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REV. DATA MODIFICAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO
4 06/06/2017 Revisão Geral
3 08/05/2017 Revisão Geral
2 10/03/2017 Revisão Geral
1 03/03/2017 Revisão Geral
0 07/02/2017 Emissão Inicial
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
PRODUTO PARCIAL PP-04 DEFINIÇÃO DAS METAS DO PIRH-GRANDE E DIRETRIZES E ESTUDOS
PARA OS INSTRUMENTOS DE GESTÃO
ELABORADO: APROVADO:
Marcos Oliveira Godoi
A.P.A. / L.M.C./ H.S.O./ D.T.H. ART Nº 92221220160586822
CREA Nº 0605018477-SP
VERIFICADO: COORDENADOR GERAL:
A.P.A. Danny Dalberson de Oliveira
ART Nº 92221220160583716
Nº (CLIENTE):
CREA Nº 0600495622-SP
DATA:
06/06/2017 FOLHA:
Nº ENGECORPS:
1317-ANA-03-RH-RP-0004
REVISÃO:
R4 1/67
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
ANA
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-
Grande
PRODUTO PARCIAL PP-04
OBJETIVOS E METAS DO PIRH-GRANDE E
DIRETRIZES PARA OS INSTRUMENTOS DE
GESTÃO
ENGECORPS ENGENHARIA S.A.
1317-ANA-03-RH-RP-0004-R4
Junho / 2017
Agência Nacional de Águas – ANA
Setor Policial - SPO, Área 5, Quadra 3, Bloco “M”
CEP: 70610-200, Brasília - DF
PABX: (61) 2109-5400 / (61) 2109-5252
Endereço eletrônico: http://www.ana.gov.br
Equipe:
Coordenação:
Agência Nacional de Águas – ANA
Superintendência de Planejamento de Recursos Hídricos - SPR
Elaboração e execução:
ENGECORPS ENGENHARIA S.A.
Todos os direitos reservados
Segundo Contrato nº 021/2016/ANA, Cláusula Terceira, Inciso II, alínea n), durante a elaboração do trabalho, a
CONTRATADA deverá abster-se de veicular publicidade ou qualquer outra informação acerca do Contrato, sem prévia
autorização da CONTRATANTE.
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Grande – PIRH-Grande, Produto Parcial PP-04. Objetivos e
Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão
67 p
Agência Nacional de Águas - Brasília: ANA/SPR,
ENGECORPS ENGENHARIA S.A., 2017.
1. Recursos Hídricos 2. Produção de Água I. Agência
Nacional de Águas (Brasil). II. Superintendência de
Planejamento de Recursos Hídricos. III. Engecorps
Engenharia S.A.
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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
ÍNDICE
PÁG.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 5
2. EMBASAMENTO TEÓRICO-CONCEITUAL PARA ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE AÇÕES .... 5
3. DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E METAS DO PIRH-GRANDE ...................................................... 8
3.1 METODOLOGIA E MONTAGEM DO GRÁFICO DE OBJETIVOS E MEIOS – FASE 1 ................................... 8
3.2 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS” .............................................................................................................................. 16
3.2.1 Ampliar a Regularização dos Usos dos Recursos Hídricos ........................................................ 16
3.2.2 Revisar Critérios Técnicos de Outorga ..................................................................................... 17
3.2.3 Melhorar Procedimentos Administrativos de Outorga .............................................................. 19
3.2.4 Realizar Processo de Alocação de Usos da Água por UGH....................................................... 20
3.2.5 Proceder ao Enquadramento/Reenquadramento Legal dos Corpos d’Água da Bacia do Rio
Grande .................................................................................................................................. 21
3.2.6 Implementar a Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos ....................................................... 23
3.2.7 Implementar o Sistema de Informações .................................................................................. 24
3.2.8 Atualizar o PIRH-Grande e os Planos das Bacias Afluentes ....................................................... 25
3.2.9 Fiscalizar os Usos dos Recursos Hídricos ................................................................................. 26
3.3 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS” ..... 27
3.3.1 Compatibilizar Balanços Hídricos Quantitativos ...................................................................... 27
3.3.2 Compatibilizar os Balanços Hídricos Qualitativos .................................................................... 29
3.3.3 Revisar e Atualizar a Rede de Monitoramento de Recursos Hídricos ......................................... 30
3.3.4 Apoiar a Solução de Passivos Ambientais Relacionados aos Recursos Hídricos ......................... 31
3.3.5 Fomentar a Conscientização da População para Conservação dos Recursos Hídricos ............... 33
3.4 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “GOVERNANÇA” ............................................. 34
3.4.1 Implantar a Agência de Bacia .................................................................................................. 34
3.4.2 Acompanhar a Implementação do PIRH-Grande ..................................................................... 36
3.4.3 Fortalecer os Comitês de Bacia ............................................................................................... 36
3.4.4 Capacitar e Reestruturar os Órgãos Gestores de Recursos Hídricos .......................................... 37
4. FORMULAÇÃO DE DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO
DE RECURSOS HÍDRICOS .................................................................................................... 37
4.1 BASE METODOLÓGICA PARA A FORMULAÇÃO DAS DIRETRIZES ...................................................... 37
4.2 OUTORGA DE DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ........................................................... 39
4.3 FISCALIZAÇÃO DOS USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................................................... 44
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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
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4.4 ALOCAÇÃO DE ÁGUA NA BACIA ................................................................................................. 45
4.5 ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D’ÁGUA .................................................................................. 47
4.6 COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................ 58
4.7 COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS .................................................................................................. 60
4.8 SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS ............................................................... 63
4.9 PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS .............................................................................................. 65
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 66
-5-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
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1. INTRODUÇÃO
O presente documento apresenta os objetivos e metas do PIRH-Grande e diretrizes para
implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos na bacia do rio Grande, como
parte integrante da Etapa 3 do PIRH – Plano de Ações.
Contempla os temas previstos no Plano de Trabalho da ENGECORPS e, após esta Introdução,
está estruturado nos seguintes capítulos:
Capítulo 2: Embasamento Teórico-Conceitual para Estruturação do Plano de Ações,
apresentando a metodologia que está sendo adotada para estruturação do Plano de Ações;
Capítulo 3: Definição de Objetivos e Metas do PIRH-Grande, apresentando os objetivos e
metas que orientarão a proposta de intervenções na bacia, objeto do próximo produto, o
PP-05 – Proposta de Ações, Intervenções e Plano de Investimentos do PIRH;
Capítulo 4: Formulação de Diretrizes para Implementação dos Instrumentos de Gestão de
Recursos Hídricos, abordando a outorga, a fiscalização dos usos dos recursos hídricos, a
cobrança, o enquadramento dos corpos d’água, Sistema de Informações e planos de
recursos hídricos, além da compensação a municípios, e alocação de água na bacia; e
Capítulo 5: Referências Bibliográficas, relacionando as fontes de consulta utilizadas para
elaboração do presente relatório.
2. EMBASAMENTO TEÓRICO-CONCEITUAL PARA ESTRUTURAÇÃO DO PLANO DE
AÇÕES
As etapas de Diagnóstico e Prognóstico resultaram em subsídios relevantes para a definição do
Plano de Ações do PIRH-Grande, na medida em que possibilitaram a identificação e o
mapeamento de áreas críticas em termos dos balanços hídricos quanti-qualitativos, na situação
atual e futura, além de sinalizar aquelas áreas que necessitam intervenções mais ou menos
urgentes, o que foi especificamente definido no Cenário do Plano.
A partir dessa base de informações, cabe estabelecer os próximos passos e o caminho a ser
percorrido pelo PIRH, para que ele cumpra o seu papel fundamental como instrumento de
planejamento estratégico do uso dos recursos hídricos da bacia do rio Grande.
Como apoio metodológico a esta fase dos estudos, lançou-se mão de uma ferramenta
largamente utilizada em estudos multidisciplinares de planejamento de longo prazo, o Gráfico
de Objetivos e Meios – GOM.
O GOM, técnica extraída da Teoria de Sistemas explora as relações existentes entre visões de
futuro, estratégias, objetivos de curto, médio e longo prazo e ações propostas, auxiliando a
organizar estas últimas e a selecionar aquelas que melhor atendam aos objetivos visados.
-6-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
As bases metodológicas da Análise de Objetivos/Meios, bem como a sua inserção em um
sistema de planejamento regional são bastante úteis para estruturar o Plano a partir de suas
Finalidades Maiores, Componentes Estratégicos, Objetivos e Ações/Intervenções.
A ideia central desse método reside no fato de que problemas são identificados pela análise
diagnóstica e prognóstica e as soluções desses problemas podem constituir objetivos. Assim
como os problemas, os objetivos são também interdependentes. Dessa forma, pode-se afirmar
que os objetivos correspondem a duais dos problemas, o que se evidencia mais facilmente
mediante a elaboração do gráfico proposto.
A Figura 2.1 ilustra e exemplifica a montagem do GOM.
Figura 2.1 – Exemplo de Gráfico de Objetivos e Meios
Como se observa na figura, o GOM associa enfoques top-down (visão do todo para as partes) e
bottom-up (visão das partes para o todo) da região em foco às finalidades de longo prazo
propostas pelo estudo, seus componentes estratégicos e objetivos, aos meios para que se
alcancem tais objetivos, representados por um rol de intervenções possíveis devidamente
materializadas por metas a serem cumpridas.
O gráfico assim elaborado pode ser lido e interpretado da “esquerda para a direita” e da
“direita para a esquerda”, possibilitando avaliar a eficiência obtida entre o cruzamento dos
temas e a sua convergência.
Cada coluna do GOM possui o seguinte significado:
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Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
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ENGECORPS
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Finalidades: gerais, sempre qualitativas, representam as intenções maiores do PIRH-
Grande, no longo prazo; traduzem o “valor” do Plano;
Componentes estratégicos: menos gerais do que as finalidades, mas também qualitativos,
representam elementos estratégicos de desenvolvimento, a integração entre os diferentes
principais enfoques do Plano;
Objetivos: dadas as finalidades e os componentes estratégicos, são elencados os objetivos a
serem perseguidos, tanto quanto possível associados a metas (detalhamento e quantificação
do objetivo) nos horizontes temporais do Plano;
Meios: são os instrumentos de ação disponíveis para se alcançar sucessivamente os
objetivos, a estratégia e as finalidades; reúnem as ações, estudos e projetos, constituídos por
medidas estruturais e não estruturais delineadas pelo estudo, a serem objeto de posterior
detalhamento, e reunidas em diversos programas, para compor o Plano de Investimentos
do PIRH.
Embora não esteja prevista neste relatório a apresentação dos “Meios”, ou seja, dos programas
que comporão o Plano de Investimentos a ser exposto mais adiante, considerando o
cronograma do projeto, a equipe técnica da ENGECORPS está trabalhando simultaneamente
no preenchimento do GOM completo, tendo-o como o guia básico para verificar se a leitura
top-down do gráfico está sendo devidamente respaldada pela leitura bottom-up, e vice-versa.
Tal procedimento visa, em síntese, identificar convergências e consistências entre os quatro
grandes elementos constituintes do GOM.
Cabe, ainda, ressaltar que os objetivos do PIRH servem também de pilares imprescindíveis à
definição das diretrizes dos instrumentos de gestão dos recursos hídricos, objeto do Capítulo 4
deste relatório. Os objetivos estão devidamente considerados no GOM e validados pelas
leituras “cruzadas” que a ferramenta possibilita.
Dessa forma, o GOM apresentado nesta etapa dos estudos constitui uma primeira versão do
instrumento, que será apresentada de forma completa no Produto PP-05 – Propostas de Ações,
Intervenções e Plano de Investimentos.
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Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
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3. DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E METAS DO PIRH-GRANDE
A seguir, são apresentados a metodologia utilizada e os objetivos e metas do PIRH, tendo como
premissa básica a aprovação do Plano pelo CBH-Grande, ainda no presente ano 2017.
Tais objetivos e metas constituem os grandes pilares do planejamento global para os recursos
hídricos da bacia, servindo como o caminho comum a ser trilhado, como um norte para as
ações a serem implementadas no contexto das bacias afluentes, por iniciativa tanto dos
gestores estaduais quanto da própria ANA, considerando as respectivas atribuições e seus
rebatimentos nos recursos hídricos de domínio estadual e federal.
Os objetivos e metas do PIRH representam o seu enfoque de planejamento estratégico, do tipo
top down (ou de cima para baixo, ou, ainda na direção do todo para o particular), orientando,
as ações do tipo bottom up (ou de baixo para cima, ou, ainda, das partes para o todo) que
caberão aos planos das bacias afluentes, quando das suas revisões e atualizações.
Dessa forma, as ações emanadas do PIRH-Grande deverão ser discutidas e pactuadas entre o
CBH-Grande e os CBHs-Bacias Afluentes em todas as fases de implementação do Plano,
visando aos consensos necessários e articulações requeridas.
3.1 METODOLOGIA E MONTAGEM DO GRÁFICO DE OBJETIVOS E MEIOS – FASE 1
Utilizando-se do GOM (Figura 3.1), de acordo com o que foi exposto anteriormente, foram
definidos os objetivos do PIRH-Grande, que se consolidam em metas de curto, médio e longo
prazos, segundo será descrito no próximo tópico.
O GOM apresentado neste momento dos trabalhos se desenvolve até a definição dos objetivos
e metas, sendo denominado de Gráfico de Objetivos e Meios – Fase 1. Este procedimento
também foi adotado para proporcionar a análise do instrumento pelo GT-Plano, para que
sejam colhidas contribuições em tempo hábil no contexto do cronograma dos estudos para
elaboração dos programas constituintes do Programa de Investimentos.
Verifica-se que são finalidades maiores do PIRH alcançar a sustentabilidade hídrica da bacia do
rio Grande e a sustentabilidade operacional do próprio Plano, ao longo de todo o seu
horizonte temporal.
A sustentabilidade hídrica da bacia do rio Grande se concretiza, basicamente, mediante a
implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos e com base na garantia da
conservação dos recursos hídricos, em seu significado mais amplo; já a sustentabilidade
operacional do PIRH engloba, além de aspectos técnicos, aspectos legais, institucionais e
financeiros, enfeixados sob a governança dos recursos hídricos.
Para tanto, elencaram-se três grandes componentes estratégicos, que envolvem todos os
aspectos de interesse para que as finalidades maiores se concretizem:
Os instrumentos de gestão de recursos hídricos, que representam os mecanismos de que
se dispõe para alcançar a desejada sustentabilidade hídrica da bacia do rio Grande;
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ENGECORPS
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A conservação dos recursos hídricos, superficiais e subterrâneos, em quantidade e
qualidade, envolvendo temas relacionados com o saneamento básico e a conservação
hidroambiental; e
A governança, dependente de uma articulação adequada dos atores envolvidos, com foco
nos órgãos gestores de recursos hídricos da bacia, em suas instâncias federal e estaduais,
nos Comitês – CBH-Grande e Comitês das Bacias Afluentes –, além da sociedade em geral.
Esses três componentes se desdobram em uma série de objetivos, também estratégicos, que
direcionam o estabelecimento dos meios necessários para que sejam alcançados, objeto de
detalhamento na próxima etapa dos estudos e apresentação no Produto PP-05 - Propostas de
Ações, Intervenções e Programa de Investimentos.
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Figura 3.1 – Gráfico de Objetivos e Meios – Fase I
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Observa-se que alguns dos objetivos elencados se relacionam a mais de um Componente
Estratégico, dado o caráter integrador dos recursos hídricos no contexto de uma bacia
hidrográfica; assim, e para facilitar a leitura do GOM, as setas cheias representam as inter-
relações mais diretas dos objetivos com os componentes estratégicos, enquanto as setas
pontilhadas representam relações indiretas, embora também importantes.
No item 3.2 para cada componente estratégico, estão reunidos e detalhados os objetivos e
metas que têm relação direta com eles (setas cheias do GOM), sistematizando a apresentação
do tema e facilitando o seu entendimento. As metas estão definidas para três horizontes
temporais e estão também indicadas as áreas para as quais elas estão dirigidas, ratificando a
identificação das áreas críticas (metas de curto prazo).
Considerando que o PIRH-Grande será apresentado para aprovação pelo CBH-Grande no ano
de 2017, definiram-se os seguintes horizontes temporais para estabelecimento das metas
associadas a cada objetivo:
Curto prazo: de 2018 a 2020;
Médio prazo: de 2021 a 2025; e
Longo prazo: de 2026 a 2030.
Tais prazos foram estabelecidos considerando uma leitura realista das potencialidades e
problemas da bacia, bem como o estágio em que se encontra a implementação dos
instrumentos de gestão.
No contexto da estrutura adotada para definição de objetivos e metas, foram resgatadas as
informações do Diagnóstico e do Prognóstico no que se refere à identificação e mapeamento
de áreas críticas e aos horizontes temporais predefinidos para intervenções, estes últimos,
estabelecidos pelo Cenário do Plano.
Assim, as metas, além de propostas para os horizontes de curto, médio e longo prazos, estão
dirigidas a três recortes espaciais, dependendo do objetivo a que estão associadas: a bacia do
rio Grande; as UGHs; ou as microbacias e os municípios nelas localizados, quando aplicável.
Esse procedimento visou orientar a elaboração posterior dos programas que comporão o Plano
de Investimentos do PIRH, tanto no que se refere ao momento em que as intervenções
deverão ocorrer como às áreas da bacia que deverão ser priorizadas, de acordo com os seus
níveis de criticidade previamente analisados no Diagnóstico e no Prognóstico.
Nesse sentido, vale relembrar os arquétipos de microbacias definidos no Prognóstico para
aspectos de quantidade e qualidade, apresentados nos Quadros 3.1 e 3.2 e mapeados também
no Prognóstico para o Cenário do Plano, nas Figuras 3.2 e 3.3.
No Prognóstico, também foram apresentadas análises do tipo causa-efeito, indicando as razões
dos balanços hídricos mais críticos em termos de demandas quantitativas e cargas poluidoras, e
onde se localizam os maiores problemas, orientando o foco espacial que deve ser dado pelo
Plano de Ações do PIRH-Grande para correção dos problemas apontados.
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QUADRO 3.1 - CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DE MICROBACIAS – COMPONENTE QUANTITATIVO
Classe Classificação
Necessidade
de Ação
(timing)
Ação
1
Baixa demanda e
estabilidade ou
decréscimo na pressão
Longo prazo
PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO
Muito baixa prioridade para gestão, com alto potencial para desenvolvimento de atividades de
alta demanda e implantação de instrumentos de gestão voltados ao longo prazo
2 Baixa demanda e
estabilidade de pressão Médio prazo
PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO
Baixa prioridade para gestão, com potencial para desenvolvimento de atividades com alta
demanda e implantação de instrumentos de gestão voltados ao médio prazo
3 Demanda atendida e
pressão estável
Curto – ações
com foco na
precaução
OPORTUNIDADE COM PRECAUÇÃO
Devido à preponderância de demandas atendidas, porém com pressão estável, trata-se de
oportunidade para ação com foco na precaução – tanto na implantação de instrumentos de
gestão a curto prazo, quanto na análise sobre novas captações
4 Demanda atendida,
porém, com pressão
Curtíssimo –
necessidade de
antecipar-se à
pressão, foco na
eficiência
OPORTUNIDADE COM RESTRIÇÃO
Devido a preponderância de demandas atendidas, porém com pressão crescente, trata-se de
oportunidade para ação com foco na eficiência – tanto na implantação de instrumentos de gestão
a curto prazo, quanto na análise sobre novas captações.
Sem a devida restrição, a situação pode rapidamente se tornar crítica
5
Demanda no limite ou
acima, com estabilidade
de pressão
Curtíssimo –
situação próxima
à crítica
PRIORIDADE DE CONTROLE E SANEAMENTO
Prioridade de ações de controle com oportunidade de fomentar redução da demanda via
exemplo de restrições impostas à classe 6; restrição para novas captações; potencial para
mercado de água
6 Demanda no limite ou
acima, com pressão
Urgente –
situação já
crítica e piora à
vista
URGÊNCIA
Urgência na restrição de uso e redirecionamento da pressão de crescimento; potencial para
mercado de água; definição de situações emergenciais de restrição de captação e contingência;
busca de alternativas de gestão da demanda e da oferta
Elaboração ENGECORPS, 2016
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QUADRO 3.2 – CRITÉRIOS PARA IDENTIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS ARQUÉTIPOS DE MICROBACIAS – COMPONENTE QUALITATIVO
Classe Classificação
Necessidade de
Ação
(timing)
Ação
1
Concentração muito baixa e
estabilidade ou decréscimo
na pressão
Longo prazo
PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO
Muito baixa prioridade para gestão, com alto potencial para desenvolvimento de atividades de
alta demanda e implantação de instrumentos de gestão voltados ao longo prazo
2 Concentração baixa e
estabilidade de pressão Médio prazo
PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO
Baixa prioridade para gestão, com potencial para desenvolvimento de atividades com alta
demanda e implantação de instrumentos de gestão voltados ao médio prazo
3 Concentração média e
pressão estável
Curto – ações
com foco na
precaução
OPORTUNIDADE COM PRECAUÇÃO
Devido a preponderância de concentrações médias, porém com pressão estável, trata-se de
oportunidade para ação com foco na precaução – tanto na implantação de instrumentos de
gestão a curto prazo, quanto na análise sobre novos lançamentos
4 Concentração média, porém
com pressão
Curtíssimo –
necessidade de
antecipar-se à
pressão, foco na
eficiência
OPORTUNIDADE COM RESTRIÇÃO
Devido à preponderância de concentrações médias, porém com pressão crescente, trata-se de
oportunidade para ação com foco na eficiência – tanto na implantação de instrumentos de
gestão a curto prazo, quanto na análise sobre novos lançamentos.
Sem a devida restrição, a situação pode rapidamente se tornar crítica
5
Concentração excessiva ou
elevada, com estabilidade
de pressão
Curtíssimo –
situação próxima
à crítica
PRIORIDADE DE CONTROLE E SANEAMENTO
Prioridade de ações de controle e de tratamento de efluentes para, em conjunto com restrição
para novos lançamentos, controlar e reduzir as concentrações; promover acordos de condições
de entrega de água junto às áreas de montante
6 Concentração excessiva,
com pressão
Urgente –
situação já crítica
e piora à vista
URGÊNCIA
Urgência de ações de controle; prioridade máxima no tratamento de efluentes; restrição
máxima para novos lançamentos; necessidade de acordos de condições de entrega de água
junto às áreas de montante
Elaboração ENGECORPS, 2016
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ENGECORPS
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Figura 3.2 – Cenário do Plano – 2020 – Componente Quantitativo – Vazão Q7,10
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ENGECORPS
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Figura 3.3 - Cenário do Plano – 2020 – Componente Qualitativo – Vazão Q7,10
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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
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Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
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3.2 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS
RECURSOS HÍDRICOS”
Neste item, são descritos os objetivos do PIRH-Grande relacionados com o componente
estratégico Instrumentos de Gestão dos Recursos Hídricos e definidas suas metas de curto,
médio e longo prazos.
As iniciativas integrantes das metas de curto prazo serão detalhadas e apresentadas no Manual
Operativo do PIRH – MOP.
3.2.1 Ampliar a Regularização dos Usos dos Recursos Hídricos
De acordo com os dados do Diagnóstico, observou-se que as outorgas concedidas na bacia do
rio Grande para captação de águas superficiais podem não representar fielmente a totalidade
das demandas de recursos hídricos. Na maior parte das UGHs foi verificado que as demandas
de recursos hídricos referentes a outorgas foram inferiores aos valores de demandas estimadas
por meio de dados secundários, o que mostra uma necessidade importante de ampliação da
regularização dos usos.
Cabe, portanto, implementar processos que visem à obtenção de informações completas e
atualizadas sobre os usos de recursos hídricos na bacia e que, em momento seguinte, levem à
regularização desses usos.
As ações de cadastro de usuários deverão ser realizadas pelos órgãos gestores de recursos
hídricos, no caso, a ANA para os cursos d’água de domínio da União e o IGAM e DAEE,
respectivamente, para os cursos d’água de domínio dos estados de Minas Gerais e São Paulo.
Para as águas subterrâneas, a atribuição de realizar o cadastro de usuários é dos órgãos
estaduais.
Um ponto de extrema relevância foi considerado nos estudos e trata da questão da
metodologia de cadastro de usos. Há diversas metodologias possíveis, desde o cadastro de
campo até o chamamento de usos por meio de processos de forte divulgação para
preenchimento de formulários via rede mundial de computadores. Além disso, a experiência
da ANA em processos de cadastros de usuários mostra que as ações de campo devem ser
focadas em bacias com situação mais crítica, e objetivando uma maior acurácia nas
informações de demanda e, com isso, possibilitando conferir e adequar os resultados do
balanço hídrico quanti-qualitativo. Com base nesse conceito, foram desenvolvidas as Metas 1 e
2 propostas, relacionando os cadastros de campo para microbacias em situação mais crítica e
ações de chamamento para o restante.
A ANA está atualizando o Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos, considerando
um sistema mais objetivo em termos do número de informações que são registradas,
denominado CNARH-40, em que deverão ser incluídas apenas as informações de usuários
outorgados, em nível nacional. Considera-se relevante que todas as informações de usos
outorgados estejam inseridas em um sistema único, para o desenvolvimento de balanços
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hídricos integrados. Assim, no contexto do presente objetivo, foi prevista também a Meta 3,
abaixo relacionada.
Dessa forma, para atendimento ao objetivo em questão, são propostas as metas definidas a
seguir:
Recomenda-se que, para o cadastramento dos usuários, seja utilizada, entre outras
informações, a base de dados obtida por meio da Resolução Conjunta ANA/ANEEL nº
05/2016.
3.2.2 Revisar Critérios Técnicos de Outorga
O segundo objetivo proposto é relacionado à revisão de critérios de outorga para cada bacia
hidrográfica, realizado a partir de uma análise das especificidades locais.
Atualmente, os estados de Minas Gerais e São Paulo apresentam critérios de outorga
homogêneos para todo o Estado, sem grandes particularidades por bacia, considerando a vazão
de referência Q7,10
(vazão média mínima de 7 dias com 10 anos de período de retorno) e
percentuais outorgáveis em cada seção do curso d’água. Já a ANA considera outra vazão de
referência, no caso a Q95%
(vazão de permanência com 95% no tempo) e outro percentual
outorgável, levando a distinções importantes nos valores de disponibilidade hídrica para
outorga entre os três órgãos gestores das esferas federal e estaduais.
Outro ponto importante a ressaltar trata do fato de que não foi realizado estudo para definição
ou verificação da vazão ecológica para cada bacia hidrográfica. Há diversas metodologias
possíveis para tal estudo, podendo ser aplicadas e verificadas para as diferentes UGHs.
Nenhum dos critérios adotados pelos três órgãos gestores foi devidamente particularizado por
bacia hidrográfica e, caso isso seja feito, pode trazer benefícios importantes para o processo de
gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Grande.
Adicionalmente, quando da elaboração do presente Plano, foi necessário utilizar os bancos de
dados de outorgas do DAEE e do IGAM, verificando-se que:
O DAEE outorga vazões de lançamento de efluentes, mas não define as concentrações dos
poluentes, o que é feito pela CETESB, no âmbito do licenciamento ambiental de
empreendimentos; tal fato dificulta a utilização dos dados, sendo necessário um exaustivo
levantamento de informações em ambas as instituições, e que nem sempre apresentam
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convergências. Portanto, sugere-se que o banco de dados de outorgas para lançamento de
efluentes do DAEE incorpore as concentrações de poluentes desses lançamentos;
No caso do IGAM, a outorga para lançamento de efluentes na bacia do rio Grande ainda
não é emitida, o que carece de solução urgente. Cabe ressalvar que o IGAM regulamentou,
por meio da DN COPAM/CERH-MG nº 26/2008 os procedimentos gerais de natureza
técnica e administrativa a serem observados no exame de pedidos de outorga para o
lançamento de efluentes em corpos d’água superficiais no domínio do estado de Minas
Gerais. Porém, para exercer a gestão efetiva dos efluentes por bacia, bem como validar a
operacionalidade e os critérios de análise, a aplicação da referida DN vem sendo realizada
de forma gradativa no estado, sendo a sub-bacia do ribeirão da Mata, afluente da bacia
hidrográfica do rio das Velhas, a escolhida para ser o projeto piloto.
No caso das outorgas para águas subterrâneas, um dos pontos de grande relevância verificados
nos estudos de Diagnóstico para a bacia trata da questão das águas minerais, sendo verificadas
importantes estâncias hidrominerais localizadas na bacia do rio Grande. Nesse sentido, há
necessidade de integração entre os bancos de dados dos órgãos gestores estaduais com o
DNPM e melhorias nos processos de análises de outorgas de águas subterrâneas, que devem
ser efetivadas no sentido de uma maior consideração de critérios que observem a
interdependência entre as águas superficiais e subterrâneas nos casos de aquíferos livres.
Também as outorgas para aproveitamentos hidrelétricos devem ter seus procedimentos
revisitados, principalmente considerando aspectos de qualidade das águas e ajustes nas
metodologias para definição de retiradas e consumos. Considerando que, de modo geral, as
demandas outorgadas foram verificadas nos estudos como inferiores aos valores reais estimados
nas bacias hidrográficas, podem ocorrer aproveitamentos hidrelétricos em que os valores
reservados para consumos efetivos a montante também sejam inferiores aos reais, levando a
problemas de vazão disponível para geração de energia. Tais fatos indicam necessidade de
revisão das metodologias utilizadas nas análises para emissão de outorgas para aproveitamentos
hidrelétricos nos estados, recomendando-se a utilização de metodologia que já vem sendo
empregada pela ANA.
Recomenda-se que as discussões sobre as novas técnicas de outorga sejam promovidas em
oficinas de trabalho, reuniões e seminários a serem realizados com a participações de membros
da equipe técnica da ANA e dos órgãos gestores estaduais, para troca de conhecimentos,
sugestões e tomada de decisões.
Dessa forma, para o atendimento a esse objetivo, propõem-se as seguintes metas:
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3.2.3 Melhorar Procedimentos Administrativos de Outorga
Cada órgão gestor de recursos hídricos é responsável por disciplinar os procedimentos
administrativos de outorga para os cursos d’água do seu estado e a ANA, no caso dos rios de
domínio da União. De uma forma geral, conforme apresentado na etapa de Diagnóstico e
análise realizada dos procedimentos adotados pelos estados, verificam-se diferenças sensíveis
nos procedimentos aplicados, principalmente no que se refere à documentação administrativa
para o protocolo dos pedidos de outorga.
Nesse contexto, importante lembrar os objetivos estabelecidos para a outorga segundo a Lei
Federal nº 9433/97: “assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo
exercício dos direitos de acesso à água”. Dessa forma, para que a análise técnica dos processos
de outorga seja realmente eficiente no cumprimento desse objetivo legal, é fundamental que
seus procedimentos sejam estudados e revistos. E, sendo assim, essas entidades devem verificar
o potencial de desburocratização da parte administrativa em prol do foco na análise técnica
propriamente dita. Para que seja realizada uma boa distribuição dos recursos hídricos para usos
múltiplos, o foco dos órgãos gestores e seus técnicos deve ser a análise técnica dos processos e
seus aspectos relacionados à disponibilidade hídrica, demandas, balanços e o uso eficiente da
água.
No caso da ANA, tal revisão e desburocratização dos processos de outorga já foi realizada e
vem sendo atualizada periodicamente. Nesse sentido, a documentação necessária por parte do
empreendedor é mínima e o foco do analista se volta aos aspectos técnicos, ganhando
eficiência técnica e tempo de resposta à sociedade. No caso dos estados, como ocorre em
Minas Gerais, por exemplo, os procedimentos de outorga atuais demandam ao usuário uma
série de documentos administrativos e que por vezes não apresentam relação alguma com a
demanda de água ou com a avaliação de balanço hídrico e disponibilidade hídrica. Os
processos levam, então, a um grande tempo de leitura e análise de documentos por parte dos
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técnicos do órgão gestor fazendo com que o tempo de resposta a um pedido de outorga se
estenda, às vezes, por anos.
No caso de São Paulo, o DAEE está em processo de alteração de procedimentos de outorga
visando à desburocratização, tendo previsão de implantação da outorga eletrônica no segundo
semestre de 2017. Nesse sentido, há que se aplicar os novos procedimentos para
posteriormente avaliar sua eficiência e, portanto, não são apresentadas metas relacionadas ao
presente objetivo para o estado de São Paulo.
Dessa forma, são propostas as metas a seguir apresentadas, especificamente para o estado de
Minas Gerais.
Tal como para a revisão dos procedimentos técnicos de outorga, recomenda-se que as
discussões sobre os novos procedimentos administrativos sejam promovidas em oficinas de
trabalho, reuniões e seminários a serem realizados com a participações de membros da equipe
técnica da ANA e do IGAM, para troca de conhecimentos, sugestões e tomada de decisões.
3.2.4 Realizar Processo de Alocação de Usos da Água por UGH
A etapa seguinte do processo de gestão de recursos hídricos trata da alocação dos usos dos
recursos hídricos. Considerando as informações do cadastro de usos da água na bacia
hidrográfica e os critérios de outorga aplicados na bacia, deve ser feita a alocação desses usos
de acordo com a disponibilidade hídrica da bacia.
Para aqueles usos cujas vazões demandadas forem superiores aos limites disponíveis ou que
levarem à manutenção de vazões ecológicas inferiores aos valores estabelecidos na legislação
atual, serão requeridas ações de redução ou otimização das demandas.
A alocação de usos é fundamental para a bacia hidrográfica, uma vez que dará suporte à
regularização dos usos da água cadastrados e à consequente emissão das outorgas de direito de
uso de recursos hídricos.
O presente PIRH-Grande apresenta, no Capítulo 4 deste relatório, diretrizes para a alocação de
água na bacia do rio Grande e a definição de pontos de controle para monitoramento de
vazões de entrega e padrões de qualidade da água a serem atendidos, considerando os
seguintes critérios básicos:
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Rios principais das UGHs e domínio federal e/ou estadual;
Disponibilidade hídrica, demandas e resultados do balanço hídrico quanti-qualitativo;
Trechos críticos definidos pela Portaria ANA nº 62/2013;
Localização de postos de monitoramento fluviométrico e estações de monitoramento da
qualidade da água, privilegiando-se os existentes, em operação; caso se mostre necessário
um ponto de controle que não coincida com esses postos, foi recomendada a instalação de
novo posto;
Localização de Usinas Hidrelétricas.
Contudo, ao nível de microbacias, tais diretrizes deverão ser detalhadas a posteriori, em
presença de novos dados e estudos mais aprofundados, bem como deverão ser analisadas
situações em que a outorga coletiva se mostre adequada.
Sendo assim, para atendimento ao objetivo em questão, propõem-se as seguintes metas:
No que se refere à Meta 3, vale ressalvar que as outorgas coletivas devem ser previstas para
conjuntos de microbacias críticas, tais como as que se localizam nas regiões dos municípios de
Catanduva, SP, e Barbacena, MG, por exemplo.
3.2.5 Proceder ao Enquadramento/Reenquadramento Legal dos Corpos d’Água da Bacia
do Rio Grande
Segundo apresentado no Diagnóstico, as UGHs do estado de São Paulo possuem
enquadramento legal, desde 1977, com revisões posteriores em 1994; mais recentemente, em
2016, a CETESB produziu e disponibilizou a base espacial georreferenciada do enquadramento
aprovado em 1994. A grande maioria dos cursos d’água está enquadrada em classe 2. Os
estudos de qualidade das águas apresentados no Diagnóstico e Prognóstico mostram que é
possível rever o enquadramento legal das UGHs paulistas, adotando-se classes de usos mais
exigentes e/ou menos exigentes, com base nas simulações realizadas com apoio de modelo
matemático.
Na vertente mineira, apenas os corpos d’água da GD 04 estão enquadrados, obedecendo ao
que determina a Deliberação Normativa COPAM nº 33, de 18/12/1998.
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Os rios de domínio da União também não estão enquadrados legalmente e também é
necessário enquadrar os reservatórios das Usinas Hidrelétricas existentes na bacia, que estão
relacionados a seguir:
Reservatórios da Bacia do Rio Grande
UHE Antas II
UHE Rio do Peixe
UHE Caconde
UHE Euclides da Cunha
UHE Limoeiro
UHE Camargos
UHE Itutinga
UHE Funil
UHE Furnas
UHE Marechal Mascarenhas de Morais
UHE Estreito
UHE Jaguara
UHE Igarapava
UHE Volta Grande
UHE Porto Colômbia
UHE Marimbondo
UHE Água Vermelha
Com relação aos reservatórios, o Diagnóstico apresentou alguns resultados obtidos mediante
estudos simplificados (ver relatório do Diagnóstico, item 5.2.2), recomendando-se que sejam
desenvolvidos estudos mais detalhados, para subsidiar as propostas de enquadramento a partir
de dados mais precisos.
Portanto, para atender ao objetivo em questão, propõem-se as seguintes metas, considerando a
situação atual de qualidade da água da bacia e também as previsões para cenários futuros,
além das diretrizes para implementação do enquadramento propostas pelo presente Plano (ver
item 4.5 do Capítulo 4):
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Com relação à Meta 1, o grupo de trabalho proposto terá por objetivo discutir as propostas
preliminares apresentadas pelo PIRH-Grande, avaliar os resultados dos estudos objeto das
Metas 2 e 3, e tal grupo poderá ser formado no âmbito dos CBHs-Bacias Afluentes, para
debater os temas de suas áreas de atuação específicas, contribuindo para as discussões que
serão empreendidas para toda a bacia, pelo CBH-Grande.
Com relação à Meta 3, destaca-se que no âmbito do PIRH-Grande não foram definidos os usos
futuros dos recursos hídricos desejados pela sociedade da bacia, uma vez que o
enquadramento propriamente dito será desenvolvido após aprovação do Plano; a definição
desses usos é etapa obrigatória no processo de enquadramento, pois constitui um dos
principais condicionantes para o estabelecimento das classes de enquadramento.
Cabe salientar que a definição das estratégias para o enquadramento faz parte do escopo do
PIRH-Grande, devendo ser apresentada no Manual Operativo do Plano uma Nota Técnica que
servirá como subsídio para a discussão futura do enquadramento pelo CBH-Grande e CBHs-
Bacias Afluentes.
3.2.6 Implementar a Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos
A situação do processo de implementação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos na bacia
do rio Grande se encontra no seguinte estágio de desenvolvimento:
Nos rios de domínio do estado de São Paulo, se encontra em estágio avançado em toda a
bacia, uma vez que os comitês de cada bacia afluente da vertente paulista contam com
modelo de cobrança definido e algumas etapas legais superadas, podendo no curto prazo a
cobrança estar implementada;
Nos rios de domínio do estado de Minas Gerais, em que pese o Plano Estadual de Recursos
Hídricos de Minas Gerais PERH-MG indicar que já existe embasamento legal para a
cobrança, nenhum dos comitês de bacias afluentes da vertente mineira iniciou, até o
momento, o processo de discussão de valores e metodologias visando à regulamentação da
cobrança;
Nos rios de domínio da União, o processo de regulamentação também ainda não foi
iniciado, entretanto, se prevê que as discussões sobre o tema possam começar de imediato.
Estes debates deverão ser subsidiados de maneira mais objetiva com os estudos de base
realizados no âmbito deste Plano.
Cabe ressalvar que, nas bacias dos rios Paraíba de Sul, Doce e São Francisco, estão sendo
elaborados estudos para definição de valores da cobrança diferenciados por setor usuário, o
que pode se mostrar adequado também para a bacia do rio Grande, propondo-se, portanto,
que seja elaborado um estudo semelhante com resultados a serem considerados futuramente,
caso sejam validados pelo CBH.
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Portanto, para atender ao objetivo em questão e considerando a situação atual da cobrança
pelo uso dos recursos hídricos na bacia do rio Grande, propõem-se as seguintes metas para
implementação deste instrumento:
3.2.7 Implementar o Sistema de Informações
Para o monitoramento da gestão dos recursos hídricos da bacia do rio Grande, será
fundamental contar com mecanismos que permitam verificar a situação dos recursos hídricos, e
que seja de fácil utilização pelos órgãos gestores de recursos hídricos, pelo CBH-Grande e
comitês das bacias afluentes, além de possibilitar acesso por parte da sociedade da bacia.
Além disso, a base de dados do Sistema deverá ser homogeneizada, a exemplo dos bancos de
dados de outorgas, que atualmente contemplam informações distintas entre os órgãos gestores,
dificultando sua utilização tanto para consulta como para utilização dos dados disponibilizados
em estudos e projetos.
A orientação da ANA, que vem sendo obedecida em outros planos de bacias de rios de
domínio da União, é a de utilização do Sistema Nacional de Informações de Recursos Hídricos
– SNIRH – para disponibilização dos dados das bacias estudadas e acesso por parte dos
interessados.
Assim, estão previstas as seguintes metas para implementação do Sistema de Informações no
âmbito do PIRH-Grande:
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3.2.8 Atualizar o PIRH-Grande e os Planos das Bacias Afluentes
Os Planos de Recursos Hídricos das Bacias Afluentes disponíveis estão listados a seguir,
ressalvando-se que os planos da vertente paulista estão sendo atualizados no momento
(junho/2017):
GD 01: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Alto Rio Grande, elaborado pelo
Consórcio ECOPLAN-LUME- SKILL, em 2014.
GD 02: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio das Mortes, elaborado pelo
Consórcio ECOPLAN-LUME- SKILL, em 2014.
GD 03: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Entorno do Lago de
Furnas, elaborado pela Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria de Itajubá –
FUPAI, em 2012.
GD 04: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Verde, elaborado pelo
Consórcio ECOPLAN-LUME, em 2010.
GD 05: Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí,
elaborado pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, em 2010.
GD 06: Plano Diretor da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios Mogi Guaçu e
Pardo, elaborado pela Fundação Educacional de Ensino de Técnicas Agrícolas, Veterinárias
e de Turismo Rural - FUNDAÇÃO ROGE, em 2010.
UGRHI 01: Plano da Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Serra
da Mantiqueira, elaborado pela Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e
Industriais – CPTI, em 2009.
UGRHI 04: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Pardo,
elaborado pela Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e Industriais – CPTI, em
2008.
UGRHI 08: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do
Sapucaí/Grande, elaborado pela Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e
Industriais – CPTI ,em 2008.
UGRHI 09: Revisão do Plano da Bacia Hidrográfica do Rio Mogi Guaçu 2016-2019,
elaborado pela VM EGENHARIA, em 2016.
UGRHI 12: Revisão do Plano de Bacia da Unidade Hidrográfica de Gerenciamento de
Recursos Hídricos do Baixo Pardo/Grande, elaborado pela Cooperativa de Serviços e
Pesquisas Tecnológicas e Industriais – CPTI, em 2009.
UGRHI 15: Plano de Bacia da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos da Bacia
do Turvo/Grande, elaborado pela Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e
Industriais – CPTI, em 2008.
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Observa-se que as datas da elaboração dos planos variam entre 2008 e 2016, sendo necessária
a sua atualização, em conteúdo e prazo, em cumprimento de resoluções específicas dos
respectivos Conselhos de Recursos Hídricos. Vale ressaltar, nesse sentido, que todos os planos
de bacia do estado de São Paulo encontram-se em revisão, devendo ser concluídos e
aprovados até 31 de dezembro de 2017, visando ao atendimento às Deliberações CRH/SP nº
146/2012 e CRH/SP nº 188/2016, que definem os critérios, os prazos e os procedimentos para
a elaboração do Plano de Bacia Hidrográfica e do Relatório de Situação dos Recursos Hídricos
da Bacia Hidrográfica.
Com relação às UGHs mineiras GD 07 e GD 08, estão sendo elaborados no âmbito do PIRH os
seus Planos de Ações de Recursos Hídricos (PARHs), com previsão de conclusão no presente
ano de 2017.
Além da atualização dos Planos das Bacias Afluentes, também será necessária a atualização do
próprio PIRH, bem como a aprovação dos PARHs das UGHs GD 07 e GD 08, e do Manual
Operativo do PIRH (MOP), que prevê ações de curto prazo para os dois primeiros anos após a
aprovação do Plano, estando, assim, previstas as seguintes metas associadas ao presente
objetivo, tendo como pressuposto a aprovação do PIRH pelo CBH-Grande no presente ano de
2017:
3.2.9 Fiscalizar os Usos dos Recursos Hídricos
Após a aplicação de todo o processo de gestão na bacia hidrográfica, desde as etapas iniciais
de cadastro de usuários e definição de critérios de outorga até o estabelecimento dos marcos
regulatórios e a regularização de usos, é fundamental que sejam estabelecidos procedimentos e
que sejam realizadas campanhas de fiscalização dos usos outorgados, que devem ser
verificados em campo quanto ao cumprimento das diretrizes e normativos legais, notadamente
no que se refere aos termos constantes em suas outorgas.
Para isso, foi definido este objetivo, necessário para toda a bacia do rio Grande, de
responsabilidade direta dos órgãos gestores de recursos hídricos federal e estaduais, e
atendendo às seguintes metas, que priorizam áreas de maiores conflitos quanti-qualitativos
identificadas no Diagnóstico e Prognóstico.
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3.3 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS
HÍDRICOS”
Neste item, são descritos os objetivos do PIRH-Grande relacionados com o componente
estratégico Conservação dos Recursos Hídricos e definidas suas metas de curto, médio e longo
prazos.
3.3.1 Compatibilizar Balanços Hídricos Quantitativos
Um aspecto fundamental no processo de gestão e conservação dos recursos hídricos trata do
uso eficiente da água. Cada vez mais vêm sendo desenvolvidas novas tecnologias para redução
de consumos e redução de perdas, visando a melhorias no aproveitamento dos recursos
hídricos e atendimento a índices de uso racional da água. Conforme definição apresentada na
Resolução ANA nº707/2004, uso racional da água se caracteriza pelo “uso da água provido de
eficiência, caracterizada pelo emprego da água em níveis tecnicamente reconhecidos como
razoáveis, no contexto da finalidade a que se destina ou definidos como apropriados para a
bacia, com observância do enquadramento do corpo hídrico e os aspectos tecnológicos,
econômicos e sociais”.
Nesse sentido, considerando que o objetivo em questão envolve diversos setores usuários,
pode ser considerado como amplo e abrangente, podendo levar a resultados importantes na
melhoria dos balanços hídricos. Por esse motivo, este é um objetivo a ser buscado para todas as
bacias hidrográficas, sendo priorizado nas bacias em que o balanço hídrico quantitativo já
apresenta situação conflituosa.
De uma forma geral, trata-se de avançar no sentido de reduzir as demandas e/ou adequá-las às
disponibilidades hídricas quantitativas, considerando, simultaneamente, para definição do
escalonamento temporal das metas, as informações do Cenário do Plano.
Águas Superficiais
Segundo apresentado no Diagnóstico e no Prognóstico, as maiores causas dos balanços hídricos
quantitativos de águas superficiais críticos na bacia do rio Grande se devem às demandas para
irrigação, seguidas das demandas para abastecimento industrial. Assim, o foco deste objetivo
será o de examinar essas questões, para que sejam propostas ações adequadas à solução dos
problemas identificados, nos prazos requeridos.
No que se refere especificamente à irrigação, sabe-se que existem diversos barramentos para
regularização de vazões em pontos localizados da bacia do rio Grande, que não estão
identificados, caracterizados e mapeados. A existência desses barramentos pode resultar em
melhorias nos balanços hídricos quantitativos de algumas microbacias, sendo, portanto,
necessário conhecê-los e, onde aplicável, rever os balanços hídricos que foram realizados no
Diagnóstico e no Prognóstico.
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Por outro lado, também devem ser reduzidas as perdas nos sistemas de abastecimento de água
urbanos, o que pode contribuir para otimizar as demandas hídricas da bacia, sendo que até o
momento, apenas 89 municípios da bacia, de um total de 393, possuem seu Plano de
Saneamento Básico, tal como exposto no Prognóstico.
Águas Subterrâneas
No caso das águas subterrâneas, embora os balanços hídricos realizados tanto no cenário atual
como para os cenários futuros não tenham demonstrado comprometimento elevado dos
aquíferos, sabe-se que os estudos sobre os balanços hídricos integrados entre águas superficiais
e subterrâneas efetuados para a bacia do rio Grande não refletem na íntegra a realidade, sendo
necessário aprofundar tais estudos, em presença de mais dados.
Tendo em vista que a pressão sobre os aquíferos da bacia do rio Grande pode vir a se
intensificar, dada a pequena disponibilidade hídrica superficial de algumas áreas para absorver
novas demandas, e dado que algumas áreas já apresentam explotação excessiva das águas
subterrâneas, é necessário refinar os balanços hídricos integrados que foram apresentados no
Diagnóstico e no Prognóstico.
Assim, estão previstas as seguintes metas para compatibilizar o balanço hídrico quantitativo de
águas superficiais e subterrâneas1
:
1 O escalonamento temporal previsto para alcance da Meta 8 em cada UGH obedece à ocorrência na bacia do rio Grande dos aquíferos
Guarani e Bauru-Caiuá, ambos do tipo poroso, e dos demais aquíferos no médio prazo para as demais UGHs.
2 Ao encargo das prefeituras municipais.
3 As obras e serviços a serem executados serão de responsabilidade dos usuários de recursos hídricos envolvidos.
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3.3.2 Compatibilizar os Balanços Hídricos Qualitativos
As informações apresentadas no Prognóstico – quando o balanço hídrico qualitativo, tanto da
situação atual como nos cenários futuros foi realizado com apoio em modelagem matemática –
mostraram que, mesmo incorporando aos cenários as metas dos Planos Municipais de
Saneamento Básico (PMSBs) e do Plano Nacional de Saneamento Básico – PLANSAB – para a
região Sudeste, restam trechos de cursos d’água na bacia incompatíveis com os padrões de
qualidade da classe 3. Foram consideradas as seguintes metas do PLANSAB:
Cobertura de coleta de esgoto: 94% no curto prazo, 95% no médio e 98% no longo prazo;
Índice de tratamento de esgoto: 63% no curto prazo, 72% no médio e 90% no longo prazo.
Com relação à eficiência das ETEs, foram mantidas nos cenários aquelas consideradas no
Diagnóstico, obtidas pela ANA diretamente junto aos prestadores dos serviços de saneamento
da bacia; para os municípios que atualmente não possuem ETEs implantadas foram adotados
valores conservadores: 70% em Minas Gerais (Deliberação Normativa Conjunta
COPAM/CERH-MG n° 01/2008) e 80% em São Paulo (Decreto Estadual n° 8.468/1976) para
DBO, 10% de nitrogênio e 10% de fósforo (VON SPERLING, 2005).
Os resultados dos balanços hídricos qualitativos devem-se, em sua grande maioria, ao
lançamento de esgotos urbanos na rede de drenagem, embora algumas cidades já contem com
Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs).
Mesmo em menores proporções, também contribuem para uma má qualidade das águas da
bacia as atividades agropecuárias, que, além do lançamento de cargas poluentes sem
tratamento diretamente na rede de drenagem, também causam o aporte de nutrientes aos
reservatórios, em níveis elevados.
Ainda, são fontes geradoras de cargas poluentes os estabelecimentos industriais e
agroindustriais, que carecem de maior conhecimento de seus padrões de lançamento de
efluentes, dada a indisponibilidade de dados da concentração desses poluentes nos bancos de
dados de outorgas do DAEE e do IGAM.
Outra fonte geradora de cargas poluentes são os depósitos de resíduos sólidos constituídos por
lixões e aterros não controlados, embora o Diagnóstico tenha mostrado que ações para
correção desses problemas já se encontram em andamento na bacia. Contudo, a prática de
formação de consórcios intermunicipais para gestão integrada de resíduos tem se mostrado
eficiente no País, a despeito das articulações interinstitucionais exigidas.
Dessa forma, para a conservação dos recursos hídricos no seu componente qualitativo, estão
previstas as metas a seguir relacionadas.
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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão
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A definição do enquadramento e do seu plano de efetivação constituirão balizador
fundamental ao cumprimento das metas associadas ao objetivo de compatibilizar os balanços
hídricos qualitativos na bacia do rio Grande, pondo em relevo a necessidade urgente da
implementação desse instrumento na bacia.
3.3.3 Revisar e Atualizar a Rede de Monitoramento de Recursos Hídricos
Um dos objetivos propostos para promover a conservação dos recursos hídricos refere-se à
rede de monitoramento da bacia do rio Grande, envolvendo aspectos de quantidade de águas
superficiais e subterrâneas e de qualidade, incluindo a qualidade da água dos reservatórios.
Para que o processo de gestão de recursos hídricos seja feito de forma eficiente, é de suma
importância a utilização de uma rede atualizada, tanto em termos de pontos de
monitoramento, quanto no que se refere aos parâmetros a serem monitorados e frequência das
medições.
Ainda nesse contexto, é importante que os dados sejam sempre atualizados, consistidos e
avaliados por meio de reportes periódicos e que sejam correlacionados aos critérios de
outorga, vazões de entrega em Pontos de Controle, vazões ecológicas, metas do
enquadramento e atendimento de compromissos predefinidos.
Esse objetivo é relacionado diretamente com o Sistema de Informações sobre Recursos
Hídricos, considerando que as informações de monitoramento e seus resultados consistidos
devem ser inseridos e disponibilizados para a sociedade. Foram propostas as seguintes metas
para o cumprimento desse objetivo:
4 Ao encargo das prefeituras municipais.
5 Ao encargo das concessionárias estaduais dos serviços de saneamento e das prefeituras municipais.
6 Os serviços e obras serão de responsabilidade dos produtores rurais.
7 Ao encargo das prefeituras municipais.
8 Os serviços e obras serão de responsabilidade dos usuários do setor industrial
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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
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O primeiro relatório anual de avaliação dos resultados do monitoramento deve apresentar a
comparação dos dados obtidos com os critérios de outorga, vazões de entrega entre bacias
hidrográficas e qualidade da água compatível.
3.3.4 Apoiar a Solução de Passivos Ambientais Relacionados aos Recursos Hídricos
Promover a conservação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos é um objetivo amplo
e complexo em termos de escopo envolvido e de abrangência espacial, aplicando-se a toda a
bacia do rio Grande e apresentando estreita interface com estudos ambientais.
Contudo, no âmbito de um plano de bacia hidrográfica, as ações propostas devem ter seu foco
dirigido àquelas questões que se relacionam mais diretamente com os recursos hídricos
propriamente ditos, cabendo aos órgãos de meio ambiente tratar dos demais temas correlatos,
tendo em vista, inclusive, que os órgãos constituintes do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos não têm competência legal e nem dispõem de recursos financeiros para
atuar diretamente em agendas ambientais.
Essas ações podem envolver, por exemplo, iniciativas prioritárias para proteção de nascentes e
áreas de ocorrência de aquíferos livres (mais vulneráveis), e procedimentos que envolvam
atitudes da população da bacia.
Também envolvem a implantação de serviços e obras para redução de demandas quantitativas
e coleta e tratamento de esgotos domésticos e industriais, estendendo ainda mais o leque de
alternativas que se vinculam ao componente “Conservação dos Recursos Hídricos”; no caso do
PIRH-Grande, e visando melhor sistematizar os objetivos e metas do Plano, as iniciativas do
setor de saneamento estão previstas para atendimento aos objetivos de compatibilizar os
balanços hídricos quanti-qualitativos, conforme antes exposto no item 3.3.2.
O Diagnóstico apontou e mapeou a ocorrência de um total de 8.635 feições erosivas na bacia
do rio Grande. Durante reuniões realizadas com o GT-Plano e o CBH-Grande também foram
manifestadas, pelos presentes, preocupações com passivos ambientais da atividade minerária
na região de Poços de Caldas, MG. Foi também solicitada por um membro do CBH-Sapucaí a
implantação de uma nova Unidade de Conservação na região da Área de Proteção Ambiental
Estadual Fernão Dias, o que deve ser analisado.
Os processos erosivos e os passivos da mineração constituem fontes geradoras de sedimentos e
de cargas poluentes que impactam os recursos hídricos, causando assoreamento dos cursos
d’água e alterações na qualidade das águas, devendo ser objeto de recuperação e
remediação/mitigação.
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Quanto à cobertura vegetal, o Diagnóstico apontou que a bacia do rio Grande apresenta áreas
de formações vegetais dos biomas Mata Atlântica e Cerrado; porém, devido à ação antrópica
na região, boa parte desses biomas foi devastada. Atualmente, a bacia conta apenas com
13,8% da cobertura original de Cerrado e com 12,6% da de Mata Atlântica.
No que se refere a áreas protegidas, a bacia apresenta 16 Reservas Particulares do Patrimônio
Natural (RPPNs) e 46 Unidades de Conservação, sendo 29 UCs de proteção integral e 17 de
uso sustentável. Contudo, todas essas áreas podem ser consideradas de pequeno porte, tendo
em vista que, analisando a bacia como um todo, apenas 1,5% da sua área é coberta por UCs
de proteção integral, 5,1% por UCs de uso sustentável e 0,005% por RPPNs.
Dados do Ministério do Meio Ambiente indicam a existência de 37 Áreas Prioritárias para
Conservação da Biodiversidade (APCBs) na bacia do rio Grande, das quais 13 devem ser
priorizadas para criação de Unidades de Conservação, ocupando uma área total de
aproximadamente 5.000 km², e aumentando a área coberta por UCs na bacia em 3,5%.
Considerando a ocorrência dos aquíferos de maior produtividade na bacia e, portanto, mais
vulneráveis tanto ao seu uso quanto à sua contaminação, e a distribuição da cobertura vegetal
remanescente, verifica-se a situação ilustrada no Quadro 3.3, a seguir:
QUADRO 3.3 – OCORRÊNCIA DE AQUÍFEROS DE MAIOR PRODUTIVIDADE NA BACIA DO RIO
GRANDE E COBERTURA VEGETAL REMANESCENTE
Aquífero Área Aquífero (km²) Cobertura vegetal (km²) Cobertura vegetal (%)
Bauru-Caiuá 31.303,17 2.332,93 7,45
Carbonático 526,05 57,69 10,97
Guarani 7.738,37 2.203,63 28,48
Serra Geral 27.238,52 2.160,44 7,93
Elaboração ENGECORPS, 2016
Assim, vale avaliar as possibilidades de promover maior proteção desses aquíferos,
considerando, onde pertinente, as recomendações Deliberação CRH/SP nº 052/2005, no caso
de propostas para a vertente paulista da bacia.
No que se refere aos ecossistemas aquáticos, a bacia possui várias áreas de interesse para a
conservação da ictiofauna e se encontra impactada pela presença de inúmeros
aproveitamentos hidrelétricos que podem interferir nas estratégias de sobrevivência dos peixes.
Um estudo para definição da vazão ecológica em duas UGHs da bacia, mais especificamente,
nos rios Mogi-Guaçu e Sapucaí, importantes para a preservação de espécies da ictiofauna está
previsto no âmbito do objetivo de revisar critérios técnicos de outorga (item 3.2.2 deste
capítulo).
Observa-se, portanto, que vários passivos ambientais podem ser objeto de análise e indicação
de soluções visando à conservação dos recursos hídricos, cabendo salientar que os resultados
da implantação na prática dessas soluções devem ser registrados e monitorados
permanentemente.
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Está prevista a apresentação, pelo PIRH, no Produto PP-05, de uma proposta metodológica
para implantação de áreas de restrição de uso e ocupação do solo visando à conservação dos
recursos hídricos; preliminarmente, julga-se que essa metodologia possa ser aplicada para a
bacia do rio Turvo (UGRHI 09), em que ocorrem conflitos pelos usos dos recursos hídricos em
regiões de cabeceira, com resultados apresentados no MOP.
Também no que se refere ao Pagamento por Serviços Ambientais – PSA, foi verificado que a
bacia hidrográfica do rio Grande poderia ter ganhos importantes com a sua implementação,
principalmente com o desenvolvimento de estudos iniciais para a identificação de novas
metodologias. Nesse sentido, importante verificar novas possibilidades de metodologias
envolvendo pagamento por serviços tais como a instalação de sistemas de esgotamento
individuais mais adequados no meio rural ou aperfeiçoamento de técnicas agrícolas que
podem levar a melhorias na qualidade ou armazenamento de água no solo.
Dessa forma, para o atendimento ao objetivo em questão, propõem-se as metas relacionadas a
seguir.
Todas as metas deverão considerar, onde pertinente, o enquadramento dos corpos d’água da
bacia, de modo que a qualidade das águas seja compatível com as propostas que resultarão
dos estudos para criação de novas áreas protegidas e áreas de restrição de usos dos recursos
hídricos e, ao mesmo tempo, sirva de condicionante para definição dessas mesmas propostas.
Assim, por exemplo, se for criada uma nova UC de proteção integral, deverá ser adotada a
classe especial para enquadramento dos corpos d’água existentes nos limites dessa Unidade.
3.3.5 Fomentar a Conscientização da População para Conservação dos Recursos
Hídricos
Para consecução dos objetivos do PIRH-Grande, será fundamental obter a adesão da
população da bacia às metas do Plano, mediante a sua contribuição direta e continuada para a
conservação dos recursos hídricos.
9 Ao encargo dos usuários de recursos hídricos envolvidos.
10 Ao encargo da futura Agência de Bacia
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Em adição às ações que via de regra são previstas em programas de Educação Ambiental e
Comunicação Social, propõem-se também outras metas, voltadas aos produtores rurais e a
outros usuários de recursos hídricos da bacia, segundo exposto a seguir:
Dentre as ações do plano de comunicação (Meta 5), deve ser considerada a transferência da
gestão de conteúdo do site do CBH-Grande, atualmente realizada pela ANA, para o próprio
Comitê.
3.4 OBJETIVOS E METAS – COMPONENTE ESTRATÉGICO “GOVERNANÇA”
Os objetivos e metas estabelecidos para promover a governança eficiente das instituições
envolvidas com a gestão de recursos hídricos da bacia do rio Grande estão descritos a seguir.
3.4.1 Implantar a Agência de Bacia
A implantação de uma Agência de Bacia envolve uma série de atividades desde os estudos
técnicos de viabilidade até sua aprovação propriamente dita nos respectivos CBHs e Conselhos
de Recursos Hídricos. De uma forma geral, conforme estabelecido na Lei Federal 9.433/97, a
criação de uma Agência de Bacia é condicionada à prévia existência do respectivo CBH e da
viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de
atuação. Dessa forma, considerando que os CBHs já são instituídos para todas as UGHs, a
questão financeira se torna fundamental para a criação da Agência.
Nos estudos relativos à concepção e implantação de uma agência para a bacia hidrográfica do
Rio Grande, um ponto crucial a ser abordado consiste na configuração de uma Agência Única.
Esse modelo pressupõe uma otimização dos recursos financeiros destinados ao custeio da
Agência, além de garantir uma única narrativa acerca da gestão dos recursos hídricos.
Sob o ponto de vista jurídico, essa entidade dever ter uma natureza jurídica compatível com a
legislação federal e dos estados de Minas Gerais e São Paulo, considerando que a legislação do
estado de São Paulo é restritiva quanto à alternativa de modelo, na medida em que já se
estabeleceu a fundação como instituição definida para funcionar como Agência de Bacia
Hidrográfica.
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No que se refere ao estado de Minas Gerais a Constituição Estadual, em seu art. 14, § 5º,
somente permite ao Estado instituir e manter fundação cuja natureza jurídica seja de direito
público, o que não é o caso do modelo institucional de Agência de Bacia prevista na Lei nº
10.020/1998 de São Paulo. Não se tem notícia de ter havido algum estudo no âmbito de
Minas Gerais acerca de uma interpretação do termo manter pois, em verdade, o Estado não
manteria a entidade Agência de Bacia: esses recursos seriam, por força de lei, aplicados no
Plano de Investimentos aprovado pelo Comitê. Esse tema poderá ser retomado, na busca de
um fundamento legal que dê suporte a uma Agência Única.
Cabe aqui citar o caso das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no que se refere aos
aspectos institucionais, embora a situação geográfica da bacia do rio Grande seja muito
diferente. Na instituição da cobrança pelo uso de recursos hídricos, foi celebrado um contrato
de gestão entre o IGAM e o Consórcio Intermunicipal das Bacias PCJ, associação civil sem fins
lucrativos, com base § 2º do art. 37 da Lei nº 13.199/1999, segundo o qual “os consórcios ou
as associações intermunicipais de bacias hidrográficas, bem como as associações regionais e
multissetoriais de usuários de recursos hídricos, legalmente constituídos, podem ser
equiparados às Agências de Bacia, por ato do Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CERH-
MG, para o exercício de funções, competências e atribuições a elas inerentes, a partir de
propostas fundamentadas dos comitês de bacias hidrográficas competentes.” Com a
substituição do Consórcio PCJ pela Fundação PCJ, a relação entre IGAM e a nova Agência
deixou de ter um cunho contratual, situação que permanece até hoje, ou seja: o IGAM é o
gestor, arrecada os valores, que ficam disponíveis para aplicação no âmbito de atuação do
Comitê PJ (Minas Gerais). Não há repasse para a Agência PCJ.
Na busca de soluções para essa questão, ressalta-se a necessidade de articulação com os órgãos
e entidades estaduais de gestão e controle de recursos hídricos - IGAM e DAEE -, com vistas a
verificar a percepção que têm sobre a Agência Única. Considerando que esse processo pode
ensejar um período mais longo de tempo, poderão ser apresentadas alternativas intermediárias,
inclusive com a possibilidade de criação de uma entidade provisória.
Essa entidade contaria com a participação ativa de ANA, IGAM, DAEE e também dos usuários e
sociedade civil ao menos em um de seus órgãos, para garantir esse protagonismo na entidade
técnica, além do que já ocorre nos Comitês de Bacia Hidrográfica. Essa entidade seria uma
forma de dar início desde logo ao processo de formação da Agência e, na medida em que as
eventuais arestas forem sendo aparadas, será possível partir para a entidade técnica
propriamente dita.
Dessa forma caberá, no trabalho, verificar como poderá ser conduzida a governança necessária
para esse processo e apresentar os cenários e os passos a serem traçados para que se implante,
em definitivo, a Agência de Bacia, propondo-se as seguintes metas associadas ao presente
objetivo:
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3.4.2 Acompanhar a Implementação do PIRH-Grande
Para que o processo de gestão de recursos hídricos da bacia do rio Grande apresente os
resultados esperados pelo PIRH-Grande, é fundamental acompanhar e monitorar a
implementação das ações propostas pelo Plano, desde o curto até o longo prazo.
Tal monitoramento envolve a definição e a análise de indicadores de performance e de
demonstração das atividades relacionadas a cada uma das metas e objetivos predefinidos,
prevendo-se que os comitês de bacia e futura Agência da Bacia tenham atuação relevante
nesse processo.
Além disso, cabe destacar que, após a aprovação do PIRH-Grande, o Plano poderá ter sua
trajetória ajustada durante a execução das ações propostas; neste sentido, deverão ser
realizadas discussões técnicas e gerenciais entre os órgãos gestores – ANA, IGAM e DAEE –,
envolvendo também o CBH-Grande, os Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e demais
atores envolvidos.
Assim, para que se cumpra o presente objetivo, estão propostas as metas a seguir relacionadas:
3.4.3 Fortalecer os Comitês de Bacia
De modo a cumprir o objetivo anterior, o CBH-Grande e os CBHs-Bacias Afluentes deverão ter
pleno domínio das ações propostas pelo PIRH e estar preparados e articulados para
acompanhar o andamento dos Programas de Ações, em termos de cumprimento de seus
objetivos e execução das atividades previstas, atendimento a prazos, previsão de desembolsos
etc.
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Para tanto, propõem-se as metas abaixo:
3.4.4 Capacitar e Reestruturar os Órgãos Gestores de Recursos Hídricos
O papel dos órgãos gestores de recursos hídricos no âmbito do componente estratégico
“Governança” é absolutamente fundamental, requerendo que eles estejam devidamente
instrumentalizados para cumprir com as suas inúmeras atribuições e desenvolver suas
atividades, incluindo aquelas decorrentes das metas propostas pelo presente Plano para os
objetivos vinculados aos instrumentos de gestão.
Sabe-se, a priori, das dificuldades enfrentadas pelos órgãos estaduais, via de regra, operando
com corpos técnicos reduzidos e poucos recursos materiais e financeiros à disposição, ou seja,
atuando com estrutura insuficiente para fazer frente às suas atividades, incluindo as tarefas de
fiscalização dos usos outorgados, abordadas anteriormente no item 3.2.9 deste relatório .
Dessa forma, o presente Plano propõe as seguintes metas, para capacitar e aparelhar o IGAM e
o DAEE:
4. FORMULAÇÃO DE DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE
GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
4.1 BASE METODOLÓGICA PARA A FORMULAÇÃO DAS DIRETRIZES
Diretrizes são orientações para a execução de ações ou para suporte à definição de estratégias
de ação. Podem ser definidas, ainda, como a linha indicativa do modo em que deve ser
executado um planejamento ou projeto.
O PIRH-Grande deve estar em consonância com o Plano Nacional de Recursos Hídricos, com
os Planos Estaduais de Recursos Hídricos dos Estados de Minas Gerais e São Paulo e deve
verificar a possibilidade de incorporar o conteúdo dos Planos das Bacias Afluentes já
concluídos, onde aplicável e pertinente para o conjunto da bacia. Para tanto, foram levantadas
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as diretrizes para implementação dos instrumentos de gestão existentes ao nível desses três
eixos – nacional, estadual e de bacia hidrográfica – e que podem dar suporte à definição das
diretrizes para a bacia do rio Grande, a saber:
Eixo 1 – Macrodiretrizes: expressam o conjunto de diretrizes do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos e da sociedade. Têm âmbito nacional ou
interestadual e podem ter vigência e reavaliação, a princípio, indeterminadas ou
coincidentes com planos em outras escalas. Essas diretrizes devem ser estabelecidas a partir
do Plano Nacional de Recursos Hídricos – PNRH e estar coerentes com as diretrizes
nacionais.
Eixo 2 – Diretrizes Regionais: indicam linhas específicas segundo as visões de cada estado.
São definidas na elaboração dos Planos Estaduais de Recursos Hídricos de Minas Gerais e
de São Paulo;
Eixo 3 – Diretrizes Específicas: são as linhas indicadas para as UGHs. Organizadas a partir
das Diretrizes Estratégicas e Regionais, expressam as linhas de ações e indicativos previstos
nos Planos das Bacias Afluentes. Essas diretrizes foram avaliadas quanto à possibilidade de
atendimento por meio do PIRH.
Nesse sentido, foi realizada consulta às diretrizes para os instrumentos de gestão dos recursos
hídricos identificadas nos documentos em questão – Plano Nacional de Recursos Hídricos,
Planos Estaduais de Recursos Hídricos de São Paulo e Minas Gerais e Planos das Bacias
Afluentes já elaborados (12 UGHs).
Além da consulta às diretrizes desses três eixos, também foi considerado o rol de objetivos
descritos no capítulo precedente, que direciona e orienta a implementação dos instrumentos
de gestão, na busca de serem alcançados os propósitos estratégicos do PIRH.
Especial atenção deverá ser dada à execução das ações que promoverão a concretização das
diretrizes definidas pelo PIRH-Grande, no sentido de que sejam respeitadas as especificidades
das bacias afluentes e as determinações particulares dos CBHs-Bacias Afluentes, com a devida
pactuação entre esses entes, de modo a evitar incompatibilidades entre o que está previsto
para os rios de domínio da União e para os corpos d’água de domínio dos estados.
Cabe observar que foi prevista no Termo de Referência que orienta o presente estudo e no
Plano de Trabalho, a apresentação de diretrizes para outros temas adicionais, objeto de
abordagem nos itens 4.4 (alocação de água na bacia), e 4.7 (compensação a municípios), a
seguir. Tais temas, embora não constituam essencialmente instrumentos de gestão de recursos
hídricos segundo as definições da Lei Federal nº 9.433/9711
, são também de grande relevância
para proporcionar o gerenciamento adequado dos recursos hídricos da bacia do rio Grande.
Da mesma forma, foi dado destaque à fiscalização do uso dos recursos hídricos (item 4.3),
tendo em vista sua importância para a implementação eficiente dos instrumentos de gestão,
com destaque à outorga.
11 A compensação a municípios consta como instrumento de gestão nas leis estaduais de recursos hídricos de São Paulo e Minas Gerais.
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4.2 OUTORGA DE DIREITO DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS
Neste item, são apresentadas diretrizes para o instrumento de outorga na bacia do rio Grande,
incluindo diretrizes gerais, aplicáveis a toda a bacia e diretrizes específicas para as vertentes
paulista e mineira da bacia.
A principal diretriz relacionada com a outorga de direito de uso dos recursos hídricos está
direcionada à sua implementação prática como um efetivo instrumento de gestão das águas na
bacia do rio Grande, cumprindo o papel de restrição e/ou incentivo para novos usos, e capaz
de interferir na consecução dos objetivos do PIRH, para solução de conflitos pelos usos
múltiplos quanti-qualitativos.
No contexto dos estudos realizados de Diagnóstico dos recursos hídricos na bacia hidrográfica
do rio Grande, foram avaliadas as legislações referentes ao tema em nível nacional e dos
estados de Minas Gerais e São Paulo. Nesse sentido, foram estudados os critérios técnicos
aplicados em cada órgão gestor de recursos hídricos, quais as tipologias de usos sujeitos à
outorga avaliadas, bem como os principais atos legais correlatos.
Foram avaliados, ainda, critérios técnicos referentes a vazões de referência e percentuais
outorgáveis, bem como critérios para definição de usos insignificantes e que não são sujeitos à
outorga. Na análise realizada, foram verificadas diferenças importantes nos processos avaliados
nos três órgãos gestores, mostrando disparidades sensíveis nas análises e nos procedimentos
administrativos. Esses fatos levam à dificuldade de compreensão dos processos por parte dos
usuários, bem como diferenças importantes na oferta hídrica para outorga, podendo ser
percebidos principalmente em pontos de alteração de dominialidade.
Os objetivos e metas apresentados neste trabalho dão indicativos de aspectos que devem ser
aperfeiçoados no contexto das outorgas na bacia do rio Grande ao longo dos horizontes
temporais do PIRH, a partir da execução de ações a serem previstas nos programas propostos.
Um dos pontos fundamentais nas diretrizes apresentadas neste item trata da necessidade de
harmonização da outorga entre as autoridades outorgantes dos estados e da ANA na bacia do
rio Grande. Para isso, as diretrizes apresentadas buscam o estabelecimento de um processo
que leve à harmonização dos critérios e procedimentos ao final do horizonte temporal do
Plano.
O instrumento de outorga é de extrema importância no processo de gestão, pelo fato de
proporcionar a efetiva distribuição dos recursos hídricos disponíveis de cada bacia hidrográfica
e garantir o atendimento a vazões ecológicas ou residuais mínimas. Para cumprir esses
objetivos, há, ainda, muito a ser feito na bacia do rio Grande, propondo-se as diretrizes
expostas a seguir.
Conforme metodologia adotada neste estudo, foram avaliadas, inicialmente, as diretrizes
propostas em nível nacional e estadual, com base nos planos nacional e estaduais de recursos
hídricos e, em seguida, foram verificadas as diretrizes propostas nos planos de bacia
hidrográfica já aprovados para as UGHs da bacia do rio Grande.
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A seguir, são apresentadas as diretrizes gerais para a bacia do rio Grande:
Deve ser buscada a integração das bases de dados de outorgas dos três entes gestores. Um
dos aspectos fundamentais para que o processo de outorga seja compreendido por todos e
harmonizado é a identificação de uma base de dados mínima e que seria integrada e
unificada entre os órgãos gestores. Uma possibilidade para essa integração de dados é a
partir do CNARH, sendo indicada a sua avaliação pelos entes gestores como ferramenta de
integração; o Sistema de Informações recomendado para a bacia do rio Grande prevê a
elaboração de uma base de dados unificada e integrada, segundo já exposto no item 3.2.7
do Capítulo 3 e conforme será ratificado no item 4.8, mais adiante;
Os dados de situação de outorgas emitidas pelos órgãos gestores, envolvendo o número de
processos solicitados, o status e portarias emitidas e indeferimentos devem ser compilados
em um relatório anual para divulgação pelos órgãos gestores e por UGH. Tal relatório é
fundamental para dar publicidade para a bacia da situação em termos de tramitação dos
processos, bem como os tempos de análise dos processos, o que pode dar subsídios à
identificação de UGHs com principais problemas e formas de melhoria processual;
As informações técnicas referentes às outorgas e a situação em termos de balanço hídrico
de bacias hidrográficas e microbacias devem ser mantidas atualizadas e divulgadas
anualmente em relatórios de conjuntura da bacia do rio Grande. A divulgação de situação
em termos de balanço e criticidade pode dar subsídios importantes à atualização do
planejamento de usuários, por exemplo, quanto aos estudos para crescimento de suas
atividades e o consequente aumento de suas demandas, indicando trechos com maior ou
menor criticidade;
Harmonizar os critérios de outorga para a bacia hidrográfica do rio Grande como um todo,
tanto no que se refere a vazões de referência quanto aos índices percentuais de máximos
outorgáveis. Tais critérios devem considerar regras de transição;
Definir e implementar mecanismos que façam com que a outorga seja instrumento de
indução de uso racional da água, com indicativos de eficiência mínima aceitável para cada
setor e tipologia de uso da água;
Definir e implementar mecanismos que induzam à melhoria do tratamento de efluentes por
meio da outorga de lançamento de efluentes dirigida ao cumprimento das metas
progressivas de enquadramento;
Envidar esforços para o aumento nos percentuais de usos outorgados em cada bacia
hidrográfica. Conforme avaliações realizadas na fase de diagnóstico deste Plano, para a
maior parte das UGHs da bacia do rio Grande, os índices de usuários outorgados são
inferiores aos totais estimados de retiradas e consumos;
Estabelecer áreas de restrição de outorgas, mediante a realização de estudo conclusivo,
inclusive em locais de recarga de aquíferos, e que poderiam afetar a oferta hídrica
local/regional;
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Definir vazões ecológicas a serem implementadas, aprovadas nos corpos de água da bacia.
Considerando que atualmente são mantidos, ainda, critérios de vazões remanescentes
estabelecidos em função de percentuais de vazões de referência arbitradas pelos órgãos
gestores e sem critério de manutenção dos ecossistemas aquáticos, é fundamental que tais
estudos sejam realizados e incorporados pelos órgãos gestores em seus critérios de outorga
(ver item 3.2.2 do Capítulo 3);
Avaliar e emitir outorgas sazonais, com variações das vazões e volumes outorgados ao longo
dos meses do ano. Essa diretriz decorre do fato de que a principal finalidade de uso da
água na bacia é para irrigação, segundo demonstrado do Diagnóstico e no Prognóstico, e
esses usos apresentam demandas com variações importantes ao longo do ano e
características de períodos chuvosos ou de estiagem. Dessa forma, a possibilidade de
consideração de outorgas sazonais pode dar subsídio à consideração mais real das
demandas para esse setor na bacia e disponibilizar ofertas hídricas para outros usos;
Avaliar a possibilidade de emitir outorgas sazonais para lançamento de efluentes, de forma
compatível com as diretrizes para o enquadramento dos corpos d’água;
Levantar e aperfeiçoar informações sobre consumos efetivos de água, considerando as
captações e retornos para o meio hídrico, de forma a permitir adequação dos balanços
hídricos entre as ofertas hídricas e demandas ou consumos;
Considerar a utilização nas análises de outorgas de valores de vazões médias e máximas
captadas e a apresentação dessas informações nas portarias de outorgas emitidas, de forma
a dar maior aderência aos usos da água outorgados;
Estabelecer definição de usos que alterem o regime de um corpo de água de forma
padronizada na bacia hidrográfica do rio Grande, com mesmo entendimento entre os
órgãos gestores e melhorar procedimentos de análises de outorga para esses usos, com
critérios técnicos considerando as especificidades de cada uso. Atualmente os três entes
gestores têm percepções distintas sobre tais usos sujeitos à outorga o que gera dúvidas aos
usuários e metodologias distintas nas análises. A melhor articulação e definição padronizada
desses usos, principalmente com o apoio técnico da ANA que já tem tal definição de forma
mais clara, pode dar suporte a um maior foco dos órgãos gestores na análise de outorgas
que realmente interfiram na disponibilidade hídrica e levem ao efetivo exercício dos
direitos de acesso à água;
Revisar procedimentos e metodologias de análise de outorgas para aproveitamentos
hidrelétricos, principalmente considerando aspectos de qualidade das águas relacionados
ao potencial de eutrofização de reservatórios, bem como ajustes nas metodologias para
definição da relação entre retiradas e consumos;
Realizar a integração de análises e dos bancos de dados de outorgas de águas subterrâneas
entre os órgãos gestores estaduais e o DNPM, considerando as particularidades das águas
minerais e a sua importância na bacia do rio Grande; a formalização de acordos de
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cooperação, termos de cooperação técnica ou convênios poderá ser considerada para
atendimento a essa diretriz;
Desenvolver novas metodologias para análises de outorgas de águas subterrâneas, inclusive
de forma a permitir melhor avaliação do contexto regional dos aquíferos e das
interferências dos usos e poços explotados;
Estabelecer condicionantes para concessão/renovação de outorgas visando ao atendimento
de índices de uso racional das águas bem como a índices de tratamento de efluentes
compatíveis com as classes de enquadramento dos corpos receptores;
Recomenda-se que a ANA, ao analisar os pedidos de outorga dos aproveitamentos
hidroelétricos que atenderam às prescrições da Resolução Conjunta ANA/ANEEL nº
1.305/2015, considere a base de dados do PIRH-Grande, bem como considere as restrições
do Operador Nacional do Sistema – ONS.
Especificamente para o estado de São Paulo, são apresentadas as seguintes diretrizes:
Emitir outorgas coletivas em microbacias de conflito com a alocação das vazões disponíveis
pelos usuários e com o estabelecimento de vazões de entrega a jusante do trecho de
conflito;
Realizar balanços hídricos integrados entre águas subterrâneas e superficiais em microbacias
de grandes demandas de águas subterrâneas e que podem afetar a oferta hídrica
superficial;
Integrar as bases de dados de outorgas de lançamentos de efluentes entre o DAEE e a
CETESB, com vistas à melhor gestão de aspectos de qualidade dos cursos de água;
Aumentar a integração entre as análises do DAEE e a CETESB para outorgas de lançamento
de efluentes, de forma que os aspectos de qualidade e quantidade sejam analisados de
forma consolidada com as informações apresentadas nos atos de outorga.
Para o estado de Minas Gerais, são apresentadas as seguintes diretrizes:
Avaliar e executar melhorias no processo de integração processual entre outorga e
licenciamento ambiental. Conforme estudos e análises realizados, verifica-se que o processo
de integração adotado atualmente (balcão único) pode ser aperfeiçoado, uma vez que vem
levando a uma maior burocratização dos processos e maior tempo de análise e tramitação
dos processos;
Estabelecer melhorias nos procedimentos administrativos de outorgas, considerando a
necessidade premente de maior celeridade na tramitação e análise dos processos de
outorga e o foco nos aspectos técnicos;
Rever os estudos e informações de oferta e disponibilidade hídrica utilizados para análise
de outorga, inclusive quanto à vazão de referência considerada para os processos de
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outorga na bacia do rio Grande. Considerando que para o cálculo de disponibilidade
hídrica para processos de outorga o órgão gestor indica a publicação “Deflúvios Superficiais
no Estado de Minas Gerais, Copasa/Hidrosistemas, 1993”, considera-se fundamental
atualizar os valores de ofertas hídricas, inclusive avaliando outras vazões de referência, que
possibilitem uma melhor integração e harmonização com critérios de outorga utilizados
pela ANA e por outros órgãos gestores;
Aumentar a capacitação dos técnicos analistas de outorgas do órgão gestor, principalmente
no que se refere ao foco nos aspectos técnicos hidrológicos e hidráulicos, bem como no
conhecimento dos usos e demandas dos principais setores usuários;
Incentivar o uso racional da água pelos diversos setores usuários, com o estabelecimento
formal de coeficientes de uso racional e que devem ser buscados pelos usuários por meio
de indicativos nos atos de outorga;
Implementar as outorgas para lançamento de efluentes na bacia do rio Grande.
Considerando que um dos principais problemas de qualidade da água da bacia decorre dos
lançamentos de efluentes tratados ou não, a outorga para esses usos deve ser implementada
e analisada de forma técnica e adequada. Com isso, pode levar a indicativos de melhorias
nos processos de tratamento e à consequente melhora na qualidade dos cursos de água da
bacia.
A Resolução CNRH nº16/2001 estabelece que os critérios específicos de vazões ou
acumulações de volumes de água consideradas insignificantes serão estabelecidos nos planos
de recursos hídricos para serem devidamente aprovados pelos correspondentes comitês de
bacia hidrográfica ou, na inexistência destes, pela autoridade outorgante.
Nesse sentido, conforme já apresentado na etapa de Diagnóstico, a ANA estabeleceu para os
rios de domínio da União da bacia do rio Grande, em sua Resolução nº 1.175/2003 os critérios
para o rio Grande, a partir do reservatório de Furnas, a saber:
Captação de água inferior a 2.500 m³/dia;
Lançamento de efluentes com valor máximo de carga orgânica de 100 kg/dia de DBO5,20
;
Lançamento máximo de 6.250 m³/dia de efluente com temperatura superior à do corpo
hídrico e inferior a 40 °C.
Para os outros cursos d’água de domínio da União da bacia do rio Grande, inclusive a
montante do reservatório de Furnas, a mesma Resolução da ANA estabelece como usos
considerados insignificantes, captações iguais ou inferiores a 86,4 m³/dia; lançamento de
efluentes com valor máximo de carga orgânica de 1,0 kg/dia de DBO5,20
; lançamento máximo
de 216 m³/dia de efluente com temperatura superior à do corpo hídrico e inferior a 40°C.
Conforme resultados dos balanços hídricos apresentados no Diagnóstico ao longo do eixo
principal do rio Grande a jusante do reservatório de Furnas, não foi verificado conflito ou
situação de criticidade hídrica, mesmo com os valores de usos insignificantes adotados e que
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são bastante superiores ao considerado a montante. Além disso, foi realizada consulta à equipe
técnica da ANA e verificado que tais critérios já vêm sendo aplicados de forma satisfatória e
com importantes ganhos no sentido da redução do número de processos de outorga avaliados
e de forma que a Agência possa focar suas análises nos usos que efetivamente interfiram na
disponibilidade hídrica.
Dessa forma, recomenda-se como diretriz deste plano a manutenção dos critérios de usos
insignificantes nos rios de domínio da União da bacia do rio Grande conforme Resolução ANA
nº 1175/2003, para serem referendados pelo CBH Grande.
4.3 FISCALIZAÇÃO DOS USOS DOS RECURSOS HÍDRICOS
Neste item, abordam-se diretrizes específicas para a fiscalização dos usos dos recursos hídricos,
dirigidas prioritariamente aos procedimentos adotados pelos órgãos gestores estaduais, tendo
em vista sua importância no processo de emissão de outorgas e efetivação do enquadramento
de corpos d’água:
A fiscalização dos usos de recursos hídricos deve ser precedida de planejamento anual dos
órgãos gestores, indicando número mínimo de campanhas e de usos a serem fiscalizados;
As ações de fiscalização dos usos de recursos hídricos devem priorizar, no primeiro
momento, o aspecto educativo, orientativo e de incentivo à regularização dos usos da água,
com a notificação em campo, quando possível, dos usuários que se encontrarem em
situação irregular, e determinação de prazos para sua devida adequação;
Ao final de cada ano, os órgãos gestores devem elaborar relatórios objetivos de situação
com os resultados das ações de fiscalização executadas na bacia, indicando, minimamente,
os usos fiscalizados e sua localização, principais aspectos verificados e situação em termos
de regularidade ou cumprimento das determinações de eventuais adequações
recomendadas;
Considerando a experiência adquirida pela ANA nos processos de fiscalização, devem ser
verificadas possibilidades de execução de ações coordenadas entre ANA e os órgãos
gestores estaduais, que permitam maior integração entre os entes fiscalizadores e melhor
harmonização de procedimentos e critérios utilizados. Tais campanhas integradas devem
ser planejadas e executadas de forma conjunta;
No que se refere às atividades de fiscalização do uso de águas subterrâneas, devem ser
priorizadas áreas da bacia em que as captações de águas superficiais possam interferir na
recarga de aquíferos e, consequentemente, na redução de seu potencial hídrico, bem como
áreas em que os recursos hídricos superficiais já estejam sendo muito utilizados, apontando
para uma ampliação do uso dos aquíferos;
As ações de fiscalização devem buscar, quando possível, a utilização de tecnologias de
sensoriamento remoto e geoprocessamento, utilizando informações de imagens de satélite
para planejamento e otimização dos trabalhos de campo;
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As ações de fiscalização devem se apoiar em informações de monitoramento dos recursos
hídricos, seja no que se refere a aspectos de qualidade ou vazões escoadas. Com base na
análise técnica dos valores de vazões ou qualidade das águas por meio de redes de
monitoramento públicas12
ou realizadas pelos próprios usuários, pode ser avaliada a
adequação aos critérios legais e padrões de escoamento para os cursos d’água;
As ações de fiscalização realizadas pelos órgãos gestores devem ser reforçadas por parcerias
com outras entidades que tenham maior capilaridade e maior frequência em ações de
campo. Dessa forma, os usuários poderão verificar maior presença dos órgãos gestores e
seus parceiros, o que tende a estimular e ampliar o processo de regularização de seus usos.
4.4 ALOCAÇÃO DE ÁGUA NA BACIA
“Alocação de Água” em uma bacia hidrográfica é a denominação genérica dada ao
estabelecimento de regras de utilização dos recursos hídricos com o objetivo de distribuição
entre os usuários por período de tempo determinado. Segundo estudo elaborado pela ANA em
2004 para o Plano Decenal de Recursos Hídricos da bacia do rio São Francisco (ANA, 2004), a
alocação de água opera como um mecanismo do plano de recursos hídricos que objetiva a
compatibilização entre ofertas hídricas e os múltiplos usos atuais e futuros. Assim, ainda
segundo o mesmo estudo, a alocação de água é, na realidade, o grande pacto de repartição de
água na bacia hidrográfica, fornecendo orientações e referências para a implementação de
diversos instrumentos de gestão, em particular, a outorga.
Segundo o Manual de Outorga da ANA, em sua versão atualizada em 2014, a alocação de
água deve ser negociada entre o Poder Público, representantes da sociedade e dos usuários de
recursos hídricos, visando a uma melhor compreensão dos critérios adotados por parte desses
mesmos usuários da sociedade em geral.
A alocação de forma negociada deve ser realizada principalmente em bacias hidrográficas em
situação de conflito existente ou potencial e deve abranger todos os usuários da bacia. Quando
a alocação é formalizada por meio de outorgas coletivas, devem ser apresentadas as regras de
uso da água de forma a realizar uma melhor divisão da disponibilidade hídrica e minimizar o
potencial conflito por usos múltiplos.
De uma forma geral, são apresentadas, a seguir, as diretrizes propostas para a alocação de água
na bacia do rio Grande, considerando a proposta antes apresentada como ponto de partida:
O processo de alocação de água deve ser realizado por UGH, mas com o foco e detalhe
em nível de microbacia, priorizando aquelas com maior situação de criticidade em termos
de balanço hídrico. Nesse sentido, quando da formalização do processo por UGH, devem
ser estabelecidas as microbacias em situação de maior criticidade hídrica e que devem ter
os estudos focados, inclusive, para implementação de outorgas coletivas já em curto prazo.
12
As informações das redes de monitoramento públicas estão disponíveis no portal do Sistema Nacional de
Informações sobre Recursos Hídricos – SNIRH.
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A definição dessas bacias deve ser feita com base nos resultados dos estudos de Diagnóstico
e Prognóstico do PIRH;
A alocação deve ser realizada com o suporte técnico dos órgãos gestores para a discussão
dos resultados dos estudos hidrológicos, bem como da proposta inicial por UGH;
As séries e informações hidrológicas da bacia devem ser utilizadas a partir dos dados do
PIRH-Grande, verificando a necessidade de atualização das séries históricas das estações
fluviométricas utilizadas, com base nas informações do portal hidroweb, da ANA;
A vazão ecológica ser adotada deverá ser aquela definida pelo estudo proposto no Capítulo
3 (item 3.2.2), a ser desenvolvido para cada UGH;
A oferta hídrica de cada bacia ou microbacia deve ser refinada com a avaliação do
potencial de regularização de vazões de reservatórios de barragens a serem mapeadas em
nível local ou regional, quando relevantes. Tais barragens podem apresentar acréscimos
importantes em termos de oferta hídrica local; um levantamento dessas barragens e
refinamento dos balanços hídricos em áreas críticas está proposto pelo PIRH no item 3.3.1
do Capítulo 3 deste relatório;
As informações de demandas devem ser baseadas, inicialmente, nos dados do PIRH-
Grande, mas devem ser refinadas em nível local, por meio de cadastros de usos em campo
ou chamamento para regularização da situação dos usuários;
No contexto dos estudos de alocação de água na bacia, considerando o regime de chuvas e
dos cursos d’água da bacia do rio Grande, pode ser considerada a utilização de curvas de
recessão dos cursos d’água para a negociação da oferta hídrica a cada ano, no início do
período de estiagem, em função do índice pluviométrico ocorrido;
Os processos de alocação em nível de microbacia em situação de conflito existente ou
potencial devem ter sua formalização realizada por meio da emissão de outorgas coletivas,
considerando todos os usuários da bacia. As outorgas coletivas devem apresentar as regras
de uso e os valores aos quais cada usuário estará sujeito para realizar sua captação;
As outorgas coletivas devem prever as regras de restrição de usos e as situações em que
devem ocorrer, em função dos níveis de oferta hídrica na bacia;
As outorgas coletivas a serem emitidas após os processos de alocação devem prever a
definição dos pontos de monitoramento e controle e vazões de entrega mínima e padrões
de qualidade da água a serem mantidos, de acordo com as classes de enquadramento;
Os atos de outorga coletiva devem prever situações de alerta em que os níveis de vazões
monitorados nos pontos de controle indiquem potencial redução ou racionamento dos usos
da água da bacia ou microbacia e/ou qualidade da água incompatível com as classes de
enquadramento que tiverem sido predefinidas tanto para o curso d’água propriamente dito
quanto para o curso d’água de jusante, ao qual a água será entregue;
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Os atos de outorga coletiva devem prever que os usuários apresentem relatórios periódicos
com informações de seus usos e do monitoramento das vazões de entrega ou mantidas a
jusante de seus usos.
No contexto do processo de alocação, devem ser estabelecidos indicadores para avaliação dos
resultados na bacia hidrográfica, tanto no que diz respeito à avaliação da melhora nas
condições hídricas da bacia, quanto à melhora nas garantias de atendimento aos usuários.
4.5 ENQUADRAMENTO DOS CORPOS D’ÁGUA
Realizar o enquadramento dos corpos d’água na vertente mineira da bacia do rio Grande e
revisar o enquadramento existente na vertente paulista, bem como definir o enquadramento
dos rios federais e dos grandes reservatórios constitui tema fundamental para a gestão dos
recursos hídricos da bacia, constituindo um dos objetivos estratégicos do PIRH-Grande,
segundo exposto no item 3.2.5 do Capítulo 3 deste relatório.
O enquadramento será útil para orientar inúmeras iniciativas previstas para atendimento aos
objetivos e metas do PIRH dirigidas à melhoria da qualidade das águas da bacia e à solução de
conflitos de natureza qualitativa.
Quanto às diretrizes para implementação do instrumento de enquadramento na bacia do rio
Grande, são propostas as seguintes:
Complementar os estudos realizados pelo presente Plano para atendimento à Resolução do
CNRH nº 91/2008, principalmente para definição dos usos preponderantes desejados para
os corpos hídricos, ponto de partida fundamental para estabelecimento das classes de
qualidade a serem atendidas;
Enquanto não for aprovado o enquadramento dos corpos d’água da bacia hidrográfica do
rio Grande, recomenda-se que os órgãos gestores utilizem as propostas do PIRH para a
definição da classe de enquadramento a ser adotada de forma transitória, como previsto no
artigo 15 da Resolução CNRH nº 91/2008;
Definição, pelo CBH-Grande e CBHs-Bacias Afluentes do cenário futuro que servirá de
base ao enquadramento, recomendando-se que seja o tendencial, visto que este cenário é
menos exigente com relação à implantação das iniciativas e metas previstas pelos PMSBs e
pelo PLANSAB para coleta e tratamento de esgotos e corresponde à execução do
planejamento dos municípios que já possuem seus PMSBs; assim, constitui um cenário mais
realista e mais próximo do que poderá ocorrer de fato na bacia;
Considerar o enquadramento/reenquadramento por trechos de curso d’água, levando em
conta as classes de qualidade por eles atendidas no cenário escolhido, o que se aplica tanto
aos rios de domínio da União como estadual;
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Tal procedimento tem fundamento na consideração da capacidade de autodepuração dos
cursos d’água, uma vez que o lançamento de cargas poluentes em corpos receptores com
pequenas vazões (como os de cabeceiras de bacias), mesmo de efluentes tratados, pode
inviabilizar o atendimento a classes de qualidade superiores, quer na situação atual como
na futura; dessa forma, é mais prudente e viável conviver com uma classe de qualidade
inferior num determinado trecho e propor, por exemplo, que não sejam feitas captações
para usos da água mais exigentes neste trecho do que estabelecer classes de qualidade
superior que poderão nunca ser atendidas;
Proposição de classes de enquadramento para os principais cursos d’água da bacia (de
domínio da União e estadual), a serem definidos pelos Comitês, devendo os seus afluentes
atender a classes iguais ou de melhor qualidade, sempre que possível;
Inclusão dos reservatórios para geração de energia hidrelétrica nos corpos d’água a serem
enquadrados, e definição do(s) parâmetro(s) prioritário(s) a ser(em) considerado(s), podendo
ser ele o Fósforo Total, fator limitante nos processos de eutrofização, acrescido de outros
parâmetros com potencial para representar conflitos que venham a ser identificados pelo
CBH; proceder ao enquadramento dos reservatórios com base nos resultados da
modelagem adicional proposta na Meta 2 para o objetivo de enquadramento dos corpos
d’água da bacia (item 3.2.5 deste relatório), e ampliar o esforço de monitoramento da
qualidade da água dos reservatórios, atendendo às prescrições da Resolução Conjunta
ANA/ANEEL nº 03/2010;
Adoção de Classe Especial para cursos d’água que atravessam áreas protegidas (UCs de
proteção integral existentes e/ou a serem criadas, visando ao objetivo de Solucionar
Passivos Ambientais Relacionados aos Recursos Hídricos – ver item 3.3.4 do Capítulo 3),
atendendo às prescrições da Resolução CONAMA nº 357/2005;
Se e onde possível, adoção de Casse 1 em trechos de cursos d’água utilizados para
abastecimento público localizados em cabeceiras de bacias, visando manter melhor
qualidade da água e reduzir custos de tratamento;
Adoção de classes de trechos de cursos d’água iguais ou mais exigentes do que aquelas dos
trechos aos quais afluem, sempre que possível; neste caso, deve ser considerada a
capacidade de autodepuração do trecho a ser enquadrado, e a classe por ele atendida no
segmento localizado imediatamente a montante da sua foz; essa diretriz se aplica também
aos critérios de entrega de vazões/padrões de qualidade em Pontos de Controle da bacia
do rio Grande;
Manutenção da atual vazão de referência para outorga adotada pela ANA para rios de
domínio da União (Q95%)
e pelo DAEE e IGAM para rios de domínio estadual (Q7,10
) como a
vazão de referência para o enquadramento, até que se definam eventuais alterações nessas
vazões, com base no que está previsto para o atendimento ao objetivo de revisar critérios
técnicos de outorga descrito no Capítulo 3 (item 3.2.2);
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Adicionalmente, poderá ser estudada a possibilidade da adoção de vazões de referência
para o enquadramento sazonais, uma vez que os balanços hídricos qualitativos realizados
pelo presente Plano utilizaram somente vazões de estiagem (Q7,10
e Q95%
) e não foram,
portanto, investigados os resultados que seriam obtidos para vazões maiores; espera-se,
portanto, que possam ser identificadas classes de qualidade superiores atendidas pelos
cursos d’água em períodos hidrológicos menos críticos. Caso esta alternativa seja
implementada, deverá ser ajustada a outorga para lançamento de efluentes de forma
compatível, uma vez que a vazão de diluição disponível será maior;
Adoção da DBO5,20
como o parâmetro prioritário para o enquadramento dos cursos d’água,
tendo em vista que as cargas poluentes que se mostraram mais críticas foram as cargas
orgânicas originadas nas áreas urbanas da bacia, segundo avaliado no Prognóstico;
Poderá ser estudada também a possibilidade de ser adotado o parâmetro Oxigênio
Dissolvido (OD) como prioritário para o enquadramento, caso seja assim decidido pelo
CBH-Grande;
Para adoção de um parâmetro adicional para os cursos d’água, tal como o Fósforo Total,
seria necessário considerar eventuais remoções desse parâmetro nas Estações de
Tratamento de Efluentes, o que constitui procedimento de altos custos, por requerer
tratamento ao nível terciário; contudo, também pode ser estudada a possibilidade de
adotar o Fósforo Total como outro parâmetro para o enquadramento, o que dependerá de
discussões entre os comitês de bacia e as concessionárias dos serviços de saneamento. Vale
salientar que o Diagnóstico analisou as cargas de Fósforo Total geradas e remanescentes
pelas diversas fontes poluidoras da bacia e, embora não tenham sido apresentados no
Prognóstico, foram também realizados balanços hídricos de Fósforo Total, que constam do
banco de dados do projeto;
Para a definição das metas progressivas do enquadramento, considerar os resultados do
balanço hídrico qualitativo apresentado no Prognóstico para o cenário atual e para o
cenário futuro escolhido, nos horizontes de curto, médio e longo prazo;
Para elaboração do Plano de Efetivação do Enquadramento, considerar:
a implantação prioritária de serviços e obras para coleta e tratamento de esgotos nas
microbacias classificadas em arquétipos “urgência” e “prioridade de controle e
saneamento” nos mapas do Cenário do Plano do componente qualitativo, verificando
simultaneamente, quais as principais fontes poluentes identificadas na análise de causa-
efeito para mapeamento de áreas críticas apresentada no Quadro 4.1, reproduzido do
item 4.2.2 do Prognóstico (as setas indicam piora, melhora ou manutenção das
condições da qualidade da água de um cenário em relação ao imediatamente anterior);
a possibilidade de propor alterações nos pontos de lançamento de efluentes tratados
que se localizam a montante de trechos que não atendem à classe 3 no cenário
escolhido;
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atenção especial ao tratamento dos efluentes lançados a montante das captações para
abastecimento urbano que se situam em cursos d’água com proposta de
enquadramento em classe de qualidade inferior à 2;
eventual ajuste da rede de monitoramento da qualidade da água necessário para
monitorar as metas progressivas do enquadramento;
No Manual Operativo do PIRH-Grande – MOP – será apresentado um levantamento
sistematizado do status dos projetos e obras para coleta e tratamento de esgotos nos
municípios da bacia do rio Grande, bem como a indicação das iniciativas necessárias para
materialização do planejamento de governo previsto, o que servirá como referência
adicional para elaboração do Plano de Efetivação do Enquadramento;
Adicionalmente, recomenda-se que, quando da sua revisão/atualização, os Planos das
Bacias Afluentes considerem no seu escopo o enquadramento das águas subterrâneas,
atendendo às prescrições da Resolução CONAMA nº 396/2008, que está baseada na
compatibilidade da qualidade da água dos aquíferos com os usos a que eles se destinam.
Para tanto, esses planos devem prever estudos mais detalhados da qualidade das águas dos
aquíferos e dos usos que são feitos das águas subterrâneas, voltados ao levantamento de
dados que possibilitem propor o seu enquadramento à luz da citada resolução.
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1317-ANA-03-RH-RP-0004
QUADRO 4.1 - BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
GD 01
72 km (1,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, sempre ao entorno
das áreas urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Ingaí, Nazareno e São Vicente
de Minas, que juntos somam
36 km de trechos em Classe 4
(50% do total).
32 km (0,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Ingaí e
Nazareno, cada um
representando 24% dos
trechos em Classe 4 da UGH,
e do município de Ijaci,
representando 18%, somando
juntos 21 km (66% do total).
Os 11 km de trechos restantes
(34% do total) são distribuídos
pelos municípios de Arantina,
Carrancas e São Vicente de
Minas.
46 km (0,8% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas de
alguns municípios. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana de Nazareno (8,3 km,
18% do total). Do restante de
trechos em Classe 4, 31 km
(67,5% do total) estão
distribuídos nos municípios de
Airuoca, Carrancas, Ijaci, Ingaí
e Madre de Deus de Minas.
27 km (0,5% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH,no
entorno das áreas urbanas de
alguns municípios. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Ijaci, Ingaí e Nazareno,
representando,
respectivamente, 21%, 27% e
28% dos trechos em Classe 4
da UGH (76% do total).
Outros 6,5 km de trechos
(24% do total) são distribuídos
entre os municípios de
Arantina e São Vicente de
Minas.
Idem ao Cenário Acelerado
GD 02
594 km (9,1% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Barbacena e
Carandaí, representando
respectivamente, 15,2% e
15,9% dos trechos em Classe
4 (185 km, 31% do total).
252 km (4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Barbacena, lançado na ETE no
Ribeirão Caieiro (60,5 km,
24% do total). Outros 76 km
de trechos (30% do total) são
distribuídos nos municípios de
Carandaí, Lavras e Oliveira.
372 km (6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário das áreas urbanas de
Barbacena na ETE do no
Ribeirão Caieiro (17,3% do
total), Carandaí (15,6% do
total) e Lavras, em suas três
ETEs nos ribeirões Vermelho,
Água Limpa e Santa Cruz
(12,4% do total). Os três
municípios somam 169 km
dos trechos em Classe 4
(45,5% do total).
188 km (2,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário das áreas urbanas de
Barbacena (13,4% do total),
Carandaí (13,6% do total),
Lavras (11,9% do total) e
Oliveira (11,4% do total),
somando juntos 94,5 km dos
trechos em Classe 4 (50,3%
do total).
Idem ao Cenário Acelerado
Continua...
-52-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
...Continuação.
QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
GD 03
761 km (8,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios, sendo que vários
deles contribuem com 5% a
10% do total de trechos em
Classe 4, como Campo Belo
(7,7%), Campos Gerais (6,1%),
Formiga (9,3%) e Guaxupé
(9,6%), sendo que a influência
deste último no rio Guaxupé
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a UGRHI 04.
312 km (3,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campo Belo e
Três Pontas, representando,
respectivamente, 16,3% e
10,5% dos trechos em Classe
4 da UGH (84 km, 27% do
total). Os demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 10% do total de trechos
em Classe 4. Ressalta-se que
a influência de Guaxupé no
rio homônimo ultrapassa o
limite entre a GD 03 e a
UGRHI 04.
442 km (4,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campo Belo,
Guaxupé e Três Pontas,
representando,
respectivamente, 12,8%, 9,3%
e 9,4% dos trechos em Classe
4 da UGH (139 km, 31,5% do
total). Os demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 10% do total de trechos
em Classe 4. Ressalta-se que a
influência de Guaxupé no rio
homônimo ultrapassa o limite
entre a GD 03 e a UGRHI 04.
285 km (3,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campo Belo,
lançado pela ETE no rio
Jacaré, e Três Pontas, no
ribeirão das Araras,
representam,
respectivamente, 17,9% e
11,5% dos trechos em Classe
4 da UGH (84 km, 29,5% do
total). Os demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 10% do total de trechos
em Classe 4. Ressalta-se que a
influência de Guaxupé no rio
homônimo ultrapassa o limite
entre a GD 03 e a UGRHI 04.
255 km (2,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campo Belo e
Três Pontas, representando,
respectivamente, 15,1% e
12,9% dos trechos em Classe
4 da UGH (71,5 km, 28% do
total). Os demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 10% do total de trechos
em Classe 4. Ressalta-se que a
influência de Guaxupé no rio
homônimo ultrapassa o limite
entre a GD 03 e a UGRHI 04.
GD 04
257 km (6,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, sempre ao entorno
das áreas urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Cambuquira, Campanha,
Cruzília e São Lourenço, que
juntos somam 113 km de
trechos em Classe 4 (44% do
total).
97 km (2,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Cambuquira,
Campanha e Cruzília,
representando,
respectivamente, 18,2%,
18,9% e 20,6% dos trechos
em Classe 4 (56 km, 58% do
total).
152 km (3,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Campanha
(14,8% do total), Cruzília
(14,2% do total) e São
Lourenço (13,4% do total),
somando juntos 64,5 km dos
trechos em Classe 4 (42,5%
do total).
86 km (2,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Cambuquira
(14,4% do total), Campanha
(21,2% do total) e Cruzília
(17,0% do total), somando
juntos 45 km dos trechos em
Classe 4 (52,5% do total).
79 km (1,8% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
no entorno das áreas urbanas
de alguns municípios.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Cambuquira
(12,8% do total), Campanha
(23,2% do total), Cruzília
(18,6% do total), e São Thomé
das Letras (12,1% do
total),somando juntos 53 km
dos trechos em Classe 4 (67%
do total).
Continua...
-53-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
...Continuação.
QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
GD 05
382 km (7,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Cambuí, Elói
Mendes, Pouso Alegre e São
Gonçalo do Sapucaí, que
juntos somam 139,5 km de
trechos em Classe 4 (36,5%
do total), sendo que a
influência deste último
ultrapassa o limite entre a GD
05 e a GD 04.
212 km (3,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios que contribuem
com 5% a 10% do total de
trechos em Classe 4, como
Cambuí, Conceição dos
Ouros, Elói Mendes,
Paraisópolis, Pouso Alegre e
São Gonçalo do Sapucaí.
Ressalta-se que a influência de
São Gonçalo do Sapucaí
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a GD 04.
255 km (4,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios que contribuem
com 5% a 10% do total de
trechos em Classe 4, como
Cambuí, Conceição dos
Ouros, Elói Mendes, Maria da
Fé, Paraisópolis, Pouso Alegre
e São Gonçalo do Sapucaí.
Ressalta-se que a influência de
São Gonçalo do Sapucaí
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a GD 04.
229 km (4,2% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Elói Mendes,
em ETE do ribeirão Mutuca, e
Pouso Alegre, com duas ETEs
no rio Sapucaí-Mirim,
contribuem respectivamente
com 8,1% e 10,6% do total de
trechos em Classe 4 (43 km,
19% do total). Os demais
trechos são distribuídos entre
municípios que contribuem
com menos de 5% do total de
trechos em Classe 4. Ressalta-
se que a influência de São
Gonçalo do Sapucaí
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a GD 04.
175 km (3,2% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno e
seguindo a jusante das áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana dos
municípios de Elói Mendes,
em ETE do ribeirão Mutuca, e
Pouso Alegre, com duas ETEs
no rio Sapucaí-Mirim,
contribuem respectivamente
com 8,9% e 11,1% do total de
trechos em Classe 4 (35 km,
20% do total). Os demais
trechos são distribuídos entre
municípios que contribuem
com menos de 5% do total de
trechos em Classe 4. Ressalta-
se que a influência de São
Gonçalo do Sapucaí
ultrapassa o limite entre a GD
03 e a GD 04.
GD 06
459 km (12,8% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana e
indústrias de laticíneos e
metalurgia em Poços de
Caldas (122 km, 26,6% do
total). Outros 124 km de
trechos em Classe 4 (27% do
total) são distribuídos entre os
municípios de Andradas,
Ipuiúna, Monte Sião e Ouro
Fino. Ressalta-se que a
influência de Andradas no rio
Jaguari-Mirim ultrapassa o
limite entre a GD 06 e a
UGRHI 09, assim como a de
Poços de Caldas no rio
lambari, que deságua no Rio
Pardo, ultrapassa o limite com
a UGRHI 04.
185 km (5,1% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Andradas, e esgotamento
sanitário e indústria de
laticíneos em Poços de
Caldas, lançados no ribeirão
das Antas e no rio Lambari,
que contribuem com 16,1% e
13,9%, respectivamente, do
total de trechos em Classe 4
(55 km, 30% do total).
253 km (7,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Andradas (16,7% do total),
esgotamento de Ouro Fino,
lançado pela ETE no ribeirão
Ouro Fino (12,4% do total) e
indústria de laticíneos e
esgotamento sanitário de
Poços de Caldas, lançados no
ribeirão das Antas e no rio
Lambari, contibuindo com
10,2% do total de trechos em
Classe 4 (99,5 km, 39% do
total). Ressalta-se que a
influência de Andradas no rio
Jaguari-Mirim ultrapassa o
limite entre a GD 06 e a
UGRHI 09.
166 km (4,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Andradas (12,6% do total),
esgotamento de Monte Sião,
lançado pela ETE no rio das
Pedras (7,4% do total) e
indústria de laticíneos e
esgotamento sanitário de
Poços de Caldas, lançados no
ribeirão das Antas e no rio
Lambari, contibuindo com
15,5% do total de trechos em
Classe 4 (59 km, 36% do
total).
133 km (3,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Andradas (10,2% do total),
esgotamento de Monte Sião,
lançado pela ETE no rio das
Pedras (9,2% do total) e
indústria de laticíneos e
esgotamento sanitário de
Poços de Caldas, lançados no
ribeirão das Antas e no rio
Lambari, contibuindo com
19,3% do total de trechos em
Classe 4 (51,5 km, 39% do
total).
Continua...
-54-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
...Continuação.
QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
GD 07
514 km (8,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Passos e São Sebastião do
Paraíso, que contribuem com
14,2% e 32,6%,
respectivamente, do total de
trechos em Classe 4 (240,5
km, 47% do total).
153 km (2,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Passos, lançado pela ETE no
ribeirão Bocaína, e São
Sebastião do Paraíso, que
contribuem com 17,9% e
29,8%, respectivamente, do
total de trechos em Classe 4
(73 km, 48% do total).
290 km (4,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das áreas urbanas.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Passos, lançado pela ETE no
ribeirão Bocaína, e São
Sebastião do Paraíso, que
contribuem com 9,4% e
34,4%, respectivamente, do
total de trechos em Classe 4
(127 km, 44% do total).
Idem ao Cenário Tendencial
Idem ao Cenário Acelerado
GD 08
499 km (5,4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados especialmente
no extremo leste da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana e
indústrias de fertilizantes e
abate de animais em Uberaba
(356 km, 71% do total).
185 km (2,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
devido aos efluentes
domésticos de Uberaba que,
no futuro, estarão
concentrados em três ETEs
nos córregos das Toldas,
Desbarrancado e Jaú, e nos
lançamento de indústrias de
fertilizantes e abate de
animais (96 km, 52% do
total), da cidade de Iturama
no córrego Santa Rosa (31,3
km, 16,9% do total) e da
cidade de Itapagipe no
córrgeo Maia D' Alta (30,8
km, 16,6%).
Idem ao Cenário Tendencial
201 km (2,2% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
devido aos efluentes
domésticos de Uberaba que,
no futuro, estarão
concentrados em três ETEs
nos córregos das Toldas,
Desbarrancado e Jaú, e nos
lançamentos de indústrias de
fertilizantes e abate de
animais (105 km, 52,5% do
total), da cidade de Iturama
no córrego Santa Rosa (31
km, 15,4% do total) e da
cidade de Itapagipe no
córrgeo Maia D' Alta (30 km,
15,1%).
188 km (2,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
devido aos efluentes
domésticos de Uberaba que,
no futuro, estarão
concentrados em três ETEs
nos córregos das Toldas,
Desbarrancado e Jaú, e nos
lançamentos de indústrias de
fertilizantes e abate de
animais (96 km, 51% do
total), da cidade de Iturama
no córrego Santa Rosa (32
km, 16,9% do total) e da
cidade de Itapagipe no
córrgeo Maia D' Alta (31 km,
16,6%).
UGRHI 01
141 km (38% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na área central
da UGH. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Campos do Jordão (136 km,
96% do total).
15 km (4,1% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados no lançamento
de um único município.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Campos do Jordão, lançado
pela ETE no rio Sapucaí-
Guaçu (15 km, 100% do
total).
Idem ao Cenário Tendencial
Idem ao Cenário Tendencial
Idem ao Cenário Acelerado
Continua...
-55-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
...Continuação.
QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
UGRHI 04
416 km (8,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Cravinhos, São José do Rio
Pardo, São Simão e Tambaú,
que juntos somam 140 km de
trechos em Classe 4 (33,6%
do total). Descatam-se
também os reflexos dos
lançamentos de esgotamento
sanitário de Guaxupé (GD
03), no rio Guaxupé, e de
Poços de Caldas (GD 06), no
rio Pardo.
268 km (5,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana de Cravinhos,
contribuindo com 13,1% do
total (35,1 km). Também
destacam-se o esgotamento
sanitário de Santa Rosa de
Viterbo (21,5 km, 8% do total)
e o esgotamento e
lançamento de indústria
alimentícia em São José do
Rio Pardo, que somam 19 km
de trechos em Classe 4 (7,1%
do total). Nota-se também o
reflexo dos lançamentos de
esgotamento sanitário de
Guaxupé (GD 03), no rio
Guaxupé.
302 km (6,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana do municípios de
Cravinhos, contribuindo com
11,6% do total (35 km).
Também destacam-se o
esgoamento sanitário e o
lançamento de indústria
alimentícia em São José do
Rio Pardo, que somam 27,5
km de trechos em Classe 4
(9,1% do total) e o
esgotamento de Tambaú (25
km, 8,3% do total). Nota-se
também o reflexo dos
lançamentos de esgotamento
sanitário de Guaxupé (GD
03), no rio Guaxupé.
250 km (5,3% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Cravinhos e Ribeirão Preto,
contribuindo com 14,0% e
6,5% do total (20,6%, 51,5
km). Também destacam-se o
esgotamento sanitário de
Altinópolis (17 km, 6,9% do
total), e em Santa Rosa de
Viterbo, lançado pelas duas
ETEs nos córregos Bibiano e
Caçador (26,5 km, 10,6% do
total). Nota-se também o
reflexo dos lançamentos de
esgotamento sanitário de
Guaxupé (GD 03), no rio
Guaxupé.
229 km (4,8% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Cravinhos e Ribeirão Preto,
contribuindo com 15,3% e
7,2% do total (22,5%, 51,5
km). Também destacam-se o
esgotamento sanitário Santa
Rosa de Viterbo, lançado
pelas duas ETEs nos córregos
Bibiano e Caçador (26,5 km,
11,6% do total). Nota-se
também o reflexo dos
lançamentos de esgotamento
sanitário de Guaxupé (GD
03), no rio Guaxupé.
UGRHI 08
276 km (6,1% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais (74,5 km, 27% do
total), Franca (36 km, 13% do
total), Pedregulho (24 km,
8,8% do total) e São Joaquim
da Barra (26 km, 9,5% do
total), que juntos somam 161
km de trechos em Classe 4
(58% do total).
168 km (3,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais, que representa
21,3% dos trechos em Classe
4 (35,8 km). Também
destacam-se as contribuições
do lançamento das ETEs dos
municípios de Franca, no
córrego Santa Bárbara (19,3
km, 11,5% do total), e em
Pedregulho, no córrego da
Cascata (20,7 km, 12,3% do
total).
178 km (3,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais, que representa
20,2% dos trechos em Classe
4 (36 km). Também
destacam-se as contribuições
do lançamento das ETEs dos
municípios de Franca, no
córrego Santa Bárbara (29,5
km, 16,6% do total), e em
Pedregulho, no córrego da
Cascata (24,4 km, 13,7% do
total).
159 km (3,5% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais, que representa
22,6% dos trechos em Classe
4 (35,7 km). Também
destacam-se as contribuições
do lançamento das ETEs dos
municípios de Franca, no
córrego Santa Bárbara (19,3
km, 12,2% do total), e em
Pedregulho, no córrego da
Cascata (21,1 km, 13,3% do
total).
155 km (3,4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
esparsamente distribuídos
pela UGH, no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Batatais, que representa
23,1% dos trechos em Classe
4 (35,8 km). Também
destacam-se as contribuições
do lançamento das ETEs dos
municípios de Franca, no
córrego Santa Bárbara (24,6
km, 15,9% do total), e em
Pedregulho, no córrego da
Cascata (20,6 km, 13,3% do
total).
Continua...
-56-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
...Continuação.
QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
UGRHI 09
981 km (12,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas porções
sudeste e noroeste da UGH,
de modo geral no entorno das
sedes urbanas. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário da área
urbana dos municípios de
Araras (7,2% do total), Leme
(8,1% do total), Moji-Mirim e
Mogi-Guaçu (9,0% do total) e
Porto Ferreira (6,2% do total),
que juntos somam 300 km de
trechos em Classe 4 (30,5%
do total). Os demais trechos
são distribuídos entre
municípios que contribuem
com menos de 5% do total de
trechos em Classe 4.
492 km (6,4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na porção
sudeste da UGH, de modo
geral no entorno das sedes
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário e lançamentos
industriais na área urbana de
Moji-Mirim e Mogi-Guaçu,
que juntos somam 57 km de
trechos em Classe 4 (11,6%
do total). Também destaca-se
o esgotamento sanitário de
Araras, lançado pela ETE no
ribeirão das Araras, e o
lançamento de Usina
Sucroalcooleira no ribeirão do
Pinhal, somando 29,0 km de
trechos em Classe 4 no
município (5,9% do total). Os
demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 5% do total de trechos em
Classe 4.
522 km (6,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na porção
sudeste da UGH, de modo
geral no entorno das sedes
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário e lançamentos
industriais na área urbana de
Moji-Mirim e Mogi-Guaçu,
que juntos somam 66 km de
trechos em Classe 4 (12,7%
do total). Também destaca-se
o esgotamento sanitário de
Araras, lançado pela ETE no
ribeirão das Araras, e o
lançamento de Usina
Sucroalcooleira no ribeirão do
Pinhal, somando 29,3 km de
trechos em Classe 4 no
município (5,6% do total). Os
demais trechos são
distribuídos entre municípios
que contribuem com menos
de 5% do total de trechos em
Classe 4.
458 km (5,9% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das sedes urbanas de
alguns municípios. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário na área
urbana de Araras, lançado
pela ETE no ribeirão das
Araras, e o lançamento de
Usina Sucroalcooleira no
ribeirão do Pinhal, somando
28,8 km de trechos em Classe
4 no município (6,3% do
total). Destaca-se também, em
São João da Boa Vista, o
lançamento da ETE no rio
Jaguari-Mirim, refletindo em
22,9 km de trechos em Classe
4 (5,0% do total). Os demais
trechos são distribuídos entre
municípios que contribuem
com menos de 5% do total de
trechos em Classe 4.
418 km (5,4% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
distribuídos pela UGH, no
entorno das sedes urbanas de
alguns municípios. Principais
fontes de carga poluente:
esgotamento sanitário na área
urbana de Araras, lançado
pela ETE no ribeirão das
Araras, e o lançamento de
Usina Sucroalcooleira no
ribeirão do Pinhal, somando
28,8 km de trechos em Classe
4 no município (6,89% do
total). Destacam-se também,
o lançamento da ETE no rio
Jaguari-Mirim em São João da
Boa Vista, refletindo em 20,0
km de trechos em Classe 4
(4,8% do total), e em Leme, o
lançamento da ETE no
ribeirão do Meio, como
consequência de 20,5 km de
trechos em Classe 4 (4,9% do
total).
UGRHI 12
242 km (7,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na área centro-
sul da UGH, principalmente
no entorno das maiores áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Bebedouro, impactando em
136 km de trechos em Classe
4 (56% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano em Barretos (40 km,
16,5% do total), e os
lançamento industriais em
Colina (12 km, 5% do total da
UGH).
133 km (4,2% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na área centro-
sul da UGH, principalmente
no entorno das maiores áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Bebedouro, com ETE no
córrego Mandembo,
impactando em 69 km de
trechos em Classe 4 (52% do
total da UGH). Destacam-se
também as contribuições do
esgotamento urbano em
Barretos, lançados no rio
Barro Preto, rio das Pedras e
córrego Pitangueiras (40 km,
30% do total), e os
lançamento industriais em
Colina, no córrego da Estiva
(12 km, 9% do total da UGH).
146 km (4,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados na área centro-
sul da UGH, principalmente
no entorno das maiores áreas
urbanas. Principais fontes de
carga poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
Bebedouro, com ETE no
córrego Mandembo,
impactando em 73 km de
trechos em Classe 4 (50% do
total da UGH). Destacam-se
também as contribuições do
esgotamento urbano em
Barretos, lançados no rio
Barro Preto, rio das Pedras e
córrego Pitangueiras (40 km,
27,5% do total), e os
lançamento industriais em
Colina, no córrego da Estiva
(12 km, 8,3% do total da
UGH).
Idem ao Cenário Tendencial
Idem ao Cenário Acelerado
Continua...
-57-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os Instrumentos de Gestão
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...Continuação.
QUADRO 4.1 – BALANÇO HÍDRICO QUALITATIVO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS CRÍTICAS NA BACIA DO RIO GRANDE, CAUSAS E PERSPECTIVAS FUTURAS
COMPONENTE QUALITATIVO
UGH
Diagnóstico Cenário Tendencial - 2030 Cenário Moderado - 2030 Cenário Acelerado - 2030 Cenário Contingência - 2030
Áreas Críticas Áreas Críticas
Conflitos pelo uso dos
recursos hídricos (em
comparação ao
Cenário Atual)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Tendencial)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Moderado)
Áreas Críticas
Conflitos pelo uso
dos recursos hídricos
(em comparação ao
Cenário Acelerado)
UGRHI 15
1403 km (18,7% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades fronteiriças, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 285
km de trechos em Classe 4
(20,3% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama,
Catanduva, Catiguá e Uchoa,
lançados no rio São Domingos
(140 km, 10% do total).
1020 km (13,6% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades fronteiriças, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 219
km de trechos em Classe 4
(21,5% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama e
Catanduva, lançados no rio
São Domingos (64 km, 6,3%
do total), e o esgotamento
sanitário de Votuporanga,
lançado após ETE no ribeirão
do Marinheiro (56 km, 5,5%
do total).
1090 km (14,5% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades fronteiriças, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 245
km de trechos em Classe 4
(22,5% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama e
Catanduva, lançados no rio
São Domingos (67 km, 6,2%
do total).
1048 km (14,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades fronteiriças, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 240
km de trechos em Classe 4
(23% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama e
Catanduva, lançados no rio
São Domingos (57 km, 5,4%
do total), e o esgotamento
sanitário de Votuporanga,
lançado após ETE no ribeirão
do Marinheiro (60 km, 5,7%
do total).
978 km (13,0% da UGH) de
trechos com concentração de
DBO > 10 mg/L (Classe 4),
concentrados nas regiões
central e sul da UGH.
Principais fontes de carga
poluente: esgotamento
sanitário da área urbana de
São José do Rio Preto e
cidades fronteiriças, cujos
efluentes são lançados no rio
Preto, impactando em 226
km de trechos em Classe 4
(23,1% do total da UGH).
Destacam-se também as
contribuições do esgotamento
urbano de Pindorama e
Catanduva, lançados no rio
São Domingos (60 km, 6,1%
do total), e o esgotamento
sanitário de Votuporanga,
lançado após ETE no ribeirão
do Marinheiro (56 km, 5,7%
do total).
Elaboração ENGECORPS, 2016
-58-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão – Anexo II
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
4.6 COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS
A ANA vem discutindo propostas de novos modelos de cobrança pelo uso dos recursos
hídricos, que sejam radicalmente diferentes dos atuais cujo alcance é muito limitado em
termos de induzir um comportamento racional de consumo ou de incentivar a conservação e
preservação dos recursos hídricos. As diretrizes a serem consideradas na elaboração deste novo
modelo são as seguintes:
(i) Que a base da cobrança seja construída a partir da identificação de intervenções e/ou
de mecanismos de incentivos que produzam impactos positivos sobre a gestão e uso
dos recursos hídricos;
(ii) As intervenções na bacia a serem custeadas com os valores arrecadados pela cobrança
devem ser aquelas dirigidas para solução dos problemas identificados, tais como, por
exemplo, melhorias tecnológicas para redução de demandas visando dirimir conflitos
localizados em microbacias ou conjunto delas, tratamento de efluentes, implantação
de projetos para controle de erosão etc.;
(iii) O coeficiente utilizado na fórmula da cobrança com o objetivo de representar o grau
de comprometimento das disponibilidades hídricas deve ter variações sazonais e
espaciais, a depender das condições de severidade das estiagens e da localização das
áreas mais conflituosas em termos dos balanços hídricos; trata-se de coeficiente a ser
calculado anualmente, com base nos dados de atualização da conjuntura dos recursos
hídricos da bacia (ver Meta 5 do objetivo para implementar o sistema de informações);
(iv) Os mecanismos de incentivo podem ser dirigidos a apoiar o setor privado por meio de
transferências tais como o pagamento por serviços ambientais – PSA, e o pagamento
pelos efluentes tratados de estabelecimento industriais;
(v) As intervenções e/ou mecanismos de incentivos, sempre que for possível, devem ter
seus benefícios quantificáveis e seus usuários beneficiados identificados. Desta forma
será possível avaliar os efeitos reais, na bacia, da aplicação dos recursos arrecadados e
monitorar seus impactos;
(vi) O custo da base de cobrança a ser recuperado junto aos usuários deve incluir além
dos custos das intervenções e/ou mecanismos de incentivo o custo de funcionamento
da Agência da Bacia13
. A inclusão obrigatória deste último custo corresponde a uma
forma de garantir um piso para a sustentabilidade da Agência;
(vii) Podem ser formuladas diversas bases de cobrança, sendo escolhida aquela que tenha a
maior relação benefício/custo ou que o custo por usuário seja o menor possível e que
permita a viabilidade econômico-financeira da agência de bacia/entidade delegatária;
13
A Agência de Bacia deve ser custeada com recursos da cobrança. Ver Lei Federal nº 9.433/1997 - Arts. 22º e
43º; Lei Estadual SP nº 10.020/1998 - Art 8º; Lei Estadual MG nº 13.199/1999 - Art. 28º. Essas leis definem,
inclusive, o percentual do total arrecadado com a cobrança que deve ser aplicado para o custeio da Agência de
Bacia.
-59-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão – Anexo II
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
(viii) O repasse aos usuários finais destes custos por meio de Preços Unitários Básicos (PUBs)
será feito considerando fatores de diferenciação que tomem em conta a escassez
relativa dos recursos hídricos e a respectiva capacidade de pagamento ou curva de
demanda de cada usuário;
(ix) A definição de preços diferenciados entre os usuários poderá contemplar também
subsídios cruzados entre usos como forma de garantir os objetivos de equidade;
(x) Os PUBs devem ter uma fórmula de correção monetária anual de aplicação
automática e uma revisão de seus valores unitários quando houver uma modificação
bastante significativa na base de cobrança pelo incremento de intervenções e ou
introdução de novos mecanismos de incentivo.
Finalmente, considerando que o processo de implementação da cobrança tem uma duração
longa, recomenda-se que seu início se dê em curto prazo, na medida do possível. Neste
sentido, indicam-se a seguir algumas diretrizes que podem acelerar o referido processo:
(i) A credibilidade do processo de início da cobrança depende das formas pelas quais é
conduzida a interação com os usuários – contatos permanentes e transparência;
(ii) É recomendável a instalação de um Grupo de Trabalho no âmbito do CBH-Grande e
CBHs-Bacias Afluentes para discussão do processo de implementação da cobrança,
logo após a aprovação do PIRH-Grande;
(iii) A proposta de cobrança deverá ser discutida nesses grupos de trabalho antes de ser
submetida à plenária do CBH-Grande (ver Meta 1 do objetivo implementar a cobrança
pelo uso dos recursos hídricos em toda a bacia);
(iv) No processo de discussão do Grupo de Trabalho, é recomendável avaliar a disposição
a pagar do usuário e a viabilidade da implementação e operacionalização da proposta
de cobrança, evitando impor valores prévios que não sejam aceitáveis;
(v) A fórmula da cobrança deve ser esclarecida de maneira exaustiva, evitando-se
contestações de isonomia entre usuários similares;
(vi) Os condutores do processo devem possuir conhecimento do problema;
(vii) Quando iniciado o processo de cobrança pelo lançamento de efluentes, recomenda-se
adotar a carga de DBO, somente;
(viii) A experiência de adotar cobrança progressiva mostrou-se satisfatória em outras bacias
hidrográficas. A forma e o ritmo da progressividade devem ser estabelecidos pelo
Comitê com base na negociação com os usuários;
(ix) Deve ser disponibilizada uma planilha de simulação em site da Internet, para permitir
ao usuário o cálculo de seus valores;
-60-
Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão – Anexo II
ENGECORPS
1317-ANA-03-RH-RP-0004
(x) Somente iniciar a emissão dos boletos (último ato antes do efetivo início da cobrança),
quando os dados de cadastro específico de cobrança estiverem consistidos e
consolidados, sob pena de prejuízo de sua aceitação e credibilidade;
(xi) Recomenda-se a implementação de uma Campanha de Divulgação voltada a toda a
população da bacia, porém, com ênfase no contato direto com os usuários, com apoio
de material de divulgação dirigido;
(xii) A estratégia de abordagem deve ser a de privilegiar informações sobre as vantagens a
serem auferidas com a cobrança, apresentando-se, por exemplo, os alvos dos
benefícios resultantes, em consonância com o que prevê o presente PIRH-Grande.
4.7 COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS
Uma das formas de promover a proteção dos recursos hídricos é a criação de Unidades de
Conservação – UCs; nas UCs de proteção integral não são admitidos quaisquer usos, além da
preservação dos ecossistemas terrestres e aquáticos, restringindo-se, portanto, as atividades
econômicas desenvolvidas no local. Essas áreas, por se tornarem indisponíveis para fins
produtivos deixam de gerar renda e, portanto, também de gerar tributos para os municípios em
que se localizam, que passam a demandar uma compensação financeira por esta perda.
Além das UCs de proteção integral, os municípios que possuem em seu território reservatórios
para geração de energia hidrelétrica também são afetados pela perda de áreas produtivas e,
por consequência, de tributos por elas gerados.
Atualmente, existem dois instrumentos de compensação aos municípios: o Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços Ecológico (ICMS Ecológico) e a
Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH).
O ICMS Ecológico é um mecanismo tributário que possibilita aos municípios ter acesso a
parcelas maiores que aquelas às quais já têm direito, dos recursos financeiros arrecadados pelos
estados através do ICMS, em razão do atendimento de determinados critérios ambientais
estabelecidos em leis estaduais. Entretanto, esses critérios ambientais podem ser ampliados
para considerar outros fatores, como a gestão de recursos hídricos, resíduos sólidos, o
tratamento de esgotos e outros, determinados de acordo com cada lei estadual.
O estado de São Paulo por meio da Lei n. º 8.510, de 1993 instituiu o mecanismo do ICMS
Ecológico de modo a destinar 0,5% do ICMS em função de espaços territoriais especialmente
protegidos existentes nos municípios. Em Minas Gerais, a Lei nº 12.040/95 definiu os critérios
de distribuição do ICMS, com objetivo de reduzir as diferenças econômicas e sociais entre os
municípios e incentivar a aplicação de recursos na área social. Um dos aspectos importantes da
experiência mineira é a integração do ICMS Ecológico nas metas do estado para a questão
ambiental, resultando em que a sua efetividade seja muito maior, diferentemente de possuir o
mecanismo de incentivo como somente mais um instituto jurídico no ordenamento legal do
estado.
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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão – Anexo II
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A Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos para Fins de Geração de
Energia Elétrica – CFURH foi instituída pela Constituição Federal de 1988 e trata-se de um
percentual que as concessionárias de geração hidrelétrica pagam pela utilização de recursos
hídricos. A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL gerencia a arrecadação e a
distribuição dos recursos entre os beneficiários: Estados, Municípios e órgãos da administração
direta da União.
Os percentuais devidos como compensação financeira foram estabelecidos no Art. 17 da Lei
9.648/1998 e revisados recentemente pela Lei 13.360/201614
. Na prática, as concessionárias
pagam 7% do valor da energia produzida a título de Compensação Financeira. O total a ser
pago é calculado segundo uma fórmula padrão:
CF = 7% x energia gerada no mês x Tarifa Atualizada de Referência – TAR.
Do total arrecadado com a geração de energia elétrica, 6,25% são distribuídos entre os Estados,
Municípios e órgãos da administração direta da União e 0,75% são destinados ao Ministério do
Meio Ambiente, para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema
Nacional de Recursos Hídricos. A TAR é definida anualmente por meio de Resolução
Homologatória da ANEEL.
Conforme estabelecido na Lei Federal nº 8.001/1990, com modificações dadas pelas Leis nº
9.433/97, nº 9.984/00 e nº 9.993/00, do total devido às esferas governamentais, 45% dos
recursos são destinados aos Municípios atingidos pelos reservatórios das UHEs, 45% aos Estados
e 10% à União. O percentual de 10% que cabe à União é dividido entre o Ministério de Meio
Ambiente, Recursos Hídricos e Amazônia Legal (3%); o Ministério de Minas e Energia (3%) e
para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (4%), administrado pelo
Ministério da Ciência e Tecnologia.A bacia do rio Grande apresenta 16 Reservas Particulares
do Patrimônio Natural (RPPNs) e 46 Unidades de Conservação, sendo 29 UCs de proteção
integral e 17 de uso sustentável. Entretanto todas essas áreas em geral são de pequeno porte,
tendo em vista que a área coberta pelas mesmas é de aproximadamente 7% da área total da
bacia15
. Os municípios que possuem estas áreas já estão sendo compensados pelos dois
instrumentos existentes. Entretanto, dado que os critérios de distribuição do ICMS Ecológico
contemplam apenas aspectos ambientais e que a CFGEE contempla área alagadas fica
pendente a questão da compensação das áreas não alagadas que se tornaram indisponíveis
para fins de proteção e conservação de recursos hídricos de todos os municípios da bacia.
Para sanar esta lacuna ao nível de planejamento estadual, parece não haver qualquer iniciativa
por parte do estado de São Paulo. Entretanto, o Plano Estadual de Recursos Hídricos de Minas
Gerais (PERH/MG) em suas recomendações para Novos Instrumentos Econômicos de Gestão
de Recursos Hídricos em Minas Gerais indica.
14
Segundo esta lei, o recolhimento da CFURH passou a ser obrigatório para PCHs, a partir da prorrogação da outorga.
15 Apenas a UGH Mantiqueira (UGRHI 01) apresenta quase a totalidade de sua área protegida em Unidades de Conservação; contudo, todas
as demais UGHs paulistas possuem menos de 1% de seu território inserido em UCs. Na vertente mineira da bacia do rio Grande, as UGHs
Mogi Guaçu/Pardo (GD 6) e Vertentes do rio Grande (GD 2) também apresentam menos de 1% da sua área protegida em Unidades de
Conservação.
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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
Instrumentos de Gestão – Anexo II
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Note-se que as iniciativas estão fortemente apoiadas em dois principais pilares,
quais sejam: (i) no campo institucional, as iniciativas que efetivamente funcionam
são aquelas que contam com o apoio de um órgão de Governo ― como “tutor” do
programa. Portanto, a aplicação do ICMS-Ecológico, como forma de compensação
financeira a municípios, poderá ocorrer mediante inserção ativa do IGAM; e (ii) a
fonte de recursos para os pagamentos deve ser contínua e assegurada. Isto posto,
fica patente que o PERH/MG não poderá prescindir de um programa específico
voltado ao Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que contará com a
possibilidade de aprimorar os critérios atuais e ampliar os montantes redistribuídos
aos municípios, via ICMS-Ecológico, como forma de compensação financeira a
municípios. Importa destacar que a definição dos novos critérios de alocação do
ICMS-Ecológico deve ser debatida no âmbito dos Comitês de Bacias, de modo a
identificar os fatores regionais relevantes e legitimar sua adoção.
Paralelamente a estes mecanismos fiscais que estão sendo utilizados existem mecanismos
financeiros do tipo Fundos de Água (FA) que são estimulados pela The Nature Conservancy
(TNC) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Este tipo de mecanismo é um
modelo inovador de conservação a longo prazo que opera por meio de investimentos que se
concentram em um único fundo cujos capitais gerados são designados para preservar as terras
essenciais das bacias hidrográficas, por meio de ações de conservação, sendo que seus
principais acionistas são os usuários dos recursos.
Em geral, fazem parte desses fundos as empresas concessionárias de água, grandes
consumidores de água e, em alguns casos, a NTC e o BID. Estes acionistas fazem a
integralização do capital inicial do fundo e contribuem ao longo de sua existência. Os recursos
do fundo são fundamentalmente alocados para o pagamento de serviços ambientais (PSA). No
Brasil já existem implantados cinco desses fundos, sendo dois no estado de São Paulo. Nos
Fundos de Água paulistas implementados no PCJ e na bacia do Alto Tietê, o principal objetivo
é ampliar o conceito de produção de água para garantir a conservação e restauração da
vegetação por meio do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).
Dentro deste quadro, podem-se visualizar duas diretrizes de ação para a implementação de
mecanismos de compensação aos municípios na bacia do rio Grande:
A primeira seria seguir a diretriz do PERH/MG, ou seja, criar “um programa específico
voltado ao Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que contará com a possibilidade de
aprimorar os critérios atuais e ampliar os montantes redistribuídos aos municípios, via
ICMS-Ecológico, como forma de compensação financeira a municípios”. Neste sentido, está
definida uma meta associada ao objetivo do PIRH dirigido a solucionar passivos ambientais
relacionados aos recursos hídricos voltada à identificação de áreas prioritárias na bacia para
implementação de projetos de PSA (ver item 3.3.4 do Capítulo 3 deste relatório - Meta 1);
e
A segunda diretriz seria estruturar e criar um Fundo de Águas para a Bacia do Rio Grande.
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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
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A primeira diretriz aparentemente não apresenta grandes dificuldades de ser implementada,
devendo, contudo, ser estabelecidas salvaguardas para que ela possa efetivamente funcionar na
prática.
A segunda diretriz esbarra na dificuldade de encontrar uma fonte de recursos que alimente
permanentemente o fundo que venha a ser criado. A cobrança de um encargo setorial como o
CFGEE, por exemplo, poderia ser uma solução. Entretanto, atualmente não existe viabilidade
política para a criação de um novo imposto dado o nível de carga tributária que o País já
enfrenta. Contudo, tendo em conta o potencial de receita que se prevê pela cobrança pelo
uso dos recursos hídricos na bacia, poderia ser avaliada a possibilidade de que o Fundo
pudesse ser alimentado por parte da receita da cobrança.
Seria importante que o Fundo a ser criado pudesse ser mais amplo que os Fundos de Águas,
podendo, por exemplo, além de pagar por serviços ambientais, compensar os municípios,
oferecer contrapartida aos investimentos de interesse comum da bacia e custear projetos de
Pesquisa e Desenvolvimento - P&D.
Neste sentido, considera-se importante aprofundar a análise das duas diretrizes anteriormente
mencionadas para melhor definir o mecanismo de compensação a ser implementado,
mediante a avaliação de aspectos tais como:
As possíveis necessidades de contrapartida de financiamento das intervenções de interesse
da bacia, sejam elas, entre outras, as de conservação dos recursos hídricos, as de
saneamento urbano e rural e as de tratamento de efluentes industriais;
A projeção dos serviços ambientais que poderão ser demandados e de projetos de P&D
que poderão ser desenvolvidos.
Com base nessas demandas, poderá ser analisada a viabilidade da criação do Fundo de Águas,
bem como as atividades que ele poderá apoiar.
4.8 SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS
A implementação do Sistema de Informações sobre recursos hídricos para a bacia do rio
Grande se reveste de grande relevância, de forma a viabilizar a divulgação de informações
atualizadas sobre aspectos técnicos e de gestão de recursos hídricos para a sociedade da bacia
e demais interessados. Com isso, os avanços no processo de gestão, bem como o cumprimento
dos objetivos e metas do PIRH-Grande poderão ser permanentemente monitorados.
Nesse sentido, propõe-se que as bases de dados georreferenciados da bacia do rio Grande,
geradas pelo presente PIRH sejam armazenadas e disponibilizadas no Sistema Nacional de
Informações de Recursos Hídricos – SNIRH –, tal como exposto no item 3.2.7 do Capítulo 3
deste relatório, sendo propostas as seguintes diretrizes:
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Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Grande – PIRH-Grande
Produto Parcial PP04 – Objetivos e Metas do PIRH-Grande e Diretrizes e Estudos para os
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Deve ser considerado o acesso às informações de forma pública via rede mundial de
computadores, em link específico de acesso no SNIRH para as informações da bacia do rio
Grande, de forma a dar publicidade para os órgãos gestores de recursos hídricos, para a
futura Agência de Bacia e para os demais interessados, sejam usuários de recursos hídricos
da bacia, seja o público de segmentos técnico-científicos diversos;
Visando promover interfaces, deve ser inserido um link nos sites do CBH-Grande e dos
CBHs das Bacias Afluentes, que remetam os interessados ao link do SNIRH;
As informações de monitoramentos hidrometeorológicos e de qualidade das águas,
inclusive suas séries históricas devem estar disponíveis e atualizadas no banco de dados
inserido no SNIRH;
Devem ser estabelecidos procedimentos de consistência das informações da bacia e
atualização frequente da base de dados, com a periodicidade adequada a cada tipo de
informação disponível;
Recomenda-se que as bases de dados geradas pelo PIRH-Grande sejam consolidadas e
utilizadas pelos órgãos gestores estaduais de São Paulo e Minas Gerais, de modo a obter
uma homogeneidade de informações, facilitando não somente o seu manuseio e
interpretação como também a sua atualização no que se refere aos monitoramentos
hidrometeorológicos e de qualidade das águas, demandas e balanços hídricos etc.;
As atualizações das bases de dados da bacia do rio Grande devem ser feitas após cada
revisão e aprovação dos Planos de Bacias Afluentes e do próprio PIRH-Grande, devendo ter
foco, no mínimo, nos dados gerados nos Pontos de Controle da bacia;
Para a consolidação e homogeneização das bases de dados, devem ser avaliados os
recursos necessários por parte dos órgãos gestores estaduais e discutida com a ANA a
possibilidade de prover o apoio necessário;
As informações técnicas referentes às outorgas e a situação em termos de balanço hídrico
de bacias hidrográficas e microbacias devem ser mantidas atualizadas e divulgadas
anualmente. A divulgação da situação da bacia em termos de balanço e criticidade pode
dar subsídios importantes à atualização do planejamento de usuários, por exemplo, quanto
aos estudos para crescimento de suas atividades e o consequente aumento de suas
demandas, indicando trechos com maior ou menor criticidade;
A legislação de recursos hídricos referente à bacia do rio Grande, notadamente atos legais
editados pelo CBH-Grande e CBHs das Bacias Afluentes deve constar de forma atualizada
no mesmo link do SNIRH para fácil acesso pela sociedade;
Os documentos gerados no âmbito do PIRH Grande e dos Planos das Bacias Afluentes
também devem ser disponibilizados para a sociedade em link específico do SNIRH;
O SNIRH deve considerar, também, a inserção das informações constantes do Plano de
Ações e do Manual Operativo do PIRH Grande e da avaliação de cumprimento das suas
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metas ao longo do tempo, principalmente com o acompanhamento dos indicadores de
desempenho e a disponibilização de seus resultados.
4.9 PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS
Os Planos de Recursos Hídricos são instrumentos de gestão previstos em legislação e devem
constituir um dos balizadores fundamentais para a promoção da sustentabilidade hídrica de
bacias hidrográficas.
No caso de bacias com rios de domínio da União, tais como a do rio Grande, seus planos de
recursos hídricos que vêm sendo desenvolvidos pela ANA têm tido como pressupostos a
elaboração de uma base de dados completa e abrangente sobre a bacia, bem como o foco na
implementação dos demais instrumentos de gestão – outorga, cobrança, e enquadramento dos
corpos d’água, além das questões institucionais e legais envolvidas.
É de grande interesse, também, a elaboração do Manual Operativo do Plano, o MOP, voltado
ao detalhamento de ações executivas que possibilitem a materialização do Plano de Ações já
no curto prazo, documento que vem sendo emitido juntamente com os Planos propriamente
ditos e que tem como principal objetivo evitar que tais Planos constituam uma mera proposta
que nunca venha a se concretizar de fato, problema recorrente no País.
Dessa forma, os Planos Integrados de Recursos Hídricos das bacias de rios de domínio da
União conduzidos pela ANA configuram uma referência e uma fonte de dados rica e
abrangente para dar suporte à elaboração e/ou atualização dos planos de bacias afluentes.
No item 3.2.8 do Capítulo 3 deste relatório, foi apresentada a relação dos Planos das Bacias
Afluentes da Bacia do Rio Grande já elaborados e foi referida a elaboração dos PARHs das
UGHs GD 07 e GD 08, simultaneamente ao PIRH, propondo-se metas para sua atualização,
bem como para a atualização também do próprio PIRH.
Assim, e à luz do que foi acima exposto, as diretrizes recomendadas para a revisão e
atualização dos Planos das Bacias Afluentes são as seguintes, de modo que seja alcançada a
desejada convergência entre o plano da “bacia maior” e os planos das bacias hidrográficas que
a compõem:
Adoção dos objetivos estratégicos e das metas do PIRH-Grande como suporte,
considerando uma linha integradora entre a visão de conjunto da bacia e a visão local;
Utilização das bases de dados geradas pelo PIRH-Grande, que são robustas e atualizadas,
quando da revisão/atualização dos planos, a exemplo do que está sendo feito para
elaboração dos PARHs da GD 07 e da GD 08 e pelo estado de São Paulo;
Apresentação de propostas de intervenções aderentes àquelas recomendadas pelo PIRH-
Grande;
Acompanhamento, por parte dos comitês de cada UGH, da implementação das atividades
constantes do MOP, que representa uma agenda a ser efetivamente cumprida;
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Foco nas propostas para implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos –
outorga, cobrança e enquadramento –, de modo que as ações e medidas indicadas sejam
factíveis, evitando-se a recomendação de inciativas que acabem não se aplicando na
prática, por não serem de atribuição dos órgãos gestores de recursos hídricos estaduais;
Adoção de diretriz compatível com os pressupostos do PIRH-Grande, no que diz respeito à
priorização de ações que resultem em orçamentos para real execução das medidas,
iniciando por menores investimentos e dando prosseguimento por investimentos maiores,
com o passar do tempo; é recomendável propor o que possa ser implementado de fato, em
detrimento de inúmeras ações de grande porte, que muito dificilmente serão
implementadas.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANA, 2004. Estudo técnico nº 16 de apoio ao Plano de Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco. Alocação de Água. Plano Decenal de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco -PBHSF (2004-2013). 53p. 2004.
ANA, 2013. Manual de Procedimentos Técnicos e Administrativos de Outorga de Direito de
Uso de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas. Versão atualizada em
03/12/2014. 252p. 2014.
COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO PONTAL DO PARANAPANEMA, 2014.
Fundamentos para a Implantação da Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos na
UGRHI-22. Junho 2014
TENNANT, D. L., 1976. Instream flow regimens for fish, wildlife, recreation and related
environmental resources. Fisheries 1, p. 6-10.
VON SPERLING, 2005. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. In:
Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias.