Plano Nacional de Resíduos

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GOVERNO FEDERAL MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE

Verso Preliminar para Consulta Pblica

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PR ELBraslia, setembro de 2011

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PLANO NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS

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REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Presidenta Dilma Vana Rousseff Vice-Presidente Michel Miguel Elias Temer Lulia

Secretrio-Executivo Francisco Gaetani Secretrio de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano Nabil Georges Bonduki Diretor de Ambiente Urbano Silvano Silvrio da Costa

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MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE Ministra Izabella Mnica Vieira Teixeira

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GOVERNO FEDERAL MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE

Verso Preliminar para Consulta Pblica

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PR ELBraslia, setembro de 2011

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PLANO NACIONAL DE RESDUOS SLIDOS

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O Plano Nacional de Resduos Slidos foi coordenado e elaborado pelo Ministrio do Meio Ambiente, com o apoio do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA) na elaborao do diagnstico, e acompanhado pelo Comit Interministerial, criado pelo Decreto n 7.404/10, que regulamenta a Poltica Nacional de Resduos Slidos. Membros do Comit InterministerialHbrida Verardo Moreira Fam Titular - Ministrio da Fazenda Marcos Vincius Carneiro Tapajs Suplente - Ministrio da Fazenda Mrcio Antnio Teixeira Mazzaro Titular - MAPA Jos Simplcio Maranho Suplente - MAPA Johnny Ferreira dos Santos Titular MCidades Marcelo de Paula Neves Lelis Suplente - MCidades Martim Vicente Gottschalk Titular - SRI Paula Ravanelli Losada Suplente - SRI Hamilton Moss de Souza Titular - MME Helder Naves Torres Suplente - MME Rmulo Paes de Sousa Titular - MDS Jaira Maria Alba Puppim Suplente - MDS Daniela Buosi Rohlfs Titular - MS Cssia de Ftima Rangel Suplente - MS Guilherme Alexandre Wiedman Titular - MCT Vivian Beatriz Lopes Pires Suplente - MCT Igor Vincius de Souza Geracy Titular - MPOG Miguel Crisstomo Brito Leite Suplente - MPOG Silvano Silvrio da Costa Titular - MMA Samyra Brollo de Serpa Crespo Suplente - MMA Heloisa Regina Guimares de Menezes Titular - MDIC Alexandre Comin Suplente - MDIC Wellington Kublisckas Titular Casa Civil Welington Gomes Pimenta Suplente Casa Civil

Adriana Sousa SPG/MME Alexandro Cardoso - MNCR Aline Machado da Matta - SAE/PR Andr Sinoti Anvisa/MS Antnio Edson Guimares Farias SPG/MME Arnaldo Carneiro SAE/PR Carlos Eugnio Farias - SNIC Cssia de Ftima Rangel - CGVAM/DSAST/SVS/MS Daniela Buosi Rohlfs CGVAM/DSAST/SVS/MS Digenes Del Bel ABETRE Eder de Souza Martins CPAC/EMBRAPA Edson Farias Mello SGM/MME Evandro Soares - MDIC Francisco Saia Almeida Leite - DDCOT/SNSA/MCIDADES Gilberto Werneck de Capistrano Filho IBAMA

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Para acompanhar e discutir o processo de elaborao e implementao do Plano Nacional de Resduos Slidos foi criado Grupo de Trabalho (GT1), no mbito do Comit Interministerial. Os membros do GT1 colaboraram nas diferentes etapas de elaborao do Plano.

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Ministrio do Meio Ambiente (MMA)

Equipe Tcnica de Elaborao do Plano Nacional de Resduos Slidos

Coordenao Tcnica Geral Silvano Silvrio da Costa diretor de Ambiente Urbano (DAU/SRHU/MMA)

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Coordenao

Ronaldo Hiplito Soares gerente de projeto (DAU/SRHU/MMA) Zilda Maria Faria Veloso - gerente de resduos perigosos (DAU/SRHU/MMA) Saburo Takahashi gerente de projeto (DAU/SRHU/MMA) Moacir Assuno gerente de projeto (SRHU/MMA)

Equipe TcnicaAna Flvia Rodrigues Freire - DAU/SRHU/MMA Bruno vila Ea de Matos - DAU/SRHU/MMA

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Superviso Nabil Georges Bonduki secretrio de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano (SRHU/MMA) Srgio Antnio Gonalves chefe de gabinete da Secretaria de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano (SRHU/MMA).

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Hideraldo Jos Coelho - CFIC/DEFIA/MAPA Jamyle Calencio Grigoletto DSAST/SVS/MS Joanes Silvestre da Cruz DNPM Johnny Ferreira dos Santos DAGES/SNSA/MCIDADES Josiane Aline Silva SGM/MME Jlio Csar Bachega - ABEMA/SEMA-MT Jussara Kalil Pires - ABES Lilian Sarrouf - CBIC Luiz Henrique da Silva - MNCR Marcelo Cavalcante de Oliveira - Anvisa/MS Marcelo de Paula Neves Lelis - DARIN/SNSA/MCIDADES Nadja Limeira Arajo - DDCOT/SNSA/MCIDADES Odilon Gaspar Amado Jnior ABETRE Osama Maeyana CPRM Patrcia Metzler Saraiva - COAGRE/DEPROS/SDC/MAPA Rafael Furtado SAE/PR Rinaldo Mancin IBRAM Rogrio Dias - COAGRE/DEPROS/SDC/MAPA Ronessa B. de Souza CNPH/EMBRAPA Sandro Medeiros - DAGES/SNSA/MCIDADES Viviane Vilela Marques Anvisa/MS Walter Lins Arcoverde DNPM Wanderley Baptista - CNI Wilma Santos Cruz SPG/MME Wilson Pereira - SGM/MME

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Carlos Henrique Andrade de Oliveira Dan Moche Schneider Karin Segala Maria Stella Magalhes Gomes Tarcsio de Paula Pinto

Equipe de Apoio do MMA

Brulio Gottschalg Duque consultor Rosamaria Vitria dos Santos consultora

Equipe Tcnica de Elaborao do Diagnstico do Plano Nacional de Resduos Slidos

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Diretor de Estudos e Polticas Regionais, Urbanas e Ambientais Francisco de Assis Costa Coordenao do ProjetoJos Aroudo Mota e Albino Rodrigues Alvarez

Equipe Tcnica do IPEA e de Especialistas contratadosAdriana Maria Magalhes de Moura Albino Rodrigues Alvarez Ana Paula Moreira da Silva Andr Luis Brasil Cavalcante

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Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA) Presidente: Mrcio Pochmann

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Equipe de Consultoria Tcnica Especializada do MMA

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Cludia M. F. de Albuquerque DAU/SRHU/MMA Edmilson Rodrigues das Costa DAU/SRHU/MMA Eduardo Rocha Dias Santos DAU/SRHU/MMA Hidely Grassi Rizzo - DAU/SRHU/MMA Ivana Marson - DAU/SRHU/MMA Joo Geraldo Ferreira Neto - DAU/SRHU/MMA Joaquim Antnio de Oliveira DAU/SRHU/MMA Joney Vilela Andrade Jr. - DAU/SRHU/MMA Luiz Fernando Rocha Cavalott DAU/SRHU/MMA Marcelo Chaves Moreira - DAU/SRHU/MMA Maria Cristina Costa Gitirana dos Santos - DAU/SRHU/MMA Maria Luiza Jungles DAU/SRHU/MMA Mirtes Vieitas Boralli DAU/SRHU/MMA Renato Pereira Gonalves GAB/SRHU/MMA Sabrina Limenes Andrad DAU/SRHU/MMA Slvia Regina da Costa Gonalves DAU/SRHU/MMA Tnia Maria Mascarenhas Pinto DAU/SRHU/MMA Thas Brito de Oliveira - DAU/SRHU/MMA Thiago Sabia Larcher - DAU/SRHU/MMA Vinicios Hyczy do Nascimento - DAU/SRHU/MMA

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Bruna Stein Ciasca Bruno Milanez Gustavo Luedemann Igor Ferraz da Fonseca Jaqueline Aparecida Bria Fernandez Joana Fidelis da Paixo Joo Paulo Viana Jorge Hargrave Gonalves da Silva Jos Aroudo Mota Jlio Csar Roma Katia Sakihama Ventura Luciana Miyoko Massukado Lcio Flvio da Silva Freitas Maria Lcia Barciotte Nilo Luiz Saccaro Jnior Pedro Henrique Wisniewski Koehler Regina Helena Rosa Sambuichi Renato Rosseto Vnia Elisabete Schneider

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APRESENTAO A aprovao da Lei n 12.305/10, que institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), aps longos vinte e um anos de discusses no Congresso Nacional marcou o incio de uma forte articulao institucional envolvendo os trs entes federados Unio, Estados e Municpios, o setor produtivo e a sociedade civil na busca de solues para os graves problemas causados pelos resduos, que vem comprometendo a qualidade de vida dos brasileiros. A Poltica Nacional de Resduos Slidos estabelece princpios, objetivos, diretrizes, metas e aes, e importantes instrumentos, tais como este Plano Nacional de Resduos Slidos, que est em processo de construo e contemplar os diversos tipos de resduos gerados, alternativas de gesto e projetos e aes correspondentes.

gerenciamento passveis de implementao, bem como metas para diferentes cenrios, programas,

O Plano mantm estreita relao com os Planos Nacionais de Mudanas do Clima (PNMC), de Recursos Hdricos (PNRH), de Saneamento Bsico (Plansab) e de Produo e Consumo da economia compatibilizando Sustentvel (PPCS). Apresenta conceitos e propostas que refletem a interface entre diversos setores

PR ELcrescimento econmico e 1

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preservao

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desenvolvimento sustentvel.

A verso preliminar do Plano, aqui apresentado, ser objeto de discusso em 5 (cinco) Audincias Pblicas Regionais e ser consolidado na Audincia Pblica Nacional, em Braslia. Simultaneamente, o documento ficar em consulta pblica na internet para receber contribuies e a verso final do Plano ser apreciada nos Conselhos Nacionais vinculados ao tema. Este documento preliminar resultado do esforo empreendido por vrias entidades que integram o Governo Federal e o Comit Interministerial, criado pelo Decreto n 7404/10 que regulamentou a PNRS, alm de parceiros institucionais e representaes da sociedade civil. O prximo passo, portanto, ser ampliar esta discusso mobilizando a sociedade e envolvendo os

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diversos setores em todo o territrio nacional. com muito orgulho que apresento esta verso preliminar do Plano Nacional de Resduos

Slidos e clamo a participao efetiva de todos os setores da sociedade, para juntos construirmos este pacto rumo ao fortalecimento do setor de Resduos Slidos. Izabella Mnica Vieira Teixeira Ministra de Estado do Meio Ambiente

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ARambiental com

INTRODUOA Poltica Nacional de Resduos Slidos - PNRS, criada pela Lei n 12.305, de 2010 e regulamentada pelo Decreto n 7.404, de 2010, criou como um dos seus principais instrumentos o Plano Nacional de Resduos Slidos. O Decreto n 7.404/2010 instituiu e delegou ao Comit Interministerial - CI, composto por 12 Ministrios e coordenado pelo Ministrio do Meio Ambiente, a responsabilidade de coordenar a elaborao e a implementao do Plano Nacional de Resduos Slidos. O Plano Nacional de Resduos Slidos, conforme previsto na Lei 12.305/2010 tem vigncia por prazo indeterminado e horizonte de 20 (vinte) anos, com atualizao a cada 04 (quatro) anos e contemplar o contedo mnimo conforme segue: I - diagnstico da situao atual dos resduos slidos; II - proposio de cenrios, incluindo tendncias internacionais e macroeconmicas; III metas de reduo, reutilizao, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resduos e rejeitos encaminhados para disposio final ambientalmente adequada; IV - metas para o aproveitamento energtico dos gases gerados nas unidades de disposio final de resduos slidos; V - metas para a eliminao e recuperao de lixes, associadas incluso social e emancipao econmica de catadores de materiais reutilizveis e reciclveis; VI - programas, projetos e aes para o atendimento das metas previstas; VII - normas e condicionantes tcnicas para o acesso a recursos da Unio, para a obteno de seu aval ou para o acesso a recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade federal, quando destinados a aes e programas de interesse dos resduos slidos; VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gesto regionalizada dos resduos slidos; IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gesto de resduos slidos das regies integradas de desenvolvimento institudas por lei complementar, bem como para as reas de especial interesse turstico; X - normas e diretrizes para a disposio final de rejeitos e, quando couber, de resduos; XI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalizao, no mbito nacional, de sua implementao e operacionalizao, assegurado o controle social.

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O propsito das audincias e consulta pblica o de colher sugestes e contribuies, tanto de setores especializados (prestadores privados de servios, academia, empresas privadas que atuam na rea), setor pblico e da sociedade em geral, sobre as diretrizes, estratgias e metas apresentadas, como tambm identificao de propostas de programas que iro orientar a poltica de resduos slidos no pas. O Diagnstico que integra a primeira verso do Plano Nacional de Resduos Slidos baseou-se em dados secundrios, preferencialmente obtidos de fontes oficiais de mbito nacional. Esta conduta sinalizou para a necessidade de obteno de um nmero maior de informaes, dados que apresentem maior confiabilidade, pesquisas a serem produzidas em intervalos menores de tempo 2

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A Verso Preliminar do Plano Nacional de Resduos Slidos, que ser objeto de discusso nas audincias pblicas regionais e na consulta pblica compreende o diagnstico da situao atual dos resduos slidos, cenrios, metas, diretrizes e estratgias para o cumprimento das metas. Posteriormente, aps as contribuies advindas do processo de participao social, o documento ser apreciado nos Conselhos Nacionais de Meio Ambiente, das Cidades, de Recursos Hdricos, de Sade e de Poltica Agrcola.

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O Decreto 7.404/2010 estabeleceu a obrigatoriedade de elaborao de uma Verso Preliminar do Plano a ser colocada em discusso com a sociedade civil. O processo de elaborao do Plano Nacional de Resduos Slidos contar com ampla discusso em 05 (cinco) audincias pblicas regionais, em 01 (uma) audincia pblica nacional. Simultaneamente s audincias pblicas ocorrer o processo de consulta pblica pela internet por um perodo mnimo de 60 (sessenta) dias. Trata-se portanto de um exaustivo processo de mobilizao e participao social.

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(ou seja com maior frequncia) alm de estudos adicionais especficos ou setoriais. Trata-se portanto de uma estratgia a ser adotada doravante de forma a permitir uma maior preciso no estabelecimento de metas e na convergncia das polticas pblicas setoriais vinculadas questo dos resduos slidos, tais como poltica industrial, agroindustrial, agrcola, de minerao, de resduos da construo civil, de sade, na rea de portos, aeroportos e passagens de fronteira, alem dos resduos slidos urbanos. Neste tocante merece especial ateno a construo do Sistema Nacional de Informaes sobre a Gesto dos Resduos Slidos Sinir, importante instrumento da PNRS previsto na Lei 12.305/2010 e detalhado no Decreto 7.404/2010. O Sinir ser implementado at o final de 2012 e conter informaes fornecidas pelos Cadastros Nacional de Operadores de Resduos Perigosos, Cadastro Tcnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, Cadastro Tcnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, pelos rgos pblicos responsveis pela elaborao dos planos de resduos slidos, por demais sistemas de informaes que compem o Sistema Nacional de Informaes sobre Meio Ambiente Sinima e pelo Sistema Nacional de Informaes em Saneamento Bsico Sinisa, no que se refere aos servios pblicos de limpeza urbana e manejo de resduos slidos.

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Diante disto foi aprovado em reunio do Comit Interministerial a utilizao da cenarizao elaborada no mbito do Plansab para o Plano Nacional de Resduos Slidos. No Plansab foram definidos trs cenrios de planejamento que visam uma descrio de um futuro possvel, imaginvel ou desejvel. Os trs cenrios consideraram os seguintes condicionantes: (i) poltica macroeconmica, (ii) papel do Estado (Modelo de Desenvolvimento)/Marco Regulatrio/Relao Interfederativa, (iii) Gesto, gerenciamento, estabilidade e continuidade de polticas pblicas/participao e controle social, (iv) matriz tecnolgica/disponibilidade de recursos hdricos. O Cenrio 1 foi selecionado no mbito do Plansab e contempla as seguintes hipteses: (i)Poltica Econmica elevado crescimento em relao dvida/PIB, (ii) Estado provedor e condutor dos servios pblicos com forte cooperao entre os entes federativos, (iii) Avanos na capacidade de gesto com continuidade entre mandatos, (iv) Desenvolvimento de tecnologias apropriadas e ambientalmente sustentveis. O Cenrio 1 adotado pelo Plansab corresponde ao cenrio otimista ou favorvel.

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Encontra-se em andamento o processo de consulta pblica do Plano Nacional de Saneamento Bsico Plansab. O componente limpeza urbana e manejo de resduos slidos do Plansab compreende as atividades, infraestruturas e instalaes operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e disposio final do lixo domstico e do lixo originrio da varrio e limpeza de logradouros e vias pblicas.

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Os resduos slidos urbanos (RSU) - que corresponde aos resduos domiciliares e de limpeza urbana (varrio, limpeza de logradouros e vias pblicas e outros servios de limpeza urbana) foram os que apresentaram uma maior quantidade de informaes disponibilizadas em diversos sistemas de informaes de fontes oficiais (IBGE, MCidades). Compreendem uma grande variedade de temas interligados tais como a questo da logstica reversa, da coleta seletiva, da atuao dos catadores de materiais reutilizveis e reciclveis, da compostagem, da recuperao energtica, dentre outros e referem-se a questes que apresentam maior impacto nas relaes entre entes federados, em especial Estados e Municpios, com reflexos no processo de elaborao dos respectivos planos de resduos slidos (planos estaduais, interfederativos e municipais). O Decreto no. 7.404/2010 que regulamentou a PNRS em seus artigos 53 e 54 estabeleceu o vnculo entre os planos de resduos slidos e os planos de saneamento bsico, no que tange ao componente de limpeza urbana e manejo de resduos slidos urbanos.

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A Lei 12.305/2010 estabeleceu prazos ou limites temporais para algumas aes tais como a eliminao de lixes e a consequente disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos at 2014. Nestes casos no se trata do estabelecimento de Plano de Metas para o Plano Nacional de Resduos Slidos, mas sim do cumprimento de prazos legais. As demais aes em que a Lei 12.305/2010 no estabeleceu prazos mximos para o seu cumprimento foram objeto de Planos de Metas alternativos (Plano de Metas Intermedirio e Plano de Metas Desfavorvel), permitindo que durante as audincias e a consulta pblica se construa o Planos de Metas mais adequado para cada situao apresentada. Concomitantemente sero apresentadas, nas audincias pblicas e na consulta pblica, as Diretrizes e respectivas Estratgias visando o cumprimento das metas. Futuramente as Estratgias selecionadas sero desdobradas em Programas, Projetos e Aes (estruturais e estruturantes). Menciona-se ainda que durante o ano de 2011 ocorreu o processo de elaborao do PPA (2012 2015) que contou com a colaborao dos diversos rgos do governo federal que atuam na rea de resduos slidos de forma a compor uma proposta de PPA/2012-2015 que contemple as propostas e metas acordadas at ento. Deve-se ter claro que as metas, estratgias e diretrizes aqui apresentadas so mera indicaes e que elas no so de cumprimento apenas por parte do Governo Federal, mas por todos responsveis indicados na Lei 12.305 de 2010. O processo de elaborao, implementao, monitoramento da implementao e reviso do Plano Nacional de Resduos Slidos se dar num ambiente de forte interlocuo entre os entes federados Unio, Estados e Municpios, com participao dos diversos setores da sociedade devidamente organizados indstria, agricultura e pecuria, sade, construo civil, catadores de materiais reutilizveis e reciclveis e outros alm de grande mobilizao e controle social. A estrutura desta Verso Preliminar do Plano Nacional de Resduos Slidos constitui-se do Diagnstico da Situao dos Resduos Slidos no Brasil, captulo este elaborado pelo Ipea Instituto Pesquisa Econmica Aplicada, rgo vinculado Secretaria de Assuntos Estratgicos da Presidncia da Repblica. No captulo 1 apresentado apenas o Sumrio Executivo do Diagnstico. O Diagnstico completo encontra-se apresentado em documentos parte que se encontram disposio no site do MMA e do IPEA para consulta. Em seguida o captulo 2 que trata da cenarizao, conforme exposto anteriormente. O captulo 3 apresenta as propostas sobre as diretrizes e estratgias por tipo de resduo, para o atingimento das metas. O documento finalizado com um descritivo geral dos Planos de Metas Favorvel, Intermedirio e Desfavorvel por tipo de resduos (resduos slidos urbanos e catadores de materiais reutilizveis e reciclveis; resduos da construo civil; resduos industriais; resduos agrosilvopastoris; resduos de minerao; resduos de servios de sade; e resduos de servios de transportes). Ressalta-se por fim que os elementos apresentados nesta Verso Preliminar do Plano Nacional de Resduos Slidos devem ser exaustivamente discutidos no processo de audincias e consulta pblica, sendo posteriormente submetidos apreciao do Comit Interministerial, que tem a responsabilidade de elaborao e coordenao do Plano. Nabil Bonduki Secretario de Recursos Hdricos e Ambiente Urbano

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Sumrio Introduo............................................................................................................................................2 Captulo 1 Diagnstico da Situao dos Resduos Slidos no Brasil..................................................7 1.1. Resduos Slidos Urbanos........................................................................................................8 1.2. Resduos da Construo Civil.................................................................................................19 1.3. Resduos com Logstica Reversa obrigatria..........................................................................22 1.4. Catadores................................................................................................................................26 1.5. Resduos Slidos Industriais...................................................................................................28 1.6. Resduos Slidos do Transporte Areo e Aquavirio .............................................................33 1.6.1. Resduos de Portos...............................................................................................................34 1.6.2. Resduos de Aeroportos ......................................................................................................35 1.7. Resduos Slidos do Transporte Rodovirio e Ferrovirio.....................................................35 1.8. Resduos de Servios de Sade...............................................................................................37 1.9. Resduos Slidos de Minerao..............................................................................................38 1.10. Resduos Slidos Agrosilvopastoris I (orgnicos)................................................................42 1.11. Resduos Slidos Agrosilvopastoris II (inorgnicos)............................................................44 1.12. Educao Ambiental.............................................................................................................47 1.13. Instrumentos Econmicos.....................................................................................................51 1.14. Sistema Nacional de Informaes sobre a Gesto de Resduos Slidos...............................52 Captulo 2 Cenrios Macro-Econmicos e Institucionais.................................................................54 2.1. Cenrio 1.................................................................................................................................57 2.2. Cenrio 2.................................................................................................................................61 2.3. Cenrio 3 ................................................................................................................................63 Captulo 3 Diretrizes e Estratgias....................................................................................................66 3.1. RESDUOS SLIDOS URBANOS.......................................................................................68 3.1.1. Disposio Final Ambientalmente Adequada de Rejeitos..............................................68 3.1.2. Reduo da Gerao de Resduos Slidos Urbanos........................................................69 3.1.3. Reduo dos Resduos Slidos Urbanos Secos dispostos em aterros sanitrios e Incluso de Catadores de Materiais Reutilizveis e Reciclveis..............................................71 3.1.4. Reduo de Resduos Slidos Urbanos midos dispostos em aterros sanitrios, tratamento e Recuperao de Gases em aterros sanitrios........................................................73 3.2. QUALIFICAO DA GESTO DOS RESDUOS SLIDOS............................................74 3.3. RESDUOS DE SERVIOS DE SADE..............................................................................76 3.4. PORTOS, AEROPORTOS E PASSAGENS DE FRONTEIRAS...........................................76 3.5. RESDUOS INDUSTRIAIS...................................................................................................77 3.6. RESDUOS DE MINERAO.............................................................................................79 3.7. RESDUOS AGROSILVOPASTORIS...................................................................................79 3.8. RESDUOS DA CONSTRUO CIVIL...............................................................................81 Captulo 4 Metas................................................................................................................................84 4.1. RESDUOS SLIDOS URBANOS.......................................................................................87 4.1.1. Disposio Final Ambientalmente Adequada de Rejeitos..............................................87 4.1.2. Reduo dos Resduos Reciclveis Secos Dispostos em Aterros e Incluso de Catadores de Materiais Reutilizveis e Reciclveis...................................................................................89 4.1.3. Reduo dos Resduos Slidos midos em Aterros e Recuperao de Gases de Aterros ...................................................................................................................................................91 4.2. QUALIFICAO DA GESTO DOS RESDUOS SLIDOS............................................92 4.3. RESDUOS DE SERVIOS DE SAUDE..............................................................................94 4.4. RESDUOS DE PORTOS, AEROPORTOS E PASSAGENS DE FRONTEIRAS................96 4.5. RESDUOS INDUSTRIAIS...................................................................................................97 4.6. RESDUOS AGROSILVOPASTORIS...................................................................................97

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4.7. RESDUOS DE MINERAO.............................................................................................98 4.8. RESDUOS DA CONSTRUO CIVIL (RCC).................................................................100

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CAPTULO 1 DIAGNSTICO DA SITUAO DOS RESDUOS SLIDOS NO BRASIL

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PreliminaresA Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010, institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos, dispondo sobre seus princpios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas gesto integrada e ao gerenciamento de resduos slidos, includos os perigosos, s responsabilidades dos geradores e do poder pblico e aos instrumentos econmicos aplicveis. Ela foi regulamentada pelo decreto 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que, entre outras medidas, institui o Comit Interministerial da Poltica Nacional de Resduos Slidos, doravante denominado de Comit. Este Comit tem a finalidade de apoiar a estruturao e implementao da Poltica Nacional de Resduos Slidos, por meio da articulao dos rgos e entidades governamentais, de modo a possibilitar o cumprimento das determinaes e das metas previstas na Lei n 12.305 e no prprio Decreto. Compete ao Comit, cuja coordenao exercida pelo Ministrio do Meio Ambiente (MMA), elaborar e avaliar a implementao do Plano Nacional de Resduos Slidos. A Verso Preliminar do Plano deve estar embasado em estudos que a fundamentem. neste contexto que o MMA e o Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA) iniciaram o processo de elaborao de um Diagnstico da Situao Atual dos Resduos Slidos no Brasil, parte do contedo mnimo do Plano Nacional de resduos Slidos. Como o prazo legal estabelecido no Decreto 7.404 no permite a gerao de dados primrios, o estudo elaborado pelo IPEA trata da compilao de dados existentes e anlises de coerncia entre as fontes, alm da elaborao de estimativas prprias baseadas em dados primrios preexistentes. Alm de tcnicos do IPEA, participam da elaborao do Diagnstico especialistas contratados no Programa de Pesquisa para o Desenvolvimento Nacional (PNPD) e h orientao do prprio Comit. Em vrios assuntos tratados neste documento expressa a fragilidade de dados existentes, devendose levar estas fragilidades, e at inexistncia de alguns dados, em considerao ao se elaborar as metas previstas para constarem no Plano Nacional. Uma concluso geral do trabalho a necessidade de gerao de dados primrios com maior abrangncia e periodicidade, alm da sua padronizao com base nas necessidades percebidas para o cumprimento do que estabelecido na nova Lei.

1.1.

Resduos Slidos Urbanos

Este trabalho tem como objetivo descrever a situao da gesto dos Resduos Slidos Urbanos (RSU) no Brasil, de forma a gerar subsdios para a elaborao do Plano Nacional de Resduos Slidos. O texto foi estruturado seguindo o ciclo dos resduos slidos: gerao, coleta (tradicional e seletiva), tratamento e disposio final. Esta anlise complementada por outro recorte, que discute o fluxo de cada um dos materiais reciclveis individualmente. Posteriormente, feita uma breve anlise dos aspectos econmicos da gesto de RSU e, finalmente, so apresentadas algumas concluses e recomendaes. O trabalho foi elaborado a partir das informaes contidas na Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico (PNSB), utilizando o Banco Multidimensional Estatstico (BME), e no Sistema Nacional de Informao em Saneamento (SNIS). Alguns dados foram ainda retirados de relatrios da Associao Brasileira de Empresas de Limpeza Pblica e Resduos Especiais, de diferentes rgos setoriais, como Associao Brasileira da Indstria Qumica e Associao Brasileira do Alumnio, bem como do Ministrio de Minas e Energias (MME). Cabe destacar que o universo pesquisado nessas bases diferente e a metodologia parte de objetivos distintos, gerando ao final, informaes por vezes desencontradas. Para manter a consistncia entre as fontes de informao, o ano de 2008 foi escolhido com referncia. O presente diagnstico de resduos slidos urbanos analisado sob trs universos o primeiro considera o pas como unidade de anlise, o segundo trabalha-se com as cinco regies brasileiras e o ltimo considera o porte do municpio, definido em funo da populao. Nesse caso, foram

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Tabela 1: Estimativa da composio gravimtrica dos resduos slidos urbanos coletados no Brasil em 2008Resduos Material reciclvel Metais Ao Alumnio Papel, papelo e tetrapak Plstico total Plstico filme Plstico rgido Vidro Matria orgnica Outros Total Participao (%) 31,9 2,9 2,3 0,6 Quantidade (t/dia) 58.527,40 5.293,50 4.213,70 1.079,90 23.997,40 24.847,90 16.399,60 8.448,30 4.388,60 94.335,10 30.618,90 183.481,50

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Em funo de no haver uma nica metodologia que estabelea critrios para dividir os municpios de acordo com a sua populao, optou-se por utilizar a mesma estratificao estabelecida no PSAU (Pesquisa sobre Pagamento por servios ambientais urbanos para a gesto dos resduos slidos) do IPEA, que tambm se aproxima ao adotado no Programa Pr-Municpios do Ministrio das Cidades. Resduos slidos: material, substncia, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinao final se procede, se prope proceder ou se est obrigado a proceder, nos estados slido ou semisslido, bem como gases contidos em recipientes e lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou em corpos dgua, ou exijam para isso solues tcnica ou economicamente inviveis em face da melhor tecnologia disponvel. Rejeitos: resduos slidos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperao por processos tecnolgicos disponveis e economicamente viveis, no apresentem outra possibilidade que no a disposio final ambientalmente adequada. Todas as referncias completas esto listadas no Caderno Resduos Slidos Urbanos

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Fonte: elaborado a partir de IBGE (2010b) e artigos diversos

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considerados como municpios de pequeno porte aqueles que possuam populao total menor que 100 mil habitantes; municpios de mdio porte aqueles com mais de 100 mil e menos que 1 milho de habitantes, e por fim, municpios de grande porte aqueles com populao acima de 1 milho de habitantes1. Cabe destacar que o estudo dos materiais reciclveis foi realizado a partir do seguinte agrupamento: alumnio, ao, papel/papelo, plstico e vidro; de acordo com a disponibilidade dos dados, buscou-se explicitar os dados para as embalagens produzidas a partir desses materiais. De forma a atender o disposto na Lei 12.305/2010 quanto terminologia a ser utilizada no componente resduos slidos, o presente diagnstico utilizou as definies institudas nessa lei, destacando-se o termo resduos e rejeitos2. Para estimar a quantidade dos diferentes tipos de resduos produzidos, como por exemplo, resduos orgnicos, papel e papelo, plstico, vidro, etc. foram utilizados os dados da composio gravimtrica mdia do Brasil, que so provenientes da mdia de 93 estudos de caracterizao fsica realizados entre 1995 e 2008. Deve-se chamar ateno para o fato de esses estudos nem sempre utilizarem a mesma metodologia (frequncia, escolha da amostra e diviso das categorias), o que resulta numa estimativa do comportamento real da situao. A Tabela 1 apresenta a composio gravimtrica mdia dos Resduos Slidos Urbanos no Brasil, considerando como base a quantidade de resduos slidos urbanos coletados no ano de 2008.

AR

Como indicador de gerao de resduos resume a evoluo do consumo aparente 4, em peso, das embalagens dos diferentes materiais. Neste grfico possvel visualizar a participao, em termos de massa, do papel/papelo que se destaca dos demais (4.154 mil toneladas em 2008); ao (886 mil toneladas), plstico (782 mil toneladas) e vidro (1.041 mil toneladas) apresentam a mesma ordem de grandeza, enquanto que o alumnio tem uma participao menor (347 mil toneladas).

4.500 4.000 3.500 3.000 2.500

s d a e n o t l i m

1.500 1.000 500 0 Alumnio Ao Papel/papelo

Grfico 1: Consumo aparente de embalagens

Fonte: elaborado a partir de Datasus (2011), ABAL (2011), ABRELPE (2010), DATASUS (2011), MME (2010a) e BRACELPA (2010)

Do ponto de vista da coleta regular dos resduos slidos, esta tem sido o principal foco da gesto de resduos slidos nos ltimos anos. A taxa de cobertura vem crescendo continuamente, j alcanando em 2009 quase 90% do total de domiclios; na rea urbana a coleta supera o ndice de 98%; todavia a coleta em domiclios localizados em reas rurais ainda no atinge 33%. As informaes sobre a quantidade coletada apresentaram relevante inconsistncia, o que dificultou consideravelmente as anlises. Conforme apresentado na Tabela 2, os dados indicam um aumento da quantidade, em termos absolutos e relativos, em todas as regies, com exceo da Regio Sudeste. Essa inconsistncia sugere que pode haver falhas na metodologia utilizada para a coleta dos dados.

VE

R

4

Consumo aparente (CA) representa o que consumido de um produto em um determinado perodo. O consumo aparente representa o mximo potencialmente reciclvel se for assumido que todos os resduos descartados foram produzidos no mesmo ano. Cabe ressaltar que o conceito de consumo aparente considera apenas o comrcio exterior de um produto especfico quando esse transacionado como produto fim. No caso do consumo aparente proposto, nem as importaes e nem as exportaes de plstico e papelo utilizados como embalagens foram contempladas.

S

O

PR EL10

IMPlstico Vidro

IN2008

2.000

AR2005 2006 2007

Tabela 2: Estimativa da quantidade de resduos slidos domiciliares e/ou pblicos coletados

Unidade de anlise

Quantidade de resduos coletados (t/dia) 2000 2008 183.481,50 14.637,30 47.203,80 68.179,10 37.342,10 16.119,20 149.094,30 10.991,40 37.507,40 74.094,00 18.006,20 8.495,30

Quantidade de resduos por habitante urbano (kg/hab.dia) 2000 1,1 1,2 1,1 1,1 0,9 0,8 2008 1,1 1,3 1,2 0,9 1,6 1,3

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

Fonte: Elaborado a partir de Datasus (2011) e IBGE (2002, 2010a)

Tabela 3: Estimativa da participao dos programas de coleta seletiva formal (2008)

Resduos

Metais Papel/papelo Plstico Vidro

O

Quantidade de resduos reciclados no pas (mil t/ano) 9.817,8 962,0* 489,0 3.827,9

PR ELQuantidade recuperada por programas oficiais de coleta seletiva (mil t/ano) 72,3 285,7 170,3 50,9 11

Com relao coleta seletiva de materiais reciclveis, entre 2000 e 2008 houve um aumento de 120% no nmero de municpios que desenvolvem tais programas, que chegaram a 994, estando a maioria localizada nas regies Sul e Sudeste. Esse marco, embora importante, ainda no ultrapassa 18% dos municpios brasileiros. Todavia a anlise da quantidade de material recuperado por tais programas indica a necessidade de seu aprofundamento. Estimativas a partir das informaes disponveis pelo SNIS, conforme apresentado na Tabela 3, indicam que a participao dos resduos recuperados pelos programas de coleta seletiva formais ainda muito pequena, o que sugere que a reciclagem no pas ainda mantida pela reciclagem pr-consumo e pela coleta ps-consumo informal, que devem ser objeto de estudos especficos.

S

* Dado de 2007

VE

R

Fonte: Elaborado a partir de MCidades (2010), Bracelpa (2009), MME (2010a, 2010b), Vasques (2009), ABAL (2011), Abiplast(2010), ABIQUIM (2008), Plastivida (2005, 2008)

Os dados apresentados foram calculados a partir da reciclagem total dos resduos (incluindo reciclagem pr-consumo e coleta seletiva informal5) em funo do consumo aparentes, sendo diferentes da Tabela acima. A anlise dessa informao permite a separao dos resduos em dois5

Reciclagem pr-consumo: reciclagem dos resduos gerados nos processos produtivos. Reciclagem ps-consumo: reciclagem de resduos decorrente da utilizao de um bem. Coleta seletiva formal: coleta regular de resduos realizada ou apoiada pela administrao municipal por meio de organizaes tais como cooperativas ou associao de catadores. Coleta seletiva informal: coleta de resduo realizada por catadores autnomos dispersos pela cidade cuja quantidade no contabilizada pelos rgos municipais. Geralmente, esses resduos so vendidos para os sucateiros que comercializam diretamente com as indstrias.

IM0,7% 7,5% 17,7% 10,4%

Participao da coleta seletiva formal na reciclagem total

IN

AR

grandes grupos, de acordo com o percentual de reciclagem: alumnio, ao e papel/papelo possuem taxas de reciclagem de acima de 35%; por outro lado plstico e vidro alcanam valores prximos a 20%.

Grfico 2: Taxa de reciclagem de diferentes materiais

VE

Com relao aos indicadores econmicos, as informaes obtidas a partir do SNIS devem ser analisadas de forma cuidadosa. A amostra de municpios utilizada indica que as despesas com a gesto dos RSU como um todo alcanam valores mdios um pouco inferiores a R$ 70,00 por habitante. Quando so analisados os grupos de municpios, se nota um crescimento das despesas de acordo com o aumento do tamanho dos municpios. Ao mesmo tempo, quando so analisados os custos exclusivos de agentes privados, esses parecem ser superiores aos dos agentes pblicos. Os dados referentes s despesas com coleta regular apresentam comportamento semelhante, sendo necessrios estudos especficos para se verificar tal tendncia. Uma questo que vem ganhando destaque na discusso dos RSU diz respeito cobrana pelos servios associados sua gesto. Em 2008, 10,9% dos municpios brasileiros possuam algum tipo de cobrana pelo servio de gesto de RSU, sendo que 7,9% utilizavam a modalidade de tarifa. Com relao disposio final importante destacar que no estudo da quantidade de resduos destinados foi necessrio adequar os valores apresentados na Pesquisa Nacional de Saneamento Bsico (PNSB 2000 e PNSB 2008). Isso se deve ao fato de que a quantidade total coletada no coincidia com a quantidade total destinada. A hiptese mais plausvel encontrada foi a de que poderia haver duplicidade nos valores informados pelos municpios e entidades prestadoras de servio em relao quantidade de resduos destinada ao prprio municpio e aquela destinada para outro municpio. Assim, um municpio A declarava enviar X toneladas por dia para o municpio B e este informava que destinava em seu prprio territrio a quantidade coletada em seu municpio mais a recebida do municpio A. Dessa forma, considerou-se neste trabalho somente a quantidade de resduos e rejeitos encaminhados para destino final no prprio municpio como estimativa. A Tabela 4 apresenta a comparao entre a quantidade de resduos slidos domiciliares e/ou pblicos coletados e destinados.

R

S

O

PR EL12

Fonte: Elaborado a partir de MCidades(2010), IBGE (2010a), IBGE (2002), ABAL (2011), DATASUS (2011), MME (2010a), Vasques (2009), Bracelpa(2009)

IM

IN

AR

Tabela 4:Quantidade de resduos e rejeitos slidos domiciliares e/ou pblicos coletados e destinados

Quantidade (t/dia)6 Coleta Destino Final7 Diferena entre coletado e destinadoFonte: IBGE (2002), IBGE (2010b)

2000 149.094 140.080 -6%

2008 183.481 188.815 3%

Conforme a Tabela 5, em 2008 foram destinados 188.814,90 t/d de resduos slidos domiciliares e/ou pblicos, o que significa um aumento de 35% em relao a quantidade destinada em 2000.Tabela 5: Quantidade diria de resduos slidos domiciliares e/ou pblicos encaminhados para destinao final, para os anos 2000 e 2008.

Unidade de anlise

Quantidade de resduos encaminhados para destinao final (t/dia) 2000 2008 140.080

PR EL2000 188.815 1,0 Estrato Populacional 81.209,3 79.305,8 28.299,8 14.229,20 55.723,20 84.227,00 21.929,30 1,0 0,9 1,2 1,2 1,0 1,0 0,8 53.034,7 46.249,2 40.796,1 10.929,0 33.876,7 67.656,1 16.893,2 Macrorregio 13

IM

Considerando somente a destinao no prprio municpio, observa-se pela Tabela 4, que em 2000, 6% dos resduos coletados deixaram de ser encaminhados para um destino final e, em 2008, 3% a mais da quantidade de resduos coletados foram para algum outro destino final, que no foi contabilizado na pesquisa. No primeiro caso, parte dos resduos coletados podem no ter chegado a nenhum tipo de destino final ou ter havido erros na quantidade declarada, uma vez que muitos municpios no possuem balana. No segundo, caso pode ter ocorrido de uma unidade de destinao (unidade de compostagem ou unidade de triagem, por exemplo) que recebeu resduos coletados encaminhar os rejeitos do processo para outra unidade de destino final (aterro sanitrio, aterro controlado ou lixo, por exemplo). Assim, parte dos resduos coletados estaria contabilizada em duas unidades distintas de destino final.8

Quantidade de resduos destinados por habitante urbano (kg/hab.dia) 2008 1,2 1,3 1,4 0,7 1,3 1,4 1,1 0,9

Brasil Municpios pequenos Municpios mdios Municpios grandes Norte

VE

R

Nordeste Sudeste Sul

6 7 8

Fonte: microdados da PNSB 2000 e 2008 (IBGE).

A PNSB considera como destino final as seguintes modalidades aterro sanitrio, aterro controlado, vazadouro a cu aberto (lixo), unidade de compostagem, unidade de triagem e reciclagem, unidades de incinerao, vazadouro em reas alagveis e outros locais de destinao. Problema semelhante foi identificado no Panorama do Saneamento Bsico no Brasil - Vol2 do Ministrio das Cidades (2010), o qual relata que houve uma diferena, no SNIS 2007, entre as massas de resduos coletadas e recebidas nas unidades de processamento. De acordo com esse documento, o erro pode ter como causa omisso quanto existncia de outra unidade de processamento ou ento a massa rejeitada numa unidade de beneficiamento de materiais reciclveis pode ter sido considerada nas unidades de disposio final, ou ainda, as unidades de processamento de resduos slidos domiciliares e/ou pblicos podem ter recebidos outros tipos de resduos que no esses.

S

O

IN

AR

Centro-Oeste

10.725,00

12.706,20

1,1

1,0

Fonte: Elaborado a partir de IBGE (2010b, 2010c)

Tanto na PNSB 2000 quanto na PNSB 2008 observa-se que, mais de 90%, em massa, dos resduos so destinados para a disposio final em aterros sanitrios, aterros controlados e lixes, sendo os 10% restantes distribudos entre unidades de compostagem, unidades de triagem e reciclagem, unidades de incinerao, vazadouros em reas alagadas e outros destinos, como mostra a Tabela 6.Tabela 6: Quantidade diria de resduos slidos domiciliares e/ou pblicos encaminhados para diferentes formas de destinao final, para os anos 2000 e 2008.

Destino Final

2000 Quantidade (t/d) % 35,4 24,2 32,5 4,5 0,3 0,2 0,6 0,7 1,5

Aterro sanitrio Aterro Controlado Vazadouros a cu aberto (Lixo) Unidade de compostagem Unidade de triagem para reciclagem Unidade de incinerao Locais no fixos Outra unidade Total Vazadouro em reas alagveis

49.614,50 33.854,30 45.484,70 6.364,50 2.158,10 483,10 228,10 877,30

IMSI

IN110.044,40 36.673,20 37.360,80 1.519,50 2.592,00 64,80 35,00 525,20 188.814,90

Quantidade (t/d)

PR EL1.015,10 140.080,70 14

SI: sem informao. Na PNSB 2008 no se utilizou essa opo como destino final Fonte: IBGE (2002), IBGE (2010b)

VE

No quesito tratamento, apesar da massa de resduos slidos urbanos apresentar alto percentual de matria orgnica, as experincias de compostagem, no Brasil, so ainda incipientes. O resduo orgnico, por no ser coletado separadamente, acaba sendo encaminhado para disposio final, juntamente com os resduos domiciliares. Essa forma de destinao gera, para a maioria dos municpios, despesas que poderiam ser evitadas caso a matria orgnica fosse separada na fonte e encaminhada para um tratamento especfico, por exemplo, via compostagem. Do total estimado de resduos orgnicos que so coletados (94.335,1 t/d 9) somente 1,6% (1.509 t/d) encaminhado para tratamento via compostagem. Em termos absolutos tem-se 211 municpios brasileiros com unidades de compostagem, sendo que os Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul possuem a maior concentrao, 78 e 66 unidades respectivamente. Quanto disposio final de resduos e rejeitos no solo foram avaliadas as trs principais formas aterro sanitrio, aterro controlado e lixo10. A Tabela 7 mostra que, em termos quantitativos, de 2000Vide Tabela 1 Aterro sanitrio: Tcnica de disposio de resduos slidos urbanos no solo, sem causar danos sade pblica e sua segurana minimizando os impactos ambientais, mtodo este que utiliza os princpios de engenharia (impermeabilizao do solo, cercamento, ausncia de catadores, sistema de drenagem de gases, guas pluviais e lixiviado) para confinar os resduos e rejeitos menor rea possvel e reduzi-los ao menor volume permissvel, cobrindo-o com uma camada de terra na concluso de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessrio (adaptado da NBR 8419:1992). Aterro controlado: Forma inadequada de disposio final de resduos e rejeitos, no qual o nico cuidado realizado o recobrimento da massa de resduos e rejeitos com terra. Lixo: Forma inadequada de disposio final de resduos e rejeitos, que consiste na descarga do material no solo sem qualquer tcnica ou medida de controle.

R

9

10

S

O

AR2008 % 58,3 19,4 19,8 0,8 1,4