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T C Tribunal de Contas do Distrito Federal Sumário executivo PLANO DE TRANSPARÊNCIA E COMBATE À CORRUPÇÃO

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TC

Tribunal de Contas do Distrito Federal

Sumário executivo

PLANO DE TRANSPARÊNCIA

E COMBATE À

CORRUPÇÃO

Auditoria Operacional no Plano de Transparência e Combate à Corrupção no Distrito FederalSumário executivo

Inácio Magalhães FilhoConselheiro-Relator

Brasília | 2013

Missão do TCDF

“Gerar benefícios para a sociedade por

meio do aperfeiçoamento e controle da

gestão dos recursos públicos do DF”

Composição em 2013

ConselheirosInácio Magalhães Filho – PresidenteAnilcéia Luzia Machado – Vice-PresidenteManoel Paulo de Andrade NetoAntonio Renato Alves RainhaPaulo Tadeu Vale da SilvaJosé Roberto de Paiva Martins

Ministério PúblicoDemóstenes Tres Albuquerque – Procurador-GeralMárcia Ferreira Cunha FariasCláudia Fernanda de Oliveira PereiraMarcos Felipe Pinheiro Lima

Contextualização

13

Conclusão

Recomendações

47

Introdução

11

Resultados

19

Conclusão

45

Benefícios esperados

51

Introdução

A uditoria Operacional, apresentada no Processo nº 27709/2011, com objetivo de avaliar o grau de alinhamento das ações do Governo no DF com as diretrizes e boas práticas nacionais e internacionais de referência em prevenção e combate à

corrupção e em transparência pública, bem como avaliar o grau de implementação do Plano de Transparência e Combate à Corrupção do DF (PTCC).

Contextualização

Visão geral sobre transparência e combate à corrupção

Corrupção é o uso ilegal ou socialmente imoral do poder político, administrativo, judicial e/ou financeiro por parte dos titulares de cargos públicos ou equiparados, com o objetivo de transferir valores financeiros ou outros bene-fícios indevidos para determinados indivíduos ou grupos, obtendo, por isso, vantagem ilícita ou socialmente imo-ral. O conceito aparece no “Guião de Boas Práticas para a Prevenção e Combate à Corrupção na Administração Pública” (2011), desenvolvido por Organismos Estratégicos de Controle Interno da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (OECI/CPLP). O amplo debate do tema, tanto no Brasil quanto no exterior, possibilitou o intercâmbio de experiências e estratégias usadas para prevenir e combater a corrup-ção. Podem ser citadas a Convenção Interamericana

2.1

14Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

contra a Corrupção, a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção e a Convenção da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o Combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais, o Guião de Boas Práticas dos OECI/CPLP, as ações e recomendações da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) e o Programa Nacional de Capacitação e Treinamento para o Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (PNLD). O Brasil tem como referências nacionais no combate à corrupção as diretrizes delineadas pela Controladoria-Geral da União (CGU), tanto no Portal da Transparência do Governo Federal quanto em cartilhas como: “Manual de Integridade Pública e Fortalecimento da Gestão”; “A Responsabilidade Social das Empresas no Combate à Corrupção”; “Controle Social: Orientações aos cidadãos para participação na gestão pública e exercício do con-trole social”; e “Programa Bolsa Família: Orientações para acompanhamento das ações do Programa Bolsa Família”. O site “Criança Cidadã: Portalzinho da CGU”, destinado ao público infantil, também ajuda a divulgar as diretrizes da Controladoria-Geral no combate à corrupção. Em virtude das constantes práticas corruptas, o Estado viu-se obrigado a criar meios para as organizações não-governamentais (ONGs) e os cidadãos acompanharem as ações e resultados do governo. A administração pública começou, então, a discutir sobre corrupção e transparên-cia nos órgãos públicos. Atualmente, o desafio é tornar a corrupção um problema político, ou seja, um mal que deve ser combatido com ações dos governantes1. Além da atuação obrigatória do Estado no combate à corrupção, a participação popular nesta tarefa é necessária e muito útil. Exemplo disso é a 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (Consocial) para discutir transparência, controle social e combate à cor-rupção, organizada em resposta ao abaixo-assinado feito por participantes do 1º Seminário Nacional sobre Controle Social, realizado pela CGU em setembro de 2009.

1 SPECK, Bruno Wilhelm (org). Caminhos da

transparência: análise dos componentes de

um sistema nacional de integridade. Campinas,

SP: Editora da Unicamp, 2002.

15Contextualização

Priorização para os processos disciplinares contra servidores envolvidos nos grandes casos de cerrupção, como os da Caixa de Pandora

Redução do número de cargos comissionados, sobretudo aqueles de menor remuneração, que não permitem a contratação de servidores mais qualificados

Fomento ao controle social com a realização de campanhas que esclareçam e incentivem a participação da juventude no acompanhamento dos gastos públicos

Implantação do Sistema de Controle Interno nas Secretarias, com a criação de Assessores de Controle Interno que façam o acompanhamento concomitante das situações, prevenindo problemas

Criação da Secretaria de Transparência e Controle, com as novas Subsecretarias de Transparência e Prevenção da Corrupção

Reformulação do Portal da Transparência e da Ouvidoria, com informações mais acessíveis via internet para o cidadão

Auditorias emergenciais nas áreas de Saúde, Limpeza Urbana, Desenvolvimento Social, Pró-DF e nos contratos de informática

Balanço das obras inacabadas, com o estabelecimento de prioridades e a erradicação de irregularidades

Elaboração do código de ética dos servidores distritaisDecreto

regulamentando a vedação ao nepotismo no GDF

Disponibilização em vídeo, na internet, das principais licitações

Processos administrativos contra empresas denunciadas por suas supostas fraudes nos governos anteriores

Redução e simplificação de procedimentos

Criação da Comissão de Ética para julgar o comportamento dos cargos mais elevados que não constituam desvio disciplinar, mas que possam implicar algum conflito ético

Decreto determinando que o acompanhamento e fiscalização dos maiores contratos sejam feitos obrigatoriamente por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego público

Reestruturação do disque-denúncia, criando política de segurança aos denunciantes Os contratos terão

cláusulas indicando um número de telefone 0800 para denúncias de irregularidades

Criação de grupo de controle especial para a Copa do Mundo, com atuação preventiva

Fortalecimento dos Conselhos como instrumentos de atuação do controle social

Envio de Projeto de Lei à Câmara Legislativa para a aplicação da Lei da Ficha Limpa para a ocupação de cargos comissionados no GDF

Assinatura de convênios com órgãos de controle para a realização de ações conjuntas

AUMENTO DA TRANSPARÊNCIA

FOMENTO À ÉTICA E PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE

COMBATE À CORRUPÇÃO

APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO

AMPLIAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE PREVENÇÃO E COMBATE À CORRUPÇÃO

PTCC

Figura 1: Organograma com as ações do Plano de Transparência e Combate à Corrupção (PTCC)

16Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

No Distrito Federal, denúncias de supostas irregulari-dades na terceirização de serviços, no desvio de recursos públicos pelo extinto Instituto Candango de Solidariedade (ICS), no recebimento de obras fictícias ou superfaturadas, nas falhas em editais e contratos e nas práticas corruptas envolvendo autoridades dos três Poderes, foram realiza-das nos últimos anos. Em fevereiro de 2011, o Governo Distrital anunciou o Plano de Transparência e Combate à Corrupção (PTCC), objetivando o aumento da trans-parência e do controle social; a melhoria na gestão, com simplificação de processos e redução da burocracia; e o fortalecimento da ação repressiva contra servidores e em-presas que tenham praticado fraude. O PTCC é um conjunto de ações de transparên-cia e combate à corrupção e envolve todos os órgãos da Administração Pública do Distrito Federal.

O que foi auditado

Os auditores do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) avaliaram o grau de implementação do Plano de Transparência e Combate à Corrupção (PTCC), bem como o alinhamento das ações incluídas nesse Plano com as diretrizes e boas práticas nacionais e internacio-nais de referência. Duas questões guiaram as análises dos auditores:

Qual o grau de aderência do PTCC e demais ações do Distrito Federal às diretrizes e boas práticas nacionais e internacionais de referência em prevenção e combate à corrupção e em transparência?Qual o grau de implementação das ações que compõem o Plano de Transparência e Combate à Corrupção?

2.2

A

B

17Contextualização

2.3 Como foi realizada a auditoria

A auditoria abrangeu o período de 04 de fevereiro de 2011, data de lançamento do Plano de Transparência e Combate à Corrupção pelo Governador, a 02 de março de 2012, época do recebimento das últimas informações so-licitadas pelos auditores. A equipe do Tribunal de Contas analisou diversas informações obtidas por meio de notas de auditoria e de pesquisa na internet. Reuniões com re-presentantes da CGU e da Ouvidoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e visitas à Secretaria de Estado de Transparência e Controle do Distrito Federal ocorreram durante os trabalhos.

Resultados

Aderência às boas práticas de transparência e combate à corrupção

3.1

O Plano de Transparência e

Combate à Corrupção (PTCC)

e demais ações similares no

Distrito Federal apresentam

baixa aderência às boas práticas

nacionais e internacionais de

referência que regem o tema:

apenas 45% das boas práticas

foram totalmente observadas.

Critério O PTCC e demais ações distritais devem contemplar as diretrizes e práticas nacionais e internacionais de referên-cia em transparência e prevenção e combate à corrupção. As diretrizes da Controladoria-Geral da União (CGU) ser-viram como referência nacional; e como referências inter-nacionais foram usadas a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção; a Convenção Interamericana contra a Corrupção; a Convenção da OCDE sobre o combate da Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Comerciais Internacionais; e o “Guião de Boas Práticas para a Prevenção e o Combate à Corrupção na Administração Pública” dos OECI/CPLP. Foram reunidas 33 boas práticas que serviram como parâmetros para a ava-liação do PTCC e demais ações governamentais.

Análise e evidências Das práticas positivas reunidas, 15 (45%) foram total-mente observadas pelo PTCC e demais ações de combate à corrupção, 06 (18%) foram parcialmente seguidas e 12 (36%) não foram incluídas no PTCC. As boas práticas não contempladas no PTCC e nas outras ações de combate à corrupção foram:

20Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

Boas práticas não observadas no PTCC e nas outras ações de combate à corrupção

Diretrizes e boas práticas de prevenção e combate à corrupção - não observadas no DF

Análise da equipe de auditoria

BP01

Elaborar e implementar Plano Estratégi-co de combate à corrupção e promo-ção da integridade, de forma a manter políticas coordenadas e eficazes contra a corrupção que promovam a participa-ção da sociedade e reflitam os princípios do Estado de Direito: a gestão dos assuntos e bens públicos, a integridade, a transparência e o dever de prestar contas.

Não houve planejamento estraté-gico que atendesse aos requisitos básicos, como a sensibilização da população e dos agentes pú-blicos, diagnóstico da corrupção, análise do sistema de integridade e sua estratégia de implementa-ção.

21Resultados

BP04

Promover cooperação entre unidades especializadas de polícia e órgãos de controle administrativo para a promo-ção de ações conjuntas de prevenção, detecção, punição e erradicação de práticas corruptas.

A cooperação entre unidades especializadas de polícia e órgãos de controle administrativo não aparece no PTCC e nas outras ações distritais.

BP05

Implementar gerenciamento, monitora-mento, controle e redução de riscos de corrupção e outras ineficiências corrup-tas distritais, que contemple no mínimo:a) identificação e mapeamento desses

riscos;b) avaliação do grau de probabilidade

de ocorrência e impacto desses riscos;

c) mecanismos de controle implemen-tados para minimizar ou impedir a ocorrência desses riscos;

d) identificação dos responsáveis pelo gerenciamento central dos riscos em cada unidade;

e) priorização de ações conforme a hierarquização de riscos, o grau de probabilidade de ocorrência e impacto dos riscos de atos e práticas corruptas;

f) cronograma de ações a serem imple-mentadas;

g) relatórios periódicos de monitora-mento de riscos e da prática de atos corruptos no Distrito Federal;

h) ações corretivas.

As ações do PTCC e as informa-ções do órgão central de controle interno permitem concluir que o sistema de combate à corrupção se encontra em estágio embrioná-rio. Como o plano não contempla sequer os requisitos mínimos, é possível que não haja mecanis-mos de gerenciamento, monito-ramento, controle e redução dos riscos de corrupção, conforme preceituam as boas práticas.

BP06

Promover parcerias para conscientizar sobre a promoção da ética e fomentar a discussão acerca do combate à corrup-ção e seus malefícios à sociedade.

Não se soube de parcerias que contemplassem tais fins.

BP07

Estimular a realização de pesquisas periódicas, junto a usuários e fornecedo-res, sobre níveis de corrupção e/ou sua percepção no governo.

Não se conseguiram elemen-tos que pudessem comprovar a realização dessas pesquisas periódicas.

BP08

Desenvolver um modelo de dados agregados sobre corrupção para análise e identificação de oportunidades de promoção da integridade e combate à corrupção.

O Distrito Federal não conta com um modelo de dados agregados sobre corrupção.

22Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

BP10

Estabelecer obrigatoriedade de os servidores públicos apresentarem de-clarações às autoridades competentes em relação a suas atividades externas e com empregos, inversões, ativos e presentes ou benefícios importantes que possam dar lugar a um conflito de inte-resses relativo a suas atribuições como servidores públicos.

A Lei Complementar nº 840/2011 não obriga apresentar declara-ção sobre possíveis atividades externas, empregos, presentes ou benefícios recebidos, inversões e ativos que gerariam conflito de interesses.

BP11

Obrigar servidores públicos a apresenta-rem receitas, ativos e passivos quando desempenharem funções públicas em certos cargos estabelecidos em lei, criando mecanismos de fiscalização para seu fiel cumprimento. A medida visa monitorar e inibir o enriquecimento ilícito ao exercer atividades do governo.

Nada se conhece quanto aos mecanismos de fiscalização da observância das normas que visam combater o enriquecimento ilícito.

BP16

Promover a capacitação de conselhos e agentes distritais de controle social so-bre mecanismos de controle aplicáveis às respectivas áreas de atuação.

A medida de atendimento à boa prática em tela é embrionária. Não há garantia de que haverá capa-citação de conselhos e agentes distritais de controle social.

BP20

Estabelecer normas sobre limites tempo-rais para ocupação de cargos espe-cialmente vulneráveis à corrupção, de forma a evitar a perpetuação no cargo e promover a rotação de seus ocupantes.

Não existe nenhum estudo para se regulamentar a rotatividade para certos cargos e funções públicas.

BP25Páginas de Transparência Pública: cada órgão e entidade deve ter sua própria página com informações detalhadas.

Apenas o Portal da Transpa-rência apresenta informações à sociedade.

BP32

Criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e entidades do poder público, em local com condições apropriadas para:a) atender e orientar o público quanto

ao acesso a informações;b) informar sobre a tramitação de

documentos nas suas respectivas unidades;

c) protocolizar documentos e requeri-mentos de acesso a informações.

A medida de atendimento à boa prática em tela se encontra em estágio embrionário. Também não se vislumbra o horizonte temporal para o efetivo desenvolvimento da ação.

23Resultados

Foram parcialmente observadas no PTCC e demais ações de combate à corrupção as diretrizes ou boas práti-cas a seguir apresentadas:

Diretrizes e boas práticas de prevenção e combate à corrupção

Diretrizes e boas práticas de prevenção e combate à corrupção- Parcialmente observadas

Ação prevista no PTCC e demais ações de combate à corrupção

BP09

Capacitar auditores do governo no desenvolvimento de habilidades e competências na área de procedimen-tos investigativos de combate a fraudes na gestão de recursos públicos e a práticas corruptas.

Foi informada a realização de treinamento de auditores em curso de capacitação voltado apenas para a área de prevenção à corrupção.

BP12

Instituir sindicância patrimonial de servidores com suspeitas de enriqueci-mento ilícito, seguindo critérios objetivos de aferição, investigação imparcial e impessoal;

Embora haja previsão legal, não se tem notícia de qualquer sindi-cância patrimonial realizada.

BP14Treinar auditores para realizarem sindi-cância patrimonial de servidores com suspeitas de enriquecimento ilícito.

O Plano de Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas (PCDP/STC) para o exercício de 2012 prevê realização de treinamento em sindicância patrimonial.

BP23

Estabelecer mecanismos para facilitar a realização de denúncias por servidores públicos e pela população sobre atos de corrupção às autoridades compe-tentes, incluindo a criação de sistema de Disque-Corrupção e outras formas de recebimento de denúncias. Esses sistemas devem proporcionar proteção aos servidores públicos e cidadãos particulares que denunciarem de boa-fé atos de corrupção, inclusive a proteção de sua identidade.

Não ficou demonstrado que o denunciante disponha de meios facilmente acessíveis para denun-ciar ilícitos do governo distrital, nem há notícia sobre a proteção aos denunciantes.

BP24

Criar Portal de Transparência, com infor-mações exatas, tempestivas e comple-tas, contendo no mínimo:I - Informações sobre execução orçamentária e financeira; licitações; contratações; convênios e instrumentos congêneres; pagamento de diárias e passagens para servidores.II – Um ou mais endereços eletrônicos, que serão o canal de comunicação en-tre os cidadãos e o governo, e pelo qual o cidadão poderá solicitar complemen-tação sobre as informações divulgadas.III – Informação sobre o uso dos sis-temas corporativos, como o Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo).

Observou-se que a atualização dos dados não é tão tempestiva quanto desejada. Os valores dos convênios se referiam a 2011, em consulta realizada em abril de 2012. Também não foram encon-trados no portal dados sobre o uso dos sistemas corporativos, endereços eletrônicos para co-municação entre os cidadãos e o governo, ou mesmo informações sobre diárias e passagens.Além disso, não se tem informação sobre a quem foram adjudicados os objetos licitados.

BP29

Manter cadastro acessível ao cidadão em sistema de gestão de convênios e contratos de repasse, com informações sobre a regularidade da execução dos convênios, contratos de repasse e termos de parceria celebrados.

Embora existam informações sobre convênios, repasses e parcerias, estas se referiam ao exercício anterior.

24Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

Relacionam-se a seguir as diretrizes e as práticas obser-vadas no PTCC e demais ações de combate à corrupção, caracterizando as ações que seguem as boas práticas na-cionais e internacionais:

Diretrizes e Boas Práticas de Prevenção e Combate à Corrupção

Diretrizes e Boas Práticas de Prevenção e Combate à Corrupção - Observadas Totalmente

Ação prevista no PTCC e demais ações de combate à corrupção

BP02

Garantir a existência de um ou mais órgãos encarregados de planejar, coor-denar, aplicar e supervisionar políticas públicas de combate à corrupção e pro-moção da ética, mediante mecanismos modernos para prevenir, detectar, punir e erradicar as práticas corruptas.

Ação 1: criação da Secretaria de Transparência e Controle, com as Subsecretarias de Transparência e Combate à Corrupção

25Resultados

BP03

Promover a cooperação com as organizações nacionais, internacionais e regionais pertinentes na promoção e formulação das medidas de prevenção à corrupção, compreendendo a parti-cipação em programas e projetos de prevenção e combate à corrupção.

Ação 17: assinatura de Convênio com órgão de controle para reali-zação de ações conjuntas.

BP13Definir competências para a realização de sindicância patrimonial de servidores suspeitos de enriquecimento ilícito.

A Lei Complementar nº 840/2011 define a competência (governa-dor e o titular do órgão central de controle interno).

BP15

Fortalecer os conselhos sociais como instrumentos de atuação do controle social, fortalecendo sua atuação na gestão e fiscalização das políticas públi-cas distritais.

Ação 21: fortalecimento dos Conselhos como instrumentos de atuação do controle social.

BP17

Vedar o nepotismo na ocupação de cargos públicos, com a definição clara do nível de parentesco permitido e proibido, estimulando a impessoali-dade na contratação dos quadros do serviço público e a eficiência estatal, por intermédio de servidores mais bem qualificados e contratados mediante concorrência isonômica.

Ação 14: decreto regulamentan-do a vedação ao nepotismo no Governo do Distrito Federal.

BP18

Instituir Comissão de Ética para apurar infrações dos servidores públicos e dirigentes e regular e inibir conflitos de interesses entre o público e o privado.

Ação 20: criação da Comissão de Ética para julgar o comporta-mento dos cargos mais eleva-dos que não constituam desvio disciplinar, mas que impliquem conflito ético.

BP19

Elaboração de norma vedando aos servidores punidos por infrações admi-nistrativas e/ou improbidades adminis-trativas e penais a ocupação de cargos comissionados no governo.

Ação 16: envio de Projeto de Lei à Câmara Legislativa para a aplicação da Lei de Ficha Limpa para a ocupação de cargos comissionados no Governo do Distrito Federal. Publicado, em 09 de março de 2012, o Decreto nº 33.564, que regulamentou o tema.

26Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

BP21

Promover o uso de critérios de con-tratação de servidores baseados em princípios de transparência, isonomia dos concorrentes e eficiência, além de critérios objetivos como o mérito, a equidade e a aptidão, reduzindo o número de cargos comissionados de livre provimento.

Foi informada a realização de concursos públicos para as áreas de saúde, educação, seguran-ça, gestão e auditoria; e ainda, a promoção dos servidores de carreira, por meio do aumento do percentual de opção do cargo em comissão (80%), que os es-timulam ao exercício de funções de maior responsabilidade na estrutura administrativa. O tema encontra relação com a ação 9: redução do número de cargos comissionados, sobretudo aque-les de menor remuneração, que não permitem a contratação de servidores mais qualificados

BP22

Existência de unidade para fiscalizar e monitorar a adoção de medidas disci-plinares contra servidores públicos que transgridam as normas estabelecidas.

Ação 1: criação da Secretaria de Transparência e Controle, com as Subsecretarias de Transparência e Combate à Corrupção.

BP26

Liberar informações sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público, que per-mitam o exame analítico por técnicos e pesquisadores.

Ação 2: reformulação do Portal da Transparência e da Ouvidoria, com informações mais acessíveis ao cidadão.

BP27

Incentivar a participação popular e a realização de audiências públicas durante a elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Ação 18: fomento ao controle social com a promoção de cam-panhas que esclareçam e incen-tivem a juventude a acompanhar os gastos públicos.

BP28

Registrar, em banco de dados no Cadastro Nacional de Empresas Inidô-neas e Suspensas (CEIS), empresas ou profissionais que sofreram sanções que tenham como efeito restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar contratos com a Administração Pública.

A STC encaminha à CGU, órgão responsável pela administra-ção e manutenção do CEIS, o nome das empresas declaradas suspensas ou impedidas de contratar com a administração distrital, cabendo à CGU incluí-los no referido cadastro.

BP30

Manter ouvidorias para atendimento das reclamações, denúncias, elogios e sugestões do cidadão, com capacidade de fornecer atendimento tempestivo com resposta em até 15 dias da data de recebimento da comunicação, com possibilidade de atendimento pessoal, por telefone, email e correspondência.

Ação 2: reformulação do Portal da Transparência e da Ouvidoria, com informações mais acessíveis ao cidadão; eAção 4: reestruturação do Sis-tema de Ouvidoria e do Disque-Denúncia, criando política de segurança aos denunciantes.

27Resultados

BP31

Implementação de mecanismos de informação, pela internet, sobre denún-cias, reclamações, sugestões e elogios recebidos pela Ouvidoria.

Ação 2: reformulação do Portal da Transparência e da Ouvidoria, com informações mais acessíveis ao cidadão.

BP33

Criação de meios para acompanhamen-to dos recursos públicos investidos na Copa do Mundo de 2014, bem como divulgação de informações para facilitar o controle social.

Ação 12: Criação de grupo de controle especial para a Copa do Mundo, com atuação preventiva.

Causas e efeitos O PTCC não tem todas as boas práticas nacionais e internacionais reunidas pelos auditores, porque o GDF, ao elaborar o Plano, deixou de seguir muitas das orienta-ções feitas pelos organismos brasileiros e estrangeiros de referência em transparência, prevenção e combate à cor-rupção. Com isso, a eficácia do PTCC fica comprometida e os níveis desejados de transparência e de combate à cor-rupção não são alcançados.

Figura 2: Detalhes dos ícones para acesso à ouvidoria, glossário, perguntas frequentes, ‘fale conosco’, estatísticas de acesso em 06 de agosto de 2012

28Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

Implementação das ações do Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Critérios As ações previstas no PTCC devem ser implementadas conforme o cronograma definido. A partir das respostas às Notas de Auditoria, foi feito cronograma seguinte, para suprir a ausência de prévia programação escrita:

3.2

É baixo o grau de implementação do Plano

de Transparência e Combate à Corrupção

(PTCC). Apenas 4 (quatro) das 10 (dez)

ações previstas para serem concluídas em

2011 foram totalmente realizadas.

Ações previstas no Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Prazos estabelecidos

2011

1º s

em/1

2

2º s

em/1

2

1º s

em/1

3

2º s

em/1

3

Sem

pra

zo

Aumento da transparência

1 - Criação da Secretaria de Transparência e Controle, com as novas Subsecretarias de Transparência e Prevenção da Corrupção

X

2 - Reformulação do Portal da Transparência e da Ouvidoria, com informações mais acessíveis ao cidadão

X

3 - Disponibilização em vídeo, na internet, das principais licitações X

4 - Reestruturação do Disque-Denúncia, crian-do política de segurança aos denunciantes X

29Resultados

Combate à corrupção

5 - Prioridade aos processos disciplinares con-tra servidores envolvidos nos grandes casos de corrupção, como os da Caixa de Pandora

X

6 - Auditorias emergenciais na Saúde, Limpeza Urbana, Desenvolvimento Social, Pró-DF e nos contratos de informática

X

7 - Processos administrativos contra empresas denunciadas por supostas fraudes nos gover-nos anteriores

X

8 - Os contratos terão cláusulas indicando um número de telefone 0800 para denúncias de irregularidades

X

Aperfeiçoamento da gestão

9 - Redução do número de cargos comissio-nados, sobretudo aqueles de menor remu-neração, que não permitem a contratação de servidores mais qualificados

X

10 - Balanço das obras inacabadas, com o estabelecimento de prioridades e a erradicação de irregularidades

X

11 - Redução e simplificação de procedimen-tos X

12 - Criação de grupo de controle especial para a Copa do Mundo, com atuação preven-tiva

X

Ampliação dos instrumentos de prevenção e combate à corrupção

13 - Implantação do Sistema de Controle Interno nas Secretarias, com assessorias para acompanhamento concomitante das situações, prevenindo problemas

X

14 - Decreto que regulamenta o fim do nepotis-mo no governo distrital X

15 - Decreto determinando que o acompanha-mento e fiscalização dos maiores contratos sejam feitos obrigatoriamente por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego público

X

30Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

16 - Envio de Projeto de Lei à Câmara Legis-lativa para a aplicação da Lei de Ficha Limpa para a ocupação de cargos comissionados no governo distrital

X

17 - Assinatura de convênio com órgãos de controle para a realização de ações conjuntas X

Fomento à ética e participação da sociedade

18 - Fomento ao controle social com a realiza-ção de campanhas que esclareçam e incen-tivem a juventude a acompanhar os gastos públicos

X

19 - Elaboração do Código de Ética dos servi-dores distritais X

20 - Criação da Comissão de Ética para julgar o comportamento dos cargos mais elevados que não constituam desvio disciplinar, mas que possam implicar algum conflito ético

X

21 - Fortalecimento dos Conselhos como ins-trumentos de atuação do controle social X

Ações previstas para 20113.2.1

Das 21 ações inseridas no PTCC, dez estavam previstas para serem realizadas no exercício de 2011, sendo uma voltada ao aumento da transparência, duas ao combate à corrupção, quatro ao aperfeiçoamento da gestão e três para ampliação dos instrumentos de combate e prevenção da corrupção. Nenhuma ação foi destinada ao fomento à ética e participação da sociedade em 2011.

31Resultados

I

II

Implementadas Foram concluídas as ações número 6, 14, 15 e 16, listadas no cronograma citado anteriormente. Destas quatro, três se referem à edição de leis, sendo que não foram criados mecanismos de controle para avaliação do cumprimento tanto da ação 14 – que se refere ao Decreto regulamen-tando a vedação ao nepotismo –, quanto da ação 15 – sobre o Decreto que determina o acompanhamento e fiscaliza-ção dos maiores contratos por servidores ocupantes de cargos efetivos ou emprego público.

Parcialmente implementadas Das dez ações programadas para 2011, três foram consi-deradas apenas parcialmente implementadas no exercício. Tratam-se das ações 1, 7 e 9. A ação 1, única com enfoque no aumento da transparência, foi concluída em parte. A Secretaria de Transparência e Controle (STC) já existia an-tes do lançamento do PTCC, a única mudança foi a cria-ção de duas Subsecretarias para tratar especificamente de transparência e de combate à corrupção, embora não haja uma definição das competências e atribuições de suas uni-dades – o que deveria ter ocorrido até sessenta dias após o Decreto n.º 33.205/2011, que criou as Subsecretarias. A ação 7 também foi considerada parcialmente reali-zada. Cinco empresas envolvidas em fraude foram punidas com declaração de inidoneidade: Adler Assessoramento Empresarial e Representações Ltda.; Capbrasil Informática e Serviços Ltda.; Enterprice Engenharia de Softwares Ltda. (Patamar); Linknet Tecnologia e Telecomunicações Ltda.; e Danluz - Indústria, Comércio e Serviços Ltda. Os demais processos seguem em apuração e não há metas a serem alcançadas, prejudicando a análise da atuação do Estado.

32Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

Segundo a STC, a ação 9 está em implementação, com 47% concluída, sendo possível perceber a redução de car-gos comissionados em relação à estrutura anterior. O GDF já anunciou a contenção de mais mil cargos em comissão e a priorização das funções comissionadas para os servido-res efetivos do Governo do Distrito Federal. No entanto, a ação também não conta com informações sobre metas a serem alcançadas.

Não ImplementadasAs ações 10, 11 e 12 não foram implementadas. Todas ob-jetivam o aperfeiçoamento da gestão. A ação 10 prevê o balanço das obras inacabadas, com estabelecimento de prioridades e erradicação de irregularidades. Segundo a STC, algumas atividades já foram concluídas, outras estão em andamento. Já a Secretaria de Estado de Obras destaca um quadro com as seguintes obras inacabadas:

Obras inacabadas

Contrato Objeto Valor (R$) Ocorrência Medidas saneadoras

066/2008

Projeto executivo de drenagem e da geometria viária do Setor Habitacional Vicente Pires

139.793,01

Atraso na aprovação do EIA/Rima que norteou a elaboração do projeto de drenagem de águas pluviais, que guiará a elaboração do projeto

Projeto concluído

III

33Resultados

153/2008Reforma e restauração do Planetário

9.217.321,21

Indefinição quanto ao conserto do projetor original ou substituição por um novo. A conclusão de serviços depende, porém, de aditivo financeiro

Foi definido que o projetor original será consertado. O pedido de aditamento financeiro aguarda análise da Novacap

015/2009

Lote 01 – Pavimentação asfáltica, meios-fios e drenagem pluvial nas redes 01, 04 a 06, 09, 11, 12, 14, 15, 17, 22 e 26, na 2ª etapa do Pólo JK, Trechos 04 a 06

6.678.066,57

Conclusão de serviços depende de aditivo financeiro

Aguarda celebração de convênio entre a Secretaria de Obras e a Terracap, com intermédio da Novacap

016/2009

Lote 02 – Pavimentação asfáltica, meios-fios e drenagem pluvial nas redes 18 a 21, na 2ª etapa do Pólo JK, Trechos 04 a 06

6.351.667,08

Conclusão de serviços depende de aditivo financeiro

Aguarda celebração do convênio entre a Secretaria de Obras e Terracap, com intermédio da Novacap

017/2009

Lote 03 – Pavimentação asfáltica, meios-fios e drenagem pluvial nas redes 02, 03, 07, 08, 10, 13 e 16, na 2ª etapa do Pólo JK, Trechos 04 a 06

6.735.645,87

Conclusão de serviços depende de aditivo financeiro

Aguarda celebração de convênio entre a Secretaria de Obras e Terracap, com intermédio da Novacap

018/2009

Lote 04 – Pavimentação asfáltica e meios-fios, na 2ª etapa do Pólo JK, Trechos 04 a 06

2.970.295,80

Obra inacabada e contrato encerrado por força da decisão de 14 de junho de 2011 da STC que declarou inidônea a empresa Danluz

Licitar os serviços necessários à conclusão das obras.

34Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

Para o Tribunal de Contas, a relação é incompleta, pois não inclui, por exemplo, as obras de construção e reforma de terminais de ônibus urbanos, previstas no contrato ce-lebrado entre o Distrito Federal e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Também não foi informado ao TCDF quais são as prioridades e como erradicar as irregularidades. Na ação 11, de Redução e Simplificação de Procedimentos, o problema está na ausência de disposi-tivo normativo ou iniciativa que reduza e/ou simplifique procedimentos administrativos. O TCDF foi informado que a ação tem caráter contínuo e que algumas ativida-des já foram concluídas, outras estão em andamento. No caso da ação 12, que prevê a criação de grupo de controle especial e preventivo para a Copa do Mundo, a

019/2009

Lote 05 – Pavimentação asfáltica e meios-fios, na 2ª etapa do Pólo JK, Trechos 04 a 06

2.927.018,96

Conclusão de serviços depende de aditivo financeiro

Aguarda celebração de convênio entre a Secretaria de Obras e Terracap, com intermédio da Novacap

067/2009Execução de obra da Feira Permanente de Sobradinho

5.208.706,83

Obra inacabada e contrato encerrado por força da decisão de 14 de junho de 2011 da STC que declarou inidônea a empresa Danluz

Em fase de convocação das demais empresas que participaram do certame, conforme colocação

110/2009

Lote 01 – Construção de Prédio Administrativo de Apoio ao Velódromo no Complexo Ayrton Senna

471.139,11

Paralisada desde a implantação do canteiro, devido à interferência das obras do Mané Garrincha

Destinar outro lote e posterior licitação do prédio de apoio e pista do velódromo

35Resultados

3.2.2

I

implementação depende da publicação das novas estrutu-ras organizacionais das Secretarias envolvidas com a Copa das Confederações e do Mundo.

Ações previstas para serem concluídas depois de 2011

Onze das 21 ações inseridas no PTCC estavam previstas para serem concluídas após o exercício de 2011, ou seja, após o período de análise dessa auditoria. As ações 2, 4, 13 e 17 foram consideradas parcialmente implementadas.

Parcialmente implementadasA ação 2 prevê a reformulação do Portal da Transparência e da Ouvidoria, com informações mais acessíveis via inter-net para o cidadão. O novo portal está funcionando desde 08 de dezembro de 2011, mas, além de restritos, os dados disponíveis sobre licitações, convênios, pessoal, compras, patrimônio, Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e instru-mentos de planejamento estão desatualizados. Essa ação estava prevista para ser concluída no primeiro semestre de 2012. A ação 4, de reestruturação do sistema de ouvidoria e do disque-denúncia, criando política de segurança aos denunciantes, também foi definida para o primeiro se-mestre de 2012. O GDF informou que algumas ações já foram realizadas: foram criadas ouvidorias em todas as Administrações Regionais e elevadas e padronizadas as funções voltadas à realização desse trabalho; foi assinado um acordo de cooperação técnica com o Governo da Bahia para transferir tecnologia do sistema de ouvidoria daquele Estado para o Distrito Federal; e um novo número do disque-denúncia (0800-6444-9060) foi estabelecido desde 08 de dezembro de 2011 e divulgado nos sites do governo distrital. O TCDF verificou, porém, que no Portal da Transparência não há informação sobre a política de segurança aos denunciantes, nem divulgação do 0800.

36Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

Acordos celebrados em 2011

Órgão Finalidade

(TCDF) Tribunal de Contas do Distrito Federal

Viabilizar o apoio a ações de fiscalização e a cooperação conjunta para estruturação e funcionamento de rede de relacionamento entre órgãos e entidades públicos, voltada para a fiscalização e o controle da gestão pública.

MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)

Possibilitar o acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Mercantis (CNE), a fins de pesquisa, consulta a dados cadastrais e emissão de relatórios, visando a implantação de ações de combate à corrupção, à defesa do patrimônio público e à preservação da regularidade dos procedimentos, processos e atos de gestão.

A ação 13 estabelece a implantação do Sistema de Controle Interno nas Secretarias, com a criação de Assessores de Controle Interno que acompanhem con-comitantemente as situações, prevenindo problemas. Conforme informação da STC, já foram criadas Unidades de Controle Interno em algumas Secretarias de Estado do Distrito Federal. De acordo com a STC, no caso da ação 17, que prevê a assinatura de convênio com órgãos de controle para a realização de ações conjuntas, 90% está concluído. Três acordos de cooperação técnica foram firmados em 2011 e dois em 2012. Apesar da ausência de meta e da falta de detalhamento quanto ao alcance da expressão “realização de ações conjuntas”, a equipe de auditores entende que a ação pode ser considerada parcialmente implementada.

37Resultados

Fonte: Ofício 351/2012 – GAB/STC e Ofício 1.258/2012 – GAB/STC

Não implementadasAs ações 3, 8, 18, 19, 20 e 21 ainda não foram implementa-das, mas seguem dentro do prazo previsto: após o exercí-cio de 2011. A terceira ação, a disponibilização em vídeo, na internet, das principais licitações, é um exemplo. O GDF informou que ensaios iniciais foram realizados para aprofundamento do estudo da necessidade logística e operacional para desenvolvimento da atividade. O TCDF foi informado que a ação não foi iniciada e até agora não foram informadas as razões do adiamento na implanta-ção dessa ação – prevista para o segundo semestre de 2013

Ouvidoria-Geral do Estado da Bahia

Articulação, integração e intercâmbio de conhecimentos e cooperação mútua para a consecução das finalidades institucionais, por meio do licenciamento de uso do software do Sistema de Ouvidoria e Gestão Pública (TAG).

Acordos celebrados em 2012

(CGU) Controladoria-Geral da União

Desenvolvimento institucional do órgão de corregedoria e controle interno distrital, e melhoria da fiscalização de recursos federais repassados ao Distrito Federal.

(TCU) Tribunal de Contas da União

Integração das ações do controle externo da Administração Pública Federal e do controle interno do Poder Executivo distrital, harmonizando as atividades de seus planejamentos e o compartilhamento de informações, recursos materiais, humanos e tecnológicos

II

38Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

– nem apresentadas eventuais dificuldades operacionais a serem superadas. No caso da ação 8, inclusão nos contratos de cláusulas indicando um número de telefone 0800 para denúncias de irregularidades, a auditoria não constatou qualquer nor-matização sobre o tema, prevista para o primeiro semestre de 2012. O Tribunal de Contas entende que a inserção do “disque-denúncia” nos editais de licitação e nos contra-tos celebrados pelo Distrito Federal será apenas mais uma forma de divulgação do serviço e não significará maior controle social na prática. Sobre os contratos, o TCDF re-comenda a inclusão de cláusula antifraude e anticorrupção em todos os compromissos celebrados pelo governo distri-tal, conforme prática adotada internacionalmente. A ação 18 visa incentivar o controle social com a reali-zação de campanhas que esclareçam e incentivem a par-ticipação da juventude no acompanhamento dos gastos públicos. Até o fechamento da auditoria não foram ob-servadas campanhas, nem foram criados mecanismos de fiscalização de gastos ou estabelecidas metas anuais para as atividades desse item. A ação 19, sobre a elaboração do Código de Ética dos servidores distritais, não foi implementada, mas tem prazo previsto até o primeiro semestre de 2013. O mesmo ocorre com a ação 20 – criação da Comissão de Ética para julgar o comportamento dos cargos mais elevados que não cons-tituam desvio disciplinar, mas que possam implicar algum conflito ético. Nada foi iniciado, embora seu prazo final seja o segundo semestre de 2013. Sobre a ação 21, que visa fortalecer os Conselhos como instrumentos de atuação do controle social, o GDF infor-mou que terá caráter contínuo e seu marco inicial foi a CONSOCIAL de 2012. O TCDF, por outro lado, apontou que não foram estabelecidas metas anuais para as ativida-des pretendidas para esse item e considerou que a ação não foi implementada. O PTCC contempla ainda uma ação que prioriza os processos disciplinares contra servidores envolvidos nos grandes casos de corrupção, como os da Caixa de Pandora

39Resultados

(ação 5). O GDF informa que a ação tem caráter contínuo e que os processos estão em tramitação na Secretaria de Transparência e Controle (STC).O TCDF considera que faltou à ação indicação dos procedimentos e da sistemática de tramitação que garanta a prioridade e celeridade nas diversas fases do processo disciplinar. Por entender que é necessário estabelecer uma linha base para comparação, após transcorrido tempo razoável, a avaliação da ação não foi incluída nessa auditoria. Verificou-se, ainda, que as ações 5, 7, 9, 10, 11, 18 e 21 não têm cronograma de execução inserido no PTCC. A equipe de auditoria considerou a informação sobre a situação de implementação ou a previsão de conclusão para suprir a falta do cronograma. A análise sobre a implementação do PTCC pode ser resumidamente exposta na forma seguinte:

Análise sobre a implementação do PTCC

Ações Meta prevista para dezembro de 2011

Metas que ultrapassam 2011

Aumento da Transparência

Criação da Secretaria de Transparência e Controle, com as novas Subsecretarias de Transparência e Prevenção da Corrupção

Parcialmente implementada

Reformulação do Portal da Transparência e da Ouvidoria, com informações mais acessíveis via internet para o cidadão

Parcialmente implementada (dentro do prazo)

Disponibilização em vídeo, na internet, das principais licitações

Não implementada (dentro do prazo)

Reestruturação do disque-denúncia, criando política de segurança aos denunciantes

Parcialmente implementada (dentro do prazo)

40Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

Combate à Corrupção

Prioridade para os processos disciplinares contra servidores envolvidos nos grandes casos de corrupção, como os da Caixa de Pandora

Não avaliada

Auditorias emergenciais nas áreas da Saúde, Limpeza Urbana, Desenvolvimento Social, Pró-DF e nos contratos de informática

Concluída

Processos administrativos contra empresas denunciadas por supostas fraudes nos governos anteriores

Parcialmente Implementada

Os contratos terão cláusulas indicando um número de telefone 0800 para denúncias de irregularidades

Não Implementada(dentro do prazo)

Aperfeiçoamento da Gestão

Redução do número de cargos comissionados, sobretudo aqueles de menor remuneração, que não permitem a contratação de servidores mais qualificados

Parcialmente implementada

Balanço das obras inacabadas, com o estabelecimento de prioridades e a erradicação de irregularidades

Não Implementada

Redução e simplificação de procedimentos

Não Implementada

Criação de grupo de controle especial para a Copa do Mundo, com atuação preventiva

Não Implementada

41Resultados

Ampliação dos instrumentos de combate e Prevenção da Corrupção

Implantação do Sistema de Controle Interno nas Secretarias, com a criação de Assessores de Controle Interno que façam o acompanhamento concomitante das situações, prevenindo problemas

Parcialmente implementada (dentro do prazo)

Decreto regulamentando a vedação ao nepotismo no GDF Concluída

Decreto determinando que o acompanhamento e fiscalização dos maiores contratos sejam feitos obrigatoriamente por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego público

Concluída

Envio de Projeto de Lei à Câmara Legislativa para aplicação da Lei de Ficha Limpa para a ocupação de cargos comissionados no GDF

Concluída

Assinatura de convênio com órgãos de controle para a realização de ações conjuntas

Parcialmente implementada (dentro do prazo)

Fomento à Ética e à Participação da Sociedade

Fomento ao controle social com a realização de campanhas que esclareçam e incentivem a participação da juventude no acompanhamento dos gastos públicos

Não implementadas(sem metas)

Elaboração do Código de Ética dos servidores distritais

Não implementadas(dentro do prazo)

Criação da Comissão de Ética para julgar o comportamento dos cargos mais elevados que não constituam desvio disciplinar, mas que possam implicar algum conflito ético

Não implementadas(dentro do prazo)

Fortalecimento dos Conselhos como instrumentos de atuação do controle social

Não implementadas(sem metas)

Causas e efeitos A auditoria apontou como causas para o baixo grau de implementação das ações do PTCC deficiência no plane-jamento e falta de definição, para todas as ações previstas nos diversos órgãos e entidades do Distrito Federal, de: cronograma detalhado das atividades a serem desenvol-vidas; metas a serem alcançadas; competências; respon-sabilidades no âmbito das atividades e dos procedimentos operacionais; meios necessários à correta implementação das ações; e mecanismos de monitoramento. Como resultado, verificou-se que o conjunto de ações que compõem o PTCC não atingiu grau de transparência satisfatório e não alcançou níveis de prevenção e de com-bate à corrupção desejáveis.

42Plano de Transparência e Combate à Corrupção

Tribunal de Contas do Distrito Federal

43Resultados

Conclusão

C ombater a corrupção, promover a inte-gridade, aumentar a transparência das ações do governo e incentivar a par-ticipação da sociedade são o grande desafio da Administração Pública na atualidade. As boas práticas recomen-

dam a elaboração e a implementação de um planejamento estratégico de forma a coordenar as medidas que serão utilizadas para esse fim. A auditoria verificou que o Plano de Transparência e Combate à Corrupção (PTCC), lançado pelo Governo do Distrito Federal, é predominantemente informal, pois não houve detalhamento de objetivos, metas, cronograma e meios necessários à implementação das ações, bem como de instrumentos de avaliação e de monitoramento e de-finição de responsabilidades. Pode-se constatar que há pouco registro, seja na fase de elaboração ou nas fases de implementação e monitoramento do Plano. O PTCC e demais ações de transparência e combate à corrupção no Distrito Federal apresentaram baixa aderên-cia às boas práticas nacionais e internacionais de referên-cia no assunto e ainda é baixo o grau de implementação das ações nele previstas. Ainda assim, o Plano é uma grande iniciativa do go-verno local e, se constantemente aprimorado com as boas práticas nacionais e internacionais de referência, poderá se consolidar como ferramenta de desenvolvimento da ges-tão pública.

Recomendações

Ao apreciar a auditoria, o TCDF encaminhou ao Governador as seguintes recomendações (Decisão 5.272/2012):

reavaliar o Plano de Transparência e Combate à Corrupção (PTCC) para definir os objetivos e metas a serem alcan-çadas, o cronograma detalhado das atividades, as com-petências, as responsabilidades no âmbito das atividades e dos procedimentos operacionais, os meios necessá-rios à implementação e instrumentos de avaliação e de monitoramento;adotar boas práticas como as preconizadas pelos organis-mos nacionais e internacionais de referência em transpa-rência e combate à corrupção;fortalecer e aparelhar as instituições que tenham como es-copo coibir as práticas derivadas de corrupção;incluir cláusula antifraude e anticorrupção nos contra-tos celebrados pelo Distrito Federal, conforme prática já adotada naqueles celebrados em projetos financiados com recursos externos;promover as gestões necessárias para que se consolidem as informações relativas a todas as obras não concluídas no Distrito Federal;

A

B

C

D

E

incluir no Portal de Transparência do Distrito Federal o link de acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS);fixar metas visando à integração dos órgãos repressores às práticas corruptas, dotando as instituições distritais de autonomia e condições de efetuar o combate à corrupção com independência e condições de trabalho;criar publicação mensal contendo dados da despesa com pessoal do GDF, distribuição por órgãos e entidades, nú-mero de servidores (efetivos e comissionados) e distribui-ção por faixa de remuneração;instituir Código de Conduta da Alta Administração do Distrito Federal e Comissão de Ética Pública do GDF.

F

G

H

I

Tribunal de Contas do Distrito Federal

48Plano de Transparência e Combate à Corrupção

49Resultados

Benefíciosesperados

Espera-se com as recomendações oferecidas por meio da Decisão nº 5.272/2012 que o GDF:

atinja, com a adoção de boas práticas nacionais e interna-cionais de referência em transparência e combate à cor-rupção, os objetivos do PTCC: aumento da transparência, combate à corrupção, aperfeiçoamento da gestão, amplia-ção dos instrumentos de prevenção e combate à corrupção e fomento à ética e à participação da sociedade no acom-panhamento das ações governamentais. Outros benefícios decorrentes são o aumento da eficiência da gestão pública e a melhoria da qualidade do serviço público prestado à população;aumente, com a implementação completa do PTCC, o al-cance das ações de combate à corrupção e de transparência e melhore os serviços públicos prestados à população.

A

B

Auditoria operacional no plano de transparência e combate à corrupção no Distrito Federal

Secretaria de Macroavaliação da Gestão Pública

Secretário: Luiz Genédio Mendes Jorge

Divisão de Auditoria de Programas e de Recursos Externos

Diretor: Henirdes Batista Borges

Equipe de Auditoria

Auro Shiguenari Yoshida

Joana D’Arc Lázaro

José Higino de Souza

Traço Leal Comunicação

Projeto Gráfico e Diagramação: Carol Luz

Direção de Arte: Plinio Fernandes

Arte da capa: Diego Gomes

Tribunal de Contas do Distrito Federal

Secretaria de Macroavaliação da Gestão Pública

Praça do Buriti – Ed. Palácio Costa e Silva (Anexo) – 7º andar

Brasília – DF – CEP 70075-901

Telefone: (61) 3314-2150

Distrito Federal. Tribunal de Contas.

Auditoria Operacional no plano de transparência e combate à corrupção no Distrito Federal:

relatório/Cons. Relator: Inácio Magalhães Filho. Brasília, 2013.

52p.: 21 cm.(Sumário executivo).

1-Auditoria operacional. 2.Transparência. 3.Combate à Corrupção. 4.Distrito Federal. I.Título.

II.Magalhães Filho, Inácio. Conselheiro-Relator.

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