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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA PROJETO DE GRADUAÇÃO PLANO OTIMIZADO DE INSPEÇÃO DE MEDIÇÃO DE ESPESSURA COM BASE NA MATRIZ DE RISCO DAS REGIÕES INTERNAS DE UMA CALDEIRA DE RECUPERAÇÃO - PROPOSTA ELDER COSTA SOEIRO FÁBIO ALVES ANTONIOLLI VITÓRIA ES 12/2005

PLANO OTIMIZADO DE INSPEÇÃO DE MEDIÇÃO DE ESPESSURA ...mecanica.ufes.br/sites/engenhariamecanica.ufes.br/files/field/... · Figura 3-4 Aparelho medidor de espessura por ultra-som

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO

    CENTRO TECNOLGICO

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECNICA

    PROJETO DE GRADUAO

    PLANO OTIMIZADO DE INSPEO DE MEDIO DE

    ESPESSURA COM BASE NA MATRIZ DE RISCO DAS

    REGIES INTERNAS DE UMA CALDEIRA DE

    RECUPERAO - PROPOSTA

    ELDER COSTA SOEIRO

    FBIO ALVES ANTONIOLLI

    VITRIA ES

    12/2005

  • ELDER COSTA SOEIRO

    FBIO ALVES ANTONIOLLI

    PLANO OTIMIZADO DE INSPEO DE MEDIO DE

    ESPESSURA COM BASE NA MATRIZ DE RISCO DAS

    REGIES INTERNAS DE UMA CALDEIRA DE

    RECUPERAO - PROPOSTA

    Parte manuscrita do Projeto de Graduao

    dos alunos Elder Costa Soeiro e Fbio Alves

    Antoniolli, apresentado ao Departamento de

    Engenharia Mecnica do Centro Tecnolgico

    da Universidade Federal do Esprito Santo,

    para obteno do grau de Engenheiro

    Mecnico.

    VITRIA ES

    12/2005

  • ELDER COSTA SOEIRO

    FBIO ALVES ANTONIOLLI

    PLANO OTIMIZADO DE INSPEO DE MEDIO DE

    ESPESSURA COM BASE NA MATRIZ DE RISCO DAS

    REGIES INTERNAS DE UMA CALDEIRA DE

    RECUPERAO - PROPOSTA

    COMISSO EXAMINADORA:

    ___________________________________ Prof. MsC Oswaldo Paiva Almeida Filho

    Orientador

    ___________________________________ Prof. MsC Rogrio Silveira de Queiroz

    Examinador

    ___________________________________ Prof. DsC Joo Luiz Marcon Donatelli

    Examinador

    Vitria - ES, 22/ 12/ 2005

  • i

    DEDICATRIA

    Dedicamos este trabalho aos nossos pais e familiares, amigos, namoradas,

    professores e alunos do Curso de Engenharia Mecnica pelo apoio e compreenso que nos foi

    dispensado durante estes anos de graduao.

  • ii

    AGRADECIMENTOS

    Agradecemos ao Tcnico de Inspeo Srgio Sthal por ter contribudo com sua

    experincia profissional e motivao que foram de fundamental importncia para a realizao

    deste trabalho.

    Aos inspetores especializados em caldeiras de recuperao, aos membros do Comit

    de Caldeiras de Recuperao do Brasil e aos coordenadores da Fbrica de Celulose em estudo.

    E a Deus por ter nos proporcionado a oportunidade de ter realizado e concludo este

    Estudo.

  • iii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 2-1 Caldeira Cornovaglia ............................................................................................ 20

    Figura 2-2 Caldeira Locomotivas e Locomveis.................................................................... 22

    Figura 2-3 Caldeira Escocesa ................................................................................................. 23

    Figura 2-4 Exemplo de caldeira aquatubular de tubos retos ................................................... 24

    Figura 2-5 Caldeira aquatubular de tubos retos ...................................................................... 24

    Figura 2-6 Caldeira de circulao forada com recirculao ................................................. 27

    Figura 2-7 Caldeira de La Mont e W. Workauf de circulao natural, porm com tubulo

    ligado tubos de grande dimetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor de

    tubos com dimetros menores. ............................................................................................... 28

    Figura 3-1 Caldeira de Recuperao com indicao das principais regies ........................... 30

    Figura 3-2 Funcionamento esquemtico de um aparelho de ultra-som .................................. 49

    Figura 3-3 Realizao do teste de ultra-som........................................................................... 50

    Figura 3-4 Aparelho medidor de espessura por ultra-som...................................................... 52

    Figura 3-5 Caractersticas Tcnicas das Caldeiras de Recuperao ....................................... 53

    Figura 3-6 Dados tcnicos das Caldeiras de Recuperao ..................................................... 54

    Figura 4-1 Curva de tendncia do Painel 35 - Elevao 55.420 para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 64

    Figura 4-2 Curva de tendncia do Painel 2 - Elevao 61.890 para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 64

    Figura 4-3 Curva de tendncia do Painel 11 - Elevao 58.890 para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 65

    Figura 4-4 Curva de tendncia do Painel 4 - Elevao 64.890 para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 65

    Figura 4-5 Curva de tendncia do Painel 23 - Elevao 67.890 para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 66

    Figura 4-6 Curva de tendncia do Painel 5 - Elevao 55.420 B para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 66

    Figura 4-7 Curva de tendncia do Painel 11 - Elevao 58.700 para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 67

    Figura 4-8 Curva de tendncia do Painel 33 - Elevao 61.700 para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 67

  • iv

    Figura 4-9 Curva de tendncia do Painel 16 - Elevao 64.700 para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 68

    Figura 4-10 Curva de tendncia do Painel 35 - Elevao 67.745 para o Superaquecedor

    Tercirio - SF .......................................................................................................................... 68

    Figura 4-11 Curva de tendncia do Painel 32 Ponto A para o Superaquecedor Tercirio

    - Curvas ................................................................................................................................... 71

    Figura 4-12 Curva de tendncia do Painel 32 Ponto B para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 71

    Figura 4-13 Curva de tendncia do Painel 31 Ponto C para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 77

    Figura 4-14 Curva de tendncia do Painel 16 Ponto D para o Superaquecedor Tercirio

    - Curvas ................................................................................................................................... 77

    Figura 4-15 Curva de tendncia do Painel 31 Ponto E para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 78

    Figura 4-16 Curva de tendncia do Painel 6 Ponto F para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 78

    Figura 4-17 Curva de tendncia do Painel 25 Ponto G para o Superaquecedor Tercirio

    - Curvas ................................................................................................................................... 79

    Figura 4-18 Curva de tendncia do Painel 5 Ponto H para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 79

    Figura 4-19 Curva de tendncia do Painel 25 Ponto I para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 80

    Figura 4-20 Curva de tendncia do Painel 14 Ponto J para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 80

    Figura 4-21 Curva de tendncia do Painel 20 Ponto K para o Superaquecedor Tercirio

    - Curvas ................................................................................................................................... 81

    Figura 4-22 Curva de tendncia do Painel 21 Ponto L para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 81

    Figura 4-23 Curva de tendncia do Painel 29 Ponto M para o Superaquecedor Tercirio

    - Curvas ................................................................................................................................... 82

    Figura 4-24 Curva de tendncia do Painel 29 Ponto N para o Superaquecedor Tercirio

    - Curvas ................................................................................................................................... 82

  • v

    Figura 4-25 Curva de tendncia do Painel 21 Ponto O para o Superaquecedor Tercirio

    - Curvas ................................................................................................................................... 83

    Figura 4-26 Curva de tendncia do Painel 30 Ponto P para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 83

    Figura 4-27 Curva de tendncia do Painel 33 Ponto Q para o Superaquecedor Tercirio

    - Curvas ................................................................................................................................... 84

    Figura 4-28 Curva de tendncia do Painel 9 Ponto R para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 84

    Figura 4-29 Curva de tendncia do Painel 28 Ponto S para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 85

    Figura 4-30 Curva de tendncia do Painel 6 Ponto T para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 85

    Figura 4-31 Curva de tendncia do Painel 35 Ponto T para o Superaquecedor Tercirio -

    Curvas ..................................................................................................................................... 86

    Figura 4-32 Curva de tendncia do Ponto A1 Tubo 12 para o Nariz ............................... 92

    Figura 4-33 Curva de tendncia do Ponto A1 Tubo 30 para o Nariz ............................... 92

    Figura 4-34 Curva de tendncia do Ponto A1 Tubo 110 para o Nariz ............................. 93

    Figura 4-35 Curva de tendncia do Ponto A1 Tubo 140 para o Nariz ............................. 93

    Figura 4-36 Curva de tendncia do Ponto A2 Tubo 15 para o Nariz ............................... 94

    Figura 4-37 Curva de tendncia do Ponto A2 Tubo 54 para o Nariz ............................... 94

    Figura 4-38 Curva de tendncia do Ponto A2 Tubo 86 para o Nariz ............................... 95

    Figura 4-39 Curva de tendncia do Ponto A2 Tubo 112 para o Nariz ............................. 95

    Figura 4-40 Curva de tendncia do Ponto A3 Tubo 51 para o Nariz ............................... 96

    Figura 4-41 Curva de tendncia do Ponto A3 Tubo 138 para o Nariz ............................. 96

    Figura 4-42 Curva de tendncia do Ponto B1 Tubo 27 para o Nariz ............................... 97

    Figura 4-43 Curva de tendncia do Ponto B1 Tubo 47 para o Nariz ............................... 97

    Figura 4-44 Curva de tendncia do Ponto B1 Tubo 133 para o Nariz ............................. 98

    Figura 4-45 Curva de tendncia do Ponto B2 Tubo 128 para o Nariz ............................. 98

    Figura 4-46 Curva de tendncia do Ponto B2 Tubo 142 para o Nariz ............................. 99

    Figura 4-47 Curva de tendncia do Ponto B3 Tubo 19 para o Nariz ............................... 99

    Figura 4-48 Curva de tendncia do Ponto B3 Tubo 37 para o Nariz ............................. 100

    Figura 4-49 Curva de tendncia do PT Tubo 65 1000 mm acima do Teto de Segurana104

    Figura 4-50 Curva de tendncia do PT Tubo 120 1000 mm acima do Teto de Segurana104

  • vi

    Figura 4-51 Curva de tendncia do PF Tubo 1 1000 mm acima do Teto de Segurana 105

    Figura 4-52 Curva de tendncia do PLE Tubo 20 1000 mm acima do Teto de Segurana105

    Figura 4-53 Curva de tendncia do PLE Tubo 170 1000 mm acima do Teto de

    Segurana .............................................................................................................................. 106

    Figura 4-54 Curva de tendncia do PLD Tubo 25 1000 mm acima do Teto de Segurana106

    Figura 4-55 Curva de tendncia do PLD Tubo 155 1000 mm acima do Teto de

    Segurana .............................................................................................................................. 107

  • vii

    LISTA DE TABELA

    Tabela 3-1 Etapas do teste hidrosttico .................................................................................. 47

    Tabela 4-1 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 55.420 ...................................................................................................................... 60

    Tabela 4-2 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 61.800 ...................................................................................................................... 60

    Tabela 4-3 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 58.890 ...................................................................................................................... 60

    Tabela 4-4 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 64.890 ...................................................................................................................... 61

    Tabela 4-5 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 67.890 ...................................................................................................................... 61

    Tabela 4-6 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 55.420 B .................................................................................................................. 61

    Tabela 4-7 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 58.700 ...................................................................................................................... 62

    Tabela 4-8 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 61.700 ...................................................................................................................... 62

    Tabela 4-9 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 64.700 ...................................................................................................................... 62

    Tabela 4-10 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio SF

    Elevao 67.745 ...................................................................................................................... 63

    Tabela 4-11 Material e dimenses do Superaquecedor Tercirio - SF ................................... 63

    Tabela 4-12 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto A ................................................................................................................................... 70

    Tabela 4-13 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto B ................................................................................................................................... 70

    Tabela 4-14 Material e dimenses do Superaquecedor Tercirio - Curvas ............................ 70

    Tabela 4-15 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto C ................................................................................................................................... 72

    Tabela 4-16Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto D ................................................................................................................................... 72

  • viii

    Tabela 4-17 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto E ................................................................................................................................... 72

    Tabela 4-18 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto F .................................................................................................................................... 72

    Tabela 4-19 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto G ................................................................................................................................... 73

    Tabela 4-20 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto H ................................................................................................................................... 73

    Tabela 4-21 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto I ..................................................................................................................................... 73

    Tabela 4-22 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto J .................................................................................................................................... 73

    Tabela 4-23 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto K ................................................................................................................................... 74

    Tabela 4-24 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto K ................................................................................................................................... 74

    Tabela 4-25 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto M .................................................................................................................................. 74

    Tabela 4-26 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto N ................................................................................................................................... 74

    Tabela 4-27 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto O ................................................................................................................................... 75

    Tabela 4-28 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto P .................................................................................................................................... 75

    Tabela 4-29 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto Q ................................................................................................................................... 75

    Tabela 4-30 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto R ................................................................................................................................... 75

    Tabela 4-31 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto S .................................................................................................................................... 76

    Tabela 4-32 Histrico de medio de espessura do Superaquecedor Tercirio Curvas

    Ponto T ................................................................................................................................... 76

    Tabela 4-33 Material e dimenses do Superaquecedor Tercirio - Curvas ............................ 76

  • ix

    Tabela 4-34 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto A1 ................................... 88

    Tabela 4-35 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto A2 ................................... 89

    Tabela 4-36 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto A3 ................................... 89

    Tabela 4-37 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto B1 ................................... 90

    Tabela 4-38 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto B2 ................................... 90

    Tabela 4-39 Histrico de medio de espessura do Nariz Ponto B3 ................................... 91

    Tabela 4-40 Material e dimenses do Nariz ........................................................................... 91

    Tabela 4-41 Histrico de medio de espessura dos pontos 1000 mm acima do Teto de

    Segurana PT .................................................................................................................... 102

    Tabela 4-42 Histrico de medio de espessura dos pontos 1000 mm acima do Teto de

    Segurana PF .................................................................................................................... 102

    Tabela 4-43 Histrico de medio de espessura dos pontos 1000 mm acima do Teto de

    Segurana PLE.................................................................................................................. 102

    Tabela 4-44 Histrico de medio de espessura dos pontos 1000 mm acima do Teto de

    Segurana PLD ................................................................................................................. 103

    Tabela 4-45 Material e dimenses dos pontos localizados a 1000 mm acima do Teto de

    Segurana .............................................................................................................................. 103

    Tabela 4-46 Rotinas da Inspeo de Espessura na Caldeira de Recuperao em Estudo .... 109

    Tabela 4-47 Plano Proposto para Rotinas de Inspeo de Medio de Espessura (MEUS) 111

  • x

    SUMRIO

    DEDICATRIA ..................................................................................................................... I

    AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... II

    LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... III

    LISTA DE TABELA .......................................................................................................... VII

    SUMRIO .............................................................................................................................. X

    RESUMO ........................................................................................................................... XIII

    INTRODUO ................................................................................................................. XIV

    1 PRODUO DE CELULOSE................................................................................ 15

    1.1 PTIO DE MADEIRA ............................................................................................... 15

    1.1.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ..................................................................... 15

    1.2 LINHA DE PASTA ..................................................................................................... 16

    1.2.1 COZIMENTO E LAVAGEM ........................................................................... 16

    1.2.1.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ....................................................... 16

    1.2.2 DEPURAO................................................................................................... 16

    1.2.3 DESLIGNIFICAO COM O2 ........................................................................ 17

    1.2.3.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ....................................................... 17

    1.2.4 BRANQUEAMENTO....................................................................................... 18

    1.2.5 PLANTA QUMICA ......................................................................................... 18

    1.3 SECAGEM E ENFARDAMENTO ............................................................................ 18

    1.3.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS ..................................................................... 19

    2 CALDEIRAS GERAL .......................................................................................... 19

    2.1 Caldeiras Flamotubulares ............................................................................................ 19

    2.1.1 Classificao ...................................................................................................... 19

    2.1.1.1 Caldeira Vertical .................................................................................. 20

    2.1.1.2 Caldeira Horizontal ............................................................................. 20

    2.2 Caldeiras Aquatubulares .............................................................................................. 23

    2.2.1 Classificao ...................................................................................................... 23

    2.2.1.1 Caldeiras de Tubos Retos .................................................................... 24

    2.2.1.2 Caldeiras de Tubos Curvos .................................................................. 25

    2.2.1.3 Caldeiras com Circulao Forada ...................................................... 26

    2.2.2 Aplicao e Utilizao das Caldeiras Aquotubulares........................................ 28

  • xi

    3 CALDEIRAS DE RECUPERAO ...................................................................... 29

    3.1 INTRODUO TERICA ........................................................................................ 29

    3.2 INSPEO PERIDICA EM CALDEIRAS DE RECUPERAO ........................ 32

    3.2.1 Generalidades .................................................................................................... 32

    3.2.1.1 Objetivo e Campo de Aplicao desta Recomendao ....................... 32

    3.2.1.2 Princpios e orientaes gerais para a inspeo de caldeiras de

    recuperao de lcalis [4] ................................................................................ 32

    3.2.2 Preparativos ....................................................................................................... 34

    3.2.3 Exame Interno ................................................................................................... 36

    3.2.3.1 Lado de gases ...................................................................................... 36

    3.2.3.2 Lado de gua e vapor ........................................................................... 41

    3.2.4 Exame Externo .................................................................................................. 42

    3.2.4.1 Parte exterior da caldeira ..................................................................... 43

    3.2.4.2 Acessrios e rgos perifricos caldeira........................................... 43

    3.2.5 Testes Complementares ..................................................................................... 46

    3.2.5.1 Teste Hidrosttico ................................................................................ 46

    3.2.5.2 Teste das vlvulas de segurana .......................................................... 47

    3.3 MTODO DE ENSAIO POR ULTRA-SOM ............................................................. 49

    3.3.1 PRINCPIOS BSICOS DO MTODO .......................................................... 49

    3.3.1.1 Introduo: ........................................................................................... 49

    3.3.1.2 Finalidade do Ensaio ........................................................................... 50

    3.3.1.3 Campo de Aplicao ........................................................................... 50

    3.3.2 Limitaes em Comparao com outros Ensaios .............................................. 51

    3.3.3 APARELHAGEM ............................................................................................. 52

    3.4 CARACTERSTICAS TCNICAS DA CALDEIRA DE RECUPERAO DA

    EMPRESA DE CELULOSE EM ESTUDO E APLICAO DESTE TRABALHO...... 53

    3.4.1 Breve histrico da Caldeira de Recuperao em Estudo ................................... 54

    4 ESTUDO DE CASO ................................................................................................. 57

    4.1 HISTRIO DE INSPEO DE MEDIO DE ESPESSURA E CURVAS DE

    TENDNCIAS .................................................................................................................. 57

    4.1.1 SOBRE AS CURVAS (LINHAS) DE TENDNCIA ...................................... 57

    4.1.2 O que so linhas de tendncia?.......................................................................... 57

    4.1.3 Segurana das linhas de tendncia .................................................................... 57

  • xii

    4.1.4 Tipos de Linhas de Tendncia ........................................................................... 58

    4.1.4.1 Linear ................................................................................................... 58

    4.1.4.2 Logartimica ........................................................................................ 58

    4.1.4.3 Polinomial ........................................................................................... 58

    4.1.4.4 Potncia ............................................................................................... 58

    4.1.4.5 Exponencial ......................................................................................... 59

    4.1.5 HISTRICO DOS PONTOS ANALISADOS DO SUPERAQUECEDOR

    TERCIRIO NA LINHA DO SOPRADOR DE FULIGEM .................................... 60

    4.1.5.1 Exemplos de curvas de tendncia da regio do superaquecedor

    tercirio na linha do soprador de fuligem utilizadas para a determinao da

    Matriz de Risco ............................................................................................... 64

    4.1.6 HISTRICO E CURVAS DE TENDNCIAS DOS PONTOS

    ANALISADOS DO SUPERAQUECEDOR TERCIRIO CURVAS ................... 69

    4.1.6.1 Exemplos de curvas de tendncia da regio das curvas do

    superaquecedor utilizadas para a determinao da Matriz de Risco ............... 71

    4.1.6.2 Exemplos de curvas de tendncia da regio das curvas do

    superaquecedor utilizadas para a determinao da Matriz de Risco ............... 77

    4.1.7 HISTRICO DOS PONTOS ANALISADOS DO NARIZ.............................. 87

    4.1.7.1 Exemplos de curvas de tendncia da regio do Nariz utilizadas para a

    determinao da Matriz de Risco .................................................................... 92

    4.1.8 HISTRICO DOS PONTOS ANALISADOS ACIMA DO TETO DE

    SEGURANA (1000 mm) ....................................................................................... 101

    4.1.8.1 Exemplos de curvas de tendncia da regio das curvas do

    superaquecedor utilizadas para a determinao da Matriz de Risco ............. 104

    4.2 Rotinas da Inspeo de Medio de Espessura (MEUS) X Tempo de Parada .......... 108

    4.3 Anlise Crtica ........................................................................................................... 109

    4.4 Proposta do novo plano de inspeo ......................................................................... 110

    5 CONCLUSO ........................................................................................................ 111

    6 SUGESTES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................ 112

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................. 112

  • xiii

    RESUMO

    Este trabalho tem o objetivo de apresentar um novo plano de inspeo de medio de

    espessura (MEUS) baseado em risco e adequao ao uso para gerenciar a integridade

    estrutural das Caldeiras de Recuperao de uma indstria de papel e celulose.

    feita uma anlise quantitativa do risco para as diversas regies localizadas no

    interior da caldeira de recuperao, atravs de anlises estatsticas de curvas de tendncias e

    de recomendaes do Comit de Caldeira de Recuperao do Brasil, avaliando a

    probabilidade de falha.

    So propostos planos de inspees, sempre respeitando os prazos mximos

    estabelecidos pela NR-13, de modo a manter o risco abaixo de um nvel tolervel,

    possibilitando assim um melhor aproveitamento dos recursos de inspeo.

  • xiv

    INTRODUO

    As atividades de inspeo em equipamentos e componentes durante a vida til de

    uma planta industrial demonstraram, ao longo dos anos, que as intervenes de manuteno

    so distribudas sob a orientao de diversas premissas, como atendimento a requisitos legais,

    disponibilidade dos equipamentos e minimizao dos riscos de falhas em operao. No caso

    brasileiro, o atendimento legal vigente refere-se Norma Regulamentadora do Ministrio do

    Trabalho NR13 Regulamentao de Segurana para Caldeiras e Vasos de Presso.

    Portanto, o planejamento focado em inspeo baseada em risco deve respeitar

    primordialmente os prazos mximos de campanhas definidos por esta norma.

    Diferente da NR-13 que estabelece os prazos mximos entre inspees de caldeiras

    e vasos de presso na Inspeo Baseada em Risco a periodicidade de inspees passa a ser

    uma varivel entre as conseqncias de um acidente e a probabilidade deste acidente ocorrer.

    A tendncia estatstica de concentrao do alto risco em uma Caldeira de

    Recuperao de uma planta industrial fato observado na prtica. Com base nesta premissa,

    para se reduzir o risco global, necessrio aplicar planos de inspeo diferenciados para cada

    regio da caldeira. Verifica-se tambm que a efetividade destes planos pode aumentar com

    um levantamento mais preciso dos riscos individuais das regies, criando inclusive

    padronizaes para esta atividade. Com isto procura-se intensificar os gastos com manuteno

    onde o risco alto e diminu-los onde o risco baixo.

    Neste trabalho foi elaborado um plano otimizado de inspeo de medio de

    espessura com base na matriz de risco das regies internas de uma caldeira de recuperao

    (ex.: fornalha, superaquecedores,etc.), levando-se em considerao as recomendaes de

    inspees observadas pelo Comit de Segurana em Caldeiras de Recuperao e a anlise de

    tendncia baseada em histricos de inspeo para aplicao da inspeo baseada em risco

    (IBR). Os resultados serviro para organizar e padronizar as definies de servios de

    Inspeo da unidade.

  • 15

    1 PRODUO DE CELULOSE

    O processo de produo de celulose envolve todas as reas diretamente ligadas

    ao processamento da madeira para obteno da fibra. Essas reas so Ptio de Madeira,

    Linha de Pasta e Secagem.

    1.1 PTIO DE MADEIRA

    O Ptio de Madeira a rea que recebe a madeira e comea a prepar-la para a

    obteno da celulose. O abastecimento de madeira nas mesas receptoras

    responsabilidade do Transporte e Movimentao de Madeira (PSM). A partir da, o

    manuseio de madeira at a sua transformao em cavacos responsabilidade do Ptio

    de Madeira.

    Dentre as responsabilidades da equipe do Ptio de madeira, destacam-se:

    Manuteno das pontes rolantes que descarregam as toras nas mesas

    receptoras (a operao das pontes cabe equipe de Transporte e

    Movimentao de Madeira PSM).

    Operao e manuteno das mesas receptoras de madeira,

    descascadores, picadores e peneiras, transformando as toras em cavacos

    de dimenses apropriadas para a operao do Digestor.

    Estocagem dos cavacos em pilhas para a alimentao do Digestor.

    Processamento da casca proveniente do descascamento de toras em

    dimenses apropriadas para queimar na Caldeira Auxiliar.

    Processamento da madeira destinada gerao de energia e controle

    das pilhas para alimentao das caldeiras auxiliares.

    1.1.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS

    Os principais equipamentos do Ptio de Madeira so:

    Descascador

    Picador

  • 16

    1.2 LINHA DE PASTA

    A linha de pasta engloba as etapas de Cozimento, Lavagem, Depurao da

    Pasta Marrom, Deslignificao, Branqueamento e a Planta Qumica.

    1.2.1 COZIMENTO E LAVAGEM

    O cozimento tem a funo de transformar os cavacos de madeira em polpa,

    atravs da dissoluo da lignina que compe a lamela mdia. Essa uma das etapas

    mais importantes do processo, pois nela que sero definidas algumas das principais

    caractersticas do produto final.

    O cozimento feito por dois digestores contnuos.

    A etapa de lavagem se resume na passagem da polpa cozida pelos difusores

    atmosfricos, visando substituir o licor negro que foi transportado junto com a polpa por

    um mais limpo.

    1.2.1.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS

    Os principais equipamentos do processo de cozimento e lavagem so:

    Alimentador de alta presso

    Digestor

    Difusor radial

    1.2.2 DEPURAO

    A depurao consiste basicamente na separao das impurezas da madeira e

    dos pedaos de cavaco que no foram devidamente cozidos no digestor, tais como ns e

    outros materiais (areia, pedras, etc). Os rejeitos da depurao, dependendo de sua

    natureza, so removidos do processo ou retornam para serem reprocessados. Depois de

    depurada, a polpa uma massa homognea e marrom, pronta para ser branqueada.

    papel da depurao tambm remover o restante do licor preto da massa (que no saiu

    nos difusores), deixando a massa sem os produtos qumicos do cozimento e j sem a

  • 17

    lignina dissolvida, ou seja, deixa na massa apenas os produtos que s o branqueamento

    consegue remover.

    1.2.3 DESLIGNIFICAO COM O2

    A deslignificao com oxignio d continuidade ao processo de deslignificao

    iniciado no cozimento, mantendo a resistncia da pasta (viscosidade). As principais

    vantagens resultantes do processo de deslignificao so:

    Reduo de consumo de produtos qumicos no branqueamento.

    Reduo de carga de efluentes no branqueamento.

    Possibilidade de uso de seqncias de branqueamento ECF e TCF.

    O processo de deslignificao com oxignio depende de vrios fatores como

    espcie de madeira utilizada, tipo de cozimento, nmero Kappa na entrada, requisitos do

    produto final e custos operacionais. A seletividade da deslignificao com oxignio

    depende da temperatura, da carga de lcali, da quantidade de substncias dissolvidas

    transferidas ao estgio de deslignificao, da consistncia de pasta e da presso do

    oxignio. O grau de deslignificao obtido avaliado atravs de anlises do nmero

    Kappa em amostras de pasta coletadas antes e aps o reator.

    1.2.3.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS

    Os principais equipamentos do processo de deslignificao com O2 so:

    Bombas mc

    Misturador

    Reatores para oxidao

    Prensa lavadora

  • 18

    1.2.4 BRANQUEAMENTO

    A principal funo do branqueamento remover as impurezas que do cor

    celulose.

    Grande parte das caractersticas do produto final depende fortemente da

    seqncia utilizada no branqueamento da pasta. Sendo assim, o branqueamento a

    etapa mais importante no que diz respeito diferenciao dos produtos. Essa

    diferenciao feita alterando-se os qumicos utilizados e algumas condies de

    processo.

    1.2.5 PLANTA QUMICA

    A Planta Qumica produz o dixido de cloro (ClO2) e o dixido de enxofre

    (SO2) que sero utilizados na etapa de branqueamento da celulose. A Planta possui 3

    linhas de produo de dixido de cloro e uma de dixido de enxofre.

    As linhas 1 e 3 de ClO2 utilizam o processo R10 (soluo de clorato de sdio)

    para a produo, enquanto a linha 2 utiliza o R3 (soluo de clorato e cloreto de sdio).

    As solues de clorato so fornecidas via tubulao pela Nexen.

    A linha de produo de SO2 pode operar queimando o enxofre slido e depois

    solubilizando o gs gerado, ou solubilizando o SO2 gasoso comprado. Hoje

    preferencialmente o SO2 comprado.

    1.3 SECAGEM E ENFARDAMENTO

    A secagem compreende os processos de Depurao da Pasta Branqueada,

    Formao da Folha, Secagem e Enfardamento da celulose.

    A funo da Depurao remover as impurezas que possam ter sido

    transportadas juntamente com a pasta branqueada. Depois de depurada a pasta seguir

    para a mquina, onde ocorrer a formao e posterior secagem da folha.

    Depois de secas as folhas de celulose so ento cortadas e agrupadas em fardos

    de 250 kg que sero embalados e agrupados em uma unidade contendo 8 fardos (2

    toneladas ao todo).

  • 19

    1.3.1 PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS

    Os principais equipamentos do processo de secagem e enfardamento so:

    Depuradores pressurizados

    Peneira vibratria

    Planta de canisters (ciclone)

    Caixa de entrada

    Mesa plana

    Primeira prensa - rolo pick-up

    Segunda prensa

    Terceira prensa superior e inferior

    Secador

    Torre de quebras

    2 CALDEIRAS GERAL

    2.1 Caldeiras Flamotubulares

    Tambm conhecidas como Pirotubulares, Fogotubulares ou, ainda, como

    Tubos de Fumaa, so aquelas nas quais os gases da combusto (fumos) atravessam a

    caldeira no interior de tubos que se encontram circundados por gua, cedendo calor

    mesma.

    2.1.1 Classificao

    Existem vrios mtodos de classificao das caldeiras flamotubulares (segundo

    o uso, a capacidade, a presso, a posio da fornalha, a posio dos tubos, os tamanhos,

    etc.). Adotaremos aqui dividi-las em:

  • 20

    2.1.1.1 Caldeira Vertical

    do tipo monobloco, constituda por um corpo cilndrico fechado nas

    extremidades por placas planas chamadas espelhos. So vrias as suas aplicaes por

    ser facilmente transportada e pelo pequeno espao que ocupa, exigindo pequenas

    fundaes. Apresenta, porm, baixa capacidade e baixo rendimento trmico.

    So construdas de 2 at 30 m, com presso mxima de 10 kg/m, sendo sua

    capacidade especfica de 15 a 16 kg de vapor por m de superfcie de aquecimento.

    Apresenta a vantagem de possuir seu interior bastante acessvel para a limpeza,

    fornecendo um maior rendimento no tipo de fornalha interna. So mais utilizadas para

    combustveis de baixo poder calorfico.

    2.1.1.2 Caldeira Horizontal

    Podem possuir fornalha interna ou externa. Faz-se aqui uma descrio dos

    diversos tipos de Caldeiras Horizontais.

    CALDEIRA CORNOVAGLIA

    Tem funcionamento simples, constituda por uma tubulao por onde

    circulam os gases produtos da combusto, transmitindo calor para a gua, que o

    circunda, por contato de sua superfcie externa. , em geral, de grandes dimenses

    (maior do que 100 m), tem baixo rendimento trmico e, devido ao seu tamanho, tem

    sua presso mxima limitada a 10 kg/m. Sua capacidade especfica varia de 12 a 14 kg

    de vapor por m de superfcie.

    Figura 2-1 Caldeira Cornovaglia

  • 21

    CALDEIRA LANCASHIRE

    Tambm conhecida como Caldeira Lancaster, a evoluo da caldeira anterior,

    possuindo 2 (s vezes 3 ou 4) tubules internos, alcanando superfcie de aquecimento

    de 120 a 140 m. Alguns tipos atingem de 15 a 18 kg de vapor por m de superfcie de

    aquecimento.

    Tanto a Caldeira Cornovaglia, como a Lancashire, est caminhando para o

    desuso devido s unidades modernas mais compactas.

    CALDEIRAS MULTITUBULARES

    A substituio dos tubules das caldeiras anteriores por vrios tubos de

    pequeno dimetro deu origem caldeira flamotubular multibular. So encontradas com

    duas ou trs voltas de chama, isto , os gases de combusto fazem duas ou trs voltas no

    interior da caldeira.

    Os dimetros dos tubos variam entre 2 a 4, de acordo com a aplicao.

    No permitem o uso de fornalha interna, sendo completamente revestida de alvenaria.

    Sua grande vantagem permitir a utilizao de qualquer combustvel, mas devido ao

    alto custo do refratrio, despesas de manuteno e alto custo de instalao. Este tipo de

    caldeira vem tendo sua aplicao industrial diminuda. Sua capacidade mxima de

    600kg de vapor por hora com presso mxima de 16 kg/m.

    CALDEIRAS LOCOMOTIVAS & LOCOMOVEIS

    As caldeiras locomoveis so uma adaptao e modificao das caldeiras

    locomotivas. Ainda que ideais por fcil mudana de local por serem portteis, elas tm

    limitaes no servio estacionrio.

    So multitubulares com a fornalha revestida completamente por dupla parede

    metlica formando uma cmara onde circula gua, tendo um razovel custo de

    construo. Possui vantagens de ser porttil, servio contnuo e excelente, com custo

    mnimo em condies severas de trabalho, assim como uma grande capacidade de

    produo de vapor em comparao com seu tamanho.

    Tem como desvantagens a pequena velocidade de circulao de gua e grandes

    superfcies metlicas. Suportam presses de 18 kg/m e chegam at 8000 kgVapor/h.

  • 22

    Tem aplicao em campos de petrleo, associados a mquinas de vapor na gerao de

    energia, em serrarias, etc.

    Figura 2-2 Caldeira Locomotivas e Locomveis

    CALDEIRAS ESCOCESAS

    o tipo mais moderno e evoludo de caldeiras flamotubulares,

    No exige gastos com instalaes especiais ou custosas colunas de ao ou

    alvenaria, bastando uma fundao simples e nivelada, as ligaes com a fonte de gua,

    eletricidade e esgoto para entrar imediatamente em servio. Tm controle eletrnico de

    segurana e funcionamento automtico arrancando to logo sejam ligados os

    interruptores.

    A caldeira consta de um corpo cilndrico que contm um tubulo sobre o qual

    existe um conjunto de tubos de pequeno dimetro. Tem geralmente uma cmara de

    combusto de tijolos refratrios na parte posterior, a que recebe os gases produtos da

    combusto, e os conduz para o espelho traseiro.

    Essas unidades operam com leo ou gs (banha derretida), sendo a circulao

    garantida por ventiladores (tiragem mecnica). As unidades compactas alcanam

    elevado rendimento trmico, garantindo 83%. So construdas at a mxima produo

    de 10 tonV/h a uma presso mxima de 18 kg/m. Sua vaporizao especfica atinge

    valores da ordem de 30 a 34 kgV/m, dependendo da perda de carga oferecida pelo

    circuito.

  • 23

    Os gases circulam com grande velocidade, de 20 a 25 m/s, permitindo a

    obteno de elevado ndice de transmisso de calor. A perda por radiao muito baixa,

    no ultrapassando 1%.

    Figura 2-3 Caldeira Escocesa

    2.2 Caldeiras Aquatubulares

    Tambm conhecidas como Caldeiras Tubos de gua ou Aquatubulares se

    caracterizam pelo fato dos tubos situarem-se fora dos tubules da caldeira (tambor)

    constituindo com estes um feixe tubular.

    Diferenciam-se das Pirotubulares no fato da gua circular no interior dos tubos

    e os gases quentes se acham em contato com sua superfcie externa.

    So empregadas quando interessa obter presses e rendimentos elevados, pois

    os esforos desenvolvidos nos tubos pelas altas presses so de trao ao invs de

    compresso, como ocorre nas pirotubulares, e tambm pelo fato dos tubos estarem fora

    do corpo da caldeira obtemos superfcies de aquecimento praticamente ilimitadas.

    Os objetivos a que se prope uma caldeira aquotubular abrangem uma grande

    faixa e em vista disto temos como resultado muitos tipos e modificaes, tais como

    tubos retos, tubos curvos de um ou vrios corpos cilndricos, enfim a flexibilidade

    permitida possibilita vrios arranjos.

    2.2.1 Classificao

    Como vimos as caldeiras aquotubulares poderiam ser classificadas de diversas

    maneiras, mas iremos dividi-las em:

  • 24

    2.2.1.1 Caldeiras de Tubos Retos

    Podendo possuir tambor transversal ou longitudinal, estas caldeiras so ainda

    bastante utilizadas devido a possurem fcil acesso aos tubos para fins de limpeza ou

    troca, causarem pequena perda de carga, exigir chamins pequenas, e porque tambm

    todos os tubos principais so iguais necessitando de poucas formas especiais.

    As Figuras 2-4 e 2-5 mostram dois exemplos de caldeiras aquatubulares com

    tubos retos de tambor longitudinal e transversal respectivamente.

    Os tubos de gua, normalmente de 4, so inclinados de aproximadamente 22,

    sendo ligados nas extremidades aos coletores tambm chamados cmaras onduladas,

    formando com o tubulo um circuito fechado por onde circula a gua que entra pela

    parte inferior do tambor, desce pelo interior do coletor posterior e sobe pelos tubos

    inclinados onde se forma o vapor. A mistura de vapor e gua ascende rapidamente pelo

    coletor frontal retornando ao tambor onde tem lugar a separao entre o vapor e a gua.

    Figura 2-4 Exemplo de caldeira aquatubular de tubos retos

    Figura 2-5 Caldeira aquatubular de tubos retos

  • 25

    Estas caldeiras podem ser adaptadas produo de energia e possui um

    aprecivel volume de gua, fator importante para vrias aplicaes. Sua superfcie de

    aquecimento varia de 67 a 1.350 m, com presses de at 45 kg/m para capacidades

    variando de 3 a 30 tVapor/h.

    Seu inconveniente se restringe no fato de que os tubos terminam em coletores

    cujas paredes devem estar em esquadro com a linha central dos tubos para que as juntas

    de vapor possa se encaixar aos extremos dos tubos contra as paredes dos coletores, e por

    possurem baixa vaporizao especfica, da ordem de 20 a 25 kg.Vapor/m.

    2.2.1.2 Caldeiras de Tubos Curvos

    A utilizao de vapor em centrais trmicas exigia geradores de grande

    capacidade de produo e com isto as caldeiras de tubos curvos, devido sua ilimitada

    capacidade de produzir vapor, tomaram uma posio de grande importncia para casos

    desta natureza.

    So compostas por tubos curvos ligados tambores e suas concepes iniciais

    possuam quatro e at cinco tambores, sendo revestidos completamente por alvenaria.

    Atualmente, por motivos de segurana, economia e para eliminar o uso de

    peas de grande dimetro, o nmero de tambores foi reduzido a dois (2) e com um nico

    tambor, sendo este ltimo aplicado a unidade de altas presses e capacidades. As

    paredes de refratrio representavam um custo enorme das instalaes por isto

    desenvolveram-se estudos quanto a um melhor aproveitamento do calor irradiado, e a

    aplicao de paredes de gua veio eliminar o uso destes custosos refratrios.

    Com o maior proveito do calor gerado, alem de reduzir o tamanho da caldeira,

    promove-se uma vaporizao mais rpida e aumenta-se a vida do revestimento das

    cmaras de combusto.

    Este tipo de caldeira encontra uma barreira para sua aceitao comercial no que

    se refere ao fato de exigirem um controle especial da gua de alimentao (tratamento

    da gua), embora apresente inmeras vantagens, tais como, manuteno fcil para

    limpeza ou reparos, rpida vaporizao, sendo o tipo que atinge maior vaporizao

    especifica com valores de 28 a 30 kg.V/m nas instalaes normais, podendo atingir at

    50kg.V/m nas caldeiras de tiragem forada.

  • 26

    2.2.1.3 Caldeiras com Circulao Forada

    A diferena de pesos especficos da gua de alimentao fria, com a gua

    aquecida e misturada com bolhas de vapor promove uma circulao natural da gua no

    interior dos tubos. Fatores como incrustaes, variaes de carga, etc., acabam por

    tornar-se obstculos a esta circulao, portanto, apesar de vrios cuidados tomados, no

    se consegue uma circulao orientada, ou como chamada, uma circulao positiva.

    Baseado nisto substituiu-se a circulao por gravidade pela circulao forada

    por uma bomba de alimentao e com isto reduz-se o dimetro dos tubos, aumenta-se o

    circuito de tubos e estes podem dispor-se em forma de uma serpentina contnua

    formando o revestimento da fornalha, melhorando-se a transmisso de calor e

    reduzindo-se o tamanho dos tambores, coletores e tornando mnimo o espao requerido.

    Foi Mark Benson da Siemens alem o autor deste tipo de caldeira, que se

    caracterizava pelo fato de no utilizarem bomba de recirculao ou tambor, trabalhando

    com presses supercrticas, exigindo assim um controle rigoroso.

    Aproveitando calor do superaquecedor (~4%) para a gua de alimentao, a

    Sulzer apresentou seu modelo trabalhando com uma presso a 140 kgf/cm e com

    sensveis aparelhos para controlar o superaquecimento desejado atravs do controle da

    combusto e da circulao de gua.

    Baseados no modelo da Sulzer, a La Mont e a Velox desenvolveram seus

    modelos chamados de circulao favorecida por possurem uma bomba de

    recirculao que trabalha no primeiro caso com presses superiores da caldeira de

    40lb/pol em mdia, tendo aplicao satisfatria em caldeiras de recuperao

    consumindo menos de 1% da energia produzida.

    Na caldeira Velox, que alcana rendimento trmico de at 90% e por isto vem

    adquirindo grande aceitao na Europa, os gases da cmara de combusto so

    comprimidos de 1 a 2 kgf/cm por meio de um ventilador acionado por uma turbina a

    gs que utiliza os gases de escape da caldeira. Devido a compresso, ha um aumento da

    densidade dos gases e de sua velocidade at valores prximos a 200 m/s, melhorando-se

    assim a transmisso de calor em alguns casos com coeficientes 15 vezes maiores que

    nos casos comuns.

    Por este motivo a caldeira requer aproximadamente l/4 do espao e pesa um

    stimo (1/7) do valor de geradores convencionais de mesma capacidade de produo de

    vapor. Outras vantagens atribudas a este tipo so uma resposta rpida aos controles e

  • 27

    rpida entrada em funcionamento (5 a 7 minutos), alcanando uma vaporizao

    especifica de ate 500 kg.v/m.h.

    A Figura 2-6 abaixo representa uma caldeira de circulao forada com

    recirculao. O vapor produzido e a gua sem vaporizar entram em um cilindro vertical

    no qual canais centrfugos dirigem a gua para o fundo e o vapor saturado sobe pelo

    centro. A gua volta a entrar na bomba de circulao de onde injetada no gerador de

    novo.

    Figura 2-6 Caldeira de circulao forada com recirculao

    Um gerador deste tipo produz aproximadamente 2.750 kg.v/h ocupando um

    espao de 2,1 x 2,1m.

    As caldeiras de circulao forada devido, entre outras coisas, a serem mais

    leves, formarem vapor praticamente seco ou superaquecido e instantaneamente,

    ocuparem menor espao e possurem grandes coeficientes de transmisso de calor,

    pareciam tomar conta completamente do mercado, porm o seu uso apresentou certos

    inconvenientes como super sensibilidade, paradas constantes por mnimos problemas,

    etc., o que levou La Mont a elaborar juntamente com W. Vorkauf um outro tipo sem

    bomba de alimentao (circulao natural), porm com tubulo ligado tubos de grande

    dimetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor de tubos com dimetros

    menores (Figura 2-7). Este tipo teve grande aceitao dos usurios, pois aproveitou as

    vantagens das caldeiras de circulao forada e eliminou os defeitos das mesmas.

  • 28

    Figura 2-7 Caldeira de La Mont e W. Workauf de circulao natural, porm com tubulo ligado tubos

    de grande dimetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor de tubos com dimetros menores.

    2.2.2 Aplicao e Utilizao das Caldeiras Aquotubulares

    As caldeiras tubos de gua perseguem os mesmos objetivos de uma caldeira

    qualquer, isto , custo reduzido, compacta cidade, ser acessvel, tubos com forma

    simples, boa circulao, coeficiente de transmisso de calor elevado e alta capacidade

    de produo de vapor. Poderia se dizer que este tipo atinge todos ou quase todos dos

    objetivos pretendidos, como por exemplo, a sua limpeza facilmente realizada pois as

    incrustaes so retira das sem dificuldade utilizando um dispositivo limpa-tubo movido

    com gua ou ar.

    Possuem as mais variadas aplicaes industriais sendo tambm usadas para

    caldeiras de recuperao e aplicaes martimas, tipo este estudado com maiores

    detalhes por Engenheiros Navais. Porm, destacamos sua utilizao em centrais

    trmicas onde trabalham com elevadas presses de ate 200 kg/m e capacidades

    atingindo valores de aproximadamente 800 t.V/h.

    Com respeito s grandes centrais trmicas, no e raro um alto consumo de

    combustve1 e por isto qualquer aumento de rendimento, por menor que seja, torna-se

    econmico mesmo se os investimentos aplicados forem grandes.

    Em caldeiras de presses elevadas, devido aos grandes esforos aplicados, os

    tambores resultam um custo muito elevado por isto conclui-se que seu nmero e

    tamanho deva ser o menor possvel, e isto funo dos seguintes fatores:

  • 29

    Rendimento

    Tipo de combustvel

    Natureza da carga

    Presso de trabalho

    Ampliaes futuras

    Espao disponvel e

    Condies do clima

    Em resumo, as caldeiras aquatubulares so empregadas quase exclusivamente

    quando interessa obter elevadas presses grandes capacidades e altos rendimentos.

    3 CALDEIRAS DE RECUPERAO

    3.1 INTRODUO TERICA

    As caldeiras de recuperao tm por funo a gerao de vapor a partir do licor

    de negro e recuperar os qumicos utilizados no processo de cozimento.

    As caldeiras de recuperao so caldeiras aquatubulares de fabricao especial,

    desenvolvidas para a recuperao de produtos qumicos, queimando para isso o licor

    rico em matria orgnica proveniente do processo de cozimento da madeira em um

    ambiente redutor (pobre em oxignio). A fornalha destas caldeiras desenvolvida de

    forma a facilitar a remoo e o resfriamento do smelt que composto de

    aproximadamente 2/3 de Na2CO3 e 1/3 de Na2S, contendo tambm pequenas

    quantidades de Na2SO4 e carbono.

    O licor contendo cerca de 25% de gua pulverizado no interior da fornalha

    por bicos que o transformam em gotculas. Essas gotculas devem ser grandes o

    suficiente para prevenir seu arraste para as regies superiores da caldeira, e pequenas o

    suficiente para que estejam secas antes de atingirem a camada de fundido evitando

    assim o contato da gua com o smelt.

    O licor negro queima em estgios sobrepostos, de maneira similar a outros

    combustveis slidos e lquidos. Os quatro principais estgios so a secagem, a

    devolatilizao (pirlise), a queima do carbono, e a coalescncia e reaes do smelt.

    A parte orgnica do licor consiste de produtos degradados de lignina,

    polissacardeos e alguns extrativos. Quando a temperatura das gotculas se aproxima de

  • 30

    200 C esses produtos comeam a sofrer degradao trmica, liberando CO2, CO, H2O,

    H2S, NO, NH3, hidrocarbonetos leves, mercaptanas e outros compostos

    organossulfurados. Esse processo chamado devolatilizao. O slido restante contm

    material orgnico no voltil, principalmente carbono, juntamente com a maioria do

    material inorgnico.

    Ao final da etapa de devolatilizao cerca de 50% do carbono presente

    inicialmente no licor se transforma em compostos volteis. O slido orgnico restante

    na partcula passa ento a terceira etapa, juntamente com o material inorgnico, onde ir

    reagir com oxignio, CO2 e vapor dgua e se transformar principalmente em CO

    (monxido de carbono). No processo o sulfato reage com o carbono, o CO e hidrognio

    e reduzido a sulfeto. A seguir so listadas as principais reaes que ocorrem na

    camada de fundido e no smelt.

    As Caldeiras de Recuperao tm duas funes principais, que so:

    recuperao dos materiais inorgnicos presentes no licor negro e a combusto dos

    constituintes orgnicos, de modo a gerar vapor para energia e para o processo.

    Figura 3-1 Caldeira de Recuperao com indicao das principais regies

  • 31

    Caldeiras de Recuperao possuem duas diferentes sees principais: a seo

    da fornalha e a seo de transferncia de calor. Toda mistura e combusto do

    combustvel e do ar realizada na seo da fornalha, onde por volta de 40% da

    transferncia de calor dos gases de combusto podem ser realizadas. A transferncia de

    calor para a gua da caldeira para gerar vapor de alta presso ento finalizada na seo

    transferncia de calor convectiva.

    Seo da fornalha: a seo da caldeira onde so admitidos os sistemas de ar

    primrio, secundrio e tercirio, em diferentes nveis, bem como o licor negro a ser

    queimado. Suas paredes so construdas com tubulaes alinhadas verticalmente e

    interligadas em suas extremidades, sendo que na extremidade superior ligam-se aos

    coletores de vapor (que por sua vez se ligam ao balo de vapor) e na extremidade

    inferior ao coletor de gua (que se ligam aos downcomers). As paredes da fornalha

    possuem aberturas (atravs dos desvios de tubulaes) para portas de visita, sistemas de

    alimentao de ar (primrio, secundrio e tercirio), para os bicos de asperso de licor e

    para os queimadores de carga e partida.

    O limite entre a seo da fornalha e a seo de transferncia de calor no existe

    fisicamente, mas pode-se considerar na altura do nariz da fornalha (bullnose), cujos

    objetivos principais so desviar os gases de sada, induzindo-os a passar pelo sistema de

    superaquecedores e tambm proteger os superaquecedores da radiao intensa

    proveniente da fornalha.

    Seo de transferncia de calor: nessa seo, situada acima da fornalha, esto

    os sistemas de superaquecedores, convectores (boiler bank) e de economizadores.

    Os superaquecedores consistem em sistemas de tubulaes pela qual passa

    vapor saturado proveniente do balo de vapor e, devido ao contato desta tubulao com

    os gases quentes de sada, tero sua temperatura e presso elevado. Localizam-se a

    frente dos convectores e acima do nariz da fornalha, possuindo quantidade de feixes de

    tubulaes e arranjo distintos, dependendo do fabricante e da tecnologia adotada.

    Os convectores encontram-se aps os superaquecedores e antes dos

    economizadores. So compostos por feixes de tubulaes interligadas aos bales da

    caldeira (dependendo da tecnologia utilizada tm-se 1 ou 2 bales) que recebem a gua

    aquecida nos economizadores e trocam calor com os gases de combusto vindos dos

    superaquecedores, atravs de um processo de circulao natural (conveco).

    Os economizadores tambm so feixes de tubulaes que tm como objetivo

    aquecer a gua de alimentao da caldeira em contracorrente com os gases quentes que

  • 32

    passaram pelos convectores, aproveitando ainda mais sua energia. Existem em nmero

    de dois ou trs feixes, dependendo do fabricante e da tecnologia adotada.

    3.2 INSPEO PERIDICA EM CALDEIRAS DE RECUPERAO

    3.2.1 Generalidades

    3.2.1.1 Objetivo e Campo de Aplicao desta Recomendao

    Por razes de segurana, normas tcnicas e legais vigentes no Brasil

    preceituam que caldeiras de qualquer tipo sejam inspecionadas com regularidade. Estas

    normas estabelecem procedimentos, prazos, responsabilidades e demais requisitos para

    estas inspees. H, contudo um reconhecimento geral, na indstria de celulose, de que

    a segurana das caldeiras de recuperao de lcalis requer cuidados de inspeo que

    transcendem as exigncias oficiais genricas para geradores de vapor, contidas nas

    normas acima citadas. Com isto, configura-se a necessidade de que o escopo tcnico

    aplicvel inspeo de caldeiras de recuperao esteja definido. O presente documento,

    respeitando inteiramente os regulamentos oficiais vigentes, tem o objetivo de delinear e

    complementar este escopo recomendvel de exames, de forma coerente com a

    criticidade e o risco associado s caldeiras de recuperao de lcalis da indstria de

    celulose.

    3.2.1.2 Princpios e orientaes gerais para a inspeo de caldeiras de recuperao

    de lcalis [4]

    Deve ser elaborado e mantido pelo proprietrio da caldeira um

    programa de inspeo documentado, detalhado e individual para cada

    caldeira, levando-se em conta diferenas de concepo, idade,

    condies de operao e outras particularidades. Este programa deve

    ser continuamente revisado e atualizado, levando em considerao

    novas observaes e experincias. Prioritariamente o programa deve

    observar a conformidade aos requisitos legais, conforme enfatizado em

    3.2.1.1.

  • 33

    Registros histricos de cada inspeo devem ser mantidos

    documentados para futura referncia.

    As inspees devem ser executadas por agente qualificado, podendo ser

    pessoal prprio ou contratado.

    Por ocasio das inspees, quaisquer anomalias j conhecidas pelo

    proprietrio da caldeira devem ser reportadas ao inspetor comissionado

    para os trabalhos.

    Todas as especificaes, critrios e padres gerais de aceitao que

    possam vir a ser necessrios (ex: descrio dos materiais, espessura

    mnima de tubos, valores de ajuste de vlvulas de segurana,

    parmetros do teste hidrosttico, etc.), devem estar prontamente

    disponveis nestas ocasies, evitando dvidas e equvocos.

    As inspees devem ser constitudas de exame interno, exame externo e

    testes complementares. Cada uma destas etapas descrita neste

    documento de forma sucinta, como orientao apenas. Cabe ao inspetor

    utilizar sua experincia e conhecimento para determinar a extenso,

    abrangncia e detalhamento das verificaes e ensaios a serem

    aplicados. necessrio que sejam gerados relatrios escritos

    conclusivos sobre os exames realizados e recomendaes deles

    resultantes.

    O inspetor dever certificar-se de que todos os reparos e modificaes

    advindas das inspees sejam executados em conformidade com as

    normas e cdigos de projeto e construo da caldeira, conforme

    estabelecido pela legislao vigente.

  • 34

    3.2.2 Preparativos

    Procedimentos de segurana ocupacional prvios inspeo,

    especialmente bloqueio e sinalizao dos itens cujo acionamento

    acidental possa ser perigoso, devem ser rigorosamente providenciados,

    com suficiente antecedncia.

    Recomenda-se que se proceda uma verificao interna preliminar

    limpeza da caldeira, de forma a observar as possveis incrustaes,

    obstrues e depsitos excessivos, sua natureza e localizao, arranjo

    do fundido remanescente, etc. Entretanto esta verificao deve ser

    cercada das precaues de segurana exigveis, especialmente quanto

    possvel queda de blocos de sulfato.

    As cinzas remanescentes devem ser removidas por lavagem a alta

    presso com gua quente. A lavagem deve ser estendida, inundando-se

    a fornalha com gua atravs dos sopradores de fuligem e queimadores

    de licor (bocais spray tm que ser removidos). A qualidade da limpeza

    resultante deve ser cuidadosamente avaliada antes do encerramento

    definitivo da lavagem, e antes que se iniciem quaisquer atividades de

    manuteno na caldeira. Especial ateno deve ser dada remoo de

    formaes de sulfato que eventualmente ficam presas ao teto, paredes e

    painis aps a lavagem, evitando acidentes com sua queda durante os

    trabalhos internos.

    Todas as portas de visitas e outras aberturas da caldeira precisam ser

    abertas. Aps a abertura das portas dos bales, ar frio deve ser insuflado

    em seu interior para promover um resfriamento mais rpido.

    Iluminao geral interna de baixa voltagem deve ser providenciada,

    bem como luminrias manuais para todas as partes a serem localmente

    examinadas.

  • 35

    O teto de segurana precisa obrigatoriamente ser montado antes que

    qualquer trabalho seja iniciado na fornalha baixa. Deve ser observada a

    perfeita vedao entre as partes do teto de segurana e as paredes da

    caldeira, garantindo que no haja aberturas que possam permitir a

    queda de materiais na fornalha. essencial proceder-se a uma

    cuidadosa inspeo das vigas e demais elementos que compem o teto

    de segurana, antes de cada montagem e utilizao do mesmo.

    Um andaime rgido e seguro deve ser erguido para possibilitar a

    inspeo em toda a altura da fornalha, bem como em todas as linhas de

    sopragem nos superaquecedores, at o teto. importante que o andaime

    proporcione, quando possvel, fcil acesso entre os diferentes nveis dos

    superaquecedores, e nunca obstrua bocas de visita. Plataformas devem

    ser montadas nos funis de cinzas sob a bancada e economizador. O

    acesso a outros stios de interesse alm dos citados, se solicitado pelo

    inspetor comissionado, deve ser providenciado sem restries.

    A limpeza mecnica e preparao das superfcies para inspeo e

    ensaios devem ser feitas pelos meios adequados e com mximo

    cuidado, a fim de se evitar a abraso excessiva dos tubos e

    conseqentes perdas de espessura. Precaues especiais se aplicam ao

    uso de jato de areia, pelas razes expostas.

    recomendvel, especialmente se houver qualquer suspeita do

    vazamento na caldeira, a execuo de um teste de estanqueidade na

    mesma (com no mais que a presso de operao) no incio da parada,

    antecedendo as inspees propriamente ditas. Esta providncia permite

    evidenciar os possveis vazamentos em tempo hbil para sua correo,

    evitando a sua constatao apenas no teste hidrosttico final.

  • 36

    3.2.3 Exame Interno

    O exame visual interno em uma caldeira de recuperao de lcalis deve ser

    extensivo e detalhado, sendo recomendvel que seja executado anualmente. Abaixo so

    descritos os procedimentos gerais para este exame.

    3.2.3.1 Lado de gases

    EXAME VISUAL

    Os tubos da caldeira devem ser examinados visualmente com foco em

    corroso, eroso, desalinhamento, deformaes, amassamento,

    empolamento, inchamento, porosidade, trincas, rupturas, descolorao,

    alteraes da textura do material, etc. Deve verificar os tubos tambm

    quanto a danos mecnicos decorrentes de possvel interferncia fsica

    indevida entre componentes da prpria caldeira, limpeza da caldeira

    com instrumentos pontiagudos, colises com sopradores de fuligem,

    queda de objetos pesados, etc. Tubos de cortina e do fundo da fornalha

    so particularmente sujeitos a danos por queda de grandes formaes de

    sulfato, que se desprendem das partes altas da caldeira.

    Aletas, membranas, chapas de vedao tipo crotch-plate, grampos,

    espaadores, suportes e outros elementos soldados devem ser

    atentamente examinados quanto a possveis trincas, que podem se

    propagar para os tubos. Este problema assume maior criticidade quando

    ocorrido em locais passveis de contato gua-fundido. As aberturas das

    bicas de fundido e bocais de ar primrio so, portanto, locais em que se

    recomenda mxima ateno.

    Caldeiras de um balo que possuam convector do tipo long-flow, assim

    como certos tipos de economizadores longitudinais, apresentam s

    vezes suscetibilidade a vibraes, e deve-se verificar a existncia de

    trincas nos coletores, soldas e suportes.

  • 37

    Tubos compostos so sujeitos ocorrncia de trincas e eroso, devendo

    ser examinados com este foco.

    A pinagem protetora, quando existente, deve ser inspecionada,

    controlando-se o comprimento remanescente dos pinos, uma vez que

    estes se desgastam por ao de corroso e eroso. Outros elementos da

    caldeira sujeitos a mecanismos similares de desgaste so bocais de ar de

    combusto e queimadores.

    Recomenda-se uma verificao amostral das condies dos tubos do

    fundo da caldeira a cada cinco anos em caldeiras de fundo plano. Para

    tanto podem ser abertas uma ou mais janelas pequenas (1 x 1 m, por

    exemplo) no refratrio do piso, de forma a permitir uma verificao

    visual dos tubos que compem o fundo, e a sua medio de espessura

    conforme descrito no item 3.1.2. Para unidades com fundo inclinado a

    inspeo nesta regio deve ser anual. Dada a diversidade de materiais,

    tipos de tubos e formas construtivas de fundos de caldeiras de

    recuperao, esta recomendao, aqui dada de forma genrica, devem

    ser cuidadosamente adaptada s condies particulares da caldeira em

    questo. Ateno especial deve ser dada aos tubos do fundo, dos cantos

    em caldeiras que tenham sofrido redimensionamentos importantes de

    capacidade devido a possveis alteraes de circulao (estas,

    verificveis por tubos Pitot). Nota: extremo cuidado deve ser exercido

    na remoo do refratrio, para evitar danos mecnicos aos tubos.

    Suportes, tirantes, chicanas e grampos anti-vibrao devem ser

    examinados quanto sua fixao, partes faltantes ou soltas, atritos e

    interferncias indevidas.

    Refratrios de um modo geral devem ser avaliados quanto ao seu

    possvel desgaste, fragmentao, deteriorao, situao da ancoragem e

    at mesmo se ainda permanecem nos locais originais.

  • 38

    Recomenda-se fortemente que as bicas de fundido sejam substitudas a

    cada campanha anual. Se isto no ocorrer por alguma razo,

    imperioso submet-las a inspeo criteriosa incluindo ensaios no-

    destrutivos para determinar sua espessura remanescente, e eventual

    degradao (corroso, eroso e trincas), especialmente micro-trincas no

    material do leito. Nota: bicas substitudas devem ser inutilizadas

    imediatamente para evitar sua reutilizao, inclusive por terceiros, de

    forma inadvertida ou mal-intencionada. As bicas usadas devem,

    contudo, ser objeto de avaliao com vistas a informaes de interesse

    para o histrico da caldeira (por exemplo, verificar se est havendo

    trincas ou no).

    O penthouse e o lower plenum devem ser examinados visualmente,

    com foco no estado de elementos estruturais ali alojados, corroso em

    geral, invlucros, isolamentos, possveis infiltraes e acmulos de

    sulfato, estado de refratrios e selos, estado de termopares e conexes

    de tubos Pitot. Especialmente deve ser verificada a condio de

    coletores, distribuidores e tubos, e as conexes entre eles. Em alguns

    tipos de caldeiras, necessrio inspecionar o sistema de suportao dos

    superaquecedoes, quanto a trincas. Possveis vazamentos de fundido

    devem ser pesquisados no plenum.

    Inspeo similar descrita no item anterior, no que for aplicvel, deve

    ser executada no vestbulo posterior ao nariz.

    ENSAIOS NO-DESTRUTIVOS

    Medies de espessura

    Medies ultra-snicas de espessura peridicas so essenciais para controlar a

    vida til dos tubos, detectarem desgastes anormais e confirmar a Presso Mxima de

    Trabalho Admissvel (PMTA) da unidade. Abaixo so recomendadas linhas gerais para

    um plano de prospeco ultra-snica para medio de espessura:

  • 39

    Ressalta-se aqui, uma vez mais, que o plano deve ser individualizado para cada

    caldeira, levando-se em conta sua concepo, idade, histrico de corroso, etc. As

    medies de espessura devem ser sempre complementadas com uma cuidadosa inspeo

    visual quanto a perdas de material dos tubos, por exemplo, com o uso de uma lanterna

    em ngulo. As medies so feitas em um arranjo lgico de localizaes (exemplo: a

    cada 6 metros, de 5 em 5 tubos), resultando em uma densidade de medies adequada a

    cada caso, e para cada parte da caldeira. Vrios milhares de pontos podem ser

    necessrios em uma inspeo, para proporcionar uma adequada avaliao da unidade.

    O arranjo de medies tambm deve ser tal que permita boa repetibilidade dos ensaios

    em inspees subseqentes. Tipicamente as medies de espessura so feitas a cada

    ano. Este perodo, bem como a densidade de pontos, pode ser ajustado dependendo dos

    resultados. Abaixo so recomendadas prticas para prospeco de cada parte da

    caldeira.

    Os tubos de fornalha so medidos entre 3 e 6 nveis ou elevaes,

    dependendo do tipo de proteo contra corroso existente.

    Prioritariamente so medidos os nveis de ar de combusto e

    queimadores, e os tubos curvados ao redor das diversas aberturas da

    fornalha. Em reas crticas recomendado que a medio seja feita em

    trs pontos da semicircunferncia do tubo exposta aos gases, ao invs

    de uma nica medio central. Partes como o nariz, que sabidamente

    experimentam maior desgaste, tambm devem receber ateno especial

    nas medies. As regies altas da fornalha e teto, em contrapartida,

    geralmente apresentam baixas taxas de corroso e podem ser

    examinadas com menor freqncia.

    Os tubos de superaquecedores so medidos prioritariamente em partes

    curvas. Contudo medem-se tambm partes retas, preferencialmente nas

    linhas de centro de sopragem.

    Os tubos de economizadores devem ser medidos com prioridade para as

    partes inferiores, mais frias, e nas linhas de sopragem. Cuidado especial

    deve ser tomado para verificar a chamada corroso do lado frio,

    prxima ao invlucro, estendendo-se as medies ultra-snicas a estes

  • 40

    locais se necessrio. Isto se aplica de forma especial quando o invlucro

    estiver corrodo nas regies prximas s entradas de sopradores de

    fuligem.

    Os tubos de cortina so medidos em 2 a 5 nveis (este nmero pode ser

    maior dependendo das caractersticas da cortina). As partes prximas s

    penetraes das paredes, tubos curvados e trechos retos nas regies de

    sopragem so os focos de interesse principal.

    Os tubos de bancada devem ser medidos prximo aos bales, se for o

    caso, em partes curvadas e nas linhas de sopragem

    Tubos com sinais visuais evidentes de desgaste ou corroso anormais

    devem ser medidos independentemente da sua localizao.

    essencial verificar freqentemente a calibrao do aparelho, durante os

    trabalhos de medio de espessura.

    Outros ensaios no-destrutivos

    Ensaios no-destrutivos clssicos so usados para evidenciar

    descontinuidades em partes pressurizadas e estruturais. Abaixo so

    dadas algumas recomendaes especficas do emprego destes ensaios,

    tpicas nas inspees peridicas da caldeira de recuperao:

    Lquidos penetrantes ao redor nas aberturas das bicas de smelt. Nas

    fornalhas de tubos compostos, onde a experincia tenha mostrado uma

    incidncia aprecivel de trincas, o ensaio tambm deve ser estendido s

    portas de ar de combusto e demais aberturas da fornalha baixa.

    Lquidos penetrantes em espaadores ou soldas de painis de screen,

    quando o painel em questo tiver sido deformado por queda de blocos

    de sulfato.

  • 41

    Radiografia para controle da qualidade de eventuais soldas de

    manuteno em partes pressurizadas. necessrio radiografar 100%

    das soldas executadas em tubos de gua na regio da fornalha, assim

    como em quaisquer outras localizaes que teoricamente possam

    originar vazamentos para a fornalha.

    Ensaio IRIS nos tubos do banco de conveco, quando houver suspeita

    de reduo da espessura.

    Outros ensaios no-destrutivos, ou os ensaios acima em localizaes

    diferentes das citadas, devem ser aplicados segundo necessidades

    especficas e/ou suspeitas levantadas nos exames visuais. Mtodos

    especializados de ultra-som como B-Scan e o prprio IRIS, por

    exemplo, so indicados para exame de grandes reas ou locais com

    limitao de acesso.

    3.2.3.2 Lado de gua e vapor

    Por ocasio da inspeo peridica, a qualidade da gua de alimentao

    (incluindo gua de alimentao principal, de reposio e dos

    condensados que retornam caldeira) avaliada. Uma inspeo interna

    nos bales e coletores torna isto possvel. No caso dos coletores, devem

    ser removidos caps para possibilitar esta visualizao, e tambm ser

    feita retirada de amostras dos depsitos internos e possveis detritos,

    que sero analisadas por agente competente. Falhas ou deficincias da

    camada de xido protetor, depsitos excessivos, corroso, pitting,

    eroso, e outras irregularidades associveis qualidade da gua so,

    portanto evidenciadas neste exame dos bales e coletores. Tambm

    podem ser cortados trechos de tubos para permitir anlise dos depsitos

    internos.

  • 42

    Os internos do balo de vapor, nomeadamente defletores, telas

    separadoras de umidade, tubulaes de alimentao de gua e de

    dosagem de produtos qumicos, devem ser verificados quanto sua

    adequada instalao e fixao, e ao seu estado geral. Observar nesta

    ocasio a linha dgua no balo, o que fornecer indcios acerca do

    controle de nvel no mesmo.

    A inspeo nos bales, alm dos fatores acima, deve incluir o exame

    quanto a trincas e rupturas. Ateno especial deve ser dada s

    extremidades expandidas de tubos mandrilados e respectivas soldas de

    selagem, recorrendo-se a ensaios no-destrutivos se necessrio. Isto se

    aplica especialmente aps eventual lavagem qumica.

    Investigao com foco em corroso e eroso nas partes em contato com

    a gua, feita, por exemplo, por meio de radiografia se houver indcios

    apontando para isto.

    Recomenda-se, quando da inspeo do balo de gua, a instalao de

    tampas nas aberturas dos downcomers, presas com correntes no lado

    externo do balo, evitando-se que objetos caiam acidentalmente nestes

    locais.

    3.2.4 Exame Externo

    O exame visual externo em uma caldeira de recuperao de lcalis tambm

    deve ser extensivo e detalhado. Embora tenha menor abrangncia e profundidade que o

    exame interno, pode ainda assim proporcionar informaes de grande relevncia ao

    inspetor. Abaixo so dadas linhas gerais para o exame externo, subdividindo-o em: parte

    exterior da caldeira, e acessrios e rgos perifricos.

  • 43

    3.2.4.1 Parte exterior da caldeira

    Deve ser feita uma inspeo cuidadosa na estrutura, buckstays, tirantes,

    isolamento trmico, invlucros, portas, visores, instrumentos, windboxes, funis de

    cinzas, escadas e corrimos, plataformas, pisos, vias de evacuao em emergncia,

    sinalizao, etc. Recomenda-se periodicidade semestral para esta inspeo, que pode ser

    conduzida com a unidade em operao.

    3.2.4.2 Acessrios e rgos perifricos caldeira

    Muitos destes itens requerem a parada da unidade para serem inspecionados. A

    periodicidade recomendada , portanto anual, juntamente com o exame interno. Os

    principais esto destacados abaixo:

    Tanque de dissoluo: antes da limpeza, verificar quanto a acmulos

    irregulares de fundido, que indicam deficincia da agitao. O estado

    do costado deve ser avaliado externa e internamente. Se for construdo

    em ao carbono revestido em ao inoxidvel, eventuais falhas deste

    revestimento, expondo o substrato de ao carbono ao produto corrosivo,

    devem ser pesquisadas, uma vez que daro origem a pontos de severa

    corroso localizada. Devem ser examinados os agitadores com foco em

    seus suportes de fixao (que podem ter trincas), estado das telas de

    proteo e desgaste dos rotores. Inspecionar o estado e possveis

    obstrues das linhas de licor verde, fragmentadores de licor verde a

    vapor, chuveiros de recirculao e outros internos do tanque.

    Sopradores de fuligem: inspecionar quanto ao alinhamento e possvel

    existncia de trincas, corroso e eroso nas lanas, estas ltimas

    ocasionadas geralmente por inadequada purga de condensado. Deve-se

    adotar como procedimento a inspeo por gamagrafia (radiografia

    utilizando raios gamas) nas soldas de lanas novas e reparos

    executados, conferindo-lhes maior segurana contra defeitos que

    poderiam causar o rompimento do tubo e sua projeo para o interior da

    caldeira. Deve ser examinada por END com especial ateno a solda de

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    unio entre as ponteiras e as lanas. Observar o estado das caixas de

    selagem dos sopradores, montadas junto s penetraes nas paredes da

    caldeira. Proceder tambm a uma verificao da estanqueidade das

    vlvulas do sistema. Confiabilidade adicional quanto segurana dos

    sopradores de fuligem pode ser alcanada executando-se testes

    funcionais e dinmicos com os mesmos. O teste, conduzido a seco

    durante a parada da unidade, feito inserindo-se completamente a lana

    de cada soprador, enquanto um inspetor observa os seguintes aspectos:

    (a) curso da lana, certificando-se que a mesma no se aproxima

    demasiadamente, ou mesmo colide, com a parede oposta; (b) as

    condies e funcionamento das chaves-limite e batentes mecnicos de

    fim-de-curso, devendo a fixao (deste ltimo) ser verificada por

    lquidos penetrantes; (c) o empeno ou descentralizao da lana ao

    longo do percurso, com possveis atritos laterais com painis de tubos

    adjacentes; (d) condies de desgaste e desalinhamento, bem como

    rudos anormais, dos roletes de apoio da lana; (e) funcionamento

    adequado do sistema de indexao, se existente.

    Tanque de gua de alimentao e desaerador: devem ser examinados

    com foco na qualidade da gua conforme descrito em 3.2 (1),

    atentando-se para depsitos e a presena de materiais estranhos em seu

    interior. Verifica-se tambm o estado dos internos do desaerador,

    especialmente fixao das bandejas e bicos spray. De forma geral estes

    vasos devem receber o mesmo tratamento de inspeo e END aplicvel

    a vasos de presso em geral, inclusive com atendimento aos requisitos

    legais.

    Linha de gua de alimentao: est sujeita perda de espessura causada

    por corroso acelerada por fluxo, podendo resultar em rup