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A A N N G G O O L L A A H H A A M M S S E E T T P P R R O O J J E E C C T T P P L L A A N N O O D D E E G G E E S S T T Ã Ã O O D D E E R R E E S S Í Í D D U U O O S S H H O O S S P P I I T T A A L L A A R R E E S S EM ANGOLA CONSULTOR : ENGENHEIRO ADÉRITO DE CASTRO VIDE LUANDA NOVEMBRO DE 2004 Incorporado em Outubro de 2009 o Anexo 1: Projecto de Reforço dos Serviços Municipais de Saúde: Enquadramento para avaliação ambiental e social

Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

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O Ministério da Saúde, elaborou um Plano Estratégico de Gestão dos lixos hospitalares. O documento apresenta linhas de acção referentes a biossegurança, bem como a prevenção do meio ambiente.

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EM ANGOLA

CONSULTOR :

ENGENHEIRO ADÉRITO DE CASTRO VIDE LUANDA –NOVEMBRO DE 2004

Incorporado em Outubro de 2009 o Anexo 1: Projecto de Reforço dos Serviços Municipais de

Saúde: Enquadramento para avaliação ambiental e social

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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INDICE

Lista de Siglas e Abreviaturas

Lista de Tabelas

Lista de Figuras

Resumo Executivo

1. Introdução

2. Apresentação do País

2.1. Dados Geográficos e Divisão Administrativa

2.2. Dados Demográficos e Indicadores de Saúde

2.2.1. Distribuição da População e Evolução

2.2.2. Indicadores de Saúde

2.3. Esquema Político - Legal

2.3.1. Políticas de Saúde e Ambientais

2.3.2. Organização do Sistema de Saúde

2.3.3. Distribuição das Unidades de saúde

3. A Gestão dos Resíduos hospitalares em Angola: Diagnóstico da Situação

3.1. Práticas existentes

3.2. Breve análise SWOT

3.2.1. Vector A - Pontos Fortes

3.2.2. Vector B – Pontos Fracos

3.2.3. Vector C – Oportunidades

3.2.4. Vector D – Ameaças

3.2.5. Análise cruzada

3.2.6. Conclusão

3.3. Estimativa da Produção de Resíduos Hospitalares

4. Estratégia para a Implementação do Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares

4.1. Objectivo estratégico 1 : Reforçar o Quadro Institucional, Legislativo e

Regulamentar

4.1.1. Introdução

4.1.2. Acordos Internacionais, Legislação e Princípios Subjacentes

4.1.3. Medidas Legais

4.1.4. Documento de Política e Directivas Técnicas

4.1.5. Acções Previstas

4.2. Objectivo estratégico 2 : Organizar e Gerir

4.2.1. Introdução

4.2.2. Fases de Implementação de um Plano de Gestão de Resíduos

Hospitalares

4.2.3. Acções Previstas

4.3. Objectivo Estratégico 3 : Instalar e Equipar

4.3.1. Introdução

4.3.2. Recolha. Transporte e Armazenagem Intermédia

4.3.3. Eliminação

4.3.3.1. Quadro Comparativo de Tecnologias Disponíveis

4.3.3.2. Análise de Cenários Tecnológicos e de Gestão

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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4.3.3.3. Sugestão de soluções

4.3.3.4. Estimativa do saldo anual existente entre a produção e a

capacidade instalada de resíduos hospitalares em Angola

4.3.4. Acções Previstas

4.4. Objectivo Estratégico 4 :Formar

4.4.1. Introdução

4.4.2. Plano de Formação

4.4.3. Curso de Formação de Formadores

4.4.4. Curso 1 – Curso de Formação sobre Organização e Gestão de Resíduos

hospitalares nas Unidades de saúde

4.4.5. Curso 2 – Curso de Formação para Técnicos de Manutenção e de

Serviços de Recolha e Limpeza

4.4.6. Curso 3 - Curso de Formação para Pessoal Técnico da Saúde

4.4.7. Curso 4 - Curso de Formação para Agentes de Instalações Incineradoras e

Aterros Sanitários

4.4.8. Acções a realizar

4.4.9. Quantificação das Acções de Formação

4.4.10. Metodologia da Formação - Quadro

4.5. Objectivo Estratégico 5 :Sensibilizar e Consciencializar a População

4.5.1. Introdução

4.5.2. Sensibilização do Pessoal do Sector da Saúde e Acções Previstas

4.5.3. Sensibilização dos Jovens em Idade Escolar e Acções Previstas

4.5.4. Sensibilização da População em Geral e Acções Previstas

5. Quadro Lógico do Plano de Acção

6. Execução do Plano de Acção

6.1. Actividades Detalhadas do Plano de Acção

6.1.1. Arranque

6.1.2. Execução

6.1.3. Avaliação

6.2. A fase Pós-Projecto

6.3. Os Principais Actores e Regras de Actuação

6.3.1. Principiais Actores e Regras de Actuação

6.3.2. Quadro-Resumo de Partenariado

6.4. Cronograma do Plano de Acção

7. Avaliação das Necessidades e Estimativa Orçamental

7.1. Avaliação das Necessidades

7.2. Estimativa Orçamental

7.3. Plano de Financiamento

8. Conclusões

Anexos

Anexo I – Enquadramento para avaliação ambiental e social dentro do Projecto de reforço

dos serviços municipais de saúde

Anexo A-1: Avaliação da Aquisição de Terrenos para a Construção de

habitaçãoes;

Anexo A-2: MHSS ESMF- Condições gerais da gestão ambiental para contratos

de construção

Anexo II - Relatório de Missão

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Anexo III - Lista de Personalidades Contactadas

Anexo IV - Bibliografia e Documentação Consultada

Anexo V - Endereços Electrónicos com Interesse Relevante

Anexo VI - Termos de Referência do Estudo

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

BM – Banco Mundial

UNICEF – Fundo das Nações Unidas para as Crianças

OMS – Organização Mundial de Saúde

BAD – Banco Africano do Desenvolvimento

PNUA – Programa das Nações Unidas para o Ambiente

SCB – Secretariado da Convenção de Bale

US – Unidade de Saúde

HIV – Vírus de Imunodeficiência

SIDA – Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

ONG – Organização Não Governamental

MINARS - Ministério da Reinserção Social

PGRH – Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares

GRH – Gestão de Resíduos Hospitalares

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Indicadores Demográficos

Tabela 2: Estimativa populacional e taxa de crescimento (1950 a 2050). População em milhares,

taxa em percentagem.

Tabela 3: Estimativa da população por idade e sexo para 2000 e para 2025. População em

milhares

Tabela 4 : Indicadores de Saúde

Tabela 5: Força de Trabalho Nacional

Tabela 6: Distribuição das Unidades de Saúde em Angola

Tabela 7: Quadro diagnóstico das Unidades de Saúde Visitadas

Tabela 8: Estimativa de Produção de Resíduos hospitalares em Angola

Tabela 9: Símbolos e Código de Cores

Tabela 10: Quadro Comparativo das Tecnologias de Eliminação Disponíveis

Tabela 11: Vantagens e Desvantagens dos Diversos Cenários Tecnológicos

Tabela 12: Vantagens e Desvantagens dos Diversos Cenários de Gestão

Tabela 13: Estimativa de Produção Anual

Tabela 14: Quadro Lógico do Plano de Acção

Tabela 15: Quadro – resumo de Partenariado

Tabela 16: Cronograma do Plano de Acção

Tabela 17: Estimativa Orçamental

Tabela 18: Cálculo dos Orçamentos

Tabela 19: Plano de Financiamento

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pirâmide Etária – Ano 2000

Figura 2: Pirâmide Etária – Previsões para o ano de 2025

Figura 3 : Organigrama do Ministério da Saúde

Figura 4: Balde dos resíduos em plástico

Figura 5:Foto Balde dos resíduos em alumínio

Figura 6:Foto de caixa de resíduos em cartão

Figura 7:Foto carrinho tratamentos

Figura 8:Resíduos colocados no chão

Figura 9:Pessoal de limpeza

Figura 10:Recipiente para triagem de agulhas

Figura 11:Recipiente para triagem de agulhas

Figura 12:Recipiente para triagem de agulhas

Figura 13:Recipiente para triagem de agulhas

Figura 14:Recipiente para triagem de agulhas

Figura 15:Local de armazenagem intermédia

Figura 16:Local de armazenagem intermédia

Figura 17:Local de armazenagem intermédia

Figura 18:Local de armazenagem intermédia

Figura 19:Local de armazenagem intermédia

Figura 20:Suporte rodado para transporte de resíduos (Hospital Josina-Machel)

Figura 21:Depósito de resíduos ao ar livre

Figura 22:Depósito de resíduos ao ar livre

Figura 23:Depósito de resíduos ao ar livre

Figura 24: Depósito de resíduos ao ar livre

Figura 25: Local de armazenagem fechado (Hospital Pediátrico David Bernardino)

Figura 26: Local de armazenagem fechado (Clinica Sagrada Esperança)

Figura 27: Lixeira pública nas traseiras da US Figura 28: Queima ao ar livre nas traseiras da US (Posto Saúde Tchioco)

Figura 29: Instalação Incineradora da RECOLIX (Província de Luanda)

Figura 30: Incineradora numa US (Hospital Central de Cabinda)

Figura 31:Lavandaria

Figura 32:Lavandaria

Figura 33: Degradação das Infraestruturas

Figura 34: Degradação das Infraestruturas

Figura 35: Ilustração dos Equipamentos de Protecção Individual necessários ao manuseamento

dos Resíduos hospitalares por parte de pessoal de limpeza e varredores

Figura 36: Organigrama da formação

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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RESUMO EXECUTIVO

A República de Angola situa-se na região ocidental da África Austral, ocupando uma superfície

de 1.246.700 km2 sendo pois, o terceiro país mais extenso da África Subsaariana.

A distribuição administrativa de Angola integra 18 Províncias : Bengo, Benguela, Bié, Cabinda,

Cuando Cubango, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Cunene, Huambo, Huila, Luanda, Lunda Norte,

Lunda Sul, Malanje, Moxico, Namibe, Uige e Zaire. As cidades mais populosas são Luanda,

Benguela, Lobito, Huambo e Lubango.

Estima-se que a população da República de Angola em 2004 seja de 10.978.552 habitantes1,

apresentando uma taxa de crescimento populacional de 1,93%, pelo que as previsões para 2025

apontam para um aumento da população para 14.473 habitantes.

As principais causas de morbi-mortalidade em Angola são a malária, as doenças diarreicas agudas

e as doenças respiratórias agudas. Nos últimos anos o HIV/SIDA têm ganho cada vez maior

relevância no quadro de morbi-mortalidade de Angola.

Dados estatísticos revelam que a nível mundial a contaminação do vírus do HIV/SIDA por via de

manipulação dos resíduos hospitalares contaminados representa actualmente perto de 0,2%. Este

meio de contaminação constitui um problema de saúde pública e uma preocupação ambiental para

o governo na luta contra a HIV/SIDA.

Os resíduos hospitalares constituem um factor importante para a degradação do meio ambiental,

um factor de risco significativo para a saúde das populações. O seu condicionamento e

eliminação devem por isso constituir uma preocupação dos governos e uma atenção especial por

todas as entidades dos países e por toda a população.

Em Angola, os resíduos hospitalares contaminados e o seu manuseamento, armazenamento e

eliminação levantam sérias preocupações ambientais e sociais, colocando um real problema de

saúde pública . É urgente a necessidade de uma avaliação da gestão e eliminação dos resíduos

hospitalares, com enfoque especial na segurança de resíduos infectados pelo HIV/SIDA e por

outras doenças transmissíveis , nomeadamente a tuberculose.

Uma correcta Gestão dos Resíduos Hospitalares inclui aspectos ligados à definição de políticas e

legislação, aos recursos humanos, à afectação de recursos financeiros e à formação e

consciencialização das pessoas envolvidas e da população em geral no que se relaciona com as

doenças infecciosas (como a HIV/SIDA), outras doenças transmissíveis (como a tuberculose) e

endémicas (como a malária).

A estimativa da produção total de resíduos hospitalares em Angola é de cerca de 5.495.951

Kg/ano, dos quais 20% a 30% representam resíduos hospitalares contaminados, ou seja cerca de

1.373.988 Kg/ano.

A Gestão dos Resíduos Hospitalares em Angola revela uma generalizada deficiência não só ao

nível de práticas mas também ao nível de infra-estruturas.

1 U.S. Census Bureau, International Data Base, September 2004 version

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Os resíduos hospitalares raramente sofrem triagem na fonte, sendo que, quando levada a cabo esta

refere-se apenas aos cortantes e às peças anatómicas de elevado porte resultantes de cirurgias.

A pré-recolha e a recolha dos resíduos (resíduos domésticos e outros incluindo resíduos

hospitalares contaminados) é geralmente efectuada por meio de caixotes de lixo de plástico, com

ou sem saco, por meio de caixas de cartão ou algumas vezes por meio de caixotes de alumínio

munidos ou não de tampa, nos serviços. Todos os equipamentos de recolha recebem, sem

distinção, restos alimentares, embalagens de medicamentos, compressas e pensos dos

tratamentos, sistemas de soro e sangue, garrafas de soro, seringas, agulhas, etc.

Os resíduos hospitalares são removidos e transportados por empregadas de limpeza, recorrendo

por vezes ao uso de suportes rodados. No entanto na maioria das vezes, visto não existirem sacos

para pré-recolha e recolha dos resíduos, os caixotes do lixo são transportados e vazados em

contentores, após o que são lavados ou limpos com panos húmidos. Estes contentores

permanecem depois armazenados em salas não específicas ou nos pátios das unidades de saúde.

Na maior parte da unidades de saúde os resíduos são colocados em contentores públicos ao ar

livre ou mesmo em lixeiras nas traseiras das unidades de saúde, não ensacados, de fácil acesso a

pessoas e animais e expostos às condições climatéricas. De realçar que dados os elevados níveis

de pobreza existentes é frequente encontrar pessoas remexendo nestes locais.

Na Província de Luanda os resíduos hospitalares seguem duas vias de eliminação distintas. Os

resíduos que são recolhidos por uma empresa privada (RECOLIX) são encaminhados para

incineração, em instalações pertencentes á empresa. Os resíduos que são depositados nos

contentores públicos ou em lixeiras nas traseiras das unidades de saúde são recolhidos pela

empresa ,ELISAL, e encaminhados para o aterro.

Face à análise das práticas de Gestão do Resíduos Hospitalares, foram identificados alguns

factores críticos, sendo estes factores considerados decisivos para o sucesso de qualquer

intervenção no sector do resíduos hospitalares. Assim foram identificados factores críticos ao

nível da Organização e Gestão, dos Recursos Humanos, do Quadro Legislativo, da

Sensibilização e Formação e de Questões Financeiras de Investimento.

Com base nestes factores críticos é definido um plano de acção, orientado sobre cinco objectivos

estratégicos: Objectivo Estratégico 1: Reforçar o Quadro Institucional, Legislativo e

Regulamentar; Objectivo Estratégico 2: Organizar e Gerir; Objectivo Estratégico 3: Instalar e

Equipar; Objectivo Estratégico 4: Formar; Objectivo Estratégico 5: Sensibilizar e

Consciencializar a População.

Legislação nacional é o ponto de partida para melhorar e implementar práticas relacionadas com a

Gestão de Resíduos Hospitalares em qualquer país. A legislação estabelece controlos legais e

licenças para que a entidade responsável, normalmente o Ministério da Saúde, assuma a sua

implementação. Para levar a cabo o objectivo estratégico 1 estão previstas as seguintes acções:

Constituição de um grupo de trabalho a nível central para elaboração de Legislação e

Regulamentos; Elaboração pelo grupo de trabalho de Legislação e Regulamentos e fazer aprovar

a Legislação e Regulamentos.

A organização, o planeamento, a gestão e a utilização de informações de apoio aos dirigentes e

responsáveis destas áreas devidamente processadas, são actividades e procedimentos muito

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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importantes para melhorar a qualidade dos serviços prestados, para aumentar a produtividade e

melhorar os resultados em termos de impactos dos resíduos na vida das populações. O objectivo

estratégico 2 consiste exactamente em proporcionar condições para que no País exista uma

melhor qualidade nos serviços de organização e gestão dos resíduos hospitalares. Unidades de

saúde que geram resíduos hospitalares devem estabelecer um sistema baseado nos recursos mais

adequados com vista a conseguir uma gestão de resíduos segura e amiga do ambiente. O sistema

deve começar com medidas básicas e depois ser progressivamente aperfeiçoado. Os primeiros

passos abarcam a separação e o manuseamento seguro, tratamento e eliminação final dos

resíduos. Algumas actividades importantes a realizar são:

Alocação de recursos humanos e financeiros

Minimização de resíduos, incluindo política de compras e práticas de gestão de stocks

Atribuição de responsabilidades no que respeita à gestão de resíduos

Separação dos resíduos em categorias existentes de resíduos perigosos e gerais.

Implementação das opções de manuseamento seguro, armazenamento, acondicionamento,

transporte, tratamento e eliminação

Monitorização da produção de resíduos e seu destino

O objectivo estratégico 2 será levado a cabo através das seguintes actividades :

Seminário Nacional de arranque do projecto com a participação de entidades directamente

ligadas aos sector dos resíduos hospitalares, públicas e privadas, entidades a nível central e a

nível provincial.

Seminário Nacional anual de avaliação das soluções desenvolvidas por cada unidade de saúde

e de novas proposta para refinamento do Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares, com a

participação de entidades directamente ligadas aos sector dos resíduos hospitalares, públicas e

privadas, entidades a nível central e a nível provincial.

Projecto de Assistência Técnica junto do Ministério da Saúde de apoio á organização do

Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares.

Apoio á elaboração de orçamentos anuais junto das unidades de saúde que contemple o sector

dos resíduos hospitalares.

Actividades de fiscalização, acompanhamento e avaliação do Plano de Gestão de Resíduos

Hospitalares.

Apoio na recolha, processamento e armazenamento de dados estatísticos obtidos nas unidades

de saúde.

Para que se possam desenvolver as actividades que consolidam um Plano de Gestão de Resíduos

Hospitalares é forçoso que existam procedimentos e equipamentos, que façam a recolha,

tratamento, transporte e eliminação dos resíduos nas melhores condições possíveis. Sem

instalações e sem equipamentos não são possíveis quaisquer intervenções nas unidades de saúde

no âmbito dos resíduos hospitalares.

O objectivo estratégico 3 consiste na análise das tecnologias disponíveis e dos diversos cenários

tecnológicos e de gestão ,de forma a dotar o país das melhores condições de tratamento e

eliminação dos resíduos hospitalares. As acções para concretizar este objectivo estratégico são:

Estudo alargado a todas as Províncias sobre soluções adequadas e sua quantificação, uma

vez que o levantamento já realizado só contemplou cinco Províncias

Procedimentos administrativos relacionados com o concurso para aquisição de

equipamentos (abertura de concurso, procurement, selecção, fiscalização)

Reuniões prévias com as unidades de saúde para análise da situação e entrega dos

equipamentos

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Distribuição de material e equipamentos

Construção ou reabilitação das parte de infra-estruturas directamente ligadas ao

armazenamento e tratamento de resíduos hospitalares

As soluções sugeridas ao nível dos equipamentos são:

Dotar as US de Baldes (1/Centro;10/hospital), Carrinhos (1/centro;4/hospital),

Contentores de cortantes, Equipamento de protecção e Equipamento para

armazenamento;

Proceder à Reabilitação das US necessárias;

Dotar cada Província com uma autoclave para esterilização;

Dotar cada Província com uma instalação incineradora de dupla-câmara e cada

Município com uma incineradora tipo Monffort;

Dotar as US de fossas cépticas (1/Centro;1/hospital)

Dotar as US com destruidores de cortantes (1/Centro;1/hospital)

Para a Província de Luanda, a sugestão sugerida passará por melhorar o funcionamento

da incineradora existente, completando-a com um autoclave e analisar as hipóteses de

trabalho conjunto da empresa RECOLIX com os municípios e as US.

O investimento na formação dos cidadãos é uma condição indispensável do desenvolvimento.

Para além do funcionamento regular dos programas formais de ensino aos diversos níveis

(primário, secundário e superior), constata-se a necessidade de atender também às necessidades

em formação, reciclagem e de actualização ao longo da vida, de muitos profissionais,

nomeadamente dos profissionais directamente ligados a toda a fileira dos resíduos hospitalares.

O plano de formação proposto irá contemplar vários cursos com vários formatos:

A nível central será realizado um Curso de Formação de Formadores.

A nível de cada Província são propostos os seguintes cursos:

Curso de Formação sobre Organização e Gestão de Resíduos Hospitalares nas unidades de

saúde;

Curso de Formação para técnicos de manutenção e de serviços de recolha e limpeza;

Cursos de formação para pessoal técnico da saúde (médicos, enfermeiros e pessoal

auxiliar);

Cursos de Formação para agentes de instalações incineradoras e aterros sanitários.

Se as pessoas não estiverem sensibilizadas e conscientes da importância dos projectos no âmbito

dos resíduos hospitalares, não se alcançam resultados e não se obtêm impactos positivos. A

população em geral, os jovens e os agentes que directamente lidam com as questões da saúde

precisam de estar fortemente sensibilizados para que o sucesso deste programa seja uma

realidade. Para isso é necessário que a mensagem sobre a problemática dos resíduos hospitalares

“passe” para a população. O público-alvo das acções de sensibilização está dividido em três

grupos com exigências de informação diferentes e consequentemente com acções diferentes:

população em geral, jovens em idade escolar e o pessoal do sector da saúde.

No âmbito de todo o projecto será realizada uma avaliação externa que terá três momentos

distintos: na fase inicial, a meio do programa e na fase final.

A execução deste plano só será verdadeiramente eficaz se houver uma colaboração continua e

pró-activa de várias entidades e agentes que estão directamente ligados à problemática dos

resíduos hospitalares. As sinergias criadas pelo trabalho em conjunto permite encarar com mais

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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optimismo este grande problema angolano. Os principais actores envolvidos são o Governo

Central, o Ministério da Saúde, o Ministério da Educação, Ministério das Obras Públicas, os

Governos Provinciais e Municípios, as Unidades de saúde Públicas e Privadas, as ONG,

Organizações comunitárias, Organizações de carácter religioso, os Media, os Parceiros ao

desenvolvimento (BM, UNICEF, OMS, BAD, Cooperação bilateral, etc.), o PNUA e a OMS.

A avaliação das necessidades conduziu à estimativa de um orçamento de 7.487.344 $USD de

acordo com o seguinte plano de financiamento: 529.609 $USD no Ano 1, 1.312.609 $USD no

Ano 2, 4.021.993 $USD no Ano 3, 1.213.267 $USD no Ano 4 e 409.934$USD no Ano 5.

A quantificação das necessidades apresentadas correspondem a uma plataforma mínima para a

melhoria da Gestão de Resíduos Hospitalares, onde se tentou conciliar soluções adaptadas que

garantissem uma eliminação dos resíduos com impactos ambientais controlados e com

investimentos razoáveis.

As propostas apresentadas ficam muito aquém da cobertura das necessidades, quer em termos de

quantidade, quer em termos de qualidade. No entanto realçamos a postura da razoabilidade que

sempre nos orientou.

A capacidade de incineração anual do equipamento proposto está estimada em 3.887.250kg. No

entanto este valor é ainda insuficiente porque a estimativa de produção anual situa-se em

5.495.951kg, continuando a haver um déficit de 1.608.701kg de resíduos sem qualquer tratamento

ou eliminação após a conclusão do projecto.

Numa segunda fase de implementação do Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares haverá

oportunidade de instalar unidades de processamento e eliminação de resíduos mais “amigas” do

ambiente., bem como de alargar estas iniciativas a um maior número de unidades de saúde.

O controlo de todos os resíduos hospitalares em todo o país deverá ser atingido de uma forma

faseada aproveitando-se as “boas práticas” adquiridas ao longo do tempo. Assim quer os

investimentos quer a componente “material” de cada fase do projecto são mais razoáveis

podendo-se obter uma melhor relação custo/benefício e impactos sociais e ambientais muito mais

evidentes.

O presente documento contém em anexo a descrição do Projecto de Reforço dos Serviços

Municipais de Saúde e o seu enquadramento para avaliação ambiental e social.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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1. INTRODUÇÃO

Os resíduos hospitalares constituem um factor importante para a degradação do meio ambiental,

um factor de risco significativo para a saúde, colocando em causa a qualidade de vida das

populações. O seu condicionamento e eliminação devem por isso constituir uma preocupação dos

governos e uma atenção especial por todas as entidades dos países e por toda a população.

Em muitos países a manipulação imprópria dos materiais contaminados pelo HIV/SIDA implica

graves consequências junto dos diferentes intervenientes na área da saúde, nomeadamente no

pessoal que trabalha nas unidades de saúde, nos municípios, suas famílias, e junto da população

(em especial as crianças de rua) que procuram materiais para reciclar nos aterros e nas lixeiras.

Esta actividade é ainda mais grave porquanto conduz ao aproveitamento e à manipulação de

resíduos contaminados, agravando o risco ambiental e sanitário.

Dados estatísticos revelam que a nível mundial a contaminação do vírus do HIV/SIDA por via

deste tipo de manipulação, ou seja, dos resíduos contaminados representa actualmente perto de

0,2%. Este problema constitui um problema de saúde pública e uma preocupação ambiental para

o governo na luta contra a HIV/SIDA.

É neste contexto que se justifica o estudo no âmbito do Projecto HAMSET para Angola.

Em consequência da prestação de serviços de saúde preventivos e curativos, geram-se

quantidades significativas de resíduos, compostos por cortantes (agulhas, seringas, bisturis, etc.),

não cortantes (sangue e outros fluidos corporais infectados ou não, químicos, fármacos) e

equipamentos médicos.

Como resultado de uma deficiente gestão destes resíduos hospitalares, os profissionais de saúde,

os profissionais de limpeza e manutenção, os utentes das unidades de saúde e a comunidade em

geral, correm riscos de infecção.

A implementação de um bom Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares, resulta em comunidades

mais saudáveis com a consequente melhoria da qualidade de vida, redução dos custos com

cuidados de saúde e criação de oportunidades de reciclagem.

Uma correcta Gestão dos Resíduos Hospitalares, inclui aspectos ligados à definição de políticas e

legislação, aos recursos humanos, à afectação de recursos financeiros e à formação e

consciencialização das pessoas envolvidas e da população em geral no que se relaciona com as

doenças infecciosas (como o HIV/SIDA), outras doenças transmissíveis (como a tuberculose) e

endémicas (como a malária).

O projecto Hamset para Angola inclui quatro componentes ligadas:

(a) ao sector público (criação de capacidades estruturais , assim como apoio a linhas mestras

destinadas à redução do impacto do SIDA, malária, tuberculose e hepatites nos utentes e na

comunidade em geral);

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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(b) ao Ministério da Saúde na prevenção e controlo das epidemias do HIV/SIDA,

malária,tuberculose e hepatites;

(c) à comunidade através de iniciativas comunitárias para fazer face aos desafios colocados pelas

epidemias do HIV/SIDA, malária, tuberculose e hepatites;

(d) e à coordenação do projecto.

O Projecto HAMSET, resultou de uma prévia avaliação da situação actual da Gestão dos

Resíduos Hospitalares em Angola, obtida com base em visitas e entrevistas no local,nos

ministérios, nos governo provinciais, nas empresas e nas unidades de saúde e que foram

reveladoras, na sua generalidade, de que o actual sistema de gestão está obsoleto e desadequado.

Em Angola e em todos os países do mundo, os resíduos hospitalares contaminados e o seu

manuseamento, armazenamento e eliminação levanta sérias preocupações ambientais e sociais. É

urgente a necessidade de uma avaliação da gestão e eliminação dos resíduos hospitalares, com

enfoque especial na segurança de resíduos contaminados pelo HIV/SIDA e de outras doenças

transmissíveis , assim como tuberculose e hepatites.

O Projecto HAMSET inclui uma componente relacionada com o estudo e desenvolvimento de

um Plano Nacional de Gestão de Resíduos Hospitalares.

Os principais objectivos desta componente são a identificação do sistema de gestão e a

eliminação dos resíduos hospitalares que seja mais adequado para Angola no aspecto ecológico,

tecnicamente exequível, economicamente viável e socialmente aceitável, bem como a preparação

de um enquadramento político e de um plano de acção a 5 anos (incluindo investimentos e

actividades de formação) de modo a implementar o sistema.

As principais fases desse estudo compreendem:

a) a avaliação das políticas existentes e das práticas actuais;

b) a avaliação das opções tecnológicas, da sua implementação e do seu financiamento;

c) a avaliação dos níveis de consciencialização dos profissionais de saúde sobre os resíduos

hospitalares;

d) a avaliação dos programas de formação existentes.

Os resultados do estudo devem incluir:

Enquadramento político/legal para regular e reforçar as normas sobre os resíduos

hospitalares;

Plano de investimento em tecnologias de eliminação de resíduos;

Necessidades de programas de formação e consciencialização para os profissionais de

saúde e público em geral;

Consultas públicas como metodologia corrente do estudo

As actividades, que integram um vasto projecto como é da prevenção do HIV/SIDA e de outras

doença transmissíveis e endémicas, em particular, o dos resíduos hospitalares exigem uma análise

rigorosa de todos os aspectos relacionados com esta importante valência nos cuidados de saúde,

aspectos relacionados com as questões tecnológicas e técnicas de engenharia, relacionados com

serviços com características sociais e de grande impacto para a população. Toda a assistência

técnica prevista no âmbito do referido projecto implica uma importante actividade de gestão, de

fiscalização e de acompanhamento. Estas actividades são vitais para que os resultados obtidos

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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sejam positivos, assim como para que se obtenha uma maior eficiência dos investimentos

aplicados.

A insuficiência de políticas, de legislação, de estratégias, de sistemas de controlo e de avaliação

para o manuseamento e eliminação dos resíduos hospitalares em muitos países em vias de

desenvolvimento, estão relacionados com uma má gestão desses mesmos resíduos. Em ultima

análise, uma gestão menos apropriada dos resíduos hospitalares pode ter sérias consequências na

saúde pública e no meio ambiente. Como resultado desta gestão deficiente os pacientes, os

médicos, o pessoal de apoio e a população em geral estão a ser expostos cada vez mais a riscos de

saúde que podem e devem ser evitados.

Um processo de planeamento de gestão de resíduos hospitalares dentro dos estabelecimentos de

saúde, irá reduzir significativamente os impactos dos resíduos hospitalares. Este planeamento

implica aspectos financeiros, de desenvolvimento de recursos humanos, de responsabilidades,

assim como de regras a assumir por todo o pessoal envolvido na gestão dos resíduos hospitalares

onde obviamente aspectos como o manuseamento, o armazenamento, o transporte, o tratamento e

a eliminação constituem pontos técnicos fundamentais.

O desenvolvimento de um Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares, reduz a probabilidade de

acidentes e melhora as condições de trabalho do pessoal nos estabelecimentos de saúde. Por outro

lado, aproxima os estabelecimentos de saúde a outras entidades e autoridades nacionais e

provinciais, elementos que deverão constituir as componentes de um sistema de gestão de

resíduos hospitalares global a nível nacional.

A gestão de resíduos hospitalares planeada, disciplina o uso de recursos associados ao

manuseamento, ao tratamento e à eliminação de resíduos feitos de forma mais segura. Em outros

países, tem-se verificado, que o planeamento nesta matéria praticado nas unidades de saúde,

conduz a melhores práticas de higiene, contribuindo para a melhoria operacional do sistema de

saúde existente.

O desenvolvimento de planos de gestão de resíduos hospitalares deverá estar adequado às

diferentes dimensões e tipos de unidades de saúde e deverá contar com a colaboração contínua

entre os diferentes agentes intervenientes, quer públicos, quer privados.

2. APRESENTAÇÃO DO PAÍS

2.1. Dados Geográficos e Divisão Administrativa

A República de Angola situa-se na região ocidental da África Austral, ocupando uma superfície

de 1.246.700 km2 (com uma fronteira marítima de 1.650km e terrestre de 4.837 km), sendo pois,

o terceiro país mais extenso da África Subsaariana.

Do ponto de vista geomorfológico Angola apresenta seis grandes zonas com características

diferenciadas: a faixa do litoral, a zona de transição para o interior, a cadeia marginal de

montanhas, o planalto central antigo, a bacia do Zaire e as bacias do Cunene e do Cubango. De

notar, que 60% do território angolano são planaltos com altitude entre 1.000 e 2.000 m e com

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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uma densa e extensa rede hidrográfica. Os principais rios angolanos são o Kwanza, o Cunene e o

Cubango cujas bacias hidrográficas ocupam parte importante do território.

Angola faz fronteira com a Répública Democrática do Congo a norte, com a Zambia a este, com a

Namíbia a sul e om o Ocenao Atlântico a oeste. As montanhas erguem-se a partir da costa,

nivelando o território Angolano num planalto que ocupa a maior parte do País. A geografía do

País torna-se tanto mais árida quando mais próximo se está do deserto do Namibe e portanto mais

para sul. O planalto norte é constituído por densa vegetação. O ponto mais alto de Angola é o

Morro do Moco que se eleva a 2.620m .

Devido à sua situação na zona intertropical e subtropical, à corrente fria de Benguela e às

características do relevo, Angola apresenta duas regiões climáticas distintas: a região litoral e a

região interior, esta com três sub-zonas (Norte, de altitude e Sudoeste) com variações

significativas de temperatura e de pluviosidade. Angola tem duas estações climáticas, a estação

do cacimbo (estação mais seca e menos quente) de Maio a Setembro e a estação das chuvas (mais

húmida e mais quente) de Setembro a Maio, apresentando temperaturas entre 27ºC (média de

temperaturas máximas) e 17ºC (média de temperaturas mínimas).

A língua oficial de Angola é a língua Portuguesa, língua amplamente utilizada em todo o país. No

entanto são faladas significativamente outras línguas nacionais, sendo as mais importantes, o

Umbundu, o Kimbundu, o Kikongo e o Tchokwe.

A distribuição administrativa de Angola integra 18 Províncias : Bengo, Benguela, Bié, Cabinda,

Cuando Cubango, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Cunene, Huambo, Huila, Luanda, Lunda Norte,

Lunda Sul, Malanje, Moxico, Namibe, Uige e Zaire. As principais cidades são Cabinda,

Benguela, Lobito, Lubango e Namíbe.

A capital da República de Angola é Luanda, situada na Província de Luanda, que ocupando uma

superfície de 2.417,78 km2 representa 0,19% da superfície do território nacional. A Província de

Luanda é composta por 9 municípios: Cacuaco, Cazenga, Ingombotas, Kilamba Kiaxi, Maianga,

Rangel, Samba, Sambizanga e Viana, 24 bairros e cinco comunas.

A Província de Cabinda , cuja capital é Cabinda, ocupa uma área de 7.270Km2, e é composta por

4 minicípios, Cabinda, Cacongo, Buco-Zau e Belize.

A Província da Lunda Norte, cuja capital é Dumdo, ocupa uma área de 103.000Km2, e é

compostas por 9 municípios, Tchitato, Cambulo, Chitato, Cuilo, Caungula, Cuango Lubalo,

Capenda, Camulemba e Xá Muteba.

A Província da Lunda Sul, cuja capital é Saurimo, ocupa uma área de 77.637Km2, e é composta

por 4 municípios, Saurimo, Dala, Muconda e Cacolo.

A Província do Zaire, cuja capital é M’Banza Kongo, ocupa uma área de 40.130Km2, e é

composta por 6 municípios, M’Banza Kongo, Soyo, N’Zeto, Cuimba, Noqui e Tomboco.

A Província do Uíge, cuja capital é Uíge, ocupa uma área de 58.698Km2, e é composta por 15

municípios, Zombo, Quimbele, Damba, Mucaba, Macocola, Bembe, Songo, Buengas, Sanza

Pombo, Ambuíla, Uíge, Negage, Puri, Alto Cauale e Quitexe.

Page 15: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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A Província do Bengo, cuja capital é Caxito, ocupa uma area de 33.016Km2, e é composta por 5

municípios, Dande, Ambriz, Icolo e Bengo, Muxima e Nambuangongo.

A Província do Kwanza Norte, cuja capital é N’Dalatando, ocupa uma área de 24.110Km2, e é

composta por 13 municípios, Cazengo, Lucala, Ambaca, Golungo Alto, Dembos, Bula Atumba,

Cambambe, Quiculungo, Bolongongo, Banga, Samba Cajú, Gonguembo e Pango Alúquem.

A Província de Malanje, cuja capital é Malanje, ocupa uma área de 97.602Km2, e é composta por

14 municípios, Massango, Marimba, Calandula, Caombo, Cunda-Dia-Baza, Cacuzo, Cuaba

Nzogo, Quela, Malanje, Mucari, Cangandala, Cambundi-Catembo, Luquembo e Quirima.

A Província do Kwanza Sul, cuja capital é Sumbe, ocupa uma área de 55.660Km2, e é composta

por 12 municípios, Sumbe, Porto Amboim, Quibala, Libolo, Mussende, Amboim, Ebo, Quilenda,

Conda, Waku Kungo, Seles e Cassongue.

A Província de Benguela, cuja capital é Benguela, ocupa uma área de 31.78Km2, e é composta

por 9 municípios, Lobito, Bocoio, Balombo, Ganda, Cubal, Caiambambo, Benguela, Baía Farta e

Chongoroi.

A Província do Huambo, cuja capital é Huambo, ocupa uma área de 34.270Km2, e é composta

por 11 municípios, Huambo, Londuimbale, Bailundo, Mungo, Tchindjenje, Ucuma, Ekunha,

Tchicala-Tcholoanga, Catchiungo, Longongo e Caála.

A Província do Bié, cuja capital é Kuito, ocupa uma área de 70.314Km2, e é composta por 9

municípios, Kuito, Andulo, Nharea, Cuemba, Cunhinga, Catabola, Camacupa, Chinguar e

Chitembo.

A Província do Moxico, cuja capital é Luena, ocupa uma área de 223.023Km2, e é composta por

9 municípios, Moxico, Camanongue, Léua, Cameia, Luau, Lucano, Alto Zambeze, Luchazes e

Bundas

A Província do Namibe, cuja capital é Namibe, ocupa uma área de 58.137Km2, e é composta por

5 municípios, Namibe, Camacuio, Bibala, Virei e Tombwa.

A Província da Huíla, cuja capital é o Lubango, ocupa uma área de 75.002Km2, e é composta por

13 municípios, Quilengues, Lubango, Humpata, Chibia, Chiange, Quipungo, Caluquembe,

Caconda, Chicomba eMatala, Jamba, Chipindo e Kuvango.

A Província do Cunene, cuja capital é Ondjiva, ocupa uma área de 87.342Km2, e é composta por

6 municípios, Cuanhama, Ombadja, Cuvelai, Curoca, Cahama e Namacunde.

A Província do Cuando-Cubango, cuja capital é Menongue, ocupa uma área de 199.049Km2, e é

composta por 9 municípios, Menongue, Cuito Cuanavale, Cuchi, Cuangar, Longa, Mavinga,

Calai, Dirico e Rivungo.

2.2. Dados Demográficos e Indicadores de Saúde

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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2.2.1. Distribuição e Evolução da População

Estima-se que actualmente a população da Republica de Angola seja de 10,978,552 habitantes,

apresentando uma taxa de crescimento populacional de 1.93%, pelo que as previsões para 2025

apontam para um aumento da população para 14,473 habitantes.

Em termos gerais pode afirmar-se que a população angolana se caracteriza por uma forte

dinâmica demográfica, por um desigual crescimento e distribuição em termos provinciais e por

uma crescente urbanização.

As migrações provocadas pela guerra alteraram de sobremaneira a dimensão e distribuição da

população do País. Na Província de Luanda, concebida inicialmente para uma população

estimada em 600 mil habitantes, habitam hoje cerca de quatro milhões de pessoas e continua a

expandir-se rapidamente. Dados fiáveis indicam que cerca de 2.450.000 pessoas vivem em

Luanda na condição de deslocados, mas apenas um milhão são controlados pela Direcção

Provincial do Ministério da Reinserção Social (MINARS).

Indicadores Demográficos: 2000 e estimados para 2025

2000 2025

Nascimentos por 1.000 população ........................ 47 37

Mortes por 1.000 população .................................. 26 21

Taxa de Crescimento Anual(%)............................ 2,1 1.5

Esperança de vida ao nascimento (anos) .............. 37,4 40,4

Mortalidade Infantil por 1.000 nados vivos .......... 198 149

Taxa de fertilidade total (por mulher) ................. 6,5 4,7

Tabela 1: Indicadores Demográficos

Ano População Ano População Período Taxa de Crescimento

1950 4.118 1995 9.218 1950-1960 1,5

1960 4.797 1996 9.443 1960-1970 1,6

1970 5.606 1997 9.560 1970-1980 1,8

1980 6.736 1998 9.736 1980-1990 1,8

1990 8.049 1999 9.922 1990-2000 2,3

2000 10.132 2010 12.250 2000-2010 1,9

2001 10.342 2020 14.473 2010-2020 1,7

2002 10.554 2030 16.886 2020-2030 1,5

2003 10.766 2040 19.354 2030-2040 1,4

2004 10.979 2050 21.688 2040-2050 1,1

Tabela 2: Estimativa populacional e taxa de crescimento (1950 a 2050). População em milhares, taxa em

percentagem.

---------------2000------------------ -------------------2025--------------------

IDADE TOTAL HOMENS MULHERES TOTAL HOMENS MULHERES

0-4 1.744 879 865 2.335 1.180 1.155

5-9 1.435 725 710 2.090 1.054 1.035

10-14 1.213 614 600 1.915 968 947

15-19 1.024 519 505 1.766 897 869

20-24 887 451 436 1.586 809 777

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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25-29 769 386 383 1.353 692 661

30-34 681 343 339 1.098 565 533

35-39 585 300 285 842 434 409

40-44 435 235 200 645 330 315

45-49 348 187 161 522 264 258

50-54 294 150 144 434 212 222

55-59 243 118 124 368 175 194

60-64 202 93 108 292 135 156

65-69 141 64 77 186 87 99

70-74 78 36 42 117 53 64

75-79 37 17 20 68 28 39

80+ 17 7 9 41 16 25

TOTAL 10.132 5.124 5.008 15.656 7.899 7.757 Fonte: U.S. Census Bureau, International Data Base, September 2004 version.

Tabela 3: Estimativa da população por idade e sexo para 2000 e para 2025. População em milhares.

Page 18: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Figura 1: Pirâmide Etária - Ano 2000

Figura 2: Pirâmide Etária - Previsões para o ano 2025

2.2.2 Indicadores de Saúde

As principais causas de mortalidade em Angola, são a malária, as doenças diarreicas agudas e as

doenças respiratórias agudas. Nos últimos anos o HIV/SIDA têm ganho relevância cada vez

maior no quadro de morbi-mortalidade de Angola.

Como se pode inferir pela análise da Tabela 1, as taxas de natalidade e de mortalidade estão em

alta, acompanhando as elevadíssimas taxas de fertilidade e de mortalidade infantil. Como já

referenciado, a taxa de prevalência do HIV/SIDA é de 3,9% sendo já significativa.

Esperança média de vida (estimativa 2004) = 36,79 anos

Taxa de Natalidade ( estimativa 2004) = 45,14 /1.000 população

Taxa de Mortalidade (estimativa 2004) = 25,86 mortes/1.000 população

Taxa de fertilidade total (estimativa 2004)= 6,33 nascimentos/mulher

Taxa de mortalidade Infantil (estimativa 2004) = 192,5 mortes/1.000 nados vivos

Taxa HIV/SIDA (adultos) (estimativa 2003) = 3,9%

Taxa de mortes por HIV/SIDA (estimativa 2003) = 21.000

FONTE: CIA – The World Fact Book

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Tabela 4: Indicadores de Saúde

A tabela seguinte refere-se aos recursos humanos existentes em Angola na área da saúde, e a sua

distribuição por categorias profissionais.

PROFISSIONAIS 2003

Médicos 811

Téc. Sup. Não Médico 42

Enfermeiros Superiores 163

Enfermeiros 16.451

Técnicos de RX 566

Farmácia 716

Laboratório 1.422

Estomatologia 235

Fisioterapia 118

Ortoprotésico 128

Dietista 11

Estatística Médica 274

Electrocefograma 2

Anatomia Patológica 3

Outros 122

Pessoal Administrativo 20.221

Apoio Hospitalar 4.754

Área de Acolhimento 5.379 FONTE: Ministério da Saúde

Tabela 5: Força de Trabalho Nacional

2.3. Esquema Político – Legal

2.3.1. Políticas de Saúde e Ambientais

A política de saúde desenvolvida pelo governo da República de Angola é executada pelo

Ministério da Saúde através dos seus desmembramentos. Esta política pode ser reflectida pelos

objectivos de desenvolvimento sanitário do país, o objectivo essencial de aumentar o acesso aos

cuidados e de melhorar a qualidade destes últimos.

A Lei n.º 21-A/92 (Lei de Bases do Sistema Nacional de Saúde) estabelece as Linhas Gerais da

Política de Saúde. O Artigo 19º do Capítulo II, estabelece que compete às Autoridades

Provinciais de Saúde propor os planos de actividade e o orçamento respectivo, bem como

acompanhar a sua execução e deles prestar contas. O Artigo 31º do Capítulo III, regula o Apoio

ao Sector Privado, e no Artigo 33º a intervenção de Instituições Privadas de Fins Não Lucrativo

com Objectivos de Saúde.

A Lei n.º 5/87 (Regulamento Sanitário da República de Angola), estabelece as competências das

Autoridades Sanitárias e da Polícia Sanitária e Mortuária assim como a obrigatoriedade de

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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participação das doenças transmissíveis e das etapas a seguir nestes casos. Esta lei contempla

também a fiscalização de géneros alimentícios.

A política de Ambiente desenvolvida pelo Governo da República de Angola, está

consubstanciada no Decreto n.º 51/04, de 23 de Julho – Lei de Bases do Ambiente. A Lei de

Bases do Ambiente, define os conceitos e os princípios básicos de protecção e conservação do

Ambiente, promoção e qualidade de Vida e do uso racional dos Recursos naturais. De acordo com

o Artigo 19º, “ O Governo deve fazer publicar e cumprir legislação de controlo da produção,

emissão, depósito, importação e gestão de poluentes gasosos, líquidos e sólidos”. Está também

contemplada nesta Lei a Educação Ambiental (Artigo 20º).

Em seguimento da Lei de Bases do Ambiente, foi aprovada a Lei nº 6/02, de 21 de Junho – Lei

das Águas, que estabelece os princípios gerais do regime jurídico inerente ao uso dos Recursos

Hídricos. No Artigo 67º desta Lei estão descritas as actividades interditas, sendo interdito“ b)

acumular resíduos sólidos, desperdícios ou quaisquer substâncias em locais e condições que

contaminem ou criem perigo de contaminação das águas.”.

Na presente data ainda não existe em Angola enquadramento legal para os resíduos hospitalares,

nem de quaisquer actividades ligadas ao seu manuseamento, tratamento ou destino final. Existe

unicamente um esboço de um plano de gestão dos resíduos sólidos hospitalares a nível das

unidades de saúde.

2.3.2. Organização do Sistema de Saúde

De acordo com a Lei n.º 21-B/92, de 28 de Agosto – Lei de Bases do Sistema Nacional de Saúde,

no Artigo 1º, a Prestação de Cuidados Sanitários estabelece-se em três níveis:

a) Nível Primário ou de cuidados primários de saúde;

b) Nível Secundário ou da rede hospitalar polivalente;

c) Nível terciário ou de rede diferenciada;

Ainda de acordo com esta Lei, as estruturas Básicas de Saúde do Serviço Nacional de Saúde e a

sua cobertura, são as seguintes: Posto de Saúde, Centro de Saúde, Centro de Saúde de

Referência/Hospital Municipal, Hospital Geral, Hospital Central e Estabelecimentos e Serviços

Especiais. Esta Lei, descreve ainda as várias estruturas Básicas de Saúde e as suas competências e

obrigações.

Segundo o publicado no Diário da República nº2 de 14 de Janeiro de 2000 – Estatuto Orgânico do

Ministério da Saúde, a estruturação administrativa dos cuidados de Saúde, coordenada a nível

central pelo Ministério da Saúde, é coordenada conforme o organigrama do Ministério da Saúde

abaixo descrito

Page 21: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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ORGANIGRAMA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE

Ministro

Vice-ministro(s)

Órgãos

Consultivos

Órgãos de Apoio

Técnico

Órgãos de

Apoio

Instrumental

Órgãos executivos

Centrais

Órgãos Tutelados

Conselho

Consultivo

Gabinete de

Estudos,

Planeamento e

Estatística

Gabinete do

Ministro

Direcção Nacional

de Saúde Pública

Instituto Nacional de

Saúde Pública

Conselho de

Direcção

Inspecção Geral

de Saúde

Gabinetes

do(s) Vice-

Ministro(s)

Direcção Nacional

de Recursos

Humanos

Instituto de Controlo e

Combate das

Tripanossomíases

Gabinete

Jurídico

Gabinete de

Intercâmbio

International

Direcção Nacional

de Medicamentos e

Equipamentos

Hospitais de Referência

Secretaria

Geral

Fundo de

Desenvolvimento Sanitário

de Angola

Junta Nacional

de Saúde

Delegações

Provinciais

Delegações

Municipais

Figura 3: Organigrama do Ministério da Saúde

Page 22: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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2.3.3. Distribuição de Unidades de Saúde

PROVÍN-

CIA

TOTAL

UNIDADES

HOSPITAIS CENTROS DE

SAÚDE

POSTOS DE

SAÚDE

HAB./

UNIDA

DE

NACIONAIS PROVINCIAIS

F NF F NF Total F NF Total F NF Total F NF Total

Bengo 37 59 0 0 0 5 1 6 2 1 3 30 57 87 6.135

Benguela 100 2 0 0 0 10 0 10 25 0 25 65 2 67 8.580

Bié 46 0 0 0 0 4 0 4 7 0 7 35 0 35 33.261

Cabinda 94 26 0 0 0 4 0 4 11 0 11 79 26 105 2.532

Huambo 87 87 0 0 0 7 1 8 36 0 36 44 86 130 23.770

Huíla 126 169 0 0 0 6 0 6 21 3 24 99 166 265 9.048

Cuando

Cubango 27 6 0 0 0 8 3 11 4 0 4 15 3 18 6.148

Kwanza

Norte 41 0 0 0 0 2 0 2 12 0 12 27 0 27 12.829

Kwanza Sul 131 68 0 0 0 5 4 9 18 4 22 108 60 168 6.481

Cunene 62 0 0 0 0 2 0 2 8 0 8 52 0 52 4.919

Luanda 59 0 8 0 8 4 0 4 34 0 34 13 0 13 40.966

Lunda Norte 22 38 0 0 0 5 0 5 5 10 15 12 28 40 17.409

Lunda Sul 38 57 0 0 0 3 0 3 3 0 3 32 57 89 5.184

Malange 78 51 0 0 0 10 1 11 18 2 20 50 48 98 15.628

Moxico 164 117 0 0 0 5 1 6 14 0 14 145 116 261 2.622

Namibe 41 0 0 0 0 2 0 2 6 0 6 33 0 33 4.488

Uíge 79 150 0 0 0 5 1 6 19 8 27 55 141 196 14.899

Zaire 42 0 0 0 0 4 0 4 6 0 6 32 0 32 7.452

TOTAL 1.274 830 8 0 8 91 12 103 249 28 277 926 790 1.716 11.167 FONTE: Deleg. Prov., Hosp. Nac. E Departamento de Estatística, Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatística do MINSA/2002

F= Funcional NF= Não Funcional

Tabela 6: Distribuição de Unidades de saúde em Angola

3 GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALARES EM ANGOLA :

DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL

3.1 Práticas existentes

Foram realizadas visitas e entrevistas nas seguintes Unidades de saúde :

Província de Luanda :

Hospital Josina Machel

Maternidade Augusto N’Gangula

Hospital Central Américo Boavida

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Hospital Pediátrico David Bernardino

Hospital do Prenda

Hospital do Kilamba-Kiaxi

Hospital dos Cajueiros

Clínica Privada Anglodente

Clínica Privada Sagrada Esperança

Província do Bengo :

Hospital do Ambriz

Hospital de Catete

Província de Cabinda :

Hospital Central de Cabinda

Hospital Militar

Província da Huíla :

Hospital Central A. Agostinho Neto

Hospital Pediátrico Pioneiro Zeca

Centro de Saúde da Mitcha

Centro de Saúde do Tchioco

Província da Lunda Norte:

Hospital Provincial do Dundo

Posto Médico do Bairro da Estufa

Posto Médico do Bairro da Ritenda

Província do Kwanza Sul:

Hospital Províncial 17 de Setembro

Hospital Dr. Agostinho Neto

Posto de Saúde do Pinda

Estas visitas no terreno, revelaram uma certa homogeneidade nas práticas de gestão dos resíduos

hospitalares em todas as unidades de saúde á excepção da Clínica privada Sagrada Esperança em

Luanda, que não só mantêm algumas metodologias de gestão dos resíduos hospitalares, como

possui equipamentos de eliminação em funcionamento.

Recolha de Resíduos Hospitalares

A pré-recolha e a recolha dos resíduos (resíduos domésticos e outros incluindo resíduos

hospitalares contaminados), é geralmente efectuada por meio de caixotes de lixo de plástico, com

ou sem saco, por meio de caixas de cartão ou algumas vezes por meio de caixotes de alumínio

munidos ou não de tampa, nos respectivos serviços.

Todos os equipamentos de recolha, recebem sem distinção restos alimentares, embalagens de

medicamentos, compressas e pensos dos tratamentos, sistemas, garrafas de soro, seringas,

agulhas, etc. É frequente a permanência destes equipamentos de recolha nas enfermarias, ou nos

locais de tratamento, no entanto, em certos casos, as equipas de enfermagem utilizam carrinhos de

tratamentos munidos com caixote para resíduos (podendo ser de plástico, alumínio ou cartão),

destinados a receber o resíduos dos tratamentos, algodões, pensos e compressas utilizadas,

seringas, agulhas, etc.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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É notória, a frequente falta de higiene, e por vezes existem resíduos sólidos e líquidos no chão das

Unidades Sanitárias.

Os resíduos líquidos são sem excepção vazados nas pias da casa de banho ou dos laboratórios,

tendo por isso como destino, o sistema público de esgoto.

Figura 4: balde dos resíduos em plástico Figura 5: Balde dos resíduos em alumínio

Figura 6: Caixa de resíduos em cartão Figura 7: Carrinho de tratamentos

Figura 8: Resíduos colocados no chão

Page 25: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Equipas de Limpeza

Algumas Unidades de saúde da Província de Luanda têm contratos com empresas privadas de

limpeza. No entanto na maiorida das US da capital e em especial nas províncias, a limpeza é

assegurada por equipas afectas às respectivas US.

Estas equipas de limpeza, são constituídas por empregadas de limpeza que estão encarregues não

só da limpeza, mas também da pré-recolha, recolha e frequentemente armazenamento dos

resíduos produzidos nas salas de tratamento, enfermarias, blocos operatórios, salas de parto, salas

de espera, etc.

Os resíduos hospitalares, são removidos e transportados pela empregadas de limpeza, recorrendo

por vezes ao uso de suportes rodados. No entanto na maioria das vezes, visto não existirem sacos

para pré-recolha e recolha dos resíduos, os caixotes do lixo são transportados e vazados em

contentores, após o que são lavados ou limpos com panos húmidos.

Na generalidade das unidades de saúde, as equipas de limpeza nem sempre utilizam equipamento

de protecção, tal como luvas e más caras, mesmo no que diz respeito aos funcionários das

empresas privadas de limpeza embora estas forneçam este tipo de equipamento.

Figura 9: Pessoal de limpeza

Triagem dos Resíduos Hospitalares

A triagem dos resíduos varia conforme os serviços das Unidades de saúde em questão, e refere-se

essencialmente a agulhas, cortantes e em alguns casos placentas. Com efeito, a nível da maior

parte das estruturas sanitárias, os resíduos hospitalares não são objecto de triagem, excepção feita

para as agulhas que são escolhidas e armazenadas em frascos de soro, garrafas de plástico ou

embalagens de sumo recuperadas. Os frascos ou garrafas cheios, são depois colocados nos

contentores de armazenagem juntamente com os restantes resíduos, sendo no entanto frequente

encontrar agulhas e outros cortantes nos caixotes de lixo.

Page 26: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Existem três excepções:

na clínica Privada Sagrada Esperança (Luanda);

na Unidade de Hemoterapia do Hospital Central Agostinho Neto (Huíla) existem receptáculos

de plástico imperfurável, herméticos e com destino a incineração;

no centro de Saúde do Tchioco existem caixas de cartão destinadas a incineração, fornecidas

pela UNICEF.

Nos bancos de sangue, os sacos com sangue declarados positivos ao HBS (hepatite B) e ao HIV

(SIDA) são escolhidos e armazenados à parte num equipamento refrigerador antes da eliminação

(no caso da Província de Luanda, esta eliminação é efectuada pelo Hospital Central Américo

Boavida).

As caixas de petri contendo culturas, são colocadas à parte e esterilizadas em autoclave antes da

sua rejeição nos caixotes de lixo.

As peças anatómicas de elevado porte resultantes de cirurgias, são encaminhadas para os

cemitérios para enterro, ou no caso da Província de Luanda são encaminhadas para o Hospital

Central Américo Boavida, que depois as encaminha também para enterro.

Em algumas Unidades de saúde, sobretudo na capital, também é efectuada triagem nas salas de

parto. Os derivados de parto (placentas, e derivados líquidos) são colocados em sacos de plásticos

que são posteriormente amarrados, encaminhados para um local de armazenamento intermédio

(normalmente casas de banho) e depois colocados nos contentores da empresa de Resíduos

hospitalares (RECOLIX). Nas Províncias a situação é diferente, visto que na maior parte das

unidades de saúde os derivados de parto são ensacados e colocados no contentor público ou em

lixeira pública. No Centro de Saúde da Mitcha e no Centro de Saúde do Tchioco (ambos na

Província da Huíla), os derivados de parto são levados pelos familiares.

A roupa suja é, regra geral, encaminhada à parte para a lavandaria, sendo frequente que os

doentes levem a sua própria roupa de cama pelo que nestes casos são os familiares que tratam da

roupa suja, contaminada ou potencialmente contaminada.

Figura 10: Recipiente para triagem de agulhas Figura 11: Recipiente para triagem de agulhas

Page 27: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Figura 12: Recipiente para triagem de agulhas Figura 13: Recipiente para triagem de agulhas

Figura 14: Recipiente para triagem de agulhas

Armazenagem Intermédia

A maior parte dos resíduos recolhidos nos diferentes serviços, não sofre nenhuma armazenagem

específica. Excepção feita às agulhas, que são primeiramente armazenadas em garrafas de

plàstico ou frascos de soro ou ainda em embalagens de sumo, e em seguida colocadas junto aos

restantes resíduos.

Os outros resíduos, são colocados em caixotes de lixo ou contentores da RECOLIX, situados em

salas não específicas ou nos pátios das Unidades de saúde. Assim, o armazenamento intermédio é

efectuado nas casas de banho, lavabos, corredores ou mesmo nos pátios das Unidades de saúde.

Figura 15: Local de Armazenagem Intermédia Figura 16: Local de Armazenagem Intermédia

Page 28: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Figura 17: Local de Armazenagem Intermédia Figura 18: Local de Armazenagem Intermédia

Figura 19: Local de Armazenagem Intermédia

Transporte dos resíduos nas Unidades de Saúde

Na grande maioria das unidades de saúde, o transporte dos resíduos é efectuado pelo pessoal de

limpeza, em sacos ou em baldes, com ou sem suporte rodado. Os resíduos, são transportados para

os locais de armazenagem final, sem qualquer protecção quer dos resíduos quer do pessoal de

limpeza (não utilizam luvas, nem sacos) e a qualquer hora do dia, mesmo nos períodos de maior

afluência de utentes. A roupa suja é algumas vezes transportada através de suporte rodado. A

evacuação dos desperdícios é permanente e faz-se mesmo à hora de maior afluência de utentes.

Figura 20: Suporte rodado para transporte de resíduos (Hospital Josina-Machel)

Page 29: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Armazenagem final nas Unidades de saúde

Na maior parte das unidades de saúde visitadas, os resíduos são colocados não ensacados, em

contentores públicos ao ar livre ou mesmo em lixeiras nas traseiras das Unidades de saúde, de

fácil acesso a pessoas e animais e expostos às condições climatéricas. De realçar, que dados os

elevados níveis de pobreza existentes, é frequente encontrar pessoas remexendo no lixo.

Em certas unidades de saúde, como na Clínica Privada Sagrada Esperança e no Hospital

Pediátrico David Bernardino, ambas em Luanda, os resíduos são colocados em salas de

armazenagem fechadas no exterior, que só são abertas aquando da recolha pelos serviços

municipalizados ou por parte da empresa privada RECOLIX. É de referenciar, que nesta última

Unidade de Saúde, mesmo tendo porta, esta se encontra frequentemente aberta, o que possibilita a

entrada de pessoas e animais.

Figura 21: Depósito de resíduos ao ar livre Figura 22: Depósito de resíduos ao ar livre

Figura 23: Depósito de resíduos ao ar livre Figura 24: Depósito de resíduos ao ar livre

Figura 25: Local de Armazenagem fechado Figura 26: Local de Armazenagem fechado

Hospital Pediátrico David Bernardino Clínica Sagrada Esperança

Page 30: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Recuperação/ Reutilização

O material utilizado durante as intervenções cirúrgicas (pinças, tesouras, etc.), é esterilizado por

autoclave ou estufa, e reutilizado. O material de vidro nos laboratórios, também é utilizado após

lavagem ou desinfecção.

Transporte para Eliminação

Na maioria dos casos, o transporte é efectuado pelo município, pelo que os resíduos hospitalares

contaminados têm o mesmo destino que os resíduos urbanos. Em algumas Unidades de saúde na

Província de Luanda os resíduos são transportados pela empresa privada RECOLIX, sendo estes

recolhidos por norma diariamente. Geralmente, a frequência do serviço assegurado pelos

municípios não é regular, sendo normalmente a sua recolha efectuada com intervalos de semanas.

Sistema de tratamento e de eliminação/lugar de eliminação

Os resíduos triados na fonte, principalmente as agulhas, juntam-se invariavelmente ao circuito ao

nível da recolha e do armazenamento intermédio tendo pois o mesmo destino final que os

restantes resíduos. Isto é particularmente perigoso para o pessoal médico, de limpeza bem como

pessoal de recolha do município.

Na Província de Luanda, os resíduos hospitalares seguem duas vias de eliminação distintas. Os

resíduos que são recolhidos pela empresa privada RECOLIX, são encaminhados para incineração

numas instalações pertencentes á empresa. Estas instalações incineradoras são novas, têm elevada

capacidade e encontram-se em bom estado de funcionamento, enfrentando no entanto problemas

financeiros, devido a deficuldades de tesouraria e pelas despesas com viaturas, devido às más

condições das infra-estruturas rodoviárias. Os resíduos que são depositados nos contentores

públicos ou em lixeiras nas traseiras das unidades de saúde, são recolhidos pela empresa ELISAL

e encaminhados para o aterro.

Os Hospitais Américo Boavida e Pediátrico David Bernardino, têm pequenas instalações

incineradoras, que não se encontram em funcionamento por ordem de encerramento Estatal.

O Hospital Central de Cabinda, tem uma instalação incineradora de dupla câmara. Na altura da

visita, esta instalação não se encontrava em funcionamento por dificuldades em adquirir

combustível, no entanto foi garantido que estava em boas condições de funcionamento.

No Hospital Central Agostinho Neto, no Lubango, também existe uma pequena incineradora

sendo que para alé de funcionar a temperaturas muito baixas têm problemas no sistema de

eliminação de fumos.

Na maior parte das Unidades de saúde de menor dimensão, centros e postos de saúde, os resíduos

são queimados a céu aberto nas traseiras das instalações.

As placentas, são na sua maioria tratadas como os restantes resíduos, visto que são juntas ao

circuito ao nível da armazenagem intermédia nas Unidades de saúde, salvo as excepções em que

os familiares as levam consigo.

Page 31: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Relativamente às roupas sujas, estas são encaminhadas para as lavandarias das Unidades de saúde

ou levadas para casa pelos familiares dos pacientes. É de realçar o generalizado estado de

degradação e falta de equipamentos encontrado nas lavandarias, sendo que muitas vezes a roupa é

lavada á mão em tanques. Esta roupa, uma vez introduzida de novo no circuito da Unidade de

Saúde pode provocar contaminações diversas ao pessoal de saúde e utentes.

Figura 27:Lixeira Pública nas traseiras da US Figura 28: Queima ao ar livre nas traseiras da US

(Posto Saúde Tchioco)

Figura 29: Intalação Incineradora da RECOLIX

(Província de Luanda)

Figura 30: Incineradora numa US (Hospital Central de Cabinda)

Page 32: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Figura 31: Lavandaria Figura 32: Lavandaria

Resíduos Líquidos

Os resíduos líquidos (sangue, urina, etc.) são eliminados nos lavabos e pias para as redes de

esgotos, ou lançados no caixote de lixo com os tubos de análises clínicas.

Percepção dos riscos afectos aos Resíduos hospitalares

Ao nível das instâncias de direcção existe um desajuste entre a percepção e a realidade em termos

de riscos, que poderá ser justificado pelo longo período de guerra a que Angola esteve sujeita.

Ao nível da unidades de saúde, o pessoal técnico de saúde têm na maioria das vezes noção dos

riscos, mas a falta de equipamentos e de infra-estruturas, assim como o estado de degradação das

instalações, levam a que na prática esses riscos sejam muitas vezes relativizados.

A percepção dos riscos, ao nível do pessoal de limpeza e da população é muito baixo.

Figura 33: Degradação das Infraestruturas Figura 34: Degradação das Infraestruturas

Page 33: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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QUADRO-DIAGNÓSTICO DAS UNIDADES DE SAÚDE VISITADAS

Triagem na

fonte

Equipamentos

de recolha

Transporte

interno

Armazenagem

intermédia

Equipamentos de

eliminação

Gestão de

cortantes

Derivados do

parto

Peças

anatómicas

Província de Luanda

Hospital Josina

Machel

Reservada às

agulhas

Cestos de plástico

com sacos de

plástico brancos e

vermelhos

Suporte rodado

sem tampa

Nas traseiras do

edifício e dentro

do perímetro da da

Unidade de Saúde

Não. Os resíduos são

recolhidos pela

empresa privada e pela

rede pública de

resíduos urbanos

Equipamentos

desadequados,

nomeadamente

garrafas de água

ou de soro,

pacotes de sumo,

etc.

Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Enterradas no

Cemitério

Municipal

Maternidade

Augusto

N’Gangula

Reservada às

placentas e

agulhas

Cestos de plástico

com sacos de

plástico, que são

lavados após

vazados nos

contentores de

armazenagem

transitória.

Caixas de papelão

Sem suporte

rodado

Contentor de

plástico da

empresa privada

de tratamento de

resíduos

Hospitalares,

colocado no pátio

de espera dos

utentes.

Contentor da rede

pública fora do

perímetro da

Unidade de Saúde

Não. Os resíduos são

recolhidos pela

empresa privada e pela

rede pública de

resíduos urbanos

Equipamentos

desadequados,

nomeadamente

garrafas de água

ou de soro,

pacotes de sumo,

etc.

São ensacadas

e colocadas nos

contentores

da empresa

privada

Entregues no

Hospital

Central

Américo

Boavida

Hospital

Central

Américo

Boavida

Não Baldes plásticos

sem sacos.

Caixas de papelão

Sem suporte

rodado

Traseiras da

Unidade de Saúde

em lixeira a céu

aberto

Não. Incinerador

desactivado.

Os resíduos são

recolhidos pela

empresa privada e pela

rede pública de

resíduos urbanos

Não Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Enterradas no

Cemitério

Municipal

Hospital

Pediátrico

David

Bernardino

Reservada às

agulhas

Cestos de plástico

com e sem sacos.

Contentores da

empresa privada

de recolha de

resíduos

hospitalares que

Sem suporte

rodado

Contentor de

plástico da

empresa privada

colocado no pátio

de espera dos

utentes quando

está cheio.

Não Incinerador

desactivado

Os resíduos são

recolhidos pela

empresa privada e pela

rede pública de

resíduos urbanos

Equipamentos

desadequados,

nomeadamente

garrafas de água

ou de soro,

pacotes de sumo,

etc.

______ Entregues no

Hospital

Central

Américo

Boavida

Page 34: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

34/110

se encontram nos

corredores da

unidade de saúde

Restantes resíduos

são colocados

num local fechado

Hospital do

Prenda

Não Cestos de

plásticos sem

sacos. Caixas de

papelão

Sem suporte

rodado

Traseiras da

unidade de saúde

em lixeira a céu

aberto

Não. Os resíduos são

recolhidos pela rede

pública de resíduos

urbanos

Não Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Entregues no

Hospital

Central

Américo

Boavida

Hospital do

Kilamba-Kiaxi

Reservada às

agulhas

Cestos de plástico

com e sem sacos.

Contentores da

empresa privada

de recolha de

resíduos

hospitalares que

se encontram nos

corredores da

Unidade de Saúde

Sem suporte

rodado

Contentores sem

protecção dentro

das instalações da

Unidade de Saúde

e Contentores da

rede pública fora

das instalações da

Unidade de Saúde

Não. Os resíduos são

recolhidos pela rede

pública de resíduos

urbanos e pela empresa

privada

Equipamentos

desadequados,

nomeadamente

garrafas de água

ou de soro,

pacotes de sumo,

etc.

Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Hospital dos

Cajueiros

Não Cestos de plástico

com e sem sacos.

Contentores da

empresa privada

de recolha de

resíduos

hospitalares que

se encontram nos

corredores da

Unidade de Saúde

Sem suporte

rodado

Contentores d a

empresa privada

são colocados no

pátio de espera

dos utentes

quando chega

altura de recolha.

Restantes resíduos

são colocados no

contentor da rede

pública.

Não. Os resíduos são

recolhidos pela

empresa privada e pela

rede pública de

resíduos urbanos

Não Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Clinica Privada

Anglodente

Reservada às

agulhas

Cestos de plástico

e de inox com

sacos

Sem suporte

rodado

Contentores da

rede pública de

resíduos urbanos,

na rua nas

traseiras da US

Não. Os resíduos são

recolhidos pela rede

pública de resíduos

urbanos

Equipamentos

desadequados,

nomeadamente

garrafas de água

ou de soro,

pacotes de sumo,

etc.

Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Entregues no

Hospital

Central

Américo

Boavida

Clínica

Sagrada

Esperança

Os resíduos

que

estiveram

em contacto

com os

Baldes de inox,

com saco plástico

Suporte rodado

com tampa

Contentores

fechados

Incinerador Contentores

rígidos e

identificados.

Incineração de

cortantes

São incineradas

Page 35: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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utentes são

separados

dos restantes

Província do Bengo :

Hospital do

Ambriz

Não Cestos de plástico

sem saco

Sem suporte

rodado

Traseiras da US

em lixeira a céu

aberto

Não Não Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Hospital de

Catete

Não Cestos de plástico

sem saco

Sem suporte

rodado

Traseiras da US

em lixeira a céu

aberto

Não Não Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Província de Cabinda :

Hospital

Central de

Cabinda

Reservada às

agulhas

Hemoterapia :

Sacos vermelhos

para resíduos

contaminados e

sacos brancos

para resíduos

comuns

Restantes

Serviços :Cestos

de plástico sem

saco. Caixas de

papelão

Sem suporte

rodado

Contentores sem

protecção dentro

das instalações da

Unidade de Saúde

e contentores da

rede pública fora

das instalações da

Unidade de Saúde

Incinerador que nem

sempre funciona por

dificuldades na

aquisição de

combustível

Hemoterapia :entrega

os resíduos á

« CABINDA GULF »

Hemoterapia :

Contentores

rígidos e

identificados.

Incineração de

cortantes

Restantes

Serviços :

Equipamentos

desadequados,

nomeadamente

garrafas de água

ou de soro,

pacotes sumo, etc

Incineradas

junto com

outros resíduos

contaminados

quando o

incinerador está

em

funcionamento

Enterradas no

Cemitério

Municipal

Hospital

Militar

Reservada às

agulhas

Cestos de plástico

sem saco. Caixas

de papelão

Sem suporte

rodado

Contentores da

rede pública fora

das instalações da

Unidade de Saúde

Não- Contentores da

rede pública fora das

instalações da Unidade

de Saúde

Equipamentos

desadequados,

nomeadamente

garrafas de água

ou de soro,

pacotes de sumo,

etc.

Enterradas no

Cemitério

Municipal

Província da Huíla :

Hospital

Central A.

Agostinho

Neto

Reservada às

agulhas

Cestos de plástico

sem saco. Caixas

de cartão

Sem suporte

rodado

Contentores

fechados e

contentores da

rede pública fora

das instalações da

Unidade de Saúde

Incinerador a baixas

temperaturas e

Contentores da rede

pública fora das

instalações da Unidade

de Saúde

Equipamentos

desadequados,

nomeadamente

garrafas de água

ou de soro,

pacotes de sumo,

etc.

Incineradas nas

instalações da

Unidade de

Saúde

Enterradas no

Cemitério

Municipal

Hospital Reservada Cestos de plástico Sem suporte Contentores da Não. Contentores da Equipamentos _______

Page 36: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Pediátrico

Pioneiro Zeca

aos cortantes sem saco. Caixas

de cartão

rodado rede pública

dentro das

instalações da

Unidade de Saúde

rede pública desadequados,

nomeadamente

garrafas de água

ou de soro,

pacotes de sumo,

etc.

Centro de

Saúde da

Mitcha

Não Cestos de plástico

sem saco. Caixas

de cartão

Sem suporte

rodado

Contentores da

rede pública

dentro das

instalações da

Unidade de Saúde

Não. Contentores da

rede pública

Não São por vezes

levados para

casa pela

população.

Mesmo destino

que os restantes

resíduos

_____

Centro de

Saúde do

Tchioco

Reservada

aos cortantes

Cestos de plástico

sem saco. Caixas

de cartão

Sem suporte

rodado

Buraco no terreno

nas traseiras da

Unidade de Saúde

Não. Todos os resíduos

são queimados num

buraco no terreno nas

traseiras da Unidade de

Saúde

Caixas de cartão

fornecidas pela

UNICEF. São

depois queimadas

junto com os

restantes resíduos

________ ________

Província da Lunda Norte:

Hospital

Provincial do

Dundo

Reservada a

agulhas e

seringas de

vacinações

Cestos de plástico

sem saco. Caixas

de cartão

Sem suporte

rodado

Contentores da

rede pública

dentro das

instalações da

Unidade de Saúde

Não. Contentores da

rede pública

Caixas de cartão

fornecidas pelo

Programa

Nacional de

Vacinação

(destinadas

apenas a agulhas

e seringas de

vacinação).

São por vezes

levados para

casa pela

população.

Mesmo destino

que os restantes

resíduos

São separadas

e colocadas

em sacos que

vão depois

para a rede

pública. São

depois

enterradas a

cargo da rede

pública de

recolha de

resíduos.

Posto Médico

do Bairro da

Estufa

Não Caixas de cartão Sem suporte

rodado

Buraco no terreno

nas traseiras da

Unidade de Saúde

Não. Todos os resíduos

são queimados num

buraco no terreno nas

traseiras da Unidade de

Saúde

Não. ________ ________

Posto Médico

do Bairro da

Ritenda

Não Caixas de papelão Sem suporte

rodado

Buraco no terreno

nas traseiras da

Unidade de Saúde

Não. Todos os resíduos

são queimados num

buraco no terreno nas

traseiras da Unidade de

Não. ________ ________

Page 37: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Saúde

Província do Kwanza Sul:

Hospital

Províncial 17

de Setembro

Não. Caixas de papelão Sem suporte

rodado

Contentores sem

protecção

colocados nos

pátios da Unidade

de Saúde

Não. Todos os resíduos

são queimados num

buraco no terreno nas

traseiras da Unidade de

Saúde

Não. Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Mesmo

destino que os

restantes

resíduos

Hospital Dr.

Agostinho

Neto

Não. Cestos de plástico

sem saco. Caixas

de cartão

Sem suporte

rodado

Os resíduos são

vazados na rua,

sendo atirados

através da vedação

da Unidade de

Saúde

Não. Não. Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Mesmo

destino que os

restantes

resíduos. Vão

por vezes a

enterrar.

Posto de Saúde

do Pinda

Não. Caixas de papelão Sem suporte

rodado

Buraco no terreno

nas traseiras da

Unidade de Saúde

Não. Todos os resíduos

são queimados num

buraco no terreno nas

traseiras da Unidade de

Saúde

Não. Mesmo destino

que os restantes

resíduos

Mesmo

destino que os

restantes

resíduos

Tabela 7: Quadro diagnóstico das Unidades de Saúde Visitadas

Page 38: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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3.2. Breve análise SWOT

Um processo de análise institucional que é muito utilizado internacionalmente é o método

SWOT, onde são destacados 8 vectores principais:

1. Os vectores FORÇAS associados à gestão de resíduos hospitalares e que vão permitir

estabelecer e consolidar o Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares;

2. Os vectores FRAQUEZAS associados à gestão de resíduos hospitalares e que interessa

eliminar ou reduzir;

3. Os vectores OPORTUNIDADES que reflectem as influências positivas externas na gestão de

resíduos hospitalares e que interessa serem trabalhados e potencializados;

4. Os vectores AMEAÇAS, vectores que interessa conhecer em profundidade no sentido de

prevenir o seu efeito negativo na gestão de resíduos hospitalares.

A selecção dos vectores que caracterizam a gestão de resíduos hospitalares em Angola é uma

sequência do inquérito elaborado e apresentado às unidades de saúde, de várias entrevistas e de

muitas reuniões com elementos do Ministério da Saúde, dos Governos Provinciais, de unidades

de saúde públicas e privadas e de personalidades angolanas realizadas na cidade de Luanda e nas

Províncias de Luanda, Bengo, Cabinda, Lunda-Norte e Huíla. Com base nas informações obtidas

junto destas Províncias foi possível inferir para todo o país os seguintes vectores:

3.2.1. Vector A - Pontos Fortes

Consciência, por parte dos responsáveis, da necessidade de mudança;

Predisposição, por parte dos responsáveis hospitalares, para criar e participar em entidades

que assegurem uma Gestão Integrada dos Resíduos Hospitalares;

Forte interdependência entre a Gestão dos Resíduos Hospitalares e a Gestão de Resíduos

Comuns;

Predisposição para o desenvolvimento de acordos de cooperação com outras entidades

nacionais e internacionais;

Progressiva consciência da necessidade da participação dos trabalhadores para se atingir os

objectivos relacionados com uma Gestão Integrada dos Resíduos;

Sensibilidade crescente para o aperfeiçoamento e profissionalização dos agentes que intervêm

neste sector;

Preocupação por parte das entidades governamentais pela organização e implementação de

um Plano de Gestão dos Resíduos Hospitalares;

Suficiente capacidade de assimilação e adaptação do pessoal às tecnologias mais adequadas;

Implantação progressiva de acções de formação, nas unidades de saúde, relacionados com a

área da Higiene e Sanidade Pública;

Disponibilidade suficiente de técnicos e pessoal para o sector da gestão de Resíduos

Hospitalares, a custo razoável;

Existência de algumas incineradoras adequadas;

Existência de projectos de modernização de equipamentos e instalações;

Consciência das necessidades de melhorar toda a logística de transporte e de processamento

dos resíduos.

3.2.2. Vector B – Pontos Fracos

Existem lacunas ao nível das Políticas Ambientais;

Existem lacunas ao nível de uma Política de Resíduos;

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Existem lacunas ao nível de legislação de âmbito Ambiental;

Consequentemente, existem lacunas ao nível de legislação referente a Resíduos Hospitalares;

Existem lacunas ao nível do tratamento estatístico dos Resíduos Hospitalares;

Existem insuficientes planos de formação dos responsáveis pela gestão dos Resíduos

hospitalares mas também de todo o pessoal que os manuseia;

Verificou-se fraca sensibilização para os aspectos de Higiene e de tratamento de Resíduos por

parte de entidades, dirigentes, pessoal e utentes;

Relativamente à procura de solução no âmbito dos resíduos, verificou-se desmotivação dos

quadros dirigentes, devido ao estado de degradação que as instalações apresentam e a

dificuldades financeiras;

Os orçamentos das unidades de saúde são geralmente deficitários, pelo que são

prioritariamente dirigidos para outras áreas, deixando para segundo plano investimentos e

despesas inerentes à problemática dos resíduos hospitalares;

Verificaram-se lacunas ao nível dos equipamentos necessários á gestão dos resíduos

hospitalares, nomeadamente para os processos de separação, transporte, armazenagem e

destino final dos resíduos;

Verificou-se na maioria das unidades de saúde visitadas a inexistência de equipamento

adequado à recolha de material cortante e contaminado;

As unidades de saúde carecem frequentemente de instalações adequadas quer á prática da

medicina , de uma maneira geral, quer à gestão de resíduos;

Verificaram-se deficiências na recolha quer de Resíduos Urbanos quer de Resíduos

hospitalares (efectuada por via de empresas exteriores às Unidades de saúde);

A instalação de aterros sanitários é deficiente, verificando-se neste ponto duas situações

diversas dependendo das Províncias em questão. Na Província de Luanda existe a instalação

de um aterro sanitário, embora deficitário, nas restantes Províncias não existem aterros

sanitários;

A questão da incineração dos resíduos hospitalares também é diferente entre a Província de

Luanda e as restantes Províncias. Na Província de Luanda existe uma instalação incineradora

nova e em boas condições mas enfrenta dificuldades financeiras e de acessibilidades. Em

algumas das restantes Províncias existem instalações incineradoras localizadas junto aos

Hospitais principais, mas não se encontram em funcionamento devido a dificuldades

financeiras para a obtenção de combustível ou para assegurar a manutenção. Noutras

Províncias não existem sequer instalações incineradoras.

Não existência de empresas dinâmicas no sector, nomeadamente ao nível das Províncias.

Ausência de planeamentos estratégicos a longo prazo, sem objectivos definidos

Deficientes sistemas de gestão

Pouca informação sobre a evolução, quantificação e utilização dos resíduos produzidos

Falta de clareza na definição de estruturas organizativas

Inexistência de serviços especializados na prevenção de riscos laborais, segurança e higiene

no trabalho.

Escassez de ajudas públicas nacionais e de apoios internacionais para a formação do pessoal e

para a sensibilização da população em geral.

Tecnologia pouco desenvolvida, muito artesanal, principalmente a nível das Províncias, com

insuficiente grau de modernização

Inexistência de instalações adequadas

Baixa utilização da capacidade instalada.

Falta de organização nos processos

Escasso tratamento de resíduos

Baixo nível de desenvolvimento das actividades laterais e de apoio.

Baixo nível de cooperação entre Unidades de saúde e entidades gestoras dos resíduos.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Dificuldade em desenvolver projectos consistentes de investimento

3.2.3. Vector C - Oportunidades

Economia de Angola em franco desenvolvimento

Aposta clara do Governo em investimentos em infra-estruturas de todo o tipo

Fase de grandes investimentos na Saúde realizados pelo sector público

Mais investimento privado na área da Saúde

Opinião internacional favorável às opções da Economia de Angola

Participação do país em plataformas de desenvolvimento internacionais

Apoio por parte de instituições financeiras internacionais como o Fundo Monetário

Internacional e o Banco Mundial

Grande interesse por parte de investidores privados nacionais e internacionais

Existência em Angola de um elevado número de projectos em todas as actividades

Existência em Angola de um elevado número de organizações não governamentais com

actividade na área da Saúde

Disponibilidade das instituições angolanas mais representativas em participar neste projecto

Crescente capacidade de relacionamento e de estabelecimento de parcerias com o mundo

empresarial.

Estabilidade social e política.

3.2.4. Vector D - Ameaças

Atrasos significativos nos investimentos em infra-estruturas nomeadamente nas infra-

estruturas de saúde e nas acessibilidades

Instabilidade social e laboral

Atraso no desenvolvimento da educação

Continuação da escassez de técnicos de alta qualidade na área da Saúde

Dificuldade de implantação do projecto nos municípios mais remotos por falta de

comunicação

Mudança de opinião internacional no processo de desenvolvimento de Angola

Abandono de técnicos qualificados

3.2.5. Análise cruzada

Potencialidades (potencial interno a preservar conjugado com as oportunidades externas):

Consciência por parte dos responsáveis para a gestão dos resíduos hospitalares aliado à

disponibilidade do Governo e das instituições internacionais para investir em infra-estruturas

e no sistema de saúde

Recursos humanos com capacidade de assimilação de novas tecnologias e de novas áreas de

conhecimento apoiados pelas ONG’s existentes em Angola e financiados por instituições

internacionais favorecem a execução do Plano de Resíduos hospitalares em Angola

A existência de algumas unidades de incineração e a disponibilidade de instalações (embora

com necessidades de remodelações) face à fase actual de aumento de investimentos quer do

Governo quer de entidades financiadoras internacionais permite criar um quadro positivo de

condições tecnológicas a curto prazo.

Constrangimentos (fraquezas internas a reduzir/eliminar conjugado com as oportunidades

externas que podem ser desperdiçadas)

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As lacunas existentes nos aspectos jurídico-legais e na gestão de resíduos hospitalares podem

comprometer os resultados dos investimentos em infra-estruturas quer do Governo quer de

entidades financiadoras internacionais

A grande dimensão do país e as dificuldades de transporte rodoviário condicionam o interesse

por parte de investidores privados nacionais e internacionais nesta área de negócio

baixo nível de cooperação entre as unidades de saúde não se adequa aos modelos de

financiamento de instituições internacionais, nomeadamente o Banco Mundial

Vulnerabilidades (forças internas conjugadas com as ameaças externas)

A consciência da necessidade de mudança e de intervenções de fundo no sector dos resíduos

hospitalares, por parte dos dirigentes e funcionários, pode não ser suficiente face a

dificuldades de implementação do projecto em zonas mais remotas e à escassez de técnicos

devidamente formados.

Apesar de haver predisposição para o desenvolvimento de acordos de cooperação entre a

unidades de saúde e preocupação por parte do governo na organização e gestão dos resíduos

hospitalares, um deficiente trabalho realizado poderá conduzir a uma mudança de opinião

internacional no processo de desenvolvimento de Angola.

Problemas (ameaças externas conjugadas com as fraquezas internas)

Uma mudança de opinião internacional no processo de desenvolvimento de Angola associada

ao actual estado de instalações e à não existência de equipamentos constitui um sério

problema nesta área de intervenção.

Um outro problema de importância superior relaciona-se com a carência de legislação

associada à não existência de Planos de Gestão de Resíduos hospitalares e à escassez de

técnicos qualificados

A deficiente sensibilização e consciencialização dos técnicos e da população em geral

associado a atrasos em investimentos (quer humanos, quer materiais) dificulta a obtenção de

soluções a curto e a médio prazo.

3.2.6. Conclusão

Face á análise efectuada no ponto anterior, poderemos desde já indicar alguns factores críticos,

sendo estes factores considerados decisivos para o sucesso de qualquer intervenção no sector do

resíduos hospitalares.

ORGANIZAÇÃO E GESTÃO

Necessidade de uma gestão adequada a todos os níveis, com planos de gestão integrada,

nomeadamente:

gestão estratégica dos resíduos hospitalares quer a nível central, quer a nível

provincial quer ainda a nível das Unidades de saúde;

organização e gestão de todo o processo de recolha, armazenagem e destino final

bem como das actividades inerentes;

organização e gestão da logística dos transportes;

organização e gestão das unidades incineradoras e aterros sanitários;

Necessidade de encontrar soluções conjuntas para problemas comuns;

Criação de sinergias entre as Unidades de saúde e as entidades gestoras de aterros

e de incineradoras;

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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RECURSOS HUMANOS

Necessidade de sensibilizar e formar o pessoal ligado ao sector da saúde de forma a o

qualificar e o manter motivado a todos os níveis

POLÍTICAS, LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO

Definição de políticas Ambientais contemplando o sector dos resíduos hospitalares;

Elaboração de Legislação adequada à problemática ambiental e adaptada às normas

ambientais internacionais

Elaboração de regulamentos específicos para os resíduos hospitalares.

SENSIBILIZAÇÃO E FORMAÇÃO

Qualquer intervenção na Gestão de Resíduos hospitalares necessita de disponibilidade de

todos os agentes envolvidos, pelo que é premente a forte sensibilização de todos estes;

Desenvolver programas de sensibilização, amplos e abrangentes, dirigidos aos agentes

intervenientes no sistema de saúde e à população em geral, da necessidade higiene e do

tratamento dos resíduos hospitalares. A componente sensibilização deve incidir não só ao

nível dos Resíduos hospitalares mas também ao nível da higiene, visto ser muito difícil

alertar todos os agentes envolvidos –entidades, dirigentes, pessoal e utentes - para a

problemática dos Resíduos hospitalares em Unidades de saúde degradadas e com

deficiente situação de higiene;

É de realçar a complexidade das componentes sensibilização e formação , visto implicar

mudança de mentalidades, o que se revela sempre num processo moroso;

QUESTÕES FINANCEIRAS E DE INVESTIMENTO

As Unidades de saúde têm de dispor de orçamentos que assegurem as actividades de

gestão de resíduos hospitalares.

Tem de haver planos de investimento em infra-estruturas de Unidades de saúde de forma

a promover a melhoria da higiene e do tratamento do resíduos hospitalares nas Unidades

de saúde.

Desenvolver programas para obtenção de ajudas públicas nacionais e internacionais para

a organização e gestão, sensibilização e formação e construção de infra-estruturas gerais

e reabilitação de instalações existentes.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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3.3. Estimativa da produção de resíduos hospitalares em Angola

Província Hospitais Centro Saúde Posto de Saúde TOTAL

Nº C/H Camas utili. Prod/dia (kg) Prod/ano (kg) Nº Prod/dia (kg) Prod/ano (kg) Nº Prod/dia (kg) Prod/ano (kg) ANUAL (kg)

Bengo 5 50 188 113 4.1063 2 36 13.140 30 150 54.750 108.953

Benguela 10 167 1.253 752 27.4462 25 450 164.250 65 325 118.625 557.337

Bié 4 180 539 323 11.7932 7 126 45.990 35 175 63.875 227.797

Cabinda 4 120 361 216 7.9004 11 198 72.270 79 395 144.175 295.449

Huambo 7 162 853 512 18.6752 36 648 236.520 44 220 80.300 503.572

Huíla 6 153 688 413 15.0617 21 378 137.970 99 495 180.675 469.262

Kuango

Kubango

8 121 727 436 15.9158 4 72 26.280 15 75 27.375 212.813

Kwanza Norte 2 78 117 70 2.5623 12 216 78.840 27 135 49.275 153.738

Kwanza Sul 5 100 376 225 8.2289 18 324 118.260 108 540 197.100 397.649

Kunene 2 147 221 132 4.8290 8 144 52.560 52 260 94.900 195.750

Luanda 12 216 1.946 1167 42.6065 34 612 223.380 13 65 23.725 673.170

Lunda Norte 5 148 556 333 12.1709 5 90 32.850 12 60 21.900 176.459

Lunda Sul 3 64 144 86 3.1536 3 54 19.710 32 160 58.400 109.646

Malange 10 62 464 278 10.1507 18 324 118.260 50 250 91.250 311.017

Moxico 5 84 314 189 6.8821 14 252 91.980 145 725 264.625 425.426

Namibe 2 177 266 159 5.8145 6 108 39.420 33 165 60.225 157.790

Uíge 5 189 708 425 15.5052 19 342 124.830 55 275 100.375 380.257

Zaire 4 64 192 115 4.2048 6 108 39.420 32 160 58.400 139.868

TOTAL DO PAÍS/ANO 5.945 2.170.071 4.482 1.635.930 4 630 1.689.950 5.495.951

Notas: A produção de resíduos por Hospital é estimada em (de 0,5 a 1,3 kg/cama/dia) = 0,6 kg/cama/dia

A produção de resíduos por Centro de Saúde é estimada em (entre 15 a 25 kg/dia) = 18 Kg/dia

A produção de resíduos por Posto de Saúde é estimada em (entre 5 a 8 kg/dia) = 5 Kg/dia

Taxa de ocupação média das camas nos hospitais é estimada em = 75%

Nos hospitais sem indicação do número de camas atribuí-se o número de 50 camas

Estimativa do total de resíduos hospitalares infectados em Angola é de 25% (20 a 30%) = 1.373.988 kg

Estimativa do total de resíduos hospitalares cortantes e perfurantes em Angola é de 3% (2 a 5%) = 164.879 kg

C/H é a média de camas por hospital em cada Província Fonte de informação sobre n.º de Unidades de saúde: Ministério da Saúde

Tabela 8: Estimativa de Produção de Resíduos hospitalares em Angola

Page 44: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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4. ESTRATÉGIA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE

GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALARES

4.1. OBJECTIVO ESTRATÉGICO 1: Reforçar o quadro institucional, legislativo e

regulamentar

4.1.1. Introdução

Quaisquer actividades ligadas ao ambiente, à higiene e aos resíduos, nomeadamente nos

estabelecimentos de saúde, para serem geridas de forma eficaz, necessitam de um enquadramento

jurídico-legal que possa dar corpo a intervenções a nível central e a nível provincial. Leis e

Regulamentos permitem envolvimentos políticos, definições de planos de execução, intervenções

junto das unidades de saúde, alertas para a população, coesão a nível nacional e suporte para que

os dirigentes e os agentes activos possam desenvolver actividades com o objectivo principal de

minimizar os efeitos dos resíduos gerados pela actividade do Homem.

4.1.2. Acordos internacionais, legislação e princípios subjacentes

Nestes domínios os acordos internacionais são muito importantes, tendo sido alcançados em

relação aos princípios-base quer da saúde pública, quer da gestão de resíduos perigosos. Tais

princípios descritos abaixo, devem ser tidos em consideração aquando da formulação da

legislação e dos regulamentos nacionais no âmbito da gestão dos resíduos hospitalares :

Convenção de Basileia, assinada por mais de 100 países, diz respeito aos movimentos

transfronteiriços de resíduos perigosos sendo também aplicável aos resíduos hospitalares.

Os países que assinaram esta Convenção, aceitaram o princípio de que o único

movimento transfronteiriço de resíduos perigosos aceitável, é a exportação por parte de

países que não possuam instalações ou conhecimentos necessários à correcta eliminação

destes resíduos para outros países com essas capacidades e competências. Os resíduos

exportados devem ser rotulados segundo as normas internacionais.

Princípio do “Poluidor – Pagador”, obriga a que todos os produtores de resíduos sejam

responsáveis, legal e financeiramente, pela eliminação segura e ambientalmente

responsável dos resíduos por eles produzidos. Este princípio aponta também para a

responsabilidade do causador dos danos ao ambiente.

Princípio da Precaução, é a principal chave para promover a protecção da Saúde e da

Segurança. Segundo este princípio, quando a amplitude de um risco não é conhecida, esse

risco deve ser assumido como significante e devem ser tomadas medidas adequadas de

protecção da Saúde e da Segurança.

“Princípio do Dever do Cuidado”, estipula que qualquer pessoa que manuseie ou

desempenhe actividades de gestão de substâncias perigosas ou equipamento relacionado é

eticamente responsável pelo uso do maior cuidado possível.

“Princípio da Proximidade”, recomenda que o tratamento e eliminação de resíduos

perigosos deve ser realizado no local mais próximo possível da sua fonte por forma a

minimizar riscos inerentes ao seu transporte. De acordo com este princípio, todas as

comunidades devem reciclar ou eliminar os resíduos que produzem dentro dos seus

limites territoriais.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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4.1.3. Medidas Legais

A legislação nacional é o ponto de partida para melhorar e implementar práticas relacionadas com

a gestão de resíduos hospitalares em qualquer país. A legislação, estabelece controlos legais e

licenças para que a entidade responsável, normalmente o Ministério da Saúde, assuma a sua

implementação. O Ministério do Ambiente ou a Entidade Nacional para a Protecção Ambiental,

devem estar também envolvidos, devendo existir uma clara definição das responsabilidades de

cada um antes de a legislação ser decretada.

A legislação deve referir documentos sobre política e directivas técnicas, relacionadas com a

gestão dos resíduos hospitalares.

Este “pacote legal” deve:

especificar regulamentos sobre o tratamento das diversas categorias de resíduos, triagem,

recolha, armazenagem, manuseamento, transporte e eliminação dos resíduos;

dar especificações sobre a formação requerida;

ter em conta os recursos, equipamentos e instalações disponíveis no País;

ainda ter em conta os aspectos culturais afectos ao manuseamento dos resíduos.

A Lei Nacional de Resíduos hospitalares pode ser levada a cabo isolada ou como parte integrante

de legislação mais abrangente, tal como:

Legislação sobre Gestão de Resíduos Perigosos (a sua aplicabilidade aos resíduos

hospitalares deve ser evidenciada)

Legislação sobre Higiene Hospitalar e Controlo de Infecções (devendo ser estabelecido

um capítulo ou artigo específico para os resíduos hospitalares)

A Lei Nacional deve incluir os seguintes pontos:

Definição clara de resíduos hospitalares perigosos ou potencialmente perigosos e todas as

suas categorias;

Uma indicação precisa das obrigações legais dos produtores de resíduos hospitalares, no

respeitante ao seu manuseamento e eliminação;

Especificações sobre a manutenção de registos e relatórios sobre os resíduos hospitalares;

Especificações para a implementação de um sistema de inspecção por forma a garantir o

cumprimento da lei e a aplicação de penalidades pela sua contravenção;

Designação do Tribunal responsável por disputas decorrentes da aplicação ou do não

cumprimento da lei.

Adicionalmente nas unidades de saúde, os resíduos hospitalares devem ser geridos em

concordância com outra legislação nacional relevante, tal como os regulamentos relativos a:

Resíduos em geral;

Efeitos na Saúde Pública e no Ambiente;

Qualidade do Ar;

Prevenção e controlo de Doenças Infecciosas;

Gestão de materiais radioactivos.

4.1.4. Documento da Política e Directivas Técnicas

O documento da Política deve esboçar os objectivos nacionais e os passos-chave essenciais para

se alcançar esses objectivos. Deverá conter, entre outros, os seguintes itens:

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Descrição dos riscos para a saúde e segurança, de uma má gestão de resíduos

hospitalares;

Razões para práticas de gestão correctas e seguras de resíduos hospitalares;

Listagem de metodologias aprovadas para o tratamento e eliminação de cada categoria de

resíduos;

Avisos sobre práticas perigosas, tais como eliminação de resíduos perigosos em aterros

municipais;

Responsabilidades de gestão dentro e fora das Unidades de saúde;

Avaliação dos custos afectos à Gestão de Resíduos Hospitalares;

Aspectos legislativos e Regulamentares;

Operações chave da gestão de resíduos hospitalares, tais como minimização, triagem,

identificação, manuseamento, tratamento e eliminação final dos resíduos; devendo ser

descritas, em manuais técnicos específicos e separados, todas as especificações técnicas

de cada operação;

Manutenção de registos e documentos;

Necessidades de formação;

Regras respeitantes à protecção dos profissionais de saúde.

As directivas técnicas associadas à legislação, devem ser práticas e directamente aplicáveis. Estas

devem incluir as seguintes especificações:

Quadro legal cobrindo a gestão segura dos resíduos hospitalares, higiene hospitalar,

saúde e segurança ocupacional (limites de emissões atmosféricas poluentes e medidas de

protecção dos recursos aquáticos podem também ser aqui contemplados e remetidos a

outras directivas nacionais);

Práticas para a minimização dos resíduos;

Práticas de triagem, manuseamento, armazenagem e transporte de resíduos hospitalares;

Métodos de tratamento e de eliminação recomendados para cada categoria de resíduos

hospitalares sólidos e líquidos.

A definição de resíduos hospitalares e a discriminação das suas diferentes categorias, deve ser

incluída não só na Lei, mas também nas directivas técnicas.

É recomendada a aplicação gradual da Lei, em detrimento de qualquer tentativa de introduzir

todas as medidas simultaneamente, particularmente nos locais onde as práticas são de difícil

aplicação.

Este primeiro objectivo estratégico, consiste exactamente na criação de um quadro jurídico-legal

que seja actual, moderno, adaptado às características do País, eficiente, catalisador de acções

práticas e mobilizador da opinião pública.

4.1.5. Acções previstas

Constituição de um grupo de trabalho a nível central para elaboração da Legislação e dos

Regulamentos

Elaboração pelo grupo de trabalho da Legislação e dos Regulamentos

Fazer aprovar a Legislação e os Regulamentos

4.2. OBJECTIVO ESTRATÉGICO 2: Organizar e Gerir

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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4.2.1. Introdução

A organização, o planeamento, a gestão e a utilização de informações de apoio aos dirigentes e

responsáveis destas áreas devidamente processadas, são actividades e procedimentos muito

importantes para melhorar a qualidade dos serviços prestados, para aumentar a produtividade,

assim como para melhorar os resultados em termos de impactos dos resíduos na vida das

populações.

A melhoria da gestão em toda a fileira, desde os serviços centrais até à mais pequena unidade de

saúde num local remoto de uma província, é muito importante para que se possam atingir os

resultados esperados pelo Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares.

4.2.2. Fases de implementação de um Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares

Este objectivo estratégico consiste exactamente em proporcionar condições para que no País

exista uma melhor qualidade nos serviços de organização e gestão dos resíduos hospitalares. Para

esse efeito, poderemos enumerar alguns passos para o desenvolvimento de um plano de gestão de

resíduos hospitalares:

a) Designar uma pessoa que assuma a responsabilidade do plano a nível nacional e as equipas a

nível nacional, provincial e hospitalar

Depois da tomada de decisão de implementar um plano de gestão de resíduos hospitalares, o

Governo através do Ministério da Saúde, deve nomear um administrador-gestor oficial, director

do planeamento e gestão de resíduos hospitalares.

Este director, deve ser responsável pela operação e monitorização do sistema de gestão de

resíduos a nível nacional, devendo agir como autoridade delegada no que respeita aos aspectos

de fazer cumprir as normas e a legislação entretanto aprovada. O conhecimento do País, do

sistema de saúde e da técnica de tratamento dos resíduos, a atitude pró-activa e a motivação são

características importantes de forma a melhorar as práticas ligadas aos resíduos, ao controle das

infecções e à higiene.

A dimensão da unidade de saúde, condiciona a formação das equipas que a nível local irão

assegurar todas as tarefas ligadas aos resíduos hospitalares. Assim para um hospital de maior

dimensão (hospitais gerais e centrais), sugere-se que a equipa seja formada pelo director do

hospital, por directores de alguns departamentos, pelo director farmacêutico, pelo enfermeiro-

chefe, pelo elemento com funções de controlo de infecções, pelo engenheiro com

responsabilidades nos serviços de manutenção e limpeza, pelo director de gestão de resíduos

hospitalares e pelo director financeiro. Na unidades de saúde de menor dimensão, sugere-se que o

responsável pelo controlo das infecções seja responsável pelo planeamento de gestão de resíduos

hospitalares.

b) Recolha de informação, e elaboração de um diagnóstico através de um inquérito sobre a

gestão de resíduos hospitalares

Deverá ser realizado um inquérito de forma a fazer-se o levantamento da situação sobre a gestão

dos resíduos hospitalares em cada estabelecimento de saúde, para se identificar as dificuldades e

as necessidades existentes. O director de gestão de resíduos hospitalares, em cooperação estreita

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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com as equipas dos hospitais, deve ser o responsável pelo inquérito e pela análise posterior dos

resultados. O inquérito constitui uma base para identificar oportunidades de melhoria na recolha,

acondicionamento, manuseamento e eliminação dos resíduos devendo contemplar os seguintes

aspectos:

i) composição dos resíduos;

ii) quantidade dos resíduos;

iii) fontes de geração dos resíduos;

iv) número de camas.

Os resultados do inquérito, devem ser apresentados na forma de quantidade média diária (Kg) de

resíduos produzidos em cada categoria de resíduos por cada departamento. As estimativas, devem

ter em conta também epidemias ocorridas no passado, assim como outras emergências que

afectem a quantidade de resíduos produzidos. O inquérito deverá recolher outro tipo de

informações tais como:

Informação geral: tipos de resíduos produzidos no estabelecimento de saúde, número de

departamentos médicos, número de camas e taxas de ocupação entre outros;

Inventário dos equipamentos e das instalações de tratamento e eliminação dos resíduos, assim

como uma avaliação das suas capacidades e eficiência;

Análise das práticas existentes de gestão de resíduos hospitalares, como sejam a separação, o

armazenamento, a recolha, o transporte, o tratamento e a destruição final;

Informação sobre os equipamentos existentes, nomeadamente: quantidade de contentores,

carrinhos de transporte e outros equipamentos usados na recolha, manuseamento e transporte

dos resíduos;

Informação sobre as responsabilidades e papéis do pessoal envolvido no controle da higiene e

na gestão dos resíduos hospitalares e as suas aptidões;

Identificar os custos relativos à gestão de resíduos hospitalares;

Verificar a existência de um sistema de código de cores para contentores e carrinhos de

resíduos;

Avaliar a segurança existente (por exemplo roupa de protecção) e medidas de segurança (por

exemplo em caso de derrames ou acidentes químicas);

Analisar a capacidade de resposta de emergência (aspectos como medidas especiais para

gestão de largas quantidades de resíduos em caso de afloramentos de doenças como a cólera

ou febres do tipo hemorrágicas);

Estabelecer um programa de formação e de consciencialização sobre este domínio;

Fazer uma análise das medidas de contingência aplicadas em caso de uma quebra de unidades

de tratamento de resíduos hospitalares ou de manutenção planeada;

Recolher desenhos do estabelecimento de saúde e dos departamentos, mostrando os layouts

dos departamentos médicos, dos equipamentos e dos locais de tratamento e eliminação de

resíduos (tais como os incineradores), os equipamentos e os locais armazenamento de

resíduos, os percursos dos carrinhos de transporte de resíduos através da unidade de saúde, o

equipamento de segurança, localização dos quartos dos doentes, localização do equipamento

para desinfecção e esterilização de utensílios médicos reutilizáveis, as áreas de lavagem e

desinfecção dos carrinhos de recolha de resíduos, acessos à unidade de saúde;

Preparar desenhos e especificações dos contentores (para resíduos perigosos e objectos

perfurantes/cortantes, entre outros), carrinhos, sacos de plástico (espessura, comprimento e

largura) e roupa protectora para ser usada no manuseamento de cada categoria de resíduos

(por exemplo luvas, máscaras, aventais de plástico, botas, protecção ocular, etc.).

c) Recomendar melhoramentos na gestão dos resíduos hospitalares em cada unidade de saúde, e

preparar um conjunto de medidas para a sua implementação.

Page 49: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

49/110

Nas recomendações, importa referir papéis e responsabilidades do pessoal, recursos humanos e

materiais (equipamentos e instalações) e necessidades de formação. Devem ter como objectivo

final a garantia de que um nível de mínimo de protecção contra riscos seja conseguido. Para isso

deve-se:

Determinar o valor da produção de resíduos e dados sobre a sua composição;

Analisar as opções locais (no estabelecimento de saúde) de manuseamento, tratamento e

eliminação de resíduos;

Separação dos resíduos hospitalares, em resíduos perigosos e resíduos gerais (para aterros

municipais);

Assegurar a formação dos trabalhadores e a segurança no trabalho (por exemplo formação no

uso seguro de químicos para desinfecção de resíduos);

Atribuição de responsabilidades dentro do estabelecimento de saúde;

Estabelecimento de regras internas para o manuseamento de resíduos (por exemplo

armazenamento com código de cores ou sinais, enchimento, fecho e etiquetagem de

sacos/contentores);

Escolha das opções mais adequadas de tratamento e eliminação.

As unidades de saúde, devem em primeiro lugar centrar-se nas práticas e nos procedimentos

seguros para a separação de resíduos hospitalares, recolha interna e armazenamento, medidas que

têm um enorme impacto na redução das graves consequências devido a práticas deficientes de

higiene. As melhorias nestes campos devem incluir no mínimo os seguintes aspectos:

1. Separação:

Separação de resíduos em três categorias (resíduos gerais, resíduos hospitalares perigosos e

cortantes);

Uso de posters e checklists para ajudar a separar os resíduos;

Uso de códigos de cor nos sacos/contentores ou (se não for possível) etiquetagem clara dos

sacos e contentores para diferenciar entre categorias de resíduos;

Uso de etiquetas para resíduos fechados em sacos de cor amarela ;

Existência de medidas de segurança (roupa de protecção, etc.) e de resposta de emergência

(em caso de ferimentos com objectos perfurantes, por exemplo);

Aumento da consciencialização e formação prática no local de trabalho ;

2. Armazenamento

Manter áreas de armazenamento intermédias e contentores afastados das áreas dos pacientes;

Separar áreas de armazenamento intermédio e contentores para resíduos perigosos e resíduos

gerais;

Estabelecimento de uma rotina/horário de recolha e transporte de resíduos ensacados;

Limpeza e desinfecções periódicas das áreas de armazenamento intermédias e dos

contentores.

3. Transporte interno

Uso de códigos de cor nos carrinhos e contentores com rodas ou (se não for possível) colocar

sinais coloridos nos mesmos, para diferenciar quais se destinam a resíduos gerais e quais se

destinam a resíduos perigosos;

Carrinhos com rodas destinados ao transporte e contentores (estanques e com tampa) para

recolha e transporte de resíduos perigosos;

Existência de medidas de segurança (como roupa de protecção e resposta de emergências em

caso de derrames ou ferimentos profissionais);

Aumento da consciencialização e da formação prática no local de trabalho.

Page 50: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

50/110

Deve ser desenvolvido um plano de trabalho, que contenha informação prática para

melhoramentos na gestão de resíduos em cada departamento médico. Esse plano deve integrar

alguns tópicos, nomeadamente:

Listas de verificação contendo os passos para a separação segura das categorias de resíduos,

métodos para a esterilização de instrumentos reutilizáveis, entre outros;

Processos a levar a cabo e calendarização para implementação dessas melhorias na gestão de

resíduos, em áreas como a da separação, manuseamento e recolha, transporte e tratamento, e

ainda a definição de responsabilidades;

Formação e actividades para promoção da consciencialização como forma de introduzir os

procedimentos para a implementação de actividades planeadas, por exemplo, posters,

folhetos, guias de formação, cursos de formação, visitas e formação

O plano de trabalho deve:

i) chamar a atenção para os perigos para a saúde ligados a um incorrecto manuseamento

dos resíduos;

ii) deve dar informação detalhada sobre práticas de segurança e resposta de emergência

em caso de incidentes/acidentes associados com resíduos hospitalares;

iv) deve sugerir medidas para controlar a implementação de melhorias de gestão de

resíduos;

v) deve indicar parâmetros de realização e indicadores de execução para avaliar a

efectividade das melhorias;

vi) vi) deve propor medidas de contingência, incluindo instruções sobre armazenamento

de resíduos em caso de perturbação de serviço das unidades de tratamento ou durante

fecho para manutenção planeada.

d) Aprovar o Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares e começar a sua implementação.

O Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares, deve ser discutido pela equipa de gestão de resíduos

hospitalares e submetido a aprovação pela chefia do estabelecimento de saúde. Caso seja

aprovado, a implementação passa a ser da responsabilidade da direcção do estabelecimento de

saúde.

e) Acompanhar a implementação e rever periodicamente o plano de gestão de resíduos

hospitalares.

Para efeitos de aumento da eficiência a longo prazo, o Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares,

deverá ser revisto periodicamente (por exemplo em cada dois anos). Animadas pelo responsável

nacional, estas revisões devem contar com a colaboração das equipas ligadas á implementação do

Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares nos hospitais de maior dimensão, com a chefia das

unidades de saúde de menor dimensão, com os responsáveis municipais do ambiente e dos

aterros, com ONG’s e com empresas do sector.

Em resumo

Unidades de saúde que geram resíduos hospitalares, devem estabelecer um sistema baseado nos

recursos mais adequados com vista a conseguir uma gestão de resíduos segura e amiga do

ambiente. O sistema, deve começar com medidas básicas e depois ser progressivamente

aperfeiçoado. Os primeiros passos abarcam a separação e o manuseamento seguro, tratamento e

eliminação final dos resíduos.

Page 51: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

51/110

Algumas actividades importantes a realizar são:

Alocação de recursos humanos e financeiros;

Minimização de resíduos, incluindo política de compras e práticas de gestão de stocks;

Atribuição de responsabilidades no que respeita à gestão de resíduos;

Separação dos resíduos nas categorias existentes de resíduos perigosos e gerais;

Implementação das opções de manuseamento seguro, armazenamento, acondicionamento,

transporte, tratamento e eliminação;

Monitorização da produção de resíduos e o seu destino.

4.2.3. Acções previstas

Este objectivo será levado a cabo através de :

Seminário nacional de arranque do projecto, com a participação de entidades, públicas e

privadas, directamente ligadas aos sector dos resíduos hospitalares, assim como das entidades

a nível central e a nível provincial.

Seminário nacional anual de avaliação das soluções desenvolvidas por cada Unidade de

Saúde, e de novas proposta para melhoramento do Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares,

através da participação de entidades directamente ligadas aos sector dos resíduos hospitalares,

públicas e privadas, entidades a nível central e a nível provincial.

Projecto de Assistência técnica junto do Ministério da Saúde de apoio á organização do

PGRH.

Apoio à elaboração de orçamentos anuais junto das unidades de saúde que contemple o sector

dos resíduos hospitalares.

Actividades de fiscalização, acompanhamento e avaliação do Plano de Gestão de Resíduos

hospitalares.

Apoio na recolha, processamento e armazenamento de dados estatísticos obtidos nas unidades

de saúde.

4.3. OBJECTIVO ESTRATÉGICO 3: Instalar e Equipar

4.3.1 Introdução

Para que se possam desenvolver actividades que consolidem um Plano de Gestão de Resíduos

Hospitalares, é forçoso, que existam condições práticas e condições no terreno, que procedam à

recolha, tratamento, transporte e eliminação dos resíduos nas melhores condições possíveis. Sem

instalações e sem equipamentos não são possíveis quaisquer intervenções nas unidades de saúde

no âmbito dos resíduos hospitalares.

Este terceiro objectivo estratégico, consiste na análise das tecnologias disponíveis a nível

internacional e na apresentação das sugestões mais adequadas para cada caso na aquisição de

equipamentos e na construção e/ou recuperação de instalações existentes, de forma a dotar o país

das melhores condições de tratamento e eliminação dos resíduos hospitalares.

4.3.2 Recolha, Transporte e Armazenagem intermédia

A triagem na fonte é a chave para o sucesso de um Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares.

Page 52: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

52/110

Para esse efeito, as estruturas sanitárias deverão ser dotadas de equipamento de recolha para os

resíduos contaminados ou potencialmente contaminados, resíduos cortantes ou perfurantes,

resíduos radioactivos e resíduos de carácter urbano. Desta forma, deverá ser adoptado um sistema

de 4 contentores/sacos distintos e facilmente identificáveis, quer através de um código de cores

quer através de uma simbologia adequada.

TIPO DE RESÍDUOS TIPO DE CONTENTOR CORES SIMBOLOGIA

RESÍDUOS EQUIPARADOS

A URBANOS Saco Preto _____

RESÍDUOS

CONTAMINADOS OU

POTENCIALMENTE

CONTAMINADOS Saco Amarelo

RESÍDUOS CORTANTES OU

PERFURANTES Contentor rígido, imperfurável

e capaz de conter líquidos Amarelo

RESÍDUOS

RADIOACTIVOS Contentor rígido, imperfurável

e capaz de conter líquidos Vermelho

Tabela 9: Símbolos e Código de Cores

O transporte dos resíduos condicionados, far-se-á a horas precisas através de suportes rodados. O

pessoal que manuseia os resíduos deverá ser dotado de Equipamentos de Protecção individual.

Page 53: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Figura 35: Ilustração dos Equipamentos de Protecção Individual necessários ao manuseamento dos Resíduos hospitalares por parte de

pessoal de limpeza e varredores.

Em cada departamento hospitalar, terá de ser providenciado um local adequado à armazenagem

intermédia, os postos de saúde e as unidades sanitárias básicas procederão da mesma maneira.

Este local de armazenagem intermédia deverá ser unicamente acessível ao pessoal designado para

manusear os resíduos hospitalares.

Os resíduos hospitalares, deverão ser aqui armazenados em contentores rígidos de grandes

capacidade e com o mesmo código de cor e simbologia utilizado para os equipamentos de

recolha, para que a sua triagem se mantenha.

4.3.3. Eliminação

4.3.3.1 Quadro comparativo das tecnologias disponíveis

As tecnologias de eliminação/tratamento de resíduos hospitalares, são hoje muito diversificadas.

Na tabela seguinte efectua-se uma análise comparativa das diversas tecnologias disponíveis.

Opção Descrição Vantagem Desvantagens

Forno ou estufa de

secagem, tambor rotativo

Forno rotativo com uma

câmara de pós-combustão

assegurando uma

incineração entre 1200 e

1600ºC.

Adequado para todos os

resíduos infecciosos e

farmacêuticos

Elevado investimento e

elevados custos de

operação

Incineração pirolítica

(Incinerador de dupla

câmara)

Incineração em dupla

câmara (a temperatura

média de combustão da 1º

câmara é de 800-900ºC e da

2ª câmara de 1300 ªC) ,

produzindo cinzas sólidas e

gases. Os gases podem ser

incinerados na câmara de

pós combustão a alta

temperatura

Elevada eficiência de

desinfecção.

Redução drástica da

massa/volume de resíduos.

Adequado para todos os os

tipos de resíduos.

.Resíduo não identificável

após o tratamento

.Potencial recuperação de

calor

Destruição incompleta de

resíduos citológicos

Custos de

investimento/exploração

elevados

.Formação de dioxinas e

furanos

.Elevados custos de

manutenção, controlo e de

reparação

Desinfecção química Adicionamento de

químicos aos resíduos para

exterminar ou inactivar os

agentes patogénicos através

de um processo de

fragmentação antes do

tratamento

Desinfecção de alta

eficiência sob boas

condições de operação.

Boa redução no volume de

resíduos

Requer técnicos altamente

qualificados para operação

e manutenção. Usam-se

químicos perigosos.

Inapropriado para resíduos

farmacêuticos, químicos e

alguns tipos de resíduos

infecciosos

Autoclave Desinfecção térmica

húmida baseada na

exposição de resíduos

triturados a altas

temperaturas (121ºC no

mínimo), vapor de alta

pressão (até 6 bars)

Ambientalmente

sustentável

Redução no volume dos

resíduos.

Investimento e custos de

operações relativamente

reduzidos

Os trituradores estão

frequentemente sujeitos a

quebras, avarias e fraco

funcionamento. A operação

requer técnicos

qualificados. Inadequado

para resíduos anatómicos

farmacêuticos e químicos

Radiação microondas Aplicação de radiação

microondas a uma

frequência de 2450 MHz

Ambientalmente

sustentável

Boa eficiência de

Elevados custos de

investimento e de

operações. Problemas

Page 54: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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aquecendo rapidamente a

água contida nos resíduos e

destruindo os resíduos

infecciosos por combustão

calorífica

desinfecção sob boas

condições de operação. Boa

redução no volume de

resíduos

potenciais de operação e de

manutenção. Os

trituradores estão

frequentemente sujeitos a

quebras, avarias e fraco

funcionamento.

Incineração em câmara

única, tipo Montfort

Incineração a baixa

temperatura 300-400ºC em

incinerador simples

Boa eficiência de

desinfecção.

Redução drástica do peso e

volume dos resíduos. Não

há necessidade de

operadores elevadamente

qualificados

Emissão significativa de

poluentes atmosféricos.

Ineficiência na destruição

de químicos e

medicamentos

termicamente resistentes

Incinerador de tambor

cilíndrico

A forma mais simples de

incinerador de câmara

única

Redução do peso e volume

dos resíduos. Investimento

e custos de operação muito

reduzidos

Emissões massivas de fumo

negro, cinzas dispersíveis e

gases de combustão

tóxicos.

Mau cheiro.

Destruição de apenas 99%

dos microrganismos. Não

existe destruição de muitos

resíduos químicos e

farmacêuticos

Encapsulação Enchimento de contentores

com resíduos adicionando

um material imobilizante e

selando o contentor

Simples de custo reduzido e

seguro. Pode ser usado para

resíduos farmacêuticos

Não recomendado para

resíduos infecciosos.

Enterro seguro (aterros) Enterramento de resíduos

dentro do espaço hospitalar,

numa cova forrada com

material de baixa

permeabilidade

Baixo custo. Relativamente

seguro se a infiltração

natural do local for limitada

e o acesso restrito

Seguro apenas caso o

acesso ao local seja restrito

e sejam tomadas certas

precauções

Inertização Mistura de resíduos com

cimento e outras

substâncias antes da

eliminação de forma a

minimizar o risco de que

substâncias tóxicas contidas

nos resíduos vertam

Não é dispendioso Não aplicável a resíduos

infecciosos

Fonte: Gestão segura de resíduos hospitalares. OMS, 1999

Tabela 10: Quadro Comparativo das Tecnologias de Eliminação Disponíveis

4.3.3.2 Análise de Cenários Tecnológicos e de Gestão

Perante o contexto socio-económico de Angola e o carácter de urgência da intervenção na questão

da Gestão dos Resíduos Hospitalares, a escolha da tecnologia de eliminação deve recair numa

tecnologia, que respondendo aos mais elevados critérios de sustentabilidade, seja radical na

eliminação dos resíduos com custos de investimento e manutenção razoáveis.

A utilização de tecnologias como forno ou estufa de secagem, tambor rotativo, desinfecção

química, autoclave, ou radiação microondas, são inadequadas pelos elevados custos de

investimento ou pela especificidade dos requisitos de manutenção. A inertização e a encapsulação

dos resíduos, não são adequadas por não serem tecnologias radicais na eliminação dos resíduos

hospitalares.

Page 55: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

55/110

Assim a solução mais adequada para a eliminação dos resíduos, será através da incineração

seguida de enterro seguro das cinzas.

No que diz respeito à incineração, existem três tecnologias distintas que são: Incineração em

câmara única, tipo Montfort, incinerador de tambor cilíndrico e incineração pirolítica ou de

câmara dupla.

Estas tecnologias com diferentes consequências ambientais, têm custos de investimento e de

manutenção distintos, pelo que se devem utilizar de forma criteriosa.

Cenário Descrição do Cenário Vantagens Desvantagens

Cenário 1 Utilização de outros

processos tecnológicos

Elevados critérios de

sustentabilidade,

Não são radicais na

eliminação dos resíduos ou

tem custos elevados de

investimento e manutenção

Cenário 2 Utilização de uma

incineradora de dupla

câmara e grande

capacidade por Província

junto da US com maior

produção de resíduos; Os

resíduos das restantes US

seriam transportados para a

incineradora

Menor investimento;

Gestão mais próxima e

mais fácil;

Número restrito de fontes

de poluição atmosférica;

Infraestruras rodoviárias

deficientes;

Riscos de Saúde

provocados pelo transporte;

Custos transporte elevados;

Poluição atmosférica mais

acentuada junto à US;

Cenário 3 Utilização de maior número

de incineradoras de dupla

câmara em todas as

Províncias. Apesar disso

haverá ainda transporte de

resíduos de alguns postos

de Saúde

Gestão menos complexa;

Menor número de fontes de

poluição atmosférica;

Maior investimento;

Maiores custos de

instalação e manutenção;

Infraestruras rodoviárias

deficientes;

Riscos de Saúde

provocados pelo transporte;

Custos transporte elevados;

Cenário 4 Utilização de uma

incineradora de dupla

câmara e grande

capacidade por Província

(em Luanda e em Cabinda

utilização das incineradoras

já existentes);

Utilização de incineradoras

simples e de baixo custo

junto das pequenas US

Menor investimento;

Inexistência de transporte

de resíduos;

Facilidade no aterro seguro

das cinzas;

Facilidades de utilização e

de manutenção;

Gestão mais complexa;

Maior número de fontes de

poluição atmosférica;

Nas US mais pequenas

utilização de tecnologias

mais poluentes;

Tabela 11: Vantagens e Desvantagens dos Diversos Cenários Tecnológicos

Cenário Forma

Jurídica

Vantagens Desvantagens

Gestão privada

mista

Partenariado

US/Municípi

- Desenvolvimento de

partenariados entre as Unidades de

- Transporte dos resíduos fora das

Unidades de saúde

Page 56: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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o/ Empresa

gerido por

uma

sociedade a

constituir

saúde

- Gestão privada

- Criação de emprego

- Criação de matrizes do fluxo de

resíduos

- Dificuldade de aplicação dos

aspectos institucionais

Gestão

municipal

Partenariado

Município/U

S

- Custos mais reduzidos para as

US;

- Experiência na gestão de

resíduos;

- Criação de emprego;

- Transporte dos resíduos fora das

Unidades de saúde, e

possivelmente durante o trajecto

dos resíduos urbanos;

- Não há criação de matrizes do

fluxo de resíduos;

- Gestão menos eficiente;

Gestão privada

Integral

Partenariado

US/Municípi

o/ Empresa

- Eliminação de resíduos

centralizada;

- Gestão mais eficiente;

- Criação de emprego;

- Facilidade de rescisão de

contrato;

- Custos acrescidos para as US

- Transporte dos resíduos fora das

Unidades de saúde;

Gestão interna Gestão da

responsabilid

ade da US

- Não há transporte dos resíduos

fora das Unidades de saúde

- Gestão rigorosa dos desperdícios

pelas autoridades hospitalares

- Criação de matrizes do fluxo de

resíduos

- Investimento muito elevado para

as US

- Multiplicação das fontes de

incineração;

Tabela 12: Vantagens e Desvantagens dos Diversos Cenários de Gestão

4.3.3.3. Sugestão de soluções

A melhor solução para Gestão de Resíduos Hospitalar em Angola passa pela instalação e uso de

equipamentos utilizando tecnologias ecologicamente sustentáveis. No entanto tendo em conta o

contexto socio-económico de Angola e a urgência de uma intervenção na área da gestão dos

resíduos hospitalares e controlo de doenças transmissíveis como o HIV/SIDA e a tuberculose

sugere-se intervenções a dois tempos: (1) a curto/médio prazo com carácter de urgência a solução

passa pela instalação de incineradoras de média/grande dimensão nas capitais de Província e de

pequena dimensão junto das unidades de saúde nos municípios; (2) a médio/longo prazo com

soluções mais adequadas em termos de ecológicos e ambientais onde os métodos de recolha

selectiva seguidos de esterilização, descontaminação e aterro correctamente controlado são os

mais indicados.

A incineração é um método de eliminação de resíduos radical que destroi os resíduos e elimina a

perigosidade destes limitando desta forma consideravelmente a transmissão de doenças por via

dos resíduos hospitalares. A incineração não é no entanto a melhor forma de tratar e eliminar

resíduos pois provoca fumos e cinzas que acarretam problemas tanto ecológicos como de saúde.

Numa segunda fase de implementação do Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares haverá

oportunidade de instalar unidades de processamento e eliminação de resíduos ecologicamente

mais viáveis., bem como o de alargar estas iniciativas a um maior número de unidades de saúde.

O controlo de todos os resíduos hospitalares em todo o país de grande dimensão como é Angola,

deverá ser atingido de uma forma faseada aproveitando-se as “boas práticas” adquiridas ao longo

do tempo.

Page 57: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

57/110

Desta forma sugerimos dotar cada Província com uma instalação incineradora de dupla-câmara e

em cada município com uma incineradora de pequena dimensão do tipo Montfort.

A decisão de instalar uma incineradora do tipo Montfort por município, passa por questões de

investimento. Dentro deste cenário a situação ideal seria equipar todas as pequenas unidades de

saúde com uma incineradora deste tipo. No entanto, segundo dados do Ministério da Saúde,

existem 926 Postos de Saúde e 249 Centros de Saúde. Equipar todas as unidades de saúde de

pequena envergadura com uma instalação incineradora deste tipo traduzir-se-ia num investimento

muito elevado. Assim podemos prever o transporte dos resíduos das US mais próximas para a US

equipada com a incineradora tipo Montfort existente no municipio..

A decisão de proceder a instalação de uma incineradora dupla – câmara, com maior capacidade e

melhor qualidade, em cada capital de Província deve-se ao facto de nas capitais das Províncias a

quantidade de resíduos produzida ser consideravelmente maior do que em outras localidades.

Ainda nas capitais das Províncias sugerimos a instalação de autoclaves. A instalação destes

equipamento tem como objectivo principal intervir de forma complementar à da incineradora,

descontaminando alguns resíduos hospitalares perigosos. A função dos autoclaves será também a

de preparar mentalidades e práticas dos profissionais e da população em geral para uma posterior

implementação de processos de tratamento e eliminação de resíduos. A autoclave deverá ficar

situada na US de maior dimensão da Província.

Deverão existir manuais com regras de utilização destes dois equipamentos, o autoclaves e

incineradores, integrados no Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares de cada Província.

Todas as US em Angola revelam profundas carências de instalações e necessitam por isso de um

grande investimento em termos de reabilitação. A proposta em termos de reabilitação refere

apenas a acções de pequena dimensão e específicas do sector dos resíduos, como restauro de salas

de armazenamento intermédio, fossas sépticas ou locais para enterro de cinzas de incineração.

Tendo em conta mais uma vez o contexto socio-económico de Angola e as diferenças existentes

relativa aos resíduos hospitalares entre a situação nas Províncias e a situação em Luanda, a

escolha do cenário tecnológico e de gestão deve ser feita analisando pontualmente cada Província

e cada município. É necessário e urgente dotar todas as US de equipamento adequado á recolha e

triagem dos resíduos hospitalares. As quantidades de equipamento necessárias para atingir este

objectivo são muito elevadas. No sentido de se apresentar orçamentos razoáveis, sugerimos a

aquisição de equipamentos diversos nas seguintes quantidades: baldes = 1/Centro;10/Hospital;

carrinhos = 1/Centro e 4/Hospital); contentores de cortantes = 5/Centro;25/Hospital; equipamento

de protecção = 1/Centro;1/Hospital; equipamento para armazenamento = 1/Centro;4/Hospital;

destruidor de cortantes = 1/Centro;1/Hospital.

4.3.3.4 Estimativa do saldo anual existente entre a produção e a capacidade instalada de resíduos

hospitalares em Angola

Estimativa da Produção:

Província Hospitais Centro Saúde Posto de Saúde

TOTAL

ANUAL (kg) Prod/ano (kg) Prod/ano (kg) Prod/ano (kg)

Page 58: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Bengo 41063 13140 54750 108 953

Benguela 274462 164250 118625 557 337

Bié 117932 45990 63875 227 797

Cabinda 79004 72270 144175 295 449

Huambo 186752 236520 80300 503 572

Huíla 150617 137970 180675 469 262

Kuanzo Kubango 159158 26280 27375 212 813

Kwanza Norte 25623 78840 49275 153 738

Kwanza Sul 82289 118260 197100 397 649

Kunene 48290 52560 94900 195 750

Luanda 426065 223380 23725 673 170

Lunda Norte 121709 32850 21900 176 459

Lunda Sul 31536 19710 58400 109 646

Malange 101507 118260 91250 311 017

Moxico 68821 91980 264625 425 426

Namibe 58145 39420 60225 157 790

Uíge 155052 124830 100375 380 257

Zaire 42048 39420 58400 139 868

PAÍS/ANO 2 170 071 1 635 930 1 689 950 5 495 951

Tabela 13: Estimativa da Produção Anual

Estimativa dos resultados de incineração da capacidade instalada com o projecto é:

Incineradoras Montfort pequena dimensão (com capacidade de 30kg/dia) =1 916 250 kg

Incineradoras média/grande dimensão (18, produção média de 300kg/dia) = 1 971 000 kg Total:

3 887 250 kg Déficit/ano = 1 608 701 kg

Nota: Apesar da dimensão do projecto verificamos que ainda existe um déficit enorme que é

urgente ultrapassar

4.3.4 Acções previstas

Este objectivo estratégico consiste na aquisição do equipamento mínimo necessário para

concretizar o plano de gestão e criar condições de instalação para que o equipamento funcione.

Assim estão previsto a compra de equipamento distinto de acordo com a quantidade de resíduos

gerados, isto é, para os hospitais o tipo de equipamento de incineração será diferente do dos

centros de saúde.

As acções para concretizar este objectivo estratégico são:

- Estudo alargado a todas as Províncias sobre soluções adequadas e sua quantificação, uma vez

que o levantamento já realizado só contemplou cinco Províncias

- Procedimentos administrativos relacionados com o concurso para aquisição de Equipamentos

(abertura de concurso, procurement, selecção, fiscalização)

- Reuniões prévias com as Unidades de saúde para análise da situação e entrega dos

equipamentos

Page 59: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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- Distribuição de material e equipamentos

- Construção ou reabilitação das parte de infra-estruturas directamente ligadas ao

armazenamento e tratamento de resíduos hospitalares

4.4. OBJECTIVO ESTRATÉGICO 4: Formar

4.4.1. Introdução

A grande evolução tecnológica e metodológica verificada nos serviços, nas empresas e na

indústria nas últimas décadas, nomeadamente com a utilização dos sistemas informáticos,

conduziram à necessidade de se alterar significativamente todas as fases que constituem qualquer

processo económico. Desde a concepção dos produtos até ao seu uso pelo utilizador comum,

todos os equipamentos que intervêm, todos os métodos utilizados, todos os processos

administrativos e comerciais associados sofreram mudanças radicais.

As novas tecnologias nas unidades de saúde é um factor indispensável para se obter qualidade na

prestação de serviços, é um factor de progresso, um factor que conduz a maiores e melhores

resultados com impactos económicos e sociais acrescentados. Tem de ser uma aposta por parte

dos governos, das entidades públicas e privadas, por parte das instituições de ensino e por parte

de todas as estruturas de apoio ao sistema de saúde em Angola.

O investimento na formação dos cidadãos é uma condição indispensável para o desenvolvimento.

Para além do funcionamento regular dos programas formais de ensino aos diversos níveis

(primário, secundário e superior), constata-se a necessidade de atender também às necessidades

em formação, reciclagem e de actualização ao longo da vida, de muitos profissionais,

nomeadamente dos profissionais directamente ligados a toda a fileira dos resíduos hospitalares.

Os recursos humanos constituem a componente mais importante em qualquer actividade

económica. No caso da gestão e processamento dos resíduos hospitalares é necessário formar o

pessoal que intervêm em todas as fases de processo, pessoal nas unidades de saúde, mas também

pessoal nos ministérios mais próximos desta actividade, pessoal dos governos provinciais e de

outras entidades públicas e privadas (Ong’s, etc.).

É nesta conjuntura, que temos de nos confrontar com redireccionamentos de Políticas de

Formação para fazer face ao Plano de Gestão dos Resíduos Hospitalares. O objectivo do presente

Plano de Formação, consiste em proporcionar condições para que haja em Angola um conjunto

de técnicos qualificados e motivados que assegurem de forma eficiente e profissional todas

tarefas do Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares. Para isso, o plano de formação deve apostar

numa formação orientada dos agentes directamente envolvidos.

Todo o pessoal do hospital, incluindo os médicos mais experientes, devem estar sensibilizados

para a importância da política de resíduos hospitalares e subsequente formação, na área da gestão

dos resíduos hospitalares. Será assim uma forma de colaborarem na implementação da referida

política. A presença simultânea de profissionais de várias categorias será útil, nomeadamente de

médicos e enfermeiros, em cada um dos módulos ou acções de formação. Elementos da

administração podem também ser úteis, por darem o exemplo e para mostrarem um compromisso

com a política de gestão de resíduos.

4.4.2. Plano de Formação

Page 60: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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O plano de formação irá contemplar vários cursos com vários formatos:

A nível central :

- Curso de Formação de Formadores

A nível de cada Província:

- Curso de formação sobre Organização e Gestão de Resíduos hospitalares nas unidades de saúde;

- Curso de formação para técnicos de manutenção e de serviços de recolha e limpeza;

- Cursos de formação para pessoal técnico da saúde (médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar);

- Cursos de formação para agentes de instalações incineradoras e aterros sanitários.

Quanto ao formato, as acções de formação são presenciais, em sala ou laboratório, com a

presença simultânea do formador e dos formandos. O curso de Formação de Formadores prevê

também visitas a hospitais e a centros de saúde.

O Curso de Formação de Formadores, deverá ser frequentado por pelo menos um elemento de

cada Província de Angola, por forma a permitir desmultiplicar a formação ao nível das Províncias

e respectivas unidades de saúde, instalações incineradoras e aterros.

Apresentamos de seguida, a lista de cursos de Formação que entendemos como necessária, para a

formação de recursos humanos, que possam assegurar o bom funcionamento do Plano de Gestão

dos Resíduos Hospitalares.

4.4.3. Curso de Formação de Formadores

OBJECTIVOS

Formação de Recursos Humanos qualificados para ministrar cursos de formação na área dos

Resíduos Hospitalares.

DESTINATÁRIOS

O curso é dirigido fundamentalmente a futuros formadores de acções incluídas no Plano de Gestão

de Resíduos Hospitalares. Será seleccionado pelo menos um elemento de cada Província de Angola.

Nas Províncias de maior dimensão, serão seleccionados pelo menos dois elementos.

PROGRAMA

Resíduos Hospitalares: Conceitos Base;

Operações base de resíduos hospitalares: Triagem, recolha, armazenamento e eliminação;

Riscos afectos aos Resíduos Hospitalares;

Aspectos da política de gestão dos resíduos: Legislação e regulamentação sobre resíduos;

Papéis e responsabilidades dos intervenientes no processo de gestão dos resíduos;

Registos e relatórios de Resíduos Hospitalares;

Procedimentos para resposta de emergência;

Práticas seguras: Instruções técnicas;

Equipamentos de protecção e higiene pessoal;

Metodologias pedagógicas;

Formação, sensibilização e consciencialização de públicos-alvo.

N.º DE FORMANDOS: 25

COORDENADOR DO CURSO

Page 61: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Consultor a ser contratado a nível internacional

DURAÇÃO DA ACÇÃO E HORÁRIOS

Prevê-se, que a acção decorra durante 2 semanas e que tenha uma duração total de cerca de 50 horas

repartidas por sessões de 4 horas durante as manhãs de 5 dias da semana. Durante as tardes, serão

efectuadas visitas a hospitais e a centros de saúde com a duração total de 10 horas.

O horário, inclui tempos destinados a esclarecimento de dúvidas e discussão de casos, no âmbito

dos vários capítulos do programa. As sessões incluirão exposições teóricas complementadas com

exemplos práticos.

LOCAL DE REALIZAÇÃO

As sessões decorrerão em Luanda ou em outra capital de Província.

4.4.4. Curso 1 – Curso de Formação sobre Organização e Gestão de Resíduos hospitalares nas

Unidades de saúde

OBJECTIVOS

Sensibilização para a organização e gestão sustentável de resíduos hospitalares nas Unidades de

saúde.

DESTINATÁRIOS

Gestores, pessoal administrativo dos hospitais, directores de centros de saúde e responsáveis pela

implementação da legislação e dos regulamentos neste domínio, a nível provincial.

PROGRAMA

Procedimentos administrativos: Legislação e regulamentação sobre resíduos; Manutenção de

registos actualizados; Relatórios e informação sobre derrames, acidentes e outros incidentes;

Aspectos da política de gestão dos resíduos;

Papéis e responsabilidades dos intervenientes no processo de gestão dos resíduos;

Tratamento Estatístico de resíduos hospitalares;

Práticas seguras: Instruções técnicas;

Uso de equipamento de protecção; higiene pessoal;

Procedimentos para resposta de emergência;

Planos de contingência para implementação durante roturas ou manutenção planeada.

N.º DE ACÇÕES PREVISTAS: 18 – Uma acção em cada Província

N.º DE FORMANDOS POR CADA ACÇÃO: 25

N.º TOTAL DE FORMANDOS NESTE DOMÍNIO: 450

COORDENADOR DO CURSO

Formador experiente e familiarizado com o assunto, com frequência do curso de Formação de

Formadores .

DURAÇÃO DA ACÇÃO E HORÁRIOS

Prevê-se que a acção decorra durante 3 dias e que tenha uma duração total de cerca de 15 horas

repartidas por sessões de 5 horas durante as manhãs .

Page 62: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

62/110

O horário inclui tempos destinados a esclarecimento de dúvidas e discussão de casos, no âmbito dos

vários capítulos do programa. As sessões incluirão exposições teóricas complementadas com

exemplos práticos.

LOCAL DE REALIZAÇÃO

Capitais de Província em local a indicar pelo Governo da Província.

4.4.5. Curso 2 – Curso de Formação para Técnicos de Manutenção e de Serviços de Recolha e

Limpeza

OBJECTIVOS

Consciencialização para os riscos afectos ao manuseamento de resíduos hospitalares e

sensibilização para práticas seguras

DESTINATÁRIOS

O curso é dirigido fundamentalmente a pessoal de limpeza, pessoal de transporte de doentes e

equipamentos, pessoal auxiliar e manuseadores de resíduos hospitalares.

PROGRAMA

Conceitos Base sobre resíduos hospitalares.

Triagem de resíduos hospitalares.

Riscos associados ao manuseamento de resíduos hospitalares.

Procedimentos adequados para manuseamento, carregamento e descarga de resíduos

hospitalares.

Procedimentos adequados para lidar com derrames e outros acidentes.

Instruções técnicas sobre a utilização de equipamentos de protecção pessoal.

Documentação e registo do resíduos hospitalares.

N.º DE ACÇÕES PREVISTAS: 18 – Uma acção em cada Província

N.º DE FORMANDOS POR CADA ACÇÃO: 25

N.º TOTAL DE FORMANDOS NESTE DOMÍNIO: 450

COORDENADOR DO CURSO

Formador experiente e familiarizado com o assunto, com frequência do curso de Formação de

Formadores .

DURAÇÃO DA ACÇÃO E HORÁRIOS

Prevê-se, que a acção decorra durante 2 dias e que tenha uma duração total de cerca de 10 horas

repartidas por sessões de 5 horas durante as manhãs .

O horário, inclui tempos destinados a esclarecimento de dúvidas e discussão de casos, no âmbito

dos vários capítulos do programa. As sessões incluirão exposições teóricas complementadas com

exemplos práticos.

LOCAL DE REALIZAÇÃO

Capitais de Província em local a indicar pelo Governo da Província.

4.4.6. Curso 3 - Curso de Formação para Pessoal Técnico da Saúde

Page 63: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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OBJECTIVOS

Consciencialização para os riscos dos resíduos hospitalares e sensibilização para práticas seguras

DESTINATÁRIOS

Médicos; pessoal de enfermagem; pessoal auxiliar de saúde

PROGRAMA

Conceitos Base sobre resíduos hospitalares.

Triagem de resíduos hospitalares.

Riscos associados ao manuseamento de resíduos hospitalares.

Práticas seguras: Instruções técnicas e uso de equipamento de protecção e higiene pessoal.

Papéis e responsabilidades dos intervenientes no processo de gestão dos resíduos.

Documentação e registo do resíduos hospitalares.

Procedimentos adequados para lidar com derrames e outros acidentes.

Procedimentos para resposta de emergência.

N.º DE ACÇÕES PREVISTAS: 18 – Uma acção em cada Província

N.º DE FORMANDOS POR CADA ACÇÃO: 25

N.º TOTAL DE FORMANDOS NESTE DOMÍNIO: 450

COORDENADOR DO CURSO

Formador experiente e familiarizado com o assunto, com frequência do curso de Formação de

Formadores .

DURAÇÃO DA ACÇÃO E HORÁRIOS

Prevê-se, que a acção decorra durante 2 dias e que tenha uma duração total de cerca de 10 horas

repartidas por sessões de 5 horas durante as manhãs .

O horário, inclui tempos destinados a esclarecimento de dúvidas e discussão de casos, no âmbito

dos vários capítulos do programa. As sessões incluirão exposições teóricas complementadas com

exemplos práticos.

LOCAL DE REALIZAÇÃO

Capitais de Província em local a indicar pelo Governo da Província.

4.4.7. Curso 4 - Curso de Formação para Agentes de Instalações Incineradoras e

Aterros Sanitários

OBJECTIVOS

Consciencialização para os riscos afectos ao manuseamento de resíduos hospitalares e

sensibilização para práticas seguras

DESTINATÁRIOS

Agentes de instalações incineradoras e aterros sanitários

PROGRAMA

Conceitos Base sobre resíduos hospitalares.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Implicações das operações da estação incineradora sobre o ambiente, a saúde e a segurança.

Funcionamento geral da estação incineradora.

Procedimentos técnico para a operação da estação incineradora.

Manutenção da estação e processo de registos.

Resposta de emergência em caso de acidentes de trabalho.

Procedimentos para receber, manusear e armazenar/depositar resíduos hospitalares.

Instruções técnicas sobre a utilização de equipamentos de protecção pessoal.

N.º DE ACÇÕES PREVISTAS: 18 – Uma acção em cada Província

N.º DE FORMANDOS POR CADA ACÇÃO: 25

N.º TOTAL DE FORMANDOS NESTE DOMÍNIO: 450

COORDENADOR DO CURSO

Formador experiente e familiarizado com o assunto, com frequência do curso de Formação de

Formadores .

DURAÇÃO DA ACÇÃO E HORÁRIOS

Prevê-se, que a acção decorra durante 2 dias e que tenha uma duração total de cerca de 10 horas

repartidas por sessões de 5 horas durante as manhãs .

O horário, inclui tempos destinados a esclarecimento de dúvidas e discussão de casos, no âmbito

dos vários capítulos do programa. As sessões incluirão exposições teóricas complementadas com

exemplos práticos.

LOCAL DE REALIZAÇÃO

Local a indicar pelo Governo da Província.

4.4.8. Acções a realizar

Curso de Formação de Formadores – 1 acção

Curso 1 – Curso de Formação sobre Organização e Gestão de Resíduos hospitalares nas

Unidades de saúde – 18 acções de formação, sendo uma em cada Província

Curso 2 - Curso de Formação para Técnicos de Manutenção e de Serviços de Recolha e

Limpeza – 18 acções de formação, sendo uma em cada Província

Curso 3 - Curso de Formação para Pessoal Técnico da Saúde – 18 acções de formação, sendo

uma em cada Província

Curso 4 - Curso de Formação para Agentes de Instalações Incineradoras e Aterros Sanitários

– 18 acções de formação, sendo uma em cada Província

Seminários – realização de três seminários sobre programas dos cursos e metodologias de

ensino

Reuniões – realização de 5 reuniões alargadas com os formadores com periodicidade anual

4.4.9. Quantificação das acções de formação

Número total de acções de formação: 73

Número total de formandos: 1825

Número total de horas dos cursos de formação: 860 h

Page 65: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Número de horas dos cursos de formação* número de formandos: 21500 h

4.4.10. Metodologia da Formação - Quadro

Figura 36: Organigrama da Formação

4.5. OBJECTIVO ESTRATÉGICO 5: Sensibilizar e consciencializar a população

4.5.1. Introdução

Se as pessoas não estiverem sensibilizadas e conscientes da importância dos projectos, não existe

possibilidade de os implementar. A população em geral, os jovens e os agentes, que directamente

lidam com as questões da saúde, precisam de estar fortemente sensibilizados para que o sucesso

deste programa seja uma realidade. Para isso é necessário, que a mensagem sobre a problemática

dos resíduos hospitalares “passe” para a população.

Trabalhar estas questões neste programa é algo de muito difícil e de muito demorado, na medida

em que muitas vezes se relacionam com questões culturais, com hábitos adquiridos ao longo de

muitos anos, com questões ancestrais, cuja mudança exige muito tempo, e muitas vezes, só com

resultados após várias gerações.

curso 1

Formando 1

curso 4. . . curso 1

Formando 25

curso 4. . .

Formação de formadores (25 formandos)

Nív

el C

en

tra

lN

íve

l de

Pro

vín

cia . . .

Page 66: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

66/110

Para além dos aspectos directamente relacionados com os resíduos hospitalares, a sensibilização

da população, deverá ter um caracter mais amplo, reforçando os aspectos da higiene, dos

cuidados de saúde e ambientais.

Este quinto objectivo estratégico, terá pois de ser bem mais estudado e preparado no sentido de se

atingir melhor os públicos-alvo previamente definido para cada acção. Terá de se recorrer aos

meios de comunicação melhor adaptados, mas ter-se-á de escolher o meio mais adequado, para

que a mensagem passe para o seu destinatário.

SEM A SENSIBILIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

NÃO HAVERÁ QUAISQUER IMPACTOS POSITIVOS PELA REALIZAÇÃO DESTE

PROGRAMA.

O público-alvo das acções de sensibilização está dividido em três grupos com exigências de

informação diferentes e por isso com acções diferentes:

4.5.2. Sensibilização do Pessoal do Sector da Saúde e Acções Previstas

Para haver um controlo dos resíduos hospitalares e uma gestão mais eficiente a curto prazo a

sensibilização de todo o pessoal que de algum modo contacta com os resíduos hospitalares é

urgente e fundamental.

A estratégia passa pela realização de seminários, reuniões de trabalho e entrevistas com os

dirigentes e responsáveis pelas unidades de saúde, acompanhados de documentação técnica de

relevo. A elaboração de cartazes, folhetos informativos e produtos de propaganda dirigidos

especialmente para este público-alvo faz parte integrante da estratégia de sensibilização do

pessoal da saúde.

Acções previstas:

Seminário de divulgação na fase de arranque do projecto

Data: Início do projecto

Destinatários: Representantes de ministérios, delegados provinciais, directores de hospitais,

directores de centros de saúde, entidades públicas e privadas

Local: Luanda

Seminário de divulgação na fase final do projecto

Data: Fim do projecto

Destinatários: Representantes de ministérios, delegados provinciais, directores de hospitais,

directores de centros de saúde, entidades públicas e privadas

Local: Luanda

Reuniões em todas as capitais de Província (18)

Elaboração e distribuição de informação (folheto explicativo) especialmente concebida para

os agentes de saúde

Elaboração e distribuição de cartaz especialmente concebido para os agentes de saúde

Elaboração e distribuição de T-shirts

4.5.3. Sensibilização dos Jovens em idade escolar e Acções Previstas

Page 67: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Os jovens em Angola constituem o grupo etário de maior dimensão. Os jovens com idade escolar

(idade entre os 5 e os 24 anos) correspondem a 45% da população angolana. É por isso, que se

propõe acções de sensibilização especialmente vocacionadas para os jovens nesta faixa etária.

A sensibilização da camada jovem da população angolana é uma aposta no presente e uma aposta

de futuro:

- No presente, porque existe um número significativo de jovens que procuram nas lixeiras e

nos depósitos dos lixos um meio de sobrevivência. Todos os dias centenas de crianças

percorrem os locais de armazenagem de lixos.

- Porque um jovem sensibilizado será no futuro, um homem ou mulher mais responsável na

produção, no manuseamento e na eliminação dos resíduos de todo o tipo, as grandes questões

ambientais só serão ultrapassadas, se os jovens de hoje estiverem totalmente sensibilizados

para a sua importância e para a necessidade do seu controlo, da sua redução e eliminação.

A estratégia de sensibilização dos jovens angolanos passa pelo trabalho junto do Ministério da

Educação e junto das escolas, com programas específicos e com documentos especialmente

concebidos.

Ao nível do Ministério da Educação propomos que esta temática seja introduzida nos programas

das disciplinas mais ligadas aos aspectos ambientais, de higiene e de saúde pública e que haja um

envolvimento institucional para o desenvolvimento das acções previstas para as escolas.

Ao nível das escolas, a implementação da estratégia prevê a realização de Jornadas Ambientais

nas escolas, concursos de desenhos e a elaboração de artigos temáticos em jornais e revistas. Para

esse efeito serão distribuídos materiais de apoio como documentos técnicos, cartazes, folhetos

informativos e produtos de propaganda (T-shirts, bonés, autocolantes, etc.).

Acções previstas:

Seminário de divulgação na fase de arranque do projecto

Data: Início do projecto

Destinatários: Representantes do Ministério da Educação, Delegados Provinciais da

Educação, Directores de Escolas

Local: Luanda

Reuniões no Ministério da Educação para análise dos curricula escolar e dos manuais

escolares

Reuniões com os delegados provinciais da Educação em todas as capitais de Província (18)

para arranque das Jornadas Ambientais e concursos de desenhos nas escolas

Elaboração e distribuição de informação (folheto explicativo) especialmente concebida para

os estudantes

Elaboração e distribuição de um cartaz especialmente concebido para os alunos e a ser

amplamente divulgado nas escolas

Elaboração e distribuição de T-shirts, bonés e autocolantes

4.5.4. Sensibilização da População em Geral e Acções Previstas

A sensibilização da população em geral, passará pela implementação de uma campanha de

informação a nível nacional utilizando os meios mais adequados como sejam: spots publicitários

e informativos nos media (rádio e Televisão), documentação (cartazes, desdobráveis, folhetos) e

Page 68: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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produtos de propaganda (T-shirts, bonés, autocolantes, etc.) a serem distribuídos especialmente

junto das unidades de saúde e de outros locais públicos.

Acções previstas:

Elaboração e divulgação de um spot publicitário para televisão

Elaboração e divulgação de um spot publicitário para rádio

Reuniões com entidades públicas a nível central e provincial e com entidades privadas

(empresas e ONG’s) para arranque da campanha nacional de sensibilização da população.

Elaboração e distribuição de informação (folheto explicativo) especialmente concebida para a

população em geral, para ser amplamente divulgado nos locais públicos

Elaboração e distribuição de cartaz especialmente concebido para a população em geral, para

ser amplamente divulgado nos locais públicos

Elaboração e distribuição de T-shirts, bonés e autocolantes

5. QUADRO LÓGICO DO PLANO DE ACÇÃO

OBJECTIVO

ESTRATÉGICO 1:

Lógica de

intervenção Actividades

Indicadores de verificação

das Acção

Reforçar o quadro

institucional, legislativo e

regulamentar

Desenvolvimento de

uma Política

Nacional coerente

- Constituição de um grupo de

trabalho para elaboração da Lei de

Bases, Legislação e

Regulamentos

- Elaborar Lei de Bases,

Legislação e Regulamentos

- Fazer aprovar Lei de Bases,

Legislação e Regulamentos

- Documentos sobre a

constituição do grupo de

trabalho

- Documentos sobre a Lei de

Bases, Legislação e

Regulamentos

- Publicação da Legislação no

Jornal Oficial Resultados Esperados:

- A aprovação de uma lei

sobre Resíduos

hospitalares

- Aprovação de

regulamentos específicos

sobre Resíduos

hospitalares

.

OBJECTIVO

ESTRATÉGICO 2

Lógica de intervenção Actividades Indicadores de verificação

das Acção

- Melhorar a gestão dos

resíduos hospitalares em

Angola

- Tratamento estatístico

dos Resíduos hospitalares

- Organização da gestão

Hospitalar ao nível do

Ministérios da Saúde,

dos Governos

provinciais e das

Unidades de saúde

- Responsabilização

dos agentes

directamente

envolvidos

-Desenvolvimento de

- Seminário nacional anual de

avaliação das soluções

desenvolvidas por cada Unidade

de Saúde e de novas proposta para

refinamento do Plano de Gestão

de Resíduos hospitalares

- Projecto de Assistência técnica

junto do Ministério da Saúde de

apoio á organização do Plano de

Gestão de Resíduos hospitalares

-Apoio á elaboração de

- Termos de referência

- Actas de reunião

- Documentos do plano de

gestão

- Registos dos Resíduos

hospitalares

- Relatórios sobre auditorias ao

Plano de Gestão de Resíduos

hospitalares

- Análises estatísticas sobre

Resíduos hospitalares

Resultados Esperados:

Page 69: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

69/110

- O Plano de Gestão de

Resíduos Hospitalares é

executado com êxito na

fileira, melhorando a

eficácia das acções

implementadas

-Os resíduos hospitalares

são devidamente

qualificados e

quantificados

mecanismos adequados

de financiamento

- Envolvimento da

Direcção das Unidades

de saúde no sentido de

se obter dados

estatísticos

orçamentos anuais junto das

Unidades de saúde

-Actividades de fiscalização,

acompanhamento e avaliação do

Plano de Gestão de Resíduos

hospitalares

- Projecto de recolha,

processamento e armazenamento

de dados estatísticos obtidos nas

Unidades de saúde

OBJECTIVO

ESTRATÉGICO 3:

Lógica de intervenção Actividades Indicadores de verificação

das Acções

- Dotar as unidades de

saúde de equipamentos de

recolha e eliminação, bem

como Equipamentos de

protecção individual

necessários á operação de

Resíduos hospitalares

- Envolvimento dos

Ministérios da Saúde,

das Finanças, da

Administração Interna,

das Obras Públicas e

dos Governos

Provinciais

- Envolvimento das

ONG’s

- Envolvimento das

Instituições financeiras

internacionais

- Envolvimento dos

países doadores

- Programas de Ajudas

públicas

- Provimento de Equipamentos de

recolha, tratamento e

armazenagem

- Reuniões de preparação com as

Unidades Sanitárias (contrato,

questões financeiras)

- Construção ou reabilitação das

infra-estruturas para

armazenagem intermediária

- Distribuição do material de

triagem e recolha e equipamentos

de protecção individual

- Documento sobre a solução

sugerida para cada Província

- Facturas de equipamentos

providos

- Contractos com entidades

transportadoras

- Redacção dos termos de

referência

- Actas de reunião

- Documento de Avaliação de

Impacto Ambiental e

Autorização de licenças

- Instalações incineradoras

instaladas

- Aterros sanitários instalados

Resultados Esperados:

- As unidades de saúde

estão bem equipadas para

levar a cabo operações de

triagem, recolha,

armazenagem e destino

final de resíduos

hospitalares

- Os resíduos hospitalares

são triados, recolhidos, e

eliminados em segurança,

de forma ecológica e

economicamente viável

Page 70: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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OBJECTIVO

ESTRATÉGICO 4:

Lógica de intervenção Actividades Indicadores de verificação

das Acções

- Formação orientada dos

agentes directamente

envolvidos

- Realização de cursos

de curta e média

duração, de seminários

e workshops,

realçando os riscos

inerentes aos resíduos

hospitalares

- Cursos de Formação de

Formadores

- Cursos de formação sobre

Organização e Gestão de

Resíduos Hospitalares nas

unidades de saúde

- Curso de Tratamento Estatístico

dos resíduos hospitalares

- Curso de formação para técnicos

de manutenção e de serviços de

recolha e limpeza

- Cursos de formação para pessoal

técnico da saúde (médicos,

enfermeiros e pessoal auxiliar)

- Cursos de formação para agentes

de instalações incineradoras e

aterros sanitários

- Documentos de apoio

pedagógico às acções

formativas

- Dossiers de curso contento

informações sobre o plano

curricular, formador e

formandos

- Número de pessoal formado

Resultados Esperados

- Conjunto de técnicos

qualificados e motivados

que assegurem todas

tarefas do Plano de Gestão

de Resíduos hospitalares

OBJECTIVO

ESTRATÉGICO 5:

Lógica de intervenção Actividades Indicadores de verificação

das Acções

Sensibilização e

consciencialização sobre

as questões de higiene,

ambiente e dos riscos

inerentes a práticas e

atitudes envolvendos os

Resíduos hospitalares

- Sensibilizar e

consciencializar os

quadros dirigentes para

os riscos inerentes a

uma má gestão de

resíduos hospitalares

- Sensibilizar e

consciencializar a

população em geral

- Sensibilizar e

consciencializar a

Juventude

- Seminários e Reuniões de

Trabalho com os dirigentes das

Unidades de saúde

- Campanha Nacional de

informação junto das Unidades

de saúde utilizando entrevistas e

secções públicas, cartazes,

folhetos informativos e produtos

de propaganda (T-shirts, bonés,

autocolantes, etc.)

-Campanha Nacional de

informação junto da população

em geral, utilizando spots

públicitários e informativos nos

media, outdoors, cartazes,

folhetos informativos e produtos

de propaganda (T-shirts, bonés,

autocolantes, etc.)

-Campanha Nacional de

informação junto da juventude,

com a inclusão da temática no

programa escolar e utilizando

artígos temáticos em jornais e

revistas, concursos de desenhos

nas escolas, realização de

Jornadas Ambientais nas escolas

- Documentação sobre a

organização e realização dos

Seminários e Reuniões de

trabalho

- Documentação sobre os

programas das Campanhas

Nacionais, nomeadamente

spots publicitários e

informativos, artigos

publicados, cartazes

desenhados, produtos de

propaganda distríbuidos

-Documentação sobre a

elaboração do concurso e

desenhos escolhidos

- Documentação sobre a

organização e realização das

Jornadas Ambientais

- Manuais escolares

Page 71: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Resultados Esperados

A população está mais

sensibilizada e

consciencializada para as

questões de higiene,

ambiente e dos riscos

inerentes a práticas e

atitudes envolvendo os

resíduos hospitalares

Tabela 14: Quadro Lógico do Plano de Acção

6. EXECUÇÃO DO PLANO DE ACÇÃO

6.1. Actividades detalhadas do Plano de Acção

6.1.1. Arranque

Apresentamos as acções previstas para a fase de arranque para se atingir os objectivos

estratégicos definidos:

Objectivo estratégico 1 : Reforçar o quadro institucional, legislativo e regulamentar

Constituição de um grupo de trabalho a nível central para elaboração de Legislação e

Regulamentos.

Objectivo estratégico 2 : Organizar e Gerir

Seminário nacional de arranque do projecto com a participação de entidades directamente ligadas

aos sector dos resíduos hospitalares, públicas e privadas, entidades a nível central e a nível

provincial.

Objectivo Estratégico 3 : Instalar e Equipar

Estudo alargado a todas as Províncias sobre soluções adequadas e sua quantificação, uma vez que

o levantamento já realizado só contemplou cinco (5) Províncias.

Objectivo Estratégico 4 : Formar

Realização de um seminário de arranque da formação com debates sobre programas dos cursos e

metodologias de ensino.

Realização de uma reunião alargada de preparação com os formadores.

Page 72: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Objectivo Estratégico 5 :Sensibilizar e Consciencializar a População

Sensibilização do Pessoal do Sector da Saúde

Seminário de divulgação na fase de arranque do projecto.

Destinatários: Representantes de ministérios, delegados provinciais, directores de hospitais,

directores de centros de saúde, entidades públicas e privadas.

Elaboração de informação (folheto explicativo) especialmente concebida para os agentes de

saúde.

Elaboração de cartaz especialmente concebido para os agentes de saúde.

Elaboração de T-shirts

Sensibilização dos Jovens em Idade Escolar

Seminário de divulgação na fase de arranque do projecto.

Destinatários: Representantes do Ministério da Educação, delegados provinciais da Educação,

directores de escolas.

Reunião no Ministério da Educação para análise dos curricula escolar e dos manuais escolares.

Elaboração de informação (folheto explicativo) especialmente concebida para os estudantes.

Elaboração de cartaz especialmente concebido para os alunos e a ser amplamente divulgado nas

escolas.

Elaboração de T-shirts, bonés e autocolantes

Sensibilização da População em Geral

Elaboração de um spot publicitário para televisão

Elaboração de um spot publicitário para rádio

Reunião com os entidades públicas a nível central e provincial e com entidades privadas

(empresas e ONG’s) para arranque da campanha nacional de sensibilização da população.

Elaboração de informação (folheto explicativo) especialmente concebida para a população em

geral e para ser amplamente divulgado nos locais públicos

Elaboração de cartaz especialmente concebido para a população em geral e para ser amplamente

divulgado nos locais públicos

Elaboração de T-shirts, bonés e autocolantes

6.1.2. Execução

Apresentamos as acções previstas para a fase de execução para se atingir os objectivos

estratégicos definidos:

Objectivo estratégico 1 : Reforçar o quadro institucional, legislativo e regulamentar

Constituição de um grupo de trabalho a nível central para elaboração de Legislação e

Regulamentos

Elaboração pelo grupo de trabalho de Legislação e Regulamentos

Fazer aprovar a Legislação e Regulamentos

Page 73: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Objectivo estratégico 2 : Organizar e Gerir

Projecto de Assistência técnica junto do Ministério da Saúde de apoio á organização do Plano de

Gestão de Resíduos hospitalares

Apoio á elaboração de orçamentos anuais junto das Unidades de saúde que contemple o sector

dos resíduos hospitalares

Actividades de fiscalização, acompanhamento e avaliação do Plano de Gestão de Resíduos

hospitalares

Apoio na recolha, processamento e armazenamento de dados estatísticos obtidos nas Unidades de

saúde

Objectivo Estratégico 3 : Instalar e Equipar

Procedimentos administrativos relacionados com o concurso para aquisição de Equipamentos

(abertura de concurso, procurement, selecção, fiscalização)

Reuniões prévias com as Unidades de saúde para análise da situação e entrega dos equipamentos

Distribuição de material e equipamentos

Construção ou reabilitação das parte de infra-estruturas directamente ligadas ao armazenamento e

tratamento de resíduos hospitalares

Objectivo Estratégico 4 :Formar

Curso de Formação de Formadores – 1 acção

Curso 1 – Curso de Formação sobre Organização e Gestão de Resíduos hospitalares nas Unidades

de saúde – 18 acções de formação, sendo uma em cada Província

Curso 2 - Curso de Formação para Técnicos de Manutenção e de Serviços de Recolha e Limpeza

– 18 acções de formação, sendo uma em cada Província

Curso 3 - Curso de Formação para Pessoal Técnico da Saúde – 18 acções de formação, sendo

uma em cada Província

Curso 4 - Curso de Formação para Agentes de Instalações Incineradoras e Aterros Sanitários – 18

acções de formação, sendo uma em cada Província

Seminários – realização de três seminários sobre programas dos cursos e metodologias de ensino

Reuniões – realização de 5 reuniões alargadas com os formadores com periodicidade anual

Objectivo Estratégico 5 :Sensibilizar e Consciencializar a População

Sensibilização do Pessoal do Sector da Saúde

Reuniões em todas as capitais de Província (18)

Distribuição de informação (folheto explicativo) especialmente concebida para os agentes de

saúde

Distribuição de cartaz especialmente concebido para os agentes de saúde

Distribuição de T-shirts

Sensibilização dos Jovens em Idade Escolar

Reuniões com os delegados provinciais da Educação em todas as capitais de Província (18) para

arranque das Jornadas Ambientais e concursos de desenhos nas escolas

Distribuição de informação (folheto explicativo) especialmente concebida para os estudantes

Page 74: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Distribuição de cartaz especialmente concebido para os alunos e a ser amplamente divulgado nas

escolas

Distribuição de T-shirts, bonés e autocolantes

Sensibilização da População em Geral

Divulgação de um spot publicitário para televisão

Divulgação de um spot publicitário para rádio

Reuniões com os entidades públicas a nível central e provincial e com entidades privadas

(empresas e ONG’s) para arranque da campanha nacional de sensibilização da população.

Distribuição de informação (folheto explicativo) especialmente concebida para a população em

geral e para ser amplamente divulgado nos locais públicos

Distribuição de cartaz especialmente concebido para a população em geral e para ser amplamente

divulgado nos locais públicos

Distribuição de T-shirts, bonés e autocolantes

6.1.3. Avaliação

No âmbito de todo o projecto será realizada uma avaliação externa realizada por consultor que

terá três momentos distintos: na fase inicial, a meio do programa e na fase final

Serão realizadas acções de avaliação sobre dois dos objectivos estratégicos. Assim:

Objectivo estratégico 2 : Organizar e Gerir

Seminário nacional anual de avaliação das soluções desenvolvidas por cada Unidade de Saúde e

de novas proposta para refinamento do Plano de Gestão de Resíduos hospitalares, com a

participação de entidades directamente ligadas aos sector dos resíduos hospitalares, públicas e

privadas, entidades a nível central e a nível provincial.

Objectivo Estratégico 5 :Sensibilizar e Consciencializar a População

Seminário de avaliação na fase final do projecto

Data: fim do projecto

Destinatários: Representantes de ministérios, delegados provinciais, directores de hospitais,

directores de centros de saúde, entidades públicas e privadas

Local: Luanda

6.2. A fase Pós-Projecto

Terminada a fase de execução do plano de acção deste projecto, são esperadas algumas mudanças

na forma como são geridos os resíduos hospitalares em Angola. Assim:

quadro legislativo deve já estar adequado e a sua aplicabilidade ser uma realidade.

As instalações das unidades de saúde intervencionadas devem estar melhoradas e os

equipamentos adquiridos em funcionamento.

Como consequência directa das campanhas de sensibilização e das acções de formação, é

esperado que no final da execução deste plano exista uma opinião pública mais receptiva às

questões ambientais e consciente das graves consequências de uma deficitária gestão de RH.

Page 75: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

75/110

É esperado também alcançar elevados níveis de sensibilização da população, com enfoque

especial nos agentes mais directamente envolvidos, no pessoal da saúde, no pessoal de

manutenção e recolha de resíduos e finalmente no pessoal de instalações incineradoras e

aterros.

Porém um Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares não deve ser estático, não deve terminar

com o fim do projecto. Durante todas as fases de execução do projecto deveremos preparar todas

as vertentes do plano para a fase pós-projecto. Embora de forma incompleta, poderemos referir

desde já a algumas importantes iniciativas que consolidam e melhoram a situação em Angola da

recolha, processamento e eliminação dos resíduos hospitalares:

Os esforços de investimento no sector da saúde devem ser continuados e reforçados.

A organização e a gestão das actividades ligadas aos resíduos hospitalares deve ser

aprofundada e alargada a todas as Províncias de Angola.

As intervenções devem ser alargadas a todas as Unidades de saúde.

Devem ser introduzidas de forma progressiva alterações nos equipamentos utilizando-se

tecnologias mais adequadas de eliminação e tratamento de resíduos, nomeadamente

tecnologias de reciclagem, auto-clavagem, descontaminação, etc., aumentando desta forma a

eficácia e eficiência dos meios de gestão de resíduos hospitalares.

As acções de formação devem ser continuadas no sentido de formar mais técnicos.

As campanhas de sensibilização devem continuar e passarem a ser permanentes, associando

outros temas relacionados com os resíduos hospitalares, como sejam a higiene e a saúde

pública.

6.3. Principais Actores e Regras de Actuação

A execução deste plano só será verdadeiramente eficaz se houver uma colaboração continua e

pro-activa de várias entidades e agentes que estão directamente ligados à problemática dos

resíduos hospitalares. AS sinergias criadas pelo trabalho em conjunto permite encarar com mais

optimismo este grande problema angolano.

De seguida apresentamos os principais actores que podem e devem intervir neste projecto e as

regras de actuação que devem imperar.

6.3.1 Principais Actores e Regras de Actuação

A gestão dos resíduos hospitalares, interpela várias categorias de actores cujos papéis e modos de

implicação têm impactos que podem influenciar de maneira diferenciada a eficácia da execução

do plano de gestão de resíduos hospitalares.

Governo Central:

O Governo Central é responsável pelo financiamento do Plano de Gestão de Resíduos

Hospitalares, através da contemplação deste no OGE, ou da procura de financiamentos junto de

organizações internacionais ou ainda de de acordos bilaterais ou multilaterais.

Ministério da Saúde:

Compete ao Ministério da Saúde a responsabilidade da Elaboração e Execução da Política

Nacional de Saúde, tutelando assim instalações que constituem as principais fontes de produção

de Resíduos Hospitalares. Neste Ministério a Direcção Nacional de Saúde Pública e as suas

Delegações Provinciais, bem como as Direcções dos Distritos Sanitários, revelam-se os actores

Page 76: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

76/110

mais directamente implicados na execução do plano de gestão dos resíduos hospitalares, dando

apoio à supervisão e incrementando activamente os planos de sensibilização.

Ministério da Educação:

Ao Ministério da Educação, compete a responsabilidade pelos conteúdos programáticos

leccionados nas escolas em Angola. Desta forma, é da responsabilidade deste Ministério o apoio á

sensibilização para os resíduos hospitalares ao nível escolar.

Ministério das Obras Públicas:

Compete ao Ministério das Obras Públicas a responsabilidade pelo financiamento e construção de

infra-estruturas necessárias á implementação do PGRH, quer sejam infra-estruturas sanitárias ou

rodoviárias.

Governos Provinciais e Municípios:

Como delegações do Governo Central, cabe aos Governos Provinciais e aos Municípios o

acompanhamento, supervisão e execução do PGRH. Desta forma, é importante o papel

desempenhado por estes em pontos-chave do plano, como legislação, recolha e gestão de

resíduos, formação e sensibilização.

Unidades de saúde Públicas e Privadas:

As Unidades de saúde constituem as principais fontes de produção de resíduos hospitalares. Desta

forma, a chave para o sucesso da execução do PGRH está na triagem e no tratamento efectuado

aos resíduos hospitalares nas US. Nas US públicas verifica-se pouco empenhamento do pessoal

de Saúde na Gestão dos Resíduos Hospitalares, aspecto que deveria desempenhar um papel

central. Estas, deparam-se diariamente com uma massa considerável de urgências médicas

quotidianas, mas sobretudo com dificuldades de funcionamento, sendo que as limitações

financeiras comprometem notoriamente as iniciativas com vista a gerir os resíduos hospitalares.

Ao nível dos estabelecimentos privados, as limitações colocam-se com muito menos intensidade

no caso das clínicas. Torna-se assim prioritário a adopção de referencias técnicos para GRH junto

destas US. O papel das US na sensibilização do seu pessoal, assim como da população em geral é

fulcral, sendo que é nestes estabelecimentos que se encontram os maiores riscos de exposição aos

resíduos hospitalares contaminados.

ONG’s, Organizações Comunitárias, Organizações de Carácter Religioso:

Muitas destas entidades, interessam-se activamente pelo domínio do ambiente e da saúde, mas

nenhuma delas opera actualmente de forma directa na gestão geral dos resíduos nem na GRH. A

experiência deste tipo de Organizações no domínio da sensibilização e da formação, poderá ser

no entanto um ponto-chave na execução das actividades do projecto, nomeadamente como

mobilizadores dos actores, para impulsionar uma dinâmica mais forte de luta contra o HIV/SIDA.

Estas organizações, envolvem-se em acções de desenvolvimento local, pluridisciplinares, tendo a

vantagem de ter a confiança das populações.

Media:

O papel dos media é fulcral na execução dos planos de sensibilização e divulgação.

Parceiros de desenvolvimento (BM, UNICEF, OMS, BAD, Cooperação bilateral, etc.):

Os parceiros de desenvolvimento, revelam-se fundamentais em países subdesenvolvidos como

Angola. O papel desempenhado por estas entidades é fulcral não só na parte do financiamento do

plano, como no apoio ao acompanhamento do PGRH.

Page 77: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

77/110

PNUA/OMS:

O conhecimento e longa experiência destas entidades em questões ligadas à elaboração e

implementação de PGRH, são mais–valias nomeadamente no apoio à elaboração da legislação e

na assistência à formação.

6.3.2. Quadro – Resumo de Partenariado

Na tabela seguinte, apresenta-se um quadro–resumo de partenariado, onde são evidenciadas as

regras de actuação dos diferentes actores nos diferentes objectivos estratégicos do Plano de

Acção.

Actores Objectivo

estratégico 1:

Reforçar o

quadro

institucional,

legislativo e

regulamentar

Objectivo

estratégico 2:

Organizar e

Gerir

Objectivo

estratégico 3:

Instalar e

Equipar

Objectivo

Estratégico 4:

Formação

Objectivo

Estratégico 5:

Sensibilização e

consciencializaç

ão da população

Governo Central Financiamento através de receitas próprias;

Procura de financiamento junto de organizações nacionais e internacionais; Aquisição de

equipamentos, construção e reabilitação de infra-estruturas.

Ministério da

Saúde, Direcção

Nacional de Saúde

Pública e

Ambiente

Elaboração de

Legislação.

Apoio á

elaboração de

Planos de Gestão

de Resíduos

Hospitalares ao

nível provincial e

das unidades de

saúde;

Supervisão

Supervisão. Supervisão. Informar e

sensibilizar as

Autoridades

nacionais e

locais.

Ministério da

Educação

___ ___ ___ Integrar a

temática dos

resíduos

hospitalares e da

sua gestão nos

conteúdos

programáticos

escolares.

Participar

activamente nas

campanhas de

sensibilização.

Ministério das

Obras Públicas

___ ___ Financiamento da

construção e

reabilitação de

infra-estruturas.

___ ___

Governos

Provinciais e

Municípios

Fazer repercutir a

legislação ao

nível local.

___ Melhorar o

sistema de

recolha.

Divulgação das

acções de

formação ao

nível dos agentes

interessados;

Proporcionar

condições para

execução das

acções de

formação ao

nível provincial;

Participar nas

acções de

formação.

Participar nas

campanhas de

sensibilização.

Page 78: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

78/110

Unidades de saúde

públicas

Aplicar e fazer

respeitar o

disposto na

Regulamentação.

Elaborar planos

de gestão;

Assegurar a

parceria com o

sector privado

para a recolha e

posterior

tratamento.

Acompanhar e

fiscalizar a

instalação dos

equipamentos;

Assegurar a

manutenção.

Participar nas

acções de

formação e

incentivar a

participação do

pessoal

Hospitalar nas

mesmas.

Promover a

sensibilização e

consciencializaçã

o do pessoal

técnico de saúde

(médicos,

enfermeiros,

etc.), as equipas

de limpeza, os

utentes e

familiares.

Unidades de saúde

privadas

Aplicar e fazer

respeitar o

disposto na

Regulamentação.

Elaborar planos

de gestão;

Assegurar a

parceria com o

sector privado

para a recolha e

posterior

tratamento

dos Resíduos

Hospitalares.

Aquisição de

equipamento de

recolha e

protecção

individual;

Aquisição de

equipamento de

eliminação em

parceria com o

sector privado

para a recolha e

tratamento de

Resíduos

Hospitalares.

Participar na

formação e

incentivar a

participação do

pessoal técnico

hospitalar.

Promover a

sensibilização do

pessoal, utentes e

familiares.

ONG’s

Organizações

Comunitárias,

Organizações de

Carácter Religioso

Apoiar na

disseminação da

informação sobre

a

regulamentação.

Apoiar na

organização da

gestão e no

financiamento.

Apoio ao

financiamento e á

procura de

financiamento.

Participar na

formação;

Formar

voluntários.

Participar na

sensibilização;

Mobilizar a

população;

Sensibilizar de

maneira

específica as

crianças de rua e

a população

carente.

Média Disseminação da

informação sobre

a

regulamentação.

____ _____ _____ Participar

activamente nas

campanhas de

sensibilização

(p.e, spots

televisivos)

Parceiros de

desenvolvimento

(BM, UNICEF,

OMS, BAD,

Cooperação

bilateral, etc....).

_____ Financiamento do plano

PNUA/OMS Apoio á

elaboração

Assistência á

formação

Tabela 15: Quadro – resumo de Partenariado

Page 79: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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6.3. Cronograma do Plano de Acção

ACÇÕES E PROJECTOS

Anos

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

1S 2S 3S 4S 5S 6S 7S 8S 9S 10S

VECTOR ESTRATÉGICO 1: Reforçar o quadro institucional

- Constituição de um grupo de trabalho

- Elaborar a Lei de Bases, a Legislação e os Regulamentos

- Fazer aprovar a Lei de Bases, a Legislação e os Regulamentos

VECTOR ESTRATÉGICO 2: Organizar e Gerir

- Seminário nacional de arranque do projecto

- Seminário nacional anual de avaliação das soluções

- Assistência técnica junto do Ministério da Saúde

- Apoio à elaboração de orçamentos anuais

- Actividades de fiscalização, acompanhamento e avaliação

- Recolha, processamento e armazenamento de dados

VECTOR ESTRATÉGICO 3: Instalar e Equipar

- Estudo alargado sobre soluções adequadas

- Concurso para aquisição de Equipamentos

- Reuniões com as Unidades de saúde

- Distribuição de material e equipamentos

- Construção ou reabilitação das infraestruturas

VECTOR ESTRATÉGICO 4: Formar

- Cursos de Formação de Formadores

- Cursos de Formação Organização e Gestão de R. Hosp.

- Cursos de formação para pessoal técnico da saúde

- Curso de formação para técnicos manutenção e serv. rec.

- Cursos de formação pessoal de incineradoras e aterros

- Seminários

- Reuniões de trabalho alargadas

VECTOR ESTRATÉGICO 5: Sensibilizar e consciencializar

- Seminários no início e no fim

- Reuniões de trabalho nas Províncias com os dirigentes

- Elaboração de folheto explicativo

- Elaboração de cartaz

- Elaboração de T-shirts

- Elaboração de um spot para televisão

- Elaboração de um spot para rádio

- Campanha nacional de informação - Unidades de saúde

- Campanha nacional de informação - população em geral

- Campanha nacional de informação - juventude

Page 80: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Tabela 16: Cronograma do Plano de Acção

7. AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES E ESTIMATIVA

ORÇAMENTAL 7.2. Avaliação das Necessidades

As necessidades em Angola no âmbito de um Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares são de

diferentes tipos e a diferentes níveis. De uma forma geral poderemos dizer que existem

necessidades de:

1. Instalações e equipamento

2. Recursos humanos sensibilizados e formados

3. Organização e Gestão

As necessidades acima indicadas fazem-se sentir a todos os nível. Naturalmente que a nível

superior e no Governo Central as questões mais importantes relacionam-se com carências no

financiamento do sistema da saúde, na organização e na Gestão do Plano Nacional, bem como na

formação de técnicos ligados ao Ministério da Saúde. Ao nível das Unidades de saúde as

carências já são de outro teor onde as infra-estruturas e os equipamentos constituem necessidades

prioritárias embora a sensibilização de todo o pessoal e da população em geral e a formação

técnica sejam também necessidades vitais para a gestão de resíduos hospitalares. Nos Governos

Provinciais as carências relacionam-se com os recursos humanos, com a sensibilização do pessoal

e com o financiamento de todo o sector da Saúde.

A quantificação das necessidades apresentadas correspondem a uma plataforma mínima para a

melhoria do sistema de Gestão de Resíduos Hospitalares, onde se tentou conciliar soluções

adaptadas que garantissem uma eliminação dos resíduos com impactos ambientais controlados,

com investimentos razoáveis. As propostas apresentadas ficam muito aquém da cobertura das

necessidades, quer em termos de quantidade, quer em termos de qualidade. No entanto realçamos

a postura da razoabilidade que sempre nos orientou. Numa segunda fase de implementação do

Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares haverá oportunidade de instalar unidades de

processamento e eliminação de resíduos mais “amigas” do ambiente., bem como o de alargar

estas iniciativas a um maior número de unidades de saúde. O controlo de todos os resíduos

hospitalares em todo o grande país que é Angola deverá ser atingido de uma forma faseada

aproveitando-se as “boas práticas” adquiridas ao longo do tempo. Assim quer os investimentos

quer a componente “imaterial” de cada fase do projecto são mais razoáveis podendo-se obter uma

melhor relação custo/benefício e impactos sociais e ambientais muito mais evidentes.

Assim as intervenções foram dirigidas à resolução dos resíduos hospitalares gerados nos hospitais

nas capitais de Província de forma concentrada utilizando incimeradoras de média/grande

dimensão. Os resíduos gerados nas unidades de saúde de menor dimensão nomeadamente nos

Centros de Saúde e nos Postos de Saúde, serão incinerados com equipamento de menor dimensão,

de baixo custo e a nível dos municípios.

Quanto à formação de pessoal a estratégia passa pela realização de um curso de formação de

formadores que irá capacitar um conjunto de 25 técnicos que terão a responsabilidade de, por sua

Page 81: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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vez, formar e sensibilizar técnicos em todas as Províncias. Desta forma teremos uma

multiplicação das acções de formação que atingirão um número elevado de profissionais da

saúde.

As acções de sensibilização terão três público – alvo distintos: pessoal da saúde, jovens em idade

escolar e população em geral. Assim serão feitas acções especialmente focalizadas nestes três

tipos de público - alvo.

De seguida apresentamos uma estimativa orçamental para ser implementada num período de 5

anos.

7.3. Estimativa Orçamental

Descrição Unidade Qt Pr/un Total $usd

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 1 - Reforçar o quadro institucional, legislativo e regulamentar

Grupo de trabalho jurídico un 1 25.000 25.000

Sub-Total 25.000

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 2 - Organizar e Gerir

Assistência técnica un 1 394.000 394.000

Seminário nacional de arranque un 1 15.000 15.000

Seminário anual - troca exoeriências un 4 15.000 60.000

Avaliação externa do programa

no arranque un 1 15.000 15.000

a meio termo un 1 20.000 20.000

no fim un 1 20.000 20.000

Sub-Total 524.000

Nota: Assistência na organização, fiscalização, recolha, processamento e armazenamento de dados estatísticos

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 3 - Instalar e Equipar

Baldes (1/Centro;10/hospital) un 457 18 8.226

Carrinho (1/centro;4/hospital) un 277 450 124.650

Contentor de cortantes Lote 25 1.535 20 30.700

Equipamento de protecção Kit 187 50 9.350

Equipamento para arnazenamento un 277 450 124.650

Reabilitação - Centros Saúde un 157 10.000 1.570.000

Reabilitação - Hospitais un 30 30.000 900.000

Autoclave para esterilização

Grande un 5 85.000 425.000

Medio un 6 50.000 300.000

Pequeno un 7 20.000 140.000

Incineradora Dupla-câmara un 16 60.000 960.000

Incineradora tipo Monffort un 175 2.500 437.500

Fossas cépticas (1/Centro;1/hospital) un 175 500 87.500

Ferramentas diversas (1/Centro;1/hospital) lote 175 100 17.500

Destruidor de cortantes (1/Centro;1/hospital) un 175 300 52.500

Sub-Total 5.187.576

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 4 - Formar

Formação de Formadores un 2 15.775 31.550

Page 82: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Formação Org. e Gestão Resíduos Hospitalares un 18 3.125 56.250

Formação de técnicos da saúde un 18 2.450 44.100

Formação agentes incineração e aterros un 18 2.450 44.100

Formação manutenção, recolha e limpeza un 18 2.450 44.100

Reuniões un 5 5.000 25.000

Seminários un 3 10.000 30.000

Sub-Total 275.100

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 5 -Sensibilizar e consciencializar a população

Spots de televisão un 500 500 250.000

Spots de rádio un 500 50 25.000

Cartazes un 5.000 2 10.000

Desdobráveis un 20.000 1 20.000

T-shirt un 5.000 3 15.000

Concursos nas escolas un 19 25.000 475.000

Sub-Total 795.000

Total 6.806.676

Imprevistos 10% 680.668

TOTAL 7.487.344

Tabela 17: Estimativa Orçamental

Cálculo dos Orçamentos

Descrição Uni Qt Pr/un total

Assistência Técnica

Consultor

Honorários H/M 60 6.000 360.000

Bilhetes Avião (2 por ano) un 10 1.300 13.000

Comunicações mês 60 100 6.000

Despesas de secretaria mês 60 50 3.000

Transporte local mês 60 200 120.000

Sub-total 394.000

Avaliação do programa

Avaliação do programa inicio un 1 15.000 15.000

Avaliação do programa meio un 1 20.000 20.000

Avaliação do programa fim un 1 20.000 20.000

Sub-total 55.000

Formação

Curso Formação de Formadores

Formador

Honorários sem 2 2.000 4.000

Elaboração de documentação un 1 1.000 1.000

Perdiem dia 15 140 2.100

Bilhete Avião un 1 1.300 1.300

Formandos

Transporte interno bilhete 25 250 6.250

perdiem dia 15 75 1.125

Sub-total 15.775

Cursos de Organização e Gestão de Resíduos hospitalares nas Unidades de saúde

Formador 0

Page 83: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Honorários dia 3 100 300

Perdiem dia 3 75 225

Transporte local un 1 100 100

Formandos (25)

perdiem (almoços) un 1 10 250

Transporte local un 1 50 1.250

Custo de um curso 3.125

Cursos para técnicos de manutenção e de serviços de recolha e limpeza

Formador

Honorários dia 2 100 200

Perdiem dia 2 75 150

Transporte local un 1 100 100

Formandos (25)

perdiem (almoço) un 2 20 1.000

Transporte local un 1 40 1.000

Custo de um curso 2.450

Cursos para pessoal técnico da saúde (médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar)

Formador

Honorários dia 2 100 200

Perdiem dia 2 75 150

Transporte local un 1 100 100

Formandos (25)

perdiem (almoço) un 2 20 1.000

Transporte local un 1 40 1.000

Custo de um curso 2.450

Cursos de formação para agentes de instalações incineradoras e aterros sanitários

Formador

Honorários dia 2 100 200

Perdiem dia 2 75 150

Transporte local un 1 100 100

Formandos (25)

perdiem (almoço) un 2 20 1.000

Transporte local un 1 40 1.000

Custo de um curso 2.450

Tabela 18: Cálculo dos Orçamentos

Page 84: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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7.4. Plano de Financiamento

Descrição Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Total $usd

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 1 - Reforçar quadro instit.

Grupo de trabalho jurídico 25.000 25.000

Sub-Total 25.000

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 2 - Organizar e Gerir

Assistência técnica 78.800 78.800 78.800 78.800 78.800 394.000

Seminário nacional de arranque 15.000 15.000

Seminário anual - troca exoeriências 15.000 15.000 15.000 15.000 60.000

Avaliação externa do programa

no arranque 15.000 15.000

a meio termo 20.000 20.000

no fim 20.000 20.000

Sub-Total 524.000

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 3 - Instalar e Equipar

Baldes (1/Centro;10/hospital) 8.226 8.226

Carrinho (1/centro;4/hospital) 124.650 124.650

Contentor de cortantes 30.700 30.700

Equipamento de protecção 9.350 9.350

Equipamento para arnazenamento 124.650 124.650

Reabilitação - Centros Saúde 52.333 52.333 52.333 1.570.000

Reabilitação - Hospitais 300.000 300.000 300.000 900.000

Autoclave para esterilização

Grande 425.000 425.000

Medio 300.000 300.000

Pequeno 140.000 140.000

Incineradora Dupla-câmara 960.000 960.000

Incineradora tipo Monffort 437.500 437.500

Fossas cépticas (1/Centro;1/hospital) 87.500 87.500

Ferramentas diversas

(1/Centro;1/hospital)

17.500 17.500

Destruidor cortantes (1/Centro;1/hospital) 52.500 52.500

Sub-Total 5.187.576

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 4 – Formar

Formação de Formadores 31.550 31.550

Formação Org. e Gestão Resíduos

Hospitalares

28.125 28.125 56.250

Formação de técnicos da saúde 44.100 44.100

Formação Técnicos Manutenção Recolha

Limpeza

22.050 22.050 44.100

Page 85: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Formação agentes incineração e aterros 44.100 44.100

Reuniões 5.000 5.000 5.000 10.000 25.000

Seminários 10.000 10.000 10.000 30.000

Sub-Total 275.100

OBJECTIVO ESTRATÉGICO 5 - Sensibilizar e consciencializar a população

Spots de televisão 50.000 50.000 50.000 50.000 50.000 150.000

Spots de rádio 5.000 5.000 5.000 5.000 5.000 25.000

Cartazes 10.000 10.000

Desdobráveis 20.000 20.000

T-shirt 15.000 15.000

Concursos nas escolas 95.000 95.000 95.000 95.000 95.000 475.000

Sub-Total 795.000

Total 6.806.676

Imprevistos 10% 136.134 136.134 136.134 136.134 136.134 680.668

TOTAL 529.609 1.312.524 4.021.993 1.213.267 409.934 7.487.344

Tabela 19: Plano de Financiamento

8. CONCLUSÕES

A situação actual de gestão de resíduos hospitalares em Angola, não pode garantir a segurança do

pessoal, doentes e público em geral, constituindo uma forte ameaça na luta contra as doenças

transmissíveis, nomeadamente o HIV/SIDA e a tuberculose.

Em Angola verificamos, que existem carências importantes em todas as vertentes ligadas aos

resíduos hospitalares. Frequentemente, verifica-se um nível mínimo de segurança na gestão dos

resíduos. Algumas das maiores lacunas em estabelecimentos de saúde, relacionam-se com

aspectos de organização e gestão, de pessoal, de equipamento e de instalações. A insuficiência de

recursos financeiros, constitui também um importante constrangimento.

A implementação de um Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares constitui um factor positivo

no controlo dessas doenças e na melhoria das condições de higiene e ambientais.

O envolvimento de todas as partes que integram a gestão de resíduos é imprescindível. Deverá

haver um forte trabalho em equipa, interligando os serviços centrais com as unidades de saúde e

devendo ser privilegiadas parcerias público-privado na implementação das soluções mais

adequadas.

Em Angola, o “steering committe” nacional de gestão de resíduos hospitalares a constituir, deverá

alertar para a implementação de planos de gestão de resíduos hospitalares nos hospitais de

maiores dimensões e de planos de gestão de resíduos hospitalares a nível provincial para as outras

unidades de saúde.

É essencial, que todos os funcionários a todos os níveis se consciencializem da importância da

gestão de resíduos, como um aspecto essencial e prioritário para melhorar as condições sanitárias

dentro dos espaços dos estabelecimentos de saúde. É fundamental, a adesão das chefias dos

estabelecimentos de saúde ao processo de planeamento em gestão de resíduos hospitalares.

Programas de formação do pessoal deverão ser implementados e mantidos de forma continuada .

Page 86: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Programas de sensibilização e consciencialização da população relacionados com a higiene, o

ambiente sustentável e particularmente com os resíduos hospitalares, deverão ser amplamente

implementados e mantidos de forma continuada a nível nacional.

A quantificação das necessidades apresentadas correspondem a uma plataforma mínima para a

melhoria do sistema de Gestão de Resíduos Hospitalares, onde se tentou conciliar soluções

adaptadas que garantissem uma eliminação dos resíduos com impactos ambientais controlados,

com investimentos razoáveis. As propostas apresentadas ficam muito aquém da cobertura das

necessidades, quer em termos de quantidade, quer em termos de qualidade. No entanto realçamos

a postura da razoabilidade que sempre nos orientou. Numa segunda fase de implementação do

Plano de Gestão de Resíduos Hospitalares haverá oportunidade de instalar unidades de

processamento e eliminação de resíduos mais “amigas” do ambiente., bem como o de alargar

estas iniciativas a um maior número de unidades de saúde. O controlo de todos os resíduos

hospitalares em todo o grande país que é Angola deverá ser atingido de uma forma faseada

aproveitando-se as “boas práticas” adquiridas ao longo do tempo. Assim quer os investimentos

quer a componente “imaterial” de cada fase do projecto são mais razoáveis podendo-se obter uma

melhor relação custo/benefício e impactos sociais e ambientais muito mais evidentes.

Apesar do presente projecto ter uma dimensão nacional e um orçamento significativo, a

capacidade estimada de incineração anual do equipamento proposto é de 3.887.250 kg.,

insuficiente porque a estimativa de produção anual situa-se em 5.495.951 kg, continuando a haver

um déficit de 1.608.701 kg de resíduos sem qualquer tratamento ou eliminação após a conclusão

do projecto. Este assunto deverá merecer uma atenção especial para a fase pós-projecto.

Desta forma, haverá uma contribuição forte e positiva para enfrentar os maiores flagelos

existentes no domínio da saúde em Angola.

Page 87: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Anexo 1

Projecto de Reforço dos Serviços Municipais de Saúde: Enquadramento para avaliação ambiental e social

Page 88: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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O objectivo global do Projecto de Reforço dos Serviços Municipais de Saúde (MHSS) é melhorar

o acesso da população aos cuidados e serviços de saúde materna e infantil com qualidade.

Tendo como foco principal os cuidados Obstétricos de Emergência e Neonatais, reforçar a

capacidade institucional do MINSA e das Direcções Provinciais de Saúde.

A finalidade do projecto é contribuir para redução da mortalidade materna e infantil em Agola. O

período de implementação do projecto é de cinco anos entre 2010 a 2014.

O projecto vai ser implementado em dezoito municipios de cinco provincias nomeadamente:

Bengo, Malange, Lunda Norte, Moxico e Uíge, cobrindo uma população estimada de Um Milhão

e Quinhentos mil habitantes.

O projecto tem três componentes: (i) Desenvolver e melhorar a prestação de serviço em 18

municípios das cinco províncias com particular destaque aos Cuidados Obstétricos de

Emergência e Neonatais (USD 72,8 milhões); (ii) teste piloto dos incentivos para estimular os

partos institucionais, (USD 800 mil); e (iii) reforçar a capacidade do Ministério da Saúde (MS) e

dos municípios, (USD 18,2 milhões).

O projecto apoia um modelo integrado de prestação de serviços de saúde com um pacote de

intervenções destinadas a reduzir a mortalidade infantil e materna. Ao levar os serviços de saúde

para junto da população, incluindo as comunidades de dificil acesso, através de equipas

avançadas e móveis e agentes comunitários. O projecto ajudará assim os municípios a melhorar o

planeamento e gestão de serviços nas zonas urbanas e rurais de maneira a aumentarem o volume

de serviços preventivos e curativos por um lado, e por outro, melhorar o acesso geografico das

familias na procura de cuidados de saúde. A oferta de incentivos à procura e a melhoria da

quantidade e da qualidade dos serviços obstétricos deverão aumentar o número de partos

institucionais e contribuir para reduzir a mortalidade materna, neo-natal e infantil

Com vista a aumentar o acesso aos cuidados obstétricos, o projecto utilizará uma estratégia

dupla: (i) fornecerá equipamento aos centros de saúde municipais existentes, o que irá ajudar a

melhorar a qualidade dos cuidados; e (ii) expandirá a oferta de cuidados obstétricos com a

construção de 36 novas salas de parto nos centros e postos de saúde, trazendo os serviços de

saúde para mais perto da população.

Por último, a estratégia do projecto implica a formação de parteiras e enfermeiros que irão prestar

cuidados obstétricos nessas instalações de saúde. Enfermeiros formados em cuidados obstétricos

e pré-natais farão parte das equipas móveis integradas de cuidados primários que visitarão as

comunidades mais distantes. A formação incidirá no aperfeiçoamento das qualificações práticas e

não em conceitos teóricos.

A Folha de Informação Integrada das Salvaguardas (ISDS) relativa ao projecto foi aprovado pelo

Banco Mundial em Novembro de 2009. A única medida de salvaguarda accionada pelo projecto

foi a Avaliação Ambiental (OP/BP/GP 4.01) por causa do potencial impacte ambiental da

construção das salas de parto e das residências para o pessoal médico bem como do tratamento

dos resíduos dos cuidados médicos. Espera-se que o impacte, a nível comunitário, seja mínimo.

Não estão previstas actividades económicas de larga escala. A aquisição2 de terrenos para as

2 No sentido de obtenção gratuita

Page 89: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

89/110

residências propostas será diligentemente documentada no Formulário para Avaliação da

Aquisição3 de Terrenos.

O projecto inclui a construção de 24 casas para o pessoal da saúde nos níveis provincial e

municipal. As casas serão construídas em terrenos que pertencem ao governo de Angola e onde

não existam moradores ilegais.

Enquadramento de Gestão Proposto para as Salvaguardas Ambientais e Sociais

Com vista ao Enquadramento de Gestão Ambiental e Social, este projecto adoptou uma

abordagem e procedimentos de triagem especializados.

Este enquadramento será divulgado no país a todas as partes interessadas relevantes (incluindo o

governo nacional e local, sociedade civil e potenciais agências executantes e pessoas

potencialmente afectadas) através de meios que incluem a comunicação local, o workshop de

lançamento do projecto, eventos de formação e sensibilização regionais, gabinetes distritais e

InfoShop, como parte da documentação global do projecto. De acordo com este enquadramento, o

manual de implementação do projecto terá também de incluir uma descrição clara das

responsabilidades e acordos administrativos e organizacionais, indicadores de desempenho e

acordos para monitorização ambiental e social.

O processo de avaliação ambiental para o projecto compreenderá quatro etapas:

Etapa 1: Triagem básica para identificar as actividades que não vão ser financiadas (ver Quadro

1) ou que terão um impacte adverso ambiental ou social nulo ou provavelmente limitado (ver

Quadro 2);

Etapa 2: Triagem mais detalhada de actividades com potencial impacte negativo ambiental ou

social (ver Quadro 3);

Etapa 3: Identificação de medidas de mitigação e/ou aspectos de um modelo social e

ambientalmente robusto para aquelas actividades identificadas como tendo um potencial impacte

ambiental negativo (ver Quadro 4); e

Etapa 4: Certificação de que o processo de avaliação se processou de forma tecnicamente

adequada e de que quaisquer medidas de mitigação ou aspectos do modelo identificados serão

levados em conta na implementação final do projecto.

**************************************************************************

Etapa 1: Triagem Básica para Identificar Actividades que não serão financiadas ou que

tenham um Impacte Ambiental ou Social Adverso Nulo ou Limitado

Quadro 1:

Actividades que não serão financiadas

Presença da Actividade no seio do

Projecto de Reforço do Serviço

Municipal de Saúde (MHSS)

3 Mesmo comentario

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

90/110

As que envolvam a conversão significativa ou

a degradação de habitats naturais críticos,

incluindo florestas

Não

As que proponham o uso de pesticidas de uma

forma que não seja consistente com as leis

nacionais e/ou padrões internacionais

Não

As que possam causar danos significativos ao

património cultural Não

Aquelas que possam afectar adversamente os

povos indígenas, na medida em que eles

próprios viessem a determinar, através de uma

participação informada na conceptualização e

modelo do projecto.

Não

As que implicassem o realojamento

involuntário ou que provocassem o

realojamento involuntário das populações

Não

A construção de qualquer nova e grande

barragem ou qualquer outra actividade que

fosse dependente de uma grande barragem

existente ou em fase de construção

Não

As que fossem executadas numa área

internacionalmente disputada ou num curso de

água navegável internacional.

Não

Vai ser necessário aderir, durante todo o projecto, a esta lista de actividades que não serão

financiadas e o Quadro 1 terá de ser preenchido para todas as actividades que envolvam obras

de construção, a serem financiadas pelo projecto.

Quadro 2:

Lista de Verificação da Triagem Preliminar Potencial Impacte Ambiental e

Social

Componentes

do Projecto de

Reforço do

Serviço

Municipal de

Saúde (MHSS)

Componentes de um Projecto Típico de DSS Nulo Possível/

Limitado

Provável/

Significati

vo

Componente 1 – Melhoria da prestação de

serviço

Page 91: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Subcomponente 1a – Reforço dos serviços

municipais de saúde a nível primário

Subcomponente 1b - – Reforço dos serviços

municipais de saúde a nível primário

Subcomponente 2 – Incremento dos serviços de

divulgação junto da população

Subcomponente 3 – Melhoria das intervenções

na comunidade

Subcomponente 4 – Melhoria dos cuidados

obstétricos

Reabilitação e construção de cerca de 36 salas de

parto (para cuidados pré e pós parto e cuidados

neonatais) nos centros e postos de saúde;

Construção de cerca de 24 casas para os

profissionais de saúde a nível provincial e

municipal

Subcomponente 5 – Melhoria da

eliminação/gestão de resíduos hospitalares

(HWMD)

Componente 2 – Fazer um teste piloto de

incentivos à procura destinados a incentivar os

partos institucionalizados

Componente 3 – Reforçar a Capacidade do

Ministério da Saúde a nível Central, Provincial

e Municipal

Subcomponente 1- Reforçar a Gestão de

Programas.

Subcomponente 2 – Reforçar a Capacidade

do Departamento de Planeamento do MS

Subcomponente 3 – Reforçar a

Monitorização e Avaliação (M&A).

O Quadro 2 indica que as componentes globais do Projecto de Reforço dos Serviços

Municipais de Saúde de Angola provavelmente terão um impacte ambiental ou social adverso

nulo ou limitado. À medida que as subcomponentes são desenvolvidas, ou no caso de se

acrescentarem novas componentes a estas, o Quadro 2 será também preenchido para cada

uma delas. Todas as novas subcomponentes (caso existam) passarão então para uma triagem

mais detalhada, descrita na Etapa 2 abaixo, prestando-se especial atenção a quaisquer

subcomponentes em relação às quais o Quadro 2 sugira a potencialidade de um impacte

ambiental ou social negativo. Com vista a evitar impactes ambientais devidos à construção ou

reabilitação de residências para os profissionais de saúde nos centros/postos de saúde ou à

construção e reabilitação de salas de parto (no âmbito da Subcomponente 4) a ESMF (etapa

3) consigna as questões da Gestão Geral do Ambiente associadas com obras públicas e inclui

um anexo com as Condições Detalhadas da Gestão Ambiental para Contratos de Construção.

Na triagem inicial, não está previsto nenhum Realojamento Involuntário decorrente da

construção de casas para o pessoal médico. Para cada um dos locais de construção escolhido,

Page 92: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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será preenchido e assinado um Formulário de Avaliação da Aquisição de Terreno4 para

documentar a descrição legal do terreno, localização, ocupação, utilização e para verificar que

não ocorrerá nenhum Realojamento Involuntário em consequência das construções propostas.

No Anexo 2 incluem-se cópias destes formulários.

Face à importância de uma gestão adequada dos Resíduos dos Cuidados de Saúde, este

projecto está a propor a melhoria da eliminação dos resíduos médicos no âmbito da

componente 1, subcomponente 5. Foi preparado um Plano de Gestão dos Resíduos de

Cuidados de Saúde individual.

Etapa 2: Triagem Mais Detalhada de Actividades com Potencialidade de um Impacte

Ambiental ou Social Negativo

Quadro 3:

Ferramenta para uma Auto-Avaliação destinada à Triagem Ambiental e

Social

Sim Não N/A*

Secção A: Triagem Básica

1. O projecto irá ter um impacte negativo significativo num habitat natural,

incluindo florestas?

2. O projecto vai adquirir pesticidas?

3. O projecto vai operar numa área internacionalmente disputada ou afectar um

curso de água navegável internacional?

4. O projecto vai danificar consideravelmente o património cultural?

5. O projecto vai fazer o realojamento involuntário das pessoas?

6. O projecto depende da reabilitação ou da construção de uma grande

barragem, ou de um plano para o efeito?

Se a resposta a alguma das perguntas acima for “SIM”, então a actividade do projecto não pode

ser financiada conforme proposta e vai exigir alterações.

7. O projecto centra-se exclusivamente em:

Melhoria da Prestação dos Serviços de Saúde

Actividades de informação e sensibilização; e/ou

Gestão, monitorização ou avaliação do programa

Se a resposta à questão 7 for “SIM”, então não há mais necessidade de uma avaliação ambiental

4 No caso presente, aquisição significa a obtenção gratuita de terrenos do Estado e não através de compra.

Page 93: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Quadro 3:

Ferramenta para uma Auto-Avaliação destinada à Triagem Ambiental e

Social

Sim Não N/A*

da actividade do projecto. Vá para a Etapa 4, Certificação

Secção B: Triagem Detalhada dos Projectos

8. O projecto apoia a agricultura, criação de animais ou actividades de

transformação agrícola? (ver Etapa 3, #4).

9. O projecto vai ser responsável pela recuperação de algumas estradas ou

estruturas? (ver Etapa 3, #1, #2).

10. O projecto pode provocar a contaminação da água potável ou aumentar o

número de doenças relacionadas com a água, tais como a malária ou

bilharzíase? (ver Etapa 3, #2g)

11. Terá de ser destruído ou explorado um montante significativo de recursos

naturais5 (incluindo árvores/lenha para combustível, água, etc.) em virtude do

modelo ou em consequência do projecto?

12. Os grupos indígenas vão ser afectados pelo projecto?6

13. O projecto vai implicar a desflorestação de novas terras dos lotes individuais?

14. O projecto vai envolver nova irrigação, construção de reservatórios de

represas, desvio do caudal dos rios ou perfuração para obtenção de água? (ver

Etapa 3, #2b)

15. O projecto pode causar um aumento da erosão do solo?

16. O projecto vai usar fertilizantes de uma forma não consistente com as normas

técnicas padrão, de acordo com as recomendações do Ministério da

Agricultura nacional e/ou FAO?

17. O projecto vai localizar-se numa zona de habitat natural reconhecida ou numa

área protegida, ou nas suas imediações?

18. O projecto irá criar resíduos líquidos ou sólidos? (ver Etapa 3, #3c)

19. Se o projecto financiar a construção de novas latrinas, estas serão construídas

de acordo com modelos técnicos padronizados e práticas ambientais sólidas,

conforme indicado na Etapa 3, #3?

20. As actividades do projecto exigem a aquisição de terreno, seja a título

permanente ou temporário? (ver Etapa 3, #5)

* Informação insuficiente (I) ou não aplicável (N) 5 Ver o glossário do BM de termos de salvaguarda ambiental e social.

6 Nas áreas onde o projecto vai operar, podem existir comunidades de pessoas que o Banco considera

“povos indígenas”. Com vista a activamente incluir e monitorizar a presença desses povos como potenciais

beneficiários do projecto, a agência executante irá proactivamente incluir a categoria de povos indígenas

em conformidade com a OD 4.20 do Banco Mundial sobre Povos Indígenas.

Page 94: Planoestrategico da gestao dos lixos hospitalares e revitalização

Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Quadro 3:

Ferramenta para uma Auto-Avaliação destinada à Triagem Ambiental e

Social

Sim Não N/A*

Se a resposta a alguma das perguntas 8-21 for “SIM”, vá para a Etapa 3 sobre

características do modelo técnico e medidas de mitigação.

Etapa 3: Identificação das Medidas de Mitigação e/ou das Características de Modelo

Ambiental e Socialmente Sólidas para aquelas Actividades Identificadas com Potencial para

um Impacte Ambiental Negativo

Todas as componentes e subcomponentes do projecto terão obrigatoriamente de obedecer

às normas técnicas padrão recomendadas e/ou medidas de mitigação aqui detalhadas. O

Quadro 4 será preenchido para todas as subcomponentes que a Etapa 2 tenha indicado a

necessidade de uma triagem mais detalhada de um potencial impacte ambiental ou social

negativo.

1. Construção e recuperação de edifícios

Com vista a evitar impactes ambientais decorrentes da construção ou recuperação de

centros/postos de saúde e casas para funcionários e salas de parto deverão ser consideradas as

acções seguintes:

Protecção da superfície do solo durante a construção;

Selecção de materiais de construção sustentáveis, em especial a madeira;

Controlo e limpeza do local da construção diariamente;

Durante a construção, controlo do pó pela água ou outro meio;

Fornecimento adequado de serviços de eliminação de resíduos;

Para os centros de saúde, garantia de fornecimento de serviços de eliminação de resíduos

apropriados;

Garantia de drenagem, nivelamento, terraceamento, plantio de delimitação em nível

apropriado para reduzir a erosão;

Eliminação de oportunidades para águas estagnadas;

Eliminação adequada de materiais e resíduos sólidos à base de produtos petrolíferos.

2. Abastecimento de Água e Saneamento

Antes da preparação de um local de construção, deverão ser recolhidas todas as informações

necessárias respeitantes a:

Determinação de uma produção de água segura no local;

Localização de importantes habitats de vida selvagem que a actividade possa afectar;

Avaliação da capacidade ambiental que o local pode sustentar;

Capacidade institucional da comunidade para participar no projecto; e

Determinação das reformas de políticas e de formação necessárias para a sustentabilidade do

projecto.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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É preciso ter em conta as seguintes normas ambientais para os projectos de abastecimento de

água e saneamento relativos às habitações e salas de parto:

a. Sistemas de abastecimento de água

Localizar os poços a distância mínima de:

50 m das latrinas de fossa, tanques sépticos, canos de esgotos;

100 m de latrinas perfuradas, fossas de infiltração, valas e depósitos de esgotos subterrâneos;

150 m de escoadouros, áreas de aterros sanitários e sepulturas.

Estes critérios baseiam-se em parte na taxa de movimentação das bactérias e vírus através dos

solos e do respectivo período de sobrevivência. Se bem que as bactérias e vírus sejam

principalmente retidos no primeiro metro de solo em torno das instalações sanitárias e outras aqui

mencionadas, a verdade é que já se registaram deslocações em distâncias mencionadas como o

mínimo. Em caso de dúvida, cabe às autoridades da saúde e da água decidirem se se deve ou não

abandonar um local de adução.

O poço deverá:

ter uma laje suficientemente grande para recolher a água transbordada;

ter um escoamento adequado para a água transbordada;

ter conexão com uma vala de drenagem que transporte a água transbordada para cerca de 5

metros de distância da laje;

ter um escoamento com uma profundidade mínima de 75 cm que esteja cheio com gravilha e

pedras se a água não for utilizada num jardim adjacente;

estar protegido por vegetação rasteira com raízes pouco profundas.

Medidas adicionais para evitar a contaminação de poços:

O gado tem de ser mantido afastado do local de adução através da protecção da área com

sebes (raio mínimo de 50 m);

Deverá evitar-se a erosão do solo;

O poço deverá estar a salvo de inundações;

Não devem ser feitas perfurações demasiado próximas de um poço;

Deverá evitar-se a intersecção de água a céu aberto com vista a alcançar o poço;

O poço deverá, de preferência, ser instalado num lençol de água confinado, protegido por

uma camada impermeável sobrejacente;

Teste periódico da qualidade da água, em especial da água subterrânea.

b. Recolha, remoção e gestão de Águas Residuais

Se bem que este aspecto nem sempre seja relevante nas áreas rurais, os potenciais problemas das

águas residuais devem ser analisados e solucionados de maneira apropriada

Métodos apropriados de recolha/remoção (isto é, o uso de camiões, carrinhos, etc.);

Identificação dos locais de depósito (existentes ou novos);

Métodos de gestão apropriados (i.e. uso de pântanos, charcos, instalações de tratamento,

canais de descarga);

Para cada caso, considerar tecnologias e estratégias de gestão concebidas para reutilizar as

águas residuais na agricultura agrícola o que, por seu turno, pode reduzir a poluição

ambiental.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Estatuto do terreno a ser utilizado para a construção de habitações para o pessoal médico e

para as salas de parto.

O projecto não apoia o realojamento involuntário ou a aquisição de terrenos através de direitos de

posse eminente. O projecto exige que a terra seja i) da propriedade do Estado e ii) que não tenha

ocupantes cuja sobrevivência possa ser afectada com a perda da propriedade e/ou do acesso à

terra. Se, por qualquer motivo, o terreno de um determinado local não pertencer ao Estado

Angolano ou tenha questões relacionadas com os ocupantes, a informação tem então de ser

transmitida pela autoridade municipal ao coordenador do projecto que recordaria ao Governo que

o “Nada Obsta” só será concedido em relação a terrenos do Estado, livre de ocupantes, conforme

previamente acordado com o Governo.

Quadro 4:

Normas Técnicas e/ou Medidas de Mitigação Padrão por área de subprojecto potencial.

Construção e reabilitação de Edifícios:

S N N/A

Se o projecto incluir a construção ou reabilitação de edifícios, o desenho do

projecto levou em consideração todas as questões realçadas acima para

assegurar que se evitem ou sejam reduzidos para níveis aceitáveis os efeitos

ambientais e sociais adversos?

Se a resposta a esta pergunta for não, a actividade do projecto tem de ser modificada ou

redesenhada.

Etapa 4: Certificado de que o Processo de Avaliação foi efectuado de Forma Tecnicamente

Apropriada e de que quaisquer Acções de Mitigação ou Características do Desenho

Identificadas serão tidas em Consideração na Implementação Final do Projecto

Uma vez realizado o exercício de auto-avaliação detalhado nas Etapas 1 a 3, os empreiteiros terão

de completar e entregar ao Coordenador do Projecto MHSS, o certificado abaixo para comprovar

que obedeceram aos procedimentos de salvaguardas ambientais e sociais. No Anexo 2

apresentam-se as Condições Gerais Ambientais para Contratos de Construção.

Enquadramento geral legal, institucional e das políticas em Angola

O ESMF será implementado ao abrigo do quadro geral legal, institucional e de políticas de

Angola.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Política Ambiental

As estratégias ambientais do governo de Angola, o enquadramento de políticas e as abordagens e

prioridades de gestão estão descritos em dois documentos principais – o Programa Nacional de

Gestão Ambiental (PNGA) e a Estratégia Nacional Ambiental (ENA). A responsabilidade pela

formulação e execução de políticas e programas ambientais para gestão ambiental em Angola está

sob a responsabilidade do Ministério do Ambiente. Inclui a promoção de uma política para apoiar

os processos de educação ambiental no seio dos sectores formais, informais e não formais da

educação.

O PNGA é visto como um importante instrumento para a consecução do desenvolvimento

sustentável. A partir de 1993, várias partes interessadas (tanto do governo como da sociedade

civil) têm contribuíram na elaboração do documento. Esta versão do PNGA realça a necessidade

de se implementar uma estratégia de gestão ambiental para proteger o ambiente, muito embora a

maior parte dos recursos ambientais de Angola ainda esteja intacta. O PNGA propõe a criação de

um organismo interministerial para a coordenação de todas as actividades sectoriais de gestão

ambiental com vista a contribuir para a boa prática ambiental referente à “... exploração de

recursos naturais, melhoria do clima económico, redução da pobreza e subsequente melhoria da

qualidade de vida e do ambiente”. O PNGA também reconhece e descreve aspectos do contexto

nacional mais vasto (em mutação) do ambiente em Angola, tais como as transições da guerra para

a paz; a destruição das infra-estruturas sociais, económicas e ambientais; o deficiente sistema de

educação e a falta de recursos humanos qualificados; deficiências no sector produtivo e no

privado; transição de uma economia centralizada para uma economia de mercado e o impacte das

minas, caça ilegal e abate de animais para alimentar os soldados. Este PNGA deverá ser

implementado a longo prazo, com base em instrumentos legais a serem desenvolvidos e

dependente da disponibilidade de recursos financeiros.

A Estratégia Nacional Ambiental (ENA) é um quadro orientador, intimamente relacionado com o

PNGA, que visa identificar os principais problemas ambientais em Angola com o intuito de os

resolver para se poderem alcançar metas de desenvolvimento sustentáveis. A ENA destaca a

necessidade de se integrar todas as políticas económicas, sociais e ambientais numa perspectiva

mais vasta das políticas angolanas com vista a alcançar-se o desenvolvimento sustentável. Aparte

o ambiente, os objectivos de desenvolvimento sustentável são também reforçados com a

promoção do desenvolvimento das empresas de pequeno e médio porte. Foi instituído um Fundo

de Desenvolvimento Económico e Social como um mecanismo institucional e financeiro

destinado a incentivar o desenvolvimento das empresas de menor dimensão e a actividade

empresarial relacionada, como uma fonte de emprego e de geração de receitas entre as

populações menos prósperas e ainda como um estímulo para o desenvolvimento do sector privado

de base mais ampla.

Enquadramento Legal

No contexto do MHSS, os elementos legais essenciais para a gestão ambiental são:

1. A Lei do Ambiente

2. A Lei da Terra

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Lei de Bases do Ambiente

A legislação ambiental em Angola estava desactualizada até ao início da década de 90, altura em

que foi criada uma nova Secretaria de Estado do Ambiente. Esta nova Secretaria desenvolveu

novas estratégias e abordagens de políticas que conduziram à formulação da 'Lei de Bases do

Ambiente', que foi aprovada em 1998 pela Assembleia Nacional de Angola. A Lei do Ambiente

inspirou e desencadeou legislação complementar numa série de sectores – frequentemente novas

versões de leis desactualizadas do período colonial – que estava em conformidade com os

princípios e disposições da Lei Constitucional e Ambiental de Angola (por exemplo, sector

petrolífero, pescas e mineração). A maior parte destas leis incluem a obrigação de efectuar

avaliações de impacte ambiental (EIA) para novos projectos que apresentem a probabilidade de

afectar o ambiente assim como o 'princípio de poluidor – pagador .

O objectivo da Lei de Bases do Ambiente é prestar o enquadramento legal para a utilização e

gestão correcta do ambiente e das suas componentes por forma a assegurar um desenvolvimento

sustentável. A Lei do Ambiente aplica-se a todas as actividades públicas e privadas que possam

influenciar o ambiente, quer directa quer indirectamente. Os aspectos mais salientes da Lei

incluem:

1. Todos os projectos, cujas actividades tenham implicações para as comunidades,

interfiram com o equilíbrio ecológico ou explorem recursos naturais que possam

afectar terceiros, têm de ser submetidos a uma Avaliação de Impacte Ambiental e

Social e que obrigatoriamente fica sujeita a Consultas Públicas (Artigo 10).

2. Os projectos e operações que tenham a probabilidade de produzir um impacte

negativo no ambiente terão de ser sujeitos a uma Avaliação do Impacte Ambiental

realizada por avaliadores independentes (Artigo 16).

3. De acordo com o Artigo 16, o estudo de impacte ambiental tem de conter, no

mínimo, o seguinte:

a. Um sumário não técnico do projecto;

b. Uma descrição da actividade a ser executada;

c. Uma descrição da situação básica ambiental na área de influência da

actividade;

d. Um resumo dos comentários decorrentes do processo de consultas

públicas;

e. Um prognóstico dos impactes ambientais e sociais resultantes do

projecto;

f. Uma indicação das medidas de mitigação destinadas a reduzir ou

eliminar os impactes negativos; e

g. Uma indicação dos sistemas de controlo e monitorização do projecto.

4. Será necessário o licenciamento de actividades que produzam impactes ambientais

significativos. A emissão de uma licença ambiental deverá basear-se numa avaliação

do impacte ambiental (Artigo 17).

5. O Governo promulgará legislação destinada a controlar a produção, emissão,

eliminação, transporte, importação e gestão de poluentes gasosos, líquidos e sólidos

(Artigo 19).

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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6. A lei também proíbe, de forma explícita, a importação de resíduos ou lixos

perigosos, salvo o disposto em legislação específica aprovada na Assembleia

Nacional (Artigo 19).

A Lei sobre o Uso e Benefício da Terra com base num Título de Concessão (A Lei da Terra)

A Lei sobre a Utilização e Usufruto da Terra com base num Título de Concessão (a “Lei da

Terra”) foi aprovada pela Assembleia Nacional em 1992 e determina que a terra é propriedade do

Estado e não pode ser vendida. No entanto, o direito de utilizar e usufruir da terra pode ser

adquirido por indivíduos ou associações, nacionais ou não nacionais, com base na autorização de

um pedido formal feito pelo proponente (Artigo 4). Não podem ser emitidos direitos ao título da

terra em áreas rurais ocupadas por populações rurais (Artigo 15). Em caso de extinção dos

direitos à terra, a terra reverte para o Estado e cabe ao Estado pagar uma compensação justa e

adequada (Artigo 23). A Lei proporciona uma base legal adicional relativamente à demarcação de

áreas sujeitas a protecção total (Artigo 12) e a protecção parcial (Artigo 13). Estas disposições

permitem a conservação e gestão de habitats ecologicamente sensíveis, tais como habitats de

montanhas e vegetação ripária.

Consideram-se como Zonas de Protecção Parcial as áreas protegidas para conservação da

natureza ou protegidas em nome do interesse do Estado e incluem:

1. Águas interiores, mar territorial e zona económica marítima exclusiva;

2. Plataforma continental;

3. Uma faixa de terra ao longo da costa marítima e em torno das ilhas, baías e

estuários;

4. Uma faixa de terra em torno das fontes hídricas;

5. Uma faixa de terra em torno do perímetro das barragens e reservatórios;

6. Uma faixa ao longo da fronteira territorial.

Enquadramento Institucional

Ministério do Ambiente (MINAB)

A responsabilidade pela protecção e gestão ambiental foi recentemente transferida para o recém-

criado Ministério do Ambiente. A Direcçãso Nacional de Gestão Ambiental é chefiada por um

Director Nacional e compreende três (3) departamentos. Actualmente, a responsabilidade pelos

Estudos de Impacte Ambiental (EIA) depende da nova Direcção Nacional de Estudos de Impacte

Ambiente que, entre outras tarefas, tem a seu cargo analisar e comentar as versões preliminares

dos relatórios de EIA. O Departamento de Licenciamento Ambiental que tem a responsabilidade

de fiscalizar o processo EIA em Angola. A nível provincial, a Direcção Nacional de Gestão

Ambiente é representada por um Sector Ambiental sob a responsabilidade da Direcção Provincial

de Agricultura, Pescas e Ambiente. A capacidade e os níveis de dotação de pessoal do Sector

Ambiental variam grandemente de província para província mas, na maior parte dos casos, a

capacidade de gestão ambiental, a nível provincial, é reduzida. A Direcção Nacional de Recursos

Naturais e Biodiversidade também está sob a alçada do Ministério do Ambiente. A DNRNB é

responsável pela conservação da natureza, dentro e fora das áreas protegidas (parques e reservas

nacionais).

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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O Enquadramento Legal para a Perda de Terra e de Activos

A lei sobre o Uso e Benefício da Terra com base num Título de Concessão (a “Lei da Terra”) foi

aprovada pela Assembleia Nacional de Angola em 1992 e determina que toda a terra pertence ao

Estado. O direito de utilizar e beneficiar da terra pode ser adquirido por indivíduos ou

associações, tanto nacionais como não nacionais, baseado na autorização de um pedido formal

feito pelo proponente. A lei de 1992 permitia que os indivíduos comprassem terra ao Estado.

O Estado tem poderes para abolir os direitos à terra em nome do interesse público e, nesses casos,

a terra reverte para o Estado. No entanto, o Estado fica obrigado a pagar uma compensação

razoável e justa.

Procedimento para se Lidar com a Terra utilizada para Construção

no Projecto MHSS

O Coordenador do Projecto MHSS será responsável por assegurar que as questões da terra e dos

activos serão tratadas adequadamente, com a assistência das administrações municipais.

O Administrador Municipal ficará incumbido de identificar terra do Estado a ser utilizada para a

construção das casas dos funcionários. Cabe-lhe preencher o formulário “Avaliação da

Aquisição7 de Terra utilizada para a Construção”, apresentado no Anexo 1.

Em princípio, o formulário declarará que a terra a ser utilizada pertence ao estado e está livre de

ocupação. O formulário será enviado para o Coordenador do Projecto para fins de “Nada Obsta”

antes de se iniciar o processo de concurso para a construção. No caso de o formulário, por

qualquer motivo, revelar qualquer questão com a terra ou a presença de ocupação, o Coordenador

do Projecto solicitará ao Administrador Municipal que encontre um outro lote de terreno,

pertencente ao Estado e livre de ocupações.

Por norma, as casas serão construídas na periferia dos municípios. Podem ser construídas em

qualquer local, desde que não seja demasiado distante das instalações de saúde onde o pessoal vai

trabalhar. Esta flexibilidade torna mais fácil para os municípios encontrar outra terra do Estado

alternativa, no caso de a terra seleccionada para a construção estar ocupada por pessoas.

Certificado

Agência Executante:

Certifico que as informações prestadas acima relativas ao projecto MHSS que a minha

organização tem a responsabilidade de executar são correctas e que, de acordo com o

conhecimento e experiência da minha organização, todas os padrões técnicos e as salvaguardas

ambientais relevantes foram tidos em devida conta no desenho do projecto. Declaro ainda que

dou o meu acordo a visitas das autoridades governamentais pertinentes bem como do MHSS e do

Banco Mundial aos locais para analisar, em conjunto com o meu pessoal, os detalhes desta

avaliação e quaisquer procedimentos ou medidas de mitigação adoptadas em relação à

7 No caso presente, aquisição significa a obtenção gratuita de terrenos do Estado e não através de compra.

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implementação do projecto.

Assinatura: ___________________________ data: _________________

Representante Oficial

Nome:

Técnico Responsável pela Fiscalização **

Assinatura: ___________________________ data: _________________

Nome:

** Coordenador do Projeto

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Anexo A-1. AVALIAÇÃO DA AQUISIÇÃO8 DE TERRENOS PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO

1. Município de:..................................................................................................

2. Localização:......................................................................................................

3. Data proposta para o começo da construção: .../.../....

4. Disponibilidade de Planta Arquitectónica: (assinale a resposta seleccionada com um

círculo)

Sim Não

5. A construção da casa envolverá aquisição de terreno e ou demolição de estruturas

existentes? (assinale a resposta seleccionada com um círculo)

Sim Não

Se a resposta à pergunta anterior for sim, por favor forneça mais detalhes:

......................................................................................................................................................

......................................................................................................................................................

......................................................................................................................................................

..................................................................................................................................

6. Área do terreno requerido para a construção (ha): ..........

a. Governo Provincial ________ha.

b. Propriedade privada________ha.

c. Outros_________ha.

7. Uso actual do terreno indicado acima no qual a casa será construída:

................................................................................................................................................

................................................................................................................................................

.................................................................................................................................

8. Existência, caso haja, de usuários9: forneça o número actual e respectivos nomes:

................................................................................................................................................

................................................................................................................................................

.................................................................................................................................

Assinado por:

Nome:________________________________________________________________

Administrador Municipal

Data:___/___/___

8 No caso presente, aquisição significa a obtenção gratuita de terrenos do Estado e não através de compra.

9 Não será permitida a construção de casas com o financiamento do projecto em terrenos ocupados.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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Anexo A- 2: MHSS ESMF

Condições Gerais da Gestão Ambiental para Contratos de Construção

Generalidades

1. Para além destas condições gerais, o Empreiteiro observará qualquer Plano de Gestão

Ambiental e Social (ESMP) específico para as obras por que seja responsável. O Empreiteiro

informar-se-á acerca de tal ESMP e preparará a sua estratégia e plano de trabalho por forma a

ter integralmente em conta as cláusulas relevantes desse ESMP. Se o Empreiteiro não

implementar o ESMP aprovado após instrução escrita do Engenheiro Supervisor (ES) no

sentido de cumprir a sua obrigação dentro do tempo exigido, o Proprietário reserva-se o

direito de providenciar, através do ES, a execução da acção em falta por uma terceira

entidade, por conta do Empreiteiro.

2. Não obstante a obrigação do Empreiteiro ao abrigo da cláusula acima, o Empreiteiro deverá

implementar todas as medidas necessárias para evitar impactes ambientais e sociais

indesejáveis onde seja possível, restaurar os locais das obras para padrões aceitáveis e

cumprir todos os requisitos de desempenho ambiental especificados num ESMP. Na

generalidade, estas medidas deverão incluir, sem a elas se limitarem:

(a) Minimizar o efeito do pó no ambiente circundante proveniente dos locais de mistura

de terra, pontos de mistura de asfalto, cinzas de carvão, equipamento vibratório,

estradas de acesso temporárias, etc., com vista a assegurar a saúde e a protecção dos

trabalhadores e comunidades que vivam nas imediações das actividades que

produzem pó.

(b) Assegurar que os níveis de barulho provocados pela maquinaria, veículos e actividades

de construção ruidosas (por exemplo escavação, detonação) sejam mantidos num mínimo

para a segurança, saúde e protecção dos trabalhadores que se encontram próximo dos níveis

elevados de ruído e comunidades próximas.

(c) Assegurar que os regimes de fluxo de água existentes nos rios, correntes e outros canais

naturais ou de irrigação sejam mantidos e/ou restabelecidos quando interrompidos em virtude

das obras que estão a ser executadas.

(d) Impedir que o betume, óleos, lubrificantes e água residual utilizados ou produzidos

durante a execução das obras entre em rios, correntes, canais de irrigação e outros

cursos/reservatórios naturais de água e assegurar também que a água estagnada em fossas

descobertas seja tratada da melhor forma, para evitar a criação de campo propício à possível

reprodução de mosquitos.

(e) Impedir e minimizar os impactes decorrentes da escavação, pressão sobre a terra,

empilhamento e construção de canteiros de obras temporários e estradas de acesso no

ambiente biofísico, incluindo áreas protegidas e terras aráveis; comunidades locais e suas

colónias populacionais. Tanto quanto possível, recuperar/reabilitar todos os locais para

padrões aceitáveis.

(f) Em caso de descoberta de património antigo, relíquias ou algo que se presuma ter

importância histórica durante a execução das obras, reportar imediatamente essas descobertas

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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ao ES para que as autoridades apropriadas possam ser rapidamente contactadas a fim de

tomarem as medidas destinadas a proteger esses recursos históricos ou arqueológicos.

(g) Desencorajar os operários da construção de fazerem a exploração de recursos naturais,

tais como caça, pesca, recolha de produtos florestais ou qualquer actividade que possa ter um

impacte negativo no bem-estar social e económico das comunidades locais.

(h) Implementar medidas de controlo da erosão do solo com vista a evitar a saturação da

superfície e evitar a sedimentação, etc.

(i) Assegurar o fornecimento de instalações de lixo, saneamento e água potável nos

acampamentos dos operários da construção.

(j) Assegurar, tanto quanto possível, a utilização de materiais locais para evitar a importação

de materiais estrangeiros e o transporte de distâncias longas.

(k) Garantir a segurança pública e observar as normas de segurança do tráfego no

desempenho profissional para evitar acidentes.

3. O Empreiteiro deverá indicar o período em que manterá a sua presença no local após

conclusão das obras públicas, com vista a assegurar que impactes adversos significativos,

decorrentes desses trabalhos, sejam devidamente solucionados.

4. O Empreiteiro cumprirá o cronograma proposto de implementação da actividade e o

plano/estratégia de monitorização para garantir um feedback efectivo das informações da

monitorização para a gestão do projecto a fim de que a gestão do impacte possa ser

adequadamente executada e, se necessário, adaptada a condições imprevistas ou mutantes.

5. Para além da inspecção regular aos locais pelo ES para fins de adesão às condições e

especificações contratuais, o Proprietário pode nomear um Inspector para fiscalizar o

cumprimento destas condições ambientais e de quaisquer medidas de mitigação propostas. As

autoridades ambientais públicas podem efectuar funções de inspecção semelhantes. Em todos

os casos, de acordo com a instrução do ES, o Empreiteiro cumprirá as directivas de tais

inspectores destinadas à execução de medidas necessárias para assegurar a adequação das

medidas de reabilitação efectuadas no ambiente biofísico e a compensação pela perturbação

socioeconómica resultante da execução de quaisquer obras.

Gestão dos Resíduos no Canteiro/Acampamento de Obras

6. Todos os recipientes (bidões, contentores, sacos, etc.) contendo petróleo/combustível/materiais

de revestimento e outros químicos perigosos terão de estar vedados para evitar qualquer

derrame. Todos os contentores de resíduos, lixos e quaisquer outros tipos de resíduos gerados

durante a construção serão recolhidos e depositados em aterros designados, em conformidade

com os regulamentos governamentais sobre gestão de resíduos em vigor.

7. Todas as águas residuais e efluentes de áreas de armazenagem, workshops e acampamentos de

obras serão captados e tratados antes de serem descarregados no sistema de drenagem,

segundo os regulamentos governamentais em vigor sobre controlo da poluição da água.

8. O óleo usado da manutenção será recolhido e descartado adequadamente em locais designados

para o efeito ou será reutilizado ou vendido para reutilização local.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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9. A entrada de escoamentos para o local será restringida pela construção de canais de derivação

ou estruturas de contenção, tais como taludes, canais de drenagem, açude, etc., com vista a

reduzir a potencial erosão do solo e poluição da água.

10. Os resíduos da construção não poderão ser deixados amontoados ao longo da estrada mas

antes removidos e reutilizados ou eliminados numa base diária.

11. Se forem necessários aterros para resíduos limpos, estes deverão situar-se em áreas baixas de

terras de pouco valor, aprovadas pelo ES, e onde não corram o risco de serem facilmente

arrastados para os canais de drenagem. Sempre que possível, os materiais residuais deverão

ser colocados em áreas baixas e serem compactados para depois serem plantados com

espécies indígenas locais.

Escavação e Depósito de Materiais

12. O Empreiteiro obterá licenças/alvarás adequados das autoridades competentes para operar

pedreiras ou áreas de empréstimo.

13. A localização de pedreiras e de áreas de empréstimo estará sujeita a aprovação por parte das

autoridades locais e nacionais relevantes, incluindo autoridades tradicionais se a terra onde se

encontra a pedreira ou as áreas de empréstimo se situarem em terra tradicional.

14. Novos locais de extracção:

a) Não deverão estar localizados nas proximidades de áreas de fixação das populações, locais

culturais, pântanos ou qualquer outra componente valiosa do ecossistema ou em terrenos

elevados ou íngremes ou em áreas de interesse cénico e não poderão estar localizados a

menos de 1 km de distância dessas áreas.

b) Não deverão estar localizados junto de correntes ou canais de água, sempre que seja

possível, para se evitar o depósito de sedimentos nos canais dos cursos de água. Quando

estiverem localizados próximos de fontes hídricas, os locais das pedreiras deverão estar

rodeados de valetas e de drenos em todo o perímetro.

c) Não deverão ficar localizados em áreas arqueológicas. As escavações próximas dessas

áreas deverão ser feitas com enorme cuidado e na presença de autoridades governamentais

mandatadas para a protecção desses locais.

d) Não deverão estar localizados em reservas florestais. No entanto, nos casos em que não

haja outra alternativa, terá de ser obtida uma autorização das autoridades competentes e

efectuado um estudo do impacte ambiental.

e) Serão facilmente reabilitados. Preferem-se as áreas com uma cobertura vegetal mínima

tais como terrenos planos e sem vegetação ou então áreas cobertas só com vegetação rasteira

ou com arbustos com menos de 1,5 metro.

f) Deverão ser claramente demarcados e com delimitações marcadas para minimizar o

desmatamento da vegetação.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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15. O desmatamento de vegetação terá de ser limitado à área exigida para a operação segura das

obras de construção. O desmatamento da vegetação não poderá ser feito com mais de dois

meses de antecedência das operações.

16. As áreas de amontoamento deverão ficar situadas em zonas onde as árvores possam actuar

como elementos de protecção para evitar a poluição do ar. Terão de ser construídos drenos

perimetrais em torno das áreas de amontoamento. Terão de ser instaladas barreiras contra os

sedimentos e outros poluentes nas saídas da drenagem das obras.

17. O Empreiteiro deverá depositar todos os materiais excedentes de acordo com os princípios

destas condições gerais e de qualquer EMP aplicável em áreas aprovadas pelas autoridades

locais e/ou pelo ES.

18. As áreas para depósito de materiais perigosos, tais como materiais líquidos e sólidos

contaminados, terão de ser aprovadas pelo ES e autoridades locais e/ou nacionais pertinentes,

antes do início da obra. Dar-se-á preferência a locais existentes aprovados relativamente à

instalação de novos locais.

Reabilitação e Prevenção da Erosão do Solo

19. Na medida do praticável, o Empreiteiro deverá reabilitar progressivamente o local de modo a

que a taxa de reabilitação acompanhe a taxa de construção.

20. Remover e guardar sempre a camada superior de terra para a reabilitação subsequente. Os

solos não poderão ser cavados quando se encontrarem molhados pois tal pode levar à

compactação do solo e à perda de estrutura.

21. A terra não poderá ser armazenada em montes grandes. Recomendam-se montículos

pequenos, entre 1 e 2 metros de altura.

22. Deverá fazer-se a revegetação dos amontoamentos para proteger o solo da erosão, evitar ervas

daninhas e manter uma população activa de micróbios benéficos do solo.

23. Os amontoamentos deverão situar-se em locais onde não vão interferir com actividades de

construção futuras.

24. Na medida do praticável, restaurar os padrões de drenagem naturais onde estes tenham sido

alterados ou danificados.

25. Remover os materiais tóxicos e depositá-los em locais designados para o efeito. Voltar a

preencher as áreas escavadas com terra ou refugos que não contenham materiais estranhos

que possam poluir a água subterrânea ou o solo.

26. Identificar os refugos potencialmente tóxicos e filtrá-los com materiais adequados para se

evitar a mobilização de toxinas.

27. Assegurar que a terra fica devidamente acondicionada de modo a ficar naturalmente estável,

adequadamente drenada e apropriada para a utilização desejada de longo prazo da terra e

permitir a regeneração natural da vegetação.

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Angola Hamset Project – Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Hospitalares

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28. Minimizar o impacte visual de longo prazo, criando formas para a terra que sejam

compatíveis com a paisagem adjacente.

29. Minimizar a erosão pelo vento e pela água, tanto durante como depois do processo de

restauração.

30. Nas superfícies compactadas serão feitas rachas para aliviar o efeito da compactação, a menos

que as condições abaixo da superfície determinem de forma diferente.

31. Fazer a revegetação com espécies de plantas que controlem a erosão, forneçam diversidade

vegetal e, sequencialmente, contribuam para um ecossistema resiliente. A escolha de espécies

de plantas para a reabilitação deverá ser feita em consulta com instituições de pesquisa locais,

departamento florestal e povos locais.

Gestão dos Recursos Hídricos

32. O Empreiteiro deverá a todo o custo evitar entrar em conflito com as necessidades de água

das comunidades locais.

33. A captação, tanto da água de superfície como da água subterrânea, só poderá ser feita em

consulta com a comunidade local e após obtenção de uma autorização da Autoridade da Água

relevante.

34. Deverá evitar-se a captação de água de zonas pantanosas. Sempre que necessário, deverá

obter-se uma autorização das autoridades competentes.

35. O represamento temporário de correntes e cursos será feito de forma a evitar a perturbação

dos abastecimentos de água às comunidades e a manter o equilíbrio ecológico do sistema

hidrográfico.

36. Nenhuma água da construção que contenha refugos ou efluentes do local da obra,

especialmente cimento e petróleo, será autorizada a fluir para os cursos naturais de drenagem

de água.

37. A água usada na lavagem do equipamento não será escoada nos cursos de água ou valas das

estradas.

38. Os locais dos desperdícios e dos amontoamentos temporários ficarão situados longe do

sistema de drenagem e o escoamento das águas de superfície será conduzido para longe dos

amontoamentos, com vista a evitar a erosão.

Gestão do Tráfego

39. A localização das estradas de acesso/desvios deverá ser feita em consulta com a comunidade

local, especialmente em ambientes importantes ou sensíveis. As estradas de acesso não

poderão atravessar áreas pantanosas.

40. Após conclusão das obras, todas as estradas de acesso deverão ser desmanteladas e

reabilitadas.

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41. As estradas de acesso serão molhadas com água pelo menos cinco vezes ao dia em áreas

habitadas, para se eliminarem as emissões de poeiras.

Detonação

42. As actividades de detonação não poderão ocorrer numa distância inferior a 2 km das áreas

habitadas, locais culturais ou pântanos sem a autorização do ES.

43. As actividades de detonação serão efectuadas durante as horas de trabalho e as comunidades

locais terão de ser consultadas sobre as horas de detonação propostas.

44. Os níveis de ruído que chegam às comunidades decorrentes de actividades de detonação não

poderão exceder 90 decibéis.

Eliminação dos Elementos Não Utilizáveis

45. Os materiais e elementos de construção não utilizáveis, tais como equipamento

electromecânico, tubos, acessórios e estruturas demolidas, serão descartados de acordo com

as instruções do ES. O Empreiteiro tem de determinar com o ES quais os elementos a serem

entregues nas instalações do Cliente, os que vão ser reciclados ou reutilizados e quais os que

serão depositados em aterros aprovados.

46. Tanto quanto possível, a canalização danificada deverá permanecer no local. Quando, por

qualquer razão, não for possível um alinhamento alternativo para uma nova canalização, os

canos velhos deverão ser retirados com segurança e guardados num lugar seguro a ser

acordado com o ES e as autoridades locais pertinentes.

47. Os tubos AC, bem como qualquer parte deles que esteja estragada, terão de ser tratados como

materiais perigosos e eliminados de acordo com o especificado acima.

48. Os elementos demolidos ou não adequados serão desmantelados de modo a caberem nos

camiões normais de transporte.

Saúde e Segurança

49. Antes de começar os trabalhos de construção, o Empreiteiro deverá organizar uma campanha

de sensibilização e higiene. Os trabalhadores e os residentes locais serão sensibilizados para

os riscos de saúde, em especial da SIDA.

50. Serão instalados nos pontos adequados os sinais de estrada adequados para avisar os peões e

os motoristas das actividades de construção, desvios, etc.

51. Os veículos da construção não poderão exceder a velocidade máxima de 40 km à hora.

Reparação da Propriedade Privada

52. No caso de o Empreiteiro, deliberada ou acidentalmente, danificar propriedade privada, caber-

lhe-á reparar, à sua própria custa, a propriedade a contento do proprietário. Relativamente a

cada reparação o Empreiteiro obterá do proprietário um certificado declarando que o dano foi

satisfatoriamente reparado, com o objectivo de proteger o Cliente de quaisquer reclamações

posteriores.

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53. Nos casos em que sejam reivindicados pelo proprietário compensações pelos inconvenientes

ou danos nos cultivos, etc., o Empreiteiro tem obrigação de informar o Cliente, por

intermédio do ES. Esta compensação é normalmente resolvida, sob a responsabilidade do

Cliente, antes da assinatura do Contrato. Em casos imprevisíveis, as respectivas autoridades

administrativas do Cliente tomarão a seu cargo a compensação.

Plano de Gestão da Saúde, Segurança e Ambiente do Empreiteiro (HSE-MP)

54. Num prazo de 6 semanas após a assinatura do Contrato, o Empreiteiro preparará um EHS-MP

para garantir a gestão adequada dos aspectos de saúde, segurança, ambientais e sociais das

obras, incluindo a implementação dos requisitos destas condições gerais e quaisquer

requisitos específicos de um EMP para as obras. O EHS-MP do Empreiteiro servirá dois

objectivos principais:

Para o Empreiteiro, para fins internos, garantir que estão em vigor todas as medidas para

uma gestão adequada de HSE e como um manual operacional para os seus funcionários.

Para o Cliente, apoiado sempre que necessário por um ES, assegurar que o Empreiteiro

está integralmente preparado para uma gestão adequada dos aspectos de HSE do projecto

e como uma base para a monitorização do desempenho HSE do Empreiteiro.

55. O EHS-MP do Empreiteiro deverá fornecer, pelo menos:

uma descrição dos procedimentos e métodos para cumprimento destas condições gerais

de gestão ambiental e quaisquer condições específicas discriminadas num EMP;

uma descrição de medidas de mitigação específicas que vão ser implementadas com vista

a minimizar impactes adversos;

uma descrição de todas as actividades de monitorização planeadas (por exemplo,

descargas de sedimentos das áreas de empréstimo) e respectivo reporte; e

organização interna, mecanismos de gestão e reporte adoptados para o efeito.

56. O EHS-MP do Empreiteiro será revisto e aprovado pelo Cliente, antes do início das obras.

Esta revisão deverá demonstrar se o EHS-MP do Empreiteiro cobre todos os impactes

identificados e se definiu as medidas apropriadas para contrariar quaisquer impactes

potenciais.

Reporte HSE

57. O Empreiteiro elaborará relatórios de progresso quinzenais para o ES sobre o cumprimento

destas condições gerais, o EMP do projecto se existir e o seu EHS-MP próprio. Fornece-se

abaixo um formato de exemplo para um relatório HSE de um Empreiteiro. Espera-se que os

relatórios do Empreiteiro incluam informações relativas a:

Acções/medidas de gestão HSE adoptadas, incluindo aprovações procuradas junto das

autoridades locais ou nacionais;

Problemas encontrados relativamente a aspectos HSE (incidentes, incluindo atrasos,

consequências nos custos, etc., daí resultantes);

Falta de cumprimento dos requisitos contratuais por parte do Empreiteiro;

Alterações das assunções, condições, medidas, desenhos e obras actuais relativas a

aspectos HSE; e

Observações, preocupações levantadas e/ou decisões tomadas em relação à gestão HSE

durante reuniões nos canteiros.

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58. È aconselhável que o reporte de incidentes HSE significativos seja feito “tão rápido quanto

praticável”. Esse reporte de incidentes deverá, portanto, ser feito individualmente. É ainda

aconselhável que o Empreiteiro mantenha os seus próprios registos sobre saúde, segurança e bem-

estar das pessoas e danos à propriedade. Recomenda-se que se incluam esses registos, bem como

cópias dos relatórios de incidentes como apêndices aos relatórios quinzenais. Fornecem-se abaixo

exemplos de formatos para notificação de incidente e relatório pormenorizado. Os detalhes do

desempenho HSE serão reportados ao Cliente por intermédio dos relatórios do ES destinados ao

Cliente.

Formação do Pessoal do Empreiteiro

59. O Empreiteiro fornecerá formação suficiente aos seus funcionários para assegurar que todos

estejam a par dos aspectos relevantes destas condições gerais, de qualquer projecto de EMP e

do seu próprio EHS-MP e que sejam capazes de cumprir os seus papéis e funções previstos.

Deverá ser fornecida formação específica àqueles empregados que tenham responsabilidades

particulares associadas com a implementação do EHS-MP. Os tópicos gerais deverão ser:

HSE em geral (procedimentos de funcionamento);

procedimentos de emergência; e

aspectos sociais e culturais (maior sensibilização às questões sociais).

Custo da Observância

60. Espera-se que a observância destas condições seja parte da boa prática tanto artesanal como

sofisticada, conforme geralmente se exige neste Contrato. A rubrica “Observância das

Condições de Gestão Ambiental” da Lista de Quantidades cobre estes custos. Não serão

feitos quaisquer outros pagamentos ao Empreiteiro em relação à observância de qualquer

pedido para evitar e/ou mitigar um impacte HSE evitável.