92
1 MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL PLANO DE NEGÓCIO DE EMPREENDIMENTOS ASSOCIATIVOS DA CADEIA PRODUTIVA AGROINDUSTRIA QUEIJO E SALAME FAMILIAR DO TERRITÓRIO EXTREMO OESTE CATARINENSE CEADES – INSTITUTO DE ESTUDOS E ASSESSORIA AO DESENVOLVIMENTO Alvori Cristo dos Santos Chapecó, Abril de 2013

Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

1

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO

SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

PLANO DE NEGÓCIO DE EMPREENDIMENTOS ASSOCIATIVOS DA CADEIA PRODUTIVA

AGROINDUSTRIA QUEIJO E SALAME FAMILIAR DO TERRITÓRI O EXTREMO OESTE CATARINENSE

CEADES – INSTITUTO DE ESTUDOS E ASSESSORIA AO DESEN VOLVIMENTO

Alvori Cristo dos Santos

Chapecó, Abril de 2013

Page 2: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

2

Sumário

Apresentação (3)

Elementos Metodológicos (4)

Resumo Executivo (5)

1 Trajetórias Históricas do Desenvolvimento (21)

2 O Meio Agroecológico (29)

3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31)

4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39)

5 A Agroindustria no Extremo Oeste SC (49)

6 Plano de Negócio e Gestão: O Sistema de Arranjos de Empreendimentos (62)

6.1 O sujeito territorial de desenvolvimento: identidade (64)

6.2 A Matriz de critérios de diferenciação do Arranjo de Empreendimentos (65)

6.3 Funcionamento técnico econômico: Plano de Negócio e Gestão (69)

6.3.1 Caracterização dos empreendimentos (69)

6.3.2 Mix de Produtos e Pontos de Venda (70)

6.3.3 Valor Bruto Comercializado (72)

6.3.4 Logística de Transporte (74)

6.3.5 Logística de Trabalho de Venda (76)

6.3.6 Custos da Etapa de Comercialização (78)

6.3.7 Fluxo e Resultado Econômico de Comercialização (80)

6.3.8 Fluxo e Resultado Econômico Final da Agroindustrialização (83)

6.3.9 Projeção dos resultados pelo Plano de Negócio (87)

6.3.10 Ferramentas de gestão do Plano de Negócio (91)

7. Potencialidades e ameaças do Plano de Negócio e Gestão, Elementos Referência a partir das

Estratégias de Gestão (95)

Bibliografia Consultada (104)

Page 3: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

3

Apresentação

O contexto desta proposição é um mergulho sobre a institucionalidade do desenvolvimento do

Extremo Oeste buscando complexidades pedagógicas e metodológicas diferenciadoras a partir da

ação/visibilidade de alguns resultados e projetar cenários direcionados por eixos de ação. Duas hipóteses

permitem afirmar sobre a possibilidade de bons resultados: a primeira sobre o diferencial institucional

coordenado pelo CEADES cujas características conhecidas dos processos construídos como

CONSADS/SUASA; e a segunda sobe o processo de parcerias construída em novo ambiente de gestão do

espaço público para a agricultura familiar.

Aliado a este contexto de novos elementos a hipótese de que a organização social e econômica

experimentada no Extremo Oeste conseguiu fundar bases avançadas para no contexto desenvolvimentista

futuro associado a políticas públicas para o sujeito agricultura familiar diferenciar-se na organização

econômica dos empreendimentos e no desenvolvimento de um mix de produtos e processos especializados

e diversificados.

Um plano de gestão do desenvolvimento pode ser realizado com múltiplos objetivos: diagnóstico,

proposição, acompanhamento, e execução. Qualquer dos objetivos, no entanto, exige a fase de diagnóstico

a qual define sua envergadura também condicionada por objetivos específicos.

Esta proposta de plano de gestão do desenvolvimento é concebida a partir de alguns componentes

conceituais:

• O desenvolvimento possui identidade regional, trajetória histórica, e fases de consolidação.

• As fases do desenvolvimento regional componentes da trajetória de consolidação não são

completadas por todas as identidades regionais.

• A identidade do desenvolvimento regional é construída a partir de um conjunto de componentes:

ecológicos, culturais, econômicos.

• O Extremo Oeste construiu possibilidades e arranjos econômicos para diferenciar-se em cenários

futuros promovendo a emancipação econômica das famílias cooperadas e dos empreendimentos tornando-

se inclusive referência.

O plano de gestão deve, portanto entre seus objetivos demonstrar a capacidade de ser referência do

território.

Elementos Metodológicos

O trabalho seguiu a estrutura metodológica orientada pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial

para a elaboração de Planos de Negócio – PNEs com adaptações ao objeto de estudo em duas

linhas/áreas temáticas específicas: A gestão da fase de comercialização de grupos de empreendimentos na

forma de Arranjos Econômicos de Empreendimentos Agroindustriais e a perspectiva de que o produto deste

plano contribua como referência metodológica pelas características de desenvolvimento da agroindustria

familiar no território.

Assim alguns passos orientaram a execução do trabalho:

Page 4: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

4

- O diagnóstico do território como paisagem de desenvolvimento gerando ferramentas capazes de

indicar possibilidades de agregar serviços ambientais e sociais aos produtos da agricultura familiar.

- A diferenciação na paisagem de regiões ecológicas de desenvolvimento onde se localizam os

empreendimentos na perspectiva de diferenciar potenciais serviços ambientais e sociais a serem agregados

aos produtos.

- A diferenciação ecológica, social e econômica de trajetórias históricas que diferenciem capacidades

micro regionais e contribuam para a análise e compreensão dos estudos de caso referência.

- A identificação das potencialidades específicas da agroindústria familiar do território diferenciando-a

das demais regiões do estado de Santa Catarina já considerado referência na cadeia produtiva da

agroindústria familiar. Estudo de dados secundários estaduais e primários locais.

- A identificação no território de redes sociais e de sujeito social de desenvolvimento capaz de

aglutinar processos de desenvolvimento e legitimar o trabalho.

- A indicação dos produtos especializados já reconhecidos como referência regional e dos

empreendimentos a serem escolhidos como estudos de caso para a realização do plano de negócio e

gestão.

- O diagnóstico de funcionamento dos empreendimentos estudos de caso da fase de comercialização

na perspectiva de indicar ações para gestão cooperada destes empreendimentos pelas instituições locais e

regionais como arranjos de empreendimentos. Estudo de dados primários nos empreendimentos do

território.

- Elaboração do Plano de Negócio e Gestão para os empreendimentos estudos de caso.

- Validação do Plano de Negócio e Gestão no território com ações propositivas.

Resumo Executivo

O Território Extremo Oeste Catarinense, sujeito deste plano, é constituído por 19 (dezenove)

municípios: Dionizio Cerqueira, Palma Sola, Guarujá do Sul, Princesa, São José do Cedro, Anchieta,

Guaraciaba, Paraíso, Barra Bonita, São Miguel do Oeste, Bandeirante, Descanso, Belmonte, Santa Helena,

Tunápolis, Iporã do Oeste, São João do Oeste, Mondaí e Itapiranga.

Duas características das trajetórias são identificadas e passam a compor as possibilidades de

reprodução social e econômica dos sujeitos sociais atuais.

A – Migrantes Europeus

B – Caboclos e indígenas

Novas características passam a compor as trajetórias históricas:

C – A origem a partir de 1920 dos municípios de Iporã do Oeste, Itapiranga, Mondai, São José do

Cedro, Princesa, São Miguel do Oeste, Palma Sola

D – A origem a partir de 1940 dos municípios de Anchieta, Belmonte e Guarujá do Sul

Page 5: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

5

E - A origem a partir de 1990 com o movimento nacional das emancipações, como é o caso de

Bandeirante, Barra Bonita, Santa Helena, São João do Oeste e Tunápolis. AMEOSC – Associação de

Municípios do Extremo Oeste Catarinense.

A efetiva ocupação deste território está associada, segundo BAVARESCO (2005), a ocorrência de

quatro ciclos: o ciclo da erva-mate, pecuária, o ciclo da madeira e o ciclo agroindustrial. O declínio do

extrativismo madeireiro fez com que o perfil econômico da região fosse gradativamente redesenhado,

abrindo espaços para a agropecuária.

- o ciclo da pecuária,

- o ciclo da erva-mate,

- o ciclo da madeira,

- o ciclo agroindustrial,

Os sistemas produtivos:

- milho/suínos,

- milho/aves,

- feijão, fumo, soja, trigo, mandioca, cana-de-açúcar,

- leite,

Novas características passam a compor as trajetórias históricas:

C – A origem a partir de 1920 dos municípios de Iporã do Oeste, Itapiranga, Mondai, São José do

Cedro, Princesa, São Miguel do Oeste, Palma Sola

D – A origem a partir de 1940 dos municípios de Anchieta, Belmonte e Guarujá do Sul

E - A origem a partir de 1990 com o movimento nacional das emancipações, como é o caso de

Bandeirante, Barra Bonita, Santa Helena, São João do Oeste e Tunápolis. AMEOSC – Associação de

Municípios do Extremo Oeste Catarinense.

A efetiva ocupação deste território está associada, segundo BAVARESCO (2005), a ocorrência de

quatro ciclos: o ciclo da erva-mate, pecuária, o ciclo da madeira e o ciclo agroindustrial. O declínio do

extrativismo madeireiro fez com que o perfil econômico da região fosse gradativamente redesenhado,

abrindo espaços para a agropecuária.

- o ciclo da pecuária,

- o ciclo da erva-mate,

- o ciclo da madeira,

- o ciclo agroindustrial,

Os sistemas produtivos:

Page 6: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

6

- milho/suínos,

- milho/aves,

- feijão, fumo, soja, trigo, mandioca, cana-de-açúcar,

- leite,

O modelo CONSAD de gestão do desenvolvimento territorial iniciou em 2003 diferenciou a história do

território. Aliado a lógica da retomada do papel do Estado como indutor de políticas sociais estruturais, no

âmbito do Programa Fome Zero. Para tanto, o Ministério de Segurança Alimentar – MESA, que em 2004,

passou a se denominar Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS demandou ao

Instituto Brasileiro 33 de Administração Municipal – IBAM, um estudo de Localização Territorial de

Potenciais CONSAD no País.

O CONSAD é integrado pelo poder público e sociedade civil, na proporção de 1/3 e 2/3,

respectivamente. Seus entes jurídicos constituintes são o Estado de Santa Catarina, os 19 (dezenove)

municípios integrantes da Associação de Municípios do Extremo Oeste Catarinense – AMEOSC, e mais de

60 organizações da sociedade civil destes municípios.

O território na paisagem representa literalmente o extremo oeste da migração da agricultura moderna

na região Sul do Brasil no seu limite fronteiriço com o país Argentina e um grande fragmento contínuo de

floresta nativa.

A figura a seguir apresenta a matriz de uso da paisagem com áreas de conservação identificadas

pelos núcleos de fragmentos florestais (polígonos verdes). Os núcleos são mosaicos de fragmentos e

incluem um conjunto de florestas remanescentes, capoeiras e áreas mistas de pasto e capoeira e ainda

pequenas áreas de cultivo.

Nos limites do território ou da unidade de paisagem Território Extremo Oeste Catarinense são

identificados 22 “Mosaicos de Fragmentos” maiores do que 100 há totalizando 14.475 há ou cerca de 3,8%

da área da unidade de paisagem conforme o quadro a seguir.

A possibilidade de inverter passivos, e construir ativos ambientais para o território inclui

potencialidades consideráveis. A localização geográfica em região de fronteira, próxima de grandes

fragmentos florestais conectados, e de bacias hidrográficas de grande importância regional e continental

exige do território planejar seus serviços ambientais prestados e sua perspectiva de valorização como

possibilidade de desenvolvimento sustentável.

Page 7: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

7

O quadro a seguir apresenta 5 indicadores de resultado do uso do solo nesta unidade de paisagem

gerado pelas unidades produtivas e seus sistemas de produção combinados com os núcleos urbanos dos

municípios e suas emissões de carbono:

- A produção de alimentos que permanece no território de cerca de 1,23 kg de alimento por pessoa

por dia.

- A produção de comódities (principalmente soja, milho e fumo) de cerca de 12,97 kg por pessoa por

dia.

- A renda por unidade de área hectare de cerca de R$ 433,66 anuais.

- O balanço de carbono equivalente (emissões e estocagem) de cerca de 5,16 toneladas por pessoa

por ano. O carbono equivalente é a composição quantificada de todos os gases emissores de carbono.

Cenário

An

o1

An

o2

An

o3

An

o4

An

o5

An

o6

kg

alimento/pesssoa/dia

1,

23

1,

27

1,

31

1,

36

1,

40

1,

45

carbono

tonelada/pessoa/ano

(5,

16)

(5,

49)

(5,

84)

(6,

22)

(6,

63)

(7,

08)

área de

biodiversidade %/área

12

,97

12

,79

12

,62

12

,45

12

,29

12

,13

Page 8: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

8

total.

comódities

kg/pessoa/dia

7,

01

7,

76

8,

59

9,

53

10

,57

11

,74

R$/há/ano

43

3,66

41

2,66

37

7,71

32

5,53

25

2,26

15

3,40

- A proporção de área de biodiversidade da unidade de paisagem de 12,97% sobe a área total.

O quadro anterior projeta estes indicadores para os próximos 5 anos na perspectiva de criar uma

matriz de tendências. A curva dos indicadores ocorre principalmente em função da evolução da área dos

diferentes usos na paisagem. A produtividade física das diferentes produções dos diferentes usos do solo

foi mantida estável. Os preços dos produtos agrícolas e dos custos de produção foram projetados conforme

taxas médias dos últimos 20 anos. As taxas de emissões e estocagens de carbono para diferentes usos e

para a população urbana foi mantida estável sem considerar práticas ou tecnologias urbanas e rurais que

pudessem modificar índices técnicos.

A diferenciação das agriculturas de um território ou de uma unidade de paisagem é sob o aspecto do

planejamento uma condição metodológica importante.

Até o momento diferenciamos trajetórias históricas de ocupação por diferentes critérios:

1) Pela origem cultural do povo ocupante;

2) Pela nucleação dos municípios em diferentes períodos;

3) Pelos ciclos econômicos de ocupação;

4) Pelos sistemas produtivos combinando as diferentes atividades produtivas nas unidades de

produção;

Os resultados e/ou tendências de resultados apresentados nos quadros e figuras anteriores são a

expressão também da complexa diferenciação de agriculturas observadas na paisagem pela localização

(longitude/altitude) e pela forma de uso da paisagem sintetizada a seguir.

- Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249

metros.

- Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros mesclando mosaicos de matas.

- Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.

- Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas áreas altas

445 metros.

- Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio Cerqueira a 676

metros de altitude.

- Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831 metros.

Page 9: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

9

A diferenciação por 6 ocupações da paisagem pode ser a síntese de um conjunto de variáveis

históricas que foram moldando o uso da paisagem e definindo sua matriz de ocupação assim como

resultados. Os indicadores do quadro a seguir apresenta as 4 micro regiões referência no estado de Santa

Catarina a partir de 1 elemento central o mix completo de segurança alimentar critério que identifica a mico

São Miguel do Oeste do IBGE (Território Extremo Oeste).

S

C

São Miguel

do Oeste

Itu

poranga

Co

ncórdia

Ch

apecó

Municípios 21,00

7,0

0

15,

00

39

,00

%Produtos da Ind Familiar SC 2,97

0,1

7

4,4

1

7,

74

%PIB Ind Familiar por Micro 11,39

2,2

8

7,2

4

16

,99

% estab AF

92

,00 95,05

93,

90

94,

37

94

,65

%estab AF c/Ind

9,

66 16,62

19,

88

11,

97

19

,61

R$/estab AF

3.

889,29 3.240,98

1.8

93,82

3.7

58,94

2.

193,86

% estab não Familiar c/Ind

5,

68 10,42

13,

59

8,8

8

17

,59

R$/estab não Fam

22

.886,79 5.092,99

4.6

17,17

18.

386,66

14

.490,48

unid própria/estab

1.

217,13 544,14

22

4,10

83

3,09

68

9,29

unid vend/est

1.

349,66 237,03

41,

23

74

3,11

35

5,83

Preço R$/kg

2,

96 7,95

24,

95

5,6

6

8,

01

% produtos próprios/produtos

comercializados

90

,18

229,57 54

3,59

11

2,11

19

3,72

% produtos

importados/comercializados

47

,41

41,74 33

8,46

56,

15

44

,77

As regiões são semelhantes em termos de presença da agricultura familiar e proporção de

estabelecimentos da agricultura familiar com industrias. O quadro a seguir apresenta 4 grupos de critérios

utilizados no diagnóstico e análise de diferenciação dos empreendimentos e das estratégias de gestão. Os

critérios foram escolhidos a partir de pressupostos conceituais gerais que passam a diferenciar

organizações sociais e econômicas e de elementos diagnosticados durante o estudo dos empreendimentos

os quais se tornaram relevantes nesta diferenciação de forma de administrar.

Page 10: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

10

Os critérios incluem elementos da trajetória histórica que pode ter potencializado o surgimento destas

referências em determinado espaço social e geográfico e de elementos combinados e/ou relacionados da

estrutura operacional atual que podem determinar potencialidades e fatores restritivos dos resultados

futuros.

Meio Ecológico Trajetória

sócio econômica

Mix de

produtos

Organização da

Gestão e Mercado

(1a) Iporâ do Oeste (e

Mondai) e a agricultura de terras

baixas intensiva especializada

com mata a 249 metros.

(1b) Agricultura de

altitude de São João do Oeste a

421 metros mesclando

mosaicos de matas.

(1c) Agricultura de solo

exposto de Descanso e

Belmonte a 570 metros de

altitude.

(1d) Agricultura de solo

coberto por pastagem e

mosaicos de Barra Bonita e

Guaraciaba nas áreas altas 445

metros.

(1e) Agricultura nos

mosaicos de fragmentos de

altitude em Guaruja do Sul e

Dionísio Cerqueira a 676 metros

de altitude.

(1f) Agricultura de

produção de sementes nas

altitudes de Anchieta e Palma

Sola a 831 metros.

(2a) 1920

dos municípios de

Iporã do Oeste,

Itapiranga, Mondai,

São José do Cedro,

Princesa, São

Miguel do Oeste,

Palma Sola

(2b)1940 dos

municípios de

Anchieta, Belmonte

e Guarujá do Sul

(2c) 1990

com o movimento

nacional das

emancipações,

como é o caso de

Bandeirante, Barra

Bonita, Santa

Helena, São João

do Oeste e

Tunápolis.

(3a)

Individuais: 1

produto

comercializado

(3b)

Relacionados:

relações entre

produtos na

comercializaçã

o

(3c)

Associados:

comercializaçã

o conjunta

(4) Forma:

(a)familiar; (b)associação

familiar; (c)cooperativada.

(5) Mix de mercado:

(a)amplo; (b)ampliado;

(c)estável

Os estudos de caso deste Plano de Negócio e Gestão apresentados a seguir são considerados as

referências regionais dos 2 arranjos de empreendimentos analisados “embutidos de suíno” e “derivados de

leite” e dos 2 arranjos de empreendimentos de 2 grau “queijo colonial” e “embutido de suíno salame”. São 4

estudos de caso analisados para cada arranjo localizados em 5 municípios do território.

Page 11: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

11

A elaboração do plano de negócio e gestão associada às diferentes combinações de características

consideradas critérios de diferenciação para arranjos de empreendimentos e empreendimentos permitirão

diferenciar as estratégias de gestão e apresentar o produto tipos de estratégias de gestão.

Empreendiment

o

Mei

o

Ecológico

Traj

etória

sócio

econômic

a

Mix de

produtos

Organização

da Gestão e

Mercado

Queijo IRMÃOS

DIEL Guaraciaba

(1d

)

(2b

)

Individu

al (3 a)

Associação

Familiar/local

Salame

LETAVO Guaraciaba

(1d

)

(2b

)

Individu

al (3 a)

Associação

Familiar/amplo

Queijo

COMILPE Tunápolis

(1c) (2c) Associa

do (3c)

Cooperativa/a

mpliado

Salame SANTA

FÉ Itapiranga

(1

a)

(2

a)

Individu

al (3 a)

Associação

Familiar/amplo

Queijo SANTA

CLARA Dionísio

Cerqueira

(1e

)

(2b

)

Individu

al (3 a)

Familiar/local

Queijo WNIG

Anchieta

(1f) (2b

)

Individu

al (3 a)

Familiar/Local

Salame MARO

DANEL Guaraciaba

(1d

)

(2b

)

Relacio

nado (3b)

Familiar/ampli

ado

Salame NONO

COSER Guaraciaba

(1e

)

(2b

)

Individu

al (3 a)

Familiar/ampli

ado

O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL” localizado no município de Guaraciaba está localizado no

meio ecológico indicado como (1d) cujas características incluem a ocupação do solo com agricultura de

pastagens e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais de altitude media para o território

acima de 400 metros.

O município de Guaraciaba possui a trajetória histórica de formação no segundo período regional

próximo a 1940. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social

em um período e acumulação média para o território.

O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix

individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não compondo um conjunto

maior de produtos.

Page 12: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

12

A organização de gestão é de associação familiar e o mercado de comercialização qualificado como

local tanto pela escala menor de quantidade de produtos como por rotas de comercialização não distantes.

Os demais empreendimentos estudo de caso diferencia-se na combinação destas variáveis – critério

permitindo ao estudo identificar diferentes estratégias de gestão. As estratégias de gestão devem ser

compreendidas como formas diferentes de realizar a gestão administrativa e de funcionamento do

empreendimento podendo diferenciar seus resultados e a potencialidade de estabilidade destes resultados

para um maior período.

O resultado econômico deste plano de negócio e gestão é apresentado no quadro a seguir na forma

do fluxo de caixa, ou seja, da circulação econômica monetária anual onde os custos apresentados estão

relacionados a comercialização ou denominados custos de gestão 1.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto

Qu

eijo

Q

ueijo

Quei

jo

Q

ueijo

S

alame

Sal

ame

Sal

ame

Sal

ame

Marca

Irm

ãos Diel

C

omilpe

Sant

a Clara

W

nig

S

anta Fé

Ma

ro Danel

Let

avo

No

no Coser

Município

Gu

araciaba

T

unápolis

Dion

isio

Cerqueira

A

nchieta

It

apiranga

Gu

araciaba

Gu

araciaba

Gu

araciaba

Vendas (kg)

22.

000

3

4.000

12.0

00

1

0.000

1

68.000

46.

000

136

.000

43.

200

Preço

(R$/kg)

11,

27

1

1,37 9,00

9

,50

1

2,13

11,

65

11,

10

11,

35

Valo Bruto

(R$/ano)

248

.000

3

86.600

108.

000

9

5.000

2.

038.000

536

.000

1.5

09.000

490

.200

Custo coml

(R$/kg)

0,8

2

1,

37 0,81

0

,71

0,

78

0,8

4

0,8

3

0,8

8

Custo coml

(%/preço)

7,2

6

1

2,01 8,98

7

,43

6,

46

7,2

0

7,5

1

7,7

1

Custo

Gestão 1 (R$/ano)

18.

011

4

6.428

9.69

6

7

.056

1

31.604

38.

609

113

.280

37.

807

Valor

Líquido 1

(R$/ano)

229

.989

3

40.172

98.3

04

8

7.944

1.

906.397

497

.391

1.3

95.720

452

.393

O objetivo deste quadro é gerar o indicador dos custos da fase de comercialização na composição do

preço recebido. Entre os 8 empreendimentos é possível identificar situações mais e menos ajustadas ente

as variáveis que determinam este custo. O ajuste ente as variáveis diminui custo por exemplo com a

Page 13: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

13

ampliação da escala ou com a complementação da carga incluindo a maximização da rota com um mix de

produtos.

O arranjo empreendimento 2 possui custos desta fase elevados indicando uma combinação não

ajustada das variáveis componentes possivelmente rotas realizadas com pouca escala de produtos. Os

arranjos 4 e 5 com custos inferiores a R$ 0,80 indicam que a combinação das variáveis componentes do

custo está ajustada.

Assim o conhecimento do funcionamento dos arranjos empreendimentos mais ajustados podem

revelar estratégias de gestão consolidadas e bem administradas, ou mesmo fases consolidadas dos

empreendimentos tornando-se referência. Os resultados econômicos do valor líquido total são diferentes

nesta etapa de análise em função da escala de produtos comercializados.

Três grupos de análise são possíveis entre os 8 arranjos empreendimentos. A análise é comparativa

e seu objetivo é identificar as diferenças de custo por unidade comercializada.

O primeiro grupo é formado pelos empreendimentos 1, 2, 3 e 4 todos do produto queijo colonial e

com volumes de venda abaixo de 34.000 kg. O segundo grupo formado pelos empreendimentos 6 e 8 do

produto salame colonial e volumes de venda próximos de 45.000 kg. O terceiro grupo formado pelos

empreendimentos 5 e 7 do produto salame colonial com volume de venda próximos de 150.000 kg anuais.

Em cada grupo existem diferenças e semelhanças com destaque para o empreendimento 2 com o

maior custo e a maior proporção do custo em relação ao preço de 12,01%, o empreendimento 5 com a

menor proporção do custo em relação ao preço recebido por unidade comercializada de 6,46%.

O quadro a seguir apresenta três indicadores que ajudam a explicar as diferenças e o ajuste de

variáveis na formação dos custos desta fase de comercialização. O maio custo do empreendimento 2

possui a menor quantidade de produto transportado por km das rotas de comercialização necessitando

assim de 1.809 km para entregar uma carga de 2.000 kg. O mesmo empreendimento 2 possui a menor

quantidade de produto vendido por dia de trabalho desta fase de comercialização 189 kg/dia.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto

Qu

eijo

Q

ueijo

Queij

o

Q

ueijo

S

alame

Sal

ame

Sal

ame

Sal

ame

Marca

Irm

ãos Diel

C

omilpe

Santa

Clara

W

nig

S

anta Fé

Mar

o Danel

Let

avo

No

no Coser

Município

Gu

araciaba

T

unápolis

Dioni

sio

Cerqueira

A

nchieta

Ita

piranga

Gu

araciaba

Gu

araciaba

Gu

araciaba

Kg/Km 2,1

1,

1 2,1

3

,0

4,

3 1,9 4,1 1,8

Page 14: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

14

rota

(km/2000 kg) 961

1.

809 960

6

72

46

6

1.0

40 492

1.1

08

kg/dia 241

1

89 250

2

08

28

5 262 267 263

O empreendimento 5 apresenta indicadores de maior ajuste de carga e de eficiência de venda por dia

de trabalho e por esta razão possui um dos menores custos de comercialização por unidade

comercializada. Este empreendimento transporta 4,3 kg por km de rota de comercialização necessitando

para completar a venda de uma carga de 2.000 kg de 466 km, e vende a maior quantidade de produto por

dia de trabalho 285 kg/dia. Este empreendimento passa a se uma referência.

Entre os demais empreendimentos o caso 4 “Queijo Colonial Wing” possui o menor custo R$ 0,71

por unidade comercializada entre os 8 casos no entanto é pouco eficiente na quantidade transportada

(formação de carga) e na quantidade de produto vendido por dia. Este empreendimento no entanto é aquele

que comercializa a menor quantidade total (escala) entre os 8 empreendimentos indicando a subutilização

de transporte e de trabalho destinado a comercialização. Outra característica deste empreendimento é a

venda somente no município sede da agroindústria o que sugere um limite de mercado e de escala. Talvez

a situação deste empreendimento somente seja superada se ampliar o mercado para outros municípios.

No segundo momento a definição importante, foi diagnosticado três estratégias de gestão a partir da

analise da combinação das vaiáveis componentes da gestão e dos resultados de comercialização e venda.

A – Estratégia Associação Familiar, Mix de Produto Individual, Mercado Local: “Queijo IRMÃOS DIEL”

B – Estratégia Associação Familiar, Mix de Produto Individual, Mercado Amplo: “Salame SANTA FÉ”

C – Estratégia Cooperativa, Mix de Produto Associado, Mercado Ampliado: “Queijo COMILPE”

O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL” localizado no município de Guaraciaba está localizado no

meio ecológico indicado como (1d) cujas características incluem a ocupação do solo com agricultura de

pastagens e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais de altitude media para o território

acima de 400 metros.

O município de Guaraciaba possui a trajetória histórica de formação no segundo período regional

próximo a 1940. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social

em um período e acumulação média para o território.

O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix

individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não compondo um conjunto

maior de produtos. A organização é de associação familiar exigindo processos mais complexos de gestão e

o mercado é local cujo significado é a menor escala e menor área geográfica de comercialização.

A organização de gestão é de associação familiar e o mercado de comercialização qualificado como

local tanto pela escala menor de quantidade de produtos como por rotas de comercialização não distantes.

Page 15: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

15

O empreendimento “Salame SANTA FÉ” localizado no município de Itapiranga está localizado no

meio ecológico indicado como (1 a) a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249

metros e (1b) de agricultura de altitude a 421 metros mesclando mosaicos de matas. O município de

Itapiranga possui a trajetória histórica de formação no primeiro período regional próximo a 1920. Esta

trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social em um período e

acumulação ampliada para o território.

O empreendimento “Salame SANTA FÉ”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix

individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não compondo um conjunto

maior de produtos. A organização é de associação familiar exigindo processos mais complexos de gestão e

o mercado é amplo cujo significado é a grande escala e grande área geográfica de comercialização

determinando a gestão de logística ampliada das rotas e trabalho de vendas.

O empreendimento “Queijo COMILPE” localizado no município de Tunápolis está localizado no meio

ecológico indicado como (1c) cujas características incluem agricultura de solo exposto a 570 metros de

altitude e (1d) a ocupação do solo com agricultura de pastagens e presença acentuada de mosaicos de

fragmentos florestais de altitude media para o território acima de 400 metros.

O município de Tunápolis possui a trajetória histórica de formação no terceiro período regional

próximo a 1990. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social

em um período e pequena acumulação para o território.

O empreendimento “Queijo COMILPE”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix

associado de produtos cujo significado é de diversidade de produtos na comercialização e exigindo logística

e trabalho complexos e ampliados. A organização é cooperativa que determina processos de gestão mais

complexos interferindo na tomada de decisão. O mercado é ampliado determinando logística de transporte

e trabalho também ampliados.

O quadro a seguir apresenta a síntese dos três estudos de caso utilizados como base para analisar

as três estratégias de gestão. A análise em detalhe dos quadros anteriores sobre os três estudos de caso

permite identificar elementos de gestão os quais devem ser considerados ações de planejamento a partir do

plano de negócio e gestão e compreendidas como elementos de diagnóstico vinculado a estratégia de

gestão.

Os elementos de análise a seguir consideram a renda da estratégia 5 em fase final de consolidação.

Esta afirmação considera a estratégia de gestão com grande equilíbrio entre a combinação de variáveis

componentes de custo e resultados.

Arranjo 1 2 5

Produto Queij Qu Salame

Page 16: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

16

o eijo

Marca

Irmã

os Diel

Co

milpe

Santa

Município

Guar

aciaba

Tu

nápolis

Itapiran

ga

Famílias 2 10 3

Vendas (kg)

22.0

00

34.

000

168.00

0

Preço (R$/kg)

11,2

7

11,

37 12,13

Valo Bruto (R$/ano)

248.

000

38

6.600

2.038.0

00

Custo de transporte

fase de coml (R$/kg)

0,52

8

1,2

08 0,257

Custo de trabalho fase

de coml (R$/kg)

0,29

0

0,3

94 0,527

Custo log de transporte

(%/preço) 4,7 8,8 2,1

Custo log de venda

(%/preço) 2,6 3,3 4,3

Custo administrativo

(%/preço) 31,0

27,

3 30,5

Custo processamento

(%/preço) 16,0

15,

0 22,3

Custo produção

(%/preço) 22,2

22,

0 28,9

Total dos custos

(%/preço) 76,5

76,

2 88,1

Margem (%/preço) 23,5

23,

8 11,9

Valor Líquido (R$/ano)

58.3

89

91.

972

243.19

7

Renda familiar mensal

(R$)

2.43

3

76

6 6.755

Kg/Km 2,1 1,1 4,3

rota (km/2000 kg) 961

1.8

09 466

kg/dia 241

18

9 285

Page 17: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

17

A seguir são apresentadas 7 ações propositivas geradas pelo PNE e Gestão. Todas as ações foram

pactuadas pela oficina final de validação entre as instituições parceiras que fazem parte do Sujeito Social de

Desenvolvimento CONSAD:

1) Todas as três estratégias podem ampliar sua escala de venda em determinada proporção

com ampliação de custos em proporções menores e ampliar renda final até aproximar-se da estratégia 5.

2) A estratégia 1 deve amplia sua escala cerca de 20% a 30% com redução do custo de

transporte aproximando sua renda da estratégia 5. O custo de transporte desta estratégia deverá ser

reduzido na mesma proporção da ampliação da escala.

3) O empreendimento 2 precisa ampliar sua escala na proporção acima de 200% e/ou planejar

em proporções possíveis seus custos conjuntamente com os demais produtos associados, reduzindo seus

custos de transporte em cerca de 50%, e o custo de trabalho de venda será reduzido em determinado nível

de escala e tenderá a ser ampliado em relação aos valores atuais a partir de um segundo nível de

ampliação aproximando-se dos valores da estratégia 5.

4) Ampliar as agrondustrias/empreendimentos com serviço de inspeção para permitir a

associação de produtos no mix de comercialização com redução de custos.

5) Estruturar serviço de ATER especializado para os empreendimentos.

6) Ampliar os selos dos produtos incluindo os atributos cultuais e ambientais da diversidade

ecológica onde estão inseridos os empreendimentos agroindustriais.

A diversidade ecológica e de uso do solo no território mescla aspectos aos quais os produtos da

agroindústria familiar devem estar vinculados. A região possui diferentes micro paisagens mesclando a

agricultura com fragmentos de matas remanescentes ocupando morros e vales os quais são ocupados por

pequenas unidades de produção familiares de complexa culturalidade.

- Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249

metros.

- Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros mesclando mosaicos de matas.

- Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.

- Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas áreas altas

445 metros.

- Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio Cerqueira a 676

metros de altitude.

- Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831 metros.

Os salames e os queijos criaram rotas sociais e econômicas atravessando e recortando a diversidade

de paisagem identificada acima da mesma forma que os grandes rios da região e seus diversos afluentes

Page 18: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

18

criam caminhos ecológicos e culturais. A rota gastronômica dos produtos da agroindústria deve buscar

vínculos formais com a paisagem e ampliar seus apelos de consumo para uma população que já identifica

diferenças nestes aspectos e orienta a busca de alimentos comprometidos com causas sociais e

ambientais.

Esta ação de ampliação de selos as marcas dos produtos deve buscar agregações em três níveis

todos vinculados a agricultura familiar:

- Na ecologia da paisagem orientada pelos rios e mosaicos de fragmentos florestais;

- Na culturalidade das diferenças das unidades de produção familiares em seus municípios e

comunidades;

- Na gastronomia dos hábitos alimentares das diferenças regionais;

A tarefa é identificar apelos em cada um destes níveis e construir selos componentes das marcas. Os

selos identificarão rotas na paisagem as quais devem ser divulgadas e convidar os consumidores culturais,

ambientais e sociais a visitarem via online e em rotas presenciais de turismo. Esta é uma ação para o

serviço especializado de ATER.

Os indicadores de kg/km de rota de comercialização e kg de produtos vendidos/comercializados por

dia de trabalho da estratégia 5 devem servir de meta orientadora ao planejamento das estratégias 1 e 2. O

quadro anterior apresenta o indicador km de rota necessários para completar uma carga comercializada de

2.000 kg o qual pode ajudar no planejamento das estratégias de comercialização.

1. Trajetórias Históricas do Desenvolvimento

O Território Extremo Oeste Catarinense, sujeito deste plano, é constituído por 19 (dezenove)

municípios: Dionizio Cerqueira, Palma Sola, Guarujá do Sul, Princesa, São José do Cedro, Anchieta,

Guaraciaba, Paraíso, Barra Bonita, São Miguel do Oeste, Bandeirante, Descanso, Belmonte, Santa Helena,

Tunápolis, Iporã do Oeste, São João do Oeste, Mondaí e Itapiranga.

Page 19: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

19

A população em sua grande maioria são considerados descentes de europeus. A origem

principalmente na Alemanha, Itália, Áustria e Polônia, que fizeram seu primeiro movimento migratório para o

Rio grande do Sul e posteriormente para a região Oeste Catarinense. Isso caracteriza a região com fortes

diversidades étnicas, registrando também as presenças de russos-ucranianos, portugueses, libaneses,

caboclos e indígenas.

Duas características das trajetórias são identificadas e passam a compor as possibilidades de

reprodução social e econômica dos sujeitos sociais atuais.

A – Migrantes Europeus

B – Caboclos e indígenas

Na década de 20, foram os municípios de Iporã do Oeste, Itapiranga, Mondai, São José do Cedro,

Princesa, São Miguel do Oeste, Palma Sola (com a passagem dos Argentinos para a região dos campos),

Descanso e Guaraciaba que deram início a formação da região, sendo os dois últimos marcados pela

passagem da Coluna Prestes. Na década de 40, foram os municípios de Anchieta, Belmonte e Guarujá do

Sul. Ainda, os conjuntos de municípios que foram influenciados por esse movimento migratório, tiveram sua

constituição na década de 90, com o movimento nacional das emancipações, como é o caso de

Bandeirante, Barra Bonita, Santa Helena, São João do Oeste e Tunápolis.

A partir da década de 80, os municípios passaram a articular-se política-administrativamente através

da AMEOSC – Associação de Municípios do Extremo Oeste Catarinense e, recentemente, com a

constituição das Secretarias de Desenvolvimento Regional no Estado, cria-se a Secretaria de

Desenvolvimento Regional - SDR de São Miguel do Oeste, como Política do Governo Estadual de Santa

Catarina, contemplando dezoito municípios da região (exceção de Mondai que compõe a 29ª SDR/ de

Palmitos).

Page 20: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

20

Novas características passam a compor as trajetórias históricas:

C – A origem a partir de 1920 dos municípios de Iporã do Oeste, Itapiranga, Mondai, São José do

Cedro, Princesa, São Miguel do Oeste, Palma Sola

D – A origem a partir de 1940 dos municípios de Anchieta, Belmonte e Guarujá do Sul

E - A origem a partir de 1990 com o movimento nacional das emancipações, como é o caso de

Bandeirante, Barra Bonita, Santa Helena, São João do Oeste e Tunápolis. AMEOSC – Associação de

Municípios do Extremo Oeste Catarinense.

A efetiva ocupação deste território está associada, segundo BAVARESCO (2005), a ocorrência de

quatro ciclos: o ciclo da erva-mate, pecuária, o ciclo da madeira e o ciclo agroindustrial. O declínio do

extrativismo madeireiro fez com que o perfil econômico da região fosse gradativamente redesenhado,

abrindo espaços para a agropecuária.

- o ciclo da pecuária,

- o ciclo da erva-mate,

- o ciclo da madeira,

- o ciclo agroindustrial,

Os sistemas produtivos:

- milho/suínos,

Page 21: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

21

- milho/aves,

- feijão, fumo, soja, trigo, mandioca, cana-de-açúcar,

- leite,

O Extremo Oeste de Santa Catarina, microrregião do Oeste Catarinense . Constituída por 19

(dezenove) municípios. O território apresenta 3% da população do Estado, com uma densidade

demográfica de 41,27 habitantes/ km2, apresentando um decréscimo populacional na última década na faixa

dos 3%.

Pequenos grupos dispersos de caboclos, originários das expedições bandeirantes e do tropeirismo do

gado e mulas dos campos riograndenses para São Paulo e regiões de mineração do país. Desmatamento

para exploração da madeira, abrindo espaço para a constituição das “colônias” com uma estratégia da

produção diversificada para a subsistência e comercialização de excedentes. Em 1936 a Primeira Coop

Crédito

A partir desse sistema de colonização que, na década de 50, inicia-se a estruturação dos grandes

complexos agroindustriais (CAI) da região, suínos, aves. Em 1970 Quebra das Pequenas Coop estruturação

das Grandes Coop (SEARA). Feiras Regionais (oktoberfest).

Um quarto elemento, decorrente da articulação das organizações e movimentos sociais, é a

construção de experiências em vista de um outro modelo de desenvolvimento em meados dos anos 90.

Estas experiências buscavam e buscam articular os acúmulos dos movimentos sociais de resistência, como

por exemplo, a agroecologia, o crédito solidário, a agroindustrialização de pequeno porte, o associativismo e

todo o conhecimento sócio-cultural local na discussão da temática de desenvolvimento.

Na década de 90 aparece destacam-se a agroindustrialização do leite, exportação agroindustrial da

região, incremento da avicultura, eventos nacionais, como a festa nacional do milho crioulo, a nucleação

das escolas, aumento da violência, pavimentação das estradas, cassação de prefeitos, resgate da prática

do artesanato, emancipações, inseminação artificial, reciclagem do lixo, diminuição do analfabetismo,

organização das mulheres agricultoras, informatização, transporte escolar, criação dos conselhos

municipais, administração de consenso e implementação do Pronaf.

O quinto elemento surge a partir do aporte de políticas públicas com caráter de territorialidade do

Governo Federal, por meio do MDS, com a implementação do Consórcio de Segurança Alimentar e

Desenvolvimento Local do Extremo Oeste Catarinense - CONSAD, em 2004. O CONSAD é integrado pelo

poder público e sociedade civil, na proporção de 1/3 e 2/3, respectivamente. Seus entes jurídicos

constituintes são o Estado de Santa Catarina, os 19 (dezenove) municípios integrantes da Associação de

Municípios do Extremo Oeste Catarinense – AMEOSC, e mais de 60 organizações da sociedade civil destes

municípios. A partir da implementação do CONSAD, com base no planejamento estratégico participativo,

passam a ser articuladas ações em âmbito territorial com enfoque na segurança alimentar. Destas, a que

merece maior destaque é a implementação do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, envolvendo

1430 famílias de agricultores individualmente ou organizadas em grupos e associações.

Page 22: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

22

O projeto do entreposto de comercialização a ser construído em São Miguel do Oeste com recursos

do MDS, além da existência de 14 feiras de agricultores no âmbito dos 19 municípios.

Eixos em Cenário Futuro

- Verticalização da agroindústria de embutidos e derivados de leite associados a outros: rotas com

rastreabilidade; rotas de turismo gastronômico; novos contratos com industria de grande porte

- Concentração de políticas: Cabe ressaltar ainda o fato da existência de ações de vários ministérios

na região e do consagrado capital social, fatores que associados indicam a necessidade do reconhecimento

da região pela SDT como território, consolidando, dessa forma, a identidade territorial do Extremo Oeste

Catarinense.

- Organização social leve pró desenvolvimento

- Vinculação dos produtos a selos diferenciados: ambiental, orgânico, social

No que tange aos recursos naturais, o Extremo Oeste possui solos férteis, água em abundância,

clima favorável e belo relevo, o que aparece como potencial para o desenvolvimento do turismo.

“O CONSAD no Extremo Oeste”

O modelo CONSAD de gestão do desenvolvimento territorial iniciou em 2003, aliado a lógica da

retomada do papel do Estado como indutor de políticas sociais estruturais, no âmbito do Programa Fome

Zero. Para tanto, o Ministério de Segurança Alimentar – MESA, que em 2004, passou a se denominar

Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS demandou ao Instituto Brasileiro 33 de

Administração Municipal – IBAM, um estudo de Localização Territorial de Potenciais CONSAD no País.

Segundo Franca (2003 apud ORTEGA, 2007), esse estudo tinha dois objetivos básicos:

- Propor uma conceituação e uma nova institucionalidade que levasse para a esfera microrregional a

metodologia do desenvolvimento local;

- Iniciar a identificação dos municípios que poderiam fazer parte dos CONSADs.

O resultado do estudo apontou para um novo modelo que assumia a forma administrativa de uma

institucionalidade subregional que estaria articulada às instâncias de participação local. O modelo é

apresentado na forma de um consórcio que seria mais um dos atores presentes no território, assumindo a

função de agregar e articular os diferentes atores já atuantes.

Page 23: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

23

Estes projetos são chamados Projetos CONSAD, organizado em associações civis sem fins lucrativos

e é formado de 1/3 de representantes do poder público e 2/3 de representantes da sociedade civil de cada

um dos municípios participantes.

Em 2003, foram constituídos pelo MDS 40 (quarenta) CONSADs. Os critérios para sua seleção foram

apresentados pelo IBAM, a partir de um estudo solicitado pelo extinto Ministério Extraordinário de

Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA) por meio do documento "Estudo de Localização Territorial

de Potenciais CONSADs no País".

De uma proposta de 62 potenciais CONSADs, os 40 implementados adotaram os seguintes critérios:

26 deles constituídos em todos os Estados da União; 14 tendo como critério o atendimento das regiões

Norte e Nordeste, CONSADs Interestaduais, os que possuíam, na ocasião, o maior número de municípios

com Cartão Alimentação do Programa Fome Zero e os localizados em mesorregiões diferenciadas do

Ministério da Integração Nacional e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

Esses 40 territórios CONSADs, englobam 585 municípios e uma população de mais de 11 milhões de

habitantes. Em alguns casos é possível constatar que seu desenho identifica-se razoavelmente com o

conceito de microrregiões homogêneas adotado pelo IBGE. Em outros casos, pode abarcar localidades

integrantes de até três microrregiões diferentes.

Os critérios do enfoque territorial do CONSAD levam em conta:

1) os índices de desenvolvimento humano municipal (IDHM);

Page 24: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

24

2) as relações sociais, comerciais, produtivas, políticas e culturais existentes na região;

3) a dimensão física e ambiental do território;

4) suas potencialidades geo-estratégicas para arranjos sócio-produtivos sustentáveis; 5)

reorganização do território visando a inclusão social;

6) construção de uma institucionalidade capaz de mediar conflitos, agregar esforços e gerar sinergias

de forma a direcionar o processo de integração territorial para os objetivos de segurança e nutricional e

desenvolvimento local; 46

7) identidade territorial e solidariedade social.

O extremo oeste foi um dos territórios sugeridos pelo estudo de localização territorial de potenciais

CONSADs no país, desenvolvido pelo IBAM no ano de 2003. Esse estudo considerou que o extremo oeste

atendia os critérios como o IDH, o potencial para arranjos sócio-produtivos, a dimensão física e ambiental e

a identidade territorial aliada a solidariedade social. O processo de formação do CONSAD no extremo oeste

catarinense, assim como os demais CONSADs pelo país, teve início oficial com a publicação de um edital

elaborado pelo MDS, convocando instituições locais para se candidatar ao posto de entidade

implementadora regional – EIR. 57

Como resultado desse edital, o Centro de Estudos e Assessoria ao Desenvolvimento – CEADES

venceu o processo demonstrando atender o critério de experiência teórica e prática no marco conceitual do

desenvolvimento local e na temática da segurança alimentar, como era requerido pelo MDS.

2. O Meio Agroecológico

Page 25: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

25

Originalmente o Extremo Oeste Catarinense foi coberto por Floresta Estacional Decidual e por

Floresta Ombrófila Mista possuindo de modo intercalado pequenas manchas de estepes ombrófilas ou

campos naturais ao norte. Dentro da Floresta Estacional Decidual destacavam-se: o grápia (Apuleia

leiocarpa), angico (Parapiptadenia rigida), cedro (Cedrela fissilis), louro-pardo (Cordia trichotoma),

guatambu (Aspidosperma sp.), canelas entre outros, e na Floresta Ombrófila Mista a araucária (Araucaria

angustifolia), imbuia (Ocotea porosa), ervamate (Ilex paraguariensis), canelas (Ocotea spp. e Nectandra

spp.) entre outras. A quase totalidade da cobertura vegetal destas regiões fitoecológicas encontra-se

atualmente suprimida, remanescendo 12% destas (SANTA CATARINA, 1997).

A região se insere na Zona Agroecológica 2C, na qual predomina a Unidade Planalto Dissecado Rio

Iguaçu/Rio Uruguai, apresentando relevo muito dissecado com vales profundos e encostas em patamares.

Na limitação a leste, as altitudes ultrapassam 1.000m, caindo, em direção ao eixo central da Bacia do

Paraná, a aproximados 300m gradativamente para oeste e noroeste.

Quanto ao relevo, recebe, em sua maioria, classificação como forte – ondulado e montanhoso. Seus

solos são medianamente profundos, rasos, pedregosos, normalmente férteis e de origem basáltica. Apenas

aproximados 19% recebem classificação ondulado ou suavemente ondulado com solos profundos ou

medianamente profundos, com pouco ou nenhuma pedregosidade, pouca fertilidade, muito acidez e origem

basáltica.

Page 26: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

26

3. O Uso do Solo no Extremo Oeste SC

O uso do solo descrito a seguir utiliza o conceito amplo que inclui usos para o desenvolvimento e

usos para a conservação ambiental incluindo partes ainda ocupadas por remanescentes florestais nativos.

O território do Extremo Oeste passa a ser descrito como uma unidade de paisagem em cuja matriz

predomina determinados usos destinados a diferentes objetivos.

O quadro a seguir apresenta a ocupação da paisagem a partir de dados do IBGE (Censo

Agropecuário 2006 e Planejamento Agrícola Municipal 2010). Utilizando séries históricas do IBGE foram

projetadas taxas de evolução dos diferentes usos demonstrando tendências futuras.

Descritores

Unid

ades

Indic

adores

Taxa

de Evolução

(%)

População

habit

ante

174.603

(3,00)

Área total (AT) hect

Page 27: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

27

are 372.477

Ocupação do espaço

Florestas naturais

%/A

T

13,20

(1,90)

Florestas artificiais

%/A

T

3,86

5,50

Pastagens naturais

%/A

T

11,02

(2,90)

Pastagens

plantadas

%/A

T

15,60

1,60

Agricultura de

Segurança Alimentar

%/A

T

14,00

0,20

Comódities 1

%/A

T

25,38

9,00

Comódities 2

%/A

T

3,00

9,00

Unidade de

Conservação

%/A

T

0,50

-

Área Indígena

%/A

T

0,30

-

Mineração

%/A

T - -

Urbanização

%/A

T

1,60

1,00

Total

88,46

A unidade de paisagem Extremo Oeste possui 174.603 habitantes nos 19 municípios distribuídos na

área de 372.477 hectares. A matriz da unidade de paisagem pode ser descrita como pastagem e agricultura

representando 69% da área total. A pastagem representando 26,62%, a agricultura de segurança alimentar

com área de 14% e de comódities 28,38%. A área urbana representa cerca de 1,6% e a área de mineração

sem registro significativo e as áreas indígenas com cerca de 0,3% da paisagem.

As áreas de uso cumprindo o papel de conservação são representadas pelas áreas de florestas

naturais (13,2%) que incluem matas ciliares e reservas presentes nas unidades de produção

(estabelecimentos agrícolas) e pelas unidades de conservação com cerca de 0,5% da paisagem. As áreas

de florestas artificiais e áreas indígenas podem ser qualificadas com potenciais de conservação ampliados

se comparadas ás áreas de agricultura e pastagem.

As taxas de evolução dos diferentes usos da paisagem indica a expansão dos diferentes usos

destinados a agricultura e a queda das áreas destinadas a conservação dos recursos naturais florestas.

Page 28: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

28

O território na paisagem representa literalmente o extremo oeste da migração da agricultura moderna

na região Sul do Brasil no seu limite fronteiriço com o país Argentina e um grande fragmento contínuo de

floresta nativa.

A figura a seguir apresenta a matriz de uso da paisagem com áreas de conservação identificadas

pelos núcleos de fragmentos florestais (polígonos verdes). Os núcleos são mosaicos de fragmentos e

incluem um conjunto de florestas remanescentes, capoeiras e áreas mistas de pasto e capoeira e ainda

pequenas áreas de cultivo.

Nos limites do território ou da unidade de paisagem Território Extremo Oeste Catarinense são

identificados 22 “Mosaicos de Fragmentos” maiores do que 100 há totalizando 14.475 há ou cerca de 3,8%

da área da unidade de paisagem conforme o quadro a seguir.

Local

ização

Ár

ea

M

enor

Distância

M

aio

distância

Pro

porção

(h

a)

(m

)

(m

) (%)

Centr

o

54

0

14

00

86

00

3,7

3

Centr

o

42

0

14

00

10

300

2,9

0

Centr

o

36

0

44

00

91

00

2,4

9

Centr

o

26

0

47

00

13

300

1,8

0

Page 29: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

29

Centr

o

20

8

10

200

15

300

1,4

4

Centr

o

17

0,1

90

00

92

00

1,1

8

Centr

o

12

6

70

0

32

00

0,8

7

Norte

24

48

11

00

23

00

16,

91

Norte

23

10

45

0

25

00

15,

96

Norte

18

20

40

0

28

00

12,

57

Norte

11

25

11

00

74

00

7,7

7

Norte

10

00

54

00

10

800

6,9

1

Norte

80

0

25

00

10

800

5,5

3

Norte

75

0

5,1

8

Norte

60

0

4,1

5

Norte

24

0

16

00

25

00

1,6

6

Norte

15

0

12

900

16

400

1,0

4

Norte

14

0

94

00

14

700

0,9

7

Sul

42

0

69

00

13

600

2,9

0

Sul

21

0

68

00

12

500

1,4

5

Sul

21

0

13

200

15

200

1,4

5

Sul

16

8

13

700

22

800

1,1

6

Total

14

.475,1

No norte os grandes fragmentos (figura a seguir) totalizam cerca de 78% dos mosaicos de

fragmentos com área superior a 100 hectares. Esta é a região do território de maior altitude.

Page 30: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

30

No centro (figura a seguir) encontramos 7 mosaicos de fragmentos representando cerca de 14,4% do

total de mosaicos de fragmentos da unidade de paisagem.

Page 31: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

31

E no Sul (figura a seguir) encontramos 4 mosaicos de fragmentos representando cerca de 6,9% dos

mosaicos da unidade de paisagem.

A figura a seguir identifica dois importantes caminhos de muitas trilhas por dois importantes rios

(Oeste e Leste) afluentes diretos do Rio Uruguai que determina o limite sul da unidade de paisagem

Território Extremo Oeste.

Page 32: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

32

Os dois caminhos denominados de Oeste e Leste podem e devem se constituir em marco de

referência de planejamento estratégico do desenvolvimento que inclua orientações de conservação em uma

perspectiva sustentável. São dois importantes rios pedagogicamente identificados na perspectiva de instigar

o território a eleger outros importantes cursos d’água e suas bacias hidrográficas como perspectiva de

planejar o uso do solo em diversas perspectivas que possam atribuir aos produtos da agricultura selos e

certificações de conservação e preservação.

A figura a seguir detalha aspectos da unidade de paisagem no município de Itapiranga localizado a

183 metros de altitude nas margens do Rio e próximo a foz do Rio Caminho Oeste.

Na figura a seguir o município de Mondai localizado a 195 metros de altitude e em detalhe o delta do

Rio Leste com o Rio Uruguai. Estes aspectos da paisagem podem se constituir em ferramentas auxiliares

do desenvolvimento a monitorar projetos e programas e garantir ações construtoras de ativos ambientais.

Page 33: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

33

Outro aspecto da paisagem próximo ao município de Itapiranga identifica parte do grande fragmento

de floresta Argentino.

Page 34: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

34

O território localizado próximo a este grande fragmento permite planejar a conservação da

biodiversidade conectada a grandes unidades de conservação e corredores de biodiversidade entre os

países fronteiriços.

A possibilidade de inverter passivos, e construir ativos ambientais para o território inclui

potencialidades consideráveis. A localização geográfica em região de fronteira, próxima de grandes

fragmentos florestais conectados, e de bacias hidrográficas de grande importância regional e continental

exige do território planejar seus serviços ambientais prestados e sua perspectiva de valorização como

possibilidade de desenvolvimento sustentável.

4. A Agricultura no Extremo Oeste SC

A agricultura do extremo oeste representa o maior uso do solo na unidade de paisagem com uma

particularidade muito específica por ser na sua maioria de estabelecimentos agrícolas familiares. Os

sistemas produtivos adotados por estas unidades produtivas combinando a produção de grãos (milho, soja,

feijão) com a produção animal (suíno, aves, leite) integrada a complexos agroindustriais de grandes

empresas. Os sistemas produtivos das unidades familiares destacam-se ainda pela presença da

agroindústria familiar de pequeno porte.

Page 35: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

35

Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249

metros.

O quadro a seguir apresenta 5 indicadores de resultado do uso do solo nesta unidade de paisagem

gerado pelas unidades produtivas e seus sistemas de produção combinados com os núcleos urbanos dos

municípios e suas emissões de carbono:

- A produção de alimentos que permanece no território de cerca de 1,23 kg de alimento por pessoa

por dia.

- A produção de comódities (principalmente soja, milho e fumo) de cerca de 12,97 kg por pessoa por

dia.

Cenário

An

o1

An

o2

An

o3

An

o4

An

o5

An

o6

kg

alimento/pesssoa/dia

1,

23

1,

27

1,

31

1,

36

1,

40

1,

45

carbono

tonelada/pessoa/ano

(5,

16)

(5,

49)

(5,

84)

(6,

22)

(6,

63)

(7,

08)

área de

biodiversidade %/área

total.

12

,97

12

,79

12

,62

12

,45

12

,29

12

,13

comódities

kg/pessoa/dia

7,

01

7,

76

8,

59

9,

53

10

,57

11

,74

R$/há/ano 43 41 37 32 25 15

Page 36: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

36

3,66 2,66 7,71 5,53 2,26 3,40

- A renda por unidade de área hectare de cerca de R$ 433,66 anuais.

- O balanço de carbono equivalente (emissões e estocagem) de cerca de 5,16 toneladas por pessoa

por ano. O carbono equivalente é a composição quantificada de todos os gases emissores de carbono.

- A proporção de área de biodiversidade da unidade de paisagem de 12,97% sobe a área total.

A Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros de altitude mesclando mosaicos de

matas.

O quadro anterior projeta estes indicadores para os próximos 5 anos na perspectiva de criar uma

matriz de tendências. A curva dos indicadores ocorre principalmente em função da evolução da área dos

diferentes usos na paisagem. A produtividade física das diferentes produções dos diferentes usos do solo

foi mantida estável. Os preços dos produtos agrícolas e dos custos de produção foram projetados conforme

taxas médias dos últimos 20 anos. As taxas de emissões e estocagens de carbono para diferentes usos e

para a população urbana foi mantida estável sem considerar práticas ou tecnologias urbanas e rurais que

pudessem modificar índices técnicos.

A Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.

Page 37: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

37

O importante nesta projeção é gerar uma matriz de tendências destes indicadores capaz de animar a

agenda do território e desafiar suas modificações se necessário na perspectiva de construir ativos e não

passivos sociais econômicos e agora ambientais. A motivação esperada inclui estudos de diagnóstico e

monitoramento que possam ser mais precisos tecnicamente para o território.

A Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas áreas altas

445 metros.

Page 38: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

38

A figura a seguir apresenta a tendência do primeiro indicador de segurança alimentar ilustrando o

quadro anterior. O quadro a seguir é positivo pois demonstra uma perspectiva de crescimento da oferta de

alimentos pelo território. Este comportamento pode ser explicado conforme o primeiro quadro pela queda na

taxa de natalidade e pelo pequeno crescimento da área de agricultura de segurança alimentar.

Esta tendência no entanto necessita de novas variáveis agregadas sobre a perspectiva de manter a

produção e a produtividade nos novos cenários do clima. A demanda de alimento seguindo parâmetros

conhecidos de segurança nutricional é de cerca de 1,5 a 2,0 kg de alimento por pessoa por dia. No caso do

território a diferença, considerando taxas de conversão e perdas, é ofertada por alimentos de fora do

território.

O indicador a seguir é da renda com tendência de queda projetada para os próximos anos. O

indicador de renda atual de R$ 433,66 tenderia em cinco anos as ser menor e próximo a cerca de R$

153,40 pela tendência da taxa de evolução dos preços dos produtos agrícolas ser menor do que a taxa de

evolução dos insumos tecnológicos utilizados. Este comportamento via de regra é resolvido pelas unidades

Page 39: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

39

produtivas através do aumento de produtividade combinado principalmente com o subsídio da agricultura

ofertado pelas políticas públicas principalmente de crédito.

A figura a seguir apresenta a tendência de ampliação dos passivos ambientais medidos através de

carbono equivalente. A tendência de crescimento ocorre pela tendência de ampliação das áreas de

pastagem e agricultura e queda das áreas de biodiversidade, principalmente florestas. A curva tendendo a -

10 toneladas por pessoa por ano é pedagógica e considera o crescimento negativo como passivo e o

crescimento positivo como ativo.

O quarto indicador de área de biodiversidade em queda representa o avanço das áreas de agricultura

e pastagem e a diminuição das áreas de florestas.

Esta tendência pode esta sendo modificada por várias razões entre as quais a legislação e a

conscientização sobre a importância da preservação e conservação que ocorre em dimensões somente

perceptíveis nos cenários futuros.

A Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio Cerqueira a 676

metros de altitude.

Page 40: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

40

A Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831 metros.

A diferenciação das agriculturas de um território ou de uma unidade de paisagem é sob o aspecto do

planejamento uma condição metodológica importante.

Page 41: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

41

Até o momento diferenciamos trajetórias históricas de ocupação por diferentes critérios:

5) Pela origem cultural do povo ocupante;

6) Pela nucleação dos municípios em diferentes períodos;

7) Pelos ciclos econômicos de ocupação;

8) Pelos sistemas produtivos combinando as diferentes atividades produtivas nas unidades de

produção;

Os resultados e/ou tendências de resultados apresentados nos quadros e figuras anteriores são a

expressão também da complexa diferenciação de agriculturas observadas na paisagem pela localização

(longitude/altitude) e pela forma de uso da paisagem sintetizada a seguir.

- Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249

metros.

- Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros mesclando mosaicos de matas.

- Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.

- Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas áreas altas

445 metros.

- Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio Cerqueira a 676

metros de altitude.

- Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831 metros.

A diferenciação por 6 ocupações da paisagem pode ser a síntese de um conjunto de variáveis

históricas que foram moldando o uso da paisagem e definindo sua matriz de ocupação assim como

resultados. Os quadros a seguir apresentam os resultados econômicos do território comparados ao Brasil,

ao estado de Santa Catarina e a uma microregião geográfica próxima (vizinha) a qual pode ser considerada

uma das regiões de referência na definição da agricultura regional futura e de outras regiões do Brasil.

Valor total da

produção (R$/ano)

Brasil

Santa

Catarina

São Miguel

do Oeste - SC

Chapecó -

SC

163.986.295.00

0,00

9.034.777.0

00,00

815.709.000

,00

1.142.798.0

00,00

Suino 576.040.000,00

154.944.000

,00

20.951.000,

00

25.733.000,

00

Aves

3.141.679.328,0

0

279.012.947

,00

18.595.269,

00

37.638.068,

00

Leite

8.977.201.000,0

0

573.361.000

,00

117.190.000

,00

135.477.000

,00

Fumo

2.882.769.749,0

0

153.965.600

,00

59.421.986,

00

9.980.572,0

0

Page 42: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

42

Milho

11.384.379.643,

00

674.115.146

,00

155.306.892

,00

103.808.365

,00

Soja

19.505.962.457,

00

180.562.160

,00

42.432.546,

00

99.671.452,

00

Agroindustria rural

87.056.003,

00

9.918.325,0

0

14.795.116,

00

Proporção de cada atividade no Valor total da produção (%)

Suino 0,35 1,71 2,57 2,25

Aves 1,92 3,09 2,28 3,29

Leite 5,47 6,35 14,37 11,85

Fumo 1,76 1,70 7,28 0,87

Milho 6,94 7,46 19,04 9,08

Soja 11,89 2,00 5,20 8,72

Agroindustria rural 0,964 1,216 1,295

A microregião São Miguel do Oeste SC é semelhante ao território Extremo Oeste SC diferenciando-se

pela presença e ausência de alguns municípios.

Brasil

Santa

Catarina

São Miguel

do Oeste - SC

Chapecó -

SC

Estabelecimentos 5.175.636,00 193.668,00 18.882,00 27.517,00

Área 333.680.037,00

6.062.506,0

0 352.577,00 506.300,00

Valor total da

produção

163.986.295.00

0,00

9.034.777.0

00,00

815.709.000

,00

1.142.798.0

00,00

Despesas

111.465.987.00

0,00

4.254.325.0

00,00

327.504.000

,00

530.519.000

,00

Despesas/Valor

Total 67,97 47,09 40,15 46,42

Valor Líquido 1

52.520.308.000

,00

4.780.452.0

00,00

488.205.000

,00

612.279.000

,00

Valor total /há 491,45 1.490,27 2.313,56 2.257,16

Valor Líquido/há 157,40 788,53 1.384,68 1.209,32

Valor Líquido/estab 10.147,60 24.683,75 25.855,58 22.250,94

Financiamento/est

ab 4.133,60 5.134,61 5.471,77 4.949,70

Outas

receitas/estab 2.455,35 3.532,32 3.617,04 3.831,52

Valor total agroindustria/estab 449,51 525,28 537,67

Fumo valor/estab 556,99 795,00 3.147,02 362,71

Milho valor/estab 2.199,61 3.480,78 8.225,13 3.772,52

Page 43: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

43

Soja valor/estab 3.768,80 932,33 2.247,25 3.622,18

Suino valor/estab 111,30 800,05 1.109,58 935,17

Aves valor/estab 607,01 1.440,68 984,81 1.367,81

Leite valor/estab 1.734,51 2.960,54 6.206,44 4.923,39

O objetivo dos quadros anteriores é apresentar o resultado econômico oficial (IBGE) a partir do último

Censo Agropecuário (2006) e orientar a análise comparativa de indicadores do território do Extremo Oeste

na perspectiva central de identificar e diferenciar potencialidades desta região/território as quais podem

orientar o planejamento estratégico do desenvolvimento futuro.

Para cumprir este objetivo este trabalho passa a adotar a hipótese de que esta região já é uma

referência em termos de consolidação da agricultura. E assim passará a representa para o futuro as

possibilidades de evolução de estratégias de desenvolvimento com capacidade superior de resultados

incluindo entre estes resultados, as contradições para a construção sustentável do desenvolvimento com

ativos sociais e ambientais acumulados.

A referência atribuída ao território é de consolidação de sistemas de produção especializados

avançando na agroindustrialização familiar das cadeias produtivas de carne de suíno e leite, seus

transformados e derivados. O estado de Santa Catarina assim é considerado a grande referência nacional

e as regiões São Miguel do Oeste e Chapecó como principais referências estaduais.

Page 44: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

44

5. A Agroindustria no Extremo Oeste SC

A agroindustria do Extremo Oeste passa neste momento a ser o critério base de análise deste plano

de gestão e negócios para a agricultura familiar objeto deste trabalho.

A hipótese a orienta este trabalho são de componentes históricos da trajetória de desenvolvimento

regional consolidou processos e instalou uma complexa rede de agroindústrias familiares em fase atual de

consolidação criando as condições para uma fase seguinte já em curso de consolidação avançada.

O estado de Santa Catarina é considerado nesta perspectiva o cenário de maio consolidação desta

fase da agricultura e da agricultura familiar. Os complexos agroindustriais nucleados na industria de carnes

e derivados de leite passam a compor este cenário de consolidação da agroindústria familiar.

A seguir são apresentados o mix da agroindustria rural com base nas quantidades produzidas e

comercializadas de cada microregião do IBGE pelos dados do último Censo Agropecuário (2006). Esta base

de referência de dados foi adotada para o primeiro nível de análise considerando sua importância como

referência oficial ainda que pese sob esta base de dados insuficiências de informações com

particularidades para as informações sobre agroindústrias familiares.

A orientação de análise comparativa entre regiões assegura de certa forma uma relevante

consistência supondo o uso dos mesmos critérios de diagnóstico e monitoramento realizados pelo IBGE.

São 19 diferentes regiões descritas a seguir no estado de Santa Catarina. As regiões são

diferenciadas em três grupos seguindo o objetivo de agrupar regiões semelhantes ao Extremo Oeste

representado pela Microregião São Miguel do Oeste.

No primeiro grupo a Micro Tabuleiro foi considerada próxima a Micro São Miguel do Oeste por

apresentar: produtos semelhantes; média diversidade; e ausência dos produtos de origem madeireira. As

demais regiões foram desconsideradas por estes critérios.

Page 45: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

45

MIX

Sant

a Catarina

Xan

xerê - SC

Tuba

rão - SC

Tiju

cas - SC

Tab

uleiro -

SC

Aguardente de cana (Mil

litros) 8,93 3,35 3,42

Arroz em grão (Toneladas) 0,77 0,98

Creme de leite (Toneladas) 0,79

Doces e geléias

(Toneladas) 0,42

Farinha de mandioca

(Toneladas)

22,8

0

56,8

2

80,

91

0,6

9

Fubá de milho (Toneladas) 0,94 0,64 0,05

Fumo em rolo ou corda

(Toneladas) 0,59

Legumes e verduras

(processadas) (Toneladas) 0,91

Licores (Mil litros) 0,02

Manteiga (Toneladas) 0,06 0,04

0,6

9

Melado (Mil litros) 2,94 0,04 0,89

13,

10

Pães, bolos e biscoitos

(Toneladas) 2,05 0,04 0,69

15,

17

Polpa de frutas (Toneladas) 0,53

Queijo e requeijão

(Toneladas) 9,64 4,37 3,37

17,

52

59,

31

Sucos de frutas (Mil litros) 0,35

Vinho de uva (Mil litros)

13,2

5 1,53 0,12

1,1

8

Carne de bovinos(verde)

(Toneladas) 4,06 1,44 0,05

0,3

9

8,9

7

Carne de suínos(verde)

(Toneladas) 6,20 2,12 5,95

2,0

7

Carne de outros

animais(verde) (Toneladas) 0,90 0,04 0,02

Carne tratada(de sol,

salgada) (Toneladas) 0,01

Embutidos(linguiças,

salsichas, etc.) (Toneladas) 1,12 0,51

Carvão vegetal (Toneladas) 22,6 85,8 27,5

Page 46: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

46

1 2 3

Produtos de madeira (Mil

metros cúbicos) 0,12 0,04

No segundo grupo a Micro Rio do Sul foi considerada próxima e Itoporanga semelhante ainda que

possua um mix reduzido de produtos com dependência e/ou especialização no produto queijo/requeijão e

assim diferenciando-se

MIX

S

ão

Miguel

do

Oeste -

SC

Ri

o do Sul

- SC

Jo

inville -

SC

Jo

açaba -

SC

Itup

oranga -

SC

Aguardente de cana (Mil litros)

6,

96

0,

63

9,

43

1,

46

Arroz em grão (Toneladas)

3,

48

3,

71

Creme de leite (Toneladas)

1,

59

0,

29

Doces e geléias (Toneladas)

0,

14

0,

27

0,

29

0,

25

Farinha de mandioca (Toneladas)

2,

29

Fubá de milho (Toneladas)

5,

94

3,

41

Fumo em rolo ou corda (Toneladas)

6,

21

Legumes e verduras (processadas)

(Toneladas)

1,

59

3,

33

Licores (Mil litros)

Manteiga (Toneladas)

0,

14

0,

29 -

Melado (Mil litros)

15

,51

1,

80

51

,43

0,

06

10,2

6

Page 47: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

47

Pães, bolos e biscoitos (Toneladas)

6,

09

0,

45

0,

06

Polpa de frutas (Toneladas)

1,

16

Queijo e requeijão (Toneladas)

22

,17

13

,85

14

,29

3,

47

64,1

0

Sucos de frutas (Mil litros)

0,

43

1,

50

Vinho de uva (Mil litros)

11

,88

2,

88

76

,98

Carne de bovinos(verde) (Toneladas)

8,

41

5,

67

1,

56

10,2

6

Carne de suínos(verde) (Toneladas)

2,

61

39

,75

10

,29

2,

07

12,8

2

Carne de outros animais(verde)

(Toneladas)

6,

38

5,

04

7,

71

0,

03 2,56

Carne tratada(de sol, salgada)

(Toneladas)

0,

14

Embutidos(linguiças, salsichas, etc.)

(Toneladas)

5,

36

4,

77

0,

41

Carvão vegetal (Toneladas)

15

,38

8,

72

Produtos de madeira (Mil metros cúbicos)

O terceiro grupo apresenta a Micro de Concórdia como semelhante a Micro São Miguel do Oeste com

produtos semelhantes, diversidade de produtos componentes do mix, e ausência dos produtos de origem

madeireira segundo dados do censo agropecuário.

MIX

Ita

jaí - SC

Floria

nópolis - SC

Curit

ibanos -

SC

Cr

iciúma -

SC

Co

ncórdia -

SC

Aguardente de cana (Mil litros) 55,34 5,56

21

,01

18,

75

Arroz em grão (Toneladas)

9,

45

25,0

0

0,1

0

Creme de leite (Toneladas) 0,35

Doces e geléias (Toneladas) -

0,

56

0,3

9

Farinha de mandioca

(Toneladas)

61

,19 29,14

12

,76

Page 48: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

48

Fubá de milho (Toneladas)

1,

88

3,1

3

Fumo em rolo ou corda (Toneladas)

3,

94

Legumes e verduras (processadas) (Toneladas)

0,4

9

Licores (Mil litros)

Manteiga (Toneladas)

0,

19

Melado (Mil litros) 5,69

0,

56

2,0

5

Pães, bolos e biscoitos (Toneladas) 1,62

0,

56

2,1

5

Polpa de frutas (Toneladas)

Queijo e requeijão

(Toneladas)

11

,44 1,19

61,1

1

22

,51

16,

89

Sucos de frutas (Mil litros)

1,

50

Vinho de uva (Mil litros) 5,56

33

,77

4,8

8

Carne de bovinos(verde) (Toneladas) 5,90 1,39

0,

38

23,

83

Carne de suínos(verde)

(Toneladas)

0,

25 0,56 1,39

0,

19

25,

49

Carne de outros animais(verde)

(Toneladas) 0,21

1,3

7

Carne tratada(de sol, salgada) (Toneladas)

Embutidos(linguiças, salsichas, etc.) (Toneladas)

0,

19

0,4

9

Carvão vegetal (Toneladas)

17

,66

Produtos de madeira (Mil metros cúbicos)

E no quarto grupo as Micros Campos de Lages e Blumenau consideradas próximas e a Micro

Chapecó semelhante. A Micro Campos de Lages com dependência em alguns produtos, e de uma região

com diferente características da região Oeste de Santa Catarina. A Micro Blumenau com produtos

diferentes (grãos, farinas, doces, legumes) diferencia-se da Micro em estudo.

MIX

C

hapecó -

Can

oinhas -

C

ampos

Blu

menau -

Ara

ranguá -

Page 49: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

49

SC SC de

Lages -

SC

SC SC

Aguardente de cana (Mil litros)

13

,29

2,

96

9,4

3

34,

76

Arroz em grão (Toneladas)

0,

28 0,32

3,8

8

Creme de leite (Toneladas)

0,

22

1,6

6

Doces e geléias (Toneladas)

0,

11 0,63

0,

37

11,

83

Farinha de mandioca (Toneladas)

5,3

6

14,

33

Fubá de milho (Toneladas)

0,

22

0,3

3

Fumo em rolo ou corda (Toneladas)

10,1

3

5,

56

0,1

8

Legumes e verduras (processadas)

(Toneladas)

0,

06

9,0

6

Licores (Mil litros)

0,

06

Manteiga (Toneladas)

0,

06 0,95

0,5

5

Melado (Mil litros)

4,

06

19,

22

2,4

7

Pães, bolos e biscoitos (Toneladas)

16

,30 5,70

0,3

7

0,3

3

Polpa de frutas (Toneladas)

17,

96

Queijo e requeijão (Toneladas)

24

,14

15,1

9

31

,48

8,8

7

19,

44

Sucos de frutas (Mil litros)

0,

22 0,32

Vinho de uva (Mil litros)

9,

51 0,95

3,

70

10,

91

Carne de bovinos(verde) (Toneladas)

15

,02 8,86

31

,85

0,3

7

Carne de suínos(verde) (Toneladas)

9,

73 1,27

4,

07

0,3

7

0,9

9

Carne de outros animais(verde) 1, 0,32 1, 0,3 3,2

Page 50: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

50

(Toneladas) 84 11 7 9

Carne tratada(de sol, salgada)

(Toneladas)

0,

06

Embutidos(linguiças, salsichas, etc.)

(Toneladas)

4,

84

18

,89

Carvão vegetal (Toneladas)

55,3

8

16,

82

6,1

0

Produtos de madeira (Mil metros cúbicos)

0,7

4

E por fim a micro Chapecó considerada a região mais semelhante ao território do Extremo Oeste

também localizada no Oeste Catarinense, com forte base de agricultura familiar entre os estabelecimentos

agropecuários localizada no cenário de origem dos complexos agroindustriais de carnes e leite.

Os quadros a seguir apresentam as 4 micro regiões consideradas semelhantes em termos de

trajetórias da agricultura percorridas e resultados de desenvolvimento. Estas 4 micro regiões podem ser

consideradas referência em termos de consolidação de um projeto de desenvolvimento regional e portando

esta em cenários futuros como regiões consolidadas mantendo unidades produtivas em condições

superiores de reprodução social e econômica. E nesta perspectiva pode-se supor a existência de arranjos

econômicos compondo um sistema de desenvolvimento regional.

SC

São

Miguel do

Oeste

Ituporan

ga

Concór

dia

Chapec

ó

Habitantes

6.248.40

6,09

172.129

,75

66.711,9

0

141.99

2,41

477.196

,07

Hectares

9.570.35

0,00

423.040

,00

132.350,

00

312.93

0,00

639.670

,00

estabeleci

mentos

193.668,

00

18.432,

00 5.068,00

12.196,

00

27.221,

00

est

familiares

178.183,

00

17.520,

00 4.759,00

11.509,

00

25.766,

00

est não

familiares

15.485,0

0 912,00 309,00 687,00

1.455,0

0

est

dirigidos >65 193668 18432 5068 12196 27221

est com

renda

156.028,

00

16.931,

00 5.149,00

10.532,

00

24.365,

00

est familiar

c/ind

17.211,0

0

2.911,0

0 946,00

1.378,0

0

5.053,0

0

est não 879,00 95,00 42,00 61,00 256,00

Page 51: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

51

familiar c/ind

R$

industria familiar

66.938.5

14,00

9.434.4

91,00

1.791.55

3,00

5.179.8

15,00

11.085.

552,00

R$

industria não

familiar

20.117.4

89,00

483.834

,00

193.921,

00

1.121.5

86,00

3.709.5

64,00

Produção

própria

20.948.0

00,00

1.584.0

00,00

212.000,

00

1.148.0

00,00

3.483.0

00,00

Produção

importada

11.012.0

00,00

288.000

,00

132.000,

00

575.00

0,00

805.000

,00

Produção

vendida

23.229.0

00,00

690.000

,00

39.000,0

0

1.024.0

00,00

1.798.0

00,00

Os indicadores dos quadros acima e a seguir são semelhantes em termos de presença da agricultura

familiar, proporção de estabelecimentos da agricultura familiar com industrias. A quantidade de produtos

comercializados e de resultado econômico por estabelecimento diferencia-se somente na região de

Ituporanga e pode se atribuída ao diagnóstico das informações relacionado ao preço da unidade

comercializada.

SC

São

Miguel do

Oeste

Ituporan

ga

Concór

dia

Chapec

ó

Municípios 21,00 7,00 15,00 39,00

%Produtos da Ind Familiar SC 2,97 0,17 4,41 7,74

%PIB Ind Familiar por Micro 11,39 2,28 7,24 16,99

% estab AF 92,00 95,05 93,90 94,37 94,65

%estab AF c/Ind 9,66 16,62 19,88 11,97 19,61

R$/estab AF

3.889,2

9

3.240,9

8

1.893,8

2

3.758,9

4

2.193,8

6

% estab não Familiar

c/Ind 5,68 10,42 13,59 8,88 17,59

R$/estab não Fam

22.886,

79

5.092,9

9

4.617,1

7

18.386,

66

14.490,

48

unid própria/estab

1.217,1

3 544,14 224,10 833,09 689,29

unid vend/est

1.349,6

6 237,03 41,23 743,11 355,83

Preço R$/kg 2,96 7,95 24,95 5,66 8,01

% produtos

próprios/produtos 90,18 229,57 543,59 112,11 193,72

Page 52: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

52

comercializados

% produtos

importados/comercializado

s 47,41 41,74 338,46 56,15 44,77

As regiões diferenciam-se pela proporção de produtos produzidos localmente, importados e a

participação destes dois grupos entre os produtos comercializados. O resultado final em R$ comercializados

(vendidos) por estabelecimento da agricultura familiar por microregião é semelhante e sua diferença pode

ser explicada em parte pela proporção de cada produto na composição do mix, considerando informações

com restrições como no caso do preço em Itoporanga.

O objetivo neste momento seria diferenciar as microregiões referência e diferenciar a microregião

objeto deste estudo. Os quadros a seguir no entanto permitem diferenciar estas 4 microrregiões pela

diversidade e complexidade da produção de alimentos compondo o mix de produtos e gerando renda fato

que as diferenciam das outras regiões. A análise dos componentes segurança alimentar e renda obtida da

produção de alimentos diferencia o resultado destas regiões.

No entanto o diagnóstico que legitime a tese defendida neste estudo ou que a fortaleça deve ser

complementado e construído. É importante considerar que a base de informações censitárias e de

monitoramento da agricultura realizado pelas instituições oficiais e não governamentais ainda encontra-se

em fase de estruturação fato que permite atribuir a análise dos dados disponíveis ainda insuficientes ou

mesmo com restrições promovidas por dificuldades metodológicas.

A microregião São Miguel do Oeste como referência para o território Extremo Oeste de Santa

Catarina mesmo considerando o contexto acima e pelas informações disponíveis pode ser considerada uma

referência, no entanto, o processo de diagnóstico e acompanhamento de processos deve ser realizado

construindo metodologias e ferramentas capazes de auxiliar na análise de cenários e projeção de ações

estratégicas.

Os quadros seguintes complementam e auxiliam na explicação do diagnóstico realizado pela

diferenciação do mix de produtos vendidos nas 4 microrregiões e preços recebidos para cada produto

componente do mix.

A microregião de Ituporanga possui seu mix centrado na produção de queijos, a microregião de

Concórdia centrada na produção de aguardente e carnes, e as microregiões de São Miguel do Oeste e

Chapecó possuem um mix diversificado.

MIX (proporção de cada

produto vendido)

Sant

a Catarina

São

Miguel do

Oeste -

SC

Itupo

ranga – SC

Con

córdia -

SC

Cha

pecó – SC

Page 53: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

53

Aguardente de cana (Mil

litros) 8,93 6,96

18,

75

13,2

9

Creme de leite (Toneladas) 0,79 1,59 0,22

Doces e geléias

(Toneladas) 0,42 0,14

0,3

9 0,11

Farinha de mandioca

(Toneladas)

22,8

0

Fubá de milho (Toneladas) 0,94 5,94

3,1

3 0,22

Legumes e verduras

(processadas) (Toneladas) 0,91 1,59

0,4

9 0,06

Licores (Mil litros) 0,02 0,06

Manteiga (Toneladas) 0,06 0,14 0,06

Melado (Mil litros) 2,94

15,5

1

10,2

6

2,0

5 4,06

Pães, bolos e biscoitos

(Toneladas) 2,05 6,09

2,1

5

16,3

0

Polpa de frutas (Toneladas) 0,53 1,16

Queijo e requeijão

(Toneladas) 9,64

22,1

7

64,1

0

16,

89

24,1

4

Sucos de frutas (Mil litros) 0,35 0,43 0,22

Vinho de uva (Mil litros)

13,2

5

11,8

8

4,8

8 9,51

Carne de bovinos(verde)

(Toneladas) 4,06 8,41

10,2

6

23,

83

15,0

2

Carne de suínos(verde)

(Toneladas) 6,20 2,61

12,8

2

25,

49 9,73

Carne de outros

animais(verde) (Toneladas) 0,90 6,38 2,56

1,3

7 1,84

Carne tratada(de sol,

salgada) (Toneladas) 0,01 0,14 0,06

Embutidos(linguiças,

salsichas, etc.) (Toneladas) 1,12 5,36

0,4

9 4,84

96,5

2

100,

00

99,

90

99,7

2

A grande quantidade de alimentos produzidos nas microregiões São Miguel do Oeste e Chapecó

torna sua proporção de produção de carnes e transformados, e de leite e derivados relevante. A

diferenciação regional se amplia se consideramos o diagnóstico regional reconhecido sobre a diversidade

do mesmo produto produzido por diversas unidades industriais familiares em diversos municípios.

Page 54: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

54

PREÇO

(R$/unidade)

Santa

Catarina

São

Miguel do

Oeste - SC

Itupor

anga - SC

Conc

órdia - SC

Chap

ecó – SC

Aguardente de cana 2,47 2,25 3,01 2,82

Arroz em grão 2,68 3,42 2,00 4,40

Creme de leite 2,93 3,73 4,00

Doces e geleias 3,89 11,00 7,00 17,50

Farinha de mandioca 1,37

Fubá de milho 0,93 0,90 0,94 3,00

Fumo em rolo ou

corda 5,22

Legumes e verduras

(processadas) 1,23 1,27 4,40 9,00

Licores 4,50 12,00

Manteiga 4,50 5,00 8,00

Melado 2,39 3,32 3,00 1,33 3,88

Pães, bolos e

biscoitos 4,43 5,10 4,82 4,24

Polpa de frutas 1,23 5,13

Queijo e requeijão 7,32 7,92 4,68 8,77 7,91

Sucos de frutas 4,51 6,33 25,00

Vinho de uva 2,09 4,07 5,42 3,92

Carne de

bovinos(verde) 14,57 21,97 80,75 7,91 14,46

Carne de

suínos(verde) 6,49 57,78 82,80 3,84 13,83

Carne de outros

animais(verde) 11,91 11,18

103,0

0 8,14 23,39

Carne tratada(de sol,

salgada) 9,50 7,00 11,00

Embutidos(linguiças,

salsichas, etc.) 8,35 7,57

25,0

0 9,26

No nível local municipal no Extremo Oeste a diversidade e complexidade de produtos da

agroindústria rural conforme dados oficiais do Censo Agropecuário do IBGE (2006) é outro componente que

exige novas informações a serem confirmadas e qualificadas. O quadro a seguir apresenta o mix do

território por produto de cada município em proporção ao volume total vendido.

Agu

ardente

C

reme

M

elado

Pan

ificação

Q

ueijo

S

ucos inho

C

arne arne

C

arnes

E

mbutidos

Page 55: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

55

Leite e bovin

a

suína outras

Anch

ieta

2

,93 ,58

Band

eirante

0

,68 ,68

Barr

a Bonita

1

,80

Belm

onte

0

,90

Desc

anso

2,0

3

4

,95 ,68

Dioní

sio C.

3

,60

1

,13 -

Guar

aciaba

0,2

3

0

,23

2

,25 ,45

5,4

1

Guarujá do Sul

0

,23

0

,45

Iporã do Oeste

1

,13

0,2

3

0

,90 ,95

Itapir

anga

1

,35

6

,08

5,8

6

0

,45

0

,23

0

,68 -

Mon

daí

0

,68

2,4

8

0

,45

7

,21 ,25

2

,48

2,4

8

Palm

a Sola

0

,45

0

,23 ,23

Paraí

so -

0

,45 ,68

4

,50 ,90

Princ

esa

0,6

8

1

,80

Sant

a Helena

0

,45

São

João O.

0

,90

São

José C.

1,1

3 -

6

,53 ,23 ,23

São

Miguel O.

0

,45

6

,76 ,93

1

,13 ,23

0,2

3

Tuná

polis

2

,70

0

,68

0

,45 ,48

Page 56: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

56

O município de Anchieta vendeu 2,93% do total vendido no território no ano de 2006 em produto

Queijo e requeijão. Este mesmo município vendeu o correspondente a 1,58% da quantidade total do

território em produto vinho. Estes dois produtos foram registrados pelo censo como produtos significativos o

que não significa que foram somente estes dois produtos vendidos.

O município que mais vendeu produtos da agroindústria do território foi Mondai com cerca de 18%,

em segundo lugar o município de Itapiranga com cerca de 14% e em terceiro lugar o município de São

Miguel do Oeste com cerca de 11%. Os municípios que mais comercializaram leite e derivados foram São

Miguel do Oeste e São João do Cedro. Carne de suíno e embutidos foi mais representativa nos municípios

de Guaraciaba e Mondai.

O quadro a seguir apresenta três indicadores de resultado municipais relacionados a agroindústria

rural da agricultura familiar. Alguns municípios foram diagnosticados com grande expressão de unidades

produtivas familiares municipais com agroindústria rural presente nos sistemas produtivos são os casos de

Mondaí, Palma Sola e Paraiso.

% estab

familiares

%estab

familiar

c/industria

R$

Ind/estab

familiar

Anchieta - SC 97,54 6,69 2.360,77

Bandeirante - SC 97,78 11,17 1.243,39

Barra Bonita -

SC 89,20 4,74 3.129,11

Belmonte - SC 96,44 8,71 1.636,15

Descanso - SC 94,16 9,71 1.809,02

Dionísio

Cerqueira - SC 94,24 3,76 5.780,94

Guaraciaba - SC 93,47 10,20 1.568,35

Guarujá do Sul -

SC 94,98 4,15 1.325,95

Iporã do Oeste -

SC 94,86 12,97 1.324,55

Itapiranga - SC 90,03 15,27 1.913,58

Mondaí - SC 97,59 73,36 1.923,48

Palma Sola - SC 92,85 49,17 1.547,40

Paraíso - SC 98,00 40,27 1.590,09

Princesa - SC 98,72 1,51 4.672,86

Riqueza - SC 94,38 15,19 886,04

Romelândia - SC 96,84 10,08 955,12

Santa Helena - 98,41 15,86 1.287,36

Page 57: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

57

SC

São João do

Itaperiú - SC 91,25 8,55

São José do

Cedro - SC 97,43 5,62 1.827,81

São Miguel do

Oeste - SC 94,73 8,44 4.479,61

Tunápolis - SC 96,94 22,97 845,18

Em relação a renda da agroindústria por estabelecimento rural familiar os municípios de Dionísio

Cerqueira, Barra Bonita, Princesa e São Miguel do Oeste foram destaque acima da média do território. O

território Extremo Oeste possui 18432 estabelecimentos rurais dos quais 17520 são familiares e 2911

(16,6% dos estabelecimentos familiares) possuem agroindústrias conforme o Censo de 2006.

Os quadros a seguir apresentam informações sobre a organização social cooperativa e a produção

da agroindústria obtias por estudos e monitoramentos regionais. No primeiro quadro uma descrição dos

principais produtos por município: 13 municípios identificados com o produto leite e 2 com embutidos de

suíno.

Municí

pio Principais produtos produzidos/comercializados

Dionísi

o Cerqueira Hortaliças e citrus

Bandeir

ante

Leite, Hortaliças, citrus, açúcar mascavo, farinha milho, panificados, sucos,

doces e conservas, derivados de leite

Descan

so Leite, doces e conservas, pêssego e caqui

Guarac

iaba

Embutidos, derivados de leite, citrus, açucar mascavo, conservas e doces,

hortaliças, aves e ovos.

Guaruj

á do Sul Leite, hortaliças

Itapiran

ga Leite, mel, melado, ovos, açúcar mascavo, citrus, hortaliças, panificados

São

João do

Oeste Leite, mel, panificados, citros, aves, hortaliças, doces e conservas

São

José do

Cedro Leite, hortaliças, citrus, açúcar mascavo, caqui

São

Miguel do

Oeste Hortaliças, citrus, açúcar mascavo, panificados, aves, peixe, ovos, mel

Page 58: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

58

Tunápo

lis Leite, fabricação de queijos, hortaliças

Santa

Helena Leite, suco de uva integral, panificados, citrus, doces e conservas

Dionísi

o Cerqueira

Leite, hortaliças, frutas, farinha de milho, panificados, embutidos, açúcar

mascavo, feijão

Anchiet

a Conservas, farinha de milho crioulo, hortaliças, citros, panificados

Palma

Sola Leite, açúcar mascavo, conservas, hortaliças

Mondaí Leite, hortaliças e citros

No segundo quadro as famílias diretamente beneficiárias das cooperativas vinculadas ao processo

CONSAD do Extremo Oeste. São 1620 famílias representando cerca de 9,2% dos estabelecimentos

familiares do território.

Município

Fa

mílias

Pro

porção %

Dionísio

Cerqueira

32

0

19,

85

Palma Sola

17

7

10,

98

São João do

Oeste

16

8

10,

42

Itapiranga

14

7

9,1

2

Descanso

13

3

8,2

5

Tunápolis

12

9

8,0

0

Dionísio

Cerqueira

12

8

7,9

4

Guarujá do

Sul

12

5

7,7

5

Bandeirante

10

8

6,7

0

Guaraciaba 62

3,8

5

São Miguel

do Oeste 32

1,9

9

Page 59: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

59

Anchieta 28

1,7

4

Mondaí 26

1,6

1

São José do

Cedro 23

1,4

3

Santa

Helena 6

0,3

7

Território

1.

612

E o terceiro quadro a seguir apresenta um mix de produtos comercializados pelas agroindústrias do

território obtido pó diagnóstico regional realizado em 2012 (ACORDAR/CONSAD). O diagnóstico realizado

sem diferenciar agroindustrias familiares e não familiares identificou a comercialização mensal de 256.064

unidades comercializadas (kg) e o valor de R$ 1.286.177,24.

Produtos

Qua

ntidade

(unidades)

Pro

porção

(%)

Frutas, sucos,

polpas

2889

1

11,

28

Frango branco

2836

6

11,

08

Leite barriga

mole

2600

0

10,

15

Pepino

2389

4

9,3

3

Derivados leite

2201

0

8,6

0

Cana e

derivados

2186

6

8,5

4

Suíno e

transformados

2087

4

8,1

5

Panificados

1820

0

7,1

1

Farinha milho

1335

0

5,2

1

Mel

1014

2

3,9

6

Carne bovina

1012

5

3,9

5

Page 60: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

60

Vibno 5404

2,1

1

Mandioca 4742

1,8

5

Arroz 4010

1,5

7

Feijão 3317

1,3

0

Ovos 2986

1,1

7

Cachaça 2806

1,1

0

Frango caipira 2690

1,0

5

Peixe 2660

1,0

4

Olerículas 1472

0,5

7

Geléias e

doces 1415

0,5

5

Vinagre 455

0,1

8

Rapadura 200

0,0

8

Pipoca 104

0,0

4

Amendoim 75

0,0

3

Total

256.

054

Se considerarmos 10 meses de vendas o valo anual total seria de R$ 12.861.772,40 superior em

29,8% ao valor total da agroindústria rural identificado pelo Censo do IBGE realizado em 2006.

A proporção de cada produto e grupo de produtos identifica o mix regional e diferenças importantes

em relação ao mix de produtos diagnosticado pelo Censo Agropecuário do IBGE de 2006. A diferença

observada deve compor a análise da agroindústria do território principalmente no aspecto metodológico a

ser proposto como ferramenta de montagem do plano de gestão na sua perspectiva de monitoramento e

gestão continuada.

6. Plano de Negócio e Gestão: O Sistema de Arranjos de Empreendimentos

Page 61: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

61

O plano de negócio Arranjos de Empreendimentos do Território Extremo Oeste apresenta um produto

estudo e ferramenta de apoio na política nacional de dinamização econômica com contornos metodológicos

e de concepção distintos.

Primeiro é importante compreender o contexto (ambiente) e as hipóteses diretrizes que orientam o

objetivo deste estudo - produto. Sobre o contexto o plano de negócio e gestão é realizado em um território

que deve ser considerado uma das referências estratégicas sobe um dos principais temas de

desenvolvimento da agricultura familiar a agroindústria familiar.

E sobre as hipóteses diretrizes são apresentadas na forma de afirmações que passam a direcionar o

objetivo de análise do PNE:

- A agricultura familiar na região sul conquistou etapas consolidadas de desenvolvimento definindo

sistemas de produção e utilizando de forma ampliada políticas de apoio necessárias como o crédito e a

assistência técnica.

- A fase deste processo de desenvolvimento da agricultura familiar é de consolidação avançada com

a especialização de um conjunto de atividades produtivas (grãos, aves, suíno, e leite) que definem os

principais sistemas de produção.

- A agroindustrialização familiar artesanal de plantas de pequeno porte se tornou atividade

produtiva não mais complementar mas principal e passou a definir sistemas de produção

- As agroindústrias familiares artesanais “embutidos de suíno” e “derivados de leite” estão entre as

atividades produtivas do setor com capacidade superior de renda e apelo de mercado ampliado.

- As unidades produtivas especializadas e consolidadas estão localizadas em territórios de

desenvolvimento muito específicos do Brasil redefinindo as regionalidades do desenvolvimento.

- O Extremo Oeste do estado de Santa Catarina é um destes poucos territórios com características

muito específicas tornando-se referência e gestando estratégias de gestão de empreendimentos e de

conjuntos de empreendimentos denominados neste trabalho de arranjo.

Neste contexto e orientado por estas hipóteses diretrizes é definido o objetivo deste trabalho: analisar

estratégias de gestão e negócios de empreendimentos – arranjos econômicos da agricultura familiar

gerando referências metodológicas de gestão na forma de planos de negócio e gestão.

A ferramenta metodológica utilizada analisará estudos de caso de agroindústrias das atividades

produtivas “embutidos de suíno” e “derivados de leite” privilegiando o funcionamento técnico e econômico

de casos diagnosticados e escolhidos por utilizarem /gestarem diferentes estratégias de gestão.

As ferramentas utilizadas incluem etapas e técnicas a seguir descritas:

- A qualificação e diagnóstico sobre a identidade territorial da geografia social de um sujeito coletivo

de desenvolvimento onde se relacionam diferentes empreendimentos econômicos: O Caso do CONSAD do

Extremo Oeste Catarinense.

- A definição de critérios de diferenciação das estratégias de gestão na forma de uma matriz dos

arranjos;

- O diagnóstico dos resultados de funcionamento técnico e econômico;

- A identificação - definição das diferentes estratégias de gestão (tipos) como sistemas de gestão;

- Apresentação das estratégias de gestão na forma de passos e recomendações de uso (referências);

6.1 O sujeito territorial de desenvolvimento: ident idade

Page 62: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

62

O Caso do CONSAD do Extremo Oeste Catarinense passa a ser reconhecido pela identidade

territorial como um sujeito coletivo de desenvolvimento onde se relacionam diferentes empreendimentos

econômicos.

Este sujeito coletivo é a expressão de uma Rede Social de Desenvolvimento construída

historicamente e legitimada por uma complexa rede de organizações sociais e instituições da sociedade civil

organizada e governo representado principalmente pela estrutura operacional das políticas públicas.

A institucionalidade do CONSAD pode no contexto atual se considerada uma das expressões mais

fortes do desenvolvimento territorial e, estruturado em formato consolidado de organização de gestão do

espaço publico e das políticas públicas relacionadas.

Assim podemos considerar que a legitimação deste estudo por parte do CONSAD deve ser

considerada a legitimação do seu produto e o reconhecimento necessário das referências estudo de caso

(agroindústrias e empreendimentos) apresentado.

A definição de Sujeito Social de Desenvolvimento e de Rede Social de Desenvolvimento inclui e de

Arranjos de Empreendimentos sugere a existência de grupos de empreendimentos em relações sociais e

econômicas estabelecidas por agendas mais ou menos complexas.

Os empreendimentos estariam assim organizados por:

- Arranjos de Empreendimentos: um grupo de empreendimentos com relações de parceria

estabelecida por diferentes níveis de proximidade. Os Arranjos podem ser constituídos por grupos de 2 grau

em parceria temática específica.

- Arranjos de Empreendimentos de 2 Grau: Grupos de arranjos em parceria temática específica

definida por algum elemento econômico e/ou social. Para este estudo o produto queijo colonial (arranjo

derivado de leite) e salame (arranjo embutido de suíno) foram considerados o elemento econômico

aglutinador.

6.2 A Matriz de critérios de diferenciação do Arran jo de Empreendimentos

O quadro a seguir apresenta 4 grupos de critérios utilizados no diagnóstico e análise de diferenciação

dos empreendimentos e das estratégias de gestão. Os critérios foram escolhidos a partir de pressupostos

conceituais gerais que passam a diferenciar organizações sociais e econômicas e de elementos

diagnosticados durante o estudo dos empreendimentos os quais se tornaram relevantes nesta diferenciação

de forma de administrar.

Os critérios incluem elementos da trajetória histórica que pode ter potencializado o surgimento destas

referências em determinado espaço social e geográfico e de elementos combinados e/ou relacionados da

estrutura operacional atual que podem determinar potencialidades e fatores restritivos dos resultados

futuros.

- O Meio Agroecológico: a diferenciação geográfica que inclui altitude, diferenças na matriz de

ocupação do solo da paisagem (agricultura e florestas) associadas aos municípios são fatores que podem

te sido determinantes na diferenciação de unidades produtivas, base da agricultura e empreendimentos das

cadeias produtivas estudadas.

Meio Ecológico Trajetória sócio Mix de Organização da

Page 63: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

63

econômica produtos Gestão e Mercado

(1a) Iporâ do Oeste (e

Mondai) e a agricultura de terras

baixas intensiva especializada

com mata a 249 metros.

(1b) Agricultura de

altitude de São João do Oeste a

421 metros mesclando

mosaicos de matas.

(1c) Agricultura de solo

exposto de Descanso e

Belmonte a 570 metros de

altitude.

(1d) Agricultura de solo

coberto por pastagem e

mosaicos de Barra Bonita e

Guaraciaba nas áreas altas 445

metros.

(1e) Agricultura nos

mosaicos de fragmentos de

altitude em Guaruja do Sul e

Dionísio Cerqueira a 676 metros

de altitude.

(1f) Agricultura de

produção de sementes nas

altitudes de Anchieta e Palma

Sola a 831 metros.

(2a) 1920 dos

municípios de Iporã

do Oeste, Itapiranga,

Mondai, São José do

Cedro, Princesa, São

Miguel do Oeste,

Palma Sola

(2b)1940 dos

municípios de

Anchieta, Belmonte e

Guarujá do Sul

(2c) 1990 com

o movimento nacional

das emancipações,

como é o caso de

Bandeirante, Barra

Bonita, Santa Helena,

São João do Oeste e

Tunápolis.

(3a) Individuais:

1 produto

comercializado

(3b)

Relacionados:

relações entre

produtos na

comercialização

(3c)

Associados:

comercialização

conjunta

(4) Forma:

(a)familiar; (b)associação

familiar; (c)cooperativada.

(5) Mix de mercado:

(a)amplo; (b)ampliado;

(c)estável

- Trajetória Sócio Econômica: determinada pela localização municipal de emancipações em diferentes

períodos pode determinar a vinculação aos ciclos econômicos em seus momentos de maio plenitude e

portanto com maior capacidade de acumulação econômica por um tempo maior.

- Mix de Produtos: O mix de produtos talvez determine o critério mais importante na diferenciação das

formas (estratégias) de gestão dos empreendimentos. Nedste estudo de caso o mix é representado por

diferentes produtos e por relações de comercialização estabelecidas pela comercialização individual do

produto ou associada de alguma forma a outros produtos.

- Organização da Gestão e Mercado: Este critério de diferenciação combinado com o mix de produto

passa a definir as diferentes estratégias de gestão. Dois critérios associados integram este grupo de

critérios: a cooperação de associados do empreendimento desde uma família a uma cooperativa, e a

complexidade do mercado desde o mercado municipal de poucos pontos de venda até o mercado regional

incluindo outros estados.

Page 64: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

64

O quadro a seguir indica hipóteses gerais de localização municipal a partir de dados secundários e

estudos locais analisados. As indicações municipais e de podutos e/ou grupos de produtos deste quadro

sugere hipóteses de identidades municipais relacionadas aos dois arranjos de empreendimentos de 2 grau.

Empreendimento Meio

Ecológico

Trajetóri

a sócio

econômica

Mix de produtos Organização

da Gestão e

Mercado

Queijo Guaraciaba

Salame Guaraciaba

Queijo Tunápolis

Salame Guaraciaba

Leite Dionísio

Leite Itapiranga

Embutido Dionísio

Leite Palma Sola

Embutido São Miguel

Queijo São Miguel

Queijo Descanso

Queijo São José do

Cedro

Embutido de Mondaí

Queijo Anchieta

No quadro anterior de diferenciação municipal dos arranjos de empreendimentos através de análise

de dados secundários permitiu em alguns casos chagar somente ao produto aglutinador de vários arranjos

como leite, em outros municípios ao produto aglutinador de arranjos específicos como embutidos, e em

alguns casos ao produto aglutinador de arranjos de 2 grau como no caso de salame e queijo.

Os estudos de caso deste Plano de Negócio e Gestão apresentados a seguir são considerados as

referências regionais dos 2 arranjos de empreendimentos analisados “embutidos de suíno” e “derivados de

leite” e dos 2 arranjos de empreendimentos de 2 grau “queijo colonial” e “embutido de suíno salame”. São 4

estudos de caso analisados para cada arranjo localizados em 5 municípios do território.

A elaboração do plano de negócio e gestão associada às diferentes combinações de características

consideradas critérios de diferenciação para arranjos de empreendimentos e empreendimentos permitirão

diferenciar as estratégias de gestão e apresentar o produto tipos de estratégias de gestão.

O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL” localizado no município de Guaraciaba está localizado no

meio ecológico indicado como (1d) cujas características incluem a ocupação do solo com agricultura de

pastagens e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais de altitude media para o território

acima de 400 metros.

Empreendimento Meio

Ecológico

Trajetória sócio

econômica

Mix de produtos Organização da Gestão e

Mercado

Page 65: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

65

Queijo IRMÃOS DIEL

Guaraciaba

(1d) (2b) Individual (3 a) Associação

Familiar/local

Salame LETAVO

Guaraciaba

(1d) (2b) Individual (3 a) Associação

Familiar/amplo

Queijo COMILPE

Tunápolis

(1c) (2c) Associado (3c) Cooperativa/ampliad

o

Salame SANTA FÉ

Itapiranga

(1 a) (2 a) Individual (3 a) Associação

Familiar/amplo

Queijo SANTA

CLARA Dionísio

Cerqueira

(1e) (2b) Individual (3 a) Familiar/local

Queijo WNIG Anchieta (1f) (2b) Individual (3 a) Familiar/Local

Salame MARO

DANEL Guaraciaba

(1d) (2b) Relacionado (3b) Familiar/ampliado

Salame NONO

COSER Guaraciaba

(1e) (2b) Individual (3 a) Familiar/ampliado

O município de Guaraciaba possui a trajetória histórica de formação no segundo período regional

próximo a 1940. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social

em um período e acumulação média para o território.

O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix

individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não compondo um conjunto

maior de produtos.

A organização de gestão é de associação familiar e o mercado de comercialização qualificado como

local tanto pela escala menor de quantidade de produtos como por rotas de comercialização não distantes.

Os demais empreendimentos estudo de caso diferencia-se na combinação destas variáveis – critério

permitindo ao estudo identificar diferentes estratégias de gestão. As estratégias de gestão devem ser

compreendidas como formas diferentes de realizar a gestão administrativa e de funcionamento do

empreendimento podendo diferenciar seus resultados e a potencialidade de estabilidade destes resultados

para um maior período.

6.3 Funcionamento técnico econômico: Plano de Negóc io e Gestão

6.3.1 Caracterização dos empreendimentos

Queijo IRMÃOS DIEL Guaraciaba: Agroindústria organizada em associação de famílias comercializa

seus produtos em municípios próximos do território com características de mercado local.

Salame LETAVO Guaraciaba: Agroindustria organizada em associação familiar comercializa seus

produtos em grande parte dos municípios do território e exposta para outras regiões e estados.

Page 66: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

66

Empreendimento Mix de produtos Organização da Gestão e Mercado

Queijo IRMÃOS DIEL

Guaraciaba

Individual (3 a) Associação Familiar/local

Salame LETAVO Guaraciaba Individual (3 a) Associação Familiar/amplo

Queijo COMILPE Tunápolis Associado (3c) Cooperativa/ampliado

Salame SANTA FÉ Itapiranga Individual (3 a) Associação Familiar/amplo

Queijo SANTA CLARA

Dionísio Cerqueira

Individual (3 a) Familiar/local

Queijo WNIG Anchieta Individual (3 a) Familiar/Local

Salame MARO DANEL

Guaraciaba

Relacionado (3b) Familiar/ampliado

Salame NONO COSER

Guaraciaba

Individual (3 a) Familiar/ampliado

Queijo COMILPE Tunápolis: Agroindustria organizada em cooperativa comercializa os produtos de

vaias famílias em mercado ampliado para diversos municípios do território.

Salame SANTA FÉ Itapiranga: Agroindustria organizada em associação familiar comercializa seus

produtos para vários municípios do território e para outras regiões fora do território.

Queijo SANTA CLARA Dionísio Cerqueira: Agroindusttia familiar comercializa seus produtos no

mercado municipal.

Queijo WNIG Anchieta: Agroindusttia familiar comercializa seus produtos no mercado municipal.

Salame MARO DANEL Guaraciaba: Agroindustria Familiar comercializa seus podutos em diversos

municípios do território.

Salame NONO COSER Guaraciaba: Agroindustria Familiar comercializa seus produtos em diversos

municípios do território.

6.3.2 Mix de Produtos e Pontos de Venda

O mix de produtos é apresentado de forma vinculada ao mix de pontos de venda. O mix de pontos de

venda indica o mercado construído pelo empreendimento e arranjo econômico no ambiente territorial. Assim

descrito o resultado do plano de negócio e gestão elaborado apresenta o mix de pontos de venda como

uma estratégia de mercado diagnosticada a qual foi construída em um complexo contexto de organização

econômica cuja compreensão exige a análise dos seus elementos componentes os quais serão abordados

neste plano.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wing Santa Fé Maro Letavo Nono Coser

Page 67: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

67

Danel

Município

Guaraciab

a Tunápolis

Dionísio

Cerqueira Anchieta Itapiranga

Guaraciab

a Guaraciaba Guaraciaba

Tipo E

Assoc

Famíliar Coop Familiar Familiar

Assoc

Familiar Familiar

Assoc

Familiar Familiar

São José do Cedro 4.000 - - - - 10.000 16.000

7.20

0

Guaruja 6.000 - - - - - 12.000

6.00

0

Guaraciaba 12.000 - - - - - 24.000 10.000

São Miguel do

Oeste - 9.600 - - - 20.000 40.000 12.000

Tunápolis - 4.800 - - - - - -

Belmonte - 2.800 - - - - - -

Santa Helena - 3.200 - - - - - -

Iporã do Oeste - 2.400 - - 24.000 - - -

Descanso - 1.600 - - - 8.000 10.000 -

Itapiranga - 3.600 - - 48.000 - - -

Outros estados -

6.00

0 - - 28.000 - 18.000 8.000

Dionísio

Cerqueira - - 12.000 - - - 16.000 -

Anchieta - - - 10.000 - - - -

São João do Oeste - - - - 28.000 - - -

Mondai - - - - 40.000 - - -

Paraiso - - - - - 8.000 - -

Total 22.000 34.000 12.000 10.000 168.000 46.000 136.000 43.200

Desta forma concebido o mix de produtos e pontos de venda permite considerar a existência de três

formas de mercado local/regional:

- O eixo concentrado São Miguel do Oeste – São José do Cedro;

- O eixo concentrado Itapiranga - São Miguel do Oeste;

- Os eixo núcleo Dionísio Cerqueira, Anchieta, e outros municípios;

Estas formas de mercado devem ser compreendidos como nichos ou núcleos de mercados

dinamizados por demanda específica e definida por um conjunto de condições e características as quais

combinadas tornam estes núcleos geográficos – sociais um mercado.

Alguns empreendimentos iniciaram vendas para fora do território e para outros estados já com certa

regularidade criando uma quarta forma de mercado para os empreendimentos. Esta quarta forma de

mercado deve ser analisada ainda em fase de estruturação.

6.3.3 Valor Bruto Comercializado

O quando anterior apresentou a composição do mix complexo que em um ano comercial vendeu e

comprou cerca de 471.200 kg de alimentos queijo colonial (78.000) e salame colonial (393.200). A venda

Page 68: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

68

destes produtos soma cerca de R$ 5.410.800,00 anuais queijo colonial (R$ 837.600,00) e salame colonial

(R$ 4.573.200,00).

Este valor comercializado representa em relação a diagnósticos regionais do território 54,4% sobre o

valor da industria rural R$ 9.934.491,00 do Censo IBGE 2006, e 35,3% sobre o valor de R$ 15.371.713,00

do diagnóstico de produtos da agroindústria do território ACORDAR/CONSAD, 2012.

Os parâmetros relacionados devem ser considerados grandes parâmetros de aproximação no

contexto de dificuldades e fase inicial de monitoramento dos produtos da agroindústria familiar no Brasil.

Ainda assim podemos a partir destes parâmetros de proporção considerar que estamos no campo de uma

boa aproximação e também sobre o peso ou a importância destes dois produtos na formação do mix

regional da agroindústria familiar de pequeno porte.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo

Salame

(A) Salame (I)

Salame

(AI) Salame (I)

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

São José do Cedro 44.000 - - - - 120.000 160.000 79.200

Guaruja 66.000 - - - - - 120.000 66.000

Guaraciaba 138.000 - - - - - 264.000 115.000

São Miguel do

Oeste - 110.400 - - - 240.000 460.000 138.000

Tunápolis - 52.800 - - - - - -

Belmonte - 30.800 - - - - - -

Santa Helena - 35.200 - - - - - -

Iporã do Oeste - 26.400 - - 276.000 - - -

Descanso - 17.600 - - - 88.000 105.000 -

Itapiranga - 41.400 - - 624.000 - - -

Outros estados - 72.000 - - 336.000 - 216.000 92.000

Dionísio Cerqueira - - 108.000 - - - 184.000 -

Anchieta - - - 95.000 - - - -

São João do Oeste - - - - 322.000 - - -

Mondai - - - - 480.000 - - -

Paraiso - - - - - 88.000 - -

248.000 386.600 108.000 95.000 2.038.000 536.000 1.509.000 490.200

Os valores comercializados e apresentados pelo quadro anterior foram obtidos pela venda dos

produtos aos preços médios anuais conforme quadro a seguir. Os preços dos dois produtos são

comercializados de forma semelhante na unidade quilograma.

Page 69: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

69

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

São José do Cedro 11,00 12,00 10,00 11,00

Guaruja 11,00 10,00 11,00

Guaraciaba 11,50 12,00 11,00 11,50

São Miguel do Oeste 11,50 12,00 11,50 11,50

Tunápolis 11,00

Belmonte 11,00

Santa Helena 11,00

Iporã do Oeste 11,00 11,50

Descanso 11,00 11,00 10,50

Itapiranga 11,50 13,00

Outros estados 12,00 12,00 12,00 11,50

Dionísio Cerqueira 9,00 11,50

Anchieta 9,50 11,00

São João do Oeste 11,50

Mondai 12,00

Paraiso 11,00

Os preços apresentam pequena variação entre os municípios mercado e devem ser considerados

também como variável do mercado estabelecido e construído, portanto, como mais um componente

formado pelo contexto de um mercado construído a partir de um complexo social e econômico.

6.3.4 Logística de Transporte

A logística de transporte utilizada para a comercialização destes dois produtos possui alguns

elementos estruturais de funcionamento necessários e que passam a definir os custos da etapa de

comercialização da cadeia produtiva da agroindustrialização dos produtos da agricultura familiar. Entre

estes elementos a distância das rotas de comercialização estabelecidas apresentada no quadro a seguir.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

São José do Cedro

73,

6

73,

6

73,

6

73,

6

Guaruja

96,

6

96,

6

96,

6

Page 70: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

70

Guaraciaba 50 60 60 60

São Miguel do

Oeste 69 69 69

13

5,2

Tunápolis

1

68

Belmonte

8

8,4

Santa Helena

6

6

Iporã do Oeste

5

5,8

16

2

Descanso

1

32

13

5,2

13

5,2

Itapiranga 123,2 70

Outros estados

5

0

14

7 60 50

Dionísio Cerqueira 120

22

8

Anchieta

7

0

São João do Oeste 90

Mondai

19

8

Paraiso

86,

4

A distância média percorrida em cada rota semanal é de 96,9 km variando entre 50 e 228 km. Cada

rota é percorrida semanalmente com determinada frequência. Em alguns casos mais de uma vez por

semana dependendo da demanda do mercado geralmente orientada pela procura de produtos mais frescos

ou recentemente produzidos. Cada produto, ou cada marca percorre diferentes roteiros e com diferentes

frequências.

O produto “Queijo Irmãos Diel” possui 4 rotas semanais para 4 municípios diferentes e um deles é o

município sede da agroindústria com a menor distância percorrida de 50 km. A quantidade transportada

associada a quantidade de produtos transportados e a demanda de mão de obra para realizar a tarefa

determina o custo.

O quadro a seguir apresenta a frequência anual em semanas de realização das rotas de

comercialização (entrega de produtos) por produto e por município mercado. O período anual possui 52

semanas e assim alguns produtos são entregues mais de uma vez por semana durante o ano com

determinada periodicidade.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

Page 71: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

71

São José do Cedro 48 55 55 60

Guaruja 48 55 50

Guaraciaba 48 65 55 65

São Miguel do Oeste

4

5 55 60 65

Tunápolis

4

5

Belmonte

4

5

Santa Helena

4

5

Iporã do Oeste

4

5 60

Descanso

4

5 55

Itapiranga

4

5 65

Outros estados

4

5 55 55 40

Dionísio Cerqueira 48 60

Anchieta

4

8

São João do Oeste 55

Mondai 60

Paraiso 55

A quantidade de semanas com rotas realizadas durante o período anual deve ser diferente

considerando semanas em que não são realizadas entregas em determinados períodos do ano. O produto

“Queijo Irmãos Diel” possui média anual de 48 entregas já o produto “Salame Nono Coser” possui a média

de 60 entregas semanais.

O quadro a seguir totaliza as distâncias percorridas anualmente por produto em km os quais

representam um dos custos mais importantes e necessários de suporte de planejamento na perspectiva de

sua redução e otimização de receitas.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

São José do Cedro 3.533 - - - - 4.048 4.048 4.416

Guaruja 4.637 - - - - - 5.313 4.830

Guaraciaba 2.400 - - - - 3.900 3.300 3.900

São Miguel do

Oeste - 7560 - - - 3.795 3.795 8.788

Tunápolis - 7.560 - - - - - -

Belmonte - 3.978 - - - - - -

Page 72: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

72

Santa Helena - 2.970 - - - - - -

Iporã do Oeste - 2.511 - - 9.720 - - -

Descanso - 5.940 - - - 7.436 - -

Itapiranga - 5.544 - - 4.550 - - -

Outros estados - 2.250 - - 8.085 - 3.300 2.000

Dionísio

Cerqueira - - 5.760 - - -

13.

680 -

Anchieta - - - 3.360 - - - -

São João do Oeste - - - - 4.950 - - -

Mondai - - - - 11.880 - - -

Paraíso - - - - - 4.752 - -

Total 10.570 30.753 5.760 3.360 39.185 23.931 33.436 23.934

O produto “Queijo Irmãos Diel” possui média anual de 48 entregas e percorre para esta tarefa cerca

de 10.570 km, já o produto “Salame Nono Coser” possui a média de 60 entregas semanais e percorre para

realizar esta tarefa cerca de 23.934 km. No caso do primeiro produto “Queijo Irmãos Diel” são transportados

a cada km cerca de 2 km de produto ou são percorridos cerca de 961 km para entregar 2.000 km de

produto de uma caga de veículo utilitário com esta tonelagem.

No caso do produto “Salame Nono Coser” são transportados a cada km cerca de 1,8 km de produto

ou são percorridos cerca de 1108 km para entregar 2.000 km de produto de uma caga de veículo utilitário

com esta tonelagem

6.3.5 Logística de Trabalho de Venda

A logística de trabalho de venda é outro fator de custo determinante na análise do plano de negócio e

gestão de empreendimentos econômicos. O indicador obtido no quadro a seguir está diretamente

relacionado a venda dos produtos no mercado e portanto a custo de um serviço especializado e via de regra

elevado. O quadro a seguir pela natureza dos empreendimentos e no seu momento pode esta relacionado a

entrega de produtos a mercados já estabelecidos no entanto é neste momento que o empreendimento

consolida cotidianamente seu mercado.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

São José do Cedro 0,7 0,7 1,5 0,6

Guaruja 0,7 1,5 0,6

Guaraciaba 0,5 0,5 1,5 0,6

São Miguel do Oeste

0

,5 0,5 1,5 0,6

Tunápolis

0

,5

Page 73: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

73

Belmonte

0

,5

Santa Helena

0

,5

Iporã do Oeste

0

,5 2,0

Descanso

0

,5 0,7 1,5

Itapiranga

0

,5 2,0

Outros estados

0

,5 2,0 1,5 0,5

Dionísio Cerqueira 1 1,5

Anchieta 1 1,5

São João do Oeste 2,0

Mondai 2,0

Paraiso 0,7

O tempo semanal gasto para o ato final da comercialização em cada ponto de venda vaia conforme o

quadro anterior entre 0,5 e 1 dia por ponto de venda. Esta variação se deve a distância percorrida, ao tempo

de montagem da carga que inclui a preparação final, e ao número de pontos de venda de cada uma das

rotas municipais.

O produto “Queijo Irmãos Diel” necessita de 1,9 dias semanais para realiza suas rotas e vender seus

produtos. O produto “Salame Nono Coser” necessita de 2,9 dias semanais para realiza suas rotas e vender

seus produtos.

O quadro a seguir apresenta a demanda total anual de trabalho para realizar a tarefa de venda de

cada produto em cada rota realizada. O total de trabalho exigido depende da frequência de cada rota.

Page 74: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

74

Para comercializar 22.000 kg de queijo colonial o empreendimento produto “Queijo Irmãos Diel”

necessita de cerca de 91,2 dias de trabalho anuais. O produto empreendimento “Salame Nono Coser” para

realizar a venda de 43.200 kg de salame colonial necessita de cerca de 164 dias de trabalho. O primeiro

produto comercializa cerca de 241,2 kg por dia e o segundo produto comercializa cerca de 263 kg por dia.

Se considerarmos uma jornada anual de 22 dias de trabalho mensal em 11 meses de trabalho anuais

uma unidade de trabalho disponibilizaria 242 dias anuais. Considerando esta referência o produto

empreendimento “Queijo Irmãos Diel” necessita de 0,37 unidades de trabalho para realizar esta tarefa e o

produto empreendimento “Salame Nono Coser” necessita de 67,7 unidades de trabalho para realizar esta

tarefa.

6.3.6 Custos da Etapa de Comercialização

Os custos da etapa de comercialização são aqueles diretamente vinculados a ação da distribuição

dos produtos nos pontos de venda e da venda propriamente dita estabelecida com os compradores. O

cotidiano das entregas dos produtos é o momento de avaliação permanente da qualidade, da apresentação,

e de outros atributos relacionados à especificidade de cada produto. Estes custos, portanto, incluem a

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Tunápolis -

22,

5 - - - - - -

Total

91,

2 180,0 48,0 48,0 590,0

175,

5

510,

0

164,

0

São Miguel do

Oeste -

22,

5 - - - 27,5 90,0 39,0

São José do

Cedro 33,6 - - - - 38,5 82,5 36,0

São João do

Oeste - - - - 110,0 - - -

Santa Helena -

22,

5 - - - - - -

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Paraiso - - - - - 38,5 - -

Outros estados - - - 110,0 - 82,5 20,0

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

Mondai - - - -

120,

0 - - -

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo Nono Coser

Itapiranga - 22,5 - 130,0 - - -

Iporã do Oeste - 22,5 - - 120,0 - - -

Guaruja 33,6 - - - - - 82,5 30,0

Guaraciaba 24,0 - - - - 32,5 82,5 39,0

Dionísio Cerqueira - - 48,0 - - - 90,0 -

Descanso - 22,5 - - - 38,5 - -

Belmonte - 22,5 - - - - - -

Anchieta - - - 48,0 - - - -

Page 75: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

75

contratação de vendedores ou o pagamento deste serviço à associados do empreendimento que assumem

esta tarefa.

Compreendido desta forma os custos desta fase final de comercialização são apresentados no

quadro a seguir com dois componentes o pagamento dos quilômetros percorridos para a entrega dos

produtos e da mão de obra disponibilizada para esta tarefa.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto

Queij

o Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba

Guaraciab

a

Custo coml

(R$/km) 1,10 1,10

1,1

0 1,10 1,10 1,10 1,10

1,1

0

Custo coml

(R$/dia) 70,00

70,0

0

70,

00

70,0

0

150,

00 70,00

150,0

0

70,

00

Custo coml

(R$/km) 11.627 33.828 6.336 3.696

43.1

04 26.324

36.78

0 26.327

Custo coml

(R$/dia) 6.384 12.600 3.360 3.360

88.5

00 12.285

76.50

0 11.480

Custo coml

(R$/kg) 0,82 1,37

0,8

1 0,71 0,78 0,84 0,83

0,8

8

Custo coml

(%/preço) 7 12 9 7 6 7 8 8

Custo

Gestão 1

(R$/ano) 18.011 46.428 9.696 7.056 131.604 38.609 113.280 37.807

Estes dois custos incluem o trabalho final de organização da apresentação dos produtos organizando

a carga, o carregamento, a entrega, e até possíveis organizações dos produtos no ponto de venda. O

trabalho inclui também quando existente o serviço de contato permanente com o comprador formando

preço, devolução de produtos, avaliando qualidade e realizando contrato.

O custo de transporte foi valorizado a R$ 1,10 por km rodado para todos os empreendimentos. O

custo de mão de obra disponibilizada para este trabalho foi valorizado a R$ 70,00 o dia de trabalho

diferenciado para os empreendimentos 5 e 7 que profissionalizam parte da venda com a contratação de

serviços e representantes fora do território gerando uma média de R$ 150,00 por dia de trabalho.

O quadro anterior apresenta a formação dos custos. O produto empreendimento “Queijo Colonial

Wing” com o menor custo de comercialização R$ 0,71 por unidade kg de queijo e representando cerca de

7% sobre o preço recebido.

O produto empreendimento “Queijo Colonial Comilpe” com o menor custo de comercialização R$ 1,37

por unidade kg de queijo e representando cerca de 12% sobre o preço recebido.

O custo da etapa de comercialização entre os 8 empreendimentos analisados varia entre

6% e 12%. Este resultado pode ser comparado ao custo de venda dos produtos terceirizados a

valores de mercado em contratos próximos a 10% sobre os valores vendidos. Os valores na sua maioria

Page 76: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

76

menores do que 10% sobre o preço recebido são determinados pelo serviço realizado pelos próprios

associados que não cobram pelo serviço de venda mas recebem pelo trabalho.

A variação dos custos ente os empreendimentos são explicados pelas diferentes formas e momento

de estruturação deste serviço variando a quantidade de produtos transportados, a distância da rota, a

quantidade por rota, e a proporção de produtos em relação a quantidade de mão de oba necessária. O

custo do tempo de trabalho até uma determinada quantidade de produtos transportada por rota é o mesmo.

6.3.7 Fluxo e Resultado Econômico de Comercializaçã o

O resultado econômico deste plano de negócio e gestão é apresentado no quadro a seguir na forma

do fluxo de caixa, ou seja, da circulação econômica monetária anual onde os custos apresentados estão

relacionados a comercialização ou denominados custos de gestão 1.

O objetivo deste quadro é gerar o indicador dos custos da fase de comercialização na composição do

preço recebido. Entre os 8 empreendimentos é possível identificar situações mais e menos ajustadas ente

as variáveis que determinam este custo. O ajuste ente as variáveis diminui custo por exemplo com a

ampliação da escala ou com a complementação da carga incluindo a maximização da rota com um mix de

produtos.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

Vendas (kg) 22.000 34.000 12.000 10.000 168.000 46.000 136.000 43.200

Preço (R$/kg) 11,27 11,37 9,00 9,50 12,13 11,65 11,10 11,35

Valo Bruto (R$/ano) 248.000 386.600 108.000 95.000 2.038.000 536.000 1.509.000 490.200

Custo coml (R$/kg) 0,82 1,37 0,81 0,71 0,78 0,84

0,8

3 0,88

Custo coml (%/preço) 7,26 12,01 8,98 7,43 6,46 7,20 7,51 7,71

Custo Gestão 1 (R$/ano) 18.011 46.428 9.696 7.056 131.604 38.609 113.280 37.807

Valor Líquido 1 (R$/ano) 229.989 340.172 98.304 87.944 1.906.397 497.391 1.395.720 452.393

O arranjo empreendimento 2 possui custos desta fase elevados indicando uma combinação não

ajustada das variáveis componentes possivelmente rotas realizadas com pouca escala de produtos. Os

arranjos 4 e 5 com custos inferiores a R$ 0,80 indicam que a combinação das variáveis componentes do

custo está ajustada.

Assim o conhecimento do funcionamento dos arranjos empreendimentos mais ajustados podem

revelar estratégias de gestão consolidadas e bem administradas, ou mesmo fases consolidadas dos

empreendimentos tornando-se referência. Os resultados econômicos do valor líquido total são diferentes

nesta etapa de análise em função da escala de produtos comercializados.

Três grupos de análise são possíveis entre os 8 arranjos empreendimentos. A análise é comparativa

e seu objetivo é identificar as diferenças de custo por unidade comercializada.

Page 77: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

77

O primeiro grupo é formado pelos empreendimentos 1, 2, 3 e 4 todos do produto queijo colonial e

com volumes de venda abaixo de 34.000 kg. O segundo grupo formado pelos empreendimentos 6 e 8 do

produto salame colonial e volumes de venda próximos de 45.000 kg. O terceiro grupo formado pelos

empreendimentos 5 e 7 do produto salame colonial com volume de venda próximos de 150.000 kg anuais.

Em cada grupo existem diferenças e semelhanças com destaque para o empreendimento 2 com o

maior custo e a maior proporção do custo em relação ao preço de 12,01%, o empreendimento 5 com a

menor proporção do custo em relação ao preço recebido por unidade comercializada de 6,46%.

O quadro a seguir apresenta três indicadores que ajudam a explicar as diferenças e o ajuste de

variáveis na formação dos custos desta fase de comercialização. O maio custo do empreendimento 2

possui a menor quantidade de produto transportado por km das rotas de comercialização necessitando

assim de 1.809 km para entregar uma carga de 2.000 kg. O mesmo empreendimento 2 possui a menor

quantidade de produto vendido por dia de trabalho desta fase de comercialização 189 kg/dia.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

Kg/Km 2,1

1

,1 2,1

3

,0 4,3 1,9 4,1 1,8

rota (km/2000 kg) 961 1.809 960

6

72

46

6

1.0

40

49

2

1.1

08

kg/dia 241

1

89 250

2

08

28

5

26

2

26

7

26

3

O empreendimento 5 apresenta indicadores de maior ajuste de carga e de eficiência de venda por dia

de trabalho e por esta razão possui um dos menores custos de comercialização por unidade

comercializada. Este empreendimento transporta 4,3 kg por km de rota de comercialização necessitando

para completar a venda de uma carga de 2.000 kg de 466 km, e vende a maior quantidade de produto por

dia de trabalho 285 kg/dia. Este empreendimento passa a se uma referência.

Entre os demais empreendimentos o caso 4 “Queijo Colonial Wing” possui o menor custo R$ 0,71

por unidade comercializada entre os 8 casos no entanto é pouco eficiente na quantidade transportada

(formação de carga) e na quantidade de produto vendido por dia. Este empreendimento no entanto é aquele

que comercializa a menor quantidade total (escala) entre os 8 empreendimentos indicando a subutilização

de transporte e de trabalho destinado a comercialização. Outra característica deste empreendimento é a

venda somente no município sede da agroindústria o que sugere um limite de mercado e de escala. Talvez

a situação deste empreendimento somente seja superada se ampliar o mercado para outros municípios.

6.3.8 Fluxo e Resultado Econômico Final da Agroindu strialização

O quadro a seguir apresenta o resultado econômico final da agroindustrialização de cada um dos 8

empreendimentos na forma de fluxo de caixa monetário incluindo custos de manutenção das estruturas

Page 78: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

78

produtivas (equipamentos, maquinaria e plantas industriais) sem depreciações e sem custo de mão de obra

familiar somente contratada.

Os custos de transporte e mão de obra de comercialização já foram explicados no item 6.3.7 acima.

O custo administrativo está relacionado a estrutura operacional da agroindústria incluindo secretaria,

estrutura de escritório e comunicação, impostos e gerenciamento do empreendimento.

Os custos de processamento são todos aqueles gerados na planta industrial incluindo limpeza,

higienização, insumos tecnológicos, e mão de obra de produção industrial diretamente vinculada à produção

e armazenagem.

Os custos de produção são aqueles vinculados a produção da matéria prima nas unidades de

produção das famílias agricultoras. Estes custos incluem os insumos tecnológicos e manutenção da

estrutura produtiva (equipamentos, maquinaria e instalações).

O resultado final é apresentado pela composição proporcional (%) de cada custo em relação em

relação ao valor bruto comercializado para cada empreendimento durante o período de um ano comercial

no caso 2012.

O empreendimento “Queijo Colonial IRMÃOS DIEL” vendeu durante o ano cerca de 22.000 kg de

produto ao preço médio de R$ 11,27 o kg e recebeu o valor total de R$ 248.000,00.

O custo de comercialização deste arranjo empreendimento foi de 4,7% para transporte e 2,6% para

mão de obra sobre o valor bruto comercializado. O custo administrativo foi de 31%, o custo de

processamento foi de 16%, e o custo de produção da matéria prima cerca de 22,2%.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé

Maro

Danel Letavo

Nono

Coser

Município

Guaraciab

a

Tunápoli

s

Dionisio

Cerqueira

Anchiet

a

Itapirang

a

Guaraciab

a

Guaraciab

a

Guaraciab

a

Famílias do

Empreendimento 2

1

0 1 1 3 1 3 1

Vendas (kg) 22.000 34.000 12.000 10.000 168.000 46.000 136.000 43.200

Preço (R$/kg) 11,27 11,37 9,00 9,50 12,13 11,65 11,10 11,35

Valo Bruto

Comercializado (R$/ano) 248.000 386.600 108.000 95.000

2.038.00

0 536.000 1.509.000 490.200

Custo de transporte de

comercialização (%/preço) 4,7 8,8 5,9 3,9 2,1 4,9 2,4 5,4

Custo de mão de obra de

comercialização (%/preço) 2,6 3,3 3,1 3,5

4,

3 2,3 5,1 2,3

Custo administrativo

(%/preço) 31,0 27,3 28,9 27,4 30,5 28,3 33,3 27,3

Custo de processamento

(%/preço) 16,0 15,0 16,7 15,8 22,3 23,2 24,3 19,4

Custo de produção da

matéria prima (%/preço) 22,2 22,0 27,8 26,3 28,9 30,0 31,5 30,8

Total dos custos (%/preço) 76,5 76,2 82,3 76,9 88,1 88,7 96,7 85,3

Margem (%/preço) 23,5 23,8 17,7 23,1 11,9 11,3 3,3 14,7

Valor Líquido (R$/ano) 58.389 91.972 19.104 21.944 243.197 60.391 49.320 72.233

Page 79: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

79

Renda familiar mensal (R$) 2.433 766 1.592 1.829 6.755 5.033 1.370 6.019

O resultado final do arranjo empreendimento “Queijo Colonial IRMÃOS DIEL” foi de 76,5% sobando

uma margem para as famílias agricultoras de 23,5%. As margens dos arranjos empreendimentos do

produto queijo são maiores do que os produtos salame um resultado que considerando todos

empreendimentos em fase de consolidação é correto.

As agroindústrias de embutidos exigem maior estrutura produtiva considerando plantas industriais de

pequeno familiares sem escala. Os empreendimentos 5 e 7 já devem ser considerados de médio porte

relativizando em parte esta afirmação.

Todos os empreendimentos obtiveram resultados econômicos positivos analisados na forma de fluxo

de caixa produtivo sem considerar dívidas e financiamentos que podem estar vinculados. Esta afirmação de

resultados considera o funcionamento diagnosticado como consolidado e estável permitindo considerar sua

tendência de manutenção futura.

Mesmo o caso do empreendimento 7 cuja margem foi de 3,3% sobre o total de valor bruto

comercializado a margem final do ano produtivo analisado foi de R$ 49. 320,00 conforme o quadro anterior.

Esta margem representou uma margem familiar mensal de R$ 1.370,00, para cada uma das três famílias, já

descontados os custos de produção da matéria prima nas unidades produtivas.

Os resultados da margem final de cada arranjo empreendimento se comparados ao objeto de estudo

deste plano de negócio e gestão a fase de comercialização indicam sua importância e a relevância de

otimização destes indicadores. Os custos da fase de comercialização variou ente os 8 estudos de caso

entre 6,4% e 12,01%. O planejamento futuro otimizando cargas e rotas e/ou maximizando escalas incluindo

parcerias com outros produtos poderá reduzir os custos da fase de comercialização em até 50% cujo

impacto na margem final poderá ser significativo.

O resultado final dos empreendimentos comparado a custos de oportunidade relevantes para as

famílias agricultoras são apresentados a seguir como síntese de análise. Os custos de oportunidade são

sistemas de produção existentes na região e que podem se colocar como alternativas diferentes para as

famílias agricultoras que poderiam mudar o sistema produtivo das agroindústrias de derivados de leite e

embutidos de suíno.

Os 5 sistemas de produção apresentados a seguir com renda líquida mensal devem ser considerados

como sistemas consolidados e estáveis em cada atividade produtiva e cujo resultado inclui bons resultados

de produtividade com custos de produção bem administrados e manejos tecnológicos convencionais

completos incluindo suporte de crédito e assistência técnica. Esta é uma condição com parável a condição

dos 8 empreendimentos analisados por este plano de negócio e gestão.

O sistema leite 10 há é a produção leiteira família em 10 hectares de área produtiva, o sistema Grãos

10 há é a produção familiar de grãos da região (milho e soja) em 10 hectares de área de produção.

O sistema Fumo 3 há é a produção família em 3 hectares de área produtiva de fumo, o sistema

Fruticultura 2 há é a produção familiar em 2 hectares de área produtiva, e o sistema Olericultura 1 há é a

produção familiar em 1 hectares de área produtiva.

Page 80: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

80

Sistema Produtivo Renda familiar líquida a mensal (R$)

Leite 10 há 1.875,00

Grãos 10 há 1.250,00

Fumo 3 há 2.062,50

Fruticultura 2 há 1.800,00

Olericultura 1 há 1.875,00

O quando a seguir apresenta o indicador de comparação da renda familiar mensal de cada

empreendimento em valores % sobre a renda familiar mensal de cada sistema produtivo. Cada sistema é

considerado um custo de oportunidade capaz de interferir na tomada de decisão de cada família com

sistemas produtivos que incluem a agroindústria de derivados de leite e embutidos de suíno.

O arranjo empreendimento “Queijo Colonial IRMÃOS DIEL” apresentou resultados superiores ao

comparar a renda familiar mensal de cada família do empreendimento de R$ 2.433,00 a renda familiar

mensal possível em cada um dos 5 sistemas.

Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8

Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo

Nono

Coser

Município Guaraciaba Tunápolis

Dionisio

Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba

Renda familiar mensal

(R$) 2.433 766 1.592 1.829 6.755 5.033 1.370 6.019

Leite 10 ha 130 41 85 98 360 268 73 321

Grãos 10 ha 195 61 127 146 540 403 110 482

Fumo 3 ha 118 37 77 89 328 244 66 292

Fruticultura 2 ha 135 43 88 102 375 280 76 334

Olericultura 0,5

ha 130 41 85 98

36

0

26

8 73

32

1

Em relação a produção leiteira de 10 há a renda do empreendimento foi igual a 130% da renda do

sistema, portanto, superior em 30%. Superior em 95% sobre o sistema grãos, superior em 18% sobre o

sistema fumo, superior em 35% sobe o sistema fruticultura, e superior em 30% sobre o sistema olericultura.

Os demais arranjos apresentam situações variadas: os arranjos 5, 6 e 8 são todos superiores em

relação aos 5 sistemas comparados e os demais arranjos ainda apresentam situações de risco quando

comparados aos sistemas alternativos.

Este cenário de análise comparativa a custos de oportunidade produtiva da agricultura familiar

diversifica ainda mais os resultados orientando ações a partir da compreensão sobre o funcionamento

destes empreendimentos considerados referência.

As situações de renda ampliada (arranjos 5. 6 e 8) demonstram a possibilidade concreta de renda

destes sistemas produtivos estruturados a partir da agroindústria familiar do produto salame colonial. As

situações de renda ampliada média (arranjos 1) reafirmam a capacidade superior da agroindústria com

renda maior do que os sistemas alternativos.

Page 81: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

81

Os arranjos empreendimentos com renda não superior aos sistemas de produção alternativos (2, 3, 4

e 7) indicam a necessidade de ajustes de planejamento e/ou fases intermediárias de consolidação para

atingir patamares de renda dos outros arranjos empreendimentos.

É importante que a análise da renda comparada a custos de oportunidade dos 5 sistemas de

produção alternativos consolide os resultados altamente positivos dos arranjos empreendimentos. A renda

projetada para as 5 situações sistemas de produção utilizou indicadores elevados de produtividade, preços,

e baixos custos. Assim mesmo considerando os parâmetros de renda como custos de oportunidade

alternativos aos sistemas agroindustriais familiares, e alguns casos dos 8 arranjos empreendimentos com

rendas inferiores, os resultados devem ser considerados referência de desenvolvimento.

Os 8 arranjos empreendimentos estudados neste plano de negócio e gestão demonstram resultados

econômicos positivos e em fase de consolidação avançada. As formas de gestão adotadas indicam boa

combinação das variáveis componentes mesmo considerando a necessidade de ajustes para otimizar os

resultados obtidos.

6.3.10 Projeção dos resultados pelo Plano de Negóci o

O Plano de Negócio representa a síntese dos registros e monitoramento dos resultados, a ser

realizada entre períodos oportunos, que garanta a gestão coletiva e a compreensão do funcionamento do

empreendimento. Este processo é uma condição necessária para a gestão do projeto e garante a unidade

das formas de cooperação da Economia Solidária.

Para a elaboração de Plano de Negócio de planejamento e/ou de análise de resultados, são

necessários ferramentas de gestão com registros periódicos e eficientes. O estudo apresentado por este

trabalho reúne um conjunto de ferramentas que devem ser utilizadas conforme as orientações dos

momentos das oficinas realizadas.

O plano de metas, apresentado no quadro a seguir resume os quadros anteriores do Plano de

Negócio, de acordo com as orientações do Departamento de Inclusão Produtiva, da Secretaria de

Desenvolvimento Territorial, e sua utilização como instrumento de registro e gestão deverá auxiliar na

utilização do presente Plano de Negócio.

Alguns comentários sobre a projeção de resultados, para cinco anos de planejamento estratégico,

devem ajudar na implementação do presente Plano de Negócio e devem ser adotadas as seguintes

orientações:

1. A projeção de matéria prima processada (meta 1) e do produto comercializado (meta 2), foi

realizada com 5% de crescimento anual a partir do ano 2. Esta taxa foi planejada como meta única de

projeção considerada conservadora na perspectiva de diminui riscos de planejamento e expectativas com o

projeto.

2. O preço dos produtos foi mantido uma medida de planejamento conservadora com base em

outras variáveis potenciais do empreendimento e permanecendo como uma alternativa de reserva.

3. A partir do ano 2 foram ampliados os custos proporcionais a ampliação do volume

comercializado mantendo a perspectiva conservadora do projeto que poderá reduzir custos pela elevação

da escala e ajustes de carga e vendas.

Page 82: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

82

Quadro 21. Plano de Metas

Ordem Metas Unidade de medida Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

1 Matéria prima processada: queijo e salame unidades/ano 471.200 494.760 519.498 545.473 572.747

2 Produto comercializado unidades/ano 471.200 494.760 519.498 545.473 572.747

5 Faturamento bruto R$/ano 5.410.800 5.681.340 5.965.407 6.263.677 6.576.861

6 Custos de produção

-Fixos e Variáveis

R$/ano

438.275 460.189 483.198 507.358 532.726

7 Resultado operacional R$/ano 4.972.525 5.221.151 5.482.209 5.756.319 6.044.135

8 Remuneração dos empreendedores R$/kg 4.972.525 5.221.151 5.482.209 5.756.319 6.044.135

9 Reservas do empreendimento R$/ano - - - - -

10 Índices operacionais e financeiros

(1) Rendimento da matéria prima em produto

(2) Margem de preço

(3) Preço praticado

(4) Margem de custo

%

%

R$/kg

%/preço

100

0

11,48

8,1

100

0

11,48

8,1

100

0

11,48

8,1

100

0

11,48

8,1

100

0

11,48

8,1

Cálculo dos índices operacionais e financeiros: (1) = divisão simples da quantidade de matéria prima pela quantidade de produtos derivados em %; (2)

= divisão simples da margem monetária do preço do produto obtido pela comercialização de derivados dividida pelo preço do produto comercializado em %;

(3) = divisão simples do faturamento bruto pelo produto comercializado; (4) = divisão simples dos custos (faturamento bruto - resultado operacional) pelo

faturamento bruto em %.

Page 83: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

83

83

6.3.10 Ferramentas de gestão do Plano de Negócio

A seguir são apresentados os quadros componentes da proposta de utilização do Plano

de Negócio como ferramenta de gestão estratégica do empreendimento. A importância do uso

das ferramentas componentes do presente Plano de Negócio, já analisada anteriormente,

indica para o empreendimento sua necessidade e condição necessária.

O balanço patrimonial pode ser utilizado em duas perspectivas, sendo a primeira como

instrumento disciplinador da rotina a ser construída para a administração do empreendimento,

pela sua exigência de registro e organização das informações. E a segunda como instrumento

de avaliação em períodos maiores (anuais, bianuais), sobre a capacidade do empreendimento

de manutenção e ampliação do patrimônio.

Quadro 22. Balanço mensal

1. Situação no início do mês Valor (R$)

1. Bens fixos e semi-fixos

2. Estoque

3. Recursos financeiros

3.1. Conta corrente

3.2. Aplicações

3.3. Caixa

4. Dívidas a receber

5. Dívidas a pagar

6. Movimento do mês

6.1. Aquisição de bens fixos e semi-fixos

6.2. Aquisição de bens de consumo

6.3. Receitas de venda

6.4. Despesas operacionais

7. Situação no fim do mês

1. Bens fixos e semi-fixos

2. Estoque

3. Recursos financeiros

3.1. Conta corrente

3.2. Aplicações

3.3. Caixa

4. Dívidas a receber

5. Dívidas a pagar

O controle de estoque é uma ferramenta de rotina disciplinadora dos registros que se

tornam a condição para o planejamento de curto,médio e longo prazo.

Page 84: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

84

84

Quadro 23. Controle de estoque

Mercadoria

Da

ta

Especificação

/S

Q Saldo

Legenda: E = entrada; S = Saída; Q = Quantidade

Obs.: O controle de estoque pode criar diversas especificações, conforme a necessidade

e as características do empreendimento descrevendo, por exemplo, estoques perdidos

(estragados). Entre as especificações podem ser criadas fichas por etapa de produção que

dependam de tempo de armazenagem para reiniciar o processo de beneficiamento.

O movimento financeiro apresentado nos quadros a seguir é a rotina da conta bancária

do empreendimento que deve estar atualizado e informado aos associados de forma periódica.

Quadro 24. Movimento financeiro

Data Especificação D/

C

V

alor (R$)

S

aldo (R$)

01/03/

201

Disponibilidade financeira no início do mês

30/03/

2012

Disponibilidade financeira no final do mês

Legenda: D = débito; C = crédito

Caso não se estabeleça procedimentos de rotina de acompanhamento, podem se

caracterizar situações difíceis de compreender e retomar a rotina de controle.

Quadro 25. Movimento mensal das disponibilidades financeiras

Ordem Agente

financeiro

Tipo de

conta

Número da

conta

Saldo inicial Entrada Saída Saldo final

Total geral

O controle de contas a receber e a pagar representa instrumentos e procedimentos sem

os quais a gestão de um empreendimento não funciona. É comum bons projetos perderem o

controle interno, fato que determina o descontrole externo e compromete a confiança no

empreendimento.

Quadro 26. Controle mensal de contas a receber

Ordem

Devedor Valor

(R$)

Data do

vencimento

Page 85: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

85

85

7. Potencialidades e ameaças do Plano de Negócio e Gestão, Elementos

Referência a partir das Estratégias de Gestão

A matriz FOFA foi aplicada de forma direcionada para o contexto dos empreendimentos

e deste Plano de Negócio e Gestão. O contexto deste plano buscou os 8 empreendimentos

considerados consolidados economicamente no território e capaz de revelar referências

metodológicas a partir de diferentes estratégias de gestão. O foco de análise privilegiou a

análise comparativa dos resultados e custos da fase de comercialização de 8 estudos de caso.

Os estudos de caso representam diferentes estratégias de gestão e/ou fases distintas de uma

mesma estratégia.

Neste momento a diferenciação das estratégias de gestão foi analisada no seu conteúdo

e forma de apresentação pelos representantes de diferentes organizações e instituições que

participam do CONSAD do Território do Extremo Oeste Catarinense.

As potencialidades e ameaças foram identificadas e debatidas definindo ações a serem

realizadas na análise das estratégias de gestão comparando os resultados e características

dos 8 estudos de caso. Primeiro recuperou-se as definições conceituais que caracterizaram os

empreendimentos no âmbito do território e do sujeito social de desenvolvimento o CANSAD do

Extremo Oeste Catarinense.

- Arranjos de Empreendimentos: um grupo de empreendimentos com relações de

parceria estabelecida por diferentes níveis de proximidade. Os Arranjos podem ser constituídos

por grupos de 2 grau em parceria temática específica.

- Arranjos de Empreendimentos de 2 Grau: Grupos de arranjos em parceria temática

específica definida por algum elemento econômico e/ou social. Para este estudo o produto

queijo colonial (arranjo derivado de leite) e salame (arranjo embutido de suíno) foram

considerados o elemento econômico aglutinador.

Os estudos de caso deste Plano de Negócio e Gestão são considerados as referências

regionais dos 2 arranjos de empreendimentos analisados “embutidos de suíno” e “derivados de

leite”. Nos 2 arranjos de empreendimentos estudados foram escolhidos 2 arranjos de

empreendimentos de 2 grau: “queijo colonial” e “embutido de suíno salame”. Foram

identificados 4 estudos de caso analisados para cada arranjo de 2 grau localizados em 5

municípios do território.

A seguir o quadro que caracteriza os 8 empreendimentos:

Empreendimento Meio

Ecológico

Trajetória

sócio

econômica

Mix de produtos Organização da Gestão

e Mercado

Queijo IRMÃOS DIEL

Guaraciaba

(1d) (2b) Individual (3 a) Associação

Familiar/ampliado

Salame LETAVO

Guaraciaba

(1d) (2b) Individual (3 a) Associação

Familiar/amplo

Queijo COMILPE (1c) (2c) Associado (3c) Cooperativa/ampliado

Page 86: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

86

86

Tunápolis

Salame SANTA FÉ

Itapiranga

(1 a) (2 a) Individual (3 a) Associação

Familiar/amplo

Queijo SANTA CLARA

Dionísio Cerqueira

(1e) (2b) Individual (3 a) Familiar/local

Queijo WNIG Anchieta (1f) (2b) Individual (3 a) Familiar/Local

Salame MARO DANEL

Guaraciaba

(1d) (2b) Relacionado (3b Familiar/ampliado

Salame NONO COSER

Guaraciaba

(1e) (2b) Individual (3 a) Familiar/ampliado

No segundo momento a definição importante, foi diagnosticado três estratégias de

gestão a partir da analise da combinação das vaiáveis componentes da gestão e dos

resultados de comercialização e venda.

A – Estratégia Associação Familiar, Mix de Produto Individual, Mercado Local: “Queijo

IRMÃOS DIEL”

B – Estratégia Associação Familiar, Mix de Produto Individual, Mercado Amplo: “Salame

SANTA FÉ”

C – Estratégia Cooperativa, Mix de Produto Associado, Mercado Ampliado: “Queijo

COMILPE”

O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL” localizado no município de Guaraciaba está

localizado no meio ecológico indicado como (1d) cujas características incluem a ocupação do

solo com agricultura de pastagens e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais

de altitude media para o território acima de 400 metros.

O município de Guaraciaba possui a trajetória histórica de formação no segundo período

regional próximo a 1940. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização

geográfica e social em um período e acumulação média para o território.

O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL”, conforme o quadro anterior é comercializado

em um mix individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não

compondo um conjunto maior de produtos. A organização é de associação familiar exigindo

processos mais complexos de gestão e o mercado é local cujo significado é a menor escala e

menor área geográfica de comercialização.

A organização de gestão é de associação familiar e o mercado de comercialização

qualificado como local tanto pela escala menor de quantidade de produtos como por rotas de

comercialização não distantes.

O empreendimento “Salame SANTA FÉ” localizado no município de Itapiranga está

localizado no meio ecológico indicado como (1 a) a agricultura de terras baixas intensiva

especializada com mata a 249 metros e (1b) de agricultura de altitude a 421 metros mesclando

mosaicos de matas.

Page 87: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

87

87

O município de Itapiranga possui a trajetória histórica de formação no primeiro período

regional próximo a 1920. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização

geográfica e social em um período e acumulação ampliada para o território.

O empreendimento “Salame SANTA FÉ”, conforme o quadro anterior é comercializado

em um mix individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não

compondo um conjunto maior de produtos. A organização é de associação familiar exigindo

processos mais complexos de gestão e o mercado é amplo cujo significado é a grande escala

e grande área geográfica de comercialização determinando a gestão de logística ampliada das

rotas e trabalho de vendas.

O empreendimento “Queijo COMILPE” localizado no município de Tunápolis está

localizado no meio ecológico indicado como (1c) cujas características incluem agricultura de

solo exposto a 570 metros de altitude e (1d) a ocupação do solo com agricultura de pastagens

e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais de altitude media para o território

acima de 400 metros.

O município de Tunápolis possui a trajetória histórica de formação no terceiro período

regional próximo a 1990. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização

geográfica e social em um período e pequena acumulação para o território.

O empreendimento “Queijo COMILPE”, conforme o quadro anterior é comercializado em

um mix associado de produtos cujo significado é de diversidade de produtos na

comercialização e exigindo logística e trabalho complexos e ampliados. A organização é

cooperativa que determina processos de gestão mais complexos interferindo na tomada de

decisão. O mercado é ampliado determinando logística de transporte e trabalho também

ampliados.

Matriz FOFA

Fortalezas/Potencialidades Ameaças

Os 8 empreendimentos considerados

referência de gestão: o reconhecimento

Legislação

Identificação dos pontos positivos e

negativos para orientar os estudos de caso e

outros empreendimentos

Assistência Técnica

Apelos ecológicos, culturais e

gastronômicos da paisagem do território

O terceiro momento aprofundou os principais componentes do custo da fase de

comercialização a partir da meta central do plano de negócio e gestão: “orientar ações para

reduzir em 30% os custos da fase de comercialização”.

O quando a seguir apresenta os três empreendimentos estudo de caso referência para

demonstrar as três estratégias de gestão existentes no território. As diferenças incluem a

escala de produtos comercializados e a escala de pontos de venda municipais dois

Page 88: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

88

88

componentes que passam a compor diferentes combinações das variáveis determinantes dos

custos e das necessidades de gestão.

Arranjo 1 2 5

Produto Queijo Queijo Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Fé

Município Guaraciaba Tunápolis Itapiranga

Tipo E Assoc Famíliar Coop Assoc Familiar

São José do Cedro 4.000 - -

Guaruja 6.000 - -

Guaraciaba 12.000 - -

São Miguel do Oeste - 9.600 -

Tunápolis - 4.800 -

Belmonte - 2.800 -

Santa Helena - 3.200 -

Iporã do Oeste - 2.400 24.000

Descanso - 1.600 -

Itapiranga - 3.600 48.000

Outros estados - 6.000 28.000

São João do Oeste - - 28.000

Mondai - - 40.000

Total 22.000 34.000 168.000

No quadro abaixo dois novos elementos diferenciadores dos estudos de caso: a

distância das rotas de comercialização e a proporção das rotas em relação a quantidade de

produtos comercializados.

O empreendimento 2 possui uma rota 200% maior do que o empreendimento 1 e

comercializa um volume de produtos cerca de 30% a mais. O empreendimento 5 comercializa

um volume de produtos cerca de 400% maior em relação ao empreendimento 2, e sua rota, no

entanto, é cerca de 30% maior.

Arranjo 1 2 5

Produto Queijo Queijo Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Fé

Município Guaraciaba Tunápolis Itapiranga

São José do Cedro 3.533 - -

Guaruja 4.637 - -

Guaraciaba 2.400 - -

Tunápolis - 7.560 -

Belmonte - 3.978 -

Santa Helena - 2.970 -

Page 89: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

89

89

Iporã do Oeste - 2.511 9.720

Descanso - 5.940 -

Itapiranga - 5.544 4.550

Outros estados - 2.250 8.085

São João do Oeste - - 4.950

Mondai - - 11.880

Total 10.570 30.753 39.185

A gestão do trabalho como componente dos custos da gestão da fase de

comercialização é apresentada no quadro a seguir. O empreendimento 2 novamente apresenta

uma demanda de trabalho 100% maior do que o empreendimento 1 ainda que comercialize

uma quantidade 50% maior. Em relação ao empreendimento 5 a demanda de trabalho cresce

cerca de 150% em relação ao empreendimento 2 e o volume de produtos comercializados é

cerca de 400% maior.

Arranjo 1 2 5

Produto Queijo Queijo Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Fé

Município Guaraciaba Tunápolis Itapiranga

São José do Cedro 33,6 - -

Guaruja 33,6 - -

Guaraciaba 24,0 - -

São Miguel do Oeste - 22,5 -

Tunápolis - 22,5 -

Belmonte - 22,5 -

Santa Helena - 22,5 -

Iporã do Oeste - 22,5 120,0

Descanso - 22,5 -

Itapiranga - 22,5 130,0

Outros estados - - 110,0

São João do Oeste - - 110,0

Mondai - - 120,0

Total 91,2 180,0 590,0

O quadro a seguir apresenta a síntese dos três estudos de caso utilizados como base

para analisar as três estratégias de gestão. A análise em detalhe dos quadros anteriores sobre

os três estudos de caso permite identificar elementos de gestão os quais devem ser

considerados ações de planejamento a partir do plano de negócio e gestão e compreendidas

como elementos de diagnóstico vinculado a estratégia de gestão.

Os elementos de análise a seguir consideram a renda da estratégia 5 em fase final de

consolidação. Esta afirmação considera a estratégia de gestão com grande equilíbrio entre a

combinação de variáveis componentes de custo e resultados.

Page 90: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

90

90

Arranjo 1 2 5

Produto Queijo Queijo Salame

Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Fé

Município Guaraciaba Tunápolis Itapiranga

Famílias 2 10 3

Vendas (kg) 22.000 34.000 168.000

Preço (R$/kg) 11,27 11,37 12,13

Valo Bruto (R$/ano) 248.000 386.600 2.038.000

Custo de transporte fase de coml

(R$/kg) 0,528 1,208 0,257

Custo de trabalho fase de coml

(R$/kg) 0,290 0,394 0,527

Custo log de transporte (%/preço) 4,7 8,8 2,1

Custo log de venda (%/preço) 2,6 3,3 4,3

Custo administrativo (%/preço) 31,0 27,3 30,5

Custo processamento (%/preço) 16,0 15,0 22,3

Custo produção (%/preço) 22,2 22,0 28,9

Total dos custos (%/preço) 76,5 76,2 88,1

Margem (%/preço) 23,5 23,8 11,9

Valor Líquido (R$/ano) 58.389 91.972 243.197

Renda familiar mensal (R$) 2.433 766 6.755

Kg/Km 2,1 1,1 4,3

rota (km/2000 kg) 961 1.809 466

kg/dia 241 189 285

A seguir são apresentadas 7 ações propositivas geradas pelo PNE e Gestão. Todas as

ações foram pactuadas pela oficina final de validação entre as instituições parceiras que fazem

parte do Sujeito Social de Desenvolvimento CONSAD:

7) Todas as três estratégias podem ampliar sua escala de venda em determinada

proporção com ampliação de custos em proporções menores e ampliar renda final até

aproximar-se da estratégia 5.

8) A estratégia 1 deve amplia sua escala cerca de 20% a 30% com redução do

custo de transporte aproximando sua renda da estratégia 5. O custo de transporte desta

estratégia deverá ser reduzido na mesma proporção da ampliação da escala.

9) O empreendimento 2 precisa ampliar sua escala na proporção acima de 200%

e/ou planejar em proporções possíveis seus custos conjuntamente com os demais produtos

associados, reduzindo seus custos de transporte em cerca de 50%, e o custo de trabalho de

venda será reduzido em determinado nível de escala e tenderá a ser ampliado em relação aos

valores atuais a partir de um segundo nível de ampliação aproximando-se dos valores da

estratégia 5.

10) Ampliar as agrondustrias/empreendimentos com serviço de inspeção para

permitir a associação de produtos no mix de comercialização com redução de custos.

11) Estruturar serviço de ATER especializado para os empreendimentos.

Page 91: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

91

91

12) Ampliar os selos dos produtos incluindo os atributos cultuais e ambientais da

diversidade ecológica onde estão inseridos os empreendimentos agroindustriais.

A diversidade ecológica e de uso do solo no território mescla aspectos aos quais os

produtos da agroindústria familiar devem estar vinculados. A região possui diferentes micro

paisagens mesclando a agricultura com fragmentos de matas remanescentes ocupando morros

e vales os quais são ocupados por pequenas unidades de produção familiares de complexa

culturalidade.

- Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com

mata a 249 metros.

- Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros mesclando mosaicos de

matas.

- Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.

- Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas

áreas altas 445 metros.

- Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio

Cerqueira a 676 metros de altitude.

- Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831

metros.

Os salames e os queijos criaram rotas sociais e econômicas atravessando e recortando

a diversidade de paisagem identificada acima da mesma forma que os grandes rios da região e

seus diversos afluentes criam caminhos ecológicos e culturais. A rota gastronômica dos

produtos da agroindústria deve buscar vínculos formais com a paisagem e ampliar seus apelos

de consumo para uma população que já identifica diferenças nestes aspectos e orienta a busca

de alimentos comprometidos com causas sociais e ambientais.

Esta ação de ampliação de selos as marcas dos produtos deve buscar agregações em

três níveis todos vinculados a agricultura familiar:

- Na ecologia da paisagem orientada pelos rios e mosaicos de fragmentos florestais;

- Na culturalidade das diferenças das unidades de produção familiares em seus

municípios e comunidades;

- Na gastronomia dos hábitos alimentares das diferenças regionais;

A tarefa é identificar apelos em cada um destes níveis e construir selos componentes

das marcas. Os selos identificarão rotas na paisagem as quais devem ser divulgadas e

convidar os consumidores culturais, ambientais e sociais a visitarem via online e em rotas

presenciais de turismo. Esta é uma ação para o serviço especializado de ATER.

Os indicadores de kg/km de rota de comercialização e kg de produtos

vendidos/comercializados por dia de trabalho da estratégia 5 devem servir de meta orientadora

ao planejamento das estratégias 1 e 2. O quadro anterior apresenta o indicador km de rota

necessários para completar uma carga comercializada de 2.000 kg o qual pode ajudar no

planejamento das estratégias de comercialização.

Page 92: Plano de Negócio e Gestão, Território Extremo Oeste SC³cio-e... · 3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31) 4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39) ... PNEs com a daptações

92

92

Bibliografia Consultada

- IBGE, Censo Agropecuário 2006.

- IBGE, Planejamento Agrícola Municipal 2010.

- IBGE, Censo Populacional 2010.

- PTDRS Território Extremo Oeste, 2012.

- Elisiane Andreola, Tese de Mestrado, AVALIANDO PROPOSITIVAMENTE A

EXPERIÊNCIA DO CONSAD DO EXTREMO OESTE CATARINENSE COMO UM MODELO

DE GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL, 2011.

- CONSAD DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA DIAGNÓSTICO DA REGIÃO,

CEADES, 2004.

- PLANO DE AÇÃO DO FÓRUM CONSAD DO EXTREMO OESTE DE SANTA

CATARINA, CEADES, 2004.

- A CONSOLIDAÇÃO DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA COMO

TERRITORIO RURAL, Hoilson Fogolari, Ronaldo Martins e Sinval Goulart, CEADES: Instituto

de Estudos e Assessoria ao Desenvolvimento, 2012.

- ESTUDO DE LOGÍSTICA E MERCADO PARA A REGIÃO DO EXTREMO OESTE

CATARINENSE, ACORDAR/CONSAD, 2012.