Upload
tranmien
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
CAISAN Câmara Intersetorial de
Segurança Alimentar e Nutricional
Mercedes - PR
PLANO MUNICIPAL DE
SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL
/
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE MERCEDES
ESTADO DO PARANÁ
GESTÃO MUNICIPAL
CLECI RAMBO LOFFI
PREFEITA
EDSON SCHUG
VICE-PREFEITO
GILSON BACKES
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
ANDRÉA REGINA ALVES HAHN
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
SEBASTIÃO KOCK
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE AGRICULTURA, PECUÁRIA E MEIO
AMBIENTE
EDSON SCHUG
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE
REPRESENTANTE CAISAN MUNICIPAL
GILSON BACKES
PRESIDENTE
REPRESENTANTES DO COMSEA MUNICIPAL
LILLIAN NUNES LOFFY
PRESIDENTE
MAIRA JAINE HERMANN
VICE-PRESIDENTE
GILSON BACKES
REPRESENTANTE SECRETARIA-GERAL COMSEA MUNICIPAL
ANA LETICIA BORGES DOS SANTOS BARTONCELLO
REPRESENTANTE SECRETARIA-EXECUTIVA COMSEA MUNICIPAL
CONSELHO MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL (COMSEA/MERCEDES)
CONSELHEIROS TITULARES E SUPLENTES NA GESTÃO 2015 - 2017
Representando a Secretaria de Educação e Cultura:
Sidiane Weiss e Kiara Baasch Mensch
Representando a Secretaria de Assistência Social:
Ana Leticia Borges dos Santos Bartoncello e Juliana Hickmann Effting
Representando a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente:
André Luiz Backes e Cristiane Karina Kamphorst Machado
Representando a Secretaria de Saúde:
Adelete Becker e Juciane Kunkel
Representando a ANUOP (Associação dos Nutricionistas do Oeste do Paraná):
Lillian Nunes Loffi e Maira Jaine Hermann
Representando a ACIM (Associação Comercial e Empresarial de Mercedes):
Nóelia Schlosser e Mariana Marcon Weber
Representado o PROVOPAR (Programa de Voluntariado Paranaense):
Nilzete Winkelmann e Valdirene Porto
Representando a APROMER (Associação dos Produtores Orgânicos de Mercedes):
Naldi Lauersdorf e Santilha Weiss
Representando o CRP (Conselho Regional de Psicologia):
Patrícia Hickmann e Cinthia Regina Brun
Representando a EMATER (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural):
Luciano José de Souza e Murilo Schibata
Representando as APM’s (Associação de Pais e Mestres):
Silvana Groff Grando e Paulo Weber
Representando o Programa Bolsa Família:
Juliana Backes Ott e Feliciana Sadoscki Correia
CONSELHEIROS TITULARES E SUPLENTES NA GESTÃO 2017 - 2019
Representando a Secretaria de Educação e Cultura:
Gilson Backes e Sidiane Weiss
Representando a Secretaria de Assistência Social:
Ana Leticia Borges dos Santos Bartoncello e Juliana Hickmann Effting
Representando a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente:
André Luiz Backes e Cristiane Karina Kamphorst Machado
Representando a Secretaria de Saúde:
Adelete Becker e Juciane Kunkel
Representando a ANUOP (Associação dos Nutricionistas do Oeste do Paraná):
Lillian Nunes Loffi e Maira Jaine Hermann
Representando a ACIM (Associação Comercial e Empresarial de Mercedes):
Silvana Groff Grando e Mariana Marcon Weber
Representando o PROVOPAR (Programa de Voluntariado Paranaense):
Simone Petry Eninger e Nilzete de Oliveira Winkelmann
Representando a APROMER (Associação dos Produtores Orgânicos de Mercedes):
Santilha Weiss e Patrícia Eger Stein
Representando o CRP (Conselho Regional de Psicologia):
Ellen Caroline Bulow e Silvana dos Santos
Representando o CAPA (Centro de Apoio e Promoção a Agroecologia):
Lorita Sonntag e Ademar Giese
Representando as APM’s (Associação de Pais e Mestres):
Paulo Weber e Patrícia S. Balmann
Representando o Programa Bolsa Família:
Leonita Knopf e Terezinha Alves dos Santos
LISTA DE SIGLAS
ADAPAR - Agência de Defesa Agropecuária do Paraná
APROMER - Associação dos Produtores Orgânicos de Mercedes
ATER - Assistência Técnica e Extensão Rural
BDE - Base de Dados do Estado
CAE - Conselho de Alimentação Escolar
CAISAN - Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional
CAPA – Centro de Apoio e Promoção a Agroecologia
COMSEA – Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional
CRAS - Centro de Referência da Assistência Social
CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social
DCNT - Doenças Crônicas não Transmissíveis
DERAL – Departamento de Economia Rural
DHAA - Direito Humano à Alimentação Adequada
EAN - Educação Alimentar e Nutricional
ESF - Estratégia de Saúde da Família
FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IMC - Índice de Massa Corporal
INSAN - Insegurança Alimentar e Nutricional
LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social
MDSA - Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário
OMS - Organização Mundial da Saúde
PAA - Programa de Aquisição de Alimentos
PAIF - Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família
PBF – Programa Bolsa Família
PIB - Produto Interno Bruto
PLAMSAN - Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional
PLC - Programa Leite das Crianças
PNAE - Programa Nacional de Alimentação Escolar
PPA - Plano Plurianual
RAPS - Rede de Atenção Psicossocial
SAN - Segurança Alimentar e Nutricional
SEMAE - Serviço Municipal de Água e Esgoto
SISAN – Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
SISVAN - Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
SUAS - Sistema Único de Assistência Social
SUS – Sistema Único de Saúde
UBS - Unidade Básica de Saúde
UPES – Utilidade Pública
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................... 9
1. CONTEXTUALIZAÇÃO (DIAGNÓSTICO) E MAPEAMENTO DOS PROGRAMAS,
PROJETOS E AÇÕES. ............................................................................................................................ 10
1.1 PERFIL DEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO ................................................ 10
1.1.1 Aspectos Geográficos .......................................................................................... 10
1.1.2 Aspectos Demográficos ....................................................................................... 11
1.1.3 Taxa de Urbanização............................................................................................ 11
1.1.4 Produto Interno Bruto e Per Capita ...................................................................... 12
1.1.5 Renda e Condições de Vida ................................................................................. 12
1.2 AGRICULTURA ....................................................................................................... 12
1.2.1 Produção e disponibilidade de alimentos ............................................................. 12
1.3 ASSISTÊNCIA SOCIAL ........................................................................................... 15
1.3.1 Cadastro único ..................................................................................................... 15
1.3.2 Programa Bolsa Família ....................................................................................... 15
1.3.3 Programa Brasil Carinhoso .................................................................................. 15
1.3.4 Acesso a serviços ................................................................................................. 15
1.4 ACESSO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL .................................. 16
1.4.1. Incentivo ao aleitamento materno ....................................................................... 17
1.4.2. Distribuição gratuita de fórmulas infantis .......................................................... 17
1.4.3. Programa leite das crianças ................................................................................. 18
1.4.4. Distribuição de cestas básicas ............................................................................. 18
1.4.5. Distribuição de dietas enterais e suplementos alimentares ................................. 19
1.4.6. Hortas Escolares ................................................................................................. 20
1.4.7. Horta Comunitária .............................................................................................. 21
1.4.8 Feira Livre do Produtor Rural .............................................................................. 21
1.4.9. Pomares Comunitários ........................................................................................ 22
1.4.10. Acesso e Abastecimento de Água ..................................................................... 22
1.5 SAÚDE E NUTRIÇÃO .............................................................................................. 23
1.5.1 Academia da Saúde .............................................................................................. 27
1.6 EDUCAÇÃO .............................................................................................................. 28
1.6.1 Alimentação Escolar ............................................................................................ 31
1.6.2 Concurso de Receitas Saudáveis .......................................................................... 34
1.6.3 Educação Alimentar e Nutricional ....................................................................... 35
2. PRINCÍPIOS, ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA A
CONSTRUÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E
NUTRICIONAL DO MUNICÍPIO DE MERCEDES – PR. .............................................. 36
3. DIRETRIZES, OBJETIVOS E AÇÕES DO PLANO MUNICIPAL DE SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL ...................................................................................... 37
4. INDICADORES PARA O MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO
MUNICIPAL DE SAN ........................................................................................................ 47
5. PERSPECTIVAS E DESAFIOS PARA A POLÍTICA MUNICIPAL DE SAN ............ 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 55
9
APRESENTAÇÃO
O Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional do Município de
Mercedes (PLAMSAN) faz parte dos instrumentos de gestão pertencentes ao Sistema de
Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), instituído pela Lei Federal nº 11.346 de 15 de
setembro de 2006.
O Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional do Município de
Mercedes (PLAMSAN) 2017 – 2021 é um documento elaborado por toda a equipe
pertencente à CAISAN e as secretarias que as integram, sendo a
Secretaria Municipal de Saúde, Educação e Cultura, Assistência
Social e Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente. O Plano leva em
consideração o tema proposto na 1° Conferência de Segurança
Alimentar e Nutricional realizado no ano de 2015, sendo como
tema: “Comida de Verdade no Campo e na Cidade”.
Com o propósito de consolidar todas as ações desenvolvidas no âmbito de
Segurança Alimentar e Nutricional, este é um documento que apresenta as ações já
desenvolvidas pelo município de Mercedes, assim como ações e metas que ainda estão por
alcançar, considerando as principais propostas levantadas na 1° conferência, sendo este
fruto de uma análise e discussão entre as secretarias envolvidas, a fim de tornar a
segurança alimentar e nutricional um tema intersetorial, assegurando à população o direito
humano à alimentação adequada e a soberania alimentar.
10
1. CONTEXTUALIZAÇÃO (DIAGNÓSTICO) E MAPEAMENTO DOS
PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES.
1.1 PERFIL DEMOGRÁFICO E SOCIOECONÔMICO
1.1.1 Aspectos Geográficos
O município de Mercedes está localizado no extremo-oeste do Paraná. Mercedes é
um dos 51 municípios que compõem essa região, às margens do Lago Internacional de
Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Faz divisa ao Norte com os municípios de
Guaíra, Terra Roxa e Nova Santa Rosa; ao Sul, Leste e Sudoeste com o município de
Marechal Cândido Rondon e, ao Oeste faz limite internacional com a República do
Paraguai. Sua extensão territorial compreende 146,40 km².
Figura 1: Mapa Geográfico do Município de Mercedes
Fonte: Site do Município de Mercedes
11
1.1.2 Aspectos Demográficos
Segundo dados do IBGE, o número de habitantes do último censo (2010) foi de
5.046 habitantes, deste total 2.522 são mulheres e 2.524 são homens. Grande parte dessa
população é de cor branca (com mais de 90% da população).
Figura 2: População distinta por sexo - 2010
Fonte: IBGE – Censos demográficos
1.1.3 Taxa de Urbanização
Segundo estimativa do IBGE, no ano de 2016 o número de habitantes já havia
subido para 5.437. O crescimento da população Mercedense se dá de maneira mais
aparente na área urbana do município, onde apresentou entre os anos de 1991 e 2000 um
crescimento de 49,73%, enquanto no meio rural, nesse mesmo período houve um
decréscimo de 10% na população. Mesmo com essa perda de população na zona rural o
índice total de crescimento demográfico do município continua positivo, de 8,81%, e
Mercedes continua a ser um município de população predominantemente rural.
População estimada na área rural e urbana do município de Mercedes - 2010.
Figura 3: População Urbana e Rural
Fonte: IBGE – Censos demográficos.
2,524 2,522 Homens
Mulheres
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
Urbano Rural
2.439 2.607
12
Pode-se observar atualmente em Mercedes um aumento da demanda de muitas
famílias oriundas do país vizinho Paraguai (Paraguaios e Brasiguaios) e até mesmo do
estado brasileiro - Mato Grosso do Sul. Como o município tem faixa de fronteira molhada
com o Paraguai, existe a facilidade de acesso. São pessoas que vêm em busca de trabalho e
até mesmo em busca de atendimentos na área da saúde e da assistência social, ou seja, vêm
em busca de melhores condições de vida.
1.1.4 Produto Interno Bruto e Per Capita
O Produto Interno Bruto (PIB) per capita do município tem registro apenas do
último ano de 2009, com um valor de 17,2 mil reais, um valor considerado bom, pois o
PIB do estado do Paraná também foi de 17,8 mil.
1.1.5 Renda e Condições de Vida
No estado do Paraná verifica-se que, em termos absolutos, as regiões mais
populosas detêm os maiores contingentes de domicílios pobres, ressaltando-se a influência
da escala demográfica na variável em estudo. Diante isso, Mercedes, considerado um
município pequeno apresenta segundo dados do IBGE (Censo de 2010) 264 domicílios
particulares permanentes considerados pobres, correspondendo a 16,3%.
A renda média domiciliar per capita foi de 645,3 (FONTE: IBGE - Censo
Demográfico - 2010).
O município, segundo dados do Programa Paraná Alfabetizado, apresenta uma taxa
de 6,58% de analfabetos, considerando as pessoas de 15 anos ou mais. Segundo dados da
Secretaria Municipal de Educação e Cultura a maior parte destes analfabetos seria pessoas
acima de 50 anos.
1.2 AGRICULTURA
1.2.1 Produção e disponibilidade de alimentos
O município de Mercedes possui terras férteis com teor significativo no que tange a
produtividade de grãos. O clima do município é também um agravante para os índices de
produtividade tanto de cereais, como para a produção pecuária.
13
Mercedes possui uma área de 20.086,40 hectares, da qual aproximadamente 14.000
hectares são destinados ao plantio de cultivares, bem como a exploração da suinocultura,
avicultura, e bovinocultura de corte e leite, desta maneira a principal base econômica do
município é a agricultura. A qual, de acordo com o Departamento de Economia Rural –
DERAL (2015), o valor bruto de produção somou R$ 169.472.747,93.
Na agricultura são explorados soja, milho, trigo, mandioca, aveia, fumo, hortaliças,
legumes e verduras. A produção das cultivares citadas desenvolveu-se de forma
significativa nos últimos anos, em decorrência da inovação tecnológica, da realização de
cursos e do desenvolvimento de projetos e serviços realizados pela administração pública
do município, os quais instigam a vida do homem do campo ao meio rural.
Figura 4: Principais cultivos do Município
Fonte: DERAL - 2015
Dessa forma, percebe-se que apenas três segmentos são responsáveis por mais de
50% do valor bruto produzido no município. Tendo destaque o frango de corte com 30%, e
como segundo segmento temos a soja com 13%, e o terceiro, a produção de leite com 11%.
Dentre as culturas agrícolas no município, as que oferecem maiores destaques são:
a soja, o milho, o trigo e a mandioca. De acordo com o Departamento de Economia Rural –
DERAL 2015, a produção da soja somou 21.705 toneladas, enquanto a do milho atingiu
39.975 toneladas. Já o trigo somou 700 toneladas, e a mandioca 60.000 toneladas, no ano
2015.
Porém, se levarmos em consideração o valor bruto da produção no ano de 2015, a
ordem crescente da produtividade teremos em primeiro lugar a soja. Em segundo o milho,
já em terceiro a mandioca e a quarta cultura de maior importância financeira é o trigo.
27%
30% 9%
13%
11% 10%
Outros
frango - corte
Suíno - corte
Soja
Leite Bovino
Milho
14
Segundo a ADAPAR, atualmente o município totaliza 677 produtores, destes 18
produtores trabalham apenas com o corte bovino, 36 apenas com a produção leiteira, 543,
com ambos e 80 produtores trabalham com aves e suínos.
Figura 5: Quantidade de Produtores
Fonte: ADAPAR - 2017
Segundo a Base de Dados do Estado (BDE Web), além da produção leiteira, que
em 2015 totalizou 18.612.000 litros, o município também tem uma produção considerável
de mel (6.150 kg) e 155.000 dúzias de ovos por ano.
Desse modo, tornou-se explícito a importância que a agricultura e a pecuária
desenvolvem no município. Pois além de serem economicamente importante, trata-se de
segmentos indispensáveis na alimentação humana no que tange aos nutrientes e vitaminas
que os mesmos possuem.
O município possui também uma parceria com o CAPA – Centro de Apoio e
Promoção da Agroecologia. Este, presta assistência técnica principalmente para os
produtores que exploram o cultivo de produtos orgânicos, tais mercadorias são
comercializadas dentro do próprio município, por meio do PNAE para o fornecimento da
merenda escolar e também na feira livre do produtor rural.
Vale ressaltar, no meio rural do município prevalece à agricultura familiar.
Atualmente tem-se 292 propriedades às quais são administradas pela própria família, é um
número significativo quando comparado com a população total do município. E, essas
famílias desenvolvem um papel importante em razão de estarem assegurando seus
sucessores no campo.
Desse modo, verifica-se a importância que o setor agrícola desempenha no
município, uma vez que a atividade é o carro chefe da economia local. E por essa razão, é
indispensável à participação da Administração Pública na atividade, prevendo incentivos a
todos os agricultores.
18
36
80
543
Corte Bovino
Produção Leiteira
Aves e Suínos
Corte e Produção Leiteira
15
1.3 ASSISTÊNCIA SOCIAL
1.3.1 Cadastro único
Por intermédio do Cadastro Único, o Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário (MDSA) tem acesso aos dados dos usuários, como quem é, onde reside, o perfil da
família e do domicílio que possuem renda de até meio salário mínimo per capita. Essas
informações são utilizadas pelo Governo Federal, pelos Estados e pelos municípios para
implementação de políticas públicas capazes de promover a melhoria da vida dessas
famílias
Segundo dados oficiais, o município possui:
745 pessoas cadastradas no Cadastro Único em junho de 2016.
1.3.2 Programa Bolsa Família
No mês de outubro de 2016 o município apresentou 142 Famílias inseridas no
Programa de Transferência de Renda - Bolsa Família. Este é um programa de transferência
direta de renda, direcionado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em
todo o País, de modo que este público consiga superar a situação de vulnerabilidade. Assim
o programa busca garantir a estas famílias o direito à alimentação adequada e à saúde.
1.3.3 Programa Brasil Carinhoso
O Programa Brasil Carinhoso tem o seu desenvolvimento integrado em várias
vertentes, e uma delas é expandir a quantidade de matrículas de crianças entre 0 e 48
meses, cujas famílias sejam beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) em creches
públicas ou conveniadas.
O Programa consiste na transferência automática de recursos financeiros, sem
necessidade de convênio ou outro instrumento, para custear despesas com manutenção e
desenvolvimento da educação infantil, contribuir com as ações de cuidado integral,
segurança alimentar e nutricional e garantir o acesso e a permanência da criança na
educação infantil.
1.3.4 Acesso a serviços
A Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, instituído pela
Constituição Federal de 1988. A partir de 1993, com a publicação da Lei Orgânica da
16
Assistência Social – LOAS é definida como Política de Seguridade Social, compondo o
tripé da Seguridade Social, juntamente com a Saúde e Previdência Social, com caráter de
Política Social articulada à outras políticas do campo social.
Em 2005, é instituído o Sistema Único de Assistência Social – SUAS,
descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do conteúdo específico da
Assistência Social no campo da proteção social brasileira.
Nesse sentido, a Secretaria de Assistência Social em Mercedes realiza suas ações
através do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF, que consiste no
trabalho social com as famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a
função protetiva das famílias e prevenir a ruptura dos seus vínculos. Assim como ofertar o
Serviço de Proteção e Atendimento Especializado às Famílias e Indivíduos - PAEFI, com o
objetivo de proporcionar serviço de apoio, orientação e acompanhamento às famílias com
um ou mais membros em situação de ameaça ou violação de direitos.
O munícipio de Mercedes por ser considerado de pequeno porte conta atualmente
com uma estrutura pequena, porém o suficiente para a demanda populacional;
1 Centro de Referência da Assistência Social - CRAS
1 Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS
Com o intuito de contribuir para a Segurança Alimentar e Nutricional da população,
o CRAS disponibiliza aos seus usuários lanches diários no período em que estão realizando
as atividades nas oficinas ofertadas.
1.4 ACESSO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL
O Direito Humano à Alimentação Adequada tem duas dimensões: o direito de estar
livre da fome e o direito à alimentação adequada. A realização
destas duas dimensões é de crucial importância para a garantia
de todos os direitos humanos. Os principais conceitos
empregados na definição de Direito Humano à Alimentação
Adequada são disponibilidade de alimentos, adequação,
acessibilidade e estabilidade do acesso a alimentos produzidos e
consumidos de forma soberana, sustentável, digna e emancipatória.
17
O Estado e os municípios devem criar condições que permitam o acesso à
Alimentação adequada e saudável, dentro do DHAA. Tem a obrigação de se envolver pró-
ativamente em atividades destinadas a fortalecer o acesso das pessoas a recursos e meios
que garantam o direito humano à alimentação adequada.
1.4.1. Incentivo ao aleitamento materno
Quando falamos de segurança alimentar e nutricional, devemos pensar na primeira
fase de nossa vida, onde este assunto é tão importante, que é quando nascemos e
necessitamos de um alimento completo, balanceado e que respeite as nossas necessidades
nutricionais para que possamos crescer e nos desenvolver da forma mais saudável. Estudos
científicos comprovam a importância e a superioridade do leite materno em relação aos
outros diversos tipos de leites. A introdução precoce de outros alimentos antes do sexto
mês de vida pode estar associada a um aumento de episódios de desnutrição, diarreia,
alergias, hospitalizações por doença respiratória e diminuição na absorção de minerais
como o ferro e o zinco. Por essas razões a Sociedade Brasileira de Pediatria, seguindo as
normas da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno até os
dois anos de idade.
Com o intuito de promover e incentivar o aleitamento materno, o município de
Mercedes realiza palestras para o grupo de gestantes sobre o aleitamento materno, realiza
visitas com as gestantes ao banco de leite do hospital Bom Jesus na cidade de Toledo - PR,
que é o hospital de referência para partos das gestantes em acompanhamento via SUS do
município. Além disso, realiza visita multiprofissional as puérperas, com objetivo de
orientar na prática as mães, e dar todo suporte que seja necessário para se manter o
aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida.
1.4.2. Distribuição gratuita de fórmulas infantis
Na impossibilidade total da criança receber leite materno, o município disponibiliza
o fornecimento parcial de fórmulas infantis, sendo a fórmula padrão distribuída para
crianças até seis meses de idade, e fórmulas especiais para crianças com intolerância ou
alergia até os dois anos de idade. O fornecimento das fórmulas infantis é um incentivo para
que a família ofereça à criança a melhor opção de alimento caso falte o leite materno, pois
18
sabemos que as fórmulas são balanceadas de acordo com as necessidades nutricionais da
criança.
1.4.3. Programa leite das crianças
Este programa tem como principal desafio a superação das desigualdades. O
caminho para o resgate das famílias em situação de vulnerabilidade e risco social segue o
processo nacional de universalização das políticas de combate à fome e à pobreza. Neste
contexto o Programa Leite das Crianças – PLC tem por objetivo auxiliar o combate à
desnutrição infantil, por meio da distribuição gratuita e diária de um litro de leite às
crianças de 06 a 36 meses, pertencentes às famílias cuja renda per capita não ultrapassa
meio salário mínimo regional.
No segundo semestre do ano de 2016 o município de Mercedes beneficiou através
deste programa 40 famílias.
Figura 6: Número de famílias atendidas pelo Programa Leite das Crianças em Mercedes nos últimos três anos.
Fonte: Secretaria de Assistência Social
1.4.4. Distribuição de cestas básicas
O município também disponibiliza do benefício eventual de cestas básicas, que tem
por objetivo proporcionar um atendimento emergencial às
famílias necessitadas que estejam em situação de
vulnerabilidade socioeconômica.
Em anexo o gráfico da quantidade de cestas básicas
distribuídas no município durante os anos de 2014, 2015 e
2016.
0
10
20
30
40
50
60
2014 2015 2016
42 42 40
Pessoas Atendidas pelo Programa Leite das Crianças
19
Figura 7: Quantidades de cestas básicas distribuídas no município de Mercedes nos últimos três anos.
Fonte: Secretaria de Assistência Social
1.4.5. Distribuição de dietas enterais e suplementos alimentares
O município de Mercedes através da secretaria de saúde, também disponibiliza o
fornecimento parcial de dietas enterais e suplementos alimentares distintos, essa
distribuição contribui para a recuperação ou manutenção do
estado nutricional e perfil de saúde de indivíduos
debilitados, pacientes em tratamento de câncer, pós-
cirúrgico, depleção muscular em idosos, pacientes em uso
de sonda nasogástrica ou por gastrostomia, crianças abaixo
do peso ideal, entre outras situações que necessitem de
terapia nutricional.
A aquisição destes produtos é realizada com recursos próprios do município, e
pode-se constatar através do gráfico abaixo que vem crescendo a demanda destes produtos,
com um aumento de 17% no primeiro quadrimestre de 2016 para 2017. Fazendo com que o
município tenha que investir ainda mais na terapia nutricional, o que garante a segurança
alimentar destes pacientes.
Figura 8: Valores investidos em terapia nutricional no primeiro quadrimestre de cada ano.
Fonte: Secretaria de Saúde
0
100
200
300
400
500
2014 2015 2016
326 468 433
Quantidade de cestas básicas distribuídas
5.000,00
8.000,00
11.000,00
14.000,00
17.000,00
2016 2017
13.109,17 15.340,24
20
1.4.6. Hortas Escolares
As hortas escolares são consideradas espaços pedagógicos multidisciplinares, que
contribuem para a aceitação alimentar dos alunos, melhorando seus hábitos alimentares,
assim como contribuem para o abastecimento escolar de vegetais, legumes e verduras,
sendo este um fator econômico importante para o município. Percebe-se que o
envolvimento dos alunos no processo de cultivo destes alimentos, facilita a adesão dos
mesmos ao consumo, sendo um ponto de acesso à segurança alimentar e nutricional.
Figura 9: Horta do CMEI Passinhos do Saber
Fonte: Direção CMEI Passinhos do Saber
Figura 10: Horta da Escola Rural Municipal José de Alencar
Fonte: Direção Escola José de Alencar
Figura 11 e 12: Horta da Escola Cantinho Feliz
Fonte: Direção Escola Cantinho Feliz
21
1.4.7. Horta Comunitária
As hortas comunitárias também são utilizadas como espaços de aprendizagem para
a comunidade em geral, buscando agregar na vida do indivíduo hábitos alimentares
saudáveis, contribuindo para o aceso familiar de alimentos saudáveis, assim como trabalha
o compromisso com o cultivo e cuidado com a terra.
O projeto Sementes do Amanhã passa a ter como principal objetivo contribuir para
a qualidade de vida dos usuários atendidos no município de Mercedes, possibilitando que
os mesmos tenham acesso à informação sobre a importância do cooperativismo social na
garantia do bem estar social dos sujeitos, pois tão importante quanto à capacidade de
produzir um novo conhecimento é a capacidade de processar, adaptar e converter
conhecimento em inovação, de acordo com as necessidades e especificidades de cada
grupo de usuários.
Oportunizará aos usuários da RAPS - Rede de Atenção Psicossocial, aprendizado,
contato com a natureza, desenvolvimento de habilidades, oportunidade de convivência
social e comunitária, além de contribuir significativamente com seu tratamento ou
complemento dos alimentos ofertados através da concessão do benefício eventual de cesta
básica. Serão desenvolvidas atividades como confecção de canteiros, manutenção de
jardim, plantio, capina e colheita. Além do trabalho com a terra e as plantas, os usuários
contarão com orientações sobre a importância dos cuidados com a natureza, valorização
dos alimentos naturais, além da busca pela conscientização em relação aos hábitos
saudáveis de alimentação. O cultivo
da horta contribui com a qualidade
de vida dos usuários, pois além de
garantir alimentos saudáveis, educa,
ocupa, proporciona momentos de
lazer, expressividade, convivência
social e promoção de saúde.
1.4.8 Feira Livre do Produtor Rural
O município de Mercedes atualmente tem uma feira livre localizada no centro da
cidade, e conta com um total de oito produtores que realizam a venda de seus produtos
todas as terças-feiras e sextas-feiras, no horário das 16:00 horas. Neste espaço são
22
ofertados produtos in natura de qualidade, inclusive produtos orgânicos, e o objetivo
principal da feira é contribuir com a renda familiar do pequeno produtor, este espaço
contribui para o fortalecimento de uma alimentação mais natural e saudável para toda a
população.
Principais produtos comercializados:
Panificados Frutas Vegetais Lácteos /carnes Outros
Cucas Banana Alface Nata Doce de frutas
Macarrão Bergamota Abobrinha Frango Amendoim
Rissoles Laranja Tomate Ricota Café
Pães Limão Beterraba Manteiga Açúcar mascavo
Bolachas Mamão Vegetais em conserva Leite Mel
Bolos Maracujá Cenoura Queijo Pé de moleque
Mini pizzas Abacate Brócolis Peixe Ovos
Massa de lasanha Morango Couve-flor Salame Melado
1.4.9. Pomares Comunitários
Os pomares comunitários são uma proposta inovadora para a ocupação dos espaços
públicos que estão sem utilização, as chamadas UPES, que são espaços cedidos ao
município em todos os bairros. Estes espaços por muitas vezes não são utilizados para
construções, sendo excelentes pontos para implantação de pomares comunitários que
podem melhorar os hábitos alimentares de nossa população. O COMSEA em parceria com
a Secretaria de Educação e com a Secretaria de Agricultura, já realizou a coleta das
sementes nas escolas, estas serão plantadas no horto municipal e posteriormente farão parte
do pomar comunitário. Desta maneira irá contribuir para o acesso a um alimento saudável
e adequado.
1.4.10. Acesso e Abastecimento de Água
O abastecimento de água no município de Mercedes é realizado pelo Serviço
Municipal de Água e Esgoto (SEMAE) que atende na Sede 776 famílias, 97 famílias em
Três Irmãs, 108 famílias em Arroio Guaçu e 47 famílias em Novo Rio do Sul, somando em
todo município o atendimento atinge 1028 famílias.
23
O SEMAE é um órgão integrante da administração direta do município de
Mercedes, criado pela lei n° 505, de 30 de março de 2006, vinculado à secretaria de viação,
obras e serviços urbanos, com a finalidade, entre outras, de planejar, coordenar, executar e
manter os serviços de água potável e de esgoto sanitário no município.
Mercedes não possui rede de esgoto unificada, sendo que a população em sua
maioria faz uso de fossas sépticas ou rudimentares. No momento existe projeto para
implantação de rede de esgoto, com apoio da Funasa, porém sem previsão de início da
obra.
1.5 SAÚDE E NUTRIÇÃO
O município de Mercedes possui em sua rede de atenção à saúde um Centro de
Saúde localizado na sede municipal com atendimento 24 horas, uma Unidade Básica de
Saúde - UBS, estando localizada no distrito de Arroio Guaçu, e uma unidade de Atenção
Primária à Saúde estando localizada no distrito de Três Irmãs. Também conta com duas
equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF), e uma academia da saúde.
A Atenção Básica é caracterizada pelo conjunto das ações, prestada pelas equipes
das Unidades Básicas de Saúde, no âmbito individual e coletivo, abrangendo a promoção e
a proteção da saúde, prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a
manutenção da saúde dos cidadãos residentes na área de abrangência.
A Equipe tem a missão de planejar e executar a política de saúde para o Município
de Mercedes, responsabilizando-se pela gestão e regulação dos serviços próprios e
conveniados, monitorando doenças e agravos e realizando a vigilância sanitária sobre
produtos e serviços de interesse da saúde, visando por uma população mais saudável.
A Secretaria Municipal de Saúde conta ainda com o Departamento de Vigilância
em Saúde que é composta pela Vigilância Sanitária, Epidemiológica e Ambiental e o
Departamento de Controle, Avaliação e Auditoria.
No Centro de Saúde do município, as atividades
de SAN estão ligadas de forma intersetorial e
interdisciplinar ao trabalho realizado pela nutricionista e
pelo trabalho realizado na Vigilância Sanitária, porém por
este tema ser abrangente e importante, toda a equipe é
24
envolvida em ações e treinamentos voltados aos assuntos de alimentação.
A secretaria municipal de saúde realiza diversas atividades visando a Segurança
Alimentar e Nutricional da população, havendo campanhas que visam prevenir o
aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis, assim como campanhas que
trabalham o controle no ganho de peso, alimentação saudável, incluindo o incentivo a
prática de atividade física.
Periodicamente vêm sendo realizadas atividades em grupos, onde é possível levar
informações a um maior número de pessoas, e observando também que o atendimento em
grupo melhora a adesão dos pacientes às mudanças, pois os mesmos percebem que mais
pessoas compartilham das mesmas dificuldades. Tendo em andamento os grupos:
HIPERDIA: Atendimento em grupo, que acontece com uma frequência
trimestral, onde o público alvo são hipertensos, diabéticos e cardiopatas. Em
todo encontro estes pacientes são avaliados e monitorados através do IMC
(Índice de Massa Corporal) e circunferência abdominal, e com dados coletados
neste monitoramento, são realizadas orientações e palestras com assuntos
relevantes e pertinentes à saúde destes pacientes.
GRUPO DE GESTANTES: No grupo de gestantes, além de palestras que são
realizadas para o grupo, também são disponibilizadas consultas individuais com
nutricionista no período gestacional. Essas consultas acontecem mensalmente,
onde é possível monitorar o ganho de peso e orientar as futuras mamães sobre o
consumo alimentar saudável, prevenindo
assim o aparecimento de carências
nutricionais tanto para a mãe, quanto para
o bebê, e evitando complicações como
pré-eclâmpsia e diabetes gestacional.
SEMENTINHAS DA SAÚDE: Grupo que atende crianças em situação de
sobrepeso e obesidade, que são diagnosticadas através da avaliação
antropométrica anual realizada nas escolas. As atividades do grupo acontecem
quinzenalmente, abrangendo o tema alimentação saudável de forma lúdica e
descontraída, ensinando as crianças a fazerem as melhores escolhas alimentares,
25
considerando sempre o teor nutricional e calorias. Também são realizadas
rodas de conversas com os pais, com o objetivo de levar informações relevantes
a toda à família, visto que no processo integrado com a família os resultados são
mais eficazes.
MEDIDA CERTA: Este é um grupo de atendimento voltado a adultos que
necessitam de reeducação alimentar e redução de peso. A maioria dos
integrantes do grupo já apresenta alguma patologia associada à obesidade e ao
sedentarismo. O grupo funciona com encontros mensais para discutir ações
voltadas à alimentação saudável e prática de atividade física, visando à
reeducação alimentar dos participantes, e mudança no estilo de vida. Além dos
encontros mensais, os participantes do grupo
têm acesso à prática de atividade física duas
vezes na semana, utilizando o espaço da
academia da saúde e contando com as
instruções de um professor habilitado.
Além das atividades em grupos, a unidade de saúde desenvolve atividades diárias
de atendimento individualizado a pacientes que necessitam de alguma orientação dietética
específica ou que necessitam de reeducação alimentar para redução de peso, assim como
também são realizadas visitas domiciliares a pacientes acamados ou que apresentem
alguma dificuldade de locomoção até a unidade de saúde, além de assistir periodicamente
em domicílio pacientes em terapia nutricional, que também fazem parte do programa
“Nutrição Especial”, que realiza o fornecimento parcial de fórmulas infantis, suplementos
alimentares e dieta enteral.
Também em cada atendimento básico realizado nas unidades de saúde, é verificado
o peso e estatura dos pacientes, dado que é lançado em um sistema de prontuário eletrônico
que possibilita ter um acompanhamento do perfil antropométrico de nossa população.
No primeiro quadrimestre de 2017 (janeiro a abril), foi registrado na população
adulta de 20 a 60 anos um total de 953 pessoas avaliadas, sendo que deste público 351
pessoas encontram-se com peso adequado, 278 com sobrepeso, 316 com obesidade e 8
pessoas com baixo peso. É possível concluir através destes valores que a população adulta
26
do município de Mercedes encontra-se com o perfil nutricional que predomina o excesso
de peso, como é possível observar abaixo.
Figura 13: Estado nutricional da população adulta (20 – 60 anos) atendidas nas Unidades de Saúde no primeiro
quadrimestre de 2017.
Fonte: Secretaria de Saúde
Em relação ao acompanhamento das gestantes no mesmo período, foi possível
observar que a maioria das pacientes encontrava-se com o peso adequado, fato este que
contribui para manutenção de uma gestação saudável e tranquila.
Figura 14: Estado nutricional das gestantes atendidas nas Unidades de Saúde no primeiro quadrimestre de 2017.
Fonte: Secretaria de Saúde
Na população idosa, também se observou um alto índice de sobrepeso e obesidade,
fator este que interfere no tratamento e surgimento de várias patologias como hipertensão
arterial, diabetes mellitus, doenças circulatórias e coronárias, patologias ortopédicas entre
outros, sendo esta a faixa etária mais acometida por complicações à saúde. Foi possível
avaliar neste período 316 idosos, considerando que nossa população idosa corresponde a
aproximadamente 743 pessoas segundo senso 2010, é possível diagnosticar que no
primeiro trimestre de 2017 foram avaliados nas Unidades de Saúde 42% da população
idosa do município de Mercedes.
36,83%
29,17%
33,15% 0,85% Adequado
Sobrepeso
Obesidade
Baixo Peso
54,54%
18,18%
22,72% 4,54%
Adequado
Sobrepeso
Obesidade
Baixo Peso
27
Figura 15: Estado nutricional de idosos (acima de 60 anos) atendidos nas Unidades de Saúde no primeiro
quadrimestre do ano de 2017.
Fonte: Secretaria de Saúde
1.5.1 Academia da Saúde
Lançado em 2011, pela Portaria nº 719/GM/MS o Programa Academia da Saúde
tem como objetivo contribuir para a promoção da saúde, prevenção de doenças e agravos,
produção do cuidado e modos de vida saudáveis da população.
O polo Academia da Saúde de Mercedes foi inaugurado em 2015, contemplando
atividades de musculação, exercícios aeróbicos, alongamentos, treino funcional, pilates e
atendimento nutricional, e conta com o trabalho permanente de um educador físico, uma
nutricionista e uma fisioterapeuta. Todas as ações realizadas neste polo são focadas na
qualidade de vida da população Mercedense, e tem o objetivo de prevenir o aparecimento e
agravos de doenças.
Hoje as ações prestadas pela academia atingem mensalmente uma média de 100
pacientes, que realizam atividades com frequência de duas a três vezes na semana. A
existência dessa academia é considerada uma grande ferramenta na prevenção e controle
da obesidade, fator este que é determinante para o aparecimento de diversas patologias,
incluindo hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças coronárias, dislipidemias, câncer,
dentre outras.
36,39%
19,93%
39,24%
4,43%
Adequado
Sobrepeso
Obesidade
Baixo Peso
Figura 16: Academia da Saúde de Mercedes
Fonte: Secretaria de Saúde
28
1.6 EDUCAÇÃO
A Secretaria Municipal de Educação e Cultura tem se constituído no órgão gestor
responsável em executar todas as atividades relativas à administração da Rede Municipal
de Educação e das atividades artísticas culturais desenvolvidas pela Casa da Cultura e
Biblioteca Cidadã.
Assegurando uma educação que garanta o acesso e a
permanência com sucesso da demanda escolar na sala de aula, o
trabalho é desencadeado em consonância com os sistemas
Estadual e Federal de Educação, no cumprimento das Leis,
metas e garantia de recursos.
O funcionamento eficaz das escolas se dá através de
ações que norteiam o trabalho dos profissionais vinculados a
Secretaria de Educação e Cultura, aos quais é assegurado o estímulo ao aperfeiçoamento
pessoal, de recursos materiais e de todo um fazer pedagógico que se executa no ambiente
de aprendizagem.
A educação municipal tem sido promovida considerando à diversidade cultural e
pessoal, às diferenças individuais e à necessidade de atenção e estimulações educacionais
diferenciadas. Tem sido orientada pelos princípios da inclusão e equidade, oferecendo
oportunidade educacional de qualidade para todos, de forma inclusiva, considerando as
diferenças pessoais entre seus alunos, atendendo diferentemente aqueles que necessitam de
atenção e estímulos educacionais diferenciados. Estes cuidados estão associados ao
princípio da democratização da educação, considerando que pessoas diferentes, com
dificuldades e experiências distintas, precisam usufruir os mesmos padrões de qualidade
em educação.
Atualmente, o município conta com um centro municipal de educação infantil,
quatro escolas municipais, uma escola do campo estadual e um colégio na sede, que
totalizam sete instituições de ensino.
O monitoramento nutricional dos escolares (SISVAN) faz parte de um dos eixos
prioritários de Promoção da Alimentação Saudável, prevista na Portaria nº 1010, de oito de
maio de 2006, que visa, além de monitoramento e ações de educação alimentar e
nutricional, o estímulo à produção de hortas escolares, implantação de boas práticas de
manipulação de alimentos e restrição ao comércio e promoção comercial no ambiente
29
escolar de alimentos e preparações com altos teores de gordura saturada, gordura trans,
açúcar livre e sal, assim como incentivo ao consumo de frutas, legumes e verduras.
A Secretaria Municipal de Educação, por meio da nutricionista em parceria com a
Secretaria Municipal de Saúde, iniciou em 2013 o monitoramento nutricional, com a
realização de avaliação uma vez ao ano, dos alunos matriculados nos Centros Municipais
de Educação Infantil e nas Escolas Municipais da Rede.
O objetivo do monitoramento do estado nutricional dos alunos é obter informações
sobre o estado de saúde, incidência de situações especiais para subsidiar o planejamento e
execução de ações de educação alimentar e
nutricionais para promoção da alimentação saudável
e controle de doenças crônicas não transmissíveis
como, por exemplo: obesidade, diabetes,
hipertensão, entre outras.
A partir dos dados antropométricos (peso e altura), realiza-se o diagnóstico
nutricional dos alunos da Rede Municipal de Ensino e ações em Educação Alimentar e
Nutricional são desenvolvidas com a comunidade escolar, visando à redução dos índices de
excesso de peso e a melhoria da qualidade de vida da população estudantil.
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DAS ESCOLAS DO ANO DE 2016
ESCOLA TIRADENTES
PERFIL NÚMERO ALUNOS %
Baixo peso 10 4,23
Eutrofia 160 67,79
Sobrepeso 45 19,06
Obesidade 21 8,89
Total de alunos avaliados 236 99,97%
ESCOLA JOSÉ DE ALENCAR E CAETANO MUNHOZ DA ROCHA
PERFIL NÚMERO ALUNOS %
Baixo peso 1 1,78
Eutrofia 43 76,78
30
Sobrepeso 7 12,50
Obesidade 5 8,92
Total de alunos avaliados 56 99,98%
ESCOLA CANTINHO FELIZ
PERFIL NÚMERO ALUNOS %
Baixo peso 3 1,39
Eutrofia 175 81,39
Sobrepeso 27 12,55
Obesidade 10 4,65
Total de alunos avaliados 204 99,98%
CRECHE PASSINHOS DO SABER
PERFIL NÚMERO ALUNOS %
Baixo peso 4 5,3
Eutrofia 55 73,3
Sobrepeso 13 17,3
Obesidade 3 4,0
Total de alunos avaliados 66 99,99%
Gráfico do perfil nutricional dos alunos da rede municipal de ensino do município de
Mercedes – PR no ano de 2016
Figura 17: Valores referentes aos dados encontrados em todas as escolas da rede municipal.
Fonte: Secretaria de Educação e Cultura
3,09
74,39
15,8
6,7 Baixo Peso
Eutrofia
Sobrepeso
Obesidade
31
Os alunos que apresentam necessidades alimentares especiais (como por exemplo:
intolerância à lactose, doença celíaca, diabetes mellitus, dentre outras) são atendidos com a
oferta de alimentos adequados durante o período de permanência na Unidade Escolar.
No ano de 2016, eram três os alunos atendidos que apresentam diagnóstico de
intolerância à lactose no município.
Os cardápios da alimentação escolar são elaborados pela nutricionista, com
utilização de gêneros alimentícios básicos, de modo a respeitar as referências nutricionais,
os hábitos alimentares, a cultura alimentar da localidade e pautar-se na sustentabilidade,
sazonalidade e diversificação agrícola da região e na alimentação saudável e adequada.
1.6.1 Alimentação Escolar
A alimentação escolar em Mercedes faz parte do Programa Nacional de
Alimentação Escolar – PNAE, o qual tem por objetivo contribuir para o crescimento e o
desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de
práticas alimentares saudáveis dos alunos, por
meio de ações de educação alimentar e
nutricionais e da oferta de refeições que cubram as
suas necessidades nutricionais durante o período letivo.
Os alimentos adquiridos pela Secretaria Municipal de Educação para atendimento
do Programa Nacional de Alimentação Escolar obedecem às diretrizes previstas na
Resolução FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, limites máximos de sódio, açúcar,
gorduras saturadas e trans.
É realizado controle administrativo para a aquisição e a distribuição dos alimentos,
visando garantir a entrega de produtos com qualidade às Unidades Escolares. O
fornecimento dos gêneros alimentícios às Unidades Escolares ocorre regularmente. Os
gêneros alimentícios não perecíveis são entregues uma vez ao mês, enquanto os gêneros
alimentícios perecíveis são entregues uma ou duas vezes por semana.
Para o monitoramento do Programa Nacional de Alimentação Escolar são
realizadas supervisões mensais às Unidades de Ensino, zelando pela ordem e manutenção
de boas condições higiênicas.
Também são realizados testes de aceitabilidade de gêneros alimentícios, os quais
norteiam novas programações para aquisição dos alimentos.
32
A Gerência de Alimentação e Nutrição Escolar desenvolve atividades de
assessoramento ao Conselho de Alimentação Escolar (CAE). Este Conselho municipal
monitora e fiscaliza todas as ações relacionadas à alimentação escolar e é responsável pela
análise da prestação de contas relativa aos recursos repassados do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação para o Programa Nacional de Alimentação Escolar.
No ano de 2016 foram inseridos na chamada pública do PNAE alimentos
orgânicos, como por exemplo, cenoura, repolho, morango, beterraba e tomate. Além de
outros produtos convencionais, atingindo desta forma 64,5% do valor repassado pelo
FNDE, ou seja, foi possível dobrar a meta proposta que é de 30%.
Para o ano de 2017 foi incluído na chamada pública mais diversidade de produtos
orgânicos, além dos citados em 2016, foram inseridos também abobrinha, banana, brócolis,
couve-flor, feijão, acerola, pepino e batata doce. Para 2017 a meta é atingir 70% do valor
repassado pelo FNDE para a agricultura familiar.
Valor comprado da Agricultura Familiar
Figura 18: Valor comprado da Agricultura Familiar em 2015 e 2016 e meta para 2017.
Fonte: Secretaria de Educação e Cultura
Desta maneira é possível perceber que a cada ano o município investe mais nos
agricultores, pois sabe da qualidade dos produtos entregues e de como essa renda beneficia
as famílias do programa. Dentro do programa é possível observar uma grande variedade de
produtos cadastrados, segue tabela:
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
2015 2016 Meta 2017
37,8%
64,5% 70%
33
Principais Produtos Adquiridos da Agricultura Familiar - PNAE
Frutas Legumes e Verduras Panificados Outros
Abacaxi Abobrinha* Bolacha caseira Mandioca
Acerola* Batata Doce* Bolo Doce de frutas
Banana* Beterraba* Macarrão Frango Caipira
Bergamota Brócolis* Massa de lasanha Feijão*
Laranja Cenoura* Pão caseiro Farinha de milho
Maçã Chuchu Mel
Manga Couve-Flor* Melado
Maracujá Milho verde Ovos
Morango* Pepino*
Pêssego Repolho*
Tomate*
Vagem
*Produtos que também são comprados orgânicos
Em 2007 foi aprovado o primeiro projeto do PAA (Programa de Aquisição de
Alimentos) para o município, desde então a APROMER (Associação dos Produtores
Orgânicos de Mercedes) passou a entregar produtos da agricultura familiar para a
alimentação escolar. A preocupação tinha como foco a busca de alimentos de melhor
qualidade, tanto do ponto de vista nutricional, quanto do ponto de vista da saúde.
Como já vinha sendo comprado produtos oriundos da agricultura familiar através
do PAA, depois da aprovação da Lei
Federal 11.947, de junho de 2009,
passou-se a serem realizadas
chamadas públicas para o
cumprimento das recomendações do
FNDE que é a compra de pelo menos
30% da agricultura familiar,
priorizando a compra de produtos
orgânicos e/ou agroecológicos, ou seja, produzidos sem o uso de agrotóxicos.
Existe uma central de recebimento localizado na Secretaria Municipal de Educação,
é um local adequado para a recepção e distribuição dos produtos para as Unidades
34
Municipais de Ensino que são entregues semanalmente pelos produtores familiares. Esse
espaço oferece uma melhor estrutura para as entregas, evitando o desperdício e
preservando a qualidade dos alimentos, quando armazenados provisoriamente.
Em relação à formação e/ou promoção de formação técnica para as profissionais da
alimentação escolar, esta é realizada anualmente no Município.
1.6.2 Concurso de Receitas Saudáveis
Além das formações técnicas no ano de 2014, foi realizado também em parceria
com a ITAIPU o concurso de receitas saudáveis entre as merendeiras. O mesmo tinha
como objetivo geral a criação de cardápios alternativos orgânicos para publicação do 3º
Caderno de receitas saudáveis para à alimentação escolar da Bacia do Paraná 3.
Os objetivos específicos seguem em: Incentivar cozinheiras e nutricionistas a
criarem cardápios alternativos com produtos orgânicos; Estimular a aprendizagem dos/as
estudantes através de uma boa alimentação; Contribuir com hábitos alimentares saudáveis;
Fortalecer a economia local, através da compra de alimentos da agricultura familiar e
orgânica; Possibilitar aos/as estudantes o acesso e conhecimento de alimentos nutritivos e
saudáveis; Despertar os Gestores da Alimentação Escolar sobre a possibilidade de uso de
alimentos orgânicos; Incentivar a produção, comercialização e consumo de alimentos
orgânicos; Estimular e fortalecer as associações de agricultores orgânicos; Incentivar e
viabilizar a organização de hortas escolares e comunitárias com o cultivo orgânico;
Resgatar e cultivar a sabedoria popular das plantas medicinais, condimentares e com
propriedades funcionais no uso para a alimentação escolar.
O concurso teve diversas receitas, entre elas as que se destacaram e fazem parte do
caderno são a panqueca de espinafre e a torta colorida de mandioca, além de serem
publicadas no caderno, as mesmas também fazem parte do cardápio das escolas. Sendo
assim foi possível alcançar o objetivo proposto.
35
Figura 19: Panqueca de Espinafre Figura 20: Torta Colorida de Mandioca
Fonte: Secretaria de Educação e Cultura
1.6.3 Educação Alimentar e Nutricional
A Resolução FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, fortalece um dos eixos do
Programa, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN), ao dedicar uma Seção às ações de
EAN. Essa medida vai ao encontro das políticas públicas atuais relacionadas à Segurança
Alimentar e Nutricional (SAN), visto a existência do Plano de SAN, do Plano Nacional
Combate à Obesidade e do Plano de Ações Estratégicas para o enfretamento das Doenças
Crônicas não Transmissíveis (DCNT).
As ações de Educação Alimentar e Nutricional acontecem em todas as unidades da
rede municipal de ensino para educandos, pais e para toda a comunidade escolar. São
realizadas atividades educativas sobre alimentação saudável ao longo de todo o ano nos
Centros Municipais de Educação Infantil e nas Escolas Municipais, tendo como principal
objetivo a melhora do estado nutricional de toda população, evitando assim problemas
futuros relacionados à má alimentação.
Figuras 21, 22 e 23: Atividades de Educação Alimentar
Fonte: Secretaria de Educação
36
2. PRINCÍPIOS, ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
PARA A CONSTRUÇÃO DO PLANO MUNICIPAL DE SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL DO MUNICÍPIO DE MERCEDES – PR.
No ano de 2015, iniciou-se o processo de adesão ao SISAN, com a aprovação da
Lei Ordinária nº 1.349/2015 que cria os componentes municipais do Sistema Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional, define os parâmetros para a elaboração e
implementação do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.
Em sequencia foi criada a CAISAN Municipal através do decreto nº 038/2015, a
mesma é composta pelas quatro secretarias que
desenvolvem atividades e ações vinculadas à Segurança
Alimentar e Nutricional. Posteriormente foi criado o
COMSEA Municipal, através do decreto nº 065/2015 que
dispõe sobre as competências, a composição e o
funcionamento do conselho.
Os conselheiros foram empossados no dia da 1º Conferência Municipal de
Segurança Alimentar e Nutricional, que contou com a participação da sociedade civil e do
poder público. Totalizando 123 pessoas presentes.
Nesse ato foram elencadas diversas propostas, das quais algumas já foram
contempladas garantindo a segurança alimentar e nutricional da população mercedense.
Figura 24 e 25: Posse dos Conselheiros na 1º Conferência Municipal
Fonte: Imprensa Municipal
37
Dentro de todo esse sistema, (SISAN) é importante englobar todas as secretarias
municipais e envolver o maior número de pessoas possível para difundir as políticas de
SAN, sendo este é um tema que atinge toda a população, seja pelo perfil antropométrico,
ou pelos hábitos alimentares.
É necessário que todos entendam o que é segurança alimentar, pois somente assim
as ações realizadas serão plenamente valorizadas e reproduzidas, contemplando as
mudanças de hábitos alimentares e contribuindo para a melhora do estilo de vida da
população.
Deve-se manter o que já se faz no município em relação às atividades e programas
voltados a SAN (Segurança Alimentar e Nutricional), e buscar envolver com maior
eficácia toda a comunidade escolar, para que nesse ambiente de aprendizado seja possível
manter e incentivar práticas alimentares saudáveis constantemente.
Também melhorar as ações voltadas à agroecologia, estimular o interesse da
população às práticas de cultivo doméstico através das hortas, pomares e temperos, visando
assim que as famílias tenham mais acesso a alimentos in natura, e mantenham hábitos de
vida mais saudáveis.
Na abrangência da secretaria de saúde do município, visando manter um melhor
monitoramento do perfil antropométrico da população, deve-se melhorar o fornecimento
de dados ao SISVAN (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), sistema este que
permite ter acesso a relatórios consolidados, ou individuais, sendo possível investigar o
perfil antropométrico individual ou de um determinado grupo.
3. DIRETRIZES, OBJETIVOS E AÇÕES DO PLANO MUNICIPAL DE
SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Com base no Decreto Federal nº 7.272/2010 e no Plano Estadual de Segurança
Alimentar e Nutricional, foram elencadas as diretrizes para este Plano Municipal de SAN,
apresentadas abaixo:
Diretriz 1 – Promoção do acesso universal à alimentação adequada e saudável, com
prioridade para as famílias e pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional;
Diretriz 2 – Promoção do abastecimento e estruturação de sistemas descentralizados e
sustentáveis de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos, inclusive os
de base agroecológica;
38
Diretriz 3 – Instituição de processos permanentes de educação alimentar e nutricional,
pesquisa e formação nas áreas de segurança alimentar e nutricional e do direito humano à
alimentação adequada;
Diretriz 4 – Promoção, universalização e coordenação das ações de segurança alimentar e
nutricional, voltadas para quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais, povos
indígenas e assentados da reforma agrária;
Diretriz 5 – Fortalecimento das ações de alimentação e nutrição em todos os níveis da
atenção à saúde, de modo articulado às demais políticas de segurança alimentar e
nutricional;
Diretriz 6 – Promoção do acesso universal à água de qualidade e em quantidade suficiente,
com prioridade para as famílias em situação de insegurança hídrica e para produção de
alimentos da agricultura familiar e da pesca e aquicultura;
Diretriz 7 – Apoio à iniciativas de promoção da soberania alimentar, segurança alimentar e
nutricional do direito humano à alimentação adequada em âmbito internacional e a
negociações internacionais;
Diretriz 8 – Monitoramento da realização do direito humano à alimentação adequada.
Para cada diretriz, foram descritos os programas e as ações desenvolvidas no
âmbito da SAN no município e em consonância com o Plano Plurianual (PPA). Além
disso, as propostas da I Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional
também foram descritas, por fazerem parte de ações relacionadas a SAN.
Diretriz 1 – Promoção do acesso universal à alimentação adequada e saudável, com
prioridade para as famílias e pessoas em situação de insegurança alimentar e
nutricional.
Sub – Tema – Alimentação Escolar
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
1 Promover o
acesso à
alimentação
adequada e
saudável para
alunos da
educação básica,
de forma a
contribuir para o
crescimento
biopsicossocial,
a aprendizagem,
o rendimento
escolar e a
Oferta de
alimentação
escolar a 40
milhões de
estudantes da
rede pública de
ensino, por ano,
sendo 230 mil
indígenas e 230
mil quilombolas.
Programa
Nacional de
Alimentação
Escolar: por
meio da oferta
da alimentação
escolar e de
ações de
educação
alimentar e
nutricionais.
SMED FNDE/
MEC
Municipal
e
Federal
39
formação de
práticas
alimentares
saudáveis.
Sub – Tema – Transferência de Renda
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
1 Assegurar
melhores
condições
socioeconômicas
às famílias pobres
e, sobretudo,
extremamente
pobres, por meio
de transferência
direta de renda e
reforço ao acesso
aos direitos sociais
básicos nas áreas
de alimentação,
saúde, educação e
assistência social,
para a ruptura do
ciclo
intergeracional de
pobreza e a
proteção do
DHAA.
Transferir renda
às famílias em
situação de
pobreza que
atendam os
critérios de
elegibilidade,
conforme as
estimativas de
atendimento do
Programa Bolsa
Familiar.
Programa
Bolsa
Família: O
Programa
Bolsa Família
é um
programa de
transferência
direta de
renda que
beneficia
famílias em
situação de
pobreza e de
extrema
pobreza em
todo o país.
Secretaria de
Assistência
Social
Secretaria
de Saúde
SMED
Municipal
e
Federal
Sub – Tema – Distribuição de Alimentos
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
1 Ampliar as
condições de
acesso à
alimentação
adequada e
saudável das
famílias mais
vulneráveis, por
meio do
provimento de
refeições e
alimentos, em
equipamentos
públicos de
Implementação
do novo marco
legal da ação de
distribuição de
alimentos, sob a
égide do Direito
Humano à
Alimentação
Adequada,
respeitando os
hábitos e culturas
alimentares, com
foco nos
territórios de
Fornecimento
eventual de
cesta básica
para famílias
com
dificuldades
de aquisição
alimentar
momentâneas.
Secretaria de
Assistência
Social
SEED Municipal
40
alimentação e
nutrição e da
distribuição de
alimentos a grupos
populacionais
específicos e que
enfrentam
calamidades.
maior
vulnerabilidade,
apontados pelo
Mapa INSAN.
1 Ampliar as
condições de
acesso à
alimentação
adequada e
saudável das
famílias mais
vulneráveis, por
meio do
provimento de
refeições e
alimentos, em
equipamentos
públicos de
alimentação e
nutrição e da
distribuição de
alimentos a grupos
populacionais
específicos e que
enfrentam
calamidades.
Implementação
do novo marco
legal da ação de
distribuição de
alimentos, sob a
égide do Direito
Humano à
Alimentação
Adequada,
respeitando os
hábitos e culturas
alimentares, com
foco nos
territórios de
maior
vulnerabilidade,
apontados pelo
Mapa INSAN.
Programa
Municipal de
Alimentação
Especial:
fornecimento
de dieta
enteral ou
fórmula
infantil às
pessoas com
necessidades
alimentares
especiais.
Secretaria de
Saúde
Municipal
1 Ampliar as
condições de
acesso à
alimentação
adequada e
saudável das
famílias mais
vulneráveis, por
meio do
provimento de
refeições e
alimentos, em
equipamentos
públicos de
alimentação e
nutrição e da
distribuição de
alimentos a grupos
populacionais
específicos e que
enfrentam
calamidades.
Implementação
do novo marco
legal da ação de
distribuição de
alimentos, sob a
égide do Direito
Humano à
Alimentação
Adequada,
respeitando os
hábitos e culturas
alimentares, com
foco nos
territórios de
maior
vulnerabilidade,
apontados pelo
Mapa INSAN.
Programa
Estadual
Leite das
Crianças: O
Programa do
Leite das
Crianças foi
instituído pela
Lei Estadual
16.475/2010
como um
direito de
crianças de 6
a 36 meses de
idade, com
renda per
capita de até
1/2 salário
mínimo
regional, com
o objetivo de
auxiliar na
Secretaria de
Assistência
Social
SMED
SEED
Estadual
41
redução das
deficiências
nutricionais
da população
infantil
paranaense.
O PLC
consiste na
distribuição
gratuita e
diária de um
litro de leite
tipo
pasteurizado,
enriquecido
com Ferro
Quelato e
Vitaminas
“A” e “D”.
Diretriz 2 – Promoção do abastecimento e estruturação de sistemas descentralizados e
sustentáveis de produção, extração, processamento e distribuição de alimentos,
inclusive os de base agroecológica;
Sub – Tema – Fortalecimento da Agricultura Familiar
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
3 Fomentar o
abastecimento
alimentar como
forma de
consolidar a
organização de
circuitos locais e
regionais de
produção,
abastecimento e
consumo para a
garantia do acesso
regular e
permanente da
população
brasileira a
alimentos, em
quantidade
suficiente,
qualidade e
diversidade,
observadas as
práticas
Prestar ATER
qualificada,
direcionada e
continuada para
1 milhão de
famílias da
agricultura
familiar,
incluindo ATER
específica para
jovens rurais e
povos e
comunidades
tradicionais, 50%
do público
atingido seja
mulheres, que
30% do
orçamento seja
destinado à
atividades
específicas de
mulheres.
Orientações
na produção e
distribuição
de produtos
orgânicos.
Secretaria de
Agricultura
Secretaria
de Desen.
Econômico
Trabalho
e Emprego APROMER
Municipal
42
alimentares
promotoras da
saúde e
respeitados os
aspectos culturais
e ambientais.
3 Fomentar o
abastecimento
alimentar como
forma de
consolidar a
organização de
circuitos locais e
regionais de
produção,
abastecimento e
consumo para a
garantia do acesso
regular e
permanente da
população
brasileira a
alimentos, em
quantidade
suficiente,
qualidade e
diversidade,
observadas as
práticas
alimentares
promotoras da
saúde e
respeitados os
aspectos culturais
e ambientais.
Prestar ATER
qualificada,
direcionada e
continuada para
1 milhão de
famílias da
agricultura
familiar,
incluindo ATER
específica para
jovens rurais e
povos e
comunidades
tradicionais, 50%
do público
atingido seja
mulheres, que
30% do
orçamento seja
destinado à
atividades
específicas de
mulheres.
Agricultura
familiar no
Programa
Nacional de
Alimentação
Escolar. Em
cumprimento
a Lei Federal
do PNAE.
Aquisição de
gêneros
alimentícios
diversificados,
produzidos
pela
agricultura
familiar e
pelos
agricultores
familiares
rurais da
região e do
Estado.
SMED SMED Federal
Diretriz 3 – Instituição de processos permanentes de educação alimentar e
nutricional, pesquisa e formação nas áreas de segurança alimentar e nutricional e do
direito humano à alimentação adequada.
Sub – Tema – Promoção da Alimentação Saudável
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
5 Assegurar
processos
permanentes de
Educação
Alimentar e
Nutricional
(EAN)e de
Implementação
das
recomendações
do Guia
Alimentar para a
População
Brasileira e do
Formação em
Educação
Alimentar e
Nutricional
para
professores,
educadores,
SMED Secretaria
de Saúde
(PSE)
Municipal
43
promoção da
alimentação
adequada e
saudável,
valorizando e
respeitando as
especificidades
culturais e
regionais dos
diferentes grupos e
etnias, na
perspectiva da
Segurança
Alimentar e
Nutricional (SAN)
e da garantia do
Direito Humano á
Alimentação
Adequada
(DHAA).
Guia Alimentar
para Crianças
menores de dois
anos, reforçando
o consumo de
alimentos
regionais e as
práticas
produtivas
sustentáveis que
respeitem a
biodiversidade.
pedagogos e
diretores.
5
Estruturar e
integrar ações de
Educação
Alimentar e
Nutricional nas
redes
institucionais de
serviços públicos,
de modo a
estimular a
autonomia do
sujeito para
produção de
práticas
alimentares
adequadas e
saudáveis.
Inserção da
promoção da
alimentação
adequada e
saudável nas
ações e
estratégias
realizadas pelas
redes de saúde,
educação e
assistência
social.
Reuniões de
Rede de
Apoio e
Redes de
Proteção:
participação
de reuniões
intersetoriais
para
discussão de
casos,
especialmente
aqueles em
situação de
insegurança
alimentar e
nutricional.
SMED
Secretaria de
Saúde
Secretaria de
Assistência
Social
Secretaria
Assistência
Social
Municipal
Diretriz 4 – Promoção, universalização e coordenação das ações de segurança
alimentar e nutricional, voltadas para quilombolas e demais povos e comunidades
tradicionais, povos indígenas e assentados da reforma agrária.
Não se aplica.
Diretriz 5 – Fortalecimento das ações de alimentação e nutrição em todos os níveis da
atenção à saúde, de modo articulado às demais políticas de segurança alimentar e
nutricional.
Sub – Tema – Promoção da Alimentação Saudável
44
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
5 Estruturar a
atenção nutricional
na rede de atenção
básica.
Estabelecimento
dos Pactos
Federais para a
Promoção da
Alimentação
Adequada e
Saudável.
Fornecimento
de fórmulas
infantis a
bebês que não
têm acesso ao
aleitamento
materno.
Sendo que os
mesmos são disponibilizad
os de forma
parcial.
Secretaria de
Saúde
--- Municipal
5 Controlar e
prevenir os
agravos e doenças
consequentes da
insegurança
alimentar e
nutricional.
Inserção da
promoção da
alimentação
adequada e
saudável nas
ações e
estratégias
realizadas pelas
redes de saúde,
educação e
assistência
social.
Programa
Saúde na
Escola (PSE).
SMED
Secretaria de
Saúde
Secretaria
Assistência
Social
Escolas e
CMEIS
Equipe
PSE
Municipal
Federal
6 Controlar e
prevenir os
agravos e doenças
consequentes da
insegurança
alimentar e
nutricional.
Inserção da
promoção da
alimentação
adequada e
saudável nas
ações e
estratégias
realizadas pelas
redes de saúde,
educação e
assistência
social.
Desenvolver
ações de
prevenção e
combate de
doenças
recorrentes da
má
alimentação.
Secretaria de
Saúde
PSF Municipal
Sub – Tema – Controlar dos Riscos Relacionados ao consumo de Alimentos e a
Exposição ao uso de Agrotóxicos
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
5 Fortalecer a
vigilância
alimentar e
nutricional.
Divulgação à
sociedade das
ações de
fiscalização
sanitária em
estabelecimentos
e produtos
Promover o monitoramento e fiscalização
de
estabelecimen
tos que
manipulam,
Secretaria de
Saúde
Vigilância
Sanitária
Federal
Municipal
45
pertinentes à área
de alimentos.
fabricam e
comercializa
m alimentos.
Sub – Tema – Controlar e Prevenir os Agravos Decorrentes da má Alimentação
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
6 Promover o
controle e a
regulação de
alimentos.
Organização do
cuidado na rede
de atenção à
saúde voltada as
pessoas com
necessidades
alimentares
especiais, por
meio de
elaboração de
marcos
normativos e
instrumentos
técnicos
específicos que
abordem a
terapia
nutricional.
Fornecimento
de
alimentação
adequada aos
alunos com
necessidades
especiais
através do
Programa
Nacional de
Alimentação
Escolar.
SMED
Secretária
Municipal
de Adm.
Municipal
6 Estruturar a
atenção nutricional
na rede de atenção
básica.
Organização do
cuidado na rede
de atenção à
saúde voltada as
pessoas com
necessidades
alimentares
especiais, por
meio de
elaboração de
marcos
normativos e
instrumentos
técnicos
específicos que
abordem a
terapia
nutricional.
Fornecimento
de dietas
enterais e
suplementos
alimentares
para quem
apresente
necessidades
especiais.
Sendo que os
mesmos são
disponibilizad
os de forma
parcial.
Secretaria de
Saúde
--- Municipal
6 Controlar e
prevenir os
agravos e doenças
consequentes da
insegurança
alimentar e
nutricional.
Deter o
crescimento da
obesidade na
população
adulta, por meio
de ações
articuladas no
âmbito da
Monitorar o
estado
nutricional de
alunos da
Rede
Municipal de
Ensino.
SMED
Secretaria de
Saúde
Escolas e
CMEIS
Municipal
46
Câmara
Interministerial
de Segurança
Alimentar e
Nutricional
(CAISAN).
6 Estruturar a
atenção nutricional
na rede de atenção
básica.
Organização do
cuidado na rede
de atenção à
saúde voltada às
pessoas com
necessidades
alimentares
especiais, por
meio de
elaboração de
marcos
normativos e
instrumentos
técnicos
específicos que
abordem a
terapia
nutricional.
Ações de
SAN em
grupos
específicos
como
(Hiperdia,
gestantes,
sementinhas,
entre outros).
Secretaria de
Saúde
SMSD Municipal
Diretriz 6 – Promoção do acesso universal à água de qualidade e em quantidade
suficiente, com prioridade para as famílias em situação de insegurança hídrica e para
produção de alimentos.
Sub – Tema – Saneamento Básico Rural
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
7 Garantir o acesso à
água para o
consumo humano
e a produção de
populações rurais
difusas e de baixa
renda, de forma a
promover a
qualidade e
quantidades
suficientes à
segurança
alimentar e
nutricional.
Implantação,
ampliação ou
melhoria das
ações de
abastecimento de
água em 10.000
domicílios rurais,
meio de
tecnologias
apropriadas.
Fornecimento
de Água em
todo o
território rural
do município.
SEMAE
Sec.
Agricultura
Municipal
47
Diretriz 7 – Apoio às iniciativas de promoção da soberania alimentar, segurança
alimentar e nutricional do direito humano à alimentação adequada em âmbito
internacional e a negociações internacionais.
Não se aplica.
Diretriz 8 – Monitoramento da realização do direito humano à alimentação
adequada.
Sub – Tema – Participação Social
Núm.
Desafio
Objetivo Meta Ações Secretaria
Responsável
Parceiros Fonte de
Recurso
Identificar avanços
e retrocessos no
cumprimento das
obrigações de
respeitar, proteger,
promover e prover
o Direito Humano
à Alimentação
Adequada
(DHAA).
Apoiar a
participação e
controle social,
por meio dos
conselhos de
segurança
alimentar e
nutricional.
Desenvolver
ações de
Inserção e
cobertura de
famílias
atendidas pela
rede de
proteção para
que sejam
inseridas nos
programas
sócio
assistenciais.
Secretaria
Assistência
Social
Federal
Municipal
4. INDICADORES PARA O MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO
MUNICIPAL DE SAN
O monitoramento do Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de
Mercedes será realizado de forma contínua, visando o desenvolvimento e a efetivação do
acesso da população às políticas de SAN, tendo como objetivo, acompanhar a execução
das ações governamentais, empenhando-se em constatar a atuação desta política pública
sendo de responsabilidade do Governo Municipal, com a participação da Câmara
Intersetorial de Segurança Alimentar e Nutricional - CAISAN Mercedes e o Conselho
Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional.
O monitoramento proposto vem ao encontro das ações que compõem o Plano
Municipal, permitindo a avaliação de sua efetividade no que se referem às diretrizes,
normas e objetivos.
O Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional deve contemplar em sua
execução a busca pelo cumprimento do Direito Humano à Alimentação Adequada
48
(DHAA) e a consolidação da Soberania Alimentar. A utilização dos diversos indicadores
propostos servirá como fonte múltipla para obtenção de um panorama global das ações de
segurança alimentar e nutricional, permitindo, desta forma a visualização do status da
garantia do DHAA.
A CAISAN/Mercedes poderá buscar parceria com instituições de ensino, pesquisa e
extensão, a fim de definir metodologia específica para o monitoramento e avaliação das
ações implantadas, identificando eventuais entraves e possibilitando correções, bem como
propor novas ações.
I) RENDA E CONDIÇÕES DE VIDA
DIMENSÃO/
INDICADOR
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
PERIODIC. FONTE
Índice de Gini da
distribuição do
rendimento
mensal
dos domicílios
particulares
permanente, com
rendimento.
Brasil e regiões
Paraná e
regiões
Mercedes Anual PNAD/
IBGE
Índice percentual
de extrema
pobreza.
Brasil e regiões
Paraná e
regiões
Mercedes Anual Censo/
demográfico
Razão entre a
renda domiciliar
per capita média
de chefes de
domicílios
negros e brancos.
Brasil Paraná Mercedes Anual PNAD/
IBGE
Taxa de trabalho
formal (16 anos
ou mais).
Brasil Paraná Mercedes Anual RAIS/MTE
Taxa de emprego
formal da
população negra.
Brasil Paraná Mercedes Anual RAIS/MTE
Taxa de emprego
formal de
mulheres.
Brasil Paraná Mercedes Anual RAIS/MTE
Índice de
Desenvolviment
o Municipal.
Paraná Mercedes Anual IPDM/
IPARDES
II) ACESSO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL, INCLUINDO ÁGUA
49
DIMENSÃO/
INDICADOR
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
PERIODICIDADE FONTE
Condição de
segurança e
insegurança
alimentar nos
domicílios.
Brasil e regiões;
sexo, cor, ou raça;
classe de
rendimento
domiciliar per
capita; situação de
domicilio.
Mercedes
Quadrienal PNAD/ IBGE
Percentual de gastos
das famílias com
alimentação total.
Brasil e regiões; Mercedes
Quinquenal POF/ IBGE
Percentual da
despesa de consumo
alimentar monetário
e não monetário por
quintil de renda, no
domicilio e fora do
domicilio.
Brasil e regiões; Mercedes
Quinquenal POF/ IBGE
Participação relativa
de macronutrientes
no total de calorias
determinado pela
aquisição alimentar
domiciliar.
Brasil e regiões; Mercedes
Quinquenal POF/ IBGE
Contribuição de
proteínas no total de
calorias na
alimentação
domiciliar.
Brasil e regiões; Mercedes
Quinquenal POF/ IBGE
Contribuição de
carboidratos no total
de calorias na
alimentação
domiciliar.
Brasil e regiões; Mercedes
Quinquenal POF/ IBGE
Contribuição de
lipídeos no total de
calorias na
alimentação
domiciliar.
Brasil e regiões; Mercedes
Quinquenal POF/ IBGE
Contribuição de
frutas no total de
calorias na
alimentação
domiciliar.
Brasil e regiões; Mercedes
Quinquenal POF/ IBGE
Contribuição de
verduras e legumes
no total de calorias
Brasil e regiões; Mercedes
Quinquenal POF/ IBGE
50
na alimentação
domiciliar.
Percentual de
domicílios
atendidos por rede
geral de água, por
coleta de lixo e
dotados por rede de
esgoto ou fossa
séptica.
Brasil e regiões Mercedes Anual PNAD/
IBGE
Percentual de
escolas com
abastecimento de
água pela rede
pública e com
esgotamento
sanitário.
Brasil e regiões
Mercedes Anual
PNAD/
IBGE
Percentual de
domicílios urbanos
abastecidos por rede
geral de distribuição
ou outra forma com
canalização interna.
Brasil e regiões
Mercedes Anual
PNAD/
IBGE
Cobertura de
abastecimento de
água em áreas
rurais.
Brasil e regiões
Mercedes Anual
PNAD/
IBGE
III) SAÚDE E NUTRIÇÃO E SERVIÇOS RELACIONADOS
DIMENSÃO/
INDICADOR
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
PERIODICIDADE FONTE
Percentual de
crianças menores de
5 anos com baixo
peso para idade.
Paraná e regiões
Mercedes Anual SESA-
SISVAN
Percentual de
crianças menores de
5 anos com déficit
de estatura para
idade.
Paraná e regiões
Mercedes Anual SESA-
SISVAN
Percentual de
crianças menores de
5 anos com excesso
de peso para idade.
Paraná e regiões
Mercedes Anual SESA-
SISVAN
Percentual de
adolescentes com
excesso de peso.
Paraná e regiões
Mercedes Anual SESA-
SISVAN
Percentual de Paraná e regiões Mercedes Anual SESA-
51
adultos com excesso
de peso.
SISVAN
Percentual de
adultos com
obesidade.
Paraná e regiões Mercedes Anual SESA-
SISVAN
Taxa de prevalência
de excesso de peso.
Paraná e regiões
Mercedes Anual SESA-
SISVAN
Taxa de mortalidade
Infantil.
Paraná e regiões
Mercedes Anual SESA
Contaminação de
alimentos por
agrotóxicos - %
amostras
irregulares.
Paraná e regiões
Mercedes Anual SESA/PARA
Monitoramento da
água para consumo
humano.
Paraná e regiões
Mercedes Anual SEMAE
Índice de
Desenvolvimento
Municipal –
Dimensão
Saúde.
Paraná e
Municípios
Mercedes Anual IPDM/
IPARDES
IV) EDUCAÇÃO
DIMENSÃO/
INDICADOR
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
AGREGAÇÃO
TERRITORIAL
PERIODIC. FONTE
Taxa de
analfabetismo da
população.
Brasil e Regiões Paraná e
Municípios
Mercedes Anual PNAD/
IBGE
Distribuição das
pessoas com 10
anos ou mais por
grupo de anos de
estudo.
Brasil e Regiões Paraná e
Municípios
Mercedes Anual PNAD/
IBGE
Média de anos
de estudo da
população maior
de 14 anos por
raça/cor.
Brasil e Regiões Paraná
Mercedes Anual PNAD/
IBGE
Percentual de
investimento
público direto
em educação em
relação ao PIB.
Brasil e Regiões Paraná
Mercedes Anual PNAD/
IBGE
Razão entre taxa
de alfabetização
de negros e
Brasil e Regiões Paraná
Mercedes Anual PNAD/
IBGE
52
brancos para a
população com
mais anos de
idade.
Diferença entre
média de anos de
estudo para
população de 51
ou mais anos de
idade de brancos
e negros.
Brasil e Regiões Paraná
Mercedes Anual PNAD/
IBGE
Índice de
Desenvolviment
o Municipal –
Dimensão
Educação.
Paraná
Mercedes Anual IPDM/
IPARDES
5. PERSPECTIVAS E DESAFIOS PARA A POLÍTICA MUNICIPAL DE SAN
O aprimoramento da Política de Segurança Alimentar e Nutricional no município
de Mercedes e o fortalecimento do SISAN deve acontecer de forma permanente e contínua,
buscando dar visibilidade, por meio do reforço e ampliação das ações. O estímulo à
atuação do COMSEA e da CAISAN deve estar afinado a outras instâncias governamentais
e não governamentais para a prática de SAN no município.
A intersetorialidade das ações de EAN é refletida localmente com a articulação e
formação de parcerias entre os coordenadores dos CRAS, gestores das secretarias
municipais de assistência social e dos órgãos de segurança alimentar e nutricional
municipal, com diversos outros setores como saúde, educação e cultura, agricultura e meio
ambiente, esporte, lazer e turismo. Assim, os setores compartilham conhecimentos e
saberes em torno de um objetivo comum de promover o debate para a construção de
compromissos para efetivação do direito humano à alimentação adequada e saudável,
previsto na Constituição Federal desde 2010.
O CRAS deverá articular com a rede socioassistencial e setorial, a abordagem da
temática Educação Alimentar e Nutricional, sempre que identificar no seu território esta
necessidade.
Neste contexto, também são necessárias ações permanentes de educação em SAN
na rede municipal de ensino, permitindo o aperfeiçoamento das ações e troca de
53
informações sobre alimentação saudável e segura, envolvendo toda a comunidade escolar.
É importante dar continuidade à formação permanente dos professores, educadores,
pedagogos e diretores em Educação Alimentar e Nutricional em busca da promoção de
práticas e hábitos alimentares saudáveis, bem como a continuidade de atividades
educativas realizadas com os alunos da rede municipal ao longo de todo o ano letivo.
Em relação à agricultura familiar orgânica e/ou agroecológica, um dos desafios é
aumentar a diversidade de produtos adquiridos para a alimentação escolar e definir
estratégias de enfrentamento dessa problemática, mesmo no contexto de outras cultivares
mais lucrativas.
O atendimento as necessidades alimentares especiais (diabetes mellitus,
hipertensão, intolerância à lactose, doença celíaca, dentre outras) dos alunos da rede
municipal, por meio da adaptação dos alimentos e cardápios, assim como a orientação de
gestores e funcionárias da alimentação escolar consiste em um grande desafio que perpassa
a educação alimentar e que necessita de um monitoramento constante.
O monitoramento do estado nutricional da população é uma rotina e os dados
gerados são um embasamento importante para direcionar ações na área de alimentação e
nutrição. Fortalecer o trabalho intersetorial, favorece o comprometimento para uma melhor
efetividade das ações e amplia a discussão em SAN. A Segurança Alimentar e Nutricional
é uma temática com um objetivo essencialmente intersetorial.
Além disso, um dos maiores desafios é alcançar todos os objetivos propostos na
conferência, que são: Identificar os avanços e obstáculos para a efetivação do DHAA e
apresentar proposições para garantir a todos comida de verdade no campo e na cidade;
Avaliar, segundo a perspectiva do desenvolvimento socioambiental sustentável, os desafios
atuais da Política Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional para avançar na
realização do DHAA e na promoção da soberania alimentar; Avançar no
comprometimento e ampliar a participação e o compromisso da sociedade no processo de
construção do SISAN, reafirmando o pacto social em torno do DHAA e da soberania
alimentar.
A mobilização de diferentes atores municipais é essencial para a prática integrada e
articulada para potencialização das ações. A discussão e a prática das ações devem ser
54
instrumentos de trabalho do CONSEA e da CAISAN, fortalecendo assim o SISAN
municipal.
Todas as ações realizadas em torno da Segurança Alimentar e Nutricional dentre as
secretarias citadas, refletem diretamente no diagnóstico de saúde do município, podendo
contribuir para uma melhora dos dados atuais e promovendo mais qualidade de vida e
segurança alimentar à população.
55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAISAN. Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: 2012/2015. Brasília,
DF.
CAISAN. Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional: 2016/2019. Brasília,
DF.
CAISAN/Pinhais. Plano municipal de Segurança Alimentar e Nutricional 2014/2017.
São José dos Pinhais, 2014.
CAISAN/Toledo. Plano municipal de Segurança Alimentar e Nutricional 2016/2019.
Toledo, 2016.
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/academia/aos_novos_gestores_acad
emia.pdf Acessado em 01 de junho de 2017.
http://www.adapar.pr.gov.br/ Acessado em 13 de junho de 2017.
http://www.agricultura.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=74 Acessado
em 12 de junho de 2017.
http://www.fnde.gov.br/programas/alimentacao-escolar Acessado em 25 de abril de 2017.
http://www.fnde.gov.br/programas/brasil-carinhoso Acessado em 11 de maio de 2017.
http://www.mds.gov.br/bolsafamilia Acessado em 04 de abril de 2017.
IBGE. CENSO DEMOGRÁFICO 2010: características da população e dos domicílios:
resultados do universo. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.
Justo, G., F. e Fereira J. Segurança Alimentar Nutricional: perspectivas, aprendizados
e desafios para as políticas públicas. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000601959.
Ciênc. saúde coletiva vol.20 no.6 Rio de Janeiro June 2015. Acessado em 30 de maio de
2016.
Portal do município de Mercedes. Disponível em: http://www.mercedes.pr.gov.br/
Vaitsman, J., Rodrigues, R., W., S. e Paes-Sousa, R. O Sistema de Avaliação e
Monitoramento das Políticas e Programas Sociais: a experiência do Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome do Brasil. Disponível em:
http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001485/148514por.pdf. Acessado em 30 de maio
de 2016.