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Pêra PLANTAR coleç o ã

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Pêra

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Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Clima TemperadoMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Embrapa Informação TecnológicaBrasília, DF

2007

A CULTURA DA PÊRA

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Coleção Plantar, 58

Produção editorial: Embrapa Informação TecnológicaCoordenação editorial: Fernando do Amaral Pereira

Mayara Rosa CarneiroLucilene Maria de Andrade

Revisão de texto: Wesley José da RochaProjeto gráfico da coleção: Textonovo Editora e Serviços Editoriais Ltda.Editoração eletrônica: Wamir Soares Ribeiro JúniorArte-final da capa: Wamir Soares Ribeiro JúniorIlustração da capa: Álvaro Evandro X. Nunes

1a edição1a impressão (2007): 2.000 exemplares

Todos os direitos reservadosA reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou emparte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no. 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Informação Tecnológica

A cultura da pêra / Embrapa Clima Temperado. – Brasília, DF : EmbrapaInformação Tecnológica, 2007.58 p. : il. – (Coleção Plantar, 58).

Na página de autores: Nakasu, Bonifacio Hideyuki... [et al.].ISBN 978-85-7383-393-5

1. Colheita. 2. Comercialização. 3. Doença. 4. Plantio. 5.Variedade. I. Embrapa Clima Temperado. II. Coleção.

© Embrapa 2007

CDD 634.13

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AutoresBonifacio Hideyuki NakasuEngenheiro agrônomo, Ph.D. em Melhoramento Genético,pesquisador da Embrapa Clima Temperado,[email protected]

Flavio Gilberto HerterEngenheiro agrônomo, Doutor em Fisiologia Vegetal,pesquisador da Embrapa Clima Temperado,[email protected]

Darcy CamelattoEngenheiro agrônomo, Ph.D. em Fisiologia Vegetal,pesquisador da Embrapa Clima Temperado,[email protected]

Carlos Reisser JúniorEngenheiro agrícola, Doutor em Agrometeorologia,pesquisador da Embrapa Clima Temperado,[email protected]

Joel Figueiredo FortesEngenheiro agrônomo, Ph.D. em Fitopatologia,pesquisador da Embrapa Clima Temperado,[email protected]

Luis Antônio Suita de CastroEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Agronomia,pesquisador da Embrapa Clima Temperado,[email protected]

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Ailton Raseira (in memorian)Engenheiro agrônomo, M.Sc, pesquisador da EmbrapaClima Temperado.

Claudio José da Silva FreireEngenheiro agrônomo, M.Sc.

Clori BassoEngenheiro agrônomo, Ph.D. em Nutrição de Plantas,pesquisador da Epagri, [email protected]

Ivan FaoroEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Melhoramento Genético,Epagri, [email protected]

José Luiz PetriEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Fitotecnia, Epagri,[email protected]

Gabriel Berenhauser LeiteEngenheiro agrônomo, Doutor.

José Francisco Martins PereiraEngenheiro agrônomo, M.Sc. em Fitotecnia, pesquisadorda Embrapa Clima Temperado, [email protected]

Rufino Fernando Flores CantillanoEngenheiro agrônomo, Doutor em Agronomia, pesquisadorda Embrapa Clima Temperado, [email protected]

Valtair VeríssimoEngenheiro agrônomo, M.Sc.

Fabiano SimõesEngenheiro agrônomo, BS.

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ApresentaçãoEm formato de bolso, ilustrados e escritos em

linguagem objetiva, didática e simples, os títulos daColeção Plantar têm por público-alvo produtores rurais,estudantes, sitiantes, chacareiros, donas de casa e demaisinteressados em resultados de pesquisa obtidos, testadose validados pela Embrapa.

Cada título desta coleção enfoca aspectos básicosrelacionados ao cultivo de, por exemplo, hortaliça,fruteira, planta medicinal, planta oleaginosa, con-dimento e especiaria.

Editada pela Embrapa Informação Tecnológica, emparceria com as demais Unidades de Pesquisa da Empresa,esta coleção integra a linha editorial Transferência deTecnologia, cujo principal objetivo é preencher lacunasde informação técnico-científica agropecuária direcionadaao pequeno produtor rural e, com isso, contribuir para oaumento da produção de alimentos de melhor qualidade,bem como para a geração de mais renda e mais empregopara os brasileiros.

Fernando do Amaral Pereira

Gerente-Geral

Embrapa Informação Tecnológica

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Sumário

Introdução ................................................ 9Clima ..................................................... 10Cultivares................................................11Polinização ............................................ 28Solo, Calagem e Adubação.................... 29Plantio .................................................... 32Poda e Condução ................................... 34Quebra de Dormência ............................ 37Irrigação................................................. 38Pragas .................................................... 40Doenças ................................................. 48Colheita ................................................. 52Comercialização .................................... 54Anexo .................................................... 58

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IntroduçãoO Brasil importa cerca de 95 % da pêra

de alta qualidade que consome. Assim, oplantio da pereira, no Brasil, é de funda-mental importância, sendo uma alternativade renda para os produtores.

A pereira pertence à família Rosaceae,gênero Pyrus, e compreende mais de 20espécies. No Brasil, as mais importantes sãoa Pyrus communis L., a Pyrus pyrifolia(Burm) Nak. e a híbrida.

A Pyrus communis, ou pêra européia, éconsiderada uma das frutas mais deliciosas,combinando uma textura cremosa e sucosacom uma insuperável delicadeza de sabor earoma. A Pyrus pyrifolia, conhecida comooriental, asiática ou japonesa, apresentatextura crocante e sucosa com sabor peculiar,mas sem muito aroma. A híbrida produzfrutas mais firmes, com característica entremanteigosa e crocante, e tem a vantagem de

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se adaptar melhor ao clima de inverno amenodo Brasil, além de ser mais rústica.

Clima

Climas secos, frios no inverno, mas comboa soma de horas de calor no verão, sãoespecialmente recomendados para as cul-tivares européias. Para boa quebra dedormência na primavera, as cultivareseuropéias necessitam de mais de 900 horas defrio hibernal. As asiáticas e as híbridasnecessitam de 200 a 800 horas, adaptando-seà variada gama de temperaturas e condiçõesclimáticas, e são menos tolerantes a baixastemperaturas primaveris. Geadas tardias podemcomprometer as gemas, as flores e as frutasrecém-formadas. Temperaturas abaixo de -3,5ºC podem danificar as gemas, ao passo que asinferiores a -1,7 ºC danificam os estigmas.

A penetração de luz no interior da plantaé importante para melhorar a qualidade da

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fruta e a formação de gemas florais. Isso éobtido pela poda, durante o inverno.

Recomenda-se o uso de quebra-ventos,utilizando espécies adaptadas a cada uma dasregiões onde está implantada a cultura. Osquebra-ventos devem ser dispostos no ladodos ventos dominantes durante a fase decrescimento vegetativo. Recomenda-se o usode espécies de crescimento rápido.

Cultivares

Três são os tipos de pereira cultivadas co-mercialmente no Brasil: a Pyrus communis,conhecida como européia ou manteigosa; aPyrus pyrifolia, conhecida como oriental,japonesa ou asiática; e a híbrida.

Todas as cultivares de pereira necessitamde polinizadores para produzirem frutas comregularidade.

As cultivares européias são mais exigentesem frio (temperaturas abaixo de 7,2 ºC) e são

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recomendadas para os altiplanos dos estadosdo Rio Grande do Sul, de Santa Catarina edo Paraná. Devem ser colhidas no início damaturação, completando o processo emcâmaras frias.

As cultivares de pereira asiática sãomenos exigentes em frio hibernal e sãotambém recomendadas para os altiplanos dostrês estados sulinos, para algumas regiões dafronteira gaúcha e para a região de Curitiba,dentre outras. Devem ser colhidas maduras,com cuidados especiais no manuseio.

As cultivares de pereira híbrida são demenor exigência em frio, variando de 200 ha 400 h, sendo cultivadas do Rio Grande doSul até São Paulo. Em geral, são bastanterústicas, de fácil manuseio e apresentam boatolerância a doenças. Desenvolvem melhorsabor quando completam a maturação emcâmaras frias, à semelhança das européias.Suas frutas têm sabor e textura peculiaresentre os das européias e asiáticas, sendo bem

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aceitas pelo consumidor brasileiro. Nos últimosanos, no mercado interno, o preço das frutasde pereiras híbridas equiparou-se ao daseuropéias. Essas cultivares devem serpreferidas pelos agricultores de base familiar,uma vez que não exigem grandes investi-mentos.

Os porta-enxertos mais usados nos estadosdo Sul do Brasil são o Pyrus calleryana e Pyrusbetulaefolia, vigorosos e com bom sistemaradicular, facilitando a busca por nutrientes epor água, inclusive em camadas maisprofundas. Nos últimos anos, produtores daregião de Vacaria, RS, passaram a usar osmarmeleiros ‘Quince A’, ‘Quince Adams’ e‘Quince C’, que favorecem a frutificaçãoprecoce e a maior densidade de plantio.

Cultivares européias

Packham´s Triumph – De origem aus-traliana, é uma planta vigorosa e semi-

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expansiva, muito produtiva, floresce entre aúltima semana de setembro e meados deoutubro. Fruta de tamanho médio a grande,de formato piriforme e contorno irregular,de epiderme delgada de cor amarelo-esver-deada e com russeting (rugosidade) deintensidade média (Fig. 1). Polpa creme,muito firme, fina, suculenta, doce, de aromamoderado e muito boa qualidade. Amadurecena segunda quinzena de fevereiro e suportade 3 a 5 meses de armazenagem. É suscetível

Fig. 1. Frutos da cultivar Packham´s Triumph.

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à entomosporiose (Entomosporium mespeli)e à sarna (Venturia sp.).

William´s (=Bartlett) – Originada naInglaterra, é a mais cultivada nos EstadosUnidos, tanto para consumo in natura quantopara industrialização. A planta é de tamanho evigor médios, de crescimento ereto e modera-damente resistente à entomosporiose. Flores-ce em meados de outubro. Produz frutas detamanho médio a grande, piriformes (Fig. 2),

Fig. 2. Fruto da cultivarWilliam´s (=Bartlett).

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de epiderme variando de verde a amarela. Apolpa é branca, fina, firme, manteigosa,aromática, com epiderme delicada, delgada,lisa e de ótima qualidade. Amadurece naprimeira quinzena de fevereiro e conserva-sedurante 3 ou até 4 meses quando armazenadaem câmara fria.

Red Bartlett – Mutação da ‘Bartlett’,planta ereta, com ângulos fechados nainserção dos ramos. A floração vai demeados de setembro a início de outubro.As frutas são de tamanho médio a grande,de forma cônica alongada, bojudas nocentro e afinando no pedúnculo (Fig. 3).A epiderme é vermelho-arroxeada, comaspecto atraente. A polpa é creme-clara,macia, suculenta, com aroma médio, docee de boa qualidade. A maturação é precoce,ocorrendo entre fins de janeiro e início defevereiro.

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Fig. 3. Fruto da cultivar Red Bartlett.

Rocha – De origem portuguesa, É umaplanta de vigor médio e deve se adaptar bemem regiões com clima semelhante ao deFraiburgo e de Caçador, em Santa Catarina, eao de Vacaria e de Livramento, no Rio Grande

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do Sul. A fruta é piriforme, de epidermeamarela com russeting. A polpa é branco-amarelada, manteigosa e de ótimo sabor.

Cultivares asiáticas

Kousui – De origem japonesa, a planta éde vigor médio e produz ramos longos efinos. As frutas são de tamanho médio, deforma arredondada, epiderme de cormarrom-dourada com camada corticosa. Apolpa é branca, de textura crocante, sucu-lenta, macia, doce e de boa qualidade. Amaturação se dá em fins de janeiro. É medi-anamente resistente à entomosporiose, masmuito suscetível ao cancro dos ramos.

Nijisseiki (Século 20) – É a mais popu-lar das cultivares japonesas. Planta de vigormédio quando em condições de pouco friohibernal. É produtiva, de hábito ereto. Afloração se dá de setembro a outubro. A fru-ta é de tamanho médio a grande, de forma

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redondo-oblata, com epiderme amarelo-esverdeada e de boa aparência (Fig. 4). Apolpa é branca, crocante, suculenta, possuide baixo a médio teor de açúcar e é de boaqualidade. Apresenta boa resistência à ento-mosporiose e à sarna.

Fig. 4. Fruto da cultivar Nijisseiki.

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Ya-Li – De origem chinesa, a planta é devigor médio, com ramos levemente pendentes.A floração é precoce, ocorrendo na primeiraquinzena de setembro. É muito produtiva, comfrutas de tamanho médio, ovalado-piriforme,com epiderme amarelo-esverdeada clara elenticelas grandes (Fig. 5). A polpa é branca,

Fig. 5. Fruto da cultivar Ya-Li.

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crocante, suculenta, de qualidade regular, compouco teor de açúcar. Amadurece de março aabril. É suscetível à entomosporiose e à sarna.

Housui – De origem japonesa, é uma plantavigorosa, de hábito ereto. Produz frutas detamanho médio a grande, redondas, comepiderme marrom-dourada atrativa (Fig. 6).

Fig. 6. Fruto da cultivar Housui.

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A polpa é branca, crocante, macia, suculenta,doce e de boa qualidade. A maturação se dá dofinal de janeiro ao início de fevereiro. Pode serconservada de 2 a 3 meses em câmara fria. Ésuscetível à entomosporiose e à sarna.

Cultivares híbridas

Garber – De origem americana, são plantasmuito vigorosas, rústicas, de folhagem verde-escura, resistentes à sarna e à entomosporiosee muito produtivas. Produzem frutas grandes,de epiderme de cor verde, que amadurecemem fevereiro. Polpa branca, firme e de quali-dade regular.

Le Conte – Obtida nos Estados Unidos, aplanta é de grande desenvolvimento, altaprodutividade e é resistente a pragas e doenças.As frutas são de tamanho médio, com pe-dúnculo comprido (Fig. 7). A película é grossa,

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resistente e bem unida ao mesocarpo. A polpaé branca, firme, de sabor agradável. Amadureceno fim de janeiro.

Primorosa – Desenvolvida pelo InstitutoAgronômico de Campinas, é uma plantavigorosa e produtiva. As frutas são de ta-manho médio, de formato ovóide-piriforme,

Fig. 7. Frutos da cultivar Le Conte.Fo

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pedúnculo longo e película lisa de cor verde-clara. A polpa é branca, doce, tenra, suculenta,de sabor suave e de boa qualidade. A maturaçãoocorre do final de dezembro até janeiro.

Carrick – Obtida nos Estados Unidos, éuma planta vigorosa e produtiva. A floraçãoocorre na segunda quinzena de setembro. Afruta é de tamanho médio a grande, de formatooblongo-periforme e de epiderme bronzeadacom manchas avermelhadas (Fig. 8). A polpa

Fig. 8. Frutos da cultivar Carrick.

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é branco-amarelada, firme, de moderadasuculência, doce e de pouca acidez, de aromaleve e qualidade regular. É suscetível àentomosporiose.

Kieffer – Originada nos Estados Unidos, aplanta é de tamanho médio, vigorosa, muitoprodutiva. Frutas de tamanho médio a grande,de forma oval, epiderme grossa, dura, lisa, decoloração amarela com um pouco de russeting(Fig. 9). A polpa é branco-amarelada, gra-

Fig. 9. Frutos da cultivar Kieffer.

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nulosa, crocante, firme e de baixa qualidade.É resistente à entomosporiose e suscetível àsarna.

Triunfo – Desenvolvida pelo InstitutoAgronômico de Campinas, é uma planta évigorosa, produtiva e de rápido crescimento.A fruta é grande, de forma oblonga, películaespessa, de cor verde, com pontuações(Fig. 10). A polpa é firme, granulada, de sabordoce acidulado e de qualidade regular.

Fig. 10. Frutos da cultivar Triunfo.

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Cascatense – Cultivar lançada pelaEmbrapa Clima Temperado, é uma planta devigor médio, produtiva, semi-aberta esuscetível à entomosporiose. Floresce nasegunda quinzena de agosto. A fruta épiriforme, de tamanho médio, epiderme fina,coloração amarelo-esverdeada (Fig. 11). Apolpa é branca, de textura parcialmentemanteigosa, suculenta, de aroma leve e de bomsabor. Amadurece em meados de janeiro.

Fig. 11. Frutos da cultivar Cascatense.

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PolinizaçãoPraticamente todas as cultivares de pereira

são de polinização cruzada, isto é, necessitamde outra cultivar para a frutificação efetiva.Algumas cultivares podem produzir parteno-carpicamente, o que significa que produzemfrutas sem sementes quando autopolinizadas.Entretanto, mesmo para estas últimas, sãomaiores a produtividade e o tamanho das frutasquando polinizadoras são fornecidas.

As polinizadoras são cultivares que flo-rescem no mesmo período e produzempolens viáveis em quantidade e compatíveiscom a cultivar a ser polinizada.

A Tabela 1 mostra as cultivares e asrespectivas polinizadoras em condiçõesedafoclimáticas do Rio Grande do Sul e deSanta Catarina. As polinizadoras devem sertestadas em cada local, pois o período defloração de cada cultivar depende muito de suaexigência em frio hibernal e do clima.

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Tabela 1. Cultivares de pereira e suas polinizadoras.

CultivarPackam’s TriumphBartlettRed BartlettRochaKousuiYa-LiNijisseikiHousuiGarberLe ConteCarrickTriunfoCascatense

PolinizadoraBartlett ou Winter NelisPackam’s Triumph ou HighlandCarrick ou KiefferPackam’s TriumphPackam’s Triumph ou ShinseikiCarrick ou KiefferShinseiki ou KousuiPackam’s Triumph ou ShinseikiCarrick, Kieffer ou SmithGarber ou SmithKiefer ou Ya-LiKieffer ou Le ConteFlordahome ou Kieffer

Solo, Calagem e Adubação

A pereira adapta-se a diferentes tipos desolo, o que depende do porta-enxerto utili-zado, preferindo solos profundos, de texturafranca a franco-argilosa, férteis e com bonsteores de matéria orgânica.

O solo deve ser bem drenado, pois apereira não tolera encharcamento. Reco-

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menda-se instalar o pomar em terrenos nãomuito inclinados, e com exposição norte.Qualquer declividade deve ser controladacom curvas de desnível para evitar erosão.

A calagem tem por objetivo aumentar opH do solo, reduzir a acidez e a disponi-bilidade de elementos tóxicos presentes nele,capazes de afetar o desenvolvimento dasplantas.

Como os solos dos estados do Sul doBrasil em geral são ácidos e de baixa ferti-lidade natural, é preciso fazer sua análiseantes da implantação do pomar, coletandoamostras nas profundidades de 0 a 20 cm ede 20 cm a 40 cm.

Para corrigir o pH para 6,0 e as defici-ências de magnésio (Mg), fósforo (P

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Potássio (K2O), recomenda-se aplicar

calcário dolomítico pelo menos três mesesantes do plantio.

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A adubação de pré-plantio tem porobjetivo elevar a disponibilidade de nutri-entes no solo para níveis compatíveis com anecessidade da cultura. Nessa fase, a análisedo solo é o único método de diagnose paraestimar as necessidades de fósforo e potássio.

A adubação de manutenção é importante etem por objetivo repor as perdas de nutrientesocasionadas pela colheita. A reposição deve serbaseada nas análises do solo e foliar. Deve-sedar preferência a formulações simples esolúveis como uréia, superfosfato triplo ousimples e cloreto de potássio, pois assim épossível aplicar nutrientes nas quantidadesnecessárias.

A aplicação total da adubação anual comfósforo e potássio pode ser feita no período dedormência das plantas.

O uso de matéria orgânica, como estercocurtido de aves, de suínos e de bovinos, pode

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ser uma alternativa técnica e econômica.Recomenda-se a aplicação da matéria orgânica30 dias antes da brotação.

PlantioOs locais escolhidos para plantio devem ser

preferencialmente os mais altos, localizados naparte superior das encostas ou livres de geadastardias. Em terrenos com inclinações quefavorecem a erosão, devem-se usar curvasde nível.

O plantio deve ser realizado de junho asetembro. As mudas devem obedecer aos padrõesrecomendados pela legislação em vigor.

As mudas devem ser plantadas emcovas, tomando cuidado para que o ponto deenxertia fique a cerca de 10 cm acima do solopara evitar o franqueamento (enraizamentoda copa). A disposição das raízes deve serfeita de modo a evitar que fiquem dobradasna cova e que se formem bolsas de ar.

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Para garantir a obtenção de bom índicede pegamento das mudas, recomenda-seirrigar logo após o plantio.

Em regiões de baixo acúmulo de frio, éinteressante colocar as mudas em câmarafria, por um período de 30 a 45 dias, àtemperatura de 2 ºC a 6 ºC, para melhorar abrotação das gemas laterais. Como alter-nativa, usa-se produtos como óleo minerale cianamida hidrogenada para quebrar adormência (ver dosagem adiante em Quebrade Dormência). A aplicação deve ser feitade 20 a 25 dias antes do início da brotação.

O espaçamento recomendado varia de4,5 m a 6 m entre filas e de 1,5 m a 3 m entreplantas. Atualmente, são usados plantios dealta densidade, com 4 mil a 6 mil plantaspor hectare, visando a elevar a produtividadepor hectare nos primeiros anos após aimplantação do pomar.

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Poda e ConduçãoExistem dois tipos de poda: de formação e

de frutificação.

A poda de formação é realizada nosprimeiros dois anos após o plantio e visa apreparar a planta para a obtenção da maiorprodução possível, com qualidade. Nesse caso,preconiza-se, no Brasil, a forma de líder centralcom seleção de 4 a 6 ramos laterais. Asbrotações nos primeiros 50 cm a partir do níveldo solo devem ser eliminadas (Fig. 12).

Fig. 12. Formação do líder central até o quarto ano.

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Após o plantio, quando as mudas iniciam abrotação, elas devem ser despontadas. Oatraso no desponte favorece odesenvolvimento dos ramos laterais aolongo do tronco. O desponte no 2º ano deveser feito após o início da brotação, paraestimular a brotação. Os ramos lateraistambém podem ser despontados. A poda e acondução no terceiro e quarto anos sãoiguais às do segundo. Os ramos em excessodevem ser eliminados, assim como os malcolocados, ou que estiverem provocandosombreamento ou dificultando a penetraçãodos tratamentos fitossanitários.

O sistema de condução das cultivaresasiáticas pode ser feito em latada (cara-manchão – estrutura leve construída geral-mente de madeira, que se pode cobrir devegetação) (Fig. 13). Seu inconveniente é o altocusto de implantação.

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A poda de frutificação visa a manter aplanta em equilíbrio entre os crescimentosvegetativo e produtivo a fim de evitar seuenvelhecimento precoce. Nesse tipo de poda,procura-se fazer a renovação dos órgãos defrutificação e retirar os ramos em posiçãovertical que causam sombreamento. Deve-se evitar a retirada excessiva de ramos.

Como medida complementar à poda,recomenda-se o arqueamento dos ramos para

Fig. 13. Formação no sistema de latada.

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induzir a formação de gemas florais e con-trolar o crescimento vegetativo.

Quebra de DormênciaEm regiões, ou mesmo em invernos, com

frio insuficiente para induzir uma boa brotaçãodas gemas de pereira, o uso de produtosquímicos tem sido recomendado com boaeficiência. As pereiras européias geralmentesão de alta exigência em frio, como a‘Packham´s Triumph’, do grupo que exigeentre 1.200 e 1.800 horas de frio.

Embora muitos produtos exerçam efeitosobre a indução da brotação da pereira, o óleomineral e a cianamida hidrogenada (Dor-mex) são utilizados comercialmente em seucultivo.

O óleo mineral é utilizado na concen-tração de 3 % a 4 %, em mistura de tanque,com a cianamida hidrogenada a 0,25 %(Dormex de 0,5 % a 1,0 %), colocando no

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tanque primeiro a cianamida. A concentraçãovaria de acordo com a intensidade de frio(frio menos intenso, maior concentração).

A época de aplicação ocorre no inicio doinchamento das gemas. Para maior eficiênciada aplicação dos produtos, é necessária aocorrência de uma a duas horas sem chuva,pelo menos, antes da aplicação.

A prática é recomendada também paracorrigir problemas de falta de coincidênciada floração da cultivar com a das cultivarespolinizadoras.

Irrigação

A água, fundamental para a produçãoagrícola, exerce influência diferenciada nasdiversas espécies. Sua deficiência causaredução na produção, num grau que dependeda época de ocorrência durante o desenvol-vimento das plantas e da variedade cultivada.

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A pereira pode suportar períodos deredução hídrica durante a fase de crescimentovegetativo sem sofrer prejuízos, mas a falta deágua perto do fim do florescimento e duranteo crescimento rápido da fruta pode reduzir tantoo tamanho da fruta quanto a produtividade.Portanto, em regiões onde ocorre deficiênciahídrica durante esses períodos, a irrigação deveser utilizada para se atingir o potencialprodutivo.

Atualmente, os métodos de irrigaçãomais recomendados são os localizados,principalmente por gotejamento e pormicroaspersão. Este último pode serutilizado também para o controle de gea-das, que podem reduzir a produtividade.

As formas de manejo da água mais prá-ticas e mais recomendadas (critérios queauxiliarão o agricultor a decidir quandoirrigar e quanto de água aplicar) são as que

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utilizam o tanque classe A ou o tensiômetro.A reposição hídrica baseada no tanqueclasse A deve ser feita em 100 % da lâminaevaporada no tanque, ao passo que a tensãoda água no solo recomendada situa-se entre10 kPa e 25 kPa, que pode ser determinadapor tensiômetros instalados junto àsplantas, a 40 cm de profundidade.

Pragas

No Brasil, existem relativamente pou-cas espécies de pragas que atacam apereira. Dentre as principais, destacam-sea cochonilha, a grafolita, a mosca-das-frutas e o ácaro.

Cochonilha – Nos frutos, há formaçãode manchas vermelhas e permanentes emtorno da cochonilha (Fig. 14). Pode causardeformações, fendas ou a queda de frutos.

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O controle da cochonilha é feito por açãotópica. Utilizam-se produtos químicos espe-cíficos e faz-se o escovamento e a remoçãodas cochonilhas dos ramos infestados. Comoessa praga ocorre em pontos isolados do

Fig. 14. Fruto infestado por cochonilha.

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pomar, a pulverização não deve ser feita emtoda a área. Recomenda-se também o em-prego do controle biológico com parasitóidese predadores que apresentem boa eficiência.

Grafolita – Os adultos da grafolita sãomariposas pequenas de cor cinza-escura ecom distintas manchas escuras nas asas(Fig. 15).

Fig. 15. Grafolita adulto.

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O dano nos ramos só é significativo emplantas jovens (1 a 2 anos). Com o início daprodução, os danos são menos importantes eraramente comprometem a formação da copada planta.

No fruto, as lagartas penetram principalmentepróximo à cavidade peduncular. A galeria resul-tante contém excrementos do tipo “serragem”,ligados a uma espécie de teia (Fig. 16).

Fig. 16. Dano interno ao fruto, causado por grafolita.

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44

Para seu controle, recomenda-se a utili-zação de armadilhas para o levantamento donível populacional da praga. Sucos fermen-tados de frutas – para capturar os adultos – earmadilhas com feromônio sexual – 1 ou 2por hectare – são excelentes para o controleda grafolita.

Mosca-das-frutas – A mosca-das-frutasé de cor amarelada, sendo o corpo amarelomais escuro e as asas, transparentes, commanchas escuras de desenho característico(Fig. 17).

Fig. 17. Adultos da mosca-das-frutas.

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45

As larvas nascem no interior do fruto ealimentam-se da polpa, completando seu de-senvolvimento (Fig. 18). A larva, ao se ali-mentar da polpa do fruto, forma galerias, quese transformam em uma área úmida, em de-composição, de cor marrom.

Diversas larvas são encontradas dentro deum fruto atacado, e constata-se a perda de

Fig. 18. Dano interno ao fruto, causado pela mosca-das-frutas.

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46

consistência da polpa quando ele é atacado.Percebem-se os orifícios na casca do frutoquando as larvas saem dele; ao pressioná-lo,há extravasamento de suco.

O uso de iscas tóxicas para o controle des-sa praga apresenta a vantagem de não exigir aaplicação de produtos químicos diretamentesobre as frutas, o que evita sua contaminaçãoe garante a obtenção de um produto natural.Além disso, recomenda-se retirar os frutostemporões, eliminar do pomar os frutos caídosou refugados e enterrá-los entre 20 cm e 30 cmde profundidade.

Ácaro – É uma praga que se tornaproblema por causa do desequilíbrio decor-rente das práticas agrícolas. Sua ocorrência empereiras, no Sul do Brasil, é esporádica e emapenas certas localidades. De cor vermelho-escura, com pernas mais claras e longas, temcerdas abundantes no dorso do corpo (Fig. 19).

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47

Fig. 19. Ácaro-vermelho.

Os ácaros vivem em colônias, especial-mente na face inferior da folha, predominan-temente junto à nervura central. Removemos tecidos superficiais da folha, provocandoo amarelecimento _ ao longo da nervura cen-tral e lateralmente a ela _ ou o bronzeamnetoem infestações severas, o que reduz a quan-tidade e a qualidade dos frutos.

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48

DoençasAs doenças de importância econômica para

a pereira são a sarna e a entomosporiose. Aspereiras de origem européia são mais susce-tíveis ao ataque da sarna.

A entomosporiose em cultivares muitosuscetíveis provoca desfolhamento precoce e,ao longo dos anos, enfraquece a planta e reduz,portanto, a produção.

Folhas, ramos e frutos são atacados(Fig. 20 e 21). Nas folhas, a doença começa

Fig. 20. Sintoma de entomosporiose em folha de pereira.

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49

Fig. 21. Sintoma de entomosporiose em pêra.

na forma de pequenos pontos avermelhados.Esses pontos crescem e se tornam marrons.

Em frutos muito atacados, as lesõescrescem muito _ a ponto de se encontrar _, oque forma grandes áreas de tecido morto.Como resultado, esse processo acaba porrachar e desidratar os frutos.

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50

Nos ramos, as lesões são de cor púrpura,com margens irregulares.

O ataque de sarna nas folhas provocalesões circulares, mais visíveis na face infe-rior, de coloração verde-oliva, aveludadas.A coloração das lesões nos frutos é seme-lhante à das folhas, e os frutos pequenosmuito atacados acabam rachando (Fig. 22).

Fig. 22. Sintoma de sarna em pêra.

Foto

: Jo

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51

O controle dessas duas doenças deve seriniciado durante a fase de repouso, no finaldo inverno, com fungicidas à base decobre. Após a brotação, durante a fase decrescimento vegetativo, recomenda-se ouso intercalado de fungicidas para evitarque a doença desenvolva algum tipo deresistência a eles.

A Tabela 2 apresenta os principaisfungicidas registrados para a cultura dapereira no Brasil.

Tabela 2. Fungicidas e doses para controle das doenças dapereira.

* Tratamento de inverno. Consulte a recomendação do fabricante.

Nome técnico

DifenoconazoleDodineMancozebFenarinolCúpricos*

Produto

Score ou similarCaptan ou similarDithane M45 ou similarRubigan ou similarDiversos

Dosagem (g ou mL doproduto/100 L de água)

156020060

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52

Colheita

As pêras apresentam a característica decompletarem a maturação durante a fase defrigorificação, nas câmaras frias.

O amadurecimento das pêras asiáticas édiferente do das européias, pois aquelaspodem amadurecer, sem problemas, naplanta. Nas pêras européias, o momentoótimo de colheita não é fácil de determinar.

Na casca da pêra, podemos distinguir acor de cobertura (amarela, vermelha oumarrom, segundo a cultivar) e a cor de fundo(verde). Com o avanço da maturação, a corde fundo muda para verde-amarelada, logodepois para amarelo-esverdeada e finalmentepara amarela. A cor de fundo pode serdeterminada visualmente, com tabelasespecíficas ou por instrumento (colorímetro).

A determinação do ponto de colheitabaseia-se em métodos físicos, químicos e

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53

fisiológicos ou em combinações desses três.A Tabela 3 apresenta os principais índices dematuração recomendados para pêras euro-péias.

O amadurecimento torna a polpa mais bran-da e macia, mas o grau de firmeza dela depen-de da cultivar, da região de produção e de fato-res de manejo do pomar. O grau de firmezapode ser determinado com um instrumento cha-mado penetrômetro.

Os sólidos solúveis são constituídos poraçúcares, ácidos orgânicos, vitaminas, etc., esão determinados por um instrumentochamado refratômetro.

Tabela 3. Índices de maturação, utilizados no Chile,recomendados para a colheita de pêras européias.

Packham´s TriumphBartlettWinter NelisAnjouBeurré Bosc

13121414 -

6,47,76,35,95,9

7,79,07,76,87,7

Cultivar Firmeza (kg) Sólidos solúveis (%)Máxima Mínima

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54

É recomendável que a colheita seja feitaem varias passadas no pomar, a cada cincodias. Isso permite a obtenção de frutos commaturação e peso adequados.

O uso de sacolas apropriadas para acolheita (Fig. 23) evita danos às frutas, pre-servando, portanto, sua qualidade.

Para evitar contaminações, a limpeza tan-to das sacolas de colheita quanto das caixaspara transporte (Fig. 24) deve ser feita regu-larmente. Recomenda-se o uso de detergen-tes especiais e hipoclorito de sódio na con-centração de 100 ppm a 150 ppm.

ComercializaçãoA comercialização de pêra no Brasil é

muito dependente da importação, podendoatingir até 90 % da fruta fresca consumida,pois a produção nacional é bastante reduzida,atingindo apenas 18 mil toneladas. O plantiode cultivares de baixa qualidade tem favore-

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55Fig 23. Aspecto da colheita de frutas.

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56

cido a importação de pêras finas, principal-mente da Argentina e do Chile. Da Argentina,são importadas mais de 85 % da pêraeuropéia consumida no Brasil.

Em 2001, o total de importação foi de117.648 t e, em 2002, de 92.472 t, com per-das de divisas de 9,5 milhões de dólares e34,7 milhões de dólares, respectivamente.As importações concentram-se, essencial-

Fig 24. Colheita de frutas em bins.

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57

mente, nas pêras do tipo européia. As do tipoasiática são importadas, do Chile, empequenas quantidades. Admite-se, atualmen-te, que o potencial de consumo no Brasilpode chegar a 300 mil toneladas/ano.

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50,0

250,

068

,264

,063

,264

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41,4

63,6

78,0

Anexo

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Endereços

Embrapa Informação TecnológicaParque Estação Biológica (PqEB)

Av. W3 Norte (final)70770-901 Brasília, DFFone: (61) 3340-9999Fax: (61) 3340-2753

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Caixa Postal 403Fone: (53) 3275-8100Fax: (53) 3275-8221

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Coleção Plantar

Títulos Lançados

A cultura do alhoAs culturas da ervilha e da lentilhaA cultura da mandioquinha-salsa

O cultivo de hortaliçasA cultura do tomateiro (para mesa)

A cultura do pêssegoA cultura do morangoA cultura do aspargo

A cultura da ameixeiraA cultura do chuchuA cultura da maçã

A cultura do urucumA cultura da castanha-do-brasil

A cultura do cupuaçuA cultura da pupunha

A cultura do açaíA cultura da goiaba

A cultura do mangostãoA cultura do guaraná

A cultura da batata-doceA cultura da graviolaA cultura do dendêA cultura do caju

A cultura da amora-preta (2ª edição)

Page 62: PLANTARcoleç oã

A cultura do mamão (2ª edição)A cultura do limão-taiti (2ª edição)

A cultura da acerola (2ª edição)A cultura da batata

A cultura da cenouraA cultura do melãoA cultura da cebolaA cultura do sapoti

A cultura do coqueiro: mudasA cultura do coco

A cultura do abacaxi (2ª edição)A cultura do gergelim

A cultura do maracujá (3ª edição)Propagação do abacaxizeiro (2ª edição)

A cultura da manga (2ª edição)Produção de mudas de manga (2ª edição)A cultura da pimenta-do-reino (2ª edição)

A cultura da banana (3ª edição)A cultura da melancia (2ª edição)

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Page 64: PLANTARcoleç oã

Impressão e AcabamentoEmbrapa Informação Tecnológica

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A

coloca em suas mãos as

tecnologias geradas e testadas

em 34 anos de pesquisa.

As informações de que você

precisa para o crescimento

e o desenvolvimento da

agropecuária estão à

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