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PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 1 Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural das Províncias de Manica e Sofala (PADR) - Aid 9021 Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM) Referência: 002/2012 PLANO DE NEGÓCIOS Versão final, 30/04/2013 Packhouse para acondicionamento de manga fresca e unidade de processamento (secagem e conservação) de frutos tropicais como manga, banana, e ananás

Plano de Negocios ~ Packhouse manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

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PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 1

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural

das Províncias de Manica e Sofala (PADR) - Aid 9021

Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM)

Referência: 002/2012

PLANO DE NEGÓCIOS

Versão final, 30/04/2013

Packhouse para acondicionamento de

manga fresca e unidade de processamento

(secagem e conservação) de frutos

tropicais como manga, banana, e ananás

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SUMÁRIO EXECUTIVO

Este Plano de Negócios visa o estabelecimento de uma unidade fabril, composto por:

a) Um Packhouse para classificação, tratamento contra a mosca de fruta, enceramento,

polimento, embalagem e armazenamento em câmara fria de manga fresca

proveniente de quatro membros do Consórcio e outros produtores comerciais da zona

centro do país.

b) Uma unidade de processamento (secagem, despolpa, conservação) de varias frutas

tropicais como manga, banana, ananás, abacaxi, etc., provenientes de centenas de

produtores de pequena escale da região centro do país.

Este projecto é levado a cabo pelo Consórcio de Fruticultores Associados de Manica,

denominado CFAM, num empreendimento Moçambicano conjunto de quatro produtores

comerciais de manga em colaboração com a Agência de Desenvolvimento Económico

Local de Manica (ADEM).

O principal diferenciador competitivo deste projecto tem duas vertentes. A primeira se

relaciona com o facto da época da colheita em Manica iniciar mais cedo em relação a

produção Sul-africana. Nesta altura os preços são suficientemente altos para compensar

os custos adicionais para chegar a este Mercado, e mesmo oferecer margens atractivas

em comparação com os fornecedores da África do Sul.

A segunda vertente que é o tratamento da manga contra a mosca da fruta em conjunto

com as medidas fitossanitárias vai permitir a venda da manga fresca no mercado local

lucrativo de Maputo / Matola.

A unidade de processamento (O Packhouse) estará localizada centralmente em Inchope

para aproveitar das condições logísticas existentes em termos de transporte e

proximidade de zonas de produção e oferecer também aos outros produtores de fruta,

sobretudo aqueles do sector familiar, a possibilidade de diversificar o seu mercado

através da opção de secagem e conservação de produtos, que até então só podem ser

vendidos fresco e a preços baixos.

Actualmente, entre o Consórcio e outros produtores, tanto de pequena como de grande

escala, há volume de fruta diversa suficiente para justificar um tal investimento. A fim

de chegar a mercados regionais (e eventualmente internacionais), uma instalação

avançada de acondicionamento, conforme o protocolo de qualidade correspondente

(GlobalGap, HACCP) é uma necessidade.

Para poder se aproveitar da janela de oportunidade na África do Sul (3 - 4 semanas),

será imprescindível uma disciplina rigorosa na planificação e implementação da produção

e acondicionamento da manga fresca.

As demonstrações financeiras reflectem a situação das unidades de acondicionamento e

de secagem / conservação em conjunto. Em condições normais, um packhouse por si só

dificilmente podia ser uma unidade de renda autónoma, mas deve ser considerado em

conjunto com as plantações. Devido ao facto de que, se trata duma empresa conjunta,

não houve alternativa para apresentação separada dos resultados. Prevê-se que a linha

de acondicionamento só gerará lucros modestos e a médio prazo, enquanto as outras

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actividades de valor acrescentado de processamento (secagem, conservação, Atchar, e,

até um certo nível, venda de fruta fresca) vão permitir exploração rentável do conjunto

das actividades de transformação de fruta (e vegetais).

Este projecto é uma oportunidade impar de investimento, pois oferece ao investidor, a

oportunidade de investir para acrescentar valor, em forma de acondicionamento de

manga fresca e processamento de frutas, que melhorará o rendimento e a performance,

melhorará a imagem do Corredor da Beira, porque tem potencial elevado para uma

indústria de fruta diversificada e oferece as opções de marketing alargadas. Para além

disso o projecto tem uma forte componente de impacto social em criar renda e emprego

para as populações das zonas rurais do corredor da Beira.

Conteúdo 0. JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO 6

0.1 Introdução 6

0.2 Justificação do projecto 7

0.3 Impacto do Projecto nos grupos alvos e beneficiários finais 9

1. VISÃO / MISSÃO / OBJECTIVOS 10

2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO 12

2.1. Identificação dos sócios, Distribuição do Capital 12

2.2. Enquadramento Legal 12

2.3 Descrição da Actividade, Produtos e Serviços 12

2.4. Localização 13

2.5. Equipa de Gestão 13

2.6. Organização Funcional e Organigrama 15

2.7. Recursos humanos 15

2.8. Ambiente Social e Cultura de Empresa 16

2.9. Meios Operacionais e Logísticos 17

2.10. Tecnologias/Logística/Organização da produção (traçado; diagramas e

fluxos de produção) / Qualidade / Ambiente / I&D 18

2.10.1 Áreas de produção da fruta 19

2.10.2 Planificação da produção da manga 20

2.10.3 Aquisição de outras frutas 20

2.10.4 Sazonalidade de produção 21

2.10.5 Cálculo de Capacidade das unidades 21

2.10.6 Cadeia de frio e logística 22

2.10.7 Acondicionamento da manga 23

2.10.8 Limpeza e descasque da fruta 24

2.10.9 Processamento da fruta e vegetais (secagem ou conservação) 25

2.10.10 Tecnologias (equipamentos e maquinaria) 26

2.10.11 Rácios da produção – secagem e processamento 29

2.10.12 Fluxo de Produção: processamento da manga e secagem de frutas 30

2.10.13 ‘Layout’ - Traçado do packhouse 31

2.10.14 Qualidade 34

2.10.15 Requisitos para a logística e a embalagem 35

2.11 Plano de Comercialização 36

2.11.1 Estratégia de marketing 36

2.11.2 Marketing Mix 38

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2.11.3 Canais de Marketing 39

2.11.4 Despacho de Exportação 40

2.12. Outros Factos Relevantes 40

2.12.1 Parcerias tecnológicas e comerciais 40

3. ANÁLISE DE MERCADO 41

3.0.1 Situação actual 41

3.0.2 Demanda 41

3.1. Contexto Internacional, Regional, Nacional, Provincial e Local 42

3.1.1 Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga 43

3.1.2 Conhecimento do Mercado e colocação de produtos 44

3.2. Definição e Caracterização do Mercado 46

3.2.1 Preferência do consumidor 46

3.2.2 Segmentos do Mercado da manga 47

3.2.3 Análise dos Mercados de manga fresca 47

3.2.4 Análise dos Mercados de fruta seca 49

3.2.5 Outros potenciais produtos / mercados 50

5. ANÁLISE ESTRATÉGICA 51

5.1. Rivalidade Concorrencial 51

5.1.1 Análise da Concorrência 51

5.2. Posicionamento Estratégico 53

5.2.1 Marketing Actual e os Mecanismos de Acondicionamento 53

5.2.2 Intermediários / Comerciantes/ Agentes de Marketing 53

5.2.3 Posicionamento 53

5.3. Análise FOFA 54

5.3.1. Ambiente de Operação 55

5.3.2 Riscos e os seus factores de mitigação 56

5.4. Factores Críticos de Sucesso 57

5.5. Definição da Estratégia da Empresa 58

5.5.1 Estratégia de Marketing 58

5.5.2 Marketing Mix da manga 59

5.5.3 Preços de venda e compra 59

6. PLANO DE ACÇÃO 61

6.1. Descrição das Medidas de Acção 61

6.2. Objectivos a Alcançar 63

6.3. Responsáveis pela execução 64

6.4. Quantificação dos Meios humanos e materiais necessários 64

6.5. Cronograma 65

6.6. Sistema de análise e controlo da execução 66

7. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÓMICO-FINANCEIRA 67

7.1. Plano Geral de Investimentos 67

7.1.1 Investimentos a realizar 67

7.1.2 Descriminação de principais investimentos 68

7.2. Plano Financeiro 68

7.3. Análise Económica Previsional 68

7.4. Cálculo dos Cash-Flows do projecto 71

7.5. Indicadores de Rentabilidade 71

7.6. Análise da Sensibilidade aos parâmetros críticos 73

7.7. Análise Financeira 73

7.8 Conclusões 74

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Projecção de produção (MT) da manga pelo consórcio CFAM 6

Tabela 2: Produção actual e estimativa da empresa EAM 7

Tabela 3: Produção actual e estimativa da empresa Pinto Agro Pecuária 7

Tabela 4: Previsões da produção da manga 20

Tabela 5: Sazonalidade de fruta a ser processada pela unidade fabril 21

Tabela 6: Normas de Qualidade para a comercialização da fruta fresca na CE. 35

Tabela 7: Marketing mix da exportação de manga 38

Tabela 8: Produção da Manga 2011 Tabela 9: Exportação de manga em 2010 42

Tabela 10: Exportação de Manga da Africa em 2010 (MT) 42

Tabela 11: Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga 43

Tabela 12: Consumo de manga fresca na Comunidade Europeia (2002 – 2006) 44

Tabela 13: Principais exportadores da manga por épocas do ano 44

Tabela 14: Requisitos (tarifários e não tarifários) de acesso a mercados 45

Tabela 15: Riscos e medidas da sua contingência 57

Tabela 16: Distribuição de Mercado da manga fresca 59

Tabela 17: Preços médios de venda usados no Plano de Negócios 59

Tabela 18: Cronograma de actividades 65

Tabela 19: Descrição dos investimentos a realizar 67

Tabela 20: vendas previstas dos principais serviços / produtos (em kg) 69

Tabela 21: preço unitário (por kg) e proveitos previsionais (€) 69

Tabela 22: Custos das mercadorias vendidas e margens brutas. 70

Tabela 23: Fornecimentos e Serviços Externos (FSE) 71

Tabela 24: cash-flows gerados pelo projecto 71

Tabela 25: Conta de exploração previsional do projecto 72

Tabela 26: Análise da Sensibilidade aos parâmetros críticos 73

Tabela 27: Balanços previsionais (em €) 73

Lista de Figuras

Figura 1: Organigramo da empresa 15

Figura 2: Recursos Humanos empregos pela empresa 16

Figura 3: Cadeias de Fornecimento de Manga e outra fruta processada 18

Figura 4: Fluxo do processo de acondicionamento de manga 24

Figura 5: desenho da linha de acondicionamento de manga (vista lateral) 26

Figura 6: Desenho da instalação para secagem de frutas e vegetais 27

Figura 7: Traçado geral do packhouse 31

Figura 8: Mercados de fruta tropical seca nos EAU e China 49

Este relatório é a versão final do Plano de Negócios do packhouse.

Toda a informação nele contido fica sob responsabilidade

dos promotores deste projecto de investimento.

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0. JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO

Este projecto visa impulsionar a Cadeia de valor de Hortifruticultura – principalmente a

da manga, mas também abacaxi, ananás e banana e eventualmente outras frutas e

vegetais. Trata-se dum investimento numa unidade conjunta de processamento e

embalagem (manga fresca) e de conservação (frutas secas e compota, geleia, sumo,

polpa, etc.); que ajudaria aos produtores reter próximo de si uma parte do valor final do

produto, reduzindo as perdas pós-colheita, eliminando alguns intermediários inúteis e

acrescentando mais valor.

0.1 Introdução

A Província de Manica foi desde os tempos remotos considerada como tendo grande

potencial para a produção de frutas. A diversidade de solos, altitude, clima, acesso a

água e a sua distância geográfica com os principais mercados foram sempre

considerados como factores cruciais para o desenvolvimento em grande escala de uma

indústria frutícola virada para a exportação e também para abastecer as necessidades do

país inteiro.

Este facto já tinha sido identificado pelo governo colonial que facilitou o estabelecimento

de algumas empresas de média escala com mais destaque para a produção de citrinos.

Acontecimentos subsequentes à independência, como a guerra civil, a adopção de uma

ideologia política comunista e a ausência de uma mão-de-obra nacional qualificada

constituíram entraves para exploração plena do seu potencial. Só nos finais da última

década é que este potencial começou a ser revivido pelas oportunidades dos mercados.

Em 2007, a convite da EAM Limitada e animados pelas oportunidades de mercado,

quatro produtores Moçambicanos decidiram também investir nesta área, mais

precisamente no cultivo da manga empregando variedades aceites no mercado

internacional. Estes quatro produtores, estão no processo de formação de um Consórcio

com o objectivo de trazer sinergias entre eles de modo a explorar o potencial frutícola

como manga, abacate, ananás e outras frutas nas Províncias de Manica e Sofala.

Empregando fundos próprios, e com o apoio técnico da já estabelecida EAM e da

TechnoServe / AgriFuturo, estes produtores já deram passos significativos tanto na

evolução de seus campos de produção, assim como, na concretização da formação do

consórcio.

A Tabela 1 mostra a situação actual e as tendências de volumes de produção desta fruta

nos próximos cinco anos para os quatro membros do Consórcio CFAM.

Tabela 1: Projecção de produção (MT) da manga pelo consórcio CFAM

Membros CFAM 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17 2017/18

ha Prod. ha Prod. ha Prod. ha Prod. ha Prod.

Tommy Atkins 35.5 156.5 36.5 213.0 52.5 310.5 54.5 387.5 56.5 440.5

Kent 21.0 44.0 22.0 89.0 40.0 146.0 40.0 219.0 40.0 285.0

Keitt 18.0 32.0 19.0 63.0 35.5 112.0 36.0 169.5 36.0 244.0

Total (ha / MT) 74.5 232.5 77.5 365.0 128.0 568.5 130.5 776.0 132.5 969.5

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A informação contida na tabela 1 é baseada em informações detalhadas prestadas pelos

membros do Consórcio acerca das suas áreas de plantação de manga actual e projectada

e estimativas da produtividade anual dos pomares; tomando em conta as idades das

árvores e as condições de rega.

Tabela 2: Produção actual e estimativa da empresa EAM

Empresa EAM Lda 2011/12

(MT) 2012/13

(MT) Estimativo 2013/14

Perspectiva 2017/18

Fresh cut (processamento SA) 380 80 ? p.m.

Manga fresca exportação (SA) 20 0 0 p.m.

Manga fresca local (MZ) 380 48 ? 0

Atchar 0 0 40 40

Secagem 0 0 40 40

Polpação 0 0 20 20

Total 780 128 100 100

Por causa das variações na produção anual, a empresa Empreendimentos Agrícolas de

Manica (EAM) não quis se pronunciar sobre estimativas de produção para os mercados

da manga ‘fresh cut’ e da manga fresca para mercado local. De qualquer forma, prevê

canalizar um mínimo de 100 toneladas por ano através do packhouse para

processamento. A empresa explora um total de cerca 75 hectares de manga, sendo

aproximadamente 25 ha para cada uma das variedades.

Existe a empresa Pinto Agro Pecuária na zona, gerida por Pinto Matavel que explora por

volta de 30 hectares de manga e que foi a primeira dos produtores moçambicanos a

iniciar com a produção em colaboração com a EAM.

Tabela 3: Produção actual e estimativa da empresa Pinto Agro Pecuária

Pinto Agro

Pecuária

ha Produção

2013/14

Produção

2014/15

Produção

2015/16 Produção

2016/17 Produção

2017/18

Tommy Atkins 14 160 210 230 230 260

Kent 8 90 130 130 160 140

Keitt 8 90 110 140 160 160

Total (ha / MT) 30 340 450 500 550 560

0.2 Justificação do projecto

Até ao presente momento, estima-se que os 180 hectares de plantações produzem mais

de 1.500 toneladas de mangas dos quais se estima que mais de 40% se têm perdido

devido à falta de mercados, com maior destaque para a exportação da manga fresca. As

projecções da produção nas tabelas implicarão maiores perdas se condições de

processamento e empacotamento não forem criadas.

O considerável sector familiar da fruticultura no corredor da Beira é subutilizado no

momento e está sob ameaça séria: a infestação da Mosca da Fruta (Bactrocera

invadens). Em 2008, a B. invadens atingiu Moçambique e agora ocorre em todas as seis

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províncias centrais e do norte, incluindo Manica e Sofala. A mosca ataca uma grande

variedade de culturas, incluindo manga, goiaba, abóbora, melão, tomate, citrinos e

castanha de caju. A suposta resistência de banana verde para a mosca ainda está sob

investigação.

Como resultado, as fronteiras com o Zimbabwe e a África do Sul tanto como a barreira

interna no Rio Save fecharam o centro e norte de Moçambique para qualquer fruta indo

para o sul ou leste. Consequentemente, o mercado local está sob pressão dos

agricultores comerciais que procuram livrar-se da sua produção, e, como tal, competindo

com os pequenos agricultores, que tradicionalmente fornecem os mercados locais da

Beira, Chimoio e Tete e do sul de Moçambique, incluindo o maior mercado de Maputo.

Além disso, a ausência de instalações de processamento resulta em uma parte

considerável do produto não ser mesmo colhida ou ficar estragada durante a colheita e o

transporte. Mesmo sob circunstâncias favoráveis, muitas frutas e legumes começam a

perder algumas das suas vitaminas depois de colhida e mantida em condições

inadequadas. Cerca de metade das vitaminas podem ser perdidas dentro de alguns dias,

a menos que o produto fresco seja resfriado ou conservado. Dentro de 1 a 2 semanas,

mesmo a produção refrigerada perde metade ou mais de algumas das suas vitaminas. O

resultado é que o enorme recurso existente está sendo desperdiçado uma vez que os

produtos não são entregues aos mercados em condições aceitáveis. Potencial para a

criação significativa de emprego e envolvimento maior da comunidade rural na produção

agrícola está sendo perdido também.

O Packhouse, objecto deste Plano de Negocio, é uma infra-estrutura produtiva privada

(projecto âncora) no sector hortofrutícola, que vai de longe, solucionar o

constrangimento principal, que o sector actualmente enfrente: a incidência de mosca de

fruta, que impede a exportação de fruta não processada correctamente e em

conformidade com as normas internacionais.

A unidade de processamento estará localizada centralmente no distrito de Gondola, na

localidade de Inchope, para deste modo se aproveitar também a produção de fruta do

sector familiar de toda a zona Centro do país. Ao mesmo tempo esta localização

centralizada permitirá o escoamento do produto acabado para os principais mercados

nacionais e internacionais.

O projecto envolve produtores do sector familiar provenientes de distritos com grande

produção fruteira nas províncias de Manica e Sofala, nomeadamente Gondola, Manica,

Sussundenga, Barué, Nhamatanda, Gorongosa e Chibabava.

Para os produtores comerciais, promotores deste empreendimento, uma unidade de

processamento de manga, certificada pela GLOBALGAP, é a única opção económica para

a exportação de manga fresca para o mercado lucrativo de Africa do Sul, mas também

para o principal mercado doméstico de Maputo e Matola. O actual fornecimento de

manga para processamento em Joanesburgo para usar cortada em saladas é demasiado

pequeno (actualmente existe um só comprador) e tem custos elevados e

consequentemente, margens muito reduzidas.

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0.3 Impacto do Projecto nos grupos alvos e beneficiários finais

Esta unidade fabril vai contribuir para um aumento da produção de frutas nas Províncias

de Manica, Sofala e Zambézia com garantia de mercado para frutas de primeira

qualidade e também para as de segunda que podem ser processadas.

A empresa irá fornecer uma solução de logística, acondicionamento ou processamento, e

comercialização a potencialmente centenas de pequenos produtores de fruta no Corredor

da Beira através de uma facilidade de armazenamento, classificação, acondicionamento,

tratamento, secagem, conservação, empacotamento e comercialização.

O efeito multiplicador deste projecto é substancial na criação de postos de trabalho

directos (no packhouse) e indirectos (nos pomares e machambas dos produtores a

pequena e media escala).

Esta unidade também aumentará o conhecimento do País como produtor e processador

de fruta na arena internacional; um marco que já foi perdido há alguns anos.

A presente intervenção vai melhorar o desenvolvimento da indústria de manga e de

frutas em geral, no Corredor da Beira através de uma aceleração da demanda

internacional.

Além disso, o desenvolvimento do sector de hortifruticultura vai diversificar as fontes de

rendimento para o País.

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1. VISÃO / MISSÃO / OBJECTIVOS

O Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM) pretende, criar uma unidade

de acondicionamento e processamento de fruta (packhouse) a ser sediado na zona de

Inchope, Distrito de Gondola, Província de Manica.

Este packhouse irá trazer as seguintes vantagens para produtores comerciais:

Dar acesso da manga fresca (acondicionada seguindo requisitos internacionais) ao

mercado Sul-Africano, visto que estas frutas seriam lavadas em água quente

(pasteurização) e mitigando assim o risco de contaminação da mosca da fruta. Este

mercado é de grande importância dado a sua rentabilidade.

Abrir o acesso ao mercado doméstico de Maputo / Matola; importante por causa dos

volumes comercializados e preços atractivos.

Aumentar o rendimento destas culturas já que esta unidade irá ter a capacidade de

processar o fruto de segunda classe; através de secagem, processamento em Atchar

ou conservação em compotas, geleias, etc. e ainda a possibilidade de produzir polpa

com objectivo de transformar em sumo que é um mercado emergente.

Esta diversidade irá garantir o mínimo de desperdício possível.

Futuramente a exportação de manga para Ásia e outros mercados internacionais

onde a incidência de mosca de fruta não constitui problema. O seu processamento

(banho quente, polimento e aplicação de fungicida) vai aumentar o período de

utilização, reduzindo assim a sua perecibilidade que é fundamental visto ter que

aguentar o período de transporte marítimo.

Melhorar o valor acrescentado no produto através da graduação, polimento e

embalagem pare retalho de manga e embalagem de ananás, banana e outras frutas.

Os impactos esperados da existência desta unidade de processamento nos pequenos

produtores serão os seguintes:

Aumento da produção e renda dos produtores familiares localizados ao longo do

corredor da Beira provenientes da comercialização de fruta.

O sector agrícola é o principal empregador na área e a actual crise da Mosca de Fruta

está ameaçando a produtividade e a rentabilidade da actividade agrícola. A empresa

vai fornecer uma saída de mercado para os pequenos produtores de frutas que agora

se ressentem da concorrência dos produtores comerciais e / ou enfrentam

dificuldades para colocar os seus produtos nos mercados.

Maior benefício do projecto será obtido pelo sector rural não qualificado da

população. O amplo processo de compra, num raio de cerca 150 km, vai envolver

centenas de produtores locais. Áreas específicas abrangidas serão Macate (Gondola),

Sussundenga, Manica e Tica (Nhamatanda) para frutas como manga, banana,

laranja, tangerina, limão e Muxungué (Chibabave) para abacaxi e ananás.

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Prevê-se que o melhoramento de acesso aos mercados formais, irá trazer vantagens

para pequenos agricultores, como por exemplo:

o Preços dos produtos melhorados;

o Redução de custos logísticos;

o Um mercado mais estável;

o Aumento da demanda;

o Acesso a mercados internacionais (através da conservação da sua produção);

o Aumento da qualidade devido aos requisitos de qualidade na exportação;

o Melhor fluxo de informação;

o A possibilidade de multiplicação de números de produtores de mangas e outras

frutas com o estabelecimento da unidade que garanta um mercado para sua

produção.

Para a empresa são objectivos deste empreendimento, entre outros:

Garantir os padrões de qualidade de produto e a sua penetração no mercado.

(garantir os padrões de consumidor)

Facilitar a expansão de negócio e diversificação do produto

Melhoramento de acesso aos mercados;

Uma variedade de fruta e vegetais pode ser obtido praticamente o ano inteiro e

processada de acordo com a sua sazonalidade

Para a comunidade em geral, as vantagens incluem:

Emprego permanente para pelo menos 20 pessoas, entre operadores / técnicos,

gerente geral, auxiliares administrativos, gerente de produção e operadores de

máquinas.

Disponibilidade de pelo menos 50 postos de trabalho sazonal durante os meses de

colheita entre Novembro a Fevereiro de cada ano.

A criação de consumo de fruta fresca processada e seca na região centro do País e

com possibilidade de expansão para o resto da região.

O eventual aproveitamento da casca e o caroço da manga para a indústria de rações

e da casca de outras frutas para a produção de biogás.

O melhoramento da balança de pagamentos com a exportação de frutas e

arrecadação de divisas para o País.

O projecto não só é viável e sustentável a longo prazo, mas também é essencial para o

crescimento e estabilização das cadeias de valor de manga, banana e ananás. As

soluções fornecidas pela intervenção irão fornecer estabilidade para as cadeias de valor e

incentivar o crescimento sustentado.

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2. DESCRIÇÃO DO PROJECTO

A fim de atender às exigências de exportação de manga, uma unidade de processamento

e empacotamento tecnicamente avançada é uma necessidade sine qua non.

O objectivo deste projecto é essencialmente uma unidade de processamento de manga e

outras frutas para classificação, processamento, empacotamento e armazenamento

refrigerado de frutas, acrescentando assim uma parte vital e actualmente inexistente no

pipeline de exportação. A empresa irá fornecer um serviço de logística que garante a

continuidade da cadeia de frio para o produto embalado e comercializado através da

empresa.

2.1. Identificação dos sócios, Distribuição do Capital

Serão accionistas da empresa em estabelecimento, com iguais participações no capital,

os quatro membros do Consórcio de Fruticultores Associados de Manica (CFAM),

nomeadamente os Senhores Pedro A. A. Paulino, Sergio P. Yé, Joaquim Langa e Pascoal

A. Alves de Castro.

Muito recentemente, a Agência de Desenvolvimento Económico da Província de Manica

(ADEM) tem mostrado o seu interesse em associar-se ao negócio, através duma

comparticipação de equipamento de processamento de fruta (conservação, polpação,

etc.) em seu poder, cujo valor de compra está estimado em USD 220,000, equivalente a

aproximadamente € 168.300. Os pormenores técnicos com relação a sua participação no

negócio serão acertados oportunamente.

2.2. Enquadramento Legal

A empresa em estabelecimento será uma Sociedade de Responsabilidade Limitada,

devidamente registrada, administrada por um Conselho de Administração e pelo Director

Executivo.

2.3 Descrição da Actividade, Produtos e Serviços

O Projecto vai fornecer um pipeline sustentável aos mercados para os agricultores que

serão encorajados a expandir sua produção como resultado da instalação duma

facilidade de acondicionamento e processamento de frutas tropicais e vegetais.

As demonstrações financeiras reflectem a situação das Unidades de Empacotamento e

de Processamento em conjunto. Pretende-se que o packhouse opere como uma unidade

independente (profit centre – centro de lucro) oferecendo serviços de acondicionamento

e processamento aos produtores comerciais da manga, tanto membros do consórcio

como outras empresas existentes ou futuras interessadas neste serviço de logística. A

comercialização, em princípio fica sob responsabilidade de cada produtor.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 13

Para economizar as instalações durante o período fora da época da manga, será levado a

cabo o processamento (secagem e conservação) e comercialização de fruta seca.

Adicionalmente, a empresa vai fornecer uma solução de logística, processamento,

conservação, embalagem e comercialização a potencialmente centenas de pequenos

produtores de fruta no Corredor da Beira através de uma facilidade de classificação,

tratamento, secagem, acondicionamento, armazenamento e comercialização.

2.4. Localização

A unidade será implantada em Moçambique, província de Manica, distrito de Gondola,

Posto Administrativo de Inchope.

As áreas de produção comercial da manga, propriedade dos promotores deste

investimento, localizam-se na zona de Dombe e Revue, no distrito de Sussundenga.

Para além disso, a unidade fabril de processamento visa abranger pequenos produtores

de varias frutas, provenientes de pelo menos seis dos oito distritos abrangidos pelo

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural das Províncias de Manica e Sofala (PADR).

Sendo neste caso concreto os distritos de Gondola, Manica e Sussundenga na Província

de Manica, e os distritos de Nhamatanda, Gorongosa e Chibabava na Província de Sofala.

2.5. Equipa de Gestão

O Projecto será gerido por uma equipa de gestão, nomeado pelo Consórcio de

Fruticultores Associados de Manica (CFAM) e pela ADEM nas fases de desenvolvimento,

planeamento e implementação.

Pretende-se contractar o senhor Claudio Ezequiel Gundana para gerir a futura unidade

de processamento de frutas. Ele já tem uma experiencia prévia numa área similar, i.e.

participou na montagem e gestão da fabrica de sumos e compotas de Macate durante os

últimos 3 anos. O senhor Gundana possui uma Licenciatura em Agro-negócio pelo

Instituto Superior Politécnico de Manica (ISPM) e trabalha para a ADEM desde o ano

2010. Ele tem experiência em promoção de actividades geradoras de rendimento

adquirida em projectos de FHI, Essor, FAO, entre outros.

Todos os quatro membros do Consórcio são proprietários / representantes de empresas

agro-pecuárias. Portanto, estes possuem alguma experiência em gestão de empresas

deste ramo. Todos membros têm formação superior em agronomia ou agro-negócios e

todos são de nacionalidade Moçambicana.

1. Pedro António Armando Paulino tem um Mestrado em Estudos Agrícolas (Gestão e

Desenvolvimento Rural) da Universidade de Queensland, Brisbane, Austrália.

Para além de ser proprietário singular do estabelecimento hoteleiro com 18 quartos,

chamada ‘Manica Lodge’; Pedro é agricultor privado de produção de fruteiras: manga e

líchias (2008-2013); produção de gado de corte (1994-2012); produção de tabaco

Burley e cereais (1992-1995) e produção avícola (1989-1990).

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 14

Desde 1997 até a data ele desempenha a função de Coordenador de Projectos para a

agência de cooperação Alemã (GTZ). Entre 1988 e 1995 desempenhou as funções de

Chefe de Serviços e de Director Provincial em Manica dentro do Ministério de Agricultura.

2. Sérgio Pereira Yé é o gestor geral de CODFARM - Agro-pecuária e Prestação de

Serviços, Lda responsável para a produção e recursos humanos. Sérgio tem um

Bacharelato em Engenharia Rural e um Mestrado em Economia Agrícola da Universidade

de Queensland em Austrália.

De 1991 a 2000 Sérgio estava envolvido em actividades de Extensão Rural trabalhando

para o Ministério da Agricultura, onde ele lidou com diferentes culturas alimentares e

comerciais, horticultura, incluindo árvores fruteiras, irrigação, etc. Durante este período,

como um hobby, Sérgio dedicou cinco anos a produção de produtos hortícolas. Desde

2002 ele está a produzir tabaco Virgínia. Esta operação foi desenvolvida numa quinta em

Sussundenga com 100 ha de terra, dos quais 30 ha limpas. Em 2006 o CODFARM iniciou

a produção de codornizes para o mercado local, que agora produz uma média de 600

codornizes embaladas. Entre 1998 e 2000 produziu em média 1,000 frangos por mês

para venda na província de Tete e entre 1993 e 1997 cultivou vegetais diferentes em 1,0

hectare com irrigação de gravidade em Belas Manica para vender principalmente na

Beira. De 1988 a 1991 foi técnico de irrigação na Secretaria de Estado de Hidráulica

Agrícola. Em 2006 foi empregue pelo FIDA como Assessor em Extensão.

3. Joaquim Sidónio Raimundo Ofiço Langa é proprietário de uma empresa

Unipessoal que se dedica a Produção de mangas e criação de gado. Licenciado em

Medicina Veterinária pela Universidade Eduardo Mondlane (1988) e com Mestrado em

Produção Animal e Nutrição pela Universidade de Aberdeen na Escócia, Reino Unido em

2004. Desenvolveu actividades de pecuária, criação de poedeiras como hobby (1990 a

1994), de gado bovino de corte e ovinos desde (1991 a 2013).

Joaquim é produtor de mangas em Manica onde desenvolve desde 2009 a instalação de

um viveiro e a plantação de mangueiras e criação de Gado bovino de corte e caprinos.

De 1988 a 2005, Joaquim desenvolveu actividades técnicas ligadas ao MINAG, ao nível

das Províncias de Sofala como Veterinário distrital e Gaza como Chefe dos Serviços

Provinciais de Pecuária (1993 a 2004), tendo depois sido transferido para assumir

funções de direcção na DPA da Província de Manica. Desenvolveu actividades inerentes a

extensão, programas de repovoamento e reabilitação pecuária e no contexto geral de

desenvolvimento rural. Desde 2006 Consultor e Gestor Nacional da iTC – Iniciativa para

terras Comunitárias gerido pela empresa KPMG.

4. Pascoal Adriano Alves de Castro é Director e proprietário da empresa Lucite

Empreendimentos Lda, com a sede em Chimoio que se dedica às actividades de agro-

pecuária e silvicultura (produção e venda de mudas de fruteiras, essências florestais

nativas e exóticas, produção e exportação de frutas tropicais (Manga híbrida) entre

outras actividades ligadas ao maneio geral de plantas e meio ambiente. Sendo técnico

sénior em agro-negócios ele tem grande experiência na área de gestão de negócios

agrícolas, assistência técnica e formação (área agro-pecuária), micro-finanças e Serviços

de Desenvolvimento de Negócios. Ele tem vasta experiência em desenvolvimento de

associativismo e liderança e implementação de actividades geradoras de rendimento

adquirida em projectos de ChildFund, FAO, ACDI/VOCA, AfriCare, entre outros.

A Agência de Desenvolvimento Económico da Província de Manica (ADEM) é uma

instituição sem fins lucrativos com o conjunto dos membros composto por instituições

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 15

locais públicas e privadas. Ela foi criada para promover o desenvolvimento económico

local, na província de Manica, através de actividades produtivas que incluem apicultura,

avicultura, chá e empresas que adicionam valor, tais como processamento de frutas e

vegetais. ADEM também está envolvida na promoção do empreendedorismo através da

prestação de Serviços de Desenvolvimento de Negócios e micro-finanças e tem

estabelecido um fórum de negócios visando promover o diálogo entre os sectores público

e privado.

Para além das capacidades específicas destes gestores / accionistas, serão usados

consultores internacionalmente reconhecidos nas fases iniciais do projecto para que a

implementação seja correta e fundamentada.

2.6. Organização Funcional e Organigrama

A unidade de acondicionamento e processamento ficará sob direcção do Consórcio de

Fruticultores com funções especializadas sendo introduzidas em níveis adequados.

2.7. Recursos humanos

Guiados pelos membros do Consórcio, a equipa de gestão será recrutada e treinada

localmente.

Figura 1: Organigramo da empresa

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 16

A fábrica dará emprego local a tempo inteiro, para 20 pessoas, incluindo 2 gerentes,

operadores qualificados para acondicionamento de manga, secagem, conservação,

embalagem e sistema de refrigeração, oficial de marketing, encarregados de armazém,

recepção e expedição, operador de empilhadora e faxineira. Como uma instalação que

opera durante vários meses, mas não durante todo o ano, o número de funcionários

dedicados em tempo integral será limitado. Até 25 trabalhadores temporários,

predominantemente do sexo feminino, serão contratados na época da colheita para

limpeza e descasque de frutas.

Tanto quanto possível, o trabalho manual será utilizado para o descasque dos frutos e a

embalagem e rotulagem das caixas e outras embalagens.

2.8. Ambiente Social e Cultura de Empresa

A empresa, dará emprego nas instalações em Inchope a pelo menos 25 trabalhadores

sazonais e um staff permanente de 20 pessoas. Em Inchope não existem grandes

empregadores formais; portanto uma unidade de processamento situada na periferia de

Inchope será bem acolhida pelo governo e pela comunidade da localidade.

Com visto a estabelecer relações jurídico-laborais internas, será elaborado e acordado

com a representação de trabalhadores, um Regulamento Interno, que tem como

objectivos a elevação do nível de prestação de serviços, boas relações de trabalho,

consolidação da disciplina laboral, bem como a estabilidade económica da empresa.

O referido Regulamento constituirá um dos esteios da política de desenvolvimento do

capital humano que assenta na trilogia: afectação de acordo com as aptidões e

Figura 2: Recursos Humanos empregos pela empresa

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 17

necessidades; desenvolvimento permanente de competências através da formação em

exercício e outras e valorização em termos de carreira profissional.

Com efeito, a valorização da pessoa humana assenta não só na clarificação das carreiras

profissionais e qualificadores de função bem como numa escala remuneratória que

corresponda a justa contrapartida pelo trabalho prestado associada a critérios de

estímulo e bonificação adequados.

2.9. Meios Operacionais e Logísticos

Na fase de instalação, a empresa irá utilizar fornecedores locais, sempre que for

possível, embora a maioria do material para as linhas de empacotamento, equipamento

de classificação, instalação de secagem, etc. Tenham de ser adquirida no exterior,

sobretudo da Africa do Sul.

As mais importantes empresas regionais para a montagem já foram contactadas para os

componentes de refrigeração, secagem, linhas de classificação / acondicionamento e de

embalagem. Fabricantes locais e empresas de construção civil estarão engajados para

fornecer componentes da unidade fabril a ser construída profissionalmente.

O consórcio já identificou as empresas transportadoras de camiões frigoríficos (reefer

trucks) para mover o produto fresco para os diferentes mercados e para os portos de

saída. Será necessário adquirir transporte para escoar caixotes (bulk bins) de 500 kgs de

fruta cada, das plantações para a unidade fabril, junto com uma empilhadora de garfo.

Os grandes agricultores individuais serão, em parte, responsáveis pela entrega da

manga fresca à unidade de acondicionamento. Para angariação de produto dos pequenos

agricultores, que não possuem meios logísticos, a empresa vai usar parcialmente o seu

próprio transporte.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 18

2.10. Tecnologias/Logística/Organização da produção (traçado;

diagramas e fluxos de produção) / Qualidade / Ambiente / I&D

Transport

e

Produção

Insumo

s

Acondicionamento

Armazenamento

Transporte

Desalfandegamento

Comercialização

Mercados

Camiões: plantação para packhouse

Mão-de-obra Fertilizantes Mudas Agua Diesel Insecticidas

Transporte fretada:

reefer 30 MT

Contentor

frio

Pequenos

camiões

Maputo ou

fronteira

Machipanda

Porto Beira

ou Maputo

Pequenos

camiões

Plantações comerciais de manga

Classificação,

acondicionamento

Armazenamento frio

Processamento

(secagem/conservação)

Sector familiar

Armazenamento

(seco)

Alliance Fruit

(RAS)

Media Oriente

/ Asia

Africa do Sul: fruta

fresca / fresh cut

Mercado

fresco Beira,

Tete, Maputo

Exportação

fruta seca

Grosista fruta seca

(RAS?)

Figura 3: Cadeias de Fornecimento de Manga e outra fruta processada

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 19

2.10.1 Áreas de produção da fruta

Em Moçambique plantações de mangueiras podem ser encontradas em todo território,

tendo um grande potencial de produção em muitas partes do país assim como outras

frutas tropicais e subtropicais. Por muitos anos, a produção de manga, foi para consumo

e mercado local de variedades quase nativas. A produção comercial de manga em

Moçambique é recente.

Actualmente plantações de tipo comercial encontram-se na província de Manica, situada

a aproximadamente 150 metros acima do nível do mar, possuindo condições agro-

ecológicas ideais que permitem colher 3 - 4 semanas mais cedo que na África do Sul e

outras regiões de clima subtropical, oferecendo um produto de alta qualidade,

especialmente se tiver condições de rega.

Devido às características agro-ecológicas, a zona centro do pais e em especial a

província de Manica e Sofala já foram das principais exportadoras de fruta do país em

particular de citrinos. Mais recentemente, as regiões do Dombe / Sussundenga, Machaze

na província de Manica e Gorongosa e Muxungué na província de Sofala tem-se

distinguido na produção e comercialização nacional e exportação de fruta como banana,

manga, líchias, ananás, e ainda abacaxi, macadamia e papaia.

É extremamente difícil estimar os volumes de fruta anual disponíveis para o mercado em

todas classificações de qualidade. Como referência pode servir o seguinte.

A área plantada com bananeiras somente na zona de Macate, ronda em 14,000

hectares. Calculando com um rendimento extremamente em baixa de 10 MT por

hectare, isto significa uma produção anual de pelo menos 140.000 toneladas,

principalmente das variedades tradicionais como Cavendish, mas gradualmente também

com variedades comerciais como Williams. As plantações comerciais estão estimadas no

mínimo em 150 hectares com uma produção anual teórica de 6.000 toneladas de

variedades comerciais.

As variedades da manga cultivadas pelo sector familiar são na sua grande maioria

variedades não-comerciais. Assim somente o segundo grau da produção comercial vai

ser processado (secagem, polpação e conservação).

Em relação ao ananás e ao abacaxi a situação é mais diversa. Ananás é produzido em

muitos dos distritos abrangidos pelo projecto, incluindo Manica, Sussundenga e

Gorongosa. O abacaxi de Muxungué tem muita fama, mas sofre de difícil acesso aos

mercados. Alguns anos atrás a área plantada com ananás e abacaxi em Muxungué

rondou os 2.700 hectares com, uma produção teórica de 27.000 toneladas. Mais de 90

% das plantas são da variedade chamada “Smooth Cayenne”, que é particularmente

apropriada para processamento em polpa. Menos de 10% é da variedade MD2, preferida

pelos consumidores nos mercados internacionais. Salienta observar que os consumidores

Moçambicanos geralmente tem uma preferência para o ananás de tamanho pequeno.

A comparticipação do sector comercial desta zona, pequeno e médio, nestes volumes de

produção nos últimos três anos é estimada em 90% para manga, de 30 % para ananás

de e de menos de 25 % para banana.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 20

2.10.2 Planificação da produção da manga

Para a planificação da produção da manga a ser canalizada através da Unidade de

Processamento, calcula-se com os seguintes empreendimentos comerciais:

Tabela 4: Previsões da produção da manga

Nome do Produtor Área disponível

(há)

Área Plantada Volume de produção (MT)

Actual Plantação prevista

Total Actual 2013/4

Previsão 2017/18

Pedro Paulino 50 28 16 44 144 456

Sérgio Yé 50 20.5 16 36.5 42.5 183.5

Pascoal Alves 50 4 32 36 16 150

Joaquim Langa 50 6 10 16 30 180

Pinto Agro Pecuária* 100 30 0 30 340 560

Total 300 88.5 74 162.5 572.5 1.529.5

(*) O Pinto Matavel não faz parte do Consórcio CFAM, mas está interessado em canalizar a sua

produção através deste packhouse.

Neste momento somente o Pedro Paulino tem áreas com rega: 20 ha já com sistema de

irrigação operacional e 8-12 hectares que serão instalados possivelmente este ano. Pinto

Matavel possui uma das maiores áreas plantadas entre os produtores moçambicanos e

com produção há mais tempo. O Pascoal Alves tem um projecto de irrigação de 12

hectares aprovados e outros projectos estão ainda em fase de estudo. Com o aumento

da área irrigada ao longo dos anos, pode se esperar uma melhoria significativa na

produtividade por hectare (até MT 16 / ha) e da qualidade da fruta, expresso num pack

out rácio de fruta de primeira qualidade entre 75 e 85 %, em vez dum rácio actual

previsto de 65%.

A EAM já dispõe duma unidade de acondicionamento de manga nas suas instalações em

Dombe e conforme informação prestada pelo seu gestor poderá estar interessado em

canalizar somente a sua produção de segundo grau através do packhouse em Inchope,

para processamento (secagem, Atchar e polpação) dependendo das condições oferecidas

em termos de serviços de qualidade e preços.

2.10.3 Aquisição de outras frutas

Pela sua localização centralizada em Inchope, no cruzamento das principais vias

rodoviárias, a N1 (Maputo – Nampula) e N6 (Beira – Machipanda e ligação com a N7

para Tete), o packhouse prevê aproveitar do movimento existente de frutas e vegetais

ao longo destes corredores para comprar dos intermediários e transportadores, matéria-

prima diversa para processamento na fábrica. Deste modo deve ser possível capturar

produção de zonas tão distantes como Nicoadala no norte, Bárue no oeste e Muxungué

no sul.

Para certos produtos como abacaxi, serão montados em postos estrategicamente

localizados, pequenos centros de recolha, a serem geridos pelas associações de

produtores. A empresa dará apoio à gestão do centro de recolha, incluindo um sistema

de bónus, com base no volume de negócios realizado. O comprador da empresa visitará

esses centros de recolha em momentos pré-determinados para comprar o produto. Isso

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 21

vai eliminar o uso de intermediários, que geralmente recebem a maior margem dos

proveitos das vendas, permitindo relações comerciais ‘win-win’ em que os pequenos

agricultores beneficiam-se de preços mais atractivos e garantindo a empresa de

fornecimento atempado de produtos de qualidade.

É difícil estimar a proporção da produção total do sector família que será absorvida pela

fábrica. No entanto, o valor correspondente de frutas compradas de pequenos

produtores poderia ser tão alta quanto € 100,000 por ano, a um preço médio da compra

de € 0,12 / kg e baseado numa entrada de fruta fresca de 800 toneladas por ano.

2.10.4 Sazonalidade de produção

Manica beneficia pelo facto de poder produzir colheitas mais cedo que os produtores Sul-

africanos. Entretanto a janela apresentada pelo mercado Sul-africano não pode ser

actualmente aproveitada pelos produtores da manga devido ao surgimento da mosca da

fruta.

A época da colheita da manga corre de meados de Novembro até o fim de Fevereiro,

dependendo da variedade, conforme a tabela a seguir. As épocas de boa colheita das

outras frutas a ser processadas (principalmente banana e ananás) na unidade variam

entre Dezembro e Marco. A banana produz-se praticamente durante o ano todo, mas ela

perda muita qualidade na época seca. O ananás de Muxungué está muito doce durante o

verão, mas torna-se um pouco azedo durante o inverno, que pode comprometer o

processo de secagem, por causa do conteúdo de açúcar baixo.

Tabela 5: Sazonalidade de fruta a ser processada pela unidade fabril

Sazonalidade de fruta Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Manga fresca

Tommy Atkins Novembro 21 fim de Dezembro

Kent fim Dezembro a fim do Janeiro

Keitt fim Janeiro a fim de Fevereiro

Fruta p/processamento (secagem)

Banana baixa qualidade no inverno

Ananás azede no inverno

Na tabela pode se ver que a época de colheita de ananás durante o verão coincide

largamente com a época de colheita de manga. Deste modo seria um pouco difícil atingir

as complementaridades previstas no processamento do ananás e da manga. O ananás

pode ser armazenado por algum tempo, mas isto vai até um certo nível encarecer o

custo do produto. O equipamento a ser instalado é multifuncional no sentido de poder

processar uma vasta gama de frutas e vegetais em produto seco, compota, marmelada,

sumo, Atchar, polpa, geleia, etc. etc.; mas os mercados para estes produtos são

largamente ainda por desenvolver, com a excepção notável de papaia seca.

2.10.5 Cálculo de Capacidade das unidades

A unidade de acondicionamento da manga baseado em Inchope terá um período máximo

de 90 dias, correspondendo ao período de colheita, para processar as 1.600 toneladas da

manga, proveniente dos cinco produtores (veja secção 2.10.2). Entretanto, no período

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 22

de três semanas entre o dia 10 de Dezembro e o início de Janeiro regista-se um período

de produção máximo (pico), em que até 800 toneladas serão processados em três

semanas. Contando com o processamento em 2 turnos de 8 horas durante este período

de produção máxima, a capacidade instalada do equipamento de classificação, lavagem,

enceramento, polimento e classificação da manga deve ser um mínimo de 20 toneladas

por turno normal de oito horas por dia.

Em conformidade com o conselho do Especialista em Agro-processamento, calculamos

com um pack-out ratio de manga de primeira classe de 65%. O que significa que se

prevê que 65 % das frutas de manga que entrarem no packhouse, reúnem os requisitos

mínimos em termos de tamanho, peso, cor, maturação, configuração, etc. exigidos pelos

mercados de exportação e o mercado de alto valor em Maputo.

Com a acessibilidade do mercado doméstico principal de Maputo, uma parte considerável

da manga de segundo grau poderá ainda ser vendida nos mercados locais menos

exigentes, estimado em 20% da produção inicial. A restante fruta vai ser processada,

para secagem ou conservação. Isto implica um máximo de 15% de 20 toneladas da fruta

fresca, sendo 3 toneladas por dia (ou 6 toneladas no período da produção máxima). Ao

mesmo tempo vai ser comprado uma quantidade similar de bananas e ananás para

processamento. Isto significa que a capacidade do equipamento de processamento

deve ser entre 3 e 6 toneladas de fruta fresca por turno de secagem.

2.10.6 Cadeia de frio e logística

A parte importante da cadeia de valor é a gestão e constante manutenção da cadeia de

frio, começando da pós-colheita até ao final de venda, e para o consumidor. Como tal, a

logística (transporte) e cadeia de frio estão inextricavelmente ligados. É importante que

a partir da colheita, o produto seja transferido o mais cedo possível para o ambiente de

refrigeração, de preferência dentro de 6 horas. Durante o transporte as caixas (bulk

bins) devem ser cobertas por rede impenetrável aos raios solares, para minimizar a

queima pelo sol. Uma vez que o produto chegue ao packhouse, passa pela limpeza,

polimento e classificação, depois disso, é novamente guardado na câmara de frio ou

imediatamente carregado nos camiões de frio para a distribuição ao Mercado ou ao porto

marítimo. Quando o produto for destinado para mercados ultramarinos, é carregado nos

contentores de frio no packhouse. As temperaturas são mantidas a 8 – 10 graus Celsius.

Cadeia de Frio / Logística

Colheita

Mangas carregadas nos bulk bins e transportadas pelo tractor para packhouse

Operações de packhouse e Mangas armazenadas nas salas de frio antes do despacho

Transportado para o Mercado nos contentores ou camiões com refrigeração

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 23

Do momento em que as mangas classificadas e empacotadas deixam a linha de

empacotamento, e entram nas salas de frio, devem permanecer ao frio a 8 – 10 graus

Celcius até a venda final.

O colapso na cadeia de frio pode ter consequências desastrosas, por isso, é de grande

importância que os operadores confiados e experientes carreguem o produto, passando

por todas as fases de cadeia de frio ‘do pomar para o prato’

2.10.7 Acondicionamento da manga

As operações de acondicionamento cobrem o tempo em que o produto entra no

packhouse até no tempo em que sai do packhouse. Uma vez que o produto chega no

packhouse, o fluxo de processo seguinte sumariza a cadeia de eventos que ocorrem

dentro do mesmo.

1) Recepção – O produto é pesado, classificado e registado com o número de

plantação, a classificação de qualidade e o peso;

2) Pré-selecção manual – para eliminar produtos com defeitos óbvios;

3) Processamento – O produto entra para a lavagem, polimento, fase de classificação.

A classificação é normalmente feita electronicamente com sensores de peso e

classificação, separando o produto em diferente classificação;

4) Banho quente – As autoridades Sul-africanos em 2012 exigiam o tratamento da

manga contra a mosca de fruta com água quente durante 5 minutes;

5) Empacotamento – Uma vez classificado, o produto é dado especificação de

empacotamento e empacotado de acordo. Ex. Caixas de 2 ou 4 kg;

6) Registo – para pagamentos pelos produtores e designação do Mercado;

7) Paletizacao – as caixas são empilhadas em paletes de uso único;

8) Armazenamento de frio – aguardando expedição

9) Despacho para o Mercado

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 24

2.10.8 Limpeza e descasque da fruta

Descascar e cortar em fatias: Após a selecção da fruta destinada para processamento, a

próxima etapa é descascar e cortar / fatiar a fruta. Trata-se dum trabalho bastante

intensivo, utilizando ferramentas / máquinas operadas manualmente. A forma e

tamanho das fatias dependem do restante processo de transformação ou das

preferências do mercado. O equipamento melhor desenhado e simples de usar vem da

empresa Kronen na Alemanha (www.kronen.eu).

Lavagem e Preservação (para matéria prima a ser secada)

1. Depois de enxaguar em água, a fruta é drenada e colocada em tabuleiros ao ar seco.

2. Bandejas individuais com fruta são empurradas através de uma câmara onde uma

solução de sódio meta-bi-sulfato é pulverizada sobre o produto.

3. As bandejas são colocadas em carrinhos e empurradas para dentro do túnel de

secagem.

Comercializaçã

o

Transporte

Carregamento

Polimento

Classificação

Armazém frio

Embalagem

Lavagem

Recepção

Registo

Aceitação / rejeição

Registar peso / número / grau de qualidade

Mangas descarregado no banho de lavagem e

classificação das frutas

Parte final do processo de preparação;

incl. polimento, classificação e

embalagem

caixas no armazém frio

carregadas no camião

para expedição

despacho para

o mercado

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DE F

RIO

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A

Figura 4: Fluxo do processo de acondicionamento de manga

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 25

Preservação com SO2 é o processo mais fiável e amplamente utilizado. Ele prolonga a

vida de prateleira do produto com até 6 meses.

Processamento livre de conservantes envolve embalagem especializada caro, (gás

nitrogénio, vácuo, etc.) e deve ser explorado apenas sob demanda.

2.10.9 Processamento da fruta e vegetais (secagem ou conservação)

Secagem: Quatro carrinhos, cada um com 120 bandejas de malha de aço inoxidável

(500 x 500 milímetros) são capazes de manter 3,5 kg de fatias de frutas cada,

totalizando 1.600 kg de frutas para ser secado num lote. Todos os quatro carrinhos são

carregados e o lote levaria 8 - 10 horas antes da remoção. A secagem é feita durante a

noite. Quando o produto está pronto os aquecedores desligam-se automaticamente.

Próxima manhã as bandejas de frutas são esvaziadas para uma correia transportadora

para a classificação e inspecção e embalado imediatamente.

Com a participação prevista da ADEM em forma de equipamento de conservação, o

packhouse, localizado dentro de uma das maiores áreas de cultivo hortofrutícola, irá

processar frutas e hortaliças frescas, cultivadas organicamente por pequenos

agricultores.

A gama de produtos que podem ser fabricados inclui: geleia, geleia-´spread’, compota

rígida, ‘ripple’ (ondulação) para o iogurte e sorvete, geleia sem açúcar, marmelada, jam,

sumo, concentrado, etc.

Compota (jam) é um produto geleia através da conversão de frutos frescos com açúcar

em um alimento pasta que pode ser preservada por um longo tempo. Dessa forma, é

possível manter as propriedades de sabor, e nutrientes da fruta. Nenhum conservante

ou aromatizante artificial será usado.

Os produtos estarão tanto enlatados como engarrafados e comercializados nos principais

supermercados e através de grossistas para estabelecimentos menores em todo o

território nacional.

Como a manga será a fruta principal a processar no packhouse, a produção de Atchar

vai ser de primordial importância. O Atchar mais comum em estilo asiático é feito de

manga e limão com concentrações elevadas de sal, azeite e temperos que actuam como

conservantes. Este produto de baixo custo será vendido em baldes plásticos de tamanho

familiar de 2 ou 5 kg.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 26

2.10.10 Tecnologias (equipamentos e maquinaria)

O packhouse vai albergar quatro componentes principais para o acondicionamento,

processamento, embalagem, armazenagem de fruta e alguns equipamentos auxiliares.

A linha de acondicionamento da manga;

A instalação para secagem de frutas e vegetais;

Um conjunto de equipamentos e máquinas para conservação;

Câmaras frigoríficas para a recepção e expedição de produto fresco.

Instalação para acondicionamento da manga e outras frutas/vegetais composta

por:

Tanque de imersão em fibra com sistema de bombeamento

Entrada com roletes em PVC com laterais em aço inox

Ventilador duplo

Aplicador de fungicida inferior

Aplicador de fungicida superior

Secador com roletes em PVC

Ventilador recto duplo com duas cortinas sanitárias

Aplicador de cera com escovas e conjunto de bombeamento e tanque

Secador com roletes galvanizados

Produtor de ar quente

Classificador com roletes transversais para 4 (quatro) tamanhos

Banquinho para apoio de caixas

Para além de manga, a linha de acondicionamento seria capaz de classificar outras frutas

e vegetais como tomate, limão, toranja, laranja, tangerinas, batatas, etc. que são todas

produzidas na área.

O sistema consiste dum classificador computorizado que é capaz de classificar o produto

pelas seguintes características: peso, dimensão, cor, qualidade exterior (IQS), qualidade

interior (IQS) e elimina automaticamente a fruta com peso inferior.

Dependendo dos requisitos de mercado o produto pode ser tratado com fungicida e / ou

cerra para protegê-lo e alongar a sua vida de prateleira. As autoridades sul-africanas

exigem neste momento a imersão em água quente durante 5 minutos para a manga

(pasteurização).

Figura 5: desenho da linha de acondicionamento de manga (vista lateral)

Page 27: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 27

Enquanto os produtores continuam exportar para o mercado fresh cut na Africa do Sul, a

linha de acondicionamento será usado parcialmente para lavar e classificar a manga.

Não haverá embalagem, uma vez que o produto é transportado em bulk bins.

Uma instalação para secagem de frutas e vegetais. Propõe-se um sistema de lote

(batch system) que consiste dum contentor de 20 pês de segunda mão modificado com

aquecedor de ar adequado para produzir o vapor quente, um ventilador, condutos,

chaminés e sistema de controlo.

O contentor pode conter 4 carrinhos, cada um com 120 bandejas em malha de aço

inoxidável de 500 x 500 milímetros, capaz de manter 3,5 kg de fatias de frutas cada,

totalizando 1.600 kg de frutas para ser secado. A capacidade em termos de fruta seca

varia de acordo com o tipo de fruta. A manga, por exemplo, consiste de 40% de fruta e

60% da pele e semente. Portanto 1,600 kg de fruta limpa corresponde a 4,000 kg de

fruta fresca a ser processada por dia.

O processo de secagem vai em ciclos de 24 horas: 2 horas para esvaziar o contentor, 2

horas para limpar os carrinhos e contentor; 3 - 4 horas para preparar e carregar e 16

horas para secar.

Isto é um sistema bastante simples, adaptável as futuras necessidades, fácil de operar e

controlar. Além do mais tem custos de manutenção baixos.

Por um custo adicional de ± 40% seria possível adaptar a instalação a uma produção

continua 24/7 que aumentará a capacidade com 75% de 4.000 kg a 7,000 por 24 horas.

Vista lateral

Vista superior

Figura 6: Desenho da instalação para secagem de frutas e vegetais

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 28

O revestimento das paredes do contentor em aço inox é compatível com as normas da

CE para a certificação do produto. O componente do custo do aço inox é de aprox. 60%

do custo total e é uma alternativa a considerar. Entretanto bandejas de plástico não são

aconselhadas.

O sistema de aquecimento, embora muito simples precisa de ser modificado às fontes de

energia disponíveis / mais económicos no local de instalação. Durante a secagem o

aquecedor precisaria de produzir ± 500 kg de vapor por hora.

A Agência de Desenvolvimento Economico de Manica (ADEM) está disposta em participar

neste negócio, através da disponibilização de nova maquinaria para processamento

(polpação e conservação); que tem uma capacidade instalada de processar 5 toneladas

por dia.

A linha de conservação é versátil e pode processar uma variedade de frutas e vegetais

como: líchia, maracujá, abacaxi, banana, caju, marula, manga, laranja, tangerina, limão,

batata-doce, tomate, cenoura, etc. A oferta abundante de produtos garantirá uma

produção contínua ao longo do ano.

Câmaras frigoríficas para a recepção e expedição de produto. Estas Câmaras

devem ter espaço suficiente para armazenar 3 dias de produção de manga ou 60

toneladas, dividida em uma Câmaras frigoríficas para recepção (MT 20) e duas para

expedição (MT 40). (Este projecto prevê a compra de duas camaras.) A temperatura

deve ser mantida entre 8 a 10 graus Celcius.

Outro equipamento essencial para o funcionamento da unidade fabril:

Um gerador de emergência para minimizar interrupções no processo de

acondicionamento da manga fresca e no processo de secagem.

Um sistema autónomo de água para abastecer a unidade fabril, incluindo um furo de

mínimo de 50 metros de profundidade, uma torre de 6 metros de altura com tanque

de água de 5 M3, bomba submersível, painel de controlo e um sistema de filtragem.

A área de Inchope é conhecido como uma zona com problemas sérios neste aspecto

e a unidade vai ter que ter a sua própria fonte de água.

Meios de transporte como:

o Empilhadora de garfo (para manusear os bulk bins e empilhá-las)

o Viatura 4 x 4 pick-up

o Atrelado com tanque para gasóleo de 2,000 litros

o Opcionalmente: Camião com atrelado para 10 toneladas (para escoar

produto do campa para o packhouse);

Opcionalmente a instalação dum Biodigestor: A unidade de processamento irá

produzir toneladas de massa biodegradável (cascas, caules, poços e outros detritos

do fruto), que poderão ser utilizados num biodigestor para produzir biogás para

queimar nos termoacumuladores para produzir água quente para o banho de mangas

e / ou vapor para a instalação de secagem.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 29

O ideal seria um arranjo com um criador de porcos para usar as cascas e restos para

alimentar os porcos e em retorno receber o estrume dos animais para uso no

biodigestor. Este sistema pode produzir até 50 % da energia necessária para o

aquecedor. Vantagem adicional é que, após a digestão, o bagaço pode ser canalizado

para os pequenos produtores como adubo orgânico.

2.10.11 Rácios da produção – secagem e processamento

Conforme informações obtidas do especialista em processamento, para a secagem de 1

kg manga seca precisa-se 16 kg de fruto fresco: rácio 1 : 16. Estima-se que o rácio para

a banana é 1 kg de fruta seca para cada 8 kg de fruta fresca (ou um retorno de 12 %) e

para o ananás 1 kg seco para cada 14 kg (ou um retorno de 7%), mas isto depende

também do tipo de secagem aplicado e o nível de humidade no produto final. Para

banana e manga a humidade recomendada do produto seco e de 15 %. Para mais

pormenores sobre a secagem consulta: www.fao.org/docrep/V5030E/V5030E0j.htm

Manga: Num período de 90 dias (3 meses) entre Novembro e Fevereiro, um máximo de

15% de 1.600 toneladas ou 240 MT da fruta fresca do segundo grau vai produzir 15 MT

de manga seca.

Banana / ananás: A fábrica tem a capacidade de secar outras frutas fora do tempo de

manga e durante 8 meses a unidade pode secar 280 toneladas de fruta fresca,

correspondo a 25 MT de fruta seca; a um rácio médio de 11 kg fruta fresca par 1 kg de

fruta seca.

Outros frutos e vegetais: Adicionalmente a fábrica pode processar uma quantidade de

frutas e hortícolas diversas em compotas, polpa ou sumo. A capacidade instalada é de 5

toneladas de frutas / legumes / hortaliças frescas; que dependendo do tipo de produto

final resulta em 40 – 60 % de produto processado. (40% no caso de manga). Assumindo

uma taxa de aproveitamento de 50% ao longo do ano, esta linha de processamento

seria capaz de transformar 440 toneladas de fruta/hortaliça em 175 toneladas de fruta

processada.

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PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 30

2.10.12 Fluxo de Produção: processamento da manga e secagem de frutas

Plantação comercial Sector familiar

MANGA

Colheita

Selecção

Embalamento

(500 kg bin)

Transporte

local

Banana,

ananas

Colheita

Selecção Intermediário

Comprador

da empresa

Recepção

Classifi-

cação

Lavagem

enceramento

classificação

Empacotamen

to

Armazé

m frio

Transporte

local

Conservaçã

o da fruta

35 % Manga

de 2a grau

Limpeza

descasca

Selecção

Venda no

Mercado

local

Transporte

frio

Exportação

Biodigestor

Transporte via

marítima

Exportação

Grossistas

mercado

local

Transporte

via terrestre

65 % da

Manga

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PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 31

2.10.13 ‘Layout’ - Traçado do packhouse

Durante os próximos meses vai ser finalizada a aquisição do talhão na zona de Inchope

com uma área de cerca de 1.500 m2 para o estabelecimento do packhouse. Especial

atenção vai para a disponibilidade de água potável para a lavagem da fruta.

O packhouse será uma estrutura em pilares de aço com telhado de chapas de zinco,

dividido com paredes de separação e com tecto falso nas áreas de processamento, tudo

conforme os requisitos de HACCP.

A unidade fabril será composta por:

Uma linha para acondicionamento, classificação e embalagem de manga;

Uma instalação de secagem de frutas;

Áreas alocadas para preparação de frutas, lavagem, espremer frutas, polpação e

outro processamento de frutas, controlo de qualidade e embalagem;

Zonas alocadas para a recepção de fruta fresca com uma rampa e espaço de

manobra para camiões;

Duas câmaras frigoríficas para a recepção e expedição de fruta fresca;

Armazéns para materiais de embalagem e outros produtos usados nos processos;

Um Armazém para produto seco;

Uma plataforma para expedição com balança, rampa e espaço de manobra para

camiões;

(Opcionalmente) um biodigestor, para produção de gás metano, para alimentar o

termoacumulador;

Figura 7: Traçado geral do packhouse

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 32

Não incluso no desenho:

o Primeiro andar mezanino acima de embalagem / expedição área para acomodar

escritórios;

o Bloco sanitário, vestiário, cantina;

o Um gerador de emergência;

o Um furo de água com torre e casinha de bombagem;

o Uma pequena loja (banca) para venda de produtos frescos e processados ao público.

o Uma vedação em volta do terreno com luzes de segurança;

o Um portão de entrada com casa de guardas.

1. Classificação 3. Bacia imersão para controlar fungos

2. Bacia de lavagem 4. Banho de enceramento

5. Área de embalagem

1. Bacia de lavar 6. Carregamento de carrinhos

2. Descascadores 7. Túnel de secagem

3. Corta em fatias 8. Mesa de classificação

4. Câmara de pulverização 9. Máquina de embalagem

5. Carregamento de bandejas 10. Limpeza e lavagem de bandejas

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PN Packhouse / unidade de processamento (CFAM) Abril 2013 34

2.10.14 Qualidade

É importante entender a diferença entre o Protocolo de Qualidade e a Qualidade física da

produção. A qualidade física (visual) do produto está sempre a aumentar nos mercados

de alto valor, portanto, quando não haja fruta da primeira, os melhores mercados não se

tornam acessíveis. Nesta secção, vamos tratar sobre o protocolo de qualidade.

Todo o processamento será controlado para garantir alta qualidade e padrões sanitários.

A fábrica vai implementar todos os Procedimentos Operacionais de Padrão (SOPs)

exigidos pelo HACCP para as várias fases de produção que são: inspecção, limpeza,

lavagem em banho quente, tratamento com fungicida, enceramento, polimento,

processamento, embalagem, armazenagem, etc.

Existe nas indústrias de produção de frescos, diversos protocolos de qualidade que

regem tudo, começando com a produção até para o local de venda e incorporam as

questões de saúde e segurança alimentar, aspectos ambientais e sociais e rastreamento

(‘traceability’), bem como as questões que directamente afectam a qualidade física.

Cada tipo de produto fresco ou hortaliça atrai várias necessidades. Para acrescentar,

vários mercados frequentemente atraem aos padrões de qualidade diferente

(protocolos). Vamos olhar para os padrões mais importantes que afectam em primeiro

lugar o acondicionamento de manga, mas não só.

GlobalGap – Embora em primeiro lugar tratar-se das questões sobre a produção no

campo, a GlobalGap através de questões tais como rastreamento, saúde e segurança e

padrões sociais, é também importante no packhouse. Como tal, as auditorias da

GlobalGap também incorporarão o packhouse.

HACCP – O requisito básico mínimo para a maioria das unidades de acondicionamento.

Significa em Inglês: Hazard Analysis & Critical Control Points ou Analise dos Riscos e

Aspectos Críticos de Controlo. HACCP vai assegurar primeiramente a conformidade com

aspectos de saúde e segurança. Muitos packhouses Sul-Africanos usam somente HACCP,

embora quando desejam aceder mercados de mais alto valor, precisam de aumentar a

qualidade, possivelmente até BRC.

BRC – British Retail Consortium Standard, rege questões que abrangem: a Saúde e

Segurança, Rastreamento (‘traceability’), Social e Ambiental. Facilidades de cuidado

prioritário como a empresa Geest, requerem os padrões superiores como a BRC.

Contudo, de momento, os mercados de frescos na África do Sul não precisam de padrões

superiores como a BRC.

Quando a unidade estiver já construída, o seu uso planejado e os mercados esperados

para o produto condicionado/processado na facilidade, gerir-se –à em parte, indicando o

nível de padrões a ser implementado no packhouse. O cenário evidente é de que, de

princípio, a HACCP será suficiente.

Orgânico – várias certificações. Dependendo dos mercados a identificar a produção

poderá ser orgânica e certificação de produtores de certos produtos perseguida (para o

ananás isto já foi feito pela IPEX). Existem múltiplas organizações certificadoras todas

elas com os seus requisitos específicos e certificação só fará sentido quando o mercado

já estiver assegurado.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 35

Tabela 6: Normas de Qualidade para a comercialização da fruta fresca na CE.

Normas de Qualidade (Regulamento CE 2200/96)

Requisitos

mínimos

• Saudável (excluídos produtos em decomposição ou deterioração)

• Limpa (livre de matéria estranha visível)

• Livre de pragas, danos causados por pragas

• Livre de humidade exterior anormal

• Livre de quaisquer odores e / ou gosto anormal

Uniformidade Aplicável para toda a produção intacta

Produtos embalados em conjunto, devem ser da mesma origem,

variedade ou classe comercial e qualidade

Classificação

Comercial

Classe I 'Extra'

Produto de qualidade Superior

Livre de quaisquer defeitos, com excepção de ligeiros defeitos

superficiais desde que estes não prejudiquem o aspecto geral e sua

qualidade

Máximo de 5% em número do peso do produto total não satisfaz os

requisitos da categoria, mas atende as da categoria I ou,

excepcionalmente, é dentro das tolerâncias desta última

Classe I

Boa qualidade (bem em forma e de cor, livre de marcas)

Defeitos leves podem ser permitidos

10% Máximo em número de peso do produto total não satisfaz os

requisitos da categoria, mas atende as da categoria II ou,

excepcionalmente, está dentro das tolerâncias desta última

Classe II

Produtos de qualidade Comercializável Aceitável (satisfazem os

requisitos mínimos)

Pode apresentar defeitos (rachaduras cicatrizadas)

Máximo de 10% em número de peso do produto total não satisfaz os

requisitos da categoria, nem às características mínimas com a excepção

de produtos atingidos por podridão ou de outra deterioração tornando os

impróprios para o consumo humano.

2.10.15 Requisitos para a logística e a embalagem

Os requisitos jurídicos da UE de embalagem e rotulagem: via www.cbi.eu/marketinfo

Regulamento (CE) 2200/96

Regulamento (CE) 907/2004

Regulamento (CE) 1148/2001

Frutos devem ser classificados e colocados em tabuleiros de acordo com os seguintes

critérios:

Variedade.

Ser firme e não amadurecido.

Tamanho e forma uniformes.

Ausência de manchas.

Cor uniforme.

A fruta deve ser embalada com o pé da fruta para baixo para evitar quaisquer possíveis

fugas de seiva e danificar a pele. Tabuleiros devem ser empilhados de modo que a fruta

se fixe firmemente no lugar, sem movimento e a caixa deve pesar pelo menos 4 kg.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 36

2.11 Plano de Comercialização

Existem razões internas fortes para apostar na comercialização da manga:

Existência de potencial de produção a nível nacional, com grande destaque para a

região de Dombe;

Produção de variedades de manga, com aceitação no mercado externo;

Possibilidade de adição de valor (acondicionamento e embalagem);

Experiência na exportação da manga fresca para mercados da região (Africa do Sul);

Existência de parceiros no processo.

Com a adição das instalações de secagem e conservação e a cadeia de frio a empresa

será capaz de produzir uma série vasta de produtos diferentes durante quase todo o

ano, incluindo fruta fresca embalada para mercados internos e externos, fruta seca

(especialmente ananás, banana, papaia e manga), polpa e sumo de várias frutas

(sobretudo ananás e manga) e conservas como compota, geleia e Atchar.

2.11.1 Estratégia de marketing

A Combinação do Produto e Mercado aponta para a fruta fresca como oportunidade

principal para os exportadores nacionais. A preferência é para o mercado internacional

de manga fresca, mas enquanto as restrições por causa da mosca da fruta persistem,

este mercado fica fechado e sobrará somente a exportação para o mercado fresh.

Para os pequenos produtores de fruta diversa do sector familiar, devido à incidência da

mosca da fruta, a falta de sistema de rega e maneio pós-colheita inadequado, o

processamento (secagem, conservação ou polpação) constitui uma saída que poderá

tanto ser de curto quanto de médio e longo prazos.

As vantagens tanto comparativas como competitivas da produção de fruta em

Moçambique incluem:

O clima agro-climático favorável que permite a colheita da manga (e outras frutas) 3

a 4 semanas antes do vizinho Africa do Sul;

Existência de mercados crescentes “ Médio Oriente, Turquia, Asia, etc.;

Volumes de produção elevados para mercados;

Logística: existência e investimento em infra-estruturas portuárias, rodoviárias e

aeroportuárias;

Durante o período em que continuam a existir restrições para exportação de manga

fresca para a Africa do Sul, toda a produção da variedade Tommy Atkins e metade da

variedade Kent que será produzida entre Novembro e 15 de Dezembro vai ser vendida

em bulk no mercado fresh-cut (para processamento em saladas de fruta). Neste

momento a única unidade de processamento desta fruta é da empresa Bakover

(antigamente Geest) e actualmente exige a classificação em tamanho e qualidade e

tratamento com água quente contra a mosca de fruta.

Em relação a manga fresca, uma vez levantadas as restrições de exportação, a empresa

vai garantir a penetração dos mercados fresh e a qualidade do produto em seguir os

padrões de consumidor. Para este fim vai ser:

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 37

Manipulada a maturação da fruta por aplicar atempadamente a fertilização e poda;

Adquirido equipamento de processamento (polimento, classificação) e embalagem e

criadas infra-estruturas de armazenamento em conformidade com os padrões

HACCP;

Melhorada a qualidade de embalagem;

Fortificada a integração dos diferentes actores na cadeia de valor.

Ao mesmo tempo a empresa procura explorar no máximo os mercados locais como Beira

e Tete. Com a introdução de tratamento de manga, o importante mercado de Maputo

tornar-se –a acessível para a manga produzida na zona centro do país. Estima-se que

durante a época estas cidades podem absorver as seguintes quantidades diárias de

manga fresca: Maputo 5 toneladas, Beira 1 MT, Tete 1 MT, Chimoio 3 MT, totalizando um

volume de vendas potenciais de 10 MT por dia no mercado local.

Ananás e bananas

Geralmente, ananases são produzidos de forma orgânica, sem o uso de suplementos,

produtos químicos ou fertilizantes. Após uma intervenção do IPEX (Instituto para a

Promoção de Exportações), quatro associações na localidade de Panja, Posto

Administrativo de Muxungué, nomeadamente a Associação Tchungamoio, Associação

Amur, Associação Acuzuana e Associação Tamuaeja, cujos campos reuniram os

requisitos e normas exigidos pela entidade certificadora, neste caso o BCS- ÖKO-

Garantie, GmbH, receberem a certificação orgânica.

A grande maioria da produção (>95 %) consiste de três variedades, nomeadamente:

Smooth Cayenne (pesando 2,5 -3,5 kg / unidade);

Queen (pesando 1,5 kg -2,5 / unidade); e

Abacaxi (< 1,5 kg / unidade).

As variedades de ananás actualmente produzidas no distrito de Chibabava, não têm

preferência nos mercados de ananás fresco na Europa, pelo que o processamento é

imperativo, tanto a curto como a longo prazo para possível exportação. Especialmente a

variedade Smooth Cayenne serve muito bem para processamento em polpa e cerca de

80% da produção nesta área é desta variedade. A variedade preferida na Europa, e não

só, é o MD2. Estão sendo feitos esforços para introduzir esta variedade.

Banana é cultivada em um pouco por toda a zona centro do País, sendo cultivadas pelo

sector familiar maioritariamente variedades tradicionais como o Cavendish, enquanto o

sector comercial prefere a variedade Williams, tendo um tamanho e peso melhor. Esta

última destina-se principalmente para a exportação, enquanto as variedades tradicionais

são para consumo local. Nos últimos anos, os mercados locais foram também

abastecidos com bananas de variedade Williams, por causa da infestação da Mosca de

Fruta, que impediu largamente a sua exportação. Ambas variedades podem servir para

secagem, mas o Cavendish tem um preço mais favorável.

Fruta seca

Por causa da disponibilidade de fruta fresca, não existe uma cultura generalizada de

consumo de frutas secas em Moçambique; então há a necessidade de criar a demanda

por frutas secas como uma alternativa ou um complemento para as fontes disponíveis de

nutrientes. Não obstante este facto, experiências em pequena escala de comercialização

de fruta seca em Chimoio deram resultados promissores. A logística da distribuição física

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 38

de maiores quantidades de fruta seca para os mercados distantes do país pode se tornar

num custo considerável.

No estrangeiro, a indústria alimentar importa frutas secas em volume para posterior

processamento pela Indústria da Fruta seca e Nozes (vendida em embalagens de retalho

mistos compostos por frutas tropicais secas, mais outras frutas secas e nozes, também

vendendo embalagens de retalho constituídos apenas por uma fruta seca tropical); pela

Indústria de Cereais de pequeno-almoço (principalmente em muesli), e pela Indústria de

Confeitaria (em barras de frutas de saúde, ingredientes para barras de chocolate,

iogurtes, etc.).

Na maioria dos países, os importadores ou agentes agem como intermediários, embora

alguns dos processadores de alimentos também importem directamente.

2.11.2 Marketing Mix

No primeiro ano do seu funcionamento (cobrindo a época 2014/15), a empresa prevê a

seguinte eficiência no processamento de manga

Manga fresca de 1º grau (Exportação e mercado local) 65%

Manga fresca de 2º grau (Mercado Local) 20%.

Manga seca ou Atchar ou polpa 15%

Em termos de variedades de manga e resultando das suas épocas de amadurecimento

diferentes a Mistura de Mercado seria como se segue.

Tabela 7: Marketing mix da exportação de manga

Marketing mix enquanto não há licença de exportação

Variedade % fresh Fresh cut % Local

Tommy Atkins 0% 90% 10%

Kent 0% 50% 50%

Keitt 0% 0% 100%

Marketing mix com licença de exportação da manga fresca

Variedade % fresh Fresh cut % Local

Tommy Atkins 40% 50% 10%

Kent 40% 50% 10%

Keitt 0% 85% 15%

É de salientar que o mercado Sul-africano é capaz de absorver toda a produção da

manga Moçambicana até ao dia 15 de Dezembro, data em que a produção local começa.

Com o andar de tempo e a esperada melhoria de infra-estruturas e serviços portuários e

rodoviários e cadeia de frio a exportação para a Ásia e o Médio Oriente vêm ao alcance.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 39

2.11.3 Canais de Marketing

Para um futuro próximo, ou até que os produtores em Manica/Sofala estabeleçam uma

empresa de marketing baseada em Moçambique, toda a fruta fresca de exportação, será

vendida por Alliance Fruit baseada em Hoedspruit na África do Sul.

O maior impedimento para estabelecer uma unidade de marketing em Moçambique é a

falta de volume e diversidade de produto. Para se poder criar e operar com sucesso uma

organização de marketing de manga e outras frutas, volumes significativos e alguma

diversificação para outras frutas tais como avocados, líchias, citrinos e potencialmente

bananas, será imprescindível. Em primeiro lugar, para empregar o pessoal a tempo

inteiro, é necessário um rendimento significativo. Em segundo lugar, um cesto que

oferece mais de uma fruta aos mercados, adicionará o volume e providenciará melhor

força de negociação.

O mercado local será composto de mercados-alvo locais, incluindo as capitais provinciais

com uma concentração na Beira, Tete e Chimoio. Mercados menores incluem Nampula e

Inhambane. Com a introdução de tratamento de manga (em banho quente), o

importante mercado de Maputo / Matola tornara-se acessível para a manga produzida na

zona centro do país. Num futuro mais distante e com investimentos crescentes na

exploração de gás e potencialmente petróleo no norte do país, Pemba pode tornar-se um

dos mercados-alvo.

Estes mercados são servidos usando transporte fretado para compradores / mercados

seleccionados e uma parte da fruta fresca é vendida a partir do packhouse, directamente

para transportadores / intermediários que abastecem os mercados de Maputo, Matola,

Xai Xai, etc.

A empresa vai participar em eventos promocionais como feiras da época em Maputo

(FACIM), Beira e Tete, mas também instalar um “alpendre” simples com sistema de frio

(contentor refrigerado) no mercado principal de Kuatchena em Tete, para abastecimento

de empresas de catering, restaurantes, hotéis, supermercados, etc..

Experiências-piloto com a venda de fruta seca no mercado doméstico indicam que existe

uma certa demanda para tal. Porém, para os volumes elevados de fruta seca a ser

produzidos seria necessário procurar mercados internacionais, por exemplo na indústria

alimentar na Africa do Sul.

Existem compradores nacionais como os produtores de sumos, que podem estar

interessados em comprar polpa, mas normalmente os volumes requeridos são bastante

altos e vão além da capacidade da unidade fabril proposta.

Servir mercados com outros produtos como compotas e sumos necessita um nível

avançado de embalagem e distribuição que pode encarecer o produto e torná-lo menos

competitivo. Uma importante excepção seria o Atchar que pode ser produzido com

matéria-prima barata (manga verde de 2ª qualidade e limão local) e vendido em

embalagem barata.

Page 40: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 40

2.11.4 Despacho de Exportação

Mesmo arranjado com antecedência, o despacho de exportação deverá ser feito

perfeitamente e pontualmente para garantir que não haja demoras na fronteira ou posto

de saída no sentido de reduzir o tempo de transporte quanto mais possível. De acordo

com aquilo que foi provado pela EAM há anos atrás; o despacho de exportação não

ameaça em termos de regulamento aduaneiro. De qualquer forma, o problema da Mosca

da Fruta induziu a alguns desafios fitossanitários. A documentação de exportação inclui a

aduaneira e fitossanitária.

Para poder iniciar operações de exportação, cada área de produção deve ser certificada

“Livre da Mosca de Fruta”. Pedro Paulino, SergioYé e Joaquim Langa possuíam

armadilhas para a monitoria da mosca há mais de um ano (2013). Até agora o nível de

infestação registado é considerado muito baixo ou mesmo inexistente, uma vez que a

suas áreas estão isoladas das vias públicas e longe dos aglomerados populacionais. No

ano de 2012/13 a Direcção Nacional de Sanidade Vegetal - Maputo, declarou a área

isenta desta praga. Mesmo assim seria necessário reforçar as medidas de combate e

controle, fazendo pulverizações com GF 120 e lançamento de armadilhas impregnadas,

também nas outras áreas de produção.

Qualquer exportação para fora do continente será inicialmente transportada através de

portos sul-africanos, uma vez que tem um protocolo de autorização especial para frutas

em trânsito proveniente de países que têm prevalência de Mosca da Fruta (B. Invadens).

Uma vez que a indústria cresce, e a logística de rotas de frete marítimo no porto da

Beira melhorar, o porto da Beira pode tornar-se numa opção realista de frete de

roteamento. Actualmente, contentores refrigerados levariam mais de 35 dias para

chegar a mercados de destino através de Porto da Beira, 10 dias a mais do que viável

para a qualidade do produto.

2.12. Outros Factos Relevantes

2.12.1 Parcerias tecnológicas e comerciais

Já existem parcerias criadas com as ONGs AgriFuturo /TechnoServe. Esperam-se criar

parcerias com mais ONGs que estejam ligadas ao fortalecimento de associações e

formação em matéria de rastreamento (‘traceability’), técnicas de produção e uso de

pesticidas.

Existem ONGs como a SNV que dão formação aos agricultores para ligar-se com

empresas com modelos inclusivos de negócio e para obtenção de certificações como

GlobalGap (e eventualmente Fairtrade – Comercio Justo), e espera-se poder criar

vínculos com outras instituições que possam formar e financiar a certificação de

pequenos agricultores, como por exemplo o IPEX (Instituto para a Promoção de

Exportações) e o projecto PACDE/MESE do Ministério da Indústria e Comercio.

Com o fim de poder exportar para a região (Arica do Sul) e outros mercados

internacionais a acreditação HACCP da unidade de acondicionamento é uma necessidade.

Page 41: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 41

3. ANÁLISE DE MERCADO

3.0.1 Situação actual

Actualmente a EAM é a única empresa que está a exportar manga a partir de

Moçambique. Esta empresa tem relações de fornecimento existente com pelo menos

duas companhias baseadas na África do Sul. A empresa tem estado a fornecer mangas

(não acondicionadas) para a empresa Bakover (antigamente Geest) em Joanesburgo e

Alliance Fruit baseada em Hoedspruit.

Bakover é uma empresa de processamento de salada de fruta que exporta directamente

para os mercados internacionais, principalmente na UE. Alliance Fruit é uma empresa de

marketing de fruta em nome dos produtores para os mercados internacionais e da África

do Sul, particularmente a Comunidade Europeia (CE).

O portefólio comercial da empresa está limitado por falta de uma cadeia de frio funcional

em Moçambique para poder processar a fruta. Devido às restrições impostos pela

infestação da mosca de fruta e a ausência destas facilidades, a EAM está limitada em

exportar o produto somente para África do Sul e apenas a um cliente (Bakover).

Uma vez que os produtores tenham acesso a um packhouse e sejam capazes de

classificar, polir, tratar e empacotar a fruta, estarão em posição de começar olhar para

exportação directa da Beira ou Maputo com destino ao Médio Oriente em particular.

3.0.2 Demanda

A banana é o único verdadeiro subsector de volume muito grande da indústria de fruta

tropical e subtropical da África Austral. Citrinos são a única outra fruta que está acima de

manga em volumes vendidos dentro de África Austral e nos mercados de alto valor.

Como tal, os mercados de manga deviam ser considerados como grandes, embora um

mercado nicho, mas não tão grande como um produto vendido em volumes grandes

como a Banana.

Existe um importante e crescente mercado em Moçambique que absorve algum produto;

o principal sendo Maputo. Actualmente, o mercado de alto-valor em Tete, constituído de

empresas de catering, restaurantes, hotéis, supermercados, está sendo abastecido a

partir da África do Sul. O crescimento acelerado da população desta urbe e o resultante

aumento da camada média- alta resulta num aumento da procura de frutas.

Experiências-piloto com a venda de fruta seca no mercado doméstico indicam que existe

uma certa demanda local para tal, sem ter ainda clareza sobre os volumes. Os

produtores de sumos podem estar interessados em comprar polpa, mas normalmente os

volumes requeridos são bastante altos e exigem continuidade no fornecimento.

Os mercados para os outros produtos como compotas e sumos são largamente ainda por

desenvolver e são muito competitivos, com a importante excepção de Atchar, que é

muito procurado.

Page 42: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 42

3.1. Contexto Internacional, Regional, Nacional, Provincial e Local

As tabelas a seguir mostram claramente que Moçambique ainda não joga nenhum papel

a nível mundial de produção ou exportação da manga; nem consta a nível dos países

Africanos exportadores da fruta.

Tabela 8: Produção da Manga 2011 Tabela 9: Exportação de manga em 2010

Pais Valor USD

India 15.188.000

China 4.519.380

Tailândia 3.277.250

Indonésia 2.131.140

Paquistão 1.888.450

México 1.827.310

Brasil 1.249.520

Bangladesh 889.176

Filipinas 800.551

Nigéria 795.000

Quénia 636.585

Egipto 598.084

Vietnam 595.800

Iémen 471.544

Peru 355.431

Tanzânia 330.000

Madagáscar 300.574

Congo DRC 263.185

Colômbia 244.581

Equador 200.534

Moçambique (46º lugar) 19.843

Tabela 10: Exportação de Manga da Africa em 2010 (MT)

País Volume MT

Egipto 13.357

Costa de Marfim 12.975

Quénia 8.386

Senegal 3.937

Mali 3.722

Etiópia 1.968

Sudan (antigo) 1.567

Guine 937

Tanzânia 457

Camarões 212

Djibouti 147

Nigéria 115

Swazilândia 104

Gambia 31

Togo 27

Guiné-Bissau 23

Zimbabwe 15

Marrocos 10

Gana 8

Uganda 5

País Volume MT

México 275.366

India 260.484

Tailândia 144.566

Brasil 124.380

Paísos Baixos 107.017

Peru 96.942

Paquistão 85.923

Equador 39.978

Filipinas 23.740

Iémen 20.373

Guatemala 15.116

Bélgica 13.843

Egipto 13.357

Costa de Marfim 12.975

UAE 11.463

Espanha 11.369

Alemanha 9.655

Quénia 8.386

Israel 8.048

Haiti 6.453

Page 43: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 43

3.1.1 Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga

O mercado internacional da manga é abastecido durante todo o ano, mas concentra a

sua oferta durante o período de Abril a Setembro; nessa época do ano, os preços de

mercado se mantêm baixos. É exactamente nesse período que o México exporta sua

produção, para os Estados Unidos (80%) e a Comunidade Europeia (20%). Também é

nesse período que ocorre a comercialização no mercado externo de outros grandes

exportadores como a Índia, o Paquistão e as Filipinas. Durante os meses de Outubro a

Dezembro e entre o mês de Janeiro até Março, a oferta diminui, reflectindo em preços

mais satisfatórios. Os países que cobrem estes períodos de demanda são relativamente

poucos, sendo o Brasil o exportador mais representativo, seguido do Equador e Peru.

Tabela 11: Sazonalidade do abastecimento internacional da Manga

Países Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

México

Brasil

Equador

Peru

Guatemala

Costa Rica

África Sul

Moçambique

Costa Marfim

Israel

Índia

Paquistão

Filipinas

Fornecimento para Mercados da África do Sul é dominado pelos produtores da África do

Sul com uma pequena percentagem de fruta proveniente do Zimbabwe e Moçambique.

Os mercados do Médio Leste são largamente fornecidos pelos produtores Asiáticos e

alguns produtores Africanos tais como a África do Sul; mercados Europeus são

fornecidos pela combinação Brasileira e outros produtores da América do Sul, Africano

(especialmente África do Sul) e alguns produtos Asiáticos particularmente da Índia.

Note-se que para a manga, o mercado primariamente visado, é o da fruta fresca, o que

melhor ganho pode trazer. Entretanto, a detecção da mosca da fruta (Batrocera E.) na

zona de Dombe e no resto da província de Manica, requer medidas fitossanitárias

adicionais para poder exportar para África do Sul. O prejuízo causado pela Mosca da

Fruta é significativo e constitui um risco sério para o sector em seu todo. Restrições de

importação significam que em caso de descoberta de uma única fruta infectada pode

levar a condenação de todo o lote de exportação.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 44

3.1.2 Conhecimento do Mercado e colocação de produtos

Foram colhidas informações no mercado internacional no que diz respeito a demanda e

oferta de mangas, ananás e bananas com mais enfoque na primeira. Foi colhida

informação como necessidades correntes, periodicidade e épocas, preços, embalagens,

métodos e custos de distribuição e especificações / requisitos para penetrar estes

mercados. Estes mercados são: Sul-Africano, Médio-Oriente, China, Europa e em outros

Países da região.

O mercado internacional de manga ainda é pouco expressivo, se comparado ao da

banana e laranja, mas é um dos que regista maior índice de crescimento nos últimos

tempos. Vários países participam nesse mercado na condição de vendedores ou

compradores. Em 2006 os níveis de consumo na Comunidade Europeia (CE) chegaram

atingir cerca de 199.000 toneladas, 50% mais do que em 2002.

Tabela 12: Consumo de manga fresca na Comunidade Europeia (2002 – 2006)

2002 2004 2006

Países Valor (€ milhões)

Volume (MT 000)

Valor (€

milhões)

Volume

(MT 000)

Valor (€

milhões)

Volume

(MT 000)

CE – 27 (total) 147 133 154 160 228 199

Reino Unido 27 24 32 35 63 53

França 19 17 39 25 36 20

Holanda 32 31 6 23 36 42

Alemanha 28 25 32 30 35 30

Portugal 15 15 18 17 19 15

Espanha 7 5 5 7 8 11

Bélgica 4 3 1 3 6 5

Como foi descrita na secção anterior, a sazonalidade da produção oferece aos produtores

Moçambicanos oportunidades para aproveitar dos preços favoráveis quando o produto

está fora de época em outros países, nomeadamente na Africa de Sul. É de salientar que

uma grande parte da colheita de CFAM ocorre neste período.

Tabela 13: Principais exportadores da manga por épocas do ano

Março - Junho Julho - Outubro Outubro -Fevereiro

Oeste de Africa: (Costa de

Marfim, Mali e Burkina Faso);

Venezuela, India e México

Israel, Porto Rico,

Paquistão e México

Brasil, Africa do Sul, Equador

e Peru

Os maiores países / blocos económicos, todos têm requisitos específicos para aceder aos

seus mercados. A tabela a seguir contém um resumo dos mais importantes requisitos

para alguns dos mercados mais importantes do mundo. É de salientar que estes

requisitos estão sujeitos a mudanças e antes de realizar quaisquer exportações deve se

inteirar dos regulamentos e requisitos específicos aplicáveis nesta altura.

Page 45: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 45

Tabela 14: Requisitos (tarifários e não tarifários) de acesso a mercados

Pais Tratamento Tarifário Medidas Não Tarifárias

SADC Isento de qualquer direito de importação

Certificado fitossanitário Declaração “livre da Mosca de Fruta” da

zona de produção Tratamento com água quente durante 5

minutos (2012)

Certificado de origem

CE Isento Licença prévia de importações; Certificado sanitário de exportação

EUA Alíquota de ad valorem de 0%, Taxa de processamento de

mercadorias de 0,21%; Taxa de movimentação portuária e Uma taxa ad valorem de 0,125%

Licenciamento prévio; Tratamento com água quente; Inspecção nas áreas de origem e nos pontos

de desembarque

Japão Alíquota de 4% CIF

5% sobre valor CIF

Impostos aduaneiros

Proibição de importação de regiões onde há

incidência de insectos e pragas;

Certificado sanitário pelo país exportador;

Inspecção sanitária no porto de

desembarque.

Canada Impostos de mercadorias e serviços

com Alíquotas de 7%, calculado no

valor FOB,

Alíquota aduaneira

Proibida a importação de frutas não

embaladas para venda sob consignação;

Certificado que são livres de doenças e

resíduos

Para o futuro imediato o mercado da Africa do Sul é o mais importante destino para

manga fresca. Durante a época 2012/13 somente manga para fresh cut foi exportado.

De Novembro até 5 de Dezembro o preço era ZAR 9 / kg ou € 750 /MT. Depois de 5 de

Dezembro e até o fim deste mês o preço baixou até ZAR 6 / kg ou € 500 /MT.

O mercado local de manga, embora pequeno, está crescendo ano após ano, com o

crescimento da classe económica media, e os preços estão segurando firmes.

O Mercado de fruta seca é relativamente desconhecido e até agora pouco explorado. Foi

vendida fruta seca (manga) a título experimental no mercado de Chimoio em

embalagens de 100 gramas a preços que variam entre MZN 60 e 70 (€ 1.50 – 1.80).

Toda a fruta foi vendida em pouco tempo tanto a de 2012 como também a de 2013. É

provável que o mercado possa crescer rapidamente se contarmos com as grandes

cidades (Maputo, Beira, Tete, Nampula e outras). A outra vantagem é que a fruta seca

pode ser guardada e vendida no momento oportuno e é muito procurada depois da

época.

Quanto ao mercado externo ainda não há informações precisas. O mercado mundial da

fruta seca pode ser descrito como de volume relativamente baixo, mas com alto valor

unitário.

Page 46: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 46

3.2. Definição e Caracterização do Mercado

A manga de nome botânico (Mangifera indica L.) é uma das mais celebradas frutas

tropicais e pertence à família Anacardiaceae. Sua universalidade é atestada pelo uso

comum do nome, mango em Inglês e Espanhol, com uma pequena variação em Francês

(Mangot, mangue, manguier), Português (manga, mangueira), e Holandês (mango). Em

algumas partes da África é chamada mangou, or mangoro. É originária da Ásia,

especialmente Índia oriental, Burma, e Ilhas de Andaimam. A manga tem sido cultivada,

louvada e mesmo reverenciada na sua terra de origem desde os tempos ancestrais. As

mangas silvestres originais eram frutas pequenas com uma polpa escassa e fibrosa e

acredita-se que houve uma hibridação natural entre M. indica e M. sylvatica Roxb. no

Sudeste Asiático.

Factos sobre a Manga:

Manga é uma fonte excelente de vitamines A & C e uma fonte de fibra;

Manga não contém sódio, gordura ou colesterol;

Uma copa de manga cortada contém somente 110 calorias;

As variedades comerciais líderes actuais do Mercado, são 'Tommy Atkins', 'Keitt', 'Kent',

'Van Dyke' e ‘Jubilee'. As duas primeiras, representando 50% das variedades

comercializadas mundialmente.

3.2.1 Preferência do consumidor

O mercado internacional de manga não é uniforme, devido às variações de preferências

e exigências dos consumidores. Portanto, para obter o sucesso na produção e

exportação é preciso conhecer o mercado antecipadamente, para delinear as estratégias

que considerem essas variações.

A manga para ser exportada para o mercado dos EUA, deve apresentar coloração

vermelha e brilhante, com fibras curtas e peso entre 250 e 600 gramas por fruto. Na

Europa, a preferência é por frutos entre 300 a 450 gramas, o que, em uma caixa de 4

quilos líquidos, representa de 9 a 14 frutos. Em geral, a Tommy Atkins é a variedade que

possui a maior participação no volume mundialmente comercializado, devido

principalmente a coloração intensa, bom rendimento e resistência ao transporte a longas

distâncias; razões pelas quais é a mais produzida actualmente.

A fruta deve ser colorida, porque o consumidor associa a cor verde com maturação

insuficiente. Mangas de coloração verde são mais consumidas por grupos étnicos de

origem asiática. Entretanto, com o aumento da competitividade no mercado

internacional é importante que os países exportadores, como é o caso de Moçambique,

diversifiquem as variedades exportadas, a fim de se precaver de eventuais mudanças

nas preferências dos consumidores. Como exemplo, podemos citar o caso do Reino

Unido, onde o mercado grossista, geralmente, vende mangas de pequeno tamanho (12,

14 e 16 por caixa) para pequenos vendedores de frutas e restaurantes, que preferem

variedades bastante coloridas, como a Tommy Atkins e a Haden. Enquanto nos

supermercados, frequentemente, são comercializadas frutos maiores, de variedades

como a Kent ou Keitt, como também os da Tommy Atkins.

Page 47: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 47

3.2.2 Segmentos do Mercado da manga

Para a manga existem em princípio cinco segmentes de mercado que podem ser

servidos pela empresa, a saber:

1) Fresco – Empacotado em caixas de 4kg ou 2 kg para os mercados da África do

Sul. Um marketing directo que ultrapassa o mercado de frescos de Joanesburgo

deverá ser empregado onde for possível para evitar a comissão de 12.5%. As

empresas de marketing tais como Alliance Fruit cobram entre 4% e 10% de

comissão.

2) Fresh cut – Transportado em volume, os operadores de fresh cut na África do Sul

incluem:

a. Bakover; saladas;

b. Colours (que tem uma empresa parceira em Gana que processa a fruta); e

c. Fresh Connect.

3) Mercado Local – Estimada em 20% da fruta transportada para o packhouse.

4) Seco – Isto é um mercado novo a ser explorado pela empresa, que apresenta

potencial para adicionar valor ao processo principal de empacotamento de manga

fresca.

5) Outros potenciais produtos do Mercado: jam, puré, chutney, pickles e atchar.

Sobretudo este último apresenta oportunidades imediatas que vão ser exploradas.

3.2.3 Análise dos Mercados de manga fresca

Nesta secção vamos olhar para uma breve resenha de mercados para manga fresca ou

“fresh cut”, incluindo àqueles que, actualmente não são viáveis para os produtores

Moçambicanos.

África do Sul

Actualmente apresenta o Mercado mais viável para o produto Moçambicano.

Europa

Tradicionalmente grande consumidor de mangas, mas a competição do Brasil e outros

países exportadores Sul-americanos torna difícil competir para os produtores

Moçambicanos. África do Sul é também grande fornecedor para a Europa. Se conseguir

aproveitar da precocidade da fruta moçambicana nos mercados Europeus, existem

possibilidades para Moçambique no futuro.

Médio Oriente

Vasta potência. A produção nas Províncias centrais de Moçambique precisa de alcançar

pelo menos 750 toneladas por ano para entreter a ideia de exportação directa para o

Meio do Oriente. Juntando a produção dos quatro produtores, estes níveis serão

alcançados e ainda mais, se as empresas Pinto Agro Pecuária e EAM decidirem canalizar

parte da sua produção através do packhouse do CAFM. Um serviço viável de navegação

Page 48: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 48

é chave para a abertura de rota logística com o serviço efectivo de cadeia de frio e

gestão.

As possibilidades estão a desenvolver-se. Um serviço de navegação começou de Maputo

para o Leste. Por causa do desenvolvimento económico dentro do Corredor da Beira, o

porto está a ampliar a gama de serviços oferecidos, incluindo postos de alimentação

eléctrica para camiões frio (reefer trucks) e navegação directa para importantes portos

no médio oriente e Ásia. Os sucessos progressivos nesta área vão abrir mais opções de

exportação.

China

Tanto como o potencial do Médio Leste, os volumes e a viabilidade de transporte

permanece no ‘pipeline’, mas ambos estão a desenvolver-se.

Índia

O conhecimento inicial até ao momento indica que as variedades que estão sendo

promovidas em Moçambique não poderão ser aceitáveis no Marcado Indiano, no entanto

isto fica para uma investigação adicional.

Estados Unidos

Os Estados Unidos de América são os maiores importadores de mangas no mundo.

Entretanto a competição da América do Sul e resultante baixo preçário coloca este

Mercado fora de alcance de Moçambique.

Japão, Hong Kong, Singapura

Esta região está sendo fornecida largamente pelas Filipinas com variedades diferentes

daquelas produzidas em Moçambique. O Japão e Hong Kong são principais importadores

de Mangas na Ásia.

Outras Regiões

Existe mais potencial em outros países da África Austral, contudo a demanda é baixa e a

viabilidade nestes mercados mais pequenos ainda será investigada.

Moçambique

Existe um Mercado atractivo em Moçambique centralizado a volta de Maputo e Beira e

recentemente também Tete. Entretanto é provável que os volumes da manga de

variedades comerciais consumida localmente, representem uma relativamente pequena

percentagem da produção de Moçambique. Principal razão sendo a abundância nos

mercados da manga de variedades tradicionais.

Em resumo: Nos primeiros tempos, a empresa focalizará sobre os mercados

estabelecidos da África do Sul onde as relações são fortes. Em acréscimo, o Mercado

local Moçambicano será desenvolvido para absorver a manga de segunda classe e uma

pequena porção da fruta da primeira.

Futuramente, um foco particular será exportações directas para Médio Oriente através

dos portos da Beira ou Maputo, uma vez que estes possuam condições para cadeia de

frio e navegação directa (direct calls) para mercados alvos no Médio-oriente e Ásia.

Page 49: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 49

3.2.4 Análise dos Mercados de fruta seca

O Mercado Mundial da Fruta Seca

Frutas tropicais secas, como manga, papaia e banana estão se tornando um item comum

nas lojas de produtos alimentares de saúde e supermercados, onde estão sendo

comercializadas em sacos de celofano como em granel (em peso). Normalmente estes

produtos são vendidos com açúcar adicionado para doçura e sulfato para retenção da

cor, embora um produto completamente “natural” seja preferido pelas lojas de produtos

alimentares de saúde. Outros mercados principais desenvolvidos, como o do Japão,

adquiriram fruta tropical seca, mas em quantidades muito inferiores.

Fruta tropical seca é um mercado grande e crescente. Os melhores 4 mercados, EUA,

China, CE e Japão, constituíram uma importação de 35,000 MT por ano. Os mercados de

EUA e China estão previstos a crescer 5 – 9 % por ano (2009).

As 4 grandes frutas tropicais secas são banana, manga, papaia e ananás. A manga é o

produto com preço mais elevado, seguida de banana, o ananás e a papaia. Manga e

banana são as duas mais populares frutas tropicais secas. A popularidade de Manga é

especialmente pronunciada em países asiáticos, embora seja cada vez mais comum nos

EUA e na Europa também. Todas as quatro frutas são preparadas de maneira

convencional (açúcar infundido), produtos totalmente naturais e produtos orgânicos.

Bananas e mangas representam mais de 55% do mercado mundial de importações de

frutas tropicais secas.

Bananas em várias formas são o item mais popular. Enquanto os chips de banana não

são um produto seco / desidratado no sentido usual técnico do termo, eles são populares

em todos os mercados. Eles estão disponíveis em fatias, inteiras, tiras, etc. O principal

Pin

eapple

Papaya

Mango

Banana

2004 2005 2006 2007 2008

8.99.4

9.910.5

11.1

0

2

4

6

8

10

12

Dried Tropical Fruit

Market (000's MT)

United States

Pin

eapple

Papaya

Mango

Banana

2004 2005 2006 2007 2008

8.08.6

9.39.9

10.6

0

2

4

6

8

10

12

Dried Tropical Fruit

Market (000's MT)

China

Figura 8: Mercados de fruta tropical seca nos EAU e China

Page 50: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 50

produtor é as Filipinas. Bananas secas ao sol são vendidas em fruta inteira (dedos),

fatias e cubos.

Bananas desidratadas por ar quente (seco) em pedaços pequenos, grânulos, etc., são

também vendidas, embora em quantidades muito menores.

Ananás desidratado (maior segundo item após banana) é vendido em um número de

diferentes cortes (por exemplo, cortadas em cubos, em grânulos, anéis, fatias). A cor

deve ser amarelo claro ou ouro.

Papaias também são vendidas em todos os mercados, embora que a fruta seja menos

conhecida junto dos consumidores; é apreciado por fabricantes de produtos alimentares

e empacotadores. Papaia desidratada é importada em cubos, em grânulos, blocos e

lanças.

Produtos “totalmente naturais” e produtos orgânicos comandam os preços mais altos,

mas representam um mercado muito menor e pode ser caro para produzir. Com um

preço até 75% maior em parte de mercado a retalho, o mercado nicho de orgânico é

esperado de atingir o pico em 5-7% do mercado das frutas secas nos EUA. No entanto,

exige certificação externa cara por parte de terceiros para realizar o rótulo "orgânico" ou

"totalmente natural".

3.2.5 Outros potenciais produtos / mercados

A nível do mercado nacional, estão sendo estabelecidas algumas empresas

internacionais de sumos como a Sumo/Compal que tem grandes necessidades de

matéria-prima; neste caso a polpa de manga e ananás. Também a vinda do centro

regional da empresa multinacional Nestlé pode abrir novas oportunidades para polpa de

frutas ou outras derivadas. Na devida altura este mercado também vai ser pesquisado.

Atchar (pickles do Sul da Ásia) é feito a partir de certas variedades de legumes e frutas

que são cortados em pedaços pequenos e cozidos em óleos comestíveis, como o óleo de

gergelim ou de água salgada com diversos temperos indianos como assa-fétida,

pimentão vermelho em pó, curcuma, feno-grego, e uma abundância de sal. Legumes

também podem ser combinados em pickles para fazer Atchar de legumes mistos. Os

picles em estilo Sul asiático mais comuns são feitos de manga e limão. As concentrações

elevadas de sal, azeite e temperos actuam como conservantes. Muitos picles produzidos

comercialmente usam conservantes como o ácido cítrico e benzoato de sódio.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 51

5. ANÁLISE ESTRATÉGICA

5.1. Rivalidade Concorrencial

A empresa EAM no presente momento é único produtor de grande escala e exportador

de mangas em Moçambique. Pinto Agro Pecuária Lda. até ao momento estabeleceu seus

30 hectares.

Os outros quatro fazendeiros na área de Revué / Dombe - membros do Consórcio de

Fruticultores Associados de Manica e promotores deste projecto - actualmente estão a

envidar esforços no sentido de ampliar e melhorar os seus pomares de mangas.

A colheita de fruta é em Novembro, Dezembro e Janeiro de cada ano. Do campo é

transportado em volumes para os mercados Sul-africanos – Fresh cut, concretamente

para a empresa Bakover, processador de salada de fruta baseado em Joanesburgo. Esta

situação não é ideal visto que o potencial acréscimo de valor é exportado e as opções da

EAM estão limitadas em termos de desenvolver o seu portfólio do Mercado.

Para ter-se acesso a um número alargado de mercados, o consórcio desenvolverá

capacidade de empacotamento e processamento local no sentido de melhorar as

margens de lucro, retornando uma parte do valor acrescentado para Moçambique e

desenvolver-se um portfólio de mercado mais variado (futuramente também mediante a

oportunidade de possível exportação directa do porto marítimo de Beira, desde que a

situação de escasso de cadeia de frio no porto seja solucionada)

Os produtores do CFAM irão implementar uma estratégia de marketing que maximiza as

oportunidades através duma mistura única de amadurecimento a tempo e mercados-

alvo. Serão aproveitados as diferentes variedades e diferentes microclimas para garantir

que a empresa esteja melhor posicionada para ser um fornecedor preferencial para os

mercados locais, regionais e internacionais.

No ramo de secagem de frutas como banana e ananás existe muito pouca concorrência

nacional. As vantagens competitivas da empresa em relação aos concorrentes sul-

africanos incluem: a capacidade de procurar fruta localmente e processar na fonte, fruta

fresca com baixos custos de produção; estrategicamente localizado em Inchope, perto

das principais áreas de cultivo, para conservar frutos que são totalmente naturais, sem

necessidade para preservar artificialmente com produtos químicos, mas com uma longa

vida útil dos produtos. O processamento apresenta uma oportunidade para desenvolver

produtos originais, exóticos e exclusivos para os mercados de exportação.

5.1.1 Análise da Concorrência

Os produtores do consórcio CFAM pretendem colaborar com as empresas EAM e Pinto

Agro Pecuária na comercialização do seu produto. Deste modo, o conjunto dos

produtores competirá com os produtores da África do Sul em mercados médio sazonal.

Portanto a produção de Dombe tem uma vantagem sazonal em que a fruta entra nos

mercados Sul-africanos até um mês antes de qualquer fruta Sul-africana produzida

localmente entrar no Mercado. Seja como for, a competição no mercado internacional é

feroz. Produtores estão a procurar maneiras para aproveitar desta pequena Janela de

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 52

Oportunidade, até em realocar as suas operações para outros países como Quénia para

também produzir fruta ‘sazonal cedo’.

A vantagem sazonal que Moçambique tem sobre os produtores Sul-africanos é a

razão de ser deste projecto e deve ser aproveitada no máximo.

Os preços no início da época são significativamente mais altos, comparados com os da

época média e tardia, assim providenciando aos produtores Moçambicanos uma grande

vantagem que não só chega a cobrir o custo adicional da grande distância para o

mercado em relação aos produtores Sul-africanos, mas também fornece margens

favoráveis.

Fornecimento dos Mercados na África do Sul é dominado pelos produtores Sul-Africanos

com uma pequena percentagem de fruta proveniente do Zimbabwe e Moçambique. Os

mercados do Médio Leste são largamente fornecidos pelos produtores Asiáticos e alguns

produtores Africanos tais como a África do Sul, mercados Europeus são fornecidos pela

combinação Brasileira e outros produtores da América do Sul, Africano (especialmente

África do Sul) e alguns produtores Asiáticos, particularmente da Índia.

A empresa focalizará sobre os mercados estabelecidos da África do Sul onde possa

aproveitar das relações fortes mantidas pela empresa EAM. Em acréscimo, o Mercado

local Moçambicano será desenvolvido para absorver a manga de segunda e uma

pequena porção da fruta de primeira. Um foco particular vai para as exportações directas

para Médio Oriente dos portos da Beira (ou Maputo), que podem se tornar possíveis num

futuro próximo.

Concorrência nos mercados locais de Moçambique aparece em duas formas:

1. Produtores de Pequena Escala de variedades de fruta de baixa qualidade, e

2. Importações da África do Sul no período de colheita sazonal tardia.

O produto que passa através da instalação de processamento irá ser de elevada

qualidade. Os factores Chaves de Competição são:

Qualidade

Sabor

Confiança de fornecimento

Consistência de fornecimento

Preço Competitivo

Em Moçambique a indústria de fruta seca é praticamente inexistente. Uma empresa

(Quinta Tropical) está a vender varias frutas em sacos plásticos finos, nomeadamente,

banana, manga, ananás, maça, entre outras. A vida de prateleira é de um mês.

Existem algumas empresas pequenas de polpação e fabrico de compotas, geleias, jam,

etc., mas a maioria dos produtos neste segmente de mercado é importado e a

concorrência é muito intensa. Seria difícil conquistar uma quota de mercado aceitável,

justificando o investimento necessário em desenvolvimento do produto, distribuição e

promoção da sua venda.

Como é o caso com muitas outras indústrias / sectores no país, é extremamente difícil

obter dados estatísticos confiáveis sobre a indústria de fruta conservada

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 53

5.2. Posicionamento Estratégico

5.2.1 Marketing Actual e os Mecanismos de Acondicionamento

Sem ter a disposição dum packhouse, os produtores seriam obrigados a empacotar a

fruta na plantação usando depósitos do tipo bulk bin; depois de ter-se feito a pré-

classificação no campo. A fruta então seria transportada em veículos de 30 toneladas

com refrigeração, directamente para os processadores da fruta, em Joanesburgo.

Esta opção de depósitos bulk bin - directamente do campo para o contentor com

refrigeração não é muito efectivo, devido a questões de cadeia de frio. Idealmente, as

mangas precisam de passar do campo directamente para o packhouse e sala de frio,

onde as temperaturas são efectivamente baixadas para um nível desejado, por motivos

de condições óptimos de transporte. Estes camiões com refrigeração (reefer trucks) não

estão bem equipados para efectivamente tirar o calor do campo e proteger a fruta.

5.2.2 Intermediários / Comerciantes/ Agentes de Marketing

Tradicionalmente, o cenário de marketing da África Austral foi dominado pelas empresas

frequentemente não-produtoras, orientadas para a comercialização. Isto está a mudar e

muitas, se não a maioria das empresas de marketing dominando a cena, actualmente

pertencem aos produtores e são dirigidas por eles. Esta mudança avançou bastante para

estabelecer relações entre o produtor e o Mercado destinatário, uma vez que agora os

intermediários são os próprios produtores. O modelo de Alliance Fruit é aclamado como

um modelo primário de como uma organização de marketing de fruta seria detida,

gerida e operada. A empresa comercializará a sua fruta através da Alliance Fruit e ao

longo prazo, quando volumes e diversidade o permitirem, olhará para a criação duma

empresa de marketing baseada em Moçambique. A criação de packhouse em Inchope,

seria um passo significativo no desejo de alcançar uma indústria de mangas ‘totalmente

integrada’ dentro das fronteiras de Moçambique.

5.2.3 Posicionamento

Em termos gerais, o grupo dos farmeiros de mangas de Manica vai-se posicionar da

seguinte maneira: Devido às vantagens climáticas conseguem fornecer a fruta da época

inicial para os mercados da África do Sul, isso quando os produtores Sul-africanos ainda

não estão a produzir. Em essência, esta é a razão de ser desta ideia empresarial.

A variedade Tommy Atkins é colhida aproximadamente 4 semanas antecipadas, que as

Mangas da variedade Tommy Atkins do Komatipoort. Komatipoort produz as mangas da

África do Sul mais cedo. As variedades do Keitt e Kent são ambas produzidas

aproximadamente 6 semanas mais cedo que as mesmas variedades de Komatipoort.

A empresa pretende posicionar a fruta fresca como fruta de alta qualidade preferencial

nos mercados regionais (sobretudo a Africa do Sul) e Asiáticos. A empresa vai trabalhar

arduamente para assegurar um fornecimento confiável da fruta do início da época e de

alta qualidade; com vista a tornar-se o mais preferido fornecedor na sua categoria. Para

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 54

isso tomará medidas como fertilização e poda atempada para acelerar o

amadurecimento da fruta.

Enquanto a fruta processada, sendo um mercado novo a explorar, será posicionada de

forma diferente. A fruta fresca base (manga, banana e ananás) é de alta qualidade,

produzida nas províncias centrais de Moçambique e comprada no momento em que há

um excedente no mercado local e consequentemente a preços competitivos. Isto

permitirá à empresa transformar (secar, polpar, conservar) a fruta também a preços

competitivos, colocando-se numa posição vantajosa em relação aos principais

concorrentes estrangeiro.

5.3. Análise FOFA

A análise foi conduzida para identificar a Força principal e as Fraquezas da empresa (em

relação aos factores internos) no que concerne ao packhouse, bem como as principais

Oportunidades e Ameaças no ambiente externo que podem vir a afectar a empresa no

futuro, considera-se apenas os factores da FOFA a esse respeito.

Força

Volumes de produção que já são muito significativos (1.000 MT pressuposto para o

ano agrícola 2013/14);

Os mercados já estão assegurados e novos, potencialmente os mais lucrativos estão

no pipeline;

Donos e gerentes com muita experiência no sector fruteira, embora principalmente

como produtores de fruta;

A logística da exportação da manga é conhecida, desde que a empresa EAM já tem

estado a trabalhar há 5 anos com os provedores de serviços e as rotas logísticas,

exportando mangas para África do Sul;

O packhouse será localizado centralmente em Inchope, para poder aproveitar da

produção hortofrutícola do sector familiar em toda a zona centro do país;

Criação duma unidade versátil com uma gama de opções de acondicionamento e

processamento, criando opções de escolha e uma maior margem de manobra em

resposta às tendências de mercado e factores de produção variáveis.

Oportunidades

Mercados da Ásia para a manga; uma vez ultrapassados os desafios logísticos;

Exploração de novos mercados para a fruta processada;

Acondicionamento de mangas dos outros farmeiros da área. (O packhouse tem

capacidade adicional para absorver esta demanda potencial.);

Trabalhar com outros farmeiros na área para criar uma marca Moçambicana para os

mercados internacionais;

Fraquezas

Falta de conhecimentos dos trabalhadores. Formação será feita;

Terreno para instalar o packhouse ainda por assegurar;

Dificuldade de aceder a água potável na localidade de Inchope, obrigando

investimento num furo com bomba;

O uso de energia eléctrica para o tratamento com água quente e a secagem, pode se

tornar oneroso. (Existe a opção de instalar um biodigestor para produzir uma parte

do combustível necessário, em forma de gás metano);

Cadeia de fria pouco desenvolvida em Moçambique;

Uso de várias tecnologias (incluindo uma classificadora de fruta / vegetais

computorizada) que poderá de certo modo complicar a planificação, gestão e controlo

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 55

dos diferentes processos de produção e a manutenção regular e eventual reparação

dos equipamentos.

Para poder se aproveitar da janela de oportunidade em Africa do Sul, será

imprescindível uma disciplina rigorosa na planificação e implementação da produção

e acondicionamento. Qualquer desvio poderá ter consequências graves em termos de

rendimento, tanto das plantações individuais como do próprio packhouse.

Ameaças

Os volumes poderão ser afectados negativamente pela redução do espaço no

Mercado como resultado da Mosca da Fruta;

Crise económica e financeira, que pode diminuir a demanda;

Condições climáticas adversas, têm potência de reduzir volumes. (ex. Invernos mais

frios, vento extreme.);

Chuva excessiva durante o tempo de colheita tornará difícil o transporte da fruta

para o packhouse, que fica entre 60 e 110 km das maiores plantações.

5.3.1. Ambiente de Operação

O ambiente de operação externo vale para monitorar numa secção separada devido às

condições prevalecentes em Moçambique. O ambiente de operação externo é

considerado incorporando factores que afectarão a eficiência de operação de Packhouse,

mas na maioria dos casos, não será controlável pela empresa. O que segue é um resumo

dos factores ‘PESTLE’ - sigla em Inglês para Politica, Económica, Social, Legal e Meio-

Ambiente

Política

(Não obstante os acontecimentos recentes em Muxungué); Moçambique goza de uma

situação política relativamente estável com poucos conflitos de qualquer tipo visíveis

entre os partidos políticos e grupos da população em geral. Manica não é excepção nisto.

O Governo reconhece a importância do sector de hortifruticultura e da indústria de

transformação de produtos agrícolas em particular, entre outros pela aprovação em

2011 do Plano Nacional de Desenvolvimento do Agronegócio. O GdeM está a intensificar

esforços com vista ao melhoramento do ambiente geral de negócios no país e criar

mecanismos para incentivar investimento, tanto público e privado no sector agrícola.

Economia

Com a economia a crescer com uma taxa mais rápida do que a maioria dos países

Africanos, o nível de consumo de produtos agrícolas de alto valor está a aumentar

constantemente.

Nos últimos anos, o sector agrícola e o de agronegócios na província Manica teve uma

história com alguns sucessos mas muitos fracassos. Razões para as falhas são muitas;

no entanto, para aqueles que escolhem as culturas mais adequadas e o modus operandi

certo, existem frutos para colher.

Flutuações de taxa de câmbio, particularmente entre Dólar Americano e Rand jogarão

um papel importante nas operações da empresa.

Social

Os factores sociais mais desafiantes que a empresa enfrentará e sobre as quais tem

pouco controle são, entre outros.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 56

- HIV/SIDA – A força de trabalho reduzida e diminuição do tecido social da família

constitui grande problema e embora a estratégia de combate nacional do governo

lidere o caminho, a empresa reconhece e precisa de jogar o seu papel na redução do

surto e o impacto da doença.

- Alcoolismo – Em maior parte como resultado da Guerra e a falta de ambiente

económico comercial estruturado, emparelhado com o desespero de SIDA, o

alcoolismo é um desafio na produtividade de força de trabalho agrícola. Claramente,

de qualquer maneira o impacto disto está reduzindo na medida que mais serviços

estão cada vez sendo criados nas comunidades.

- Falta de entendimento comercial – Devido ao não funcionamento da maior parte do

ambiente económico de Moçambique no passado recente, a falta de entendimento

dos benefícios da economia agrícola organizada, pela actual e potencial força de

trabalho, claramente tem efeito negativo na produtividade. Na medida que mais

membros da força de trabalho começam melhorar as suas vidas e as vidas dos que

lhes rodeiam, de qualquer forma, o impacto deste problema reduz-se.

Tecnologia

Embora Moçambique esteja atrasado na região quando se trata de avanços tecnológicas

na agricultura, os requisitos tecnológicas deste projecto poderão ser encontrados dentro

da região (especialmente em África do Sul). Estes de modo primário giram a volta do

acondicionamento e tecnologia de secagem, conservação e armazenagem frio. Existem

empresas de construção civil na Província de Manica com especialidade suficiente para

serem engajadas na construção da estrutura metálica do Packhouse. Portanto a maioria,

se não todo o equipamento será importado.

Ambiente legal

Devemos também incluir administração nesta categoria. Moçambique tem a reputação

de não ter um quadro de legislação conducente para um ambiente de negócio eficiente.

Este é um dos factores principais que contribuem para a fraca competitividade de

Moçambique na região, em termos de agricultura. Moçambique tem um ambiente

natural, capaz de apoiar uma indústria competitiva mesmo que um ambiente

administrativo conducente poderá encorajar muito mais o investimento local, regional e

internacional. Entre si, os cinco promotores (CFAM e ADEM) possuem largos anos de

experiência em Moçambique, criando bom conhecimento da situação jurídica e

administrativa para servir de apoio na face de desafios futuros.

Meio-ambiente

O ambiente natural em que a empresa opera é altamente condutivo para o tipo de

agricultura em que a empresa está engajada. A questão ambiental mais importante que

os produtores encaram é de chuva excessiva que por vezes ocorre durante a estação das

colheitas e que pode tornar a colheita mais desafiante e fortemente sofrer perdas.

5.3.2 Riscos e os seus factores de mitigação

Os riscos e as medidas de sua mitigação já foram cuidadosamente estudados. A unidade

de acondicionamento / processamento esteve na planificação desde aproximadamente

dois anos. Dizer que, o tempo para a implementação do projecto do PADR é oportuno.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 57

Tabela 15: Riscos e medidas da sua contingência

Riscos Medidas de Contingência

Volumes de produção

inadequados

Sinergias com outros produtores de frutas e hortícolas

em Manica e Sofala

Sinergias com transportadores de outras províncias

para a entrega de produção das províncias vizinhas

(aproveitamento dos fretes de retorno);

Qualidade do produto /

fitossanidade / GlobalGap

Registo no GlobalGap e assistência técnica aos

produtores sobre as técnicas de produção

Barreiras alfandegárias Contacto permanente com o CPI, IPEX, DPPF, Serviços

Agrários e a Direcção das Alfandegas

Mosca da fruta

Tratamento da manga com água quente

Montagem de armadilhas feromonas e pulverizações

preventivas;

Melhorar o marketing para a promoção do mercado

doméstico (Manica, Sofala, Tete) e regional

Unidade de processamento (secagem e conservação)

irá minimizar o problema de comercialização;

Falta de financiamento

para sistemas de rega

Apresentar pedidos de financiamento a AgriFuturo,

IPEX, CEPAGRI, PROIRRI, AgDevCo, etc.

Interrupções de Energia Aquisição de um gerador de emergência

Incêndios que efectuarem

a unidade Fabril ou os

campos de produção

Seguros contra incêndios para o Edifícios e

Equipamentos

Intervalos de fogo nos campos

Depreciação de Moeda Soluções como ‘hedging’

Preço de combustível no

mercado Internacional que

afectaria o custo de

distribuição

Distribuição rodoviária para os mercados regionais

Futura opção por distribuição marítima para mercados

ultramarinas

5.4. Factores Críticos de Sucesso

Factores Chaves de Competição

A qualidade do produto - Para ter sucesso, a qualidade do produto deve ser mantida

em níveis elevados. O Consórcio reconhece isso e vai garantir que todos os

produtores que se dedicam a unidade de empacotamento serão suportados na sua

gestão agronómica para que a fruta entregue na unidade de acondicionamento seja

da qualidade certa. A empresa vai ensinar produtores de banana e ananás como gerir

melhor as suas machambas para obter melhores resultados e também ensiná-los a

pré-classificação de fruta;

Preço competitivo - Frutas vendidas nos mercados locais e internacionais devem ter

um preço competitivo e para isso, os custos devem ser reduzidos e a qualidade

aumentada;

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 58

Os volumes de produção – O Consórcio irá garantir volumes de produto mínimos

para manter o Packhouse viável.

Adequação de Serviços - Os agricultores têm necessidades diferentes, e é intenção

da empresa identificar as necessidades individuais e operar de acordo com essas

necessidades. Por exemplo, alguns agricultores vão precisar de apenas um serviço de

embalagem, pois podem ter assegurado os seus próprios mercados. Outros

agricultores exigem a embalagem e serviços de comercialização. Nestes casos, a

empresa pode oferecer a opção de comprar o produto na porta da unidade de

empacotamento ou vendê-lo em regime de comissão.

Espaço de Mercado – A empresa deve garantir mercados adequados para o seu

próprio produto e para os outros que colocam os seus produtos através da unidade

de empacotamento e necessitam de apoio na comercialização;

5.5. Definição da Estratégia da Empresa

Fornecer uma facilidade de acondicionamento e processamento de frutas tropicais (e

certas hortaliças) para o consórcio e para os outros produtores de frutas, tanto de sector

comercial como dezenas de produtores de sector familiar, proporcionando, assim uma

linha (pipeline) de comercialização para os mercados regionais e internacionais.

5.5.1 Estratégia de Marketing

O maior enfoque da empresa em termos de comercialização seria os Mercados da África

do Sul, que têm consumido tudo que é alta qualidade de mangas na época inicial, tendo

uma percentagem modesta, mais crescente dirigida para os mercados de Moçambique.

Com o estabelecimento do packhouse em Inchope e acondicionamento da manga fresca,

a empresa estará em condições de vender grande parte da produção do primeiro grau no

mercado Fresh Cut para a confecção de salada de frutas. Na fase inicial as vendas e

marketing serão feitos por Alliance Fruit.

Doravante, a empresa vai seguir uma estratégia de marketing diversificada e

potencialmente mais lucrativa. Isto irá incluir o mercado de frescos em Africa do Sul,

uma vez que as restrições por causa de Mosca de Fruta serão levantadas e os mercados

do Médio Oriente. Investigações estão sendo feitas com os mercados potenciais e sobre

os custos logísticas a partir dos portos da Beira e Maputo.

A empresa vai seguir uma estratégia de marketing dentro de Moçambique que vai, de

um lado garantir a venda da fruta da segunda e de outro lado explorar opções de

processamento como secagem e polpação.

Os produtos processados serão vendidos a grossistas na Africa de Sul e localmente (via

grossistas e inicialmente promoção directa com supermercados, etc.) como um produto

de ‘Orgulhosamente Moçambicano’.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 59

5.5.2 Marketing Mix da manga

Mercado de fresco:

Caixas de 4kgs, (contendo 8 ou 12 frutas); caixas de 2kg; Econopacks

Variedades: Tommy Atkins & Kent;

Directamente para o Mercado via Alliance Fruit / outra empresa de marketing

(ultrapassando o Mercado de Frescos em Joanesburgo)

Mercado Freshcut:

Entrega em volume, bulk bins de 500 kg cada;

Variedade Tommy Atkins e Kent, possivelmente Keitt;

Mercado Local:

A ser vendida principalmente na Beira, Tete e Maputo

Embalagem para retalho em caixas de 2 ou 4 kg;

Processamento:

Secagem da Fruta seleccionada (O Packhouse compra a fruta do produtor)

Venda a grosso para processadores nacionais ou no estrangeiro;

Polpação para indústria alimentar

Atchar em embalagens plásticos de 2 ou 5 kg.

A tabela a seguir mostra a média de distribuição actual do Mercado, enquanto ainda não

foi levantada a restrição de exportação de manga fresca:

Tabela 16: Distribuição de Mercado da manga fresca

Variedade Datas Fresh Fresh Cut Local

Tommy Atkins 7 Nov – 14 Dez 0 % 90% 10 %

Kent 7 Dez – 31 Dez 0 % 50% 50 %

Keitt 24 Dez – 7 Jan 0 % 85% 15 %

5.5.3 Preços de venda e compra

Os preços médios de venda usados no plano de negócio são como se segue:

Tabela 17: Preços médios de venda usados no Plano de Negócios

Preços da venda (por kg Moeda local Equivalente

em

Euro Categoria de produto

Retalho Ex

armazém

Manga fresca - mercado local (Maputo pode ser 3 x isso) MZN 12 MZN 9 € 0.23

Venda de outras frutas frescas - mercado local MZN 8 MZN 6 € 0.15

Fruta seca (incluindo a embalagem) MZN 500 MZN 250 € 6.41

Processamento da manga em Atchar (embalagem plástico) ZAR 60 ZAR 30 € 2.54

Outras frutas / hortaliças processados (embalada) ZAR 70 ZAR 35 € 2.96

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 60

Para calcular os custos de matéria-prima foram usados os seguintes preços de compra:

Manga de 2º grau (comprados dos produtores comerciais) a um preço fixo de ZAR 1,40

ou € 0.12 por kg; bananas a MZN 3 / € 0.08 por kg e ananas a MZN 6 / € 0.15 por kg.

A média dos preços escritos aqui considera todos os factores que afectam a média de

preços, incluindo temporização (a fruta da época inicial tem melhor preço) e o tipo de

Mercado e estrutura de vendas.

Com a flutuação das taxas do câmbio, estes algarismos alteram. Uma taxa de câmbio do

Rand em relação ao Euro de 11.8 foi usada para errar no lado de cautela.

A empresa irá fornecer um serviço de acondicionamento custo-eficaz, que reconhece a

situação actual da indústria de manga na região centro de Moçambique. Para estes

produtores que optarem canalizar o seu produto através da unidade de

acondicionamento cobra uma taxa de processamento e embalagem de ZAR 2,000 ou €

180.00 por MT.

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6. PLANO DE ACÇÃO

6.1. Descrição das Medidas de Acção

A duração da acção será de 24 meses.

Actividades á implementar na fase de construção (6 – 9 meses) incluem:

Aquisição do terreno em Inchope para instalação do packhouse;

Desenho técnico das instalações, planta e lista das quantidades, incluindo sistema

eléctrico, água e de drenagem;

Obtenção de benefícios fiscais para isenção de direitos e impostos na importação de

equipamento através do Centro de Promoção de Investimentos (CPI);

Aquisição e importação de equipamento fabril: linha de acondicionamento de manga,

equipamento de secagem e três Câmaras frigoríficas;

Perfuração para encontrar água potável, instalação da torre para o tanque, bomba

submersa e painel eléctrico e execução do teste de bombagem.

Ligação (temporária) a rede eléctrica.

Preparação da plataforma de terra para construção do packhouse e vedação do

terreno;

Construção da estrutura principal do packhouse: um alpendre em aço com telhado

em chapas de zinco;

A instalação (pelos fornecedores) das unidades fabris: linha de acondicionamento de

manga, equipamento de secagem, diverso equipamento de processamento e três

Câmaras frigoríficas, incluindo sistema de água, electricidade, termoacumulador,

gerador de emergência, canalização, biodigestor, etc.;

Aquisição do restante equipamento como camiões, empilhadores, bulk bins, etc.;

Apetrechamento do packhouse

Organização da produção:

Estimativa da produção dos produtores participantes por variedade e assinar acordos

de processamento da manga, e outras frutas;

Estabelecimento de pontos de aglutinação de fruta e vegetais nas maiores zonas de

produção e /ou estabelecer acordos comerciais com produtores;

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Desenho e implementação do Sistema de Controlo Interno para garantir o

comprimento com as normas de HACCP e/ou GlobalGap e sobretudo para garantir o

rastreamento (‘traceability’) da produção;

Recursos Humanos:

Recrutamento do Gestor da Empresa e do staff de supervisão;

Formação pelo fornecedor ‘on-site’ do pessoal qualificado: operários das linhas de

empacotamento, maquinas de processamento e Câmaras de frio, etc.;

Recrutamento do pessoal do packhouse;

Organização geral:

Legalização da empresa, obtenção de alvará, licenças comerciais, etc.;

Estabelecer acordos-quadro com transportadores de camiões frio (reefer trucks) para

o transporte da fruta acondicionada para Africa do Sul e outros mercados;

Subcontratação dos serviços de contabilidade e auditoria;

Organização do despacho de exportação da manga;

Comercial/Marketing

Obtenção de certificações internacionais que garantam acesso a mercados

internacionais tais como GlobalGap, HACCP e outros;

Assinatura de acordos comerciais com o mercado externo (Africa do Sul, Médio

Oriente, China e Europa) para exportação de manga fresca e frutas tropicais secas.

Desenho do ‘house style’ da empresa, incluindo marca, logotipo, etc.;

Desenho e aquisição do material de embalagem;

Investigar a possibilidade de entrar em acordos de fornecimento com processadores

de produtos alimentar dentro do País como Sumo/Compal, Parmalat e Nestlé.

Obtenção da marca ‘Made in Mozambique’ / Orgulhosamente Moçambicano;

Uma vez que a instalações são comissionadas, o packhouse e a sua equipa de gestão

irão ter as seguintes funções:

1. Funções de acondicionamento (principalmente manga)

Recepção e registo

Classificação

Polimento

Lavagem (banho quente)

Page 63: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 63

Aplicação de fungicida

Triagem / dimensionamento

Embalagem

Câmara frigorífica

Expedição

2. Limpeza e preparação da fruta para o processamento

Recepção

Classificação

Casca e limpeza

3. Funções de secagem

Secagem

Embalagem

Armazenagem

Expedição

4. Funções de processamento (sumo, polpa, compota)

Processamento

Engarrafamento

Esterilização UHT

Embalagem e rotulagem

Armazenagem

Expedição

5. Marketing e funções de vendas

Pesquisa de mercado

Engajamento de mercado

Vendas

Marketing

6. Funções de apoio

Gestão financeira

Recursos humanos

Aquisição / apoio agronómico

Manutenção

6.2. Objectivos a Alcançar

O projecto de implementação consiste na aquisição e construção dos edifícios, salas

frias, linha de acondicionamento da manga, unidade de processamento, linha de

embalagem, etc. tudo em conformidade com as normas internacionais para a indústria

de agro-processamento, sobretudo HACCP e GlobalGAP.

Para assegurar um funcionamento óptimo das instalações do packhouse, o recrutamento

e formação contínua do pessoal receberão a devida atenção.

O desenvolvimento, desenho e aquisição de materiais de embalagem de alta qualidade

visa garantir que o produto final chegará nos mercados de destino em perfeitas

condições e em embalagem atractiva para o consumidor final.

Page 64: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 64

Para a componente de processamento e conservação a empresa estabelece relações

comerciais com (grupos de) pequenos produtores de fruta e vegetais para assegurar um

fluxo de matéria-prima de qualidade adequada para o processo de processamento.

6.3. Responsáveis pela execução

O Consórcio de Fruticultores Associados de Manica vai nomear um Gestor do Projecto,

que vai supervisionar o desenvolvimento de todo o projecto do início ao fim. A instalação

leva menos de 10 meses a ser concluída, após o que entrará em operação,

acondicionando e processando fruta.

Planeamento será de importância primordial e, como tal, um plano de implementação

final com cronogramas tomará efeito após a captação bem-sucedida de financiamento.

A empresa irá trabalhar em estreita colaboração com um Despachante Aduaneiro no pré-

apuramento de todas as importações para garantir que não ocorrem atrasos no processo

da importação.

Empresas especializadas serão contratadas para fabricar, instalar e construir o seguinte:

Alpendre de aço;

Câmaras frigoríficas;

Linha de acondicionamento de manga;

Unidade de secagem;

Instalação de processamento (polpação, sumos, compotas) – já disponível;

Linha de empacotamento;

Sistema eléctrico, incluindo gerador de emergência;

Furo de água com bomba e tanque elevado;

6.4. Quantificação dos Meios humanos e materiais necessários

A Gestão do projecto da construção do packhouse irá ser realizada pela equipa de gestão

do consórcio, usando um número de peritos, sempre que for necessário, incluindo:

engenheiro civil, engenheiro frio, engenheiro electrotécnico, engenheiro mecânico.

Muitas dessas empresas serão de fora de Moçambique, sobretudo África do Sul, no

entanto, sempre que possível, operadores de dentro de Moçambique vão ser

contratados.

Mão-de-obra local proveniente da comunidade vizinha será empregue desde o início da

fase de construção e, posteriormente, na fase de implementação. Onde mão-de-obra

local seja deficiente em conhecimento e experiência, a empresa irá r temporariamente

trazer formadores, ou vai oferecer treinamento por si só.

Recursos materiais necessários:

Cimento, pedras, areia para obras de construção civil;

Portas, janelas, texto falso, paredes internas, materiais de encanamento e

cablagem para a estrutura da unidade de empacotamento;

Page 65: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 65

Alpendre em aço

Transformador, materiais eléctricos, gerador auxiliar;

Câmaras frigoríficas;

Linha de acondicionamento de Manga;

Unidade de secagem de frutas;

"Pequenas compras", incluindo balancos, caixas, empalhadores, prateleiras,

mesinhas de rodas, mesas, e outros itens menores;

6.5. Cronograma

NB: Todas as actividades previstas devem ser calendarizadas em relação à data

da próxima época, que começa em meados de Novembro de cada ano.

Tabela 18: Cronograma de actividades

Ano 1 Semestre 1 Semestre 2 Organismo de

execução Actividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Desenho final do planeamento CFAM

Finalização do desenho da unidade de

acondicionamento, unidade de secagem e

posicionamento das Câmaras frigorífica.

CFAM e

consultores

Encomendar as Câmaras frigorifica x 3,

pagamento parcial.

CFAM

Encomendar e pagamento parcial do

alpendre em aço

CFAM / PADR

Preparação da plataforma de terra para o

alpendre

Empresa de

construção civil

Aquisição da linha de acondicionamento de

manga e unidade de secagem

CFAM

Pagamento final do alpendre em aço. CFAM / PADR

Importação do alpendre em aço CFAM

Instalação do alpendre em aço Empresa constr.

Instalação do chão em betão Empresa constr.

Importação das Câmaras frigoríficas e

pagamento final para Câmaras fria,

compressores, etc.

CFAM / PADR

Instalação das Câmaras frigoríficas. Empresa de frio

Importação da linha de acondicionamento de

manga e unidade de secagem

CFAM / PADR

Instalação da linha de acondicionamento de

manga

Empresa

fabricante

Instalação da unidade de secagem Empresa de

engenheira

Desenvolvimento e aquisição dos materiais

de embalagem

CFAM e

indústria gráfica

Finalização de todas as construções civis e o

remanescente do Packhouse

CFAM

Recrutamento de pessoal da unidade de

secagem e linha de acondicionamento e

formação no local

CFAM

Recrutamento de pessoal remanescente da

unidade de empacotamento

Gestor

Primeira colheita de manga condicionada e

exportada

Produtores

comerciais

Page 66: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 66

Para os anos seguintes:

Actividade Semestre 3 4 5 6 7 8 9 10 Organismo de

execução

Manutenção da linha de acondicionamento,

unidade de processamento e Câmaras

frigoríficas

Empresa e

fornecedores

Condicionar e exportar a segunda colheita de

manga

CFAM e empresa

Processamento e secagem de frutas / vegetais

e a sua comercialização

Empresa

Manutenção das instalações Empresa

Empacotar e exportar a terceira colheita de

manga

CFAM e empresa

Manutenção das instalações Empresa

Exportar a quarta colheita de manga CFAM e empresa

Manutenção das instalações Empresa

Exportação da quinta colheita de manga CFAM e empresa

6.6. Sistema de análise e controlo da execução

Acompanhamento da implementação será feita em termos de:

Tempo

Qualidade

Custo / Orçamento

O gestor do projecto será responsável por assegurar que a instalação é construída com a

qualidade apropriada, dentro do prazo e dentro do orçamento alocado.

O plano de implementação / Cronograma será usado para este propósito.

Page 67: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 67

7. ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÓMICO-FINANCEIRA

7.1. Plano Geral de Investimentos

7.1.1 Investimentos a realizar

O consultor e os promotores já avançaram bastante para garantir-se a exactidão da

informação financeira apresentada. O montante de dinheiro necessário será para

estabelecimento da infra-estrutura de Packhouse, instalações de secagem, unidades de

refrigeração e as linhas de empacotamento fica dentro dos parâmetros estabelecidos

para a subvenção.

Tabela 19: Descrição dos investimentos a realizar

Discrição Preço Valor € Valor

total

Aquisição do terreno - DUAT $ 1,000 € 769

Preparação do terreno (limpeza, nivelação, via de acesso,

etc.)

$ 5,000 € 3,846

Edifício principal (estrutura em pilares de aço com telhado

de chapas de zinco, paredes de separação, tecto falso nas

áreas de processamento, conforme HACCP

$ 80,000 € 61,538

Vedação em volta do terreno com luzes de segurança,

portão de entrada com casa de guardas

$ 10,000 € 7,692

Electrificação incl. Posto Transformador (dependendo da

distancia para a rede principal)

$ 8,000 € 6,154

Sistema de agua: Furacão, torre, tanque, bomba, etc.) $ 7,600 € 11,692

Total investimento no edifício principal € 90,923

Uma linha para condicionamento, classificação e

embalagem de manga; c.i.f. Brasil; incl. montagem

$ 116,500 € 89,615

transporte Brasil - Mozambique 10% $ 11,650 € 8,962

Total linha de condicionamento de manga € 98,577

Instalação de secagem; completo incl. carrinhos; contentor

SEM interior em inox

ZAR 312,000 € 26,400

Alternativa: Caldeira 2da mão - carvão ou biomassa ZAR 300,000 € 25,385

Transporte Africa do Sul - MZ ZAR 100,000 € 8,462

Montagem ZAR 25,000 € 2,115

Instalação de secagem € 62,362

Duas (2) câmaras frigoríficas € 35,000.00 € 70,000

Diversas maquinais para conservação de fruta (ADEM) € 220,000 € 169,231

Um gerador de emergência; $ 17,000 € 13,077

Empilhadora de garfo (p/ manusear bulk bins) $ 25,000 € 19,231

Viatura 4 x 4 pick-up $ 20,000 € 15,385

Meios de transporte € 34,615

Bulk bins (50) ZAR 1,300 € 5,500

Outro equipamento: incluindo balancos, caixas,

empalhadores, prateleiras, mesinhas de rodas, mesas, etc.

$ 6,430 € 4,946

outro equipamento: € 10,446

Investimento em Capital Fixo €550,000

Page 68: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 68

O orçamento inclui um valor de € 169.231 equivalente a USD 220.000 para as diversas

maquinais e equipamentos para conservação de fruta que vão ser disponibilizadas pela

Agencia ADEM como sua participação no empreendimento.

7.1.2 Descriminação de principais investimentos

O packhouse será uma estrutura em pilares de aço com telhado de chapas de zinco,

dividido com paredes de separação e com tecto falso nas áreas de processamento, tudo

conforme os requisitos de HACCP com sistema eléctrica de emergência e sistema de

água autónoma.

Paragrafo 2.10.10 contem uma descrição detalhada dos principais elementos do

packhouse, composto por:

Uma linha de acondicionamento de manga fresca;

Uma instalação (túnel) para secagem de frutas;

Maquinaria de conservação de frutas; e

Câmaras frigoríficas.

7.2. Plano Financeiro

Capacidade de financiamento do promotor

Os membros desta nova pessoa jurídica já investiram nos seus pomares de manga e

juntamente com a contribuição em natureza mencionado acima, irão comparticipar com

50% do total dos investimentos.

Fontes de Financiamento em Euros

Fundos Próprios –(19.2%) 105.769

Contribuição em natureza da ADEM – equipamento de processamento de

fruta no valor de USD 220.000 – (30.8%) 169.231

Financiamento PADR (50%) 275,000

Financiamento pelo Sistema Financeiro e Outros Financiadores p.m.

Total de Investimentos 550,000

Possivelmente uma parte dos fundos próprios será obtida através duma comparticipação

por acções por um investidor social. Em todo o caso, o Consórcio de Fruticultores

Associados de Manga estará em condições de responder pelas necessidades do critério

financeiro, juntamente com os seus parceiros.

7.3. Análise Económica Previsional

Está previsto a abertura da unidade de processamento no 3º trimestre de 2014, depois

da fase de construção de 9 meses, a tempo para processar a colheita de manga da

Page 69: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 69

época 2014/15. Assim no primeiro ano o packhouse somente funcionará durante 6

meses.

Tabela 20: vendas previstas dos principais serviços / produtos (em kg)

Venda de serviços/produtos (em kg) 2014 2015 2016 2017 2018

Acondicionamento manga fresca - fresh cut 700,000 800,000 800,000 800,000 800,000

Acondicionamento manga fresca - fresh 0 0 300,000 500,000 800,000

Venda manga fresca - mercado local 140,000 160,000 220,000 260,000 320,000

Venda outras frutas frescas - mercado local 50,000 80,000 120,000 150,000 200,000

Venda fruta seca 2,000 10,000 20,000 30,000 40,000

Processamento da manga em Achar 1,000 3,000 6,000 12,000 15,000

Processamento outras frutas / hortícolas 5,000 50,000 70,000 90,000 120,000

TOTAL 898,000 1,103,000 1,536,000 1,842,000 2,295,000

Enquanto as restrições externas por causa da Mosca de Fruta permanecem em vigor, os

produtores continuarão exportar só para o mercado fresh cut na Africa do Sul.

Consequentemente a linha de acondicionamento será usado parcialmente para lavar e

classificar a manga. Não haverá embalagem uma vez que o produto é transportado em

bulk bins de 500 kg. Isto limita seriamente a rentabilidade do investimento nesta linha.

Somente a abertura do mercado fresco Sul-africano para importações da zona centro do

país, vai permitir uma exploração correcta e rentável do equipamento.

Espera-se que as restrições internas podem ser levantadas antes da época 2014/15 para

permitir vendas no principal mercado de Maputo.

As vendas de fruta seca e processada conhecem um arranque lento por causa do facto

que se trata de produtos novos para que tanto a sua produção e os mercados ainda são

largamente por desenvolver.

Tabela 21: preço unitário (por kg) e proveitos previsionais (€)

Serviços/produtos 2014 2015 2016 2017 2018

Acondicionamento manga fresca - fresh cut 0.04 0.04 0.04 0.04 0.05

Acondicionamento manga fresca - fresh 0.18 0.18 0.19 0.19 0.20

Venda manga fresca - mercado local 0.38 0.39 0.40 0.41 0.42

Venda outras frutas frescas - mercado local 0.29 0.30 0.30 0.31 0.32

Venda fruta seca 6.41 6.57 6.73 6.90 7.08

Processamento da manga em Achar 2.54 2.60 2.67 2.73 2.80

Processamento outras frutas / hortícolas 2.96 3.04 3.11 3.19 3.27

Proveitos Previsionais Anuais (Euro) 2014 2015 2016 2017 2018

Acondicionamento manga fresca - fresh cut 14,350 33,620 34,460 35,322 36,205

Acondicionamento manga fresca - fresh 0.00 0.00 56,733 96,920 158,949

Venda manga fresca - mercado local 26,600 62,320 87,832 106,396 134,223

Venda outras frutas frescas - mercado local 7,250 23,780 36,561 46,844 64,021

Venda fruta seca 6,410 65,702 134,690 207,086 283,017

Processamento da manga em Achar 1,269 7,805 16,001 32,803 42,029

Processamento outras frutas / horticolas 7,403 151,778 217,802 287,032 392,278

TOTAL DE PROVEITOS 63,283 345,007 584,082 812,406 1,110,724

Page 70: Plano de Negocios ~ Packhouse  manga e Processamento de frutas (CFAM) 29042013

PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 70

Tabela 22: Custos das mercadorias vendidas e margens brutas.

Custo por kg (€) 2014 2015 2016 2017 2018

Acondicionamento manga fresca - fresh cut 0.00 € 0.00 € 0.00 € 0.00 € 0.00 €

Acondicionamento manga fresca - fresh 0.12 € 0.12 € 0.13 € 0.13 € 0.13 €

Venda manga fresca - mercado local 0.24 € 0.25 € 0.25 € 0.26 € 0.26 €

Venda outras frutas frescas - mercado local 0.24 € 0.24 € 0.25 € 0.25 € 0.26 €

Venda fruta seca 2.29 € 2.35 € 2.41 € 2.47 € 2.53 €

Processamento da manga em Achar 1.42 € 1.46 € 1.50 € 1.53 € 1.57 €

Processamento outros frutas / horticolas 1.37 € 1.41 € 1.44 € 1.48 € 1.51 €

Custos de mercadorias annuais (€) 2014 2015 2016 2017 2018

Acondicionamento manga fresca - fresh cut

Acondicionamento manga fresca - fresh 38,137 65,151 106,849

Venda manga fresca - mercado local 16,762 39,271 55,348 67,047 84,582

Venda outras frutas frescas - mercado local 5,909 19,383 29,802 38,184 52,184

Venda fruta seca 2,293 23,512 48,200 74,108 101,281

Processamento da manga em Achar 712 4,381 8,982 18,413 23,592

Processamento outras frutas / hortícolas 3,430 70,320 100,909 132,984 181,745

Total custos de mercadorias anuais 29,108 156,869 281,380 395,889 550,236

Margem bruta (%) 2014 2015 2016 2017 2018

Acondicionamento manga fresca - fresh cut 100.00% 100.00% 100.00% 100.00% 100.00%

Acondicionamento manga fresca - fresh 32.78% 32.78% 32.78%

Venda manga fresca - mercado local 36.98% 36.98% 36.98% 36.98% 36.98%

Venda outras frutas frescas - mercado local 18.49% 18.49% 18.49% 18.49% 18.49%

Venda fruta seca 64.21% 64.21% 64.21% 64.21% 64.21%

Processamento da manga em Achar 43.87% 43.87% 43.87% 43.87% 43.87%

Processamento outras frutas / hortícolas 53.67% 53.67% 53.67% 53.67% 53.67%

Margem média sobre todos produtos 54.00% 54.53% 51.83% 51.27% 50.46%

A margem bruto sobre as vendas está prevista para uma média de 50% com uma

margem menor para venda de frutas frescas a margens maiores de frutas processados.

A margem sobre o condicionamento de manga para o mercado fresh cut é 100 %, por

que não envolve custos directos de processamento, somente classificam e tratamento

com água quente.

Os elementos críticos de rentabilidade da instalação de secagem são a conversão da

humidade para secagem, o preço de compra a utilização assim como a quantidade de

fruta fresca carregada no secador por cada ciclo de secagem.

A instalação deste Packhouse facilitará ter maior controle sobre os seus produtos,

oferecendo um legue de possibilidades para acondicionamento, venda a fresca, secagem,

conservação ou outro processamento, dependendo das condições do mercado e a

demanda.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 71

Tabela 23: Fornecimentos e Serviços Externos (FSE)

FSE por ano em € 2014 2015 2016 2017 2018

Electricidade 4,500 9,225 9,455 9,692 9,934

Combustíveis (para gerador e viaturas) 12,000 24,600 25,215 25,845 26,491

Água (furo próprio)

Ferramentas e uten. de desgaste rápido 900 1,845 1,891 1,938 1,986

Renda de bulk bins (200 * R2 p.dia *45 dias) 761 1,561 1,600 1,640 1,681

Material de Escritório 1,200 2,460 2,521 2,584 2,649

Rendas e alugueres (instalações próprias)

Comunicação (tel./internet) 1,200 2,460 2,521 2,584 2,649

Avença da contabilidade 1,500 3,075 3,151 3,230 3,311

Seguros 300 615 630 646 662

Deslocações e estadas 1,200 2,460 2,521 2,584 2,649

Comissões e honorários

Conservação e reparação 1,200 2,460 2,521 2,584 2,649

Publicidade e propaganda 1,200 2,460 2,521 2,584 2,649

Limpeza, higiene e conforto 1,800 3,690 3,782 3,876 3,973

Outros FSE´s (3%) 834 1,709 1,752 1,79 1,841

TOTAL 28,595 58,620 60,086 61,588 63,128

7.4. Cálculo dos Cash-Flows do projecto

Tabela 24: cash-flows gerados pelo projecto

Rúbricas 2014 2015 2016 2017 2018

Investimento Total Anual (1) 566,194

Valor Residual do Investimento (2) 369,666

Cash-Flow de Exploração (3) -9,709 11,817 54,006 91,953 141,050

Cash-Flow Antes do Projecto (4)

Cash-Flow do Projecto (3+2-1-4) -575,904 11,817 54,006 91,953 510,716

Período para efeitos de actualização 1 2 3 4 5

CF exploração actualizados - 9,336 1,817 54,006 91,953 141,050

CF Actualizados - 553,754 10,926 48,012 78,602 419,771

VAL 3,556

CF Acumulados - 553,754 - 542,829 - 494,817 -416,215 3,557

PRI 12.0 -596.2 -123.7 -63.5 0.1

7.5. Indicadores de Rentabilidade

Em condições normais, um packhouse por si só dificilmente podia ser uma unidade de

renda autónoma, mas sempre deve ser considerado em conjunto com as plantações dos

produtos que passam pelas instalações. Devido ao facto de que, neste caso especifico,

se trata duma empresa conjunta com 4 produtores do Consórcio, mais a ADEM e

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 72

possivelmente outras empresas a entrar no negócio e / ou usufruir dos serviços do

packhouse, não houve alternativa a apresentação separada dos resultados.

Prevê-se que a linha de acondicionamento só gerará lucros modestos e a médio prazo,

enquanto as outras actividades de valor acrescentado de processamento (secagem,

conservação, Atchar, conservação e, até um certo nível, venda de fruta fresca) vão

permitir a exploração rentável do conjunto das actividades de transformação.

Tabela 25: Conta de exploração previsional do projecto

RÚBRICAS (em €) 2014 2015 2016 2017 2018

1.Vendas Líquidas 56,873 279,304 449,392 605,320 827,706

2.Outros Proveitos 12,436 24,872 24,872 24,872 24,872

4.Total 69,309 304,176 474,264 630,192 852,578

5. Custo das Exist. Consum. 29,108 156,869 281,380 395,889 550,236

8. Outros Fornecim. e Serv.de

Terceiros

28,595 58,620 60,086 61,588 63,128

8.1.Electricidade/Água/Combustíveis 16,500 33,825 34,670 35,537 36,425

8.2.Renda

8.3.Comunicações 1,200 2,460 2,521 2,584 2,649

8.4.Seguros 300 615 630 646 662

8.5.Comissões

8.6.Publicidade e propaganda 1,200 2,460 2,521 2,584 2,649

8.5. F. S. Terceiros Diversos 9,395 19,260 19,742 20,235 20,741

9.Impostos

10.Despesas com Pessoal 21,314 76,869 78,790 80,760 82,779

11.Outras Despesas e Encargos

12.Amortizações e Reintegrações 24,872 49,744 49,744 49,744 49,744

14.Total 103,890 342,103 470,002 587,982 745,887

15.Resultados Operacionais do

Exercício

-34,581 -37,926 4,262 42,209 106,690

18.Resultados Antes dos Impostos -34,581 -37,926 4,262 42,209 106,690

19.Provisões p/ Impostos sobre

Lucros

1,281 16,003

20.Resultados Líquidos -34,581 -37,926 4,262 40,927 90,687

Sendo um projecto com uma natureza do produto a longo prazo, a rentabilidade vai

surgir no terceiro ano e consecutivamente crescer fortemente, enquanto os volumes de

produção aumentam.

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PN Packhouse / unidade de secagem (CAFM) Abril 2013 73

7.6. Análise da Sensibilidade aos parâmetros críticos

Tabela 26: Análise da Sensibilidade aos parâmetros críticos

Variação Indicador Parâmetros Críticos Considerados

Efectuada Calculado Preço de Nível de Custo de Nível de

Venda Custos Investim. Vendas

-10% V.A.L. -181,807 € 162,148 € 26,523 € -45,000 €

T.I.R. -5.3% 12.0% 5.4% 1.7%

-5% V.A.L. -90,049 € 80,602 € 14,276 € -20,915 €

T.I.R. -0.5% 8.0% 4.7% 3.0%

10% V.A.L. 176,084 € -165,374 € -23,312 € 45,597 €

T.I.R. 12.5% -4.3% 2.9% 6.2%

5% V.A.L. 87,527 € -83,292 € -10,215 € 23,814 €

T.I.R. 8.3% -0.2% 3.5% 5.2%

7.7. Análise Financeira

Tabela 27: Balanços previsionais (em €)

ACTIVO 2014 2015 2016 2017 2018

1.Imobilizado Bruto 550,000 550,000 550,000 550,000 550,000

2.Amortizações e Reintegrações 24,872 74,616 124,360 174,104 223,848

3.Existências

4.Créditos a Médio e Longo Prazo

5.Créditos a Curto Prazo 12,541 23,275 37,449 50,443 68,975

6.Dep.Bancários/Caixa/Tit.Negociáveis -7,986 -40,422 -21,609 34,202 148,807

7.Acréscimos e Diferimentos

8.Total do Activo 519,682 458,237 441,480 460,542 543,934

CAPITAIS PRÓPRIOS

9.Capital 105,769 105,769 105,769 105,769 105,769

10.Prestaçoes Suplementares 169,231 169,231 169,231 169,231 169,231

11.Reservas / Result. Transitados -34,581 -72,508 -68,246 -27,318

12.Resultados Líquidos -34,581 -37,926 4,262 40,927 90,687

13.Dividendos Antecipados

14.Total dos Capitais Próprios 240,418 202,491 206,753 247,681 338,368

PASSIVO

15.Provisões para Riscos e Encargos

16.Débitos a Médio e Longo Prazo 16,194 16,194 16,194 16,194 16,194

17.Débitos a Curto Prazo 505 1,859 5,712 8,718 26,295

18.Acréscimos e Diferimentos 262,564 237,692 212,820 187,948 163,076

19.Total do Passivo 279,264 255,745 234,726 212,860 205,565

20.Total do Passivo + Capitais Próprios 519,682 458,237 441,480 460,542 543,934

Autonomia Financeira 46.26% 44.19% 46.83% 53.78% 62.21%

O balancete mostra uma posição financeira forte ano após ano.

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7.8 Conclusões

Devido ao número de componentes no projecto de natureza social e a infra-estrutura

local subdesenvolvida, inicialmente, o retorno do investimento será limitado.

Financiamento comercial não será possível para a fase inicial, (e também ia ser muito

caro, tendo em conta as taxas de juros actuais). A subvenção do PADR ajudará a

superar a fase do arranque da empresa e com o andar de tempo outros investidores

serão interessados em financiar o crescimento da empresa.

Este financiamento irá garantir que os recursos naturais são utilizados em benefício da

comunidade, as pessoas serão capazes de criar auto-emprego e têm a garantia de um

mercado pronto para seus produtos. Empregos permanentes serão criados em áreas

rurais, onde estes são mais necessários.

A empresa estará numa posição para satisfazer os critérios financeiros de qualificação.