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FRANKLIN LOPES KLOCK ABORDAGEM ESTRATÉGICA PARA APLICAÇÃO DE REDES ELÉTRICAS INTELIGENTES À DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Plano de Negócio

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Plano de negócios para aplicação do processo de Roadmapping aos sistemas de distribuição.

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FRANKLIN LOPES KLOCK

ABORDAGEM ESTRATÉGICA PARA APLICAÇÃO DE REDES ELÉTRICAS INTELIGENTES À DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Curitiba, 2015.

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Na medida em que o consumo de energia elétrica avultou significativamente

nos últimos vinte anos, o aumento da confiabilidade e qualidade dos serviços de

distribuição configurou-se imperativo, visto que a carga sofreu modernizações desde

os clientes industriais até os residenciais, demandando atualizações tecnológicas

das estruturas de distribuição. Evidentemente, não somente os níveis de tensão de

distribuição demandaram acréscimo na qualidade, mas o setor como um todo, desde

a geração.

No contexto brasileiro, após a criação da Agência Nacional de Energia

Elétrica - ANEEL em 1996 e as posteriores resoluções normativas as quais definiram

índices de continuidade e qualidade, como Duração Equivalente de Interrupção e

Frequência Equivalente de Interrupção, e estabeleceram limites para tais

indicadores, individual ou coletivamente, a confiabilidade, eficiência e

sustentabilidade do fornecimento dos circuitos distribuidores tornaram-se não

somente uma questão de boa imagem diante dos clientes, mas um diferencial

estratégico no desenvolvimento das companhias. E mais, ponderando os resultados

dos últimos ciclos de revisão tarifária e as condicionantes para renovação dos

contratos de concessão da distribuição, a conformidade com os índices e a saúde

econômica são atualmente requisitos fundamentais para a sobrevivência das

organizações.

Outra consequência importante a considerar devido ao desligamento de um

circuito quando, por exemplo, a proteção atua para extinguir uma falta, é a energia

não distribuída, diminuindo o lucro da concessionária e aumentando o custo para

seus clientes. Tais complicações são enumeradas apenas do ponto de vista da

interrupção do fornecimento, isto é, algo de mais imediato quando a rede de

distribuição não apresenta um funcionamento adequado, existindo, porém,

preocupações não menos relevantes de outra natureza, como qualidade do produto,

redução de perdas técnicas e não técnicas, telemedição avançada, inserção de

geração distribuída e veículos elétricos, dentre outras.

As soluções e reações tecnológicas às necessidades supracitadas são

compiladas sob o conceito de Rede Elétrica Inteligente – REI, do inglês Smart Grid,

a qual no âmbito da distribuição pode ser inicialmente descrita como redes que

integram ações de todos os usuários, lançando mão de produtos e serviços de

Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para monitorar, operar e coordenar

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os diversos circuitos e subestações, a fim de distribuir energia de maneira

econômica, sustentável e segura.

No decurso da estruturação deste conceito, os meios empregados e os

modos de evolução das redes convencionais para as inteligentes foram, e são,

extensamente discutidos, tanto quanto o limiar entre uma rede comum automatizada

e uma REI, de sorte que surgiram diversos estudos e ferramentas para inserção

otimizada e progressiva destas novas tecnologias e métodos ao que vinha sendo

feito.

Um recurso largamente aplicado para inserção e/ou desenvolvimento de

novas tecnologias nas organizações é o Mapeamento Estratégico, do inglês

Roadmapping, o qual é “uma abordagem estratégica, objetiva e flexível para auxiliar

no gerenciamento e planejamento da inovação”. Consiste num processo consolidado

para mapear as estratégias, ações e objetivos relacionados com a inovação, seja

numa empresa, setor, ou mais especificamente, num negócio. Seu principal

resultado é o roadmap, que integra em camadas, observando uma progressão

temporal, distintos entendimentos, tais como técnico e comercial, na elaboração e

consecução de um plano para responder três perguntas: “Onde estamos?”, “Aonde

queremos chegar?” e “Como chegaremos?”.

A despeito do enfoque de cada região do mundo às Redes Elétricas

Inteligentes – REI e ao modo de seu desenvolvimento, estas são inerentemente

multidisciplinares. Agregam a participação de áreas distintas: econômica, de

regulação, medição de energia, fluxo de potência, qualidade de energia, proteção e

outras.

Dada tal interdisciplinaridade, o Mapeamento Estratégico, por sua própria

composição, ajusta-se satisfatoriamente ao ambiente complexo e de difícil

entendimento que configura o contexto da inovação. A arquitetura dos Mapas

Estratégicos resultantes, que une distintos pontos de vista arranjados em camadas e

observa uma linha de progressão temporal, assinala o processo de Mapeamento

Estratégico dentre as demais abordagens no planejamento e gerenciamento da

pesquisa, desenvolvimento e inovação. Outra vantagem do Mapa Estratégico é seu

caráter gráfico o qual versatilmente apresenta as informações, diferenciando cores e

formas, por exemplo, estruturando os elementos relevantes dos novos processos e

tecnologias, algo que facilita a assimilação pelas diversas divisões da organização.

Por meio desta característica, informações antes dispersas ao longo do

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organograma e de documentos e processos de natureza distinta, podem ser

coletadas, organizadas e apresentadas às partes interessadas, criando um

panorama da inovação, conforme Figura 1.

FIGURA 1 – O Mapa Estratégico como ferramenta para esclarecer o contexto da inovação.

Há dois tipos predominantes de aplicação do Mapeamento Estratégico nas

organizações: para definir estratégias de inovação e para planejamento de novos

produtos e tecnologias. Uma distribuidora de energia que tenha como objetivo a

implantação das REI em seu negócio certamente será enquadrada na primeira

opção. Para identificação e aplicação de estratégias de inovação há três atividades

essenciais as quais são análise estratégica (ambiente interno e externo), formulação

estratégica e realização estratégica, de acordo com a Fig. 2.

FIGURA 2 – Atividades essenciais do processo de Planejamento Estratégico.

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Focado no âmbito da distribuição de energia e suas múltiplas subáreas,

despontaram ferramentas computacionais para apoiar os administradores e

controladores das redes e equipes de campo, os chamados Sistemas de

Gerenciamento Avançado da Distribuição. No inglês Advanced Distribution

Management System – ADMS são sistemas de suporte à decisão, consistindo numa

plataforma completa de gestão e otimização da distribuição de energia a qual

contribui para o monitoramento e gerenciamento seguro e eficaz dos ativos das

concessionárias. São desenvolvidos segundo a concepção das REI e contemplam

eficiência energética, resposta à demanda e recursos tecnológicos distribuídos para

permitir aos operadores das redes decisões mais inteligentes e acertadas, e às

distribuidoras entregar energia de forma mais confiável, eficiente e a um menor

custo.

O ADMS possui funções de análise e operação em tempo real e ferramentas

de estudos cujas premissas e efeitos podem ser simulados sem conexão com

sistema em operação. Por conseguinte, para sua plena aplicação é imprescindível já

possuir uma tecnologia de base, como Telemetria (ao menos tele operação), certo

nível de Automação dos alimentadores e subestações, e Sistemas Georrefenciados.

O propósito global deste plano de negócio é, portanto, contribuir para

inserção de novas tecnologias no Setor Elétrico Brasileiro, mais especificamente na

área de Distribição de Energia, por meio de uma abordagem conhecida como

Mapeamento Estratégico, do inglês Roadmapping, propiciando inovação tecnológica

e visando as Redes Elétricas Inteligentes. As principais funções tanto online como

off-line do ADMS servirão como guia dos módulos a sofrerem implementação e

embora, como supracitado, alguma tecnologia de base seja necessária para as

ferramentas mais avançadas, a consultoria oferecida levará a Concessionária de

Distribuição ao conceito de Smart Grid, não importando o nível de tecnologia de

suas redes.

As funções do ADMS serão objeto de análise sistemática para criação dos

Mapas Estratégicos no contexto da Companhia. Durante a abordagem promovida

pelo Mapeamento Estratégico, tecnologias disponíveis serão comparadas, a

viabilidade técnico-econômica de cada aplicação sofrerá investigação e a concepção

de tecnologia por blocos poderá ser explorada, observando o prazo de

implementação de cada módulo. O modo como a inovação é implantada em outras

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organizações e seus possíveis Mapas Estratégicos também constituirão a

abordagem promovida. O nível tarifário da Organização será avaliado para

determinar o impacto destes investimentos e de eventuais formas de financiamento

nos reajustes tarifários anuais, assim como na revisão tarifária periódica.

Por fim, após a captação, organização e ponderação das informações

supramencionadas, os Mapas Estratégicos serão elaborados para cada uma das

ferramentas do ADMS, havendo acompanhamento inicial da implementação por um

período aproximado de seis meses para empresas privadas e 9 meses para

empresas públicas, da data de entrega de cada Mapa Estratégico. Caso a empresa

ainda não tenha feito nenhum investimento, a consultoria incluirá na abordagem a

tecnologia de base.

O trabalho auxiliará posteriormente a Distribuidora na inserção de novas

tecnologias e processos, e na determinação de objetivos, metas e ações para efetiva

implantação da inovação em seu ambiente organizacional, cooperando para seu

planejamento estratégico.

Como remuneração pelas atividades de consultoria será estabelecido o valor

total que a Concessionária gastou no último ano para compensar violações de

índices de continuidade, tais como DIC, FIC, etc. Caso os trabalhos sejam iniciados

no último trimestre do ano, o valor a ser remunerado será aquele que a empresa

indenizou até então. Ou seja, o montante utilizado para ressarcir violações oriundas

da falta de apenas uma ferramenta do ADMS será suficiente para estabelecer o

planejamento estratégico para aplicação de todas as outras funções de Smart Grid.

Apesar das Distribuidoras de Energia possuírem certa semelhança

estrutural, prazos para remuneração, implementação dos Mapas Estratégicos,

tempo de retorno, etc, dependerão do contexto de cada empresa e serão

apreendidos após algumas reuniões iniciais.

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Este documento foi elaborado por:

Franklin Lopes Klock

Klockwork – Diretor Presidente

Em Curitiba, 04 de Dezembro de 2015.