;

IX - recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

X - proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,

estudos e monitoramento ambiental;

XI - valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;

XII - favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a

recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;

XIII - proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações

tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as

social e economicamente.

Pela Lei, foram definidos dois grandes grupos de Unidades de Conservação da

Natureza: o das Unidades de Proteção Integral e o das Unidades de Uso Sustentável. As

1 Transcrição na íntegra do Art. 4º da Lei do SNUC.

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Unidades de Proteção Integral objetivam a preservação da natureza, sendo nelas admitido

apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei.

As categorias definidas para composição deste grupo são: Estação Ecológica, Reserva

Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre.

Já as Unidades de uso sustentável objetivam compatibilizar a conservação da

natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. As categorias

definidas são as seguintes: Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse

Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de

Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.

Com base no descrito acima, a RPPN Fazenda São Benedito (Portaria ICMBIO

70/2001) é uma Unidade de Uso Sustentável.

A Lei descreve os objetivos e as características que definem a categoria RPPN no

seu Artigo 21 como “uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de

conservar a diversidade biológica”, sendo permitidos os seguintes usos confome o

parágrafo abaixo:

§ 2º Só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural,

conforme se dispuser em regulamento:

I - a pesquisa científica;

II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais;

III - (VETADO)

Os objetivos pelos quais a RPPN Fazenda São Benedito foi criada são

predominantemente conservacionistas, sobretudo, através de pesquisa científica. No

entanto, atualmente a sua gestão tem iniciado também o viés de visitação com objetivos

turísticos, recreativos e educacionais.

Nesse contexto, este Plano de Manejo tem os seguintes objetivos (adaptados de

Galante et al., 2002):

• contribuir para que a UC cumpra com os objetivos estabelecidos na sua criação;

• definir objetivos específicos de manejo para cada UC, de maneira a orientar e

subsidiar a sua gestão;

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• promover o manejo da UC, orientado pelo conhecimento disponível e/ou

gerado;

• dotar a UC de diretrizes para o seu desenvolvimento;

• definir ações específicas para o manejo da UC;

• estabelecer a diferenciação e a intensidade de uso mediante zoneamento, visando

à proteção de seus recursos naturais e culturais;

• destacar a representatividade da UC no SNUC diante dos atributos de

valorização dos seus recursos como biomas, convenções e certificações

internacionais;

• orientar a aplicação de recursos na UC;

• contribuir para a captação de recursos e a divulgação da UC;

• fortalecer a figura das RPPN no SNUC.

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1. INFORMAÇÕES GERAIS:

I.1) Localização e acesso da propriedade e RPPN:

A RPPN FSB está situada na cidade de Rio Claro, na mesoregião Sul Fluminense e

microregião do Vale do Paraíba do Estado do Rio de Janeiro, localizada a 122Km de sua

capital (Figua 1). Esta apresenta, em seus limites, os municípios de Barra Mansa (35km) e

Piraí (37km) ao norte, Mangaratiba ao sul (43 Km) e Angra dos Reis (60km) e Bananal-SP

(43Km) a oeste.

Figura 1. Localização do município de Rio Claro no Estado do Rio de Janeiro e na Região do

Médio Paraíba do Sul (08).

A Reserva (22°44’24,08’’S e 44°05’17,31’’W) está localizada aproximadamente no

Km 8 da rodovia RJ-149, que liga Rio Claro a cidade de Mangaratiba - esta, porém, em

leito natural. Esta rodovia pode ser acessada pela RJ-155, para quem vem de Angra dos

Reis e Barra Mansa e pela RJ-139 quando vindo de Piraí (figura 2).

Com relação aos meios de transporte, tem-se o Aeroporto Internacional Antônio

Carlos Jobim e o Aeroporto Santos Dumont, ambos localizados no Rio de Janeiro, a

aproximadamente 3h da RPPN. Dada a esta proximidade com o Rio de Janeiro, não

existem aeroportos operando nos municípios onde se insere a UC.

A proriedade onde se insere a RPPN tem área com condições adequadas para

pouso de helicóptero.

Existem ônibus circulando por toda a região, entre os municípios do entorno,

porém com poucos carros.

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Figura 2. Localização aproximada da RPPN Fzazenda São Bendito.

RPP�

FSB

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I.2) Histórico:

A RPPN Fazenda São Benedito, criada no ano de 2001, é fruto da paixão de três

gerações de uma família, pela conservação da natureza. O avô do atual proprietário,

médico andarilho que atendia a população rural do município de Rio Claro e adjacências,

percorrendo a pé, suas diversas trilhas e caminhos, certa vez, descansando em uma bela

cachoeira, após uma de suas consultas, soube que o nome daquela propriedade era o

santo de sua devoção: São Benedito. Lembrou-se, então, de uma promessa não cumprida

e a adquiriu, construindo uma pequena capela em homenagem a São Benedito e iniciando

o plantio de árvores, sendo essa a origem do nome da propriedade.

Ainda que não haja relatos específicos sobre uso da terra antes de se tornar

Fazenda São Benedito, acredita-se que a mesma era mais uma fazenda produtiva nos

moldes da época próspera do Vale do Paraíba, que tinha o plantio do café e criação de

gado como suas principais atividades econômicas. Além disso, pode-se encontrar, ainda

hoje, exemplares de café no interior da floresta.

A mania de plantio foi seguida pelo pai do atual proprietário, que reflorestou

antigos pastos com centenas de árvores, formando algumas das matas que hoje

confundem-se com a floresta original.

O amor pela floresta e pelas trilhas alcançou o neto, e então, no ano de 2001,

surge a motivação para proteção legal dessas terras com a criação da RPPN FSB (Portaria

ICMBIO 70/2001). Atualmente, o reflorestamento com espécies nativas continua a ser

uma verdadeira obsessão pelo atual proprietário, que ano após ano vem executando tal

ação de manejo, inclusive com a construção de um viveiro de mudas na propriedade.

Todavia, com intuito de disseminar o histórico da região (ver item 1.1.8), o

conceito de conservação e de potencializar a sustentabilidade econômica da propriedade e

RPPN, o proprietário tem pensado em desenvolver ações de ecoturismo, educação

ambiental e pesquisa científica, através de parcerias.

Por fim, o proprietário tem adquirido terras vizinhas com intuito de ampliar a

RPPN.

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1.3) Ficha Resumo

FICHA RESUMO DA RPPN FAZENDA SÃO BENEDITO

Nome da RPPN: Fazenda São Benedito

Endereço da RPPN: Estrada Rio Claro-Mangaratiba Km 6 – Rio Claro - RJ

Município abrangido: Rio Claro (RJ).

Endereço de contato: Avenida das Américas, Shopping Cita América, Bl.6, Sl. 322, Barra da Tijuca-RJ.

Proprietário: Antônio Luís de Mello e Souza

Contato: o próprio (21) 2109-3700 - (21)9365-7651 - (21) 92641360

Municípios de acesso: Rio Claro (principal), Piraí, Barra Mansa e Angra dos Reis.

Coordenadas geográficas: 22°44’24,08’’S e 44°05’17,31’’W (sede)

Área da propriedade: 231 hectares Área da RPPN: 144 ha

Ato legal de criação: Portaria ICMBIO 70/2001

Biomas e Ecossistemas: Floresta Atlântica Ombrófila Densa Sub-Montana e Montana

Meio principal de chegada a RPPN: Rodoviário: RJ-139, RJ-145 e RJ-155

Atividades ocorrentes: reflorestamento, trilhas e recreação familiar

Confrontantes: Propriedades do entorno da RPPN: Alfredo Neivas; Humberto; Elias Carlos Leoni; sucessores de Berlino de Andrade.

Distância do centro urbano mais próximo: Rio Claro (6Km) Barra Mansa (35km) Piraí (37km) Mangaratiba e Bananal-SP (43 Km) Angra dos Reis (60km)

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DIAGNÓSTICO

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1. DIAGNÓSTICO

1.I Caracterização

I.I.I) Clima

O médio vale do rio Paraíba do Sul, onde está localizada a cidade de Rio Claro,

consiste numa extensa depressão interplanáltica, ladeada pelo reverso da Serra do Mar e

pela escarpa da Serra da Mantiqueira (DAVIS & NAGHETTINI, 2001). Muitas vezes,

enquanto no vale do Paraíba do Sul as chuvas são insignificantes, e até mesmo inexistentes,

em largos trechos dessas serras se verificam intensos aguaceiros. Essa diferença se dá por

um fenômeno denominado orografia, pelo qual as serras funcionam como uma barreira

geográfica que provoca a ascenção das massas de ar úmido provenientes do oceano,

sobretudo, aquelas de frente fria, descarregando toda a umidade na região (Figura 5).

Figura 5: esquema e foto sobre a interpretação vertical na Serra do Mar.

Os índices pluviométricos das microbacias mais elevadas da Serra do Mar variam

entre 2.000 e 4.500 mm/ano, sendo junto com a Mantiqueira, uma das serras que mais

exercem influência sobre o clima regional do Brasil (COELHO, 2001). Em violento

contraste, aparece o Vale do Paraíba. A subtração de umidade do ar realizada pelas serras

da Mantiqueira e do Mar e a dessecação adiabática tornam essa depressão topográfica

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bem menos úmida e chuvosa. Dessa forma, a pluviometria anual varia de 750 a 1.000mm.

Porém, o fenômeno de períodos de estiagem na região do Médio Paraíba deve-se

exclusivamente à retirada da cobertura florestal original e de seus efeitos de regulação

térmica e de umidade, provenientes do sombreamento e da evapotranspiração (DAVIS &

NAGHETTINI, 2001).

À medida que se aproxima do reverso da serra do Mar e ou dos alinhamentos

serranos escalonados da serra da Mantiqueira, o clima torna-se mais úmido, com totais

anuais entre 1.200 e 1.800 mm/ano, como é o caso do município de Rio Claro, em que a

precipitação ocorre por volta de 1600 mm/ano de acordo com DAVIS & NAGHETTINI

(2001) (Figura 6).

O fato de a RPPN estar localizada imediatamente no contraforte da Serra do Mar,

faz com que esta receba freqüentemente as chuvas orográficas provenientes de massas de

ar frio vindas do oceano. Esse fenômeno oferece uma condição de vocação hidrológica

privilegiada para a RPPN, que por apresentar os morros cobertos de vegetação, contribui

com o melhor balanço hídrico da região, garantindo, assim, a regulação hidrológica de suas

microbacias, que permitem a perenidade de nascentes e cursos d’água presentes na

unidade de conservação.

Figura 6. Mapa das isoietas das precipitações médias anuais. Fonte: CPRM (2001).

Os tipos climáticos predominantes, segundo Thornthwaite & Mather, (1995) são:

superúmido, nas vertentes voltadas para o mar (sobretudo, as encostas voltadas para o sul

Área da RPPN

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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– ver mapa abaixo); mesotérmico, no reverso e sopé da Serra do Mar e vale do Paraíba,

sendo que as temperaturas são mais baixas, diferenciando-se no ponto de vista térmico. O

período de seca ocorre no inverno, nos meses de maio a setembro, e a temperatura

média anual varia entre 17° e 22°C.

O mapa abaixo mostra a orientação das encostas da Fazenda São Benedito como

um todo. As vertentes voltadas para o sul possuem mais vocação hidrológica que as

voltadas para o norte, pois recebem diretamente as massas de ar úmido oriundas de

frente fria, com influência notória na vegetação (p.ex. presença de plantas que não

ocorrem na vertente norte; sub-bosque rico em herbáceas etc.), características do solo

(mais úmido) e até mesmo na diversidade de animais e insetos.

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1.I.2) Relevo

O estado do Rio de Janeiro apresenta um relevo bastante acidentado. No sentido

sudoeste nordeste, de maneira aproximada, sucedem-se em faixas estreitas os três

componentes principais do quadro morfológico do estado: as baixadas, os maciços

litorâneos e o planalto. A RPPN Fazenda São Benedito está localizada na área de planalto

da Serra do Mar, com altitudes variando de 400 a 800m (Figura 7).

Figura 7. Caracterização do relevo do estado do Rio de Janeiro. Fonte: Fundação CIDE (2007).

O planalto ocupa a maior parte do território e seu rebordo oriental é formado

pela Serra do Mar, que atravessa o estado do Rio de Janeiro acompanhando o seu litoral,

inicia-se ao norte do Estado de Santa Catarina e se estende por mais de 1.000km, até o

norte do estado do Rio de Janeiro. O planalto decai suavemente para o interior até o vale

do rio Paraíba do Sul. Para além desse vale e seguindo aproximadamente a divisa com

Minas Gerais, encontra-se a Serra da Mantiqueira, que apresenta as maiores altitudes do

estado.

Rio Claro

Localização da RPPN

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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A unidade geomorfológica Depressão Interplanática do Médio Vale do Rio Paraíba

do Sul, assim classificado por DAVIS & NAGHETTINI (2001), foi gerada por influência de

rebaixamento tectônico, a partir da abertura do oceano Atlântico e do soerguimento das

cadeias montanhosas das serras do Mar e da Mantiqueira, durante o final do Cretáceo e o

Terciário (ALMEIDA, 1976; ASMUS & FERRARI, 1978). A atual morfologia de suave

ondulada a ondulada, composta por um monótono ambiente colinoso, é a que caracteriza

essa unidade.

Essa morfologia de colinas, morrotes e morros baixos com vertentes convexo-

côncavas de gradiente suave a médio e topos arredondados ou alongados e nivelados, foi

caracterizada por AB’SABER (1966) no médio vale do rio Paraíba do Sul como a área-tipo

do domínio morfoclimático dos mares de morros.

O relevo colinoso típico dessa unidade é gradualmente substituído em direção ao

alto curso do rio Piraí e dos formadores do reservatório de Ribeirão das Lajes, por

morrotes e morros baixos, justamente onde está localizada a RPPN. A proximidade do

reverso da Serra do Mar propicia a formação de solos mais profundos e lixiviados na área

onde está inserida a unidade de conservação (Figura 8).

A reserva é caracterizada por apresentar relevo com morros baixos de até 690m

de altitude, aproximadamente, com declividade predominante de 5 a 25º (ver mapa

abaixo) e solos do tipo Latossolo Vermelho-Amarelo álico (DAVIS & NAGHETTINI,

2001) – Figura 8. Esse tipo de solo é caracterizado pela sua profundidade e pela não

diferenciação abrupta entre seus horizontes, já que é um solo antigo e mantém grande

capacidade de lixiviação. Os latossolos Vermelho-Amarelo álicos são solos com horizonte

B latossólico, não hidromórficos, de coloração variando do amarelo e gamas

intermediárias, normalmente de matiz 5YR ou mais amarelo. Apresentam textura muito

argilosa a moderado e ocorrem em áreas originais de floresta tropical densa ou semi-

decidual, com relevo plano e suave ondulado, sendo adequados para os níveis de manejos

C ou pastagem plantada. Porém, são solos que apresentam baixa fertilidade, exigem

investimentos, adubagem e correção da acidez. São adequados para a citricultura,

pastagem e silvicultura.

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Legenda:

Figura 8. Mapa de solos da região do Rio Claro. Fonte: CPRM (2001).

A área onde se encontra a RPPN apresenta, em geral, um médio potencial de

vulnerabilidade a eventos de erosão e movimentos de massa, devido às amplitudes de

relevo, geralmente baixas, e aos gradientes suaves a médios do relevo colinoso dominante.

Porém, a cobertura florestal presente exerce um papel fundamental na proteção do solo,

não permitindo a erosão e outros efeitos degradadores do ambiente.

1.1.3. Papel da floresta x relevo

Além de proteger o solo de impactos diretos das gotas de chuva através das copas

e serrapilheira, a floresta também tem a função de promover a estruturação do solo

através de suas raízes, permitindo assim, uma melhor infiltração da água da chuva

(presença de macroporos) e retenção de água (presença de microporos). Dessa forma, a

cobertura florestal evita a compactação das camadas superficiais do solo, e

consequentemente, erosões e deslocamentos de massa.

Um outro papel importante da floresta está relacionado com o regime hídrico das

bacias hidrográficas, que são um conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus

Localização da

RPP�

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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afluentes e subafluentes e são delimitadas por divisores topográficos (Figura 9a). Cada

afluente do curso de água principal da bacia hidrográfica forma uma microbacia, que

também é delimitada por divisores topográficos. Essas, assim como as bacias hidrográficas,

são divididas em três zonas com características hidrológicas diferentes, classificadas

especialmente pela declividade do terreno e topografia, quais sejam: zona de captação,

zona de transmissão e zona de afloramento (Figura 9b).

Figura 9. Bacia hidrográfica (esquerda) e suas Zonas hidrogenéticas (direita).

A zona de captação é caracterizada por pertencer às partes de maior altitude da

bacia, próximas aos divisores topográficos, e apresentar uma declividade de plana a suave

ondulada. Esta também é conhecida como zona de cabeceira da bacia hidrográfica, local

onde estão inseridas as microbacias com alta vocação hidrológica. Essa zona é a principal

responsável por garantir a regulação do regime hídrico da bacia hidrográfica, pois sua

função é promover a infiltração, retenção e percolação da água da chuva, para que esta

abasteça o lençol freático e permita assim a perenização das nascentes e cursos d’água

presentes em toda a bacia. Porém, a presença de cobertura florestal nas zonas de

cabeceira é essencial para que suas funções possam ser cumpridas.

O efeito da floresta sobre a precipitação pluviométrica determina a perenidade do

balanço hidrológico de uma microbacia (MOLCHANOV, 1971; SATTERLUND, 1972;

CESAR, 1994). As florestas presentes nas encostas contribuem de forma significativa para

a proteção dos solos, protegendo-os do impacto das gotas de chuva, diminuindo sua

erodibilidade (VALCARCEL, 1982).

Bacia hidrográfica:

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 23 de 148

Nesse contexto, a RPPN São Benedito, por apresentar a zona de cabeceira de suas

microbacias florestadas, garante a regulação hídrica das mesmas, bem como a perenização

de seus cursos d´água.

Além de promover a regulação hídrica da bacia, um outro papel fundamental da

floresta é permitir a ocorrência de interceptação, que é uma variável do balanço hídrico

de microbacias, que quantifica a parte da chuva retida na cobertura florestal que regressa a

atmosfera (LIMA, 1986), apresentando os seguintes significados hidrológicos: reduzir a

intensidade da chuva, favorecer a infiltração, recarga do lençol freático, além de funcionar

como um provedor adicional de umidade, quando localizada em regiões com forte

interceptação da bacia aérea (VALCARCEL, 1982), como é o caso da Serra do Mar.

Bacia aérea (Figura 10) é a área física disposta dentre de uma ou mais bacias

hidrográficas, que influenciam a dinâmica dos fluxos de ar em uma dada região,

condicionando os efeitos orográficos nas encostas e influenciando nos parâmetros

formadores de chuvas, notadamente as orográficas (PIRES, 2005).

Figura 10. Entrada de umidade na bacia aérea.

A região localizada no contraforte da Serra do Mar, onde se encontra a RPPN,

sofre os efeitos orográficos promovidos pelas bacias aéreas presentes na Serra do Mar, o

que explica o tipo de distribuição de chuvas na região e a alta umidade encontrada nas

áreas florestadas dentro unidade de conservação, sendo a presença de cobertura florestal

essencial para que os efeitos de interceptação possam contribuir para o regime hídrico da

reserva e seu entorno.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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A região de Rio Claro apresenta seu terreno dividido em duas macrorregiões

ambientais do Estado do Rio de Janeiro, a macrorregião 2 (MRA-2) e a macrorregião 6/1

(MRA-6/1) (SEMADS, 2001) (Figura 11).

Figura 11. Mapa das macrorregiões ambientais do estado do Rio de Janeiro. Fonte: SEMADS (2001). nascentes pertencentes à unidade de conservação e consequentemente a produção de água em quantidade e qualidade.

1.I.4) Hidrografia

De acordo com o descrito na Resolução/ CERHI-RJ nº18 de 8 de novembro de

2006, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos definiu dez regiões hidrográficas para o

Estado do Rio de Janeiro, nas quais o município de Rio Claro encontra-se inserido em

duas delas: na região hidrográfica II, denominada RH–II - Guandu e na região hidrográfica

III, denominada RH-III – Médio Paraíba do Sul. Porém, a RPPN está inteiramente localizada

na RH-II – Guandu. Cada região hidrográfica é composta por diversas bacias, e estas

últimas por diversas sub-bacias. A RPPN está localizada na sub-bacia do Ribeirão da

Várzea, pertencente a uma das principais bacias da RH-II-Guandu, a Bacia do Rio Piraí

(Figura 12).

Rio Claro

MRA - 2 MRA – 6

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 25 de 148

Figura 12. Bacias do Rio Piraí (amarelo) e do Ribeirão da Várzea (verde). Fonte: CPRM (2001) adaptado.

O Ribeirão da Várzea está situado na margem direita do Rio Piraí no sentido

montante para jusante.

1.1.43.1) Bacia do Rio Piraí

Caracterização

O Rio Piraí é o segundo mais importante contribuinte do Rio Paraíba do Sul (na

Região do Médio Paraíba), encontra-se na margem direita do mesmo, no sentido

montante para jusante, sendo sua foz no município de Barra do Piraí. Suas nascentes, se

localizam, na vertente interna da Serra do Mar e sua bacia se estende pelo território de 5

municípios: Rio Claro, Piraí, Barra do Piraí (mais importantes em termos de área) e

Mendes no Estado do Rio de Janeiro e Bananal no Estado de São Paulo. De acordo com

SEMADS (2001), seus principais afluentes são: Córrego das Tomazes, Rio Sacra Família,

Córrego Vigário, Rio Passa Três, Rio da Várzea, Rio Passa Quatro, Rio Parado, Rio das

Pedras, Rio Claro e Rio da Prata. A área total da bacia do Rio Piraí se aproxima dos 2.000

Km², e a população residente nesta região se aproxima dos 150.000 habitantes.

Localização RPP�

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 26 de 148

Situação hidrogeológica da bacia

A Bacia do Piraí é dividida em três sub-regiões de características homogêneas,

sendo estas:

• Região do Alto Piraí, que se concentra no Município de Rio Claro - RJ e Bananal - SP;

• Região do Médio Piraí, que se concentra no município de Piraí e Rio Claro abaixo de

Tócos - RJ e

• Região do Baixo Piraí no Município de Barra do Piraí – RJ.

As principais sub-bacias contribuintes da Bacia do Rio Piraí, são as seguintes:

Alto Piraí: (a maioria com nascentes no município de Rio Claro)

a) Rio das Pedras; b) Rio Parado; c) Ribeirão Passa Quatro; d) Rio do Braço (com nascentes em Bananal – SP); e) Rio das Canoas; f) Rio do Passa Dezoito; g) Ribeirão da Várzea - sub-bacia na qual a RPPN está inserida (Figura 13).

Médio Piraí:

h) Rio Claro; h) Rio Passa Três; i) Rio Arataca.

Baixo Piraí:

j) Rio Sacra Família (nascentes em Mendes – RJ).

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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1.3.1) Bacia do Rio Piraí

1.3.1.1) Caracterização

O Rio Piraí é o segundo mais importante contribuinte do Rio Paraíba do Sul (na

Região do Médio Paraíba), encontra-se na margem direita do mesmo no sentido montante

para jusante, sendo sua foz no município de Barra do Piraí. Suas nascentes, se localizam, na

vertente interna da Serra do Mar e sua bacia se estende pelo território de 5 municípios:

Rio Claro, Piraí, Barra do Piraí (mais importantes em termos de área) e Mendes no Estado

do Rio de Janeiro e Bananal no Estado de São Paulo. De acordo com SEMADS (2001),

seus principais afluentes são: Córrego das Tomazes, Rio Sacra Família, Córrego Vigário,

Rio Passa Três, Rio Claro, Rio da Várzea, Rio Passa Quatro, Rio Parado, Rio das Pedras,

Rio Claro e Rio da Prata. A área total da bacia do Rio Piraí se aproxima dos 2.000 Km², e

a população residente nesta região se aproxima dos 150.000 habitantes.

Situação hidrogeológica da bacia

A Bacia do Piraí é dividida em três sub-regiões de características homogêneas,

sendo estas:

• Região do Alto Piraí, que se concentra no Município de Rio Claro - RJ e Bananal - SP;

• Região do Médio Piraí, que se concentra no município de Piraí e Rio Claro abaixo de

Tócos - RJ e

• Região do Baixo Piraí no Município de Barra do Piraí – RJ.

As principais sub-bacias contribuintes da Bacia do Rio Piraí, são as seguintes:

Alto Piraí: (a maioria com nascentes no município de Rio Claro)

k) Rio das Pedras;

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Figura 13. RPPN no contexto hidrográfico da região de Rio Claro. Fonte: Fundação CIDE (2007).

Importância hidrológica da bacia do Rio Piraí e região do Alto Vale do Rio Piraí

A situação hidrogeológica da bacia foi, ao longo dos últimos 50 anos, bastante

alterada, para se implantar as obras que viabilizaram o aproveitamento do potencial

energético e de captação de água para o consumo da Região Metropolitana do Rio de

Janeiro, através do Sistema Light-Cedae (SLC). Este último é responsável pelo

abastecimento de 80% em água (Cedae) e 20% em energia elétrica (Ligth) da metrópole

do RJ, atendendo a 10 milhões de habitantes. Os municípios abrangidos pelo SLC são: no

Rio de Janeiro – Rio Claro, Piraí, Paracambi, Eng. Paulo de Frontin, Itaguaí, Vassouras,

Nova Iguaçu e Miguel Pereira; em São Paulo – Bananal. Dessa forma, abrange uma

superfície de 2.293 Km², o que corresponde a 17% da Bacia do Rio Paraíba do Sul, e cerca

de 7% da superfície do Estado do Rio de Janeiro.

O SLC é composto por bacias hidrográficas que têm suas drenagens convergindo

para um conjunto de reservatórios artificiais (Ribeirão das Lajes, Tócos, Santana, Vigário e

Ponte Coberta) (Figura 14).

RPP�

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 30 de 148

Figura 14. RPPN no contexto do Sistema Light – Cedae. Em destaque, o túnel de 20 Km de extensão, que liga o Reservatório de Tócos ao de Ribeirão das Lajes, a montante da RPPN. Ver também figura mostrada anteriormente “Contexto Hidrológico-Local”. Imagem sem escala, somente para ilustração.

Barragem de Tócos, Reservatório de Lajes e Usinas F. Velha e F. Nova:

O barramento de Tócos, localizado próximo à cidade de Rio Claro, foi implantado

na década de 40 e desvia 100 % da vazão do Rio Piraí (uma média de 12,6 m³/s) e do Rio

da Várzea, que corta a RPPN Fazenda São Benedito. Neste caso, toda a água que passa

pela RPPN é oriunda de nascentes à jusante dessa transposição. O Reservatório de Lajes

também recebe aproximadamente 5,3 m³/s de outros contribuintes de menor

importância, de forma que acumula água para geração de energia nas Usinas de Fontes

Nova e Fontes Velha (atualmente desativada) da Light S/A. A jusante das usinas, parte da

água (5,5 m³/s) é desviada por uma adutora da CEDAE, que abastece a Região

Metropolitana do Rio de Janeiro (estes 5,5 m³/s representam 11% do consumo da região).

Reservatório

de Tócos

Reservatório

de Santana Reservatório

de Vigário Reservatório de

Ribeirão das Lajes

Rio Piraí Rio Paraíba do Sul

Reservatório

Ponte Coberta

ETA

Guandú

RPPN Fazenda São Benedito

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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O Sistema de Elevação Santa Cecília / Santana / Vigário e de Geração UHE Nilo Peçanha e Pereira Passos:

Próximo ao distrito de Santanésia, Município de Piraí, em 1953, foi construída a

Barragem de Santana, formando o Reservatório de Santana que recebe contribuições do

Rio Paraíba do Sul, por águas captadas pela Usina Elevatória de Santa Cecília, e do Rio

Piraí, que volta a acumular água de seus contribuintes a jusante de Tócos. Neste trecho há

uma inversão na direção em que corre o Rio Piraí. A água acumulada no Reservatório de

Santana é captada pela Usina Elevatória de Vigário, e elevada para o Reservatório de

Vigário, onde se acumula para geração de energia nas Usinas Nilo Peçanha I e de Pereira

Passos. As águas captadas do Rio Paraíba do Sul, que percorrem o leito do Piraí no

sentido inverso do natural, gerando energia nas UHE’s listadas acima, seguem em frente na

direção da ETA do Guandú abastecendo mais de 85% dos consumidores da Região

Metropolitana do Rio de Janeiro.

Pela Bacia do Rio Piraí, passam mais de 90% da água consumida na Região

Metropolitana do Rio de Janeiro (a segunda maior do País). No município de Rio Claro,

especialmente na região do Alto Vale do Rio Piraí, estão localizadas as nascentes dos

principais formadores deste rio, que produzem aproximadamente 11% da água que se

consome na Região Metropolitana do Rio. Sendo assim, é fundamental a definição e

implementação de estratégias de conservação dos mananciais pertencentes às bacias que

compõem a região do Alto Vale do Piraí, entre elas a sub-bacia do Rio da Várzea, na qual

está localizada a RPPN Fazenda São Benedito.

Contudo, o município de Rio Claro, nos últimos dez anos, vem batendo recordes

de desmatamento no Estado do Rio de Janeiro, um dos Estados que mais desmata em

todo o domínio da Mata Atlântica. A disponibilidade dos recursos hídricos do município

vem sendo afetada, em sua qualidade e quantidade, a olhos vistos por essa dinâmica

predatória, que tem origem no uso irracional do solo, pela retirada da cobertura vegetal

para dar lugar ao café, e posteriormente à pecuária leiteira. Hoje, grandes consequências

ambientais são visíveis pela presença de solos desprotegidos, como queimadas constantes,

presença de erosão laminar e em sulcos, dando origem a processos de voçorocamento

ativo e empobrecimento do solo.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 32 de 148

O balanço hídrico na região, que engloba o Sistema Light Cedae (SLC), foi afetado

e como conseqüência, os ecossistemas perderam os serviços ambientais remanescentes

das florestas nativas, prejudicando as nascentes e reduzindo a resiliência dos fragmentos.

Os demais locais foram se transformando em pastagens de baixa produtividade e terrenos

com evidencias de má utilização do solo (VALCARCEL, 1987).

Esses problemas ambientais encontrados nas bacias da região do Alto Vale do Rio

Piraí, têm influência direta nos reservatórios do SLC, podendo comprometer o

abastecimento da metrópole do RJ, já que os sedimentos produzidos pelos solos desnudos

dessas bacias podem ser transportados pelos cursos d’água, causando seu assoreamento e

consequentemente o assoreamento dos reservatórios, o que poderia causar o

entupimento das máquinas, aumentando o custo operacional e o seu repasse ao

consumidor.

Portanto, é flagrante a importância dessa área sob o ponto de vista hidrológico,

tendo papel substancial, tanto na qualidade física como química da água que, como dito

anteriormente, abastece a maior parte da população da metrópole do Rio de Janeiro. E

neste caso, ações de conservação que proporcionem a manutenção da cobertura vegetal

na região são extremamente necessárias para mitigação de impactos sobre os recursos

hídricos.

Nesse contexto, a Fazenda São Benedito entra como uma grande parceira

incentivadora da prática de conservação da natureza nessa região que apresenta extrema

importância hidrológica, já que possui uma área com 144 há de RPPN acrescida de 33ha

reflorestados no entorno, protegendo as microbacias hidrográficas, sobretudo, as de

cabeceira (primeira ordem) pertencentes à sub-bacia do Ribeirão da Várzea, uma das

principais contribuintes para as bacias da região do Alto Vale do Rio Piraí, região que é

altamente estratégica para a manutenção do provimento de água para os reservatórios do

Sistema Light Cedae.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 33 de 148

1.I.5) Vegetação

1.1.5.1) Contexto geral

A distribuição do núcleo das florestas nativas de Mata Atlântica encontra-se nas

vertentes da Serra do Mar, desde a divisa dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, até o

contato com a bacia da Baía de Guanabara. Há fragmentos de florestas distribuídos em

ambas as vertentes dos contrafortes das serras (SEMADS, 2001; WEBER, 2001).

A região do Vale do Paraíba, certamente fez parte no passado de uma das áreas

com maior diversidade florística do Brasil. Todavia e a exemplo do ocorrido em toda faixa

litorânea brasileira, a sua ocupação e utilização, desde os primórdios da colonização

portuguesa, fizeram com que parte dessa biodiversidade fosse sendo eliminada e

substituída pelas pastagens, o que foi, progressivamente, pressionando os fragmentos

remanescentes.

Durante o século XVIII até o final de século XIX, a região de Rio Claro teve sua

vegetação original substituída por cafezais, que foram posteriormente abandonados. No

início da década de 60 a maior parte da área foi ocupada por bananais, que mais tarde foi

substituída por pastagens (VALCARCEL, 1987).

A vegetação do entorno do rio Piraí é de florestas nativas de Mata Atlântica nas

vertentes e em formas de fragmentos (BARBOZA, 2007). A vegetação original que cobria

a área da RPPN é classificada como Floresta Ombrófila Densa Montana. Este tipo de

vegetação é caracterizado por vegetais de médio e grande porte, lianas lenhosas e epífitas

em abundância, apresentando três estratos definidos. A ocorrência de florestas

Ombrófilas Densas, está atrelada a altas temperaturas médias (maiores que 25°C) e

precipitações distribuídas por todo o ano, com poucos meses de déficit hídrico (VELOSO

et al., 1991).

De acordo com a FUNDAÇÃO CIDE (2007), a área onde está localizada a RPPN

Fazenda São Benedito é coberta por remanescentes de vegetação secundária (Figura 15).

Os ecossistemas encontrados na área da unidade de conservação podem ser

caracterizados como floresta de encosta e floresta ciliar. No primeiro ecossistema, pode-

se observar uma grande diversidade de espécies nativas da mata atlântica, provenientes de

regeneração natural, além de muitos indivíduos da espécie Coffea arabica L. (café), que

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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provavelmente são originários dos antigos cafezais que ocupavam a área ou dispersados

por jacus (...), ave muito abundante na região e apreciadora destes frutos. O segundo

ocupa as áreas no entorno de rios e nascentes e é caracterizado também pela presença de

espécies nativas de mata atlântica, porém adaptadas a ambientes inundáveis.

Figura 15. Mapa de uso do solo do Estado do Rio de Janeiro. Fonte: Fundação CIDE (2007).

Os resultados da leitura sobre a situação atual do uso e ocupação e cobertura

vegetal da RPPN e Fazenda São Benedito são apresentados no quadro abaixo.

RPPN

Tipo de Uso e Cobertura Vegetal

%

Mata intermediária e avançada 71,70

Vegetação inicial 20,69

Eucalipto 1,37

Reflorestamento 0,97

Pastagem 5,18

Uso antrópico 0,10

RPP�

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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1.1.5.2) Contexto florístico da RPPN

Para elaborar uma lista das espécies que ocorrem na RPPN, foram amostrados 41

transectos (Figura abaixo), distribuídos nos domínios da reserva, após incursões prévias

que possibilitavam a distinção de micro-ambientes, tal como diferenças de relevo e

condições ambientais impostas pelo mesmo, da que confere diferentes gradientes

microclimáticos ao longo da RPPN. Esses transectos foram feitos em sistema de 50m x 2m,

tendo sido amostrados todos os indivíduos encontrados nestas faixas. A coleta do material

botânico foi desenvolvida de acordo com os métodos usuais (ver SYLVESTRE L., 2002).

Incluíram-se no levantamento os componentes herbáceos (H), arbustivas (Ar), epífitas (E),

trepadeiras (L), arbóreas (A) e pteridófitas. Foram coletados os indivíduos cujas

identificações no campo não foram possíveis, tendo os mesmos sido levados para posterior

identificação no Herbário da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. As espécies

foram determinadas de acordo com as normas reconhecidas pelo APG II (2005).

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Localização aproximada dos transectos amostrados.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Os resultados apontaram para a existência de 181 espécies, distribuídas em 53

famílias botânicas e 129 gêneros. Apenas 7 espécies não foram identificados (Quadro

1em anexo).

As famílias que apresentaram maior riqueza de espécies foram, respectivamente,

Fabaceae (30), Rubiaceae (14), Bignoniaceae, Melastomataceae e Myrtaceae (8), e

Moraceae e Sapindaceae (7). Em conjunto, estas espécies foram responsáveis por 45,30%

do total de espécies (Gráfico 1).

Gráfico 1: Famílias com maior número de espécies

No que diz respeito a números de gêneros, as famílias que apresentaram maior

número de gêneros foram: Fabaceae (22), Rubiaceae (9), Bignoniaceae, Euphorbiaceae, e

Moraceae (5), e Meliaceae, Bromeliaceae, Melastomataceae e Myrtaceae (4).

8

30

8

7

8

14

7

0 5 10 15 20 25 30 35

Bignoniacaeae

Fabaceae

Melastomataceae

Moraceae

Myrtaceae

Rubiaceae

Sapindaceae

Número de espécies

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Gráfico 2: Famílias com maior número de gêneros.

De uma maneira geral, a floresta apresentou características de uma mata em

transição, do secundário inicial para o secundário tardio, com pequenos fragmentos de

regenerações pioneiras no interior em algumas áreas especificas, e principalmente nas

divisas com outras propriedades, onde a floresta passa a se tornar um fragmento e se

evidencia o efeito de borda. Tal transição é evidente, frente ao número de espécies de

estágio sucessional secundário inicial, com uma tímida aparição de espécies típicas de

ambientes mais exigentes, ou seja, de desenvolvimento mais avançado, necessitando de

condições especificas para que ocorra a presença destas plantas, destacando-se as

espécies: Euterpe edulis (palmito), Dorstenia SP,., Virola sp. (bocuva), Eugenia

brasiliensis (grumixama) e Pseudobombax grandiflorum (Embiruçu) - Gráfico 3.

Outro fator que reforça o atual estádio sucessional da Floresta é a estrutura da

Mata, pois existe uma alta presença de espécies arbóreos, seguido de plantas herbáceas,

arbustos, lianas (trepadeiras) e por ultimo epífitas. O maior número de espécies de Liana

do que o de epífitas evidencia o perfil desta floresta, mostrando que este ambiente ainda

não está desenvolvido a ponto de abrigar uma grande diversidade de epífitas, dando uma

alta densidade de lianas. (Gráfico 4).

5

4

5

22

4

4

5

4

9

0 5 10 15 20 25

Bignoniacaeae

Bromeliaceae

Euphorbiaceae

Fabaceae

Melastomataceae

Meliaceae

Moraceae

Myrtaceae

Rubiaceae

Número de gêneros

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Gráfico 3: Número de espécies por Grupo Ecológico. Gráfico 4: Distribuição de hábitos das espécies amostradas.

Do total de indivíduos amostrados, 43% correspondem a indivíduos de estágio

pioneiro, 50% secundária inicial, 5% secundária tardia e 0,54 % a espécies típicas de

ambiente Clímax. Ademais, correspondem a espécies exóticas que não entram nesta

composição, quais sejam: Coffea arabica (Café) e Hedychium coronarium, pois este

não é seu ambiente natural, embora ambas sejam espécies pioneiras. Frente a este fato,

deve se avaliar a necessidade de um possível manejo destas espécies.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Pioneiro Secundáriia

incial

Secundáriia

tardia

Climáx Exótica

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Arborea Arbusto Epfíta Herbaceas Lianas Total

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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A alta densidade da espécie Coffea arabica, aparentemente, não interferiu na

dinâmica natural da Floresta. Como o solo da propriedade foi anteriormente utilizado

para a cultura cafeeira, é provável, inclusive, que a mesma tenha possibilitado a

regeneração plena deste ambiente, pois o café, que é perene, comparado a outras culturas

anuais, demanda menos do solo em nutrientes e água. Além disso, é uma espécie

arbustiva, o que favorece o microclima no solo e a entrada de espécies secundarias

tardias, que precisam de sombreamento, bem como diminui a ação mecânica sobre o solo,

tanto por ação das gotas da chuva, quanto pelo uso de maquinário na terra.

Outro provável fator que possibilitou a regeneração do ecossistema florestal na

propriedade é a declividade da área, que possui vales e vertentes acentuados, o que

dificulta a utilização destas terras para fins de habitação, entre outros usos do solo.

Entretanto, é certo que, o crucial para a manutenção da floresta, foi a vontade do

proprietário em manter a floresta em pé. Sendo assim, a presença da floresta no local

representa, não só todo o conjunto de condições ambientais, mas também a

materialização de um ideal conservacionista dos atuais proprietários e de seus

antecessores.

A diversidade biológica é um dos maiores tesouros do Brasil, sendo os seus

componentes um dos elementos-chave no perfeito funcionamento dos sistemas

ambientais. Toda a biodiversidade conhecida hoje, representa apenas uma parcela da

diversidade existente no planeta. Face a este ponto, o conhecimento de um sistema

florestal é fundamental para a tomada de decisões, tratando-se do manejo de áreas

florestadas.

As espécies de porte arbóreo mais abundantes na RPPN foram, respectivamente, a

Pseudopiptadenia contorta (Angico Branco), Cupania omblongifolia (Camboatá) e

Piptadenia gonoacantha (Pau-Jacaré), Estas três espécies possivelmente foram as

maiores responsáveis pela aceleração da regeneração nestas áreas, pois são de rápido

crescimento e se adaptam a condições rústicas, tendo uma reprodução rápida, o que

confere um rápido crescimento populacional das mesmas.

No que diz respeito à diversidade de espécies, foram amostrados 115 espécies de

porte arbóreo, mostrando a grande diversidade e o avançado estágio de desenvolvimento

deste ambiente. As espécies arbóreas presentes na lista de extinção do Brasil são:

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Euterpe edulis (jussara), classificado como vulnerável, devido à diminuição do ambiente

onde é encontrado e não com relação ao número de indivíduos existentes; e Dalbergia

Nigra (Jacarandá da Bahia), que também é classificada como vulnerável, mas somente nos

estados do Espírito Santo e Bahia.

As herbáceas representam um dos primeiros grupos a colonizar um ambiente,

demandando menos atributos ambientais que espécies arbustivas e arbóreas para sua

estabilização e, como outras formas de vegetal, também se distribuem em diferentes

estágios sucessionais. Devido à dificuldade de identificação do material estéril, o

levantamento destas espécies depende de coletas sazonais. Mesmo com as coletas

realizadas em um período de 6 semanas, houve um significante levantamento das espécies

de herbáceas presentes na RPPN São Benedito. São plantas típicas de ambientes

perturbados e mesmo espécies de estágio sucessional secundário tardio, destacando-se o

gênero Dorstenia sp., que ocorre amplamente na RPPN e está amplamente citado na lista

da flora ameaçada de extinção do Brasil.

As características ambientais da floresta, amostrada durante a fase de identificação,

sugerem estrutura vegetal desenvolvida em diversos pontos, destacando-se o terceiro e o

sexto transecto examinados no primeiro final de semana, além dos transectos um, dois,

oito, nove e dez, no segundo final de semana, que apresentaram dossel formado, sub-

bosque bem desenvolvido, porém com alta densidade da espécie Coffea arabica, bem

como presença de espécimes de incomuns e com predominância de espécies de estágio

sucessional secundário inicial e tardio.

Outra espécie que merece atenção é o gênero Andira sp. , que embora ainda não

tenha sido confirmada sua espécie botânica, é conhecida popularmente como Timbó,

pelos moradores da região. Esta espécie possui alta densidade em quase todos os

transectos amostrados.

Outro fator que merece atenção é o fato de que as espécies funcionam como

indicadores do ambiente. Os indicadores ambientais são como parâmetros, ou valores

derivados, que descrevem ou dão informação acerca de um determinado fenômeno.

A qualidade biológica deste ambiente pode ser classificado como satisfatória em

muitos pontos da unidade, isto é, existem espécies que apontam o estágio de sucessão

ecológica mais avançado da floresta, se comparado a outras áreas da RPPN, que possuem

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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nítida fisionomia de “capoeira”. Porém, existem outras áreas que devem ser manejadas,

seja através da retirada de espécies exóticas, seja através da não intervenção ou

intervenção mínima. Mas isso será transformado em diretrizes na fase subsequente do

Plano de Manejo.

O efeito de borda é um fator importante para a análise da vulnerabilidade da

floresta, pois quanto maior a distância entre as extremidades (bordas) e o centro do

fragmento (interior ou região nuclear), maior será a proteção das espécies do interior

dessas áreas em relação às ameaças externas. A área correspondente à borda do

fragmento recebe influência de fatores como vento, luminosidade, entrada de nutrientes

trazidos pelos ventos, agrotóxicos, fogo e seus efeitos sobre a umidade e o

estabelecimento das espécies, determinando composição de espécies diferenciadas em

relação ao interior e à borda do fragmento (PIRES, 1995). Em geral concorda-se que

unidades de conservação e demais áreas protegidas devem ser planejados e manejados de

forma a minimizar os efeitos de borda (RODRIGUES, 2001). A fragmentação interna,

motivada por estradas, cercas, cultivos, extração de madeira e outras atividades humanas,

também deveria ser evitada ao máximo possível.

Uma das características da propriedade é, como foi dito, ter muitas trilhas em seu

interior. Estas trilhas são oriundas das antigas ruas de escoamento de café ou outras

menores que serviam como ligação entre pontos importantes e são conservadas pelo

proprietário com o intuito de poder-se locomover por toda a extensão da propriedade,

seja para prevenir incêndios na mata, para levar mudas a serem plantadas em seu entorno,

ou para levar um visitante a conhecer a propriedade, para fins educativos, científicos ou

como atividade turística a ser explorada futuramente.

Para atenuar-se o efeito de borda observado, tem sido feito o plantio de espécies

nativas, de rápido crescimento, ao longo dos caminhos e espera-se que o problema seja

atenuado nos próximos anos.

Outro ponto que atenua o efeito de borda é o fato de que a RPPN encontrar-se

como fragmento em relação ao seu redor, diferenciando-se em aparência de sua

vizinhança. Sendo enquadrada como fragmento dentro dos termos de ecologia de

paisagem. Como todo o entorno se difere da unidade, este fato proporciona efeito de

borda no perímetro da RPPN, o que confere atenção e urgência na discussão com a

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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vizinhança para que este fato seja amenizado ou mesmo não se acentue, garantindo que

este ecossistema se mantenha preservado.

Analisando-se as amostras vegetais, bem como os indicadores ambientais da RPPN,

conclui-se que a RPPN São Benedito apresenta uma grande diversidade de espécies

vegetais, representando um importante remanescente de Floresta Atlântica.

A grande heterogeneidade entre os transectos amostrados revela que a floresta

existente nos domínios da RPPN apresenta diferentes estágios de sucessão ecológica, mas

com predomínio do estágio secundário inicial.

As informações geradas serão indispensáveis para a concepção do zoneamento da

RPPN e programas de proteção e manejo associados, onde serão definidas as ações que

deverão ser realizadas em relação à vegetação.

Ângulos da Floresta Atlântica protegida pela RPPN.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Quanto as Áreas de Preservação Permanente (Lei 4.771/65 – Código Florestal) o mapa abaixo aponta a predominância de

Margens de Rios seguida de Topo de Morro.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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1.I.6) Fauna

Devido à grande riqueza de grupos taxonômicos na Mata Atlântica e o exíguo

período de tempo para amostragens de campo, foi priorizado o levantamento das espécies

de aves e mamíferos. Estes grupos taxonômicos são mais conspícuos e considerados,

geralmente, espécies bandeira para conservação do bioma.

Durante quatro dias e noites, foram realizadas incursões no remanescente florestal

da RPPN, com o objetivo de avistar e/ou detectar através de vocalizações, pegadas ou

rastros, a presença de aves e mamíferos. Para proceder ao levantamento da fauna também

foi realizado um levantamento de espécimes coletados e/ou avistados no município de Rio

Claro e em municípios vizinhos através de revisão bibliográfica (Ferreira et al., 1986; Tribe,

1987; Vaz, 2005). As trilhas que permeiam toda a propriedade mostraram-se

extremamente úteis e foram percorridas durante o dia a partir das 7 horas da manhã e à

noite.

Entrevistas informais não estruturadas foram realizadas com o proprietário da

fazenda e seus funcionários. A contribuição destas entrevistas, apesar de ser analisada com

cautela, foi de extrema relevância para a determinação de espécies conspícuas, mas que

são esquivas ou ocorrem em baixas densidades.

As aves não identificadas em campo tiveram, sempre que possível, seu canto gravado

com o auxílio de uma máquina fotográfica digital. Os cantos foram identificados com o

auxílio do professor Ildemar Ferreira, responsável pelo Laboratório de Ornitologia

Federal Rural do Rio de Janeiro.

Devido à proximidade com Estação Ecológica de Piraí, a listagem de aves da referida

Unidade (Ferreira et al., 1986) foi utilizada como base para o levantamento realizado na

RPPN (Quadro 2 em anexo). Com exceção das espécies aquáticas, sugerimos que a

assembléia de aves da Fazenda São Benedito deva ser similar à encontrada na Unidade de

Conservação (Quadro 3 em anexo). Através de levantamentos bibliográficos e de

levantamentos em áreas similares florestadas próximas (Vaz, 2005), também foi possível

inferir sobre a riqueza original da assembléia de mamíferos.

Através das entrevistas e levantamento de campo foram identificadas 45 espécies

de aves e 25 de mamíferos terrestres (Quadro 4 em anexo), que ocorrem ou

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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percorreram recentemente a área da Fazenda São Benedito. Entre as espécies

identificadas em campo, a cuíca (Gracilinanus microtarsus) é considerada presumivelmente

ameaçada no estado do Rio de Janeiro. A suçuarana (Puma concolor) e a paca (Agouti paca)

são consideradas ameaçadas de extinção e o status local de ambas as espécies foi

determinado como vulnerável (Bergallo et al. 2000). Em meados de 2006, houve 3 ataques

de Suçuarana a carneiros a apenas 50m da sede da fazenda ( Fig. 16) e em 14/10/2007 foi

registrado um ataque de onça parda a animais domésticos bem próximo à porteira.

O mosaico de paisagens da fazenda, formações florestais secundárias com sub-

bosque com predominância do café (Coffea arabica), pastos sujos, áreas de

reflorestamento, brejos com matas alagadas e pequenas várzeas sujeitas a inundação,

proporciona grande disponibilidade de habitats e contribui para a riqueza de espécies em

geral. Entretanto esta “riqueza” se deve à presença de espécies habitat-generalistas ou

que habitam preferencialmente áreas abertas ou bordas, cuja ecologia não está associada a

formações florestais preservadas. Geralmente, estas espécies são menos prejudicadas por

perturbações antrópicas e, portanto, não representam bons bioindicadores do estado de

conservação de fragmentos florestais. Estas espécies tendem a se beneficiar do

desmatamento e podem inclusive ampliar sua área de distribuição.

Provavelmente a perda da vegetação florestal fomentou a mudança da comunidade

animal, favorecendo espécies características de áreas abertas como canário da terra (Sicalis

flaveola), carcará (Polyborus plancus), lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), entre outras, vistas

com certa freqüência na propriedade. A descaracterização do ambiente florestal possibilita

a criação de uma comunidade “híbrida” entre floresta e campos abertos onde as espécies

mais sensíveis a perturbações em ambientes florestais são extintas. Entretanto, existe uma

compensação no número total de espécies da comunidade, devido à colonização por

espécies campestres ou habitantes de bordas.

Devido ao histórico de devastação da região, as espécies arborícolas, como primatas,

foram provavelmente extintas devido à perda do habitat original e sua reintrodução será

objeto de fases futuras do Plano de Manejo. Embora o resultado da entrevista tenha

revelado a existência de três espécies de ungulados, o cateto (Pecari tajacu), o queixada

(Tayassu pecari) e o veado (Mazama sp.), é possível que estas espécies estejam atualmente

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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extintas na área da fazenda, pois são espécies altamente valorizadas como espécies

cinegéticas (Cullen Jr. et al., 2000, 2001)

Apesar de não ser foco do estudo, algumas espécies de répteis e anfíbios foram

identificadas em encontros oportunísticos durante as amostragens diurnas (Quadro 5 em

anexo). Algumas espécies encontradas, como o sapo-de-chifres (Proceratophrys sp.) e o

cágado (Mauremys leprosa) dependem de ambientes florestais e podem ser vulneráveis às

conseqüências da perda de habitat e da criação de bordas.

1.1.7) Aspectos Históricos e Culturais

A história do município de Rio Claro remonta a meados do século XVIII e traz

consigo marcas de um tempo de notável prosperidade e desenvolvimento econômico

advindo do cultivo do “ouro negro”, como era chamado o café naquela época.

Construções de estilo colonial, grandes fazendas da época dos barões de café,

trilhas e caminhos de terra, são lembranças dos tempos de riqueza, grandeza e esperança,

assim como marcas dos danos oriundos da decadência econômica e das dificuldades que

foram impostas à região, tais como desmatamento, esgotamento do solo, êxodo para

novas áreas cafeicultoras e pobreza, passando, a região, a viver cada vez mais da pecuária

extensiva e horticultura.

A colonização do território de Rio Claro, no século XVIII, sempre atrelada aos

núcleos iniciais de colonização de Resende e de São João Marcos, está vinculada à

necessidade de abertura de novos caminhos para o escoamento da produção mineradora

nas Minas Gerais para os portos do Rio de Janeiro e à preferência pelos novos caminhos

terrestres, uma vez que as vias marítimas sofriam com a intensa pirataria.

A Coroa Portuguesa, preocupada em zelar por todas as riquezas encontradas em

sua colônia, passou a incentivar a construção de estradas por particulares, em troca da

concessão de sesmarias, títulos e outros privilégios. Com isso, frentes de ocupação e de

povoamento do interior passaram a se constituir e a região foi ocupada por um fluxo

originário da cidade do Rio de Janeiro e outro, através do refluxo da zona mineira.

Em fins do século XVIII, as produções de açúcar e algodão já estavam sofrendo

fortes concorrências externas e era preciso encontrar um produto de alto valor comercial

que aproveitasse as grandes extensões de terras ainda não cultivadas no Brasil. A solução

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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foi a produção de café, que se desenvolveu pelas áreas férteis do Vale do Paraíba, que já

possuía vantagem comparativa em função da existência de trilhas e caminhos que se

dirigiam a Minas Gerais e aos portos. Também contribuíram a abundância de mão-de-obra

e a proximidade com o Rio de Janeiro, o que favorecia a compra de mercadorias,

incluindo a mão de obra escrava dos negros africanos.

A província do Rio de Janeiro liderou a produção de café até 1880, graças à

produção do Vale do Paraíba e, junto ao poder econômico, veio o poder político exercido

pela aristocracia do café, influenciando a política do império com seus grandes

articuladores, como o Comendador Joaquim José de Souza Breves, grande cafeicultor da

região de Rio Claro e o maior escravagista do Brasil, conhecido como o “Rei do Café”,

por ter acumulado extraordinária fortuna em meados do século XIX.

O título de Comendador foi adquirido por Breves como recompensa por sua

fidelidade à D. Pedro I e a estreita amizade entre eles ficou evidente no episódio da

Independência, pois D. Pedro I pernoitou na propriedade de Breves e este, por sua vez,

juntou-se à comitiva imperial rumo a São Paulo, para o “Grito do Ipiranga”, em 1822.

Segundo o livro “Itinerário da Independência”, de Eduardo Canabrava Barreiros, a

comitiva Imperial cruzou o rio da Várzea, que corta a propriedade RPPN Fazenda São

Benedito. Especula-se que isto possa ter acontecido dentro dos limites da fazenda,

próximo à sua sede, pela existência de uma ruína de cabeceira de ponte em pedra com

características de caminho real.

Os primeiros núcleos de colonização do Vale do Paraíba foram Resende e São João

Marcos. São João Marcos do Príncipe, como fora batizada em homenagem ao santo e a

Dom João VI, chegou a ser uma das cidades mais prósperas do interior fluminense, o que

refletiu em suas construções de grande valor arquitetônico. A introdução da cultura do

café acelerou consideravelmente o progresso da região, em especial, o de Rio Claro.

A riqueza e exuberância de suas florestas, atraiu inúmeros pesquisadores e

cientistas, ao longo da história. O mais famoso deles, Johan Emanuel Pohl, eminente

naturalista que veio ao Brasil na missão científica austríaca, por ocasião do casamento de

Dom Pedro I e a arquiduquesa da Áustria, Princesa Leopoldina em 1817, atravessou Rio

Claro em viagem científica exploratória. Em seu memorável livro “Viagem no Interior do

Brasil”, Pohl narra sua passagem por Rio Claro, dizendo ser esta região “inesquecível para

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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mim, porque aqui encontrei pela primeira vez a planta que, em honra ao nosso

sereníssimo Imperador, dei o nome de Francisca”. Em outro trecho, descreve sua

experiência “ao atravessar o Rio da Várzea” por mais de dez vezes, até chegar a Capivari

(atual Rio Claro). Note-se que o Rio da Várzea atravessa a RPPN Fazenda São Benedito.

A abolição da escravatura e o deslocamento da cultura do café para as terras de

São Paulo, devido à erosão do solo e o consequente desastre ambiental, abalaram a

economia da zona cafeeira fluminense, sobretudo, daqueles que não puderam fazer uma

transição rápida para outras culturas. Em Rio Claro, as fazendas de café se transformaram

em pastagens para criação de gado leiteiro, mas São João Marcos, pouco a pouco foi

entrando em decadência, situação agravada pelos novos traçados dos sistemas rodoviário

e ferroviário, entre o Rio de Janeiro e o interior Fluminense.

Na década de 1940, a cidade de São João Marcos, que havia sido a primeira cidade

a ser tombada no Brasil, foi destombada e evacuada à força, para dar lugar à represa de

Ribeirão das Lages, pertencente à concessionária de energia elétrica Light S.A.. Este

acontecimento foi considerado por historiadores uma verdadeira tragédia humana, pelos

métodos brutais de intimidação aos que resistiam à saida da cidade. Casas, igrejas, um

teatro e vários outros prédios foram aniquilados, destruindo mais de 100 anos de história

colonial brasileira. Por incrível que pareça, a região onde se encontrava o centro de São

João Marcos jamais foi inundada pelas águas da represa e a tragédia poderia ter sido

evitada.

Patrimônio cultural

Situado na área de concessão da Light, o município de Rio Claro, na região

fluminense do estado do Rio de Janeiro, possui várias atrações naturais e culturais de

grande importância. Na cidade estão localizadas as ruínas de São João Marcos, que se

tornaram um atrativo turístico, depois da construção da Represa de Ribeirão das Lajes.

Ao longo dos seus 843 km2 de extensão, Rio Claro destaca-se pelo potencial

hídrico e pela diversidade natural, com trilhas pela Mata Atlântica, grande variedade de

fauna e flora, além da possibilidade da prática de esportes de aventura.

Seus monumentos, como a Fazenda São Joaquim da Grama, construída pelo

Comendador Breves, a Fazenda Santa Rita, onde nasceu o poeta Fagundes Varela e a

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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capela de São Joaquim da Grama, formam, juntamente com a Ponte Bela e as ruínas da

Fazenda Olaria, onde pernoitou D. Pedro I, um conjunto de inestimado valor.

A RPPN Fazenda São Benedito está localizada próxima a uma estrada histórica

considerada um patrimônio cultural muito importante para cidade de Rio Claro, que é a

RJ-149, conhecida culturalmente como Estrada Imperial. Esta liga Mangaratiba a Rio Claro,

através da Serra do Piloto, com cerca de 40 km de extensão. O trecho que liga São João

Marcos a Mangaratiba é considerado a primeira estrada de rodagem do Brasil, construída

por D. Pedro II em 1856, para atender ao escoamento da produção de café do Vale do

Paraíba para o Porto de Mangaratiba. Em seu percurso encontram-se marcos de

engenharia de época, como o Bebedouro da Barreira, pedras de milha, sistema de

escoamento de águas pluviais e o arco da Cachoeira dos Escravos. Belíssimas vistas da Baía

de Mangaratiba podem ser apreciadas de pontos de observação ao longo da estrada

(CITYBRAZIL, s/d).

1.2) Fogo e outros fatores de degradação

A degradação ambiental do médio vale do rio Paraíba remonta ao início do século

XIX quando praticamente toda a Mata Atlântica foi devastada para dar lugar a extensas

plantações de café. A economia agro-exportadora da aristocracia escravocrata do século

XIX exauriu as potencialidades naturais da região, devido ao dramático esgotamento dos

solos e à acelerada erosão das vertentes, atreladas ao desequilíbrio da dinâmica climática e

hidrológica regional (DAVIS & NAGHETTINI, 2001).

O desastre ambiental praticado no Médio Paraíba é de tal magnitude que, até os

dias atuais, boa parte da região encontra-se estagnada, marcada por um cenário de

pastagens sub-aproveitadas (Figura 17). Hoje, o que sobrou em sua vegetação primitiva

foram áreas de mata atlântica em meio aos campos sem vegetação e pastagens degradadas

(FUNBIO, 2007).

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Figura 17. Aspecto do intenso voçorocamento verificado em algumas áreas colinosas do Médio Vale do rio Paraíba do Sul, sob nítido controle estrutural e promovendo elevadas taxas de erosão em solos espessos destinados á pecuária leiteira extensiva.

As principais atividades econômicas do município de Rio Claro (pecuária leiteira,

avicultura e agricultura) contribuem para o processo de desmatamento na região, que

possui uma cadeia de morros meia-laranja desnudos e quase sempre apresentando

processos erosivos e de voçorocamento, causando a perda de solo por movimentos de

massa, que carregam os sedimentos para as áreas de baixada e causam o entulhamento

das calhas de rios a jusante.

Um dos principais fatores de degradação é o fogo, que ocupa as encostas da

região, geralmente no período do inverno, época mais seca do ano, ou em períodos de

estiagem prolongada. Este é causado principalmente, por uma prática muito comum

realizada pelos agricultores e pecuaristas da região, a prática de “limpeza do terreno”. Essa

prática causa a perda de nutrientes do solo, diminuindo a sua fertilidade pelo seu

empobrecimento, mas é muito utilizada por pequenos agricultores por causa do baixo

custo.

O fogo diminui a resiliência dessas áreas, comprometendo a regeneração natural

de espécies vegetais depois que são abandonadas, deixando-as mais susceptíveis aos

processos degradadores do ambiente. Na área da RPPN, não existem relatos de

ocorrência de fogo, nos últimos anos.

Em contraste com este aspecto, na região do Alto Vale do rio Piraí, concentram-se

aproximadamente 40% dos remanescentes da cobertura original do município de Rio

Claro, o que representa aproximadamente 15.000 ha de fragmentos de floresta.

Justamente, é nesta região em que está localizada a RPPN Fazenda São Benedito, que

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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possui 144ha de cobertura florestal em áreas ciliares e de encosta, diminuindo a

susceptibilidade à erosão que existe nessas áreas (Figura 17).

Porém, é possível notar a diferença das iniciativas entre os proprietários de terra

da mesma região, onde alguns resolveram manter as florestas, como é o caso do

proprietário em questão, e outros decidiram desmatar para estabelecer atividades

pastoris.

O entorno da unidade de conservação é muito importante para que sua

integridade seja garantida. Neste caso, existe um problema que afeta diretamente a

qualidade da água do principal rio que corta a propriedade, o Ribeirão da Várzea, pois o

terço superior do rio, pertence a uma propriedade que apresenta sua área desmatada por

conta de atividades de pecuária. Pelo fato da cabeceira do rio ser desmatada e apresentar

sinais de pisoteamento por gado, os solos são compactados, impedindo a infiltração da

água da chuva e, consequentemente, promovendo o escoamento superficial dessa água,

que vai acarretar em processos de erosão e acúmulo de sedimentos na calha do rio.

Já no terço médio do rio, suas margens apresentam-se protegidas pela mata ciliar

pertencente à reserva. Porém, a qualidade da água é comprometida pela sua cabeceira que

sofre processos de degradação.

Figura 17. Floresta ciliar (a) e Floresta de encosta (b).

a

b

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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1.3) Atividades desenvolvidas na RPPN

Na RPPN em si são desenvolvidas atividades ligadas à sua proteção -

patrulhamento e alocação de cercas - e manejo, neste caso, sobretudo, de trilhas. Existe

um foco bastante claro, atualmente, em realizar a manutenção das trilhas já existentes

para possibilitar o acesso à maior parte da RPPN pela família do proprietário, que a

utilizada com expressiva freqüência.

Uma das Trilhas - históricas - da RPPN, com pequena infra-estrutura para visitantes familiares.

Mas também são realizados, de forma sistemática, reflorestamentos de áreas

perturbadas, por iniciativa do proprietário, que pretende substituir pastagens antigas e

áreas com eucaliptais. No âmbito deste Plano de Manejo, será alvo de um programa para

melhor dimensionar as ações e potencializar os resultados.

Um outro aspecto de gestão de absoluto interesse do proprietário é a soltura e

reintrodução de animais silvestres na reserva, o que tem sido estudado junto ao ICMBIO

e instituições parceiras com atuação no tema.

1.4) Pesquisa e Monitoramento

A RPPN Fazenda São Benedito nunca foi objeto de estudos técnico-científicos,

ainda que tenha potencial para isso, como sugere as informações apresentadas até o

presente tópico. Mas o proprietário possui uma clara aspiração de promover pesquisas

científicas na RPPN, viabilizando infra-estrutura básica para que, estudantes e

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento, possam com segurança

estabelecer experimentos e buscar respostas para suas hipóteses científicas. Na

propriedade, já existem algumas benfeitorias que podem vir a se tornar alojamentos para

pesquisadores, bastando apenas que as mesmas passem por algumas reformas.

1.5) Visitação

O proprietário desenvolve, atualmente, apenas visitação com fins de lazer familiar e

de amigos, além de permitir que parentes de funcionários possam desfrutar dos atrativos

da propriedade e RPPN, tais como trilhas pela mata, duchas naturais, ciclovia, banho de

lago e rio, futebol de campo e contemplação da natureza. Contudo, já existe uma

sinalização do proprietário para a possibilidade de abrir a reserva para visitação, a partir

de um planejamento, a fim capitalizar a propriedade para que, pelo menos as despesas

básicas de proteção e manejo possam ser custeadas. Mas a pretensão é que essa opção

tenha caráter educativo e/ou científico através, por exemplo, do envolvimento de escolas

da região, universidades, pesquisadores, observadores de aves, dentre outras

possibilidades, além do interesse histórico apresentado nos tópicos anteriores. Trata-se

de uma possibilidade extremamente plausível, à luz da versatilidade que apresenta a

categoria RPPN na Lei 9.985/00 (educação ambiental, ecoturismo e pesquisa científica).

Alguns dos abrigos existentes na propriedade podem servir para este fim e outros podem

ser construídos para aumentar a interação com o meio ambiente.

1.6) Sistema de Gestão

A RPPN é administrada pelo próprio dono, que por sua vez tem como gerente

operacional um encarregado contratado (regime CLT). Não há parcerias para essa

finalidade e, tampouco, conselho consultivo.

1.7) Pessoal

Ainda que a RPPN em questão não possua funcionários trabalhando

especificamente para o seu manejo e proteção, os mesmos são contratados para

desenvolver ações na propriedade, com grande foco na reserva, por sua vez administrada

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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pelo proprietário e seu encarregado. A despeito de apenas agora o Plano de Manejo estar

sendo elaborado, o proprietário já se preocupava em dispor de um planejamento para as

ações, mas não de forma sistêmica, materializada em forma de um documento.

A propriedade possui 8 funcionários com carteira assinada, e por isso em caráter

permanente, e outros 5 contratados eventualmente, atendendo demandas esporádicas. As

funções são: administrador de fazenda; cozinheira/zeladora; cortador de grama;

manutenção de cercas; encarregado de reflorestamento; encarregado para cuidar do gado

e cavalos. Alguns deles possuem 15 anos de trabalho dedicados à propriedade. Esses

profissionais, 4 deles residentes na propriedade, são também deslocados para atividades

na RPPN, como manutenção de trilhas, limpeza de nascentes, vistorias contra caçadores e

reflorestamento, sobretudo. Esses funcionários fizeram cursos de produção de mudas,

combate à formigas e plantio, ministrado pelo SENAR na própria fazenda em 2008,

possuindo grande sensibilidade quanto à existência da RPPN e sua importância, como

apontaram as entrevistas.

1.8) Infraestrutura

A RRPN em si não possui infraestrutura e sim a propriedade. Na mesma há possui

uma casa central, onde fica a moradia dos proprietários (fotos abaixo), um casarão antigo

reformado e diversas outras benfeitorias, algumas de época, outras mais recentes, que

estão sendo utilizadas pelos funcionários. Algumas dessas, porém, deverão servir a

projetos futuros (base de pesquisa, centro de visitantes, etc.).

A fazenda possui ainda 10 cavalos para uso próprio, canil para 5 cães, áreas de

pasto arrendadas e uma ciclovia de 850 metros de comprimento, no entorno de uma

represa que existia e que o proprietário pretende reconstruir.

A propriedade possui acessos pavimentados desde a sua porteira (foto abaixo),

além de cercas em seus limites.

O sistema de tratamento de esgoto é do tipo fossa filtro e o recolihmento de

resíduos sólidos e feito pela Prefeitura de Rio Claro com razoável periodicidade.

A fonte de energia é elétrica e fornecida pela empresa Ligth.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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A sinalização da RPPN é precária, e, portanto, será dimensionada no âmbito deste

plano.

A propriedade tem ainda uma infraestrutura para produção de mudas de espécias

nativas da Mata Atlântica, com estufa (foto abaixo), casa de apoio e canteiro, onde são

realizadas todas as atividades preliminares ao viveiro. A produção média de produção de

está em torno de 40.000 mudas anuais, desde 2009.

Estufa e canteiro para produção de mudas da Mata Atlântica

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Casarão sede da Fazenda São Benedito com lagos em sua volta e parte da RPPN ao fundo.

Acesso pavimentado da porteira da Fazenda até a sua sede (e) e área plana drenada pelo Rio da Várzea.

1.9) Equipamentos e serviços

Existem diversos equipamentos que servem o dia a dia da propriedade e que,

naturalmente, estão disponíveis para a RPPN. Todavia, alguns desses equipamentos podem

ser aqui mencionados como de uso comum entre as áreas, quais seja:

• Sistema de comunicação: telefonia rural;

• Veículo: somente do proprietário.

• Equipamentos e acessórios: roçadeira, facões, enxada, ancinho, lanterna, perneira,

máquina fotográfica, armadilha fotográfica (duas) e botas.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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A RPPN não oferece condições aquedas ainda para recepção de pesquisadores, mas é

um interesse prioritário de seu dono.

1.10) Recursos Financeiros

A RPPN não possui receitas externas para custear as suas atividade básicas de

proteção e manejo, de maneira que o desembolso é arcado pelo seu proprietário.

Portanto, o proprietário/gestor da RPPN buscou o edital da Aliança para a conservação da

Mata Atlântica, à luz de sua acessibilidade e desburocratização, além de outras parcerias

para implementar projetos de reflorestamento e reintrodução de animais nativos,

principais projetos da reserva.

Cabe destacar, ainda, que a Lei do ICMS Verde no Estado do Rio de Janeiro já foi

sancionada (Lei Estadual 5.100/07),bem como projetos de pagamento por serviços

ambientais, sendo que as RPPNs foram contempladas em sua concepção, o que sugere

um futuro próximo com novas perspectivas de sustentabilidade econômica.

1.11) Formas de Cooperação

A RPPN Fazenda São Benedito tem buscado apoio de pessoas/instituições para

fortalecer os objetivos para quais foi criada. Nesse sentido, a Associação Patrimônio

Natural (APN) é um grande parceira no engajamento da reserva em conjunturas que

ocorrem junto à comunidade conservacionista nacional, como é o caso do próprio

movimento RPPNista, e o desdobramento disso é a participação em editais, reuniões,

congressos, etc. Recentemente, o proprietário foi indicado pela APN como seu

representante no Conselho Municipal de Meio Ambiente de Rio Claro, onde situa-se a

RPPN, e na primeira eleição da instância, o mesmo foi eleito presidente do conselho. Com

isso, a esperança é fortalecer as RPPNs como melhor instrumento para fortalecer a

proteção da Mata Atlântica local, já que são escassas as terras públicas.

A RPPN FSB também tem buscado apoio de instituições que lhe ajudem na

empreitada de reflorestar, como meio de conectar fragmentos, como é o caso do Pacto

da Restauração da Mata Atlântica (Banco de Áreas), na região implementado pelo Instituto

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Terra de Preservação Ambiental, que apóia proprietários rurais nesse sentido, cedendo

mudas e custeando mão-de-obra local para a manutenção.

2) CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE

A área da propriedade, incluindo, naturalmente, a área da RPPN, está dividida nos

seguintes usos do solo: 24,6 ha de plantações de eucalipto; 38,2 ha de pastagem; 5,1 ha

com construção; e 182,10 ha de floresta, dentre os quais 144 ha são de área total da

RPPN, que representa 62% da área total da propriedade.

A produção de eucalipto é uma atividade que tem contribuído para a geração de

renda que ajuda a custear ações de manejo, como por exemplo, os reflorestamentos de

áreas perturbadas na propriedade. Essa atividade é realizada por iniciativa do proprietário,

de forma sistemática, a fim de incrementar a superfície florestal contígua à RPPN como

maneira de se conectar a outras fazendas que, assim por diante, poder-se-á chegar às

florestas das margens do Reservatório de Ribeirão das Lajes, onde há 14.000 ha de fonte

de propágulos.

O processo de produção de mudas é realizado na propriedade e conta com

funcionários destinados especificamente para esse fim, em boa parte do ano. Além disso,

existe uma parceria no âmbito do Pacto da Restauração da Mata Atlântica para plantios.

Essa é uma atividade de grande interesse do proprietário e, portanto, no âmbito deste

Plano de Manejo, será alvo de um programa para melhor dimensionar as ações e

potencializar os resultados.

Além de extensa área com floresta, a propriedade possui grandes atributos

hidrológicos, já que é cortada pelo rio da Várzea, como curso d’água principal, além de

outros tributários gerados por 11 (onze) nascentes situadas dentro da propriedade, em

que a sede situa-se entre esse mesmo rio e três pequenos lagos, formados por barragens

construídas na calha de um pequeno curso d’água. Esta situação confere à localidade

grande beleza cênica e a sensação de abundância de água, um dos marcantes atributos da

reserva.

Uma outra potencialidade é a infraestrutura oferecida pela propriedade (ver títulos

1.8 e 1.9).

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 61 de 148

As ameaças existentes estão por conta da existência de um eucaliptal no entorno

imediato da RPPN, e até mesmo pequena porção em seu interior, o que pode acarretar na

disseminação de propágulos dessa espécie exótica no interior da reserva.

Áreas que já estão sendo reflorestadas na RPPN, como mata ciliar (e) e topo do morro (d). O entorno de nascentes também é foco de ações desse tipo.

Ângulos do Rio da Várzea, que extravasa no período de chuvas.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Eucaliptal na Fazenda São Benedito, contíguo aos limites da RPPN. Na foto à direita a diferença de textura entre o eucaliptal e a mata nativa é nítido.

3) CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO

A RPPN Fazenda São Benedito está localizada em uma região onde não há uma

matriz da paisagem bem definida, isto é, existem remanescentes florestais expressivos

junto a pastagens em morros meia laranja e planaltos. Imediatamente aos limites da RPPN,

existem fazendas onde predominam as pastagens, havendo, no entanto, pequenos

fragmentos florestais (foto e mapa abaixo), sobretudo, no terço superior dos morros e

colinas.

Vista do alto de um setor da RPPN da paisagem de seu entorno, com a Serra do Mar ao fundo e outra parte da RPPN, com a sua sede, à frente.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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3.1) Aspectos Sócio-econômicos

Os dados sócio-econômicos são apresentados no quadro abaixo: Município:

Rio Claro

Fundação: 19 de maio de 1849

Municípios limítrofes: Angra dos Reis, Bananal (SP), Barra Mansa, Itaguaí, Mangaratiba, Piraí e Volta Redonda.

Distância até a capital:

122Km.

Principais atividades econômicas:

pecuária leiteira, seguida pela avicultura e agricultura, principalmente o cultivo de: feijão, milho e banana.

Mesoregião:

Sul Fluminense

Microregião:

Vale do Paraíba Fluminense

Coordenadas da Sede:

Latitude 22° 43’ 26’’ S Longitude 44° 08’ 50’’W

Área: 843,4 Km²

Altitude da Sede: 446 m

Distritos: Rio Claro (distrito-sede) Lídice (2° distrito) São João Marcos (3° distrito) Passa Três (4° distrito) Getulândia (5° distrito)

População: 16.228 habitantes Clima:

Pluviosidade média anual: 1.600 mm Temperatura média: 19.9 °C

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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População do Município de Rio Claro

Índice de Desenvolvimento Humano de Rio Claro

Esperança de vida

ao nascer

Taxa de alfabe-

tização de adultos

Taxa bruta de

frequência escolar

Renda per capita

Índice de esperança de

vida (IDHM-L)

Índice de

Educação (IDHM-E)

Índice de PIB (IDHM-R)

Índice de Des.

Humano Municipal (IDH-M)

Ranking por UF

70,002 0,836 0,733 203,345 0,75 0,802 0,66 0,737

66

Fonte: Taxas e índices (ONU, 2007):

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4) POSSIBILIDADE DE CONECTIVIDADE

Como mostrado no tópico acima, ainda que haja muitas pastagens no entorno da

RPPN, existem também muitos fragmentos florestais que possibilitam a conectividade da

RPPN com outras fontes de propágulos, isso numa visão mais pontual de análise. Mas sob

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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uma ótica maior de escala da paisagem, a RPPN compõe o Corredor de Biodiversidade

Tinguá-Bocaína, que por sua vez compõe o Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar

(ver imagens do tópico abaixo).

A RPPN São Benedito está situada ainda no entorno do recém criado Parque

Estadual do Cunhambebe (38.000 hectaers), próxima a tamém recém criada Área de

Proteção Ambiental do Alto Vale do Rio Piraí e de outras RPPN.

O proprietário da RPPN FSB pretende instituir outras RPPNs em áreas florestadas

que já são suas ou em áreas que pretende adquirir. Além disso, e nesse contexto, existe a

pretensão clara de aumentar as ações de reflorestamento. A meta, conforme já

mencionado, é se aproximar ao máximo das matas do Reservatório de Ribeirão das Lajes.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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5. DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA

Sob a ótica global, a RPPN Fazenda São Benedito vem ao encontro das ações de

conservação da biodiversidade, e seus serviços ambientais associados, ao bioma Mata

Atlântica (que é considerada um hotspot, denominação dada as 25 áreas em todo mundo

que, embora sejam de megadiversidade, estão sob grande pressão de uso e ocupação –

Figura 18) - MITTERMEIER et al. (s/d).

Figura 18. áreas do mundo consideradas Hotspot. A Mata Atlântica, diante do balanço biodiversidade/grau de ameaça, ocupa a quinta colocação nas prioridades mundiais de conservação. MITTERMEIER, et al. (s/d).

Sob o ponto de vista nacional, a região da Mata Atlântica, onde se situa a reserva,

está contida na área prioritária para conservação da biodiversidade, uso sustentável e

repartição dos benefícios da biodiversidade MA-230 (MMA, 2002), recebendo a mais alta

classificação para priorização de esforços de conservação. Esse status se deve ao fato de a

mesma estar situada em um dos únicos blocos remanescente florestais da Mata Atlântica

como um todo, como é o caso do corredor da Serra do Mar, e mais especificamente do

Rio de Janeiro, como é caso do bloco florestal 4 (Figura 20).

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Figura 20. Áreas prioritárias para conservação da biodiversidade no Rio de Janeiro. Em destaque o polígono MA-230, onde se localiza a RPPN. Fonte: MMA (2002).

Já sob o ponto de vista local a área da RPPN Fazenda São Benedito está contida

nos limites do denominado Corredor de Biodiversidade Tinguá-Bocaína, que se trata do

trecho da Serra do Mar contido entre o Parque Nacional da Bocaína e a Reserva Biológica

do Tinguá (Figura 21), local esse que outrora sofreu intenso e irracional uso e ocupação

do solo, mas que resguarda ainda relevantes áreas florestais, como é o caso da região do

Alto Vale do Rio Piraí.

Figura 21: Corredor de Biodiversidade Tinguá-Bocaína. O município de Rio Claro está inserido no Corredor.

RJ

Rio Claro

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Com base em todo esse contexto, instrumentos de conservação têm sido

utilizados para efetivar a proteção de áreas naturais relevantes, como é o caso das

Unidades de Conservação, através do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza). A reserva privada, denominada no Brasil de RPPN (Reserva

Particular do Patrimônio Natural) está contida no referido sistema e vem sendo

considerada pela comunidade conservacionista como um grande complemento ao mesmo

(ALGER & LIMA, 2003) e um dos mais efetivos instrumentos para a proteção do

patrimônio natural, pois:

A RPPN Fazenda São Benedito está inserida em um contexto que apresenta

extrema relevância quando se trata de conservação da biodiversidade, tanto no aspecto

macro (está inserida nas áreas prioritárias para conservação de biodiversidade do mundo

e da Mata Atlântica), como no aspecto micro (sua área pertence a um bloco remanescente

da Mata Atlântica e está inserida no Corredor Tinguá-Bocaina de conservação da

natureza). Os resultados dos estudos primários de flora e fauna sugerem a relevância

desse fragmento florestal no contexto da paisagem que se insere. Os mesmos reforçam a

necessidade de planejar sistematicamente a proteção e o manejo desses atributos

ambientais. Por fim, os atributos históricos e culturais regionais e locais são características

notórias que chancelam a significância da reserva como patrimônio.

1. Possibilita aos proprietários privados a participação voluntária no processo de conservação do patrimônio natural, sem que o mesmo perca o domínio da propriedade;

2. Possibilita o incremento em número de unidades de conservação e superfície protegida, assim como a representatividade de ecossistemas protegidos;

3. Contribui para a promoção do ordenamento territorial;

4. Permite a continuidade do processo de proteção legal de áreas naturais relevantes, mesmo que os recursos orçamentários governamentais sejam escassos (80% das áreas de interesse para conservação estão sob domínio privado), uma vez que apresenta caráter privado.

5. Consolida um ato de cidadania, de responsabilidade sócio-ambiental para com o bem comum, validando o art. 225 da constituição.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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PLANEJAMENTO

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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PLANEJAMENTO

1. Objetivos específicos de manejo

• Proteger áreas naturais da Mata Atlântica;

• Recuperação de formações florestais;

• Proporcionar pesquisa científica e geração de conhecimento sobre o Bioma Mata Atlântica;

• Possibilitar a reintrodução de espécies da fauna nativa;

• Formação de corredor ecológico com as matas do Ribeirão das Lajes e do Parque Estadual do

Cunhambebe.

2. Zoneamento O zoneamento é uma técnica de ordenamento territorial, usada para atingir melhores

resultados no manejo da unidade de conservação, pois estabelece usos diferenciados para

cada espaço, segundo seus objetivos, potencialidades e características encontradas no

local.

Identificando e agrupando áreas com as qualificações citadas, elas vão constituir zonas

específicas, que terão normas próprias. Dessa forma, o zoneamento torna-se uma

ferramenta que vai contribuir para uma maior efetividade na gestão da unidade de

conservação (ICMBIO, 2004).

Conforme seus objetivos e usos permitidos, para a RPPN Fazenda São Benedito foram

determinadas as seguintes zonas de manejo:

Zona Sigla Área (ha)

Silvestre ZS1 27,96

Proteção ZP 90,58

Recuperação ZR 8,88

Visitaçao ZV 7,38

Transição ZT 13,33

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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2.1. Zona Silvestre

A Zona Silvestre é aquela que contém áreas inalteradas, e destinam-se à conservação da

biodiversidade. Podem ocorrer pesquisas, estudos, monitoramento, proteção e

fiscalização, além de infra-estrutura destinada à proteção e a fiscalização (ICMBIO, 2004).

A Zona Silvestre da RPPN Fazenda São Benedito (ZS1) está localizada na região nordeste

da propriedade, onde há “bolsões” de vegetação em estágio intermediário e avançado de

sucessão, sob condição de encostas íngremes e pequenas várzeas naturais com nenhuma

utilização. Ou seja, trata-se de um local que deve ser destinado exclusivamente a

manutenção natural dos processos ecológicos essenciais.

Zona Sigla Área (ha)

Silvestre ZS1 27,96

2.2. Zona de Proteção

A Zona de Proteção é aquela que contém áreas naturais ou que tenham recebido grau

mínimo de intervenção humana, onde podem ocorrer pesquisa, estudos, monitoramento,

proteção, fiscalização e formas de visitação de baixo impacto. Poderá conter infra-

estrutura estritamente voltada às atividades de proteção (ICMBIO, 2004).

A RPPN Fazenda São Benedito, por conta de seus atributos ambientais, possui duas Zonas

de Proteção. A Zona de Proteção 1 (ZP1) está localizada a sudoeste da propriedade, onde

a condição de relevo é de encostas com afloramentos rochosos e vegetação em estágio

secundário de sucessão. A Zona de Proteção 2 (ZP2) está contígua a ZS1 e ocupa quase

toda a face ao extremo leste da propriedade. Os atributos ambientais locais são florestas

em mosaico de estágio secundário inicial e tardio de sucessão.

Zona Sigla Área (ha)

Proteção ZP1 e ZP2 90,58

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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2.3. Zona de Transição

A Zona de Transição é uma faixa ao longo do perímetro da RPPN, no seu interior. Serve

como filtro ou faixa de proteção, absorvendo os impactos provenientes da área externa

(ICMBIO, 2004).

A Zona de Transição da RPPN Fazenda São Benedito possui 10 metros de largura para o

interior da RPPN e está delimitada em toda a faixa da divisa com as propriedades vizinhas.

Zona Sigla Área (ha)

Transição ZT 13,33

2.4. Zona de Visitação

É aquela constituída de áreas naturais, permitindo alguma forma de alteração humana.

Destina-se à conservação e às atividades de visitação. Deve conter potencialidades,

atrativos e outros atributos que justifiquem a visitação. As atividades abragem educação

ambiental, conscientização ambiental, turismo científico, ecoturismo, recreação,

interpretação, lazer e outros. Esta zona permite a instalação de infra-estrutura,

equipamentos e facilidades, como centro de visitantes, trilhas, painéis, mirantes, pousadas,

torres, trilhas suspensas, lanchonete, alojamentos e hotel, para os quais deve-se buscar

adotar alternativas e tecnologias de baixo impacto ambiental (Ferreira, 2004).

Nesse contexto, a Zona de Visitação (ZV) da RPPN Fazenda São Benedito localiza-se nas

áreas onde já há trilhas, sendo um buffer de 5 metros para cada lado das mesmas, e

estradas, neste caso 30 metros de buffer. Nessas áreas as intervenções a serem feitas

estarão relacionadas ao sistema de sinalização, mirantes, manejo de trilhas e alocação de

bancos. O Centro de Visitação, se de fato implementado, estará nos domínios da

propriedade, onde há local mais adequado para isso, isto é, acessível e com visibilidade.

Zona Sigla Área (ha)

Visitaçao ZV 7,38

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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2.5.Zona de Recuperação

Sua indicação justifica-se quando houver significativo grau de alteração, a critério da visão do

planejamento. Nesse caso, o plano de manejo definirá ações de recuperação. A recuperação

poderá ser espontânea (deixada ao acaso) ou induzida, feita a partir da indicação de pesquisas e

estudos orientadores. Esta zona permite visitação, desde que as atividades não comprometam a

sua recuperação. Ela é temporária, pois, uma vez recuperada, deve ser reclassificada como

permanente.

Na RPPN existem 5 Zonas de Recuperação (ZR), cujos limites foram identificados a partir da

leitura do nível de alteração ambiental desses locais.

Zona Sigla Área (ha)

Recuperação ZR1 a ZR5 8,88

3. Programas de Manejo

Os Programas de Manejo têm como objetivos gerar diretrizes e agrupar atividades para

uma adequada implementação da RPPN. A estrutura do Plano de Manejo em Programas

permite que as atividades sejam descritas em grupos temáticos, facilitando a gestão e

manejo da RPPN e, de certa forma, da propriedade.

Os programas descritos foram fundamentados no zoneamento da RPPN e, sobretudo, nas

aspirações do proprietário quanto ao futuro da RPPN. Portanto, foram desenhados

diversos programas para que o proprietário possa colocar em prática o que lhe achar

conveniente no momento, naturalmente, tão logo interprete a exeqüibilidade de cada um

ao longo dos próximos 5 anos. Os programas são:

• Administração;

• Proteção e Fiscalização;

• Recuperação de Áreas Perturbadas;

• Pesquisa e Monitoramento;

• Visitação e Educação Ambiental;

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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• Sustentabilidade Econômica;

• Comunicação e Integração com a Área de Influência;

• Reintrodução de fauna nativa.

Cada programa constará da seguinte estrutura:

• Objetivos e Resultados Esperados: são situações positivas desejadas;

• Atividades e Normas: são as ações a serem desenvolvidas e acompanhadas de normas específicas;

Normas Gerais da RPPN Fazenda São Benedito

� Os projetos específicos de pesquisa, monitoramento e visitação deverão ser elaborados e desenvolvidos, preferencialmente, sob orientação de profissionais especializados;

� São proibidas a caça e coleta de espécimes da fauna e da flora, ressalvadas aquelas

com finalidades científicas, desde que autorizadas pelos proprietários e pelo ICMBIO;

� Caso o desenvolvimento de alguma atividade apresente indícios de danos à RPPN,

deverá ser suspensa para avaliação, bem como para elaboração e adesão de procedimentos corretivos;

� São proibidos o ingresso e a permanência na RPPN e propriedade, de pessoas

portando armas, materiais ou instrumentos destinados ao corte, caça ou quaisquer outras atividades prejudiciais à fauna, flora ou recursos naturais;

� É proibida a entrada de animais domésticos.

Normas Gerais da Propriedade

� Sugere-se a captação de assistência em reflorestamento (curso de capacitação de funcionários), no caso de o proprietário e/ou funcionários não possuírem conhecimento suficiente para a execução das atividades desejadas;

� Deverá ser mantida a manutenção do paisagismo nos locais onde será implantada a

visitação, tornando o ambiente mais harmônico;

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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� Deverão ser, preferencialmente, utilizadas as plantas nativas e produzidas em viveiros da propriedade, do município, da Embrapa e/ou de outras instituições afins, baseado na lista floristica apresentada neste relatório;

� A reintrodução de espécies da fauna deverá atender não só os trâmites legais, mas

também a viabilidade ecológica apontada por profissional competente, a partir de estudo próprio para isso;

� A execução de ações na RPPN deverá, necessariamente, respeitar as diretrizes

(Programas e Projetos específicos) apontadas pelo Plano de Manejo, exceto para os casos de não haver previsão para um determinado assunto. Nesse caso, o Gestor da RPPN deverá ponderar tal necessidade com os princípios da conservação e legalidade;

� Sugere-se não abrir mais trilhas na área da RPPN e, se possível, propriedade;

3.1. PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO

Objetivo O programa de administração tem como objetivo gerar diretrizes que garantam o

funcionamento da RPPN. Suas atividades e normas relacionam-se aos procedimentos

administrativos, à organização, ao controle, à manutenção e, ainda, àquelas relacionadas à

sua monitoria. Portanto, as atividades envolvem recursos humanos, capacitação do gestor

e funcionários, bem como o estabelecimento de atividades de implantação, aquisição e

manutenção de infra-estrutura e equipamentos.

Resultados Esperados

� Pessoas que trabalham na RPPN devidamente capacitadas; � Rotinas de serviço estabelecidas; � Sistema de acompanhamento das atividades implantado; � Boas práticas disseminadas; � Manutenção regular da infra-estrutura e equipamentos; � Orçamentos anuais elaborados; � Paisagismo e sinalização implantados;

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Atividades e Normas

3.1.1. Designar pessoa responsável pela gestão da RPPN

O proprietário poderá ser o gestor da RPPN ou delegar esta função a outra pessoa, desde

que capacitada e munida de conhecimentos suficientes sobre a área e os procedimentos

legais de gestão.

3.1.2. Designar responsável(is) pela execução das atividades relacionadas à proteção, fiscalização, ao manejo de recursos, à visitação, à pesquisa e à comunicação da RPPN

� Este(s) responsável(is) deverá(ão) desempenhar as atividades listadas nos respectivos Programas de Manejo, além de suprir de mão-de-obra todas as demandas cotidianas da RPPN;

� As atividades poderão ser executadas pelos proprietários ou, em caso de aumento

de demanda e disponibilidade de recursos, contratar funcionários para desempenhá-las;

� Não deve ser permitido o porte de arma pelas pessoas que trabalham na RPPN;

� Em caso de contratações, estas deverão ser realizadas conforme a legislação

trabalhista. 3.1.3. Capacitar as pessoas que trabalham na RPPN no desenvolvimento das atividades

� Todas as pessoas que trabalham na RPPN deverão estar familiarizadas com os procedimentos administrativos;

� A união com os demais proprietários de RPPN da região para a realização dos

cursos de forma conjunta poderá constituir uma boa estratégia, reduzindo os custos e compartilhando experiências.

3.1.4. Aderir às rotinas e escalas de serviço

� Proteção e fiscalização – deverão ser consideradas as demandas de serviço em diferentes épocas sujeitas a: a) riscos de incêndios, b) períodos mais propícios para apanha de animais e caça, c) picos de visitação, d) rondas e segurança intensificadas, e) acompanhamento de técnicos e pesquisadores no desenvolvimento de pesquisas, dentre outros;

� Uso público - quando for o caso de implementar esse objetivo – deverá considerar

a sazonalidade típica de atividades de visitação, tais como dias de semana, finais de

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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semana, férias escolares, feriados, festas tradicionais e datas especiais, além devisitas escolares, etc.;

� Para o funcionamento do sistema de proteção, fiscalização, manejo de recursos e

uso público deverão ser adquiridos equipamentos e materiais específicos. A relação de equipamentos é indicada no Subprograma de Infra-estrutura e Equipamentos.

3.1.5. Desenvolver e implantar um sistema de acompanhamento das atividades das pessoas que trabalham na RPPN, visando a evolução qualitativa no desempenho das atividades É recomendável que seja desenvolvido um programa de incentivo aos funcionários, tais

como folgas, cursos de capacitação, intercâmbio com outras RPPN, etc.

3.1.6. Disseminar lições de boas práticas às pessoas da RPPN e visitantes

� Deverão ser adotadas estratégias de redução de consumo de água e energia, evitando o desperdício;

� Sugere-se manter e incentivar os visitantes, quando for o caso, a separar o lixo,

disponibilizando lixeiras para lixo seco e orgânico, em cores diferentes;

� Todas as lixeiras deverão ser bem tampadas e o material orgânico não deverá pernoitar nos recipientes externos, para não atrair animais;

� Implantar um Plano Básico de Interpretação da Natureza, provocando-os a refletir

sobre determinados temas; SUBPROGRAMA DE INFRAESTRUTURA E EQUIPAMENTOS Objetivo O Subprograma de Infra-estrutura e Equipamentos visa garantir a instalação e/ou reforma

da infra-estrutura, bem como a aquisição de equipamentos para o atendimento das

atividades previstas nos demais programas. Com o objetivo de manter a integridade da

RPPN, a maior parte da infra-estrutura está instalada na propriedade.

Normas gerais para implantação de infra-estrutura

� Deverão ser consideradas as Áreas de Preservação Permanentes (APP), à luz do que dispõe o Código Florestal Brasileiro (Lei Federal 4.771/65) e a Resolução CONAMA 303;

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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� A infra-estrutura deverá ser implantada mediante projeto específico;

� Os projetos deverão prever todos os impactos possíveis, principalmente erosões e

contaminação das águas subterrâneas e superficiais;

� As infra-estruturas deverão ser instaladas privilegiando o sombreamento natural, as curvas de nível e, de preferência, utilizando materiais e a mão-de-obra local;

� Deverá ser priorizado, sempre que possível, o uso de tecnologias de baixo impacto

e a redução do custo na aquisição dos materiais, instalação, funcionamento e manutenção das estruturas;

� Todo o conjunto deverá seguir um padrão estético homogêneo e estar em

harmonia com o ambiente circundante, considerando as características histórico-culturais da região;

� Deverá ser prevista a disposição adequada de restos de construção, tubulações e

outros resíduos;

� Deverão ser priorizados, sempre que possível, a utilização de tecnologias alternativas e ambientalmente corretas, tais como energia solar, fossa ecológica, queda d`água, etc;

� Deverá ser promovida a manutenção regular de toda a infra-estrutura e

equipamentos. Normas gerais para aquisição, utilização e manutenção de equipamentos

e materiais permanentes

� Na ocasião de compra dos equipamentos deverá ser dada preferência aos produtos mais resistentes e, no caso de eletro-eletrônicos, que consumam menor quantidade de energia;

� Recomenda-se que os materiais de segurança, apoio à visitação e combate a

incêndios sejam de boa qualidade e armazenados em depósito específico na área da propriedade, ainda que sejam usados em atividades na RPPN;

� É necessário organizar e manter um inventário atualizado de todo o patrimônio,

bem como uma rotina de manutenção;

� Todos os produtos que vierem acompanhados de manual deverão ter suas indicações de uso adotados à risca pelos usuários, visando sua otimização e durabilidade.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Normas gerais para implantação e/ou manutenção dos acessos

As normas abaixo se referem à implantação de novos acessos na propriedade, caso

haja interesse dos proprietários. Mas, tendo em vista que já existem bastantes trilhas

na RPPN e propriedade como um todo, recomenda-se não abrir mais nenhuma trilha.

De qualquer forma, as normas são apresentadas abaixo.

� Deverão ser consideradas as Áreas de Preservação Permanentes (APP),

respeitando os limites estabelecidos na legislação ambiental para a implementação de trilhas. Além disso, serão necessárias medidas mitigadoras de possíveis impactos futuros;

� A abertura de trilhas deverá ocorrer em locais estáveis. Quando alagados,

recomenda-se a construção de pontes rústicas, passarelas suspensas ou similares;

� É indicada a análise de aproveitamento dos percursos pré-existentes na implantação das trilhas e estradas;

� Recomenda-se a confecção de um mapa ou croqui de todo o percurso como

recurso para implementação;

� Sugere-se que sejam identificados pontos estratégicos de intervenção, visando minimizar os impactos, diminuir o esforço dos visitantes e garantir sua segurança, tais como: escadas, cordas de apoio, corrimões, pequenas pontos, calhas de drenagem;

� Recomenda-se o uso de curvas de nível e trilhas em zig-zag para áreas de maior

declividade, evitando a erosão e facilitando o processo de drenagem e de uso;

� Um bom nivelamento exige um maior trabalho, porém assegura uma trilha mais estável exigindo menor manutenção;

� Deverão ser adotadas ações de redução da velocidade de águas pluviais a fim de

diminuir sua capacidade de carrear o solo. O manejo de troncos e galhos caídos constitui ótima barreira tanto para diminuir a velocidade da água, como para fechar atalhos e caminhos paralelos;

� O material orgânico do solo não deve ser retirado totalmente, pois forma camada

natural de proteção ao impacto mecânico da chuva, prevenindo erosões;

� A drenagem da trilha deverá ser feita por meio de canais laterais, em sentido perpendicular ou diagonal a trilha (tanto em nível, quanto subterrâneo);

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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� Valas e barreiras oblíquas à superfície da trilha deverão ser adotadas facilitando o escoamento e diminuindo a velocidade da água;

� O corredor da trilha inclui as áreas acima e nas laterais do caminho. Este é o

espaço limite para fazer o desbaste da vegetação, sendo que a roçagem, a capina e a poda são corriqueiras formas de manejo;

� A largura das trilhas deve ser planejada conforme solo e declividade. Quanto

menor a largura, menor a área pisoteada, conseqüentemente, menor o impacto ambiental;

� Todas as trilhas deverão receber constante manutenção quanto às medidas de

contenção de erosões, invasão de plantas de rápido crescimento e presença de animais que possam causar acidentes, como abelhas e marimbondos.

4.1.7. Implantar um portal de entrada Este portal estabelecerá, a partir da entrada de acesso, o local de entrada dos visitantes

com acesso à propriedade e à RPPN, junto a este portal deverá haver uma placa (modelo

ICMBIO, Manual de Identidade Visual, ver anexo) indicando a entrada na propriedade,

com o nome, portaria de criação e a logomarca da RPPN (se houver, mas recomenda-se

ter) e dos seus parceiros;

4.1.8. Reformar uma das benfeitorias disponíveis para que seja utilizada como alojamento e Centro de Pesquisa para acadêmicos É interessante que o mesmo fique o mais próximo possível da sede da fazenda, de modo a

facilitar a interlocução com o gestor e funcionários.

A casa do pesquisador deverá ter pelo menos 2 quartos, um banheiro e uma cozinha. A

sugestão ideal é de 2 beliches por quarto com colchão, ademais (roupa de cama, etc.) fica

por conta do pesquisador. Na cozinha é preciso ter as louças básicas para preparo de

refeições, como café da manhã e jantar.

Os equipamentos são específicos de cada pesquisa, por isso cada pesquisador trará o seu.

Mas caso o proprietário se interesse é profícuo ter na RPPN alguns equipamentos, que

podem auxiliar os pesquisadores e a própria rotina da UC, tais como: podão (com vara de

6m), tesoura de poda, pequena estufa de madeira, 2 rádios comunicadores e 1 armadilha

fotográfica.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.1.9. Implementar o Centro de Visitantes e Referências da Mata Atlântica local Construir ou reformar um espaço na propriedade destinado exclusivamente para

recepção de visitantes, onde possam ser expostos aspectos ambientais e histórico-

culturais da propriedade, RPPN e seu entorno, bem como a região como um todo. Esse

Centro de Referência pode vir a ser um referencial para a região, já que não há algo

parecido.

Como sugestão para a concepção deste espaço tem-se: um salão de exposição (para fotos,

banners, mapas, maquete da região e RPPN, etc.), um escritório (onde o gestor pode ficar

sediado, inclusive), dois banheiros, um almoxarifado e, se possível, um pequeno auditório

para palestras e exibição de vídeos e uma pequena biblioteca. O critério básico para

escolha do local é a acessibilidade dentro da fazenda. Sugere-se aproveitar as áreas planas

da fazenda.

4.1.10. Implementar a sinalização na área de uso público e acessos

� A sinalização deverá ser de dois tipos: indicativa e informativa. A indicativa deverá direcionar o visitante, por meio de setas ou com o nome do atrativo. A informativa tem a função de ilustrar e informar/interpretar, por meio de painéis, por exemplo, com dados da RPPN e região, sobre a flora e fauna ou histórico/culturais;

� Para os dois casos, deverão ser priorizados materiais rústicos e harmônicos ao

meio ambiente, não devendo ocorrer poluição visual; � Ao longo das trilhas a sinalização deverá ser instalada preferencialmente em

trechos sombreados; � Para subsidiar a interpretação, as informações devem ter como base os relatórios

do Plano de Manejo;

� Em anexo segue um modelo de Placa padrão internacional (inglês/português) utilizado em Unidades de Conservação Públicas, sobretudo, parques;

� A sinalização deve ser feita para os acessos dos atrativos, os locais que se queira

apresentar informações interpretativas (mirantes, beira de rio, ponte, árvore caída, toca de animais, ruínas, etc.);

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� Deve haver ainda placas informativas dos limites da RPPN, apontando as restrições pertinentes;

4.1.11. Adquirir equipamentos e materiais permanentes de apoio às atividades de visitação, salvamento, resgate, primeiros socorros, proteção e fiscalização, tais como:

� Se necessário, e apenas quando da abertura da RPPN o Uso Público, adquirir uniformes e materiais para os responsáveis pela proteção e fiscalização, com calças e jaquetas resistentes, camisas identificando as pessoas que trabalham na RPPN, botas, chapéus, luvas de couro, cantis, lanternas, canivetes, facões, salva-vidas, rádio-comunicadores e kit primeiros socorros;

� uniformes e materiais da equipe de uso público, com calças resistentes e camisas

identificando-os como pessoas que trabalham na RPPN, calçados apropriados para caminhadas, chapéus, cantis, lanternas, rádio comunicadores e kit primeiros socorros;

� uniformes da equipe responsável pela preparação dos alimentos, com camisas

identificando-os como pessoas que trabalham da propriedade, aventais, luvas, toucas, máscaras higiênicas;

� kit básico de combate a incêndios, equipamentos individuais (EPIs), abafadores,

enxadas, facões, bombas costais, dentre outros;

� equipamentos e materiais de apoio às atividades a serem desenvolvidas, binóculos, GPS, bússola, máquina fotográfica, dentre outros;

� Publicações temáticas sobre cultura e meio ambiente local, mapas e ilustrações que

agreguem valor ao caráter educativo da visitação na RPPN.

4.2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO

Objetivo O Programa visa garantir a dinâmica dos ecossistemas, a manutenção da biodiversidade e a

proteção do patrimônio histórico-cultural, além de garantir a segurança do patrimônio.

imobiliário e equipamentos existentes na propriedade e RPPN, quando possível, o seu

entorno.

Resultados Esperados

� Rotinas de rondas estabelecidas;

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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� Responsáveis equipados e capacitados;

� Placas em pontos limítrofes estratégicos da RPPN instaladas;

� Trilhas e acessos em constante manutenção;

� Cercas em constante manutenção.

Atividades e Normas 4.2.1. Realizar rondas de fiscalização

� As rondas deverão ser realizadas com ênfase nos limites da RPPN, nas margens do rio da Várzea e nas trilhas, sobretudo, aquelas que levam até os confrontantes da fazenda;

� Os responsáveis pela realização das rondas deverão ser capacitados para o

desempenho das atividades que se seguem, conforme citado no Programa de Administração;

� As escalas e periodicidade das rondas deverão ser estipuladas de acordo com o

nível de ocorrências de irregularidades nas áreas apontadas. 4.2.2. Equipar e preparar as pessoas para as atividades de proteção e fiscalização

� Os responsáveis deverão receber treinamento específico, conforme citado no Programa de Administração;

� É recomendável a adoção de uniformes e equipamentos de segurança para cada

atividade, conforme descrito no Subprograma de Infra-estrutura e Equipamentos. 4.2.3. Implementar um sistema básico de prevenção e combate a incêndios florestais 4.2.3.1. Abrir e manter aceiros nos limites da propriedade e da RPPN

� As estradas nos limites da propriedade podem servir como aceiros, facilitando as ações de fiscalização;

� Os aceiros deverão ter, no mímino, três metros, abertos preferencialmente com

roçadeira e ferramentas manuais, levando em conta os devidos cuidados para evitar erosões;

� Os aceiros deverão receber manutenção anual, antes do período de seca.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.2.3.2. Capacitar o gestor da RPPN e as pessoas para atuar na brigada de incêndios

� Todo o pessoal que for atuar no combate aos incêndios deverá receber treinamento específico;

� É importante também capacitar pessoal de apoio à brigada, para o transporte de

água, alimentos, ferramentas, entre outros; � Recomenda-se o estímulo à formação de uma brigada de incêndio composta pelos

moradores das fazendas vizinhas para o combate de incêndios não só da RPPN como na região.

4.2.3.4. Adquirir e manter em bom estado os equipamentos de combate a incêndios, bem como os equipamentos individuais dos brigadistas. Os equipamentos devem ser de boa qualidade e receber manutenção constante. 4.2.4. Registrar as ocorrências de incêndios em relatórios específicos, para o permanente aprimoramento das estratégias e acompanhamento dos impactos causados

As ocorrências de incêndios na RPPN e seu entorno deverão ser registradas em

relatórios, sobretudo, com dados georreferenciados (pelo menos ponto), que poderão ser

espacializados em mapa, de modo que em determinado período, 6 meses, por exemplo,

ter-se-á um cenário com os locais críticos.

Para isso, sugere-se o uso do programa Trackmaker, que pode ser baixado gratuitamente

pela internet e é de fácil manuseio. Basta apenas ter os limites da RPPN em arquivo

compatível ao programa e tirar o ponto de GPS, digitando-o logo em seguida no mesmo.

Uma sugestão que pode ser interessante é criar uma “sala de situação”, isto é, uma sala

(na própria sede ou centro de visitantes) onde haverá um mapa da RPPN e seu entorno

de 2x2 metros, ou algo similar, para que tudo que aconteça na UC ou entorno possa ser

plotado através de tachas ou imãs, neste caso se houver uma chapa por trás do mapa.

Trata-se de uma técnica relativamente barata e utilizada pelos Bombeiros.

É importante comunicar ao ICMBIO ou ao INEA-RJ as ocorrências de incêndios,

descrevendo de onde surgiram, as possíveis causas e as áreas atingidas.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.2.5. Buscar parcerias com instituições ambientais

� O INEA-RJ possui um Plano Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, de forma que poderá orientar a confecção dos aceiros, bem como apoiar na capacitação de brigadistas voluntários;

� As queimadas não autorizadas deverão ser denunciadas;

� Estratégias conjuntas com a Prefeitura Municipal, Associação de Guias, outros

proprietários e outros parceiros poderão otimizar as ações. 4.2.6 Utilizar os mirantes como locais estratégicos para observação de focos de Incêndios Os mirantes deverão ser usados pelos responsáveis pelas rondas, em alguns períodos do

dia, nas épocas de maior incidência de incêndios. A RPPN possui trilhas que levam até

mirantes naturais em seu local mais alto.

4.2.7. Implementar ações de prevenção e controle de erosões

� Realizar a drenagem das estradas de chão, através da construção de canaletas que devem cortar a estrada em tantos em tantos metros, jogando a água da chuva de referência para dentro da floresta, onde irá então infiltrar;

� Evitar cortes de talude, mas, quando necessário, respeitar a declividade ideal, nunca

em 90 graus;

� Manter a vegetação ciliar e as localizadas em declividades acentuadas;

� Manter a cobertura morta sobre o solo nas áreas de reflorestamento

� Realizar o reflorestamento das áreas suscetíveis, além daquelas onde não há mais intenção de realizar qualquer outro tipo de uso e ocupação solo (como é o caso das pastagens dentro da fazenda).

4.2.8. Encaminhar denúncias aos órgãos governamentais competentes As ocorrências registradas deverão ser encaminhadas ao ICMBIO, INEA-RJ e Secretaria

de Meio Ambiente de Rio Claro.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.2.9 Realizar a instalação e manutenção das cercas As áreas utilizadas como pastos na propriedade deverão ser cercadas, impedindo a

dispersão dos animais e evitando o pisoteio, a disseminação de espécies de capim exótico

e parasitas;

É proibida a permanência de gado e demais animais domésticos na área da RPPN.

4.2.10. Instalar placas de identificação da RPPN em pontos limítrofes e/ou estratégicos. É possível instalar pelo menos 5 placas na RPPN, sob as condições apontadas acima.

4.3. PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO

Objetivos

Incentivo a realização de pesquisas sobre a RPPN e seu entorno, com intuito de gerar

informações aplicáveis ao monitoramento ambiental da UC.

Resultados Esperados

� Pesquisas e estudos sobre fatores abióticos e bióticos apoiados;

� Reflorestamentos sendo monitorados;

� Vocação para reintrodução de espécies entendida;

� Viabilidade econômica para o ecoturismo e/ou turismo rural na RPPN entendida;

� Qualidade das águas e ambientes aquáticos monitorados;

� Indicadores ambientais de qualidade do ambiente identificados, de modo a servirem como referencial para o monitoramento da qualidade da proteção da RPPN.

Atividades e Normas Normas gerais para as atividades de Pesquisa e Monitoramento

� A realização de pesquisas de fauna e flora deverá ter autorização dos proprietários e doICMBIO;

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� Deverão ser evitadas coletas de material biológico, mesmo para fins científicos;

� Os procedimentos deverão levar em conta o mínimo impacto ao ambiente e sua

dinâmica, respeitando sempre as restrições estabelecidas pelo zoneamento da RPPN;

� As pesquisas deverão ser coordenadas por profissionais especializados nas

respectivas áreas de abordagem;

� Devem ser sugeridas pesquisas para complementar as já realizadas;

� Sugere-se que todos os estudos sejam precedidos de um projeto de pesquisa e de um termo de compromisso, disciplinando a conduta, o uso das instalações e manuseio adequado dos equipamentos da propriedade e firmando a obrigatoriedade de entrega dos resultados finais através de relatórios e publicações;

� Cópias de todas as pesquisas realizadas na área deverão ser arquivadas,

incrementando seu acervo, e cadastradas num banco de dados;

� O proprietário poderá fornecer aos pesquisadores dados de pesquisas já disponíveis sobre a área, otimizando as oportunidades de aprofundamento das informações geradas anteriormente;

O proprietário da RPPN Fazenda São Benedito tem o objetivo claro de estimular a

pesquisa científica na área. Contudo, assim como no ato da criação da RPPN, é preciso ter

iniciativa voluntária de sua parte para que isso realmente aconteça. As universidades mais

próximas (UFRuralRJ, UBM, etc.) certamente ainda não conhecem a reserva e, tampouco,

o fato de que a mesma possuirá instalações propícias para receber pesquisadores. A

realização de pesquisas em uma determinada área depende ainda da existência de

atributos que interessem à academia. Portanto, criar condições para receber

pesquisadores não necessariamente quer dizer que eles irão dar preferência para a área, é

preciso estabelecer rotineiros contatos com as instituições de pesquisa. O Programa de

Comunicação abordará algumas estratégias para tentar viabilizar isso. A infra-estrutura

para pesquisas científicas foi abordada no Programa de Administração.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.3.1. Estimular o desenvolvimento de pesquisas prioritárias de acordo com os resultados do diagnóstico e com os objetivos de manejo da RPPN, como, por exemplo:

4.3.1.1. Efeito de borda por pastagens e trilhas;

4.3.1.2. Capacidade de suporte do ecossistema para reintrodução de fauna;

4.3.1.3. Fenologia (época de floração, frutificação e perda de folhas) de espécies

arbóreas potenciais para reflorestamento;

4.3.1.4. Aprofundamento dos estudos faunísticos realizados neste plano;

4.3.1.5. Análise de mercado para projetos ecoturísticos na RPPN;

4.3.1.6. Estudos hidrológicos quantitativos e qualitativos do rio da Várzea e afluentes;

4.3.1.7. Alocação de armadilhas fotográficas para monitoramento de fauna.

4.4. PROGRAMA DE VISITAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A RPPN Fazenda São Benedito ainda que, atualmente, não tenha atividades ligadas ao uso

público sendo realizadas, existe o interesse claro por parte do proprietário em disseminar

conhecimentos ambientais e, ao mesmo tempo, gerar rentabilidade econômica com isso.

Portanto, a partir da elaboração do presente documento, que prevê a infra-estrutura

necessária à recepção de visitantes com planejamento, é que provavelmente dar-se-á início

a abertura da RPPN para visitação, que de antemão não será por demanda espontânea e

sim selecionada, à luz da privacidade e tranqüilidade que o proprietário anseia manter.

Esse Programa tem uma interface grande com o Programa de Sustentabilidade Econômica.

Objetivos Estabelecer, orientar, direcionar e ordenar as atividades de uso público na RPPN e

propriedade, na forma de day use, em relação às atividades de educação ambiental e lazer,

enriquecendo as experiências de caráter ambiental e histórico/cultural dos visitantes, em

um processo aliado a geração de renda para a RPPN.

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Resultados Esperados

� Conhecimentos ambientais sobre a Mata Atlântica sendo disseminados;

� Estruturas de apoio aos visitantes implementadas;

� Atrativos com infra-estrutura básica para visitação;

� Atividades de educação ambiental apoiadas;

� Controle de visitação implantado;

� Preços de ingressos e serviços definidos;

� Escolas do entorno engajadas;

� Sustentabilidade econômica da RPPN iniciada.

Atividades e Normas

Normas Gerais para as atividades de Visitação

� A RPPN será aberta para visitação das 8h às 17h, exceto em casos especiais, como a prática de observação de fauna e observação astronômica;

� Não será haverá disponibilidade para pernoites no local;

� Os visitantes que realizarão atividades diferenciadas necessitando de horários

distintos de visitação deverão ser autorizados previamente pela administração;

� Todos os visitantes deverão necessariamente passar pelo Centro de Visitantes e receber instruções sobre os atrativos, custos e conduta;

� Passeios a cavalo e bicicleta devem ser incentivados na propriedade e seu entorno;

� Os visitantes deverão ser advertidos de que somente poderão desfrutar das áreas

destinadas ao uso público, evitando assim comprometer a integridade e recuperação das áreas naturais e sua própria segurança;

� A capacidade de suporte estipulada para as trilhas da RPPN é de até 15 pessoas

por vez e 150 pessoas por dia, além dos funcionários e condutores de visitantes, podendo cada grupo sair intercalado a cada 20 minutos;

� As trilhas deverão ser auto-guiadas o que não impede a entrada de grupos

organizados com seu próprio guia ou o serviço de condução oferecido pela RPPN;

� Os gestores deverão orientar os turistas na definição dos pontos de visitação, auxiliando a escolha dos roteiros, evitando aglomerações num único atrativo.

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4.4.1. Implantar o portal de entrada Este portal centralizará a entrada dos visitantes na propriedade e RPPN; 4.4.2. Implementar o Centro de Visitantes O Centro de Visitantes tem como objetivo principal atender e informar os visitantes. Poderá abrigar, ainda, atividades de educação ambiental, treinamento e capacitação; 4.4.3. Viabilizar a instalação de equipamentos para recepção dos visitantes O CV deverá ser equipado para facilitar a compreensão e conforto do visitante, conforme descrito no Subprograma de Infra-estrutura do Programa de Administração; Para as atividades de educação ambiental e capacitação, sugere-se utilizar equipamentos específicos, tais como computador, data show ou retroprojetor.

4.4.4. Instalar material ilustrativo Painéis (banners) com ilustrações deverão ser instalados com informações sobre a região,

atrativos, atividades desenvolvidas, além de, naturalmente, aspectos sobre a propriedade e

RPPN;

4.4.5. Implementar o Restaurante

� O Restaurante poderá ser o mesmo utilizado pela sede da fazenda, já que trata-se de uma cozinha com fogão centenário e, por isso, um grande atrativo;

� O cardápio deverá conter receitas que valorizem a culinária regional;

� Devem ser estipuladas regras e procedimentos para a manipulação, preparo,

acondicionamento, armazenamento, transporte e exposição à venda dos alimentos;

� É recomendável que se adote o uso de uniformes para os funcionários; 4.4.6. Implementar as trilhas O circuito de trilhas deverá ter como ponto de partida o Centro de Visitantes, na propriedade, passando pela sede da fazenda, seguindo pelas ruínas da ponte histórica, para então seguir pela trilha que beira o Rio da Várzea, onde há um ponto de parada sobre as pedras de seu leito, de forma que, feito isso, os visitantes poderão seguir pela trilha, já nos domínios da RPPN, através de duas opções:

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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(1) realizar o circuito completo, que é circular, tomando o acesso à esquerda, sendo então possível chegar ao ponto superior da RPPN e de lá ver grande parte da propriedade e RPPN, seu entorno e a Serra do Mar ao fundo, além de vivenciar os atrativos do interior da Mata Atlântica (trata-se de uma caminhada moderada, de 30 a 50 minutos e 2 Km de extensão aproximadamente, onde a ida é levemente acentuada e a volta idem, mas sob distintas condições de paisagem; existem pontos de parada, como mirante, “praças” com bancos, etc.); (2) ao parar sobre as pedras do leito do Rio da Várzea, seguir até algumas áreas de reflorestamento para entender esse processo e sua importância para a manutenção da Mata Atlântica, além de naturalmente ter a oportunidade de interpretar e contemplar as belezas e elementos desse bioma. Mas é possível ainda seguir por um terceiro roteiro (1 Km), também circular, só que sob condições planas, qual seja, o que leva até o fundo do vale da RPPN, inicialmente cruzando o Rio da Várzea, parando nas ruínas da ponte histórica, depois passando por brejos e um afluente do Rio da Várzea, onde é possível avistar a rica avifauna, árvores frondosas e variedades de ambientes naturais, até então, já na volta, cruzar novamente o Rio da Várzea. Nenhuma dessas trilhas estão implementadas, mas estão bem definidas e são manejadas periodicamente por conta do proprietário, sua família e amigos semanalmente a utilizarem. Portanto, quando da abertura para uso público, é preciso que essas trilhas recebam a infra-estrutura básica para a segurança do usuário e prevenção de impactos. As principais intervenções nessas trilhas são:

� Ponte rústica: sobre o afluente perene do Rio da Várzea (circuito 3);

Modelo de ponte feita com eucalipto tratado, bom custo-benefício.

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� Mirante: o que é possível avistar a sede da propriedade e a Serra do Mar ao fundo (circuito 1, ida). Pode se feito com madeira de eucalipto tratada, tanto o piso quanto os corrimões e cercamento.

Mirante do Parque Estadual de Ibitipoca.

Mirante no Parque Nacional do Itatiaia.

� Pontos de Descanso: para proporcionar mais conforto aos visitantes, é possível

instalar bancos rústicos ao longo da trilha em trechos sombreados (circuito 1, cume, mirante e bambuzal);

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Modelo de banco, já utilizado na RPPN Fazenda São Benedito.

� Drenagem das trilhas: construir canaletas de drenagem (circuito 1, ida e volta),

através de sulcos diagonais a trilha, dispostos de tantos em tantos metros, escorados por madeiras para não fecharam, de modo que a água não permaneça na trilha e, assim, evite erosão e propensão a acidentes;

Modelos de drenagem passíveis a serem implementado em trilhas.

� Melhoria do piso da trilha: em certos locais, sobretudo, circuito 1 (volta), a

trilha apresenta sinais de erosão e precário dimensionamento da largura de seu piso, gerando condições pouco adequadas para visitação em maior escala. É preciso manter a borda crítica bem manejada.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Exemplo de manejo de borda crítica mal manejada (d)

Manejo de piso sob condição íngreme (d).

Exemplos de manejo de trilhas em situações de inundação. É possível usar geotêxtil (para levantar o piso da trilha e drenar a mesma ou outros materiais rústicos disponíveis na propriedade.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Uma opção para o caso de não haver a necessidade de construção de ponte. Obs: algumas RPPN possuem infra-estrutura do tipo mencionada acima (pontes, mirantes, etc.), como a RPPN Ecoparque de Una, RPPN Vagafogo, RPPN Reserva Natural Salto Morato, de forma que é possível, através da internet, acessar esses modelos. 4.4.7. Implementar a sinalização na área de uso público e acessos Ao longo de todas essas trilhas, bem como acesso as mesmas, e outros atrativos, é

preciso alocar placas ora informativas ora indicativas. As placas informativas podem

abordar aspectos variados da RPPN, propriedade, entorno e região como um todo,

gerando oportunidades de interpretação, educação e contemplação da natureza. Já as

indicativas, apontam o local dos atrativos, por onde seguir. Essas placas devem podem ser

confeccionadas em material rústico, sendo o layout gravado em madeira, silcado ou até

mesmo adesivado em placa galvanizada. É interessante adotar a identidade visual

internacional, conforme modelo abaixo (cor de fundo - tecnicamente chamada de pantone

- e letras e textos bilíngües), como usado no Parque Estadual da Ilha Grande, Rio de

Janeiro (modelos abaixo).

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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P.E. da Serra do Mar. SP P.E. de Ibitipoca. MG Placas feitas com uso de pirógrafo duram mais, são mais baratas, têm capacidade de reposição e podem ser confeccionadas na “fábrica de placas” da própria UC, a partir da capacitação de um funcionário. 4.4.8. Trabalhar a identidade visual da RPPN

• Elaborar logomarca para a RPPN, de acordo com os seus atributos (sobretudo, elementos símbolos e/ou paisagem “cartão postal”), de modo a expressar o carisma da atitude voluntária de existência da UC;

• Padronizar as placas – cores, abordagem, etc. (ver modelo acima);

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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• Uniformização padrão; • Elaborar site; • Folders, cartazes, jornais, calendários, imãs de geladeira, etc; devem ter a mesma

proposta de abordagem.

Exemplo de logomarca de Unidade de Conservação, em consonância com a sua paisagem “cartão postal”.

4.4.9. Apoiar e estimular a visitação de grupos de interesses específicos Trata-se de uma diretriz muito importante para atender as expectativas do proprietário

quanto a sustentabilidade econômica da RPPN, sem que a sua tranqüilidade na RPPN, isto

é, lazer próprio, seja afetado. Isso porque receber grupos agendados, para um Day Use

Exemplo de identidade visual de outras RPPN

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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apenas, torna a gerência da visitação mais prática do que aquela que requer pernoites e

atendimento de demandas espontâneas de visitação, que conferem incertezas ao processo

de planejamento.

É possível captar e agenciar visitantes, ou então fechar uma parceria com alguma empresa

para isso. A RPPN, a fazenda como um todo, o seu entorno e o município de Rio Claro

possuem atrativos naturais e histórico-culturais que favorecem essa captação de visitantes.

Naturalmente, é preciso empreendedorismo por parte do proprietário e/ou competênca

do parceiro para que esse tipo de visitação realmente chegue a RPPN e, de fato, tenha um

interessante custo/benefício. Uma agência na cidade do Rio de Janeiro pode ser o

receptivo para esse tipo de turismo, que poderia inclusive ser arte de um roteiro maior

rumo a Costa Verde (Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty).

Um outro grupo a ser focado, e que sugere ter resultados profícuos, é o de escolas

públicas e particulares, que poderiam também ser contempladas em um Day Use na RPPN.

Neste caso, também é preciso ter um agenciador, trabalhando com os professores e

diretores (p.ex. levando-os antes para um Day Use, sem custo) dessas escolas nessa

proposta, que mistura diversão e aprendizado.

Mas o fato é que, independente do grupo visitante, é preciso antes implementar a infra-

estrutura de visitação, já apontada anteriormente: Centro de Visitantes, Casa de Pesquisa,

mirantes, pontes, placas, restaurante, etc.

Como os atrativos estão muito espalhados pela fazenda, e esses grupos provavelmente

virão de ônibus, uma sugestão seria colocar uma “jardineira” a disposição para translado

no interior da propriedade, o que inclusive agrega valor ao empreendimento. O acesso

pavimentado possibilita viabiliza essa proposta.

Outros grupos podem ser também foco das ações de agenciamento tais como: terceira

idade, portadores de necessidades especiais, escoteiros, observadores de aves e

astrônomos. Esses Grupos específicos devem ser apoiados, pois têm organização própria

e poderão subsidiar novas atividades de visitação.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Para receber e guiar os visitantes é interessante contratar mão de obra local, tais como

jovens que seriam capacitados para serem monitores ambientais, pois conhecem muito

bem a região. Deve haver um processo seletivo para isso.

4.4.10. Inclusão da RPPN no circuito de caminhadas do AndaBrasil O AndaBrasil é uma ONG nacional que promove circuitos de caminhadas Brasil afora, em

muitos casos com RPPN. A RPPN Fazenda São Benedito já faz parte desse circuito, e a

sugestão é que seja feita a manutenção do interesse em continuar ano a ano. Mas nada

impede de entrar também em outros circuitos de visitação.

4.4.11. Capacitar os gestores e as pessoas que trabalham com o uso público A capacitação deverá privilegiar temas ambientais, conforme sugestões no Programa de

Administração. Existem instituições que promovem cursos sobre Planejamento e Manejo

de Áreas Naturais Protegidas, como, por exemplo, a Fundação O Boticário de Proteção à

Natureza e o Instituto IBiosfera.

4.4.12. Implementar o controle de visitação

• Ao entrar na propriedade o visitante deverá ser direcionado ao Centro de Visitantes para ser informado sobre as opções, preços e conduta;

• Deve ser sugerido ao visitante, de forma voluntária, o preenchimento da pesquisa

de perfil, que é um questionário elaborado especificamente para isso. 4.4.13. Definir o valor da taxa de ingresso e dos serviços oferecidos

• Esta definição dependerá de vários fatores, tais como: a forma de realização das atividades, o conjunto de atividades, grupos organizados de visitantes, realização de circuitos, participação de crianças, grupos escolares, idosos, etc;

• Este valor deverá ser atualizado mediante sua necessidade detectada em análise do

fluxo de caixa;

• O valor do ingresso e dos serviços deverá ser compatível à realidade da região;

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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• Pacotes promocionais podem ser oferecidos, conforme o perfil e os objetivos do visitante;

• É importante que o visitante tome conhecimento que parte dos recursos serão

destinados à conservação da RPPN. 4.4.14. Estabelecer um programa de entrada gratuita e/ou descontos na RPPN em datas e situações especiais

• Em eventos especiais (cursos, datas comemorativas) poderão ser feitos pacotes com descontos ou ingresso único com direito a usufruir de todos atrativos e serviços;

• Entrada gratuita poderá ser oferecida aos alunos da rede de ensino público dos

municípios sede e vizinhos. 4.4.15. Organizar e apoiar atividades de educação ambiental

• A Educação Ambiental deverá estar presente em todas as atividades;

• As estruturas podem ser aproveitadas para a realização de oficinas e dinâmicas de sensibilização;

• O Centro de Visitantes e o restaurante podem ser utilizados para realização de

cursos específicos de educação ambiental para multiplicadores;

• Os gestores podem incentivar programas de educação ambiental, estabelecendo parcerias, a fim de atenuar os impactos ambientais, destacando temas como: caça, pesca, recursos hídricos e a importância da RPPN.

4.4.16. Apoiar visitas de escolas públicas municipais

• Sugere-se que seja feito um programa direcionado à visitação de professores e alunos das escolas de Rio Claro com temas relacionados à grade curricular. Se possível, isso pode ser extrapolado para Piraí, Barra Mansa, Mangaratiba e Angra dos Reis;

4.4.17. Criar infra-estrutura de arvorismo para fortalecer os atrativos da RPPN A Fazenda São Benedito possui uma área de eucaliptal (fora da RPPN) que pode vir a ser uma área em potencial para alocação de infra-estrutura de arvorismo. Esse tipo de atividade vem crescendo a cada dia, de modo que o turismo na RPPN poderia crescer a reboque de mais esse atrativo.

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Naturalmente, é necessário que haja uma precisa interpretação dessa viabilidade por um especialista no ramo, haja vista que é necessário critérios para que a atividade possa ser realizada com segurança pelos visitantes.

É interessante também pensar, se viável, em instalar uma ponte suspensa sobre o rio da várzea, em seu trecho a montante (150 metros) das ruínas da ponte, onde existe um remanso do rio que forma um “poço”, de modo que os visitantes poderão atravessar com segurança para o outro lado, onde há um circuito oval de trilhas, que leva a mirantes naturais da RPPN. Isso, inclusive, agregar valor ao empreendimento.

4.5. PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA

Objetivos

Apresentar diretrizes gerais para a avaliação das atividades econômicas a serem

desenvolvidas para a aplicação de investimentos e redução dos riscos.

Resultados esperados:

• Viabilizar parcerias com empresas, ONG’s e universidades no que tange ao fortalecimento institucional da RPPN e diminuição dos custos de proteção e manejo da RPPN;

• Equiparar, pelo menos, as despesas e receitas da RPPN;

• Demonstrar que é possível aliar objetivos conservacionistas aos econômicos.

A RPPN Fazenda São Benedito, atualmente, não possui atividades econômicas sendo

realizadas, pelo contrário, o proprietário custeia todas as ações básicas para a sua

proteção e manejo. E foi exatamente nesse âmbito que o Programa de Visitação foi

elaborado e é no mesmo que serão apontadas ações para o Programa Sustentabilidade.

Então, a primeira maneira de gerar receitas para a RPPN é a partir das atividades

descritas no Programa de Visitação, isto é, a partir de ingressos (pacotes para grupos),

venda de camisetas e bonés, restaurante, etc.

A segunda maneira faz referência à captação de recursos no Brasil ou fora sem que

necessariamente passe por iniciativas comerciais. Existem instituições que fazem doações a

fundo perdido, ora governamentais, ora ONG`s, mas todas a partir de editais, que exigem

projetos bem delineados e justificados. Algumas RPPN no Brasil, como por exemplo, a

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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RPPN Serra do Teimoso (BA) e Vagafogo (GO), possuem parceiros nacionais e

internacionais que possibilitam a realização de uma série de atividades, como

oferecimento de cursos de capacitação pagos.

No Brasil, atualmente, o mais acessível é do edital da Aliança para a Conservação da Mata

Atlântica, que é formado por uma parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica, a

Conservação Internacional (CI) e, mais recentemente, a The Nature conservancy (TNC).

Nesse edital o proprietário pode escrever o projeto, que é simples, sem burocracia e

necessidade de intermediários agenciadores. Algumas RPPN de Rio Claro, inclusive, já

foram beneficiadas por esse edital.

Além do edital da Aliança, existem ainda: Fundo Nacional do Meio Ambiente (www.mma.gov.br) Criado pela Lei 7.797 de 10 de julho de 1989, o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) tem por missão contribuir, como agente financiador e por meio da participação social, para a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Desde sua criação o FNMA apóia projetos ambientais em todo o país, tendo investido mais de cem milhões de reais distribuídos entre mais de mil projetos aprovados.

Fundação O Boticário de Conservação da Natureza (www.fbpn.org.br) O Programa de Incentivo à Conservação da Natureza tem por objetivo financiar projetos que contribuam efetivamente para a conservação da natureza no Brasil, através do apoio a ações de: manejo de unidades de conservação, conservação e manejo de espécies ameaçadas, fiscalização e proteção ambiental, valorização e manejo de áreas verdes urbanas, controle de espécies exóticas invasoras, restauração de ecossistemas, desenvolvimento e implementação de políticas públicas e legislação ambiental e pesquisa aplicada em ecologia e conservação da natureza. ONGs Internacionais The Nature Conservancy – TNC (www.tnc.org.br) Conservation International – CI (www.conservation.org.br) World Wildlife Fund – WWF (www.wwf.org.br)

Portanto, e possível captar recursos de diversas formas, a saber:

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• Participação em editais através de projetos, ora tendo a RPPN como proponente, no caso dos editais que assim permitem, ora sendo uma ONG, universidade ou até empresa a proponente;

• Projetos com empresas do tipo “Adote um pedaço da Mata Atlântica” ou “Amigo

da Mata Atlântica”, e aí a contrapartida seria a veiculação da logomarca da empresa em iniciativas publicitárias, placas, folders, site, outdoores, calendários, etc;

• Parceria com universidades para buscarem ao apoio de instituições de pesquisa,

tais como CNPq, CAPES, FAPERJ, etc;

Mas a maior expectativa é a implementação do ICMS Verde (Lei Estadual 5.100/07), já

aprovada no Rio de Janeiro. A previsão é que as RPPN, que estão incluídas no escopo da

regulamentação, sejam de fato contempladas e recebam recursos por ajudarem,

voluntariamente, a proteger relevantes remanescentes da Mata Atlântica, com sua

biodiversidade e serviços ambientais associados. No Estado do Paraná, por exemplo,

alguns municípios já instituíram leis que possibilitam o repasse de recurso do ICMS

Ecológico as RPPN, haja vista que graças a elas as Prefeituras recebem mais recursos. O

município de Rio Claro já possui Conselho Municipal de Meio Ambiente funcionando, por

isso, é o local ideal para colocar essa questão no centro das discussões, pois, afinal, trata-

se da grande e estratégica chance de chegar a sustentabilidade econômica e, ainda,

incentivar outros proprietários a criarem uma RPPN em suas fazendas.

A captação de recursos pode ser justificada para diversos fins: construção ou reforma do

centro de visitantes, casa de pesquisa, viveiro de mudas, projetos de educação ambiental,

pesquisas científicas, participação em circuitos turísticos e atividades previstas no Plano de

Manejo (se já aprovado pelo órgão competente); e até mesmo atividades comerciais que

possam ter desdobramentos na sustentabilidade econômica da RPPN, como alambiques,

produção de mel, artesanatos, etc. Nesse último caso trata-se do edital da Aliança (tema:

sustentabilidade).

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.6. PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E INTEGRAÇÃO

Objetivo O Programa de Comunicação e Integração com a Área de Influência visa abordar as

necessidades e formas de lidar com o público externo, institucional ou não, e comunidade

local. Inclui questões como a divulgação dos serviços e a interação da área com seu

ambiente de entorno direto, clientes e possíveis parceiros.

Resultados Esperados Logomarca aplicada em materiais;

Site implantado;

Materiais de apoio e divulgação elaborados e confeccionados;

Parcerias para o desenvolvimento de atividades da RPPN estabelecidas;

RPPN divulgada;

Atividades e Normas 4.6.1. Utilizar a logomarca da RPPN

• A logomarca da RPPN deverá ser utilizada em todo material produzido pela RPPN, incluído uniformes de funcionários, cardápio, etc;

• Sugere-se que sejam confeccionados materiais de divulgação utilizando a

logomarca, tais como camisetas, bonés, chaveiros, dentre outros; 4.6.2. Desenvolver um site de divulgação da RPPN e propriedade

• O uso da internet possibilitará uma ampla divulgação, tendo em vista a facilidade e custos de utilização;

• Deverá ser e registrado um domínio de preferência com o nome da RPPN

(www.rppnfazendasaobenedito.com.br) e aderir a um serviço de provedor para hospedagem do site;

• O site deverá ter informações sobre os aspectos geográficos, flora e a fauna,

histórico/culturais, produtos e serviços; • É imprescindível uma boa programação visual, com uma galeria de fotografias e os

contatos (email e telefones).

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.6.3. Confeccionar material de informação e divulgação 4.6.3.1. Confeccionar e distribuir material de divulgação dos atrativos e atividades

• Sugere-se que sejam elaborados folders, constando informações para visitação (atrativos e serviços), localização e contatos;

• Deve haver um planejamento para distribuição dos folders, escolhendo o público

que se deseja atingir. Cartilhas não são mais recomendadas, pelo alto custo-benefício.

4.6.3.2. Confeccionar materiais para educação ambiental

• E importante elaborar materiais em papel reciclável específicos para educação ambiental. Para se ter bons resultados e economia de recursos sugere-se o estabelecimento de parcerias;

4.6.4. Manter o público informado sobre as atividades da RPPN

• Recomenda-se que seja feito um sistema de mala direta ou envio de mensagens eletrônicas aos visitantes divulgando os serviços, novidades, eventos, dentre outros;

4.6.5. Estabelecer parcerias para o desenvolvimento das atividades da RPPN

• O estabelecimento de parcerias é importante porque fortalece a RPPN, divide as responsabilidades, além do apoio técnico e da troca de experiências, também poderá reduzir os custos. Podem ser feitos acordos com diferentes parceiros: (a) vizinhos; (b) RPPNs da região; (c) sociedade civil; (d) instituições de pesquisa; (e) prefeitura municipal; (f) instituições governamentais ambientalistas, dentre outros.

4.6.6. Estabelecer parceria com os vizinhos da RPPN e propriedade

• O envolvimento da vizinhança poderá se dar de várias maneiras: (a) formação de brigadas de incêndios florestais; (b) mutirões de limpeza e recuperação de áreas degradadas, (c) participação em eventos educativos para as escolas locais; (d) proteção de fauna e flora através de boa conduta e denúncias; (e) adesão de melhores práticas ambientais, entre outros.

4.6.7. Integrar a RPPN a Fazenda São Benedito às Redes de Reservas Particulares

• A RPPN Fazenda São Benedito poderá abreviar relações com os demais proprietários de RPPN de Rio Claro, bem como a Associação de Proprietários de RPPN do Rio de Janeiro (www.apnrj.org.br) e Confederação Nacional de RPPN

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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(www.rppnbrasil.org.br), através do associativismo, participação no grupo de discussões ([email protected]) e até meso reuniões periódicas. Neste Trata-se de uma iniciativa muito importante para fortalecer as RPPN no município, sobretudo, à luz do ICMS Verde.

4.6.8. Estabelecer parceria com a Prefeitura Municipal de Rio Claro

• As Secretarias de Educação e de Turismo e Meio Ambiente poderão colaborar na realização de atividades lúdicas de sensibilização e conscientização quanto à questão ambiental e no envolvimento das escolas;

• Sugere-se que o gestor da RPPN articule-se para participar de conselhos e outros

coletivos; 4.6.9. Estabelecer parceria com o ICMBio e INEA-RJ (INEA, no futuro)

• O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o INEA deverão ser informados sobre todas as ameaças à RPPN e deverá ser solicitado sempre que necessário a fim de promover ações de fiscalização;

• A RPPN poderá integrar-se aos programas de governo desenvolvidos na região.

4.6.10. Estabelecer parceria com instituições de pesquisa

• Alunos de graduação e pós-graduação poderão realizar suas pesquisas na RPPN. As universidades podem ser parceiras, colaborando com informações científicas. Algumas das universidades mais próximas: UFRuralRJ (Seropédica); UFF (Pinheral); UBM (Barra Mansa); Severino Sombra (Vassouras). 4.6.11. Estabelecer parceria com a Associação de Guias local e regional

• Caso exista, a RPPN pode ser incluída no roteiro ecoturístico da região, já que são ótimos agenciadores para a visitação.

4.6.12. Estabelecer contato com o Centro de Atendimento ao Turista da cidade

• A RPPN deverá ser incluída no roteiro turístico da região; • É importante que os funcionários dos Centros de Atendimento de Rio Claro e

municípios próximos, estejam bem informados sobre as atividades da RPPN. Materiais impressos expostos nesses locais contribuem a promoção da RPPN;

4.6.13. Implementação de Programas de Estágio Voluntário e de Primeiro Emprego.

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Programa de Estágio Voluntário Considera-se serviço voluntário a atividade não remunerada, prestada por pessoa física. O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista, previdenciária ou afim e é regido pela Lei n° 9.608/1998.

• O Programa de Estágio Voluntário, além de suprir a carga horária de disciplinas de estágio obrigatório de diversos cursos de graduação, mediante instruções e parcerias com as instituições de ensino, poderá também proporcionar a familiarização e aquisição de experiência em atividades específicas aos jovens locais que pretendam futuramente se inserir em mercados de trabalho similares;

• Este programa poderá suprir de mão-de-obra as atividades da RPPN e propriedade

em épocas de pico de visitação, que coincidem com períodos de férias escolares;

• Os gestores devem, preferencialmente, apoiar nas despesas de alimentação, transporte e hospedagem, se for o caso, referentes às horas de trabalho e deslocamentos realizados pelos jovens em função do estágio;

• Para o desempenho de atividades mais técnicas, deverão ser envolvidos estudantes

de ensino superior, orientados, ainda que à distância, por supervisores de estágio das respectivas instituições de ensino;

• O serviço prestado deverá ser avaliado e certificado pelo gestor da RPPN em

documento constando a carga horária e as atividades desenvolvidas. Programa Primeiro Emprego O Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE), lançado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, tem como objetivo a inserção de jovens no mercado de trabalho. Em parceria com diversas instituições promove cursos com carga horária de 400 horas/aula - 200 horas para lições de cidadania, informática, legislação trabalhista, elevação de escolaridade, entre outros, e 200 horas para habilidades técnicas específicas. Cada aluno recebe uma bolsa, durante quatro meses, financiada pelo governo federal. O PNPE é regido pela Lei 10.940/2004.

• O Programa de Primeiro Emprego, além de amenizar os gastos da RPPN e propriedade durante o período de treinamento, poderá incrementar a formação profissional e curricular da juventude local, tornando-os aptos à competição mais justa com a mão-de-obra especializada vinda de fora;

• O PNPE tem como exigência a apresentação de certidões negativas do INSS, FGTS

e da Receita Federal pelos empregadores, bem como um protocolo de intenções, comprometendo-se com uma meta, para posterior elaboração de um plano de trabalho e celebração de um convênio.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.6.14. Organizar eventos em datas comemorativas

• Sugere-se para estas ocasiões, a divulgação e celebração de datas especiais ligadas ao meio ambiente e cultura, aproveitando as que já são comemoradas na região ou sugerindo novas (ver tabela abaixo);

• A capela poderá ser aberta à visitação e ser utilizada principalmente em datas

religiosas.

Calendário ambiental

janeiro agosto

1° - dia mundial da paz 05- dia nacional da saúde

11- dia do controle mundial por agrotóxicos 06- dia de Hiroshima

fevereiro 09- dia internacional dos povos indígenas

22- dia de criação do ICMBIO 14- dia do combate a poluição

março setembro

1° - dia do turismo ecológico 03- dia do biólogo

20- início do outono 09- dia do veterinário

21- dia florestal mundial 21- dia da árvore

20- dia mundial da água 22- dia de defesa da fauna

abril 20- dia de limpeza do litoral

07- dia mundial da saúde 23- início da primavera

15- dia nacional da conservação do solo outubro

19- dia do índio 04- dia mundial de proteção aos animais

22- dia mundial da Terra 04- dia da natureza

maio 05- dia mundial do habitat

22- dia do apicultor 15- dia do professor

27- dia da Mata Atlântica 15- dia do educador ambiental

junho novembro

05- dia mundial do meio ambiente 05- dia da cultura

21- início do inverno 30- dia do Estatuto da Terra

23- dia do lavrador dezembro

29-dia do pescador 07- dia do pau-brasil

julho 15- dia do jardineiro

12- dia do engenheiro florestal 21- início do verão

16- dia de proteção as florestas 29- dia internacional da biodiversidade

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4.7. PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL

Objetivos

Recuperar os ecossistemas da Mata Atlântica protegidos pela RPPN, sobretudo, aqueles

interpretados como Zonas de Recuperação, de modo a potencializar sua biodiversidade e

serviços ambientais prestados a sociedade;

Resultados esperados:

• Áreas perturbadas da RPPN e propriedade recuperadas; • Matrizes florestais monitoradas para coleta de sementes; • Viveiro de mudas estruturado e operando • Planejamento sistêmico de produção de mudas funcionando; • Equipe capacitada; • Corredores Ecológicos entre fragmentos florestais estabelecidos;

Atividades e normas

4.7.1. Levantamento florístico da Mata Atlântica da RPPN

Esta etapa já foi realizada no âmbito da elaboração deste documento.

4.7.2. Acompanhamento da fenologia de espécies florestais

Trata-se de acompanhar a floração, frutificação e dispersão de sementes de pelo menos 5

indivíduos por espécie, por pelo menos 2 anos, através de visitas quinzenais, ou uma vez

por mês (sempre na última semana, por exemplo), de modo a ser ter um padrão

dispersão de sementes que permita a preparação para a sua coleta e continuidade da

produção.

4.7.3. Marcação de matrizes florestais para coleta de sementes

Identificar as árvores portas-semente com alguma sinalização.

4.7.4. Implantação de viveiro para produção de mudas nativas da Mata Atlântica local

O viveiro florestal a ser implantado apresenta as condições básicas para o seu sucesso,

quais sejam:

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• Fácil acesso (contíguo a sede do parque);

• Terreno plano;

• Boa disponibilidade de água;

• Boa disponibilidade de insolação;

• Abastecimento de energia elétrica;

• Uma área de no mínimo 1.500m².

Para o processo de produção de mudas serão realizadas as seguintes atividades:

A. Preparo do terreno : capina para eliminação do mato, retirada de entulho e nivelamento de área caso necessário.

B. Construção de cerca: O objetivo do cercamento é isolar o local, permitindo o

desenvolvimento normal dos trabalhos de produção sem interferência de estranhos ao serviço e animais. Em médio prazo, essas divisas receberão plantas que funcionarão como cerca-viva.

C. Construção de Laboratório de Semente: Esta construção é necessária para o

armazenamento, quebra de dormência, teste de germinação, cadastro e beneficiamento das sementes coletadas ou recebidas pelo viveiro. A área proposta é de 25m² .

D. Construção de Sementeiras: São necessárias dez sementeiras com 5m² cada

(1m x 5m) de alvenaria (tijolo, areia e cimento);

E. Depósito de Materiais: É necessário que o viveiro disponha de um local onde possam ser guardados, ferramentas, insumos e outros materiais utilizados no processo de produção, que também servirá como escritório para anotações primárias. A área proposta é de 7,3m².

F. Construção da Casa de Vegetação: É um local sombreado com luminosidade

de 50%, onde as espécies mais sensíveis são germinadas e aguardam até o momento de irem para os canteiros de mudas. A área é de 150m².

G. Escritório: Para o desenvolvimento das atividades de administração do viveiro. Já

existe.

H. Canteiros de Mudas: Os canteiros de crescimento de mudas serão feitos com a utilização de bambu gigante nas laterais, é o local onde as mudas esperarão até o dia do plantio.

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I. Sistema de Irrigação: É fundamental para o sucesso da produção de mudas. O sistema proposto é o de irrigação por aspersão. A água utilizada será a mesma que abastece a sede do parque.

J. Equipe de Coleta de Sementes e Material Vegetativo: É deste item que

depende o sucesso do processo produtivo. A equipe será formada por funcionários da propriedade e, se possível, um técnico para coordenar as ações de reflorestamento.

K. Alocação de placas em cada área reflorestada

4.7.5. Definição das áreas a serem recuperadas

No caso da Fazenda São Benedito, recomenda-se o reflorestamento de todas as áreas de

encostas sob condições de pastagens abandonadas e sob vegetação em estágio inicial. A

prioridade deve ser dada as áreas que possuam remanescentes florestais contíguos, pois

com essa fonte de propágulos próxima é possível catalisar o processo de recuperação.

Nesse sentido, sugere-se a recuperação das seguintes Zonas de Recuperação, por ordem

de prioridade: ZR1 (da área a montante da nascente até a beira do rio); ZR2; ZR3

(próxima ao viveiro); ZR4 (entrada da fazenda, o que pode gerar efeito demonstrativo). A

partir disso, é possível pensar em avançar para a formação de corredores ecológicos com

remanescentes florestais de propriedades vizinhas.

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Zonas de Recuperação da RPPN (em cor bege)

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Seta azul: reflorestamento em andamento; Seta vermelha: área prioritária para reflorestamento (cabeceira de microbacia hidrográfica), estratégica para o provimento de água para o Rio da Várzea, logo abaixo. É possível perceber que a regeneração também ocorre espontaneamente, por conta da alta vocação hidrológica da região e pela ausência de vetores de pressão como outrora, no que configura como ação de manejo. Foi a partir dessa leitura de regeneração natural que foram propostas algumas espécies para reflorestamento em áreas com maior adversidade.

Trecho de mata ciliar (e) e encostas (d) a serem recuperadas. É possível ainda deixar áreas de baixada para usos produtivos futuros.

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Condição de solo raso que dificultará e até mesmo impedirá o reflorestamento em algumas áreas (e) e área já sendo reflorestada em um ponto alto da propriedade.

O Eucaliptal dentro da propriedade e no entorno direto da RPPN pode ser explorado para gerar receita para a implementação do Plano de Manejo. Para ser cortado deverá ter a anuência do INEA-RJ. Recomenda-se a recomposição com espécies nativas.

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4.7.7. Plantio

Recomenda-se o plantio em espaçamento 2x2m (2500 mudas ha) ou 2,5x2,5m (1600

mudas ha), pois tais densidades potencializarão o estabelecimento do reflorestamento. É

necessário intercalar as espécies pioneiras, que devem predominar, com as secundárias e

clímax, que se diferenciam basicamente pela tolerância a insolação (ver modelos abaixo).

Recomenda-se o plantio de leguminosas fixadoras de nitrogênio pelo seu rápido

crescimento e, conseqüente, favorecimento para outras espécies. Abaixo segue uma lista

de espécies identificadas em três transectos alocados na ZR1, sob condições de encosta

com exposição noroeste e vegetação em transição de pastagem abandonada para estágio

inicial de sucessão. A partir dessa lista de espécies, interpretadas como tolerantes as

condições adversas das encostas desflorestadas, é possível escolher algumas para serem

reproduzidas. A lista completa de espécies ocorrentes na RPPN encontra-se em anexo.

modelo de plantio, segundo Kageyama (2002)

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Tabela – Lista de flora amostradas nos cinco Transectos, quanto ao habito: (L) Liana, (A) Arbórea, (Ar) Arbusto, (H) Herbácea e (E) Epífita; Quanto ao estágio sucessional: (P) Pioneira. (Si) Secundária inicial , (ST) secundária tardia, (C) Clímax e (E) Exótica.

Família Espécie / Gênero Nome popular Habito Estágio Acanthaceae Thunbergia alata Bojer ex Sims Maria sem vergonha L P

Schinus terenbinthifolia Raddi. Aroeira Pimenteira A P

Annonaceae Xylopia brasiliensis Sprengel. Pindaiba Vermelha A SI

Xylopia sericea A.St. Hil. Pindaiba A SI

Apocynaceae Tabernaemontana laeta Mart. Leiteira A SI

Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. Claraíba A SI

Bromeliaceae Neoregelia sp.1 Bromelia E SI

Tillandsia sp.1 Bromelia pequena E SI

Commelinaceae Commelina erecta L. Santa-Luzia H P

Compositae Vernonia polyanthes Less. Vassourão Ar P

Erythroxylaceae Erythroxilum pulchrum A. St. -Hil. Arco de pipa A P

Euphorbiaceae Croton floribundus Spreng. Capinxiguí H P

Croton lundians (Diedr.) Müll.Arg. Caixeta A SI

Pera glabrata (Schott) Baill. Tabocuva A P

Fabaceae Acacia plumosa Lowe Arranha gato L P

Andira sp.1 Timbó A P

Desmodium sp.1 H P

Erythrina Verna Vell. Mulungu A SI

Inga vera Willd.affinis (DC.) T.D. Penn. Inga A P

Machaerium acutifolium Vogel Jacarandá-do-Campo A P

Machaerium hirtum ( Vell.) Stellfeld Barreiro A P

Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F Pau Jacaré A P

Platypodium elegans Vogel Amendoim-do-Campo A SI

Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Angico-Rajado A P

Heliconiaceae Heliconia velloziana L.Emygd. Bananeira e Jardim H SI

Moraceae Maclura tinctoria (L.) D.Don ex Steud Moreira A P

Musaceae Musa sp.1 Bananeira H P

Myrtaceae Psidium cattleianum Sabine. Araçá A P

Myrcia splendeins (SW.) DC. A SI

Pipperaceae Pipper aduncum L. H P

Ottonia leptostachya Kunth H SI

Poaceae Brachiaria decumbens Stapf. Capim Braquiaria H P

Brachiaria ruziziensis R.Germ.& Evrard Capim Braquiaria H P

Melinis minutiflora P.Beauv. Capim-Gordura H P

Rubiaceae Amaioua intermedia Mart. Carvoeiro A SI

Borreria verticilata H P

Coffea arabica L. Café Ar E

Randia armata AR P

Salicaceae Casearia sylvestris Sw. Pau de espeto A P

Sapindaceae Cupania oblongifolia Mart. Camboatá A P

Paullinia sp.1 Cipó-Quina A P

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Paullinia sp.2 L SI

Solanaceae Solanum capsicoides All. Arrebenta-Cavalo H P

Solanum palinacanthum Dunal Arrebenta-Cavalo H P

Ulmaceae Trema micrantha (L.) Blume Curindiuva A P

Urticaceae Cecropia hololeuca Miq. Embaúba-Branca A P

Cecropia Pachystachya Trécul Embaúba A P

Urera baccifera (L.) Guadich. Ex Wedd Urtiga H P

Verbenaceae Aegiphila selowiana Cham. Papagaio A P

Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Juss. Lixa A P

Lantana Camara L. Cambará H P

Luehea grandiflora Mart. & Zucc. Açoita Cavalo A P

Zingiberaceae Hedychium coronarium Koen. Lirío do brejo H E

4.7.8. Monitoramento e manutenção do reflorestamento

Trata-se da etapa baluarte de qualquer reflorestamento, pois é a que garante o êxito do

mesmo. Portanto, diversas técnicas silviculturais serão utilizadas, quais sejam: adubação de

cobertura; poda de condução; combate de formigas; abertura de aceiros; irrigação; capina;

coroamento; replantio de mudas; isolamento da área; dentre outras atividades eventuais.

É possível monitorar o crescimento das espécies plantadas através de medições periódicas

(anuais), de modo a se ter o desempenho do reflorestamento ao longo do tempo. Além

disso, é possível entender quais as espécies estão entrando no “sistema” (a área

reflorestada), a partir da identificação de plantas que não foram plantadas, mas que estão

estabelecidas no local. É interessante também observar e registrar se está havendo maior

ocorrência de espécies da fauna.

4.7.9. Catalisação do processo de sucessão ecológica

Algumas técnicas podem ser colocadas em prática para catalisar o processo de sucessão

ecológica, de modo que o reflorestamento possa ser potencializado. É o caso do uso de

poleiros artificiais e abrigos para a fauna, que permitem o pouso de aves e o trânsito de

animais de pequeno porte dentro do reflorestamento, que por sua vez dispersam

sementes através de suas fezes, etc. Abaixo são apresentadas algumas técnicas que devem

ser alocados dentro dos domínios do reflorestamento.

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Técnicas para construção de poleiros artificiais e abrigos de fauna. Fonte: Laboratório de Manejo de Bacias Hidrográficas da UFRuralRJ.

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4.7.10. Busca por parcerias: “carbono neutro” e “adote uma floresta”

Buscar parcerias com o setor privado, sobretudo, para que os mesmos adotem 1(um)

hectare de reflorestamento, o que significa todo os custos associados ao plantio e

manutenção. As empresas estão a cada dia entrando neste profícuo mercado verde, que

por sua vez proporciona um marketing estratégico no âmbito da responsabilidade sócio-

ambiental. Este processo pode ser agenciado pela própria RPPN (pessoa física) ou então

pela APN ou outra ONG, bastando a RPPN FSB gerenciar o projeto. É possível, ainda,

estabelecer uma parceria com o Projeto Florestas do Futuro, da Fundação SOS Mata

Atlântica, que possui um viveiro em Rezende, RJ.

4.7.11. Capacitação da equipe

Para todas as etapas apontadas acima é muito estratégico que a equipe seja capacitada

para desempenhar com êxito todas as etapas de processo de recuperação florestal e,

sempre que possível, ter a frente um profissional habilitado para tal orientando as equipes.

5.0. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA REINTRODUÇÃO DE FAUNA NATIVA

Tentativas de reintrodução de espécies local ou globalmente extintas têm ganhado

atenção entre esforços conservacionistas nas últimas décadas em todo mundo. No Rio de

Janeiro, por exemplo, iniciativas deste tipo recuperaram populações de tucano-de-bico-

preto (Ramphastos vitellinus) e psitacídeos no Parque Nacional da Tijuca (Coimbra-Filho,

2000). Recentes iniciativas de recuperar populações de cracídeos (extintos devido à caça e

ao desmatamento) também têm sido realizadas na Serra do Mar fluminense, com a soltura

de indivíduos nascidos em cativeiro e devidamente re-asselvajados e monitorados (Dr.

Fernando Fernandez, com. pessoal).

De acordo com as vistorias prévias realizadas na área da Fazenda São Benedito, seguem as

principais diretrizes para futuras ações de reintrodução.

-A características ambientais da área da Fazenda São Benedito sugere ter, através de uma

primeira análise, superficial, potencial para abrigar populações de certas espécies de

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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passeriformes (comumente apreendidas pelo ICMBio, Batalhão Florestal e INEA).

Entretanto, ainda assim, é imprescindível, segundo informações dadas pela Divisão de

Fauna (SUPES-RJ, em 02/07/2008, às 14hs, Contato – (21)3077-4302), superar duas etapas

para ser ter a real idéia de que é possível estabelecer um Centro de Reabilitação de

Animais Silvestres na RPPN, são elas:

1. Projeto Técnico baseado em estudos ecológicos sobre os animais a serem

reintroduzidos e o habitat em questão (por exemplo, levantamento populacional

específico, estimativa da capacidade de suporte da área para as espécies alvo,

disponibilidade de recursos naturais para a espécie, etc.), no caso a RPPN, destacando a

necessidade para tal, isso assinado por profissional habilitado, que deve ser um

pesquisador ligado a alguma instituição de cunho científico;

2. Projeto mencionando como será feita a manutenção dos animais no local

(infra-estrutura, tratos, etc.);

Esses procedimentos devem estar em consonância com o SISBIO (Sistema de Pesquisa

de Biodiversidade do ICMBio – ver www.icmbio.gov.br), no caso das pesquisas de

viabilidade ecológica, e SISFAUNA, que cadastra os Centros de Reabilitação de Fauna

no país, neste caso apenas para a ocasião da instalação de tal infra-estrutura.

Informações gerais

-Passeriformes apreendidos por órgãos ambientais e encaminhados à propriedade, quando

não forem indivíduos recém capturados, devem, antes de serem libertados na natureza,

ter passado por quarentena e ter sua condição de saúde devidamente atestada por

profissional competente, com o objetivo de reduzir chances de contaminar populações

silvestres. Deve-se, também, priorizar a soltura de espécimes capturados na região.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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-Realizar um intenso levantamento de fauna, através do maior número de técnicas

possíveis. Visando cobrir os hábitos e horários de espécies com potencial para

reindrodução, para que não haja desperdício de recursos.

-Realizar um levantamento quali-quantitativo da disponibilidade de recursos utilizados,

para espécies com potencial para reintrodução. Com o objetivo de definir quais possuem

mais chance de se restabelecerem área da fazenda.

-Definidas as espécies a terem suas populações restabelecidas, produzir um Plano de Ação

para as mesmas. Cada Plano de Ação deve ser específico e conter informações sobre a

distribuição histórica da espécie, necessidades ecológicas (tamanho de área,

disponibilidade de alimentos, interação com outras espécies, etc.), acompanhamento

veterinário, etc. Embora ainda sejam necessários estudos específicos, talvez haja a

possibilidade de reintrodução da preguiça (Bradypus variegatus), do bugio (Allouata guariba)

e do cateto (Pecari tajacu). Entretanto, estes Planos devem ser elaborados após um

intenso esforço amostral e com a devida autorização do ICMBio.

6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES E CUSTOS

O Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito está previsto para ser executado em

cinco anos. Abaixo, estão organizados em um cronograma: as atividades, indicando em

que ano serão implementadas, os recursos a serem aplicados e as prioridades (A - alta, M

- média e B – baixa). Os custos aproximados foram indicados apenas para as atividades

relacionadas à RPPN.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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CRONOGRAMA DE ATIVIDADES E CUSTOS

Cor amarela: atividade já realizada Cor vermelha: atividade já realizada ou em andamento que deve ser adaptada ao proposto Cor cinza: a ser realizada

Os valores apresentados são uma estimativa. A realização das atividades, naturalmente, depende de diversos fatores, como, por exemplo, viabilidade econômica

e desejo do proprietário.

Atividades

Ano 1 Ano Ano Ano Ano

Recurso (R$) observação

(trimestre) 2 3 4 5

1 2 3 4

4.1 PROGRAMA DE ADMINISTRAÇÃO

4.1.1 Designar pessoa responsável pela gestão da RPPN ---

4.1.2 Designar responsável(is) pela execução das atividades relacionadas à proteção, fiscalização, manejo de recursos, visitação, pesquisa e comunicação da RPPN

---

4.1.3 Capacitar as pessoas que trabalham na RPPN no desenvolvimento das atividades (proteção, fiscalização, ao manejo de recursos, à visitação, à pesquisa e à comunicação)

1000

4.1.4 Aderir às rotinas e escalas de serviço ---

4.1.5 Desenvolver e implantar um sistema de acompanhamento das atividades das pessoas que trabalham na RPPN

---

SubPrograma de Infra-estrutura e Equipamentos

4.1.7 Implantar um portal de entrada ---

4.1.8 Reformar uma das benfeitorias disponíveis para que seja utilizada como alojamento e Centro de Pesquisa para acadêmicos

3000

4.1.9 Implementar o Centro de Visitantes e Referências da Mata Atlântica local

4000

4.1.10 Implementar a sinalização na área de uso público e acessos 5000

4.1.11 Adquirir equipamentos e materiais permanentes de apoio às atividades, como:

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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uniforme para equipe 2500

kit básico de combate a incêndios, equipamentos individuais (EPIs), abafadores, enxadas, facões, bombas costais, dentre outros

3000

equipamentos e materiais de apoio às atividades a serem desenvolvidas, binóculos, GPS, bússola, máquina fotográfica, dentre outros

5000

Publicações temáticas sobre cultura e meio ambiente local, mapas e ilustrações que agreguem valor ao caráter educativo da visitação na RPPN

2000

4.2 PROGRAMA DE PROTEÇÃO E FISCALIZAÇÃO

4.2.1 Realizar rondas de fiscalização ---

4.2.2 Preparar as pessoas para as atividades de proteção e fiscalização ---

4.2.3 Implementar um sistema básico de prevenção e combate a incêndios florestais, como:

4.2.3.1 abrir e manter aceiros nos limites da propriedade e da RPPN ---

4.2.3.2 capacitar o gestor da RPPN e as pessoas para atuar na brigada de incêndios

1000

4.2.3.3 manter em bom estado os equipamentos de combate a incêndios, bem como os equipamentos individuais dos brigadistas

---

4.2.3.4 registrar as ocorrências de incêndios em relatórios específicos, para o permanente aprimoramento das estratégias e acompanhamento dos impactos causados

---

4.2.5 Utilizar os mirantes como locais estratégicos para observação de focos de Incêndios

---

4.2.7 Encaminhar denúncias aos órgãos governamentais competentes ---

4.2.8 Realizar a instalação e manutenção das cercas ---

4.2.9 Instalar placas de identificação da RPPN em pontos limítrofes e/ou estratégicos

1000

4.3 PROGRAMA DE PESQUISA E MONITORAMENTO

4.3.1 Estimular o desenvolvimento de pesquisas prioritárias, como:

4.3.1.1 efeito de borda por pastagens e trilhas ---

4.3.1.2 capacidade de suporte do ecossistema para reintrodução de fauna ---

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.3.1.3 fenologia (época de floração, frutificação e perda de folhas) de espécies arbóreas potenciais para reflorestamento

---

4.3.1.4 aprofundamento dos estudos faunísticos realizados neste plano ---

4.3.1.5 análise de mercado para projetos ecoturísticos na RPPN ---

4.3.1.6 estudos hidrológicos quantitativos e qualitativos do Rio da Várzea e afluentes

---

4.3.2 Alocação de armadilhas fotográficas para monitoramento de fauna. ---

4.4 PROGRAMA DE VISITAÇÃO E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

4.4.3 Viabilizar a instalação de equipamentos para recepção dos visitantes ---

4.4.4 Instalar material ilustrativo 500

4.4.5 Implementar o restaurante ---

4.4.6 Implementar as trilhas: instalação de ponte rústica, mirante e pontos de descanso; implantação de drenagens e melhoria dos pisos

5000

4.4.8 Trabalhar a identidade visual da RPPN 1000

4.4.9 Apoiar e estimular a visitação de grupos de interesses específicos ---

4.4.10 Inclusão da RPPN no circuito de caminhadas do AndaBrasil ---

4.4.11 Organizar eventos em datas comemorativas ---

4.4.13 Implementar o controle de visitação ---

4.4.14 Definir o valor da taxa de ingresso e dos serviços oferecidos ---

4.4.15 Estabelecer um programa de entrada gratuita e/ou descontos na RPPN em datas e situações especiais

---

4.4.16 Organizar e apoiar atividades de educação ambiental ---

4.4.17 Apoiar visitas de escolas públicas municipais ---

4.4.18 Criar infra-estrutura de arvorismo para fortalecer os atrativos da RPPN

---

4.5 PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA

4.5.1 Viabilizar parcerias com empresas, ongs e universidades no que tange ao fortalecimento institucional da RPPN e diminuição dos custos de sua proteção e manejo

---

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.6 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO E INTEGRAÇÃO

4.6.1 Utilizar a logomarca da RPPN ---

4.6.2 Desenvolver um site de divulgação da RPPN e propriedade 3000

4.6.3 Confeccionar e distribuir material de informação e divulgação 1500

4.6.4 Manter o público informado sobre as atividades da RPPN ---

4.6.5 Estabelecer parcerias para o desenvolvimento das atividades da RPPN

---

4.6.6 Estabelecer parceria com os vizinhos da RPPN e propriedade ---

4.6.7 Integrar a RPPN a Fazenda São Benedito às Redes de Reservas Particulares

---

4.6.8 Estabelecer parceria com a Prefeitura Municipal de Rio Claro ---

4.6.9 Estabelecer parceria com o ICMBio e INEA ---

4.6.10 Estabelecer parceria com instituições de pesquisa ---

4.6.11 Estabelecer parceria com a Associação de Guias local e regional ---

4.6.12 Estabelecer contato com o Centro de Atendimento ao Turista da cidade

---

4.6.13 Implementar Programas de Estágio Voluntário e de Primeiro Emprego

---

4.7 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO FLORESTAL

4.7.1 Levantamento florístico da Mata Atlântica da RPPN ---

4.7.2 Acompanhamento da fenologia de espécies florestais ---

4.7.3 Marcação de matrizes florestais para coleta de sementes ---

4.7.4 Implantação de viveiro para produção de mudas nativas da Mata Atlântica local

---

4.7.5 Planejamento da produção de mudas no viveiro ---

4.7.6 Definição das áreas a serem recuperadas ---

4.7.7 Realização de plantios ---

4.7.8 Monitoramento e manutenção do reflorestamento ---

4.7.9 Catalisação do processo de sucessão ecológica ---

4.7.10 Busca por parcerias: “carbono neutro” e “adote uma floresta” ---

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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4.8 PROGRAMA DE REINTRODUÇÃO DE FAUNA NATIVA

4.8.1 Parcerias com ONG com expertise no tema ---

4.8.2 Elaboração de Projeto Técnico baseado em estudos ecológicos sobre os animais a serem reintroduzidos e o habitat em questão

---

4.8.2 Cadastro junto ao IBAMA como Área de Soltura ---

4.8.3 Soltura de fauna nativa propriamente dita ---

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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230p.

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 136 de 148

A�EXOS

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Quadro 1 . Listagem das espécies inventariadas; caracterização quanto habito da espécie: A – Arbórea, Ar – Arbustiva,

H – Herbácea, L – Liana; e quanto ao estágio sucessional: P - pioneira, SI - secundária inicial, ST - secundária tardia, CL –

clímax.

Família Espécie / Gênero Nome popular Habito Estágio

Acanthaceae Thunbergia alata Bojer ex Sims L P

Anarcadiaceae Schinus terenbinthifolia Raddi. Aroeira Pimenteira A P

Annonaceae Xylopia brasiliensis Sprengel. Pindaíba A SI

Xylopia sericea A.St. Hil. Pindaíba Vermelha A SI

Apocynaceae Aspidosperma sp.1 Peroba A ST

Não identificada A

Tabernaemontana laeta Mart. Leiteira A SI

Araceae Anthurium loefgrenii Engl. H SI

Anthurium sp.1 H SI

Monstera sp.1 Costela de Adã H SI

Philodendron Martianum H SI

Philodendron sp.1 H SI

Arecaceae Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Uirí A P

Begoniaceae Begonia sp.2 H SI

Bignoniacaeae Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Ipê-Verde A P

Jacaranda brasiliana (Cham.) Seem. Bico-de-Pato A SI

Jacaranda puberula Cham. Jacarandá-Branco A SI

Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Caroba-Branca A SI

Tabebuia alba (Chan.) Sandwith Ipê-da-Serra A P

Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex A.DC.) Ipê-Amarelo-Cascudo A SI

Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Ipê-Roxo A ST

Zeyheria tuberculosa (Vell.) Bureau Ipê-Tabaco A P

Blechnaceae Blechnum brasiliensis H P

Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. Claraíba A SI

Bromeliaceae Aechmea nudicaulis (L.) Griseb. E SI

Ananas sp.1 Abacaxi do Mato E P

Neoregelia sp.1 E SI

Tillandsia sp.1 E SI

Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Breu A SI

Commelinaceae Commelina erecta L. Santa-Luzia H P

Compositae Vernonia discolor (Spreng.) Less. Vassourão-Preto A P

Vernonia polyanthes Less. Vassourão Ar P

Costaceae Costus spiralis H P

Cyatheaceae Trichipteris corcovandensis Ar SI

Erythroxylaceae Erythroxylum pulchrum A. St. -Hil. Arco-de-Pipa Ar P

Erythroxylum sp.1 Arco-de-Pipa A

Euphorbiaceae Croton floribundus Spreng. Capinxiguí A SI

Croton lundians (Diedr.) Müll.Arg. Caixeta H P

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Família Espécie / Gênero Nome popular Habito Estágio

...continuação

Mandioca Ar P

Não identificada A

Pera glabrata (Schott) Baill. Tabocuva A SI

Algermonia brasiliensis Baill Leiteira-Brava A SI

Fabaceae Acacia plumosa Lowe Arranha-Gato L P

Acacia polyphilla DC. Monjoleiro A P

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico-Branco A SI

Anadenanthera macrocarpa (Vell.) Brenan Angico-Vermelho A P

Andira anthelmia (Vell.) J.F. Macbr. Angelim-Amargoso A SI

Andira flaxinifolia Benth. Angelim-Doce A SI

Andira sp.1 Timbo A P

Apuleia leiocarpa (Vogel) J. F. Macbr. Garapa A ST

Bauhinia forficata Link Pata-de-Vaca A SI

Caesalpinia peltophoroides Benth. Sibipiruna A P

Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth Jacarandá-da-Bahia A SI

Desmodium sp.1 L P

Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Timburi A P

Erythrina sp.1 Mulungu A P

Erythrina Verna Vell. Suinã A SI

Hymenaea courbaril (Hayne.) Jatobá A SI

Inga edulis Mart. Ingá A P

Inga vera Willd.affinis (DC.) T.D. Penn. Ingá-do-Brejo A P

Machaerium aculeatum Raddi. Jacarandá-de-

Espinho A P

Machaerium acutifolium Vogel Jacarandá-do-

Campo A P

Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld Barreiro A P

Machaerium nyctitans (Vell.) Benth Guaximbé A SI

Mimosa sp.1 A SI

Não identificada A SI

Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Farinha-Seca A P

Piptadenia gonoacantha (Mart.) Macbr. Pau-Jacaré A P

Plathymenia foliolosa Benth. Vinhático A SI

Platypodium elegans Vogel Amendoim-do-

Campo A SI

Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Angico-Rajado A P

Senna macranthera (DC. ex. Collad.) H.S. Manduirana A P

Gramineae Taquara A P

Heliconiaceae Heliconia sp.1 Bananeira-de-

Jardim H SI

Continua...

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

Associação Patrimônio Natural Página 139 de 148

Família Espécie / Gênero Nome popular Habito Estágio

...continuação

Heliconia velloziana L.Emygd. Bananeira-de-

Jardim H SI

Hymenophyllaceae Trichomanes sp.1 H SI

Trichomanes sp.1 H SI

Lauraceae Nectandra membranacea (Swartz) Griseb. Canela A SI

Nectranda oppositifolia Canela-Santa A SI

Nectranda sp.1 Canela A SI

Ocotea notata (Nees) Mez Canelinha A SI

Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Canela-Sassafrás A ST

Ocotea sp.1 Canela A SI

Malpighiaceae Não identificada A

Malvaceae Guazuma crinita Mart. Mutamba A SI

Guazuma sp.1 A SI

Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Embiruçu A ST

Não identificada A

Melastomataceae Clidemia urceolata DC H P

Leandra melastomoides Raddi. H P

Miconia calvescens DC. H P

Miconia discolor H P

Miconia prasina H P

Miconia sp.1 H P

Tibouchina grandiflora A P

Tibouchina granulosa (Desr.) Cong. Guaresmeira A P

Meliaceae Cabralea Canjerana (Vell.) Mart. Canjerana A SI

Cedrela odorata L. Cedro A SI

Guarea guidonea (L.) Sleumer Marinheiro A SI

Trichilia Hirta L. Carrapeta A SI

Trichilia sp.1 A SI

Monimiaceae Siparuna guianensis Aubl. Nega-Mina A P

Moraceae Brosimum guianense (Aubl.) Huber Muirapimina A SI

Dorstenia sp.1 H ST

Ficus insipida Willd. Figueira-do-Brejo A SI

Ficus sp.1 A SI

Maclura tinctoria (L.) D.Don ex Steud Taiúva A P

Sorocea Bomplandii (Baill.) Cincho A SI

Musaceae Musa sp.1 Bananeira H P

Myrirsticaceae Virola sp.1 Bocuva A ST

Myrsinaceae Rapanea Ferruginea (Ruiz & Pav.) Mez Capororoca A SI

Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa O.Berg Guabiroba A SI

Eugenia brasiliensis Lam. Grumixama A ST

Eugenia sp.1 A SI

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Família Espécie / Gênero Nome popular Habito Estágio

...continuação

Eugenia sp.2 A SI

Eugenia uniflora L. Pitanga A SI

Myrcia sp.1 A SI

Myrcia splendeins (SW.) DC. A SI

Psidium cattleianum Sabine. Araçá A SI

Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz. Maria-Mole A SI

Orchidaceae Gomidesia sp.1 Orquídea E SI

Oeceoclades maculata (Lindl) Orquídea de chão E SI

Sauroglosum sp.1 E ST

Palmae Euterpe edulis Mart. Juçara A C

Palmae Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Jerivá A P

Passifloraceae Passiflora cincinnata Mast. Maracuja do Mato L P

Pipperaceae Ottonia leptostachya Kunth H SI

Pothomorphe umceolata (L.) Miq. H P

Pipper aduncum L. H P

Poaceae Brachiaria decumbens Stapf. Capim-Braquiária H P

Brachiaria ruziziensis R.Germ.& Evrard Braquiária H P

Melinis minutiflora P.Beauv. Capim-Gordura H P

Polypodiaceae Polydium percussa H SI

Pterobryaceae Orthostichopsis tenuis H SI

Rhamnaceae Zizyphus joazeiro Mart. Joazeiro A SI

Rubiaceae Alseis floribunda Schott. Quina-de-São-

Paulo A SI

Amoaioua intermedia Mart. Carvoeiro A SI

Batthysia stpulata Quina-do-Mato A SI

Borreria verticilata H P

Coffea arabica L. Café Ar E

Não identificada A

Psychotria carthagenensis Jacquin Erva-de-Rato Ar SI

Psychotria nuda (Cham. & Schlecht. ) Cafezinho do Mato Ar SI

Psychotria sp.1 Cafezinho do Mato Ar SI

Psychotria sp.2 Cafezinho do Mato Ar SI

Psychotria sp.3 Cafezinho do Mato Ar SI

Randia armata Espinho-de-Agulha Ar P

Rudgea sp.1 Ar SI

Rudgea virbunoides (Cham.) Benth. A SI

Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica-de-Porca A P

Sapindaceae Cupania oblongifolia Mart. Camboatá A P

Cupania ermaginata Cambuatá-do-

Campo A P

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Família Espécie / Gênero Nome popular Habito Estágio

...continuação

Cupania racemosa (Vell.) Radlk. Cambuatá-de-

Folha A SI

Matayba eleagnoides Radalk Camboatã A SI

Paulinia micanthara Cipó-Quina L SI

Paullinia sp.1 L P

Paullinia sp.2 L P

Smiliaceae Smilax brasiliensis Spreng. L P

Solanaceae Solanum argentum Erva-Prata AR P

Solanum capsicoides All. Arrebenta-Cavalo H P

Solanum palinacanthum Dunal Arrebenta-Cavalo H P

Solanum sp.1 H P

Salicaceae Casearia commersoniana Cf. A SI

Casearia sp.1 A

Casearia sylvestris Sw. Pau-Lagarto A P

Tiliaceae Luehea divaricata Mart. A P

Luehea grandiflora Mart. & Zucc. Açoita-Cavalo A P

Thyphaceae Thypha dominguensis Pers.

Ulmaceae Celtis sp.1 A SI

Trema micrantha (L.) Blume Curindiuva A P

Urticaceae Cecropia hololeuca Miq. Embaúba-Branca A P

Cecropia Pachystachya Trécul Embaúba A P

Cecropia sp.1 Embaúba A P

Urera baccifera (L.) Guadich. Ex Wedd Urtiga H P

Verbenaceae Aegiphila selowiana Cham. Papagaio A P

Aloysia virgata (Ruiz & Pav.) Juss. Lixa A P

Lantana Camara L. Cambará H P

Não identificada A SI

Vitex sp.1 A SI

Zingiberaceae Hedychium coronarium Koen. Lirio do Brejo H E

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Quadro 2. Aves registradas na região da Estação Ecológica de Piraí segundo Ferreira e colaboradores (1986).

Espécie Nome popular

Tinamiformes Crypturellus parvirostris inhambu chororó Podicipediformes Podiceps dominicus mergulhão pequeno Podilymbus podiceps Pelecaniformes Anhinga anhinga Ciconiformes Ardea cocoi

Casmerodius albus Egretta thula

Butorides striatus Tigrissoma lineatum Anseriformes

Amazoneta brasiliensis

Cathartiformes Coragyps atratus urubu comum Cathartes aura urubu de cabeça vermelha Falconiformes Ictinea plumbea gavião Buteo albicaudatus gavião de rabo branco Buteo magnirostris gavião carijó

Buteogallus urubutinga gavião preto Milvago chimachima gavião carrapateiro Falco sparverius quiriquiri Polyborus plancus carcará, gavião carcará Gruiformes

Aramus guarauna Rallus nigricans

Charadriiformes Jacana jacana jaçanã

Columbiformes Columbina talpacoti rolinha comum Leptotila verreauxi juriti Leptotila rufaxilla juriti gemedeira Psitaciformes Pyrrhura frontalis tiriba de testa vermelha

Forpus xanthopterygius tuim Brotogeris tirica periquito rico Touit melanonota apuim de cauda vermelha Pionus menstrus maitaca bronzeada Pionus maximiliani maitaca bronzeada Amazona amazonica papagaio do mangue Cuculiformes Piaya cayana alma de gato Crotophaga ani anu preto Guira guira anu branco

Tapera naevia saci

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Stringiformes Speotyto cunicularia buraqueira, coruja-buraqueira Caprimulgiformes Nyctiphrynus ocellatus bacurau Apodiformes Chaetura andrei andorinhão temporal Apodiformes Glaucis hirsuta balança-rabo-de-bico torto

Phaethornis pretrei Beija-flor Eupetomena macroura Beija-flor-tesourão Melanotrochilus fuscus Beija-flor-preto-e -branco Colibri serrirostris Beija-flor-de-orelha violeta

Anthracothorax nigricollis Beija-flor-preto Lophornis magnifica topetinho vermelho

Chlorostilbom aureoventris besourinho de bico vermelho Thalurania glaucopis tesoura de fronte vermelha Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca Heliothryx aurita Beija-flor Trogoniformes Trogon surrucura surucuá de peito azul Coraciformes Ceryle torquata martin pescador grande Piciformes

Galbula ruficauda bico de agulha de rabo vermelho Nystalus chacuru joão bobo

Selenidera maculirostris araçari do bico pintalgado, araçari poca Picumnus cirratus pica-pau-anão-barrado Colaptes campestris pica-pau-do-campo Piculus chrysoclorus pica-pau

Chrysoptilus melanochloros pica-pau Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela Dryocopus lineatus pica-pau

Veniliornis maculifrons pica-pauzinho- de- testa-pintada Passeriformes

Sittasomus griseicapillus arapaçu verde Lepidocolaptes squamatus arapaçu escamado

Campylorhamphus falcularius arapaçu de bico torto Furnarius rufus joão de barro Synallaxis spixi joão teneném

Synallaxis ruficapilla pichoré Phacellodomus erythrophthalmus joão botinha

Anabazeonops fuscus trepador coleira Philydor atricapillus limpa-folha-coroada

Automolus leucophthalmus barranqueiro olho branco Sclerurus scansor vira-folhas

Mackenziaena severa borralhara Thamnophilus caurulescens choca Thamnophilus ruficapillus choca Dysithamus stictothorax choquinha

Herpsilochmus rufimarginatus _ Drymophila ferruginea trovoada Drymophila ocrophyga choquinha de dorso vermelho Drymophila squamata choquinha pintadinha

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Pyriglena leucoptera papa taoca Myrmeciza loricata papa formigas de grota Formicarius colma galinha do mato

Conopophaga melanops Cuspidor de máscara preta Pachyramphus viridis caneleirinho

Pachyramphus polychopterus caneleirinho preto Platypsaris rufus caneleiro de chapéu negro Tityra cayana Anambé branco de rabo preto

Chiroxiphia caudata Tangará, tangará dançarino Manacus manacus Rendeira Schiffornis virescens Flautim Colonia colonus viuvinha Knipolegus maria preta

Fluvicola negenta lavadeira mascarada Satrapa icterophrys suiriri pequeno Machetornis rixosus bem-te-vi-do-gado Tyranus melancholicus suiriri Myodinastes maculatus bem-te-vi-rajado Myozetetes similis bem-te-vizinho-de-penacho-vermelho

Pintangus sulphuratus bem-te-vi Megarhyncus pitangua Nei-nei, bem-te-vi-do-bico-chato

Myarchus ferox maria cavaleira Empidonax euleri enferrujado Myiobius barbatus assanhadinho

Myiophobus fasciatus filipe Hirundinea ferruginea gibão de couro Platyrinchus mystaceus patinho

Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de orelha preta Todirostrum poliocephalum teque-teque, ferreirinho Todirostrum plumbeiceps relógio Phylloscartes flaveola marianinha amarela Elaenia flavogaster guaravaca de barriga amarela

Camptostoma obsoletum risadinha Mionectes rufiventris - Corythopis delalandi estalador Tachycineta albiventer andorinha Tachycineta leucorrhoa andorinha de sobre branco Phaeoprogne tapera andorinha do campo Progne chalybea Andorinha doméstica grande

Notiochelidon cyanoleuca andorinha pequena de casa Stelgidopteryx ruficollis andorinha serrador Thryothorus longirostris garrinchão de bico grande Troglodytes aedon cambaxirra Mimus saturninus sabiá do campo

Donacobius atricapillus _ Platycichla flaviceps sabiá-uma Turdus rufiventris sabiá laranjeira

Turdus amaurochalinus sabiá poca Turdus albicollis sabiá coleira

Cyclarhis gujanensis pititguari Vireo chivi juruviara

Hylophilus poicilotis vite-vite Cacicus haemorrhous guaxe

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Molothrus bonariensis gaudério, maria preta Gnorimopsar chopi melro

Geothlypis aequinoctialis pia cobra Basikeuterus culicivorus pula-pula

Coereba flaveola cambacica Dacnis cayana saí azul Tersina viridis saí andorinha

Pipraeidea melanonota _ Tangara cyanoventris saíra Tangara cyanocephala saíra lenço

Tangara cayana saíra amarela Thraupis sayaca sanhaço cinzento

Thraupis palmarum sanhaço de coqueiro Ramphocelus bresilius tiê sangue

Habia rubica tiê do mato grosso Tachyphonus coronatus tiê preto Tachyphonus cristatus tiê galo Trichothraupis melanops tié de topete Hemithraupis ruficapilla saíra da mata Thlypopsis sordida -

Schistochlamys ruficapillus bico de veludo Saltator similis trinca ferro verdadeiro Volatinia jacarina tziu

Sporophila caerulescens coleiro, coleirinho Arremon taciturnus -

Ammodramus humeralis tico-tico-do-campo-verdadeiro Spinus megellanicus - Zonotrichia capensis tico-tico Passer domesticus pardal Estrilda astrild bico de lacre

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Plano de Manejo da RPPN Fazenda São Benedito

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Quadro 3. Aves registradas na Fazenda São Benedicto durante as campanhas de 18 e 19 de outubro e de 15 a 18 de novembro de 2007.

Espécie Nome popular Tipo de registro

Cathartiformes Coragyps atratus urubu comum observação Cathartes aura urubu de cabeça

vermelha observação

Falconiformes Ictinea plumbea gavião observação Buteo magnirostris gavião carijó observação Milvago chimachima gavião carrapateiro observação Polyborus plancus carcará, gavião carcará observação Galiformes

Penelope superciliaris jacupemba observação Gruiformes

Aramides saracura saracura-três-potes observação Charadriiformes Vanelus chilensis quero-quero observação Columbiformes

Columba sp. trocal entrevista Columbina talpacoti rolinha comum observação Psitaciformes

Aratinga leucophtalmus periquitão-maracanã observação Pionus maximiliani maitaca bronzeada observação Cuculiformes Piaya cayana alma de gato observação Guira guira anu branco observação

Tapera naevia saci observação Stringiformes Otus choliba caburé observação Apodiformes Phaethornis pretrei Beija-flor observação Thalurania glaucopis tesoura de fronte

vermelha observação

Coraciformes Ceryle torquata martin pescador

grande observação

Piciformes Piculus sp. pica-pau observação

Passeriformes Furnarius rufus joão de barro observação Synallaxis sp. joão teneném observação

Chiroxiphia caudata tangará, tangará dançarino

observação

Fluvicola negenta lavadeira mascarada observação Tyranus melancholicus suiriri observação Machetornis rixosus bem-te-vi-do-gado observação

Myodinastes maculatus bem-te-vi-rajado observação Myozetetes sp. bem-te-vizinho observação

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Pintangus sulphuratus bem-te-vi observação Todirostrum sp. teque-teque,

ferreirinho observação

Elaenia flavogaster guaravaca de barriga amarela

observação

Vireo olivaceus juruviara observação Gnorimopsar chopi melro observação

Psarocolius decumanus joão-congo observação Basileuterus culicivorus pula-pula observação Mimus saturninus sabiá do campo observação Dacnis cayana saí azul observação

Tangara cyanoventris douradinha observação Thraupis sayaca sanhaço cinzento observação Saltator similis trinca ferro

verdadeiro observação

Volatinia jacarina tziu observação Sporophila caerulescens coleiro, coleirinho observação Zonotrichia capensis tico-tico observação

Sicalis flaveola canário da terra observação

Quadro 4. Lista dos mamíferos não voadores registrados no município de Rio Claro a na fazenda São Benedicto, Rio Claro, Rio de Janeiro.

Espécies

Levantamento de

Campo

Entrevistas

Espécies coletadas no município de Rio Claro segundo Tribe (1987)

Didelphimorphia Didelphis aurita (gambá) X X Philander frenatus (cuíca) X Marmosops incanus (cuíca) X Gracilinanus microtarsus (cuíca) X Cingulata Dasypus novemcicntus (tatu galinha)

X

Cabassous tatouay (tatu-de-rabo mole)

X

Euphractus sexcinctus (tatu-peludo)

Pilosa Tamandua tetradactyla (Tamanduá mirim)

X

Primates Callithrix jacchus (mico-estrela-de –de tufo-branco)

X X

Carnivora Nasua nasua (quati) X Procyon cancrivorus (mão pelada ou guaxinim)

X

Lutra longicaudis (lontra) Eira barbara (irara) X X Chrysocyon brachyurus (lobo- X

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guará) Cerdocyon thous (cachorro do mato)

X

Leopardus sp. (gato-do-mato) X Leopardus pardalis (jaguatirica) X Puma concolor (onça- parda, suçuarana, lombo preto)

X

Rodentia Agouti paca (paca) X Hydrochoerus hydrochaeris (capivara)

X

Sphiggurus sp. (ouriço) X Sciurus ingrami (esquilo, caxixe ou caxinguelê)

X X

Nectomys squamipes (rato-d´água)

X

Akdon cursor (rato do mato) X Lagomorpha Sylvilagus brasiliensis (coelho-do-mato)

X

Quadro 5. Répteis e anfíbios registrados na Fazenda São Benedicto durante as campanhas de 18 e 19

de outubro e de 15 a 18 de novembro de 2007.

Répteis (ordem squamata) Nome popular Nome científico

jararaca Bothrops jararaca cobra de vidro Ophiodes fragilis lagarto Anolis sp. camaleão Tropidurus torquatus teiú Tupinambis merianae Anfíbios (ordem anura) sapo Rheinela ictericus sapo-de-chifres Procetophrys sp. rãzinha Eletherodactylus sp.