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~ '. ;l .Plant~n~Q' a'ressocialização " Os apenadçs ~o Pres'ídio Provisório Promotor de Justiça Manoel Alves Pessoa Néto, lóc~lizí:idb no município de ,Caraúbas •• reqlão 'semiárida, do Rio Grande do Norte, começaram um importante projeto. de produção de hortaliças. -Os canteiros ficam no' ,próprio' presídio e_ visam 'mudar' os hábitos .allrnentares da comunidade caroerária, , além' de gerar ocupação para os presos. " , , Eles aproveitaram garrafas ~ET, que são usadas para' engarrafar refríqerante, e ·fiz~ram as paredes , das hortas. Os recipientes foram cheioscom áquae enterrados no chão ao redor do lugar preparado 'para o plantio dasverduras. A proposta-é fazer com 'que as pessoas do presídío comecem a comer produtos orgânicos. '• " ' A iniciativa está sendo acompanhada pela monitora escolar Maria Francisca, conhecida como Tiquinha, que algum tempo 'vem realizando um trabalho voluntário dentro da unidade prisional. Ela disse que como 'não, viu muita preocupação com o alimento servido no presídio, geralmente-,comprado em supermercados e feiras tradicionais, resolveu apoiar a ideia. Tiquinha entende' que a átividade com a ' , terra é fácil e anima os apenados que aqora têm uma atividade extra. Na 'prisão, as horas passam muito devaqar, porque quase não se tem o que fazer. ' " " , , . . '\ Apenados plantaní a primeira horta do projeto Para ajudar.na parte técnlcaela pedíu ajuda da ONG,(Organização Não-Governamental) ATOS, que 'é " ' " " ' ' ", " 'Assessoria, Consúttorta.e Capacltação .Técnlca Orientada Sustentável.'· Lá ~I~s disponibillzaram a enqenhelra agrQnoma ,. Keyke M'ariguelle 'para acompanhar o projeto. '" ', Primeiro elas passaram um vídeo ensinando como trabalhar com aqroecoloqia. Isso facilitou a muito 'para e.les, que logo colocaram a " mão na massa. Por ênquanto, sóestão nas hortas os apenados-que trabalham 118' cozinha e têm mais liberdade dentrodo prédio. Todo ' dia tem uma 'turma diferente, aprendendo e repassando .o que ' " 'sabem para os outros,' ' ., \ ' ,Os envolvidos no projeto aprenderam a fazer a mistura de barro com esterco e restode plantas, para nutrir a terra. Só depois é que o ' grupo começou a.plantar, iniciando pelo coentro. Tudo está sendo ' ,u.mSUCessoe todos, osenvolvtdos partlcíparn da pláfltação., A princípio foram plantados: coentro, cebolinha; alface,' cenoura.e .eutras verduras e legume, mas eles já planejam plantar fruteiras e outras árvores. Oprojeto vai mudar os hábitos alimentares de todas , as pessoas que estão no presídio, desde os presos até ospoiicials . . .. 1'. ES$aéTlquínha que t~ve ~íniciativa . lR.ilo GrJF,é111nld(e do 'NOIFIt<e]l- " ~ - . ... . .'. .

Plantando a ressocialização

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Page 1: Plantando a ressocialização

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.Plant~n~Q' a'ressocialização"

Os apenadçs ~o Pres'ídio Provisório Promotor deJustiça Manoel Alves Pessoa Néto, lóc~lizí:idb nomunicípio de ,Caraúbas •• reqlão 'semiárida, do RioGrande do Norte, começaram um importante projeto.de produção de hortaliças. -Os canteiros ficam no'

,próprio' presídio e_ visam 'mudar' os hábitos.allrnentares da comunidade caroerária, , além' degerar ocupação para os presos. "

, ,

Eles aproveitaram garrafas ~ET, que são usadaspara' engarrafar refríqerante, e ·fiz~ram as paredes

, das hortas. Os recipientes foram cheioscom áquaeenterrados no chão ao redor do lugar preparado

'para o plantio dasverduras. A proposta-é fazer com'que as pessoas do presídío comecem a comerprodutos orgânicos. ' •

•" ' A iniciativa está sendo acompanhada pela monitora escolar Maria Francisca, conhecida como Tiquinha,

que há algum tempo 'vem realizando um trabalho voluntário dentro da unidade prisional. Ela disse quecomo 'não, viu muita preocupação com o alimento servido no presídio, geralmente-,comprado emsupermercados e feiras tradicionais, resolveu apoiar a ideia. Tiquinha entende' que a átividade com a '

, terra é fácil e anima os apenados que aqora têm uma atividade extra. Na 'prisão, as horas passam muitodevaqar, porque quase não se tem o que fazer. ' "

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Apenados plantaní a primeira horta do projeto

Para ajudar.na parte técnlcaela pedíu ajuda da ONG,(Organização Não-Governamental) ATOS, que 'é" ' " " ' ' " , " 'Assessoria, Consúttorta.e Capacltação .Técnlca Orientada

Sustentável.'· Lá ~I~s disponibillzaram a enqenhelra agrQnoma ,.Keyke M'ariguelle 'para acompanhar o projeto. ' " ' ,

Primeiro elas passaram um vídeo ensinando como trabalhar comaqroecoloqia. Isso facilitou a muito 'para e.les, que logo colocaram a

" mão na massa. Por ênquanto, sóestão nas hortas os apenados-quetrabalham 118' cozinha e têm mais liberdade dentrodo prédio. Todo 'dia tem uma 'turma diferente, aprendendo e repassando .o que '

" 'sabem para os outros,' ' . ,\ '

,Os envolvidos no projeto aprenderam a fazer a mistura de barrocom esterco e restode plantas, para nutrir a terra. Só depois é que o 'grupo começou a.plantar, iniciando pelo coentro. Tudo está sendo ',u.mSUCessoe todos, osenvolvtdos partlcíparn da pláfltação.,

A princípio foram plantados: coentro, cebolinha; alface,' cenoura.e.eutras verduras e legume, mas eles já planejam plantar fruteiras eoutras árvores. Oprojeto vai mudar os hábitos alimentares de todas

, as pessoas que estão no presídio, desde os presos até ospoiicials. . .. 1'.

ES$aéTlquínha que t~ve ~íniciativa .

lR.ilo GrJF,é111nld(edo 'NOIFIt<e]l-" ~ - . ... . .'. .

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•que também se alimentam da comida feita na'cozinha do-presídio:

o apenado Francisco Firmino é muito atento aoprojeto. Ele disse que o pouco tempo que .terndedica a ajudar na horta: ,

..Ouern também é muito animado com o trabalho é'Adelson Põntes, outro preso que nas horas vagastambém é poeta. Para ele, a. ideia é especial,prinoipalmente .porque concilia aprendizado àatividade. Ele disse que a ideia é boa porque dáoportunidade aos presos que querem de,senvolver.alqurnaatividade. .

/ .

~delso~ Pontes aparece aqui na dir~ita da fotoEle deu um depoimento, dizendo o seguinte:"Inicialmente gostaria de ~reg1strar o bellssimo _trabalho e a iniciativa da professora Maria Francisca que vem desenvolvendo um trabalhomaqnifico nacadeia. pública 'de Caraúbas. Através, do projeto, além de passar o conhecimento teórico, veio também aprática através do projeto de hortaliças, onde alunos aprendem alidar com a terra, fazendo com quelegumes e verduras cheguem ao complexo penitenciário,' sendo cultivado aqui mesmo. Paraacompanhar o processo, ternos a enqenheíra agrônoma Kayke Mariguelle, que vai acompanharsemanalmente, Q passo a passo. Vejo neJas muita humildade porque ninguém nunca se preocupou comos detentos da nossa cidade", concluiu o depoimento. .. ~ . .

o projeto sóestá começando, mas dá para ver que traz um grande resultado. O'próximo passo éarborizar o presídio que tem quatro pátios quase. sem plantas e expandir o projeto paraoutros setores.Tiquinha lembra que os presos são muito carentes de atenção, por isso todos eles são multointeressados eminiciativas como essas.

Poesia de AClelson PontesSe Deus der oportunidadePara um ?ia eu sair daquiSe não houver nenhum tropeçoE ninguém me perseguir .

Não sei aonde vou, seu moçoNão tenho.para onde ir

c-Os problemas que eu sintoE ninguém para me ogvir,

TilAntes não ouvia nada'

EIJI perfeito então ,O radio foi meu amigoCompanheiro da cqmunicaçãoHoje eu sinto saudadeSol e chuva e a terra treme

• Na Redinha erasoneplasjaDacomunitária FM,'

IVTenho muito o que falar

Mas ninguém quer me o~vir 'Respeito apalavra da vezNão gosto de discutirPor isso, alguém atrapalhaHoje não tenho alegriaMas por Deus peço ajuda

, Na san!a paz e harmonia.

VVivo muito perturbado

Ouço vozes constantesDesde aos 2 anos de idadeJá tomava aguardenteComecei a estuda~ ~ ,

Lá no sítio na fazenda ,Não vou contar meu sofrimento

, Talvez alguém não entenda

VINão sei, talvez um diaAlguém por mim interessar

Saberá o meu currículoNeste Oeste potiguarCom a Justiça estou cumprindoSem saber o meu destino 'E aonde vou parar

VIIAqui eu não tenho visitasNinguém vem me visitarDesprezado, da famíliaNinguém quer me informarFiz vários contatosNinguém quer me ajudarDocumentos que não tenhoVivo só a lamentar,

.VIII

Chegou aqui uma papeladaDa Justiça do EstadoComo eu não ganho nadaNem tenho advogado

E difícil explicar

Oque me fez fazer o malComo posso me trataNo hospital em Natal

+XNesta intimação não veio

DaJu~tiça para mimEu não entendo o que diz

, O assunto que se trata'

De ficar ali internado ,Num hospital psiquiatra

- XAgradeço a todos vocêsA professora no comandoVem dar aulas aos demais.Eo projeto caminhandoFicó muito gratificadoEáinda trouxe d6na KaykeAgrônoma do nosso estado

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Realização:... ,