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Plano Local de Habitação de Interesse Social Campo Bom / RS Volume Final Dezembro de 2010

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Plano Local de Habitação de Interesse Social

Campo Bom / RS

Volume Final

Dezembro de 2010

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PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO BOM

2

EQUIPE

Município de Campo Bom:

Helena Kern Kwiatkowski – Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação

Olga Maria Leuck - Departamento Jurídico

Carolina Lampert - Departamento Jurídico

Ana Lory Ely Quintana - Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação

Nilva Teresinha Dambros – Secretaria de Educação e Cultura

Irlene Lucia Ackermann Schardong - Secretaria da Saúde

Gisela Maria de Souza - Secretaria do Meio Ambiente

Coordenadora Técnica:

Arq. Raquel Ermel da Silva

Secretário de Desenvolvimento Social e Habitação

Maximilianno Messias de Souza

Prefeito:

Faisal Karam

Arq. Caroline Kuhn

Arq. Débora Becker

Eng. Civil Eveline Pedott

Bacharel em Direito Maria Etelvina B. Guimaraens

Economista Marcelo Pedott

Cientista Social Samuel Thomas Jaenisch

Acadêmica de Arquitetura Rochelle Schneider dos Santos

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LISTA DE SIGLAS

AIS – Área de Interesse Social

AEIS – Área Especial de Interesse Social

APPs – Áreas de Preservação Permanentes

CAD único – Cadastramento único

COREDE – Conselho Regional de Desenvolvimento

CORSAN - Companhia Riograndense de Saneamento

CUB- Custo unitário básico

EHIS – Empreendimento de Interesse Social

FEE - Fundação de Economia e Estatística

FGTS- Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FJP - Fundação João Pinheiro

FMHIS- Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social

FNHIS - Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social

HIS – Habitação de Interesse Social

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDESE - Índice de Desenvolvimento Socioeconômico

IDH – Índice de desenvolvimento Humano

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano

LAbHab-Fupam – Laboratório Habitação Fundação para a Pesquisa em Arquitetura e Ambiente

Mcidades – Ministério das Cidades

Metroplan – Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano Regional

MML – Matriz Marco Lógico

OCDE / CAD – Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico / Comitê de Assistência

para o Desenvolvimento

PAC – Programa de Aceleração do Crescimento

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PCDs – Pessoas com Deficiências

PDDI – Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado

PIB – Produto Interno Bruto

PIBpm -Produto Interno Bruto a Preços de Mercado

PLANHAB – Plano de Nacional de Habitação

PLHIS – Plano Local de Habitação de Interesse Social

PM – Prefeitura Municipal

PNH – Política Nacional de Habitação

PPC - Paridade do Poder de Compra

PPD – Pessoa Portadora de Deficiência

PPNEs – Pessoa Portadora de Necessidades Especiais

RMPA – Região Metropolitana de Porto Alegre

RS – Rio grande do Sul

SBPE – Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo

SM – Salário Mínimo

SNHIS – Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

SNH – Sistema Nacional de Habitação

SNIS – Sistema Nacional de Informações Sanitárias

UH- Unidade Habitacional

VAB – Valor Adicional Bruto

ZPA – Zona de Preservação Ambiental

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Dados do Sistema Nacional de Informações Sanitárias ...................................................................................18 Tabela 1. Déficit Habitacional e Inadequação de Moradias – dados de 2000 ..................................................................22 Tabela 2. Componentes do Déficit habitacional – dados de 2000 ....................................................................................23 Tabela 3. Estimativa do Déficit habitacional futuro ...........................................................................................................24 Tabela 4. Componentes da Inadequação das moradias– dados de 2000 .......................................................................25 Tabela 5. Custos Estimados para a Resolução das Necessidades Habitacionais ...........................................................33 Tabela 6. Custos Futuros Estimados para o ano de 2025 para a Resolução das Necessidades Habitacionais..............34 Tabela 7. Metas de provisão, adequação e urbanização propostas para o PLHIS de Campo Bom ................................51 Tabela 8. Cenário de investimento em habitação no município de Campo Bom .............................................................52

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização de Campo Bom no contexto estadual e regional ...............................................................................12 Figura 2. Número de habitantes rurais e urbanos.................................................................................................................13 Figura 3. Relação entre população rural e urbana ...............................................................................................................13 Figura 4. Evolução do Produto Interno Bruto (PIB) ..............................................................................................................14 Figura 5. Evolução do Produto Interno Bruto per capta (PIBpm) .........................................................................................14 Figura 6. Composição do Valor Adicionado Bruto a preço básico, de 2007 .........................................................................14 Figura 7. Índices de Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE) ........................................................................................15 Figura 8. Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) ..........................................................................................................15 Figura 9. Desigualdade: Índice de L. Theil (0-1) ...................................................................................................................16 Figura 10. Pobreza: % de pessoas pobres ........................................................................................................................16 Figura 11. Pobreza: % de pessoas indigentes ...................................................................................................................16 Figura 12. População Economicamente Ativa: total, rural e urbana. .................................................................................16 Figura 13. População Ocupada: rural e urbana. ................................................................................................................16 Figura 14. Valor do rendimento nominal médio mensal das famílias residentes em domicílios particulares por classes de

rendimento 17 Figura 15. Mapa de suscetibilidade às inundações do Rio dos Sinos ...............................................................................17 Figura 16. Mapa das necessidades habitacionais segundo os moradores da cidade, resultante da oficina realizada na

primeira audiência, de Metodologia, do PLHIS de Campo Bom ...............................................................................................20 Figura 17. Déficit Habitacional ...........................................................................................................................................23 Figura 18. Inadequação de Moradias.................................................................................................................................23 Figura 19. Déficit habitacional por faixas de renda ............................................................................................................23 Figura 20. Faixas de renda que compõem a inadequação ................................................................................................24 Figura 21. Distribuição dos componentes da inadequação habitacional por faixas de renda – dados de 2000................25 Figura 22. Organograma Funcional da Prefeitura de Campo Bom ....................................................................................26 Figura 23. Fluxo dos programas habitacionais no município de Campo Bom ...................................................................27

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SUMÁRIO

EQUIPE .......................................................................................................................................................................................2

LISTA DE SIGLAS ......................................................................................................................................................................3

LISTA DE TABELAS ...................................................................................................................................................................5

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................................................................................6

SUMÁRIO ...................................................................................................................................................................................7

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................................9

1. O PLHIS DE CAMPO BOM .............................................................................................................................................11

2. DIAGNÓSTICO HABITACIONAL ....................................................................................................................................12

2.1. Inserção Regional e Características do Município ...........................................................................................12

2.1.1. CARACTERIZAÇÃO DE CAMPO BOM E SUA REGIÃO ............................................................................12

2.1.2. Dados Demográficos ....................................................................................................................................13

2.1.3. Situação Socioeconômica ............................................................................................................................14

2.1.4. Condicionantes Ambientais ..........................................................................................................................17

2.1.5. Situação dos Domicílios ...............................................................................................................................18

2.2. Atores Sociais ......................................................................................................................................................19

2.3. Necessidades Habitacionais...............................................................................................................................19

2.3.1. Definições ....................................................................................................................................................20

2.3.2. Quantificação das situações de déficit habitacional e a inadequação de moradias ....................................22

2.3.2.1. Déficit Habitacional ..................................................................................................................................23

2.3.2.2. Inadequação de Moradias .......................................................................................................................24

2.4. Condições Institucionais, administrativas e legais ..........................................................................................26

2.4.1. Condições Institucionais – Administrativas ..................................................................................................26

2.4.1.1. Capacidade de aplicação de recursos próprios para melhorias das condições habitacionais ...............26

2.4.1.2. Estrutura Administrativa ..........................................................................................................................26

2.4.2. As Normas Municipais – Diretrizes Gerais ...................................................................................................28

2.4.2.1. Lei Orgânica e legislação precedente ao plano diretor ...........................................................................28

2.4.2.2. Plano Diretor ...........................................................................................................................................29

2.4.2.3. O Sistema de Habitacão de Interesse Social ..........................................................................................29

2.4.2.4. Quadro Geral de política urbana .............................................................................................................30

2.4.3. Conclusão ....................................................................................................................................................31

2.5. Recursos Financeiros .........................................................................................................................................31

2.5.1. Fontes de Recursos .....................................................................................................................................32

2.5.2. Recursos Necessários para resolução das Necessidades Habitacionais ...................................................32

3. PRINCÍPIOS ....................................................................................................................................................................35

4. DIRETRIZES E OBJETIVOS ...........................................................................................................................................37

5. METAS, PROGRAMAS E AÇÕES ..................................................................................................................................42

5.1. Metas, Programas e Ações Normativos ............................................................................................................42

5.1.1. Incluir PPNEs nos EHIS ...............................................................................................................................42

5.1.2. Contabilizar a receita dos diferentes instrumentos de regulação urbana para o FMHIS .............................42

5.1.3. Garantir que sejam aplicados recursos mínimos no setor habitacional anualmente ...................................43

5.1.4. Garantir que o Município possua instrumentos para a implementação do PLHIS .......................................43

5.1.5. Gravar Áreas de Interesse Social (AIS) .......................................................................................................43

5.1.6. Instituir os instrumentos relativos à função social da propriedade previstos no Plano Diretor, ...................43

5.2. Metas, Programas e Ações Institucionais .........................................................................................................43

5.2.1. Promover a integração e desenvolvimento regional, ...................................................................................43

5.2.2. Estruturar o Sistema de Informação Habitacional, .......................................................................................44

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5.2.3. Garantir a provisão de moradia digna, .........................................................................................................44

5.2.4. Conscientizar a população atendida por HIS da importância das questões sanitárias e ambientais, .........44

5.2.5. Garantir que as áreas de preservação permanente e de risco ambiental não sejam ocupadas, ................44

5.2.6. Instituir o acompanhamento e a avaliação pós-ocupação dos programas e ações implementados no

âmbito do PLHIS, ............................................................................................................................................................44

5.2.7. Ampliar o acesso da comunidade ao mercado formal de trabalho, .............................................................45

5.2.8. Ampliar o atendimento de assistência social à população atendida por HIS, ..............................................45

5.2.9. Garantir o atendimento de assistência social de demandas específicas, ....................................................45

5.2.10. Ampliar as possibilidades de Produção de HIS com a utilização de recursos externos, .............................45

5.2.11. Possibilitar a participação popular permanente na política habitacional, .....................................................46

5.2.12. Reestruturar a Prefeitura para a ampliação da capacidade administrativa possibilitando o cumprimento da

Política Habitacional, .......................................................................................................................................................46

5.3. Programas e Ações de Provisão, Adequação e Urbanização .........................................................................46

5.3.1. Linha Programática de Provisão de Unidade Habitacional e Lote Urbanizado ...........................................46

5.3.2. Linha programática de Programa de Reassentamento, ..............................................................................47

5.3.3. Linha Programática de Execução de Programas Integrados, ......................................................................48

5.3.4. Linha Programática de Facilitação de Acesso ao Crédito,...........................................................................48

5.3.5. Linha Programática de Incentivo ao Cooperativismo ...................................................................................49

5.3.6. Linha Programática de Regularização Urbanística e Fundiária. ..................................................................49

5.4. Metas de Provisão, Adequação e Urbanização.................................................................................................50

6. RECURSOS E FONTES DE FINANCIAMENTO ............................................................................................................53

6.1. Fontes de Recursos do Governo Federal..........................................................................................................53

6.1.1. FNHIS – Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social .......................................................................54

6.1.2. FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço .....................................................................................56

6.1.3. SBPE – Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo .............................................................................58

6.2. Fontes de Recursos do Governo Estadual .......................................................................................................59

6.2.1. Programas de Governos relacionados ao Plano Plurianual 2008-2011: .....................................................60

6.2.2. Programa de Governo relacionado a gestão 2011-2014 .............................................................................61

6.3. Fontes de Recursos do Governo Municipal ......................................................................................................62

7. INSTRUMENTOS DE MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E REVISÃO DO PLHIS ........................................................64

7.1. Sistema de Monitoramento e Avaliação do PLHIS ...........................................................................................64

7.1.1. Avaliação ......................................................................................................................................................64

7.1.2. Tipos de avaliação: os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade nas políticas públicas .....................66

7.1.2.1. Avaliações ex-ante ..................................................................................................................................66

7.1.2.2. Avaliações “formativas” – Eficácia e Eficiência .......................................................................................67

7.1.2.3. Avaliações “somativas” - Efetividade ......................................................................................................67

7.1.3. Monitoramento .............................................................................................................................................68

7.1.4. Indicadores para o monitoramento e avaliação do PLHIS ...........................................................................69

7.1.5. Metodologia para o monitoramento e avaliação do PLHIS ..........................................................................70

7.2. Revisão do PLHIS ................................................................................................................................................73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................................................75

ANEXOS ...................................................................................................................................................................................77

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INTRODUÇÃO

A questão habitacional deve ser tratada com muita seriedade pelas administrações municipais e ser

incorporada às políticas de planejamento dos municípios, preferencialmente em consonância com instrumentos

de cumprimento da função social da propriedade, constantes nos Planos Diretores Participativos, e também aos

planos de meio ambiente, saneamento, e transporte.

Através do processo de elaboração dos PLHIS, passa-se por atividades de contato com as

comunidades locais e suas lideranças, bem como por uma etapa de reconhecimento do território, suas

características, a ação dos entes públicos e privados no setor habitacional, e as dificuldades encontradas pelos

diversos atores, seja pela administração pública, com dificuldades no monitoramento das necessidades

habitacionais e na proposição de ações e programas, seja pela comunidade, que muitas vezes se sente excluída

do processo de planejamento de sua cidade. Com este processo entende-se que seja possível elaborar um

conjunto de estratégias de ação do setor habitacional, pertinentes às características do município em questão,

que venham a integrar o planejamento estratégico do município e colaborem para o objetivo maior do PLHIS, de

acesso à moradia digna a todos os cidadãos.

Campo Bom localiza-se na Região Metropolitana de Porto Alegre, região com desenvolvimento estável,

segundo estudo regional RUMOS 2015 (SCP, 2005), esta estabilidade é resultado de uma dinâmica econômica

estável, boas potencialidades e condições sociais. O COREDE Vale do Rio dos Sinos, no qual Campo Bom faz

parte, é uma região que apresenta uma economia desenvolvida, bastante industrializada e diversificada

(RUMOS 2015).

O cenário macroeconômico atual indica que os governos federal, estadual e municipal, têm condições

de ampliar o financiamento de suas políticas públicas.

O crescimento econômico do Brasil, além de propiciar um espaço maior para a aplicação de recursos

dos orçamentos públicos em habitação, melhorando as condições de emprego e remuneração, pode também

ampliar a capacidade das famílias, em especial as de baixa renda, de contribuir com um pagamento de

financiamento habitacional, elemento essencial em qualquer estratégia consistente para enfrentar as

necessidades de moradia no país. Nesta linha de atuação estão as estratégias do Governo Federal, como o

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), destacando-se o Programa Minha Casa Minha Vida.

Outros indícios otimistas quanto à possibilidade de se enfrentar com bons resultados as necessidades

habitacionais presentes e futuras são a existência de um Sistema Nacional de Habitação (SNH), a elaboração de

um planejamento estratégico do setor habitacional como o desenvolvimento do PlanHab e dos Planos de

Habitação de Interesse Social dos Estados e dos Municípios, além do estabelecimento de fundos específicos

para habitação nas três esferas de governo.

Campo Bom está construindo de forma participativa o conjunto de ações necessárias para a realização

de uma política habitacional capaz de colaborar com o objetivo maior de promoção do acesso a moradia digna a

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todos seus cidadãos, e para tal, diversos desafios foram colocados, como a necessidade de implantação de

instrumentos jurídicos de cumprimento da função social da propriedade, a elaboração de linhas programáticas

de provisão da moradia, o incremento de trabalho social e de canais de participação da comunidade, entre

outros, que poderão ser vistos ao longo do documento.

O PLHIS de Campo Bom foi organizado de forma que na primeira parte do documento existe uma breve

Introdução aos procedimentos de desenvolvimento do PLHIS, na segunda parte segue uma síntese do

Diagnóstico Habitacional (constando de inserção regional e características do município, atores sociais,

necessidades habitacionais, condições Institucionais, administrativas e legais e recursos financeiros), na terceira

parte estão os Princípios que regem a política municipal de habitação, na quarta parte as Diretrizes e

Objetivos da Política Municipal de Habitação, na quinta parte seguem as Metas e Custos Normativos,

Institucionais e de Provisão, Adequação e Urbanização, na sexta parte as Ações e Programas, seguidos na

sétima parte por Recursos e Fontes de Financiamento, e na oitava parte os Instrumentos de Gestão e

Revisão do PLHIS de Campo Bom.

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1. O PLHIS DE CAMPO BOM

Os trabalhos do Plano Local de Habitação de Interesse Social do Município de Campo Bom

desenvolveram-se tendo como suporte o manual de apoio à elaboração do plano local de habitação de interesse

social, Programa Habitação de Interesse Social da Secretaria Nacional de Habitação – Ministério das Cidades,

compondo-se de três etapas, a saber:

Etapa I – Metodologia: se define como se dará a discussão e pactuação das etapas que compõem o

PLHIS com a sociedade, utilizando-se para tanto, as instâncias de participação já constituídas.

Trata-se de uma fase inicial, estruturadora das demais, identificando os procedimentos a serem

adotados em cada uma delas, bem como definindo os participantes e suas funções” (Ministério das

Cidades).

Etapa II – Diagnóstico: busca-se quantificar e qualificar as necessidades e oferta habitacional, e

caracterizar o quadro institucional, financeiro e legal do município de Campo Bom, referente às

questões habitacionais.

Etapa III – Estratégias de ação: busca-se desenvolver um horizonte de ações para a solução do

problema habitacional do município, através da determinação de diretrizes, metas, indicadores,

sistemáticas de avaliação, e definição de programas e ações prioritárias, em consonância com as

fontes de financiamento disponíveis.

O Plano é um instrumento político-administrativo que implementa programas, metas e ações no intuito

da superação do déficit habitacional, quantitativo e qualitativo, e melhoria da qualidade de vida, prioritariamente

das famílias de baixa renda.

O PLHIS do Município de Campo Bom abrange o município como um todo, incluindo as áreas urbana e

rural, e tem como foco principal a habitação de interesse social. Todavia, na sua formulação considera o setor

habitacional como um todo, e sua integração regional e/ou urbana.

A construção do PLHIS teve atividade participativa, e contou com a colaboração dos setores público,

privado, técnico, associativo, sindical, e demais associações e agentes sociais envolvidos com o setor

habitacional e do desenvolvimento urbano.

O Plano identifica os programas, agentes e recursos públicos e privados para habitação de interesse

social, considerando ações de curto, médio e longo prazo.

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2. DIAGNÓSTICO HABITACIONAL

2.1. Inserção Regional e Características do Município

2.1.1. CARACTERIZAÇÃO DE CAMPO BOM E SUA REGIÃO

O município de Campo

Bom está situado na região

Leste do Estado, distante 50 km

da capital, Porto Alegre. O

acesso ao município é feito pelas

rodovias RS-239 e a rodovia BR-

116 – por onde transitam mais

de 120 mil veículos por dia e

circula 65% da economia gaúcha

(site Município de Campo Bom e

site agenda2020).

O município de Campo

Bom está enquadrado em quatro

conjuntos espaciais. Sob o

aspecto físico-natural, possui seu

território inserido na Bacia

Hidrográfica do Rio dos Sinos,

na Macrozona: Terras

onduladas-coxilhas, quanto ao

planejamento estratégico

estadual, ao Conselho Regional

de Desenvolvimento Vale do Rio

dos Sinos - COREDE – Vale do

Rio dos Sinos. O município

também integra a Microrregião

de Porto Alegre e a Região Metropolitana de Porto Alegre - RMPA.

Figura 1. Localização de Campo Bom no contexto estadual e regional

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O COREDE Vale do Rio dos Sinos é o segundo Produto Interno Bruto – PIB, do Estado (16% do total -

2002). Seus 1,3 milhões de habitantes (10% do Estado), distribuídos em 14 municípios, geram um PIB per capita

acima da média estadual em cerca de 30% (RUMOS 2015, site FEE).

Entre 1996 e 2000, o PIB de Campo Bom cresceu a taxas menores que as do Estado (32% e 39%

respectivamente). Em relação à renda per capita o COREDE Vale do Rio dos Sinos, em 2000, apresentou uma

das rendas mais elevadas do Estado, perdendo somente para o COREDE Serra.

2.1.2. DADOS DEMOGRÁFICOS

Campo Bom possui uma população estimada para o ano de 2008 de 57.324 habitantes,

aproximadamente 4% da população da Região Metropolitana de Porto Alegre, e conta com uma densidade

demográfica de 933,5 hab/km². Essa densidade é relativamente alta comparando-a com a RMPA, de 480,62

hab/km², o que pode ser explicado pela sua pequena extensão territorial, apenas 61,4 km² (FEE, 2008).

No período entre 1970 e 1980 observamos o maior índice de crescimento populacional, onde temos um

acréscimo de mais de 100% (Figura 2). Depois, no ano de 2000, vemos uma queda na taxa de urbanização

(Figura 3), porém não corresponde a uma queda no crescimento populacional urbano, mas sim a crescimento da

população rural no município, que teve um crescimento de 56% na década de 90.

Figura 2. Número de habitantes rurais e urbanos Figura 3. Relação entre população rural e urbana

Fonte: IBGE. Censo Demográfico

A estrutura etária do município é muito semelhante à do Estado. A população é bem distribuída entre

as faixas etárias com um leve predomínio da população jovem e adulta, correspondendo à população de 15 a 29

anos, que representam 26,94% da população.

Quanto à mobilidade populacional, que é o movimento diário da população que se desloca entre duas

cidades, do seu local de moradia até o local de trabalho e/ou estudo, observa-se que o município de Campo

Bom, mesmo estando próximo de Porto Alegre, somente 9% da população, aproximadamente 4.650 pessoas, se

desloca diariamente, sendo a faixa etária predominante nestes deslocamentos dos 25 a 64 anos.

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2.1.3. SITUAÇÃO SOCIOECONÔMICA

O PIB do município teve um forte crescimento entre os anos de 1998 e 2004 (Figura 4), e o PIB per

capita seguiu esta mesma tendência (Figura 5). Tal quadro de crescimento pode ser explicado pelo aumento da

diversificação do setor industrial. O pólo industrial norte recebeu a instalação de indústrias diversificadas, a

exemplo de empresas do setor de logística, indústria de colchões, e outras.

Figura 4. Evolução do Produto Interno Bruto (PIB) Figura 5. Evolução do Produto Interno Bruto per capta (PIBpm)

Fonte: FEE Dados. Dados extraídos do site da Fundação de Economia e Estatística (www.fee.rs.gov.br) em agosto de 2010.

O município de Campo Bom

apresentou um crescimento econômico no

período de 1996-2002 de 50%. As atividades

industriais renderam a Campo Bom, em 2002,

a 10º colocação, com 1,80% na participação

municipal do PIB industrial do Rio Grande do

Sul.

No COREDE da Região Vale do Rio

dos Sinos, de acordo com dados da FEE de

2007, o município possui o quarto melhor PIB

per capita da região, e o setor mais

representativo para o valor adicionado (VAB)

do município advém dos Serviços e da

Indústria, com respectivamente 52% e 38%

(Figura 6). Sendo que a Indústria é o setor que

mais emprega, com 78% da população ocupada trabalhando neste setor (IPEADATA, 1995).

Conforme os indicadores do IDESE1 (Índice de Desenvolvimento Socioeconômicos), o município de

Campo Bom apresenta índices classificados como altos (0,8) de acordo com os dados estatísticos da FEE, no

1 Índice de Desenvolvimento Socioeconômico: é um índice sintético, inspirado no IDH, que abrange um conjunto amplo de indicadores sociais e econômicos classificados em quatro blocos temáticos: Educação; Renda; Saneamento e Domicílios; e Saúde. Ele tem por objetivo mensurar e acompanhar o nível de desenvolvimento do Estado, de seus municípios e Coredes, informando a sociedade e

Figura 6. Composição do Valor Adicionado Bruto a preço básico, de 2007

Fonte: FEE Dados. Dados extraídos do site da Fundação de Economia e Estatística (www.fee.rs.gov.br) em Setembro de

2010

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ano de 2007. Na Figura 7, podem ser verificados os índices alcançados pelos quatro blocos temáticos:

Educação, Renda, Saneamento e Domicílio e Saúde. Dentre eles, destacam-se: Saúde (0,891) e Educação

(0,857) e logo após o de Renda (0,819), índices considerados altos. Contudo, o índice de Saneamento e

Domicílio está caracterizado como de desenvolvimento médio (0,683). Esses indicadores quando comparados

com os da sua COREDE, apresentam valores maiores, com exceção do componente Renda. Desta forma, o

IDESE Geral do município, de 0,8125 está acima do IDESE Geral do COREDE Vale do Rio dos Sinos, de 0,781.

Quanto ao IDH2 (Índice de Desenvolvimento Humano), o município apresentou avanços consideráveis

nos últimos anos nas três categorias: Longevidade (0,80), Educação (0,88) e Renda (0,70), valores esses da

última avaliação realizada no ano de 2000 (ver Figura 8).

Figura 7. Índices de Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE)

Figura 8. Índices de Desenvolvimento Humano (IDH)

Fonte: IPEADATA. Dados extraídos do site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ( http://www.ipeadata.gov.br) em agosto de 2010.

Quanto à questão da desigualdade social, o município não apresentou avanços no período de 1991 a

2000, determinado pelo índice de L. Theil3, cuja variação foi 0,05 para mais no período. Já os índices de

pobreza, dado a partir do cálculo do número pessoas pobres4 e indigentes5 apresentaram situações diferentes.

Houve uma diminuição no número de pessoas pobres (7,52) e no número de pessoas indigentes (2,8). Abaixo,

os gráficos desses resultados (ver Figura 9, Figura 9 e Figura 10).

orientando os governos (municipal e estadual) nas suas políticas socioeconômicas. O Idese varia de zero a um e, assim como o IDH, permite que se classifique o Estado, os municípios ou os Coredes em três níveis de desenvolvimento: baixo (índices até 0,499), médio (entre 0,500 e 0,799) ou alto (maiores ou iguais que 0,800).

2 Índice de Desenvolvimento Humano: Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros componentes: a longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar, PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um.

3 Índice de L. de Theil: mede a desigualdade na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. É o logaritmo da razão entre as médias aritmética e geométrica das rendas individuais, sendo nulo quando não existir desigualdade de renda entre os indivíduos e tendente ao infinito quando a desigualdade tender ao máximo. Para seu cálculo, excluem-se do universo os indivíduos com renda domiciliar per capita nula. (Ipea).

4 Pessoas pobres: percentual de pessoas com renda domiciliar per capita inferior ou equivalente a 1/2 do salário mínimo.

5 Pessoas indigentes: percentual de pessoas com renda domiciliar per capita inferior ou equivalente a 1/4 do salário mínimo.

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Figura 9. Desigualdade: Índice de L. Theil (0-1)

Figura 10. Pobreza: % de pessoas pobres

Figura 11. Pobreza: % de pessoas indigentes

Fonte: Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea). Dados extraídos do site (www.ipeadata.gov.br) em agosto de 2010

Na análise da população economicamente ativa do município de Campo Bom, na década de 70,

verifica-se a gradativa migração de pessoas ativas da área rural para a área urbana. Naquele ano, mais de 91%

da população produtiva encontrava-se na cidade, tal porcentagem aumentou para 96,21% no ano 2000 (Figura

12). Outra relação a ser observada, é o número de pessoas ocupadas6, nos últimos trinta anos, o número de

pessoas ocupadas na área urbana apresentou crescimento, enquanto o número de pessoas ocupadas na área

rural vem se tornando cada vez menor (Figura 13) (IPEADATA).

Figura 12. População Economicamente Ativa: total, rural e urbana.

Figura 13. População Ocupada: rural e urbana.

Fonte: Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea). Dados extraídos do site (www.ipeadata.gov.br) em agosto de 2010.

6 População ocupada e população desocupada: compreendem o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo. No entanto, população ocupada são aquelas pessoas que, num determinado período de referência, trabalharam ou tinham trabalho, mas não trabalharam (por exemplo, pessoas em férias). Já a população desocupada são aquelas pessoas que não tinham trabalho, num determinado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, nem que, para isso, tomaram alguma providência efetiva (consultando pessoas, jornais, etc.).

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Em relação ao rendimento

nominal mensal7 (dados do Censo

de 2000), pode ser constatado que

50% dos domicílios encontram-se

na faixa de renda de 0 a 3 salários

mínimos, faixa de renda foco das

políticas habitacionais de interesse

social. Em torno de 21% recebem

entre 3 a 5 e, 26% acima de 5

salários mínimos (Figura 14).

2.1.4. CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Estudos desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Oliveira,

Penteado, Saldanha, Ross, 2009) demonstram as áreas com suscetibilidade às inundações do Rio dos Sinos, e

como pode ser visto na Figura 15, Campo Bom localiza-se em uma área considerada de média-alta

suscetibilidade.

Figura 15. Mapa de suscetibilidade às inundações do Rio dos Sinos

Fonte: http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/sbsr@80/2008/11.10.14.48/doc/4173-4180.pdf

7 Considera-se como rendimento nominal mensal da pessoa de 10 anos ou mais de idade, responsável pelo domicílio particular, a soma do rendimento nominal mensal de trabalho com o proveniente de outras fontes (IBGE, 2000).

Figura 14. Valor do rendimento nominal médio mensal das famílias residentes em domicílios particulares por classes de rendimento

Fonte: Censo Demográfico de 2000

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No município de Campo Bom têm ocorrido cheias, principalmente na época de inverno e primavera,

acima dos níveis seguros para a população que vive em áreas ribeirinhas. Em setembro de 2009 a cheia do Rio

dos Sinos atingiu o Bairro Barrinha, deixando desalojadas várias famílias.

2.1.5. SITUAÇÃO DOS DOMICÍLIOS

Os dados, a seguir, são referentes ao Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2000.

Quanto à propriedade dos domicílios, 64% são proprietários das residências onde vivem, e outros 7%

estão em processo de aquisição (ver Figura 24). Em seguida, estão os imóveis alugados (21%), e os imóveis

cedidos de outra forma (6%), seguido de cedidos pelos empregadores (2%), mediante taxa de ocupação ou

conservação. Na opção, outra condição, que não chega a 1% dos domicílios de Campo Bom, estão os domicílios

localizados em estabelecimento agropecuário arrendado ou ocupados por invasão.

Quanto à condição de ocupação do terreno em que se localiza o domicílio, 91% são de propriedade dos

moradores, seguido por terrenos cedidos, 8%. Em outras condições, com 1% dos domicílios nesta situação, trata

de terreno ocupado em outra situação como, por exemplo, invasão.

Informações obtidas com o gerente da CORSAN, com relação à rede de abastecimento de água em

Campo Bom, para o ano de 2010, indicam que existem 14.220 ligações, o que significa um aumento de 4,82%

no atendimento, visto que dados do SNIS indicam que em 2008 eram 13.565 ligações ativas (Tabela 1), o que

significa 73,84% de um total de 18.370 domicílios estimados pela Contagem Populacional realizada em 2007 em

Campo Bom.

Tabela 1. Dados do Sistema Nacional de Informações Sanitárias

Ano

Prestador Serviço

População total atendida

com abastecimento

de água [habitante]

Quantidade de ligações

totais de água

[ligação]

População rural atendida

com abastecimento

de água [habitante]

População urbana

atendida com abastecimento

de água [habitante]

População total

atendida com

esgotamento sanitário

[habitante]

Quantidade de ligações

totais de esgoto

[ligação]

População rural

atendida com

esgotamento sanitário

[habitante]

População urbana

atendida com

esgotamento sanitário

[habitante]

Tipo de distrito

atendido com água

2008 CORSAN ÁGUA 48,714 13,565 0 48,714 0 0 0 0 SEDE

Fonte:SNIS, 2010.

A gerência da Corsan confirmou o cadastro de 585 poços artesianos pela Corsan, mas que existem

cerca de 2100 poços no município.

Segundo dados do SNIS de 2008, o município não possui rede de esgoto com separação total (esgoto

cloacal e pluvial). Esta situação permanece, segundo confirmação dos técnicos municipais, que confirmaram a

existência de redes pluviais e uso de fossas sépticas.

Quanto à presença de unidade sanitária, apenas na área de expansão leste de Campo Bom a situação

é mais preocupante, mas são apenas nove domicílios sem unidade sanitária (banheiro), interna ao domicílio.

Quanto à coleta de lixo, as áreas com maior número de domicílios destinando inadequadamente seus

resíduos (lixo queimado, enterrado, jogado em terreno, jogado em rio, ou outro destino inadequado) são a área

de expansão leste, nas áreas rurais norte e sul.

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2.2. Atores Sociais

Quando questionados sobre quais áreas da cidade apresentariam os maiores problemas de habitação,

infraestrutura e onde a prefeitura deveria investir em habitação foi possível identificar que elas se reúnem em

duas grandes áreas: Uma faixa vertical que começa no Bairro Aurora, passando pelo Bairro Ipiranga, Bairro

Dona Augusta, terminando no Bairro Operário; e uma faixa ao Leste da área urbana consolidada do município.

Ocupações menores foram relatadas também pelas lideranças que atuam nos bairros Operário e Imigrante

Norte.

Os representantes das entidades apontaram para a presença de problemas ligados ao consumo de

drogas e à violência, além de apontarem a pobreza como um dos principais problemas das suas respectivas

regiões. Citaram também graves problemas ambientais, como as constantes enchentes, principalmente nos

bairros mais ao sul: Barrinha, Vila Rica, Porto Blos e 25 de julho. Também foi apontada a existência de moradias

sem acesso regular à rede de água e esgoto, além de problemas no calçamento das ruas e falta de espaços de

lazer.

Com relação à organização das entidades, o município conta com entidades com um tempo expressivo

de atuação e boa estrutura administrativa, e existência de processos eletivos para escolha de seus dirigentes.

Ao serem questionados (tanto nas reuniões quanto nos questionários) sobre possíveis formas de

participar nos processos de planejamento, gestão e avaliação dos problemas habitacionais do município, os

representantes das entidades em geral foram a favor do desenvolvimento de estratégias e políticas públicas que

fortalecem os movimentos sociais do município. Segundo eles, as entidades por estarem próximas da população

dos seus bairros, podem desempenhar um papel central no levantamento in-loco de informações e dados sobre

as carências habitacionais e de infraestrutura das suas localidades. Atuariam como mediadores entre o poder

público e população, articulando as demandas e facilitando o acesso aos benefícios.

2.3. Necessidades Habitacionais

A quantificação das necessidades habitacionais no município de Campo Bom tem por finalidade a

construção de um quadro que possa definir os esforços do poder público, e ofertas da iniciativa privada, no setor

habitacional, com foco na população de baixa renda.

O município de Campo Bom está inserido em uma região que possui bons índices socioeconômicos, e

de saneamento, no entanto existem famílias em situação precária, principalmente em áreas de risco ambiental,

sujeitas à problemas com enchentes, ou em áreas desprovidas de saneamento básico.

O PLHIS vem ao encontro da resolução destas demandas, revelando que é preciso confrontar, de

acordo com informações da Fundação de Economia e Estatística (FEE), com base nos dados do Censo

Demográfico de 2000, um Déficit Habitacional de 1.310 domicílios (8,10% do total de domicílios do município),

e 4.048 situações diversas de inadequação das moradias.

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20

De acordo com relatos e informações dadas durante a primeira audiência do PLHIS de Campo Bom,

que contou com a elaboração de um mapeamento das necessidades habitacionais na ótica dos moradores

(Figura 16), a questão de precariedade em saneamento básico está presente de maneira geral em todos os

assentamentos informais do município. Estes assentamentos localizam-se de maneira geral nas áreas limítrofes

do município, mas com maior incidência na borda leste, área de expansão da cidade, e em outra área à oeste,

limite com Novo Hamburgo.

Figura 16. Mapa das necessidades habitacionais segundo os moradores da cidade, resultante da oficina realizada na primeira audiência, de Metodologia, do PLHIS de Campo Bom

Fonte: População presente na primeira audiência do PLHIS de Campo Bom, 2009. Edição gráfica Pixel Planejamento. 2010.

Na audiência, realizada na Câmara de Vereadores, foi ressaltado o problema da ocupação irregular nas

faixas de domínio das estradas municipais e ocupações ribeirinhas ao Rio dos Sinos.

2.3.1. DEFINIÇÕES

Parte-se aqui das definições dadas pela Fundação João Pinheiro e pela Fundação de Economia e

Estatística, para as necessidades habitacionais “com o intuito de colocar ao alcance da sociedade parâmetros e

informações que retratem mais fielmente a realidade da questão habitacional no Brasil, de modo a subsidiar a

definição de políticas públicas e a alocação dos recursos” (FJP, 2005, p.5).

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21

“Dentro do conceito mais amplo de necessidades habitacionais, a metodologia desenvolvida trabalha

com dois segmentos distintos: o déficit habitacional e a inadequação de moradias. Como déficit

habitacional entende-se a noção mais imediata e intuitiva de necessidade de construção de novas moradias para

a solução de problemas sociais e específicos de habitação, detectados em um certo momento. O conceito de

inadequação de moradias reflete problemas na qualidade de vida dos moradores que não se relacionam ao

dimensionamento do estoque de habitações, e sim a especificidades internas desse estoque. Seu

dimensionamento visa ao delineamento de políticas complementares à construção de moradias, voltadas à

melhoria do estoque já existente” (FJP, 2005, p.7).

O cálculo do déficit habitacional é composto pelo somatório dos domicílios e/ou famílias com os

seguintes atributos:

(i) domicílios improvisados - construções para fins não residenciais, mas que estavam servindo de

moradia por ocasião do Censo;

(ii) coabitação familiar - representado pelo total de famílias conviventes no mesmo domicílio ou

indicando o aluguel de quartos ou cômodos para moradia de outras famílias, revelando a insuficiência do

estoque habitacional para atender à demanda;

(iii) cômodo cedido ou alugado - tipos de domicílios com um ou mais aposentos localizados em casa de

cômodos, cortiço, cabeça-de-porco, etc. e que se encontravam na condição de alugados ou cedidos por

empregador e/ou de outra forma.

(iiii) domicílios rústicos - são aqueles sem paredes de alvenaria ou madeira aparelhada, o que resulta

em desconforto e risco de contaminação por doenças, em decorrência das suas condições de insalubridade, e

devem, portanto, serem repostos. A depreciação de domicílios está relacionada ao pressuposto de que há um

limite para a vida útil de um imóvel a partir do qual são exigidos reparos em sua estrutura física, visando à

conservação de sua habitabilidade. Toma-se 50 anos de construção como o limite que define a necessidade de

reposição do estoque. Aplica-se um percentual sobre o montante de imóveis construídos antes desse limite,

devido à suposição de que parte desse estoque tenha passado regularmente por manutenção e reformas,

mantendo assim suas condições de uso.

A inadequação de moradias é resultante dos domicílios que não proporcionam a seus moradores

condições desejáveis de habitabilidade (por terem carência ou deficiência de infraestrutura, adensamento

excessivo de moradores, problemas de natureza fundiária, alto grau de depreciação ou sem unidade sanitária

domiciliar exclusiva), mas sem implicar em necessidade de construção de novas unidades.

O adensamento excessivo ocorre quando o domicílio apresenta um número médio de moradores

superior a três por dormitório. O número de dormitórios corresponde ao total de cômodos que, em caráter

permanente, sirvam de dormitório para os moradores do domicílio. Incluem-se aqui os que assim são utilizados

em função de inexistir acomodação adequada a essa finalidade.

A inexistência de unidade sanitária domiciliar exclusiva define o domicílio que não dispunha de banheiro

ou sanitário de uso exclusivo do domicílio.

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22

A irregularidade fundiária é dada pela quantidade de domicílios próprios em terreno não próprio.

A carência ou deficiência de infraestrutura leva em consideração a qualidade dos serviços relacionados

ao ambiente em que a moradia está inserida. Essa modalidade de inadequação foi identificada a partir das

condições de carência de alguma de suas modalidades (iluminação, abastecimento de água, instalação sanitária

ou destino do lixo) ou de deficiência no acesso, ou seja, com presença dessas mesmas modalidades de

infraestrutura, porém em situação não adequada. A quantificação parte da expressão de uma contagem não

redundante, visto que os registros com mais de uma situação nos tipos de deficiência são contabilizados uma

única vez, evitando a dupla contagem.

2.3.2. QUANTIFICAÇÃO DAS SITUAÇÕES DE DÉFICIT HABITACIONAL E A

INADEQUAÇÃO DE MORADIAS

Os resultados da pesquisa realizada pela Fundação João Pinheiro a partir de dados do Censo de 2000,

realizado pelo IBGE, indica que Campo Bom possuía no ano de 2000 um Déficit Habitacional de 1.310

domicílios, e 4.048 situações diversas de inadequação das moradias, como pode ser visto na Tabela 1,

abaixo.

Tabela 1. Déficit Habitacional e Inadequação de Moradias – dados de 2000

Déficit Habitacional Básico

Inadequação das moradias

Apenas um critério Mais de um

critério

Dom

icíli

os im

prov

isad

os

Dom

icíli

os R

ústic

os

Qua

ntid

ade

de C

ômod

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INA

DE

QU

ÃO

27 239 168 876 1,310 546 1,605 - 266 10 124 12 2,017 576 909 4,048

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2005

O fator que mais contribui para o Déficit Habitacional (falta de casas) é o número de famílias

conviventes (67%), seguido dos domicílios rústicos (18%), quantidade de cômodos alugados (13%) e domicílios

improvisados (2%) (Figura 17), e para a Inadequação de Moradias é a condição de carência de infra-estrutura

(50%), seguido pela irregularidade fundiária (22%), domicílios sem sanitário (14%), e adensamento excessivo

(14%) (Figura 18).

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Figura 17. Déficit Habitacional Figura 18. Inadequação de Moradias

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2005

2.3.2.1. Déficit Habitacional

O cálculo do Déficit Habitacional aponta o número de unidades habitacionais novas necessárias para

atender à demanda atual, que segundo a FJP, a partir de dados do Censo de 2000 do IBGE, é de 1.310 novos

domicílios (Tabela 2). Como dito no item anterior, o fator que mais contribui para o Déficit de Campo Bom é o

número de famílias conviventes, com 876 famílias nesta condição.

Tabela 2. Componentes do Déficit habitacional – dados de 2000

Déficit Habitacional Básico

Domicílios improvisados

Domicílios Rústicos

Quantidade de Cômodos alugados

Famílias conviventes

DÉFICIT

27 239 168 876 1,310

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2005

Com relação à composição do Déficit

Habitacional por faixas de renda, 57% da demanda

encontra-se na faixa entre 0 e 3 salários mínimos,

que é a população-foco das políticas habitacionais

de atendimento com subsídios governamentais.

(Figura 19)

Visto que os dados do Censo de 2000

apresentam certa defasagem, foi feito um esforço de

estimação do aumento do Déficit habitacional para o

ano de 2025.

Esta estimativa considerou em seu cálculo

as taxas de projeção da população, baseadas no

período 1989-2009. A partir dos dados referenciais

de população de cada ano, foi mantida a proporção do Déficit Habitacional do ano de 2000, último Censo

Figura 19. Déficit habitacional por faixas de renda

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2005

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Populacional, de 8,96%, e mantida a taxa de moradores por domicílio de 2007, última contagem populacional, de

3,08%. O resultado desta estimativa é de um Déficit para o ano de 2025 de 1802 domicílios. (Tabela 3)

Tabela 3. Estimativa do Déficit habitacional futuro

Composição do Cenário

2000 2010 2013 2017 2021 2025

Domicílios 16253 19379 19975 20769 21564 22358

População 54018 59688 61523 63970 66417 68864

Proporção do déficit 8.06% 8.06% 8.06% 8.06% 8.06% 8.06%

Taxa de moradores 3.32 3.08 3.08 3.08 3.08 3.08

Déficit 1310 1562 1610 1674 1738 1802

Foram mantidas neste cenário as taxas de moradores por domicílio, observada na Contagem Populacional de 2007, e a porcentagem de

domicílios em déficit, contabilizada pelo Censo de 2000

Fonte: Pixel Planejamento, com base nos dados do IBGE

2.3.2.2. Inadequação de Moradias

São consideradas inadequadas as moradias que apresentam carência de infraestrutura básica (energia

elétrica, abastecimento de água, esgotamento sanitário, unidade sanitária e coleta de lixo), onde há

adensamento excessivo (mais de três pessoas por cômodo-dormitório), ou exista situação de irregularidade

fundiária (Figura 20).

De acordo com dados da FJP, a partir dos

dados do Censo de 2000, realizado pelo IBGE,

existem 4.048 situações diversas (Tabela 4), que

apresentam ao menos um dos componentes de

inadequação citados acima, sendo que, de acordo

com as análises da Fundação João Pinheiro, 28%

(1.148 domicílios) destas inadequações localizam-se

em domicílios de famílias com faixa de renda entre 0

e 3 Salários mínimos, que são o foco das políticas de

habitação de interesse social. Este dado leva a

considerar que o problema da inadequação, estando

tão igualmente distribuído entre as faixas de renda

(Figura 20), é um problema generalizado na cidade, e que devido ao fato de o maior componente da

inadequação ser a carência de infra-estrutura, que este deva ser um foco das políticas públicas do município,

com destaque para as redes de água e de esgotamento sanitário.

Figura 20. Faixas de renda que compõem a inadequação

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2005

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Tabela 4. Componentes da Inadequação das moradias– dados de 2000

Inadequação das moradias

Apenas um critério Mais de um critério A

dens

amen

to E

xces

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Car

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aba

stec

imen

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e

água

Car

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san

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terr

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próp

rio

INA

DE

QU

ÃO

546 1,605 - 266 10 124 12 2,017 576 909 4,048

Carência de infra-estrutura - dois critérios simultâneos

iluminação e água 10

iluminação e esgoto 21

água e esgoto 73

água e lixo 20

Carência de infra-estrutura - três critérios simultâneos

água, esgoto e lixo 12

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2005

Sobre os diversos componentes da Inadequação habitacional, observando para cada um as

participações das faixas de renda, também se observa a manutenção de uma distribuição equânime em todos os

componentes, com exceção da Carência em infraestrutura, que é maior nas faixas de renda acima de 5 salários

mínimos (Figura 21).

Figura 21. Distribuição dos componentes da inadequação habitacional por faixas de renda – dados de 2000

INADEQUAÇÃO FUNDIÁRIA

NA FAIXA DE 0 A 3 SM 316

NA FAIXA DE 3 A 5 SM 348

NA FAIXA MAIS DE 5 SM 245

TOTAL 909

SEM SANITÁRIO

NA FAIXA DE 0 A 3 SM 237

NA FAIXA DE 3 A 5 SM 211

NA FAIXA MAIS DE 5 SM 128

TOTAL 576

ADENSAMENTO EXCESSIVO

NA FAIXA DE 0 A 3 SM 162

NA FAIXA DE 3 A 5 SM 188

NA FAIXA MAIS DE 5 SM 196

TOTAL 546

CARÊNCIA DE INFRA-ESTRUTURA

NA FAIXA DE 0 A 3 SM 433

NA FAIXA DE 3 A 5 SM 587

NA FAIXA MAIS DE 5 SM 997

TOTAL 2017

Fonte: Fundação João Pinheiro, 2005

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2.4. Condições Institucionais, administrativas e legais

2.4.1. CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS – ADMINISTRATIVAS

2.4.1.1. Capacidade de aplicação de recursos próprios para melhorias das

condições habitacionais

O município de Campo Bom oferece habitação de interesse social trabalhando como intermediador na

implantação de empreendimentos, como pode ser visto no capítulo “Programas e Ações e Oferta Habitacional”.

Entre os agentes intermediadores de habitação identificados no município desde 1983, a PM de Campo Bom é o

agente com o maior número de ações executadas. A equipe da prefeitura trabalha, também, realizando

cadastros e trabalho social com a população atendida.

A lei 3385 de 2009 em seu art 5º cria o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social e

estabelece também que pelos menos 1% do Orçamento Municipal seja revertido para o FMHIS. Todos os

recursos concentrados no FMHIS são obrigatoriamente revertidos em habitação de interesse social no

município.

Sendo assim, o município possui e aplica recursos próprios

(administrativos e financeiros) na tentativa de resolução do

problema habitacional em seu território.

2.4.1.2. Estrutura Administrativa

Como pode ser visto no organograma (Figura 22), o

município possui uma secretaria dedicada às questões

habitacionais, que ficam a cargo do Departamento de Habitação,

esse departamento é subordinado à Secretaria de

Desenvolvimento Social e Habitação. Ele é responsável pela

detecção de demandas e realização dos cadastros da população a

ser atendida por programas e ações, além do controle dos contratos

firmados entre o município e os beneficiados. Em 2010, esse

departamento está passando por uma reestruturação, recebendo

novos servidores, a fim de concentrar os esforços na solução do

problema habitacional.

Apesar de possuir um departamento específico para cuidar

dos assuntos ligados à habitação, quando acontece uma ação

Figura 22. Organograma Funcional da Prefeitura de Campo Bom

Fonte: Pixel Planejamento 2010

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habitacional no município, muitos departamentos são solicitados. O fluxograma da Figura 23 Figura 23 mostra a

tramitação de um processo da área habitacional na PM de campo Bom:

Figura 23. Fluxo dos programas habitacionais no município de Campo Bom

Fonte: Pixel Planejamento 2010.

Além da estrutura da prefeitura municipal, a cidade possui o Conselho Gestor do Fundo Municipal de

Habitação (esse conselho substitui o Conselho Municipal de Habitação). A lei 3385 de 2009 em seu art 9o cria

o Conselho Gestor do Fundo Municipal de Habitação, órgão deliberativo composto por 13 membros de entidades

públicas, privadas, bem como por segmentos da sociedade civil ligados à área da habitação.

O município possui ainda uma Sociedade Comunitária de Habitação de Interesse Social, sociedade

civil de direito privado, sem fins lucrativos. É constituída por órgãos deliberativos e executivos: O Conselho

Comunitário e Assembléia Geral dos associados.

O município conta também com cerca de 30 entidades da sociedade civil organizada que trabalharam,

entre os anos de 2000 e 2010, como intermediadores da produção habitacional. Esse fato foi responsável pelo

aumento da produção de HIS, fato bastante positivo para o cenário habitacional de Campo Bom.

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2.4.2. AS NORMAS MUNICIPAIS – DIRETRIZES GERAIS

2.4.2.1. Lei Orgânica e legislação precedente ao plano diretor

A Lei Orgânica municipal, de 1990, trata do Desenvolvimento Urbano no Capítulo III do Título II- Da

Política Urbana, nos artigos 99 a 109. Neste capítulo, seguindo as diretrizes estabelecidas na Constituição

federal, que dispõe no art. 100, destaca o Plano Diretor como instrumento básico na política de desenvolvimento

urbano, orientando o cumprimento da função social da cidade.

O Título II, ao tratar da ordem social, no capítulo I identifica os direitos e garantias dos munícipios no

exercício da cidadania. Neste capítulo, as diversas seções identificam como elemento das políticas sociais o

direito à moradia, à habitação, às condições dignas de vida. Na Seção que trata do direito à saúde (Seção III),

identifica o direito à moradia como condição (art.120, art. 145).

Frisa-se que, mesmo antes da edição do plano diretor atual, o município já dispunha de Código de

Edificações (Lei Municipal n. 422, de 1977, alterada pela Lei n.3504, de 2009), de legislação destinada à

habitação de população de baixa renda (Leis Municipais ns. 782 de 1983, 946 de 1986, 1005 de 1987 e 1305 de

1991) dentre outras normas. Tais normas possuem dispositivos que incidem – direta ou indiretamente – sobre a

política habitacional de interesse social, os quais aqui são destacados.

A primeira norma citada, Código de Edificações, no capítulo XIV tratou da habitação popular, nos arts.

147 a 154. O art. 147 estabeleceu sua conceituação e condições mínimas da edificação.

Os núcleos de habitação popular foram objeto de diversas leis municipais, sendo que cada uma

autorizou a instituição de um núcleo habitacional popular específico em área pública municipal, destinado à

moradia de trabalhadores com renda de até 3 salários mínimos. Ditas leis autorizaram a alienação dos lotes,

bem como estabeleceu as respectivas condições. É o caso das Leis n. 736 de 1982, 782 de 1983, 946 de 1986,

1005 de 1987 e 1305 de 1991 e 1495 de 1993.

O parcelamento do solo foi regrado a partir de 1994, pela Lei n. 1597, a qual salientou expressamente,

no art. 1º, a aplicação das normas da Lei Federal 6766 de 1979. Desta forma, limitou-se a estabelecer as

normas específicas de aplicação no âmbito do Município. O loteamento popular é objeto de seção específica,

que abrange os arts.34 a 38, sendo que o art. 36 estabeleceu seus requisitos mínimos.

Ditos parâmetros, nos termos do art. 37, poderiam ser alterados quando se tratasse da implantação de

empreendimentos realizados pelo poder público. Este dispositivo, no entanto é conflitante com a diretriz

estabelecida no art. 2º, inciso XVI do Estatuto da Cidade, norma de ordem pública que afasta a aplicação da

norma municipal.

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2.4.2.2. Plano Diretor

Com o advento do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município, em 2006, foram

identificadas as suas diretrizes básicas, regrando notadamente de circulação urbana e rede viária, zoneamento,

instrumentos urbanísticos, planejamentos especiais, parcelamento do solo e edificações. Os instrumentos de

gestão urbana e ambiental são objeto de capítulo próprio, sendo que o art. 56 os identifica.

Como instrumentos indutores do uso social da propriedade, o art. 57 arrola o parcelamento e/edificação

compulsória, a progressividade sobre o IPTU e a desapropriação por títulos da dívida pública. A aplicação de tais

instrumentos incide sobre imóveis não utilizados, não edificados ou subutilizados em áreas descritas em lei

específica, sob pena de aplicação da progressividade sobre o IPTU, nos termos da Lei Municipal n.2397 de

2002. É facultada a utilização dos instrumentos do Consórcio Imobiliário e das Operações Urbanas

Consorciadas.

Considerando a estrutura do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Campo Bom, os

programas integrantes do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social deverão observar o zoneamento

previsto na Seção II do Capítulo II, considerando as características de cada uma das zonas ali descritas.

Especificamente dirigida ao atendimento às necessidades relacionadas à moradia de interesse social, o

Plano Diretor de Campo Bom prevê a aplicação do instrumento das AIS – Áreas de Interesse Social.

Como se pode observar, o instrumento é previsto tão somente para fins de regularização fundiária e

não para a produção de habitações de interesse social, sendo que o art. 46 prevê a adoção do planejamento

especial para a sua implementação.

Observa-se que foi prevista a utilização dos instrumentos arrolados no art. 56 para a promoção de

programas e projetos habitacionais de interesse social, notadamente, o direito de preempção (art.61) e a outorga

onerosa do direito de construir (art. 69).

Do que se pode depreender, em linhas gerais, o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de

Campo Bom, contempla os instrumentos necessários à formulação de um Plano de Habitação de Interesse

Social, não obstante eventualmente se faça necessário a regulamentação de alguns dos instrumentos nele

referidos, como, por exemplo, a definição de critérios para a identificação de Áreas de Interesse Social, bem

como para o estabelecimento das diretrizes para a sua implantação. Entende-se interessante, ainda, que se

examine a possibilidade de ampliar aplicação deste instrumento para contemplar a identificação de áreas para a

produção de habitação de interesse social, observada, é claro, a demanda existente.

2.4.2.3. O Sistema de Habitacão de Interesse Social

Posteriormente à vigência do Plano Diretor de Desenvolvimento integrado de Campo Bom, foi aprovada

a lei que criou o Sistema Municipal de Habitação de Interesse Social – Lei n. 3385 de 2009. O artigo 1º

estabelece os objetivos e o art. 3º identifica os princípios e diretrizes do sistema.

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30

A lei que instituiu o sistema criou o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social e o respectivo

conselho gestor, conforme já identificado no quadro, estabelecendo a origem e destinação dos recursos bem

como a sua gestão.

2.4.2.4. Quadro Geral de política urbana

O exame da norma municipal evidencia que foi prevista a utilização de vários dos instrumentos de

política urbana indicados no Estatuto da Cidade (art. 4º, incisos III a VI).

O quadro que segue identifica cada um dos instrumentos, as condições para a sua aplicação, bem

como a necessidade de eventual regulamentação por lei municipal específica, no caso de sua implementação

para a efetividade do Plano Municipal de Habitação.

Instrumento Previsão no Plano Diretor

Lei específica Observação/ Sugestão

Normas de parcelamento Arts. 48 a 52 Lei 1597/1994

Zoneamento ambiental Zona de Preservação Ambiental (ZPA) Norte e Sul

– art.13, parágrafo único, VIII e IX

Edificação/Parcelamento Compulsórios

IPTU progressivo no tempo Desapropriação mediante pagamento em títulos da

dívida pública

Previsto no art. 57 e regrado nos arts. 58 a 60. Identificação de áreas e

condições para a implementação dependente

de lei específica.

Regulamentar o instrumento

Consórcio imobiliário Previsto no art. 57.

Contribuição de melhoria Não é previsto Previsto no Código Tributário

Outorga Onerosa do direito de construir ou de alteração

de usos

Previsto no art. 56, e disciplinado nos arts. 66 a

69. Lei específica identificará áreas passíveis

de aplicação.

Regulamentar condições: fórmula de cálculo da

cobrança, isenção, contrapartida do

beneficiário, procedimento; critérios para identificação

dos imóveis.

Outorga Onerosa para alteração de usos

Não é previsto

Operação Urbana Consorciada

Previsto no art. 56, e disciplinado nos arts. 73 a

75.

Cada operação deve ser regida por lei específica

definindo condições.

AIS – Área de Interesse Social

Previsto no art. 13. Para a implementação do instrumento sugere-se

maior detalhamento com relação a critérios para

delimitação

Transferência do Direito de Construir

Previsto no art. 56, e disciplinado nos arts. 70 e 71. Aplicação depende de

lei que delimite áreas para a aplicação do instrumento

Regulamentar o instrumento.

EIV – Estudo de Impacto de Vizinhança

Previsto no art. 56, e disciplinado nos arts. 76 a

78.

Concessão de uso especial Não é previsto. De acordo com a norma

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para moradia federal, a aplicação do instrumento é um direito do ocupante de área pública.

Direito de superfície Previsto no art. 56, e disciplinado nos arts. 72.

Usucapião especial de imóvel urbano

Previsto no art. 200

Regularização fundiária Previsto em todo o Plano Diretor, porém não é tratado

em capítulo específico

Conselhos Conselho do Plano Diretor – mencionado como órgão

consultivo ao longo do PDDI Conselho Municipal de

Habitação – criado pela Lei 2006 de 1999.

Direito de preempção ou direito de preferência

Previsto no art.230 a 237. Delimitação de área e

condições para aplicação depende de lei.

Regulamentar instrumento (condições para aplicação)

e delimitar área para o exercício do direito

Fundo de Habitação

Conselho Gestor

Criado no art. 5º da lei que instituiu o Sistema Municipal de Habitação de Interesse

Social – SMHIS, Lei n. 3385 de 2009, e disciplinado nos

arts. 6 a 8. Substituiu o Fundo criado em 1999, pela Lei n. 2006. Os arts. 9 a 11 desta lei estabelecem sua competência, atribuição e composição do conselho

gestor.

2.4.3. CONCLUSÃO

Em face do exposto, verifica-se que, quanto aos aspectos gerais, a legislação municipal já existente

engloba o instrumental jurídico necessário para viabilizar o plano municipal de habitação. Há, porém,

necessidade da regulamentação de alguns dos instrumentos, conforme identificado no quadro, se sua aplicação

for identificada como necessária à implementação para a execução da política urbana e habitacional.

2.5. Recursos Financeiros

Com a finalidade de mensurar a real situação habitacional do município de Campo Bom, com relação à

demanda existente por Habitação de Interesse Social, faz-se necessário diagnosticar as principais

características associadas a essas as questões, tanto os investimentos realizados, quanto as necessidades

habitacionais existentes que ainda aguardam por soluções.

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2.5.1. FONTES DE RECURSOS

A partir dos anos 80 foram realizados, no município de Campo Bom, alguns empreendimentos na área

da Habitação de Interesse Social. São identificadas como fontes de recursos as esferas de governo Federal,

Estadual e Municipal. O público beneficiado pelos programas de habitação constitui-se em famílias de baixa

renda, com ganhos de até três salários mínimos. Os seguintes programas foram implementados no município.

Esperança (1983) Loteamento executado por intermédio do Município de Campo Bom, nele foram

implantados 237 lotes urbanizados.

Aurora (1983/1984) Loteamento executado por intermédio do Município de Campo Bom, nele foram

implantados 195 lotes urbanizados.

Sempre Unidos (1987) Loteamento executado por intermédio do Município de Campo Bom, nele foram

implantados 143 lotes urbanizados.

Vila Nova (1989) Loteamento executado por intermédio de Sociedade Comunitária, nele foram implantados

100 lotes urbanizados com unidades habitacionais em madeira.

Quatro Colônias (1990) Loteamento executado por intermédio de Sociedade Comunitária, nele foram

implantados 115 lotes urbanizados com unidades habitacionais em alvenaria.

Nova Aurora (1997) Loteamento executado por intermédio de Sociedade Comunitária, nele foram

implantados 32 lotes urbanizados.

Programa Habitar Brasil (1999) Programa executado com verbas federais e contrapartida do Município de

Campo Bom, nele foram executadas melhorias habitacionais em 40 moradias.

Rio Branco (1993) Loteamento executado por intermédio do Município de Campo Bom, nele foram

implantados 148 lotes urbanizados.

Programa Morar Melhor (2003) Loteamento executado com verbas federais e contrapartida do Município

de Campo Bom, nele foram implantados 24 lotes urbanizados com unidades habitacionais.

Morada do Sol (2004) Loteamento executado por intermédio do Município de Campo Bom, nele foram

implantados 310 lotes urbanizados.

PAR Dona Augusta (2007) Empreendimento executado com verbas federais e contrapartida do Município

de Campo Bom, nele foram implantados 144 unidades habitacionais.

PAR Alto Paulista (2007) Empreendimento executado com verbas federais e contrapartida do Município de

Campo Bom, nele foram implantados 128 unidades habitacionais.

Foram executados também os loteamentos Bem Viver I, Bem Viver II e Bem Viver III por intermédio da

Cooperativa Bem Viver.

2.5.2. RECURSOS NECESSÁRIOS PARA RESOLUÇÃO DAS

NECESSIDADES HABITACIONAIS

A Tabela 5Tabela 5, logo abaixo, apresenta os valores calculados para cada tipo de necessidade

habitacional.

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Tabela 5. Custos Estimados para a Resolução das Necessidades Habitacionais

Déficit

Habitacional Carência de

infraestrutura4

Carência de unidade sanitária

(banheiro)5

Adensamento Excessivo6

Inadequação Fundiária7

TOTAL

UH´s 1310 2.017 576 546 909

Custos por UH Horizontais1

R$ 30.963,39 R$ 3.492,31 R$ 4.793,47 R$ 911,52 R$ 349,23

Totais R$

40.562.040,90 R$

7.043.989,27 R$ 2.761.038,72 R$ 497.689,92 R$ 317.450,07

R$ 51.182.208,88

Custos por UH Verticais2

R$ 22.504,26 R$ 3.492,31 R$ 4.793,47 R$ 911,52 R$ 349,23

Totais R$

29.480.580,60 R$

7.043.989,27 R$ 2.761.038,72 R$ 497.689,92 R$ 317.450,07

R$ 40.100.748,58

Custos por UH Mistas3

(vertical/horizontal) R$ 26.733,83 R$ 3.492,31 R$ 4.793,47 R$ 911,52 R$ 349,23

Totais R$

35.021.310,75 R$

7.043.989,27 R$ 2.761.038,72 R$ 497.689,92 R$ 317.450,07

R$ 45.641.478,73

1 - O custo por UH horizontal mais infraestrutura, está de acordo com dados de referência do Planhab, de 2006, que é de R$ 26.598,50 por lote construído e urbanizado. Referem-se a casas de 40m2 de 1 ou 2 dormitórios. (Planhab, P3, Vol. II, Anexo 9, tabela 23, Tipo B) (este valor corrigido pelo CUB de set/2010, resulta no total de R$ 30.963,39 ). 2 - O custo por UH vertical mais infraestrutura, está de acordo com dados de referência do Planhab, de 2006, que é de R$ 19.331,85 por lote construído e urbanizado. Referem-se a apartamentos de 37m2 de 2 dormitórios, em prédios de 3 pavimentos. (Planhab, P3, Vol. II, Anexo 9, tabela 23, Tipo B) (este valor corrigido pelo CUB de set/2010, resulta no total de R$ 22.504,26). 3 - UH´s mistas representam uma média entre os valores das construções horizontais e verticais. 4 - O custo de infraestrutura para um lote urbanizado, de acordo com dados de referência do Planhab, de 2006, é de R$ 3000,00 por lote (Planhab, P3, Vol. II, Anexo 9, tabela 23, Tipo B) (este valor corrigido pelo CUB de set/2010, resulta no total de R$ 3.492,31). Neste estudo foi considerado o valor de referência para a resolução dos problemas de carência da infraestrutura de água, esgoto e energia elétrica. 5 - O custo de construção de uma unidade sanitária está de acordo com o referido valor do Planhab, que é de R$ 4117,74, (Planhab, P3, Vol. II, Anexo 9, tabela 23, Tipo B) (este valor corrigido pelo CUB de set/2010, resulta no total de R$ 4.793,47). 6 - Para o caso de adensamento excessivo foi considerada a necessidade de construção de 4m2 adicionais a UH. O valor está de acordo com o indicado no Planhab para "Material de Construção - Reforma ou Ampliação" que refere-se a uma área construída de 16m2, um total de R$ 3.132,10 (Planhab, P3, Vol. II, Anexo 9, tabela 23, Tipo B) (este valor corrigido pelo CUB de set/2010, para uma área de 4m2, resulta no total de R$ 911,52). 7 - O valor para resolução da inadequação fundiária teve como referência o Planhab (Planhab, Produto 5, pág. 123), de R$ 300,00 por lote, valores de 2006 (este valor foi corrigido pelo CUB de set/2010, resulta no total de R$ 349,23).

O valor estimado para o atual problema habitacional (considerando os dados do Censo de 2000), tendo

em vista a construção de Unidades Habitacionais térreas (casas), atinge um total de R$ 51.182.208,88, para

UH´s verticais R$ 40.100.748,58, e para construções mistas R$ 45.641.478,73. Partindo da hipótese de que

se deseja resolver, em sua integralidade, o problema habitacional do município de Campo Bom, mensurado em

2010, até o ano de 2025, seria necessário um investimento anual no valor de R$ 3.412.147,26 caso o município

optasse pelo padrão de UH´s horizontais (casas). No caso de construção verticalizada (apartamentos), o esforço

anual necessário, em termos de investimento, seria de R$ 2.673.383,24. Por fim, em caso de solução com

construções mistas, que de acordo com o perfil do município de Campo Bom seria a solução mais

adequada, o investimento anual necessário seria de R$ 3.042.765,25 para a completa resolução do

problema habitacional do município.

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Visto que os dados apresentados são relativos ao ano de 2000, fez-se uma estimativa bastante

simplificada de crescimento do Déficit Habitacional, conforme pode ser conferido na Tabela 3. O Déficit estimado

para o ano de 2025 resultou em 1802 domicílios, e manteve-se a mesma quantificação de inadequação

habitacional, pelo fato se ser uma área com maiores investimentos. Segue abaixo, na Tabela 6, este cálculo.

Tabela 6. Custos Futuros Estimados para o ano de 2025 para a Resolução das Necessidades Habitacionais

Déficit

Habitacional Carência de

infraestrutura4

Carência de unidade sanitária

(banheiro)5

Adensamento Excessivo6

Inadequação Fundiária7

TOTAL

UH´s 1802 - - - -

Custos por UH Horizontais1

R$ 30.963,39 - - - -

Totais R$

55.796.028,78 - - - - R$ 66.416.196,76

Custos por UH Verticais2

R$ 22.504,26 - - - -

Totais R$

40.552.676,52 - - - - R$ 51.172.844,50

Custos por UH Mistas3

(vertical/horizontal) R$ 26.733,83 - - - -

Totais R$

48.174.352,65 - - - - R$ 58.794.520,63

1 - O custo por UH horizontal mais infraestrutura, está de acordo com dados de referência do Planhab, de 2006, que é de R$ 26.598,50 por lote construído e urbanizado. Referem-se a casas de 40m2 de 1 ou 2 dormitórios. (Planhab, P3, Vol. II, Anexo 9, tabela 23, Tipo B) (este valor corrigido pelo CUB de set/2010, resulta no total de R$ 30.963,39 ). 2 - O custo por UH vertical mais infraestrutura, está de acordo com dados de referência do Planhab, de 2006, que é de R$ 19.331,85 por lote construído e urbanizado. Referem-se a apartamentos de 37m2 de 2 dormitórios, em prédios de 3 pavimentos. (Planhab, P3, Vol. II, Anexo 9, tabela 23, Tipo B) (este valor corrigido pelo CUB de set/2010, resulta no total de R$ 22.504,26). 3 - UH´s mistas representam uma média entre os valores das construções horizontais e verticais.

O valor estimado para o problema habitacional acumulado até o no ano de 2025, tendo em vista a

construção de Unidades Habitacionais térreas (casas), atingiria um total de R$ 66.416.196,76, para UH´s

verticais R$ 51.172.844,50, e para construções mistas R$ 58.794.520,63. Partindo da hipótese de que se deseja

resolver, em sua integralidade, o problema habitacional do município de Campo Bom até o ano de 2025, seria

necessário um investimento anual no valor de R$ 4.427.746,45 caso o município optasse pelo padrão de UH´s

horizontais (casas). No caso de construção verticalizada (apartamentos), o esforço anual necessário, em termos

de investimento, seria de R$ 3.411.522,96. Por fim, em caso de construções mistas, o investimento anual

necessário seria de R$ 3.919.634,70 para a completa resolução do problema habitacional do município.

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3. PRINCÍPIOS

O Plano Local de Habitação de Interesse Social deve estar em consonância com a Política Nacional de

Habitação, onde foram definidas diretrizes que tratam da inclusão social, da gestão participativa e democrática,

da promoção de condições de acesso à moradia digna a todos os segmentos da população, especialmente o de

baixa renda, contribuindo para a inclusão social, além de considerar a Constituição Federal, o Estatuto das

Cidades, e as resoluções da Conferência Nacional e do Conselho das Cidades, onde são preconizados

respectivamente a habitação um direito do cidadão, e a função social da propriedade.

Com o objetivo maior de ser uma referência para o enfrentamento das questões habitacionais no

município de Campo Bom, emanando dos direitos universais do cidadão: moradia digna, meio ambiente

sustentável, participação, integração das políticas sociais, necessidades específicas, emancipação e

compatibilidade nos diversos níveis, o PLHIS estabelece como princípios norteadores:

O cumprimento da função social da propriedade, com a implementação de instrumentos de reforma

urbana que apoiem o ordenamento e controle do uso do solo, de forma a combater a retenção especulativa e

garantir acesso à terra urbanizada8;

O direito à moradia digna e ao solo urbanizado, entendendo-se moradia “enquanto um direito hu-

mano, individual e coletivo, previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Constituição Brasileira

de 1988” 9, e “moradia digna como direito e vetor de inclusão social garantindo padrão mínimo de habitabilidade,

infraestrutura, saneamento ambiental, mobilidade, transporte coletivo, equipamentos, serviços urbanos e sociais”

10;

Questão habitacional como uma política de Estado, “uma vez que o poder público é agente

indispensável na regulação urbana e do mercado imobiliário, na provisão da moradia e na regularização de

assentamentos precários” 11;

Compatibilidade e integração das politicas habitacionais federal, estadual, e municipal, bem como

das demais políticas setoriais de desenvolvimento urbano, ambientais e sociais.

O reconhecimento de demandas específicas, como a população portadora de necessidades

especiais, idosos, crianças, bem como considerar questões de gênero;

A gestão democrática e participativa, com atuação dos diferentes segmentos da sociedade

“possibilitando controle social e transparência nas decisões e procedimentos” 12.

8 MINISTÉRIO DAS CIDADES. SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO. Política Nacional de Habitação. Cadernos Mcidades, novembro 2004, p. 30. 9 Idem, p.30. 10 Idem, p.30. 11 Idem, p.30.

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A eficácia e eficiência institucional e administrativa, com a superação de entraves jurídicos e

administrativos que dificultam a aplicação do princípio da função social da cidade e da propriedade.

12 Idem, p.30.

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4. DIRETRIZES E OBJETIVOS

A análise do Diagnóstico do setor habitacional do município de Campo Bom possibilitou a identificação

das potencialidades e dos conflitos/deficiências, concernentes a cada tema investigado: Inserção regional e

características do município; Atores Sociais e Participação Popular; Necessidades Habitacionais; Programas e

Ações, Oferta Habitacional; Marcos Regulatórios e Legais; Condições Institucionais e Administrativas; e

Recursos financeiros, a qual foi sistematizada na forma de uma matriz (Anexo 07).

Assim, a metodologia de construção das Diretrizes do PLHIS de Campo Bom é resultante dessa matriz

de conflitos e potencialidades, aliada aos apontamentos extraídos das audiências públicas realizadas. Para cada

diretriz, entendida como referência fundamental para as ações da política habitacional local, são elaborados um

ou mais objetivos a serem cumpridos (que realizam as diretrizes), que por sua vez, possuem uma ou mais

estratégias de ação (representando os meios para alcançar os objetivos), que virão a ser atingidas por diferentes

programas e/ou ações. Ressalta-se que o mesmo objetivo e/ou estratégia podem contribuir para a realização de

diferentes diretrizes, podendo, assim, estarem presentes em mais de uma diretriz.

Segue a listagem das diretrizes, objetivos e estratégias. As estratégias estão classificadas como

Normativas, Institucionais e/ ou de Provisão, adequação e urbanização, articulando-se com as Metas

(apresentadas no item 5), e com os Programas e Ações (apresentados no item 6), os quais são classificados da

mesma maneira.

DIRETRIZ 1. Desenvolvimento regional equilibrado coordenado pela Metroplan e governo do estado.

Objetivo 1. Geração de oportunidades de geração de emprego e renda, bem como acesso a projetos e

fontes de financiamento.

Estratégia Institucional 1. Estimular sistema de rede de polos de desenvolvimento.

Estratégia Institucional 2. Constituição de comitê e Conferência dos municípios do

COREDE Vale do Rio dos Sinos e RMPA, para identificação de ações para

o desenvolvimento regional equilibrado.

DIRETRIZ 2. Ampliar fiscalização dos empreendimentos de HIS.

Objetivo 2. Evitar a venda ilegal dos imóveis, e/ou à duplicidade de atendimento.

Estratégia Institucional 3. Fiscalização e recadastramento periódico para controle da

permanência dos beneficiados, como parte do Sistema de Informação

Habitacional.

DIRETRIZ 3. Incremento de soluções de avaliação e controle da demanda e da produção do setor

habitacional.

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Objetivo 3. Produção sistemática de dados de déficit habitacional confiáveis e monitoramento permanente

das necessidades habitacionais no município.

Estratégia Institucional 4. Adequar o instrumento de coleta de dados, para que haja

interligação com outros instrumentos, como o cad único, Receita Federal e

IBGE.

Estratégia Institucional 5. Manutenção periódica do mapeamento e quantificação das

moradias.

DIRETRIZ 4. Promoção da moradia digna - com acesso aos serviços de infraestrutura urbana, equipamentos

comunitários e geração de emprego e renda.

Objetivo 4. Atingir prioritariamente a população de baixa renda através de programas e ações.

Estratégia de Provisão 1. Produção habitacional subsidiada por recursos públicos.

Estratégia de Provisão 2. Parceria com entidades organizadoras de programas de

aquisição da moradia.

Objetivo 5. Garantir infraestrutura básica para todos.

Estratégia de Provisão 3. Progressividade na instalação da infraestrutura na cidade.

Objetivo 6. Ampliar a provisão de serviços urbanos (educação, saúde, lazer, etc.) nos empreendimentos

para famílias de baixa renda, e nos empreendimentos em forma de cooperativa.

Estratégia de Provisão 4. Ampliar número de equipamentos de lazer como praças e

parques em empreendimento de interesse social.

Estratégia de Provisão 5. Verificar o acesso dos moradores dos EHIS a saúde e

educação.

Estratégia Institucional 6. Potencializar o trabalho social junto às comunidades e

ampliar o atendimento pós-ocupação.

DIRETRIZ 5. Política habitacional aliada à preservação do meio ambiente.

Objetivo 7. Garantir moradia digna aos habitantes preservando o meio ambiente.

Estratégia de Provisão 6. retirada das famílias das áreas de preservação

permanente.

Estratégia Institucional 7. Realização de cadastro das famílias das áreas de

preservação permanente.

Estratégia Institucional 8. Fiscalizar e coibir novas ocupações em áreas de

preservação e de risco ambiental.

DIRETRIZ 6. Incentivo à adoção de mecanismos de avaliação e monitoramento de planos e programas

habitacionais.

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Objetivo 8. Avaliar o desempenho dos programas e ações implementados.

Estratégia Institucional 9. Implementar indicadores de desempenho.

DIRETRIZ 7. Inclusão social, inserção da comunidade na cidade e economia formal.

Objetivo 9. Inserção da população na economia formal.

Estratégia Institucional 10. Ampliar oferta de ensino técnico para que os moradores

possam ocupar vagas disponíveis no mercado formal de trabalho.

Objetivo 10. Ampliar o trabalho social em todas as etapas dos programas e ações a fim de facilitar a relação

com e na comunidade.

Estratégia Institucional 11. Reuniões e oficinas periódicas com a comunidade a fim de

implantar o trabalho social.

DIRETRIZ 8. Promoção da regularização urbanística e fundiária dos EHIS, especialmente os produzidos

pelo poder público.

Objetivo 11. Sanar as pendências relativas à titularidade e matrícula.

Estratégia de Provisão 7. Operacionalização do processo de regularização

urbanística e fundiária.

DIRETRIZ 9. Oferecer alternativas para acesso à moradia e solo urbanizado.

Objetivo 12. Atender as demandas com atendimento preferencial a faixa de renda até 3SM.

Estratégia Institucional 12. Qualificação do cadastro de famílias para receberem

incentivos, com critérios de atendimento bem definidos.

Objetivo 13. Ampliar as formas de atendimento das demandas habitacionais.

Estratégia de Provisão 8. Estabelecer programa para produção de lotes urbanizados.

Objetivo 14. Facilitar o acesso ao crédito.

Estratégia de Provisão 9. Ampliar/criar acessos a crédito para aquisição de terrenos,

de material de construção, reformas, ampliações, melhorias da habitação,

bem como, assistência técnica à autoconstrução.

DIRETRIZ 10. Diversificar as alternativas de atendimento da população quanto à habitação.

Objetivo 15. Atender as demandas específicas.

Estratégia Normativa 1. Inclusão de padrões de acessibilidade universal nos EHIS.

Estratégia Institucional 13. Garantir o acesso ao programa de assistência social para o

atendimento de demandas específicas da população (PPDs, mulheres,

crianças, idosos e população adulta em situação de rua, etc.)

DIRETRIZ 11. Incentivar e apoiar a formação de cooperativas habitacionais.

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Objetivo 16. Ampliar oferta de HIS.

Estratégia de Provisão 10. Incentivo ao cooperativismo habitacional por dotação

orçamentária especifica.

DIRETRIZ 12. Implementar programas integrados.

Objetivo 17. Aumentar a possibilidade de permanência e ascensão socioeconômica da população atendida.

Estratégia Institucional 14. Integrar os programas de produção de HIS aos programas

sociais em especial de geração de emprego e renda.

DIRETRIZ 13. Alocação de recursos destinados à habitação de interesse social em fundo local.

Objetivo 18. Garantir a alocação de recursos para promoção da moradia.

Estratégia Normativa 2. Contabilizar a receita dos diferentes instrumentos de regulação

urbana, conforme decreto lei, a fim de compor o FMHIS.

Estratégia Normativa 3. Aplicar o percentual do orçamento municipal destinado ao FMHIS –

1%.

DIRETRIZ 14. PLHIS Campo Bom em consonância com a PNH, a fim de garantir o acesso aos

recursos no nível federal.

Objetivo 19. Ampliar a atuação do setor público (esfera municipal, estadual e federal) na produção de

moradias para população de baixa renda, e trabalhar em parceria com o setor privado.

Estratégia Institucional 15. Estabelecer parceria com a iniciativa privada para produção

de moradias.

Estratégia Institucional 16. Acessar os recursos do FNHIS.

Objetivo 20. Potencializar a operação dos programas e linhas de crédito já existentes à população de baixa

renda, de todas as esferas (municipal e federal).

Estratégia Institucional 17. Potencializar as ações do município através do acesso aos

repasses do FNHIS e de mais programas e linhas de crédito destinadas ao

setor habitacional.

DIRETRIZ 15. Estimular a participação coletiva na implementação da política e dos programas

habitacionais.

Objetivo 21. Oportunizar canais e/ou mecanismos para a participação permanente na política e nos

programas de HIS.

Estratégia Institucional 18. Definição da entidade representativa da comunidade nos

conselhos deve partir de uma eleição feita pelas próprias entidades, entre

as mais de 30 entidades existentes.

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Estratégia Institucional 19. Ampliação da participação das entidades através do

orçamento participativo para decisão de usos do FMHIS (prefeitura

determina possíveis ações com base em pesquisas que já vem sendo

feitas semestralmente junto às comunidades, e também com base em

levantamentos técnicos, e a comunidade vota as prioridades de ação).

Estratégia Institucional 20. Fortalecimento da atuação da assessoria comunitária e do

setor técnico social.

Objetivo 22. Esclarecer e orientar a comunidade no equacionamento das demandas.

Estratégia Institucional 21. Interlocução da Prefeitura com os movimentos sociais.

Objetivo 23. Aumentar a possibilidade de atendimento das demandas.

Estratégia Institucional 22. Interlocução da Prefeitura com os movimentos sociais.

DIRETRIZ 16. Articular programas e ações habitacionais às demais iniciativas (planejamento

territorial, transporte, meio ambiente, etc).

Objetivo 24. Melhorar a eficácia de atendimento e gestão de recursos.

Estratégia Institucional 23. Destacamento de equipe para desenvolvimento de projetos

habitacionais e desenvolvimento estratégico do setor (aquisição de verbas

junto a demais entidades e parcerias com setor público e fiscalização da

oferta habitacional).

DIRETRIZ 17. Articular as Instâncias Municipal, Estadual e Federal.

Objetivo 25. Apoio às ações de planejamento e gestão na área habitacional, de forma a potencializar

programas, ações e recursos.

Estratégia Institucional 24. Identificação das interfaces de ação no território realizadas

pelos três níveis de governo, em especial aquelas destinadas a atender

famílias de baixa de renda.

DIRETRIZ 18. PLHIS como instrumento político administrativo.

Objetivo 26. Garantir a implementação do PLHIS.

Estratégia Normativa 4. Legalizar institucional e juridicamente (transformar em lei) o PLHIS.

Estratégia Normativa 5. Proceder ao gravame de AIS a fim de aumentar a produção de

EHIS.

DIRETRIZ 19. Estabelecimento da função social da propriedade e controle do mercado imobiliário.

Objetivo 27. Aplicar os instrumentos relativos a função social da propriedade: Direito de Preempção,

Transferência do Direito de Construir, Contribuição de Melhoria e IPTU Progressivo.

Estratégia Normativa 6. Implementar os instrumentos.

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5. METAS, PROGRAMAS E AÇÕES

Para o cumprimento dos Princípios, Diretrizes e Objetivos do PLHIS de Campo Bom, é estabelecido um

conjunto de Metas, Ações e Programas, e seus respectivos custos, quando pertinente.

As Metas, Ações e Programas foram divididos em (1) Normativos, (2) Institucionais e (3) de Provisão,

Adequação e Urbanização.

As Metas, Ações e Programas Normativos tratam de assuntos relacionados principalmente à

manutenção da questão habitacional como política de Estado, ao cumprimento da função social da propriedade,

e articulação das ações de habitação à política urbana de modo integrado com as demais políticas sociais e

ambientais.

As Metas, Ações e Programas Institucionais tratam de questões de eficiência e eficácia institucional, as

quais têm implicações na qualidade do tratamento da questão habitacional como um todo, como a questão de

oferta de moradia digna e solo urbanizado, atendimento de demandas especificas, e garantir a gestão

democrática e participativa.

As Metas de Provisão, Adequação e Urbanização tratam da resolução do Déficit Habitacional e

Inadequação de Moradias, atual e futuro, através de Ações e Programas propostos pelo PLHIS e tem seus

custos aproximados quantificados.

5.1. Metas, Programas e Ações Normativos

De acordo com as Diretrizes, Objetivos e Estratégias de ação traçadas e expostas acima, as metas

normativas propostas para o PLHIS de Campo Bom são:

5.1.1. INCLUIR PPNES NOS EHIS

Realizando as seguintes ações: 1) atender a demanda de PPNEs instituindo cotas mínimas para seu

atendimento nos EHIS a serem implantados, dessa forma possibilitando sua inclusão; 2) Instituir que os espaços

públicos e coletivos sejam dotados de acessibilidade universal.

5.1.2. CONTABILIZAR A RECEITA DOS DIFERENTES INSTRUMENTOS DE

REGULAÇÃO URBANA PARA O FMHIS

Realizando a seguinte ação: destinar os recursos provenientes dos instrumentos (Direito de

Preempção, Transferência do Direito de Construir, e IPTU Progressivo) a serem implementados para o FMHIS.

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5.1.3. GARANTIR QUE SEJAM APLICADOS RECURSOS MÍNIMOS NO

SETOR HABITACIONAL ANUALMENTE

Realizando a seguinte ação: Aplicação do percentual mínimo do orçamento municipal para o Fundo

Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS) previsto na lei 3385/09.

5.1.4. GARANTIR QUE O MUNICÍPIO POSSUA INSTRUMENTOS PARA A

IMPLEMENTAÇÃO DO PLHIS

Realizando a seguinte ação: transformar os programas e ações do PLHIS em lei.

5.1.5. GRAVAR ÁREAS DE INTERESSE SOCIAL (AIS)

Estabelecendo por Lei específica: 1) critérios para sua delimitação; 2) sua utilização como instrumento

não apenas de regularização urbanística e fundiária, mas também de ampliação da oferta de HIS, através da

construção de novas moradias e implementação de serviços de infraestrutura.

5.1.6. INSTITUIR OS INSTRUMENTOS RELATIVOS À FUNÇÃO SOCIAL DA

PROPRIEDADE PREVISTOS NO PLANO DIRETOR,

Regulamentando os seguintes instrumentos previstos no Plano Diretor: Direito de Preempção,

Transferência do Direito de Construir, Contribuição de Melhoria e IPTU Progressivo, para o estabelecimento da

função social da propriedade.

5.2. Metas, Programas e Ações Institucionais

De acordo com as Diretrizes, Objetivos e Estratégias de ação traçadas e expostas acima, as metas e

ações institucionais propostas para o PLHIS de Campo Bom são:

5.2.1. PROMOVER A INTEGRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL,

Constituição de comitê e Conferência dos municípios do COREDE Vale do Rio dos Sinos e RMPA, com

o objetivo de: 1) estimular o sistema de rede de pólos de desenvolvimento. 2) identificar ações para o

desenvolvimento regional equilibrado, 3) identificar oportunidades de geração de emprego e renda, bem como

acesso a projetos e fontes de financiamento.

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5.2.2. ESTRUTURAR O SISTEMA DE INFORMAÇÃO HABITACIONAL,

Com o uso do Sistema de Indicadores aqui proposto, e com ações de fiscalização e recadastramento

periódico das famílias o sistema de informação habitacional possibilitará: 1) controlar a permanência dos

beneficiados em Empreendimentos Habitacionais de Interesse Social (EHIS); 2) evitar a venda ilegal dos imóveis

ofertados; 3) evitar a duplicidade de atendimento; 4) realizar a manutenção periódica do mapeamento e

quantificação do cadastro das moradias localizadas em área de risco ambiental; 5) qualificar o cadastro das

famílias candidatas ao recebimento de incentivos (população foco das políticas habitacionais), com critérios de

inclusão e atendimento bem definidos e 6) a verificação do acesso dos moradores dos EHIS e dos moradores da

zona rural aos serviços urbanos de saúde, educação, transporte, etc.

5.2.3. GARANTIR A PROVISÃO DE MORADIA DIGNA,

Implantando programas integrados através da realização de ações de provisão de habitação,

assistência social, educação ambiental, áreas de lazer e geração de trabalho e renda, possibilitando a inclusão

da comunidade na cidade e economia formal.

5.2.4. CONSCIENTIZAR A POPULAÇÃO ATENDIDA POR HIS DA

IMPORTÂNCIA DAS QUESTÕES SANITÁRIAS E AMBIENTAIS,

Realizando programas e ações de educação sanitária e ambiental junto à comunidade conscientizando-

a da importância da preservação dos recursos naturais, aumentando seu comprometimento com o destino do

esgoto sanitário e resíduos sólidos, com a redução do uso de água potável, energia elétrica, etc., propiciando

assim a preservação e proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, em prol de uma política habitacional

articulada com a preservação do meio ambiente.

5.2.5. GARANTIR QUE AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE

RISCO AMBIENTAL NÃO SEJAM OCUPADAS,

Com a implantação do programa de fiscalização permanente das APPs impedindo que sejam

ocupadas.

5.2.6. INSTITUIR O ACOMPANHAMENTO E A AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

DOS PROGRAMAS E AÇÕES IMPLEMENTADOS NO ÂMBITO DO PLHIS,

No que diz respeito à habitação, assistência social, educação sanitária e ambiental, e geração de

emprego e renda, implementando indicadores de desempenho, a fim de aprimorar tais ações: 1) Implementação

de indicadores de desempenho dos EHIS, de acordo com o estabelecido pelo Sistema de monitoramento,

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avaliação e revisão do PLHIS; 2) destacamento de equipe técnica para o acompanhamento e avaliação pós-

ocupação das ações e programas desenvolvidos pelo do PLHIS; 3) fiscalização da permanência dos

beneficiados nos EHIS.

5.2.7. AMPLIAR O ACESSO DA COMUNIDADE AO MERCADO FORMAL DE

TRABALHO,

Desenvolvendo programas e ações de apoio à geração de emprego e renda, por exemplo, aumentando

a oferta de ensino técnico, e o incentivo ao desenvolvimento de programas integrados. Propiciando, assim: 1) a

inclusão social da comunidade (inserção na cidade e economia formal); 2) ampliação da atuação para outras

áreas do setor econômico.

5.2.8. AMPLIAR O ATENDIMENTO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL À

POPULAÇÃO ATENDIDA POR HIS,

Implantando programas de assistência social tanto nos novos EHIS a serem implantados, assim como

nos já existentes, ampliando a atuação do setor técnico, no sentido de auxiliar a organização e articulação das

comunidades, realizando reuniões e oficinas periódicas com a comunidade. Com isso, propicia-se: 1) a

ampliação do trabalho social em todas as etapas dos programas e ações implantados facilitando a relação com a

comunidade; 2) fortalecimento da atuação da assessoria comunitária e do setor técnico social e 3) aumento da

interlocução da equipe da prefeitura com os movimentos sociais, esclarecendo e orientando a comunidade no

equacionamento das demandas, e por conseqüência, aumentando a possibilidade de atendimento dessas.

5.2.9. GARANTIR O ATENDIMENTO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DE

DEMANDAS ESPECÍFICAS,

Implantando programas de assistência social para atendimento a populações específicas, como

PPNEs, mulheres, crianças, idosos, etc, garantindo, assim, a diversidade no atendimento à população.

5.2.10. AMPLIAR AS POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO DE HIS COM A

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS EXTERNOS,

Buscando convênios para a produção HIS em parceria entre os setores públicos (esferas municipal,

estadual, e federal) e iniciativa privada,. Ainda com o objetivo de ampliar a possibilidade de convênios com o

governo federal, buscar a consonância do PLHIS com a PNH e os programas do Ministério das Cidades,

garantindo, assim o acesso aos recursos do FNHIS.

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5.2.11. POSSIBILITAR A PARTICIPAÇÃO POPULAR PERMANENTE NA

POLÍTICA HABITACIONAL,

Realizando ações como: 1) audiências públicas itinerantes nas sedes distritais, Fóruns Distritais,

Comissões e/ou comitês habitacionais distritais; 2) conferências de habitacionais realizadas periodicamente,

utilizando a infraestrutura já existente das associações comunitárias, como forma de aumentar a interlocução

entre o Poder público e a Sociedade Civil; 3) definição da entidade representativa da comunidade nos conselhos

partir de eleição feita pelas próprias entidades, entre as mais de 30 entidades e 4) ampliação da participação das

entidades através do orçamento participativo para decisão de usos do FMHIS .

5.2.12. REESTRUTURAR A PREFEITURA PARA A AMPLIAÇÃO DA

CAPACIDADE ADMINISTRATIVA POSSIBILITANDO O CUMPRIMENTO

DA POLÍTICA HABITACIONAL,

Realizando as seguintes ações: 1) reavaliação e modernização da estrutura operacional; 2)

destacamento de equipe específica para gestão da implementação do PLHIS, ou seja, para gerência dos

programas e ações desenvolvidos no âmbito do PLHIS; 3) destacamento de equipe técnica para ações de apoio

ao cooperativismo; 4) destacamento de equipe técnica para o acompanhamento e avaliação pós-ocupação das

ações e programas desenvolvidos no âmbito do PLHIS; 5) estabelecimento de fluxo de trabalho e

regulamentação de procedimentos administrativos e padrões diferenciados para EHIS, que possibilitem a

entrega da habitação regular; entre outras ações; 6) qualificação permanente dos técnicos da Prefeitura, com o

desenvolvimento contínuo de cursos de capacitação e aperfeiçoamento nas diversas áreas de atuação da

política habitacional, incluindo cursos para aplicação dos instrumentos legais da política fundiária, a fim de

propiciar: um melhor atendimento à população.

5.3. Programas e Ações de Provisão, Adequação e Urbanização

Os Programas e Ações de provisão, adequação e urbanização propostos para o PLHIS de Campo Bom

seguem basicamente seis linhas programáticas:

5.3.1. LINHA PROGRAMÁTICA DE PROVISÃO DE UNIDADE HABITACIONAL

E LOTE URBANIZADO

DEFINIÇÃO: A Linha Programática de Provisão de Unidade Habitacional e lote Urbanizado tem como

objetivo a produção de empreendimentos habitacionais dotados de infraestrutura básica e solução

habitacional para as famílias, cujos domicílios se encontram em situação imprópria para moradia, seja por

sua localização, em áreas de risco, ou por condições físicas precárias do domicilio.

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OBJETIVOS: Contribuir para a solução do déficit habitacional, oportunizando a efetiva melhoria da

qualidade de vida da população beneficiada, ofertando unidades habitacionais e lotes urbanizados para

população alvo de HIS.

PÚBLICO ALVO: Prioritariamente renda familiar entre 0 e 3 SM, obedecendo a critérios de faixas de renda

para determinar faixas de subsídio.

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:

Produção habitacional subsidiada por recursos públicos. No caso da população com renda de

até 1 salário mínimo subsidio integral. E, entre 1 e 3 salários míninos instituir subsídio

proporcional à renda;

Estabelecer programas de lotes urbanizados;

Atendimento de critérios de acessibilidade universal

Gestão partilhada entre as secretarias e comunidade

ORÇAMENTO GLOBAL: R$ 47,559,767.04

Os indicadores de resultado construídos da fase de implementação das ações realizadas no âmbito da

Linha Programática de Provisão de Unidade Habitacional e lote Urbanizado (indicadores de eficácia e eficiência),

com o detalhamento dos índices de referência e esperado no final do tempo meta estipulado para sanar as

necessidades habitacionais levantadas no diagnóstico, assim como a freqüência de monitoramento, e o meio de

verificação, podem ser observados no Anexo 4.

5.3.2. LINHA PROGRAMÁTICA DE PROGRAMA DE REASSENTAMENTO,

DEFINIÇÃO: O Programa de Reassentamento se destina à remoção de residenciais em locais inadequados

para moradia e posterior oferta de moradia adequada, seja por construção de empreendimento com oferta

de lotes urbanizados, unidades habitacionais ou por facilitação de acesso ao crédito.

OBJETIVOS: retirada de famílias residentes em áreas ocupadas irregularmente (APP, áreas de risco, áreas

públicas, áreas privadas) e reassentamento dessas famílias em locais apropriados para a moradia.

PÚBLICO ALVO: famílias residentes em áreas inadequadas para moradia (APP, Áreas de risco, áreas

públicas, áreas privadas, etc).

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:

Retirada de famílias de área de preservação permanente;

Garantir moradia digna preservando o meio ambiente;

Estabelecer programas de lotes urbanizados;

Atendimento de critérios de acessibilidade universal

Gestão partilhada entre as secretarias e comunidade

ORÇAMENTO GLOBAL: Vai absorver a demanda de fornecimento de UH+lote urbanizado para famílias

residentes em APP, esse dado será levantado através de cadastro

Os indicadores de resultado construídos da fase de implementação das ações realizadas no âmbito do

Programa de reassentamento (indicadores de eficácia e eficiência), com o detalhamento dos índices de

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referência e esperado no final do tempo meta estipulado para sanar as necessidades habitacionais levantadas

no diagnóstico, assim como a freqüência de monitoramento, e o meio de verificação, podem ser observados no

Anexo 4.

5.3.3. LINHA PROGRAMÁTICA DE EXECUÇÃO DE PROGRAMAS

INTEGRADOS,

DEFINIÇÃO: Programas de provisão de moradia que incluem a execução de equipamentos comunitários,

espaços públicos de lazer, acesso a serviços sociais, educação, saúde e programas de geração de

emprego e renda.

OBJETIVOS: proporcionar o acesso a políticas públicas (saúde, educação, geração de renda, assistência

social, educação ambiental e lazer, dentre outras), e incentivar a participação e a organização comunitária.

PÚBLICO ALVO: Prioritariamente renda familiar entre 0 e 3 SM.

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:

Provisão de equipamentos públicos (saúde e educação);

Geração de atividades de geração de renda na implementação dos programas habitacionais;

Ampliar número de equipamentos de lazer como praças e parques em empreendimento de

interesse social

Verificar o acesso dos moradores dos EHIS a saúde e educação

ORÇAMENTO GLOBAL: Os equipamentos e serviços serão implantados nos EHIS executados, de acordo

com a legislação municipal, ou quando demandados pela comunidade.

Os indicadores de resultado construídos da fase de implementação das ações realizadas no âmbito da

Linha Programas Integrados (indicadores de eficácia e eficiência), com o detalhamento dos índices de referência

e esperado no final do tempo meta estipulado para sanar as necessidades habitacionais levantadas no

diagnóstico, assim como a freqüência de monitoramento, e o meio de verificação, podem ser observados no

Anexo 4.

5.3.4. LINHA PROGRAMÁTICA DE FACILITAÇÃO DE ACESSO AO CRÉDITO,

DEFINIÇÃO: Facilitação de Acesso ao Crédito para aquisição de terrenos, de material de construção,

reformas, ampliações, melhorias da habitação, bem como, assistência técnica à autoconstrução.

OBJETIVOS: Ampliar oferta habitacional através da facilitação de acesso a crédito para solução parcial ou

total da moradia, seja para aquisição de terreno, reformas, construções.

PÚBLICO ALVO: Prioritariamente renda familiar entre 0 e 3 SM, Podendo atender até 10SM.

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Produção habitacional subsidiada por recursos públicos;

Ampliar/criar acessos a crédito para aquisição de terrenos;

Ampliar/criar acessos a crédito para aquisição de material de construção;

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Ampliar/criar acessos a crédito para realização de reformas ou ampliações;

Ampliar/criar acessos a crédito para realização de melhorias da habitação;

Ampliar/criar acessos a crédito para assistência técnica à autoconstrução.

ORÇAMENTO GLOBAL: R$ 11,494,990.38

Os indicadores de resultado construídos da fase de implementação das ações realizadas no âmbito da

Linha Programática de Facilitação de Acesso ao Crédito (indicadores de eficácia e eficiência), com o

detalhamento dos índices de referência e esperado no final do tempo meta estipulado para sanar as

necessidades habitacionais levantadas no diagnóstico, assim como a freqüência de monitoramento, e o meio de

verificação, podem ser observados no Anexo 4.

5.3.5. LINHA PROGRAMÁTICA DE INCENTIVO AO COOPERATIVISMO

DEFINIÇÃO: Pode ser definido como uma parceria entre o setor público, Prefeitura Municipal de Campo

Bom, e a sociedade civil, representada pelas cooperativas habitacionais.

OBJETIVOS: Incentivo à constituição de Cooperativas Habitacionais, cuja finalidade seja agregar famílias,

por livre adesão, para a produção de habitação em regime de autogestão, privilegiando as cooperativas

habitacionais com renda familiar até 05 salários mínimos; Disponibilização de recursos próprios para o

cooperativismo habitacional oriundos dos entes federativos para a construção de moradias e implementação

de obras de infraestrutura.

PÚBLICO ALVO: Cooperativas que representem preferencialmente famílias com renda de até 5 SM,

podendo atender renda familiar até 10 SM.

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO

Parceria com entidades organizadoras de programas de aquisição da moradia;

Incentivo ao cooperativismo habitacional por dotação orçamentária;

Estabelecer parceria público-privado para produção de moradias.

ORÇAMENTO GLOBAL: não é possível de ser estimado, mas pode absorver parte da demanda da Linha

Programática de facilitação de acesso ao crédito.

Os indicadores de resultado construídos da fase de implementação das ações realizadas no âmbito da

Linha Programática de Incentivo ao Cooperativismo (indicadores de eficácia e eficiência), com o detalhamento

dos índices de referência e esperado no final do tempo meta estipulado para sanar as necessidades

habitacionais levantadas no diagnóstico, assim como a freqüência de monitoramento, e o meio de verificação,

podem ser observados no Anexo 4.

5.3.6. LINHA PROGRAMÁTICA DE REGULARIZAÇÃO URBANÍSTICA E

FUNDIÁRIA.

DEFINIÇÃO: A Linha Programática de Regularização Urbanística e Fundiária é um processo urbanístico,

social e jurídico que objetiva a regularização da posse da terra para população de baixa renda, em seu local

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de origem, garantindo o acesso à infraestrutura urbana, melhorando as condições de moradia das famílias

beneficiadas.

OBJETIVOS:

Manter o morador no local onde se encontra, promovendo melhorias na qualidade de vida;

Viabilizar a implantação de infraestrutura e garantir padrões adequados para os lotes;

Promover um processo de integração à cidade formal, nas suas interfaces urbana e social, com acesso a

regularização jurídica e urbanística;

PÚBLICO ALVO: Famílias com renda entre 0 e 3 SM prioritariamente, mas podendo atender até 5 SM.

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO:

Subsídio integral ou parcial. No caso da população com renda de até 1 salário mínimo subsidio

integral. E, entre 1 e 3 salários míninos instituir subsídio proporcional à renda;

Gravação de AIS de regularização em áreas aonde a situação de irregularidade fundiária

urbanística em função de divisão da gleba em lotes menores já vem acontecendo.

Operacionalização do processo de regularização urbanística e fundiária

Progressividade na instalação da infraestrutura na cidade

ORÇAMENTO GLOBAL: R$ 7, 361, 439.34

Os indicadores de resultado construídos da fase de implementação das ações realizadas no âmbito da

Linha Programática de Regularização Urbanística e Fundiária (indicadores de eficácia e eficiência), com o

detalhamento dos índices de referência e esperado no final do tempo meta estipulado para sanar as

necessidades habitacionais, assim como a freqüência de monitoramento, e o meio de verificação, podem ser

observados no Anexo 4.

5.4. Metas de Provisão, Adequação e Urbanização

Cada uma dessas linhas programáticas descritas acima atende a parcelas dos chamados déficit

habitacional e inadequação das moradias.

Desta forma, segue abaixo quadro geral, contendo a expectativa de aplicação de recursos, decorrente

do levantamento das Necessidades Habitacionais feito a partir de dados do IBGE, FJP, FEE e SNIS.

Atenta-se para o fato de que além das demandas levantadas no diagnóstico do setor habitacional foi

incluído o incremento no déficit habitacional no município até o ano de 2025 de 492 domicílios. Para estimar os

valores necessários para a solução das demandas habitacionais utilizou-se a solução através de produção de

UHs térreas, por se tratar da solução de valor mais elevado, procurando-se assim, não correr o risco de

subestimar a previsão orçamentária. As demandas de Déficit e Inadequação habitacional foram extraídas da

Tabela 1, enquanto os valores estimados para sua produção foram extraídos da Tabela 6, a previsão de

incremento de domicílios no município até o ano de 2025 pode ser visto na Tabela 3

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Tabela 7. Metas de provisão, adequação e urbanização propostas para o PLHIS de Campo Bom

LINHAS PROGRAMÁTICAS PROVISÃO DE UH

+ LOTE URBANIZADO

PROGRAMA DE REASSENTAMENTO

PROGRAMAS INTEGRADOS

FACILITAÇÃO DE ACESSO A CRÉDITO COOPERATIVISMO

REGULARIZAÇÃO URBANÍSTICA E

FUNDIÁRIA

GR

UP

OS

DE

NE

CE

SS

IDA

DE

S H

AB

ITA

CIO

NA

IS

FIC

IT H

AB

ITA

CIO

NA

L

FAMÍLIAS CONVIVENTES (UH+ LOTE URBANIZADO)

876

R$ 27,123,929.64

DOMICÍLIOS RÚSTICOS (APENAS

UH)

239

Pode absorver parte da demanda do

Déficit por domicílios rústicos,

no caso das pessoas que já

possuam terreno

R$ 7,400,250.21

DOMICÍLIOS IMPROVISADOS

(APENAS UH)

27

Pode absorver parte da demanda do

Déficit por Improviso, no caso das pessoas que já

possuam terreno

R$ 836,011.53

CÔMODOS ALUGADOS (UH+

LOTE URBANIZADO)

168

R$ 5,201,849.52

INCREMENTO PREVISTO ATÉ O

ANO DE 2025 (UH+ LOTE URBANIZADO)

492

R$ 15,233,987.88

FAMÍLIAS RESIDENTES EM

ÁREAS DE PRESERVAÇÃO OU RISCO AMBIENTAL

Vai absorver a demanda de

fornecimento de UH+lote urbanizado

para famílias residentes em APP,

esse dado será levantado através de

cadastro

IMPLANTAÇÃO DE ESPAÇOS DE LAZER (PRAÇAS, QUADRAS DE ESPORTES, ETC) E EQUIPAMENTOS

COMUNITÁRIOS (CRECHES,

ESCOLAS, POSTOS DE SAÚDE)

Os equipamentos serão implantados

nos EHIS executados, de acordo com a

legislação municipal, ou quando

demandados pela comunidade

INA

DE

QU

ÃO

DE

MO

RA

DIA

S

ADENSAMENTO EXCESSIVO

(CONSTRUÇAO DE UM CÔMODO A MAIS

NA CASA)

546

R$ 497,689.92

FALTA DE BANHEIRO

(CONSTRUÇÃO DE UM BANHEIRO)

576

R$ 2,761,038.72

FALTA DE INFRAESTRUTURA

(CARÊNCIA DE ABASTECIMENTO

DE ÁGUA, ENERGIA ELÉTRICA, ESGOTO,

COLETA DE LIXO)

2017

R$ 7,043,989.27

INADEQUAÇÃO FUNDIÁRIA

909

R$ 317,450.07

ORÇAMENTO GLOBAL R$ 47,559,767.04

R$ 11,494,990.38 R$ 7,361,439.34

TOTAL R$ 66,416,196.76

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Desta forma, estima-se que para a completa resolução das Necessidades Habitacionais de Campo Bom

sejam necessários R$ 66,416,196.76, em valores atualizados para o ano de 2010, que deverão ser aplicados

nas seis Linhas Programáticas indicadas pelo PLHIS de Campo Bom.

De acordo com a Tabela 8, abaixo, observa-se padrão de investimentos necessários para a completa

resolução do déficit habitacional do município até o ano de 2025, o equivalente a quatro mandatos de gestão

municipal. O cenário se mostra bastante positivo, pois, no âmbito federal, novos rumos de políticas habitacionais

estão sendo norteados pelo Plano Nacional de Habitação e, segundo projeções do próprio PlanHab o volume de

recursos disponíveis tende a ser maior a cada ano, assim, se vislumbra um potencial crescimento ainda maior

da capacidade de investimento no setor habitacional de Campo Bom.

Tabela 8. Cenário de investimento em habitação no município de Campo Bom

2010-2012 2013-2016 2017-2020 2021-2024

% Solução das

Necessidades Habitacionais

Padrão de Investimento necessário*

R$ 13,283,239.35 R$ 17,710,985.80 R$ 17,710,985.80 R$ 17,710,985.80 100%

* O valor de investimento no cenário apresentado é equivalente a R$ 4,427,746.45 anuais. Fonte: Pixel Planejamento, 2010

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6. RECURSOS E FONTES DE FINANCIAMENTO

As fontes de recursos que se destinam a financiar projetos na área de habitação de interesse social

estão tradicionalmente associadas às três esferas de governo, Federal, Estadual e Municipal. Compete ao

Governo Federal o papel de maior destaque na provisão de recursos que se destinam ao investimento em

habitação. O Governo Estadual através de seus programas, também tem destinado recursos para esta área. Por

fim, os municípios, mais cooperativas habitacionais, têm se articulado no sentido de obter recursos, muitas

vezes, necessários a contrapartidas exigidas para acessar os programas tanto do governo Federal quanto

Estadual.

6.1. Fontes de Recursos do Governo Federal

Os principais recursos disponibilizados pelo Governo Federal são provenientes do Orçamento Geral da

União (OGU), do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e

Empréstimo (SBPE).

Com relação aos recursos oriundos do OGU, estão àqueles destinados ao Fundo Nacional de

Habitação de Interesse Social (FNHIS) e ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), que

cresceram significativamente nos últimos anos, o que evidencia uma participação mais efetiva do Governo

Federal no enfrentamento dos problemas habitacionais existentes no Brasil. De acordo com o Plano Plurianual

2008-2011, há uma previsão de R$ 1 bilhão anuais para o FNHIS. No entanto, se somados aos demais recursos

destinados para habitação, especialmente, para urbanização de assentamentos precários que é uma das

prioridades do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), pode-se chegar próximo de R$ 4 bilhões anuais,

cerca de 0,685% do OGU. Dessa forma, caso todos os recursos federais procedentes do OGU sejam destinados

ao FNHIS, ele poderá vir a ser efetivamente, um pilar de sustentação do Sistema Nacional de Habitação (SNH),

juntamente, com FGTS e SBPE13.

A consolidação de uma política de estado para o setor habitacional é objetivo do Governo Federal,

buscando através do Plano de Habitação uma forma de equacionar no longo prazo a questão habitacional do

país. Ressalta-se que, caso o governo não concentre esforços efetivos, inclusive no sentido de ampliar sua

participação com recursos financeiros do OGU na implementação da política habitacional, o horizonte temporal

para enfrentamento da questão tende a crescer, tanto quanto suas já conhecidas consequências – crescimento

dos assentamentos precários, invasões, prejuízos à saúde pública e ao meio ambiente14.

13 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 5. Brasília 2008.

14 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 5. Brasília 2008.

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6.1.1. FNHIS – FUNDO NACIONAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Cabe ao FNHIS o aporte de recursos financeiros para o desenvolvimento institucional do Ministério das

Cidades, das estruturas de governo da administração direta e indireta voltadas para a questão habitacional nos

estados e municípios, além das organizações sociais, como cooperativas, por exemplo, voltadas a promoção da

habitação de interesse social.

O objetivo da atuação do FNHIS está no atendimento dos Grupos I e II15. Para o Grupo I, constitui-se

como fonte de recursos exclusiva para seu atendimento. No Grupo II, articula-se ao FGTS na complementação

de recursos não-onerosos para a viabilização da política de subsídios, atrelada ao financiamento.

De forma prioritária está o atendimento do Grupo I. No entanto, poderão ser atendidas famílias do

Grupo II, neste caso busca-se obter do beneficiário final alguma forma de contrapartida. A implementação de

linhas programáticas busca a participação do poder público local, e tem como objetivo algumas questões. No

entanto, o município de Campo Bom se enquadra no segundo cluster das tipologias atribuídas pelo PlanHab16

(no caso tipologia B), o que torna possível ter acesso aos seguintes programas:

1. Regularização fundiária, urbanística jurídica dos assentamentos precários urbanos e de

regularização fundiária de assentamentos informais - Destinada prioritariamente aos municípios de

tipologias A, B, C, D, E, esta linha abrange as ações de urbanização de assentamentos precários e de

loteamentos precários, incluindo a construção de novas unidades para remoção, quando necessário.

2. Subsídio à autopromoção habitacional assistida - Nesta linha, destinada ao Grupo I, o FNHIS

viabiliza a autopromoção da moradia (lote e/ou cesta de materiais de construção, com assistência

técnica, podendo, eventualmente, dentro dos limites do subsidio, apoiar outro tipo de solução),

integralmente subsidiadas, destinadas prioritariamente aos municípios17 F, G, H, I, J e K, além de áreas

rurais. Considera-se que, nesta linha, frente à falta de capacidade de pagamento monetário do

beneficiário, sua contrapartida seria em mão de obra. Parte-se do princípio de que não seria adequado

o subsidio integral de uma casa própria, prevendo-se para este caso outras formas de acesso (locação

social ou arrendamento).

3. Oferta de serviços de assistência técnica - O FNHIS deve apoiar o programa de assistência técnica

para os Grupos I e II em todos os campos necessários para enfrentar as diferentes manifestações do

problema da habitação, ou seja, assistência social, jurídica, financeira e de projeto e construção

(engenharia e arquitetura). Qualquer linha que atue através da autopromoção da produção ou reforma

da moradia, ou seja, que inclua cesta de materiais e processo de autogestão ou autoconstrução deveria

obrigatoriamente, contar com assistência técnica gratuita viabilizada financeiramente pelo FNHIS, com

contrapartida dos demais entes federativos.

15 Para uma específica determinação das faixas de renda que se enquadram em cada Grupo olhar o Anexo 2

16 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação, pg. 37 e pg. 72 a 73. Plano Nacional de Habitação. Produto 5. Brasília 2008.

17 Para uma específica determinação das tipologias dos municípios olhar o Anexo 1.

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4. Programa de promoção pública de locação social de unidades habitacionais em centros urbanos

e históricos - Visa fornecer recursos financeiros para complementar a capacidade de pagamento de

famílias dos Grupos I e II, em soluções de aluguel de unidades existentes ou a serem construídas, em

ambos os casos sempre de propriedade privada. Solução voltada prioritariamente para os municípios

de tipo A,B e C, sobretudo em áreas mais centrais e consolidadas.

O FNHIS também desempenhará um papel de complementaridade em financiamentos concedidos pelo

FGTS, prioritariamente concedido para famílias do Grupo II, para desta forma dinamizar a alocação de recursos

concedidos pelo FGTS. A razão deste tipo de complemento justifica-se pelo fato deste contingente populacional

ter condições de acessar uma linha de financiamento, que, no entanto, é insuficiente para aquisição da moradia.

Logo, através deste mecanismo o FNHIS complementa o empréstimo concedido pelo FGTS para aquisição da

moradia ou resolução do problema habitacional em questão.

Com relação aos recursos destinados pelo FNHIS, faz-se importante saber que através de um projeto

de lei de iniciativa popular promovido pelos movimentos de moradia que têm como princípio a autogestão, foi

criado o Programa Social da Moradia, que canaliza recursos para os Grupos I, II e III, e que permite a

transferência de recursos diretamente para associações comunitárias e cooperativas. Arranjos institucionais

ainda serão necessários para compatibilizar as linhas de financiamento com o Plano Nacional de Habitação, em

que o subsídio integral deverá apenas ser concedido para o Grupo I, enquanto que, para os Grupos II e III terá

um caráter complementar a um financiamento já concedido com recursos do FGTS. O objetivo deste tipo de

arranjo busca aproveitar a capacidade de financiamento das famílias pertencentes aos Grupos II e III, de forma a

permitir uma maior abrangência dos recursos destinados ao programa.

Os repasses de recursos para linhas programáticas financiadas exclusivamente pelo FNHIS serão feitas

diretamente ao poder público estadual e municipal. No entanto, serão observados alguns condicionantes pelo

Ministério das Cidades, como:

Estabelecimento de metas de atendimento e prioridades, conforme o diagnóstico e os planos locais;

O cumprimento do cronograma de desenvolvimento institucional;

O cumprimento das metas estabelecidas e a avaliação – qualitativa e quantitativa das ações

realizadas no período anterior;

A utilização efetiva dos instrumentos de política fundiária a serem incorporados ao Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano (PDDU) local, ou à Lei de Diretrizes de Uso e Ocupação do Solo,

especialmente os que se referem ao dimensionamento de necessidades fundiárias e constituição de

respectivas reservas; a intervenção regulatória no mercado de solos; a existência de planta genérica

de valores atualizada; e, planos de expansão urbana, quando for o caso para extensão do perímetro.

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Os repasses serão dimensionados de acordo com as contrapartidas em nível local – financeiras, cessão

de terrenos ou prédios públicos, recursos humanos, estruturas de assistência técnica, ou outras18.

Os promotores responsáveis pela articulação destes recursos frente ao Governo Federal – Ministério

das Cidades – serão representados pelos seguintes agentes: prefeituras municipais, dentro da administração

direta ou indireta; organizações ligadas aos movimentos sociais à promoção da moradia, habilitadas e

cadastradas pelo município; e as organizações da sociedade civil (cooperativas, entidades sem fins lucrativos)

voltadas à promoção da moradia de interesse social, habilitadas e cadastradas pelos municípios.

A atuação destes agentes deve estar em consonância com as ações do poder público municipal e o

plano de habitação, para que os projetos contemplados com recursos da habitação estejam de acordo com as

prioridades e metas estabelecidas pelo plano habitacional do município. Programas de melhorias habitacionais

devem, especificamente, atender às diretrizes municipais de urbanização e regularização de assentamentos

precários, a fim de evitar a expansão desordenada destas áreas.

O FNHIS representa uma potencial fonte de recursos para o município de Campo Bom, por priorizar

suas ações aos Grupos I e II, basicamente, os grupos que constituem o déficit habitacional do município.

6.1.2. FGTS – FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO

O FGTS constitui-se na principal fonte de recursos de financiamento para o setor da habitação,

possuindo, desde sua criação em 1966 dois objetivos: o primeiro, de formar uma poupança compulsória para o

trabalhador, tendo o papel de indenizá-lo em caso de demissão, de complementar sua aposentadoria ou ainda

de formar um pecúlio para sua família, em caso de morte ou invalidez; e o segundo, de fomento às políticas

públicas por meio do financiamento de programas de habitação popular, de saneamento básico e infraestrutura

urbana. Atualmente, apresenta grande potencial para tornar-se a maior fonte de recursos para o financiamento

dos grupos II e III, já que é a fonte de funding de capitação mais barata do SFH e, portanto, a mais adequada

para atender as necessidades de financiamento destes grupos. Tendo em vista o desempenho do FGTS nos

últimos anos, que tem demonstrado saúde financeira e robustez, resultante do equacionamento dos problemas

herdados e das receitas crescentes, juntamente, com o fato de ser uma fonte estável e sustentável para o

financiamento19.

Entre 2002 e 2007, o somatório das receitas de arrecadação líquida, retorno dos empréstimos e

receitas financeiras brutas foi de R$ 133,5 bilhões, mas apenas 27% desse total, foram aplicados em

empréstimos para habitação e saneamento. Portanto, demonstra que as receitas do FGTS, representam um

significativo potencial para o incremento das aplicações em habitação e saneamento20.

18 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 5. P. 75-76. Brasília 2008.

19 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 5. P. 78. Brasília 2008.

20 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 5. P. 78. Brasília 2008.

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O FGTS atenderá os Grupos II, III e IV, sendo que seus grupos prioritários são o II e III. Os limites de

renda estabelecidos para o acesso dos recursos do FGTS deverão ser revistos, passando de R$ 4.900,00 para

R$ 4.000,00, dado que a existência desse limite, mais elevado, contribui para que se esgotem rapidamente os

recursos disponibilizados pelo fundo, antes que a demanda prioritária seja amplamente atendida. Pois,

considera-se que as famílias com renda superior a R$ 4.000,00, já estão plenamente atendidas pelo Sistema

Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), não necessitando acessar o financiamento do FGTS para

resolução de problemas habitacionais. Seguindo está tendência, o limite de financiamento do imóvel deve atingir

no máximo R$ 100 mil, na medida em que o SBPE vá suprindo o atendimento ao Grupo IV.

O Ministério das Cidades tem por responsabilidade a gestão da aplicação de recursos do FGTS, tendo

o Conselho Curador (CCFGTS), como instância central na Gestão do Fundo, para qual, estabelece diretrizes de

aplicação dos recursos, propostas orçamentárias e remuneração dos agentes. Tendo como agente operador a

Caixa Econômica Federal (CEF), que a cada exercício, por meio do Orçamento e do Plano de Contratações e

Metas Físicas, aprovado pelo CCFGTS, disponibiliza um valor para aplicação em habitação, saneamento e

infraestrutura urbana, através dos agentes financeiros.

De acordo com as simulações realizadas pelo Plano de Habitação Nacional, em dois cenários distintos

de crescimento do PIB 4% a.a. e 2,5% a.a. até o ano de 2022, demonstra-se que haverá um crescimento do

FGTS e seu potencial de contribuição para o financiamento de políticas habitacionais. Com isso, observa-se

como resultado para o cenário de crescimento do PIB de 4% a.a. que haveria uma tendência de crescimento do

FGTS, possibilitando uma disponibilidade total ao longo do período de R$ 347, 8 bilhões em operações de

financiamento nas áreas de habitação, saneamento e infraestrutura, sendo que deste total, R$ 209,5 bilhões só

para habitação e R$ 40,1 bilhões para a concessão de descontos/subsídios. Já no cenário de 2,5% de

crescimento médio do PIB, o valor total em operações de financiamento na área de habitação, saneamento e

infraestrutura caem para R$ 337,9 bilhões, sendo R$ 203,6 bilhões para habitação e R$ 39,9 bilhões para

concessão de descontos/subsídios. Independente do cenário escolhido observa-se um potencial crescimento

para o poder de financiamento do Fundo no setor da habitação.

São objetivos do FGTS, os aumentos dos volumes aplicados em financiamentos para as áreas de

habitação, saneamento e infraestrutura, assim como a elevação dos recursos destinados a descontos/subsídios

e otimização desses recursos reduzindo a necessidade de subsídios/família. Entretanto, espere-se que o

incremento das aplicações em financiamento encontre algumas dificuldades no curto prazo, dado o estágio atual

dos diversos agentes e sistemas21.

A possibilidade de obtenção de recursos via FGTS para o Município de Campo Bom está diretamente

associada a sua capacidade de endividamento e de pagamento desses financiamentos, juntamente com o

enquadramento nas tipologias, (grupos prioritários de atendimento do fundo), para que tais recursos possam ser

acessados.

21 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 5. P. 78. Brasília 2008.

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6.1.3. SBPE – SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO

No atual quadro do Sistema Financeiro da Habitação em que o FGTS ocupa posição de principal fonte

de recursos, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo representa um importante papel como

complemento ao SFH, pois se constitui como um de seus pilares. De acordo com projeções feitas pelo Plano de

Habitação Nacional, o volume absoluto de recursos do SBPE permanecerá como maior fonte de funding ao

longo dos próximos anos. Mesmo que seu custo de captação e, por consequência, repasse, sejam mais

elevados que o do FGTS, o SBPE pode atender, além do Grupo V, o Grupo IV, de forma a aliviar a pressão

sobre o FGTS ao longo do tempo22.

Por um longo período o SBPE esteve comprometido principalmente pelo nível de capacidade financeira

das famílias, frente às possibilidades de crédito imobiliário, que geravam elevados endividamentos. No entanto,

num período recente houve uma elevação no volume de recursos movimentados, isto se deve principalmente à

estabilidade econômica, ao aumento da renda na economia brasileira e a maior segurança jurídica. Desta forma,

produziu-se um aumento expressivo do crédito imobiliário, fazendo com que, entre 2003 e 2007, os

financiamentos habitacionais realizados com recursos da poupança passassem a somar cerca de R$ 39

bilhões23.

O número de unidades habitacionais financiadas pela poupança no período de 2003-2007 ultrapassou

as 461 mil unidades, o que mostra que o SBPE poderá exercer um papel estratégico no enfrentamento das

questões associadas ao problema da habitação, de forma a aumentar o acesso ao financiamento a famílias de

renda média, que assim deixariam de pressionar o mercado mais popular. Tendo ainda, como objetivo,

gradativamente, produzir unidades habitacionais de menor custo para atender as faixas de renda mais baixas

que as atualmente atendidas. Mesmo que as ações do SBPE não alcancem as faixas de renda onde se

concentram o déficit habitacional, o simples fato da ampliação da produção de moradias pode produzir um efeito

positivo para o equacionamento das necessidades habitacionais no país. E, desta forma, evitar que famílias de

renda média acabem se apropriando dos recursos que se destinam as de baixa renda24.

De acordo com expectativas do PlanHab o montante de recursos aportados pelo SBPE até o ano de

2023 poderá chegar R$ 590,1 bilhões. As projeções de financiamento para unidades habitacionais com valor

abaixo de R$ 150 mil apontam para uma disponibilidade de recursos suficientes para financiar cerca de 3,9

milhões de unidades entre 2008 e 2023. Atualmente, em torno de, 37% do total das operações de financiamento

são destinados para unidades com valor máximo de R$ 150 mil. A expectativa é que com a implementação do

PNH este percentual de unidades de valor mais baixo, atinja em torno de 60% das aplicações do SBPE.

22 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 5. Brasília 2008.

23 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 3. Capítulo 2. Brasília 2008.

24 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 3. Capítulo 2. Brasília 2008.

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O aumento da renda, a queda da taxa de juros, a ausência de taxas de administração e a isenção do

Imposto de Renda, são fatores que tem contribuído para que as cadernetas tenham apresentado um significativo

incremento nos últimos anos. A questão que se faz presente está associada diretamente com o futuro das

aplicações em poupança, uma vez que estas mostram-se bastante atraentes como alternativas de investimento.

Torna-se importante aludir que há uma exigibilidade de 65% dos recursos aplicados em cadernetas de

poupança, que são obrigatoriamente destinados para o financiamento habitacional brasileiro. No entanto, caso a

rentabilidade da poupança supere a taxa básica de juros, certamente haverá algum tipo de reformulação.

Algumas propostas indicam a possibilidade de taxar a poupança, ou parte dos depósitos a partir de determinado

valor, neste caso, os novos recursos provenientes desta fonte poderiam ser canalizados para o FNHIS,

transformando-se em uma nova fonte de recursos para habitação de interesse social25.

Portanto, o crescimento das aplicações em poupança, naturalmente se traduziria em um aporte

significativo de recursos para área habitacional. Porém, faz-se necessário confrontar esta expectativa de

crescimento com as necessidades habitacionais das faixas de renda aptas a acessar financiamentos no âmbito

do SBPE. Considerando que o principal objetivo do PlanHab é o equacionamento do déficit, uma das

possibilidades sugeridas pelo plano é a de viabilizar a utilização de recursos do SBPE ou canalizar os recursos

oriundos da sua possível tributação para a parcela do déficit que, nos moldes atuais, não está sendo atingida por

esses recursos. Desta forma, criando condições para a concessão de financiamento para produtos mais

acessíveis26.

Por fim, de acordo com as projeções realizadas pelo Plano Nacional de Habitação para um cenário de

crescimento de 4% a.a. do PIB nos próximos 15 anos, as diversas fontes agregadas de recursos (OGU, FGTS e

SBPE), totalizam um montante de R$ 886,6 bilhões27 a serem destinados para o setor da habitação entre 2008 e

2023.

6.2. Fontes de Recursos do Governo Estadual

O Plano Plurianual 2008-2011 do Governo do Estado do RS propõe a participação ativa na viabilização

de projetos habitacionais, sobretudo se desenvolvido em parceria com a União, os Municípios e organizações do

terceiro setor. Para tanto, busca-se: primeiro, o incentivo ao sistema de cooperativas municipais para a

construção de moradias para famílias de baixa renda; segundo, o incentivo ao acesso a população de baixa

renda aos programas de habitação de interesse social; e em terceiro, a realização de ações relacionadas à

regularização fundiária. Contudo, é importante salientar que tal conjunto de proposta encaminha-se para seu

último ano de validade, o que não elimina sua importância como instrumento de orientação às ações do Estado,

25 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 5. P. 78. Brasília 2008

26 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 3. Capítulo 2. Brasília 2008.

27 Em R$ de 2006.

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No entanto, também se apresenta, com relevante importância, a análise das propostas construídas pela nova

gestão que tomará posse em janeiro de 2011.

6.2.1. PROGRAMAS DE GOVERNOS RELACIONADOS AO PLANO

PLURIANUAL 2008-2011:

Como proposta do Governo do Estado, existe o Programa Integrado de Habitação e Desenvolvimento

Social, que busca garantir prioritariamente à população que possui renda de até três salários mínimos, o direito a

moradia. Para as famílias abaixo da linha da pobreza, e sem capacidade de pagamento, há previsão de subsídio

total, e para aquelas que possuem condições de suportar uma política de financiamento, subsídio parcial.

Conduz as ações do programa o conceito de “habitabilidade” 28.

A meta prevista no PPA 2008-2011 é reduzir em torno de 15% o déficit habitacional. O investimento

total deste projeto é de R$ 710 milhões, através de execuções diretas e convênios com municípios,

cooperativas, iniciativa privada e governo federal, sendo que o montante da participação do Estado deverá

atingir R$ 98 milhões29.

O Programa de Habitação e Desenvolvimento Social prevê a execução de mais de 75 mil ações em

habitação, no período de 2008-2011, sendo 27 mil ações em construção de novas moradias, 11 mil ações de

melhorias em habitações existentes, mais de 6,8 mil lotes urbanizados produzidos e mais de 30 mil em

legalizações fundiárias com a implantação de serviços de infraestrutura e equipamentos públicos. Os

investimentos previstos somam mais de R$ 650 milhões, considerando as parcerias do Estado com municípios,

cooperativas habitacionais e governo federal30.

A Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano (Sehadur), do estado do Rio

Grande do Sul, tem a Cohab-RS vinculada a ela e desenvolve, além do Programa Cheque Casa, o Programa

Carta de Crédito FGTS (Operações Coletivas), com base na Resolução 460/518, para a construção de unidades

habitacionais em lotes, exclusivamente em áreas urbanas, dos municípios ou de terceiros, que sejam passíveis

de transferência aos beneficiários; e aquisição de materiais de construção, em lotes isolados em áreas urbanas

ou rurais. Ainda, através da mesma Secretaria de Estado, desenvolve-se o Programa de Regularização

Fundiária com Inclusão Social, que tem como objetivo assessorar e monitorar os Municípios - através do

Departamento de Regularização Fundiária e Reassentamentos (DERER), para regularizar os loteamentos

clandestinos e ocupações urbanas irregulares consolidadas em áreas públicas e privadas. Destaca-se a

iniciativa do governo estadual que criou a Câmara Setorial de Regularização Fundiária, Análise e Aprovação de

28 Significa o direito à legalização fundiária, à infra-estrutura, ao saneamento ambiental, à mobilidade e o transporte coletivo, bem como aos equipamentos e serviços urbanos, buscando garantir o direito à cidade e à cidadania.

29 Plano Plurianual PPA-2008-2011.

30 Plano plurianual PPA-2008-2011.

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Projetos Habitacionais (CASEH), para centralizar e dinamizar os trâmites de regularização fundiária e projetos

habitacionais31.

De acordo com o Plano Plurianual 2008-2011, existem recursos do governo estado para o setor

habitacional, que se apresentam como potenciais fontes de recursos para projetos voltados a redução do déficit

habitacional do município de Campo Bom. Desta forma, pode o município torna-se apto à captação de recursos

provenientes dos programas do governo do estado associados com projetos de:

Construção de habitações populares;

Investimento para a inadequação por adensamento excessivo;

Construção de módulo sanitário;

Acesso a energia elétrica;

Abastecimento de água; e

Investimentos em saneamento básico.

6.2.2. PROGRAMA DE GOVERNO RELACIONADO A GESTÃO 2011-2014

Com a posse de uma nova administração no governo estadual, apresentam-se propostas que tem por

objetivo ampliar os investimentos em habitação, saneamento, reassentamentos e regularização fundiária,

estimulando ainda a criação e o financiamento de cooperativas habitacionais. Consta nas intenções propostas

uma maior ação do Estado com a política nacional de saneamento, com os programas do Ministério das

Cidades, da FUNASA e dos PAC I e II, como o Minha Casa, Minha Vida. Consta também, o apoio a PEC 285,

que prevê, durante 20 anos, a destinação de 2% do Orçamento da União e 1% de Estados e Municípios para a

produção de Habitação de Interesse Social.

Apresenta-se como proposta da nova administração, a revitalização de órgãos importantes para a

gestão de políticas públicas como a Metroplan, a Corsan, a Fepam e o IPHAE. Com isso cria-se a expectativa

de que haverá uma maior disponibilidade de recursos para a realização de projetos habitacionais, em acordo

com o estatuto das cidades, e implementação efetiva dos instrumentos de planejamento urbano. É objetivo

também da nova gestão o Fortalecimento do Conselho Estadual das Cidades e o Conselho Estadual de

Habitação de Interesse Social, o que visa assegurar uma política permanente de formação e capacitação para

movimentos e organizações sociais, quadros técnicos municipais e equipes não governamentais.

Como ação efetiva na área da habitação está a construção de 100 mil unidades habitacionais, como

forma de enfrentamento do déficit habitacional do Estado, a partir da construção, aquisição, reforma,

arrendamento, linhas de crédito, financiamento e apoio às cooperativas habitacionais no Estado, para famílias de

31 Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Plano Nacional de Habitação. Produto 2. Capítulo 6. Brasília 2008.

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baixa renda e habitação de interesse social, potencializando assim, as políticas federais existentes nessa área.

Também, apresenta-se como um objetivo, a efetivação do Sistema e Fundo Estaduais de Habitação de Interesse

Social, juntamente com a elaboração e implementação do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social. A

destinação de áreas públicas estaduais não utilizadas e subutilizadas para produção de Habitações de Interesse

Social para as famílias de baixa renda

Outra proposta se apresenta como a implementação imediata do Programa de Assistência Técnica

Pública e Gratuita às famílias de baixa renda, visando à autoconstrução de moradias e a regularização fundiária.

A criação ou reestruturação de um Programa Integrado de Melhoria Social similar ao PIMES, considerando a

necessidade de suprimir as carências de infraestrutura urbana da grande maioria dos municípios do Estado.

Dessa forma, aproveitando o acúmulo de anos de experiência no financiamento dessa atividade pela equipe da

Caixa RS, o novo PIMES deverá ser retomado e revitalizado, além de estar articulado com o conjunto de

prioridades e ações do Governo Estadual.

Por fim, cabe salientar que o governo do estado ainda não concluiu a elaboração do Plano de

Habitação Estadual. O qual representa um instrumento de planejamento, específico e de longo prazo, no trato

das questões associadas ao setor da habitação. Com este instrumento pronto, haverá maior capacidade para

dinamizar o processo de resolução dos problemas habitacionais do Estado, através de políticas mais precisas de

investimentos e gestão no setor da habitação.

6.3. Fontes de Recursos do Governo Municipal

Os investimentos realizados pelo município de Campo Bom, no setor da habitação, estão estruturados

com base em recursos próprios (principalmente na sua capacidade de gerar contrapartidas) e, também,

apoiados por recursos provenientes da esfera federal, por sociedades comunitárias e cooperativas.

Campo Bom é um município com população de aproximadamente 59 mil habitantes, PIB de R$ 1,1

bilhão, e receita orçamentária de cerca de R$ 96 milhões. Com isso, o município apresenta significativa

capacidade de investimento, no entanto, não tem aproveitado em sua plenitude o favorável quadro que se

apresenta, no sentido de empenhar maiores esforços no âmbito da habitação de interesse social.

Contudo, a capacidade municipal de gerar contrapartidas, de investir, somada aos investimentos

provenientes de outras esferas de governo, tornou possível a destinação de recursos para construção e

urbanização de unidades habitacionais com intuito de atender, de forma parcial, a demanda existente no

município.

De acordo com projeções realizadas pelo PlanHab, o PIB dos municípios tende a crescer nos próximos

anos e, juntamente com isso, haverá um crescimento absoluto da arrecadação. Caso esse cenário seja

verificado, o município poderá ampliar sua capacidade de investimento. Supondo, sem levar em conta o

crescimento da arrecadação do município, que ao menos 1% da receita orçamentária atual se destinasse para o

setor da habitação, seriam disponibilizados cerca de R$ 960 mil anuais para o investimento no setor,

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considerando-se somente as verbas municipais, o que representaria um significativo incremento, por parte do

município, no esforço de redução do déficit habitacional de Campo Bom para os anos subsequentes. Este valor

será incrementado, ainda, por verbas das esferas federal e estadual, que também vem apresentando um cenário

de crescentes investimentos no setor habitacional.

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7. INSTRUMENTOS DE MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E

REVISÃO DO PLHIS

Este item apresenta a proposta para o monitoramento e avaliação do PLHIS de Campo Bom,

objetivando a construção de um instrumento que possibilite, mais do que a simples averiguação do alcance das

metas e objetivos elencados, a compreensão dos obstáculos encontrados na implementação dos programas e

ações habitacionais, visando o aperfeiçoamento e realinhamento dos mesmos, através dos quais a política

habitacional é materializada.

Além do instrumento de monitoramento e avaliação do PLHIS, onde são apresentados os objetivos, os

procedimentos de coleta e armazenamento das informações, e a construção dos de indicadores e índices de

avaliação, esse item apresenta, ao final, os instrumentos que poderão ser utilizados para revisão do PLHIS,

objetivando sua readequação concatenada com as avaliações e monitoramento realizados periodicamente, e o

controle e legitimidade social, uma vez que as revisões do PLHIS são realizadas com a ampla participação da

comunidade.

7.1. Sistema de Monitoramento e Avaliação do PLHIS

Para boa compreensão do sistema de monitoramento e avaliação proposto é importante, inicialmente,

construir uma linguagem comum, através da definição dos conceitos que o embasam, para, posteriormente,

abordar o enfoque metodológico utilizado.

7.1.1. AVALIAÇÃO

Etimologicamente avaliação significa atribuir valor a algo, estimar, calcular, determinar um julgamento.

As avaliações circunscritas ao campo profissional são sistemáticas e orientadas por métodos científicos, e,

dentre as principais características está o fato de ser uma atividade planejada, destinada a identificar, obter e

propiciar informações confiáveis suficientes e relevantes, a fim de fundamentar um juízo ou valor sobre o objeto

ou ação avaliada (ROMERA e PAULILO, 2006, p. 7). Dessa forma, as avaliações possibilitam a compreensão

dos fatores de sucesso e fracasso da ação ou atividade avaliada, e servem de base para a tomada de decisões

racionais.

A prática da avaliação de políticas públicas iniciou no começo do século 20 centrada, basicamente, na

avaliação das políticas de saúde e educação. Inicialmente, ancoraram-se nos métodos estatísticos, colocando

ênfase na mensuração de metas, objetivos e resultados produzidos, gerando avaliações quantitativas. Já, as

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concepções seguintes colocaram ênfase na lógica dos atores dos programas e ações, avaliando os processos

que imprimem direção e dinâmica às ações, gerando avaliações mais qualitativas (CARVALHO e PAZ, 2006).

Atualmente, existe uma tendência por avaliações mais abrangentes, que visam apreender os

programas e ações traçados pelas políticas públicas desde suas formulações, implementações, execuções,

processos, resultados e impactos. Do ponto de vista científico, os processos avaliativos contemporâneos

transcendem as concepções avaliativas tradicionais valorizando abordagens quantitativas e qualitativas,

configurando-se em uma abordagem pluralista, para apreender formulações, processos, resultados e impactos

de políticas públicas (ROMERA e PAULILO, 2006, p. 10). São avaliações que buscam, além de mensurar

quantitativamente os benefícios e/ou malefícios das políticas públicas sociais, qualificar as decisões de

processos, podendo, assim, redirecionar seus objetivos, ou mesmo, reformular as propostas (CARVALHO e

PAZ, 2009; CAVALCANTI, 2006), uma vez que tais políticas estão impregnadas por valores, pautas culturais,

demandas e expressões múltiplas dos diversos sujeitos intervenientes, sejam eles gestores, executores e/ou

beneficiários (ROMERA e PAULILO, 2006).

Dessa forma, as avaliações dos programas e ações das políticas públicas se revelam importantes

instrumentos de gestão, pois fornecem informações e subsídios para tomada de decisão dos gestores,

formuladores e implementadores dos mesmos. E podem representar um instrumento de controle social e gestão

democrática, na medida em que são utilizadas para prestação de contas à sociedade das ações governamentais

(CAVALCANTI, 2006).

Dentro desse contexto, consoante ao conceito tomado pelo PLANHAB, dado pela

OCDE/CAD, transcrito abaixo, entende-se por avaliação de políticas e programas públicos

atribuição de valor sobre o grau de eficiência, eficácia e efetividade dos mesmos , com base em

pressupostos teórico políticos, parâmetros e padrões que asseguram objetividade e comparação

na atribuição de valor, a partir de um referencial (CARVALHO e PAZ, 2009; BARREIRA apud

ROMERA e PAULILO, 2006).

“Um escrutínio – o mais sistemático e objetivo possível – de um projeto, programa ou

política, em execução ou concluída, e suas dimensões relativas ao desenho, execução e

resultados. O propósito é determinar a pertinência, o alcance dos objetivos e a eficiência,

efetividade, impacto e sustentabilidade do desenvolvimento. Uma avaliação deve proporcionar

informação que seja confiável e útil, para permitir a incorporação da experiência adquirida no

processo de tomada de decisões, tanto do financiador como dos prestatários (OCDE/CAD)”. 32

Para avaliação dos programas e ações habitacionais desenvolvidas no âmbito do PLHIS de Campo

Bom, tomam-se como pressupostos teóricos os princípios e diretrizes elencadas, conforme itens 3 e 4, e, como

parâmetros e padrões que asseguram objetividade e comparação na atribuição dos valores, as metas

32 Ministério das Cidades. Secretaria nacional de habitação. Plano nacional de habitação. Produto 5 - Plano de Ação, estratégias e mecanismos de implementação do PlanHab, página 272. (disponível em: http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/secretaria-de-habitacao/planhab/produtos/produto-5-1/PRODUTO_5_PLANHAB.pdf. Acessado em 15/04/2009).

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estabelecidas para sanar as necessidades habitacionais levantadas. Conforme descrito acima, salienta-se que, o

objetivo do sistema de avaliação aqui proposto não é somente o de averiguar o alcance das metas, mas,

sobretudo, levantar subsídios para a correção dos rumos, reformulação das ações, e a compreensão dos

problemas em nível estratégico.

7.1.2. TIPOS DE AVALIAÇÃO: OS CONCEITOS DE EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E

EFETIVIDADE NAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Existe uma grande gama de procedimentos avaliativos, os quais dependem do objeto que está sendo

avaliado. Como visto através do conceito de avaliação abordado acima, na literatura de avaliação das políticas

públicas sociais, dentre as quais se encontra a política habitacional, há uma tendência atual na utilização de

procedimentos que se centram na avaliação da eficiência, eficácia e efetividade, uma vez que buscam investigar

o desenvolvimento global da política pública (ROMERA e PAULILO, 2006; CAVALCANTI, 2006), tanto durante o

processo de implementação (eficácia e eficiência) quanto após a implementação (efetividade), atentando para as

três etapas de um programa ou ação: planejamento, processo e execução, resultados e impactos, o que faz com

que elas ocorram tanto posteriormente à implementação, quanto durante a fase de implementação.

Dentro desse enfoque, distinguem-se três tipos de avaliações, que são utilizadas para avaliar políticas

públicas: as avaliações ex-ante, que são realizadas antes da implementação do programa; as avaliações

“formativas” que são realizadas durante as etapas de implementação do programa; e as avaliações “somativas”

(ex-post), que são realizadas após o término do programa.

7.1.2.1. Avaliações ex-ante

A avaliação ex-ante é realizada antes do início da implantação do programa e/ou ação, com o intuito de

aferir a relevância do mesmo, ou seja, sua pertinência, consistência, coerência, assim como sua viabilidade

política, técnica e financeira (CARVALHO e PAZ, 2009). Leva-se em consideração tanto a viabilidade econômica

quanto a política e institucional, representadas pelas expectativas dos beneficiários, com o objetivo de orientar a

escolha de um ou outro programa e/ou ação. Como destacam Cohen e Franco, apud Cavalcanti, 2006: ... a

avaliação ex-ante permite escolher a melhor opção dos programas e projetos nos quais se concretizam as

políticas”.

Para avaliação e monitoramento do PLHIS de Campo Bom não será utilizada esse tipo de avaliação,

uma vez que o próprio Diagnóstico Habitacional, item 2, representa o produto dessa avaliação, onde, a partir do

mesmo, foram traçadas as metas e estratégias de ação para sanar as necessidades habitacionais, as quais

serão avaliadas no seu desenvolvimento, execução, resultado, e impacto.

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7.1.2.2. Avaliações “formativas” – Eficácia e Eficiência

As avaliações “formativas”, também chamadas de avaliações de processo ou de desempenho, avaliam

o funcionamento ou andamento e a gestão de um programa e/ou ação, sendo realizadas durante a fase de

implementação do mesmo, e tendo como foco o processo e não o resultado (CAVALCANTI, 2006; CARVALHO e

PAZ, 2009), com o objetivo de aferir possíveis problemas, possibilitando, assim, a adoção de ajustes

necessários e o aperfeiçoamento do programa e/ou ação, ou mesmo, sua substituição.

Como objetiva observar se o programa está sendo implementado como planejado, a avaliação

“formativa” se constitui, basicamente, em um instrumento que se preocupa em diagnosticar as possíveis falhas

de um programa, no que diz respeito aos instrumentos, procedimentos, conteúdos e métodos, adequação ao

público-alvo, visando o seu aperfeiçoamento (FARIA apud CAVALCANTI, 2006).

As avaliações “formativas”, desse modo, avaliam a eficácia e a eficiência de programas e/ou ações

realizados para o cumprimento das metas estabelecidas por uma política pública. Consoante o PLANHAB33,

conforme o expresso pelo Decreto nº 5.233/2004, entende-se por eficácia a medida do grau de cumprimento

das metas fixadas para um determinado projeto, atividade ou programa em relação ao previsto; e, por eficiência

a medida da relação entre os recursos efetivamente utilizados para a realização de uma meta para um projeto,

atividade ou programa frente a padrões estabelecidos.

Em outras palavras, medir a eficácia de um programa ou ação é verificar se sua operacionalização foi

capaz de alcançar os objetivos e metas a que se propunha, independentemente dos custos implicados; e medir

a eficiência significa compreender em que medida a otimização dos recursos acontece através da comparação

entre as metas alcançadas e os recursos gastos (financeiros, materiais e humanos), e tempo de execução

(CAVALCANTI, 2006; ROMERA e PAULILO, 2006). No campo da administração de empresas, costuma-se dizer

que ter eficácia é fazer a “coisa” certa; enquanto ter eficiência é fazer certo a “coisa”.

As análises da eficiência e da eficácia são, portanto, complementares para avaliação do desempenho

de políticas públicas, muito utilizadas no Brasil, pela facilidade metodológica e baixo custo.

7.1.2.3. Avaliações “somativas” - Efetividade

As avaliações “somativas”, também chamadas de avaliações ex-post ou de impactos, são realizadas

após a finalização da implementação de um programa ou ação, e buscam aferir as mudanças ocorridas na

população beneficiada como consequência do mesmo, ou seja, sua efetividade (CARVALHO e PAZ, 2009),

tendo como foco, portanto, o impacto causado pela ação avaliada.

33 Ministério das Cidades. Secretaria nacional de habitação. Plano nacional de habitação – Produto 5 - Plano de Ação, estratégias e mecanismos de implementação do PlanHab, página 277 (disponível em: http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/secretaria-de-habitacao/planhab/produtos/produto-5-1/PRODUTO_5_PLANHAB.pdf. Acessado em 15/04/2009).

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Consoante o PLANHAB, é adotado o conceito de efetividade expresso pelo Decreto nº 5.233/2004:

medida do grau de cumprimento dos objetivos que orientaram a constituição de um determinado Programa,

tendo como referência os impactos na sociedade.

Como explica ROMERA e PAULILO (2006, página 18), avaliar a efetividade nas políticas sociais é

estudar a relação entre a implementação de um determinado programa e seus impactos e/ou resultados. A

efetividade é medida pelo sucesso ou fracasso de uma política ou programa social, considerando o grau de

mudança efetiva e duradoura que esta conseguiu imprimir na qualidade de vida dos destinatários de

determinada política.

Verifica-se, portanto, que essas avaliações são complementares às “formativas”, abordadas acima,

todavia, igualmente importantes. As primeiras buscam verificar se os programas e/ou ações atingiram as metas

propostas com eficiência, e as segundas, buscam verificar a satisfação da população beneficiada com o

programa e/ou ação e a melhoria na qualidade de vida dessa população.

A discussão e apresentação desses conceitos se fez necessário uma vez que a avaliação das políticas

publicas não pode ser restrita apenas à aferição de suas metas quantitativas, mas, também deve se reportar à

qualidade do resultado atingido. Traduzindo para o campo da política habitacional, além de mensurar a

quantidade da população beneficiada com ações e programas habitacionais e os recursos humanos e

financeiros empregados para tal (eficácia e eficiência), é importante averiguar o alcance do princípio da moradia

digna, entendido como melhoria das condições de habitabilidade, de acesso à saúde e educação, obtenção de

emprego e renda, ou seja, se as ações empregadas repercutiram em inclusão social (inserção da população

beneficiada na cidade e economia formal) (efetividade).

Dessa forma, pela tendência atual acima exposta e pelos objetivos elencados, o sistema de avaliação

proposto para o PLHIS de Campo Bom, consoante ao adotado pelo PLANHAB, utiliza-se das avaliações

formativas e somativas, ou seja, visa medir a eficácia, eficiência e efetividade dos programas e ações propostas.

Nesse sentido, a construção de indicadores, como será visto adiante, se pautará nesses conceitos.

7.1.3. MONITORAMENTO

O conceito de monitoramento é complementar e ao mesmo tempo fundamental para o bom

entendimento do conceito de avaliação. Entende-se por monitoramento o acompanhamento sistemático e

periódico, por parte da equipe gestora, do desenvolvimento dos programas e ações de políticas públicas, em

relação a seus objetivos e metas, durante a fase de implementação. É uma função inerente à gestão dos

programas, devendo ser capaz de prover informações tempestivas sobre o desempenho da implantação,

permitindo a adoção de medidas corretivas visando aprimorar a sua operacionalização34

34 Ministério das Cidades. Secretaria nacional de habitação. Plano nacional de habitação. Produto 5 - Plano de Ação, estratégias e mecanismos de implementação do PlanHab, página 272. (disponível em: http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/secretaria-de-habitacao/planhab/produtos/produto-5-1/PRODUTO_5_PLANHAB.pdf. Acessado em 15/04/2009).

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Para execução do monitoramento é necessário um planejamento pormenorizado, onde são registradas

e armazenadas informações das várias ações e atividades previstas, de forma a permitir uma análise imediata

dos equívocos e desvios da realidade sobre a qual se trabalha. Os dados do monitoramento, acumulados em

intervalos de tempo mais longos, representam subsídios para as avaliações dos programas, notadamente as

avaliações formativas, abordadas acima, podendo-se dizer que não há avaliação sem monitoramento. O

monitoramento registra e armazena informações no contínuo da ação de uma política / programa, sendo

condição necessária para se assegurar avaliações consistentes (CAVALCANTI, 2006; CARVALHO e PAZ,

2009).

Como descrito pelo PLANHAB: o monitoramento e a avaliação vinculados estrategicamente a todas

as etapas do ciclo de programas e projetos, desde que realizados eficazmente, com a participação de todos

os atores neles envolvidos, podem ser ferramentas vitais para melhorá-los e, também, para fornecer subsídios

aos desenhos de programas futuros, bem como para revisão de políticas.

Para existir monitoramento é imprescindível que o problema esteja bem definido, bem como as ações

estejam bem desenhadas e programadas, identificadas por indicadores possíveis de ser trabalhados. Não se

pode monitorar o que não pode ser medido, sendo os indicadores ferramentas fundamentais do monitoramento

(CAVALCANTI, 2006).

7.1.4. INDICADORES PARA O MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLHIS

Indicadores para avaliação e monitoramento de políticas públicas podem ser compreendidos como

instrumentos que permitem identificar e medir aspectos relacionados a um determinado fenômeno, problema ou

resultado de uma intervenção na realidade, ou seja, são sinalizadores de processos resultados relativos a uma

dada ação planejada. Sua principal função é mensurar determinado aspecto de uma realidade dada ou

construída, de maneira a tornar operacional a sua observação continuada (monitoramento) e avaliação. Os

indicares permitem, portanto, verificar o avanço e o desenvolvimento das ações de determinada política pública

rumo ao alcance de suas metas.

Uma das características fundamentais dos indicadores é que eles, necessariamente, estabelecem certo

padrão normativo, a partir do qual se avalia o estado da realidade em que se quer intervir, a partir de um

diagnóstico que sirva de referência para o processo de definição de estratégias e prioridade, e se avalia o

desempenho das ações, medindo-se o grau em que seus objetivos foram alcançados (eficácia), o nível de

utilização de recursos (eficiência) e as mudanças operadas no estado social da população alvo (impacto).

Assim, a referência utilizada para o processo de definição das metas e estratégias de ações e

programas elaborados para o PLHIS de Campo bom, item 5 , é seu Diagnóstico Habitacional, item 2.

Devendo o monitoramento e avaliação de programas sociais serem realizados em todas as etapas do

mesmo, os indicadores podem ser classificados de acordo com a fase do programa:

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1. Indicadores da fase de desenho: em geral, dizem respeito a fidedignidade dos dados diagnósticos

que justificam a execução do programa e seu desenho, a coerência, consistência, viabilidade do mesmo, e a

integração entre os diversos agentes (CARVALHO e PAZ, 2009).

2. Indicadores da fase de implementação (eficiência e eficácia): dizem respeito às condições /

processos que garantem eficiência e eficácia ao mesmo (veiculação de informações / envolvimento da

população local / insumos alocados / recursos gastos / produtos produzidos / resultados obtidos).

3. Indicadores da fase final e pós implantação (efetividade): dizem respeito aos resultados e

impactos conquistados em relação aos objetivos e metas planejadas após a implantação dos programas, ou

seja, mensuram o grau de satisfação dos beneficiários da ação e a melhoria da qualidade de vida.

Dessa forma, os indicadores do PLHIS de Campo Bom foram construídos com base nos seus

princípios, diretrizes e objetivos, tendo relação direta com as estratégias de ação e programas elaborados,

objetivando o acompanhamento das fases de implementação (eficiência e eficácia) dos mesmos, e das fases

pós-implementação (efetividade). Levou-se em consideração a clareza do significado, a disponibilidade e

facilidade na obtenção das informações, a pertinência e consistência, e a constância do uso, a fim de que se

tornem instrumentos que facilitem a interlocução e interferência dos vários agentes envolvidos (coordenadores,

gestores, equipes técnicas, e comunidade).

7.1.5. METODOLOGIA PARA O MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLHIS

Grupos de pesquisa vêm desenhando avaliações balizadas no método de análise do Marco Lógico, que

faz avançar no uso de modelos de avaliação que vinculam desempenho a planejamento, formulação de

estratégias de ação, execução, monitoramento, e encerramento dos programas e ações.

Dessa forma, a partir dos conceitos expostos acima, e em consonância com a metodologia proposta

pelo PLANHAB, a metodologia de monitoramento e avaliação proposta para o PLHIS de Campo Bom é a do

Marco Lógico, que se configura como uma das mais utilizadas no planejamento, monitoramento e na avaliação

de programas e projetos públicos, uma vez que procura abarcar todas as fases dos mesmos (planejamento,

desenvolvimento, resultados, e impactos).

A metodologia do Marco Lógico, como o próprio nome diz, é embasada em um marco inicial, a partir do

qual se darão as avaliações posteriores. Conforme descrito no PLANHAB:

O Marco Lógico tem como principal produto uma matriz - Matriz do Marco Lógico

(MML), que, segundo Peter Pfeiffer (2000), “consiste de uma apresentação estruturada do

conteúdo de um projeto de intervenção, na qual existe uma relação causal entre níveis:

atividades/resultados, resultados/objetivo do projeto e objetivo do projeto/objetivo superior”. Nesse

modelo, cada resultado e objetivo estão vinculados a um indicador, o qual, por sua vez, está

vinculado a uma fonte de comprovação. A metodologia, pelo seu próprio desenho, enseja a

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transparência e a precisão das informações, contribuindo, assim, para uma melhor comunicação e

reduzindo interpretações e mal-entendidos. 35

A MML (Matriz do Marco Lógico) é composta dos seguintes itens: (1) objetivo geral – amplo, com

caráter de uma visão de futuro; (2) objetivo do projeto – o que se pretende alcançar; (3) produtos – o que é

produzido pelo programa ou ação; (4) atividades principais – atividades suficientes e necessárias a fim de

alcançar os resultados; (5) indicadores – base do monitoramento e avaliação do planejado, os quais relacionam-

se com o desempenho do programa ou ação; (6) meios de verificação – dados necessários à aferição dos

indicadores; e (7) pressupostos – fatores importantes para o êxito do programa ou ação.

De acordo com as particularidades do município de Campo Bom, a partir das metas traçadas pelo

PLHIS, e tomando-se como base a MML descrita acima, foi gerada uma matriz lógica para sistemática de

monitoramento e avaliação do PLHIS de Campo Bom (Anexo 3) onde: as estratégias de ação e programas

figuram como o objetivo do projeto, as ações, figuram como os produtos e/ou atividades principais. Foram

mantidos com idêntica nomenclatura os indicadores, os meios de verificação. Foram acrescidas à matriz, as

variáveis, que indicam a variável sobre a qual foi construído o indicador, e se o mesmo é de eficiência ou

eficácia, os índices (de referência e esperado ao final do programa), que traduzem o aferido pelo

Diagnóstico, e a frequência de monitoramento. Como dito, o Marco Lógico do PLHIS de Campo Bom traduz-se

no Diagnóstico Habitacional, item 2, onde foram identificadas as necessidades habitacionais, além das

institucionais e normativas, tendo sido traçadas metas para solução dos problemas.

Na matriz lógica para sistemática de monitoramento e avaliação do PLHIS de Campo bom (Anexo 3),

constam os indicadores de resultado da fase de implementação, de eficiência e eficácia, uma vez que são

diretamente relacionados com as ações e programas, e são mensuráveis.

Além das ações de monitoramento e avaliação descritas na matriz lógica (Anexo 3), deverão ser

realizadas avaliações “somativas” para mensurar o impacto causado pelos programas e ações habitacionais na

população beneficiada, ou seja, a efetividade da aplicação da política habitacional construída. Os indicadores

de efetividade não foram incorporados na matriz lógica, uma vez que podem ser aplicados para todos os

programas e ações habitacionais previstas, e não são de tão fácil mensuração quanto os indicadores de

eficiência e eficácia que constam da matriz lógica. Ainda, alguns impactos podem ser verificados

imediatamente após a implementação de um programa ou da realização de uma ação habitacional, enquanto

outros necessitam de certo tempo para poder ser mensuráveis.

O meio de verificação da efetividade da política habitacional se traduz em pesquisas de campo e de

opinião realizadas com a população beneficiada, buscando identificar as mudanças ocorridas em sua qualidade

de vida e o nível de satisfação da mesma com os programas e ações habitacionais realizadas. A maioria possui

como pressuposto a necessidade do levantamento da realidade da população beneficiada no momento anterior

à implementação do programa e/ou ação que será avaliado.

35 MINISTÉRIO DAS CIADES. SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO. PLANO NACIONAL DE HABITAÇÃO – PLANHAB. Produto 5 - Plano de Ação, estratégias e mecanismos de

implementação do PlanHab, página 277 (disponível em: http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/secretaria-de-habitacao/planhab/produtos/produto-5-1/PRODUTO_5_PLANHAB.pdf.

Acessado em 15/04/2009).

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Foram construídos indicadores de efetividade a partir dos princípios e diretrizes estabelecidas pelo

PLHIS (moradia digna, inclusão social, etc), os quais buscam aferir a melhoria da qualidade de vida da

população beneficiada. Tais indicadores devem ser revisados e complementados e/ou alterados após as

primeiras avaliações realizadas sobre os programas e ações propostos pelo PLHIS de Campo Bom:

Melhorias das condições de habitação – grau de satisfação da população beneficiada com o produto

do programa e/ou ação avaliada (unidade habitacional, lote urbanizado, rede de infraestrutura

básica, etc).

Melhorias das condições de saúde – comparação entre o número de pessoas doentes em

determinado período de tempo (por exemplo, 01 ano), antes e depois da implementação do

programa e/ou ação habitacional.

Melhorias na educação e escolaridade – comparação entre o nível de escolaridade dos integrantes

da família beneficiada no momento da aplicação da avaliação e antes de serem contemplados pelas

ações e/ou programas habitacionais.

Melhorias na renda – comparação entre a renda familiar da população beneficiada, e a renda

familiar anterior à implementação do programa e/ou ação.

Emprego – comparação entre a ocupação que os chefes das famílias da população beneficiada

possuíam antes e após a implementação do programa e/ou ação habitacional.

Melhorias no acesso ao crédito – comparação entre a facilidade na obtenção de crédito em lojas dos

chefes das famílias da população beneficiada antes e após a implementação dos programas e/ou

ações habitacionais.

Acesso à saúde, educação – grau de satisfação da população beneficiada com os equipamentos de

saúde e educação existentes nas proximidades da área onde foi realizada as ações habitacionais

e/ou programas.

Melhorias das condições de segurança – comparação entre as condições de segurança (sentimento

de segurança e real ocorrência de crimes) da população beneficiada antes e depois da

implementação dos programas e/ou ações habitacionais.

Identidade – comparação entre o sentimento de pertencimento do local onde mora (após a

implementação das ações e/ou programas habitacionais) e do local onde morava anteriormente,

quando houver mudança de local de residência.

Além do monitoramento e avaliação dos programas e ações implementados pelo PLHIS de Campo

Bom, realizadas através dos indicadores de eficácia, eficiência e efetividade expostos acima, é previsto o

monitoramento das necessidades habitacionais, de acordo com as variáveis elencadas no Diagnóstico

Habitacional, item 2, classificadas em déficit e inadequação habitacional. É importante monitorar possíveis

surgimentos de novas necessidades habitacionais (déficits e/ou inadequações), para que sejam realizados os

ajustes e readequações necessárias nas metas e estratégias de ação do PLHIS. Para tal, sugere-se a realização

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de novo levantamento das necessidades habitacionais a cada Censo Populacional, ou através de pesquisa

específica, assim, como a elaboração dos Planos Plurianuais.

Importante salientar que aqui é estabelecida uma metodologia inicial, com um conjunto de indicadores

iniciais, para a avaliação e monitoramento do PLHIS de Campo Bom, devendo a mesma ser revista e alterada na

medida em que for necessário, tendo em vista o caráter dinâmico de implementação de uma política

habitacional.

Por fim, consoante ao que aponta o PLANHAB, é importante salientar que a avaliação e monitoramento

do PLHIS deverão produzir resultados confiáveis, o que somente ocorrerá se a equipe responsável por tal for

totalmente isenta, para que não seja produzido nenhum tipo de viés. E, para isso, é necessário que não façam

parte da equipe de avaliadores os membros responsáveis pela gestão dos programas e/ou ações, e que seja

dado amplo acesso aos dados e documentos do programa ou ação.

7.2. Revisão do PLHIS

O Plano Local de Habitação de Interesse Social do Município de Campo Bom, consoante às políticas

públicas implementadas atualmente e aos seus princípios e diretrizes, construídos com a participação da

população através da realização de audiências públicas, possui uma gestão democrática e participativa.

Para tanto, deverá ser criado o sistema de monitoramento e avaliação explicitado acima, que

representa um dos instrumentos de gestão e revisão do PLHIS. Consoante ao sugerido para o monitoramento

das necessidades habitacionais, sugere-se que momentos de revisão do PLHIS coincidentes com os períodos

de elaboração do Plano Plurianual, que se dá no primeiro ano de cada gestão do governo, ou seja, de quatro em

quatro anos.

Para efetivar a gestão democrática e participativa do PLHIS, e estabelecer o controle social, além do

sistema de monitoramento e avaliação, podem ser utilizados outros instrumentos, como:

O Conselho Municipal de Habitação de Campo Bom. Para a gestão democrática e participativa,

e efetivo controle social, sugere-se que esse conselho deve, entre outras: (a) organizar e

realizar anualmente uma Conferência Municipal de Habitação; (b) acompanhar, fiscalizar e

avaliar a aplicação das diretrizes e o cumprimento das metas definidas no PLHIS, assim como

a execução dos programas e ações desenvolvidos no âmbito do PLHIS; (c) acompanhar e

fiscalizar as ações públicas desenvolvidas no município relativas à questão habitacional; (d)

gerir o Fundo Municipal de Habitação; (e) definir critérios para atendimento e os programas a

serem financiados pelo Fundo; (f) convocar plenárias abertas para discussão de temas e

questões relativos à habitação; (h) participar das revisões do PLHIS.

Audiências Públicas periódicas e itinerantes;

Fóruns de participação específicos por programa ou ação habitacional;

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Conferências de habitação anuais, onde a municipalidade apresenta as ações realizadas no

ano, e são discutidas possíveis correções de rumo nas estratégias traçadas;

Audiências públicas realizadas a cada revisão do PLHIS e novo levantamento das

necessidades habitacionais;

Consultas populares – referendos, plebiscitos, etc, para a reformulação de programas e ou

ações do PLHIS.

Processo permanente de formação e capacitação de lideranças e comunidades envolvidas nos

programas habitacionais;

Discussão permanente, no âmbito dos programas e ações, com as comunidades envolvidas.

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ANEXOS

Anexo 1. Síntese da tipologia de municípios adotada no PlanHab

Municípios integrantes de regiões metropolitanas e

municípios com mais de 100 mil habitantes

A Regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo

B Regiões metropolitanas e principais aglomerações e capitais do Centro-Sul

C Regiões metropolitanas e principais aglomerações e capitais prósperas do Norte e Nordeste

D Aglomerados e centros regionais do Centro-Sul

E Aglomerados e centros regionais do Norte e Nordeste

Municípios com população entre 20 e 100 mil

habitantes

F Centros urbanos em espaços rurais prósperos

G Centros urbanos em espaços rurais consolidados, com algum grau de dinamismo

H Centros urbanos em espaços rurais com elevada desigualdade e pobreza

Municípios com população com menos de 20 mil

habitantes

I Pequenas cidades em espaços rurais prósperos

J Pequenas cidades em espaços rurais pobres, com baixo dinamismo

K Pequenas cidades em espaços rurais pobres, com alto dinamismo

Fonte: PlanHab (Elaboração do Consórcio Instituto Via Pública / LabHab-Fupam / Logos Engenharia, a partir de dados do Observatório das Metrópoles/MCidades, 2005)

Anexo 2. Grupos de Atendimentos: características, fontes de recursos e distribuição do déficit e da demanda futura

Condição de acessar um

financiamento Fontes de recursos

Distribuição do déficit

acumulado

Projeção da demanda

futura

Grupo I Famílias com renda líquida abaixo da

linha de financiamento FNHIS 40,00% 15,00%

Grupo II

Famílias que acessam ao financiamento habitacional, mas que

requerem subsídio de complemento e equilíbrio

FGTS / FNHIS Financiamento com subsídio

54,00% 47,00%

Grupo III Famílias podem acessar ao

financiamento habitacional, com subsídio de equilíbrio

FGTS Financiamento com desconto

2,00% 9,00%

Grupo IV Famílias com capacidade de

assumirem financiamento habitacional

FGTS

4,00% 29,00%

Grupo V Famílias com capacidade de acesso

a um imóvel através de financiamento de mercado

SBPE

Fonte: PlanHab (Elaboração do Consórcio Instituto Via Pública / LabHab-Fupam / Logos Engenharia).

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Anexo 3. Matriz de Potencialidades e Conflitos, resultante do Diagnóstico Habitacional de Campo Bom

INSERÇAO REGIONAL E CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO considerações/ sugestões

POTENCIALIDADES

pertence a RMPA Constituição de comitê e Conferência dos municípios da RMPA para identificação de ações de redução da irregularidade fundiária e desenvolvimento regional equilibrado

bons acessos, potencial logístico Estimular sistema de rede de polos de desenvolvimento

COREDE Vale do Rio dos Sinos - economia desenvolvida, industrializada e diversificada

população predominantemente urbana - custos mais baixos na provisão de infraestruturas, e menor diversidade dos problemas habitacionais

investir em infraestrutura, programas de facilitação de acesso à crédito e oferta de moradia para faixas de renda de 0 a 3 sm

alta densidade demográfica - custos mais baixos na provisão de infraestruturas

predomínio de população jovem a adulta programas de capacitação técnica

setores da economia predominantes: serviços e indústria = áreas que geram vagas de emprego

bons índices socioeconômicos - IDESE bons índices sugerem a manutenção das boas ações no plano econômico, educação e saúde, mas ainda necessita-se de ações mais efetivas no plano de oferta de infraestruturas e habitação, ou seja, diversificar oferta de programas e ações no setor

diminuição da pobreza e indigência

área de expansão urbana delimitada pelo Plano Diretor demarcar AIS de regularização e de produção nesta zona

CONFLITOS

IDESE saneamento e domicílios médio ampliar oferta de infraestrutura

50% dos domicílios tem rendimento mensal na faixa entre 0 e 3 salários mínimos, que são foco de políticas habitacionais

ampliar oferta habitacional para famílias nesta faixa de renda com isenções e subsídios

áreas com média-alta suscetibilidade às inundações do Rio dos Sinos Programa de reassentamento: retirada das famílias das áreas de preservação permanente

Programa de fiscalização e controle de áreas de risco e de preservação

ATORES SOCIAIS considerações/ sugestões equipe Pixel

POTENCIALIDADES

entidades atuantes e bem estruturadas Fortalecer sua atuação, incentivando que mantenham os regimentos internos atualizados e que realizem eleições periódicas para as suas diretorias.

mobilizações populares a favor de determinada demanda conseguem deslocar investimentos públicos para as suas respectivas localidades

Oportunizar canais e/ou mecanismos para a participação permanente na política e nos programas de habitação de interesse social

Esclarecer e orientar a comunidade no equacionamento das demandas.

CONFLITOS

pouca abertura da Prefeitura para os movimentos populares participarem nas decisões de investimentos e planejamento

determinar % mínima de recursos destinados ao FMHIS, e que o conselho de habitação seja também o gestor do FMHIS

orçamento participativo para decisão de usos do FMHIS (prefeitura determina possíveis ações com base em pesquisas que já vem sendo feitas semestralmente junto às comunidades, e também com base em levantamentos técnicos, e a comunidade vota as prioridades de ação)

ausência de critérios claros na seleção das entidades escolhidas para preencher as vagas existentes nos conselhos municipais

definição da entidade representativa da comunidade nos conselhos deve partir de uma eleição feita pelas próprias entidades, entre as mais de 30 entidades existentes.

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NECESSIDADE HABITACIONAIS considerações/ sugestões equipe Pixel

POTENCIALIDADES

64% são proprietários das residências onde vivem oferta habitacional direcionada para programas de melhorias habitacionais e infraestrutura

CONFLITOS

13.565 ligações ativas de rede de abastecimento de água em Campo Bom em 2008, ou 73,84% de um total de 18.370 domicílios, e outros 585 poços artesianos cadastrados pela Corsan

investir nas redes de abastecimento de agua

o município não possui rede de esgoto com separação total (esgoto cloacal e pluvial) investir na execução da rede cloacal e em sistema fossa-filtro

ocupações irregulares em áreas inundáveis, bordas de estradas, e sob redes de alta tensão

Relocação de famílias para áreas próprias para habitação através de programa de reassentamento, privilegiando aquelas em situação de risco.

Instituir programa de fiscalização das áreas de risco, áreas de preservação ambiental e áreas desocupadas em decorrência de reassentamento

falta de espaços de lazer Ampliar a provisão de serviços urbanos (educação, saúde, etc.) nos empreendimentos de baixa renda, e nos empreendimentos em forma de cooperativa problemas no calçamento das ruas

Déficit habitacional expressivo, de 8,1% dos domicílios - 1310 domicílios

ampliar oferta de habitação para faixas de renda entre 0 e 3 salários mínimos (a ampliação da oferta regular diminui a procura por loteamentos clandestinos), ampliando/criando acessos a crédito para aquisição de terrenos, de material de construção, reformas, ampliações, melhorias da habitação, lotes urbanizados, bem como, assistência técnica à autoconstrução.

Carência de infraestrutura - esgoto, água encanada, luz ampliar provisão de infraestrutura

diversos domicílios com situação de adensamento excessivo e ausência de sanitário programa de melhorias habitacionais: materiais de construção subsidiados

irregularidade fundiária programa de regularização fundiária e urbanística

PROGRAMAS, AÇÕES E OFERTA HABITACIONAL considerações/ sugestões equipe Pixel

POTENCIALIDADES

Grande número de programas e ações implantados por intermédio do município Ampliar os convênios com outras esferas governamentais e/ou iniciativa privada

Boa aceitação de programas em que os beneficiados pagam pelo imóvel

Atuação de entidades comunitárias (associações/ cooperativas) como intermediadoras da produção habitacional

fortalecer a atuação e a autonomia

CONFLITOS

Inexistência de programas de facilitação de acesso ao crédito Implantar Programa de facilitação de acesso ao crédito

Baixa ocorrência de programas de melhorias habitacionais Implantar Programa de melhorias habitacionais

Não possui cadastro específico da população alvo de HIS Implantar sistema de informação e monitoramento de HIS

Não possui ferramenta para monitorar a perman6encia da população atendida por HIS Implantar sistema de informação e monitoramento de HIS

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RECURSOS FINANCEIROS considerações/ sugestões equipe Pixel

POTENCIALIDADES

boa capacidade de arrecadação e de pagamento captar recursos juntos à governos Estadual e Federal para o desenvolvimento urbano e habitacional da cidade

CONFLITOS

pequeno investimento no setor habitacional

Alocação de recursos destinados à habitação de interesse social em fundo local através da instituição de percentual do orçamento municipal destinado ao FMHIS

Captar maior número de recursos físicos e financeiros através de convênios, fundos e financiamentos;

Contabilizar a receita dos diferentes instrumentos de regulação urbana, como IPTU progressivo, a fim de compor o FMHIS.

CONDIÇOES INSTITUCIONAIS E ADMINISTRATIVAS considerações/ sugestões equipe Pixel

POTENCIALIDADES

A estrutura da prefeitura possui um departamento específico para Habitação Reestruturar o departamento de habitação do município

Possui Conselho Municipal de Habitação Porém desde 2009 as reuniões não têm sido periódicas, reativar o conselho, voltando a realizar reuniões periódicas e reforçando sua atuação.

Possui Fundo Municipal de Habitação ampliar recursos do Fundo

CONFLITOS

Não possui cadastro específico da população alvo de HIS Implantar sistema de informação e monitoramento de HIS

Apesar de possuir departamento de habitação esse departamento não possui a estrutura adequada para o atendimento das demandas do setor

Reestruturar o departamento de habitação do município

MARCOS REGULATÓRIOS E LEGAIS considerações/ sugestões equipe Pixel

POTENCIALIDADES

Existência do Plano Diretor de 2006 que prevê instrumentos de cumprimento da função social da propriedade, além do código de edificações e leis municipais que tratam da política habitacional

demarcar AIS de regularização e de produção nesta zona

Existência do FMHIS ampliar recursos do Fundo

CONFLITOS

necessidade de regulamentação de alguns dos instrumentos propostos pelo Plano Diretor regulamentar instrumentos

instrumento AIS é previsto tão somente para fins de regularização fundiária e não para a produção habitações de interesse social

delimitar novas áreas para produção de habitação de interesse social

necessidade de definição de critérios para a identificação de Áreas de Interesse Social, bem como para o estabelecimento das diretrizes para a sua implantação

Institucionalizar padrões adequados para AIS

Proceder o gravame de AIS a fim de aumentar a produção de empreendimentos habitacionais de interesse social

Legalizar institucional e juridicamente (transformar em lei) o PLHIS

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Anexo 4. Matriz Lógica da Sistemática De Monitoramento e Avaliação do PLHIS de Campo Bom

Met

as

Programas/Ações Estratégias Variável Indicadores

ÍNDICES

Meio de Verificação

Frequência de monitoramento

Referência Esperado

(do Diagnóstico)

(das metas)

Inst

ituci

onal

Ações de desenvolvimento regional

Estimular sistema de rede de polos de desenvolvimento Existência de Polos de

desenvolvimento

Número de reuniões realizadas - eficácia

- mínimo de 1 reunião/ano

atas das reuniões

anual

Número de projetos em andamento - eficácia

- mínimo de 1 projeto/ano

atas das reuniões

anual

Constituição de comitê e Conferência dos municípios do COREDE Vale do Rio dos Sinos e RMPA, para identificação

de ações para o desenvolvimento regional equilibrado

Constituição de Comitê dos municípios

Número de reuniões realizadas - eficácia

- mínimo de 1 reunião/ano

atas das reuniões

anual

Realização de Conferência dos municípios da RMPA

Número de reuniões realizadas - eficácia

- mínimo de 1 reunião/ano

atas das reuniões

anual

Identificação das interfaces de ação no território realizadas pelos três níveis de governo, em especial aquelas destinadas a atender famílias de baixa de renda;

Programação conjunta de intervenções na cidade

número de intervenções conjuntas realizadas - eficácia

-

todas as intervenções que tiverem sobreposição sejam realizadas conjuntamente

fiscalização de obras

mensal

Inst

ituci

onal

Desenvolvimento do Sistema de Informação e

Monitoramento

Fiscalização e recadastramento periódico para controle da permanência dos beneficiados, como parte do Sistema de

Informação Habitacional

Implantação de Sistema de Cadastro de beneficiados

o sistema ter sido implantado - eficácia

- cadastro com todas as famílias beneficiadas

inspeção do sistema

mensal

Implantação de rotinas de fiscalização

fiscalização - eficácia - fiscalização rotineira nos EHIS

relatórios mensal

Adequar o instrumento de coleta de dados, para que haja interligação com outros instrumentos, como o cad único, Receita Federal e IBGE

Integração dos sistemas sistemas terem sido integrados - eficácia

- integração dos sistemas de cadastros municipais

inspeção do sistema

semestral

Manutenção periódica do mapeamento e quantificação das moradias em situação irregular, em situação de risco ambiental

Mapeamento e quantificação realizados

Número de domicílios - eficácia

- todos os domicílios irregulares mapeados

mapas anual

Qualificação do cadastro de famílias para receberem incentivos, com critérios de atendimento bem definidos

Definição de critérios critérios - eficácia -

Cadastro atualizado e alimentado com informações necessárias para a verificação de atendimento dos critérios

inspeção do sistema

semestral

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MUNICÍPIO DE CAMPO BOM

Met

as

Programas/Ações Estratégias Variável Indicadores

ÍNDICES

Meio de Verificação

Frequência de monitoramento

Referência Esperado

(do Diagnóstico)

(das metas)

Inst

ituci

onal

O desenvolvimento de Programas e ações de assistência social

Potencializar o trabalho social junto às comunidades e ampliar o atendimento pós-ocupação

atendimento pós ocupação

número de empreendimentos com atendimento pós ocupação - eficácia

-

todos os empreendimentos tendo atendimento pós ocupação

relatórios anual

Reuniões e oficinas periódicas com a comunidade a fim de implantar o trabalho social

reuniões entre técnicos sociais e comunidade dos EHIS

ocorrência de reunião - eficácia

- todos os empreendimentos tenham atendimento

relatórios anual

Garantir o acesso ao programa de assistência social para o atendimento de demandas específicas da população (PPDs, mulheres, crianças, idosos e população adulta em situação de rua, etc.)

acesso dos moradores com demandas específicas ao programa de assistência

número de cadastrados atendidos - eficácia

- 100% de atendimento relatórios anual

Fortalecimento da atuação da assessoria comunitária e do setor técnico social.

reuniões entre corpo técnico e comunidade dos EHIS

ocorrência de reunião em todas as etapas de implantação dos EHIS - eficácia

-

todos os futuros morados dos EHIS tenham acesso a reuniões com os técnicos

relatórios anual

Interlocução da Prefeitura com os movimentos sociais desenvolvimento de parcerias

número de parcerias desenvolvidas - eficácia

- 1 parceria e/ou projeto por ano

relatórios anual

Inst

ituci

onal

desenvolvimento de Programa de fiscalização das APPs

fiscalizar e coibir novas ocupações em áreas de preservação e de risco ambiental

Desenvolver o programa de fiscalização das APPs

elaboração de cadastro de ocupações em APPs - eficácia

- cadastro completo

relatórios, avaliação através de imagens de satélite

anual

Inst

ituci

onal

instituição de acompanhamento e avaliação pós-ocupação dos programas e ações

Implementar indicadores de desempenho implementar avaliação pós ocupação

nível de satisfação dos moradores dos EHIS - eficiência

- bons níveis de satisfação dos moradores

aplicação de questionários

bienal

Inst

ituci

onal

desenvolvimento de Programas e ações de apoio à geração de emprego e renda

ampliar oferta de ensino técnico para que os moradores possam ocupar vagas disponíveis no mercado formal de trabalho

oferta de cursos de formação técnica

Numero de alunos capacitados/ alunos empregados - eficácia

-

melhora nos índices de empregabilidade dos estudantes que frequentaram os cursos

relatório bienal

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MUNICÍPIO DE CAMPO BOM

Met

as

Programas/Ações Estratégias Variável Indicadores

ÍNDICES

Meio de Verificação

Frequência de monitoramento

Referência Esperado

(do Diagnóstico)

(das metas)

Inst

ituci

onal

A parceria entre os setores públicos (esferas municipal, estadual, e federal), e desses com a iniciativa privada

Acessar os recursos do FNHIS projetos para acesso dos recursos FNHIS

número de projetos - eficácia

- ampliar produção habitacional com verbas do FNHIS

balanço contábil do município

anual

Inst

ituci

onal

Eleições dos conselheiros do Conselho de Habitação

definição da entidade representativa da comunidade nos conselhos deve partir de uma eleição feita pelas próprias entidades, entre as mais de 30 entidades existentes.

entidades com representação no Conselho de habitação

alternância das entidades - eficácia

atual composição

alteração de ao menos 50% das entidades

atas das eleições

bienal

Inst

ituci

onal

A criação de instrumentos de participação popular permanentes na política habitacional

Ampliação da participação das entidades através do orçamento participativo para decisão de usos do FMH (prefeitura determina possíveis ações com base em pesquisas que já vem sendo feitas semestralmente junto às comunidades, e também com base em levantamentos técnicos, e a comunidade vota as prioridades de ação)

estruturação do orçamento participativo no que diz respeito ao uso dos recursos do FMH

a estruturação do OP do FMH - eficácia

- decisão partilhada com a comunidade do uso do FMH

atas das reuniões

anual

Inst

ituci

onal

A reestruturação da Prefeitura para a ampliação da capacidade administrativa para cumprimento da Política Habitacional

Destacamento de equipe para desenvolvimento de projetos habitacionais e desenvolvimento estratégico do setor (aquisição de verbas junto a demais entidades e parcerias com setor público e fiscalização da oferta habitacional)

Destacamento de equipe para desenvolvimento de projetos habitacionais e desenvolvimento estratégico do setor

Destacamento de equipe - eficácia

- equipe mínima destacada

relatório das secretarias

anual

Inst

ituci

onal

Ação Parceria público-privado

estruturação de um "banco de iniciativas" pelos técnicos municipais para que as empresas possam investir em setores da cidade (inclusão social, cultura, instituições de ensino e pesquisa e esporte) revertendo em incentivos fiscais de várias origens: municipal, estadual e federal

banco de iniciativas número de projetos que obtiveram apoio - eficácia

- um projeto em parceria por ano

relatório das secretarias

anual

Estabelecer parceria com a iniciativa privada para produção de moradias

produção de moradias em parceria com iniciativa privada

projeto conjuntos - eficácia

- um projeto em parceria por ano

relatório das secretarias

anual

Inst

ituci

onal

Programa de reassentamento

Realização de um cadastro das famílias em áreas de preservação ou de risco

Realização de um cadastro das famílias

Realização do cadastro - eficácia

- todas as famílias em áreas de APP ou risco cadastradas

relatórios anual

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MUNICÍPIO DE CAMPO BOM

Met

as

Programas/Ações Estratégias Variável Indicadores

ÍNDICES

Meio de Verificação

Frequência de monitoramento

Referência Esperado

(do Diagnóstico)

(das metas)

Inst

ituci

onal

Programas Integrados Geração de atividades de geração de renda na implementação dos programas habitacionais

Cursos de capacitação em atividades profissionais.

Número de cursos de capacitação em atividades profissionais realizados – eficácia.

Sem referência (01) um curso por Programa Habitacional implementado

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Número de pessoas beneficiadas com cursos de capacitação em atividades profissionais realizados - eficiência.

Sem referência

Todos os chefes das famílias beneficiadas com o Programa Habitacional.

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Nível de satisfação da população beneficiada com os cursos de capacitação em atividade profissional – eficiência.

Sem referência

Altos níveis de satisfação – curso de capacitação bom ou muito bom.

aplicação de questionários

a cada curso

Número de centrais de triagem criadas. - eficácia

Sem referência Número de centrais de triagem de resíduos recicláveis criadas

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Nor

mat

ivo

A inclusão, através de instrução normativa, do atendimento de critérios de acessibilidade universal

Inclusão de padrões de acessibilidade universal nos EHIS EHIS com projeto urbanístico acessível à PCDs

Número de EHIS construídos com projeto urbanístico acessível à PCDs – eficácia.

- Todos os EHIS a serem implementados.

análise de projetos e relatórios

anual

Nor

mat

ivo A contabilização da

receita dos diferentes instrumentos de regulação urbana

Contabilizar a receita dos diferentes instrumentos de regulação urbana, conforme decreto lei, a fim de compor o FMH.

regulamentar e implementar os instrumentos e destinar a receita arrecadada para o FMH

receita destinada ao FMH oriunda dos instrumentos de regulação - eficácia

- ampliação do FMH balanço contábil do FMH

anual

Nor

mat

ivo

A instituição de percentual mínimo da receita municipal para o Fundo Municipal de Habitação (FMH)

Instituir percentual do orçamento municipal destinado ao FMH – 1%.

instituir percentual mínimo destinado ao FMH

percentual destinado ao FMH - eficácia

- mínimo de 1% do orçamento municipal destinado ao FMH

balanço contábil do município

anual

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MUNICÍPIO DE CAMPO BOM

Met

as

Programas/Ações Estratégias Variável Indicadores

ÍNDICES

Meio de Verificação

Frequência de monitoramento

Referência Esperado

(do Diagnóstico)

(das metas)

Nor

mat

ivo

A transformação dos Programas e Ações do PLHIS em Lei

Legalizar institucional e juridicamente (transformar em lei) o PLHIS

Programas e ações legalizados

número de ações e programas legalizados - eficácia

- todas as ações e programas sejam legalizados

análise das leis e decretos implementados

anual

Nor

mat

ivo

Estabelecimento dos padrões mínimos para AIS

Institucionalizar padrões adequados para AIS Definição de padrões adequados para AIS em decreto específico

decreto tratando de padrões específicos para AIS - eficácia

- Aprovação do decreto que institui padrões específicos para AIS

análise das leis e decretos implementados

anual

Nor

mat

ivo A identificação e gravame

de novas Áreas de Interesse Social (AIS), as AIS de Produção

Proceder ao gravame de novas áreas de AIS a fim de aumentar a produção de EHIS

Gravame de AIS Decreto com gravame de novas AIS - eficácia

- Decreto com gravame de novas AIS

análise das leis e decretos implementados

anual

Nor

mat

ivo

Ação institucional e normativa para implementação dos instrumentos de cumprimento da função social da propriedade previstos no Plano Diretor

Implementar os instrumentos Implementar instrumentos

Decretos implementando os instrumentos - eficácia

atual situação dos instrumentos

Todos os instrumentos implementados através de leis e decretos

análise das leis e decretos implementados

anual

prov

isão

, ade

quaç

ão, u

rban

izaç

ão

Linha Programática de Facilitação de Acesso ao

Crédito

Ampliar/criar acessos a crédito para aquisição de terrenos, de material de construção, reformas, ampliações, melhorias da habitação, bem como, assistência técnica à autoconstrução.

Famílias contempladas com crédito para aquisição de material de construção

Número de famílias contempladas com crédito para aquisição de material de construção – eficácia.

546 domicílios inadequados por adensamento excessivo

546 domicílios inadequados por adensamento excessivo

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Módulos sanitários Número de módulos sanitários construídos - eficácia

576 domicílios sem banheiro

576 domicílios sem banheiro

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Outras melhorias habitacionais (reservatório, tanque, etc)

Número de melhorias sanitárias construídas - eficácia

- A demandada pela comunidade.

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Produção habitacional subsidiada por recursos públicos.

Unidades habitacionais construídas através de incentivos de acesso ao crédito

Número de unidades habitacionais construídas – eficácia.

27 domicílios improvisados + 239 rústicos

27 domicílios improvisados + 239 rústicos

Relatório municipal de gestão anual

Anual

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MUNICÍPIO DE CAMPO BOM

Met

as

Programas/Ações Estratégias Variável Indicadores

ÍNDICES

Meio de Verificação

Frequência de monitoramento

Referência Esperado

(do Diagnóstico)

(das metas)

prov

isão

, ade

quaç

ão, u

rban

izaç

ão

Linha Programática de Provisão de Unidade Habitacional e Lote Urbanizado

Produção habitacional subsidiada por recursos públicos. Unidades habitacionais construídas+ Lote Urbanizado

Número de unidades habitacionais em lotes disponibilizados com infraestrutura – eficácia.

876 domicílios em situação de famílias conviventes +168 em cômodos alugados, domicílios alugados +492 domicílios de incremento futuro

876 domicílios em situação de famílias conviventes +168 em cômodos alugados, domicílios alugados +492 domicílios de incremento futuro

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Relatório municipal de gestão anual

Anual

prov

isão

, ade

quaç

ão, u

rban

izaç

ão

Linha Programática de Incentivo ao Cooperativismo

Parceria com entidades organizadoras de programas de aquisição da moradia

Domicílios construídos através de cooperativas habitacionais

Número de domicílios construídos através de cooperativas habitacionais - eficácia

-

Pode absorver parte da demanda do Déficit por Improviso, no caso das pessoas que já possuam terreno.

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Incentivo ao cooperativismo habitacional por dotação orçamentária especifica

Domicílios construídos com verbas próprias do programa de Cooperativismo

Número de domicílios construídos com as verbas do programa de Cooperativismo - eficácia

-

Pode absorver parte da demanda do Déficit por Improviso, no caso das pessoas que já possuam terreno.

Relatório municipal de gestão anual

Anual

prov

isão

, ade

quaç

ão,

urba

niza

ção

Programa de reassentamento

retirada das famílias das áreas de preservação permanente e de risco

Domicílios reassentados Número de domicílios reassentados - eficácia

-

Reassentamento de todos os domicílios classificados em situação de reassentamento pelo Cadastro de APPs, absorve uma parte do Déficit

Verificação do cadastro

Anual

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MUNICÍPIO DE CAMPO BOM

Met

as

Programas/Ações Estratégias Variável Indicadores

ÍNDICES

Meio de Verificação

Frequência de monitoramento

Referência Esperado

(do Diagnóstico)

(das metas)

Pro

visã

o, a

dequ

ação

, urb

aniz

ação

Linha Programática de Regularização

Urbanística e Fundiária

Operacionalização do processo de regularização urbanística e fundiária

Regularização fundiária

Número de domicílios que tiveram suas casas e/ou terrenos regularizadas. - eficácia

909 domicílios com irregularidade fundiária.

909 domicílios com irregularidade fundiária.

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Gravação de AIS de regularização em áreas aonde a situação de irregularidade fundiária e urbanística em função de divisão da gleba em lotes menores já vem acontecendo

Gravação de AIS. Gravação de AIS. - eficácia

Irregularidade fundiária em função da divisão da gleba em lotes menores.

Gravação de AIS nas áreas onde já existe a irregularidade fundiária em função da divisão da gleba em lotes menores.

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Implantação de redes de infraestrutura básica Redes de infraestrutura básica

Número de domicílios que receberam alguma rede de infraestrutura básica – eficácia.

2017domicílios sem infraestrutura básica.

2017 domicílios com carência de infraestrutura básica.

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Pro

visã

o,

adeq

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urba

niza

ção

Programas Integrados

Ampliar número de equipamentos de lazer como praças e parques em empreendimento de interesse social

Equipamentos públicos de lazer construídos

Número de equipamentos públicos construídos – eficácia.

Sem referência O demandado pela comunidade.

Relatório municipal de gestão anual

Anual

Provisão de equipamentos públicos (saúde e educação) Equipamentos públicos construídos (postos de saúde, escolas)

Número de equipamentos públicos construídos – eficácia.

Sem referência O demandado pela comunidade.

Relatório municipal de gestão anual

Anual