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PREFEITURA MUNICIPAL DE CABEDELO SECRETARIA MUNICIPAL DE AÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE CABEDELO PB 20172026 CABEDELO PB 2017

PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

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1

PREFEITURA MUNICIPAL DE CABEDELO SECRETARIA MUNICIPAL DE AÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL

CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

PLANO DECENAL DOS DIREITOS

HUMANOS DE CRIANÇAS E

ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE

CABEDELO – PB

2017– 2026

CABEDELO – PB 2017

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Wellington Viana França

PREFEITO

Flávio de Oliveira

VICE-PREFEITO

Euzo da Cunha Chaves

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE AÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL

Ricardo Vasconcelos

SECRETÁRIO ADJUNTO DE AÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL

Viviane Gonçalves de Menezes

DIRETORA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Thales Barreto Zucca

PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE

Iarley de Araújo Nascimento

VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA

E DO ADOLESCENTE

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3

COMISSÃO MUNICIPAL DE ELABORAÇÃO DO PLANO DECENAL DOS

DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Carla Rolim Leite Lima

Secretaria Municipal de Ação e Inclusão Social – SEMAIS

Cláudio Vírginio da Silva

Secretaria de Esporte, Juventude e Lazer - SEJEL

Francisca das Chagas Fernandes Vieira

Secretaria de Saúde de Cabedelo - SESCAB

Rosália P. Melo

Nadja dos Santos Araújo

Secretaria de Educação - SEDUC

Maria Ester Florêncio da Paixão Ferreira

Conselho Tutelar Setor I - CT

Rita de Cássia Santiago Mendonça

Conselho Tutelar Setor II - CT

Zélia Maria Carvalho Cardoso

Mariane do Nascimento Soares

Núcleo de Cidadania dos Adolescentes – NUCA

Cristiana Ferreira Moreira Cabral de Vasconcellos

Promotoria de Justiça e Defesa da Infância e da Juventude

Iarley Araújo Nascimento

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente - CMDCA

Luiz Victor Araújo Uchoa

Casa dos Conselhos da Assistência Social de Cabedelo

Valéria F. Simões Soares

Maria das Dores Delfino

Instituição Casa Pequeno Davi

Kleide M. S. Teixeira

Instituto Revertendo o Autismo – IRA

Janaína Cléa Carvalho Cavalcanti

Instituto Social Esporte e Cidadania Surf Escola

Maria das Neves Linda Cavalcanti

Quatro Patas Equestres Terapia e Saúde

Ademir Fernandes de Oliveira Filho

Policia Civil

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ATORES SOCIAIS DA REDE DE PROTEÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E AO

ADOLESCENTE DE CABEDELO

Ana Karla M. Oliveira - CMDCA

Antônio Silveira Neto - Vara da Infância e Juventude

Berta Maribondo - Casa Dos Conselhos

Cristiano Porfírio Gonçalo - CREAS

Fabiana de Araújo Brito - CMDCA

Francigrace de Oliveira Santos - C T

Jacira Pereira da Silva - SSPDS

Lorenzo Delaini - REMAR

Magno de B. Silva - SECULT

Maria Eduarda Souza Dornelas - SSPDS

Moisés O.X.A.A. Varandas - IRA

Mônica Laura Ervolino - CRAS

Patrícia Maria Da S. Ferreira De Oliveira- SESCAB

Roberta Cavalcanti Pires - SEMAIS

Rose Veloso - REMAR

Sicília Maria Alves De Pontes - SEMAIS

Zilá Machado Rosa - CMDCA

PROTAGONISTAS INFANTO-JUVENIS

Ana Carolina Evangelista Soares

Anderson Gabriel Da Silva Martins

Germano Henrique

Luanderson Da Silva Moura

Matheus Ramalho

COLABORADORES

Carla Rolim Leite Lima (SEMAIS)

Roberta Cavalcanti Pires (SEMAIS)

Gicélia Maria Alves de Pontes (SEMAIS)

Viviane Gonçalves de Menezes (SEMAIS)

ASSESSORIA TÉCNICA

Almira Almeida Cavalcante

Francisca C. F. Vieira

Waleska Ramalho Ribeiro

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Lista de Siglas

DST DOENÇA SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL

ECA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

FIA FUNDO PARA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

FMDCA FUNDO MUNICIPAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

FUNDAC FUNDAÇÃO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

GEMOL GERÊNCIA EXECUTIVA DE MEDICINA E ODONTOLOGIA LEGAL

HIV VIRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

IDEME INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL E ESTADUAL

IDH ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

IES INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR

IF INSTITUTO FEDERAL DE TECNOLOGIA

INEP INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS ANÍSIO TEIXEIRA

IPEA INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA

LA LIBERDADE ASSISTIDA

LACEN LABORATÓRIO CENTRAL

LOAS LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

MDS MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME

MEC MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

MP MINISTÉRIO PÚBLICO

MPAS MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL

MS MINISTÉRIO DA SAÚDE

MTE MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

NOB NORMA OPERACIONAL BÁSICA

OAB ORGANIZAÇÃO DOS ADVOGADOS DO BRASIL

OIT ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

ONG ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL

ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

PAE PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO EDUCACIONAL

PAEFI PROTEÇÃO E ATENDIMENTO ESPECIALIZADO A FAMÍLIAS E INDIVÍDUOS

PBA PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

PBF PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

PCCS PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E SALÁRIOS

PDDCAG PLANO DECENAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE

GUARANIAÇU

PDDE PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA

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PDE PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA

PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

PETI PROGRAMA DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL

PIA PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO

PMC PREFEITURA MUNICIPAL DE CABEDELO

PNAB POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA

PNAD PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS

PNAE PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

PNAIC PACTO PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

PNAS POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

PNCFC PLANO NACIONAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

PNE PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

PNUD PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO

PROFORTEC PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

PROGEM PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO

PROINFO PROGRAMA NACIONAL DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL

PSC PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE

PSE PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA

PSF PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

REMAR REDE MARGARIDAS PRÓ-CRIANÇAS E ADOLESCENTE

SAE SERVIÇO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO

SAGI SECRETARIA DE AVALIAÇÃO E GESTÃO DA INFORMAÇÃO

SCFV SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS

SEAD SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO DE CABEDELO

SECOM SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E INSTITUCIONAL DE CABEDELO

SECULT SECRETARIA DE CULTURA DE CABEDELO

SEDH SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

SEDS/MG SECRETARIA ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL DE MINAS GERAIS

SEDUC SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE CABEDELO

SEE SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO-PB

SEFIN SECRETARIA DE FINANÇAS DE CABEDELO

SEINFRA SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA DE CABEDELO

SEJEL SECRETARIA DE JUVENTUDE ESPORTE E LAZER DE CABEDELO

SEMAIS SECRETARIA MUNICIPAL DE AÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL DE CABEDELO

SEPM SECRETARIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA MULHERES

SES SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE-PB

SETUR SECRETARIA DE TURISMO DE CABEDELO

SGD SISTEMA DE GARANTIAS DE DIREITOS

SICAD SISTEMA DE INFORMAÇÃO MUNICIPAL SOBRE CRIANÇA E ADOLESCENTE

SINASE SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO SÓCIO EDUCATIVO

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SME SISTEMA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

SNAS SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

SS SISTEMAS “S”

SUAS SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

TEA TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

TJDFT TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

UBS UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE

UFPB UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

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Lista de Tabelas

Tabela I - Organização Administrativa do Município ........................................................ 20

Tabela II - Quantitativo de Alunos no Sistema Municipal de Ensino em 2016 ............... 26

Tabela II – Programas Educativos Federais ........................................................................ 27

Tabela IV – Programas de Manutenção da Qualidade de Ensino .................................... 28

Tabela V - Grupos de Crianças e Adolescentes do SCFV do Município de Cabedelo ..... 62

Tabela VI - Famílias Inseridas no Cadastro Único ............................................................. 63

Tabela VII - Condicionalidades e Acompanhamento ......................................................... 64

Tabela VIII - Quadro da Distribuição dos Benefícios Eventuais 2014 e 2015 .................. 65

Tabela IX - Acompanhamento de Adolescentes em Cumprimento de Medida

Socioeducativa ......................................................................................................................... 69

Lista de Gráficos

Gráfico I - População Residente Segundo Faixa Etária – 2000 e 2010 .............................. 21

Gráfico II - Participação dos Setores Econômicos no Produto Interno Bruto ................. 23

Gráfico III - Taxa de Analfabetismo de Pessoas com 10 anos ou mais - 2010 .................. 24

Gráfico IV - Taxa de Distorção idade-série no Ensino Fundamental e Ensino ............... 24

Gráfico V -Taxa de Mortalidade Infantil - 2010 ................................................................. 30

Lista de Figuras

Figura I – Localização Geográfico ....................................................................................... 20

Figura II – Rede de Atenção Básica de Saúde de Cabedelo ............................................... 32

Figura III – Fluxo de Atendimento à Criança e ao Adolescente em Situação de Violência

em Cabedelo ............................................................................................................................ 46

Figura IV - Fluxo de Atendimento à Crianças e Adolescentes em Situação de Trabalho

Infantil .................................................................................................................................... 50

Figura V – Modelo Intersetorial de Políticas Públicas ........................................................ 58

Figura VI – Organograma da Secretaria de Ação e Inclusão Social ................................ 60

Figura VII – Diretrizes da Política para Crianças e Adolescentes..................................... 71

Figura VIII - Modelo do Sistema de Garantias de Direito ................................................ 75

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IDENTIFICAÇÃO DO ÓRGÃO GESTOR

Prefeitura Municipal de Cabedelo - Paraíba

PREFEITO Wellington Viana França

VICE-PREFEITO Flávio de Oliveira

Início mandato/Término 01/012017 a 31/12/2020

Endereço Rua: Benedito Soares Silva, 131, Monte Castelo, Cabedelo –

PB.

CEP:58310 - 000

Telefone (83)3250-3223

Órgão Gestor da Assistência Social

NOME Secretaria Municipal de Ação e Inclusão Social

N° da Lei de Criação do Órgão Lei Municipal Nº 1.693 de 31 de Janeiro de 2014

Secretário Euzo da Cunha Chaves

Secretário Adjunto Ricardo Vasconcelos

Endereço Rua Anacleto Vitorino, s/n, Cabedelo – PB

CEP: 58310 - 000

Telefone (83) 3250-3168

E-mail [email protected]

Vigência do Plano 2017 a 2026

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente - CMDCA

Nº da Lei de Criação 578/1990

Nome do Presidente Thales Barreto Zucca

Nome do Vice Presidente Iarley de Araújo Nascimento

Secretária Executiva Fabiana de Araújo Brito

E-mail [email protected]

Gestão 2016-2018

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Colegiado do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA

Gover

nam

enta

l

Nome do Conselheiro Representatividade Titularidade

Fabiana de Araújo Brito Secretaria de Ação e

Inclusão Social

Titular

Berta Maribondo de Araújo Suplente

Francisco de Assis Félix da Silva Secretaria de Saúde

Titular

Alenaide Viegas da Silva Suplente

Zilá Machado Rosa Secretaria de Educação

Titular

Ana Karla M. Oliveira Suplente

Camila Faria de A. Maia Secretaria de Turismo

Titular

Gillane Araujo Rolim de Melo Suplente

Claudio Vírginio da Silva Secretaria de Esporte

Titular

Janderson B. Brito Suplente

Jaqueline Monteiro Câmara Municipal

Titular

Márcio Bezerra Suplente

Não G

over

nam

enta

l

Nome do Conselheiro Representatividade Titularidade

Iarley Araújo do Nascimento Espaço Cidadão Família

em Ação – ECIFA

Titular

Ana Maria da Silva Ribeiro Suplente

Thales Barreto Zucca Agência Adventista de

Desenvolvimentos de

Recursos Assistenciais-

ADRA

Titular

Lucyano de Araújo Barbosa Suplente

Maria das Neves Linda Carvalho

Cavalcanti Quatro Patas Esportes

Equestres Terapia &

Saúde

Titular

Maria Cléa de Carvalho Cavalcanti Suplente

Janaína Cléa Carvalho Cavalcanti Instituto Social, Esporte e

Cidadania Surf Escola

Titular

Raul Enrique da Silva Filho Suplente

Moisés Ortega Xavier de Araújo Anton

Varandas Instituto Revertendo o

Autismo-IRA

Titular

Kleide Maria Silva Teixeira Suplente

Damião de Albuquerque dos Santos Movimento Cultural

Renascer-MCR

Titular

Emerson Souza Suplente

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SUMÁRIO

Apresentação .......................................................................................................................... 14

1. Marco Conceitual e Legal dos Direitos da Criança e Adolescente................................16

2. Marco Situacional ............................................................................................................... 19

2.1 Cabedelo: Localização Geográfica ........................................................................... 19

2.2 Aspectos Demográficos .............................................................................................. 21

2.3 Aspectos Econômicos ................................................................................................. 22

2.4 Política de Educação .................................................................................................. 23

2.4.1 Estratégias e Ações de Combate à Evasão Escolar ......................................... 28

2.5 Política de Saúde ....................................................................................................... 30

2.5.1 Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF)..................................................33

2.5.2 Hospital e Maternidade Municipal Padre Alfredo Barbosa (HMMPAB)....34

2.5.3 Centro de Referência em Saúde Leonardo Mozart.........................................35

2.5.4 Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD)........................35

2.5.5 Centro de Atenção Psicossocial I (CAPS I)......................................................35

2.5.6 Centro de Fisioterapia (CENFISIO)................................................................36

2.5.7 Laboratório Central (LACEN).........................................................................36

2.5.8 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO).............................................36

2.5.9 Serviço de Assistência Especializada em DST/HIV/AIDS (SAE)..................37

3. Situação de Vulnerabilidade Social e Extrema Pobreza de Crianças, Adolescentes e

Famílias.................................................................................................................................... 38

4 Medidas de Proteção para Crianças, Adolescentes e Jovens em Cabedelo ................... 40

4.1 Situação de Vulnerabilidade e Risco Social .... ........................................................41

4.2 Situação de Violação de Direitos .............................................................................. 43

4.3 Situação de Trabalho Infantil...................................................................................47

4.4 Situação de Acolhimento Institucional ................................................................... 51

4.5 Situação de Conflito com a Lei ................................................................................ 52

5. A Relação Intersetorial na Promoção dos Direitos Humanos de Crianças e

Adolescentes ........................................................................................................................... 54

6. A Centralidade da Política de Assistência Social na Proteção de Crianças,

Adolescentes e Famílias. ......................................................................................................... 59

6.1 Proteção Social Básica .............................................................................................. 61

6.1.1 Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família – PAIF ............................61

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6.1.2 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Familiares e

Comunitários (SCFV) ............................................................................................................ 61

6.1.3 Cadastro Único e Programa Bolsa Família .................................................... 62

6.1.4 Benefícios Eventuais ......................................................................................... 64

6.1.5 Benefício de Prestação Continuada – BPC ...................................................... 65

6.2 Proteção Social Especial......................................................................................66

6.2.1 Serviços Socioassistenciais de Proteção Social de Média Complexidade .... 66

6.2.2 Serviço de Proteção Social Especial a Indivíduos e Famílias

(PAEFI).............................................................................................................................66

6.2.3 Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua ..............................67

6.2.4 Serviço Especializado em Abordagem Social .................................................. 68

6.2.5 Serviço De Proteção Social Aos (As) Adolescentes em Cumprimento de

Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e/ou de Prestação de Serviços à

Comunidade (PSC) ................................................................................................................ 68

6.2.6 Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes ........... 69

7 Diretrizes ............................................................................................................................. 71

7.1 A Criança e o Adolescente como Sujeito de Direito e Pessoa em Desenvolvimento

.................................................................................................................................................. 72

7.2 Universalização do Acesso a Políticas Públicas para Crianças, Adolescentes e

Suas Famílias ......................................................................................................................... 72

7.3 Proteção Especial a Crianças e Adolescentes em Situação de Violação de

Direitos ..................................................................................................................................... 74

7.4 Igualdade de Condições do Acesso de Crianças e Adolescentes aos Sistemas de

Justiça e Segurança Pública ..................................................................................................76

7.5 Fomento de Estratégias e Mecanismos que Facilitem a Participação Organizada

e a Expressão Livre de Crianças e Adolescentes..................................................................77

7.6 Qualificação Permanente de Profissionais para Atuarem na Rede de Promoção,

Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes ............................................... 78

8 Objetivos do Plano .............................................................................................................. 80

8.1 Objetivo Geral ........................................................................................................... 80

8.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 80

9. Plano de Ação ..................................................................................................................... 82

9.1 Eixo 1 – Promoção dos Direitos de Crianças e Adolescentes ................................ 82

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9.2 Eixo 2 - Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes ............... .....99

9.3 Eixo 3 – Protagonismo e Participação de Crianças e Adolescentes .................... 111

9.4 Eixo 4 – Controle Social da Efetivação dos Direitos ............................................ 112

9.5 Eixo 5 – Gestão Da Política Nacional Dos Direitos Humanos De Crianças e

Adolescentes .......................................................................................................................... 113

10 Implementação, Monitoramento e Avaliação ............................................................... 123

10.1 Competências e Atribuições da Comissão de Acompanhamento e

Implementação do Plano ..................................................................................................... 124

10.2 Atribuições e Competências Específicas à Esfera Municipal .......................... 124

10.3 Indicadores de Eficácia e de Monitoramento ..................................................... 125

10.3.1 Diagnóstico da Situação de Famílias com Crianças e Adolescentes em

Programas de Acolhimento Institucional, em Situação de Rua e Medida Socioeducativa

................................................................................................................................................ 126

10.3.2 Diagnóstico da Situação de Crianças e Adolescentes em Situação e Adoção

Nacional e Internacional no Município. ............................................................................ 126

10.3.3 Diagnóstico de Situação de Operação de Políticas Públicas Municipal de

Proteção às Crianças, aos Adolescentes e a Suas Famílias ............................................... 127

11 Orçamento Público ......................................................................................................... 128

12 Referências ...................................................................................................................... 129

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Apresentação

O Plano Decenal de Direitos Humanos da Criança e do Adolescente do Município de

Cabedelo atende à determinação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do

Adolescente - CONANDA, com base na Resolução 161 de dezembro de 2013, alterada pela

Resolução 171 de dezembro de 2014, que estabelece os parâmetros para discussão,

formulação e deliberação dos planos decenais dos direitos humanos da criança e do

adolescente em âmbito estadual, distrital e municipal, em conformidade com os princípios e

diretrizes da Política Nacional de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes.

O presente documento foi construído pela Comissão Intersetorial de Discussão e

Elaboração do Plano Decenal dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente do

município de Cabedelo-Pb, instituída pelo poder executivo, através da Secretaria Municipal

de Ação e Inclusão Social (SEMAIS) e pactuado com o Conselho dos Direitos da Criança e

do Adolescente (CMDCA), e apoio dos conselhos municipais de Saúde, Educação,

Assistência Social, Cultura, Políticas Antidrogas; Núcleo de Cidadania dos Adolescentes

(NUCA); Secretárias de Esporte e Lazer, Cultura, Turismo, Entidades Não Governamentais,

Conselho Tutelar e Sistema de Garantias de Direitos.

A comissão foi constituída a partir da Resolução Nº 01, 01 de julho de 2016/CMDCA,

cuja competência consiste na elaboração das atividades de construção do plano e articulação

junto aos órgãos e entidades integrantes do Sistema de Garantia de Direitos. As reuniões de

discussão e planejamento do trabalho tiveram início em 01 de março de 2016, com o apoio do

colegiado do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente. O trabalho

compreendeu, no primeiro momento, a coleta de informações, levantamento de indicadores,

mapeamento de equipamentos sociais, identificação dos atores sociais para a sistematização

do diagnóstico referente ao atendimento de crianças e adolescentes no município. No segundo

momento, foi realizada a construção das propostas de intervenção que compõe o plano de

ação com as prioridades e metas.

A base conceitual e estrutura advém das diretrizes do CONANDA que referencia um

conjunto de políticas públicas de promoção e proteção da criança e do adolescente previstas

na Constituição Federal de 1988 e no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA/90.

O objetivo principal do plano é aprimorar de forma sistemática a execução da política

de promoção, proteção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes conforme preconiza a

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Política Nacional de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, com vistas a qualificar

serviços, programas e benefícios das políticas públicas e os mecanismos de participação para

o acompanhamento do seu desenvolvimento, o monitoramento e a avaliação.

Este Plano está organizado em três capítulos. No primeiro capítulo apresentamos os

marcos legal, conceitual, situacional e as medidas de proteção social para crianças e

adolescentes. No segundo capítulo, abordamos as diretrizes que nortearam a construção do

plano e seus objetivos. O terceiro contempla as ações, com seus respectivos objetivos, metas,

prazos e responsáveis.

Ademais, este plano agrega a responsabilidade da gestão municipal em assegurar o

cumprimento das indicações do CONANDA na direção de aprimorar a estrutura de

atendimento de crianças e adolescentes e a funcionalidade dos serviços, face à realidade do

município. O plano terá vigência de 2017 a 2026, com revisão a cada cinco anos, conforme a

necessidade do município.

Portanto, esse plano representa um marco importante para a organização da gestão

municipal no que concerne ao processo de planejamento, monitoramento, avaliação e tomada

de decisão. Como também na articulação das diversas políticas setoriais de atendimento à

criança e ao adolescente, considerando as necessidades e especificidades, dada sua condição

peculiar de pessoa em desenvolvimento.

Por todo o exposto, o Plano Decenal dos Direitos da Criança e do Adolescente de

Cabedelo firma um compromisso do planejamento, a longo prazo, envolvendo ações do poder

público, da sociedade civil organizada e sistema de garantias de direitos, reunindo esforços e

criando uma estrutura interligada de políticas públicas direcionadas à efetivação dos direitos

das crianças e dos adolescentes, objetivando atingir a dignidade humana e a cidadania de

todas as crianças e adolescentes.

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1. Marco Conceitual e Legal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

“Eu fico com a pureza da resposta das crianças”

Gonzaguinha.

Historicamente a concepção de direitos humanos está referendada na Declaração

Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Organização das Nações Unidas (ONU),

em 1948. A Declaração atribui à condição de pessoa humana, enquanto prerrogativa para

proteção garantia e defesa dos seus direitos. “Todos os seres humanos nascem livres e iguais

em dignidade e direitos” (ONU, 1948).

Conforme princípios da Declaração supracitada, e ao que preconiza Declaração

Universal dos Direitos da Criança, no princípio II:

A criança gozará de proteção especial e disporá de oportunidade e serviços, a serem

estabelecidos em lei por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física,

mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em

condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a consideração

fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança (UNICEF, 1959).

Paradoxalmente, a história dos direitos voltados para crianças e adolescentes, remete a

um contexto a priori, de inexistência e posteriormente, negação ou violação da prerrogativa

citada. No contexto do Brasil, o tratamento dado à crianças e adolescentes não se diferenciava

dos demais segmentos, o acesso aos direitos ocorria pela via da condição econômica, ou seja,

era restrito apenas àqueles que dispunham de uma condição econômica privilegiada.

A proteção social era realizada por ações assistencialistas pelas Santas Casas de

Misericórdia1, subsidiadas pela Igreja Católica. Tais instituições amparavam as crianças

abandonadas, no entanto, estas não eram reconhecidas enquanto sujeitos de direitos. Do

mesmo modo, as crianças e adolescentes que tinham família também não acessavam os

direitos que posteriormente seriam concebidos como essenciais, no tocante à liberdade e

respeito à dignidade, tendo em vista, naquela época o trabalho no primeiro momento escravo,

e depois fabril, imposto às crianças e adolescentes, bem como a negação ao direito à

instrução.

1Tinham como objetivo atender a população carente, cuidando dos enfermos em seus hospitais, alimentando os famintos,

sepultando os mortos, educando os enjeitados em seus orfanatos e acolhendo os recém-nascidos abandonados na Roda dos

Expostos.

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As legislações voltadas para crianças e adolescentes eram de caráter punitivo,

considerando principalmente aqueles em situação conflituosa com a lei, a saber: Direito Penal

do Menor, neste não se diferenciava a punição para adultos e crianças; e o Código de

Menores2, também voltado para o ato infracional e/ou situação irregular, o dito menor

permanecia tutelado pelo Estado. Neste tipo de proteção:

Crianças e jovens eram minuciosamente classificados de acordo com seu estado de

abandono e grau de periculosidade. Na verdade, de acordo com a lei, qualquer um

poderia ser enquadrado no raio de ação do Juiz, pois dizia à lei que poderiam ser

apreendidos menores abandonados, pervertidos, ou em perigo de o ser. A intenção

era ainda mais óbvia no concernente aos menores caracterizados como delinquentes.

Uma simples suspeita, uma certa desconfiança, o biotipo ou a vestimenta de um

jovem poderiam dar margem a que fosse sumaria e arbitrariamente apreendido

(RIZZINI, 2005, p. 8).

O relato da autora demonstra a concepção punitiva dada ao tratamento à criança e ao

adolescente. Ainda segundo a mesma autora, “a luta pelos direitos humanos no Brasil é fruto

da dialética representada pelos embates entre os movimentos sociais e a ação de governos

populistas e autoritários” (RIZZINI,2012, p. 34).

A proteção social integral à criança e ao adolescente só vai ganhar visibilidade

institucional na ocasião da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada

pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1989. O Brasil ratificou a Convenção com a

publicação do Decreto nº 99.710, de 21 de novembro de 1990.

A concepção voltada para os direitos humanos do texto da Convenção remete a

condição peculiar das crianças e adolescentes, enquanto pessoas em desenvolvimento,

prerrogativa esta referendada posteriormente na legislação de proteção da criança e do

adolescente no Brasil, a saber, o Estatuto da Criança e do Adolescente (AGLIARDI, 2007). A

doutrina da proteção integral reputa aos seres humanos com idade inferior a dezoito anos, a

condição de sujeitos de direitos, portanto, a legislação deve dispor de prioridade absoluta

(VERONESE, 2006).

O caráter de proteção integral à criança e ao adolescente será sinalizado na

Constituição Brasileira em 1988, os direitos humanos aprovados pelas Nações Unidas em

1948 são preconizados nesta Constituição, no Artigo 6, dos Direitos Sociais: à educação, à

saúde, à alimentação, ao trabalho, à moradia, ao lazer, à segurança, à previdência social, à

2No art. 2° do Código de Menores de 1979, considerava-se menor em situação irregular aquele que poderia ser encontrado

em seis situações distintas, quais eram: o menor abandonado em saúde, educação e instrução; a vítima de maus tratos ou castigos

imoderados; os que se encontravam em perigo moral; os privados de assistência judicial; os desviados de conduta e o autor de infração penal

(Veronese, 2006).

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proteção, à maternidade, à infância e à assistência aos desamparados, corrobora o Art.227,

posteriormente alterado conforme emenda constitucional N. 65 de 2010, o qual apresenta a

seguinte redação:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao

jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,

ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à

convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de

negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (BRASIL,

2010).

Apesar do texto original, artigo 227 da Constituição Federal, será com a promulgação

do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº8.069 de 13 de julho de 1990, que a

doutrina de “Proteção Integral” das crianças e dos adolescentes como cidadãos de direitos se

institucionaliza de fato. O artigo 1º define estes cidadãos como “sujeitos de direito”, capazes

de exercer seus direitos fundamentais e deveres, respeitados como pessoas em condição

peculiar de desenvolvimento.

A partir de então a lei preconiza uma política de atendimento à criança e ao

adolescente concebida como um conjunto articulado de ações governamentais e não

governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

De acordo com diversos estudiosos, o ECA compreende uma nova concepção a

respeito da infância e da adolescência. O Estatuto rompe com antigas concepções, nas quais,

crianças e adolescentes não possuíam visibilidade enquanto seres humanos, dignos de

cidadania. O ECA se configura como uma produção legal, que pauta a intervenção da política

de proteção à criança e ao adolescente na perspectiva dos direitos humanos. A lesgilação

representa um grande avanço internacionalmente reconhecido.

Dentre as relevantes conquistas sinalizadas na Convenção Internacional de 1989 e

ratificadas no texto do ECA, cabe destaque para o carater público dadas às decisões de

interesse da criança (Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente); a não-

discriminação (sujeito de direitos); a garantia do desenvolvimento pleno da criança (proteção

intergral); e o direito a participação das crianças em decisões de seu interesse (protagonismo).

Neste sentido o ECA se apresenta como uma lei que determina os direitos humanos

das crianças e dos adolescentes, devendo, portanto ser o instrumento norteador do Sistema de

Garantia de Direitos, dos órgaõs gestores e demais entidades que representam os interesses da

população.

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2. Marco Situacional

“Se pudéssemos primeiro saber onde estamos e para onde nos

dirigimos, podíamos avaliar o que fazer e como fazer”.

Abraham Lincoln

Partimos da premissa de que se faz necessário conhecer a realidade para nela intervir

(Ander Egg, 2007). O diagnóstico situacional consiste numa etapa importante desse plano,

pois retrata a fotografia do município de Cabedelo, destacando seus aspectos geopolíticos,

demográficos, econômicos e sociais.

Esses aspectos são fundamentais para apreensão da realidade vivida e para definição

de políticas públicas a serem implementadas no território como estratégias de proteção social

para crianças, adolescentes e suas famílias.

2.1 Cabedelo: Localização Geográfica

O município de Cabedelo está situado na porção sul do litoral paraibano, a 18

quilômetros de João Pessoa, compondo a região metropolitana da capital.

Consiste numa península arenosa, estendendo-se no sentido sul-norte entre o rio e o

mar, apresentando uma superfície de aproximadamente 33km², com 16km de extensão e uma

variação de 1000 a 3000 metros de largura (SILVA, 2007).

Faz divisa com o Oceano Atlântico ao norte e leste; com os municípios de Santa Rita

e Lucena a oeste, e com o município de João Pessoa, capital do Estado, ao sul, cuja divisa

municipal se faz através do Rio Jaguaribe, conforme figura a seguir:

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Figura I – Localização Geográfica

Fonte: Silva/2007.

Sua divisão administrativa está organizada em dois distritos, Cabedelo (Sede) e

Renascer, conforme tabela a seguir.

Tabela I - Organização Administrativa do Município

Distrito Bairros

Cabedelo Sede Bairro Centro, Bairro de Santa Catarina, Bairro de Ponta de

Matos, Bairro de Monte Castelo, Bairro de Camalaú, Bairro

de Formosa, Bairro de Jardim Brasília, Bairro de Areia

Dourada, Bairro de Jardim Manguinhos, Bairro de Jardim

Camboinha, Bairro de Camboinha, Bairro do Poço, Bairro

Recanto do Poço, Bairro de Ponta de Campina, Bairro Portal

do Poço, Bairro do Jacaré, Bairro Amazônia Park, Bairro de

Intermares, Bairro de Jardim América.

Renascer Bairro do Renascer, Bairro Parque Esperança, Bairro Parque

Verde, Bairro Morada Nova, Bairro de Salinas Ribamar.

Fonte: Prefeitura Municipal de Cabedelo/2016.

Essa divisão tem por base a Lei nº 1.540, de 12 de agosto de 2011, que dispõe sobre a

organização administrativa da cidade.

Historicamente, o município tem uma trajetória de conquistas e perdas de autonomia

para a cidade de João Pessoa. Com a Lei Estadual 1.631, de 12 de dezembro de 1956, é

regulamentado à categoria de município.

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Cabedelo ocupa uma posição estratégica que favorece a economia da cidade, pois

dispõe do único porto do Estado, possibilitando o fluxo de importação e exportação de

mercadorias de circulação regional e nacional, incidindo no desenvolvimento da economia

Paraibana.

2.2 Aspectos Demográficos

De acordo com o IBGE/2010, Cabedelo apresenta uma população de 57.944

habitantes, sendo 27.630 homens e 30.314 mulheres. Do total da população 4.850 são pessoas

idosas e 1.274 pessoas com deficiência. Esta população é majoritariamente urbana, com

99,99% das pessoas residindo nesta área.

A taxa de crescimento da população de Cabedelo é de 3,08% ao ano, superior à

registrada no próprio Estado, que atinge 0,91% ao ano e superior da Região Nordeste de

1,08% ao ano. A expectativa de crescimento desta população para 2016 foi de 66.858

habitantes (Censo Demográfico de 2010/IBGE).

A demografia do município apresentou mudanças entre os períodos de 2000 (42.823) a

2010 (57.944), apresentando um crescimento populacional de 15.121 habitantes, conforme

gráfico a seguir.

Gráfico I – População Residente Segundo Faixa Etária – 2000 e 2010

Fonte: SAGI/MDS/2016. Elaborado por WR-Consultoria em Políticas Públicas.

0 a 14 anos 15 a 29 anos

30 a 39 anos a 59 anos 40 60 anos ou

mais

Ano 2000 12.785 12.863 6.945 7.191 3.039

Ano 2010 14.295 16.000 9.788 12.801 5.060

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000

18.000

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22

Observa-se que a população aumentou no período de 2000 a 2010 em todas as faixas

etárias.

Fazendo o recorte para a população de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos de

idade, este crescimento foi de 1.510 habitantes e de 15 a 29 anos de idade 3.177, perfazendo

um total de 5.610. O crescimento deste seguimento populacional segue uma tendência

nacional, sobretudo no que tange ao último grupo de 15 a 29 anos de idade. Estudos

apontados pelo IBGE (2010) indicam que um quarto da população brasileira é jovem. Em

valores absolutos, isso significa que 51,3 milhões de jovens de 15 a 29 anos vivem no Brasil,

sendo 84,8 % em territórios urbanos e 15,2 % no rural. O referido censo mostra ainda que

53,5% dos jovens de 15 a 29 anos trabalham, 36% estudam e 22, 8% trabalham e estudam

simultaneamente. Estudos feitos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (2009) caracterizam

esse público como “juventude trabalhadora”, contudo reconhecem que as inserções no mundo

do trabalho, em sua maioria, refletem o contexto de desigualdade social e precarização3.

2.3 Aspectos Econômicos

O município de Cabedelo apresenta uma economia avançada, destacando-se por dispor

de um Produto Interno Bruto - PIB superior a 2,8 bilhões de reais4, segundo dados atualizados

pelo IBGE (2007). Segundo IDEME (2016), Cabedelo está entre os cinco maiores PIB‟s da

Paraíba, ocupando terceira posição, superado apenas por João Pessoa e Campina Grande.

Entre 2006 e 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) do município cresceu 56,3%,

passando de R$ 1.511,6 milhões para R$ 2.460,9 milhões. O crescimento percentual

foi inferior ao verificado no Estado que foi de 60,1%. A participação do PIB do

município na composição do PIB estadual aumentou de 7,58% para 7,70% no período

de 2006 a 2010 (IBGE/2010).

3Pesquisa realizada pelo Ministério de Trabalho e Emprego em 2009 “revela um ingresso ao mercado de trabalho,

predominantemente aos 18 anos e fortemente marcado por desigualdades sociais. Os jovens de renda mais elevada estão

sujeitos a menores índices de desemprego. A chamada “inatividade” juvenil atinge mais intensamente jovens mulheres e

negras. Os trabalhos informais são ocupados, sobretudo por jovens de baixa renda e baixa escolaridade, mulheres e

principalmente por jovens negros de ambos os sexos.”. Fonte: http://cnttl.org.br/index.php?tipo=noticia&cod=3138. Acesso

em 10 de janeiro de 2017. 4PIB: 2.801. 675 bilhões (208lugar dos municípios brasileiros – IBGE/2010).

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23

65% Serviço

s

12% Indústria

23% Imposto

s

0%

Agricultura

Serviço

s Indústria

Imposto

s Agricultura

Essa dinâmica tem influência do setor de serviços, que representa 65% do PIB

municipal conforme figura a seguir.

Gráfico II – Participação dos Setores Econômicos no Produto Interno Bruto

Fonte: SAGI/MDS/2016. Elaborado por WR-Consultoria em Políticas Públicas.

O município também apresenta uma posição favorável quanto ao Índice de

Desenvolvimento Humano-IDH, reconhecidamente alto (0,748) sendo o segundo melhor do

Estado (PNUD, 2010).

Os avanços do município foram internacionalmente reconhecidos, quando em 2016

recebe pela terceira vez o Prêmio Selo5 UNICEF.

Destarte, tais indicadores refletem uma posição favorável em relação aos demais

municípios da região, no entanto, é preciso criar estratégias de redução da extrema pobreza

(4.640 habitantes), em especial, a faixa etária de 0 a 17 anos, com 1.793 habitantes que

representa 38,6% desta população.

2.4 A Política de Educação

Conforme o IBGE (2010) a taxa de analfabetismo em Cabedelo corresponde a 10,0%

da população. Considerando a faixa etária de 10 a 14 anos, esta taxa representa 3,5%. Esses

dados comparados ao Estado da Paraíba, 6,4% e ao Brasil, 3,9% posicionam o município em

uma situação favorável.

5O Selo UNICEF Município Aprovado é uma iniciativa para melhorar as condições de vida das crianças e dos adolescentes

no Semiárido e na Amazônia Legal Brasileira, áreas que concentram o maior número de meninos e meninas em situação de

vulnerabilidade (www.unicef.org/brazil/pt/where_9763.htm).

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24

,0% 22

30 ,3% 32 %

28% 31%

41 ,8% 38%

30%

Brasil Região Nordeste Estado Município

Ensino Fundamental Ensino Médio

Na faixa etária de 10 anos ou mais o município apresenta uma taxa de analfabetismo

de 11,6% percentual menor se comparado ao Estado, conforme gráfico abaixo.

Gráfico III – Taxa de Analfabetismo de Pessoas com 10 Anos ou Mais - 2010

Fonte: MDS/SAGI/2016. Elaborado por WR-Consultoria em Políticas Públicas.

Outro indicador refere-se à distorção idade-série, que segundo o Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira – INEP/ 2012, ao analisar o ensino fundamental, indica

que o município apresenta uma taxa de distorção de 28%, inferior ao estado e a região

nordeste e superior ao país. Em relação ao ensino médio, a taxa se apresenta como indicador

positivo em relação ao estado, a região nordeste e ao país, conforme figura abaixo.

Gráfico IV - Taxa de Distorção Idade-série no Ensino Fundamental e Ensino

Médio

Fonte: SAGI- MDS, 2016. Elaborado por WR-Consultoria em Políticas Públicas.

9,4%

Brasil Região Nordeste Estado Município

18,6%

21,4%

11,6%

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Esse quadro constitui-se num importante sinalizador para o aprimoramento da política

de educação, apontando os desafios para gestão municipal para avançar na universalização do

acesso e permanência na escola, como também na qualidade do ensino ofertado à população.

A política municipal de educação de Cabedelo está estruturada de acordo com a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/1996), contemplando a Educação Infantil, o Ensino

Fundamental I e II, Ensino Médio6 e Educação de Jovens e Adultos.

A oferta do ensino é assegurada a partir de uma rede composta por 31 (trinta e uma)

unidades municipais, sendo 22 (vinte e duas) escolas e 09 (nove) creches. De acordo com os

dados da Secretaria de Educação e Cultura do município, foram atendidos no ano letivo de

2016, 6.815 alunos nos turnos diurno e noturno, conforme tabela abaixo.

6 O ensino médio é de responsabilidade do ente federativo estadual.

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Tabela II - Quantitativo de Alunos no Sistema Municipal de Ensino -2016

Nº NOME DAS ESCOLAS E CRECHES Nº DE

ALUNOS

01 E M HILDEBRANDO 44

02 E M MARIA JOSÉ VERÍSSIMO DE ANDRADE 198

03 E M PLACIDO DE ALMEIDA 489

04 E M ELIZABETH FERREIRA 544

05 E M MARIA DAS GRAÇAS RESENDE 304

06 E M VEREADOR PEDRO AMERICO 654

07 E M ALTIMAR PIMENTEL 427

08 E M MIRANDA BURITY 310

09 E M E M EDEZIO RESENDE 116

10 E M AGRIPINO CARLOS DE MORAIS 113

11 E M MARIZELDA LIRA 101

12 E M PAULINO SIQUEIRA 410

13 E M BORGES DE SOUSA 173

14 E M EDILENE DE OLIVEIRA BARBOSA 187

15 E M ROSA DE FIGUEIREDO 458

16 E M ADOLFO PEREIRA MAIA 205

17 E M MARIA PESSOA CAVALCANTI 322

18 E M DAMASIO FRANÇA DE MACEDO 105

19 E M SILVANA DE OLIVEIRA PONTES 208

20 E M ANTONIO VIANA DA SILVA 220

21 E M ADJUTO CARLOS DE MORAIS 310

22 CENTRO INTEGRADO IMACULADA CONCEIÇÃO 178

23 CRECHE ADAMO KLINGER 66

24 CRECHE JOSEFA DE MEDEIROS REGIS 121

25 CRECHE PEQUENA PRINCESA 102

26 CRECHE SANTA BARBARA 80

27 CRECHE TARIK ANTHONY MAIA AZEVEDO 157

28 CRECHE PEQUENO PRINCIPE 60

29 CIEI – CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO INFANTIL 99

30 CRECHE SANTA CATARINA 81

31 CRECHE ALEXIA LUANA 73

TOTAL DE ALUNOS 6.815

Fonte: SEDUC/2016.

O sistema municipal de ensino é complementado por instituições de ensino médio e

superior, públicas e privadas. O Ensino Médio é ofertado pela rede estadual através das

escolas: Escola Estadual Imaculada Conceição, Escola Estadual Abreu e Lima; Escola

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Estadual José Guedes Cavalcante, Escola Estadual Pedro Américo e Escola Estadual Prof.

Aníbal Moura.

Tendo em vista o atendimento às demandas educacionais, o Sistema Municipal de

Educação (SME) de Cabedelo, vem implementando programas e projetos complementares,

subsidiado pelo Governo Federal, de modo a garantir o acesso e permanência dos seus

discentes no contexto escolar ao longo do próximo decanato, conforme tabela abaixo.

Tabela III - Programas Educacionais Federais

PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PDE – PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA ESCOLA

PDDE – PROGRAMA DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA

PROINFÂNCIA – BRASIL CARINHOSO

PSE – PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA

PROINFO – PROGRAMA NACIONAL DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL

PNAIC – PACTO PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA

PBA – PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO

PNAE – PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

Fonte: SEDUC/2016.

A parceria com o Governo Federal permite que o Sistema Municipal de Educação

(SME) mantenha diversos programas e projetos com a finalidade de fortalecer as políticas

educacionais do município. A maioria deles com apoio financeiro para qualificar as atividades

desenvolvidas nas escolas e creches.

Os programas educacionais municipais são fortalecidos pelos recursos do PDE e

PDDE que possibilitam a execução de alguns projetos como: Escola Sustentável, Atleta na

Escola, Escola Acessível, Programa Mais Cultura nas Escolas, Programa Mais Educação e

Educação Integral.

Visando o fortalecimento da gestão educacional, outras iniciativas são executadas no

acompanhamento de ações voltadas para a manutenção da qualidade do ensino, conforme

tabela abaixo.

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Tabela IV – Programas de Manutenção da Qualidade de Ensino

PROGRAMAS DE MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE ENSINO

PAE - PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO EDUCACIONAL

PROGRAMA DE COMBATE AO ABANDONO/ EVASÃO

ESCOLAR

PROFORTEC – PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE

TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

PROJETO ANO CULTURAL

Fonte: SEDUC/2016.

A soma de estratégias no enfrentamento do analfabetismo e permanência de crianças e

adolescente no sistema de educação ainda não garante a universalização do acesso e

permanência de crianças e adolescentes no sistema educacional, o que requisita uma forte

articulação entre as políticas públicas no município.

2.4.1 Estratégias e Ações de Combate à Evasão Escolar

A qualidade da educação no Brasil ainda é um desafio a ser vencido, como apontam as

estatísticas de desempenho de aprendizagem e também na infraestrutura das escolas e creches,

possibilitando aos educandos um ambiente propício para o desenvolvimento de suas

habilidades. Nos últimos anos pode-se registrar avanços significativos na busca por uma

educação de qualidade. O processo de universalização do ensino, valorização do magistério,

aumento dos investimentos, reformas nos programas de formação de docentes e ampliação

das universidades e a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), Lei nº

13.005, de 25 de junho de 2014, são iniciativas tomadas pelo governo visando o

aprimoramento da política de educação como um todo. O Plano Nacional de Educação

aprovado por lei representa uma vitória da sociedade brasileira, porque legitimou o

investimento de 10% do PIB em educação e adotou o custo-aluno-qualidade. A Meta 20 do

referido plano preconiza: “ampliar o investimento público em educação pública de forma a

atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto - PIB do País

no 5o (quinto) ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do

PIB ao final do decênio”, existe para garantir todas as outras metas que trazem as perspectivas

de avanço para a educação brasileira, nas dimensões da universalização e ampliação do

acesso, qualidade e equidade em todos os níveis e etapas da educação básica, e à luz de

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diretrizes como a superação das desigualdades, valorização dos profissionais da educação e

gestão democrática. (BRASIL - Plano Nacional de Educação (PNE, 2014)).

A problemática do ensino fundamental nas escolas públicas tem ocupado destaque nos

debates sobre a realidade da educação brasileira, portanto é necessário aprofundar essa

discussão visando um ensino eficiente, capaz de diminuir as desigualdades sociais,

reconhecendo e valorizando as diversidades étnicas, sociais e culturais dos milhões de

jovens cidadãos, buscando construir um modelo educacional que possa combater a

reprovação, a desistência e a evasão escolar.

A Secretaria de Educação de Cabedelo tem trabalhado para modificar esse quadro,

através do acompanhamento pedagógico e de projetos educacionais desenvolvidos nas

instituições de ensino, com o apoio e parceria de órgãos protetores da infância e juventude, no

intuito de potencializar o atendimento destes sujeitos. Além disso, instituiu regularmente o

acompanhamento dos discentes da rede de ensino através de ações específicas que visam o

atendimento e a promoção de atividades educacionais para a criança e ao adolescente. Para

nortear tais demandas, a Secretaria de Educação de Cabedelo se apropria de mecanismos e

sistemas como o Recenseamento Municipal (Chamada Escolar) e o Censo Escolar na

definição de estratégias e na organização das suas práticas.

Uma dificuldade enfrentada no ensino básico da escola pública está em atender aos

alunos que se apresentam em distorção idade-série, pois estes resultam de um histórico de

fracasso e evasão escolar que compõem o cenário educacional no país e que se justificam pela

realidade socioeconômica das famílias, muitas destas já com sequelas sociais da violência e

da ausência de mecanismos eficientes de atendimento social. De acordo com o Censo da

Educação Básica (2013) mais de 8,5 milhões de alunos brasileiros estão atrasados pelo menos

dois anos na escola, só no Ensino Fundamental, 6,1 milhões de estudantes brasileiros

encontram-se incluídos nesse contexto, muitos dos educandos são reprovados, outras

abandonam a escola, mas também há aquelas que já foram alfabetizadas com algum atraso

educacional, ou seja, entram tardiamente na Escola.

Em Cabedelo, de cada 100 alunos matriculados nas séries iniciais do Ensino

Fundamental (1º ao 5º ano) na rede municipal de ensino, 24 estavam com atraso escolar de 2

anos ou mais. Já nas séries finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), esse total é de 27

para cada grupo de 100 alunos. Dados estes que justificam os índices de ausência, desistência

e evasão escolar, sendo considerados alarmantes para o Sistema Municipal de Ensino e por

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isso, anualmente, a Secretaria de Educação Municipal atua no ajustamento da população

atendida a partir de ações sistematizadas.

Pontuando, portanto, as seguintes ações realizadas pelo SME (Sistema Municipal de

Ensino) para o combate da evasão: Programa ESPORTE PARA TODOS; Programa MAIS

EDUCAÇÃO; Chamada Escolar; Projetos Educativos nas Escolas. Todas as atividades são

implementadas pela Secretaria de Educação de maneira integrada com as unidades escolares e

demais secretarias da Prefeitura Municipal de Cabedelo.

2.5 Política de Saúde

A análise da política de saúde requer uma leitura de indicadores para redirecionar e

aprimorar as ações de saúde no município. No que concerne à taxa de mortalidade infantil, o

IBGE (2010), aponta em Cabedelo um percentual de 14,32%, sendo inferior a taxa da Paraíba

e do Brasil, conforme gráfico a seguir.

Gráfico V – Taxa de Mortalidade Infantil - 2010

Fonte: MDS/SAGI/2016. Elaborado por WR-Consultoria em Políticas Públicas.

Quanto ao percentual de consultas durante o pré-natal, 61,41% dos nascidos vivos em

2011, suas mães compareceram a 7 ou mais consultas de pré-natal. Ressaltamos iniciativas da

gestão municipal, com relação à primeira infância, instituindo a Semana do Bebê, através da

Lei Municipal nº 1.658/2013. Essa regulamentação permitiu a formação da Comissão

16 %

19 % 18 ,2%

14 ,3%

Brasil Região Nordeste Estado Município

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Executiva da Semana do Bebê, que é composta por representações das Secretarias de

Educação, Ação e inclusão Social, Saúde, Esporte, Cultura, Conselho Municipal dos Diretos

da Criança e do Adolescente (CDMCA) e representação da Sociedade Civil e a Rede de

Proteção Integral da Criança e do Adolescente do município.

Cabedelo vem mostrando êxito nessa temática por meio da melhoria dos indicadores

sociais, como o índice da cobertura vacinal pentavalente, que em 2014 chegou a 90,6% e em

2015 atingiu percentual de 92%. Além da proporção de crianças menores de quatro meses

com aleitamento materno exclusivo, obteve em 2015 o percentual de 72,59%, ultrapassando a

meta do Estado, que é 66,41%.

A política de saúde do município, é implementada sob as diretrizes da Lei 8.080/90

que prevê o desenvolvimento de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde da

população, integradas às ações assistenciais e preventivas.

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) é resultado da experiência acumulada

de vários atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidação do

Sistema Único de Saúde (SUS), como os movimentos sociais, usuários, trabalhadores e

gestores das três esferas de governo.

Sua estrutura organizacional prevê serviços de atenção básica e de atenção especial de

média e alta complexidade, prestados em nível ambulatorial e de urgência. A assistência à

saúde dá-se de forma integrada aos setores de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária,

de orientação alimentar e de saúde do trabalhador, bem como a outros órgãos municipais,

estaduais e federais e entidades da iniciativa privada tendo em vista o atendimento integral da

população.

O atendimento em saúde é viabilizado através de uma rede estruturada em 20

Unidades de Saúde da Família – UFSC, 02 equipes Mass, 01 Hospital e Maternidade

Municipal Padre Alfredo Barbosa – HMMPAB, 01 Centro Municipal de Referência em saúde

Leonard Mozart – 01 Policlínica, 01 Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS

AD), 01 Centro de Fisioterapia (CENFISIO), 01 Laboratório Central (LACEN), 01 Centro de

Especialidades Odontológicas – CEO, 01 Serviço de Assistência Especializada em

DST/HIV/AIDS – SAE.

A Atenção Básica (AB) é desenvolvida com alto grau de descentralização e

capilaridade. É o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e o centro de

comunicação com toda a rede. Por isso, é fundamental que ela se oriente pelos princípios da

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universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da

atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social.

As Unidades Básicas de Saúde, instaladas no território onde as pessoas vivem

desempenham um papel central na garantia de acesso a uma atenção à saúde de qualidade.

Dotar estas unidades da infraestrutura necessária a este atendimento é um desafio que o país,

estados e municípios enfrentam, mesmo com os parcos investimentos do Ministério da Saúde.

Essa missão faz parte da estratégia Saúde Mais Perto de Você, que acumula entraves à

expansão e ao desenvolvimento da atenção básica no país.

Alinhado a PNAB, o atendimento nas unidades básicas de saúde em Cabedelo

é ofertado, territorialmente conforme apresenta a figura abaixo.

Figura II – Rede de Atenção Básica de Saúde de Cabedelo

A cobertura dos serviços de saúde representada na figura acima significa o esforço da

gestão municipal em garantir a promoção da saúde e prevenção dos seus agravos, tomando

como referência o território por entender que este pode desvelar contextos vulneráveis para a

saúde e, com isso, contribuir para a tomada de decisão (MONKEN 2003, p. 40).

Fonte: PMC/SESCAB /2016.

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A Atenção Básica consiste num conjunto de ações em saúde no âmbito individual e

coletivo, que compreende o sujeito em sua integralidade e inserção sociocultural, buscando

produzir a atenção integral, através da promoção da saúde e prevenção de agravos,

melhorando a qualidade de vida dos usuários, realizada nas 20 Unidades de Saúde da Família

distribuídas territorialmente.

Os Serviços oferecidos compreendem a equipe do NASF; Consultas (médicas,

enfermagem, nutrição e odontologia); Puericultura; Pré-natal; Prevenção de câncer –

citologia; Atendimento (hipertenso, diabético, doenças transmissíveis); Visita domiciliar do

Agente Comunitário de Saúde (ACS); Atividade programada e atenção à demanda espontânea

(curativos, vacinas, injeções, verificação dos sinais vitais, medida antropométrica); Atividade

educativa realizada por todos os profissionais da ESF; condicionalidades do Bolsa Família. Seu

horário de funcionamento é diurno, de segunda-feira a sexta-feira.

As equipes que trabalham nas unidades de Saúde da Família são compostas por:

médico, enfermeiro, nutricionista, odontólogo, técnico em enfermagem, auxiliar de

odontologia recepcionista, agente comunitário de saúde, auxiliar de serviços gerais e equipe

do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família).

2.5.1 Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF)

O NASF surgiu através da Portaria Ministerial nº 154, de 24 de janeiro de 2008,

dentro do escopo de apoiar a inserção da Estratégia de Saúde da Família na rede de serviços e

ampliar a abrangência, a resolutividade, a territorialização e a regionalização, bem como a

ampliação das ações da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil.

O NASF tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na

Atenção Básica/Saúde da Família. Seus requisitos são, além do conhecimento técnico, a

responsabilidade por determinado número de equipes de Saúde da Família e o

desenvolvimento de habilidades relacionadas ao paradigma da Saúde da Família. Deve estar

comprometido, também, com a promoção de mudanças na atitude e na atuação dos

profissionais da Saúde da Família e entre sua própria equipe (NASF), incluindo na atuação

ações intersetoriais e interdisciplinares, promoção, prevenção, reabilitação da saúde e cura,

além de humanização de serviços, educação permanente, promoção da integralidade e da

organização territorial dos serviços de saúde.

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Os serviços oferecidos são: atividades socioeducativas; atividade corporal e terapia

comunitária em grupo dentro da própria Unidade de Saúde ou em espaços comunitários

existentes; visitas domiciliares; acompanhamento dos pacientes com hanseníase para

prevenção de incapacidades e de pacientes com doenças crônicas degenerativas; ações de

saúde coletiva para as crianças que frequentam os espaços comunitários creches, abrigos e

escolas; atendimento de puericultura, dando prioridade aos recém-natos portadores de

infecções neonatais, cardiopatas, prematuros, dentre outros; assistência as gestante de alto

risco; grupos semanais de hidroginástica para a terceira idade e gestante; prática de exercícios

fisioterápicos através da Escola de Postura que ajuda no tratamento e prevenção de

incapacidades funcionais e correções posturais, dinâmicas de grupo para estimular a

autoestima e a inserção social e interação com a comunidade; aulas de atividade física nas

academias instaladas nas praças adaptadas para a terceira idade; consulta através do

acolhimento e escuta qualificada do paciente; rodas de conversas realizadas semanalmente

juntamente com a médica, direcionadas aos pacientes dependentes de psicotrópicos; reuniões

para discussão de casos e educação permanente; trabalhos com questões psicodinâmicas

envolvendo o indivíduo e os grupos sociais.

2.5.2 Hospital e Maternidade Municipal Padre Alfredo Barbosa (HMMPAB).

Presta serviços na área de saúde hospitalar com atendimentos na área de urgência e

emergência adulto e pediátrico, maternidade, atendimento ambulatorial e cirurgias eletivas.

Oferece atendimentos de urgência e emergência adulto e pediátrico; cirurgias de

mastectomia, cirurgias eletivas (urológicas, oftálmicas, gerais, pediátricas, ginecológicas,

proctológicas); curativos hidrocoloides (especiais); ecocardiograma; endoscopia; exames

laboratoriais; fisioterapia; imunização; ortopedia; pequenas cirurgias (ortopédicas,

dermatológicas, ginecológicas); planejamento familiar (laqueadura); proctologia; psicologia;

raios-x; serviço de gesso e imobilização teste da orelhinha; teste do olhinho; teste do pezinho;

ultrassonografia (inclusive USG morfológica, parte óssea, transfontanela e com doppler);

urologia.

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2.5.3 Centro Municipal de Referência em Saúde Leonard Mozart – Policlínica de

Cabedelo.

O Centro Municipal de Referência em Saúde em Saúde Leonard Mozarttem como

objetivo garantir acesso dos usuários referenciados pelo nível primário ou contra referenciado

pelo nível terciário.

Os serviços oferecidos são: Especialidades médicas: acupuntura; alergologia; clínica

médica; cardiologia; dermatologia; endocrinologia; gastroenterologia; ginecologia; gestação

de alto risco; infectologia; mastologia; neurologia; oftalmologia; otorrinolaringologia,

ortopedia, pediatria; psiquiatria; pneumologia e reumatologia. Serviços de: fonoaudiologia,

psicologia adulta e infantil, nutrição, enfermagem e serviço social. Exames de:

ultrassonografia; colposcopia; eletrocardiograma; audiometria; ecocardiograma; exames

citológicos e oftalmologia, abordagem e tratamento do fumante, serviço de assistência

especializada (SAE) e o Laboratório Central.

2.5.4 Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD)

O CAPS ad é um serviço de territorialidade especializado em saúde mental que integra

uma rede de atenção em substituição à “internação psiquiátrica". Tem como princípio a

reinserção social. Atende pessoas com necessidades decorrentes do uso ou abuso de álcool,

crack e outras drogas. Realiza ações de assistência (medicação, terapias, oficinas terapêuticas,

atenção familiar) e prevenção.

2.5.5 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS I)

Trata-se de um serviço de assistência clínico-social, para portadores de transtornos

mentais graves (psicose, neuroses graves e demais quadros) que necessitam de cuidados

continuados em função da severidade e persistência de seu comprometimento psíquico. Visa

diminuir as internações psiquiátricas e promover a reabilitação psicossocial. Atende demanda

espontânea, ou encaminhada por outros serviços. Oferece os seguintes serviços: Grupos

Terapêuticos; Assistência Medicamentosa, psicoterápica e social; Oficina de Expressão

Corporal; Oficina de Música; Oficina de Expressão Plástica; Oficina de Artesanato; Oficina

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de Tapeçaria; Oficina de Textual; Oficina de Fuxico; Oficina de Beleza; Oficina de Geração

de Renda; Atividade na Praia.

2.5.6 Centro de Fisioterapia (CENFISIO)

Trata-se de um serviço de fisioterapia para todas as pessoas que necessitam reabilitar

suas capacidades físicas e funcionais a partir de uma visão global, num modelo

interdisciplinar, com diretrizes no modelo do SUS. Oferece a população um atendimento de

qualidade e de fácil acesso, objetivando o máximo de capacidade e independência funcional

possível do usuário da comunidade. Oferece serviços de: Hidroginástica para todas as idades;

Hidroterapia; Atendimento fisioterapêutico individual; Atendimento fisioterapêutico em

grupo: grupo de idosos, grupo de postura e grupo de pacientes neurológicos; Atendimento

psicológico individual.

2.5.7 Laboratório Central (LACEN)

O Laboratório Central de Cabedelo é uma unidade de referência laboratorial em Saúde

Pública, vinculado à Secretaria Municipal da Saúde. Tem como objetivo atender a população

de Cabedelo e Lucena em exames laboratoriais, gerando informações precisas e fidedignas à

assistência médico-sanitária para que possam adotar medidas adequadas de caráter preventivo

ou curativo, quando necessário, e também auxiliar nos programas da SESCAB, dando suporte

por meio da investigação laboratorial das doenças de interesse para a saúde pública, através de

exames laboratoriais e dados estatísticos.

2.5.8 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO)

Os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) são estabelecimentos de saúde,

participantes do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), classificados como

Clínica Especializada ou Ambulatório de Especialidade. Cada Centro de Especialidades

Odontológicas credenciado passa a receber recursos do Ministério da Saúde, de acordo com o

que está definido pela Portaria n° 599 / GM, de 23 de março de 2006. A implantação de CEOs

funciona por meio de parceria entre estados, municípios e governo federal. Tem como objetivo

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atender a população no que se refere aos casos mais complexos da Odontologia. Oferece

diagnóstico bucal – com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca, endodontia

(Tratamento de canal), periodontia especializada, cirurgia Oral menor, atendimento a

portadores de necessidades especiais, ortodontia (Em fase de implantação), prótese (Em fase de

implantação).

2.5.9 Serviço de Assistência Especializada em DST/HIV/AIDS (SAE)

É um serviço ambulatorial em HIV e AIDS que realiza ações de assistência, prevenção

das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), e tratamento aos portadores de HIV ou AIDS.

Tem como objetivo: prestar assistência a PVHA e portadoras de DST. Consulta com Médico

Infectologista nas 2ª, 3ª e 5ª, para os usuários do serviço e população em geral. Oferece

aconselhamentos para população em geral, necessários para a realização de exames para

diagnóstico de HIV, Sífilis e Hepatites Virais, através dos psicólogos, enfermeiras e assistentes

sociais do serviço; Atendimento, acompanhamento mensal dos usuários; Orientações

farmacêuticas e dispensação de medicamentos específicos através da UDM (Unidade de

Dispensação de Medicamentos); Distribuição de insumos de prevenção, preservativos

masculinos, femininos e lubrificante íntimo, para os usuários e população vulnerável;

Atividades educativas para adesão ao tratamento e para prevenção e controle de DST e AIDS.

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3- Situação de Vulnerabilidade Social e Extrema Pobreza de Crianças, Adolescentes e

Famílias.

Vimos que o município apresenta posição favorável aos níveis de desenvolvimento e

qualidade de vida, contudo, é fundamental observar, nesse contexto, indicadores relevantes de

que o município precisa se apropriar para avançar no enfrentamento das vulnerabilidades

sociais7 que submetem a população à condição de pobreza e extrema pobreza.

Segundo, a Política Nacional de Assistência Social-PNAS/2004, a vulnerabilidade

social constitui-se em situações e ainda em identidades que podem levar grupos e sujeitos à

exclusão social. Sendo assim demarcar/mapear essas situações no contexto local significa um

primeiro passo para implantação de medidas protetivas e preventivas nessa direção.

A pobreza e a sua agudização, denominada de extrema pobreza pelos órgãos

internacionais, é um fenômeno social bastante complexo e multifacetado, constituindo-se um

grande desafio que paradoxalmente acompanha o desenvolvimento da humanidade.

Certamente, seu enfrentamento envolverá um conjunto de medidas estatais que revelem

alargamento das políticas públicas e a redefinição da política macroeconômica adotada no

país.

Atualmente no Brasil, não há consenso entre a determinação da população

considerada pobre e da extremamente pobre. No entanto, o Programa Bolsa-Família8 em

2004, estipula que são pobres as famílias cuja renda mensal per capita seja de até R$120,00 e

extremamente pobres aquelas com renda per capita de até R$60,00. Atualmente o mesmo

programa cosidera a renda famíliar per capita de R$ 85,00 para os extremamentes pobres e

R$ 170,00 para os pobres.

Segundo IBGE/2010, o município de Cabedelo apresentou do total da população

(57.944 habitantes), 4.640 encontra-se em situação de extrema pobreza, o que representa 8,0%

da população municipal; destes, 100,0% residem em território urbano. Desse total, 2.279 são

mulheres (49,1%) e 2.361 são homens (50,9%), sendo que 1.421 (30,6%) se declararam como

brancos e 3.084 (66,5%) como negros.

7Adota-se o conceito Vulnerabilidade social, previsto na Política Nacional de Assistência Social-PNAS/2004:

Estas situações se originam no processo de produção e reprodução de desigualdades sociais, nos processos

discriminatórios, segregacionistas engendrados nas construções sócio-históricas que privilegiam alguns

pertencimentos em detrimento de outros. 8 Programa Bolsa Família: Programa de Transferência de Renda do Brasil.

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A referida pesquisa revela ainda que o número de crianças na extrema pobreza naquele

período era de 446 na faixa de 0 a 3 anos e 177 na faixa entre 4 e 5 anos. O público de 6 a 14

anos, lidera com 960 indivíduos, enquanto no grupo de 15 a 17 anos havia 210 jovens nessa

condição.

Observa-se que 38,6% dos extremamente pobres do município estão na faixa etária de

zero a 17 anos. Na população idosa, foram registradas 170 pessoas com mais de 65 anos na

extrema pobreza.

A pessoa com deficiência apresenta um número significativo neste item, haja vista do

total da população extremamente pobre (4.640), 2.207 detêm algum tipo de deficiência. Desse

grupo, havia 109 indivíduos extremamente pobres com deficiência mental; 1.296 tinham

alguma dificuldade para enxergar; 340 para ouvir e 462 para se locomover (Censo/IBGE

2010).

A análise dessa população quanto ao acesso à educação demonstra que das pessoas

com mais de 15 anos em extrema pobreza, 892 não sabiam ler ou escrever, o que representa

29,8% dos extremamente pobres nessa faixa etária. Dentre eles, 461 eram chefes de domicílio

(Censo de 2010).

Segundo a pesquisa (Censo de 2010), no município havia 337 crianças de 0 a 3 anos

não frequentando a creche, o que representa 75,5% das crianças extremamente pobres nessa

faixa etária. Entre aquelas de 4 a 5 anos, havia 73 crianças fora da escola (41,5 das crianças

extremamente pobres nessa faixa etária) e, no grupo de 6 a 14 anos, eram 65 (6,8%). Por fim,

entre os jovens de 15 a 17 anos na extrema pobreza, 51 estavam fora da escola, o que

representa 24,3% dos jovens extremamente pobres nessa faixa etária.

Fazer o recorte analítico sobre a população em extrema pobreza é fundamental para o

município planejar, direcionar e adequar as ações das políticas públicas desenvolvidas

localmente na perspectiva de enfrentar os processos de exclusão social, que segundo Castel

(1998), trata-se daqueles indivíduos que estão fora do circuito das relações sociais, sendo

necessário, portanto, garantir a inclusão dessa população no acesso a direitos essenciais à vida

em sociedade e assegurados constitucionalmente.

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4- Medidas de Proteção para Crianças, Adolescentes e Jovens em Cabedelo.

As medidas de proteção para crianças, adolescentes e jovens, estabelecidas no Plano

de Convivência Familiar e Comunitária do Estado da Paraíba, pauta-se por um conjunto de

ações técnicas e administrativas, programas e equipamentos coletivos e/ou individuais,

planejados, elaborados e implementados, com o objetivo de protegê-los, quando estiverem em

risco o seu direito à vida, à saúde, à liberdade, ao respeito, à dignidade, à integridade física e

moral, entre outros (SEDH, 2013).

Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu Art.98, as medidas de

proteção são aplicáveis nas seguintes situações: I - por ação ou omissão da sociedade ou do

Estado; II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III - em razão de sua conduta

(BRASIL, 2011, p. 37).

Por conseguinte, a forma de enfrentamento por parte das autoridades competentes

devem ser predita conforme o Art. 101, do ECA, que aponta os seguintes mecanismo:

I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino

fundamental;

IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao

adolescente;

V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime

hospitalar ou ambulatorial;

VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento

a alcoólatras e toxicômanos;

VII – acolhimento institucional;

VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar;

IX- colocação em família substituta (BRASIL, 20011, p. 39).

Tais medidas devem ser garantidas por meio de um conjunto articulado de ações dos

entes federados, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios e por parte de

entidades não governamentais cujas diretrizes estão prescritas no Artigo 88 do ECA:

I - municipalização do atendimento;

II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do

adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis,

assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas,

segundo leis federal, estaduais e municipais;

III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização

político-administrativa;

IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos

respectivos conselhos dos direitos da criança e do adolescente;

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V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,

Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para

efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de

ato infracional;

VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,

Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de

assistência social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de

adolescentes inseridos em programas de acolhimento familiar ou institucional, com

vista na sua rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrar

comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta, em quaisquer das

modalidades previstas no art. 28 do ECA;

VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos

segmentos da sociedade. (BRASIL, 2011, p. 32)

O ECA ao estabelecer medidas de proteção vai desenhar uma arquitetura de

complementariedade entre as políticas públicas como mecanismo de proteção social, estes

dialogam e tem uma centralidade na assistência social.

A proteção social9 inscrita na PNAS busca prevenir, reduzir e proteger pessoas e

famílias das situações de vitimização, fragilidade, contingência, vulnerabilidade e riscos a que

estão sujeitas ao longo de suas trajetórias de vida, por decorrência de imposições sociais,

econômicas, políticas e outras. Constituindo-se dessa forma como:

“[...] um conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados [...],

para redução e prevenção do impacto das vicissitudes ao ciclo de vida, à dignidade

humana e à família como núcleo básico de sustentação afetiva, biológica e relacional”

(BRASIL, p. 19, 2005).

Para a construção das medidas de proteção à criança e ao adolescente é necessário um

olhar específico para algumas situações de desproteção, estas estão representadas conforme os

itens abaixo.

4.1 Situação de Vulnerabilidade e Risco Social

As condições de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e

opressão se materializam em situações de vulnerabilidade e risco social. Conforme o ECA em

9Segundo Di Giovanni (1998:10), entende-se por Proteção Social as formas “institucionalizadas que as sociedades constituem

para proteger parte ou o conjunto de seus membros. Tais sistemas decorrem de certas vicissitudes da vida natural ou social,

tais como a velhice, a doença, o infortúnio, as privações. (...) Neste conceito, também, tanto as formas seletivas de

distribuição e redistribuição de bens materiais (como a comida e o dinheiro), quanto os bens culturais (como os saberes), que

permitirão a sobrevivência e a integração, sob várias formas na vida social. Ainda, os princípios reguladores e as normas que,

com intuito de proteção, fazem parte da vida das coletividades”.

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seu artigo 5º, nenhuma criança ou adolescente será objeto de tais exposições, no entanto, na

sociedade em que vivemos ainda se faz necessário efetivar mecanismos que combatam tais

condições. Segundo o CONANDA, passados mais de 20 anos da promulgação do ECA, tais

violações ocorrem em números significativos. Os casos mais recorrentes têm sido a violência

doméstica e institucional, a violência sexual, a situação de rua, o trabalho infantil, a negação

do direito à convivência familiar e a morbimortalidade por violência (Conanda, 2010, p.13).

Monteiro ao citar Paulilo e Jeolás (2012), destaca que a vulnerabilidade social passa a

ser entendida a partir de múltiplos condicionantes. Nesse sentido, “a vulnerabilidade não é

uma essência ou algo inerente a algumas pessoas e a alguns grupos, mas diz respeito a

determinadas condições e circunstâncias que podem ser minimizadas ou revertidas”

(Monteiro, 2011, p.32).

O termo em latim vulnerare significa ferir e com esse sentido tem-se algo que

singulariza a perspectiva da vulnerabilidade em relação a outros enfoques ou concepções. Ela

aponta para uma condição de insegurança e riscos e, remete a processos de sofrimento que tal

condição de incerteza provoca, para além das privações monetárias ou materiais em si.

Vulnerabilidade geralmente envolve, além da precariedade da renda por um longo período de

tempo, necessidades insatisfeitas em múltiplos âmbitos (escolaridade, alimentação, saúde,

moradia, trabalho, transporte, etc.), relações sociais fragilizadas, baixa capacidade de

mobilização de ativos e aspectos psicossociais negativos. Envolve a dupla dimensão da

pobreza: privações materiais e privações de ordem subjetiva.

O Plano Estadual de Convivência Familiar e Comunitária da Paraíba vai citar Sierra e

Mesquita (2006), no sentido de direcionar a política social para a redução dos fatores de

vulnerabilidade que ameaçam o bem-estar da população infanto-juvenil, entre os quais se podem

destacar:

a) Os riscos inerentes à dinâmica familiar: são os problemas relacionados ao

alcoolismo, aos conflitos entre casais que fazem da criança a testemunha de ofensas e

agressões; enfim, toda forma de violência doméstica, traumas, abusos sexuais,

carências afetivas, fugas para a situação de vivência de rua, etc.;

b) Os riscos relacionados ao lugar de moradia: a precariedade da oferta de instituições

e serviços públicos, a disponibilidade dos espaços destinados ao lazer, às relações de

vizinhança, a proximidade a localização dos pontos de venda controlados pelo tráfico

de drogas;

c) Os riscos relacionados à forma de repressão policial às atividades do tráfico de

drogas e à violência urbana;

d) O risco do trabalho realizado pelas instituições que os recebem: constituem os

abusos praticados por profissionais, que são encobertos por uma estratégia de

funcionamento que exclui a participação social;

e) Os riscos à saúde: compreende a ausência de um trabalho de prevenção e o acesso

ao atendimento médico e hospitalar;

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f) Os riscos do trabalho infantil: muitas são as crianças exploradas até pela própria

família, trabalhando na informalidade;

g) Risco da exploração sexual das crianças e adolescentes provenientes de famílias

pobres, que se deixam explorar por dinheiro;

h) Os riscos inerentes à própria criança ou adolescente: a sua personalidade e seu

comportamento podem torná-los mais vulneráveis aos riscos do envolvimento com

drogas, da gravidez precoce, da prática do roubo, furto, etc (Sierra e Mesquita, 2006,

p. 152 - 153).

É preciso compreender os riscos inerentes à criança e ao adolescente, estes se

associam e se relacionam com as diversas situações de desproteção e que as políticas públicas

devem fortalecer a “relação entre competência e fatores de risco expressa uma abertura à ação

dos sujeitos e à sua maneira de agir e de reagir, na condição de ator social, aos diferentes

contextos sociais” (SEDH, 2013, p.30).

4.2 Situação de Violação de Direitos10

De acordo com o PECFC/PB, as principais violações de direitos da criança e do

adolescente caracterizam-se como violência intrafamiliar, violência e/ou exploração sexual,

exploração de trabalho infanto-juvenil, situação de rua, desaparecimento, envolvimento com

entorpecentes, ameaça de morte, entre outras (SEDH, 2013, p.31).

A violência é um fenômeno presente em todos os momentos da história da

humanidade, nas suas diversas faces e consiste num desrespeito aos direitos humanos.

[...] a violência é uma forma de relação social; está inexoravelmente atada ao modo

pelo qual os homens produzem e reproduzem suas condições sociais de existência.

Sob esta ótica, a violência expressa padrões de sociabilidade, modos de vida, modelos

atualizados de comportamentos vigentes em uma sociedade e em um momento

determinado de seu processo histórico (ADORNO apud SCOBERNATTI, 2005, p.

82).

Os diversos tipos de violência contra crianças e adolescentes constituem-se do abuso

de poder do adulto na convivência do lar, que gera um ciclo, e quase sempre esse adulto teve

seus direitos violados na infância. Apesar de manifestar-se em todas as classes sociais, a

violência intrafamiliar tem forte conexão com as injustiças sociais, pois, em sua grande

maioria, acontece em situação de vulnerabilidade social.

Conforme sinaliza o TJDFT (2013), apesar de haver uma legislação protetora dos

direitos infanto-juvenis, a sociedade se depara diariamente com crianças e adolescentes cujos

10

Texto extraído do PLANO ESTADUAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO DIREITO DE

CRIANÇAS E ADOLESCENTES À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA, SEDH, 2013, p.30.

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direitos foram ameaçados ou violados. É importante saber identificar essas situações e a quem

recorrer para que a ameaça ou violação deixe de existir (TJDFT, 2013, p.01).

Violação de direitos é toda e qualquer situação que ameace ou viole os direitos da

criança ou do adolescente, em decorrência da ação ou omissão dos pais ou responsáveis, da

sociedade ou do Estado, ou até mesmo em face do seu próprio comportamento. Abandono,

negligência, conflitos familiares, convivência com pessoas que fazem uso abusivo de álcool e

outras drogas, além de todas as formas de violência (física, sexual e psicológica), configuram

violação de direitos infanto-juvenis.

Para Minayo (2001),

[...] a violência contra crianças e adolescentes é todo ato ou omissão cometido pelos

pais, parentes, outras pessoas e instituições capazes de causar dano físico, sexual e/ou

psicológico à vítima. Implica, de um lado, uma transgressão no poder/dever de

proteção do adulto e da sociedade em geral e, de outro, numa coisificação da infância.

Isto é, uma negação do direito que crianças e adolescentes têm de serem tratados

como sujeitos e pessoas em condições especiais de desenvolvimento (MINAYO,

2001, p.26).

A violência contra a criança é ainda considerada como um fenômeno dotado de certa

invisibilidade social, conforme relata alguns autores, a saber: QVORTRUP, 1993; MOLLO-

BOUVIER, 2005; SARMENTO, 2005. Para a sociedade um aspecto dessa invisibilidade

decorre de traços culturais que representam a violência física como uma forma de

educação/correção da criança e do adolescente, de modo que algumas expressões da violência

não são assimiladas sob o registro da violação de direitos (PDDCAG, 2015, p.116).

Os tipos de violações são:

VIOLÊNCIA FÍSICA - Corresponde ao uso deliberado da força física ou do poder da

autoridade no relacionamento com criança ou adolescente por parte de qualquer pessoa que

exerça uma relação de superioridade, causando-lhe sofrimento físico. Esta relação de força

baseia-se no poder disciplinador do adulto e na desigualdade entre adulto e criança.

VIOLÊNCIA SEXUAL- É todo ato, jogo ou relação sexual, de natureza erótica,

destinado a buscar o prazer sensual (com ou sem contato físico, com ou sem o emprego da

força física), heterossexual ou homossexual, tendo como finalidade estimular sexualmente a

criança ou o adolescente ou utilizá-lo para obter uma estimulação sexual para si ou para outra

pessoa.

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA - É a interferência negativa do adulto sobre a criança

ou adolescente mediante um padrão de comportamento destrutivo. Costuma apresentar-se

associada a outros tipos de violência.

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NEGLIGÊNCIA - Corresponde aos atos de omissão, cujos efeitos podem ser

negativos, que representam uma falha do adulto em desempenhar seus deveres em relação a

crianças e adolescentes, incluindo os de supervisão, alimentação e proteção (TJDFT, 2013,

p.02).

Conforme a Portaria 10.904, de 09 de março de 2016, o município instituiu o

fluxograma de atendimento às crianças e aos adolescentes em situação de violência, cujo

objetivo é tornar prioritário nos órgãos da administração pública municipal, o atendimento das

crianças e adolescentes vítimas de violência, de acordo com o fluxograma abaixo.

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Figura III – Fluxo de Atendimento à Criança e ao Adolescente em Situação de

Violência de Cabedelo

Fonte: Prefeitura Municipal de Cabedelo, 2016.

FLUXO DE ATENDIMENTO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE

EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DE CABEDELO Defesa de Direitos

Ministério Público; CMDCA;

Poder Judiciário; Conselhos

Tutelares; Sociedade Civil;

Rede de Proteção; Policia;

Responsabilização

Delegacia; Policia Militar; Policia

Federal; Vara Criminal; Vara da

Infância; Ministério Público; Delegacia

Especial; GEMOL; Disque Denúncia

(190; 197 123; 100).

Atendimento

20 Unidades de Saúde – 3 NASF; 1 CREAS; 1 CRAS;

Casa De Acolhida; Serviço de Fortalecimento de

Vínculos (Reviver I e II); Policlínica Leonardo Mozart;

Hospital e Maternidade Padre Alfredo Barbosa ; Escolas

Creches; ONG‟s; Caps; Centro de Inclusão, Centro de

Artes, SAE- Serviço de Atendimento Especializado

DST/ AIDS.

PROCEDIMENTOS PRIORITÁRIOS: O QUE FAZER?

VÍTIMA DE 0 A 18 ANOS

Registro de Ocorrência

(Obrigatório) no Conselho

Tutelar e atendimento nos

seguintes órgãos:

Contracepção de Emergência, Profilaxia de

DST/HIV e HV nas Maternidades Frei

Damião e Cândida Vargas (J. Pessoa),

Padre Alfredo Barbosa (Cabedelo),

Hospital de Traumas (João Pessoa) e

Policlínica (Cabedelo).

Violência Sexual/Suspeita de

Gravidez

Hospital Padre Alfredo; Policlínica

(Cabedelo); Maternidade Frei Damião (J.

Pessoa); Instituto Cândido Vargas (J. Pessoa);

Hospital Arlinda Marques (J. Pessoa).

Registro de Ocorrência nas

Delegacias

Delegacia Central e Delegacia da

Mulher.

ATENDIMENTO: ONDE PODEM SER ATENDIDOS

Atenção A Saúde

20 Unidades de Saúde – 3

NASF; Policlínica

Leonardo Mozart; Hospital

e Maternidade Padre

Alfredo; SAE- Serviço de

Atendimento

Especializado DST/ AIDS.

Assistência Psicológica

Psicossocial: CAPS; CREAS;

NASF;

Psicoterapia: Policlínica.

Assistência Jurídica

Promotoria da Infância e da

Juventude; Vara da Infância;

CREAS; CMDCA; Conselho

Tutelar; Defensoria Pública.

Assistência Social

CREAS; CRAS; Instituição de

Acolhimento (Casa da Criança).

Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos.

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4.3 Situação de Trabalho Infantil

Conforme estabelecido no Plano Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho

Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador da Paraíba, o conceito de trabalho infantil

orienta-se pelo Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente

Trabalhador, elaborado pela Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil

(CONAETI) do Brasil.

Dessa forma, partimos deste conceito:

O termo „trabalho infantil‟ refere‐se às atividades econômicas e/ou de sobrevivência,

com ou sem finalidade de lucro, remuneradas ou não, realizadas por crianças ou

adolescentes em idade inferior a 16 (dezesseis) anos, ressalvada a condição de

aprendiz a partir dos 14 (quatorze) anos, independentemente de sua condição

ocupacional. Para efeitos de proteção ao adolescente trabalhador, será considerado

todo trabalho desempenhado por pessoa com idade entre 16 e 18 anos e, na condição

de aprendiz, de 14 a 18 anos, conforme definido pela Emenda Constitucional nº 20, de

15 de dezembro de 1998 (BRASIL, 2011, p. 4).

A situação do trabalho infantil no Brasil é problematizada por alguns autores, dentre

eles destacamos Rizzini, Irene; Pilotti Francisco (2009, p.23), que tece sua análise partir do

advento da industrialização brasileira, em que o trabalho nas fábricas tornou-se o destino para

uma parcela significativa de crianças e adolescentes das classes menos abastadas (SEDH,

2015, p.16).

Para alguns autores (MAX e ENGELS, 1978, ALBERTO 1998), o processo de

industrialização do capital, intensifica a exploração do trabalho infantil com a inserção da

máquina na produção, tornando a força muscular dispensável, podendo utilizar-se de

trabalhadores com desenvolvimento imaturo ou sem força muscular.

Assim é possível afirmar que o sistema fabril sistematizou o trabalho de crianças

pobres e desocupadas, explorando-o com uma brutalidade tenaz (THOMPSON apud

OLIVEIRA,1994).

No Brasil, o emprego da mão de obra infantil compreende todos os setores da

economia. No setor formal, destaca-se o agrário, industrial e extrativismo; no informal,

vendedores ambulantes, biscateiros, engraxates, olheiros e lavadores de carro e o trabalho

doméstico (ALBERTO,1998).

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio/ PNAD/IBGE (2010),

no Brasil, 3,4 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos trabalham, o que

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corresponde a 3,9% das 86,4 milhões de pessoas ocupadas com 10 anos ou mais de idade. Se

comparado ao penúltimo Censo/IBGE (2000), que indicava 3,94 milhões de crianças e

adolescentes nessa condição, houve uma redução de 13,44% em 2010 do trabalho infantil no

país.

Ainda de acordo com a pesquisa, a redução do trabalho infantil nesse período (de 2000

a 2010) é maior na área rural (de 1,395 milhão para 1, 056 milhão), do que na área urbana (de

2,541 milhões para 2,351 milhões). Quanto ao recorte de gênero, os dados revelam que o

número de meninos em situação de trabalho infantil é superior ao de meninas, enquanto que o

primeiro corresponde a 2,065 milhões, o segundo é de 1,342 milhão.

Ao analisarmos o trabalho infantil no Nordeste, observamos que seus indicadores

sobrepõem as demais regiões, com 1,33 milhões de crianças e adolescentes trabalhadores.

Segundo RIZINNI (1985), esse dado reflete o adensamento dos níveis de pobreza, que

historicamente marcaram essa região.

A Paraíba se insere nesse contexto, apresentando 69.507 (IBGE/2010) crianças e

adolescentes, de 10 a 17 anos, em condição de trabalho infantil. Esse indicador apresenta uma

queda de 42,28% em relação ao Censo 2010, que sinalizava 98.913 trabalhadores nessa faixa

de idade. Contudo, mesmo com tal redução o Estado ainda apresenta indicadores maiores que

a média nacional.

Estudos apontam que a implementação do Programa de Erradicação do Trabalho

Infantil - PETI, no Estado da Paraíba, tem refletido positivamente na redução do trabalho

precoce.

Em adesão às ações de enfrentamento do trabalho infantil, o PETI na Paraíba é

implantado em 1999 nove municípios, tendo sua primeira expansão em 2001 para quarenta

municípios. Atualmente, atinge 213 municípios, atendendo 52.514 crianças e adolescentes

(Plano Estadual de Promoção, Proteção de Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à

Convivência Familiar e Comunitária, 2013).

Em nível nacional, o PETI foi instituído em 1996 pela Secretaria Nacional de

Assistência Social (SNAS/MPAS), com o apoio da Organização Internacional do Trabalho

(OIT), com o objetivo de eliminar as piores formas de trabalho infantil e possibilitar que

crianças e adolescentes de 7 a 14 anos, desenvolvam suas potencialidades, tendo como meta a

melhoria do desempenho escolar e a ampliação de seu universo cultural e social (Relatório da

Presidência da República/1998).

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49

Em 2005, o PETI é redefinido, através da Portaria nº 666, de 28 de dezembro de 2005,

do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS, que disciplinou a

integração do PETI com o Programa Bolsa Família. Segundo o referido documento, tal

processo busca racionalizar e aprimorar a gestão desses programas, tendo em vista a

intersetorialidade e complementaridade das ações, evitando a fragmentação e a superposição

dos recursos públicos. Atualmente as ações do PETI, integram os Serviços de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos previstos na Política de Assistência Social (PNAS/2004 e

NOB/SUAS/2005).

O município de Cabedelo executa as ações do PETI desde 1998, fazendo o

reordenamento institucional em 2015, adequando-se as normativas vigentes na Política

Nacional de Assistência Social. Atualmente, o enfrentamento ao trabalho infantil dá-se por

meio das atividades desenvolvidas no âmbito dos Serviços de Convivência e Fortalecimento

de Vínculos, que acompanha 470 crianças e adolescentes.

Os Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos compõem uma das

estratégias de proteção social básica no âmbito da Política Nacional de Assistência Social,

passando em 2013 a desenvolver ações socioeducativas direcionadas ao público infanto-

juvenil em situação de trabalho infantil, integrando-o aos demais serviços e programas

executados no âmbito desta política.

É importante considerar que o enfrentamento do trabalho infantil requer um conjunto

de ações articuladas às demais políticas públicas que assegure acesso à saúde, à educação, ao

esporte, ao lazer, ao trabalho remunerado, haja vista a complexidade que este fenômeno

envolve, constituindo-se num grande desafio para os gestores municipais.

Desde 2005, Cabedelo, fomenta as ações do PETI, com o projeto “Cabedelo em Rede

– Brincando nas Férias”, promovendo atividades lúdicas e de lazer para 3001(três mil e uma)

crianças e adolescentes de 06 aos 16 anos em situação de trabalho infantil.

Esta ação é coordenada pela Secretaria Municipal de Ação e Inclusão Social

(SEMAIS), em parceria com as secretarias de Educação (SEDUC), Cultura (SECUL),

Esporte, Juventude e Lazer (SEJEL) e Comunicação Social e Institucional (SECOM).

“Preparamos uma programação completa e repleta de atividades interessantes, para

que consigamos atrair essas crianças e tirá-las das ruas e da ociosidade”, destaca Jane

Honório, responsável pelo Projeto em Cabedelo (PMC/SECOM, JAN. 2015).

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Outra iniciativa do município nessa perspectiva foi a adesão, em 2014, da divulgação

do Disk 100 e a ampliação da fiscalização de atos que colaborem para o enfrentamento do

trabalho infantil (PMC/SECOM, jan. 2015). Mais uma ação importante foi a definição de

fluxograma de atendimento para crianças e adolescentes que vivenciam essa problemática,

conforme figura abaixo.

Figura IV - Fluxo de Atendimento à Criança e ao Adolescente em Situação de trabalho

infantil

Fonte: SEMAIS/2016.

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4.4 Situação de Acolhimento Institucional

A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) asseguram o

direito à convivência familiar e comunitária para a criança e o adolescente, condição também

assegurada por outras legislações e normativas nacionais e internacionais.

Conforme estabelece o PNCFC (2006), ao detectar a necessidade do afastamento da

criança e do adolescente da família de origem, para a proteção de sua integridade física e

psicológica, [...] estes deverão ser atendidos em serviços que ofereçam cuidados e condições

favoráveis ao seu desenvolvimento saudável, devendo-se trabalhar no sentido de viabilizar a

reintegração à família de origem ou, na sua impossibilidade, o encaminhamento para família

substituta. Tais serviços podem ser ofertados na forma de Acolhimento Institucional ou

Programas de Famílias Acolhedoras. (BRASIL, 2006, p. 40).

De acordo com o ECA “O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são

medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração

familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família substituta, não implicando

privação de liberdade” (BRASIL, 2011, p. 39).

Para a Política de Assistência Social em suas Orientações Técnicas para os Serviços de

Acolhimento para Crianças e Adolescentes, estes deverão estruturar seu atendimento de

acordo com os seguintes princípios:

Excepcionalidade do Afastamento do Convívio Familiar, Provisoriedade do

Afastamento do Convívio Familiar, Preservação e Fortalecimento dos Vínculos

Familiares e Comunitários, Garantia de Acesso e Respeito à Diversidade e Não

discriminação, Oferta de Atendimento Personalizado e Individualizado, Garantia de

Liberdade de Crença e Religião, Respeito à Autonomia da Criança, do Adolescente e

do Jovem. (BRASIL, 2008)

É importante destacar que a partir da Lei 12.010/09 veio a exigência de que a cada seis

meses sejam reavaliados pela autoridade judiciária a situação jurídica de cada uma das

crianças e adolescentes acolhidos. As crianças e adolescentes que completarem dois anos em

situação de acolhimento, sem que tenha sucesso a reintegração familiar, a Promotoria da

Infância e Juventude deverá iniciar a Ação de Destituição do Poder Familiar (ADPF), para

que possam ser encaminhados para adoção. Por fim, assim como no PNCFC (2006), ficou

claro que a nação brasileira não pode mais aceitar passivamente a existência de crianças e

adolescentes “esquecidos” no sistema de acolhimento, a sociedade paraibana não pode aceitar

que isso aconteça em seu Estado e deve exercer, sobre o tema, o necessário controle social.

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Cabe aos gestores públicos, aos atores do Sistema de Garantia de Direitos e aos dirigentes de

entidades de acolhimento institucional agirem, com absoluta prioridade, para garantir a todas

as crianças e adolescentes paraibanos o direito constitucional e estatutário de conviver em

uma família e na comunidade (SEDH, 2013, p.38).

4.5 Situação de Conflito com a Lei11

A Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente permitiram o

surgimento da política de atendimento aos direitos da criança e do adolescente, o que

viabilizou segurança jurídica a esse público. Entretanto, a doutrina da proteção integral não

eximiu as crianças e adolescentes da responsabilidade por seus atos infracionais. Considera-se

ato infracional, a conduta descrita como crime ou contravenção penal (ECA, art. 103),

praticada por criança (indivíduo até 12 anos incompletos) ou adolescente (pessoa entre 12 e

18 anos de idade). Apesar de serem os menores de 18 anos considerados penalmente

inimputáveis (ECA, art. 104), essa inimputabilidade não significa irresponsabilidade. Refere-

se a não admissão às penas previstas no Código Penal e, sim, ao que determina o Estatuto da

Criança e do Adolescente, ficando a criança sujeita às medidas de proteção (ECA, Art. 101 e

105), e o adolescente sujeito ao cumprimento de medidas socioeducativas (ECA, Art. 112).

O Sistema Nacional de Atendimento Sócio Educativo (SINASE) constitui-se numa

política destinada à inclusão social de adolescentes e jovens em conflito com a lei, que se

relaciona com os diferentes sistemas e políticas públicas e sociais: Sistema Único da

Assistência Social, Sistema Único da Saúde, Sistema Educacional, Sistema de Justiça e

Segurança Pública, na perspectiva da intersetorialidade. O SINASE, enquanto integrante do

sistema de garantia de direitos, deve servir como fonte de informação, que favoreça a

construção de planos políticos, programas e ações para garantia de direitos de todas as

crianças e adolescentes, objetivando o desenvolvimento de uma ação socioeducativa,

sustentada nos princípios dos direitos humanos com bases éticas e pedagógicas. O SINASE é

o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a execução das medidas

11

Texto extraído do PLANO ESTADUAL DE PROMOÇÃO, PROTEÇÃO E DEFESA DO DIREITO DE

CRIANÇAS E ADOLESCENTES À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA, SEDH, 2013, p.35.

A Convenção Internacional sobre Direitos da Criança (1989), ratificada pelo Brasil em 1990, propôs uma nova

concepção de política de atendimento aos adolescentes em conflito com a lei. Outros instrumentos jurídicos de

caráter internacional apontam diretrizes para a aplicação e execução das medidas socioeducativas, tais como as

Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça Juvenil ou Regras de Beijing (1985), as

Regras Mínimas das Nações Unidas para os Jovens Privados de Liberdade (1990), as Diretrizes das Nações

Unidas para Administração da Justiça Juvenil, ou Diretrizes de Riad para a prevenção da delinquência juvenil

(1990).

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socioeducativas incluindo os sistemas estaduais, distritais e municipais, bem como todos os

planos, políticas e programas específicos de atendimento a adolescentes em conflito com a

Lei 12.594 de 18/01/2012.

Na Paraíba, o órgão executor das medidas socioeducativas de internação e

semiliberdade é a Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (FUNDAC), que é

uma organização da administração indireta do Governo do Estado vinculada à Secretaria de

Estado e Desenvolvimento Humano. Realizando o atendimento socioeducativo regionalizado

em João Pessoa (Regional I), Lagoa Seca (Regional II) e Sousa (Regional III).

De acordo com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS, 2004), nos

municípios paraibanos a execução das medidas socioeducativas em meio aberto é

descentralizada e são operacionalizadas pelos Centros de Referência Especializados de

Assistência Social (CREAS) regionais. De acordo, ainda, com a Política Nacional de

Assistência Social (2004), as medidas socioeducativas, no âmbito do Estado e municípios, são

consideradas Serviço Especializado de Média Complexidade. Verificada a prática de ato

infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente, as seguintes medidas,

constantes no ECA, Art. 112, as quais serão viabilizadas pelas políticas estaduais e políticas

municipais: Internação, Semiliberdade, Liberdade Assistida, Prestação de Serviços à

Comunidade, Advertência, Obrigação de Reparação de Dano.

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54

5 A Relação Intersetorial na Promoção dos Direitos Humanos de Crianças e

Adolescentes12

.

O encadeamento das diversas formas e situações de desproteção de crianças e

adolescentes determinam as políticas públicas formas articuladas e complementares de

enfrentamento das violações de direitos.

Para Dantas (2012), ao centrar a análise no campo das políticas sociais, é importante

considerar que elas estão localizadas, do ponto de vista histórico e político, num cenário que

combina uma série de fatores, dentre os quais se destacam a própria condição de variável de

política pública, somada a contradição, a resistência da sociedade civil, a relação histórica

dessa última com o Estado e a modernidade, contextos bem particulares de

institucionalização, organização legal e material (Dantas, 2012, p.32).

As políticas sociais encerram uma decisiva e central contradição: elas integram os

esforços políticos, econômicos e ideológicos de não reconhecimento da classe

trabalhadora como sujeito que produz a riqueza social e que dela não se apropria e,

ao mesmo tempo, constituem formas históricas e concretas através das quais se

produzem o reconhecimento e a incorporação dos direitos sociais dessa mesma

classe. Desta forma, as políticas sociais ao mesmo tempo em que são determinadas

pela contradição que movimenta a sociedade capitalista potencializam um conjunto

outro de contradições que materializam territorialmente na cidade os contornos da

relação entre o Estado e a sociedade civil, um campo de diferentes lugares e

possibilidades de exercício do poder, em conjunturas históricas particulares

(ALMEIDA apud DANTAS, 2012, p. 33-34).

A seguridade social brasileira passou a se materializar a partir da CF/1988, pela via de

três políticas sociais específicas e que seguem normativamente um modelo de gestão pautado

em mecanismos intersetoriais, com vistas à confluência entre elas próprias e as demais

políticas, vislumbrando um maior nível de resolutividade e efetividade sobre as demandas

sociais (DANTAS, 2012, p.37).

Ao situar a intersetorialidade no âmbito da política da Assistência Social, Sposati

(2004) diz que a assistência social é uma “política capilar” que consegue penetrar, ou estar

presente em outras políticas, ou seja, também nos benefícios e trabalho social, concretizando

direitos sociais no cotidiano das famílias e indivíduos. A assistência social é uma política que

se desloca para o território, para o local de moradia e permanência das pessoas, portanto, de

12

A organização das políticas públicas por setores ou segmentos impõe a adoção da ótica intersetorial e de trabalho em rede

para compreensão e atuação sobre os problemas, o que está previsto no ECA ao estabelecer que a política será implementada

por meio de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais no âmbito da União, dos Estados,

Distrito Federal e Municípios (Conanda, 2010, p.28).

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55

convívio. Assim, para a autora, a base territorial é um dos significativos espaços para a

articulação intersetorial de necessidades e de conhecimentos.

Aqui residem dois campos: a intersetorialidade no conhecimento da realidade que

supõe a produção de informações que fortalece as evidências sobre os determinantes

e condicionantes intersetoriais na produção de necessidades sociais; a

intersetorialidade na ação que supõe a criação de articulação intersetorial para

potenciar ações e resultados. (SPOSATI, 2004, p. 52)

Portanto, Dantas citando Sposati (2012) vai desvelar que no veio da intersetorialidade

o conhecimento da realidade e a ação devem manter uma relação estreita, a fim de que se

possa ter aproximação das necessidades sociais dos sujeitos (DANTAS citando SPOSATI,

2012, p.37).

Numa perspectiva conceitual, “intersetorialidade” provém da junção da

expressão/prefixo inter, agregada a um conjunto de setores, que ao se aproximarem e

interagirem entre si podem produzir ações e saberes mais integrais e totalizantes. O prefixo

interé, oriundo do latim inter, que significa “no interior de dois”; “entre”; “no espaço de”;

“posição intermediária”, assim a palavra intersetorialidade desvela dois grandes sentidos: 1)

Relações entre dois ou mais setores; 2) Que é comum a dois ou mais setores (DANTAS,

2012, p.22).

Segundo Azevedo, citando Nascimento (2010), a intersetorialidade diz respeito à inter-

relação entre as diversas políticas. Neste contexto, destaca algumas dificuldades para a

intersetorialidade no que se refere à crescente especialização do poder público e a tendência

de maximização do desempenho de cada um dos órgãos do setor estatal (AZEVEDO, citando

NASCIMENTO, 2003, p. 41).

Neste sentido, o conceito de intersetorialidade é assim definido:

Intersetorialidade é aqui entendida como a articulação de saberes e experiências no

planejamento, realização e avaliação de ações, com o objetivo de alcançar resultados

integrados em situações complexas, visando um efeito sinérgico no desenvolvimento

social. Visa promover um impacto positivo nas condições de vida da população,

num movimento de reversão da exclusão social. Os conceitos de intersetorialidade e

descentralização aproximam-se, na medida em que este último é compreendido

como a transferência do poder de decisão para as instâncias mais próximas e

permeáveis à influência dos cidadãos e o primeiro diz respeito ao atendimento das

necessidades e expectativas desses mesmos cidadãos de forma sinérgica e integrada.

[...] A articulação de ambos - descentralização e intersetorialidade, referidos ao

processo de desenvolvimento social, constituem um novo paradigma orientador da

modelagem de gestão pública. (JUNQUEIRA; INOJOSA; KOMATSU, 1997).

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56

O princípio da intersetorialidade tem sua base o padrão relacional do trabalho entre

setores, precisa ter vínculos e produção de ações conjuntas para atingir objetivos comuns.

Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social (MDS),o trabalho intersetorial:

“[...], se refere à articulação entre setores e saberes, para responder, de forma

integrada, a um objetivo comum. É uma nova maneira de trabalhar, de governar e de

construir políticas públicas, que possibilita a superação da fragmentação dos

conhecimentos e das estruturas sociais, para produzir efeitos mais significativos na

vida da população, respondendo com efetividade a problemas sociais complexos"

(MDS, p.26, 2009).

Traduzindo, esta ação pressupõe a ideia de conexão, vínculo, relações horizontais

entre parceiros, interdependência de serviços, respeito à diversidade e às particularidades de

cada setor.

Segundo Ribeiro (2012), a prática intersetorial se estabelece a partir de fluxos de

atendimento que sejam capazes de conhecer as demandas sociais do território para uma

melhor intervenção do gestor municipal.

“[...] A promoção da articulação intersetorial propicia o diálogo da política

pública de assistência social com as demais políticas e setores e o acesso das

famílias aos serviços setoriais. [...],contribui para a definição da prioridade de

acesso, aos serviços públicos, pelas famílias em situação de maior

vulnerabilidade social” (MDS, 2009, p.21).

A articulação intersetorial demanda uma metodologia pautada na rede, que deve

envolver escolas, postos de saúde, unidades de formação profissional, representantes da área

de infraestrutura, habitação, esporte, lazer e cultura, dentre outros.

Segundo Scherer-Warren (1999), há três fatores determinantes para a utilização das

redes nas políticas sociais públicas: primeiramente, a democratização dos países latino-

americanos, que permitiu a proliferação das organizações sociais e a reivindicação de maior

participação do Estado na gestão das políticas públicas. Posteriormente, o desenvolvimento

tecnológico das redes informatizadas viabilizou a comunicação interorganizacional de forma

cada vez mais ágil. O terceiro fator foi um movimento internacional de estímulo à formação

de redes setoriais, transregionais e transnacionais. (Scherer-Warren, 1999, p. 33).

Tais fatores impulsionaram o Estado a adotar formas mais ampliadas de gestão

públicas sob o viés da articulação político-administrativa, seguindo dessa forma uma estrutura

proposta de redes. Não que seja uma forma que vai garantir a segurança no acesso aos direitos

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sociais então conquistados, mas uma possibilidade de “aperfeiçoar quanto reduzir a eficiência

e a legitimidade da formulação das políticas” (BORZEL, 2008, p.218).

Rede é um conjunto de relações que constitui uma estrutura no interior da qual cada nó

ocupa uma posição com características específicas. Assim,

"rede é parceira voluntária para a realização de um propósito comum. Implica, nesse

sentido, a existência de entes autônomos que, movidos por uma ideia abraçada

coletivamente, livremente e mantendo sua própria identidade, articulam-se para

realizar objetivos comuns. As redes se tecem através do compartilhamento de

interações e sentidos e da realização de ações articuladas pelos parceiros”

(INOJOSA,1998,p. 1-2 ).

Tanto quando consideramos a rede como representação organizacional, como quando

a pensamos do ponto de vista das relações de apoio mútuo, articuladas por meio das relações

de parentesco, amizade ou vizinhança, a base da atuação em rede é a construção da confiança

entre os participantes. “[...] Construir redes significa apostar em relações humanas articuladas

entre pessoas e grupos que, no debate das diferenças, possam ajustar intenções mais coletivas

e produtivas para todos” (GUARÁ,2009, p. 04).

Essas redes juntas operam ações que convergem para a universalidade dos acessos,

qualidade dos serviços13

e legitimação de direitos sociais, é ponto de partida para criar fluxos,

cujo aglutinador das ações é a complementaridade da proteção às crianças e aos adolescentes

e suas famílias.

A promoção da articulação intersetorial uma importante ferramenta de garantia de

direitos, pois potencializa a rede de proteção social, com a integração de diversos

saberes e práticas, capazes de apresentar respostas inovadoras à complexidade das

situações de vulnerabilidade e risco social dos territórios. A articulação intersetorial

deve ser uma estratégia de potencialização de resultados, por isso não deve ser mero

arranjo informal: recomenda-se que seja institucionalizada e normatizada,

propiciando uma ação contínua e efetiva (MDS, 2009, p. 28).

É obstante entender que falar de serviços é também falar de proteção integral para

crianças, adolescentes e suas famílias, pois as relações estabelecidas entre os serviços das

políticas públicas devem resguardar o direito à proteção. Neste sentido, a proposta de atenção

13

Conforme afirma Muniz (2015), os serviços se constituem a mediação privilegiada para que indivíduos e famílias tenham a

garantia do acesso a direitos; Oferecem respostas a situações que expressam necessidades concretas da população; São

atividades continuadas destinadas a garantirem aos cidadãos suas necessidades básicas e a melhoria de suas condições de

vida; Buscam uma mudança duradoura (impactos) na condição de vida do cidadão e Ofertam apoios, atenções e cuidados que

garantem aquisições ao cidadão (Muniz, p.13, 2015).

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Política de Saúde

Política de Educação

Política de Segurança

Pública

Política de Trabalho e

Renda

Política de Esporte e

Lazer

Política de Turismo

Política de Habitação

Política de Assistência

Social

que se desenha para crianças, adolescentes e famílias têm como fluxo o seguinte

enquadramento:

Figura V – Modelo de Rede Intersetorial de Políticas Públicas

Fonte: Elaboração da Comissão do Plano, 2016.

O modelo intersetorial na materialização da proteção social se realiza na integração de

diversas políticas públicas. Para tanto, na prática, requisita-se um fluxo de atendimento, ou

seja, um processo, uma rotina de trabalho que assegura protocolos e gestão das demandas a

serem respondidas.

Proteção

Integral de

Crianças e

Adolescentes

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6 A Centralidade da Política de Assistência Social na Proteção de Crianças,

Adolescentes e Famílias.

O Município de Cabedelo-PB, de acordo com a Política Nacional da Assistência

Social (PNAS/2004), é classificado como médio porte, com nível de habilitação na gestão

plena, o que significa ter habilidade de ofertar os serviços dos três níveis de proteção social.

Na Proteção Social Básica o município destaca-se com um (1) Centro de Referência da

Assistência Social-CRAS14

, cofinanciado pelo MDS. No âmbito do SUAS, considera-se o

CRAS a porta de entrada da Assistência Social, sendo este um equipamento público,

localizado prioritariamente em áreas de maior vulnerabilidade social, onde são oferecidos os

serviços de Assistência Social, com o objetivo de fortalecer a convivência familiar e

comunitária, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), Cadastro

Único/Programa Bolsa Família, Benefícios Eventuais.

Na Proteção Especial de média complexidade destaca-se o CREAS15

, com a finalidade

de assegurar atendimento especializado para apoio, orientação e acompanhamento a famílias

com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos.

Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e

o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais, fortalecendo a função

protetiva das famílias diante de um conjunto de condições que as vulnerabilizam (MDS, 2009,

p.25). No CREAS são ofertados os seguintes serviços: Serviço de Proteção e Atendimento

Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), Serviço Especializado em Abordagem Social,

Serviço de Proteção Social à Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de

Liberdade Assistida - LA e de Prestação de Serviços à Comunidade – PSC, Serviço de

Proteção Social aos (às) Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa.

A proteção especial de alta complexidade, organiza-se com o Serviço de Acolhimento

provisório e excepcional para crianças e adolescentes de ambos os sexos, inclusive crianças e

adolescentes com deficiência, sob medida de proteção e em situação de risco pessoal e social,

cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados de cumprir sua

função de cuidado e proteção.

14

Unidade que promove a organização e articulação das unidades da rede socioassistencial e de outras políticas. Assim,

possibilita o acesso da população aos serviços, benefícios e projetos de assistência social, se tornando uma referência para a

população local e para os serviços setoriais. Conforme as normativas vigentes o CRAS referência 5.000 famílias com

capacidade de atendimento para 1.000 famílias referenciadas (SAGI, 2016). 15

Centro de Referência Especializado em Assistência Social

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No âmbito municipal, a Assistência Social está organizada de acordo com o seguinte

organograma:

Figura VI- Organograma de Secretaria de Ação e Inclusão e Social

Fonte: SEMAIS/2016.

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6.1 Proteção Social Básica

A proteção social básica atua na prevenção e enfrentamento dos riscos sociais através

da potencialização das capacidades individuais e coletivas, como também por meio de

aquisições materiais e sociais. Este nível de proteção oferece serviços de acolhida, de

fortalecimento de vínculos, de identificação de potencialidades locais, essenciais à superação

das situações de vulnerabilidades e riscos.

6.1.1 Serviço de Proteção e Atenção Integral à Família (PAIF)

O Programa de Acompanhamento a Indivíduos e Famílias–PAIF é um serviço

socioassistencial que tem por objetivo fortalecer a função protetiva da família, contribuindo

na melhoria da sua qualidade de vida. O PAIF desenvolve o trabalho social com famílias, de

caráter continuado, na perspectiva de prevenir a ruptura dos seus vínculos, promover seu

acesso e usufruto de direitos. Busca o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das

famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações de

caráter preventivo, protetivo e proativo, constituindo-se numa estratégia privilegiada para

oferta de serviços aos beneficiários de transferência de renda (Brasil, p.07, 2012).

No município esse serviço é ofertado no CRAS que referencia 5000 (cinco mil)

famílias.

6.1.2 Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Familiares e Comunitários

(SCFV)

O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos/SCFV é resultante do

reordenamento disposto na Resolução CIT nº 01, de 21 de fevereiro de 2013, que unificou os

Programas de Erradicação do Trabalho Infantil, Programa Projovem Adolescentes e Programa

de Atendimento em Grupos para Pessoa Idosa. O Serviço é realizado em grupos, organizado a

partir de percursos, de modo a garantir aquisições progressivas aos seus usuários, de acordo

com o seu ciclo de vida, a fim de complementar o trabalho social com famílias e prevenir a

ocorrência de situações de risco social. Consiste, portanto, numa forma de intervenção social

planejada que cria situações desafiadoras, estimula e orienta os usuários na construção e

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reconstrução de suas histórias e vivências individuais e coletivas, na família e no território

(Brasil, p.11, 2012).

Atualmente o SCFV do município de Cabedelo atende 451 crianças e adolescentes

conforme tabela a seguir.

Tabela V - Grupos de Crianças e Adolescentes do SCFV do Município de Cabedelo

Criança e Adolescente Número de usuários

6-15 320

15-17 131

Total 451

Fonte: SEMAIS/2016.

O serviço tem como objetivo fortalecer as relações familiares e comunitárias, além de

promover a integração e a troca de experiências entre os participantes, valorizando o sentido

de vida coletiva. O SCFV possui um caráter preventivo, pautado na defesa e afirmação de

direitos e no desenvolvimento de capacidades dos usuários.

6.1.3 Cadastro Único e Programa Bolsa Família

O Cadastro Único para Programas Sociais reúne informações socioeconômicas das

famílias brasileiras de baixa renda – aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo

por pessoa. Essas informações permitem ao governo conhecer as reais condições de vida da

população e, a partir dessas informações, selecionar as famílias para diversos programas

sociais.

No município de Cabedelo, o total de famílias inscritas no Cadastro Único em outubro

de 2016 era de 8.289 dentre as quais:

- 5.451 com renda per capita familiar de até R$ 85,00;

- 867 com renda per capita familiar entre R$ 85,01 e R$ 170,00;

- 1.354 com renda per capita familiar entre R$ 170,01 e meio salário mínimo;

- 617 com renda per capita acima de meio salário mínimo.

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Ver tabela abaixo.

Tabela VI – Famílias Cadastradas no Cadastro Único

FAMÍLIAS CADASTRADAS QUANTIDADE MÊS

REFERÊNCIA

Famílias cadastradas com renda per capita

mensal de R$ 0,00 até R$ 85,00

5.451 10/2016

Famílias cadastradas com renda per capita

mensal entre R$ 85,01 e R$ 170,00

867 10/2016

Famílias cadastradas com renda per capita

mensal entre R$ 170,01 e ½ salário mínimo

1.354 10/2016

Famílias cadastradas com renda per capita

mensal acima de ½ salário mínimo

617 10/2016

Total de famílias cadastradas 8.289 10/2016

Fonte: SAGI, 2016.

A tabela demonstra um número representativo de 5.451 famílias com uma renda per

capita entre 0 a 85,00 reais mensais, o que vai demandar da gestão municipal e estadual

estratégias de inclusão e formação profissional e intermediação para o mercado de trabalho.

O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência condicionada de

renda que beneficia famílias pobres e extremamente pobres, inscritas no Cadastro Único. O

PBF beneficiou, no mês de dezembro de 2016, 5.661 famílias, representando uma cobertura

de 104,9% da estimativa de famílias pobres no município. As famílias recebem benefícios

com valor médio de R$ 184,29 e estão submetidas a condicionalidades. O valor total

transferido pelo governo federal em benefícios às famílias atendidas em Cabedelo alcançou

R$ 1.043.272,00 (um milhão, quarenta e três mil, duzentos e setenta e dois reais) no referido

mês.

Em relação às condicionalidades, o acompanhamento da frequência escolar, com base

no bimestre de julho de 2016, atingiu o percentual de 95,6%, para crianças e adolescentes

entre 6 e 15 anos, o que equivale a 4.677 alunos acompanhados em relação ao público no

perfil equivalente a 4.894. Para os jovens entre 16 e 17 anos, o percentual atingido foi de

90,6%, resultando em 1.016 jovens acompanhados de um total de 1.122. Ver tabela abaixo.

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Tabela VII – Condicionalidades e Acompanhamento

Fonte: SAGI, 2016.

6.1.4 Benefícios Eventuais

Os Benefícios Assistenciais, como relata Pereira (2005), constituem, “na história da

política social, a distribuição pública de provisões materiais ou financeiras a grupos

específicos que não podem, com recursos próprios, satisfazerem suas necessidades básicas”.

Assim, configuram-se como um mecanismo de proteção a riscos em que deve ser enfrentado

sob a responsabilidade do Estado.

A Lei Orgânica de Assistência Social, nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, em seu

capítulo IV, vem assegurar a provisão dos benefícios eventuais no campo da assistência

social. Essa regulação significa romper com as práticas assistencialistas e de cunho clientelista

que permeavam a operacionalidade dos benefícios eventuais nesta política. É oportuno dizer

que os benefícios eventuais se caracterizam por seu caráter suplementar e provisório,

PÚBLICO ACOMPANHAMENTO QUANTIDADE MÊS

REFERÊNCIA

Total de beneficiários com perfil educação (6 a

15 anos)

4.677 08/2016

Total de beneficiários com perfil educação (16

e 17 anos)

1.016 08/2016

Total de beneficiários acompanhados com

frequência acima da exigida (6 a 15 anos -

85%)

4.673 08/2016

Total de beneficiários com frequência acima da

exigida (16 a 17 anos - 75%)

1.007 08/2016

Total de beneficiários sem informação de

frequência escolar (6 a 15 anos)

217 08/2016

Total de crianças com vacinação em dia 2.439 08/2016

Total de crianças com dados nutricionais 593 08/2016

Crianças e adolescentes das famílias do PBF

com frequência escolar informada

5.707 08/2016

Total de crianças e adolescentes das famílias do

PBF no município

6.043 08/2016

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prestados aos cidadãos e às famílias em virtude de nascimento, morte, situações de

vulnerabilidade temporária e de calamidade pública.

No município de Cabedelo, os benefícios eventuais fundamentam-se na Lei Municipal

Nº 1.020, de 19 de abril de 2013, que dispõe sobre a concessão no âmbito da política pública

municipal de assistência social e estão organizados nas modalidades de cesta básica, auxílio

natalidade, auxílio funeral, auxílio financeiro e aluguel social.

Esses benefícios são acessados na sede da SEMAIS e no CRAS de modo articulado e

complementar visando à proteção das famílias e indivíduos do município de Cabedelo.

Tabela VIII – Quadro da Distribuição dos Benefícios Eventuais – 2014 e 2015

Tabela I - Distribuição dos Benefícios Eventuais 2014 e 2015

Total de famílias beneficiados com a cesta básica 141

Total de famílias beneficiadas com auxílio natalidade 577

Total de famílias beneficiadas com auxílio funeral 155

Total de famílias beneficiadas com aluguel social 50

Total de famílias beneficiadas com auxílio financeiro 782

Fonte: PMC/ 2016.

6.1.5 Benefício de Prestação Continuada (BPC)

O BPC integra a Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência

Social – SUAS, benefício individual, não vitalício e intransferível, que assegura a

transferência mensal de 1 (um) salário mínimo ao idoso, com 65 (sessenta e cinco) anos ou

mais, e à pessoa com deficiência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de

natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras,

podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com

as demais pessoas. Devem comprovar não possuir meios de prover a própria manutenção,

nem de tê-la provida por sua família.

No município de Cabedelo os usuários identificados como possíveis beneficiários, são

orientados quanto às providências para seu requerimento no CRAS e na sede da SEMAIS

onde temos a Coordenadoria da Pessoa com Deficiência. Atualmente são 2.092 pessoas

beneficiárias do BPC em Cabedelo, sendo 1.452 pessoas com deficiência e 640 idosos

(MDS/SNAS, 2016).

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6.2 Proteção Social Especial

A proteção social especial se subdivide em média e alta complexidade, destina-se às

famílias e indivíduos que se encontram em situação de perda dos vínculos familiares e sociais

em virtude de “abandono, maus tratos, físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de

substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação

de trabalho infantil, entre outras” (PNAS, 2005, p. 37). Demanda um conjunto de serviços que

possibilite a reconstrução desses vínculos, quando possível, e/ou a construção de novos

projetos de vida.

6.2.1 Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS)

O atendimento das violações de direitos no campo da assistência social é realizado

pelo Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) com a finalidade de

assegurar atendimento especializado para apoio, orientação e acompanhamento a famílias

com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos.

Compreende atenções e orientações direcionadas para a promoção de direitos, a preservação e

o fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e sociais, fortalecendo a função

protetiva das famílias diante de um conjunto de condições que as vulnerabilizam.

6.2.2 Serviço de Proteção Social Especial a Indivíduos e Famílias (PAEFI)

O Serviço deve ofertar atendimento imediato para a retirada de crianças e adolescentes

da situação de trabalho infantil e tomar providências necessárias para a inclusão de crianças e

suas famílias nos serviços socioassistenciais e programas de transferência de renda. O

atendimento fundamenta-se no respeito à heterogeneidade, potencialidades, valores, crenças e

identidades das famílias. O serviço articula-se com as atividades e atenções prestadas às

famílias nos demais serviços socioassistenciais, nas diversas políticas públicas e com os

demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos. A unidade atende famílias e indivíduos que

vivenciam situações de risco e violações de direitos por ocorrência de:

- Violência física, psicológica, negligência grave;

- Violência sexual: abuso e/ou exploração sexual;

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- Tráfico de pessoas;

- Cumprimento de medidas socioeducativas;

- Situação de rua e mendicância;

- Abandono;

- Vivência de trabalho infantil;

- Discriminação em decorrência de orientação sexual;

- Cumprimento de medida de proteção;

- Outras formas de submissão a situações que provocam danos e agravos a sua

condição de vida e os impedem de usufruir autonomia e bem estar;

- Descumprimento de condicionalidades do PBF e do PETI em decorrência de

violação de direitos.

No município, a unidade de referência para essas demandas é o CREAS, responsável

pelo atendimento dos casos de violação de direitos e o atendimento das medidas

socioeducativas meio aberto16

. O CREAS desenvolvendo um trabalho em parceria com o

Ministério Público, Juizado da Infância e Juventude e demais órgãos do Sistema de Garantia

de Direitos.

6.2.3 Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua

Compreende um serviço disponibilizado para jovens, adultos, idosos e famílias que

utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência. Com a finalidade de assegurar

atendimento e atividades direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidades, na

perspectiva de fortalecimento de vínculos interpessoais e/ou familiares que oportunizem a

construção de novos projetos de vida.

O serviço é ofertado através do equipamento do Centro-Pop através de trabalho

técnico para análise das demandas dos usuários, orientação individual e grupal, bem como

encaminhamentos a outros serviços socioassistenciais e demais políticas públicas que possam

contribuir na construção da autonomia, da inserção social e da proteção às situações de

violência.

Enquanto se estrutura o Centro-Pop no município, essa população é assistida pelo

CREAS-PAEFI.

16

Plano SIMASE, aprovado em 10 de abril de 2015, Resolução nº. 01/2015.

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6.2.4 Serviço Especializado em Abordagem Social

O serviço especializado em abordagem social visa garantir uma busca ativa eficaz que

possa identificar nos territórios, a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de

crianças e adolescentes, situação de rua de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e

famílias que utilizam espaços públicos como forma de moradia e/ou sobrevivência, dentre

outras situações, objetivando a resolução de situações ora apresentadas, e promoção da

inclusão destas na rede de serviços socioassistenciais e demais políticas públicas na

perspectiva da garantia dos direitos.

O município conta com uma equipe de abordagem que está inserida no Centro de

Referência Especializado de Assistência Social –CREAS.

6.2.5 Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida

Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e/ou de Prestação de Serviços à

Comunidade (PSC)

O serviço tem por finalidade prover atenção socioassistencial no âmbito da proteção

social especial e o acompanhamento aos adolescentes e jovens sujeitos em cumprimento de

medidas socioeducativas em meio aberto, de Liberdade Assistida e/ou Prestação de Serviços à

Comunidade, determinadas judicialmente. O serviço contribui para o acesso aos direitos e a

ressignificação de valores na vida social de adolescentes autores de ato infracional que se

encontram em situação de dificuldade pessoal e social.

Para a oferta do serviço faz-se necessário a observância da responsabilização do

adolescente, face ao ato infracional praticado, cujos direitos e obrigações devem ser

assegurados de acordo com as legislações e normativas específicas para a orientação no

cumprimento de medida socioeducativa. Faz-se necessário, igualmente, a intersetorialidade no

desenvolvimento das intervenções, visando assegurar a atenção integral aos usuários e suas

famílias, de maneira que privilegie a articulação do serviço com a rede socioassistencial, com

as demais políticas públicas e com os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.

As Medidas socioeducativas de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à

Comunidade são sanções aplicadas ao adolescente que praticou ato infracional, conforme

previsto no artigo 112, do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, e para sua

operacionalização é necessária a elaboração do Plano Individual de Atendimento (PIA) com a

garantida a participação do adolescente e da família, devendo conter os objetivos e metas a

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69

serem alcançados durante o cumprimento da medida e as perspectivas de vida futura, dentre

outros aspectos a serem acrescidos, de acordo com as necessidades do adolescente.

A medida de Liberdade Assistida consiste no acompanhamento social ao adolescente

pela equipe técnica de forma sistemática, com frequência mínima semanal, para

acompanhamento do desenvolvimento do PIA. A medida de Prestação de Serviços à

Comunidade tem um caráter de responsabilização do adolescente pelo processo de

aprendizagem e não pela sua culpabilização.

O município de Cabedelo acompanha atualmente através do CREAS 68 adolescentes,

conforme demonstra a tabela a seguir.

Tabela IX– Acompanhamento de Adolescentes em Cumprimento de Medida

Socioeducativa

ACOMPANHAMENTO QUANTIDADE

Total de adolescentes em cumprimento de

Medidas Socioeducativas (LA e/ou PSC)

13

Total de adolescentes em LA 34

Total de adolescentes em PSC 21

Total 68

Fonte: CREAS/Cabedelo, 2016

O processo de acompanhamento de adolescentes requer um trabalho articulado com o

Juizado da Infância e Juventude, com a rede de proteção e demais órgãos do Sistema de

Garantia de Direitos.

6.2.6 Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes

Serviço que oferece acolhimento provisório para crianças e adolescentes afastados do

convívio familiar por meio de medida protetiva de abrigo (ECA, Art. 101), em função de

abandono ou cujas famílias ou responsáveis encontrem-se temporariamente impossibilitados

de cumprir sua função de cuidado e proteção, até que seja viabilizado o retorno ao convívio

com a família de origem ou, na sua impossibilidade, encaminhamento para família substituta.

O serviço, obrigatoriamente, deve ter aspecto semelhante ao de uma residência e estar

inserido na comunidade, em áreas residenciais, oferecer ambiente acolhedor e condições

institucionais para o atendimento com padrões de dignidade. Oferta atendimento

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personalizado e em pequenos grupos e favorece o convívio familiar e comunitário das

crianças e adolescentes atendidos, bem como a utilização dos equipamentos e serviços

disponíveis na comunidade local17

.O Público alvo são as Crianças e adolescentes de 0 a 18

anos sob medida protetiva de abrigo18

.

No município de Cabedelo existe uma Unidade de Acolhimento Institucional para

Crianças e Adolescentes, organizada em consonâncias com os princípios, diretrizes e

orientações do Estatuto da Criança e do Adolescente e das “Orientações Técnicas: Serviços de

Acolhimento para Crianças e Adolescentes”. O equipamento tem capacidade de atendimento

de até 15 crianças e/ou adolescentes.

17

Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes, 2ª edição, p.67,2009. 18

Conforme Art. 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069 de 13 de julho de 1990.

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7 Diretrizes

Construir indicadores de proteção social, em especial para enfrentamento das diversas

situações de vulnerabilidade e riscos sociais, relativas às crianças e adolescentes, demanda

pontuar algumas diretrizes, isto é, desenhar linhas a partir das quais o plano se materializa

enquanto caminho indicador para promoção, defesa e proteção desses sujeitos sociais.

Neste sentido, pontuam-se, no presente documento, seis diretrizes norteadoras das

ações a serem enfrentadas no município, descritas na figura a seguir:

Figura VII – Diretrizes da Política de Crianças e Adolescentes

As diretrizes delineadas neste plano objetiva garantir que a doutrina da proteção

integral não se torne um mero dispositivo jurídico, e sim, que tenha materialidade através das

A criança e o adolescente como “sujeitos de direitos” e “pessoas

em desenvolvimento

Universalização do acesso a políticas públicas de qualidade

que garantam os direitos humanos de crianças,

adolescentes e suas famílias

Proteção especial a crianças e adolescentes com seus direitos

ameaçados ou violados

Igualdade de condições, do acesso de crianças e

adolescentes aos sistemas de justiça e segurança pública

Fomento de estratégias e mecanismos que facilitem a participação organizada e a

expressão livre de crianças e adolescentes

Qualificação permanente de profissionais para atuarem na rede de promoção, proteção e

defesa dos direitos de crianças e adolescentes

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ações pactuadas pelos diferentes órgãos e políticas setoriais, na garantia e defesa dos direitos

estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

7.1 A criança e o Adolescente como Sujeito de Direitos e Pessoa em Desenvolvimento

Com a Constituição de 1988 o Brasil institui a Doutrina da Proteção Integral, trazendo

elementos importantes que se concretizam no reconhecimento da criança e do adolescente

como sujeitos de direitos, conforme os artigos 227 e 228, que expressam claramente a

condição de proteção a ser estabelecida pela família, sociedade e Estado.

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,

com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,

à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência

familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligência,

discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (Brasil, 2012. P.60).

O dever de cuidar e de prioridade absoluta expressa o reconhecimento da condição de

sujeitos de direitos, portanto, significa alcançar a criança e o adolescente em sua dignidade

humana e condição de pessoa em desenvolvimento. Portanto, a garantia da prioridade

compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção

à infância e à juventude (BRASIL, 2010. p.11).

7.2 Universalização do Acesso a Políticas Públicas para Crianças, Adolescentes e

Famílias

A universalização do acesso a políticas públicas pressupõe igualdade de direitos,

implica também na equidade, integralidade e justiça social com reconhecimento das

especificidades e necessidades de determinados grupos que demandam atenção especial.

Conforme cita Ribeiro (2012), a integralidade das ações é materializada através de

ações intersetoriais entre as políticas públicas com vista a responder as demandas (Ribeiro,

2012, p.59). Para Sposati, “[...] do ponto de vista da seguridade social, deveria ocorrer

contínua relação de intersetorialidade entre saúde, assistência social e previdência social, mas

isso é ainda uma perspectiva que um fato” (SPOSATI, 2009, p.46).

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Para a concretização do acesso as políticas públicas a assistência social, pauta-se pela

Defesa Social e Institucional, ou seja, os serviços de proteção social devem estar ao alcance

de seus usuários, de forma a garantir o acesso ao conhecimento dos seus direitos

socioassistenciais e sua defesa, afiançando-se as “seguranças sociais” a que todos os cidadãos

têm direito.

A proteção social busca prevenir, reduzir e proteger pessoas e famílias das situações

de vitimização, fragilidade, contingência, vulnerabilidade e riscos a que estão sujeitas ao

longo de suas trajetórias de vida, por decorrência de imposições sociais, econômicas, políticas

e outras, constituindo-se dessa forma como:

“[...] um conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios ofertados [...],

para redução e prevenção do impacto das vicissitudes ao ciclo de vida, à dignidade

humana e à família como núcleo básico de sustentação afetiva, biológica e

relacional” (BRASIL, p. 19, 2005).

Segundo Furtado (2013), o pressuposto agora instaurado prevê a atenção, o

atendimento à proteção indiscriminadamente para todas as crianças e adolescentes, e não

apenas voltado aos grupos considerados em Situação Irregular: infratores ou moralmente

abandonados (Furtado, 2013, p.80).

Neste sentido, se coloca como ponto norteador para universalização do acesso a

políticas públicas de qualidade a ação intersetorial, que segundo Ribeiro (2012), expressa à

articulação entre políticas públicas, que se desenvolvem a partir de ações conjuntas destinadas

à proteção social, bem como ao enfrentamento das desigualdades sociais nas distintas áreas.

Trata-se do desenvolvimento de serviços, programas e projetos integrados de modo que

rompam com a velha perspectiva da fragmentação da atenção pública às necessidades sociais

da população.

Para Couto,

“[...] A intersetorilalidade supõe também a articulação entre sujeitos que atuam em

áreas que, partindo de suas especificidades e experiências particulares, possam criar

propostas e estratégias conjuntas de intervenção pública para enfrentar problemas

complexos impossíveis de serem equacionados de modo isolado. É uma forma de

gestão de políticas públicas que está necessariamente relacionado ao enfrentamento de

situações concretas vividas pela população, [...], tal ação também supõe vontade e

decisão política para seu enfrentamento” (COUTO, p.40, 2010).

A intersetorialidade busca resultados a partir de ações integradas cujas bases devem

apresentar uma nova forma de gestão governamental baseada em planejamento estratégico

com as políticas públicas.

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75

7.3 Proteção Especial a Crianças e Adolescentes em Situação de Violação de Direitos

Para proteção especial de crianças e adolescentes, a PNAS definiu os direitos

socioassistenciais como: Direito ao atendimento digno, atencioso e respeitoso por parte de

todos os serviços socioassistenciais, ausente de procedimentos vexatórios e coercitivos;

Direito ao tempo, de modo a acessar a rede de serviço com reduzida espera e de acordo com a

necessidade, sendo-lhes garantidos os seguintes procedimentos; Direito à informação sobre o

funcionamento dos serviços, enquanto direito primário do cidadão, sobretudo àqueles com

vivência de barreiras culturais, de leitura, de limitações físicas; Direito do usuário ao

protagonismo e manifestação de seus interesses; Direito do usuário à oferta.

No que concerne à proteção desses direitos, a Assistência Social deve pautar-se pela

Defesa Social e Institucional, ou seja, os serviços de proteção básica e especial devem ser

organizados de forma a garantir aos seus usuários o acesso ao conhecimento dos seus direitos

socioassistenciais e sua defesa, afiançando-se as “seguranças básicas” a que todos os cidadãos

têm direito.

Ao pensar a proteção no âmbito da violação ou direitos ameaçados é necessário

garantir três seguranças afiançadas no SUAS:

- Segurança de Sobrevivência: através de benefícios continuados e eventuais que

assegurem: proteção social básica a idosos e pessoas com deficiência sem fonte de renda e

sustento; pessoas e famílias vítimas de calamidades e emergências; situações de forte

fragilidade pessoal e familiar, em especial às mulheres chefes de família e seus filhos;

- Segurança de Convívio: através de ações, cuidados e serviços que restabeleçam

vínculos pessoais, familiares, de vizinhança, de segmento social, mediante a oferta de

experiências socioeducativas, lúdicas, socioculturais, desenvolvidas em rede de núcleos

socioeducativos e de convivência para os diversos ciclos de vida, suas características e

necessidades;

- Segurança de Acolhida: através de ações, cuidados, serviços e projetos operados em

rede com unidade de porta de entrada, destinada a proteger e recuperar as situações de

abandono e isolamento de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, restaurando sua

autonomia, capacidade de convívio e protagonismo mediante a oferta de condições materiais

de abrigo, repouso, alimentação, higienização, vestuário e aquisições pessoais desenvolvidas

através de acesso a trabalho socioeducativo.

No enfrentamento das situações de direitos ameaçados ou violados é importante

destacar o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, que se divide em

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três eixos: promoção, controle social e defesa. No eixo da promoção estão as políticas sociais

básicas e os órgãos de atendimento direto, como as escolas e os serviços públicos de saúde e

assistência social. O eixo do controle engloba as entidades que exercem a vigilância sobre a

política e o uso de recursos públicos para a área da infância e da adolescência, como os

conselhos de direitos e os fóruns. No eixo defesa, que reúne órgãos como defensorias

públicas, Conselhos Tutelares, Ministério Público e Poder Judiciário, que têm a função de

intervir nos casos em que os direitos de crianças ou adolescentes são negados ou violados.

FIGURA VIII - Modelo do Sistema de Garantia de Direitos

Fonte: Adaptado por WR-Consultoria em Políticas Públicas.

É também oportuno, reiterando o princípio da corresponsabilização da família, do

Estado e da sociedade para a garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes, enfatizar o

disposto no artigo 23 do ECA, que diz que a “falta ou a carência de recursos materiais não

constitui motivo suficiente para a perda ou suspensão do pátrio poder” e “não existindo outro

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motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido

em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais

de auxílio” (SEDS/MG, 2012 , p.32).

Enfatize-se, por fim, a corresponsabilidade do Estado, da família e da sociedade no

enfrentamento das situações de violação desses direitos quanto ao esforço necessário para a

sua superação.

7.4 Igualdade de Condições do Acesso de Crianças e Adolescentes aos Sistemas de

Justiça e Segurança Pública

A Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer

natureza, constitui um dos princípios da PNAS, o direito à cidadania não é só declaratório,

isto é, não depende só de palavras ou texto de lei. Ele precisa ter processualidade –, precisa

procedimentalizar o acesso aos direitos na gestão da Assistência Social. Esses direitos

precisam estar presentes na dinâmica dos benefícios, serviços, programas e projetos

socioassistenciais.

O SUAS realiza a garantia de proteção social ativa, isto é, não submete o usuário ao

princípio de tutela, mas a conquista de condições de autonomia, resiliência e sustentabilidade,

protagonismo, acesso a oportunidades, capacitações, serviços, condições de convívio e

socialização, de acordo com sua capacidade, dignidade e projeto pessoal e social.

Para Machado (2003) o sistema especial de proteção tem por base a vulnerabilidade

peculiar de crianças e adolescentes, que por sua vez influencia na aparente quebra do

princípio da igualdade, isto por que:

Distingue crianças e adolescentes de outros grupos de seres humanos simplesmente

diversos da noção do homo médio; b) autoriza e opera a aparente quebra do princípio

da igualdade – porque são portadores de uma desigualdade inerente, intrínseca, o

ordenamento confere-lhes tratamento mais abrangente como forma de equilibrar a

desigualdade de fato e atingir a igualdade jurídica material e não meramente formal

(MACHADO, 2003, p. 123).

Assim, com base na supremacia que o valor da dignidade da pessoa humana recebeu

na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, foi inaugurado um sistema

especial de proteção à infância, expressamente referido no parágrafo 3º do artigo 227, também

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no artigo 228, artigo 226, caput §§ 3º, 4º, 5º e 8º e 229, primeira parte da CF/88. Ainda, XXX

e XXXIII do artigo 7º, e § 3º do artigo 208.

Sendo assim, todas as crianças e adolescentes possuem o mesmo status jurídico de

todos os seres humanos, sem o prejuízo do seu sistema especial de proteção, como o da

proteção integral e o respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e

vulnerabilidade.

No mesmo entendimento: Se o Direito se funda num sistema de garantias dos direitos

fundamentais das pessoas, e no tocante as crianças e adolescentes um sistema especial

de proteção, as pessoas (entre elas crianças e adolescentes) necessariamente têm um

mesmo status jurídico: aquele que decorre dos artigos 227, 228 e 226 da CF e se

cristalizou, na lei ordinária, no Estatuto da Criança e do Adolescente. (MACHADO,

2003, p.146).

A verdadeira igualdade, isto é, a real interpretação do princípio da igualdade é tratar as

pessoas iguais, de forma igual e as pessoas desiguais, de forma desigual. Sendo assim, as

crianças e adolescentes merecem serem tratados de forma diferenciada, recebendo a

prioridade, pelo motivo de estarem em desenvolvimento e em situação de vulnerabilidade

(Beraldi, 2005, p.37).

7.5 Fomento de Estratégias e Mecanismos que Facilitem a Participação Organizada e a

Expressão Livre de Crianças e Adolescentes19

A participação popular organizada na formulação e no controle das políticas públicas

de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente está prevista na

Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente; seus espaços preferenciais de

atuação são os conselhos dos direitos e o processo de conferências (CONANDA, 2010).

A Constituição Brasileira e o Estatuto da Criança e do Adolescente garantem ao

cidadão, criança e adolescente a possibilidade de participar diretamente das decisões

importantes de sua comunidade, cidade, estado e país. O art. 16 do ECA diz que toda criança

e adolescente tem entre outros, o direito de conviver com a família, participar da vida da

comunidade, brincar e praticar esportes, além do direito a se expressar e opinar.

Portanto, é direito de todos os adolescentes, enquanto cidadãs e cidadãos, participarem

da definição dos modelos de atendimento aos seus direitos expressos nas políticas públicas de

educação, saúde, esporte, entre outras. É dever do Estado, da família, da sociedade em geral

19

Texto extraído do documento de referência CONANDA “Política e Plano Decenal dos Direitos Humanos de

Crianças e Adolescentes – Fortalecendo os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente”.

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abrir espaços para a escuta, a expressão, o aprendizado. Só assim eles podem desenvolver-se,

agregar valores e compreender a realidade que os cerca para uma atuação em prol da melhoria

da sua qualidade de vida, bem como de uma coletividade.

A realidade brasileira aponta que a participação política de crianças e adolescentes tem

marcado momentos significativos do país, a exemplo do impeachment e a conquista das

liberdades democráticas. No entanto, para que essa participação seja incorporada como

exercício de cidadania, com ocupação efetiva de espaços políticos, culturais, esportivos e

sociais, é necessário que crianças e adolescentes sejam estimulados e apoiados. A experiência

de algumas organizações governamentais e não governamentais que promoveram esse

processo, vem contribuindo para a construção de um cenário nacional onde crianças e

adolescentes vivenciam plenamente o seu potencial criativo e ousado no processo de

desenvolvimento de um país mais justo e solidário.

Dessa forma, é importante que as Conferências de Crianças e Adolescentes sejam

espaços onde os adolescentes possam se encontrar para partilharem suas expectativas,

expressarem e organizarem suas lutas e necessidades pela conquista dos seus direitos

construídos com seus pares, em conjunto com os outros grupos sociais e governo. Nesse

contexto, é importante que a participação das crianças e adolescentes ocorra desde o processo

das conferências municipais, para tanto os Conselhos de Direitos devem criar mecanismos

que assegurem a participação dos adolescentes na preparação e realização das Conferências

Municipais e Estaduais. Para além das Conferências, os Conselhos de Direitos, mais do que

qualquer outra instância, devem criar mecanismos concretos e permanentes de escuta e

participação de crianças e adolescentes nos próprios Conselhos de Direitos como, por

exemplo, comitês consultivos, plenárias e audiências públicas sistemáticas, possibilitando a

participação efetiva dos mesmos no processo de formulação de políticas públicas. Como

consequência, uma Política Nacional de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes só

será efetiva se for capaz de escutá-los, envolvê-los e responder aos seus desejos, sonhos e

aspirações.

7.6 Qualificação Permanente de Profissionais para Atuarem na Rede de Promoção,

Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes

Para a Política de Assistência Social, a gestão do trabalho no Sistema Único de

Assistência Social –SUAS, compreende o planejamento, a organização e a execução das

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ações relativas à valorização do trabalhador e à estruturação do processo de trabalho

institucional, envolvendo os desenhos organizativos, avaliação de desempenho, adequação

dos perfis profissionais às necessidades do SUAS, mesa de negociação, planos de cargos,

carreira e salários – PCCS, observatórios de práticas profissionais, concursos públicos (MDS,

2013, p.02).

O fortalecimento da gestão do trabalho pressupõe a valorização do elemento humano

em toda e qualquer organização. Contudo, na assistência social, o trabalhador adquire especial

relevância, uma vez que depende da competência da força de trabalho humana – entendida

como o conjunto de saberes, habilidades e atitudes para colocar esses saberes em ação – e está

fortemente apoiado no conhecimento e na formação técnica, ética e política de seu quadro de

pessoal, ainda, baseado no princípio da interdisciplinaridade.

O Sistema Único de Assistência Social propõe o estabelecimento de novas relações

entre gestores e técnicos nas três esferas de governo, destes com dirigentes e técnicos de

entidades prestadoras de serviços, com os conselheiros dos conselhos nacional, estaduais, do

Distrito Federal e municipais, bem como com usuários e trabalhadores. Portanto, as novas

relações a serem estabelecidas exigirão, além do compromisso com a assistência social como

política pública, qualificação dos recursos humanos e maior capacidade de gestão dos

operadores da política.

A construção de uma política municipal de capacitação que promova a qualificação de

forma sistemática, continuada, sustentável, participativa, nacionalizada e descentralizada para

os trabalhadores que atuam na defesa, promoção e proteção de crianças e adolescentes,

configura-se ademais como importante instrumento de uma política de recursos humanos no

município.

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8 Objetivos do Plano

8.1 Objetivo Geral

Organizar e aprimorar de forma sistemática a execução da política de proteção e defesa dos

direitos humanos de crianças e adolescentes conforme preconiza a Política Nacional de

Direitos Humanos de Crianças e adolescentes, com vistas a qualificar os serviços, programas

e benefícios das políticas públicas e os mecanismos de participação para o acompanhamento

do seu desenvolvimento, o monitoramento e a avaliação.

8.2 Objetivos Específicos

Promover o respeito aos direitos da criança e do adolescente na sociedade, de modo a

consolidar uma cultura de cidadania;

Conhecer a realidade para acompanhar os casos de violência, na perspectiva da

melhoria nas ações de enfrentamento às violências contra criança e adolescentes;

Articular e aprimorar os mecanismos de denúncias, notificação e investigação das

violações de direitos de criança e adolescente;

Implantar programas de combate ao uso indevido de dragas lícitas e ilícitas;

Fortalecer a rede de atendimento as vítimas de violências;

Assegurar a assistência social as crianças e adolescentes vítimas de violação de

direitos;

Sensibilizar a população e o empresariado local sobre a necessidade de erradicar o

trabalho infantil;

Fortalecer os vínculos familiares e comunitários das crianças e adolescentes;

Erradicar o analfabetismo de adolescentes no município;

Aprimorar o Programa Menor Aprendiz;

Assegurar atendimento sistemático de proteção integral a crianças e adolescentes

testemunhas de crime, sobretudo quando se trata de denúncias envolvendo o

narcotráfico e extermínio;

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Fortalecimento da Rede de Proteção Integral da criança e adolescente;

Qualificar o CMDCA nas suas atribuições de formular, acompanhar, avaliar as

políticas públicas para crianças e adolescentes e mobilizar a sociedade;

Construir instrumentos de monitoramento das demandas recebidas pelo Conselho

Tutelar;

Fortalecer a comunicação e articulação dos representantes do Sistema de Garantia de

Direito com o CMDCA;

Fortalecer a participação da sociedade civil em fóruns e outros eventos que venham

contribuir na garantia dos direitos humanos da criança e adolescentes.

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83

9. Plano de Ação20

9.1 Eixo 1 – Promoção dos Direitos de Crianças e Adolescentes

20

Os objetivos descritos no plano de ação são emanados da Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes – CONANDA e tem como base os princípios,

eixos e diretrizes que foram definidos para cada eixo de ação (CONANDA, 2013, p.30-42).

OBJETIVO AÇÕES METAS PRAZO RESPONSAVEL PARCERIA

1. Implementar o ensino dos

direitos de crianças e

adolescentes com base no

ECA, ampliando as ações

previstas na Lei 11.525/07

para a educação infantil,

ensino médio e superior.

1. Inclusão de

conteúdos referentes

aos direitos da criança e

do adolescente.

Atingir 100% do Sistema

Educacional do Município. 2017-2026 SEDUC

CMDCA

CME

SGD

2. Recuperação de

espaços físicos para

desenvolvimento de

atividade de esporte,

cultura e lazer.

Recuperar 100% dos

espaços de esporte, cultura

e lazer.

2017- 2026

SEDUC

SEJEL

SEINFRA

CMDCA

SEMAIS

SECULT

2. Universalizar o acesso de

crianças e adolescentes a

políticas culturais, que nas

suas diversas expressões e

1. Criação de projetos

esportivos e culturais

em contraturno escolar

prevendo a inclusão

social.

Atendimento de 100% de

crianças e adolescentes no

contraturno escolar.

2017- 2026

SEDUC

SEJEL

SETUR

SECULT

SEMAIS

SGD

CMDCA

ONGs

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84

manifestações consideremsua

condição peculiar de

desenvolvimento e potencial

criativo.

2. Realizar feiras

itinerantes de Arte e

Cultura.

Estabelecer calendário

anual para realização de

feiras itinerantes de Arte e

Cultura.

2017- 2026

SEDUC

SETUR

SECULT

SEMAIS

SEJEL

SGD

ONGs

3. Promoção e apoio de

torneios e campeonatos

esportivos nas diversas

modalidades.

Realização de 02 torneios

anuais nas diversas

modalidades.

2017- 2026 SEJEL

SEDUC

SEMAIS

ONGs

SECOM

SECULT

4. Ampliar as ações dos

projetos sobre

diversidade cultural nas

unidades de ensino do

município.

Ampliar em 100% as

ações sobre diversidade

cultural nas unidades de

ensino do município.

2017- 2026

SEDUC

SETUR

SECULT

CMDCA

SGD

ONGs

SEPM

5. Adequar o material

didático existente nas

escolas aos

direcionamentos

pedagógicos das leis nº

10.639/2003 e

11.645/2008.

Adequar em 100% o

material didático

pedagógico.

2017- 2026 SEDUC

SECOM

CME

CMDCA

6. Reconhecer a

biblioteca municipal

como espaço de cultura.

Divulgar a biblioteca e

ampliar o número de

visitas e atividades no

espaço da biblioteca

municipal.

2017- 2026

SEDUC

SECOM

SECULT

CMDCA

SEMAIS

SGD

ONGs

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85

3. Consolidar a oferta de

ensino profissionalizante de

qualidade, integrado ao

ensino médio, com fomento à

inserção no mercado de

trabalho dos adolescentes a

partir dos 16 anos, de acordo

com a legislação vigente.

1. Assegurar que os

programas de

capacitação e

treinamento de

adolescentes para o

mundo do trabalho

sejam integrados com a

área de educação.

Integrar 100% as ações de

capacitação a política de

educação.

2017-2026

SEDUC

SEMAIS

SETUR

CMDCA

SISTEMA S

ONGs

SEPM

IFs

GOVERNO DO

ESTADO

INICIATIVA

PRIVADA

2. Implantação da

política municipal de

apoio ao jovem no

acesso ao primeiro

emprego.

Apoiar 100% dos jovens

encaminhados para o

primeiro emprego.

2017- 2026

SEMAIS

SEDUC

SETUR

CMDCA

SECOM

SISTEMA S

MT

ONGS

INICIATIVA

PRIVADA

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86

3. Criar projetos de

educação

profissionalizante nas

escolas que atendam

jovens do ensino

fundamental II e EJA

para que os alunos

tenham a oportunidade

de conhecer as

especificidades de

algumas profissões.

Inserir em 100% os jovens

do ensino fundamental II e

EJA em cursos

profissionalizantes.

2017- 2026

SEDUC

SETUR

SEMAIS

CMDCA

SGD

SECOM

SISTEMA S

MT

ONGs

INICIATIVA

PRIVADA

4. Ampliar o acesso de

adolescentes a partir de

14 anos a programas de

aprendizagem

profissional de acordo

com a Lei nº 10.097/00.

Inserir em 100% os jovens

de 14 anos em

aprendizagem profissional.

2017- 2026

SEDUC

SETUR

SEMAIS

CMDCA

SGD

SECOM

SISTEMA S

MT

ONGs

INICIATIVA

PRIVADA

5. Acompanhar a

inserção e permanência

dos adolescentes a

partir dos 14 anos nos

programas de primeiro

Acompanhar 100% dos

adolescentes inseridos. 2017- 2026

SEMAIS

SEDUC

SGD

SECOM

SETUR

SISTEMA S

MT

ONGs

Page 87: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

87

emprego. INICIATIVA

PRIVADA

4. Criação e incentivo a

projetos educativos e curso

profissionalizante para

adolescentes com deficiência.

1. Ofertar projetos e

cursos

profissionalizantes para

adolescentes com

deficiência.

Inserir 100% dos

adolescentes com

deficiência.

2017- 2026 SEDUC

SEMAIS

SGD

SECOM

SETUR

SISTEMA S

MT

ONGs

INICIATIVA

PRIVADA

5. Ampliar o acesso de

crianças e adolescentes e suas

famílias aos serviços de

proteção social básica e

especial por meio da

expansão e qualificação da

política de assistência social.

1. Promover o acesso a

benefícios e

transferência de renda

conforme critérios do

MDSA.

Manter Cadastro Único

atualizado. 2017- 2026 SEMAIS

CMDCA

CMAS

SEDUC

SESCAB

2. Ampliar a cobertura

de atendimento de

Proteção social Básica e

Especial, com

implantação de

Implantar unidades de

CRAS e CREAS conforme

crescimento populacional.

2017- 2026

SEMAIS

SEINFRA

SEFIN

MDSA

SEDH

CMAS

CMDCA

Page 88: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

88

unidades de CRAS e

CREAS conforme

crescimento

populacional.

3. Assegurar a

realização de concurso

público para os

profissionais da

assistência social.

Atingir percentual mínimo

de 60% de trabalhadores

do SUAS de nível superior

e médio com vínculo de

servidor estatutário.

2017- 2026 SEAD

SEMAIS

MDSA

SEDH

CMAS

CMDCA

4. Contratar e capacitar

a equipe para atuação

na Abordagem social.

Contratar e capacitar 100%

dos profissionais que

atuam na abordagem

social.

2017- 2026 SEMAIS

MDSA

SEDH

CMAS

CMDCA

5. Aprimorar o

atendimento aos

adolescentes em

cumprimento de

medidas

socioeducativas de

Prestação de Serviço à

Comunidade e

Liberdade Assistida.

Ampliação e capacitação

da equipe de profissionais

do CREAS - PAEFI.

2017- 2026 SEMAIS

SEDH

MDS

CMAS

CMDCA

6. Construir

diagnósticos sobre a

incidência de violações

que atentem contra a

dignidade de crianças e

Realizar diagnóstico a

cada 05 (cinco) anos sobre

a incidência de violações

que atentem contra a

dignidade de crianças e

2017- 2026

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

SGD

UFPB

SEDH

CMDCA

Page 89: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

89

adolescentes fazendo

recorte de gênero e

raça/cor, referenciando

as áreas de incidências

às regiões político

administrativas.

adolescentes. CMDPD

CMAS

SETUR

7. Fortalecer as famílias

para enfrentar as

violações que atentem

contra a dignidade de

crianças e adolescentes.

Realizar ações de

fortalecimento às famílias

para enfrentar as violações

que atentem contra a

dignidade de crianças e

adolescentes.

2017- 2026

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

SETUR

SECOM

MP

SGD

CMDCA

CMAS

ONGs

SOCIEDADE

CIVIL

8. Aprimorar a

articulação das ações de

assistência social com

os programas de

profissionalização e

geração de emprego e

renda.

Instituir fluxos de ações

entre assistência social

com os programas de

profissionalização e

geração de emprego e

renda.

2017-2026

SEMAIS

CMAS

CMDCA

SGD

MT

9. Ampliação e

territorialização dos

SCFV.

Ampliar em 100% o

SCVF. 2017 - 2026 SEMAIS

MDS

CMAS

CMDCA

SGD

ONGs

Page 90: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

90

10. Assegurar a

convivência familiar e

comunitária das

crianças e adolescentes

em acolhimento

institucional.

Assegurar a convivência

familiar e comunitária de

100% das crianças e

adolescentes em

acolhimento institucional.

2017- 2026 SEMAIS

MDS

CMDCA

SEDH

SGD

6. Universalizar o acesso ao

registro civil e a

documentação básica de

crianças e adolescentes e suas

famílias.

1. Realizar estudos dos

cadastros dos agentes

comunitários de saúde

para detectar e

quantificar crianças e

adolescentes sem

registro de nascimento.

Erradicar o subregistro de

nascimento de crianças e

adolescentes

2017-2026

SEMAIS

SESCAB

PROMOTORIA DA

INFÂNCIA E DA

JUVENTUDE

SEDUC

SEDH

2. Realizar um

diagnóstico para

identificar a paternidade

das crianças e dos

adolescentes registrados

apenas pela mãe.

Regularizar em 100% a

paternidade não

identificada nos registros

de crianças e adolescentes.

2017 - 2026

SEMAIS

SEDUC

SESCAB

PROMOTORIA DA

INFÂNCIA E DA

JUVENTUDE

CMDCA

SGD

SEDH

7. Expandir e qualificar

políticas de atenção integral à

saúde de crianças,

adolescentes e suas famílias.

1. Reprodução e

divulgação da

Caderneta de Saúde do

Adolescente.

Distribuição de caderneta

de saúde para

adolescentes.

2017- 2026 SESCAB

SEDUC

CMDCA

SGD

2. Ampliar o serviço

psicoterapêutico

ofertado nos espaços de

Cobertura de 100% de

atendimento

psicoterapêutico à crianças

2017- 2026 SESCAB

ONGs

CMAS

MINISTÉRIO DA

Page 91: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

91

saúde do município

específicos para

crianças e adolescentes

vítimas de violência.

e adolescentes vítimas de

violência.

SAÚDE

3. Intensificar as ações

de assistência ao pré-

natal, parto e pós-parto

para redução da

mortalidade materna e

neonatal. Prevenção de

fatores de risco ao

desenvolvimento de

TEA nas gestantes.

Capacitar os profissionais

para acompanhamento de

mães e seus filhos.

2017- 2026 SESCAB

ONGs

CMAS

MINISTÉRIO DA

SAÚDE

4. Ampliar e capacitar

as equipes

multidisciplinares para

o atendimento das

crianças e adolescentes

com deficiência.

Capacitar 100% dos

profissionais para o

atendimento das crianças e

adolescentes com

deficiência

2017- 2026 SESCAB

ONGs

CMS

MINISTÉRIO DA

SAÚDE.

SECRETARIA DE

ESTADO DA

SAÚDE

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92

5. Fortalecer o

Programa Saúde na

Escola envolvendo

escola, família e

comunidade e

articulando ações com a

equipe do Programa

Saúde da Família.

Envolver 100% das

escolas e comunidade na

articulação das ações do

Programa Saúde na

Escola.

2017- 2026 SESCAB

SEDUC

CMDCA

SEMAIS

CMAS

SGD

ONGs

SOCIEDADE

CIVIL

6. Implantar como tema

transversal a orientação

nutricional e

alimentação saudável

nas escolas e creches.

Envolver 100% das

escolas e creches 2017- 2026

SESCAB

SEDUC

CMDCA

CME

SECOM

7. Ampliar a cobertura

da atenção básica no

município.

Ampliar as Unidades de

Saúde da Família,

conforme aumento da

população e

territorialização.

2017- 2026 SESCAB

SEINFRA

MINISTÉRIO DA

SAÚDE

CMS

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93

8. Fortalecimento das

organizações da

sociedade civil que

trabalham com ações de

promoção e atenção a

saúde sexual e

reprodutiva de crianças

e adolescentes.

Firmar parceria com

organizações da sociedade

civil.

2017- 2026

SESCAB

ONGs

CMS

SEDUC

CMDCA

MINISTÉRIO DA

SAÚDE CMS

9. Intensificação das

ações de prevenção

com a inclusão de

conteúdos sobre a

educação sexual nas

escolas.

Garantir o atendimento

continuado e de forma

suplementar para as

vítimas de violência

sexual.

2017- 2026 SESCAB

SEDUC

CMDCA

SGD

SEMAIS

10. Parceria entre

família, escola e

unidade de saúde no

processo de prevenção

de gravidez na

adolescência.

Reduzir em 100% a

incidência de gravidez na

adolescência.

2017- 2026 SEDUC

SESCAB

SGD

CMDCA

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94

8. Priorizar e articular as

ações de atenção integral a

crianças de 0 a 6 anos, com

base no Plano Nacional pela

Primeira Infância.

1. Atualizar, a cada ano,

o levantamento da

demanda por creche

para a população de até

03 (três) anos como

forma de planejar a

oferta e verificar o

atendimento da

demanda manifesta.

Atender 100% das crianças

de 0 a 3 anos nas creches e

100% das crianças de 4 a 5

anos na pré-escola.

2017-2026

SEDUC

SEINFRA

CME

CMDCA

SOCIEDADE

CIVIL

2. Promover a formação

continuada dos

gestores, supervisores,

professores e demais

profissionais que atuam

nas creches.

Capacitar 100% dos

profissionais que atuam

nas creches. 2017-2026

SEDUC

MEC

CME

CMDCA

3. Fortalecer parcerias

com as secretarias de

saúde e ação e inclusão

social para o

atendimento integral à

criança, considerando

seus aspectos físicos,

afetivo, cognitivo/

linguístico,

sociocultural, bem

como as dimensões

lúdicas, artística e

imaginária.

Fortalecer projetos

intersetoriais que

envolvam crianças e

adolescentes.

2017-2026

SEDUC

SECRETARIAS DO

MUNICIPIO

CMDCA

CME

SOCIEDADE

CIVIL

ONGs

Page 95: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

95

4. Garantir espaços

físicos, equipamentos,

brinquedos e materiais

adequados nas

instituições de educação

infantil públicas e

conveniadas,

considerando as

necessidades

educacionais especiais e

a diversidade cultural.

Equipar e reestruturar

100% das unidades de

educação infantil. 2017-2026

SEDUC

SEINFRA

CMDCA

CME

MINISTÉRIO DA

EDUCAÇÃO.

5. Regularizar a

situação do

funcionamento das

unidades de ensino

infantil particulares

perante o Conselho

Municipal de Educação.

Regularizar 100% das

escolas e berçários da rede

privada perante o

Conselho Municipal de

Educação.

2018

SEDUC

CONSELHO DE

EDUCAÇÃO

MINISTÉRIO DA

EDUCAÇÃO.

REDE PRIVADA

DE ENSINO

9. Universalizar o acesso e

assegurar a permanência e o

sucesso de crianças e

adolescentes na educação

básica, expandindo

1. Implementação de

programas para a

inclusão e permanência

de crianças e

adolescentes na

educação básica.

Atingir 100% da

permanência de crianças e

adolescentes na educação

básica.

2017- 2026

SEDUC

CME

CMDCA

SGD

SOCIEDADE

CIVIL

Page 96: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

96

progressivamente a oferta de

educação integral, com a

ampliação da jornada escolar,

dos espaços e das

oportunidades educacionais.

2. Ampliação da Sala

de Recursos para

Educação Inclusiva.

Ampliar 100% da

cobertura de crianças e

adolescentes com

deficiência na educação

inclusiva.

2017-2026

SEDUC

CME

SEMAIS

CMDCA

SGD

COMPED

3. Melhoria de

acessibilidade nas

unidades de ensino.

Atingir 100% de

acessibilidade nas

unidades de ensino

municipal.

2017- 2026

SEDUC

CME

SEINFRA

CMDCA

SGD

COMPED

4. Realização de

Concurso público para

cuidadores escolares

para as

crianças/adolescentes

com deficiência.

Ampliar a cobertura de

cuidadores escolares em

100%.

2017- 2026

SEDUC

SEAD

CMDCA

SGD

COMPED

Page 97: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

97

5. Mapeamento das

crianças e adolescentes

com deficiência

residentes no

município, pelos

agentes de saúde.

Mapear 100% das crianças

e adolescentes com

deficiência residentes no

município.

2017- 2018

SESCAB

SEDUC

SEMAIS

CMDCA

SGD

COMPED

CMAS

6. Inclusão da pessoa

com deficiência no

mercado de trabalho,

conforme legislação

trabalhista para o jovem

trabalhador.

Inserção de 100% de

pessoa com deficiência no

mercado de trabalho.

2017- 2026 SEMAIS

SEDUC

CMDCA

SGD

SETUR

SISTEMAS

COMPED

7. Fortalecer as ações

do Centro de

Atendimento

Educacional

Especializado José

Enivaldo Miranda Neto

– CAEE.

Ampliar o atendimento do

Centro de Atendimento

Educacional Especializado

José Enivaldo Miranda

Neto – CAEE.

2017- 2026 SEDUC

SEMAIS

SESCAB

COMPED

Page 98: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

98

8. Apoiar iniciativas

que favoreçam a

eliminação dos

obstáculos que

dificultam a livre

circulação de crianças e

adolescentes com

deficiência.

Eliminar em 100% as

barreiras arquitetônicas.

2017- 2026 SEINFRA

CMDCA

SGD

SEMAIS

SEDUC

COMPED

9. Realizar busca ativa

para localizar as

crianças e adolescentes

que tenham deficiência,

transtornos globais do

desenvolvimento e altas

habilidades ou

superdotação, para

encaminhá-los para as

unidades de ensino.

Ação permanente 2017- 2026 SEDUC

CMDCA

SEMAIS

SESCAB

SGD

COMPED

Page 99: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

99

10. Realizar campanhas

de sensibilização e

palestras informativas

visando a prevenção do

uso do álcool e outras

drogas.

Realizar campanha anual

de sensibilização e

palestras informativas na

perspectiva da redução de

danos.

2017- 2026 SEMAIS

SESCAB

CMDCA

CT

SEDUC

SECOM

11. Incentivar a prática

esportiva nas escolas e

comunidade em geral;

Ação permanente 2017-2026 SEDUC

SEJEL

SEMAIS

CMDCA

12. Potencializar

projetos de cultura,

lazer e esporte que

garantam o cuidado e

tratamento de crianças e

adolescentes usuários

de álcool e drogas

ampliando a rede de

serviços.

Garantir a inserção em

100% de crianças e

adolescentes usuários de

álcool e drogas em

projetos de cultura, lazer e

esporte.

2017- 2026

SEDUC

SEJEL

SECULT

MP

CMDCA

SGD

SECOM

SETUR

ONGs

INICITIVA

PRIVADA

Page 100: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

100

9.2 Eixo 2 - Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes

OBJETIVO AÇÕES METAS PRAZO RESPONSAVEL PARCERIA

1. Ampliar e articular

políticas, programas, ações e

serviços para a promoção,

proteção e defesa do direito

de crianças e adolescentes à

convivência familiar e

comunitária, com base na

revisão e implementação do

Plano Nacional temático.

1. Fortalecimento do

serviço de acolhimento

institucional para

crianças e adolescentes

Manter e adequar a

unidade de acolhimento

institucional para crianças

e adolescentes.

2017 SEMAIS

MDS

CMDCA

SGD

2. Aprimoramento de

ações de reintegração

familiar e

fortalecimento de

vínculos.

Promover reintegração de

crianças e adolescentes em

acolhimento institucional.

2017 - 2026 SEMAIS

SGD

CMDCA

SGD

ONGs

SOCIEDADE

CIVIL

3. Instituir em parceria

com a promotoria da

infância e da juventude

projetos de

apadrinhamento para

crianças e adolescentes

em situação de risco

social.

Executar projetos de

apadrinhamento para

crianças e adolescentes em

situação de risco social.

2017-2026

SEMAIS

PROMOTORIA DA

INFÂNCIA E DA

JUVENTUDE

VARA DA

INFÂNCIA E DA

JUVENTUDE

CMDCA

SGD

SECOM

ONGs

INICIATIVA

PRIVADA

Page 101: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

101

2. Ampliar e articular

políticas, programas, ações e

serviços para o

enfrentamento da violência

sexual contra crianças e

adolescentes, com base no

Plano Nacional temático.

1. Realização de

diagnóstico sobre

violência sexual de

criança e adolescente.

Instituir indicadores sobre

violência sexual de

crianças e adolescentes no

município.

2017- 2026

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

CMDCA

ONG's

SETUR

ONGs

SOCIEDADE

CIVIL

2. Criação de Serviço

de Saúde Especializado

para atendimento de

crianças e adolescentes

vítimas de violência

sexual.

Criar serviço especializado

para atendimento de

crianças e adolescentes

vítimas de violência

sexual.

2017- 2026 SESCAB

CMDCA

SEMAIS

CT

SGD

MP

3. Promoção de ações

de sensibilização

quanto ao dever de

notificação das

situações de violência

sexual.

Notificar as situações de

violência sexual. 2017- 2026

SEMAIS

CT

SESCAB

SEDUC

CMDCA

ONG's

SETUR

ONGs

SOCIEDADE

CIVIL

Page 102: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

102

4. Inclusão do tema

Violência Sexual em

todos os trabalhos de

grupo com famílias, nas

reuniões de pais e

professores e na

Atenção.

Incluir em 100% dos

grupos de Atenção Básica,

o tema Violência Sexual.

2017- 2026 SESCAB

CMDCA

SEMAIS

SEDUC

ONGs

SOCIEDADE

CIVIL

5. Realização de

oficinas com famílias,

crianças e adolescentes

vítimas de violência

sexual.

Promover oficinais anuais

para crianças e

adolescentes vítimas de

violência sexual.

2017- 2026

SESCAB

SEMAIS

SEDUC

CT

SGD

CMDCA

ONGs

SOCIEDADE

CIVIL

3. Definir diretrizes para as

atividades de prevenção ao

uso de drogas por crianças e

adolescentes conforme a Lei

11. 343/06, bem como

ampliar, articular e qualificar

as políticas sociais para

prevenção e atenção a

1. Intensificar as ações

de fiscalização, pelos

órgãos competentes,

dos estabelecimentos

que vendam bebidas

alcoólicas e outras

drogas lícitas, de forma

a impedir a aquisição

Fiscalizar 100%dos

estabelecimentos que

vendam bebidas alcoólicas

e outras drogas lícitas.

2017- 2026 SGD

CT

CMDCA

CMAS

ONGs

SOCIEDADE

CIVIL

Page 103: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

103

crianças e adolescentes

usuários e dependentes de

álcool e outras drogas.

por crianças e

adolescentes.

2. Preservação do

direito de receber

tratamento adequado a

toda pessoa com

problemas decorrentes

do uso indevido de

drogas.

Garantir tratamento de

100% de crianças e

adolescentes com

problemas decorrentes do

uso indevido de drogas.

2017- 2026 SESCAB

SEMAIS

SGD

CMDCA

CMAS

ONGs

CMS

GOVERNO

ESTADUAL

GOVERNO

FEDERAL

3. Realizar

planejamento

estratégico com ações

coordenadas dos

diversos órgãos

Planejamento anual

estratégico. 2017- 2026 SESCAB

SGD

CMDCA

CMAS

Page 104: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

104

(educação, assistência

social, saúde e

segurança pública, além

de outros parceiros), no

enfrentamento do uso

indevido de drogas

lícitas e ilícitas.

SEMAIS

SGD

CMDCA

CMAS

ONGs

CMS

SEJEL

SETUR

SEPM

GOVERNO

ESTADUAL

GOVERNO

FEDERAL

4. Estruturação do

COMPOD,

resguardando o seu

funcionamento

adequado e eficaz, quer

seja de material

humano, físico ou

orçamentário.

Estruturar uma unidade do

COMPOD. 2017-2018 SEMAIS

CMDCA

CMAS

SEINFRA

Page 105: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

105

5. Realizar campanhas e

palestras para

sensibilizar a sociedade

sobre os prejuízos

sociais e as implicações

negativas pelo uso

indevido de drogas e

suas consequências.

Realizar duas campanhas

anuais. 2017- 2026

SEMAIS

COMPOD

SECOM

CMDCA

CMAS

SESCAB

SEDUC

SEJEL

SETUR

GOVERNO

ESTADUAL

GOVERNO

FEDERAL

6. Assegurar programas

especiais de tratamento

de crianças e

adolescentes que são

usuárias de substancias

psicoativas.

Garantir atendimento

especial a 100% de

crianças e adolescentes.

2017- 2026 SESCAB

SEMAIS

SEDUC

CMDCA

CMAS

SGD

GOVERNO

ESTADUAL

GOVERNO

FEDERAL

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106

7. Regular em âmbito

municipal as taxas

específicas para serem

arrecadadas sobre as

atividades da indústria

de bebidas alcoólicas e

do tabaco, para

financiar tratamento,

recuperação, redução de

danos e reinserção

social e profissional de

dependentes químicos e

de seus familiares.

Instituir Lei e Normas de

regulação em âmbito

municipal das taxas

específicas para serem

arrecadadas sobre as

atividades da indústria de

bebidas alcoólicas e do

tabaco.

2017- 2026 SEAD

SGD

CMDCA

COMPOD

CMAS

CMS

CÂMARA

MUNICIPAL

SOCIEDADE

CIVIL

8. Propor por meio de

dispositivos legais,

incluindo incentivos

fiscais, o

estabelecimento de

parcerias e convênio

nas três esferas do

governo, que

possibilitem a atuação

de instituições e

organizações públicas,

não governamentais ou

privadas que

contribuam no

Instituir leis e normas para

convênios e parcerias. 2017- 2026

SEAD

SESCAB

SEMAIS

SGD

CMDCA

COMPOD

CMAS

CMS

CÂMARA

MUNICIPAL

SOCIEDADE

CIVIL

Page 107: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

107

tratamento,

recuperação, redução

do dano, reinserção

social e ocupacional.

9. Estruturação do

CAPS AD.

Ampliação de equipe

multidisciplinar para o

CAPS AD, para

acompanhamento

específico de crianças e

adolescentes.

2017-2026 SESCAB

MINISTÉRIO DA

SAÚDE

CMS

4. Ampliar e articular

políticas, programas, ações e

serviços para a proteção e

defesa de crianças e

adolescentes identificadas em

situação de trabalho infantil,

com base no Plano Nacional

temático.

1. Realizar campanhas

de sensibilização a

população e o

empresariado local no

enfrentamento e

erradicação do trabalho

infantil.

Campanha anual.

Divulgação do fluxograma

de atendimento das

situações de trabalho

infantil.

2017- 2026 SECOM

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

CMDCA

FEPETI

CMAS

ONGs

SEJEL

SETUR

MTE

INICIATIVA

PRIVADA

SOCIEDADE

CIVIL

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108

2. Fortalecer as ações

socioeducativas para

crianças e adolescentes

em situação de trabalho

infantil proporcionando

atividade continuada.

Atingir 100% de crianças e

adolescentes em ações

educativas no combate de

toda e qualquer forma de

trabalho infantil.

2017- 2026

SEMAIS

SEDUC

ONGs

CMDCA

FEPETI

SGD

INCIATIVA

PRIVADA

MTE

3. Assegurar

acompanhamento dos

jovens de 16 anos de

idade nos programas de

primeiro emprego.

Atingir o

acompanhamento de 100%

dos jovens no primeiro

emprego.

2017- 2026

SEMAIS

SEDUC

SGD

MTE

MP

SISTEMA S

SETUR

INCIATIVA

PRIVADA

ONGs

Page 109: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

109

4. Assegurar que os

recursos provenientes

de multas pela

exploração do trabalho

infantil e pela inserção

irregular de crianças e

adolescentes no mundo

trabalho sejam

revertidos para o FIA

municipal.

Garantir 50% dos recursos

provenientes de multas

sejam revertidos para o

FIA municipal.

2017- 2026

SEAD

PROGEM

SEFIN

CMDCA

SGD

MTE

FEPET

ONGs

5. Definir diretrizes e

implementar políticas sociais

articuladas que assegurem a

proteção integral e o direito à

convivência familiar e

comunitária de crianças e

adolescentes em situação de

rua.

1. Implantar e

implementar o CREAS

POP.

Manter atendimento

continuado à população

em situação de rua.

2017-2026

SEMAIS

SESCAB

CMAS

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

6. Formular diretrizes e

parâmetros para estruturação

de redes integradas de

atenção a crianças e

adolescentes em situação de

violência e violação de

direitos, com base nos

princípios de celeridade,

humanização e continuidade

1. Fortalecer fluxos de

atendimentos e atenção

integrada para crianças

e adolescentes em

situação de violência e

violação de direitos,

conforme portaria

10904/2016.

Garantir celeridade na

notificação e resolução em

100% dos casos de

violências e violações de

direitos

2017- 2026

SEMAIS

SESCAB

CT

SGD

CMDCA

CMAS

ONGs

FEPETI

SETUR

GOVERNO

ESTADUAL

Page 110: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

110

no atendimento. GOVERNO

FEDERAL

2. Formar equipe de

matriciamento e

monitoramento dos

encaminhamentos de

referência e

contrarreferência de

crianças e adolescentes,

agilizando o fluxo e

garantindo o

atendimento.

Capacitar equipe e instituir

fluxograma de

atendimento.

2017- 2026

SEMAIS

SESCAB

CT

SGD

CMDCA

CMAS

ONGs

FEPETI

SETUR

GOVERNO

ESTADUAL

GOVERNO

FEDERAL

7. Ampliar e articular

políticas, programas, ações e

serviços para atendimento a

adolescentes autores de ato

infracional, a partir da

revisão do Sistema Nacional

de Atendimento

Socioeducativo, observadas

as responsabilidades do

1. Alimentar

sistematicamente os

dados no SIPIA

SINASE e SICAD para

estabelecer banco de

dados sobre

adolescentes em

cumprimento de medida

socioeducativa.

Manter os sistemas

atualizados. 2017- 2026

SEMAIS

CMDCA

CT

SGD

CMAS

ONGs

FEPETI

SETUR

GOVERNO

ESTADUAL

Page 111: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

111

executivo e do sistema de

justiça.

GOVERNO

FEDERAL

2. Implantar o Sistema

Municipal de

Atendimento

Socioeducativo.

Garantir a efetivação do

Plano Municipal para o

Atendimento das Medidas

Socioeducativo no Meio

Aberto.

2017 - 2016

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

CMDCA

CT

SGD

CMAS

ONGs

FEPETI

SETUR

GOVERNO

ESTADUAL

GOVERNO

FEDERAL

8. Formular diretrizes e

parâmetros para estruturação

de redes integradas de

atendimento de crianças e

adolescentes egressos do

sistema socioeducativo e do

acolhimento institucional.

1. Priorizar o

atendimento dos casos

de egressos do sistema

socioeducativo e

acolhimento

institucional e

acompanhamento pelo

CRAS, CREAS e

UFSC, sistema

Ação permanente 2017- 2026

SEMAIS

SEDUC

SESCAB

CMDCA

FEPETI

CMAS

ONGs

SEJEL

SETUR

Page 112: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

112

9.3 Eixo 3 – Protagonismo e Participação de Crianças e Adolescentes

educacional e de

profissionalização.

MTE

INICIATIVA

PRIVADA

SOCIEDADE

CIVIL

OBJETIVO AÇÕES METAS PRAZO RESPONSAVEL PARCERIA

1. Promover o protagonismo

e a participação de crianças e

adolescentes nos espaços de

convivência e de construção

da cidadania, nos processos

de formulação, deliberação,

monitoramento e avaliação

das políticas públicas.

1. Garantir a inclusão

de crianças e

adolescentes na

elaboração e avaliação

das ações de combate às

violações a sua

dignidade.

Garantir a participação

efetiva nos espaços de

controle Social conselhos,

fóruns e conferências

acerca da temática, criança

e adolescente, bem como

na elaboração democrática

de políticas públicas.

2017 a 2026 CMDCA

SGD

SEMAIS

SECOM

SOCIEDADE

CIVIL

ONGs

2. Ampliar o acesso de

crianças e adolescentes, na

sua diversidade, aos meios de

comunicação para expressão

e manifestação de suas

opiniões.

1. Incentivar espaços

permanentes de

participação na

discussão de temas

relacionados aos seus

direitos e deveres nos

meios de comunicação

locais.

Realizar uma campanha

midiática com crianças e

adolescentes

2017 a 2026 CMDCA.

SGD

SEMAIS

SECOM

SOCIEDADE

CIVIL

ONGs

Page 113: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

113

9.4 Eixo 4 – Controle Social da Efetivação dos Direitos

OBJETIVO AÇÕES METAS PRAZO RESPONSAVEL PARCERIA

1. Universalizar os Conselhos

de Direitos da Criança e do

Adolescente, qualificando

suas atribuições de formular,

acompanhar e avaliar as

políticas públicas para

crianças e adolescentes e de

mobilizar a sociedade.

1. Estruturação do

COMPOD e CMDCA,

resguardando o

funcionamento

adequado e eficaz, quer

seja de equipamentos,

materiais e humano

equipe técnica.

100% dos conselhos

adequados à legislação e

as normas vigentes, com

equipe técnica

especializada.

2017 - 2026

CMDCA

COMPOD

SESCAB

SEMAIS

SGD

SOCIEDADE

CIVIL

GOVERNOS

ESTADUAL E

FEDERAL

2. Elaboração de

material de divulgação

do CMDCA, através

dos meios de

comunicação (mídia,

vinhetas, folders).

Confecção e divulgação

permanente da função e

das ações do CMDCA.

2017 -2026

SEMAIS

CMDCA

SECOM

SGD

SOCIEDADE

CIVIL

ONGs

GOVERNOS

ESTADUAL E

FEDERAL

3. Aprimorar a

comunicação entre os

órgãos de controle das

políticas públicas

voltadas para crianças e

adolescentes e suas

famílias.

Reunião intersetorial

sistemática com

representantes dos

conselhos de políticas

públicas e conselhos

tutelares.

2017-2026

CMAS

CMDCA

CMS

COMPOD

COMPED

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

SETUR

SEJEL

ONGs

SGD

Page 114: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

114

9.5 Eixo 5 – Gestão da Política Nacional dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

4. Fortalecer a ação dos

conselhos de políticas

públicas existente no

município.

100% dos conselhos de

políticas públicas

adequados e em pleno

funcionamento.

2017-2026

CMAS

CMDCA

CMS

COMPOD

COMPED

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

SETUR

SEJEL

ONGs

SGD

OBJETIVO AÇÕES METAS PRAZO RESPONSAVEL PARCERIA

1. Estabelecer mecanismos e

instâncias para a articulação,

coordenação e pactuação das

responsabilidades de cada

esfera de governo na gestão

do Plano Decenal dos

Direitos Humanos de

Crianças e Adolescentes.

1. Fortalecer a

comunicação e

articulação dos

representantes do SGD

e das secretarias

municipais com o

CMDCA.

Realizar encontros

mensais. 2017- 2026

CMAS

CMDCA

CMS

COMPOD

COMPED

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

SETUR

SEJEL

ONGs

SGD

SOCIEDADE

CIVIL

Page 115: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

115

2. Criar Comissão no

CMDCA para

monitoramento do

plano.

Instituir comissão de

monitoramento do

CMDCA.

2017 CMDCA

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

SETUR

SEJEL

ONGs

SGD

SOCIEDADE

CIVIL

2. Dotar a política dos

direitos humanos de crianças

e adolescentes de recursos

suficientes e constantes para

implementação das ações do

Plano Decenal, com plena

execução orçamentária.

1. Garantir execução

orçamentaria para

manutenção e

funcionamento do

CMDCA.

Realizar execução

financeira. 2017- 2026

SEMAIS

CMDCA

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

Page 116: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

116

2. Garantir execução

orçamentaria para

manutenção e

funcionamento dos

conselhos Tutelares.

Realizar execução

financeira. 2017- 2026

SEMAIS

CMDCA

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

3. Garantir execução

orçamentaria para

efetivação do Plano

Decenal dos Direitos

humanos de crianças e

adolescentes.

Garantir um percentual do

orçamento para efetivação

do plano.

2017- 2026

SEMAIS

SEDUC

SEAD

SESCAB

SEJEL

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

Page 117: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

117

3. Estabelecer e implementar

mecanismos de

cofinanciamento e de repasse

de recursos do Fundo da

Infância e adolescência entre

as três esferas de governo, na

modalidade Fundo a Fundo,

para as prioridades

estabelecidas pelo plano

decenal, de acordo com os

parâmetros legais e

normativos do Conanda.

1. Garantir o repasse de

recursos do Fundo da

Infância e Adolescência

para as prioridades

estabelecidas pelo plano

decenal.

Destinação de 1% do

orçamento anual do

município para o FIA.

2017-2026

SEAD

PROGEM

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

SOCIEDADE

CIVIL

2. Promoção de

campanhas para

divulgação e incentivo

ao FIA/CMDCA.

Campanha Anual 2017- 2026

CMDCA

PROJEM

CMDCA

SEMAIS

SECOM

SOCIEDADE

CIVIL

ONGs

SGD

3. Elaboração do plano

de aplicação do

Efetivação da aplicação do

Plano. 2017- 2026

CMDCA

SEMAIS

SOCIEDADE

CIVIL

Page 118: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

118

FMDCA. ONGs

SGD

4. Instituir editais que

assegure a participação

das ONGs no uso dos

recursos do FIA e do

FMDCA.

Publicação de edital anual. 2017- 2026 CMDCA

SEMAIS

SOCIEDADE

CIVIL

ONGs

SGD

4. Formular e Implementar

uma política de formação

continuada, segundo

diretrizes estabelecidas pelo

Conanda, para atuação dos

operadores do Sistema de

Garantias de Direitos, que

leve em conta a diversidade

regional, cultural e étnico-

racial.

5. Assegurar o repasse

das multas

administrativas

previstas no ECA para

o FMDCA.

Repasse de 100% das

multas administrativas

previstas no ECA para o

FMDCA.

2017- 2026 CMDCA

SEMAIS

SOCIEDADE

CIVIL

ONGs

SGD

1. Realização de

formação continuada

para os conselheiros

tutelares, conselheiros

do CMDCA e demais

integrantes do Sistema

de Garantia de Direitos.

Capacitar 100% dos

conselheiros profissionais

que atuam no Sistema

Garantia de Direitos.

2017- 2026

SEMAIS

SEDH

CMDCA

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

Page 119: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

119

2. Capacitação sobre

identificação e

enfrentamento dos

casos de violência

sexual.

Capacitar 100% dos

profissionais. 2017- 2026

SEMAIS

SEDH

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

3. Realizar capacitação

sobre prevenção do uso

indevido de drogas

lícitas e ilícitas.

Capacitar 100% dos

trabalhadores. 2017-2026

SESCAB

SEMAIS

SEDUC

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

Page 120: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

120

UNIVERSIDADES

4. Formação e

capacitação da equipe

técnica que atua nos

Serviços de

Fortalecimentos de

Vínculos Familiar e

Comunitários.

Capacitar 100% dos

trabalhadores. 2017- 2026

SEMAIS

SEDH

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

UNIVERSIDADES

5. Qualificação dos

profissionais de

educação na temática

do analfabetismo.

Capacitar 100% dos

trabalhadores. 2017- 2026

SEDUC

SEE

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

Page 121: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

121

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

UNIVERSIDADES

6. Ampliar e capacitar

as equipes

multiprofissionais para

o atendimento à

crianças e adolescentes

com deficiência.

Capacitar 100% dos

trabalhadores. 2017- 2026

SEDUC

SESCAB

SEMAIS

SEE

SEDH

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

UNIVERSIDADES

7. Qualificação dos

profissionais da rede de

atendimento a criança e

ao adolescente sobre a

Qualificar 100% dos

profissionais. 2017- 2026

SEDUC

SESCAB

SEMAIS

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

Page 122: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

122

temática do trabalho

infantil.

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

UNIVERSIDADES

5. Desenvolver metodologias

e criar mecanismos

institucionais de

monitoramento e avaliação

da política Nacional e do

Plano Decenal dos Direitos

Humanos de Crianças e

Adolescentes e do seu

respectivo orçamento.

1. Criar um sistema de

informação,

monitoramento e

avaliação do plano.

Instituir um sistema de

informação para

implementação do plano.

2017- 2026

SEDUC

SESCAB

SEMAIS

GOVERNO

FEDERAL

GOVERNO

ESTADUAL

CMDCA

CMAS

COMPED

COMPOD

ONGs

SGD

2. Atualização do banco

de dados do Cadastro

Atualizar em 100% o

CNEAS. 2017- 2026

SEMAIS

CMDCA ONGs

Page 123: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

123

Nacional e Entidades de

Assistência Social

(CNEAS).

CMAS

3. Atualização do banco

de dados das ONG‟s,

contendo informações

sobre recursos

humanos,

infraestrutura,

desempenho de

atividades e público

atendido.

Manter 100% das ONG‟s

cadastradas e atualizadas. 2017- 2026

CMAS

CMDCA

SEMAIS

ONGs

FEPETI

SETUR

GOVERNO

ESTADUAL

GOVERNO

FEDERAL

4. Atualização dos

dados estatísticos com a

devida divulgação dos

atendimentos feitos

pelos CT‟s juntos aos

órgãos do SGD e às

ONG‟s.

Alimentar

sistematicamente os dados

no SIPIA SINASE,

SICAD.

2017- 2026

SEMAIS

SESCAB

SEDUC

CMDCA

CT

SGD

CMAS

ONGs

FEPETI

SETUR

GOVERNO

ESTADUAL

GOVERNO

FEDERAL

Page 124: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

124

10- Implementação, Monitoramento e Avaliação

O sucesso da efetivação de um plano municipal que visa à promoção, proteção e

defesa dos direitos de crianças e adolescentes tem como elemento primordial as

estratégias de implementação. Para tanto, convém o interesse e a iniciativa de todos os

entes envolvidos na proposta.

A implementação do plano neste sentido, estende-se desde a aprovação da

proposta até materialização das ações. Os elementos constitutivos desta que visam

mensurar a eficácia e a eficiência são o monitoramento e a avaliação das ações.

Neste sentido, o monitoramento e a avaliação deste plano convocam os atores

envolvidos no processo, e em especial, os órgãos que compõem o Sistema de Garantia

de Direitos. Para garantir a transparência efetiva da implementação do Plano, o

CMDCA, criará uma comissão de monitoramento e avaliação, a qual estará em

constante articulação como as com as demais comissões estadual e nacional e se

responsabilizará pela transparência das ações, bem como dar visibilidade ao não

cumprimento das responsabilidades dos atores envolvidos, zelando pelo cumprimento

das ações propostas pautadas nas seguintes prerrogativas:

Implementação efetiva deste Plano no município de Cabedelo;

Primazia pela gestão democrática como princípio nos processos de elaboração

ou adequação do plano a partir da implementação;

Garantia de articulação com o Poder Executivo, Legislativo, Judiciário,

Ministério Público, incluindo todo o Sistema de Garantia de Direitos (SGD)

numa ação intersetorial;

Ratificação da atuação do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente na

efetivação do Plano, tendo este como elemento norteador na defesa de direitos

das crianças e dos adolescentes do município;

Atenção para a viabilização de recursos orçamentários públicos que atendam as

ações propostas no Plano;

Observação dos prazos previstos para regulamentação de dispositivos

constantes do Plano.

Page 125: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

125

10.1 Competências e atribuições da Comissão de Acompanhamento e

Implementação do Plano

Articular os atores envolvidos na implementação para a consecução dos

objetivos propostos nos eixos.

Marcos normativos e regulatórios; mobilização, articulação e participação do

presente Plano;

Identificar e mensurar os resultados, efeitos e impactos dos objetivos e ações

propostas antes, durante e depois de sua implementação;

Proporcionar informações necessárias e contribuir para a tomada de decisões por

parte dos responsáveis pela execução dos objetivos e ações do Plano;

Acompanhar o desenvolvimento das ações e os resultados propostos no Plano

assegurando o cronograma previsto;

Socializar informações periodicamente aos diferentes atores do Sistema de

Garantia de Direitos e à sociedade de modo geral;

Avaliar continuamente a implementação do Plano, contribuindo para o ajuste

das condições operacionais e correção de rumos durante o processo de execução;

Realizar bianualmente a revisão do Plano, de forma a adequá-lo às novas

normativas, resoluções e deliberações das Conferências Municipal e Estadual

dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social.

10.2 Atribuições e Competências Específicas à esfera Municipal

Dialogar permanentemente com a Comissão Nacional e Estadual;

Produzir e socializar informações consolidadas sobre a implementação do Plano;

Encaminhar para a Comissão Estadual informações sobre monitoramento e as

avaliações referentes à implementação do Plano na esfera Municipal em

períodos previamente acordados;

Cofinanciar as ações necessárias à implementação do Plano Municipal.

Page 126: PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ... HUMANOS-PLANO CABEDELO... · PECFC PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E ... Figura VII – Diretrizes da ... 6.1.1 Serviço

126

10.3 Indicadores de Eficácia e de Monitoramento

Com base nos indicadores nacionais e estaduais o presente plano coletará os

seguintes indicadores de monitoramento e eficácia:

10.3.1 Diagnóstico da Situação de Famílias com Crianças e Adolescentes em

Programas de Acolhimento Institucional, em Situação de Rua e Medida

Socioeducativa

Número e perfil das famílias abrangidas pelas diferentes políticas protetivas, do

município, ao ano, inclusive comparando-se as médias estaduais;

Número e perfil de crianças e adolescentes fora do convívio familiar devido a: a)

por questões de pobreza; b) por questões de uso e ou abuso de drogas (lícitas e

ilícitas); c) por violência doméstica; d) por abuso sexual; e) por exploração

sexual; inclusive comparado com o número de crianças e adolescentes na

população brasileira, observadas as variações de renda, gênero e pertencimento

étnico;

Número de famílias das crianças e adolescentes em acolhimento institucional,

em programas de famílias acolhedoras, em situação de rua, medida

socioeducativa, e outras, em programas de transferência de renda, em relação ao

total de famílias inseridas neste programa no município anual, inclusive

observadas as variações de arranjo familiar, e pertencimento étnico, nas médias

estaduais;

Número de famílias inseridas em serviços de assistência, saúde, e outros que

perderam a guarda temporária dos filhos, inclusive comparando com o número

de famílias do Estado observadas as variações de renda, arranjo familiar, e

pertencimento étnico;

Número de famílias atendidas em serviços socioeducativos da proteção social

básica, em relação à totalidade de famílias na mesma faixa de renda no

município, anualmente, observadas as variações de arranjos familiares, e

pertencimento étnico;

Número de famílias inseridas em serviços de atendimento para prevenção da

violência doméstica, em relação ao total de demanda e às famílias na mesma

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faixa de renda, no município, anual, observadas as variações de arranjos

familiares, e pertencimento étnico;

Causas geradoras do rompimento dos vínculos familiares, em relação à

população com a mesma faixa de renda, por município, por ano, observadas as

variações de arranjos familiares, e pertencimento étnico, inclusive comparando-

se as estaduais;

Causas motivadoras da retirada de crianças e adolescentes do convívio familiar e

comunitário, em relação à população com a mesma faixa de renda, por ordem do

a) Juizado b) Conselho Tutelar c) própria família, etc., por ano, observadas as

variações de arranjos familiares, e pertencimento étnico, inclusive comparando-

se as médias estaduais;

Número de crianças e adolescentes fora do convívio familiar por questões de

pobreza, em relação à quantidade de crianças que vivem em família na mesma

faixa de renda, por ano, observadas as variações de arranjos familiares, e

pertencimento étnico, inclusive comparando-se as médias estaduais.

10.3.2 Diagnóstico da Situação de Crianças e Adolescentes em Situação e Adoção

Nacional e Internacional no Município

Número de adoções de crianças maiores de quatro anos de idade e adolescentes,

afrodescendentes e pertencentes a minorias étnicas, vivendo e convivendo com

HIV/AIDS em relação ao número de crianças e adolescentes que esperam por

adoção nas mesmas condições, por ano;

Número de crianças e adolescentes que esperam por adoção: a) por gênero, b)

etnia, c) condição de saúde, d) grupo de irmãos e) idade;

Número de adoções que tramitaram pelo cadastro das Varas da Infância e

Juventude em relação ao universo de crianças e adolescentes inscritas no

Cadastro Nacional de Adoção (CNA), por ano;

Número de entrega de bebês às autoridades judiciárias para adoção, por ano;

observadas as variações de arranjos familiares, e pertencimento étnico, inclusive

comparando-se a média estadual;

Considerando o universo de crianças entregues às autoridades judiciárias: a)

quantas foram encaminhadas para acolhimento institucional; b) quantas foram

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encaminhadas para acolhimento em família extensa; c) quantas foram

encaminhadas para programas de famílias acolhedoras; c) quantas retornaram às

suas famílias de origem; por ano, observadas as variações de arranjos familiares,

e pertencimento étnico, inclusive comparando-se a média estadual.

10.3.3 Diagnóstico de Situação de Operação de Políticas Públicas Municipal de

Proteção às Crianças, aos Adolescentes e a suas Famílias.

Identificação e perfil das políticas em operação, incluindo as alternativas

previstas para as várias condições de vulnerabilidade da criança e do adolescente

e de suas famílias;

Metodologia assumida, para garantir a integração intersetorial dessas políticas;

Informações sobre a quantidade e qualidade dos trabalhadores das instituições

acolhedoras de crianças e adolescentes e de seu processo de formação (incluindo

se receberam formação em direitos humanos); considerando demandas como:

questões de abandono, maus tratos, violência doméstica, abuso e exploração

sexual, entre outros, ano a ano;

Tempo médio de permanência de crianças e adolescentes em acolhimento

institucional, por ano, inclusive comparando-se por idade, gênero, etnia,

condição de saúde e, quando possível, pela renda familiar;

Tempo médio de permanência de crianças e adolescentes em famílias

acolhedoras, por ano, inclusive comparando-se por idade, gênero, etnia,

condição de saúde e, quando possível, pela renda familiar;

Número de crianças e adolescentes em família substituta (guarda, tutela ou

adoção), por ano, inclusive comparando-se por idade, gênero, etnia, condição de

saúde e, quando possível, pela renda familiar;

Número de crianças e adolescentes reintegrados à família de origem, por ano,

em relação ao total de crianças e adolescentes em acolhimento institucional ou

em Famílias Acolhedoras, inclusive comparando-se por idade, gênero, etnia,

condição de saúde e, quando possível, pela renda familiar;

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Número de crianças e adolescentes reintegradas à família de origem que

retornaram para acolhimento institucional ou para Famílias Acolhedoras, por

ano, em relação ao total de crianças e adolescentes reintegradas à família de

origem, inclusive comparando-se por idade, gênero, etnia, condição de saúde e,

quando possível, pela renda familiar;

Considerando a demanda, qual a oferta de políticas públicas para crianças e

adolescentes, em especial àquelas que estão privadas do direito à convivência

familiar e comunitária, por ano.

11 Orçamento Público

O orçamento é uma ferramenta determinante para execução do plano. Portanto,

cabe ao município prover recursos nas peças orçamentárias (LOA, PPA E QDD), de

modo a organizar a execução financeira por ano, para implantação e implementação das

ações do PLANO MUNICIPAL DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE

CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE CABEDELO.

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