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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS PREFEITURA MUNICIPAL DE BOMBINHAS Novembro de 2010 PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

Plano Municipal de Saneamento Básico de Bombinhas FINAL · 1.3.3 - Geomorfologia ... Figura 9 - Receita em dólar de 2002, 2004, 2006 e 2008 ... Figura 39 - Vista geral da BH 01

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

PREFEITURA MUNICIPAL DE

BOMBINHAS

Novembro de 2010

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

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APRESENTAÇÃO Este documento contém os trabalhos relativos à elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico de Bombinhas.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

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MANOEL MARCÍLIO DOS SANTOS Prefeito Municipal Comissão Técnica Juliana Licio Baretta - Geógrafa

Letícia Rabelo - Engenheira Ambiental

Lucimari Delavy - Advogada

Maria Alice Pavan - Diretora de Saneamento

Marina Coelho Fernandes - Engenheira Sanitarista e Ambiental

Priscila Batista de Campos - Engenheira Sanitarista e Ambiental

Renata M. Serpa - Psicóloga

Robson Xavier Kalfeltz - Engenheira Sanitarista e Ambiental

Comissão de Coordenação

Ênio Carlos Raymundi Secretário de Administração

César Aldo Lopes Secretário da Pesca e Aquicultura

Cristiane Monique Neuhaus dos Santos Secretária de Planejamento e Regulação Urbana

Flávio Steigleder Martins Presidente da Fundação Municipal de Amparo ao

Meio Ambiente – FAMAB

Celso Luiz Dellagiustina Secretário de Saúde e Saneamento

Maria Angélica de Souza Secretária de Assistência Social

Jorge Barboza da Silva Secretário de Infraestrutura Urbana

Cláudio Osvaldo de Souza Secretário do Turismo e Desenvolvimento

Econômico

Gisele Terezinha Duarte Rodrigues Superintendente de Educação

Wilfredo Schurmann Representante do Instituto Kat Schurmann

Carlos Faria Representante da Associação AMA Bombinhas

Mário Pêra Representante da Associação Empresarial de

Bombinhas – AEMB

Márcio Rogério Frank Representante da Câmara de Diretores Lojistas de

Bombinhas

Tiago Girolamo Representante da Associação Amigos do Mariscal

– AMAR Mariscal

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Doraci Rosniach Representante da Associação dos Amigos de

Canto Grande

Dorotéia Ester Fuck Representante da Associação dos Moradores e

Amigos de Zimbros

Marcos Antonio Ramos Representante da Associação dos Maricultores de

Bombinhas

Antonio Augusto Batista Machado Representante da Associação dos Pescadores do

Município de Bombinhas

Adolar Serafim Representante da Colônia de Pescadores

Antônio Luis Nunes da Silva Presidente do Conselho Municipal de Defesa do

Meio Ambiente – CONDEMA

Marcos Chagas Perrone Representante da Câmara Municipal de

Vereadores

Walmar Nasato Representante do Rotary Clube de Bombinhas

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SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS ....................................................................................................... 10

1. DADOS GERAIS ................................................................................................................... 10

1.1 LOCALIZAÇÃO .............................................................................................................. 11

1.2 ACESSIBILIDADE REGIONAL ..................................................................................... 11

1.3 ASPECTOS AMBIENTAIS .................................................................................................. 12

1.3.1 - Clima ........................................................................................................................... 12

1.3.2 - Geologia....................................................................................................................... 12

1.3.3 - Geomorfologia ............................................................................................................. 13

1.3.4 - Hidrografia ................................................................................................................... 14

1.3.5 - Unidades de Conservação ............................................................................................. 19

1.3.6 Balneabilidade ................................................................................................................ 20

1.4 HISTÓRICO ......................................................................................................................... 21

1.5 PROJEÇÃO POPULACIONAL ....................................................................................... 24

1.6 DADOS POPULACIONAIS ................................................................................................. 28

1.7 DIAGNÓSTICO SÓCIO - ECONÔMICO DO MUNICÍPIO DE BOMBINHAS .................. 34

1.7.1 - A Expansão Urbana e a Atividade Turística .................................................................. 34

1.7.2 - Consequências da Urbanização ..................................................................................... 36

1.7.3 - Grupos de Interesse Social............................................................................................ 43

1.7.4 - Diagnóstico da Situação Habitacional do Município de Bombinhas .............................. 45

2. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL ............................................................................ 50

2.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................... 50

2.1.1 CARACTERISTICAS OPERACIONAIS SISTEMA PORTO BELO/BOMBINHAS..... 51

2.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .................................................................... 59

2.2.1 CARACTERISTICAS OPERACIONAIS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ........................................................................................................................... 61

2.2.2 LEVANTAMENTO DOS PONTOS CRÍTICOS ............................................................ 63

2.2.3 PROJETOS ELABORADOS ............................................................................................. 66

2.3 SISTEMA DE DRENAGEM URBANA ........................................................................... 68

2.3.1 PLANO DE MACRODRENAGEM ............................................................................... 68

2.3.2 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL ....................................................................... 69

2.4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................................................................... 89

2.4.1 LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS............................................................... 89

2.4.2 RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES ...................................................................... 94

2.4.3 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM ....................................................................... 98

2.4.4 - RECICLAGEM DE MADEIRA ................................................................................... 99

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2.4.5 RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE ................................................... 100

2.4.6 RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL .................................................... 100

2.4.7 RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS (PERIGOSOS) ............................................... 102

2.4.8 RESÍDUOS DA MARICULTURA .............................................................................. 102

2.4.9 ÓLEO DE COZINHA .................................................................................................. 102

3. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES .............................................................................................. 103

4. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 104

4.1 GERAIS .............................................................................................................................. 104

4.2 ESPECÍFICOS .................................................................................................................... 104

4.2.1 SETOR DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ............................................................... 104

4.2.2 SETOR DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ............................................................... 105

4.2.3 SETOR DE DRENAGEM URBANA ........................................................................... 105

4.2.4 SETOR DE RESÍDUOS SÓLIDOS .............................................................................. 105

5. DEFINIÇÃO DE INTERVENÇÕES ..................................................................................... 106

6. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES ......................................................................................... 116

6.2 ABASTECIMENTO DE ÁGUA ......................................................................................... 116

6.3 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ......................................................................................... 116

6.4 LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ........................................... 117

6.5 DRENAGEM URBANA ..................................................................................................... 118

7. HIERARQUIZAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS ............................................................ 118

8. DIFICULDADES NA ELABORAÇÃO DO PLANO............................................................ 120

9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................................... 121

10. ANEXOS ........................................................................................................................... 124

ANEXO 1 ................................................................................................................................. 124

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Região hidrográfica Atlântico Sul ................................................................................... 14 Figura 2- Regiões hidrográficas de Santa Catarina .......................................................................... 15 Figura 3 – Bacias hidrográficas de Santa Catarina ........................................................................... 15 Figura 4 - Mapa político da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas e divisão regional. .......................... 17 Figura 5 - Gráfico da demanda de água por atividade econômica na Bacia do Rio Tijucas. ............. 19 Figura 6 – Bacias hidrográficas do município de Bombinhas........................................................... 19 Figura 7 - População Bombinhas de 1996 a 2009. ........................................................................... 21 Figura 8 - Movimentos de turistas de 2002, 2004, 2006 e 2008. ...................................................... 22 Figura 9 - Receita em dólar de 2002, 2004, 2006 e 2008 ................................................................. 23 Figura 10 - Números de faturas Celesc de 1996, 2000 e 2009 .......................................................... 23 Figura 11 - Crescimento populacional e das Faturas de Luz (Celesc) ............................................... 24 Figura 12 - Pirâmide etária de Bombinhas. ...................................................................................... 29 Figura 13 - Número de matrículas de 1997, 2000 e 2009. ................................................................ 31 Figura 14 - Crescimento populacional e número de matrículas. ....................................................... 31 Figura 15 - Bairros Bombas e José Amândio em 1982..................................................................... 40 Figura 16 - Bairros Bombas e José Amândio em 2003..................................................................... 41 Figura 17 - Cadastro Único para Programas Sociais - 2010. ............................................................ 47 Figura 18 - Domicílios precários. .................................................................................................... 48 Figura 19 - Consumo de água per capita durante o ano de 2009 em litros/habitante x dia ................ 50 Figura 20 – Estação de Recalque de Água Bruta (capitação no manancial) ...................................... 51 Figura 21 – Estação de Tratamento de Água Porto Belo .................................................................. 52 Figura 22 – Lagoa de decantação. ................................................................................................... 52 Figura 23 – Filtros por fluxo descendente........................................................................................ 53 Figura 24 – Estação de Recalque de Água Bruta (ERAT DIMAS) .................................................. 53 Figura 25 - Vazão média mensal da ETA de Zimbro em litros/segundo no ano de 2009. ................. 54 Figura 26 – Estação de Tratamento de Água de Zimbros ................................................................. 55 Figura 27 - Período de funcionamento da ETA Zimbros em horas/dia ............................................. 56 Figura 28- Filtros de fluxo ascendente ............................................................................................. 56 Figura 29 - Esquema do Sistema de Abastecimento de Água de Bombinhas .................................... 59 Figura 30 - Tanques de aeração e decantadores. .............................................................................. 62 Figura 31 - Lagoa de polimento. ..................................................................................................... 62 Figura 32 - Lançamento irregular de efluentes em via pública em Bombas. ..................................... 64 Figura 33 - Afluente do Rio da Barra contaminado por lançamento irregular de esgoto – José Amândio. ........................................................................................................................................ 65 Figura 34 - Afluente do Rio da Barra contaminado – José Amândio. ............................................... 66 Figura 35 - Lançamento irregular de esgoto em Zimbros. ................................................................ 66 Figura 36 - Vista geral da BH-1 – Bairro Bombas. .......................................................................... 70 Figura 37 - Dispositivo parcialmente obstruído pelo assoreamento. ................................................. 70 Figura 38 - Ponto de inundação - ponte da Rua Azulão - ocupação das margens do córrego. ........... 71 Figura 39 - Vista geral da BH 01. .................................................................................................... 71 Figura 40– Vista geral da BH-2 – Bairros de Bombas e Zé Amândio .............................................. 72 Figura 41 - Vista panorâmica BH-2 ................................................................................................. 73 Figura 42 - Ponte localizada na Rua Cavalo em 23/04/2009– Bairro Zé Amândio. .......................... 73 Figura 43– Casas edificadas sobre o leito do córrego na Rua Tamanduá-Mirim Bairro Zé Amândio 74 Figura 44– Travessia da Avenida Fragata – Bairro Bombas ............................................................ 75 Figura 45– Vista geral da BH3 – Bairro Bombinhas ........................................................................ 76 Figura 46– Canalização de afluente do Rio Bombinhas (rua Surubim). ........................................... 77 Figura 47 - Tubulação assoreada e inoperante (Rua Jandaia). .......................................................... 77

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Figura 48– Ocupação do leito de afluente do Rio Bombinhas (rua Pirapitanga). .............................. 77 Figura 49 - Vista geral da BH4 – Bairro Zimbros e Sertãozinho. ..................................................... 78 Figura 50 -Tubulação de drenagem desconectada e sem cobrimento (rua Rio das Garças). .............. 79 Figura 51 - Casa construída sobre o leito de afluente do Rio Passa-Vinte (rua Rio Guaíba). ............ 79 Figura 52 - Edificações construídas sobre o leito Rio Passa-Vinte (rua Rio das Garças). ................. 80 Figura 53 - Rua Rio Corumbá – Ausência de infraestrutura básica. ................................................. 80 Figura 54 - Vista geral da BH-5 – Bairros de Morrinhos, Canto Grande, Mariscal e Quatro Ilhas. ... 81 Figura 55 - Desabamento de residências (abril/2009). ..................................................................... 82 Figura 56 - Caixa de quebra de pressão (rua Rio Massaranduba) - Sistema de drenagem implantado sem dimensionamento adequado. .................................................................................................... 83 Figura 57 - Vala eutrofizada na rua Diamante. ................................................................................ 83 Figura 58– Setores de Drenagem – Bairro Quatro Ilhas ................................................................... 84 Figura 59– Erosão na Rua Arquipélago de Abrolhos ....................................................................... 84 Figura 60 – Implantação de edifício na bacia de amortecimento do Setor 2 ..................................... 85 Figura 61 – Bacia de amortecimento do Setor 3 .............................................................................. 86 Figura 62 – Voçoroca – Praia de Quatro Ilhas ................................................................................. 86 Figura 63 – Lançamento de águas pluviais no leito da voçoroca ...................................................... 87 Figura 64 – Vista geral da BH-6 ...................................................................................................... 88 Figura 65– Ocupação do leito do córrego entre as Ruas Rio Tefé e Rio Serra Negra ....................... 88 Figura 66 - Mutirão de limpeza em Bombinhas, no Dia Mundial da Limpeza de Praias. .................. 91 Figura 67 - Via pavimentada com os serviços de limpeza urbana atrasados, no bairro Canto Grande. ....................................................................................................................................................... 92 Figura 68 - Lote vegetado com deposição de lixo urbano no bairro Zé Amândio. ............................ 93 Figura 69 - Resíduos sólidos depositados em terreno do bairro Mariscal. ........................................ 93 Figura 70 - Resíduos de espuma, plástico e metal, depositados em rua periférica do bairro Centro. . 93 Figura 71 - Gráfico da comparação dos dados da geração dos resíduos sólidos em 2008, 2009 e 2010. ....................................................................................................................................................... 95 Figura 72 - Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas – Proactiva. .............................. 97 Figura 73 - Impermeabilização do Aterro Sanitário Proactiva. ......................................................... 97 Figura 74 - Separação de plásticos – Bairro José Amândio. ............................................................. 99 Figura 75 - Depósito de resíduos em residência – Bairro de Zimbros. ............................................. 99 Figura 76 - Triturador de madeira na empresa do Sr. Battisti. ........................................................ 100 Figura 77 - Caçamba coletora de resíduos da construção civil. ...................................................... 101 Figura 78 - Depósito não licenciado de resíduos da construção civil. ............................................. 101 Figura 79 - Depósito clandestino de resíduos da construção civil no bairro Zé Amândio. .............. 102

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Estratificação da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas em regiões. ..................................... 16 Tabela 2 - Pontos analisados para a balneabilidade. ......................................................................... 20 Tabela 3 - Porcentagem de Impropriedade de balneabilidade das praias do município ..................... 21 Tabela 4 - Número de Domicílios ................................................................................................... 25 Tabela 5 - Medições de lixo domiciliar coletado em 2010. .............................................................. 27 Tabela 6 - Projeção populacional para o Município de Bombinhas. ................................................. 28 Tabela 7 - População por Faixa Etária (2009). ................................................................................. 28 Tabela 8 - Nível de ensino escolar municipal em Bombinhas. ......................................................... 30 Tabela 9 - Nível de ensino escolar estadual em Bombinhas. ............................................................ 30 Tabela 10 - Número de matrículas do município. ............................................................................ 30 Tabela 11 - Indicadores de mortalidade - Grupo de causas - Óbitos e taxa por 100.000 habitantes. .. 32 Tabela 12 - Movimento Estimado de Turistas em Bombinhas/SC.................................................... 37 Tabela 13 - Principais meios de hospedagem utilizados em Bombinhas/SC. (%) ............................. 37 Tabela 14 - Condições das águas salinas de Bombinhas/SC nas décadas de 80, 90, 2000 e 2009. .... 42 Tabela 15 - Cadastro Único para Programas Sociais, 2010. ............................................................. 46 Tabela 16 - Domicílios precários, Ruas sem pavimentação e Ruas sem drenagem por bairro ........... 47 Tabela 17 - Reuniões comunitárias: déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes, forma de abastecimento de água. ............................................................................................................... 48 Tabela 18 - Reuniões comunitárias: déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes, forma de destinação do lixo. ...................................................................................................................... 49 Tabela 19- Reuniões comunitárias: déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes, forma escoamento do esgoto. .................................................................................................................... 49 Tabela 20- Número de Ligações de Água. ....................................................................................... 50 Tabela 21- Número de Amostras fora dos parâmetros da Portaria 518. ............................................ 57 Tabela 22 - Relação de quantitativo de servidores lotados na Agência de Bombinhas. ..................... 59 Tabela 23 - Relação de quantitativo de servidores lotados nas Agências de Bombinhas e Porto Belo ....................................................................................................................................................... 59 Tabela 24 - Número de ligações prediais – 2010 ............................................................................. 60 Tabela 25 - Vistorias realizadas nas ligações à rede de esgoto. ........................................................ 61 Tabela 26 - Dados de Monitoramento da Qualidade do Efluente da ETE. ........................................ 63 Tabela 27 - Toneladas de resíduos coletados mensalmente pela Proactiva em 2009 e 2010. ............ 94 Tabela 28 - Hierarquização das áreas prioritárias........................................................................... 119

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O Plano Municipal de Saneamento Básico de Bombinhas (PMSB) se constitui em

um dos instrumentos do Sistema Municipal de Saneamento, estabelecido através da

Política Municipal de Saneamento Básico, que por sua vez foi instituída através da Lei

Municipal nº 1131/2009.

O PMSB tem como objetivo a universalização do serviço público de saneamento

básico com serviços e produtos de qualidade e com continuidade e abrange os serviços de

abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem das águas pluviais, limpeza

urbana e manejo dos resíduos sólidos.

O Plano foi elaborado com base nas diretrizes da Lei Federal no 11.445/2007, marco

regulatório do Saneamento, que define a obrigatoriedade de todos os municípios na

elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, e consistiu na elaboração do

diagnóstico da situação atual e do plano de programas e ações em saneamento para os

próximos 20 anos.

1. DADOS GERAIS

A aquisição das informações básicas foi dividida em inspeção de campo e coleta

dos dados, a partir dos quais foi elaborado o diagnóstico da realidade do município.

A inspeção de campo percorreu toda a área urbana para a identificação dos

serviços de saneamento básico oferecidos pelo município. Além de consultas aos técnicos

e funcionários responsáveis pela operação dos serviços de abastecimento de água,

limpeza pública e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais.

Além disso, foram coletados dados referentes à população existente, área de

planejamento, cadastros municipais, projetos e estudos existentes, Plano Diretor, situação

dos sistemas de saneamento básico do município, instrumentos públicos de gestão

aplicáveis à área (leis, decretos, códigos, etc.). Além de dados para a elaboração da

caracterização geral do município que permitirão a contextualização das principais

variáveis.

Os planos, códigos e estudos existentes que serviram de subsídio para o

diagnóstico da realidade existente e para a elaboração do PSBM estão relacionados a

seguir:

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- Plano Diretor Participativo de Bombinhas (2009);

- Leitura da Realidade – Plano Diretor Municipal de Bombinhas (2006);

- Geologia Ambiental: detalhamento geológico visando saneamento básico. Município de

Bombinhas, SC. 1º Parte. Relatório Final. Universidade do Estado de Santa Catarina –

UDESC (2003);

- Diagnóstico da Prestação de Serviços de Saneamento, Compreendendo os Sistemas de

Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário Existentes no Município de Bombinhas

(2008);

- Plano Diretor de Saneamento, Compreendendo os Sistemas de Abastecimento de Água

e Esgotamento Sanitário do Município de Bombinhas - SC (2009);

- Plano de Macrodrenagem (2009);

- Memorial Descritivo – Projeto da Área de Influência Imediata – SES Bombinhas (2001).

- Plano Municipal de Saúde;

- Plano Municipal de Assistência Social

1.1 LOCALIZAÇÃO

O Município de Bombinhas localiza-se no Litoral Norte do Estado de Santa Catarina,

a 60 km de Florianópolis, capital do Estado, e possui as seguintes coordenadas

geográficas:

- Latitude: 27º09’36” S;

- Longitude: 48º32’32” W.

O Município de Bombinhas possui uma área de 36,6 km², com os seguintes limites

territoriais:

- Ao norte, leste e sul com o Oceano Atlântico; e,

- Ao oeste com o município de Porto Belo.

1.2 ACESSIBILIDADE REGIONAL O acesso ao município de Bombinhas se dá por via terrestre através de rodovias,

que são de administração estadual e classificadas de “ligações e acesso”, conforme

Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes – DNIT e por vias de acesso

locais que interligam Porto Belo aos municípios vizinhos. São elas:

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- Rodovia SC 412 com 6,2 km da confluência da BR 101 até a Av. Governador

Celso Ramos, principal via de acesso ao Município de Porto Belo e posteriormente Av.

Leopoldo Zarling no Município de Bombinhas.

Existe projeto em elaboração pelo Governo do Estado de Santa Catarina para a

implantação de um segundo acesso para o município de Bombinhas, com objetivo de

desafogar a Av. Gov. Celso Ramos e o trânsito em toda a região na alta temporada de

verão, desviando os veículos que seguem para Bombinhas na rotatória do bairro Perequê.

Nas proximidades do município existem dois aeroportos, um em Navegantes, cerca

de 60 km do centro de Bombinhas e o Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em

Florianópolis, cerca de 66 km ao sul (Fonte: Leitura da Realidade, 2006).

1.3 ASPECTOS AMBIENTAIS

1.3.1 - Clima

O clima da região caracteriza-se por apresentar moderadas amplitudes térmicas

anuais (8,9ºC).

O clima do município, segundo Köppen, classifica-se como mesotérmico úmido, sem

estação seca, com verões quentes, apresentando uma temperatura média anual de

20,5ºC.

O total de insolação anual gira em torno de 1.800 horas/ano. A temperatura média

de janeiro varia em torno de 25ºC, enquanto a temperatura média de julho é de

aproximadamente 15ºC.

As precipitações giram em torno de 1.600 mm/ano, sendo que o número de dias

com chuvas no ano fica entre 100 e 110, sendo o município que recebe o menor volume de

precipitações na região da AMFRI – Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí-Açu.

Os meses menos chuvosos correspondem ao inverno e os mais chuvosos ao verão. A

umidade relativa do ar anual está em torno de 85%.

1.3.2 - Geologia

O município de Bombinhas está localizado numa península cuja formação

geográfica é rara em todo litoral brasileiro. Na paisagem natural formada pelos

compartimentos do Embasamento Cristalino e das Planícies Quaternárias, podemos

encontrar praias, ilhas, promontórios, enseadas, restingas, e remanescentes florestais.

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1.3.3 - Geomorfologia

A geomorfologia do Município de Bombinhas, como observam Ayala, Marimon e

Benedet (2003), em seu estudo sobre a Geologia Ambiental e o detalhamento geológico do

município, resultou das oscilações do nível do mar que ocorreram no período conhecido

como Quaternário. O município era formada por diversas ilhas, elevações de rocha

cristalina isoladas, que hoje são nomeadas de Morro dos Macacos, Morro de Zimbros,

Morro do Ventura e Morro da Galheta. Com as várias oscilações marinhas (regressão e

transgressão do nível do mar) dos últimos 1,5 milhão de ano houve o depósito de

sedimentos a partir das atividades erosivas e construtivas, reunindo as ilhas e formando

planícies sedimentares (Figura 09), como Mariscal, Zimbros, Bombas e Bombinhas,

(AYALA, MARIMON, e BENEDET apud SUGUIO, 2003) que hoje são intensamente

ocupadas.

Essa dinâmica dos processos costeiros aliados ao nível do mar individualizaram um

promontório avançado pelo mar, cercado pelas enseadas de Zimbros e de Mariscal, “que

caracteriza essa porção da costa catarinense e serve de cartão postal do município”

(AYALA, MARIMON e BENEDET, 2003). Essas planícies são geologicamente muito

recentes, aproximadamente 18 mil anos, quando ocorreu a ultima glaciação, que aliada a

processos marinhos e eólicos consolidaram sua formação. De acordo com Polette (2001),

o Município de Bombinhas fica localizado na única península do Sul do Brasil.1

A Unidade Geomorfológica Planícies Costeira Quaternária (ATLAS DE SANTA

CATARINA, 1986), apresenta ao longo de toda sua extensão no Estado de Santa Catarina,

diversificada configuração de relevo, ocorrendo penínsulas, pontais, enseadas, e baias,

entre os quais se desenvolvem baixadas litorâneas descontínuas e planícies arenosas que

abrigam inúmeras praias. A unidade geomorfológica das Serras do Leste Catarinense

(ATLAS DE SANTA CATARINA, 1986), o embasamento Pré-Cambriano agora unido pelas

planícies, avança sobre o oceano, formando a partir desses prolongamentos uma costa

altamente recortada e com altos promontórios rochosos. Essa característica pode ser

observada no litoral catarinense desde os extremo norte até o cabo de Santa Marta.

(HOEFEL apud AYALA, MARIMON e BENEDET, 2003).

1Península é uma porção de terra cercada quase completamente pelas águas oceânicas, sendo ligada ao continente por uma estreita faixa de terra chamada de istmo (POLETTE, 2001).

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Essa configuração geomorfológica dá origem a ambientes onde se estabelecem

formações vegetais bastante heterogêneas de significativa riqueza e diversidade. Na

cobertura vegetal coexistem originalmente a Floresta Ombrófila Densa, nas elevações e

nas encostas e as Formações Pioneiras, como Manguezais (formações pioneiras com

influência fluviomarinha) e Restingas (formações pioneiras com influência marinha), nas

praias, dunas frontais e costões até as áreas mais interiorizadas das planícies marinhas.

1.3.4 - Hidrografia

Bombinhas está inserida na Região Hidrográfica Atlântico Sul (figura 1) que se

destaca por abrigar um expressivo contingente populacional, pelo desenvolvimento

econômico e por sua importância para o turismo.

A Região Hidrográfica Atlântico Sul se inicia ao norte, próximo à divisa dos estados

de São Paulo e Paraná, e se estende até o arroio Chuí, ao sul. Possui uma área total de

185.856 Km², o equivalente a 2% do País.

Abrangendo porções dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a

região tem cerca de 11,6 milhões de habitantes, sendo que 85 % estão localizados na área

urbana.

Figura 1 - Região hidrográfica Atlântico Sul

Fonte: www.ana.gov.br

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Bacia do Rio Tijucas

No estado de Santa Catarina (figuras 2 e 3), o município está localizado na bacia do

Rio Tijucas, que por sua vez está inserida na vertente do atlântico, região hidrográfica 08.

Figura 2- Regiões hidrográficas de Santa Catarina

Fonte: Bacias Hidrográficas do Estado de Santa Catarina - Diagnóstico Geral - Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente - Secretaria de Recursos Hídricos

Figura 3 – Bacias hidrográficas de Santa Catarina

Fonte: Bacias Hidrográficas do Estado de Santa Catarina - Diagnóstico Geral - Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente - Secretaria de Recursos Hídricos

A BHRT é formada por 13 municípios (Angelina, Biguaçú, Bombinhas, Canelinha,

Governador Celso Ramos, Itapema, Leoberto Leal, Major Gercino, Nova Trento, Porto

Belo, Rancho Queimado, São João Batista, Tijucas) que possuem três realidades

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16

sócioantropológicas identificadas devido às características geográficas, culturais,

econômicas e ambientais dessas regiões conforme apresentado na tabela 1 e ilustrado na

figura 4, que permitem estratificar a bacia em Baixo (BVRT), Médio (MVRT) e Alto Vale do

Rio Tijucas (AVRT) (SANTOS,2009).

Tabela 1- Estratificação da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas em regiões.

Fonte: Santos, 2009.

Região Município Características Geográficas

Características Ambientais

Características Culturais

Características Econômicas

Baixo Vale

do Rio Tijucas (BVRT)

Biguaçu

Região de Zona Costeira

Ecossistemas costeiros

Colonização açoriana com presença de

cultura característica.

Turismo de veraneio.

Bens e serviços. Pesca artesanal.

Bombinhas Gov. Celso

Ramos Itapema

Porto Belo Tijucas

Médio Vale

do Rio Tijucas (BVRT)

Canelinha

Região de Interior

Predomínio de Mata Atlântica

Colonização italiana com presença de

cultura característica.

Pólo industrial (calçado e

cerâmica). Turismo religioso. Produtos

coloniais. Agricultura.

Nova Trento

São João Batista

Alto Vale

do Rio Tijucas (BVRT)

Angelina

Região Serrana

Predomínio de Mata Atlântica

com remanescentes de Florestas de

Araucárias

Colonização alemã com

presença de cultura

característica.

Predominantemente agrícola.

Agricultura familiar e/ou orgânica.

Turismo de inverno, ecoturismo e turismo rural.

Leoberto Leal

Major Gercino

Rancho Queimado

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Figura 4 - Mapa político da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas e divisão regional.

Fonte: Santos, 2009.

De acordo com Santos (2009), a BHRT é uma bacia predominantemente rural com a

presença de aspectos culturais coloniais regionalizados e agricultura familiar desenvolvidas

em pequenas e médias propriedades (Figura 8). As culturas mais comuns são: a)

Maracujá, arroz e fumo no BVRT; b) Uva, cebola e fumo no MVRT e; c) Morango, cebola,

cebolinha, fumo e tomate no AVRT.

Ainda segundo Santos (2009), as regiões da Bacia do Rio Tijucas podem ser

caracterizadas da seguinte forma:

- Baixo Vale do Rio Tijucas: abrange os municípios de Itapema, Porto Belo,

Bombinhas, Tijucas, Governador Celso Ramos e Biguaçú, que possuem características

urbanas, com fortes oscilações no número de habitantes devido à alta temporada dos

meses de verão. Observam-se problemas de degradação que estão relacionados com a

concentração populacional, com o turismo desordenado e a imigração de famílias de

outros estados e países para se estabelecerem na região.

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18

- Médio Vale do Rio Tijucas: composto pelos municípios centrais da bacia,

Canelinha, São João Batista e Nova Trento, são caracterizados pela forte expansão

industrial das últimas décadas, porém os traços agrícolas ainda permanecem e, no caso de

Nova Trento, a cultura Italiana com fabricação de produtos coloniais e turismo religioso

contribui fortemente para uma caracterização única. Seus problemas ambientais são

resultantes da Indústria Calçadista e das Indústrias de Artefatos de Cerâmica, tais como

tijolos e telhas (Cerâmicas Vermelhas), além da extração mineral e do aumento de

visitantes para o turismo religioso, causando poluição e degradação dos recursos naturais.

Tanto a indústria quanto o turismo não possuem um plano de desenvolvimento que

considere a bacia hidrográfica como unidade de planejamento.

- Alto Vale do Rio Tijucas: abrangendo Angelina, Major Gercino, Leoberto Leal e

Rancho Queimado, cujas altitudes atingem 1.200 metros acima do nível do mar, sua

característica predominante é o ambiente rural e o ar da serra. Os municípios são rurais,

as famílias possuem pequenas e médias propriedades e vivem basicamente da agricultura

e do turismo rural, nessa região existem muitos remanescentes de Florestas de

Araucárias.

Nesta região, observa-se o desmatamento e reflorestamento com espécies exóticas,

principalmente o Pinus e, em alguns casos verifica-se, inclusive, o desmatamento de

vegetação nativa para o plantio desta espécie, sendo este o principal problema ambiental.

Outro problema localizado é a exploração imobiliária visando à implantação de

condomínios rurais, hotéis e pousadas do tipo fazenda. Tais empreendimentos não

possuem Planos de Desenvolvimento da área utilizada e na maioria das vezes fazem uso

inadequado dos recursos naturais, como o desvio de cursos d’água, supressão da

vegetação em Área de Preservação Permanente (APP), poluição devido à falta de

saneamento básico, etc.

De acordo com o Panorama dos Recursos Hídricos de SC, de 2007, elaborado pela

Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável, a demanda de água por atividade

econômica na Bacia do Rio Tijucas é apresentada no gráfico a seguir.

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Figura 5 - Gráfico da demanda de água por atividade econômica na Bacia do Rio Tijucas.

Fonte: Panorama dos Recursos Hídricos de Santa Catarina, 2007.

Bacias Hidrográficas de Bombinhas

São identificadas, no município de Bombinhas seis bacias hidrográficas principais,

aqui denominadas BH1, BH2, BH3, BH4, BH5 e BH6. A delimitação destas bacias é

apresentada na figura a seguir.

Figura 6 – Bacias hidrográficas do município de Bombinhas.

1.3.5 - Unidades de Conservação

O Município possui três Unidades de Conservação:

64%18%

13%

3% 2%

Demanda de Água por atividade econômica - Bacia do Rio Tijucas

Irrigação (2004)

Industrial (2002)

Demanda Urbana (2000)Dessedentação Animal (2000)

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Parque da Galheta – Localizado na porção mais ao Norte do Município de

Bombinhas, nos morros da porção extrema da península de Bombas. O parque apresenta

paisagens de altíssima qualidade e faz divisa com áreas já loteadas.

Parque do Morro dos Macacos – Localizado no final da planície de Mariscal/Canto

Grande (Tômbolo). Tem como finalidade conservar e proteger a região do Morro dos

Macacos e Ilha do Amendoim/Macuco

Área de Relevante Interesse Ecológico ARIE (costões de Zimbros) – Localizado

na porção mais ao sul do Município, tem como finalidade conservar e proteger a região dos

Morros e Costões de Zimbros.

1.3.6 Balneabilidade

A balneabilidade favorável das praias é fator primordial para o desenvolvimento

turístico de Bombinhas. A FATMA (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina) realiza

a análise de 8 (oito) pontos no município de Bombinhas a cada mês, estes pontos são os

seguintes:

Tabela 2 - Pontos analisados para a balneabilidade.

Fonte: FATMA,2010.

Segundo relatório divulgado pela FATMA em janeiro deste ano, três pontos do

município são considerados críticos no que diz respeito à balneabilidade, considerando

que as análises de balneabilidade realizadas pela Fundação nos últimos 7 anos (de

1/11/2002 à 11/12/2009) apresentaram os seguintes percentuais de impropriedade:

Pontos de Balneabilidade de Bombinhas

Rua Vereador Manoel dos Santos, 1149

Frente à Rua Martin Pescador

Av Água Marinha, 3244

Extrema direita da praia

Rua Ariramba. à esquerda do Riacho

Canto Direito da Praia

Frente à Rua Castanheta

Canto Esquerdo (Baia de Zimbros)

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Tabela 3 - Porcentagem de Impropriedade de balneabilidade das praias do município PONTO PORCENTAGEM DE IMPROPRIEDADE

Praia do Canto Grande, canto esquerdo (Baia de Zimbros)

50%

Praia de Bombas, extrema direita da praia 66,67% Praia de Bombinhas, canto direito da praia 100%

Fonte: FATMA,2010.

1.4 HISTÓRICO

O município de Bombinhas localiza-se no litoral norte de Santa Catarina, é parte do

que se denomina Costa Esmeralda (Bombinhas, Porto Belo e Itapema) e está completando

18 anos de emancipação político – administrativa.

Bombinhas vem cumprindo neste período, independentemente da cor partidária dos

dirigentes municipais, o objetivo a que se propôs quando do movimento pela emancipação:

o de organizar e incrementar o Turismo, que já despontava como vocação econômica do

lugar. Nos últimos anos a população do município mais que dobrou: de cerca de seis mil

habitantes passou a quase quinze mil habitantes. O Bairro que teve maior aumento de

população nesses anos foi o da Praia de Bombas, devido ao acesso fácil e sua grande

área territorial.

No gráfico da figura 7, nota-se que desde sua desvinculação do município de Porto

Belo, ocorrida em 1992, o crescimento populacional de Bombinhas ocorre de maneira

acentuada, devendo manter a mesma intensidade nas próximas décadas. Segundo o IBGE

na contagem da população realizada em 2007 a população residente de Bombinhas era de

12.456 habitantes e a população residente estimada para 2009 era de 13.695 habitantes.

Figura 7 - População Bombinhas de 1996 a 2009.

0

2000400060008000

10000120001400016000

1996 2000 2009

Hab

itant

es

Ano

População de Bombinhas

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22

Os resultados do Censo 2010 ainda não foram oficialmente divulgados, mas através

de dados obtidos junto à equipe recenseadora no Município de Bombinhas, a população do

município no ano de 2010 é de 14.223 habitantes.

Nas últimas quatro décadas, a densidade demográfica do município tem sido

incrementada, especialmente se considerarmos que o município se torna cada vez mais

um pólo de migração, devido ao incremento na diversidade da economia localizada na

região.

A população flutuante cresce em um ritmo ainda mais acelerado que a população

residente. Segundo a SANTUR – Santa Catarina Turismo S.A., no ano de 2002 Bombinhas

recebeu 54.359 turistas que geraram uma receita de 9.500.079,28 dólares. Já em 2004,

foram 137.734 turistas a gerar uma receita de 27.992.329,86 dólares. Em 2006 tivemos

151.573 turistas com uma receita de 42.551.976,93 dólares e a projeção da SANTUR para

2008 foi de 126.804 turistas gerando uma receita de 49.111.266,65 dólares. Esses dados

(figuras 8 e 9) mostram claramente a importância e o crescimento do setor no município.

Figura 8 - Movimentos de turistas de 2002, 2004, 2006 e 2008.

020000400006000080000

100000120000140000160000

2002 2004 2006 2008

No.

de

turi

stas

Ano

Movimento estimado de turistas

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Figura 9 - Receita em dólar de 2002, 2004, 2006 e 2008

Os dados fornecidos pela CELESC relativos à quantidade de faturas emitidas nos

últimos anos, conforme ilustrados na figura 10 mostram que em janeiro de 1996 eram

5.509 faturas de luz, em janeiro do ano 2000 foram emitidas 7.749 faturas e em janeiro de

2009 esse número subiu para 12.703 faturas.

Figura 10 - Números de faturas Celesc de 1996, 2000 e 2009

Comparando esses números com os dados sobre a população residente, percebe-

se que os dois gráficos (figura 11) possuem uma curva bastante semelhante: existe uma

tendência de uma fatura de luz para cada habitante, dado este que não corresponde à

realidade. Considerando o número médio de pessoas por família (cinco pessoas) e

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

40.000.000

50.000.000

2002 2004 2006 2008

Rec

eita

(U$)

Ano

Receita estimada em dólar

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

1996 2000 2009

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24

multiplicando esse número pela quantidade de faturas de luz teremos em janeiro de 2009 a

capacidade de luz instalada para uma população de 63.515 pessoas.

Figura 11 - Crescimento populacional e das Faturas de Luz (Celesc)

Levando em consideração a quantidade de turistas estimada pela SANTUR, que é

em torno de 130 a 140 mil turistas durante os dois meses de verão, teremos algo em torno

de 60 a 70 mil turistas/mês. Considerando que a taxa média de permanência desses

turistas é de 10 dias, chegaremos a uma população média hospedada em Bombinhas de

cerca de 40 a 50 mil. Somando a esta população de turistas a população residente,

teremos uma ocupação de imóveis em Bombinhas em torno 65 a 75 mil pessoas.

1.5 PROJEÇÃO POPULACIONAL

Com base na projeção populacional realizada pela empresa SanHidro no ano de

2005, para o Estudo de Crescimento Demográfico para o SES de Bombinhas, e com base

nos dados do CENSO 2010 do IBGE, obteve-se a população inicial (ano de 2010)

residente e flutuante, e a população final (ano de 2030) com base nas seguintes equações:

População Residente – projeção polinomial:

951204,036734267915,371764069387,9 222 RxxY

População Flutuante – projeção linear:

79329,03769894,3270601528515,167 22 RxY

De acordo com o estudo realizado pela empresa, essas duas projeções foram as

que melhor representaram a realidade do município de Bombinhas.

A população inicial residente utilizada foi de 14.223 habitantes, resultado preliminar

da contagem do Censo 2010, no entanto bem próximo do valor real, uma vez que apenas

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

1996 2000 2009

faturas de luz

população

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25

22 domicílios não puderam ser recenseados por não ter sido encontrado ninguém na

residência.

O cálculo da população flutuante (população temporária em época de veraneio) foi

realizado em função do número de domicílios, obtido através do Censo 2010. Conforme

tabela a seguir:

Tabela 4 - Número de Domicílios

USO Número de domicílios

Ocupado 4.599

Uso ocasional 5.495

Vago 3.709

Fechado 22 TOTAL 13.825

Fonte: Censo 2010

De acordo com o IBGE, os domicílios são classificados como:

Domicílio Ocupado - quando, na data de referência, o domicílio particular

(permanente ou improvisado) estava ocupado por moradores e foi realizada a entrevista.

Domicílio Fechado - quando, na data de referência, o domicílio particular

permanente estava ocupado, porém seus moradores, durante todo o período da coleta,

estavam temporariamente ausentes. No caso de recusa de prestação de informações,

após todas as tentativas de obtenção da entrevista, o domicílio também foi classificado

como fechado.

Domicílio Vago - quando o domicílio particular permanente não tinha morador na

data de referência.

Domicílio de Uso Ocasional - quando, na data de referência, o domicílio particular

permanente servia ocasionalmente de moradia, ou seja, era o domicílio usado para

descanso de fins de semana, férias ou outro fim, mesmo que, na data de referência, seus

ocupantes ocasionais estivessem presentes.

De acordo com o CENSO 2010, a taxa de ocupação nos domicílios da população

residente é de 3,1 hab/domicílio. Para se obter a população flutuante, admitiu-se uma taxa

de ocupação 40% maior nos domicílios de uso ocasional, vagos e fechados.

Somou-se a isso, a estimativa de leitos disponíveis nos meios de hospedagem

(hotéis, pousadas e residenciais) do Município de acordo com dados da Secretaria de

Turismo de Bombinhas, já que na contagem feita pelo Censo, os estabelecimentos

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26

classificados como hotéis ou pousadas só foram contabilizados nos casos em que no local

havia morador fixo.

Segundo informações disponibilizadas pela Secretaria de Turismo do Município, o

Inventário Turístico para o Plano Estratégico de Marketing Turístico Integrado realizado em

2007 pelo IFES em um contrato com a AMFRI, Bombinhas possui atualmente cerca de

7500 leitos disponíveis.

De acordo com a Secretaria de Turismo, a AMFRI desenvolverá novo inventário

turístico no município de Bombinhas, que deverá ser concluído no próximo ano.

Sendo assim, a população atual flutuante foi obtida através da seguinte equação:

LTDDDP OFVOF )(

750034,4)2237095495( FP

pessoasPF 47540

Onde:

PF: População Flutuante;

DO: Domicílios de Uso Ocasional;

DV: Domicílios Vagos;

DF: Domicílios Fechados;

TO: Taxa de Ocupação (4,34);

L: número de leitos de hospedagem.

Outra maneira de se estimar a população flutuante foi realizada através das

medições de pesagem do lixo domiciliar coletado no Município pela empresa Proactiva até

outubro deste ano, conforme tabela a seguir.

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Tabela 5 - Medições de lixo domiciliar coletado em 2010.

Mês Pesagem (kg)

JANEIRO 1.803.690 FEVEREIRO 1.366.600 MARÇO 779.240 ABRIL 500.090 MAIO 399.190 JUNHO 371.810 JULHO 370.320 AGOSTO 374.478 SETEMBRO 433.530 OUTUBRO 452.830 NOVEMBRO DEZEMBRO

TOTAL 6.851.778

Fonte: Departamento de Saneamento.

Para o cálculo, primeiro obteve-se a geração de lixo per capita para a população

residente, considerando-se para isso a média da quantidade de lixo produzido nos meses

de maio a agosto, que são os meses da mais baixa temporada. Sendo assim, para a

população de 14.223 habitantes, a média de geração de lixo per capita é de 0,87

kg/hab.dia.

Aplicando essa geração per capita à quantidade de lixo produzido no mês de janeiro

(mês que representa a população máxima flutuante), obtém-se a estimativa da média da

população total no Município neste mês, em torno de 54.815 pessoas.

Numa análise mais crítica, se considerarmos apenas a primeira quinzena de janeiro,

em que segundo a Proactiva foram coletados 980.340 quilos de resíduos, a população total

estimada é o equivalente a 56.860 pessoas. Desconsiderando-se aí a população residente,

através desta estimativa a população flutuante na primeira quinzena de janeiro de 2010 era

de 42.637 pessoas.

Sendo assim, a estimativa com base nos dados do IBGE, se aproxima da estimativa

com base em dados da coleta do lixo.

Considerando a situação mais crítica, adotou-se a população flutuante inicial com

base nas estimativas a partir dos dados do IBGE.

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Tabela 6 - Projeção populacional para o Município de Bombinhas.

ANO

PROJEÇÃO POPULACIONAL População Residente

População Flutuante

População Total

(hab) % a.a. (hab) % a.a. (hab) % a.a. 0 2010 14223 4,84 47540 3,42 61763 3,80 1 2011 14899 4,75 49114 3,31 64013 3,64 2 2012 15595 4,67 50686 3,20 66281 3,54 3 2013 16311 4,59 52258 3,10 68569 3,45 4 2014 17047 4,51 53831 3,01 70878 3,37 5 2015 17803 4,43 55403 2,92 73206 3,28 6 2016 18578 4,35 56977 2,84 75555 3,21 7 2017 19372 4,27 58550 2,76 77922 3,13 8 2018 20186 4,20 60125 2,69 80311 3,07 9 2019 21020 4,13 61701 2,62 82721 3,00

10 2020 21874 4,06 63275 2,55 85149 2,94 11 2021 22747 3,99 64851 2,49 87598 2,88 12 2022 23639 3,92 66427 2,43 90066 2,82 13 2023 24552 3,86 68002 2,37 92554 2,76 14 2024 25483 3,79 69573 2,31 95056 2,70 15 2025 26434 3,73 71146 2,26 97580 2,66 16 2026 27405 3,67 72719 2,21 100124 2,61 17 2027 28395 3,61 74290 2,16 102685 2,56 18 2028 29406 3,56 75865 2,12 105271 2,52 19 2029 30436 3,50 77436 2,07 107872 2,47 20 2030 31487 3,45 79008 2,03 110495 2,43

1.6 DADOS POPULACIONAIS

Tabela 7 - População por Faixa Etária (2009).

Sexo <1 1 -4 5- 9 10- 14 15- 19 20- 29 30- 39 40- 49 50- 59 60- 69 70- 79

Masc. 91 409 586 592 648 1261 1145 998 716 295 154

Fem. 87 384 549 581 598 1100 1167 1049 688 312 163

TOTAL 178 793 1135 1173 2361 2.044 2312 2047 1404 607 317

Fonte: MS/SE/DATASUS

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Figura 12 - Pirâmide etária de Bombinhas.

De acordo com os censos demográficos, contagem populacional, e projeções

fornecidas pelo IBGE, a densidade demográfica de Bombinhas a cada ano a partir de 2002

é apresentada abaixo:

2000 – 233 habitantes por km²;

2001 – 246 habitantes por km²;

2002 – 255 habitantes por km²;

2003 – 266 habitantes por km²;

2004 - 287 habitantes por km²;

2005 – 301 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;

2006 – 315 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;

2007 – 330 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;

2008 – 345 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;

2009 – 362 Habitantes / Km² projetada c/ taxa anual de crescimento de 10,3%;

Bombinhas tem atualmente dez escolas municipais e duas escolas estaduais. As

escolas municipais recebem alunos na pré-escola e ensino fundamental. Nos meses de

verão em algumas dessas escolas funcionam creches. As escolas estaduais oferecem

cursos de educação fundamental e ensino médio, sendo que em uma delas funciona

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30

desde 2006 o curso técnico de Turismo e Hospitalidade integrado ao ensino médio e na

outra temos o ensino fundamental nas séries iniciais funcionando em tempo integral.

Tabela 8 - Nível de ensino escolar municipal em Bombinhas.

ESCOLAS MUNICIPAIS Pré-Escola 1º Grau 2º Grau TOTAL

Pré-Escolar Pequeno Príncipe Sim Sim Não 1

Escola Manoel José da Silva Não Sim Não 1

CEI Sítio do pica pau amarelo Sim Não Não 1

CEI Arco-Íris Sim Não Não 1

CEI Escolar Peter Pan Sim Não Não 1

CEI Cantinho da Felicidade Sim Não Não 1

CEI Profª Débora de Santana Sim Não Não 1

Escola Básica Manoel Eduardo Mafra Não Sim Não 1

Escola Básica Edith Willecke Sim Sim Não 1

Escola Básica Dona Dilma Mafra Sim Sim Não 1

TOTAL 10

Tabela 9 - Nível de ensino escolar estadual em Bombinhas. ESCOLAS ESTADUAIS PRÉ-ESCOLA 1º GRAU MÉDIO TOTAL E.E.B.PREF. LEOPOLDO J.

GUERREIRO

NÃO SIM SIM 01

E.E.B.MARIA RITA FLOR NÃO SIM SIM 01

TOTAL - - - 02

Tabela 10 - Número de matrículas do município.

Ano 1997 2000 2009

Dependência Estadual Municipal Estadual Municipal Estadual Municipal

Creche parcial 00 00 00 00 00 67

Creche integral 00 00 00 00 00 231

Pré escola parcial 00 00 00 378 00 426 Ensino Fund. anos

iniciais parcial 00 00 392 374 121 843 Ensino Fund. anos

iniciais integral 00 00 00 00 87 00 Ensino Fund. anos

finais parcial 00 00 500 228 561 420 Ensino Médio

parcial 00 00 273 00 298 00

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31

Ensino Médio Integral 00 00 00 00 180 00

EJA ensino fundamental 00 00 00 00 00 77

EJA ensino médio 00 00 00 00 00 133

Total 687 679 1.165 980 1.247 2.197

Total geral 1.366 2.145 3.444 Fonte: INEP- Censo Escolar- Consulta a matrículas.

Figura 13 - Número de matrículas de 1997, 2000 e 2009.

Figura 14 - Crescimento populacional e número de matrículas.

0500

1000150020002500300035004000

1997 2000 2009

Número de matrículas

Número de matrículas

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

18000

20000

1997 2000 2009

população

matriculas

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32

Tabela 11 - Indicadores de mortalidade - Grupo de causas - Óbitos e taxa por 100.000 habitantes.

Grupo de Causa

2006 2007 2008

Óbitos Taxa

Óbitos Taxa

Óbitos Taxas

Algumas doenças infecciosas e parasitárias

1 8,58 3 24,79 1 7,55

Causas externas 9 77,19 7 57,83 13 98,18 Doenças do aparelho circulatório 16 137,23 12 94,14 21 158,60

Causas mal definidas 4 34,31 4 33,05 5 37,76 Neoplasias 9 77,19 9 74,36 15 113,28

TOTAL 39 35 55

Fonte: MS/Sala de Situação em Saúde

Nesses anos houve também um aumento significativo da quantidade de

equipamentos turísticos em Bombinhas. Embora não haja dados oficiais sobre o assunto,

pode-se constatar em uma breve consulta à internet, que o número de hotéis e

principalmente de pequenas e médias pousadas cresceu significativamente. Outros

equipamentos, como bares, restaurantes, lojas comerciais em geral, imobiliárias e todos os

demais setores voltados ao Turismo também tiveram grande crescimento nos últimos

anos.

Conseqüentemente, a oferta de empregos vem crescendo neste ramo de atividade.

Por outro lado, a qualificação da mão de obra para esta área é praticamente inexistente no

município. Isso gera uma situação em que existe a oferta de postos de trabalho de um lado

e de outro, uma grande quantidade de mão de obra desempregada, mas impossibilitada de

ocupar as vagas existentes.

A EEB Maria Rita Flor, de Bombas, através de levantamento informal com alunos

formandos e cursando o Ensino Médio em 2003 e 2004 no município (aproximadamente

100 alunos/ano concluem o Ensino Médio) constatou que mais da metade destes alunos

não tinham condições de cursar o Ensino Superior. Eles iam, portanto, para o mercado de

trabalho, ocupar cargos que não exigem formação profissional, enquanto as vagas que

exigem uma maior qualificação e oferecem melhores salários, eram preenchidas por

pessoas vindas de outros municípios onde já existem esses cursos.

Frente a esta realidade e no ensejo de contribuir para a mudança de tal quadro, a

Direção da escola entrou em contato com o COMTUR – Conselho Municipal de Turismo e,

através dele, com a Associação de Pousadas e Hotéis de Bombinhas e demais entidades

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33

que o compõe e encontrou uma boa receptividade na implantação de cursos que ajudem a

mudar esta realidade.

A administração municipal estima que existam no município atualmente cerca de

450 estabelecimentos de hospedagem. A grande maioria é composta por médias e

pequenas pousadas, administradas pelos proprietários e suas famílias, com o auxílio de

alguns funcionários. A Associação de Pousadas e Hotéis de Bombinhas aponta que há

necessidade de mão de obra especializada para estes estabelecimentos e garante que a

possibilidade de colocação da grande maioria desta mão de obra qualificada é imediata.

A Associação de Amigos e Moradores da Praia de Bombas, através de sua

presidente, realizou pesquisa junto aos alunos do Ensino Médio da rede estadual de

ensino em 2005 e constatou que 80% destes alunos trabalhavam em atividades ligadas ao

turismo, sendo que 26% trabalhava o ano todo e 55% trabalhava apenas durante os meses

de verão. Essa mesma pesquisa levantou que mais de 50% dos entrevistados gostaria de

ter a oportunidade de fazer um curso que lhes desse a possibilidade de trabalhar na área

de turismo, sendo mais bem remunerados por possuírem uma qualificação profissional.

Bombinhas vive hoje um paradoxo. O paraíso formado por belas praias,

emolduradas pelo verde da Mata Atlântica, pelas águas cristalinas do mar, pelo povo

tranqüilo e hospitaleiro, pela pesca artesanal que persiste até os dias de hoje e pela

tranqüilidade do lugar, se contradiz quando do trabalho exaustivo durante dois ou três

meses do ano, durante os quais o município é literalmente invadido por uma população

dez vezes maior que a habitual, que causa transtornos de todos os tipos.

Para aqueles que investiram no município, fica a angústia de ter um

capital relativamente alto investido, com um retorno que deixa a desejar, devido a todos

esses meses de falta de alternativa de utilização do mesmo. Já para os que sobrevivem do

seu trabalho, fica a angústia do mesmo não existir na maioria dos meses do ano e nos

poucos meses em que há abundância de oferta de trabalho, existe também uma

abundância de mão de obra desqualificada disputando essas vagas, o que cria um

mercado que remunera mal e na maioria das vezes não oferece os direitos da legislação

trabalhista.

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34

1.7 DIAGNÓSTICO SÓCIO - ECONÔMICO DO MUNICÍPIO DE BOMBINHAS

1.7.1 - A Expansão Urbana e a Atividade Turística

O município de Bombinhas, mesmo sendo considerado um distrito, chegou a

década de 70 com uma infra-estrutura básica bastante precária até para atender a

pequena demanda das vilas de pescadores que formavam o contingente local. Para Kohl

(2006), o município de Bombinhas recebia menos atenção do poder publico por que este

concentrava a maior parte dos recursos disponíveis para investimentos na área do centro e

de duas adjacências, pois Porto Belo era mais desenvolvida e com uma demanda maior, e

já começava a receber veranistas que eram o reflexo das transformações ocorridas na

economia catarinense e nacional, com a ascensão industrial que acabou por dar origem a

uma classe abastada que começava a praticar lazer no litoral catarinense (GOURLARTI

FILHO, 2002). Outra razão que contribuiu para atrasar o desenvolvimento é o relativo

isolamento geográfico do qual o município de Bombinhas se encontra do centro de Porto

Belo, pois a ligação se dava por vias de difícil acesso que atravessam continuações das

Serras do Leste Catarinense, do Embasamento Cristalino. É só na década de 80 que a

pressão populacional faz surgir uma maior preocupação com a infra-estrutura local, como a

instalação de iluminação publica nas principais vias e tratamento de água nas áreas mais

populosas, com encanamentos diretos.

Esse ritmo de crescimento só foi alterado a partir da década de 1980, com a

intensificação da ocupação e o surgimento dos primeiros loteamentos em Bombinhas.

Entretanto, o processo que deu origem a essa transformação iniciou-se, segundo

Lombardo e Casella (1997), a partir das décadas de 1940 – 1950 com o advento da

industrialização e as políticas para a integração do território brasileiro, seguindo um modelo

de favorecimento das indústrias automobilísticas, através da pavimentação e construção

de rodovias. Os reflexos destes dois processos combinados foram, primeiramente, o

aumento do consumo e em seguida uma intensa urbanização nas décadas que se

seguiram. O aumento do poder de compra da classe média que está concentrada nos

grandes centros urbanos industriais possibilita que esse contingente adquira terrenos ou

imóveis para segunda residência ou recreação, com isso a classe média brasileira passa a

desfrutar de serviços turísticos que antes eram exclusivos das elites (SANTOS JUNIOR

apud SOLHA, 2006). De acordo com Assis (2003), o direito ao tempo livre e de lazer é uma

das grandes conquistas do mundo do trabalho, na modernidade, e com a metropolização

das cidades esses espaços que possibilitavam a recreação e o “encontro com a natureza”

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35

foram ficando escassos obrigando o homem urbano a se distanciar das áreas centrais em

busca do reencontro da natureza e do uso do tempo livre para “aliviar os estresses

cotidianos”.

Acompanhando as mudanças em trânsito na economia nacional e também regional,

a ocupação da região intensificou-se a partir da década de 1970, principalmente, com a

construção da rodovia BR-101, uma estrada de grande fluxo que acompanha o traçado do

litoral. A rodovia viabilizou melhorias no acesso e na logística do escoamento da produção

econômica desta região, quando há a emergência do capital industrial e o intuito de se

integrar à região ao mercado nacional.

Em Bombinhas, os primeiros loteamentos destinados a “segunda residência” para

fins de recreação ocorreram em Bombas, promovidos por investidores de Blumenau e

Itajaí. Os lotes foram sendo oferecidos aos moradores das cidades vizinhas, mais

especificamente Itajaí, Blumenau e Joinville, a fim de que adquirissem uma “casa de praia”

ainda que os municípios próximos fossem igualmente litorâneos, porém alguns sem grande

potencial turístico.

No período que compreende o fim da década de 80 e início da década de 90 a

região começou a receber mais investimentos, principalmente logo após a emancipação

política. É notável que muitas estruturas e melhorias urbanas foram implantadas durante

essa época, tais como rede telefônica em quase todos os bairros, sistema de esgoto

(mesmo que ainda não esteja completo), água canalizada em praticamente todo o

município e também a pavimentação do principal acesso, facilitando e agilizando a entrada

de veículos motorizados ao local.

A ligação da península com a ampla estrutura de transporte terrestre restringe-se à

entrada via BR-101 ou as ruas oriundas da conurbação entre Porto Belo e o município

vizinho de Itapema. O principal acesso de Bombinhas é a rodovia estadual SC- 412,

pavimentada em 1995, que se inicia na BR-101, atravessa Porto Belo e termina em

Bombas e o segundo é uma estrada de chão somente transitável por carros com tração,

embora exista um projeto em andamento para a pavimentação da mesma.

A evolução urbana do município deu-se de forma um tanto “espontânea, derivou-se

principalmente das forças do mercado”, mais especificamente pelo desenvolvimento da

atividade turística, não se notando alguma evolução dirigida ou planificada, a não ser a

própria emancipação do município. Os recursos naturais foram utilizados como atrativos

turísticos, mas pouco se percebe quanto ao desenvolvimento de atividades e mecanismos

que auxiliem na conservação dos mesmos.

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36

Atualmente, o município prioriza o turismo como importante atividade

socioeconômica e o espaço territorial vêm se dedicando e especializando, neste setor,

organizando as estruturas em função da exploração econômica desse potencial

descoberto. A potencialidade turística do município vem se tornando notória, pois mesmo

sem propagandas por parte do poder publico municipal, a cidade consta, desde 2002, na

lista das “10 melhores praias do Brasil” elaborada pela Revista Viagem e Turismo,

alcançando sua melhor posição (4º lugar), em 2009, a frente de praias como Copacabana

– RJ e sendo a primeira entre as duas citadas no Sul do Brasil. De acordo com a revista,

a escolha é feita através dos votos de leitores e usuários do portal da mesma na Internet.

1.7.2 - Consequências da Urbanização

Como vimos anteriormente, Bombinhas passou por um intenso processo de

urbanização, principalmente durante a última década do século XX, após a emancipação.

A ocupação da área foi intensificada com a implantação de novos loteamentos e a

construção de edifícios e casas de segunda residência, influenciados pelo fenômeno

turístico, que acabou por gerar especulação imobiliária. Segundo Santos Júnior (2006), a

especulação imobiliária se caracteriza por ser um mercado altamente lucrativo, em que os

investimentos e benfeitorias na terra são um caminho seguro “para a preservação do

capital acumulado pelos proprietários dos meios de produção e a consequente ampliação

do capital-dinheiro através da expropriação da renda fundiária”.

Como a atividade turística, nos últimos anos, vem se desenvolvendo com rapidez,

percebe-se, no caso de Bombinhas, que “o turismo e o mercado imobiliário são duas

grandes atividades em áreas que são cada vez mais requisitadas, não só na temporada de

verão onde o número de moradores cresce expressivamente, mas durante o ano todo”

(Santos Junior apud Cobaia, 2006). Nota-se, então, que o uso turístico do espaço envolve

um complexo conjunto de elementos que transforma a organização sócio-espacial original

submetendo nestes processos condicionantes “exógenos e/ou endógenos”.

De acordo com a leitura técnica realizada pela empresa Omar Akel (1993), a

indefinição de um perímetro urbano contribuiu para o surgimento de loteamentos e

desmembramentos em locais inadequados sem estrutura urbana e provocaram,

inicialmente, uma ocupação rarefeita e desordenada. Além disso, a excessiva liberdade em

aprovar os novos loteamentos acarretou na descontinuidade da rede viária e na falta de

espaços preservados para equipamentos públicos e áreas de recreação coletiva, segundo

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37

dados de 1985 levantados pelo Plano Diretor de Porto Belo, entre um total de 15.000 lotes

aprovados haviam sido preservados 2% da área para uso público.

Tabela 12 - Movimento Estimado de Turistas em Bombinhas/SC.

Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

No de

turistas 131.486 54.359 95.555 137.734 164.030 151.573 120.802 126.804

Fonte: Demanda Turística Santur.

É nesse contexto de especulação e aquecimento da atividade imobiliária devido aos

loteamentos que vai se consolidar o turismo de segundas residências e construção de

moradias destinada à locação durante o período da temporada de veraneio, sendo esse

um dos efeitos mais impactantes para a paisagem, provocado pela atividade turística no

município. Dados fornecidos pela Celesc (2009) apontam que dos 10.813 consumidores da

rede classificados como residenciais, 5.506 são veranistas e esses dados são reafirmados

pela análise das faixas de consumo em diferentes períodos do ano (alta e baixa

temporada) e também através do Estudo da Demanda Turística para o Município de

Bombinhas (tabela 8), realizado pela Santur anualmente. O relatório de 2008 mostra que

dos 126.804 turistas que visitaram os municípios 62,41% se hospedaram em imóvel

próprio ou em casa/apartamento alugado contra 23, 37% que optaram por se acomodar

em hotéis ou pousadas.

Tabela 13 - Principais meios de hospedagem utilizados em Bombinhas/SC. (%)

Tipo de hospedagem Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Imóvel alugado 49,86 42,03 47,23 51,22 51,69 49,74 40,52 45,82

Hotel/Pousada 19,57 24,31 24,07 28,89 26,96 23,37 37,14 21,21

Imóvel próprio 9,12 16,73 10,74 4,69 3,82 10,02 7,79 16,59

Casa amigo/parente 16,09 10,51 12,96 7,88 8,54 13,01 7,54 4,74

Camping 3,69 6,03 5,00 7,32 6,52 3,69 5,71 7,11

Albergues/hospedaria 0,27 0,39 ------ ----- 2,47 0,17 1,30 5,53

Total 100 100 100 100 100 100 100 100

Fonte: Demanda Turística Santur.

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38

Segundo Assis (2003), a renda é uma questão fundamental para a análise das

segundas residências, pois “define quem pode possuir, além do domicílio permanente

(primeira residência) outro domicílio destinado ao lazer de finais de semana e das

temporadas de férias.” (ASSIS, 2003, p. 112). Para o autor, a segunda residência

pressupõe uma renda excedente, pois é necessário arcar com os custos do terreno, da

construção e também de um meio de transporte para deslocar-se até esse destino durante

a temporada de férias, portanto a segunda residência é um símbolo de status social sendo

característico da classe alta, e na grande maioria, média.

Embora a principal finalidade das segundas residências seja a busca da recreação e

o aproveitamento do tempo livre, estas moradias representam para os seus proprietários

um investimento seguro e rentável e um meio de acumular capital investindo em terras, e

também um meio de ampliação do capital dinheiro através da apropriação da renda

fundiária tanto pela valorização da propriedade a partir de elementos como localização e

infra-estrutura quanto pela cobrança de aluguel do imóvel, pois muitos proprietários alugam

suas segundas residências para outros turistas. (ASSIS, 2003).

As segundas residências são os alojamentos turísticos de 17% dos que visitaram

Bombinhas no verão de 2008 (SANTUR, 2009). Mesmo que esta porcentagem represente

um expressivo impacto no espaço urbano do município, são os imóveis alugados, que

aparecem como meio de hospedagem mais procurado entre os turistas, (45,8% em 2008 e

chegando a 51,6% em 2004) os que causam as maiores mudanças na organização

espacial e ainda levando-se em conta a reduzida extensão territorial do município.

A construção de imóveis uni ou multifamiliares, com finalidade de aluguel, visam

atender, quase exclusivamente, a crescente demanda dos meses de alta temporada de

veraneio, ficando fechadas e sem função de moradia durante a maior parte do ano. Os

fenômenos das segundas residências e dos imóveis para aluguel ocorrem de forma distinta

e fragmentada no espaço urbano de Bombinhas, tendo áreas bem demarcadas em alguns

bairros, como, por exemplo, Mariscal, Canto Grande e Quatro Ilhas, que concentram

unidades unifamiliares de alto padrão, características das segundas moradias, enquanto os

bairros de Bombas e o Centro são mais urbanizados, verticalizados e com presença mais

marcante na paisagem de edifícios multifamiliares, principalmente nas áreas próximas ao

mar.

O adensamento da população e das áreas construídas concentra-se em áreas

próximas ao mar e já atinge as encostas de morros, proximidades de córregos e até

mesmo o entorno de manguezais, já que a área existente para comercialização de lotes

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39

residenciais e comerciais é relativamente escassa. Na grande maioria dos casos, a

paisagem edificada adotou suas formas e características a partir da topografia da região.

As áreas planas ficam mais próximas ao mar, sendo que foram ocupadas primeiramente.

As conseqüências do aumento do número de segundas residências e imóveis para

locação em Bombinhas estão fortemente ligadas à expansão da urbanização e a

especulação imobiliária em função das atividades turísticas que se desenvolveram no

município nas duas ultima décadas. Também, comum em todo território brasileiro, a

valorização financeira dos lotes causa ao desalojamento das formas de ocupação

tradicionais anteriores, como a pesca e a agricultura, pois tem incentivado a venda de

propriedades pelos habitantes “nativos” e cuja atividade sócio econômica tradicional não se

insere nas perspectivas de desenvolvimento da realidade local.

Essa ocupação, que não foi amparada por um plano diretor especifico, que

atendesse as particularidades históricas e naturais da região em favor de um ordenamento

adequado do uso do solo, trouxe efeitos negativos para os mais diversos setores da

sociedade e ambiente local, como a decadência da qualidade ambiental, carência de infra-

estrutura, entre outros, que comprometem a qualidade ambiental da península, inclusive

como destino turístico.

A pesca artesanal, apesar de representar uma fonte de renda para muitas famílias e

ser considerada a base da economia municipal, já estava em franca decadência por volta

da década de 1980, principalmente em razão do advento e especialização da pesca

industrial, praticada por barcos em alto mar, enquanto os pescadores tradicionais usam

pequenos barcos e não se afastam da costa, capturando apenas os cardumes que se

aproximam da praia, como as tainhas. A competição com os barcos industriais, mais a falta

de incentivos governamentais para a manutenção da atividade já eram fatores bastante

prejudiciais. O fenômeno da urbanização juntou-se a esse grupo de fatores à medida que

consome os espaços onde a atividade é realizada, como os terrenos próximos na orla da

praia, que passam a ter um alto valor imobiliário, pois são lugares privilegiados para a

construção de segundas residências, hotéis e pousadas. Além de ocupar as áreas que

tradicionalmente eram territórios da pesca tradicional, a urbanização compromete esses

ambientes, poluindo e aterrando mangues, poluindo os rios e afluentes com esgoto

doméstico, etc.

A exploração da atividade turística resultou na diminuição das áreas naturais

próximas a orla, principalmente, nas praias mais externas, como podemos notar na

imagem da praia de Bombas (figuras 15 e 16), onde a ocupação avança sobre a restinga,

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40

“causando a ‘privatização’ da orla marítima pela construção civil”. Outros exemplos desse

tipo de ocupação irregular ocorrem nas praias do Centro, em Canto Grande, em Morrinhos

e também em Zimbros. A alta temporada, devido ao grande número de turistas,

desencadeia problemas que denotam a falta de infra-estrutura urbana para atender a alta

demanda dos meses de verão, entre eles o trafego intenso, os congestionamentos, falta de

água ou energia elétrica, aumento da violência e da ocorrência de assaltos, alta

concentração de pessoas nas praias, aumento do valor dos serviços e produtos e a

insuficiência dos serviços de limpeza urbana.

Figura 15 - Bairros Bombas e José Amândio em 1982.

Autor: Milton Russo. Data: Out/1982

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41

Figura 16 - Bairros Bombas e José Amândio em 2003.

Fonte: Imagem do Google Earth. Data: 31 de Março de 2003.

A maior procura por serviços e infra-estrutura devido ao crescimento demográfico na

região tem promovido o aumento do custo de vida durante o ano todo e de acordo com

Coutinho (1999), Bombinhas, após a emancipação, teve um aumento de 72% nas tarifas

de imposto territorial urbano, o que encareceu o custo de vida no município e teve como

conseqüência direta a aprovação de projetos de expansão e ocupação urbana.

Conforme dados de Nemetz, em 1998, somente 30% da população contavam com

um sistema individual de tratamento adequado do esgoto, sendo a maioria fossa e

sumidouro, em 2004 mais de 70% das casas contavam com algum sistema de esgoto.

Desde 1976, a FATMA monitora a balneabilidade das praias do litoral catarinense

(tabela 9), sendo feito um controle mais efetivo nos meses de alta temporada,

caracterizados em Santa Catarina pela maior procura pelas praias. Segundo Nemetz

(2004), é nesse período que, historicamente, é observado pelas análises da FATMA, uma

maior degradação da balneabilidade das praias, em função do aumento da quantidade de

resíduos que são lançados no meio ambiente. Além da questão ambiental, o tema

preocupa em razão da influência que exerce na saúde publica e também no turismo. Para

Nemetz, Esse fenômeno tem como principal característica a relação direta entre a capacidade

de suporte da praia e o número de usuários; ou seja, o problema fica evidenciado

nos locais em que ocorre proporcionalmente um maior afluxo de veranistas, onde a

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42

deterioração da qualidade de balneabilidade compete com a capacidade, dos

sistemas naturais e mecânicos, de depuração da água. (NEMETZ, 2004)

Tabela 14 - Condições das águas salinas de Bombinhas/SC nas décadas de 80, 90, 2000 e 2009.

Ano 1980 1990 2000 2009

Própria 72,55% 87,71% 56,25% 45,35%

Imprópria 27,45% 9,52% 6,25% 15%

Própria com restrições ---- 4,76% 37,5% 30,65%

Adaptado de: Nemetz, 2004.

Houve, portanto, uma significativa diminuição na qualidade das águas salinas e um

aumento considerável de águas salinas impróprias temporariamente (durante o período de

veraneio). O ponto de coleta localizado na foz de alguns dos rios do município como o

Passa Vinte, que deságua na ponta direita da praia de Bombas, tendem a apresentar os

piores resultados entre as demais amostras, já que o seu curso, assim como dos seus

afluentes, está sujeito a todo tipo de dejetos depositados e esgotos clandestinos

despejados, além de construções junto a margem, sem observar os 30 metros exigidos na

Resolução do CONAMA (004/85), uma vez que o município possui uma legislação

específica para a ocupação próximo as margens.

Apesar de todos os impactos negativos, a urbanização fortemente atrelada a

atividade turística, contribuíram para o aumento da qualidade de vida dos habitantes locais

e até mesmo da preservação dos recursos naturais. Hillesheim (2006) cita os seguintes

impactos positivos observados: aumento da estrutura básica como comércio em geral,

escolas, mercados, farmácias, Corpo de Bombeiros, agências bancárias, etc; ampliação e

melhoria da malha viária municipal; significativo aumento da infra-estrutura turística: hotéis,

pousadas, campings, agências, transportadoras, bares, restaurantes, gerando novas

fontes de renda; criação de três unidades de conservação: Parque Municipal do Morro dos

Macacos; Parque Municipal da Galheta e Área de Relevante Interesse Ecológico da

Costeira de Zimbros; aumento do nível de organização da sociedade civil, com o

surgimento de inúmeras associações de bairro, organizações não governamentais,

associação empresarial, etc.

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43

1.7.3 - Grupos de Interesse Social

A exclusão de determinados grupos sociais do espaço urbano se dá em diversas

etapas, à medida que o município expande a área urbana. Essas etapas foram

identificadas por Fonseca e Costa (2004), as quais são: refuncionalização do espaço,

produção imobiliária, privatização do espaço publico e a degradação sócio espacial.

Segundo os autores as particularidades e a identidade de cada um dos agentes se

expressa no território à medida que a exclusão social ganha forma no território.

A refuncionalização do espaço é a primeira forma de segregação sócio-espacial que

ocorreu no caso do município de Bombinhas, e está relacionada com a substituição das

atividades nos espaços antes ocupados pela pesca e agricultura pelas segundas

residências e empreendimentos voltados para a atividade turística. Nos primeiros

momentos em que houve a venda dos terrenos próximos a praia, mais cobiçados pelos

investidores e construtores, os moradores tradicionais do município permutavam essas

propriedades por veículos ou até mesmo gado bovino, que eram bens mais valorizados

segundo os padrões de vida locais, já que um terreno na praia não era útil para as lavouras

enquanto uma vaca era fonte de alimentação e renda para as famílias. Rosane

Luchtenberg afirma que essa facilidade que os investidores tiveram ao negociar as terras

com os moradores “nativos” se deve, principalmente, a condição simples em que os

mesmos viviam. Outro elemento facilitador, de acordo com a entrevistada, foi a aculturação

sofrida pelos moradores locais no contato com os turistas, que começavam a frequentar as

praias, e mais tarde com os novos moradores atraídos pelo rápido crescimento. Com isso,

há o vislumbre da possibilidade de inclusão no processo, da obtenção de lucro e da

ascensão social. Então, os próprios moradores tradicionais foram agentes na

descaracterização da cultura local.

Segundo Veras (2007), no litoral catarinense os pescadores estão espacialmente

distribuídos em ambientes estuarinos e lagunares, sendo responsáveis por 45% do total da

captura de peixes e 85% dos crustáceos com uma produção de 20 a 30 mil toneladas até

1984. A partir da década de 80, houve uma decadência na atividade e a produção caiu

para 12 mil toneladas anuais. Como já vimos anteriormente, o colapso da pesca artesanal

vem ocorrendo, por conta de uma serie de fatores como: a industrialização pesqueira, o

aumento da urbanização nessas áreas ocupando o espaço da pesca artesanal, e também,

a falta de programas de incentivo governamental para a atividade. O fenômeno de

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44

urbanização sem o devido planejamento tem ocupado ou comprometido (poluição) áreas

importantes para o equilíbrio do ecossistema marinho, como mangues.

De acordo com diagnóstico realizado pela Agenda 21 Local, o perfil do pescador

artesanal que atua em Bombinhas é formado por moradores nativos da península (90%)

que aprenderam a função na juventude, ainda crianças, com os familiares e por este

motivo justificam não ter completado o ensino fundamental2, pois o envolvimento precoce

nas atividades pesqueiras comprometia os resultados escolares, o que desestimulava os

jovens a continuar frequentando as aulas.

O estudo averiguou ainda que a pesca da tainha é uma atividade tradicional e

geradora de renda para as famílias. A Agenda 21 Local (VERAS, 2007) fez um

levantamento a cerca dos conflitos que se estabelecem em função da atividade, no período

de maio a agosto, como os pesca dos cardumes pelos pescadores que trabalham

embarcados; a competição entre os pescadores da orla pela captura dos peixes que se

aproximam da praia; e o conflito pelo uso do espaço da praia, uma vez que fica proibida a

prática de esportes e o acendimento das luzes (quando houver) na orla, pois os

pescadores acreditam que tais atividades interferem negativamente na pesca,

prejudicando a utilização da faixa de areia pelo turista. Porém, a atividade gera renda para

grande parte das famílias nativas, que mantém a atividade tradicional.

O mercado consumidor do pescado capturado pelos pescadores tradicionais do

município é composto basicamente por hotéis, pousadas, restaurantes e pela população

em geral, denotando a ligação entre a atividade turística e a produção pesqueira (VERAS,

2007). Ainda, de acordo com o Diagnóstico da Agenda 21, a grande maioria dos

pescadores entrevistados desenvolve outra atividade para complementar a renda. Entre as

principais atividades estão o cultivo de marisco na Enseada de Zimbros e os passeios de

barco durante a temporada de verão. Outras atividades citadas são: o rendimento a partir

do aluguel de imóveis, taxista, pesca industrial, etc.

A produção imobiliária é outro fator que determina a segregação de certos grupos

no espaço urbano. Com a chegada em massa dos turistas, a partir dos anos de 1993 e

1994, e o chamado “boom” da construção civil, com os condomínios, pousadas e hotéis

houve uma supervalorização fundiária, em que os lotes passaram de R$ 20.000,00 para

R$ 150.000,00 em pouco mais de 10 anos. Com o crescente aumento no numero de

turistas e consequentemente dos postos de trabalho, o município de Bombinhas 2 De acordo com a Agenda 21, 100% dos entrevistados não têm o ensino fundamental completo.

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45

transformou-se num pólo de atração populacional, registrando taxas de até 10% de

crescimento ao ano (IBGE, vários anos). Todo esse contingente populacional que serve

como mão-de-obra na construção civil, no comércio, nos hotéis e restaurante locais estava,

na maioria das vezes, impossibilitado de adquirir um imóvel nas áreas mais nobres,

próximas a orla, com a infra-estrutura urbana mais bem instalada, e iam fixando-se nos

terrenos de custo mais baixo e menos urbanizados, como no Bairro José Amândio, que até

meados de 1994 não contava com a instalação completa da rede de energia elétrica.

Essas áreas eram preteridas pelos produtores imobiliários que tinham como alvo

preferencial os turistas e investidores.

Diretamente relacionada à produção imobiliária está a privatização do espaço

publico, pois podemos observar nas praias de Bombas, Morrinhos, Canto Grande e Centro

que a construção de hotéis e segundas residências praticamente na faixa de areia,

privatizaram a paisagem natural, reservando-a de certa maneira para que poucos

desfrutem dessas amenidades.

Existem outros problemas que contribuem para a segregação espacial, entre eles os

problemas ambientais e os de ordem social, como trafico de drogas, falta de ocupação e

opção para os jovens na baixa temporada, aumento do numero de assaltos, encarecimento

dos serviços. Segundo a leitura comunitária do Plano Diretor (2006), há uma carência por

uma política habitacional de caráter social para a população carente, pois segundo a

Assistência Social do município (2006) existem 168 casas em situação precária,

localizadas principalmente no bairro José Amândio, sendo sete delas construídas com

material reaproveitado.

A população migrante e tradicional não se encontra completamente excluída do

processo de urbanização, pois estão inseridos neste espaço enquanto mão-de-obra

essencial para a manutenção das atividades econômicas que dão suporte a essa

urbanização. E essa população também se beneficia da infra-estrutura instalada, como

estradas, energia elétrica, etc.

1.7.4 - Diagnóstico da Situação Habitacional do Município de Bombinhas

Como parte integrante da elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse

Social (PLHIS) contratado pela Prefeitura Municipal a ser realizado pelo Laboratório

Cidade Sociedade (UFSC) através da FEESC (Fundação de Ensino e Engenharia de

Santa Catarina), foram identificadas, quanti e qualificadas as necessidades habitacionais

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46

do Município, como forma de possibilitar condições de decisão e planejamento no

processo de construção do PLHIS. A seguir, são relacionadas algumas informações

contidas em tal diagnóstico e que são relevantes para a elaboração do Plano de

Saneamento.

A pesquisa utilizou uma base de dados sobre as características e utilização dos

domicílios do município que faz parte do “Cadastro Único para Programas Sociais” do

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, utilizado pela Secretaria de

Assistência Social da Prefeitura Municipal de Bombinhas. Esse cadastro fornece dados

dos domicílios quanto: ao tipo de localidade; situação da propriedade; tipo de domicílio;

número de cômodos; tipo de construção; tipo do abastecimento de água; tratamento de

água; tipo de iluminação; escoamento sanitário; destino do lixo e quantidades de pessoas

no domicílio.

Segundo o diagnóstico, a quantidade de Cadastro Único no município para

programas sociais do Governo Federal é apresentada na tabela e gráfico a seguir.

Tabela 15 - Cadastro Único para Programas Sociais, 2010.

Bairro Cadastros %

José Amândio 180 29,1

Bombas 165 26,7

Zimbros 89 14,4

Canto Grande 64 10,3

Sertãozinho 52 8,4

Centro 33 5,3

Mariscal 24 3,9

Morrinhos 9 1,4

Quatro Ilhas 2 0,3

TOTAL 618 100 Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas

Disponível em PLHIS.

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47

Figura 17 - Cadastro Único para Programas Sociais - 2010.

Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas Disponível em PLHIS.

Os domicílios precários foram identificados diretamente pela equipe técnica, em

trabalhos de campo percorrendo todas as ruas de todos os bairros da área do município.

Os domicílios classificados como precários foram observados pela equipe técnica

considerando; domicílios construídos com material de rejeito ou impróprio; domicílios

inacabados já habitados; domicílios construídos com material deteriorado; domicílios

danificados; domicílios construídos com materiais não duráveis e ou improvisados.

Tabela 16 - Domicílios precários, Ruas sem pavimentação e Ruas sem drenagem por bairro

Bairro Domicílios Precários

% TC Ruas sem pavimentação

%TBP Ruas sem drenagem

% TBP

José Amândio 49 28 46 93,3 46 93,3 Bombas 32 18,3 28 87,5 29 90,6 Zimbros 27 15,4 19 70,0 25 92,6 Canto Grande 15 8,6 14 93,3 14 93,3 Sertãozinho 19 10,9 18 94,5 19 100,0 Centro 10 5,7 6 60,0 6 60,0 Mariscal 15 8,6 14 93,3 14 93,3 Morrinhos 7 4 3 42,3 5 71,5 Quatro Ilhas 1 0,6 0 0,0 0 0,0 TOTAL 175 100 148 84,5 158 90,3

Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas Disponível em PLHIS.

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48

Figura 18 - Domicílios precários.

Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas Disponível em PLHIS.

Para compor o estudo da situação habitacional do Município foram realizadas

reuniões comunitárias para possibilitar à população, a participação efetiva na composição

desse estudo.

As informações pertinentes ao saneamento discutidas nas reuniões são

apresentadas nas tabelas a seguir.

Tabela 17 - Reuniões comunitárias - déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes,

forma de abastecimento de água. Bairro Rede

pública Poço ou nascente

Zimbros 1a 2a Sertãozinho 1a 2a Centro 1a 2a Quatro Ilhas 1a 2a Morrinhos 1a 2a Mariscal 1a 2a Canto Grande 1a 2a Bombas 2a 1a José Amândio 2a 1a

Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas Disponível em PLHIS.

0

10

20

30

40

50

DOMICÍLIOS PRECÁRIOS

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49

Tabela 18 - Reuniões comunitárias - déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes, forma de destinação do lixo.

Bairro Domiciliar Caixa comunitária Queimado Enterrado

Despejado a céu aberto

Zimbros 1a Sertãozinho 1a 2a

Centro 1a Quatro Ilhas 1a

Morrinhos 1a Mariscal 1a 2a

Canto Grande 1a 2a Bombas 1a 2a 3a

José Amândio 1a 2a 3a

Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas Disponível em PLHIS.

Tabela 19- Reuniões comunitárias - déficit habitacional qualitativo: domicílios permanentes, forma escoamento do esgoto.

Bairro Rede esgoto

Fossa séptica

Fossa rudimentar

Rede pluvial

Rede rudimentar

ou vala

Despejado a céu aberto

Zimbros 1a 2a Sertãozinho 1a 2a 3a

Centro 1a 2a 3a Quatro Ilhas 1a 2a 3a

Morrinhos 1a 2a 3a Mariscal 1a 2a 2a 2a

Canto Grande 1a 2a 3a Bombas 2a 1a 3a

José Amândio 2a 1a 3a

Fonte: Secretaria de Assistência Social de Bombinhas Disponível em PLHIS.

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50

2. DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL 2.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) é quem atualmente

gerencia os sistemas existentes de abastecimento de água. O sistema de abastecimento

de água atende no município de Bombinhas, segundo dados da CASAN, conforme na

tabela 11, com referência no mês de abril de 2010, 6.287 ligações.

Tabela 20- Número de Ligações de Água.

Número de Ligações de Água - 2010

Ligações Domésticas 5.804

Ligações Comerciais 364

Ligações Públicas 69

Ligações Industriais 50

TOTAL 6.287

Fonte: CASAN/2010

Figura 19 - Consumo de água per capita durante o ano de 2009 em litros/habitante x dia

Fonte: CASAN/2010

Estes valores correspondem a um nível de atendimento à população de

aproximadamente 69% com sistema de abastecimento de água, considerando a população

residente e flutuante.

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51

Para uma cidade com as características de Bombinhas são esperados no mínimo

índices superiores a 90% em abastecimento de água, o que não ocorre na atualidade.

2.1.1 CARACTERISTICAS OPERACIONAIS SISTEMA PORTO BELO/BOMBINHAS

O Sistema de abastecimento de água de Bombinhas não é um sistema

independente, o mesmo recebe contribuições do Sistema do município de Porto Belo. Esse

sistema integrado é iniciado na Estação de Tratamento de Água de Porto Belo (figuras 17

e 18) que capta água do manancial superficial Rio Perequê.

Figura 20 – Estação de Recalque de Água Bruta (capitação no manancial)

Existe um fator preocupante em relação a este manancial devido à proximidade aos

arrozais da região. Os campos de produção de arroz represam indevidamente a água e

ainda despejam grande quantidade de agrotóxicos neste recurso hídrico. São feitas análise

neste manancial a cada 6 (seis) meses.

Outro problema encontrado nesse sistema integrado seria a dependência do

município de Bombinhas em relação à demanda do município de Porto Belo. Bombinhas é

o último município a ser atendido, ou seja, prioriza-se o abastecimento de Porto Belo.

A ETA Porto Belo possui uma vazão na alta temporada entre 140 a 150 l/s e na

baixa temporada entre 80 a 100 l/s. Não existe macromedidor na entrada de Bombinhas,

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52

mas estima-se que um pouco menos da metade da vazão é fornecido ao município. Esses

dados foram fornecidos pelos funcionários da Casan.

Figura 21 – Estação de Tratamento de Água Porto Belo

O sistema de tratamento da ETA de Porto Belo é do tipo convencional e se inicia

com a captação pela ERAB – Estação de Recalque de Água Bruta no Rio Perequê. Após a

captação a água bruta passa por um sistema de chicanas onde recebe o sulfato de

alumínio e é encaminhado para a lagoa de decantação (figura 19). Em seguida a água

decantada passa por filtros de fluxo descendente (figura 20) e após filtração é

encaminhada para os reservatórios e bombeada para abastecimento.

Figura 22 – Lagoa de decantação.

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53

Figura 23 – Filtros por fluxo descendente

A água tratada chega ao município de Bombinhas por uma adutora de 250 mm na

ERAT DIMAS (01) – Estação de Recalque de Água Tratada DIMAS (figura 21). Esta

estação possui 03 (três) bombas sendo uma reserva. Atualmente duas bombas estão em

funcionamento, incluindo a bomba reserva.

Figura 24 – Estação de Recalque de Água Bruta (ERAT DIMAS)

A água tratada segue por duas adutoras uma de 150 mm e outra de 125 mm aos

dois reservatórios R1 e R2 com volumes de 200 m³ e 150 m³ respectivamente, ambos

localizados no morro de Bombas. Depois por gravidade a água tratada segue com duas

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54

adutoras de 150 mm, uma para abastecimento dos Bairros de Bombas e Centro, e a outra

segue para o Bairro José Amândio. Ainda no Bairro de Bombas existe outra ERAT (02) que

conduz a água para o Centro, e no final da praia de Bombinhas existe uma pequena ERAT

(03) que recalca a água para casas e pousadas na região mais alta do município.

No bairro José Amândio, nas proximidades do escritório da Casan, a ERAT (04)

recebe água do bairro Bombas e encaminha por uma adutora de 250 mm para o bairro

Zimbros no reservatório apoiado, cilíndrico e de concreto armado R3 com volume de 200

m³. Em Zimbros ainda o volume de água é conduzido por adutora de 150 mm para o

reservatório R4 do tipo apoiado de forma cilíndrica e de concreto armado localizado no

bairro Canto Grande com volume de 250 m³.

Para o abastecimento do município de Bombinhas existe ainda uma estação de

tratamento de água no bairro de Zimbros (figura 22) com capacidade de tratamento de 20

l/s, porém opera em média com 15 l/s na alta temporada e em média 12 l/s na baixa

temporada. A figura 23 apresenta os valores para a vazão do sistema de Zimbros em litros

por segundo a cada mês do ano de 2009.

Figura 25 - Vazão média mensal da ETA de Zimbro em litros/segundo no ano de 2009.

Fonte: CASAN/2009

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55

Figura 26 – Estação de Tratamento de Água de Zimbros

Esta estação recebe as águas advindas do manancial superficial Rio da Lagoa

através de uma adutora de água bruta de 250 mm. A captação de água bruta no rio da

Lagoa é realizada cerca de 500 metros a montante da sua Foz na Enseada de Zimbros. No

local da captação foi executada uma barragem de nível. A adutora de água bruta

encaminha a água captada a ETA Zimbros por gravidade e possui 1.830 metros de

extensão em tubos de PVC-DE FOFO no diâmetro de 250 mm. A Estação de Tratamento

de Água é compacta pré-fabricada em aço, do tipo clarificador de contato (Filtro Russo –

figura 23).

Os gráficos a seguir apresentam dados sobre a ETA Zimbros (fonte Casan/2009).

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56

Figura 27 - Período de funcionamento da ETA Zimbros em horas/dia

Fonte: CASAN/2009

Figura 28- Filtros de fluxo ascendente

Há uma adutora de água tratada por recalque, entre a ETA Zimbros e o reservatório

R3, com 370 metros de extensão em tubos de ferro fundido dúctil, nos diâmetros de 150

mm (100 metros) e 250 mm (270 metros). E também desta ETA a água tratada é

encaminhada para o reservatório R4 em Canto Grande. Ainda próximo a ETA de Zimbros

existe um reservatório R5 do tipo elevado que possui 100 m³.

Quanto à reservação, as unidades existentes não suprem esta condição. Existem

cinco reservatórios que juntos somam 900 m³. Há ainda um reservatório de 2.000 m³ já

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57

construído que atualmente está desativado por decisão judicial. Mesmo ativando este

reservatório ainda seriam necessárias implantações de novas unidades.

Para a análise da qualidade de água da ETA Zimbros, a CASAN selecionou 5

pontos de coleta. O primeiro ponto se localiza na saída do tratamento, e os demais são

pertencentes à rede de distribuição, onde são feitas as análises bacteriológicas de

coliformes totais e E.Coli e análises físico-químicas (pH, cor, turbidez, flúor e cloro residual

livre).

Os pontos de coleta são:

1. Rua Arara,108;

2. Rua Diamantino, s/n;

3. Rua Juruá, 670;

4. Rua Piraberaba. 70.

Com referência as análises realizadas pela Casan durante o ano de 2009, os

resultados das análises bacteriológicas foram em sua grande maioria satisfatórios,

somente no mês de Abril/2009 constatou-se a presença de Coliformes Totais em uma

amostra analisada, o mesmo ocorrendo no mês de Dezembro/2009 onde foram

encontrados coliformes em 4 (quatro) amostras e E.Coli em uma amostra num total de 247

(duzentas e quarenta e sete) amostras analisadas ao longo do ano.

Tabela 21- Número de Amostras fora dos parâmetros da Portaria 518.

NÚMERO DE AMOSTRAS POR MÊS FORA DOS PARÂMETROS DA PORTARIA 518

Mês Número de Amostra pH Cor Turbidez Cloro Res.

Janeiro 15 3 0 2 0

Fevereiro 25 3 7 7 0

Março 15 0 0 0 0

Abril 17 0 0 0 0

Maio 15 0 0 0 0

Junho 25 0 0 0 0

Julho 20 0 4 3 0

Agosto 20 0 6 4 0

Setembro 25 5 2 1 0

Outubro 20 0 2 1 0

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Novembro 25 0 2 0 0

Dezembro 25 0 9 0 0

Total 247 11 32 18 0

Bombinhas conta ainda com um sistema auxiliar de Poços Artesianos. O sistema

consiste na utilização de 5 poços, visando o aproveitamento das águas do lençol freático

do município. Os cinco poços utilizados atualmente correspondem a um incremento de

vazão de aproximadamente 10 l/s.

Em dois poços há tratamento, através de bombeamento conjunto e tratamento da

água com aeração (aerador de bandejas) e desinfecção, injetando diretamente a água

tratada na rede de distribuição. Nos demais poços não há tratamento.

O maior problema encontrado pela exploração desses poços é a falta de controle de

vazão e do nível do lençol freático. Existe ainda a dificuldade quanto à utilização destas

águas devido à salinidade e a alta concentração de ferro apresentadas. O alto teor de

salinidade torna imprópria a água para o consumo humano.

Já o ferro aparece principalmente em águas subterrâneas. Apesar de não se

constituir em um tóxico, traz diversos problemas para o abastecimento público de água,

pois confere cor e sabor à água, provocando manchas em roupas e utensílios sanitários.

Também traz o problema de depósitos em canalizações e de ferrobactérias, provocando a

contaminação biológica da água na própria rede de distribuição.

No município é muito comum o abastecimento individual por ponteiras para

complementar e auxiliar na deficiência de suprimento do abastecimento. Vale salientar que

não existe nenhum monitoramento da qualidade dessas águas.

Até o final do ano passado (2009), existia um loteamento no bairro Mariscal com

sistema próprio de distribuição através de captação de água subterrânea, que por

solicitação do Ministério Público foi parcialmente interligado a rede de distribuição da

Casan. Ainda existem aproximadamente 12 quadras que possuem sistema independente.

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59

Figura 29 - Esquema do Sistema de Abastecimento de Água de Bombinhas

Fonte: ANA – Agência Nacional de Águas

No município de Bombinhas existe o seguinte quadro de servidores: Tabela 22 - Relação de quantitativo de servidores lotados na Agência de Bombinhas.

Cargo Quantitativo Instalador Hidráulico Sanitário 2

Operador de ETA/ETE 1 Agente Administrativo operacional 6

Assistente administrativo 4

Para abastecimento deste município, outros profissionais atuam na regional de

Porto Belo, como descrito no quadro abaixo:

Tabela 23 - Relação de quantitativo de servidores lotados nas Agências de Bombinhas e Porto Belo

Cargo Quantitativo Instalador Hidráulico Sanitário 3

Operador de ETA/ETE 3 Agente Administrativo operacional 4

Assistente administrativo 5 Técnico em mecânica 1

Operador de equipamento pesado 1 Telefonista 1 Desenhista 1

2.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) é quem atualmente

gerencia o sistema existente de esgotamento sanitário.

A rede coletora de efluentes existente contempla somente o bairro Centro, o que

corresponde a um nível de atendimento de aproximadamente 16% da área urbanizada.

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60

Nos demais locais a população utiliza sistemas individuais para tratamento e

destinação dos efluentes domésticos, geralmente constituídos de fossa, filtro e sumidouro

ou vala de infiltração.

Nas regiões onde o terreno não oferece condições satisfatórias de infiltração, é

permitido o lançamento dos efluentes excedentes dos sumidouros nas galerias de águas

pluviais e de drenagem urbana. Estes condutos afluem aos pequenos cursos de água que

atravessam a área urbana, os quais, por sua vez, deságuam no mar através das praias.

Como não há garantia de manutenção adequada e limpeza periódica das fossas,

filtros anaeróbios ascendentes, sumidouros e/ou valas de infiltração, persiste a

possibilidade de comprometimento das condições sanitárias e, consequentemente, da

balneabilidade das praias existentes no município.

O sistema coletivo de esgotamento sanitário atende as ruas Vereador Manoel José

dos Santos, Cascudinho, Carapicu, Castanheta, Carapeva, Garoupeta, Anchova,

Linguado, Mafra, Tubarão, Miraguaia, Marlim, Linguado, Olhete, Merluza, Pampo, Pescada

Branca, Parati, Pirajica, Pescada Amarela, Pescada Cambucu, Piquira, Salmão, Pescada

Portuguesa, Jandaia, Ilha das Galés, Salema, Pirapitanga, Surubim, Tilápia, Tucunaré,

Garoupa, Tainha, Xarelete, Peixe Camboatá e Piquira.

De acordo com dados da CASAN de Abril de 2010, o sistema de esgotamento

sanitário conta com 659 ligações (a tabela a seguir, apresenta o número de ligações por

classe de economia), que atendem 2.369 economias.

Tabela 24 - Número de ligações prediais – 2010

Número de Ligações Prediais - 2010

Ligações Domésticas 533

Ligações Comerciais 114

Ligações Públicas 5

Ligações Industriais 7

Fonte: Casan/2010

Em abril deste ano, o Departamento de Saneamento da Prefeitura Municipal de

Bombinhas – SC juntamente com a CASAN, iniciou o programa de fiscalização dos

sistemas individuais de tratamento de esgoto, que são exigidos em todas as residências de

acordo com a Lei Municipal nº381/97 e das ligações domiciliares à rede coletora de esgoto

existente, com o objetivo de regularizar todas as ligações, eliminando possíveis

contribuições de água pluvial no sistema, além de verificar as condições de

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61

dimensionamento e operação das caixas de gordura, que tem como finalidade reter a

gordura do efluente, grande responsável por obstruções das tubulações e prejudicial ao

tratamento biológico.

Até o dia 19/11/2010, de acordo com a tabela a seguir, foram vistoriadas 310

ligações (32% do total de ligações), dentre as quais 173 (56%) estavam com o sistema de

acordo na primeira vistoria. Das restantes(137), que apresentaram alguma irregularidade e

foram devidamente intimadas, 65 já regularizaram a situação.

Tabela 25 - Vistorias realizadas nas ligações à rede de esgoto.

Vistoriadas De acordo Intimadas Retificadas após intimação

310 (47%) 173 137 65 Fonte: Departamento de Saneamento.

A fiscalização se estenderá a todas as 659 ligações à rede coletora.

2.2.1 CARACTERISTICAS OPERACIONAIS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO

SANITÁRIO

O sistema é composto por oito estações elevatórias com capacidade de recalque de

até 15 L/s que encaminham o esgoto coletado até a Estação de Tratamento de Esgoto

(ETE), localizada no bairro José Amândio.

Trata-se de um sistema de tratamento provisório e ainda não suficiente para um

atendimento com a qualidade esperada e de toda a população local. A ETE não possui

Licença Ambiental de Operação por estar locada em um terreno que está sob embargo do

IBAMA, para recuperação ambiental, onde nada poderia ser construído.

A ETE caracteriza-se por um processo de lodos ativados + lagoa de polimento com

posterior desinfecção do efluente tratado. A mesma dispõe de 7 zonas de aeração com

capacidade de 20 m3 cada (figura 24).

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62

Figura 30 - Tanques de aeração e decantadores.

O efluente tratado segue para uma lagoa de polimento (figura 25) para uma

posterior desinfecção com hipoclorito de sódio antes de ser lançado no corpo receptor.

Figura 31 - Lagoa de polimento.

A tabela a seguir apresenta o monitoramento da qualidade do efluente da Estação

no ano de 2009 divulgado pela CASAN, e o monitoramento da entrada e saída do sistema

realizado pelo Departamento de Saneamento do Município a partir de 2010.

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63

Tabela 26 - Dados de Monitoramento da Qualidade do Efluente da ETE. MONITORAMENTO ETE

MÊS pH DBO (mg/L O2) Coliformes termotolerantes (NmP/100ml)

ENTRADA SAÍDA ENTRADA SAÍDA % REMOÇÃO

ENTRADA SAÍDA % REMOÇÃO

2009 JANEIRO 6,95 6,95 230 117 49,13 3,80E+07 1 100

FEVEREIRO 7,21 6,87 165 - - 2,40E+08 10 100 MARÇO 6,75 6,8 45,3 23,4 48,34 4,80E+06 110 99,99 ABRIL 6,8 7,15 - - 1,90E+07 < 10,0 100 MAIO 7,36 7,4 36,4 61,2 - 1,30E+07 < 1,0 100

JUNHO 7,16 7,19 32 0,5 98,44 1,00E+08 < 10,0 100 JULHO 6,98 7,27 21,2 33,6 - 1,30E+07 < 1,0 100

AGOSTO 7,35 7,18 5 - 4,90E+06 < 1,0 100 SETEMBRO 6,51 6,55 40 37 7,50 1,00E+05 < 1,0 100

2010 JANEIRO - 7,8 - 25 - - < 100 -

FEVEREIRO 6,76 7,14 177 14 92,09 6,48E+06 < 100 MARÇO 6,82 7,64 412 99 75,97 2,42E+06 < 10 ABRIL 7,04 7,79 331 67 79,76 3,31E+06 < 100 MAIO 6,44 7,09 174 83 52,30 321x10

3 < 1000

AGOSTO 7,1 7,26 282,17 7,6 97,30 1,6x106 30

SETEMBRO 7,36 7,16 89,93 12,16 86,48 5x105 23x10

3

Com relação à eficiência de remoção da DBO, em uma análise da tabela acima é

possível constatar que no ano passado o sistema não se mostrou eficiente na remoção

deste parâmetro. Entretanto, segundo a CASAN, no ano passado ocorreram falhas na

metodologia de análise das amostras.

Os resultados das análises realizadas este ano pelo Departamento de Saneamento

da Prefeitura Municipal no Laboratório de Análises de Água do CTTMar, Univali,

mostraram que a Estação tem apresentado uma eficiência razoável na remoção da DBO,

uma vez que de acordo com a Resolução CONAMA 357 de 17 de março de 2005, o

lançamento de efluentes em rio de classe 3 é de no máximo 60 mg/L ou que a estação

consiga uma eficiência de tratamento de pelo menos 80%.

2.2.2 LEVANTAMENTO DOS PONTOS CRÍTICOS

Em saídas de campo realizadas pelos técnicos da Prefeitura, foram levantados

alguns pontos críticos com relação aos sistemas individuais de tratamento de esgotos.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

64

Na maioria dos bairros, os problemas encontrados nos sistemas de tratamento de

esgoto individual, estão relacionados ao tipo de solo, que em alguns lugares não é

adequado para a infiltração dos efluentes via vala de infiltração ou sumidouro. A figura a

seguir ilustra o lançamento irregular em via pública de efluentes, de um sistema sem

capacidade de infiltração, já que a edificação foi feita sobre terreno rochoso.

Figura 32 - Lançamento irregular de efluentes em via pública em Bombas.

Outro problema freqüente relacionado aos sistemas individuais é a localização em

terrenos saturados. De acordo com a NBR 13969: “Tanques sépticos – Unidade de

tratamento complementar e disposição final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e

operação”, não é recomendada a execução de valas de infiltração ou sumidouros em solos

saturados, pois o sistema não funciona adequadamente.

A densa ocupação do solo também é um agravante para a eficiência dos sistemas

individuais, devida a ultrapassagem do limite da capacidade de infiltração dos efluentes no

solo. Ainda de acordo com NBR 13969, o número máximo instalável de sistemas tanque

séptico – vala de infiltração deve ser limitado a 10 unidades/ha.

Outra questão se relaciona com a dificuldade de fiscalização da manutenção dos

sistemas individuais de tratamento existentes, uma vez que a falta de manutenção dos

sistemas acarreta na redução da eficiência do tratamento.

Existem também locais, onde os moradores não possuem condições financeiras de

executar e manter um sistema individual de tratamento de esgotos adequado. As figuras a

seguir ilustram as problemáticas levantadas.

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65

Em anexo, encontra-se o levantamento fotográfico da situação atual com relação à

problemática do esgotamento sanitário no Município.

Figura 33 - Afluente do Rio da Barra contaminado por lançamento irregular de esgoto – José

Amândio.

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66

Figura 34 - Afluente do Rio da Barra contaminado – José Amândio.

Figura 35 - Lançamento irregular de esgoto em Zimbros.

2.2.3 PROJETOS ELABORADOS

Projeto – Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) de Bombinhas

Elaboração: MPB SANEAMENTO S/C LTDA.

Situação: não executado

Proposta do Projeto

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67

Em 1996 foi elaborado pela empresa MPB Saneamento Ltda Projeto Básico de

Engenharia do Sistema de Esgotos Sanitários do Município de Bombinhas/SC, com

previsão de atendimento da demanda de água necessária até o ano de 2017.

O projeto foi dividido em duas etapas para implantação do sistema. A primeira etapa

teria início em 1997 e término em 2006 e a segunda iniciando em 2008 com término em

2017.

A solução técnica aprovada no Projeto Básico constituiu-se de Implantação de rede

coletora de esgotos não convencional, considerando a coleta de esgotos a nível

secundário e sistema de tratamento de esgoto constituído por aeração prolongada através

de valo de oxidação.

O Projeto Básico contempla 3 Zonas Sanitárias (do total de 6 levantadas no Estudo

de Concepção) sendo estas as de maior importância do ponto de vista de população a ser

atendida e relacionadas na seqüência:

Zona Sanitária 1

Compreende a região da Praia de Bombas com uma área de atendimento de 129,0

ha e população de 14.743 habitantes no final de Plano (2017).

Zona Sanitária 2

Compreendendo a região da Praia de Bombinhas com uma área de atendimento de

93,0 ha e população de 4.273 habitantes no final de plano (2017).

Zona Sanitária 3

Compreendendo a região da Praia de Zimbros com uma área de atendimento de

39,0 ha e população de 3.679 habitantes no final de plano (2017).

O sistema projetado possui duas unidades de tratamento preliminar, uma dos

esgotos provenientes dos caminhões limpa fossa, constituídos de cesto, caixa de areia e

caixa de gordura, e outra das águas residuárias provenientes da rede coletora de esgotos

secundários, instalados de forma preventivas, constituídos de canal de chegada,

gradeamento, caixa de areia, medidor de vazão e caixa de gordura.

O tratamento a nível secundário seria realizado pelo processo de aeração

prolongada, tipo valo de oxidação, incluindo decantador secundário e recirculação do lodo.

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68

A disposição final de esgotos prevista no projeto seria na Baia de Tijucas, por meio

de emissário submarino que constaria de canalização que transportaria o esgoto da costa

até o ponto de lançamento previamente determinado.

Projeto – Ampliação do SES de Bombinhas – Zona Sanitária 1

Elaboração: CASAN.

Situação: não executado

Proposta do Projeto

Em 2004, a CASAN elaborou o detalhamento, em nível de projeto final de

engenharia, da implantação de um sistema de esgotos sanitários para atender área parcial

na Praia de Bombas, mais especificamente, a área abrangida exclusivamente pela Av.

Leopoldo Zarling, paralela a praia de Bombas, que no Projeto Básico elaborado em 1996, é

denominada de “Zona Sanitária 1”. O projeto, entretanto, não foi executado.

2.3 SISTEMA DE DRENAGEM URBANA

Nas bacias hidrográficas do município, a captação das águas pode desaguar

diretamente nos mares através dos costões rochosos, ou percorrer as planícies litorâneas

que formam os rios e pequenos estuários nas suas desembocaduras e, nas cidades,

formam os Sistemas Urbanos de Drenagem.

2.3.1 PLANO DE MACRODRENAGEM

Em agosto de 2009, foi apresentado o Plano de Macrodrenagem, objeto do contrato

nº 03/2009 celebrado com a Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí –

AMFRI, relativos ao convênio com a prefeitura municipal.

O estudo foi realizado levando-se em consideração todas as seis bacias

hidrográficas identificadas no município, os principais rios (Rio Barreiro, Rio da Barra, Rio

Bombinhas, Rio Pardo e Rio Passa-Vinte) e seus afluentes, assim como os demais riachos

e córregos do município, considerados como pertencentes ao sistema de macrodrenagem.

Este diagnóstico apresenta em suma os principais pontos críticos com relação à

drenagem de águas pluviais do município, levantados no Plano de Macrodrenagem.

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69

2.3.2 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL

O objetivo principal do diagnóstico das bacias hidrográficas de drenagem do

município de Bombinhas é a verificação das condições de escoamento dos principais rios e

córregos que cortam a cidade, visando um cenário de redução dos impactos negativos das

inundações considerando-se aspectos econômicos, sociais e ambientais, a ser

desenvolvido no cenário das inundações.

Em anexo, consta-se mapa com levantamento fotográfico da problemática da

drenagem urbana no Município.

Principais Problemas

Os principais problemas observados comuns a todas as bacias com relação à

drenagem são:

Retificação e tubulação dos córregos;

Dispositivos assoreados e obstruídos;

Dispositivos, travessias e canalizações implantadas sem dimensionamento e

declividade adequada, muitas vezes pelos próprios moradores, propiciando a

formação de bacias fechadas, com água parada;

Estrangulamentos (tubulação de montante com diâmetro superior a tubulação

de jusante);

Ocupação irregular nas margens dos córregos e sobre trechos canalizados;

Infra estrutura deficiente, falta de saneamento básico, urbanização, sistema

de coleta e destinação de águas pluviais, etc;

Bacia Hidrográfica 1 – BH-1

a) Caracterização do Sistema A BH-1 (figura 36) está localizada ao norte do município, no bairro de Bombas e

abrange uma extensão territorial de cerca de 1.613.274 m². Seu principal curso d’água é o

Rio Barreiro (também conhecido como Rio Zé Estevão), possui uma extensão de 1.159 m.

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70

Figura 36 - Vista geral da BH-1 – Bairro Bombas.

Fonte: Google Earth em 02/07/2009

b) Sistema Atual de Drenagem A capacidade de escoamento do sistema de drenagem local, na situação atual, foi

superada, o que é evidenciado pelo estrangulamento das seções de vazão das galerias

existentes.

De uma maneira geral, os alagamentos são conseqüência das intervenções sem

orientação técnica implantadas pela própria população ou pelo poder público, a seu

pedido.

Além dos problemas comuns a todas as bacias, observa-se na BH-1 que o bairro

está localizado no fundo do vale com as edificações interceptando o “caminho natural” das

águas que escoam das encostas;

Figura 37 - Dispositivo parcialmente obstruído pelo assoreamento.

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71

c) Áreas Inundáveis

A BH1 (figura 36) apresenta uma área inundável de aproximadamente 41.493 m² e

atinge as Ruas Albatróz, Aracuã, Arirambá, Anhambi, Azulão (figura 38), Águia e

Bentererê.

Figura 38 - Ponto de inundação - ponte da Rua Azulão - ocupação das margens do córrego.

Figura 39 - Vista geral da BH 01.

d) Uso do Solo A bacia do Rio Barreiro é caracterizada pela ocupação urbana e rural de sua área.

A área urbana ocupa principalmente os baixios e possui área aproximada de

155.115 m² representando 9,6% da área total da bacia.

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72

A área rural é caracterizada pela ocupação das encostas por florestas e vegetação

densa. Possui área aproximada de 1.458.159 m²

Bacia Hidrográfica 2 – BH-2

a)Caracterização do Sistema

A BH-2 (figuras 40 e 41) abrange os bairros de Bombas, Zé Amândio e uma

pequena porção dos bairros do Centro e Sertãozinho, apresenta uma área aproximada de

7.662.606 m². Seu principal curso d’água é o Rio da Barra que possui uma extensão de

2.506 m.

Figura 40– Vista geral da BH-2 – Bairros de Bombas e Zé Amândio Fonte: Google Earth em 02/07/2009

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73

Figura 41 - Vista panorâmica BH-2

b) Sistema Atual de Drenagem

A BH-2 se encontra na área com maior densidade demográfica do município, sendo

também a região mais atingida e que mais apresenta problemas com relação a

inundações.

No ano passado, entre os dias 21 a 24 de abril, chuvas fortes causaram inundações

nesta área. Segundo a EPAGRI, na estação pluviométrica de Camboriú foi registrado um

volume acumulado de chuva de 106,4 mm apenas no dia 22 de abril, sendo que o

esperado para todo o mês era de 111,2 mm.

Figura 42 - Ponte localizada na Rua Cavalo em 23/04/2009– Bairro Zé Amândio.

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74

Além dos problemas comuns a todo município com relação ao escoamento das

águas pluviais, as peculiaridades de cada bairro da BH-2 são:

Bairro Zé Amândio

Bairro implantado sobre uma área de alta umidade, com nascentes e áreas

de banhado que foram aterradas;

Córregos e canais contaminados por efluentes domésticos;

Remoção, desmatamento da vegetação ciliar;

Projeto viário não favorece a drenagem, conjuntos de ruas formam

depressões (bacias fechadas);

Figura 43– Casas edificadas sobre o leito do córrego na Rua Tamanduá-Mirim

Bairro Zé Amândio Fonte: Unidec

Bairro de Bombas – Avenida Fragata

Avenida localizada ao longo de afluente retificado do Rio da Barra;

Ocupação das várzeas inundáveis (área adjacente à avenida);

Travessias implantadas ao longo da avenida não possuem suficiência

hidráulica (figura 44);

Nível d’água no canal sofre influência da variação da maré;

Assoreamento e acúmulo de lixo na seção do canal;

Remoção, desmatamento da vegetação ciliar;

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75

Figura 44– Travessia da Avenida Fragata – Bairro Bombas

Bairro Sertãozinho

A porção do Bairro Sertãozinho localizado na BH-2 não apresenta transtornos com

relação à drenagem das águas superficiais.

Bairro do Centro

No bairro do Centro, a BH-2 abrange a área localizada no lado extremo-esquerdo da

Praia de Bombinhas.

De maneira geral, a ocorrência de inundações na BH-2 são conseqüência da

intensa ocupação e urbanização (impermeabilização) de áreas de fragilidade, onde

originalmente existiam inúmeros pontos de alagamento natural (brejos e banhados) onde

são encontradas as nascentes que formam os afluentes do Rio da Barra.

c) Áreas Inundáveis

As principais áreas inundáveis da BH-2 estão localizadas no Bairro Zé Amândio e ao

longo da Avenida Fragata e apresentam uma área de aproximadamente 773.893 m².

d) Uso do Solo

O tipo de ocupação da BH-2 é principalmente urbana, sendo que apenas as área

mais altas e a área onde encontra-se o mangue podem ser consideradas como ocupação

rural.

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76

A ocupação urbana possui área aproximada de 3.853.053 m², sendo que a área

rural representa 49,7 % da área total da bacia (3.809.553 m²).

Bacia Hidrográfica 3 – BH-3

a) Caracterização do Sistema A BH-3 (figura 45) se encontra completamente inserida no bairro do Centro e

abrange uma extensão territorial de cerca de 1.757.601 m². Seu principal curso d’água é o

Rio Bombinhas que possui uma extensão de 1.660 m.

Figura 45– Vista geral da BH3 – Bairro Bombinhas

Fonte: Google Earth em 20/07/2009

b) Sistema Atual de Drenagem Nesta bacia, os pontos de inundação e maiores prejuízos estão localizados às

margens do Rio Bombinhas, intensamente ocupadas.

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77

Figura 46– Canalização de afluente do Rio Bombinhas (rua Surubim).

Fonte: Unidec

Figura 47 - Tubulação assoreada e inoperante (Rua Jandaia).

Figura 48– Ocupação do leito de afluente do Rio Bombinhas (rua Pirapitanga).

Fonte: Unidec

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c) Áreas Inundáveis

A BH3 apresenta uma área inundável de aproximadamente 79.134m² e atinge as

Ruas Pescada Portuguesa, Jandaia, Salema, Pirapitanga, Surubim, final da Rua Vereador

Manoel dos Santos, Peixe Olho de Boi, Pescada Amarela, Pirajica, Peixe Borboleta e

Pescada Cumbucu.

d) Uso do Solo A bacia do Rio Bombinhas é caracterizada pela ocupação urbana e pela alta

concentração demográfica de sua área.

A área urbana ocupa principalmente os baixios e possui área aproximada de

1.012.233 m² representando 57,6% da área total da bacia. Das bacias estudadas, a BH3, é

a que apresenta a menor porcentagem de áreas rurais, sendo de apenas 42,4% da área

total da bacia.

Bacia Hidrográfica 4 – BH-4

a) Caracterização do Sistema A BH4 (figura 49) está localizada nos Bairros de Zimbros e Sertãozinho e abrange

uma extensão territorial de cerca de 4.806.374 m². Seu principal curso d’água é o Rio

Passa Vinte com extensão de 2.922 m.

Figura 49 - Vista geral da BH4 – Bairro Zimbros e Sertãozinho.

Fonte: Google Earth em 20/07/2009

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79

b) Sistema Atual de Drenagem Os bairros de Zimbros e Sertãozinho apresentam uma mancha de inundação ao

longo do Rio Passa-Vinte, sendo que algumas áreas passaram a ser afetadas após a

canalização de córregos afluentes do rio.

Nas fortes chuvas ocorridas em abril de 2009, vários dispositivos foram danificados

como é o caso da galeria celular sobre o afluente do Rio Passa-Vinte que teve sua

estrutura comprometida e encontra-se parcialmente interditada.

Figura 50 -Tubulação de drenagem desconectada e sem cobrimento (rua Rio das Garças).

Fonte: Unidec

Figura 51 - Casa construída sobre o leito de afluente do Rio Passa-Vinte (rua Rio Guaíba).

Fonte: Unidec

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80

Figura 52 - Edificações construídas sobre o leito Rio Passa-Vinte (rua Rio das Garças).

Fonte: Unidec

Figura 53 - Rua Rio Corumbá – Ausência de infraestrutura básica.

Fonte: Unidec

c) Áreas Inundáveis A BH4 apresenta uma área inundável de aproximadamente 269.282 m² e atinge as

Ruas Rio Corumbá, Rio Amazonas, Rio Das Garças, Rio Araguaia, Rio Tietê, Butiá,

Laranja e Abacate.

d) Uso do Solo A área urbana ocupa principalmente os baixios e possui área aproximada de

1648.085 m² representando 34,3% da área total da bacia.

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81

A área rural é caracterizada pela ocupação das encostas por florestas e vegetação

densa. Possui área aproximada de 3.158.289 m².

Bacia Hidrográfica 5 – BH-5

a) Caracterização do Sistema A BH-5 (figura 54) é a maior bacia hidrográfica do município e abrange os bairros de

Morrinhos, Canto Grande, Mariscal, Quatro Ilhas e os povoados da Praia da Conceição e

Praia da Tainha.

Apresenta uma área aproximada de 11.171.155 m² e seu curso d’água mais

representativo é o Rio Pardo que possui uma extensão de 2.335 m.

Figura 54 - Vista geral da BH-5 – Bairros de Morrinhos, Canto Grande, Mariscal e Quatro Ilhas.

Fonte: Google Earth em 20/07/2009

Existe uma grande área loteada nos limites dos bairros Canto Grande e Mariscal,

onde os terrenos são bastante úmidos, com vegetação densa e em que os córregos foram

todos retificados. Tal loteamento foi embargado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA no ano de 2005.

No entanto, a realidade local é que alguns proprietários abrem clareiras no meio da

mata, constroem as casas e após a sua conclusão derrubam a vegetação remanescente.

A conservação desta área é de grande importância para o equilíbrio do sistema

hídrico da região. A sua impermeabilização acarretará no escoamento de um volume de

água muito maior que o habitual e o aumento da freqüência e intensidade das inundações.

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82

b) Sistema Atual de Drenagem A BH5 também apresenta inúmeros problemas relacionados a inundações.

Nas cheias ocorridas no mês de abril de 2009, além dos prejuízos causados pela

entrada da água nas residências com perdas de móveis e objetos, ocorreram também

desabamentos de casas.

Morrinhos No bairro de Morrinhos não foram identificados problemas com relação à drenagem

superficial, mas recomenda-se a análise dos dispositivos existentes para verificação da

sua capacidade hidráulica.

Canto Grande No bairro Canto Grande os principais problemas relacionados à drenagem são os

mesmos de todas as bacias, anteriormente citados.

Figura 55 - Desabamento de residências (abril/2009).

Fonte: Eng. Florestal Edison Baierle - Prefeitura Municipal de Bombinhas

Mariscal

No bairro Mariscal, além dos problemas comuns a todo município, foram feitas as

seguintes observações:

Bairro implantado sobre área de muita umidade, com nascentes e áreas

alagadas;

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83

Técnicas construtivas utilizadas na implantação dos dispositivos favorecem a

infiltração da água e a erosão do solo causando o colapso das estruturas (ex.

juntas executadas com lona plástica).

Figura 56 - Caixa de quebra de pressão (rua Rio Massaranduba) - Sistema de drenagem implantado

sem dimensionamento adequado. Fonte: Unidec

Figura 57 - Vala eutrofizada na rua Diamante.

Quatro Ilhas O bairro de Quatro Ilhas forma uma bacia independente dentro da BH5,

apresentando características peculiares de área e drenagem.

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84

A bacia de Quatro Ilhas apresenta três setores de drenagem e em nenhum deles

são identificados pontos de inundação.

Figura 58– Setores de Drenagem – Bairro Quatro Ilhas

Fonte: Unidec e PM Bombinhas

Os problemas de drenagem são relacionados à falta de infraestrutura viária, de

saneamento e de sistemas eficientes de coleta e disposição de água pluviais.

Figura 59– Erosão na Rua Arquipélago de Abrolhos

Fonte: Unidec

No bairro de Quatro Ilhas são observadas duas áreas de banhados que funcionam

como bacias de amortecimento de dissipação para as águas das chuvas intensas. Essas

áreas são muito importantes na prevenção de inundações, pois a água precipitada e

encaminhada a elas é armazenada e absorvida lentamente pelo solo.

Os banhados são ambientes naturais alagados, de modo temporário ou

permanente, onde habitam plantas e animais adaptados à vida sob a influência da água.

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85

Desempenham funções importantes como controle de inundações, carga e descarga de

água subterrânea, proteção contra erosão, filtro natural de substâncias poluidoras,

retenção de sedimentos, manutenção da diversidade biológica e locais de recreação,

educação e pesquisa. Muitos ainda os consideram como áreas insalubres e sem utilidade,

o que tem ocasionado sua destruição por aterros para obras de infra-estrutura, pela

deposição de lixo e por drenagem para uso agropecuário.

O banhado localizado no setor dois foi aterrado e sobre o aterro foi elevada uma

edificação, que traz como conseqüência um aumento na taxa de impermeabilização,

aumentando a vazão e velocidade da água escoada e conseqüentemente podendo

ocasionar inundações em áreas onde originalmente não ocorriam.

Figura 60 – Implantação de edifício na bacia de amortecimento do Setor 2

Fonte: Unidec

A segunda bacia de amortecimento (banhado) está localizada no setor três e

encontra-se preservada. Segundo o zoneamento do plano diretor não poderá ser ocupada

por edificações.

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86

Figura 61 – Bacia de amortecimento do Setor 3

Fonte: Unidec

Outro problema bastante grave encontrado em Quatro Ilhas são as voçorocas.

As voçorocas são fenômenos geológicos que consistem na formação de grandes

buracos de erosão, causados pela chuva e intempéries, em solos onde a vegetação é

escassa e não mais protege o solo, que fica suscetível de carregamento por enxurradas.

Pobre, seco, e quimicamente morto, nada fecunda.

Existem duas voçorocas ao longo da praia, que mesmo sendo de origem natural,

são agravadas pelo desmatamento, remoção da vegetação rasteira (neste caso a restinga)

e pelo lançamento de águas pluviais sobre o solo desprotegido.

Figura 62 – Voçoroca – Praia de Quatro Ilhas

Fonte: Unidec

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87

Figura 63 – Lançamento de águas pluviais no leito da voçoroca

Fonte: Unidec

c) Áreas Inundáveis A BH-5 apresenta uma área inundável de aproximadamente 699.788 m² e atinge as

Ruas Aroeira da Praia, dos Coqueiros, Jutaí, Amazonita, Andaluzita, Ágata, Âmbar,

Ametista, Grafite; Basalto, Citrino, Turmalina, Azurita, Fluorita, Ipê-Branco, Diamante;

Diadema, Flamboyant; Amor Perfeito; Calêndula; Cravo; Celidônia; Azaléia, Agerato,

Antúrio, Ametista, Âmbar, Ágata, Cassiterita, Castanheira, Gaviona, Carvalho, Titanita,

Amandina, Pérola, Amalaquita, Canjerana, Canela, Figueirinho, Caraúna, Embuia,

Sombreiro, Castanheiro, Ipê-Roxo e Ipê-Amarelo.

d) Uso do Solo

A BH-5 possui ocupação predominantemente urbana, sendo que apenas as áreas

das encostas podem ser caracterizadas como rurais.

A porção urbanizada da bacia ocupa área aproximada de 3.843.393 m²

representando 34,4% da área total da bacia.

Bacia Hidrográfica 6 – BH-6

a) Caracterização do Sistema A BH-6 (figura 64) está localizada na parte sudoeste do município, abrangendo uma

pequena porção do bairro de Zimbros e a Costeira de Zimbros.

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88

Através do decreto municipal 418/01 a Costeira de Zimbros foi enquadrada como

uma ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico, pois abriga alta biodiversidade em

função dos diversos ecossistemas pertencentes ao bioma da Mata Atlântica como:

manguezais, restinga, costão rochoso e floresta ombrófila densa.

A extensão territorial total da bacia abrange 8.013.353 m² e na área não se identifica

um curso d’água principal.

Figura 64 – Vista geral da BH-6

Fonte: Google Earth em 20/07/2009

b) Sistema Atual de Drenagem Mesmo com uma população reduzida a BH-6 apresenta os mesmos problemas com

relação à drenagem e à ocorrência de inundações, e tem também como peculiaridade,

córregos assoreados, não permitindo o escoamento da água e formando bacias fechadas;

Figura 65– Ocupação do leito do córrego entre as Ruas Rio Tefé e Rio Serra Negra

Fonte: Unidec

c) Áreas Inundáveis A BH-6 apresenta uma área inundável de aproximadamente 14.145 m² e atinge a

Rua Rio Guarupí.

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89

d) Uso do Solo A bacia hidrográfica 6 apresenta uma ocupação predominantemente rural de sua

área, sendo que a área urbana representa apenas 0,8% da área total.

A área rural é caracterizada pela ocupação das encostas por florestas e vegetação

densa. Possui área aproximada de 7.945.704 m²

2.4 DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

2.4.1 LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS

Introdução

A problemática da deposição de dejetos nas ruas e outros logradouros, fortemente

negligenciada até o século XIX, cujo resultado foi a potencialização de diversas doenças

relacionadas, encontra-se hoje em dia amenizada. Graças às descobertas científicas

médico-sanitárias, muitas atitudes foram e têm sido tomadas, tais como: elaboração de

leis, instituição da coleta periódica de resíduos, substituição da tração animal por

mecânica, pavimentação das vias públicas, conscientização da população pelos mais

diversos meios; tudo isso, visando a redução dos resíduos sólidos nos logradouros

públicos. No município, segundo a Lei Ordinária de Bombinhas nº 381 de 1997, em seu

artigo 26: “É proibido o lançamento de resíduos e detritos provenientes de atividade

doméstica, comercial, industrial e/ou pública, no mar, em mananciais de água, nos

mangues, em terrenos baldios, em logradouros públicos e na praia.”

Além dos aspectos sanitários, há ainda a questão estética, pois uma cidade limpa

traz orgulho aos seus habitantes, melhora a aparência da comunidade, ajuda a atrair novos

moradores e turistas, valoriza os imóveis e movimenta os negócios, principalmente em

uma cidade turística como Bombinhas.

Entretanto, é importante manter as ruas limpas também por razões de segurança.

Galhos e objetos cortantes podem causar danos aos veículos; poeira e terra, derrapagens;

folhas e capim, incêndios; além da possibilidade desses e outros materiais entupirem o

sistema de drenagem de águas pluviais.

Bombinhas possui uma taxa de Limpeza Pública cobrada dos contribuintes do

município através do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O cálculo é realizado

levando-se em conta a área de testada do lote (medida da parte frontal do terreno), sendo

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90

que a arrecadação referente a essa taxa em 2009 foi de R$ 397.010,97. Porém, segundo a

Sec. da Fazenda não é possível averiguar com exatidão quanto a prefeitura gasta

anualmente na execução desses serviços uma vez que a mão-de-obra empregada faz

parte do quadro de funcionários municipais e algumas vezes é necessária a contratação de

empresas para auxiliar na limpeza das vias e espaços públicos. Conforme dados da

Secretaria de Infraestrutura, somente na alta temporada de 2009/2010 foi gasto R$

696.814,00 com a contratação de empresa especializada para efetuar a limpeza das praias

do município.

Varrição, capina, raspagem e poda

A varrição de logradouros públicos no município de Bombinhas ocorre nas ruas

pavimentadas (asfaltadas ou calçadas) diariamente, com ênfase nas principais vias, sendo

realizada por 7 funcionários da Prefeitura. As feiras públicas, praças e áreas verdes

também recebem o serviço de varrição. Esse serviço atualmente não atende a todas as

áreas urbanas do município, devido à deficiência de recursos humanos e equipamentos. A

varrição é feita apenas manualmente, com o auxílio de vassouras, enxadas, pás, entre

outras ferramentas. Apesar da varrição mecanizada apresentar um custo-benefício muito

superior ao de um trabalhador, há apenas a intenção de se comprar uma única varredeira

mecânica.

Os resíduos da varrição dos logradouros públicos são separados durante o

processo, sendo que as pequenas partículas e restos vegetais são utilizados para aterrar

lotes e o lixo domiciliar é encaminhado para a disposição final pelos caminhões da

empresa Proactiva.

A capina do mato e a raspagem da lama das sarjetas, necessárias para restabelecer

as condições de drenagem e evitar o mau aspecto das vias públicas são realizadas pelos

mesmos sete funcionários que realizam a varrição, com o auxílio de enxadas, ancinhos e

raspadeiras. Quando a vegetação encontra-se com um porte mais elevado, utilizam-se

facões, foices e roçadeiras costais (6 equipamentos, sendo que 3 encontram-se em uso).

Após a remoção, aterra-se o material lenhoso e os resíduos provenientes da poda.

Outros dois funcionários são responsáveis pelo serviço de poda nas árvores e

arbustos de áreas públicas. Uma motosserra é equipada para esse fim. Todos os resíduos

lenhosos de madeira são doados a um beneficiador particular do município (Sr. Battisti)

que tritura o material e o vende para olarias da região.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

91

Auxiliando a limpeza urbana, entre outras tarefas, três veículos estão atualmente

sendo utilizados: uma patrola, um rolo compactador e uma retro escavadeira.

Limpeza das praias

A limpeza de praias restringe-se a uma vez por semana e após fortes chuvas,

durante a baixa temporada. Na alta temporada, há a contratação de duas empresas

privadas por meio de licitação, sendo a limpeza realizada durante todas as noites. Essa

prática de contratação atualmente está sendo desaconselhada, visto que não há um

comprometimento dos funcionários dessas empresas de outras cidades em realizar seu

trabalho da forma mais correta.

Anualmente, desde 2008, é promovida pela AEMB (Associação Empresarial de

Bombinhas) e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas de Bombinhas), com apoio da

Prefeitura Municipal, uma campanha de limpeza das praias de Bombinhas, no Dia Mundial

da Limpeza de Praias (Fig. 66). Em 2009, com apoio da Secretaria de Obras e de outras

secretarias, de Associações de Bairros, Civis, Escolas e Comunidade, foram retiradas 13

toneladas de lixo de todas as praias do município, sendo 3 toneladas apenas na praia da

Lagoinha, um importante ponto turístico utilizado na prática do mergulho.

Figura 66 - Mutirão de limpeza em Bombinhas, no Dia Mundial da Limpeza de Praias.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

92

Problemática

O sistema de limpeza urbana de Bombinhas apresenta certas falhas. Uma dessas é

a falta de trabalhadores e equipamentos para efetuar os serviços de varrição, capina,

raspagem e poda de forma mais dinâmica e completa no município (Fig. 67).

Figura 67 - Via pavimentada com os serviços de limpeza urbana atrasados, no bairro Canto Grande.

Infelizmente, a conscientização dos moradores e dos turistas é precária. Há vários

pontos de deposição ilegal de lixo na cidade, principalmente no bairro José Amândio (Fig.

68), além de outros bairros (Figs. 69 e 70), onde são jogados todo tipo de resíduos, desde

rejeitos da construção civil, móveis e até eletrodomésticos. Apesar de ineficiente, a equipe

de limpeza urbana da Prefeitura de Bombinhas faz a remoção manual e mecânica desses

resíduos, que são posteriormente levados ao aterro sanitário pela Proactiva.

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93

Figura 68 - Lote vegetado com deposição de lixo urbano no bairro Zé Amândio.

Figura 69 - Resíduos sólidos depositados em terreno do bairro Mariscal.

Figura 70 - Resíduos de espuma, plástico e metal, depositados em rua periférica do bairro Centro.

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94

2.4.2 RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES

Coleta

A empresa responsável pela coleta dos resíduos sólidos domiciliares no município

de Bombinhas é a Proactiva. Durante a baixa temporada, a coleta é realizada 3 vezes por

semana em todos os bairros. Já em alta temporada a coleta é diária em todos os bairros,

inclusive nos domingos e feriados.

Somente em alta temporada (de 20/12 a 20/03) é realizada coleta noturna, nas

avenidas principais dos bairros Bombas e Centro.

O cronograma de coleta na baixa temporada segue conforme abaixo:

De segunda a sábado, das 07:00 às 09:00 horas da manhã, Avenida geral do

Centro de Bombinhas (Ver. Manoel José dos Santos) e Avenida geral de Bombas

(Leopoldo Zarling) e todas as Avenidas e Ruas principais de acesso as praias do

Município.

Segunda, Quarta e Sexta-feira, a partir das 07:00 horas, todas as Ruas transversais

dos bairros, Centro de Bombinhas, Bombas, José Amândio e Quatro Ilhas.

Terça, Quinta e Sábados, a partir das 07:00 horas, todas as Ruas transversais dos

bairros, Zimbros, Morrinhos, Canto Grande, Conceição, Mariscal, Tainha e fundão de

Bombas.

Os pesos mensais dos Resíduos Sólidos coletados em 2009 e 2010 (até o mês de

outubro) estão descritos na tabela abaixo:

Tabela 27 - Toneladas de resíduos coletados mensalmente pela Proactiva em 2009 e 2010.

MÊS PESO (Kg) 2009 2010

JANEIRO 1.961.070 1.803.690

FEVEREIRO 1.388.020 1.366.600

MARÇO 869.260 779.240

ABRIL 532.450 500.090

MAIO 368.170 399.190

JUNHO 349.060 371.810

JULHO 360.540 370.320

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95

AGOSTO 357.430 374.478

SETEMBRO 444.660 433.530

OUTUBRO 444.940 452.830

NOVEMBRO 540.660

DEZEMBRO 1.014.230

Fonte: Proactiva

Tabela 28 – Relação de resíduos na alta temporada e na baixa temporada. PERÍODO PESO (TONELADAS)

DEZEMBRO A MARÇO (alta temporada) 5.232,58

ABRIL A NOVEMBRO (baixa temporada) 3.397,91

TOTAL 8.630,49

Fonte: Proactiva

Na figura abaixo, podem ser observadas as pesagens (em toneladas) dos resíduos

sólidos nos anos de 2008, 2009 e 2010.

Figura 71 - Gráfico da comparação dos dados da geração dos resíduos sólidos em 2008, 2009 e 2010.

Fonte: Proactiva

Na alta temporada (de 20 de dezembro até uma semana após o carnaval), os

resíduos sólidos domiciliares são coletados por 5 caminhões compactadores, cada um com

capacidade de 7 toneladas e 3 carretas de apoio com capacidade de 25 toneladas cada.

Na área de transbordo da prefeitura, localizada na secretaria de obras, é realizada a

transferência direta dos resíduos sólidos dos caminhões compactadores para as carretas.

0

500

1000

1500

2000

2500

2008

2009

2010

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96

Na baixa temporada, 2 caminhões compactadores levam os resíduos sólidos

domiciliares diretamente para o aterro sanitário da Proactiva. O aterro sanitário da

Proactiva está localizado a, aproximadamente, 35 km de Bombinhas no município de

Biguaçu.

O município despendeu, em 2009, R$ 1.602.695,21 com a contratação da empresa

terceirizada para realizar a coleta durante o período. Esse gasto deveria ser coberto pela

taxa de Coleta de Lixo cobrada no IPTU. Entretanto, a arrecadação municipal referente à

taxa, em 2009, foi de R$ 888.249,53, representando pouco mais da metade das despesas

com o serviço. Segundo a Sec. da Fazenda, o cálculo para o valor da taxa é feito a partir

de váriáveis como a área construída e o tipo de uso do imóvel (comercial, residencial). A

taxa é corrigida anualmente, pois a base de cálculo toma como referência o gasto do ano

anterior, portanto, esse valor é dividido pela área construída no município, obtendo-se,

assim, o total da taxa de coleta de lixo para cada contribuinte.

Além das despesas já citadas com a empresa responsável pela coleta e disposição,

somente na alta temporada o município gastou mais de R$ 162.000,00 para a construção,

manutenção e utilização da área de transbordo dos resíduos.

Disposição Final

A disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados no município de Bombinhas

é realizada no aterro sanitário da Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas,

figura 72, da empresa Proactiva. O aterro sanitário atende 25 municípios, o mesmo tem a

área de 624 mil m2 e seu tempo de vida útil é de 7 anos. Está localizado na cidade de

Biguaçu, Grande Florianópolis, Santa Catarina. Esta área é considerada uma das mais

seguras centrais de gerenciamento de resíduos do estado e atende 25 municípios da

região.

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97

Figura 72 - Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas – Proactiva.

A central teve seu início de operação em 1990, na época a impermeabilização era

feita com 1 metro de camada de argila, agora é feita com manta de PEAD (Polietileno de

Alta Densidade) e 30 cm de brita (figura 73).

Figura 73 - Impermeabilização do Aterro Sanitário Proactiva.

Estação de Tratamento dos Lixiviados do Aterro A estação de tratamento da central de gerenciamento de resíduos da empresa

Proactiva conta com uma lagoa de equalização de 3,5 m de profundidade, três lagoas

aeradas com aerador de fundo e superficial, flotador, tanque físico-químico e decantador

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

98

com recirculação do lodo. A eficiência da estação tem remoção de 99% da carga orgânica

e em torno de 90% dos outros parâmetros.

Captação e Tratamento do Biogás Uma inovação desenvolvida em Tijuquinhas é o projeto de captação e tratamento do

biogás emitido pelo aterro sanitário. A iniciativa contribui para redução das emissões de

gases de efeito estufa, por meio da combustão controlada de 1300 m3/hora de metano

presente no biogás com dois queimadores.

Financiado pela venda dos créditos de carbono obtidos no Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo (MDL), introduzido pelo Protocolo de Kyoto, o projeto recebeu a

aprovação nacional da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima (CIMGC) e

das Nações Unidas pela sua contribuição ao desenvolvimento sustentável do Brasil e a

luta contra o aquecimento global e a mudança climática.

2.4.3 COLETA SELETIVA E RECICLAGEM

Existem algumas iniciativas isoladas com relação à coleta de materiais recicláveis

no município, realizadas por catadores sem nenhum tipo de organização que levam os

resíduos a centros de recepção e/ou triagem de resíduos.

Na figura 74 pode ser observado um local de recepção de resíduos, onde plásticos

foram separados, no bairro José Amândio e na figura 68 pode ser observada uma

residência onde diversos resíduos são dispostos de maneira inadequada.

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99

Figura 74 - Separação de plásticos – Bairro José Amândio.

Figura 75 - Depósito de resíduos em residência – Bairro de Zimbros.

2.4.4 - RECICLAGEM DE MADEIRA

No município há uma empresa que recebe madeira (figura 76), proveniente dos

rejeitos da construção civil e de podas e supressões, e realiza a trituração do material

lenhoso e o comercializa com olarias da região.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

100

Figura 76 - Triturador de madeira na empresa do Sr. Battisti.

2.4.5 RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE

Os resíduos sólidos de serviços da saúde são coletados pela empresa Proactiva e

encaminhados à Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas, onde com a

aplicação de modernas tecnologias de proteção e monitoramento do meio ambiente, estes

resíduos são recebidos e tratados, pela tecnologia de autoclavagem.

Estes resíduos são autoclavados a uma temperatura de 150o C e tempo de 50

minutos e depois destinados normalmente no aterro. Esse método garante a total

esterilização dos resíduos e possibilita que sejam seguramente dispostos no aterro

sanitário junto aos demais.

Resíduos do tipo A4 (pedaços de membros, bichos mortos e outros) não precisam ir

para autoclave, para estes resíduos é realizada a disposição em vala séptica coberta com

cal e argila.

2.4.6 RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

No município de Bombinhas não há aterro licenciado para a disposição de resíduos

sólidos da construção civil. Estes resíduos são coletados nas obras por caçambas (figura

77) e depositados em locais não licenciados (figura 79) e ou em terrenos, geralmente

baldios ou que necessitam de material para aterro.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

101

Figura 77 - Caçamba coletora de resíduos da construção civil.

Figura 78 - Depósito não licenciado de resíduos da construção civil.

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102

Figura 79 - Depósito clandestino de resíduos da construção civil no bairro Zé Amândio.

De acordo com a Resolução CONAMA 307 de 2002, em seu Art. 4º, Os geradores

deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, secundariamente, a

redução, a reutilização, a reciclagem e a destinação final. No § 1º deste artigo, os

resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d`água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.

2.4.7 RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS (PERIGOSOS)

Os resíduos sólidos perigosos gerados no município são coletados pela empresa

Proactiva e encaminhados para a Central de Gerenciamento de Resíduos de Tijuquinhas.

Os resíduos perigosos de classe 1 e 2 são armazenados temporariamente no depósito

para resíduos perigosos e industriais da Central para posteriormente serem enviados a um

aterro industrial.

2.4.8 RESÍDUOS DA MARICULTURA

No município de Bombinhas foram produzidos em 2009, 991.300 kg de mariscos e

destes, aproximadamente 793.040 kg são somente da casca do marisco (EPAGRI, 2010).

A casca do marisco é um resíduo que atualmente não possui um destino final adequado no

município.

No bairro Canto Grande há um galpão de beneficiamento pertencente ao município

que estava em processo de licitação para que uma empresa gerenciasse o local. Neste

processo licitatório foi acrescentada uma cláusula para que a empresa fosse responsável

pelo gerenciamento adequado dos resíduos provenientes da produção dos mariscos em

todo o município.

2.4.9 ÓLEO DE COZINHA

Foram instalados pontos de coleta de óleo de cozinha usado nas escolas e postos

de saúde do município de acordo com o projeto anexo. A empresa Biodiesel Sul está

responsável pelo recolhimento do óleo nos pontos de coleta.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

103

3. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES

O Plano Municipal de Saneamento Básico de Bombinhas tem como princípios e

diretrizes:

- Universalização do acesso aos serviços de saneamento básico;

- Integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e

componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à

população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das

ações e resultados;

- Abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos

resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio

ambiente;

- Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação,

de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da

saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida,

para as quais o saneamento básico seja fator determinante;

- Transparência, baseada em sistemas de informações e processos decisórios

institucionalizados;

- Controle social;

- Segurança, qualidade e regularidade;

- Integração das infra-estruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos

hídricos;

- Consideração às exigências e características locais, à organização social e às

demandas sócio-econômicas da população;

- Ações, obras e serviços de saneamento básico, planejados e executados de

acordo com as normas relativas à proteção ao meio ambiente e à saúde pública, cabendo

aos órgãos e entidades por elas responsáveis o licenciamento, a fiscalização e o controle

dessas ações, obras e serviços, nos termos de sua competência legal;

- Bacia Hidrográfica considerada como unidade de planejamento;

- Promoção de programas de educação sanitária e ambiental;

- Incentivo a não-geração, minimização, reutilização e reciclagem de resíduos.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

104

4. OBJETIVOS

O Plano tem como objetivo geral efetuar o planejamento necessário para estruturar

e operacionalizar a universalização dos serviços de saneamento básico, com qualidade,

integralidade, segurança, sustentabilidade (ambiental, social e econômica), equidade e

continuidade, conforme preconiza a Política Nacional de Saneamento Básico. A seguir são

apresentados os objetivos gerais e específicos para cada setor.

4.1 GERAIS

- Fiscalizar metas definidas no Plano através de ente regulador;

- Estabelecer estratégias e ações para promover a saúde ambiental3, salubridade

ambiental4, a qualidade de vida e a educação ambiental nos aspectos relacionados ao

saneamento básico;

- Estabelecer diretrizes para a busca de alternativas tecnológicas apropriadas com

métodos, técnicas e processos simples e de baixo custo que considerem as peculiaridades

locais e regionais;

4.2 ESPECÍFICOS

4.2.1 SETOR DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

- Atender a demanda de abastecimento de água no período de alta temporada;

- Preservar os mananciais de abastecimento, rio Perequê e rio da Lagoa;

- Avaliar novas fontes de abastecimento;

- Reformar e modernizar os sistemas de abastecimento de água buscando

fornecimento de água dentro dos padrões de potabilidade de água (Portaria 518/04);

- Reformar e modernizar os sistemas de abastecimento de água buscando a

redução de perdas.

3 Saúde Ambiental é uma proposição voltada para estimular a integração entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento, com o fortalecimento da co-responsabilidade e da participação da população na promoção do bem-estar e da qualidade de vida da população sob a ótica da sustentabilidade, por meio do enfrentamento dos determinantes socioambientais e na prevenção dos agravos decorrentes da exposição humana a ambientes adversos. 4 Salubridade ambiental é o estado de higidez em que vive a população urbana e rural, tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou epidemias veiculadas pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento de condições metodológicas favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar. (Manual de Saneamento. 3.ed. rev. – Fundação Nacional de Saúde).

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105

- Reformar, modernizar e ampliar a reservação de água buscando atendimento

permanente as demandas de consumo;

Regularizar a captação de água em relação a outorga de direito de uso do

manancial.

- Reduzir o consumo de água per capita.

4.2.2 SETOR DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

- Ampliar e modernizar o Sistema de Esgotamento Sanitário, visando o atendimento

permanente às demandas de serviço;

- Realizar controle e monitoramento dos efluentes líquidos provenientes dos SES de

acordo com a Resolução do CONAMA nº 357/2005;

- Reduzir o impacto do lançamento de esgoto sanitário nos corpos d'água;

- Eliminar as ligações irregulares e clandestinas na rede coletora de esgoto;

- Fornecer apoio e orientação técnica para a implantação e operação de sistemas

individuais e/ou coletivos particulares;

4.2.3 SETOR DE DRENAGEM URBANA

- Minimizar a ocorrência de inundações;

- Facilitar o escoamento superficial e conter o aumento da vazão na rede de

drenagem, através de incentivo a tecnologias, visando a permeabilidade do solo.

- Definir as ações para o manejo sustentável das águas pluviais urbanas conforme

as normas de ocupação do solo incluindo: a minimização de áreas impermeáveis; o

controle do desmatamento e dos processos de erosão e assoreamento; a criação de

alternativas de infiltração das águas no solo; a recomposição da vegetação ciliar de rios

urbanos; e a captação de águas de chuva para detenção e/ou reaproveitamento.

4.2.4 SETOR DE RESÍDUOS SÓLIDOS

- Definir requisitos e ações para promover a redução na geração de resíduos

sólidos, estabelecendo práticas de reutilização e soluções de reciclagem. Deve-se, ainda,

definir ações para promover a coleta seletiva e a inclusão social e econômica de catadores

de materiais recicláveis;

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106

- Realizar o cadastro dos catadores informais e avaliar a formação de

cooperativas/associações de catadores;

- Realizar a gestão adequada dos resíduos especiais e da construção civil;

- Realizar a gestão adequada dos resíduos dos serviços de saúde.

5. DEFINIÇÃO DE INTERVENÇÕES

Com base no diagnóstico da situação atual foram elencadas as problemáticas para

cada serviço público de saneamento, seguidas de suas possíveis soluções e metas de

execução para cada etapa, com os seguintes prazos:

- Ações imediatas ou emergenciais: até 3 anos;

- Curto prazo: entre 4 e 9 anos;

- Médio prazo: entre 10 e 15 anos;

- Longo prazo: entre 16 e 20 anos.

Além disso, foram identificadas as oportunidades existentes para cada problemática,

que estão relacionadas a atos concretos (existentes ou em andamento) capazes de dar

suporte na resolução de cada problemática como, por exemplo: Leis existentes ou em fase

de aprovação, obras em andamento ou com recursos definidos, estudos e projetos

existentes, entre outras. Vale salientar, que as oportunidades identificadas não são as

soluções definitivas para a problemática, mas sim a descrição do que já existe como

alternativa de solução.

A seguir, são apresentados os quadros elaborados para cada setor.

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SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES

- Ampliação do atendimento (75% de cobertura);

IMEDIATA

- Campanha de conscientização do uso racional;

IMEDIATA - Campanha da concessionária

- Estudo de novas fontes de abastecimento;

CURTO PRAZO - Lei Municipal (uso

racional) - Falta de água na alta temporada

(Nível de atendimento: 69%). - Aplicação do estudo de capacidade de carga;

CURTO PRAZO

- Ampliação do atendimento (85% de cobertura);

CURTO PRAZO

- Elementos do Plano Diretor (construção de

cisternas)

- Aumento na capacidade de reservação individual;

MÉDIO PRAZO - Ampliação da reservação coletiva (rede de distribuição); MÉDIO PRAZO

- Ampliação do atendimento (100% de cobertura);

LONGO PRAZO - Regulamentar o reuso de águas cinzas. MÉDIO PRAZO

- Dependência do manancial do município de Porto Belo.

- Estudo de novas fontes de abastecimento; CURTO PRAZO

- Estudo e Projeto da CASAN – captação do Rio

Tijucas

- estudo de alternativas de captação (ex:captação em

margem); LONGO PRAZO - Proximidade do manancial de captação de cultivos de arroz. - fiscalização e controle da qualidade da água captada; IMEDIATA

- Ausência de macromedidores para medição da vazão. - Instalação de macromedidores; MÉDIO PRAZO

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108

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES

- Controle do nível do lençol - Cadastro das ponteiras e poços artesianos; IMEDIATA Ficha A – Agentes Comun.

freático nos poços artesianos. - Fiscalização das ponteiras e poços artesianos; CURTO PRAZO - Discutir a intervenção do uso de ponteiras; LONGO PRAZO

- Falta de controle da qualidade da - Fiscalização das ponteiras e poços artesianos; CURTO PRAZO

água em fontes individuais - Programa de educação ambiental – conscientização dos

procedimentos MÉDIO PRAZO ACS na ed. ambientalalternativas de abastecimento

(ponteiras). - Discutir a intervenção do uso de ponteiras; LONGO PRAZO

- A rede não atende todas as residências do município.

- Ampliação do atendimento.

IMEDIATA, CURTO, MÉDIO E

LONGO PRAZO

- Cadastro e fiscalização para que todos se conectem na

rede. LONGO PRAZO - Ausência de programa de

controle de perdas. - Fiscalização e renovação dos hidrômetros. CURTO PRAZO - Programa de redução de perdas MÉDIO PRAZO

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109

SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES

- Baixo nível de atendimento da - Ampliação do atendimento (40% de cobertura); IMEDIATA - Ampliação da rede rede coletora (16%). - Ampliação do atendimento (60% de cobertura); CURTO PRAZO coletora com recursos do

- Estabelecer as áreas de prioridade de execução; IMEDIATA convênio - Estabelecer os padrões de qualidade de lançamento. IMEDIATA concessionária/JICA - Ampliação do atendimento (80% de cobertura); MÉDIO PRAZO - Ampliação do atendimento (100% de cobertura); LONGO PRAZO

- Funcionamento inadequado dos sistemas individuais em solos

saturados. - Elaborar estudos de novas soluções para os locais em

que os sistemas individuais não operam adequadamente. CURTO PRAZO

Recursos para o Fundo de Saneamento atraves da gestão compartilhada

- Falta de fiscalização da manutenção dos sistemas

individuais. - Fiscalização e cadastro da manutenção dos sistemas

individuais. IMEDIATA Fiscais do sec. de saúde

- Cadastro das residências nas áreas de interesse social IMEDIATA

Agentes comunitárias e Assistência Social

- Ausência de sistemas individuais de tratamento em residências de

interesse social.

- Busca de soluções coletivas para as comunidades de interesse social. CURTO PRAZO

- Fundo de saneamento através de contrato de

gestão compartilhada coma concessionária

- Estabelecer programa de melhorias sanitárias nas áreas

de interesse social; MÉDIO PRAZO - Lei Municipal 1036/2007.- Estação de Tratamento

localizada em terreno embargado pelo IBAMA. - Relocação da Estação de Tratamento de Esgoto; IMEDIATA

Nova estação de tratamento com a ampliação da rede

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110

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES

- Resistência dos moradores quanto ao local de lançamento dos

efluentes tratados pela futura Estação de Tratamento de

Esgotos.

- Instituir programa de conscientização da importância do tratamento e esclarecimentos técnicos a respeito de sua

eficiência; IMEDIATA

Divisão do lançamento em diferentes corpos

receptores - Falta de fiscalização da

qualidade dos efluentes dos empreendimentos com sistemas

alternativos.

- Cadastro e acompanhamento das análises de qualidade de efluente nos empreendimentos que utilizam sistemas

alternativos de tratamento; IMEDIATA Lei Municipal 381/1997- Contaminação da Baia de

Zimbros através da poluição do Rio Tijucas.

- Encontros com o Comitê de Bacia do Rio Tijucas para avaliar e exigir a melhor solução para o problema. IMEDIATA

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111

MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES - Deficiência de recursos humanos e equipamentos para a realização

da limpeza urbana. - Contratação de pessoal especializado com salário

diferenciado (valorização); CURTO PRAZO

- Compra de equipamentos (varredeira e roçadeira

mecânica, caminhão compactador); CURTO PRAZO - Diversos pontos de deposição

ilegal de todo tipo de resíduo - Definição de ponto estratégico para recebimento (móveis,

eletrodomésticos, eletrônicos) / cooperativa; IMEDIATA Empresa recicladora de

madeira (rejeitos da construção civil,

móveis, eletrodomésticos, entre outros).

- Cadastro de empresas de reciclagem/beneficiamento de resíduos;

- Disk-“bagulho” IMEDIATA Cadastro da fazenda

- Avaliar a possível cobrança da taxa pela empresa

contratada IMEDIATA Exemplo de Itapema - Aquisição de balança para pesagem CURTO PRAZO

- Despesa com a coleta do lixo é maior que a arrecadação do

Município.

- Avaliar a possibilidade de incentivo (desconto no IPTU) aos munícipes que realizarem benfeitorias em seus lotes

(coleta seletiva, capinagem,etc) MÉDIO PRAZO

- Revisão da taxa de coleta (de acordo com a quantidade

gerada) MÉDIO PRAZO - Avaliar a possibilidade da cobrança de taxa para turistas. MÉDIO PRAZO Isolamento geográfico

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112

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES

- Lixo orgânico não é separado

- Buscar soluções para o lixo orgânico (pátio de compostagem municipal ou intermunicipal, incentivo a

compostagem individual, programa de educação ambiental)

IMEDIATA MÉDIO PRAZO

Terreno do horto municipal para

educação ambiental e compostagem

- Iniciativas isoladas de coleta de materiais recicláveis, sem

nenhuma organização.

- Cadastro dos catadores de lixo reciclável e depósitos; - Avaliar a criação de cooperativa; - Normatização da coleta seletiva;

- Exigência de quantificação e qualificação do material coletado;

IMEDIATA CURTO PRAZO

Lei 737/2003 "Dispõe sobre as atividades de coleta seletiva de lixo desenvolvida pelos

catadores no município de bombinhas"

- Estudo de quantificação e qualificação de todo lixo

gerado no município. CURTO PRAZO Pesagem da Proactiva

- Rejeitos da construção civil: ausência de aterros licenciados no

município.

- Elaboração do Plano Municipal de Manejo dos Resíduos da Construção Civil.

- normatização e fiscalização. - avaliar a implantação do reaproveitamento dos rejeitos

previamente separados e beneficiados CURTO PRAZO Fiscalização da PMF

- Controle do descarte de resíduos de serviços da saúde.

- Elaboração e implantação do Plano Municipal de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços da Saúde; IMEDIATA

- Descarte de pneus inservíveis (não são aceitos no aterro

sanitário).

- Cadastro dos postos de recebimento existentes de pneus inservíveis.

- Definição de posto intermunicipal de recebimento IMEDIATA Posto em Itapema

- Resíduos da maricultura.

- Fiscalização e programa de educação ambiental para descarte adequado dos resíduos da maricultura.

- Acompanhamento do trabalho de coleta pela unidade de beneficiamento

- Buscar alternativas de utilização destes resíduos. IMEDIATA

Responsabilização da empresa de

beneficiamento (licitação); empresa

recicladora dos rejeitos

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

113

DRENAGEM URBANA

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES

- Ocupação irregular nas margens dos córregos.

- Levantamento das ocupações irregulares (mapeamento e elaboração de diagnóstico). IMEDIATA

Recadastramento das propriedades do município; base cartográfica e levantamento

aerofotogramétrico atualizado

- Rede de drenagem pluvial implantada sem dimensionamento; - Regulamentação da execução da rede; IMEDIATA

- Cadastro da rede de drenagem sendo executada; IMEDIATA

Base cartográfica e levantamento

aerofotogramétrico atualizado

- Valas de drenagem implantadas sem dimensionamento e sem

recuo; - mapeamento e elaboração de diagnóstico das valas

implantadas sem dimensionamento; MÉDIO PRAZO - Falta de recursos para a

execução dos projetos elaborados. - Estudar a estipulação de taxa para o serviço de

drenagem. CURTO PRAZO

- Buscar recursos junto ao governo federal IMEDIATA

- Recursos do Governo Federal disponíveis para

obras de drenagem.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

114

PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES - Parte dos dispositivos (rede, vala

e rios) existentes encontram-se assoreados ou obstruídos. - Manutenção periódica dos dispositivos de drenagem. IMEDIATA

- Existência de estrutura física e operacional na Secretaria Municipal de

- Programa de educação sanitária/ambiental (técnicos e

população em geral); IMEDIATA

CURTO PRAZO

Obras - Obras de drenagem

em andamento em alguns trechos

- Projetos e previsão orçamentaria para o ano de 2011 da execução de

obras nas avenidas Pavão, Flamingo,

Fragata e Leopoldo Zarling

- Elaboração de cronograma de limpeza e plano de ações emergenciais de desobstrução dos dispositivos de

drenagem. CURTO E

MÉDIO PRAZO

- Busca de dispositivos que causem impacto mínimo; CURTO PRAZO Plano de

Macrodrenagem - Retificação e tubulação dos - Implantação de galerias a céu aberto; CURTO PRAZO

córregos. - Realização de estudos de impacto ambiental para os

casos de retificação de curso d’água MÉDIO PRAZO Exigência da Resolução

CONSEMA 003/2008

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PROBLEMÁTICA POSSÍVEIS SOLUÇÕES ETAPAS OPORTUNIDADES

- Regulamentar a ocupação de áreas alagáveis /

fiscalização específica; IMEDIATA

- ZIA do novo plano diretor (principalmente as áreas alagáveis), regras de ocupação específicas (30%)

- Ocupação de áreas naturais alagáveis (banhados). - Mapeamento das áreas naturais alagáveis ocupadas; MÉDIO PRAZO

- base cartográfica, cadastro das

propriedades e levantamento

aerofotogramétrico atualizado - Plano de

Macrodrenagem

- Levantamento e regulamentação do nível do lençol

freático LONGO PRAZO

- Elevada impermeabilização solo decorrente da intensa ocupação. - Rever a fiscalização da taxa de ocupação dos lotes; MÉDIO PRAZO

- Unidades de Conservação (mais de

50% da área do município) e APP como

areas de infiltração e recarga do lençol

- Fiscais da FAMAB acompanham a vistoria

de Habite-se

- Programa de conscientização da importância da cobertura vegetal para o sistema de drenagem; MÉDIO PRAZO

- Regulamentação e fiscalização dos sistemas de

aproveitamento de água da chuva; CURTO PRAZO Consta nas C.V. a

recomendação - Falta de recursos para a manutenção do sistema

- Contratação de técnicos especializados em levantamento topográfico; IMEDIATA

- Lei Federal 11.445 possibilita a cobrança de

- Estudar a estipulação de taxa para o serviço de

drenagem. CURTO PRAZO taxa para o serviço de

drenagem

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

6. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES

O planejamento das ações dar-se-á em função das intervenções definidas

anteriormente para todos os serviços de saneamento.

6.2 ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Para as intervenções, os projetos de ampliação do abastecimento e de reservação,

estudo de novas fontes de abastecimento e demais ações relacionadas ao sistema de

distribuição como renovação dos hidrômetros e macromedição, ficam a cargo da

concessionária, sendo que os projetos deverão ser elaborados em conjunto com os

técnicos da Prefeitura, com base nas diretrizes do PMSB.

Para a elaboração de projetos de abastecimento de água deverão ser considerados

os seguintes parâmetros:

a) Consumo médio per-capita: 200 litros/hab.dia;

b) Coeficiente de máxima vazão diária (k1):1,20;

c) Coeficiente de máxima vazão horária (k2): 1,50;

d) Reservação: 1/3 do volume do dia de maior consumo;

e) Micro-medição obrigatória;

f) Perda máxima admissível no sistema de distribuição: 20%;

6.3 ESGOTAMENTO SANITÁRIO

As intervenções referentes ao esgotamento sanitário, nas questões que tratam da

ampliação do sistema de esgotamento sanitário, serão de responsabilidade da

concessionária. Devendo ser levado em conta as seguintes exigências:

- Elaboração do projeto em conjunto com os técnicos da Prefeitura, com base nas

diretrizes do PMSB.

- Realizar estudo de capacidade de suporte de carga do corpo de água receptor.

- Adotar os seguintes parâmetros:

a) Consumo médio per - capita: 200 litros/hab.dia;

b) Coeficiente de retorno: 0,80;

c) Coeficiente de máxima vazão diária (k1):1,20;

d) Coeficiente de máxima vazão horária (k2): 1,50;

- Obter outorga para o lançamento de efluentes (junto a SDS - órgão gestor de

recursos hídricos do Estado de Santa Catarina).

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

117

- O lançamento deverá ser feito considerando tratamento dos efluentes a nível

terciário e padrões de qualidade de água para rio de Classe 25, entre os quais destaca-se:

No máximo 1.000 coliformes fecais (termotolerantes) ou 800 Escherichia coli ou

100 enterococos / 100 mL.

Cor verdadeira: 75 mg Pt/L;

DBO5: 5 mg/L;

Oxigênio Dissolvido: 5 mg/L;

Fósforo total: 0,05 mg/L.

- Além disso, deverá atender aos padrões de lançamento previstos na Resolução nº

357, do CONAMA e no Decreto Estadual no. 14.250, de 5 de junho de 1981, destacando-

se:

DBO5 : máximo de 60 mg/L ou eficiência de remoção de 80%;

Materiais sedimentáveis até 1,0 mL/L ;

Óleos vegetais e gorduras animais 30,0 mg/L.

Ausência de efeitos tóxicos.

- A disposição final dos lodos gerados pelo processo deve atender as normas

existentes.

- Em caso de normas mais modernas serem estabelecidas, estas devem ser

prontamente adotadas.

- Apresentar a Div. de Saneamento relatório anual de monitoramento da qualidade

do efluente e do corpo receptor.

Em caso de descumprimento do estabelecido pelo Plano, caberá a Agência

Reguladora (a ser definida) aplicar sanções e penalidades ao prestador de serviço.

Nos locais sem atendimento pela rede coletora deverão ser instalados sistemas

individuais de tratamento de esgoto constituídos por fossa, filtro e sistema de infiltração,

conforme Lei Municipal no 381/97, regulamentada pelo decreto no 258/97. Nestes casos, a

fiscalização de execução e manutenção dos sistemas é de responsabilidade da Prefeitura.

6.4 LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos domiciliares e resíduos

públicos de serviços da saúde são de responsabilidade da empresa contratada para tal

5 * Classe 2: águas destinadas ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional, à irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas e à recreação de contato primário (natação, esquiaquático e mergulho

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

118

finalidade, devendo a administração municipal fiscalizar os serviços, através da Secretaria

Municipal de Obras e controlar os relatórios quinzenais de pesagens através da Secretaria

de Obras em conjunto com a Divisão de Saneamento.

6.5 DRENAGEM URBANA

O manejo e drenagem das águas pluviais são de responsabilidade administração

municipal. Os projetos de drenagem deverão levar em conta as bacias hidrográficas como

unidades de planejamento. As obras de drenagem deverão considerar não somente as

obras de micro e macrodrenagem, como também a recuperação da rede de drenagem de

uma maneira mais ampla, através de recuperação de nascentes, matas ciliares e até a

renaturalização de córregos.

7. HIERARQUIZAÇÃO DE ÁREAS PRIORITÁRIAS

- Com base no diagnóstico da situação atual é possível notar que a maior deficiência

de infra-estrutura no Município está relacionada à falta de água durante a alta temporada e

a ausência de rede coletora de esgoto em grande parte do município.

- Com base no mapa (em anexo) disponibilizado pela CASAN com a localização da

área de atendimento da rede de abastecimento de água, é possível notar que o nível de

atendimento é satisfatório, e que o não atendimento da demanda de verão está vinculado

ao fornecimento insuficiente, e não a precariedade de rede de distribuição, como é o caso

do esgotamento sanitário.

- Para esta infra-estrutura, fica claro no mapa da área de cobertura (em anexo), que

grande parte do Município não é contemplada por rede coletora.

- Sendo assim, se faz necessária uma urgente ampliação da rede coletora baseada

na hierarquização de áreas de intervenção prioritárias, visando à solução gradual da

carência deste serviço.

- Para esta definição foi adaptada uma metodologia com base na estipulação dos

critérios de avaliação com seu respectivo peso, o que exprime o grau de relevância do

critério na definição da prioridade. Sendo assim, foram definidos os critérios, respectivos

pesos e classificação dos bairros de acordo com a tabela a seguir.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

119

Tabela 29 - Hierarquização das áreas prioritárias.

Bairro Adensamento Populacional

Peso Precariedade dos domicílios

Peso Impacto na economia

local

Peso Contaminação dos rios

Peso TOTAL

Bombas 9 0,3 8 0,2 3 0,3 5 0,2 6,2 José Amândio

7 0,3 9 0,2 1 0,3 5 0,2 5,2

Centro 8 0,3 3 0,2 3 0,3 3 0,2 4,5 Zimbros 6 0,3 7 0,2 3 0,3 2 0,2 4,5 Canto Grande 5 0,3 5 0,2 3 0,3 1 0,2 3,6 Morrinhos 4 0,3 2 0,2 1 0,3 4 0,2 2,7 Sertãozinho 2 0,3 6 0,2 1 0,3 2 0,2 2,5 Quatro Ilhas 3 0,3 1 0,2 2 0,3 1 0,2 1,9 Mariscal 1 0,3 4 0,2 2 0,3 1 0,2 1,9

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

120

8. DIFICULDADES NA ELABORAÇÃO DO PLANO

Entre as dificuldades encontradas pela equipe no processo de elaboração do

diagnóstico, as mais relevantes foram as seguintes:

1. Os dados relacionados ao Sistema de Abastecimento de Água sob concessão da

CASAN, tais como: vazões de captação, resultados de análise da água dos mananciais,

especificações dos conjuntos moto-bombas, consumo de produtos químicos na Estação,

aspectos operacionais gerais, volume macro e micromedido nos últimos 5 anos, assim

como informações referentes ao Sistema de Esgotamento Sanitário, tais como:

especificações das estações de recalque, projeto atualizado da Estação de Tratamento,

parâmetros monitorados e histórico mensal de análises dos últimos 5 anos, destino final do

lodo gerado, aspectos operacionais gerais, aspectos administrativos, institucionais e

financeiros gerais não foram fornecidos em sua totalidade.

2. Da mesma forma, a CELESC não forneceu dados referentes a faixas de consumo

de energia por região do município. Dado que seria de grande relevância na identificação

de poder aquisitivo por região.

3. No ano de 2008 a Universidade Federal de Santa Catarina elaborou uma planta

de valores para o município que não foi possível ser utilizada na definição das áreas de

interesse social por falta de informações sobre a metodologia utilizada na elaboração desta

planta de valores.

4. Os técnicos que elaboraram o diagnóstico realizaram paralelamente várias outras

atividades cotidianas, o que fez com que o tempo para se dedicar a elaboração do Plano

fosse reduzido.

6. Os dados epidemiológicos regionais para correlação de doenças com a falta de

saneamento em cada região só existem por município e por causa de internação

hospitalar, quando precisaríamos de dados por bairro e relativos ao atendimento

ambulatorial.

7. As referências bibliográficas relacionadas ao tema Plano Municipal de

Saneamento são escassas.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

121

9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AMFRI - Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí. Plano Estratégico de Marketing Turístico Integrado - PEMTI: Inventário Turístico. Itajaí: Instituto Cenecista Fayal de Ensino Superior - IFES, 2007. ASSIS, L. F. Turismo de segunda residência: a expressão espacial do fenômeno e as possibilidades de análise geográfica. Revista Território - Rio de Janeiro - Ano VII - no 11, 12 e 13 - set./out., 2003 AYALA, L; MARIMON, M.P.C.; BENEDET, C. Geologia Ambiental: detalhamento geológico visando saneamento básico. Município de Bombinhas, SC. 1ª parte. Relatório Final. Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 2003. BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Guia para a elaboração de planos municipais de saneamento básico. Brasília: Mcidades, 2006. 180 p. BRASIL. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos – 2007. Brasília: Mcidades. SNSA, 2009. 262 p. CIDADES CONSULTORIA. Plano Diretor Municipal de Bombinhas. Relatório III / IV. Estratégias E Diretrizes. Relatório para Audiência Publica. Julho, 2007. COUTINHO, A. K. Parque Municipal da Galheta em Bombinhas/SC: Uma avaliação das Características e Percepções dos Visitantes e da Comunidade da Praia de Bombas. 1999. Dissertação (Mestrado Engenharia Ambiental) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1999. EPAGRI. Dados da produção de mexilhão em Bombinhas. 2010. FONSECA, M. A. P. da; COSTA, A. A. da. A Racionalidade Da Urbanização Turística Em Áreas Deprimidas:o espaço produzido para o visitante. Mercator - Revista de Geografia da UFC, Fortaleza, ano 03, número 06, 2004.

GOULARTI FILHO, Alcides. Formação econômica de Santa Catarina. Florianópolis: Cidade Futura, 2002. HILLESHEIM, C. B. V. Turismo e paisagem: a influência da atividade turística na paisagem natural do município de Bombinhas (sc) entre 1960 e 2005. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Itajaí. Balneário Camboriu, 2006.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

122

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA. Censo Demográfico. Vários anos. Disponível em:<www.ibge.gov.br> KOHL, D. H. B.. Porto Belo – Sua História Sua Gente. Blumenau, Odorizzi, 2001.

LOMBARDO, M. A.; CASSELA, L. L. de C. Turismo Ambiental: O caso de Bombinhas (SC). In: RODRIGUES, A. B.(Org.) Turismo e Ambiente: Reflexões e Propostas. São Paulo: Ed. Hucitec, 1997. p. 89-97. OMAR AKEL CONSULTORIA. Plano Diretor Municipal de Bombinhas. Leitura Técnica do Plano Diretor. 1994 MONTEIRO, J. H. P. et al. Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: IBAM, 2001. 200 p. _________. Pesquisa Mercadológica Estudo da Demanda Turística. Bombinhas/SC. Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte. SANTUR - Santa Catarina Turismo S/A. Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Turístico. Florianópolis, vários anos. _________. Pesquisa Mercadológica Estudo da Demanda Turística. Santa Catarina. Estimativa para Janeiro e Fevereiro de 2009. Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte. SANTUR - Santa Catarina Turismo S/A. Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Turístico. Florianópolis, 2009. POLETTE, M.; CAVEDON, F. Construindo o desenvolvimento Sustentável para o município de Bombinhas. Univali, Centro Tecnológico da Terra e do Mar. Itajaí: Univali, 2001. PREFEITURA MUNICIPAL DE BOMBINHAS. Prefeitura Municipal de Bombinhas - SC. Disponível em: <http://www.bombinhas.sc.gov.br/>. Acesso em: 14 de maio 2010. PROACTIVA MEIO AMBIENTE BRASIL. Empresa Proactiva. Disponível em: <http://www.proactiva.com.br/>. Acesso em: 14 de maio de 2010.

SANTA CATARINA (Estado). Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável – PANORAMA DOS RECURSOS HÍDRICOS EM SANTA CATARINA. Santa Catarina, Maio de 2006. 315 p. SANTA CATARINA. Atlas de Santa Catarina. Florianopolis: GAPLAN/SUEGI; [Rio de Janeiro: Aerofoto Cruzeiro, 1986. SANTOS, J. S. M. CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS AMBIENTAIS PARA A GOVERNANÇA DA ÁGUA EM BACIAS HIDROGRÁFICAS COM TECNOLOGIAS DE

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

123

SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO: ESTUDO DE CASO NA BACIA DO RIO TIJUCAS, SC, BRASIL. Tese (Doutorado) – Pós Graduação em Engenharia Ambiental – UFSC, Florianópolis-SC, 2009. SANTOS JUNIOR, A. Expansão Urbana e Desenvolvimento Turístico na Micro Região da Foz do Rio Itajaí. Tese de Doutorado, 2006. Programa de Pós Graduação do Centro de Educação de Balneário Camboriú (UNVALI). VERAS, D. V. A sustentabilidade da produção artesanal dos municípios catarinenses da península de Porto Belo – SC. Dissertação de Mestrado. Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2007. VIEIRA, P. Os melhores do turismo em 2008. Revista Viagem e Turismo, São Paulo, v. 156, n.11, 2008.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

124

10. ANEXOS

ANEXO 1

PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL PARA ELABORAÇÃO DO PMSB

1. APRESENTAÇÃO

O Município de Bombinhas possui uma longa trajetória de mobilização popular em

torno do tema Saneamento, devido às características geográficas da cidade e ao fato de

ter no Turismo de Verão, na pesca artesanal e na maricultura as principais atividades

econômicas. As associações de moradores contribuíram com o poder publico na

fiscalização de lançamentos de esgotos através de denúncias, reivindicação de solução

deste problema e de melhoria no abastecimento de água junto aos órgãos estaduais.

Foram essas associações as pioneiras em colocar lixeiras nas praias durante a temporada

de verão e recolher o lixo depositado por turistas nestas lixeiras.

Em 11 de fevereiro de 2008 foi oficializado um movimento que se intitulou

SANEAMENTO JÁ, formado por entidades da sociedade civil organizada e órgãos públicos

municipais para discutir as causas e conseqüências dos problemas relacionados ao

saneamento e buscar soluções para o Município. Faziam parte deste movimento as

seguintes entidades:

Instituto Kat Schürmann;

AMA Bombinhas;

ONG SOS Mariscal;

ONG Declare seu Amor por Bombinhas;

Associação Empresarial de Bombinhas - AEMB;

Prefeitura Municipal de Bombinhas - Assessoria de Planejamento (Depto.de

Meio Ambiente)

Prefeitura Municipal de Bombinhas - Secretaria Municipal de Turismo;

Prefeitura Municipal de Bombinhas - Secretaria Municipal de Saúde (Vigilância

Sanitária);

Conselho Municipal de Turismo – COMTUR

Conselho Municipal de Saúde – COMSAB

Câmara Municipal de Vereadores;

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

125

Este Movimento executou uma série de estudos sobre a questão de saneamento,

mais especificamente sobre as questões de abastecimento de água e tratamento de

esgotos e os documentos elaborados pelo mesmo fazem parte dos anexos do presente

Plano Municipal de Saneamento Básico, destacando-se o Relatório “O Saneamento do Município de Bombinhas, SC: Situação Atual e Perspectivas”, de março de 2008, o

“Diagnóstico da Prestação de Serviços de Saneamento, compreendendo os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário existentes no Município

de Bombinhas”, de outubro de 2008 e o “Plano Diretor de Saneamento, compreendendo os sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário do Município de Bombinhas”, de janeiro de 2009. Os dois últimos foram elaborados pela

empresa Ambiplan Engenharia Ambiental SS Ltda contratada com recursos da Prefeitura

Municipal de Bombinhas e do Grupo Saneamento Já.

Em março de 2009 o Prefeito Municipal, através do Decreto N° 1242/2009, deu

continuidade às atividades do Movimento Saneamento Já através da oficialização da

Comissão Especial para estudo, elaboração e discussão de projetos na área de

saneamento básico. Faziam parte desta Comissão as seguintes entidades:

Prefeitura Municipal de Bombinhas – (Secretaria de Administração, Secretaria de

Captação de Recursos, Engenheiro Sanitarista, Procuradoria, Assessoria de

Planejamento e Regulação Urbana, Diretoria de Meio Ambiente, Diretora de

Vigilância Sanitária, Secretaria de Assistência Social).

Representante do Instituto Kat Schurmann.

Representante da Associação AMA Bombinhas.

Representante da Associação Amigos da Praia de Bombas.

Representante da Associação Empresarial de Bombinhas – AEMB.

Representante da Câmara de Diretores Lojistas de Bombinhas.

Representante da Associação Amigos do Mariscal.

Representante da Associação dos Moradores de Canto Grande.

Representante da Associação dos Moradores e Amigos de Morrinhos.

Representante da Associação dos Moradores e Amigos de Zimbros.

Representante da Associação dos Maricultores de Bombinhas.

Representante da Associação de Pescadores do Município de Bombinhas.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

126

Esta Comissão elaborou a Minuta do Projeto que se transformou na Lei Nº 1131 de

agosto de 2009, que estabelece a Política Municipal de Saneamento Básico, entre outras

atividades.

Em abril de 2010 o Decreto 1385/2010 criou e nomeou os membros para compor a

Comissão Executiva para elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico composta

por funcionários efetivos do município: uma engenheira ambiental, mestre em saneamento,

uma engenheira sanitarista, especialista em direito ambiental, dois engenheiros

sanitaristas, um biólogo, uma geógrafa, uma assistente social, uma psicóloga e uma

advogada.

Esta Comissão Executiva, seguindo as orientações do Ministério das Cidades e da

FUNASA, optou transformar a Comissão Especial para estudo, elaboração e discussão de

projetos na área de saneamento básico criada em 2009 na Comissão de Coordenação da

elaboração do PMSB por entender que as entidades participantes da mesma se encontram

mobilizadas diante do tema. Para tanto, foram feitos os contatos com todas as entidades

participantes e foi feito novo Decreto nomeando a Comissão de Coordenação composta

pelas seguintes entidades:

Prefeitura Municipal de Bombinhas (Secretaria de Administração, Secretaria da

Pesca e Aquicultura, Secretaria de Planejamento e Regulação Urbana, Secretaria

de Saúde e Saneamento, Secretaria de Assistência Social, Secretaria de

Educação e Secretaria de Infraestrutura Urbana).

Fundação de Amparo ao Meio Ambiente de Bombinhas – FAMAB.

Instituto kat Shurmann.

Associação AMA Bombinhas.

Associação Empresarial de Bombinhas – AEMB.

Câmara de Diretores Logistas de Bombinhas.

Associação Amigos do Mariscal – AMAR Mariscal.

Associação dos Amigos de Canto Grande.

Associação dos Moradores e Amigos de Zimbros.

Associação dos Maricultores de Bombinhas.

Associação dos Pescadores do Município de Bombinhas.

Colônia de Pescadores.

Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – COMDEMA.

Câmara Municipal de Vereadores.

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

127

Rotary Clube de Bombinhas.

As atribuições desta Comissão de Coordenação são discutir e avaliar o trabalho

produzido pela Comissão Executiva, criticar e sugerir alternativas, auxiliando o trabalho da

Comissão Executiva na elaboração do Plano e avaliar o andamento dos trabalhos do ponto

de vista de viabilidade técnica, operacional, financeira e ambiental, buscando promover as

ações integradas de saneamento.

2. JUSTIFICATIVA

Entre os grandes desafios postos para a sociedade brasileira, a inclusão social

igualitária frente às questões sanitárias e ambientais pode ser considerada como questão

fundamental. Este desafio colocado ao poder público e à sociedade civil está em propiciar

condições saudáveis à população através do planejamento, com participação popular, de

ações que proporcionem um ambiente equilibrado e serviços de saneamento eficientes e

sustentáveis. Dessa forma, destaca-se a importância da participação da população na

elaboração do PMSB, no qual se constitui ferramenta chave para planejamento dos

serviços de saneamento.

A participação da população em processos decisórios é fundamental para garantir a

co-responsabilidade entre órgão público e comunidade. Durante o desenvolvimento do

trabalho a participação deve configurar como meta a ser alcançada e mantida, estimulada

durante todo o processo através de estratégias adequadas, assim como, reuniões,

audiências e consultas públicas realizadas em diferentes momentos do processo de

elaboração do PMSB. Para conseguir uma participação efetiva da população em todo o

processo foi composta a Comissão de Coordenação do PMSB com entidades

representativas dos vários setores da comunidade e do poder público.

3. OBJETIVOS 3.1. Objetivo Geral

- Garantir que a população participe de todas as etapas do PMSB, desde a fase do

diagnóstico até o relatório final.

3.2. Objetivos Específicos

- Divulgar a elaboração do plano de Saneamento básico;

- Envolver a população na discussão das potencialidades e dos problemas de

salubridade e saneamento ambiental e suas implicações;

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

128

- Conscientizar a sociedade para a responsabilidade coletiva na preservação e na

conservação dos recursos hídricos;

- Estimular os segmentos sociais a participarem do processo de gestão ambiental.

4. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

4.1. Reuniões da Comissão Executiva com a Comissão de Coordenação do PMSB.

Deverá ser realizada 1 (uma) Reunião para cada Audiência Pública, para

apresentação pela Comissão Executiva dos temas propostos nas Fases, para discussão e

assimilação dos conteúdos pela Comissão de Coordenação, com antecedência mínima de

7 dias úteis das datas das respectivas Audiências.

As reuniões têm como objetivo a preparação das Audiências Publicas no que se

refere ao conteúdo preparado pela Comissão Executiva com relação a cada Fase e sua

apresentação nas respectivas Audiências para conhecimento e validação com a

participação da sociedade na discussão do PMSB.

A reunião servirá como momento de capacitação com todos os envolvidos na

Comissão de Coordenação, como preparação dos assuntos a serem expostos e debatidos

nas audiências, sendo utilizadas metodologias participativas para construção de

diagnósticos e formulação de propostas para o enfrentamento das questões apresentadas.

A Comissão de Coordenação dentro de suas responsabilidades participará e definirá

juntamente com a Comissão Executiva a preparação dos conteúdos a serem apresentados

e discutidos nas audiências públicas, como os objetivos, metas e escopo do plano de

trabalho, além de cronogramas e principais atividades a serem implementadas ao longo do

desenvolvimento do Plano de Saneamento Básico, previstas para cada fase do trabalho,

nas respectivas audiências públicas.

A Comissão de Coordenação deverá apoiar a equipe técnica no desenvolvimento do

PMSB, discutindo por meio de grupos temáticos os problemas levantados nas audiências

públicas, iniciando o processo de identificação de alternativas para solucioná-los e

recomendando ações a serem incorporadas ao Plano, fortalecendo, assim, a interação

entre a equipe técnica e os atores sociais.

1ª Audiência Pública: 15 de julho

A primeira audiência será realizada no dia 15 de julho e terá como objetivo a

exposição dos estudos desenvolvidos pela Comissão Executiva e a de Coordenação para

o processo de participação da sociedade na elaboração do plano (formação dos grupos de

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

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trabalho e mobilização social) e o Diagnóstico da situação do saneamento e de seus

impactos nas condições de vida da população, devendo contemplar a apresentação das

atividades realizadas anteriormente (reuniões nos dias 10 e 24 de junho) com sua(s)

respectiva(s) metodologia(s), participantes, as informações que compõem os diagnósticos

setoriais dos produtos elaborados e as dificuldades enfrentadas.

2ª Audiência Pública: 26 de agosto

A segunda audiência prevista será realizada no dia 26 de agosto e tem como

objetivo à exposição dos estudos desenvolvidos pelas Comissões Executiva e de

Coordenação da prospectiva e planejamento estratégico, os Programas, projetos e ações

necessárias para atingir os objetivos e as Ações para alcance do cenário de referência. A

Audiência Pública tem como objetivo apresentar os problemas e potencialidades existentes

no município referentes às questões que envolvem os serviços de saneamento básico e,

também, para mostrar as inter-relações entre o saneamento básico e as demais áreas do

conhecimento (saúde pública, meio ambiente, controle urbano, habitação e outras). É

importante que esta seja amplamente divulgada para todos os cidadãos, inclusive com a

divulgação antecipada dos conteúdos elaborados no decorrer das fases anteriores. Será

precedida de reunião das Comissões no dia 12 de agosto.

3ª Audiência Pública: 30 de setembro

A terceira audiência prevista será realizada no dia 30 de setembro e terá como

objetivo a exposição dos estudos desenvolvidos pelas Comissões Executiva e de

Coordenação do Plano de Execução, o sistema de informações para auxílio à tomada de

decisão e o relatório preliminar do PMSB. Nesta fase é importante a apresentação dos

consensos e dissensos identificados nas audiências anteriores, para que possam ser

enumerados e apresentadas propostas de solução para as dificuldades encontradas. Esta

Audiência será precedida de reunião das Comissões no dia 16 de setembro.

4ª Audiência Pública: 28 de outubro

A quarta audiência prevista será realizada no dia 28 de outubro e terá como objetivo

a exposição dos estudos desenvolvidos pelas Comissões Executiva e de Coordenação da

versão Final do Plano Municipal de Saneamento Básico e Minuta do Projeto de Lei para

aprovação do plano pelo Legislativo Municipal, sua apresentação e validação pela

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participação social, com as sugestões e ajustes indicados para finalização. Esta Audiência

será precedida de reunião das Comissões no dia 14 de outubro.

5. COMUNICAÇÃO

A divulgação das reuniões e Audiências Públicas será realizada através das

emissoras de Radio local, jornais de circulação regional, site da Prefeitura Municipal de

Bombinhas, convites escritos e falados (carro de som) de forma a permitir que a população

como um todo esteja informada das mesmas.

Os documentos que forem utilizados como fonte de pesquisa para elaboração do

diagnóstico bem como os que forem sendo elaborados serão colocados em um link, no site

da Prefeitura Municipal de Bombinhas para que todos possam ter acesso aos mesmos.

Será criado um email para receber sugestões, duvidas e/ou criticas ao processo de

elaboração do PMSB com o objetivo de proporcionar oportunidade para aqueles que não

puderem estar presentes nas reuniões e Audiências Públicas.

Produto Especificação Nº de Relatórios Especificação Audiências

Públicas

A

Cópia do ato público do Poder Executivo com definição dos membros dos Comitês.

2

Relatório 1ª Reunião

1ª Audiência

Relatório 2ª Reunião

B Participação da sociedade na elaboração do plano 1 Plano de Mobilização

Social

C

Diagnóstico da situação atual do Saneamento e seus impactos na vida da população

6 Relatórios Diagnósticos Setoriais

1 Diagnóstico Técnico Participativo

B Participação da sociedade na elaboração do plano. 2 Relatório 3ª Reunião

2ª Audiência

Relatório 2ª Audiência

D Elaboração do cenário de referência 1

Relatório da Prospectiva e planejamento estratégico

E Programas, projetos e ações para alcance do cenário de referência

1 Relatório Programas, Projetos e Ações – Objetivos e Metas

B Participação da sociedade 3 Relatório 4ª Reunião

Audiên

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

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na elaboração do plano. Relatório 3ª Audiência

F Plano de Execução. 1 Plano com prazos e metas de execução.

I Sistema de informações. 1 Relatório Sistemas de Informações.

K Relatório Preliminar do PMSB, 1 Relatório Preliminar do

PMSB

PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO DE BOMBINHAS

B Participação da sociedade na elaboração do Plano 2 Relatório 5ª Reunião

4ª Audiência

Relatório 4ª Audiência

K Relatório Final do Plano Municipal de Saneamento Básico.

1 Relatório Final do PMSB

G Aprovação do PMSB. 1 Minuta do Projeto de Lei

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Segundo dados de entrada de projetos para obtenção de Alvará de Construção

Secretaria de Planejamento nos últimos anos, obteve-se o seguinte levantamento:

Ano / Uso Unifamiliar Multifamiliar Meios de Hospedagem

2005 179 59 11

2006 135 62 4

2007 108 66 6

2008 140 89 7

2009 136 107 7

2010 185 234 6