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Plano Local de Saúde da Arrábida 2019-2023

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Plano Local de Saúde da Arrábida

2019-2023

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FICHA TÉCNICA

Título

Plano Local de Saúde da Arrábida, 2019 - 2023

Coordenação Geral

Unidade de Saúde Publica da Arrábida

[email protected]

Coordenador

João Manuel de Vilhena Diegues

Equipa Técnica

Ana Diogo, Ana Gaspar, Célia Maia, Cláudia Ballesteros, Lina Hernandez,

Marina Lopes, Marta Dias, João Diegues e Valentyna Lutsiv

Redatores

Célia Maia, Cláudia Ballesteros, João Diegues e Valentina Lutsiv.

Revisão

Bárbara Carvalho, Célia Maia, Isabel Pinto, João Diegues

Edição

Agrupamento de Centros de Saúde da Arrábida

Diretor Executivo

Bárbara Sofia de Carvalho

Presidente do Conselho Clínico e de Saúde

Isabel Purificação Falcão Pinto

Novembro, 2019

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III

LISTA DE PARCEIROS DO PLANO LOCAL DE SAÚDE DA ARRÁBIDA

Agrupamento de Escolas Barbosa du Bocage Estabelecimento Prisional de Setúbal

Agrupamento de Escolas da Boa Água Externato Santa Susana

Agrupamento de Escolas de Azeitão Fundação COI

Agrupamento de Escolas de Sampaio Fundação Robert Kelley

Agrupamento de Escolas do Poceirão Guarda Nacional Republicana de Alfarim

Agrupamento de Escolas Lima de Freitas

Agrupamento de Escolas Navegador Rodrigues

Soromenho

Guarda Nacional Republicana de Palmela

Guarda Nacional Republicana do Pinhal Novo

Guarda Nacional Republicana da Quinta do Conde

Águas do Sado

Associação Agostinho Roseta (AAR)

Guarda Nacional Republicana de Sesimbra

Guarda Nacional Republicana de Setúbal

Associação Cristã da Mocidade (ACM) de Setúbal Hospital da Luz Setúbal

Associação de Educação e Inserção de Jovens "Questão

de Equilíbrio"

Hospital Nossa Senhora da Arrábida

Instituto da Segurança Social, I.P. - Centro Distrital de

Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos do Setúbal

Bairro Alentejano e Arredores Instituto Politécnico de Setúbal

Associação de Saúde Mental Doutor Fernando Ilharco Instituto Português do Desporto e da Juventude, I.P.

Associação de Socorros Mútuos Setubalense Junta de Freguesia da Quinta do Anjo

Associação Nacional das Farmácias Junta de Freguesia da Quinta do Conde

Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão

Deficiente Mental (APPACDM)

Junta de Freguesia de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra

Junta de Freguesia do Pinhal Novo

Autoridade para as Condições do Trabalho – Unidade

Local de Setúbal

Liga Portuguesa Contra o Cancro - Grupo de Apoio de

Setúbal

Banco Alimentar contra a fome - Setúbal Obra do Padre Américo - Casa do Gaiato de Setúbal

CADIN, Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil

Câmara Municipal de Palmela

Palmela Desporto

Restantes Agrupamentos de Escolas e Escolas não

Câmara Municipal de Sesimbra

Câmara Municipal de Setúbal

Cáritas Diocesana de Setúbal – Centro de Dia e Serviço

Agrupadas dos concelhos de Palmela, Sesimbra e

Setúbal ao abrigo do PNSE

Santa Casa da Misericórdia de Azeitão

de Apoio Domiciliário

Casa do Povo de Palmela, IPSS

Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra

Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de

Casa do Povo de Sesimbra, IPSS Palmela

Centro de Apoio Sócio Cultural Unidade Zambujalense Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros de

Centro de Emprego e Formação Profissional de Setúbal Setúbal

Centro de Estudos Culturais Raio de Luz Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia

Centro de Estudos de Vetores e Doenças Infeciosas Social (SEIES)

(CEVDI), Dr. Francisco Cambournac do Instituto

Nacional de Saúde, Dr. Ricardo Jorge

Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

União das Freguesias do Poceirão e Marateca

União das Freguesias de Setúbal

União Distrital das Instituições Particulares de

Centro Jovem Tabor, IPSS Solidariedade Social de Setúbal (UDIPSS)

Centro Jovem Tejo, IPSS Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Azeitão

Centro Paroquial de Bem Estar Social do Castelo de

Sesimbra

Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Pinhal

Novo

Centro Social da Quinta do Anjo, IPSS

Centro Social de Palmela, IPSS

Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Poceirão

Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Quinta

Cercizimbra, Cooperativa de Educação e Reabilitação de

Cidadãos Inadaptados

do Anjo

Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Sesimbra

Clube da Amizade de Setúbal de Rollar

Clube Naval Setubalense

Unidade de Cuidados Continuados de Palmela

Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados Praça da

Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Palmela

Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Setúbal

República

Unidade de Saúde Familiar Santiago de Palmela

Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal Unidade de Cuidados na Comunidade de Sesimbra

Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Setúbal

Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e

Unidade de Cuidados na Comunidade da Península Azul

Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados

nas Dependências (DICAD) Unidade de Saúde Familiar Conde Saúde

Escola Básica 2/3 Hermenegildo Capelo Unidade de Saúde Familiar S. Filipe

Escola Profissional de Setúbal Volkswagen Autoeuropa

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IV

AGRADECIMENTOS

A Equipa do Plano Local de Saúde Arrábida agradece o trabalho, a

dedicação e o esforço de todos os parceiros que contribuíram nas

diversas fases de elaboração do mesmo, bem como dos valiosos

contributos para as estratégias do trabalho a desenvolver subjacentes à

construção deste plano.

Sem o apoio dos parceiros não teria sido possível construir o Plano

Local de Saúde. Continuaremos a contar com o apoio desta rede

colaborativa para a sua implementação.

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V

“É coisa preciosa, a saúde, e a única, em verdade, que merece que em sua

procura empreguemos não apenas o tempo, o suor, a pena, os bens, mas até

a própria vida; tanto mais que sem ela a vida acaba por tornar-se penosa e

injusta.”

Michel de Montaigne

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VI

ÍNDICE

Lista de Parceiros do PLSA ………………………………………………………………………………………………….... III

Agradecimentos ……………………………………………………………………………………………..………….…………. IV

Índice ……………………………………...………………………………………………………………………..…………………… VI

Lista de Siglas e Acrónimos …………………………………………………………………………………………………... VII

Índice de Quadros ..……………………………………………………………………………………………………………… IX

Índice de Figuras …..………………………………………………………………………………………………………………. X

Índice de Anexos …………………………………………………………………………………………………………………... XI

1. Enquadramento ……………………………………………………………………………………………………….. 12

1.1. Visão ……………………………………………………………………………………………………………. 14

1.2. Missão …………………………………………………………………………………………………………. 14

1.3. Valores e Princípios …………………………………………………………………………………….. 14

2. Etapas da Elaboração ……………………………………………………………………………………………….. 16

2.1. Síntese do Perfil de Saúde …………………………………………………………………………... 17

2.1.1. Caracterização Geodemográfica e Social ……………………………………….. 17

2.1.2. Serviços de Saúde ………………………………………………………………………….. 21

2.1.3. Diagnóstico de Situação de Saúde ………………………………………………… 22

2.2. Priorização dos Problemas de Saúde ………………………………………………………….. 24

2.3. Fixação de Objetivos …………………………………………………………………………………… 26

2.3.1. Vertente Comunitária Transversal ………………………………………………….. 27

2.3.2. Os Serviços de Saúde como Determinante de Saúde:

Gestão da Doença e da Saúde ……………………………………………………….. 31

2.3.2.1. Doenças Cérebro-Cardiovasculares …………………………………... 31

2.3.2.2. Diabetes Mellitus ………………………………………………………………. 34

2.3.2.3. Doenças Respiratórias ……………………………………………………….. 36

2.3.2.3.1 Tuberculose …………………………………………………………. 38

2.3.2.4. Saúde Mental …………………………………………………………………….. 40

2.3.2.5. Doenças Oncológicas ……………………………………………………… 44

3. Governação ……………………………………………………………………………………………………………… 48

3.1. Equipa de Coordenação ……………………………………………………………………………… 48

3.2. Equipa de Acompanhamento e Monitorização ………………………………………… 49

3.3. Equipa Operativa de âmbito Concelhio ………………………………………………………. 49

4. Avaliação ………………………………………………………………………………………………………………….. 51

5. Comunicação …………………………………………………………………………………………………………… 53

6. Considerações Finais ……………………………………………………………………………………………… 61

Referências Bibliográficas …………………………………………...………………………………………………………… 62

Bibliografia ………………………………………………………………………………………………………………………….. 64

Anexos ……………………………………………….…………………………………………………………………………………. 66

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VII

LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS

AVC Acidente Vascular Cerebral

ACSS, IP Administração Central do Sistema de Saúde, I.P.

ARS Administração Regional de Saúde

ARSLVT, IP Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I.P.

ACES Agrupamento de Centros de Saúde

BCG Bacilo Calmette-Guerin

CEVDI Centro de Estudo de Vetores e Doenças Infeciosas

CHS, EPE Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

CLAS Concelho Local de Ação Social

CCS Conselho Clínico e de Saúde

CRI Centro de Respostas Integradas

CSP Cuidados de Saúde Primários

DM Diabetes Mellitus

DGS Direção-Geral da Saúde

DCCV Doenças Cérebro-cardiovasculares

DO Doenças Oncológicas

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

EAM Enfarte Agudo do Miocárdio

ECSCP Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos

HPV Vírus do Papiloma Humano

HTA Hipertensão Arterial

IDG Índice de Desempenho Global

IMC Índice de Massa Corporal

INE, IP Instituto Nacional de Estatística, I.P.

NUTS Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos

OMS Organização Mundial de Saúde

ONG Organização Não-Governamental

OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

PC Plano de Comunicação

PLS Plano Local de Saúde

PLSA Plano Local de Saúde da Arrábida

PNS Plano Nacional de Saúde

PNSE Plano Nacional de Saúde Escolar

P.P. Pontos Percentuais

PRSLVT Plano Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo

RCM Rastreio do Cancro da Mama

RCCU Rastreio do Cancro do Colo do Útero

RCCR Rastreio do Cancro do Cólon e Reto

RLVT Região de Lisboa e Vale do Tejo

SNS Serviço Nacional de Saúde

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VIII

SIARS Sistema de Informação da Administração Regional de Saúde

SINAVE Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica

TOD Toma por Observação Direta

TB Tuberculose

UCSP Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados

URAP Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados

USP Unidade de Saúde Pública

UCC Unidade de Cuidados na Comunidade

USF Unidade de Saúde Familiar

VIH Vírus de Imunodeficiência Humana

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IX

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1. Principais dados geodemográficos por concelho e ACES Arrábida, 2017 ……………. 18

Quadro 2. Evolução da taxa bruta de natalidade (‰) de 2001 a 2017 no Continente e

Concelhos do ACES Arrábida ………………………………………………………………………………………………… 19

Quadro 3. População residente por grupos etários (n.º) – ACES Arrábida e concelhos, 2017 . 20

Quadro 4. Índices demográficos por local de residência, 1991,2001,2011 e 2016 ..………………. 20

Quadro 5. Mapa de Indicadores a monitorizar …..…………………………………………………………………. 52

Quadro 6. Plano de Comunicação do PLSA ………………………..…………………………………………………. 55

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X

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Eixos Estratégicos do PNS ……………………………………………………………………………………… 12

Figura 2. Etapas do Processo de Planeamento em Saúde ……………………………………………………. 16

Figura 3. Caracterização Geodemográfica dos concelhos que integram o ACES Arrábida ….. 18

Figura 4. Pirâmides etárias da ARSLVT, IP e do ACES Arrábida (Estimativas 2016) ………………. 19

Figura 5. Proporção de inscritos (%) por diagnóstico ativo no ACES Arrábida, por sexo,

dezembro 2016 (ordem decrescente) ………………………………………………………………………….………. 22

Figura 6. Mortalidade proporcional por grandes grupos de causas de morte no triénio

2012-2014, para todas as idades e ambos os sexos ……………………………………………………….……. 23

Figura 7. Mortalidade proporcional por grandes grupos de causas de morte no triénio

2012-2014, para as idades inferiores a 75 anos e ambos os sexos ……………………………………… 24

Figura 8. Metodologia da priorização dos problemas de saúde do PLSA - Etapas ……………… 24

Figura 9. Metodologia da priorização dos problemas de saúde do PLSA - Seleção Final ….... 25

Figura 10. Vertentes de Intervenção do PLSA ………………………………………………………………………. 27

Figura 11. Objetivos de Saúde Transversais do PLSA …………………………………………………………… 29

Figura 12. Rastreios Oncológicos de base populacional ……………………………………………………… 45

Figura 13. Estrutura de Governação do PLSA …………………………………………………………………….. 50

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XI

ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo I. Indicadores de Monitorização sugeridos para cada um dos objetivos da Vertente

Comunitária Transversal do PLSA ………………………………………………………………………………………… 66

Anexo II. Indicadores de Monitorização do PLSA (os serviços de saúde como

determinante de saúde) ………….……………….…………………………………………………………………………… 69

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12

1. ENQUADRAMENTO

O Plano Local de Saúde (PLS) é um documento estratégico de implementação do

Plano Nacional de Saúde (PNS) que pretende maximizar os ganhos em saúde da

população, através da interação dos vários setores da comunidade em torno de

objetivos comuns, com um espírito de coprodução e de verdadeiro diálogo

intersetorial, integrando os seus esforços, promovendo uma cultura de inclusão e

contribuindo ativamente para a construção das políticas de saúde locais1.

O PLS tem como missão, a partir da identificação dos problemas e necessidades de

saúde prioritários da população, articular e integrar os esforços dos diferentes

parceiros tendo em vista a melhoria dos níveis de saúde e bem-estar da

comunidade, reforçando uma abordagem intersectorial que releve a importância da

Saúde em Todas as Políticas, com compromisso social e incentivando a autogestão

da saúde, participando ativamente nas metas a estabelecer e nas estratégias

definidas para as alcançar1.

A liderar este processo está a Unidade de Saúde Pública (USP) a quem compete

desempenhar a função de observatório de saúde, de análise e de planeamento em

saúde.

De forma a enquadrar o Plano Local de Saúde da Arrábida (PLSA) com os

documentos orientadores das políticas de saúde de nível nacional e regional,

decidiu-se criar uma estratégia de intervenção comunitária e transversal a par de

uma estratégia que considerasse os serviços de saúde como um determinante de

saúde, que concomitantemente, abrangesse os quatro eixos estratégicos nacionais

do modelo conceptual do PNS, designadamente:

Os quatro eixos são igualmente relevantes no atual processo de contratualização, no

âmbito dos cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS), tendo em conta

o desempenho global dos serviços de saúde.

Cidadania em Saúde

Equidade e acesso adequado

aos Cuidados de Saúde

Qualidade em Saúde

Políticas Saudáveis

Figura 1. Eixos Estratégicos do PNS

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13

A perspetiva sistemática ora proposta a partir destes quatro eixos estratégicos,

permite aumentar a coesão entre os parceiros do PLSA em torno de objetivos

comuns. A presente abordagem procura envolver a quase totalidade dos atores

sociais, dando especial enfoque ao papel da saúde nas diversas políticas. Ademais, o

seu carácter transversal permite que a saúde e a educação se potenciem como

recursos para o desenvolvimento das pessoas e das comunidades e, em última

instância, para a melhoria da prevenção da doença e promoção da saúde das

populações e consequente desenvolvimento social.

O modelo de governança do PLSA assenta numa gestão integradora de todas as

instituições de forma a espelhar um compromisso fundamental no cumprimento da

sua missão. Deve ser claro e exequível quanto às funções de cada uma das equipas

constituídas, resultando de um consenso entre os parceiros.

O PLSA é um instrumento de apoio à gestão, que visa apoiar a tomada de decisão

dos diferentes órgãos decisores dos serviços de saúde e de todas as instituições da

comunidade, que de uma forma alargada, contribuem para a obtenção de ganhos

de saúde e bem-estar das populações.

É de particular importância, o envolvimento e participação de todos nos

processos de Promoção e Proteção da saúde e Prevenção da doença, pelo que

todos os parceiros devem assumir uma atitude pró-ativa em todas as fases deste

processo, privilegiando o trabalho em equipa, a nível intra e interinstitucional,

reforçando a interdependência como uma mais-valia para a obtenção de ganhos

em saúde e desenvolvimento social. O PLSA deve constituir-se como uma rede

colaborativa, aberta à colaboração com outras já existentes, que potencie uma

mudança que aproxime as respostas integradas de todos os parceiros às

necessidades de saúde dos cidadãos.

A abordagem por determinantes de saúde é estrategicamente relevante, pois

sabemos que muitos problemas de saúde partilham os mesmos determinantes, pelo

que uma estratégia baseada em determinantes de saúde, permite intervir em

simultâneo em diferentes problemas de saúde.

Por último, o PLSA assenta numa vertente comunitária transversal que corresponde

a uma visão integradora valorizando, igualmente, uma vertente clínica mais dirigida

à gestão da doença/problemas de saúde, cuja resolução contribui, de uma forma

decisiva, para a obtenção de ganhos em saúde.

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14

1.1. VISÃO

O PLSA tem como visão maximizar os ganhos em saúde através da integração de

esforços sustentados em todos os setores da sociedade, bem como da utilização de

estratégias assentes na cidadania, na equidade e acesso, na qualidade e nas políticas

saudáveis1.

A este respeito e tendo em vista a criação de valor em saúde, salienta-se a redução

da mortalidade prematura (abaixo dos 70 anos), a melhoria da esperança de vida

saudável (aos 65 anos) e, ainda, a redução dos fatores de risco relacionados com as

doenças não transmissíveis, especificamente a obesidade infantil e o consumo e

exposição ao fumo do tabaco.

1.2. MISSÃO

O PLSA, em alinhamento com o PNS, tem por missão:

Promover a saúde da comunidade da área geodemográfica do Agrupamento

de Centros de Saúde (ACES) Arrábida, criando uma visão comum em termos

de saúde e da sua relevância para o bem-estar e desenvolvimento social;

Clarificar e consolidar entendimentos comuns entre os parceiros e a

comunidade, que facilitem a integração de esforços na obtenção de ganhos

e na criação de valor em saúde;

Capacitar a comunidade da área geodemográfica do ACES Arrábida em

termos de literacia em saúde como contributo para a promoção da saúde,

prevenção e proteção da doença e do consequente desenvolvimento

sustentado na autogestão da saúde e na compreensão desta como uma

responsabilidade partilhada;

Apoiar a implementação de programas e projetos de educação para a saúde,

envolvendo os diversos setores e parceiros da comunidade;

Incentivar parcerias locais entre a saúde, a educação, autarquias, ação social,

forças de segurança, consolidando a cidadania e o desenvolvimento local.

1.3. VALORES E PRINCÍPIOS

O PLSA tem como valores e princípios:

Transparência e a responsabilização dos parceiros no compromisso da

missão e da execução do PLS;

Envolvimento e participação de todos os intervenientes nos processos de

criação de saúde e desenvolvimento comunitário;

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15

Centralidade nas pessoas na definição de estratégias e orientações para a

sua implementação;

Redução das desigualdades em saúde, como base para a promoção da

equidade e justiça social;

Integração e continuidade dos cuidados prestados aos cidadãos entre todos

os atores;

Universalidade e acesso a cuidados de qualidade, equidade e solidariedade;

Sustentabilidade do PLSA, por forma a preservar o seu futuro e o dos

projetos que a partir dele se desenvolvam de uma forma aberta e

aprendente.

Em conclusão, este documento tem como propósito proporcionar uma visão clara

do PLS, do seu processo de construção e das metodologias por ele preconizadas,

respeitando e adaptando o modelo conceptual orientador de nível nacional, à área

de abrangência do ACES Arrábida.

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16

2. ETAPAS DA ELABORAÇÃO

A elaboração do presente plano teve por base as orientações do Manual Orientador

dos Planos Locais de Saúde da Direção-Geral de Saúde (DGS), as recomendações do

PNS com a Revisão e Extensão a 2020 e do Plano Regional de Saúde de Lisboa e

Vale do Tejo (PRSLVT).

O processo de construção do PLS da área geodemográfica do ACES Arrábida teve o

seu início em 2015, tendo sido constituída, para o efeito, uma equipa técnica que

integrou profissionais da USP do ACES Arrábida.

O primeiro passo na construção do Plano foi traçar o diagnóstico da situação de

saúde da população da área de abrangência do ACES Arrábida, adotando a

metodologia do processo de planeamento em saúde (Figura 2).

O diagnóstico da situação de saúde foi realizado através da análise do Perfil de

Saúde do ACES Arrábida, atualizado pela USP em 2016 e 2017, permitindo, assim,

determinar os principais problemas e necessidades de saúde existentes.

Numa segunda fase, foram identificados os recursos da comunidade, tendo sido

envolvidos os seguintes parceiros:

Parceiros da comunidade local, os municípios de Palmela, Sesimbra e

Setúbal, a Autoridade para as Condições de Trabalho, a Associação Nacional

das Farmácias, os Agrupamentos de Escolas e Escolas não agrupadas

Adaptado de Imperatori E, Giraldes MR.

Figura 2. Etapas do Processo de Planeamento em Saúde

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17

parceiras do Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE), Centro de

Respostas Integradas (CRI) da Península de Setúbal, a Cruz Vermelha

Portuguesa, as forças de segurança, o Instituto de

Segurança Social, I.P., instituições de solidariedade social e

de desenvolvimento local e empresas do tecido industrial;

Profissionais do ACES Arrábida, nomeadamente das

unidades funcionais, da Unidade de Apoio à Gestão, do

Gabinete do Cidadão, do Conselho Clínico e de Saúde (CCS) e da Direção

Executiva;

Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E., Hospital da Luz Setúbal e Hospital Nossa

Senhora da Arrábida.

Reforçando uma abordagem intersectorial, todos os intervenientes foram

convidados a participar recorrendo a um processo de consulta pública. Resultante

da auscultação aos parceiros foi possível identificar os problemas prioritários e as

necessidades de saúde expressas pelos mesmos.

Posteriormente foram selecionados os objetivos e estratégias, bem como os

recursos para o desenvolvimento deste PLSA.

2.1. SÍNTESE DO PERFIL DE SAÚDE

Reiterando o referido anteriormente, a apresentação aos parceiros do diagnóstico

de situação permitiu identificar os principais problemas de saúde da população

residente na área da abrangência do ACES Arrábida. Por essa razão, importa

apresentar os principais aspetos do perfil de saúde que poderá ser consultado na

íntegra no portal da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I.P.

(ARSLVT, IP) na página do Observatório Regional de Saúde disponível em:

http://www.arslvt.min-saude.pt/pages/197.

2.1.1. Caracterização Geodemográfica e Social

A área geográfica do ACES Arrábida abrange os municípios de Palmela, Sesimbra e

Setúbal. Estes concelhos, no total, compreendem uma área de 890,92 Km2 e 231 842

habitantes - segundo as estimativas anuais da população residente em 2017, pelo

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18

Instituto Nacional de Estatística, I.P. (INE, IP) -, integram a Área Metropolitana de

Lisboa e pertencem ao distrito de Setúbal (Figura 3).

O Quadro 1 representa a população residente na área de influência do ACES

Arrábida por concelho, a superfície do território abrangido, número de freguesias

por concelho e a densidade populacional.

Quadro 1. Principais dados geodemográficos por concelho e ACES Arrábida, 2017

Dados Geodemográficos Palmela Sesimbra Setúbal ACES Arrábida

Superfície (Km2) 465,12 195,47 230,32 890,91

Densidade populacional (residentes/Km2) 138,1 262 505,1 260,2

Freguesias (n.º) * 4 3 5 12

População Residente (n.º) 64 230 51 282 116 330 231 842

Proporção de Residentes (%) 27,7 22,1 50,2 100 * De acordo com a Lei nº 56/2012, de 8 de novembro, e a Lei nº 11-A/2013, de 28 de janeiro

Fonte: INE, IP – Estimativas Anuais da População Residente em 2017 (atualizadas a 23 de julho de 2018)

A pirâmide etária da área geodemográfica do ACES Arrábida (Figura 4) traduz uma

baixa natalidade, bem como um predomínio da população mais envelhecida.

Figura 3. Caracterização Geodemográfica dos concelhos que integram o ACES Arrábida

465,12 Km2 de área

64 230 habitantes

4 Freguesias

Palmela, Pinhal Novo, Quinta do

Anjo e União de Freguesias

Poceirão e Marateca

195,47 Km2 de área

51 282 habitantes

3 Freguesias

Castelo, Quinta do

Conde e Santiago

230,32 Km2 de área

116 330 habitantes

5 Freguesias

Gâmbia, Pontes e Alto da

Guerra, Sado, São Sebastião,

União de Freguesias de

Azeitão e União de Freguesias

de Setúbal,

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Figura 4. Pirâmides etárias da ARSLVT, IP e do ACES Arrábida (Estimativas 2016)

Fonte: Observatórios Regionais de Saúde (dados: INE, IP)

A taxa bruta de natalidade apresenta uma diminuição ao longo dos anos desde

2001 a 2015 nos três concelhos do ACES Arrábida, com um ligeiro aumento

registado desde 2015 a nível dos concelhos de Sesimbra e Setúbal (Quadro 2).

Quadro 2. Evolução da taxa bruta de natalidade (‰) de 2001 a 2017 no Continente e concelhos do

ACES Arrábida

Local de residência Taxa bruta de natalidade

2001 2004 2007 2010 2013 2017

Continente 10,8 10,3 9,7 9,6 7,9 8,4

Palmela 11,4 11,4 12,2 11,2 8,1 7,9

Sesimbra 12,3 13,4 13,4 12,8 9,4 10,1

Setúbal 12,1 11,9 11,7 11,1 8,6 9,2

Fonte: INE, IP – Estimativas Anuais da População Residente em 2017 (atualizadas a 15 de julho de 2018)

A população com ≥65 anos representa cerca de 19,89% da população abrangida

pelo ACES Arrábida, sendo os concelhos com maior proporção de população idosa

Palmela (19,6%) e Setúbal (21,61%). A distribuição por grupos etários da população

residente na área da influência do ACES Arrábida mostra uma franca maioria de

residentes em idade ativa (Quadro 3).

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Quadro 3. População residente por grupos etários (n.º) – ACES Arrábida e concelhos, 2017

Residentes Grupo etário

Concelho ACES Arrábida

Palmela Sesimbra Setúbal

0-14 anos 10 023 8 504 18 206 36 733

15-24 anos 7 305 6 019 12 346 25 670

25-64 anos 34 597 28 069 60 640 123 306

65-74 anos 6 665 4 725 14 324 25 714

>75 anos 5 640 3 965 10 814 20 419

TOTAL 64 230 51 282 116 330 231 842

Fonte: INE, IP – Estimativas Anuais da População Residente em 2017 (atualizadas a 15 de junho de 2018)

A esperança média de vida à nascença tem vindo a aumentar, atingindo um valor

de 81,3 anos (77,9 anos para os homens; 82,7 anos para as mulheres), mas ainda se

encontra abaixo dos valores do continente e da Região de Lisboa e Vale do Tejo

(RLVT) (81,4 anos).

Os índices demográficos relacionados com o envelhecimento e dependência da

população têm vindo a aumentar, de uma forma generalizada, tanto aos níveis

nacional e regional, como na área de influência do ACES Arrábida (Quadro 4.). O

índice de envelhecimento da população abrangida pelo ACES Arrábida tem

aumentado, o que significa que a população está numa fase de transição

demográfica de uma população jovem para uma população mais idosa,

acompanhando a situação do país e da região.

Quadro 4. Índices demográficos por local de residência, 1991, 2001, 2011 e 2016

Local de Residência 1991 2001 2011 2016

Índice de Envelhecimento

Continente 73,6 104,8 130,5 153,9

ARS Lisboa e Vale do Tejo 78,0 109,1 125,7 141,1

ACES Arrábida 66,3 93,5 101,3 122,0

Índice de Dependência de Jovens

Continente 28,5 23,7 22,5 21,5

ARS Lisboa e Vale do Tejo 25,4 22,3 23,9 24,3

ACES Arrábida 27,1 23,5 26,1 24,9

Índice de Dependência de Idosos

Continente 21,0 24,8 29,3 33,1

ARS Lisboa e Vale do Tejo 19,8 24,3 30,0 34,3

ACES Arrábida 18,0 21,9 26,5 30,4 Fonte: Observatórios Regionais de Saúde (dados: INE, IP)

O nível da escolaridade da população residente está fortemente associado, direta ou

indiretamente, com o estado de saúde individual, familiar ou comunitário. No

entanto, um baixo nível educacional, associado a outros fatores socioeconómicos,

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pode constituir uma barreira no acesso aos cuidados de saúde e produzir um

impacto negativo no estado de saúde da população.

No último período intercensitário (2001-2011) o nível de escolaridade da

população melhorou, aproximando-se da região e do Continente. Nesta

conformidade, registou-se um aumento de proporção de população com ensino

secundário (16,7%) e ensino superior (11,8%). Ainda assim, o ACES Arrábida continua

a apresentar uma proporção de população sem nenhum nível de escolaridade

(19,2%), ligeiramente acima da proporção observada a nível de Portugal Continental

(18,8%) e regional (17,6%).

O número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação

Profissional, I.P. mostra um decréscimo nos últimos anos, mas mantém-se a

diferença entre sexos, sendo as mulheres as mais atingidas. Em 2017, na área de

influência do ACES Arrábida, a taxa da população ativa baixou de 60,3% para

58,4% da população total, em comparação com o ano 2011. 52,1% da população

ativa do ACES Arrábida eram indivíduos do sexo feminino e 47,9% do sexo

masculino, à semelhança do ocorrido a nível nacional e regional, onde a maior

proporção de população média ativa era do sexo feminino.

2.1.2. Serviços de Saúde

Entendendo-se os serviços de saúde como o conjunto organizado e articulado de

estabelecimentos e serviços públicos prestadores de cuidados de saúde, integrados

no SNS, na área geodemográfica do ACES Arrábida podem enumerar-se os

seguintes:

Agrupamento de Centros de Saúde da Arrábida

O ACES Arrábida é um serviço de saúde com autonomia administrativa constituído

pelas seguintes unidades funcionais:

15 Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP)

7 Unidades de Saúde de Familiar (USF): 2 USF modelo A e 5 USF modelo B

3 Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC)

1 Unidade de Saúde Pública (USP)

1 Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados (URAP)

1 Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos (ECSCP)

Para além das unidades funcionais, o ACES Arrábida é ainda constituído pelo órgão

de administração e fiscalização e pelos serviços de apoio. Trata-se de um serviço

desconcentrado da ARSLVT, IP, estando sobre a sua responsabilidade e tem por

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missão garantir a prestação de cuidados de saúde primários (CSP) à população da

sua área geográfica.

Em novembro de 2019, encontravam-se inscritos nas unidades de saúde do ACES

Arrábida 261 907 utentes, ou seja, um número ligeiramente superior ao número

estimado de residentes na área de influência do ACES Arrábida. Cerca de 24,6% dos

utentes do ACES Arrábida não têm médico de família atribuído o que dificulta o

acesso aos cuidados de saúde. O número de utentes frequentadores apresenta

valores de 232 111 utentes o que corresponde a 11,38% da população inscrita.

Estabelecimentos Hospitalares

Na prestação de cuidados de saúde diferenciados e com uma área de influência

para além da área geográfica do ACES Arrábida, funcionam o Centro Hospitalar de

Setúbal, E.P.E., (CHS, EPE), com duas unidades:

o Hospital São Bernardo;

o Hospital Ortopédico Sant´Iago do Outão.

Existem ainda entidades do setor privado e social, tais como o Hospital da Luz

Setúbal e o Hospital Nossa Senhora da Arrábida.

2.1.3. Diagnóstico da Situação de Saúde

A morbilidade dos utentes do ACES Arrábida foi medida pela proporção de utentes

inscritos nos CSP com registo de patologias pelo seu médico de família. Estes dados

não são exaustivos e são meramente indicativos, representando uma perspetiva dos

utentes que recorrem aos serviços de saúde. Nos CSP, a proporção de inscritos por

diagnóstico ativo, em dezembro de 2016, era superior para hipertensão arterial,

alterações do metabolismo dos lípidos, perturbações depressivas e diabetes (Figura

5).

Figura 5. Proporção de inscritos (%) por diagnóstico ativo no ACES Arrábida, por sexo, dezembro 2016

(ordem decrescente)

Fonte: Observatórios Regionais de Saúde (dados: INE, IP)

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É importante mencionar que entre os diagnósticos com maior proporção de registos

nos cuidados de saúde primários se incluem alguns dos principais fatores de risco

cardiovascular, como a hipertensão arterial (HTA), a alteração do metabolismo

dos lípidos e a obesidade. Na análise da proporção de inscritos por diagnóstico

ativo e sexo, conclui-se que a hipertensão, as alterações de metabolismo dos lípidos

e as perturbações depressivas afetam mais utentes do sexo feminino do que do sexo

masculino. A diabetes mellitus (DM) afeta mais homens (5,0%) do que mulheres

(4,4%) no ACES Arrábida.

Em termos de mortalidade proporcional por grandes grupos de causas de morte,

para todas as idades e ambos os sexos, destacam-se, no ACES Arrábida:

Doenças do aparelho circulatório (31,7%);

Tumores malignos (26,7%);

Doenças do aparelho respiratório (10,6%) (Figura 6).

Figura 6. Mortalidade proporcional por grandes grupos de causas de morte no triénio 2012-2014,

para todas as idades e ambos os sexos

Fonte: “Carga da Mortalidade”, DSP da ARS Norte (dados: INE, I.P. – Portugal)

No tocante à população com idade inferior a 75 anos, em ambos os sexos,

destacam-se:

Tumores malignos (42,8%), registando valores superiores aos da RLVT e aos

do Continente;

Doenças do aparelho circulatório (22,0%);

Causas externas (7,2%) (Figura 7).

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Figura 7. Mortalidade proporcional por grandes grupos de causas de morte no triénio 2012-2014, para

as idades inferiores a 75 anos e ambos os sexos

Fonte: “Carga da Mortalidade”, DSP da ARS Norte (dados: INE, I.P. – Portugal)

2.2. PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS DE SAÚDE

A priorização dos problemas de saúde identificados no diagnóstico de situação de

saúde, foi realizada pela equipa da USP tendo sido consultados e auscultados os

parceiros envolvidos na construção do PLSA.

Foram executadas as diferentes etapas descritas no Manual Orientador dos PLS de

2017, tendo sido utilizado o método da matriz de priorização (na primeira e na

segunda consulta), o qual se baseia nos critérios de magnitude, transcendência e

vulnerabilidade, bem como utilizada a tabela sugerida no manual (Figura 8).

Figura 8. Metodologia da priorização dos problemas de saúde do PLSA - Etapas

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Este processo foi levado a cabo em 2017, sendo realizado, no I Encontro Nacional de

Unidades de Saúde Pública da Península de Setúbal, onde foi apresentado o

trabalho desenvolvido, tendo sido feito um ponto de situação, que se encontra

esquematizado nas Figuras 8 e 9.

Figura 9. Metodologia da priorização dos problemas de saúde do PLSA - Seleção final

O resultado obtido neste processo deu inicialmente origem à identificação de

quatro problemas de saúde prioritários:

Em 2019, pela relevância dos dados relativos à doença

oncológica apresentados pela ARSLVT, IP decidiu-se priorizar

este problema e incluí-lo no PLSA.

Doenças Respiratórias

Doenças Cérebro-

Cardiovasculares Diabetes Mellitus Saúde Mental Tabagismo Tuberculose

Doenças Oncológicas

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2.3. FIXAÇÃO DE OBJETIVOS E SELEÇÃO DE ESTRATÉGIAS

A primeira abordagem do processo de fixação de objetivos a atingir foi centrada nos

problemas definidos como prioritários. Atendendo à importância de intervir e agir

não apenas sobre os problemas de saúde em si, mas também sobre a complexa

rede dos determinantes de saúde que os influenciam, e que em última análise

determinam o estado de saúde das populações e o seu grau de desenvolvimento, a

abordagem por determinantes de saúde foi considerada a mais correta para o

desenvolvimento do PLSA. Numa perspetiva salutogénica deve investir-se de uma

forma prioritária nos determinantes de saúde que são modificáveis pelo nosso

comportamento, contribuindo para capacitar e consciencializar as comunidades

para agirem em prole da sua saúde.

Os processos promotores de saúde necessitam de uma forte aliança entre a

educação, a saúde e o setor social (educação para a saúde e para o

desenvolvimento) num modelo assente no desenvolvimento de competências, e que

permita às populações manterem ou melhorarem os seus níveis de saúde, num

mundo em permanente mudança, com novas oportunidades, mas igualmente com

novas ameaças.

Por estas razões e porque se sabe que à escala global os problemas de saúde

determinados pelos “nossos” comportamentos “coletivos” estão em permanente

expansão, reviu-se a abordagem inicial e definiram-se duas vertentes principais de

intervenção:

uma centrada nos determinantes de saúde (fatores protetores e promotores

de saúde e fatores de risco);

uma outra centrada na gestão da saúde e da doença e mais relacionada com

a intervenção e atuação dos serviços de saúde, eles próprios um relevante

determinante de saúde.

Assim, o PLSA conceptualiza os problemas prioritários em duas vertentes:

Vertente Comunitária Transversal

Integra os esforços sustentados em todos os

setores da sociedade, dirigidos a promoção e

proteção da saúde, numa estratégia de prevenção

primária e primordial

Os Serviços de Saúde como

Determinante de Saúde

Dirigida à gestão de doença e da

saúde tendo em conta os

problemas de saúde prioritários

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Estas duas vertentes, em termos práticos, não estão isoladas, desenvolvendo-se em

simultâneo, pois muitos problemas de saúde partilham os mesmos determinantes.

As vertentes estão alinhadas com os eixos estratégicos nacionais, permitindo colocar

a saúde em todas as políticas e potenciar os ganhos em saúde (Figura 10).

Figura 10. Vertentes de Intervenção do PLSA

2.3.1. Vertente Comunitária Transversal

Tendo em conta que muitas doenças não transmissíveis são modificáveis pelos

nossos comportamentos e que é possível preveni-las através da intervenção nos

diversos fatores de risco que as causam, foi considerado essencial e estratégico

atuar sobre os determinantes de saúde, como já anteriormente referido.

A Vertente Comunitária Transversal é um conjunto concertado e transversal de

ações destinadas a incentivar a população a modificar os seus comportamentos para

estilos de vida mais saudáveis, para valorizar o potencial individual e capacitar os

cidadãos para a autonomia e responsabilização pela sua própria saúde, de modo a

maximizar ganhos em saúde. Essa vertente engloba os esforços multidisciplinares e

interinstitucionais de forma regular, articulada e integrada numa ótica de melhoria

do estado de saúde da população. Isto significa, igualmente, uma procura ativa por

parte dos serviços e dos diversos setores sociais em saberem ouvir, refletir e traduzir

as necessidades expressas e sentidas das pessoas em modelos de atuação que as

coloquem como sujeitos da sua própria autogestão em saúde e do seu bem-estar, e

em última análise do seu desenvolvimento individual e comunitário.

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Para atuação, em termos de PLSA, foram selecionados os seguintes determinantes

de saúde: alimentação saudável, atividade física, tabagismo e literacia em

saúde, porque:

Em 2016, os hábitos alimentares inadequados dos portugueses foram o

segundo fator de risco que mais contribuiu para a mortalidade precoce,

nomeadamente devido a doenças cardiovasculares e a doenças oncológicas.

A HTA e o índice de massa corporal (IMC) elevado são, a seguir aos hábitos

alimentares inadequados, os fatores de risco que mais contribuem para a

mortalidade precoce2;

Segundo o 2.º Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física 2016, a

prevalência de obesidade a nível nacional foi de 22,3%, superior no sexo

feminino e com maior expressão nos indivíduos idosos3;

Em 2016, cerca de 30,7% e 11,7% das crianças portuguesas apresentavam

excesso de peso e obesidade, respetivamente4;

A percentagem de portugueses que pratica exercício ou desporto

regularmente, que era de 9% em 2009, diminuiu para 8% em 2013 e para 5%

em 2017. Em Portugal, 34% reporta passar mais de 5h30m por dia na posição

de sentado. Este valor aumentou 10 pontos percentuais (P.P.), quando

comparado com os valores de 20135;

Estima-se que em 2016 o tabaco tenha sido responsável por: 46,4% das

mortes por doença pulmonar obstrutiva crónica, 19,5% das mortes por

cancro, 12,0% das mortes por infeções respiratórias do trato inferior, 5,7% das

mortes por doenças cérebro-cardiovasculares (DCCV) e 2,4% das mortes por

diabetes6.

Um dos aspetos relevantes desta intervenção de base comunitária vai de encontro à

necessidade cada vez mais atual, de valorização da saúde ambiental, e do seu

impacto na qualidade de vida das comunidades e no seu contributo como fator

protetor e promotor de saúde.

Nesse sentido importa sensibilizar a sociedade para a necessidade de melhorar a

eficiência na utilização de recursos, promover ativamente uma cultura de poupança

e políticas amigas do ambiente, mas igualmente de desenvolver ações de proteção

ambiental num enquadramento futuro em que as alterações climáticas estão já a ter

um impacto no presente e a comprometer as gerações futuras, sendo necessário

contribuir para uma mudança no planeamento ambiental. O PLSA aprofundará o

trabalho que o ACES Arrábida tem vindo a desenvolver com o Centro de Estudos de

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Vetores e Doenças Infeciosas (CEVDI) ao longo dos anos na Rede de Vigilância de

Vetores (REVIVE).

Perante a emergência climática e os seus efeitos na saúde, é necessário que o PLSA

interaja com outros setores que estejam a desenvolver estratégias para a promoção

da saúde ambiental e prevenção dos riscos nesta área. Aplicando o princípio de

“Pensar Global e Agir no Local “, as iniciativas e os planos transversais já existentes,

de que é exemplo, o Plano de Adaptação às Alterações Climáticas da Área

Metropolitana de Lisboa, assim como o trabalho desempenhado pelas organizações

não governamentais e pelos jovens em defesa do ambiente, devem ser considerados

como um contributo para a rede colaborativa na área ambiental.

Neste contexto, foram fixados os OBJETIVOS DE SAÚDE TRANSVERSAIS DO PLSA

que se encontram elencados na Figura 11.

Figura 11. Objetivos de Saúde Transversais do PLSA

Com vista a alcançar os objetivos de saúde fixados, foram delineados os seguintes

OBJETIVOS OPERACIONAIS e ESTRATÉGIAS TRANSVERSAIS:

A

B

C

D

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Objetivo

de Saúde

Transversal

Objetivo Operacional Estratégias Transversais

A

1.

Promover a importância da

adoção de hábitos

alimentares saudáveis como

forma de reduzir a

tendência para excesso de

peso e obesidade na

população residente na área

de influência do ACES

Arrábida

1.Incentivar a implementação de projetos comunitários para

promover as práticas de alimentação saudável ao longo do

ciclo de vida;

2.Modificar a oferta alimentar em determinados espaços

públicos que dão apoio a grupos da população de risco

(crianças, idosos, populações carenciadas);

3. Desenvolver ações de formação para diferentes

profissionais que podem influenciar consumos alimentares de

qualidade, nomeadamente ao nível dos serviços de saúde,

escolas, autarquias, estabelecimentos de apoio social, turismo

e restauração.

2.

Promover a importância da

adoção de hábitos regulares

de exercício físico como

forma de reduzir a

tendência para uma vida

sedentária na população

residente na área de

influência do ACES Arrábida

1.Incentivar a implementação de projetos comunitários para

promover a prática regular de atividade física ao longo do

ciclo de vida;

2.Otimizar a articulação intersectorial no âmbito de combate

ao sedentarismo;

3.Fomentar a realização de atividades ao ar livre para

população das várias faixas etárias.

B

1.

Promover iniciativas de

prevenção do consumo de

tabaco, de promoção da

cessação tabágica e de

proteção da exposição ao

fumo ambiental na

população residente na área

de influência do ACES

Arrábida

1.Realizar intervenções de educação em contexto escolar para

prevenir a iniciação do consumo de tabaco nos adolescentes e

jovens residentes na área de influência do ACES Arrábida;

2.Promover e apoiar a cessação tabágica através de aumento

da oferta de consulta de cessação tabágica na área da

influência do ACES Arrábida;

3.Promover a formação profissional e as melhores práticas no

domínio da prevenção e controlo do tabagismo.

C

1.

Promover a literacia em

saúde e a capacitação dos

cidadãos de diferentes

estratos socioeconómicos e

etários, em especial dos

grupos mais desfavorecidos,

para as escolhas e práticas

saudáveis

1.Desenvolver intervenções na comunidade para melhorar a

literacia e capacitar os cidadãos para escolhas saudáveis;

2.Desenvolver intervenções na comunidade para melhorar a

literacia e capacitar os cidadãos para a prática regular de

atividade física;

3.Incentivar a implementação de projetos comunitários para

melhorar literacia ambiental e promover a preservação dos

recursos naturais.

D

1.

Incentivar a população a

proteger e a promover

1.Realizar intervenções de educação ambiental para

sensibilizar a comunidade para a importância de ambientes

seguros e saudáveis e para a promoção do desenvolvimento

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31

ambientes saudáveis

visando contribuir para a

prevenção dos problemas

de saúde com origem no

ambiente

sustentável nas áreas do consumo de água, produção de

resíduos, qualidade do ar, níveis de ruído e alterações

climáticas;

2.Promover redes colaborativas de intervenção na área da

saúde ambiental;

3.Prevenir os riscos ambientais e contribuir para a prevenção

dos problemas de saúde com origem no ambiente.

2.3.2. Os Serviços de Saúde como Determinante de Saúde:

Gestão da doença e da saúde

Para cada problema de saúde prioritário da população residente na área de

influência do ACES Arrábida foram fixados os objetivos gerais adequados à realidade

local. Nesse contexto, os objetivos foram dirigidos aos princípios de prevenção

secundária e terciária: diagnóstico e tratamento precoce e redução das suas

complicações graves.

2.3.2.1. DOENÇAS CÉREBRO-CARDIOVASCULARES

Segundo o Relatório do Programa Nacional para as DCCV, a

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) refere que

as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos estados membros

da União Europeia, representando cerca de 36% das mortes na região em 2010. Elas

abrangem um leque alargado de doenças relacionadas com o sistema circulatório,

incluindo a doença isquémica cardíaca e as doenças cérebro vasculares.

Segundo o INE, IP em 2016, as doenças do aparelho circulatório constituíram a

principal causa básica de morte, com 32 805 óbitos, representando 29,6% da

mortalidade no país. Por idade, cerca de 91% dos óbitos por esta causa foram de

pessoas com 65 ou mais anos, e cerca de 79% de pessoas com 75 ou mais anos.

Para efeitos de análise foram considerados dois componentes essenciais:

Doença isquémica cardíaca, individualizando neste contexto o Enfarte

Agudo do Miocárdio (EAM);

Doença cérebro-cardiovascular, individualizando o Acidente Vascular

Cerebral (AVC) isquémico e hemorrágico.

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32

A adoção continuada de medidas estratégicas preventivas e a melhoria dos

diagnósticos, nas áreas das DCCV, permitiram uma redução de 19,7% da taxa de

mortalidade padronizada por AVC, entre 2011 e 2015 e redução de 6,3% da taxa de

mortalidade padronizada por EAM, entre 2013 e 20157.

É relevante reduzir o risco cardiovascular através do controlo dos fatores de risco

modificáveis com particular enfoque na HTA e dislipidémia (que não são alvo de

atuação de outros programas de saúde prioritários como a Prevenção e o Controlo

do Tabagismo, a Promoção da Atividade Física ou a DM).

Quando analisada a população inscrita no ACES Arrábida, verificou-se que a

proporção de utentes inscritos com diagnóstico de HTA (19%) e dislipidémia (16,4%)

apresenta valores inferiores aos verificados ao nível nacional. A proporção de

inscritos no ACES Arrábida com o diagnóstico ativo de doença isquémica cardíaca

(0,93%) é mais elevada à verificada ao nível nacional (0,84%)8.

FINALIDADE

Desenvolver e implementar programas de prevenção, de diagnóstico e tratamento

precoce da DCCV com particular enfoque na HTA, EAM e AVC na área de influência

do ACES Arrábida, de forma a limitar o crescimento da doença e reduzir as

incapacidades por ela causadas e prolongar a vida.

OBJETIVOS DE SAÚDE

A. Reduzir a mortalidade prematura < 70 anos por doença cerebrovascular.

B. Reduzir a mortalidade prematura < 70 anos por doença isquémica cardíaca.

C. Reduzir a mortalidade intra-hospitalar por EAM.

D. Reduzir o consumo de sal na população na área de abrangência do ACES

Arrábida.

OBJETIVOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS

Para além dos objetivos e estratégias já referidas no eixo transversal e comunitário

referente aos objetivos A, B, C e D, abrangendo diversos determinantes de saúde,

igualmente contempladas em programas prioritários como o Programa Nacional de

Prevenção e Controlo do Tabagismo, o Programa Nacional para a Atividade Física, o

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33

Programa Nacional para o controlo da Diabetes propõe-se especificamente neste

eixo das doenças cérebro-cardiovasculares:

Objetivo

de Saúde Objetivo Operacional Estratégias

A e B

1.

Melhorar a qualidade dos

registos clínicos dos

componentes das doenças

cérebro-cardiovasculares,

nomeadamente de EAM e

AVC

1.Fomentar o registo de novo diagnóstico de “EAM”

ao nível dos CSP;

2.Fomentar o registo de novo diagnóstico de “AVC” ao

nível dos CSP;

3.Divulgar as Orientações Técnicas Nacionais e de

Boas Práticas no âmbito das doenças

cerebrovasculares.

2.

Aumentar a proporção de

utentes com HTA (sem

doença cardiovascular nem

diabetes), com determinação

de risco cardiovascular nos

últimos 3 anos

1.Fomentar o registo de HTA ao nível dos CSP;

2.Realizar a determinação de risco cardiovascular nos

utentes inscritos no ACES Arrábida com diagnóstico

da HTA.

3.

Promover o diagnóstico

Precoce dos fatores de risco

para o desenvolvimento das

doenças cerebrovasculares

1.Fomentar controlo adequado de HTA como fator de

risco de DCCV.

C

1.

Aumentar a proporção de

hipertensos que se

encontram diagnosticados e

controlados

1.Fomentar controlo adequado de HTA como fator de

risco de DCCV;

2.Promover aumento da sensibilização dos utentes

para os sinais e sintomas de alerta do EAM;

3.Desenvolver ações de educação para a saúde, de

formação e de intervenção comunitária que

aumentem a literacia da população sobre os sinais de

alerta do EAM.

D

1.

Incentivar a população a

reduzir o uso do sal na

alimentação

1.Desenvolver Projetos de âmbito comunitário que

promovam a redução do uso do sal na alimentação.

Para além das metas enunciadas e tendo em conta a operacionalização da

Contratualização dos ACES para os CSP para 2019, apresenta-se um conjunto de

indicadores associados às dimensões da matriz multidimensional, com impacto no

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cálculo do Índice de Desempenho Global (IDG), relacionados com este problema de

saúde que pode ser visualizado no Quadro 5 no item da avaliação.

Para além destes indicadores, tendo em consideração o Programa Nacional para as

DCCV e no âmbito da função observatório desempenhada pela USP, serão

considerados os indicadores taxa de mortalidade padronizada por doença

cerebrovascular <70 anos e taxa de mortalidade padronizada por doença isquémica

cardíaca <70 anos.

2.3.2.2. DIABETES MELLITUS

A DM é uma doença crónica e progressiva, que pode trazer graves

consequências para a saúde e bem-estar individual e está associada a elevados

custos sociais e dos sistemas de saúde. A DM caracteriza-se pelo aumento dos níveis

de açúcar no sangue (hiperglicemia). Esta alteração é acompanhada por outras

alterações do metabolismo.

A DM é um problema de Saúde Pública que resulta, muitas vezes, da forma como as

pessoas vivem e dos hábitos que têm. O risco de desenvolver DM está muitas vezes

associado a uma série de determinantes de saúde, nomeadamente as condições de

vida e de trabalho das pessoas e uma série de fatores de risco comportamentais:

álcool, obesidade, sedentarismo, stress, tabagismo. A DCCV e/ou HTA podem

aumentar o risco de desenvolver DM.

A incidência da diabetes tem vindo a aumentar. O impacto do envelhecimento da

estrutura etária da população portuguesa refletiu-se num aumento de 1,6 P.P. da

taxa de prevalência da diabetes entre 2009 e 2015, o que corresponde a um

crescimento na ordem dos 13,5%. De acordo com o Relatório anual do Observatório

Nacional da Diabetes – “Diabetes: Factos e Números 2015” a prevalência da diabetes

na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos foi

de 13,3%. Estima-se que em Portugal cerca de 44% das pessoas com diabetes

estejam por diagnosticar, sendo por isso, o diagnóstico precoce, uma das

prioridades9. A proporção de utentes registados no Sistema de Informação da

Administração Regional de Saúde (SIARS) com diagnóstico ativo de diabetes, no

ACES Arrábida em 2015, apresentou o valor de 7,1%, o que significa que por volta

de 6% dos utentes com diabetes não estão identificados8.

A diabetes é responsável por várias complicações que diminuem a qualidade de

vida, podendo provocar a morte precoce. O pé diabético é uma das complicações

mais frequentes na diabetes. Esta complicação é responsável pela maioria das

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amputações em Portugal. A incidência de amputações dos membros inferiores por

motivo de diabetes é um dos indicadores de qualidade de prestação de cuidados

aos utentes com diabetes. De acordo com a Administração Central do Sistema de

Saúde, I.P. (ACSS, IP), em 2015, a incidência de amputações dos membros

inferiores por motivo de DM, nos residentes na área geográfica do ACES Arrábida

(1,16‰), continuava a apresentar valores superiores relativamente a Portugal

(0,36‰) e à ARSLVT, IP (0,44‰)8.

FINALIDADE

Desenvolver e implementar programas de prevenção, de diagnóstico e tratamento

precoce da DM na área de influência do ACES Arrábida, de forma a limitar o

crescimento da doença e diminuir a incidência das suas complicações.

OBJETIVOS DE SAÚDE

A. Diminuir o aparecimento da diabetes em utentes com o risco de virem a

desenvolver a “doença” /situação crónica.

B. Aumentar a proporção de utentes inscritos no ACES Arrábida com DM

referenciados para rastreio de retinopatia diabética.

C. Reduzir a incidência das amputações dos membros inferiores por motivo de

DM nos utentes inscritos no ACES Arrábida.

OBJETIVOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS

Objetivo

de Saúde Objetivo Operacionais Estratégias

A

1.

Diminuir a percentagem de

indivíduos com diabetes não

diagnosticada através da

avaliação de risco e

diagnóstico e tratamento

precoce

1.Fomentar o registo de DM ao nível dos CSP;

2.Realizar a avaliação do cálculo do risco de DM na

população adulta inscrita no ACES Arrábida.

2.

Promover o aumento da

sensibilização da

comunidade para a

prevenção e controlo da DM

1.Incentivar a implementação de projetos/programas

de prevenção de DM.

B 1. 1.Promover as boas práticas no tratamento de DM;

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Promover a prevenção e

tratamento atempado de

retinopatia diabética em

utentes com doença

diagnosticada

2.Monitorizar a efetividade dos cuidados prestados

pelos CSP a utentes com DM, na prevenção de

complicações crónicas da doença.

C

1.

Contribuir para a melhoria da

qualidade de cuidados de

saúde prestados aos utentes

com diabetes

1.Promover as boas práticas no tratamento de DM;

2.Promover a articulação entre os diversos níveis de

cuidados de saúde;

3.Monitorizar a efetividade dos cuidados prestados

pelos CSP a utentes com DM, na prevenção de

complicações crónicas da doença.

2.3.2.3. DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

As doenças respiratórias constituem a terceira principal causa de morte em Portugal

(excluindo o cancro de pulmão)10. Foram responsáveis por 11,9% das mortes para

todas as idades no triénio 2012-201411, a seguir às doenças do aparelho circulatório

e aos tumores malignos10,11. Representou a quinta causa de morte11 para a

população com idade inferior a 75 anos no mesmo triénio.

Portugal é o país com a mais elevada taxa de mortalidade por pneumonia nos países

da OCDE, a qual constitui a principal causa de morte por doença respiratória, sendo

que esta é de 202,3 por 100 000 habitantes na população com idade igual ou

superior a 65 anos e de 2,6 por 100 000 habitantes na população abaixo de esta

idade12.

Do conjunto das doenças respiratórias crónicas, destaca-se a doença pulmonar

obstrutiva crónica (DPOC), tanto pela mortalidade (taxa de mortalidade padronizada

em pessoas com ≥ 65 anos de 100/100 000 habitantes e de 1,3/100 000 habitantes

em ≤ 65 anos, 2015). O número de internamentos por esta causa (8 312 em 2015)

foi superior a patologias como fibrose pulmonar, asma, síndrome de apneia

obstrutiva do sono, entre outras12.

No ACES Arrábida, as doenças respiratórias seguem um padrão que se assemelha ao

nacional, sendo a pneumonia a principal causa de morte por doença respiratória

(taxa de mortalidade padronizada de 6.8 por 100 000 habitantes com idade < 75

anos, no triénio 2012 - 2014). A taxa por esta causa é superior à das doenças

respiratórias crónicas, tais como a DPOC (com uma taxa de mortalidade padronizada

de 6,3 por 100 000 habitantes com idade < 75 anos, triénio 2012-2014)11.

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Tendo em conta o impacto das doenças respiratórias na saúde das populações,

pretendeu-se alinhar os objetivos e estratégias do Programa Nacional para as

Doenças Respiratórias preconizados nos documentos da DGS, publicados em 2017 e

2018, adaptando-os à realidade local. Pretende-se integrar os esforços sustentados

de todos os setores da sociedade para maximizar os ganhos em saúde do doente

respiratório dando especial atenção à pneumonia e à DPOC dada a sua relevância.

FINALIDADE

Promover a redução da carga das doenças respiratórias na população da área de

influência do ACES Arrábida.

OBJETIVOS DE SAÚDE

A. Redução da mortalidade e morbilidade por pneumonia e DPOC.

OBJETIVOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS

Objetivo

de Saúde

Objetivo

Operacional Estratégias

A

1.

Aumentar a

capacidade

diagnóstica em

relação à DPOC

nos CSP

1.Incrementar a acessibilidade a espirometria nos CSP;

2.Aumentar o diagnóstico precoce de DPOC;

3.Assegurar adesão às normas e orientações clínicas;

4.Aumentar as coberturas vacinais no que respeita as

doenças respiratórias tendo especial atenção nas

populações vulneráveis e grupos de risco; 2.

Reduzir o número

de internamentos

por causas

sensíveis a

cuidados de

ambulatório

relativos a

Pneumonia e

DPOC

5.Melhorar a literacia em saúde na comunidade no que

respeita às doenças respiratórias;

6.Promover as boas práticas na área das doenças

respiratórias através da realização de ações de formação

para os profissionais da saúde;

7.Garantir a adesão terapêutica.

3. 1.Aumentar os registos das doenças respiratórias nos CSP;

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38

Efetuar vigilância

epidemiológica

sistemática e

periódica

2.Realizar a caracterização anual das doenças respiratórias

no ACES Arrábida e comunicar os resultados.

2.3.2.3.1. TUBERCULOSE

A tuberculose (TB) é uma doença infeciosa (de notificação obrigatória) causada pelo

mycobacterium tuberculosis. Pode atingir qualquer órgão, sendo a forma pulmonar a

mais frequente e a que mais implicações tem em termos de saúde pública pela sua

contagiosidade13.

A população exposta a indivíduos com TB das vias respiratórias corre o risco de vir a

ficar infetada e desta, 10% pode vir a desenvolver a doença13. Dentro dos contatos, em

relação a um caso de TB bacilífero, correm um risco acrescido de virem a desenvolver a

doença as pessoas imunocomprometidas, as crianças com idade igual ou inferior a 6

anos, as pessoas infetadas com vírus da imunodeficiência humana (VIH) ou as sujeitas a

medicação imunossupressora13,18. Para além destes grupos deve-se ainda ter em

consideração as pessoas com DM e os consumidores de tabaco14.

À escala global, e durante o ano de 2017, adoeceram 10 milhões de pessoas por TB em

todo o mundo e destas 1,6 milhões vieram a morrer por esta causa neste ano. A

incidência da tuberculose tem vindo a diminuir, em média 2% ao ano19. Comparando o

período entre 2000 e 2015 constata-se uma redução da incidência da doença de 18% a

nível mundial13.

Em 2016, a TB representava na Região Europeia 3% de todos os casos no mundo.

Continua a ser uma infeção comum, com uma taxa de incidência média de 31,6 casos

por 100 000 habitantes (2016). Afeta populações vulneráveis, como migrantes, reclusos

ou pessoas co-infetadas com o VIH. A taxa de incidência de TB na população reclusa foi

de 168,8 por 100 000 reclusos nos países da União Europeia.14,15,16

Em Portugal, a taxa de incidência da TB tem igualmente decrescido nos últimos anos e

este decréscimo foi de 23,3 casos por 100 000 habitantes em 201217 para 17,8 casos

por 100 000 habitantes em 201616.

No ACES Arrábida, a taxa de incidência da TB foi de 16,8 por 100 000 habitantes em

2016, mantendo-se inferior à da RLVT e à do Continente. Tem vindo a verificar-se uma

tendência decrescente17.

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Embora se continue a assistir a uma tendência na redução da incidência da TB em

Portugal, existe um aumento do número de casos nas crianças com idade menor ou

igual a 5 anos, particularmente das formas graves. A estratégia de vacinação

relativamente ao BCG, foi alterada em 2016, e atualmente deve assegurar-se a

identificação adequada das crianças que cumprem com os critérios de elegibilidade

para vacinação13e vaciná-las.

Sendo a TB uma doença que pode ser prevenida, tratada e curada, e em que o

contexto social desempenha um importante papel como fator de risco ou fator

protetor, é de crucial importância articular a intervenção dos diferentes parceiros que

têm impacto na saúde, em relação a este problema. Aumentar a literacia dos próprios

cidadãos em relação à TB e às diversas formas de prevenção da doença, bem como na

correta utilização dos serviços, contribuirá para a diminuição da incidência e da

prevalência da doença na área de influência do ACES Arrábida.

FINALIDADE

Prevenir, controlar e reduzir a TB Pulmonar através do desenvolvimento e

implementação de estratégias efetivas, eficientes e sustentáveis.

OBJETIVOS DE SAÚDE

A. Diminuir a incidência e a prevalência de TB no ACES Arrábida.

OBJETIVOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS

Objetivo

de Saúde

Objetivos

Operacionais Estratégias

A

1.

Aumentar as

medidas de

prevenção e

deteção precoce

de novos casos

1.Realizar ações de formação dirigidas aos profissionais de

saúde, tendo particular atenção aos que trabalham em

unidades, cujas populações que servem, possam constituir

“bolsas de risco” ou de maior incidência da doença;

2.Garantir o rastreio dos conviventes com partilha de

intervenção;

3.Promover a literacia em saúde na comunidade e iniciativas

de base comunitária nas populações vulneráveis.

2.

Aumentar a taxa

1.Garantir a Toma por Observação Direta (TOD) a todos os

doentes bacilíferos;

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40

de sucesso

terapêutico 2.Garantir a aplicação das recomendações e das normas de

orientação clínica em todas as estruturas de saúde, e

assegurar um acesso universal e equitativo bem como ao

melhor tratamento disponível;

3.Identificar as barreiras de adesão à terapêutica e

implementar intervenções que as suprimam.

3.

Apoiar o

Programa

Nacional de

Vacinação na

seleção adequada

e atempada das

crianças elegíveis

para vacinação

para BCG.

1.Realizar ações de formação para os profissionais de saúde

que levem à adoção de boas práticas que permitam a correta

seleção de crianças para vacinação pelo BCG, de uma forma

adequada e atempada, dotando os serviços dos recursos

necessários.

4.

Efetuar vigilância

epidemiológica

sistemática e

periódica

1.Promover a notificação ativa da doença, por parte dos

profissionais dos hospitais (públicos e privados) da área de

influência do ACES Arrábida assim como dos profissionais

dos CSP e setor privado;

2.Efetuar a investigação e a caraterização epidemiológica da

TB no ACES Arrábida (CSP e SINAVE).

3.Incentivar a investigação para a identificação de grupos

vulneráveis na comunidade e suas necessidades alvo de

intervenção respeito ao problema de saúde da TB;

4.Realizar a atualização do diagnóstico da situação através da

monitorização e avaliação de dados referentes à TB.

2.3.2.4. SAÚDE MENTAL

A Saúde Mental é uma área fundamental que engloba o perfil de saúde do ser humano

como indivíduo numa sociedade. É uma parte integrante da saúde geral e do bem-

estar do indivíduo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define-a como “o estado

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de bem-estar no qual o indivíduo tem consciência das suas capacidades, pode lidar

com o stress habitual do dia-a-dia, trabalhar de forma produtiva e frutífera, e é capaz

de contribuir para a comunidade em que se insere”20.

Para ter saúde mental é preciso que o ser humano esteja em equilíbrio, e que este se

possa traduzir em comportamentos adaptados às diferentes circunstâncias em que o

indivíduo está envolvido, tais como desenvolver e manter relacionamentos, estudar,

trabalhar ou ser capaz de tomar decisões sobre educação, emprego, habitação ou

outras escolhas da sua vida21.

Pode-se afirmar que “não há saúde sem saúde mental” e que as escolhas e opções

que se fazem na vida na área da promoção da saúde, e de comportamentos mais

saudáveis, dependem, em primeiro lugar, da saúde mental. Torna-se relevante que se

desenvolvam desde tenra idade programas de desenvolvimento de competências que

permitam aos jovens:

desenvolver e manter níveis de autoestima;

desenvolver aptidões pessoais e sociais;

construir uma identidade própria e aprender a interagir com o meio e com as

adversidades num mundo em constante mudança.

É desta reflexão, a partir das suas vivências e do seu contexto de vida, que é possível

desenvolver um conjunto de atitudes conducentes à adoção de comportamentos mais

saudáveis e assumidos pelos próprios como seus.

A prevalência de problemas de saúde na área de saúde mental é uma realidade das

sociedades modernas, já que as doenças e as perturbações mentais são a principal

causa de incapacidade e uma das principais causas de morbilidade22. As doenças do

foro mental representam 12% das doenças em todo o mundo23. 165 milhões de

pessoas, na Europa, são, anualmente, afetadas por uma doença ou perturbação

mental24.

Segundo o Estudo Epidemiológico Nacional de Saúde Mental, Portugal é o segundo

país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa (22,9%). Da

população adulta em Portugal: 4% apresenta uma perturbação mental grave, 11,6%

uma perturbação de gravidade moderada e 7,3% tem uma perturbação de gravidade

ligeira25. As perturbações mentais não só têm uma prevalência muito elevada, como

estão associadas a níveis de incapacidade mais altos do que a maioria das doenças

físicas crónicas e afetam uma percentagem significativa das pessoas que não recebem

os tratamentos de que necessitam26.

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As perturbações mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das

doenças em Portugal, mais do que as doenças oncológicas (DO) (10,4%) e apenas

ultrapassadas pelas DCCV (13,7%)26.

Em alinhamento com o PNS extensão 2020 e o PRSLVT, é importante incluir a

promoção da saúde mental em todas as políticas e fortalecer o desenvolvimento de

intervenções no âmbito comunitário na promoção da saúde mental em todas as idades,

com especial enfase no meio escolar. É necessário encontrar soluções para a área de

Saúde Mental a nível local de forma a prestar os cuidados preventivos e promotores de

saúde mais próximos aos cidadãos, isto é, apostar na criação de uma rede de cuidados

mentais na comunidade e na disponibilização de cuidados socialmente inclusivos e de

boa qualidade.

FINALIDADE

Promover a saúde mental na população residente na área de influência do ACES

Arrábida

OBJETIVOS DE SAÚDE

A. Aumentar o número de ações de promoção da saúde mental e de prevenção das

doenças mentais.

B. Implementar parcerias inovadoras e em rede para a intervenção em saúde mental.

C. Reduzir o número de recidivas resultantes do internamento compulsivo.

OBJETIVOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS

Para além das metas e estratégias já referidas no eixo transversal e comunitário

referente ao desenvolvimento de estilos de vida mais saudáveis, e das descritas no

Programa Nacional da Saúde Mental, no PNSE e no Programa Nacional de Vigilância da

Gravidez de Baixo Risco, propõe-se especificamente neste eixo da saúde mental:

Objetivo

de Saúde

Objetivo

Operacionais Estratégias

A

1.

Promover a literacia

em saúde dirigida à

adoção de

comportamentos

1.Realizar ações de sensibilização e informação à população

sobre diferentes aspetos relacionados com a saúde mental e

divulgação no “setting“ escola do Manual de Saúde Mental

em Saúde Escolar e do referencial de Educação para a Saúde

nas escolas;

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saudáveis e

autogestão de saúde

na população em

geral, profissionais

envolvidos, utentes e

famílias

2.Desenvolver ações de prevenção da doença mental e

combate ao estigma, na população adulta e na infância e

adolescência e de prevenção do suicídio;

3.Desenvolver intervenções em contexto comunitário para

promover a literacia para a prevenção do abuso de álcool;

4.Aumentar o conhecimento sobre os problemas na área da

saúde mental (fatores protetores/ fatores de risco) da

comunidade da área de abrangência do ACES Arrábida.

2.

Promover a

implementação de

Projetos de

Promoção da Saúde

mental na Gravidez e

primeira infância que

promovam e

desenvolvam os

fatores protetores

1.Desenvolver ações de educação para a saúde e de

Promoção da Saúde Mental inseridos em Projetos para a

Parentalidade, de Promoção da Saúde Mental na Gravidez e

primeira infância, de Cursos de Preparação para o parto;

2.Capacitar as grávidas/casal/famílias a identificar e a falar

sobre alterações do estado emocional e comportamentos

que considerem que saem fora do padrão habitual e realizar

intervenções precoces promovendo se necessário a

referenciação para consultas de saúde mental/psicologia.

3.

Promover a

implementação de

Projetos de

Desenvolvimento de

Competências e de

Promoção da Saúde

Mental nas Escolas

visando aumentar os

fatores protetores da

saúde

1.Manter os Projetos em curso e incrementar Projetos de

âmbito escolar de Desenvolvimento de competências sócio

emocionais e de Promoção da saúde mental de acordo com

o referencial de Educação para a Saúde dirigidos a toda a

comunidade escolar.

B

4.

Otimizar a

articulação entre os

serviços de saúde e a

comunidade no

sentido de

promoção de saúde

mental e combate à

solidão e ao

isolamento

1.Promover o estabelecimento de uma rede social entre as

instituições que intervêm na promoção e prevenção da

saúde mental;

2.Fomentar a criação/ reforço dos grupos de apoio em saúde

mental;

3.Reforçar o apoio social aos grupos mais vulneráveis:

pessoas sem-abrigo, imigrantes, pessoas com deficiência;

4.Manter e aprofundar o atual Projeto de Consultadoria na

área da saúde mental entre os profissionais dos cuidados

hospitalares e os dos cuidados de saúde primários

reforçando as boas práticas e o aumento de conhecimentos

nesta área;

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5.Manter e aprofundar o atual Projeto “Equipa de

Tratamento Assertivo“ de visitação domiciliária que visa o

acompanhamento dos doentes e diminuição dos

reinternamentos estes doentes capacitando-os a eles e ou

aos seus cuidadores na gestão da sua saúde.

C

1.

Dinamizar a

participação dos

utentes e dos

cuidadores na

reabilitação e

integração das

pessoas que sofrem

de problemas

mentais

1.Reforçar as ações de acompanhamento nas áreas de apoio

domiciliário e de unidades de reabilitação;

2.Promover o tratamento oportuno das situações agudas

descompensadas, através da aplicação da Lei de saúde

mental;

2.

Reduzir o stress do

prestador de

cuidados informais

1.Desenvolver uma estrutura formal de apoio no

acompanhamento dos cuidadores informais.

3.

Contribuir para a

criação de um

Programa de Saúde

Mental no ACES

Arrábida que

promova a

articulação entre os

cuidados de saúde

hospitalares e os

CSP e os setores

sociais relevantes

nesta área

1.Propor aos diversos parceiros a necessidade da criação de

um Programa de Saúde Mental que agregue os esforços e

seja o espelho da articulação e do reforço das redes de

contato e de resposta em situações de Risco na área da

saúde mental.

Para além de Indicadores de Processo para as metas e estratégias delineadas serão

utilizados, no caso específico da Intervenção nas escolas os Indicadores do PNSE

relacionados com esta área de intervenção.

2.3.2.5. DOENÇAS ONCOLÓGICAS

As Doenças Oncológicas (DO) são a segunda causa de morte em Portugal e a que mais

subiu nos últimos anos. A DO tem um profundo impacto nos doentes, nos familiares e

na sociedade em geral.

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45

Segundo a DGS, ao longo dos últimos anos, tem-se assistido, à semelhança do que se

passa no resto da Europa, a um aumento regular da incidência do cancro no nosso

país, a uma taxa constante de aproximadamente 3% ao ano. Este aumento resulta do

envelhecimento da população, fruto do aumento da taxa de sucesso no tratamento

tanto do cancro como de outras patologias aumentando a probabilidade do

aparecimento de novas neoplasias. Aliados a estes factos, estão também presentes

modificações dos estilos de vida, com impacto significativo na incidência de cancro27.

As intervenções conducentes a reduzir o aumento de incidência do cancro em Portugal

são a aposta de futuro. Tomar medidas de prevenção primária, que promovam

comportamentos saudáveis (modificação de estilos de vida e programas de vacinação)

como, de prevenção secundária (diagnóstico precoce), são a única forma de mitigar a

atual epidemia do cancro.

As intervenções centradas no diagnóstico precoce reduzirão a incidência da doença

oncológica e proporcionarão um tratamento mais rápido e adequado. Os programas

de rastreio oncológicos de base populacional, em Portugal, evoluíram

significativamente em 2016, com expansão da cobertura geográfica, aumento do

número de utentes rastreados e melhoria significativa das taxas de adesão (+5%).

Atualmente, ao nível nacional realizam-se os rastreios de DO apresentados na Figura

12.

Figura 12. Rastreios Oncológicos de base populacional

Legenda: RCM - Rastreio do Cancro da Mama; RCCU - Rastreio do Cancro do Colo do Útero; RCCR -

Rastreio do Cancro do Cólon e Reto

RCM

RCCU

RCCR

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FINALIDADE

Diminuir os cancros evitáveis e os diagnósticos tardios através da prevenção e

diagnóstico precoce e atenuar o impacto do cancro nos doentes e familiares.

OBJETIVOS DE SAÚDE

A. Aumentar a proporção de mulheres rastreadas para o cancro da mama na

área de influência do ACES Arrábida.

B. Aumentar a proporção de mulheres rastreadas para o cancro do colo do

útero na área de influência do ACES Arrábida.

C. Aumentar a proporção da população rastreada para o cancro do cólon e reto

na área de influência do ACES Arrábida.

OBJETIVOS OPERACIONAIS E ESTRATÉGIAS

Para além das metas e estratégias já referidas no eixo transversal e comunitário

referente ao desenvolvimento de estilos de vida mais saudáveis, e tendo em

consideração o Programa Nacional para as DO:

Objetivo

de Saúde

Objetivo

Operacionais Estratégias

A

1.

Dinamizar a

implementação de

projetos de

prevenção e

diagnóstico precoce

do cancro da mama

1.Realizar rastreios para o cancro da mama para

identificação e referenciação precoce da população

feminina em grupos etários chave;

2.Manter e aprofundar a realização de intervenções de

sensibilização da população feminina relativamente à

importância da realização de rastreios e autoexame da

mama.

B

1.

Dinamizar a

implementação de

projetos de

prevenção e

diagnóstico precoce

do cancro do colo do

útero

1.Realizar rastreios para o cancro do colo do útero para

identificação e referenciação precoce da população

feminina em grupos etários chave;

2.Realizar intervenções de sensibilização da população

feminina à importância da realização de rastreios;

3.Aumentar a cobertura vacinal com a vacina contra o

HPV (cancro do colo de útero) nas jovens com 10 anos.

C 1. 1.Realizar rastreios para o cancro do cólon e reto para

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Dinamizar a

implementação de

projetos de

prevenção e

diagnóstico precoce

do cancro do cólon e

reto

identificação e referenciação precoce da população em

grupos etários chave;

2.Realizar intervenções de sensibilização da população à

importância da realização de rastreios.

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3. GOVERNAÇÃO

Pretende-se que a implementação do PLSA assente em mecanismos de gestão e

governação que sejam integradores de todas as instituições que participam neste

plano de forma a espelhar um compromisso fundamental por parte das instituições

com a missão do PLSA, que permita que a operacionalização no terreno espelhe as

abordagens Whole-of-governement e Whole-of-society que suporte a visão de saúde

em todas as políticas.

Propõe-se uma estrutura de governação assente em três equipas constituídas em

consenso entre os parceiros e com funções distintas.

3.1. EQUIPA DE COORDENAÇÃO

Esta equipa é de âmbito geodemográfico da área de influência do ACES Arrábida.

A Equipa de Coordenação aprova o PLSA, integra representantes das principais

estruturas de saúde, das autarquias e da comunidade. Por inerência o diretor(a)

executivo do ACES Arrábida, um representante designado pelo Presidente do

Conselho Clínico e de Saúde (CCS), o coordenador(a) da USP e um membro do

conselho de administração do CHS, EPE (podendo ser objeto de delegação)

integram a equipa de coordenação. Devem ainda integrar esta equipa, os

Presidentes de Câmara de cada um dos concelhos da área de abrangência ou um

representante por este designado. Deve fazer parte desta equipa um representante

da plataforma supraconcelhia da Península de Setúbal.

Tem como funções:

Aprovar o PLSA;

Supervisionar a implementação do PLSA;

Garantir que todos os parceiros envolvidos na implementação do PLSA se

mantêm comprometidos com os meios para a persecução das metas durante o

período de vigência do mesmo.

Deve reunir-se anualmente, ou sempre que haja necessidade.

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3.2. EQUIPA DE ACOMPANHAMENTO E MONITORIZAÇÃO

Da responsabilidade da USP cumprindo a Função de Observatório de Saúde. Tem

como responsabilidade assegurar uma permanente atualização do Perfil de Saúde e

monitorizar a execução das estratégias definidas no PLSA. A USP colabora na

construção do Plano de Monitorização. No Plano de Monitorização serão, após

auscultação e validação pela Direção Executiva e do CCS do ACES Arrábida definidos

em detalhe os valores dos indicadores-chave que caracterizam os

problemas/necessidades de saúde definidos como prioritários e a sua tendência

evolutiva. Este Plano de Monitorização compromete o Sistema de Saúde para com

os ganhos em saúde e os resultados de desempenho do PLSA. Para além de

profissionais da USP, esta equipa de acompanhamento e monitorização deve

integrar outros profissionais de saúde, nomeadamente do CCS do ACES Arrábida e

de parceiros do PLSA, como representantes do Orgão Municipal de cada um dos

concelhos. Neste âmbito os contributos de todos os parceiros devem ser

especialmente incentivados e valorizados.

Cabe à Equipa de Acompanhamento e Monitorização produzir, anualmente um

relatório que espelhe o grau de concretização das metas no ano transato. O plano

de monitorização deve ser apresentado até ao final do primeiro trimestre do ano

subsequente.

Em síntese:

Coordena a implementação do PLSA, através da articulação com os parceiros;

Assegura que os Projetos na área da saúde desenvolvidos na comunidade estão

enquadrados nos referenciais do PLS, do PNS, e das normas e orientações

emanadas pela DGS em relação aos problemas priorizados/determinantes de

saúde;

Elabora o Plano de Monitorização do PLSA.

3.3. EQUIPA OPERATIVA DE ÂMBITO CONCELHIO

Esta equipa é de âmbito concelhio e tem como responsabilidade implementar o PLSA

no âmbito concelhio integrando a participação de todas as instituições parceiras

envolvidas em relação aos determinantes de saúde e aos principais problemas de

saúde priorizados. Integra um representante da USP e elementos designados pelas

instituições aderentes (ACES - centro de saúde - unidades de saúde de âmbito

concelhio; autarquias; educação e setor social; Organização não-Governamental (ONG))

ao PLSA.

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50

Cabem a esta equipa as seguintes tarefas:

Implementa o PLSA a nível concelhio;

Colabora com a rede social e os parceiros da comunidade na aplicação de

estratégias de saúde definidas para os problemas prioritários da saúde;

Elabora Relatório de atividades de âmbito concelhio que envia para a equipa de

coordenação até 15 de fevereiro do ano subsequente.

Reúne com uma periodicidade trimestral e/ou sempre que for necessário.

Na Figura 13 encontra-se repesentada a forma organizativa do PLSA que é ainda

embrionária e, portanto, flexível pois poderá ser alterada em função do grau de

crescimento e de implementação do PLSA.

Figura 13. Estrutura de Governação do PLSA

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4. AVALIAÇÃO

O PLSA em alinhamento com o PNS, e o PRSLVT, e o processo de contratualização no

âmbito dos cuidados de saúde do SNS propõem uma serie de estratégias com o

propósito de contribuir para que se atinja o objetivo transversal de alcançar os

melhores resultados em saúde, a partir das prioridades nacionais em saúde bem como

das que foram identificadas na própria construção deste plano a nível local.

Tendo em conta a reformulação estratégica do atual processo de contratualização que

operacionaliza a avaliação e a monitorização contínuas numa matriz multidimensional

de atividade, tendo em conta o IDG e a sua melhoria progressiva, criou-se uma matriz

de indicadores de avaliação que entrecruzam os principais determinantes de saúde

identificados no PLSA com as principais áreas de desempenho, subáreas e respetivas

dimensões da atual matriz dimensional de análise.

Necessitámos de incluir outros indicadores, não necessariamente ligados ao índice de

desempenho global do ACES Arrábida, mas que consideramos relevantes para

monitorizar e avaliar os determinantes de saúde escolhidos e reorientar as práticas em

saúde ou em prole da saúde, não só dos serviços de saúde, mas de toda a comunidade,

tendo em conta os quatro eixos estratégicos transversais do PNS bem como as

prioridades e as metas da Revisão e Extensão 2020 deste mesmo plano.

São ainda incipientes as formas de avaliação de algumas das dimensões propostas

nesta matriz de análise, que comprovem as boas práticas na implementação “whole-of-

government and whole-of-society approaches - Health in All Policies “, pelo que os PLS

devem ser um esforço que contribua para o crescimento das organizações no

cumprimento da sua missão e na incessante procura de melhores níveis de saúde e

bem-estar dos cidadãos.

Apresentamos no Quadro 5, o resumo dos indicadores a monitorizar tendo em conta a

áreas de desempenho assistencial – subárea gestão da doença e subárea gestão da

saúde. A designação dos indicadores de monitorização encontra-se em Anexo II.

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52

Na área da saúde ambiental, a análise dos fatores de riscos ambientais é fundamental,

para se poder relacionar o grau de exposição de uma comunidade com a evolução do

estado de saúde desta e com a correlação da observação na prática clínica. Assim e no

âmbito da vertente comunitária transversal do Plano do ACES da Arrábida, escolheram

abordar-se aspetos tão variados como a gestão da água, os resíduos urbanos, a

qualidade do ar, o urbanismo, o ruído e os eventos meteorológicos extremos

resultantes das alterações climáticas e dos previsíveis efeitos sobre a saúde.

No Anexo I podem visualizar-se um conjunto inicial de indicadores de processo

relativos à vertente comunitária transversal, que servirão de base para a análise da

evolução do PLSA. Com a implementação do Projeto poderão vir a ser revistos e

complementados, por propostas dos parceiros.

A avaliação intercalar da evolução dos indicadores do PLSA 2019-2023 será realizada

até ao final do primeiro semestre do ano seguinte ao ano em avaliação, sob a forma de

relatório de monitorização intermédio, incluindo recomendações para o ano seguinte.

A avaliação final da implementação do PLSA será realizada após o término do seu

período de vigência e focar-se-á nos objetivos de saúde fixados. O relatório de

avaliação final será comunicado a comunidade até ao fim do primeiro semestre de

2024.

Quadro 5. Mapa de indicadores a monitorizar

Quadro 6. Mapa de indicadores a monitorizar

Quadro 7. Mapa de indicadores a monitorizar

Quadro 8. Mapa de indicadores a monitorizar

Quadro 9. Mapa de indicadores a monitorizar

Quadro 10. Mapa de indicadores a monitorizar

Quadro 11. Mapa de indicadores a monitorizar

Quadro 12. Mapa de indicadores a monitorizar

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53

5. COMUNICAÇÃO

O Plano de Comunicação (PC) do PLSA tem como objetivo transmitir o conjunto de

mensagens para toda a comunidade que reforcem o papel da promoção e proteção da

saúde, a prevenção da doença e a autogestão da saúde. Esta comunicação deve manter

viva a estratégia da “saúde em todas as políticas” e salientar que esta estratégia é uma

construção e corresponsabilização coletivas na promoção do bem-estar.

As mensagens-chave que o PC pretende divulgar envolvem por um lado, as que

resultam da visão, missão, valores e princípios do PLSA, bem como as que resultam de

um olhar mais específico sobre os determinantes de saúde identificados. Podem ser

visualizadas nos Quadros 6 a 10. Devem ser aproveitadas todas as oportunidades para

que este conjunto de mensagens-chave esteja acessível e façam parte do dia-a-dia na

área de abrangência do projeto.

Esta comunicação assenta na partilha e co-responsabilização de todos os parceiros e

dos cidadãos, em relação ao conjunto de valores, princípios e objetivos do PLSA.

Este PC deve ser entendido como um plano aberto, dinâmico e em constante

atualização, e que integre de uma forma proactiva as necessidades “expressas” e as

necessidades “sentidas” por todos. A estratégia de comunicação deve adequar as

mensagens a diferentes populações e comunidades, promovendo a inclusão e a

literacia de toda a comunidade. Deve então entender-se este conjunto de mensagens-

chave como um ponto de partida inicial de um caminho que, a nível local, se irá

construindo à medida que a rede colaborativa se concretiza.

A participação dos parceiros no PLSA constrói-se através do desenvolvimento de

parcerias, projetos, e atividades, em função das suas áreas de intervenção, sendo

relevante respeitar a autonomia das instituições e da comunidade. Neste sentido o

PLSA respeita os PC que cada Instituição já tem sobre a nossa casa comum “a

promoção da saúde em todas as políticas” solicitando que esses planos integrem,

promovam e comuniquem institucionalmente as mensagens do PLSA.

As mensagens destinam-se a toda a comunidade dos concelhos da área de

abrangência do PLSA, num esforço de empoderamento a nível individual, familiar e

coletivo, para a adoção de comportamentos mais saudáveis e para a participação ativa

em prole de mais saúde para todos.

Para além das mensagens dirigidas a toda a comunidade, destaca-se um segundo

conjunto de mensagens especialmente dirigidas a todos os profissionais de saúde dos

diversos níveis de cuidados do setor público e privado, profissionais de educação e da

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54

área social, e a todos aqueles que de alguma forma participam no processo de

capacitação das pessoas para a tomada de decisão em saúde.

Deve ainda considerar-se um conjunto de princípios que promovam a cooperação

interinstitucional, o trabalho em equipa, a multidisciplinaridade, como contributo para

o suporte organizativo do PLSA.

Algumas das estratégias e atividades descritas neste quadro já foram implementadas

nas fases iniciais do processo de elaboração do PLSA, nomeadamente na identificação

e priorização dos problemas/necessidades de saúde.

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55

Quadro 6. Plano de Comunicação – Mensagens-Chave do PLSA

OBJETIVOS MENSAGEM-CHAVE DESTINATÁRIOS ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO

PLA

NO

LO

CA

L D

E S

DE D

A A

RR

ÁB

IDA

Aumentar a divulgação e

conhecimento do PLSA.

Contribuir para apoiar a

tomada de decisão em

relação à saúde da

população.

Estimular o envolvimento na

implementação do PLSA e o

trabalho em parceria

multidisciplinar e

intersectorial.

>O PLSA é um documento estratégico em linha com os

objetivos nacionais e regionais de saúde que pretende orientar

TODOS para a melhoria do estado de saúde da nossa população.

>A Saúde é um estado dinâmico e como tal o PLSA evoluirá em

função dos problemas prioritários em saúde identificados e dos

contributos dos stakeholders, bem como das oportunidades

para a promoção da saúde e para o pleno desenvolvimento das

pessoas e das comunidades.

>Todos são convidados a participar na construção de redes

colaborativas como estratégia de intervenção, de modo a

garantir a sustentabilidade do PLSA e encaminhar para

potenciais ganhos em saúde.

>A promoção e proteção da saúde e a prevenção da doença são

processos que visam aumentar a capacidade da população em

gerir a sua saúde, bem como os processos de doença/situação

crónica e consequentemente em produzir mudança no sentido

do bem-estar e do desenvolvimento comunitário.

Comunidade

Profissionais de saúde

Profissionais de educação

Profissionais da área

social

Parceiros da comunidade

Consulta pública aos parceiros da

comunidade.

Reuniões com coordenadores das

unidades funcionais do ACES Arrábida.

Reuniões com parceiros da comunidade.

Criação de símbolo identificativo.

Divulgação do Plano nos sites

institucionais do SNS e dos parceiros da

comunidade.

Divulgação de informação por correio

eletrónico.

Articulação com os meios de

comunicação social para publicação de

textos informativos.

Atividades na comunidade

Flyers e outros

Apresentação pública do PLSA

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56

OBJETIVOS MENSAGEM-CHAVE DESTINATÁRIOS ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO

ALIM

EN

TA

ÇÃ

O S

AU

VEL

Reduzir os fatores de

risco para as doenças

crónicas provenientes

de hábitos

alimentares

inadequados e

inatividade física;

Aumentar a

consciencialização da

população para a

influência da

alimentação e

atividade física, na

saúde e para o

impacto positivo que

têm as ações de

prevenção;

Reduzir a incidência e

prevalência do

excesso de peso e

obesidade

Promover a

capacidade de tomar

decisões informadas

na área da saúde.

>Hábitos alimentares pouco saudáveis e inatividade física, estão entre as

principais causas para o aumento dos fatores de risco como HTA, colesterol

elevado, excesso ponderal, inatividade física e para o aparecimento de doenças

como obesidade, DCCV, DM e certos tipos de cancro, que contribuem

substancialmente para as taxas de mortalidade padronizadas em Portugal.

>O conhecimento dos princípios da Dieta Mediterrânica promove a adoção de

hábitos alimentares corretos.

>Reduza o seu consumo total de gordura, em especial da gordura saturada

(existente principalmente em produtos de origem animal). Diminua a quantidade

de gordura usada para cozinhar e temperar, e o consumo de alimentos com

elevado teor de gordura.

>Aumente o seu consumo de hortaliças, frutas e legumes! Inicie sempre o

almoço e o jantar com uma sopa rica em hortaliças e legumes. Faça destes

alimentos um acompanhamento assíduo do seu prato. Como sobremesa prefira a

fruta.

>Diminua o consumo de sal! Reduza a quantidade que usa para a confeção dos

alimentos, opte por ervas aromáticas e especiarias. Não adicione sal fino aos

pratos já confecionados e evite o consumo de alimentos muito salgados.

>Beba água simples em abundância ao longo do dia;

>Aleitamento materno nos primeiros meses de vida, pelo menos durante os

primeiros seis meses;

>A informação e capacitação para a compra, confeção e armazenamento de

alimentos saudáveis contribuem para a melhoria do estado nutricional da

população.

Comunidade

Profissionais de

saúde

Profissionais de

educação

Profissionais da

área

social

Parceiros da

comunidade

Atividades na comunidade.

Reuniões com coordenadores das

unidades funcionais do ACES Arrábida

Reuniões com parceiros da comunidade.

Divulgação de informação por correio

eletrónico.

Articulação com os meios de

comunicação social para publicação de

textos informativos.

Publicação de artigos de base científica,

epidemiológica e de investigação sobre

esta matéria em revistas de

especialidade das diferentes áreas

profissionais e/ou dirigidos à população

em geral utilizando aqueles que os

parceiros já dispõem para a divulgação

de temas na área da saúde.

Divulgação de projetos e de boas

práticas produzidas pelos parceiros e/ou

pelo PLSA.

Realização de encontros e ações de

formação sobre a promoção de uma

alimentação saudável.

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57

OBJETIVOS MENSAGEM-CHAVE DESTINATÁRIOS ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO

PR

EV

EN

ÇÃ

O D

O T

AB

AG

ISM

O

Aumentar a literacia da

população no domínio

da prevenção do

tabagismo e promover

um clima social favorável

ao controlo do tabaco.

Prevenir a iniciação do

consumo de tabaco nos

jovens.

Promover e apoiar a

cessação tabágica.

Aumentar o n.º de

utentes no ACES Arrábida

que deixaram de fumar.

Proteger da exposição ao

fumo ambiental do

tabaco.

Aumentar o número de

Não Consumidores.

Atrasar a idade de início

do consumo de tabaco.

Evitar a passagem da

experimentação ao

consumo quotidiano.

>A falta de interesse em deixar de fumar mata 12 mil portugueses por ano como

causa direta do fumo do tabaco. O consumo de tabaco constitui, presentemente,

a primeira causa evitável de doença e de morte prematura nos países

desenvolvidos.

>Fumar prejudica gravemente a saúde das pessoas fumadoras. A exposição ao

fumo ambiental do tabaco em casa, em veículos, nos locais de trabalho e em

espaços públicos fechados é um grave risco para a saúde dos não fumadores

expostos, não existindo um limiar seguro de exposição.

>Deixar de fumar é a melhor decisão que uma pessoa fumadora pode tomar

para melhorar a sua saúde e a saúde dos que o rodeiam.

>Parar de fumar diminui o risco de morte prematura. As pessoas que deixam de

fumar vivem em média mais 10 anos, quando comparadas com aquelas que

continuam a fumar. Um ex-fumador reduz para metade o risco de sofrer uma

doença cardiovascular, em comparação com o verificado nas pessoas que

continuaram a fumar. Após 5 a 15 anos, o risco de AVC iguala o dos não-

fumadores.

>Procure as consultas de Cessação Tabágica do ACES Arrábida.

>Parar de fumar tem benefícios imediatos e a médio e longo prazo, não só para

a pessoa, como para quem convive com ela, como por exemplo:

o Redução do risco de cancro do pulmão e de muitos outros tipos de

cancro;

o Redução do risco de doença cardíaca, AVC e de doença vascular

periférica;

o Redução dos sintomas respiratórios, tais como tosse, pieira e falta de ar.

o Redução do risco de desenvolvimento de algumas doenças pulmonares

como a DPOC;

o Redução do risco de infertilidade.

Comunidade

Profissionais de

saúde

Profissionais de

educação

Profissionais da

área

social

Parceiros da

comunidade

Atividades na comunidade.

Reuniões com coordenadores das

unidades funcionais do ACES Arrábida.

Reuniões com parceiros da comunidade.

Divulgação de informação por correio

eletrónico.

Articulação com os meios de

comunicação social para publicação de

textos informativos.

Publicação de artigos de base científica,

epidemiológica e de investigação sobre

esta matéria em revistas de

especialidade das diferentes áreas

profissionais, e ou dirigidos à população

em geral. Devem preferencialmente,

utilizar-se os meios que os parceiros já

dispõem para a divulgação de temas na

área da saúde.

Divulgação de projetos de prevenção do

tabagismo nas escolas e noutros

“settings” e de boas práticas produzidas

pelos parceiros e/ou pelo PLSA.

Realização de encontros e ações de

formação sobre a prevenção do

tabagismo e de ambientes livres do

fumo do tabaco, bem como de outras

adições com ou sem consumo de

substância.

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58

PR

EV

EN

ÇÃ

O D

O T

AB

AG

ISM

O

Promover a capacidade

de tomar decisões

informadas na área da

saúde.

>Cartaz - Conhece a expressão – “Matar o tempo?” – Pare de matar o seu! A falta

de interesse em deixar de fumar mata 12 mil portugueses por ano.

>Cartaz “Smoking dead” – Não te deixes apanhar pelo tabaco.

>Monofolha "Quando alguém fuma, todos fumam"

>Cartaz "Não queimes o teu futuro" – Folheto Gravidez e Tabaco

>Cartaz "Mais Vida sem Tabaco"

>Videograma "Por si, por eles. Não fume em locais fechados"

Divulgação de materiais do Programa

Nacional para a Prevenção do Tabagismo

divulgado pela DGS no site do Programa

Nacional:

o Monofolha "Algoritmo da intervenção

breve ou muito breve";

o Monofolha "Algoritmo do tratamento

farmacológico do tabagismo";

o Cartaz - Conhece a expressão – “Matar

o tempo?” – Pare de matar o seu!;

o A falta de interesse em deixar de fumar

mata 12 mil portugueses por ano;

o Cartaz “Smoking dead” – Não te deixes

apanhar pelo tabaco;

o Monofolha "Quando alguém fuma,

todos fumam";

o Cartaz "Não queimes o teu futuro";

o Folheto Gravidez e Tabaco;

o Cartaz "Mais Vida sem Tabaco";

o Videograma "Por si, por eles. Não fume

em locais fechados";

Diretivas e recomendações comunitárias:

http://ec.europa.eu/health/tobacco/policy/in

dex_en.htm

WHO Framework Convention on

Tobacco Control (WHO FCTC)

http://www.who.int/tobacco/framework/en/

DGS | Programa Nacional para a Prevenção

e Controlo do Tabagismo (PNPCT) -

Websites: www.dgs.pt

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59

OBJETIVOS MENSAGEM-CHAVE DESTINATÁRIOS ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO

LIT

ER

AC

IA E

M S

DE

Aumentar o n.º de

intervenções sobre aquisição

e adoção de estilos de vida

mais saudáveis baseadas nos

princípios da promoção da

saúde enunciados na carta

de Ottawa

>Seguindo o conceito de Christophe Dejours:

A Saúde deve ser atendida como um recurso e como a

capacidade de cada homem, mulher ou criança para criar e lutar

pelo seu próprio projeto de vida, pessoal e original, em direção

ao bem-estar;

>A saúde é um recurso do dia a dia a ser desenvolvido e gerido

por cada pessoa e por cada comunidade. É necessário que os

cidadãos assumam uma maior responsabilidade no processo de

promoção da saúde, e que adquiram uma progressiva

consciência, de que a saúde depende das nossas decisões a nível

individual e coletivo;

>“A saúde está nas suas mãos “

>Que a Promoção da Saúde deve ser entendida como um

processo educativo que capacita os indivíduos e comunidades a

estabelecer níveis de auto-estima e de realização pessoal e

coletiva e a gerir os recursos e potenciais de saúde para os

atingir

>“Não há saúde sem saúde mental “

>A saúde mental é a primeira das saúdes a promover e preservar

pois é ela que nos permite fazer escolhas no sentido da nossa

autonomia e do nosso desenvolvimento, em interação com os

outros, numa relação de interdependência e partilha que

contribuem para o bem-estar aos níveis pessoal e social.

>A prática de atividade física constitui fator protetor das

doenças não transmissíveis e de promoção da saúde mental.

>Uma boa noite de sono é determinante para a saúde,

desenvolvimento e desempenho escolar de cada criança e é

relevante ao longo de todo o ciclo de vida.

Comunidade

Profissionais de saúde

Profissionais de educação

Profissionais da área

social

Parceiros da comunidade

Atividades na comunidade.

Reuniões com coordenadores das

unidades funcionais do ACES Arrábida.

Reuniões com parceiros da comunidade

Divulgação de informação por correio

eletrónico.

Articulação com os meios de

comunicação social para publicação de

textos informativos.

Publicação de artigos de dirigidos à

população em geral utilizando aqueles

que os parceiros já dispõem para a

divulgação de temas na área da saúde.

Divulgação de projetos e de boas

práticas produzidas pelos parceiros e/ou

pelo PLSA.

Realização de encontros e ações de

formação sobre a promoção da saúde e

de desenvolvimento de competências

para a tomada de decisão em saúde.

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60

OBJETIVOS MENSAGEM-CHAVE DESTINATÁRIOS

ESTRATÉGIA DE

COMUNICAÇÃO

AM

BIE

NT

ES

SA

UD

ÁV

EIS

Aumentar o n.º de

intervenções em

saúde ambiental

Aumentar a literacia

em saúde ambiental

da população e criar

uma consciência

critica que leve à

adoção de medidas

de preservação

ambiental a todos os

níveis da sociedade.

Incrementar as

parcerias na nossa

área geodemográfica

para aprofundar o

conhecimento sobre

os efeitos na saúde

provocados pelas

alterações climáticas

e no desenvolvimento

de plano conjuntos

que mitiguem os

efeitos sobre a saúde

humana.

>A água é um bem público e é pertença de toda a humanidade.

>O consumo responsável de água ajuda a manter a garantia da sua disponibilidade.

>A água da rede pública é segura e deve ser incentivado o seu consumo.

>A Salubridade Ambiental e a Segurança de todos traduzem-se em qualidade de vida da

população.

>A qualidade do ar em ambientes interiores melhora através da utilização de regras de boas

práticas relativas à ventilação e à higienização dos espaços.

>A Qualidade do ambiente sonoro interfere com as comunicações e provoca perturbações

no sono, na capacidade de concentração e não permite usufruir do direito ao sossego.

>A preservação da natureza e a promoção de um ambiente saudável é o legado mais

importante que devemos deixar às gerações futuras.

>A National Oceanic and Atmospheric Administration que é uma agência científica do

governo norte-americano publicou dados relativos à concentração de CO2 na atmosfera nos

últimos 800 000 anos. Durante centenas de milhares de anos a concentração de CO2 nunca

ultrapassou os 300 ppm, incluindo a idade do gelo e os períodos interglaciares. Em 2018 esta

concentração atingiu os 407,4 ppm e em 2019 os atuais 410 ppm. À escala global as

emissões de poluentes continuam a aumentar apesar de todos os protocolos assinados.

>As alterações climáticas/emergência climática são uma realidade que nos afeta o nosso dia

a dia e implicam medidas urgentes a nível individual, coletivo e político para uma redução

drástica da poluição que produzimos e para adoção de modelos de “crescimento” que

respeitem a vida na terra e preservem o planeta. O parlamento da Assembleia da República

aprovou em junho de 2019 uma “Declaração de Emergência Climática”

>Da política dos 3 R (Reduzir, reutilizar e reciclar) deve acentuar-se o carácter decisivo da

Redução das diferentes formas de poluição ambiental.

>“Não há Planeta B”

Comunidade

Profissionais de

saúde

Profissionais de

educação

Profissionais da

área social

Parceiros da

comunidade

Atividades na Comunidade.

Reuniões com

Coordenadores das

Unidades Funcionais do

ACES Arrábida.

Reuniões com parceiros da

comunidade.

Divulgação de informação

por correio eletrónico.

Publicação de artigos de

base científica,

epidemiológica e de

investigação sobre

ambientes saudáveis, sobre

as alterações na saúde

provocadas pelas

alterações/emergências

climáticas, em revistas de

especialidade das diferentes

áreas profissionais e/ou

dirigidos à população em

geral.

Divulgação de Projetos e

das Boas práticas

produzidas pelos parceiros

e/ou pelo PLSA.

Articulação com os meios de

comunicação social para

publicação de textos

informativos

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Terminado o desafio de delinear a estrutura do PLSA com a edição do presente

documento, e sabendo de antemão que não existem “fórmulas perfeitas”, este

evoluirá em função dos contributos e grau de empenhamento de todos.

Fazendo uma reflexão do caminho percorrido até ao momento considera-se que o

PLSA poderá servir para alinhar as necessidades de saúde da população com os

diversos planos de atividades dos serviços de saúde e os planos de atividades dos

principais parceiros da comunidade permitindo a sua orientação com base no

planeamento em saúde.

Poderá também ser facilitador na definição do papel dos cidadãos e setores da

comunidade na sua co-participação no processo de tomada de decisão para a

mudança e consequente melhoria do seu estado de saúde.

Aproxima-se agora outra fase não menos desafiante.

Com base na ideia percecionada dos momentos de discussão alargada que

ocorreram com os parceiros, será fundamental criar um repositório que identifique e

comunique o que cada parceiro produz, e, que permita fazer a ponte entre as boas

práticas e os objetivos de saúde expressos no PLSA integrando e facilitando a

coordenação e colaboração das múltiplas entidades locais.

Ainda que existam algumas fragilidades que teremos de ultrapassar, desde logo o

facto de a informação estatística ser de base institucional e não de base

populacional, acreditamos que o trabalho que encetámos trará benefícios no estado

de saúde da população bem como na forma como desenvolvemos o trabalho em

parceria.

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ANEXOS

Anexo I - Indicadores de Monitorização sugeridos para cada um dos objetivos

da vertente comunitária transversal do PLSA

Objetivo A

N.º de projetos comunitários desenvolvidos pelos parceiros para promover as

práticas de alimentação saudável e/ou atividade física ao logo do ciclo de vida.

N.º de intervenções realizadas para modificação da oferta alimentar nos

espaços públicos que dão apoio a grupos da população mais vulnerável

(crianças, idosos) / programadas.

N.º de ações de formação realizadas para diferentes profissionais que podem

influenciar consumos alimentares de qualidade e/ou de higiene e segurança

alimentar / Programadas.

N.º de iniciativas conjuntas realizadas pelos parceiros no âmbito do combate

ao sedentarismo, e de realização de atividades ao ar livre para a população das

diversas faixas etárias.

N.º de concelhos com projetos comunitários com objetivo de redução do

excesso de peso e obesidade infantil.

N.º de locais públicos para a prática desportiva e de espaços de jogo e recreio

implementados.

N.º de locais públicos para a prática desportiva e de espaços de jogo e recreio

da nossa área geográfica com avaliações de segurança.

N.º de intervenções de educação alimentar realizadas pelos parceiros.

Proporção da população com >65 anos com prática regular de exercício físico.

N.º de concelhos com projetos comunitários promotores de atividades de

exercício físico regulares dirigidas à população sénior.

N.º de recomendações emitidas pelos parceiros para a prática regular do

exercício físico e alimentação saudável.

% de Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas que desenvolvem

projetos de promoção de uma alimentação saudável e atividade física.

N.º de iniciativas conjuntas realizadas pelos parceiros no âmbito do combate

ao sedentarismo, e de realização de atividades ao ar livre para a população das

diversas faixas etárias.

Objetivo B

N.º de ações de formação realizadas para diferentes grupos profissionais que

promovam as melhores práticas no domínio da prevenção e controlo do

tabagismo / Programadas.

N.º de iniciativas/intervenções realizadas na comunidade para a Prevenção do

Tabagismo.

% de Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas que desenvolvem

Projetos de Prevenção do consumo de Tabaco, bebidas alcoólicas e outras

substâncias psicoativas, bem como de comportamentos aditivos sem

substância promovidos/desenvolvidos pelos parceiros.

N.º de ações realizadas para aumentar a literacia sobre os direitos dos não

fumadores no local de trabalho e para o cumprimento da legislação.

N.º de consultas de cessação tabágica existentes na área geodemográfica do

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PLSA

N.º de novas consultas desenvolvidas pelos parceiros para promover e apoiar

a cessação tabágica na área da influência do PLSA.

N.º de intervenções para prevenir a iniciação do consumo de tabaco nos

adolescentes e jovens adultos residentes na área de influência do PLSA.

Objetivo C

N.º de eventos comunitários/ iniciativas conjuntas (semanas de educação para

a saúde, feiras da saúde, encontros temáticos) promovidos e/ou desenvolvidos

pelos parceiros para a promoção/proteção da saúde e ou prevenção da

doença.

% de Instituições parceiras do PLSA que desenvolvem Projetos de Educação

para a Saúde abrangendo os determinantes de saúde que foram priorizados

pelo PLSA.

% de Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas que desenvolvem

Projetos de Educação para a Saúde abrangendo os determinantes de saúde

que foram priorizados pelo PLSA.

% de Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas que desenvolvem

projetos de promoção de saúde mental e de competências sócio emocionais

promovidos e/ou desenvolvidos pelos parceiros.

N.º de intervenções realizadas em contexto escolar para promover os hábitos

de vida saudável.

N.º de intervenções realizadas na comunidade para promover os hábitos de

vida saudável.

N.º de ações de formação sobre hábitos de vida saudável realizadas dirigidas a

profissionais de saúde, de educação e do setor social

N. º de recidivas de internamento compulsivo por concelho.

Objetivo D

% de população abastecida com água potável.

Resíduos Urbanos recolhidos seletivamente por habitante.

Índice da Qualidade do Ar.

Índice de Ícaro.

% de praias com boa qualidade da água.

% de população exposta ao ruído de tráfego.

N.º de Intervenções de educação ambiental e cidadania desenvolvidas pelos

parceiros sobre as programadas.

Nº de intervenções em rede para a promoção da saúde ambiental e de

proteção do ambiente realizadas sobre as programadas.

Nº de ecopontos por habitante por unidade de área de freguesia ou similar.

Percentagem de Estabelecimentos de Educação e Ensino abrangidos pelo

Programa Nacional de Saúde Escolar que no período de execução do PLSA

foram alvo de avaliação de risco para a saúde no ambiente escolar.

Percentagem de Estabelecimentos de Educação e Ensino abrangidos pelo

Programa Nacional de Saúde escolar que no período de execução do PLSA

foram classificados como de baixo risco para a saúde no ambiente escolar.

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Objetivos

A, B, C e D

e do PLSA

N. º de textos informativos/artigos/comunicações sobre o PLSA e/ou sobre os

determinantes de saúde priorizados que foram publicados e/ou emitidos

dirigidos a toda a comunidade ou aos diferentes grupos profissionais com

responsabilidade na capacitação dos cidadãos nas áreas da saúde, educação e

desenvolvimento social.

N.º de Encontros realizados para a divulgação de boas práticas nas áreas

priorizadas pelo PLSA.

N.º de reuniões realizadas pela Equipa de Coordenação do PLSA / previstas.

N.º de reuniões realizadas pela Equipa de Acompanhamento e Monitorização

do PLSA / previstas.

N.º de reuniões realizadas pela Equipa Operativa de âmbito concelhio do PLSA

/ previstas.

N.º total de parcerias no período de vigência do PLSA em projetos de saúde

no território de intervenção do PLSA.

N.º de novos parceiros que aderiram ao PLSA em projetos de saúde no

território de intervenção do PLSA.

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Anexo II. Indicadores de Monitorização do PLSA (os serviços de saúde como

determinante de saúde)

Nº ID Designação

1 23 Proporção de utentes com hipertensão arterial (sem doença cardiovascular

nem diabetes), com determinação de risco cardiovascular nos últimos 3 anos

2 30

Proporção de utentes com diabetes ou com doença respiratória crónica ou

com doença cardíaca crónica ou com idade superior a 65 anos, com a vacina

da gripe prescrita ou efetuada nos últimos 12 meses

3 35 Proporção de utentes com diabetes, com pelo menos um exame dos pés

registado no último ano

4 40 Proporção de utentes com diabetes, com pelo menos uma referenciação ou

pelo menos um registo de realização de exame à retina, no último ano

5 44 Proporção de mulheres entre [50; 70[ anos, com mamografia registada nos

últimos dois anos

6 45 Proporção de mulheres entre [25; 60[ anos, com rastreio do cancro do colo do

útero efetuado

7 46 Proporção de utentes com idade entre [50; 75[ anos, com rastreio de cancro do

colon e reto efetuado

8 47 Proporção de utentes com idade igual ou superior a 14 anos, com

quantificação dos hábitos tabágicos nos últimos 3 anos

9 53 Proporção de utentes com idade igual ou superior a 14 anos, com

quantificação do consumo de álcool, registado nos últimos 3 anos

10 94 Proporção de crianças com 7 anos, com PNV cumprido ou em execução à data

de referência do indicador

11 95 Proporção de jovens com 14 anos, com PNV cumprido ou em execução à data

de referência do indicador

12 198 Proporção de utentes com o diagnóstico de "Diabetes Mellitus"

13 203 Proporção de utentes com o diagnóstico de "excesso de peso"

14 204 Proporção de utentes com o diagnóstico de "obesidade"

15 205 Proporção de utentes com o diagnóstico de "hipertensão arterial"

16 206 Proporção de utentes com o diagnóstico de "perturbação depressiva"

17 207 Proporção de utentes com o diagnóstico de "demência"

18 213 Proporção de utentes com novo diagnóstico de "enfarte agudo do miocárdio"

19 236 Proporção de utentes com novo diagnóstico de "Diabetes Mellitus"

20 237 Proporção de utentes com novo diagnóstico de "hipertensão arterial"

21 247 Proporção de utentes com novo diagnóstico de "perturbação depressiva"

22 251 Proporção de utentes com novo diagnóstico de "trombose / acidente vascular

26cerebral"

23 261 Proporção de utentes com diabetes, com registo de risco de ulceração do pé

no último ano

24 262 Proporção de utentes com determinação de risco diabetes tipo 2 registado nos

últimos 3 anos

25 266 Percentagem de pessoas com diabetes e compromisso de vigilância, com

úlcera ativa no pé no último ano

26 274 Proporção de utentes com diabetes tipo 2 e indicação para insulinoterapia, a

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fazer terapêutica adequada

27 277

Proporção de utentes com idade igual ou superior a 14 anos e com hábitos

tabágicos, a quem foi realizada consulta relacionada com tabagismo, no último

ano

28 297

Proporção de utentes com idade igual ou superior a 65 anos, sem prescrição

prolongada de ansiolíticos, nem de sedativos, nem de hipnóticos, no período

em análise

29 306 Proporção de utentes consultados nos últimos 12 meses e sem rastreio

VIH/SIDA que o efetuaram nesse período

30 360 Taxa de internamento para amputação de membro inferior em pessoas com

diabetes (ajustada para uma população padrão)

31 365 Taxa de internamentos evitáveis na população adulta (ajustada para uma

população padrão

32 375 Proporção de recém-nascidos de termo, de baixo peso

33 380 Proporção de adultos com Asma/DPOC/bronquite crónica com diagnóstico