Upload
hoangnguyet
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO
SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
PLANO DE NEGÓCIO DE EMPREENDIMENTOS ASSOCIATIVOS DA CADEIA PRODUTIVA
AGROINDUSTRIA QUEIJO E SALAME FAMILIAR DO TERRITÓRI O EXTREMO OESTE CATARINENSE
CEADES – INSTITUTO DE ESTUDOS E ASSESSORIA AO DESEN VOLVIMENTO
Alvori Cristo dos Santos
Chapecó, Abril de 2013
2
Sumário
Apresentação (3)
Elementos Metodológicos (4)
Resumo Executivo (5)
1 Trajetórias Históricas do Desenvolvimento (21)
2 O Meio Agroecológico (29)
3 O Uso do Solo no Extremo Oeste SC (31)
4 A Agricultura no Extremo Oeste SC (39)
5 A Agroindustria no Extremo Oeste SC (49)
6 Plano de Negócio e Gestão: O Sistema de Arranjos de Empreendimentos (62)
6.1 O sujeito territorial de desenvolvimento: identidade (64)
6.2 A Matriz de critérios de diferenciação do Arranjo de Empreendimentos (65)
6.3 Funcionamento técnico econômico: Plano de Negócio e Gestão (69)
6.3.1 Caracterização dos empreendimentos (69)
6.3.2 Mix de Produtos e Pontos de Venda (70)
6.3.3 Valor Bruto Comercializado (72)
6.3.4 Logística de Transporte (74)
6.3.5 Logística de Trabalho de Venda (76)
6.3.6 Custos da Etapa de Comercialização (78)
6.3.7 Fluxo e Resultado Econômico de Comercialização (80)
6.3.8 Fluxo e Resultado Econômico Final da Agroindustrialização (83)
6.3.9 Projeção dos resultados pelo Plano de Negócio (87)
6.3.10 Ferramentas de gestão do Plano de Negócio (91)
7. Potencialidades e ameaças do Plano de Negócio e Gestão, Elementos Referência a partir das
Estratégias de Gestão (95)
Bibliografia Consultada (104)
3
Apresentação
O contexto desta proposição é um mergulho sobre a institucionalidade do desenvolvimento do
Extremo Oeste buscando complexidades pedagógicas e metodológicas diferenciadoras a partir da
ação/visibilidade de alguns resultados e projetar cenários direcionados por eixos de ação. Duas hipóteses
permitem afirmar sobre a possibilidade de bons resultados: a primeira sobre o diferencial institucional
coordenado pelo CEADES cujas características conhecidas dos processos construídos como
CONSADS/SUASA; e a segunda sobe o processo de parcerias construída em novo ambiente de gestão do
espaço público para a agricultura familiar.
Aliado a este contexto de novos elementos a hipótese de que a organização social e econômica
experimentada no Extremo Oeste conseguiu fundar bases avançadas para no contexto desenvolvimentista
futuro associado a políticas públicas para o sujeito agricultura familiar diferenciar-se na organização
econômica dos empreendimentos e no desenvolvimento de um mix de produtos e processos especializados
e diversificados.
Um plano de gestão do desenvolvimento pode ser realizado com múltiplos objetivos: diagnóstico,
proposição, acompanhamento, e execução. Qualquer dos objetivos, no entanto, exige a fase de diagnóstico
a qual define sua envergadura também condicionada por objetivos específicos.
Esta proposta de plano de gestão do desenvolvimento é concebida a partir de alguns componentes
conceituais:
• O desenvolvimento possui identidade regional, trajetória histórica, e fases de consolidação.
• As fases do desenvolvimento regional componentes da trajetória de consolidação não são
completadas por todas as identidades regionais.
• A identidade do desenvolvimento regional é construída a partir de um conjunto de componentes:
ecológicos, culturais, econômicos.
• O Extremo Oeste construiu possibilidades e arranjos econômicos para diferenciar-se em cenários
futuros promovendo a emancipação econômica das famílias cooperadas e dos empreendimentos tornando-
se inclusive referência.
O plano de gestão deve, portanto entre seus objetivos demonstrar a capacidade de ser referência do
território.
Elementos Metodológicos
O trabalho seguiu a estrutura metodológica orientada pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial
para a elaboração de Planos de Negócio – PNEs com adaptações ao objeto de estudo em duas
linhas/áreas temáticas específicas: A gestão da fase de comercialização de grupos de empreendimentos na
forma de Arranjos Econômicos de Empreendimentos Agroindustriais e a perspectiva de que o produto deste
plano contribua como referência metodológica pelas características de desenvolvimento da agroindustria
familiar no território.
Assim alguns passos orientaram a execução do trabalho:
4
- O diagnóstico do território como paisagem de desenvolvimento gerando ferramentas capazes de
indicar possibilidades de agregar serviços ambientais e sociais aos produtos da agricultura familiar.
- A diferenciação na paisagem de regiões ecológicas de desenvolvimento onde se localizam os
empreendimentos na perspectiva de diferenciar potenciais serviços ambientais e sociais a serem agregados
aos produtos.
- A diferenciação ecológica, social e econômica de trajetórias históricas que diferenciem capacidades
micro regionais e contribuam para a análise e compreensão dos estudos de caso referência.
- A identificação das potencialidades específicas da agroindústria familiar do território diferenciando-a
das demais regiões do estado de Santa Catarina já considerado referência na cadeia produtiva da
agroindústria familiar. Estudo de dados secundários estaduais e primários locais.
- A identificação no território de redes sociais e de sujeito social de desenvolvimento capaz de
aglutinar processos de desenvolvimento e legitimar o trabalho.
- A indicação dos produtos especializados já reconhecidos como referência regional e dos
empreendimentos a serem escolhidos como estudos de caso para a realização do plano de negócio e
gestão.
- O diagnóstico de funcionamento dos empreendimentos estudos de caso da fase de comercialização
na perspectiva de indicar ações para gestão cooperada destes empreendimentos pelas instituições locais e
regionais como arranjos de empreendimentos. Estudo de dados primários nos empreendimentos do
território.
- Elaboração do Plano de Negócio e Gestão para os empreendimentos estudos de caso.
- Validação do Plano de Negócio e Gestão no território com ações propositivas.
Resumo Executivo
O Território Extremo Oeste Catarinense, sujeito deste plano, é constituído por 19 (dezenove)
municípios: Dionizio Cerqueira, Palma Sola, Guarujá do Sul, Princesa, São José do Cedro, Anchieta,
Guaraciaba, Paraíso, Barra Bonita, São Miguel do Oeste, Bandeirante, Descanso, Belmonte, Santa Helena,
Tunápolis, Iporã do Oeste, São João do Oeste, Mondaí e Itapiranga.
Duas características das trajetórias são identificadas e passam a compor as possibilidades de
reprodução social e econômica dos sujeitos sociais atuais.
A – Migrantes Europeus
B – Caboclos e indígenas
Novas características passam a compor as trajetórias históricas:
C – A origem a partir de 1920 dos municípios de Iporã do Oeste, Itapiranga, Mondai, São José do
Cedro, Princesa, São Miguel do Oeste, Palma Sola
D – A origem a partir de 1940 dos municípios de Anchieta, Belmonte e Guarujá do Sul
5
E - A origem a partir de 1990 com o movimento nacional das emancipações, como é o caso de
Bandeirante, Barra Bonita, Santa Helena, São João do Oeste e Tunápolis. AMEOSC – Associação de
Municípios do Extremo Oeste Catarinense.
A efetiva ocupação deste território está associada, segundo BAVARESCO (2005), a ocorrência de
quatro ciclos: o ciclo da erva-mate, pecuária, o ciclo da madeira e o ciclo agroindustrial. O declínio do
extrativismo madeireiro fez com que o perfil econômico da região fosse gradativamente redesenhado,
abrindo espaços para a agropecuária.
- o ciclo da pecuária,
- o ciclo da erva-mate,
- o ciclo da madeira,
- o ciclo agroindustrial,
Os sistemas produtivos:
- milho/suínos,
- milho/aves,
- feijão, fumo, soja, trigo, mandioca, cana-de-açúcar,
- leite,
Novas características passam a compor as trajetórias históricas:
C – A origem a partir de 1920 dos municípios de Iporã do Oeste, Itapiranga, Mondai, São José do
Cedro, Princesa, São Miguel do Oeste, Palma Sola
D – A origem a partir de 1940 dos municípios de Anchieta, Belmonte e Guarujá do Sul
E - A origem a partir de 1990 com o movimento nacional das emancipações, como é o caso de
Bandeirante, Barra Bonita, Santa Helena, São João do Oeste e Tunápolis. AMEOSC – Associação de
Municípios do Extremo Oeste Catarinense.
A efetiva ocupação deste território está associada, segundo BAVARESCO (2005), a ocorrência de
quatro ciclos: o ciclo da erva-mate, pecuária, o ciclo da madeira e o ciclo agroindustrial. O declínio do
extrativismo madeireiro fez com que o perfil econômico da região fosse gradativamente redesenhado,
abrindo espaços para a agropecuária.
- o ciclo da pecuária,
- o ciclo da erva-mate,
- o ciclo da madeira,
- o ciclo agroindustrial,
Os sistemas produtivos:
6
- milho/suínos,
- milho/aves,
- feijão, fumo, soja, trigo, mandioca, cana-de-açúcar,
- leite,
O modelo CONSAD de gestão do desenvolvimento territorial iniciou em 2003 diferenciou a história do
território. Aliado a lógica da retomada do papel do Estado como indutor de políticas sociais estruturais, no
âmbito do Programa Fome Zero. Para tanto, o Ministério de Segurança Alimentar – MESA, que em 2004,
passou a se denominar Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS demandou ao
Instituto Brasileiro 33 de Administração Municipal – IBAM, um estudo de Localização Territorial de
Potenciais CONSAD no País.
O CONSAD é integrado pelo poder público e sociedade civil, na proporção de 1/3 e 2/3,
respectivamente. Seus entes jurídicos constituintes são o Estado de Santa Catarina, os 19 (dezenove)
municípios integrantes da Associação de Municípios do Extremo Oeste Catarinense – AMEOSC, e mais de
60 organizações da sociedade civil destes municípios.
O território na paisagem representa literalmente o extremo oeste da migração da agricultura moderna
na região Sul do Brasil no seu limite fronteiriço com o país Argentina e um grande fragmento contínuo de
floresta nativa.
A figura a seguir apresenta a matriz de uso da paisagem com áreas de conservação identificadas
pelos núcleos de fragmentos florestais (polígonos verdes). Os núcleos são mosaicos de fragmentos e
incluem um conjunto de florestas remanescentes, capoeiras e áreas mistas de pasto e capoeira e ainda
pequenas áreas de cultivo.
Nos limites do território ou da unidade de paisagem Território Extremo Oeste Catarinense são
identificados 22 “Mosaicos de Fragmentos” maiores do que 100 há totalizando 14.475 há ou cerca de 3,8%
da área da unidade de paisagem conforme o quadro a seguir.
A possibilidade de inverter passivos, e construir ativos ambientais para o território inclui
potencialidades consideráveis. A localização geográfica em região de fronteira, próxima de grandes
fragmentos florestais conectados, e de bacias hidrográficas de grande importância regional e continental
exige do território planejar seus serviços ambientais prestados e sua perspectiva de valorização como
possibilidade de desenvolvimento sustentável.
7
O quadro a seguir apresenta 5 indicadores de resultado do uso do solo nesta unidade de paisagem
gerado pelas unidades produtivas e seus sistemas de produção combinados com os núcleos urbanos dos
municípios e suas emissões de carbono:
- A produção de alimentos que permanece no território de cerca de 1,23 kg de alimento por pessoa
por dia.
- A produção de comódities (principalmente soja, milho e fumo) de cerca de 12,97 kg por pessoa por
dia.
- A renda por unidade de área hectare de cerca de R$ 433,66 anuais.
- O balanço de carbono equivalente (emissões e estocagem) de cerca de 5,16 toneladas por pessoa
por ano. O carbono equivalente é a composição quantificada de todos os gases emissores de carbono.
Cenário
An
o1
An
o2
An
o3
An
o4
An
o5
An
o6
kg
alimento/pesssoa/dia
1,
23
1,
27
1,
31
1,
36
1,
40
1,
45
carbono
tonelada/pessoa/ano
(5,
16)
(5,
49)
(5,
84)
(6,
22)
(6,
63)
(7,
08)
área de
biodiversidade %/área
12
,97
12
,79
12
,62
12
,45
12
,29
12
,13
8
total.
comódities
kg/pessoa/dia
7,
01
7,
76
8,
59
9,
53
10
,57
11
,74
R$/há/ano
43
3,66
41
2,66
37
7,71
32
5,53
25
2,26
15
3,40
- A proporção de área de biodiversidade da unidade de paisagem de 12,97% sobe a área total.
O quadro anterior projeta estes indicadores para os próximos 5 anos na perspectiva de criar uma
matriz de tendências. A curva dos indicadores ocorre principalmente em função da evolução da área dos
diferentes usos na paisagem. A produtividade física das diferentes produções dos diferentes usos do solo
foi mantida estável. Os preços dos produtos agrícolas e dos custos de produção foram projetados conforme
taxas médias dos últimos 20 anos. As taxas de emissões e estocagens de carbono para diferentes usos e
para a população urbana foi mantida estável sem considerar práticas ou tecnologias urbanas e rurais que
pudessem modificar índices técnicos.
A diferenciação das agriculturas de um território ou de uma unidade de paisagem é sob o aspecto do
planejamento uma condição metodológica importante.
Até o momento diferenciamos trajetórias históricas de ocupação por diferentes critérios:
1) Pela origem cultural do povo ocupante;
2) Pela nucleação dos municípios em diferentes períodos;
3) Pelos ciclos econômicos de ocupação;
4) Pelos sistemas produtivos combinando as diferentes atividades produtivas nas unidades de
produção;
Os resultados e/ou tendências de resultados apresentados nos quadros e figuras anteriores são a
expressão também da complexa diferenciação de agriculturas observadas na paisagem pela localização
(longitude/altitude) e pela forma de uso da paisagem sintetizada a seguir.
- Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249
metros.
- Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros mesclando mosaicos de matas.
- Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.
- Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas áreas altas
445 metros.
- Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio Cerqueira a 676
metros de altitude.
- Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831 metros.
9
A diferenciação por 6 ocupações da paisagem pode ser a síntese de um conjunto de variáveis
históricas que foram moldando o uso da paisagem e definindo sua matriz de ocupação assim como
resultados. Os indicadores do quadro a seguir apresenta as 4 micro regiões referência no estado de Santa
Catarina a partir de 1 elemento central o mix completo de segurança alimentar critério que identifica a mico
São Miguel do Oeste do IBGE (Território Extremo Oeste).
S
C
São Miguel
do Oeste
Itu
poranga
Co
ncórdia
Ch
apecó
Municípios 21,00
7,0
0
15,
00
39
,00
%Produtos da Ind Familiar SC 2,97
0,1
7
4,4
1
7,
74
%PIB Ind Familiar por Micro 11,39
2,2
8
7,2
4
16
,99
% estab AF
92
,00 95,05
93,
90
94,
37
94
,65
%estab AF c/Ind
9,
66 16,62
19,
88
11,
97
19
,61
R$/estab AF
3.
889,29 3.240,98
1.8
93,82
3.7
58,94
2.
193,86
% estab não Familiar c/Ind
5,
68 10,42
13,
59
8,8
8
17
,59
R$/estab não Fam
22
.886,79 5.092,99
4.6
17,17
18.
386,66
14
.490,48
unid própria/estab
1.
217,13 544,14
22
4,10
83
3,09
68
9,29
unid vend/est
1.
349,66 237,03
41,
23
74
3,11
35
5,83
Preço R$/kg
2,
96 7,95
24,
95
5,6
6
8,
01
% produtos próprios/produtos
comercializados
90
,18
229,57 54
3,59
11
2,11
19
3,72
% produtos
importados/comercializados
47
,41
41,74 33
8,46
56,
15
44
,77
As regiões são semelhantes em termos de presença da agricultura familiar e proporção de
estabelecimentos da agricultura familiar com industrias. O quadro a seguir apresenta 4 grupos de critérios
utilizados no diagnóstico e análise de diferenciação dos empreendimentos e das estratégias de gestão. Os
critérios foram escolhidos a partir de pressupostos conceituais gerais que passam a diferenciar
organizações sociais e econômicas e de elementos diagnosticados durante o estudo dos empreendimentos
os quais se tornaram relevantes nesta diferenciação de forma de administrar.
10
Os critérios incluem elementos da trajetória histórica que pode ter potencializado o surgimento destas
referências em determinado espaço social e geográfico e de elementos combinados e/ou relacionados da
estrutura operacional atual que podem determinar potencialidades e fatores restritivos dos resultados
futuros.
Meio Ecológico Trajetória
sócio econômica
Mix de
produtos
Organização da
Gestão e Mercado
(1a) Iporâ do Oeste (e
Mondai) e a agricultura de terras
baixas intensiva especializada
com mata a 249 metros.
(1b) Agricultura de
altitude de São João do Oeste a
421 metros mesclando
mosaicos de matas.
(1c) Agricultura de solo
exposto de Descanso e
Belmonte a 570 metros de
altitude.
(1d) Agricultura de solo
coberto por pastagem e
mosaicos de Barra Bonita e
Guaraciaba nas áreas altas 445
metros.
(1e) Agricultura nos
mosaicos de fragmentos de
altitude em Guaruja do Sul e
Dionísio Cerqueira a 676 metros
de altitude.
(1f) Agricultura de
produção de sementes nas
altitudes de Anchieta e Palma
Sola a 831 metros.
(2a) 1920
dos municípios de
Iporã do Oeste,
Itapiranga, Mondai,
São José do Cedro,
Princesa, São
Miguel do Oeste,
Palma Sola
(2b)1940 dos
municípios de
Anchieta, Belmonte
e Guarujá do Sul
(2c) 1990
com o movimento
nacional das
emancipações,
como é o caso de
Bandeirante, Barra
Bonita, Santa
Helena, São João
do Oeste e
Tunápolis.
(3a)
Individuais: 1
produto
comercializado
(3b)
Relacionados:
relações entre
produtos na
comercializaçã
o
(3c)
Associados:
comercializaçã
o conjunta
(4) Forma:
(a)familiar; (b)associação
familiar; (c)cooperativada.
(5) Mix de mercado:
(a)amplo; (b)ampliado;
(c)estável
Os estudos de caso deste Plano de Negócio e Gestão apresentados a seguir são considerados as
referências regionais dos 2 arranjos de empreendimentos analisados “embutidos de suíno” e “derivados de
leite” e dos 2 arranjos de empreendimentos de 2 grau “queijo colonial” e “embutido de suíno salame”. São 4
estudos de caso analisados para cada arranjo localizados em 5 municípios do território.
11
A elaboração do plano de negócio e gestão associada às diferentes combinações de características
consideradas critérios de diferenciação para arranjos de empreendimentos e empreendimentos permitirão
diferenciar as estratégias de gestão e apresentar o produto tipos de estratégias de gestão.
Empreendiment
o
Mei
o
Ecológico
Traj
etória
sócio
econômic
a
Mix de
produtos
Organização
da Gestão e
Mercado
Queijo IRMÃOS
DIEL Guaraciaba
(1d
)
(2b
)
Individu
al (3 a)
Associação
Familiar/local
Salame
LETAVO Guaraciaba
(1d
)
(2b
)
Individu
al (3 a)
Associação
Familiar/amplo
Queijo
COMILPE Tunápolis
(1c) (2c) Associa
do (3c)
Cooperativa/a
mpliado
Salame SANTA
FÉ Itapiranga
(1
a)
(2
a)
Individu
al (3 a)
Associação
Familiar/amplo
Queijo SANTA
CLARA Dionísio
Cerqueira
(1e
)
(2b
)
Individu
al (3 a)
Familiar/local
Queijo WNIG
Anchieta
(1f) (2b
)
Individu
al (3 a)
Familiar/Local
Salame MARO
DANEL Guaraciaba
(1d
)
(2b
)
Relacio
nado (3b)
Familiar/ampli
ado
Salame NONO
COSER Guaraciaba
(1e
)
(2b
)
Individu
al (3 a)
Familiar/ampli
ado
O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL” localizado no município de Guaraciaba está localizado no
meio ecológico indicado como (1d) cujas características incluem a ocupação do solo com agricultura de
pastagens e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais de altitude media para o território
acima de 400 metros.
O município de Guaraciaba possui a trajetória histórica de formação no segundo período regional
próximo a 1940. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social
em um período e acumulação média para o território.
O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix
individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não compondo um conjunto
maior de produtos.
12
A organização de gestão é de associação familiar e o mercado de comercialização qualificado como
local tanto pela escala menor de quantidade de produtos como por rotas de comercialização não distantes.
Os demais empreendimentos estudo de caso diferencia-se na combinação destas variáveis – critério
permitindo ao estudo identificar diferentes estratégias de gestão. As estratégias de gestão devem ser
compreendidas como formas diferentes de realizar a gestão administrativa e de funcionamento do
empreendimento podendo diferenciar seus resultados e a potencialidade de estabilidade destes resultados
para um maior período.
O resultado econômico deste plano de negócio e gestão é apresentado no quadro a seguir na forma
do fluxo de caixa, ou seja, da circulação econômica monetária anual onde os custos apresentados estão
relacionados a comercialização ou denominados custos de gestão 1.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto
Qu
eijo
Q
ueijo
Quei
jo
Q
ueijo
S
alame
Sal
ame
Sal
ame
Sal
ame
Marca
Irm
ãos Diel
C
omilpe
Sant
a Clara
W
nig
S
anta Fé
Ma
ro Danel
Let
avo
No
no Coser
Município
Gu
araciaba
T
unápolis
Dion
isio
Cerqueira
A
nchieta
It
apiranga
Gu
araciaba
Gu
araciaba
Gu
araciaba
Vendas (kg)
22.
000
3
4.000
12.0
00
1
0.000
1
68.000
46.
000
136
.000
43.
200
Preço
(R$/kg)
11,
27
1
1,37 9,00
9
,50
1
2,13
11,
65
11,
10
11,
35
Valo Bruto
(R$/ano)
248
.000
3
86.600
108.
000
9
5.000
2.
038.000
536
.000
1.5
09.000
490
.200
Custo coml
(R$/kg)
0,8
2
1,
37 0,81
0
,71
0,
78
0,8
4
0,8
3
0,8
8
Custo coml
(%/preço)
7,2
6
1
2,01 8,98
7
,43
6,
46
7,2
0
7,5
1
7,7
1
Custo
Gestão 1 (R$/ano)
18.
011
4
6.428
9.69
6
7
.056
1
31.604
38.
609
113
.280
37.
807
Valor
Líquido 1
(R$/ano)
229
.989
3
40.172
98.3
04
8
7.944
1.
906.397
497
.391
1.3
95.720
452
.393
O objetivo deste quadro é gerar o indicador dos custos da fase de comercialização na composição do
preço recebido. Entre os 8 empreendimentos é possível identificar situações mais e menos ajustadas ente
as variáveis que determinam este custo. O ajuste ente as variáveis diminui custo por exemplo com a
13
ampliação da escala ou com a complementação da carga incluindo a maximização da rota com um mix de
produtos.
O arranjo empreendimento 2 possui custos desta fase elevados indicando uma combinação não
ajustada das variáveis componentes possivelmente rotas realizadas com pouca escala de produtos. Os
arranjos 4 e 5 com custos inferiores a R$ 0,80 indicam que a combinação das variáveis componentes do
custo está ajustada.
Assim o conhecimento do funcionamento dos arranjos empreendimentos mais ajustados podem
revelar estratégias de gestão consolidadas e bem administradas, ou mesmo fases consolidadas dos
empreendimentos tornando-se referência. Os resultados econômicos do valor líquido total são diferentes
nesta etapa de análise em função da escala de produtos comercializados.
Três grupos de análise são possíveis entre os 8 arranjos empreendimentos. A análise é comparativa
e seu objetivo é identificar as diferenças de custo por unidade comercializada.
O primeiro grupo é formado pelos empreendimentos 1, 2, 3 e 4 todos do produto queijo colonial e
com volumes de venda abaixo de 34.000 kg. O segundo grupo formado pelos empreendimentos 6 e 8 do
produto salame colonial e volumes de venda próximos de 45.000 kg. O terceiro grupo formado pelos
empreendimentos 5 e 7 do produto salame colonial com volume de venda próximos de 150.000 kg anuais.
Em cada grupo existem diferenças e semelhanças com destaque para o empreendimento 2 com o
maior custo e a maior proporção do custo em relação ao preço de 12,01%, o empreendimento 5 com a
menor proporção do custo em relação ao preço recebido por unidade comercializada de 6,46%.
O quadro a seguir apresenta três indicadores que ajudam a explicar as diferenças e o ajuste de
variáveis na formação dos custos desta fase de comercialização. O maio custo do empreendimento 2
possui a menor quantidade de produto transportado por km das rotas de comercialização necessitando
assim de 1.809 km para entregar uma carga de 2.000 kg. O mesmo empreendimento 2 possui a menor
quantidade de produto vendido por dia de trabalho desta fase de comercialização 189 kg/dia.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto
Qu
eijo
Q
ueijo
Queij
o
Q
ueijo
S
alame
Sal
ame
Sal
ame
Sal
ame
Marca
Irm
ãos Diel
C
omilpe
Santa
Clara
W
nig
S
anta Fé
Mar
o Danel
Let
avo
No
no Coser
Município
Gu
araciaba
T
unápolis
Dioni
sio
Cerqueira
A
nchieta
Ita
piranga
Gu
araciaba
Gu
araciaba
Gu
araciaba
Kg/Km 2,1
1,
1 2,1
3
,0
4,
3 1,9 4,1 1,8
14
rota
(km/2000 kg) 961
1.
809 960
6
72
46
6
1.0
40 492
1.1
08
kg/dia 241
1
89 250
2
08
28
5 262 267 263
O empreendimento 5 apresenta indicadores de maior ajuste de carga e de eficiência de venda por dia
de trabalho e por esta razão possui um dos menores custos de comercialização por unidade
comercializada. Este empreendimento transporta 4,3 kg por km de rota de comercialização necessitando
para completar a venda de uma carga de 2.000 kg de 466 km, e vende a maior quantidade de produto por
dia de trabalho 285 kg/dia. Este empreendimento passa a se uma referência.
Entre os demais empreendimentos o caso 4 “Queijo Colonial Wing” possui o menor custo R$ 0,71
por unidade comercializada entre os 8 casos no entanto é pouco eficiente na quantidade transportada
(formação de carga) e na quantidade de produto vendido por dia. Este empreendimento no entanto é aquele
que comercializa a menor quantidade total (escala) entre os 8 empreendimentos indicando a subutilização
de transporte e de trabalho destinado a comercialização. Outra característica deste empreendimento é a
venda somente no município sede da agroindústria o que sugere um limite de mercado e de escala. Talvez
a situação deste empreendimento somente seja superada se ampliar o mercado para outros municípios.
No segundo momento a definição importante, foi diagnosticado três estratégias de gestão a partir da
analise da combinação das vaiáveis componentes da gestão e dos resultados de comercialização e venda.
A – Estratégia Associação Familiar, Mix de Produto Individual, Mercado Local: “Queijo IRMÃOS DIEL”
B – Estratégia Associação Familiar, Mix de Produto Individual, Mercado Amplo: “Salame SANTA FÉ”
C – Estratégia Cooperativa, Mix de Produto Associado, Mercado Ampliado: “Queijo COMILPE”
O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL” localizado no município de Guaraciaba está localizado no
meio ecológico indicado como (1d) cujas características incluem a ocupação do solo com agricultura de
pastagens e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais de altitude media para o território
acima de 400 metros.
O município de Guaraciaba possui a trajetória histórica de formação no segundo período regional
próximo a 1940. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social
em um período e acumulação média para o território.
O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix
individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não compondo um conjunto
maior de produtos. A organização é de associação familiar exigindo processos mais complexos de gestão e
o mercado é local cujo significado é a menor escala e menor área geográfica de comercialização.
A organização de gestão é de associação familiar e o mercado de comercialização qualificado como
local tanto pela escala menor de quantidade de produtos como por rotas de comercialização não distantes.
15
O empreendimento “Salame SANTA FÉ” localizado no município de Itapiranga está localizado no
meio ecológico indicado como (1 a) a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249
metros e (1b) de agricultura de altitude a 421 metros mesclando mosaicos de matas. O município de
Itapiranga possui a trajetória histórica de formação no primeiro período regional próximo a 1920. Esta
trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social em um período e
acumulação ampliada para o território.
O empreendimento “Salame SANTA FÉ”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix
individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não compondo um conjunto
maior de produtos. A organização é de associação familiar exigindo processos mais complexos de gestão e
o mercado é amplo cujo significado é a grande escala e grande área geográfica de comercialização
determinando a gestão de logística ampliada das rotas e trabalho de vendas.
O empreendimento “Queijo COMILPE” localizado no município de Tunápolis está localizado no meio
ecológico indicado como (1c) cujas características incluem agricultura de solo exposto a 570 metros de
altitude e (1d) a ocupação do solo com agricultura de pastagens e presença acentuada de mosaicos de
fragmentos florestais de altitude media para o território acima de 400 metros.
O município de Tunápolis possui a trajetória histórica de formação no terceiro período regional
próximo a 1990. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social
em um período e pequena acumulação para o território.
O empreendimento “Queijo COMILPE”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix
associado de produtos cujo significado é de diversidade de produtos na comercialização e exigindo logística
e trabalho complexos e ampliados. A organização é cooperativa que determina processos de gestão mais
complexos interferindo na tomada de decisão. O mercado é ampliado determinando logística de transporte
e trabalho também ampliados.
O quadro a seguir apresenta a síntese dos três estudos de caso utilizados como base para analisar
as três estratégias de gestão. A análise em detalhe dos quadros anteriores sobre os três estudos de caso
permite identificar elementos de gestão os quais devem ser considerados ações de planejamento a partir do
plano de negócio e gestão e compreendidas como elementos de diagnóstico vinculado a estratégia de
gestão.
Os elementos de análise a seguir consideram a renda da estratégia 5 em fase final de consolidação.
Esta afirmação considera a estratégia de gestão com grande equilíbrio entre a combinação de variáveis
componentes de custo e resultados.
Arranjo 1 2 5
Produto Queij Qu Salame
16
o eijo
Marca
Irmã
os Diel
Co
milpe
Santa
Fé
Município
Guar
aciaba
Tu
nápolis
Itapiran
ga
Famílias 2 10 3
Vendas (kg)
22.0
00
34.
000
168.00
0
Preço (R$/kg)
11,2
7
11,
37 12,13
Valo Bruto (R$/ano)
248.
000
38
6.600
2.038.0
00
Custo de transporte
fase de coml (R$/kg)
0,52
8
1,2
08 0,257
Custo de trabalho fase
de coml (R$/kg)
0,29
0
0,3
94 0,527
Custo log de transporte
(%/preço) 4,7 8,8 2,1
Custo log de venda
(%/preço) 2,6 3,3 4,3
Custo administrativo
(%/preço) 31,0
27,
3 30,5
Custo processamento
(%/preço) 16,0
15,
0 22,3
Custo produção
(%/preço) 22,2
22,
0 28,9
Total dos custos
(%/preço) 76,5
76,
2 88,1
Margem (%/preço) 23,5
23,
8 11,9
Valor Líquido (R$/ano)
58.3
89
91.
972
243.19
7
Renda familiar mensal
(R$)
2.43
3
76
6 6.755
Kg/Km 2,1 1,1 4,3
rota (km/2000 kg) 961
1.8
09 466
kg/dia 241
18
9 285
17
A seguir são apresentadas 7 ações propositivas geradas pelo PNE e Gestão. Todas as ações foram
pactuadas pela oficina final de validação entre as instituições parceiras que fazem parte do Sujeito Social de
Desenvolvimento CONSAD:
1) Todas as três estratégias podem ampliar sua escala de venda em determinada proporção
com ampliação de custos em proporções menores e ampliar renda final até aproximar-se da estratégia 5.
2) A estratégia 1 deve amplia sua escala cerca de 20% a 30% com redução do custo de
transporte aproximando sua renda da estratégia 5. O custo de transporte desta estratégia deverá ser
reduzido na mesma proporção da ampliação da escala.
3) O empreendimento 2 precisa ampliar sua escala na proporção acima de 200% e/ou planejar
em proporções possíveis seus custos conjuntamente com os demais produtos associados, reduzindo seus
custos de transporte em cerca de 50%, e o custo de trabalho de venda será reduzido em determinado nível
de escala e tenderá a ser ampliado em relação aos valores atuais a partir de um segundo nível de
ampliação aproximando-se dos valores da estratégia 5.
4) Ampliar as agrondustrias/empreendimentos com serviço de inspeção para permitir a
associação de produtos no mix de comercialização com redução de custos.
5) Estruturar serviço de ATER especializado para os empreendimentos.
6) Ampliar os selos dos produtos incluindo os atributos cultuais e ambientais da diversidade
ecológica onde estão inseridos os empreendimentos agroindustriais.
A diversidade ecológica e de uso do solo no território mescla aspectos aos quais os produtos da
agroindústria familiar devem estar vinculados. A região possui diferentes micro paisagens mesclando a
agricultura com fragmentos de matas remanescentes ocupando morros e vales os quais são ocupados por
pequenas unidades de produção familiares de complexa culturalidade.
- Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249
metros.
- Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros mesclando mosaicos de matas.
- Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.
- Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas áreas altas
445 metros.
- Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio Cerqueira a 676
metros de altitude.
- Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831 metros.
Os salames e os queijos criaram rotas sociais e econômicas atravessando e recortando a diversidade
de paisagem identificada acima da mesma forma que os grandes rios da região e seus diversos afluentes
18
criam caminhos ecológicos e culturais. A rota gastronômica dos produtos da agroindústria deve buscar
vínculos formais com a paisagem e ampliar seus apelos de consumo para uma população que já identifica
diferenças nestes aspectos e orienta a busca de alimentos comprometidos com causas sociais e
ambientais.
Esta ação de ampliação de selos as marcas dos produtos deve buscar agregações em três níveis
todos vinculados a agricultura familiar:
- Na ecologia da paisagem orientada pelos rios e mosaicos de fragmentos florestais;
- Na culturalidade das diferenças das unidades de produção familiares em seus municípios e
comunidades;
- Na gastronomia dos hábitos alimentares das diferenças regionais;
A tarefa é identificar apelos em cada um destes níveis e construir selos componentes das marcas. Os
selos identificarão rotas na paisagem as quais devem ser divulgadas e convidar os consumidores culturais,
ambientais e sociais a visitarem via online e em rotas presenciais de turismo. Esta é uma ação para o
serviço especializado de ATER.
Os indicadores de kg/km de rota de comercialização e kg de produtos vendidos/comercializados por
dia de trabalho da estratégia 5 devem servir de meta orientadora ao planejamento das estratégias 1 e 2. O
quadro anterior apresenta o indicador km de rota necessários para completar uma carga comercializada de
2.000 kg o qual pode ajudar no planejamento das estratégias de comercialização.
1. Trajetórias Históricas do Desenvolvimento
O Território Extremo Oeste Catarinense, sujeito deste plano, é constituído por 19 (dezenove)
municípios: Dionizio Cerqueira, Palma Sola, Guarujá do Sul, Princesa, São José do Cedro, Anchieta,
Guaraciaba, Paraíso, Barra Bonita, São Miguel do Oeste, Bandeirante, Descanso, Belmonte, Santa Helena,
Tunápolis, Iporã do Oeste, São João do Oeste, Mondaí e Itapiranga.
19
A população em sua grande maioria são considerados descentes de europeus. A origem
principalmente na Alemanha, Itália, Áustria e Polônia, que fizeram seu primeiro movimento migratório para o
Rio grande do Sul e posteriormente para a região Oeste Catarinense. Isso caracteriza a região com fortes
diversidades étnicas, registrando também as presenças de russos-ucranianos, portugueses, libaneses,
caboclos e indígenas.
Duas características das trajetórias são identificadas e passam a compor as possibilidades de
reprodução social e econômica dos sujeitos sociais atuais.
A – Migrantes Europeus
B – Caboclos e indígenas
Na década de 20, foram os municípios de Iporã do Oeste, Itapiranga, Mondai, São José do Cedro,
Princesa, São Miguel do Oeste, Palma Sola (com a passagem dos Argentinos para a região dos campos),
Descanso e Guaraciaba que deram início a formação da região, sendo os dois últimos marcados pela
passagem da Coluna Prestes. Na década de 40, foram os municípios de Anchieta, Belmonte e Guarujá do
Sul. Ainda, os conjuntos de municípios que foram influenciados por esse movimento migratório, tiveram sua
constituição na década de 90, com o movimento nacional das emancipações, como é o caso de
Bandeirante, Barra Bonita, Santa Helena, São João do Oeste e Tunápolis.
A partir da década de 80, os municípios passaram a articular-se política-administrativamente através
da AMEOSC – Associação de Municípios do Extremo Oeste Catarinense e, recentemente, com a
constituição das Secretarias de Desenvolvimento Regional no Estado, cria-se a Secretaria de
Desenvolvimento Regional - SDR de São Miguel do Oeste, como Política do Governo Estadual de Santa
Catarina, contemplando dezoito municípios da região (exceção de Mondai que compõe a 29ª SDR/ de
Palmitos).
20
Novas características passam a compor as trajetórias históricas:
C – A origem a partir de 1920 dos municípios de Iporã do Oeste, Itapiranga, Mondai, São José do
Cedro, Princesa, São Miguel do Oeste, Palma Sola
D – A origem a partir de 1940 dos municípios de Anchieta, Belmonte e Guarujá do Sul
E - A origem a partir de 1990 com o movimento nacional das emancipações, como é o caso de
Bandeirante, Barra Bonita, Santa Helena, São João do Oeste e Tunápolis. AMEOSC – Associação de
Municípios do Extremo Oeste Catarinense.
A efetiva ocupação deste território está associada, segundo BAVARESCO (2005), a ocorrência de
quatro ciclos: o ciclo da erva-mate, pecuária, o ciclo da madeira e o ciclo agroindustrial. O declínio do
extrativismo madeireiro fez com que o perfil econômico da região fosse gradativamente redesenhado,
abrindo espaços para a agropecuária.
- o ciclo da pecuária,
- o ciclo da erva-mate,
- o ciclo da madeira,
- o ciclo agroindustrial,
Os sistemas produtivos:
- milho/suínos,
21
- milho/aves,
- feijão, fumo, soja, trigo, mandioca, cana-de-açúcar,
- leite,
O Extremo Oeste de Santa Catarina, microrregião do Oeste Catarinense . Constituída por 19
(dezenove) municípios. O território apresenta 3% da população do Estado, com uma densidade
demográfica de 41,27 habitantes/ km2, apresentando um decréscimo populacional na última década na faixa
dos 3%.
Pequenos grupos dispersos de caboclos, originários das expedições bandeirantes e do tropeirismo do
gado e mulas dos campos riograndenses para São Paulo e regiões de mineração do país. Desmatamento
para exploração da madeira, abrindo espaço para a constituição das “colônias” com uma estratégia da
produção diversificada para a subsistência e comercialização de excedentes. Em 1936 a Primeira Coop
Crédito
A partir desse sistema de colonização que, na década de 50, inicia-se a estruturação dos grandes
complexos agroindustriais (CAI) da região, suínos, aves. Em 1970 Quebra das Pequenas Coop estruturação
das Grandes Coop (SEARA). Feiras Regionais (oktoberfest).
Um quarto elemento, decorrente da articulação das organizações e movimentos sociais, é a
construção de experiências em vista de um outro modelo de desenvolvimento em meados dos anos 90.
Estas experiências buscavam e buscam articular os acúmulos dos movimentos sociais de resistência, como
por exemplo, a agroecologia, o crédito solidário, a agroindustrialização de pequeno porte, o associativismo e
todo o conhecimento sócio-cultural local na discussão da temática de desenvolvimento.
Na década de 90 aparece destacam-se a agroindustrialização do leite, exportação agroindustrial da
região, incremento da avicultura, eventos nacionais, como a festa nacional do milho crioulo, a nucleação
das escolas, aumento da violência, pavimentação das estradas, cassação de prefeitos, resgate da prática
do artesanato, emancipações, inseminação artificial, reciclagem do lixo, diminuição do analfabetismo,
organização das mulheres agricultoras, informatização, transporte escolar, criação dos conselhos
municipais, administração de consenso e implementação do Pronaf.
O quinto elemento surge a partir do aporte de políticas públicas com caráter de territorialidade do
Governo Federal, por meio do MDS, com a implementação do Consórcio de Segurança Alimentar e
Desenvolvimento Local do Extremo Oeste Catarinense - CONSAD, em 2004. O CONSAD é integrado pelo
poder público e sociedade civil, na proporção de 1/3 e 2/3, respectivamente. Seus entes jurídicos
constituintes são o Estado de Santa Catarina, os 19 (dezenove) municípios integrantes da Associação de
Municípios do Extremo Oeste Catarinense – AMEOSC, e mais de 60 organizações da sociedade civil destes
municípios. A partir da implementação do CONSAD, com base no planejamento estratégico participativo,
passam a ser articuladas ações em âmbito territorial com enfoque na segurança alimentar. Destas, a que
merece maior destaque é a implementação do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, envolvendo
1430 famílias de agricultores individualmente ou organizadas em grupos e associações.
22
O projeto do entreposto de comercialização a ser construído em São Miguel do Oeste com recursos
do MDS, além da existência de 14 feiras de agricultores no âmbito dos 19 municípios.
Eixos em Cenário Futuro
- Verticalização da agroindústria de embutidos e derivados de leite associados a outros: rotas com
rastreabilidade; rotas de turismo gastronômico; novos contratos com industria de grande porte
- Concentração de políticas: Cabe ressaltar ainda o fato da existência de ações de vários ministérios
na região e do consagrado capital social, fatores que associados indicam a necessidade do reconhecimento
da região pela SDT como território, consolidando, dessa forma, a identidade territorial do Extremo Oeste
Catarinense.
- Organização social leve pró desenvolvimento
- Vinculação dos produtos a selos diferenciados: ambiental, orgânico, social
No que tange aos recursos naturais, o Extremo Oeste possui solos férteis, água em abundância,
clima favorável e belo relevo, o que aparece como potencial para o desenvolvimento do turismo.
“O CONSAD no Extremo Oeste”
O modelo CONSAD de gestão do desenvolvimento territorial iniciou em 2003, aliado a lógica da
retomada do papel do Estado como indutor de políticas sociais estruturais, no âmbito do Programa Fome
Zero. Para tanto, o Ministério de Segurança Alimentar – MESA, que em 2004, passou a se denominar
Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome – MDS demandou ao Instituto Brasileiro 33 de
Administração Municipal – IBAM, um estudo de Localização Territorial de Potenciais CONSAD no País.
Segundo Franca (2003 apud ORTEGA, 2007), esse estudo tinha dois objetivos básicos:
- Propor uma conceituação e uma nova institucionalidade que levasse para a esfera microrregional a
metodologia do desenvolvimento local;
- Iniciar a identificação dos municípios que poderiam fazer parte dos CONSADs.
O resultado do estudo apontou para um novo modelo que assumia a forma administrativa de uma
institucionalidade subregional que estaria articulada às instâncias de participação local. O modelo é
apresentado na forma de um consórcio que seria mais um dos atores presentes no território, assumindo a
função de agregar e articular os diferentes atores já atuantes.
23
Estes projetos são chamados Projetos CONSAD, organizado em associações civis sem fins lucrativos
e é formado de 1/3 de representantes do poder público e 2/3 de representantes da sociedade civil de cada
um dos municípios participantes.
Em 2003, foram constituídos pelo MDS 40 (quarenta) CONSADs. Os critérios para sua seleção foram
apresentados pelo IBAM, a partir de um estudo solicitado pelo extinto Ministério Extraordinário de
Segurança Alimentar e Combate à Fome (MESA) por meio do documento "Estudo de Localização Territorial
de Potenciais CONSADs no País".
De uma proposta de 62 potenciais CONSADs, os 40 implementados adotaram os seguintes critérios:
26 deles constituídos em todos os Estados da União; 14 tendo como critério o atendimento das regiões
Norte e Nordeste, CONSADs Interestaduais, os que possuíam, na ocasião, o maior número de municípios
com Cartão Alimentação do Programa Fome Zero e os localizados em mesorregiões diferenciadas do
Ministério da Integração Nacional e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Esses 40 territórios CONSADs, englobam 585 municípios e uma população de mais de 11 milhões de
habitantes. Em alguns casos é possível constatar que seu desenho identifica-se razoavelmente com o
conceito de microrregiões homogêneas adotado pelo IBGE. Em outros casos, pode abarcar localidades
integrantes de até três microrregiões diferentes.
Os critérios do enfoque territorial do CONSAD levam em conta:
1) os índices de desenvolvimento humano municipal (IDHM);
24
2) as relações sociais, comerciais, produtivas, políticas e culturais existentes na região;
3) a dimensão física e ambiental do território;
4) suas potencialidades geo-estratégicas para arranjos sócio-produtivos sustentáveis; 5)
reorganização do território visando a inclusão social;
6) construção de uma institucionalidade capaz de mediar conflitos, agregar esforços e gerar sinergias
de forma a direcionar o processo de integração territorial para os objetivos de segurança e nutricional e
desenvolvimento local; 46
7) identidade territorial e solidariedade social.
O extremo oeste foi um dos territórios sugeridos pelo estudo de localização territorial de potenciais
CONSADs no país, desenvolvido pelo IBAM no ano de 2003. Esse estudo considerou que o extremo oeste
atendia os critérios como o IDH, o potencial para arranjos sócio-produtivos, a dimensão física e ambiental e
a identidade territorial aliada a solidariedade social. O processo de formação do CONSAD no extremo oeste
catarinense, assim como os demais CONSADs pelo país, teve início oficial com a publicação de um edital
elaborado pelo MDS, convocando instituições locais para se candidatar ao posto de entidade
implementadora regional – EIR. 57
Como resultado desse edital, o Centro de Estudos e Assessoria ao Desenvolvimento – CEADES
venceu o processo demonstrando atender o critério de experiência teórica e prática no marco conceitual do
desenvolvimento local e na temática da segurança alimentar, como era requerido pelo MDS.
2. O Meio Agroecológico
25
Originalmente o Extremo Oeste Catarinense foi coberto por Floresta Estacional Decidual e por
Floresta Ombrófila Mista possuindo de modo intercalado pequenas manchas de estepes ombrófilas ou
campos naturais ao norte. Dentro da Floresta Estacional Decidual destacavam-se: o grápia (Apuleia
leiocarpa), angico (Parapiptadenia rigida), cedro (Cedrela fissilis), louro-pardo (Cordia trichotoma),
guatambu (Aspidosperma sp.), canelas entre outros, e na Floresta Ombrófila Mista a araucária (Araucaria
angustifolia), imbuia (Ocotea porosa), ervamate (Ilex paraguariensis), canelas (Ocotea spp. e Nectandra
spp.) entre outras. A quase totalidade da cobertura vegetal destas regiões fitoecológicas encontra-se
atualmente suprimida, remanescendo 12% destas (SANTA CATARINA, 1997).
A região se insere na Zona Agroecológica 2C, na qual predomina a Unidade Planalto Dissecado Rio
Iguaçu/Rio Uruguai, apresentando relevo muito dissecado com vales profundos e encostas em patamares.
Na limitação a leste, as altitudes ultrapassam 1.000m, caindo, em direção ao eixo central da Bacia do
Paraná, a aproximados 300m gradativamente para oeste e noroeste.
Quanto ao relevo, recebe, em sua maioria, classificação como forte – ondulado e montanhoso. Seus
solos são medianamente profundos, rasos, pedregosos, normalmente férteis e de origem basáltica. Apenas
aproximados 19% recebem classificação ondulado ou suavemente ondulado com solos profundos ou
medianamente profundos, com pouco ou nenhuma pedregosidade, pouca fertilidade, muito acidez e origem
basáltica.
26
3. O Uso do Solo no Extremo Oeste SC
O uso do solo descrito a seguir utiliza o conceito amplo que inclui usos para o desenvolvimento e
usos para a conservação ambiental incluindo partes ainda ocupadas por remanescentes florestais nativos.
O território do Extremo Oeste passa a ser descrito como uma unidade de paisagem em cuja matriz
predomina determinados usos destinados a diferentes objetivos.
O quadro a seguir apresenta a ocupação da paisagem a partir de dados do IBGE (Censo
Agropecuário 2006 e Planejamento Agrícola Municipal 2010). Utilizando séries históricas do IBGE foram
projetadas taxas de evolução dos diferentes usos demonstrando tendências futuras.
Descritores
Unid
ades
Indic
adores
Taxa
de Evolução
(%)
População
habit
ante
174.603
(3,00)
Área total (AT) hect
27
are 372.477
Ocupação do espaço
Florestas naturais
%/A
T
13,20
(1,90)
Florestas artificiais
%/A
T
3,86
5,50
Pastagens naturais
%/A
T
11,02
(2,90)
Pastagens
plantadas
%/A
T
15,60
1,60
Agricultura de
Segurança Alimentar
%/A
T
14,00
0,20
Comódities 1
%/A
T
25,38
9,00
Comódities 2
%/A
T
3,00
9,00
Unidade de
Conservação
%/A
T
0,50
-
Área Indígena
%/A
T
0,30
-
Mineração
%/A
T - -
Urbanização
%/A
T
1,60
1,00
Total
88,46
A unidade de paisagem Extremo Oeste possui 174.603 habitantes nos 19 municípios distribuídos na
área de 372.477 hectares. A matriz da unidade de paisagem pode ser descrita como pastagem e agricultura
representando 69% da área total. A pastagem representando 26,62%, a agricultura de segurança alimentar
com área de 14% e de comódities 28,38%. A área urbana representa cerca de 1,6% e a área de mineração
sem registro significativo e as áreas indígenas com cerca de 0,3% da paisagem.
As áreas de uso cumprindo o papel de conservação são representadas pelas áreas de florestas
naturais (13,2%) que incluem matas ciliares e reservas presentes nas unidades de produção
(estabelecimentos agrícolas) e pelas unidades de conservação com cerca de 0,5% da paisagem. As áreas
de florestas artificiais e áreas indígenas podem ser qualificadas com potenciais de conservação ampliados
se comparadas ás áreas de agricultura e pastagem.
As taxas de evolução dos diferentes usos da paisagem indica a expansão dos diferentes usos
destinados a agricultura e a queda das áreas destinadas a conservação dos recursos naturais florestas.
28
O território na paisagem representa literalmente o extremo oeste da migração da agricultura moderna
na região Sul do Brasil no seu limite fronteiriço com o país Argentina e um grande fragmento contínuo de
floresta nativa.
A figura a seguir apresenta a matriz de uso da paisagem com áreas de conservação identificadas
pelos núcleos de fragmentos florestais (polígonos verdes). Os núcleos são mosaicos de fragmentos e
incluem um conjunto de florestas remanescentes, capoeiras e áreas mistas de pasto e capoeira e ainda
pequenas áreas de cultivo.
Nos limites do território ou da unidade de paisagem Território Extremo Oeste Catarinense são
identificados 22 “Mosaicos de Fragmentos” maiores do que 100 há totalizando 14.475 há ou cerca de 3,8%
da área da unidade de paisagem conforme o quadro a seguir.
Local
ização
Ár
ea
M
enor
Distância
M
aio
distância
Pro
porção
(h
a)
(m
)
(m
) (%)
Centr
o
54
0
14
00
86
00
3,7
3
Centr
o
42
0
14
00
10
300
2,9
0
Centr
o
36
0
44
00
91
00
2,4
9
Centr
o
26
0
47
00
13
300
1,8
0
29
Centr
o
20
8
10
200
15
300
1,4
4
Centr
o
17
0,1
90
00
92
00
1,1
8
Centr
o
12
6
70
0
32
00
0,8
7
Norte
24
48
11
00
23
00
16,
91
Norte
23
10
45
0
25
00
15,
96
Norte
18
20
40
0
28
00
12,
57
Norte
11
25
11
00
74
00
7,7
7
Norte
10
00
54
00
10
800
6,9
1
Norte
80
0
25
00
10
800
5,5
3
Norte
75
0
5,1
8
Norte
60
0
4,1
5
Norte
24
0
16
00
25
00
1,6
6
Norte
15
0
12
900
16
400
1,0
4
Norte
14
0
94
00
14
700
0,9
7
Sul
42
0
69
00
13
600
2,9
0
Sul
21
0
68
00
12
500
1,4
5
Sul
21
0
13
200
15
200
1,4
5
Sul
16
8
13
700
22
800
1,1
6
Total
14
.475,1
No norte os grandes fragmentos (figura a seguir) totalizam cerca de 78% dos mosaicos de
fragmentos com área superior a 100 hectares. Esta é a região do território de maior altitude.
30
No centro (figura a seguir) encontramos 7 mosaicos de fragmentos representando cerca de 14,4% do
total de mosaicos de fragmentos da unidade de paisagem.
31
E no Sul (figura a seguir) encontramos 4 mosaicos de fragmentos representando cerca de 6,9% dos
mosaicos da unidade de paisagem.
A figura a seguir identifica dois importantes caminhos de muitas trilhas por dois importantes rios
(Oeste e Leste) afluentes diretos do Rio Uruguai que determina o limite sul da unidade de paisagem
Território Extremo Oeste.
32
Os dois caminhos denominados de Oeste e Leste podem e devem se constituir em marco de
referência de planejamento estratégico do desenvolvimento que inclua orientações de conservação em uma
perspectiva sustentável. São dois importantes rios pedagogicamente identificados na perspectiva de instigar
o território a eleger outros importantes cursos d’água e suas bacias hidrográficas como perspectiva de
planejar o uso do solo em diversas perspectivas que possam atribuir aos produtos da agricultura selos e
certificações de conservação e preservação.
A figura a seguir detalha aspectos da unidade de paisagem no município de Itapiranga localizado a
183 metros de altitude nas margens do Rio e próximo a foz do Rio Caminho Oeste.
Na figura a seguir o município de Mondai localizado a 195 metros de altitude e em detalhe o delta do
Rio Leste com o Rio Uruguai. Estes aspectos da paisagem podem se constituir em ferramentas auxiliares
do desenvolvimento a monitorar projetos e programas e garantir ações construtoras de ativos ambientais.
33
Outro aspecto da paisagem próximo ao município de Itapiranga identifica parte do grande fragmento
de floresta Argentino.
34
O território localizado próximo a este grande fragmento permite planejar a conservação da
biodiversidade conectada a grandes unidades de conservação e corredores de biodiversidade entre os
países fronteiriços.
A possibilidade de inverter passivos, e construir ativos ambientais para o território inclui
potencialidades consideráveis. A localização geográfica em região de fronteira, próxima de grandes
fragmentos florestais conectados, e de bacias hidrográficas de grande importância regional e continental
exige do território planejar seus serviços ambientais prestados e sua perspectiva de valorização como
possibilidade de desenvolvimento sustentável.
4. A Agricultura no Extremo Oeste SC
A agricultura do extremo oeste representa o maior uso do solo na unidade de paisagem com uma
particularidade muito específica por ser na sua maioria de estabelecimentos agrícolas familiares. Os
sistemas produtivos adotados por estas unidades produtivas combinando a produção de grãos (milho, soja,
feijão) com a produção animal (suíno, aves, leite) integrada a complexos agroindustriais de grandes
empresas. Os sistemas produtivos das unidades familiares destacam-se ainda pela presença da
agroindústria familiar de pequeno porte.
35
Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249
metros.
O quadro a seguir apresenta 5 indicadores de resultado do uso do solo nesta unidade de paisagem
gerado pelas unidades produtivas e seus sistemas de produção combinados com os núcleos urbanos dos
municípios e suas emissões de carbono:
- A produção de alimentos que permanece no território de cerca de 1,23 kg de alimento por pessoa
por dia.
- A produção de comódities (principalmente soja, milho e fumo) de cerca de 12,97 kg por pessoa por
dia.
Cenário
An
o1
An
o2
An
o3
An
o4
An
o5
An
o6
kg
alimento/pesssoa/dia
1,
23
1,
27
1,
31
1,
36
1,
40
1,
45
carbono
tonelada/pessoa/ano
(5,
16)
(5,
49)
(5,
84)
(6,
22)
(6,
63)
(7,
08)
área de
biodiversidade %/área
total.
12
,97
12
,79
12
,62
12
,45
12
,29
12
,13
comódities
kg/pessoa/dia
7,
01
7,
76
8,
59
9,
53
10
,57
11
,74
R$/há/ano 43 41 37 32 25 15
36
3,66 2,66 7,71 5,53 2,26 3,40
- A renda por unidade de área hectare de cerca de R$ 433,66 anuais.
- O balanço de carbono equivalente (emissões e estocagem) de cerca de 5,16 toneladas por pessoa
por ano. O carbono equivalente é a composição quantificada de todos os gases emissores de carbono.
- A proporção de área de biodiversidade da unidade de paisagem de 12,97% sobe a área total.
A Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros de altitude mesclando mosaicos de
matas.
O quadro anterior projeta estes indicadores para os próximos 5 anos na perspectiva de criar uma
matriz de tendências. A curva dos indicadores ocorre principalmente em função da evolução da área dos
diferentes usos na paisagem. A produtividade física das diferentes produções dos diferentes usos do solo
foi mantida estável. Os preços dos produtos agrícolas e dos custos de produção foram projetados conforme
taxas médias dos últimos 20 anos. As taxas de emissões e estocagens de carbono para diferentes usos e
para a população urbana foi mantida estável sem considerar práticas ou tecnologias urbanas e rurais que
pudessem modificar índices técnicos.
A Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.
37
O importante nesta projeção é gerar uma matriz de tendências destes indicadores capaz de animar a
agenda do território e desafiar suas modificações se necessário na perspectiva de construir ativos e não
passivos sociais econômicos e agora ambientais. A motivação esperada inclui estudos de diagnóstico e
monitoramento que possam ser mais precisos tecnicamente para o território.
A Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas áreas altas
445 metros.
38
A figura a seguir apresenta a tendência do primeiro indicador de segurança alimentar ilustrando o
quadro anterior. O quadro a seguir é positivo pois demonstra uma perspectiva de crescimento da oferta de
alimentos pelo território. Este comportamento pode ser explicado conforme o primeiro quadro pela queda na
taxa de natalidade e pelo pequeno crescimento da área de agricultura de segurança alimentar.
Esta tendência no entanto necessita de novas variáveis agregadas sobre a perspectiva de manter a
produção e a produtividade nos novos cenários do clima. A demanda de alimento seguindo parâmetros
conhecidos de segurança nutricional é de cerca de 1,5 a 2,0 kg de alimento por pessoa por dia. No caso do
território a diferença, considerando taxas de conversão e perdas, é ofertada por alimentos de fora do
território.
O indicador a seguir é da renda com tendência de queda projetada para os próximos anos. O
indicador de renda atual de R$ 433,66 tenderia em cinco anos as ser menor e próximo a cerca de R$
153,40 pela tendência da taxa de evolução dos preços dos produtos agrícolas ser menor do que a taxa de
evolução dos insumos tecnológicos utilizados. Este comportamento via de regra é resolvido pelas unidades
39
produtivas através do aumento de produtividade combinado principalmente com o subsídio da agricultura
ofertado pelas políticas públicas principalmente de crédito.
A figura a seguir apresenta a tendência de ampliação dos passivos ambientais medidos através de
carbono equivalente. A tendência de crescimento ocorre pela tendência de ampliação das áreas de
pastagem e agricultura e queda das áreas de biodiversidade, principalmente florestas. A curva tendendo a -
10 toneladas por pessoa por ano é pedagógica e considera o crescimento negativo como passivo e o
crescimento positivo como ativo.
O quarto indicador de área de biodiversidade em queda representa o avanço das áreas de agricultura
e pastagem e a diminuição das áreas de florestas.
Esta tendência pode esta sendo modificada por várias razões entre as quais a legislação e a
conscientização sobre a importância da preservação e conservação que ocorre em dimensões somente
perceptíveis nos cenários futuros.
A Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio Cerqueira a 676
metros de altitude.
40
A Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831 metros.
A diferenciação das agriculturas de um território ou de uma unidade de paisagem é sob o aspecto do
planejamento uma condição metodológica importante.
41
Até o momento diferenciamos trajetórias históricas de ocupação por diferentes critérios:
5) Pela origem cultural do povo ocupante;
6) Pela nucleação dos municípios em diferentes períodos;
7) Pelos ciclos econômicos de ocupação;
8) Pelos sistemas produtivos combinando as diferentes atividades produtivas nas unidades de
produção;
Os resultados e/ou tendências de resultados apresentados nos quadros e figuras anteriores são a
expressão também da complexa diferenciação de agriculturas observadas na paisagem pela localização
(longitude/altitude) e pela forma de uso da paisagem sintetizada a seguir.
- Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com mata a 249
metros.
- Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros mesclando mosaicos de matas.
- Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.
- Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas áreas altas
445 metros.
- Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio Cerqueira a 676
metros de altitude.
- Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831 metros.
A diferenciação por 6 ocupações da paisagem pode ser a síntese de um conjunto de variáveis
históricas que foram moldando o uso da paisagem e definindo sua matriz de ocupação assim como
resultados. Os quadros a seguir apresentam os resultados econômicos do território comparados ao Brasil,
ao estado de Santa Catarina e a uma microregião geográfica próxima (vizinha) a qual pode ser considerada
uma das regiões de referência na definição da agricultura regional futura e de outras regiões do Brasil.
Valor total da
produção (R$/ano)
Brasil
Santa
Catarina
São Miguel
do Oeste - SC
Chapecó -
SC
163.986.295.00
0,00
9.034.777.0
00,00
815.709.000
,00
1.142.798.0
00,00
Suino 576.040.000,00
154.944.000
,00
20.951.000,
00
25.733.000,
00
Aves
3.141.679.328,0
0
279.012.947
,00
18.595.269,
00
37.638.068,
00
Leite
8.977.201.000,0
0
573.361.000
,00
117.190.000
,00
135.477.000
,00
Fumo
2.882.769.749,0
0
153.965.600
,00
59.421.986,
00
9.980.572,0
0
42
Milho
11.384.379.643,
00
674.115.146
,00
155.306.892
,00
103.808.365
,00
Soja
19.505.962.457,
00
180.562.160
,00
42.432.546,
00
99.671.452,
00
Agroindustria rural
87.056.003,
00
9.918.325,0
0
14.795.116,
00
Proporção de cada atividade no Valor total da produção (%)
Suino 0,35 1,71 2,57 2,25
Aves 1,92 3,09 2,28 3,29
Leite 5,47 6,35 14,37 11,85
Fumo 1,76 1,70 7,28 0,87
Milho 6,94 7,46 19,04 9,08
Soja 11,89 2,00 5,20 8,72
Agroindustria rural 0,964 1,216 1,295
A microregião São Miguel do Oeste SC é semelhante ao território Extremo Oeste SC diferenciando-se
pela presença e ausência de alguns municípios.
Brasil
Santa
Catarina
São Miguel
do Oeste - SC
Chapecó -
SC
Estabelecimentos 5.175.636,00 193.668,00 18.882,00 27.517,00
Área 333.680.037,00
6.062.506,0
0 352.577,00 506.300,00
Valor total da
produção
163.986.295.00
0,00
9.034.777.0
00,00
815.709.000
,00
1.142.798.0
00,00
Despesas
111.465.987.00
0,00
4.254.325.0
00,00
327.504.000
,00
530.519.000
,00
Despesas/Valor
Total 67,97 47,09 40,15 46,42
Valor Líquido 1
52.520.308.000
,00
4.780.452.0
00,00
488.205.000
,00
612.279.000
,00
Valor total /há 491,45 1.490,27 2.313,56 2.257,16
Valor Líquido/há 157,40 788,53 1.384,68 1.209,32
Valor Líquido/estab 10.147,60 24.683,75 25.855,58 22.250,94
Financiamento/est
ab 4.133,60 5.134,61 5.471,77 4.949,70
Outas
receitas/estab 2.455,35 3.532,32 3.617,04 3.831,52
Valor total agroindustria/estab 449,51 525,28 537,67
Fumo valor/estab 556,99 795,00 3.147,02 362,71
Milho valor/estab 2.199,61 3.480,78 8.225,13 3.772,52
43
Soja valor/estab 3.768,80 932,33 2.247,25 3.622,18
Suino valor/estab 111,30 800,05 1.109,58 935,17
Aves valor/estab 607,01 1.440,68 984,81 1.367,81
Leite valor/estab 1.734,51 2.960,54 6.206,44 4.923,39
O objetivo dos quadros anteriores é apresentar o resultado econômico oficial (IBGE) a partir do último
Censo Agropecuário (2006) e orientar a análise comparativa de indicadores do território do Extremo Oeste
na perspectiva central de identificar e diferenciar potencialidades desta região/território as quais podem
orientar o planejamento estratégico do desenvolvimento futuro.
Para cumprir este objetivo este trabalho passa a adotar a hipótese de que esta região já é uma
referência em termos de consolidação da agricultura. E assim passará a representa para o futuro as
possibilidades de evolução de estratégias de desenvolvimento com capacidade superior de resultados
incluindo entre estes resultados, as contradições para a construção sustentável do desenvolvimento com
ativos sociais e ambientais acumulados.
A referência atribuída ao território é de consolidação de sistemas de produção especializados
avançando na agroindustrialização familiar das cadeias produtivas de carne de suíno e leite, seus
transformados e derivados. O estado de Santa Catarina assim é considerado a grande referência nacional
e as regiões São Miguel do Oeste e Chapecó como principais referências estaduais.
44
5. A Agroindustria no Extremo Oeste SC
A agroindustria do Extremo Oeste passa neste momento a ser o critério base de análise deste plano
de gestão e negócios para a agricultura familiar objeto deste trabalho.
A hipótese a orienta este trabalho são de componentes históricos da trajetória de desenvolvimento
regional consolidou processos e instalou uma complexa rede de agroindústrias familiares em fase atual de
consolidação criando as condições para uma fase seguinte já em curso de consolidação avançada.
O estado de Santa Catarina é considerado nesta perspectiva o cenário de maio consolidação desta
fase da agricultura e da agricultura familiar. Os complexos agroindustriais nucleados na industria de carnes
e derivados de leite passam a compor este cenário de consolidação da agroindústria familiar.
A seguir são apresentados o mix da agroindustria rural com base nas quantidades produzidas e
comercializadas de cada microregião do IBGE pelos dados do último Censo Agropecuário (2006). Esta base
de referência de dados foi adotada para o primeiro nível de análise considerando sua importância como
referência oficial ainda que pese sob esta base de dados insuficiências de informações com
particularidades para as informações sobre agroindústrias familiares.
A orientação de análise comparativa entre regiões assegura de certa forma uma relevante
consistência supondo o uso dos mesmos critérios de diagnóstico e monitoramento realizados pelo IBGE.
São 19 diferentes regiões descritas a seguir no estado de Santa Catarina. As regiões são
diferenciadas em três grupos seguindo o objetivo de agrupar regiões semelhantes ao Extremo Oeste
representado pela Microregião São Miguel do Oeste.
No primeiro grupo a Micro Tabuleiro foi considerada próxima a Micro São Miguel do Oeste por
apresentar: produtos semelhantes; média diversidade; e ausência dos produtos de origem madeireira. As
demais regiões foram desconsideradas por estes critérios.
45
MIX
Sant
a Catarina
Xan
xerê - SC
Tuba
rão - SC
Tiju
cas - SC
Tab
uleiro -
SC
Aguardente de cana (Mil
litros) 8,93 3,35 3,42
Arroz em grão (Toneladas) 0,77 0,98
Creme de leite (Toneladas) 0,79
Doces e geléias
(Toneladas) 0,42
Farinha de mandioca
(Toneladas)
22,8
0
56,8
2
80,
91
0,6
9
Fubá de milho (Toneladas) 0,94 0,64 0,05
Fumo em rolo ou corda
(Toneladas) 0,59
Legumes e verduras
(processadas) (Toneladas) 0,91
Licores (Mil litros) 0,02
Manteiga (Toneladas) 0,06 0,04
0,6
9
Melado (Mil litros) 2,94 0,04 0,89
13,
10
Pães, bolos e biscoitos
(Toneladas) 2,05 0,04 0,69
15,
17
Polpa de frutas (Toneladas) 0,53
Queijo e requeijão
(Toneladas) 9,64 4,37 3,37
17,
52
59,
31
Sucos de frutas (Mil litros) 0,35
Vinho de uva (Mil litros)
13,2
5 1,53 0,12
1,1
8
Carne de bovinos(verde)
(Toneladas) 4,06 1,44 0,05
0,3
9
8,9
7
Carne de suínos(verde)
(Toneladas) 6,20 2,12 5,95
2,0
7
Carne de outros
animais(verde) (Toneladas) 0,90 0,04 0,02
Carne tratada(de sol,
salgada) (Toneladas) 0,01
Embutidos(linguiças,
salsichas, etc.) (Toneladas) 1,12 0,51
Carvão vegetal (Toneladas) 22,6 85,8 27,5
46
1 2 3
Produtos de madeira (Mil
metros cúbicos) 0,12 0,04
No segundo grupo a Micro Rio do Sul foi considerada próxima e Itoporanga semelhante ainda que
possua um mix reduzido de produtos com dependência e/ou especialização no produto queijo/requeijão e
assim diferenciando-se
MIX
S
ão
Miguel
do
Oeste -
SC
Ri
o do Sul
- SC
Jo
inville -
SC
Jo
açaba -
SC
Itup
oranga -
SC
Aguardente de cana (Mil litros)
6,
96
0,
63
9,
43
1,
46
Arroz em grão (Toneladas)
3,
48
3,
71
Creme de leite (Toneladas)
1,
59
0,
29
Doces e geléias (Toneladas)
0,
14
0,
27
0,
29
0,
25
Farinha de mandioca (Toneladas)
2,
29
Fubá de milho (Toneladas)
5,
94
3,
41
Fumo em rolo ou corda (Toneladas)
6,
21
Legumes e verduras (processadas)
(Toneladas)
1,
59
3,
33
Licores (Mil litros)
Manteiga (Toneladas)
0,
14
0,
29 -
Melado (Mil litros)
15
,51
1,
80
51
,43
0,
06
10,2
6
47
Pães, bolos e biscoitos (Toneladas)
6,
09
0,
45
0,
06
Polpa de frutas (Toneladas)
1,
16
Queijo e requeijão (Toneladas)
22
,17
13
,85
14
,29
3,
47
64,1
0
Sucos de frutas (Mil litros)
0,
43
1,
50
Vinho de uva (Mil litros)
11
,88
2,
88
76
,98
Carne de bovinos(verde) (Toneladas)
8,
41
5,
67
1,
56
10,2
6
Carne de suínos(verde) (Toneladas)
2,
61
39
,75
10
,29
2,
07
12,8
2
Carne de outros animais(verde)
(Toneladas)
6,
38
5,
04
7,
71
0,
03 2,56
Carne tratada(de sol, salgada)
(Toneladas)
0,
14
Embutidos(linguiças, salsichas, etc.)
(Toneladas)
5,
36
4,
77
0,
41
Carvão vegetal (Toneladas)
15
,38
8,
72
Produtos de madeira (Mil metros cúbicos)
O terceiro grupo apresenta a Micro de Concórdia como semelhante a Micro São Miguel do Oeste com
produtos semelhantes, diversidade de produtos componentes do mix, e ausência dos produtos de origem
madeireira segundo dados do censo agropecuário.
MIX
Ita
jaí - SC
Floria
nópolis - SC
Curit
ibanos -
SC
Cr
iciúma -
SC
Co
ncórdia -
SC
Aguardente de cana (Mil litros) 55,34 5,56
21
,01
18,
75
Arroz em grão (Toneladas)
9,
45
25,0
0
0,1
0
Creme de leite (Toneladas) 0,35
Doces e geléias (Toneladas) -
0,
56
0,3
9
Farinha de mandioca
(Toneladas)
61
,19 29,14
12
,76
48
Fubá de milho (Toneladas)
1,
88
3,1
3
Fumo em rolo ou corda (Toneladas)
3,
94
Legumes e verduras (processadas) (Toneladas)
0,4
9
Licores (Mil litros)
Manteiga (Toneladas)
0,
19
Melado (Mil litros) 5,69
0,
56
2,0
5
Pães, bolos e biscoitos (Toneladas) 1,62
0,
56
2,1
5
Polpa de frutas (Toneladas)
Queijo e requeijão
(Toneladas)
11
,44 1,19
61,1
1
22
,51
16,
89
Sucos de frutas (Mil litros)
1,
50
Vinho de uva (Mil litros) 5,56
33
,77
4,8
8
Carne de bovinos(verde) (Toneladas) 5,90 1,39
0,
38
23,
83
Carne de suínos(verde)
(Toneladas)
0,
25 0,56 1,39
0,
19
25,
49
Carne de outros animais(verde)
(Toneladas) 0,21
1,3
7
Carne tratada(de sol, salgada) (Toneladas)
Embutidos(linguiças, salsichas, etc.) (Toneladas)
0,
19
0,4
9
Carvão vegetal (Toneladas)
17
,66
Produtos de madeira (Mil metros cúbicos)
E no quarto grupo as Micros Campos de Lages e Blumenau consideradas próximas e a Micro
Chapecó semelhante. A Micro Campos de Lages com dependência em alguns produtos, e de uma região
com diferente características da região Oeste de Santa Catarina. A Micro Blumenau com produtos
diferentes (grãos, farinas, doces, legumes) diferencia-se da Micro em estudo.
MIX
C
hapecó -
Can
oinhas -
C
ampos
Blu
menau -
Ara
ranguá -
49
SC SC de
Lages -
SC
SC SC
Aguardente de cana (Mil litros)
13
,29
2,
96
9,4
3
34,
76
Arroz em grão (Toneladas)
0,
28 0,32
3,8
8
Creme de leite (Toneladas)
0,
22
1,6
6
Doces e geléias (Toneladas)
0,
11 0,63
0,
37
11,
83
Farinha de mandioca (Toneladas)
5,3
6
14,
33
Fubá de milho (Toneladas)
0,
22
0,3
3
Fumo em rolo ou corda (Toneladas)
10,1
3
5,
56
0,1
8
Legumes e verduras (processadas)
(Toneladas)
0,
06
9,0
6
Licores (Mil litros)
0,
06
Manteiga (Toneladas)
0,
06 0,95
0,5
5
Melado (Mil litros)
4,
06
19,
22
2,4
7
Pães, bolos e biscoitos (Toneladas)
16
,30 5,70
0,3
7
0,3
3
Polpa de frutas (Toneladas)
17,
96
Queijo e requeijão (Toneladas)
24
,14
15,1
9
31
,48
8,8
7
19,
44
Sucos de frutas (Mil litros)
0,
22 0,32
Vinho de uva (Mil litros)
9,
51 0,95
3,
70
10,
91
Carne de bovinos(verde) (Toneladas)
15
,02 8,86
31
,85
0,3
7
Carne de suínos(verde) (Toneladas)
9,
73 1,27
4,
07
0,3
7
0,9
9
Carne de outros animais(verde) 1, 0,32 1, 0,3 3,2
50
(Toneladas) 84 11 7 9
Carne tratada(de sol, salgada)
(Toneladas)
0,
06
Embutidos(linguiças, salsichas, etc.)
(Toneladas)
4,
84
18
,89
Carvão vegetal (Toneladas)
55,3
8
16,
82
6,1
0
Produtos de madeira (Mil metros cúbicos)
0,7
4
E por fim a micro Chapecó considerada a região mais semelhante ao território do Extremo Oeste
também localizada no Oeste Catarinense, com forte base de agricultura familiar entre os estabelecimentos
agropecuários localizada no cenário de origem dos complexos agroindustriais de carnes e leite.
Os quadros a seguir apresentam as 4 micro regiões consideradas semelhantes em termos de
trajetórias da agricultura percorridas e resultados de desenvolvimento. Estas 4 micro regiões podem ser
consideradas referência em termos de consolidação de um projeto de desenvolvimento regional e portando
esta em cenários futuros como regiões consolidadas mantendo unidades produtivas em condições
superiores de reprodução social e econômica. E nesta perspectiva pode-se supor a existência de arranjos
econômicos compondo um sistema de desenvolvimento regional.
SC
São
Miguel do
Oeste
Ituporan
ga
Concór
dia
Chapec
ó
Habitantes
6.248.40
6,09
172.129
,75
66.711,9
0
141.99
2,41
477.196
,07
Hectares
9.570.35
0,00
423.040
,00
132.350,
00
312.93
0,00
639.670
,00
estabeleci
mentos
193.668,
00
18.432,
00 5.068,00
12.196,
00
27.221,
00
est
familiares
178.183,
00
17.520,
00 4.759,00
11.509,
00
25.766,
00
est não
familiares
15.485,0
0 912,00 309,00 687,00
1.455,0
0
est
dirigidos >65 193668 18432 5068 12196 27221
est com
renda
156.028,
00
16.931,
00 5.149,00
10.532,
00
24.365,
00
est familiar
c/ind
17.211,0
0
2.911,0
0 946,00
1.378,0
0
5.053,0
0
est não 879,00 95,00 42,00 61,00 256,00
51
familiar c/ind
R$
industria familiar
66.938.5
14,00
9.434.4
91,00
1.791.55
3,00
5.179.8
15,00
11.085.
552,00
R$
industria não
familiar
20.117.4
89,00
483.834
,00
193.921,
00
1.121.5
86,00
3.709.5
64,00
Produção
própria
20.948.0
00,00
1.584.0
00,00
212.000,
00
1.148.0
00,00
3.483.0
00,00
Produção
importada
11.012.0
00,00
288.000
,00
132.000,
00
575.00
0,00
805.000
,00
Produção
vendida
23.229.0
00,00
690.000
,00
39.000,0
0
1.024.0
00,00
1.798.0
00,00
Os indicadores dos quadros acima e a seguir são semelhantes em termos de presença da agricultura
familiar, proporção de estabelecimentos da agricultura familiar com industrias. A quantidade de produtos
comercializados e de resultado econômico por estabelecimento diferencia-se somente na região de
Ituporanga e pode se atribuída ao diagnóstico das informações relacionado ao preço da unidade
comercializada.
SC
São
Miguel do
Oeste
Ituporan
ga
Concór
dia
Chapec
ó
Municípios 21,00 7,00 15,00 39,00
%Produtos da Ind Familiar SC 2,97 0,17 4,41 7,74
%PIB Ind Familiar por Micro 11,39 2,28 7,24 16,99
% estab AF 92,00 95,05 93,90 94,37 94,65
%estab AF c/Ind 9,66 16,62 19,88 11,97 19,61
R$/estab AF
3.889,2
9
3.240,9
8
1.893,8
2
3.758,9
4
2.193,8
6
% estab não Familiar
c/Ind 5,68 10,42 13,59 8,88 17,59
R$/estab não Fam
22.886,
79
5.092,9
9
4.617,1
7
18.386,
66
14.490,
48
unid própria/estab
1.217,1
3 544,14 224,10 833,09 689,29
unid vend/est
1.349,6
6 237,03 41,23 743,11 355,83
Preço R$/kg 2,96 7,95 24,95 5,66 8,01
% produtos
próprios/produtos 90,18 229,57 543,59 112,11 193,72
52
comercializados
% produtos
importados/comercializado
s 47,41 41,74 338,46 56,15 44,77
As regiões diferenciam-se pela proporção de produtos produzidos localmente, importados e a
participação destes dois grupos entre os produtos comercializados. O resultado final em R$ comercializados
(vendidos) por estabelecimento da agricultura familiar por microregião é semelhante e sua diferença pode
ser explicada em parte pela proporção de cada produto na composição do mix, considerando informações
com restrições como no caso do preço em Itoporanga.
O objetivo neste momento seria diferenciar as microregiões referência e diferenciar a microregião
objeto deste estudo. Os quadros a seguir no entanto permitem diferenciar estas 4 microrregiões pela
diversidade e complexidade da produção de alimentos compondo o mix de produtos e gerando renda fato
que as diferenciam das outras regiões. A análise dos componentes segurança alimentar e renda obtida da
produção de alimentos diferencia o resultado destas regiões.
No entanto o diagnóstico que legitime a tese defendida neste estudo ou que a fortaleça deve ser
complementado e construído. É importante considerar que a base de informações censitárias e de
monitoramento da agricultura realizado pelas instituições oficiais e não governamentais ainda encontra-se
em fase de estruturação fato que permite atribuir a análise dos dados disponíveis ainda insuficientes ou
mesmo com restrições promovidas por dificuldades metodológicas.
A microregião São Miguel do Oeste como referência para o território Extremo Oeste de Santa
Catarina mesmo considerando o contexto acima e pelas informações disponíveis pode ser considerada uma
referência, no entanto, o processo de diagnóstico e acompanhamento de processos deve ser realizado
construindo metodologias e ferramentas capazes de auxiliar na análise de cenários e projeção de ações
estratégicas.
Os quadros seguintes complementam e auxiliam na explicação do diagnóstico realizado pela
diferenciação do mix de produtos vendidos nas 4 microrregiões e preços recebidos para cada produto
componente do mix.
A microregião de Ituporanga possui seu mix centrado na produção de queijos, a microregião de
Concórdia centrada na produção de aguardente e carnes, e as microregiões de São Miguel do Oeste e
Chapecó possuem um mix diversificado.
MIX (proporção de cada
produto vendido)
Sant
a Catarina
São
Miguel do
Oeste -
SC
Itupo
ranga – SC
Con
córdia -
SC
Cha
pecó – SC
53
Aguardente de cana (Mil
litros) 8,93 6,96
18,
75
13,2
9
Creme de leite (Toneladas) 0,79 1,59 0,22
Doces e geléias
(Toneladas) 0,42 0,14
0,3
9 0,11
Farinha de mandioca
(Toneladas)
22,8
0
Fubá de milho (Toneladas) 0,94 5,94
3,1
3 0,22
Legumes e verduras
(processadas) (Toneladas) 0,91 1,59
0,4
9 0,06
Licores (Mil litros) 0,02 0,06
Manteiga (Toneladas) 0,06 0,14 0,06
Melado (Mil litros) 2,94
15,5
1
10,2
6
2,0
5 4,06
Pães, bolos e biscoitos
(Toneladas) 2,05 6,09
2,1
5
16,3
0
Polpa de frutas (Toneladas) 0,53 1,16
Queijo e requeijão
(Toneladas) 9,64
22,1
7
64,1
0
16,
89
24,1
4
Sucos de frutas (Mil litros) 0,35 0,43 0,22
Vinho de uva (Mil litros)
13,2
5
11,8
8
4,8
8 9,51
Carne de bovinos(verde)
(Toneladas) 4,06 8,41
10,2
6
23,
83
15,0
2
Carne de suínos(verde)
(Toneladas) 6,20 2,61
12,8
2
25,
49 9,73
Carne de outros
animais(verde) (Toneladas) 0,90 6,38 2,56
1,3
7 1,84
Carne tratada(de sol,
salgada) (Toneladas) 0,01 0,14 0,06
Embutidos(linguiças,
salsichas, etc.) (Toneladas) 1,12 5,36
0,4
9 4,84
96,5
2
100,
00
99,
90
99,7
2
A grande quantidade de alimentos produzidos nas microregiões São Miguel do Oeste e Chapecó
torna sua proporção de produção de carnes e transformados, e de leite e derivados relevante. A
diferenciação regional se amplia se consideramos o diagnóstico regional reconhecido sobre a diversidade
do mesmo produto produzido por diversas unidades industriais familiares em diversos municípios.
54
PREÇO
(R$/unidade)
Santa
Catarina
São
Miguel do
Oeste - SC
Itupor
anga - SC
Conc
órdia - SC
Chap
ecó – SC
Aguardente de cana 2,47 2,25 3,01 2,82
Arroz em grão 2,68 3,42 2,00 4,40
Creme de leite 2,93 3,73 4,00
Doces e geleias 3,89 11,00 7,00 17,50
Farinha de mandioca 1,37
Fubá de milho 0,93 0,90 0,94 3,00
Fumo em rolo ou
corda 5,22
Legumes e verduras
(processadas) 1,23 1,27 4,40 9,00
Licores 4,50 12,00
Manteiga 4,50 5,00 8,00
Melado 2,39 3,32 3,00 1,33 3,88
Pães, bolos e
biscoitos 4,43 5,10 4,82 4,24
Polpa de frutas 1,23 5,13
Queijo e requeijão 7,32 7,92 4,68 8,77 7,91
Sucos de frutas 4,51 6,33 25,00
Vinho de uva 2,09 4,07 5,42 3,92
Carne de
bovinos(verde) 14,57 21,97 80,75 7,91 14,46
Carne de
suínos(verde) 6,49 57,78 82,80 3,84 13,83
Carne de outros
animais(verde) 11,91 11,18
103,0
0 8,14 23,39
Carne tratada(de sol,
salgada) 9,50 7,00 11,00
Embutidos(linguiças,
salsichas, etc.) 8,35 7,57
25,0
0 9,26
No nível local municipal no Extremo Oeste a diversidade e complexidade de produtos da
agroindústria rural conforme dados oficiais do Censo Agropecuário do IBGE (2006) é outro componente que
exige novas informações a serem confirmadas e qualificadas. O quadro a seguir apresenta o mix do
território por produto de cada município em proporção ao volume total vendido.
Agu
ardente
C
reme
M
elado
Pan
ificação
Q
ueijo
S
ucos inho
C
arne arne
C
arnes
E
mbutidos
55
Leite e bovin
a
suína outras
Anch
ieta
2
,93 ,58
Band
eirante
0
,68 ,68
Barr
a Bonita
1
,80
Belm
onte
0
,90
Desc
anso
2,0
3
4
,95 ,68
Dioní
sio C.
3
,60
1
,13 -
Guar
aciaba
0,2
3
0
,23
2
,25 ,45
5,4
1
Guarujá do Sul
0
,23
0
,45
Iporã do Oeste
1
,13
0,2
3
0
,90 ,95
Itapir
anga
1
,35
6
,08
5,8
6
0
,45
0
,23
0
,68 -
Mon
daí
0
,68
2,4
8
0
,45
7
,21 ,25
2
,48
2,4
8
Palm
a Sola
0
,45
0
,23 ,23
Paraí
so -
0
,45 ,68
4
,50 ,90
Princ
esa
0,6
8
1
,80
Sant
a Helena
0
,45
São
João O.
0
,90
São
José C.
1,1
3 -
6
,53 ,23 ,23
São
Miguel O.
0
,45
6
,76 ,93
1
,13 ,23
0,2
3
Tuná
polis
2
,70
0
,68
0
,45 ,48
56
O município de Anchieta vendeu 2,93% do total vendido no território no ano de 2006 em produto
Queijo e requeijão. Este mesmo município vendeu o correspondente a 1,58% da quantidade total do
território em produto vinho. Estes dois produtos foram registrados pelo censo como produtos significativos o
que não significa que foram somente estes dois produtos vendidos.
O município que mais vendeu produtos da agroindústria do território foi Mondai com cerca de 18%,
em segundo lugar o município de Itapiranga com cerca de 14% e em terceiro lugar o município de São
Miguel do Oeste com cerca de 11%. Os municípios que mais comercializaram leite e derivados foram São
Miguel do Oeste e São João do Cedro. Carne de suíno e embutidos foi mais representativa nos municípios
de Guaraciaba e Mondai.
O quadro a seguir apresenta três indicadores de resultado municipais relacionados a agroindústria
rural da agricultura familiar. Alguns municípios foram diagnosticados com grande expressão de unidades
produtivas familiares municipais com agroindústria rural presente nos sistemas produtivos são os casos de
Mondaí, Palma Sola e Paraiso.
% estab
familiares
%estab
familiar
c/industria
R$
Ind/estab
familiar
Anchieta - SC 97,54 6,69 2.360,77
Bandeirante - SC 97,78 11,17 1.243,39
Barra Bonita -
SC 89,20 4,74 3.129,11
Belmonte - SC 96,44 8,71 1.636,15
Descanso - SC 94,16 9,71 1.809,02
Dionísio
Cerqueira - SC 94,24 3,76 5.780,94
Guaraciaba - SC 93,47 10,20 1.568,35
Guarujá do Sul -
SC 94,98 4,15 1.325,95
Iporã do Oeste -
SC 94,86 12,97 1.324,55
Itapiranga - SC 90,03 15,27 1.913,58
Mondaí - SC 97,59 73,36 1.923,48
Palma Sola - SC 92,85 49,17 1.547,40
Paraíso - SC 98,00 40,27 1.590,09
Princesa - SC 98,72 1,51 4.672,86
Riqueza - SC 94,38 15,19 886,04
Romelândia - SC 96,84 10,08 955,12
Santa Helena - 98,41 15,86 1.287,36
57
SC
São João do
Itaperiú - SC 91,25 8,55
São José do
Cedro - SC 97,43 5,62 1.827,81
São Miguel do
Oeste - SC 94,73 8,44 4.479,61
Tunápolis - SC 96,94 22,97 845,18
Em relação a renda da agroindústria por estabelecimento rural familiar os municípios de Dionísio
Cerqueira, Barra Bonita, Princesa e São Miguel do Oeste foram destaque acima da média do território. O
território Extremo Oeste possui 18432 estabelecimentos rurais dos quais 17520 são familiares e 2911
(16,6% dos estabelecimentos familiares) possuem agroindústrias conforme o Censo de 2006.
Os quadros a seguir apresentam informações sobre a organização social cooperativa e a produção
da agroindústria obtias por estudos e monitoramentos regionais. No primeiro quadro uma descrição dos
principais produtos por município: 13 municípios identificados com o produto leite e 2 com embutidos de
suíno.
Municí
pio Principais produtos produzidos/comercializados
Dionísi
o Cerqueira Hortaliças e citrus
Bandeir
ante
Leite, Hortaliças, citrus, açúcar mascavo, farinha milho, panificados, sucos,
doces e conservas, derivados de leite
Descan
so Leite, doces e conservas, pêssego e caqui
Guarac
iaba
Embutidos, derivados de leite, citrus, açucar mascavo, conservas e doces,
hortaliças, aves e ovos.
Guaruj
á do Sul Leite, hortaliças
Itapiran
ga Leite, mel, melado, ovos, açúcar mascavo, citrus, hortaliças, panificados
São
João do
Oeste Leite, mel, panificados, citros, aves, hortaliças, doces e conservas
São
José do
Cedro Leite, hortaliças, citrus, açúcar mascavo, caqui
São
Miguel do
Oeste Hortaliças, citrus, açúcar mascavo, panificados, aves, peixe, ovos, mel
58
Tunápo
lis Leite, fabricação de queijos, hortaliças
Santa
Helena Leite, suco de uva integral, panificados, citrus, doces e conservas
Dionísi
o Cerqueira
Leite, hortaliças, frutas, farinha de milho, panificados, embutidos, açúcar
mascavo, feijão
Anchiet
a Conservas, farinha de milho crioulo, hortaliças, citros, panificados
Palma
Sola Leite, açúcar mascavo, conservas, hortaliças
Mondaí Leite, hortaliças e citros
No segundo quadro as famílias diretamente beneficiárias das cooperativas vinculadas ao processo
CONSAD do Extremo Oeste. São 1620 famílias representando cerca de 9,2% dos estabelecimentos
familiares do território.
Município
Fa
mílias
Pro
porção %
Dionísio
Cerqueira
32
0
19,
85
Palma Sola
17
7
10,
98
São João do
Oeste
16
8
10,
42
Itapiranga
14
7
9,1
2
Descanso
13
3
8,2
5
Tunápolis
12
9
8,0
0
Dionísio
Cerqueira
12
8
7,9
4
Guarujá do
Sul
12
5
7,7
5
Bandeirante
10
8
6,7
0
Guaraciaba 62
3,8
5
São Miguel
do Oeste 32
1,9
9
59
Anchieta 28
1,7
4
Mondaí 26
1,6
1
São José do
Cedro 23
1,4
3
Santa
Helena 6
0,3
7
Território
1.
612
E o terceiro quadro a seguir apresenta um mix de produtos comercializados pelas agroindústrias do
território obtido pó diagnóstico regional realizado em 2012 (ACORDAR/CONSAD). O diagnóstico realizado
sem diferenciar agroindustrias familiares e não familiares identificou a comercialização mensal de 256.064
unidades comercializadas (kg) e o valor de R$ 1.286.177,24.
Produtos
Qua
ntidade
(unidades)
Pro
porção
(%)
Frutas, sucos,
polpas
2889
1
11,
28
Frango branco
2836
6
11,
08
Leite barriga
mole
2600
0
10,
15
Pepino
2389
4
9,3
3
Derivados leite
2201
0
8,6
0
Cana e
derivados
2186
6
8,5
4
Suíno e
transformados
2087
4
8,1
5
Panificados
1820
0
7,1
1
Farinha milho
1335
0
5,2
1
Mel
1014
2
3,9
6
Carne bovina
1012
5
3,9
5
60
Vibno 5404
2,1
1
Mandioca 4742
1,8
5
Arroz 4010
1,5
7
Feijão 3317
1,3
0
Ovos 2986
1,1
7
Cachaça 2806
1,1
0
Frango caipira 2690
1,0
5
Peixe 2660
1,0
4
Olerículas 1472
0,5
7
Geléias e
doces 1415
0,5
5
Vinagre 455
0,1
8
Rapadura 200
0,0
8
Pipoca 104
0,0
4
Amendoim 75
0,0
3
Total
256.
054
Se considerarmos 10 meses de vendas o valo anual total seria de R$ 12.861.772,40 superior em
29,8% ao valor total da agroindústria rural identificado pelo Censo do IBGE realizado em 2006.
A proporção de cada produto e grupo de produtos identifica o mix regional e diferenças importantes
em relação ao mix de produtos diagnosticado pelo Censo Agropecuário do IBGE de 2006. A diferença
observada deve compor a análise da agroindústria do território principalmente no aspecto metodológico a
ser proposto como ferramenta de montagem do plano de gestão na sua perspectiva de monitoramento e
gestão continuada.
6. Plano de Negócio e Gestão: O Sistema de Arranjos de Empreendimentos
61
O plano de negócio Arranjos de Empreendimentos do Território Extremo Oeste apresenta um produto
estudo e ferramenta de apoio na política nacional de dinamização econômica com contornos metodológicos
e de concepção distintos.
Primeiro é importante compreender o contexto (ambiente) e as hipóteses diretrizes que orientam o
objetivo deste estudo - produto. Sobre o contexto o plano de negócio e gestão é realizado em um território
que deve ser considerado uma das referências estratégicas sobe um dos principais temas de
desenvolvimento da agricultura familiar a agroindústria familiar.
E sobre as hipóteses diretrizes são apresentadas na forma de afirmações que passam a direcionar o
objetivo de análise do PNE:
- A agricultura familiar na região sul conquistou etapas consolidadas de desenvolvimento definindo
sistemas de produção e utilizando de forma ampliada políticas de apoio necessárias como o crédito e a
assistência técnica.
- A fase deste processo de desenvolvimento da agricultura familiar é de consolidação avançada com
a especialização de um conjunto de atividades produtivas (grãos, aves, suíno, e leite) que definem os
principais sistemas de produção.
- A agroindustrialização familiar artesanal de plantas de pequeno porte se tornou atividade
produtiva não mais complementar mas principal e passou a definir sistemas de produção
- As agroindústrias familiares artesanais “embutidos de suíno” e “derivados de leite” estão entre as
atividades produtivas do setor com capacidade superior de renda e apelo de mercado ampliado.
- As unidades produtivas especializadas e consolidadas estão localizadas em territórios de
desenvolvimento muito específicos do Brasil redefinindo as regionalidades do desenvolvimento.
- O Extremo Oeste do estado de Santa Catarina é um destes poucos territórios com características
muito específicas tornando-se referência e gestando estratégias de gestão de empreendimentos e de
conjuntos de empreendimentos denominados neste trabalho de arranjo.
Neste contexto e orientado por estas hipóteses diretrizes é definido o objetivo deste trabalho: analisar
estratégias de gestão e negócios de empreendimentos – arranjos econômicos da agricultura familiar
gerando referências metodológicas de gestão na forma de planos de negócio e gestão.
A ferramenta metodológica utilizada analisará estudos de caso de agroindústrias das atividades
produtivas “embutidos de suíno” e “derivados de leite” privilegiando o funcionamento técnico e econômico
de casos diagnosticados e escolhidos por utilizarem /gestarem diferentes estratégias de gestão.
As ferramentas utilizadas incluem etapas e técnicas a seguir descritas:
- A qualificação e diagnóstico sobre a identidade territorial da geografia social de um sujeito coletivo
de desenvolvimento onde se relacionam diferentes empreendimentos econômicos: O Caso do CONSAD do
Extremo Oeste Catarinense.
- A definição de critérios de diferenciação das estratégias de gestão na forma de uma matriz dos
arranjos;
- O diagnóstico dos resultados de funcionamento técnico e econômico;
- A identificação - definição das diferentes estratégias de gestão (tipos) como sistemas de gestão;
- Apresentação das estratégias de gestão na forma de passos e recomendações de uso (referências);
6.1 O sujeito territorial de desenvolvimento: ident idade
62
O Caso do CONSAD do Extremo Oeste Catarinense passa a ser reconhecido pela identidade
territorial como um sujeito coletivo de desenvolvimento onde se relacionam diferentes empreendimentos
econômicos.
Este sujeito coletivo é a expressão de uma Rede Social de Desenvolvimento construída
historicamente e legitimada por uma complexa rede de organizações sociais e instituições da sociedade civil
organizada e governo representado principalmente pela estrutura operacional das políticas públicas.
A institucionalidade do CONSAD pode no contexto atual se considerada uma das expressões mais
fortes do desenvolvimento territorial e, estruturado em formato consolidado de organização de gestão do
espaço publico e das políticas públicas relacionadas.
Assim podemos considerar que a legitimação deste estudo por parte do CONSAD deve ser
considerada a legitimação do seu produto e o reconhecimento necessário das referências estudo de caso
(agroindústrias e empreendimentos) apresentado.
A definição de Sujeito Social de Desenvolvimento e de Rede Social de Desenvolvimento inclui e de
Arranjos de Empreendimentos sugere a existência de grupos de empreendimentos em relações sociais e
econômicas estabelecidas por agendas mais ou menos complexas.
Os empreendimentos estariam assim organizados por:
- Arranjos de Empreendimentos: um grupo de empreendimentos com relações de parceria
estabelecida por diferentes níveis de proximidade. Os Arranjos podem ser constituídos por grupos de 2 grau
em parceria temática específica.
- Arranjos de Empreendimentos de 2 Grau: Grupos de arranjos em parceria temática específica
definida por algum elemento econômico e/ou social. Para este estudo o produto queijo colonial (arranjo
derivado de leite) e salame (arranjo embutido de suíno) foram considerados o elemento econômico
aglutinador.
6.2 A Matriz de critérios de diferenciação do Arran jo de Empreendimentos
O quadro a seguir apresenta 4 grupos de critérios utilizados no diagnóstico e análise de diferenciação
dos empreendimentos e das estratégias de gestão. Os critérios foram escolhidos a partir de pressupostos
conceituais gerais que passam a diferenciar organizações sociais e econômicas e de elementos
diagnosticados durante o estudo dos empreendimentos os quais se tornaram relevantes nesta diferenciação
de forma de administrar.
Os critérios incluem elementos da trajetória histórica que pode ter potencializado o surgimento destas
referências em determinado espaço social e geográfico e de elementos combinados e/ou relacionados da
estrutura operacional atual que podem determinar potencialidades e fatores restritivos dos resultados
futuros.
- O Meio Agroecológico: a diferenciação geográfica que inclui altitude, diferenças na matriz de
ocupação do solo da paisagem (agricultura e florestas) associadas aos municípios são fatores que podem
te sido determinantes na diferenciação de unidades produtivas, base da agricultura e empreendimentos das
cadeias produtivas estudadas.
Meio Ecológico Trajetória sócio Mix de Organização da
63
econômica produtos Gestão e Mercado
(1a) Iporâ do Oeste (e
Mondai) e a agricultura de terras
baixas intensiva especializada
com mata a 249 metros.
(1b) Agricultura de
altitude de São João do Oeste a
421 metros mesclando
mosaicos de matas.
(1c) Agricultura de solo
exposto de Descanso e
Belmonte a 570 metros de
altitude.
(1d) Agricultura de solo
coberto por pastagem e
mosaicos de Barra Bonita e
Guaraciaba nas áreas altas 445
metros.
(1e) Agricultura nos
mosaicos de fragmentos de
altitude em Guaruja do Sul e
Dionísio Cerqueira a 676 metros
de altitude.
(1f) Agricultura de
produção de sementes nas
altitudes de Anchieta e Palma
Sola a 831 metros.
(2a) 1920 dos
municípios de Iporã
do Oeste, Itapiranga,
Mondai, São José do
Cedro, Princesa, São
Miguel do Oeste,
Palma Sola
(2b)1940 dos
municípios de
Anchieta, Belmonte e
Guarujá do Sul
(2c) 1990 com
o movimento nacional
das emancipações,
como é o caso de
Bandeirante, Barra
Bonita, Santa Helena,
São João do Oeste e
Tunápolis.
(3a) Individuais:
1 produto
comercializado
(3b)
Relacionados:
relações entre
produtos na
comercialização
(3c)
Associados:
comercialização
conjunta
(4) Forma:
(a)familiar; (b)associação
familiar; (c)cooperativada.
(5) Mix de mercado:
(a)amplo; (b)ampliado;
(c)estável
- Trajetória Sócio Econômica: determinada pela localização municipal de emancipações em diferentes
períodos pode determinar a vinculação aos ciclos econômicos em seus momentos de maio plenitude e
portanto com maior capacidade de acumulação econômica por um tempo maior.
- Mix de Produtos: O mix de produtos talvez determine o critério mais importante na diferenciação das
formas (estratégias) de gestão dos empreendimentos. Nedste estudo de caso o mix é representado por
diferentes produtos e por relações de comercialização estabelecidas pela comercialização individual do
produto ou associada de alguma forma a outros produtos.
- Organização da Gestão e Mercado: Este critério de diferenciação combinado com o mix de produto
passa a definir as diferentes estratégias de gestão. Dois critérios associados integram este grupo de
critérios: a cooperação de associados do empreendimento desde uma família a uma cooperativa, e a
complexidade do mercado desde o mercado municipal de poucos pontos de venda até o mercado regional
incluindo outros estados.
64
O quadro a seguir indica hipóteses gerais de localização municipal a partir de dados secundários e
estudos locais analisados. As indicações municipais e de podutos e/ou grupos de produtos deste quadro
sugere hipóteses de identidades municipais relacionadas aos dois arranjos de empreendimentos de 2 grau.
Empreendimento Meio
Ecológico
Trajetóri
a sócio
econômica
Mix de produtos Organização
da Gestão e
Mercado
Queijo Guaraciaba
Salame Guaraciaba
Queijo Tunápolis
Salame Guaraciaba
Leite Dionísio
Leite Itapiranga
Embutido Dionísio
Leite Palma Sola
Embutido São Miguel
Queijo São Miguel
Queijo Descanso
Queijo São José do
Cedro
Embutido de Mondaí
Queijo Anchieta
No quadro anterior de diferenciação municipal dos arranjos de empreendimentos através de análise
de dados secundários permitiu em alguns casos chagar somente ao produto aglutinador de vários arranjos
como leite, em outros municípios ao produto aglutinador de arranjos específicos como embutidos, e em
alguns casos ao produto aglutinador de arranjos de 2 grau como no caso de salame e queijo.
Os estudos de caso deste Plano de Negócio e Gestão apresentados a seguir são considerados as
referências regionais dos 2 arranjos de empreendimentos analisados “embutidos de suíno” e “derivados de
leite” e dos 2 arranjos de empreendimentos de 2 grau “queijo colonial” e “embutido de suíno salame”. São 4
estudos de caso analisados para cada arranjo localizados em 5 municípios do território.
A elaboração do plano de negócio e gestão associada às diferentes combinações de características
consideradas critérios de diferenciação para arranjos de empreendimentos e empreendimentos permitirão
diferenciar as estratégias de gestão e apresentar o produto tipos de estratégias de gestão.
O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL” localizado no município de Guaraciaba está localizado no
meio ecológico indicado como (1d) cujas características incluem a ocupação do solo com agricultura de
pastagens e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais de altitude media para o território
acima de 400 metros.
Empreendimento Meio
Ecológico
Trajetória sócio
econômica
Mix de produtos Organização da Gestão e
Mercado
65
Queijo IRMÃOS DIEL
Guaraciaba
(1d) (2b) Individual (3 a) Associação
Familiar/local
Salame LETAVO
Guaraciaba
(1d) (2b) Individual (3 a) Associação
Familiar/amplo
Queijo COMILPE
Tunápolis
(1c) (2c) Associado (3c) Cooperativa/ampliad
o
Salame SANTA FÉ
Itapiranga
(1 a) (2 a) Individual (3 a) Associação
Familiar/amplo
Queijo SANTA
CLARA Dionísio
Cerqueira
(1e) (2b) Individual (3 a) Familiar/local
Queijo WNIG Anchieta (1f) (2b) Individual (3 a) Familiar/Local
Salame MARO
DANEL Guaraciaba
(1d) (2b) Relacionado (3b) Familiar/ampliado
Salame NONO
COSER Guaraciaba
(1e) (2b) Individual (3 a) Familiar/ampliado
O município de Guaraciaba possui a trajetória histórica de formação no segundo período regional
próximo a 1940. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização geográfica e social
em um período e acumulação média para o território.
O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL”, conforme o quadro anterior é comercializado em um mix
individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não compondo um conjunto
maior de produtos.
A organização de gestão é de associação familiar e o mercado de comercialização qualificado como
local tanto pela escala menor de quantidade de produtos como por rotas de comercialização não distantes.
Os demais empreendimentos estudo de caso diferencia-se na combinação destas variáveis – critério
permitindo ao estudo identificar diferentes estratégias de gestão. As estratégias de gestão devem ser
compreendidas como formas diferentes de realizar a gestão administrativa e de funcionamento do
empreendimento podendo diferenciar seus resultados e a potencialidade de estabilidade destes resultados
para um maior período.
6.3 Funcionamento técnico econômico: Plano de Negóc io e Gestão
6.3.1 Caracterização dos empreendimentos
Queijo IRMÃOS DIEL Guaraciaba: Agroindústria organizada em associação de famílias comercializa
seus produtos em municípios próximos do território com características de mercado local.
Salame LETAVO Guaraciaba: Agroindustria organizada em associação familiar comercializa seus
produtos em grande parte dos municípios do território e exposta para outras regiões e estados.
66
Empreendimento Mix de produtos Organização da Gestão e Mercado
Queijo IRMÃOS DIEL
Guaraciaba
Individual (3 a) Associação Familiar/local
Salame LETAVO Guaraciaba Individual (3 a) Associação Familiar/amplo
Queijo COMILPE Tunápolis Associado (3c) Cooperativa/ampliado
Salame SANTA FÉ Itapiranga Individual (3 a) Associação Familiar/amplo
Queijo SANTA CLARA
Dionísio Cerqueira
Individual (3 a) Familiar/local
Queijo WNIG Anchieta Individual (3 a) Familiar/Local
Salame MARO DANEL
Guaraciaba
Relacionado (3b) Familiar/ampliado
Salame NONO COSER
Guaraciaba
Individual (3 a) Familiar/ampliado
Queijo COMILPE Tunápolis: Agroindustria organizada em cooperativa comercializa os produtos de
vaias famílias em mercado ampliado para diversos municípios do território.
Salame SANTA FÉ Itapiranga: Agroindustria organizada em associação familiar comercializa seus
produtos para vários municípios do território e para outras regiões fora do território.
Queijo SANTA CLARA Dionísio Cerqueira: Agroindusttia familiar comercializa seus produtos no
mercado municipal.
Queijo WNIG Anchieta: Agroindusttia familiar comercializa seus produtos no mercado municipal.
Salame MARO DANEL Guaraciaba: Agroindustria Familiar comercializa seus podutos em diversos
municípios do território.
Salame NONO COSER Guaraciaba: Agroindustria Familiar comercializa seus produtos em diversos
municípios do território.
6.3.2 Mix de Produtos e Pontos de Venda
O mix de produtos é apresentado de forma vinculada ao mix de pontos de venda. O mix de pontos de
venda indica o mercado construído pelo empreendimento e arranjo econômico no ambiente territorial. Assim
descrito o resultado do plano de negócio e gestão elaborado apresenta o mix de pontos de venda como
uma estratégia de mercado diagnosticada a qual foi construída em um complexo contexto de organização
econômica cuja compreensão exige a análise dos seus elementos componentes os quais serão abordados
neste plano.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wing Santa Fé Maro Letavo Nono Coser
67
Danel
Município
Guaraciab
a Tunápolis
Dionísio
Cerqueira Anchieta Itapiranga
Guaraciab
a Guaraciaba Guaraciaba
Tipo E
Assoc
Famíliar Coop Familiar Familiar
Assoc
Familiar Familiar
Assoc
Familiar Familiar
São José do Cedro 4.000 - - - - 10.000 16.000
7.20
0
Guaruja 6.000 - - - - - 12.000
6.00
0
Guaraciaba 12.000 - - - - - 24.000 10.000
São Miguel do
Oeste - 9.600 - - - 20.000 40.000 12.000
Tunápolis - 4.800 - - - - - -
Belmonte - 2.800 - - - - - -
Santa Helena - 3.200 - - - - - -
Iporã do Oeste - 2.400 - - 24.000 - - -
Descanso - 1.600 - - - 8.000 10.000 -
Itapiranga - 3.600 - - 48.000 - - -
Outros estados -
6.00
0 - - 28.000 - 18.000 8.000
Dionísio
Cerqueira - - 12.000 - - - 16.000 -
Anchieta - - - 10.000 - - - -
São João do Oeste - - - - 28.000 - - -
Mondai - - - - 40.000 - - -
Paraiso - - - - - 8.000 - -
Total 22.000 34.000 12.000 10.000 168.000 46.000 136.000 43.200
Desta forma concebido o mix de produtos e pontos de venda permite considerar a existência de três
formas de mercado local/regional:
- O eixo concentrado São Miguel do Oeste – São José do Cedro;
- O eixo concentrado Itapiranga - São Miguel do Oeste;
- Os eixo núcleo Dionísio Cerqueira, Anchieta, e outros municípios;
Estas formas de mercado devem ser compreendidos como nichos ou núcleos de mercados
dinamizados por demanda específica e definida por um conjunto de condições e características as quais
combinadas tornam estes núcleos geográficos – sociais um mercado.
Alguns empreendimentos iniciaram vendas para fora do território e para outros estados já com certa
regularidade criando uma quarta forma de mercado para os empreendimentos. Esta quarta forma de
mercado deve ser analisada ainda em fase de estruturação.
6.3.3 Valor Bruto Comercializado
O quando anterior apresentou a composição do mix complexo que em um ano comercial vendeu e
comprou cerca de 471.200 kg de alimentos queijo colonial (78.000) e salame colonial (393.200). A venda
68
destes produtos soma cerca de R$ 5.410.800,00 anuais queijo colonial (R$ 837.600,00) e salame colonial
(R$ 4.573.200,00).
Este valor comercializado representa em relação a diagnósticos regionais do território 54,4% sobre o
valor da industria rural R$ 9.934.491,00 do Censo IBGE 2006, e 35,3% sobre o valor de R$ 15.371.713,00
do diagnóstico de produtos da agroindústria do território ACORDAR/CONSAD, 2012.
Os parâmetros relacionados devem ser considerados grandes parâmetros de aproximação no
contexto de dificuldades e fase inicial de monitoramento dos produtos da agroindústria familiar no Brasil.
Ainda assim podemos a partir destes parâmetros de proporção considerar que estamos no campo de uma
boa aproximação e também sobre o peso ou a importância destes dois produtos na formação do mix
regional da agroindústria familiar de pequeno porte.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo
Salame
(A) Salame (I)
Salame
(AI) Salame (I)
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
São José do Cedro 44.000 - - - - 120.000 160.000 79.200
Guaruja 66.000 - - - - - 120.000 66.000
Guaraciaba 138.000 - - - - - 264.000 115.000
São Miguel do
Oeste - 110.400 - - - 240.000 460.000 138.000
Tunápolis - 52.800 - - - - - -
Belmonte - 30.800 - - - - - -
Santa Helena - 35.200 - - - - - -
Iporã do Oeste - 26.400 - - 276.000 - - -
Descanso - 17.600 - - - 88.000 105.000 -
Itapiranga - 41.400 - - 624.000 - - -
Outros estados - 72.000 - - 336.000 - 216.000 92.000
Dionísio Cerqueira - - 108.000 - - - 184.000 -
Anchieta - - - 95.000 - - - -
São João do Oeste - - - - 322.000 - - -
Mondai - - - - 480.000 - - -
Paraiso - - - - - 88.000 - -
248.000 386.600 108.000 95.000 2.038.000 536.000 1.509.000 490.200
Os valores comercializados e apresentados pelo quadro anterior foram obtidos pela venda dos
produtos aos preços médios anuais conforme quadro a seguir. Os preços dos dois produtos são
comercializados de forma semelhante na unidade quilograma.
69
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
São José do Cedro 11,00 12,00 10,00 11,00
Guaruja 11,00 10,00 11,00
Guaraciaba 11,50 12,00 11,00 11,50
São Miguel do Oeste 11,50 12,00 11,50 11,50
Tunápolis 11,00
Belmonte 11,00
Santa Helena 11,00
Iporã do Oeste 11,00 11,50
Descanso 11,00 11,00 10,50
Itapiranga 11,50 13,00
Outros estados 12,00 12,00 12,00 11,50
Dionísio Cerqueira 9,00 11,50
Anchieta 9,50 11,00
São João do Oeste 11,50
Mondai 12,00
Paraiso 11,00
Os preços apresentam pequena variação entre os municípios mercado e devem ser considerados
também como variável do mercado estabelecido e construído, portanto, como mais um componente
formado pelo contexto de um mercado construído a partir de um complexo social e econômico.
6.3.4 Logística de Transporte
A logística de transporte utilizada para a comercialização destes dois produtos possui alguns
elementos estruturais de funcionamento necessários e que passam a definir os custos da etapa de
comercialização da cadeia produtiva da agroindustrialização dos produtos da agricultura familiar. Entre
estes elementos a distância das rotas de comercialização estabelecidas apresentada no quadro a seguir.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
São José do Cedro
73,
6
73,
6
73,
6
73,
6
Guaruja
96,
6
96,
6
96,
6
70
Guaraciaba 50 60 60 60
São Miguel do
Oeste 69 69 69
13
5,2
Tunápolis
1
68
Belmonte
8
8,4
Santa Helena
6
6
Iporã do Oeste
5
5,8
16
2
Descanso
1
32
13
5,2
13
5,2
Itapiranga 123,2 70
Outros estados
5
0
14
7 60 50
Dionísio Cerqueira 120
22
8
Anchieta
7
0
São João do Oeste 90
Mondai
19
8
Paraiso
86,
4
A distância média percorrida em cada rota semanal é de 96,9 km variando entre 50 e 228 km. Cada
rota é percorrida semanalmente com determinada frequência. Em alguns casos mais de uma vez por
semana dependendo da demanda do mercado geralmente orientada pela procura de produtos mais frescos
ou recentemente produzidos. Cada produto, ou cada marca percorre diferentes roteiros e com diferentes
frequências.
O produto “Queijo Irmãos Diel” possui 4 rotas semanais para 4 municípios diferentes e um deles é o
município sede da agroindústria com a menor distância percorrida de 50 km. A quantidade transportada
associada a quantidade de produtos transportados e a demanda de mão de obra para realizar a tarefa
determina o custo.
O quadro a seguir apresenta a frequência anual em semanas de realização das rotas de
comercialização (entrega de produtos) por produto e por município mercado. O período anual possui 52
semanas e assim alguns produtos são entregues mais de uma vez por semana durante o ano com
determinada periodicidade.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
71
São José do Cedro 48 55 55 60
Guaruja 48 55 50
Guaraciaba 48 65 55 65
São Miguel do Oeste
4
5 55 60 65
Tunápolis
4
5
Belmonte
4
5
Santa Helena
4
5
Iporã do Oeste
4
5 60
Descanso
4
5 55
Itapiranga
4
5 65
Outros estados
4
5 55 55 40
Dionísio Cerqueira 48 60
Anchieta
4
8
São João do Oeste 55
Mondai 60
Paraiso 55
A quantidade de semanas com rotas realizadas durante o período anual deve ser diferente
considerando semanas em que não são realizadas entregas em determinados períodos do ano. O produto
“Queijo Irmãos Diel” possui média anual de 48 entregas já o produto “Salame Nono Coser” possui a média
de 60 entregas semanais.
O quadro a seguir totaliza as distâncias percorridas anualmente por produto em km os quais
representam um dos custos mais importantes e necessários de suporte de planejamento na perspectiva de
sua redução e otimização de receitas.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
São José do Cedro 3.533 - - - - 4.048 4.048 4.416
Guaruja 4.637 - - - - - 5.313 4.830
Guaraciaba 2.400 - - - - 3.900 3.300 3.900
São Miguel do
Oeste - 7560 - - - 3.795 3.795 8.788
Tunápolis - 7.560 - - - - - -
Belmonte - 3.978 - - - - - -
72
Santa Helena - 2.970 - - - - - -
Iporã do Oeste - 2.511 - - 9.720 - - -
Descanso - 5.940 - - - 7.436 - -
Itapiranga - 5.544 - - 4.550 - - -
Outros estados - 2.250 - - 8.085 - 3.300 2.000
Dionísio
Cerqueira - - 5.760 - - -
13.
680 -
Anchieta - - - 3.360 - - - -
São João do Oeste - - - - 4.950 - - -
Mondai - - - - 11.880 - - -
Paraíso - - - - - 4.752 - -
Total 10.570 30.753 5.760 3.360 39.185 23.931 33.436 23.934
O produto “Queijo Irmãos Diel” possui média anual de 48 entregas e percorre para esta tarefa cerca
de 10.570 km, já o produto “Salame Nono Coser” possui a média de 60 entregas semanais e percorre para
realizar esta tarefa cerca de 23.934 km. No caso do primeiro produto “Queijo Irmãos Diel” são transportados
a cada km cerca de 2 km de produto ou são percorridos cerca de 961 km para entregar 2.000 km de
produto de uma caga de veículo utilitário com esta tonelagem.
No caso do produto “Salame Nono Coser” são transportados a cada km cerca de 1,8 km de produto
ou são percorridos cerca de 1108 km para entregar 2.000 km de produto de uma caga de veículo utilitário
com esta tonelagem
6.3.5 Logística de Trabalho de Venda
A logística de trabalho de venda é outro fator de custo determinante na análise do plano de negócio e
gestão de empreendimentos econômicos. O indicador obtido no quadro a seguir está diretamente
relacionado a venda dos produtos no mercado e portanto a custo de um serviço especializado e via de regra
elevado. O quadro a seguir pela natureza dos empreendimentos e no seu momento pode esta relacionado a
entrega de produtos a mercados já estabelecidos no entanto é neste momento que o empreendimento
consolida cotidianamente seu mercado.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
São José do Cedro 0,7 0,7 1,5 0,6
Guaruja 0,7 1,5 0,6
Guaraciaba 0,5 0,5 1,5 0,6
São Miguel do Oeste
0
,5 0,5 1,5 0,6
Tunápolis
0
,5
73
Belmonte
0
,5
Santa Helena
0
,5
Iporã do Oeste
0
,5 2,0
Descanso
0
,5 0,7 1,5
Itapiranga
0
,5 2,0
Outros estados
0
,5 2,0 1,5 0,5
Dionísio Cerqueira 1 1,5
Anchieta 1 1,5
São João do Oeste 2,0
Mondai 2,0
Paraiso 0,7
O tempo semanal gasto para o ato final da comercialização em cada ponto de venda vaia conforme o
quadro anterior entre 0,5 e 1 dia por ponto de venda. Esta variação se deve a distância percorrida, ao tempo
de montagem da carga que inclui a preparação final, e ao número de pontos de venda de cada uma das
rotas municipais.
O produto “Queijo Irmãos Diel” necessita de 1,9 dias semanais para realiza suas rotas e vender seus
produtos. O produto “Salame Nono Coser” necessita de 2,9 dias semanais para realiza suas rotas e vender
seus produtos.
O quadro a seguir apresenta a demanda total anual de trabalho para realizar a tarefa de venda de
cada produto em cada rota realizada. O total de trabalho exigido depende da frequência de cada rota.
74
Para comercializar 22.000 kg de queijo colonial o empreendimento produto “Queijo Irmãos Diel”
necessita de cerca de 91,2 dias de trabalho anuais. O produto empreendimento “Salame Nono Coser” para
realizar a venda de 43.200 kg de salame colonial necessita de cerca de 164 dias de trabalho. O primeiro
produto comercializa cerca de 241,2 kg por dia e o segundo produto comercializa cerca de 263 kg por dia.
Se considerarmos uma jornada anual de 22 dias de trabalho mensal em 11 meses de trabalho anuais
uma unidade de trabalho disponibilizaria 242 dias anuais. Considerando esta referência o produto
empreendimento “Queijo Irmãos Diel” necessita de 0,37 unidades de trabalho para realizar esta tarefa e o
produto empreendimento “Salame Nono Coser” necessita de 67,7 unidades de trabalho para realizar esta
tarefa.
6.3.6 Custos da Etapa de Comercialização
Os custos da etapa de comercialização são aqueles diretamente vinculados a ação da distribuição
dos produtos nos pontos de venda e da venda propriamente dita estabelecida com os compradores. O
cotidiano das entregas dos produtos é o momento de avaliação permanente da qualidade, da apresentação,
e de outros atributos relacionados à especificidade de cada produto. Estes custos, portanto, incluem a
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Tunápolis -
22,
5 - - - - - -
Total
91,
2 180,0 48,0 48,0 590,0
175,
5
510,
0
164,
0
São Miguel do
Oeste -
22,
5 - - - 27,5 90,0 39,0
São José do
Cedro 33,6 - - - - 38,5 82,5 36,0
São João do
Oeste - - - - 110,0 - - -
Santa Helena -
22,
5 - - - - - -
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Paraiso - - - - - 38,5 - -
Outros estados - - - 110,0 - 82,5 20,0
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
Mondai - - - -
120,
0 - - -
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo Nono Coser
Itapiranga - 22,5 - 130,0 - - -
Iporã do Oeste - 22,5 - - 120,0 - - -
Guaruja 33,6 - - - - - 82,5 30,0
Guaraciaba 24,0 - - - - 32,5 82,5 39,0
Dionísio Cerqueira - - 48,0 - - - 90,0 -
Descanso - 22,5 - - - 38,5 - -
Belmonte - 22,5 - - - - - -
Anchieta - - - 48,0 - - - -
75
contratação de vendedores ou o pagamento deste serviço à associados do empreendimento que assumem
esta tarefa.
Compreendido desta forma os custos desta fase final de comercialização são apresentados no
quadro a seguir com dois componentes o pagamento dos quilômetros percorridos para a entrega dos
produtos e da mão de obra disponibilizada para esta tarefa.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto
Queij
o Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba
Guaraciab
a
Custo coml
(R$/km) 1,10 1,10
1,1
0 1,10 1,10 1,10 1,10
1,1
0
Custo coml
(R$/dia) 70,00
70,0
0
70,
00
70,0
0
150,
00 70,00
150,0
0
70,
00
Custo coml
(R$/km) 11.627 33.828 6.336 3.696
43.1
04 26.324
36.78
0 26.327
Custo coml
(R$/dia) 6.384 12.600 3.360 3.360
88.5
00 12.285
76.50
0 11.480
Custo coml
(R$/kg) 0,82 1,37
0,8
1 0,71 0,78 0,84 0,83
0,8
8
Custo coml
(%/preço) 7 12 9 7 6 7 8 8
Custo
Gestão 1
(R$/ano) 18.011 46.428 9.696 7.056 131.604 38.609 113.280 37.807
Estes dois custos incluem o trabalho final de organização da apresentação dos produtos organizando
a carga, o carregamento, a entrega, e até possíveis organizações dos produtos no ponto de venda. O
trabalho inclui também quando existente o serviço de contato permanente com o comprador formando
preço, devolução de produtos, avaliando qualidade e realizando contrato.
O custo de transporte foi valorizado a R$ 1,10 por km rodado para todos os empreendimentos. O
custo de mão de obra disponibilizada para este trabalho foi valorizado a R$ 70,00 o dia de trabalho
diferenciado para os empreendimentos 5 e 7 que profissionalizam parte da venda com a contratação de
serviços e representantes fora do território gerando uma média de R$ 150,00 por dia de trabalho.
O quadro anterior apresenta a formação dos custos. O produto empreendimento “Queijo Colonial
Wing” com o menor custo de comercialização R$ 0,71 por unidade kg de queijo e representando cerca de
7% sobre o preço recebido.
O produto empreendimento “Queijo Colonial Comilpe” com o menor custo de comercialização R$ 1,37
por unidade kg de queijo e representando cerca de 12% sobre o preço recebido.
O custo da etapa de comercialização entre os 8 empreendimentos analisados varia entre
6% e 12%. Este resultado pode ser comparado ao custo de venda dos produtos terceirizados a
valores de mercado em contratos próximos a 10% sobre os valores vendidos. Os valores na sua maioria
76
menores do que 10% sobre o preço recebido são determinados pelo serviço realizado pelos próprios
associados que não cobram pelo serviço de venda mas recebem pelo trabalho.
A variação dos custos ente os empreendimentos são explicados pelas diferentes formas e momento
de estruturação deste serviço variando a quantidade de produtos transportados, a distância da rota, a
quantidade por rota, e a proporção de produtos em relação a quantidade de mão de oba necessária. O
custo do tempo de trabalho até uma determinada quantidade de produtos transportada por rota é o mesmo.
6.3.7 Fluxo e Resultado Econômico de Comercializaçã o
O resultado econômico deste plano de negócio e gestão é apresentado no quadro a seguir na forma
do fluxo de caixa, ou seja, da circulação econômica monetária anual onde os custos apresentados estão
relacionados a comercialização ou denominados custos de gestão 1.
O objetivo deste quadro é gerar o indicador dos custos da fase de comercialização na composição do
preço recebido. Entre os 8 empreendimentos é possível identificar situações mais e menos ajustadas ente
as variáveis que determinam este custo. O ajuste ente as variáveis diminui custo por exemplo com a
ampliação da escala ou com a complementação da carga incluindo a maximização da rota com um mix de
produtos.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
Vendas (kg) 22.000 34.000 12.000 10.000 168.000 46.000 136.000 43.200
Preço (R$/kg) 11,27 11,37 9,00 9,50 12,13 11,65 11,10 11,35
Valo Bruto (R$/ano) 248.000 386.600 108.000 95.000 2.038.000 536.000 1.509.000 490.200
Custo coml (R$/kg) 0,82 1,37 0,81 0,71 0,78 0,84
0,8
3 0,88
Custo coml (%/preço) 7,26 12,01 8,98 7,43 6,46 7,20 7,51 7,71
Custo Gestão 1 (R$/ano) 18.011 46.428 9.696 7.056 131.604 38.609 113.280 37.807
Valor Líquido 1 (R$/ano) 229.989 340.172 98.304 87.944 1.906.397 497.391 1.395.720 452.393
O arranjo empreendimento 2 possui custos desta fase elevados indicando uma combinação não
ajustada das variáveis componentes possivelmente rotas realizadas com pouca escala de produtos. Os
arranjos 4 e 5 com custos inferiores a R$ 0,80 indicam que a combinação das variáveis componentes do
custo está ajustada.
Assim o conhecimento do funcionamento dos arranjos empreendimentos mais ajustados podem
revelar estratégias de gestão consolidadas e bem administradas, ou mesmo fases consolidadas dos
empreendimentos tornando-se referência. Os resultados econômicos do valor líquido total são diferentes
nesta etapa de análise em função da escala de produtos comercializados.
Três grupos de análise são possíveis entre os 8 arranjos empreendimentos. A análise é comparativa
e seu objetivo é identificar as diferenças de custo por unidade comercializada.
77
O primeiro grupo é formado pelos empreendimentos 1, 2, 3 e 4 todos do produto queijo colonial e
com volumes de venda abaixo de 34.000 kg. O segundo grupo formado pelos empreendimentos 6 e 8 do
produto salame colonial e volumes de venda próximos de 45.000 kg. O terceiro grupo formado pelos
empreendimentos 5 e 7 do produto salame colonial com volume de venda próximos de 150.000 kg anuais.
Em cada grupo existem diferenças e semelhanças com destaque para o empreendimento 2 com o
maior custo e a maior proporção do custo em relação ao preço de 12,01%, o empreendimento 5 com a
menor proporção do custo em relação ao preço recebido por unidade comercializada de 6,46%.
O quadro a seguir apresenta três indicadores que ajudam a explicar as diferenças e o ajuste de
variáveis na formação dos custos desta fase de comercialização. O maio custo do empreendimento 2
possui a menor quantidade de produto transportado por km das rotas de comercialização necessitando
assim de 1.809 km para entregar uma carga de 2.000 kg. O mesmo empreendimento 2 possui a menor
quantidade de produto vendido por dia de trabalho desta fase de comercialização 189 kg/dia.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
Kg/Km 2,1
1
,1 2,1
3
,0 4,3 1,9 4,1 1,8
rota (km/2000 kg) 961 1.809 960
6
72
46
6
1.0
40
49
2
1.1
08
kg/dia 241
1
89 250
2
08
28
5
26
2
26
7
26
3
O empreendimento 5 apresenta indicadores de maior ajuste de carga e de eficiência de venda por dia
de trabalho e por esta razão possui um dos menores custos de comercialização por unidade
comercializada. Este empreendimento transporta 4,3 kg por km de rota de comercialização necessitando
para completar a venda de uma carga de 2.000 kg de 466 km, e vende a maior quantidade de produto por
dia de trabalho 285 kg/dia. Este empreendimento passa a se uma referência.
Entre os demais empreendimentos o caso 4 “Queijo Colonial Wing” possui o menor custo R$ 0,71
por unidade comercializada entre os 8 casos no entanto é pouco eficiente na quantidade transportada
(formação de carga) e na quantidade de produto vendido por dia. Este empreendimento no entanto é aquele
que comercializa a menor quantidade total (escala) entre os 8 empreendimentos indicando a subutilização
de transporte e de trabalho destinado a comercialização. Outra característica deste empreendimento é a
venda somente no município sede da agroindústria o que sugere um limite de mercado e de escala. Talvez
a situação deste empreendimento somente seja superada se ampliar o mercado para outros municípios.
6.3.8 Fluxo e Resultado Econômico Final da Agroindu strialização
O quadro a seguir apresenta o resultado econômico final da agroindustrialização de cada um dos 8
empreendimentos na forma de fluxo de caixa monetário incluindo custos de manutenção das estruturas
78
produtivas (equipamentos, maquinaria e plantas industriais) sem depreciações e sem custo de mão de obra
familiar somente contratada.
Os custos de transporte e mão de obra de comercialização já foram explicados no item 6.3.7 acima.
O custo administrativo está relacionado a estrutura operacional da agroindústria incluindo secretaria,
estrutura de escritório e comunicação, impostos e gerenciamento do empreendimento.
Os custos de processamento são todos aqueles gerados na planta industrial incluindo limpeza,
higienização, insumos tecnológicos, e mão de obra de produção industrial diretamente vinculada à produção
e armazenagem.
Os custos de produção são aqueles vinculados a produção da matéria prima nas unidades de
produção das famílias agricultoras. Estes custos incluem os insumos tecnológicos e manutenção da
estrutura produtiva (equipamentos, maquinaria e instalações).
O resultado final é apresentado pela composição proporcional (%) de cada custo em relação em
relação ao valor bruto comercializado para cada empreendimento durante o período de um ano comercial
no caso 2012.
O empreendimento “Queijo Colonial IRMÃOS DIEL” vendeu durante o ano cerca de 22.000 kg de
produto ao preço médio de R$ 11,27 o kg e recebeu o valor total de R$ 248.000,00.
O custo de comercialização deste arranjo empreendimento foi de 4,7% para transporte e 2,6% para
mão de obra sobre o valor bruto comercializado. O custo administrativo foi de 31%, o custo de
processamento foi de 16%, e o custo de produção da matéria prima cerca de 22,2%.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé
Maro
Danel Letavo
Nono
Coser
Município
Guaraciab
a
Tunápoli
s
Dionisio
Cerqueira
Anchiet
a
Itapirang
a
Guaraciab
a
Guaraciab
a
Guaraciab
a
Famílias do
Empreendimento 2
1
0 1 1 3 1 3 1
Vendas (kg) 22.000 34.000 12.000 10.000 168.000 46.000 136.000 43.200
Preço (R$/kg) 11,27 11,37 9,00 9,50 12,13 11,65 11,10 11,35
Valo Bruto
Comercializado (R$/ano) 248.000 386.600 108.000 95.000
2.038.00
0 536.000 1.509.000 490.200
Custo de transporte de
comercialização (%/preço) 4,7 8,8 5,9 3,9 2,1 4,9 2,4 5,4
Custo de mão de obra de
comercialização (%/preço) 2,6 3,3 3,1 3,5
4,
3 2,3 5,1 2,3
Custo administrativo
(%/preço) 31,0 27,3 28,9 27,4 30,5 28,3 33,3 27,3
Custo de processamento
(%/preço) 16,0 15,0 16,7 15,8 22,3 23,2 24,3 19,4
Custo de produção da
matéria prima (%/preço) 22,2 22,0 27,8 26,3 28,9 30,0 31,5 30,8
Total dos custos (%/preço) 76,5 76,2 82,3 76,9 88,1 88,7 96,7 85,3
Margem (%/preço) 23,5 23,8 17,7 23,1 11,9 11,3 3,3 14,7
Valor Líquido (R$/ano) 58.389 91.972 19.104 21.944 243.197 60.391 49.320 72.233
79
Renda familiar mensal (R$) 2.433 766 1.592 1.829 6.755 5.033 1.370 6.019
O resultado final do arranjo empreendimento “Queijo Colonial IRMÃOS DIEL” foi de 76,5% sobando
uma margem para as famílias agricultoras de 23,5%. As margens dos arranjos empreendimentos do
produto queijo são maiores do que os produtos salame um resultado que considerando todos
empreendimentos em fase de consolidação é correto.
As agroindústrias de embutidos exigem maior estrutura produtiva considerando plantas industriais de
pequeno familiares sem escala. Os empreendimentos 5 e 7 já devem ser considerados de médio porte
relativizando em parte esta afirmação.
Todos os empreendimentos obtiveram resultados econômicos positivos analisados na forma de fluxo
de caixa produtivo sem considerar dívidas e financiamentos que podem estar vinculados. Esta afirmação de
resultados considera o funcionamento diagnosticado como consolidado e estável permitindo considerar sua
tendência de manutenção futura.
Mesmo o caso do empreendimento 7 cuja margem foi de 3,3% sobre o total de valor bruto
comercializado a margem final do ano produtivo analisado foi de R$ 49. 320,00 conforme o quadro anterior.
Esta margem representou uma margem familiar mensal de R$ 1.370,00, para cada uma das três famílias, já
descontados os custos de produção da matéria prima nas unidades produtivas.
Os resultados da margem final de cada arranjo empreendimento se comparados ao objeto de estudo
deste plano de negócio e gestão a fase de comercialização indicam sua importância e a relevância de
otimização destes indicadores. Os custos da fase de comercialização variou ente os 8 estudos de caso
entre 6,4% e 12,01%. O planejamento futuro otimizando cargas e rotas e/ou maximizando escalas incluindo
parcerias com outros produtos poderá reduzir os custos da fase de comercialização em até 50% cujo
impacto na margem final poderá ser significativo.
O resultado final dos empreendimentos comparado a custos de oportunidade relevantes para as
famílias agricultoras são apresentados a seguir como síntese de análise. Os custos de oportunidade são
sistemas de produção existentes na região e que podem se colocar como alternativas diferentes para as
famílias agricultoras que poderiam mudar o sistema produtivo das agroindústrias de derivados de leite e
embutidos de suíno.
Os 5 sistemas de produção apresentados a seguir com renda líquida mensal devem ser considerados
como sistemas consolidados e estáveis em cada atividade produtiva e cujo resultado inclui bons resultados
de produtividade com custos de produção bem administrados e manejos tecnológicos convencionais
completos incluindo suporte de crédito e assistência técnica. Esta é uma condição com parável a condição
dos 8 empreendimentos analisados por este plano de negócio e gestão.
O sistema leite 10 há é a produção leiteira família em 10 hectares de área produtiva, o sistema Grãos
10 há é a produção familiar de grãos da região (milho e soja) em 10 hectares de área de produção.
O sistema Fumo 3 há é a produção família em 3 hectares de área produtiva de fumo, o sistema
Fruticultura 2 há é a produção familiar em 2 hectares de área produtiva, e o sistema Olericultura 1 há é a
produção familiar em 1 hectares de área produtiva.
80
Sistema Produtivo Renda familiar líquida a mensal (R$)
Leite 10 há 1.875,00
Grãos 10 há 1.250,00
Fumo 3 há 2.062,50
Fruticultura 2 há 1.800,00
Olericultura 1 há 1.875,00
O quando a seguir apresenta o indicador de comparação da renda familiar mensal de cada
empreendimento em valores % sobre a renda familiar mensal de cada sistema produtivo. Cada sistema é
considerado um custo de oportunidade capaz de interferir na tomada de decisão de cada família com
sistemas produtivos que incluem a agroindústria de derivados de leite e embutidos de suíno.
O arranjo empreendimento “Queijo Colonial IRMÃOS DIEL” apresentou resultados superiores ao
comparar a renda familiar mensal de cada família do empreendimento de R$ 2.433,00 a renda familiar
mensal possível em cada um dos 5 sistemas.
Arranjo 1 2 3 4 5 6 7 8
Produto Queijo Queijo Queijo Queijo Salame Salame Salame Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Clara Wnig Santa Fé Maro Danel Letavo
Nono
Coser
Município Guaraciaba Tunápolis
Dionisio
Cerqueira Anchieta Itapiranga Guaraciaba Guaraciaba Guaraciaba
Renda familiar mensal
(R$) 2.433 766 1.592 1.829 6.755 5.033 1.370 6.019
Leite 10 ha 130 41 85 98 360 268 73 321
Grãos 10 ha 195 61 127 146 540 403 110 482
Fumo 3 ha 118 37 77 89 328 244 66 292
Fruticultura 2 ha 135 43 88 102 375 280 76 334
Olericultura 0,5
ha 130 41 85 98
36
0
26
8 73
32
1
Em relação a produção leiteira de 10 há a renda do empreendimento foi igual a 130% da renda do
sistema, portanto, superior em 30%. Superior em 95% sobre o sistema grãos, superior em 18% sobre o
sistema fumo, superior em 35% sobe o sistema fruticultura, e superior em 30% sobre o sistema olericultura.
Os demais arranjos apresentam situações variadas: os arranjos 5, 6 e 8 são todos superiores em
relação aos 5 sistemas comparados e os demais arranjos ainda apresentam situações de risco quando
comparados aos sistemas alternativos.
Este cenário de análise comparativa a custos de oportunidade produtiva da agricultura familiar
diversifica ainda mais os resultados orientando ações a partir da compreensão sobre o funcionamento
destes empreendimentos considerados referência.
As situações de renda ampliada (arranjos 5. 6 e 8) demonstram a possibilidade concreta de renda
destes sistemas produtivos estruturados a partir da agroindústria familiar do produto salame colonial. As
situações de renda ampliada média (arranjos 1) reafirmam a capacidade superior da agroindústria com
renda maior do que os sistemas alternativos.
81
Os arranjos empreendimentos com renda não superior aos sistemas de produção alternativos (2, 3, 4
e 7) indicam a necessidade de ajustes de planejamento e/ou fases intermediárias de consolidação para
atingir patamares de renda dos outros arranjos empreendimentos.
É importante que a análise da renda comparada a custos de oportunidade dos 5 sistemas de
produção alternativos consolide os resultados altamente positivos dos arranjos empreendimentos. A renda
projetada para as 5 situações sistemas de produção utilizou indicadores elevados de produtividade, preços,
e baixos custos. Assim mesmo considerando os parâmetros de renda como custos de oportunidade
alternativos aos sistemas agroindustriais familiares, e alguns casos dos 8 arranjos empreendimentos com
rendas inferiores, os resultados devem ser considerados referência de desenvolvimento.
Os 8 arranjos empreendimentos estudados neste plano de negócio e gestão demonstram resultados
econômicos positivos e em fase de consolidação avançada. As formas de gestão adotadas indicam boa
combinação das variáveis componentes mesmo considerando a necessidade de ajustes para otimizar os
resultados obtidos.
6.3.10 Projeção dos resultados pelo Plano de Negóci o
O Plano de Negócio representa a síntese dos registros e monitoramento dos resultados, a ser
realizada entre períodos oportunos, que garanta a gestão coletiva e a compreensão do funcionamento do
empreendimento. Este processo é uma condição necessária para a gestão do projeto e garante a unidade
das formas de cooperação da Economia Solidária.
Para a elaboração de Plano de Negócio de planejamento e/ou de análise de resultados, são
necessários ferramentas de gestão com registros periódicos e eficientes. O estudo apresentado por este
trabalho reúne um conjunto de ferramentas que devem ser utilizadas conforme as orientações dos
momentos das oficinas realizadas.
O plano de metas, apresentado no quadro a seguir resume os quadros anteriores do Plano de
Negócio, de acordo com as orientações do Departamento de Inclusão Produtiva, da Secretaria de
Desenvolvimento Territorial, e sua utilização como instrumento de registro e gestão deverá auxiliar na
utilização do presente Plano de Negócio.
Alguns comentários sobre a projeção de resultados, para cinco anos de planejamento estratégico,
devem ajudar na implementação do presente Plano de Negócio e devem ser adotadas as seguintes
orientações:
1. A projeção de matéria prima processada (meta 1) e do produto comercializado (meta 2), foi
realizada com 5% de crescimento anual a partir do ano 2. Esta taxa foi planejada como meta única de
projeção considerada conservadora na perspectiva de diminui riscos de planejamento e expectativas com o
projeto.
2. O preço dos produtos foi mantido uma medida de planejamento conservadora com base em
outras variáveis potenciais do empreendimento e permanecendo como uma alternativa de reserva.
3. A partir do ano 2 foram ampliados os custos proporcionais a ampliação do volume
comercializado mantendo a perspectiva conservadora do projeto que poderá reduzir custos pela elevação
da escala e ajustes de carga e vendas.
82
Quadro 21. Plano de Metas
Ordem Metas Unidade de medida Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
1 Matéria prima processada: queijo e salame unidades/ano 471.200 494.760 519.498 545.473 572.747
2 Produto comercializado unidades/ano 471.200 494.760 519.498 545.473 572.747
5 Faturamento bruto R$/ano 5.410.800 5.681.340 5.965.407 6.263.677 6.576.861
6 Custos de produção
-Fixos e Variáveis
R$/ano
438.275 460.189 483.198 507.358 532.726
7 Resultado operacional R$/ano 4.972.525 5.221.151 5.482.209 5.756.319 6.044.135
8 Remuneração dos empreendedores R$/kg 4.972.525 5.221.151 5.482.209 5.756.319 6.044.135
9 Reservas do empreendimento R$/ano - - - - -
10 Índices operacionais e financeiros
(1) Rendimento da matéria prima em produto
(2) Margem de preço
(3) Preço praticado
(4) Margem de custo
%
%
R$/kg
%/preço
100
0
11,48
8,1
100
0
11,48
8,1
100
0
11,48
8,1
100
0
11,48
8,1
100
0
11,48
8,1
Cálculo dos índices operacionais e financeiros: (1) = divisão simples da quantidade de matéria prima pela quantidade de produtos derivados em %; (2)
= divisão simples da margem monetária do preço do produto obtido pela comercialização de derivados dividida pelo preço do produto comercializado em %;
(3) = divisão simples do faturamento bruto pelo produto comercializado; (4) = divisão simples dos custos (faturamento bruto - resultado operacional) pelo
faturamento bruto em %.
83
83
6.3.10 Ferramentas de gestão do Plano de Negócio
A seguir são apresentados os quadros componentes da proposta de utilização do Plano
de Negócio como ferramenta de gestão estratégica do empreendimento. A importância do uso
das ferramentas componentes do presente Plano de Negócio, já analisada anteriormente,
indica para o empreendimento sua necessidade e condição necessária.
O balanço patrimonial pode ser utilizado em duas perspectivas, sendo a primeira como
instrumento disciplinador da rotina a ser construída para a administração do empreendimento,
pela sua exigência de registro e organização das informações. E a segunda como instrumento
de avaliação em períodos maiores (anuais, bianuais), sobre a capacidade do empreendimento
de manutenção e ampliação do patrimônio.
Quadro 22. Balanço mensal
1. Situação no início do mês Valor (R$)
1. Bens fixos e semi-fixos
2. Estoque
3. Recursos financeiros
3.1. Conta corrente
3.2. Aplicações
3.3. Caixa
4. Dívidas a receber
5. Dívidas a pagar
6. Movimento do mês
6.1. Aquisição de bens fixos e semi-fixos
6.2. Aquisição de bens de consumo
6.3. Receitas de venda
6.4. Despesas operacionais
7. Situação no fim do mês
1. Bens fixos e semi-fixos
2. Estoque
3. Recursos financeiros
3.1. Conta corrente
3.2. Aplicações
3.3. Caixa
4. Dívidas a receber
5. Dívidas a pagar
O controle de estoque é uma ferramenta de rotina disciplinadora dos registros que se
tornam a condição para o planejamento de curto,médio e longo prazo.
84
84
Quadro 23. Controle de estoque
Mercadoria
Da
ta
Especificação
/S
Q Saldo
Legenda: E = entrada; S = Saída; Q = Quantidade
Obs.: O controle de estoque pode criar diversas especificações, conforme a necessidade
e as características do empreendimento descrevendo, por exemplo, estoques perdidos
(estragados). Entre as especificações podem ser criadas fichas por etapa de produção que
dependam de tempo de armazenagem para reiniciar o processo de beneficiamento.
O movimento financeiro apresentado nos quadros a seguir é a rotina da conta bancária
do empreendimento que deve estar atualizado e informado aos associados de forma periódica.
Quadro 24. Movimento financeiro
Data Especificação D/
C
V
alor (R$)
S
aldo (R$)
01/03/
201
Disponibilidade financeira no início do mês
30/03/
2012
Disponibilidade financeira no final do mês
Legenda: D = débito; C = crédito
Caso não se estabeleça procedimentos de rotina de acompanhamento, podem se
caracterizar situações difíceis de compreender e retomar a rotina de controle.
Quadro 25. Movimento mensal das disponibilidades financeiras
Ordem Agente
financeiro
Tipo de
conta
Número da
conta
Saldo inicial Entrada Saída Saldo final
Total geral
O controle de contas a receber e a pagar representa instrumentos e procedimentos sem
os quais a gestão de um empreendimento não funciona. É comum bons projetos perderem o
controle interno, fato que determina o descontrole externo e compromete a confiança no
empreendimento.
Quadro 26. Controle mensal de contas a receber
Ordem
Devedor Valor
(R$)
Data do
vencimento
85
85
7. Potencialidades e ameaças do Plano de Negócio e Gestão, Elementos
Referência a partir das Estratégias de Gestão
A matriz FOFA foi aplicada de forma direcionada para o contexto dos empreendimentos
e deste Plano de Negócio e Gestão. O contexto deste plano buscou os 8 empreendimentos
considerados consolidados economicamente no território e capaz de revelar referências
metodológicas a partir de diferentes estratégias de gestão. O foco de análise privilegiou a
análise comparativa dos resultados e custos da fase de comercialização de 8 estudos de caso.
Os estudos de caso representam diferentes estratégias de gestão e/ou fases distintas de uma
mesma estratégia.
Neste momento a diferenciação das estratégias de gestão foi analisada no seu conteúdo
e forma de apresentação pelos representantes de diferentes organizações e instituições que
participam do CONSAD do Território do Extremo Oeste Catarinense.
As potencialidades e ameaças foram identificadas e debatidas definindo ações a serem
realizadas na análise das estratégias de gestão comparando os resultados e características
dos 8 estudos de caso. Primeiro recuperou-se as definições conceituais que caracterizaram os
empreendimentos no âmbito do território e do sujeito social de desenvolvimento o CANSAD do
Extremo Oeste Catarinense.
- Arranjos de Empreendimentos: um grupo de empreendimentos com relações de
parceria estabelecida por diferentes níveis de proximidade. Os Arranjos podem ser constituídos
por grupos de 2 grau em parceria temática específica.
- Arranjos de Empreendimentos de 2 Grau: Grupos de arranjos em parceria temática
específica definida por algum elemento econômico e/ou social. Para este estudo o produto
queijo colonial (arranjo derivado de leite) e salame (arranjo embutido de suíno) foram
considerados o elemento econômico aglutinador.
Os estudos de caso deste Plano de Negócio e Gestão são considerados as referências
regionais dos 2 arranjos de empreendimentos analisados “embutidos de suíno” e “derivados de
leite”. Nos 2 arranjos de empreendimentos estudados foram escolhidos 2 arranjos de
empreendimentos de 2 grau: “queijo colonial” e “embutido de suíno salame”. Foram
identificados 4 estudos de caso analisados para cada arranjo de 2 grau localizados em 5
municípios do território.
A seguir o quadro que caracteriza os 8 empreendimentos:
Empreendimento Meio
Ecológico
Trajetória
sócio
econômica
Mix de produtos Organização da Gestão
e Mercado
Queijo IRMÃOS DIEL
Guaraciaba
(1d) (2b) Individual (3 a) Associação
Familiar/ampliado
Salame LETAVO
Guaraciaba
(1d) (2b) Individual (3 a) Associação
Familiar/amplo
Queijo COMILPE (1c) (2c) Associado (3c) Cooperativa/ampliado
86
86
Tunápolis
Salame SANTA FÉ
Itapiranga
(1 a) (2 a) Individual (3 a) Associação
Familiar/amplo
Queijo SANTA CLARA
Dionísio Cerqueira
(1e) (2b) Individual (3 a) Familiar/local
Queijo WNIG Anchieta (1f) (2b) Individual (3 a) Familiar/Local
Salame MARO DANEL
Guaraciaba
(1d) (2b) Relacionado (3b Familiar/ampliado
Salame NONO COSER
Guaraciaba
(1e) (2b) Individual (3 a) Familiar/ampliado
No segundo momento a definição importante, foi diagnosticado três estratégias de
gestão a partir da analise da combinação das vaiáveis componentes da gestão e dos
resultados de comercialização e venda.
A – Estratégia Associação Familiar, Mix de Produto Individual, Mercado Local: “Queijo
IRMÃOS DIEL”
B – Estratégia Associação Familiar, Mix de Produto Individual, Mercado Amplo: “Salame
SANTA FÉ”
C – Estratégia Cooperativa, Mix de Produto Associado, Mercado Ampliado: “Queijo
COMILPE”
O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL” localizado no município de Guaraciaba está
localizado no meio ecológico indicado como (1d) cujas características incluem a ocupação do
solo com agricultura de pastagens e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais
de altitude media para o território acima de 400 metros.
O município de Guaraciaba possui a trajetória histórica de formação no segundo período
regional próximo a 1940. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização
geográfica e social em um período e acumulação média para o território.
O empreendimento “Queijo IRMÃOS DIEL”, conforme o quadro anterior é comercializado
em um mix individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não
compondo um conjunto maior de produtos. A organização é de associação familiar exigindo
processos mais complexos de gestão e o mercado é local cujo significado é a menor escala e
menor área geográfica de comercialização.
A organização de gestão é de associação familiar e o mercado de comercialização
qualificado como local tanto pela escala menor de quantidade de produtos como por rotas de
comercialização não distantes.
O empreendimento “Salame SANTA FÉ” localizado no município de Itapiranga está
localizado no meio ecológico indicado como (1 a) a agricultura de terras baixas intensiva
especializada com mata a 249 metros e (1b) de agricultura de altitude a 421 metros mesclando
mosaicos de matas.
87
87
O município de Itapiranga possui a trajetória histórica de formação no primeiro período
regional próximo a 1920. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização
geográfica e social em um período e acumulação ampliada para o território.
O empreendimento “Salame SANTA FÉ”, conforme o quadro anterior é comercializado
em um mix individual de produtos cujo significado é de especialização de comercialização não
compondo um conjunto maior de produtos. A organização é de associação familiar exigindo
processos mais complexos de gestão e o mercado é amplo cujo significado é a grande escala
e grande área geográfica de comercialização determinando a gestão de logística ampliada das
rotas e trabalho de vendas.
O empreendimento “Queijo COMILPE” localizado no município de Tunápolis está
localizado no meio ecológico indicado como (1c) cujas características incluem agricultura de
solo exposto a 570 metros de altitude e (1d) a ocupação do solo com agricultura de pastagens
e presença acentuada de mosaicos de fragmentos florestais de altitude media para o território
acima de 400 metros.
O município de Tunápolis possui a trajetória histórica de formação no terceiro período
regional próximo a 1990. Esta trajetória associada a outros fatores pode indicar sua localização
geográfica e social em um período e pequena acumulação para o território.
O empreendimento “Queijo COMILPE”, conforme o quadro anterior é comercializado em
um mix associado de produtos cujo significado é de diversidade de produtos na
comercialização e exigindo logística e trabalho complexos e ampliados. A organização é
cooperativa que determina processos de gestão mais complexos interferindo na tomada de
decisão. O mercado é ampliado determinando logística de transporte e trabalho também
ampliados.
Matriz FOFA
Fortalezas/Potencialidades Ameaças
Os 8 empreendimentos considerados
referência de gestão: o reconhecimento
Legislação
Identificação dos pontos positivos e
negativos para orientar os estudos de caso e
outros empreendimentos
Assistência Técnica
Apelos ecológicos, culturais e
gastronômicos da paisagem do território
O terceiro momento aprofundou os principais componentes do custo da fase de
comercialização a partir da meta central do plano de negócio e gestão: “orientar ações para
reduzir em 30% os custos da fase de comercialização”.
O quando a seguir apresenta os três empreendimentos estudo de caso referência para
demonstrar as três estratégias de gestão existentes no território. As diferenças incluem a
escala de produtos comercializados e a escala de pontos de venda municipais dois
88
88
componentes que passam a compor diferentes combinações das variáveis determinantes dos
custos e das necessidades de gestão.
Arranjo 1 2 5
Produto Queijo Queijo Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Fé
Município Guaraciaba Tunápolis Itapiranga
Tipo E Assoc Famíliar Coop Assoc Familiar
São José do Cedro 4.000 - -
Guaruja 6.000 - -
Guaraciaba 12.000 - -
São Miguel do Oeste - 9.600 -
Tunápolis - 4.800 -
Belmonte - 2.800 -
Santa Helena - 3.200 -
Iporã do Oeste - 2.400 24.000
Descanso - 1.600 -
Itapiranga - 3.600 48.000
Outros estados - 6.000 28.000
São João do Oeste - - 28.000
Mondai - - 40.000
Total 22.000 34.000 168.000
No quadro abaixo dois novos elementos diferenciadores dos estudos de caso: a
distância das rotas de comercialização e a proporção das rotas em relação a quantidade de
produtos comercializados.
O empreendimento 2 possui uma rota 200% maior do que o empreendimento 1 e
comercializa um volume de produtos cerca de 30% a mais. O empreendimento 5 comercializa
um volume de produtos cerca de 400% maior em relação ao empreendimento 2, e sua rota, no
entanto, é cerca de 30% maior.
Arranjo 1 2 5
Produto Queijo Queijo Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Fé
Município Guaraciaba Tunápolis Itapiranga
São José do Cedro 3.533 - -
Guaruja 4.637 - -
Guaraciaba 2.400 - -
Tunápolis - 7.560 -
Belmonte - 3.978 -
Santa Helena - 2.970 -
89
89
Iporã do Oeste - 2.511 9.720
Descanso - 5.940 -
Itapiranga - 5.544 4.550
Outros estados - 2.250 8.085
São João do Oeste - - 4.950
Mondai - - 11.880
Total 10.570 30.753 39.185
A gestão do trabalho como componente dos custos da gestão da fase de
comercialização é apresentada no quadro a seguir. O empreendimento 2 novamente apresenta
uma demanda de trabalho 100% maior do que o empreendimento 1 ainda que comercialize
uma quantidade 50% maior. Em relação ao empreendimento 5 a demanda de trabalho cresce
cerca de 150% em relação ao empreendimento 2 e o volume de produtos comercializados é
cerca de 400% maior.
Arranjo 1 2 5
Produto Queijo Queijo Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Fé
Município Guaraciaba Tunápolis Itapiranga
São José do Cedro 33,6 - -
Guaruja 33,6 - -
Guaraciaba 24,0 - -
São Miguel do Oeste - 22,5 -
Tunápolis - 22,5 -
Belmonte - 22,5 -
Santa Helena - 22,5 -
Iporã do Oeste - 22,5 120,0
Descanso - 22,5 -
Itapiranga - 22,5 130,0
Outros estados - - 110,0
São João do Oeste - - 110,0
Mondai - - 120,0
Total 91,2 180,0 590,0
O quadro a seguir apresenta a síntese dos três estudos de caso utilizados como base
para analisar as três estratégias de gestão. A análise em detalhe dos quadros anteriores sobre
os três estudos de caso permite identificar elementos de gestão os quais devem ser
considerados ações de planejamento a partir do plano de negócio e gestão e compreendidas
como elementos de diagnóstico vinculado a estratégia de gestão.
Os elementos de análise a seguir consideram a renda da estratégia 5 em fase final de
consolidação. Esta afirmação considera a estratégia de gestão com grande equilíbrio entre a
combinação de variáveis componentes de custo e resultados.
90
90
Arranjo 1 2 5
Produto Queijo Queijo Salame
Marca Irmãos Diel Comilpe Santa Fé
Município Guaraciaba Tunápolis Itapiranga
Famílias 2 10 3
Vendas (kg) 22.000 34.000 168.000
Preço (R$/kg) 11,27 11,37 12,13
Valo Bruto (R$/ano) 248.000 386.600 2.038.000
Custo de transporte fase de coml
(R$/kg) 0,528 1,208 0,257
Custo de trabalho fase de coml
(R$/kg) 0,290 0,394 0,527
Custo log de transporte (%/preço) 4,7 8,8 2,1
Custo log de venda (%/preço) 2,6 3,3 4,3
Custo administrativo (%/preço) 31,0 27,3 30,5
Custo processamento (%/preço) 16,0 15,0 22,3
Custo produção (%/preço) 22,2 22,0 28,9
Total dos custos (%/preço) 76,5 76,2 88,1
Margem (%/preço) 23,5 23,8 11,9
Valor Líquido (R$/ano) 58.389 91.972 243.197
Renda familiar mensal (R$) 2.433 766 6.755
Kg/Km 2,1 1,1 4,3
rota (km/2000 kg) 961 1.809 466
kg/dia 241 189 285
A seguir são apresentadas 7 ações propositivas geradas pelo PNE e Gestão. Todas as
ações foram pactuadas pela oficina final de validação entre as instituições parceiras que fazem
parte do Sujeito Social de Desenvolvimento CONSAD:
7) Todas as três estratégias podem ampliar sua escala de venda em determinada
proporção com ampliação de custos em proporções menores e ampliar renda final até
aproximar-se da estratégia 5.
8) A estratégia 1 deve amplia sua escala cerca de 20% a 30% com redução do
custo de transporte aproximando sua renda da estratégia 5. O custo de transporte desta
estratégia deverá ser reduzido na mesma proporção da ampliação da escala.
9) O empreendimento 2 precisa ampliar sua escala na proporção acima de 200%
e/ou planejar em proporções possíveis seus custos conjuntamente com os demais produtos
associados, reduzindo seus custos de transporte em cerca de 50%, e o custo de trabalho de
venda será reduzido em determinado nível de escala e tenderá a ser ampliado em relação aos
valores atuais a partir de um segundo nível de ampliação aproximando-se dos valores da
estratégia 5.
10) Ampliar as agrondustrias/empreendimentos com serviço de inspeção para
permitir a associação de produtos no mix de comercialização com redução de custos.
11) Estruturar serviço de ATER especializado para os empreendimentos.
91
91
12) Ampliar os selos dos produtos incluindo os atributos cultuais e ambientais da
diversidade ecológica onde estão inseridos os empreendimentos agroindustriais.
A diversidade ecológica e de uso do solo no território mescla aspectos aos quais os
produtos da agroindústria familiar devem estar vinculados. A região possui diferentes micro
paisagens mesclando a agricultura com fragmentos de matas remanescentes ocupando morros
e vales os quais são ocupados por pequenas unidades de produção familiares de complexa
culturalidade.
- Iporâ do Oeste (e Mondai) e a agricultura de terras baixas intensiva especializada com
mata a 249 metros.
- Agricultura de altitude de São João do Oeste a 421 metros mesclando mosaicos de
matas.
- Agricultura de solo exposto de Descanso e Belmonte a 570 metros de altitude.
- Agricultura de solo coberto por pastagem e mosaicos de Barra Bonita e Guaraciaba nas
áreas altas 445 metros.
- Agricultura nos mosaicos de fragmentos de altitude em Guaruja do Sul e Dionísio
Cerqueira a 676 metros de altitude.
- Agricultura de produção de sementes nas altitudes de Anchieta e Palma Sola a 831
metros.
Os salames e os queijos criaram rotas sociais e econômicas atravessando e recortando
a diversidade de paisagem identificada acima da mesma forma que os grandes rios da região e
seus diversos afluentes criam caminhos ecológicos e culturais. A rota gastronômica dos
produtos da agroindústria deve buscar vínculos formais com a paisagem e ampliar seus apelos
de consumo para uma população que já identifica diferenças nestes aspectos e orienta a busca
de alimentos comprometidos com causas sociais e ambientais.
Esta ação de ampliação de selos as marcas dos produtos deve buscar agregações em
três níveis todos vinculados a agricultura familiar:
- Na ecologia da paisagem orientada pelos rios e mosaicos de fragmentos florestais;
- Na culturalidade das diferenças das unidades de produção familiares em seus
municípios e comunidades;
- Na gastronomia dos hábitos alimentares das diferenças regionais;
A tarefa é identificar apelos em cada um destes níveis e construir selos componentes
das marcas. Os selos identificarão rotas na paisagem as quais devem ser divulgadas e
convidar os consumidores culturais, ambientais e sociais a visitarem via online e em rotas
presenciais de turismo. Esta é uma ação para o serviço especializado de ATER.
Os indicadores de kg/km de rota de comercialização e kg de produtos
vendidos/comercializados por dia de trabalho da estratégia 5 devem servir de meta orientadora
ao planejamento das estratégias 1 e 2. O quadro anterior apresenta o indicador km de rota
necessários para completar uma carga comercializada de 2.000 kg o qual pode ajudar no
planejamento das estratégias de comercialização.
92
92
Bibliografia Consultada
- IBGE, Censo Agropecuário 2006.
- IBGE, Planejamento Agrícola Municipal 2010.
- IBGE, Censo Populacional 2010.
- PTDRS Território Extremo Oeste, 2012.
- Elisiane Andreola, Tese de Mestrado, AVALIANDO PROPOSITIVAMENTE A
EXPERIÊNCIA DO CONSAD DO EXTREMO OESTE CATARINENSE COMO UM MODELO
DE GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL, 2011.
- CONSAD DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA DIAGNÓSTICO DA REGIÃO,
CEADES, 2004.
- PLANO DE AÇÃO DO FÓRUM CONSAD DO EXTREMO OESTE DE SANTA
CATARINA, CEADES, 2004.
- A CONSOLIDAÇÃO DO EXTREMO OESTE DE SANTA CATARINA COMO
TERRITORIO RURAL, Hoilson Fogolari, Ronaldo Martins e Sinval Goulart, CEADES: Instituto
de Estudos e Assessoria ao Desenvolvimento, 2012.
- ESTUDO DE LOGÍSTICA E MERCADO PARA A REGIÃO DO EXTREMO OESTE
CATARINENSE, ACORDAR/CONSAD, 2012.