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PLANO DIRETOR MUNICIPAL PROCESSO DE REVISÃO RELATÓRIO DA PROPOSTA DO PLANO DEPARTAMENTO DE PLANEAMENTO E SERVIÇOS SÓCIOCULTURAIS CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO Abril 2014

PLANO DIRETOR MUNICIPAL - Município de Celorico de Basto · PMDFCI Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndio ... RCM Resolução de Conselho de Ministros REN Reserva

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PLANO DIRETOR MUNICIPAL PROCESSO DE REVISÃO

RELATÓRIO DA PROPOSTA DO PLANO

DEPARTAMENTO DE PLANEAMENTO E SERVIÇOS SÓCIOCULTURAIS CÂMARA MUNICIPAL DE CELORICO DE BASTO

Abril

2014

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 1 | P á g i n a

EQ UIPA TÉCNI CA

Coordenador: Dr. José António Peixoto Lima (geógrafo),

Diretor do Departamento de Planeamento e Serviços Socioculturais do MCB

Técnicos: Arq.ª Ana Paula Carvalho Antunes, técnica superior do MCB

Dr.ª Ivone Paula Ribeiro Teixeira da Silva (geóloga), técnica superior do MCB

Arq.ª Natércia Alves Seixas, técnica superior do MCB

Consultores: Geoatributo - Planeamento e Ordenamento do Território

Dr. Ricardo António Lopes Almendra (geógrafo)

Prof. Eng.º Alberto Manuel Botelho Miranda (engenheiro civil / urbanista)

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 2 | P á g i n a

ACRÓNIMO S

ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil

DL Decreto-Lei

DR Decreto-Regulamentar

EEC Estrutura Ecológica Complementar

EEF Estrutura Ecológica Fundamental

EEM Estrutura Ecológica Municipal

EEU Estrutura Ecológica Urbana

ERPVA Estrutura Regional de Proteção e Valorização Aplicável

GNR Guarda Nacional Republicana

NUT Unidade Territorial Estatística

PERU Plano Estratégico de Reabilitação Urbana

PDM Plano Diretor Municipal

PMDFCI Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndio

PME Plano Municipal de Emergência

PNPOT Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território

PROF Plano Regional de Ordenamento Florestal

PROT-N Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte

RAN Reserva Agrícola Nacional

RCM Resolução de Conselho de Ministros

REN Reserva Ecológica Nacional

RJIGT Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial

SMPC Serviço Municipal de Proteção Civil

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 3 | P á g i n a

Í NDI CE

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10

PROCESSO DE REVISÃO DO PDM .............................................................................................................. 11

Resultados da discussão pública e versão final do plano .................................................................................. 11

CAPÍTULO II. SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO .............................................................................. 14

ENQUADRAMENTO TERRITORIAL ............................................................................................................... 14

CARATERIZAÇÃO FÍSICA E RECURSOS NATURAIS ........................................................................................ 16

Relevo ................................................................................................................................................................ 16

Hidrologia ........................................................................................................................................................... 18

Clima .................................................................................................................................................................. 18

CARATERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA...................................................................................................... 19

População residente ........................................................................................................................................... 19

Estrutura etária da população ............................................................................................................................ 24

EDIFICAÇÃO E HABITAÇÃO......................................................................................................................... 26

ATIVIDADES ECONÓMICAS ......................................................................................................................... 30

Agricultura .......................................................................................................................................................... 30

Indústria e parques empresariais ....................................................................................................................... 31

Turismo ............................................................................................................................................................... 31

ANÁLISE SWOT ....................................................................................................................................... 34

CAPÍTULO III. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL .................................. 38

ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORAL ............................................ 38

Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território ........................................................................... 39

Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte .................................................................................... 41

PRINCÍPIOS E PRIORIDADE ESTRATÉGICAS DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL ........................................ 45

Vetor territorial .................................................................................................................................................... 46

Vetor económico ................................................................................................................................................. 47

Vetor social ......................................................................................................................................................... 49

Vetor ambiental e patrimonial ............................................................................................................................. 53

Vetor Institucional ............................................................................................................................................... 54

Modelo territorial do PDM ................................................................................................................................... 57

CAPÍTULO IV. CLASSIFICAÇÃO E QUALIFICAÇÃO DO SOLO .............................................. 60

PRINCÍPIOS GENÉRICOS E CLASSIFICAÇÃO DO SOLO ................................................................................. 60

SITUAÇÃO URBANÍSTICA ........................................................................................................................... 60

RECONFIGURAÇÃO DOS PERÍMETROS URBANOS ....................................................................................... 62

QUALIFICAÇÃO DO SOLO RURAL ............................................................................................................... 64

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 4 | P á g i n a

Espaços Naturais ............................................................................................................................................... 65

Espaços Florestais ............................................................................................................................................. 66

Espaços Agrícolas e Espaços de Uso Múltiplo Agrícola e Florestal .................................................................. 67

Espaços de Infraestruturas ................................................................................................................................. 69

Espaços de Ocupação Turística ......................................................................................................................... 70

Espaços Afetos à Exploração de Recursos Geológicos .................................................................................... 71

Aglomerados Rurais ........................................................................................................................................... 72

QUALIFICAÇÃO DO SOLO URBANO – CATEGORIAS FUNCIONAIS .................................................................. 74

Espaços Centrais ............................................................................................................................................... 75

Espaços Residenciais ........................................................................................................................................ 77

Espaços Urbanos de Baixa Densidade .............................................................................................................. 79

Espaços de Atividades Económicas ................................................................................................................... 80

Espaços afetos a Equipamentos ........................................................................................................................ 85

Espaços Verdes ................................................................................................................................................. 87

QUALIFICAÇÃO DO SOLO URBANO – CATEGORIAS OPERATIVAS ................................................................. 89

EDIFICABILIDADE ...................................................................................................................................... 90

DADOS COMPARATIVOS E QUANTITATIVOS ................................................................................................ 95

CAPÍTULO V. ESTRUTURA ECOLÓGICA MUNICIPAL .......................................................... 103

ENQUADRAMENTO LEGAL ....................................................................................................................... 103

OBJECTIVOS DA ESTRUTURA ECOLÓGICA MUNICIPAL .............................................................................. 103

DEFINIÇÃO DA ESTRUTURA ECOLÓGICA MUNICIPAL ................................................................................. 104

Sistema Húmido ou Ribeirinho ......................................................................................................................... 105

Sistema Florestal .............................................................................................................................................. 105

Sistema Patrimonial .......................................................................................................................................... 106

Sistema Verde .................................................................................................................................................. 108

DIRECTIVAS REGULAMENTARES .............................................................................................................. 108

CAPÍTULO VI. PATRIMÓNIO CULTURAL ............................................................................... 110

ENQUADRAMENTO .................................................................................................................................. 110

IMÓVEIS CLASSIFICADOS OU EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO ........................................................................ 112

PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO ................................................................................................................. 114

PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO ................................................................................................................. 117

CAPÍTULO VII. INFRAESTRUTURAS URBANÍSTICAS .......................................................... 120

ABASTECIMENTO DE ÁGUA E SANEAMENTO ............................................................................................. 120

Enquadramento ................................................................................................................................................ 120

Situação atual ................................................................................................................................................... 120

Propostas ......................................................................................................................................................... 122

Resultados esperados ...................................................................................................................................... 128

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 5 | P á g i n a

ELETRICIDADE ........................................................................................................................................ 130

TELECOMUNICAÇÕES ............................................................................................................................. 130

GÁS ....................................................................................................................................................... 131

CAPÍTULO VIII. ACESSIBILIDADES ........................................................................................ 133

ESTRUTURA VIÁRIA MUNICIPAL ................................................................................................................ 133

VIAS PROPOSTAS ................................................................................................................................... 134

DISPOSIÇÕES REGULAMENTARES ............................................................................................................ 137

MOBILIDADE E TRANSPORTES ................................................................................................................. 137

CAPÍTULO IX. CLASSIFICAÇÃO ACÚSTICA ......................................................................... 138

CAPÍTULO X. CONDICIONANTES ........................................................................................... 140

SERVIDÕES E RESTRIÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA .................................................................................. 140

PLANTA DE CONDICIONANTES ................................................................................................................. 142

RECURSOS NATURAIS ............................................................................................................................ 142

Recursos Hídricos ............................................................................................................................................ 142

Recursos Geológicos ....................................................................................................................................... 144

Recursos Agrícolas e Florestais ....................................................................................................................... 144

Recursos Ecológicos - Reserva Ecológica Nacional ........................................................................................ 147

PATRIMÓNIO EDIFICADO .......................................................................................................................... 147

INFRAESTRUTURAS ................................................................................................................................. 148

Rede viária incluída no plano rodoviário nacional ............................................................................................ 148

Estradas municipais e caminhos municipais .................................................................................................... 150

Rede ferroviária ................................................................................................................................................ 152

Rede elétrica .................................................................................................................................................... 152

Infraestruturas energéticas ............................................................................................................................... 153

Marcos geodésicos ........................................................................................................................................... 154

Posto de vigia de fogos florestais ..................................................................................................................... 155

Redes de saneamento básico .......................................................................................................................... 155

ATIVIDADES PERIGOSAS .................................................................................................................. 156

Estabelecimentos com produtos explosivos ..................................................................................................... 156

CAPÍTULO XI – PROTEÇÃO CIVIL .......................................................................................... 157

RISCOS NATURAIS .................................................................................................................................. 158

Riscos de Movimento de Massa [em vertentes] ............................................................................................... 158

Risco de Cheias e Inundações ......................................................................................................................... 159

RISCOS MISTOS ..................................................................................................................................... 161

Risco de Incêndio | Perigosidade ..................................................................................................................... 161

RISCOS TECNOLÓGICOS ......................................................................................................................... 162

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 6 | P á g i n a

Acidentes em Estabelecimentos Industriais Perigosos .................................................................................... 162

AGENTES DE PROTECÇÃO CIVIL .............................................................................................................. 162

CAPÍTULO XII. CONFORMIDADE DA PROPOSTA (PLANOS DE HIERARQUIA SUPERIOR)

................................................................................................................................................... 164

PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE ............................................................ 164

PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO FLORESTAL DO TÂMEGA ................................................................ 190

PLANO DE BACIA HIDROGRÁFICA DO DOURO ........................................................................................... 196

CAPÍTULO XIII. PROGRAMAÇÃO E EXECUÇÃO DO PDM DE CELORICO DE BASTO ...... 197

OS PARQUES EMPRESARIAIS ................................................................................................................... 198

REDE DE EQUIPAMENTOS E INFRAESTRUTURAS BÁSICAS .......................................................................... 198

INFORMAÇÕES TÉCNICAS ..................................................................................................... 209

INFORMAÇÃO SOBRE A CARTOGRAFIA ...................................................................................................... 209

Cartografia de Referência ................................................................................................................................ 209

Cartografia Produzida ....................................................................................................................................... 211

Saídas Gráficas ................................................................................................................................................ 212

RETIFICAÇÃO DE INCORREÇÕES NOS ESTUDOS DE CARATERIZAÇÃO E DIAGNÓSTICO................................ 212

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................... 213

LEGISLAÇÃO .......................................................................................................................................... 213

ANEXO I. PATRIMÓNIO ARQUITETÓNICO ......................................................................... 216

ANEXO II. PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO ..................................................................... 227

Í NDI CE DE IL USTRAÇÕES

ILUSTRAÇÃO 1 - ENQUADRAMENTO REGIONAL DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO .................................................. 14

ILUSTRAÇÃO 2- HIPSOMETRIA ............................................................................................................................ 16

ILUSTRAÇÃO 3 - EXPOSIÇÃO DE VERTENTES ........................................................................................................... 17

ILUSTRAÇÃO 4 - HIERARQUIZAÇÃO DA REDE HIDROGRÁFICA SEGUNDO STRALHER ......................................................... 17

ILUSTRAÇÃO 5 - VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE POR MUNICÍPIO, 2001-2011 ................................................... 19

ILUSTRAÇÃO 6 - VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE POR FREGUESIA, 1991-2001 E 2001-2011 ............................... 23

ILUSTRAÇÃO 7 - MODELO TERRITORIAL DO PROT-N (DISCUSSÃO PÚBLICA) ................................................................ 45

ILUSTRAÇÃO 8 - LOCALIZAÇÃO DOS QUATRO NÚCLEOS URBANOS PRINCIPAIS NO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO ........... 57

ILUSTRAÇÃO 9 - EXTRATO DA PLANTA DE TRABALHO COM A GEOMETRIZAÇÃO DOS POLÍGONOS ..................................... 62

ILUSTRAÇÃO 10 - EXTRATO DA PLANTA DE TRABALHO COM A DEFINIÇÃO DOS PERÍMETROS URBANOS PROPOSTOS ............ 63

ILUSTRAÇÃO 11 - LOCALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS NATURAIS E EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO .............................. 65

ILUSTRAÇÃO 12 - EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO (CATEGORIA: ESPAÇOS FLORESTAIS) .................................... 66

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 7 | P á g i n a

ILUSTRAÇÃO 13 - EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO (CATEGORIA: ESPAÇOS AGRÍCOLAS E ESPAÇOS DE USO MÚLTIPLO

AGRÍCOLA E FLORESTAL) .......................................................................................................................... 67

ILUSTRAÇÃO 14 - LOCALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS DE INFRAESTRUTURAS ........................................................................ 69

ILUSTRAÇÃO 15 - LOCALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS DE OCUPAÇÃO TURÍSTICA ................................................................... 70

ILUSTRAÇÃO 16 - LOCALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS AFETOS À EXPLORAÇÃO DE RECURSOS GEOLÓGICOS E EXTRATO DA PLANTA DE

ORDENAMENTO ..................................................................................................................................... 72

ILUSTRAÇÃO 17 - EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO (CATEGORIA: AGLOMERADOS RURAIS) ................................. 72

ILUSTRAÇÃO 18 - EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO (CATEGORIA: ESPAÇOS CENTRAIS) ....................................... 75

ILUSTRAÇÃO 19 - EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO (CATEGORIA: ESPAÇOS RESIDENCIAIS) .................................. 77

ILUSTRAÇÃO 20 - LOCALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS RESIDENCIAIS.................................................................................... 78

ILUSTRAÇÃO 21 - EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO (CATEGORIA: ESPAÇOS URBANOS DE BAIXA DENSIDADE) .......... 79

ILUSTRAÇÃO 22 - ESPAÇOS DE ACTIVIDADES ECONÓMICAS EXISTENTES E A CRIAR .......................................................... 82

ILUSTRAÇÃO 23 - EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO - QUALIFICAÇÃO FUNCIONAL DO SOLO, ESPAÇO DE ATIVIDADES

ECONÓMICAS ......................................................................................................................................... 83

ILUSTRAÇÃO 24 - LOCALIZAÇÃO DAS PIROTECNIAS E EXTRATO DA PLANTA DE QUALIFICAÇÃO FUNCIONAL DO SOLO ............ 85

ILUSTRAÇÃO 25 - EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO - QUALIFICAÇÃO FUNCIONAL DO SOLO, ESPAÇO DE

EQUIPAMENTOS ...................................................................................................................................... 86

ILUSTRAÇÃO 26 - EXTRATO DA PLANTA DE ORDENAMENTO (CATEGORIA: ESPAÇOS VERDES DE UTILIZAÇÃO COLETIVA) ........ 88

ILUSTRAÇÃO 27 - SOLO URBANO DO P.D.M. EM VIGOR ......................................................................................... 99

ILUSTRAÇÃO 28 - SOLO URBANO PROPOSTO ...................................................................................................... 100

ILUSTRAÇÃO 29 - SISTEMA HÚMIDO OU RIBEIRINHO CONSIDERADO NA DELIMITAÇÃO DA EEM .................................... 105

ILUSTRAÇÃO 30 - SISTEMA FLORESTAL CONSIDERADO NA DELIMITAÇÃO DA EEM ....................................................... 106

ILUSTRAÇÃO 31 - SISTEMA PATRIMONIAL CONSIDERADO NA DELIMITAÇÃO DA EEM ................................................... 107

ILUSTRAÇÃO 32 - SISTEMA VERDE CONSIDERADO NA DELIMITAÇÃO DA EEM ............................................................ 107

ILUSTRAÇÃO 33 - EXTRATO DA CARTA DO PATRIMÓNIO ........................................................................................ 111

ILUSTRAÇÃO 34 - EXTRATO DA PLANTA DE CONDICIONANTES (CASTELO DE ARNOIA E PELOURINHO) ............................. 113

ILUSTRAÇÃO 35 - PATRIMÓNIO CLASSIFICADO E EM VIAS DE CLASSIFICAÇÃO .............................................................. 114

ILUSTRAÇÃO 36 - EXTRATOS DA PLANTA DE ORDENAMENTO - SALVAGUARDAS E EXECUÇÃO DO PLANO ......................... 117

ILUSTRAÇÃO 37 - LOCALIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO INVENTARIADO ...................................................... 119

ILUSTRAÇÃO 38 - REDES DE INFRAESTRUTURAS, EVOLUÇÃO 1994-2011 ................................................................. 121

ILUSTRAÇÃO 39 - PLANTA GERAL DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA – COBERTURA ATUAL E FUTURA ................ 124

ILUSTRAÇÃO 40 - PLANTA GERAL DO SISTEMA DE SANEAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS – COBERTURA ATUAL E FUTURA ... 127

ILUSTRAÇÃO 41 - PLANTA DE LOCALIZAÇÃO DO SISTEMA INTERCETOR VEADE-BRITELO E DA ETAR DE MOSQUEIROS ........ 128

ILUSTRAÇÃO 42 - REDE DE FIBRA ÓTICA ............................................................................................................. 131

ILUSTRAÇÃO 43 - REDE DE GÁS ........................................................................................................................ 132

ILUSTRAÇÃO 44 - ESTRUTURA VIÁRIA: REDES PRINCIPAL E SECUNDÁRIA, VIAS EXISTENTES E PROPOSTAS .......................... 135

ILUSTRAÇÃO 45 - CLASSIFICAÇÃO ACÚSTICA PROPOSTA ........................................................................................ 139

ILUSTRAÇÃO 46 - EXTRATO DA PLANTA DE CONDICIONANTES - GERAL ..................................................................... 141

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 8 | P á g i n a

ILUSTRAÇÃO 47 - EXTRATO DA PLANTA DE CONDICIONANTES - FLORESTA ................................................................ 141

ILUSTRAÇÃO 48 - HIERARQUIA DA REDE VIÁRIA, DE ACORDO COM A SUA CLASSIFICAÇÃO OFICIAL ................................... 149

ILUSTRAÇÃO 49 - SOBREPOSIÇÃO DO RISCO DE CHEIAS E INUNDAÇÕES COM A PLANTA DE ORDENAMENTO ..................... 160

ILUSTRAÇÃO 50 - INSTALAÇÕES DOS AGENTES DE PROTEÇÃO CIVIL, NO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO .................... 163

ILUSTRAÇÃO 51 - SUB-REGIÕES HOMOGÉNEAS E CORREDOR ECOLÓGICO DO PROF DO TÂMEGA, NO CONCELHO DE CELORICO

DE BASTO ............................................................................................................................................ 191

Í NDI CE DE T ABELAS

TABELA 1 - EVOLUÇÃO POPULACIONAL ENTRE 1991 E 2011 NOS CONCELHOS VIZINHOS DE CELORICO DE BASTO E NUT

SUPERIORES ........................................................................................................................................... 20

TABELA 2 - VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE E DA DENSIDADE POPULACIONAL POR FREGUESIA ................................. 21

TABELA 3 - VARIAÇÃO DO NÚMERO DE EDIFÍCIOS E DENSIDADE DO EDIFICADO POR FREGUESIA ........................................ 26

TABELA 4 - VARIAÇÃO DO NÚMERO DE ALOJAMENTOS E DISTRIBUIÇÃO POR TIPO DE USO, POR FREGUESIA ......................... 29

TABELA 5 - ÁREAS DE LOCALIZAÇÃO EMPRESARIAL ................................................................................................. 31

TABELA 6 - EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS CLASSIFICADOS PELO MUNICÍPIO E ALOJAMENTO LOCAL REGISTADO ................ 31

TABELA 7 - EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS PREVISTOS .......................................................................................... 32

TABELA 8 - ESTRATÉGIA DE PRODUTOS TURÍSTICOS PARA A REGIÃO NORTE ................................................................. 32

TABELA 9: COMPONENTES E RESPETIVAS OPÇÕES ESTRATÉGICAS ESTABELECIDAS PELO PROT-N (VERSÃO DISCUSSÃO PÚBLICA)

........................................................................................................................................................... 42

TABELA 10: OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA REVISÃO DO PDM DE CELORICO DE BASTO .................................................. 56

TABELA 11 - QUANTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS FLORESTAIS ........................................................................................ 66

TABELA 12 - QUANTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS AGRÍCOLAS E DOS ESPAÇOS DE USO MÚLTIPLO AGRÍCOLA E FLORESTAL ......... 67

TABELA 13 - USOS COMPLEMENTARES E COMPATÍVEIS – ESPAÇOS FLORESTAIS, ESPAÇOS AGRÍCOLAS E ESPAÇOS DE USO

MÚLTIPLO AGRÍCOLA E FLORESTAL ............................................................................................................. 68

TABELA 14 - QUANTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS DE INFRAESTRUTURAS ........................................................................... 70

TABELA 15 - QUANTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS DE OCUPAÇÃO TURÍSTICA ...................................................................... 71

TABELA 16: QUANTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS CENTRAIS NAS SUAS SUBCATEGORIAS. ....................................................... 76

TABELA 17 - QUANTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS RESIDENCIAIS ...................................................................................... 78

TABELA 18: QUANTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS URBANOS DE BAIXA DENSIDADE .............................................................. 80

TABELA 19: QUANTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS VERDES .............................................................................................. 88

TABELA 20 - SÍNTESE DOS PARÂMETROS DE EDIFICABILIDADE PARA AS DIVERSAS CATEGORIAS DE SOLO RURAL. ................... 90

TABELA 21 - SÍNTESE DOS PARÂMETROS DE EDIFICABILIDADE PARA AS DIVERSAS CATEGORIAS DE SOLO URBANO. ................ 93

TABELA 22: QUANTIFICAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DO SOLO URBANO E DO SOLO RURAL DO PDM EM VIGOR COM A

PROPOSTA DE REVISÃO (EM HECTARES) ....................................................................................................... 95

TABELA 23: VARIAÇÃO DO SOLO URBANO DO PDM EM VIGOR COM A PROPOSTA DE REVISÃO (EM HECTARES) .................. 96

TABELA 24: QUANTIFICAÇÃO E ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESPAÇOS DE ATIVIDADES ECONÓMICAS DO PDM EM VIGOR COM

A PROPOSTA DE REVISÃO (EM HECTARES) ..................................................................................................... 96

TABELA 25: QUANTIFICAÇÃO DAS CATEGORIAS DE ESPAÇO EM SOLO URBANO ............................................................ 97

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 9 | P á g i n a

TABELA 26: CARACTERIZAÇÃO (PROPOSTA) DE ACORDO COM A SITUAÇÃO URBANÍSTICA .............................................. 101

TABELA 27: QUANTIFICAÇÃO DAS CATEGORIAS DE ESPAÇO NA ATUAL PROPOSTA DE ORDENAMENTO ............................. 102

TABELA 28 - QUANTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS INVENTARIADOS, POR NÍVEL VALORATIVO ........................ 112

TABELA 29 – BENS CULTURAIS IMÓVEIS COM PROTEÇÃO LEGAL NO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO .......................... 113

TABELA 30 - SÍNTESE DAS INFRAESTRUTURAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA A MANTER ............................................... 123

TABELA 31 - SÍNTESE DAS INFRAESTRUTURAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA A CONSTRUIR E A REMODELAR ..................... 123

TABELA 32 - SÍNTESE DAS INFRAESTRUTURAS DE SANEAMENTO A MANTER E A CONSTRUIR - REDES LOCAIS EM BAIXA......... 125

TABELA 33 - SÍNTESE DAS INFRAESTRUTURAS DE EM ALTA ..................................................................................... 126

TABELA 34 - PARQUES EÓLICOS ........................................................................................................................ 154

TABELA 35 - VÉRTICES GEODÉSICOS .................................................................................................................. 154

TABELA 36: RISCOS NATURAIS, MISTOS E TECNOLÓGICOS PRESENTES NO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO (FONTE: PME,

2012) ................................................................................................................................................ 157

TABELA 37: PRINCIPAIS ÁREAS COM SUSCETIBILIDADE ELEVADA NO RISCO DE MOVIMENTOS DE MASSA (EM VERTENTES)

(FONTE: PME, 2012) ........................................................................................................................... 158

TABELA 38: PRINCIPAIS RIOS ONDE SE LOCALIZAM AS ÁREAS DE RISCO DE CHEIAS E INUNDAÇÕES (FONTE: PME, 2012) .... 160

TABELA 39: ÁREAS DE PERIGOSIDADE ALTA E MUITO ALTA NO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO ................................. 161

TABELA 40: COMPATIBILIZAÇÃO DA PROPOSTA DE REVISÃO DO PDM DE CELORICO DE BASTO COM O PROT-N (VERSÃO

DISCUSSÃO PÚBLICA) ............................................................................................................................. 165

TABELA 41: COMPATIBILIZAÇÃO DO PROF DO TÂMEGA E A PROPOSTA DE PDM DE CELORICO DE BASTO ...................... 192

TABELA 42 - PROGRAMAÇÃO DO PLANO - PRINCIPAIS PROJETOS E LINHAS DE AÇÃO .................................................... 199

Í NDI CE DE G RÁFICOS

GRÁFICO 1 - NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DE BRAGA, POSTO AGRÁRIO (1971/2000) ................................................. 18

GRÁFICO 2 - EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE HABITANTES DESDE O INÍCIO DO SÉCULO XX ................................................... 20

GRÁFICO 3- EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE POR FREGUESIA (1981-2011) ...................................................... 22

GRÁFICO 4- EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE FAMÍLIAS ................................................................................................. 24

GRÁFICO 5 - EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE HABITANTES POR CICLOS DE VIDA ................................................................. 24

GRÁFICO 6 - ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO (1981-2011)............................................................................... 25

GRÁFICO 7 - PIRÂMIDE ETÁRIA DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO, EM 1991 E 2001 (EM %) .................................. 25

GRÁFICO 8 - EDIFÍCIOS SEGUNDO A ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO .................................................................................... 27

GRÁFICO 9 - EDIFÍCIOS SEGUNDO A UTILIZAÇÃO GRÁFICO 10 - EDIFÍCIOS SEGUNDO A TIPOLOGIA URBANA .................... 27

GRÁFICO 11 -EDIFÍCIOS SEGUNDO O N.º DE PISOS GRÁFICO 12 - EDIFÍCIOS SEGUNDO O N.º DE ALOJAMENTOS .............. 28

GRÁFICO 13 - DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO EMPREGADA POR SETORES DE ATIVIDADE ................................................. 30

GRÁFICO 14 - POPULAÇÃO RESIDENTE EM ÁREAS SERVIDAS, SITUAÇÃO ATUAL (HABITANTES POR FREGUESIA) .................. 121

GRÁFICO 15 - POPULAÇÃO RESIDENTE EM ÁREAS SERVIDAS, SITUAÇÃO ATUAL (PERCENTAGEM POR FREGUESIA) ............... 121

GRÁFICO 16 - EVOLUÇÃO PREVISTA DAS TAXAS DE COBERTURA DAS INFRAESTRUTURAS BÁSICAS ................................... 129

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 10 | P á g i n a

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO

Os planos municipais de ordenamento do território apresentam-se como instrumentos de caráter

regulamentar e visam definir o regime de uso do solo, identificando os modelos de evolução previsível da

ocupação humana, das redes e sistemas urbanos no território municipal. No caso dos planos diretores

municipais é solicitado que o instrumento também assuma uma componente estratégica e é nesta

perspetiva que se desenvolve o presente relatório, pretendendo-se justificar, dentro deste, a estratégia

adotada e clarificando os objetivos das ações de valorização do território concelhio. O plano diretor

municipal de Celorico de Basto, agora revisto, estabelece o modelo de ocupação do território municipal e

traduz a estratégia de desenvolvimento e ordenamento local, que integra as opções de âmbito nacional e

regional.

O presente documento visa responder ao conteúdo documental, legalmente exigido ao processo de

revisão do plano diretor municipal, sendo que o relatório é uma das peças que embora não fazendo parte

do seu conteúdo fundamental, o devem acompanhar. Trata-se assim de um relatório que tem por objetivo

fundamentar as soluções adotadas ao nível da proposta e da sua tradução em termos das peças que

constituem o plano (regulamento, planta de ordenamento e planta de condicionantes). Em termos dos

seus conteúdos, o presente documento pretende balizar a estratégia de desenvolvimento territorial e a

orientação da política de ordenamento do território e política urbana, respondendo à necessidade de

enquadrar, simultaneamente, os aspetos estratégicos da proposta de revisão, bem como os aspetos

regulamentares.

Este relatório pretende ser a tradução, enquadramento e justificação do modelo de organização territorial

municipal, nomeadamente através do enquadramento dos aspetos relacionados com a estrutura

ecológica municipal, património cultural, infraestruturas urbanísticas, acessibilidades, demografia e

classificação do solo.

Este documento é precedido de trabalhos anteriores, em particular os relacionados com o diagnóstico da

situação “atual” do território que traçou um quadro de referência que serve como base aos presentes

trabalhos.

O concelho de Celorico de Basto ocupa um lugar de charneira ou transição entre várias realidades e

territórios (e.g.: Minho/Trás-os-Montes, Ave/Tâmega/Douro, litoral/interior, uma demografia com saldo

positivo para uma demografia com saldo negativo) constituindo um desafio muito estimulante desenvolver

um Plano desta natureza para um concelho que vive no meio de tais dicotomias e tentar compreender

como as opções de política municipal/regional vão ou estão a transformar o concelho (as rede de

infraestruturas, a organização territorial dos diferentes serviços, a reorganização da rede escolar, a

construção de grandes equipamentos e infraestruturas, como por exemplo a construção da barragem de

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 11 | P á g i n a

Fridão/Codessoso) e em que medida a estratégia a implementar no âmbito da revisão do PDM e a

tradução desta em normas regulamentares de uso do solo irão contribuir para a consolidação dos

resultados positivos e para limitar os negativos.

PROCESSO DE REVISÃO DO PDM

O Plano Diretor Municipal de Celorico de Basto (PDM), na sua versão inicial, foi elaborado no início da

década de 90, tendo sido ratificado pela Resolução do Concelho de Ministros n.º 85/94 de 20 de

setembro. O PDM foi objeto de 3 alterações que incidiram apenas sobre o regulamento, publicadas

respetivamente pela Resolução do Concelho de Ministros n.º 50/2001 de 16 de maio e pelos Editais n.º

1122/2011 e 1123/2011, ambos de 11 de novembro.

A deliberação municipal que determinou o início da 1.ª revisão do PDM é de 7 de abril de 1999, decisão

ratificada em 6 de dezembro de 2000, após o que foi constituída a Comissão Mista de Acompanhamento

que realizou apenas uma reunião, tendo sido extinta e posteriormente constituída a Comissão de

Acompanhamento nos termos da legislação atualmente em vigor.

O início efetivo dos trabalhos técnicos de revisão do PDM ocorreu apenas em 2005, com a elaboração de

alguns estudos setoriais. A equipa técnica responsável pela elaboração da proposta de revisão do plano

é constituída, essencialmente, por técnicos municipais, apoiados pela acessoria externa da empresa

Geoatributo - Planeamento e Ordenamento do Território e do Eng.º Manuel Miranda, professor

universitário e coordenador da equipa técnica que elaborou o Plano Regional de Ordenamento do

Território (PROT-Norte).

A Comissão de Acompanhamento, formalizada pelo Aviso n.º 19170/2010 de 28 de setembro, realizou

duas reuniões plenárias, a 1.ª em 29 de julho de 2011 e a 2.ª em 30 de maio de 2012. A conferência de

serviços realizou-se em 17 de outubro de 2013.

RESULTADOS DA DISCUSSÃO PÚBLICA E VERSÃO FINAL DO PLANO

O período de discussão pública, previsto no n.º 3 do artigo 77.º do RJIGT, decorreu entre 30 de janeiro e

13 de março de 2014. Durante este período foi realizada uma sessão de esclarecimento com os

Presidentes de Junta de Freguesia, com o objetivo de os informar e sensibilizar para a importância da

participação pública neste processo, dos particulares e das entidades locais.

A modalidade de participação pública mais utilizada foi o atendimento presencial dos interessados pelos

técnicos envolvidos na elaboração da proposta de revisão do PDM. Um número significativo de pessoas

foi atendido presencialmente, tendo sido prestados os esclarecimentos solicitados, sem que tal tenha

constituído registo de processo escrito de participação.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 12 | P á g i n a

Foram recebidas 75 participações registadas que se traduziram em 77 fichas de participação,

correspondendo cada uma delas a um assunto a analisar e ponderar, das quais 76 solicitavam a

alteração da classificação ou qualificação do solo e 1 consistiu numa apreciação crítica do Regulamento

do plano e sugestão de alterações.

A análise das participações recebidas teve por base critérios como a interferência com restrições e

servidões de utilidade pública, nomeadamente com a Reserva Agrícola Nacional, Reserva Ecológica

Nacional e recursos hídricos; antecedentes processuais com compromissos urbanísticos; capacidade

construtiva atual decorrente do plano em vigor; adaptação a cadastro ou colmatação dos perímetros

urbanos.

Analisadas e ponderadas as reclamações e sugestões apresentadas, considera-se que estas não

implicam uma alteração substancial á proposta de Plano colocado a discussão pública, uma vez que a

estratégia e modelo de ocupação territorial se mantêm. As reclamações que não mereceram parecer

favorável resultaram, na sua maioria, das pretensões colidirem com condicionantes naturais que devem

ser salvaguardadas.

Em síntese, 52 participações mereceram acolhimento favorável, 11 parcialmente favorável e 12 tiveram

acolhimento desfavorável. Das participações recebidas, 20 incidiram sobre solo que integra a Reserva

Agrícola Nacional (RAN), das quais 15 tiveram acolhimento total ou parcialmente favorável, tendo sido

apresentada à Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte uma proposta de exclusões à RAN final

que mereceu despacho favorável.

O acolhimento destas participações traduziu-se num ligeiro aumento do solo urbano, de 19,79 hectares,

correspondendo a um aumento de 1,05% do solo urbano e a uma redução 0,12% do solo rural, em

relação à versão submetida à discussão pública o que não é considerado relevante.

Na sequência da discussão pública foram alterados os seguintes elementos:

- Regulamento;

- Planta de Ordenamento - Qualificação do Solo;

- Planta de Ordenamento - Salvaguarda e Execução do Plano;

- Planta de Condicionantes - Geral;

- Relatório da Proposta;

- Planta da Estrutura Ecológica Municipal;

- Planta da Reserva Agrícola Nacional.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 13 | P á g i n a

A sugestão de alterações ao Regulamento, apresentada pela Junta da União das Freguesias de Canedo

e Corgo e que fez a síntese de questões e sugestões apresentadas oralmente por vários técnicos e

outros cidadãos e que mereceu acolhimento favorável, incidiu sobre os seguintes temas:

a) Comprovação da situação insuficiência económica do requerente, aplicável a pretensões de

construção de habitação em espaços agrícolas;

b) Edificabilidade em espaços agrícolas, espaços florestais e espaços de uso múltiplo agrícola e florestal;

c) Implantação das construções numa faixa de 30 metros a partir da via pública;

d) Aplicação do índice de utilização do solo (IU) em solo urbano;

e) Afastamento das construções ao limite dos espaços de atividades económicas;

f) Caraterísticas da rede viária;

g) Unidades operativas de planeamento e gestão (clarificação da redação);

h) Planos de urbanização e planos de pormenor (correção de lapso de omissão).

Foram ainda introduzidas outras pequenas alterações ao regulamento para correção de lapsos e

clarificação da redação.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 14 | P á g i n a

CAPÍTULO II. SÍNTESE DO DIAGNÓSTICO

ENQUADRAMENTO TERRITORIAL

O concelho de Celorico de Basto pertence ao Distrito de Braga e está integrado na NUT III do Tâmega. O

município tem uma superfície territorial de 18.107 hectares (181,07 km²) e era constituído por vinte e duas

freguesias antes da reorganização administrativa, sendo atualmente quinze: Agilde, Arnoia, Basto - São

Clemente, Borba da Montanha, Codessoso, Fervença, Moreira do Castelo, Rego, Ribas, Vale de Bouro,

União das freguesias de Britelo, Gémeos e Ourilhe, União das freguesias de Caçarilhe e Infesta, União

das freguesias de Canedo e Corgo, União das freguesias de Carvalho e Basto - Santa Tecla e União das

freguesias de Veade, Gagos e Molares.1

Celorico de Basto juntamente com os concelhos vizinhos de Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto e

Ribeira de Pena, constitui a muito antiga e característica área conhecida por Terras de Basto. Esta zona

centra-se sobre o Rio Tâmega e apresenta uma grande identidade cultural. Estes 4 municípios estão

organizados na associação de desenvolvimento rural PROBASTO.

Ilustração 1 - Enquadramento regional do concelho de Celorico de Basto

1 Neste relatório mantém-se a referência às 22 freguesias, enquanto unidades territoriais, em tabelas e gráficos baseados nos dados dos censos, bem como em ilustrações elaboradas antes da agregação de freguesias.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 15 | P á g i n a

O Município faz parte, desde 2000, da Associação de Municípios do Baixo Tâmega, conjuntamente com

Amarante, Baião, Cabeceiras de Basto, Marco de Canaveses e Mondim de Basto, e em 2008 aderiu à

Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa (CIM-TS) que integra 12 concelhos: Amarante, Baião,

Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de

Ferreira, Paredes, Penafiel e Resende.

Celorico de Basto é um concelho marcadamente rural, cujos traços profundos no território e na paisagem

se devem à atividade agrícola, dominante até finais do século passado. A estrutura fundiária assente na

pequena propriedade agrícola de exploração por conta própria determinou uma estreita relação espacial

entre a habitação e o trabalho que se traduziu na extrema dispersão do parque habitacional. A emigração

permanente marcou igualmente o último século, numa primeira fase para o Brasil, depois para França e

mais tarde para a Suíça.

O isolamento tradicional destas terras prolongou no tempo a sua estagnação socioeconómica, para a

qual muito contribuíram as más ligações com o exterior, as quais só agora começam a ser vencidas com

a construção da autoestrada A7 e com a Variante do Tâmega, ligando a Cidade de Amarante à Vila do

Arco de Baúlhe.

Celorico de Basto está hoje num processo de profundas mudanças. O aparelho económico tradicional

está em profunda transformação. A construção civil, o comércio e os serviços são hoje os sectores

empregadores do concelho. Hoje começam a ganhar expressão urbana os aglomerados da sede do

concelho, das Vilas de Fermil e de Gandarela e do aglomerado da Mota, cujas intervenções de

requalificação urbanística e instalação de equipamentos de utilização coletiva tiveram importante ajuda

dos Fundos Comunitários. O centro urbano da sede do concelho está hoje dotado de um conjunto de

importantes equipamentos de utilização coletiva e serviços de apoio à comunidade local.

Estes quatro núcleos urbanos estruturam o território de Celorico de Basto sendo fundamental, em toda a

estratégia de desenvolvimento do concelho, o reforço do seu papel como polo difusor de serviços de

proximidade de apoio às populações locais. Cada um destes centros urbanos reflete um quadro de

realidades distintas e muito influenciadas pelo contexto da sua localização, não só face ao próprio

concelho mas também pelas relações que estabelecem com os territórios vizinhos. Estas relações

podem-se constatar através da análise das relações funcionais dos diferentes núcleos entre si e com os

territórios vizinhos, quer com observação de indicadores, como é o caso das deslocações pendulares.

Se a Vila de Celorico de Basto, fruto do seu papel, em termos administrativos, tem um peso e uma

importância central no concelho, já os outros três núcleos urbanos funcionam com base num conjunto de

relações, intra e inter-concelhias que interessa explorar garantindo que estes assumem o seu papel de

polos de desenvolvimento concelhio e de áreas de influência e atratividade para os territórios vizinhos.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 16 | P á g i n a

CARATERIZAÇÃO FÍSICA E RECURSOS NATURAIS

RELEVO

O concelho de Celorico de Basto enquadra-se na região de Basto que se encontra encaixada entre as

montanhas do Minho e de Trás-os-Montes, através de uma ampla depressão alinhada pelo rio Tâmega. A

morfologia do concelho é marcada por elevações com alguma importância. Na parte central do concelho

situam-se a Serra do Viso, a Serra da Queimadela e a Serra de Infesta, separadas por um vale encaixado

formado pela ribeira de Infesta. A norte a Serra do Ladário forma o limite administrativo com o concelho

de Cabeceiras de Basto e na parte sudeste a elevação mais importante é a Serra do Codessoso.

Verifica-se que a altitude vai diminuindo de oeste para este, existindo uma grande amplitude altimétrica

(ver Ilustração 2). A altitude máxima é registada no marco geodésico do Viso (851m) e as altitudes mais

baixas (cerca de 80 metros) que são observadas ao longo do rio Tâmega.

Ilustração 2- Hipsometria

Observando a exposição das vertentes em relação à radiação solar e aos ventos (Ilustração 3), verifica-se

um predomínio das vertentes orientadas a este (temperadas) e a sul (quentes), que ocupam

respetivamente 27% e 26% da área do concelho. As encostas expostas a oeste representam 18% e as

que estão voltadas a norte correspondem a 16%. As áreas planas ocupam apenas 13% do território.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 17 | P á g i n a

Ilustração 3 - Exposição de vertentes

Ilustração 4 - Hierarquização da rede hidrográfica segundo Stralher

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 18 | P á g i n a

HIDROLOGIA

O concelho de Celorico de Basto tem uma densa rede hidrográfica e insere-se em duas bacias

hidrográficas principais: Ave e Tâmega. A bacia do Tâmega constitui uma sub-bacia do Douro e ocupa

cerca de 95% da área do concelho. O rio Tâmega é o principal curso de água do concelho, coincidindo

com o limite administrativo da parte nascente. Os seus principais afluentes são o rio Freixieiro, o rio

Veade e a ribeira de Santa Natália. Há ainda a considerar vários cursos de água de importância local: as

ribeiras de Petimão, Chedas, Fiães, Reboriça, Infesta, Tecla, Esporão, Borba e Portelim. Da bacia

hidrográfica do Ave, o principal curso de água é o rio Bugio.

CLIMA

O Noroeste Português é uma região com afinidades mediterrâneas mas com forte influência atlântica,

traduzindo-se num clima de temperaturas amenas, com pequenas amplitudes térmicas, e forte

pluviosidade que se deve à frequente passagem de superfícies frontais e à disposição dos principais

conjuntos montanhosos, muito próximo do litoral.

Gráfico 1 - Normais Climatológicas de Braga, Posto Agrário (1971/2000)

Fonte: Instituto de Meteorologia IP, www.meteo.pt (2011)

Dados climáticos relativos ao ano de 2010, recolhidos na estação meteorológica mais próxima (Vila Real):

Temperatura Média anual da temperatura média: 13,8ºC

Média anual da temperatura mínima: 8,6ºC

Média anual da temperatura máxima: 18,9ºC:

Mês mais quente: agosto (temperatura média 24,1ºC)

Mês mais frio: dezembro (temperatura média 5,7ºC)

Precipitação Total anual: 1268,9 mm

Dias sem chuva: 234

Mês com maior precipitação: dezembro (total 219,5 mm)

Mês com menor precipitação: julho (total 0,0 mm)

(fonte: Instituto de Meteorologia, 2011, informação disponibilizada por ANMP)

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 19 | P á g i n a

CARATERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA

As dinâmicas demográficas foram analisadas no relatório de avaliação da execução do PDM e nos

estudos de caracterização e diagnostico, elaborados no âmbito do presente processo de revisão, com

base nos dados dos Censos de 1991 e 2001. Posteriormente à elaboração desses documentos foram

publicados os resultados dos Censos 2011, pelo que aqui se apresenta uma breve atualização da

caraterização demográfica contida nos documento acima referidos.

POPULAÇÃO RESIDENTE

De acordo com os resultados dos Censos 2011, na última década acentuou-se a tendência para o

despovoamento dos municípios do interior. Paralelamente os municípios do Litoral a norte do Tejo e a

Área Metropolitana do Porto perderam alguma dinâmica para atrair população. Na Ilustração 5, que

apresenta a variação da população residente entre 2001 e 2011 por município, no norte do país, pode

ver-se o contraste entre os concelhos do litoral e do interior.

Celorico de Basto integra a classe dos municípios cuja variação da população e nesse período se situa

no intervalo entre uma variação negativa de -2% e positiva de 2%, que o INE considera corresponder uma

situação de estabilidade demográfica. O concelho de Celorico de Basto destaca-se da maioria dos

concelhos vizinhos que apresentam valores negativos muito superiores.

Ilustração 5 - Variação da população residente por município, 2001-2011

Fonte: INE, Censos 2011 - Resultados Preliminares

A população residente no concelho de Celorico de Basto é de 20.098 habitantes (48,5% de homens e

51,5% de mulheres). Este valor representa uma redução de apenas 1,8 % em relação a 2001,

contrariando as estimativas dos últimos anos (a estimativa anual da população de 2010 apontava para

uma diminuição de 4,7%). Este é um facto positivo, dado que representa uma travagem no decréscimo

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 20 | P á g i n a

populacional que se verificava de forma contínua e mais acentuado desde a década de 1950, para o qual

terão contribuído os fluxos migratórios das décadas de 60 e 70 e a quebra de natalidade das décadas de

80 e 90.

Gráfico 2 - Evolução do número de habitantes desde o início do século XX

Fonte dos dados: INE, recenseamentos gerais da população

Comparando a evolução populacional de Celorico de Basto com os concelhos limítrofes no período 2001-

2011, verifica-se que, com a exceção de Felgueiras que apresenta um crescimento de 0,8%, todos os

outros concelhos apresentam decréscimos mais acentuados que Celorico. Entre 1991 e 2001 tinha-se

verificado o inverso, destacando-se os valores negativos de Celorico e Mondim de Basto, enquanto os

restantes municípios apresentavam uma variação positiva. A NUT III do Tâmega, que no global e no

período entre 1991 e 2001 apresentou teve um crescimento populacional de 8,3%, superior à média

nacional, manteve-se na última década um comportamento demográfico de grande estabilidade.

Tabela 1 - Evolução populacional entre 1991 e 2011 nos concelhos vizinhos de Celorico de Basto e NUT superiores

Unidades Territoriais População Residente Variação relativa da

população residente

1991 2001 2011 1991-2001 2001-2011

Portugal 9.867.147 10.356.117 10.562.178 5,0% 2,0%

NUT II – Norte 3.472.715 3.687.293 3.689.682 6,2% 0,1%

NUT III – Tâmega 509.209 551.309 550.516 8,3% -0,1%

Cabeceiras de Basto 16.368 17.846 16.710 9,0% -6,4%

Celorico de Basto 21.477 20.466 20.098 -4,7% -1,8%

Amarante 56.092 59.638 56.264 6,3% -5,7%

Mondim de Basto 9.518 8.573 7.493 -9,9% -12,6%

Felgueiras 49.136 57.595 58.065 17,2% 0,8%

NUT III – Ave 466.074 509.689 511.737 9,4% 0,4%

Fafe 47.862 52.757 50.633 10,2% -4,0%

Fonte: INE, Censos 1991 a 2011

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 21 | P á g i n a

A densidade populacional de Celorico de Basto é de 111 hab/km², idêntica à média nacional (114

hab/km²), embora muito inferior à média da NUT III do Tâmega em que está inserido e da média da

região Norte (173 hab/km²).

No que se refere á variação da população por freguesia, encontram-se diferentes dinâmicas, atendendo

aos dados dos três últimos momentos censitários apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Variação da população residente e da densidade populacional por freguesia

Unidades territoriais

Área CAOP (km²)

População residente Variação relativa

da população residente (%)

Densidade populacional (hab/km²) *

1991 2001 2011 91-01 01-11 2001 2011

Celorico de Basto 181,07 21.477 20.466 20.098 -4,7% -1,8% 113,03 110,99

Agilde 9,01 1237 1294 1227 4,6% -5,2% 143,58 136,15

Arnoia 18,73 1901 1919 1702 0,9% -11,3% 102,46 90,87

Borba da Montanha 10,89 1235 1255 1294 1,6% 3,1% 115,24 118,82

Britelo 7,78 2422 2542 2561 5,0% 0,7% 326,61 329,05

Caçarilhe 5,95 484 455 466 -6,0% 2,4% 76,52 78,37

Canedo de Basto 9,98 1061 1028 1010 -3,1% -1,8% 102,96 101,16

Carvalho 6,82 905 838 789 -7,4% -5,8% 122,87 115,68

Codessoso 10,70 586 503 444 -14,2% -11,7% 47,02 41,50

Corgo 3,25 395 324 311 -18,0% -4,0% 99,77 95,76

Fervença 12,05 1419 1410 1445 -0,6% 2,5% 117,03 119,94

Gagos 4,41 658 632 628 -4,0% -0,6% 143,41 142,50

Gémeos 4,02 651 626 650 -3,8% 3,8% 155,86 161,83

Infesta 5,53 433 316 292 -27,0% -7,6% 57,13 52,79

Molares 3,07 646 518 621 -19,8% 19,9% 168,75 202,30

Moreira do Castelo 6,14 662 615 627 -7,1% 2,0% 100,24 102,20

Ourilhe 5,37 470 393 459 -16,4% 16,8% 73,21 85,51

Rego 17,09 1124 1184 1241 5,3% 4,8% 69,29 72,62

Ribas 8,28 1299 1229 1068 -5,4% -13,1% 148,46 129,02

Basto (Santa Tecla) 3,20 296 279 212 -5,7% -24,0% 87,05 66,15

Basto (S. Clemente) 15,41 1890 1587 1524 -16,0% -4,0% 102,98 98,89

Vale de Bouro 7,89 907 812 813 -10,5% 0,1% 102,90 103,02

Veade 5,51 796 707 714 -11,2% 1,0% 128,23 129,50

* O valor da variação relativa da densidade é equivalente ao da variação relativa da população

Fonte: INE, Censos 1991 a 2011

Deverá ter-se em atenção o número absoluto de habitantes das várias freguesias, dado que existem

freguesias com um número reduzido de habitantes onde a variação percentual pode assumir diferenças

mais acentuadas. Da observação do quadro e comparando o comportamento demográfico registado nos

três momentos censitários pode destacar-se as seguintes conclusões:

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO

1. As freguesias localizadas na fronteira com os concelhos de Fafe e Felgueiras (Rego, Borba da

Montanha, Agilde e Fervença)

estagnação da sua população, situação a que não é alheio o emprego gerado nesses concelhos

vizinhos;

2. A freguesia de Britelo, na qual se localiza a área urbana principal da sede do concelho, apresenta um

crescimento positivo ao longo deste período de observação;

3. O Vale de Infesta (freguesias de Infesta de Basto

decréscimo relativo da população neste período. Com um decréscimo acentuado aparece

também a freguesia de Codessoso (a sul) e as freguesias de Ribas e de Basto

norte).

4. Em termos absolutos as freguesias com mais habitantes são Britelo (2561), Arnoia (1702),

Clemente (1524) e Fervença (1445), as quais integram no seu território parte significativa d

aglomerados urbanos de Celorico de Basto, Gandarela e Mota. O aglomerado urbano de

integra parte do território das freguesias de Molares, Gagos e Veade que em conjunto têm 1963

habitantes.

Gráfico 3- Evolução da população residente por freguesia (1981

Fonte dos dados: INE, Censos

Entre 2001 e 2011, verificou-se o aumento da população em onze das 22 freguesias do concelho,

enquanto entre 1991 e 2001 apenas cinco registaram saldo positivo. A variação populacional nestes dois

períodos está traduzida nos mapas da

DE CELORICO DE BASTO

s na fronteira com os concelhos de Fafe e Felgueiras (Rego, Borba da

Montanha, Agilde e Fervença) apresentam um comportamento demográfico de algum crescimento ou

estagnação da sua população, situação a que não é alheio o emprego gerado nesses concelhos

A freguesia de Britelo, na qual se localiza a área urbana principal da sede do concelho, apresenta um

crescimento positivo ao longo deste período de observação;

O Vale de Infesta (freguesias de Infesta de Basto - Sta. Tecla) é a área que regis

decréscimo relativo da população neste período. Com um decréscimo acentuado aparece

também a freguesia de Codessoso (a sul) e as freguesias de Ribas e de Basto

s freguesias com mais habitantes são Britelo (2561), Arnoia (1702),

Fervença (1445), as quais integram no seu território parte significativa d

aglomerados urbanos de Celorico de Basto, Gandarela e Mota. O aglomerado urbano de

as freguesias de Molares, Gagos e Veade que em conjunto têm 1963

Evolução da população residente por freguesia (1981-2011)

se o aumento da população em onze das 22 freguesias do concelho,

enquanto entre 1991 e 2001 apenas cinco registaram saldo positivo. A variação populacional nestes dois

períodos está traduzida nos mapas da Ilustração 6.

22 | P á g i n a

s na fronteira com os concelhos de Fafe e Felgueiras (Rego, Borba da

apresentam um comportamento demográfico de algum crescimento ou

estagnação da sua população, situação a que não é alheio o emprego gerado nesses concelhos

A freguesia de Britelo, na qual se localiza a área urbana principal da sede do concelho, apresenta um

Sta. Tecla) é a área que regista o maior

decréscimo relativo da população neste período. Com um decréscimo acentuado aparece-nos

também a freguesia de Codessoso (a sul) e as freguesias de Ribas e de Basto – S. Clemente (a

s freguesias com mais habitantes são Britelo (2561), Arnoia (1702), Basto - S.

Fervença (1445), as quais integram no seu território parte significativa dos

aglomerados urbanos de Celorico de Basto, Gandarela e Mota. O aglomerado urbano de Fermil

as freguesias de Molares, Gagos e Veade que em conjunto têm 1963

se o aumento da população em onze das 22 freguesias do concelho,

enquanto entre 1991 e 2001 apenas cinco registaram saldo positivo. A variação populacional nestes dois

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 23 | P á g i n a

Ilustração 6 - Variação da população residente por freguesia, 1991-2001 e 2001-2011

Fonte dos dados: INE, Censos 1991 a 2011 (resultados definitivos); mapas construídos pelo Município com os escalões do INE.

É nas freguesias localizadas na proximidade com a vila de Fermil que se destaca a maior diferença entre

os dois momentos observados. Na verdade a freguesia que mais cresceu em termos de população

residente, no período 2001-2011, foi Molares (quase 20%), seguida de Ourilhe (16,8%), enquanto Veade,

Gagos, Canedo e Vale de Bouro estão num intervalo de estabilidade. Comparativamente e no período de

1991-2001, todas as freguesias deste quadrante registaram valores negativos quanto à variação da

população.

No período de 1991-2001 (análise feita nos Estudos de Caraterização e Diagnostico) foram identificadas

como zonas mais dinâmicas a envolvente da sede do concelho, pelo seu caráter de centralidade, e a

zona poente, pela proximidade aos concelhos de Fafe e Felgueiras.

Esta tendência mantem-se no período 2001-2011, embora com alteração de algumas freguesias. Na área

de influência da sede do concelho verifica-se o crescimento populacional da freguesia de Gémeos, em

oposição ao decréscimo de Arnoia, o que pode estar relacionado com o desenvolvimento urbano da zona

noroeste da Vila de Celorico. Na zona poente do concelho, verifica-se o decréscimo populacional de

Agilde mas, em contrapartida, o aumento em Borba, Fervença, Moreira e Rego.

Mantêm-se em decréscimo acentuado, desde 1991, da população residente no extremo norte do

concelho (Basto - S. Clemente e Ribas) e sul (Codessoso) e o centro geográfico do concelho (Infesta,

Basto - Santa Tecla e Carvalho).

Não obstante a diminuição do número de indivíduos residentes, nas últimas duas décadas, verificou-se

um aumento do número de famílias (ver Gráfico 4), correspondente a uma variação positiva de 6,9 %

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO

entre 1991 e 2001 e 10,5% entre 2011 e 2011, resultante do aumento da longevidade e da diminuição do

n.º de filhos por família. O número médio de pessoas por família é atualmente de 3 pessoas.

ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO

O envelhecimento da população de Celorico de Basto tem

significativa, a par da redução do número de jovens.

A observação dos dados da população por grupos etários, entre 1981 e 2011

uma tendência contínua de diminuição dos grupos etários mais jovens, mais acentuada nas crianças (dos

0 aos 14 anos) e mais ligeira no grupo dos 15 aos 24.

apresentam tendência de evolução positiva, assim como a população com mais de 65 anos, reflexo do

aumento de esperança de vida da população.

Gráfico 5

Fonte dos dados: INE, Censos 1981 a 2011

DE CELORICO DE BASTO

991 e 2001 e 10,5% entre 2011 e 2011, resultante do aumento da longevidade e da diminuição do

n.º de filhos por família. O número médio de pessoas por família é atualmente de 3 pessoas.

Gráfico 4- Evolução do número de famílias

OPULAÇÃO

O envelhecimento da população de Celorico de Basto tem-se vindo a acentuar de forma muito

da redução do número de jovens.

A observação dos dados da população por grupos etários, entre 1981 e 2011 (Gráficos 5 e 6)

uma tendência contínua de diminuição dos grupos etários mais jovens, mais acentuada nas crianças (dos

0 aos 14 anos) e mais ligeira no grupo dos 15 aos 24. Pelo contrário, os grupos dos 25 aos 64 anos

ção positiva, assim como a população com mais de 65 anos, reflexo do

aumento de esperança de vida da população.

5 - Evolução do número de habitantes por ciclos de vida

Fonte dos dados: INE, Censos 1981 a 2011

24 | P á g i n a

991 e 2001 e 10,5% entre 2011 e 2011, resultante do aumento da longevidade e da diminuição do

n.º de filhos por família. O número médio de pessoas por família é atualmente de 3 pessoas.

se vindo a acentuar de forma muito

Gráficos 5 e 6) demonstra

uma tendência contínua de diminuição dos grupos etários mais jovens, mais acentuada nas crianças (dos

o, os grupos dos 25 aos 64 anos

ção positiva, assim como a população com mais de 65 anos, reflexo do

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO

Gráfico

Fonte dos dados: INE, Censos 1981 e 2011

A pirâmide etária do concelho (Gráfico 7) apresentava em 1991 ainda uma estrutura etária jovem,

a percentagem de população com menos de 15 anos era superior à população com mais de 65 anos.

Comparativamente, a estrutura da pirâmide etária do concelho

envelhecida devido ao aumento relativo da população mais i

A pirâmide mostra-nos também

comparativamente ao ano de 1991. A este facto não é alheio um retrocesso no processo de emigração,

que marcou a população do concelho nas últimas décadas, e

mesmo período. Esta situação está contudo a modificar

censitário de 2011, a uma nova vaga de emigração motivada pela forte crise económica q

atravessa e que afetou particularmente o setor da construção civil.

Gráfico 7 - Pirâmide etária do concelho de Celorico de Basto, em 1991 e 2001 (em %)

Fonte: Censos 2001, INE

Fa

ixa

Etá

ria

DE CELORICO DE BASTO

Gráfico 6 - Estrutura etária da população (1981-2011)

2011

A pirâmide etária do concelho (Gráfico 7) apresentava em 1991 ainda uma estrutura etária jovem,

a percentagem de população com menos de 15 anos era superior à população com mais de 65 anos.

Comparativamente, a estrutura da pirâmide etária do concelho em 2001 apresenta-se nitida

devido ao aumento relativo da população mais idosa e diminuição do número de jovens

também uma população em idade ativa com maior peso relativo em 2001,

comparativamente ao ano de 1991. A este facto não é alheio um retrocesso no processo de emigração,

oncelho nas últimas décadas, e o aumento do número de famílias no

mesmo período. Esta situação está contudo a modificar-se, assistindo-se atualmente e já após o período

censitário de 2011, a uma nova vaga de emigração motivada pela forte crise económica q

atravessa e que afetou particularmente o setor da construção civil.

Pirâmide etária do concelho de Celorico de Basto, em 1991 e 2001 (em %)

25 | P á g i n a

A pirâmide etária do concelho (Gráfico 7) apresentava em 1991 ainda uma estrutura etária jovem, já que

a percentagem de população com menos de 15 anos era superior à população com mais de 65 anos.

se nitidamente mais

e diminuição do número de jovens.

r peso relativo em 2001,

comparativamente ao ano de 1991. A este facto não é alheio um retrocesso no processo de emigração,

o aumento do número de famílias no

se atualmente e já após o período

censitário de 2011, a uma nova vaga de emigração motivada pela forte crise económica que o pais

Pirâmide etária do concelho de Celorico de Basto, em 1991 e 2001 (em %)

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 26 | P á g i n a

EDIFICAÇÃO E HABITAÇÃO

Nas últimas duas décadas verificou-se um aumento do número de edifícios e de alojamentos, relacionado

com aumento do número de famílias já atrás referido.

Observando os dados dos Censos relativos ao nº de edifícios verifica-se, ao nível do concelho, um

aumento relativo de 9,5% entre 2001 e 2011, no entanto menor que o verificado entre 1991 e 2001:

15,5%. No que se refere à variação por freguesia, verificam-se grandes diferenças entre os períodos

1991-2001 e 2001-2011. Entre 2001 e 2011, o maior aumento encontra-se no Corgo (22,8%) e em Agilde

(20,9%). No mesmo período, as freguesias de Carvalho, Santa Tecla, Gémeos e S. Clemente apresentam

uma variação negativa. No entanto, Santa Tecla e S. Clemente tiveram um crescimento elevado na

década anterior, pelo que apenas Carvalho e Gémeos apresentam um saldo negativo entre 1991 e 2011.

Tabela 3 - Variação do número de edifícios e densidade do edificado por freguesia

Unidades territoriais Edifícios clássicos (n.º) Variação relativa

do edificado (%) Densidade (edif/km²) *

1991 2001 2011 91-01 01-11 2001 2011

Celorico de Basto 7881 9104 9972 15,5% 9,5% 50,28 55,07

Agilde 427 492 595 15,2% 20,9% 54,59 66,02

Arnoia 582 854 985 46,7% 15,3% 45,60 52,59

Borba da Montanha 425 495 553 16,5% 11,7% 45,45 50,78

Britelo 799 928 1071 16,1% 15,4% 119,23 137,61

Caçarilhe 244 248 258 1,6% 4,0% 41,71 43,39

Canedo de Basto 406 454 506 11,8% 11,5% 45,47 50,68

Carvalho 410 433 402 5,6% -7,2% 63,49 58,94

Codessoso 247 244 256 -1,2% 4,9% 22,81 23,93

Corgo 165 167 205 1,2% 22,8% 51,42 63,12

Fervença 513 618 671 20,5% 8,6% 51,29 55,69

Gagos 205 281 299 37,1% 6,4% 63,76 67,85

Gémeos 280 281 273 0,4% -2,8% 69,96 67,97

Infesta 182 181 184 -0,5% 1,7% 32,72 33,26

Molares 236 226 262 -4,2% 15,9% 73,62 85,35

Moreira do Castelo 218 257 267 17,9% 3,9% 41,89 43,52

Ourilhe 233 224 264 -3,9% 17,9% 41,73 49,18

Rego 407 615 719 51,1% 16,9% 35,99 42,08

Ribas 374 426 461 13,9% 8,2% 51,46 55,69

Basto (Santa Tecla) 146 179 167 22,6% -6,7% 55,85 52,11

Basto (S. Clemente) 658 767 755 16,6% -1,6% 49,77 48,99

Vale de Bouro 384 416 440 8,3% 5,8% 52,72 55,76

Veade 340 318 379 -6,5% 19,2% 57,68 68,74

Fonte: INE, Censos 1991 a 2011

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO

A densidade do edificado no concelho é cerca de 55 edifícios por km², de acordo com os dados de 2011,

o que se aproxima da densidade da região Norte (57 edif/ km²), sendo inferior à da NUT do Tâmega (76

edif/ km²) e superior à nacional (38 edif/ km²). Ao n

km²) encontra-se naturalmente em Britelo, sede do concelho, seguido de Molares (85,3 edif/ km²),

enquanto os valores mais baixos se encontram em Codessoso (23,9 edif/ km²) e Infesta (33,2 edif/ km²).

Nos gráficos seguintes apresenta

construção, tipo de utilização, tipologia urbana

Gráfico

Fonte dos dados: INE, Censos 2011

Gráfico 9 - Edifícios segundo a utilização

Fonte dos dados: INE, Censos 2011

DE CELORICO DE BASTO

A densidade do edificado no concelho é cerca de 55 edifícios por km², de acordo com os dados de 2011,

o que se aproxima da densidade da região Norte (57 edif/ km²), sendo inferior à da NUT do Tâmega (76

edif/ km²) e superior à nacional (38 edif/ km²). Ao nível das freguesias, o valor mais elevado (137,6 edif/

se naturalmente em Britelo, sede do concelho, seguido de Molares (85,3 edif/ km²),

enquanto os valores mais baixos se encontram em Codessoso (23,9 edif/ km²) e Infesta (33,2 edif/ km²).

os gráficos seguintes apresenta-se a caraterização da edificação no concelho, segundo a época de

construção, tipo de utilização, tipologia urbana, número de alojamentos e número de pisos.

Gráfico 8 - Edifícios segundo a época de construção

Edifícios segundo a utilização Gráfico 10 - Edifícios segundo a tipologia urbana

27 | P á g i n a

A densidade do edificado no concelho é cerca de 55 edifícios por km², de acordo com os dados de 2011,

o que se aproxima da densidade da região Norte (57 edif/ km²), sendo inferior à da NUT do Tâmega (76

, o valor mais elevado (137,6 edif/

se naturalmente em Britelo, sede do concelho, seguido de Molares (85,3 edif/ km²),

enquanto os valores mais baixos se encontram em Codessoso (23,9 edif/ km²) e Infesta (33,2 edif/ km²).

se a caraterização da edificação no concelho, segundo a época de

e número de pisos.

Edifícios segundo a tipologia urbana

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO

Gráfico 11 -Edifícios segundo o n.º de pisos

Fonte dos dados: INE, Censos 2011

A grande maioria da edificação no concelho (cerca de 90%) é construção

residencial, com um alojamento e 1 ou 2 pisos.

No que se refere aos alojamentos, verificou

2001 e 2011, no total do concelho.

que no período 1991-2001 o aumento relativo dos alojamentos foi superior ao dos edifícios, enquanto

período 2001-2011 foi praticamente igual, donde se pode concluir que na década de 90 a habitação

coletiva teve um peso mais significat

Quanto à distribuição por tipo de uso verifica

representam, em 2011, 63,8% (menos de dois terços) do total de alojamentos familiares, enquanto em

1991 representavam 69,5%. Ao nível das freguesias, a proporção mais elevada de alojamentos familiares

de residência habitual encontra-se em Moreira do Castelo (72,9% do total) e Borba da Montanha (71%) e

a mais baixa em Santa Tecla (44,3%).

Tem-se verificado um crescimento dos alojamentos familiares de uso secundário que representam, em

2011, 22,8% do total de alojamentos familiares, enquanto em 2001 representavam 21% e em 1991, 16%.

A maior proporção de alojamentos de uso secundário encontra

Veade (37,3%) e Santa Tecla (36,5%).

emigrantes no estrangeiro e de naturais do concelho, ou seus descendentes, que trabalham e residem

nas zonas metropolitanas do litoral.

DE CELORICO DE BASTO

Edifícios segundo o n.º de pisos Gráfico 12 - Edifícios segundo o n.º de alojamentos

ria da edificação no concelho (cerca de 90%) é construção isolada, exclusivamente

residencial, com um alojamento e 1 ou 2 pisos.

alojamentos, verificou-se um aumento de 18,1% entre 1991 e 2001

, no total do concelho. Comparando estes dados com os referentes aos edif

2001 o aumento relativo dos alojamentos foi superior ao dos edifícios, enquanto

2011 foi praticamente igual, donde se pode concluir que na década de 90 a habitação

coletiva teve um peso mais significativo nesse crescimento do que na década de 2000.

à distribuição por tipo de uso verifica-se que os alojamentos familiares de

representam, em 2011, 63,8% (menos de dois terços) do total de alojamentos familiares, enquanto em

Ao nível das freguesias, a proporção mais elevada de alojamentos familiares

se em Moreira do Castelo (72,9% do total) e Borba da Montanha (71%) e

a mais baixa em Santa Tecla (44,3%).

crescimento dos alojamentos familiares de uso secundário que representam, em

2011, 22,8% do total de alojamentos familiares, enquanto em 2001 representavam 21% e em 1991, 16%.

r proporção de alojamentos de uso secundário encontra-se nas freguesias de

Veade (37,3%) e Santa Tecla (36,5%). Isto demonstra o peso significativo das habitações de férias, de

emigrantes no estrangeiro e de naturais do concelho, ou seus descendentes, que trabalham e residem

nas zonas metropolitanas do litoral.

28 | P á g i n a

Edifícios segundo o n.º de alojamentos

isolada, exclusivamente

18,1% entre 1991 e 2001 e de 9,6% entre

aos edifícios, verifica-se

2001 o aumento relativo dos alojamentos foi superior ao dos edifícios, enquanto no

2011 foi praticamente igual, donde se pode concluir que na década de 90 a habitação

ivo nesse crescimento do que na década de 2000.

se que os alojamentos familiares de residência habitual

representam, em 2011, 63,8% (menos de dois terços) do total de alojamentos familiares, enquanto em

Ao nível das freguesias, a proporção mais elevada de alojamentos familiares

se em Moreira do Castelo (72,9% do total) e Borba da Montanha (71%) e

crescimento dos alojamentos familiares de uso secundário que representam, em

2011, 22,8% do total de alojamentos familiares, enquanto em 2001 representavam 21% e em 1991, 16%.

se nas freguesias de Corgo (45,9%),

Isto demonstra o peso significativo das habitações de férias, de

emigrantes no estrangeiro e de naturais do concelho, ou seus descendentes, que trabalham e residem

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 29 | P á g i n a

Tabela 4 - Variação do número de alojamentos e distribuição por tipo de uso, por freguesia

Unidades territoriais

Alojamentos familiares (n.º)

Variação relativa (%)

Alojamentos familiares por tipo de uso, 2011 (%)

1991 2001 2011 91-01 01-11 Resid. habitual

Uso secund. Vagos

Celorico de Basto 8202 9688 10619 18,1% 9,6% 63,8% 22,8% 13,4%

Agilde 436 544 611 24,8% 12,3% 67,6% 12,9% 19,5%

Arnoia 601 880 1010 46,4% 14,8% 56,6% 11,2% 32,2%

Borba da Montanha 437 507 568 16,0% 12,0% 71,0% 14,8% 14,3%

Britelo 921 1087 1283 18,0% 18,0% 69,1% 19,5% 11,4%

Caçarilhe 251 266 265 6,0% -0,4% 61,5% 20,8% 17,7%

Canedo de Basto 425 489 509 15,1% 4,1% 67,6% 24,8% 7,7%

Carvalho 411 437 419 6,3% -4,1% 61,8% 32,0% 6,2%

Codessoso 276 256 261 -7,2% 2,0% 63,6% 18,4% 18,0%

Corgo 166 169 209 1,8% 23,7% 54,1% 45,9% 0,0%

Fervença 526 652 765 24,0% 17,3% 64,7% 15,7% 19,6%

Gagos 212 298 316 40,6% 6,0% 66,5% 21,8% 11,7%

Gémeos 287 300 319 4,5% 6,3% 69,3% 21,9% 8,8%

Infesta 187 184 186 -1,6% 1,1% 59,7% 32,8% 7,5%

Molares 241 261 292 8,3% 11,9% 68,5% 19,5% 12,0%

Moreira do Castelo 220 260 269 18,2% 3,5% 72,9% 23,8% 3,3%

Ourilhe 248 230 269 -7,3% 17,0% 57,2% 26,8% 16,0%

Rego 409 640 737 56,5% 15,2% 57,9% 33,1% 9,0%

Ribas 388 449 480 15,7% 6,9% 65,0% 16,9% 18,1%

Basto (Santa Tecla) 146 179 167 22,6% -6,7% 44,3% 36,5% 19,2%

Basto (S. Clemente) 680 827 837 21,6% 1,2% 63,6% 33,6% 2,9%

Vale de Bouro 388 426 445 9,8% 4,5% 61,6% 24,5% 13,9%

Veade 346 347 402 0,3% 15,9% 62,4% 37,3% 0,2%

Fonte: INE, Censos 1991 a 2011

Existe ainda uma quantidade elevada de alojamentos familiares vagos (13,4%), embora essa proporção

tenha diminuído ligeiramente (era de 14,5% em 1991 e de 15,5% em 2001), tendo o maior peso relativo

na freguesia de Arnoia (32,2%). A definição de “alojamentos vagos” inclui não só os que estão

disponíveis para venda ou arrendamento, mas também os que estão abandonados ou desocupados por

diversos motivos, como a falta de condições de habitabilidade ou uma localização periférica e isolada.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO

ATIVIDADES ECONÓMICA

A atividade agrícola foi a principal ocupação da população ativa de Celorico de Basto até finais do século

XX. Em 1981 mais de 60% da população

silvicultura, valor que tem vindo a decrescer acentuadamente nas últimas décadas, sendo atualmente de

apenas 6%. Em oposição verifica

53% do emprego. O setor secundário aumentou entre 1991 e 2001, voltando a diminuir em 2011,

situando-se nos 41%. Esta transformação do peso relativo dos setores de atividade é clara nos gráficos

seguintes, baseados nos dados dos últimos 3 censos.

Gráfico 13 - Distribuição da população empregada por setores de atividade

Fonte dos dados: INE, Censos 91, 2001 e 2011

AGRICULTURA

A perda de peso relativo da população ativa no sector primário não foi acompanhada pelo abandono das

terras, mas sim pela modernização desta atividade. Na verdade temos assistido nos últimos anos a um

aumento significativo da dimensão das explorações agrícolas e da sua modernização e ainda à

emergência de uma certa especialização nos sectores da vinha ao

gado nas zonas de montanha do concelho. Assiste

estando em curso a implementação de vários projetos de plantas aromáticas e de frutos vermelhos e ao

aparecimento de um número significativo de produtores engarrafadores e unidades de transformação de

produtos agrícolas.

DE CELORICO DE BASTO

ATIVIDADES ECONÓMICAS

A atividade agrícola foi a principal ocupação da população ativa de Celorico de Basto até finais do século

XX. Em 1981 mais de 60% da população empregada tinha uma ocupação ligada com a agricultura e

tem vindo a decrescer acentuadamente nas últimas décadas, sendo atualmente de

apenas 6%. Em oposição verifica-se o grande crescimento do setor terciário, que representa atualmente

do emprego. O setor secundário aumentou entre 1991 e 2001, voltando a diminuir em 2011,

Esta transformação do peso relativo dos setores de atividade é clara nos gráficos

seguintes, baseados nos dados dos últimos 3 censos.

Distribuição da população empregada por setores de atividade

: INE, Censos 91, 2001 e 2011

A perda de peso relativo da população ativa no sector primário não foi acompanhada pelo abandono das

terras, mas sim pela modernização desta atividade. Na verdade temos assistido nos últimos anos a um

aumento significativo da dimensão das explorações agrícolas e da sua modernização e ainda à

emergência de uma certa especialização nos sectores da vinha ao longo do vale do Tâmega e criação de

gado nas zonas de montanha do concelho. Assiste-se hoje a um novo retorno à atividade agrícola,

estando em curso a implementação de vários projetos de plantas aromáticas e de frutos vermelhos e ao

ero significativo de produtores engarrafadores e unidades de transformação de

30 | P á g i n a

A atividade agrícola foi a principal ocupação da população ativa de Celorico de Basto até finais do século

tinha uma ocupação ligada com a agricultura e

tem vindo a decrescer acentuadamente nas últimas décadas, sendo atualmente de

se o grande crescimento do setor terciário, que representa atualmente

do emprego. O setor secundário aumentou entre 1991 e 2001, voltando a diminuir em 2011,

Esta transformação do peso relativo dos setores de atividade é clara nos gráficos

A perda de peso relativo da população ativa no sector primário não foi acompanhada pelo abandono das

terras, mas sim pela modernização desta atividade. Na verdade temos assistido nos últimos anos a um

aumento significativo da dimensão das explorações agrícolas e da sua modernização e ainda à

longo do vale do Tâmega e criação de

se hoje a um novo retorno à atividade agrícola,

estando em curso a implementação de vários projetos de plantas aromáticas e de frutos vermelhos e ao

ero significativo de produtores engarrafadores e unidades de transformação de

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 31 | P á g i n a

INDÚSTRIA E PARQUES EMPRESARIAIS

O concelho de Celorico de Basto dispõe atualmente de três parques de acolhimento empresarial

localizados estrategicamente no território concelhio e dotados das infraestruturas necessárias ao sucesso

das atividades que aqui se venham a instalar. O parque Empresarial de Basto fica localizado próximo da

sede do concelho e junto à Variante do Tâmega (EN 210) que faz a ligação ao IP4 / A4 em Amarante. A

Zona Industrial da Lameira / Rego está localizada junto à Estrada Nacional 206 no limite do concelho e na

proximidade de Fafe. A zona industrial de Carvalho tem a sua localização próxima da estrada regional

101-4 que liga o concelho de Celorico de Basto ao vizinho concelho de Felgueiras.

Tabela 5 - Áreas de Localização Empresarial

Designação Freguesia Área Total

(m2) (c)

Área de Lotes (m2)

N.º de Lotes

Lotes Construídos

(d)

Empresas instaladas

(d)

Parque Empresarial de Basto - 1 (a) Britelo 126.445 78.512 44 27 18

Parque Empresarial de Basto - 2 (b) Britelo / Veade 35.705 24.620 37 8 4

Zona Industrial da Lameira Rego 42.260 26.503 18 8 5

Zona Industrial de Carvalho Carvalho 39.374 31.042 42 16 5

(a) também designado Zona Industrial de Celorico de Basto (b) também designado Pólo de Serviços e Armazéns de Crespos (c) áreas efetivamente constituídas e destinadas a empresas, podem diferir das áreas dos PP ou loteamentos (d) dados de 2012

TURISMO

O turismo tem tido um forte incremento nos últimos anos, frutos dos investimentos já concretizados e que

contribuíram para um aumento significativo do número de visitantes ao concelho. Para além do

alojamento existente nas modalidades de turismo em espaço rural e turismo de habitação, espera-se uma

oferta cada vez maior e mais diversificada, com o parque de campismo e o hotel da Quinta da Boavista,

em fase final de construção, e a previsão de mais dois hotéis, cujas intenções de investimento foram

recentemente manifestadas.

Tabela 6 - Empreendimentos turísticos classificados pelo município e alojamento local registado

Designação Tipologia Capacidade

Unid. alojam Localização

EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS

Casa de Canedo turismo de habitação 18 9 Barreiro, Canedo

Casa do Campo turismo de habitação 19 10 Fermil, Molares

Quinta dos Mouras tur. espaço rural - casa de campo 10 5 Rib.ª de Cima, Infesta

Camélias de Basto tur. espaço rural - casa de campo 10 5 Boavista, Gémeos

Quinta das Escomoeiras tur. espaço rural - casa de campo 18 9 Lourido, Arnoia

Solar do Souto turismo de habitação 16 8 Vilar, S. Clemente

ALOJAMENTO LOCAL

Casa da Renda alojamento local - moradia 10 5 Renda, Canedo

Fonte: Município - Departamento de Gestão Urbanística (2012)

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 32 | P á g i n a

Tabela 7 - Empreendimentos turísticos previstos

Designação Tipologia Categ Capacid Unid. alojam Localização

Camping Celorico de Basto Parque de campismo e caravanismo

360 + 6 3 S. Silvestre, Gémeos

Hotel Solar da Quinta da Boavista Hotel 4 * 100 50 Outeiro, Veade

Hotel Rural Quinta da Granja Hotel rural 4 * 36 20 Lordelo, Ribas

Hotel Celorico Palace Hotel 4 * 82 41 S. Silvestre, Gémeos

Fonte: Município - Departamento de Gestão Urbanística (2012)

A estratégia de desenvolvimento do turismo no concelho de Celorico de Basto deverá ser enquadrada na

estratégia para a região Norte definida pelo Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), cuja versão

mais recente foi publicada na Resolução do Conselho de Ministros n.º 24/2013 de 16 de abril. O PENT

classifica os produtos turísticos como "consolidado", "em desenvolvimento", "complementar" e

"emergente", conforme se apresenta na tabela seguinte, na qual se faz também o paralelismo com os 7

produtos estratégicos do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP)

Tabela 8 - Estratégia de produtos turísticos para a região Norte

Estratégia do PENT para a região Norte Produtos estratégicos do TPNP

Produto Classificação

Turismo de Saúde

Consolidado (termas),

Complementar (spa / talassoterapia)

Emergente (turismo médico, Porto)

Saúde e bem-estar

Estadias de curta duração em cidade Em desenvolvimento (cidade do Porto) City & short breaks

Circuitos turísticos religiosos e culturais

Consolidado Turismo religioso

Touring cultural e paisagístico

Gastronomia e vinhos Complementar Gastronomia

Turismo de natureza Em desenvolvimento Turismo de natureza

Golfe Complementar

Turismo náutico Emergente (náutica de recreio, surfing)

Turismo de negócios Em desenvolvimento (cidade do Porto) Turismo de negócios

Fontes: RCM 24/2013 e www.portoenorte.pt

Os recursos turísticos existentes no concelho, de acordo com o inventário do Turismo de Portugal (dados

de 2011) estão integrados nas seguintes tipologias:

• Castelos / Fortes (Castelo de Arnoia)

• Palácios / Solares (existe um grande número de imóveis com interesse patrimonial)

• Igrejas / Capelas / Ermidas (existe um grande número de imóveis com interesse patrimonial)

• Parques / Jardins públicos (incluindo jardins urbanos, parques de lazer em espaços rurais e os

tradicionais jardins de camélias)

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 33 | P á g i n a

• Pelourinhos / Cruzeiros / Obeliscos

• Miradouros

• Biblioteca

• Caves / Adegas

Face a estes recursos, os principais produtos turísticos a desenvolver no concelho são os " circuitos

turísticos religiosos e culturais" e o "turismo de natureza", complementados pelo produto "gastronomia e

vinhos".

A adesão do Município à Rota do Românico, que integra 12 concelhos da CIM do Tâmega e Sousa e tem

por objetivo a promoção turística e cultural, bem como a integração na rede de lojas interativas do TPNP,

ambas em fase de arranque, irão contribuir para o desenvolvimento do setor do turismo no concelho.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 34 | P á g i n a

ANÁLISE SWOT

Nos quadros seguintes pretende-se estruturar as potencialidades e fragilidades do Município de

Celorico de Basto, identificadas nos Estudos de Caracterização e Diagnóstico e em documentos

autónomos como a Carta Social do concelho e o Plano de Ação Rural 2. A análise foi realizada com base

no método SWOT (strengths, weaknesses, opportunities, threats), comummente utilizado ao nível do

planeamento estratégico, que se realiza mediante quatro vetores: pontos fortes, pontos fracos,

oportunidades e ameaças, aqui organizados em 5 temas.

RECURSOS NATURAIS E OCUPAÇÃO DO SOLO

Pontos fortes Pontos fracos

- Boa exposição solar, dado 27% da superfície são vertentes voltadas a sul, 26% a nascente e 18% a poente.

- Temperaturas medianas e pluviosidade elevada.

- Área agrícola significativa.

- Potencial florestal elevado extensível a todo o concelho.

- Existência de uma densa rede hidrográfica.

- Potencialidade para criação de espaços de lazer e desenvolvimento de atividades turísticas em espaços rurais.

- Existência de um plano de ordenamento cinegético ligado à zona de caça municipal

- As áreas de maior declive, com elevado risco de erosão, representam 33% da superfície do concelho.

- As áreas florestais percorridas por incêndios são, por ano, em média, cerca de 600 hectares.

- Grandes áreas do território estão integradas nas classes de risco de incêndio alto e muito alto

- A pequena dimensão e fragmentação da propriedade agrícola e florestal dificultam a sua gestão.

Oportunidades Ameaças

- Condições naturais de qualidade excecional para o desenvolvimento do setor da vinha.

- Apostar em projetos agrícolas inovadores com base em produtos regionais de qualidade e produtos biológicos.

Apostar na produção florestal como atividade para as áreas rurais, incluindo a valorização dos resíduos florestais.

Explorar potencialidades cinegéticas da floresta, desenvolvendo atividades complementares ao setor do turismo.

- Perda de biodiversidade e erosão dos solos como consequência dos incêndios.

- Substituição das áreas florestais de folhosas e mistas por monoculturas de produção intensiva (eucalipto e pinheiro bravo).

- Desaproveitamento e degradação das potencialidades naturais e paisagísticas

- Impacto microclimático da futura albufeira de Fridão na produção agrícola da zona sul do concelho.

SOCIODEMOGRAFIA

2 Elaborado em 2005, pela Cooperbasto,CRL em parceria com a Câmara Municipal e a Direção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 35 | P á g i n a

Pontos fortes Pontos fracos

- Tendência para a estabilização da população residente: entre 2001 e 2011 diminuiu apenas 1,8%, em contraste com o forte decréscimo que se verificava desde 1950.

- Aumento do número de famílias (+10,5% entre 2001 e 2011)

- Presença significativa de população residente em idade ativa (66% em 2011)

- Taxa de analfabetismo em decréscimo, aumento do nível de habilitações da população

- Existência de uma escola profissional

- O grupo etário com maior perda de efetivos é o mais jovem, dos 0 aos 14 anos (32% em 1981, 15% em 2011)

- População ativa com baixos níveis de instrução

- Número elevado de população economicamente vulnerável

- O indicador de poder de compra per capita é 47,7% do nacional e o mais baixo na NUT do Tâmega

Oportunidades Ameaças

- Incentivos à fixação da população através da oferta de qualidade de vida que passa pelo acesso a serviços de apoio à família

Aposta na formação profissional e requalificação da mão-de-obra.

- Envelhecimento da população e tendência para aumento da taxa de dependência

- Emigração da população em idade ativa

ATIVIDADES ECONÓMICAS

Pontos fortes Pontos fracos

- Setor terciário predominante na estrutura do emprego (53%)

- Disponibilidade de espaços para acolhimento de empresas, incluindo apoio à instalação de microempresas em início de atividade.

- Existência de empreendimentos turísticos de qualidade (turismo de habitação e turismo em espaço rural) e estruturas de animação turística (Ecopista da linha dom Tâmega)

- Aptidão vitícola do vale do Tâmega, área significativa de vinha reconvertida, existência de castas de qualidade e castas autóctones

- Aptidão para produção pecuária de montanha e tradição de criação de gado bovino

- Baixa oferta de emprego dentro do concelho

- Elevada importância da emigração pendular ou sazonal, em especial na construção civil, e recente diminuição da oferta

- Pouca diversidade de tipologias de alojamento turístico

- Reduzida promoção e dinamização turística

- Deficiente capacidade técnica dos ativos do setor agropecuário

- Formas de associativismo e cooperação no setor agrícola deficientemente estruturadas

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 36 | P á g i n a

Oportunidades Ameaças

- Valorizar os espaços rurais através da promoção de atividades económicas nos setores da vinha, pecuária, floresta e turismo

- Desenvolvimento da agroindústria e promoção de marcas do concelho, designadamente em produtos alimentares de qualidade.

- Dinamizar os parques empresariais, apostar em novos parques empresariais e alargamento dos existentes

- Integração em estruturas supramunicipais que favoreçam o desenvolvimento do setor do turismo: Rota do Românico, rede de lojas interativas do Turismo do Porto e Norte

- Envelhecimento dos agricultores e abandono das terras

- Emigração da população em idade ativa

- Redução do investimento privado

DINÂMICA URBANA

Pontos fortes Pontos fracos

- Existência de 4 centralidades urbanas (Celorico, Gandarela, Fermil e Mota) que funcionam como polos de atração estruturantes do território do concelho

- Boas acessibilidades rodoviárias externas e facilidade de ligação aos grandes centros urbanos

- Rede viária municipal bem distribuída no território e em estado satisfatório

- Proximidade com a área metropolitana do Porto

- Baixas densidades da compacidade e do edificado e oferta de terreno urbano infraestruturado.

- Dispersão urbana, o que origina custos mais elevados na execução e gestão de infraestruturas.

- Dispersão dos equipamentos existentes

- Reduzida oferta de transportes coletivos

- Dificuldade de acesso aos equipamentos e serviços pela população residente em lugares periféricos, em especial os mais idosos e/ou carenciados

- Aglomerados “âncora” de cada quadrante do concelho ainda com dinâmica insuficiente, capaz de promover a estruturação de uma sub-rede urbana.

Oportunidades Ameaças

- Programa Estratégico de Reabilitação Urbana

- Promover a compactação dos espaços urbanos, privilegiando a construção em zonas já infraestruturadas

- Garantir o acesso da população a serviços de proximidade, concentrando equipamentos e serviços nas sedes de freguesia.

- Os parques empresariais permitem a localização ordenada de atividades industriais, minimizando os impactos ambientais.

- Degradação de muitos imóveis com valor patrimonial, alguns em risco de ruína, um pouco por todo o concelho.

- Degradação urbana através da ausência de uma dinâmica de reabilitação do edificado, já bem visível na sede do concelho.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 37 | P á g i n a

INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS

Pontos fortes Pontos fracos

- Boa cobertura da rede de abastecimento de água (88%), recolha de resíduos sólidos urbanos, rede elétrica e de telecomunicações.

- Rede de fibra ótica.

- Existência de quatro novos centros escolares

- Boa rede equipamentos desportivos de base

- Existência várias IPSS que oferecem respostas sociais, designadamente a idosos, crianças e pessoas carenciadas.

- Equipamentos sociais recentemente construídos

- Serviço municipal de ação social

- Muito baixa cobertura da rede de saneamento (25%)

- Utilização frequente de captações de água particulares (não controladas) para consumo humano

- Rede de fibra ótica não cobre todo o espaço concelhio.

- Redes de energia elétrica e de telecomunicações, em geral, muito antigas.

- Ausência de um espaço coberto adequado a acolher grandes eventos.

Oportunidades Ameaças

- Integração no sistema multimunicipal de águas e saneamento da Águas do Noroeste

- Aproveitamento de programas de financiamento para reabilitar equipamentos existentes

- Dinamização de iniciativas de voluntariado

- Necessidade crescente de respostas sociais para a população idosa

- Redução dos fundos comunitários e do investimento público nos próximos anos

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 38 | P á g i n a

CAPÍTULO III. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO

TERRITORIAL

ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

TERRITORAL

De acordo com o art.º 85.º, do DL n.º 380/99, de 22 de setembro, na sua atual redação, o plano diretor

municipal (PDM) define o modelo de organização municipal do território estabelecendo

1) a caracterização económica, social e biofísica, incluindo da estrutura fundiária da área de intervenção,

2) a definição e caracterização da área de intervenção, identificando as redes urbana, viária, de

transportes e de equipamentos de educação, de saúde, de abastecimento público e de segurança, bem

como os sistemas de telecomunicações, de abastecimento de energia, de captação, de tratamento e

abastecimento de água, de drenagem e tratamento de efluentes e de recolha, depósito e tratamento de

resíduos,

3) a definição dos sistemas de proteção dos valores e recursos naturais, culturais, agrícolas e florestais,

identificando a estrutura ecológica municipal,

4) os objetivos de desenvolvimento estratégico a prosseguir e os critérios de sustentabilidade a adotar,

bem como os meios disponíveis e as ações propostas,

5) a referenciação espacial dos usos e das atividades nomeadamente através da definição das classes e

categorias de espaços,

6) a identificação das áreas e a definição de estratégias de localização, distribuição e desenvolvimento

das atividades industriais, turísticas, comerciais e de serviços,

7) a definição de estratégias para o espaço rural, identificando aptidões, potencialidades e referências

aos usos múltiplos possíveis,

8) a identificação e a delimitação dos perímetros urbanos, com a definição do sistema urbano municipal,

9) a definição de programas na área habitacional,

10) a especificação qualitativa e quantitativa dos índices, indicadores e parâmetros de referência,

urbanísticos ou de ordenamento, a estabelecer em plano de urbanização e plano de pormenor, bem

como os de natureza supletiva aplicáveis na ausência destes,

11) a definição de unidades operativas de planeamento e gestão, para efeitos de programação da

execução do plano, estabelecendo para cada uma das mesmas os respetivos objetivos, bem como os

termos de referência para a necessária elaboração de planos de urbanização e de pormenor,

12) a programação da execução das opções de ordenamento estabelecidas,

13) a identificação de condicionantes, designadamente reservas e zonas de proteção, bem como das

necessárias à concretização dos planos de proteção civil de carácter permanente,

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 39 | P á g i n a

14) as condições de atuação sobre áreas críticas, situações de emergência ou de exceção, bem como

sobre áreas degradadas em geral,

15) as condições de reconversão das áreas urbanas de génese ilegal,

16) a identificação das áreas de interesse público para efeitos de expropriação, bem como a definição

das respetivas regras de gestão,

17) os critérios para a definição das áreas de cedência, bem como a definição das respetivas regras de

gestão,

18) os critérios de perequação compensatória de benefícios e encargos decorrentes da gestão

urbanística a concretizar nos instrumentos de planeamento previstos nas unidades operativas de

planeamento e gestão,

19) a articulação do modelo de organização municipal do território com a disciplina consagrada nos

demais instrumentos de gestão territorial aplicáveis e

20) o prazo de vigência e as condições de revisão (art.º 85.º, do Regime Jurídico dos Instrumentos de

Gestão Territorial | RJIGT).

Considerando que o PDM estabelece a estratégia de desenvolvimento territorial e o modelo de

organização espacial do território municipal, a política municipal de ordenamento do território e de

urbanismo e as demais políticas urbanas, integrando e articulando as orientações estabelecidas pelos

instrumentos de gestão territorial de âmbito nacional (Programa Nacional da Política de Ordenamento do

Território | PNPOT) e regional (Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte | PROT-N),

seguidamente é apresentada uma síntese sobre as principais orientações que foram acolhidas no quadro

de desenvolvimento do território de Celorico de Basto.

PROGRAMA NACIONAL DA POLÍTICA DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

O PNPOT, aprovado pela Lei n.º 58/2007, de 4 de setembro, é um instrumento de desenvolvimento

territorial de natureza estratégica que estabelece as grandes opções com relevância para a organização

do território nacional e consubstancia o quadro de referência a considerar na elaboração dos demais

instrumentos de gestão territorial.

Particularmente para a Região Norte, onde o concelho de Celorico de Basto se insere, o PNPOT definiu

um conjunto de opções estratégicas territoriais com o objetivo de diminuir as assimetrias entre um litoral

denso, urbanizado e industrial e um interior em processo de despovoamento e de matriz rural. As opções

estratégicas territoriais, cujas orientações podem ser aplicadas ao caso concreto de Celorico de Basto

são seguidamente elencadas:

1. “Estruturar o sistema urbano e reforçar o policentrismo, envolvendo: a qualificação funcional

do Porto e da sua área metropolitana, o desenvolvimento de polarizações estruturantes na

conurbação do litoral e o reforço dos polos e eixos urbanos no interior;

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 40 | P á g i n a

2. Reordenar e qualificar os espaços de localização empresarial na lógica de disponibilização

de espaços de qualidade e de concentração de recursos qualificados, para maior atratividade de

investimento direto estrangeiro, de fomento de economias de aglomeração e de densificação das

interações criativas e inovadoras;

3. Estruturar a rede de Instituições de Ensino Superior, de I&D, Centros Tecnológicos e Áreas de

Localização Empresarial tendo em vista consolidar polos de competitividade articulados

pelas novas condições de acessibilidade;

4. Organizar o sistema de acessibilidades de forma a reforçar o papel dos pontos nodais e a

valorizar o futuro serviço de comboio de alta velocidade na cidade do Porto, incluindo a ligação a

Vigo, no sentido de aumentar o seu potencial na organização das cidades do Noroeste

peninsular;

5. Valorizar o património cultural, em particular as sinergias resultantes dos valores culturais

inscritos na Lista do Património Mundial (UNESCO): Centros Históricos do Porto e Guimarães,

Alto Douro Vinhateiro, Sítios de Arte Rupestre do Vale do Côa;

6. Proteger a paisagem e ordenar os espaços protegidos como um pilar fundamental de

desenvolvimento, de sustentabilidade e de expansão da atividade turística;

7. Preservar as condições de exploração das produções agropecuárias de qualidade;

8. Desenvolver o cluster florestal, estruturando a rede de empresas e outras organizações que

operam em atividades relacionadas com os recursos florestais e que se pretende que venham a

constituir uma rede estratégica de base tecnológica;

9. Assumir como prioridade estratégica a recuperação dos défices ambientais;

10. Garantir a concretização de reservas estratégicas de água, com especial incidência na Bacia

Hidrográfica do Douro;

11. Explorar as potencialidades no domínio das energias renováveis, em particular de produção de

energia eólica, e da eficiência energética;

12. Incentivar o aproveitamento de forma ambientalmente sustentável da riqueza em termos

geológicos, nomeadamente rochas industriais e minérios metálicos.

Para além das orientações gerais para a Região Norte foram, igualmente, acolhidas as opções para o

desenvolvimento do território estabelecidas para a Região urbano-metropolitana do Noroeste, onde o

concelho de Celorico de Basto se localiza. Esta Região (integra as NUT Cávado, Ave, Grande Porto,

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 41 | P á g i n a

Tâmega e Entre Douro e Vouga) caracteriza-se por uma forte dispersão de povoamento e uma

industrialização difusa e as opções consideradas na presente revisão são:

1. Ordenar o território e estruturar o policentrismo, criando âncoras para o desenvolvimento de

um terciário avançado, dando prioridade, para além da afirmação da metrópole Porto, ao reforço

e organização do triângulo Braga - Guimarães - Vila Nova de Famalicão e apoiando a

emergência de sistemas urbanos sub-regionais, em especial nas áreas mais críticas para a

estruturação do território;

2. Reordenar e qualificar os espaços industriais para a transformação das estruturas

empresariais, apostando em espaços de qualidade e em relações de proximidade e forte

interação, o que implica uma rutura com o modelo atual de unidades dispersas e estruturas

industriais locais fortemente especializadas;

3. Consolidar uma rede de espaços qualificados de acolhimento de atividades inovadoras e

de base tecnológica;

4. Criar redes de cooperação interurbana capazes de promoverem a reorganização espacial

dos serviços não mercantis, de forma a permitir ganhos de eficácia (escala, especialização,

multifuncionalidade) e de qualidade;

5. Organizar o sistema territorial de mobilidades, de modo a reforçar polarizações urbanas e

a estruturar sistemas urbanos sub-regionais, e conciliar o serviço público de transporte rodo e

ferroviário com a racionalização do uso do automóvel;

6. Controlar os impactes ambientais da urbanização difusa e dos previsíveis processos de

abandono de algumas instalações industriais, através da valorização do património e dos

espaços públicos.

PLANO REGIONAL DE ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO DO NORTE

O PROT-N define a estratégia regional de desenvolvimento territorial, integrando as opções estabelecidas

a nível nacional pelo PNPOT e considerando as estratégias municipais de desenvolvimento local,

constituindo o quadro de referência por excelência para a elaboração da revisão do PDM de Celorico de

Basto. A elaboração do PROT-N (RCM n.º 29/2006, de 23 de março) teve como objetivos:

1. Definir as opções estratégicas de base territorial para o desenvolvimento da região do Norte

(...);

2. Definir o modelo de organização do território regional (...);

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 42 | P á g i n a

3. Identificar os espaços sub-regionais relevantes para a operacionalização do PROT,

nomeadamente considerando as sub-regiões do Minho, de Trás-os-Montes e Alto Douro e do

Grande Porto como unidades territoriais específicas, com critérios de ordenamento e gestão

apropriados às suas características físicas e de ocupação humana, e desenvolver propostas

estratégicas adequadas à valorização das suas especificidades territoriais e à criação de

complementaridades com vista ao reforço conjunto da competitividade e coesão regionais;

4. Definir orientações e propor medidas para contrariar os fenómenos de urbanização e

edificação difusa para fins habitacionais ou instalação de atividades não rurais, promovendo

simultaneamente o planeamento e a constituição de áreas apropriadas para o desenvolvimento

urbano não especulativo e para a localização de atividades empresariais;

5. Definir orientações e propor medidas para um adequado ordenamento agrícola e florestal

do território, bem como de salvaguarda e valorização da paisagem, das áreas classificadas e de

outras áreas ou corredores ecológicos relevantes;

6. Propor medidas para a proteção e valorização do património arquitetónico e arqueológico,

condicionando o uso dos espaços inventariados e das suas envolventes;

7. Identificar e hierarquizar os principais projetos estruturantes do modelo territorial proposto,

bem como os que contribuam para o desenvolvimento dos sectores a valorizar, e definir

orientações para a racionalização e coerência dos investimentos públicos;

8. Contribuir para a formulação da política nacional e regional de ordenamento do território,

harmonizando os diversos interesses públicos com expressão espacial, e servir de quadro

de referência e definir orientações para as decisões da Administração e para a elaboração de

outros instrumentos de gestão territorial;

9. Definir mecanismos de monitorização e avaliação da execução das disposições do PROT-N.

A proposta do PROT-N cumpriu o período de discussão pública entre os dias 8 de julho e 9 de setembro

de 2009, tendo sido apresentados como objetivos do plano os que se apresentam na Tabela 9.

Tabela 9: Componentes e respetivas opções estratégicas estabelecidas pelo PROT-N (versão discussão pública)

COMPONENTES ESTRATÉGICAS OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE DESENVOLVIMENTO

E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

Consolidação do Sistema Urbano (pontos nodais da

estrutura de apropriação do território) a dois níveis

Estabelecimento de uma matriz policêntrica da rede

urbana, com base numa combinação de elementos da

hierarquia com elementos de complementaridade,

explorando as virtualidades os efeitos de rede

Promoção, como componentes essenciais da sua

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 43 | P á g i n a

COMPONENTES ESTRATÉGICAS OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE DESENVOLVIMENTO

E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

atratividade e competitividade, dos elementos de

excelência e dos vetores de qualificação tanto dos

meios urbanos propriamente ditos como dos nós de

especialização funcional (plataformas logísticas, polos

de ciência e tecnologia, infraestruturas de acolhimento

empresarial, etc.), de sustentação e fomento das

economias de aglomeração, da intensificação

tecnológica e da competitividade da base económica e

das atividades da Região, o que inclui a identificação e

conformação dos instrumentos de ordenamento

territorial, dos instrumentos de planeamento urbanístico

e dos instrumentos de intervenção operacional

pertinentes em cada caso

Conformação e Concretização das Redes e

Sistemas Fundamentais de Conectividade (suportes

dos fluxos de pessoas, de bens, de serviços e de

informação) centrada na articulação entre pontos

nodais da estrutura territorial da Região e destes

com o exterior, como elemento fundamental de

fomento da competitividade, do reforço da

mobilidade e da promoção de maior equidade

territorial

Grandes infraestruturas e interfaces de transporte

(portuários e aeroportuários)

Rede rodoviária estruturante

Redes ferroviárias de alta velocidade e convencional

(suburbana / interurbana / regional)

Redes telemáticas

Sistemas de transportes e de comunicações, tendo em

vista garantir níveis adequados de articulação / conexão

entre os centros urbanos e uma acessibilidade alargada

a equipamentos e serviços básicos (serviços de

proximidade)

Conservação e Valorização do Suporte Territorial,

encarando integradamente os seus elementos

constitutivos enquanto valores intrínsecos (dever

de preservação da memória e identidade coletiva),

enquanto componentes de uma dinâmica de

desenvolvimento sustentado, e enquanto fatores de

melhoria da qualidade de vida

Proteção e qualificação dos valores naturais, ambientais

e patrimoniais

Controlo e gestão das situações de riscos naturais e

tecnológicos (identificação, medidas de prevenção,

monitorização), e atenuação / eliminação dos passivos

ambientais (recuperação de situações degradadas,

eliminação / desagravamento de fontes poluidoras, …)

Gestão Sustentada dos Recursos Produtivos de

dependência territorial (exploração das

potencialidades / atenuação das fragilidades)

Aproveitamento do potencial hídrico numa perspetiva de

sustentabilidade do recurso (reserva estratégica de

água, produção de eletricidade, abastecimento, rega,

desporto e lazer, valorização paisagística, elemento de

atenuação e controle do risco, reequilíbrio ambiental)

Sustentabilidade energética, na dupla vertente de

promoção do aumento da eficácia nos consumos

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 44 | P á g i n a

COMPONENTES ESTRATÉGICAS OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE DESENVOLVIMENTO

E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO

energéticos e de reforço da componente da produção

energética a partir de fontes renováveis (eólica, hídrica,

geotérmica, biomassa, …)

Consideração das especificidades da Zona Costeira,

em termos da necessária compatibilização das suas

potencialidades com as fragilidades do seu suporte

biofísico

Exploração da fileira dos recursos geológicos e

hidrogeológicos

Exploração das fileiras vitivinícola, agropecuária e

silvopastoril, com relevo especial para o

desenvolvimento de “nichos de qualidade” (produtos

certificados, DOC …)

Desenvolvimento sustentável dos recursos florestais e

dos espaços associados e ainda dos recursos

cinegéticos, apícolas e aquícolas das águas interiores e

outros diretamente associados à floresta e às atividades

silvícolas e, a melhoria da competitividade das

indústrias florestais, promovendo a adequada

organização e prevenção estrutural dos espaços

florestais

Exploração da fileira do turismo

Como é possível observar no Modelo Territorial do PROT-N (Ilustração 7), o Município de Celorico de

Basto é delimitado como Centro Urbano Estruturante Municipal. De acordo com o plano, os centros

estruturantes municipais prestam o leque das funções urbanas fundamentais para a sustentação da

coesão territorial e para a consolidação das redes de proximidade.

O PROT-N prevê ainda o reforço da conurbação Paredes/Penafiel e do espaço de urbanização difusa

(onde se inclui Celorico de Basto) como área de qualificação prioritária do Norte. Nesta zona sobressai

uma malha de centros urbanos sub-regionais (como Paços de Ferreira, Lousada, Felgueiras, Amarante e

Marco de Canaveses, especialmente) e um conjunto de centros urbanos estruturantes municipais (como

Castelo de Paiva, Cinfães, Resende, Baião, Vizela, Celorico de Basto e Cabeceiras de Basto).

A proposta do PROT-N estabelece várias diretrizes para o ordenamento do território na Região Norte, que

concretizam o alcance e forma de execução das opções assumidas, segundo várias temáticas – Sistema

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 45 | P á g i n a

Urbano, Uso do Solo, Mobilidade, Transportes e Acessibilidades, Infraestruturas e Redes de TIC, Sistema

Energético, Sistema Biofísico e Patrimonial, Património Histórico-Cultural, Sustentabilidade Hídrica, Zona

Costeira, Riscos Naturais e Tecnológicos e Sistemas de Recursos Produtivos. Estas diretrizes foram

genericamente contempladas no modelo territorial proposto para Celorico de Basto.

Ilustração 7 - Modelo Territorial do PROT-N (discussão pública)

PRINCÍPIOS E PRIORIDADE ESTRATÉGICAS DE

DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

O planeamento estratégico é hoje um dos mais complexos instrumentos da gestão, na medida em que

tem subjacentes princípios sem os quais qualquer planeamento cai pela base. Para planear é necessário

conhecer o diagnóstico relativo ao espaço e/ou sistema que se está a estudar. Os estudos de

caraterização e de diagnóstico do concelho foram realizados ao longo dos anos com base na informação

conhecida na altura. Foram efetuados alguns estudos complementares que atualizaram esta informação,

sendo neste relatório apresentados os elementos de síntese e que consideramos mais pertinentes. De

referir que os censos 2011 foram publicados já após grande parte destes estudos estarem realizados,

não deixando contudo de serem os seus dados tidos em conta.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 46 | P á g i n a

As linhas estratégicas de orientação aparecem, assim, assentes no estudo da realidade atual do

Concelho, considerando as suas vizinhanças, as tendências mais importantes do desenvolvimento

anterior e projetando linhas de orientação racionais, marcantes numa visão moderna e realista, a que

Celorico de Basto poderá dar corpo num futuro próximo.

As principais orientações que se retiram da análise das forças, oportunidades, fraquezas e ameaças do

Concelho, que por sua vez resultaram de um esforço de análise dos diagnósticos sectoriais, permitem

construir cinco eixos fundamentais de intervenção.

VETOR TERRITORIAL

Celorico de Basto é um concelho periférico no contexto do Distrito de Braga e da NUT III do Tâmega e

está situado numa zona de transição entre o Minho e Trás – os – Montes. Dado que não tem um forte

desenvolvimento urbano é com os concelhos vizinhos, que incluem cidades de pequena dimensão

(Amarante, Felgueiras e Fafe), que são efetuados os principais movimentos pendulares, na maioria dos

casos para estudar, mas também para trabalhar ou para aquisição de bens e serviços.

A polarização do concelho em torno dos quatro núcleos urbanos de maior dimensão (sede do concelho,

Fermil, Gandarela e Mota) é fundamental para que em cada quadrante do concelho as populações

tenham acesso a um conjunto de bens e serviços na proximidade da sua residência, aumentado a

qualidade de vida dos residentes e favorecendo a fixação de pessoas e atividades nestes espaços. A

posição geográfica destes núcleos urbanos favorece a construção de múltiplos cenários sobre o seu

desenvolvimento, com diferentes perspetivas. As suas condições naturais e a sua dimensão humana e

cultural constituem um capital de extraordinária importância para estabelecer um programa de ação para

os próximos anos, numa lógica de desenvolvimento sustentado.

Para além da proposta de um vasto conjunto de equipamentos, nas mais diversas áreas, a localizar

nestes núcleos urbanos, este plano propõe também as áreas a submeter a planos de ordem inferior.

Neste sentido é apresentada a proposta de elaboração dos Planos de Urbanização do aglomerado

urbano da Mota, do aglomerado urbano da Vila de Gandarela e do aglomerado urbano da Vila de Fermil.

Também o Plano de Urbanização da Vila de Celorico de Basto, que recentemente entrou em vigor, será

objeto de alteração por adaptação. Um vasto conjunto de Planos de Pormenor são também propostos

levar a efeito em locais muito específicos e com finalidades distintas (Plano de Pormenor na envolvente

do Mosteiro de Arnoia, Plano de Pormenor e Salvaguarda da aldeia do Castelo de Arnoia, Plano de

Pormenor do centro tradicional da sede do concelho, Plano de Pormenor de Gandarela). São ainda

definidas neste plano cinco unidades operativas de planeamento e gestão (Zona industrial de Crespos,

Polo de serviços de Crespos, Zona industrial da Lameira, Zona empresarial de Codessoso e Quinta de

Agra, sendo que esta última se refere a um amplo espaço de ocupação turística).

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 47 | P á g i n a

Celorico de Basto tem fronteira com os concelhos de Amarante, Mondim de Basto, Cabeceiras de Basto,

Fafe e Felgueiras, os quais integram espaços de relação económica e social muito diferenciados. A

ligação com os concelhos de Basto é muito antiga e de raiz cultural profunda, sendo mais tarde alargada

ao Agrupamento do Baixo Tâmega. São também significativas as ligações às Terras do Ave, em especial

com o concelho de Fafe e nomeadamente o quadrante Noroeste do concelho, assim como são muito

fortes as ligações às Terras do Sousa, em especial com o concelho de Felgueiras e o quadrante

Sudoeste de Celorico. Estas cinco fronteiras de ligação possibilitam a conceção de um plano estratégico

que reforce a ideia de uma ligação económica e humana que produza mais-valias para o

desenvolvimento integrado de Celorico. O Concelho não está isolado, vive em interligação com os

concelhos vizinhos, é influenciado e marcado pelas relações económicas, sociais e culturais daí

resultantes, por isso, qualquer Plano Estratégico não pode esquecer esse enquadramento extremamente

importante quando se analisa a temática do desenvolvimento sustentado. A conclusão da Variante do

Tâmega, a retificação da Estrada Regional 101-4, ligando a sede do concelho ao concelho de Felgueiras,

a construção do nó da A7 na Lameira e a ligação a Mondim de Basto, são apenas alguns exemplos do

muito que há ainda a fazer para que a interligação com os concelhos vizinhos seja mais forte.

Como medidas de intervenção propostas neste vetor podem-se elencar as seguintes:

• Hierarquizar os centros urbanos tradicionais por forma a trazer equilíbrio ao concelho numa lógica de

descentralizar o desenvolvimento.

• Estabelecer opções de desenvolvimento da rede viária, a partir desta lógica de crescimento, em

articulação com os espaços de atividades económicas e ligação com os concelhos vizinhos.

• Considerar o urbanismo como visão integrada no contexto local e regional.

• Promover a qualificação dos serviços básicos.

• Promover a recuperação do património e das paisagens.

VETOR ECONÓMICO

Quando observamos os dados dos censos 2011 e verificamos que a população ativa do concelho tem

uma ocupação dominante no setor terciário e que o peso do setor primário se cifra apenas nos 6% do

total da população ativa estamos longe de imaginar a alteração profunda que foi operada nos últimos

anos. Com efeito o emprego no concelho foi muito marcado e até muito tarde pelas atividades ligadas

com a agricultura e floresta e, mesmo a atividade industrial só muito recentemente começou por ter um

peso com algum significado no contexto concelhio.

Assistimos hoje a um interesse crescente pela localização neste concelho de unidades industriais ligadas

aos mais diversificados setores. Os três espaços industriais hoje disponíveis encontram-se praticamente

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 48 | P á g i n a

todos comprometidos, com unidades já instaladas ou a instalar, revelando-se como necessária a sua

expansão. São agora propostos dois novos espaços de acolhimento empresarial – Fermil e Codessoso.

Se no primeiro caso a localização se justifica pela conjugação de dois fatores - proximidade com o

aglomerado urbano de Fermil / proximidade com o nó da A7 no Arco de Baúlhe – já no segundo caso a

localização prende-se com a proximidade com a variante do Tâmega e ligação ao IP4.

A formação profissional constitui um fator de grande relevo quando se analisa a componente empresarial,

pois a disponibilidade no mercado de emprego de trabalhadores qualificados ajuda a fixar o tecido

produtivo. Neste âmbito a oferta de formação profissional deve ser dirigida às reais necessidades das

empresas e das organizações, nos domínios mais importantes para o desenvolvimento futuro do

concelho. Um aspeto a merecer uma atenção especial é o que se prende com o tecido produtivo

instalado não disponibilizar uma oferta de emprego qualificado. A não ser invertida a situação, os jovens

quadros serão forçados a sair do Concelho, como acontece na atualidade.

A atividade comercial apresenta grandes debilidades. Grande parte das empresas possui

estabelecimentos de dimensão muito reduzida e pouco diversificado, não respondendo à procura interna.

Impera o “comércio a retalho”, sendo muito reduzidas as unidades de “comércio por grosso”. É nos

concelhos vizinhos que grande parte da população do concelho faz as suas compras, penalizando o

concelho em todos os indicadores de consumo. O crescimento dos núcleos urbanos do concelho a par de

um conjunto de medidas tendentes a favorecer a localização de novas unidades comerciais, são

condições essenciais para alterar este quadro e neste setor.

Celorico de Basto tem um grande potencial turístico. A aposta no turismo e no desenvolvimento deste

setor é considerado como ação prioritária, à qual este Plano Diretor tenta dar resposta adequada,

garantindo o enquadramento das atividades ligadas com este setor no contexto das áreas rurais em geral

e definindo espaços de ocupação turística, em particular. Para o sucesso desta atividade torna-se

necessário garantir a preservação do ambiente, usos, costumes e património como forma de qualificar a

vida dos residente e captar novos investidores. O desenvolvimento do sector do turismo e a preparação

do concelho para acolher turistas é essencial para criar novos negócios e gerar novos empregos estáveis.

A característica multidisciplinar do turismo e a sua interligação sectorial fará desenvolver as atividades

agrícolas, industriais e de serviços. O turismo é assim um sector de grande interesse e importância para o

desenvolvimento equilibrado e sustentado do concelho.

Celorico de Basto possui uma fértil e significativa área agrícola, contando com um conjunto de produtos

de referência no sector, ou a ele ligados como sejam o vinho verde, a criação de gado e, mais

recentemente, os pequenos frutos silvestres. A agroindústria tem ainda pequena expressão, sendo uma

área com grande potencial de desenvolvimento. A fileira da floresta tem um grande potencial de

desenvolvimento mas encontra-se ainda mergulhada num bloqueio do qual precisa libertar-se. Sendo que

a quase totalidade do espaço florestal é de iniciativa privada, as parcelas são contudo de muito reduzida

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 49 | P á g i n a

dimensão. Os incêndios florestais completam um quadro pouco favorável neste setor. É necessário o

ordenamento da nossa floresta e a organização dos produtores florestais em torno de entidades

associativas, que promovam uma gestão equilibrada destes espaços. Estão a ser dados passos muito

significativos nesta área que seguramente vão dar frutos no futuro.

Como medidas de intervenção propostas neste vetor podem-se elencar as seguintes:

• Afirmar o concelho como um destino turístico, criando circuitos turísticos temáticos ligados com o

património (solares e jardins típicos de Basto) e com as produções locais (vinho, mel, artesanato),

bem como através da definição de um vasto conjunto de percursos pedestres que,

complementarmente com a Ecopista da linha do Tâmega ajude a fixar os turistas e aproveitar a

ruralidade do concelho.

• Promover a reabilitação da aldeia do Castelo e a implementação no local de um vasto programa de

animação cultural.

• Dinamizar o artesanato e novas formas de abordagem do comércio de proximidade e de tradição.

• Promover a ampliação dos três espaços de acolhimento empresarial já existentes e criação de dois

novos espaços em pontos estratégicos.

• Investir nas estruturas das novas tecnologias e criar serviços e novas soluções de trabalho

(teletrabalho, etc.)

VETOR SOCIAL

A população do concelho de Celorico de Basto tem vindo a apresentar índices de envelhecimento cada

vez maiores intimamente ligados com o aumento da esperança média de vida da nossa população. Uma

rede de lares de terceira idade foi instalada no nosso concelho os quais dão resposta capaz.

Recentemente foi instalada uma unidade de serviços continuados e criada uma unidade de serviços de

apoio a pessoas portadoras de deficiência, cujos equipamentos vieram colmatar lacunas evidentes. A

rede de creches e jardins de infância dão resposta capaz e suficiente, embora os últimos tenham vindo a

registar uma frequência cada vez menor, colocando em risco a sua manutenção.

As respostas sociais nos mais diversos domínios têm vindo a ser encontradas, quer através das

entidades de solidariedade social, quer através de programas específicos que o município criou e que

atualmente leva à prática. No âmbito das funções sociais que as autarquias locais devem implementar

insere-se o apoio às pessoas carenciadas, para as quais é disponibilizado um conjunto variado,

qualificado e adequado de serviços e facilidades que respondam aos problemas e dificuldades concretas

com que tais pessoas se defrontam, de forma gratuita para estas. As maiores dificuldades com que

normalmente se deparam as pessoas carenciadas, em especial os idosos, as pessoas com dificuldades

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 50 | P á g i n a

de mobilidade, as pessoas com deficiência ou, mesmo, as famílias sem recursos económicos, têm a ver

com a realização de reparações nas suas habitações, bem como com a receção domiciliária de

determinados bens de primeira necessidade e com realização de determinadas tarefas domésticas

menos comuns; assim como a prestação de outros serviços sociais, nomeadamente, relacionados com a

saúde, na resolução de problemas do dia-a-dia, e de outras ações que promovam o seu bem-estar social

e a sua integração na comunidade. A realidade económica e social do concelho de Celorico de Basto

reclama que a Câmara Municipal crie as adequadas condições para que sejam prestados às pessoas

carenciadas que nele habitam os serviços destinados a suprir as referidas dificuldades.

Para atingir este objetivo a Câmara Municipal de Celorico de Basto lançou um conjunto de iniciativas a

que designou globalmente como “Câmara Amiga”.

Valências disponíveis no Programa Câmara Amiga:

• Unidade Móvel de Saúde

• Oficina Móvel de Reparações

• Banco Local de Voluntariado

• Celorico a Mexer

A justificação para implementação destes serviços teve por base um diagnóstico social onde se

detetaram algumas fragilidade, como: o aumento significativo do envelhecimento demográfico no

concelho; o isolamento da população; a desertificação motivada pelos movimentos pendulares da saída

de pessoas para trabalharem noutros locais do país e no estrangeiro, uma deficitária rede de transportes

e pouca retaguarda familiar no que diz respeito aos idosos.

Serviço da Unidade Móvel de Saúde

A UMS tem como objetivos gerais contribuir para a melhoria do estado de saúde e social da população de

Celorico de Basto, disponibilizando cuidados personalizados de proximidade, com qualidade, ao mais

baixo custo e em tempo útil. É um tipo de serviço que se destina à população geral do Concelho. Visa

essencialmente, o acompanhamento de utentes/famílias que vivem nas freguesias limite do Concelho,

mais afastados dos Cuidados de Saúde – com menos acessibilidades, mais isolamento e mais

precariedade económica e social.

A UMS desenvolve campanhas de educação para a saúde, como: campanha de prevenção e ensino

sobre as doenças do século: colesterol, síndroma metabólico, combate à obesidade, sedentarismo,

depressão, etc. Sensibiliza para a prevenção / rastreio de cancro da mama, do colo do útero, da próstata.

Visa, incrementar motivação para a fisioterapia (a importância da mobilidade para as pessoas idosas) e,

melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde dos utentes do concelho, no âmbito dos programas de

saúde (S. Materna, Planeamento Familiar, S. Infantil e juvenil, S. Do Idosos, S. Adulto, Diabetes,

Hipertensão).

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 51 | P á g i n a

De entre os vários serviços que a UMS realiza destacam-se o acompanhamento de enfermagem ao

domicílio dos idosos e doentes acamados e deficientes; a distribuição e controlo da toma de medicação,

na prevenção do risco da automedicação e na medicação em excesso, a marcação de consultas de

acordo com as necessidades do doente (nutricionista, oftalmologista, neurologista, dentista, medicina

geral, etc..), compra de medicação – mediante protocolos a efetuar com as diferentes farmácias do

concelho que queiram aderir ao projeto. Verificar as condições físicas de acamados: uso de colchões anti-

escara, cadeiras de rodas, andarilhos e outros equipamentos, aumentar o incentivo ao uso destes

equipamentos para proporcionar melhores condições de vida e de bem-estar. Por outro lado, permite criar

uma melhoria da rede SAD (Serviço de Apoio Domiciliário), interligação entre as diferentes entidades que

prestam este serviço (IPSS, Misericórdia e Saúde), desenvolvendo um trabalho em rede com as

Ajudantes de Apoio Familiar privadas e das IPSS e Santa Casa da Misericórdia, que no concelho já tem

alguma representatividade, mas que ainda necessitam de organização e orientação técnica a este nível.

Engloba, igualmente, ações de planeamento familiar dirigido a famílias numerosas e população em geral.

A população - alvo que reúne mais critérios para intervir e adequar respostas alternativas com o objetivo

de melhorar o acesso aos cuidados de saúde através de uma unidade de saúde móvel, é essencialmente

a população idosa, pessoas com deficiência ou com dificuldade de mobilidade e indivíduos carenciados

residentes no concelho de Celorico de Basto. Com a ação da UMS mais junto das populações pretende-

se promover a equidade aos cuidados de saúde e melhorar a articulação dos diferentes níveis de

cuidados de saúde e a continuidade de cuidados.

Serviço da Oficina Móvel Municipal

A OMM tem como objetivo prestar apoio domiciliário em reparações domésticas, realizando um serviço de

proximidade aos utentes da mesma. A intervenção passa pelo diagnóstico e encaminhamento de

situações de risco para as instituições responsáveis. As pessoas dirigem-se ao serviço para solicitar uma

intervenção na sua habitação onde é realizado um diagnóstico pelo técnico que receciona o pedido.

Posteriormente é efetuado uma visita domiciliária para constatar o pedido feito e para diagnosticar no

local qual o tipo de intervenção a realizar e orçamentar a mesma. O novo espaço irá permitir implementar

um serviço de apoio à população para esclarecimento e preenchimento dos apoios sociais, para reforma,

par RSI (rendimento Social de Inserção), procura de emprego e outras respostas sociais.

Banco Local de Voluntariado

O município de Celorico de Basto, através do Banco de Voluntariado, promove o encontro entre os

cidadãos, instituições e entidades do Concelho de modo a encaixa-los em projetos e actividades

socialmente úteis, de acordo com os seus interesses, capacidades e disponibilidades:

a) Desenvolver ações de formação, relativas aos mecanismos de funcionamento de Banco de

Voluntariado de Celorico de Basto, no sentido de facilitar a integração e o ajustamento entre o

voluntário e a entidade;

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 52 | P á g i n a

b) Determinar um acordo entre o voluntário e a entidade promotora com o objetivo de realizar um

programa de voluntariado;

As ações de voluntariado no concelho prendem-se essencialmente na recolha de bens alimentares e sua

distribuição e recolha de outros bens como: vestuário, calçado, roupa de cama, utensílios de cozinha,

mobiliário, eletrodomésticos, entre outros disponíveis na loja social na sede do concelho. Com este

equipamento poder-se-á criar um espaço (tipo filial da loja social) neste polo para tornar mais facilitado o

acesso dos indivíduos e famílias aos bens disponíveis. Por outro lado, é função do Banco Local de

Voluntariado criar uma bolsa de voluntários e disponibilizar formação adequada para desempenhar as

ações de voluntário de forma consciente e devidamente preparados. Para tal há a necessidade de ser

criado um espaço de receção e atendimento aos candidatos a voluntários e para desenvolver ações

formativas.

Celorico a mexer

Com esta iniciativa pretende a Câmara Municipal combater o isolamento e desenvolver a atividade física

dos mais idosos, disponibilizando os meios necessários para o efeito – transporte e pessoas habilitadas

ao desenvolvimento destas actividades. Com a construção dos espaços físicos dos serviços de

proximidade de Fermil e Gandarela ficam estes locais melhor preparados em instalações para que estas

actividades aqui tenham lugar.

Outros serviços de âmbito social

GAE – Gabinete de Apoio ao Emigrante

O Gabinete de Apoio ao Emigrante é uma estrutura que foi criada no dia 26 de março de 2010, através da

celebração de um acordo de Cooperação entre o Município de Celorico de Basto e a Direção Geral dos

Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (GACCP) Tem como principais objetivos informar os

emigrantes sobre os seus direitos, apoiar o cidadão emigrante no regresso e reinserção ao país,

ajudando na resolução de problemas, prestar um serviço eficiente, atencioso e personalizado. É um

serviço que se dirige a toda a comunidade emigrante: pré–reformado(a), reformado(a), invalido(a), viúvo

(a), filhos órfãos, jovens que concorrem ao ensino superior, indivíduos com ambições empresariais. Neste

gabinete pode-se tratar dos mais diversos assuntos como por exemplo: Segurança social (acidentes de

trabalho; pensão de velhice; pensão de viuvez; prestações de doença; prestações familiares; prestações

de invalidez, prestações de maternidade, prestações de sobrevivência, subsídio de desemprego, subsídio

por morte); vistos de entrada e saída de Portugal; declarações para troca de cartas de condução;

declarações para passaporte; declarações para ingresso no ensino superior, criação de emprego e

formação profissional em Portugal; franquias aduaneiras, entre muitos outros.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 53 | P á g i n a

Gabinete do Provedor para o Cidadão com Deficiência

O Provedor para com o Cidadão com Deficiência é de extrema importância para a promoção de todas as

questões que preocupam o cidadão com deficiência. É o interlocutor do cidadão com deficiência, que tem

a responsabilidade de, durante uma tarde da semana, ouvir os seus problemas, zelar pelos seus

interesses e acompanhar as diversas esferas da ação municipal para salvaguardar o cumprimento das

leis e o respeito pelos anseios destes cidadãos, de forma isenta, dedicada e independente face ao poder

em exercício, em complementaridade com outros órgãos. O concelho de Celorico de Basto tem cerca de

909 pessoas portadores de deficiência, homens e mulheres, entre a idade de 20 anos até à situação de

idoso. Estando ciente desta realidade a Câmara Municipal está sensibilizada para ajudar as pessoas

portadoras de deficiência, em defesa da igualdade de tratamento e de oportunidades. Com a criação

deste Gabinete pretende-se valorizar o ser humano, em prol da inclusão e cidadania, contribuindo para

uma sociedade melhor, defender os direitos da pessoa com deficiência e das suas famílias, promover a

inserção destes cidadãos, combater eventuais injustiças decorrentes da exclusão e descriminação em

função dessa mesma deficiência, promover o atendimento qualificado aos habitantes com deficiência

bem como aos técnicos de reabilitação e instituições que desenvolvem qualquer tipo de atividade neste

domínio (reabilitação e integração), assegurando-lhes uma informação integrada sobre os direitos,

benefícios e recursos existentes para a resolução dos problemas colocados.

Comissão Municipal de proteção de pessoas idosas

A criação da Comissão Municipal de Proteção de Pessoas Idosas prende-se com o facto de existirem

cada vez mais idosos a viverem sozinhos, uns porque não têm família e outros porque foram esquecidos

pelos familiares. O Município de Celorico de Basto quer contrariar a solidão, o isolamento e o desamparo

dos idosos do concelho criando a designada Comissão com o intuito de promover políticas de integração

social e proteção de pessoas idosas através da promoção dos seus direitos, garantia do seu bem-estar,

dignidade e qualidade de vida. A comissão deve desempenhar funções de articulação, informação,

promoção dos direitos e proteção das pessoas idosas, difundir informação sobre os serviços, sinalizar e

encaminhar situações sociais que mereçam apoio, prever situações de perigo, particularmente nos casos

em que as pessoas idosas sejam vítimas de violência, e promover a criação de uma rede de famílias de

acolhimento. Os objetivos da Comissão visam essencialmente, a articulação da política de apoio a

pessoas idosas, a nível municipal; Informar, sensibilizar e responsabilizar as famílias e a comunidade

sobre os direitos das pessoas idosas.

VETOR AMBIENTAL E PATRIMONIAL

Um concelho que pretende fixar população e atrair o interesse e a mobilização de pessoas de fora, terá

que assumir um compromisso com o ambiente, com o ordenamento do território, com a defesa da

ecologia em padrões elevados, pois numa lógica de concorrência entre territórios, muitos são os

municípios que se encontram a promover projetos que envolvem esse objetivo. Ao nível das debilidades

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 54 | P á g i n a

que prejudicam o ambiente, ecologia e a qualidade de vida das populações tem-se a ainda uma elevada

percentagem de população que não é servida por rede pública de saneamento. O aspeto da paisagem, a

sua manutenção, o equilíbrio do ecossistema ganha uma importância dignas de nota e são aspetos muito

sensíveis sobretudo em consumidores mais informados e com mais preparação.

A densa rede hidrográfica do concelho favorece o aparecimento de actividades que façam uso da água.

Se a construção da Barragem de Fridâo / Codessoso pode vir a provocar para o Tâmega a emergência

de novas e diversificadas atividades é no vasto e rico património hidrográfico - com açudes e moinhos -

se poderão potenciar roteiros e ativos turísticos como já acontece com o circuito turístico dos moinhos de

Argontim, na freguesia do Rego, ou no conjunto de moinhos e azenhas e outras estruturas tradicionais

movidas a água recuperadas e inseridas na zona ribeirinha do Freixieiro e em pleno centro urbano da

sede do concelho.

O vastíssimo património arquitetónico, arqueológico, religioso, etnográfico e cultural, a par de uma

arquitetura moderna bem visível nas novas edificações e com especial enfoque nos equipamentos de

utilização coletiva situados na sede do concelho, reforçam o slogan “ Celorico – terra de tradição e

modernidade” que tem sido usado pelas forças vivas e que poderá reforçar essa singularidade na

promoção do Concelho.

VETOR INSTITUCIONAL

Durante muito tempo os serviços públicos, nas várias áreas de atendimento, foram localizados quase

exclusivamente na sede do concelho de Celorico de Basto, contribuindo para o seu crescimento urbano.

A sede do concelho, localizada na Vila de Freixieiro, tem uma localização central face ao território

concelhio da zona ribeirinha do Tâmega mas descentrada e distante dos aglomerados situados na zona

montanhosa e do Planalto de Montelongo. A proximidade destes com as cidades da Lixa, Felgueiras e

Fafe desde sempre levou a que as populações procurassem estes centros urbanos como locais de

compra de bens e serviços, mas também para estudar, conviver, investir.

Tal como referido neste documento, o modelo territorial do concelho de Celorico de Basto assenta em

quatro polos urbanos principais, cada um deles dominando um quadrante do concelho, cuja estratégia de

afirmação tem vindo a ser desenvolvida e com resultados significativos. A vila de Fermil e Gandarela e o

aglomerado da Mota estão hoje dotados de serviços nas áreas da saúde e ensino e de um vasto conjunto

de equipamentos de natureza social, cultural e desportiva, evitando desta forma deslocações

desnecessárias à sede do concelho ou aos centros urbanos dos concelhos vizinhos. A Câmara Municipal

entende ser chegado o momento de ir um pouco mais longe e localizar nestes aglomerados um conjunto

de serviços que permitam dar resposta e atendimento às populações locais.

O desafio principal, para cuja solução se pretende contribuir, é o da conciliação entre a garantia de

qualidade e acessibilidade aos serviços de interesse geral em núcleos urbanos com centralidade face a

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 55 | P á g i n a

um território com áreas desfavorecidas de baixa densidade e a necessária reorganização dos serviços

públicos numa ótica de eficácia e de eficiência.

Importa reconhecer a dimensão e atualidade deste desafio porque existe uma grande exigência de

melhoria de eficiência da governação e de contenção do crescimento da despesa pública e porque se

torna cada vez mais difícil assegurar uma prestação de qualidade em áreas desfavorecidas de baixa

densidade e em crescente despovoamento. A resposta poderá ser dada pela dinamização de uma Rede

de Serviços Polivalentes e de Proximidade e criação de espaços polivalentes preparados para o

desenvolvimentos de iniciativas diversas na área social e cultural, a implementar através de entidades

públicas, privadas e associativas, com particular incidência na resposta às necessidades de certos grupos

alvo consideradas de atendimento prioritário.

É com este enquadramento que se apresentam propostas de localização para os aglomerados urbanos

de Fermil, Gandarela e Mota de serviços de proximidade os quais vão permitir disponibilizar espaços

para o desenvolvimento de um vasto conjunto de actividades que o município tem em funcionamento,

mas criando também condições para que mais e melhores ações possam ser desenvolvidas. Estes

espaços vão também ter um papel importante como centro difusor de informação. Por outro lado, as

várias actividades da intervenção social comunitária vão poder agilizar os procedimentos para acesso a

serviços disponíveis em local mais próximo das populações bem como promover, junto das pessoas

idosas, informação, agilizando o acesso aos serviços disponíveis e promover, com outras entidades,

designadamente os ministérios da saúde, do trabalho e da solidariedade e IPSS, terapias ocupacionais e

acompanhamento psicológico para pessoas idosas. Este serviço tem, ainda, como missão, desenvolver

ações de promoção dos direitos e de prevenção de situações de perigo e risco dos grupos mais

desfavorecidos, particularmente em situações em que as pessoas vivam em situação de pobreza

extrema, de exclusão social, de isolamento e de solidão. Os núcleos de serviços irão dispor de um

conjunto de equipamentos e infraestruturas para dinamizar ações de sensibilização e informação junto

dos familiares de pessoas idosas, boas práticas de apoio a estes, procurando respostas alternativas à

negligência, ao abandono, visando a integração social daqueles que por força dos seus estilos de vida e

de situações externas á sua vontade se encontram em situações de exclusão. As associações locais, as

entidades públicas e privadas passam a dispor, em cada um destes centros urbanos, de espaços com

dimensão e condições para o desenvolvimento de ações de natureza formativa e informativa. A Câmara

Municipal passa a dispor de espaços aonde as populações passaram a ter acesso a um conjunto de

serviços (pagamento de taxas e de serviços diversos) de forma descentralizada.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 56 | P á g i n a

Tabela 10: Objetivos estratégicos da revisão do PDM de Celorico de Basto

VECTOR OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS DA RPDM DE CELORICO DE BASTO

TERRITORIAL

Definir um modelo territorial que considere a realidade do território e da sua envolvente, por forma

a garantir uma evolução territorial harmoniosa, abrangendo as dimensões da ocupação e gestão

do território, da mobilidade e do acesso aos serviços coletivos de qualidade, com a necessária

definição de uma hierarquia urbana que atenda aos serviços prestados e que se pretende vir

prestar em cada um dos aglomerados urbanos.

Definir um conjunto de áreas a serem submetidas a planos de ordem inferior e respetivos termos

para sua execução garantindo a coerência das soluções urbanísticas a implantar.

Garantir a manutenção das condições que permitam o reforço da rede de acessibilidades

estruturais de reforço da conectividade externa.

ECONÓMICO

Melhorar as condições para o desenvolvimento das diferentes atividades económicas

promovendo as condições de atração/acolhimento empresarial do concelho.

Ajustar e redimensionar as zonas industriais e comerciais à atual realidade económica do

concelho e da região.

Criar condições que facilitem e promovam o desenvolvimento das fileiras económicas da

vitivinicultura, pecuária e da madeira.

Criar e/ou manter as condições para que o concelho possa ser considerado destino turístico,

sustentável e diferenciado com base na diversidade de recursos e ativos locais e regionais.

Garantir o enquadramento das atividades ligadas ao turismo, com particular destaque para os

estabelecimentos hoteleiros no contexto das áreas rurais, (não só empreendimentos turísticos de

pequena dimensão - já existentes - mas prevendo a possibilidade/necessidade do aparecimento

de empreendimentos turísticos de média dimensão).

Valorizar e proteger as áreas de maior potencial para as atividades agroflorestais.

SOCIAL

Garantir a acessibilidade aos serviços de apoio social, observando a rede de equipamentos

existentes.

Salvaguardar os espaços necessários para os equipamentos a implantar.

AMBIENTAL E

PATRIMONIAL

Qualificar ambientalmente, numa perspetiva integrada de valorização das componentes

biofísicas, das áreas verdes, dos espaços públicos e da identidade do concelho.

Garantir a proteção e valorização dos valores patrimoniais (históricos e culturais) e paisagísticos.

Redelimitar a Reserva Ecológica Nacional e a Reserva Agrícola Nacional para que estas se

adequem, de facto, aos seus objetivos e enquadrem os ativos existentes no Município que, por

princípio, deveriam proteger.

Definir a estrutura ecológica municipal e definir as suas funções, objetivos e medidas

regulamentares de salvaguarda, garantindo a inclusão nesta de elementos patrimoniais e

culturais.

INSTITUCIONAL Garantir a proximidade do Município com a sua população através da agilização dos processos e

de uma resposta mais célere por parte do Município.

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 57 | P á g i n a

MODELO TERRITORIAL DO PDM

Os princípios orientadores do modelo de estruturação espacial do concelho, estabelecidos pelo presente

plano diretor municipal, são materializados no conteúdo e na configuração dos seus elementos

organizadores básicos: hierarquia urbana, estruturação viária (ver Capítulo VIII), estrutura ecológica

municipal (ver Capítulo V.) e classificação e qualificação do uso do solo (ver Capítulo IV.).

No modelo territorial definido para a revisão do PDM de Celorico de Basto, as centralidades urbanas

hierarquizam-se em três níveis funcionais:

a) Nível 1 – Vila de Celorico de Basto

b) Nível 2 – Centros urbanos de Fermil, Gandarela e Mota

c) Nível 3 – Restantes aglomerados.

Ilustração 8 - Localização dos quatro núcleos urbanos principais no concelho de Celorico de Basto

Fonte. Município (2012)

Esta hierarquização atende aos serviços prestados e que se pretende que se venham a prestar, tendo em

consideração a realidade do território e da sua envolvente, abrangendo as dimensões da ocupação e

gestão do território, da mobilidade e do acesso aos serviços de qualidade. A vila de Celorico de Basto,

onde se concentram as funções administrativas, tem um peso e uma importância central no concelho,

enquanto os outros três núcleos urbanos funcionam com base num conjunto de relações, intra e inter-

concelhias que interessa explorar garantindo que estes assumem o papel de polos de desenvolvimento

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concelhio e de áreas de influência e atratividade para os territórios vizinhos (PERU - programa estratégico

de reabilitação urbana).

Relativamente à estrutura viária, a rede viária do concelho estrutura-se em três níveis, nomeadamente:

a) Rede principal, constituída pelas vias que asseguram as principais articulações viárias do

território concelhio, e em particular da sua sede, com o exterior, nela se integrando a totalidade

da rede viária de carácter supramunicipal;

b) Rede secundária, constituída pelas vias de articulação da rede principal com os principais

aglomerados e áreas geradoras de fluxos no interior do concelho e pelas vias complementares

de ligação aos concelhos limítrofes, e na qual se integram, entre outras, as estradas nacionais

desclassificadas,

c) Rede local, constituída pelas restantes vias, de distribuição local, e pelos arruamentos urbanos

quando não incorporados nos níveis anteriores.

Perante os princípios e as prioridades estratégicas de desenvolvimento territorial para o concelho de

Celorico de Basto, e de acordo com o DR n.º 11/2009, de 29 de maio, a classificação do solo como rural

visou (1) proteger o solo como recurso natural escasso e não renovável, (2) salvaguardar as áreas afetas

a usos agrícolas e florestais, à exploração de recursos geológicos ou à conservação da natureza e da

biodiversidade e (3) enquadrar adequadamente outras ocupações e usos incompatíveis com a integração

em espaço urbano ou que não conferissem o estatuto de solo urbano.

A classificação do solo como rural obedeceu à verificação de um dos seguintes critérios (n.º 2, do art.º 5.º,

do DR n.º 11/2009, de 29 de maio) e à atual ocupação do solo:

a) Reconhecida aptidão para aproveitamento agrícola, pecuário e florestal ou de recursos

geológicos;

b) Ocorrência de recursos e valores naturais, ambientais, culturais ou paisagísticos,

designadamente os identifica dos e salvaguardados ao abrigo dos planos regionais, bem como

os que se encontrem protegidos ao abrigo dos regimes territoriais definidos nos termos de lei

especial, que justifiquem ou beneficiem de um estatuto de proteção, conservação ou valorização

incompatível com o processo de urbanização e a edificação;

c) Ocorrência de riscos naturais ou tecnológicos ou de outros fatores de perturbação ambiental, de

segurança ou de saúde públicas, incompatíveis com a integração em solo urbano;

d) Localização de equipamentos, estruturas, infraestruturas e sistemas indispensáveis à defesa

nacional, segurança e proteção civil incompatíveis com a integração em solo urbano;

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RELATÓRIO DA PROPOSTA – RPDM DE CELORICO DE BASTO 59 | P á g i n a

e) Afetação a infra -estruturas, equipamentos ou outros tipos de ocupação humana que não

confiram o estatuto de solo urbano.

A classificação do solo como urbano fundamenta-se na indispensabilidade e adequação quantitativa e

qualitativa de solo para implementar a estratégia de desenvolvimento local, visando a sustentabilidade, a

valorização e o pleno aproveitamento das áreas urbanas. Tal como a classificação do solo rural, a

classificação do solo como urbano observa, cumulativamente, os seguintes critérios (n.º 4, do art.º 6.º, do

DR n.º 11/2009, de 29 de maio):

a) Inserção no modelo de organização do sistema urbano municipal;

b) Existência ou previsão de aglomeração de edifícios, população e atividades geradoras de fluxos

significativos de população, bens e informação;

c) Existência ou garantia de provisão, no horizonte do PDM, de infraestruturas urbanas e de

prestação de serviços associados, compreendendo, no mínimo, os sistemas de transportes

públicos, de abastecimento de água e saneamento, de distribuição de energia e de

telecomunicações;

d) Garantia de acesso da população residente aos equipamentos que satisfaçam as suas

necessidades coletivas fundamentais.