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Plano de Monitoramento da Recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas Carbono das Nascentes do Xingu Ricardo Abad Marcos Scaranello Laurent Micol Paula Bernasconi [Versão 3] Instituto Centro de Vida Cuiabá – Alta Floresta, Mato Grosso, Março de 2009

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Plano de Monitoramento da Recuperação de Áreas de Preservação Permanente Degradadas

Carbono das Nascentes do Xingu

Ricardo Abad

Marcos Scaranello

Laurent Micol

Paula Bernasconi

[Versão 3]

Instituto Centro de Vida

Cuiabá – Alta Floresta, Mato Grosso, Março de 2009

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Apresentação

O monitoramento dos projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (RAD) em Áreas de Preservação Permanente (APP) é um elemento fundamental para poder avaliar os resultados efetivos da Campanha Y Ikatu Xingu. Além disso, é necessário ao estabelecimento de um mecanismo financeiro vinculado ao mercado de carbono, como é o caso do Carbono Socioambiental do Xingu.

Esse documento apresenta uma proposta metodológica para a implantação de um sistema de monitoramento desses projetos no âmbito da Campanha. Essa proposta foi desenvolvida pelo Instituto Centro de Vida – ICV, com o apoio dos demais parceiros do consórcio Governança Florestal do Xingu, e conta com o suporte da SPOT Image S/A, que fornece gratuitamente imagens de satélite de alta resolução no âmbito do programa Planet Action1 para duas sub-bacias da bacia do Xingu em Mato Grosso (Figura 1).

Figura 1 - Bacia do Xingu em Mato Grosso e sub-bacias do Manissauá-Missu e Suia-Missu.

1 www.planetaction.org

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O sistema permite monitorar a implantação do projeto, desenhar o delineamento amostral de campo e consolidar os seus resultados com base em uma estratificação da área, e determinar a quantidade líquida de CO2 seqüestrado pelo projeto.

A metodologia faz uso de técnicas de sensoriamento remoto e de geoprocessamento combinadas com levantamentos em campo para produzir um banco de dados com informações sobre:

O estado de conservação/ degradação das APP por sub-bacia, micro-bacia ou município (diagnóstico geral);

O estado de conservação/ degradação das APP nas propriedades rurais compromissadas a recuperar suas APP (mapeamento da propriedade) e nas áreas específicas de recuperação (diagnóstico específico);

Os procedimentos adotados na recuperação destas áreas específicas (intervenção);

Os resultados da recuperação nessas áreas, nas propriedades e nas sub-bacias ou micro-bacias (monitoramento).

O diagnostico geral visa quantificar o problema existente e priorizar as áreas de intervenção.

Os projetos de Recuperação de Áreas Degradadas são desenvolvidos em propriedades previamente identificadas e mapeadas. No mapeamento das propriedades identificam-se as áreas elegíveis para a realização dos projetos.

Essa realização envolve diversas metodologias, que vão desde o simples isolamento da área até plantios de enriquecimento e reflorestamento com mudas e sementes. A escolha do modelo mais apropriado é feita a partir de um diagnóstico específico de cada sítio, feito in loco. Esse diagnóstico também serve para estabelecer a linha de base do carbono armazenado em cada sítio.

O monitoramento permite acompanhar a evolução da recuperação das APP em diferentes escalas: na área de cada sítio de recuperação, no nível da propriedade e na escala das micro ou sub-bacias em foco. O sistema ainda prevê a mensuração das fugas.

Todos os dados são armazenados em um sistema de informação geográfica (SIG) e serão disponibilizados no formato de mapas interativos. As informações quantitativas e qualitativas de cada área de recuperação possibilitam o acompanhamento dos projetos individuais. Relacionando essas informações com dados de sensoriamento remoto é possível estimar parâmetros de correlação com índices de vegetação, possibilitando produzir inferências sobre o estado de regeneração de APP em outras localidades abrangidas pelas imagens.

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Descrição geral do sistema de monitoramento

A abordagem proposta para o estabelecimento do sistema tem quatro componentes.

1. Criar uma base cartográfica da área de estudo em escala gráfica 1:50.000 com as feições espaciais:

Hidrografia (de margem simples e margem dupla) e micro-bacias;

Áreas de Preservação Permanente (APP) associadas aos cursos d'água;

Cobertura vegetal: floresta conservada, áreas convertidas (corte raso, pastagem, agricultura), áreas degradadas com ou sem estrato arbóreo;

Queimadas e sinais de exploração madeireira.

A partir desses dados é possível quantificar as APP existentes por sub-bacia ou município distinguindo: APP com cobertura florestal (floresta ou floresta degradada), APP a recuperar (área degradada com árvores, degradada sem árvores, agricultura/pastagem e solo exposto), e identificar áreas prioritárias de intervenção.

2. Mapear e selecionar as APP a serem recuperadas. É realizado um refinamento do mapeamento da hidrografia e das APP em escala 1:25.000, permitindo uma quantificação precisa da área de APP a ser recuperada em cada propriedade e selecionar e delimitar os potenciais sítios de recuperação. Com base em critérios de elegibilidade e adicionalidade, as áreas para realização do projeto são selecionadas.

3. Realizar o diagnóstico inicial e a intervenção nos sítios de recuperação. Criamos um banco de dados com informações sobre a situação inicial do sítio (caracterização da área, histórico de degradação, nível de degradação da vegetação e dos solos, potencial banco de sementes e uso produtivo atual) e sobre as atividades de intervenção realizadas (proteção da área, recuperação do solo, manejo da recuperação natural, introdução de espécies e remanejamento das atividades produtivas anteriores). Esse banco de dados é alimentado a partir de dados de campo através do preenchimento de um formulário (Anexo A). As atividades de intervenção são definidas considerando o resultado do diagnóstico inicial e as limitações financeiras.

4. Realizar o monitoramento dos projetos de recuperação. Para esta etapa são criadas parcelas permanentes de monitoramento distribuídas pelos sítios de recuperação a partir de uma estratificação dos sítios de recuperação. Será feito periodicamente um levantamento não destrutivo da biomassa aérea das parcelas permanentes, usando equações alométricas. Também será monitorado o sucesso da recuperação.

As informações armazenadas no banco de dados de monitoramento são usadas para estimar a quantidade de carbono efetivamente seqüestrado em sítio, propriedade e no projeto como um todo.

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Procedimentos na implantação do sistema de monitoramento

1. Bases Cartográficas

a) Hidrografia de margem simples – São rios e riachos perenes e intermitentes representados por vetores lineares. Estas feições espaciais são digitalizadas manualmente, pela interpretação visual das imagens de satélite. As imagens de satélite são visualizadas combinado as bandas espectrais em diferentes composições coloridas, de forma a realçar as feições terrestres. Uma imagem da SRTM, que possui informações de altitude, é utilizada para gerar um modelo digital do relevo e assim melhorar a interpretação da paisagem.

b) Hidrografia de margem dupla – São rios, lagoas e áreas inundáveis representadas por vetores poligonais. A característica da água em absorver praticamente toda a energia eletromagnética na faixa do infravermelho possibilita que estas feições sejam facilmente extraídas por uma reclassificação da imagem.

c) Nascentes – São representadas como feições vetoriais pontuais, localizadas nas extremidades iniciais dos cursos d’água. São digitalizadas manualmente por interpretação visual das imagens de satélite.

d) Áreas de Preservação Permanente – São áreas que variam de acordo com a largura do rio, representadas por feições vetoriais poligonais. É utilizado um modelo que combina algumas ferramentas de geoprocessamento e realiza o mapeamento automático da área em faixa marginal definida por lei de acordo com a largura do rio. São mapeadas somente as APP associadas aos cursos d’água e nascentes (Figura 2).

Figura 2 – Áreas de Preservação Permanente mapeadas na Sub-bacia do Rio Manissauá-Missu

e) Mapeamento da vegetação e uso do solo – É uma classificação da área de estudo baseada em imagens de satélite. As classes são convertidas para feições vetoriais poligonais e são calculadas as áreas totais de cada classe. As classes são: 1) Floresta; 2) Floresta Degradada; 3) Área degradada com árvores; 4) Área Degradada sem árvores e 5) Agricultura/Pastagem 6) Solo Exposto. Uma classificação não supervisionada é feita inicialmente para se estabelecer as classes e posteriormente uma classificação supervisionada para refiná-las. As informações da classificação são complementadas com dados de ocorrências verificadas em campo e nas imagens.

Estas ocorrências podem ser pontuais ou recorrentes, como focos de incêndio e sinais de exploração madeireira (Figura 3).

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Figura 3. Mapeamento da exploração madeireira: a) imagem raster; b) imagem classificada.

f) Sub-Bacias Hidrográficas – São feições que delimitam a área de influencia sobre a hidrografia. São representadas por feições vetoriais poligonais. Existem diferentes níveis de sub-bacias, que são estabelecidas de acordo com uma área mínima de influencia. As sub-bacias são delimitadas usando uma área mínima de influencia de 2000 hectares.

Após a criação das feições espaciais, são feitas operações de geoprocessamento que calculam as áreas e cruzam as informações. Assim temos a área total de APP, área total das classes e área total das classes em APP na bacia, nas sub-bacias ou nos municípios.

2. Mapeamento das Propriedades Rurais

Esta etapa visa o detalhamento das feições espaciais que compõem a base cartográfica a uma escala menor. Para tal são utilizadas imagens supermode das propriedades rurais com alta resolução espacial (pixel de 2,5 metros) (Figura 4), bem como levantamentos com aparelhos GPS de mapeamento. Dessa forma, é possível ajustar o mapeamento da hidrografia e das nascentes e acrescentar dados de ocorrências recentes que não foram captadas no mapeamento inicial. Nesta etapa é feita a delimitação dos sítios de recuperação e um refinamento da classificação da vegetação. As informações do levantamento são armazenadas no sistema informatizado e servem como ponto inicial do sistema de monitoramento das propriedades.

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Figura 4 – Imagem Supermode com o mapeamento do limite da propriedade rural (vermelho) e da APP (amarelo).

Considerando critérios de elegibilidade da terra e adicionalidade, são selecionados os sítios para a recuperação.

Elegibilidade da Terra

A escolha dos sítios de intervenção será realizada de acordo com os procedimentos para a demonstração da elegibilidade da terra para projetos de A/R MDL. A elegibilidade de projetos A/R MDL deverá ser demonstrada baseada nas definições fornecidas no parágrafo 1 do anexo 16/CMP.1 do documento “Land use, land-use change and forestry”. A seguir, alguns critérios para demonstrar a elegibilidade da terra:

A vegetação atual não pode alcançar os indicadores nacionais que definem uma formação florestal.

O uso atual do solo não proporcionará acúmulo de biomassa para que a área não se transforme em floresta.

Para atividades de reflorestamento, a área deve estar sem floresta desde o dia 31 de dezembro de 1989.

Sendo assim, os procedimentos que serão utilizados para selecionar as áreas elegíveis de acordo com os critérios estabelecidos são:

a) Áreas desflorestadas desde o dia 31 de dezembro de 1989: Processamento de imagens de satélite Landsat 5 de 1988 e 2009 (Classificação não-supervisionada

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com as classes solo exposto, agricultura, pastagem, floresta degradada com árvores, floresta degradada sem árvores e floresta conservada) e seleção das áreas da classe “agricultura e pastagem”.

b) Variação do estoque de biomassa nos últimos anos: Análise do “Normalized Difference Vegetation Index” (NDVI) das imagens de satélite Landsat 5 de 1988 e 2009 durante a estação seca. Após o cáculo do NDVI das imagens do ano de 1988 e 2009, um mapa da diferença desse índice será gerado. A diferença entre as duas imagens durante esse intervalo de 21 anos mostrará diferenças na cobertura da vegetação.

Adicionalidade

Ainda, será fornecido uma explanação para demonstrar a adicionalidade do projeto de reflorestamento através das seguintes barreiras:

Investimento

O alto custo da adequação ambiental das propriedadas faz com que o custo de oportunidade de uma cultura agrícola ou a criação de gado seja maior.

Tecnológicas

A ausência do conhecimento técnico, a falta de infra-estrutura e pessoal qualificado para a atividade de reflorestamento inviabiliza esse tipo de atividade.

Prática comum

O reflorestamento de Áreas de Preservação Permanente (APP) é negligenciado na região, sendo a prática comum a pecuária e a agricultura nas margens dos rios.

Condições ecológicas locais

A regeneração natural é dificulutada pelo uso atual do solo e o tipo de manejo.

3. Diagnóstico Inicial e Intervenção nos Sítios de Recuperação

O Diagnóstico Inicial dos Sítios de Recuperação (Figura 5) é feito a partir de um levantamento de campo, por meio do preenchimento de um formulário impresso (Anexo A) ou eletrônico (Figura 6). Este formulário possui uma interface que apresenta as informações requeridas para o diagnóstico e servirá para orientar as atividades de intervenção nos projetos de recuperação. O diagnóstico está divido em seis fases:

a. Caracterização da Área

b. Histórico da Degradação

c. Nível de Degradação da Vegetação

d. Nível de Degradação dos Solos

e. Banco de Sementes

f. Atividades Produtivas existentes

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Figura 5 – Sítio de intervenção (polígono selecionado em azul)

Figura 6 – Exemplo do formulário eletrônico utilizado para o diagnóstico inicial.

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Em seguida, temos a fase de implementação das ações de recuperação. O conjunto de ações a serem adotadas é escolhido em função da disponibilidade financeira e de uma avaliação dos resultados do diagnóstico inicial. O sistema de informações funciona como uma memória das atividades realizadas naquela área e está dividido em sete partes (Figura 7):

a. Proteção da Área

b. Recuperação do Solo

c. Manejo da Recuperação Natural

d. Introdução de Espécies

e. Custo de Implementação

f. Remanejamento das Atividades Produtivas anteriores

Figura 7 – Exemplo do formulário eletrônico usado na fase de implementação com detalhe da característica ‘dropdown box’.

4. Monitoramento de Projetos de Recuperação

Para o adequado monitoramento das remoções líquidas de gases de efeito estufa do projeto, é estabelecida a linha de base e são feias as estimativas ex-ante e ex-post, conforme segue.

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Linha de base

Estratificação da área do projeto

A estratificação da área deverá ser empregada para a diminuição de erros e tendências nas estimativas de biomassa e projeções da linha de base. A área do projeto será dividida e dois (2) estratos de linha de base (Tabela 1):

Estrato AP: Gramínia exótica introduzida em áreas de floresta ripária (cursos d'agua e nascentes).

Estrato CP: Gramínia exótica introduzida em áreas de mata de galeria (cursos d'agua e nascentes).

Estoque de carbono atual e projeções da linha de base

De acordo com a metodologia desenvolvida para projetos de pequena escala de florestamento e reflorestamento AR-AMS0001, o cenário de linha de base plausível para o projeto é considerado como sendo o uso da terra antecedente à implantação do projeto. A fronteira do projeto contém Áreas de Preservação Permanentes (APP) Degradadas, de uso atual de pastagem ou agricultura, com poucas possibilidades de se transformarem em floresta devido ao modelo atual de desenvolvimento da região e as condições de degradação.

As pastagens utilizadas para a criação de gado nessas regiões são frequentemente de baixo rendimento e as práticas de manejo mais comuns são a roçada (limpeza da pastagem) e o fogo. Na ausência do projeto de reflorestamento proposto, as variações nos estoques de carbono da biomassa viva acima e abaixo do solo são insignificantes. Sendo assim, espera-se que as variações no estoque de carbono proveniente do processo de regeneração natural não exceda 10% do total de tCO2e removido pelo projeto ou até mesmo diminua na ausência do projeto.

Ainda, de acordo com a metodologia AR-AMS0001 temos: “Se as mudanças no estoque de carbono da biomassa viva acima e abaixo do solo de espécies arbóreas perenes e gramínias não excederem 10 % das remoções líquidas ex-ante de GEE do projeto, então as mudancas no estoque de carbono poderá ser assumida como sendo zero (0) na ausência da atividade do projeto”.

Portanto, as variações no estoque de carbono da linha de base será igual a zero (0).

Cálculo do estoque de carbono corrente

O estoque de carbono corrente será calculado a partir de estimativas de biomassa viva acima e abaixo do solo de gramínias e indivíduos arbóreos que ocorrem em uma pastagem típica da região, sob todas as práticas de manejo descritas acima. Os valores de biomassa viva de gramínias propostos no “Guide for good pratices for LULUCF” do IPCC serão utilizados para o cálculo do estoque de carbono das gramínias. Para os indivíduos arbóreos, os valores médios de densidade e diâmetro a altura do peito (DAP) apresentados em estudos realizados em áreas similares ao projeto serão utilizados para o cálculo da

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biomassa e posterior cálculo do estoque de carbono desses indivíduos. Por fim, o estoque de carbono total (tC ha-1) será igual a soma dos estoques dos dois compartimentos descritos acima.

Tabela 1. Área, uso da terra e projeções da linha de base para cada estrato.

STRATO ÁREA (ha) USO DA TERRA LINHA DE BASE OBS.

Amazônia Pastagem (AP) 100

Cerrado Pastagem (CP) 250

Gramínia exótica introduzida em

áreas de floresta ripária

Fogo, roçada e o pisoteamento da vegetação pelo

pastejo continuarão a

degradar essas terras,

impossibilitando a regeneração

natural

A roçada da pastagem ocorre

no início da estação seca, todo

o ano. O fogo é uti lizado na reforma da pastagem

Gramínia exótica introduzida em

áreas de floresta de mata de galeria

Fogo, roçada e o pisoteamento da vegetação pelo

pastejo continuarão a

degradar essas terras,

impossibilitando a regeneração

natural

A roçada da pastagem ocorre

no início da estação seca, todo

o ano. O fogo é uti lizado na reforma da pastagem

Estimativas ex-ante

Estratificação da área do projeto

A estratificação da área do projeto para os cálculos das estimativas ex-ante também será empregada. Foram definidos os seguintes estratos de acordo com a vegetação atual e o método de intervenção do reflorestamento:

Estrato AP.SM: Semeadura direta de sementes em áreas de floresta ombrófila (Amazônia).

Estrato AP.PM: Plantio de mudas em áreas de floresta ombrófila (Amazônia).

Estrato CP.SM: Semeadura direta de sementes em áreas de mata de galeria (Cerrado).

Estrato CP.PM: Plantio de mudas em áreas de mata de galeria (Cerrado).

Estimativas ex-ante das remoções líquidas de GEE

O estoque de carbono para o cenário do projeto no início da data da atividade do projeto será igual ao estoque de carbono da linha de base da data inicial do projeto. Portanto:

CP.stock(t=0)=CB.stock(t=0)

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Para os outros anos, o estoque de carbono (CP.stock(t)) no tempo t será calculado da seguinte maneira:

CP.stock(t) = ∑(C.AGB(t)i + C.BGB(t)i)*A(i)

CP.stock(t) – Estoque de carbono total na biomassa no tempo t

C.AGB(t)i – Estoque de carbono na biomassa viva acima do solo (AGB) (tC ha-1)

C.BGB(t)i - Estoque de carbono na biomassa viva abaixo do solo (BGB) (tC ha-1)

A(i) – Área do estrato i

Para a presente proposta, seguindo o padrão de projetos de reflorestamento MDL, serão considerados apenas a AGB e BGB para o cálculo dos estoques de carbono. O estoque de carbono de ambos os compartimentos será calculado em função da biomassa. A biomassa viva acima do solo no tempo t do cenário do projeto será calculado com base em taxas anuais de incremento de biomassa apresentadas na literatura científica de trabalhos realizados em áreas similares. A biomassa viva abaixo do solo será calculada a partir da biomassa viva acima do solo e fatores “root to shoot” de razão raiz/parte aérea apresentados na literatura científica e propostos pelo IPCC.

A estimativa ex-ante da remoção real de GEE no tempo t será igual a:

∆Cproj(t) = (CP.stock(t) – CP.stock(t-1))*(44/12)/ᐃ t

ᐃ cproj(t) – remoção real de GEE por ano (tCO2e ano-1 )

CP.stock(t) – Estoque de carbono total do projeto no tempo t (tC)

ᐃ t – incremento em tempo = 1 ano

Por fim, a remoção líquida será igual a:

Rlproj = ∆Cproj(t) - ∆Cbaseline(t) - EP(t) – L(t)

Rlproj – remoção líquida de GEE (tCO2e ano-1)

∆Cproj(t) - remoção real de GEE (tCO2e ano-1)

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∆Cbaseline(t) – remoção real de GEE da linha de base (tCO2e ano-1)

EP(t) – emissões do projeto (tCO2e ano-1)

L(t) – vazamento (leakage) (tCO2e ano-1)

As emissões do projetos são consideradas insignificantes de acordo com a metodologia AR-AMS0001. Ainda, de acordo com a decisão 6/CMP.1 (anexo, apêndice B, parágrafo 9) a estimativa do vazamento ou “leakage” não será requerida e será assumida como sendo igual a zero (0) se os participantes do projeto demonstrarem que o projeto de reflorestamento de pequena escala não resultará em deslocação de atividades ou pessoas, ou não impulsionará outras atividades fora da fronteira do projeto, atribuídas ao projeto e que desta maneira aumentaria as emissões de GEE por fontes.

Estimativas ex-post

Estimativa ex-post das remoções de GEE da linha de base

De acordo com a decisão 6/CMP.1, apêndice B, parágrafo 6, o monitoramento da linha de base não é requerido.

Cálculos das emissões do projeto

De acordo com a metodologia AR-AMS0001, a única fonte de emissão que deverá ser considerada para os cálculos das emissões das atividades do projeto é a de NOx proveniente dos fertilizantes nitrogenados. O uso de fertilizantes nitrogenados não está previsto em nenhum dos métodos de intervenção selecionados para o reflorestamento das áreas na fronteira do projeto.

Vazamentos

A estimativa do vazamento será realizada através do monitoramento de cada um dos seguintes indicadores, seguindo citações da metodologia AR-AMS0001:

Área de agricultura dentro da fronteira do projeto deslocada devido a ativiade do projeto.

Número de animais domésticos de pastoreio deslocados devido a atividade do projeto.

Para os animais ruminantes, o número médio de animais por hectare deslocados devido a atividade do projeto.

Para o presente projeto de reflorestamento, nenhum tipo de migração de pessoas ou atividades serão esperadas. Ainda, não ocorrerá supressão de nenhum tipo de vegetação para a agricultura fora da fronteira do projeto. Devido a pequena área da fronteira do

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projeto (em média 300 ha), espera-se que o vazamento seja igual a zero (0). Devido as práticas de manejo prevalecentes na região, a densidade média de bovinos por hectare na região da fronteira do projeto é muito pequena (próxima de 1 cabeça por hectare). A adoção de algumas práticas simples de manejo, tais como a rotação de áreas para a pastagem dentro da propriedade, será incentivada pelos participantes do projeto se por ventura uma pequena quantidade de animais ruminantes forem deslocadas de um local fora da fronteira do projeto. Sendo assim, espera-se que a supressão de nenhum tipo de vegetação para a implantação de pastagens seja efetuada.

Estimativas ex-post das remoções reais de GEE

O monitoramento do acúmulo de carbono em cada estrato da área do projeto será realizado a cada 5 anos, em um total de 30 anos de período de monitoramento.

A estratificação da área do projeto para as estimativas ex-post será igual a utilizada para as projeções ex-ante. Com isso, a estimativa de estoque de carbono (expresso em tCO2e) será realizada de acordo com a seguinte equação:

CEex-post(t) = ∑(C.AGB(t)i + C.BGB(t)i)*Ai*(44/12)

CEex-post(t) – Estoque de carbono na fronteira do projeto no tempo t (tCO2e)

C.AGB(t)i – Estoque de carbono na AGB no tempo t e estrato i (tC ha-1)

C.BGB(t)i - Estoque de carbono na BGB no tempo t e estrato i (tC ha-1)

Ai – área do estrato i

Para a estimativa do estoque de carbono da AGB, calculado para cada estrato i, temos:

C.AGB(t)i = AGB(t)i * 0.5

AGB(t)i – estimativa da AGB acumulado pelo projeto (t m s ha-1)

0.5 – fração do carbono da matéria seca

A estimativa da AGB será realizada através das seguintes etapas:

Estabelecimento de parcelas permanentes de 400 m² (20 x 20 m) nos estratos pré-estabelecidos de acordo com o seguinte protocolo de instalação:

Delimitação de cada parcela com o auxílio de bússola analógica e baliza topográfica;

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ICV, Março de 2009

A parcela permanente deverá ser alinhada preferenciamente no eixo norte-sul. Para as áreas de plantio com mudas a parcela deverá estar alinhada com a linha do plantio;

Plaquemento de todos os indivíduos arbóreos da parcela com o diâmetro à altura do peito (DAP) maior que 5 cm. O plaqueamento deverá ser realizado a 1.60 m para ser tomado como referência o ponto exato de medição (1.30 m) e minimizar os erros de deslocamento do ponto de medida;

Mapeamento de todos os indivíduos arbóreos plaqueados dentro da parcela, estabelecendo o eixo y alinhado para o norte;

Medidas de diâmetro à altura do peito (DAP), altura total e identificação botânica de cada indivíduo arbóreo.

Estimativa da AGB na floresta ripária utilizando a equação alométrica proposta por Chambers et. al. (2001) e modificada por Baker et. al. (2004), com a correção proposta por Nogueira et. al. (2008) para altura (11 %):

AGB = ρ/0.67 * { exp [ 0.33 * (ln DAP) + 0.933 * (ln DAP)² – 0.1222 * (ln DAP)³ – 0.37] }

ρ – densidade básica da madeira

Estimativa da AGB na floresta de galeria utilizando a equação alométrica proposta por Chave et. al. (2005) com a correção de Nogueira et. al. (2008) para densidade da madeira (9%):

AGB = ρ * exp (-2.977 + ln (ρ * DAP² * H))

H – altura total do indivíduo arbóreo

Para a estimativa do estoque de carbono da BGB, calculado para cada estrato i, temos:

C.BGB(t)i = AGB(t)i * 0.5 * R

R – razão “root to shoot”

Intensidade amostral

Com o objetivo de calcular o número ideal de parcelas a serem instaladas em cada estrato (intensidade amostral), serão instaladas sete (7) parcelas permanentes em cada estrato

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ICV, Março de 2009

para o cálculo do desvio padrão do estrato. Após o cálculo do desvio padrão, a intensidade amostral será determinada a partir da seguinte equação:

n = (t² * Sest) / (E² + (t² * Sest / N))

n – número de parcelas por estrato

t – valor de t de Student (95% intervalo de confiança)

Sest – desvio padrão do estrato

E – erro padrão pré-estabelecido de 10 %

N – número total de parcelas pré-estabelecido para a população considerando todos os estratos

As parcelas permanentes serão alocadas de forma aleatória em cada estrato.

A média do estoque de biomassa será calculada a partir das estimativas das parcelas permanentes de cada estrato. Com a média da estimativa e a área de cada estrato será calculado o total de carbono estocado em toda a fronteira do projeto em um determinado ano.

Além das parcelas permanentes, como descrito acima, o sistema ainda prevê o monitoramento do sítio de intervenção, da propriedade e da sub-bacia ou município. Com o auxílio do sensoriamento remoto e as medidas de campo, correlações entre índices de vegetação e o estoque de carbono serão testados e modelos de regressão ajustados para avaliar a relação entre a resposta espectral e o estoque de carbono. Após o teste da correlação, em escala regional, o sistema fornecerá um diagnóstico do desenvolvimento de toda a área de dentro e fora do projeto em processo de restauração. A partir dessas correlações, inferências sobre o estoque de carbono e sua variação ao longo do tempo em escala regional serão realizadas.

Monitoramento da qualidade da restauração

O monitoramento da qualidade da restauração será uma ferramenta essencial para garantir o sucesso dos plantios nas áreas em processo de restauração. Por isso, além do monitorameno do acúmulo de carbono, será realizado um monitoramento da qualidade da restauração nos tres (3) primeiros anos após o plantio.

Parcelas permanentes de 25 m² (5 x 5 m) serão distribuídas ao longo dos mesmo estratos pré-estabelecidos e descritos acima. O interalo de monitorameno da qualidade da restauração será de um (1) ano. Os critérios adotados para a qualidade são:

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Avaliação da emergência de espécies florestais

Contagem e identificação de todos os indivíduos emergidos

Avaliação da sobrevivência de espécies florestais

Avaliação e monitoramento do número de indivíduos por espécie

Cobertura de copa (%) das espécies florestais

Referências citadas

CHAMBERS, J.Q., SANTOS, J, RIBEIRO, R.J. & HIGUCHI, N. 2001. Tree damage, allometric relationships, and above-ground net primary production in central Amazon Forest. Forest Ecol. Manag. 152(1-3):73 84‐ .

CHAVE, J., ANDALO, C., BROWN, S., CAIRNS, M., CHAMBERS, J.C., EAMUS, D., FÖLSTER, H., FROMARD, F., HIGUCHI, N., KIRA, T., LESCURE, J., NELSON, B.W., OGAWA, H., PUIG, H., RIÉRA, B. & YAMAKURA, T. 2005. Tree allometry and improved estimation of carbonstocks and balance in tropical forests. Oecologia 145:87-99.

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ANEXO A

FORMULÁRIOS DE DIAGNÓSTICO E MONITORAMENTO DOS

PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (RAD)

I – CADASTRO DA ÁREA

Nome do proprietário No ou Nome da Propriedade ou lote:

RG: Administrador da propriedade

CPF:

Município Endereço Rural (indicações)

Técnico: Data da Visita

Telefone(s): Macro e micro-bacia:

E-mail: Data da implantação:

Coordenada Sede Latit./Long: S ___ o, ___ ', ___'' e W ___ o, ___ ', ___''

Nº Identificador do Polígono: ________________________

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ICV, Março de 2009

PLANILHA DIAGNÓSTICO

II – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM RECUPERAÇÃO

Tipo de Solo: ( ) Cascalho ( ) Areno-argiloso ( ) Arenoso ( ) Argiloso

Umidade do Solo: ( ) Seco ( ) Encharcado ( ) Inundado periodicamente

Tipo de Vegetação Original: ( ) Cerrado ( ) Floresta Estacional

( ) Floresta Ombrófila ( ) Mata de Varjão ( ) Mata de Galeria

Declividade: ( ) Declividade até 10 graus ( ) Declividade entre 10 e 20 graus

( ) Acima de 20 graus

Compactação do solo: ( ) Muito Compactado ( ) Pouco Compactado ( ) Terra fofa

________________________________________________________________________

__

III – HISTÓRICO DA ÁREA EM RECUPERAÇÃO

Ano do desmatamento:

Quantas vezes o local foi queimado:

Tempo decorrido desde último fogo: ( ) NA ( ) < 1 ano ( ) 1 a 2 anos

( ) 2 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) > 10 anos

Tipo de uso anterior: ( ) Pastagem ( ) Cultura Anual ( ) Aterro ( ) Cultura

Perene ( ) Retirada de terra/Mineração ( ) Floresta exótica ( ) _______

Duração do uso anterior (último uso): ( ) NA ( ) < 3 anos ( ) 3 a 5 anos

( ) 5 a 10 anos ( ) > 10 anos

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IV – POTENCIAL DE REGENERAÇÃO NATURAL

Distância até a área nativa mais próxima (m):

Vegetação da área mais próxima: ( ) igual a que vai ser recuperada ( ) diferente

Floresta Vizinha: ( ) < 10ha ou Estreita ( ) >10 ha ( ) >100 ha ( ) NA

Regeneração Natural na Área Degradada:

( ) Rala e Pobre ( ) Densa e Pobre ( ) Rala e Rica ( ) Densa e Rica

________________________________________________________________________

__

V – ISOLAMENTO DOS FATORES DE PERTURBAÇÃO

Gado ou outro animal doméstico bebe no rio? ____

Tem corredor do pasto até o rio? _____

Bombeia água para o gado fora de APP?______

Não tem gado ( )

Quantos metros de cerca protegem a APP? Arame ( ) Elétrica ( ) Cerca-viva ( )

Tem problemas com erosão ou enxurradas? ( ) sim ( ) não

Fez obras para conter enxurradas, erosões ou voçorocas? ( ) sim ( ) não

Quais? ( ) Curvas de nível ( ) Bacias de contenção ( ) Aterramento / Drenagem

( ) Nenhum ( ) Outros: Sabe o custo? R$

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ICV, Março de 2009

VI – RECUPERAÇÃO E PREPARO DE SOLO

Quantas escarificações? _________ Quantas gradagens?________

Quantos nivelamentos?_________ Utilizou herbicida? _________

Quantas diárias para preparar a terra e plantar? _________

Adubação: ( ) Adubação química ( ) Calagem ( ) adubação orgânica ( )NA

Adubação verde ( )

Inoculação de Sementes: ( ) Sim ( ) Não

________________________________________________________________________

__

VII – INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES

Método de intervenção: covas ( ) plantadeira ( ) a lanço ( ) ilhas ( )

Regeneração natural ( )

Área em Restauração com Plantio (ha):

Mudas plantadas (total): Número de espécies:

Sementes Árv. plantadas (Kg): Número de espécies:

Sementes feijão-de-porco (Kg):

Sementes feijão-guandu (Kg):

Sementes (outra) (Kg):

Data do plantio (dd/mm/ano:

Custo estimado por hectare do plantio:

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ICV, Março de 2009

PLANILHA DE MONITORAMENTO

VIII – MANUTENÇÃO DA ÁREA

Manejo da Área: ( ) abandono ( ) Capina manual de Coroamento ( ) Capina química

de Coroamento ( ) Roçada seletiva ( ) Adubação ( ) enriquecimento

Quantas diárias para a manutenção da área?

Com que freqüência vão olhar ou manejar a área? ( ) 1 vez por semana ( ) 1 vez por

mês ( ) 1 vez por semestre ( ) 1 vez por ano ( ) nunca

Quantas pessoas visitaram e se interessaram pela área? Quem?

( ) Vizinhos ( ) familiares ( ) Outros

A área proporcionou colheitas?________ O que?________

A cerca está funcional?________ A área sofreu com o fogo?________

As árvores sofreram com a formiga?________

As árvores sofreram com a fauna silvestre?_________

As árvores sofreram com o encharcamento?_________

As árvores sofreram com algum evento de inundação?_________

Existe problema de erosão?________

X – DESENVOLVIMENTO DA VEGETAÇÃO

Tempo de Restauração da Área:

Árvores (densidade/ha):

Espécies Pioneiras:

Espécies Não-Pioneiras:

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ICV, Março de 2009

Cobertura de Copa (%):

Cobertura de gramínias invasoras (%):

Altura da serapilheira:

Altura média do Dossel:

Área basal (m²/ha):

Estoque de carbono (tC ha):

Taxa de crescimento diamétrico (comunidade):

Taxa de mortalidade:

Taxa de recrutamento:

Técnico responsável__________

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ICV, Março de 2009

Monitoramento de todos os Indivíduos (QUALIDADE DO RESTAURO)

Parcela Nome Quantidade Altura média foto/coleta obs

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ICV, Março de 2009

Próximos Passos

O quê o proprietário se propõe a fazer para a continuidade deste projeto? Quais suas

maiores limitações ou dificuldades?

Coordenadas Geográficas das fotos

Foto Latitude Sul (S) Longitude Oeste (W)

Azimuth grau (o) minuto (’) segundo (") grau (o) min (‘) seg. (")

1

2

3

4

5

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ICV, Março de 2009

Fazer croqui de mapa da propriedade, com rio e medidas do módulo.

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ICV, Março de 2009

MATRIZ DE ANÁLISE DOS DADOS

Uma matriz desse tipo nos permitirá dar uma nota para cada Área em Restauração. Mas

antes devemos reconstruí-la com nossos indicadores e pesos (Durigan, 2008).

Grupo Indicador Nível de adequação

Peso 1 2 3

Isolamento da Área dos

Fatores de

Perturbação

Proteção contra fogo, erosão ou

poluição

Área protegida desses 3 elementos.

Área desprotegida de 1 desses elementos.

Área desprotegida de 2 ou mais desses elementos

1

Proteção contra gado, galinhas,

porcos, etc.

Não se detectam sinais de perturbação

São detectados sinais de perturbação, em até 30%

da área.

São detectados sinais de perturbação, em mais de

30% da área.

2

Fim das

perturbações

Detectam-se sinais de regeneração natural

na área toda

São detectados sinais de regeneração natural, em

mais de 30% da área, em ilhas.

São detectados sinais de regeneração natural, em

menos de 30% da área. 2

Manutenção

Mortalidade das mudas

Menor que 10% Entre 10 e 20% ou menor, localizada em reboleiras

Entre 10 e 20% localizada em clareiras ou acima de

20% dispersos na área 1

Periodicidade de visitas ou manejo da

área >1 / mês

< 1 / mês e

> 1 / semestre <1 / semestre 1

Despertou o interesse em outras

pessoas

>5 > 2 e < 5 < 2 1

Cobertura do solo por capins exóticos

Menor que 20% da área ou

não invadindo as coroas das mudas.

> 20% e < 50% da área

ou

Mais de 70% das coroas de mudas não invadidas.

Maior que 50%

ou

mais de 30% das coroas invadidas

2

Estrutura

Número de Espécies

> 30 espécies >15 e <30 espécies < 15 espécies 1

Pioneiras / Não-Pioneiras

Próximo de 50% dos indivíduos

Relação P / NP até 30% / 70%

Relação P / NP menor que 30% / 70%

1

Árvores / m2 > 3 > 1 e < 3 < 1 2

Altura do Dossel Igual ou maior que o

esperado para a idade Menor que o esperado

pela idade Sem cobertura de copa 1

Camadas de serapilheira

> 5 > 2 e < 5 < 2 2

Cobertura de copa > 75 % > 50% e < 75% < 50% 2