98
PLANTAR Abacaxi coleç o ã FRUTEIRAS SÉRIE VERMELHA edição rev. e amp.

PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

  • Upload
    lydung

  • View
    234

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

PLANTARAbacaxi

coleç oã

FRU

TEIRAS

SÉRIEVERMELH

A

ediçãorev. e amp.

Page 2: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

1

Embrapa Informação Tecnológica

Brasília, DF2006

A CULTURA DO ABACAXI

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Mandioca e Fruticultura TropicalMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

2a edição revisada e ampliada

Page 3: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

2

Coleção Plantar, 49Produção editorial: Embrapa Informação Tecnológica

Coordenação editorial: Fernando do Amaral PereiraMayara Rosa CarneiroLucilene Maria de Andrade

Revisão de texto e tratamento editorial: Francimary deMiranda e SilvaEditoração eletrônica: Wamir Soares Ribeiro JúniorIlustração da capa: Álvaro Evandro X. Nunes1a edição

1a impressão (1994): 5.000 exemplares2a impressão (1999): 500 exemplares3a impressão (2001): 500 exemplares4a impressão (2002): 500 exemplares5a impressão (2003): 1.000 exemplares6a impressão (2006): 1.000 exemplares

2ª edição

1ª impressão (2006): 1.000 exemplares

©Embrapa 2006

CDD 634.774

A cultura do abacaxi / Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical.– 2. ed. rev. amp. – Brasília, DF : Embrapa Informação Tecno-lógica, 2006. 91 p. : il. – (Coleção Plantar ; 49).

ISBN 85-7383-369-6

1. Colheita. 2. Doença. 3. Embalagem. 4. Plantio. 5. Variedade.I. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. II. Coleção.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Informação Tecnológica

Todos os direitos reservadosA reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,

constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Page 4: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

3

Autores

Aristoteles Pires de MatosEngenheiro agrônomo, Ph.D. em Fitopatologia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

Domingo Haroldo R. C. ReinhardtEngenheiro agrônomo, Ph.D. em Fisiologia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

Getúlio Augusto Pinto da CunhaEngenheiro agrônomo, D.Sc. em Fitotecnia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,getú[email protected]

José Renato Santos CabralEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Fitomelhoramento,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,

Luiz Francisco da Silva SouzaEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Fertilidade do Solo,

Page 5: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

4

pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

Nilton Fritzons SanchesEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Entomologia,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

Otávio Álvares de AlmeidaEngenheiro civil, D.Sc. em Irrigação,pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,Cruz das Almas, BA,[email protected]

Page 6: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

5

O agronegócio brasileiro é carente de informaçõesdirecionadas ao pequeno produtor. O objetivo daColeção Plantar é preencher essa lacuna com informa-ções oportunas e precisas sobre como produzir hortali-ças, frutas e grãos numa área do sítio ou da fazenda, ouaté mesmo num quintal.

Elaborado em linguagem conceitual simples edireta, o texto de cada título é dirigido ao produtor familiar,na certeza de que essas informações vão contribuir paraa geração de mais alimentos, renda e emprego para osbrasileiros, permitindo, assim, que a agricultura familiarincorpore-se ao agronegócio.

No momento em que o agronegócio conquista omercado internacional, a Embrapa Informação Tecnoló-gica reafirma a importância desta coleção didática comoreferência para o produtor familiar produzir com segu-rança, qualidade e eficiência.

Fernando do Amaral PereiraGerente-Geral

Embrapa Informação Tecnológica

Apresentação

Page 7: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

6

Page 8: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

7

Sumário

Introdução................................................ 9

Clima ....................................................... 11

Solo......................................................... 17

Cultivares ................................................ 19

Propagação ............................................. 26

Calagem e adubação ............................... 33

Instalação do abacaxizal ......................... 38

Tratos culturais ....................................... 46

Colheita e comercialização ..................... 81

Rendimentos ........................................... 84

Embalagem e transporte.......................... 86

Coeficientes de produção ....................... 87

Page 9: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

8

Page 10: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

9

Introdução

O abacaxizeiro é uma planta tropical,originária de regiões de clima quente e secoou com chuvas irregulares. Há poucos anos,era cultivado em áreas virgens, recém-desmatadas, e por isso considerado rústico,pouco exigente de tratos culturais. Contudo,a experiência mostrou que quando se querproduzir para o mercado, o abacaxizeirorequer tratos culturais freqüentes e cuida-dosos.

O fruto do abacaxizeiro, cuja compo-sição encontra-se na Tabela 1, é muitoapreciado por sua qualidade. A produçãoracional de frutos pode oferecer boa rendaao agricultor. Em várias partes do mundo, acultura tem grande expressão econômica. NoBrasil, sua exploração ainda não conquistouo lugar merecido, apesar de o País ser oterceiro maior produtor mundial, de possuir

Page 11: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

10

amplas possibilidades de aumentar a expor-tação, e apesar, também, de sua significaçãosocial nas zonas de cultivo. O consumo inter-no brasileiro ainda pode ser consideradobaixo, da ordem de 51 kg/ha/ano, se compa-rado com outros países (Espanha 120, Itália114, Alemanha 112 e Holanda 90 kg/ha/ano).

O Norte, o Nordeste e o Sudeste sãoos maiores produtores do País, sendo oúltimo o maior consumidor. A quase tota-lidade da produção brasileira é consumidaao natural, destinando apenas 2% ou 3% à

Tabela 1. A composição do fruto do abacaxi.

CaloriasCálcioFósforoFerroVitamina B1Vitamina B2Vitamina C

Quantidade (/100 g)Componentes

52,0 mg18,0 mg8,0 mg0,5 mg0,08 mg0,04 mg

61,0 mg

Page 12: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

11

industrialização, em especial à extração desuco. No resto do mundo, ao contrário doque ocorre no Brasil, dois terços da produ-ção vão para as indústrias, principalmentede conservas (rodelas em calda). Atualmentehá aumento de demanda por suco concen-trado e produtos congelados de abacaxi davariedade Pérola.

Consideradas as potencialidades de suaprodução e venda, é uma exigência o uso demelhores técnicas no cultivo do abacaxi,levando-se em conta preocupações comalimentos seguros e preservação do ambiente.

Clima

As regiões situadas entre os paralelos25°N e 25°S (o paralelo 25°N passa entre aFlórida e Cuba e o 25°S, na altura de PontaGrossa, no Paraná), são as mais favoráveisao cultivo comercial do abacaxizeiro, onde

Page 13: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

12

a planta apresenta grande capacidade deadaptação.

O desenvolvimento e a produção doabacaxizeiro são bastante influenciados pelatemperatura, situando-se entre 22°C e 32°C,a faixa ótima para o crescimento das raízese folhas.

De origem tropical, a planta podesuportar temperaturas próximas de 40°C,porém acima desse limite pode ocorrer aqueima das folhas e do fruto, principalmentese ao calor excessivo estiver associada umaelevada insolação.

A planta não suporta por muito tempotemperaturas próximas de 0°C. As tempe-raturas baixas atrasam o crescimento,reduzem a absorção de nutrientes, e,conseqüentemente, a produção. A tempe-ratura média anual é tão importante quanto a

Page 14: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

13

faixa de temperatura; considera-se que a idealé de 24°C.

O florescimento tem relação direta coma temperatura. Quanto à produção, umavariação em torno de 12°C a 14°C entre atemperatura máxima e a mínima, em um períodode 24 horas, contribui para melhorar a qualidadedo fruto, principalmente no que diz respeitoao equilíbrio entre teor de açúcar e acidez.Frutos produzidos nos meses quentes apre-sentam teor de açúcar mais alto, acidezmoderada, aroma, sabor e cor excelentes, oque já não ocorre com os produzidos emépocas frias. Estes são menos doces, maisácidos, de cor e aroma inferiores. A produçãode mudas também é afetada pela temperatura,com redução da emissão de filhotes nosperíodos quentes.

O regime de chuvas é outro fator degrande importância na cultura. A escassez

Page 15: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

14

delas não só atrasa o desenvolvimento daplanta e do fruto (se ocorrer durante suaformação), mas também diminui a produçãode mudas e causa problemas no flores-cimento e no rendimento da cultura. Alémdisso, a chuva influi na qualidade do fruto ena ocorrência de pragas e doenças. Quandochove no período de abertura das flores,aumenta a incidência, por exemplo, defusariose, uma doença grave causada porfungo.

Mesmo em regiões onde há escassezde chuva, o abacaxi pode render bem, seusar a água de forma racional, pois a plantaapresenta baixa taxa de transpiração. Emáreas onde a chuva é bem distribuída, umtotal de 1.000 mm anuais já é suficiente paraatender às exigências do abacaxizeiro.

A umidade relativa do ar é outro fatorimportante no rendimento e na qualidade da

Page 16: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

15

produção. Nas diferentes regiões produtorasdo mundo é de aproximadamente 75%.Mudanças bruscas na umidade do ar podemcausar fendilhamentos na inflorescência e nofruto, depreciando-o comercialmente. Alémdisso, a umidade alta faz aumentar a inci-dência de doenças fúngicas e bacterianas.No entanto, em áreas onde chove pouco, aumidade elevada pode melhorar o cresci-mento da planta, graças à sua captação pelasfolhas (condensação).

A luminosidade (radiação solar) influino crescimento vegetativo e na qualidade dofruto. A influência desse fator está intima-mente relacionada com a temperatura e ocomprimento do dia (fotoperíodo), e é difícilseparar seus respectivos efeitos, principal-mente em regiões de altitude elevada. Sabe-se, porém, que a luminosidade intensa podecausar a queimadura do fruto, interna e exter-

Page 17: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

16

namente (queima solar), o que o desvalorizacomercialmente. A insolação mínima neces-sária ao desenvolvimento e à produção é de1.200 a 1.500 horas anuais, enquanto a faixaótima está entre 2.500 a 3.000 horas por ano.

O abacaxizeiro é considerado umaplanta de dias curtos. De fato, ele cresce,atinge rapidamente porte adequado e inicia afloração. Quanto menor a duração dosperíodos de luz (de oito horas ou menos)mais rápido ocorre a floração.

O vento, principalmente se for forte ouseco, pode causar problemas ao abacaxi,como o ressecamento da ponta e ferimentosdos bordos das folhas (pelo atrito entre elas).Tais ferimentos são porta de entrada defungos, como o Chalara paradoxa. Con-forme a sua intensidade, o vento pode aindatombar a planta, reduzindo, assim, a efici-

Page 18: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

17

ência dos tratamentos fitossanitários e inten-sificando a queima-solar do fruto. Recomen-da-se usar quebra-ventos em áreas muitopróximas do mar, onde a salinidade conduzi-da pelo vento pode causar a morte das extre-midades das folhas.

Solo

O abacaxizeiro é muito sensível aoencharcamento, o qual pode comprometerseu crescimento e produção. A aeração e adrenagem adequadas do solo são requisitosfundamentais para a planta desenvolver-sebem, a começar pelo seu sistema radicular,limitado e frágil, concentrado nos primeiros15 a 20 cm do solo.

Os solos mais indicados para a culturasão os de textura média (com 15% a 35%de argila e mais de 15% de areia), semimpedimentos para a rápida drenagem doexcesso de água, e com profundidade efetiva

Page 19: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

18

acima de 70 cm. Os solos de textura arenosa(até 15% de argila e mais de 70% de areia),geralmente sem problemas de enchar-camento, são também apropriados para aabacaxicultura; pois requerem, quase sempre,práticas de manejo, que melhorem suacapacidade de reter água e nutrientes. Acultura pode ainda desenvolver-se bem emsolos argilosos (mais de 35% de argila),desde que sejam bem arejados e drenados.A má drenagem tende a favorecer o apo-drecimento das raízes e a morte da planta,causados pelo fungo Phytophthora.

A topografia é outro fator a serconsiderado na escolha da área. Deve-se darpreferência, sempre que possível, a terrenosplanos ou de pouca declividade (até 5%), oque facilitará os tratos culturais. Essesterrenos se mostram também menos susce-tíveis à erosão. O uso de terrenos mais de-

Page 20: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

19

clivosos requer a adoção de práticas con-servacionistas do solo.

Quanto às características químicas, oabacaxizeiro adapta-se a solos ácidos. O pHideal para seu cultivo está na faixa de 4,5 a5,5. É uma planta exigente em adubação. Istofaz com que, nos plantios comerciais, sejafreqüente o suprimento de nutrientes, pelaaplicação de adubos. Excetuam-se apenasos casos de alguns solos virgens, recém-desmatados, ou que estiveram em pousioprolongado.

Cultivares

A produção comercial de abacaxi nosprincipais países produtores é baseada empoucas cultivares, e as principais são: SmoothCayenne, Pérola, Singapore Spanish, Queen,Red Spanish e Perolera. No Brasil, as maisplantadas são: Pérola e Smooth Cayenne. As

Page 21: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

20

características mais marcantes dessas culti-vares são descritas a seguir:

‘Smooth Cayenne’

A mais plantada no mundo, tanto emtermos de área, quanto em faixa de latitude.A planta tem porte semi-ereto, cujas folhasnão apresentam espinhos, a não ser algunsencontrados na extremidade apical do bordoda folha. O fruto é atraente, pesa de 1,5 kg a2,5 kg, tem forma ovóide, casca de coramarelo-alaranjada na base, quando maduro,polpa amarela, rico em açúcares (de 13 ºBrixa 19 ºBrix) e acidez maior do que as outrasvariedades. Essas características a tornaadequada para a industrialização e exportaçãocomo fruta fresca. A coroa é relativamentepequena e a planta produz poucas mudasdo tipo filhote. É bastante suscetível à murchaassociada à cochonilha Dysmicoccusbrevipes e à fusariose, causada pelo fungo

Page 22: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

21

Fusarium subglutinans. Foi introduzida noBrasil nos anos 1930, inicialmente no Estadode São Paulo e posteriormente difundida paraoutros estados, como Paraíba, Minas Gerais,Espírito Santo, Goiás e Bahia.

‘Pérola’

Cultivada amplamente no Brasil, étambém conhecida como ‘Pernambuco’. Aplanta apresenta porte médio e crescimentoereto; é vigorosa, com folhas medindo cercade 65 cm de comprimento, com espinhosnos bordos e pedúnculo longo (em torno de30 cm). Produz muitos filhotes (8 a 15)presos ao pedúnculo, próximos da base dofruto. O fruto pesa de 1,0 kg a 1,8 kg, possuicoroa grande, casca verde e formato cônico.Quando maduro apresenta casca amarelada,polpa branca, sólidos solúveis totais de14 ºBrix a 16 ºBrix, pouca acidez, agradável aopaladar. Apesar de suas excelentes caracte-

Page 23: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

22

rísticas organolépticas, onde se destaca seusabor adocicado, tem sido pouco utilizadopara exportação in natura. Apresenta to-lerância à murcha associada à cochonilhaDysmicoccus brevipes e é suscetível à fusa-riose.

Outras cultivares

Além das cultivares mencionadasanteriormente, outras como Champaka, NatalQueen, Victoria, Manzana, Cabezona, MonteLírio e Samba também são plantadas emdiversos países, para exploração comercialnos mercados locais.

No Brasil, especialmente na RegiãoAmazônica, cultivares conhecidas comoRoxo-de-Tefé, Rondon, Cabeça-de-Onça,Quinari e Gigante-de-Tarauacá são culti-vadas para comercialização nos mercados

Page 24: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

23

locais. No Nordeste brasileiro, uma cultivardenominada Jupi, que se assemelha muito coma Pérola, da qual difere apenas pelo formatocilíndrico do fruto, pode ser encontrada emplantios nos estados da Paraíba e Pernambuco.Atualmente, está sendo difundida nos estadosdo Tocantins, Goiás, Minas Gerais e Bahia.

Novas cultivares

Apesar dos esforços que vêm sendorealizados, com o intuito de promover adiversificação de cultivares de abacaxi,apenas recentemente têm sido lançadasnovas cultivares com potencial de seremaceitas no mercado. Algumas delas sãomencionadas a seguir.

‘MD 2’

Também conhecida como ‘Gold’,‘Golden Ripe’ ou ‘Extra Sweet’. Suasprincipais características são: folhas com

Page 25: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

24

poucos espinhos e fruto de casca com coramarelo intenso e baixa acidez. O fruto pesade 1,3 kg a 2,5 kg, tem formato cilíndrico,teor de açúcar variando entre 15 °Brix e17 °Brix. Suas características a qualificampara competir vantajosamente com a‘Smooth Cayenne’, no consumo in natura.É suscetível à fusariose.

‘Josapine’

É um híbrido de ‘Johor’ com Sarawak’(‘Smooth Cayenne’), lançado e difundido peloInstituto de Pesquisa e DesenvolvimentoAgropecuário da Malásia (Mardi). A planta évigorosa, muito precoce e produz de 2 a 3rebentões. As folhas têm apenas alguns es-pinhos na ponta. O fruto tem formato cilín-drico, pesa entre 1,1 kg e 1,3 kg, apresentacasca roxa a alaranjada quando maduro. A polpaé amarela, com aroma forte e teor de açúcarmuito alto (17 °Brix a 22 °Brix).

Page 26: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

25

‘Gomo-de-Mel’

Variedade introduzida da China, em1991, pelo Instituto Agronômico de Campi-nas. Foi recomendada por essa instituição,após vários ciclos de avaliação. Seus frutossão pequenos, com peso em torno de1,0 kg e casca amarela. Os frutilhos ou“olhos” são grandes e salientes, podendoser facilmente destacáveis quando o frutoestá maduro. A polpa tem coloração amarelo-ouro, é suculenta, de ótimo sabor e apresentaelevado teor de açúcar (19 °Brix) e baixaacidez.

‘Imperial’

A cultivar Imperial, por ser resistente àfusariose foi recomendada, em 2003, pelaEmbrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,para plantio em regiões adequadas àabacaxicultura, principalmente onde a

Page 27: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

26

fusariose é fator limitante para a produção.Dentre as características dessa variedade,destacam-se a ausência de espinhos nasfolhas, o formato cilíndrico, a cor da cascaamarela (na maturação) e o peso de 1,0 kg a1,6 kg. A polpa é amarela, com elevado teorde açúcar (de 14 °Brix a 18 °Brix) e acidezmoderada, com excelente sabor.

Propagação

Mais do que em outras culturas, noabacaxi a boa qualidade do material de plantioé condição básica para o sucesso daexploração. Essa exigência se deve ao fatode sua propagação se fazer vegetativamente.Portanto, deve-se escolher mudas de boaprocedência, sadias, vigorosas e de tamanhouniforme (nunca menos de 30 cm, comexceção da coroa), e colhidas em plantiosonde o número de plantas e frutos doentestenha sido inferior a 5%. No caso de se usar

Page 28: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

27

mudas de plantio próprio, deve-se eliminartodos os frutos doentes, junto com oscachos de mudas, antes, durante e logo apósa colheita.

Deve-se descartar, com rigor, as mudasou todos os cachos que apresentem o menorsintoma de doença, principalmente goma,pois um material infectado contaminará alavoura e comprometerá a produção. Nocultivo do abacaxi, a sanidade das mudastem ainda maior importância, porque, sedoentes, constituem o principal veículo dedisseminação da fusariose e da cochonilha,os principais problemas de saúde da cultura.Dar preferência a mudas fiscalizadas e/oucom registro de origem.

Os tipos de mudas do abacaxizeiro sãoa coroa, o filhote, o filhote-rebentão e orebentão (Fig. 1). Tratando-se da cultivarPérola, os tipos mais utilizados são os

Page 29: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

28

filhotes ou mudas de cacho, devido à suaprodução abundante. Os rebentões são maisempregados em plantios da cultivar SmoothCayenne, na qual a produção de filhotes éinsignificante. As coroas constituem bommaterial de plantio, mas só se achamdisponíveis, em abundância, nas regiõesonde o abacaxi é industrializado.

coroa

filhote

filhote rebentão

rebentão

Fig. 1. Esquema de um abacaxizeiro mostrando os diversostipos de mudas convencionais.

Page 30: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

29

Para melhorar a qualidade da muda eprepará-la para o plantio, são necessárias aceva e a cura. A ceva consiste em deixar asmudas no cacho aderido à planta-mãe poralguns meses, a fim de que atinja tamanhoadequado para o plantio. A cura consiste emexpor as mudas – separadas ou não docacho –, com a base virada para cima, àação dos raios solares, durante alguns dias.Tem por finalidade apressar a cicatrizaçãodos tecidos lesionados por ocasião dacolheita da muda, bem como eliminar oexcesso de umidade e melhorar a eficiênciada seleção. O desbaste das folhas ressecadasda base e o tratamento das mudas porimersão em solução de defensivos, antes doplantio, são consideradas, hoje, práticasdiscutíveis para as condições brasileiras.Mostram pouca eficácia em relação aosproblemas fitossanitários existentes.

Page 31: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

30

Existe ainda a muda sadia ou de viveiro,produzida pelo corte do caule da planta-mãe(após a colheita do fruto), do rebentão oumesmo da coroa (Fig. 2). Os pedaços sãoplantados (horizontal ou verticalmente) emsementeiras ou viveiros, até a brotação dasgemas e formação da muda com tamanhoadequado para o transplante no campo.Arrancada a planta, desbastadas as folhas eeliminadas as raízes e a parte apical, o caule é

A - Plano de corte da parte basal; B - Divisão transversal do talo empedaços com 10 cm de comprimento; C - Corte da parte apical; D - Corteslongitudinais das secções intermediárias; E - Corte da parte apical; D1 , E1- Secções prontas.

Fig. 2. Fases do seccionamento do talo.

Page 32: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

31

cortado em pedaços longitudinais ou emdiscos com guilhotina, facão ou serra circularmotorizada. Descartam-se, com rigor, todosos pedaços com sintomas internos ou externosde fusariose (Fig.3). Depois de cortados,ainda no mesmo dia, os pedaços de caulesão submetidos a um tratamento fungicida-inseticida, imergidos em solução de triadi-mefom, 40 g, e etiona, 75 mL, em 100 L de

Fig. 3. Secções do caule com sintoma de fusariose (direita- D) e sadias (esquerda - E).

Page 33: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

32

água (Fig. 4). Esse tratamento é essencial paraa produção de mudas sadias, livres defusariose, destinadas a plantios em regiõesnovas, sendo especialmente importante para acultivar Smooth Cayenne, outras variedadesque produzem poucas mudas e, também, nocaso de novas variedades geradas em progra-mas de melhoramento genético.

Fig. 4. Tratamento das secções do talo por imersão numasolução inseticida-fungicida.

Page 34: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

33

Calagem e adubação

O abacaxizeiro tolera bem a acidez, mashá situações em que a calagem é necessária,principalmente quando são baixos os teoresde cálcio e magnésio no solo. A necessidadede calcário é normalmente definida a partir dosresultados da análise de amostras de solo,coletadas antes do estabelecimento da cultura.

Quando é necessária a calagem, dá-sepreferência ao calcário dolomítico, sempre queo teor de magnésio no solo for baixo (inferiora 0,5 cmol

c/dm3, conforme indicado pela

análise do solo).

É importante que o pH do solo sejamantido na faixa de 4,5 a 5,5, ideal para acultura do abacaxi. Valores mais altos depH podem limitar a disponibilidade, para aplanta, de micronutrientes (zinco, cobre, ferroe manganês) e contribuir para o desenvol-

Page 35: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

34

vimento de microrganismos prejudiciais aoabacaxizeiro, como os fungos do gêneroPhytophthora.

A decisão sobre a quantidade defertilizantes a ser aplicada deve levar em contaoutros fatores, além das exigênciasnutricionais da planta. Entre eles incluem-sea capacidade de suprimento de nutrientespelo solo (revelada pela análise do solo), onível tecnológico adotado pelo agricultor, adestinação da produção e a rentabilidade dacultura.

Na maioria das situações, a adubaçãonitrogenada, por planta, varia de 6 g a 10 gde N, a fosfatada, de l g a 4 g de P

2O

5, e a

potássica, de 4 g a 15 g de K20.

A Tabela 2 contém recomendações deadubação para o abacaxizeiro, baseadas emresultados analíticos de solo. Deve-se

Page 36: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

35

Tab

ela

2. R

ecom

enda

ção

de a

duba

ção

para

o a

baca

xize

iro,

com

bas

e na

aná

lise

do s

olo.

Nut

rien

tes/

Teor

es n

o so

lo

Fósf

oro

no s

olo

– pp

m P

(Meh

lich)

Até

56

a 10

11 a

15

Potá

ssio

no

solo

- p

pm K

(Meh

lich)

Até

30

31 a

60

61 a

90

91 a

120

Em

cobe

rtur

a, a

pós o

pla

ntio

1O a

o 2O

mês

5O a

o 6O

mês

N (k

g/ha

)80 80 60 40 12

010

080 60

110 - - -

K2O

(kg

/ha)

160

140

110

80

P 2O5 (

kg/h

a)

8O a

o 9O

mês

130 - - -

200

160

130

100

Nitr

ogên

io

Page 37: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

36

considerar que essas recomendações têmcaráter bastante generalizado, demandando,por conseguinte, ajustes e adaptações paraatender adequadamente às diferentespeculiaridades dos sistemas produtivos decada região produtora. O parcelamento daadubação e as respectivas épocas deaplicação, por exemplo, devem consideraro período previsto para a indução artificialda floração, assim como o regime de chuvasda região.

As épocas previstas nessa Tabela 2pressupõem a indução da floração (verindução floral) do 9º ao 10º mês, após oplantio. Para plantios cuja indução estejaprevista para o 11º ao 13º mês, a segundaadubação pode ser feita até o 7º ao 8º mêsapós o plantio. E a terceira adubação deveanteceder em um mês o tratamento para aindução floral. Procura-se sempre fazer

Page 38: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

37

coincidir as adubações com os períodos deboa umidade no solo, de modo a favorecero aproveitamento dos nutrientes pela planta.

Os adubos minerais sólidos (uréia,superfosfatos, cloreto de potássio etc.)devem ser aplicados no solo, junto àsplantas, ou nas axilas das folhas basais. Logoapós as aplicações junto as plantas, érecomendável cobrir os adubos com terra(amontoa), para evitar a perda de nutrientes.

Os adubos orgânicos (estercos, tortasvegetais e outros) são especialmenteapropriados para uso em solos arenosos epobres em matéria orgânica. Devem seraplicados por ocasião do plantio do abacaxiou na primeira adubação em cobertura. Éimportante não deixar cair terra ou adubono olho da planta.

A adubação foliar, por via líquida, éalternativa válida para suprir a cultura em

Page 39: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

38

nutrientes minerais. É mais usada nas se-guintes situações:

a) Aplicação de fertilizantes durante aestação seca.

b) Suplementação de adubações ni-trogenadas e potássicas feitas por via sólida.

c) Aplicação de micronutrientes.

Nas pulverizações foliares de adubos,evitam-se as horas mais quentes do dia, assimcomo o escorrimento excessivo e o acúmulodas soluções nas axilas das folhas, (para quenão ocorram “queimas”). É recomendáveltambém que a concentração total de adubosna solução não vá além de 10%.

Instalação do Abacaxizal

Além dos aspectos técnicos, na explo-ração econômica do abacaxi, é preciso levarem conta outros pontos igualmente impor-

Page 40: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

39

tantes e estratégicos, relacionados com aaptidão edafoclimática e localização da área,disponibilidade e custo da mão-de-obra, viasde acesso e escoamento da produção, exis-tência de fontes de água e distância deagroindústrias e de centros de consumo.

O preparo do solo começa com a reti-rada da vegetação existente (roçagem),seguindo-se a aração e gradagem (efetuadanos dois sentidos do terreno), a uma profun-didade mínima de 30 cm. Com isso facilita-se o crescimento do frágil sistema radicardo abacaxizeiro.

Quando se planeja formar o abacaxizalem área já antes ocupada com a planta, é precisoprimeiro destruir os restos culturais deixando-os na superfície do solo ou incorporando-osao solo. Essa operação é difícil, por causada elevada quantidade de massa vegetal(cerca de 100 t/ha). Mas sua execução permitemelhorar as características físicas do solo,

Page 41: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

40

colocar à disposição das plantas certosnutrientes, contidos na vegetação precedente,e auxiliar no controle de pragas, como acochonilha. Mesmo que o emprego do fogopara a eliminação dos restos culturais sejacontra-indicado, em algumas situações recorre-se a ele, principalmente entre os pequenosprodutores, e no caso de altas infestações depragas.

A época de plantio tem papel relevantena exploração econômica do abacaxi, pois este,quando submetido a tratos adequados, podeproduzir comercialmente durante o ano inteiroou, então, produzir fora da época da safratradicional.

Geralmente, planta-se entre o final daestação seca e durante a chuvosa. Contudo, oplantio pode estender-se por todo o ano,dependendo da regularidade das chuvas, dapossibilidade de irrigação, das condições de

Page 42: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

41

umidade do solo e da disponibilidade de mudasde qualidade e de mão-de-obra.

A umidade do solo favorece o estabe-lecimento do sistema radicular nos primeirosmeses após o plantio e o crescimento doabacaxizeiro. Evita-se, porém, plantar nosperíodos de chuvas muito intensas, porqueé mais difícil trabalhar o solo, aumentando,assim, os problemas com doenças. Evitam-se também os períodos de estiagem prolon-gada, pelos prejuízos que causam ao desen-volvimento inicial da planta. Sob condiçõesclimáticas mais uniformes, a época de plantiotorna-se menos crítica.

O plantio pode ser feito em filas sim-ples, duplas e triplas (estas mais raramente),cada qual apresentando vantagens e desvan-tagens. Os sistemas mais comuns são os defilas simples e duplas, e sua escolha depen-de de fatores como: disponibilidade de área

Page 43: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

42

e mão-de-obra, cultivar, solo, topografia,acervo tecnológico, etc. O plantio em filassimples pode facilitar os tratos culturais,principalmente no caso de cultivares com folhasespinhosas, enquanto o de filas duplas permitecolocar maior número de pés por unidade deárea e melhor sustentação deles, evitando seutombamento, na época da frutificação. Nessecaso, recomenda-se fazer o plantio nas fileirasem qüincôncio, ou seja, com as plantasdispostas alternadamente.

Variam bastante as medidas de espa-çamento para o plantio do abacaxi nasdiversas regiões produtoras do mundo, porsua relação com a cultivar utilizada, o tipo desolo e outros fatores. Assim, as densidadesvariam de 20 mil a 75 mil plantas por hectare.No Brasil, as mais usadas são de 25 a 40 milplantas por hectare. Quanto aos espaçamentos,os mais comuns são os seguintes:

Page 44: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

43

a) Fileiras simples: 80 cm a 120 cm entrefilas e 30 cm a 40 cm entre plantas, o quecorresponde a populações de, aproxima-damente, 20 mil a 48 mil plantas por hectare.

b) Fileiras duplas: 90 cm a 120 cm entrefilas duplas, 30 cm a 50 cm entre as filassimples e 25 cm a 40 cm entre as plantas nasfilas, o que resulta em populações de 29 mila 67 mil plantas por hectare.

As cultivares Smooth Cayenne e Goldpodem ter espaçamentos menores (densida-des maiores), enquanto para a Pérola, Jupi,Imperial e Gomo de Mel são recomendadosespaçamentos mais largos (densidadesmenores).

Quando a produção se destina aoconsumo dos frutos in natura, o espaça-mento deve proporcionar a obtenção domaior número deles, com peso entre 1,2 kg

Page 45: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

44

e 1,8 kg. Se a produção vai para a indústria(para compota), podem ser usados espaça-mentos maiores, o que proporciona frutostambém maiores e mais pesados (entre 1,3 kge 2,0 kg). Se o produto vai para a indústriade sucos, o tamanho e o peso unitário dosfrutos não têm maior importância, tornando-se mais relevante a produção total por área.

As mudas podem ser plantadas emsulcos, covas ou fendas. Preferem-se ossulcos quando se dispõe de sulcador e áreasmaiores, pela rapidez do trabalho e economiade mão-de-obra. As covas são abertasmanualmente, com enxada ou com pá deplantio tipo havaiano, ou mecanicamente,com coveador. Tanto os sulcos quanto ascovas devem ser fundos o suficiente, aproxi-madamente um terço do comprimento damuda, para evitar o tombamento desta. Nocaso da fenda, enquanto uma pessoa a abre

Page 46: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

45

com uma enxadeta, outra coloca a muda naabertura, no exato momento em que a pri-meira retira a ferramenta. Inicialmente a mudafica inclinada, tomando a posição vertical nodecorrer de seu crescimento.

Após a seleção (por tipo e tamanho oupeso e pela sanidade), as mudas são distri-buídas ao longo das linhas, e devem serplantadas no menor espaço de tempopossível. Colocadas verticalmente dentro dacova ou do sulco, chega-se terra, mascuidando para que esta não caia no centroda roseta foliar.

Plantam-se as mudas em quadras,separadas de acordo com o tipo e peso outamanho delas, de modo a facilitar os tratosculturais e a colheita. Em terreno plano, ossulcos ou covas devem ser abertos nosentido do maior comprimento da área, afim de aumentar o rendimento das máquinas.

Page 47: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

46

Já nos terrenos com declive, o plantio sefaz em nível ou com o uso de outros méto-dos de conservação do solo.

Conforme as condições do solo, oplantio pode ser feito em camalhões, o quefavorece o desenvolvimento do sistemaradicular do abacaxizeiro, a drenagem doexcesso de água e o tratamento do solo porfumigação contra nematóides e outraspragas. Os camalhões têm as dimensões de100 cm a 110 cm de largura na base, 70 cma 80 cm de largura no topo e 15 cm a 20 cmde altura.

Tratos Culturais

Controle do mato

Por serem suas raízes superficiais, oabacaxizeiro ressente-se bastante da con-corrência das plantas infestantes (mato), que

Page 48: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

47

contribuem para atrasar o desenvolvimentoda cultura e reduzir sua produção. Por isso,recomenda-se manter o mato semprecontrolado, principalmente nos primeiros 5ou 6 meses após o plantio.

Em pequenas áreas, o mato pode sercontrolado com o uso de cobertura mortasobre o solo (palhas diversas). Em áreasmaiores, elimina-se o mato com enxada, ométodo mais comum, ou com apenas roçageme herbicidas registrados para a cultura. Durantea capina, cuida-se para não danificar as raízese nem outras partes da planta, evitando tambémdeixar cair terra na roseta foliar, quando sefizer a amontoa. Essa amontoa, efetuadajunto com a capina, ajuda a sustentar melhor aplanta e aumentar a área de absorção dosnutrientes. Dependendo da intensidade deinfestação e do tipo de mato, são necessáriasde duas a dez capinas manuais, durante o cicloda cultura, o que exige bastante mão-de-obra.

Page 49: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

48

O controle de mato com herbicidas éboa alternativa, especialmente em plantiosgrandes e nos períodos chuvosos, quandoo mato cresce mais rapidamente. O controlequímico tem como vantagens: exigir menosmão-de-obra, reduzir o risco de danos àsplantas e ser menos oneroso. Entretanto, épreciso que haja uma fonte de água nasproximidades e que a aplicação seja bem feita,para evitar que o abacaxizeiro sofra oseventuais efeitos tóxicos dos produtosquímicos.

Os herbicidas registrados e suasdosagens por hectare são os seguintes:diuron (1,6 kg a 3,2 kg de ingrediente ativoi. a.), simazina (2,4 L a 3,2 L), ametrina(2,4 L a 3,2 L), ou ametrina + simazina(2,4 kg a 3,2 kg), misturados em 400 L deágua, aplicados entre 30 e 60 dias após oplantio, e repetidos, se necessário, entre 90e 120 dias do plantio, em pré-emergência do

Page 50: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

49

mato, com solo úmido e jato dirigido àsentrelinhas. As menores doses indicadaspodem ser usadas na primeira aplicação, emárea total e em solos arenosos. Já os solosmais pesados exigem as doses maiores.Entretanto, recomenda-se dar preferência aherbicidas pós-emergentes para diminuir osdanos causados ao meio ambiente, em especialo solo.

Usam-se bicos em leque, fazendo aaplicação a uma altura de 30 cm a 50 cm donível do solo. Em plantios irrigados o consumoé de, aproximadamente, 800 L/ha. Comfreqüência são necessárias capinas manuais paracomplementar o controle químico do mato,sobretudo para se efetuar a amontoa e cobriros adubos aplicados.

Irrigação

Tido como planta com necessidadeshídricas pequenas, quando comparado com

Page 51: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

50

outras espécies cultivadas, o abacaxizeiropode sofrer com a falta de água, sobretudona região semi-árida e no cerrado. Issoporque, nessas regiões, a pluviosidade éinsuficiente, em volume e distribuição,podendo inviabilizar a exploração econômicada cultura sem irrigação, principalmentequando se pretende a elevação da produtivi-dade e da qualidade da produção, associadaà necessidade de deslocamento da colheitapara períodos de entressafra, com preçosdo fruto mais favoráveis ao produtor. Alémdisso, o uso da irrigação pode tornar a ofertade abacaxi mais uniforme ao longo do ano,o que é fundamental para a conquista e amanutenção de novos mercados.

Um plantio comercial de abacaxi requer,em geral, quantidade de água equivalentea uma precipitação mensal de 60 mm a100 mm. Em áreas com pluviosidade anual

Page 52: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

51

inferior a 500 mm, o abacaxi só deve sercultivado com irrigação. Todavia, mesmo emáreas com pluviosidade total anual acimadesse limite, a irrigação é necessária seocorrer um período de três meses consecu-tivos com chuvas inferiores a 15 mm/mêsou se ocorrerem quatro meses com menos de25 mm/mês, ou ainda cinco meses com chuvasinferiores a 40 mm/mês.

A demanda de água do abacaxizeirovaria ao longo do ciclo da planta, depen-dendo do seu estádio de desenvolvimento edas condições de umidade do solo ademanda diária de água pode ser de 1,3 mma 5,0 mm. O suprimento de água é críticodurante os dois primeiros meses após oplantio, fase de emissão de raízes, quandoum déficit hídrico pode causar uma desuni-formidade no crescimento das plantas,prejudicando o manejo e o rendimento dacultura. A partir do segundo mês, as neces-

Page 53: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

52

sidades hídricas crescem linearmente, emrazão da continuidade do desenvolvimentodas raízes e início da emissão foliar da planta,até atingir o sexto mês após o plantio. A partirdaí o consumo de água é máximo e constan-te, permanecendo nesse patamar até aformação total do fruto, mais ou menos 120dias após a indução floral, quando o consu-mo volta a decrescer até a colheita.

Um período de deficiência de água nafase de desenvolvimento do fruto pode afetarseriamente o seu peso. Por sua vez, na fasede maturação do fruto, a qualidade orga-noléptica deste é bastantes sensível a umexcesso de água, com um pico de sensibili-dade a cerca de um mês da colheita,aconselhando-se a suspensão da irrigaçãomais ou menos 10 dias antes.

Page 54: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

53

Não existem restrições a nenhum méto-do de irrigação para a cultura do abacaxi,todavia, a irrigação por aspersão é a quemelhor se adapta ao abacaxizeiro, em funçãodo formato e da distribuição de suas folhas,que permitem melhor captação da águaaspergida, aumentando sua absorção atravésdas raízes adventícias superiores.

Os sistemas de irrigação por aspersãomais representativos são: aspersão conven-cional, linhas laterais autopropelidas comdeslocamento linear (lateral rolante) ou radial(pivô central), aspersores autopropelidos(com ou sem cabos de tração) e montagemdireta.

De maneira geral, os sistemas de irriga-ção localizada se justificam mais para regiõesonde a disponibilidade de água é limitada,os custos de mão-de-obra são altos e astécnicas culturais são avançadas. Desses

Page 55: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

54

sistemas, o gotejamento é o mais utilizadona cultura do abacaxi, principalmente noHavaí, associado ao uso de filme de polieti-leno para cobertura do solo nas linhas deplantio.

O sistema de irrigação por microasper-são tem como inconvenientes a necessidadede elevação freqüente e continuada dashastes-suporte dos microaspersores à medidaque as plantas crescem, a fim de atingir umaárea maior de aspersão de água, e a filtragemde água (também exigida no gotejamento).Esse sistema de irrigação vem sendoutilizado quando o abacaxizeiro é plantadocomo cultura secundária, nas entrelinhas depomares de manga, acerola, coco, etc., numprocesso de introdução da cultura no Semi-Árido nordestino.

Um manejo adequado da irrigação deveser exercido, haja vista que tanto o excesso

Page 56: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

55

quanto a falta de água é prejudicial à cultura.O excesso de água prejudica bastante oabacaxizeiro, principalmente por asfixiar asraízes das plantas e por favorecer o ataquede pragas e doenças, considerando-se quedificilmente haverá expectativa de colheita seo abacaxizeiro for plantado em solos comproblemas de drenagem, onde a precipitaçãomédia anual exceder 3.000 mm. Já o déficithídrico afeta o desenvolvimento do sistemaradicular, o crescimento da planta, aqualidade do fruto e o rendimento da cultura,como descrito anteriormente.

A irrigação, além de acelerar o cresci-mento da planta, de garantir a produção e aprodutividade dos plantios nas zonas comdéficit hídrico e/ou má distribuição de chuva,permite, ainda, a aplicação concomitante defertilizantes dissolvidos na água (fertirri-gação), além de inseticidas e fungicidas(quimigação).

Page 57: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

56

Consorciação

Em várias regiões do mundo, produtorasde abacaxi, os agricultores procuram reduziros riscos da monocultura, mediante a consor-ciação, particularmente com espécies ali-mentares, de ciclo curto. O sistema, além denão causar problemas a nenhuma das culturas,é benéfico do ponto de vista social e econô-mico, por melhorar a renda e o regime alimentardo agricultor.

No Brasil, a consorciação do abacaxié praticada por pequenos agricultores dasdiferentes regiões produtoras, associando-o especialmente a culturas de subsistência(os feijões Phaseolus e Vigna, a mandioca,o milho, o amendoim e o arroz). Geralmente,as culturas consortes são introduzidas nafase inicial da cultura do abacaxi e colhidasapenas uma vez (excetuado o caso da mandi-oca, de ciclo mais longo). Em outros países,

Page 58: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

57

exploram-se, ainda, o quiabo, pimentão,tomate, repolho, couve, etc.

Todas essas culturas são instaladas nasentrelinhas do abacaxi, em espaçamentosadequados e na mesma época, de modo quenão haja prejuízo mútuo. Na Martinica,explora-se a soca (segunda safra) do abacaxi,fazendo o consórcio com couve e feijão.Estes são plantados entre as filas duplas,sobre os camalhões e não nas entrelinhas.

Plantas arbóreas e arbustivas, de ciclolongo ou perene, também podem serconsorciadas com o abacaxi. Nesse caso, oabacaxi passa a ser a cultura secundária,servindo para custear a instalação da outra.São exemplos desse arranjo os consórcioscom abacate, citros, manga, coco, mamão,guaraná e café, entre outras espécies.

Alguns aspectos devem ser conside-rados no estabelecimento de consorciações,

Page 59: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

58

pois podem ocorrer combinações adversas.Também convém ter em mente que o sistemaconsorciado dificulta a execução de algumaspráticas culturais. É isso que torna suaadoção mais difícil em plantios grandes,particularmente nos dotados de alto grau demecanização.

De modo geral, o consórcio restringe-se aos primeiros seis meses do ciclo doabacaxizeiro, não se devendo usar plantas quelhe façam sombra em demasia, e nem herbi-cidas para o controle do mato.

Rotação de culturas

A rotação de culturas é outra práticaimportante, merecedora de mais atenção pelosagricultores e pesquisadores. Ela permitemelhorar e recuperar os solos cultivados comabacaxi, principalmente aqueles em que se fazexploração intensiva e se empregam herbicidas.

Page 60: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

59

Na Martinica é costume introduzir na rotação asoja, a crotalária, o sorgo, o feijão Vigna, ocalopogônio e o siratro.

No Brasil não tem sido dada muitaimportância a essa prática, e sua ausênciacausa problemas ao solo em regiões produto-ras, após vários anos de cultivo intensivo deabacaxi. A incorporação de restos de culturapode melhorar as características físicas dosolo, e é técnica recomendável.

Indução da floração

A época de floração, e, portanto, a épocada colheita do abacaxi podem ser antecipadas,mediante a aplicação de certas substânciasquímicas (fitorreguladores) na roseta foliar oupela pulverização da planta. A prática visaimpedir a floração natural, bastante heterogênea,e uniformizar a frutificação. Deve ser bemplanejada, de modo a evitar a concentração

Page 61: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

60

das operações na propriedade e fazer com quea colheita ocorra em época favorável à vendados frutos. No caso do Brasil, faz-se a floraçãocoincidir com as épocas em que as condiçõesclimáticas sejam desfavoráveis ao ataque dafusariose (ver controle de doenças).

O peso do fruto depende não só dascondições climáticas no período de desen-volvimento do fruto, mas, também, diretamentedo porte da planta na fase de diferenciaçãofloral. Assim, planta vigorosa e sadia produzfruto de maior volume e peso.

Várias substâncias podem ser usadas coma finalidade de induzir a floração do abaca-xizeiro: etileno, carbureto de cálcio (acetileno)e ácido 2-cloroetilfosfonico (ethephon). Essassubstâncias diferem entre si, quanto ao modode aplicação e a sua eficiência.

O carbureto de cálcio é aplicado nointerior da roseta foliar, enquanto o etileno e o

Page 62: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

61

ethephon podem ser pulverizados sobre asplantas. Alguns produtos exigem a repetiçãodo tratamento (etileno), o que deve ser feitodois a três dias após a primeira aplicação.A repetição é dispensável no caso de usodo ethephon ou do carbureto.

Os indutores florais devem ser apli-cados à noite (entre 20h às 5h), ou nashoras mais frescas do dia, ou ainda emdias nublados. As plantas devem estar bemdesenvolvidas, com idade variando de 7 a14 meses, o que depende do manejo, emespecial se com ou sem irrigação. Ou apli-ca-se 6 meses antes da época escolhidapara a colheita. Em regiões frias, como oSul do País, esse último período podetornar-se mais longo.

Aplicável sob a forma sólida e líqui-da, o carbureto de cálcio é uma das substâ-ncias mais usadas para a indução floral em

Page 63: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

62

abacaxizeiro. No primeiro caso, coloca-se de 0,5 g a 1,0 g por planta, no centro daroseta foliar, em períodos chuvosos. Parauso na forma líquida, tomam-se asseguintes providências, passo a passo: emum recipiente com capacidade para 200 Le fechamento hermético, colocam-se 150 Lde água limpa e fria e de 400 g a 500 g decarbureto. Fecha-se o recipiente e agita-se até não se ouvir mais o ruído da reação.Logo após, com auxílio de um pulve-rizador costal (sem pressão) ou outrorecipiente, aplicam-se 50 mL de soluçãono centro da roseta foliar de cada planta.É o método mais usado, principalmenteem períodos secos.

O ethephon pode ser aplicado empulverização total, na proporção de 50 mLda solução por planta. Prepara-se a soluçãoa partir de 0,5 mL a 1,0 mL do produtocomercial por litro de água, mais uréia a

Page 64: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

63

2% do produto comercial. A essa misturadeve-se acrescentar 7 g de hidróxido decálcio (cal hidratada) para cada 20 L deágua. Esse tratamento só deve ser repetidose chover algumas horas após a primeirapulverização. O ethephon, pela facilidadede aplicar, tem cada vez maior aceitação,conquanto apresente alguns inconvenientesquando usado em doses mais altas (reduçãodo peso do fruto, da percentagem de suco edo número de mudas tipo filhote/planta).

Quanto ao gás etileno, sua aplicação sefaz com equipamento apropriado, a começarpela injeção, sob pressão, de 800 g desse gásem 6 mil a 8 mil litros de água/hectare. Adiciona-se à solução carvão ativado (0,5%) paraaumentar a retenção e difusão do gás na água.Em seguida, pulveriza-se a planta. O tratamentoé mais eficiente quando efetuado à noite e comrepetição a intervalos de 2 a 3 dias. Umdos inconvenientes dessa substância é a

Page 65: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

64

grande quantidade de água necessária parasua aplicação.

Controle de doenças

Dentre as doenças que atacam o abaca-xizeiro, destacam-se a fusariose, a podridão-da-base-da-muda, a podridão-das-raízes, apodridão-do-olho e a podridão-negra.

Fusariose _ Causada pelo fungo Fusariumsubglutinans, é a principal doença doabacaxi no Brasil. Provoca perdas naprodução de frutos, que variam conforme avariedade, época de colheita e regiãoprodutora, e podem ser superiores a 80%.Sua incidência é mais alta quando a fruti-ficação ocorre em períodos chuvosos. Suaocorrência nos frutos produzidos em épocassecas é bastante reduzida.

A doença pode infectar todas as partesdo abacaxizeiro. Nas mudas e plantas adul-

Page 66: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

65

tas, o fungo provoca lesões localizadas,geralmente no terço inferior do caule e nabase das folhas aderidas à região atacadado caule. A lesão, ao aumentar, reduz o fluxoda seiva, a planta pára de crescer, murcha emorre. O ataque da fusariose apresenta comocaracterística a exsudação (escorrimento) deuma substância gomosa, a partir da regiãoafetada. Nos frutos, a doença provoca apo-drecimento da polpa. Há também exsudaçãode goma das partes do fruto atacado.

Combate-se a fusariose mediante umconjunto de práticas integradas, a seguir:

Utilizar mudas sadias para a instalaçãode plantios novos, recomendando-se aprodução de mudas pelo método deseccionamento do caule.

Usar mudas convencionais tipo filhote,rebentão ou coroa, desde que sejam

Page 67: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

66

provenientes de áreas onde a incidênciade fusariose tenha sido baixa ou nula.

Selecionar rigorosamente as mudas edescartar as que estão com exsudaçãode goma ou com qualquer lesão ouferimento.

Inspecionar periodicamente e eliminarplantas doentes, removendo-as docampo.

Executar a indução floral, de maneiraque a frutificação ocorra em épocasdesfavoráveis ao desenvolvimentoda doença.

Aplicar fungicidas durante a floração,sempre que a frutificação ocorrer emépocas chuvosas. Usar produtos registrados para a cultura somente mediantereceituário agronômico.

Page 68: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

67

A pesquisa já identificou variedadesresistentes à fusariose. Entre elas destacam-se a Perolera e a Primavera, recomendadaspela Embrapa Mandioca e FruticulturaTropical, para plantio em regiões onde afusariose ocorre em incidência elevada.Híbridos resistentes, a exemplo do abacaxi‘Imperial’, também estão disponíveis paraplantio.

Podridão-da-base-da-muda _ Provocadapelo fungo Chalara paradoxa que penetrapelos ferimentos que ocorrem quando asmudas são arrancadas da planta-mãe. Emconseqüência, registra-se a podridão-do-caule. Pouco tempo depois do plantio asmudas atacadas mostram sintomas demurcha.

O primeiro passo para controlar essadoença consiste em evitar que as mudassejam amontoadas antes do plantio. Em

Page 69: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

68

seguida, deve-se promover uma cicatrizaçãorápida dos ferimentos, através da exposiçãoda base da muda à ação direta dos raiossolares e do vento. Caso sejam usadascoroas como material de plantio, deve-se re-mover todos os fragmentos da polpaaderidas a sua base. Em épocas quentes echuvosas, favoráveis à doença, deve-seefetuar o tratamento pré-plantio das mudas,mediante imersão em calda fungicidacontendo produto registrado no Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimento(Mapa) para este fim.

Podridão-de-raízes-do-abacaxizeiro _

Causada pelo fungo Phytophthora cinnamomi,esta doença ocorre em períodos chuvosos,de temperatura baixa e em solos que tendem aser alcalinos e com má drenagem. Surge emqualquer idade da planta e provoca o amare-lecimento e murcha das plantas atacadas. Estaspodem ser facilmente arrancadas do solo por

Page 70: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

69

apresentarem sistema radicular inteiramenteapodrecido. Para controlar a doença, omelhor método é formar a cultura em solosbem drenados, com boa aeração, ou, então,plantar em leiras ou camalhões. Porpromover uma drenagem rápida do solo, ouso de leiras ou camalhões pode requerer aprática da irrigação. Na falta de opção, oplantio em solos contaminados tem de serfeito em épocas desfavoráveis à doença oudeve-se usar mudas tratadas no pré-plantio,mediante imersão delas em calda fungicida(preparada conforme recomendação daExtensão Rural).

Podridão-do-olho _ Causada pelo fungoPhytophthora nicotianae var. parasítica,ocorre nas principais regiões produtoras domundo. As folhas mais novas de uma plantaatacada apresentam coloração amarelaembaçada a cinza e podem ser facilmenteremovidas. Trata-se, portanto, de podridão-

Page 71: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

70

mole, e o odor é desagradável. Dois perío-dos do desenvolvimento do abacaxizeiro sãocríticos em relação à ocorrência dessapodridão: o plantio e o tratamento de in-dução floral, principalmente quando se usao carbureto de cálcio como indutor. Apodridão-do-olho deve ser controladapreventivamente, tanto em tratamento pré-plantio (seguido de uma pulverização três aquatro semanas após), quanto pela aplicaçãode fungicidas (uma semana depois dotratamento de indução floral). Os produtosutilizados devem estar devidamente registradosno Mapa para esta finalidade. Outras medidasde controle consistem em não usar mudas dotipo coroa para formar novas áreas, e evitar acolocação de plantas invasoras sobre oabacaxizeiro, porquanto essa prática faz comque o solo contaminado prejudique a cultura.Todas as variedades cultivadas atualmente sãosuscetíveis à essa doença.

Page 72: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

71

Podridão-negra _ Atinge o abacaxi na fasede pós-colheita, causando perdas principal-mente na produção destinada à exportaçãode fruta fresca. É causada pelo fungoChalara paradoxa, que penetra no frutotanto pelo ferimento da base, resultante dacolheita, quanto pelos ferimentos na casca,decorrentes do manuseio, armazenamentoe transporte menos cuidadoso. Atingida, apolpa se liqüefaz, perde suco, restandoapenas fibras no interior do fruto.

Tomam-se as seguintes providênciascontra a podridão-negra:

Evitar ferimentos na superfície do frutodurante as operações de colheita, ar-mazenamento, embalagem e transporte.

Eliminar os restos culturais nas proxi-midades da área onde os frutos são ar-

Page 73: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

72

mazenados e processados para expor-tação.

Tratar os frutos por imersão em uma caldafungicida, até no máximo 12 horasapós a colheita; armazenar e transportaros frutos a 8°C.

Controle de pragas

A broca-do-fruto, Strymon megarus, ea cochonilha, Dysmicoccus brevipes(causadora da murcha-do-abacaxi) são aspragas mais comuns do abacaxizeiro.

Broca-do-fruto _ É a larva de uma pequenaborboleta, que ataca a inflorescência doabacaxi cavando galerias e provocando oaparecimento de uma substância comaspecto de goma. Esse sintoma não deveser confundido com o da fusariose. Osprejuízos causados pela broca podem atingir80%, quando não controlada devidamente.

Page 74: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

73

Sempre que possível, o produtor deverealizar o monitoramento periódico dasinflorescências. Essa prática permitirá que aaplicação de inseticidas seja iniciada apenasquando forem observados adultos dessapraga na área e/ou seus ovos nas inflores-cências. Em plantios de até 5 ha, deve-seobservar 20 inflorescências seguidas em 10filas escolhidas ao acaso, caminhando-se emziguezague, num total de 200 plantas porhectare. Em plantações com mais de5 ha, deve-se observar 400 plantas, isto é,20 inflorescências em 20 filas, no mesmoesquema anterior (Fig. 5). Essas observaçõesdevem ser semanais, desde o aparecimentoda inflorescência na roseta foliar – cerca de6 semanas após a aplicação do indutor floral–, até a 12a semana – ou seja, após ofechamento das últimas flores. Para que omonitoramento seja eficiente, deve-se evitaro uso de carbureto em pedra ou granulado,

Page 75: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

74

pois seu resíduo dificulta a visualização dosovos da broca. Ao se observar pelo menosum adulto da broca (borboleta) na área ouduas inflorescências com pelo menos umovo, o controle deve ser iniciado. Pulverizar1.000 L de calda inseticida por hectare(35 mL calda/inflorescência/aplicação).Havendo a necessidade de reaplicar oproduto, deve-se manter o intervalo de 15dias entre as pulverizações. Caso seja usado

Fig. 5. Esquema de caminhamento para amostragem da broca-do-fruto do abacaxizeiro durante a fase de florescimento da culturaem plantio de até 5 ha ( ) e com mais de 5 ha (O). Avaliar 20inflorescências por local de amostragem.

Page 76: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

75

um inseticida biológico, o intervalo deve serde 7 a 10 dias. Se necessário, o inseticidapode ser aplicado junto com o fungicidausado no controle da fusariose.

O tratamento contra a broca-do-frutopode ser feito com os seguintes produtos equantidades para 100 litros de água: bactériaBacillus thuringiensis (inseticida biológicoWP – 60 g); carbaril 850 WP (150 g), fenitro-tiona 400 PM (200 g), deltametrina 25 CE(20 mL), triclorphon 500 (300 mL); aplicar35 mL da calda por inflorescência. Nãoesquecer de adicionar um espalhante adesivoà calda. Na ausência de chuvas, pode-se usarinseticida em pó (carbaril DP 75 – 15 kg/ha).

Cochonilha _ É um inseto pequeno, semasas, coberto por um tipo de pó branco,encontrado na axila das folhas, sugando aseiva da planta. Ela é responsável pelatransmissão de uma doença, a “murcha-do-

Page 77: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

76

abacaxi”, que pode causar perdas deprodução de cerca de 80%. Os sintomas deataque dessa praga aparecem, inicialmente,nas raízes (que secam e morrem). Poste-riormente ocorre um murchamento edescoloração graduais das folhas, queadquirem uma cor vermelha-amarelada). Osbordos das folhas, nessa fase, dobram-separa baixo, as folhas curvam-se em direçãoao solo e depois secam. A cultivar SmoothCayenne é mais sensível à murcha do que a‘Pérola’.

Para manter a cochonilha sob controle,antes do plantio o produtor deve destruir osrestos do cultivo anterior, a fim de evitarnovos focos de infestação; usar mudas deáreas que tenham sido submetidas a um bomtratamento fitossanitário; colocar as mudascolhidas sobre as plantas-mãe, com a basevoltada para cima, a fim de que sejam

Page 78: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

77

expostas ao sol durante alguns dias, parareduzir a população de cochonilhas.

O tratamento químico de mudas só érecomendado nos casos de alta infestação,quando existe grande número de colônias decochonilhas. Nesse caso, as mudas sãomergulhadas em uma solução inseticida-acaricida, preparada com etiona 500(150 mL/100 L de água), durante 3 a 5 minutos.Adicionar um espalhante adesivo à calda paraque haja uma boa distribuição e fixação dacalda na superfície da muda. Após esseintervalo, retirar as mudas, deixar escorrer olíquido excedente e, em seguida, colocá-las emposição vertical, a fim de que a solução alcancemelhor a parte basal das folhas. O tratamentodas mudas pode ser feito também por meio depulverizações, quando elas estiverem em fasede crescimento ou ceva, na planta-mãe, após acolheita do fruto. Esse processo exige menosmão-de-obra.

Page 79: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

78

Para ajudar a diminuir a disseminaçãoda cochonilha, é necessário combater asformigas doceiras, como por exemplo, aslava-pés. Um bom preparo do solo pode sersuficiente para diminuir esse problema. Mas,em caso de reinfestação, deve-se aplicar umacalda de parationa-metílica (135 mL/100 Lde água), com um pulverizador costal sembico, no olho do formigueiro, até o enchar-camento.

Para evitar gastos e aplicações desne-cessárias, o produtor, na medida do possível,deve realizar periodicamente uma vistoriarigorosa para detectar a presença de plantascom sintomas de murcha ou com colôniasde cochonilhas. Essa prática, chamada demonitoramento, é que vai indicar a neces-sidade ou não de efetuar o controle químico.Em plantios de até 5 ha, deve-se observar50 plantas seguidas em 10 filas escolhidasao acaso, num total de 500 plantas por

Page 80: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

79

hectare, caminhando-se em ziguezague. Emplantações com mais de 5 ha, deve-seobservar 1.000 plantas, isto é, 50 plantas em20 filas, no mesmo esquema anterior. Essasobservações devem ser quinzenais, desde oterceiro mês após o plantio até o tratamentode indução da floração.

Ao se detectar pelo menos uma plantacom sintoma de murcha ou com uma colôniade cochonilha na área de até 5 ha, ou pelomenos duas plantas com sintomas de murchaou com colônias de cochonilhas em áreasacima de 5 ha, deve-se iniciar o controlequímico. O controle pode ser repetido a cadatrês meses, encerrando no décimo primeiromês após o plantio, aplicando-se um dosinseticidas: imidacloprido 700 GR (30 g/100 L de água), imidacloprido 200 SC (100mL/100 L de água), tiametoxan 10 GR (10 a15 kg/ha), etiona (gel) (75 mL/100 L de água),Deve-se adicionar um espalhante adesivo à

Page 81: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

80

calda para que haja uma boa distribuição efixação da calda na superfície da planta.Aplicar de 30 mL a 50 mL de calda porplanta, no caso de usar produtos de açãode contato (por exemplo, etiona), se a caldaaplicada escorrer pelas folhas e atingir a baseda planta, molhando o solo, já é o suficiente.

Broca-do-talo, broca-do-olho ou broca-gigante _ Como é vulgarmente conhecida,a Castnia icarus ocorre apenas na RegiãoNordeste, mas constitui um perigo potencialpara a cultura do abacaxi em determinadasregiões produtoras do País. A lagarta abregalerias no talo, fazendo a planta definhargradativamente. Antes de morrer, ela emiteuma brotação lateral. Por ser o adulto umamariposa, de hábito diurno, que ocorredurante todo o ciclo cultural, fica caro o seucontrole químico. Com isso, o controlemecânico ainda é o meio mais econômico.Durante a inspeção da plantação, o agricultor

Page 82: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

81

arranca os pés atacados, e com o auxílio deum facão corta o seu caule até localizar alagarta que, então, deve ser destruída.

Ácaro-alaranjado ou ácaro-plano-da-base-das-folhas _ Aracnídeo bem pequenoque, como a cochonilha, é encontrado naaxila das folhas basais, parasitando-as eprovocando lesões. O tratamento com etiona,para controlar a cochonilha, combatetambém o ácaro. Na produção de mudas porseccionamento do talo, esse ácaro podecausar grande prejuízo, em função dafragilidade inicial das mudas.

Colheita e Comercialização

Os frutos para consumo in natura sãomais valorizados que os destinados à indústria.Aqueles precisam vender mais pela aparência(forma, cor, sanidade) e odor, podendo, assim,compensar maior investimento em sua pro-

Page 83: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

82

dução. Esse aspecto é importante, espe-cialmente se o fruto se destina ao mercadoexterno, muito exigente em qualidade eapresentação. Sabe-se que um dos problemasda cultura é o manuseio inadequado do frutona colheita e pós-colheita, e a questão daqualidade está direitamente relacionada como destino do produto, que, por sua vez,influencia as práticas culturais.

A colheita do abacaxi tem a ver com aépoca do plantio, tipo de muda, e tratamentode indução floral. Quando a floração ocorrenaturalmente, a colheita estende-se por umperíodo bastante longo. Isso causa uma sériede inconvenientes, que chegam a tornarantieconômica a exploração do abacaxi.

Planeja-se a colheita em função dacomercialização, dependendo, em grande parte,desse ajuste o sucesso econômico e a renta-bilidade da plantação.

Page 84: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

83

Nas cultivares que produzem muitasmudas do tipo filhote, deve-se evitar cortartodo o cacho de mudas. Deixam-se algumasno pedúnculo, que servirão para novo plan-tio. Isso pode ser feito com uma “sangria”:corte parcial do cacho, com apenas poucasmudas servindo para embalar o fruto. A partecortada do pedúnculo deve ser tratada comfungicida (triadimefon). No caso de destinar-se a mercados próximos ou à indústria, ofruto pode ser colhido sem as mudas.

Em geral, a comercialização do abacaxise faz com a produção ainda no campo,antecipadamente e a granel. Levam-se emconta o tamanho e a aparência do fruto, deacordo com os padrões das variedades.Para os grandes mercados consumidores aonatural, seguem os frutos de primeiraqualidade, sadios e com peso em torno de1,5 kg. Aqueles que não atingem esse padrão

Page 85: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

84

são vendidos nos mercados locais, pertodas regiões produtoras, ou são destinadosa industrialização.

Se o plantio foi bem conduzido e apre-sentou bom estado sanitário e produçãosuperior, pode-se colher uma segunda safra(ou soca). Para isso, deve-se dispensar àsplantas os tratos culturais necessários ao seubom desempenho, especialmente a aduba-ção e o controle de doenças e pragas. Nessecaso, aproveitam-se as mudas originadas daparte basal do caule (rebentões subter-râneos), a fim de evitar o tombamento eposterior dano ao fruto (por queima solar).

Rendimentos

Na cultura do abacaxi, muitos fatorescontribuem para a produção de frutos sem valorcomercial: florescimento precoce, pragas,doenças e intempéries. No Brasil, o rendimentomédio é de aproximadamente 80%. Significa

Page 86: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

85

que em 1 ha, no espaçamento de 80 cm x30 cm, com 41.600 plantas, e se 80% dãoprodução de qualidade, delas se obtêm 33.200frutos comerciais. Contudo, como nem todoseles têm o mesmo padrão, pode-se considerarque, desses, cerca de 75% são frutos paraconsumo ao natural (mercados de maior poderaquisitivo), e os restantes 25% são dequalidade inferior, mas aproveitáveis pelasagroindústrias (de sucos, pedaços e crush) emercados locais (de menor poder aquisitivo).Com isso serão 24.900 frutos de primeiraqualidade, e 8.300, de segunda. Atualmente,segundo as Normas de Classificação doAbacaxi (CQH. Documentos, n. 24, 2003), osfrutos são classificados numa faixa que variade 0,9 a 2,4 kg. Para efeito de cálculo, naconversão do rendimento de frutos porhectare para tonelada por hectare deve serconsiderado o seguinte peso médio do frutodo abacaxi ‘Pérola’: 1,35 kg.

Page 87: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

86

Embalagem e Transporte

Quando se destinam os frutos aomercado interno, geralmente são transpor-tados a granel, em caminhões sem refrige-ração. Os frutos da cultivar Pérola sãotransportados deitados sem arrancar asmudas do cacho (filhotes), que funcionamcomo embalagem. No caso da cultivarSmooth Cayenne, que em geral não produzmudas de cacho, costuma-se colocar umacamada de capim entre as camadas de frutos,ou então, eles são transportados na posiçãovertical, com a coroa virada para cima. Aembalagem com capim pode ser usadatambém para a cultivar Pérola.

Quando o plantio é feito para exportação,os frutos são embalados em caixas de papelãoe transportados de caminhão até o porto deembarque. O transporte em navios deveobedecer às seguintes condições nos porões

Page 88: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

87

de armazenamento: 85% a 90% de umidaderelativa e 8oC a 12°C de temperatura, com umaa duas renovações de ar por semana. Essasmesmas condições são válidas para a conser-vação dos frutos que, assim, podem duraraté quatro semanas. Se essas exigências nãoforem atendidas, o abacaxi pode ser consu-mido, no máximo, até duas semanas após acolheita.

No caso de venda à indústria, os frutospodem, também, ser transportados a granel ouem caixas de plástico usadas na colheita.

Coeficientes de Produção

Na Tabela 3 encontram-se as informaçõessobre quantidades de mão-de-obra, horas detrabalho de máquina e de insumos exigidos paraa cultura de 1 ha de abacaxi, no espaçamentode 80 cm x 30 cm e densidade de 41.600plantas. Na Tabela 4 encontram-se os coefi-

Page 89: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

88

Tabe

la 3

. Coe

fici

ente

s té

cnic

os p

ara

l hec

tare

de

abac

axi,

dens

idad

e de

41.

600

plan

tas.

Esp

ecifi

caçã

o

Insu

mos

Mud

asTo

rta

de m

amon

aU

réia

(2)

Supe

rfos

fato

sim

ples

(2)

Clo

reto

de

potá

ssio

(2)

Cal

cári

o do

lom

ítico

(2)

Her

bici

daIn

seti

cida

e F

ungi

cida

Form

icid

aC

arbu

reto

de

cálc

ioP

repa

ro d

o so

lo, a

duba

ção

e pl

antio

Ara

ção

Gra

dage

m (d

uas)

Uni

dade

(1)

Uni

dade

kg kg kg kg kg kg litro

litro kg kg h/tr

h/tr

Qua

ntid

ade

50.0

001.

600

550

450

850

1.50

0 412

,5 3 50 3 4

cont

inua

...

Page 90: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

89

Tabe

la 3

. Con

tinua

ção.

Esp

ecifi

caçã

o

Apl

icaç

ão d

e ad

ubos

Sele

ção

de m

udas

Mar

caçã

o, c

ovea

men

to e

pla

ntio

Tra

tos

cult

urai

s e

fito

ssan

itár

ios

Apl

icaç

ão d

e he

rbic

ida

Cap

inas

man

uais

(qu

atro

)(3)

Apl

icaç

ão d

e ca

rbur

eto

de c

álci

o (c

omre

pass

e)A

mon

toa

(trê

s)A

plic

ação

de

defe

nsiv

os (

duas

)C

olhe

itaC

olhe

ita

Uni

dade

(1)

D/H

D/H

D/H

D/H

D/H

D/H

D/H

D/H

Qua

ntid

ade

17 20 23 3 40 5 12 8 39(1

) h/t

r =

hor

a de

tra

tor;

D/H

= h

omem

-dia

.(2

) Ref

ere-

se à

rec

omen

daçã

o m

áxim

a, p

oden

do s

er r

eduz

ida,

con

form

e os

res

ulta

dos

da a

náli

se d

o so

lo.

(3) Q

uand

o nã

o fo

rem

uti

liza

dos

herb

icid

as,

o nú

mer

o de

cap

inas

man

uais

dev

e se

r es

tim

ado

em d

ez.

Page 91: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

90

Especificação(1)

InsumosPlantas-matrizesUréiaSuperfosfato simplesCloreto de potássioAdubo foliar (NPK + micro)HerbicidaInseticida-acaricidaFungicidaFormicidaPreparo dos canteirosAraçãoGradagemPreparo das leirasIncorporação de adubo fosfatadoAplicação de herbicidaPlantioObtenção e transporte dos talosSeccionamento dos talosTratamento das secções de taloPlantio das secções do taloPráticas culturaisPulverizações (adubações e tratossanitários)Mondas e capinasIrrigaçãoOutras despesasColheita das mudasTransporte (l% dos custos levantados)

Unidade(2)

Unidadekgkgkg

litrolitrolitrokgkg

h/trh/trD/HD/HD/H

D/HD/HD/HD/H

D/HD/HD/H

D/H-

Quantidade

110.00018581811

41616

5

44

3842

185120

5795

32115

75

700

(1)Dados baseados em trabalhos experimentais na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,considerando os canteiros de 25 m x 1,20 m e caminhos de 0,50 m de largura entre canteiros.(2) h/tr = hora de trator; D/H = homem dia.

Tabela 4. Coeficientes técnicos para produção de mudas deabacaxi (l hectare).

Page 92: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

91

cientes técnicos para 1 ha de mudas de abacaxi.Com base nesses dados, cada produtor podefazer seu próprio cálculo de custo, tomandocomo referência os preços unitários de cadafator em sua região, por ocasião do estabele-cimento da cultura.

Page 93: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

ENDEREÇOSEmbrapa Informação TecnológicaParque Estação Biológica (PqEB),

Av. W3 Norte (final)CEP 70770-901 Brasília, DF

Fone: (61) 3340-9999Fax: (61) 3340-2753

[email protected]@sct.embrapa.br

www.sct.embrapa.br/liv

Embrapa Mandioca e Fruticultura TropicalRua Embrapa, s/n°.

Caixa Postal 007CEP 44380-000 Cruz das Almas, BA

Fone: (75) 3621-8000Fax: (75) 3621-8097

Page 94: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

Coleção Plantar

Títulos lançados

A cultura do alhoAs culturas da ervilha da lentilhaA cultura da mandioquinha-salsa

O cultivo de hortaliçasA cultura do tomateiro (para mesa)

A cultura do pêssegoA cultura do morangoA cultura do aspargoA cultura da ameixeiraA cultura da manga

Propagação do abacaxizeiroA cultura do abacaxi

A cultura do maracujáA cultura do chuchu

Produção de mudas de mangaA cultura da bananaA cultura do mamão

A cultura do limão-taitiA cultura da maçã

A cultura do urucumA cultura da pimenta-do-reino

A cultura da acerolaA cultura da castanha-do-brasil

A cultura do cupuaçu

Page 95: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

A cultura da pupunhaA cultura do açaí

A cultura da goiabaA cultura do mangostão

A cultura do guaranáA cultura da batata-doce

A cultura da graviolaA cultura do dendê

A cultura da amora-pretaA cultura do caju

A cultura da amora-preta (2ª edição)A cultura da melancia

A cultura do mamão (2ª edição)A cultura da banana (2ª edição)

A cultura do limão-taiti (2ª edição)A cultura da acerola (2ª edição)

A cultura do maracujá (2ª edição)A cultura da batata

A cultura da cenouraA cultura do melãoA cultura da cebolaA cultura do sapoti

A cultura do coqueiro: mudasA cultura do coco

Page 96: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

Na Embrapa Informação Tecnológica, você encontra

livros, revistas, fitas de vídeo, DVDs e CD-ROMs

sobre agricultura, pecuária, agronegócio, etc.

Para fazer seu pedido, acessewww.sct.embrapa.br/liv ou

telefone para (61) 3340-9999

LIVRARIA VIRTUALAcesso rápido à informação agropecuária

Page 97: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

Impressão e acabamentoEmbrapa Informação Tecnológica

Page 98: PLANTAR ABACAXI-MIOLO.pmd

A

coloca em suas mãos

as tecnologias geradas e

testadas em 33 anos de pesquisa.

As informações de que você

precisa para o crescimento

e desenvolvimento da

agropecuária estão à

sua disposição.

Consulte-nos.

Embrapa

Mandioca e Fruticultura Tropical

CG

PE5919

ISB

N8

5-7

38

3-3

69

-6

9788573833690