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Planos de Manejo – Formação e Capacitação do
Conselho Gestor
APA de Marapendi
Parque Natural Municipal de Marapendi
Parque Natural Municipal da Barra da Tijuca Nelson Mandela
A TUTELA CONSTITUCIONAL DO MEIO AMBIENTE
• “O exercício da cidadania setorna mais efetivo quando ogoverno torna disponível alegislação e permite ao cidadãoseu respectivo conhecimento”.
(Senador Bernardo CabralSENADO FEDERAL, CadernoLegislativo nº 002, Volume I,Legislação Estadual de RecursosHídricos, Brasília, Nov/1997)
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Esta apresentação é direcionada aos futuros conselheiros do Mosaico deUnidades de Conservação de Marapendi.
Centra-se nos principais marcos do ordenamento jurídico pátrio, na sua evolução,e nos grandes marcos internacionais.
Situa, de forma expedita ,a questão ambiental no cenário científico, filosófico epolítico, insumos das normas.
Pretende apresentar uma visão global e panorâmica de toda legislação ambientalrevelando os principais instrumentos de defesa ambiental
Será desenvolvido de forma expedita razão pela qual sua atenção e participaçãosão fundamentais para enriquecer o curso.
JOÃO WINTHER OAB /SP 79.343
SUMÁRIO
• 1. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
• 2. HIERARQUIA DAS NORMAS
• 3. MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• 4. EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL - PRINCIPAIS MARCOS
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO
Vários princípios encontram-se enraizados no arcabouço jurídico ambiental brasileiro e
devem estar presentes, orientando a formulação, execução e controle de políticas,
planos, programas e projetos, não só públicos mas também privados.
Sua observância é de extrema importância não só porque pautam deveres (limitações de
agir) mas também porque pautam direitos (possibilidades de ação).
Alguns tem maior alcance como os previstos nos artigos 37; 170 e 225 da CF. Outros são
mais específicos, da seara ambiental.
• Art. 37 (LIMPE) – legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficácia
• Art. 170 - transversalidade da política ambiental flexionando a ordem econômica –
desenvolvimento sustentável
• Art. 225 – acesso equitativo aos recursos naturais; capacidade suporte; poluidor-
pagador e usuário-pagador; precaução e prevenção, responsabilidade objetiva
(civil e administrativa) controle, participação, informação e publicidade, reparação
civil, responsabilidade penal, vedação do retrocesso social e cooperação
internacional.
1. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO
2.1 Acesso equitativo aos recursos naturais
A CF recepcionou este princípio seguindo orientação da Declaração de Estocolmo, de 1972,
que assim tratou da matéria: “Os recursos não renováveis do Globo, devem ser explorados
de tal modo que não haja risco de serem exauridos e que as vantagens extraídas de sua
utilização sejam partilhadas a toda humanidade”
Em seu artigo 225, impõe: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações.”
Um posicionamento equânime ( do local ao planetário) não é fácil, exigindo considerações
de ordem ética, científica, e econômica das gerações atuais e uma avaliação prospectiva das
necessidades futuras, nem sempre possíveis de serem conhecidas e mensuradas no
presente.
2.2 Capacidade Suporte
Tem assento constitucional art. 225 §1º inc. V
São os padrões de qualidade, índices de aproveitamento e limites de segurança.
Os limites devem ser estabelecidos em função da necessidade de proteção ambiental e da melhor tecnologia disponível, sem custos excessivos (que melhor
atenda as diferentes necessidades de um projeto).
2.3 Usuário-pagador e poluidor-pagador
A raridade do recurso, o uso poluidor e a necessidade de prevenir catástrofes, entre outros
fatores, podem levar à cobrança pelo uso dos recursos naturais. No entanto, a valorização
econômica dos recursos naturais não pode ser admitida para excluir faixas de população de
baixa renda.
No Brasil, a Lei nº 6938/81 que instituiu a PNMA – Política Nacional de Meio Ambiente, em
seu artigo 4º, inciso VII, diz que sua formulação e execução terão por objetivo “a imposição
ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos” e
“a imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos
causados”
A Lei nº 9433/97, em seu artigo 5º, ao dispor sobre os instrumentos da Política Nacional de
Recursos Hídricos que instituiu a cobrança pelo uso da água (inciso IV).
2.4 Prevenção
Prevenir significa agir antecipadamente. No entanto, para prevenir é
preciso conhecer e estudar antecipadamente os riscos e os impactos,
isto é, prever as consequências de uma determinada ação, num
determinado local e período de tempo e criar mecanismos para evitá-
las ou minimizar seus efeitos.
A própria Constituição Federal recepcionou este princípio quando
determinou em seu artigo 225, § 1º, inciso IV, a exigência, na forma da
lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, de estudo prévio de
impacto ambiental, a que se dará publicidade.
2.5 Precaução
Embora a maioria dos dicionários guarde semelhança entre prevenção e precaução, sua
utilização pela Declaração do Rio de Janeiro/92 e por algumas convenções internacionais
traz características próprias.
Precaução, significa cuidado! Não só frente a impactos ambientais de ocorrência certa,
mas também frente àqueles considerados duvidosos.
A diferença parece residir neste ponto. Ainda que haja dúvida absoluta sobre o dano, e total
ausência de conhecimento científico sobre a matéria, mesmo assim deve-se agir na defesa
das condições ambientais.
Relaciona-se tanto aos conceitos de afastamento de perigo e segurança das gerações
futuras, como também a sustentabilidade ambiental das atividades humanas,.
O Princípio 15 da Declaração do Rio de Janeiro/92 determina que “para
proteger o meio ambiente, medidas de precaução devem ser largamente
aplicadas pelos estados, segundo suas capacidades.
Em caso de risco de danos graves ou irreversíveis, a ausência de
certeza científica absoluta não deve servir de pretexto para procrastinar a
adoção de medidas visando a prevenir a degradação do meio ambiente”.
Em síntese, pelo princípio da precaução somos responsáveis sobre o
que sabemos, sobre o que deveríamos ter sabido, e também sobre o que
deveríamos ter duvidado.
2.5 Precaução
2.6 Acesso ao Poder Judiciário
e antecipação de tutela
Inúmeros instrumentos judiciais encontram-se à disposição da
sociedade para a proteção do meio ambiente, além dos tradicionais
como o Mandado de Segurança e a Ação Direta de Inconstitucionalidade.
Por intermédio da Ação Civil Pública, tipificada pela lei nº 7.347/85, o
Ministério Público, as ONGs e o Poder Público, podem promover a
proteção do meio ambiente.
Além disso, qualquer cidadão por intermédio da Ação Popular (art. 5º,
LXXIII da CF e Lei 4.717/66), pode exercer o mesmo direito. Todas essas
ações judiciais à disposição da sociedade admitem cautela liminar.
2.7 Participação Pública
A audiência pública constitui um dos meios de acesso da população aos estudos
ambientais realizados e reafirma o princípio da participação popular nos processos de
tomada de decisão sobre o uso dos recursos naturais.
A consulta pública, por todos os meios possíveis, como quesito legal e administrativo vem
sendo amplamente exigida pelos órgãos de governo como forma de aperfeiçoar e legitimar
políticas, planos, programas e projetos
A legislação não foi insensível a isto, pois uma vez sendo o patrimônio ambiental um bem
de uso comum do povo, como diz o art. 225 CF, nada mais coerente do que garantir a esse
povo a faculdade de conhecer e opinar sobre os estudos que tratam sobre meio ambiente,
com ênfase para o ZEE, que impõe restrições de uso no território; para a criação de
Unidades de Conservação, e para os EIA/RIMAs, considerados como instrumentos da
política de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do ambiente.
Portanto, a legislação criou um sistema onde a participação pública é assegurada,
condicionando os processos de tomada de decisões referente ao uso dos recursos naturais.
Observe-se ainda que tanto o CONAMA, quanto o CNRH, são compostos com representantes da
sociedade civil organizada, sem o que não alcançariam a necessária legitimidade para o exercício
de suas funções normativas, consultivas e deliberativas.
Anteriormente, pelo § 1º do art. 11 da Resolução CONAMA n.º 001/86, o julgamento da
necessidade de realização de audiência pública para informações sobre o projeto e seus
respectivos impactos ambientais e discussão do EIA/RIMA, cabia ao órgão ambiental
competente.
Com a Resolução CONAMA nº 09, de 03/12/87, pub. em 05/07/90, a prerrogativa do órgão
ambiental, de determinar a conveniência e oportunidade na realização de audiência pública,
estendeu-se à solicitação de entidade civil, do Ministério Público, ou por 50 (cinquenta) ou mais
cidadãos.
2.8 Informação e Publicidade
O art. 5º, inciso XXXIII, da CF preceitua: “Todos têm direito de receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvada aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
A Lei 9.051, de 18/05/95 veio a complementar a Constituição, estatuindo em seu art. 1º “as
certidões para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações, requeridas aos órgãos
da administração centralizada ou autárquica, às empresas públicas, às sociedades de
economia mista e às fundações públicas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios deverão ser expedidas no prazo improrrogável de quinze dias, contado do
registro do pedido no órgão expedidor”.
Por último, foi editada a lei nº 10650/03 que dispõe sobre o acesso público aos dados e
informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA.
Especificamente, no que concerne ao meio ambiente, o §3º, do art. 6º, da PNMA (Lei 6938/81)
dispõe que “os órgãos centrais, setoriais, seccionais e locais mencionados deverão fornecer
os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por pessoas
legitimamente interessadas”.
Em princípio, todo cidadão é pessoa legitimamente interessada na qualidade do meio ambiente,
que é patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso
coletivo (art. 2º, I, da Lei 6938/81).
Nota-se, por outro lado, que “a garantia da prestação de informações relativas ao Meio
Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes”, constitui
instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente (art. 9º, XI, Lei 6938/81).
Além disso, observe-se que todos os atos afetos ao licenciamento ambiental das atividades
potencialmente degradadoras do meio ambiente são objeto de publicação em jornais de grande
circulação.
2.9 Reparação Civil
A responsabilidade civil é a que impõe ao infrator a obrigação de ressarcir
o prejuízo causado por sua conduta ou atividade.
Pode ser contratual, por fundamentar-se num contrato, ou extra contratual,
por decorrer de exigência legal (responsabilidade legal) ou de ato ilícito
(responsabilidade por ato ilícito) ou até mesmo por ato lícito
(responsabilidade por risco).
O fundamento jurídico para tal responsabilidade encontra-se no art. 225 §
3º da Constituição Federal que determina que “as condutas consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar o dano causado”.
2.9 Reparação Civil
A lei 6.938/81, em seu art. 14, § 1º estabelece que “sem prejuízo das penas
administrativas previstas nos incisos do artigo, o poluidor é obrigado,
independentemente de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao
meio ambiente e a terceiro, afetados por sua atividade”.
Mesmo que a atividade esteja regular do ponto de vista ambiental, ou seja,
tenha EIA/RIMA aprovados com as licenças em vigor, essa aprovação e
outorga de licença não libera o empreendedor da responsabilidade pelo
dano que vier a causar ao ambiente e ao terceiro, permanecendo as
hipóteses anteriores sobre a responsabilidade objetiva.
2.10 Responsabilidade
administrativa e penal
A Responsabilidade Administrativa resulta de infração a normas administrativas
sujeitando-se o infrator: I – à multa; II- à perda ou restrição de incentivos e benefícios
fiscais; III- à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito; IV- à suspensão de sua atividade.
A Responsabilidade Criminal emana do cometimento de crime ou contravenção ficando o
infrator sujeito à pena de perda da liberdade ou pena pecuniária.
Pela lei 9.605, de 12/02/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas
de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, está claro em seu art. 2º que “Quem,
de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta lei, incide nas penas
a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador,
o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou o
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de
impedir sua prática, quando poderia agir para evita-lo”.
Por outro lado, a lei pune tanto a pessoa física como a pessoa jurídica (art. 3º),
observada a “gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas
consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; os antecedentes do
infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental; a situação
econômica do infrator, no caso de multa.”
As penas restritivas de direito são: prestação de serviços à comunidade;
interdição temporária de direitos; suspensão parcial ou total de atividades;
prestação pecuniária; recolhimento domiciliar.
A lei considera como circunstâncias que atenuam a pena: baixo grau de instrução
do agente; arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do
dano,....que agravam a pena: a reincidência; para obter vantagem pecuniária;
coagindo outrem ; afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
pública....
2.11 Cooperação internacional
A lei de crimes ambientais preconiza que “resguardados a soberania nacional,
a ordem pública e os bons costumes, o Governo Brasileiro prestará, no que
concerne ao meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem
qualquer ônus, quando solicitado para: produção de prova; exame de objetos e
lugares; informações sobre pessoas e coisas; presença temporária da pessoa
presa, cujas declarações tenham relevância para a decisão de uma causa” (art.
77, Lei 9.605/98).
Não só na esfera penal se verifica a necessária cooperação internacional.
Questões afetas à saúde pública, no controle de portos e aeroportos; ao
tráfego transfronteiriço de cargas deterioradas ou perigosas; à contaminação
de águas utilizadas por dois ou mais países; à eliminação da miséria.
2.11 Cooperação internacional
Ao mercado ilegal de produtos florestais e animais silvestres; à bio – pirataria
genética; aos acordos bilaterais/multilaterais previstos pelos MDL – Mecanismos
de Desenvolvimento Limpo, para diminuição dos gases de efeito estufa, do
Protocolo de Kyoto, têm por excelência natureza internacional.
Além disso, destaque-se que as agências internacionais de financiamento do
desenvolvimento como BID e BIRD, mantêm em pauta o respeito à legislação
ambiental dos países onde atuam e o fomento ao emprego de técnicas de
precaução aos danos ambientais e sociais como condição para aprovação de
projetos de empréstimos ou doação.
O BNDES segue a mesma orientação.
A ideia por detrás do princípio da proibição de retrocesso é fazer com que o
Estado sempre atue no sentido de melhorar progressivamente as condições de
vida da população.
Qualquer medida estatal que tenha por finalidade suprimir garantias essenciais já
implementadas para a plena realização da dignidade humana deve ser vista com
desconfiança e somente pode ser aceita se outros mecanismos mais eficazes para
alcançar o mesmo desiderato forem adotados.
Esse mandamento está implícito na Constituição brasileira e decorre, dentre
outros, do artigo 3º, da CF/88, que inclui a redução das desigualdades sociais e a
construção de uma sociedade mais justa e solidária entre objetivos da República
Federativa do Brasil, sendo inconstitucional qualquer comportamento estatal que
vá em direção contrária a esses objetivos.”
2.12 VEDAÇÃO DO RETROCESSO
SOCIAL
3. HIERARQUIA DAS NORMAS
JURÍDICAS
NOÇÕES BÁSICAS:
Por tratar-se de documento de referência, a ser utilizado por profissionais de diversas
áreas, cumpre repassar algumas noções básicas sobre a hierarquia das normas jurídicas
como forma de assegurar a compreensão do histórico a seguir apresentado.
A mais importante e superior lei dentro da hierarquia das normas jurídicas é a
constitucional. Com efeito é na Constituição Federal que repousam todos os princípios
que presidem à suprema organização do Estado considerando-se, inclusive, as garantias
fundamentais individuais e coletivas, a ordem político administrativa, social e
econômica..
Emendas Constitucionais são modificações ou alterações introduzidas
no corpo da CF, propostas ao Congresso Nacional que, no exercício do
seu poder constituinte derivado da mesma Constituição, as aprovará ou
não seguindo um procedimento especial, totalmente original em
relação ao processo legislativo comum. A emenda aprovada é
promulgada pelo próprio Congresso, independentemente da sanção do
Presidente da República.
Em seguida, impõem-se as Leis Complementares que tratam de
assuntos específicos da CF e/ou do ADCT – Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias e que por ela foram previstas, por isso seu
nome, complementando a própria Carta Magna. Foram previstas para
desenvolver comandos constitucionais que não são autoaplicáveis.
Na sequência, vem as leis ordinárias, que não versam sobre matéria de
natureza constitucional, sendo certo que somente as leis podem criar
novas obrigações quer aos particulares quer ao poder público
observando-se o princípio contido no artigo 5º, inciso II, da Constituição
Federal, in verbis: Art. 5º, inciso II “ ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei”
As medidas provisórias são atos com força de lei, de vigência
temporária de trinta dias, postas na esfera de competência privativa do
Presidente da República, para enfrentar situação de grande relevância
social que esteja a reclamar solução urgente.
Para regulamentar sua aplicação existem os Decretos. Note-se porém que o
Decreto não pode extrapolar o que foi definido e delimitado pelas leis, criando
comandos normativos genéricos e coercitivos quer para a administração pública
quer para os particulares, ou seja, nenhuma nova obrigação poderá ser
instituída.
Desse modo, os comandos normativos da regulamentação pretendida deverão
estar explícita ou implicitamente ligados às previsões já feitas pela lei, sob pena
de serem declarados ilegais ou até mesmo inconstitucionais.
Assim, deverão ser instituídas obrigações derivadas daquelas
genericamente apontadas na lei, garantindo-se que conceitos,
definições, diretrizes, formas, trâmites, prazos e outras condições
sejam previstas e ordenadas de modo a permitir sua consecução.
Nesse sentido, trata-se da adequação dos serviços e deveres que
deverão ser prestados pela administração pública por si e/ou com a
parceria da sociedade para que sejam alcançados os objetivos da lei.
Seguem-se, dentro da hierarquia das normas as resoluções, cujo
escopo deve ser similar ao dos decretos referindo-se sempre a
parâmetros, índices, taxas, percentuais, prazos, formas e trâmites.
São atos administrativos normativos expedidos por altas autoridades do
Executivo (mas não pelo Chefe do Executivo, que só deve expedir
decretos) ou por presidentes de tribunais, órgãos legislativos e
colegiados administrativos, para disciplinar matéria de sua competência
específica.
Por último, seguem-se as portarias, que alcançam o universo interno da
administração pública, ordenando-o.
Podem ser usadas como referência pelos particulares quando seu
conteúdo alcançar o interesse da coletividade como é o caso das
portarias do IBAMA que listam espécies em extinção, num primeiro plano
elaboradas para orientar a própria atividade de polícia e fiscalização
daquele órgão.
4. O MEIO AMBIENTE NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da
fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
4.2 Dos Direitos e Garantias
Fundamentais
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra
ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos
e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente a seu serviço;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania;
LXXIII - legitima qualquer cidadão a propor ação popular que vise anular ato lesivo
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
4.3 Da Organização do Estado
Art 20- São bens da UNIÃO:
I - os que lhe atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das
vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas
em lei;
III - os lagos, os rios e quaisquer correntes d’água em terrenos de
seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites
com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras;
4.3 Da Organização do Estado
V - recursos naturais da plataforma continental e zona econômica
exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e
pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Art. 21- XIX : que confere a UNIÃO a competência exclusiva dos serviços e
atividades estratégicos e que tem repercussão nacional
Art. 22- Define os temas de competência privativa da UNIÃO para legislar
Art. 23- Institui competência comum para UNIÃO, Estados e Municípios agirem na
proteção do meio ambiente; no combate da poluição e para preservar as florestas a
fauna e a flora.
Art. 24- Institui, para os três níveis de poder político, competência concorrente para
legislar sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo, e
controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio cultural, histórico, artísticos, turísticos e
paisagístico;
VIII - responsabilidades por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens de
valor artístico, histórico e paisagístico.
§ 1.º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2.º A competência da União para legislar sobre normas gerais não
exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3.º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4.º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Art. 26- Inclui entre os bens dos Estados : as águas superficiais, ou
subterrâneas fluentes, emergentes ou em depósito.
Art. 30- VIII : que dá competência aos Municípios para promover,
no que couber, adequado ordenamento territorial municipal ( c/c
art.182 onde se destaca o campo urbanístico)
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal,
exceto para:
I - manter a integridade nacional;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
Art. 37. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e, (....)
4.5 Da Ordem Econômica e Financeira
Art. 170, VI : que impinge a defesa do meio ambiente como um dos princípios da
ordem econômica
“A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, tem pôr fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames
da justiça social, observados os seguintes princípios :
I - soberania nacional; II - propriedade privada ; III - função social da propriedade;
IV- livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente;
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno
emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital
nacional e pequeno porte.”
§ único: É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos
previstos em lei.
Art. 174, 3º : determina que o Estado favorecerá a organização da atividade
garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente.
Art. 182- A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno
desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus
habitantes.
§ 1.º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de
expansão urbana.
§ 2.º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências
fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
Art. 186, II : a utilização adequada dos recursos naturais e a preservação do meio
ambiente constituem requisitos da função social da propriedade rural.
4.6 Da Ordem Social
Art. 200, VIII : ao sistema de saúde compete, além de outras atribuições,
colaborar na proteção do meio ambiente nele compreendido o do trabalho
(art. 7º, XXII, ambiente higiênico)
Art. 216- contém importante definição sobre patrimônio cultural brasileiro
Art. 225 : Capítulo do Meio Ambiente
“Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público, e à coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as
presentes e futuras gerações.”
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas a pesquisa e manipulação do
material genético;
III - definir, em todas as Unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnica,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida , a qualidade de
vida e ao meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais à crueldade.
§ 2 º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio
ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão
público competente, na forma da lei ( lei n º 7805/89)
§ 3 º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar o dano causado.
§ 4 º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o
Pantanal Mato- Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua
utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos
naturais.
§ 5 º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados,
por ações discriminatórias, necessárias a proteção dos ecossistemas
naturais.
§ 6 º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização
definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Art. 231- que faz referência às terras indígenas imprescindíveis à
preservação dos recursos naturais necessários a seu bem estar.
5. EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL - MARCOS INTERNACIONAIS
• “Nós não herdamos a terra de nossos pais, nós a tomamos emprestada de nossos filhos”
• (Jair Lima Gevaerd Filho Prof.. Direito da PUC/PR e Procurador do PR -Revista de Direito Agrário e Meio Ambiente - ITCF/PR -1987)
PERÍODO COLONIAL (1500 - 1822)
Economia baseada no extrativismo florestal e mineral
Monocultura extensiva - queimadas
Processos rudimentares - desmatamento / deterioração de solos e desertificação
Regulamentos baseados nas Ordenações Manuelinas onde para preservar a riqueza da
Coroa Portuguesa fazia-se incidir regulamentos de controle para a caça e pesca com
força relativa nas colônias
Ocupação de terras e apropriação de recursos naturais pelo sistema de capitanias
hereditárias e sesmarias que em Portugal havia sido idealizado para terras abandonadas
e incultas
Primeira menção efetiva de controle dos recursos naturais, por receio de sua excessiva
exploração, surge como tentativa de controle da extração de pau-brasil ( madeira de lei )
PRIMEIRO/SEGUNDO IMPÉRIOS E REPÚBLICA VELHA (1822-1930)
Consolidação da ocupação do território nacional enquanto uma ocupação clandestina
e não planejada ( 1ª Lei de Terras em 1.850)
Incentivo à ocupação de fronteiras e à exploração desordenada de
recursos naturais
Primeiras instalações industriais ( final do séc. XIX )
Expansão de atividades agrícolas e pecuárias sem cuidados com o
meio ambiente (monocultura cafeeira )
PRIMEIRO/SEGUNDO IMPÉRIOS E REPÚBLICA VELHA (1822-1930)
No cenário internacional surge, ainda que incipiente, uma consciência global, voltada ao
tema da segurança internacional:
em 1899, A Convenção de Haia, reconhece o interesse geral das nações em impedir o
rompimento de guerras;
em 1907, a III Convenção de Haia, exige que os países, antes de quaisquer
hostilidades, declarassem “ultimatum” com prazos limite;
em 1919, após o fim da 1ª Grande Guerra ( 1914-1918) é criada a Liga das Nações com
o papel de promover a paz mundial.
Os EUA não aderiram e junto à Inglaterra passaram a esboçar diretrizes para uma
nova ordem mundial
DÉCADA DE 30
Começam a existir no Governo as primeiras preocupações de disciplinar o
uso dos espaços recursos naturais sob a ótica setorial e voltada a impedir
sua apropriação por populações de baixa renda
Em 1934 são promulgados :
CÓDIGO DAS ÁGUAS ( ainda vigente) que estabelece os princípios do
aproveitamento e utilização das águas de domínio público criando
direitos e obrigações aos usuários.
e o CÓDIGO FLORESTAL ( substituído em 1965 pela Lei nº 4771) que,
entre outros pontos, exigia, para a exploração comercial de florestas,
procedimentos de difícil consecução para populações de baixa renda
Em 1937 pelo Dec. Lei nº 25 é criado o SPHAN - Serviço de Proteção ao
Patrimônio Histórico, Artístico e Natural ( hoje IPHAN)
Criação dos Primeiros Parques Naturais: Os parques eram criados como
reservas para futura exploração e não como áreas ecologicamente
importantes para o equilíbrio do meio ambiente:
Parque Nacional de Itatiaia 1937
Parque Nacional de Foz de Iguaçu 1939
Parque Nacional da Serra dos Órgãos 1939
Eclode a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945) dando margem a
grandes mudanças políticas e econômicas internacionais, polarizando a
luta pela hegemonia mundial entre os EUA e a União Soviética.
ENTRE AS DÉCADAS DE 40 E 60
Forte anseio de crescimento econômico, palavra de ordem reinante em
todo o planeta em face do fim da segunda grande guerra, da reconstrução
da Europa e do Japão, e da disputa caracterizada pela guerra fria entre o
bloco capitalista e os países comunistas.
Em 24 de outubro de 1945 é criada a ONU - Organização das Nações
Unidas referendada, de início, por 50 países, entre eles o Brasil,
incorporando o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional
(Hoje, dos 192 países existentes, 185 fazem parte da ONU).
“Tais órgãos visavam, respectivamente, manter a paz e a segurança
mundiais, promover o investimento internacional e manter a estabilidade
do câmbio; em outras palavras, a reconstrução da economia internacional
do pós-guerra” .
No Brasil, a grande preocupação era consolidar obras de infraestrutura e
instalar indústrias de base. Aqui, o fim da 2a. Grande Guerra coincidiu com o
fim do primeiro mandato de Getúlio que, tendo se posicionado ao lado dos
países aliados, recebeu alguns dividendos, como a Companhia Siderúrgica
Nacional, que começou a funcionar em 1946.
A Proteção do Meio Ambiente é caracterizada pela administração dos
recursos naturais por meio de órgãos públicos dedicados ao mesmo tempo
ao fomento e à produção de atividades utilizadoras de recursos naturais. A
proteção ambiental é associada fortemente à sua futura exploração.
Merece nota a promulgação do Dec. Lei 1185/40 que instituiu o Código de
Minas (revogado pelo Dec. Lei nº 227/67) disciplinando a pesquisa e lavra
minerária.
COMEÇAM A SURGIR AS GRANDES CATÁSTROFES AMBIENTAIS DE
REPERCUSSÃO INTERNACIONAL
1945 a 1962 - Anunciadas 423 detonações nucleares, que aconteceram
nos Estados Unidos, União Soviética, Grã-Bretanha e França.
1952 - Chuva de granizo, com característica de presença de
radioatividade, acontece na Austrália a menos de 3000 quilômetros dos
testes nucleares realizados na Inglaterra.
1953 - Chuva ácida em Nova York. Possível causa: testes nucleares
realizados em Nevada.
Teste com bomba de hidrogênio, codinome Bravo, dos Estados Unidos,
realizado sobre o atol de Bikini, no Pacífico Ocidental causou
contaminação de cerca de 18 mil Km2 de oceano, gerada por uma nuvem
radioativa de ~ 410 Km de extensão e 75 Km de largura.
Duas semanas depois, a traineira japonesa Fukuryu Maru nº 5, que
pescava atum próximo à área, tinha 23 de seus tripulantes com doenças de
radiação ao chegar ao porto.
Peixes que chegaram posteriormente ao Japão, pescados na mesma
região, também estavam contaminados. Esse episódio gerou uma
campanha extensa de repúdio a teste nucleares com participação inclusive
de Albert Einstein e do Papa Pio XII.
1956 - São registradas disfunções neurológicas em famílias de pescadores
e em gatos e aves que se alimentavam de peixes da baía de Minamata, no
Japão.
A contaminação vinha acontecendo desde 1939, quando uma indústria
química se instalou nas margens da Baía e, por diversos anos, despejou
catalisadores gastos.
Foram confirmadas altas concentrações de mercúrio em peixes e em
moradores, que morreram devido à chamada "Doença de Minamata".
Desastres similares foram observados em outros locais, como por exemplo
Mitsui, Niigata e Yokkaichi. Como resultado desses incidentes, mais de 450
campanhas anti-poluição foram lançadas no Japão até 1971.
DÉCADA DE 60
Dois grandes marcos internacionais de política ambiental são concebidos
nesta década, caracterizada como um período de grande desenvolvimento
econômico e tecnológico:
O CONCEITO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, como contraponto ao crescimento
econômico sem limites, originado em 1968, em Paris, na “ Biosphere Conference” ( Glossário
de Ecologia – 1987 – Academia de Ciência do Estado de São Paulo ) definido “como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de atenderem suas próprias necessidades”;
e
A LEI DA POLÍTICA AMBIENTAL AMERICANA (NEPA - National Environmental Policy Act ),
1969, prevendo a Avaliação de Impacto Ambiental - AIA, para incluir, de forma obrigatória e
sob intensa participação pública, nos processos políticos de tomada de decisões, a variável
ambiental na análise interdisciplinar de planos, programas e projetos públicos e privados.
No Brasil, ao lado da ditadura militar, instalada com a Revolução de 1964,
adentramos a época do denominado milagre econômico (1968-1974) e,
paradoxalmente, para atender às exigências internacionais, na esfera
legislativa foram editadas as seguintes leis :
Código Nacional de Saúde ( Lei Federal 2.132 de 3/9/54 ) e seu
regulamento (Decreto 49.974-A de 21/01/61): estabelecem normas de
proteção ao meio ambiente, condicionando a prática de atividades
econômicas à prévia autorização pelas autoridades sanitárias - Previsão
de medidas de controle sanitário e da poluição para loteamentos
residenciais e industriais (revogado)
Lei nº 3.824/60 que tornou obrigatória a destoca e consequente limpeza das bacias
hidráulicas dos açudes, represas ou lagos artificiais, admitindo, porém, sua não
realização em áreas cuja vegetação for considerada, a critério dos técnicos,
necessária à proteção da ictiofauna e cujas reservas vegetais sejam indispensáveis à
garantia da piscicultura.
Lei nº 4132/62 - Prevê os casos de desapropriação por interesse social para
promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar
social
1964 – Estatuto da Terra – Lei Federal nº 4.504 de 30/11/64: introduz o conceito de
“função social da propriedade”, ( art. 186 CF) que significa considerar a terra como
bem de produção, devendo gerar riquezas; determinando que o seu uso seja feito de
maneira racional, conservando o meio ambiente e condicionando ao bem estar geral
da população; prevê a destinação de lotes para a reforma agrária em imóveis
improdutivos (reg.. Decs 55286/64; 55890/65; 59428/66; alterada pela MP 2183 de
27.08.01)
Código Florestal ( Lei Federal nº 4771/65 alterado pela lei nº 7803/89 – MP
2166/01 - [EC 32 de 11/09/01] - e complementado pelas Res CONAMA nº 302/02
e 303/02 – substituiu o Código Florestal de 34 – HOJE LEI 12.651/12)
Enfatiza o caráter ambiental de proteção dos recursos naturais em
detrimento do conceito de reserva para uso futuro. Introduz as primeiras
noções de funcionalidade dos recursos florestais para proteção da fauna
associada e dos recursos hídricos
Cria as APPs ( arts.. 2º e 3º ) e RLOs ( art.16). HOJE CAR
Previa Parques; REBIO’s e Flonas ( art. 5º) HOJE SNUC
Determina: que a exploração de florestas deva ser previamente autorizada
pelo IBAMA que observará técnicas de abate, reposição florestal e manejo;
que atividades voltadas a exploração industrial de matéria prima florestal
mantenham suas próprias florestas de forma equivalente à suas
necessidades de consumo ( PSS)
Decreto 58.054/66 - promulga a Convenção para a proteção da flora, fauna e das belezas
cênicas naturais dos países da América, assinada pelo Brasil, a 27/02/40 (aprovada pelo
Decreto Legislativo 3/48).
Decreto 59.308/66 - promulga o Acordo Básico de Assistência Técnica com a ONU, suas
agências especializadas e a Agência Internacional de Energia Atômica (aprovado pelo Dec.
Legislativo 11/66).
Lei de Proteção à Fauna Silvestre - Lei nº 5197/67, conhecida erroneamente como Código de
Caça - dispõe sobre a proteção à fauna (alterada pelas Leis 7.653/88, 7.679/88 e 9.111/95; vide
as Leis 7.173/83 e 9.605/98, Decreto 97.633/89 e Portaria IBAMA 1.522/89).
Estabelece que animais de qq. espécies, em qq. fase de desenvolvimento e que vivem
naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos,
abrigos e criadouros são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização,
perseguição, destruição, caça ou apanha (art. 1º); e que nenhuma espécie poderá ser
introduzida no País, sem parecer oficial favorável e sem licença na forma da lei (art. 4º).
Código de Minas - Decreto-Lei nº 227/67 - dá nova redação ao Decreto-lei
1.985/40 - (alterado pelas Leis 6.403/76, 6.567/78, 7.805/89, 8.901/94 e 9.314/96;
regulamentado pela Lei 7.886/89; vide Decreto-lei 1.038/69 e Decreto 598/92).
Impõe condições para a outorga do direito à pesquisa ou lavra dos bens
minerais, classificando – os.
Código de Pesca - Decreto-lei 221/67 dispõe sobre a proteção e estímulo à
pesca (alterado pelas Leis 5438/68; 6276/75; 6585/78; 6631/79 7.643/87, e
9.059/95; regulamentada pelo Decreto 62458/68; 65005/79; 68.459/71; vide as
Leis 7.450/85, 7.653/88, 7.679/88 e 9.605/98).
1967 - Em março, acontece o naufrágio do petroleiro Torrey Cânion, na costa
do extremo sudoeste da Inglaterra. Centenas de quilômetros da Costa da
Comualha foram poluídos. Um acontecimento local de dimensões globais.
1969 - Ocorreram mais de mil derramamentos (de pelo menos 100 barris) de
petróleo em águas americanas.
1970 - Terminal Almirante Barroso/São Sebastião/SP, 1970-1980, com mais
de 80 derramamentos
DÉCADAS DE 70 E 80
Prossegue, no Brasil, o movimento de expansão do crescimento
econômico com ênfase nas industrias de base tais como metalurgia e
siderurgia, e as grandes obras de infraestrutura.
Em 1972, em Estocolmo, Suécia, a ONU fez realizar a 1ª Conferência sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento. Quando os países desenvolvidos
começaram a demonstrar preocupação com escassez de recursos naturais
e mudanças climáticas o Embaixador do Brasil em Estocolmo expressava
“que o país almejava a poluição dos países ricos / desenvolvidos”.
DÉCADAS DE 70 E 80
“..., a ideia da realização de uma Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente não teve uma repercussão positiva entre os países em
desenvolvimento; ao contrário, no caso de alguns, a reação foi
francamente antagônica, como ocorreu com o Brasil.
(...) o fator mais importante era que as questões ambientalistas tinham
importância secundária para os países em desenvolvimento, onde os
grandes desafios eram a pobreza e suas sequelas, ou seja a fome, a falta
de moradia, de roupa, educação, escolas, etc.
Para eles, os direitos políticos e civis pouco importavam em relação aos
direitos econômicos e sociais. (Direito Ambiental Internacional. Meio Ambiente,
Desenvolvimento Sustentável e os Desafios da Nova Ordem Mundial. Thex Editora. RJ. 1995.)
Como alguns resultados desta conferência, podem ser citados a formação de
um grupo de trabalho para promover estudos sobre a preservação ambiental e
a qualidade de vida, e a criação do PNUMA – Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente.
Deve-se registrar que foi a primeira vez que se pensou no planeta como um
todo, onde as questões ambientais afetam a todos, pobres ou ricos. Deve-se
registrar que pela primeira vez no cenário internacional ao lado dos grandes
indicadores do desenvolvimento econômico tais como: produto interno bruto,
densidade demográfica, crescimento populacional, renda per capita, dívida
externa e inflação, se contrapôs a questão da qualidade da vida, da qualidade
ambiental.
Em 1973: Criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA/PR), logo
após a Conferência de Estocolmo sobre o meio ambiente humano. Seria uma
resposta institucional às desastrosas afirmações do embaixador e às
recomendações da conferência.
A emergente preocupação com o meio ambiente - resultante da rápida
industrialização da década de 60 - continuava subordinada ao objetivo do
desenvolvimento econômico.
A SEMA/PR passa a centralizar os programas de controle ambiental e a
complementação da legislação ambiental, que vai se aperfeiçoando.
1974: Surgem os Órgãos Estaduais de Meio Ambiente- OEMAs. A política
ambiental concentrava-se no controle da poluição.
O segundo PND - Plano Nacional de Desenvolvimento - (1975/1979)
implementa bases legais para políticas mais específicas, considerando
prioritário o controle da poluição industrial e o ordenamento das atividades
industriais; o saneamento básico e o ordenamento territorial.
Neste cenário foram editados os Dec. Lei nº 1413/75 e Dec. Lei nº 76.389/75,
que respectivamente instituíram:
a obrigação das indústrias adotarem medidas preventivas e corretivas;
as áreas críticas de poluição : RMSP, Recife, Rio, Salvador, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Regiões de Cubatão e Volta Redonda,
Bacias do Médio e Baixo Tietê, Paraíba do Sul, e Rios Jacuí - Guaíba.
Surgem então os SISTEMAS DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL: licenças de
instalação e operação por órgãos estaduais de controle da poluição)
Nos Estados mais atingidos criam-se legislação específica com restrições
espaciais, temporais, e de uso; e penalidades para os infratores.
1977 - Decreto Federal nº 81.207: Declara de Segurança Nacional o controle
ambiental das atividades públicas e privadas voltadas às: indústria de
armamentos; químicas; petroquímicas; de cimento, materiais de
transporte; celulose; fertilizantes; defensivos agrícolas e as refinarias de
petróleo.
As grandes obras públicas de infraestrutura da época, como: as usinas
hidrelétricas e as rodovias federais como a Transamazônica; e as
atividades de mineração escapavam do controle ambiental da SEMA e/ou
das entidades estaduais de meio ambiente.
Decreto 80.978/77 - promulga a Convenção Relativa à Proteção do Patrimônio Mundial,
Cultural e Natural, de 1972 (Dec Leg. 74/77).
Lei nº 6453/77 dispõe sobre a responsabilidade civil objetiva por danos nucleares e criminal
por atos relacionados com estas atividades, classificando os tipos penais.
Lei nº 6513/77 criou Áreas de Especiais e locais de Interesse Turístico.
Lei nº 6766/79 - Lei Lehmann - que dispôs sobre parcelamento do solo urbano trazendo uma
série de condições para o resguardo da saúde pública e do meio ambiente (alteração Lei nº
9.785/99)
Lei nº 6803 de 02/07/80 que definiu categorias de uso e critérios para a instalação de
indústrias poluidoras introduzindo no sistema normativo o zoneamento industrial, com
aplicação restrita à localização de industrias pesadas, tais como polos petroquímicos,
cloroquímicos, carboquímicas e instalações nucleares e a obrigatoriedade de apresentação
de “estudos especiais de alternativas e de avaliações de impacto” (art.10 § 2º e 3º).
Nas Regiões Metropolitanas (consolidadas entre 1975 e 1978) desenvolvem-
se processos de ordenamento, sob a égide do planejamento integrado de
funções e serviços de interesse comum tais como: transporte urbano;
abastecimento de água e esgotamento sanitário; e controle da poluição
fazendo surgir áreas de proteção de mananciais e zonas industriais (estas
últimas reafirmadas pela Lei nº 6803/80)
Em 1981, a Criação do CEEIBH: Comitê Especial dos estudos Integrados de
Bacias Hidrográficas e de seus subcomitês tais como o da Bacia do São
Francisco e da Bacia do Paraíba do Sul. Este promoveu o Macrozoneamento e
a classificação dos cursos d’água.
No início da década de 80, são detectados casos de problemas pulmonares,
anomalias congênitas e abortos involuntários em moradores da região do
polo petroquímico e siderúrgico de Cubatão, Brasil.
PROMULGAÇÃO DA LEI FEDERAL Nº 6938 DE 31/08/81 (alterada pelas leis
nº 7804/89, 8028/90, 9960/00, 9985/00 e 10165/00 - regulamentada pelo Dec.
nº 99.274/90) - divisor de águas na história da legislação ambiental no
Brasil, sendo o seu passo mais importante e decisivo até então. Esta lei
instituiu a PNMA - POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE que:
introduziu um conceito mais abrangente e preciso de meio ambiente
definindo-o como “o conjunto de condições , leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e
rege a vida em todas as suas formas”
No entendimento de ODUM / 83 estão abrangidas as comunidades, os
ecossistemas e a biosfera.
definiu poluição como “a alteração adversa das características ambientais resultante de
atividades que direta ou indiretamente a) prejudiquem a saúde, a segurança ou o bem estar
da população; b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; c) afetem
desfavoravelmente a biota; d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente; e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos
reorientou a gestão ambiental no sentido de melhorar, recuperar e preservar a qualidade do
meio ambiente em benefício da vida e de um desenvolvimento econômico em harmonia
com a proteção ambiental em bases participativas
impôs a responsabilidade objetiva para o poluidor, obrigando-o a indenizar ou reparar os
danos ambientais causados por sua atividade, sem obstar a aplicação de penalidades de
ordem administrativa tais como multas; perda ou restrição de benefícios fiscais; perda ou
suspensão de participação em linhas de financiamento; e suspensão de sua atividade
criou o SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente de forma apta a
permitir articulação nos três níveis de poder para ações de proteção e controle
do uso dos recursos naturais, tendo como órgão consultivo e deliberativo o
CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente, contando com a participação
paritária de representantes dos segmentos sociais (Dec. 3942/01); ampliando a
competência dos Estados e descentralizando a gestão ambiental
instituiu eficazes instrumentos de gestão como o zoneamento ambiental; o
estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; a avaliação de impactos
ambientais; a educação ambiental; a criação de Unidades de Conservação; e o
licenciamento ambiental propriamente dito, prévio, à construção, instalação
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
Lei 7804/89 anterior
LC 140/11 atual (fixouatribuições e admitedelegação)
Presente o espíritofederativo - aharmonia e integraçãodos entes federados
O SISTEMA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE (SISNAMA)
Ao CONAMA compete, entre outras, as seguintes competências – art. 8º :
“determinar, quando julgar necessário a realização de estudos das
alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos
públicos ou privados” (Inciso II), e,
a de “estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e a
manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional
dos recursos ambientais, principalmente os hídricos” (Inciso VII).
Lei nº 6902/81 regulamenta as APAs e Estações Ecológicas
Decreto nº 87.566/82 - promulga o texto da Convenção sobre Prevenção
da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e Outras Matérias,
concluído em Londres, a 29/12/72 (aprovado pelo Decreto Legislativo
10/82).
O Dec. 88351/81 (substituído pelo Dec. 99.274/90) ao regulamentar a PNMA, esclareceu que
para o licenciamento ambiental (obrigatória a publicação em jornal oficial do estado e em
periódico de grande circulação local ou regional), poderia ser exigido lastro técnico-
científico através de Estudos de Impacto Ambiental, cujos critérios básicos deveriam ser
fixados pelo CONAMA; realizados por técnicos habilitados (equipe multidisciplinar) e
contendo no mínimo:
a) diagnóstico ambiental da área;
b) descrição da ação proposta e suas alternativas;
c) identificação, análise e previsão dos impactos significativos, positivos e negativos.
Este mesmo diploma legal em seu art. 19 instituiu três diferentes modalidades de licenças
ambientais sincronizadas com os diferentes momentos do empreendimento:
“ I - licença prévia - LP - na fase preliminar do planejamento da atividade, contendo
requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação,
observados os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo” (vale dizer: trata-
se de provar a viabilidade ambiental do empreendimento frente às suas possíveis
alternativas locacionais e tecnológicas - quando do projeto básico; prevendo todos os
momentos; avaliando planos, programas e projetos dos três níveis de poder incidentes na
região; e empreendimentos privados colocalizados- validade 5 anos)
“ II - licença de instalação - LI - autorizando a implantação, de acordo com as
especificações constantes do Projeto Executivo aprovado,” (trata-se de oferecer ao órgão
ambiental competente o projeto detalhado, incorporando todas as medidas e programas
ambientais também detalhados e em sincronia com as ações da obra -validade 4 a 6 anos)
“ III - licença de operação - LO - autorizando, após as verificações necessárias, o início
da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle da poluição,
de acordo com o previsto nas licenças prévia e de instalação.” ( prazo máximo de validade
4 a 10 anos).
7. MEADOS DA DÉCADA DE 80 ATÉ 2016
Se o período anterior foi marcado pela questão da poluição industrial, que se
intensifica, e causa maiores catástrofes, os anos 80 assistiram a um grande
“boom” de criação de UC Federais e Estaduais (EEs e APAs), e à
complementação da legislação ambiental de controle da poluição que vai se
aperfeiçoando
Surgem as ONGs socioambientalistas - 3º setor basicamente para assumir
tarefas sem fins lucrativos na defesa do estado democrático de direito, do
meio ambiente e das populações carentes atuando em áreas onde o Estado é
omisso ou tem pouca expressão.
1984 - No dia 18/11, no México, ocorreram explosões sucessivas de tanques
esféricos e botijões de GLP. O acidente destruiu as instalações da refinaria,
lançando partes metálicas e gotículas incandescentes de GLP a distâncias de
até 800m. 500 pessoas morreram e cerca de 4.000 foram feridas. A gravidade
do acidente o fez ficar conhecido como o "México City: o dia em que o céu
pegou fogo".
7. MEADOS DA DÉCADA DE 80 ATÉ 2002
1984 - Vila Socó, Cubatão/SP, ocorrendo explosão e morte de 98 pessoas;
1984 - No dia 2/12, um vazamento de 25 ton.. de Isocianato de Metila, ocorrida
em Bhopal (Índia), causou a morte de 3000, cegueira em ~ 5000 e a intoxicação
de mais de 200.000 pessoas. O acidente foi causado pelo vazamento de gás da
Fábrica Union Carbide. ( início do movimento Responsable Care - Atuação
Responsável pelas industrias químicas)
Surge a Lei nº 7347/85 - Lei de Interesses Difusos que institui a Ação Civil
Pública dando legitimidade ativa aos Ministérios Públicos, aos Partidos
Políticos e às Associações legalmente constituídas, para propugnarem em
juízo pela preservação e proteção do patrimônio público (ambiental, histórico
e artístico), ao consumidor
7. MEADOS DA DÉCADA DE 80 ATÉ 2002
Em 1985, o CONAMA baixa, entre outras, as seguintes resoluções:
01/85 - determinando à SEMA e aos órgãos ambientais do MT e MS, a
suspensão da implantação de destilarias de álcool nas bacias
hidrográficas do Pantanal Mato-grossense.
03/85 (alterada pela 12/86) - criando uma comissão especial com o
objetivo de propor um zoneamento na Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai
através de critérios e objetivos quanto ao uso do solo e em particular
quanto à instalação de atividades potencialmente poluidoras
Protocolo de Montreal- Os estudos que descobriram a existência de um
buraco na camada de ozônio foram revelados para o mundo em 1985. A
pressão gerada pela gravidade do problema levou, dois anos depois, a
comunidade internacional a assinar o Protocolo de Montreal Sobre as
Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio.
7. MEADOS DA DÉCADA DE 80 ATÉ 2004
O tratado estabeleceu restrições amplas à produção e ao uso dos CFCs, comotambém dos halons [bromoclorofluorcarbonos - BCFCs], outro grupo de produtosquímicos destruidores do ozônio.
O protocolo é considerado um complemento da Convenção da Viena para Proteçãoda Camada de Ozônio, que definiu, ainda em 1985, os princípios que norteiam aproblemática da destruição da camada de ozônio para mudança climática do planeta.
O acordo foi assinado por 24 nações e pela Comunidade Européia, sendo ratificadodesde então por mais de 170 países ( ratificado pelo Brasil pelo Dec. 99.280/90)
Desde Montreal, o acordo foi reforçado várias vezes para restringir mais asemissões e abranger uma maior quant. de produtos químicos danosos a camada deozônio. O primeiro resultado prático do esforço internacional foi em 97, quando aprodução global dos CFCs caiu 87% abaixo do seu nível de 87.
Em 1986, o CONAMA baixa a Resolução nº 001 (complementada pela 011/86)
que dispôs sobre os Estudos de Impacto Ambiental - EIAs e respectivos
Relatórios de Impacto do Meio Ambiente - RIMAs estabelecendo critérios e
diretrizes gerais para sua elaboração:
define ( art. 1º ) impacto ambiental como qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada
por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente afetem :
1. a saúde , a segurança e o bem estar da população;
2. as atividades sociais e econômicas;
3. a biota;
4. as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
5. a qualidade dos recursos naturais;
lista ( art. 2º ), de forma explicativa, as atividades que devem ser licenciadas
mediante EIA/RIMA;
estabelece ser metodologicamente necessário ( art. 5 º e 6º):
1. contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto,
confrontando-as com a hipótese de não realização do mesmo;
2. identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados
nas fases de implantação e operação da atividade;
3. definir os limites da área geográfica a ser afetada, direta ou
indiretamente, pelos impactos, considerando em todos os casos a bacia
hidrográfica na qual se localiza;
4. considerar os planos e projetos propostos ou em implantação na área de
influência e sua compatibilidade.
5. elaborar o diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, de
modo a caracterizar as interações dos recursos naturais, antes da
implantação do projeto considerando:
a) o meio físico: o subsolo; as águas; o ar; o clima; destacando os recursos
minerais; a topografia; os tipos e aptidões do solo; os corpos d’água;
o regime hidrológico; as correntes marinhas; as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais : a fauna e a flora,
destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor
científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e áreas de
preservação permanente.
c) o meio sócio econômico: uso e ocupação do solo; os usos d’água e a
sócio economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos
históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência da
comunidade local; o potencial uso futuro dos recursos naturais.
6. proceder à análise dos impactos ambientais do projeto e de suas
alternativas através da identificação, previsão de magnitude e interpretação
da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os
impactos positivos e negativos; diretos e indiretos; imediatos e a médio e
longo prazos; temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas
propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e dos
benefícios sociais.
7. definição das medidas mitigadoras dos impactos ambientais negativos,
entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos,
avaliando sua eficiência, bem como programas de acompanhamento e
monitoramento indicando fatores e parâmetros a serem considerados
8. a elaboração do RIMA, sucinto, de forma objetiva, em linguagem acessível e
ilustrada com técnicas de comunicação visual de modo que a população
possa entender todas as consequências ambientais do projeto
1986 - No dia 26/04l, acidente na Usina de Chernobil / URSS, demonstrou
definitivamente que o mundo é pequeno e que os impactos ambientais tem
repercussões globais. Durante testes, o sistema de refrigeração foi desligado com o
reator ainda em funcionamento. O equipamento esquentou e explodiu. O incêndio
durou 1 semana, lançando na atmosfera um volume de radiação cerca de 30 x maior
do que a bomba de Hiroshima. A radiação espalhou-se, atingindo vários países
europeus e o Japão. Há previsão de que cerca de 100.000 pessoas sofrerão danos
genéticos ou terão problemas de câncer devido a esse acidente nos 100 anos
seguintes. Por toda a Europa, houve problemas na lavoura e na pecuária, tornando os
alimentos impróprios para o consumo.
Ainda em 1986, o CONAMA por meio da Res 01-A/86 estabeleceu procedimentos
para o transporte de produtos perigosos e baixou a Res nº 020/86 - estabeleceu a
classificação das águas doces, salobras e salinas do território nacional.
Em 1987, o CONAMA baixa entre outras as seguintes Resoluções::
005 - que criou o Programa de Proteção ao Patrimônio Espeleológico
006 - que trata do licenciamento ambiental de obras de grande porte, especialmente do
setor de geração de energia elétrica
007- que impôs regras para a venda de produtos com Abestos
009 - (publicada somente em 1990) que regulamenta a questão das Audiências Públicas
Em 1987, foi instituído pelo Dec. nº 94076 o Programa Nacional de Conservação de Micro
Bacias Hidrográficas, que vinculado ao MA, com rebatimento dos entes federados, por
meio dos órgãos ligados à extensão rural, substituiu o Programa Nacional de
Conservação de Solos.
Tal programa, buscou pactos de sustentabilidade entre os ocupantes de imóveis
lindeiros aos corpos hídricos, organizando-os por setor, e teve o mérito de corrigir usos
em várias áreas onde atuou.
No plano internacional, em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento (WCED), instituída pela ONU em 1983, promulgou um
relatório intitulado “Nosso Futuro Comum” (Gro Harlem Brundtland -1ª
Ministra da Noruega) onde várias reflexões voltadas à escassez de recursos
naturais e energia; à miséria de vários povos e consequente degradação de
ecossistemas; à poluição industrial e necessidade de mudar hábitos de
consumo e produção, induziram à recomendações, à todas as nações, para
que através de mudanças legais e institucionais viessem a buscar o
desenvolvimento sustentável, eliminando a pobreza e os padrões de
consumo exagerados para garantir dignas condições de vida, e um meio
ambiente equilibrado para esta e para as futuras gerações.
o conceito foi originado em 1968, em Paris, na “ Biosphere Conference”
(Glossário de Ecologia – 1987 – Academia de Ciência do Estado de São
Paulo )
pode-se definir desenvolvimento sustentável, “como um processo de
mudança no qual a explotação dos recursos, a orientação dos
investimentos e do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional
estão em harmonia e melhoram o potencial existente e futuro para satisfazer
as necessidades humanas. Como aquele que atende as necessidades do
presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
atenderem suas próprias necessidades” (WCED-1987)
Sustentabilidade é uma relação entre os sistemas econômicos humanos dinâmicos e
sistemas ecológicos maiores, também dinâmicos, mas com mudanças mais lentas, em que: a)
a vida humana possa continuar indefinidamente, b) os seres humanos possam prosperar, c)
as culturas humanas possam desenvolver-se; ...mas na qual os efeitos das atividades
humanas permanecem dentro de limites, de modo a não destruir a diversidade, complexidade
e funções do sistema ecológico que dá suporte à vida (Constanza, R., 1991).
A questão reside em definir os termos dessa sustentabilidade, por causa do desequilíbrio
em favor do benefício presente e das imensas dificuldades para valoração dos padrões de
consumo e danos futuros. A questão é muito complexa e por isso um desafio porque nem as
valorações/previsões sócio - econômicas e nem as ecológicas admitem certezas que
permitam traçar diretrizes absolutamente seguras ao processo de desenvolvimento
Em SET/87, vem a público que um acidente com material radiativo Césio
137, havia contaminado dezenas de pessoas, na cidade de Goiânia, Brasil.
O acidente aconteceu porque uma cápsula de Césio 137, pesando entre ~
800 kg, desapareceu do Instituto Goiano de Radioterapia e foi vendido a um
ferro-velho como sucata . Ao tentar quebrar a cápsula, o dono do ferro-velho
liberou o pó radioativo, atingindo sua família e pessoas que frequentavam o
local.
Pouco depois, estas pessoas apresentaram os sintomas básicos da
contaminação: queimaduras por todo o corpo, vômitos e diarreias. Em
poucos dias, 4 pessoas morreram. Hoje, os especialistas acreditam que o
número de pessoas que morreram ou adoeceram tenha sido bem maior.
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 o Meio Ambiente adquire um
patamar importantíssimo sendo certo que vários dispositivos instituídos pela PNMA
foram por ela explicitamente recepcionados
Importante destacar que o sistema constitucional vigente , cuja função é organizar
juridicamente o poder político, é nitidamente federativo e descentralizado. Vale dizer que
apoia-se no espírito de harmonia e cooperação que existe ou deve existir entre
Municípios, Estados e UNIÃO.
Decreto Federal 95733/88 impõe a inclusão no Orçamento dos Projetos e Obras,
executados no todo ou em parte com recursos federais, de dotação mínima
correspondente a 1% do custo total do empreendimento, destinada a prevenir ou corrigir
os prejuízos de natureza ambiental, cultural e social decorrentes de sua execução.
Cumpre ainda consignar a edição dos seguintes diplomas legais:
Lei nº 7661/88 impõe o PNGC – Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro dando diretrizes
para implementação de múltiplos usos desde que assegurada a proteção ambiental (livre
acesso às praias e ao mar)
Res CONAMA 06/88 que impõe o Inventário de Resíduos Sólidos industriais obrigando seus
geradores, no lic. de suas atividades, a controle específico, informando às autoridades as
características de sua geração; coleta; tratamento; transporte e destino final - alcança ind.
metalúrgicas; químicas; de qq. tipo com + de 500 empregados; com sistemas de tratamento de
efluentes; e/ou que gerem produtos perigosos. Alcançou ainda empresas com estoques de
agrotóxicos e concessionárias do setor elétrico com PCBs e óleos ascaréis.
Decreto 96.944/88 - cria o Programa de Defesa do Complexo de Ecossistemas da Amazônia
Legal (alt pelo Dec. 97.636/89).
Lei nº 7735/89 que criou o IBAMA = IBDF + SUDEPE + SEMA + SUDHEVEA
Lei nº 7802/89 disciplina desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos, até sua
comercialização, distribuição , uso, e destino final das embalagens, obrigando seu
registro nos Ministérios da Agricultura; Saúde e Meio Ambiente. (regulamentada pelo Dec.
98062/89; alterada pela Lei nº 9974/00 e Dec. 4074/02)
Lei nº 7804/89 que alterou a PNMA (§ 4º do art. 10) no que tange as esferas de competência
para licenciamento introduzindo os conceitos de impacto de âmbito nacional ou regional.
Entre outras providências criou as RESEX. Alterada pela LC 140/11
Lei nº 7805/89 altera parcialmente o código de mineração, institui o regime de lavra
garimpeira e faz o link fundamental entre as modalidades de títulos minerários e o
licenciamento ambiental
Art. 16. A concessão de lavras depende de prévio licenciamento do órgão ambiental
competente.
Art. 17. A realização de trabalhos de pesquisa e lavra em áreas de conservação
dependerá de prévia autorização do órgão ambiental .
Art. 18. Os trabalhos de pesquisa ou lavra que causarem danos ao meio ambiente
são passíveis de suspensão temporária ou definitiva
Art. 19. O titular de autorização de pesquisa, de permissão de lavra garimpeira, de
concessão de lavra, de licenciamento ou de manifesto de mina responde pelos
danos causados ao ambiente.
Art. 20. O beneficiamento de minérios em lagos, rios e quaisquer correntes de água
só poderá ser realizado de acordo com a solução técnica aprovada pelos órgãos
competentes.
Dec. nº 97632/89, impõe a elaboração de EIA/RIMA para todas as atividades minerárias e
um prazo de 180 dias para as já existentes apresentarem um PRAD – Plano de
Recuperação de Áreas Degradadas
Lei nº 7754/89 que instituiu um paralelograma de proteção de florestas nas nascentes dos
rios, observando a área de preservação permanente relativa a sua largura. A lei embora
ainda vigente está relativamente ultrapassada, mas a ideia de proteção dos mananciais
deve ser utilizada.
Em 1989, são promulgadas as Constituições Estaduais que na sua maioria estabelecem
capítulos inteiros dedicados à proteção ambiental.
Resolução CONAMA 005/89 - institui o Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar.
Este programa é um dos instrumentos básicos da gestão ambiental para proteção da
saúde e melhoria da qualidade de vida, pela limitação dos níveis de emissão de poluentes
por fontes de poluição atmosférica.
Essa resolução cria zonas aéreas classes I ( nobre), II ( desejável) e III (máximo) e impõe padrões
primários ( limites máximos) e secundários ( níveis desejáveis)
1989 - No dia 23 de março, o Navio Exxon Valdez, depois de uma colisão em rochas submersas
que causou o rasgo no fundo do petroleiro, derramou, na Baía do Príncipe Willian, Alasca, 40.000
m3 de petróleo. No acidente, morreram, aproximadamente, 260.000 aves, 20 baleias, 200 focas e
3.500 lontras do mar.
Até hoje são estudadas as consequências do acidente sobre a fauna e flora marinha da região
atingida. Até março de 1990, as indenizações e gastos com limpeza assumidos pela Exxon já
acumulavam mais de 2 bilhões de dólares com várias outras ações judiciais ainda não julgadas.
Em 1990, inúmeras Leis Orgânicas Municipais incorporam princípios e procedimentos para a
defesa ambiental.
Portaria MS nº 518/04 disciplinando padrões de potabilidade d’água para consumo humano,
complementando o Dec. 79.367/77
Resoluções CONAMA 001/90 adota os níveis de ruído da NBR 10.151 e Res 002/90 que
institui o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora “SILÊNCIO”
Resolução CONAMA 003/90 - estabelece padrões de qualidade do ar, previstos no
PRONAR instituído pela Res 005/89 (revoga a Portaria MINTER 231/76). Estabelece
ainda os métodos de amostragem e análise dos poluentes atmosféricos e os níveis de
qualidade do ar para elaboração do Plano de Emergência para Episódios Críticos de
Poluição do Ar.
Resolução CONAMA 008/90 - estabelece os limites máximos de emissão de poluentes
do ar para processos de combustão externa, previstos no PRONAR. - padrões para
fontes estacionárias de poluição com potências nominais totais até 70 MW e
superiores.( caldeiras; fornos e geradores de vapor)
Ainda em 1990, são dignas de nota, a Lei nº 8069/90 que instituiu o Estatuto da Criança
e do Adolescente e a Lei nº 89078/90 (alterada pelas Leis 8.656/93, 8.703/93, 8.884/94,
9.008/95 e 9.298/96; regulamentada pelo Decreto 2.181/97) que instituiu o Código do
Consumidor.
Decreto nº 8/91 - promulga a Convenção sobre Assistência no caso de
Acidente Nuclear ou Emergência Radiológica (aprovado pelo Decreto
Legislativo 24/90).
Decreto nº 9/91 - promulga a Convenção sobre pronta notificação de
acidente nuclear (aprovado pelo Decreto Legislativo 24/90)
Em 1992, é realizada a Conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), no Rio de Janeiro onde os
principais pontos do RELATÓRIO BRUNDTLAND foram discutidos.
CARTA DA TERRA, que firma princípios para o uso sustentável dos
recursos naturais do Planeta;
AGENDA 21, estabelecendo, em maior prazo, como pacto entre as
partes, temas, planos, projetos, metas e operação da execução para
cada tema da conferência;
as estratégias de combate à pobreza e à miséria;
a necessidade de introduzir mudanças nos padrões de produção e
consumo;
as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica
as propostas para a melhoria da saúde pública e da qualidade de vida
dos assentamentos humanos;
as formas de manejo dos recursos naturais (incluindo solos, água,
mares e energia) e de resíduos e substâncias tóxicas de forma a assegurar
o desenvolvimento sustentável;
o fortalecimento da sociedade civil para participar dos processos
decisórios;
os mecanismos jurídicos e financeiros nacionais e internacionais
voltados a impulsionar a sustentabilidade.
ACORDOS E TRATADOS INTERNACIONAIS, dentre os quais destacam-se:
Convenção sobre Diversidade Biológica cujos objetivos são: a conservação
da biodiversidade; a utilização sustentável de seus componentes; a repartição
justa e equitativa dos benefícios derivados da sua utilização e dos seus
recursos genéticos, mediante, inclusive, o justo acesso e a transferência
adequada de tecnologias pertinentes, levando em conta todos os direitos
sobre tais recursos e tecnologias, e mediante financiamento adequado.
Convenção sobre Mudança do Clima estabelecida para controlar a emissões
de gases causadores do efeito estufa sobre a atmosfera do planeta - entre os
anos 2008 e 2012 as emissões devem ser reduzidas em 5,2%, com relação aos
níveis de 1990, para dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, e aos de 1995
para hexafluoreto de enxofre e famílias de hidrofluorcarbonos - HFC e
perfluorcarbonos - PFC.
O Protocolo de Kyoto inclui três mecanismos de flexibilização para cumprimento dos
compromissos da Convenção: execução conjunta (JI - Joint Implementation), comércio de
emissões (Emissions Trade) e Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM - Clean
Development Mechanism).
Os dois primeiros, constituídos de modo a serem utilizados entre países
industrializados do Anexo I, objetivam a contabilização de reduções líquidas de emissões
de gases com execução de projetos em outros países, também do Anexo I.
O Clean Development Mechanism (CDM) - consiste na possibilidade de um país
desenvolvido financiar projetos em países em desenvolvimento como forma de cumprir
parte de seus compromissos.
Assim, o MDL tem por objetivo a mitigação de gases de efeito estufa em países em
desenvolvimento, na forma de sumidouros, investimentos em tecnologias mais limpas,
eficiência energética e fontes alternativas de energia. Teve boa aceitação por se tratar de
um mecanismo multilateral, em contraponto ao Joint Implementation, que é negociado
bilateralmente.
Ainda em 1992, surge o conceito de Sistema de Gestão Ambiental -SGA, formalizado pela
British Standard Institution na Norma “BS 7750 - Specification for Environmental Management
Systems”.
O sistema proposto na referida Norma, por sua vez, apoia-se nos conceitos de Gestão da
Qualidade definidos na Norma BS 5750, que deu origem à série de normas internacionais ISO
9000.
INMETRO + credenciados - validade da Certificação 3 anos
ISO = International Organization for Standardization
ISO 9000 - Sistema de Gestão da Qualidade Total
Conformidade com as especificações de mercado
Fornecedores e clientes
Normas: BS - 5750 (1979) e ISO 9000 (1987)
ISO 14000 – Sistema de Gestão Ambiental
Cumprimento da Política Ambiental
Prevenção da Poluição - Melhoria Contínua
Normas: BS - 7750 (1992) » ISO 14000 (1996)
Decreto nº 875/93 - promulga o texto da Convenção sobre o Controle de Movimentos
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito Dec. Legislativo 34/92).
Decreto nº 911/93 - promulga a Convenção de Viena sobre Responsabilidade Civil por
Danos Nucleares, de 21/05/63 (Dec. Legislativo 93/92).
Resolução CONAMA nº 005/93 Define procedimentos para o gerenciamento de resíduos
sólidos. Aplica-se aos portos, aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários e
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, mas pode ser também aplicada a
grandes geradores de resíduos (ABNT- NBR 10.004 - Resíduos Sólidos; 10.005 -
Lixiviação; 10.006 - Solubilização; 10.007- Amostragem; 12.235 - Armazenamento de
classe I - Perigosos; 11.174 Armazenamento de classe II - Não inertes e classe III -
Inertes; 12.809 - Manuseio de Resíduos de Saúde).
Decreto n° 750/93 Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação
primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, e dá
outras providências.
Em jan./93, o petroleiro Braer, durante uma tempestade com fortes ventos, se chocou contra
rochas na Costa das Ilhas de Shetland, no Reino Unido. Na época, o Primeiro Ministro do
Reino Unido, John Major, definiu o derramamento de óleo como "o pior desastre ambiental
britânico". Quando o petroleiro Braer se quebrou em dois foram derramados
aproximadamente 80.000.000 galões de óleo, duas vezes a mais do que o Exxon Valdez
Lei nº 8.617/93, Dispõe sobre o mar territorial, zona contígua, zona econômica exclusiva e
plataforma continental brasileiros e dá outras providências. Apresenta definições e algumas
orientações sobre formas de utilização destas áreas.
Decreto nº 1.282/94 - regulamenta os art. 15, 19, 20 e 21 da Lei nº 4.771/65 (alterado pelo
Decreto nº 2.788/98). Estabelece a área considerada como bacia amazônica e que a
exploração de suas florestas primitivas e demais formas de vegetação arbórea natural
somente será permitida sob a forma de manejo florestal sustentável (art. 1º e § 1º). A
exploração a corte raso somente será permitida em áreas selecionadas pelo Zoneamento
Ecológico-Econômico para uso alternativo do solo (art. 7º).
Na sequência das edições legais mais importantes, seguem-se:
Resolução CONAMA nº 6/94.
Dispõe sobre definições para análise de sucessão ecológica da Mata Atlântica no Estado do
Rio de Janeiro.
A Lei nº 8974/95 ( regulamentada pelos Decs. nº 1520/95; 1752/95; e 2577/98; e alterada pela
Medida Provisória – MP nº 2191 de 23/08/01) que dispôs sobre Engenharia Genética-
Regulamentada pelos Decretos nº 1520/95 e 1752/95, a lei estabelece normas para o
desenvolvimento, cultivo e manipulação de OGMs – Organismos Geneticamente Modificados
até sua comercialização, consumo e liberação no meio ambiente.
Coloca a questão sobre a responsabilidade de vários Ministérios. Cria a CTNBio –Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança e criminaliza a intervenção em material genético humano
“ïn vivo” exceto para tratamento de doenças genéticas.
Decreto 1.905/96 - promulga a Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância
Internacional, especialmente como habitat de aves aquáticas, conhecida como
Convenção de Ramsar, de 02/02/71 (aprovado pelo Decreto Legislativo 33/92).
Portaria Interministerial MMA/MPO -001/96 - institui o Comitê de Integração da Bacia
Hidrográfica do Alto Paraguai- Pantanal - CIBHAPP, com a finalidade de promover no
âmbito da gestão dos recursos hídricos a viabilização técnica e econômico-financeira
de programas de investimento, visando ao seu desenvolvimento sustentável
Lei nº 9433/97 - PNRH - Política Nacional de Recursos Hídricos (regulamentada pelo Dec
2612/98 e alterada pela Lei nº 9984/00) instituiu o SNGRH Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos com base num Conselho Nacional e Comitês de
Bacia Hidrográfica.
“Foi tecida em uma conjuntura de muitos debates, envolvendo as três esferas de poder, a
classe empresarial, as universidades, as ONGs, as representações de classes, técnicos,
professores, pesquisadores, o usuário comum da água, enfim, foi produzida pelo concurso e
com a participação da sociedade brasileira, como um todo, seguindo a tendência nacional e
mundial de reformulação do papel do Estado na gestão de bens e serviços públicos”.
(Calasans, J.T. et. al., 2002).
adotou os princípios discutidos na ECO - 92: “o desenvolvimento e manejo de recursos
hídricos deve ser planejado de forma integrada, levando em consideração necessidades de
planejamento de longo termo, bem como as de horizontes mais estreitos, ou seja, deve
incorporar considerações ambientais, econômicas e sociais baseadas no princípio da
sustentabilidade; deve incluir as necessidades de todos os usuários, bem como aquelas
relacionadas com a prevenção e a atenuação de perigos relacionados com a água; e deve
constituir parte integrante do processo de planejamento do desenvolvimento
socioeconômico” (UNCED, 1992), e
“incorporou a experiência internacional, apresentando muitas semelhanças com o sistema
francês, principalmente no que tange ao poder de negociação e de formulação de diretrizes
relativas ao gerenciamento de recursos hídricos em nível de bacia hidrográfica exercido pelos
Comitês de Bacia” (Calasans, J.T. et. al., 2002 ).
Nesse sentido, adotou como fundamentos as seguintes premissas:
serem as águas bem de domínio público; A água, que era tida res nullius – coisa sem dono,
passível, consequentemente, de apropriação individual – passa a ser considerada res communis,
um patrimônio comum.
serem as águas um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
em situações de escassez, seu uso prioritário é o consumo humano e a dessedentação de
animais;
sua gestão deve sempre proporcionar o uso múltiplo compatibilizando-os com os efetivos e
potenciais;
adoção das áreas das bacias e sub-bacias hidrográficas como unidades de planejamento e
execução de planos, programas e projetos;
sua gestão descentralizada com a participação do Poder Público, das associações de
usuários e das comunidades.
A lei promoveu uma radical descentralização da gestão: da sede do poder para a esfera local,
por meio dos Comitês de Bacia Hidrográfica e Agências de Água. Trata-se da implementação do
princípio da subsidiariedade, reconhecido em âmbito internacional, e que modifica o espírito do
antigo Código de Águas de 1934.
Como instrumentos aptos a assegurar disponibilidade, em padrões adequados, aos usos
requeridos por esta e para as futuras gerações; à prevenir eventos hidrológicos críticos; e a
garantir seu uso racional e integrado com vistas a um desenvolvimento sustentável, a PNRH
definiu os seguintes instrumentos:
os Planos de Recursos Hídricos a serem elaborados por bacia e por Estado ( ou pela UNIÃO
para rios federais);
o enquadramento dos corpos d’água em classes segundo seus usos preponderantes ( a ser
proposto pelos Comitês de Bacia conforme Resolução CNRH 12/00 e procedido pelos órgãos
ambientais conforme definido pela legislação ambiental Res CONAMA nº 20/86);
a outorga dos direitos de uso, pelo prazo máximo de 35 anos, renovável,
excepcionando-se aqueles considerados insignificantes pelo seu art.12 § 1º;(
regulamentada pela lei 9984/00 que criou a ANA e pela Res CNRH 16/01)
a cobrança pelo uso devendo os valores arrecadados reverterem para a própria bacia
hidrográfica custeando suas próprias unidades de gestão bem como obras e projetos
aptos a incrementarem sua quantidade e qualidade;
a compensação a municípios afetados por obras que comprometam seus recursos
hídricos.
Resolução CONAMA 237/97, que alterou em parte as diretrizes sobre elaboração e trâmite
do EIA/RIMA da Resolução CONAMA nº 001/86, complementando-a
Decreto Legislativo 28/97 - aprova o texto da Convenção Internacional de Combate à
Desertificação nos países afetados por desertificação e/ou seca, assinada pelo governo
brasileiro, em Paris, em 15/10/94.
Decreto 2.119/97 - dispõe sobre o Programa Piloto para a Proteção das Florestas
Tropicais do Brasil e sobre a sua Comissão de Coordenação (revoga o Decreto 563/92).
Este programa tem por objetivo a implantação de um modelo de desenvolvimento
sustentável, constituindo-se de um conjunto de projetos de execução integrada pelos
governos federal, estaduais e municipais e a sociedade civil organizada, com o apoio
técnico e financeiro da comunidade internacional. PPG-7
A primeira fase inclui: zoneamento ecológico-econômico; monitoramento e vigilância;
controle e fiscalização; implantação e operação de parques e reservas, florestas
nacionais, reservas extrativistas e terras indígenas; pesquisas orientadas ao
desenvolvimento sustentável; manejo de recursos naturais e reabilitação de áreas
degradadas (art. 2º e parágrafo único).
Outro grande marco jurídico ambiental que se impõem, abrindo o leque da proteção
ambiental para a esfera penal é a:
Lei nº 9605/98 - Lei de Crimes Ambientais – ( regulamentada pelo Dec. 3179/99) que
entre outros pontos significativos previu sanções administrativas; redesenhou
penalidades e tipificou como crime modalidades antes tidas como contravenção ou
não previstas; previu também a perda ou restrição de incentivos legais/contratação
com a administração pública/suspensão em linhas de crédito.
deu base legal mais sólida aos órgãos de meio ambiente exercerem sua ação
fiscalizadora ( portarias tidas pelos tribunais como insuficientes);
alcançou pessoas físicas e jurídicas;
manteve a responsabilidade objetiva, civil, prevista pela PNMA;
previu, como crime ambiental, sujeitando à pena de detenção de um a seis meses , ou à
pena de multa, ou ambas as penas cumulativamente: “Construir, reformar, ampliar, instalar
ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional , estabelecimentos, obras ou
serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais
competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes”,( art 60)
previu pena de detenção, de um a três anos, a ação criminosa de “Deixar, aquele que tiver o
dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental”(
art.68).
Decreto 2.519/98 - promulga a Convenção sobre a Diversidade Biológica, assinada no Rio de
Janeiro, em 05/07/92 (aprovada pelo Decreto Legislativo 2/94).
Decreto 2.586/98 - promulga o Acordo sobre Cooperação em Matéria Ambiental, celebrado entre
o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República da Argentina, em
Buenos Aires, em 09/04/96 (aprovado pelo Decreto Legislativo 6/97).
Decreto 2.648/98 - promulga o protocolo da Convenção de Segurança Nuclear, assinado em
Viena, a 20/09/94 (aprovado pelo Decreto Legislativo 4/97).
Decreto 2.652/98 - promulga a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima,
adotada em Nova Iorque, a 09/05/92 (aprovada pelo Decreto Legislativo 1/94).
Decreto 2.959/99 - dispõe sobre medidas a serem implementadas na Amazônia Legal, para
monitoramento, prevenção, educação ambiental e combate a incêndios florestais (revoga o
Decreto 2.662/98). Institui o Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios
Florestais na Amazônia Legal com o objetivo de: identificar áreas de maior risco de ocorrência
de incêndios florestais; controlar o uso do fogo ao longo da região; informar os produtores e as
comunidades rurais sobre riscos dos incêndios florestais; estruturar e implantar núcleo
estratégico com capacidade institucional de mobilizar força-tarefa para atender a emergências
em combate a incêndios florestais de grandes proporções (art. 3º e incisos).
Lei Nº 9.795/99 que instituiu a PNEA – Política Nacional de Educação
Ambiental, de forma obrigatória em todos os níveis de ensino. Esta lei,
regulamenta a previsão feita pela PNMA, em seu artigo 9º, que
considerou a educação ambiental um instrumento da política ambiental
e o previsto no artigo 225 da CF
Lei nº 9.984/00 que dispôs sobre a criação da Agência Nacional de Água
- ANA, entidade federal de implementação da Política Nacional de
Recursos Hídricos e de coordenação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Lei nº 9985/00 que instituiu o SNUC – Sistema Nacional de Unidades de
Conservação, regulamentando o art. 225, § 1º, incisos I,II,III e VII da
Constituição Federal (reg. Dec. 4340/02).
Entre outras providências, o SNUC:
Criou conselhos a serem formados com a sociedade civil;
inovou as formas de criação e manejo que apoiadas em estudos
técnicos devem ser submetidas à consulta pública;
criou a figura dos mosaicos antevendo formas integradas de sua gestão;
abriu a possibilidade de sua administração às OSCIP’s – (Lei nº
9.790/99), bem como a possibilidade de exploração de seus usos
públicos por empresas particulares que explorem turismo e lazer.Previu (art. 36) alocação de 0,5% do total do empreendimento para a criação de UC do
Grupo de Proteção Integral, em área a ser apontada pelos estudos ambientais ou pelo
órgão ambiental, que poderá decidir que o recurso será aplicado na manutenção de UC
já existentes na região (revogando as Res CONAMA nº 10/85 e 02/96.
Res CONAMA 264/00- "Lic. de fornos rotativos de produção de clínquer para atividades de
co-processamento de resíduos"
Res CONAMA 266/00 “Regulamenta a criação de jardins botânicos"
Res CONAMA 267/00 "Proibição de substâncias que destroem a camada de ozônio"
Res CONAMA 272/00 - "Define novos limites máximos de emissão de ruídos por veículos
automotores" - PROCONVE
Res CONAMA 273/00- "Dispõe sobre prevenção e controle da poluição em postos de
combustíveis e serviços" (alterada pela Res 319/02)
Res CONAMA 274/00 "Revisa os critérios de Balneabilidade em Águas Costeiras" (alterando a
Res 20/86)
Lei nº 10.257/01 que instituiu o Estatuto da Cidade, condicionando seu crescimento ao bem
estar dos cidadãos e abrindo campo para o estudo de impacto de vizinhança para
empreendimentos que possam interferir com o meio ambiente urbano e com a qualidade de
vida.
A partir de 2001, seguem-se as seguintes normas de interesse:
Res 284/01- "Dispõe sobre o lic. de empreendimentos de irrigação"
Res 286/01- "Dispõe sobre o lic. de empreendimentos nas regiões endêmicas de
malária"
Res 289/01 "Estabelece diretrizes para o Licenciamento Ambiental de Projetos de
Assentamentos de Reforma Agrária" (alterada pela 318/02)
Res 292/01 "Disciplina o cadastramento e recadastramento das Entidades
Ambientalistas no CNEA" -
Res 293/01- "Dispõe sobre o conteúdo do Plano de Emergência Individual para
incidentes de poluição por óleo originados em portos , instalações portuárias ou
terminais, dutos, plataformas, bem como suas respectivas instalações de apoio, e orienta
a sua elaboração
Decreto nº 4.297 de 10/07/02 que instituiu no nível nacional o ZEE-
Zoneamento Ecológico Econômico.
Art. 2º define como instrumento de organização do território a
ser obrigatoriamente seguido na implantação de planos, obras
e atividades públicas e privadas,
Apto a estabelecer medidas e padrões de proteção ambiental
destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos
hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade,
garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das
condições de vida da população
Seu objetivo geral, portanto, é o de organizar, de forma
vinculada, as decisões dos agentes públicos e privados quanto
a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou
indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena
manutenção do capital e dos serviços ambientais dos
ecossistemas.
Dec. 4326/02 que instituiu no âmbito do MMA o Projeto ARPA – Áreas Protegidas da
Amazônia, com apoio do GEF, para a preservação integral de 10% do território da região.
Deve-se ainda destacar as seguintes Res CONAMA:
Res 305/02 "Dispõe sobre Licenciamento Ambiental, Estudo de Impacto Ambiental e
Relatório de Impacto no Meio Ambiente de atividades e empreendimentos com
Organismos Geneticamente Modificados e seus derivados"
Res 306/02 "Estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência para realização de
auditorias ambientais”
Res 307/02 "Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos
da construção civil"
Res 308/02- "Licenciamento Ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos
sólidos urbanos gerados em municípios de pequeno porte.”
Res 313/02 "Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais
Res 314/02 "Dispõe sobre o registro de produtos destinados à remediação e dá outras
providências"
Res 315/02 "Dispõe sobre a nova etapa do Programa de Controle de Emissões
Veiculares-PROCONVE"
Res 316/02 "Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de
sistemas de tratamento térmico de resíduos”
Portaria IPHAN nº28/03 Impõe para a renovação da LO os trabalhos de levantamento,
resgate e salvamento arqueológico na faixa de depleção das UHE que assim não
procederam por época de sua instalação
Portaria IPHAN nº230/03 Articula os trabalhos de levantamento, prospecção, resgate e
salvamento arqueológico com as fases da licença ambiental, sujeitando-as à prévia
realização de tais tarefas e aprovação pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional.
Lei nº 10.650/03 que obriga os órgãos do SISNAMA a prestar, desde que
requeridas, informações ambientais ao público em geral
Res CONAMA 334/03- "Dispõe sobre os procedimentos de licenciamento
ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens
vazias de agrotóxicos"
Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. (Alteração Res nº
370/06 nº 397/08, nº 410/09, e nº430/11. Complementada pela Res nº 393/09) -
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para
o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de
lançamento de efluentes, e dá outras providências
Resolução CNRH nº 65, de 07 de dezembro de 2006.Estabelece diretrizes de
articulação dos procedimentos para obtenção da outorga de direito de uso de
recursos hídricos com os procedimentos de licenciamento ambiental.
Resolução CONAMA nº 371, de 05 de abril de 2006. Estabelece diretrizes aos órgãos
ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle de gastos de recursos
advindos de compensação ambiental, conforme a Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que
institui o SNUC.
RESOLUÇÃO CONAMA 382/2006 (COMPLEMENTADA PELA RES CONAMA 436/11)
Estabelece os Limites Máximos de Emissão de Poluentes Atmosféricos para Fontes Fixas
Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a proteção e utilização de forma
sustentável dos recursos da Mata Atlântica trata como exceção o uso dos remanescentes
florestais, exigindo para estágios médio e avançado o condão da utilidade pública ou
interesse social, por meio de EIA/RIMA, inexistência de alternativas locacionais e
compensação de área equivalente. Em seu artigo 11, veda o corte e a supressão de
vegetação em estágio médio e avançado quando abrigar espécies da flora e da fauna
silvestres ameaçadas de extinção. Dec. regulamentador 6.660 /08
Resolução CONAMA n º 396, de 03 de abril de 2008.
Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas
subterrâneas e dá outras providências
Resolução CONAMA 420 de 28 de dezembro de 2009
Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de
substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas
contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas
Resolução CONAMA Nº 417/2009 -
Dispõe sobre parâmetros básicos para definição de vegetação primária e dos estágios
sucessionais secundários da vegetação de Restinga na Mata Atlântica e dá outras providência
Resolução CONAMA 420 de 28 de dezembro de 2009
Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de
substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas
contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas
Lei nº 12.187/09. Instituiu a PNMC fixando metas para rebaixamento dos lançamentos dos gases de efeitoestufa - ano base 2005
Lei 12.305 /10 Institui a PNRS, Responsabiliza geradores e operadores. Faculta aos órgãos ambientaiscompetentes a exigência de seguro. Impõe para os empreendimentos citados em seu artigo 20 a obrigatóriaelaboração de planos de gerenciamento de resíduos sólidos alcançando a logística reversa
Resolução CONAMA nº 428 /10 Dispõe, no âmbito do licenciamento ambiental sobre a autorização do órgãoresponsável pela administração da Unidade de Conservação (UC) Fixa 3 km até definição do Plano de Manejo
LEI Nº 12.334/10 . Estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens destinadas à acumulação de águapara quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de resíduos industriais.
LC – Lei Complementar nº 140/11 Fixou normas, nos termos do artigo 23 da CF, para a cooperação entre osentes federados nas ações de competência comum relativas a proteção do meio ambiente Fixou novas regraspara a definição de competência para o licenciamento ambiental e prioridades na fiscalização. Institui ascomissões tripartites para a definição da competência em casos complexos e previu a delegação
Resolução CONAMA n° 429, de 28 de fevereiro de 2011.
Dispõe sobre a metodologia de recuperação das Áreas de Preservação Permanente – APPs
Resolução ANTT nº 3665 de 04 de maio de 2011
Atualiza o regulamento para o transporte de produtos perigosos
Resolução CONAMA nº 430 de 13 de maio de 2011
Dispõe sobrea as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementando a Res
CONAMA 357/05.
Resolução CONAMA nº 453 de 03 de outubro de 2012
Aprova a lista de espécies indicadoras dos estágios sucessionais de vegetação de restinga
para o Estado do Rio de Janeiro, de acordo com a Resolução no 417/2009." -
Lei 12.651 de 25 de maio de 2012 Instituiu o novo Código Florestal.
•Mudou a forma de cálculo das APP hídricas .
•Várzeas, mangues, matas de encostas, topos dos morros e áreas com altitude superior a 1800
metros podem ser utilizadas para determinadas atividades econômicas
•Permite a supressão de vegetação em APPs e atividades consolidadas até 2008, desde que por
utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto ambiental, incluídas atividades
agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo rural.
•Cálculo da reserva legal passa a permitir a sobreposição com APPs.
•Dispensa a averbação da RL nos CRI e passa a exigir o CAR. Dec 7830/12 - Imóveis até quatro
módulos fiscais não precisam recompor a vegetação nativa.
•Isenta os proprietários rurais das multas e sanções por utilização irregular de áreas protegidas até
22 de julho de 2008.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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MACHADO, P.A.L. (1989). Direito Ambiental Brasileiro, Editora Revista dos Tribunais - São Paulo.
MEIRELLES, H. (1991). Direito Administrativo Brasileiro, Editora Revista dos Tribunais - São Paulo.
MILARÉ, E. (1991) - Legislação Ambiental do Brasil - Editora APMP, São Paulo.
MMA - Ministério do Meio Ambiente/ PNMA “Diagnostico da Gestão Ambiental nas
Unidades da Federação”DF- 2001
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Monétaire des Avantages des Politiques de l’Environnemente, Paris 1989
PIETRO, M.S.Z.Di. (1991) . Direito Administrativo, Editora Atlas.
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VENTURI E RAMBELLI (1996) - Legislação Federal Sobre Meio O Meio Ambiente -
Editora Vana Ltda
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