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Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul Plano Estadual Integrado de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos Campo Grande, maio 2014

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Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul

Plano Estadual Integrado de Vigilância

em Saúde de Populações Expostas a

Agrotóxicos

Campo Grande, maio 2014

2

SUMÁRIO

1- Apresentação

7

2- Justificativa

9

3- Objetivo

13

4- Estratégias de Operacionalização do Plano

13

5- Eixos de Intervenção

15

5.1 Atenção integral em saúde das populações expostas a agrotóxicos

15

5.2 Promoção à Saúde

34

5.3 Agenda integrada de estudos e pesquisas

43

5.4 Participação e controle social

46

6- Cronograma de atividades

49

7- Referencias Bibliográficas

53

3

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MATO GROSSO DO SUL

Diretoria Geral de Vigilância em Saúde - DGVS:

• Coordenadoria de Vigilância em Saúde Ambiental - CVA

Centro Integrado de Vigilância Toxicológica - CIVITOX

• Coordenadoria de Vigilância em Saúde do Trabalhador – CVIST

Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador CEREST

• Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica - CVE

• Coordenadoria de Vigilância Sanitária – CVISA

• Coordenadoria de Controle de Vetores - CCV

Diretoria Geral de Atenção à Saúde:

• Coordenadoria de Atenção Básica – CAB

Laboratório Central de Saúde Pública do MS

Colaboradores:

• Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal - IAGRO

• Procuradoria Regional do Trabalho - PRT

ELABORADORES

• CVA / CIVITOX

• CVIST / CEREST

• LACEN

• CVE

• CAB

• VISA

COLABORADORES

• IAGRO

• Procuradoria Regional do Trabalho

4

INTEGRANTES DO GRUPO DE TRABALHO:

Antônio Lastoria

Secretário de Estado de Saúde

Eloni B. Rohde Bernadete Gomes Lewandowski

Diretora Geral de Atenção à Saúde Diretora Geral de Vigilância em Saúde

Karyston Adriel Machado da Costa Coordenador de Vigilância em Saúde

Ambiental

Paula Therezo Canazarro Barros

Gerente de Vigilância em desastres de origem natural e acidentes com produtos

perigosos

Serafim Maggioni Junior

Gerente de Vigilância Ambiental em Saúde relacionada à Qualidade da Água para

Consumo Humano

Ligia Lechner da Silva Domingos

Gerente de Vigilância Ambiental em Saúde de Populações Expostas ou sob risco de

exposição a Solos Contaminados

Flavia Luiza de Almeida Lopes Centro Integrado de Vigilância Toxicológica

Claudia Santini de Oliveira Centro Estadual de Referência em Saúde

do Trabalhador

Micheli Batiston Borsoi Saúde da Família

Sônia Aparecida Viana Câmara Gerente Técnica da Divisão de Bromatologia e Química

Maria Lucia Rocha Toledo Gerente Técnica de Doenças de

Transmissão Alimentar

Jane Soila Domingos Gerente Técnica de Alimentos

5

LISTA DE SIGLAS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância

Sanitária

CEVE – Coordenadoria de Vigilância

Epidemiológica

CEREST/MS- Centro de Referencia em

Saúde do Trabalhador do MS

CIVITOX – Centro Integrado de Vigilância

Toxicológica

CVA – Coordenaria de Vigilância em

Saúde Ambiental

CVIST - Coordenadoria de Vigilância em

Saúde do Trabalhador

CAB– Coordenação da Atenção Básica

CGVAM – Coordenação Geral de

Vigilância em Saúde Ambiental

CONASEMS – Conselho Nacional dos

Secretários Municipais de Saúde

CONASS – Conselho Nacional dos

Secretários Estaduais de Saúde

FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz

GGTOX – Gerência Geral de Toxicologia

GT – Sinan – Gerência Técnica do

Sistema de Informação de Agravos de

Notificação

IAGRO - Agência Estadual de Defesa

Sanitária Animal e Vegetal

IBAMA – Instituto Brasileiro de Meio

Ambiente

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística

IMASUL – Instituto de Meio Ambiente do

Estado de Mato Grosso do Sul

INCRA – Instituto Nacional de Colonização

e Reforma Agrária

MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária

e Abastecimento

MDA – Ministério do Desenvolvimento

Agrário

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MP – Ministério Público

MPS – Ministério da Previdência Social

M.S. – Ministério da Saúde

MS – Mato Grosso do Sul

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego

PRT – Procuradoria Regional do Trabalho

OPAS – Organização Panamericana de

Saúde

RENACIAT – Rede Nacional de Centros

de Informação e Assistência Toxicológica

SES – Secretaria Estadual de Saúde/MS

SGEP – Secretaria de Gestão Estratégica

e Participativa

SINITOX – Sistema Nacional de

Informações Tóxico-Farmacológicas

SMS – Secretaria Municipal de Saúde

SVS – Secretaria de Vigilância em Saúde

1. APRESENTAÇÃO

Contextualização sócio-demográfica do Mato Grosso do Sul

O Estado de Mato Grosso do Sul – MS faz parte da região Centro-Oeste do Brasil,

junto com Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal, e divide a fronteira ao sul com dois

países: Bolívia e Paraguai.

Com posição geográfica privilegiada, também faz divisa com cinco Estados

brasileiros: Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso. A localização

contribui para o seu desenvolvimento econômico, em face da proximidade dos grandes

centros consumidores do País.

Fonte: Google Maps

O Estado nasceu da divisão de Mato Grosso, definida por lei em outubro de 1977,

mas teve seu primeiro governo instalado em 01 de Janeiro de 1979.

Seus primeiros habitantes surgiram com a descoberta de ouro no Centro-Oeste do Brasil,

no final do século XVI, e durante 400 anos a região fez parte do Estado de Mato Grosso.

Devido a sua localização geográfica, a região desenvolveu-se rapidamente,

recebendo imigrantes portugueses, espanhóis e paraguaios, assim como mineiros,

paulistas e nordestinos.

Com uma população estimada em 2013 de 2.587.269 habitantes (IBGE 2012)

distribuídos em 357.145,532 Km² possui uma densidade demográfica de 6,86 (hab/Km²),

cinqüenta e três por cento dessa, estão concentradas em seis principais municípios do

Estado, que são:

7

• Campo Grande - 813.780 habitantes;

• Dourados – 202.780 habitantes;

• Três Lagoas - 106.294 habitantes;

• Corumbá – 105.976habitantes;

• Ponta Porã – 81.248 habitantes;

• Aquidauana – 46.402 habitantes.

Mato Grosso do Sul, um Estado de solo plano, de localização geopolítica

privilegiada no contexto sul-americano e brasileiro, é o melhor e mais promissor destino

para os investimentos produtivos no Brasil.

Desde que foi criado, Mato Grosso do Sul está em fase de crescimento, hoje conta

com 79 municípios sua capital é Campo Grande, possui clima tropical, quente e semi-

úmido, com variação de temperatura entre 22 e 29 graus e a base da economia é o

agronegócio.

Com PIB de 40 bilhões sua economia vem crescendo e se diversificando. As

prósperas fronteiras agrícolas mantêm o ritmo de expansão aumentando as safras de

grãos e ampliando o plantio de cana para a produção de etanol, açúcar e energia elétrica,

extraída da biomassa. Enquanto nas demais áreas do país a taxa média de crescimento

econômico fica em torno de 2,6% ao ano, em Mato Grosso do Sul tem sido bem superior:

na última década, a taxa de crescimento foi de 4,5%.

São 24 milhões de hectares de área explorada pela agropecuária: agricultura (2,3

milhões de hectares), pastagens plantadas (16 milhões de hectares) e pastagens naturais

(6 milhões de hectares);

• 9,8 milhões de toneladas de grãos por ano;

• 5,3 milhões de toneladas de soja;

• 3,5 milhões de toneladas de milho;

• 1 milhão de toneladas de outros grãos - sorgo, algodão e de arroz.

A diversificação de sua produção possibilita a agregação de valor aos produtos,

com destaque para os setores de processamento de grãos e carnes; couros e calçados;

alimentos; açúcar e álcool; têxtil e confecção; minerosiderúrgico; metal-mecânico;

celulose e papel; cerâmica; madeira e mobiliário; embalagens e muito mais.

8

Sistema de Saúde de Mato Grosso do Sul

No Estado do Mato Grosso do Sul a discussão sobre meios para potencializar o

processo de municipalização e para organizar a oferta de ações e serviços em redes

regionalizadas e hierarquizadas de assistência em sistemas funcionais de saúde vem

sendo feita desde o ano 2000. O Plano Estadual de Saúde aprovado no Conselho

Estadual de Saúde em 16/10/2000 já contempla em suas diretrizes a modernização e

hierarquização da assistência à saúde com a criação de pólos regionais de saúde, a

melhoria na capacidade de gestão do Estado, o aperfeiçoamento da gestão municipal

com maior aporte de recursos financeiros repassados fundo a fundo com a implantação

de serviços estratégicos específicos (centrais de regulação, rede de urgência e

emergência, hemorrede, atendimento à gestante de risco), entre outros.

A proposta atual de divisão do Estado do Mato Grosso do Sul em instâncias

assistenciais de saúde estabelece 4 grandes regiões de saúde e 11 microrregiões

(Figuras 1 e 2):

Figura 1 - Divisão territorial do Estado segundo Macro-Regiões de Saúde.

9

Figura 2 - Divisão territorial do Estado segundo Micro-Regiões de Saúde.

O estado de Mato Grosso do Sul conta com 3.872 estabelecimentos de saúde

cadastrados no CNES; destes 1.123 são estabelecimentos públicos (CNES; 2012).

Baseado nos 04 pólos assistenciais estruturados e em fase de efetivação

enquanto referência para os atendimentos em saúde, a população sul-mato-grossense

vem contando com os benefícios da descentralização das ações, inclusive no que tange a

recursos financeiros federais para a saúde, facilitando assim o acesso e à aplicação

destes dentro das necessidades municipais.

10

2. JUSTIFICATIVA

Os agrotóxicos1 estão entre os mais importantes fatores de risco para a saúde da

população geral, especialmente para saúde dos trabalhadores e para o meio ambiente.

Para sua avaliação e controle existe a lei Federal de agrotóxicos 7802 de 11 de julho de

1989, sobre o uso, a produção, a comercialização e o armazenamento existe a lei

Estadual 2951 de 17 de dezembro 2004.

Utilizados em grande escala por vários setores produtivos e mais intensamente

pelo setor agropecuário, silvicultura, no tratamento de madeiras em geral, construção,

armazenamento de grãos e sementes, produção de flores, e combate aos vetores

transmissores de doenças, entre outras.

No que se refere ao uso agrícola, o Brasil se destaca no cenário mundial como o

maior consumidor de agrotóxicos, respondendo por 86% do produto utilizado na América

Latina.

Deste montante, 58% são herbicidas, 21% inseticidas, 12% fungicidas, 3%

acaricidas e 7% outros (MAPA, 2009). Segundo o Sistema de Informação de Agrotóxicos

Fitossanitários – AGROFIT do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento –

MAPA, a partir de 2010 o consumo de agrotóxico ultrapassou 1 milhão de toneladas. Os

estados que mais consumiram estes produtos em 2012 foram: São Paulo (357.273 t),

Mato Grosso (149.078 t), Paraná (145.160 t), Minas Gerais (139.725 t), Goiás (110.056 t),

Rio Grande do Sul (98.870 t) e Mato Grosso do Sul (70.167 t).

Conforme o IBAMA (2010), entre os princípios ativos mais consumidos por classe

deuso destacam-se entre os herbicidas, o glifosato (76%), 2,4-D-dimetilamina (ácido

ariloxialcanóico) e a atrazina; entre os fungicidas, o óleo mineral, enxofre e carbendazin;

entre os inseticidas, a cipermetrina (57%), o metamidofós e acefato. A comercialização

destes princípios ativos corresponde a 76,45% do consumo total de agrotóxicos no Brasil.

1 Agrotóxicos e afins - produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, bem como as substâncias e produtos empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento (Lei Federal Nº 7802/1989 e Decreto Nº 4.074/2002).

11

As principais culturas em 2011, segundo dados do IBGE, foram: a soja, com 35,3% -

predominando na Região Centro-Oeste (45%) e Região Sul (38%); seguida pelo milho com

20%, cana-de-açúcar com 14%, feijão com 6%, arroz com 4,2%, trigo e café com 3,2%,

mandioca com 2,6% e algodão com 2,1%. No Mato Grosso do Sul a tendência nacional se

mantém sendo a soja, milho e cana de açúcar as principais culturas com mais de 3,5

milhões de hectares plantadas - IBGE/2011.

No Mato Grosso do Sul os agrotóxicos mais utilizados são: 2,4 D, atrazina, glifosato

e seus sais, metamidofós e óleo mineral sendo o 8ª maior em área agrícola e 7ª maior

consumidor de agrotóxicos do Brasil (5% da utilização nacional).

Segundo o Centro Integrado de Vigilância Toxicológica – CIVITOX/MS as variáveis

de intoxicação existentes no período 2009-2010(LOPES, 2012): são:

• Zona de Ocorrência: urbana (70%), rural (24%), ignorado (6%);

• Sexo: Masculino (51%); Feminino (48%); ignorado (1%)

• Tipos/Agrotóxico: Agrícola (29%), Doméstico (27%), Veterinário (16%), Raticida

(28%).

• Agentes Ativos Predominantes (geral): inseticidas inibidores das

colinesterases/OF + CARB + Chumbinho + IIC desc. (11 + 3% + 3% + 1% = 18%);

Inseticidas Piretróides (32%); Glifosato (7%), Amitraz (5%); Raticida Cumarínico

(22%). Obs: IIC desc. = inibidores das colinesterases desconhecido.

• Circunstâncias predominantes: Tentativa de suicídio (44%); Acidente

Individual/Coletivo/Ambiental (37%); Ocupacional (12%).

• Idade (anos) Predominantes: 20 a 59 (51%); < 1 a 9 (29%); 15 a 19 (10%).

Fonte: CIVITOX/MS (2003 a 2012)

Intoxicações Humanas /CIVITOX/Agrotóxicos 2003 a 2012: 3111 Intoxicações por

Uso Indevido

Ig.

Outra

Abuso

Ingestão/Alimentos

Tent./Suicídio

Tent./Aborto

Violência/Homicídio

Ac. Individual

Ac. Coletivo

Ac. Ambiental

Ocupacional

Uso Terapêutico

Erro/Administração

Auto Medicação

1176; 38%

123; 4% 41;

1%

364; 12%

2; 0%

17; 1%

9; 0%

1; 0%

16; 1%

1299; 42%

6; 0%

7; 0%

2; 0%

39; 1%

9; 0%

12

DESCRIÇÃO DOS AGROTÓXICOS CONSUMIDOS NO MATO GROSSO DO SUL

Os compostos clorados, como os inseticidas organoclorados (ex: endosulfan),

herbicidas fenoxiacéticos (ex: 2,4 D: ácido 2,4 diclorofenoxiacético), a atrazina, solventes

orgânicos clorados, contaminantes (ex: dioxinas), etc, são disruptores endócrinos. Várias

pesquisas revelam alterações hormonais em peixes, anfíbios e répteis, devido ao efeito

estrogênico que os mesmos podem causar nos seres vivos, sendo que vários estudos

evidenciam a possibilidade dos efeitos nocivos nos seres humanos. O endosulfan

(organoclorado utilizado em MS até julho/2013) causa problemas de desenvolvimento das

características sexuais masculinas, podendo causar anomalias testiculares e outros efeitos,

pode causar abortamentos, endometriose, câncer de mama, alterações de glicemia, etc.

Os organoclorados possuem elevada persistência ambiental, acumulam-se nos

tecidos biológicos e causam biomagnificação.

Os solventes e outros compostos orgânicos clorados também podem causar

alterações de pele, como a cloracne, dentre outros. O 2,4 D e o 2,4,5 T são ácidos. Foram

usados como armas químicas na guerra do Vietnam. Podem causar malformações

genéticas, alterações neurológicas, renais, irritação em mucosas, etc. Resíduo químico

contaminante: dioxinas – cancerígenas. Os destilados do petróleo (ex: n-pentano, n-

hexano, tolueno, xileno, querosene, óleo mineral, etc.) podem causar pneumonite química e

pneumonia química, efeito narcótico, degeneração em nervos, irritação em mucosas, etc. A

repercussão clínica maior que a atrazina pode causar, deve-se ao seu efeito disruptor

endócrino, e não precisamente na fase aguda. É utilizada em larga escala, contudo,

existem poucas notificações de intoxicações nas fases aguda e crônica.

Os inseticidas organofosforados (como também os inseticidas piretróides),

independentemente da presença de ruído, podem causar surdez. Os organofosforados

(OF) podem causar TDAH, polineuropatia retardada degenerativa, etc. As Intoxicações

agudas podem causar risco de vida. Os inseticidas OF e os inseticidas CARB são inibidores

das colinesterases (acetil e butirilcolinesterase), sendo que há vários que podem inibir a

esterase neurotóxica, o que ocasiona a degeneração dos axônios: fraqueza muscular,

dificuldade para movimentar os braços, pernas e pescoço, dificuldade para permanecer

sentado, etc. Alguns inseticidas OF e inseticidas CARB granulados ainda tem sido

utilizados de forma indevida para o extermínio de ratos (chumbinho), mesmo com a

proibição do Aldicarb.

13

Conforme o MAPA (2011) o glifosato de 01 litro só pode ser vendido com

receituário agronômico e não pode ser utilizado no perímetro urbano e nem no periurbano

(somente frascos pequeninos para completar para até 01 litro de água para jardinagem

amadora). A capina química nas cidades é proibida. Utilizar glifosato de 01 litro nas cidades

é uma infração sanitária sujeita a penalidades. O glifosato foi reclassificado: de pouco

tóxico foi para altamente tóxico). Riscos: surfactantes corrosivos (POEA), acidose

metabólica, IRA, dermatite, etc.

Outros problemas relacionados às intoxicações por agrotóxicos: alterações

cognitivas, psicoses, depressão, leucemias, polineuropatias, anorexia, alterações oculares,

hepáticas, reprodutoras, renais, etc. O Controle/monitoramento é realizado através de

monitoramento laboratorial das colinesterases para os profissionais que manipulam ou se

expõem aos inibidores das colinesterases, monitorar áreas de incidência de câncer e mal

formações genéticas, monitoração hormonal para quem manipula ou se expõe aos

agrotóxicos organoclorados, 2,4 D e atrazina, como também correlacionar o histórico de

exposição aos mesmos com os efeitos clínicos apresentados pelo indivíduo. Monitorar

tentativas de suicídio em áreas de borrifação de agrotóxicos.

BANCOS DE DADOS DE SAÚDE E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Assim como as ações e atividades do setor saúde relacionadas aos agrotóxicos, a

magnitude das intoxicações por agrotóxicos também não está claramente estabelecida

atualmente no Brasil. Entretanto, vale ressaltar a existência de dados oriundos do Sistema

Nacional de Agravos de Notificação (Sinan) e da Rede Nacional de Centros de Informação

e Assistência Toxicológica (Renaciat/Civitox) consolidados pelo Sistema Nacional de

Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox). Além disso, existem outras possibilidades de

fontes de dados, a saber: Sistema de Informações de Mortalidade – SIM; Sistema de

Informações Hospitalares – SIH/SUS; Sistema de Informações Ambulatoriais – SIS/SUS;

Sistema de Notificação em Vigilância Sanitária - Notivisa; dados do Ministério do Trabalho;

dados da Previdência Social, entre outros.

14

Intoxicação Exógena 2011-2013 Municípios Prioritários

0

200

400

600

800

1000

1200

2011 2012 2013

2011 3 34 742 22 49 9 9 10 16 11 5 107

2012 3 28 1037 33 38 8 10 6 46 11 16 136

2013 6 36 667 28 27 16 25 16 47 10 14 86

Aral Moreira

CaarapóCampo Grande

Chapadão do Sul

Costa Rica

Dourados

Fátima do Sul

Maracaju

Ponta Porã

Rio Brilhante

São Gabriel do Oeste

Sidrolândia

Obitos por Causas Externas 2011- MS

0

100

200

300

400

500

600

700

Amambai

Aparecida do T

Aquidauana

Campo Grande

Corumbá

Coxim

Dourados

Maracaju

Naviraí

Nova Andradina

Paranaíba

Ponta Porã

Rio Brilhante

Sidrolândia

Três Lagoas

Série1

Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM – Municípios >30 óbitos.

Fonte: SINAN/SES/MS

Os estudos que utilizam dados secundários (obtidos em fontes oficiais ou avaliando

demanda de serviços) têm importância no aperfeiçoamento e qualidade destes bancos de

dados (ou destes serviços). Por serem dados coletados na rotina institucional ao longo do

15

tempo, eles podem permitir avaliações das mudanças do perfil de morbi-mortalidade, em

uma determinada série histórica (FARIA et al., 2007)5. No entanto, devido às várias

limitações identificadas nestes bancos, é necessário cautela na interpretação destes dados.

Ao mesmo tempo, o processo de qualificação dos registros oficiais implica em análises

freqüentes destes registros e na devolução para a ponta do sistema, identificando as

fragilidades e estimulando a melhoria das notificações.

A partir 2001, a ANVISA coordena o Programa de Análise de Resíduos de

Agrotóxicos em Alimentos/PARA em conjunto com as Vigilâncias Sanitárias dos Estados

(AC, BA, DF, ES, GO, MG, MS, PA, PE, PR, RJ, RS, SC, SE e TO) e laboratórios de

resíduos de agrotóxicos do IOM/FUNED/MG, ITEP/PE e LACEN/PR.

QUADRO1 – Percentual de amostras de alimentos irregulares em função de resíduos de agrotóxicos obtidos pelo PARA /MS no período de 2012 a 2013.

Fonte: SES/MS/VISA/PARA – Dados preliminares

A percentagem de resultados insatisfatórios no quadro 1 representa a identificação

de resíduos de agrotóxicos acima do limite máximo de resíduo (LMR) estabelecido nas

16

culturas em que o uso é permitido, bem como as culturas em que o uso desses agrotóxicos

não é autorizado, com o objetivo de avaliar continuamente os níveis de resíduos de

agrotóxicos nos alimentos de origem vegetal que chegam à mesa do consumidor.

A estruturação efetiva e integrada da vigilância em saúde da população exposta a

agrotóxico possibilitará ao SUS o cuidado integral da saúde das populações nos diversos

processos produtivos onde são utilizados os agrotóxicos, levando-se em consideração os

determinantes sociais da saúde. Contribuindo, também para o desenvolvimento de um

modelo agrícola ecológico e sustentável no País.

Nesse contexto, é fundamental para o controle da morbi-mortalidade decorrente da

exposição a agrotóxicos a existência de um sistema de vigilância em saúde efetivo e

integrado. A sua estruturação possibilitará ao SUS o cuidado integral da saúde das

populações nos diversos processos produtivos onde são utilizados os agrotóxicos, levando-

se em consideração os determinantes sociais da saúde. Contribuindo, também para o

desenvolvimento de um modelo agrícola ecológico e sustentável no País.

As diretrizes a serem adotadas visando à implementação de um modelo de

atuação para a vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos fundamentam-

se na Constituição Federal de 1988, atendendo ao estabelecido na Lei Orgânica da

Saúde - Lei n.º 8080, de 19 de setembro de 1990. Acrescenta-se ainda a necessidade de

adoção de princípios éticos como o Princípio Poluidor-Pagador e o Princípio da

Precaução, adotados na regulação de condutas e de atividades lesivas à saúde pública e

ao meio ambiente.

Finalmente, abordagens integradoras e interdisciplinares devem nortear as ações a

serem adotadas para o cuidado da saúde humana e o ambiente quanto aos efeitos nocivos

dos agrotóxicos.

3. OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Estabelecer no estado de Mato Grosso do Sul, ações de vigilância de riscos e agravos,

além de medidas preventivas e de controle do uso de agrotóxicos, e contribuir para a construção

e efetivação de um sistema de vigilância integrado que permita o monitoramento e controle de

situações de riscos à saúde humana relacionados aos agrotóxicos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Implantar o Programa de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos –

VIGIAGRO no estado de Mato Grosso do Sul;

• Identificar áreas onde ocorra o maior consumo e exposição a agrotóxicos no estado;

• Propor de forma integrada, medidas de controle e prevenção quanto ao uso de

agrotóxicos;

• Promover ações integradas de prevenção e assistência numa perspectiva ampla de

atenção integral à saúde das populações expostas a agrotóxicos.

4. ESTRATÉGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO

O tema agrotóxico é de interesse de diversos setores governamentais, não

governamentais, setores produtivos e de representantes da sociedade civil. É interesse do

Ministério da Saúde e Secretaria de Estado de Saúde do Mato Grosso do Sul – SES/MS, em

consonância a lei 7.802 de 1989, lei Estadual 2951 de 17 de dezembro 2004 e Portaria 2.938 de

20 de dezembro 2012, estabelecer mecanismos continuados de consulta aos setores da

Agricultura e Meio Ambiente, durante todas as etapas do presente plano, compreendendo a sua

elaboração, execução e avaliação.

A SES/MS empreenderá esforços pró-ativos junto às demais áreas que têm o tema

agrotóxico enquanto seu objeto de trabalho, a saber: Desenvolvimento Econômico Social,

Trabalho, Educação, Pecuária Indústria e Comércio e Previdência Social, considerando também

os fóruns já existentes, visando com que este plano se some aos esforços do governo federal e

18

estadual para o aprimoramento de políticas públicas integradas e às estratégias do

desenvolvimento sustentável.

As ações e desdobramentos decorrentes deste Plano serão realizados conforme

estabelecido para os três níveis de gestão do SUS. O Grupo de Trabalho instituído na

Secretaria de Estado de Saúde MS tem a responsabilidade de conceber e implementar as

estratégias de atuação que competem ao nível estadual.

Para implementação do Plano Estadual proposto foram selecionados 12 municípios

prioritários, 10 municípios com maior produção agrícola que totaliza 66,66% de toda produção e

52,5% da população do estado, 01 município (Fátima do Sul) escolhido por ter como

característica a agricultura familiar em pequenas propriedades e por já possuir pesquisas

acadêmicas relacionadas à exposição a agrotóxico no município e a capital do estado Campo

Grande por possuir redes de atenção a saúde que são referencia para atendimento de

intoxicados por agrotóxicos.

Ranking Ranking Ranking Ranking de de de de Produção Agrícola EstadualProdução Agrícola EstadualProdução Agrícola EstadualProdução Agrícola Estadual

MunicípiosMunicípiosMunicípiosMunicípios Ranking EstadualRanking EstadualRanking EstadualRanking Estadual

Maracaju 1

Sidrolândia 2

Rio Brilhante 3

Dourados 4

Ponta Porã 5

São Gabriel do Oeste 6

Caarapó 7

Aral Moreira 8

Costa Rica 9

Chapadão do Sul 10

Fonte IBGE/SIDRA

Em cada eixo proposto no plano são elencadas ações e atividades voltadas para

diversas áreas do setor saúde. A execução dessas atividades acontecerá em três fases: Fase I -

harmonização e elaboração de instrumentos, cuja construção depende de trabalho intelectual,

articulação e atividades desenvolvidas a partir da formação de subgrupos de trabalho e Planos

Municipais. Neste caso para sua viabilização é responsabilidade de cada município e área

realizar o planejamento das ações e atividades de sua competência na programação técnica

19

orçamentária. Os municípios prioritários deverão apresentar os planos municipais de Vigilância

em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos com as necessidades mínimas exigidas pela

CVA/SES/MS. È importante ressaltar que um dos instrumentos, além de relatórios mensais de

acompanhamento que tem como objetivo de avaliação e monitoramento das ações propostas

nos planos municipais, será a ampliação em 10% das notificações por intoxicação por

agrotóxicos no SINAN. As fases II - Implantação e III – Monitoramento das ações constituem-se

nos desdobramentos e na implementação das atividades subseqüentes à fase I.

Vale salientar que subgrupos de trabalho poderão ser estruturados para

desenvolver as atividades principalmente nos municípios prioritários bem como, favorecer a

integração entre as áreas e o trabalho multiprofissional, conforme um cronograma pré-

estabelecido, incluindo quando necessário a realização de experiências piloto em parceria com

estado e municípios e instituições acadêmicas.

Finalmente os trabalhos desenvolvidos subsidiarão a definição de diretrizes e

estratégias para a atuação quanto à atenção integral a saúde de populações expostas a

agrotóxicos.

5. EIXOS DE INTERVENÇÃO

5.1. Eixo 1 - Atenção Integral a Saúde das Populações Expostas a

Agrotóxicos

A atenção integral à saúde é o cuidado com a saúde do ser humano, por meio de

ações e serviços de promoção, prevenção, reabilitação e tratamento de doenças, nos

diferentes níveis de complexidade do SUS, envolvendo a vigilância em saúde e a assistência

básica e especializada.

A exposição humana aos agrotóxicos é amplamente conhecida, porém existe ainda o

desafio de garantir a integralidade do atendimento à população no que se refere a este

agravo.

20

Diretrizes

• Promover ações integradas de prevenção e assistência numa perspectiva ampla de

atenção integral à saúde das populações expostas a agrotóxicos

• Harmonizar a informação sobre exposição e intoxicação por agrotóxicos

• Orientar para melhoria dos locais de armazenamento de insumos críticos para o

controle das endemias nos municípios bem como na destinação final das embalagens

utilizadas.

Estratégias Atividades Prioritárias

1.1. Construir e implementar o modelo

integrado de vigilância em saúde voltado

para populações expostas a agrotóxicos

considerando os componentes de

Vigilância Epidemiológica, Saúde

Ambiental, Saúde do Trabalhador e

Sanitária e Lacen

1.1.1 Elaborar Planos Integrados de

Vigilância em Saúde relacionada a

populações expostas a agrotóxicos

dos municípios prioritários;

1.1.2 Identificar a rede de laboratórios para

análise de agrotóxicos de interesse

para a saúde ambiental;

1.1.3 Realizar capacitações em Vigilância

em Saúde relacionada à populações

expostas a agrotóxicos;

1.1.4 Harmonizar os instrumentos de coleta,

fluxo de informação e análise de

informações relacionadas à exposição

e intoxicação por agrotóxicos;

1.1.5 Elaborar protocolos de atenção à

saúde dos expostos a agrotóxicos nos

diferentes níveis de complexidade do

SUS;

1.1.6 Identificar populações (trabalhadores e

população geral) em locais de risco de

intoxicação e exposição por

agrotóxico.

21

Estratégias Atividades Prioritárias

1.2. Fortalecer a atenção básica, com ênfase

na estratégia da Saúde da Família e

PACS, para diagnóstico,

acompanhamento e monitoramento da

população exposta a agrotóxicos.

1.2.1. Inserir a temática de Vigilância em

Saúde relacionada a agrotóxicos na atenção

básica/Saúde da Família;

1.2.2. Qualificar a rede de serviços de

atenção básica de forma a garantir a

identificação da população de risco e o

atendimento a expostos e intoxicados por

agrotóxicos;

1.2.3. Realizar o acolhimento e

procedimentos de diagnóstico clínico e

laboratorial, tratamento e reabilitação dos

casos de intoxicação por agrotóxicos na rede

básica;

1.2.4. Aprimorar a notificação de casos

suspeitos e confirmados de intoxicação por

agrotóxico.

1.3. Fortalecer a atenção especializada

no SUS para diagnóstico,

tratamento, acompanhamento e

monitoramento e reabilitação dos

intoxicados por agrotóxicos.

1.3.1. Redefinir, qualificar e ampliar a rede

de serviços de atenção especializada no

atendimento aos intoxicados por agrotóxicos

referenciados pela atenção básica, e

urgências;

1.3.2. Estimular a notificação dos casos de

intoxicação por agrotóxico;

22

Detalhamento das Atividades Prioritárias

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.1. Construir e implementar o modelo integrado de vigilância em saúde voltado para

populações expostas a agrotóxicos considerando os componentes de Vigilância

Epidemiológica, Saúde Ambiental, Saúde do Trabalhador e Sanitária e Lacen

Atividade:

1.1.1 Identificar a rede de laboratórios para análise de agrotóxicos de interesse para a saúde

ambiental;

Estratégia:

• Fortalecer o sistema integrado de gestão de qualidade dos laboratórios de

Saúde Pública;

• Apoiar a estruturação dos laboratórios para realização de procedimentos e

análise em agrotóxicos, metabólitos e aductos;

• Levantamento da rede atual de laboratórios do SUS e Privados que realizem

analises para identificação de agrotóxicos (análise em água para consumo

humano e alimentos);

• Levantamento de custo de analises de resíduos de agrotóxicos em água para

consumo humano e alimentos;

• Levantamento das dificuldades e trâmites para coleta e envio de amostras.

• Redefinir exames e diagnósticos a serem implementados na rede e inserção

nos protocolos de atenção;

• Sensibilizar os técnicos e gestores da rede de laboratórios;

Prazo para inicio: Janeiro de 2014

Prazo para termino: Agosto de 2014

Responsável no MS: Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS CEREST / CIVITOX /

CVA /CAB

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, LACEN, CVA e outros

23

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.1. Construir e implementar o modelo integrado de vigilância em saúde voltado para

populações expostas a agrotóxicos considerando os componentes de Vigilância

Epidemiológica, Saúde Ambiental, Saúde do Trabalhador e Sanitária e Lacen

Atividade:

1.1.2 Realizar capacitações em Vigilância em Saúde relacionada à populações expostas a

agrotóxicos;

Estratégia:

• Realizar Oficina sobre Protocolos de Atendimento e Notificação de Intoxicação por

Agrotóxicos para profissionais da rede de atenção primária a saúde.

• Incluir o programa de capacitação de Vigilância em Saúde relacionada a agrotóxicos

nas capacitações estratégicas da ETSUS, ESP e nas capacitações da Vigilância em

Saúde e Atenção Básica além de interfaces com órgãos e instituições;

• Realizar Oficinas de Saúde do Trabalhador exposto aos agrotóxicos para Agentes

Comunitários de Saúde Rural.

• Divulgar a Vigilância em Saúde relacionada a agrotóxicos junto às comunidades de

ensino, pesquisa e para a população em geral.

Prazo para inicio: Janeiro de 2013

Prazo para termino: Dezembro de 2014

Responsável no MS:

CIVITOX

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, CIVITOX, CAB e outros

24

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.1. Construir e implementar o modelo integrado de vigilância em saúde voltado para

populações expostas a agrotóxicos considerando os componentes de Vigilância

Epidemiológica, Saúde Ambiental, Saúde do Trabalhador e Sanitária e Lacen

Atividade:

1.1.3 Harmonizar os instrumentos de coleta, fluxo de informação e análise de informações

relacionadas à exposição e intoxicação por agrotóxicos;

Estratégia:

• Estabelecer o Grupo de Trabalho para harmonização dos processos de produção das

informações relativas aos agravos relacionados a agrotóxicos e definição do modelo de

vigilância em saúde relacionado a agrotóxicos no estado;

• Discutir o modelo de vigilância em saúde das populações expostas considerando os

componentes de Vigilância Epidemiológica, Saúde Ambiental, Sanitária e Saúde do

Trabalhador nas câmaras técnicas afins.

• Promover, acompanhar, avaliar e aprimorar os sistemas de notificação existentes;

• Capacitações de profissionais de saúde nos Sistemas de Notificação.

• Aquisição de micro-computadores para os 12 municípios prioritários e CIVITOX.

Prazo para inicio: Julho de 2013

Prazo para termino: Dezembro de 2015

Responsável no MS: CVA

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, CIVITOX, CAB e outros

25

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.1. Construir e implementar o modelo integrado de vigilância em saúde voltado para

populações expostas a agrotóxicos considerando os componentes de Vigilância

Epidemiológica, Saúde Ambiental, Saúde do Trabalhador e Sanitária e Lacen

Atividade:

1.1.4 Elaborar protocolos de atenção à saúde dos expostos a agrotóxicos nos diferentes níveis

de complexidade do SUS;

Estratégia:

• Discutir no Grupo de Trabalho para definição do modelo de vigilância em saúde

relacionado a agrotóxicos;

• Realizar levantamento de protocolos já existentes e/ou outros documentos que possam

subsidiar as discussões (experiências nacionais/internacionais), elaboração e definição

no setor saúde de um modelo de protocolo para o estado;

• Inserir o tema nas capacitações propostas pelo Plano Estadual e Planos Municipais.

Prazo para inicio: Junho de 2014

Prazo para termino: Dezembro de 2015

Responsável no MS:

CVA, SMS dos municípios prioritários.

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, CIVITOX, CAB e outros

26

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.1. Construir e implementar o modelo integrado de vigilância em saúde voltado para

populações expostas a agrotóxicos considerando os componentes de Vigilância

Epidemiológica, Saúde Ambiental, Saúde do Trabalhador e Sanitária e Lacen

Atividade:

1.1.5. Identificar populações (trabalhadores e população em geral) em locais de risco de

intoxicação e exposição por agrotóxico.

Estratégia:

• Realizar o mapeamento das atividades de risco, do uso de agrotóxico, populações

potencialmente expostas nos 12 municípios prioritários a partir da análise das bases de

dados existentes (local, regional e nacional);

• Diagnóstico das propriedades rurais do município piloto Fátima do Sul em parceria com

IAGRO com a finalidade de fazer um levantamento das condições de trabalho,

armazenamento e da exposição aos agrotóxicos utilizados nas lavouras;

• Inserir o diagnóstico de identificação de populações expostas como exigência mínima

na elaboração dos planos dos municípios prioritários;

• Realizar oficina de trabalho com técnicos municipais com o objetivo de identificação

das populações expostas a agrotóxicos nos municípios prioritários.

Prazo para inicio: Outubro de 2013

Prazo para termino: Dezembro de 2014

Responsável no MS: GT e IAGRO

Órgãos e/ou entidades envolvidas: IAGRO,MAPA, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente-IBAMA, IMASUL , Federação das Industrias do MS-FIEMS, Ministério da Fazenda, outros.

27

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.2. Fortalecer a atenção básica, com ênfase na estratégia da Saúde da Família e PACS, para

diagnóstico, acompanhamento e monitoramento da população exposta a agrotóxicos.

Atividade:

1.2.1. Inserir a temática de Vigilância em Saúde relacionada a agrotóxicos na atenção

básica/Saúde da Família;

Estratégia:

• Incluir nas fichas de atendimento da CAB a temática da intoxicação por agrotóxicos.

• Criação de materiais informativos folders, cartazes e outros;

• Capacitar os profissionais da atenção primária a saúde no tema Vigilância em Saúde

de Populações Expostas a Agrotóxicos;

• Fomentar a intrasetorialidade entre CVA e CAB com participação ativa das ações

relacionadas ao tema Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos.

Prazo para inicio: Fevereiro de 2013

Prazo para termino: Dezembro de 2015

Responsável no MS:

CVA e CAB

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, CIVITOX, CAB e outros

28

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.2. Fortalecer a atenção básica, com ênfase na estratégia da Saúde da Família e PACS, para

diagnóstico, acompanhamento e monitoramento da população exposta a agrotóxicos.

Atividade:

1.2.2. Qualificar a rede de serviços de atenção básica de forma a garantir a identificação da

população de risco;

Estratégia:

• Desenvolver material técnico relativo à temática relacionada aos agrotóxicos (Caderno

de Atenção Básica);

• Reproduzir a Cartilha: Atuação dos ACS na Saúde do Trabalhador.

• Incluir a temática nos Cursos de Capacitação, Treinamento Introdutório das Equipes de

Saúde da Família, Cursos de Especialização e Residência em Saúde da Família,

dentre outros.

• Capacitar os profissionais da atenção primária a saúde no tema Vigilância em Saúde

de Populações Expostas a Agrotóxicos;

• Realizar Oficina sobre Protocolos de Atendimento e Notificação de Intoxicação por

Agrotóxicos para profissionais da rede de atenção primária a saúde.

• Identificar os serviços que possuem capacidade instalada para realizar o atendimento

aos casos referenciados;

Prazo para inicio: Janeiro de 2013

Prazo para termino: Dezembro de 2015

Responsável no MS:

CVA e CAB

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, CIVITOX, CAB e outros

29

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.2. Fortalecer a atenção básica, com ênfase na estratégia da Saúde da Família e PACS, para

diagnóstico, acompanhamento e monitoramento da população exposta a agrotóxicos.

Atividade:

1.2.3. Realizar o acolhimento e procedimentos de diagnóstico clínico e laboratorial, tratamento

e reabilitação dos casos de intoxicação por agrotóxicos na rede básica;

Estratégia:

• Criar e divulgar Materiais Informativos referente a intoxicações por agrotóxicos

específicos para profissionais de saúde.

• Inserir o tema nas Oficinas sobre Protocolos de Atendimento e Notificação de

Intoxicação por Agrotóxicos para profissionais da rede de atenção primária a saúde.

Prazo para inicio: Junho de 2014

Prazo para termino: Dezembro de 2015

Responsável no MS:

CEREST, CVA e CAB

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, CIVITOX, CAB e outros

30

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.2. Fortalecer a atenção básica, com ênfase na estratégia da Saúde da Família e PACS, para

diagnóstico, acompanhamento e monitoramento da população exposta a agrotóxicos.

Atividade:

1.2.4. Aprimorar a notificação de casos suspeitos e confirmados de intoxicação por agrotóxico.

Estratégia:

• Inserir o Centro de Informações Toxicológicas CIVITOX no sistema de notificação do

estado e estabelecer os procedimentos de notificação.

• Capacitação dos profissionais da atenção básica/Saúde da Família e da atenção

especializada (hospitais e UPA) para o atendimento, notificação e o preenchimento

ficha de intoxicação exógena/agrotóxico. Oficinas sobre Protocolos de Atendimento e

Notificação de Intoxicação por Agrotóxicos para profissionais da rede de atenção

primária a saúde.

• Definir os fluxos, mecanismos e redes de referência e contra-referência, incluindo a

Rede Nacional de Saúde do Trabalhador/RENAST com as demais redes

especializadas do SUS;

• Pactuar os procedimentos, consultas especializadas e exames, conforme o protocolo

de atenção integral definido, em todas as instâncias cabíveis;

• Articular com as centrais de regulação/complexos regulatórios e com setores de média

e alta complexidade para garantir a realização dos procedimentos, consultas

especializadas e exames;

• Capacitar os profissionais de saúde da rede especializada para o diagnóstico e

manejo dos casos de intoxicação por agrotóxicos;

• Articular com a rede de reabilitação do SUS visando o manejo dos casos confirmados

de intoxicação por agrotóxico.

Prazo para inicio: Julho de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS: GT e CIVITOX

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, CIVITOX, CAB e outros

31

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.3. Fortalecer a atenção especializada no SUS para diagnóstico, tratamento,

acompanhamento e monitoramento e reabilitação dos intoxicados por agrotóxicos.

Atividade:

1.3.1. Redefinir, qualificar e ampliar a rede de serviços de atenção especializada no

atendimento aos intoxicados por agrotóxicos referenciados pela atenção básica, e urgências;

Estratégia:

• Realizar levantamento dos serviços especializados bem como o quantitativo de

profissionais com expertise no tema;

• Adequar à rede especializada em intoxicação por agrotóxicos as 04 regiões de saúde

do estado.

Prazo para inicio: Julho de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS:

GT, CAB e CIVITOX

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, CIVITOX, CAB e outros

32

Eixo 1: Atenção Integral em Saúde das Populações Expostas a Agrotóxicos

Ação:

1.3. Fortalecer a atenção especializada no SUS para diagnóstico, tratamento,

acompanhamento e monitoramento e reabilitação dos intoxicados por agrotóxicos.

Atividade:

1.3.2. Estimular a notificação dos casos de intoxicação por agrotóxico;

Estratégia:

• Realizar ações de sensibilização na mídia escrita e televisiva nas entrevistas e

reportagens solicitadas a CVA e CIVITOX.

• Realizar Oficina sobre Protocolos de Atendimento e Notificação de Intoxicação por

Agrotóxicos para profissionais da rede de atenção primária a saúde.

• Divulgação do Plano Estadual de Vigilância de Populações Expostas a Agrotóxico as

entidades de trabalhadores agrícolas no estado e divulgação do nº 0800 – 722- 6001

CIVITOX.

Prazo para inicio: Julho de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS:

GT e CIVITOX

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS, CIVITOX, CAB e outros

33

5.2. Eixo 2 – Promoção à Saúde

As ações e serviços de promoção à saúde constituem-se como uma estratégia

de produção de saúde, um modo de pensar e de operar articulado com as demais

políticas e tecnologias, possibilitando responder às necessidades sociais em saúde.

A intersetorialidade de ações ocorre na localidade e nos ambientes onde vivem

as pessoas, estabelecendo compromissos e co-responsabilidades, dando visibilidade

aos fatores que colocam a população em risco.

O fortalecimento e a implantação dessas ações e atividades relacionadas aos

agrotóxicos permitirão o diálogo entre as diversas áreas do MS, setor não-

governamental e outros, para a criação de mecanismos que reduzam as situações de

vulnerabilidade visando a qualidade de vida.

Diretrizes

• Promover o reconhecimento da população sob risco de exposição e intoxicação

por agrotóxicos – promoção à saúde;

• Mobilizar a sociedade e o Estado para a importância da temática e informar

sobre a magnitude dos impactos na saúde e no meio ambiente;

• Estimular as ações intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o

desenvolvimento integral das ações de promoção da saúde;

• Proporcionar a educação e a comunicação para promoção de ambientes

saudáveis e práticas alternativas que reduzam os riscos para a exposição e

intoxicação por agrotóxicos, visando uma melhor qualidade de vida para as

populações.

34

Ações Prioritárias Atividades Prioritárias

2.1. Promover a educação e

comunicação em Saúde

2.1.1. Inserir a problemática dos

agrotóxicos e saúde no Programa de

Saúde nas Escolas;

2.1.2. Desenvolver e implantar

metodologias e estratégias de educação

e/ou de comunicação de risco para

agrotóxicos, avaliando os seus resultados;

2.2. Promover ambientes saudáveis,

incluindo os de trabalho, no contexto

da estratégia de municípios

saudáveis.

2.2.1. Apoiar o desenvolvimento e a

implantação de práticas alternativas e

sustentáveis;

2.2.2. Aprimorar a gestão estadual

relacionada a agrotóxicos;

2.2.3. Desenvolver ações de promoção da

saúde relacionada às diversas etapas da

cadeia produtiva de agrotóxicos.

2.3. Promover ações de enfrentamento

da iniqüidade e desigualdade em

saúde.

2.3.1. Inserir a temática dos agrotóxicos

nas políticas de promoção da equidade em

saúde de populações em condições de

vulnerabilidade e iniqüidade, incluindo as

populações do campo, da floresta, das

favelas e outros.

35

Detalhamento das Atividades Prioritárias

Eixo 2: Promoção à Saúde

Ação: 2.1. Promover a educação e comunicação em Saúde.

Atividade:

2.1.1. Inserir a problemática dos agrotóxicos e saúde no Programa de Saúde nas Escolas;

Estratégia:

• Articulação com o Secretaria Estadual de Educação - SED e do Meio Ambiente

IMASUL;

• Incentivar a elaboração de material informativo e educativo voltados, inicialmente, para

o Ensino Fundamental;

• Capacitação de professores para o desenvolvimento da temática.

Prazo para inicio: Julho de 2014

Prazo para termino: Dezembro de 2014

Responsável no MS:

CVA,CEREST, CIVITOX

Órgãos e/ou entidades envolvidas:

Secretaria Estadual de Educação, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, SEMADUR, SESAU

36

Eixo 2: Promoção à Saúde

Ação: 2.1. Promover a educação e comunicação em Saúde.

Atividade:

2.1.2. Desenvolver e implantar metodologias e estratégias de educação e/ou de comunicação

de risco para agrotóxicos, avaliando os seus resultados;

Estratégia:

• Incentivar a elaboração de material informativo e educativo sobre a temática, em

mídias diversas;

• Organização de um Grupo Técnico de Comunicação de Riscos no MS;

• Articulação com as Universidades Públicas, em particular com os cursos de Ciências

Agrárias, para a discussão da dimensão saúde na formação dos profissionais;

• Inclusão da Temática no Curso de Especialização de Médicos da Atenção Básica.

Prazo para inicio: Julho de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS: Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SED,SEMADUR, CREA, UFMS,AHANGUERA

37

Eixo2: Promoção à Saúde

Ação:

2.2. Promover ambientes saudáveis, incluindo os de trabalho, no contexto da estratégia de

municípios saudáveis.

Atividade:

2.2.1 Apoiar o desenvolvimento e a implantação de práticas alternativas e sustentáveis.

Estratégia:

• Articulação com as entidades e associações representativas de grupos envolvidos com

a temática;

• Realizar a destinação final dos resíduos (produtos vencidos e embalagens vazias)

oriundos das coordenações de controle de endemias;

• Realização de um diagnóstico das práticas alternativas bem sucedidas no país;

• Apoio a projetos que visem a implantação de práticas alternativas e sustentáveis;

• Divulgação de experiências e práticas alternativas bem sucedidas;

• Estimular a adoção das Boas Práticas Agrícolas com ênfase na redução do uso de

agrotóxicos.

Prazo para inicio: Julho de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS:

Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS

Órgãos e/ou entidades envolvidas: IAGRO, IMASUL, SEMADUR, FAMASUL e outros

38

Eixo2: Promoção à Saúde

Ação:

2.2. Promover ambientes saudáveis, incluindo os de trabalho, no contexto da estratégia de

municípios saudáveis.

Atividade:

2.2.2. Aprimorar a gestão estadual relacionada a agrotóxicos.

Estratégia:

• Articulação com as entidades e associações representativas de grupos envolvidos com

a temática;

• Participar de forma representativa no Conselho Estadual de Agrotóxico – CEA

• Participar de forma representativa no Conselho Estadual de Controle Ambiental –

CECA

• Apoiar a criação do Fórum Estadual de Combate aos Impactos de Agrotóxicos.

Prazo para inicio: Maio de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS:

Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS

Órgãos e/ou entidades envolvidas: IAGRO, IMASUL, SEMADUR, FAMASUL e outros

39

Eixo2: Promoção à Saúde

Ação:

2.2. Promover ambientes saudáveis, incluindo os de trabalho, no contexto da estratégia de

municípios saudáveis.

Atividade:

2.2.3 Aprimorar a gestão estadual relacionada a agrotóxicos;

Estratégia:

• Identificar os mecanismos existentes e necessidades de aprimoramento da gestão

intersetorial;

• Garantir o caráter permanente do GT de Agrotóxicos do MS e aprimorar os

mecanismos de articulação intra-setorial;

Prazo para inicio: Janeiro de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS:

Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS

Órgãos e/ou entidades envolvidas: CEA, CECA,IMASUL, IAGRO

40

Eixo2: Promoção à Saúde

Ação:

2.2. Promover ambientes saudáveis, incluindo os de trabalho, no contexto da estratégia de

municípios saudáveis.

Atividade:

2.2.4. Desenvolver ações de promoção da saúde relacionada às diversas etapas da cadeia

produtiva de agrotóxicos.

Estratégia:

• Apoiar as inspeções com finalidade de emissão de alvará nos estabelecimentos de

armazenamento e comércio de agrotóxicos.

• Acompanhar e avaliar em conjunto com a IAGRO a destinação final das embalagens

vazias de agrotóxicos (Produtor, Revendas e INPEV)

Prazo para inicio: Julho de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS:

Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS e IAGRO

Órgãos e/ou entidades envolvidas: CEA, CECA,IMASUL, IAGRO

41

Eixo 2: Promoção à Saúde

Ação:

2.3. Promover ações de enfrentamento da iniqüidade e desigualdade em saúde.

Atividade:

2.3.1. Inserir a temática dos agrotóxicos nas políticas de promoção da equidade em saúde de

populações em condições de vulnerabilidade e iniqüidade, incluindo as populações do campo,

da floresta, das favelas e outros.

Estratégia:

• Mapear no âmbito do MS as políticas, programas e ações voltadas a promoção da

equidade em saúde, para garantir a inclusão da temática.

Prazo para inicio: Julho de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS: Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS

Órgãos e/ou entidades envolvidas: Entidades e órgão relacionados com a agricultura e outros..

5.3. Eixo 3 - Agenda Integrada de Estudos e Pesquisas

O levantamento e a realização de estudos e pesquisas sobre o impacto dos

agrotóxicos na saúde humana permitirão a fundamentação científica e técnica para as ações e

serviços em saúde relacionados aos agrotóxicos subsidiando a tomada de decisão.

Diretrizes

• Fundamentar cientificamente as intervenções e tomadas de decisão nos diversos

campos de interesse relacionados à temática de agrotóxicos e saúde

Ações Prioritárias Atividades Prioritárias

3.1. Fomentar e executar estudos e

pesquisas na área de agrotóxicos e

saúde.

3.1.1. Realizar um diagnóstico do

conhecimento sobre agrotóxicos no

Estado;

3.1.2. Estabelecer uma agenda de pesquisa

sobre a temática no MS;

42

Detalhamento das Atividades Prioritárias

Eixo 3 : Agenda Integrada de Estudos e Pesquisas

Ação:

3.1. Fomentar e executar estudos e pesquisas na área de agrotóxicos e saúde.

Atividade:

3.1.1. Realizar um diagnóstico do conhecimento sobre agrotóxicos no Estado.

Estratégia:

• Elaboração de um edital temático visando organizar uma rede integrada de pesquisa

sobre agrotóxicos, que terá como primeira atividade a elaboração do diagnóstico

estadual.

Prazo para inicio: Agosto de 2014

Prazo para termino: Dezembro de 2015

Responsável no MS: Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS Órgãos e/ou entidades envolvidas: UFMS, Fiocruz, UCDB, AHANGUERA e outros

Eixo 3: Agenda Integrada de Estudos e Pesquisas

Ação:

3.1. Fomentar e executar estudos e pesquisas na área de agrotóxicos e saúde.

Atividade:

3.1.2. Estabelecer uma agenda de pesquisa sobre a temática no MS;

Estratégia:

• Definição de linhas de pesquisa prioritárias para fins de financiamento;

• Apoio a projetos de pesquisa a partir da publicação de editais,

• Indução da formação de novos grupos de pesquisa na área a partir de definição de

temas prioritários e das lacunas de conhecimento identificados no diagnóstico anterior.

Prazo para inicio: Agosto de 2014

Prazo para termino: Dezembro de 2015

Responsável no MS: Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS

Órgãos e/ou entidades envolvidas: SES/MS UFMS, Fiocruz, UCDB, AHANGUERA e outros

43

5.4. Eixo 4 – Participação e Controle Social

A apropriação do direito à saúde é um desafio constante, pois depende da participação

da sociedade na definição e no exercício dos direitos de cidadania, da participação nos

espaços institucionalizados e nas relações interpessoais.

Fortalecer o controle social e a gestão estatégica e participativa, enquanto política de

um governo democrático popular, representa o compromisso de identificar e desencadear

dispositivos que promovam a participação da população.

Diretrizes

• Fortalecer a participação e o controle social de forma a contribuir para a

sustentabilidade das ações e atividades do plano

Ações Prioritárias Atividades Prioritárias

4.1. Garantir a inclusão da temática sobre

agrotóxicos nas ações da Política

Estadual, visando o fortalecimento do

controle social

4.1.1. Incluir a temática no conteúdo da

Educação Permanente para controle

social, incluindo representações de

trabalhadores, com ênfase, do campo

e da floresta, associações de

moradores, entidades ambientalistas,

entre outras.

4.1.2. Inserir a temática no Sistema Estadual

de Ouvidoria do SUS

44

Detalhamento das Atividades Prioritárias

Eixo 4: Participação e Controle Social.

Ação:

4.1. Garantir a inclusão da temática sobre agrotóxicos nas ações da Política Nacional de

Gestão Estratégica e Participativa (Participa-SUS) e outras afins, visando o fortalecimento do

controle social.

Atividade:

4.1.1. Incluir a temática no conteúdo da Educação Permanente para controle social, incluindo

representações de trabalhadores, com ênfase, do campo e da floresta, entidades

ambientalistas, associações, sindicatos e instituições afins.

Estratégia:

• Articulação e inclusão de representações de trabalhadores, com ênfase, do campo e

da floresta, entidades ambientalistas, associações, sindicatos e instituições afins. nas

atividades da Educação Permanente para o controle social;

• Desenvolvimento de estratégias pedagógicas e conteúdos sobre a temática no

Programa de Educação Permanente para controle social e também no Projeto de

Inclusão Digital dos Conselheiros de Saúde .

Prazo para inicio: Julho de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS: Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS

Órgãos e/ou entidades envolvidas: FETRAGRI e outras

45

Eixo 4: Participação e Controle Social

Ação: Garantir a inclusão da temática agrotóxicos na Política Nacional de Gestão Estratégica e

Participativa e outras afins, visando o fortalecimento do controle social

Atividade:

4.1.2. Inserir a temática no Sistema Estadual de Ouvidoria do SUS/MS

Estratégia:

• Estabelecimento / formalização de um fluxo para demandas / queixas / denúncias

recebidas pelo Sistema Estadual de Ouvidoria sobre a temática e organização de uma

equipe técnica para atendimento e análise dessas questões;

• Capacitação dos operadores do Sistema Estadual de Ouvidoria do SUS/MS.

Prazo para inicio: Outubro de 2014

Prazo para termino: Julho de 2015

Responsável no MS: Grupo de Trabalho de Agrotóxicos do MS Órgãos e/ou entidades envolvidas:

6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

2013 2014 2015

ATIVIDADE 1º SEM 2º SEM 1º SEM 1º SEM 2º SEM

1.1.1 Elaborar Planos Integrados de Vigilância em Saúde relacionada

a populações expostas a agrotóxicos dos municípios prioritários;

Fase I Fase I

Fase II Fase III Fase III

1.1.2 Identificar a rede de laboratórios para análise de agrotóxicos de

interesse para a saúde ambiental;

Fase I Fase I Fase II Fase III Fase III

1.1.3 Realizar capacitações em Vigilância em Saúde relacionada à

populações expostas a agrotóxicos;

Fase I Fase II Fase II Fase II Fase II Fase III

1.1.4 Harmonizar os instrumentos de coleta, fluxo de informação e

análise de informações relacionadas à exposição e intoxicação por

agrotóxicos;

Fase I Fase II Fase I

Fase III

Fase I

Fase III Fase III

1.1.5 Elaborar protocolos de atenção à saúde dos expostos a

agrotóxicos nos diferentes níveis de complexidade do SUS;

Fase I Fase I Fase II

Fase III

Fase II

Fase III Fase III

1.1.6 Identificar populações (trabalhadores e população geral) em

locais de risco de intoxicação e exposição por agrotóxico.

Fase I Fase I Fase II Fase III

Fase II Fase III

Fase II Fase III

Fase III

47

1.2.1. Inserir a temática de Vigilância em Saúde relacionada a

agrotóxicos na atenção básica/Saúde da Família;

Fase I Fase I Fase II Fase II Fase III

Fase II Fase III

Fase II Fase III

1.2.2. Qualificar a rede de serviços de atenção básica de forma a

garantir a identificação da população de risco e o atendimento a

expostos e intoxicados por agrotóxicos;

Fase I Fase I Fase II Fase II Fase III

Fase II Fase III

Fase II Fase III

1.2.3. Realizar o acolhimento e procedimentos de diagnóstico clínico e

laboratorial, tratamento e reabilitação dos casos de intoxicação por

agrotóxicos na rede básica;

Fase I Fase II Fase II Fase III

Fase II Fase III

1.2.4. Aprimorar a notificação de casos suspeitos e confirmados de

intoxicação por agrotóxico.

Fase I Fase II Fase II Fase II Fase III

Fase II Fase III

Fase II Fase III

1.3.1. Redefinir, qualificar e ampliar a rede de serviços de atenção

especializada no atendimento aos intoxicados por agrotóxicos

referenciados pela atenção básica, e urgências;

Fase I

Fase II Fase II

Fase II Fase III

1.3.2. Estimular a notificação dos casos de intoxicação por agrotóxico; Fase I Fase II Fase II Fase II Fase III

Fase II Fase III

Fase II Fase III

2.1.1. Inserir a problemática dos agrotóxicos e saúde no Programa de

Saúde nas Escolas; Fase I Fase II

Fase II Fase III

Fase II Fase III

2.1.2. Desenvolver e implantar metodologias e estratégias de educação

e/ou de comunicação de risco para agrotóxicos, avaliando os seus Fase I Fase II

Fase II Fase III

Fase II Fase III

48

resultados;

2.2.1. Apoiar o desenvolvimento e a implantação de práticas

alternativas e sustentáveis;

Fase I Fase I Fase II Fase II Fase III

Fase II Fase III

2.2.2. Aprimorar a gestão estadual relacionada a agrotóxicos;

Fase II Fase II Fase II

Fase II

Fase III

Fase II

Fase III

Fase II

Fase III

2.2.3. Desenvolver ações de promoção da saúde relacionada às

diversas etapas da cadeia produtiva de agrotóxicos. Fase I Fase II Fase II Fase II

Fase II Fase III

Fase II Fase III

2.3.1. Inserir a temática dos agrotóxicos nas políticas de promoção da

equidade em saúde de populações em condições de vulnerabilidade e

iniqüidade, incluindo as populações do campo, da floresta, das favelas e

outros.

Fase I Fase II Fase II Fase III

Fase II Fase III

3.1.1. Realizar um diagnóstico do conhecimento sobre agrotóxicos no

Estado.

Fase I Fase I Fase II Fase II Fase III

3.1.2. Estabelecer uma agenda de pesquisa sobre a temática no MS.

Fase I Fase I Fase II

Fase II Fase III

4.1.1. Incluir a temática no conteúdo da Educação Permanente para

controle social, incluindo representações de trabalhadores, com ênfase,

do campo e da floresta, associações de moradores, entidades

ambientalistas, entre outras.

Fase I Fase I Fase II Fase II Fase III

4.1.2. Inserir a temática no Sistema Estadual de Ouvidoria do SUS Fase I Fase I Fase II Fase II Fase III

7. ORÇAMENTO SIMPLIFICADO

Os recursos financeiros são oriundos do Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Estadual de Saúde

SES/MS por meio da Portaria 2938 de 20 de dezembro de 2012 para o fortalecimento da

Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos.

DESCRIÇÃO VALOR

Repasse para os 12 municípios priorizados

R$ 360.000,00

Destinação Final de resíduos das coordenadorias de Controle de Vetores e Endemias

R$ 250.000,00

Aquisição de equipamentos R$ 125.000,00

Projeto de diagnóstico de propriedades rurais do município de Fátima do Sul

R$ 25.000,00

Capacitações e Treinamentos R$ 140.000,00

TOTAL R$900.000,00

50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BRASIL. Leis etc. Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990: dispõe sobre as condições para promoção e recuperação da saúde, a organização e funcionamento dos serviços correspondentes e da outras providencias. Brasília: Ministério da Saúde, 1990. 2. DATASUS/SINAN. Intoxicação por agrotóxico – Notificações registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN - 2001 a 2005. [acessado 2008 Dez 09]. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/novo/: Ministério da Saúde/SVS Secretaria de Vigilância à Saúde; 2008. 3. SINDAG. Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola. Câmara Temática de Insumos Agropecuários. Informações sobre o setor. .[acessado Janeiro 2009]. 4. SINITOX. Casos Registrados de Intoxicação Humana e Envenenamento, Brasil. In: FIOCRUZ, Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas-SINITOX. [acessado 2008 Dez 10]. Disponível em: http://www.fiocruz.br/sinitox/2003/sinitox2003.htm. http://www.fiocruz.br/sinitox 5. FARIA, N. M.; FASSA, A.G.; FACCHINI, L.A. Intoxicação por agrotóxicos no Brasil: os sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos epidemiológicos. Ciência e Saúde Coletiva, vol.12, no.1, p.25-38, jan./mar, 2007. 6. IBAMA. REBELO, Rafaela Maciel... [et al].- Produtos Agrotóxico e Afins Comercializados em 2009 no Brasil: Uma Abordagem Ambiental. Brasília: Ibama, 2010. 84 p. Obtido em http://www.ibama.gov.br/phocadownload/Qualidade_Ambiental/produtos_agrotoxicos_comercializados_brasil_2009.pdf 7. LOPES, Flávia Luiza de Almeida. Perfil das Intoxicações por Agrotóxicos Notificadas Pelo Centro Integrado de Vigilância Toxicológica, em Mato Grosso do Sul, no Período de 2009 a 2010. ENSP, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 2012, 95p. Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana. 8. MAPA. Orientação Técnica CGA n° 03/2011. Obtido em http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/vegetal/agrotoxicos/Orienta%C3%A7%C3%A3o%20T%C3%A9cnica%20n%C2%BA%203-2011.PDF