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www.colecaomossoroense.org.br 1 PLANTAS DO NORDESTE, ESPECIALMENTE DO CEARÁ VINGT-UN ROSADO e AMÉRICA ROSADO (Seleção e organização) Edição especial para o Acervo Virtual Oswaldo Lamartine de Faria

Plantas Do Nordeste, Especialmente Do Ceara

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PLANTAS DO NORDESTE, ESPECIALMENTE DO CEARÁ

VINGT-UN ROSADO e AMÉRICA ROSADO (Seleção e organização)

Edição especial para o Acervo Virtual Oswaldo Lamartine de Faria

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PREFÁCIO DA 1º EDIÇÃO

O meu interesse pela scientia amabilis remonta aos tempos escolares, quando herborizava em companhia do emérito Prof. Dias da Rocha, que me despertou a atenção para a fisionomia vegetal do Ceará, sem dúvida o aspecto mais característico da sua atormentada natureza.

Desde então, como simples amador, comecei a estudá-la devotadamente. Os resultados desses longos anos de pesquisas me proporcionaram elementos para elaborar alguns trabalhos, entre os quais este livro, sorte de inventário das plantas mais representativas do Nordeste, especialmente do Ceará.

Há muita coisa escrita acerca da flora nordestina, condensada em livros ou esparsa em periódicos, uns e outros, na sua grande maioria, de difícil aquisição ou consulta. Encontram-se nesse rol diversos estudos de índole popular, porém restritos a certos grupos de plantas, como as medicinais, por exemplo. Mas não há um trabalho, nem científico nem de divulgação, onde se possam colher os dados essenciais sobre as espécies úteis do nosso quadro florístico.

Salvo o Dicionário de Botânica Brasileira, de Joaquim de Almeida Pinto, compendiado em grande parte com o material coligido por Arruda Câmara, que, além de antigo, é bastante lacunoso para seus propósitos, desconheço na bibliografia nordestina outro livro nos moldes e amplitude do que ora entrego à benevolência do público.

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No que tange ao Ceará, foram poucos os que escreveram a respeito de suas plantas úteis.

O naturalista João da Silva Feijó encabeça cronologicamente a relação. Aqui chegou em 1799, como engenheiro da Capitania, demorando-se cerca de 20 anos. No desempenho das suas funções, teve a oportunidade de escrever algumas memórias, entre as quais figura a Coleção descritiva das plantas da Capitania do Ceará. Não obstante havê-la dedicado à S. A. Real D. Maria I, não logrou os favores régios, ficou inédita e consta que se acha perdida. Cito-a para relembrar o nome do probo e diligente cientista, o primeiro a ocupar-se dos aspectos naturais e econômicos do Ceará.

Tomás Pompeu de Souza Brasil, no Tomo I, do Ensaio Estatístico da Província do Ceará, aparecido em 1863, relacionou as plantas mais importantes, reunindo-as em grupos por sua utilidade, classificando-as botanicamente tanto quanto possível, acrescentando, sobre muitas, notas ao pé da página, obtidas, em grande parte, dos médicos Freire Alemão Sobrinho, P. Theberger, João Lourenço e farmacêutico Mamede. Suponho que os nomes botânicos foram conseguidos do primeiro desses informantes.

Neste mesmo capítulo figura circunstanciada Nota das Plantas Medicinais Observadas Pelo Dr. Freire Alemão Sobrinho. É o primeiro trabalho dedicado à matéria vegetal cearense. Seu autor, Dr. Manuel Freire Cisneiro, às vezes Dr. Freire Alemão Sobrinho, era sobrinho e assistente do grande

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botânico Francisco Freire Alemão que, como presidente da Comissão Cientifica, estudou o Ceará de 1859 a 1861.

Posteriormente, o engenheiro Henrique Théberge inicia, na Revista da Academia Cearense de Letras (1897, 1898, 1899, 1900, 1901), um estudo sob o título Flora e Fauna Cearenses. Depois de longa introdução, haurida nos trabalhos dos Freire Alemão, passa do exame individual dos vegetais, não indo, de vida à sua morte, além do vocábulo Angelim.

Em 1919, Dias da Rocha publica a Botânica Medica Cearense, na qual se ocupa de 166 espécies nativas, classificando-as, descrevendo-as sucintamente e dando-lhes as propriedades terapêuticas. Com o Formulário Terapêutico de Plantas Medicinais Cearenses, Nativas e Cultivadas, editado em 1947, o Prof. Dias da Rocha, seguindo a diretriz do volume anterior, se ocupa de 421 espécies silvestres e 70 cultivadas. É, incontestavelmente, a maior contribuição até agora aparecida para o conhecimento individual de nossas plantas, restritas, aliás, ao setor da medicina popular. Deve-se a esse autor o Subsidio para o estudo da Flora Cearense, vindo à luz na Revista do Instituto do Ceará (1946), catálogo das espécies que coligiu na sua longa vida de naturalista, fazendo acompanhar os binômios científicos das respectivas denominações populares.

José Luís de Castro, distinto homem de letras, escreve no Boletim da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (Julho a Setembro de 1937) a Contribuição para o dicionário da flora no Nordeste brasileiro, que deve ser manuseada com cuidado. A ela me refiro diversas vezes no texto deste livro, fazendo-lhe, a

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contra-gosto, freqüentes correções. O autor da Contribuição tece em torno de poucos verbetes considerações etimológicas ou econômicas.

Nos volumes II e III (1937 e 1938) de Nordeste Agrícola, revista editada em Fortaleza, comecei a publicar a Relação Alfabética das Plantas do Ceará (Naturais e Exóticas Cultivadas), abrangendo nomes vulgares, científicos e de família. Essa Relação interrompeu-se na letra M, inclusive, em março de 1938, com o desaparecimento do citado periódico. Finalmente, na Revista do Instituto do Ceará, a partir de 1948, venho escrevendo uma espécie de dicionário – Plantas do Ceará –, atualmente na letra C, cuja parte impressa transpagino para este volume, ampliação do trabalho em apreço.

Parece-me que é só, se não levarmos em linha de conta o que se pode colher na seara magnífica de Gardner, Freire Alemão, Huber, Loefgren e Luetzelburg, cientistas que traçaram as linhas mestras da floristicas cearense.

A copia de notas referentes à sistemática, sinonímia cientifica e vulgar, propriedades, usos, ecologia, geografia e história das plantas aqui tratadas, foi se estratificando vagarosamente, através de observações diretas, de informações e de leituras, cuja amplitude vai do livro especializado ao artigo de jornal. A bi-bliografia basilar vem citada na parte conveniente e o que deixou de ser relacionado consta do texto. Ao lado dos modernos, socorri-me de velhos autores, propositadamente, numa homenagem àqueles que primeiro se

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ocuparam desses assuntos e que vão sendo esquecidos sem razão de ser.

Tratando-se de trabalho mais de divulgação que de ciência, afastei-me um pouco dos rigores da nomenclatura e, sendo obra mais de consulta que de leitura propriamente dita, optei, na sua disposição, pela ordem alfabética, que permite manuseio mais rápido. Para maior esclarecimento do leitor, acrescentei a relação nominal dos classificadores das plantas e suas respectivas abreviaturas. O índice dos nomes e sinônimos científicos torna a consulta fácil e cômoda aos versados em sistemática. Infelizmente, por falta de recursos, o livro aparece sem as gravuras indispensáveis à sua melhor com- preensão.

Cumpre-me proclamar a mais profunda e sincera gratidão à minha esposa, pela ajuda e incentivo dispensados à elaboração deste livro. Agradeço igualmente à Sociedade Cearense de Agronomia, representada pelos seus presidentes Rui Simões de Menezes e David Felinto Cavalcanti, pelo seu concurso financeiro, e, por fim a todos os que, com o seu conselho ou trabalho, contribuiram para a boa apresentação intelectual e material desta obra.

Ao encerrar este prefácio, dirijo-me aos leitores, em particular ao botânico, pedindo-lhes corrijam os erros e apontem as lacunas que inçam as páginas deste modesto volume, feito com honestidade e o melhor das minhas forças, cujo único, mérito talvez seja o de haver reunido o que se encontrava disperso.

Fortaleza, Dia do Soldado, 25 de agosto de 1953.

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Renato Braga Rua Senhor Alencar, 1076.

ADVERTÊNCIA

2ª EDIÇÃO

Nesta segunda edição fiz algumas modificações, baseadas no aproveitamento de novas fontes de estudo, entre as quais excelem as realizadas pelo inolvidável botânico Adolfo Ducke.

Fortaleza, 1960.

R.B.

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ABACATE – Persea americana Mill. (Laurus Persea Linn., Persea gratissima Gaertn., Persea Persea Cockerell), da família das Lauráceas.

Cultivada em todas as regiões tropicais do globo, esta espécie subdivide-se, pomológicamente, em três raças: antilhana, das terras baixas da América Central, inclusive o México; guatemalense, das terras altas de mesma região; mexicana, privativa dos planaltos do México.

À antilhana filiam-se as variedades encontradas no Brasil. Os nossos abacates desta raça, oriundos quase todos de pé franco, diversificam-se na forma, cor, tamanho e qualidade. Há os arredondados, os piriformes e os alongados em uma das extremidades. De casca coriácea, lisa, cerca de 1,5 mm. de espessura, com pendúnculos curtos, podem ser verde-claros ou verde-luzentes, castanhos, arroxeados, roxo, roxo-escuro. O diâmetro varia de 2,56 a 16,5 cm., oscilando o peso entre 200 e um pouco mais de 1.000 gramas. Em geral são fibrosos, mas se encontram alguns tipos de polpa espessa, tenra, amarelada, tanto nos verdes como nos roxos. Há mesmo um tipo violeta-avermelhado, redondo, que supera todos em peso e delicadeza da polpa. Nestes últimos anos, apareceram variedades da raça guatemalense, com frutos de casca sempre grossa, de 1,5 a 3 mm., de espessura, lenhosa, geralmente rugosa, providos de pedúnculos compridos e verde-escuro nas variedades verdes.

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Árvore de belo porte, mais ou menos grossa, tortuosa, irregularmente esgalhada, bem enfolhada, de casca gretada longitudinalmente, áspera, cinzento-escura. Folhas curtamente pecioladas, sem estípulas, simples, alternas, polimorfas, coriáceas, peninervadas, persistentes e verdes. Flores pequeníssimas, axilares, branco-esverdeadas, com ligeira pubescência, andróginas, dispostas em corimbo. São dicógamas, havendo plantas ora protandras ora protóginas, o que explica a escassa produtividade de muitos indivíduos, ocasionada pela ausência, no pomar, de qualquer desses tipos florais. Fruto bacácio, de forma, tamanho, cor e peso variáveis. A polpa, verde ou amarelo-creme, fibrosa ou macia, é suave, insípida ou sabe a nozes. A semente (caroço), grande em relação ao fruto, compõe-se de dois cotilédones duros, carnosos, hemisféricos, pardos ou ferruginosos, desprovidos de albume, revestidos por uma película coriácea.

Planta de propriedades variadas, nenhuma excede o valor de seu fruto, cuja polpa madura apresenta a seguinte composição (1,151): Água .................................................................................. 71,51% Proteínas ............................................................................. 2,15% Matérias graxas ................................................................. 19,31% Carboidratos ........................................................................ 5,63% Cinza ................................................................................... 1,36%

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O abacate suplanta as outras frutas em substâncias nutritivas. Tem mais proteínas, poucas o vencem no tocante as sais minerais e, quando às vitaminas, goza de posição privilegiada. A deficiência de carboidrato contrabalança-se com notável quantidade de gordura, que lhe confere excepcional valor energético ultrapassado apenas pelas sementes oleaginosas comestíveis.

“Estudo recente, sobre o óleo do abacate extraído da polpa do fruto, mostra-nos ter o mesmo grande valor terapêutico. É um óleo não secativo, com grande teor em vitamina A, B, D, E, G, e principalmente em fitosterol e lecitina, o que lhe assegura propriedades anti-raquíticas incontestáveis. É um produto estável, prestando-se ao fabrico de cremes úteis à pelo pela sua riqueza em vitaminas, e que poderão ser usados prolongadamente, sem as desvantagens dos cremes preparados com óleo mineral, que algumas vezes irritam a cutis.” (2,15).

O infuso ou decoto das folhas e brotos é colagogo e diurético de largo emprego e como carminativo, emenagogo e abortivo tem aplicação mais restrita. A polpa passa por afrodisíaca. As sementes torradas e reduzidas a pó são antidisentéricas. O caule fornece madeira para carpintaria, com peso especifico de 0,643, fácil de bichar-se.

Originário da América intertropical, parece que do México ao Peru. Ao ser este continente descoberto, já era cultivado até os Andes venezuelanos. Introduzindo no Brasil, em 1809, pelo chefe de divisão Luiz de Abreu Vieira e Silva (3, III, IV, XXII).

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Há quem afirme a existência desta planta na Amazônia ante-riormente a essa data, o que não é exato.

Alguns autores, inclusive Paulino Nogueira (4,209), fazem de abacate um tupinismo, de ibá, fruta e catu, boa. Trata-se de mera fantasia, resultante do desconhecimento da origem desta Laurácea. Abacate provém de ahuacatl (5,290), termo da língua asteca, que significa testículo, talvez aplicado ao fruto pelo seu formato gonádico.

ABACAXI – Ananas sativus Schult, f. var. pyramidalis

Bert. (Ananas pyramidalis Mill., Bromelia Ananas Linn. var. pyramidalis Arr. Cam.), da família das Bromeliáceas.

Simples variedade de ananás, geneticamente de formação obscura, geograficamente brasileira, o abacaxi distingui-se por características pomológicas concernentes à forma e à qualidade do fruto. Este é cilindro-cônico na extremidade superior, ao passo que o do ananás é cilindro-arredondado. Sua polpa macia, doce-acidulada, muito aromática e saborosa, contrasta com a do ananás, mais áspera e ácida, de sabor e perfume menos acentuados.

Botanicamente, a variedade se confunde com a espécie-tipo. Planta quase acaule. Folhas lineares, compridas, estreitas, armadas ou inermes, coriáceas, de ápice, espinescente e rosuladas. Flores liláceas, violáceas ou vermelhas, sésseis, dispostas em densa espiga cônico-oval erguida num escapo avermelhado de 30-35 cm. de altura. O fruto, resultante da conjugação em torno do eixo florífero dos sépalos e dos ovários

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ínferos, que se tornam carnosos e formam saliências poligonais acuminadas, é uma sorose mais ou menos elipsóide, verde, flava, áurea, violácea, coroada por uma roseta de folhas menores, mas semelhantes às da planta e cercada de brácteas coloridas. O tamanho e o peso oscilam consoante as variedades cultivadas, não lindo os nossos exemplares além dos 3 quilômetros. Polpa aquosa, branca ou amarelada, de sabor e perfume agradáveis. Sementes raríssimas, mergulhadas na parte carnosa, perto da epiderme, pretas ou castanhas, oblongas ou ovóides, achatadas.

Felisberto Camargo (6,324), notável pesquisador da família das Bromeliáceas, dividiu as variedades de Ananas sativus em três grupos distintos:

a) – Variedades cujos sincarpos aumentam de

volume com a maturação. Sincarpo comestível, rico de suco. Folhas sem espinhos ou quase inermes.

b) – Variedades cujos sincarpos aumentam de volume com a maturação. Sincarpo comestível. Folhas com espinhos.

c) – Variedades ou formas cujos sincarpos não aumentam de volume com a maturação. Os sincarpos não são comestíveis. Folhas com espinhos ou sem espinhos. Formas ancestrais mal estudadas.

As variedades são numerosas, quer puras por híbridas. As

cultivadas no Ceará pertencem ao 2º grupo e são conhecidas

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pelos nomes de Abacaxi Amarelo, A. Bico de Rosa, A. Branco, A. Roxo, dando-se preferência aos dois primeiros, pelo sabor e delicadeza da carne.

A polpa fresca do abacaxi, conforme análise de Osvaldo Cosa e Godoi Tavares, apresenta a seguinte composição: Água .................................................................................. 89,90% Protídeos ............................................................................. 0,30% Lipídeos .............................................................................. 0,50% Glicídeos ............................................................................. 5,80% Celulose .............................................................................. 3,20% Sais ...................................................................................... 0,30%

Ao lado das qualidades organoléticas que elevam o

abacaxi à categoria de rei das frutas e o fazem universalmente conhecido, há o seu alto valor dietético, comparável ao das melhores frutas tropicais. É um adjuvante da digestão, em virtude de possuir uma enzima proteolítica – a bromelina –, que, em meio ácido, alcalino ou neutro, transforma as matérias albuminóides em proteoses ou peptonas. Abundante em açúcar se amadurecido na planta, muito rico em sais minerais e com as vitaminas A, B1, C (90, 30 e 500 unidades internacionais, respectivamente) e B2 ou G, com 36 microgramos de riboflavina (7,125), o abacaxi exerce sobre os organismos jovens ou velhos salutaríssima ação reparadora ou construtiva. Excede à laranja em ferro e é quatro vezes mais rico em cálcio do que o trigo integral, razão por que o seu consumo se recomenda às crianças,

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dada a importância daqueles minerais na formação do sangue e do esqueleto.

Na medicina caseira emprega-se o suco dos frutos maduros nas afecções pulmonares, na hiperacidez do estômago, nos catarros intestinais e o dos frutos verdes como abortivo, vermifugo e diurético. O abacaxi talvez contenha um composto de origem salicílica e, por isso, devem ser comedidas no seu consumo as pessoas predispostas a erupções cutâneas. Da casca do fruto se faz uma espécie de champanha, o aluá de abacaxi, bem como licor, vinagre e outros preparados. As folhas dão fibras até de 60 cm., uniformes, brancas, ligeiramente amareladas, muito flexíveis, usadas na confecção de rendas e diversos tipos de tecidos.

A palavra abacaxi tem o seu âmbito restrito ao Brasil e ao Paraguai, vem do tupi ibá, fruta, cati, rescendente (8,185).

O abacaxi foi introduzido em Pernambuco pelo naturalista Arruda Câmara, que o trouxe do Maranhão para Goiana, nos primeiros anos do século passado (9,9), donde se propagaram pelas demais províncias.

ABIU – Pouteria Caimito Radkl. (Lucuma Caimito

Roem. & Scuhlt., Achras Caimito Ruiz & Pav.), da família das Sapotáceas.

Árvore de 5-6 m de altura. Folhas pecioladas, glabras, mais ou menos coriáceas, obovado-lanceoladas. Flores curto-pedunculadas, aglomeradas em fascículos axiliares. Baga ovóide ou esférica, de casca amarela quando madura, com polpa

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translúcida, branca ou amarelada, mucilaginosa, doce ou insípida, tendo 1-5 sementes grandes, lisas, pretas.

O pericarpo, maduro ou verde, encerra um látex sob a forma de glóbulos pequeníssimos ou de líquido refrangente, que se coagula ao contato do ar e cola aos lábios, tornando desagradável e incômodo o consumo do fruto.

Natural do Peru cisandino. Pouco cultivado. O seu nome vem de apiu, palavra tupi que significa fruto

de pele mole (8,185). ABÓBORA – Apelido de diversas ervas rastejantes ou

trepadoras, filiadas principalmente ao gênero Cucurbita. No Ceará chama-se de jerimum aos representantes deste gênero.

ABRICÓ – Mammea americana Linn., da família das

Clusiáceas (Gituferáceas). Árvore de fronde densa e de verde profundo, com flores

alvas, perfumadas, dióicas ou polígamas, axilares, solitárias ou em pares opostos. Baga redonda, de 15-20 cm. de diâmetro, terminada por pequeno mamilo, de casca parda, granulosa, espessa e de polpa constituída por massa amarelo-avermelhada, consistente, doce, aromática, com 1-4 sementes castanho-escuras, ovais, em posição radial.

Por ser a casca adstringente e existir, junto a polpa, uma membrana fina, porém amarga, é pequena o consumo do fruto ao natural, fazendo-se quase sempre por meio de doces e

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xaropes altamente apreciados, pelo sabor e perfume conservados indefinidamente.

O cozimento ou infusão das cascas, quer da árvore quer do fruto, constitui tópico de primeira ordem no combate à sarna dos animais, devendo haver cuidado na aplicação, se a mesma vem acompanhada de feridas. O chá das folhas dizem ser excelente para as febres intermitentes. A madeira tem um peso especifico de 0,990 e uma resistência ao esmagamento, sem determinação de posição da carga, de 790 kg. De cor branca ou rosada e de consistência dura, emprega-se na marcenaria e carpintaria. As flores dão essência de largo uso nas Antilhas e arquipélago do Cabo Verde.

Nativo nas Antilhas e norte da América Meridional, sem alcançar o vale do Amazonas. O nome deriva-se do francês abricot.

Muito pouco cultivado na região nordestina. ABRICÓ DO MATO – Mimusops Elengi Linn.

(Mimusops coriacea Miq), da família das Sapotáceas. Árvore de 10 ou mais metros de altura. Folhas alternas,

simples, inteiras, elíticas, acuminada , verde-escuras, coriáceas. Flores de cor branca, axilares, aromáticas. Baga pequena, ovóide, lisa, amarela quando madura.

Fruto comestível, apesar da polpa seca, um tanto lactescente e nada saborosa. Excelente madeira, com o peso especifico de 0,959.

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Originaria da Índia e da Malásia, há muito aclimada no Brasil, que o Index Kewensis a tem na conta de brasileira.

Pouco freqüente na região nordestina. A denominação de Abricó do Mato é do Piauí e de outros Estados, onde também se conhece por Abricó Amarelo. Cunfo, na Bahia.

ACÁCIA – Acacia suaveolens Willd. (Acácia

angustifólia Wendl., Acácia odorata Desv.), da família das Leguminosas Mimosóideas.

Arvoreta até 6 m. de altura. Filódios estreitos de 9 cm. por 8 mm. Flores amarelas, pequenas, dispostas em glomérulos globosos.

Para jardins e parques. Natural da Austrália.

NOTA – Acácia é o nome cientifico vulgaraizado de várias Mimosódeas ornamentais, do gênero Acacia. Por certa analogia fonética se estendeu a outras plantas, igualmente ornamentais, pertencentes ao genero Cassia, muito diferentes daquelas: Acácia Amarela (Cassia Fistula Linn), Acácia Dourada (Cassia ferruginea Schard.), Acácia Vermelha (Cassia Javanica Ried.), que, ao invés de Acácia, devem ser chamadas Cássia.

ACÁCIA BRANCA – Acacia sp., da família das Leguminosas Mimosóideas.

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Arbusto ou arvoreta cultivado nos jardins. Tem os ramos pendentes e as flores alvas, dispostas em glomérulos globosos, aromáticos.

ACÁCIA VERMELHA – Cassia javanica Ried., da

família das Leguminosas Cesalpinióideas. Árvore até 10m. de altura, com grande copa de ramos

longos, flexíveis e recurvos. Folhas pinadas, com 8-12 pares de folíolos ovais, lanceolados, pubérulos nas duas páginas. Flores róseas em panículas inseridas na parte curva e dorsal dos ramos. Vagem longa, cilíndrica, lisa, de 30cm. de comprimento.

Altamente decorativa. AÇAFRÃO – Crocus sativus Linn. (Crocus officinalis

Martyn), da família das Iridáceas. Pequena planta acaule, vivaz e bolbosa, com 6-10 folhas

sésseis, quase lineares. Flores violéceas, róseas ou avermelhadas, de estigmas alongados, unidos pela base.

Os estiletes dessecados produzem matéria corante avermelhada – crocina –, inofensiva à saúde, extremamente solúvel na água, usada para colorir bebidas e outros produtos. Vem de longe o seu emprego na farmacopéia, como emenagogo, nervino, sedativo, antiespasmódico.

Do sul da Europa ou da Ásia Menor. Pouco cultivada entre nós.

Há outro açafrão exclusivamente ornamental, o Crocus vernus All., de 2-4 folhas, flores alvas ou lilacíneas, algumas

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vezes listradas de vermelho, solitárias, maiores do que as da espécie anterior.

Originária da Ásia Menor. AÇAFROA – Curcuma longa Linn. (Amomum

Curcuna Jacq.), da família das Zingiberáceas. Erva de 1-1,50 m de altura, rizomatosa. Folhas longamente

pecioladas, invaginantes, grandes, oblongo-lanceoladas. Flores amareladas, pequenas, longo-pediceladas, em espigas compridas, envoltas por 2 brácteas espatiformes.

Os rizomas duros, nodosos, palmados, terroso-claros, alaranjados interiormente pela presença de curcumina, encerram ainda um óleo essencial, o curcumol, de odor aromático e sabor apimentado. Estes elementos lhes dão propriedades tintoriais, culinárias e farmacêuticas. O amido que deles se extrai presta-se ao fabrico de biscoitos, bolos e à falsificação da araruta. Na medicina doméstica aplicam-se os rizomas como estomáquio, sudorífico, antiespasmódico, emenagogo. Quando surgem os primeiros sintomas de sarampo ou varíola, esfregam com eles ou lavam com sua maceração os olhos e a garganta dos pacientes, a fim de evitar erupções nesses órgãos.

Nativa da índia e Indo-China, Introduzida no Brasil nos primeiros tempos da colonização. Gengibre Amarelo, em Pernambuco; Curcuma, na Bahia.

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AÇAÍ – Euterpe oleracea Mart., da família das Palmáceas.

Em touceiras de espiques cilíndricos, altos, elegantes, um pouco inclinados, anelados e duros. Bagas ovóides ou redondas, roxo-escuras, quase negras na maturidade, de polpa da mesma cor, com um caroço duro, dispostas numa espadice ramosa.

Os frutos maduros, amassados em água quente, produzem a conhecida bebida de seu nome, purpurina e aromática, tomada com açúcar e farinha na Bacia Amazônica, principalmente em seu trecho inferior.

Do Amazonas à Bahia. Açaí é corrutela do tupi yá-çaí, fruto que chora, ressuma

ou deita água, na opinião de Macedo Soares. Para T. Sampaio (10.209) provém de a-çaí, a fruta ácida.

ACÁLIFA – Euforbiáceas arbustivas do gênero

Acalypha, cultivadas pela beleza e abundância da folhagem altamente decorativa. As espécies mais comuns nos jardins são Acalypha grandis, Benth., A. hispida Burm., A. tricolor Seem., com muitas variedades.

Chama-se de Tapa Buraco à Acalypha communis Muell. Arg., na Bahia. Além do nome cientifico vulgarizado, há as denominações de Crista de Peru, Cauda de Raposa, Tapiáguaça, no Rio e em outros Estados./

ACATAIA – Erva do Bicho ou Pimenta d’Água.

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ACELGA – Beta vulgaris Linn. var. Cicla Linn., da família das Quenopodiáceas.

Hortaliças de folhas radicantes, coloridas às vezes, com pecíolos compridos e carnosos.

Natural da Europa. Pouco cultivada no Ceará e demais Estados nordestinos.

ACENDE-CANDEIA – Plathymenia reticulada Benth.

(Plathymenia foliosa Benth), da família das Leguminosas Mimosóideas.

Árvore até 8m. de altura, inerme. Folhas pinadas, folíolos 10-15 jugos, pequenos. Flores alvas, em espigas cilíndricas e axilares. Vagem chata escura, de 7-9 cm. de comprimento, com sementes escuras.

Madeira amarela, com veios escuros amarelados, de dureza média, para móveis e carpintaria. Lenha de qualidade superior, facilmente inflamável, donde há denominação de candeia.

Quase todo Brasil. Pau de Candeia e Pricázinho, no Pará; Vinhático do Campo, na Bahia e nos Estados meridionais e centrais, onde ainda é conhecida por Pau-Amarelo. Este último nome, ou simplesmente Amarelo, vigora no Cariri (CE) e Pernambuco.

AÇOITA-CAVALO – Luehea speciosa Willd. (Luehea

grandiflora Mart.), da família das Tiliáceas. Árvore de belo aspecto, com fronde ampla e umbrosa.

Folhas curto-pecioladas, elítico-ovadas, trinérveas, verdes e

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escabrosas na página superior, ferrugíneas e tomentosas na inferior. Flores grandes, brancas, vistosas, em panículas terminais. Cápsula oblonga, lonhosa, densamente pubescente, 5-valvar, com sementes aladas.

Madeira rija e alvacenta, ótima para obras de arte, coronhas de armas de fogo, hélices de avião e móveis tipo austríaco. Cascas adstringentes. O córtex produz fibras aproveitadas em amarrilhos e trançados.

Cresce em Cuba, na América Central e do Sul, até S. Paulo. O nome lhe vem dos galhos retos e flexíveis, bons para rebenques rústicos. Mutamba Preta, no Pará; Ivitinga, na Bahia.

NOTA – No Ceará, foram também assinaladas e Luehea candicans Mart. & Zucc, (Luehea uniflora St. Hil.) e Luehea paniculata Mart. Estas espécies têm mais ou menos os mesmos usos que os da primeira.

AÇUCENA. – Amarilidáceas brasileiras de gênero

Hippeastrum Herb., bolbosas e muito ornamentais. 1 – H. aulicum Herb. (Amaryllis áulica Ker-Gawl.).

Flores grandes, pendentes, vermelhas, maculadas de carmin na base, com segmento de 13cm. de comprimento, reunidas 2-4 sobre pedúnculo floral erecto e fistuloso.

2 – H. procerum Lem. (Amaryllis procera Duch.). Flores grandes, campanilado-infundibulformes, lilacinas, em umbelas de 4-8 flores, longro-pedunculadas. Flor de Imperatriz, na

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Bahia, Rio de Janeiro e S. Paulo; Rabo de Galo, neste último Estado, por causa da disposição das suas folhas.

3 – H. vittatum Herb. (Amaryllis vittata L’Hér.). Flores muito vistosas, com cerca de 24cm. de diâmetro, brancas, marginadas de róseo-avermelhado e estriadas de carmin, dispostas em umbela de 4-6 sobre caule florífero fistuloso.

Há grande número de hídricos provenientes do cruzamento desta espécie com H. aulicum, alguns de magnífica beleza, com flores brancas ou com todas as tonalidades do vermelho.

AÇUCENA BRANCA – Lírio (Lilium candidum Linn.). AÇUCENA VERMELHA – Açucena (Hippeastrum

aulicum Herb). ADLAI – Variedade de Capim de Contas (Coix Lacryma-

Jobi Linn.), de grãos comestíveis. Em pequenas culturas experimentais.

AGAPANTO – Agapanthus umbellatus L’Hér., da

família das Liláceas. Pequena planta herbácea. Folhas chatas, lineares, radicais.

Flores longo-tubulosas e um tanto curvadas, dispostas em grande umbelas, azuis ou brancas.

Decorativa. Pouco cultivada. Natural da África.

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AGAVE – O gênero Agave, da família das Amarilidáceas, compõe-se de plantas vivazes, originárias das terras pobres ou desérticas da América Central e do México. A denominação genérica tornou-se o apelativo comum de algumas espécies, notadamente de A. sisalana Perr, e de A. Fourcroydes Lem., produtoras de valiosas fibras vasculares. No comercio, essas fibras tem o nome de Sisal, do porto de Iucatã que primeiro as exportou. Sisal é ainda sinônimo vulgar de A. sisalana. À A. fourcroydes chamam de henequén, na América espanhola.

A Agave sisalana é uma planta subcaulescente, de folhas carnosas, a principio ligeiramente glaucas, depois verde cinzentas, um tanto lustrosas, quase chatas, linear-lanceoladas, em coroas superpostas, rígidas e eretas quando novas, inclinadas quando velhas. As folhas estreitam-se gradativamente e terminam em espinho muito forte e pontudo, castanho-escuro; raramente há espinhos marginais, e, quando os há, são cônicos, com a ponta dirigida para baixo. Floresce, como as demais agaves, apenas uma vez dos 8 para os 10 anos, morrendo logo depois. Pouco antes da floração as folhas perdem a turgescência e o eixo começa a desenvolver-se rapidamente, alcançando cerca de 5m., com 30-35 ramos trifurcados, tendo nas extremidades 4-12 flores hermafroditas, verde-amareladas, dispostas em racemos. O fruto é uma cápsula, porém muito rara.

A A. fourcroydes distingue-se da espécie precedente pelas folhas linear-lanceoladas, verde-escuras, com margens armadas de espinhos sempre triangulares, recurvados para baixo, às vezes para cima.

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Cultivam-se as agaves por suas fibras longas, amarelo-claras, quase brancas, lustrosas, resistentes, pouco flexíveis, excelente para cordas e barbantes, empregando-se igualmente na sacaria, em tapetes, esteiras, etc.

As agaves apresentam grandes possibilidades econômicas para o Nordeste, haja visto o que se conseguiu com a sua cultura na Paraíba. Podem ser cultivadas vantajosamente na região litorânea, nas serras agrícolas e nos vales dos rios e riachos sertanejos. Releva ainda acrescentar, a seu favor, que, em relação ao volume de fibras produzidas, é a planta têxtil que exige menor número de trabalhodores.

No México, comem-se os botões florais de certas agaves, apesar do seu sabor um tanto amargo, e, a exemplo do que se faz aqui com a macambira, nos anos de seca, lá também se comem assadas as bases das folhas de algumas delas. De uma espécie cultivada em clima temperado, Agave arovirens Karw., é que, pouco antes da formação do eixo floral, retiram a seiva para a fabricação do pulque, bebida alcoólica, fácil de alterar-se, muito estimada pelos mexicanos.

Agave provém do grego agavos, admirável, alusivo à sua beleza como planta decorativa.

AGLAIA – Aglaia odorata Lour., da família das

Meliáceas. Arvoreta decorativa. Folhas compostas de 5-9 folíolos

ovais, quase glabros, inteiros. Flores amarelo-claras, miúdas,

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muito perfumadas, em panículas auxiliares. Baga vermelha, oval, monospérmica.

Natural da China e Cochinchina. O nome genérico vulgarizado refere-se a Aglaé, a mais

moça das três Graças. AGRIÃO – Spilanthes Acmella Murr., da família das

Compostas. Erva anual, de hastes tenras e angulosas. Folhas opostas,

longo-pecioladas, ovadas, agudas, denteadas, espessas. Flores amarelo-pálidas, em pequenos capítulos globosos ou cônicos, terminais ou axilares. Aquênio pequeno, ciliado nas margens.

Folhas e flores estimulantes, odontálgicas, estomáquias. Do Amazonas ao Rio de janeiro. Pimenta d’Água, em

Pernambuco; Agrião do Brasil, na Bahia; Agrião do Pará e Jambu, no Rio.

AGRIÃO BRAVO – Spilanthes Acmella Murr. var.

uliginossa Swartz, da família das Compostas. Distingue-se da espécie-tipo pelos capítulos menores, com

peças do invólucro ovais e muito obtusas. O mesmo nome aplica-se à Spilanthes ocymifolia A. H.

Moore forma radiifera A. H. Moore, encontrada nos terrenos arenosos da região litorânea.

AGRIÃO D’ÁGUA – Nasturtium officinale R. Br., da

família das Crucíferas.

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Erva de hastes fistulosas. Folhas compostas. Flores pequenas, branco-amareladas, em racemos terminais ou axilares.

Come-se crua. Contém ferro, iodo e potássio. Goza de propriedades depurativas, estimulantes, peitorais, antiescorbúticas. As folhas contusas empregam-se em cataplasmas nas feridas de mau caráter.

Européia. Naturalizada e subespontânea em quase todo o Brasil. Cresce nos sítios úmidos, à beira das águas correntes ou represadas.

Agrião ou Agrião das Hortas são outros sinônimos populares.

AGRIÃO DA FLOR BRANCA – Agrião do Brejo. AGRIÃO DO BREJO – Eclipta Alba Hassk., da família

das Compostas. Erva anual, ereta ou prostrada. Folhas opostas, sésseis,

lineares ou oblongo-lanceoladas, denteadas. Flores alvas, dispostas em pequenos capítulos curtamente pedunculados, isolados ou aos pares, nas axilas ou nas extremidades dos ramos. Aquênio rugoso, glabro e trigono.

Nas Antilhas, a cataplasma da planta verde serve para curar os ferimentos feitos com instrumentos cortantes. Entre nós, as folhas e flores são peitorais e antiasmáticas, consoante Dias da Rocha (11,10).

Das Guianas ao Paraguai. Todo o Brasil. Erva de Botão, na Bahia e Rio de Janeiro.

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AGRIÃO DO PARÁ – Spilanthes Acmella Murr, var.

oléracea Linn., da família das Compostas. Flores amarelo-ouro e os órgãos vegetativos pardo-

avermelhados. Os seus capítulos possuem propriedades medicinais mais

enérgicas que a espécie-tipo. Folhas comíveis em saladas e ensopados.

Espontâneo nos sítios úmidos e, às vezes, cultivado. No Rio de Janeiro e em outros Estados meridionais é conhecido por Jambu e Jambuaçu.

AGUAPÉ DA FLOR BRANCA – Nymphaea ampla

DC. var. pulchella Casp. (Nymphaea pulchella DC.), da família das Ninfeáceas.

Erva de caule rizomatoso e imerso na vasa. Folhas flutuantes, longamente pecioladas, cordiformes, bilobadas, na base, coriáceas, de margens encurvadas. Flores belíssimas, grandes, solidárias, longo pendunculadas e de cheiro muito ativo, com pétalas alvacentas na base e azuis na metade superior.

As flores desta e das castas congêneres abrem-se à noite e fecham-se pela manhã.

Folhas vulnerárias e emolientes. O cozimento das flores das ninféias passa por anafrodisíaco, bem como o azeite retirado de suas sementes.

Vive nas águas tranquilas das regiões tropicais.

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De água-pé, coisa redonda e chata (10,197), certamente alusivo à forma e hábito das folhas.

América tropical. Aguapé do Grande, em S. Paulo. AGUAPÉ DA FLOR AMARELA – Nome comum às

duas Ninfeáceas: 1 – Nymphaea amazonum Mart. & Zucc. – Com flores

aromáticas, passando o matiz do branco apenas amarelado ao amarelo-enxôfre, com o centro vermelho-escuro.

É a menor das Ninfeáceas existentes no Nordeste. 2 – Nymphaea Rudgeana G. F. W. Mey – Flores branco-

amareladas com alguns riscos fusco-purpúreos. Encontrada das Guianas até o Rio de Janeiro. Aguapé da

Meio Noite e Golfo, na Amazônia; Golfo, em Pernambuco e outros Estados; Golfinho, na Bahia.

AGUAPÉ DA FLOR MIÚDA – Nymphoides

Humboldtiana Kuntze (Villarsia Humboldtiana H. B. K., Limnanthemum Humboldtianum Griseb.), da família das Gencianáceas.

Erva hidrófila e rizomatosa. Folhas flutuantes, opostas, simples, curtamente-pecioladas, orbuculares ou reniformes. Flores alvas, pequenas, estelares, com longas franjas nos segmentos corolineos, reunidas em dicásios regulares. Cápsula pequena, septícida.

Ornamental pelas flores. A infusão das folhas emprega contra as febres intermitentes e catarrais. Rizomas amargos.

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Nas águas estagnadas de toda a América tropical continental e nas Antilhas. Aperana, no Pará; Soldanela e Soldanela d’Água, no Rio de Janeiro e demais Estados sulinos.

AGUAPÉ DA FLOR ROXA – Denominação das duas

Pontederiáceas: 1 – Eichhornia azurea Kunth. (Pontederia azurea

Swartz). – Caule curto. Folhas orbiculares, coriáceas, onduladas, glabras, levemente acuminadas, com pecíolo grande, fusiforme, engrossado por um tecido esponjoso que o torna flutuante. Flores violáceas, grandes, campanuladas, delicadas, em elegantes espigas, abrindo-se à noite.

Cultivada nos jardins e parques como ornamental e depuradora das águas paradas. Folhas adstringentes.

Vive na superfície das águas lacustres e fluviais de toda a América tropical e subtropical. Na região amazônica é chamada de Rainha dos Lagos, Mururé da Flor Roxa, Mururé Orelha de Veado ou simplesmente Orelha de Veado; Baronesa, em Pernambuco e na Bahia; Colhereira, em Minas Gerais; Aguapé, no Rio de Janeiro, S. Paulo e demais Estados sulistas. Pasta Orelha de Onça, no Ceará, onde ainda dão o nome de Pavoa aos representantes do gênero Eichhornia, também conhecidos por Parací, denominação aliás pouco usada.

2 – Eichhornia crassipes Solms. (Pontederia crassipes Mart.). – Caule mais comprido que o da espécie anterior e quase rastejante. Folhas agrupadas. Vistosas flores azuis ou lilacinas, dispostas em espigas.

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Em certos meios, cresce com tal exuberância a ponto de formar grandes ilhas flutuantes, capazes de criar sérios embaraços à navegação. Havida com forrageira. O chá das folhas passa por depurativo enérgico.

América tropical e subtropical. Todo o Brasil. Murupé de Canudo, na Amazonia; Baronesa, em Pernambuco; Aguapé, nos Estados meridionais. Pavoa e Paraci, como já vimos, também no Ceará.

NOTA – são inaceitáveis as classificações aplicadas por José Luiz de Castro aos aguapés nordestinos (12,69).

AGULHA DE VAQUEIRO – Carrapicho de Agulha. AIPIM – Macaxeira. AIPO – Apium graveolens Linn., da família das

Umbelíferas. Erva de folhas e longos pecíolos carnosos, comíveis. Muito pouco cultivada. Natural da Europa. AJURANA – Hirtella Martiana Hook. f., da família das

Rosáceas. Árvore de porte médio. Folhas alternas, coriáceas,

oblongas, pilosas por baixo quando novas. Flores pequenas e brancas em racemos axilares e terminais. Drupa ovóide, escura, com 2 sementes.

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Cascas adstringentes e frutos comestíveis. Do Pará até o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás,

Comandatuba, na Bahia e em outros Estados. Ajurana é designação peculiar ao Piauí.

ALAMANDA – Dedal de Dama. ÁLAMO – Populus nigra Linn., da família das

Salicáceas. Árvore de originária da Europa, introduzida nas bacias de

irrigação dos açudes nordestinos pelo Serviço Agro-Industrial do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Em cultura experimental. Na Bahia foi introduzida por Gregório Bondar.

ALCACHÓFRA – Cynara Scolymus Linn., da família

das Compostas. Erva originária da bacia do Mediterrâneo, de folhas

pinatítidas e espinhosas. Pouquíssimo cultivada. ALCAÇUZ DA TERRA – Periandra dulcis Mart.

(Periandra mediterrânea Taub.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Arbusto de pouco mais de 1m. de altura, de caule esbranquiçado e galhos pubescentes. Folhas compostas, 3-foliadas, com folíolos quase sésseis obtusos, retusos ou mais ou menos agudos, rígidos, glabros, luzentes. Flores azuis ou roxas

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em racemos terminais grandes e pendentes. Legumes de 9-14 cm., com 8-10 sementes.

A raiz, preta por fora e interiormente amarela, agridoce, encerra princípios análogos aos de Glycyrrhiza glabra Linn., o alcaçuz verdadeiro, do qual o nosso é sucedâneo na medicina caseira.

Cresce nos campos secos, arenosos ou pedregosos do Pará a S. Paulo, inclusive Minas Gerais. Alcaçuz, na Bahia. Em São Paulo e Minas Gerais chamam-no de Pau Doce.

ALECRIM – Rosmarinus officinalis Linn., da família

das Labiadas. Erva de caule quadrangular, aromática, sempre verde.

Folhas sésseis, estreitas, coriáceas, de margens enroladas. Flores pequenas, de cálice tubuloso e corola tipicamente bilabiada, azul-pálidas, em cimeiras racemosas, axilares.

Natural da Europa. Veio, talvez, com os primeiros colonos, que lhe davam lugar de honra entre as mezinhas domésticas. As flores e sumidades floridas são estomacais, estimulantes, emenagogas e abortivas. O pó das folhas é cicatrizante. Os ramos perfumam e evitam a traça nas roupas. Das folhas e sumidades extrai-se o Oleum Rosmarini, medicinal e de largo uso na perfurmaria. Excelente planta melífera, comunicando ao mel sabor especial.

ALECRIM BRAVO – Cominho Bravo

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ALECRIM DA PRAIA – Bulbostylis capillaris C. B. Clark. da família das Ciperáceas.

Planta herbácea com folhas lineares e flores de 2-5 espiguétas.

América tropical. Todo o Brasil. ALECRIM DE SÃO JOSÉ – Portulaca pilosa Linn., da

família das Portulacáceas. Erva prostrada e lanosa. Folhas miúdas, carnosas, com

estipulas secas, alternas, inteiras, providas de pelos axilares. Flores pequenas, sésseis, amarelas, nas extremidades dos ramos. Pixídio pequeno com muitas sementes pretas, luzidias.

A cataplasma das folhas contusas aplica-se nos golpes e nas erisipelas.

Conforme a tradição popular anotada por Almeida Pinto (13,16), o nome lhe adveio de haver sido encontrado no telhado da igreja de São José da Coroa Grande, em Pernambuco.

ALECRIM DO BREJO – Bacopa angulata Edwall.

(Caconapea angulata Benth.), da família das Escrofulariáceas. Erva dos alagadiços, com caules angulosos. Folhas

opostas, lanceoladas ou lineares. Flores pequenas, azuladas ou violáceas, solitárias sobre pedúnculos axilares.

Gargareja-se o cozimento de toda a planta nas faringites. A denominação vulgar estende-se a outras espécies do

gênero Bacopa.

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ALECRIM DO CAMPO – Lantana microphylla Mart., da família das Verbenáceas.

Arbusto ou subarbusto escandente. Folhas opostas, simples, miúdas, mais ou menos pilosas, um tanto claras. Flores pequenas, reunidas em espigas. Drupa 2-locular.

Parecido com o Alecrim, porém de folhas menos aromáticas, gozando, entretanto, das suas propriedades. Flores mucilaginosas, expectorantes.

Do Ceará ao Paraná. Alecrim Bravo, na Bahia e em São Paulo. Com o nome de Alecrim do Campo se conhece no Piauí a Acantácea – Rhytiglossa leucophoea Nees.

ALFACE – Lactuca sativa Linn., da família das

Compostas. O número de variedades caracterizadas pelo porte, cor,

forma das folhas e época das culturas ascende a mais de 100, agrupadas horticolamente em três classes: alfaces repolhudas, alfaces romanas, alfaces de corte.

As folhas, tenras e ricas em sais minerais, além de universalmente consumidas em saladas, são calmantes e sedativas. O seu óleo essencial é de largo emprego na perfumaria.

Asiática. ALFACE DO MAR – Ulva lactuca Linn., da família das

Ulváceas.

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Alga cosmopolita, cujo talo verde lembra as folhas da alface.

Em certos litorais colhem-na para adubo e alimentação do gado.

ALFAFA – Medicago sativa Linn., da família das

Leguminosas Paplionóideas. Erva erecta, perene. Folhas alternas, compostas, 3-foliadas,

com folíolos oblongos ou elíticos, serreados no ápice. Flores roxas ou azuladas, em racemos curtos. Vagem espiralada, com sementes pequenas e comprimidas.

Diversos ensaios de cultura desta preciosa forrageira foram feitos no Ceará, tanto no litoral como no sertão, porém os resultados não recomendam o seu aproveitamento, “por algo dispendiosa e exigente de cuidados a que a nossa rotina agrícola não está de modo algum afeita” (14,163).

Apresenta diversas formas e híbridos. Natural da Ásia Central e Rússia.

ALFAFA DO NORDESTE – Denominação dada por D.

Bento Picket (15,47), à Vassourinha (Stylosanthes guianensis Swartz), também conhecida por Alfafa Tropical.

ALFARRÔBA – Algaroba. ALFAVACA – Ocimum fluminense Vell., da família das

Labiadas.

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Erva perene, até 1m. de altura. Folhas pequenas, simples, opostas, ovais, denteadas. Flores miúdas, brancas, pintadas de roxo, dispostas em pseudo-espigas. Cápsula com 4 sementes pretas.

Folhas e flores aromáticas, estimulantes, sudoríficas e anticatarrais. No sertão é a planta preferida para perfumar o banho dos recém-nascidos.

Todo o Brasil. ALFAVACA DE CABOCLO – Sambacuité. ALFAVACA DE CHEIRO – Ocimum gratissimum

Linn., da família das Labiadas. Erva ou subarbusto até 2m. de altura, perene. Folhas

pecioladas, simples, ovado-lanceoladas, crenado-serreadas, glabras. Flores roxo-pálidas ou amarelo-esverdeadas em pseudo-espigas. Cápsula com 4 sementes.

Folhas e caules aromáticos. A essência e o cozimento de toda a planta gozam de alto conceito como estimulantes.

Originária da Ásia Menor e subespontânea em todo o Brasil.

ALFAVACA DE COBRA – Monnieria trifolia Linn., da

família das Rutáceas. Pequeno arbusto ramoso. Folhas 3-foliadas e pilosas.

Flores miúdas e brancas, igualmente pilosas, hermafroditas,

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perfumadas quando contusas. Cápsula 1-5 coca, disseminando as sementes por explosão.

A raiz é um poderoso sudorífico. Pelas suas propriedades anti-ofídicas mereceu a denominação de Alfavaca de Cobra. Em certos Estados esta planta é conhecida por Jaboradi do Pará ou Jaborandi de Três Folhas e os ervanários costumam vender as suas raízes como se fossem do Jaborandi Verdadeiro. Alfavaca Brava, no Maranhão. Maricotinha e Alfavaca de Cobra, na Bahia, onde com este nome último ainda se conhece a Peperômia pellucida H. B. K., da família das Piperáceas.

Da Amazônia até Bahia e Minas Gerais ALFAVACA DO CAMPO – Ocimum incanescens

Mart., da família as Labiadas. Erva perene, de ramos quadrangulares e pilosos. Folhas

pecioladas, ovado-lanceoladas, quase inteiras, curtamente escanescente-tomentosas no lado inferior. Flores pequenas, branco-arroxeadas ou manchadas de roxo, dispostas em pequenas pseudo-espigas. Folhas e flores menos aromáticas do que as da Alfavaca.

As mesmas propriedades das espécies anteriores do gênero Ocimum.

Do Piauí à Bahia e Goiás. No Ceará tem ainda os nomes de Mangericão de Vaqueiro e Remédio de Vaqueiro.

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ALFAZEMA – Lavandula Spica Linn. (Lavandula Vera D. C.), da família das Labiadas.

Subarbusto branco-tomentoso, de folhas simples, oblongolineares ou lanceoladas, mais ou menos enroladas quando novas. Flores azuis em espigas interrompidas.

Toda a planta é aromática e das sumidades floridas se extrai o Oleum Lavanduli, usado na perfumaria e de virtudes neurotônicas.

Raramente cultivada. Natural da Europa. ALFAZEMA BRAVA – Hyptis sp., da família das

Lábiadas. Erva de caule quadrangular. Folhas opostas, lanceoladas,

sinuosas, pilosas e aromáticas. Flores miudíssimas, roxas, em cimeiras axilares e terminais. Cápsula excessivamente pequena.

Planta estomáquia, carminativa, estimulante. ALFINETE – Nome dos seguintes vegetais: 1 – Paepalanthus cearenses Ruhl. e outras espécies

congêneres da família das Eriocauláceas. Plantas de pequeno porte, de caule hirto e folhas rígidas.

Flores pequeninas em capítulos globosos, munidos de um calículo. Cápsula loculicida.

Preferem os terrenos arenosos e úmidos da região litorânea.

2 – Centranthus ruber DC., da família das Valerianáceas.

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3 – Erythraea Centaurium Pers., da família das Gencianáceas.

Herbáceas e naturais da Europa, cultivados nos jardins. A primeira, vivaz e de flores vermelhas ou róseas, em inflorescências cimosas, como a segunda, cujas flores são róseas e tubuladas.

ALGAROBA – Nome vulgar usado na Península Ibérica

para a Ceratonia Siliqua Linn., conhecida ainda por Alfarrôba. Os espanhóis deram igualmente o mesmo nome aos representantes do gênero Prosopis, levados pela similitude dos frutos daquela espécie com os deste gênero.

Temos, por conseguinte, algarobas pertencentes, respectivamente, às Cesalpinióides e Mimosóideas, que passaremos a descrever:

1 – Prosopis sps., da família das Leguminosas Mimosóideas.

“Árvores, arbustos altos ou anões, ou poucas vezes subarbustos perenes; tronco de durame semipesado, casca rugosa, persistente, ramos geralmente flexuosos, formando copa esférica ou deprimida em sombrinha: espinhos abundantes ou escassos, axilares ou terminais, derivados de gemas axilares ou de metamorfose das estípulas; denominam os espinhos geminados divergentes. Folhas bipinadas 1-3 jugos, rara vez multijugos, mais ou menos persistentes ou caducas no inverno, segundo as espécies, em várias precocemente caducas na primavera (espécies subáfilas); folíolos numerosos, raramente

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grandes (P. russifolia), subcoriáceos, com estomas em ambas as faces, porém mais abundantes na superior. inflorescências axilares, pedunculadas, em espigas ou racemos espiciformes densos, multifloros, cilíndrico-oblongos, ou capítulos ovóides ou esféricos; flores amarelo-verdosas ou roxas, nectaríferas; floração protógina, primaveril e estival. Plantas geralmente espinhosas, de folhagem fina ou subnula, acentuadamente xerófilas.

Cerca de 40 especies, disseminadas na Ásia Ocidental, África e América, sendo abundantes nas regiões ocidentais secas do nosso continente, desde o sudoeste dos Estados Unidos a Patagônia”. (Arturo Burkart, Las Leguminosas Argentinas Sil-vestres y Cultivadas, 2º ed., 1952, Buenos Aires, p. 126).

Espécies deste gênero, cujos caracteres gerais acabamos de transpaginar, foram introduzidas recentemente no Nordeste. Em 1942 o prof. J. B. Griffing trouxe a algaroba para a Serra Talhada (PE). Depois, em 1947, a “Cia, Brasileira de Linhas pra Coser”, plantou-a na fazenda S. Miguel, no município de Angicos, Rio Grande do Norte. Para este Estado as primeiras sementes vieram do Peru, mas em 1948 a referida Cia. importava outras do Sudão. (Guilherme de Azevedo, Contribuição ao Estudo da Algaroba (Prosopis Juliflora DC e Prosopis Hassleri Harms, no Rio Grande do Norte, Veterinária, Ano VII (1953), N. 4, Rio de Janeiro, p. 7). Do Rio Grande do Norte e a algaroba chegou ao Ceará, em 1954, por intermédio de particulares e da Secção do Fomento Agrícola Federal, interessados em disseminá-la como planta forrageira. O

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exemplar existente na Escola de Agronomia veio da Paraíba, oferecido pelo botânico Lauro P. Xavier, no mesmo ano citado.

As algarobas cultivadas no Rio Grande do Norte pertencem, conforme material colhido por Guilherme de Azevedo e remetido ao botânico G. Kulhmann, às espécies Prosopis Hassleri Harms e Prosopis Juliflora DC.

No trabalho já referido, p. 8, Azevedo estabelece os seguintes pontos para a diferenciação vulgar das duas espécies:

Prosopis juliflora DC. Prosopis Hassleri Harms

1 – Árvore de caule tortuoso. Ramos decumbentes com espinhos longos e fortes.

1 – Árvore de caule pouco tortuoso. Ramos com tendência à verticalidade, com espinhos pequenos ou inermes.

2 – Folhas bipinadas 2 – Folhas bipinadas. 3 – Flores dispostas em espigas, amarelo-pálidas.

3 – Flores dispostas em espigas, amarelo-pálidas.

4 – Fruto achatado, indeiscente, de endocarpo coriáceo, mesocarpo polposo e adocicado, multisseminado e encurvado.

4 – Fruto achatado, indeiscente, de endocarpo coriáceo, mesocarpo polposo e adociacado, multisseminado e reto.

5 – Produção – impressionante, estando em floração em todos os meses do ano.

5 – Produção – inferior à Prosopis juliflora, estando em floração em todos os meses do ano.

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A propaganda da algaroba no Nordeste vem se fazendo em função de seu valor forrageiro para as terras secas. Mantem-se verde todo o ano e os seus frutos podem ser usados na alimentação dos gados, o mesmo acontecento, em menor esacala, com as suas ramas.

As algarobas adultas de S. Miguel, segundo uma estimativa otimista de Azevedo, produzem por pé e por ano, cerca de 20 quilos de frutos, com a seguinte composição (Prosopis julifora DC.), conforme análise do Instituto de Química Agrícola:

Umidade ............................................................................ 17,02% Proteína bruta .................................................................... 12,93% Extrato etéro ........................................................................ 4,06% Extrativos não nitrogenados ............................................. 41,16% Fibra bruta ......................................................................... 19,08% Resíduo mineral .................................................................. 3,75% 100.00 Fósforo em P2O5 .................................................................................................. 0,51% Cálcio em CaO .................................................................... 0,68%

Além da importância de seus frutos como alimentos são e nutritivo para os animais domésticos, inclusive para o homem, nos períodos de escassez, a algaroba se recomenda como árvore de sombra, produtora de madeira pesada, compacta, servindo tanto para móveis, como para dormentes, postes, estacas, lenha e

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carvão. O lenho e a casca contêm bastante tanino. As flores são altamente melíferas.

Gregrária, rústica, resistente ao pastoreio, propagando-se facilmente por intermédio do gado e dispensando qualquer proteção no estado juvenil, a algaroba poderá ser uma planta de grande futuro na economia pastoril e florestal do Nordeste.

2 – Ceratonia Siliqua., da família das Leguminosas

Cesalpinióideas. Árvore de tamanho mediano, de folhagem sempre verde e

densa. Folhas alternas, paripinadas, com 2-5 pares de folíolos opostos ou subopostos, inteiros, ovados, coriáceos. Flores miúdas, vermelhas ou esverdeadas, dióicas ou polígamas, em recemo geralmente fasciculado e densifloro. Vagem espessa, comprida (10-15cm.), indeiscente, dura, negra ou castanho-escura, reta ou encurvada, com polpa pastosa, amarelo-esverdeada, contendo 10-16 sementes achatadas, castanhas, ovais e duríssimas.

Muito cultivada em toda a bacia do Mediterrâneo pelos seus frutos forraginosos, alimentícios e industriais. A polpa, açucarada e nutritiva, constitui um dos alimentos prediletos da população pobre da região mediterrânea. A vagem, inteira ou moída, supera a aveia em valor nutritivo, recomendando-se como forragem completa para os equídeos e ruminantes domésticos.

Natural da Ásia Menor, foi introduzida no Ceará pelas alturas de 1911, no antigo Horto Florestal de Quixadá, onde não

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provou bem, desaparecendo por completo. Foi reintroduzida em abril de 1956, pelo prof. David Felinto Cavalcanti, que trouxe sementes da Austrália para a Escola de Agronomia.

ALGAS – São talófitos clorofilados, de formas, cores e

dimensões variadas, vivendo nos lugares úmidos, nas águas doces ou salgadas.

Nas águas doces encontram-se somente algas verdes ou certas algas pretas e no mar se distribuem consoante a profundidade. À superfície e à escassa fundura acham-se todos os tipos, especialmente as algas verdes. Aos 100 metros vivem as pardas e as vermelhas; abaixo desta costa só as vermelhas, e mui raramente. Algumas algas podem desenvolver-se nos sítios úmidos e, nesse caso, são sempre verdes.

Abundantes em certos períodos do ano, não são de modo algum aproveitadas, como soi acontecer em litorais europeus e asiáticos, como adubo indispensável à fertilidade das terras ribeirinhas.

ALGODÃO – Gossypium sps., da família das Malváceas. Há algodões nativos no Novo e no Velho Mundo. Na

América, por ocasião do descobrimento, conhecia-se o seu plantio ou o seu uso desde o México e Antilhas até o Brasil.

A importância econômica de sua fibra permitiu-lhe dispersar-se em solos e climas diferentes, provindo daí grande número de formas cultivadas, vistas como espécies verdadeiras e distintas. Por outro lado, o intercâmbio de sementes entre

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regiões produtoras, às vezes de continentes diversos, aumentou ainda mais a confusão no terreno da sistemática dos algodões, como o aparecimento de híbricos, elevados à categoria de espécies.

Para Watt os algodoeiros podem se divididos em dois grupos: americanos e asiáticos.

Os primeiros são, em geral, plantas arbustivas derivadas

do Gossypium barbadense e hirsutum, cujas sementes ou são negras sem felpa (Gossypium barbadense), ou são claras co felpa verde ou cinzenta (Gossypium hirsutum). As maçãs ou cápsulas, em geral, apresentam pequenas depressões. Os algodoeiros asiáticos compreendem todas as formas derivadas do Gossypium herbaceum, que dão sempre fibras curtas e sementes revestidas de curta felpa branca ou ligeiramente amareladas.

Pesquisas citológicas realizadas em 1924, simultaneamente

por Denham, na Inglaterra, e Nicolajeva, na Rússia, revelaram uma divisão fundamental do gênero Gossypium em dois grupos de espécies, caracterizados por 13 e 26 pares de cromossomos, respectivamente. Neste último grupo enquadram-se os algodões cultivados do Novo Mundo.

Continua, entretanto, das mais confusas a sistemática das nossas espécies ou variedades algodoeira. Encontram-se, sem exceção, em tal estado de heterozigose que se torna muito difícil, quase impossível mesmo, classificá-las botanicamente.

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Vejamos os tipos principais, cuja lavoura constitui a base econômica por excelência dos sertões nordestinos.

Algodão Herbáceo

São variedades anuais ou bianuais, oriundas da América do Norte, tanto que algumas, as introduzidas mais recentemente, ainda conservam os nomes pátrios: Upland, Texas, Cleveland, Delphos, etc.

Os primeiros algodões herbáceos parece que foram introduzidos no Ceará em 1851 (16,6). Antes se plantava o Inteiro e o Quebradinho.

As nossas formas ou variedades de porte herbáceo não se filiam ao Gossypium herbaceum Linn. A este respeito Edward C. Green escreveu o seguinte:

É possível que outrota o G. herbaceum tenha vindo

para o Brasil da América do Norte ou da Ásia, mas presentemente muito poucas plantas se encontram que possam ser atribuídas com certeza a esta espécie. É um algodão de clima frio e não adaptado aos trópicos. Seria para notar neste ponto que os nomes populares, tão comumente usados no Brasil, de herbaceum e arboreum, devem ser considerados simplesmente como classificação geral de leigos, que só distinguem

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entre as feições anual e perene dos dois grupos comuns, (17,159).

Os nossos algodoeiros do tipo herbáceo descendem do

Gossypium hirsutum Linn., originário da América Central, provavelmente do sul do México, cujas variedades constituem o grupo de algodão mais cultivado no mundo.

Caracterizam-se, principalmente, pelas sementes revestidas de dupla pilosidade. A fibra mais comprida é alva, resistente, ordinariamente média ou curta, longa em algumas variedades. A curta é branca, castanha ou esverdinhada.

Algodão Inteiro

Planta perene, arbórea, indígena da América do Sul, especialmente do Brasil e das Guianas. Junto com o Quebradinho, era exclusivo na lavoura cearense, até a metade do século passado.

Caroço Grande e Crioulo são outros apelidos populares que ainda o acompanham. Chama-se Inteiro pela aglutinação das suas sementes em massa reniforme, donde Rim de Boi, em alguns trechos nordestinos.

As fibras são brancas, ásperas, grossas, brilhantes, de 27-35 milímetros de comprimento, porém pouco abundantes. As sementes grandes, pesadas, ventricosas, glabras, com leves tufos de pelos nas junturas.

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Comumente o classificam de Gossypium brasilense Macf., mas autoridades do porte de Harland o têm na conta de um híbrido de G. barbadense Linn. e G. purpurascens Poir.

Algodão Mocó

“Sobre a origem do Mocó nada podemos afirmar – diz o ilustre geneticista Carlos Faria – pois ao redor dessa questão encontramos as mais díspares opiniões. Uns julgam ser ele o celebre algodão Mako, egípcio, e que Mocó é a sua corrutela, pois o algodão Mako foi um dos primeiros algodões egípcios cultivados no Rio Grande do Norte. Outros são de opinião ser ele descendente do Sea-Island, cultivado no Seridó no século passado, o que parece mais acertado. Explicam estes que o nome mocó é de um pequeno roedor muito comum no vale do Seridó, cujo excremento muito se assemelha à semente desse algodão”.. (18,8). Ainda sobre o assunto convém ler o capitulo – Origem do algodoeiro Mocó –, da memória Algodão no Nordeste, de José Eurico Dias Martins, que pesquisou o problema no próprio Seridó, em 1916, quando foi adquirir sementes deste algodão para introduzí-lo no Ceará. (19,23).

A classificação do Mocó é muito controvertida. Para Edward C. Green, é uma forma de G. vitifolium Lam. Já Philipp von Luetzelburg o julga G. herbaceum Linn. var. vitifolium. Por sua vez, Harland o classifica de G. purpurascens Poir., com área geográfica estendendo-se da Flórida às costas do Atlântico

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e do Pacifico, na América do Sul, até Pernambuco e Peru, respectivamente. Hutchinson o inclui como G. hirsutum Linn var. Marie-Galante (20,46). Outras determinações poderiam ser alinhados, sem o mérito de esclarecer o assunto.

Difícil, no momento, descrever-se com exatidão os caracteres botânicos do Mocó. Seu estado de heterozigose não permite fazê-lo (21,1). Uma das melhores descrições agrícolas do algodão Mocó, atualmente cultivado, devemos ao agrônomo Fernando Melo do Nascimento, encarregado de seu melhoramento na Estação Experimental do Seridó (RN).

Para aqui a transladamos de seu recente trabalho – Cultura do Algodoeiro Mocó (22,7 e 8):

Trata-se, em sua grande maioria, de uma planta

perene, de porte erecto, arbóreo, atingindo dois a três metros de altura, se cultivada sem as podas convenientes. com sistema radicular abundante, raiz principal atingindo 1-2 ou mais metros, dependendo da profundidade do solo, já tendo sido encontrada até com sete metros.Tem hábito monopodial, isto é, aquele em que o broto terminal continua sempre a crescer, produzindo alongamento do caule, saindo suas ramificações da base para o ápice. Caule de coloração verde, vermelha e cinza, atingindo 15 centímetros ou mais de diâmetro, na base. Lenhoso, apresentando nós e internódios bem distintos, cujo número de 17 em diante, até o aparecimento do

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primeiro ramo floral, denota maior longevidade.Possui ramos vegetativos e frutíferos bem distintos, sendo bom característico a existência de maior número dos primeiros. Suas flores de cor amarela, com 5 pétalas, hermafroditas, isto é, apresentando os órgãos masculino e feminino, juntos, diminuindo a possibilidade de fecundação cruzada, o que se dá por intermédio dos insetos, mais frequentemente. As flores, quando fecundadas, tomam à medida que murcham, coloração rósea. Na base da pétala há uma mancha de coloração e tamanho variáveis. A inexistência dessa mancha indica falta de pureza da planta. As anteras soltam o pólen tardiamente, ao contrário dos outros algodoeiros conhecidos como herbáceos. Sementes pequenas, leves, castanhas ou castanhas escuras, completamente nuas ou com um tufo (línter) na apícula. As sementes que possuem línter ou tufo verde não deverão ser empregadas no plantio. Folhas largas, de cor verde clara, com nervuras distintas, apresentando glândula ou glândulas na parte dorsal. Algumas são pilosas, outras lisas. Recortadas ou pouco recortadas com extremidade acuminada. O fruto é uma cápsula com 3-4 lojas.

O algodão Mocó pode viver de 20 anos. Por outro lado,

apresenta grande resistência às estiagens, vegetando e produzindo sob médias pluviométricas muito baixas, entre 200-

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250 mm., anuais, se bem distribuídas. Tem fibra longa, macia, fina, resistente, sedosa. Economicamente, é o rei dos nossos algodões e não vai nenhum exagero em considerá-lo um dos melhores do mundo.

Algodão Quebradinho

Hoje muito pouco cultivado. Já foi um dos tipos predominantes da nossa lavoura algodoeira.

Arbustivo ou arbóreo, perene, apresenta grande analogia com o tipo Mocó.

As fibras são mais ou menos longas, porém de qualidade variável. As sementes, pretas ou pardo-escuras, miúdas, ovais, agudas, nuas ou com tufos de pelos no hilo, são separadas, donde lhe veio o nome de Quebradinho, em contraposição ao de Inteiro.

Algodão Verdão

Riqueza, Rompe-Letras, Azulão, eis outros tantos nomes

regionais deste tipo de algodão, de porte arbóreo, extremamente variável nos seus caracteres, indefinível botanicamente.

A fibra é excelente, tendo em média de 30-32 mm. de comprimento. As sementes são grandes, independentes uma das outras, revestidas de dupla pilosidade, tendo os pelos curtos uma cor pardo-esverdinhada, de onde se origina a sua denominação vulgar.

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ALGODÃO BRAVO – Cochlospermum vitifolium

Spreng. (Bombax vitifolium Willd.), da família das Coclospermáceas.

Pequena árvore de ramos vermelho-acastanhados. Folhas alternas, longo-pecioladas, 5-lobadas, com os lobos acuminados, crenados ou serreados e glabros, providas de estipulas caducas. Flores grandes e belas, amarelo-douradas, em cachos terminais. Cápsula obovoine, aveludada-pubescente, com numerosas sementes reniformes, cobertas de pelos brancos.

Os pelos das sementes substituem a paina no enchimento, de estufados. Planta ornamental e para cercas vivas.

Cresce em toda a América tropical. Algodão do Mato, em Pernambuco.

ALGODÃO DA PRAIA – Hibiscus tiliaceus Linn., da

família das Malváceas. Árvore de folhas longo-pecioladas, arredondado-

cordiformes, curtamente acuminadas, inteiras ou crenuladas, verdes na página superior, pálidas e pubescentes na inferior. Flores grandes, de corola bem aberta, amarelo-enxôfre, maculada de púrpura na base, muito caducas. Cápsula densamente pubescente, 5-locular, com sementes lisas ou ligeiramente tomentosas.

Esta linda malvácea foi muito empregada na arborização de ruas, parques e jardins, sendo posta de lado não só pela fraqueza de seu caule como pela abundantíssima floração, que

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cobre os passeios de uma maça escorregadia de flores, prejudicial à limpeza dos logradouros e à segurança dos transeuntes.

As fibras liberianas, similares às da juta, na qualidade, recomendam-se para cordas, esteiras e tecidos grosseiros. A madeira fornece pasta para papel.

Cosmopolita nas restingas e proximidades das praias marítimas dos trópicos.

ALGODÃO DO MATO – Hibiscus bifurcatus Cav., da

família das Malváceas. Arbustos com folhas lobadas e ligeiramente espinhosas na

página inferior. Flores grandes, solitárias, róseas ou roxo-pálidas. Cápsula polispérmica.

Produz fibras liberianas de boa qualidade. Folhas azedas, comestíveis em certos lugares, depois de ligeira cocção, e emolientes.

Sítios úmidos e inundáveis da América tropical. Fãfã, no Pará; Algodão do Brejo, na Bahia; Majorana e Vinagreira, no Rio de Janeiro; Vinagreira, em S. Paulo.

ALGODÃO DO PARÁ – Algodão da Praia. ALGODÃO MACACO – Gossypium mustelinum

Miers., da família das Malváceas.

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Algodão selvagem encontrado no Brasil pela primeira vez perto do Crato, por Gardner, em 1838. Green o coletou em Caicó, no Rio G. do Norte, em 1913. Assinalado na Colômbia

Planta arbustiva, perene. Folhas largas, profundamente 3-lobadas. Flores de pétalas pilosas, amarelas, tintas de púrpura. Cápsula 3-locular, com 6 sementes por lóculo, grandes, ásperas, com pubescência e lanosidade ferrugíneas.

Hibrida-se com as espécies cultivadas, produzindo algodão de fibra pardo-avermelhada, de qualidade inferior, chamado Algodão Macaco ou Algodoí.

ALHO – Allium sativum Linn., da família das Liliáceas. Erva carnosa e bolbosa, com folhas estreitas, lineares.

Flores alvas em umbelas. Bolbos pequenos, separando-se em bolbilhos, vulgarmente

chamados dentes, que, além de condimento antiquíssimo, são anticépticos, antelmínticos, carminativos e rubefacientes.

Também conhecido por Alho do Reino. Talvez seja europeu.

ALHO DA TERRA – Allium Scorodoprasum Linn., da família das Liliáceas.

Natural da Europa. Tem as mesmas aplicações de A. sativum Linn., sendo os bolbilhos maiores, brancos ou avermelhados, menos odorantes e acres.

Alho Espanhol, Alho Grande, Alho Grosso de Espanha, na Bahia e em outros Estados.

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ALHO DO MATO – Designação das seguintes plantas: 1 – Cipura paludosa Aubl., da família das Iridáceas. Planta herbácea de flores alvas em hastes que saem do

meio de 2-3 folhas ensiformes e paralelinérveas. Tem um bolbo compacto, cinzento por fora e interiormente

amarelo, de propriedades emenagogas e diuréticas, usado ainda no tratamento de escrófulas e gonorréias.

Habita os prados encharcados desde as Guianas até S. Paulo e Estados centrais. Em Pernambuco é conhecida por Coqueirinho.

2 – Cypella caerulea Seub., da família das Iridáceas. Igualmente herbáceas e bolbosa. As flores abrem pela

manhã e são de um lindo colorido violeta ou azul-claro, tendo a base maculada de castanho sobre um fundo creme.

O bolbo tem as mesmas propriedades do anterior. 3 – Nthoscordum pulchellum Kunth., da família das

Liliáceas. Herbáceas e bolbosa, de folhas radicais e lineares, flores

protegidas por espata oval-aguda. Bolbos diuréticas e vermífugos. ALHO DO REINO – Alho. ALHO PORRO – Allium Porrum Linn., da família das

Liliáceas. Natural da Europa, cultivado nas hortas. Tem hastes eretas,

folhas planas e bolbo radical alongado.

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Alho Poró, na Bahia; Alho Grande, Alho Brabo são outras denominações populares.

ALMÉCEGA – Protium heptaphyllum March. (Icica

heptaphylla Aubl., Protium aromaticum Engl.), da família das Burseráceas.

Árvore de porte médio, às vezes grande, com o tronco revestido de casca acinzentada e pouco espessa. Folhas compostas de 7 folíolos oblongos, inteiros, glabros, de 10 cm. de comprimento por 5 de largura. Flores pequenas, verde-amareladas, em panículas terminais. Drupa com 1-4 sementes.

Boa madeira para carpintaria e marcenaria, com peso especifico de 0,771. Das incisões feitas no tronco mana um óleo-resina aromático, amarelo-claro, que se solidifica ao contato do ar e se inflama facilmente. Na terapêutica caseira emprega-se como hemostático e balsâmico. É a resina de almécega, resina alami ou almíscar, que outrora, na falta de incenso, fazia as suas vezes em nossas igrejas, recebendo, por isso, o nome de incenso brasileiro. Frutos comestíveis e oleaginosos.

Guianas e todo o Brasil.

NOTA – Esta é a espécie que ocorre no Nordeste, segundo Pickel (23,186). Outros autores, como assinalei na 1ª edição, consignam a existência na área nordestina de Protium brasiliense Engl., Protium elegans Engl e Protium Icicariba March.

ALMÍSCAR – Almêcega.

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ALPISTA – Phalaris canariensis Linn., da família das

Gramíneas. Erva cespitosa de colmos cilíndricos e eretos, até 80 cm.

de altura. Folhas finas, lanceolado-lineares. Flores dispostas em panículas terminais, espiciformes, branco-argênteas, com manchas verdes, produzindo pequenos grãos amarelos e luzidios.

Cultivada pelas sementes, alimento básico dos pássaros engaiolados.

Oriunda do sul da Europa e das ilhas Canárias. Capim Alpista e Milho Alpista são sinônimos populares.

ALTÉIA – Althaea officinalis Linn., da família das

Malváceas. Erva cespitosa, vivaz. Folhas ovais ou cordadas, denteadas,

esbranquiçadas, pubescentes. Flores alvas ou róseas, bastante vistosas. Cápsula tomentosa.

Planta emoliente. Raízes e flores expectorantes sob a forma de xarope.

Européia. Também conhecida por Malva-Rosa e Malvaisco. AMA – Thunbergia coccínea Wall., da família das

Acantáceas. Trepadeira de caule 4-angulados. Folhas curto-pecioladas e

variadas na forma. Flores em racemos terminais ou axilares, vermelhas, tendo as anteras alaranjadas e dispostas de tal modo que lembram a palavra ama.

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Natural da índia. Cultivada nos jardins. AMARELINHO DA SERRA – Amarelão. AMARELO – Acende-Candeia, Pau Amarelo. AMARELÃO – Buchenavia capitata Eichl., da família

das Combretáceas. AMARGOSO – Tetraulacium veronicaeforme Turcz.,

da família das Escrofulariáceas. Erva pilosa, de folhas inferiores opostas, que vegeta em

terrenos baixos e estéreis e da qual não conheço nenhuma aplicação.

AMÁRIO – Convolvulos sp., da família das

Convolvuláceas. Trepadeira de folhas ovais e raízes tuberosas, da qual se

conhecem duas variedades – Amário Branco e Amário Roxo. AMEIXA – Ximenia americana Linn., da família das

Olacáceas. Árvore ou arbusto espinhoso, de casca avermelhada, lisa,

muito adstringente. Folhas pecioladas, glabras, oblongas, alternas, inteiras, pequenas. Flores branco-amareladas, peludas, recendendo a flor de laranjeira, dispostas em racemos curtos, axilares ou terminais. Drupa amarelo-alaranjada, subglobosa, de

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1, 5-2 cm. de diâmetro, aromática, comestível, envolvendo 1 semente com amêndoa branca.

Usa-se a casca como adstringente, quer em banhos prolongados nas menstruações excessivas, quer em cozimento na lavagem das feridas ou ainda sob a forma de pó na cicatrização das úlceras. As sementes dão 70% de óleo viscoso, amarelo e purgativo. Madeira leve, elástica, rósea, própria para cabo de ferramentas.

Cosmopolita tropical, das praias marítimas e tabuleiros arenosos circunvizinhos. Ameixa de Espinho, em Pernambuco; Ameixa da Bahia, na Bahia; Ameixa do Brasil, em S. Paulo.

AMEIXA BRAVA – Ximenia coriacea Engl., da família

das Olacáceas. Arbusto espinhoso. Folhas alternas, ovais e alongadas.

Flores amarelas, peludas, em cachos. Drupa amarelada, esférica, medindo uns 3 cm. de polpa mole, aromática, com sabor ácido agradável, comestível.

Propriedade idêntica à anterior. AMEIXA DA TERRA – Ameixa Brava. AMEIXA DO BRASIL – Ameixa. AMEIXA DO CABO – Carissa grandiflora DC., da

família das Apocináceas.

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Arbusto espinhoso. Folhas pequenas, ovado-agudas, coriáceas e glabras. Flores grandes, brancas, aromáticas, solitárias e terminais. Baga de 2-3 cm., vermelho-escura quando madura, com poucas sementes quase circulares.

Fruto comestível. Planta espinhosa e resistente; presta-se para cercas vivas.

Originária do sul da África, foi introduzida no Ceará em 1936, pelo agrônomo Esmerino Parente, que a recebeu da Estação Experimental de Miami (E.U.A.). Ameixeira do Natal, em São Paulo.

AMEIXA DO JAPÃO – Eriobotrya japonica Lindl.

(Photinia japonica Gray), da família das Rosáceas. Árvore de pequeno porte, cujos galhos formam densa copa

de aspecto ovóide ou arredondado. Folhas grandes, simples, quase sésseis, coriáceas, elítico-lanceoladas, glabras na face superior e tomento-ferruginosas na inferior, com estípulas caducas. Flores pálidas, pubescentes, perfumadas, dispostas em panículas terminais. Baga piriforme, édule, amarela, com 1-5 sementes grandes, de polpa fresca, mole, agradavelmente acidulada.

Originária da China centro-oriental. A sua sinonímia vulgar através dos estados é bastante variada: Ameixeira do Japão, Ameixeira Amarela, Ameixeira do Canadá, Nêspera do Japão o ainda Ameixa Amarela.

AMÊNDOA BRAVA – Merendiba.

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AMENDOIM – Arachis hypogaea Linn., da família das

Leguminosas Papilionóideas. Planta herbácea e anual. Caule ramoso, com o ramo,

florífero principal ereto, e os laterais, que aparecem nas axilas cotiledonares, prostrados e decumbentes. Folhas paripinadas, com estípulas lanceoladas acuminadas e um tanto falcadas, e 2 pares de folíolos grandes e elíticos. Flores amarelas em curtíssimos racemos axilares, umas grandes, estéreis, e outras menores, mais próximas ao solo e férteis. Os pedúnculos destas últimas, depois da floração, se alongam e mergulham no solo, onde os frutos crescem e amadurecem. Vagem indeiscentes, de 2-3 cm. de comprimento, levemente tortuosa, com 1-5, geralmente 2-4 sementes oblongas, muito oleaginosas, de coloração variável e com cotilédones grossos e carnosos.

As sementes são alimentícias sob diversas formas. Na África cerca de 100 milhões de pessoas encontram nelas a base de seu sustento. Produzem de 30-40% de óleo, muito usado na alimentação e na indústria. A torta das sementes é um bom concentrado para os animais e toda a planta, verde ou fenada, recomenda-se como excelente forragem, comparável à alfafa e ao trevo. Seria de grande vantagem econômica e de alto valor dietético para o povo da região nordestina que a sua cultura se fizesse em maior extensão.

Originária do Brasil. Amendoim é corrutela de mandubi, fruto enterrado ou sepultado, consoante a explicação de Batista

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Caetano (8,217), Mendoim, Mondubim e Mudubim são outras expressões vulgares de uso corrente.

AMENDOIM BRAVO – Arachis pusilla Benth., da

família das Leguminosas Papilionóideas. Erva anual, de caule e ramos estendidos sobre o solo.

Folhas paripinadas, com 2 pares de folíolos obovóides ou elíticos. Flores amarelas em racemos. Vagem com 1-2 artículos, separados no último caso por um istmo filiforme, contendo cada um deles uma pequena semente comestível.

O caule rastejante, apesar de pouco ramoso, é muito procurado pelos herbívoros.

Cresce tanto no sertão como no litoral, do Piauí à Bahia. Existe também no Norte da Argentina.

AMENDOIM RAJADO – Arachis hypogaea Linn. var.

nambiquarae (Hoehne) Burk. (Arachis nambyquarae Hoehne), da família das Leguminosas Papilionóideas.

É a espécie mais avantajada do gênero, tanto pelo porte, como pelos frutos e grãos.

Cultivado pelos índios mato-grossenses antes do advento do europeu, tem os grãos bicolores, ao contrário dos das demais espécies, que são unicolores. Esta particularidade, além de distinguí-lo, tem servido para propagá-lo, mesmo a título de curiosidade, como acontece entre nós.

Em S. Paulo é conhecido por Amendoim dos Nambiquaras.

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AMENDOIM RASTEIRO – Arachis prostrata Benth.,

da família das Leguminosas Papilionóideas. Planta herbácea, rizomatosa, com ramos de 10-30 cm. de

comprimento. Folhas paripinadas, com 2 pares de folíolos grandes, glabras ou pubescentes, especialmente no hipófilo. Vagem com 1-2 artículos.

Para Engler a A. hypogaea não é mais do que uma forma cultivada muito antiga desta espécie, enquanto que Chevalier supõe que descenda de A. silvestris Cheval., há pouco tempo encontrada na Bahia.

AMOR CRESCIDO – Portulaca grandiflora Hook., da

família das Portulacáceas. Erva suculenta, de caules semi-prostrados, às vezes

vermelhos. Folhas carnosas, linear-lanceoladas, agudas ou obtusas, cilíndricas, um pouco pilosas. Flores abundantes e belas, multicores, conforme as variedades naturais e as formas hortícolas cultivadas.

As flores desabrocham nas horas mais claras e quentes do dia, motivo por que lhe deram o nome de Onze Horas. Ainda lhe chamam de Beldroega Grande, Amor Crescido, sendo que esta última denominação às vezes é extensiva à Portulaca pilosa Linn., isto é, ao Alecrim de São José. Beldroega da Flor Grande, na Amazônia.

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AMOR DE VAQUEIRO – Carrapicho (Desmodium incanum DC.).

AMOR DOS HOMENS – Hibiscus mutabilis Linn., da

famílias das Malváceas. Arbusto ornamental. Folhas pubescentes, cordiformes, 5-

lobadas. Grandes flores solitárias, dobradas, mutáveis de cor durante o dia: pela manhã são brancas, róseas ao meio dia e vermelhas à tarde.

Dessa mudança de coloração lhe vem o nome especifico e, maliciosamente, o vulgar. Firmeza dos Homens, na Amazônia; Papoula de Duas Cores ou Papoula de Três Cores, na Bahia. No Rio é conhecida por Papoula e Rosa Louca. Rosa Paulista, em S. Paulo.

Oriunda da Ásia tropical. AMOR PERFEITO – Viola tricolor Linn., da família

das Violáceas. Planta herbácea e ramosa. No Ceará, a sua cultura se limita

aos jardins das serras frescas. Natural do Velho Mundo e América Setentrional.

Há diversas formas e híbridos com flores de uma infinidade de matizes, até preto-aveludado.

AMOR PERFEITO DA CHINA – Torenia Fournieri Linden., da família das Escrofulariáceas.

Erva anual, ramosa. Folhas oblongas, opostas e serreadas. Numerosas flores de longas corolas campanuladas, irregulares,

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azul-claras, roxas, brancas ou de outros matizes, imitando o Amor Perfeito.

Natural da Cochinchina. Cultivado nos jardins e em vasos. Amor Perfeito Inglês, na Amazônia: Amor Perfeito Espanhol, na Bahia, ao lado de Amor Perfeito da China; Estefânia, no Rio de Janeiro.

AMOREIRA BRANCA – Morus Alba Linn., da família

das Moráceas. Arbusto ou árvore, conforme as condições de solo e clima.

Folhas alternas, finas, lisas ou ligeiramente rugosas, ovadocordiformes, inteiras, serreadas, irregularmente lobadas ou fendidas, glaucas na página superior, verde-pálidas no dorso, pubescentes nas nervuras, pecíolo longo, caniculado, com 2 estípulas caducas na base. Flores pequenas, esbranquiçadas, apétalas, unissexuadas, em amentilhos. Sorose pequena, cilíndrica, pedunculada, branca, rósea ou preta, doce ou insípida. Sementes pequenas, 1-1,5 mm., arredondadas, alvacentas.

Apresenta elevado número de variedades, destacando-se a tenuifolia, macrophylla e latifólia.

O seu valor econômico reside quase todo nas folhas, alimento exclusivo do bicho da seda, até hoje insubstituível. As folhas ainda se recomendam como forragem para os gados, especialmente ovino e caprino.

O fruto come-se cru ou preparado em geléia. Produz álcool, vinho e licores. No Afganistão, durante 8 meses do ano, é o alimento, por assim dizer, exclusivo da população pobre. Na

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farmacopéia, há grande uso do xarope de amoras, aconselhado nas faringites e debelação de afecções pouco graves do aparelho respiratório. Fornece madeira de alburno amarelo-pálido e cerne amarelo-carregado por fora e pardo-avermelhado por dentro. Pela textura, elasticidade e coloração, emprega-se na carroçaria, marcenaria, tanoaria, movelaria, ebanisteria.

Originária da Ásia. AMOREIRA PRETA – Morus nigra Linn., da família

das Moráceas. Menor e mais rústica que a anterior, de tronco coberto por

casca rugosa e escura. Folhas alternas, grandes, duras, espessas, ásperas, pubescentes, inteiras, cordiformes, grosso-denteadas, raramente lobadas, atro-verdes no ventre e glaucas no dorso, tendo na base 2 estípulas opostas, avermelhadas, lanceoladas, pubescentes. Flores em amentilho. Sorose maior do que a da amoreira branca, séssil ou sub-séssil, vermelho-escura, quase preta, acídula, adstringente, agradável.

Tem como principais variedades: dentata, lobata, lacinata, scabra. Para De Candolle, a sua região de origem situa-se no meio dia do Cáucaso e do mar Cáspio.

Propriedades análogas às da precedente, convindo notar, entretanto, que os seus frutos são os preferidos para a alimentação e as suas folhas convêm menos ao pasto do bicho da seda.

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ANANÁS – Ananas sativus Schult. (Bromélia Ananas Linn.). Vide Abacaxi.

ANDÁ-AÇU – Joannesia princeps Vell., da família das

Euforbiáceas. Árvore de porte elegante. Folhas alternas, longo-

pecioladas, digitadas, 3-5 folíolos elíticos e glabros. Flores miúdas, apétalas, roxas ou brancacentas, em panículas terminais. Cápsula grande, redonda, de pericarpo espesso e deiscente, com 2 cavidades no ápice e 1 na base, providas de 2-3 sementes ovóides e duras.

Produz madeira branca, leve, de 0,494 a 0,540 de peso especifico, fácil de trabalhar, empregada na caixotaria, especialmente no fabrico de palitos de fósforos. As sementes dão 37% de óleo amarelo-claro, inodoro, acre, secativo e grandemente drástico. A casca, tanto da árvore como do fruto, passa por venenosa e serve para entinguijar as águas. Árvore de crescimento rápido e frondosa. Se não fosse o inconveniente de seus frutos grandes, com sementes terrivelmente purgativas, seria ótima espécie para arborizar ruas e logradouros públicos.

Anda-açu vem de andá, fruto duro ou fruto purgativo, e açu, grande (8,34).

Assinalada pelos botânicos desde as Guianas até S. Paulo e Minas Gerais e, no Ceará, por Dias da Rocha (27,243). Segundo comunicação verbal de Adolfo Duck, esta espécie não existe nas Guianas, nem na Amazônia e provavelmente no Nordeste. O Anda-Açu desta região é outra espécie de Joanesia. Na sua área

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de incidência tem ainda as seguintes denominações: Coco de Purga, Fruta de Arara, Purga dos Paulistas, Purga do Gentio.

ANDIROBA – Carapa guianensis Aubl. (Carapa

latifólia Willd., Xylocarpus Carapa Spreng.), da família das Meliáceas.

Árvore de elevado porte. Folhas grandes, imparipinadas, de numerosos folíolos verde-escuros. Flores pequenas, amarelas e vermelhas, de cheiro desagradável, em panículas axilares. Cápsula lenhosa, pardacenta, 4-angular, subglobosa ou ovóide, deiscente, com 2-5 sementes de cor de tabaco, grandes, ângulosas, quase lenhosas.

À medeira, vermelho-acinzentada, inatacável por qualquer parasita, recomenda-se para obras internas, construção civil e naval e tem de peso especifico 0,728 a 0,769. A casca encerra o alcalóide carapina e é adstringente, amargo-tônica e febrífuga. As sementes dão 70% de óleo muito amargo, conhecido por azeite de andiroba, usado pelos índios no corpo para afugentar as pragas e aplicado em erisipelas, feridas, picadas de insetos, nas bicheiras que afligem os animais domésticos, no fabrico de sabão e limpeza de móveis. Dias da Rocha (11,19) regista o emprego do óleo em fricções no combate ao reumatismo e em unturas contra os piolhos da cabeça e do púbis. Pelo porte majestoso, tronco linheiro e fronde alta, a andiroba presta-se à arborização de avenidas e parques.

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América Central, Antilhas e América do Sul. Da Amazônia ao Maranhão.

Corrutela do Tupy yandy, óleo, e rob, amargo (3,73). ANDREQUICÉ – Capim Andrequicé. ANDU – Feijão Cuandu. ANGÉLICA – Polianthes tuberosa Linn., da família das

Amarilidáceas. Erva balbosa. Folhas inteiras, compridas, frequentemente

avermelhadas na parte inferior. Flores singelas ou dobradas, brancas, em espigas terminais simples, de perfume penetrante, acentuado depois do por do sol.

Bela planta do México, frequente nos jardins. ANGÉLICA BRANCA – Funkia subcordata Spreng.,

da família das Liliáceas. Erva balbosa. Folhas ovado-cordiformes, acuminadas.

Flores branco-lácteas, afuniladas, aglomeradas em espigas curtas, com um perfurme análogo ao das flores da laranjeira.

Comum nos jardins. Originária da China e do Japão. ANGÉLICA BRAVA – Guettarda Angélica Mart., da

família das Rubiáceas. Arbusto de casca escura e lenho muito duro. Folhas

opostas, curtamente-pencioladas, lanceoladas ou elítico-

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acuminadas, pubescentes. Flores pequenas, brancas, aromáticas em cimos axilares. Pequena drupa achatada e angulosa, esbranquiçada quando madura, coroada no ápice.

Raiz de cor castanha, conhecidíssima entre os ervanários pelo nome de raiz de angélica, de largo emprego como emenagoga e abortiva. Ainda tônica, estomáquica e febrífuga. Os criadores aplicam a sua infusão para combater a diarréia dos bovinos e equídeos.

Do Piauí até S. Paulo e Minas Gerais. ANGÉLICA DE RAMA – Maria da Costa. ANGÉLICA DO MATO – Angélica Brava. ANGELICÓ – Nome comum a diversas espécies de

Aristoloquiáceas, conhecidas ainda por Papo de Peru, Jarrinha, Mil-Homens.

Plantas volúveis, herbáceas ou lenhosas. Folhas pencioladas, cordiformes ou orbiculares, às vezes lobadas, glabras, raramente pilosas. Flores solitárias, de cheiro desagradável, frequentemente em forma de tubo comprido, alargado à roda do gineceu, lembrando um pequeno jarro. Fruto capsular, com numerosas sementes quase sempre achatadas e aladas.

Destacam-se na flora nordestina as seguintes espécies: Aristolochia Allemanii Hoehne, A. birostris Duch., A. cordigera Willd., A. papillaris Mart., A. trilobata Lindl.

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Na terapêutica popular, os angélicós, pelas suas raízes, são afamados como emanagogos, estimulantes, amargo-tônicos, sedativos, diuréticos, febrífugos. Provocam o aparecimento das regras, nos casos de atonia uterina e amenorréia; estimulam o apetite; agem como calmante na histeria, epilepsia, convulsões; são úteis no tratamento das cistites, hidropisias, no combate às febres palustres e ainda como antídoto do veneno das cobras. Externamente o decocto da raíz é empregado no tratamento das úlceras, lupus e orquites.

A denominação popular de jarrinha origina-se no fato de a flor das espécies do gênero Aristolochia lembrar um pequeno vaso ou jarro. A de papo de peru provém de a flor em certas espécies apresentar uma saliência adelgaçada na parte superior, parecida com o papo desta ave. É confusa a etimologia de mil-homens ou milome, como diz o vulgo.

ANGELIM – As espécies do gênero Andira, das

Leguminosas Papilionóideas, são conhecidas por Angelim. As nordestinas, como assinalou Ducke, são de difícil

classificação, devido à insuficiência das descrições na Flora Brasiliensis (45-445). Apontava-se como existentes, no Ceará, a Andira anthelmintica Benth; e a Andira vermífuga Mart., como registrei na 1ª edição deste livro, mas até agora não foram encontradas por aquele eminente botânico, que apenas identificou, na zona litorânea, a Andira retusa H. B. K. (Andira surinamensis Splitg.) e, no Crato, por conseguinte no

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Cariri, Derris araripensis Benth. (Lonchocarpus araripensis Benth.).

ANGICO – São conhecidos os seguintes, das

Leguminosas Mimosóideas: 1 – Piptadenia macrocarpa Benth. (Acacia grata Willd.,

Piptadenia microphylla Benth.) – Árvore de caule mais ou menos tortuoso e mediano, de casca grossa, muito rugosa, fendida e avermelhada. Folhas bipinadas, com 10-25 jugas e cada uma com 20-80 pares de folíolos falcado-lineares, rígidos. Flores alvas em capítulos globosos, axilares. Vagem achatada, grande, até 32 cm. de comprimento.

Madeira de lei para tabuados, vigamente, tacos e trabalhos de marcenaria. Ótimo para confecção de móveis finos, dando-lhes belos efeitos as raias escuras e vermelhas de seu cerne. Empregam ainda em rodas de engenho, eixos de bolandeiras, lenha e carvão. Não se recomenda muito em obras externas. Peso especifico médio: 1.070. Resistente ao esmagamento: carga perpendicular, 582; carga paralela, 626; sem determinação de posição, 755 kg, por centímetro quadrado.

A casca, pelo tanino que encerra (32%), é indispensável à indústria de curtume e tanta a sua procura que os angicos não tardarão a desaparecer da paisagem botânica sertaneja, onde vegetam com mais frequência. O tronco exsuda goma-resina amarelada, sem sabor e cheiro, altamente béquica. As cascas em infusão, xarope, maceração e tintura são hemostáticas, depurativas, adstringentes, peitorais. Pompeu (25,167) já dizia

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em 1863 que o angico é a verdadeira panacéia do sertão, tão comum e variado é o seu uso. As folhas são tóxicas ao gado, quando murchas. Fenadas ou secas, constituem boa forragem.

Este é o angico comum a todo o Nordeste. Do Maranhão até S. Paulo, inclusive os Estados centrais. Vide Arapiraca.

2 – Piptadenia peregrina Benth. (Mimosa peregrina Linn.) – Árvore de altura mediana, sendo o fruto uma vagem chata de margens onduladas com numerosas sementes.

Madeira castanho-vermelha, fibrosa, com a densidade de 0,950. Cascas e folhas encerrando 16 e 11% de tanino, respectivamente. Propriedades da antecedente.

América tropical. Amazônia até S. Paulo. Na Amazônia é conhecido por Paricá de Curtume ou Paricá da Terra Firme.

ANIL – Indigofera suffruticosa Mill. (Indigofera Anil

Linn.), da família das Leguminosas Papilionóideas. Arbusto de 1-2m de altura, com ramos pubescentes. Folhas

pinadas, 7-15 folíolos oblongos ou ovais, blagros na face e no verso. Flores miúdas, numerosas, albo-róseas ou amareladas, em racemos axilares. Pequena vagem falciforme com 6-10 sementes, não comprimida entre estas.

Planta tintória. Raízes e folhas antiespasmódicas, sedativas e diuréticas.

Toda a América tropical. ANIL BRAVO – Tephosia cinerea Pers. (Galega

cinerea Linn.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

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Arbusto de ramos róseos ou roxos, pubescentes, em touceiras. Folhas imparipinadas, com folíolos linear-oblongos, glabros no ventre e cinzento-sericeos no dorso. Flores grandes, violáceas ou roxas, em racemos opostos. Vagem reta ou ligeiramente curvada, com 5-9 sementes pardas.

Tóxica. O sumo das folhas e raízes embriaga os peixes, sendo um dos tinguis usados nas pescarias. O cozimento de toda a planta é detersivo.

Própria das costas secas, de preferência ao pé das dunas, do lado do continente. Toda a América tropical.

ANIL DO MATO – Eupatorium laeve DC., da família

das Compostas. Arbusto grande, até 4m de altura. Folhas opostas, longo-

pecioladas, ovado-oblongas, acuminadas, serreadas, membranosas, glabras, grandes. Flores pálidas em capítulos corimbosos, Aquênio comprido e glabro, 5-angular.

Tóxica. As folhas encerram 70% de indigotina. Do Maranhão até S. Paulo. Anil-Açu e Arruda Brava, no

Rio de Janeiro. ANIL MIÚDO – Indigofera microcarpa Desv., da

família das Leguminosas Papilionóideas. Arbustinho de folíolos pequenos, oblongos, canescentes.

Inflorescência em racemos de flores violáceas. Vagem pequena, um pouco contorcida, híspido-pubescente, pêndula.

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Forrageira. Cresce nos lugares arenosos da região litorânea desde as Antilhas ao norte da América Meridional. Do Ceará à Bahia. Às vezes, Anil do Mato.

ANIL TREPADOR – Cissus sicyoides Linn. (Cissus

ovata Lam.), da família das Vitáceas. Arbusto escandente, com gavinhas opostas às folhas, até

6m de altura ou mais. Raízes aéreas, pendentes, compridas e finas como fios de uma cortina. Folhagem e ramos pubescentes ou quase glabros. Folhas simples, ovadas ou ovado-oblongas, agudas, acuminadas ou ocasionalmente arredondadas no ápice, truncadas ou cordadas na base, serreadas, com os dentes agudos ou terminados em cerdas. Flores pálidas ou amarelo-esverdeadas, dispostas em cimeiras corimbiformes opostas às folhas. Baga globoso-ovóide, preta, de 7-10 mm. de diâmetro, contendo 1 semente preta, de 4-6 mm. de comprimento.

Os frutos produzem tinta azul. As folhas maceradas dão espuma parecida com a do sabão. O suco da planta é vesicante. Nas Antilhas, a decocção, em partes iguais de folhas e ramos, passa como remédio de efeitos positivos contra a gripe, na dose de 4 xícaras ao dia, o mais quente que seja possível, como sudorífico. Os sarmentos servem para obras trançadas.

Flórida, Antilhas e América tropical continental. Cipó Puci ou Puci, na Amazônia; Cortina dos Pobres e Cortina de Oxalá, na Bahia; Cortina e Cortina Japonesa, no Rio de Janeiro; Cortinas, também no Ceará.

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ANIL VERDADEIRO – Anil. ANINGA – Montrichardia linifera Schott (Arum

liniferum Arr. Cam.), da família das Aráceas. Erva erecta, até 5m de altura, de tronco verde-acinzentado,

ventricoso-fusiforme, marcado pelas cicatrizes dos pecíolos caídos. Folhas longo-pecioladas, multífidas, grandes, sagitiformes, verde-lustrosas, com as nervuras anastomosadas. Flores em espigas axilares e isoladas, defendidas por espata. Fruto baciforme com numerosas sementes.

Tanto o tronco como as raízes dão fibras grosseiras para cordoalha. Toda a planta fornece excelente celulose para papel.

Em grandes associações puras nos pântanos, à beira dos mangues e à foz dos rios. Do Piauí até o Rio de Janeiro. Aninga-Açu, em alguns Estados.

ANIS DE BODE – Desmanthus virgatus Willd., da

família das Leguminosas Mimosóideas. Arbustos até 2m de altura, de raiz grossa, ramificada e

dura. Folhas compostas, com 2-7 pares de folíolos. Flores alvas em glomérulos. Vagem estreita de 6-9 cm. de comprimento.

Dos Estados Unidos à Argentina. ANTÚRIO – Nome cientifico vulgarizado de várias

Aráceas ornamentais, brasileiras e exóticas, cultivadas nos jardins pela beleza das flores ou espádices. Destacam-se os seguintes: Anthurium bellum Schott., A. Harrissi Don., A.

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radicans Koch., A. scandens Engl., A. Andraeanum Linden., A. pedato-radiatum Schott.

APERTA-RUÃO – Piper angustofolium Ruiz & Pav.

(Piper elongatum Vahl.), da família das Piperáceas. Arbusto de caule nodoso. Folhas alternas, curtamente-

pecioladas, de limbo coriáceo, com pontos translúcidos, oblongo-agudo ou lanceolado, piloso por baixo e de base desigual. Flores em espigas encurvadas. Pequena baga angulosa, achatada e aromática.

A infusão das folhas e flores é estomáquica, balsâmica, adstringente, desobstriente. O decocto aplica-se, externamente, como adstringente e hemostático local, nas feridas, úlceras, leucorréias, etc. A sua apreciável ação hemostática deu-lhe ainda o nome de Erva de Soldado.

América tropical. Amazonas até São Paulo e Minas Gerais. ARABITÁ – Pithecolobium diversifolium Benth., da

família das Leguminosas Mimosóideas. Árvore pequena, com caule espinhoso. Folhas bipinadas.

Flores em glomérulos. Vagem longa. Madeira para construção. Casca amarga e adstringente. Carcarazeiro, na Paraíba e Pernambuco; Jurema,

Jurema Branca, na Bahia. Vegeta na caatinga desde o Piauí até Minas Gerais.

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ARAÇÁ – Psidium Araçá Raddi, da família das Mirtáceas.

Arvoreta ou arbusto grande com ramos novos hirsutos. Folhas opostas, de 10 cm. de comprimento e 5 cm. de largura, elíticas ou obovais, coriáceas, um tanto pubescentes. Flores 1-3 em pedúnculos axilares, com 5 pétalas brancas. Baga amarela, ovóide, coroada pelo cálice, de carne branca, mucílaginosa, doce, ligeiramente ácida, envolvendo muitas sementes achatadas e reniformes.

Frutos comestíveis, saborosos, muito apreciados em marmeladas e araçazadas. Madeira para cabo de ferramenta, lenha e carvão excelentes. Peso especifico: 0,977. Cascas, folhas e sumidades empregadas como poderoso adstringente.

Com a designação de aracá os tupis englobavam os Psidium em geral. Batista Caetano dá a seguinte etimologia: ará-çá, estação, época, oriunda de o fruto aparecer no tempo preciso (8,47). Araçá do Campo e Araçá-Mirim, em diversos Estados.

Das Guianas até S. Paulo. ARAÇÁ BRANCO – Cumati. ARAÇÁ DE PERNAMBUCO – Psidium pubescens

Mart., da família das Mirtáceas. Arbustos dos tabuleiros pernambucanos, com folhas

pubescente-vilosas e flores grandes. Os frutos são de qualidade inferior.

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ARACÁ DA PRAIA – Psidium littorale Raddi (Psidium

variable Berg.), da família das Mirtáceas. Arbusto ou árvore de porte mediano, no máximo 6 m de

altura. Folhas menores que as da goiabeira, mais brilhantes e glabras. Flores axilares, solitárias, opostas e alvas. Fruto de forma e cor variáveis, sendo mais apreciados os citrinos, de polpa branca. Há os de casca vermelha e carne purpurina.

Os frutos se prestam ao fabrico de boa marmelada, sendo que a polpa é doce, ligeiramente acidula, lembrando no sabor e no odor o morango, motivo de lhe chamarem, na França, Goyave Fraise e, nos Estados Unidos, onde é muito cultivado, na Califórnia, Strawberry Guava.

Todo o Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul. Araçá Vermelha e Araçá de Coroa, em diversos Estados.

ARAPIRACA – Pithecolobium foliolosum Benth.

(Pithecolobium acaciodes Duck), da família as Leguminosas Mimosóideas.

Árvore mediana, com espinhos axilares, fronde ampla, que nos lugares abertos toma o aspecto umbeliforme. Folhas bipinadas, com 20-50 pares e folíolos pequenos, obtusos, verde-brilhantes. Flores sésseis, delicadas, alvas, em capítulos subglobosos de raque curtíssimo. Vagem plana, coriácea, reta antes da deiscência, com bastante sementes.

Cascas adstringentes. Madeira para carpintaria e marcenaria.

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Do Pará a Pernambuco e norte de Goiás. Esponjeira, Jurema Branca, Árvore de Macaco, no Pará: na Paraíba e em Pernambuco ao lado de Arapiraca, há também os nomes de Algaroba e Jurema Branca, respectivamente.

De ara-pi-raca, o pau de casca solta (10,206). Para Barbosa Rodrigues é corrutela de muirapiroca, de muira, pau e piroca, calvo liso (29,49). O nome indígena vem da particularidade da casca desta árvore desprender-se facilmente, tornar-se solta, deixando o caule liso.

NOTA – Barbosa Rodrigues (3,154), certamente enganado, arrolou Arapiraca como designação popular cearense de Piptadenia macrocarpa Benth., conhecida no Ceará e demais estados nordestinos por Angico e da Bahia para o sul por Angico do Campo. O engano do insigne diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro foi repetido em trabalhos subseqüentes de outros autores, inclusive no Dicionário das Plantas Úteis do Brasil (26,127) e até no Subsidio para o estudo da flora cearense (27,240).

ARARUTA – Marantha arundinacea Linn., da família

das Marantáceas. Erva perene de rizomas fusiformes. Folhas verdes,

alternas, pecioladas, invaginantes, ovado-lanceoladas, acuminadas, ligeiramente pubescentes na página inferior. Flores pequenas, amarelas, em panícula frouxa defendida por bráctea decídua. Cápsula indeiscente. Sementes vermelho-pálidas de arilo amarelo.

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Os rizomas dão fécula branca, luzidia, inodora, alimentícia, própria à dieta de crianças e velhos.

Originária do Brasil. ARATICUM – O nome engloba as seguintes Anomáceas; 1 – Annona crassiflora Mart. – Planta de 1-2 m de altura,

de caule tortuoso, casca grossa, suberosa e fendida. Folhas elíticas. Flores verde-amareladas. Baga ovóide, obtusa ou cônica, amarelo-esverdeada, de polpa branca, mas insípida.

As raízes, muito leves, dão rolhas e bóias. Planta típica dos carrascos, desde o Ceará até Minas

Gerais, S. Paulo, Mato Grosso e Goiás. Araticum Cortiça, Araticum Panya, na Bahia; Araticum de Bóia, Araticum do Campo, em Minas Gerais.

2 – Annona glabra Linn. (Annona palustris Linn.). – Árvore até 4 m de altura, de casca grossa, pardo-avermelhada. Folhas luzidias, ovais, oblongas ou ovadas. Flores amareladas, com a base das pétalas vermelha. Fruto ovóide, quase liso, amarelado, com a polpa amarelo-creme, insípida, comestível, encerrando sementes vermelho-escuras, de 1,5 cm. de comprimento.

Madeira pardo-escura de veios amarelados, flexível, para ripas e caixotaria. As raízes têm as aplicações da precedente.

Prefere os terrenos alagadiços e úmidos, mesmo lavados pelas águas marinhas. Em toda a América tropical. Da Amazônia até Santa Catarina. Araticum do Brejo, na Amazônia e em outros Estados.

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3 – Annona Marcgravii Mart. (Annona muricata Vell.). Árvore de folhas obovado-oblongas, luzidias. Flores amarelo-pálidas, aromáticas. Baga ovóide de polpa amarelo-pálida, mole, pouco cheirosa, porém comestível.

Ceará até a Bahia e Minas Gerais. Araticum Cagão, em Pernambuco; Araticum Ponhé, na Bahia.

Conforme Barbosa Rodrigues (29,50) araticum viria de ara, arara, ticu, líquido, massa – comida de arara. Para Batista Caetano (8,48) de a-rati-cui, cuia ou vaso de bagaço ou sabugo de frutas.

ARATICUM CAGÃO – Annona furfuracea St. Hil., da

família das Anonáceas. Arbusto lenhoso até 2 m de altura, ramificado a partir da

base, de casca suberosa. Folhas oblongo-lanceoladas, pulverulentas e de mau cheiro. Flores verdes por fora e internamente róseas ou vermelhas. Baga de uns 8 cm. de diâmetro, ovóide, com aréolas rómbeas, amareladas e comestível.

Vegeta nos tabuleiros arenosos. Conhecida ainda por Araticum Grande, Araticum do Campo, em São Paulo.

ARATICUM DE TABULEIRO – Annona coriacea

Mart., da família das Anonáceas. Planta de 1-2 m de altura, com caule tortuoso,

irregularmente esgalhando. Folhas ovadas ou oblongas, pilosas,

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ásperas e claras. Flores esbranquiçadas ou amareladas. Fruto ovóide-obtuso, grande, liso, de polpa branca, pouco apreciada.

As sementes pisadas, em chá ou em tintura, deste e dos demais araticuns, empregam-se no tratamento das diarréias crônicas. Das da Rocha recomenda a infusão das folhas como emenagogo.

Nos agrestes do Ceará até S. Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Cabeça de Negro, em S. Paulo.

ARATICUM DO MATO – Rollinia silvatica Mart.

(Annona silvestris Vell.), da família da Anonáceas. Árvore de pequeno porte e caule reto. Folhas agudas ou

obtusas, glabras na página superior e hirsuto-tomentosas na inferior. Flores pálidas. Baga globosa com aréolas pentagonais proeminentes.

Madeira leve. O córtex dá material para cordoalha. Fruto comestível.

Araticum da Mata, no Rio de Janeiro. ARATICUM DO RIO – Annona spinescens Mart., da

família das Anonáceas. Arvoreta de caule verrucoso. Folhas oblongas ou elíticas,

glabras na página superior e pilosas na inferior. Flores amareladas. Baga arroxeada de aréolas oblongas, medindo 6-7 cm. de diâmetro longitudinal.

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As mesmas propriedades das anteriores. Sementes aromáticas que, reduzidas a pó, combatem a ptiríase infantil, polvilhando-se as partes afetadas.

Bruto Cagão, no Piauí e na Bahia; Bruto, na Paraíba e no Ceará (Carirí).

ARAUCÁRIA – Araucaria excelsa R. Br., da família das

Pináceas. Árvore alta, cônica, esguia, de grande elegância, com

verticilos de 6-9 ramos, sendo que os ramos inferiores sempre se apresentam inclinados e um pouco curvados. Folhas assoveladas, pequenas, ascendentes, iseriadas em espiral, de quase 1 cm. de comprimento.

Natural da Austrália e cultivada como decorativa. ARECA – Areca Catechu Linn., da família das

Palmaceas. Palmeira elegante, alta e de espique cilíndrico,

acinzentado, com cicatriz circulares deixadas pelas folhas, que são pinadas, grandes, até 2 m de comprimento, dispostas no cimo do caule em coroa leve e grandemente decorativa. Flores perfumadas, defendidas por espata curta e amarelada. Drupa carnoso-fibrosa, amarela, amarelo-ouro ou carmin, com 1 caroço.

Originária da índia oriental e da Malásia, onde esfruta de privilegiada posição econômica, graças às sementes, que, juntamente com o bétel e a cal virgem, entram na composição

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de um masticatório consumido por milhões de asiáticos. As sementes contêm o alcalóide arecolina.

Não obstante o seu valor decorativo, é muito pouco cultivada, encontrando-se exemplares esparsos pelos jardins, parques e chácaras.

ARECA BANGUÁ – Areca triandra Roxb., da família

das Palmáceas. Elegante, cespitosa, com espiques de 3-4 m de altura.

Folhas pinadas, de 1,30-1,60 m de comprimento com folíolos lineares, bidentados ou com um dente central. Flores pequenas, as masculinas com 3 estames livres (triandras), em espadice ereta, protegida por espata cilíndrica. Drupo oblonga, vermelha quando madura, com 1 caroço.

Originária da índia. Comum nos jardins. ARECA BAMBU – Palmeira Bambu. ARICURI – Uricuri. AROEIRA – Nome das espécies abaixo, da família das

Anacardiáceas: 1 – Astronium Urundeuva Engl. (Myracrodruon

Urundeuva Fr. All.). – Árvore de tronco alto, linheiro, às vezes com mais de 1 m. de diâmetro, encimada por larga copa, formada de ramos flácidos. Estes, quando novos, são revestidos de pelos. Folhas alternas, imparipinadas, com 5-7 pares de

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folíolos, ovado-obtusos, pubescentes em amba as faces. Flores em panículas, purpúreas com pelos brancacentos. Frutos drupáceos, pequeninos, globoso-ovais, curtamente apiculados.

Madeira de cerne roxo-escuro, com veios claros, dura, difícil de ser lavrada, para construção civil, esteios, dormentes, moendas de engenho, vigamentos, postes, obras hidráulicas, quase imputrescível ao contacto do chão. Peso especifico; 1,212-1,218. Resistência ao esmagamento, sem determinação de posição, 1,005 kg, por cm.². Cascas balsâmicas e hemostáticas, usadas contra as doenças das vias respiratórias, do aparelho urinário, nas hemoptises e metrorragias. Pelo seu elevado teor em tanino, são aproveitáveis na indústria de curtume. A resina amarelo-clara, proveniente das lesões da casca, é medicamento de larga aplicação entre os sertanejos, como tônico e nos casos em que se usam as cascas. As folhas maduras passam por forrageiras.

Cresce de preferência nos sopés e quebradas das serras litorâneas e nos tabuleiros praieiros, vindo daí a denominação de Aroeira da Serra. Do Ceará ao Paraguai. Aroeira do Campo, Urundeuva, em Minas Gerais e Rio de Janeiro; Aroeira Preta, em S. Paulo.

2 – Schinus terebinthifolius Raddi (Schinus Aroeira Vell.) – Árvore de altura e diâmetro variável, revestida de casca cinzento-escura e áspera. A copa, ovóide no formato e com ramos desenvolvidos, tem as folhas imparipinadas, pubescentes quando novas, com 2-7 pares de folíolos sésseis, oblongos, agudos ou obtusos, crenados nas margens. Flores miúdas,

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amarelo-pálidas, em panículas axilares. Pequena drupa carnosa, avermelhada.

É a Aroeira do Sertão, uma das plantas típicas das caatingas nordestinas, com as mesmas propriedades da anterior.

Aroeira é abreviatura de araroeira, de arara e da terminação eira – árvore da arara, por ser a planta em que de preferência essa ave pousa e vive (4,228).

ARREBENTA BOI – Rauwolfia ternifolia H. B. K., da

família das Apocináceas. Arbusto ereto, até 3 m. de altura. Folhas obovadas, quase

oblongas. Flores dispostas em cimeiras axilares. Fruto drupáceo, pequeno, liso, sucoso.

Nas raízes encontra-se a reserpina, alcalóide de alta importância no combate às cardiopatias hipertensivas e no tratamento das psico-neuroses, cujo emprego na terapêutica moderna constitui uma das maiores descobertas desses últimos anos.

Encontrada nas matas e tabuleiros litorâneos. Mão de Sapo, em Pernambuco.

NOTA – Por Arrebenta Boi também se conhece a Melancia Vermelha da Praia.

ARROZ – Oryza sativa Linn., da família das Gramíneas. Planta anual de raízes grossas e fibrosas, com colmos

simples, eretos, glabros, herbáceos, fistulosos e nodosos,

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medindo 1-2 m de comprimento. Folhas invaginantes, compridas, lineares, plantas, pontudas, verde-claras, com as margens escabrosas, mumidas de estipulas longas e denteadas. Flores hermafroditas com 6 estames vermelhos, em panícula terminal, comprida, porém estreita, composta de espiguetas uniflorais. Cariopse protegida por um envoltório de palha, formado pelas glumelas, chamado casca de arroz. É glabra ou pubescente, coriácea, comprimida, elítica, sulcada longitudinalmente, aguçada em ambas as extremidades, amarelo-pardacenta, encerrando 1 grão ou caroço curto ou comprido, branco, amarelo, roxo, escuro ou negro, consoante a variedade.

Indígena da Ásia, África e América do Sul. Na Ásia a sua cultura remonta a tempos imemorais. Datando de tão longe a domesticidade e agricultado em todas as latitudes tropicais e subtropicais, naturalmente o arroz apresenta um sem número de variedades. Plantam-se, no Ceará, as conhecidas por Agulha, Caina, Carolina, Catete, Chatão, Chatinho, Dourado, Japonês, Ligeiro, Macapá, Maroim ou Meruim, Matão, Pé de Serra, Saquerema, Vermelho.

Do ponto de vista de extenção alimentar, este cereal supera o trigo. Nutre cerca de um terço da população da terra. É o alimento básico da raça amarela. Fica, porém, abaixo do trigo, do milho e do sorgo no tocante ao valor nutritivo, como vemos no quadro que se segue:

Arroz Trigo Milho Sorgo

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Água 12,30 13,65 12,10 12,70 Matérias azotadas 7,60 12,35 9,80 9,18 Matérias graxas 0,30 1,75 4,90 1,93 Hidratos de carbono 79,40 72,48 72,00 74,50 Matérias minerais 0,40 1,81 1,20 1,69

ARROZ BRAVO – Leersia hexandra Swartz., da família das Gramíneas.

Perene, de colmos delgados até 2 m. de altura, a principio decumbentes, depois eretos. Folhas planas, lanceoladas, agudas, ásperas, de 15-20 cm. de comprimento e cerca de 8 mm. de largura. Panículas muito ramosas, de espiguetas pálidas ou purpurinas. Cariopse pardacenta, contendo 1 grão esbranquiçado, farináceo, comestível.

Na Amazônia é tida como uma das melhores forragens. Planta social e altamente invasora. América tropical.

África do norte e tropical. Todo o litoral do Brasil e Goiás. Capim Andréquicé e Capim Peripomango, no Amazonas e Pará, respectivamente, sendo ainda chamada, no Baixo Amazonas, de Capim Cenéuáua.

ARROZ DO MATO – Capim Rabo de Raposa

(Andropogon condensatus H. B. K. var. panículatus Hack.). ARRUDA – Ruta graveolens Linn., da família das

Rutáceas.

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Subarbusto de ramos e folhas de um tom azulado. Flores pequenas, amarelas, dispostas em corimbos.

Desde a mais alta antiguidade, tanto na Europa como na África, foi tida como planta mágica, para anular o mau olhado, defender das doenças contagiosas e propiciar o que se deseja. As damas romanas costumavam trazer galhos de arruda nas mãos. Indispensável aos nossos curandeiros nas benzenduras. Há pessoas que usam figas feitas do seu lenho.

Toda a planta desprende cheiro fétido, ativo, devido ao óleo essencial que encerra, de cor amarelo-esverdeado, sabor amargo e muito espesso. As folhas e flores são emenagogas, abortivas, anti-espasmódicas, estimulantes e externamente usadas em fricções. As sementes, pardas e rugosas, antelminticas. Em doses elevadas, o uso da arruda pode ocasionar acidentes mortais, principalmente empregada como abortivo.

ARRUDA DA PRAIA – Indigofera campestris Brongn.,

da família das Leguminosas Papilonóideas. Planta herbácea, mais ou menos ascendente. Folhas

alternas, imparipinadas, com 5-8 foliodos pequenos e glabros. Flores miúdas, vermelho-claras, dispostas em racemos axilares. Vagem reta.

Cresce nos terrenos arenosos próximos à beira mar. Presta-se à alimentação dos animais domésticos. América tropical e subtropical meridional.

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ARTEMÍSIA – Artemísia vulgaris Linn., da família das Compostas.

Arbusto pubescente, aromático. Folhas altenas, incisas, branco-pubescente, tripinatífidas. Flores alvas, numerosas, em pequenos capítulos dispostos em panículas.

Folhas, flores e raízes tônicas, emenagogas, estimulantes e nervinas. Ao pólen desta planta se atribuem efeitos alérgicos, responsabilizando-o pelo aparecimento de formas de asma e pela chamada febre do feno.

Natural da Europa. Artemígio, Artemige e Artemigem são corrutelas do nome cientifico vulgarizado. Flor de São João, no Rio de Janeiro. Pouco cultivada.

ASSA CARNE – Casearia aculeata Jacq., da família das

Flacutiáceas. Arbusto ou árvore pequena, de ramos alongados e

decumbentes. Folhas simples, alternas, pelúcido-punctadas. Flores pequenas, brancas, quase verdoengas às vezes, em corimbos paniculados e axilares.

Quixaba Branca, em Pernambuco. ASSA PEXE – Nome comum e diversos representantes do

gênero Vernonia (V. ferruginea Less., V. membranácea Gard., V. scaber Pers., V. scorpioides Pers.) da família das Compostas.

São plantas subarbustivas ou herbáceas, de caules angulosos, com folhas alternas, elíticas, alongadas ou

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lanceoladas, de flores arroxeadas, dispostas em capítulos terminais paniculados.

O cozimento das duas últimas, em banhos ou loções, Dias da Rocha (11,29) recomenda para o reumatismo inflamatório.

Em Pernambuco, dão à Vernonia scaber Pers. os nomes de Matias e Tramanhem.

ASTRAPÉIA – Dombeya Wallichii Benth. (Astrapaea

Wallichii Lindl.), da família das Esterculiáceas. Planta ornamental e melífera até 6 m. de altura, de grande

folhas longamente pecioladas, cordiformes, denteadas e pubescentes. Flores róseo-purpurinas ou alvas, numerosas e pendentes, em grandes inflorescências umbeliformes.

Natural de Madagascar. Não data de muito a sua introdução no Ceará. Aurora, no Rio de Janeiro; Bola de Sargento e Vergonha de Estudante, no Rio Grande do Sul.

ATA – Annona squamosa Linn., da família das

Anonáceas. Arvoreta bastante esgalhada, 3-5 mm. de altura, de casca

pardacenta. Folhas pecioladas, alternas, dísticas, oblongo-lanceoladas, 5-10 cm. de comprimento, verde-pálidas, glabras, medianamente coriáceas. Flores pequenas, carnosas, isoladas ou agrupadas, 2-4 curtamente pedunculadas, amarelo ou branco-esverdeadas, frequentemente manchadas de vermelho-purpurina na base. Baga composta, redonda, ovóide ou cônica, de casca verde-pálida, constituída de carpelos frouxamente imbricados,

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salientes, escamosos, de polpa branca, mole, doce, com muitas sementes pretas.

Além da variedade comum, de fruto verde quando maduro, há a variedade roxa, com o fruto verde-claro, arroxeado na junção das aréolas.

A composição química do fruto maduro, segundo Martina (30,85), é a que se segue:

Água .................................................................................. 69,20% Cinzas ................................................................................. 1,00% Celulose ............................................................................ 12,00% Resina ................................................................................. 0,30% M. azotada ........................................................................... 2,80% Fécula .................................................................................. 1,73% Pentaglicose ........................................................................ 0,80% Ácido tartário ...................................................................... 0,37% Glicose .............................................................................. 11,70%

O fruto é veramente estimado pela delicadeza, sabor e

perfume de sua polpa, dividida em bagos com sementes. As folhas, em infusão, são estomacais e, contusas empregadas em sinapismos nas dores de cabeça e nevralgias. As sementes reduzidas a pó são inseticidas.

Planta americana, talvez das Antilhas e regiões circunvizinhas, cuja introdução na África e na Ásia está claramente demonstrada. Conforme Caminhoá, entrou na Bahia em 1626, por intermédio do Conde de Miranda, em cuja honra

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foi batizada de Fruta de Conde (31.1314). Se for exata a afirmação de Caminhoá, a ata não se disseminou com presteza, tanto que na relação das plantas existentes no Real Jardim de Olinda, em 1812, figura como planta exótica não havida no país (32,95).

Ata é um americanismo, certamente um mexicanismo, já registrada em 1651 por Hernandez, no seu livro Rerum medicarum Novae Hispaniae Thesaurus, onde descreve e ilustra a Annona squamosa sob o apelido de ate ou hate de Panucho. Ainda hoje hate é a denominação corrente desta planta nos Estado mexicanos de Jalisco e Veracruz. O nome acompanhou a planta e tornou-se comum na Ásia e na América portuguesa. Na América espanhola chamam-na de Anon, nome indígena entre os antilhados. No Brasil, ao lado de Ata, há as denominações Pinha e Fruta do Conde. A primeira, por causa da semelhança da baga com o fruto do pinheiro, em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro. Fruta do Conde, no Rio de Janeiro e em outros Estados. Ata, no Piauí, Ceara, Rio Grande do Norte e Paraíba.

ATA DO CEARÁ – Annona esquamosa Linn. var.

apyrena Braga. Simples variedade da precedente, com os frutos

desprovidos de sementes. Trata-se de uma mutação somática encontrada pelo

agrônomo José Chaves da Cunha, em meados de 1940, nas proximidades do Campo de Sementes de Barreira Vermelha,

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município de Redenção, no Ceará (33,138). Chaves conseguiu dois enxertos com borbulhas retiradas do galho mutante e, dezesseis meses depois, um deles frutificava, dando um fruto aspérmico. O autor deste livro, então ocupando as funções de Diretor Geral da Agricultura, facilitou todos os meios para uma larga produção da nova variedade na Estação de Fruticultura de Santo Antonio de Pitaguari, e assim em 1945 já se podia distribuir mudas aos pomicultores.

Deram-lhe o nome de Ata Sem Sementes. Posteriormente Chaves sugeriu a denominação Ata-Ceará, aceitável sob a mais correta forma de Ata do Ceará.

AVELÓS – Forquilha. AVENCA – Nome de diversas espécies indígenas e das

exóticas introduzidas do gênero Adiantum. Abrange ainda outras Polipodiáceas dos gêneros Asplenium, Lindsaya e Polypodium.

Vivem à sombra das árvores, nas fendas das rochas, nas serras frescas, nos barracos úmidos, ao pé dos cursos d’água.

Possuidores de frondes delicadas, grandemente ornamentais, muitas são cultivadas para embelezar interiores, estufas, recantos umbrosos, cascatas e outros acidentes aquáticos dos jardins e parques.

Ao Adiantum lunulatum Burnn. diz Pio Corrêa (26,205) que na Malásia ou outro ponto do Oriente lhe davam o nome de avenka, adotado e generalizado pelos portugueses às demais

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espécies do gênero, inclusive à européia. (A. Capillus-Veneris Linn.), que parece haver perdido o primitivo nome lusitano. Entretanto, uma autoridade do porte de monsenhor Sebastião Dalgado, no monumental Glossário Luso-Asiático, nenhuma referência faz a esse respeito.

NOTA – Em Pteridófitas Cearenses. Editora Instituto do Ceará, Fortaleza, 1951, o autor reuniu as Polipodiáceas até então assinaladas no Ceará.

AVENCA CABELO DE VÊNUS – Adiantum Capillus-

Veneris Linn., da família das Polipodiáceas. Originária da Europa. Comum no interior das habitações.

As frondes são béquicas. Avenca do Canadá, na Bahia. AVENCA DE ESPIGA – Aneimia Phyllitidis Swartz.

(Osmunda Phyllitidis Linn.), da família das Esquizeáceas. Cultivada. Frondes peitorais. De Amazonas ao Rio Grande

do Sul. América tropical. Ainda é conhecida pelos nomes de Pluma e Pluma de Cacho.

AVENCA DOURADA – Polypodium aureum Linn., da

família das Polipodiáceas. Cultivada. Rizoma tenífugo e béquico e folhas

antihemorrágicas. AVENCA ESTRELADA – Cheilanthes radiata R. Br.

(Adiantum radiatum Linn.), da família das Polipodiáceas.

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Cultivada. Frondes béquicas. Em Minas Gerais tem o nome de Avenca de Minas.

AVENCA GRANDE – Adiantum trapeziforme Linn., da

família das Polipodiáceas. As frondes alcançam até 50 cm. de comprimento com os

folíolos em forma de trapézio. Provavelmente todo o Brasil. A sua variedade pentadactylon (Langsd. & Fisch.) C. Chr. é conhecida em Pernambuco por Madagáscar.

AVENCA MIÚDA – Nome das duas Polipodiáceas:

Adiantum cuneatum Langsd. & Frisch. e A. lunulatum Burm. A primeira em todo o Brasil, mormente do Rio de Janeiro

ao Rio Grande do Sul e Mato Grosso. A segunda cresce na África, Ásia, Austrália, Polinésia tropical, América Central e em todo o Brasil. Ambas são ornamentais e béquicas.

AVENCÃO – Acrostichum aureum Linn., da família das

Polipodiáceas. Subarbustiva, de folhas pinadas, até 2 m. de comprimento,

composta de folíolos coriáceos, medindo até 50 cm. Cresce nos mangues e nos prados brejosos atrás das dunas.

Cosmopolita tropical. Do Ceará ao Rio de Janeiro. AVENQUINHA – Nome das Polipodiáceas: Asplenium

lunulatum Swartz (Asplenium brasiliense Raddi) e Polypodium incanum Swartz. A primeira cosmopolita tropical e

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provavelmente em todo o Brasil. A segunda, com os folíolos densamente cobertos de pelos arruivados na página inferior e quase glabros na superior, é encontrada nos Estados Unidos, Argentina, Chile, África austral e certamente em todo o Brasil.

Ambas as espécies são calmantes e peitorais. AZÁLEA – Rhododendron indicum Sweet., da família

das Ericáceas. Arbusto de folhas inteiras, glabras, lanceoladas-elíticas,

acuminadas. Flores curtamente pediceladas, 1-3, dispostas em cachos umbeliformes. A coloração das flores vai do branco puro ao vermelho vivo. Cápsula septícida.

Pouco cultivada. Originária da China. AZEDINHA – Nome derivado do sabor azedo que

possuem diversas plantas, dada a presença de oxalato de cálcio em seus tecidos, com certas Poligonáceas do gênero Rumex (R. Acetosa Linn., R. brasiliense Link., R. Acetosella Linn.), muitas Oxalidáceas do gênero Oxalis (O. Barrelieri Linn., O. Corniculata Linn., O bahiensis Prog. O divaricata Mart. & Zucc., O. gardneriana Brong.) e algumas Begônias.

AZEITONA – Syzygium Jambolana DC. (Eugenia

Jambolana Lam.), da família das Mirtáceas. Árvore grande, esgalhada, de crescimento rápido que se

desenvolve bem em solos arenosos, úmidos, mesmo salinos. Poderia ser aproveitada com vantagem na arborização de ruas e

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avenidas se não fossem os frutos que, além de abundantes, se esmagam na queda e tingem de preto os passeios.

O fruto é uma baga pequena, roxo-escura, quase preta, com 1 única semente coberta de polpa comestível, mas adstringente. Tem a forma e o tamanho dos frutos de oliveira, daí o apelido de Azeitona. Da Bahia para o sul do Brasil é conhecida por Jambolão.

Na Ásia tropical oriental, donde é originária os frutos entram na confecção de tortas alimentícias e as folhas são dadas como forragem aos búfalos. Na medicina caseira, o pó das sementes é empregado contra a diabete.

AZEITONA DO MATO – Hirtella americana Aubl., da

família das Rosáceas. Árvore pequena. Folhas curto-pecioladas, oblongas,

inteiras, simples, bruno-seríceas na página inferior. Flores dispostas em racemos axilares ou terminais de pétalas brancas ou róseas e anteras vermelho-escuras. Fruto dirupáceo, ovóide e glabro.

Prefere os tabuleiros arenosos tanto do litoral como do interior. Da América Central até S. Paulo, Minas Gerais e Goiás. Macucurana ou Macuco, na Bahia.

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B BABA DE SAPO – Língua de Sapo. BABAÇU – Orbignya Martiana B. Rodr., da família das

Palmáceas. É tal a predominância do babaçu na fisionomia florística

do Maranhão e do Piauí, tal a sua extensão e homogeneidade que os palmares desta espécie individualizam a Zona dos Cocais, inserta por Sampaio no quadro da nossa geografia botânica (34,86 et passim). Densos babaçuzais encontram-se nos vales de Goiás e Mato Grosso. No Ceará, restringe-se a distribuição do babaçu, também conhecido por Coco Palmeira ou, simplesmente, Palmeira, aos brejos do Cariri, às quebradas da Serra do Araripe, às partes altas das serras frescas, especialmente da Ibiapaba.

Esta palmeira de porte elegante e que alcança até 20 m de altura, coroada por 15-20 folhas grandes, planas, penipartidas, talvez venha a ser, em futuro não distante, a maior riqueza extrativa vegetal do nosso país.

Cada palmeira chega a produzir, em média, 2.000 cocos por ano. São estes drupas oblongas, de 10 cm. de comprimento por 5 cm. de diâmetro, ferrugíneo-vilosas, com mesocarpo fibroso, seco e endocarpo duríssimo, encerrando geralmente 3

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sementes (amêndoas, conceito vulgar), de 6-7 cm. de comprimento, oblongas, delgadas, oleaginosas.

As amêndoas fornecem mais de 63% de óleo finíssimo, comestível e de alto valor industrial, como combustível lubrificante, além de ser utilizado na saboaria. A torta, oriunda da extração do óleo, reduzida a farelo, presta-se ao arraçoamento do gado bovino e suíno e à fertilização azotada do solo. As cascas dão cerca de 1-3 do seu peso de ótimo carvão e, pela destilação físico-química, alcatrão, acetona, acetatos, ácido acético, álcool metílico, formol. O carvão, com 91% de carbono, atinge 8.000 calorias e arde sem fumaça, sendo excelente redutor de minério, produzindo ferro e aço da melhor qualidade. Empregam-se as palhas na cobertura e feitura de habitações rústicas e em obras trancadas.

No Ceará, a extração do óleo de babaçu é feita “geralmente por mulheres e pelos processos mais rudimentares. Colhidos os cocos, são quebrados a pedra, sendo necessário que estejam bem secos. Diariamente uma azeiteira (denominação dada às que se dedicam a esse trabalho) quebra 500 frutos, obtendo 10 litros de amêndoas.

As amêndoas, uma vez quebradas, são ligeiramente torradas, piladas e cozinhadas com água, sendo o óleo separado por decantação. De 10 litros de amêndoas empregadas, obtêm, no segundo dia de trabalho, cinco garrafas de óleo. O produto obtido dessa maneira é consumido na iluminação, alimentação e fabrico de sabões”. (35,171).

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Azeite de palmeira é o nome vulgar do óleo de babaçu. Além dos empregos citados por Davi Felinto, há o uso muito difundido como óleo para cabelo, entre a população rural das serras úmidas e da região litorâneas.

As amêndoas maduras são perseguidas por um bruquídeo – Pachymerus nucleorum (Fabr.) –, cuja larva branca e leitosa, conhecida por bicho de coco, os serranos comem torrada, como verifiquei na Serra da Aratanha.

Babaçu é uma aglutinação de Uaa-uaa-çu, de uaa, fruto e çu, grande (36,163). Uaa, contração de ybá, fruto.

BABÃO – Coco Babão. BABOSA – Aloe vera Linn. (Aloe barbadensis Mill.,

Aloe vulgaris Lam.), da família das Liliáceas. Planta carnosa, acaulescente ou quase acaule, estolonífera.

Folhas ensiformes, densas, quebradiças, estreitamente lanceoladas, acuminadas, com os bordos sinuosos-serrados, glauco-esverdeadas, carnosas, cheias de uma substância mucilaginosa. Flores amarelo-esverdeadas, tubuladas, pendentes, dispostas em espigas terminais sobre hastes simples ou ramificadas.

O suco gomoso e amargo da polpa das folhas, depois de evaporado, constitui o produto terapêutico conhecido por Áloes. Em estado natural, aplica-se como estomáquico, purgativo, nas prisões de ventre crônicas, nas bronquites e até na tuberculose pulmonar incipiente. Dias da Rocha (11,140) assinala que a

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polpa passada pelo calor do fogo, em emplastros, usa-se nos tumores, panarícios, espetadelas e golpes e, em cataplasmas, no ingurgitamento do fígado e do baço. Está demonstrada a eficiência do suco da babosa contra toda classe de queimaduras, inclusive as produzidas pelo rádio.

Além de Aloe vera Linn., natural da região mediterrânea, há outra babosa cultivada, Aloe soccotrina Lam. (A. perfoliata Linn., A. vera Mill.), originária da África e com as mesmas propriedades da descrita. Nos jardins, como planta de adorno, encontra-se o Aloe fasciata Salm-Dyck, igualmente africana.

BACUMIXÁ – Sideroxylon vastum Fr. All., da família

das Sapotáceas. Árvore até 10 m de altura, de casca lactescente e lenho

branco. Baga pequena, oblonga, perfumada, comestível. Espécie duvidosa, da qual não se conhece a diagnose.

Admite-se a sua distribuição do Ceará à Bahia. Em Fortaleza dão esse nome a uma Sapotácea dos

tabuleiros, do gênero Pouteria Aubl. Paulino Nogueira (4,229), escreve Bacurumichá,

explicando a sua etimologia como corrutela de ibá, árvore kyrymi, pequeno, uá, fruto – árvore de fruto pequeno. No Distrito Federal e Estado do Rio, há uma planta com o nome de Bacumixá, pertencente à família das Mirtáceas – Eugenia eurisepala Kiaersk.

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BACUPARI – Rheedia Gardneriana Pl & Tr., da família das Clusiáceas (Gutíferas).

Árvore pequena. Folhas simples, opostas, pecioladas, oblongas, coriáceas. Baga amarela, ovóide, lisa, com 1 semestre envolta em polpa branca, mucilaginosa e adocicada, comestível, mas pouco saborosa.

O nome advém de bacuri e pari, cerca – Bacuri de cerca (3,60).

Do Ceará ao Rio Grande do Sul e Minas Gerais. BACURI – Platonia insignis Mart. (Moronobea

esculenta Arr. Cam.), da família das Clusiáceas (Gutíferas). Árvore alta, de copa em forma cone invertido. Flores

grandes, isoladas, branco-róseas. Baga globosa, do tamanho de uma laranja, de pele grossa e resinosa, amarelo-citrina, contendo polpa branco-amarelada, mucilaginosa, agridoce, envolvendo as sementes.

Polpa do fruto comestível, mormente em doces, compotas, geléias, sorvetes e xaropes. A madeira, amarela na cor, excelente para construções navais, soalhos e carpintaria. Sementes oleosas, dando as amêndoas 65% de um óleo denso, avermelhado-escuro, aplicado em eczemas, herpes, dartros.

Natural da Amazônia até o Piauí. Bacuri, de ba, cair, curi, logo – o que cai logo que

amadurece (3,59). BACURUMIXÁ – Bacumixá.

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BALANÇA OS CACHOS – Sesbania aegyptiaca Pers.,

da família das Leguminosas Papilionóideas. Arvoreta ornamental, de folhas imparipinadas com belos

cachos pêndulos de flores manchadas de amarelo e violeta. Legume com 4 asas longitudinais.

BALÃO DE SÃO JOSÉ – Clerodendron Thomsonae

Balf., da família das Verbenáceas. Planta volúvel de grande valor decorativo, originária da

África tropical. Folhas pecioladas, opostas, inteiras, oblongo-ovadas, acuminadas, com nervuras salientes. Flores em cimos laxos e bifurcados, axilares e terminais, de cálice 5-angulado, estreitando-se para o ápice, branco ou creme muito claro, e corola de um carmesin brilhante.

Flor do Paraíso, na Bahia. Brinco de Princesa, ainda no Ceará.

BALÃOZINHO – Chumbinho. BÁLSAMO – Myroxylon peruiferum Linn. f.

(Myrospermum erythroxylon Fr. All.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Árvore de porte altaneiro, de casca grossa e inerme. Folhas compostas de 3-11 folíolos ovais e lisos. Flores em cacho, brancas. Vagem alongada, curva, tendo 1-2 sementes, com pedúnculo achatado.

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Excelente madeira de cerne castanho avermelhado-escuro, para móveis, obras externas e imersas, merecendo preferência na confecção de tonéis, pipas e ancoretas. Perfurando-se o tronco do bálsamo, colhe-se um óleo louro-escuro, perfumado, de sabor amargo e acre, usado nas afecções dos aparelhos respiratório e urinário, nas úlceras erisipelas e inflamações. As sementes são oleaginosas e odorantes.

Originário da América tropical. Cresce no Ceará nos vales superiores das serras frescas e já se vai tornando raro.

Pau de Bálsamo e Balso são outros nomes vulgares desta planta. No Rio de Janeiro e em S. Paulo tem a denominação de Pau Vermelho.

Há outro Bálsamo, com as mesmas propriedades, nas quebradas da Serra do Araripe – Myrospermum aff. toluiferum DC.

BAMBU – Nome das Grmaíneas: 1 – Bambusa arundinacea Retz. – Originária da Índia,

encontra-se cultivada por toda a região tropical e até mesmo subespontânea em diversos sítios.

Trata-se de espécie de avantajado porte, armada de espinhor fortes e curvos. Os colmos, em densas touceiras curvas, alcançam até 30 m de altura, medindo os internódios 45cm. Folhas papiráceas, oblongo-lanceoladas, agudas e escabrosas nas margens. Inflorescência composta de muitas espigas lanceoladas e agudas.

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2 – Bambusa vulgaris Schard. (Bambusa arundinacea Ait.). – Em maciços de colmos fistulosos e inermes, verdes ao princípio e depois amarelos, eretos, de cerca de 10 m de altura e 10 cm. de diâmetro. Folhas curto-alongadas, papiráceas, um pouco ásperas, lineares, oblongas ou lanceolado-oblongas, agudas.

Natural da Ásia, mas subespontâneo na América tropical. 3 – Guadua superba Hub. – Colmos até 20 m de altura,

com 15-20 cm. de grossura, verdes com anéis claros, em densas touceiras.

Natural das terras firmes de Alto Amazonas e introduzido como planta ornamental. Taboca Grande, Taquaruçu, na Amazônia.

4 – Guadua Tagoara Kunth (Bambusa Tagoara Nees). – Grandes soqueiras de colmos eretos ou inclinados, nodosos, ramosos na parte superior, 6-10 m de altura e até 10 cm. de diâmetro. Folhas oblongo-agudas, eretas, duras, escabrosas nas margens, com mais de 30 cm. de comprimento e 5-7 cm. de largura na base.

Encontrado em quase todo Brasil. Conhecido também por Taboca.

Os bambus, além de ornamentais, servem como fixadores de terrenos inclinados, quebra-ventos, cercas vivas. Os colmos têm variadas aplicações e os rebentos de alguns são comestíveis.

Bambu é vocábulo asiático de origem obscura, adotado pelas línguas européias para designar as espécies do gênero Bambusa.

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BAMBU CHINÊS – Bambusa mitis A. & C. Riviere (B.

mitis Hort., non Poir.), da família das Gramíneas. Colmos de 15 a 20 m sobre uns 10 cm. de diâmetro,

coloridos de verde, com ramos amarelo-verdosos. Folhas largas, compridas e verdes.

Ornamental. Originário da China e do Japão. Ainda conhecido por Bambu Verde.

BAMBU GIGANTE – Dendrocalamus giganteus

Munro, da família das Gramíneas. Originário da Malásia e, por ser o maior dos bambus, bem

merece a denominação específica que possui. Os colmos atingem perto de 30 m de altura sobre 25 cm. de grossura.

Ornamental. BAMBU JAPONÊS – Asparagus Sprengeri Regel, da

família das Liliáceas. Originário da África austro-oriental. Tem caules

espinescentes, ramosos, pendentes, atingindo até 3 m., com as folhas reduzidas e filocládios delgados. Flores esbranquiçadas, miúdas, campanuladas, perfumadas, em racemos axilares. Baga vermelha, pequena.

Excelente para adornar vasos suspensos e jardineiras. Conhecido ainda por Balão Japonês, Alfinete, em

Pernambuco.

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BAMBU LISTRADO – Bambusa vulgaris Schrad. var. striata Gamble, da família das Gramíneas.

Caracteriza-se pelos colmos amarelos, listrados de verde. BAMBU TREPADOR – Chusquea capitulliflora Trin.,

da família das Gramíneas. Colmos volúveis, compridos, delgados e lisos. Folhas

oblongo-lanceoladas, agudas, lisas, de margem escabrosa, 5-11 cm. de comprimento sobre 7-16 cm. de largura.

Ornamental. Com as bastes fabricam-se cestas e balaios. BAMBURRAL – A denominação abrange as seguintes

Labiadas do gênero Hyptis: 1 – Hyptis suaveolens Poit. (Ballota suaveolens Linn.,

Hyptis graveolens Mart.). Planta subarbustiva até 1m.30 de altura, com caule e

rateadas tomentosos. Folhas curto-pecioladas, ovadas, crenado-denteadas, pubescentes. Flores comumente roxo-claras, em densos capítulos globosos, axilares, pedunculados.

Muito comum nos sítios abertos do sertão, dos pés de serra e mesmo do litoral, formando grandes manchas uniformes. Existe na América e Ásia tropicais. São-Pedro-caá, no Rio Grande do Sul. Mentrasto guaçu, na Bahia.

2 – Hyptis umbrosa Salzm. Parecida com a precedente, mas de flores roxas.

Ambas as espécies são mui aromáticas e bastante procuradas pelos apídeos. As partes verdes encerram mentol em apre- ciável quantidade. As folhas e sumidades florais, em

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infusão, têm propriedades tônicas, carminativas, sudoríficas e expectorantes. Contusas, são aplicadas no tratamento das miases nasais e auriculares.

BANANA DO MATO – Monstera deliciosa Liebn., da família das Aráceas.

Originária da América Central. Cultivada nos jardins, nos recantos sombreados, subindo ao tronco das árvores por meio de raízes fixadores. Folhas grandes, anguloso-lobadas, perfuradas nas plantas adultas, inteiras e ovais nas jovens. Flores aromáticas, defendidas por espata que alcança 28 cm. de comprimento, verde por fora e branca por dentro. Espádice frutífera, comestível.

Ainda é conhecida por Banana de Brejo. BANANEIRA – Pertence à família das Musáceas e, entre as

espécies do gênero Musa, interessam-nos as portadoras de frutos édulos, que são as seguintes:

1 – Musa Cavendishii Lamb. (Musa chinensis Sweet., Musa sinensis Sagot) – É a Banana Baé, também chamada de Banana Anã, na Amazônia: B. Nanica, na Bahia e em S. Paulo; B. Caturra, no Rio de Janeiro e Distrito Federal; B. d’Água, B. Cambota, B. da China, em outros Estados e às vezes ao lado dos nomes primeiramente citados.

Planta de pseudo-caule forte, pequeno, raramente ultrapassando 2 metros. Folhas grandes, brevemente pecioladas, de tonalidade verde-escura por cima e verde-mar por baixo. Cachos ou regimes contendo de 6 a 15 verticilos ou pencas, pesando de 25-40 kg., não raro com mais de 200 frutos, indo até o chão. Extremidade

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terminal do regime com os restos florais. Frutos grandes, ligeiramente ar-queados, roliços, de casca delicada, relativamente fina, verde-amarelos quando maduros, de polpa macia, aromática, agradável ao paladar.

Espécie predominante nas grandes plantações do Brasil e da América Central. Cresce muito bem nos brejos dos açudes sertanejos.

2 – Musa paradisiaca Linn. (Musa paradisiaca Linn.subsp. normalis Kuntza.). – Pertence a esta espécie a Banana da Terra, Comprida ou Chifre de Boi, conhecida por Pacova na Amazônia e em diversos Estados.

O pseudo-caule mede 2,50-3,50 m de altura, esverdeado, com manchas escuras na base do pecíolo, tendo este os bordos virados. Folhas de 1,70-2 m de comprimento por 65-72 cm. de largura. Regimes pequenos, contendo 4-7 verticilos, com 20-35 frutos, pesando de 7-14 quilogramas. Raque muito comprida, sem restos florais. Fruto de 20-30 cm. de comprimento, 5-6 cm. de diâmetro, pesando 250-400 grs., tri ou tetraquinado, um pouco arqueado, de casca grossa, amarela, pontuada de preto, quando maduro, sendo a polpa de cor róseo-salmão, dura, pouco açucarada, mas de gosto agradável.

Os frutos verdes se comem cozidos, assados e fritos e destas mesmas maneiras e mais ainda crus, quando maduros. A polpa verde desta banana produz uma farinha do mais alto valor nutritivo, excelente à alimentação das crianças, velhos e pessoas debilitadas por doenças graves. Esta farinha é a matalotagem preferida pelos naturais da América Central, nas suas longas viagens. Com ela se

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faz uma espécie de pão, no México, às vezes misturado com massa de milho.

Alguns botânicos filiam a Pacova à espécie Musa corniculata Lour.

3 – Musa sapientum Linn. (Musa paradisiaca Linn, subsp. sapientum Linn.) Kuntze. – O pseudo-caule mede 2-6 m de altura, verde-amarelado, com listras e manchas escuras, em touceiras bem perfilhadas. Folhas grandes, limbo de 1-2 m de comprimento, arredondado nas extremidades, marginado por um filete obscuramente verde-purpurino, com pecíolo curto e espesso, de bordos avermelhados nas margens. O regime, muito longo, inclinado, tem uma parte terminal estéril, longamente prolongada. Brácteas e flores estéreis na maioria das vezes caducas. Fruto pequeno, quase reto ou apenas arqueado, cilíndrico ou muito pouco anguloso, de pele fina, polpa delicada, doce, muitas vezes perfumada., comestível em estado natural.

Desta espécie fazem parte as seguintes formas ou variedades:

Banana Prata

Pseudo-caule verde claro. Os cachos contém 6-8 pencas com 50-90 frutos, pentaquinados, de extremidades pontudas, medindo 10-13 cm. de comprimento e 3-4 cm. de grossura. Casca fina e amarela, quando madura. Polpa branca brilhante na periferia (donde lhe vem a denominação vulgar) e creme clara no centro.

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Por ser muito resistente aos transportes grosseiros em costas de animais, tem ainda o nome de Banana de Comboeiro.

Esta forma não vinga no sertão. Cultiva-se nas serras frescas da zona litorânea.

Banana Maçã

Planta-se especialmente nos baixios areno-humosos, onde produz frutos, excelentes. Nas serras frescas, nos sítios argilosos, os frutos, com frequência, apresentam concreções na parte carnosa, que se torna endurecida e desvalorizada. Chamam-se a essas concreções, resultantes de um desequilíbrio fisiológico, de pedras e os frutos por elas afetados – bananas pedradas.

Os bananeirais desta variedade, nos municípios cearenses que medeiam entre o litoral e a Serra de Baturité, estão sendo dizimados pela broca, ocasionada pelo rincoforídeo Cosmopolites sordidus Germ.

Pseudo-caule de tamanho médio, verde-róseo ou verde-amarelo, com manchas castanhas. Folhas com pecíolos róseos. Os cachos têm de 5-10 verticilios e até mais de 100 frutos, de 10-15 cm. de comprimento, roliços, pesando de 100-200 gramas. Os frutos, ao atingirem a maturação, se desprendem facilmente dos verticilos. Casca fina, amarelo-clara na maturação, um tanto ligada à parte carnosa. Polpa branca, macia, sabor doce e agradável, aromática, tendo um quê de maçã.

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Banana Sapa

Variedade rústica, medrando tanto nas terras argilosas como nas arenosas, suportando bem a seca e o vento.

Pseudo-caule é pecíolos verde-claros. Regime com 4-87 verticilos, frutos grossos e curtos, nitidamente pentaquinados, com pedúnculos curtos e fortes. Os frutos não se desprendem do regime com facilidade. Casca espessa, aderente à polpa, flexível e resistente, amarela na maturação. Polpa doce, macia, pouco saborosa, de cor creme desmaiado.

Graças à flexibilidade e resistência da casca, esta banana apresenta a curiosa particularidade de poder ser amassada até que a polpa fique reduzida a uma pasta mole, capaz de ser consumida por sucção. Daí lhe advém o nome de Banana Curuda, evidente corrutela do qualificativo couruda.

Come-se também cozida e é existente para doces.

Banana de São Tomé

Pseudo-caule de porte médio. Cachos grandes, com 6-9 pencas, tendo até 130 frutos, de pedúnculos curtos e resistentes, grossos, de 10-12 cm. de comprimento. Casca um tanto espessa, amarele, com laivos esverdeados na maturação. Polpa résea, aromática e de um paladar especial.

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Banana Curta e Banana do Paraíso são outros nomes vulgares desta variedade.

Há autores que incluem a Banana de São Tomé como variedade de Musa paradisíaca Linn.

Banana Roxa

O Pseudo-caule e as folhas têm uma coloração vermelhjo-castanho-escura. Regime de raque longa e roxa com 5-8 verticilos, podendo apresentar mais de 100 frutos, vermelho-arroxeados quando verde e bordeaux, se bem maduros. Polpa amerelo-carregada, doce e um pouco suculenta. Também conhecida por Banana Vinagre.

Banana Pirauá

Pseudo-caule bem desenvolvido e manchado de castanho-escuro. Cachos grandes, com 100-150 bananas, compridas e algo arqueadas, de casca espessa, resistente, amarela na maturação. Polpa rósea-esmaecida, perfumada.

A composição química da polpa madura das bananas mais comuns, conforme análise no Laboratório Bromatológico e no Instituto Nacional de Tecnologia (1,144), apresenta os seguintes teores médios:

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Variedades Água Proteínas M. graxas

Açúcar e amido

Celulose Cinza U.N ou Cal. %

Banana Baé 75,30 1,30 0,20 22,00 – 0,80 93 Banana Prata 74,80 1,40 0,20 22,50 0,30 0,80 97 Banana Maçã 71,80 1,44 0,25 26,44 0,35 0,72 114 Banana da Terra 66,80 1,60 0,20 29,90 0,85 1,10 128 Banana S. Tomé 75,00 1,58 0,29 21,80 0,70 0,63 97

Comparada aos mais notáveis alimentos cultivados, a

banana destaca-se de todos no tocante ao volume e valor energético produzidos por unidade de superfície, como se depreende do quadro que se segue (37,10):

ESPÉCIES Produção por

acre Valor

energético por libra

Valor energético por

acre Libras Calorias Calorias Banana 32.000 260 8.320.000 Trigo 1.620 1.650 2.673.000 Arroz 3.000 1.620 4.860.000 Milho 2.240 1.635 3.662.000 Batata 10.170 295 3.000.150 Batata Doce 14.000 440 6.160.000

Tão grande potencial de energia alimentar, combinado o

excelente sabor, resistência ao transporte e baixo preço,

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universalizou o consumo de banana, de maneira que nenhuma outra fruta, no atual momento, a ultrapassa em importância.

O seu solar primitivo parece localizar-se na Ásia – da Índia às Filipinas, inclusive a Malásia – onde se encontram a Musa paradisiaca Linn. subsq. seminifera (Lour.) Bak. E a M. paradisíaca Linn. subsq. troglodytarum Bak., formas selvagens apontadas como matrizes das bananeiras cultivadas.

As variedades de bananeiras de frutos comestíveis não eram conhecidas na América precolombiana. É verdade que Gabriel Soares (38,207) cita como natural do Brasil a pacoba, com as castas açu, mirim e outra de frutas “vermelhaças por dentro quando as cortam”. O vocábulo banana, em seu tempo, era privativo das variedades vindas de São Tomé. Ainda hoje, no vale do Amazonas, pacova é a denominação comum a todas as bananas ditas da terra, extensiva às Guianas sob a variante bacove, para cuja origem A. de Candolle (39,245) lembrou o malabar bala ou palan, hipótese absolutamente inaceitável, por tratar-se de vero termo tupi – pac-oba, folha de enrolar ou que se enrola, nome comum às Musáceas ou bananeiras, na lição de Teodoro Sampaio (10,327). A palavra banana é um africanismo, sem dúvida da região da Guiné e arredores (40,105).

BANANEIRA BRAVA – Por este nome são conhecidas

as Musáceas:

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1 – Heliconia caribaea Linn. (Heliconia Bihai Auth, non Linn., Musa Bihai Linn.) – Natural das Antilhas, América Central e do Sul.

O pseudo-caule mede 4 m de altura. Folhas longamente pecioladas, oblongas, arredondadas na base, abruptas e curtamente acuminada no ápice. Inflorescência terminal, ereta ou pendente, espadiciforme, glabra, envolvida por longa brácteas naviculares e rígidas, duas vezes mais compridas que largas, escarlates e amarelas, marginadas de verde. Cápsula drupácea.

Excelente para submata dos trechos úmidos de parques e jardins. Fornece celulose para papel, fibras grosseiras e folhas para cobertura de ranchos. Raízes ligeiramente adstringentes e vulnerárias.

Pacavira é outra denominação vulgar desta planta, que, na Amazônia, na Bahia e no Rio, tem o nome de Bananeira do Mato; em S. Paulo, Bananeirinha do Mato; em Mato Grosso, Pacova.

2 – Heliconia pendula Wawra – Percida com a precedente, de inflorescências grandes, pendentes, de raque tomentosa, protegidas por brácteas vilosas, vermelho-escuras.

Conhecida também por Pacavira Grande. BANANEIRA D’ÁGUA – Diffenbachia Seguine Schott

forma viridis Engl. (Arum Seguine Jacq., Arum Seguinum Linn., Caladium Seguinnum Vent.), da família das Aráceas.

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Planta herbácea, perene, de caule ereto, cilíndrico e espesso, com 1-2 m de altura. Folhas longo-pecioladas, oblongas, ligeiramente cordiformes ou subagudas na base, agudas ou acuminadas ou ápice, verdes com manchas e franjas brancas. Flores em espiga cilíndrica protegida por espata verde ou verde-clara. Bagas vermelho-alaranjadas, inclusas no tubo da espata, com sementes globosas ou ovóides.

É considerada a mais tóxica das Aráceas. Encerra um principio cáustico, excessivamente venenoso, encontrado em toda a planta, principalmente na seiva, capaz de matar um homem na dose de 3-4 gr. Dela se serviam certas tribos para envenenar as mulheres que desvendavam os mistérios de Jurupari (26,134). Aplicada topicamente, age como vesicante. A mastigação de um fragmento de qualquer parte desta planta provoca imediatamente uma glossite aguda, acompanhada de intensa sensação de queimadura. Regista Grosourdy (41,3º,44), que a seiva é o melhor dos anafrodisíacos para as mulheres e, fato curioso, não atua sobre o homem. O cozimento das folhas, muito diluído, usa-se em gargarejos, nas anginas, e em banhos, nas inflamações edematosas.

Decorativa. América tropical continental e insular. Aninga-Para, na Amazônia.

BANANEIRA DE JARDIM – O nome abrange as

seguintes espécies ornamentais de Musáceas:

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1 – Musa Arnoldiana de Wild – Planta herbácea de pequeno porte. Folhas grandes, verde-escuras, luzidias, com pecíolos curtos e vermelhos.

2 – Musa Ensete Gmel. – Tem o porte de uma bananeira. Folhas grandes, até 6 m de comprimento, oblongas, com a nervura dorsal vermelho-clara. Pedúnculo florífero ereto. Espádice protegida por brácteas avermelhadas.

Pouco comum nos jardins. Originária da Abissínia, onde as suas raízes tuberosas, sementes e folhas tenras são consumidas pelos naturais. Bananeiras da Abissínia, em diversos Estados.

3 – Musa textilis Née – Nativa nas Filipinas e ilhas vizinhas. O pseudo-caule verde, cilíndrico, chega a atingir até 8 m de altura. Folhas verde-claras na página superior e verde-glaucas na inferior.

Na zona de origem exploram as fibras das bainhas foliares, conhecidas por cânhamo de Manilha, no fabrico de cordoalha para a navegação, cuja resistência à água do mar é incomparável.

Não é comum nos jardins. Chamada ainda de Baneira de Corda.

BANANEIRA DE LEQUE – Ravenala madagasca-

riensis Gmel., da família das Musáceas. O pseudo-caule, com as cicatrizes das folhas antigas,

atinge até 8 m de altura e tem, na extremidade, gigantesco leque de 20-26 folhas, idênticas às da bananeira.

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Nativa de Madagáscar. Introduzida no Brasil em 1862, como ornamental.

Na junção das bainhas foliares acumula-se um liquido aquoso, oriundo em grande parte das chuvas, o qual mana com abundância, desde que se perfure a base dos pecíolos, mitigando a sede dos que o procuram, donde lhe adveio o expressivo apelido de Árvore do Viajante.

BANANEIRA DO BREJO – Caladium striatipes

Schott. (Philodendron striatipes Kunth.), da família das Aráceas.

Planta palustre, de folhas oblongo-cordiformes. Flores protegidas por espata amarela por fora e interiormente brancacenta. Bagas amarelas.

Tanto a espádice frutífera como as túberas são comestíveis, cozida e assadas, respectivamente. As folhas verdes produzem um suco acre, empregado no tratamento das anginas, diluído n’água.

Guianas e Brasil. Banana do Brejo, na Bahia. BANANEIRINHA – Nome das seguintes Canáceas, dos

sítios úmidos e palúdios, herbáceas e vivazes, com folhas grandes, peninérveas, às vezes um tanto assimétricas:

1 – Canna cearenses Hub. – Haste de 2-3 m de altura, com folhas estreito-ovado-lanceoladas e flores rubras, 3-8 em cada racemo.

Cresce nas bordas dos riachos da Serra de Baturité.

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2 – Canna glauca Linn. – Haste até 2 m de altura, com folhas de 50 cm. de comprimento e 13 de largura. Bonitas flores amarelas em cachos terminais.

As sementes são procuradíssimas pelos palmípedes silvestres. O cozimento de toda a planta passa por diurético. A cataplasma dos rizomas contusos e frescos, de mistura com óleo de coco, bem assim as folhas, aplica-se sobre tumores, feridas, úlceras, etc.

América tropical e subtropical. Erva das Feridas, na Amazônia; Conquilho, na Bahia.

3 – Canna paniculata Ruiz & Pav. – Alcança até 2 m de altura e as flores são rubras.

América tropical e subtropical. Do Ceará até Santa Catarina.

BANANEIRINHA DE SALÃO – Heliconia angustifólia

Hook. (Heliconia bicolor Benth.), da família das Musáceas. Herbáceas e vivaz. Folhas longo-pecioladas, oblongo-

lanceoladas. Flores verde-amareladas, cada pedúnculo florífero com 6-10, protegido por uma bráctea vermelha e glabra.

Ornamental. Cultivada nos jardins e recintos cobertos. Natural do Brasil. Bananeirinha, no Rio de Janeiro.

BANANEIRINHA DO MATO – Denominação comum

às duas espécies seguintes: 1 – Heliconia psittacorum Linn., da família das

Musáceas. – Planta herbácea, de caule fino e flexível. Folhas

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pecioladas, oblongo-agudas ou lanceoladas. Flores amarelo-avermelhadas, dispostas em pequenos racemos, protegidos por espata lanceolada e de cor escarlate.

Produz fibra de regular qualidade. Habita as Guianas e quase todo o Brasil. chamam-na

também de Pacavira, Pacova Caatinga, no Pará. 2 – Canna edulis Ker-Gawl. (Canna indica Ruiz & Pav.),

da família das Canáceas – Planta herbácea, rizomatosa, cuja haste ereta e avermelhada atinge até um pouco mais de 2 m de altura. Folhas invaginantes, alternas, ovadas, ou ovada-lanceoladas, pontudas no ápice, purpúreas. Flores vermelhas, dispostas 2 a 2 em racemos paniculados.

Cultivada nos jardins. Araruta e Porco, em S. Paulo. BANHA DE GALINHA – Swartzia psilonema Harms.,

da família das Leguminosas Cesalpinióideas. Árvore pequena, “notável pelos frutos muito grandes (do

tamanho de uma manga comum) com arilos polposos cor de laranja, de sabor e cheiro repugnantes ao homem, porém muito apreciados pelas antas” (28,95).

Madeira branca, aproveitada na carpintaria. Cascas tanantes.

Do Pará à Bahia. Banha de Galinha e Banhenta são os nomes que possui na Serra do Araripe (Ce., Pe.) originados do aspecto gorduroso do arilo de suas sementes. Jacarandá Branco, no Pará, Maranhão e Ceará.

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BANHENTA – Banha de Galinha.

BAOBÁ – Adansônia digitada Linn., da família das Bombáceas.

Árvore de proporções inigualáveis quanto ao diâmetro, chegando a medir 20 m de circunferência, ao passo que a altura máxima não ultrapassa esta metragem. Avalia-se a idade de certos exemplares entre 3.000 a 6.000 anos, o que levou Humboldt a afirmar ser o baobá o mais antigo monumento organizado do nosso planeta.

As folhas novas, tenras e mucilaginosas, são de uso corrente como legume, na zona da sua ocorrência. A polpa dos frutos, farinácea e um tanto ácida, é muito apreciada pelos negros. Regista Barbosa Rodrigues o interessante costume de certas cabildas africanas enterrarem os seus músicos e poetas dentro dos troncos destas gigantescas árvores.

Planta das estepes africanas, introduzida como ornamental. BARBA DE BARATA – Poinciana pulcherrima Linn.

(Caesalpinia pulcherrima Swartz), da família as Leguminosas Casalpinióideas.

Arbusto ou arvoreta de folhas bipinadas, com folíolos pequenos, oboval-oblongas. Flores em cachos, paniculados, eretos e piramidais, com lindas flores encarnadas e amarelas.

Cultivada nos jardins. Provavelmente das Antilhas, mas dispersas nos trópicos. A sua sinonímia popular é muito grande:

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Brio do Estudante, Chagas de Jesus, Flor de Pavão, Flor do Paraiso, Flambuázinho, Renda de Ouro.

BARBA DE BODE – Capim Barba de Bode. BARBA DE CAMARÃO – Strychnos sp., da família das

Loganiáceas. Arbustos sarmentoso. Não encerra brucina e estriquinína

nas sementes e raízes, consoante informe do Dr. Manuel Freire Alemão e Tomás Pompeu (25,179), pois os alcalóides em apreço são encontrados somente nas espécies asiáticas.

BARBA DE LAGOA – Enhydra integrifólia Gardn., da

família das Compostas. Erva aquática, pubescente, de folhas opostas, sésseis,

multijugas, lineares e de margens revolutas. Flores em capítulos esferóides, axilares e sésseis. Aquênio.

Típica das caatingas. BARBA DE VELHO – Samambaia. BARBATIMÃO – Stryphnodendron coriacum Benth.,

da família das Leguminosas Mimosóideas. Árvore de tamanho médio, tortuosa e inerme, com casca

rugosa. Folhas bipinadas, 2-3 jugas; folíolos 4-6 jugos, ovado-orbiculares, de base largamente arrendonda e subcordados, coriáceos de ambos os lados, glabros e pequenos. Flores em

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espigas cilíndricas e densas, axilares, pouco pedunculadas. Vagem séssil, achatada, curvo-alongada, tomentosa, pardo-enegrecida.

O caule produz madeira de cor avermelhada, com manchas escuras, para marcenaria, torno, obras externas, inclusive construção em lugares úmidos. Peso especifico médio: 1,291. Resistência: carga perpendicular, 361; paralela, 675, e sem determinação de posição, 1.019 a 1.045 kg. por cm.².

A casca, em 40% de tanino, tem largo uso na indústria de curtume. Na medicina popular goza de reputação como hemostática, emética, depurativa. O decocto é empregado na lavagem de úlceras e em irrigações vaginais, nos casos de flores brancas, gonorréias. Por causa da sua adstringência, as cascas são procuradas pelas meretrizes e já configuram no comércio, sob o nome, deveras expressivo, de Casca de Virgindade ou Casca da Mocidade. Aliás, como assinala Barbosa Rodrigues (3,155), o seu nome indígena, ibátimõ, árvore que aperta, relaciona-se com a sua enérgica ação estíptica.

Caatingas nordestinas e Minas Gerais. Há ainda outro barbatimão. Stryphonodendron

rotundifolium Mart., cuja área de dispersão vai do Piauí à Bahia.

Trata-se de árvore que alcança até mais de 10 m de altura, de casca grossa, aromática, que se desprende em pequenas lâminas. Folhas bipinadas, 5-8 jugas; folíolos 5-8 jugos, oblíquo-orbiculares. Flores róseo-brancacentas, em espigas cilíndricas.

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Madeira com as mesmas aplicações da anterior. Os criadores têm estas duas espécies como venenosas. Os seus frutos parecem conter uma saponina tóxica, segundo me informou o Prof. Abreu Matos, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Ceará.

BARRIGUDA DE ESPINHO – Ceiba pentandra

Gaertn. (Bombax pentrandrum Linn., Eriodendron anfractuosum DC.), da família das Bombacáceas.

Árvore de conformação tonelar, atingindo na parte média até 1,50 m. de diâmetro, com a casca cinzento-esverdeada, coberta de inúmeros acúleos superpostos em saliências suberosas. Ramifica-se na parte superior do tronco, sendo os ramos cilíndricos, mais ou menos horizontais, porém encurvados um pouco do meio para a ponta, com folhas longo-pecioladas, compostas de 5-7 foliolos, curto-peciolados, lanceolados ou oblongo-lanceolados, agudos na base, serreados e luzidios na face ventral. Flores alvas, vistosas, grandes, de margens crespo-onduladas, no comum aparecendo antes das folhas. Cápsula ovóide, grande, com sementes pretas, envoltas numa substância cotonosa, branca e brilhante, conhecida por lã de barriguda.

Madeira branca, mole, muito pesada quando verde, dada a vultosa quantidade d’água que armazena em seus tecidos, tornando-se leve e frágil depois de seca, com poucos préstimos na vida sertaneja. A lã serve para enchimento de travesseiros, colchões e estofamentos de móveis.

Típica das caatingas. Do Piauí à Bahia.

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BARRIGUDA LISA – Cavanillesia arbórea K. Schum.

(Pourretia tuberculata Mart. & Zucc.), da família das Bombacáceas.

Como a anterior, é uma das árvores mais notáveis da nossa flora, cresce até 20 m. de altura, tendo no topo copa relativamente pequena. O caule, que tem a casca lisa, pálida, inerme, engrossa na parte média, cria uma espécie de grande barriga, às vezes de 4 m. de diâmetro, o que lhe confere aspecto desconforme. Folhas terminais, pecioladas, grandes, lobadas, subtomentosas. Flores vermelhas marginadas de branco. Cápsula, que, em vez de paina, apresenta uma substância mole e gomosa a envolver a semente.

Propriedades da antecedente. Vive nos sertões secos do Piauí à Bahia. BATATA DA COSTA – Salsa da Praia. BATATA DE CABOCLO – Batata de Purga. BATATA DE ENFIEIRA – Convolvulus sp., da família das

Convolvuláceas. Planta herbácea, vivaz, reptante, encontrada nas quebradas de

nossas serras litorâneas. As raízes apresentam uma série de pequenos tubérculos, lembrando um rosário ou enfieira, com o diz o sertanejo.

BATATA DE PORCO – Pega-Pinto.

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NOTA – Por este nome é conhecida, também uma Convolvulácea do gênero Ipomoea, comum nas várzeas. Tem folhas grandes, pilosas, com nervuras muito salientes e reticuladas na face dorsal. Flores grandes, azuis. Fruto pequeno com 4 sementes negras.

BATATA DE PURGA – Sob esta denominação existem

no Ceará duas espécies de Convolvuláceas do mesmo gênero: 1 – Operculina macrocarpa Urban (Convolvulus

macrocarpa Linn., Convolvulus operculata Gomes, Ipomoea operculata Mart., Operculina convolvulus Manso). – Planta trepadeira, de caule quadrangular, avermelhado e glabro. Folhas longo-pecioladas, palmati-5-lobadas, grandes, glabras, de lobos agudos. Flores de corola branca, infundibuliformes, axilares, solitários. Cápsula com sementes escuras e duras.

2 – Operculina alata Urban (Operculina pterodes Meissn.) – Parecida com a precedente, mas com as folhas inteiras e as flores amarelas.

A primeira é comum nos tabuleiros (solos arenosos) e parece que vai do Maranhão a São Paulo. A segunda encontra-se no Norte da América do Sul, Amazônia, Nordeste e Goiás. Na Amazônia é conhecida por Batatão.

As raízes, tuberosas e fusiformes, encerram açúcar, sais, fécula, extrato gomoso e uma resina (resina de batata), dura, quebradiça, acastanhada, que talvez encerre a Convolvulina, princípio imediato ativo encontrado por Peckolt em Operculina convulvulus Manso.

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A raiz, em rodelas secas à sombra, a resina, a fécula, chamada goma de batata, e ainda mais as sementes, torrefactas e em infusão, aplicam-se nas constipações intestinais, hidropisia, sífilis, suspensão de regras e como preventivo de todas as doenças do aparelho digestivo. Às crianças, no período da dentição, para evitar as diarréias e erupções da pele, costumam as mães sertanejas dar diariamente uma pitada de goma de batata no leite, na papa ou no chá. As raízes de batata de purga constituem o mais poderoso catártico usado pela nossa população rural, fazendo as vezes da jalapa.

BATATA DOCE – Ipomoea Batatas Poir (Convolvulus

Batatas Linn., Batatas edulis Choisy), da família das Convolvuláceas.

Planta herbácea, vivaz, reptante, um tanto volúvel, glabra ou pubescente, com hastes até 3 m. de comprimento. Folhas longamente pecioladas, alternas, variáveis na forma, inteiras ou lobadas. Flores campanuladas, axilares, brancas, róseas, roxas, vermelhas, em cimos paucifloros, raramente férteis.

As raízes, verdadeiras e adventícias, hipertrofiam-se, tornam-se carnudas, cheias de fécula e de matérias albuminoides e açucaradas. Diversas em tamanho, forma, cor e gosto, foram por Grisebach, em sua Flora of the British West Indian Island, agrupados nas seguintes variedades:

Var. indivisa Griseb – Sépalos e ovários glabros, os

primeiros ovais; folhas cordiforme-deltóideas, repandas

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ou sinuosas nas aurículas; corola rósea; tubérculo cor de tijolo por fora e amarelo-verdoso por dentro.

Var. leucorhiza Griseb – Sépalos e ovários glabros, os primeiros oblongos; folhas 5-7 (–3) - lobadas até um pouco além do meio; lóbulos oval-lanceolados, acuminados, divergentes, o do meio geralmente mais largo; corola matizada, rósea e branca; tubérculos brancos, alongados.

Var. porphyrorhiza Griseb – Sépalos oval-oblongos, longamente ciliados; ovário híspido; folhas cordiforme-deltóideas; repandas ou sinuosas nas aurículas; corola branca; tubérculos purpúreos, branco-amarelados por dentro.

Verdade é que as variedades botânicas admitidas por

Grisebach não englobam todas as formas cultivadas de batata doce. Além das, exteriormente cor de tijolo, ou roxas, brancas e purpúreas, há númeroso grupo de coloração amarela (Var. xanthorhiza Choisy). O mesmo sucede quanto ao formato das folhas, ora inteiro, ora lobado, em qualquer das variedades citadas.

Atendendo-se à coloração externa e interna dos tubérculos, as diversas variedades de batata doce, horticolamente, podem ser reunidas nos seguintes grupos:

Tubérculos Brancos – Brancos exteriormente, com

polpa branca ou estriada de violeta.

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Tubérculos Amarelos – Exterior amarelo ou branco, polpa amarela.

Tubérculos Purpúreos ou Vermelhos – Exterior purpúreo e polpa branca, amarela ou violácea.

Tubérculos Roxos – Roxos exteriormente, e brancos, amarelos ou violáceos por dentro.

O agrônomo Carlos Alves das Neves, em interessante

trabalho publicado no Boletim da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (42.109), descreve as variedades mais cultivadas no sertão paraibano, igualmente encontradas no Ceará.

A batata doce ocupa o primeiro lugar entre as Convolvuláceas. As suas raízes feculentas, delicadas, nutritiavas e de fácil digestão concorrem largamente para a alimentação humana e animal, em todas as regiões quentes do globo e mesmo nas áreas temperadas.

Quanto à composição química de seus tubérculos, tem-se notado, além das variações concernentes à forma hortícola, à riqueza do solo, uma acentuada influência do clima, sendo, nos de temperatura elevada, mais ricos em açúcar que fécula e, nos frios, o contrário, com mais fécula que açúcar.

A falta de análise locais, transcrevo a que se segue, obtida no Brasil, com batatas frescas e cruas (43,10):

Água .................................................................................. 67,50% Fécula ................................................................................ 16,05%

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Acúcares ........................................................................... 10,20% Celulose .............................................................................. 0,45% Substâncias azotadas ........................................................... 1,50% Substâncias gordurosas ....................................................... 0,30% Sais diversos ....................................................................... 2,90% Matérias diversas ................................................................ 1,10%

100,00%

As ramas se recomendam como forragem rica em proteína, comparável à falta, e de notáveis propriedades galactagogas, reconhecidas até pelas mulheres, que usam o chá das mesmas, para lhes aumentar a lactação.

Em média, a sua composição química é a que se segue (43,14):

Proteínas ............................................................................. 2,95% Mat. Graxa .......................................................................... 1,00% Mat. hidro-carbonadas ........................................................ 6,06% Valor nutritivo ...................................................................... 11,00 Relação nutritiva .................................................................. 1:2,73

A origem da batata doce é um tanto controvertida, mas a maioria das autoridades opina pelo indigenato americano.

BATATA DO REINO – Batatinha. BATATA INGLÊSA – Batatinha.

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BATATA PORTUGUÊSA – Batatinha. BATATINHA – Solanum tuberosum Linn., da família

das solanáceas. Erva natural da América do Sul, particularmente dos

planaltos andinos. Foi transplantada para a Espanha, entre 1560 a 1570, e para a Inglaterra, em 1584.

É a Solanácea de mais ampla dispersão geográfica. Os seus tubérculos, ricos em fécula amilácea, constituem, ao lado do trigo, o alimento mais importante das regiões temperadas de ambos os hemisférios.

A seleção deu-lhe grande número de variedades, porém a sua cultura, no Nordeste, acha-se limitada a pequenas áreas serranas.

BATATINHA DO CAMPO – Cypella Herberti Sweet.,

da família da Iridáceas. Erva de raiz bolbosa. Folhas radicantes replicadas e

contorcidas. Flores amarelo-douradas, manchadas de púrpura nas sépalas e branco nas pétalas, dispostas em panícula sobre haste florífera de 70 cm. de altura. Cápsula septícida.

Ornamental. Os bolbos são laxativos. De Pernambuco ao Rio Grande do Sul. Batatinha

Purgativa, Ruibardo do Campo, no Rio Grande do Sul. BATINGA – Nome das Mirtáceas:

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1 – Eugenia prasina Berg – Arbusto até 3 m. de altura, dos tabuleiros arenosos da região litorânea. A variedade grandiflora Hub. cresce na submata da Serra de Baturité.

2 – Eugenia vaga Berg – No habitat da anterior, juntamente com a variedade dipoda Berg. Alcança 1 m. de altura.

São espécies pouco esgalhadas, com folhas ásperas e opostas, flores solitárias e fruto pequena baga globosa.

As folhas servem de lixa e da casca tiram uma tinta avermelhada. A madeira da primeira presta-se para cabo de ferramentas.

Batinga vem do tupi ibá, fruto, tinga, branco. BATIPUTÁ – O nome envolve as Ocnáceas abaixo: 1 – Ouratea Fieldingiana Engl. var. cearenses Hub –

Arbusto que “raramente tem florescências normais, isto é, em panícula racemiforme de 15 cm. e mais, mas quase sempre esta panícula é extremamente panificada e nas axilas das brácteas numerosas encontra-se só raramente uma flor” (114, 244).

É o Batiputá da faixa litorânea cearense. O tipo em Pernambuco, Bahia e Bolívia.

2 – Ouratea Jabotapita Engl. (Gomphia Jabotapita Swartz, Ochna Jabctapita Linn.) – Arbusto de folhas alternas e elíticas, pontudas, persistentes, coriáceas, lustrosas. Flores em panículas pequenas, amarelas. Drupa pequena, negro-azulada, formando cachos muito densos, com 1 semente cada uma.

Do Ceará à Bahia.

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3 – Ouratea parviflora Baill. (Gomphia parviflora DC.). – Parecida com a anterior, chegando, porém, até 5 m. de altura, sendo o fruto 5-locular, encarnado quando maduro, contendo outras tantas sementes amarelas e rajadas de preto.

Ceará até S. Paulo e Minas Gerais. Guatinga, em S. Paulo. Estas plantas crescem preferencialmente nos tabuleiros

arenosos que perlongam o litoral. Suas sementes, moles, fáceis de esmagar, produzem óleo finíssimo, aplicado como emoliente nos tumores, em fricções nas dores reumáticas e como cicatrizante nas queimaduras e úlceras.

A abundância com que vegetam enseja possibilidades de um largo aproveitamento de seu óleo, que poderá ser usado na alimentação e na indústria.

A designação popular apresenta as seguintes variações: Batibutá, Jabotapitá, Jabotiputá. Para Paulino Nogueira (4, 230), Batiputá é corrutela de abatiputá, árvore de muitos frutos, de ibá, árvore, ti, fruto, etá, muito, interposto o p por eufonia.

BAÚNA – Anchietia salutaris St. Hil., da família das

Violáceas. Trepadeira arbustiva, lenhosa. Folhas alternas, simples,

curto-pecioladas, coriáceas, ovalares e serrilhadas. Flores brancacentas ou amarelo-pálidas, em pequenos cachos axilares. Cápsula grande, pedente, 3-válvas, com sementes aladas, vermelhas ou róseas, que amadurecem ao descoberto.

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A raiz encerra o alcalóide “anchietina”, isolado por Peckolt, e é usado como poderoso depurativo conta as moléstias da pele, mormente as de origem sifilítica.

Cipó Suma, Cipó Sumá, Suma, Paraguaia, Piraguara são outras denominações populares que possui, na sua área de dispersão, que vai do Nordeste ao Rio Grande do Sul, inclusive Minas Gerais e Goiás.

BAUNILHA – São Orquidáceas terrestres e epifíticas,

alcançando os seus caules mais de 20 m. às vezes, com flores grandes e frutos capsulares, pardo-escuros, lineares, mais ou menos cilíndricos, polposos e untuosos, de aroma agradabilíssimo.

Cultivam-se nos jardins a Vanilla Pompona Schiede, conhecida em Pernambuco por Vagem de Cheiro e em alguns Estados por Baunilhão, e Vanilla planifolia Andr. A primeira encontra-se da Amazônia até S. Paulo e Minas Gerais e a segunda é nativa na América do Sul, cuja cultura se faz em grande escala no México, sendo a maior fornecedora de baunilha do comércio.

BÉGONIA – Nome cientifico vulgarizado de várias

espécies do gênero Begônia, da família das Begoniáceas: 1 – Begônia coccínea Hook. (Begônia rubra Hort.,

Begônia maculata var. corallina Hort.). – Hastes eretas, ramificadas, suculentas, glabras, de 40-60 cm. de altura. Flores sobre pecíolos curtos, obliquamente agudos, acuminados,

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marginados de vermelho. Flores muito persistentes, escarlates ou rosacoral, em pseudo-umbelas. Brasil.

2 – Begônia decora Stapf – Planta pequena, compacta, coberta por um manto denso de pelos curtos. Folhas de 9-12 cm. de comprimento, ovais, vermelho-acastanhadas, com nervuras proeminentes e verde-amareladas. Flores róseas, grandes em relação à planta.

Cruza-se com diversas espécies, notadamente com B. Rex, dando híbridos lindíssimos. Índia.

3 – Begônia diadema Lindl. – Hastes suculentas, até 60 cm. de altura. Folhas numerosas, profundamente partidas, denteadas, verde-brilhantes, com manchas brancas. Flores róseas, pequeninas. O seu valor ornamental reside no colorido da folhagem. Bornéu.

4 – Begônia Evansiana Andr. (Begônia discolor R. Br., Begônia grandis Dry.) – Hastes de 60 cm., glabras, ramificadas. Folhas grandes, ovado-agudas, subcordadas, lobadas, irregularmente denteadas, verdes na página superior e inteiramente vermelhas na face inferior, inclusive pecíolos. Flores numerosas, grandes, cor de carne, sobre pedúnculos compridos e dicotômicos. China, Japão e Java.

5 – Begônia fuchsioides Hook – Hastes delicadas, eretas, glabras, suculentas, até 1 m. de altura. Folhas densamente agrupadas, relativamente pequenas, ovadas, com as bordas finamente denteadas, manchadas de vermelho, quando novas. Flores pendentes, vermelho-brilhantes, as masculinas com 4 e as femininas com 5 pétalas. México.

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6 – Begônia Gloire de Lorraine – Lindo híbrido resultante de cruzamento de Begônia socotrana Hook, com Begônia Dregei Otto & Dietr.

As folhas são verdes, pequenas, mais ou menos regulares. Flores róseas, grandes, quase exclusivamente machas, 4-pétalas, persistentes, dispostas em panículas que dominam a parte superior da planta, cobrindo-a de flores. Raramente cultivada.

7 – Begônia hydrocotylifolia Otto – Planta pilosa, com folhas curto-pecioladas, cordiforme-arredondadas, repandas, interias. Flores com 2 pétalas róseo-brilhante, pequenas, porém numerosas e de belo efeito ornamental. México.

8 – Begônia imperialis Lem – Muito pilosa, de rizoma rastejante e hastes baixas, herbáceas e verdes. Folhas ovaladas e pontudas, assimetricamente cordiformes na base, quase inteiras, verde-acastanhadas, mas verde-brilhantes ao longo das nervuras. Flores insignificantes, brancas. México.

A var. smaragdina Hort. tem as folhas completamente verdes.

9 – Begônia metállica G. Smith – Planta pilosa, sublenhosa, até 1 m. de altura, de hastes eretas e ramificadas. Folhas longipedunculadas, obliquo-cordiforme-acuminadas, lobadas e serreadas, esmeraldo-escuras e metálicas por cima, purpúreas embaixo. Flores branco-azuladas, apresentando as pétalas cerdas vermelhas na face inferior. Brasil.

10 – Begônia Rex Putz – Folhas grandes, ovadas, ondeadas, pilosas, coloridas de um verde-metálico bem vivo,

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com uma zona cizento-prateada. Flores róseas em belas cimeiras longipedunculadas.

É das mais belas begônias, graças à folhagem altamente decorativa. Cruza-se com várias outras espécies, originando descendentes verdadeiramente notáveis pela forma e colorido das folhas.

Índias Orientais. 11 – Begônia sanguinea Raddi – Tem aspecto arbustivo,

glabra, de hastes perenes, lignificadas na base, vermelhas. Folhas grandes, obliquamente cordiformes, breve-acuminadas, espessas, verde-brilhantes por cima e vermelho-sanguíneas por baixo. Flores pequenas, alvas. Brasil. Conhecida, ainda, por Begônia de Sangue e, nos Estados meridionais, pelo apelido de Erva de Sapo Vermelha.

12 – Begônia semperflorens Link & Otto – Há grande número de variedades desta espécie, bem como de híbridos, resultantes de seu cruzamento com outras begônias. Originariamente de folhas glabras e verdes, hoje ostenta uma gama de colorido o mais variado possível, o mesmo sucedendo com as suas flores, brancas ou róseas, na forma primitiva. Brasil.

Além das espécies supra, evidentemente colocadas entre as mais valiosas plantas decorativas, encontramos as seguintes, nativas na Serra de Baturité:

1 – Begônia guianensis A. DC. var. cearenses C. DC. – Pequena planta de 15-20 cm. de altura, trepadeira às vezes, de

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flores alvas, miúdas, em cimeiras, revestindo tronco de árvores ou rochedos dos vales superiores da serra.

2 – Begônia Huberi C. DC. – Magnífica planta ornamental, encontrada nas matas da serra, de caule até 1,5m de altura e flores alvas.

3 – Begônia pilderifolia C. DC. – Tem flores róseas e se encontra a partir de 700 metros de altitude.

4 – Begônia unialata C. DC. – Trepadora e de flores pequenas, no alto da serra.

BEIJO DE FRADE – Impatiens Balsamina Linn.

(Balsamina hortensis DC), da família das Balsamináceas. Planta herbácea, ereta. Folhas lanceoladas e denteadas.

Bonitas flores axilares, simples ou dobradas, alvas, róseas ou encarnadas. Cápsula com 5 valvas que se abrem repentinamente, enroscando-se de baixo para cima, espalhando as sementes, donde o genérico – Impatiens (que se não pode conter) e o vulgar – Não Me Toques.

Originário da Ásia meridional e freqüentemente cultivada nos jardins. Balsamina, na Amazônia e no Rio de Janeiro; Maravilha, em Pernambuco.

BEIJO DE MOÇA – Clerodendron fragrans R. Br. var.

pelniflorum Schauer (Ovidea fragrans Hitchc.), da família das Verbenáceas.

Planta arbustiva, pubescente, com ramos angulares, até 3 m. de altura, natural da Ásia e cultivada nos jardins. Flores alvas

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ou avermelhadas, dispostos em cachos corimbiformes, perfumadas, especialmente durante a noite.

Vulcana, na Bahia. BEIJO DE PALMAS – Crista de Galo. BELDROEGA – Portulaca oleracea Linn., da família

das Portulacáceas. Herbáceas, suculenta, glabra, de caules prostrados e

avermelhados. Folhas alternas, planas, obovadas, carnosas. Flores pequenas, terminais, amarelas ou alaranjadas. Pequena cápsula contendo sementes muito miúdas e pretas.

Hastes e folhas comíveis em saladas. Boa forrageira, quando verde. Murcha, porém, ocasiona o meteorismo. Toda a planta é diurética e emoliente.

Comuníssima nos roçados, nos currais e até mesmo nas ruas.

Cosmopolita em ambos os hemisférios, Beldroega Pequena, na Bahia; em Pernambuco é também conhecida por Bredo de Porco; Beldroega Vermelha e Beldroega da Horta são outros apelidos populares.

BELDROEGA DA PRAIA – Sesuvium Portulacastrum

Linn., da família das Aizoáceas. Herbácea, reptante, de caule suculentos e avermelhados.

Folhas suculentas, lineares até oblanceoladas ou obovado-oblangas. Flores axilares, róseas, purpúreas ou brancacentas.

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Cápsula membranosa, cônica, 8-10 mm. de comprimento, 2-5 locular, com sementes arredondado-reniformes, lisas.

Folhas forraginosas, quando frescas. Planta fixadora das areias.

Habita a borda arenosa levada pelas marés e margens de pântanos salgados. Cosmopolita em ambos os hemisférios. Bredo da Praia, em Pernambuco.

BELDROEGA GRANDE – Amor Crescido. BELADONA – Atropa Belladonna Linn., da família das

Solanáceas. Planta herbácea, ereta, até 1,50 m. de altura, com flores

grandes, tubuloso-campanuladas, violáceo-castanhas. Raramente cultivada. Folhas e raízes midriáticas,

estupefacientes, antiespasmódicas, anti-secretoras. Natural da Ásia e da Europa. BEM CASADOS – Euphorbia splendens Bojer

(Sterigmanthe splendens Klotzsch & Garche), da família das Euforbiáceas.

Arbusto baixo, ramos grossos e longos, contorcidos e cobertos de espinhos, com poucas folhas obovadas para oblongo-espatuladas. Ciátios longo-pedunculados, subtendidos por 2 brácteas ovadas, vermelho-brilhantes.

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Planta ornamental, cultivada nos jardins e recomendada para cercas vivas. Látex cáustico.

Originária de Madagáscar. Dois Irmãos, em Pernambuco; Dois Amigos, na Bahia; Coroa de Cristo, no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul; Coroa de Nossa Senhora, em Minas Gerais. Entre nós tem ainda o apelido de Eu e Tu.

BEM ME QUER – Mal Me Quer. BENJAMIM – Ficus retusa Linn. var. nítida Thunb., da

família das Moráceas. Árvore de porte robusto, forma elegante e densa copa de

folhas pequenas, elíticas, lustrosas, coriáceas. Fruto globoso, miúdo, séssil.

A rapidez de crescimento, a abundância e a beleza da folhagem fizeram desta Morácea a planta preferida para a arborização em diversas cidades brasileiras, apesar do seu sistema radicular prejudicial à conservação dos passeios. Excelente para cercas vivas, sebes, tufos. Adapta-se às particularidades mesológicas do sertão, dando boa forragem verde, durante o estio, e sombra aos gados, nas horas da canícula.

Benjamim é a vulgarização do específico benjamina, de Fícus benjamina Linn., nome que, por equivoco, foi dado ao fícus que não é benjamina e, sim retusa var, nitida (44, 77). O genérico Fícus igualmente se popularizou em relação a esta árvore.

Natural da Ásia.

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BERTALHA – Basella rubra Linn., da família das Baseláceas.

Erva de caule volúvel, carnudo, ramosissimo, atingindo até 2 m. de altura. Folhas alternas, pecioladas, ovado-cordiformes, inteiras, agudas ou acuminadas, espessas e carnosas, avermelhadas e onduladas. Flores em espigas axilares, avermelhadas, brancas ou verdoengas. Baga pequena, roxa, branca ou negra.

Folhas comestíveis. Com elas se preparam boas cataplasmas resolutivas ou maturativas. Recomenda-se, ainda, como trepadeira ornamental.

Veio da índia. BETERRABA – Beta vulgaris Linn. var. esculenta

Salisb., da família das Quenopodiáceas. Erva ereta, de raízes carnosas, fusiformes, redondas ou

achatadas, brancas, amarelas ou purpúreas, comestíveis em saladas.

Cultivada nas hortas. Natural da Europa e da África do Norte.

BETÔNICA BRAVA – Nome das Labiadas: 1 – Hyptis multiflora Pohl – Planta herbácea, aromática,

de caule tomentoso. Folhas opostas, curto-pecioladas, ovado-arredondadas, pubescentes na página superior e branco-tomentosas na inferior. Flores roxas, muito tomentosas, em inflorescências cimosas.

Do Norte do Brasil até S. Paulo. Betônia e Betônica, na Bahia.

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2 – Hyptis pectinata Poit, (Nepeta pectinata Linn., Clinopodium imbricatum Vell.). – Herbácea, aromática. Folhas elíticas, denteadas. Flores pequeninas, alvas, cerúleas às vezes, em inflorescências cimosas.

Do México ao Brasil austral. Alfazema Brava, em Pernambuco; Neves, na Bahia.

3 – Marsypianthes chamaedrys Kuntze (Clinopodium chamaedrys Vahl., Marsypianthes hyptoides Mart.) – Herbácea, rasteira, mais ou menos viscosa. Folhas pecioladas, ovadas, crenadas. Flores lilás, miúdas, em inflorescências cimosas.

Antilhas, México, América Central do Sul. As folhas destas espécies são estimulantes, carminativas e

febrífugas. BICO DE PAPAGAIO – Nome comum às plantas: 1 – Hariota salicornioides DC. (Rhipsalis salicornioides

Haw., Cactus lyratus Vell.), da família das Cactáceas – Planta áfila, epífita, ereta ou subpendente, ramosíssima. Artículos primários amarelos, cilíndricos ou toneliformes e os demais claviformes ou lembrando uma garrafa invertida. Flores 1-3, terminais, campanuladas, amarelas, alaranjadas e vermelhas, pequenas. Baga branco-translúcida de ápice avermelhado, com sementes reniformes.

Ornamental. América do Sul. 2 – Centropogon Surinamensis Presl. (Lobelia

Surinamensis Linn.), da família das Campanuláceas – Planta

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herbácea, suculenta, algumas vezes trepadeiras, com hastes até 3 m. de comprimento. Folhas alternas, curto-pecioladas, oblongas ou lanceoladas, denteadas, quase glabras. Flores axilares, solitárias, pedunculadas, grandes, 5-6 cm. de comprimento, vistosas, de corola glabra, encurvada, rósea ou vermelho-pálida. Baga quase globosa, coroada pelos lóbulos do cálice.

Decorativa no sul do Brasil. América tropical e todo o Brasil, com exceção da parte mais autral.

BOA NOITE – Vinca rósea Linn. (Lochnera rósea

Reichenb.), da família das Apocináceas. Subarbusto até 1 m. de altura, de caule avermelhado, um

tanto pubescente e leitoso. Folhas opostas, curto-pecioladas, obovais, glabras, inteiras, luzidias. Flores axilares, isoladas ou geminadas, de corolas hipocrateriformes, com 3 cm. de comprimento, róseas ou róseo-arroxeadas geralmente. Fruto composto de 2 folículos delicados, 2-3 cm. de comprimento, contendo muitas sementes.

Ornamental. Raízes e folhas febrífugas, em infusão. Entretanto as raízes são tóxicas.

Por causa do arroxeado das flores, é conhecida ainda por Boa Noite Roxa. Flor de Todo o Ano, no Rio de Janeiro. Cosmopolita tropical.

BOA NOITE BRANCA – Vinca rósea Linn. var. alba,

da família das Apocináceas.

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Simples variedades da espécie anterior, de caule verde-claro e flores alvas.

Boa Tarde, na Bahia. Ainda é conhecida por Bom Dia. BOCA DE LEÃO – Antirrhinum majus Linn., da

família das Escrofulariáceas. Subarbustiva, de folhas oblongas ou lanceolado-lineares.

Flores assimétricas, multicores, de corola tipicamente personada, reunidas numa espiga vistosa. Fruto cápsula.

Muito cultivada nos jardins. Originária da Europa meridional.

BOGARI – Jasminum Sambae Ait. (Nyctanthes

Sambae Linn), da família das Oleáceas. Arbusto semi-sarmentoso de 1-2 m. de altura, cujos galhos

formam moita cerrada. Folhas curto-pecioladas, muito variáeveis, ovadas ou elíticas, obtusas ou não, finas, verde-escuras, lustrosas. Flores alvas, dobradas, com a fauce amarela, muito cheirosa, abrindo-se às primeiras horas da noite, dispostas em cimos pedunculados e terminais.

Comum nos jardins. Originária da índia. O mesmo que Jasmim Bogari.

BOI GORDO – Cassia speciosa Schrad. (Cassia micans

Nees. Cassia bijuga Vog., Chamaefistula speciosa Don.), da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

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Árvore grande, muito frondosa, com a casca gretada, castanho-esverdeada e espessa. Folhas curto-pecioladas, 2-jugas, com folíolos obtuso-acuminados. Flores grandes, amarelas, em racemos corimbiformes amplamente paniculados. Vagem cilíndrica, nodosa, até 40 cm. de comprimento, com sementes pequenas, nodosa, até 40 cm. de comprimento, com sementes pequenas, chatas, lustrosas, castanho-escuras, envolvidas numa polpa doce.

Cascas adstringentes. As sementes torradas, segundo Martius, tonificam os intestinos. Frutos forraginosos, engordando facilmente o gado bovino, donde lhe veio o nome vulgar, que é baiano e mineiro.

Do Piauí até S. Paulo e Minas Gerais. Parece-me rara no Ceará, onde foi assinalada por Freire Alemão. Cabo Verde é como sem registrada no Dicionário de Pio Corrêa, que anota para S. Paulo as denominações vulgares de Aleluia, Manduirana e Pau Fava.

BÔLSA DE PASTOR – Capsella bursa-pastoris

Moench., da família das Crucíferas. Planta herbácea, ereta, atingindo raramente 50 cm. de

altura. Folhas polimorfas, sendo as radicais dispostas em roseta. Flores alvas, miúdas, em grandes racemos terminais. Siliqua mais larga que comprida, em forma de uma bolsa de pastor.

Tem cheiro desagradável. Folhas adstringentes e hemostáticas.

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Originária da Europa, naturalizou-se no sul do Brasil, sendo comum à roda das habitações.

BOMBONAÇA – Carludovica palmata Ruiz & Pav., da

família das Ciclantáceas. Planta acaule, com grandes folhas radicais palmati-

partidas, longo-pedunculadas, formando lindos flabelos, que lhe dão a feição de uma palmeira.

Altamente decorativa para jardins e estufas. No Equador e no Peru, retiram das suas folhas e fibra com que se confeccionam os delicados e afamados chapéus de Chile e Panamá.

Natural do ocidente amazônico. Palmeira do Paraná, em Pernambuco.

Na Serra de Baturité, sobre as pedras dos vales superiores, há uma Carludovica, de pequeno porte, mas de lindo efeito ornamental.

BOM NOME – Maytenus rigida Mart., da família das

Celastráceas. Arvoreta de folhas curtamente pecioladas, inteiras,

coriáceas, obtusas ou retusas. Flores pequenas, brancas, em cimos. Frutos capsulares.

Madeira para pequena carpintaria. No Nordeste até S. Paulo e Minas Gerais. Pau de Colher,

da Bahia para o Sul.

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BONINA – Mirabilis Jalapa Linn., da família das Nictagináceas.

Planta herbácea, de caule e hastes carnosos, quebradiços. Flores crepusculares, de aroma intenso e agradável, geralmente unicolores, brancas, amarelas, róseas, vermelhas, às vezes maculadas.

Cultivada nos jardins. Raízes de propriedades purgativas enérgicas, razão do especifico jalapa, por suporem que fosse a fonte da jalapa das farmácias, provenientes das raízes de uma Ipmoea.

Nativa na América tropical. Maravilha, nos Estados meridionais e na Amazônia.

BORBOLETA – Hedychium coronarium Koenig., da

família das Zingiberáceas. Erva rizomatosa, vivaz e palustre, até 2 m. de altura.

Folhas invaginantes, alternas, lanceoladas, verde-escuras na página superior e verde-claras na inferior. Flores grandes, brancas, odoríferas, em espigas bracteadas e terminais. Cápsula oblonga, glabra, com numerosas sementes pretas, luzidas.

Originária do sul da Ásia e introduzida no Brasil certametne como planta ornamental, a Borboleta emigrou dos jardins para os ambientes higrófilos, formando densas aglomerações, que revestem o solo pantanoso de um tapete verde e embalsamam os ares com o perfume jasmínico das suas flores.

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Toda a planta fornece celulose para papel (46%). Os rizomas, abundantes e grandes, produzem fécula comestível, sucedânea da araruta.

Lírio do Brejo nos Estados centrais e meridionais, a partir da Bahia.

BORBOLETA AMARELA – Hedychium flavescens

Carey. (Hedychium flavum Roxb.), da família das Zingiberáceas.

Distingue-se da precedente pelas flores de cor creme, amareladas.

Menos comum. Botânicos há que a consideram simples variedades da espécie precedente.

BORDÃO DE VELHO – Aplica-se ás seguintes plantas: 1 – Pithecolobium Averemotemo Mart. (Mimosa vaga

Vell.), da família das Leguminosas Mimosóideas – Árvore de casca suberosa, rugosa, que se desprende depois de certo tempo. Folhas bipinadas, 2-4 jugas, com folíolos obovados. Flores branco-amareladas ou esverdeadas, sésseis, em capítulos densos e globosos. Vagem achatada, com poucas sementes.

Madeira branca para obras internas. Casca adstringente e tanífera. Com o nome de Casca do Brasil, foi exportada para a Europa, como tônico das partes pudendas das mulheres públicas.

Desde o Piauí até S. Paulo e Minas Gerais. Avaremotemo, no Piauí.

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2 – Pithecolobium Saman Jacq. var. acutifolium Benth., da família das Leguminosas Mimosóideas.

“Esta planta difere do típico saman, da zona atlântica de Colômbia e Venezuela, em vários caracteres das folhas e dos frutos” (45, 425). Trata-se de árvore alta na maioria das vezes, com o tronco revestido por espessa casca suberosa, provida de ampla ramagem.

Madeira branca, fraca. Ramas e frutos forraginosos. As vagens são adocicadas e muito procuradas pelo gado bovino e cavalar.

É o Bordão de Velho encontrado em Fortaleza e nas serras frescas. Pará, Maranhão, Ceará, Paraíba e Pernambuco.

Pau Pobre, às vezes. 3 – Cusparia macrophylla Engl., da família das Rutáceas. Encontrada na submata da Serra de Baturité. Cresce

igualmente na Bahia, Rio e Minas Gerais. BRACATINGA – Mimosa bracaatinga Hoehne, da

família das Leguminosas Mimosóideas. Árvore esgalhadíssima de crescimento rápido, belo

aspecto, porém de pouca duração e resistência. Folhas bipinadas, com folíolos pequenos, oblongados, obtusos, pubérulos. Flores amarelas em umbelas globulares e axilares. Vagem pequena e asperamente hirsuta.

Originária do Brasil meridional, importada para os hortos florestais, não logrando boa aceitação.

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BRANDÃO – Purga de Leite. BRAÚNA – Schinopsis brasiliensis Engl., da família das

Anacardiáceas. “Árvore de folhas anguloso-pecioladas, subcoriáceas,

verde-escuras na página superior e pálidas na inferior, compostas, 10-multijugas; folíolos oblongos, obtusos no ápice, emarginados, obliquo-agudos na base”. Flores em panículas. Drupa de 3 cm. de comprimento, castanho-clara.

Madeira de lei especial para obras internas, carpintaria, moendas, esteios, pilões, postes, vigas, dormentes. Para esta última aplicação, conforme Vasconcelos Sobrinho (46,190), “nenhuma madeira lhe é superior, resistindo aos terrenos mais úmidos por longos anos. Deve essas qualidades à grande impregnação de resinas e taninos em seu cerne”. Os rebentos em alcoolaturas são dotados de propriedades anti-histéricas e nevrostênicas. A resina é um estimulante enérgico.

Cerne duro, quase negro, donde o nome tupi ibirá-una (10, 212), a madeira preta.

Nas caatingas nordestinas.

NOTA – Luetzelburg (24, III, 78) assinala “na caatinga arbórea de todos os Estados do Nordeste” o Melanoxylon Brauna Schott., da família das Leguminosas Cesalpinióideas, conhecido por Braúna. Mas esta espécie, conforme comunicação verbal de Adolfo Ducke, não existe no Nordeste.

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BREDINHO – Nome de duas Amarantáceas: Iresine polymorpha Mart. e Iresine Vermicularis Moq. – São herbáceas, carnosas, pequenas, de flores insignificantes, em capítulos. A primeira, com flores nauseabundas, encontrada também na Bahia, São Paulo e Minas Gerais, prefere à beira dos caminhos, os lugares abandonados, a margem das matas úmidas. A segunda, do Amazonas ao Estado de São Paulo, cresce desde os areiais lavados pelas marés até as terras sertanejas.

Folhas emolientes e diuréticas. BREDINHO DA PRAIA – Iresine portulacoides Moq.

(Philoxerus vermiculares Mart.), da família das Amarantáceas. Herbáceas, reptante, caule e folhas espessas, com flores de

cor branca em capítulos globosos. Encontrada desde o Ceará ao Rio Grande do Sul, nas praias e dunas baixas. Usam a infusão das folhas no combate às leucorréias.

Bredo da Praia, em Pernambuco. BREDO – Amaranthuns viridis Linn. (Amaranthus

gracilis Desf.), da família das Amarantáceas. Erva anula, prostrada ou ascendente, até 60 cm. de altura,

de ramos glabros, quase sempre avermelhados. Folhas alternas, longo-pecioladas, ovais, verdes, às vezes um pouco violáceas. Flores quase sésseis, verde-pálidas, em pequenos glomérulos axilares ou em curtas espigas terminais. Cápsula ovóide ou oblonga, com 1 semente castanho-avermelhada ou preta, luzidia, de 1mm.

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Folhas diuréticas e antiblenorrágicas. Consumidas como legumes, em alguns lugares. Verde, é forrageira; murcha, provoca o meteorismo.

Cosmopolita tropical. Do Amazonas ao Rio de Janeiro e Minas Gerais. Caruru de Soldado, no Pará; Caruru e Caruru Bravo, em diversos Estados.

BREDO DE ESPINHO – Amaranthus spinosus Linn.,

da família das Amarantáceas. Erva até 1 m. de altura, de caule duro, ramos sulcados,

armados de 2 espinhos na axila das folhas. Folhas longo-pecioladas, ovadas ou lanceoladas, com ápice espinescente, glabras, de cor verde. Flores sésseis, numerosíssimas, em racemos axilares ou em espigas axilares e terminais. Fruto pequena cápsula ovóide e rugosa.

A infusão das folhas, consoante Dias da Rocha (11, 45), tem propriedades diuréticas sendo aplicada na hidropisia, catarro da bexiga, retenção de urina. Verde, é procurada pelo gado, quando murcha, como os demais bredos, ocasiona o meteorismo, não raro de resultados fatais. Brotos e folhas comestíveis em saladas.

Cosmopolita tropical, preferindo os terrenos secos. Bredo Branco, Bredo Vermelho, juntamente com B. de Espinho, em Pernambuco; Bredo de Sto. Antônio, na Bahia; Caruru de Espínho, no Rio de Janeiro.

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BREDO DE JARDIM – O nome agrupa as espécies Coleus Blumei Benth, e Coleus scutellarioides Benth, da família da Labiadas.

São plantas de porte herbáceo, originárias da Ásia tropical, cultivadas nos jardins pela folhagem multicor, vivamente colorida que possuem. As folhas do C. Blumei são amarelas, com manchas roxas, e as do C. scutellarioides purpúreas, bordejadas de verde. Cruzados entre si ou com outras espécies do mesmo gênero, dão magnífico híbridos ornamentais.

Cóleos, na Bahia; Tapete, em Pernambuco. BREDO DE VEADO – Phytolacca icosandra Linn.

(Phytolacca octandra Linn.), da família das Fitolacáceas. Planta herbácea, perene, ereta, ramificada, um tanto

suculenta, de 1-3 m. de altura. Folhas elíticas ou ovado-lanceoladas. Flores pequenas, branco-esverdeadas ou amareladas, dispostas em racemos terminais eretos, densamente multifloros. Baga carnosa, vermelho-escura.

Folhas comíveis, como espinafre, nas Antilhas. A raiz tem propriedades eméticas muito pronunciadas e também detersivas. Os frutos encerram uma substância corante inofensiva, que serve para colorir vinhos, licores, doces, etc.

Nativa na América tropical continental e insular. Dispersa em todo o mundo, às vezes com a característica de praga, como acontece na Austrália.

BREDO MANJONGOME – Manjongome.

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BREDO ROXO – Bredo Vermelho. BREDO VERDE – Bredo. BREDO VERMELHO – Amaranthus melancholicus

Linn., da família das Amarantáceas. Planta herbácea, ereta, até 1-2 m. de altura, de ramos

sulcados, purpúreos e lisos. Folhas oblongas, pecioladas, versicolores. Flores vermelhas em ramos axilares formando longa espiga terminal. Cápsula ovóide, com sementes miúdas e negras.

Originária da Índia, mas subespontânea ou naturalizada nos trópicos. A variada coloração das suas folhas, verde ou amarelo nos seus diversos tons, verde e amarelo combinados, vermelho-sangue isolado, verde, vermelho e amarelo justapostos, caracteriza as diversas formas cultivadas nos jardins.

Caruru Vermelho, no Rio de Janeiro. BRILHANTINA – Nome das Urticáceas: 1 – Pilea microphylla Liebm. (Parietaria microphylla

Linn.). América tropical continental e insular. 2 – Pilea hyalina Fenzl. – O mesmo habitat da anterior. Ervas muito ramosas, de caule suculento, liso, ereto ou

ascendente, até 50 cm. de altura, com folhas opostas e flores pequenas, abundantes, dispostas em glomérulos sésseis.

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Cultivadas como ornamentais, em vasos ou na borda dos canteiros dos jardins.

BRINCO DE PRINCESA – Nome aplicado a algumas

plantas ornamentais de flores pendentes como brincos: 1 – Fuchsia integriflia Cham., da família das Enoteráceas –

Trepadeira de 8-10 m de altura, tomando, às vezes, o feito de pequeno arbusto. Folhas opostas ou em verticilos de 3, eliticas e pecioladas. Flores longo-pedunculadas, axilares, pendentes, com eixo floral e sépalas vermelhas e pétalas roxas. Baga carnosa, ovóide, preta, com muitas sementes.

2 – Hibiscus molleoides Linn?, da família das Malváceas – Arbusto de longos galhos flexuosos com flores longo-penduculadas, pêndulas, de corolas sanguíneas, enroladas e precocemente caducas.

BRINJELA – Solanum Melongena Linn., da família das Solanáceas.

Planta herbácea, cultivada nas hortas. Os frutos, bagas de forma, tamanho e cor variáveis, com valor nutritivo medíocre, são comíveis cozidos ou fritos.

Há uma variedade cujos frutos lembram, em tudo, um ovo de galinha, admitida por Dunal como espécie distinta. Solanum ovigerum, cultivada nos jardins, conhecida por Brinjela Branca.

BÚCARE – Mulungu (Erythrina glauca Willd.). BUCHA – Luffa cylindrica Roem. (Momordica cilíndrica

Linn., Luffa aegyptiaca Mill.), da família das Cucurbitáceas.

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Planta herbácea, escandente, caules penta-angulosos, 3-5 m. de comprimento. Folhas longo-pecioladas, opostas, grandes, palmati-5-lobadas, denteadas, ásperas, verde-escura. Flores grandes, de intenso amarelo, com veias verdes. Baga fusiforme, até 35 cm. de comprimento, cilíndrica ou trígona, sem ângulos agudos, achatada no ápice, interiormente fibroso-reticulada, com sementes oblongas e chatas, amarelas quando maduras e negras quando secas, marginadas por estreita membrana branca.

Os frutos, depois de secos e livres das sementes, fornecem intricado tecido fibroso, verdadeira esponja vegetal, empregada com esfregão de cozinha, palmilha de sapatos, chinelas, bucha para espingardas, entrando ainda na confecção de bolsas, cestas, chapéus. Polpa do fruto maduro purgativa, desobstruente, vermífuga.

Originária da Ásia e África tropicais. Subespontânea desde as Guianas até S. Paulo e cultivada em todos os Estados, com os nomes de Bucha, Esfregão, Esponja Vegetal, Bucha dos Paulistas. No Ceará tem ainda os nomes de Pepino Bravo, Goncalinho e Maxixe do Pará.

BUGANVÍLIA – Vulgarização do nome científico do gênero

Bougainvillea, aplicado às trepadeiras conhecidas como Riso do Prado.

BUGI – Combretum laxum Jacq. (Combretum Jacquinii

Griseb.), da família das Combretáceas.

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Arbusto trepador até 5 m. de altura, galhos volúveis, folhas pubescentes na página inferior e flores pequenas, fragrantes, amarelo-esbranquiçadas, em espigas densas.

Habita as margens dos cursos d’água de toda a América tropical. Cipó de Mofumbo, em Pernambuco.

BUQUÊ DE NOIVA – Denominação das duas espécies

ornamentais: 1 – Ixora finlaysoniana Wall., da família das Rubiáceas. –

Arbusto de folhas curto-pecioladas, agudas na base. Lindos corimbos terminais de flores alvas, com corolas de longo e delicado tubo.

Nativa nas Antilhas e América Central. 2 – Spiraea chamaedrifolia Linn., da família das Rosáceas –

Arbusto de folhas ovais, serrilhadas no ápice, glabras. Flores alvas, pequenas, em corimbos. Veio da Europa e da América do Norte.

BURITI – Mauritia venifera Mart., da família das Palmáceas.

Pertence ao pequeno grupo de palmeiras que Humboldt denominou de “árvores da vida”, por suprirem a maioria das necessidades humanas. No buriti tudo se aproveita. A polpa carnosa do fruto, amarela, oleosa e açucarada, emprega-se na confecção de doce e bebida refrescante. As amêndoas encerram óleo finíssimo, vermelho-sanguíneo, consumido na alimentação. O broto terminal produz saboroso palmito. As folhas dão cobertura para casas, fibras muito resistentes e, em banhos, são emolientes. Os pecíolos servem

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para tapumes e para balsas. O caule, por incisão, fornece suco vinhoso, tônico, de sabor excelente.

É uma das mais altas das nossas palmeiras. Tem o espinque colunar, inerme e glabro, anelado, espesso, até 50 cm. de diâmetro. Folhas grandes, 20-30, de 4-6 m. de comprimento, fortes, largas, de limbo orbicular, com 100-130 cm. de diâmetro. Drupa elipsóide, 5 cm. de comprimento sobre 35 mm. de grossura, amarelo-escura, escamoso-imbricada.

No Ceará, não existe na zona sertaneja. Encontra-se no Cariri, na Serra de Ibiapaba, e, nos municípios litorâneos, ao pé dos cursos d’água permanentes. A sua dispersão vai do Pará a S. Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Buriti é corrutela de mbirhi (10, 219), como nomeavam os tupis esta palmeira e, segundo Batista Caetano (8, 234), quer dizer árvore que emite liquido.

C

CABEÇA DE VELHO – Cephalocereus senilis Pfeiff. (Cactus senilis Haw., Pilocereus senilis Lem.), da família das Cactáceas.

Caule ereto, colunar, simples, raramente ramificado na parte superior, coroado por densa cabeleira de compridas cerdas brancas, principalmente nos exemplares jovens. Flores róseas.

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Originária do México, cultivado com ornamental, sem alcançar entre nós a altura observada em sua pátria, onde chega a medir 12 metros.

CABELO DE VÊNUS – Avenca Cabelo de Vênus. CACAUEIRO – Theobroma Cação Linn., da família das

Esterculiáceas. Árvore de altura mediana, muito ramificada, com galhos

compridos formando copa frondosa. Folhas alternas, inteiras, ovado-oblongas, acuminadas. Flores caulinares, pequenas, branco-arroxeadas. Fruto capsular, com 5 saliências longitudinais e arredondadas, oblongo, grande, amarelo quando maduro, contendo 5 filas de sementes grandes, envolvidas numa polpa esbranquiçada, um tanto doce. Os frutos inserem-se no tronco, a partir do solo, e na parte inferior dos ramos principais.

As sementes ou amêndoas, depois de torradas e sob a forma de chocolate ou de farinhas, pela sua riqueza em teobromina, matéria gordurosas, substância azotadas e amido, além de estimulantes, constituem alimento de alto valor nutritivo, principalmente para as pessoas adultas.

No Nordeste não tem significação econômica a cultura do cacau. As pequenas plantações existentes estão localizadas de preferência nas serras úmidas.

CACHIMBEIRA – Saca-Rolha.

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CACHO VERMELHO – Amasonia punicea Vahl., da família das Verbenáceas.

Arbusto até 1 m. de altura. Folhas pecioladas, oblongas ou elítico-lanceoladas, denteadas, grossas, pubescentes na página inferior. Flores tubulosas, fasciculada, amarelas, revestidas de brácteas foliáceas e encarnadas. Drupa escura e suculenta.

Ornamental. Do Amazonas até S. Paulo. CACTO – Vulgarização de Cactus, aplicado

preferencialmente a certas espécies do gênero Opuntia, mas conhecidas por Palmatória, bem com a outras Cactáceas ornamentais.

CADORNO – Carniça CAFÉ – Coffea arabica Linn., da família das Rubiáceas. Arbusto elegante, ereto, ramificado desde a base, com

galhos longos, flexíveis, de posição mais ou menos horizontal. Folhas opostas, pecioladas, elíticas, inteiras, semi-coriáceas, simples, brilhantes em ambas as faces. Flores aglomeradas na axila das folhas, pequenas, brancas, odoríferas. Baga com 2 sementes, percamináceas, convexas no dorso, chatas na frente, com um sulco longitudinal. A princípio verde, o fruto adquire bela coloração vermelha quando amadurece e, por fim, quando seco, torna-se preto.

A espécie em apreço deu diversas variedades, distinguindo-se em primeiro lugar o Café Crioulo ou Café

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Nacional, seguindo-se-lhe em importância o Café Bourbon. Dela ainda descendem as seguintes variedades, cultivadas em pequena escala: o Maragogipe, descoberto em 1875, na Bahia, com flores, frutos e sementes grandes; o Murta, com pequenos frutos; o Amarelo ou de Botucatu, encontrado nessa localidade em 1871, com grãos amarelos, ricos em cafeína. O chamado Moca ou Chumbinho não é uma variedade. É um tipo que resulta do abortamento de uma das sementes durante o período da maturação, tornando-se a outra pequena e arredondada mesmo na face ventral (47, 207 e 210).

Natural da Abissínia. Introduzido no Brasil em 1727 por Francisco de Melo Palheta, que o trouxe da Caiena, para o Pará. A sua entrada no Ceará verificou-se em 1747, por intermédio de muda originária do Jardim das Plantas, conseguida por José de Xerez Furna Uchôa, plantada no sítio Santa Úrsula, na Serra da Meruoca (48,71).

O café tornou-se o fundamento da riqueza agrícola brasileira, porém no Nordeste a sua cultura, por falta de condições ecológicas favoráveis, limitou-se às chamadas serras frescas, cobrindo pequenas áreas, sendo que no Ceará se faz à sombra de certas árvores, especialmente leguminosas, pertencentes ao gênero Inga.

CAFÉ BRAVO – Casearia guianensis Urb. (Iroucana

guianensis Aubl., Casearia ramiflora Vahl.), da família das Flacurtiáceas.

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Arvoreta inerme, com os ramos ferrugíneo-pubescentes. Folhas ovado-oblongas, crenadas, pelúcido-pontuadas. Flores axilares, 5-10, em corimbos pedunculados. Cápsula elipsóide ou sub-globosa, branca ou castanho-rubra.

Cascas adstringentes, aplicadas em lavagens nos corrimentos.

Da América Central, Antilhas à Bahia. O nome vulgar em Pernambuco é Café do Mato, extensivo também à Casearia hirsuta Swartz. (49,139). Café do Diabo, na Amazônia e na Bahia.

CAIMITO – Chrysophyllum Cainito Linn. (Cainito

pomiferum Tuss.), da família das Sapotáceas. Árvore altaneira, 10-20 m. de altura e até 6 cm. de

diâmetro, de caule inerme. Folhas alternas, pecioladas, ovais ou oblongas, glabras e verde-escuras na face superior e com pelos curtos, sedoso e dourados na inferior. Flores vermelho-brancacentas. Baga branco-esverdeada ou purpúreo-escura, com polpa branca, gelatinosa, adocicada, envolvendo 8-10 sementes.

Cascas adstringentes. Madeira para carpintaria. Fruto comestível.

Antilhas e América tropical continental. Para o Brasil veio provavelmente importada das Antilhas. Tem também o nome de Abiu do Pará. A variedade de frutos matizados de púrpura é conhecida por Caimito Vermelho.

CAINCA – Nome comum das Rubiáceas:

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1 – Chicocca Alba Hitchc. (Lonicera Alba Linn., Chiococca racemosa Jacq., Chiococca macrocarpa Mart. & Cal., Chiococca coriace Mart. & Gal.) – Arbusto às vezes escandente. Folhas pecioladas, lanceoladas para ovais, comumente curto-acuminadas. Flores de corola branca ou amarela, 6-8 mm. de comprimento, em racemos simples ou panículas. Cápsulas brancas, com 2 sementes.

Da Flórida à América do Sul, inclusive Antilhas. Caninana, na Bahia; Raiz Preta, em Minas Gerais.

Tem as mesmas propriedades da espécie seguinte. 2 – Chiococca brachiata Ruiz & Pav. (Chiococca

anguifuga Mart., Chiococca parviflora Willd., Chiococca racemosa H. b. K.) – Arbusto escandente, 2-4 m. de altura, com ramos finos, cilíndricos e glabros, opostos, mais ou menos formando cruz. Folhas opostas, curto-pecioladas, ovais e acuminadas, luzantes na página superior. Flores em pequenos racemos, formando panícula curta, de corolas campanuladas, esbranquiçadas. Cápsula branca, 1-2 sementes lisas, alongadas.

As raízes, de uns 50 cm. de comprimento, externamente castanhas e rugosas, internamente vermelhas, já gozaram de grande reputação como antiofídicas e poderoso diurético, sendo largamente usadas no tratamento da hidropisia. Ainda hoje os hervanários as empregam como desobstruentes, depurativos, antireumáticas, emenagogas, purgativas.

Todo o Brasil. Raiz Preta, na Amazônia; Cipó Cruz e Caninana, no Nordeste. As denominações vulgares citadas são comuns em Minas Gerais, S. Paulo e Rio de Janeiro.

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CAINCA VERDADEIRA – Cainca (Chiococca

brachiata Ruiz & Pav.). CAIUIA – Clidemia hirta Don. (Melastoma hirta

Linn.), da família das Melastomáceas. Arbusto cabeludo, pequeno, até 1,50 m. de altura. Folhas

ovadas, 5-10 cm. de comprimento, pubescentes, acuminadas, inteiras ou crenuladas. Flores pequenas, de corolas brancas, vermelhas ou amarelas, dispostas em cimos axilares. Baga de 6-7 mm. de comprimento, atrocerúlea.

Fruto doce e comestível. América tropical insular e continental. Pixirica, em S.

Paulo. CAJARANA – Spondias cytherea Sonn. (Spondias

dulcis Forst., Spondias macrocarpa Engl., Spondias mangifera Bello), da família das Anacardiáceas.

Árvore de crescimento rápido, com ramos grossos, porém quebradiços, de folhas imparipinadas, alternas, compostas de 11-13 folíolos ovado-oblongos, acuminados, serreados. As flores, em grandes panículas terminais, pendulas, são pequenas, brancacentas, odorantes e polígamas. Agrupados em cachos, os frutos são drupas elipsóides ou ligeiramente obovóides, de casca fina, porém dura, amarelo-esverdeada, às vezes pontuada de cinzento, pela suberização dos tecidos superficiais, com uma polpa compacta, amarelo-pálida, sumarenta, acídula ou doce,

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que cobre uma semente eriçada de compridos feixes lenhosos, entranhados profundamente na massa da polpa.

Os frutos, comestíveis ao natural ou sob a forma de marmelada, dão ainda excelentes refrescos. Toda a planta exsuda uma goma-resina, comparável à goma arábica, usada pelos encadernadores.

Orginária da Polinésea. Hoje, comum às regiões tropicais. Introduzida no Brasil em princípios de 1782. Cajá Manga, em diversos Estados. Cajarana corr, de acavá-rana, cajá brava. No sul do Ceará é também conhecida por Cajarana do Pará.

CAJAZEIRA – Spondias lutea Linn. (Spondias

Mombin Jacq., non Linn., Spondias brasiliensis Mart., Spondias lutea var. maxima Engl.), da família das Anacardiáceas.

Árvore ereta, soberba no aspecto, atingindo até mais de 20 m. de altura, revestida de casca acinzentada ou brancacenta, rugosa, saliente, fendida e muito grossa nos indivíduos adultos. Folhas de 20-30 cm. de comprimento, alternas, imparipinadas, compostas de 7-17 folíolos oblongos ou ovado-lanceolados, serreados, opostos. Flores fragrantes, branco-amareladas, polígamas, dispostas em grandes panículas terminais. Drupa até 6 cm. de comprimento, ovóide ou oblonga, achatada na base, de cor amarela, casca fina e lisa, polpa pouco espessa, amaralo-alaranjada, mole, ácida, algumas vezes doce, cobrindo um caroço grande, branco, suberoso e enrugado.

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O fruto é comestível e presta-se à confecção de geléias e compostas, mas o seu grande valor está como refrigerante de sabor excelente. A madeira, com peso especifico de cerca de 0,508, tem pouca aplicação. A casca, Caracas na denominação popular, presta-se à modelagem e à xilogravura. Usam a infusão da casca em gargarejos e a das sementes contusas nas retenções de urina e catarros da bexiga. Cria-se na extremidade de suas raízes um tubérculo que outrora, por ocasião das grandes secas, era colhido para o fabrico da farinha.

Planta de crescimento rápido, para sobra, sebes quebraventos.

Cosmopolita tropical. Taperebá, na Amazonia, Cajámirim, nos Estados sulinos.

CAJU BRAVO – Cajueiro Bravo. CAJUEIRO – Anacardium occidentale Linn., da família

das Anacardiáceas. Pode atingir até mais de 10 m. de altura, mas, no comum, o

cajueiro mostra um tronco atarracado, tortuoso, esgalhado a partir da base, de ramos longos, sinuosos, a formar fronde ampla e irregular. Folhas alternas, pecioladas, simples, ovadas, obtusas, onduladas, glabras, luzentes, coriáceas, saliente-reticulado-nervadas nas duas fazes, verde-amareladas e roxo-avermelhadas quando novas. Flores pequenas, avermelhadas ou purpurinas, polígamas, em grandes panículas terminais pedunculadas,

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multifloras, pulverulentas. Aquênio reniforme, pendente de pedúnculo carnoso e suculento.

O pedúnculo floral hipertrofiado, o caju propriamente dito, o fruto para todos os efeitos no conceito prático, varia no tamanho, na forma, na cor e no sabor. Há cajus grandes, médios e pequenos. Os maiores pertencem à variedade conhecida por Caju Banana, com perto de 1 palmo de comprimento. Podem ser alongados, ovais, arredondados e piriformes, sempre de extremidades achatadas. A epiderme apresenta-se colorida de vermelho-claro, amarelo, amarelo-esbranquiçado, amarelo lavado de vermelho, ao passo que a carne é branca, branco-amarelada, creme-claro e creme.

O pedúnculo infla-se, pelo acúmulo, nos tecidos, de um liquido aquoso, claro, adstringente e, consoante e variedade, insípido, doce ou azedo. Predominam os cajus doces. Quando aos azedos, há dois tipos. Um, de tão ácido, nem os pássaros o querem. O outro, de acidez suportável, acompanha como aperitivo certos pratos. Os cajus azedos possuem a carne sempre branca.

Tem consistência mole o pseudo-fruto. O oriundo dos tabuleiros sertanejos é um tanto duro. Há variedades, na zona litorânea, de carne delicadíssima, quase sem fibras, tão tenra que parece desmanchar-se na boca. A uma dessas variedades, existentes na ilha de Itaparica, os baianos deram o significativo nome de Caju Manteiga.

A castanha, fruto de fato, lembra um rim comprimido lateralmente. Lisa, coriácea, cinzenta, com mesocarpo espesso,

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alveolado, cheio de óleo viscoso, vermelho, acre, caustico, inflamável. Uma membrana de natureza coriácea e avermelhada forra o espaço do mesocarpo ocupado pela amêndoa. Esta, rinoide no formato, revestida de película pergaminácea, compõe-se de dois cotilédones brancos, carnosos, oleosos.

Juarez Furtado (50, 29 e 30) agrupou as castanhas em quatro tipos: pequeno, médio, grande e gigante, com os seguintes pesos médios, em gramas:

Castanha Amêndoa

Total T. pequeno 3,190 1,003 T. médio 6,220 2,062 T. grande 9,464 2,528 T. gigante 10,479 2,684

O caju maduro, ao lado das qualidades gustativas,

recomenda-se pelo alto valor alimentar e pelas virtudes medicamentosas.

É a substância comestível mais rica em vitamina C, distinguindo-se, igualmente, pelo seu teor em riboflavina. Análises efetuadas em S. Paulo, por Demóstenes Orsini e Otávio de Paulo Santos, revelaram, em 100 gramas de suco dos frutos abaixo, as seguintes quantidades de vitamina C, em miligramas:

Caju amarelo ....................................................................... 210,43 Caju vermelho ..................................................................... 168,83

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Laranja Lima ......................................................................... 55,48 Mamão .................................................................................. 53,80 Laranja comum ..................................................................... 45,57

Orlando Parahym, em Pernambuco (51, 61), em doze dosagens para aquela mesma quantidade de suco de caju, encontrou a média de 184 miligramas de ácido ascórbico (vitamina C).

O resultado desses exames comprova que o caju, mormente a variedade de coloração amarela, detém a maior percentagem de vitamina C entre as nossas frutas, não encontrando mesmo concorrentes em outras de floras exóticas.

Desta excepcional riqueza vitamínica, dos seus componentes de natureza tânica e de diversos outros elementos encontrados em sua constituição, decorrem as inigualáveis qualidades deste pseudo-fruto no terreno dietético e médico. Daí, o suco do caju ser um reconstituinte geral, um tônico de primeira ordem, principalmente do sistema nervoso, e ainda desintoxicador, antientérico, diurético e levemente deputarivo.

A exemplo do que ocorre nas regiões vitícolas com a cura das uvas, há no Nordeste a cura pelos cajus.

“Indivíduos fracos, magros, aczematosos, reumáticos, enfastiados, diarréicos, sifilíticos, recolhendo-se no verão a uma das belas praias de Sergipe, onde os cajueiros, cobertos de cajus amarelos e vermelhos, são extensas florestas, e atirando-se loucamente aos cajus, cujo caldo ingerem chupando-os ou em

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cajuada, de lá voltam fortes, nutridos e nédios, não parecendo os mesmos que para lá foram”, (52).

Costume velho. Já os negreiros e os senhores de engenho praticavam o internamento dos negros debilitados pela longa travessia oceânica ou dos atacados de ascites, cobertos de feridas, esgotados pela árdua tarefa dos eitos, nos cajuais praieiros, de onde dois ou três meses depois regressavam curados.

“Os indivíduos que fazem uso do caju, quando depauperados pelos esgotamentos nervosos, experimentam axcitabilidade sexual, sentem-se tonificados nas perturbações intelectuais devidas a excesso de trabalho ou a excessos venéreos”. (53, 86).

Pelo seu complexo tânico, não há fruta que se lhe compare no combate às enterites e diarréias crônicas.

O suco, puro ou adoçado, a saborosa cajuada, é um saudável tônico refrigerante. Em contacto com o ar, toma uma cor ligeiramente arroxeada, fermenta, transforma-se em mocororó, consumido cru ou cozido pela gente praieira e dos tabuleiros circunvizinhos. O mocororó cozido é o cauim, a bebida das festanças e orgias dos nossos selvagens, também feita de mandiocas ou milho mastigados. Usam este tipo de mocororó por ocasião de tarefas pesadas e coletivas, tais como queima de roçados, lima de plantações, pesca de arrastão, etc. A cocção faz-se na véspera ou no dia do adjunto, sendo o liquido transportado em cabaças e consumido frio. O suco, clarificado e cozido a banho Maria, dá a cajuína, bebida refrescante, de cor

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de âmbar e sabor excelente. Do sumo ainda se obtém vinho, vinagre, aguardente e licor.

Assada ou cozida a castanha, tornam-se comestíveis os seus cotilédones, que são muito saborosos, alimentícios, tônico-excitantes e tidos pelo vulgo como fortificantes da memória. Ricos em óleo amarelo, fino, doce, o consumo excessivo deles ocasiona irritações intestinais. Pisadas as amêndoas e misturadas com farinha de mandioca ou de milho, tem-se a farinha de castanha, às vezes adoçada com rapadura. Esta ou simplesmente a castanha pisada, dissolvida no suco de caju ou água, puros ou adoçados, dá uma bebida muito alimentícia, chamada tumbança.

Há uma variedade de caju que se pode comer ao natural toda a castanha, talvez por ser diminuta a percentagem de ácido anacárdico em sua casa.

Com as castanhas fazem-se excelentes confeitos e doces. Participam da composição de diversos quitutes regionais. Foram introduzidas na cozinha brasileira pelas nossas donas de casa do século XVI, que, como registrou o contemporâneo Frei Vicente do Salvador (54, 32), as “presam muito, e secas as guardam todo ano em casa para fazerem maçapães e outros doces, como de amêndoas”. Na região litorânea cearense dão o nome de truçu aos rosários de castanhas confeitadas.

A composição da castanha (cotilédones) é a seguinte:

Água .................................................................................... 50,6% Matéria nitrogenada .......................................................... 28,83%

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Celulose e extrato n/nitrogenado ...................................... 14,52% Cinzas ................................................................................. 3,56%

Em rodelas, o caju complementa certos pratos, como feijoadas e peixadas, enfeitando-os com o garrido da sua coloração e tornando-se mais agradáveis ao paladar. A intuição popular fê-lo companheiro da cachaça, tira-gosto insubstituível entre os apreciadores de aguardente, que intervalam as bicadas chupando ou comendo caju.

Fabricam-se , com os frutos, doces fáceis de conservar e de sabor excelente, em compostas ou caldas, cristalizados e em massa. Submetidos a ligeiro secamento, tem-se o caju-ameixa, apresentando ao consumidor levemente pulverizado de açúcar ou coberto de mel. Quando só pulverizado, chamam-no ainda de caju seco ou caju passa.

Aproveita-se o bagaço do fruto na alimentação do gado e das aves domésticas.

“Do bagaço seco ao Sol, e depois de pisado, fazem a

mais mimosa farinha que pode servir a seu regalo, merecedora de ser guardada em cabaços para seus maiores banquetes”. (55, 104).

Essa técnica indígena, mencionada pelo jesuíta Simão de

Vasconcelos, merecia ser reavivada como um dos meios práticos e eficientes de aproveitar-se o número quase infinito de frutos, por ocasião das safras e que ora se perdem.

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Ao conjunto frutífero quando novo, ainda verde, chama-se maturi, com o qual se fazem guisados e fritadas.

Para enfeixar estas considerações em torno da importância do caju na economia doméstica nordestina, transcrevo do livro Açúcar, de Gilberto Freire, o seguinte trecho:

“O cajueiro, tão ligado à vida indígena, deu à

cozinha pernambucana das casas-grandes alguns dos seus melhores sabores: a castanha, que, confeitada, ou dentro do bolo, da cocada, do doce, do peru, se tornaria tão característica dos quitutes da região; o doce em calda e o doce seco do próprio caju; o licor e o vinho – quase simbólicos da hospitalidade patriarcal do Nordeste”, (56,40).

Uma planta como esta, tão largamente espalhada pela faixa

litorânea da zona tropical e subtropical do Brasil, não poderia deixar de ter outras aplicações. Assim, o óleo do mesocarpo, vulgarmente leite de castanha, encerra cardol e ácido anacárdico. O cardol confere ao leite de castanha enérgica ação vesicante e cáustica, empregado topicamente para destruir verrugas, calor, manchas de pele e tecidos de neo-formação. Escuro e espesso, esse óleo presta-se ao fabrico de vernizes e à impermeabilização da madeira.

Há tempo o ilustre químico conterrâneo Joaquim Juarez Furtado vem realizando interessantes pesquisas sobre as propriedades antilepróticas do óleo da amêndoa do caju. Os

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resultados a que chegou estão consignados no trabalho: O óleo de Caju e a Lepra, publicado nos Anais do Instituto do Nordeste (57, 91-140).

As percentagens de óleo encontradas na casca da castanha e na amêndoa constam do quadro abaixo (50, 30):

Castanha Amêndoa

Total T. pequeno 31,4% 44% T. médio 36,9% 41,3% T. grande 35,5% 41% T. gigante 35,5% 41%

A madeira, dura e revessa, aplicam no cavername de

pequenas embarcações e em peças componentes da jangada. Pouca a sua importância na construção civil e na marcenaria. Lenha ordinária, produtora de muita cinza. As raízes, longas e flexíveis, aproveitam os pescadores para fazerem os paus com que carregam ao ombro o peixe para o mercado. Cascas adstringentes, próprias para curtume. O cozimento da entrecasca usam em bochechos e gargarejos nas feridas e úlceras da boca e em certas afecções da garganta (11, 52), bem como na lavagem de feridas de mau caráter. Em infusão e macerato, a entrecasca encontra aplicação no tratamento da diabete e da asma.

Na casca, principalmente, dos cajueiros azedos, há uma substância tintorial, avermelhado-escura, retirada em cozimento

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pelos pescadores para tingir as suas roupas, redes e linhas de pescar, o que lhes assegura maior durabilidade.

O tronco, naturalmente ou por incisões, exsuda uma resina castanha, dura, um tanto perfumada de sabor acre. Dissolvida na água, receitam como peitoral nas tosses rebeldes. Reduzida a pó e num líquido conveniente, os índios propinavam-na às mulheres que padeciam de suspensão mestrual (58, 67). Goza a resina do caju de propriedades análogas à goma-arábica e a preferem os encadernadores, não só pelo preço menor, como por preservar os livros dos ataques dos “bichos”.

As folhas novas, por serem tanantes, são de uso corrente em gargarejos.

Ao tempo da safra do caju, coincidente com as piracemas, os índios abandonavam as paragens sertanejas e demandavam os tabuleiros e praias, cobertos de cajueirais em flor ou no inicio da frutificação, para dedicar-se à pesca, à colheita dos frutos e castanhas. Na precariedade da vida alimentar indígena, era uma fase de fartura, de festins ruidosos e de bélicos encontros.

Conta-nos Guilherme Piso que guerreavam entre si pela posse dos melhores cajuais (58,66):

“Para os índios, não menos que para os arcádios

outrora o carvalho, tanto este fruto com a castanha a ele aderente, e que lhe nasce na extremidade, são, deste já muitos séculos, de utilidade para a vida. As guerras freqüentemente suscitadas, como de costume, entre eles, o foram em parte por amor desta fruta. Pois, os

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vencedores, armados os seus acampamentos, permanecem por tanto tempo de posse do lugar expugnado, até terem comido todas as frutas das árvores”.

Queriam a posse transitória dos cajueiros, não só para lhe

comer o fruto com para fazer cauim. A propósito, escreveu o jesuíta Simão de Vasconcelos, em 1668:

“É este vinho entre eles estimado sobre todos os

outros; e ser senhor de um destes cajuais, para efeito dele, é ter o morgado mais pingue”. (55,60).

Gustavo Barroso, estudando as guerras de corso dos

séculos XVII e XVIII, que dizimaram a indiada nordestina, chegou à conclusão de que as grandes investidas dos índios e as maiores reações dos brancos se verificaram por ocasião da safra do caju. Pode-se capitular esses encontros sob o sugestivo título vegetal de Guerra do Caju (59,116).

No começo das chuvas os índios voltavam ao sertão, levando cabaças repletas de cauim e de castanhas. Assim se ia disseminando o cajueiro pelo interior.

Anotou Marcgrave que os indígenas mais estimavam a castanha para alimento do que o pedúnculo (60,94). Graças à sua abundância, duração, facilidade de transporte e alto valor nutritivo, a castanha foi um dos alimentos básicos dos primitivos habitantes do Nordeste, logo adotado pelos colonizadopres, quer

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no consumo doméstico, quer como mantimento principal das expedições punitivas e exploradoras. Nas entradas de Pero Coelho e dos jesuítas Francisco Pinto e Luiz Figueira, a fome começou a lavrar quando se acabou o estoque de castanhas que traziam. A castanha foi pra o Nordeste o que pinhão, na área da araucária, foi para o Sul.

Cedo, os holandeses, mais objetivos que os portugueses, compreenderam o valor desta planta no cenário da vida brasileira e procuraram defendê-la do apetite insaciável das caldeiras. O Alto Conselho, por deliberação de 11 de julho de 1641, tomou o seguinte em defesa do cajueiro:

“resolveu-se tornar pública a proibição de que nenhum senhor de engenho, queimadores de cal, oleiros, fabricantes de cerveja (brouwers) ou quem quer que seja, permita-se derrubar algum cajueiro, sob multa de cem florins por cada árvore, visto que o seu fruto é um importante sustento dos índios”, (61,160).

O cajueiro no litoral do Nordeste, equipara-se em

importância à videira, à oliveira, à tamareira nos seus respectivos habitats. É uma planta que traz em si o destino de transformar em ridente pasisagem o que ora se encontra mergulhado na tristeza, no abandono e na miséria.

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NOTA – Em Teodoro Sampaio – O Tupi na Geografia Nacional – encontra-se a interpretação das vozes indígenas aqui consignadas. O erudito Artur Neiva, em Estudos da Língua Nacional, coligiu interessante e rico vocabulário em torno da palavra cajueiro (62,70 et passim).

CAJUEIRO BRAVO – O nome é comum às seguintes espécies:

1 – Coccoloba latifólia Lam. (Coccoloba grandis Benth.), da família das Poligonáceas – Arbusto ou arvoreta de ramos glabros, profundamente sulcados. Folhas pecioladas, grandes, largo-ovadas, coriáceas, luzidias, com nervuras salientes e margens revolutas na nervação. Flores branco-amareladas, em racemos espiciformes. Aquênio ovóide, protegido pelo cálice, com sementes sulcadas.

Madeira para arco de barris e pipas. Característica do litoral arenoso, das Guianas à Bahia.

Cauaçu, na Amazônia; Cabaçu, na Bahia. 2 – Ouratea salicifolia St. Hil. & Tul. var. latifolia Engl.,

da família das Ocnáceas – Arbusto alto, de folhas alternas, eliticas, luzidias na página superior. Flores amarelas em panículas longas. Drupa encarnada.

Cascas adstringentes. A infusão aplicam no tratamento da diabete e o cozimento na lavagem de feridas e úlceras.

Cresce nos tabuleiros arenosos do litoral. 3 – Rapanea guianensis Aubl., da família das

Mirsináceas. – Árvore alta e frondosa, de casca cinzento-esverdeada, espessa, sulcada e verrucosa. Folhas alternas, pecioladas, oblongas, coriáceas e rígidas, lembrando as do

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cajueiro. Flores monóicas, alvas, axilares, pequenas, em inflorescência fasciculada. Drupa violácea, carnosa, parecida com uma ervilha.

Madeira de lei, especialmente para tanoaria. Cascas ricas em tanino.

Todo o Brasil. Campororoca Comum, na Bahia; Jacaré do Campo, em Minas Gerais; Capororoca da Folha Larga, no Rio G. do Sul. Também lhe chamam de Caju Bravo.

CAJUEIRO BRAVO DA SERRA – Maritacaca. CAJUEIRO DE SEIS MESES – Anacardium

occidentale Linn. var. nanum, da família das Anacardiáceas. Distingue-se esta variedade pelo porte arbustivo e floração

precoce, donde lhe adveio a denominação popular. O pseudo-fruto é grande e quase sempre de formato alongado.

Os primeiros exemplares chegados ao Ceará vieram da Amazônia.

CAJUÍ – O nome abrange duas espécies do gênero

Anacardium, família das Anacardiáceas: 1 – Anacardium humile St. Hil. (Anacardium

subterraneum Liaís). – Arbusto esparramado, de caule comprido, tortuoso, quase subterrâneo, provido de reservas aquosas que lhe permitem atravessar as mais rigorosas secas. Folhas simples, curtamente pecioladas, ovado-lanceoladas, coloridas enquanto novas. Flores pequenas, brancas, róseas ou

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amarelo-brancacentas com estrias roxas na base, em panículas amplas. Drupa pendente de receptáculo carnoso.

Castanha oleaginosa e comível. Pedúnculo acídulo e refrigerante.

Tem as mesmas propriedades do cajueiro. Abundante nos tabuleiros arenosos do Brasil Central.

Cajueiro do Campo, em S. Paulo e Minas Gerais. 2 – Anacardium pumilum St. Hil. (Anacardium humile

Mart.) – Com o mesmo aspecto do precedente. Folhas curtamente pecioladas, oblongas, agudas, glabras, de nervuras proeminentes no dorso. Flores alvas, dispostas em panículas ramificadas. Castanha pequena, sendo quase do mesmo tamanho o receptáculo carnoso, que é amarelo, doce ou azedo.

Nos tabuleiros do sertão nordestino e do Brasil Central. Caju Rasteiro, em S. Paulo e Minas Gerais.

Cajuí, de acaiú – i , caju pequeno. CAJUZINHO – Batiputá. CALOMBA BRAVA – Matarana. COLUMBI – Mimosa malacocentra Mart., da família

das Leguminosas Mimosóideas. Grande arbusto, armado de espinhos. Folhas bipinadas,

folíolos miúdos, alongados, alternos, estipulados. Flores pequenas, sésseis, brancas, dispostas em espigas cilíndricas,

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axilares. Legume chato, castanho, com sementes achatadas e escuras.

Usam o cozimento das folhas para banhar os membros inflamados pelo reumatismo e contusões (11, 54).

Forma densas moitas ao sopé das serras, beira de rios e várzeas sertanejas, intransponíveis pelos espinhos e emaranhado de caules e galhos, donde o apelido de Rompe-Gibão.

Brasil Oriental, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Avoador e Jurema, em Pernambuco.

Corrutela de caá-r-omby, a folha azul (10,224). Em Pernambuco dão este nome à Mimosa polidactyla H.

B. K., semi-arbusto ereto dos lugares úmidos, encontrado desde o Amazonas até a Bahia e Minas Gerais.

CALUMBI DE LAGOA – Mimosa pogra Linn.

(Mimosa asperata Linn.), da família das Leguminosas Mimosóideas.

Arbusto ereto até 3 m de altura, sensitivo, com caules muito flexíveis e ramos ascendentes, sendo estes e os pecíolos roxo-avermelhados, híspido-pilosos, armados de espinhos duros, recurvados. Folhas bipinadas, com 10-12 jugos de pinas opostas e plurifoliadas, também com espinhos recurvados e aos pares entre os jugos e retos e solitários entre as pinas. Flores miúdas, róseas, em capítulos esféricos. Legume pequeno, linear-oblongo, coberto de cerdas espinhosas.

Planta invasora, verdadeira praga dos baixios, margens de açudes, lagoas e rios.

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Pantropical. Malicia de Boi, Espinheido d’Água, Jiquirití, Calumbí d’Água são outras tantas denominações regionais que possui.

CALUNGA – Simaba ferruginea St. Hil. (Picrodendron

Calunga Mart.), da família das Simarubáceas. Árvore de folhas alternas, compostas, com folíolos elíticos,

coriáceos na página superior e ferrugíneo-pubescentes na inferior. Flores em panículas compostas, subsésseis.

Cascas e raízes amargo-tônicas, sucedâneas da Quassia verdadeira.

Da Paraíba até a Bahia, Minas Gerais e Goiás. CAMACARI – Terminalia fagifolia Mart., da família

das Combretáceas. Árvore pequena, porém esbelta, com folhas curto-

pecioladas, fasciculadas, ovadas ou elíticas. Flores sésseis, pequenas, verdes, dispostas em espigas axilares compostas. Sámara elítica, grande, com 2 asas.

Boa madeira para carpintaria. A casca exsuda resina vermelha.

Paraíba até à Bahia, Minas Gerais e Goiás, Cachaporra de Gentio, da Bahia para o sul.

CAMAPUM – Nome das seguintes Solanáceas: 1 – Physalis angulata Linn. (Physalis Linkiana Nees) –

Planta herbácea, glabra, ramosíssima, de caules angulosos.

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Folhas pecioladas, ovado-oblongas, irregularmente serreado-denteadas. Flores solitárias, pequenas, amarelas, sem mácula, com anteras azuladas ou violáceas. Baga globosa, amarelo-esverdeada, envolvida completamente pelo cálice, que é ovóide, 4-anguloso, papiráceo, pendente, lembrando pequena lanterna.

Frutos doces ou insípidos, comíveis. O cozimento e a infusão de toda a planta passam por desobstruentes, diuréticos, estimulantes do aparelho gênio-urinário (11, 54).

Cosmopolita tropical. Do Pará ao Rio de Janeiro. 2 – Physalis nervuiana Linn. (Physalis edulis Sims,.

Alkekenge pubescens Moench) – Erva perene, ramosa, de caules pubescentes-vilosos. Folhas cordiformes, acuminadas, inteiras ou denteado-sinuadas, subtomentosas. Flores amarelo-pálidas, com mancha escura ou purpúrea na base da corola. Baga globosa, cor de âmbar quando madura, encerrada num cálice ovóide, seco, amarelo-pálido.

Frutos um pouco acidulados. As mesmas propriedades da espécie anterior.

Nativo na parte ocidental da América do Sul. Naturalizado e cultivado em muitas regiões tropicais e intertropicais.

3 – Physalis pubescens Linn. (Alkekenge procumbens Moench., Physalis peruviana Roxb.) – Planta herbácea até 1 m. de altura muito ramosa, pubescente-tomentosa. Folhas ovadas ou subcordiformes, pubescentes, levemente viscosas. Flores verde-amareladas, manchadas de castanho na base da corola, ou brancas manchadas de escuro, com anteras violáceas. Baga

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amarelo-alaranjada quando madura e o cálice envolvente esverdeado, anguloso, ovóide-acuminado.

As mesmas propriedades das antecedentes. Índia e América tropical. Das Guiana até S. Paulo. 4 – Physalis viscosa Linn. (Alkekenge fissum Moench.) –

Erva até 80 cm. de altura, reptante, revestida de pelos curtos, ásperos, estrelados. Folhas pecioladas, ovadas, subcordiformes, inteiras ou sinuado-repandas. Flores amarelas com a base manchada de amarelo-sujo ou pardo, de anteras compridas e amarelas e cálice cor de laranja.

Dos Estados Unidos à América do Sul. Todo o Brasil. Camapum ou Camapu vem do tupi cama (peito) e pu

(estalo), estado do peito (4,243). A etimologia encontra o seu motivo no cálice insuflado que envolve completamente a baga, lembrando peito de mulher, com o qual brincam as crianças, estalando-o na testa, depois de soprá-lo. Há a variante Canapum e com ela Caio Cid batizou um dos seus livros de crônicas. Bate-Testa, em Pernambuco, ao lado do apelido comum; Juá. Juá de Capote, Juá-Poca, em S. Paulo.

CAMARÁ – Lantana Camara Linn. (Lantana aculeata

Lin., Lantana hirsuta Mart. & Gal., Lantana horrida H.B.k., Lantara salviaefolia Spreng.), da família das Verbenáceas.

Arbusto de ramos quadrangulares, armados de pequenos acúleos recurvados, ou inermes, formando grandes moitas. Folhas opostas, curto-pecioladas, ovais, denteadas, ásperas na página superior, pálidas ou brancacentas na inferior, aromáticas.

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Flores em densos capítulos longo-pedunculados, amarelos ou alaranjadas, variando depois para róseas, vermelhas ou purpúreas. Fruto drupáceo, monospérmico, parecido com um grão de chumbo, de 3 mm. de comprimento.

A planta, mormente as folhas, em infusão ou xarope é excelente nas afecções bronco-pulmonares. Parece que os efeitos antiasmáticos e peitorais se devem ao óleo essencial encontrado em todas as partes da planta e em todas as espécies do gênero. Como princípio ativo da planta, assinala-se a lantanina, alcalóide solúvel na água que, como antipirético, passa por substituto completo e onivalente da quinina. Com as folhas e sumidades preparam-se banhos aromáticos, estimulantes e tônicos. Frutos comestíveis. Flores melíferas. As ramas, apesar de ásperas, são apreciadas pelo gado ao correr do verão. A duração das flores e a mudança natural de sua coloração fizeram-na planta de jardim, havendo diversas variedades armadas ou inermes.

Originária da América tropical, mas aclimada e subespontânea em quase todos os países tropicais. Cambará de Folha Grande, na Amazônia, afora as denominações locais de Camará de Cheiro (Marajó), Chumbinho Roxo (R. Tapajós); Câmara de Espinho, Camará Miúdo de Espinho, Camará Vermelho, Camará Verdadeiro, em diversos Estados. Há a forma Cambará, de uso corrente, que parece mais aproximada da etimologia indígena – caápará, erva ou folha variegada (8, 65). No Vocabulário de Paulino Nogueira vem coaporá, evidente erro de revisão.

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CAMARÁ BRANCO – Chá do Tabuleiro. CAMARÁ BRAVO – Dona Joana. CAMARÁ DE CHUMBO – Dias da Rocha, no

Formulário Terapêutico, p. 55, classifica esta planta de Lantana spinosa Linn. Trata-se, diz Pio Corrêa, de espécie que não figura nas obras clássicas de sistemática vegetal, apesar de citada com frequência por autores nacionais e estrangeiros (26, 415). Provavelmente Camará de Chumbo é a mesma coisa que Camará.

CAMARÁ DE FLEXA – Wedelia scaberrima Benth.,

da família das Compostas. Planta arbustiva com folhas opostas, lanceoladas,

aromáticas quando, esmagadas. Flores alvas, em capítulos multifloros. Aquênio pequeno, comprimido de um lado.

Forragem procurada pelo gado vacum, donde o nome de Camará de Boi, em Pernambuco e Alagoas

CAMARÁ DE LEITE – Dona Joana. CAMARÁ ROXO – Lantana Radula Swartz (Lantana

rugosa Willd.), da família das Verbenáceas.

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Arbusto pequeno, de ramos quadrangulares e sulcados. Folhas ovadas, crenadas, rugosas. Flores brancas ou róseas, com brácteas amarelas, em capítulos axilares.

Pernambuco até S. Paulo e Minas Gerais. CAMBARÁ – Camará. CAMBOIM – Eugenia crenata Vell. (Eugenia

Velloziana Berg.), da família das Mirtáceas. Arvoreta ou arbusto de folhas pequenas, opostas, curto-

pecioladas, elíticas ou lanceoladas, glabras, crenuladas. Flores alvas dispostas em racemos. Pequena baga roxa, doce, agradável ao paladar.

Madeira para lenha, carvão, estacas e moirões. Cascas adstringentes. Fruto comestível.

Cresce nos tabuleiros litorâneos até a borda das praias do Nordeste a S. Paulo. Cambuí, nos demais Estados, ao lado de Cambuí de Cachorro, Cambuí de Restinga, Cambuí da Praia.

Corrutela de caá-mboy a planta ou folha que se desprende (10, 225).

CAMÉLIA – Camellia japonica Linn., da família das

Teáceas. Árvore asiática, natural da China e do Japão, de folhas

pequenas, ovadas, acuminadas, coriáceas, denteadas, luzidias, da qual descendem as inúmeras variedades florícolas, de aspecto

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arbustivo e flores rosiformes, singelas ou dobradas, brancas, róseas, vermelhas, amarelas ou variegadas, abundantes nos jardins fluminenses, paulista e mineiros e raras entre nós.

CAMUNZÉ – Pithcolobium polycephalum Benth., da

família das Leguminosas Mimosóideas. Árvore de casca espessa, branco-acinzentada, quase lisa,

variando de porte, desde o altaneiro até o pequeno ou mediano, sendo estes dois últimos os comuns no Nordeste. Folhas ferrugineo-tomentosas, com 8-10 pares de pinas, tendo cada uma 12-25 pares de folíolos pequenos, oblongos. Flores miúdas, pubescentes, amarelo-pálidas, dispostas em capitulo ferrugineo-tomentosos. Vagem reta ou plana, até 2 cm. de largura, um tanto ferrugínea-tomentosa.

Aproveitada no sombreamento dos cafezais, apesar de folhagem decídua. Às vezes cultivada como pasto arbóreo, pelas suas ramas forraginosas. Madeira de cerne avermelhado, para lenha e pequenos trabalhos de carpintaria.

América do Sul tropical. Na Paraíba e Pernambuco é também conhecida por Canzenzé e Camondongo.

CANA BRAVA – Nome comum às Gramíneas: 1 – Gynerium parviflorum Nees – Do Piauí até S. Paulo,

Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, Ubá, na Bahia. 2 – Gynerium sagittatum Beauv. (Saccharum

sagittatum Aubl) – América tropical. Ubá, em Minas Gerais e Mato Grosso, Cana Frecha, na Bahia.

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Ambas têm colmos eretos, altos, cilíndricos, quase lenhosos, alcançando até 6 m. de altura. Vegetam à beira d’água ou nos lugares úmidos, em associações puras.

Colmos e folhas ricas em celulose. As panículas de grandes flores da primeira espécie são ornamentais. As hastes florais e os colmos dão rabos de foguetes, flechas e material para gaiolas e esteiras. Os índios comiam os rebentos suculentos e sacarinos dos seus rizomas

CANA CASSOER – Cana Forrageira. CANA DA ÍNDIA – Canna indica Linn., da família das

Canáceas. Planta herbácea, rizomatosa, formando touças de hastes

eretas e cilíndricas, até 1,50 m. de altura. Folhas invaginantes, oblongas ou elítico-lanceoladas, acuminadas, inteiras, grandes, marginadas de um filete branco. Flores em espigas eretas, paniculadas, com amplas corolas encarnadas, amarelas, róseas, roxas, salmão, zebrinas, conforme as variedades criadas pelos floricultores, sendo típica as duas primeiras colorações.

Muito decorativa tanto pela folhagem como pelas flores. Originária da América tropical para uns e pantropical para

outros. Bananeirinha de Jardim, na Bahia; Cana e Bananeirinha da índia, no Rio de Janeiro.

CANA DE AÇÚCAR – Saccharum officinarum Linn.,

da família das Gramíneas.

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Asiática, talvez da índia ou da Polinésia. Nenhuma outra gramínea a sobreleva economicamente na vida nacional e há quase quatro séculos enche de vitalidade, como principal fonte de riqueza, a chamada Zona da Mata da região nordestina.

No Ceará, a cultura da cana limita-se às serras e vales úmidos, aos baixios da região litorânea, aos brejos dos açudes sertanejos. O seu principal produto é a rapadura, um dos alimentos básicos da população rural, vindo, em seguida, a aguardente. Há apenas uma usina de açúcar, no vale do Acarape.

Não sabemos se foi de Pernambuco, Paraíba ou Rio Grande do Norte que nos vieram as primeiras sementes de cana crioula ou da terra, variedade então cultivada no Brasil, trazida da ilha da Madeira ou da de S. Tomé pelos primeiros colonizadores. Depois de 1810 a crioula foi substituída pela cana de Cayenna, por corrupção Caiana. Oriunda de Taiti, esta variedade foi levada por Bougainville às ilhas de Bourbon e de França, passando daí à Bahia (1810), donde se espalhou pelo Brasil. Tanto a caiana, como outras variedades posteriormente introduzidas: preta, roxa, bambu ou salangor, cavangire, imperial, de Pernambuco, amarela, fita ou listrada, rajada, rósea, etc., foram quase totalmente substituídas, a partir de 1930, pelas variedades javanesas e outras cana híbridas, além de mais produtivas, resistentes ou tolerantes ao mosaico.

CANA DE BURRO – Cana Forrageira.

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CANA DE MACACO – Costus aff. Discolor Rosc., da família das Zingiberáceas.

Planta herbácea de 1-2 m. de altura. Folhas espiraladas, ovado-oblongas, 15-25 cm. de comprimento e 5-9 de largura. Flores róseas, manchadas de branco, em espigas terminais, defendidas por brácteas de cor vermelha, imbricadas.

Colmos e rizomas diuréticos e antivenéreos. Ornamental. Cresce nos brejos, margens de cursos d’água e à sombra

das matas úmidas. Com este nome é conhecida, em Pernambuco, a Maranta

divaricata Rosc. CANA DO REINO – Arundo Donax Linn., (Donax

arundinaceus Beauv.), da família das Gramíneas. Planta vivaz, cespitosa, de colmos eretos, fistulosos,

flexíveis, cilíndricos, mais ou menos grossos, cuja variedade versicolor Kunth, se cultiva nos jardins pela beleza das folhas listradas alternadamente de verde e branco-creme.

As hastes servem para bengalas, varas de pescar, suportes de plantas, gaiolas, cestas, etc.

Originária da África e do Sul da Europa. CANA FORRAGEIRA – Saccharum spontaneum

Linn., da família das Gramíneas. Asiática, certamente do mesmo espaço geográfico da cana

de açúcar. Tem os colmos eretos, 1-3 m de altura, relativamente

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delgados, nodosos, com entrenós de forma cilíndrica e medula às vezes sem açúcar.

Resistente à seca, pouco exigente quanto ao solo, da dois ou três cortes por ano, sendo muito apreciado pelos bovinos e equinos.

Deve-se a sua cultura no Ceará ao agrônomo Humberto de Andrade, quando ocupava as funções de inspetor agrícola federal.

Chamam-na ainda de Cana de Burro, Cana Cassoer, Cana Taquara.

CANA FRECHA – Cana Brava (Gynerium sagittatum

Beauv.). CANA TAQUARA – Cana Forrageira. CANAFÍSTULA – Apelido comum às Leguminosas

Cesalpinióideas: 1 – Cassia excelsa Schard – Árvore grande. Folhas

pinadas, com 10-20 jugos de folíolos oblongos e obtusos, pequenos, ligeiramente pubescente na face superior e um pouco mais na dorsal. Flores amarelas, grandes, em panículas terminais. Vagem comprida, indeiscente.

Boa para arborização. Ramas forraginosas. Do Ceará a Mato Grosso. Aleluia de Caldas, em S. Paulo. 2 – Cassia ferruginea Schrad. (Cassia staminea Vog.) –

Árvore de porte mediano. Folhas pinadas com 10-20 pares de

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folíolos linear-oblongos, densamente pubescentes, com 3 cm. de comprimento. Flores amarelo-áureas, rescendentes, dispostas em racemos axilares ou quase terminais, geralmente pendentes, de 15-30 cm. de comprimento. Vagem indeiscente, cilíndrica, lenhosa, lisa, de 24-68 cm. de comprimento por 2 cm. de diâmetro, tendo numerosas sementes transversais, pardas e brilhantes, envoltas em polpa verde.

Uma pubescência avermelhada cobre os ramos novos, os pecíolos e a inflorescência, justificando o especifico latino.

Excelente para a ornamentação de parques e jardins. Cascas tanantes. Ramas forraginosas.

Frequentemente confundida com a Cassia Fistula, dada a semelhança entre as duas espécies. Canafisula Amarela e Acácia Dourada lhe chamam ainda os jardineiros.

Do Ceará ao Paraná e Minas Gerais. 3 – Cassia Fistula Linn – Árvore de grande porte. Folhas

grandes, glabras, com 4-8 pares de folíolos, curtamente peciolados, ovados ou ovado-oblongos, agudos no ápice e cuneados na base, até 7 cm. de comprimento, glabros. Flores grandes, amarelo-ouro, dispostas, em racemos simples, pendulosos, de 50 cm. de comprimento. Vagem indeiscente, de uns 60 cm. de comprimento por 2 de grossura, cilíndrica, lisa, lenhosa, quase escura, com 40-100 sementes achatadas, cobertas de polpa escuro-luzidia, adocicada.

Espécie lindamente ornamental. A polpa das sementes é um laxativo e purgativo conhecido desde a antiguidade.

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Conserva a folhagem por ocasião dos verões, mesmo nas piores secas, dando rama de primeira ordem a toda espécie de gado.

Asiática. É ainda conhecida por Cássia Imperial, Chuva de Ouro, Canafisula Verdadeira.

4 – Cassia grandis Linn. (Cassia brasiliana Lam.) – Árvore de alto porte, a maior das Cassia do Nordeste. Folhas pinadas com 8-20 pares de folíolos oblongos, obtusos, pubescentes na página inferior. Flores grandes e belas, róseo-pálidas, em racemos axilares, pêndulos, ferrugineo-pubescentes. As flores aparecem logo após a queda total das folhas, dando à árvore um belíssimo aspecto. Vagem indeiscente, lenhosa, comprimida, recurvada, 45-60 cm. de comprimento, muito pesada.

Presta-se muito bem para a arborização urbana e o seu lenho, escuro e duro, encontra emprego.

Em toda a América tropical continental e Antilhas. 5 – Cassia multijuga Rich. (Cassia magnífica Mart.,

Cassia semifalcata Vell.) – Árvore de altura mediana. Folhas pinadas com 18-40 pares de folíolos lanceolado-oblongos, obtusos, gláucos, glabros, ou pubescentes na página inferior, de 2-2,5 cm. de comprimento. Flores amarelas em racemos laxos, terminais, dispostas em panículas amplas, multifloras. Vagem de 10-12 cm. de comprimento e 12-24 mm. de largura, achatada, reta, marginada e lisa.

Ornamental.

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Desde as Guianas até S. Paulo e os Estados centrais. Canudeiro, no Rio de Janeiro. Aarelinha, Aleluia, Canudo de Pito, em S. Paulo.

CANAFÍSTULA D’ÁGUA – Swartzia mollis Benth., da

família das Leguminosas Cesalpinióideas. Arbusto ou arvoreta de folhas pinadas, com 4-11 pares de

folíolos subsésseis, ovadas, obtusos. Flores em racemos simples ou quase ramosos, curtos, laxos, multifloros, aromáticos. Vagem acuminada e pequena, com 1 única semente arilada.

Cresce nas lagoas e lugares úmidos. Do Ceará à Bahia. Brinco de Cabra, na Bahia.

CANAFÍSTULA DA SERRA – Cassia aff. ferrugínea

Schrad. (Vide Canifístula). CANAFÍSTULA DE BOI – Pithecolobium multiflorum

Benth. (Acácia multiflora H.B.K.), da família das Leguminosas Mimosóideas.

Árvore mediana com ramos, pecíolos e inflorescência pubescentes ou quase glabros. Folhas compostas de 1-4 pares de pinas e cada uma com 6-10 pares de folíolos oblongos, obtusos, membranáceos, quase coriáceos. Flores pequenas, branco-amareladas em capítulos sésseis e axilares. Legume reto ou recurvado, coriáceo, chato e fino.

Ramas e vagens forrageiras. Madeira para obras e lenha. Casca adstringente.

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Frequente nos trechos inundáveis do sertão. América tropical e subtropical meridional. Amazonas, Pará, Ceará, Paraíba e Pernambuco.

Canafístula, na Paraíba e Pernambuco. CANAFÍSTULA DE LAGOA – Pithecolobium

cauliflorum Benth., da família das Leguminosas Mimosóideas. Arbusto anual, das lagoas e lugares úmidos do sertão, onde

cresce com grande rapidez na estação pluviosa, consoante Pompeu Sobrinho (63, 24).

Ramas forrageiras. Fenadas têm a relação nutritiva de 1: 4,9.

NOTA – José Luiz de Castro (12, 73) deu-lhe erroneamente a classificação de Cassia ferrugínea Schrad.

CANARANA – Nome comum às seguintes Gramíneas

hidrófilas: 1 – Panicum aqueticum Poir – Perene, de colmos

grossos, fistulosos, glabros, decumbentes e radicantes, com nós escuros, medindo de 30-60 cm. de comprimento. Folhas planas, estriadas, 5-10 mm. de largura. Inflorescência em panícula terminal, ereta, ampla cerca de 10 cm. de comprimento e igual largura, com espiguetas pequenas, lanceoladas e muito agudas.

Espécie de grande vigor vegetativo, tomando conta em pouco tempo de largas extensões d’água, chegando mesmo a cobri-las de todo.

Encontrada em toda a América tropical.

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2 – Paspalum repens Berg. (Paspalum gracile Rudge, Paspalum mucronatum Muhk., Paspalum pyramidale Ness) – Perene, de colmos cilíndricos, fistulosos, estriados, com nós glabros e escuros, até 2 m. de altura. Folhas linear-lanceoladas, longo-acuminadas, com 10-30 cm. de comprimento e 12-15 mm. de largura, áspera nas margens, estriadas e pubescentes. Inflorescência em panículas de espigas numerosas e espiguetas solitárias, brancacentas, elíticas.

Veio da Amazônia para o Ceará, como forrageira, cultivando-se nas margens dos açudes e lagoas, bem como nos baixios inundáveis.

Do sul dos Estados Unidos ao Paraguai. Capim Pirimembeca, no Baixo Amazonas, e Canaram Rasteira, na ilha de Marajó.

Canarana, cana falsa, de cana de rana, sufixo tupi. CANARANA FINA – Panicum geminatum Forks.

(Paspalum appressum Lam., Digitaria appressa Pers., Panicum appressum Lam., Paspalidium geminatum Stapf.), da família das Gramíneas.

Perene, glabra, de colmos cespitosos, ascendentes, estriados, moles, até 80 cm. de altura. Folhas planas, lineares, agudas, 10-20 cm. de comprimento por 3-6 mm. de largura. Panícula compacta, com 12-18 racemos, eretos, com espiguetas glabras.

Forragem boa. Panículas ornamentais.

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Hidrófila, cobrindo às vezes grandes extensões liquidas. Dado o seu hábito, é conhecida também por Capim d’Água.

Pantropical. Talvez em todos os Estados litóreos brasileiros.

CANARANA DE FÓLHA MIÚDA – Hymenachne

amplexicaulis Nees (Panicum amplexicaule Rudge), da família das Gramíneas.

Perene, colmos eretos ou ascendentes, glabros. Folhas cordiforme-amplexicaules, lanceoladas, agudas, até 40 cm. de comprimento e 5 cm. de largura, com margens ásperas. Inflorescência muito densa, espiciforme, cilíndrica, com espiguetas verde-pálidas.

Hidrófila. Cosmopolita tropical. Canarana de Folha Miúda e Rabo de Rato, no Pará; Capim de Açude, em Pernambuco.

Forrageira. CANARANA ROXA – Panicum zizanioides H.B.K.

(Panicum grandiflorum Trin., Panicum oryzoides Swartz.), da família das Gramíneas.

Perene, colmos prostrados, estriados, com nóbulos roxos, até 1,50 m. de comprimento. Folhas invaginantes com lâmina lanceolada, acuminada, de margens ásperas, glabra ou com poucos pelos esparsos, com 14 cm. de comprimento. Inflorescência em panículas espiciformes, retas, com espiguetas grandes e glabras.

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Boa forragem. Hidrófila. Do Amazonas ao Rio de Janeiro, Minas Gerais e

Mato Grosso, Capim Arroz, em certos lugares. CANDELABRO – Hibiscus schizopetalus Hook. f.

(Hibiscus rosa-sinensis var. schizopetalus Mart.), da família das Malváceas.

Arbusto de 2-5 m. de altura de galhos compridos e flexuosos, com flores longo-pedunculadas, pendentes como candelabros, de pétalas vermelhas ou vermelho-amareladas, profundamente cortadas e recurvadas para cima.

Cultivada nos jardins. Originária da África tropical. Para-Queda, em

Pernambuco; Lanterna, no Rio Grande do Sul. CANELA – Nectandra leucantha Nees. (Laurus

exaltata Spreng., Nectandra spicata Meissn., Persea leucantha Mart.), da família das Lauráceas.

Árvore até 6 m de altura, de ramos escuros, folhas ovado-obtusas, coriáceas, luzidas. Flores em panículas, branco-amareladas, aromáticas. Baga pequena.

Cascas amargo-tônicas. Madeira amarelada, para obras internas.

Ceará até Santa Catarina, Minas Gerais, Canela Seca, na Bahia; Canela Amarela, em S. Paulo.

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CANELA BRANCA – Endlicheria hirsuta Nees. (Cryptocarya hirsuta Schott., Geoppertia hirsuta Nees.), da família das Lauráceas.

Árvore alta, de folhas muito variáveis. Flores seríaceas, aromáticas, amarelo-esverdeadas ou brancacentas, em cachos espiciformes. Fruto bacácio, liso, com uma cúpula verde-amarelada.

Cascas e folhas perfumadas, amargo-tônicas e adstringentes. Boa madeira para construção.

Todo o Brasil. Canela Cheirosa, na Bahia e no Rio. CANELA CRAVO – Canela do Mato. CANELA DA ÍNDIA – Cinnamomum zeylanicum

Blume. (Laurus Cinnamomum Linn.), da família das Lauráceas.

Existem poucos exemplares desta planta no Nordeste, cultivados mais a título de curiosidade.

É uma arvoreta elegante, de folhas 3-nervadas até o ápice, variáveis na forma e no tamanho, porém coriáceas e luzidias na página superior. As flores são aromáticas, miúdas, axilares, esverdeado-amareladas.

A casca dos ramos, desprovida da epiderme e da camada suberosa, constitui a canela do comércio, usada desde a mais alta antiguidade na perfurmaria, culinária e farmácia.

Natural do Ceilão. Canela de Cheiro, em Pernambuco. Canela Verdadeira, em alguns Estados.

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CANELA DO MATO – Linharea aromática Arr. Cam., da família das Lauráceas.

Árvore de casca e folhas cheirando a cravo. Boa madeira para construção.

Do Piauí a Pernambuco.

NOTA – Trata-se de espécie duvidosa, apenas mencionadas pelo seu autor, o botânico paraibano Arruda Câmara.

CANEMA – Coerana. CÂNHAMO – Maconha. CANINANA – A denominação abrange as seguintes

plantas: 1 – Securidaca lanceolata Sr. Hil., da família das

Poligaláceas – Trepadeira lenhosa, de ramos alternos. Folhas lanceoladas, inteiras, coriáceas, quase glabras. Flores em grandes panículas compostas, com 5 pétalas desiguais, de cor róseo-vivo. Cápsula oval, indeiscente, monospérmica, alada no ápice.

Por ocasião da florescência cobre-se completamente de flores. As suas qualidades ornamentais a recomendam para revestimento de caramanchões e colunas de parques e jardins.

Do Ceará até S. Paulo. 2 – Sabicea cinerea Aubl., da família das Rubiáceas –

Planta trepadeira de folhas ovado-oblongas e pequenas flores brancas.

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As duas são ainda conhecidas por Cipó Caninana. CANSANÇÃO – Apelido comum a certas Eufordiáceas,

Urticáceas e Loasáceas portadoras de pelos urentes: 1 – Jatropha urens Linn., da família das Euforbiáceas –

Arbusto até 3 m. de altura, lactescente, copiosamente coberto de pelos urticantes. Folhas longo-pecioladas, palmadas, cordiformes, 3-5 profudamente lobadas ou partidas. Flores apétalas, alvas, em cimeiras. Cápsula trilocular, com 3 sementes pardacentas, de 8 mm. de comprimento.

Esta espécie apresenta grande número de formas. Em contacto com a pele os pelos quebram as suas pontas e

derramam um liquido cáustico, urentíssimo, provocando na parte afetada um prurido insuportável, acompanhado de inchação e até feridas.

O cozimento da raiz tonifica e estimula o aparelho gênito-urinário.

América tropical. Cansanção de Leite, na Bahia e Rio de Janeiro; Pinha Queimadeira e Cansanção de Leite, no Rio Grande Sul.

2 – Loasa rupestris Gard., da família das Loasáceas – Planta herbáceas, de folhas ovadas e flores em pequenos racemos, com fruto capsular.

Encontrada de preferência nos sítios pedregosos. Os seu pelos, superam em urência os da espécie anterior.

3 – Fleurya aestuans Gaud. (Urtica aestuans Linn., Urtica latifolia Rich.), da família das Urticáceas.

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Erva suculenta, ereta, até um pouco mais de 1 m. de altura, com hastes e folhas cobertas de pelos glandulíferos pungentes e urentes. Folhas inferiores subopostas, e as demais alternas, longo-pecioladas, ovaladas, cordiformes, sub-acuminadas, crenadas e membranáceas. Flores minúsculas, esverdeadas, reunidas em inflorescências axilares e terminais em cimeira paniculiforme.

O chá das raízes passa por diurético e sudorífero. Habita os lugares sombrios e úmidos das nossas serras

frescas. Conhecida ainda por Urtiga Vermelha. CANDEIO – Cassia biflora Linn. (Cassia acapulcensis

H.B.K., Cassia geminiflora Moc. & Sessé), da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Arbusto delicado, de 0,50-2,50 m. de altura. Folhas pinadas com folíolos de 1-3,5 cm. de comprimento, arredondados, glabros ou levemente pubescentes. Flores amarelas. Legume chato, de 5-11 cm. de comprimento sobre 4,5 mm. de largura, reto ou curvo.

América tropical. CANUDO – Ipomoea crassicaulis Robinson (Batatas

crassicaulis Benth., Ipomoea fistulosa Mart.), da família das Convulvuláceas.

Planta herbácea de 1-3 m. de altura, caule grosso e glabro, ramos fistulosos. Folhas longo-pecioladas, inteiras, ovado-cordiformes ou subsagitada, longo-acuminadas. Flores pálido-

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violáceas, quase róseas, de 5-8 cm. de comprimento, vistosas, em corimbos terminais.

“O Conselheiro Freire Alemão, em notas colhidas na

província do Ceará, assinala o seguinte a respeito desta planta: “O canudo cresce nas lagoas. Este arbusto mole, de folhas levemente aveludadas, um pouco semelhantes às do fumo, é algumas vezes pastado pelo gado vacum e lanígero.

“Contam desse vegetal, coisas realmente espantosas. A rês que o come fica ébria nos primeiros tempos e, se não morre, logo definha e sucumbe ao cabo de seus sofrimento. A vaca torna-se assustada, magra, estéril, marcha de um modo apressado e cambalente, que dá a perceber o seu padecimento; e, se vive algum tempo, entre os cornos lhe cresce uma trunfa de cabelos que algumas vezes adquire um palmo de comprimento.

“Um criador que a isto se refere acrescenta que as vacas canudadas trazem o ventre muito crescido, de modo a fazer crer que estejam prenhas, mas que, examinadas, depois de mortas, apresentam a madre ocupada de uma grande quantidade d’água.

“Houve exemplo de parir uma vaca assim, e o feto, tendo toda a perfeição orgânica, era, todavia de um volume infinitamente menor que de ordinário”.

Finalmente, “a embriaguez produzida pelo canudo torna a rês assustada e medrosa, a tal ponto que um

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rebanho inteiro de ovelhas que tenha ingerido este vegetal, a um grito que solte o pastor, toma-se de medo, corre, salta, atira-se ao chão como sem sentidos e depois de alguns minutos desaparece fugindo”.

“Esta planta já foi estudada sob o ponto de vista químico por P. Haase, constituindo assunto de sua tese, apresentada em 1909 à Universidade de Strasburgo.

“Em suas investigações, não encontrou Haase nenhum principio tóxico que justifique a conta em que é geralmente tida como planta altamente tóxica; foi apenas encontrada na raiz e no caule 0,20 de jalapina (orizabina)”. (64, 5).

Sobre a toxidez do Canudo convém ler ainda o que

escreveram o cientista Artur Neiva e Belisário Pena na Viagem cientifica pelo norte da Bahia, sudoeste de Pernambuco, sul do Piauí e norte e sul de Goiás (65, 85 e seguintes).

Dos galhos fazem canudos para cachimbos, advindo dessa aplicação o seu apelido vulgar.

Forma densos agrupamentos nas águas rasas. Cresce em toda a América tropical. Da Amazônia ao Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso. Mata Cabra e Canudo de Lagoa são outras denominações cearenses desta planta. Algodão Bravo, no Pará; Algodão do Pantanal, em Mato Grosso.

CAPA BODE – Bauhinia aff. forficata Link., da família

das Leguminosas Cesalpinióideas.

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Árvore pequena. Folhas alternas, profundamente fendidas, de lobos alongados e encurvados para fora. Flores verdoengas em cachos terminais.

Cascas adstringentes. A cinza serve para clarear o caldo de cana no fabrico de rapadura.

Frequente no planalto e nas quebradas orientais da Serra de Baturité. Tem também o apelido de Ceroula de Homem.

Encontra-se ainda na Serra de Baturité uma Sapotácea arbórea, do gênero Pouteria, conhecida igualmente por Capa Bobe.

Em Fortaleza, Bauhinia heterandra Benth., arbusto aculeado, é também conhecida por este nome.

CAPA ROSA – Lemna minor Linn., da família das

Lenáceas. Pequena planta verde, de poucos milímetros de tamanho.

Flutua na águas calmas, graças às câmaras aeríferas de sua superfície inferior. O caule, sob a forma de um disco mais ou menos lenticular, apresenta brotos foliares laterais, que se desligam e se tornam independentes. Flores unissexuais, excessivamente pequenas, envolvidas por espata finíssima.

Adensam-se, às vezes, em colônias tão grandes que chegam a cobrir de maneira total a face dos poços e lagoas. As aves aquáticas são as principais responsáveis pela sua disseminação.

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Empregam a planta contusa para apressar a supuração de tumores. Tem ainda o nome de Pasta Miúda. Lentilha d’Água, em Pernambuco.

CAPEBA – Denominação comum às seguintes

Piperáceas: 1 – Piper marginatum Jaca. (Piper decumanum Aubl) –

América tropical. Capeba Cheirosa, na Amazônia e no Rio de Janeiro. Nhandi e Pimenta do Mato são outros sinônimos usados no Amazonas e Pará. Malvaisco, em Pernambuco.

2 – Pothomorphe peltata Miq. (Piper peltatum Linn.) – América tropical. Norte do Brasil até Bahia. Capeba do Norte, Capeba Verdadeira, Capeba Branca.

Na serra de Baturité achou Huber a variedade subpeltatum C. DC. (Piper subpeltatum Wild.), arbusto de 2-3 m. de altura, disseminado por toda a América tropical.

3 – Pothomorphe sidaefolia Miq. (Piper sidaefolim Link,. Piper umbellatum Vell.) – América tropical. Quase todo o Brasil.

4 – Potomorphe umbellata Miq. (Pider umbellatum Linn.) – Pariparoba, no Rio e Sul do Brasil.

São plantas subarbustivas, de caules geniculados e folhas pecioladas, inteiras, cordiformes-arredondadas, agudas no ápice, aromática, com flores numerosas, em espigas.

Toda a planta e de modo especial as raízes empregam nas doenças do fígado, baço e rins, mormente, nos enfartos dos dois primeiros órgãos oriundos de infecções palustres. Para

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Grosourdy as raízes de Pothomorphe peltata constituem o melhor diurético da flora nos países intertropicais. O cozimento das folhas das capebas usa-se para banhar as feridas e úlceras. Registra alguns autores a ação neurótica destas plantas, dando bons resultados na epilepsia e em outras nevroses. Em certos lugares os frutos e Piper marginatum substituem a pimenta do reino.

Capeba, corr, de caá-peba, caá, folha, planta, peba, plana, folha chã ou plana, (10, 227).

CAPIM – Nome comum a inúmeras Gramíneas,

geralmente forrageiras, a algumas Ciperáceas e a raros representantes de outras famílias, quase sempre herbáceos.

Conforme Batista Caetano, provém de caá-pii ou caá-piy, mato fino, erva (8, 67).

CAPIM AÇU – Paspalum millegrana Schrad.

(Paspalum lentiginosum Presl., Paspalum Underwoodi Nash, Paspalum vulnerans Salzm), da família das Gramíneas.

Erva perene, robusta, glabra, em densos agrupamentos. Colmos simples, ascendentes ou eretos, comprimidos e estriados, 1-2 m. de altura. Folhas lineares, alongadas, de margens serreadas e cortantes. Inflorescências em panículas espessas, de 6-30 cm. de comprimento, irregularmente agrupadas, obovado-suborbiculares, glabras.

América Central e Antilhas. Provavelmente em todo o Brasil.

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Forrageira secundária quando nova.

NOTA – José Luiz de Castro (12, 74) consigna como nome de Capim Açu, no Nordeste, o Panicum megiston Schult, denominação que me parece não ser entre nós aplicada a esta gramínea, assim chamada na Amazônia. Em Pernambuco dão também o nome de Capim Açu ao paspalum vigatum Linn.

Por Capim Açu são conhecidas as seguintes Ciperáceas: 1 – Cyperus hermaphroditus Standley (Mariscus

Jacquinii H.B.K.) – Disperso desde o México e Antilhas até a América do Sul.

2 – Cyperus ligularis Linn. (Mariscus rufus H.B.K.) – América tropical. Manibu, em Pernambuco.

3 – Mariscus flavus Vahl. Plantas palustres, pastadas quando novas, porém de valor

nutritivo medíocre. Raízes diuréticas, em infusão. CAPIM AGRESTE – Diectomis fastigiata H. B. K.

(Andropogon fastigiatus Swartz, Sorghum fastigiatum Kuntz), da família das Gramíneas.

Esbelto, perene, ereto, como os colmos ramificados no ápice, 0,50-1 m. de altura. Folhas planas, estreitas, finamente acuminadas. Racemos 2-6 cm. de comprimento, com espigas de pedúnculos muito delicados e espiguetas sésseis, aristadas e algumas pilosas.

Pasto, quando novo. Costumam queimá-lo, no verão, para destruir as folhas velhas e silicosas, rebentando então nova

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folhagem, avidamente procurada pelas reses. É o responsável pelos incêndios que anualmente assolam os plainos da Chapada do Araripe, destruindo quilômetros de matas em beneficio do sustento de algumas cabeças bovinas.

América tropical continental e insular. Encontrado nos trópicos do Velho Mundo. Capim Arroz, Arroz do Mato.

CAPIM ALPISTA – Alpista. CAPIM AMARGOSO – Denominação das Gramíneas: 1 – Elyonurus adustus Ekman (Andropogon adustus

Trin., Andropogon latiflorus Nees., Elyonurus latiflorus Ness) – Erva cespitosa, com folhas longas e lineares, formando touças de 30-50 cm., de altura. Inflorescência em espigas simples, paniculadas, vilosas, eretas ou não, com espiguetas sésseis, violáceas.

Excelente espécie pasamófila amargosa no estado verde. As espiguetas têm cheiro que lembra o da manga.

Da Guiana Inglesa à Argentina. Do Piauí ao Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.

2 – Trichachne insularis Nees. (Andropogon insularis Linn) – Gramínea dos terrenos secos, perene, com colmos cilíndricos, lisos ou estriados, até 1 m. de altura. Folhas de lâminas escabrosas, planas, acinzentadas e de ápice agudo. Inflorescências suaves e tringueiras na maturidade, em panícula oblonga com espículas pubescentes.

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Forragem rica em proteína (11, 47% antes da floração e 7, 10% depois desta). Inflorescências ornamentais.

Dos Estados Unidos à Argentina. Capim Flecha, em Pernambuco; Capim Pororó, no Rio G. do Sul.

CAPIM ANDREQUICÉ – Inchananthus

bambusiflorus Doell. (Panicum bambusiflorus Trin., Panicum penicillatum Ness.), da família das Gramíneas.

Perene, de colmo ereto, duro, estriado, liso, até 2 m. de altura. Folhas rígidas, lancioladas, agudas, com 20 cm. de comprimento sobre 2 de largura, sarapintadas. Inflorescência em panículas eretas, pubescentes, compostas de pequenas espigas muito aproximadas, solitárias ou binárias.

Forrageira, quando nova. Quase todo o Brasil. Andrequicé é corrutela de andirá

(morcego), e quicé (faca pequena) – faquinha de morcego, alusão ao fato de as bordas das folhas deste capim cortarem como os dentes dos morcegos, isto é, sem dor.

NOTA – Com este nome, José Luiz de Castro (12, 73), averba o Panicum latifolium Linn., que no Ceará cresce nas serras frescas e é conhecido por Taboquinha.

CAPIM ARROZ – Assim se chamam as Gramíneas: 1 – Luziola micrantha Benth – Ceará e Paraíba. 2 – Luziola peruviana Gmel. (Caryochloa brasiliensis

Ness.) – Do Sul dos Estados Unidos ao Uruguai, inclusive Cuba.

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Do Piauí ao Rio Grande do Sul. Arroz do Brejo, na Bahia; Arroz Silvestre, no Rio Grande do Sul.

São ervas aquáticas, de colmos mais ou menos decumbentes ou eretos, até 15 cm. de altura com folhas lineares, estreitas, agudas e ásperas. Novas, dão forragem apreciada pelo gado bovino. O fruto da última espécie, de 2 mm. de comprimento, ovóide-elítico, esverdeado, é comestível.

3 – Trachypogon plumosus Nees. (Andropogon plumosus Humb. & Bonpl., Trachypogon polymorphus var. plumosus Hack.) – Erva perene, glabra de colmo até 1 m. de altura. Folhas invaginantes, planas, coriáceas, lanceoladas, acuminadas. Inflorescência com 1 ou 3 espigas, sendo as flores providas de 1 arista comprida e com anteras amarelas.

Forrageira ordinária, mesmo quando nova. Prefere os campos secos, arenosos, desde o México até o

Brasil e Bolívia. Cresce também na África do Sul. Arroz do Campo, no Pará e Pernambuco; Capim Redondo, na Bahia; Capim Agreste, em Santa Catarina.

CAPIM BARBA DE BODE – Este nome é comum às

Gramíneas: 1 – Andropogon virginicus Linn. (Anatherum

virginicum Spreng) – Colmos compridos, delgados, nodosos, formando touceiras verde-violáceas. Inflorescência em cachos de espigas dispostas de 3 a 3 ou 4 a 4, raramente mais ou menos, com espigueta pequenas e sésseis.

Forragem de inferior qualidade.

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Dos Estados Unidos ao Panamá, inclusive Antilhas. Todo o Brasil. Capim Membeca, em Pernambuco, Bahia e Estados meridionais.

2 – Aristida pallens Cav. (Chaetaria pallens Beauv.) – Colmos cespitosos, eretos, lisos, fortes, com 50 cm. de altura. Folhas muito estreitas, agudas, rígidas, estriadas, escabrosas na página superior e quase lisas na inferior. Inflorescência em panículas grandes, recurvadas, ramosas, vermelhas ou vermelho-violáceas. Cariopse com longa arista trífida, branco-pálida, no ápice.

Capim de medíocre valor forrageiro, com 1: 4,0 de relação nutritiva antes de 1: 10,0 depois da floração.

Todo o Brasil. 3 – Sporobolus aeneus Kunt. (Vilfa aenea Trin.) –

Perene, cespitosa, bulbosa, com colmos grossos, cilíndricos, estriados, eretos, de 30-60 cm. de altura. Folhas de bainhas glabras e de margens ciliadas, tendo a lâmina larga na base, linear-acuminada, estriada, convoluta, terminando em ponta muito fina. Inflorescência panicular, terminal, longo-pedunculada, com espiguetas bináreas ou ternárias, plúmbeas quando novas e castanhas mais tarde.

Forrageira ordinária. Pouco exigente em matéria de solo, prefere os de natureza

arenosa. De Cuba até ao Brasil. Do Piauí a S. Paulo, Minas Gerais e Goiás.

4 – Sporobolus argutus Kunth. (Vilfa arguta Nees.) – Perene, cespitosa, colmos abundantes e glabros, eretos ou

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prostrados, com 20-30 cm. de altura. Folhas de bainhas estriadas e mais curtas do que os internódios, com lâminas curtas e planas, linear-lanceoladas, agudas, estriadas, com pequenos dentes marginais, glabras na página superior e com pelos esparsos na inferior. Inflorescência em panícula, a princípio contraída e depois estreitamente piramidal, com espiguetas pequenas, pálidas ou violáceas.

Na Serra da Mantiqueira, em Minas Gerais, é reputada boa forragem pelos criadores, talvez por falta de coisa melhor, pois a sua relação nutritiva, depois da floração, é igual a 1: 10,2.

Do Sul dos Estados Unidos à Argentina, inclusive as Antilhas. Parece que em todo o Brasil, a partir do Piauí para o Sul. Capim de Fogo, em alguns Estados.

5 – Sporobolus virginicus Kunth. (Agrostis virginica Linn.) – Espécie perene, cespitosa, bulbosa, com colmos eretos ou ascendentes, parecida com as anteriores, porém crescendo nos terrenos arenosos e salinos até a beira da praia lavada pelas marés. Seus rizomas se estendem por distâncias consideráveis, emitindo brotos de espaço a espaço. É uma das plantas dominantes da vegetação litorânea juntamente com a ciperácea Remirea maritima Aubl.

Dos Estados Unidos (Virginia) ao Brasil e Chile. 6 – O nome de Capim Barba de Bode abrange igualmente

a Ciperácea – Cyperus compressus Linn., de haste filiforme e triangular, com folhas lineares e verticiladas e inflorescência em umbela composta de espiguetas.

Forragem ordinaríssima.

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Frequente no litoral e cosmopolita das regiões cálidas de ambos os hemisférios.

CAPIM CHEIROSO – O nome aplica-se às Ciperáceas: 1 – Kyllinga brevifolia Rottb – Das regiões cálidas de

ambos os hemisférios. 2 – Kyllinga odorata Vahl – América tropical. Possuem raízes e folhas aromáticas, tidas por carminativas,

diuréticas e antiespasmódicas. A segunda espécie, em Pernambuco e na Bahia, é

conhecida, respectivamente, por Manibu e Capim Santo e tem no Rio de Janeiro os apelidos de Capim de Cheiro e Jacapé.

CAPIM CHUVISCO – Panicum brevifolium Linn.

(Panicum capillaceum Lam., Panicum trichoides Swartz), da família das Gramíneas.

Erva vivaz, de colmo ascendente, com os nós cobertos de pelos, estriado mas liso no ápice. Inflorescência em panícula capilar, grande, pubescente.

Pouco resistente ao pisoteio e a concorrência de outras plantas. A relação nutritiva antes, na floração e depois é de, respectivamente, 1: 3,1, 1: 3,9, 1: 4,3.

Cosmopolita tropical. Amazonas até S. Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Capim Mimoso, no Piauí, e na Bahia; Taquari do Mato, em Pernambuco. No Ceará dão-lhe às vezes o nome de Capim Panasco, com pouca frequência, é verdade.

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CAPIM COLÔNIA – Echinochloa colonum Link.

(Panicum colonum Linn.), da família das Gramíneas. Anual, colmos ascendentes ou eretos, comumente

ramificados na base, comprimidos, glabros, escuros nos nós, 20-40 cm. de altura. Bainhas glabras e folhas lanceolado-agudas, glabras um tanto escabrosas nas margens e às vezes com listras transversais vermelho-violáceas na página superior. Inflorescência em panícula de 5-10 espigas pequenas, com espiguetas violáceas, avermelhando para o ápice.

Cresce com rapidez e produz boa forragem verde. Frutificação abundantíssima. As sementes entram com largueza na alimentação de diversos povos da Ásia tropical.

Cosmopolita das regiões quentes do mundo.

NOTA – A espécie consignada como Capim Colônia por José Luiz de Castro (12, 74) refere-se ao Capim de Planta. O Panicum maximum Jacq. (Capim Guiné) às vezes é chamado de Capim Colônia.

CAPIM D’ÁGUA – Canarana. CAPIM DA PRAIA – Paspalum vaginatum Swartz

(Paspalum brachiatum Tirin., Paspalum foliosum Kunth., Paspalum didactylum Salzm.), da família das Gramíneas.

Planta das terras e águas salobras do litoral. Perene, estoloníferas, com rizomas horizontais e colmos floríferos até 60

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cm. de altura. Forma, às vezes, densas aglomerações homogêneas.

Do Sul dos Estados Unidos à Argentina. Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro.

CAPIM DE BURRO – Cynodon dactylon Pers.

(Panicum dactylon Linn), da família das Gramíneas. Planta perene, rizomatosa, alcançando os colmos aéreos

até 50 cm. de altura. Folhas finas, planas, glabras, de ápice agudo. Inflorescência 6-7 espigas eretas e de cor rósea ou arroxeada. Resistente às capinas e às secas, invasora, principalmente nos sítios úmidos, onde afoga a vegetação rasteira e constitui praga de erradicação difícil. Antes da floração tem a relação nutritiva de 1: 7,8. Forragem macia e feno excelente;

Cosmopolita das regiões quentes. Todo o Brasil. Grama, no Pará e em Pernambuco; Mate-me Embora, na Bahia; Capim da Cidade ou de Burro, no Rio de Janeiro; Grama Rasteira e Graminha, no Rio Grande do Sul.

CAPIM DE CHEIRO – Capim Cheiroso. CAPIM DE CONTAS – Coix Lacryma-Jobi Linn. (Coix

Lacryma Linn.), da família das Gramíneas. Perene, subarbustiva, ereta, cultivada ou ruderal, tem a sua

origem na índia, donde se espalhou pelas regiões cálidas de ambos os hemisférios.

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O fruto é uma cariopse semi-globosa, esbranquiçada, lustrosa, às vezes acinzentadas, de consistência óssea quando madura, com, a superfície um tanto rugosa e pontuda em uma das extremidades. Com ele fabricam-se rosários, braceletes, voltas, etc. Na Índia e outras partes do Oriente aproveitam a farinha do fruto imaturo, rico em amiláceos, para papas e mingaus.

Lágrima de Nossa Senhora é outro apelido pelo qual é bastante conhecido.

CAPIM DE PLANTA – Panicum barbinode Trin.

(Panicum numidianum Lam. Panicum equinum Salzm., Panicum purpurascens Raddi), da família das Gramíneas.

Perene, possui hastes reptantes, grossas, pilosas, que emitem raízes nos nós e abafam a vegetação rasteira, tomando conta inteiramente do terreno. Folhas largas e compridas, glabras ou pubescentes, agudas. Inflorescência em panícula aberta e ereta.

É a gramínea forrageira mais cultivada no Ceará; nos baixios frescos, nas represas e margens de açudes e lagoas. Dá sucessivos cortes durante o ano. A sua relação nutritiva, quando nova e verde, é de 1: 6,3.

“Existem diversas variedades de Panicum barbinode, diferenciadas pela grossura dos colmos, folhas etc. A variedade denominada “Angolinhas” tem colmos mais finos e folhas mais estreitas, vegetando bem, mesmo em terrenos secos e altos. Em algumas variedades as folhas são muito pubescentes e em outras são glabras”. (66, 42).

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Passa por ser natural da África, mas é encontrado espontâneo no Brasil, sobretudo na Amazônia. Capim Colônia, no Pará; Capim de Cavalo, no Piauí; Capim do Pará, na Bahia; Capim de Angola, no Rio, Minas Gerais, S. Paulo, Rio Grande do Sul; Capim Branco, em Santa Catarina e às vezes no Ceará; Capim de Lastro e Capim Angola, no Rio Grande do Sul. Tem ainda os nomes de Capim de Corte e Capim Fino, em alguns Estados.

CAPIM DE ROÇA – O nome engloba as seguintes

Gramíneas: 1 – Axonopus compressus Beauv. (Milium compressum

Beauv., Paspalum platicaulon Poir). – Perene, de longos colmos estoloníferos e folhosos, com folhas curtas e obtusas, ao passo que os colmos florais são eretos, até 50 cm. de altura, tendo as folhas finas e estreitas. Racemos 2-5, delicados, curtamente pedunculados; espiguetas glabras ou quase glabras.

Invasora, resistente ao pisoteio, pouco exigente quanto ao solo, vegetando bem em terrenos arenosos de alguma umidade, presta-se à informação de pastos nas zonas dos tabuleiros litorâneos e à fixação de dunas. Na substância seca a relação nutritiva é de 1: 9,3.

Do sul dos Estados Unidos à Argentina, e Antilhas, Java a África. Parece que em todo o Brasil. Capim Grama, na Bahia; Capim Nó, no Rio de Janeiro; Grama e Graminha, no Rio Grande do Sul.

2 – Digitaria argillacea Fernald (Syntherisma argillacea Hitchc. & Chase). – Anual, de colmos ascendentes ou eretos, 15-60 cm. de altura. Bainhas pubescentes ou vilosas e folhas

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estreitas, planas, lanceolado-acuminadas, pubescentes. Racemos 1-6, delicados, ascendentes; espiguetas com 2 mm. de comprimento, com pelos agrupados acima de sua extremidade. Cariopse castanho-escura.

Forragem macia, recomendada às vacas leiteiras. Antilhas, América Central e Brasil. 3 – Digitaria sanguinalis Scop. (Panicum sanguinale Linn.)

– Anual ou perene, verde ou violáceo-avermelhada, de crescimento rápido, dando touceiras de 50-60 cm. de altura, de colmos finos e numerosos, decumbentes ou geniculado-ascendentes. Bainhas pilosas. Lâminas curtas, lanceolado-acuminadas, mais ou menos pilosas. Inflorescências em espigas delgadas, digitadas, arroxeadas, 5-10 cm. de comprimento, longo-pedunculadas, dispostas no ápice dos colmos ou em 1-2 verticilos; espiguetas lanceolado-agudas, com perto de 3 mm. de comprimento; a primeira gluma pequena, mas distinta. Cariopse oblonga, pequena, verde-escura.

Recomenda-se para pasto e feno, antes da floração, quando a sua relação nutritiva, no capim verde, é de 1: 6,0; depois revela grande pobreza de proteína, acusando a relação nutritiva de 1: 16,1.

Largamente disseminada nas regiões quentes do mundo. Passa como uma das primeiras plantas cultivadas pelo homem, que aproveitava as suas sementes.

Capim Pé de Galinha, na Bahia, S. Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso; Capim Papagaio, Capim Sanguinário, ainda em S. Paulo; Capim Milhã e Capim das Hortas, também

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no Rio Grande do Sul; Capim Taquari, em Minas Gerais. Entre nós, é igualmente conhecido por Capim de Roça Verdadeiro.

4 – Digitaria horizontalis Willd. (Millium digitatum Swartz., Panicum horizontale Meyer). – Muito parecida com a anterior, da qual alguns autores consideram como variedade (Panicum sanguinale var, digitatum Hack. ou Panicum sanguinale subsp. horizontale Hack.). Distingue-se pelas espiguetas, cerca de 2 mm. de comprimento, tênues, estreito-lanceoladas, muitas vezes seríceo-estriadas; primeira gluma, obsoleta.

Cosmopolita tropical. Prefere os terrenos baixos ou brejosos. Capim Tinga, na Bahia.

CAPIM DO SUDÃO – Sorgo. CAPIM ELEFANTE – Pennisetum purpureum Schum.,

da família das Gramíneas. Originário da África tropical, chegou ao Brasil entre 1920 e

1921. Pela sua rusticidade, resistência relativa à seca e ao frio, facilidade de multiplicação, notável produção, cedo ganhou os centros pastoris, tornando-se uma das forragens mais apreciadas para corte e ensilagem. A relação nutritiva, no capim verde e novo, é de 1: 4,0. no crescido, 1: 10,0 e no próximo à floração, 1: 10,6.

Há duas variedades: Napier e Mercker, designadas na Secção de Agrostologia do Ministério da Agricultura por variedade A e variedade B, respectivamente.

De acordo com o trabalho Informações Sobre Algumas Plantas Forrageiras, elaborado pelos técnicos daquela Secção, as

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principais diferenças entre as duas variedades são as seguintes (66, 39):

CAPIM ELEFANTE Var. B (ex-Mercker)

CAPIM ELEFANTE Var. A (ex-Napier)

1.Colmos menores (até 3 m) 1. Colmos maiores (– 4 m), 2. Colmos mais finos (até 10

mm., porém mais duros). 2. Colmos mais grossos (até 15

mm., porém mais tenros). 3. Colmo e bainha as folhas

cobertos por uma camada mais abundante de substância branca, serosa.

3. Menor quantidade de substância serosa, esbranquiçada sobre o colmo e a bainha das folhas.

4. Folhas mais curtas (até 0 m. 90)

4. Folhas mais compridas (– 1 m 25).

5. Folhas mais estreitas (até 30 mm.).

5. Folhas mais largas (–45 mm.).

6. O limbo da folha na região junto à lígula é geralmente glabro ou apresenta pelos menos numerosos e menos densos.

6. O limbo da folha junto à lígula apresenta numerosos pelos curtos, rijos, atapetando a folha.

7. A lígula tem a forma aguda (convexa) na parte central.

7. A lígula tem a forma deprimida (côncava) na parte central.

8. Os pelos brancos, sedosos que acompanham a lígula têm 4 mm. de comprimento.

8. Os pelos brancos, sedosos que acompanham a lígula têm 2 mm. de comprimento.

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9. Inflorescências menores (de 13 a 22 cm.).

9. Inflorescências maiores (de 18 a 25 cm.).

10. Inflorescências menos densas, de menor diâmetro e forma cônica, alongada (tipo rabo de raposa).

10. Inflorescências mais densas, de maior diâmetro e forma quase cilíndrica.

11. As espículas são geralmente solitárias.

11. Os grupos de espículas têm maior número de espículas (2 a 5).

12. As cerdas das espículas são menores (até 15 mm.).

12. As cerdas das espículas são maiores (até 23 mm.).

13. As cerdas que rodeiam as espículas são menos numerosas (40 a 50).

13. As cerdas que rodeiam as espículas são mais numerosas (60 a 70)

14. Floração mais precoce. 14. Floração mais tardia 15. Resistente à

Helmintosporiose 15. Sensível ao ataque de uma

moléstia criptogâmica (Helmintosporiose).

16. Menos apreciadas pelo gado do que a var. A.

16. Folhagem mais apreciada pelo gado.

17. As sementes, quando germinadas, têm as folhas de cor verde-arroxeadas.

17. As sementes, quando germinadas, têm as folhas de cor verde.

CAPIM FAVORITO – Tricholaena rósea Nees.

(Panicum Teneriffae R. Br.), da família das Gramíneas.

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Perene, cespitosa, de colmos geniculados na parte inferior, depois eretos e rígidos, formando touceiras de 80-90 cm. de altura. Folhas planas, estreitas, linear-lanceoladas, acuminadas e recurvadas no ápice. Panículas eretas, ramificadas, com espiguetas violáceas e glumas róseas, ambas pilosas, dando às inflorescências um tom róseo carregado que empresta garrido aspecto aos campos por ocasião de floração.

Pouco resistente ao pisoteio, fornece forragem superior, tanto verde como fenada, tendo 1; 3 de relação nutritiva antes da floração.

Gramíneas sul-africana, aclimada na América tropical e sub-tropical. Assinalada no Ceará, primeiramente por Loefgren (67, 13), na Chapada do Araripe, suponho ter ali chegado por meio do vento. Recente o seu aparecimento no sertão dos Inhamuns e um criador me aventou a hipótese de a sua introdução ali ter sido feita pelas pombas de bando.

NOTA – Com este nome José Luiz de Castro (12, 74) dicionariza ao lado do T, rósea a Ericchloa annelata Ham, e o Andropogon virginicus Linn. Com certeza quis ser referir à Eriocloa annulata Kuntz., que existe no Brasil, mas não me consta que tenha sido assinalada na flora cearense. Possuímos o Andropogon virginicus Linn., conhecido por Capim Barba de Bode, aqui e em Pernambuco, onde tem ainda o apelido de Capim Membeca, como é chamado daí para o Sul.

CAPIM FERRO – Paspalum conspersum Schrad.

(Paspalum latifolium Spreng), da família das Gramíneas.

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Cespitosa, de colmos curvados na base e depois eretos, pilosos, até 2 m. de altura, com os nós escuros. Folhas lanceoladas, longamente acuminadas, glaucas, ásperas nas margens e pilosas. Inflorescências em panículas eretas, vermelho-escuras.

Autores há que consideram que esta gramínea simples variedade do Paspalum virgatum Linn.

Todo o Brasil. O apelido é pernambucano. Capim Milhã do Brejo, no Rio G. do Sul.

CAPIM FINO – Denominação das seguintes Gramíneas

do gênero Eragrostis: 1 – Eragrostis articulata Nees – Erva anual, de colmo

ereto ou decumbente, glabro, estriado, sub-comprimido, com nós ferrugineos, 10-40 cm. de altura. Folhas híspido-paiplosas, de lamina estreita, linear-acuminada. Inflorescências, em panícula estreitíssima, ovada ou ovado-oblonga, cerca de metade do comprimento da planta, com 2-5 espiguetas, oblongo-lineares.

Forrageira apreciada pelo gado. Brasil e Bolívia, Barba de Bode, em Minas Gerais, e Capim Mimoso, na Bahia.

2 – Eragrostis ciliaris Link. (Poa ciliareis Linn) – Anual, de colmos delgados, lusos e ramosos, decumbentes na base e depois eretos, com nós escuros, até 50 cm. de altura. Folhas estreitas, 1-3 mm. de largura, linear-acuminadas, escabrosas na página superior e lisas na inferior. Inflorescência em panícula pálida, contraída, algumas vezes aberta e interrupta na parte

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inferior, 5-15 cm. de comprimento; espiguetas subsésseis, lato-ovadas, 6-8 flores; glumas transparentes e proeminentemente ciliadas.

Forragem regular. Prefere terras arenosas, úmidas, chegando até a orla das praias oceânicas.

Nas regiões quentes de ambos os hemisférios. Todo o Brasil. Capim Penacho e Capim Bosta de Rola, em Pernambuco; Capim de Rola, na Bahia.

3 – Eragrostis amabilis Wigth & Arn. (Poa amabílis Linn.) – No todo se parece muito com a espécie anterior, distinguindo-se pelas panículas abertas, oblongas e estreitas, de 5-15 cm. de comprimento e pelas pequeninas espiguetas com pedicelos tão longos ou mais do que os das espigas.

Introduzida na América sendo natural das regiões quentes do velho mundo.

4 – Eragrostis maypurensis Steud. (Poa maypurensis H. B. K., Eragrostis Vahlii Nees.) – Cespitosa, colmos a principio ascendentes e depois eretos, estriados e glabros, até 80 cm. de altura. Folhas estreitas, acuminadas, escabrosas, com alguns pelos ou glabras tanto na página superior como na inferior. Inflorescência em panículas trigueiras ou amareladas, com as espigas dispostas em forma de palma, de cílios finos, transparetnes.

Forraginosa. Prefere os solos úmidos. Do México ao Brasil. Capim Meruquiá, na Bahia.

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CAPIM GENGIBRE – Paspalum maritimum Trin., da família das Gramíneas.

Erva perene, resistente, invasora, pelos rizomas e estolhos que se alastram cobrindo tudo. Colmo de nós glabros ou pouco pilosos, até 70 cm. de altura. Folhas de lâminas eretas, estreitas, linear-lanceoladas, estriadas, glabras, de margens escabrosas. Inflorescência terminal, com 2-10 espigas.

Prefere os terrenos pobres, arenosos, litóreos. Forragem quando nova.

Do Pará à Bahia. CAPIM GORDURA – Melinis minutiflora Beauv.

(Panicum Melinis Trin), da família das Gramíneas. Erva perene de colmos até 1 m. de altura, 2-4 mm. de

diâmetro, lisos, nodosos, pilosos e avermelhados nos nós, eretos apenas no ápice. Folhas lineares, lanceolado-agudas, pubescentes pilosas ou hirtas, untuosas, com um cheiro ácido-adocicado, lembrando o do feno, com 5-10 cm. de comprimento sobre 1 de largura. Inflorescência em panículas compostas, avermelhadas ou arroxeadas, de 22 cm. de extensão.

As suas principais variedades são o Capim Gordura Roxo, de colmos avermelhados e o Capim Gordura Branco, de colmo e folhagem verde-claros, inflorescência mais pálida, menos viscoso e aromático. O Gorduro Roxo é também mais rico em proteínas digestíveis.

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Pela rusticidade, rapidez de crescimento, capacidade invasora e propriedades nutritivas, é uma das forrageiras mais conhecidas no país, seja verde, fenada ou ensilada.

Provavelmente nativo do Brasil, entretanto especialisatas norte-americanos, inclusive Hitchocock (68, 618), levantam a possibilidade de haver sido introduzido da África, onde cresce espontaneamente.

Capim Gordura, Capim Catingueira, Capim Melado, em quase todo o país. Capim de Cheiro, em Pernambuco, ás vezes.

CAPIM GUINÉ – Panicum maximum Jacq. (Panicum

polygamum Swartz., Panicum laeve Lam., Panicum jumentorum Pers), da família das Gramíneas.

Perene, cespitosa de colmos eretos, cilíndricos, um tanto achatados na base, estriados, glabros e com os nós pilosos, poucas vezes ramosos, até 2,50 m. de altura. Folhas planas, compridas, de base arredondada e ápice acuminado, verde-claras, verde-glaucas ou azuladas, um pouco pilosas na face superior e ásperas na inferior, medindo de 30-50 cm. de comprimento por 2,50 cm. de largura. Inflorescências em panículas ramosas, amplas, até 50 cm. de altura, muito ramificadas, com espiguetas vermelho-ferrugíneas quando adultas.

É um dos capins mais cultivados no Brasil. Rústico, vegeta bem nas terras altas, nos solos arenosos e secos, resistindo ao pisoteio e ao fogo. Para pasto, corte e fenação. A sua relação

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nutritiva, antes do florescimento, é de 1: 6,3. Há diversas variedades, interessando-nos a chamada Capim Sempre Verde (Panicum maximum Jacq. Var. gongylodes Doell.), bastante conhecida em nosso Estado. Tem os colmos mais finos e as folhas mais estreitas do que os do Capim Guiné comum, com uma coloração verde-amarelada. Menos exigente quanto às condições de solo, esta variedade mostra-se muito resistente aos efeitos da seca, sem dúvida por causa dos bulbos na base da touceira, ricos em reservas, inexistentes na espécie.

Nativo na África. Introduzido com as primeiras levas de escravos, logo se tornou subespontâneo do Amazonas até S. Paulo. Cosmopolita tropical. Capim Colônia, às vezes e impropriamente, Capim Colonião, no Sul.

CAPIM JARAGUÁ – Hyparrhenia rufa Stapf

(Trachypogon rufus Nees. Andropogon rufus Kunth.), da família das Gramíneas.

Perene, de rápido crescimento, forma densas touceiras que atingem até 2,50 m. de altura, recomendando-se pela sua resistência aos verões e principalmente pelo alto valor forrageiro, tanto verde como fenado. Desenvolve-se exuberantemente, devendo ser aproveitado antes ou começo da florescência, enquanto os colmos não se enrijam e as folhas ficam ásperas e duras, lhes advindo dessa limitação de tempo o nome de Capim Provisório. A relação nutritiva, na forragem verde, antes, Durante e depois da floração, é a seguinte: 6: 8, 20:

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2, 25: 0, ao passo que no feno, antes da floração, é de 10: 4 e depois 15: 4.

“Considerado antigamente como particular à flórula de Goiás, parece agora fora de dúvida que sua distribuição se estende a Mato Grosso e, para o norte, até ao Ceará e ao Piauí, achando-se em cultura em quase todos os Estados, desde o Amazonas até S. Paulo e Minas Gerais, principalmente nos dois últimos” (26, 574). Loefgren registrou o Jaraguá como um dos componentes do agrupamento driádico da encosta setentrional da serra do Araripe. (67, 13). Porém Hitchcok o considera natural dos trópicos do Velho Mundo e introduzido na América tropical (69, 748).

CAPIM JUNCO – Nome comum a diversas Ciperáceas,

pertencentes ao gênero Cyperus, com flores agrupadas em espiguetas, lembrando pelo formato um pequeno capítulo, donde o nome de Capim Botão ou de Botão com que são designadas também algumas delas. São as seguintes e todas forrageiras medíocres, quando novas: Cyperus amabilis Vahl. C. aristatus Rottb., conhecido na Bahia por Capim de Botão; C. sesquiflorus Marrf Kuek., chamado Manibu, em Pernambuco, e Capim Santo, no Paraná.

CAPIM LIMÃO – Cymbopogon citratus Stapf.

(Andropogon citratus DC., Andropogon ceriferus Hack), da família das Gramíneas.

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Perene, grande, de colmos muito ramificados, de 1-2 m. de altura, com os nós ceríferos. Folhas aromáticas, pontudas, de mais de 50 cm. de comprimento, gláucas, ásperas, um tanto pêndulas. Inflorescência em panículas linear-oblongas, com pequenas espigas escuras, aos pares, um séssil, outra pedicelada, sendo as espiguetas esverdeadas.

A infusão das folhas é aplicada como sudorífico e carminativo.

Originário da Ásia e pouco cultivado. CAPÍM MANDANTE – Echinochloa polystachya

Hitchc. (Oplismenus polystachyus H.B.K., Penicum specta-bile Nees.). da família das Gramíneas.

Perene, hidrófila, forma touceira densamente ramificadas, folhosas, de crescimento exuberante, compostas de colmos eretos ou decumbentes, estriados, glabros, com nós cobertos de pelos amarelados, alcançando 1-2 m. de altura. Folhas glaúcas, lanceolado-agudas, glabras, escabrosas nas margens e página superior, até 70 cm. de comprimento com 2,5 cm. de largura. Inflorescência em panícula ereta, estreita, imitando uma espiga, com as espiguetas ásperas e sésseis. Cariopse pequena, luzidia, pontuada de vermelho.

Planta exigente, de grande vigor vegetativo, apresentando o inconveniente de alastrar-se sobre as águas rasas, ficando a sua produção forraginosa limitada às folhas que sobrenadam. Aconselha-se o seu plantio às margens dos rios e riachos como elemento antierosivo.

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Do México ao Brasil e África tropical. Os escravos de Angola o conheciam e aqui lhe deram o nome de sua terra. Por isso alguns autores, erroneamente, o consideraram africano, naturalizado no Brasil. Canarana, na Amazônia; Capim Mandante, no Maranhão; Capim Mandante e Capim Paraguai, em Pernambuco; Capim de Angola, na Bahia; Capim da Praia, em Mato Grosso.

NOTA – Em Contribuição para o dicionário da flora do Nordeste brasileiro (12, 74), vem o Capim Mandante com a classificação de Panicum praticola Salzm., sinônimo de Panicum maximum Jacq.., nome cientifico do Capim de Guiné, chamado às vezes impropriamente de Capim Colônia.

CAPIM MARRECA – Paspalum conjugatum Berg., da

família das Gramíneas. Perene, invasora nos lugares úmidos, tem o colmo

principal prostrado-radicante e os secundários ascendentes, glabros, comprimidos e de nós escuros. A lâmina da folha é lanceolado-linear, acuminada, glabra ou ligeiramente pilosa, escabrosa nas margens e de base ciliada.

Forrageira apreciada pelo gado, tendo a relação nutritiva antes da floração de 1: 3,3 e depois a de 1: 4,9. Resistente ao piso e ao fogo, própria para pastos mistos. Não se deve deixá-la frutifica, por causa da vilosidade das sementes, que ferem a boca dos animais.

Em quase todo o Brasil. Cosmopolita tropical. Capim Gordo, nos Estados meridionais.

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NOTA – Engana-se José Luiz de Castro: (12,74) dando para o capim Marreca a classificação de Panicum colonum Linn,. que cabe ao Capim Colônia, como já tivemos oportunidade de verificar linhas atrás.

CAPIM MILHÃ BRANCA – Denominação das Gramíneas;

1 – Brachiaria plantaginea Hitchc. (Panicum plantagineum Link.) – Erva anual de colmos compridos, estriados, glabros, eretos ou decumbentes, em touceiras até 60 cm. de altura. Folhas lanceoladas, planas, 13-15 mm. de largura, verde-pálidas, glabras ou com raros pelos esparsos, escabrosas nas margens, ciliadas na base. Inflorescência em panículas de espigas lineares e solitárias com espiguetas de 4-4,5 mm. de comprimento, verde-pálidas.

De crescimento rápido, vegeta de preferência à beira das catingas, nos terrenos de aluvião e nas rocas. Forrageira suculenta e tenra, muito procurada pelo gado, pouco resistente ao pisoteio, pelo que se aconselha a sua fenação. Fenada, tem a relação nutritiva de 1: 4,6.

A sua área geográfica vai do sul dos Estados Unidos à Argentina. No Brasil parece que existe em todos os Estado, Milhã Branca, no Nordeste, inclusive Bahia; Capim Marmelada., no Rio de Janeiro; Capim Doce, em Santa Catarina; Capim Guatemala e C. Papuã, no Rio Grande do Sul.

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NOTA – Não é sinônimo de Paspalum plantagineum Nees., como registra Luetzelburg em Dados básicos para o reflorestamento do Nordeste, brasileiro (70, 26), levado pela grande semelhança da inflorescência desta espécie com a do Paspalum referido.

2 – Panicum velutinosum Nees. (Panicum velutinum

Kunth.) – Erva de colmo radicante, geniculado na base, ascedete, ligeiramente estriado e pubescente. Folhas lanceolado-acuminadas, largas na base, pubescentes, ásperas nas margens. Inflorescência em panícula sub-contraída, composta de espiguetas ovóide-elíticas, apiculadas, pubescentes.

Forrageira ordinária. Brasil Oriental. 3 – Setaria verticillata Beauv. (Panicum verticillatum Linn.,

Panicum Aparinae Steud.) – Anual, colmos eretos ou ascendentes, ramosos, nodosos, glabros, mas tendo no ápice pelos ásperos e curtos, 30-50 cm. de altura. Folhas linear-laceoladas, um tanto largas, glabras ou com pelos esparsos, escabrosas nas margens, brancacentas. Inflorescência em panícula terminal, compacta, cilíndrica, composta de espiguetas pequeníssimas, providas de flores esverdeadas.

Forragem regular antes da inflorescência, passando depois a ser refugada pelos animais, quando as panículas se tornam ásperas e pegajosas. A relação nutritiva do feno é de 1: 13, 66.

Invasora, cresce nos terrenos secos e úmidos. Toda a América, originária, porém do Velho Mundo, MILHÃ, no Amazonas; Capim Grama, Capim Milhã Branca, em Pernambuco e Alagoas;

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Capitinga, em Sergipe; Capim de Cabra, na Bahia e em São Paulo.

CAPIM MILHÃ DO CACHO DOURADO – Panicum

fasciculatum Swartz (Panicum fuscum Swartz., Panicum fuscorubens Lam.) da família das Gramíneas.

Anual, decumbente, de colmos eretos ou ascendentes, cilíndricos, estriados, com nós comprimidos e pubescentes, sendo às vezes pubescentes abaixo da panícula ou híspido abaixo dos nós. Folhas lanceoladas, pontudas, glabras, até 30 cm. de comprimento, com bainha glabra ou papilosa-híspida.

Panícula de 5-15 cm. de comprimento, multiflora, meio aberta, com racemos do mesmo tamanho, espiguetas amarelo ou bronzeado-acinzentadas, com 3 mm., no máximo, de comprimento, obovadas, túrgidas, glabras.

Abundante nos campos abertos e caatingas ralas do sertão. O nome provém da coloração das espiguetas. Passa por excelente forragem entre os criadores. Desconhecemos, contudo, qualquer análise a seu respeito.

Dos Estados Unidos à Argentina. Em todo o Brasil, Capim Milhã Roxo, denominado popular muito comum. Milhã Vermelha, em Pernambuco.

CAPIM MILHÃ DO TALO ROXO – Paspalum

malacophyllum Trin. (Anachyris paspaloides Nees.), da família das Gramíneas.

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Erva de colmo ereto, alta, às vezes com mais de 1 m., com os nós quase pretos, glabros ou estrigoso-pilosos. Folhas de lâmina linear-lanceolada, ásperas, ciliada nas margens, com 35 cm. de comprimento. Inflorescência em panícula ereta, com espigas escuras muito pilosas, de pelos branacentos; espiguetas esverdeadas; gluma pálido-escura ou violácea-pálida.

Forragem de 1: 6, 1 de relação nutritiva, antes da floração. Quase todo o Brasil, a partir do Piauí. CAPIM MILHÃ ROXO – Capim Milhã de Cacho Dourado. CAPIM MIMOSO – Nome comum às Gramíneas: 1 – Anthephora hermaphrodita Kuntze (Trinpsacum

hermaphroditum Linn., Anthephora elegans Schreb.) – Anual, de colmos ramosos na base, ascendentes ou decumbentes, formando touceiras folhosas de 20-50 cm. de altura. Folhas finas, 5-10 mm. de largura, lineares ou lineares lanceoladas, acuminadas, escabrosas nas margens, pilosas ou glabras no restante. Espigas, eretas, 5-10 cm. de comprido, sobre eixo contínuo e flexuoso; glumas rígidas, agudas, 5-7 mm. de comprimento.

Havida como boa forragem. Desconheço, porém, qualquer análise a seu respeito.

Pio Corrêa (26. 603) assinala-a do Ceará à Bahia, contudo deve ser no Brasil mais extensa a sua dispersão, visto tratar-se de espécie, aliás, a única do gênero neste continente, encontrada em toda a América tropical, a partir da Guatemala.

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NOTA – Loefgren, citado por Sousa Brito. Apontamentos sobre as nossas principais forragens nativas e cultivadas (71, 20), considera esta espécie como o legítimo Capim Mimoso do Ceará, da qual há três variedades: armata, cristata, villosa, espalhadas pelos Estados nordestinos.

2 – Gymnopogon mollis Nees. – Forma touceiras até 80 cm.

de altura, de colmos ascendentes, lisos, sub-estriados, cilíndricos, com abundante folhagem verde-escura, macia, de lâmina linear, ligeiramente acuminada. Inflorescência em panícula, com espigas eretas, e espiquetas curtíssimo-pediceladas, igualmente eretas.

Para pastoreio, corte e fenação. A análise do feno realizado pelo instituto de Química Agrícola

do Ministério da Agricultura, revelou a seguinte composição:

Umidade ............................................................................ 13,21% Proteína bruta .................................................................... 12,69% Extrato etéreo ...................................................................... 2,94% Extrativos não nitrogenados ............................................. 34,19% Fibra bruta ......................................................................... 28,80% Resíduo mineral .................................................................. 8,17% 100,00% Fósforo em P2O5 ................................................................. 0,86% Cálcio em CaO .................................................................... 0,47%

Do Piauí ao Espírito Santo.

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CAPIM MIMOSO DA CABEÇA ROXA – Capim Mimoso do Cacho Roxo.

CAPIM MIMOSO DE CACHO – Setaria scandens

Schrad. (Panicum scandens Steud., Panicum tenacissimum Nees), da família das Gramíneas.

Erva de colmo ereto ou ascendente, estriado, ramoso, baixo, de 20 cm. a 1 m. de altura. Folhas linear-lanceoladas, acuminadas, pilosas, escabrosas nas margens. Inflorescência em panícula de 6-15 cm. de comprimento, tendo a conformação de uma espiga delgada e cilíndrica, com pequenas espiguetas muito ásperas.

Forrageira quando nova. À proporção que envelhece, as folhas se tornam ásperas e cortantes.

Das Antilhas, América Central até ao Paraguai, Capim Rabo de Raposa, em diversos lugares.

CAPIM MIMOSO DE ESPIGA – Capim Mimoso de

Cacho. CAPIM MIMOSO DO CACHO ROXO – Denominação

comum às seguintes Gramíneas: 1 – Chloris inflata Link. (Andropogon barbatum Linn.,

Chloris barbata Swartz) – Anual, com touceiras de 30-70 cm. de altura, tendo os colmos e bainhas grandemente comprimidos. Folhas longas e lassas. Espigas comumente flexuosas, purpurinas ou arroxeadas.

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Forragem apreciada pelos equídeos. Do México à Argentina, inclusive as Antilhas. Em todos

os Estados nordestinos. 2 – Chloris orthnoton Doell – Colmos decumbente-

ascendentes, ramosos, comprimidos, lisos, glabros, com 40-60 cm. de altura. Folhas lineares, agudas, estriadas, ciliadas, na base, escabrosas na página superior, acizentadas, com cerca de 5 mm. de largura. Espigas 4-9, um tanto flexuosas, com espiguetas eretas, subimbricadas, violéceo-avermelhado-pálidas.

Passa por ser uma das melhores forragens sertenajas. O professor Alfredo de Andrade, conforme Sousa Brito, encontrou em sua substância seca 6,8% matéria azotada.

Do México ao Brasil (Do Ceará ao Rio de Janeiro). Capim Bolota, em Pernambuco; Capim Pé de Galinha, no Rio de Janeiro.

3 – Chloris virgata Swartz (Chloris pubescens Lar., Chloris compressa DC). – Perene, cespitosa, colmos ascendentes, 20-40 cm. de altura, lisos, um pouco comprimidos. Folhas agudas, glabras, gláucas, escabrosas nas margens. Espigas quase sempre 5-6, suberectas, flexuosas com a idade, brancacento-violáceas, fasciculadas na extremidade dos pendúnculos, com a gluma superior muito mais comprida e a inferior com cílios sedosos e eretos.

Forrageira, mas desconhecemos a sua composição nutritiva.

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Do México e Antilhas à Argentina. Do Nordeste até S. Paulo, Capim Pé de Galinha e Graminha, na Bahia, Entre nós é ainda conhecido por Capim Penacho.

CAPIM MIMOSO DO CEARÁ – Capim Mimoso

(Anthephora hermaphrodita Kuntze). CAPIM PANASCO – O nome reúne as seguintes

Gramíneas: 1 – Aristida setifolia H.B.K. (Aristida arenaria, Trin) –

Anual de colmos cespitosos, eretos ou ascendentes, frágeis, 10-30 cm. de altura. Folhas estreitas, lineares, estriadas, glauco-acinzentadas, escabrosas na página superior e pilosas na inferior. Panículas estreitas e frouxas, com ramos capilares de 10-15 cm. de extensão.

Boa forragem. Tem a mesma resistência do Panasco Verdadeiro.

Encontrado na Venezuela. Colômbia, Peru. No Brasil desde os tabuleiros nordestinos até Bahia, S. Paulo e Minas Gerais. É também conhecido por Panasquinho de Tabuleiro.

2 – Eragrostis pilosa Beauv. (Poa pilosa Linn) – Erva anual, em touceiras de 20-50 cm. de altura, de colmos geniculado-ascendentes na base e depois eretos, lisos, estriados. Folhas invaginantes, estreitas, ponteagudas, estriadas, um pouco ásperas na face superior e lisas na inferior, com bainhas estriadas e pilosas. Inflorescência em panículas oblongas, abertas, de ramos capilares pilosas nas axilas, comumente com

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um terço da altura da planta, com muitas flores, tendo as espiguetas 4 mm. de comprimento.

Forragem de regular qualidade, bem apreciada pelo gado, de 1: 2,96 de relação nutritiva na substância seca. As sementes, avermelhadas na cor, são muito procuradas pelas aves e pássaros, e entram na alimentação humana de certos povos do Velho Mundo.

Cosmopolita das regiões quentes e temperadas. Todo o Brasil.

CAPIM PANASCO DOTABULEIRO – Setaria

geniculata Beauv. (Panicum geniculatum Lam., Panicum penicillatum Willd.) da família das Gramíneas.

Planta cespitosa, até 50 cm. de altura, ereta, perene, de nós glabros. Bainhas glabras e arroxeadas. Folhas de lâmina linear-lanceoladas, 10-13 cm. de comprimento por 4-7 mm. de largura, planas ou de margens enroladas, pilosas na face anterior e glabras na posterior. Inflorescência com longo pedúnculo, cilíndrica, rufescente.

Espécie muito polimorfa, conforme a natureza do terreno e a época em que vegeta. Cresce nos campos abertos, secos ou úmidos e nas plantações. Forragem regular, enquanto nova.

Bambuzinho, em S. Paulo. CAPIM PANASCO VERDADEIRO – Aristida

adscensionis Linn. (Aristida humilis H.B.K., Aristida maritima Steud.), da família das Gramíneas.

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Erva anual, de colmos finos e eretos, ramificados a partir da base, com folhas estreitas e delicadas, agrupadas em touceiras até 80 cm. de altura. Inflorescência em panícula estreita, comumente um pouco compacta. Glumas providas de arista tripartida, de modo que as sementes são facilmente transportadas pelo vento.

Muito resistente, tanto que é a gramínea que se mantém por mais tempo no campo. Ao amadurecer, adquire cor amarelo-acinzentada, que persiste mesmo quando a planta seca, dando à desolada paisagem sertaneja do período estival um tom enganador de fartura, de seara em vésperas de ceifa. Boa forragem. Entre os criadores, goza da fama de produzir gordura firme e quebradiça. O feno é macio, delicado e nutritivo.

Uma análise feita pelo Instituto de Química Agrícola do Ministério da Agricultura demonstrou a seguinte composição para o feno do panasco verdadeiro:

Umidade ............................................................................ 12.64% Proteína bruta ...................................................................... 7.22% Extrato etéreo ...................................................................... 2.19% Extrativos não nitrogenados ............................................. 40.89% Fibra bruta (Celulose) ....................................................... 30.31% Resíduo mineral .................................................................. 6.75% Fósforo em P2O5 ................................................................. 0.21% Cálcio em CaO .................................................................... 0.09%

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Característico dos tabuleiros pedregosos e abertos dos sertões nordestinos. América tropical e regiões quentes do Velho Mundo. Conhecido também por Capim Panasco.

NOTA – Estamos em dúvida sobre se a análise transcrita por Pompeu Sobrinho (63, 15) refere-se a esta planta ou à gramínea européia Agrostis stolonifera Linn., desconhecida no Ceará, cuja determinação cientifica aquele autor deu ao nosso Panasco Verdadeiro.

CAPIM PAPUÃ – Ichnanthus candicans Doell.

(Panicum candicans Nees.), da família das Gramíneas. Colmos geniculados, ascendentes, com os entrenós pilosos

na parte superior. Folhas de lâmina linear-lanceolada, 6-12 cm. de comprimento por 8-13 mm. de largura, pilosas, verde-oliváceas na face anterior, mais pálidas e mais pilosas na inferior. Inflorescência em panículas terminais e laterais, de espiguetas pálidas ou violáceas e glumas pilosas.

Cresce à sombra da vegetação arbustiva e arbórea, durante o período das chuvas, dando forragem ordinária.

Da América Central ao Brasil. Do Ceará ao Rio Grande do Sul.

CAPIM PÉ DE GALINHA – Nome das seguintes

Gramíneas: 1 – Echinochlos Crus-galli Beauc. (Panicum Crus-galli

Linn.) – Colmos ascendentes ou eretos, ramosos, estriados, com os nós glabros, elevando-se até pouco mais de 1 m. Folhas

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longo-pecioladas, agudas, pilosas ou lisas, verdes, um pouco ásperas no ápice e nas margens. Inflorescência em panícula robusta, composta de espigas verdes ou violáceas. Cariopse arredondada.

Boa forragem tanto verde como fenada. A sua análise revelou, antes da floração, 1: 2,77 de relação nutritiva. As sementes deste capim são consumidas como cereal, no sul da Ásia, principalmente na Índia. Há, mesmo, uma variedade, cujo ciclo vegetativo se completa em seis semanas apenas, de nome frumentacea, que deveria ter a sua cultura experimentada entre nós.

Cosmopolita tropical. Capim Arroz, Capim Capivara e Capim Pé de Galinha, no Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

2 – Echimochloa Crus-pavonis Schult. (Oplismenus Cru-pavonis H.B.K,. Panicum Crus-pavonis Nees.) – Parecida com a precedente, porém de colmos mais grossos, panículas róseas ou pálido-púrpuras, mais compactas, mais ásperas e de espiguetas muito amplas.

Boa forragem. Do México à Argentina, inclusive as Antilhas. Ceará e

Pernambuco. 3 – Eleusine indica Gaertn. (Cynesurus indicus Linn.) –

Anual, cespitosa, de colmos ascendentes, lisos, finos, deprimidos, ramificados, crescendo até 40-60 cm. de altura. Folhas invaginantes, planas, lineares, um pouco obtusas, com alguns pelos brancacentos nas margens e na parte superior. Inflorescência terminal, formada de 2-12 espigas densamente

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imbricadas, tendo, às vezes, 1 ou 2 espigas destacadas a 2-3 cm. abaixo do verticilo terminal. Cariopse oblongo-ovóide, pericarpo membranáceo, ligeiramente estriado, castanho-avermelhado.

A relação nutritiva é de 1: 3,3 antes da floração, tornando-se depois pastagem dura, pouco apetecida pelo gado. Produz muita semente, procurada pelas aves, e, no Sahara, em torno do lago Tchad, é usada na alimentação humana.

Introduzido na América, sendo originário das regiões quentes do Velho Mundo.

CAPIM PÉ DE GALINHA VERDADEIRO –

Dactyloetenium aeegyptium Richt. (Cynosurus aegyptius Linn., Dactyloctenium mucronatum Willd.), da família das Gramíneas.

Anual, estolonífera, mais ou menos pilosa, de colmos ramificados na parte inferior, comprimidos, fistulosos, formando touceiras de uns 50 cm. de altura. Folhas lineares, agudas, pubescentes, com as margens ásperas e ciliadas. Caracteriza-se pela inflorescência em espiga, geralmente em número de 4, dispostas em forma de cruz, no ápice dos colmos.

Forragem tenra e nutritiva, recomendada para formação de pastos mistos.

Originário das regiões tropicais do Velho Mundo. Capim Calandrini, Capim Mimoso do Piauí, Grama, no Pará; Capim Mão de Sapo, em Pernambuco; Capim Pé de Papagaio e Capim Calandrini, na Bahia.

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CAPIM PELUDO DO MASSAPÉ – Paspalum

fimbriatum H.B.K., da família das Gramíneas. Anual, de colmos eretos ou suberetos, decumbentes na

pase, glabros, até 50 cm. de altura. Folhas planas, finas, linear-lanceoladas, ciliadas e de cor verde-pálida. Inflorescência 3-8 racemos mais largos que compridos, providos de pequeninas espiguetas.

Antilhas e do Panamá ao Brasil (Ceará até Bahia e Minas Gerais).

CAPIM PENACHO – Capim Mimoso do Cacho Roxo

(Chloris virgata Swartz). CAPIM PINTADO – Pharus latifolius Linn. (Pharus

scaber H.B.K.), da família das Gramíneas. Perene, de colmos semieretos e folhas oblanceoladas,

acuminadas, com 12-15 cm. de comprimento e 3-5 cm. de largura, de margens um tanto ondulosas, verde-escuras ou laçadas de púrpura, esverdeado-escuras na página superior, tendo a inferior, que é mais pálida, 12 nervuras longitudinais amarelo-claras.

Cresce nos lugares úmidos, alagados, sombrios. Planta ornamental, introduzida na Europa desde 1846, onde passou a figurar nas estufas e jardins.

Do Brasil à América Central, inclusive Antilhas.

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CAPIM QUICUIO – Pennisetum Clandestinum Hocst.

(Pennisetum longistylum var. clandestinum Leek.), da família das Gramíneas.

Originário da África tropical. Introduzido no Brasil em 1923/1924 e no Ceará em 1941, pelo agrônomo Aristóbulo de Castro. Não se comportou bem na região litorânea, onde a sua cultura foi tentada. A relação nutritiva, nas plantas novas, é de 1: 5,6.

CAPIM RABO DE RAPOSA – Nome vulgar das

seguintes Gramíneas: 1 – Andropogon bicornis Linn. (Anatherum bicorne

Beauv., Sorghum bicorne Kuntze.) – Perene, robsuta, formando touças de mais de 1 m. de altura, com folhas compridas, lanceoladas, lineares, ásperas nas margens, um tanto pilosas rígidas e violáceas. Inflorescência grande, corimbosa, constituída por delicados e flexuosos racemos de 2-3 cm. de comprimento esbranquiçados ou pardos, revestidos de pelos.

Forragem medíocre, pouco procurada pelo gado, tendo antes da floração a relação nutritiva de 1: 7,89. Fornece material para o fabrico de papel, enchimento de cangalhas, colchões, travesseiros e coberta de palhoças.

Do México à Argentina, inclusive as Antilhas. Todo o Brasil, Capim Peba, na Amazônia e Bahia.

2 – Andropogon condensatus H.B.K. (Schizachyrium condensatus Nees.) – Perene, de colmos eretos, comprimidos,

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robustos, glabros, até 1,50 m. de altura, com folhas de 10-20 cm. de comprimento sobre 5-10 mm. de largura, agudas, lisas, ásperas nas margens. Panículas ramosíssima, corimbosa, de 10-20 cm. de altura, com racemos de 2-3 cm. de comprimento, raque delicada e flexuosa com as espigas articuladas e as espiguetas curtas e sésseis.

Possui as variedades: elongatus Hack e paniculata Hack., sendo esta conhecida também por Arroz do Mato.

Do México à Argentina e Pequenas Antilhas. Parece que em todo o Brasil, Capim Rabo de Burro, na Bahia; Capim Rabo de Boi, em S. Paulo; Cauda de Zorro e Cola de Zorro, no Rio Grande do Sul.

NOTA – A este verbete, em Contribuição para o dicionário da flora do Nordeste brasileiro (12,74), devem ser feitas as seguintes emendas: Panicum sulcatum Aubl., não foi ainda assinalado na flora cearense; Panicum penicillatum Willd, é sinônimo de Setaria geniculata (Lam) Beauv. (Capim Panasco do Tabuleiro); Alopecurus pratensis Linn., forragem das mais importantes da Europa, é desconhecida em todo o Nordeste.

CAPIM RABO DE RATO – Sacciolepis vilvoides Chase

(Panicum vilvoides Trin., Hymenachne fluviatilis Nees.), da família das Gramíneas.

Perene, glabra, tem os colmos eretos, suculentos, de nós escuros, até 1 m. de altura. Folhas verdes, planas, longo-acuminadas, lineares. Panícula espiciforme, esverdeado-pálido-escuro, com 89 mm. de largura com a extensão de 15-50 cm.

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Hidrófila. Pouco comum. Fornece material para obras trançadas. Das Antilhas à América do Sul. Do Amazonas até S. Paulo e Minas Gerais. Capim de Égua, na Bahia; Capim Mourão, em diversos Estados.

CAPIM RASTEIRO – Boutelos americana Scribn.

(Aristida americana Linn), da família das Gramíneas. Perene, prostrada, de colmos ramificados, com 30-60 cm.

de comprimento e as folhas planas ou livremente enroladas. Capim de Raiz, em Pernambuco. CAPIM RODES – Chloris gayana Kunth., da família das

Gramíneas. Perene, com touceiras de mais de 1 m. de altura, de colmos

comprimidos, glabros, eretos ou reptantes na base. Folhas de lâmina fina, plana, glabra e de ápice agudo. Inflorescência em panícula de 14-24 espigas, verde-amareladas quando maduras.

Cresce bem em todos os terrenos, menos nos úmidos. Em nosso meio tem demonstrado grande resistência, mesmo nos tabuleiros arenosos do litoral. Verde, tem a relação nutritiva de 1: 5,7 e fenado 1: 7,3.

Originário da África tropical. Introduzido no Brasil por Eduardo Cotrim, via Estados Unidos. Chegou ao Ceará por intermédio de antiga Inspetoria Agrícola Federal. Em 1943, fizemo-lo semear na Chapada do Araripe, com bons resultados.

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CAPIM ROXO – Panicum parvifolium Lam., da família das Gramíneas.

Erva perene, de colmos filiformes, decumbente-ascendentes. Folhas oblongo-lanceoladas, agudas. Inflorescência em panículas paucifloras, abertas, com espigas glauco-esverdeadas, da cor das folhas.

Forrageira regular. Antilhas e da América Central ao Paraguai. Pará até

Pernambuco e Minas Gerais. CAPIM SANTO – Andropogon schoenanthus Linn., da

família das Gramíneas. Erva perene e cespitosa, de folhas compridas, agudas e

ásperas, com a nervura central grossa e caniculada, gláuca, aromáticas. Inflorescência em panícula de um vermelho brilhante por ocasião da maturação.

Cultivada ou sub-espontânea nos sítios úmidos. Folhas tônicas e carminativas. Raízes cheirosas.

Originária da África e da Ásia. Capim Limão, na Bahia.

NOTA – Em Pernambuco por este nome é conhecida a Ciperácea-Rhynchospora caracasana Boeck.

CAPIM SAPÉ – Imperata brasilensis Trin. (Imperata

Sape Anderss., Saccharum Sape St. Hil.), da família das Gramíneas.

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Perene, rizomatosa, de colmos até 80 cm. de altura. Folhas linear-acuminadas de margens denteadas, glabras na página inferior e vilosas na superior, medindo até 30 cm. de comprimento sobre 4-5 mm. de largura, verdes quando novas e de uma coloração ferrugínea quando velhas. Flores em panículas densas, prateadas.

Planta prolífica, invasora, dominando tudo, considerada praga perigosa e de difícil erradicação. Quando nova, é forrageira. Os colmos dão vassouras e cobertura para ranchos.

Quase todo o Brasil. Capim Agreste e Capim Massapê, no Pará.

Corrutela de eçá-pé, ver caminho, aluminar, talvez alusivo ao fato de com ele se fazerem fachos (10, 352).

CAPIM SEMPRE VERDE – Capim Guiné (Panicum

maximum Jacq. var. gongylodes Doell.). CAPIM VENEZUELA – Axonopus scoparius Hitchc.

(Paspalum scoparius Flugge), da família das Gramíneas. Perene, formando densas touceiras de colmos robustos,

verde-claros, glabros, eretos, até 2 m. de altura. Folhas verde-claras, estreitas, glabras e estriadas, quilhadas, sobre a nervura média na parte inferior, planas no restante. Panículas com espigas numerosas, sésseis ou quase sésseis.

Forrageira dos terrenos de aluvião ou argilo-humíferos, com a relação nutritiva de 1: 6,4, no estado verde.

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Da América Central à Argentina. Provavelmente em todo o Brasil. Capim de Teso, no Pará; Palha Branca, no Rio Grande do Sul; Pasto Imperial, Capim Colombiano, em alguns Estados.

CAPIM VERMELHO – Aristida capillacea Lam.

(Aristida elegans Rudge), da família das Gramíneas. Erva anual, de colmos cespitosos, eretos, finos, estriados,

comprimidos, lisos, folhosos na base, de 20-30 cm. de altura, com os nós e extremidades arruivadas ou ferrugíneos.

Forrageira medíocre. Prefere as baixadas humosas e cresce do México ao Brasil

(Do Amazonas a S. Paulo e Goiás). CAPIM VIRIA – Aristida longifolia Trin. (Aristida

bromoides Salzm., Chaetaria divaricata Nees.), da família das Gramíneas.

Tem os colmos cilíndricos, lisos e glabros, em touceiras de 12-15 indivíduos, com folhas silicosas. Panícula ereta, aberta, com espiguetas compridas, lanceolado-subuladas.

Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Capim de Folha Comprida, em Minas Gerais.

CAPONGA – Louco.

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CAQUÍ – Diospyros Kaki Linn. f., da família das Diospiráceas (Ebenáceas).

Árvore ou arvoreta de folhas caducas, alternas, ovais ou elíticas, acuminadas, coriáceas, glabras e luzentes na página superior e ligeiramente pubescente na inferior, cobrindo-se de matizes amarelos e vermelhos, quando estão para cair. Baga de tamanho de uma laranja, globosa, deprimida ou cônica, de casca amarela ou vermelha, fina e membranosa, de polpa mole, às vezes quase líquida, amarelo-alaranjada, doce e de sabor agradável.

Natural do Japão e da China. Muito pouco cultivada no Nordeste.

CARÁ – No passado, esta designação abrangia diversas

Dioscoreáceas do gênero Dioscorea, inclusive as comestíveis, conhecidas por inhame. Hoje, o seu âmbito se restringe, pelo menos no Ceará, às espécies silvestres (Dioscorea amazonum Griseb., D. campestris Griseb.).

Cará, aplicado à túbera, significa redondo, na língua tupi (8, 68).

CARAMBOLA – Averrhoa Carambola Linn., da

família das Oxalidáceas. Arvoreta de 3-5 m., tendo folhas caducas, alternas,

compostas, pinadas, com 5-10 folíolos ovais ou ovais lanceolados, sensitivos, verdes na parte ventral e gláucos na dorsal.

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Flores pequenas, amarelas ou purpurinas, dispostas em racemos, também pequenos. Baga de forma oval ou elítica, áurea ou amarelo-esverdeada, 7-12 cm. de comprimento, com 5 gomos salientes, quinquelocular, com 2 pequenas sementes chatas e oblongas em cada lóculo, ou sem elas.

Frutos agri-doces, consumidos crus ou sob a forma de refrescos, tortas, marmeladas. Contando notável quantidade de ácido oxálico, prestam-se como mordente e servem para tirar nódoas de tecidos e de peças de ferro e metal.

Originária da Ásia tropical.

NOTA – Em Pernambuco, este nome também batiza a Orquidácea-Gongora nigrita Lindl.

CARAÚBA – Tabebuia Caraíba Bur. (Tecoma Caraíba

Mart.), da família das Bignoniáceas. Árvore de pequeno porte. Folhas opostas, longo-

pecioladas, 5-7 digitadas, de folíolos oblongos ou lanceoladas-oblongos, coriáceos. Flores de lindo aspecto, grandes, aromáticas, amarelas, com estrias vermelho-escuras no lábio inferior, dispostas em panículas terminais. Cápsula lanceolada, de cor cinzento-ferrugínea, com sementes aladas.

Madeira para carpintaria, vigamento de casas, cabo de ferramenta, cangalhas. Casca peitoral.

Como bem assinalou Vasconcelos Sobrinho, esta planta é restrita ao sertão, nos trechos frescos e de solo profundo (46, 191).

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América do Sul. Do Amazonas a S. Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Craíbeira e Paratudo do Campo, em Pernambuco; Carobeira, na Bahia.

De Carahyba, forte, duro (10, 229), qualificativo alusivo à natureza do lenho.

CARDEAL – Salvia splendens Sellow (Salvia

brasiliensis Spreng), da família das Labiadas. Subarbusto de caule quadrangular até 2 m. de altura.

Folhas cordiformes, pecioladas, opostas, glabras, serreadas. Flores grandes, glabras, de cálice e corola vermelhos.

Originária do Brasil e cultivada nos jardins de todo o mundo. Pingo de Lacre, na Bahia; Flor de Sangue, Labareda, Sangue de Adão, no Distrito Federal; Mulatinha Sem Vergonha, no Rio de Janeiro (Campos); Cardeal do México, em S. Paulo; Sangue de Adão, Alegria do Jardim, no Rio Grande do Sul.

CARDEIRO – Nome comum às seguintes Cactáceas: 1 – Cereus adscendens Guerke – Encontrado em todos os

Estados semiáridos, ora apoiado nos galhos dos arbustos, ora estirado no chão.

2 – Cereus catingicola Guerke – Típico das caatingas mais áridas do Piauí, Ceará, Bahia, Alagoas e Sergipe.

3 – Cereus chrysostele Vaupl. – Planta por excelência das terras semiáridas e extremamente secas da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Rara no Ceará, Alagoas e Sergipe.

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4 – Cereus piauhyensis Guerke – Diz Luetzelburg que “é alto, lenhoso, semelhante ao Facheiro, mas de porte menos altivo, aparecendo, especialmente, no curso médio do rio S. Francisco e nas serras arenosas, sedimentárias, ao sul do Piauí”. (21, III, 69). No Ceará cresce na Serra do Araripe.

5 – Cereus Pitajaya DC. (Cereus pernambucensis (fernambucensis) Lem,. Cereus formosus Salm-Dyck., Cereus variabilis Pfeiff.) – Tronco ereto, grosso de dois ou mais metros de altura, verde-brilhante, quando novo, e verde-acinzentado, quando adulto, com 3-5 arestas, comumente 4, onduladas, providas de acúleos pretos, desiguais, agudos dispostos em verticílio de 5-7, sendo o central reto e solitário. Flores grandes, laterais, infundibuliformes, brancas, noturnas, um tanto fragrantes. Baga amarelenta, glabra, com polpa branca e doce.

Encontrada de preferência na parte leste da zona semiárida, inclusive litoral, pelo qual atinge até o Estado do Rio de Janeiro. Mandacaru, em Pernambuco; Cardo da Praia, no Rio de Janeiro.

6 – Cereus rhodanthus Guerke – Característico da parte central baiana e encontrada com menos frequência nos Estados nordestinos.

7 – Cereus Ulei Guerke – Frequente nas caatingas a partir das regiões baianas de leste a nordeste, donde atinge Pernambuco, sul da Paraíba, Serra do Araripe (Ceará), tornando-se raro no Piauí.

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CARDEIRO BABOSO – Cereus macrogonus Salm. Dyck,. Da família das Cactáceas.

Caule verde-glauco, ereto, colunar, arborescente, geralmente com 7 paletas crassas, indo até 9, armadas de grandes acúleos. Flores de pétalas pálidas. Baga globosa, deprimida nas extremidades, de 3 cm. de comprimento por 4,5 de diâmetro, com a casca carmezim e a polpa vermelha.

Frequente no litoral de quase todo o Brasil. Carbo-Bosta, no Rio de Janeiro.

CARDEIRO FACHEIRO – Facheiro. CARDEIRO RAJADO – Cereus peruvianus Haw., da

família das Cactáceas. Caule ereto, colunar, com 5-8 arestas, armadas de

pequenos acúleos pardos ou enegrecidos, reunidos em grupos de 6-7, chegando até 20 na planta velha. Flores abundantes, grandes, brancas, noturnas. Baga ovóide, purpúrea, comestível.

Pode atingir grande altura, chegando até os 16 m., ramificando-se à maneira de um candelabro tendo os artículos verde-escuros ou azulado-pruinosos.

Há uma variedade em que o verde do caule é interrompido por manchas amarelas.

Peru e Brasil. Raro entre nós. Conhecido também por Mandacaru

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CARDEIRO TREPADOR – Denominação vulgar das duas Cactáceas que se seguem:

1 – Hylocereus triangularis Britt. & Rose (Cactus triangularis Linn., Cereus triangularis Haw.) – Caule de grandes articulações triangulares, armadas de pequenos acúleos. Flores solitárias, grandes, de 25 cm. de comprimento, por 20 cm. de diâmetro, brancas, noturnas, fragrantes, porém muito efêmeras.

Espécie rasteira ou trepadora, encontrada em quase todo o Brasil, sendo conhecida em diversos Estados pelo apelido de Cardo Ananá.

2 – Selenicereus grandiflorus Britt. & Rose (Cactus grandiflorus Linn,. Cereus grandiflorus Mill) – Trepadeira de caule e ramos com 5-7 arestas. Flores grandes, brancas, de aroma suave, lembrando o da baunilha, abrindo-se à noite e fechando-se pela madrugada.

Espécie de alto valor ornamental, cultivada nos jardins. Flor de Baile, nos Estados meridionais. Nos jardins da Europa, tem o nome de Rainha da Noite.

CARDO SANTO – Argemone mexicana Linn., da

família das Papaveráceas. Planta herbácea, anual, com folhas sésseis, lobadas,

pinatífidas, glaucas, guarnecidas de acúleos agudos. Flores amarelas, grandes, muito caducas. Cápsula oblongo-angulosa, aculeada, com sementes esférico-compridas, pretas.

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Folhas e sementes purgativas, eméticas, calmantes, narcóticas, desobstruentes do fígado. O suco leitoso da planta é antioftálmico.

Ruderal e de origem duvidosa. Mexicana para uns; brasileira para outros.

CARMELITANA – ? Melissa calamintha Linn.

(Calamintha officinalis Moench), da família das Labiadas. Substitui a Melissa officinalis Linn., tendo propriedades

estimulantes mais enérgicas. Natural da Europa. CARNAÚBA – Copernicia cerifera (Arr. Cam.) Mart.

(Corypha cerifera Arr. Cam.), da família das Palmáceas. Palmeira de grande beleza, tanto pelo porte como pela

fronde, a carnaúba tem o espique linheiro, indiviso, esguio, um tanto espessado na base, de 10-20 m. de altura sobre 10-20 cm. de diâmetro, dividido em três partes. A primeira abrange, no comum, o terço inferior e conserva aderentes as base dos pecíolos primitivos (caracas), dispostas em 8 espirais densas e eriçadas, dextrorsas ou sinistrorsas (carnauba cuandu). A segunda, que é a maior porção, levemente cônica ou quase cilíndrica, apresenta-se nua (carnaúba lisa ou carnaúba lavada) e guarda dos vestígios foliáceos apenas ligeiras cicatrizes, tendo coloração brancacenta ou acinzentada, raramente avermelhada ou escura. A última é o gomo terminal (olho), entre a parte lisa e a copa, em grande parte coberta por

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esta, de superfície rugosa, trazendo bem vivas as cicatrizes dos pecíolos, sendo um pouco mais grossa do que a secção lisa correspondente.

Quando nova, até os 4 m. de altura, mais ou menos, a carnaúba conserva, em toda a extensão do caule, os pecíolos das folhas caídas. Tem um aspecto agressivo, inabordável, advindo-lhe, por isso mesmo, o nome de cuandu, por lembrar o roedor com o corpo coberto de espinhos. Desenvolvendo-se o estipe, as folhas desprendem-se inteiras, mas os primitivos despojos foliares não desaparecem sob a injúria do tempo; permanecem desgastados, às vezes reduzidos a meras excrescências.

As folhas, longamente pecioladas, aglomeram-se em fronde terminal globulosa, abrindo-se em limbo orbicular ou suborbicular, de 60-100 cm. de diâmetro, verde-claro, flabeliforme, pregueado, multífido, constituido e 35-55 lacínias eretas, concrescentes pelos bordos até a metade inferior, e decrescendo de tamanho, do centro para a periferia. O pecíolo mede de 1-1,5 m. de comprimento, semitriangular e avermelhado, na parte que se liga ao estipe, depois glaucescente e reto. Nos últimos dois terços apresenta duas ordens de espinhos negros, fortes, achatados e arqueados para a parte superior da folha.

Os leques formados à roda do topo da palmeira, ao atingirem o seu completo desenvolvimento, inclinam-se como as aspas de um chapéu de sol, depois amarelecem e se abatem em direção ao caule. Por fim, se desprendem, secos, cor de palha.

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Flores numerosissimas, extremamente pequenas, campanuladas, dispostas em espadice, paniculada, até 2 m. de comprimento, protegidas por espata tubulosa, seca, membranácea.

O fruto é uma baga arredondada de 2 cm. de comprimento, glabra, luzidia, esverdeada, passando a roxo-escuro ou quase negra na maturação, de epicarpo escassamento carnoso, envolvendo 1 caroço duríssimo, provido de albume branco, duro, oleoso. As bagas aglomeram-se às centenas, em grandes cachos pendentes.

Ferdinand Denis deu à carnaúba o epíteto de árvore da vida, relembrando a imagem que Humboldt aplicara ao buriti, por atender à maioria das necessidades dos índios do baixo Orenoco. Realmente nos trechos nordestinos de sua eleição, ela é uma das autênticas árvores da vida, tão importante no quadro da existência local como coqueiro nos arquipélagos do Pacifico, a tamareira em alguns desertos, o dendê na costa ocidental africana.

Vejamos de relance, as suas principais aplicações. As raízes, compridas, finas, pardacento-avermelhadas por

fora, acinzentadas e ligeiramente fibrosas por dentro, são depurativas e diuréticas, usadas tanto no tratamento de úlcera, erupções cutâneas e outras manifestações secundárias da sífilis quanto no do reumatismo e artritismo. Escreve Dias da Rocha (11, 67) que substituem perfeitamente a salsaparrilha. Esta afirmativa, adotada por outros autores, parece duvidosa, em face dos resultados negativos verificados na Inglaterra, em 1870,

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quando se tentou a substituição das raízes daquela Liliácea pelas da carnaúba (72, 54).

No passado, o sertanejo, quando não dispunha de sal de cozinha, queimava as raízes da carnaúba, seguindo a lição ministrada pelo índio, e das cinzas retirava uma substância salina com a qual condimentava as comidas. Os Peckolt, referindo-se ao sal em apreço, enviado do Ceará, disseram o seguinte: “apresenta-se em pequenos cristais de cor levemente amarelada, e tem sabor fracamente salino; é solúvel n’água em 100 gramas achamos:

Água ................................................................................ 18,539% Ácido carbônico ................................................................ 1,109% Cloro ............................................................................... 37,666% Ácido sulfúrico ................................................................. 6,456% Magnésia ........................................................................... 0,142% Cal ..................................................................................... 0,032% Potassa ............................................................................ 13,697% Soda ................................................................................ 21,511% Substância orgânica, sílica, etc. ........................................ 0,850%

Pela sua composição química, vê-se que é, em grande parte, uma mistura de cloruretos de sódio e de potássio, podendo assim fazer às vezes de sal comum” (73, 196).

O estipe ministra madeira para construção civil e marcenaria, quer inteiro, quer dividido em caibros, barrotes, ripas, calhas, moirões, etc. Por ser linheiro e indiviso, pede

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pouco trabalho em aparelha-lo. Aliás foi esta vantagem, combinada à abundância e, por conseguinte, à facilidade em coleta-lo, que fizeram do caule da carnaúba, juntamente com as suas palmas, o material por excelência das primeiras construções coloniais, fossem civis ou militares, nesta parte do Brasil.

As primeiras casas, os primeiros fortins levantados na orla marítima e nos vale dos rios nordestinos, aquém da zona da mata, foram de carnaúba. Ainda em pleno século XVIII, el-rei recomendava ao governandor de Pernambuco que conservasse a fortaleza do Ceará como estava e que se fizesse a estacada não de carnaúbas, mas de outras madeiras de maior duração (74, 181). Ao tempo de Marcgrave, já se faziam currais de carnaúba para prender ovelhas e animais de carga (60, 130).

Quando se deu a penetração dos sertões pelos criadores a carnaúba, forneceu ao vaqueiro o material com que construiria o seu rancho e levantaria os currais para acostumar o gado à nova pastagem, defendê-lo da onça e recolher as vacas paridas na estação pluvial. Na costa, os estipes entrariam na feitura dos currais de pesca.

Até há pouco, era de carnaúba o madeirame da maioria das cobertas. Quase todas as casas compreendidas na sua área de endemismo, até mesmo os edifícios públicos, têm do estipe desta palmeira o travejamento dos tetos e assoalhos, quando com mais de um piso. Só deixou de ser empregada à larga depois da valorização da cera e das recentes leis que proíbem o seu corte.

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Com o caule escavado fabricam-se bombas rústicas, que, acionadas por moinhos a vento (cataventos), também de carnaúba, elevam, nos vales jaguaribano e do Apodi, a água para gastos caseiros e irrigação de pequenos sítios, fazendo-se a distribuição através de calhas do próprio estipe, lascado ao meio.

Para efeito de construção, a parte inferior do estipe chama-se tronco, a superior cabeça, reservando-se o nome de garganta aos dois últimos metros. Aplicam-se essas secções em cercas, currais, trapiches, pontilhões, lenha, etc. Dá-se o nome de meio à porção média do caule, com o peso especifico de 0,929 e a resistência ao esmagamento de 578 kg. por cm.², preferida como madeira de lei e para trabalhos de marcenaria e torno, sendo dura, de coloração amarelo-avermelhada, com veios negros.

A durabilidade da madeira da carnaúba esta condicionada à sua maturação e ao local em que é utilizada. Se colhida madura e empregada à sombra ou mergulhada na água salgada ou em terreno salino, goza de duração secular, desde que os seus extremos não fiquem sujeitos à penetração da chuva. Exposta ao tempo resiste de oito a quinze anos, mais apodrece com presteza quando imersa na água doce.

Nas secas pretéritas, aproveitava-se o palmito das plantas novas na alimentação do homem e dos gados. A esse tipo de comida braba, consumida quando a fome apertava, deve-se acrescentar a farinha e a goma de carnaúba, obtidas do palmito pisado e submetido a diversas lavagens. A última, consoante os

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Peckolt (73, 192), é “uma fécula amilácea semelhante ao sagu e muito branca”, com a seguinte composição:

Água ...................................................................................... 8,5% Amido ............................................................................. 89,837% Sais inorgânicos .................................................................. 0,75% Celulose ............................................................................ 0,913%

Não me consta que se obtivesse farinha ou goma de outras partes do estipe, como assinalam os Peckolt e mais alguns autores. Se a prática existiu, tornou-se desconhecida, tanto que no Catálogo dos produtos cearenses enviados à Exposição de Chicago de 1892-1893, vem explícito que a farinha e goma “são extraídas do gomo terminal e novo ou palmito da carnaubeira” (75, 12).

Também nos dias que correm já se não tem mais lembrança que “do pedúnculo floral, antes de completo desenvolvimento, extrai-se um suco adocicado que serve de bebida e pela fermentação fornece um líquido alcoólico semelhante ao vinho e de sabor agradável” (73, 192).

Os frutos, desde que começam a pintar, adquirem sabor ligeiramente adocicado que atrai as crianças, as aves, os morcegos. Verdes, são travosos e provocam abundante salivação. Outrora, nos anos famintos, depois de cozidos, serviam para a alimentação humana. Torrados e reduzidos a pó fazem às vezes de café no seio da pobreza e as torrefações deles se servem para adulterar o café consumido em várias cidades

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nordestinas. Analisando as amêndoas os Peckolt acharam (73, 195):

Água .................................................................................... 12,857 Óleo pingue ........................................................................... 8,000 Substâncias resinosa, etc. ...................................................... 6,172 Matéria extrativa de cor vermelha ........................................ 5,143 Substância albuminóides, extrato, celulose, etc .................. 67,828

“O óleo é de cor esverdinhada, tem a consistência do sebo e funde-se à temperatura de 38º C”.

Joaquim Bertino de Morais Carvalho, nos Ensaios sobre a Carnaubeira, transcreve do Chemical Abstracts de 1921, p. 3219,5, três análises em relação ao fruto da carnaúba, procedidas por Clemens Grimme, e que revelaram o seguinte (76, 30, 31):

Polpa Amêndoas Água 15,04 10,55 Proteína 5,46 6,89 Gordura 6,25 13,65 Carbo-hidratos 64,32 63,29 Celulose 5,81 4,07 Cinzas 2,95 1,55

“O açúcar existente na polpa é glicose”. O óleo da amêndoa tem as seguintes características:

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Densidade 15ºC................................................................... 0,9483 Índice de refração nD.40 ..................................................... 1,4291 Ponto de fusão ..................................................................... 28,3ºC Índice de acidez ...................................................................... 2,64 Índice de saponificação ......................................................... 221,5 Índice de ester ....................................................................... 218,9 Índice de iodo ......................................................................... 23,3 Índice de Reichert-Meissl ....................................................... 4,2”

Os frutos, verdes, maduros ou secos, são procurados pelas reses, especialmente pelos suínos, dando-lhes alimento sofrível, no conceito dos criadores.

Passemos às folhas, que fornecem palhas para cobertura, paredes e divisões de casas rústicas que, às centenas, se encontram na zona de incidência desta palmácea. Com as palhas, fabricam-se chapéus, esteiras, capachos, vassouras, espanadores, sandálias, surrões, cofos, cestas, urus e outras obras traçadas. Das folhas, retira-se uma fibra – ticum ou tucum de carnaúba – com a qual se tecem redes e se fazem cordas. Inteiras, cortadas ou rasgadas na cobertura de solos cultivados, com excelentes resultados para as lavouras e conservação dos mesmos.

Os talos dão gaiolas, jiraus, cercas, cavalos de pau, estivas para passagem nos leitos arenosos dos rios secos, estrados de cama, portas e janelas semelhantes às venezianas. Quando verdes, a sua parte interna substitui a cortiça, na confecção de rolhas.

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Porém o grande produto obtido da carnaúba é a cera, que reveste as células epidérmicas das folhas, principalmente da página inferior, sob a forma de partículas brancas, pulverulentas, de aroma característico.

Acerca da gênese do cerídio da carnaúba, deve-se consultar o que escreveram Joaquim Bertino de Morais Carvalho (76) e Joaquim Juarez Furtado (77). A respeito da sua composição, o primeiro autor reuniu em seus Ensaios o que se conhecia sobre o assunto até 1942.

Foi realmente a cera, pela importância comercial adquirida neste século, que elevou a carnaúba à categoria de planta extrativa por excelência da região nordestina. Antes, era uma palmeira utilíssima, porém restrita às necessidades de seu próprio habitat.

Aplicada, de inicio, à fabricação das velas que, por longos anos, iluminaram as casas abastadas, posteriormente, já em nossos dias, surgiram para a cera diversas aplicações industriais, trazendo-lhe a procura e a consequüente valorização, junto aos mercados consumidores, com amplas repercussões econômicas e sociais nos centros de produção.

Não está esclarecido a quem se deve a descoberta do aproveitamento da cera de carnaúba. Em abril de 1783, Azevedo de Montauri, capitão-mor do Ceará, enviando a Portugal alguns objetos da terra, inclusive duas bengalas de carnaúba, escrevia do Aracati, em plena zona da carnaúba, entre outras coisas, a respeito desta palmeira, o seguinte: “dizem que do mesmo pau costumam extrair uma espécie de cera, porém ainda não vi e o

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tenho por apocripho”. (Dr. G. Studart, Azevedo de Montauri e seu governo no Ceará, Rev. Inst. do Ceará, V, 1º Trimestre de 1891, 72). O fabrico da cera de carnaúba passa por haver sido descoberto no Ceará por Manuel Antonio de Macedo, no começo do século passado, parece que antes de 1810. O governo adjudicou-lhe um prêmio em dinheiro pela descoberta. Devemos estas informações a M. A. de Macedo, na monografia Notice sur le Palmier Carnaúba, editada em Paris, em 1867 (78, 16 e 24). Porém o naturalista Manuel de Arruda Câmara, a 26 de novembro de 1809, informava ao governador de Pernambuco que o fabrico da cera, nos moldes como ainda hoje é obtida, já era conhecido àquele tempo, inclusive a sua aplicação em velas (79, 248).

Quase nenhuma importância se dava, então, à cera. Rara, a sua aplicação na indústria de velas. O povo se iluminava com azeite de carrapato e, os abastados, com velas de cera de abelha ou de espermacete. Com grande dificuldade M. A. de Macedo conseguia meio quilo de cera, em 1836, para levar a Paris, onde Barruel, preparador do curso de química da Sorbona, limitar-se-ia a dizer-lhe que tal cera prestava-se ao enceramento do piso de apartamentos (78, 24). A exploração da cera só tomou corpo a partir da secas de 1845. Os sertanejos, feridos profundamente na sua economia pecuária, procuraram ressarcir parte dos prejuízos aproveitando-a com mais largueza, internamente na indústria de velas e, por outro lado, promovendo a sua exportação, tanto que, nesse ano, pela

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primeira vez, figurou entre os produtos embarcados pelo porto de Fortaleza.

A começar do Maranhão, a carnaúba estende-se, sem densas associações, por todos os Estados nordestinos e, subindo o Rio São Francisco, alcança o norte de Minas Gerais. Autores assinalam a sua presença, com o nome de carandá, em Goiás, Mato Grosso, Paraguai, norte da Argentina e sudeste boliviano. Para alguns botânicos, não há identidade especifica entre os carnaubais do Nordeste e os carandazais do Sul. Tratando-se de ponto controvertido, sem cabimento em trabalho desta ordem, remeto o leitor curioso à síntese traçada sobre o assunto por Philipp von Luetzelburg, no Estudo Botânico do Nordeste (24, I, 80).

Cobrindo largo espaço geográfico, a carnaúba apresenta a particularidade de limitar o seu trecho cerífero à região semi-árida nordestina. Somente aqui, por condições especiais de clima e talvez de solo, é que produz cera em quantidade bastante a ser explorada economicamente. Mesmo nesta extensa região, se encontra, de preferência, no centro, norte e sul do Piauí; Vales do Coreaú, Acaraú, Jaguaribe e Cauípe, no Ceará; Mossoró, Açu e Cearámirim, no Rio Grande do Norte; Piancó e Sousa, na Paraíba, e no oeste da Bahia (80, 76), que são os centros ceríferos por excelência, mormente os de Piauí e os do Ceará.

A carnaúba, em toda a região semiárida nordestina, prefere o aluvião argiloso, compacto, das várzeas, onde se adensa em palmeiras cerrados, perlongando os rios temporários por dezenas

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de quilômetros. Nas coroas e nos ariscos, interrrompe-se a continuidade dos carnaubais, reduzidos a tufos maiores ou menores, aproximados ou isolados, vicejantes naquelas e retardados e, às vezes, tolhiços nestes.

Marcgrave registra os nomes de caranaíba e ananachicariri, dados pelos índios do Nordeste a tão bela quão útil palmeira (60, 130). O mesmo faz Piso, escrevendo, porém anache cariri em vez de ananachicariri e nos trazendo a interessante informação de que os portugueses a chamavam de tamar, “talvez por produzirem frutos semelhantes às tâmaras” (58, 70).

Carnaúba origina-se, com efeito, de caranaíba ou de caranaúba, palmeira que arranha, ou palmeira escamosa, de caraná arranhante, escamosa, cascudo, e iba ou ubá, árvore. Erram, por conseguinte, os que escrevem carnaubeira, como fez sentir Paulino Nogueira (4, 159), “porque esta decomposta traduz-se literalmente por árvore da árvore que arranha”, já que o sufixo tupi iba ou ubá equivale ao sufixo português eira.

CARNICA – Caesalpinia Bonducella Roxb.

(Guilandina Bouducella Linn), da família das Leguminosas Cesalpiniódeas.

Trepadeira robusta, forma grandes moitas densamente espinhosas. Folhas com 4-6 jugas de pinas e 8-12 pares de folíolos oval-oblongos, mais ou menos pubescente, tendo entre si e do lado inferior 1-2 espinhos recurvos. Flores amarelas, em panículas ou racemos, na axila das folhas. Vagem arredondada,

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chata, coberta de espinhos, com 2 sementes duras, acinzentadas, deprimidas, arredondadas ou ovais.

Sementes diuréticas, desobstruientes e antifebris. Cosmopolita tropical. Do Maranhão a S. Paulo. Codorna,

em Pernambuco; Juquirionano ou Olho de Gato, no Rio e em S. Paulo, sendo neste último ainda conhecida por Nimboi ou Arriozes.

CAROÁ – Neoglaziovia variegata Mez. (Bromélia

variegata Arr. Cam., Bilbergia variegata Schult., Agallestachys variegata Beer., Bromélia linifera Hort. ex Berr., Dyckia Glaziovii Bak.), da família das Bromeliáceas.

Planta perene, acaule, de rizoma fibroso, até 1 m. de altura. Folhas 3-5-7, invaginentes, estreitas, lineares, ovado-lanceoladas, acuminadas, com as margens convolutadas e ligeiramente espinhosas, de 1-2 m. de comprimento por 2 cm. de largura, cobertas por cutícula impermeável e cerosa. Quanto à coloração, as folhas se apresentam verdes, roxas, amarelas, brancas ou listradas, aliás em consonância com o específico variegata. Flores 40-60, purpúreo-violáceas com pedicelos vermelhos, protegidas por brácteas linear-lanceolada a dispostas em inflorescência simples, racemosa, com escapo verde-avermelhado, ereto, glabro coberto por uma camada de cera lanosa. Baga ovóide, um tanto angulosa, 3-locular, de 2-3 cm. de comprimento, castanha quando madura, tendo de 27-30 sementes envoltas por mucilagem rala e adocicada.

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As folhas produzem fibras longas, sedosas, finas, resistentes, de grande impermeabilidade, com variedades usos, desde a corda ao tecido para roupa. O surto de industrialização da fibra do caroá, processada no decênio de 1930 e princípios de 1940, com profundo reflexo econômico nos trechos mais ingratos dos sertões pernambucanos e paraibanos, amainou, quase que desapareceu, em face da concorrência de outros têxteis preferidos para tecidos.

Planta xerófita, as sua formações, sejam densas ou ralas, cobrem, no mínimo, 60.000 quilômetros quadrados das terras mais safaras do Nordeste, desde a Bahia ao Piauí (81, 181). No Ceará, conforme Esmerino Parente (82, 9), as zonas de ocorrência do caroá (nas Serras da Ibiapaba e do Araripe).

“Estão localizados em terrenos pedregosos e de ariscos (areia branca e mais ou menos solta); solos paupérrimos, de vegetação rala, baixa, esgalhada, tortuosa e numa altitude nunca inferior a 400 metros, o que demonstra que essa bromeliácea requer uma certa quantidade de umidade na atmosfera, um clima, enfim, mais ameno do que do Sertão”.

Não se deve confundir o caroá com outras plantas,

principalmente Bromeliáceas, cujos nomes são meras variantes da forma caraguatá, por sua vez corrutela de carauá-tã, o carauá rijo, duro (10, 229).

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Este, como outros assuntos referentes a esta planta, se encontram documentadamente estudados na monografia O Caroá, de Lauro P. Xavier (83, 193).

CAROATÁ – Croata. CAROBA – Jacaranda brasiliana Pers. (Bignonia

brasiliana Lam.), da família das Bignoniáceas. Árvore pequena, de casca acinzentada e ramos opostos.

Folhas pecioladas, pinadas, com folíolos oblongos ou oblongo-lanceolados, acinzentados ou alvacentos do lado inferior. Flores campanuladas, grandes, azul-violáceas ou azul-ultramarinas, de cálice lobado além do meio, dispostas em panículas amplas. Cápsula suborbicular, castanha, com valvas lenhosas.

Madeira afamada para carpintaria. Cascas amargas e adstringentes usadas em cozimento para banhar feridas e chagas. A infusão das folhas aplica-se no tratamento da sífilis, bouba e escrófulas.

Todo o Brasil. Barbatimão, na Amazônia; Jacarandá, em Pernambuco.

Caroba vem de caá, mato, folhagem, rob, amargo (8, 64).

NOTA – Em Pernambuco com este nome se conhece a Jacaranda heterephylla Bur. et Pet., com boas madeira e cascas muito medicinais.

CAROBA DA FLOR VERDE – Carobinha Verde.

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CAROBA MIÚDA – Jacaranda Caroba P.DC. (Bignonia Caroba Vell), da família das Bignoniáceas.

Arvoreta de casca cinzenta, fendida, que se desprende em placas. Folhas pecioladas, de 4-6 jugos de pinas, com 3-23 folíolos inteiros, elítico-lanceolados, glabros, de ponta levemente acuminada, com glândulas na página superior, rufo-ferrugineas e pontuadas na inferior. Flores tubuloso-campanuladas, roxo-escuras ou violáceas, em panículas. Cápsula castanho-escura com brilho metálico, elítica ou subovada, muito comprimida.

As folhas encerram carobina (alcaloide), ácidas caróbico e esteacaróbico, carobon (principio aromático resinoso), matérias oleosas, tânicas, pépticas etc. A infusão ou alcoolatura das folhas é um dos remédios sertanejos mais usados nas manifestações sifilíticas, afecções cutâneas, boubas e ainda como tônico.

Ceará, até S. Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Caroba do Carrasco, na Bahia; Carobinha do Campo, Caroba do Campo, em S. Paulo; Camboté de Carrasco, em Goiás; Carobinha é outro apelido cearense desta planta.

CAROBA ROXA – Jacaranda oxyphylla Cham. da

família das Bignoniáceas. Arbusto de folhas imparipinadas, de flores grandes, roxas,

manchadas de branco, em panículas terminais ou axilares, multifloras.

Folhas depurativas e tônicas.

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Caroba Paulista, em S. Paulo. O mesmo nome se aplica à Jacaranda elegans Mart.,

encontrada na parte média da Serra do Araripe. CAROBINHA – Caroba Miúda. CAROBINHA VERDE – Cybistax antisyphilitica Mart.

(Bignonia antisyphilitica Mart., Bignonia quinquefolia Vell.), da família das Bignoniáceas.

Porte variável consoante o ambiente. Folhas longo-pecioladas, digitadas, 5-foliadas. Flores verde-pálidas ou verde-amareladas, de longa corola tubular, em panículas decussadas, terminais. Cápsula oblongo-linear, sublenhosa, de valvas naviculares, listradas, com 10-30 cm. de comprimento.

As cascas e os renovos passam por poderoso depurativo, especialmente nas doenças venéreas, tanto que o nome específico não é mais do que a tradução das suas virtudes na medicina caseira. Madeira branca para obras internas, caixotaria, pasta para papel.

No Peru oriental e em todo o Brasil. Caroba da Folha ou da Flor Verde, na Bahia; Cinco Folhas ou Ipê de Flor Verde, em S. Paulo; Ipê Branco, no Rio Grande do Sul.

CAROLINA – Adenanthera Pavonina Linn., da família

das Leguminosas . Árvore até 15 m. de altura, inerme e glabra. Folhas

pecioladas, bipinadas, 2-5 pares de pinas opostas, com 6-10

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folíolos curto-peciolados, alternos, ovais ou ovado-oblongos, 2-3 cm. de comprimento. Flores amarelo-pálidas, raramente brancas, dispostas em racemos estreitos, em forma de espiga. Vagem comprida, estreita, curvado-falcada, cujas valvas se enroscam na maturação, jogando a certa distância as sementes, que são muito duras, vermelhas e luzidias.

Empregada na arborização de jardins e parques. A madeira presta-se à marcenaria de luxo. Na Índia, às vezes, substitui o sândalo vermelho. Folhas anti-reumáticas. Com os frutos fabricam-se colares, voltas, braceletes e assinalam-se pontos de jogos, donde o nome de tento, pelo qual também é conhecida.

Nativa da Ásia tropical.

NOTA – Com o nome vulgar de Carolina batiza-se em Pernambuco, a Bombacácea – Bombax insigne (Cav) Schum.

CARRANCUDO – Maytenus obtusifolia Mart., da família das Celastráceas.

Arvoreta de folhas curtamente pecioladas, quase dísticas, inteiras, obtusas, coriáceas e serreadas. Flores branca, pequenas, polígamas, axilares, em cimos. Cápsula pequena, coriácea, sulcada, biocular, com as sementes cobertas por um arilo branco.

Boa madeira para marcenaria. As folhas fazem às vezes de chá dá Índia e de erva-mate.

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Planta hidrófita, do Piauí ao Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás. Carne de Anta, no Piauí e na Bahia; e ainda Lenha Branca neste último Estado; Limãozinho, em Goiás.

Também se dá o apelido de Carrancudo, no Ceará ao Erythoxylon testaceum Peyrich., da família das Eritroxiláceas, encontrado na Serra do Araripe.

CARRAPATEIRA – Ricinus communis Linn. (Ricinius

vulgaris Mill), da família das Euforbiáceas. Arbusto ou arvoreta de caule ereto e ramos herbáceos,

grossos, lisos, fistulosos. Folhas alternas, longamente pecioladas, grandes, digitado-lobadas, palminérveas, denticualdas, glabras com 2 estipulas membranáceas e incolores. Flores monóicas, numerosas, apétalas, pequenas, pálidas, em grandes cachos terminais e eretos nos quais as pistiladas ficam acima das estaminadas. Cápsula de 10-12 mm. de diâmetro, comumente espinhosa, subglobosa ou oval, 3-locular, com 1 semente em cada loja. Sementes brilhantes, lisas, negras, matizadas de branco, pintalgadas de cinzento e pardo.

Além da carrapateira comum, com as suas formas major e minor caracterizadas pelo porte, deiscência dos frutos e tamanho das sementes, plantam-se as seguintes variedades: carrapateira verde (Ricinus viridis Willd), de haste verde clara, raras vezes levemente rosada; carrapateira roxa (Ricinus sanguineus Hort.), com hastes, folhas e até os próprios frutos coloridos de roxo; carrapateira vermelha (Ricinus sanguineos Hort, var. rutilans), com tronco, folhas e cachos vermelho-sanguíneos, formando um

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conjunto de belo aspecto ornamental, aproveitado para pequenos maciços; carrapateira da semente preta (Ricinus zanzibarensis Nichols); carrapateira lisa (Ricinus inermes Jacq), cujos frutos não apresentam saliências espiniformes; carrapateira anã, de pequeno porte, não ultrapassando a altura de 1,20 m.

Os autores modernos consideram simples variedades ou formas do Ricinus communis as diversas carrapateiras cultivadas, inclusive as anteriormente erigidas à categoria de espécie como vimos acima.

As sementes fornecem até 50% de óleo com a densidade de 0, 961 a 0, 966, altamente purgativo e usado como lubrificante de primeira categoria nas máquinas de precisão, nos motores de alta rotação, especialmente aéreos, pela sua grande resistência ao congelamento ou aquecimento.

Ainda encontra largo emprego na indústria de sabões, de tintas e explosivos. As folhas verdes são forrageiras, porém murchas provocam o meteorismo. A torta resultante de extração do óleo constitui ótimo fertilizante azotado e age ainda no solo como inseticida.

Provavelmente nativa da África tropical, hoje naturalizada em todas as regiões tropicais e subtropicais. Carrapateira, Mamona, Rícino, Palma de Cristo são outros nomes vulgares que identificam esta valiosa planta

CARRAPETA – Jitó.

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CARRAPICHO – Denominação comum a diversas plantas de pequeno porte, pertencentes a variadas famílias, cujos frutos ou sementes, por seus pelos, cerdas, ganchos, viscosidade, se prendem às roupas das pessoas e à pelagem dos animais, chegando mesmo alguns a ser vulnerantes e picantes. Disseminam-se com grande facilidade, tornando-se não raro pragas de erradicação difícil.

Dentre as Gramíneas destacam-se: 1 – Cenchrus echinatus Linn. (Cenchrus pungens

H.B.K.) – América tropical. Todo o litoral brasileiro. Capim Roseta, na Bahia; Carrapicho da Praia, em S. Paulo.

2 – Cenchrus tribuloides Linn. – Costa atlântica da América tropical. Capim Roseta, na Bahia; Capim das Roças, no Rio Grande do Sul.

3 – Cenchrus viridis Spreng – América tropical. Da Amazônia ao Rio de Janeiro, Goiás e Mato Grosso, Capim Roseta, na Bahia.

Estas ervas fornecem forragem regular antes da florescência. Depois os espinhos do envólucros florais ficam duros, desprendem-se com facilidade, ocasionam lesões mecânicas na pele e, ingeridos, causam cólicas intestinais.

Quanto às Leguminosas, os carrapichos são encontrados entre as Papilionóideas dos gêneros Aeschynomene e Desmodium, possuidores de vagens divididas em artículos e adesivas.

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1 – Aeschynomene americana Linn. – Erva com 2-4 pares de folíolos agudos, algo falcados. Da América Central ao N. da Argentina.

2 – Aeschynomene falçata DC – Erva quase sempre prostrada, com 4-9 pares de folíolos oblongos. Flores amarelas sobre pedúnculos axilares. Vagem pequena de 4-8 artículos. América tropical e sub-tropical meridional, exceto na Amazônia.

3 – Aeschynomene filosa Mart. – Arbusto anual, pouco ramosos, até 1,3 m. de altura. Flores pequenas, amarelas, de vexilo maculado de escuro. Vagem pequena. Componente da flora das lagoas. Amazonas, Pará, Ceará, Bahia, Minas Gerais e Goiás. Corticeira do Campo, na Bahia.

4 – Aeschynomene hispida Willd. – Arbusto até 1,5 m. de altura, com a base do caule dilatada. Flores amarelas listradas de vermelho. Higrófila. América do Norte e do Sul.

5 – Aeschynomene hispidula H.B.K. – Às vezes atinge até 3,5 m de altura, de caule híspido. Cresce nas lagoas e alagadiços. América tropical. Do Ceará ao Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso.

6 – Aeschynomene hystrix Poir – Subarbustiva, prostrada ou mais ou menos decumbente, flores amarelas, dispostas em pequenas inflorescências axilares. América tropical, Amazonas até Pernambuco.

7 – Aeschynomene marginata Benth – Erva subarbustiva. Como a anterior, cresce nos alagadiços e tem qualidades forrageiras. Piauí, Ceará, Pernambuco.

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8 – Aeschynomene viscidula Michx – Espécie prostrada ou semiereta. Forrageira, América tropical. Amazonas até Bahia e Mato Grosso.

9 – Desmodium barbatum Benth. (Hedysarum barbatum Linn., Meibomia barbata Kuntze) – Herbácea, perene, ereta ou prostrada, pubescente, até 1 m. de altura. Folhas de 3-folíolos curto-peciolados, obovados, pilosos. Inflorescência em racemos terminais densos, aglomerados, com flores roxas, pequenas, muito vilosas. Legume séssil e quase glabro, 2-4 artículos.

Forrageira antes da floração com a seguinte relação nutritiva 1: 2,97.

América tropical e meridional subtropical. Todo o Brasil. Barbadinho, Carrapichinho, no Pará (Ilha de Marajó); Barbadinho, no Rio Grande do Sul.

10 – Desmodium spirale DC. (Hedysarum spirale Swartz) – Herbácea, anual, ereta ou prostrada de ramos horizontais e delicados, glabros ou escabroso-pubescentes. Folhas de 3 folíolos ovóides, quase glabros, 1-4 cm. de comprimento. Flores roxo-pálidas, pequenas, em racemos delgados e simples. Legume 3-6 artículos torcidos e pilosos.

Forrageira de primeira qualidade acusando a análise uma relação nutritiva de 1: 2,3 antes da floração, sendo a do feno de 1: 2,8.

América e África tropicais. Todo o Brasil. 11 – Desmodium supinum DC. (Hedysarum supinum

Swartz., Meibomia supina Britt) – Planta de pequeno porte,

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poucas vezes rasteira, até 1 m. de altura. Folhas com 3 folíolos oblongos, verde-escuros, de face dorsal. seríceo-pubescentes. Flores cerúleo-violáceas.

Excelente forrageira de relação nutritiva 1: 6,2. CARRAPICHO BEIÇO DE BOI – Desmodim

adscendens DC. (Meibomia adscendens DC.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Planta herbácea ou subarbustiva, perene, ramosa, pubescente. Trifólios oblongos. Flores roxas ou cor de rosa em chachos terminais. Vagem articulada, pegajosa.

Forrageira, com 1: 5,6 de relação nutritiva. América tropical e meridional subtropical. Todo o Brasil. CARRAPICHO DE AGULHA – Denominação das

Compostas: 1 – Bidens cynapiifolia H.B.K. (Bidens bipinnata West.

St. Croix., no Linn) – Herbácea, anual, ereta, glabra, de folhas alternas, 2-3 pinatífidas. Flores em pequenos capítulos reunidos em cachos. Aquênio tetrágono, coroado por 3-4 aristas persistentes, ganchosas.

Folhas e raízes desobstruentes, diuréticas, resolventes. Pantropical. Todo o Brasil. 2 – Bidens pilosus Linn. (Bidens adhoerens Vell) –

Parecida com a precedente, tanto que há autores que consideram a espécie anterior uma variedade desta. Folhas simplesmente pinadas, Aquênio bidentado.

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Cosmopolita tropical. Todo o Brasil, Fura Capa, em Pernambuco, Picão, no Rio Grande do Sul.

3 – Cosmus caudatus H.B.K. – Erva annual, ereta, 1-2 m. de altura, com folhas opostas e recortadas. Flores grandes, róseas, em vistosos capítulos de delicados e longos pedúnculos. Aquênio estreito, 5-angulos, comprimido no dorso, 2-4 aristas de barbelas persistentes.

Das Antilhas à América do Sul. Picão, Picão de Padre, em Pernambuco; cosmos, na Bahia.

CARRAPICHO DE BOI – Triumfetta semitriloba

Jacq., da família das Tiliáceas. Arbusto de 1-2 m. de altura. Folhas pubescentes,

estipuladas, pecioladas, mais ou menos lobadas, oblongas. Flores amarelas em racemos. Cápsula achatada, glabra ou pilosa, espinhosa.

A casca produz fibras longas e sedosas. Toda a planta dá boa pasta para papel.

Antilhas, América Central e do Sul. Todo o Brasil, Carrapicho, em Pernambuco; Carrapicho e Guaxima, em São Paulo.

CARRAPICHO DE CALÇADA – Nome das duas

Tiliáceas seguintes: 1 – Triumfetta bogotensis DC. (Triumfetta pilosa

H.B.K.) – Arbusto ramoso de caule ereto, glabro, porém de base pilosa. Folhas longas, pecioladas, disticadas, de lâmina

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poliforma. Flores com numerosos pelos cinzento-fuscos, em racemos triplos. Cápsula coberta de cerdas no ápice.

América tropical. Quase todo o Brasil. Carrapicho Redondo, na Bahia.

2 – Triumfetta rhomboidea Jacq. – Arbusto perene piloso até 1,5 m. de altura. Folhas mais ou menos lobadas, ovadas. Flores pequeninas, amarelas, dispostas em racemos compostos, axilares e terminais. Cápsula globosa ou ovóide, tomentoso-espinescente.

América tropical. Todo o Brasil. CARRAPICHO DE OVELHA – Nazia aliena Scribn.

(Lappago aliena Spreng), da família das Gramíneas. Erva anual, rasteira, de folhas planas e ciliadas, tendo as

espiguetas cobertas de fortes espinhosas uncinados. Do sul dos Estados Unidos à Argentina e também na Ásia

e na África. Nordeste e talvez em todo o Brasil. CARRAPICHO DO CEARÁ – Krameria argentea

Mart., da família das Leguminosas Cesalpinióideas. Planta arbustiva, até 1 m. de altura. Folhas pecioladas,

ovado-elíticas, spinescentes-apiculadas e tomentosas. Flores grandes, em racemos curtos, muito pubescentes. Vagem coberta de espinhos fortes, luzidios, uncinados no ápice.

As raízes e casca sob o nome de Ratanhia constituem poderoso adstringente usado nas disenterias, diarréias rebeldes.

Do Amazonas à Bahia e Goiás, Ratanhia, na Bahia.

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CARRAPICHO DOS CAVALOS – Krameria

tomentosa St. Hil., da família das Leguminosas Cesalpinoídeas. Arbusto do mesmo tope do procedente. Folhas longo-

pecioladas, eliticas, espinescentes no ápice, pubescentes. Pecíolo armado de 3-6 espinhos basilares. Flores grandes em racemos bracteados. Vagem globosa, denso-branco-tomenosa, coberta de cerdas e espinhos rígidos.

Peru, Bolívia e Guianas, Brasil: Amazonas, Centro Nordeste, onde cresce nos tabuleiros arenosos da região litorânea.

No Ceará existe a variedade elliptica Hub., conhecida por Carrapicho.

CARRASQUINHO – Cassia curvifolia Vog., da família

das Leguminosas Cesalpinióideas. Arbusto quase rasteiro, muito esparramado, com folhas

mínimas. Cresce em terrenos arenosos e secos. Amazônia, Nordeste

e Brasil Centro. CARURU – Manjongome. CARURU AMARGOSO – Erechites valerianaefolia DC.

(Senecio valerianaefolius Wolf., Senecio crassus Vell), da família das Compostas.

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Planta fistulosa, anual, ereta, quase glabra, até 2 m. de altura. Folhas alternas, membranosas, sendo as caulinas pinadas, as inferiores pecioladas e as superiores sésseis. Capítulos discóides com 12 flores marginais, imperfeitas, de papo branco, com extremidades purpúreas.

Folhas comíveis. Habita os lugares úmidos. Do Nordeste até Santa Catarina

e Minas Gerais. CARVOEIRO – Callisthene major Mart., da família das

Voquisiáceas. Árvore de folhas rígidas, opostas, ovado-obongas, glabras

na página superior e vilosas na inferior. Flores pálidas, irregulares, em fascículos axilares. Cápsula 3-locular.

Madeira para carpintaria e marcenaria. Excelente para lenha e carvão. Cascas medicinais e produtoras de tinta amarela.

Cresce no agreste da Serra do Araripe e se encontra também nos Estados de Minas Gerais e Goiás, onde é conhecida por Itapiúna.

CASCA GROSSA – Bom Nome. CASCOS – Dioscorea Laxiflroa Mart., da família das

Dioscoreáceas. Planta sarmentosa de caule fino, ligeiramente estriado.

Folhas pecioladas, membranosas, glabras, verde-escuras,

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cordiforme-sagitadas, 7-nervadas. Flores solitárias, sésseis, axilares, em espigas.

Raízes tuberosas, com epiderme espessa e amarelada, de carne branca, comestível após sucessivas cocções.

Quase todo o Brasil. Caratinga Brava, em diversos Estados.

CÁSSIA – Gênero de Leguminosas Cesalpinoídeas com

diversas espécies ornamentais confundidas pelo vulgo com outras do gênero Acácia, do grupo das Leguminosas Mimosóideas.

CASTANHOLA – Terminalia Catappa Linn., da família

das Combretáceas. Alta, de tronco áspero, um tanto tortuoso, com os galhos

dispostos horizontalmente, a lembrar gigantesca umbela, donde a denominação de Chapéu de Sol. Esta árvore chama a atenção, quer pela forma bizarra da copa, quer pelas folhas grandes, quase sésseis, obcordiformes, agrupadas nas extremidades dos ramos, cuja coloração, cambiando com a idade, vai do verde intenso ao vermelho-rubro, com o amarelo de permeio. Flores muito pequenas, branco-róseas, apétalas, dispostas em espigas axilares. Drupa elítica, glabra e achatada, de uns 5 cm. de comprimento, indeiscente, de mesocarpo comestível.

Os frutos são vermelhos ou amarelo-claros, daí as variedades – Castanhola Vermelha e Castanhola Branca. A semente, muito dura, encerra amêndoa alongada, considerada na

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Índia a melhor das nozes do país. As amêndoas dão 50% de óleo doce, com 54% de oleina e 46% de palmitina, difícil de rancificar-se.

O mesocarpo, apesar de adstringente, é édule e nunca observei, mesmo entre as crianças que o consomem gostosamente, perturbações digestivas, como assinalam certos autores. As cascas da raiz e do tronco são adstringentes em alto grau, especialmente as últimas, com 23% de tanino. A madeira é de inferior qualidade e emprega-se na caixotaria.

Foi durante longos anos a árvore preferida para arborização dos lograndouros públicos graças ao seu crescimento rápido, elegância do porte e profundidade do raizame, com o inconveniente, porém, de perder as folhas e produzir bastante fruto. Ainda hoje é uma das plantas mais recomendadas para as praias, visto desenvolver-se perfeitamente nos terrenos salgados, arenosos e resistir aos efeitos dos ventos.

Originária da Malásia. Por causa da semelhança do fruto, em muitos Estados é conhecida por Amendoeira, Amendoeira Brava, Amendoeira da Índia.

NOTA – Por Castanhola é conhecida em Pernambuco a Bombax aquaticum Schum. (Pachira Aubl.), da família das Bombacáceas.

CASTIÇAL – Iriartea exorrrhiza Mart., da família das Palmáceas.

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Palmeira de 15-20 m. de altura e 30-35 cm. de diâmetro, crescendo sobre raízes aéreas de 2 m. de comprimento, cobertas de pequenos espinhos. Folhas pinatífidas até 4-6 m. de comprimento. Inflorescência em espádices de 0,50 m. de comprimento. Drupa ovóide amarelo-avermelhada.

Natural da Amazônia, onde é conhecida por Paxiúba. Cultivada raramente nos jardins e parques.

CASUARINA – Nome científico vulgarizado de árvores

ornamentais da família das Casuarináceas, das quais conheço no Ceará as duas espécies seguintes:

1 – Casuarina equisetifolia Linn – Elegante, grande, até 20 m. de altura e 1 m. de diâmetro na base. Crescimento rápido, própria para arborização industrial e ornamental das zonas áridas e secas, inclusivo fixação de dunas. Madeira vermelho-escura, pesada, compacta, muito dura, incorruptível em obras internas. Cascas taníferas.

2 – Casuarina stricta Duz – Até 20 m. de altura e 50 cm. de diâmetro na base. Crescimento rápido. Madeira dura, branco-pardacenta, para obras externas. Ramos e cones forrageiros. Cascas taníferas.

Ambas originárias da Austrália. São também chamadas Pinheiro, em Fortaleza, às vezes.

CATANDUBA – Piptadenia meniliformis Benth., da

família das Leguminosas Mimosóideas.

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Árvore de tamanho médio, com folhas bipinadas, flores amarelas em espigas e vagem larga e plana.

Muito comum no sopé das serras frescas e na faixa intermediária entre o litoral e o sertão, cresce com rapidez e é aproveitada para carvão.

Do Maranhão à Bahia. Carrasco, na Paraíba; Quipembé, em Pernambuco.

CATINGA – Marmeleiro Branco. CATINGA BRANCA – Linharea tinctoria Arr. Cam.,

da família das Lauráceas. Árvore que fornece madeira para construção, carpintaria e

marcenaria. Cascas e folhas aromáticas. Trata-se de espécie duvidosa, cuja descrição não foi feita

pelo seu classificador, botânico Arruda Câmara. Do Maranhão até Pernambuco.

CATINGA DE MULATA – Nome comum a algumas

plantas do gênero Pelargonium (vide Gerânio) e do Croton Zehntneri Pax & Hoffm., da família das Euforbiáceas, este encontrado no Ceará, Paraíba e Bahia.

CATINGA DE PORCO – Catingueira.

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CATINGUEIRA – Caesalpinia pyramidalis Tul. (Caesalpinia Gardneriana Benth.), da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Arvoreta até 4 m. de altura. Folhas bipinadas, 5-11 folíolos, sésseis, alternos, obtusos, oblongos. Flores amarelas dispostas em racemos pouco maiores ou tão longos quanto as folhas. Vagem achatada de cor escura.

Madeira para lenha, carvão e estacas. É uma das plantas sertanejas cujos gomos brotam às primeiras manifestações de umidade anunciadoras do período das chuvas. Então o gado procura as suas folhinhas com avidez, para pouco depois despreza-las pelo cheiro desagradável que adquirem ao crescer. Fenadas perdem esse cheiro e constituem boa forragem.

A composição química do feno, segundo o Instituto de Química Agrícola do Ministério da Agricultura, é a seguinte:

Umidade ............................................................................ 13,57% Proteína bruta .................................................................... 17,06% Extrato etéreo ...................................................................... 7,10% Extrativos não nitrogenados ............................................. 42,69% Fibra bruta (Celulose) ...................................................... 16,17% Resíduo mineral .................................................................. 3,41%

Fósforo em P2O5 ................................................................. 0,28% Cálcio em CaO .................................................................... 1,46%

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As folhas, flores e cascas são usadas no tratamento das infecções catarrais e nas diarréias e disenterias.

Planta característica das caatingas, desde o Piauí até a Bahia, inclusive Mato Grosso. Pau de Rato, na Bahia.

CATLÉIA – Nome científico vulgarização de lindas

Orquidáceas ornamentais pertencentes ao gênero Cattleya. Dentre elas, merece especial destaque a Cattleya labiata Lindl., a Rainha das Selvas do Norte do Brasil, no conceito do emérito botânico Hoehne. Variável no tamanho e colorido das flores, a C. labiata apresenta as flores róseas ou quase róseas-lilacínias, tendo o lábio purpúreo-violácea. Os mais belos exemplares são encontrados na Serra de Maranguape, donde foi levada para a Serra de Baturité.

CATOLÉ – Nome das duas Palmáceas que se seguem: 1 – Syagrus comosa Mart. (Cocos comosa Mart., Cocos

plumosa Lodd) – “Espique regular, flexuoso, de 5-7 m. de altura e apenas 8-10 cts, de diâmetro, geralmente muito menos, até quase acaule; folhas eretas, poucas, verde-amareladas, de 125 cts de comprimento ou mais, dispostas quase horizontalmente; inflorescência em espádice de 40-50 cts; flores insignificantes, amarelas; fruto drupa ovóide de 25 mm. de comprimento e 15 mm. de diâmetro, pericarpo esverdeado e endocarpo ósseo contendo amêndoa amarga e oleaginosa”. (72, 380).

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2 – Syagrus picrophylla Barb. Rodr. (Cocos picrophylla Barb. Rodr) – “Espique solitário, irregularmente anelado, ereto, cilíndrico, até 5 mts de altura e 20 cts de diâmetro, às vezes mais; folhas arqueado-deflexas, 15-20 contemporâneas, pecíolo de 80 cts, côncavo na parte superior e convexo na parte inferior, revestido de tomento acinzentado; folíolos lineares, acuminados, denso-jugos, 90-100 de ambos os lados, dispostos em grupos alternos de 4-5 saliente-nervados na página superior e tomentosa na inferior, os inferiores de 50-70 cts, os médios de 90-100 cts e os superiores insignificantes; espádices 2-3 contemporâneos, pedúnculos de 60-70 cts ferrugíneo-tomentosos, ramos 100-120, os inferiores de 50 cts de largura e os superiores de 20-15; espata externa de 60-70 cts, de comprimento e 11-12 cts. De largura, convexa por fora e plana interiormente, lanceolada, ferrugínea-tomentosa; flores densas, pétalas irregularmente linear-lanceoladas, agudas, as femininas ovado-angulosas; fruto drupa oblonga de 40-45 m. de comprimento e 30-32 mm. de diâmetro, verde-azeitona, ferrugineo-tomentosa, epicarpo fibroso-mucilaginoso, endocarpo ósseo, ovóide, com albumen”. (72, 331).

As folhas de ambas são forrageiras. Os frutos maduros têm polpa mucilaginosa e adocicada, comestível, sendo mesmo um dos refrigérios por ocasião das secas. Os animais os procuram e o gado suíno neles encontra um dos melhores pastos para a engorda. Postos a fermentar, dão bebida conhecida pelo nome genérico a aluá, consumida como refrescante ou diurética. O albumem é alimentício e aparece nos mercados ou rosários

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formados por uma centena de coquilhos. Produz óleo de boa qualidade para alimentação e perfumaria, bastante usado no estado natural como tônico do cabelo. Dos endocarpos secos fabricam-se bilros para as almofadas das rendeiras.

São plantas sociáveis, encontradiças nos tabuleiros litorâneos, nos sopés e até meia encosta das serras frescas ou secas, e mesmo no sertão. As queimadas sucessivas, as derrubadas inconsideradas vêm destruindo os bosques dessas utilíssimas palmeiras, outrora tão abundantes em largos trechos do nosso território.

A primeira estende-se do Nordeste até Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. A segunda, conhecida no Ceará também por Babão ou Coco-Babão, vai do Nordeste ao Rio de Janeiro.

Catolé parece ser vocábulo cariri. CATUABA – Nome das seguintes Bignoniáceas: 1 – Anemopaegma album Mart – Típica do carrasco,

encontrada de preferência na Serra do Araripe. 2 – Anemopaegma glaucum Mart – Típica do agreste.

Assinalada na parte leste da Serra do Araripe. Do Piauí até Bahia e Minas Gerais.

3 – Anemopaegma Mirandum DC. (Bignomia arvensis Vell., Bignomia Miranda Cham., Jacarandá arvensis Steud) – Quase todo o Brasil a partir do Nordeste para o Sul.

4 – Anemopaegma scabriusculum Mart – Espécie rara entre nós, encontrada na parte oeste da Serra do Araripe.

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São plantas arbustivas cujas cascas, em infusão ou tintura, gozam de grande fama como estimulante nervino e afrodisíaco, principalmente as da terceira espécie acima citada.

Sobre a catuaba verdadeira, reina ainda certa confusão. Pio Corrêa (72, 152) considera como tal o Anemopaegma Mirandum DC. Entretanto Manuel Freire Alemão, em trabalho publicado no jornal “Araripe”, do Crato, a 14 de abril de 1860, sob o titulo “A Catuaba”, diz o seguinte:

“É nas matas do vasto Araripe que se encontra copia

da árvore bem conhecida pelo nome de pau de catuaba. Este termo é composto de dois da língua tupi e quer dizer – homem válido. O cerne da catuaba pela sua rigidez serve de bordão aos valentes; os inválidos fortificam-se com a sua casca. Quero dizer que a casca de catuaba é afrodisíaco notório”.

Não se trata, como se vê, de arbusto, mas de árvore, o que

igualmente ocorre na Serra da Ibiapaba. No citado artigo Manuel Freire Alemão compara-lhe os efeitos aos da coca.

Para Batista Caetano (8, 21 e 104) o nome parece originar-se de acatuab, direito, destro, capaz.

NOTA – No Maranhão, segundo Ducke, este nome é aplicado a uma árvore da família das Sapotáceas: Micropholis sp., frequente nos de S. Luiz.

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CAUACÚ – Por este nome são conhecidas as seguintes Poligonáceas:

1 – Coccoloba cordifolia Meissn. (Coccoloba uvifera Salzm.) – Arbusto ou arvereta até 5 m. de altura. Folhas grandes, alternas, estipuladas, rígido-coriáceas, arredondadas ou obcirduformes. Flores vermelhas, pequenas, em cachos terminais, grandes, pendentes. Baga drupácea, carnosa, vermelha, muito escura quando madura, de sabor ácido adocicado.

Do Amazonas ao Rio de Janeiro. Baga da Praia, na Bahia; Guajabara, no Rio.

2 – Coccoloba polystachya Wedd. (Coccoloba paniculata Meisnn.) – Arvoreta até 6 m. de altura. Folhas grandes, alternas, estipuladas, rígido-coriáceas, ovais ou cordiformes. Flores pálidas em panículas terminais.

Do Amazonas a S. Paulo, Goiás e Mato Grosso, Cabuçu, no Rio e em S. Paulo.

As folhas de ambas as espécies, pelo tamanho e resistência que oferecem, são usadas pela gente rural da região litorânea e tabuleiros vizinhos para enrolar diversos produtos da mandioca, quando trazidos aos mercados, tais como a carimã, o pé-de-moleque, o grude ou visgo, as tapiocas e os beijus. leves e, no comum, linheiras, as vergônteas são utilizadas como varas de espanar e cabos de vassoura, vindo daí a denominação de Pau de Vassoura, dada, às vezes, a estas plantas. As bagas da primeira espécie são comestíveis e, postas a fermentar, dão bebida vinosa. O cozimento da casca ou da raiz recomenda-se

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no tratamento da blenorragia e leucorréia. O das folhas, consoante Dias da Rocha (11, 76), em semicúpios, nas hermorroidas sangrentas.

Por este nome são ainda conhecidas as Poligonáceas Coccoloba latifólia Lam. (Cajueiro Bravo) e Tripalaris Gardneriana Willd. (Pajaú).

A palavra cauaçu freqüentemente se adultera para coaçu e vem de caá, mato, folha e açu, grande (folha grande).

CAUCHU – Castilloa Ulei Warb., da família das

Moráceas. Grande árvore lactescente, provida de raízes tabulares.

Folhas oblongas, aveludadas, denteadas, alcançando até 40 cm. Flores unissexuadas sobre receptáculos planos ou globosos. Fruto drupáceo.

Planta amazônica, produtora de borracha, representa no Nordeste por poucos exemplares, introduzindos em jardins e parques ou cultivados a titulo de curiosidade.

CAUI – Dipladenia polymorpha Muell. Rg. (Echites

tenuifolia Mikan.), da família das Apocináceas. Trepadeira arbustiva e lactescente, de folhas opostas e

flores amareladas em panículas axilares. Raízes tuberosas, grandes e pretas, muito procuradas pelos

porcos do mato. Nos tempos de fome, são aproveitadas pelos sertanejos. Nos Estados de Minas, Goiás e Mato Grosso, o decocto das cascas e folhas serve de purgativo para o gado.

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Do Piauí a S. Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, Purga de Pastor, nos Estados meridionais e centrais.

CEBOLA – Allium Cepa Linn., da família das Liliáceas. Planta acaule, herbácea, com um sem número de

variedades cultivadas em todos os países. Os bolbos escamosos são alimentares, condimentosos e úteis contra várias enfermidades. As folhas, mais ou menos ocas e cilíndricas, servem de tempero. Inflorescência em capítulos.

Provavelmente da Ásia ocidental. CEBOLA BRAVA – Amaryllis Belladonna Linn., da

família das Amarilidáceas. Erva vivaz, acaule, de raiz bolbosa. Folhas radicais,

ensiformes. Flores rosadas ou avermelhadas, com riscas longitudinais claras, em número de 4, agrupadas no vértice da raque.

A cebola cozida emprega-se como vomitivo e em lambedor, nas bronquites, asma e catarro crônico. O chá tem fama de diurético. Tóxica em doses elevadas.

Originárias da África austral. Cebola Berrante, na Bahia; Cebola do Mato, em Alagoas; Cebola Cecém ou Cencém em diversos Estados, inclusive alguns nordestinos.

Com o nome de Cebola Brava Branca há uma Amarilidácea de flores maiores do que a precedente e de cor branca, gozando das mesmas propriedades da A. Belladonna. Há ainda outra planta desta mesma família, de flores vermelhas

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salmonadas, com o centro amarelo-esverdeado, conhecida do vulgo, por Cebola Brava Vermelha, pouco usada, em razão das suas enérgicas propriedades drásticas.

NOTA – José Luiz de Castro inclui a nossa Cebola Brava entre as Gutíferas, gênero Clusia, (Clausia, por engano de revisão), talvez levado pela identidade do nome desta Amarilidácea com a árvore amazônica – Clusia insignis Mart. (12,76).

CEBOLA CECÉM ou CENCÉM – Cebola Brava. CEBOLINHA – Allium Schoenoprasum Linn., da

família das Liliáceas. As folhas cilíndricas ou cilíndrico-comprimidas, ocas,

verde-escuras servem de condimento e suportam o corte periodico. Têm, na base as folhas, um pequeno bolbo, branco ou roxo. Ela e o coentro são as duas verduras mais comuns entre nós, quase as únicas encontradas no sertão, cultivadas em canteiros feitos de toros justapostos sobre forquilhas, acima do solo e perto dos açudes ou cacimbas, para melhor defesa contra os animais e facilidades da rega.

Euro-asiática. CEBOLINHA BRANCA – Allium ascalonicum Linn.,

da família das Liliáceas. Menor que a cebola comum, dela difere pelos bolbilhos em

que se divide o bolbo e pelo sabor mais acentuado. Muito usada na medicina caseira como sudorífica,

expectorante e peitoral.

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Provavelmente derivada de Allium Cepa. CEBOLINHA VERMELHA – Variedade da precedente,

com o bolbo avermelhado vinhoso. CECÍLIA – Zinnia elegans Jacq., da família das

Compostas. Planta subarbustiva até 1 m. de altura. Folhas simples e

opostas. Flores em capítulos simples ou dobrados, multifloros, de tamanho e cores diferentes, consoante a variedade.

Natural do México e bastante cultivada nos jardins. Ciúme de Velha, na Bahia; Cabocla, em S. Paulo; Zabumba, no Rio Grande do Sul.

CEDRO – Cedrela odorata Linn., da família das

Meliáceas. Árvore de porte nobre e casca fendida e rugosa. Folhas

alternas, pinadas, 10-16 foliolos opostos, curto-peciolados, ovado-oblongos ou ovado-obliquos, acuminados no ápice e arredondados na base, inteiros e glabros. Flores curto-pediceladas, brancacentas, dispostas em panículas. Cápsula elipsóide, lenhosa, com sementes aladas, pequenas e achatadas.

O cerne tem as mesmas aplicações do que se segue, sendo a sua madeira rica de vasos cheios de matérias resinosas. Peso espcifico: 0,576 a 0,723; resistência ao esmagamento: 867 kg, por cm.2.

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Do Nordeste a S. Paulo, Cedro Cheiroso, na Bahia; Cedro Rosa, no Rio e em S. Paulo.

CEDRO VERMELHO – Cedrela fissilis Vell. (Cedrela

brasiliensis Juss., e não St. Hil.), da família das Meliáceas. Grande árvore de tronco reto, casca vermelho-acinzentada,

grossa, rugosa, fendida. Folhas alternas, pinadas, 8-12 foliolos opostos, quase sésseis, oblongo-lanceolado-agudos, pubescentes inferiormente. Flores em panículas terminas, grandes e brancas. Cápsula lenhosa, piriforme, com sementes aladas.

O cerne da boa madeira para marcenaria, tabuados, portas, esquadrias, forros, sendo mais vermelho, mais aromático e resistente do que o da espécie precedente e, por isso, preferido para móveis, portadas e para a confecção de grandes caixões nos quais os sertanejos guardam farinha, arroz e rapadura. Casca e raspas do lenho adstringentes. Usam as últimas em cozimento para lavar feridas e sob a forma de banho a vapor, no tratamento da orquite.

Ambas as espécies crescem rapidamente, tanto por semente como por estaca.

Do Amazonas a S. Paulo e Minas Gerais. Cedro Batata, na Bahia; Cedro Branco e Cedro Amarelo, no Rio e em S. Paulo.

NOTA – Em Pernambuco chamam de Cedro à Moringácea – Moringa pterygosperma Gaertn.

CEGA OLHO – Dona Joana.

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CELGA – Acelga. CENOURA – Daucus Carota Linn., da família das

Umbelíferas. Planta herbácea, muito cultivada nas hortas, pelas suas

raízes suculentas e carnosas, coloridas de amarelo-alaranjado, graças à presença do caroteno, que lhes assegura destacada posição dietética, como uma das fontes da vitamina A.

Oriunda da Europa e do Oriente. CEROULA DE HOMEM – Capa Bode. CHÁ BRAVO – Chá da Terra e Zebrandim. CHÁ DA TERRA – Capraria biflora Linn. (Xuaresia

biflora Ruiz & Pav.), da família das Excrofulariáceas. Planta herbácea, perene, 30-70 cm. de altura, ereta, de

ramos pubescentes ou hirsutos. Folhas alternas, oblongo-lanceoladas, agudas, irregularmente serreadas, grandemente pubescentes. Flores axilares em delicados pedicelos, pequenas, campanuladas e de cor branca. Cápsula ovado-oblonga, com sementes pretas, numerosas e muito pequenas.

Folhas e sumidades floridas estomacais, sudoríficas, calmantes e adstringentes. A infusão em “dose forte pode produzir uma debilidade geral, o sono, a rigidez e mesmo a paralisia; uma espécie de embriaguez, debilidade de memória e

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até vertigens, porque deixa o sistema nervoso como estupefato; mas, tomada em doses regulares, sua ação tem, ao contrário, muita analogia com a infusão do chá da China; estimula ligeiramente os nervos, movimenta os intestinos, facilita as digestões e proporciona um bem estar geral”. (41, t.3, 167).

América tropical. Piauí até o Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás. Chá de Pé da Calçada e Chá de Boi, em Pernambuco; Chá Preto, na Bahia. Em Acarau (CE) é conhecida por Chá de Boi.

NOTA – Oswaldo Lima, no Instituto Antibiótico do Recife, conseguiu isolar das raízes desta planta uma substância de cor violeta, cristalizável, dotada de notável atividade antibiótica, que foi denominada “Biflorina” pelo autor (informação do Professor Abreu Matos).

CHÁ DO TABULEIRO – Lippia alba N. E. Brown

(Lantana alba Mill., Lippia geminata H.B.K.), da família das Verbenáceas.

Arbusto até 2 m de altura, muito ramificado, de galhos finos, densamente pubescentes, aromáticos. Folhas curto-pecioladas, 3-6 cm. de comprimento, opostas, ovadas ou oblongas, agudas ou obtusas no ápice, estreitas na base, serreadas ou crenuladas, pulverulentas. Flores pequenas, róseas, vermelho ou brancas, em espigas densas. Cápsula seca, com exocarpo membranáceo.

O chá das folhas tem propriedades sudoríficas, antiespasmódicas, estomáquicas e emenagogas. A raiz é muito

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empregada no sertão como aperiente e, sobretudo, nas obstruções do fígado.

Do sul dos Estados Unidos à América do Sul. Salsa Limão, Erva Cidreira, Cidrilha, no Rio Grande do Sul.

CHAGAS – Tropoeolum majus Linn., da família da

Tropeoláceas. Trepadeira herbácea, anual, de folhas alternas, longo-

pecioladas, peltadas, arredondadas, com 5 lóbulos obtusos. Flores longo-pedunculadas, axilares, solitárias, amarelas, vermelhas ou de outras cores, consoante as variedades, simples ou dobradas, campanuladas, irregulares.

Natural do México. Comum nos jardins. CHANANA – Apelido comum a diversas Turneráceas.

(Turnera guianensis Aubl., Turnera melochioides Camb., Turnera ulmifolia Linn.) – Herbácea ou subarbustivas, de folhas pubescentes e flores amarelas, encontradas principalmente nos sítios arenosos e úmidos da costa e nas faldas das serras frescas.

São conhecidas também por Saca-Estrepe, em razão do emprego das suas folhas contusas na extirpação de espinhos e outros corpos estranhos introduzidos na pele e tecidos subjacentes. O mesmo emplastro apressa a maturação dos tumores.

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CHAPÉU DE FRADE – Zeyhera montana Mart. (Bignonia digitalis Vell.), da família das Bignoniáceas.

Arbusto ou arvoreta revestido de pelos estrelados e aveludados. Folhas opostas, pecioladas, com 5 folíolos oblongo-lanceoladaos, inteiros, glabros na página superir e branco-tomentoso-lanosos na inferior. Flores grandes, tubulosos, amarelas ou alaranjadas, maculadas de roxo às vezes, tomentosas, em panículas amplas, terminais. Cápsula 2-valva, eriçada, de picantes, com sementes aladas.

Típica do agreste e comum nos cerrados. Piauí até São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Bolsa de Pastor, em S. Paulo.

CHAPÉU DE NAPOLEÃO – Thevetia peruviana

Schum. (Thevetia neriifolia Juss.), da família das Apocináceas. Arvoreta de folhas estreitas e compridas, alternas, lineares,

quase sésseis, verde-brilhantes e lustrosas na página superior e pálidas na inferior. Flores grandes, amarelas, aromáticas, em racemos. Drupa triangular-comprimida, quase truncada, de carne delgado e endocarpo ósseo, 2-locular. Sementes duras, grandes, trígonas, sem endosperma.

Cultivada em todo o Brasil, como ornamental. Trata-se, porém, de planta altamente tóxica, em virtude do heteróside cardiotônico – Tevetina ou Tevetóside encontrado nas sementes. O látex é igualmente venenoso.

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CHICHÁ – Denominação das duas Esterculiáceas que se seguem:

1 – Sterculia Chicha St. Hil. (Manettia curiosa Vell., Manettia robusta Vell) – Bela árvore, de caule alteneiro e ramos grossos. Folhas cordiformes, largo-ovadas, 3 ou 5-lobadas, glabras na página superior e ferrugineo-tomentosas na inferior. Flores em panículas terminais, tomentosas, apétalas, com o cálice interiormente avermelhado e margens e ápice das divisões amareladas, peluda internamente, contendo 7-8 sementes ovóides ou oblongas, grandes e escuras.

As sementes, depois de cozidas, são comestíveis, muito apreciadas pelo sabor, chegando mesmo a ser confundidas com a castanha do Pará (Bertholletia excelsa H.B.K.) – Dão cerca de 65% de óleo finíssimo, doce, aplicado na culinária, na indústria de sabões finos, na iluminação e lubrificação de peças delicadas. As folhas contusas, em cataplasmas ou empastros, gozam de propriedades resolutivas. Madeira de qualidade inferior para obras, porém boa parte pasta de papel.

Ocorre no sul do Brasil. Os exemplares aqui existentes foram introduzidos.

2 – Sterculia striata St. Hil & Naud – Árvore altaneira, frondosa, de belo aspecto, com folhas cordifomes, largo-ovadas, lobadas, pubescentes na página inferior e coriáceas na superior. Cápsula lenhosa, alongada e as sementes menores que as da espécie anterior.

Propriedades idênticas às de S. Chicha. Pelo porte, crescimento um tanto rápido e ampla sombra, recomenda-se à

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arborização de parques e jardins, inclusive sombreamento de campos de criar.

Quase todo Brasil. Pau Rei, nos Estados meridionais. Esta espécie é a comum no Nordeste.

CHICHÁ FEDORENTO – Sterculia foetida Linn., da

família das Esterculiáceas. Árvore menor que as precedentes. Folhas longo-

pecioladas, digitardas, aglomeradas na exterminadade dos ramos, com 7-9 folíolos oblongo-acuminados. Flores vermelho-sujas, com um cheiro fétido que lembra o do excremento humano. Cápsula grande, abrindo-se lateralmente, vermelho-aveludada internamente, com sementes pretas de 2 cm. de comprimento.

Natural da Índia e da Malásia. Introduzida no Brasil, como planta decorativa e de sombra, espalhou-se de tal modo que mais parece nativa.

Tem as sementes oleosas e, em geral, as mesmas propriedades dos demais chichás.

O mau cheiro das flores desta planta deu origem ao nome do gênero Sterculia, dedicado a Stercus, deus pagão das imundícias, bem como ao especifico foetida.

CHICÓRIA – Chicorium Endivia Linn., da família das

Compostas. Erva carnosa, com folhas macias, oblongas e denteadas.

Capítulos rotáceos de flores azuladas. Aquênio miúdo.

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Com duas raças ou sub-espécies distintas: as chicórias frisadas (C. Endivia Linn. var. crispa), com folhas muito recortadas e crespas, e as chicórias lisas (C. Endivia Linn. var. latifolia), de folhas largas, inteiras, fracamente denteadas e onduladas.

Folhas comestíveis. Provavelmente da Índia. No Rio Grande do Sul é também

conhecida por Almeirão. CHIFRE DE BODE – Machaerium aculeatum Raddi.

(Machaerium angustifolium Vog., Machaerium isadelphum Amsh.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Árvore mediana, de tronco relativamente grosso, com estipulas espinescentes, cuja casca, quando ferida, exsuda uma resina vermelha. Folhas compostas de 26-61 foliolos, quase sésseis, linear-oblongos, glabros, semipubescentes por baixo, com o ápice levemente retuso. Flores roxas, muito caducas, dispostas em panículas terminais.

Madeira mole, empregada no fabrico de carvão. Ornamental pelas flores.

América tropical meridional, inclusive Panamá. Sete Casacas, na Bahia; Camboatá, Bico de Pato ou Mosquiteiro, no Rio de Janeiro; Bico de Pato, em S. Paulo; Jacarandá de Espinho, em Minas Gerais.

CHIFRE DE CÃO – Martynia lutea Lindl., da família

das Martiniáceas.

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Planta herbácea e viscosa, de caule carnoso, quase sempre prostrado. Flores amarelo-alaranjadas, grandes, infundibiliformes, aromáticas, em racemos axilares. Cápsula bicorne, recurvada, pêndula, de pericarpo carnoso e coloração amarelo-esverdeada.

Brasileira e ornamental. Também Chifre de Veado e Chifre de Diabo. Deve seu nome vulgar à forma dos frutos.

CHORÃO – Acalypha Poiretti Spreng., da família das

Euforbiáceas. Planta anual, ereta, de caule simples ou inferiormente

ramificado, pubescente. Folhas longo-pecioladas, oblongo-obovadas, acuminadas, membranáceas. Flores minúsculas, esverdeadas, dispostas em espigas. Cápsula pequena.

Ornamental.

NOTA – Nos jardins encontram-se pés isolados de Chorão, Salix Babylonica Linn., da família das Salicáceas. Na Paraíba e em Pernambuco chamam de Chorão a arvoreta Poecilanthe falcata Ducke (Poecilanthe grandiflora Benth.), das Leguminosas Papilionóideas.

CHUCHU – Sechium edule Swartz. (Chayota edulis

Jacq.), da família das Cucurbitáceas. Planta vivaz de raiz tuberosa, hastes trepadeiras, híspidas,

ramosissimas, até 10 m de comprimento, com gavinhas 3-5 fendidas. Folhas alternas, longo-pecioladas, profundamente cordiformes, 3-5 anguladas (lóbulos triangulares),

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membranosas, ásperas, grandes. Flores campanuladas, pequenas, amarelo-pálidas ou branco-sujas, as masculinas em cachos axilares e as femininas solitárias ou geminadas. Pepônio obovóide, piriforme, verde, amarelo ou esbranquiçado, 5-sulcado e rugoso, provido de sa- liências ou espinhos inermes, até 20 cm. de comprimento, com uma única semente oblonga e comprida.

Os frutos cozidos constituem legume de digestão fácil e refrescante para o tubo digestivo, porém quase em sabor e de pouco valor nutritivo. As raízes, na América Central, são largamente consumidas, cozidas ou fritas, como o mais fino e delicado dos tubérculos, mesmo depois que se lhes extrai a fécula, empregada na confecção de doces. As folhas e os frutos são forrageiros. Das hastes retira-se uma palha branco-argéntea, usada na chapelaria feminina.

Parece originária do sul do México e da América Central. Introduzindo no Brasil no século XVIII.

CHUMBINHO – Nome comum das Sapindáceas: 1 – Cardiospermum grandiflorum Swartz – Planta

sarmentosa bem desenvolvida, perene, com fortes gavinhas. Folhas biternadas, cada divisão com 3 folíolos denteados ou lobados. Flores grandes, brancas, pedunculadas, em racemos vistosos. Cápsula oblonga, angulosa, entumescida, vesiculosa, deiscente, 3-locular, cada lóculo com 1 semente preta, luzidia, envolta num arilo-branco.

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Ornamental. A infusão da raiz e da folha emprega-se como peitoral.

Cresce nas matas abertas e úmidas. América tropical e África. Todo o Brasil. Erva de Vaqueiro, em S. Paulo.

2 – Cardiospermum Halicacabum Linn. (Cardiospermum microcarpum H.B.K.) – Trepadeira de uns 5 m de comprimento. Folhas biternadas, 9 folíolos pequenos e denteados. Flores alvas, 4-6 mm., em racemos axilares. Cápsula trigona, alada nos ângulos, entumescida, vesiculosa, deiscente, 3-locular, com 1 semente em cada loja, de cor preta, lisa, globosa, com mácula branca em forma de meia lua.

Ornamental. Sementes comestíveis. Acreditam os negros africanos que são ótimas para aclarar o entendimento e fortificar a memória.

Pantropical. Do Amazonas a S. Paulo. Camapum, em Pernambuco; Coração da Índia, na Bahia. No Ceará, estas duas espécies são também chamadas de Balãozinho.

CHUVA DE OURO – Cróton. CIDRA – Citrus Medica Linn., da família das Rutáceas. Arbustos ou arvoreta de ramos longos e irregulares, com

espinhos curtos, agudos e duros. Folhas verde-pálidas, oblongas, obtusas no ápice, com as margens serreadas e os pecíolos curtos e alados. Flores perfumadas de pétalas brancas na parte superior e avermelhado-purpurinas na inferior, dispostas em panículas terminais ou na axila das folhas. Fruto oval ou oblongo, até 20

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cm. de comprimento por 15 de diâmetro, tendo casca muito espessa, escabrosa, com um mamelão no ápice, fragrante e amarelo-limão quando madura. Polpa escassa e ácida. Sementes ovais, lisas e brancas.

Entre nós, a sua utilidade se limita às cascas, aproveitadas na confecção de excelente doce cristalizado ou em calda.

Originária da Ásia, apresenta muitas variedades encontrando-se o seu principal centro de cultura na bacia mediterrânea.

CINAMOMO – Melia Azebarach Linn., da família das Meliáceas.

Árvore de mais de 10 m de altura, cujos galhos rebentam desde a parte inferior do tronco. Folhas alternas, longo-pecioladas, glabras, bipinadas, com folíolos ovais ou lanceoladas, agudos. Flores pequenas, em grandes panículas eretas e multifloras, cheirosas, lilazes na cor e de anteras amarelas. Drupa ovóide e pequena, amarela quando madura.

Cresce rapidamente, quer por semente, quer por estaca. Limita-se o seu emprego à feitura de maciços e sombreamento de alamedas. Flores melíferas. Há dúvidas a respeito do aproveitamento da sua folhagem que dizem ser tóxica, como alimento para o gado. Mas em certas regiões da Índia é a forrageira comum dos bois, carneiros e cabras.

Natural do sul da Ásia, hoje subespontânea em quase todos os paises tropicais. Jasmim de Soldado, Flor de Viúva e Jasmim de Viúva, em Pernambuco; Sabonete de Soldado, na Bahia; Cinamomo, no Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul e

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também Viuvinha, inclusive no Ceará; Paraíso, ainda no Rio Grande do Sul.

CIPÓ – Nome comum a grande número de plantas

sarmentosas, arbustos escandentes e às lianas em geral. Cipó é corrutela de içapó, galho-mão, que é o mesmo que dizer – galho apreensor. (10, 236).

CIPÓ BAÚNA – Cipó Para-Tudo. CIPÓ DE CABOCLO – Davilla rugosa Poir., da família

das Dileniáceas. Trepadeira lenhosa, robusta, áspera, pilosa, de casca

avermelhada. Folhas variadas, pecioladas, rijas, silicosas, elíticas, denteadas, cobertas de pelos ásperos na face superior e, infe-riormente, nas nervuras, mais ou menos hirsutos. Flores pequenas, amarelo-pálidas, aromáticas, em pequenas panículas terminais e axilares. Fruto envolto pelas sépalas.

Depurativo de fama e ainda adstringente, emoliente e purgativa. Os ramos prestam-se a obras trancadas.

Do Pará até S. Paulo. Sambaíba, em diversos Estados. CIPÓ CAMARÃO – Nome de diversas Bignoniáceas do

gênero. Arrabidaea (A. dispar Burm., A. parviflora Burm. & Schum., A. platyhpylla Burm. & Schum., A. rhodantha Burm. & Schum., A. rotundata Burm., A. subverticillata Burm., & Shum., A. trichoclada Burm. & Schum.).

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CIPÓ CANINANA – Caninana. CIPÓ CRUZ – Cainca. CIPÓ CURURU – Echites Cururu Mart. (Anisolobus

Cururu Muell. Arg.), da família das Apocináceas. Arbusto escandente, glabro, de ramos verrucosos,

lactescente. Folhas pecioladas, decussadas, oblongo-ovadas, coriáceas, luzidias. Flores grandes, hipocrateriformes, dispostas em racemos axilares.

Cascas desobstruentes. Látex resolutivo. Flores ornamentais.

CIPÓ D’ÁGUA – Amphiophium Vauthieri P. DC.

(Amphilophium glanduliferum Mart.), da família das Bignoniáceas.

Planta escandente, grande, atingindo até 25 m de altura, de ramos angulosos com profundos sulcos cinzento-avermelhados. Folhas opostas, 3-folíadas ou com o folíolo terminal ausente ou substituído por uma gavinha trífida e bastante caduca. Flores grandes, purpúreas, em panículas pouco ramificadas. Cápsula ovóide, de 5 cm. de comprimento.

Do México e Antilhas até a Argentina setentrional. Talvez em todo o Brasil. Na Amazônia, com este nome são conhecidas as espécies de Doliocarpus, família das Dileniáceas, cujo grosso caule contém água potável.

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CIPÓ DA PRAIA – Remirea maritima Aubl., da família das Ciperáceas.

Erva rasteira, rizomatosa, com folhas curtas e mais ou menos rígidas, caniculadas, estriadas e com ápice pungente. Flores em pequenas espigas dispostas em capítulo. Aquênio trigono, comprimido e membranáceo.

Rizoma longo, aromático, diurético e sudorífico. Cresce nas praias e circunvizinhanças mesmo lavadas

pelas ondas. É uma das plantas dominantes desse ambiente. América tropical. Carrapicho de Cavalo, na Bahia; Baba de Boi, no Rio de Janeiro.

CIPÓ DE CESTA – Melloa pepulifolia Burm.

(Bignomia populifolia DC., Bignonia unguiculata Vell), da família das Bignoniáceas.

Trepadeira arbustiva com folhas conjugadas, compostas de 2-3 folíolos inteiros, ovais, quase glabros, com gavinha, trífida. Flores amarelas, irregulares em cimeiras terminais. Cápsula de 4 lobos lenhosos e curtos.

América do Sul. Do Ceará ao Rio Grande do Sul. CIPÓ DE CHUMBO – O nome abrange as seguintes

plantas parasitas: 1 – Cassytha amaricana Nees., da família das Lauráceas.

– Trepadeira sobre arbustos e ervas, afogando-se com a abundância de sua ramagem. De coloração amarelo-laranja,

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torna-se verdoenga quando sombreada. Passa por hemostática. No Pará é usada como chá de ótima qualidade.

Antilhas, Guianas, Norte e Nordeste do Brasil. Erva de Chumbo, na Amazônia.

2 – Cuscuta americana Linn. – América Meridional e Antilhas. Todo o Brasil.

3 – Cuscuta incurvata Prog. – Do Nordeste a S. Paulo e Minas Gerais.

4 – Cuscuta racemosa Mart – Talvez a espécie mais disseminada no Brasil.

5 – Cuscuta tinctoria Mart – Quase todo o Brasil e outros países americanos.

6 – Cuscuta umbellata H.B.K. – Em quase todo o Brasil. As Cuscutas são Convolvuláceas herbáceas, trepadeira,

desprovidas de raízes e clorofila, completamente afilas ou de folhas atrofiadas, com caules longos, filamentosos, emaranhados pelas árvores ou cobrindo totalmente os arbustos. Parasitas perfeitas, vivem à custa das hospediras, retirando-lhes a seiva por meio de haustórios que se imiscuem pela intimidade dos tecidos das vítimas.

CIPÓ DE ESCADA – A denominação engloba a

Bauhinia radiata Vell. (Ceará ao Rio de Janeiro) e a Bauhinia rubiginosa Brongn. (Guianas, Amazônia ao Brasil Central). Esta última, comum nas nossas serras frescas, é conhecida por Escada de Jabuti, na Bahia. Ambas no sul do país são chamadas de Escada de Macaco.

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Trata-se de Leguminosas Cesalpinióideas, com folhas unijugas, luzidias, bilobadas no ápice, tendo o caule ondulado, cheio de curvas alternadas, dando a idéia dos degraus de uma escada. Pretendem-se aos troncos e às copas das árvores por meio de ganchos espiraliformes.

CIPÓ DE FOGO – Denominação das seguintes plantas: 1 – Euphorbia phosphorea Mart., da família das Eufor-

biáceas – Arbusto afilo, cactiformes, de caule e ramos agudo-angulosos, com articulações espessas e estreitas, revestidas por uma substância ceráceo-resinosa, amarelo-acinzentada, que se destaca facilmente, quando seca.

Possui látex brancacento, irritante à pele, mas fosforescente, brilhando à noite, propriedades que deu à planta tanto o nome específico como o vulgar. A camada ceráceo-resinosa os sertanejos empregam na iluminação. Usam os ramos novos topicamente contra úlceras atônicas e verrugas. Excelente para cercas vivas.

Planta típica dos sertões xerófilos do Nordeste. Cananã, Mandacaru de Leite, na Bahia.

2 – Cissus erosa L.C. Rich. (Vitis erosa Bak.), da família as Vitáceas – Trepadeira de caule lenhoso, quadrangular, até 6 m de comprimento. Folhas com 3 folíolos peciolados, o mediano lanceolado, os laterais ovalados, às vezes lobados. Flores alvacentas, numerosas, dispostas em cimeiras longe-

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pedunculadas opostas às folhas. Baga monospérmica, sucosa, roxo-negra quando madura.

Espécie urente de toda a América tropical. Do Amazonas a S. Paulo. Uva Brava, em São Paulo.

3 – Pyrostegia igena Presl. (Bignonia ignea Vell., Pyrostegia venusta Baill.), da família as Bignoniáceas – Planta volúvel, grande, forte e lenhosa. Folhas compostas de 2-3 folíolos oblongos, muitas vezes glabros, inteiros. Flores irregulares, tubulosas, grandes, vermelho-laranja, muito vistosas, dispostas em panículas terminais, multifloras, pendentes. Cápsula linear, comprimida, com muitas sementes aladas.

Cultivada nos jardins de quase todo o orbe, prestando-se admiravelmente para revestir caramanchões, gradis, muros, tendo ainda abundantissima floração de lindo efeito ornamental.

Nativa na América do Sul. Cipó Pé de Lagartixa ou de Lagarto, Cipó de Fogo, na Bahia; Flor de S. João, Marquesa de Belas, no Rio de Janeiro; Belas, Cipó Bela Flor e Flor de S. João, em S. Paulo; Cipó de S. João, no Rio Grande do Sul.

NOTA – Além destes há outros cipós de fogo, pertencentes aos gêneros Davilla e Tetracera da família das Dilenáceas.

CIPÓ DE LAVADEIRA – Reissekia smilacina Endl., da

família das Ranáceas. Trepadeira de caule lenhoso e ramos flexuosos, angulares

e munidos de gavinhas. Folhas alternas, curto-pecioladas,

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ovado-cordiformes, agudas, finamente serreadas, pilosas. Flores pequeníssimas, amarelas, em cimeiras axilares e terminais.

Cresce à beira dos rios. Raízes carnosas, havidas como antisifilíticas. As lavadeiras acidentalmente empregam as folhas verdes, que produzem abundante espuma, em vez de sabão.

CIPÓ DE LEITE – Condylocarpus Rauwolfiae Muell.

Arg., da família das apocináceas. Trepadeira lenhosa, lactescente, grande, mas de ramos

finos. Folhas longo-pecioladas, 3-verticiladas, inteiras, glabras, elíticas. Flores pequeninas, amareladas, hipocrateriformes, em panículas laxas axilares. Cápsula pêndula, comprida, dividida longitudinalmente em lobos chatos.

Do Piauí a S. Paulo e Minas Gerais. CIPÓ DE MACACO – Calopogonium coeruleum

Hemsl. (Stenolobium coeruleum Benth., Stenolobium tomentosum Benth.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Trepadeira alta, às vezes rastejante, com ramúsculos, folhas e inflorescências pubescentes. Folhas compostas de 3-folíolos ovado-rómbeos, obtusos ou agudos, inteiros ou 3-lobados. Flores azuis, pequenas, numerosas, em racemos espiciformes e longos. Vagem de 5-8 cm. de comprimento e até 8mm. de largura, achatada, aveludado-pubescente, ligeiramente contraída entre as sementes.

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Folhas forraginosas. As lavadeiras outrora usavam os caules como sucedâneo do sabão.

América tropical e subtropical meridional, Antilhas. No Ceará é frequente nas quebradas das serras frescas, nos trechos úmidos do litoral. Em Pernambuco, tem ainda o apelido de Catinga de Macaco.

CIPÓ DE SÃO JOÃO – Banisteria eglandulosa Juss.,

da família das Malpiguiáceas. Trepadeiras de folhas longo-pecioladas, ovado-oblongas

ou elíticas, agudíssimo-acuminadas, glabras e luzidias na página superior e pubescente na inferior. Flores ferrugíneo-aveludadas dispostas em racemos umbeliformes terminais, paniculados (72, 291).

Ceará, Paraíba e Bahia CIPÓ DE VAQUEIRO – Cipó de Fogo (Cissus erosa L.

C. Rich). CIPÓ DO MATO – Trepadeira de folhas compostas 2-3

folíolos, pubescentes, à vezes com gavinhas, de flores campanuladas, pertencentes ao gênero Adenocalymma, da família das Bignoniáceas: A. marginatum P. DC., A. scabriusculum Mart., A. splendens Burm. & Schum.

CIPÓ DO RIO – Coccoloba sp., da família das

Poligonáceas.

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Trepadeira das margens e várzeas dos rios nordestinos. Produz uma baga adocicada, comível.

CIPÓ IMBÉ – Imbé CIPÓ MILOME – Milome. CIPÓ PRA TUDO – Baúna. CIPÓ PELUDO – Polypoldium vaccinifolium Langsd.

& Fisch., da família das Polipodiáceas. Planta de talo com o formato de um cordão, coberto de

pelos brunos. Pseudo-folhas ou frondes verde-escuras, inteiras, glabras, curtamente pecioladas, com tufos pilosos na nervura mediana, longo-elíticas quando férteis e ovais quando estéreis.

Cresce nos sítios sombrios, prostrada sobre as pedras ou enrolada a outras plantas. Goza de propriedades hemostáticas. América tropical. Todo o Brasil. Erva Silvina, na Bahia; Erva de Lagarto, no Rio de Janeiro.

CIPÓ QUEBRADOR – Fridericia speciosa Mart.

(Fridericia Guilielma Mart.), da família das Bignoniáceas. Trepadeira de folhas trifoliadas, longo-elíticas. Flores

hipocrateriformes, cálice e corola vermelhos, com tubo amarelo ou quase branco, em panículas decussadas, amplas, terminais. Fruto capsular.

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Deveria ser cultivada como uma das mais belas trepadeiras ornamentais, especialmente para cobertura de caramanchões.

Do Nordeste (típica das catingas) ao Rio Grande do Sul. Cigana do Mato, em Minas Gerais; Cipó Vermelho, no Rio Grande do Sul e S. Paulo.

CIPÓ TIMBO – Timbó. CIPÓ UNA – Arrabidaea platyphylla Burm & Schum.

(Bignonia brachypoda DC, Bignonia platyphylla Cham., Petastoma platyphyllum Miers.), da família das Bignoniáceas.

Arbusto trepador, com ramos cilíndricos e estriados, quase sempre pubescentes. Folhas curto-pecioladas, compostas de 2-3 folíolos ovados, oblongos ou elíticos, tomentosos e aveludados na página infeiror. Flores róseas ou roxas, grandes, em panículas terminais ramosíssimas.

Do Maranhão até S. Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Também conhecido por Cipó Camarão.

CIPRESTE – Apelido de várias Pináceas, interessando-

nos as duas seguintes: 1 – Cupressus lusitanica Mill. (Cupressus glauca Lam.)

– Árvore de crescimento rápido, produtora de boa madeira para construção e obras de carpintaria e marcenaria, além do seu valor ornamental.

Sobre o seu indigenato, as opiniões oscilam entre a Índia, Portugal e México.

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2 – Cupressus sempervirense Linn – Árvore de 10-20 m de altura, de copa cônico-piramidal, grande, verde-escura.

Em toda a bacia do Mediterrâneo foi sempre a árvore preferida para assinalar o local de repouso dos mortos e marginar o adro dos templos rústicos, costume que se irradiou pelo mundo afora. Com a madeira duríssima do cipreste eram feitos os caixões fúnebres dos gregos e romanos; com a sua lenha resinosa e perfumada, as fogueiras em que se incineravam os cadáveres dos homens ilustres.

O fruto e a casca são agstringentes e peitorais. O lenho fornece madeira de grande durabilidade para marcenaria, carpintaria, suportes, estacas e lenha. Da madeira, ainda, se pode extrair um óleo volátil, lumbricida e inseticida, recomendado na conservação das coleções de ciências naturais. Entre nós é exclusivamente ornamental.

CIRIGUELA – Spondias purpurea Linn. (Spondias

myrobalanus Jacq., Spondias Mombin Descourt.), da família das Anacardiáceas.

Árvore pequena, do tronco grosso e tortuoso, um tanto esparramada, com a casca branco-acinzentada e gretada. Folhas de 10-20 cm. de comprimento, compostas de 5-12 pares de folíolos oblongo-elíticos, pontuados ou arredondados nos vértices, inteiros ou ligeiramente serreados. Flores castanho-purpurinas em pequenas panículas dispostas ao longo dos ramos. Frutos isolados ou em cachos de 2-3 ovais ou oblongos, de 3-5 de comprimento, variando na cor entre o vermelho-vivo e o

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amarelo, com casca lisa, fina, cobrindo uma polpa amarelada, sucosa, comumente açucarada, que reveste 1 caroço grande, branco e suberoso.

Fruto comestível ao natural e sob a forma de geléia, compota e como refrigerante.

O nome vulgar é uma evidente corrução de ciruela, apelido pelo qual é conhecida no mundo da língua espanhola.

Originária da América tropical. Muito cultivada no México e na América Central, porém pouco no Brasil. Sendo recente a sua introdução no Ceará, é mais recente ainda em S. Paulo, onde as primeiras sementes foram plantadas a 6 de junho de 1938, na Secção de Genética do Instituto Agrônomo de Campinas. (85, 359).

CÍRIO DE NOSSA SENHORA – Nome das seguintes

Liliáceas: 1 – Yucca filamentosa Linn – Planta de caule curto, 30-60

cm. de comprimento, lenhoso. Folhas lanceoladas e ponteagudas, rígida, cinéreo-azuladas, com os bordos guarnecidos de fios compridos e brancos, agrupadas nas extremidades dos ramos em densas rosetas. Flores ciatiformes, brancas, em grandes panículas até 2 m de comprimento.

2 – Yucca gloriosa Linn. – Parecida coma precedente, tendo o caule de 1-3 m de comprimento, geralmente sem ramos e com as folhas desprovidas de filamentos. Flores pálidas, pêndulas, ciatiformes, em grandes panículas terminais.

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Originária das regiões áridas do México e dos Estados Unidos. Cultivadas nos jardins pelo magnífico efeito ornamental de suas inflorescências, cujas flores são noturnas, abrindo-se cada qual durante uma única noite. Como, porém, são centenas, a floração dura diversos dias.

São ainda conhecidas por Lanceta, Árvore da Pureza, Baioneta, lúca.

CIÚME – Hortênsia. CIUMEIRO – Hortênsia. COAÇU – Cauaçu. COÇÃO – Esenbeckia macrocarpa Hub., da família das

Rutáceas. Árvore de folhas alternas e fruto capsular grande,

encontrada no alto da Serra de Baturité. O lenho fornece madeira para bengalas.

COCO – Cocos nucifera Linn., da família das Palmáceas. Estipe flexível, resistente, elegante, um pouco curvado,

com 20-30 m de altura sobre 20-40 cm. de diâmetro, coroado por um penacho de folhas verticiladas, pinadas, tendo 4-5 m de comprimento, entre as quais nascem as inflorescências. Espádices ramosas, cobertas de flores pequenas, as masculinas situadas na parte superior e as femininas nas ramificações

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inferiores, defendidas por dupla espata, a exterior mais curta e aberta no ápice, a interior lenhosa. Fruto drupáceo, ovóide ou elipsoide, ligeiramente trigono, atingindo às vezes 30 cm. de diâmetro, monospermo, raramente com 2-3 sementes. A casca é tripla. Compõe-se de um mesocarpo fibroso, bucha no dizer vulgar, de 2-4 cm. de grossura, revestido de epicarpo liso, ceroso e impermeável à água. A última camada, que o povo denomina de quenga, é o endocarpo, parte lenhosa e rija do coco, com 5 mm. de espessura, fusco na cor, oval-arredondada, com 3 suturas longitudinais pouco definidas, alternando com outras tantas cicatrizes na base. Aderente ao endocarpo, por um tegumento delgado, pardacento, vem uma grande amêndoa, aliás uma das maiores sementes do reino vegetal, de 1 cm. de espessura, chegando raramente aos 3, branca, carnosa e de sabor agradável. É o miolo do coco. No espaço vazio da semente encontra-se, na quantidade de 100 a 250 gr. por fruto, um liquido aquoso – água de coco –, claro, levemente acidulado ou adocicado, um pouco picante, pelo ácido carbônico que encerra. Quando se percebe o vascolejar do liquido na noz, diz-se que o coco canta e, quando a água desaparece, passa a ser coco velado.

Além da variedade anã – Coqueiro Anão –, Gregório Bondar reconheceu as seguintes: verdadeiro ou da Índia, vermelho, caboclo e branco (86,80).

Quanto à sua origem, os autores se dividem entre a costa ocidental da América tropical, o continente asiático na sua parte

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meridional, o Arquipélago Indiano e as ilhas do Oceano Pacifico.

O coco ou coqueiro é cosmopolita das formações halófitas e costeiras da zona tropical, comunicando a sua presença feição típica aos litorais, tornando-se, por vezes, a vegetação quase exclusiva de certos lugares, como acontece nas ilhas coralinas do Pacífico, cuja população humana depende totalmente dos produtos desta palmeira. A sua existência à borda do mar deve ter sido o fator precípuo de sua grande disseminação de costa a costa, através dos oceanos, dispersão que conta a seu favor com a própria estrutura do fruto, capaz de suportar longas viagens marinhas, sem perder a faculdade germinativa. Em extensão, não há outra palmeira que a sobrepuje em valor econômico. A amêndoa (copra) e o mesocarpo fibroso (cairo) são matérias primas de grande relevo industrial.

Toda a faixa litorânea nordestina se presta ao cultivo desta palmácea, até agora limitado à produção de frutos verdes para extração da água de coco, como bebida refrescante, e de frutos maduros para o fabrico caseiro de doces e de uma rudimentaríssima indústria de óleo usado na perfumaria, saboaria e culinária. O suco do coco maduro (leite de coco) é usadíssimo no preparo de certos pratos e bolos, constituindo, nas praias, o condimento por excelência.

A composição química da amêndoa fresca, juntamente com a película que a envolve, é a seguinte (7,81):

Água .................................................................................... 46,9%

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Proteína ................................................................................. 3,4% Gordura ............................................................................... 34,7% Hidratos de carbono ............................................................ 14,0% Sais ........................................................................................ 1,0% Valor calórico por 100 gr. – 382

De um trabalho do Lachille Abel, resumido na Revista de Agricultura, v. IV, n. 11-12, Piracicaba (S. Paulo), p. 511, transcrevo os seguintes trechos:

“As análises efetuadas pelo autor, no laboratório do

Instituto Pasteur de Saigon, sobre a água de coco, demonstram que sua composição varia enormemente segundo a variedade, a idade da árvore, a região onde vegeta o coqueiro, o estado de maturação do fruto, etc.

Pode se dizer, contudo, que a água dos cocos desenvolvidos, porém não maduros, contém 50-55 grs. por litro de açúcares redutíveis (glicose, levulose). Os sais minerais, representados principalmente pelo potássio, sódio, cal, fosfatos e cloretos, são encontrados em proporção de 3,5 a 5,5 grs. por litro.

Para obter a água, escolhem-se cocos verdes, porém desenvolvidos e cuja cavidade interior esteja perfeitamente cheia. O coco amadurecido, sua água diminui, perde em açúcar e torna-se salina e de paladar pouco agradável.

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As análises indicaram que a água, nos cocos maduros, contém, por litro, em média, 20 grs. de açúcares e 5 a 6 grs. de sais minerais, aumentando também ligeiramente a proporção das substâncias azotadas. A água dos cocos maduros só deve ser aproveitada para abeberar os animais, adicionada na água comum.

Pela sua composição, a água de coco pode ser utilizada com resultado na terapêutica; é um verdadeiro soro vegetal e uma bebida alimentícia. As experiências em doentes de beriberi, neurastenia, anemia paludosa, pneumonia gripal, etc. forneceram resultados satisfatórios e podem ser resumidos no seguinte; 1) – que a água de coco tomada na dose de 1/2 litro por dia não é tóxica, quando proveniente de cocos verdes e desenvolvidos; 2) – que a água de coco é um diurético poderoso e que pode exercer uma ação benéfica em muitas afecções agudas ou crônicas”.

Ensina-nos Rodolfo Dalgado (87, 291) que coco é velha

palavra do português continental, “que antigamente se empregava, como se emprega ainda hoje em castelhano, por papão”. Desse insigne autor transcrevo, de entre muitos, os seguintes exemplos abonadores:

“Os nossos lhe chama coco, nome imposto pelas

mulheres a qualquer cousa com que se querem fazer

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medo às crianças, o qual nome assim lhe ficou que ninguém lhe sabe outro” – João de Barros, Déc. III, III, 7.

E nós os Portugueses, por ter aqueles três buracos, lhe pusemos o nome de coquo; porque parece rosto de bugio ou de outro animal. – Garcia da Orta, Col. XVI.

COCO ANÃO – Coco. COCO BARÃO – Catolé (Syagrus picrophylla Barb.

Rodr.). COCO CATOLÉ – Catolé. COCO DA BAHIA – Coco. COCO DA PRAIA – Coco. COCO PALMEIRA – Babaçu. CADORNA – Carnica. COENTRO – Coriandrum sativum Linn., da família das

Umbelíferas. Planta herbácea de folhas compostas pinatifídas, finas.

Flores alvas, pequenas, dispostas em umbelas. Diaquênio globoso, miúdo.

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As folhas e os ramos do coentro constituem, juntamente com as da cebola da terra, o condimento verde de uso diário em nossas cozinhas. Por todo o Nordeste cultivado em canteiros elevados do chão. Carminativo, hemostático.

Oriundo da Europa meridional e do Oriente Próximo. COENTRO BRAVO – Eryngium foetidum Linn., da

família das Umbelíferas. Erva rasteira, glabra, com uma roseta basal de folhas

obranceoladas ou espatuladas, serreadas, com os dentes terminados em cerdas. Inflorescência em capítulos bracteados de flores pequenas, brancas ou verdoengas, reunidos em umbelas.

Toda a planta, especialmente as raízes, tem cheiro característico, intenso, que lembra o do coentro comum. Afrodisíaca, antispasmódica, diurética, abortiva.

Nos terrenos baixos e úmidos, Antilhas e América tropical. Quase todo o Brasil. Coentro do Pará e Salsa do Pará, em Pernambuco; Coentro de Caboclo e Coentro do Maranhão, ainda no Ceará.

COENTRO DE CABOCLO – Coentro Bravo. COENTRO DO MARANHÃO – Coentro Bravo. COIRAMA – Kalanchoe pinnata Pers. (Bryophyllum

pinnatum Kurtz., Cotyledon pinnata Lam., Bryophyllum calycinum Salisb.), da família das Crassuláceas.

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Erva suculenta, perene, glabra, de 1-1,5 m de altura. Folhas opostas, longo-pecioladas, simples, crenadas e muito carnudas. Flores pendentes, em cimos paniculadas e multifloros, de cálice inflado e esverdeado e corola castanho-vermelha.

Tem a propriedade de multiplicar-se pelos ângulos das crenas e nervuras, mesmo se a folha estiver dilacerada, presa a uma parede, a uma árvore ou a um sitio qualquer sombreado. As folhas são peitorais, emolientes e refrescantes topicamente.

Nativa nos trópicos do Velho Mundo. Em quase todo o Brasil. Folha de Fortuna e Folha da Costa, em Pernambuco e Estados meridionais; Folha da Costa e Coirama, na Bahia.

COIRAMA BRANCA – Kalanchoe brasiliensis Camb.,

da família das Crassuláceas. Erva grande e suculenta. Folhas opostas, carnosas, ovais,

denteadas. Flores numerosas, amarelo-avermelhadas, em cimos paniculados. Folículos pequeno contendo sementes miúdas.

O suco das folhas emprega-se contra as frieiras. Folhas refrescantes.

Natural do Brasil. Coirama é uma evidente adulteração de Coerana, nome

pelo qual esta espécie é conhecida em Pernambuco. Nos Estados sulinos a chamam de Saião.

COITÉ – Crescentia Cujete Linn. (Crescentia

acuminata H.B.K., Crescentia fasciculata Miers.), da família das Bignoniáceas.

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Árvore baixa de ramos longos, nodosos, um tanto pêndulos, formando copa frondosa. Folhas sésseis ou curto-alado-pecioladas, persistentes, alternas, freqüentemente fasciculadas, oblongo-lanceoladas, inteiras e glabras. Flores campanuladas, solitárias ou geminadas, grandes, irregulares, purpúreo-pardacentas, no tronco e hastes principais. Fruto: grande baga indescente, até 30 cm. de diâmetro, oval ou subglobosa, de pericarpo lenhoso, delgado, leve, flexível e resistente, contendo uma polpa esbranquiçada, suculenta, envolvendo numerosas sementes chatas e amareladas.

Cultivada junto às habitações campestres pelos seus valiosos frutos, que, limpos da polpa interna, serrados no sentido longitudinal, constituem as cuias, largamente usadas na vida domestica rural. Polpa emolietne. A infusão das folhas passa por diurética. O líber da casca substitui o papel para cigarros.

Desde o sul da Flórida até a América meridional. Da Amazônia ao Rio de Janeiro e Goiás. Cultivada nos trópicos do Velho Mundo. Cuieira, na Amazônia; Cabaço, em Pernambuco; Cuité e Cuia, nos Estados meridionais.

COLÉS – Convolvulus sp., da família das

Convolvuláceas. A respeito desta planta escrevia o futuro Senador Pompeu

em 1863, o seguinte:

“Espécie trepadeira, que dá uma raiz feculenta, da família das convolvuláceas, e de que usam em tempo

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de penúria. Dizem que com o abuso dela muitas pessoas têm perdido todos ou parte dos sentidos. Na Paraíba (afirma o farmacêutico Mamede) uma família inteira, que usou desse alimento, sofreu grave lesão no organismo; uns ficaram cegos, outros perderam o tato, outros a audição, e quase todos a fala. No Maranguape havia dois irmãos, homem e mulher, que ficaram surdos e cegos...” (25,171).

NOTA – Mais uma vez se enganou José Luiz de Castro (12,77) quando deu, certamente levado pela aparência do nome, a esta planta a classificação de Coleus scutelarioides Benth, que cabe a um dos bredos de jardim, da família das Labiadas.

COLÔNIA – Alpinia speciosa Schum., (Languas speciosa Small., Zerumbet speciosum Wendl., Alpinia nutans Rosc.), da família das Zingiberáceas.

Erva rizomatosa, robusta, perene, com colmos de 2-3 m de altura, lisos, verde-claros, agrupados em touceiras. Folhas lanceoladas-oblongas, pontudas, invaginantes, verde-luzidias, de margens ciliadas de 50-70 cm. de comprimento sobre 10-12 de largura. Flores ligeiramente aromáticas, dispostas em cachos, grandes, amarelo-róseas, com 3 lobos e 1 grande lábio. Cápsula subglobosa, de 2 cm. de diâmetro, polispérmica.

Flores, folhas e rizomas corroborantes, depurativos, diuréticos, constituindo os rizomas uma sorte de Galanga falsa.

Nativa das ilhas da Ásia oriental, porém vulgarizada no Brasil

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COMANDAÍBA – Sophora tomentosa Linn., da família das Leguminosas Papilionóideas.

Arbusto ereto. Folhas imparipinadas, 11-15 folíolos ovais ou arredondados, obtusos, um pouco tomentosos, de 3 cm. de comprimento por 2 de largura. Flores de um belo amarelo, em racemos terminais. Vagem comprido, estreita, contraída entre as sementes, em número de 5-10.

Cresce nas praias e restingas marítimas. Cosmopolita tropical. Feijão da Praia, outro apelido de uso corrente.

COMBOEIRO – Retirante. COMARI – Pimenta Comari. COMINHO – Cuminum Cyminum Linn., da família das

Umbelíferas. Erva aromática de folhas multífidas, com lacínias lineares

setáceas. Flores em umbelas, brancas e tintas de vermelho. Aquênio ovóide-alongado, cinzento-escuro, cujo sabor e aroma característicos são devidos a uma mistura de cimol e de cuminol.

Raramente cultivado. Natural da região mediterrânea. COMINHO BRAVO – Nome das duas Compostas. 1 – Pectis apodocephala Baker (Lorentea

brevipedunculata Gardn.) – Planta herbácea, ereta ou rasteira, com aroma de limão. Folhas opostas, lineares, ciliadas na base,

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verde-escuras, pontuadas de negro. Flores amareladas, pequenas, em capítulos solitários, sésseis. Aquênio linear com papo persistente, cerdoso.

Toda a planta é estomacal e tônica. Quase todo o Brasil. Catinga de Formiga, no Rio de

Janeiro e demais Estados meridionais. Alecrim Bravo, denominação também em uso no Ceará.

2 – Pectis elongata H.B.K. (Lorentea polycephala Gardn.) – Planta herbácea, anual, setoso-ciliada na base e glabra na parte superior, de ramos avermelhados. Folhas opostas, sésseis, aristado-denteadas, rígidas, ásperas, pontuadas de preto na página inferior. Flores pediceladas, amarelas, pequenas, em capítulos radiados e pedunculados, formando corimbos frouxos no ápice dos ramos. Aquênio preto, com papo persistente, de cerdas castanhas, compridas, maiores às vezes que os frutos.

As mesmas propriedades medicinais da anterior. CONDESSA – Annona reticulata Linn. (Annona

longifolia Sessé & Moc.), da família das Anonáceas. Árvore de 4-7m de altura, com a casca cinzenta,

ligeiramente sulcada. Folhas alternas, ásperas, decíduas, oblongo-lanceoladas, agudas, avermelhadas na página inferior, quase glabras. Flores amareladas, ou branco-esverdeada, manchadas de púrpura por dentro e vermelho-escuras na base, dispostas em racemos. Baga composta, geralmente cordiforme, de casca lisa ou um pouco espinescente, amarela, avermelhada ou vermelho parda quando madura, reticulada penta ou

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hexagonalmente, tendo a polpa branca ou rósea, adocicada ou insípida, com sementes castanhas.

Existe uma variedade de frutos verdes, oblongos, curvos, um pouco espinescentes, e outra cujos frutos são vermelho-alaranjados, juntamente com a polpa, esféricos e lisos.

A polpa é ordinária, um tanto enjoativa. Nas Antilhas, consomem o fruto como legume. Às vezes, nessas ilhas, cortam a polpa em talhadas, cobrem de açúcar e canela, e as põem a secar. As folhas são fétidas, narcóticas, resolutivas. As sementes, secas e reduzidas a pó, gozam de propriedades febrífugas e antidiarréicas.

Nativa nas Antilhas, na América Central e talvez em algumas partes da América do Sul. Fruta de Conde ou de Condessa, na Bahia; Coração de Boi, no Rio de Janeiro e em S. Paulo.

CONDURU – Brosimum Gaudichaudii Trec.

(Brosimum refractum Mart.), da família das Moráceas. Arvoreta com ramúsculos pardo-pubescentes. Folhas

alternas, pecioladas, coriáceas, rígidas, grossas, elíticas, ovado-elíticas ou oblongas, de ápice chanfrado, obtuso ou acuminado. Flores monoicas em capítulos pedunculados, na axila das folhas. Drupa globosa, 1,5 mm. de diâmetro.

Fruto comestível. Madeira vermelha para marcenaria. Piauí, Ceará, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, S. Paulo, Apé,

neste último Estado, Inharé é outro nome pelo qual é muito conhecido no Ceará.

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CONDURU DE SANGUE – Brosimum Conduru Fr.

All., da família das Moráceas. Espécie duvidosa. Trata-se de árvore possante, com 1 m de

diâmetro, produtos de madeira vermelho-escura, para carpintaria, construção naval, obras externas.

Assinalada no Ceará por Freira Alemão. Alguns autores atribuem a classificação a Schott.

CONTRA-ERVA – Nome comum às seguintes Moráceas: 1 – Dorstenia brasiliensis Lam. – Planta herbácea, quase

rasteira, vivaz, rizomatosa, aromática. Folhas radicais, ovais, finamente sinuoso-serreadas, com pecíolos pubescentes. Inflorescência em capítulos de flores alvas, insignificantes.

Ceará até Rio Grande do Sul e Minas Gerais. 2 – Dorstenia Cayapia Vell. var. opifera Mart. –

Herbácea, vivaz, caule um tanto subterrâneo, com raiz tuberosa, placentiforme. Folhas radicais, oblongo-ovadas, obtusas, profundamente cordiformes na base, piloso-hirsutas, de pecíolos híspidos-pubescentes. Flores em capítulos.

Do Piauí até S. Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. Liga-Osso, em Pernambuco.

As raízes de ambas, principalmente da primeira, são diaforéticas, diuréticas, emenagogas e mormente béquicas. Pompeu, transcrevendo nota fornecida pelo botânico Manuel Freire Alemão, assinala a respeito das duas: “Usam do xarope preparado com a planta fresca contra as queixas do peito, nas

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amenorréias a dismenorréias chamadas desmantelos, quase sempre precedidas de clorose, sendo inconveniente o seu emprego nas metrites e ovarites” (25,187).

COPAÍBA – Pau d’Óleo. COPO DE LEITE – Richardia africana Kunth. (Calla

aethiopica Linn., Zantedeschia aethiopica Spreng.), da família das Aráceas.

Planta hidrófita, acaule, rizmatosa, formando tufos de 1,50 m de altura. Folhas grandes, sagitado-cordiformes. Inflorescência composta de espádice cilíndrica e amarela, densamente revestida de flores masculinas na parte superior, enquanto que as femininas se alojam no trato inferior, envolta por espata branquíssima, irregularmente campanulada, impropriamente chamada de flor.

Natural da África do Sul. COQUEIRINHO – Alho do Mato. COQUEIRO – Coco da Praia. COQUEIRO DE VÊNUS – Dracena (Cordyline

terminalis Kumth). COQUINHO – Alho do Mato e Ubim.

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CORAÇÃO – Piper gigantifolium C. DC., da família das Piperáceas.

Arbusto de 2-3 m de altura. Folhas longo-pecioladas, grandes, elíticas, oblongo-agudas, irregularmente cordadas. Flores dispostas em espigas axilares. Pequena baga glabra.

Na Serra de Baturité foi também assinalada a variedade brevipedunculatum C. DC., com pecíolo mais curto.

A infusão das espigas passa por carminativo e estomáquico.

Cresce na parte alta e úmida da Serra de Baturité. CORAÇÃO DE ESTUDANTE – Denominação

extensiva a diversas espécies de Begoniáceas, tanto do gênero Begônia como do Oxalis.

CORAÇÃO DE NEGRO – Denominação comum às

leguminosas Papilionóideas e Cesalpinióideas, respectivamente: 1 – Machaerium acutifolium Vog. – Árvore inerme e de

porte mediano. Folhas imparipinadas, 13-17 folíolos oblongos, agudos, glabros ou pubescentes. Panículas curtas de flores roxas. Vagem pequena e alada.

Madeira pesada, difícil de ser trabalhada, de cerne pardo carregado, com veios escuros violáceos, para móveis, tacos e carpintaria em geral.

Do Pará até S. Paulo, inclusive Minas Gerais, Jacarandá, em quase todos os Estados de sua incidência. Violete, no Maranhão.

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2 – Zollerina paraensis Hub. (Zollerina Ulei Harms.) – Árvore de porte regular, casca escamosa e de madeira escura, manchada de amarelo-esverdeado-escuro, quase preta com o tempo, dura e muito pesada, com as mesmas aplicações da anterior.

Pará, Maranhão. No Ceará encontra-se nas matas serranas próximas ao litoral. Pau Santo, no Pará, onde também é conhecido por Coração de Negro, devido à influência cearense. Uma de suas variedades, ainda no Pará, é conhecida por Muirapinima Preta.

CORAL – Manettia ignita Schum. (Guagnebina ignita

Vell.), da família das Rubiáceas. Linda trepadeira provida de brotos axilares ganchosos.

Folhas opostas, quase glabras, elíticas, cordiformes ou lanceoladas. Flores tubulosas, vermelhas, axilares, com pedúnculos delgados.

Cultivada nos jardins. Do Ceará ao Paraguai. CORDÃO DE FRADE – Leonotis nepetaefolia R. Br.

(Phlomis nepetaefolia Linn., Stachys mediterranea Vell), da família das Labiadas.

Planta anual, sublenhosa, até 2 m de altura. Caule sulcado, quadrangular, aveludado-pubescente. Folhas opostas, ovais, crenadas, pequenas, tênue-tomentosas, glanduloso-pontilhadas, com pecíolos longos e tomentosos. Flores alaranjadas,

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aglomeradas em grandes capítulos globosos, separados, abraçados ao caule, a lembrar os nós dos cordões que cingem a cintura dos frades.

A infusão de toda a planta é diurética, estomacal e tônica. Extremamente empregam o cozimento em banhos aromáticos.

Planta caracteristicamente ruderal. Todo o Brasil. CORDÃO DE SÃO FRANCISCO – Cordão de Frade. CORINDIBA – Gurindiba. COROA DE CRISTO – Euphorbia Tirucalli Linn., da

família das Euforbiáceas. Arbusto ou arvoreta com numerosos ramos verticilados,

cilíndricos, estriados, verdes, lactescentes a áfilos. Flores pequenas, cinábrias, raras.

Excelente para cercas vivas, intransponíveis tanto pelo emaranhado dos galhos como pela causticidade de seu látex. Este é tido como capaz de cegar e o aplicam na limpeza de úlceras fagedênicas.

Natural da Ásia. A esta espécie chamam no sul do Ceará de Avelós, nome extensivo aos demais Estados até S. Paulo. Tirucalli é o nome nativo indiano.

COROA DE FRADE – Sob este título incluem-se as

Cactáceas pertencentes ao gênero Melocactus. Distinguem-se

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pelo caule pequeno, globoso, angulado, coroado de pelos híspidos e semi-aculeados a lembrar uma cabeça tonsurada.

1 – Melocactus bahiensis Werderm – Globoso, armadíssimo, tem superiormente um disco circular encarnado.

Dos sertões secos de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.

2 – Melocactus depressus Hook – Globoso-cônico, de centro deprimido, até 12 cm. de altura. Arestas em número de 10, areoladas de acúleos dispostos em grupos de 5-7. Flores e bagas róseas.

Ceará e Pernambuco.

NOTA – Assinalado nos Estados acima por Barbosa Rodrigues (3,198) e Loefgren (88.227). A sua existência na região nordestina é posta em dúvida por Luetzelburg (24, III, 111 e 112).

3 – Melocactus Ernestii Vaupel – Frequente em todo o

Nordeste. 4 – Melocactus goniodacanthus Lem – Cônico, tem 16-

20 arestas perpendiculars, revestidas de feixes de acúleos desiguais. Flores róseas.

Pernambuco, Bahia, Minas Gerais.

NOTA – Pio Correa o considera sinônimo de Melocactus depressus Lem.

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5 – Melocactus violaceus Pfeiff – Subglobosos, com 12 cm. de comprimento sobre 10 de diâmetro, de um tom verde-escuro ou verde-violáceo, tem 10-12 arestas cobertas de grandes acúleos eretos e rígidos, violáceos ou avermelhados, que se tornam cinzentos com a idade.

De Pernambuco ao Rio de Janeiro. CORONGO – Gomphrema leucocephala Mart., da

família das Amarantáceas. Erva até 20 cm. de altura. Folhas estreito-lancoladas,

agudas, inteiras, pilosas. Flores brancacentas em capítulos terminais, eretos, solitários e globosos.

Raízes aromático-amargas, usadas nas diarréias e dispesias.

Do Maranhão até Alagoas. CORONHA – Acacia Farnesiana Willd. (Mimosa

Farnesiana Linn.), da família das Leguminosas Mimosóideas. Pequena árvore ornamental, de folhas pinadas, com 20-25

folíolos, cujas estupulas se transformaram em espinhos rijos e pungentes.

Cultivada junto às habitações pelas flores fragrantes e de um amarelo-vivo, arranjadas em pequenos glomérulos globosos. O tronco exsuda resina similar à goma-arábica. Taníferos os frutos, casca e raízes. Folhas forrageiras. Madeira para estacas de peso especifico entre 0,780 a 0,830. A polpa do fruto, verde

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ou madura, usa-se como emoliente e a infusão das raízes com calmante.

Origem duvidosa. Encontrada nas regiões tropicais e subtropicais de ambos os hemisférios. Coronha e Esponja, na Paraíba e em Parnambuco; Esponja, Esponjeira, Aromas, da Bahia para o Sul.

CORTIÇA – Aeschynomene sensitiva Swartz., da

família das Leguminosas Papilionóideas. Arbusto muito ramificado, até 3 m de altura. Folhas

imparipinadas, 10-15 jugas, extremamente sensíveis, fechando-se ao menor contacto. Flores amarelo-pálidas com veias vermelhas, dispostas em racemos. Vagem articulada, preta quando madura, levemente curavada, que adere à roupa.

Planta hidrófila. As raízes e a parte inferior do caule, mergulhados ao solo lamacento, cobrem-se de um tecido suberoso, que substitui com vantagem a cortiça, advindo-lhe daí o nome popular. Forrageira procurada pelo gado, mais de pouca produção foliácea, tendo a relação nutritiva de 1:1,3 a 1:2,8.

Cresce na América tropical e África. Todo o Brasil. Cortiça e Paricázinho, no Pará; Corticeira, em Parnambuco; Corticeira do Campo, na Bahia; Sensitiva Mansa, em S. Paulo.

CORTINA – Anil Trepador.

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COUVE – Brassica oleracea Linn., da família das Crucíferas.

Originária da Europa ocidental e meridional, esta importante hortaliça de folhas grandes e carnudas, orbiculares ou ovais, apresenta inúmeras formas obtidas e fixadas por longa cultura. Vulgarmente este nome cabe às formas acéfalas, isto é, sem cabeças, diferentes, por conseguinte, do repolho e da couve-flor.

Interessam-nos as variedades que se seguem, cultivadas em nossas hortas, com folhas lisas ou crespas, verde-claras, verde-escuras, até violáceas.

Couve-Galêga, com folhas lisas, tenras, mas de inferior qualidade; Couve de Todo Ano, caracterizada pelo porte, que chega a atingir mais de 1 m de altura; Couve Tronchuda Portuguesa, de folhas largas, carnosas, tenras, um tanto fechadas; Couve Manteiga, de folhas lisas ou crespas, grossas e tenras; Couve Crespa, de folhas grandes, rugosas, violáceas; Couve de Bruxelas (var. gemmifera), de haste ramificada, com brotos laterais comíveis, folhas pequenas e macias.

A composição média da couve comum é a seguinte (1,223):

Água .................................................................................. 91,24% Proteínas ............................................................................. 8,82% Mat. Graxas ......................................................................... 0,21% Carbo-hidratos .................................................................... 2,94% Fibras .................................................................................. 1,67% Cinza ................................................................................... 1,74%

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COUVE-FLOR – Brassica oleracea Linn. var. botrytis,

da família das Crucíferas. Com diversas formas, passa por ser o representante de

mais valia do gênero Brassica. Natural do Velho Continente. Além das folhas comestíveis, as inflorescências e

ramificações transformam-se em massa carnosa, macia, delicada, que faz dessa hortaliça uma das mais apreciadas do mundo.

Exigente quanto ao clima, cresce bem no sertão, porém quase não frutifica, como observou Carlos Bastos Tigre, no Posto Agrícola de Condado, na Paraiba (89,26).

CRAÍBA – Caraúba. CRAUÁ – Gravatá de Rede. GRAVINA – Denominação comum às seguintes

Cariofiláceas: Dianthus barbatus Linn., Dianthus chinensis Linn., Dianthus plumarius Linn.

São plantas herbáceas, pequenas, de folhas opostas, com flores terminais, de cálice e corola denteados, com grande número de forma de flores singelas ou dobradas, unicolores ou variegadas.

Bastante cultivadas nos jardins. As duas primeiras são asiáticas e a última européia.

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CRAVINHO DE DEFUNTO – Cravo de Defunto Singelo.

CRAVO – Dianthus Caryophyllus Linn., da família das Cariofiláceas.

Espécie herbácea, de folhas pálidas, lineares, glabras, com flores solitárias, deliciosamente perfumadas e duráveis, com todos os matizes, exceto a cor azul.

Euroasiática. CRAVO BRAVO- Cominho Bravo CRAVO DA ÍNDIA – Syzygium aromaticum Merr. &

L. M. Perry. (Eugenia aromatica Baill., Caryophyllus aromaticus Linn), da família das Mirtáceas.

Árvore elegante e alta. Folhas opostas, coriáceas, luzidias, pontudas. Flores aromáticas, muito caducas, de cálice purpúreo e pétalas róseo-purpúreas, dispostas em cimos tricótomos terminais.

Os botões florais, postos a secas, adquirem cor quase preta e constituem o Cravo da Índia, outrora uma das especiarias e ainda hoje muito usado na culinária e na indústria de perfumes.

Natural das Molucas. Raramente cultivado. CRAVO DE DEFUNTO – Tagetes erecta Linn.

(Tagetes major Gaertn), da família das Compostas. Erva ramosa, glabra, até 1,50 m de altura. Folhas opostas

ou alternas, profundamente dilaceradas, glandulosas e

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aromáticas. Capítulos grandes, de pedúnculos intumescidos no ápice, solitários, multifloros, amarelo-pálidos, de lígulas grandes e invólucro campanulado e sulcado. Aquênio linear multiestriado, com sementes pretas.

Há variedades de flores dobradas, grandes até 7 cm. de diâmetro, de cor amarelo-citrino e amarelo-enxôfre. Há outras, de porte anão.

Riquíssima em flores, mas pouco cultivada nos jardins, sendo a planta ornamental preferida para as sepulturas, daí o seu nome de Cravo de Defunto, encontrado em outros países americanos; Clavel de Muerto e Flor de Muerto, na Venezuela e em Cuba; Flor de Los Muertos, no México. As flores são peitorais e calmantes, em infusão. Na Índia extraem delas uma matéria corante, empregada no tingimento de lã e da seda.

Mexicana. Naturalizada e ruderal no Brasil. Rosa de Defunto, Rosa da Índia, no Rio de Janeiro.

CRAVO DE DEFUNTO MIÚDO – Tagetes minuta Linn. (Tagetes porophyllum Vell), da família das Compostas.

Planta herbácea, ereta, ramosa, até 2 m de altura. Folhas pinatifidas, glandulosas, aromáticas. Capítulos pequenos, deso-corimbosos, 5-flores, de perianto amarelo-pálido ou amarelo-enxófre, com invólucro cilíndrico, glabro, verde estriado de castanho.

Propriedades medicinais idênticas às do anterior. América do Sul. Todo o Brasil. Cravo de Urubu, em

Pernambuco; Coará ou Coari Bravo, na Bahia; Cravo de

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Defunto do Mato, no Rio de Janeiro; Cravo Bravo ou Coari, em S. Paulo.

CRAVO DE DEFUNTO SINGELO – Tagetes patula Linn., da família das Compostas.

Menor do que a T. erecta Linn,. até 50 cm. de altura com capitulos grandes, solitários, multifloros, compostos de flores pardo-avermelhadas, marginais ou pintadas de amarelo, lígulas onduladas e grandes; invólucro oblongo, às vezes com estrias pardacentas.

Há grande número de variedades, simples ou dobradas, gigantes e anãs, com diversas tonalidades da cor amarela.

Propriedades ornamentais e medicinais idênticas às das T. erecta Linn.

Mexicano. Naturalizado no Brasil, sendo o Cravo de Defunto mais comum entre nós.

CRAVO DE URUBU – Porophyllum ruderale Cas.

(Keina ruderale Jacq., Cacalia porophylium Linn), da família das Compostas.

Erva anual, glabra, erecta, cerca de 1 m de altura. Folhas alternas, inteiras, longo-pecioladas, cuneiformes, glandulosas, glaucas, com estrias pequenas e pretas. Capítulos discoides, numerosos, curto-pedunculados, de flores bronzeadas, quase pretas e de um cheiro nauseabundo intenso. Aquênio linear, castanho-escuro, peludo.

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América tropical. Em todo o Brasil. Couve Cravinho, na Bahia, Rio e S. Paulo; no Rio de Janeiro, ainda é conhecida por Couvinha e Erva Couvinha.

CRAVO DO CAMPO – Wulffia stenoglossa DC.

(Verbesina membranifolia Poir), da família das Compostas. Planta herbácea, ereta ou trepadeira, até 3 m de altura.

Folha opostas, pecioladas, ovais, ásperas. Flores amarelas em capítulos terminais e axilares. O fruto, ao contrário do das demais espécies de Compostas, não é um aquênio, mas constituído de numerosas drupas obcônicas, de polpa sucosa e transparente, com um caroço preto, muito duro.

Das Antilhas ao Paraguai. Todo o Brasil. Jambu, na Amazônia; Craveiro de Campo, no Rio Grande do Sul.

CRISANDÁLIA – Nome aplicado ao cruzamento de

crisântemos e dálias. Na prática florícola esta denominação torna-se extensiva a diversas variedades de Compostas, que passam como provindas de cruzamento entre a Dahlia coccinea Cav. E a Dahlia variabilis Desf., ponto de vista aliás duvidoso, por não se arrimar em fatos conhecidos, mas em meras suposições.

São formas altamente ornamentais, rústicas, de lindos efeitos, muito procuradas para jardins.

CRISÂNTEMO – Denominação das duas Compostas:

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1 – Chrysanthemum indicum Linn. (Pyrethrum indicum Cas.).

2 – Chrysanthemum morifolium Ram. (Chrysanthemum sinense Sab.).

Ambas, naturais do Extremo-Oriente, são subarbustivas, até um pouco mais de 1 m., muito parecidas entre si, altamente decorativas, com um sem número de formas obtidas por hibridação, de grandes capítulos hemisféricos ou radiados, com as lígulas tubulosas ou recurvadas, brancos ou ostentando todos os matizes do amarelo e do vermelho, simples ou listrados.

No Ceará são cultivados nos jardins serranos. CRISTA DE GALO – Apelido das seguintes

Amarantáceas. 1 – Amaranthus cruentus Linn. (Amaranthus

sanguineus Linn.) – Erva de caule pulverulento, pubescente e flores em espigas compridas, vermelho-esverdeadas, vermelhas, purpúreas ou amarelas. Ornamental. Na Índia é cultivada intensivamente e das sementes retiram uma farinha comestível.

Originária da América. Bredo, em Pernambuco; Bredo Vermelho, na Bahia.

2 – Celosia argentea Linn e Celosia cristala Linn – Na opinião de alguns tratadistas a C. argentea não é mais do que a forma primitiva da segunda.

São plantas herbáceas, carnosas, eretas, até 60 cm. de altura.

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Folhas simples, alternas, longo-pecioladas, ovadas ou ovado-lanceoladas. Flores insignificantes, dispostas em inflorescências de rara beleza, fasciadas, aveludadas, brilhantes e de cores diversas.

Originária da Índia. Beijo de Palmas, ainda no Ceará e em Alagoas; Crista de Galo e Bredo de Namorado, em Pernambuco; Veludo Branco (C. argentea), na Bahia.

CRISTA DE PERU – Nome das Euforbiáceas

ornamentais: 1 – Acalypha illustrata Hort – Arbusto de porte elevado.

Folhas simples, alternas, longo-pecioladas, serreadas, glabras, manchadas, vermelhas e roxas. Flores pequenas, vermelhas, as masculinas assépalas, as femininas com cálice, dispostas aquelas em grandes amentilhos pendentes.

Asiática. 2 – Acalypha marginata Spreng. – Com o porte da

precedente, tendo, porém, as folhas pintadas, verdes ou roxas, marginadas de vermelho ou amarelo.

Natural da Índia. Por causa das espigas pendentes ambas são também

conhecidas como Rabo de Raposa, nos Estados meridionais. CROÁ – Croata. CROATÁ – Bromelia Karatas Linn. (Karatas Plumieri

Morr.), da família das Bromeliáceas.

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Planta vivaz, herbácea, quase acaule. Folhas ensiformes, coriáceas, aculeadas nas margens, verdes, vermelhas na base do caule, ou de extremidades avermelhadas, até 2 m. 50 de comprimento, dispostas em ampla roseta. Flores de cálice branco, pétalas roxas, em espiga grossa defendida por bráctea branca. Baga amarela, ovóide, com muitas sementes, comestível, mas de gosto desagradável.

Das folhas retira-se fibra sedosa para cordas, tapetes, capachos e mantas de animais. Diz Esmerino Parente que “um gravatasal pode fornecer de 40 a 50 toneladas de folhas verdes por hectare, ou seja mais ou menos 2.500 quilos de fibras secas”. (82,11).

Do Piauí até o Paraná. Cresce por todo o Nordeste, onde seu nome apresenta uma gama de formas: Caraguatá, Caraúatá, Caroatá, Caruatá, Coroatá, Crauatá, Gravatá. Para Martius, croatá é uma contração de caragoatá, erva que arranha o viandante, de caranhe, arranhar, e oatá, o que anda, por causa dos espinhos. (4,274). T. Sampaio fá-lo derivar de carauá-tá, o caurauá, rijo, duro. (10,229).

CROATAÇU – Fourcroya gigantea Vent., da família das

Amarilidáceas. Planta acaule, de folhas lanceoladas, grossas, duras,

radicantes, medindo mais de 2 m de comprimento. Flores brancas de 6 estames dispostas num longo pedúnculo florífero de 8-10 metro, onde se formam os bolbilhos reprodutores.

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Pouco explorada. Costumam nas serras frescas plantá-las nas divisas da propriedades. As suas folhas gigantescas dão fibras fortes, sedosas, de 2 m de extensão, empregadas na cordoaria, tecidos grosseiros, suadores de selas e cangalhas. As folhas frescas, esmagadas ou ligeiramente assadas, aplicam-se no tratamento das feridas. Igualmente servem para tinguijar a água dos poços e lagoas. Com a medula da inflorescência, depois de seca, confeccionam bóias, rolhas, afiadores de navalhas e de instrumentos cirúrgicos, encontrando ainda larga aplicação entre os entomólogos, como base das caixas em que prendem os insetos.

América tropical. Gravataçu, em Pernambuco; Piteira, na Amazônia e da Bahia para o Sul.

CRÓTON – Codiaeum variegatum Blume (Croton va-

riegatus Linn), da família das Euforbiáceas. A espécie apresenta grande número de variedades

subarbustivas ou arboretas, com folhas modificadas na forma, no tamanho e na cor.

Ornamental. Excelente para pequenos maciços e cercas vivas.

Nativa nas ilhas do Pacifico. CRUÁ – Sicana odorifera Naud. (Cucurbita odorifera

Vell.), da família das Cucurbitáceas. Trepadeira herbácea, robusta, de caule anguloso e sulcado,

com gavinhas providas de ventosas, até 15 m de comprimento.

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Folhas largas, orbiculares, palmati 5-9 lobadas profundamente onduladas, denteadas, nervadas e glabras. Flores campanduladas, axilares e solitárias, de corola carnosa, amarelo-alaranjada. Baga perfumada, cilíndrica, denteada, 30-60 cm. de comprimento, amarela, vermelha ou alaranjada, de casca dura e resistente, com polpa amarela e sementes elíticas, achatadas.

A infusão das sementes e da casca do fruto usa-se nas hemorragias uterinas. Na América Central, onde é cultivado como ornamental ou a título de curiosidade, aproveitam os frutos para perfumar as roupas e as igrejas, por ocasião das festas da Semana Santa e da Natividade. No México fazem doces com os frutos maduros.

Nativo da América do Sul tropical. Ainda no Ceará, como na Bahia, é conhecido por Melão de Caboclo, Coroa, Curuá, em Minas Gerais.

NOTA – Engana-se o autor da Contribuição para o dicionário da flora do Nordeste brasileiro (12,78) quando lhe dá o nome de Croá, pelo menos em relação ao Ceará.

CRUILI – Mouriria guianensis Aubl (Petaloma Mouriri Swartz), da família das Melastomáceas.

Árvore até 10 m de altura. Folhas opostas, curto-pecioladas, inteiras, coriáceas, ovadas, acuminadas. Flores pequenas, lilás, em cimos axilares. Baga globosa, amarela, pontuada de vermelho.

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Madeira dura. Folhas adstringentes, cujo cozimento empregam na lavagem de úlceras e em banhos vaginais, após o parto.

Das Guianas ao Nordeste e Mato Grosso. Murta de Parida e Muriri, na Amazônia. Cruili é denominação paraibana e baiana. Pio Corrêa a registra sob o nome de Creoula.

CUITÉ – Coité. CUMARU – Torresea cearensis Fr. All. (Amburana

Claudii Schw. & Taub., Amburana cearenses A. Smith.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Árvore de porte regular, até 10 de altura, revestida por uma casca vermelho-pardacenta, suberosa, que se destaca em lâminas finas. Folhas alternas, com 7-12 folíolos ovados. As flores brancacentas, miúdas e muito aromáticas, formam lindos racemos axilares, multifloros, que cobrem inteiramente os galhos despidos de folhas por ocasião da floração. Vagem achatada e quase preta, contendo uma semente alada, achatada e rugosa, preta, de cheiro ativo e agradável.

Madeira castanho-clara, leve (0,600 de peso específico), porosa, elástica, fácil de empenar, porém estimada para portadas, obras internas e especialmente móveis, por ser refratária ao ataque de insetos. As sementes servem para aromatizar o rapé e as roupas, substituindo o cumaru verdadeiro (Dipteryx odorata Willd.) e por largo tempo conservam o

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cheiro característico de cumarina. Cascas e sementes peitorais, antispasmódicas, emenagogas. O banho das cascas usam nas dores reumáticas.

Nordeste e Centro do Brasil. Argentina. Conhecida também por Imburana de Cheiro e Cumaru de Cheiro. Para Batista Caetano (8, 81), Cumaru é corrutela de cumbarú: cu, alimento, mboori, alegrar. Por sua vez, Paulino Nogueira, prefere a seguinte etimologia: curu, comprido, uá, fruto, semente, aru do verbo rub, eu tenho – o que tem semente comprida (4, 276). Já T. Sampaio afirma ser corrução de cu – mboré, o que excita a língua (10,240).

NOTA – Na relação dos nomes científicos citados no excelente livro de J. G. Duque – Solo e Água no Polígono das Secas (90, 216), vem o cumaru determinado como Coumarouna odorata Aubl., classificação que cabe ao Cumaru Verdadeiro, cujas sementes conhecidas no comércio por fava de cumaru ou fava de Tonka, produzem a afamada cumarina. Esta espécie, na flora nordestina, só há pouco foi assinalada na zona da mata pernambucana. Não consta a sua existência no sertão.

CUMARU DE CHEIRO – Cumaru. CUMARU DO CEARÁ – Cumaru. CUMATI – Psidium albidum Cam., da família das

Mirtáceas. Arbusto de pequeno porte. Folhas miúdas, pecioladas,

elíticas, luzidias, pubescentes na página superior, branco-

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tomentosas na inferior. Flores alvas, aromáticas, solitárias, em pedúnculos axilares. Baga ovóide, branco-tomentosa quando madura, comestível.

Ceará até ao Paraná e Minas Gerais, Araçá do Mato, em Alagoas; Araçá do Campo, em Sergipe; Araçá Cotão e Araçá do Mato, em Minas Gerais.

O nome é corrutela de cu, alimento, comer; uá, fruto; i, diminutivo, anteposto o t por eufonia – fruto pequeno que se come (4, 276).

CUNHÃ – A denominação representantes da família das

Leguminosas Papilionóideas, pertecentes ao gênero Centrosema – C. angustifolium Benth., C. brasilianum Benth., C. pascuorum Mart. var. prostratum Hub., C. Plumieri Benth.

Todas são pequenas trepadeiras herbáceas de caules glabros, prostradas ou sobre arbustos ou arvoretas, com 3 ou mais folíolos. As flores são grandes, campanuladas, de estandarte longo com uma espora na base, coloridas de róseo, vermelho, roxo.

O fruto é uma vagem achatada, com 2 linhas ou alas de cada lado.

Pantropicais. Do Amazonas até S. Paulo, inclusive Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Feijão Bravo, na Amazônia.

Cunhâ, mulher na língua tupi, talvez aplicado à planta pela forma da flor.

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CUPUAÇU – Theobroma grandiflorum Schum., da família das Esterculiáceas.

Árvore de tamanho regular, de ramos longos e flexíveis. Folhas pecioladas, oblongo-acuminadas, esbranquiçadas na página inferior quando novas. Flores grandes, vermelho-escuras, em cachos 2-4, brotando dos galhos. Cápsula grande, que lembra a do cacau, 24 cm. de comprimento por 12 de diâmetro, castanho-escura, aveludada, elítica, com muitas sementes envoltas numa polpa branca, mucilaginosas perfumada quando madura.

Fazem chocolate das sementes. Estas encerram 48% de gordura branca, sucedânea da manteiga de cacau. A polpa produz magnífico refrigerante e excelente compota.

Natural da Amazônia. Poucos exemplares cultivados em nossas serras úmidas.

D

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DÁLIA – Denominação cientifica, universalmente vulgarizada, de certas Compostas decorativas, originárias das terras altas do México.

As dálias foram levadas à Espanha em 1789, florindo, pela primeira vez, em 1791, no Jardim Botânico de Madrid. Olhadas a princípio com plantas agrícolas, rivais da batatinha, as suas qualidades ornamentais logo despertaram a atenção dos jardineiros e, sob os cuidados destes, deram milhares de híbridos e formas novas, com flores simples, dobradas ou meio dobradas, grandes e pequenas, de todas as cores, exceto a azul.

Esta multiplicidade de formas cria certas divergências entre os sistemas do gênero. Assim, Cavanilles reuniu as dálias em três espécies: Dahlia pinnata, Dahlia cocciena, Dahlia rósea. Por sua vez, Voss combina as espécies citadas sob o nome de Dahlia pinnata Cav., distribuindo-as, juntamente com outras do modo que se segue:

Dahlia pinnata Cav.; Dahlia pinnata Cav. var. coccínea Voss. (D. coccínea

Cav., D. rósea Cav., in part., D. frustranea DC., D. crocea Poir., D. bidentifolia Salisb., D. mexicana Hort.):

Dahlia pinnata Cav. var. gracilis Voss. (D. gracilis Hort.).

Dahlia pinnata Car. var. Cervantesii Voss (D. Cervantesii Lag.);

Dalia pinnata Car. Var. variabilis Voss. (D. Variabilis Desf., D. rosea Cav., in part., D. sambucifolia Salisb., D. superflua Ait., D. purpurea Poir).

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Praticamente foram classificadas em certo número de grupos: as Dálias Cactos, de pétalas finas, com flores que recordam as dos cactos; Dálias Crisântemos, as conhecidas Crisandálias, dobradas, variegadas, parecidas com um crisântemo; Dálias-Anêmonas, Dálias-Ninféias, lembrando as flores das anêmonas e das ninfeáceas; Dálias-Liliputianas ou Pompons, miniatura das variedades de flores grandes; Dálias-Diademadas, de flores centrais fingindo um colarinho; Dálias-Georginas, com flores globosas, mais ou menos grandes.

Dália vem de Dahl, botânico sueco que foi discípulo de Linneu.

DAMA DA NOITE – Mensageira da Noite. DEDAL DE DAMA – Quatro Patacas. DENDÊ – Elaeis guineensis Linn. da família das

Palmáceas. Palmeira robusta e elegante, de estipe mais grosso que o

do coqueiro, 10-20 m. de altura, coberto com as bases dos pecíolos caídos. Folhas em números de 20-25, compostas, pinadas, grandes. Flores em espessas e volumosas espigas. Drupa amarelada, castanho-avermelhada ou castanho-escura, de albume oleoso, às centenas em cada racemo.

Dos frutos desta palmácea africana extrai-se um óleo alimentício – azeite de dendê, azeite de cheiro, azeite de

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palma –, largamente empregado na culinária negra. Os exemplares existentes entre nós são meramente ornamentais.

DINHEIRO EM PENCA – Denominação das

Convolvuláceas Dichondra repens Forts. e alguns Evolvulus, entre os quais o E. pusillus Choisy.

São ervas delicadas, de longos ramos decumbentes, cobertos de folhas miúdas, com uma infinidade de florzinhas claras, atapetando rochedos e terrenos úmidos ou secos, consoante a espécie. Cultivadas em vasos e bordas de jardineiras.

DOIS AMORES – Pedilanthus tithymaloides Poit., da

família das Euforbiáceas. Arbusto lactescente, de caule carnoso e geniculado,

formando touças. Folhas sésseis, glabras, verde-escuras, ovadas ou oblongas, agudas. Flores vermelhas, lembrando um sapato, dispostas em cimo denso e terminal.

Aproveitado em cercas vivas e sebes rústicas. Antiluético e coridial.

Brasil. Bico de Papagaio e Sapatinho do Diabo, em Pernambuco. Dão-lhe ainda, inclusive entre nós, o nome de Sapatinho de Nossa Senhora, Sapatinho de Judeu, Sapatinho do Diabo.

DOMINGUINHA – Cestrum laevigatum Schl., da família

das Solanáceas.

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Arbusto até 3 m. de altura, ramoso, de caule glabro e quebradiço. Folhas pecioladas, opostas, alternas, oblongo-lanceoladas, acuminadas, inteiras. Flores esverdeadas, odorantes, com pedicelos e cálices pulverulento-tomentosos, em fascículos aglomerados. Baga ovóide, pequena, com sementes reniformes e amarelas.

Folhas inseticidas, calmantes e emolientes. Desde o Ceará até S. Paulo. DONA JOANA – Asclepias curassavica Linn., da família

das Asclepiadáceas. Subarbusto de 60 cm. a 1 m. de altura, lactescente. Folhas

verde-escuras, brevipecioladas, opostas-decussadas, inteiras, estreitamente lanceoladas. Flores bonitas, numerosas, com pétalas vermelhas e petalóides alaranjados, em umbelas de pedúnculos compridos. Folículo glabro, estreito, pardacento-enegrecido, com numerosas sementes coroadas por um tapete de pelos prateados e sedosos.

O látex, branco, corrosivo e emético, passa por tóxico e, ao contato dos olhos, provoca inflamações graves, às vezes cegueira. Embebido em algodão aplica-se nas caries, para aliviar a dor de dente. A paina serve para enchimento de travesseiros, colchões, mantas, etc.

América tropical e subtropical, Higrófila. Oficial de Sala e Leiteira, em Pernambuco; Cega olho, Capitão de Sala e Oficial de Sala, na Bahia; Erva de Rato, Erva de Rato Falsa, Oficial de

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Sala, no Rio de Janeiro; Cega Olhos, Oficial de Sala, em S. Paulo e o último no Rio Grande do Sul. Mata Rato, ainda no Ceará.

DORMIDEIRA – Cassia Chamaecrista Linn. (Cassia

diffusa DC), da família das Leguminosas Cesalpinoídeas. Arbusto anão, de ramos difusos, levantados ou prostrados.

Folhas pinadas, com 5-16 pares de folíolos linear-oblongos. Flores axilares, grandes, amareladas ou maculadas de vermelho. Vagem linear, com uns 3 cm. de comprimento, glabra ou então ligeiramente pubescente.

As folhas são purgativas e hipnóticas. Na Europa é cultivada como planta ornamental e em diversos lugares tem sido experimentada como adubo verde, aliás com excelente resultado.

América tropical e subtropical. Prefere os terrenos arenosos da beirada dos cursos d’água.

DRACENA – Nome comum a Liliáceas dos gêneros

Dracaena e Cordyline, naturais das regiões quentes do Velho Mundo. Pelo alto valor decorativo da folhagem, intensa e diversamente colorida, são cultivadas por toda parte.

As Dracenas têm o tronco sempre cilíndrico, jamais espessado na base e um ovário 3-locular, abrigando cada loja uma única semente.

As espécies mais comuns são as seguintes: 1 – Dracaena angustifólia Roxb – Subarbusto de caule fino

ereto. Folhas sésseis, estreitas, agudas, um pouco pêndulas, verde-escuras, formando uma densa roseta no ápice dos ramos.

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2 – Dracaena frangans Ker-Gawl – Arborescente. Folhas sésseis, oblanceoladas, agudas, largas, pêndulas, flácidas, verdes e brilhantes, aromáticas.

3 – Dracaena deremensis Engler – Quase arborescente. Folhas sésseis, estreitas, com uma larga faixa vertical branco-leitosa.

4 – Dracaena Godseffiana Sander – Arborescente. Folhas sésseis, pequenas, ovadas ou oblongas, pêndulas, verdes com máculas e salpicos brancos.

5 – Dracaena Goldieana Sander – Subarbusto. Folhas eretas, ovado-cordiformes, acuminadas, verdes, maculadas e barradas de branco, tendo a página inferior vermelho-vinosa.

6 – Dracaena Sanderiana Sander – Arbusto pequeno e delicado. Folhas pêndulas ou recurvadas, estreitamente lanceoladas, listradas de branco e cinéreo.

O gênero Cordyline diferencia-se do Dracaena pelo tronco espessado e pelas 6-15 sementes em cada loja do ovário. A mais conhecida de suas espécies é a Cordyline terminalis Kunth. (Dracaena terminalis Linn., Dracaena brasiliensis Hort.).

Trata-se de planta arbustiva ou arborecente, de 1-4 m. de altura, fina, ereta, elegante, quase sem ramos, coroada por uma coma de folhas inteiras, elíticas, pecioladas, glabras, vermelhas ou pintalgadas dessa cor, medindo cerca de 40 cm. de comprimento. Flores pequenas em panículas terminais.

É também conhecida por Coqueiro ou Coqueirinho de Vênus, em diversos Estados.

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E

EMBIRA – Designação de origem tupi (corrutela de ybira, casca) abrangendo plantas pertencentes a diversas famílias, notadamente às Anonáceas, cujo córtex fornece fibra ou embira, para simplesmente amarrar ou ser aproveitada na cordoaria.

EMBIRA BRANCA – Designação das Anonáceas: 1 – Guatteria vilosissima St. Hill – Arbusto de casca

escura, um pouco escamosa, com ramos flexíveis. Folhas grandes e oblongas. Flores pálidas. Fruto composto de bagas distintas, indeiscentes, monospérmicas, pelo tronco da planta.

O líber fornece fibra branca de excelente qualidade para cordoaria e bucha de espingarda, preferida a qualquer outra pelos caçadores, advindo-lhe daí o nome de Embira de Caçador, nos Estados de Pernambuco e Alagoas; Pindaíba, nos Estados meridionais.

2– Xylopia grandiflora St. Hil. – Árvore de porte regular. Folhas curto-pecioladas, alternas, lanceoladas, inteiras, lisas por cima e tomentosas por baixo. Flores brancas ou róseas, solitárias ou fasciculadas, pedunculadas, axilares. Fruto composto de bagas avermelhadas, deiscentes na maturidade.

Madeira para construção civil, obras internas, cabos de ferramenta agrária. A casca com as aplicações da espécie anterior.

Do Pará a S. Paulo Pindaíba, em S. Paulo.

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EMBIRA VERMELHA – Xylopia frutescens Aubl., da

família das Anonáceas. Árvore fina e pequena. Folhas alternas, oblongo-

lanceoladas, lineares, agudas no ápice. Flores brancacentas, solitárias ou fasciculadas, nas axilas das folhas. Baga obovóide, pequena, com 2 sementes.

Líber para cordoalha e tecidos grosseiros. Sementes aromáticas e carminativas.

Quase todo o Brasil. Pau Carne, em Pernambuco; Pajerecu, na Bahia; Pindaíba, em S. Paulo.

EMBIRATANHA – Bombax sp,. da família das

Bombacáceas. Árvore do porte das Barrigudas. Cresce preferencialmente

nas serras frescas. As fibras da casca são muito resistentes e dão excelentes cordas. Dessa resistência provém o seu apelido: embira e tanha, corrutela de itã, de pedra, dura, rija – embira forte (4, 281).

As raizes novas são tenras e de um adocicado agradável. Outrora, por ocasião das fomes, constituíam uma das chamadas comidas brabas (25, 204).

Na serra do Araripe, com este nome há o Bombax coriaceum Mar. A embiratanha que cresce nos restos da mata do vale do Pirapora, na Serra de Maranguape, é Bombax cearense Duchk n. sp.

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NOTA – Mais uma vez se engana o autor da Contribuição para o dicionário da flora do Nordeste brasileiro (12, 78, quando empresta à Embiratanha a classificação de Cochlospermum insigne St. Hil., cabível ao Pacotê, do qual não se exploram as fibras liberianas.

EMBIRIBA – Guatteria sp., da família das Anonáceas. “Arbusto com folhas alternas, lanceoladas, tendo a página

inferior coberta de tênue camada de pelos loiros e a superior glabra e verde lustrosa; flores em pequenos cachos axilares; fruto uma cápsula pequena, reniforme, escura avermelhada, contendo polpa viscosa, branca, envolvendo 2 a 5 sementes brancas ou avermelhadas”.

Além desta espécie indeterminada, cuja descrição copiei de Dias da Rocha (11, 93), o nome Embiriba aplica-se às seguintes plantas encontradas no Nordeste: Casearia brasiliensis Eichl., Casearia dentada Eichl., da família das Flacurtiáceas; Lecythis Luschnathi Berg., da família das Lecitidáceas.

As sementes da Guatteria sp, são estomacais, carminativas e calmantes. Postas na aguardente, inteiras ou contusas, dão-lhe coloração avermelhada e sabor ligeiramente amargo. A madeira de Lecythis Luschnathi Berg., além de ripas, fornece combustível de primeira ordem. Dificilmente se apaga e os sertanejos dela fazem fachos para caçadas noturnas.

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ENDRO – Foeniculum vulgare Gaertn. (Foeniculum Foeniculum Linn., Anethum Foeniculum Linn.), da família das Umbelíferas.

Erva perene, de 60 cm. a 1 m. de altura. Folhas decompostas, divididas em segmentos filiformes. Flores amarelas em umbelas compostas. Aquênios compostos, lineares, quase cilíndricos, com 5 costelas.

Toda a planta é carminativa, aperitiva, emenagoga, galactagoga a tônica.

Européia. Escassamente cultivada. ENGORDA MAGRO – Denominação das Leguminosas

Papilionóideas: 1 – Desmodium asperum Dev. (Meibomia áspera Poir).

– Subarbusto até 2,50 m. de altura, com hastes simples ou ramificadas. Folhas 1-3 foliadas, ásperas, às vezes com manchas pardas no centro dos folíolos. Flores pequenas e roxas, em racemos. Legumes com 4-6 articulos, às vezes ligeiramente torcidos, glabros, estreitamente ligados entre si.

Da América Central ao Nordeste do Brasil. Amor de Vaqueiro, em alguns Estados.

2 – Desmodium molle DC. (Meibomia mollis Vahl., Meibomia terminalis Kuntze) – Subarbusto até 2 m. de altura, ereto e lenhoso, tendo o caule cilíndrico e pubescente. Folhas 3-folíadas, com folíolos ovados ou oblongos, esparso-pilosos na página superior e pubescente na inferior. Inflorescência em racemos terminais, de flores lilás, esparsas, pequenas. Legumes

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sésseis, com os artículos da base atrofiados e o último grande, reniforme.

América Central, Guianas e Norte e Nordeste do Brasil. Todas são forrageiras de primeira qualidade, quer verdes,

quer fenadas. ENTRADA DE BAILE – Mimo do Céu. ENXÊRTO – Denominação aplicada a diversas

Lorantáceas (Erva de Passarinho) e às Cactáceas pendentes do gênero Rhipsalis:

1 – Rhipsalis cassutha Gaertn – Caules finos, inermes, longos, pendendo em grande massa do alto das árvores. Flores pequenas e esbranquiçadas. Baga globosa, de 5 mm. de diâmetro, branco-translúcida. Pará até S. Paulo.

2 – Rhipsalis sarmentacea Otto – Caules cilíndricos ou sub-angulosos, verdes, pendentes, de uns 60 cm. de comprimento. Flores solitárias, opostas e brancas. Baga preta, luzidia. Ceará, Pernambuco até o Rio Grande do Sul. Roseta, em Pernambuco; Chula e Cardo Pendurado, na Bahia.

ENXÊRTO DE PASSARINHO – Erva de Passarinho. ERVA – Nome vulgar não só das plantas de haste tenra,

delicada, mole, como também das venenosas, indeterminadas pelo povo.

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ERVA BABOSA – Babosa. ERVA CIDREIRA – Melissa officinalis Linn., da família

das Labiadas. Planta européia, perene, subarbustiva, mais ou menos

vilosa, com cheiro semelhante ao do limão, ramosa, formando touças mais ou menos eretas. Folhas opostas, pecioladas, grandes, ovais, crenadas, verde-clara ou acinzentadas. Flores brancas, dispostas em cimeiras.

Cultivada em quase todas as habitações pelas suas propriedades estimulantes e antiespamódicas.

O apelido tornou-se extensivo a certas Verbenáceas, como a Lippia citriodora H.B.K.

ERVA DA COSTA – Maria da Costa. ERVA DE BICHO – Pimenta d’Água. ERVA DE CABRA – Euphorbia sp., da família das

Euforbiáceas. “Ervinha rasteira, leitosa, de caule vermelho, nodoso, com

folhas pequenas, opostas, elíticas e serreadas; flores mudinhas, de cor rosada ou avermelhada, em pequenos cachos axilares; fruto uma cápsula muito miúda, trilocular, contendo três sementinhas escuras”.

Toda a planta e o suco, consoante Dias da Rocha (11, 140), de quem copio a descrição, é antidiarréica.

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ERVA DE CALÇADA – Erva de Cabra. ERVA DE CHUMBO – Cipó de Chumbo. ERVA DE COBRA – Mikania cordifolia Willd.

(Cacalia cordifolia Linn. f.), da família das Compostas. Trepadeira arbustiva e lenhosa, às vezes com 4 m. de

comprimento, de ramos pubescentes, angulares e estriados. Folhas opostas, pecioladas, ovadas, delgadas, flácidas, denteadas, cordiformes na base, obtusas ou quase acuminadas no ápice, levemente pubescentes na página superior e densamente na inferior. Flores alvas, em capítulos pequenos, corimbosos, 4-flores. Aquênio truncado, 5-angular.

O sumo desta planta passa como poderoso antídoto das mordeduras dos ofídios, devendo, para maior efeito, ser inoculado em diversos pontos da pele. A infusão das folhas e talos novos serve de tônico, diurético, febrífugo e sudorifico. Afirmam também que é remédio eficaz contra as perturbações do estomago e intestinos.

A Mikania scandens Willd., que cresce de preferência nos terrenos úmidos, tem o mesmo nome popular e as mesmas propriedades, sendo às vezes distinguida com o nome de Erva de Cobra Branca.

A sinonímia de Mikania cordifolia é bastante complexa, convindo ler a respeito o que escreveu J. Sampaio (91, 88).

Da parte meridional dos Estados Unidos à América do Sul. Guaco, da Bahia para o sul do país.

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ERVA DE LEITE – Euphorbia hyssopifolia Linn.

(Euphorbia brasilienses Lam), da família das Euforbiáceas. Erva subereta, de caule avermelhado, lactescente, até 30

cm. de altura. Folhas pequenas, verdes, em inflorescência cimosa, terminal. Cápsula pequena, com sementes elipsóides e rugosas.

O suco recomenda-se no tratamento das doenças dos olhos.

Das Guianas até S. Paulo. Burra Leiteira, em Pernambuco; Erva de Andorinha, Erva de Santa Luzia, em S. Paulo.

ERVA DE PASSARINHO – Designação de diversas

plantas lenhosas, pertencentes à família das Lorantáceas, que parasitam árvores e cuja disseminação se faz por intermédio dos pássaros.

No Ceará, foram assinaladas as seguintes: Phoradendron bathyoryctum Eichl., P. coriaceum Mart., P. crassifolium Eichl,. P. emarginatum Mart., P. latifolium Grisem., P. quadrangulare Krug., & Urb., P. tunaeforme Eichl., Phthirusa obdita Moore., P. pyrofolia Eichl., Psittacanthus robustus Mart., Struthanthus flexicaulis Mart., S. polyrhizus Mart., S. syringifolius Mart.

ERVA DE RATO – Nome dado às seguintes Rubiáceas:

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1 – Psychotria chloritica Muell. Arg. – Arbusto de 1-2 m. de altura. Folhas opostas, glabras, elíticas, até 10 cm. de comprimento, providas de estipulas furcadas entre os pecíolos. Flores pequenas, amarelas, em panículas quase umbeliformes. Baga 8-sulcada.

Tóxica para o gado. Pernambuco até S. Paulo. 2 – Psychotria marcgravii Spreg. (Palicourea

Marcgravii St. Hil., palicourea noxia Mart.) – Arbusto até 3 m. de altura, de caule lenhoso e nodoso, verde-escuro, muito quebradiço. Folhas oposta, pecioladas, estipuladas, oblongo-lanceoladas, variáveis na coloração e no tamanho. Flores tubulosas, amarelas na base e roxo-escuras ou azuladas na metade superior, dispostas em panículas curtas, avermelhadas ou alaranjadas. Baga 2-locular, pequena, 2-sulcada, vermelha e depois roxo-escura.

É a mais tóxica das ervas de rato e responsável pela morte de grande número de bovinos e equídeos, anualmente.

Quase todo o Brasil donde é natural. “As matas hidrófilas são o seu “habitat”, mas, derrubadas as mesmas, permanece nas capoeiras medra nos matagais secundários que sobrevivem, surge nas serras e nos vales, nos terrenos férteis e nos safaros, sempre pronta para envenenar a rês faminta, que, baldada de recursos forrageiros nos descampados, nos matagais procura mitigar a fome, nos meses de estio”. (92, 284). No Nordeste encontra-se nas serras úmidas e na zona da mata, raramente no sertão.

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3 – Psychotria rigida Willd. (Palicourea rigida H.B.K.) – Arbusto até 3 cm. de altura, glabro, de caule quadrangular-obtuso. Folhas opostas, rígidas, quase sésseis, elíticas ou oblongo-ovadas, amareladas, alcançando até 30 cm. de comprimento, sendo, portanto, maiores do que o caule. Flores pequenas, branco-amarelas, em panículas terminais. Drupa com sementes sulcadas na parte ventral.

Suspeita de tóxica. Empregada na medicina caseira como regulador da circulação, emético, diurético e diaforético.

Todo o Brasil. Gritadeira, na Bahia; Erva Gritadeira, no Rio Grande do Sul.

Ainda por Erva de Rato se conhecem diversas outras Psychotrias, habitantes das serras frescas. O nome parece ter a sua origem na aplicação das sementes dessas plantas como raticida. Ao tempo de Pompeu, no Ceará, nos meses de julho a setembro, colhiam-se as sementes da Erva de Rato Verdadeira (P. Maregravii Spreng.), que constituem objeto de limitado comércio (25, 181).

NOTA – Pickel (23, 192), opina que a Erva de Rato comum nas matas do Nordeste e a Psychotria crocea Swartz e põe em dúvidas a existência na região de P. Maregravii, assinalada entre outros por Luetzelburg (24, II, 80).

ERVA DE SANTA MARIA – Mastruço. ERVA DE SOLDADO – Aperta-Ruão.

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ERVA DE VIDRO – Língua de Sapo. ERVA DOCE – Pimpinelia Anisum Linn., da família das

Umbelíferas. Planta herbácea africana, de folhas fendidas e flores alvas

em amplas umbelas. Frutos condimentares, estimulantes, carminativos.

Raramente cultivada, sobre canteiros, ao lado do coentro. Também chamada Anis. ERVA LANCÊTA – Solidago microglossa DC., da

família das Compostas. Planta herbácea, ereta, até 1,50 m. de altura, pubescente e

estolonífera. Folhas alternas, sésseis, linear-lanceoladas, agudas, com 2-4 apículos na margem superior. Pequenos capítulos de flores douradas, dispostas em panículas piramidais.

Pouco cultivada. As suas flores substituem a arnica, em infusão.

Natural do Brasil. ERVA LOMBRIGUEIRA – Lombrigueira. ERVA MIJONA – Commelina deficiens Kunth., da

família das Comelináceas. Erva estolhosa, até 50 cm. de altura, de flores irregulares,

axilares azuis.

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Folhas emolientes, anti-reumáticas, anti-blenorrágicas, anti-hemorroidais e principalmente diuréticas. Fornece forragem tenra, suculenta, tida como galactagoga.

Cresce nos lugares úmidos. Maranhão até Minas Gerais. Marianinha, na Bahia; Trapoeraba, nos Estados sulinos.

ERVA MOURA – Solanum nigrum Linn., (Solanum nudiflorum Dunal), da família das Solanáceas.

Herbácea ou lenhosa, até 3 m. de altura de ramos pubescentes ou vilosos. Folhas longo-pecioladas, pequenas, ovadas, rombóideas ou lanceoladas, sinuado-denteadas ou inteiras. Flores miúdas, brancas ou azuladas, em delicadas umbelas pedunculadas. Baga globosa, negro-arroxeada, 5-7 mm. de diâmetro.

Toda a planta é calmante e emoliente. Considerada tóxica para o gado.

Cosmopolita das regiões tropicais a temperadas de ambos os hemisférios. Pimenta de Galinha, na Bahia; Caáxixá, no Rio de Janeiro; Pimenta de Galinha e Erva do Bicho, em S. Paulo.

ERVA PIMENTA – Agrião. ERVA PIPI – Tipi. ERVA SANTA – Mastruço. ERVA TOSTÃO – Pega-Pinto.

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ERVANÇO – O apelido cabe às seguintes Amarantáceas:

Floelichia Humboldtiana Seub., F. lanata Moq., Gomphrena cearenses Moq., G. demissa Mart., G. Gardneri Moq., com a sua var. cearenses Hub., Telanthera brasiliana Moq., T. Dentata Moq., T. polygonoides Moq., juntamente com as var. diffusa Mart. e ereta Moq.

São plantas de pequeno porte, no máximo 1 m. de altura, herbácea ou pouco lenhosas, ornadas de flores miúdas, dispostas em capítulos, com brácteas secas.

Na época pluvial, crescem nos lugares abertos, cobrindo largos trechos do sertão e da zona litorânea. As reses as procuram e os vaqueiros sustentam que são forrageiras ótimas para produção de leite gordo, advindo-lhes, por isso, o nome de Nateiras. Por causa dos seus capítulos, tem também o apelido de Cabeça Branca. No Ceará, ainda são conhecidas por Quebra Panela.

ERVILHA – Pisum sativum Linn., da família das

Leguminosas Papilionóideas. Trepadeira herbácea ou subarbustiva. Folhas geralmente

com 4 folíolos, cuja raque termina em gavinha. Flores brancas, roxas ou azuis. Vagem com 3-5 sementes globosas.

Há diversas variedades. Os seus grãos, tanto verdes como secos, riquíssimos em matérias protéicas e gordurosas, constituem valioso alimento.

Natural da região mediterrânea.

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ESPADA DE SÃO JORGE – Linho Africano. ESPELUIA – Clitoria Ternatea Linn., da família das

Leguminosas Papilionóideas. Trepadeira de folhas pinadas, com 5-7 folíolos. Flores

grandes, axilares, solitárias, azuis ou claras. Lindamente ornamental, floresce quase todo o ano e se

presta para caramanchões. Originária da África. ESPINAFRE – Spinacia oleracea Linn., da família das

Quenopodiáceas. Erva de folhas radicantes, carnosas, triangulares ou ovais,

consumidas como verdura. Pouco cultivada no Ceará. Natural da Europa. ESPINHEIRO – Denominação aplicável a várias plantas

espinhosas ou aculeadas. ESPINHEIRO BRAVO – Acácia piauhyensis Benth., da

família das Leguminosas Mimosóideas. Arvoreta de folhas bipinadas, com 10-20 jugos de folíolos.

Flores róseas, pubescentes, em espigas alongadas e cilíndricas. Caatingas do Ceará e Piauí.

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ESPINHEIRO D’ÁGUA – Calumbi de Lagoa ESPINHEIRO PRETO – Mimosa hostilis Mart,. da

família das Leguminosas Mimosóideas. Arbusto pubescente, com acúleos esparsos. Folhas

bipinadas. Inflorescência em espigas com flores tetrâmeras. Vagem pluriarticulada.

Cresce nos sítios alagadiços

NOTA – Este nome também se aplica à Acácia glomerosa Benth., das Leguminosas Mimosóideas, da América tropical, e frequente na Paraíba e Pernambuco.

ESPINHO DE CARNEIRO – Basanacantha spinosa K.

Schum., da família das Rubiáceas. Arbusto até 2 m. de altura, revestido de pelos

estreliformes, de ramos cilíndricos armados de espinhos lenhosos, duros e agudos, opostos 2-2, às vezes 4-4 nos nós, e 2-4 nas extremidades. Folhas pecioladas, aglomeradas, ovais ou oval-oblongas. Flores terminais, solitárias, de corola um tanto pilosa por fora, brancas, aromáticas. Baga polispérmica, amarela quando madura, de sementes chatas, quase pretas.

Planta ornamental. Raízes depurativas de primeira classe. Quase todo o Brasil. Limão do Mato, na Bahia e Rio de

Janeiro; Limão do Mato e Fruta de Cachorro, em S. Paulo; Angélica, Limoeiro do Mato, no Rio Grande do Sul.

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ESPINHO DE JUDEU – Nome das duas Flacurtiáceas: 1 – Xylosma ciliatifolium Eichl – Espinho de Agulha,

em Pernambuco. 2 – Xylosma Salzmanni Eichl – Espinho de Judeu e

Sapicuxava, em S. Paulo. São árvores ou arvoretas até 5 m. de altura, de tronco

direto, armado de espinhos ramificados, fortes, acerados e muito longos. Folhas simples, rijas depois de adultas. Flores pálidas, pequenas, em umbelas fasciculadas.

As feridas produzidas pelos seus espinhos são perigosas. ESPIRRADEIRA – Nerium Oleander Linn., da família

das Apocináceas. Arbusto ou arvoreta muito esgalhada, de ramos novos

trigonos. Folhas opostas ou 3-verticiladas, curto-pecioladas, lanceoladas, agudas, coriáceas. Flores róseas, raramente brancacentas, fragrantes, dobradas às vezes, vistosas, em panículas corimbosas, terminais. Folículo duplo ou singelo, de sementes numerosas, aveludadas, cobertas de pelos sedosos, com pincel não persistente no ápice.

Há as variedades de flores singelas: brancas (álbum), amareladas (flavum), estriadas de amarelo (áureo-variegata) e as de flores dobradas – amarelas (luteum), variegadas (splendens).

Cultivada nos jardins. Extremamente venenosa. Possui o heteróside cardiotônico oleandrina, de ação imediata e paralisante sobre o coração.

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Originária da bacia do Mediterrâneo. ESPORA – Denominação universal das espécies do

gênero Delphinium, da família das Ranunculáceas. Encontram-se nos jardins especialmente as duas seguintes:

1 – Delphinium Ajacis Linn – Erva ereta, de folhas alternas, muito divididas. Flores numerosas, irregulares, em grandes racemos, com uma espora em uma das sépalas e duas pétalas azuis ou brancas.

Natural da Europa. 2 – Delphinium grandiflorum Linn – Semelhante à

anterior, mas com quatro pétalas azuis ou brancas, às vezes dobradas, grandes.

Tem por pátria a China. ESPORRINHA – Espora. ESPUMA DE SAPO – Língua de Sapo. ESTEFÂNIA – Cobaea scandens Cav., da família as

Polemoniáceas. Trepadeira de folhas alternas, pinatífidas, glabras, providas

de gavinha. Flores solitárias, grandes, campanuladas, roxas, avermelhadas, às vezes verdes. Fruto capsular, comestível.

Natural do México e cultivada nos jardins. Também Cobeia, vulgarização do genérico.

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ESTEFANOTES – Stephanotis floribunda Brongn., da

família das Asclepiadáceas. Trepadeira arbustiva, de flores grandes, brancas ou cremes,

numerosas, altamente aromáticas, dispostas em grandes cimeiras curto-pedunculadas, axilares, umbeliformes.

Lindamente ornamental, especialmente para caramanchões e revestimento de colunas.

Originária de Madagascar. Angélica do Japão, na Amazônia e também no Ceará.

ESTERCO DE PASSARINHO – Erva de Passarinho ESTOTUQUE – Epaltes brasiliensis DC., da família das

Compostas. Herbácea, ereta, de folhas oblongo-lanceoladas,

acuminadas, serreado-denteadas. Flores amarelas em capítulos pequenos e pedunculados. Aquênio com papo abortivo.

Típica dos carrascos. Do Maranhão à Bahia. ESTRELA – Eucharis grandiflora Planch. (Eucharis

amazônica Linden), da família das Amarilidáceas. Planta herbácea, bolbosa. Folhas 2-4, longamente

pecioladas, oblongo-ovadas, acuminadas, agudas, um pouco cordiformes na base, de um verde brilhante, com cerca de 30 cm. de comprimento por 15 de largura. Inflorescência em umbela terminal, de 3-4-6 flores sobre um escapo que chega a

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medir mais de 50 cm. de comprimento. Flores alvas, aromáticas, grandes, até 12 cm. de diâmetro, com um tubo comprido, cilíndrico e curvado, abrindo-se em lobos dispostos em estrela.

Originária das matas amazônicas, passou aos jardins pela elegância de suas flores, que se abrem sucessivamente, prolongando a floração. Estrela do Norte, na Amazônia, Rio de Janeiro e outros Estados; Flor de Noiva, no Rio Grande do Sul. No Ceará ainda lhe chamam de Íris.

ESTRELA DE OURO – Chrysanthmum segetum Linn.,

da família das Compostas. Erva ereta, simples ou ramosa, glabra, até 80 cm. de altura.

Folhas denteadas ou 3-fendidas ou pinatilobadas, verde-claras. Inflorescência em pequenos capítulos solitários, amarelo-ouro.

Excelente para embelezar os jardins, prestando-se à formação de largos panos dourados. Natural da Europa, N. da África e SO da Ásia.

ESTRELA DO NORTE – Randia mitis Linn. (Randia

aculeata Linn., Gardênia Randia Swartz., Randia latifólia Lam.), da família das Rubiáceas.

Arbusto de 1-3 m. de altura, geralmente armado de espinhos. Folhas sésseis ou curto-pecioladas, opostas ou decussadas, variáveis na forma: obovais, oblongas, lanceoladas. Flores grandes, axilares, curto-pedunculadas, hipocrateriformes, brancas, muito aromáticas. Baga pequena, sub-globosa ou ovóide.

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Ornamental. Do México até Colômbia. Aclimada no Brasil.

EUCALIPTO – Este gênero da família das Mirtáceas, originário da Austrália e ilhas adjacentes, acha-se disseminado por todas as partes do mundo. Conta cerca de 400 espécies, algumas, verdadeiras gigantes vegetais, tal o Eucalyptus amygdalina Labill., com 150 m. de altura e 30 de circunferência na base do tronco, ao passo que outras não excedem pequenos arbustos. A maioria, porém, é de árvores excelsas. O tronco eleva-se altivo, linheiro, afinando-se lentamente de baixo para cima, qual elegante coluna. Uma casca fina e lisa ou grossa e áspera, aderente ou se destacando com facilidade, reveste-o em todo a sua extensão. As folhas são persistentes, opostas ou alternas, sésseis ou pecioladas, de limbo variável na forma e na cor, mais ou menos coriáceo, glabro ou pruinoso, com glândulas óleo-resinosas. Dispõem-se verticalmente para baixo expondo aos raios luminosos mais intensos apenas as bordas do limbo. Flores pequenas, axilares, solitárias ou em umbelas, raras vezes em panículas ou corimbos, na extremidade dos ramos. Fruto pequena cápsula, quase seca, que se abre no ápice, deixando cair as numerosas e minúsculas sementes.

Pelo seu crescimento rápido, adaptação aos mais variados climas e solos e excelência do cerne, a quase totalidade dos eucaliptos recomenda-se mais que nenhuma outra espécie para trabalhos de arborização e reflorestamento. No Brasil, estão hoje as maiores plantações deste interessante e característico gênero

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australásio. Só S. Paulo possui mais de trinta milhões de eucaliptos.

O cerne do eucalipto é em geral duro, de fibras direitas ou revessas, variando a cor do branco-claro ao pardo-escuro. Presta-se a obras de marcenaria, carpintaria, construções navais, estacas, dormentes, lenha, carvão. Extraem-se das folhas e brotos novos óleos usados na indústria, na veterinária e na medicina humana. Aproveita-se ainda o eucalipto como quebra-vento e as flores são bastante melíferas.

Parece-me que os primeiros eucaliptos foram introduzidos no Ceará pelo Senador Tomás Pompeu, que trouxe sementes da Argélia e presenteou-as à municipalidade de Fortaleza. Foi, porém, o Horto Florestal de Quixadá, da antiga Inspetoria de Secas, que, a partir de 1911, introduziu diversas espécies de eucaliptos, havendo-se aclimado algumas delas, mormente na região litorânea. José Luiz de Castro (12, 78-80) resume as observações dos ensaios feitos com 31 espécies, em Quixadá, das quais darei ligeira notícia, a seguir:

1 – Eucalyptus acmenioides Schau. (E. triantha Link., E. cornea Baker) – Árvore alta, com mais de 1 m. de diâmetro, tendo a casca do tronco áspera, fibrosa e persistente. Folhas alternas, oblongo-pecioaldas, acuminada, de base oblíqua, ligeiramente crenulada, coriácea, com numerosas glândulas óleo-resinosas, verde-escuras na página superior e pálidas na inferior. Flores esbranquiçadas, quase sempre em número de 6, dispostas em umbelas axilares ou terminais.

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Madeira forte, clara, de peso específico de 0,538, para soalhos e dormentes.

Esta espécie que parece preferir o litoral e os terrenos úmidos, deu-se bem no sertão, resistindo às estiagens. Os exemplares com 20 meses mediam 8 m. de altura e 15 cm. de diâmetro.

2 – Eucalyptus bicolor A. Cunn. (E. pendula A. Cunn., E. largiflorens F.v.M.) – Tanto aqui como em S. Paulo demonstrou crescimento tardio. Exigente quanto à irrigação. Não se recomenda às terras secas do Nordeste.

3 – Eucalyptus calophylla R. Br. (E. Splachnicarpa Hook) – Árvore de folhagem densa e de casca rugosa e caduca. Folhas ovais, ovado-lanceoladas ou lanceoladas. Flores grandes, cremes, em umbelas solitárias. Fruto grande, ovóide, urceolado, lenhoso, comprimido no bordo.

Espécie delicada para o clima sertanejo. As folhas apresentam-se continuamente murchas ou crestadas e a raiz reage contra a secura do ambiente, tuberizando-se.

4 – Eucalyptus citriodora Hook (E. melissiodora Lindl) – Árvore de porte regular, elegante, de casca quase branca e caduca, empregada em Fortaleza (CE.) na arborização de jardins e parques públicos. As folhas longas, estreitas e glabras nos indivíduos adultos têm um cheiro penetrante, parecido ao da erva cidreira ou da folha da laranjeira e delas extrai-se óleo essencial, altamente volátil. As flores são melíferas. Vegeta bem nos solos sertanejos profundos.

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Tem o apelido de Eucalipto Laranja e é uma das espécies preferidas como antigripal e antifebrífuga.

5 – Eucalyptus colossea F.v.M. (E. diversicolor F.v.M.) – Árvore gigantesca, uma das maiores do mundo, podendo atingir até 130 m. de altura, tendo por pátria o sul da Austrália Ocidental.

Diz José Luiz de Castro que lhe foi adverso o clima sertanejo, porém adiante, quando se refere ao E. diversicolor, baseado nos ensaios feitos em Quixadá, afirma que esta espécie se deu bem naquela localidade sertaneja, alcançando nos terrenos frescos e profundos 8 m. de altura e o diâmetro de 16 cm. aos 20 meses.

Há evidente contradição entre os dois informes, por se tratar de uma única espécie, pois E. diversicolor é sinônimo de E. colossea (93, 186).

6 – Eucalyptus cornuta Labill. (E. macrocera Turcz., E. Annulata Benth.) – Variável quanto ao porte, às vezes, arvoreta, outras grande árvore, de casca escura, pardacenta, rugosa e persistente.

Em Quixadá, mostrou-se muito resistente e, aos quinze meses, media 5 m. de altura e 10 cm. de diâmetro. Não provou bem em S. Paulo e na Califórnia.

Tem a madeira muito flexível e as cascas e folhas ricas em tanino. Presta-se, pela sua ramificação baixa e profusa, para quebra-vento.

7 – Eucalyptus corynocalyx F.v.M. (E. cladocalyx F.v.M.) – Árvore de 30-40 m., de 1-2 m. de diâmetro. Tem a

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casca caduca, os ramúsculos vermelhos e as flores brancas em umbelas axilares.

Desenvolve-se bem no sertão e resiste às estiagens. Em Quixadá os exemplares de 2 anos tinham 8 m. de altura e 15 cm. de diâmetro, crescimento superior ao verificado com esta espécie em Jundiaí e Rio Claro (S. Paulo).

De folhas quase sem aroma e um pouco açucaradas, a sua cultura poderia ser tentada como pasto arbóreo, por serem as ramas novas muito apreciadas pelo gado bovino, lanígero e caprino.

8 – Eucalyptus cosmophylla F.v.M – Esta espécie de aspecto arbustivo ou de pequena árvore não se adaptou ao sertão.

9 – Eucalyptus creba F.v.M. (E. resinifera A. Cunn., E. gracilis Sieb.) – Árvore de 30 m. de altura, tronco cilíndrico e linheiro, casca persistente, áspera, rugosa e escura.

Em Quixadá comportou-se muito bem, alcançando os exemplares 11 m. de altura e 12 cm. de diâmetro aos 30 meses, desenvolvimento bem maior do que o verificado em S. Paulo.

10 – Eucalyptus decipiens Endl – Não vingou no clima sertanejo. É de pouca importância econômica.

11 – Eucalyptus eximia Schau – A sua cultura fracassou no serão nordestino. No sul do Brasil é árvore de crescimento rápido e em Belo Horizonte um dos elementos componentes da arborização urbana.

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12 – Eucalyptus ficifolia F.v.M. – Árvore muito ornamental pelas suas flores grandes e avermelhadas. Não se desenvolveu no clima sertanejo.

13 – Encalyptus globulus Labill – É a espécie mais conhecida e, talvez, a árvore mais disseminada no mundo inteiro. Alcança até 70 m. de altura e, a princípio, o seu porte é piramidal, depois, com a idade, caem os ramos inferiores e a copa torna-se irregular, pouco densa, de cimo marcescente. A casca lisa, acinzentada ou castanha, desprende-se do tronco todos os anos. As folhas, quando adultas, são alternas, pecioladas, coriáceas, ovado-lanceoladas, lanceoladas ou falciformes, agudas, de um verde brilhante. Flores brancas, grandes, vistosas.

Os prolongados estios sertanejos, mesmo mitigados com a irrigação, lhe são adversos. Na zona litorânea, cresce regularmente, sendo mesmo a espécie mais comum do gênero e a preferida na medicina caseira.

14 – Eucalyptus gomphocephala DC – Árvore até 15 m. de altura, de casca lisa ou rugosa, cinzento-escura, persistente, exceto a dos ramos.

Cresceu muito bem nos terrenos marginais aos canais de irrigação e ao rio, no Horto de Quixadá.

15 – Eucalyptus goniocalyx F.v.M. – Esta espécie, que é gigantesca, atingindo até 100 m. de altura, fracassou de todo no ambiente sertanejo.

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16 – Eucalyptus gummifera Hochr (E. corymbosa Smith) – Bela árvore, de excelente madeira, cuja floração dura alguns meses, constituindo ótimo pasto para as abelhas.

Revelou-se resistente e, em 30 meses, atingiu 13 m. de altura e 22 cm. de diâmetro.

17 – Eucalyptus Gunnii Hock (E. ligustrina Miq) – Pequena árvore, até 10 m. de altura, com folhas forrageiras e flores melíferas. Não prosperou na zona sertaneja.

18 – Eucalyptus maculata Hook. (E. variegata F.v.M) – Árvore de grande desenvolvimento, de casca lisa, destacável em amplos pedaços, dando ao tronco aparência de manchado. Flores alvas, melíferas.

Inadaptável ao sertão. Prosperou nas serras frescas. 19 – Eucalyptus marginata Smith – Árvore grande, cujo

cerne goza de reputação mundial pela sua durabilidade. Inadaptável ao sertão nordestino.

20 – Eucalyptus melliodora A. Cunn. – Árvore produtora de excelente madeira, valiosa para obras do chão e hidráulicas. As flores, pequenas e brancas, são nectaríferas e muito procuradas pelas abelhas.

Os exemplares de 2 anos, em Quixadá, mediam 6 m. de altura e 12 cm. de diâmetro, revelando-se, entretanto, sensíveis aos efeitos da ventania.

21 – Eucalyptus obliqua L’Hér – Em seu habitat chega à altura de 100 m. e ao diâmetro de 3 m., contentando-se com terrenos secos e pobres. A casca, fibrosa e resistente, destaca-se em grandes pedaços.

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No sertão de Quixadá, os exemplares de 2 anos de idade mediam a altura de 9 m. e a grossura de 14 cm.

22 – Eucalyptus pilularis Smith – Na Austrália, chega a medir 100 m. de altura e 3 de diâmetro, mas no comum a sua altura média é de 30-40 m. O nome especifico origina-se do formato esférico ou oval das cápsulas, parecido com o das pílulas. Inadaptável ao sertão.

23 – Eucalyptus piperita Smith – Árvore de caule ereto e alto, até 50 m. A madeira fende-se com facilidade. Não se adaptou ao sertão.

24 – Eucalyptus polyanthemos Schau – Árvore alta, de boa madeira, ornamental, própria para a arborização e de folhas melíferas.

Com 30 meses, os exemplares do Horto de Quixadá mediam 8 m. de altura e 13 cm. de diâmetro.

25 – Eucalyptus pulverulenta Sims – Impróprio ao clima sertanejo.

26 – Eucalyptus resinifera Smith – Inadaptável ao sertão. Por equivoco José Luiz de Castro registrou-o com E. resiniflora.

27 – Eucalyptus robusta Smith (E. rostrata Cav.) – Árvore de porte elevado, caule reto, copa arredondada, simétrica, abundante.

Não se adaptou ao nosso meio. 28 – Eucalyptus rostrata Schlecht. (E. longirostris

F.v.M.) – Preferindo os terrenos baixos e úmidos, esta espécie,

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que passa por ser a produtora da madeira mais durável do mundo, não se de modo nenhum ao meio cearense sertanejo.

29 – Eucalyptus tereticornis Smith – Tem o porte piramidal, tronco reto, alto, casca lisa, acinzentado-brancacenta, caduca.

Nos ensaios feitos no antigo Horto de Quixadá, foi a espécie que deu melhores resultados.

Os exemplares ali existentes, aos 30 meses, mediam 14 m. de altura e 25 cm. de diâmetro.

30 – Eucalyptus Trabutii Vilm – Híbrido resultante do cruzamento do E. botryoides com o E. rostrata, obtido na Argélia pelo botânico Trabuti. Planta vigorosa, ereta, de crescimento rápido e de boa madeira. Os ensaios de sua cultura não deram resultados.

31 – Eucalyptus viminalis Labill – Não se houve bem no sertão: faltava aos caules novos a devida resistência para suportarem fortes ventanias.

EU E TU – Bem casados.

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F

FACHEIRO – Cereus squamosus Guerk, da família das Cactáceas.

Robusto, pouco ramificado, verde-escuro, armado de espinhos agudos, de flores grandes, isoladas e alvas, atinge até 10 m. de altura.

Cresce por toda a zona semiárida nordestina, caracterizando-lhes os trechos mais secos e agrestes.

Compara-se-lhe no porte apenas o mandacaru, com o qual ou isoladamente se aglomera, formando, às vezes, verdadeiras matas, que dominam trechos das caatingas com as suas elevadas colunas candelábricas. Por lembrar o seu aspecto um grande facho especado ao chão, deu-lhe o sertanejo o sugestivo nome de facheiro.

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Quando novo, devidamente isendo dos espinhos, é forraginosso. Cedo, porém, se lenhifica e chega, no seu completo desenvolvimento, a dar madeira branca, capaz de ser desdobrada em tabuas leves. As raízes são aproveitadas na confecção de colheres de pau. Bagas comestíveis.

FALSO ORÓ – Jiquitirana. FAVA – Denominação das Leguminosas Papilionóideas: 1 – Phaseolus lunatus Linn – Trepadeira herbácea, vivaz,

até 2-3 m. de altura. Folhas trifoliadas, com folíolos grandes, ovais, acuminados. Flores muito pequenas, de um branco esverdeado, agrupadas em cachos multifloros. Vagem falciforme, comprimida, rugosa, terminada por um bico, de comprimento e largura diversos, consoante a variedade. Os grãos, em número de 2-3, são achatados, reniformes, com estrias radiantes entre o hilo e a sutura dorsal e com tegumento branco, roxo, verdoso, negro ou marmoreado de roxo, negro ou violeta, segundo as variedades.

Originária da América do Sul. Introduzida e cultivada em todas as regiões quentes do mundo.

2 – Phaseolus multiflorus Willd – Trepadeira vigorosa até 3 m. de altura, de raiz algumas vezes tuberosas, vivaz, mas comumente cultivada como anual. Folhas trifoliadas. Flores abundantes, escarlates, brancas ou bicolores, em racemos maiores que as folhas. Vagem muito larga, rugosa, arqueada,

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contendo até 5 grãos grandes, pesados, mosqueados de bruno, púrpura ou negro sobre fundo lilás ou rosado.

Com diversas variedades, entre as quais uma de grão totalmente branco.

Também originária da América do Sul e Cultivada por todo o mundo tropical. Feijão Trepador, no Rio de Janeiro.

FAVA DE BOI – Canavalia obtusifolia DC., da família

das Leguminosas Papilionóideas. Trepadeira de folhas trifoliadas, com folíolos ovais

acuminados, grandes, espessos, 5-7 cm. de comprimento. Flores róseas ou roxo-claras em racemos axilares, semieretos, longamente pedunculados. Vagem pendente, convexa, 10-13 cm., com 4-6 sementes castanhas, comprimidas.

Ornamental. Ramas forrageiras. Sementes tóxicas. Cosmopolita tropical, preferindo as praias litorâneas. FAVA DE RAMA – Feijão de Porco. FAVA VERDADEIRA – Vicia Fab Linn., da família das

Leguminosas Papilionóideas. Planta herbácea, anual, pouco ramosa, de talos com 4

aristas, até 1 m. de altura. Folhas paripinadas, 1-3 pares de folíolos grandes, elítico-oblongos, gláucos. Flores grandes, brancas, róseas, com manchas escuras nas asas, em racemos pedunculados. Vagem carnuda, pubescente, grossa, com 3-8 sementes achatadas, variáveis no formato e grossura, castanho-

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claras, roxas ou verdosas, consoante e forma hortícola. As vagens tenras constituem excelente alimento.

Natural do Velho Mundo. FAVEIRA – Nome comum às seguintes Leguminosas

Papilionóideas: 1 – Clitoria cearensis Hub – “Planta pequena, até 30 cm.

de altura, caule lenhoso na base, ferrugineo-viloso ou piloso na parte superior, ramoso; estípulas ovado-acuminadas, estriadas, glabras, ciliadas nas margens; folhas pecioladas (pecíolo ferrugíneo-piloso de 3 cm.), composta de folíolos ovados ou elíticos, obtusos no ápice, raramente agudos, levemente mucronados, até 6 cm. de comprimento, vernicosos e escuros na página superior, canescente pubescente na inferior e com nervuras ocráceas e salientes; pedúnculos bifloros; fruto vagem de 35 mm. de comprimento e 9 mm. de largura, subfalcada, cuspidada, glabra”. (94, 35).

Ceará. 2 – Pteredon pubescens Benth – Árvore até 10 m. de

altura, de caule linheiro, de casca fina, lisa e brancacenta, pobre de ramagem. Folhas compostas de 20-36 folíolos oblongos, escabrosos e verde-escuros. Flores vermelho-pálidas, dispostas em panículas. Vagem drupácea, sublenhosa, achatada, monosperma. Semente dura e porosa.

Madeira revessa, porém excelente para construção, lenha e carvão. Peso especifico 0,948 a 1,169; resistência ao esmagamento 658 kg por cm.², e à flexão 1.209 kg. A casca, os

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folíolos e vagens encerram óleo essencial. Os dois últimos são forraginosos e o óleo da casca empregam no combate ao reumatismo.

Nos cerrados que se encontram na serra do Araripe, Minas Gerais, S. Paulo, Goiás e Mato Grosso. Conhecida ainda por Faveiro.

3 – Teramnus volubilis Swartz – Erva pequena, trepadeira, de folhas macias, 3-foliadas, brancas inferiormente. Flores róseas, miúdas, dispostas aos pares, espaçadamente, em longos pedúnculos. Vagem fina, de extremidade curvada, muito pilosa, cor de ferrugem.

Excelente forragem. Das Antilhas até S. Paulo. 4 – Vatairea macrocarpa Ducke (Tipuana amazonica

Ducke) – Árvore de porte pequeno, com flores violáceas. O lenho é pesado, pardo-amarelo, estriado, longitudinalmente de escuro e claro. Presta-se para construção.

Pará, Ceará, Mato Grosso. Também chamado Faveiro. 5 – Dimorphandra Gardneriana Tul., das Leguminosas

Cesalpinióideas. Árvore pequena, de copa alongada, folhagem profusa e

elegante, de casca tanífera. Nos cerrados do Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia e

Goiás. Conhecida ainda por Faveiro. FAVEIRO – Faveira.

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FAVELA – Cnidoscolus phyllacanthus Pax & K. Hoffm. (Jatropha phyllacantha Mart.), da família das Euforbiáceas.

Árvore de 3-5 m. de altura, irregularmente esgalhada, lactescente, profusamente armada de espinhos cáusticos. Folhas longas, grossas, lanceoladas, profundamente recortadas, com pequenos acúleos no limbo e espinhos nas nervuras. Flores alvas, hermafroditas, de 4 mm. de diâmetro, em pequenos cachos axilares e terminais. Cápsula deiscente, provida de sementes parecidas com as de mamona.

As picadas dos espinhos da favela provocam inflamações dolorosas, demoradas e, se atingem uma articulação, podem até aleijar a parte afetada. Essa extrema virulência talvez se deva ao látex encontrado em toda a planta. Seco, o látex torna-se quebradiço e o aproveitam na iluminação e como mezinha balsâmica.

As folhas maduras e a casca servem de forragem às cabras, carneiros, jumentos e mesmo aos bovinos. As sementes engordam as galinhas, porcos e ovídeos.

Porém a grande importância da favela esta em suas sementes, como sobejamente demonstraram os estudos realizados pelo Serviço Agro-Industrial, dando a esta planta uma posição destacada como produtora de óleo alimentício e de farinha, esta rica em sais minerais e principalmente em proteínas, conforme se verifica das análises seguintes (90, 94):

Óleo:

Óleo extraído das amêndoas c/solvente .............................. 51,9% Índice de saponificação ..................................................... 192,6%

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Índice de acidez ...................................................................... 0,76 Acidez ácido oléico ................................................................. 0,38 Densidade 15º ..................................................................... 0,9226 Índice de refração n20 D ..................................................... 1,4718

Torta (depois de retirado o óleo, seca e peneirada):

Umidade .............................................................................. 2,98% Matérias minerais ................................................................ 8,32% CaO ..................................................................................... 0,68% P2O5..................................................................................... 4,28% Proteínas (na farinha limpa e seca) ................................... 66,31% Açúcares reduzidos (glicose) .............................................. 3,58%

Xerófila por excelência, habitando os tabuleiros rasos e pedregosos dos sertões mais secos do Nordeste, desde o Piauí até a Bahia, a favela está pedindo um minucioso estudo botânico-agrícola que a integre em definitivo na economia regional.

FAVELEIRA OU FAVELEIRO – Favela. FAVINHA – Peltphorum dubium Taub. (Peltophorum

Vogelianum Benth., da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Árvore de porte elevado. Folhas binpinadas, 20-30 pares de folíolos oblongos, pequenos. Flores amarelas em amplas panículas terminais. Legume plano, alado nas duas faces.

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Madeira dura, de cerne cor de rosa desmaiado, para construção e marcenaria. Peso específico: 0,750. Recomenda-se ainda na arborização dos logradouros públicos e estradas.

Do Nordeste até o N. da Argentina. Cancença, em Pernambuco, ao lado de Favinha, nome que parece ser geral na região nordestina. Ibirapuitá, Tamburi, Tamboril, Canafisula, nomes vulgares desta planta a partir da Bahia para o Sul.

FEDEGOSO – Heliotropium indicum Linn., da família

das Borragináceas. Erva de caule híspido, 30-90 cm. de altura. Folhas ovado-

lanceoladas, cordiformes, rugosas, pubescentes. Flores pequenas, violáceas, em cimos escorpioides terminais ou também laterais, comumentes solitários. Fruto drupáceo, glabro, de 2,5 mm. de comprimento. Raízes, folhas, flores desobstruentes, diuréticas, peitorais. O suco da planta passa por especifico das moléstias cutâneas.

América tropical. Quase todo o Brasil. Borragem Brava e Crista de Galo, na Bahia; a última denominação também no N de Minas de Gerais.

FEDEGOSO BRAVO – Apelido das Borragináceas:

Heliotropium angiospermum Murr e Tiaridium filiforme H.B.K. – São ervas humildes, híspidas, com flores pequeninas, em cimeiras terminais ou axilares.

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FEDEGOSO DO MATO – Heliotropium elongatum Willd., da família das Borragináceas.

Erva pilosa, ereta de folhas pecioladas, alteras e opostas, rombóideas ou quase cordato-ovadas e oblongas, rugosas e pubescentes. Flores alvas e violáceas, com o centro amarelo, em cimos escorpióides, solitários, raramente geminados. Fruto composto de 4 drupas.

Raízes, flores e folhas desobstruentes, diuréticas, peitorais. Quase todo o Brasil. Aguaraquinhá, na Bahia. FEDEGOSO MIÚDO – Fedegoso Bravo (Tiaridium

filiforme H.B.K.). FEDEGOSO VERDADEIRO – Fedegoso. FEIJÃO – De modo geral, este nome serve para designar

duas Leguminosas Papilionóideas, cujos grãos, juntamente com a farinha de mandioca, constituem a base alimentar do povo brasileiro.

Essas espécies e suas respectivas variedades são agrupadas pelos lavradores em duas classes, conforme o modo de colhe-las: feijão de arrancar e feijão de corda ou de apanhar.

O feijão de arrancar possui as variedades de maior valor nutritivo, provindo-lhe o nome de serem as plantas arrancadas do solo quando as vagens atingem a maturidade.

A segunda categoria pertencem os feijões de vagens cilindráceas, compridas, colhidas uma a uma.

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FEIJÃO BRAVO – Denominação comum às espécies

nativas dos gêneros Phaseolus, Vigna e Centrosema, da família das Leguminosas Papilionóideas.

FEIJÃO CUANDU – Cajanus indicus Spreng., da

família das Leguminosas Papilinóideas. Arbusto vivaz, até 4 m. de altura, bem ramificado, todo

pubescente. Folhas trifoliadas, estipuladas, com folíolos oblongo-lanceolados, aveludados, verde-amarelados. Racemos axilares curtos, flores de 2 cm., amarelo-sujas (Cajanus flavus DC.) e algumas vezes estriadas ou maculadas de vermelho (Cajanus bicolor DC.), Vagens desicentes, duras, coriáceas, oblongo-lineares, pubescentes, caracterizadas por estrangulações oblíquas sobre cada valva, com 5-7 sementes de contorno que lembra um D, castanho-claras, amarelas, manchadas, lisas e brilhantes.

Com as mesmas propriedades alimentares do feijão. Na Índia e África nutre grande copia humana. Bastante cultivado nos Estados nordestinos, à roda dos roçados, fazendo o papel de cerca. No Ceará a sua cultura situa-se de preferência no Cariri e a na Serra do Araripe.

Originário da África Equatorial, segundo De Candolle, ou da Índia, conforme Bentham. O nome apresenta as seguintes variantes: Feijão Guando, Feijão Andu, ou simplesmente Andu, Cuandu, Guandu.

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FEIJÃO DE ARRANCAR – Phaseolus vulgaris Linn., da família das Leguminosas Papilionóideas.

Planta herbácea, anual, ereta (Phaseolus nanus Linn) ou trepadora. Folhas trifoliadas, membranosas, com estípulos triangulares. Flores em racemos axilares mais curtos que as folhas, lilases ou brancas, de carena enrolada em espiral. Vagem reta ou algo arqueada, cilíndrica ou comprimida, com pergaminho ou sem ele, de ápice comprido e mole. Sementes comprimidas lateralmente ou cilíndricas, retas, reniformes, elíticas ou ovóides, sem estrias radiais, unicolores ou multicolores, brilhantes, brancas, castanhas, roxas, negras, verdosas segundo as variedades.

Espécie muito polimorfa. Possui perto de 500 formas agrícolas, porém as mais comuns não excedem de 70.

Em 1822 o botânico italiano Pietro Savi, tomando por base os grãos, reuniu as variedades cultivadas em 8 espécies, cuja maior parte foi admitida por De Candolle em seu Prodromus. Outras classificações surgiram posteriormente procurando enquadrar no campo da sistemática as diversas raças de Ph. Vulgaris e nanus de Linneo, cuja forma típica, natural da América do Sul e cultivada pelos seus primitivos habitantes, é o conhecido Feijão Mulatinho ou Feijão de Arrancar.

FEIJÃO DE BOI – Nome das seguintes plantas: 1 – Crotalaria incana Linn., da família as Leguminosas

Papilionóideas.

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Erva tomentosa, ereta ou rasteira, até 1 m. de altura. Folhas trifoliadas, longo-pedunculadas, com folíolos elíticos, orbiculares, ovais, obtusos, glabros na face superior e pubescentes na inferior. Flores amarelas, pendentes, em inflorescências terminais. Vagem muito vilosa, de 3-4 cm. de comprimento, um tanto estipada.

Abundante nas capoeiras. Possui alto valor forrageiro, havendo a análise encontrada 19,5% de matéria azotada no feno das plantas em flor. Também abubo verde.

Cosmopolita tropical e subtropical. Conhecida ainda por Gergelim Bravo.

2 – Dioclea virgata Amshoff. (Dioclea lasiocarpa Mart.), da mesma família da anterior.

Cipó de caule frio, peludo, 5-6 m. de comprimento. Folhas grandes trifoliadas, com folíolos acuminados e arredondados na base, pubescentes na parte superior e nas nervuras inferiores. Flores róseo-violaceas, muito caducas, em racemos compactos, longos e axilares. Vagem vilosa, 10-13 cm. de comprimento por 2-3 de largura. Sementes grandes.

Ornamental. América Meridional tropical e subtropical. Do Amazonas a

S. Paulo. Mucunã, às vezes. 3 – Dioclea lasiophylla Mart., das Leguminosas

Papilionóideas. Trepadeira sericeo-tomentosa. Folhas com 3 folíolos

ovado-elíticos, obtusos, sericeo-pubescentes em ambas as faces. Flores roxas ou vermelho-escuras com uma mancha linear-

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oblonga e verde no vexilo, dispostas em racemos de 30-40 cm. de comprimento. Vagem rufo-aveludada, de 5-7 cm. de comprimento, com 8-10 sementes.

Prefere os terrenos praieiros, as encostas das dunas e os brejos por elas formados. América Meridional tropical e subtropical. Do Amazonas até S. Paulo. Mucunã, às vezes.

4 – Desmodium pabulare Hoehne (Meibomia pabularis Hoehne), das Leguminosas Papilionóideas.

Arbusto até 3 m. de altura, vivaz, de caule ereto, glabro, lenhoso, de ramos virgados, roliços esparso-pubescentes. Folhas simples, às vezes trifoliadas na parte superior, membranáceas, um pouco viscosas no estado verde, sendo os folíolos obovais e os pecíolos glabros ou pubescentes. Flores pequenas, alvas ou levemente arroxeadas, em grandes panículas terminais. Vagem levemente estipada, com 5-7 artículos, estreitamente ligados entre si, revestida de pelos apreensores esparsos.

Forrageira de 1: 2,8 de relação de relações nutritiva, muito apreciada pelo gado, devendo ser cortada antes de lignificar-se. A análise feita no Instituto Agronômico de Campinas chegou ao seguinte resultado, quanto aos seus elementos digestíveis:

Matéria azotada ................................................................... 2,69% Matéria gorda ...................................................................... 0,66% Matéria não azotada ............................................................ 5,76% Matéria fibrosa .................................................................... 2,27%

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Do Ceará à Argentina. Entre nós é igualmente conhecida por Carrapicho. Feijão de Vaca, no Rio Grande do Sul.

5 – Capparis cynophallophora Linn., da família das Caparidáceas.

Arbusto ou árvore pequena, de casca pardacenta. Folhas curto-pecioladas, simples, elíticas ou oblongas, coriáceas, verde-luzentes na página superior, densamente prateado-escamosas na inferior. Flores fragrantes, alvas, cambiando para o vermelho, de estames purpúreos e anteras amarelas, em racemos axilares e terminais fasciculado-paniculados no ápice dos ramos. Baga estreitamente linear, escamosa, pendente, de 8 até 35 cm. de comprimento e 6 a 8 mm. de largura, mais ou menos nodoso-torulosa, rompendo-se irregularmente, com sementes sem endosperma.

Do sul da Flórida ao Brasil. Do Pará até S. Paulo e Minas Gerais. O apelido é pernambucano.

FEIJÃO DE CORDA – Vigna sinensis Endl. (Dolichos

sinensis Linn.), da família das Leguminosas Papilionóideas. Planta anual, herbácea, glabra, volúvel, prostrada ou

trepadeira. Folhas glabras, trifoliadas, com os folíolos laterais assimétricos. Flores grandes, brancas, amarelentas ou lilases, de carena aguda, na extremidade de longas pedúnculos axilares. Vagem cilindrácea, reta ou levemente curva, cumprida, multisseminada. Grão ovóide-rinoide, de casca ligeiramente rugosa, unicolor ou multicolor, segundo a forma agrícola.

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É o feijão mais cultivada no Nordeste. Ao contrário do de Arrancar, exigente quanto ao solo e clima, este vive e produz bem desde o litoral até o sertão mais áspero. Apresenta algumas variedades notáveis pela brevidade de seu ciclo vegetativo, admiravelmente afeitas aos curtos períodos pluviais da zona semiárida nordestina. Bom alimento. Os grãos maduros e secos encerram, em média, 23,24% de matérias azotadas; 1,30% de meterias graxas e 56,81% de matérias hidrocarbonadas. Toda a planta é, por outro lado, excelente forrageira, verde ou fenada, e sob este último aspecto a sua relação nutritiva é de 1: 2,3. Adubo verde de primeira qualidade.

Originária da América do Sul e cultivado em todas as regiões quentes do mundo, apresenta grande número de formas, difíceis de sistematizar, mesmo no campo da denominação popular, que se mostra extremamente variável. A tendência atual entre os especialistas é de agrupar sob o nome de Vigna sinensis as variedades outrora vistas como espécies distintas (V. sinensis, V. sesquipedalis, V. Catjang.).

Através dos Estados ainda é conhecido por Feijão da Praia, Feijão de Macassar ou de Macassa, Feijão Miúdo e Caupi (do inglês cowpea).

FEIJÃO DE METRO – Vigna sinensis Linn. var.

sesquipedalis Koern. (Dolichos sesquipedalis Linn., Vigna sesquipedalis Winght), da família das Leguminosas Papilionóideas.

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Distingue-se da espécie tipo pelas vagens cilíndricas, finas, lisas, pendentes, longas, de 30-90 cm. de comprimento, terminadas em pontas retorcidas, com sementes grandes, negras, reniformes, muito separadas uma das outras.

As vagens imaturas são tenras, excelentes para ensopados. Os grãos secos são de qualidade inferior.

Originário da América do Sul. FEIJÃO DE MOITA – Feijão de Corda. FEIJÃO DE POMBA – Feijão de Rola. FEIJÃO DE POMBINHA – Feijão de Rola. FEIJÃO DE PORCO – Canavalia ensiformis DC,

(Dolichos ensiformis Linn), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Planta vivaz, de caule e ramos semivolúveis nas extremidades, glabra, de folhas trifoliada, coriáceas, com folíolos oval-agudas, um tanto pubescentes na página inferior. Flores veremlho-arroxeadas em racemos axilares longamente pedunculados. Vagem comprimida, pendente, encurvada, até 30 cm. de comprimento e com 3 nervuras longitudinais; 2 perto da sutura ventral e 1 na dorsal. Sementes 8-12, grandes, ovóide-oblongas, achatadas, brancas e vernicosas, com um grande hilo elítico e bruno.

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Há a variedade de vagens retas e sementes castanhas (Canavalia gladiata DC).

Planta ornamental. Comíveis os legumes verdes e tenros. Com as sementes, os negros fazem colares para afastar o mau olhado e o quebranto. Quando maduras ou secas, se tornam tóxicas pela presença do ácido prússico. Adubo verbe excelente.

Cosmopolita tropical. FEIJÃO DE ROLA – Nomes das Leguminosas

Papilionóideas. 1 – Phaseolus lathyroides Linn. var. semierectus Hassl.

(Phaseolus semierectus Linn.) – Trepadeira anual, pequena, de caule ereto ou prostrado, subglabro. Folhas trifoliadas, com folíolos ovados, lanceoladas, estreitos, glabros. Flores numerosas, grandes, sedosas, vermelho-purpúreas ou vermelho-violáceas, em racemos longos. Vagem estreito-linear, subcilíndrica, reta ou ligeiramente curvada, de 7,12 cm. de comprimento e apenas 3 mm. de espessura, com cerca de 20 sementes achatadas, truncadas nas extremidades, castanho-escuras.

Forrageira. Cultivada como adubo verde em certos pontos de Ásia.

Comum nas capoeiras, nas baixadas e até dentro d’água. Índia. América tropical. Amazonas, Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco.

2 – Phaseolus longipedunculatus Mart – Trepadeira de ramúsculos finos e pubescentes. Folhas 3-foliadas, com folíolos

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verdes ou pálidos, pubescentes, oval-laneoladas ou obtusos na base, raramente ovais. Flores indo do roxo-escuro ao esbranquiçado, 2-3 nos nós de pedúnculos florais eretos e rígidos, às vezes com mais de 30 cm. vagem de 5-8 cm. de comprimento e 2 mm. de largura, reta, acuminada com a ponta para dentro, arredondada, com sementes pequenas, mais de 20, reniformes, de hilo curto.

Forrageira. Cresce nas matas dos sopés de serras e nas praias. América

tropical e Meridional subtropical. Amazonas, Piauí, Ceará. 3 – Phaseolus Martii Benth – Trepadeira pequena, de

caule aveludado ou sericeo-viloso, ás vezes prostrado. Folhas 3-foliadas, com folíolos largo-ovados ou orbiculares, branco-vilosos. Flores amarelo-laranja. Vagem pequena, oblonga, reta, recurvada no ápice, peluda, com 2-69 sementes ocráceas, manchadas de castanho.

Forraginosa. Cresce nas capoeiras e campos úmidos. Piauí, Ceará,

Pernambuco. Assinalada no Paraguai. FEIJÃO DE SOPA – Fava Verdadeira. FEIJÃO DO MATO – Nome das seguintes Leguminosas

Papilonóideas: 1 – Phaseolus bracteolatus Nees et Mart – Trepadeira

pequena, anual, de caule viloso. Folhas 3-foliadas, de folíolos ovados, rômbeos ou ovado-oblongos, denso-vilosos. Flores azul-

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escuras ou violáceos, com vexilo esverdeado, dispostas em racemos densos. Vagem com 8-10 cm. de comprimento, linear, ligeiramente falcada, vilosa.

Piauí, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso.

2 – Phaseolus firmulus Mart – Semiarbusto ereto ou sub-ereto, de caule lenhoso e quadrangular. Folhas 3-foliadas, com folíolos ovados ou elíticos, oblíquos, coriáceos, glabro ou tomentosos na página inferior. Flores branco-esverdeadas ou amarelas em pedúnculos axilares. Vagem estreito-linear, vilosa ou glabra, de 8 cm. de comprimento.

do Pará ao Ceará, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. FEIJÃO MUCUNA – Mucuna. FEIJÃO MULATINHO – Feijão de Arrancar. FEIJÃO PRETO – Feijão de Arrancar. (Esta variedade,

de grãos menores que a espécie tipo, pretos, brilhantes e com o hilo branco, é o feijão mais azotado e de maior consumo no Brasil. A sua cultura é pequena no Nordeste, intensifica-se na Bahia para o sul do país).

FEIJÃO SOJA – Soja. FEIJÃOZINHO – Rhynchosia minima DC., da família

das Leguminosas Papilionóideas.

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Trepadeira subarbustiva de ramos volúveis, cilíndricos, estriados, com 3 folíolos rômbeos, largos, pubescentes. Flores pequena, numerosas, amarelas, 6-12 em racemos compridos. Pequena vagem falcada de 2 sementes.

Matinêta, na Bahia. Cosmopolita tropical e subtropical. FEL DA TERRA – Langsdorffia hypogaea Mart., da

família das Balanoforáceas. Planta carnosa, sem folhas, com capítulos grandes, de

invólucro escamoso, rubros. Parasitas as raízes de Clusia, na região culminante da Serra

de Maranguape. América do Sul. FETO ARBORESCENTE – Pau Cardoso. FICOS – Benjamim. FIGO – Ficus carica Linn, da família das Moráceas. Arvoreta de 3-4 m. de altura, atingindo até 10 m. em seu

habitat. Folhas alternas, pecioladas, rugosas, suborbiculares ou ovais, um tanto cordiformes na base, com 5-7 lobos, ou mais ou menos inteiras, crenadas, verde-escuras na face ventral e verde-claras na dorsal. O figo que se desenvolve na intersecção das folhas, é um sincarpo em forma de urna, constituído pelo

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receptáculo dum capitulo tornado carnoso, em cujo interior se acham os frutos propriamente ditos – pequenos aquênios. Os figos são piriformes, subglobosos, de volumes diversos e de cor branca-amarelada, roxa, roxo-clara, consoante a variedade cultivada.

Um dos frutos mais apreciados da antiguidade, tanto que as mitologias gregas e romanas esplendem de lendas a seu respeito. Os figos são muito nutritivos, chegam a encerrar 21% de açúcar nos frutos frescos e 70% nos secos, 1,40% de proteína nos primeiros e 4,30% nos segundos. Ainda hoje são largamente consumidos pelos povos que habitam às margens do Mediterrâneo. São ainda laxativos, emolientes e peitorais. A sua cultura no Ceará, onde só existe a variedade roxa, é muito pequena, apesar de vingar bem nas serras litorâneas e em certos sítios sertanejos.

Natural da Europa, África e Ásia mediterrânea. FIGO BRAVO – Gameleira. FIGUEIRA – Figo. FIGUEIRA BRAVA – Gameleira. FITA DE MOÇA – Muehlenbeckia platiclada Meissn.,

da família das Poligonáceas. Arbusto ereto, de ramos achatados, glabros, nitidamente

articulados, lembrando longa folha linear e substituindo as

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funções das folhas atrofiadas. Flores alvas, sésseis, aglomeradas nas juntas das articulações. Aquênio de um vermelho vivo e depois preto.

Ornamental. Das Ilhas de Salomão. FLAMBUAIÃ (Do francês Flamboyant.) – Delinix regia

Raf. (Poinciana regia Boj.), da família das Leguminosas Cesalpinoídeas.

Árvore elegante, de porte superior a 10 m., com ramagem alta e esgalhada. Grandes folhas com 10-20 pares de pinas e estas com numerosos folíolos, ovais, pequenos. Flores em corimbos racemosos, com 4 pétalas vermelhas e 1 amarela de pequenas listras vermelhas. Vagem grande, pendente, escura, dura, pesada, 2-valva.

Puramente ornamental. Por ocasião da florescência os galhos se cobrem de uma massa rubra de flores, persistentes durante vários dias. Caducam as folhas na frutificação.

África tropical e Madagascar. FLEXEIRA – Cana Brava. FLOCOS – Phlox Drummondii Hook., da família das

Polemoniáceas. Erva ereta, anual até 0,50 cm. de altura. Folhas sésseis,

inteiras, alternas, oblongo-agudas ou lanceoladas, pubescentes. Flores hipocrateriformes, de cores variáveis, dispostas em cimos.

Cultivada na orla de canteiros e balcões.

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Originária do Texas. FLOR DE BESOURO – Cassia Hoffmannseggii Mart.,

da família das Leguminosas Cesalpinióideas. Arbusto bem desenvolvido, ereto, de ramos pendentes e

cilíndricos. Folhas pecioladas, com folíolos bijugos, peciolados, oblíquos, ovados, curto-acuminados, glabros. Flores bastante grandes, amarelas, dispostas em panículas curtas. Vagem de 15-25 cm. de comprimento, atenuada na base e no ápice.

Guianas, Amazônia, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Goiás. Em Pernambuco e Paraíba é conhecida por Lava-prato.

FLOR DE CABOCLO – Denominação das seguintes

Leguminosas Mimosóideas: Calliandra dasycantha Benth., Calliandra myriophylla Benth., Calliandra umbellifera Benth.

Arbusto com folhas bipinadas e folíolos pequenos. Flores de estames alongados, coloridos, dispostas em inflorescências terminais globosas, cobrindo quase totalmente as plantas, dando-lhes, por ocasião da floração, extraordinária beleza.

A Calliandra umbellifera, em moitas impenetráveis, constitui 40% da vegetação da parte média e oeste da Serra do Araripe.

FLOR DE CÊRA – Hoya carnosa R. Br. (Asclepias

carnosa Linn), da família das Asclepiadáceas.

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Trepadeira robusta, até 3 m. de altura. Folhas ovais, opostas, carnosas e pilosas como o caule. Flores branco-róseas, ceríceas, fragrantes à noite, em umbelas axilares.

Cultivada nos jardins. Passa por venenosa. Natural da Índia, Austrália e China. FLOR DE CORAL – Nome das Euforbiáceas: 1 – Euphorbia fulgens Karw – Arbusto inerme, de ramos

delgados e pendentes. Folhas longo-pecioladas, glabras, lanceoladas, verde-brilhante. Brácteas belas, coloridas de vermelho-vivo, agrupadas a roda de ciátios dispostos em pequenos cimos axilares.

Cultivada nos jardins. Originária do México. 2 –Jatropha multifida Linn – Arbusto glabro, com folhas

longo-pecioladas, profundamente pluri-multipartidas, de lóbulos estreitos, verdes na página superior e branco-glaucos por baixo. Flores escarlates, dispostas em cimos de pedúnculos compridos.

Cultivada nos jardins. América tropical. Naturalizada nos trópicos do Velho Mundo,

Coral, em Pernambuco; Árvore de Coral ou Bâlsamo, no Rio de Janeiro.

FLOR DE PAPAGAIO – Euphorbia pulcherrima

Willd., (Poinsettia pulcherrima Graham, da família das Euphorbiáceas.

Arbusto esgalhado com tendência a tornar-se arbóreo. Folhas grandes, inteiras, ovado-elíticas ou ovado-lanceoladas, inciso-sinuadas, verde-pálidas no dorso, verde-escuras e

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pubescentes na face ventral. Inflorescências terminais ornadas de folhas bracteriformes grandes, lanceoladas, coloridas de escarlate vivo, ou ainda alvacentas, amarelas, esverdeadas, com flores insignificantes, masculinas e femininas.

As folhas florais dão-lhe grande efeito decorativo, de modo que para muitos é a mais bela das Euforbiáceas.

Do México e da América Central. Folha de Sangue e Poinsettia, em Pernambuco; Papagaio, na Bahia; Flor de Papagaio, no Rio Grande do Sul.

FLOR DE POETA – Parece-Mas-Não-É. FLOR DE SEDA – Hortênsia. FLOR DE URUBU – Chanãna. FLOR SANTA – Xanthosoma auriculatum Regel, da

família das Aráceas. Erva lactescente e de raiz tuberosa. Folha longo-pecioladas,

com 40 cm. de comprimento, cordiformes, trioladas, maculadas de rubro no centro. Inflorescência em espádice de 20 cm. de comprimento, protegida por espata tubulosa, oval-oblonga.

O suco da planta é usado como antivulneário. Do Maranhão a Pernambuco. FOLHA DA INDEPENDÊNCIA – Sanchezia nobilis

Hook., da família das Acantáceas.

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Arbusto bem desenvolvido, ereto e liso. Folhas pintadas, opostas, peciolada, ovais, obtusamente denteadas, grandes, com as nervuras amarelas. Flores tubulares, compridas, amarelas, pentalobadas, com brácteas vermelho-brilhantes, em dicásios reunidos sob a forma de penículas.

Ornamental. Veio do Equador. Digital, em S. Paulo. FOLHA DE FONTE – Philodendron bipinnatifidum

Schott. (Arum pinnatifidum Vell), da família das Aráceas. Vivendo indiferentemente sobre as árvores ou no chão, tem o

tronco coberto das cicatrizes oriundas das folhas caídas. Na inserção das folhas nascem raízes adventícias, alongadas de vários metros, que procuram o solo obliquamente, onde se arrastam, às vezes se ramificam, e, por fim, mergulham na terra. Folhas longo-pedunculadas, grandes, de 80 cm. de comprimento por 60 de largura, cordiformes, pinatifidas, glabras, lustrosas na face superio e opacas na inferior, ao principio por todo o tronco e por fim em frondosa copa. Os pecíolos chegam a medir até 1 m. de comprimento. Inflorescência em espádice protegida por espata oval-oblonga e coriacea, esverdeada ou um tanto acastanhada. Baga globosa, amarela, 5-6 sementes. Os frutos acham-se reunidos numa espiga de eixo cilíndrico, de 10-15 cm. de comprimento e 5-6 de grossura.

É uma das mais belas plantas ornamentais. Frutos comestíveis, apesar do grande número de cristais de oxalato de cálcio que cortam o lábio e a língua. A epiderme pergaminhosa que reveste as raízes

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adventícias, bastante resistente, é aproveitada para amarrados rústicos. As folha, em banhos e tintura, combatem e reumatismo.

Cresce nos lugares úmidos, à sombra das árvores. Quase todo o Brasil. Cipó Imbé, Banana Imbé, Banana do Brejo, em diversos Estados.

FOLHA DE SEDA – Zebrina pendula Schnizl., da família

das Comelináceas. Erva rasteira, de caule nodoso, verde-claro, raiado de roxo,

com ramos pêndulos. Folhas opostas, oval-oblongadas ou oblongo-lanceoladas, listradas de roxo na página superior e roxo-avermelhadas na inferior. Flores róseas, terminais, protegidas por espata.

Ornamental. Toda a planta em infusão empregam nas retenções de urina, catarro da bexiga e diarréia.

Natural do México, mas na Serra de Baturité se acha perfeitamente aclimada e subespontânea. Olho de Santa Luzia, Erva de Santa Luzia, em Pernambuco; Viuvinha, na Bahia.

FONTE – Folha de Fonte. FORQUILHA – Euphorbia gymnoclada Boiss., da família

das Euforbiáceas. Arbusto lactescente, áfilo, com ramificações articuladas, de cor

verde, formando densas moitas, muito usado para cercas vivas na Paraíba, Pernambuco e na região cearense do Cariri.

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O látex caustico não só é aplicado na cauterização de ulceras de mau caráter, como torna as cercas invulneráveis tanto aos pequenos como aos grandes animais domésticos.

Do Nordeste até S. Paulo. Avelós, na Paraíba, em Pernambuco e no Ceará (Cariri).

FORTUNA – Cróton. FREIJORGE – Cordia alliodora Cham. (Cerdana

alliodora Ruiz & Pav.), da família das Borragináceas. Árvore até 12 m. de altura e 50 cm. de diâmetro, de tronco

linheiro, casca acinzentada e gretada. Folhas inteiras, elítico-oblongas, agudas ou acuminadas, estrelado-pubescentes na página inferior. Flores alvas, com linhas violáceas, muito cheirosas, dispostas em grandes e vistosas panículas.

Madeira para construção civil, carpintaria obras internas, de cor Bruna, dura, com o peso especifico de 0,908 a 0,923; resistência ao esmagamento, 422 kg, por cm.². A sua reprodução faz-se facilmente pelos rebentos das raízes.

América do Sul. Grande parte do Brasil. Louro Amarelo, nos Estados meridionais. Conhecido ainda por Frejó.

Há outro Freijorge nas serras frescas, com as propriedades do anterior, do qual não conheço a classificação.

FRUTA PÃO – Artocarpus communis Forst. (Artocarpus

incisa Linn), da família das Moráceas.

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Árvore de 12-15 m. de altura. Folhas alternas, grandes, glabras, profundamente recortadas, 5-7 lobos. Flores em espigas. Sincarpo arredondado, até 25 cm. de comprimento, verde, eriçado de pequenas saliências, pesando de 1-4 quilos.

Há duas formas cultivadas. A mais apreceiada é o Fruta Pão de Mesa (Artocarpus communis Forst. var. apyrena), em que as sementes abortaram e o receptáculo e o ovário se transformaram numa massa carnuda, esponjosa, seca, que se come cozida ou assada, antes da maturação, quando é muito rica em amido, ou dela se extrai farinha panificável. Na forma seminifera há de 50-60 sementes (frutos propriamente ditos), daí a denominação de Fruto Pão de Caroço, consumidas assadas ou cozidas.

Originário da Índia oriental e do Arquipélago Malaio. Introduzido no Brasil ao tempo de D. João VI.

FUMINHO – Hydrolea spinosa Linn. (Nama spinosa

Kuntze), da família das Hidrofiláceas. Erva de hastes ramificadas e armadas de numerosos e

delicados espinhos axilares. Folhas alternas, sésseis ou subsésseis, lanceoladas, inteiras. Flores azuis, solitárias ou cimosas. Fruto pequena cápsula 2-locular.

Cresce nos lugares úmidos e nas águas rasas. América Central e do Sul.

FUMO – Nicotiana Tabacum Linn., da família das

Solanáceas.

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Anual, subarbustiva, de caule ereto, até 1,80 m. de altura. Folhas alternas, lanceoladas, pubescentes, grandes, de 30-50 cm. de comprimento por 8-15 de largura. Tanto o caule como as folhas secretam uma substância pegajosa, de cheiro pouco agradável. Flores afuniladas, róseas, reunidas em panículas. Cápsula castanho-escura, 2-locular, com deiscência valvar, tendo pequeníssimas e numerosas sementes castanhas.

Era uma das plantas usadas e cultivadas pelos ameríndios ao tempo do descobrimento. Cristóvão Colombo, na sua primeira viagem, encontrou os índios a fumar certas folhas enroladas a que chamavam tabago, latinizado em tabacum. Foi levada a Portugal por Luiz de Góis, irmão de Damião de Góis, e aí Jean de Nicot, embaixador de França junto à corte lusitana, a conheceu e se fez ardente propagandista das suas virtudes medicinas, tão grandes aquele tempo que lhe davam o nome de Erva Santa. Disseminou-se logo e, ao findar o século XVI, o hábito de fumar estava generalizado, apesar da oposição de certos reis e papas.

Apresenta grande número de variedades provenientes de hibridação ou seleção. A sua cultura é feita em todo o Estado, porém, com mais extensão na Serra da Ibiapaba, no Cariri e nos vales dos Bastiões e Cariús.

FUMO BRAVO – Nome das seguintes plantas: 1 – Elephantopus scaber Linn., da família das Compostas. –

Planta herbácea, ereta, perene, até 1 m. de altura, de caule muito pubescente. Folhas radicais em roseta, ovado-agudas, verde-acizentadas, pilosas, sendo que as caulinares são no tamanho

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menores. Flores de corola branca, em capítulos dispostos em glomérulos corimboso-paniculados. Aquênio cilíndrico, anguloso.

Raiz diurética, tônica, emenagoga, anti-herpética. Cosmopolita tropical. Todo o Brasil. Erva Grossa e Erva de

Colégio, no Rio de Janeiro; o último nome e mais Fumo Bravo, em S. Paulo; Suçuaiá, Erva Grossa e Erva Colégio, no Rio Grande do Sul. Língua de Vaca, também no Ceará, por causa da forma das folhas.

Pertencentes ao mesmo gênero e com os mesmos apelidos vulgares, há em nossa flora o Elephantopus hirtiflorus DC e Elephantopus mollis H.B.K.

2 – Chamissoa altissima H.B.K (Achyranthes altissima Jacq), da família das Amarantáceas.

Planta herbácea, 2,5 m. de altura. Folhas alternas, curto-pecioladas, oblongas, pubescentes por baixo, medindo 5 cm. de comprimento. Flores amarelas em panículas.

Do México ao Rio Grande do Sul, inclusive Antilhas. 3 – Chamissoa macrocarpa H.B.K., das Amarantáceas. Planta herbácea. Folhas grandes, ovado-oblongas, agudas.

Flores alvas em panículas. Do Pará ao Rio de Janeiro. Conhecida ainda por Fumo Bravo

do Ceará, em alguns Estados. Estas duas espécies possuem raízes diuréticas. FUMO DE RAPOSA – Fumo Bravo (Efephantopus scaber

Linn).

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FUMO DO MATO – Fumo Bravo.

G

GAMELEIRA – Fícus doliaria Mart. (Urostigma doliarium Miq), da família das Moráceas.

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Árvore ereta, de porte vultoso, até 20 m. de altura por 2 de grossura, provida de casca espessa, dura, semeada de pequenas excrescências irregularmente circulares, vermelho-escuras ou acinzentadas. Folhas alternas, coriáceas, ovais, obtusas, verde-escuras e vernicosas na página superior, cúpreo-pubescentes por baixo, de 20-30 cm. de comprimento por 10-20 cm. de largura, com pecíolos avermelhados e pilosos, Sícono grande, amarelado, lembrando um figo.

A casca fendida profundamente exsuda um suco leitoso e espesso, drástico e havido como o nosso mais poderoso antelmíntico. Madeira para caixotaria, forro, pasta para papel, confecção de gamelas, donde o nome de gameleira. Peso especifico de 0,390.

Amazonas até o Paraná, inclusive os Estados centrais.

NOTA – Mais uma vez se engana José Luiz de Castro, tanto na identificação como na sinonímia cientifica (12, 81).

GAMELEIRA BRANCA – Gameleira. GAMELEIRA BRAVA – Gameleira Preta. GAMELEIRA DE PURGA – Ficus vermifuga Engl.

(Pharmacosycea vermifuga Miq), da família das Moráceas. Árvore de porte regular. Folhas coriáceas, elítico-

oblongas, de base arredondada e margens um pouco encrespadas, verdeluzidias na face superior e mais pálidas na

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inferior, com pecíolo curto e caniculado superiormente. Sícono pequena, verde, liso, penduculado, axilar, solitário ou geminado.

As mesmas aplicações da anterior. Do Nordeste ao Rio de Janeiro. GAMELEIRA PRETA – Ficus eximia Schott. (Ficus

glabra Vell., Urostigma eximium Miq.), da família das Moráceas.

Árvore frequente na região litorânea, de majestoso porte. Folhas longo-pecioladas, coriáceas, ovado-oblongas, ovadas, agudas no ápice, de base cordiforme, medindo 13-22 por 7-10 cm., luzidias na página superior e pelúcido-puntuadas na interior. Sícono pequeno e áspero.

O látex coagula-se logo. É muito mais drástico que o da gameleira branca e deve ser usado com cautela. Madeira com as mesmas aplicações das precedentes.

GAMELEIRA ROXA – Denominação das MORÁCEAS: 1 – Ficus anthelmintica Mart. (Pharmacosycea

anthelmintica Miq.) – Árvore grande, ramosa, com ramúsculos pardo-acinzentados. Folhas glabras, alternas, coriáceas, verde-luzentes, elíticos-oblongas, agudas, de 12,20 por 5-9 cm. Sícono globoso, pequeno, amarelo quando maduro.

O suco leitoso, apesar de acre e corrosivo, é utilizado no combate aos anquilóstomos e lombrigas. Madeira branca e leve, fácil de tabalhar. Come-se assada a amêndoa do fruto, que, além de ligeiramente afrodisíaca, ativa a memória.

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Do Amazonas ao Rio de Janeiro. Caxinguba, na Amazônia;

Cuaxinguiba ou Lombrigueira, no Rio de Janeiro. 2 – Ficus radula Willd (Pharmacosycea radula Miq) –

Árvore de 15,20 m., com ramos lisos e ramusculos um tanto pilosos. Folhas com pecíolos longos e caniculados, coriáceas, lisas, fortes, oblongo-elíticas ou ovado-oblongas. Sícono pequeno, sub-globoso e escabroso.

Látex vermicida e borrachífero. Madeira com as aplicações das precedentes.

Pará ao Ceará. GARGAÚBA – Torém. GENGIBRE – Zengiber officinalis Rosc. (Amomum

Zingiber Linn), da família das Zingiberáceas. Erva de talo folhoso, 60-90 cm. de altura, com rizomas

horizontais ramificados, aromáticos. Folhas dísticas, lanceolado-lineares ou lanceoladas, de 18-28 cm. de comprimento por 1,5-2,5 cm. de largura, sésseis, verde-escuras, lisas na face superior e um tanto ásperas na inferior. Flores em espigas elipsoides, 4-6 cm. de comprimento, de corola verde-amarelada. Cápsula subglobosa ou elipsóide.

Os rizomas, além das suas aplicações industriais e condimentares, empregam-se nas dispepsias, flatulências, fraqueza sexual, inflamação da garganta.

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Originária da Ásia oriental tropical. Mangarataia, na Amazônia; Gengibre Branco, em Pernambuco; Gengibirra, no Rio Grande do Sul.

GERÂNIO – Belas plantas decorativas da família das

Geraniáceas, cultivadas em canteiros, vasos e jardineiras: 1 – Pelargonium grandiflorum Linn – Porte ereto, quase

arbustivo, de caule meio carnudo. Folhas moles, longo-pecioladas, arredondadas, profundamente cordiformes na base, com 5-7 lobos, grosseiramente denteados. Flores grandes, bonitas, em todos os matizes do branco, róseo, vermelho, roxo e lilás, frequentemente com grandes máculas ou nervuras mais escuras, dispostas cerca de 3 em cada pedúnculo de uma inflorescência parecida com uma umbela, mas realmente composta de vários cicínios truncados, cujas flores se abrem uma depois da outra.

Possui a interessante particularidade de caírem as suas flores sob a ação da fumaça do tabaco.

2 – Pelargonium peltatum Ait. (Geranium peltatum Linn.) – Alcança até 1 m. de altura, porém as suas hastes são finas, incapazes de se manterem eretas e as folhas, que têm uma nítida zona pardacenta, lembram as da hera e são quebradiças. Flores 3-8, singelas ou semidobradas, com os matizes da anterior e em inflorescência umbeliforme.

3 – Pelargonium zonale Willd (Geranium zonale Linn). – Porte ereto, com folhas orbiculares, profundamente cordiformes na base, com uma larga listra bruno-purpúrea ou

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pardacenta, que lhe deu o qualificativo de zonale. Flores com todos os matizes, levemente zigomorfas, dispostas em inflorescência umbeliforme, quase esférica, com variedades singelas e dobradas.

Toda são exóticas, africanas ou euro-asiáticas. São conhecidas também por Pelargônio, Catinga de Mulata, Malva Flor. Por cheirarem um pouco a sardinha, os portugueses as chamam, especialmente a última, de Sardinheira. A primeira é ainda apelidada de Gerânio Inglês.

GERBÃO – Stachytarpheta cayennensis Cham.

(Verbena Jamaicensis Vell), da família das Verbenáceas. Subarbusto até 50 cm. de altura. Folhas ovais, pecioladas,

serreadas, pubescentes, de 5 cm. de comprimento por 3 de largura. Flores pequenas, azuis, em espigas lineares, compridas, dispostas nas extremidades dos ramos. Cápsula areolada.

Planta febrífuga e tônica. Do Nordeste a S. Paulo, inclusive Minas Gerais, Gervão

de Folha de Verônica, na Bahia. GERGELIM – Sesamum orientale Linn. (Sesamum

indicum Linn,), da família das Pedaliáceas. Erva ereta, anual, simples ou ramificada, mais ou menos

pubescentes, 1-2 m. de altura. Folhas inferiores opostas e as mais altas alternas, oblongo-lanceoladas, acuminadas no ápice. Às vezes, as inferiores são lobadas ou partidas. Flores solitárias, axilares, alvas ou róseo-pálidas, róseo-purpúreas ou róseo

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vermelhas. Cápsula loculícida, oblongo-linear, com um pequeno bico, 4-sulcadas, 2-3 cm. de comprimento, com 4 ordens de sementes pequenas.

Muito cultivado nas regiões tropicais e subtropicais da África e notadamente da Ásia. As sementes encerram até 57% de óleo difícil de se rancificar e de largo emprego na culinária, puro ou misturado ao de oliva. Serve ainda de lubrificante, iluminante e entra na confecção de diversos óleos para cabelo. Talvez seja a planta de sementes mais oleaginosas até agora conhecida.

Originária da Índia, ou das ilhas Sonda, como supunha De Candolle. Introduzido no Brasil vindo da Costa da Guiné.

GERGELIM BRAVO – Nome das seguintes

Leguminosas Papilionóideas do gênero Crotalaria: 1 – Crotalaria anagyroides H.B.K. – Arbusto, 1-3 m. de

altura. Folhas trifoliadas, bastante grandes, com os folíolos lanceolado-oblongos, pilosos. Flores amarelas, 1,5 cm. de comprimento, algo pendentes, em racemos curtos e terminais, plumosos quanto em botão. Legume pubescente, bastante grande.

Espécie forraginosa, cujo feno (95,43) revelou a seguinte análise:

Proteínas ........................................................................... 14,95% Gorduras ............................................................................. 1,67% Sub. Ext. não dosadas ....................................................... 32,33%

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Celulose ............................................................................ 33,34%

América Central e América Meridional. Manduvira, no Rio Grande do Sul.

2 – Crotalaria juncea Linn – Arbusto até 2,50 m. de altura, com caules e ramos secundários eretos, cilíndricos e grosso-estriado. Folhas símples, de pecíolo quase nulo, elítico-lanceoladas, glabras ou um pouco pubescente na página inferior. Flores amarelo-ouro, em racemos terminais. Vagem densamente pubescente.

Boa forragem verde e fenada. O feno, antes da floração, tem o seguinte teor, conforme análise do Instituto Agronômico de Campinas:

Matéria azotada ................................................................... 2,67% Matéria graxa ...................................................................... 0,47% Matéria não azotada ............................................................ 3,57% Matéria fibrosa .................................................................... 2,23% Relação nutritiva ....................................................................1:1,4

Fornece ainda fibra e adubo verde. Com este último objetivo foi introduzida no Ceará, em 1933, pelo agrônomo Esmerino Gomes Parente, na Estação Experimental de Santo Antônio, sendo posteriormente aproveitada como cortina de separação das diversas variedades de algodão ali cultivadas (82,12), donde se disseminou pelo Estado.

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Natural da Índia. No Sul é conhecida por Manduvira, Cascaveleira, Xiquei-Xique.

3 – Crotalaria retusa Linn. (Crotalaria Hostmanni Steud.) – Subarbusto annual, duro, de 30-100 cm. de altura, com flores amarelas, grandes, de vexilo castanho-rubro, em racemos terminais eretos. Vagem oblonga de 25,35 mm. de comprimento.

Quando nova se recomenda como forrageira e adubo verde.

Prefere os terrenos baixos e arenosos das proximidades do mar. Cosmopolita tropical. Todo o Brasil. Amendoim Bravo, Xique-Xique, em Pernambuco.

4 – Crotalaria nucronata Desv. (Crotalaria striata DC., Crotalaria saltiana Andr) – Subarbusto até 2 m. de altura, de caule ereto, pulverulento ou finamente pubescente. Folhas trifoliadas, com folíolos elíticos, obtusos, às vezes mucronados, glabros na face. Flores amarelo-pálidas, com o vexilo por fora estriado de castanho-avermelhado, agrupadas de 20-50 em racemos terminais eretos. Vagem linear, oblonga, de 55 mm. de comprimento, com 20-30 sementes castanho-escuras.

Excelente adubo verde. Cosmopolita tropical. Cresce nos terrenos abandonados. Guiso de Cascavel, em Pernambuco. 5 – Crotalaria stipularia Desv – Planta de 30-70 cm. de

altura, ereta, recoberta de pelos finos. Folhas simples, ovóides, elíticas ou lanceoladas, notáveis pelas suas estípulas aladas e lanceoladas. Flores amarelas, com tênues estrias vermelhas nas

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asas e no vexilo, pequenas e dispostas em racemos. Vagem glabra, negra na maturidade.

Adubo verde. Cresce nos lugares abertos e secos. Antilhas. Guianas e

Brasil (Pará, Nordeste até S. Paulo e Mato Grosso). 6 – Crotalaria vitellina Kerr. – Arbusto até 1 m. de altura.

Folhas ovado-lanceoladas, obtusas. Flores amarelas, grandes, em racemos. Vagem oblongo-cilíndrica, preta.

Excelente forragem, tendo a relação nutritiva de 1: 3,10. América Meridional e Central. GIRASSOL – Helianthus annuus Linn., da família das

Compostas. Plantas de caule herbáceo, até 4 m. de altura, revestido de

pelos rijos, encontrados igualmente em todos os órgãos verdes do vegetal. Folhas opostas, longo-pecioladas, cordiformes, denteadas, ásperas. Um ou mais capítulos enormes, com uma roda de inúmeras flores liguladas, amarelas. Aquênio grande, grosso e bifacial.

Além das suas inflorescências altamente ornamentais, cujo diâmetro varia de 30 a 40 e mesmo 50 cm., os frutos do girassol, impropriamente chamados de sementes, têm 30% de óleo, usado na culinária e na pintura. A torta, resultante da extração do óleo, constitui forragem valiosa pelo seu teor em gorduras e proteínas. As folhas, depois de murchas, são avidamente procuradas pelos gados, o mesmo acontecendo com as sementes, em relação às aves. Flores melíferas.

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Certos botânicos afirmam ser originário do Peru ou do México. Outros sustentam ser natural da Califórnia (E.U.A.).

GLADÍOLO – Palma de Santa Rita. GOIABEIRA – Psidium Guajava Linn. (Psidium

pyriferum Linn., Psidium pomiferum Linn., Psidium Guayaba Raddi, Psidium Guava Griseb.), da família das Mirtáceas.

Árvore pequena, tortuosa, esgalhada, com as extremidades dos ramos quadrangulares. Folhas opostas, curtamente pecioladas, coriáceas, oblongo-elíticas, glabras na face superior e ligeiramente pubescente no dorso, peninérveas, sendo as nervuras conspícuas na página inferior. Flores pequenas, alvas, 1-3 em pendúculos axilares. Baga redonda, ovóide ou piriforme, coroada pelo cálice, 2,5-10 cm. de comprimento e 3-6 de diâmetro, de epicarpo delgado, amarelo, esbranquiçado e pontilhado de negro, quando maduro, com a polpa branca, amarelada, rósea ou vermelha, aromática, doce ou um quase nada adstringente, com muitas sementes pequenas, reniformes, amarelas, duras, mergulhadas nas proximidades do centro do fruto.

A forma dos frutos e a coloração da polpa agrupa as goiabeiras em duas variedades:

1 – Goiaba Vermelha (P. Guajava Linn. var. pomifera, P. pomiferum Linn.) – Fruto elipsóide ou esférico, com aspecto de maçã. Carne vermelha. Maduro, tem a casca amarela e cheiro

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ativo, até desagradável. Encontrado em todos os lugares, cultivado ou espontâneo, sendo o preferido para compostas, geléias, goiabadas.

Nesta variedade há exemplares, pouco comuns, com frutos de polpa branca.

2 – Goiaba Branca ou da China (P. Guajava Linn. var. pyrifera. P. pyriferum Linn.). – Fruto oblongo ou piriforme. Carne branca ou rosada. Amarelo-claro, quando maduro. É menos doce que o anterior. Quase sempre cultivado. A esta variedade pertence a Goiaba Amarela, de fruto grande e carne amarelo-ouro.

É a mais comum das fruteiras, graças às aves e aos mamíferos que a semeiam largamente. O fruto, além de consumido cru, tem grande importância na indústria de doces, dos quais se destaca a goiabada, sem rival entre os oriundos das frutas tropicais.

Nos municípios cearenses de Pacatuba. Maranguape, Baturité, Pacajus existe rudimentar indústria de doces e goiaba, com possibilidade de crescimento, visto que as serras frescas e a zona litorânea apresentam condições favoráveis ao cultivo desta Mirtácea. Creio mesmo que, se plantada e explorada racionalmente, a goiabeira será uma das plantas destinadas a mudar a fisionomia econômica de certo trecho do território do Ceará. Todos conhecem a sua importância na indústria alimentar pernambucana.

A goiaba madura, pela abundância de suas sementes, pode ocasionar empachamentos dolorosos mormente nas crianças que

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dela abusam. Verde é adstringente, antidisentérica e anti-helmíntica. Rica em vitamina C, principalmente no pericarpo.

As folhas e botões florais, bem como as raízes, emprega-os a farmacopéia popular no combate às diarréias e, em gargarejos, nas faringites. As cascas, pelo seu tanino (12%), servem para cortume, e essa adstringência, também observada nas folhas, torna o cozimento de ambas recomendável no tratamento de úlceras e leucorréias. A madeira é dura, flexível, de grã uniforme, pouco aplicada pelo pequeno tamanho de suas peças. Peso especifico 0,955; resistência ao esmagamento; carga perpendicular 499 e carga paralela 560 kg por centímetro quadrado.

Conhecida mais pelo nome do fruto – Goiaba ou Guaiaba, do tupi coyhab, o que tem sementes aglomeradas (4,78).

GONÇALO ALVES – Denominação das Anacardiáceas: 1 – Astronium fraxinifolium Schott – Árvore elevada,

portadora de frondosa copa. Folhas alternas, imparipinadas, 4-6 pares de folíolos pequenos, oblongos, inteiros, pubescentes quando novos. Flores pequeninas, brancas ou amarelo-esverdeadas, dispostas em panículas terminais ou axilares, compostas e amplas. Drupa monospérmica, pequena, apiculada.

Preciosa madeira de lei para construção e marcenaria de luxo, de cerne vermelho-escuro, zebrado de veios escuros, vermelhos e amarelos. Peso especifico, 0,919 a 1,113; resistência ao esmagamento, 618; e à flexão, 380 kg por cm.².

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Vasconcelos Sobrinho, grande conhecedor dos recursos florestais nordestinos, dissente da opinião geral, quando afirma que a madeira desta espécie é de qualidade inferior (46, 188). Casca tanífera e resinnifera. Tanto o óleo dos frutos como o das cascas, cáustico e irritante, é usado contra calos e dor de dentes.

Quase todo o Brasil. Sete Cascas, em Pernambuco: Aroeira do Campo, Chibata ou Ubatã, no Rio de Janeiro; Chibatã e Aroeira Vermelha ao lado de Gonçalo Alves, em S. Paulo.

2 – Astronium graveolens Jacq. – Muito parecido e com as mesmas propriedades do precedente, tendo, porém, as folhas com 4-7 pares de folíolos glabros, obliquamente oval-oblongos, acuminados ou agudos, fino-denteados. Flores encarnadas, em panículas axilares. Drupa pequena, redonda.

Da Venezuela ao Rio de Janeiro. GONÇALO BRAVO – Luxopterygium Gardneri Engl.,

da família das Anacardiáceas. Esta planta, conforme verificou Luetzelburg (24, III, 77),

encontra-se na parte mais seca do sul do Piauí e nos flancos leste da Serra do Araripe.

GONÇALINHO – Bucha. GRAMA – Apelido comum às gramíneas que revestem o

solo qual um tapete.

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GRAMA DA PRAIA – Denominação comum às Gramíneas Stenotaphrum americanus Schrank (Stenotaphrum glabrum Trin.) e Stenotaphrum secundatum Kuntze (Ischaemum secundatum Walt.).

São gramas perenes, rizomatosas, estoloníferas, prostradas, com folhas glabras, curtas, largas, porém meio dobradas na segunda espécie, de ápice obtuso. Flores em espigas densas com espículas submersas no eixo comum.

Muito utilizadas na formação de gramados de jardins e parques.

Americanas. GRAMA DE JARDIM – Grama de Praia. GRÃO DE GALO – Tabernaemontana laeta Mart., da

família das Apocináceas. Arvoreta ou arbusto de casca lactescente. Folhas opostas

quase sésseis, estreitas, lanceoladas, inteiras e glabras. Flores alvas, numerosas, em cimeiras. Folículo geminado na base, carnoso, arqueado.

Madeira para trabalhos leves. Seiva, flores a casca empregadas como tônico e, especialmente, como moderadores dos batimentos do coração.

Amazonas até S. Paulo e Minas Gerais. Pau de Colher, na Amazônia; Café do Mato, na Bahia e em S. Paulo.

Com o nome de Grão de Galo denomina-se no Sul do Ceará a Borraginácea – Cordia platyphylla Steud.

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GRAPE-FRUIT – Citrus grandis osbeck (Citrus

Aurantium var. grandis Linn., Citrus Aurantium var. decumana Linn., Citrus decumana Linn), da família as Rutáceas.

Distinguem-se dos demais citros, principalmente pelos enormes frutos, dispostos em grandes cachos. Possui diversas variedades.

A polpa amarelo-clara, rósea ou vermelha, consoante a forma pomícola, um tanto ácida e amarga, come-se com açúcar. Pouco cultivado entre nós.

Natural do sul da Ásia. Conhecida ainda por Pomelo. GRAVATÁ – Croatá. GRAVATÁ DE GANCHO – Gravatá. GRAVATÁ DE RAPOSA – Gravatá. GRAVATÁ DE REDE – Pseudananas sagenarium

Camarg. (Bromelia sagenaria Arr. Cam.), da família das Bromeliáceas.

Acaule, de folhas basilares e estreitas, 1-3 m. de comprimento, de margens espinescentes e espinhos recuravados. Flores azul-purpurinas, dispostas em espiga vistosa e densa, com belíssimas brácteas vermelhas. Fruto lembrando pequeno ananás, piramidal, coberto de brácteas compridas e imbricadas.

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As folhas dão boas fibras para cordoaria e redes de pescar, derivando-se dessa aplicação o seu nome.

Do Ceará ao Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso.

GRAVATÁ DE TINGIR – Aechmea bromeliaefolia

Bak. (Billbergia tinctoria Mart.), da família das Bromeliáceas. Acaule, de folhas acinzentadas, retas, lineares,

espinescentes nas margens, com espinhos recurvados. Flores purpúreas em espiga branco-lanuginosa, com longo pedúnculo ornado de brácteas grandes e lanceoladas, róseas ou avermelhadas. Baga subglobosa, grande, seca, 3-locular, com grande número de sementes.

Raízes tintoriais. Cresce sobre pedras, axilas dos galhos das árvores ou

restos de pecíolos que permanecem no estipe das palmeiras. Do Piauí ao Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.

Abacaxi de Tinta Amarela, no Piauí; Gravatá Branco, Abacaxi de Tingir, em diversos Estados.

GRAVIOLA – Annona muricata, Linn., da família das

Anonáceas. Árvore 4-6 m. de altura. Folhas oblongas, luzentes e

glabras. Flores grandes, amarelo-pálidas em pedúnculos solitários com 3 pétalas carnosas externas e as internas delgadas nos bordos e muito imbricadas. Baga alongada, ovóide, arredondada, um pouco curva na extremidade, geralmente verde,

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de casca flexível, ouriçada de pontas moles, com polpa branca, abundante, cotonosa, sumarenta, doce ou ligeiramente ácida. Sementes lisas e enegrecidas.

O fruto, por sinal o maior da família das Anonáceas, chegando a pesar mais de 2 kg., é comível fresco ou em refrescos e sorvetes. Goza de propriedades antiescorbúticas, peitorais e febrífugas. A infusão das sementes pisadas usa-se nas disenterias.

Nativa em longo trecho da América tropical, principalmente nas Antilhas e América Central. Introduzida no Brasil talvez juntamente com a ata.

GRAXA – Papoula. GREVÍLIA – Grevillea robusta A. Cunn., da família das

Proteáceas. Árvore de grande desenvolvimento. Folhas pinatífidas,

compostas, 11-21 folíolos fendidos, glabros por cima, canescentes por baixo. Flores amarelas, muito irregulares, em espigas paniculadas. Folículo polispérmico.

Para arborização e reflorestamento. Madeira forte, durável, utilizada em moveis e lápis. Prefere os sítios secos.

Oriunda da Austrália. GROSELHA – Phyllanthus acidus Skeels. (Phyllanthus

distichus Muell. Arg., Cicca disticha Linn,), da família das Euforbiáceas.

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Árvore ou arvoreta. Folhas dísticas, inteiras, ovadas, ponteagudas, até 8 cm. de comprimento. Flores monoícas em panículas laterais, com brácteas foliáceas. Drupa indeiscente, deprimido-globosa com 3 ou 4 saliências longitudinais, verde-clara, com sementes angulosas, pendulas.

Fruto muito ácido, comível cru e especialmente em compotas. Planta pouco cultivada.

Asiática. GRUMIXAMA – Eugenia brasiliensis Lam. (Eugenia

Dombeyi Skeels.), da família das Mirtáceas. Árvore ou arvoreta de ramos eretos a partir da base, com

casca escamosa e pardacenta. Folhas opostas, pecioladas obovais, obtusas ou levemente acuminadas, glabras, verde-escuras. Flores alvas, ligeiramente perfumadas, agrupadas de 4-6, axilares. Baga redonda, 3-5 cm. de comprimento, lisa, brilhante, um pouquinho pubescente, roxo-escura, manchada de vermelho, com 2 ou mais sementes escuras, mergulhadas em polpa aquosa, acinzentada, levemente ácida.

Fruto comestível. Segundo Martius, é corrutela de curumi, menino e cama,

peito (4,289). GUABIRABA – Eugenia sp., da família das Mirtáceas. Arbusto ou arvoreta silvestre, encontrada de preferência na

região litorânea, quase sempre em terrenos arenosos.

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Os frutos são arredondados, mas achatados, um pouco menores do que os da pitangueira, roxos, lisos e brilhantes, coroados pelo cálice, pendendo de longos pedúnculos. A polpa doce, é às vezes ligeiramente ácida, agradável, com uma ou mais sementes.

Os ramos eretos, a folhagem verde-escura, a profusão de flores dão-lhe bela aparência, recomendando-a como planta frutífera e ornamental.

Do tupi guabiráb ou guabirób, guabí, ao comer-se, ráb, desabrido, ou rób, amargo (4,130).

GUAJIRU – Chrysobalanus Icaco Linn., da família das

Rosáceas. Arbusto de 2-4 m. de altura. Folhas alternas, curtamente

pecioladas, inteiras, coriáceas, obovais, glabras. Flores alvas, miúdas, em pequenos cachos ramosos, axilares e terminais. Drupa carnosa, lisa, lembrando uma azeitona, rosada a príncipio, depois negro-arroxeada, com polpa branca, adocicada, encerrando 1 caroço rijo e oval.

Fruto comestível. Cascas, folhas e raízes adstringentes, usadas no tratamento das diarréias e leucorréias. Servem, igualmente, para tingir fios e cordas, especialmente redes de pescar. Oleaginoso o embrião das sementes. Boa fixadora de dunas. Presta-se para cercas vivas.

Vegeta nos tabuleiros arenosos da região litorânea. América tropical e África ocidental. Ajuru, Guajuru, na Amazônia; Ariú, na Bahia; Abajeru, em S. Paulo.

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GUANDU – Feijão Cuandú. GUARAREMA – Pau d’Alho. GUARDIÃO – Nome das duas Cucurbitáceas: 1 – Melothria fluminensis Gardn. (Melothria pendula

Vell) – Trepadeira herbácea de vários metros de comprimento. Folhas longo-pecioladas, 5-angulosas ou 3-5 lobadas, ásperas na página superior e mais ou menos pubescentes na inferior. Flores pequenas, amarelas, em racemos umas e solitárias outras. Baga alongada, até 4 cm. de comprimento, pendente de um pedúnculo capilar, com muitas sementes brancas.

O fruto já foi usado como poderoso drástico. Natural do Brasil e existente em todo o seu território.

Abóbora do Mato, em Pernambuco e Bahia; Cerejeira de Purga, em S. Paulo; Melão de Morcego, em Mato Grosso; Abóbora do Mato e Taiuiá Miúdo, no Rio de Janeiro.

2 – Trianosperma Tayuya Mart. (Bryonia Tayuya Vell). Planta herbácea, trepadeira, de raiz tuberosa e caule sulcado, ramoso, liso. Folhas longo-pecioladas, membranáceas, 3-5 lobadas, denteadas, ásperas. Panículas multifloras, de flores pequenas e amarelas. Cápsula pequena, ovóide, contendo 3 sementes grandes.

Raízes depurativas, antidrópicas e antipsóricas. Drásticas e emanagogas, quando em alta dose.

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Nativa do Brasil. Cabeça de Negro, na Amazônia; Taiuiá do Mato, Ana-Pinta, Abobrinha do Mato, Azougue do Brasil, em Minas Gerais; Abobrinha do Mato, em São Paulo; Taiuiá, em quase todos os Estados, inclusive no Nordeste.

GUAXIMA – Malva Roxa. GUARDIÃO – Guardião. GURINDIBA – Nome das seguintes plantas: 1 – Trema micrantha Blume (Rhamnus micranthus

Linn.), da família das Ulmáceas. – Árvore pequena, com os ramos pilosos. Folhas peciolada, oblongas, serreadas, ásperas, 3-nervadas, até 10 cm. de comprimento por 4 de largura. Flores polígamas, esverdeado-brancacentas, pequenas, em cimeiras axilares. Drupa redonda.

Madeira mole, para escultura e peças que exijam elasticidade. Com os ramos se fazem obras trançadas. Cascas adstringentes e de líber fibroso. Folhas e frutos forraginosos.

América tropical e subtropical. Do Pará a S. Paulo. 2 – Trema mollis Blume (Celtis mollis H. & B. ex

Willd.), da mesma família – Muito parecida com a anterior, tendo a página inferior das folhas branco-aveludado-pubescentes e a mesma distribuição geográfica.

3 – Traganum scariosum F. All., da família das Quenopodiáceas. – Arbusto pequeno, de flores miúdas e brancacentas. Líber para cordoalha e folhas forraginosas.

Ceará, Pernambuco e Alagoas.

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H

HERA – Ficus pumila Linn., da família das Moráceas. Trepadeira lenhosa, reptante, muito ramificada, com raízes

adventícias. Folhas alternas, curto-pecioladas, inteiras, ovais ou cordiformes, verde-escuros. Sícono globuloso, com ampla câmara de ar.

Ornamental. Os ramos se fixam às paredes e aos muros, vestindo-os de um tapete verde de folhas.

Asiática. HORTELÃ – Mentha piperita Linn., da família as

Labiadas. Erva aromática, de haste ramosa e quadrangular, verde ou

roxo-purpúrea, juntamente com os ramos. Folhas simples, opostas, pecioladas, pubescentes, inclinadas para baixo, ovadas, agudas, um pouco arredondadas na base, serreadas, com os dentes finos, retos e alongados, verde-escuras na página superior e mais claras na inferior. Na página inferior se concentram os pelos glandulares e se desenham distintamente todas as nervuras. Flores pequenas, roxo-claras, em cimos espiciformes.

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Folhas e sumidades florais excitantes, carminativas e tônicas. Das folhas extrai-se um óleo essencial, cujo agente ativo é o mentol.

Originária da Europa. HORTELÃ DE BOI – Hyptis atrorubens Poit., da

família das Labiadas. Erva reptante, quase ascendente. Folhas ovais, denteadas.

Flores alvas. Cresce nos terrenos arenosos das proximidades do litoral. Desde o México, Antilhas até o Brasil. O apelido é

pernambucano. HORTELÃ DO MATO – Peltodon radicans Pohl.

(Clinopodium repens Vell), da família das Labiadas. Erva de caule quadrangular, prostrado e radicantes. Folhas

ovado-arredondadas, um tanto obtusas, crenadas, híspidas, de pecíolo mais ou menos alado. Flores roxas, em inflorescência cimosa.

Planta carminativa, peitoral e calmante. Todo o Brasil. Paracarí, no Pará; Rabugem de Cachorro, na

Bahia; Boiacaá, no Rio de Janeiro; Hortelã do Brasil, em São Paulo.

HORTELÃ PIMENTA – Hortelã.

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HORTELÃ PIMENTA RASTEIRA – Mentha crispa Linn., da família das Labiadas.

Planta herbácea, de caules quadrangulares, prostrada ou em touças até 30 cm. de altura. Folhas opostas, redondas, crespas, aromáticas. Flores miúdas, em inflorescência cimosa que lembra uma espiga.

Cultivada em canteiros ou em vasos. Folhas carminativas, estomacais e tônicas.

HORTÊNSIA – Denominação das seguintes plantas. 1 – Hydrangea Hortensia DC., da família das Saxifragáceas

– Subarbusto ou arbusto copado. Folhas opostas, grandes, ovais, denteadas. Flores diversamente coloridas, em cimeiras dicotômicas e eretas.

Linda planta ornamental, cujas flores, conforme a idade, apresentam-se azuis, róseas ou brancas.

Originária da China. 2 – Calotropis gigantea R. Br. (Asclepias gigantea Linn.), da

família das Asclepiadáceas – Arbusto bem desenvolvido, ramoso, sempre verde, de casca branco-amarelada, fendida. Folhas sésseis ou quase sésseis, opostas, obovais ou oblongas, estreito-cordiformes na base, verde-glauca, coriáceas, carnosas, mais ou menos pubescentes-cotonosas em ambos as faces. Flores até 55 mm. de diâmetro, avermelhadas, róseas, violáceo-claras ou lilacinas, em cimeiras laterais. Folículo amplo, 8-11 cm. de comprimento, arredondado, estufado de ar, de pericarpo fino e verde, contendo numerosas

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sementes castanhas, com tufos de pelos alvos e sedosos, de 25-32 mm. de comprimento.

As folhas maduras são forraginosas. O líber produz fibra de boa qualidade, porém o seu mais valioso produto é a paina das sementes, aproveitada na confecção de interessantes tecidos, brinquedos, bolsas e enchimento de travisseiros, colchões e etc., As folhas em cozimento são anti-reumáticas e calmantes. O látex é um poderoso depilatório e os sertanejos o empregam como odontálgico. As sementes constituem ótimo alimento para as galinhas.

Originária da Ásia tropical. Tem ainda os nomes de Ciúme, Ciumeira, Flor de Seda.

3 – Calotropis procera R. Br. (Asclepias procera Ait.), da família das Asclepiadáceas – Muito parecida com a precedente, mas de porte menor. Folhas glabras, quando adultas. Flores alvas lavadas de roxo ou vermelho-violáceas, externamente argênteas, aromáticas, em cimeiras mutifloras. Folículos 3-4, elipsóides, ovais, amarelo-pélidos, tendo as sementes tufos de pelos de 300 mm. ou mais.

Propriedades idênticas às da espécie anterior. África tropical, Índia e Pérsia. Seda, em Pernambuco. No

Ceará tem a mesma senonímia citada na precedente.

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I

ICÓ – Capparis Yco Eichl (Colicodendron Ico Mart.,

Capparis speciosa Moric.), da família das Caparidáceas. Arbusto ou arvoreta. Folhas simples, coriáceas, elíticas,

tomentosas na página dorsal. Flores alvas, aromáticas, em racemos axilares. Cápsula ovóide, pontuda, verde, com 4-6 sementes amarelas.

Cresce nas caatingas e se conserva sempre verde. Folhas tóxicas aos equideos, produzindo meteorismo, segundo de hematúria ou disúria.

ICÓ PRETO – Capparis jacobinae Moric., da família

das Caparidáceas. Parecida com a precedente, tendo a casca escura e as

folhas lineares e acuminadas. IMBAÚBA – Torém.

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IMBÉ – Chamam-se assim as Aráceas Monstera dilacerata Koch., Monstera Friedrichsthalii Schott., Monstera pertusa De Vriese.

São trepadeiras lenhosas, radicantes, de caule grosso, com grandes folhas anguloso-lobadas, longamente pecioladas.

Em Monstera dilacerata as folhas são pinadas, ao passo que o limbo apresenta perfurações grandes e pequenas ao longo da nervura central em Monstera Friedrichsthalli. Já em M. pertusa, cuja folha mede até 1 m. de comprimento, as perfurações são grandes e irregularmente dispostas.

As espádices são brancas, doces e comestíveis, quando bem maduras. Como todas as partes destas plantas contêm Cristais de oxalato de cálcio, os frutos verdosos ou pouco maduros produzem uma irritação intensa na língua, pela fácil penetração dos referidos cristais. As folhas são tóxicas, mas encontram emprego como emoliente e em banhos calmantes contra reumatismo.

Imbé, em tupi, significa planta que se arrasta, trepadeira de Y-mbé (10,270).

IMBÉ DE CORDA – Philodendron guttiferum Kunth.,

da família das Aráceas. Trepadeira grande. Folhas oblongas ou oblongo-elíticas, de

10-12 cm. de comprimento por 4-6 de largura. Espadice cilíndrica, protegida por espata amarelo-pálida internamente. Bagas avermelhadas.

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Os filamentos da casca servem para o fabrico de cestos e cordas.

Da Guatemala, inclusive Antilhas até América do Sul. Norte e Nordeste do Brasil.

IMBU – Spondias tuberosa Arr. Cam., da família das

Anacardiáceas. Árvore baixa, esparramada, cujo tronco atrofiado,

retorcido, cheio de brotos, raramente alcança 6 m. de altura, chegando a copa medir 10 m. de diâmetro, às vezes. O seu sistema radicular, adaptado, com o caule, à adurência do clima sertanejo, compõe-se de raízes longas, espraiadas, mais ou menos superficiais, com intumescências redondas e escuras, de uns 20 cm. de diâmetro, providas de tecido lacunoso, celulósico, cheio d’água. Folhas pinadas, glabras quando adultas, com folíolos ovalados ou elipsóides, obtusos ou levemente cordados na base, agudos ou obtusos no ápice, de cerca de 4 cm. de comprimento e 2 cm. de largura. Flores alvas, cheirosas, em panículas pubérulas de 10-15 cm. de comprimento. Drupa de 12-15 cm. de comprimento, pesando 10-20 g., redonda, ovóide ou oblonga, amarelo-esverdeada quando madura, de pericarpo coriáceo e polpa branco esverdinhada, mole, suculenta, de sabor agridoce muito agradável, tendo no centro 1 caroço grande.

A frutificação, que se verifica no início das chuvas, é abundantíssima, chegando um pé a produzir mais de 300 kg de frutos num ano, como observou o agrônomo Paulo Guerra, ao estudar imbuzeiros nativos da Serra da Borborema (90,95).

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Chupa-se o fruto, faz-se geléia de sua polpa e o suco, obtido por pressão, misturado ao leite e adoçado com açúcar ou rapadura, constitui a afamada imbuzada, alimento apreciadíssimo pelos sertanejos. É uma das fontes de vitamina C de que dispõe a população nos trechos mais agrestes da zona semiárida nordestina. O imbu maduro encerra 14,2 mgs de ácido ascórbico por 100 cc., ao passo que o verde acusa 33,3 (51,40).

Nos períodos de fome aguda os habitantes dos sertões aproveitam-lhe as tuberosidades radiculares, chamada cunca, para matar a sede e a fome, chupando-as como se faz com a cana de açúcar, ou comendo-as.

Característico das caatingas nordestinas. Raramente cultivado.

Gabriel Soares, no seu famoso Tratado Descritivo do Brasil em 1587 (38, 212), nos dá “talvez a descrição mais perfeita que se tem feito da Spondias tuberosa Arruda Câmara, que na ‘Flora Brasiliensis’ não foi acolhida pelo Prof. Engler, ao estudar e descrever as Anacardiáceas Brasileiras” (96, 230):

“Ambu é uma árvore pouco alegre à vista, áspera de

madeira, e com espinhos como romeira, e do seu tamanho, a qual tem a folha miúda. Dá esta árvore umas flores brancas, e o fruto, do mesmo nome, do tamanho e feição das ameixas brancas, e tem a mesma cor e sabor, e o caroço maior. Dá-se esta fruta ordinariamente pelo sertão, no mato que se chama a Caatinga, que está pelos menos afastado vinte léguas do

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mar, que é terra seca, de pouca água onde a natureza criou a estas árvores para remédio da sede que os índios por ali passam. Esta árvore lança das raízes naturais outras raízes tamanhas e da feição das botijas, outras maiores e menores, redondas e compridas como batatas, e acham-se algumas afastadas da árvore cinquenta e sessenta passos, e outras muito ao perto. E para o gentio saber onde estas raízes estão, anda batendo com um pau pelo chão, por cujo tom o conhece, onde cava e tira as raízes de três a quatro palmos de alto, e outras se acham à flor da terra, as quais se tiram uma casca parda que tem, como a dos inhames, e ficam alvíssimas e brandas como maçãs de coco; cujo sabor é mui doice, e tão sumarento que se desfaz na boca tudo em água frigidíssima e mui desencalmeda; com o que a gente que anda pelo sertão mata a sede onde não acha água para beber, e mata a fome comendo esta raiz, o que é mui sadia, e não faz nunca mal a ninguém que comesse muito dela. Destas árvores há já algumas nas fazendas dos Portugueses, que nascerem dos caroços dos ambus, onde dão o mesmo fruto e raízes”.

Três séculos após Gabriel Soares haver descrito o imbu e

ressaltado-lhe a importância para os índios das caatingas baianas, Euclides da Cunha, nos meses cenário, chamava-lhe de

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“árvore sagrada do sertão”, desenhando-lhe, com o vigor de seu estilo, o perfil em face da terra e do homem.

“É a árvore sagrada do sertão. Sócia fiel das rápidas

horas felizes e longos dias amargos dos vaqueiros. Representa o mais frizante exemplo de adpatção da flora sertaneja. Foi, talvez, de talhe mais vigoroso e alto – e veio descaindo, pouco a pouco, numa interdecadência de estios flamivomos e invernos torrenciais, modificando-se à feição do meio, desinvoluindo, até se preparar para a resistência e reagindo, por fim, desafiando as secas duradouras, sustentando-se nas quadras miseráveis mercê da energia vital que economiza nas estações benéficas, das reservas em grande cópia nas raízes.

E reparte-as com o homem. Se não existisse o umbuzeiro aquele trato de sertão, tão estéril que nele escasseiam os carnaubais tão providencialmente dispersos nos que o convizinham até ao Ceará, estaria despovoada. O umbu é para o infeliz matuto que ali vive o mesmo que a mauritia, para os garaunos dos llanos.a

Alimenta-o mitiga-lhe a seda. Abre-lhe o seio acariciador e amigo, onde os ramos recurvos e entrelaçados parecem de propósito feitos para a armação das redes bamboantes. E ao chegarem os

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tempos felizes dá-lhe os frutos de sabor exquisito para o preparo da umbusada tradicional.

O gado, mesmo nos dias de abastança, cobiça o sumo acidulado das suas folhas. Realça-se-lhe, então, o porte, levantada, em recorte firme, a copa arredondada, num plano perfeito sobre o chão, à altura atingida pelos bois mais altos, ao modo de plantas ornamentais entregues à solicitude de práticos jardineiros. Assim decotadas semelham grandes calotas esféricas. Dominam a flora sertaneja nos tempos felizes, como os cereus melancólicos nos paroxysmos estivais”. (97, 46).

Imbu, Umbu, Imbuzeiro ou Umbuzeiro são variantes

prosódicas e ortográficas desta planta. Nos autores antigos encontramos as formas Ambu, Ombu, hoje desusadas. Imbu, na lição de T. Sampaio, é corrutela de y-mb-ú, árvore que dá de beber, alusão às raízes que contém água (10, 271).

IMBURANA – Bursera leptophloeos Engl., da família

das Burseráceas. Árvore coberta de espinhos. Folhas opostas e pinadas.

Flores em cachos. Fruto drupáceo, acre-doce, mas comível, quando bem maduro.

O tronco, por incisão, fornece um balsamo verde-alourado, sucedâneo da terebentina, entre os sertanejos.

Imburana significa imbu falso.

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IMBURANA BRAVA – Imburana. IMBURANA DE CHEIRO – Cumaru. IMBURANA DE ESPINHO – Imburana. IMBURIM – Ximenia sp., da família das Olacáceas. Arbusto espinhoso, de folhas alternas, inteiras, glabras,

oblongas, com uma pequena drupa comestível. Imburim, imbu pequeno no tupi.. INDEPENDÊNCIA – Cróton. INGÁ – O nome reúne numerosas espécies de

Leguminosas Mimosóideas, do gênero Inga, espalhadas pelas matas úmidas da América tropical, atingindo a sua expansão até a zona subtropical da parte sul deste continente.

Em geral são árvores de porte pouco elevado, inermes, bem esgalhadas, quase sempre de flores alvas e vagens maiores ou menores, retas ou curvas, cilíndricas ou planas, contendo, sementes envoltas numa polpa comumente escassa, branca, doce, comestível.

Fornecem madeira ordinária, branca ou avermelhada, para lenha, caixotaria e cangalhas.

As ingás ou ingazeiras, como frequentemente são denominadas e figuram na toponímia, encontram-se nos sítios úmidos do litoral, nas serras frescas e, no sertão, restritas às

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reboleiras de mato alto das várzeas ou acompanhando a margem dos rios.

Cedo compreenderam os agricultores, que, nas nossas condições de solo e clima, o sombreamento era indispensável à cultura econômica do café. Apelaram para diversas plantas que julgavam capazes de sombrear e restituir parte do vigor perdido das terras serranas. Dessa experimentação empírica saiu vencedora e ingazeira (Inga bahiensis Benth), que enriquece o solo e lhe assegura uma ambiência de frescura e umidade, tão necessária ao desenvolvimento do cafeeiro.

Os autores assinalam no Ceará as seguintes espécies: 1 – Inga Alba Willd. – Venezuela, Guianas, Amzonas,

Pará e Ceará. Ingá Xixi ou Ingá Xixica, na Amazônia, nomes nessa região aplicados às ingás de folhas e frutos pequenos.

2 – Inga bahiensis Benth – Tem os frutos grandes, mais ou menos tetrágonos quando adultos, com sementes pouco polpudas, mas bastante procuradas. Bahia e Estados nordestinos (zona da mata e litoral). No Ceará é a espécie preferida para sombrear os cafezais das Serras de Baturité e Ibiapaba. Às vezes chamada Ingá Cipó, denominação entre nós comum a todas as ingás de frutos longos.

3 – Inga cilata Presl. – Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro. Ingá Piaba, no Ceará.

4 – Inga edulis Mart – É a melhor das ingás para comer, tanto que é cultivada, principalmente na Amazônia, como árvore frutífera. A vagem é cilíndrica, grossa e longa, até 30 cm. de comprimento, estriada longitudinalmente, com as sementes

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cobertas por uma polpa espessa, macia e gostosa. Do Amazonas a S. Paulo. Rabo de Mico, em S. Paulo; Ingá Cipó, no Ceará.

5 – Inga fagifolia Willd – Tem porte elevado, vagens amareladas e pequenas. Peru, Colômbia, Guianas, Pará, Ceará até S. Paulo. Ingá Mirim, em Pernambuco; Mococona, na Bahia; Ingaí, no Ceará.

6 – Inga heterophylla Willd – Antilhas e América do Sul tropical. Amazonas até S. Paulo. Ingá Xixi ou Xixica, na Amazônia: Ingá de Ferradura, e S. Paulo.

7 – Inga ingoides Willd – Apesar de assinalada por diversos botânicos no Ceará, Adolfo Ducke duvida de sua existência na área compreendida entre este Estado e o do Rio de Janeiro, havendo grandes possibilidades de ser bahienis os exemplares classificados como ingoides.

8 – Inga leptantha Benth – Arvoreta com vagem séssil, plana, de 11-16 cm. de comprimento, encontrada na Serra de Baturité. Conhecida por Ingá Piaba.

9 – Inga marginata Willd – Árvore da América meridional tropical e subtropical. Todo o Brasil. Ingá Dedo ou Ingá Mirim, em S. Paulo; Ingá e Ingá Feijão, no Rio Grande do Sul.

Ingá vem do ib, fruto, cá, caroço, fruto de caroço, na opinião de Paulino Nogueira (4, 300), mas T. Sampaio diz que é corrutela de y-igá, o que é embebido ou úmido, alusivo à polpa da semente (10, 271).

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INGÁ CAVALO – Sclerolobium densiflorum Benth., da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Árvore grande, de copa bastante ampla. Folhas alternas, imparipinadas. Flores amarelo-brancacentas, aromáticas, dispostas em panículas ramosas. Vagem curta.

Madeira para combustível. Cresce nas matas primarias da Paraíba, Pernambuco e

Bahia. O nome ingá lhe advém da feição da folhagem parecida com as das ingás verdadeiras. Ingá Cavalo é denominação paraibana; Ingá Porco, em Pernambuco; Carvão de Ferreiro, na Bahia.

INGÁ CIPÓ – Ingá (Inga bahiensis Mart., Inga ingoides

Willd.). INGAÍ - Ingá (Inga fagifolia Willd.). INGÁ PIABA – Ingá (Inga ciliata Presl., Inga leptantha

Benth). INGARANA – Pithecolobium trapezifolim Benth., da

família das Leguminosas Mimosóideas. Árvore de porte regular das matas serranas, muito

polimorfa quanto ás folhas. Madeira mole, de cerne branco ou amarelo-rosado. As sementes são metade brancas e metade azuis.

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Trinidad, Colômbia, Guianas, Amazonas, Pará, Ceará (Serras da Ibiapaba e Aratanha). Lágrimas ou Contas de Nossas Senhora, Tento Azul, na Amazônia.

INGAZEIRA – Ingá. INHAME – Apelido comum a diversas Dioscoreáceas

anuais, sarmentosas, com tubérculos amiláceos, comestíveis. Inhame ou nham é palavra africana e significa comer (98,

259 in nota 40). INHAME BARBADO – Dioscorea dodecaneura Vell.

(Dioscorea hebantha Mart.), da família das Dioscoreáceas. Planta sarmentosa, de caule anguloso, arroxeado ou verde-

variegado. Folhas grandes, membranosas, cordiformes. Inflorescências axilares, pêndulas, tomentosas, com flores diocas, pequenas, alvacentas, dispostas em racemos. Fruto capsular.

Os tubérculos de carne branca, seca, com 18% de amido, têm a película que reveste coberta de numerosas radículas fibrosas, de cor parda, lembrando fios de cabelo.

Nativa, talvez, em todo o Brasil. Cará Barbado, na Bahia, Rio de Janeiro e outros Estados meridionais.

INHAME BRAVO – Dioscorea synandra Klatt., da

família das Dioscoreáceas.

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Trepadeira de caule anguloso. Folhas opostas, pecioladas, cordiformes, curvinervadas, 5-10 cm. de comprimento por 3-7 de largura. Flores miúdas em racemos axilares.

Vegeta de preferência nas quebradas das serras. Os tubérculos são pequenos, cilíndricos e venenosos.

INHAME CARÁ – Dioscorea illustrata Hort., da família

das Dioscoreáceas. Trepadeira de folhas pecioladas, cordiformes, variegadas

de vermelho. Inhame de Folha Roxa Pintada, em S. Paulo e outros

Estados. INHAME CARAQUENTO – Dioscorea trifida Linn.

(Dioscorea brasiliensis Willd., Dioscorea quinquelobata Vell.), da família das Dioscoreáceas.

Tem as folhas cordiformes, 3 ou 5-lobadas. Flores masculinas em cachos fasciculados e as femininas em espigas. Fruto capsular oblongo e papiráceo.

Os tubérculos são revestidos por epiderme verrucosa, donde a denominação de caraquento. Carne branca, amarelada ou roxa. A variedade de carne roxa passa por poderoso antisifilítico e antileprótico.

Originário da América tropical e não da África Ocidental, como registram alguns autores. Cará Mimoso, nos Estados meridionais.

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INHAME CASCO – Dioscorea bulbifera Linn., da família das Dioscoreáceas.

Trepadeira de caule glabro, comprido, estriado, um pouco torcido. Folhas oval-arredondadas, cordiformes e aguçadas. Flores dióicas, sésseis, arroxeadas, as masculinas dispostas em panículas compostas e as femininas em longas espigas axilares ou terminais.

Além dos tubérculos subterrâneos, produz tubérculos caulinars, variáveis no tamanho e na forma, nutritivo e saborosos. A polpa dos tubérculos tem um matiz ligeiramente amarelado.

Originário da Ásia austro-oriental. Parece haver sido introduzido no Brasil ao tempo dos holandeses, princípios do século XVII. Inhame de Angola, na Bahia. Chamam, às vezes de Cará ou de Cará do Ar.

INHAME LISO – Dioscorea alata Linn., da família das

Dioscoreáceas. Trepadeira glabra de caule quadrangular. Folhas

cordiformes-sagitadas na base e acuminadas no ápice, 5-7 nervadas. Flores esverdinhadas. Fruto cápsula coriácea, luzidia, de uns 3 cm. em ambos os sentidos.

Saboroso, extremamente feculento (24% de amido), é o inhame mais cultivado nas regiões tropicais, servindo de base alimentar a certas regiões da África, da Ásia e da Oceania, onde as fases de sua vegetação constituem os marcos divisórios dos calendários indígenas. Cada pé produz geralmente um tubérculo

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de forma e tamanho variável e de carne branca, lavada de vermelho, mais ou menos clara ou violácea, conforme as modificações que tem passado a espécie, na sua longa cultura e extensa distribuição geográfica.

Originário da Ásia meridional foi introduzido no Brasil em meados do século XVI, vindo a semente das ilhas de S. Tome e Cabo Verde, acompanhando os escravos afeitos ao seu manjar e, por isso, recebeu a alcunha de Inhame da Costa.

INHAME ROXO – Simples variedades da espécie

precedente, de carn violácea (Dioscorea purpurea Roxb.). INHARÉ – Condurú. IPEPACUANHA – Cephaelis Ipecacuanha Rich.

(Callicocca Ipecacuanha Brot.), da família das Rubiáceas. Planta lenhosa, quase rasteira, às vezes se elevando até 40

cm. de altura. Folhas em número de 3-4 pares, subsésseis, opostas, oblongas-ovadas ou oblonga-eliticas, levemente acuminadas, 10-15 cm. de comprimento. Flores pequenas, brancas, em capítulos com 4 brácteas verdes. Drupa pequena, oval, com 2 sementes ligeiramente torcidas.

Raiz cilindróide, branco-suja internamente, empregada como expectorante, diaforética, antidisentérica e emética.

Talvez em todo Brasil. Poaia, em Mato Grosso. Por adulteração é conhecida vulgarmente como Ipecaconha, Papaconha.

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IPEPACUANHA BRANCA – Hybanthus Ipepacuanha

Baill. (Viola Ipepacuanha Linn), da família das Violáceas. Erva rasteira, pilosa. Folhas elíticas ou oblongas,

denteadas, verde-pálidas. Flores brancas, manchadas de amarelo. Cápsula com sementes pretas.

As raízes enrugadas, tortuosas, ramificadas em suas extremidades não contêm emetina e são conhecidas na farmacopéia com Radix ipecacuanhar albae, que substituem e não raro falsificam a ipecacuanha verdadeira.

Nas costas e lugares arenosos de quase todo o Brasil. Poaia, em Pernambuco; Poaia Branca ou da Praia, e diversos Estados.

IPEPACUANHA DO CAMPO – Richardsonia

grandiflora Cham. et Schlecht., da família das Rubiáceas. Planta anual, herbácea, rasteira, peluda, com flores róseas,

purpúreas, às vezes secas, em capítulos terminais. Comuníssima nas nossas praias e dunas, constituindo não

raro a vegetação predominante. Do Ceará ao Rio Grande do Sul. Poaia do Campo, em Pernambuco.

IPECACUANHA PRETA – Ipecacuanha.

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J

JABORANDI – Pilocarpus pinnatifolius Lem. (Pilocarpus pinnatus Mart.), da família das Rutáceas.

Arbusto até 2,5 m. de altura, de caule grosso, cilíndrico, pubescente. Folhas alternas, longamente pecioladas, compostas, 3-4 jugos de folíolos linear-oblongos, verde-claros, coriáceos, lisos na face superior e pubescentes na inferior. Flores cinzento-

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amareladas ou pardas, em cachos compridos. Cápsula em forma de concha.

A infusão das folhas constitui poderoso diaforético, Externamente, são usadas como tônico capilar.

O nome é ainda aplicado a certas espécies de Piper cujas folhas provocam salivação igual à produzida por Pilocarpus.

Do Ceará ao Rio Grande do Sul. JABOTAPUTÁ – Batiputá. JABOTICABA – Myrciaria cauliflora Berg. (Eugenia

cauliflora DC.), da família das Mirtáceas. Árvore de altura média, porte piramidal, talvez a mais

elegante das Mirtáceas. Folhas opostas, lanceoladas e de base aguda, pequenas, vermelhas quando novas, depois verdes, mais ou menos lustrosas. Flores brancas, pequenas, sésseis, aglomeradas. Baga redonda ou arredondada, coroada pelo cálice, quase séssil, geralmente roxa-escura, com 1-4 sementes e polpa esbranquiçada, de um doce agradável.

Carrega-se de frutos desde o tronco até os ramos e às vezes nas raízes descobertas. Cultivada esporadicamente nas serras frescas.

JACA – Artocarpus integrifólia Linn., da família das

Moráceas. Árvore grande até 20 m. de altura. Folhas inteiras,

lanceoladas, cordiáceas e lustrosas. Flores caulinares. Fruto

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enorme sincarpo ovóide ou redondo até 12 kg., suspenso ao tronco e galhos principais, com numerosas sementes (que são os frutos propriamente ditos) envoltas em polpa mole, cremosa, doce, aromática e comestível.

As sementes são édules assadas ou cozidas. A madeira presta-se a trabalhos de marcenaria e carpintaria.

Nativa no arquipélago indo-malaio. Tem as seguintes formas; Jaca Dura, Jaca Mole, Jaca Manteiga.

Jaca não é palavra tupi, como pensava Paulino Nogueira, por desconhecer a origem da planta. O seu étimo é o malaio Chakka (87, 471).

JACARANDÁ – Coração de Negro. JACARANDÁ BRANCO – Swartzia Pickelli Killip ex

Ducke, da família das Leguminosas Cesalpinióideas. Arvoreta ou arbusto conforme cresça na mata ou nas

capoeiras. Na Paraíba e Pernambuco. JACARÉ – Piptadenia communis Benth., da família das

Leguminosas Mimosóideas. Árvore de porte mediano, de casca espessa e rugosa,

serrilhada nos ramos mais novos, lembrando as escamas dorsais de um jacaré. Folhas pinadas, 5-15 jugas e 30-50 jugos de folíolos de 5 mm., luzidios. Flores alvas, pequeninas, em espigas cilíndricas, axilares, solitárias ou geminadas. Vagem chata, com 6-8 sementes pardo-amareladas e comprimidas.

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Madeira branca, compacta, para obras internas e tabuados de 2º categoria. Produz carvão excelente. Casca taníferas.

Do sul do Brasil. Introduzida pelo antigo Serviço de Arborização de Fortaleza, quando dirigido pelo autor.

JACINTO – Angélica. JAGUARANA – Pithecolobium pedicellare Benth.; da

família das Leguminosas Mimosóideas. “Árvore pequena em todas as matas dos arredores altos de

Recife e que em mata primaria alcança porte elevado. O legume é lenhoso (não carnoso!), bivalvado, com deiscência tardia e lenta – Da Hiléia até o Rio de Janeiro”. (45, 425).

JAMACARU – Mandacaru. JAMBO AMARELO – Eugenia Jambos Linn.

(Jambosa vulgaris DC.), da família as Mirtáceas. Árvore altaneira, ramosa, de folhagem densa. Folhas

grandes, estreito-lanceoladas, glabras, verde-luzentes. Flores alvas, em corimbos terminais. Fruto drupáceo, oval, 3-5 cm. de diâmetro, esbranquiçado ou amarelado matizado de rosa, de polpa cotonosa, pouco suculenta, perfumada e um tanto azeda, com 1-2 sementes.

Originário do sudeste da Ásia. Conhecido também por Jambo Rosa.

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JAMBO ENCARNADO – Jambo Vermelho. JAMBO ROSA – Jambo Amarelo. JAMBO VERMELHO – Eugenia Malaccensis Linn.

(Jambos Malaccensis DC.), da família das Mirtáceas. Bela árvore, de porte altaneiro, copa piramidal e densa.

Folhas oblongo-elíticas, glabras, verde-luzentas. Flores róseo-purpúreas de excepcional beleza, dispostas em racemos laterais. Fruto drupáceo, com cerca de 7 cm. de comprimento, obovóide, avermelhado, de carne branca, esponjosa, com perfume de rosa, porém quase insípido, contendo 1 só semente ou nenhuma.

Oriundo do sudeste da Ásia, inclusive da Malaca. JANAGUBA – Plumeria Sucuuba Spruce, da família das

Apocináceas. Árvore até 15 m. de altura, de casca espessa, lenhosa,

lactescente. Folhas pecioladas, alternas, obovado-alongadas ou espatuladas, coriáceas. Flores brancas, aromáticas, em cimeiras terminais. Folículos gêmeo, curvado como um chifre, de 16-20 cm. de comprimento, com numerosas sementes aladas.

O suco leitoso obtido do tronco e galhos, por meio de incisões, empregam, segundo Dias da Rocha, como vulnerário, adesivo, anti-reumático, emoliente (11, 154).

Na Amazônia é conhecida por Sucuúba. Corrutela de ñandi, leite, e ubá, árvore – árvore que dá

leite (4, 314).

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NOTA – A espécie que ocorre em Fortaleza é a Plumeria bracteata A. DC.

JANGADA – Cordia tetrandra Aubl., da família das

Borragináceas. Árvore de porte pequeno, cuja madeira tem aplicação na

construção civil e em trabalhos de carpintaria. É um dos componentes da vegetação secundaria da serra

de Baturité, ocorre ainda na zona litorânea, sendo conhecida em Fortaleza por Pau de Jangada.

JANGADEIRA – Pau de Jangada. JAPECANGA – Smilax Japicanga Griseb., da família

das Liláceas. Trepadeira lenhosa de caule espinhoso. Folhas alternas,

ovado-pontudas ou oblongo-elíricas, mais ou menos cordiformes, 5-nervadas. Flores em umbelas. O fruto é uma pequena baga.

Raízes depurativas e diuréticas. Vive à margem dos rios e terrenos frescos. Corruptela de ya-apé-canga, aquele que tem a casca seca.

(10, 293)

NOTA – Pickel (21, 195) afirma que se encontram em todo o Nordeste e Smilax phylloloba Mart. e a Smilax campestris Griseb.

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JAQUEIRA – Jaca. JARACATIÁ – Jaracatia dodecaphylla A. DC. (Carica

dodecaphylla Vell.), da família das Caricáceas. Árvore alta, tronco grosso e aculeado, ramificando-se

superiormente. Folhas pecioladas, alternas, palmatilobadas, divididas mais ou menos em 12 lóbulos obovais, oblongos e agudos, verde-luzentes na face superior, pálidos e despidos de brilho na inferior. Flores pequenas, dispostas em panículas axilares, verde-pálidas. Baga oval ou arredondada, de uns 8 cm. de comprimento, lustrosa, amarelo-ouro quando madura, de polpa doce e avermelhada, com muitas sementes.

Frutifica abundantemente. Os frutos maduros são agradáveis ao paladar e, verdes, servem para doces ou são comíveis como verdura. O suco leitoso é purgativo, desobstruente e vermífugo.

Corrutela de yara-cati-á, o que é de exalar (10, 294). Também é chamado de Mamão Brabo, Mamão do Mato.

JARAMATAIA – Vitex Gardneriana Schau., da família

das Verbenáceas. Árvore. Folhas opostas, digitadas, 3-5 folíolos obovais

alongados, pubescentes. Flores pedunculadas, roxas em pequenos cimos axilares densos. Drupa carnosa, 4-locular.

Folhas calmantes, anti-reumáticas. Conhecida também por Tamanca e Tamanqueira.

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JARRINHA – O nome abrange diversas Aristoloquiáceas,

entre as quais distinguimos, pelas suas qualidades ornamentais, as seguintes, cultivadas nos jardins.

1 – Aristolochia elegans Mart. – Trepadeira de crescimento rápido, densa folhagem e belas flores amarelo-pardacentas, interiormente marmorizadas de purpúreo.

2 – Aristolochia macroura Gomes – Trepadeira de folhas 3-partidas, com flores amarelo-avermelhadas, roxas por dentro.

JARRINHA VERDADEIRA – Jarrinha (Aristolochia

macroura Gomes, A. appendiculata Vell.). JASMIM – Jasminum pubescens Willd. (Nyctanthes

pubescens Retz), da família das Oleáceas. Trepadeira densa, de folhas opostas, curtamente

pecioladas, ovado-agudas, verde-escuras, pubescentes, com pequenos e profusos racemos de flores alvas.

Proveniente da Ásia meridional. JASMIM BOGARÍ – Bogarí. JASMIM DE CERA – Flor de Cera. JASMIM DO CABO – Gardênia florida Linn.

(Gardenia jasminoides Ellis), da família das Rubiáceas.

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Arbusto esgalhado. Folhas opostas, oval-lanceoladas, lisas, lustrosas, verde-escuras e perenes. Flores grandes, simples ou dobradas, brancas, fragrantíssimas, solitárias e axilares.

Cultivada nos Jardins. Presta-se para cercas vivas. Originário do Cabo da Boa Esperança, Índia oriental,

China e Japão. General, no Amazonas. JASMIM DO CÉU – Plumago capensis Thunb., da

família das Plumbagináceas. Pequeno arbusto subescandente, de caule anguloso. Folhas

oblongas, simples, inteiras, alternas, quase sésseis. Belas flores azul-desmaiadas ou violáceas, reunidas em racemos relativamente curtos, às vezes parecidos com umbelas. Há variedades de flores róseas e vermelhas.

Cultivado nos jardins. Originário da África Austral. Emília e Bela Emília, na

Amazônia e Bahia; Nuvem, em Pernambuco; Jasmim Azul, no Rio; Dentelaria do Cabo ou Bela Emília, em S. Paulo, Mimo do Céu , também no Ceará.

JASMIM DO IMPERADOR – Osmanthus fragrans

Lour. (Olea fragrans Thunb.), da família das Oleáceas. Pequeno arbusto, cultivado nos jardins, de flores muito

perfumadas, sobre delicados pedicelos, que em sua pátria servem para aromatizar o chá preto ou chá da Índia.

Veio da China e do Japão.

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JASMIM DO PARÁ – Nome das Apocináceas: 1 – Plumeria Alba Linn – Arbusto ou arvoreta de casca

acinzentada ou esbranquiçada, ligeiramente áspera, de caule bifurcado. Folhas curto-pecioladas, obtusas ou agudas, glabras por cima e um pouco tomentosas por baixo. Flores de corolas hipocrateriformes, brancas, de cerca de 6 cm. de comprimento, em cimos terminais. Folículo de 18-20 cm. de comprimento.

Ornamental, cultivada nos jardins. Planta tóxica. O suco leitoso, muito acre, cauteriza verrugas e, em cataplasmas, emprega-se nas luxações e nas hérnias incipientes.

Natural das Antilhas. Jasmim de Caiana, na Amazônia e na Bahia; Jasmim Vapor, em Pernambuco; Jasmim Manga, no Rio Grande do Sul.

2 – Plumeria rubra Linn. – Arbusto ou arvoreta do mesmo porte que a precedente, com os ramos novos pubescentes. Flores vistosas, aromáticas, de corolas hipocrateriformes, vermelhas ou rubras, de 3,5-5,5 cm. de comprimento, e cimos terminais.

As mesmas propriedades da espécie anterior. Das Antilhas, América Central e do Sul. Jasmim Vapor

Encarnado, em Pernambuco. JASMIM LARANJA – Murraya exotica Linn., da

família das Rutáceas. Planta arbustiva, ornamental, cultivada nos jardins, de

flores brancas, pequenas, muito aromáticas, em corimbos terminais.

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Natural do Japão. JASMIM MIÚDO – Jasminum azoricum Linn.

(Jasminum fluminense Vell), da família das Oleáceas. Arbusto escandente. Folhas opostas, glabras, de 3 folíolos.

Flores hipocrateriformes, com 5 lobos alvas, perfumadas, florescendo durante todo o ano.

Oriundo das ilhas dos Açores e da Madeira, porém hoje espontâneo em quase todos os Estados. Jasmim, em Pernambuco; Jasmim da Bahia, na Bahia; Jasmim do Rio, Jasmim dos Açores, no Rio.

JASMIM ROXO – Viuvinha. JASMIM SOMBRA – Thubergia alata Bojer, da família

das Acantáceas. Planta trepadeira. Folhas cordiformes-sagitadas,

pubescentes, de pecíolos alados. Flores hipocrateriformes, alaranjadas, amarelas ou brancas, com uma mancha vermelho-enegrecida na fauce da corola, solitárias ou sobre pedúnculos axilares. Cápsula coriácea, bilocular e loculícida, com 2 sementes em cada loja.

Presta-se muito bem para revestimento de caramanchões, colunas e grades. Forraginosa.

Natural da África oriental, porém naturalizada e subespontânea no Brasil. Frequente à beira das estradas, campos subarbustivos, roças. Amarelinha, na Bahia, Rio de Janeiro e

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São Paulo; Bunda de Mulata, ainda na Bahia e S. Paulo, sendo que neste último Estado é também chamada de Erva de Cabrita; Cu de Cachorro, no Rio Grande do Sul.

JASMIM VERDADEIRO – Jasminum grandiflorum

Linn., da família das Oleáceas. Arbusto de ramos compridos, gráceis, sarmentosos. Folhas

opostas, glabras, verde-escuras, com 3-4 pares de folíolos e 1 folíolo terminal mais ou menos do tamanho dos outros. Flores pequenas, hipocrateriformes, com 5-lobos, brancas, fragrantissimas, em cimos.

Oriundo do sul da África ou da Índia. Jasmim da Itália, no Amazonas, Pará, Bahia; Jasmim e Jasmim Banha, em Pernambuco.

JASMIM VERMELHO – Ixora coccinea Linn., da

família das Rubiáceas. Arbusto grande. Folhas sésseis, glabras, oblongas, de 10

cm. de comprimento por 3 de largura. Flores vermelhas, de tubo comprido e estreito, em corimbos terminais.

Natural de Java. Flor de Coral, em S. Paulo. JATAÍ – Jatobá. JATOBÁ – Denominação comum às espécies do gênero

Hymenaea, das Leguminosas Cesalpinióideas, particularizadas no Ceará, às duas seguintes:

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1 – Hymenaea Courbaril Linn. – Árvore desenvolvida, com mais de 10 m. de altura e até 2 m. de diâmetro, muito esgalhada e frondosa. Folhas compostas de 2 folíolos de tamanho mediano, mais ou menos falciformes, glabros, lustrosos, com veias reticuladas nulas ou pouco distintas. Flores esbranquiçadas ou avermelhadas, bastante grandes, em pequenas panículas terminais. Vagem oblonga, cerca de 10 cm. de comprimento, castanho-avermelhado, com valvas espessas e pesadas, 3-6 sementes, cobertas de polpa amarelo-pálida, adocicada.

Madeira de cerne avermelhado ou castanho-escuro, dura, pesada, resistente, difícil de ser trabalhada, boa para moirões, linhas, esteios, portais, rodas de carro de boi, gigantes de engenhos, etc. peso especifico médio: 1,024. Resistência ao esmagamento: carga perpendicular, 626; carga paralela, 758 kg por cm.².

O tronco, galhos e raízes exsudam resina transparente, amarelo-pálida ou avermelhada, tida como excelente peitoral, hemostática e útil nas afecções urinarias. É a chamada resina de jatobá, a jutaícica dos indígenas, o copal da América, que, além das suas propriedades medicinais, entra na confecção de vernizes, inferiores em colorido e duração aos preparados com o copal verdadeiro, que é africano. Com ela os índios envernizavam a louça. Porém a mais apreciada das resinas é a que jaz enterrada ao pé das velhas árvores, oriunda das raízes, esbranquiçada ou cinzenta, em nóbulos de grandeza e forma variáveis.

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Tônica, estomacal, adstringente, balsâmica, vermífuga, a casca ainda se distingue pela sua apreciável ação hemostática. A seiva, extraída por perfuração do tronco, tem as mesmas aplicações da casca, sendo de efeito mais brando. Dizem ser um tonificador notável para as crianças. A polpa dos frutos, farinácea e adocicada, procurada pelos meninos, conforta a gente faminta nas épocas de penúria. Em gemadas passa por específico das afecções pulmonares.

Antilhas, América Central, América do Sul (Norte). Do Amazonas à Bahia e até o centro de Mato Grosso. A respeito da sinonímia das Hymenaea. Adolfo Ducke escreveu o seguinte:

“As espécies brasileiras são coletivamente

designadas pelos nomes populares de “jutaí” (Amazônia), “jataí” (Rio de Janeiro e Estados Vizinho) e “jatobá’ (Nordeste e Centro); o último destes nomes acha-se, no entanto, divulgado no país inteiro, mesmo nas regiões onde os dois primeiros são de uso corrente”. (99, 203).

Jataí, corrutela de yá-atã-yba, contraído em yá-atã-y, a

árvore de fruto duro (yá-atã). Jatobá, corrutela de yatay-ubá, contrato em yat-ybá (10, 295) o fruto de yatahy.

2 – Hymenaea Martiana Hayne – Árvore de caule curto, muito esgalhado. Folhas com 2 folíolos medíocres, de ápice obtuso, com veias reticuladas indistintas, pubescentes por baixo, sendo os pelos desprovidos de glândulas. Flores pequenas,

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inteiramente brancas, de cálice com tomento grisalho, em cimos. Vagem um pouco mais curta, porém mais comprimida que em H. Courbaril, até 8 sementes.

Do Piauí até Minas Gerais, inclusive Goiás, Paraguai. As mesmas propriedades do anterior. JATOBÁ DA CASCA FINA – Hymenaea stigonocarpa

Mart. (Hymenaea chapadensis Barb. Rodr., Hymenaea Correana Barb. Rodr.), da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Esta espécie distingue-se dentro do gênero por possuir folhas, flores e frutos maiores que quaisquer outras.

Árvore baixa, um tanto esparramada, com folíolos arredondados na base, obtusos ou curtamente acuminados no ápice. Os frutos chegam a medir 20 cm. de comprimento e encerram até 11 sementes.

Nas caatingas nordestinas, cerrados centrais, atingindo a sua área até o noroeste de S. Paulo (99, 210).

JATOBÁ DE VEADO – Hymenaea eriogine Benth., da

família das Leguminosas Cesalpinióideas. Árvore de folíolos obovais de tamanho médio,

inferiormente pubescente, às vezes glabros. Flores grandes, de cálice com espesso revestimento sedoso, pardo-escuro, dispostas em panículas pequenas, longo pedunculadas. Vagem contendo até 8 sementes, mais curta, porém, mais comprimida do que a H. Courbaril Linn.

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JATOBÁ MIÚDO – Hymenaea stilbocarpa Hayne, da

família das Leguminosas Cesalpinióideas. Árvore de grande altura. Folíolos de 5-7 cm., glabros, um

pouco falciformes, obtusos ou subacuminados. Flores grandes, alvas. Vagem grossa, cilíndrica, de 17 cm. de comprimento, 3-6 sementes.

Nas matas secas a partir do Piauí até S. Paulo Jatobá da Caatinga, na Bahia; Jatobá Amarelo, em Minas Gerais.

JENIPAPIM – Tocoyena formosa Schum., da família

das Rubiáceas. Arbusto, quase arvoreta, da folhas opostas, ovais,

tomentosas, de 15 cm. de comprimento por 10 de largura. Flores pálidas, infundibuliformes, com 5 divisões, dispostas em cimos. Baga de 2 lojas e muitas sementes, medindo 3 cm.

Guianas até S. Paulo, inclusive Minas Gerais, Jenipapo Bravo, na Bahia e em S. Paulo.

Jenipapim, jenipapo miúdo, no tupi. JENIPAPO – Genipa americana Linn., da família das

Rubiáceas. Árvore de porte elegante, até 10 m. de altura, bem

ramificada e bastante frondosa. Folhas curto-pecioladas, opostas, grandes, coriáceas, luzidias, oblongo-ovadas, pubescentes ou glabras na página inferior. Flores axilares ou terminais, em cimeiras pouco floridas, de corola campanulada e

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branco-amarelada. Grande baga de 6-7 cm. de diâmetro, globosa, de casca mole e pardacenta ao amadurecer, aromática, com polpa vinosa-escura e adocicada, contendo numerosas sementes comprimidas, cinzento-escuras.

Madeira de primeira qualidade, compacta, muito elástica e flexível, de cor albo-cinérea, empregada na construção naval e civil, carroçaria, tanoaria, móveis de luxo, obras de torno, coronhas de armas, cabos de ferramentas e de máquinas agrícolas. Peso específico: 0,670. Resistência à flexão: 200 kg por cm.².

Cascas ricas em tanino, próprias para curtume. Do tronco, por incisão, emana uma resina branca, ou amarelada, adocicada. Folhas forrageiras. Os frutos maduros são comíveis e dão excelente refresco, desobstruente e tônico. Submetidos à fermentação, obtém-se bebida vinosa e licorosa. Dos frutos verdes extrai-se um suco tintorial, outrora usado pelos índios para se pintarem de negro e ainda hoje empregado na marcação de peças de roupa, pintura de tecidos de palha e outros utensílios domésticos.

América tropical, inclusive Antilhas. Da Amazônia até Espírito-Santo, Minas Gerais e norte de S. Paulo.

Jenipapo para T. Sampaio (10, 250) é corrutela de yanipab ou yandipab fruto das extremidades que dá suco.

JENIPAPO BRAVO – Tocoyena guianaensis Schum.,

da família das Rubiáceas.

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Arbusto. Folhas opostas, elíticas, quase glabras, de 20 por 10 cm. de largura. Flores pálidas, com tubo comprido, glabro, de 25 cm., dispostas em cimeiras. Baga pequena, com diversas sementes.

Das Guianas a S. Paulo. JANIPAPO MANSO – Jenipapo. JERICÓ – Selaginella convoluta Spring. (Lycopodium

convolutum Walk.), da família das Selagineláceas. Erva de caule fino e delicado, verde-claro, ramificado

lateralmente. Folhas pequenas, inteiras, largas na base, acuminadas no ápice.

Durante a estação seca enroscam-se-lhes as frondes, ficam encrespadas, como um botão, lembrando uma Rosa de Jericó, donde o nome vulgar. Bafejadas pela umidade, por menor que seja, logo se abrem e cobrem de um tapete verde o chão crestado. Por causa desta rápida mudança dá-se-lhe o apelido de Erva Milagrosa.

É uma das forrageiras procuradas pelo gado, tanto no auge do estio como no princípio das chuvas.

Do Piauí ao Rio de Janeiro. JERIMUM – Cucurbita Pepo Linn., da família das

Cucurbitáceas. Planta anual, de caule anguloso e hirsuto, rasteira ou

trepadeira. Folhas grandes, alternas, longo-cordiformes, com 5

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lobos agudos, separados por sinus muitas vezes profundos. Flores amarelas, grandes. Pepônio muito variável quanto ao tamanho, forma e cor, lisa ou verrucoso, contendo polpa comestível e sementes brancas, achatadas, com as margens túmidas.

É uma das espécies mais polimorfas que há no reino vegetal. Os frutos quando alongados, podem ser cilíndricos, prismáticos, ovóides, obovóides, piriformes, retos ou curvos; quando curtos, são chatos, esféricos, deprimidos. A coloração pode ser uniforme, esbranquiçada, amarela ou alaranjada e ainda manchada ou listrada.

As variedades cultivadas entre nós – Jerimum Caboclo, Jerimum de Leite, Jerimum Jandaia, etc. – ainda não foram convenientemente estudadas.

O fruto verde ou maduro é comido cozido, só ou com outros alimentos. Na área sertaneja é uma das misturas mais apreciadas para o leite. Sementes vermícidas.

Veio da Ásia meridional. Abóbora Moganga, em Pernambuco, Bahia e outros Estados. O vocábulo jerimum provém do tupi yurum-um, o pescoço escuro (10,250).

Com o nome de Jerimum são conhecidas algumas espécies de Maytenus, das Anacardiáceas, encontradas no alto da Serra de Baturité.

JERITACACA – Maritacaca. JILÓ – Brinjela (Solanum ovigerum Dun.).

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JIQUIRI – Malícia de Boi. De y-iqui, o que entra, e ri, muitas vezes, aludindo à

forma dupla do espinho, que agarra (4, 287). JIQUIRITI – Abrus precatorius Linn., da família das

Leguminosas Papilionóideas. Trepadeira lenhosa de uns 3 m. de altura. Folhas

compostas, pequenas, 8-14 jugas, dispostas, durante o dia, longitudinalmente, e, durante a noite, em posição vertical. Flores rosadas ou avermelhadas, raras vezes brancas, em racemos. Vagem curta, de 4-6 sementes de um belo vermelho-lustroso, manchadas de negro ao lado do hilo.

Sementes venenosas pela presença de toxialbumina – abrina. Em maceração, o povo as emprega no tratamento das conjuntivites.

Cosmopolita tropical. No Brasil alcança até o Rio de Janeiro.

De jiquri e ti, fruto, semente – semente de jiquiri. (4, 287). JIQUIRITI MIÚDO – Rhynchosia phaseoloides DC.

(Glycine phaseoloides Swartz), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Arbusto volúvel até 8 m. de comprimento de caule achatado. Folhas pubscentes, trifoliadas, com folíolos rómbeos de 5-7 cm. Flores pequenas, amarelas, listradas de castanho, em

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racemos axilares. Vagem curta e larga, de 2 lojas, com sementes ligeiramente comprimidas dos lados, pretas, com hilo vermelho.

América tropical. Olho de pombo, em Pernambuco, Bahia, São Paulo e neste último Estado, ainda, Favinha Brava.

JIQUITIRANA – Calopogonium mucunoides Desv.

(Stenolobium brachycarpum Benth.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Planta anual, volúvel, até 2 m. de comprimento, quase sempre rasteira. Folíolos ovais, ou rômbicos, verdes, cobertos de pelos rígidos e esparsos. Flores violáceas, dispostas em racemos. Vagem de 3-5 cm. de comprimento, reta ou falciforme.

Resistente às secas. Boa forrageira, verde ou fenada, com a relação nutritiva de 1: 2,07. Recomenda-se, ainda como adubo verde e cobertura contra a erosão.

Da América Central até Minas Gerais. Falso Oró, nome que lhe dão diversos autores, porém desconhecido do vulgo.

JITAÍ – Jatobá. JITIRANA – Denominação comum à trepadeira de

gênero Ipomoea, da família das Convolvuláceas, com folhas alternas, mais ou menos partidas, digitadas e flores campanuladas, brancas ou roxas.

Crescem nos lugares úmidos, nos brejo, à beira as matas, nas clareiras, nos roçados e canaviais. Os seus caules volúveis, fortes e longos, glabros, hirsutos, às vezes espinhosos, abraçam a vegetação rasteira, afogando-a nas suas hastes, cobrindo-a de

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flores, ou grimpam pelas árvores acima, festonando-as com as suas campánulas, dando garrido aspecto aos tabuleiros, carrascos, campos e margens de caatingas.

Sementes avidamente procuradas pelos ovinos e caprinos. Destacam as seguintes espécies: Ipomoea glabra Choisy,

com flores axilares brancas; I, horrida Hub., com o caule revestido de espinhos avermelhados; I. aff. pentaphylla Jacq., com hastes longas, cálice densamente hirsuto e corolas brancas, medindo cerca de 2,5 cm. de comprimento.

O nome vem de yetyrana, a batata falsa (10, 25). JITIRANA AZUL – Jitirana Miúda. JITIRANA BRANCA – Jitirana. JITIRANA MIÚDA – No Ceará, com este nome são

conhecidas as seguintes espécies do gênero jacquemontia, da família das Convolvuláceas: J. asarifolia L. B. Smith, J. cearenses Hub., J. nodiflora Don, var. congesta Hub., J. saxicola L. B. Smith.

As espécies citadas são trepadeiras herbáceas ou arbustivas, de flores alvas ou azuis, abundantes durante a época das chuvas nas encostas secas e pedregosas das serras.

Sementes forraginosas para os ovinos e caprinos. JITIRANA ROXA – Quamoclit Rochae Hoehne, da

família das Convolvuláceas.

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Planta volúvel, herbácea, de flores roxas, cujo específico homenageia o nosso incansável naturalista prof. Dias da Rocha.

JITÓ – Guarea tuberculata Vell., da família das

Meliáceas. Árvore de porte regular, de ramos cilíndricos, um tanto

suberosos. Folhas 2-6 jugas, com folíolos ovado-oblongos, agudos, lustrosos, glabros, pilosos no dorso da nervura central. Flores em panículas axilares, pequenas, branco-trigueiras, que emergem no tronco ou nos ramos velhos ou nas axilas das folhas. Cápsula coriácea, piriforme, verrucosa, com 3-4 sementes vermelhas.

Casca e raiz drásticas. Madeira para construção, com os mesmos préstimos da do cedro.

Ataúba, Calcanhar de Cotia, em S. Paulo. JOANAGUBA – Janaguba. JUÁ – Juazeiro. Corr. de a-yú-á, a fruta colhida do espinho, (10, 269). JUÁMIRIM – Zizyphus undulata Reiss., da família das

Ranáceas. Arvoreta. Folhas pecioladas, oval-alongadas, com as

bordas onduladas, serreadas, trinérveas, armadas de 2 espinhos curvos nas axilas. Drupa menos que a de Z. Joazeiro Mart.

Do Piauí à Bahia, Grão de Galo, na Bahia.

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NOTA – Este nome também designa uma planta do gênero Celtis, da família das Ulmáceas, encontrada na Serra de Baturité.

JUAZEIRO – Zizyphus Joazeiro Mart., da família das

Ranáceas. Árvore de porte mediano, alta, às vezes, de tronco reto ou

tortuoso, armado de fortes espinhos, com ramos flexuosos, subdivididos, pubescentes ou não, que frequentemente se esgalham a partir da base do caule. Folhas alternas, pecioladas, elíticas, coriáceas, verde-luzentes, serreadas na base, com 3-5 nervuras inferiormente pubescentes. Flores pequenas, amarelo-esverdeadas, reunidas em inflorescências cimosas. Drupa globosa, amarelada, com 1 caroço grande, envolto em polpa mucilaginosa, doce, branca.

É uma das plantas arbóreas típicas dos sertões nordestinos. Prefere os solos aluviais argilosos, mas cresce por toda parte, inclusive nos tabuleiros mais áridos e pedregosos, onde adquire feição quase arbustiva. Conserva-se sempre verde, nunca se despe de toda a folhagem, que se renova pelo mês de outubro, mesmo nas mais rigorosas secas, graças ao amplo e profundo sistema radicular, capaz de coletar a escassa umidade existente no subsolo.

Além da sombra que oferece, mitigando os ardores solares aqueles que a procuram, as suas folhas e ramos constituem um dos mais valiosos recursos alimentares para o gado, nos períodos de penúria. A composição química das mesmas,

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segundo análise feitas no Museu Nacional, por solicitação da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas, transcritas por Pompeu Sobrinho (63, 10, 31; 100, 100 e 101), e, mais recentemente, por Aguinaldo José de Sousa (101, 12), é a seguinte:

Constituição da matéria seca:

% Substância gordurosas (ext. etéro) ........................................ 2,110 Substância azotadas (proteína bruta) .................................. 18,100 Celulose isenta de pentose .................................................. 28,900 Hidratos de carbono (extrat. não azotado) .......................... 41,731 Sais minerais fixo (cinzas) .................................................... 9,154 100,00

Anidrido fosfórico (P²05) ...................................................... 0,203 Óxido de Cálcio (Ca1-CaO) .................................................. 2,650 Nitrogênio total (Azoto) ....................................................... 2,894

Elementos nutrientes digestivos: % Matérias orgânicas, totais ................................................... 59,10 Substânciad azotadas ............................................................ 10,2 Substânciad gordurosas .......................................................... 1,06 Extrativo não azotado ........................................................... 29,6 Celulose ................................................................................ 16,2

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Unidade nutritivas (Kellner) ................................................. 56,1 Valor nutritivo em amido (Kellner) ...................................... 57,7 Valor nutritivo em calorias (Wolff) .................................... 231,2 Relação nutritiva (Wolff) ....................................................1: 4,71

Matéria úmida: %

Água .................................................................................... 11,240 Substâncias gordurosas ......................................................... 1,860 Substâncias azotadas (proteína bruta) ................................. 16,050 Celulose isenta de pentose .................................................. 25,630 Hidratos de carbono (extrat. não azotado) .......................... 37,100 Sais minerais fixo (cinzas) .................................................... 8,120 Ácido fosfórico (P2O5 ........................................................... 0,183 Óxido de cálcio (Cal-CaO) ................................................... 2,330 Nitrogênio total (Azoto) ....................................................... 2,567 Unidades nutritivas (Kellner) ........................................... ..51,54 Valor nutritivo em amido (Kellner) .................................... 51,02 Valor nutritivo em calorias (Wolff) .................................... 205,1 Relação nutritiva (Wolff) ....................................................1: 4,71

O fruto maduro encerra 480 unidades internacionais de vitamina C por 100 cm.³ (51,60). Estimado pelas crianças e até pelos adultos, que dele se fartam, quando reina a fome nos sertões. Procurado pelos herbívoros e cães.

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A infusão das folhas é estomacal. As raspas da entrecasca, rica e saponina, servem de sabão, dentifrício e, em macerato ou infuso, dão excelente tônico capilar, bem como a água de juá, bastante empregada para amaciar e clarear a pele do rosto.

Do Piauí até Minas Gerais. JUCÁ – Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. (Caesalpinia

ferrea Benth. ex parte, Caesalpinia ferrea var. cearenses Huber), da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Árvore pequena, raramente mediana, da casca acizentada, lisa e fina, que se renova anualmente. Folhas bipinadas, com 2-3 e até 4 pinas, providas cada uma destas de 4-6 pares de folíolos pequenos, glabros, oblongos, verdes, quebradiços, com os pecíolos pubescentes do lado inferior dos folíolos. Flores amarelas, pequenas, dispostas em panículas pubescentes e terminais. Vagem bruno-amarelada, pequena, achatada, encurvada, com sementes escuras e duríssimas.

Madeira de carne dura, com fibras revessas, vermelho-escuras, quase preta, maculada de manchas amarelas, difícil de ser desdobrada, porém um tanto elástica. Com elas os índios faziam os seus tacapes, clava terrível com que partiam a cabeça dos inimigos e prisioneiros. É a madeira preferida para a confecção dos cacetes dos valentões acabadores de feiras e sambas.

A entrecasca, posta em infusão, serva para toda qualidade de contusões e feridas, bem assim para combater a tosse crônica e a asma. A folhagem, que é perene, fornece bom alimento ao

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gado. A sua composição química na matéria seca é a seguinte (63,31):

Brutos % Digestíveis % Água 10,8 Matéria azotada 16,0 8,9 Matéria gorda 5,8 4,6 Hidrato de carbono 46,1 30,0 Celulose 27,6 9,7 Sais fixos 4,3 Total da matéria orgânica digestível 53,3 Unidades nutritivas 58,8 Valor nutritivo 58,1 Valor nutritivo em calorias 241,0 Relação nutritiva 1:5

Do Ceará até a Bahia. Jucá corrutela de yucá, significa matar, no tupi. JUNCO – Nome comum a diversas Ciperáceas, habitando

geralmente sítios úmidos e ácidos. Péssimas forrageiras. JUNCO BRAVO – Denominação das Ciperáceas: 1 – Eleocharis capitata R. Br. (Eleogenus capitatus

Nees). Nos sítios úmidos e mangues. 2 – Eleocharis caribaea Blake (Scirpus caribeus Rottb).

Alagadiços praieiros. Cosmopolita tropical. Cabelo de Gia, em Pernambuco.

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Plantas de talos nus, finíssimos, terminados por uma só espigueta. Folhas reduzidas e bainhas sem lâmina na base dos talos.

JUNCO DE CANGALHA – Cyperus articulatus Linn.,

da família das Ciperáceas. Cresce nas águas rasas ou terrenos alagadiços de toda a

América tropical. Hastes áfilas, cilíndricas, esponjosas e com numerosas divisões transversais. Junco Bravo, no Pará.

Com os talos fazem-se obras trançadas, inclusive forramento e esteiras para cangalhas.

JUNCO DE ESTEIRA – Cyperus giganteus Vahl., da

família das Ciperáceas. Os colmos atingem até 2 m. de altura e terminam em

umbela de 18-25 raios de 12 cm., subdivididos em umbelas de 7-10 raios, ultimados em espigas de 25-30 espículas.

Planta aquática da América Meridional. Com os talos fabricam-se obras trançadas JUNCO DE LAGOA – A denominação engloba

Ciperáceas do gênero Eleocharis, habitantes das águas rasas das lagoas.

JUNCUMARIM – Prosopis ruscifolia Griseb, da família

das Leguminosas Mimosóideas.

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Árvore baixa, esparramada, com longos espinhos solitários, robustos e retos, que podem atingir até 30 cm. de comprimento. Folhas bipinadas, de folíolos grandes, subcoriáceas, 1-5 pares por pina. Vagem grande, comprimida, em forma de colar.

É a única espécie de gênero Prosopis assinalada no Brasil, na Cachoeira do Roberto, em Pernambuco. Comum no Chaco argentino e paraguaio.

A. Duck (45, 429) reúne interessantes dados sobre a sua especificação entre nós.

JUNQUINHO – Outra denominação comum, abrangendo

espécies dos gêneros Fimbristylis e Scirpus, das Ciperáceas. JUREMA – Mimosa verrucosa Benth., da família das

Leguminosas Mimosóideas. Árvore pequena. Caule de casca escura, armado de

espinhos rígidos, com ramos verrucoso-tomentosos. Folhas bipinadas, 4-5 jugos, com 12-14 pares de folíolos miúdos, ovais ou oblongos, esparso-pubescentes no verso. Flores róseas, também miúdas, dispostas em espigas, de pedúnculo e perianto pubescentes. Vagem pequena, articulada e espiralada.

Madeira para estacas, lenha e carvão. Folhas forrageiras. Cascas sedativas, narcóticas, adstringentes e amargas. Com as raízes desta espécie ou de Mimosa nigra, os índios faziam uma bebida usada nas cerimônias de pajelança, inspiradora de sonhos agradáveis aqueles que a tomavam.

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De yú-r-ema, o espinheiro suculento (10, 298) JUREMA BRANCA – Pithecolobium dumosum Benth.,

da família das Leguminosas Mimosóideas. Arbusto armado de espinhos axilares, solitários ou aos

pares. Rámulos ferrugineo-tomentosos. Folhas compostas de 3-4 jugos de pinas e estas com 9-16 jugos de folíolos oblíquo-oblongos. Pedúnculos axilares, com flores delicadas, dispostas em capítulos globulares.

Piauí, Ceará, Bahia.

NOTA – Em Pernambuco sob este nome popular é conhecido o Pitahecolobium filiolosum Benth.

JUREMA PRETA – Mimosa acutistipula Benth.

(Mimosa nigra Hub.), da família das Leguminosas Mimosoideas.

Árvore pequena, até 4 m. de altura. Caule contorcido, enrugado, espinhoso, de casca quase negra, fendida longitudinalmente. Folhas bipinadas, com folíolos muito reduzidos. Flores amareladas e dispostas em espigas. Vagem pequena, articulada e espiralada.

Propriedades idênticas às da anterior (Mimosa verrucosa), sendo de notar que o seu carvão é preferido pelos ferreiros a qualquer outro de origem vegetal.

Característica das catingas. Do Ceará à Bahia.

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JUREMINHA – Calumbi. JURUBEBA – Solanum paniculatum Linn., da família

das Solanáceas. Arbusto até 3 m. de altura, de caule armado de acúleos um

tanto curvados e branco-tomentosos. Folhas ovadas, oblongas, lanceoladas, acuminadas, inteiras ou profundamente lobadas, com acúleos aciculares, glabras na página superior e branco-tomentosas na inferior. Flores lilazes, dispostas em cimo paniculiforme, muito ramoso. Baga globosa, achatada, amarela.

Raízes, folhas e frutos constituem o mais poderoso desobstruente do fígado e do baço usado pela medicina caseira cearense. Tônico amargo e diurético.

Todo o Brasil. O nome origina-se do tupi – yú, espinho, peba, chato (4-333).

JURUBEBA BRANCA – Solanum albidum Dun., da

família das Solanáceas. Arbusto de caule inerme e em parte tomentoso. Folhas

lanceoladas, elítico-oblongas ou cordiformes, pontudas, glabras na página superior e densamente pubescentes na inferior. Flores de cor branca, em cimos terminais densos. Baga globosa, achatada, amarela, com muitas sementes.

Como quase todas as jurubebas, poderoso desobstruente das vísceras abdominais e tônico.

Peru, Brasil Oriental. Encontrada na Serra de Baturiré, porém pouco comum.

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JURUBEBA BRAVA – Solanum juripeba Rich., da

família das Solanáceas. Arbusto de caules e ramos pulverulentos e armados de

acúleos cônicos, alternos. Folhas alternas, elítico-alongadas, angulosas ou sinuosas, tomentosas na página inferior. Flores roxo-escuras dispostas em cimeiras. Baga ovóide ou oblonga, com sementes reniformes.

Raiz desobstruente, porém pouco usada por suspeita de ser tóxica.

Norte da América Meridional e do Brasil. JURUBERA DO PARÁ – Solanum mammosum Linn.,

da família das Solanáceas. Planta herbácea ou subarbustiva, até 1,5 m. de altura, de

caule densamente piloso e coberto de espinhos de 1-2 cm. de comprimento. Folhas quase tão largas quanto compridas, pouco cordadas na base, irregularmente lobadas, pilosas, armadas em ambas as faces de espinhos semelhantes aos do caule. Flores violáceas. Baga ovóide de 3-4,5 cm. de diâmetro, amarela, lisa, brilhante, mameliforme. Frutos tóxicos.

Do México á América do Sul, inclusive Antilhas. Peito de Moça, na Bahia. Conhecida ainda no Ceará por Bringela e Peito de Vaca.

JURUBEBA GRANDE – Solanum tabascifolium

Salzm., da família das Solanáceas.

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Arbusto até 2 m. de altura, com ramos finamente estrelado-tomentosos. Folhas pecioladas, oblongas, acuminadas nas extremidades ou oval-lanceoladas, discolores, um pouco aveludadas na face superior. Flores alvas em cimos longo-pedunculados. Baga amarela.

Cosmopolita tropical. Fruta de Lobo, desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul.

JURUBEBA MACHA – Jurubeba Brava. JURUBEBA MANSA – Jurubeba. JUTA – Corchorus capsularis Linn., da família das

Tiliáceas. Planta têxtil, originária da Índia, da qual se tem feito

pequenas culturas de natureza experimental. JUTAÍ – Apuleia leiocarpa Macbr. (Apuleia praecox

Mart.), da família das Leguminosas Cesalpinióideas. Árvore inerme, de casca fina, áspera, alvo-acinzentada.

Folhas imparipinadas, com 5-11 folíolos alternos, elíticos, coriáceos, pubérulos no verso e glabros na face. Flores pequenas, amarelas, dispostas em cimos axilares, que surgem antes do aparecimento das folhas. Vagem indeiscentes, coriáceas, oval-lanceolada, de uns 4 cm. de comprimento, com uma única semente.

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Tem o cerne amarelado. Excelente madeira para construção civil e naval, especialmente para obras e peças expostas ao tempo. Peso especifico: de 0,800 a 0,829. Resistência ao esmagamento: 860 kg por cm.². Cascas tanantes.

Esta árvore, encontrada desde o Nordeste (Paraíba e Pernambuco), Centro do Brasil até o Nordeste da Argentina, apresenta-se, no comum, bem desenvolvida, agigantada, às vezes, porém se torna pequena nos lugares abertos.

Fora do Nordeste, na sua zona de incidência, tem os nomes de Grapiapunha, Garapa Amarela, Garapa. Jutaí é corrutela de yá-atã-yba, contrato em ya-atã-y, árvore de fruto duro (yá-atã) (10, 295).

L

LAÇA VAQUEIRO – Cipó Pratudo. LACRE – O nome abrange espécies do gênero, Vismia,

da família das Clusiáceas ou Gutiferáceas, de cujas hastes e frutos exsuda, naturalmente ou por incisões, um suco gomo-resinoso, amarelo-avermelhado ou alaranjado, que ressecado

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constitui sucedâneo da goma-lacre, obtida da Vismia guianensis Pers.

São arvoretas ou arbustos de folhas inteiras e coriáceas, com flores e cachos eretos. Os frutos são pequenas bagas avermelhadas.

Nas quebradas e chapadas da Serra de Baturité encontram-se a Vismia cearenses Hub, e a Vismia guaramirangae hub., também conhecidas por Lacre Vermelho, que além do suco resinoso de efeito resolutivo e drástico, produzem varas para cercas e pequenos caibros. Na Serra do Araripe vegeta a Vismia martiana Reichb.

O nome de Lacre também cabe à Terminalia brasilensis Eichl., da família das Combretáceas, registrada na Serra do Araripe e cuja área de dispersão vai do Ceará até S. Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Trata-se de arvoreta revestida de casca rugosa-acinzentada, com ramos ásperos e nodosos. Folhas pecioladas, inteiras, obovado-oblongas, coriáceas, biglandulíferas na base, dispostas 2-3, raro 4, no ápice dos ramos. Flores sésseis, pequenas, alvas ou flavas, em espigas. Sâmara cartácea com asas laterais.

LACRE BRANCO – Nome de algumas Melastomáceas,

do gênero Miconia: 1 – Miconia albicans Triana (Melastoma albicans

Swartz) – América tropical. Canela de Velha, na Bahia; Olhos de Porco, em S. Paulo.

2 – Miconia cecidophora Naud – América tropical.

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3 – Miconia prasina DC. (Melastoma prasinum Swartz) – América tropical, inclusive Antilhas.

São plantas arbustivas, de ramos pulverulentos. Folhas opostas e flores miúdas, dispostas em panículas terminais. Baga pequena, da qual se extrai matéria corante.

LÁGRIMAS DE NOSSA SENHORA – Capim de

Contas. LANCÊTA – Círio de Nossa Senhora. LARANJA AZEDA – Citrus Aurantium Linn. (Citrus

vulgaris Risso., C. Bigaradia Risso.), da família das Rutáceas. Árvore de altura mediana, armada de agudos espinhos.

Folhas simples, alternas, glabras, persistentes, semi-ciroáceas, elóticas, aromáticas, com pontos translúcidos e pecíolo geralmente alado. Flores alvas, axilares, solitárias ou agrupadas, muito cheirosas. Baga globosa ou subglobosa, 7-9 cm. de diâmetro, de casca grossa, mais ou menos áspera, amarelo-carregada, riquíssima em células oleíferas. Polpa ácida, amarga, suculenta com diversas sementes ovóides e brancas.

Resistente às pragas e doenças, adaptando-se a climas e solos variados, tem sido a planta preferida para cavalo ou porta-enxerto na citricultura.

Fabricam com o mesocarpo espesso, esponjoso e branco, excelente doce. As cascas do fruto, destiladas, dão uma aguardente conhecida pelo nome de Laranjinha. Do epicarpo,

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da flor e da folha a indústria consegue óleos essenciais, conhecidos respectivamente por Essência de Laranja Amarga, Essência de Flor de Laranjeira (Essência Neroli Bigarade), Essência de Folhas de Laranjeira, que alguns autores denominam Essence de Petit-grain.

As aplicações terapêuticas do epicarpo, da flor e da folha são variadas, quer na farmácia, quer na medicina caseira. O epicarpo emprega-se como tônico amargo, estimulante e edulcorante. A flor é sedativa e anti-espasmodica. Estomacais, estimulantes, sedativas e sudoríferas as folhas.

Natural do sul da Ásia. LARANJA DA CHINA – Laranja Doce. LARANJA DA TERRA – Laranja Azeda. LARANJA DOCE – Citrus sinensis osbeck (Citrus

Aurantium var. sinensis Linn.), da família das Rutáceas. Parecida com a espécie tipo, distinguindo-se pela

variedade de formas resultantes do cultivo e por outros pequenos caracteres botânicos, como as asas dos pecíolos, aqui muito menores.

É a mais valiosa das frutas cítricas, quer pelos seus princípios açucarados, salinos e vitaminados, quer pela sua importância comercial. O caldo de laranja apresenta, em média, a seguinte composição química:

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Água .................................................................................. 86,9% Proteína ............................................................................... 0,6% Matéria graxa ...................................................................... 0,2% Carboidratos ...................................................................... 11,6% Cinzas ................................................................................... 0,5%

Comparada ao abacaxi e ao caju, a laranja os excede em açúcar. Pobre, como os demais citros, em sais minerais, nas suas cinzas encontram-se os seguintes elementos catalizadores: ferro, manganês, zinco, alumínio, cobre, arsênio e boro. No suco há 450 a 1.200 unidades internacionais de vitamina C, superando-a, nesse tocante, somente o caju e o mamão. A vitamina A apresenta de 45 a 350 e a B1 até 30 unidades internacionais, enquanto a B2 se afere por 15 microgramas de riboflavina.

Entre as suas formas destacamos aquelas que merecem a preferência dos pomicultores:

Laranja da Bahia – Originária da Bahia. Caracteriza-se pelos frutos muito grandes, desprovidos de sementes, tendo no ápice um apêndice polposo, provindo de carpelos nascidos na região mais alta do eixo do fruto, parecido com um umbigo, o que originou o apelido de Laranja de Umbigo.

As suas qualidades tornaram-na a laranja de maior relevo pomícola e comercial do mundo, encontrando-se as maiores culturas no oeste dos Estados Unidos, mormente na Califórnia.

Laranja Lima – Frutos mais ou menos arredondados, de casca fina e de um sabor que lembra de perto o da lima.

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Laranja Pêra – Frutos médios, mais elipsóides que piriformes, de casca avermelhada, com poucas sementes. Excelente para a exportação.

Laranja Seleta – Frutos grandes, arredondados, um tanto achatados, conservando sempre o estilo e acidentalmente apresentando umbigo. Tem a casca grossa, rugosa, amarela, manchada de verde. Talvez seja a mais doce das laranjas.

LARANJINHA – Fagara rhoifolia Engl. (Xanthoxylum

rhoifolium Lam.), da família das Rutáceas. Árvore de porte mediano, tronco linheiro, revestido de

casca grossa e aculeada. Folhas compostas de 2-7 pares de folíolos, ovais, oblongos, crenado-serrilhados, glabros, às vezes pilosos, tendo 1 espinho duro na parte inferior dos pecíolos ou mesmo nos folíolos. Flores em panícula. Baga oleosa.

Madeira dura, amarela, amarga e tônica, ótima para palitos. Todo o Brasil. Espinho de Vintém, da Bahia até S. Paulo. Maminha de Porco, também no Rio de Janeiro; Mamica de Cadela, no Rio G. do Sul.

LARANJINHA BRAVA – Laranjinha. LAVA PRATO – Cassia quinqueangulata L. C. Rich.

(Chamaefistula antillana Britt & Rose), da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Arbusto grande, escandente, de ramos angulosos. Folhas com 2 pares de folíolos oblinquamente ovais, acuminados,

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luzentes por cima, pubescentes por baixo, com uma pequena glândula entre os mesmos. Flores grandes, amarelo-claras, em panículas terminais.

Das Antilhas até S. Paulo. Fedegoso Dormideira ou Mata Pasto, no Rio de Janeiro.

LIMA – Citrus limetta Risso?, da família das Rutáceas. Árvore ou arvoreta, pouco espinhosa, muito esgalhada, de

folhas elíticas com pecíolos desprovidos de asas. Flores pequenas e fragrantíssimas. Fruto quase globoso, pelo qual se distinguem as duas variedades:

Lima Comum ou da Pérsia – Fruto redondo, casca muito lisa e fina, cuja coloração pode ser verdosa, citrina ou amarelo-ouro, tendo o suco branco, doce ou insípido e amargas as películas que dividem os gomos.

Lima de Umbigo – Fruto achatado com um mamelão no ápice, de casca mais grossa e cor citrina, suco branco e muito doce.

A primeira variedade é a mais frequente. Ambas são refrigerantes e muito recomendadas aos doentes e convalescentes, mormente de febres tifóides.

Originária da Ásia meridional. introduzida no Brasil com os primeiros povoadores, tanto que Gabriel Soares, no famoso Tratado Descritivo do Brasil em 1587, declara que as daqui são melhores que as de Portugal e quase não há sas de fruto azedo, por se não usar dele na terra.

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LIMÃO – Citrus Limonia Osbeck (Citrus Limonium Risso), da família das Rutáceas.

Arbusto ou arvoreta aromática, de casca acinzentada, armada de espinhos. Folhas alternas, translúcido-glandulares, unifoliadas, de pecíolos não alados, às vezes marginados estreitamente, de lâminas oblongo-elíticas, crenadas, agudas ou acuminadas no ápice. Flores solitárias ou aos pares, axilares, brancas internamente e lavadas de púrpura no exterior, muito cheirosa. Baga elipsóide, tendendo para oval ou ovóide, de 6-10 cm. de comprimento e 3,5-8 de diâmetro, freqüentemente mamilada, lisa ou pouco enrugada, amarelo-clara, de polpa abundante, suculenta, ácida. Sementes ovais pontiagudos.

Há duas variedades de limão: uma de frutos pequenos, arredondados, amarelo-ouro, com a casca muito lisa e fina; outra de frutos maiores, citrinos, de casca mais espessa.

O epicarpo tem as mesmas aplicações do da laranja azeda. O suco é refrescante, adstringente, sudorífico, antissérico, hemostático. São notáveis os seus efeitos contra o escorbuto, a gota, o reumatismo articular crônico. Bom colírio antissético para os recém-nascidos e curativo para olhos inflamados. Em bochechos-gargarejos, combate as anginas, inflamações da garganta e da boca. A infusão das folhas age como antifebril e sudorífico, bem como a do próprio fruto, cortado em talhados.

Com diversos ácidos, sobressaindo o ácido cítrico (6,7-8,6%) e muito rico em vitamina C, o suco de limão deve integrar-se na alimentação diária, como elemento profilático e dietético de primeira ordem, substituindo em definitivo o

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vinagre, participando mesmo da condimentação das saladas e cremes das frutas destituídas de acidez.

Natural do sul da Ásia, das proximidades do Himalaia. LIMÃO CRAVO – Limão Rosa. LIMÃO GALEGO – Citrus Medica Linn. var. acida, da

família das Rutáceas. Árvore pequena, de folhas ovais, pecíolos curtos,

destituídos ou não de apêndices. Flores brancas, lavadas de róseo por fora, muito perfumadas. Fruto amarelo-pálido, arredondado, terminado em mamilo, de polpa azeda, suculenta.

O suco deste limão encerra de 5-7% de ácido cítrico e se presta para limonadas e refrescos.

LIMÃO ROSA – Citrus aurantifolia Swingle, da família

das Rutáceas. O qualificativo científico deriva-se da semelhança de suas

folhas com as da laranja azeda. A cor, o formato e tamanho dos frutos, lembra uma

tangerina, sendo, porém, de sabor muito ácido, diferente dos limões e limas azedas.

Pouco cultivado. LIMÃO RUGOSO – Variedade de Citrus Limonia

Osbeck, de casca espessa, enrugada em mamelões irregulares e amontoados.

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Raro. LIMÃOZINHO – Laranjinha. LIMÃOZINHO DE ESPINHO – Laranjinha. LÍNGUA DE SAPO – Peperomia transparens Miq., da

família das Piperáceas. Erva de caule nodoso, ramificado suculento, verde-claro,

transparente, até 60 cm. de altura. folhas alternas, cordiformes, suculentas e igualmente transparentes. Flores excessivamente miúdas, em espigas pequenas.

Toda a planta, consoante Dias da Rocha (11,164), é peitoral. Expectorante, é ainda conhecida por Erva de Vidro.

Pela sua transparência, é ainda conhecida por Erva de Vidro.

LÍNGUA DE TIÚ – Casearia silvestris Swartz. (Samyda

parviflora Linn., Casearia parviflora Willd.), da família das Flacurtiáceas.

Arbusto ou árvore de ramos bastante alongados, flexíveis. Folhas alternas, persistentes, curto-pecioladas, lanceoladas ou lanceolado-oblongas, inteiras ou um quase nada serreadas, densamente pelúcido-pontuadas. Flores verde-brancacentas, pequenas, 20-50 em cada umbela. Cápsula globosa-obovóide, de 3-4 mm. de diâmetro, 3-4-valva, vermelha quando madura, com sementes de arilo amarelo e lanoso.

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O suco das folhas emprega-se contra a mordedura de cobras e no tratamento do gado ervado. Chama-se de Língua de Tiú ou Pau de Lagarto, porque a crença popular assegura que o tijuaçu e outros lagartos procuram-lhe as folhas, quando picados pelos ofídeos.

Desde o México, Antilhas até a América do Sul. Guaiubim, em Pernambuco; São Gonçalinho, na Bahia; Língua de Tiú, Erva de Bugre, Erva de Pontada, no Rio G. do Sul.

LÍNGUA DE VACA – Nome comum às seguintes

Compostas: 1 – Chaptalia integrifolia Bak. – Erva acaule. Folhas

radicais, oblongas ou elítico-oblongas, brancas e tomentosas por baixo, inteiras ou denteadas. Flores róseo-pálidas, em espiga emergindo do centro das folhas.

2 – Chaptalia nutans Hemsl – Do tipo da precedente, com folhas quase liradas, ovais ou cordiformes, denteadas.

Ambas em todo o Brasil. Costa Branca, na Bahia. A planta, em infusão, recomenda-se como diurético,

emenagoga, anti-sifilítica, anti-herpética, béquica e tônica.

NOTA – As Compostas por Fumo Bravo e Fumo do Mato são igualmente chamadas de Língua de Vaca. Dias da Rocha (11,164), com este nome anota a Tussilago vaccina Vell., que, para alguns, é sinonímia de Chaptalia nutians Hemsl. e, para outros, como o Índice Kewensis, é espécie duvidosa.

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LINHO AFRICANO – Assim se chamam as Liliáceas – Sansevieria thyrsflora Thunb., Sansevieria guineensis Willd. e Sansevieiria latifolia Boj., herbácea, rizomatosas, perenes, robustas, com folhas radicantes até 1 m de comprimento, lanceoladas, inteiras, espessas, fibrosas, com estrias transversais variegadas. As flores são pequenas, pálidas, sobre longas espigas.

Produzem fibras compridas, duras, resistentes e elásticas, porém a sua cultura limita-se a fins ornamentais. Suportanto a obscuridade e a secura do ar, recomendam-se para decorações internas.

Originárias da África tropical. Espada e Couro de Jararaca, em Pernambuco; Espada de Ogum, na Bahia. no Ceará tem ainda o nome de Espada de São Jorge.

LÍRIO – Nome de diversas plantas de alto valor

decorativo, conhecidas também por Açucena. Copo de Leite, Íris, Etc.

1 – Hemerocallis flava Linn., da família das Liliáceas – Planta herbácea, bolbosa, 80 cm. de altura, radicantes, lineares e flores grandes, amarelas, campanuladas, dispostas em panículas.

2 – Hemerocallis fulva Linn., das Liliáceas – Um pouco maior que a precedente, de flores alaranjadas.

Ambas são asiáticas. Como tem curta duração, as flores destes lírios, no Rio de Janeiro, são conhecidas por Flor de um Dia.

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3 – Lilium candidum Linn., das Liliáceas – Atingindo 1 m de altura, com folhas lanceoladas, sésseis, inteiras, alternas e glabras, apresenta lindas flores alvas, grandes, campanuladas, de 6 segmentos.

Originária da Ásia, parece que da Pérsia. Conhecida também por Acucena Branca.

4 – Lilium longiflorum Thumb – Parecida com a precedente e da mesma família, tendo flores grandes, funiliformes, alvissimas, de delicioso perfume.

Natural do Japão. Às vezes, Copo de Leite. 5 – Eucharis grandiflora Planch., da família das

Amarilidáceas – Herbácea e bolbosa, com flores alvas e aromáticas, providas de coroa.

Jasmim Eucarístico, na Bahia. 6 – Íris florentina Linn., da família das Iridáceas –

Grandes flores albescente-madreperolas. Também Íris Branco. Lírio Florentino, na Bahia. LÍRIO ROXO – Iris germanica Linn., da família das

Iridáceas. Herbácea, rizomatosa, de folhas radicais, ensiformes,

chatas, com flores aromáticas, grandes com as sépalas azuladas sobre pedúnculos compridos.

LIXA – Pourouma aspera Tréc., da família das

Moráceas. Árvore pouco ramificada. Folhas lobadas, com a face

superior tão áspera que serve de lixa para madeira.

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LOMBRIGUEIRA – Snigolia anthelmia Linn.

(Anthelminthia quadrifolia Brown), da família das Loganiáceas.

Erva anual, de caule simples ou ramoso, até 50 cm. de altura. Folhas opostas, pecioladas, inteiras, estreito-lanceoladas, pilosas na página inferior. Flores miúdas, arroxeadas ou alboarroxeadas, em espigas terminais. Cápsula 4-valva, com pequeníssimas sementes preto-ferrugíneas.

Toda a planta, principalmente as raízes, é vermicida, devendo ser usada com cautela por produzir vômitos, convulsões. Venenosa para o gado.

América tropical, Do amazonas até S. Paulo. Arapabaca, em quase todos os Estados.

LOSNA – Artemisia Absinthium Linn., da família das

Compostas. Planta vivaz, glauca, ramificada, até 1 m de altura. Folhas

1-3 pinatifidas, prateado-sedosas. Flores amarelas em pequenos capítulos racemoso-paniculados.

Muito aromática, de gosto amargo especial, produz, por destilação, óleo verde e volátil, base do licor conhecido por absinto. As folhas e sumidades floridas são eupépticas, febrífugas, possuindo ainda propriedades vermífugas, abortivas e emenagogas.

Européia. Pouco cultivada.

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LOUCO – Plumbago scandens Linn., da família das Plumbagináceas.

Subarbusto de 1-2 m de altura, perene, trepador ou com os ramos superiores flexuosos. Folhas inteiras, alternas, glabras, oblongo-lanceoladas, mais escuras no dorso que na face. Flores alvas, às vezes róseas ou roxas, hipocrateriformes, em espigas alongadas. Cápsula pequena, seca, oblonga, 5-sulcada, monospérmica.

Folhas cáusticas e raízes excessivamente acres. Os curandeiros aplicam sinapismos das folhas na nuca dos insanos, vindo daí o nome de Louco. O suco das folhas e raízes passa por tóxico e emprega-se na destruição de verrugas.

Amazonas até S. Paulo e Mato Grosso. Caápomonga, Queimadura, Jasmim Azul das Restingas, no Rio de Janeiro; Erva do Diabo, na Bahia, S. Paulo.

LOURO AMARELO – Avdendron tenellum Meissn.

(Ajouea Meissneri Mez), da família das Lauráceas. Árvore de porte elevado, com flores brancas, ligeiramente

azuladas e aromáticas. Madeira de boa qualidade, amarela, de brilho acetinado,

empregada em construções civis e carpintaria. Ceará até Alagoas. Ainda Canela Amarela de Cheiro e

Louro Amarelo de Cheiro.

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M

MACAMBIRA – Bromélia laciniosa Mart. (Agallostachys laciniosa C. Koch.), da família das Bromeliáceas.

Planta herbácea, acaule, vivaz. Folhas sésseis, invaginantes, linear-lanceoladas, resistentes, estriadas, de um lindo róseo acima da base, verdes com estrias na parte restante, medindo mais ou menos 1,50m de comprimento sobre 22 mm. de largura, terminadas em ponta acerada, com as margens providas de acúleos muito fortes, esverdeados ou fusco-

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flavescentes, até 8 mm. de comprimento, os inferiores recurvados para baixo e os superiores para cima. Flores arroxeadas, dispostas em inflorescências alongadas, usualmente paniculadas, erguidas no centro das folhas, densas, cotonosas, pulverulentas. Fruto, baga angulosa, de uns 6 cm. de comprimento.

De um trabalho inédito do agrônomo Negreiros Bessa (102), transpaginamos a parte referente à utilização alimentar dessa Bromeliácea?

“A macambira é aproveitada na alimentação dos

animais e do homem, durante as longas estiagens. É recurso extremo, do qual só se utiliza o sertanejo quando já não há na região, ao seu alcance, a farinha de mandioca e outros alimentos.

A massa comestível de que se fabrica o pão é extraída da base das folhas que, na parte de inserção, no mangará (nome vulgar dado ao caule reduzido), são alargados e dispostas em roseta. Superpondo-se, formam o que se denomina cabeça. Para formar a cabeça cada folha se dilata quase bruscamente, constituindo uma base de mais ou menos 10 cm. de comprimento e 8 cm. de largura, convexa na parte ventral e côncava na dorsal, a qual recebe o nome vulgar de capa. Nesta altura, as folhas perdem a clorofila, adquirem consistência coriácea, indo a coloração do esbranquiçado-tomentoso ao castanho

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glabro. É nas capas que se encontra a substância amilácea, tanto mais abundante quanto mais próxima da inserção no mangará. Quer na face interna quer na face externa das capas há uma epiderme guarnecida da cutícula espessa e consistente, destacável com muita facilidade.

Denomina-se sangria a operação que consiste em separar a cabeça das raízes, no solo. De perneiras ou botas para se defender dos espinhos, o sertanejo executa esta operação com maior ou menor habilidade, inclinando a planta com o pé esquerdo para a frente, de maneira que fique descoberta a zona ao nível do solo, introduzindo, a seguir com a mão direita, a ponta do facão na altura das primeiras folhas já caducas, para forçar seu imeditão tombamento. Retirada quase toda a parte aérea da planta, permanecem presos ao solo o restante do mangará, as folhas caducas e as raízes.

Com habilidade, o macambireiro destaca fibras de uma ou duas folhas, que continuam presas à cabeça, e, pegando destas, decepa rapidamente todas as demais folhas, cortando-as no ponto em que começam a alargar-se para assim obter a cabeça da macambira. Amarram-se as fibras de umas cabeças com as de outras, formando-se atilhos de 2 a 6 cabeças. O transporte é feito em costas de animais, colocando-se os atilhos diretamente sobre a cangalha ou dentro de

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caçuás. Em falta desses animais, carrega-os o próprio caboclo ao ombro, ligados a um pau.

Chega-se, assim, á fase preliminar da extração da massa comestível. Começa-se, então, com o trabalho de apara, que consiste em cortar a parte esbranquiçado-tomentosa, correspondente mais ou menos a um terço das capas, muito celulósica, pouco apetecida pelo gado e em nada aproveitada para produção de farinha, por não conter quase substância amilácea. A esta região tomentosa e com espinhos rudimentares nas margens, compreendida entre a base castanho-glabra, integérrima, e a folha propriamente dita, denomina-se apara, quando cortada.

Feita portanto a apara, mais profunda no caso de se destinar a macambira à produção de massa, as primeiras capas são retiradas de baixo para cima e recortadas nos bordos. Prossegue-se, em seguida, à despela, levantando-se com a ponta de uma faca a epiderme guarnecida de forte cutícula, de consistência pergaminácea, que reveste o mesófilo, rico em substância amilácea, epiderme que, puxada, desprende-se facilmente.

As capas vão diminuindo na direção do ápice e fechando o ângulo que formam com o caule reduzido. As últimas aplicam-se longitudinalmente ao mangará, envolvendo o escapo. As menores e mais novas, já pouco espessas e menos consistentes, apresentam o

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parênquima de reserva reduzido, pelo que não são aproveitadas. Caracterizam-se por apresentarem a parte inferior da base amarelo-glabra e a superior castanho-tomentosa.

Terminada a despela, as capas são piladas, operação que tem por fim facilitar a separação da fécula do material não aproveitável, constituído principalmente de fibras.

A massa bruta é lavada em água três ou quatro vezes, a fim de retirar quanto possível as fibras e o fortume ou decoada. Os que labutam com a macambira ficam com as mãos e, especialmente, os dedos, às vezes, vertendo sangue, em conseqüência da ação de um princípio mais ou menos corrosivo que pelo sertanejo é denominado fortume ou decoada.

Lavada e decantada a massa envolta em pano é levada para enxugar a uma prensa rudimentar, constituída geralmente de pequeno cocho de madeira e uma tabua (alçapão) que com fulcro em um pau fincado no solo ou mesmo em uma árvore, desempenha a função de prensa. Depois de enxuta, a massa é posta ao sol para secar. Apresenta cor branca tirante a amarelo, de cheiro característico. Com ela se faz, em cuscuzeira, um pão semelhante ao do milho. Este é comido com leite, com carne, em forma de pirão e, finalmente, com água, como é mais comumente usado, em virtude da escassez de carne e ausência quase

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absoluta de leite. Quando misturado com leite ou com carne nutre e engorda e não obstante o travo, suporta-se muito bem. ‘Dágua no sal’, porém, é realmente intolerável e dizem até que comido por meses consecutivos faz inchar e daí a expressão que se ouve freqüentemente nos períodos de calamidade, nas regiões mais secas do Nordeste, onde não chegaram os serviços públicos: ‘inchado de comer macambira’.

Quando a macambira destina-se aos burros de carga, cavalos e animais novos, as cabeças são divididas longitudinalmente em talhadas que compreendem o próprio mangará, as quais são cortadas transversalmente em miúdos pedaços.

Para a alimentação dos bovinos, em geral, os fazendeiros mais imprevidentes ateiam fogo nos gerais de macambira e ai pasta o gado diretamente. Com o fogo queimam-se as folhas e as cabeças ficam assadas, desprendendo-se as capas com relativa facilidade quando puxadas pelos animais. Há, todavia, um desperdício imenso, além do que destruição quase total das formações de macambiras”.

Pelo que acabamos de ler, são as cabeças, isto é, parte das folhas, e não as raízes da macambira, como por inadvertência tem afirmado alguns autores e, entre estes, recentemente, o conhecido zootecnista Otávio Domingues (103,33), que se empregam como recurso forraginoso ou no fabrico de farinha, nos anos de fome.

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Orlando Parahym achou na macambira 9,25 miligramas de vitamina C por 100 cm.³ (51,64). Das folhas reitram fibras ordinárias.

A macambira é típica das caatingas mais secas, onde se apresenta quase sempre em densas aglomerações intransponíveis pelos espinhos.

O nome é uma corrutela de mã-cambira, o molho pungente, cheio de espinhos (10, 304).

NOTA – Em Pernambuco conhecem por macambira a Bromelia fastuosa Lindl.

MACAMBIRA DE BOI – V. Macambira. MACAMBIRA DE FLECHA – Eucholirion spectabile

Mar., (Dickya spectabilis Bak.), da família das Bromeliáceas. Planta herbácea, acaule, vivaz. Folhas linear-lanceoladas,

verde-brilhantes, resistentes, sésseis, dispostas em roseta densa, medindo uns 60 cm. de comprimento, com as margens eriçadas de espinhos fortes e terminando em ponta que se prolonga por fio tenuissimo. Flores em tirsos imponentes, lembrando uma flecha emplumada.

Ornamental e para cercas vivas. Em toda a zona seca do Nordeste, crescendo sobre as

pedras, donde o nome de Macambira de Pedra, pelo qual também é conhecida.

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MACAMBIRA DE PEDRA – V. Macambira de Flecha. MACAMBIRA DE TABULEIRO – V. Macambira MAÇARANDUBA – Nome comum a plantas cujo porte

oscila da árvore altaneira à forma arbustiva. Fornecem madeira dura, avermelhada, para construções civis e navais, resistindo à água e à umidade, porém apodrecendo com facilidade se exposta ao tempo. Ótima lenha. Cascas adstringentes e vulneráveis. Algumas espécies produzem gomas e resinas de importância comercial.

Pertencem à família das Sapotáceas. Foram transferidas do gênero Mimusops para o Manilkara, aliás sem vantagem visível, como bem acentuou Adolfo Ducke em trabalho consagrado às maçarandubas (104, 231).

No Ceará foram consignadas as seguintes espécies: 1 – Manilkara rufula Lam. (Mimusops rufula Miq) –

Árvore de folhas curto-pecioladas, obovadas ou elíticas, de 24-90 mm. de comprimento, coriáceas, espessas e duras. Os frutos maduros são vermelho-alaranjados até escarlates.

Serras do Nordeste, do Piauí até a Bahia. 2 – Manilkara trifora Chev. (Mimusops triflora Fr. All.,

Mimusops cearensis Hub) – Arbusto rasteiro, ou arvoreta não ultrapassando mais de 3 m. de altura. Folhas glabras, verdes, de 15-60 mm. de comprimento. Baga pequena, alongada, preta quando madura.

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Na região litorânea do Ceará ao Pará.

NOTA – Em Pernambuco foi assinalada a Manilkara Salzmanni Lam. (Mimusops Salzmanni Miq.), cuja área de dispersão atinge até Espírito Santo. Ainda em Pernambuco Ducke identificou uma nova espécie – Manilkara Dardanoi (104, 243).

MAÇARANDUBA BRANCA – Chrysophyllum sp., da

família das Sapotáceas. Árvore grande, lactescente, encontrada no alto da parte

ocidental da Serra de Baturité. MAÇARANDUBA DO CEARÁ – Maçaranduba

(Manilkara rufula Lam.). MAÇAÚBA – Acrocomia sclerocarpa Mart.

(Acronomia aculeata Lodd., Bactris globosa Gaertn., Cocos fusiformis Swartz), da família das Palmáceas.

Palmeira de espique cilíndrico, intumecido do meio para cima, com cerca de 15 m. de altura sobre 30-40 cm. de diâmetro, armado de espinhos duros, escuros e longos. Grandes folhas alongadas, pinadas, de nervuras e raque espinescentes. Espadice grande, pendente, protegida por espata de acúleos quase pretos. Drupa globosa, de casca lisa, escura na maturidade, tendo polpa amarela em torno de 1 caroço que encerra 1 amêndoa branca.

A polpa é doce, mucilaginosa, comestível, apreciada principalmente pelas crianças. Dela se extrai de 27-33% de óleo

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alimentício. A amêndoa, por sua vez, encerra de 53-56% de óleo, incolor, transparente, cheiroso, podendo substituir o de olíva na alimentação. As folhas dão fibras para linhas e redes de pescar. Os espinhos, flexíveis e resistentes, servem de alfinetes às almofadas das rendeiras. Os frutos são forrageiros, especialmente para os suínos, e as folhas, pelas suas propriedades galactagogas, passam como bom alimento para as vacas de leite, sendo muito usadas na América Central, tanto que na Costa Rica há legislação especial regulando o seu corte.

Estenden-se da América Central até Mato Grosso. Coco de Catarro, no Rio de Janeiro.

Macáyba, árvore de macaba (10, 304). MACAXEIRA – Manihot dulcis Pax. (Jatropha dulcis

Gmel., Manihot Aipi Pohl), da família das Euforbiáceas. Arbusto até 4 m. de altura. Folhas de pecíolos longos,

arroxeados ou purpuráceos, 3-13-fidas, com lobos de 9-12 cm. de comprimento. Estípulas pouco largas. Flores amarelas o violáceas, com anteras compridas e ovário com 6 asas lisas, dispostas em racemos. Cápsula de 16 mm. de comprimento, subglobosa, 3-locular, com 6 asas fracas e lisas, contendo 3 sementes.

Para diversos botânicos, a macaxeira não é mais do que uma variedade de mandioca, caracterizada pelas raízes praticamente desprovidas de princípios tóxicos. Outros a consideram espécie à parte, diferenciada por particularidades relativas ao porte, folhas, flores e frutos.

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Com variedades agricolamente definidas, às vezes confundidas na sinonímia popular, a macaxeira é o tipo de mandioca para mesa. Come-se cozida, assada, frita. Dá excelente carimã, bem como farinha e polvilho, sendo este último preferido para os beijus e mingaus destinados aos convalescentes.

Analisaremos com mais amplitude as suas propriedades ao tratarmos da mandioca, com a qual se confunde economicamente.

MACELA BRANCA – Gomphrena jubata Moq., da

família das Amarantáceas. Erva de folhas opostas, lanceoladas, vilosas, pequenas, 3

cm. de comprimento por 1 de largura. Flores pequenas, pálidas, em capítulos com brácteas secas.

Raízes laxativas. Ceará até S. Paulo. MACELA DA TERRA – Egletes viscosa Cass., da

família das Compostas. Erva anual, aromática, pilosa. Folhas recortadas. Flores

alvas com o centro amarelo, dispostas em pequenos capítulos. Toda a planta é amargo-tônica e emenagoga. América intertropical. MACELA DO CAMPO – Macela da Terra.

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MACONHA – Cannabis sativa Linn. (Cannabis

chinensis Del., C. erratica Siev., C. foetida Glib., C. indica Lam., C. Lupulus Scop., C. macrosperma Stokes, Polygonum viridiflorum Poir.), da família das Moráceas.

Planta dióica, herbácea, anual, ereta, de caule fistuloso e áspero, 2-4 m. de altura, às vezes mais, consoante a variedade. Folhas longo-pecioladas, palmatinervadas, compostas de 5-7 folíolos linear-lanceolados, denteados, pubescentes, verde-escuros na página superior e verde-claros na inferior. Flores esverdeadas, apétalas, as masculinas pedunculadas e com 5 sépalos e 5 estames, dispostas em panículas, enquanto que as femininas, sésseis, com 1 só sépalo, dispõem-se em espigas de glomérulos. As plantas com flores femininas tem um porte maior que as masculinas. Aquênio arredondado, com 1 semente e embrião oleaginoso.

Esta planta é o conhecidíssimo canhamo, de tão larga área de cultura no Velho Mundo, pelas excelentes fibras liberianas, outrora usadas na confecção de tecidos, porém hoje aplicadas preferencialmente na cordoalha, aniagem, sacaria, etc.

Toda a planta é estuperfaciente, hipnótica, propriedades essas conhecidas desde a mais alta antiguidade, aproveitadas pela medicina ou , infelizmente, para fins escusos. As sumidades floridas dessecadas, principalmente as femininas, mesmo as folhas, misturadas ao tabaco ou puras são fumadas em cigarros ou cachimbos, pelos viciados, a sós ou em grupos. À superexcitação, aos sonhos agradáveis, delirantes, eróticos,

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sucede um abatimento orgânico, um tal estado depressivo que arrasta o fumante, pelo uso continuado da droga, à imbecilidade e à loucura. Há sobre o assunto abundantíssima literatura universal remontando aos mais recuados tempos.

No Brasil, parece ter entrado com os primeiros africanos, grandes apreciadores de erva da felicidade, como a designam, os seus apaixonados. Logo se tornou uma cultura maldita, feita às escondidas no centro das plantações ou mesmo em pequenas clareiras abertas no recesso das matas, alimentando o tráfico clandestino de um dos piores tóxicos conhecidos. A sua cultura, no Ceará, data de longe. Os escravos a conheciam sob o nome de pango, cultivavam-na e fumavam-lhe as folhas, segundo registro do botânico Freire Alemão, feito através dos jornal O Araripe. Crato, 14 de abril de 1860. Pompeu no Ensaio Estatístico, igualmente a assinalou como cultivada (25, 183). A cultura desapareceu do Estado, menos em Juazeiro, onde a praticam em pequeníssima escala negros e mestiços de proveniência ou descendência alagoana. Sobre as pretensas curas milagrosas do celebre Padre Cícero Romão Batista, devolvendo a razão a loucos furiosos ou a idiotas, uma testemunha ocular diz que se tratava quase sempre de indivíduos sob os efeitos da maconha. (M. Diniz, Mistérios de Juazeiro, Juazeiro, Ceará, 1935, p. 137-143). Ultimamente o uso da maconha tem tomado corpo em Fortaleza, em razão das facilidades rodoviárias com o Maranhão, que a fornece aos viciados de nossa Capital. Alguma tem vindo de Alagoas.

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Originária da Ásia Central. Ainda conhecida por Diamba ou Liamba, abrandamentos de Riamba, que como Maconha, alteração de Macanha, são nomes da língua ambundo (40, 126).

MADAGÁSCAR – Quisqualis indica Linn., da família

das Combretáceas. Arbusto lenhoso o de ramos subsarmentosos. Folhas

opostas, algumas alternas, inteiras, ovais. Flores hermafroditas ou polígamas, em espigas exilares e terminais, fragrantes, cambiando de coloração durante o dia, de quase branca ao vermelho. Drupa seca, 5-angular, com 1 semente.

Para caramanchões. Sementes vermífugas. Originária da Índia e dos trópicos do Velho Mundo.

Arbusto Milagroso, na Bahia. MADEIRA NOVA – Pterogyne nitens Tul., da família

das Leguminosas Cesalpinióideas. Árvore pequena ou mediana, até 10 m. de altura. folhas

pinadas, com 10-30 cm. de comprimento, compostas de 8-18 folíolos subcoriáceos, alternos, elíticos ou ovais. Flores amarelas, pequenas, em racemos espiciformes. Samara comprimida, castanha, lustrosa, provida de uma semente.

Madeira de boa qualidade para diversos fins, principalmente para móveis e peças que exijam corta elasticidade. Peso especifico: 0,872. Cascas tânicas.

Do Nordeste ao N. da Argentina, nas regiões secas. no Ceará é encontrada na Serra do Araripe.

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MADRECRAVO – Pluchea Quitoc DC. (Gnaphalium

suaveolens Vell), da família das Compostas. Subarbusto aromático, até 1 m. de altura, com caule

cilíndrico. Folhas alternas, oblongas, estreitas, denteadas, cujas estípulas partindo do limbo se prolongam pela haste. Flores lilacinas, em capítulos denso-corimbosos, paniculados. Aquênio de cerdas moles.

Planta estomacal, carminativa e peitoral. Todo o Brasil. Conhecida ainda por Quitôco. MADRESSILVA – Lonicera Caprifolium Linn., da

família das Caprifoliáceas. Trepadeira. Folhas opostas, glabras, ovais, as superiores

conatas. Flores albescentes ou amareladas, tubulosas, bilabiadas, de perfume penetrante, porém suave, reunidas em pequenos feixes ou verticilos.

Encontrada nos jardins, mormente serranos, revestindo grades, cercas, caramanchções.

Euro-asiática. MADRESSILVA DO JAPÃO – Lonicera japonica

Thunb., da família das Caprifoliáceas. Trepadeira. Folhas opostas, pecioladas, quase glabras,

inteiras, sem estípulas. Flores curto-pecioladas, alvas, amarelas, às vezes purpurinas por fora, bilabiadas, tubulosas, fragrantes,

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glanduiar-pubescentes externamente, maiores do que a espécie anterior.

Nos jardins serranos. Originária da China e do Japão. É mais comum do que a

Lonicera Caprifolium Linn. MALÍCIA – Nomes das seguintes Leguminosas

Mimosóideas, sensíveis ao toque: 1 – Mimosa camporum Benth – Semiarbusto pouco

espinhosa, às vezes inerme. Flores miúdas e róseas. Legume pequeno e híspido.

América Central e Guianas. Amazonas, Pará, Ceará e Brasil Central.

2 – Mimosa sensitiva Linn. (Mimosa litigiosa Mart.) – Arbusto escandente, armado de espinhos curvos. Folhas bipinadas, miúdas. Flores pequenas, lilacinas ou róseas, em capítulos. Vagem pequena, eriçada de espinhos, polispérmica.

Do Amazonas a S. Paulo. Cresce nas capoeiras e proximidades de habitações. Malícia de Boi, em Pernambuco, apelido igualmente comum entre nós.

3 – Mimosa somnians H. & B. – Semiarbusto ereto ou ascendente, armado de espinhos curtos. Folhas bipinadas, espinhosas na raque. Flores pequenas, brancas ou rosadas, de corolas estriadas, em capituls globosos, Fruto glabro ou piloso.

América tropical. Do Pará até S. Paulo. MALÍCIA DE BOI – Calumbi e Unha de Gato.

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MALÍCIA DE MULHER – Malícia. MALÍCIA ROXA – Schranckia leptocarpa DC., da

família das Leguminosas Mimosóideas. Subarbusto rasteiro, escandente, de caule anguloso, muito

fino e fraco, armado de espinhos pequenos e curvos. Flores em capítulos globosos, axilares, de cor róseo-arroxeadas. Fruto pequena vagem, muito delgada, quadrangular para subcilíndrica, glabra ou revestida de espinhos flexíveis, com sementes miúdas.

Raiz desobstruente e diurética. América tropical meridional. África ocidental. Brasil norte

e nordeste. Malícia, em Pernambuco. MALMEQUER – Chrysanthemum carinatum

Schousb., da família das Compostas. Planta herbácea de folhas bipinatífidas. Flores em

Capítulos grandes, rotáceas, com raias amarelas ou alarajandas, às vezes brancas.

Ornamental. Cultivada nos jardins. Natural da África. Disseminou-se por intermédio da

Inglaterra, onde foi introduzida em 1798, vinda de Marrocos MALVA – Denominação comum a diversas Malváceas,

principalmente dos gêneros Malva e Sida, quase todas herbáceas, entre as quais destacamos:

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1 – Abutilon crispum Medic. (Sida crispa Linn.) – Pequeno arbusto de caule e folhas pubescentes. Estas são alternas, cordiformes, acuminadas. Flores granes, brancas, axilares e solitárias. Produz fibras liberianas para sacaria. Folhas emolientes e diuréticas.

América tropical. Austrália. 2 – Malva silvestris Linn. – Herbácea, de 1 m. de altura.

Folhas lobadas, denteadas. Flores róseas raiadas de vermelho, que se tornam azuis depois de secas. Muito rica em mucilagem densa e adocicada. Cultivado quase sempre em vasos. Folhas emolientes e flores béquicas. Natural da Europa. Malva Silvestre, no Rio Grande do Sul.

3 – Sida glomerata Cav. (Sida Berteriana Balb.) – Com 1 m. de altura. Flores amarelas, amarelo-claras ou alvas. Os ramos prestam-se para a confecção de vassouras rústicas. Malva Felpuda, no Pará: Relógio, em Pernambuco.

4 – Sida glutinosa Commers. (Sida nervosa DC., Sida Emdlicheriana Presl) – Subarbusto glandular, pubescente. Folhas ovado-cordadas, crenadas ou serreadas, verdes. Flores amarelas ou brancas. Antilhas, América Central e do Sul; Ásia e África tropicais.

5 – Sida spinosa Linn. (Sida angustifolia Lam.) – Herbácea anual, 1-1,5 m. de altura. Folhas linear-oblongas ou linear-lanceoladas, cinéreo-vírides de ambos os lados. Flores flavas.

MALVA BRANCA – Nome das duas plantas seguintes:

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1 – Sida cordifolia Linn. (Sida micans Cav., Sida truncata Cav., Sida althaeaefolia Swartz), da família das Malváceas.

Planta ereta, robusta, ramificada, tomentosa, raramente atingindo, 2 m. de altura. Folhas longo-pecioladas, cordadas ou arredondado-cordadas, agudas ou obtusas, crenadas, densamente tomentosas ao menos na página inferior. Flores aglomeradas, com pétalas salmão-róseas, em racemos axilares e terminais.

Fibras longas, brilhantes, resistentes. Folhas emolientes. Cosmopolita tropical. Por causa da tomentosidade das

folhas recebe ainda o apelido de Malva Veludo. 2 – Waltheria americana Linn. (Waltheria indica Linn.,

Waltheria detonsa A. Gray), da família das Esterculiáceas. Subarbusto ou arbusto, algumas vezes erva,

frequentemente decumbente. Folhas alternas, oval-alongadas, crenadas ou denteadas, finamente tomentosas. Flores em pequenos cachos axilares de coloração amarela.

Flores melíferas. Na medicina caseira se empregam como peitoral as flores e folhas. A planta é forrageira ordinária.

Cosmopolita. MALVA DE CARRAPICHO – Carrapicho de Boi. MALVA DE EMBIRA – Malva Roxa. MALVA DE ESPINHO – Malachra fasciata Jacq., da

família das Malváceas.

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Planta herbácea, híspida. Folhas longamente pecioladas, comumente 3 ou 5-lobadas. Flores grandes, de pétalas brancas, em capítulos.

América tropical. Quiabo Bravo, em Pernambuco. MALVA DE PENDÃO – Paco-Paco Verdadeiro. MALVA DE VELUDO – Malva Branca (Sida cordifolia

Linn.). MALVA GRANDE – Pavonia varians Moric., da família

das Malváceas. Esta espécie encontra-se na formação chamada lacre, da

Serra do Araripe, e no sul do Piauí. MALVA GROSSA – Malvaisco. MALVA PRETA – Sida micrantha St. Hil., da família

das Malváceas. Arbusto até 3 m. de altura. Folhas alternas, pecioladas,

cordiformes, denteadas, verdes, às vezes pontuadas ou manchadas de amarelo. Flores flavas, pequenas, quase sésseis, em panículas congestas.

Produz abundante fibra de qualidade regular. Folhas peitorais, antiasmáticas e emolientes.

Mauvaisco na Amazônia.

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MALVA RASTEIRA – Pavonia cancellata Cav., da família das Malváceas.

Erva rasteira, pilosa, com flores amarelas, manchadas de roxo na porção central da corola.

A var. deltocidea, forma Montana Hub., é ereta, parcialmente pilosa e de caule aspérrimo.

Colômbia, Guianas, Nordeste até Bahia, Baba de Boi, na Bahia

MALVA ROSA – Nome das Malváceas: 1 – Althaea rosea Cav. – Alta, herbácea. Folhas alternas,

angulosas, ásperas. Flores axilares, grandes, 7-10 cm. de diâmetro, brancas, amarelas, vermelhas ou róseas com desenhos escuros, simples ou dobradas.

Cultivada nos jardins. Natural da China. Rosa Marinha em S. Paulo. 2 – Pavonia malacophylla Guerke. Lopimia

malacophylla, Nees. & Mart., Malache malacophylla Standl.) – Arbusto de 1-4 m. de altura, de haste e ramos densamente tomentosos. Folhas arredondado-cordadas, agudas ou obtusas, denticuladas, grandes, tomentoso-aveludadas nas duas faces, sendo a superior castanho-avermelhado-escura e a inferior pardacenta, com as nervuras róseas. Flores grandes, 2 cm. de diâmetro, axilares, isoladas, purpúreo-vermelhas.

América tropical.

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MALVA ROXA – Urena lobata Linn. (Urena americana Linn., Urena reticulata Cav.), da família das Malváceas.

Planta herbácea, ereta, ramosa, 1-2 m. de altura. Folhas pecioladas, ovais ou orbiculares, com 5-7 lobos pubescentes com uma ou mais glândulas na base das três nervuras centrais. Flores pequenas e bonitas, vermelhas ou róseo-cerúleas, quase sempre solitárias. Cápsula 5-ocular, eriçada de espinhos moles e recuravados, que aderem à roupa. Sementes lisas, cuneiformes de um lado e arredondadas do outro.

Fornece fibras macias, pardas, empregadas na sacaria, como sucedâneas da juta e do cânhamo.

Cosmopolita tropical. Uacima Roxa, no Pará; Guaxima, em quase todo o Brasil: Carrapicho do Mato e Guaxima, em Pernambuco; Malvaisco, no Rio Grande do Sul.

Malva de Embira, às vezes MALVA VERDE – Abutilon ramiflorum St. Hil., da

família das Malváceas, com fibras liberianas que podem substituir as da juta na sacaria.

MALVASICO – Nome aplicado à Malva Roxa, ao Paco-

Paco, (Wissadula periplocifolia Presl.), bem como a um Coleus sp., cujas folhas são peitorais, em infusão. O cozimento das mesmas empregam em gargarejo e bochecho em certas afecções da garganta e feridas da boca. Passadas pelo calor do

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fogo, em emplastros, nos tumores, furúnculos e golpes (11, 242).

MAMA DE CACHORRO – Vitex flavens H.B.K. (Vitex

Panshiniana Moldenk), da família das Verbenáceas. Árvore com folhas compostas, digitadas, de flores vistosas,

em racemos, sendo o fruto uma pequena drupa, 4-locular. Boa madeira. MAMÃO – Mamoeiro. MAMÃO BRAVO – Jaracatiá. MAMOEIRO – Carica Papaya Linn. (Papaya Carica

Gaertn., Papaya vulgaris DC., Papaya sativa Tuss., Carica quinqueloba Sessé & Moc.), da família das Caricáceas.

Planta de crescimento rápido, lactescente, 3-5 m. de altura, e mais, quando no estado rústico. Caule herbáceo-lenhoso, direito, simples, um tanto cilíndrico, às vezes com brotos laterais ou ramificado no ápice, oco, de casca fina, acinzentado-esverdeada, coroado por um tope de folhas que, ao caírem, deixam bem visíveis as cicatrizes dos pecíolos. Folhas alternas, glabras, de contorno suborbicular, 20-60 cm. de largura, verde-escuras na página superior, pálidas, ou gláucas na inferior, partidas em 7 lóbulos oblongos, sinuosos ou laciniados, com longos pecíolos fistulosos. Estes, com 30 cm. ou mais de comprimento, são roliços, lisos, lustrosos, verde-pálidos, as

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vezes vermelho-vinosos, donde o nome de Mamoeiro de Talo Roxo ou simplesmente Mamoeiro Roxo. Flores esbranquiçadas ou amareladas, fragrantes, unissexuais, raramente perfeitas. No mamoeiro fêmea, as flores são exclusivamente femininas, grandes, campanuladas, subsésseis, axilares, solitárias ou em corimbos paucifloros e curtos, com 5 pétalas carnosas concrescidas na base e ovário grande. Na planta macha, as flores se agrupam em longo pedúnculo paniculado e tem a corola tubulosa ou ligeiramente afunilada, menor que a feminina, dividida em 5 pétalas, os estames em número de 5-10 acham-se dispostos em duas ordens sobre o tubo da corola e suportam anteras biloculares, sendo o pistilo geralmente rudimentar. As flores hermafroditas, surgem quase sempre na extremidade das inflorescências masculinas e são perfeitamente férteis, dando fruto pequeno, comprido, mais ou menos oval, conhecido por Mamão Macho ou Mamão de Corda, apelativos aplicados igualmente à planta. Baga carnosa, esférica ou alongada, lisa ou cortado-plicada, curto-pedunculada, presa na parte superior do tronco, na axila das folhas, às vezes reunidas em número tão grande que se comprimem umas às outras, alterando-se-lhe a forma e o volume. O peso do fruto varia bastante, indo de menos de 1 até 20 quilogramas. A pele é lisa, fina, resistente, verde-escura, tornando-se amarelada ou alaranjada no amadurecimento. Polpa, amarela, suculenta, aromática, doce ou ligeiramente insípida, relativamente firme, com 2-4 cm. de espessura, oferecendo uma cavidade central, cujas paredes sustentam numerosas sementes pretas, de testa áspera, cobertas

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por uma arilo mucilaginoso, tendo sabor picante, que lembra o da pimenta do reino e, por isso mesmo, usadas para falsificá-la.

Nos tipos inferiores, bastante comuns nos quintais, a polpa se apresenta dura, aguada ou amarga, com sabor um tanto almiscarado.

Praticamente, não há variedades nem mesmo formas definidas de mamoeiros, já que os frutos variam muito, e facilmente degeneram, quando multiplicados por sementes. A coloração dos pecíolos os divide em mamoeiros roxos e brancos (talos verdes). Aos frutos grandes e com poucas sementes, dão o nome de caiano, alteração de Caiena. Aos pequenos, globoides, de valor medíocre, chamam crioulo. O caiano comprido os vendedores denominam de mamão melão.

Toda a planta, especialmente o fruto, verde, encerra um suco leitoso, constituído de uma enzima ou fermento – a papaína, verdadeira pepsina vegetal, capaz de digerir duas mil vezes o seu próprio peso de fibrina. Pela sua ação proteolítica, a papaína é um poderoso digestivo, de largo emprego na terapêutica e de uso mais moderado na culinária, onde, pelo seu poder peptizante, amacia e torna mais assimiláveis as carnes. Daí ser o mamão verde excelente legume, cozido ou guizado, não só pela sua digestibilidade como por apressar o cozimento e abrandar as carnes, o que também se consegue enrolando-as em folhas de mamoeiro ou juntando-se-lhes algumas gotas de látex.

O mamão maduro é uma das nossas mais saborosas e saudáveis frutas de mesa. “É sabido que o mamão maduro, encerra, ainda, embora em porcentagem menor, leite e, “ipso-

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facto”, o referido princípio ativo. Daí a justa e merecida fama de ser o mamão uma fruta digestiva e eupêptica, própria para estômagos delicados para os dispépticos, devendo ser preferida como sobremesa para qualquer pessoa, principalmente para aquelas cuja digestão é laboriosa” (1,158).

A polpa contém as vitaminas A, B, D e particularmente a C. A sua composição química média é a seguinte (1,161):

% % Água 90,78 82,49 Sólidos totais 9,22 16,51 Sólidos insolúveis 1,05 2,51 Proteínas 0,39 0,91 Matérias graxas 0,04 0,25 Ácidos (como cítrico) 0,08 0,27 Açúcar invertido 5,82 13,21 Sacarose 0,00 2,04 Fibras 0,66 2,68 Cinza 0,37 1,22

Entre as polpas verdes e maduras de um mesmo pé,

Thonson, em Hawai (1, 161), observou a seguinte variação de composição:

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Verde %

Madura %

Água 93,52 89,41 Sólidos totais 6,48 10,59 Sólidos insolúveis 3,28 1,05 Proteínas 0,80 0,31 Matérias graxas 0,26 0,19 Ácidos 0,09 0,08 Açúcar invertido 2,15 8,02 Sacarose 0,47 0,00 Cinza 0,43 0,57

Estes resultados devem ser comparados aos conseguidos

por G. Martina, no seu interessante Estudo Químico sobre algumas Frutas Brasileiras (30, 38).

Com a polpa verde ou madura fazem-se excelente doces. Na América Central, o mamão é tido como fruta anafrodisiaca, afirmando os criadores que os animais perdem as suas faculdades genésicas quando comem continualmente.

As sementes, o látex e as raízes têm propriedades vermicidas poderosas. A infusão das flores usa-se como emenagoga, febrífuga e peitoral e a das folhas é um estomáquico por excelência.

Nas sementes e, de modo especial, nas folhas, encontra-se a carpaina, alcalóide que é um veneno para o coração. O uso das folhas para amaciar as carnes remonta aos tampos

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precolombinos, visto que os índios às vezes envolviam com elas as suas peças de caça.

Originário da América tropical, das Antilhas ou da região

andina. Dissemina-se facilmente por intermédio das aves e animais que pastam o seu fruto.

O nome mamão deriva-se do feitio do fruto, que lembra

um seio agigantado. MAMONA – Carrapateira. MANACÁ – Brunfelsia uniflora Benth. (Franciscea

uniflora Pohl), da família das Solanáceas. Arbusto ou arvoreta muito ramificada. Folhas alternas,

inteiras, glabras, pecioladas, ovado-oblongas, agudas ou obtusas, adelgadas na base. Flores em geral solitárias, de cálice tubuloso e campanulado, e corola violácea ou roxa, quando nova, passando, depois de algumas horas, à cor de rosa desmaiada e, por fim, à branca.Cheiram a jasmim.

Planta frequente nos jardins. Contém o alcalóide manaceina. Raiz purgativa, emética, abortiva e depurativa. A respeito das propriedades medicinais desta planta, o dr. Manuel Freire Alemão escreveu para o Ensaio Estatístico da Província do Ceará, de Tomás Pompeu de Sousa Brasil, o seguinte (25, 181):

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“Manacá, planta nativa, mui conhecida em todo o

Ceará, cuja raiz empregada, segundo Baena, pelos índios para produzir uma sorte de delírio furente ou mesmo loucura persistente, é usada quase como específico contra o reumatismo articular. Em alta dose produz escurecimento da vista, confusão de ideias, delírio inconstante, tremores; opera como emeto-catártico e, em doses refractas, determina abatimento, sentimento de frio ou frescura. É na minha opinião ótimo sucedâneo de digitalis ou dedaleira: e já hei-o empregado com vantagem em hipertrofias e outras lesões do coração. Passa por contra venéreo e chama-se mercúrio dos pobres nos sertões do nosso império”.

Os jumentos comem avidamente as suas folhas, porém,

ficam embriagadas, assustadiços, caindo facilmente e, por vezes, morrem, segundo me informou o Prof. Abreu Matos.

Natural do Brasil e das Antilhas. Em alguns Estados, São Paulo, por exemplo, tem também o nome de Mercúrio Vegetal.

Manacá, corr. de mana-cã, o ramilhete ereto (10,306). MANAPUÇÁ – Mandapuçá. MANDACARU – Cereus Jamacaru P. DC., da família

das Cactáceas.

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Cacto gigantesco, colunar, de tronco multiramificado, com os artículos fortemente costados e munidos de espinhos amarelos, medindo cerca de 20 cm. de comprimento. Flores grandes, brancas, noturnas e numerosas.

Os artículos novos, verde-azulados, depois de queimados os espinhos, servem de alimento ao gado, revelando a análise feita pelo Instituto de Química Agrícola, do Ministério da Agricultura, a seguinte composição:

Umidade (água) ................................................................. 15,84% Proteína bruta ..................................................................... 10,72% Extrato etéreo ....................................................................... 1,04% Extrativos não nitrogenados .............................................. 45,52% Fibra bruta (celulose) ......................................................... 16,22% Resíduo mineral ................................................................. 10,66% 100,00%

Fósforo em P2O5 .................................................................. 0,22% Cálcio em CaO ..................................................................... 5,61%

Do tronco retiram-se tabuas até de 30 cm. de largura, para

portas e janelas. Frequente em todas as caatingas nordestinas. Mandacaru

de Boi, na Bahia. O nome significa em tupi, o feixe ou molho pungente,

cheio de espinhos (10, 307).

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MANDAPUÇÁ – Mouriria Pusa Gard., da família das

Melastomáceas. Planta arbustiva de grandes folhas elíticas. Baga preta, do

tamanho de um ameixa pequena, muito apreciada. Vegeta nos tabuleiros praieiros. A espécie da zona rural de

Fortaleza e tabuleiros vizinhos é Mouriria cearenses Hub. O nome apresenta as variantes Manapuçá, Manipuçá, Puçá, Munduru ou Mundururu, na Bahia.

De mandá, feixe, molho, e uá, fruto (4, 336). MANDAPUÇÁ BRANCO – Miconia prasina DC.

(Melastoma prasinum Swartz), da família das Melastomáceas. Arbusto de ramos pulverulentos. Folhas curto-pecioladas,

glabras, 3-5 nervadas, oblongas, grandes e vistosas. Flores pequenas, brancas ou róseo-pálidas, em panículas. Fruto negro-purpúreo, de 4 mm. de diâmetro.

América tropical, inclusive Antilhas. Munduru Branco, na Bahia.

MANDIOCA – Manihot esculenta Crantz. (Jatropha

Manihot Linn., Manihot utilissima Pohl., Manihot Manihot Karst.), da família das Euforbiáceas.

Arbusto de 1-3 m. de altura, às vezes mais, consoante a variedade. Herbáceo e muito lactescente quando novo, torna-se o caule lenhoso no estado adulto, variando a coloração do braço-acinzentado ao vermelho ou castanho escuros. Folhas de

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pecíolos longos, verdoengos até o vermelho-escuro, 3-7-fidas, com lobos de 8-17 cm. de comprimento, indo o tom do verde-claro ao vermelho-escuro, com nervuras violáceas. Estípulas largas. Flores amarelas ou violáceas, com anteras pequenas e largas, em racemos. Cápsula de 15 cm. de comprimento, globosa-elipsoide, com 6 asas fortes e crenadas, 3-locular.

Ereto ou inclinado, o caule pode praticamente não se ramificar, dando as mandiocas chamadas direitas ou vassouras. Por outro lado, há variedades que se ramificam em galhos robustos, lenhosos, que por sua vez geram outros. Os galhos nunca excedem o número de 3, de maneira que se encontram ramificações dicotômicas e tricotômicas.

As raízes, fusiformes, ligeiramente amargas, atingem até 50 cm. de comprimento e chegam a pesar diversos quilos. São revestidas por uma epiderme resistente, escura ou clara, esfoliável pelo atrito. Segue-se-lhe uma camada cortical, coriácea, facilmente destacável, com vasos lactíferos e princípios tóxicos, vulgarmente chamada casca. A parte carnosa é branca ou ligeiramente amarelada, parenquimatosa, riquíssima em amido (37%), tendo ao centro uma espécie de cordão fibroso.

São em grande número as variedades de mandioca. Marcgrave já citava 23 qualidades. O Barão de Capanema, um dos componentes mais destacados da Comissão Cientifica que veio ao Ceará em meados do século passado, levou, daqui para o Rio de Janeiro, 22 variedades. Às catalogadas atualmente ultrapassam de 100, com denominações locais, por sua vez

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freqüentemente de sinônimas de outras, cujo estudo sistemático e economico vem sendo realizado por algumas estações experimentais. Parece-me que cabe ao botânico L. Zehtner a primazia dessas pesquisas no Brasil, feitas durante os anos de 1909 e 1910, na Bahia, onde determinou os caracteres de 74 variedades, além da composição química de muitas delas. (105).

De modo geral, podemos reuni-las em dois grandes grupos. O das mandiocas mansas, chamadas macaxeiras ou aipins, e o das mandiocas bravas, amargas ou venenosas. As primeiras praticamente sem ácido cianídrico, as segundas com um teor desse ácido que as tornam tóxicas. A toxidez desaparece com a industrialização dos tubérculos, mediante a volatização ou a maceração.

No Ceará, as variedades de macaxeiras atualmente mais cultivadas são conhecidas pelos nomes: Aciolina, Pacaré, Pernambuco, Pão do Chile, Rosa, Tataibura. As mandiocas são as seguintes: Amarela ou Amarelinha, Amargosa, Cabeça de Gato ou Mata Gato, Caboclinha, Canela de Urubu, Cangaiba, Ceará, Cruvela, Curimem do Céu, do Pará, Espada Dura, Fragosa, Embiriba, Manipeba, Manivinha, Mata Formiga, Milagrosa, Olho Verde, Pacui, Paraense, Poré Selvagem ou Grande, Poré Rasteira, Piauí, Piriquiti, Pixaninha, Rebenta Boi, Sacai, Serra Grande, Sutinga, Tapicima, Umbiguda Grande ou Selvagem, Umbiguda Rasteira, Uvá.

Entre as macaxeiras, cultivadas preferentemente nos baixios litorâneos e nas serras frescas e muito pouco na região

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sertanjea convém destacar a Aciolina, de tubérculos delicados, próprios para mesa, e a Pacaré, cuja parte interna dos tubérculos tem coloração ligeiramente amarelada.

As mandiocas, em geral, são muito resistentes à seca e, por isso, preferidas para os tabuleiros arenosos litorâneos e chapadas sertanejas. São, por outro lado, de ciclo vegetativo mais longo e se conservam por mais tempo no solo, o que é uma vantagem, em face da instabilidade climática local. Das mandiocas, a mais afamada, sem dúvida, é a variedade Manipeba, da qual Marcos A. de Macedo escrevia no século passado o seguinte:

“No Ceará há uma espécie de mandioca chamada

manipeba, que é verdadeiramente um prodígio da Providência para os habitantes das províncias sujeitas às secas. A manipeba se acha ao abrigo de todos os inconvenientes (seca, umidade e sombra).

Sendo ela plantada em terrenos ligeiros, isto é, um tanto arenoso ou pouco aderentes, conta-se por certo com um celeiro natural para os tempos calamitosos.

Nos últimos tempos coloniais, as autoridades impunham multas aos habitantes do Ceará que não tivessem em suas terras um certo número de pés de manipeba e ainda hoje algumas câmaras municipais seguem o mesmo princípio que infelizmente nunca passa da teoria. Na seca de 1825, um cearense lembrou-se de exminar uma plantação de manipeba que tinha abandonado havia 10 anos e achou um verdadeiro

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tesouro dentro e uma capoeira de mato grosso, porque cada pé de mandioca lhe rendia alqueires de ótima farinha.

Em maio de 1843 mandei plantar na minha fazenda da Timbaúba (Crato) uma porção de manipeba. Duas neblinas que caíram em todo o resto do mesmo ano foram suficientes para fazer prosperar a planta, que só levou duas capinas, depois das quais abandonei o meu celeiro, guardando-o para tempos urgentes. Na seca de 1845 (no fim do ano) recorri ao granel que se achava trancado em uma densa capoeira. As túberas não tinham tomado ainda as grandes proporções que adquirem com a idade, mas deram um rendimento que foi admirado pelos retirantes, que em grande número se agrupavam à roda de forno para comer farinha, da qual não vendia uma só parcela, dando de esmola uma grande parte.

A respeito da manipeba tive de fazer mais duas observações que confirmam o que disse acima, sobre sua propriedade de resistir aos entraves que se opõem ao desenvolvimento de outras espécies de mandioca. Uma plantação de manipeba em montinhos levantados em um ipu (terra paludosa) nada sofreu de uma enxurrada que alagou as plantas já adultas. Depois de algum tempo as túberas estavam em perfeito estado e muitas delas foram achadas a descoberto, depois de terem passado por muitos dias mergulhadas na água.

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Junto ao tronco de um formoso ingá, que com a sua imensa e cerrada copa sombreia uma grande circunferência, criou-se naturalmente um pé de manipeba e ai vegetou por mai de oito anos solitariamente, pois as mesmas ervas silvestres deixaram de prosperar na sombra da ingazeira. Com o fim de aproveitar a maniva para semente, mandei arrancar a manipeba que já tinha formado túberas colossais. As ramas, porém, foram o que mais atraiu a minha atenção. A maniva ao sair da terra, dividiu-se em várias hastes tortuosas, como é costume, as quais se foram subdividindo a fim de poderem melhor penetrar os interstícios das folhas da ingazeira até chegarem à sumidade de sua copa e aí participarem livremente da irradiação do sol e de outrros benefícios atmosféricos. De todas as espécies de mandioca, parece ser a manipeba a que contém em maior proporção o glúten e matérias amiláceas.

Durante a fabricação da farinha dessa mandioca, toda a casa fica coberta de amido que se suspende com os gases evaporados no ato da torrefação da farinha” (106, 6).

As mandiocas, em geral, produzem mais tubérculos e, em

consequência, são mais rendosas. As macaxeiras são mais ricas em amido.

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É uma das principais plantas alimentares da terra. Muito antes do descobrimento do Novo Mundo, os ameríncolas a cultivavam desde o Brasil até a zona quente do México, inclusive as Antilhas. Mede-se o valor da mandioca na vida indígena pelas lendas de fundo religioso, explicativas de sua origem e aproveitamento. Da América foi logo levada à África e se disseminou, sobretudo na costa ocidental do contitnente negro. A sua introdução na Ásia é de data mais recente.

Em grandes extensões da zona tropical amaricana e africana, as raízes tuberosas desta Euforbiácea constituem o alimento básico de população inteiras, fazendo as vezes do milho e do trigo. Na zona rural brasileira, é a planta alimentar por excelência, a mais importante de todas, a única em que o povo tem confiança, por aliar produtividade, rusticidade, resistência às pragas, doenças e variações climáticas. Como forrageira, pelas folhas, caules e principalmente raízes, nenhuma das nossas outras tuberosas lhe leva tropical.

Originária da América tropical. Mandioca, corr. many-oca, o que procede de manyba ou

mandyba. Mandyba, ou manyba, de mã-yba, a planta de entorpecer, em alusão ao suco venenoso da raiz (10, 307 e 308).

MANGA – Mangueira. MANGABA – Mangabeira.

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MANGABEIRA – Hancornia speciosa Gomes. (Ribeirea sorbilis Arr. Cam.), da família das Apocináceas.

Árvore de 2-5 m. de altura, com casca escura e fendilhada. Folhas opostas, pecioladas, inteiras, oblongas, agudas, coriáceas e glabras. Flores quase brancas, róseas, regulares, campanuladas, em inflorescência cimosa. Fruto drupáceo, elipsóide, atingindo até 6 cm. de diamtro, amarelo, marchetado de vermelho, aromático, com sementes circulares e comprimidas, envoltas em polpa édule, branca, um tanto fibrosa, cheia de suco leitoso.

Toda a planta exsuda látex de cor branca, com a densidade de 0,908, produtor de borracha de qualidade inferior. O fruto maduro é delicado e de saboros paladar. Além de comestível ao natural, presta-se muito bem para compotas, sorvetes e xaropes e, pela fermentação, da bebida vinosa, vinagre e álcool. Cascas adstringentes. Na medicina caseira, o látex se emprega contra a tuberculose. Madeira para construção civil e carpintaria. Lenha excelente.

Nos tabuleiros arenosos e secos. Na América do Sul desde a Venezuela até o Paraguai.

No mesmo habitat encontra-se a Hancornia speciosa Gomes var. minor Muell. Arg., simples variedade da precedente, de frutos menores.

Na Bahia é conhecida por Mangabinha do Norte. Mangaba, corr. mongaba, o grude, o visgo, alusivo ao

látex da planta (10, 308).

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MANGARÁ – Nome comum às seguintes Aráceas: 1 – Xanthosoma sagittifolium Schott. (Arum

sagittifolium Linn.) – Planta herbácea, mais ou menos 1 m. de altura, com rizomas tuberosos. Folhas verdes, radicais, com pecíolos de 1 m., ovais, sagitadas, lobadas, de 50 cm. de comprimento. inflorescência em espádice protegida por espata tubulosa, de 6-7 cm. de comprimento sobre 3-4 de largura.

2 – Xanthosoma violaceum Schott. (Arum nigrum Vell.) – Parecida com a anterior, porém as folhas são ovais, oblongas, de 20-30 cm. de comprimento sobre 15-30 de largura, verde-escuras na página superior e verde-esbranquiçadas na inferior, de pecíolos arroxeados, medindo 30-40 cm. de comprimento. A espata que defende a inflorescência tem a face externa verde-acinzentada, as margens arroxeadas e o lado interno branco-esverdinhado.

Ambas apresentam túberas e folhas comestíveis. As folhas contusas se aplicam como cataplasma nos furúnculos.

Naturais da América tropical. Crescem nos sítios úmidos, à beira dos riachos, sob a sombra das matas. Taioba, no Rio de Janeiro.

MANGARITO – Mangará. MANGUE – Denominação comum às plantas taniferas

peculiares aos terrenos e águas rasas da beira-mar, bem como as formações vegetais em que elas predominam.

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Por este nome também se conhece a dodonaea viscosa Jacq,. da família das Sapindáceas. É um arbusto ou arvoreta, de flores amarelas, em pequenos corimbos laterais. Os frutos são cápsulas com 3-4 asas.

No sul do Brasil havia tribos que faziam lanças com o seu tronco. Cosmopolita tropical. Todo o Brasil. Vassoura Vermelha, em S. Paulo e Rio Grande do Sul.

MANGUE CANOÉ – Nome comum às Verbenáceas: 1 – Avicennia nitida Jacq. – Arbusto ou árvore pequena,

de casca fina, castanho-escura, fendida superficialmente. Folhas opostas, curto-pecioladas, oblongas ou oblongo-lanceoladas, 5-10 cm. de comprimento, obtusas, agudas na base, coriáceas, inteiras, verdes e glabras na página superior e branco-pubescentes na inferior. Flores pequenas, alvas, seríceas, fragrantes, em espigas densas e curtas, axilares e terminais. Cápsula oblíqua, bilocular, verde-clara, ligeiramente pubescente, com sementes pêndulas.

Casca com 3% de matéria tanífera. Madeira branca. Flores melíferas.

América intertropical. Toda a costa marítima do Brasil, na borda dos mangues. Mangue Branco, na Bahia.

2 – Avicennia tomentosa Jacq. – Árvore pequena. Folhas opostas, pecioladas, obovais, esbranquiçadas ou acinzentadas, depois glabras. Flores esbranquiçadas, em pequenas espigas axilares. Cápsula oblonga-pontuda, achatada.

As mesmas propriedades da espécie anterior.

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América intertropical. “Vive em associação com Rhizophora mangle e Laguncularia racemosa, aproveitando os pontos onde estas espécies já constituíram um bloco seguramente protegido contra a maré”. (107, 315). Mangue Amarelo ou Branco, no Rio de Janeiro e em S. Paulo, denominação igualmente extensiva à primeira espécie; Siriúba, no Pará e Rio Grande do Sul.

MANGUE DE BOTÃO – Conocarpus erecta Linn., da

família das Combretáceas. Árvore de crescimento rápido, prostrada às vezes,

alcançando até mais de 6 m. de altura. Folhas alternas, curto-pecioladas, obovadas ou ovais, 2-10 cm. de comprimento, inteiras, coriáceas, glabras ou sericeas. Flores muito pequenas, verdes dispostas em glomérulos cônicos, paniculados. Sâmara pequena, verde-púrpura, 2-3 ovulos e 2 asas.

Madeira rija para calibros, cercas, lenha e excelente carvão. Não possui tanino.

América tropical e ocidente africano. Contorna os mangues, não ultrapassando os limites da maré alta. Mangue de Bola, na Bahia; Mangue, em S. Paulo.

MANGUE DE PENDÃO – Mangue Verdadeiro. MANGUE DE SAPATEIRO – Laguncularia racemosa

Gaertn. f. (Conocarpus racemosa Linn., Bucida buceras Vell.), da família das Combretáceas.

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Árvore ou arbusto. Folhas opostas, pecioladas, oblongas, 2-1 cm. de comprimento, inteiras, coriáceas, glabras, com 2 glândulas no pecíolo. Flores pequenas em racemos com 5 petalas brancas e 10 estames. Drupa coriácea, oblonga ou ovóide, de 15 mm. de comprimento, avermelhada e com revestimento branco-pubescente. Esta sempre carregado de frutos.

Cascas galhos e folhas encerrando perto de 14% de tanino. Madeira esbranquiçada para caibros, cercas, lenha e carvão.

América tropical e África ocidental. “A Laguncularia racemosa habita as águas abaixo de um metro de profundidade. Suas raízes emitem numerosas ramificações verticais as quais têm as extremidades acima da linha da água assegurando uma aeração continua” (107, 315). Mangue Branco, em Pernambuco e S. Paulo; Mangue Amarelo, na Bahia.

MANGUE VERDADEIRO – Rhizophera mangle.

Linn., da família das Rizoforáceas. Árvore de 6-10 m. de altura com uma multidão de raízes

adventiceas, que não só lhe asseguram a fixação na vasa instável como lhe garantem a respiração em meio parco de oxigênio. Folhas pecioladas, opostas, elítico-ovais, simples e inteiras, coriáceas e rijas, verde-escuras na página superior e mais claras na inferior, medindo 8-10 cm. de comprimento sobre 4-5 de largura. Flores miúdas, com 4 pétalas esverdeadas, reunidas em pequenas pseudo-umbelas. Baga de 2-2,5 cm. de comprimento, alongada, coriácea, acinzentada, pendula, 1-locular, com

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sementes solitárias, germinando no fruto, cuja radícula alcança às vezes o solo, antes da queda do fruto.

Madeira vermelho-clara para vigas, caibros, esteios e obras imersas, quando então se torna quase imputrescível. Peso específico de 0,926 a 1,182. As cascas encerram 30% de tanino, encontrando largo emprego no curtume, dando aos couros bela coloração amarela. Adstringente poderoso, na medicina doméstica.

América tropical e África. Cresce em densas formações no estuário dos rios, à margem das baías e lagunas marítimas, preferindo as águas profundas, estendendo-se, porém, até a borda dos manguezais, em cuja formação entra como elemento principal.

MANGUE VERMELHO – Mangue Verdadeiro. MANGUEIRA – Mangifera indica Linn. (Mangifera

amba Forsk., Mangifera domestica Gaertn.), da família das Anacardiáceas.

Árvore de elevado porte, às vezes com mais de 20 m. de altura e até 2,50 m. de diâmetro, esgalhada, formando densa e frondosa copa, a cuja sombra não cresce planta alguma. Folhas alternas, pecioladas, inteiras, coriáceas, lanceoladas ou lanceolado-oblongas, de 15-25 cm. de comprimento, agudas, acuminadas, às vezes obtusas no ápice, estreitadas na base, glabras, verde-escuras na página superior. Flores pequenas, verdes, numerosas, polígamas, de 5 sépalas, 4-5 pétalas, 1-5

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estames, em grandes panículas terminais, pubescentes. Drupa ovóide, oblíqua, pêndula, carnosa, com episperma fibroso, grande ou pequena, lisa, de casca verde, verde com pintas pretas, amarelada, dourada ou ainda rósea, qunado madura. Polpa suave, sumarenta, cuja coloração varia do amarelo ao amarelo alaranjado. Nas variedades melhoradas, as fibas desparecem ou ficam muito reduzidas, o mesmo se dando com o desgradável gosto de terebentina. Semente (caroço) chata, de testa delgada, com cotilédones plano-convexos, comumente lobados.

Há perto de cinco centenas de variedades de mangas, distintas na forma, coloração e qualidade dos frutos. São frequentes no Ceará as seguintes: Itamaracá, Coité, Massa, Espada, Rosa, Carlota, Manguita, Bourbon.

Muitos incluem a manga no rol das frutas indigestas, mormente se comida após as refeiçõs. Tal conceito não corresponde à realidade. Aplica-se somente às pessoas de intestinos facilmente irritáveis, aos hepáticos ou aos que a consomem em excesso. Pelo sabor perfume da carne, as mangas maduras encontram vastíssimo círculo de apreciadores, são mesmo uma das melhores frutas tropicais, comidas ao natural ou em sorvetes e geléias.

A composição química da polpa, segundo dados compilados por Ruben Descartes (1,214), de análises feitas em mangas da Índia, das Filipinas e de Havaí, é a seguinte:

Água ......................................................................84,80 a 77,70%

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Sólidos totais .........................................................15,20 a 22,30% Proteínas ................................................................. 0,32 a 1,12% Matérias graxas ....................................................... 0,08 a 0,53% Açúcar invertido ..................................................... 1,72 a 6,14% Sacarose ..................................................................6,34 a 16,40% Ácido (como cítrico) ............................................... 0,27 a 1,50% Fibras ...................................................................... 4,40 a 0,93% Cinza ....................................................................... 0,25 a 0,53%

O uso da manga recomenda-se no totalmente das bronquites crônicas e outras afecções do peito, contra a disenteria, hemorragias intestinais, catarro da bexiga, graças à presença da terebentina e outros princípios constitutivos das frutas. Ainda é diurética e estimulante da função láctea. Com os frutos prestes a amadurecer faz-se doce estomáquico e útil à cura da debilidade ou atonia dos órgãos gastro-intestinais. As folhas são peitorais, galactagogas e adstringentes. As sementes possuem propriedades antelmínticas. Madeira de qualidade inferior. Peso específico 0,169.

Orginária da Ásia austro-oriental, hoje naturalizada em todas as regiões intertropicais. As primeiras sementes chegadas em terras americanas vieram para o Brasil, de Goa, onde a manga, segundo declarava Hamilton, em 1727, pode ser olhada como a mais bela, a mais deliciosa, e mais sã e a melhor de todas as frutas do mundo.

O malaio manga, na forma original ou com pouquíssimas modificações, divulgou-se no Ocidente.

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MANIÇOBA – Denominação comum a diversas espécies de Euforbiáceas do gênero manihot, produtoras de borracha. De manioc, mandioca, coba, semelhança (4,340).

MANIÇOBA DO CEARÁ – Manihot Glaziovii Muell.

Arg., da família das Euforbiáceas. Árvore até 20 m. de altura, de tronco roxo denegrido,

ramificado a partir de seu último terço. Folhas palmadas, ovais, glabras, verde-claras, cobertas de matéria cerosa azulada. Cápsula globosa, com 5 estrias. Sementes brilhantes, duras, amarelas, pntadas de castanho.

Planta rica em látex, cuja produto é conhecido no comércio pelo nome de borracha do Ceará. Madeira leve e porosa, para caixotaria e tamancos. Folhas e extremidades verdes forraginosas. As raspas das raízes secas ao sol constituem excelente alimento para o gado, especialmente leiteiro.

Nativa do Ceará. MANIÇOBA DO PIAUÍ – Manihot piauhyensis Ule, da

família das Euborbiáceas. Árvore até 6 m. de altura, de tronco castanho-escuro.

Folhas obovais regularesm, verde-claras ou verde-escuras. Cápsula ovóide globulosa de arestas salientes. Sementes ovais, achatadas, pardo-escuras e castanhas.

Produtora de borracha.

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MANIÇOBA RASTEIRA – Manihot microdendron Ule, da família das Euforbiáceas.

Pequena e graciosa arvoreta, até 2 m. de altura. Folhas palmadas, verde-escuras na face superior, verde-cinzeto-claras na inferior. Cápsula de 30-34 mm. de comprimento sobre 34-38 de largura, de gomos arredondados. Sementes castanho-cinzento-claras.

Piauí à Bahia e Goiás. MANIÇOBA VERDADEIRA – Maniçoba do Ceará. MANIÇOBINHA – Maniçoba Rasteira. MANIPEBA – Mandioca. MANIVA – Mandioca. MANIPUÇÁ – Mandipuçá. MANJERICÃO – Ocimum Basilicum Linn. (Ocimum

pilosum Willd.), da família das Labiadas. Planta anual, aromática, até 1 m. de altura, de caule muito

ramificado, ramos quadrangulares, pubescentes. Folhas pecioladas, opostas, ovadas ou ovado-lanceoladas, denteadas ou quase inteiras, glabras, pequenas, verde-escuras. Flores alvas ou mais ou menos tingidas de púrpuras, dispostas em cimos espiciformes.

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Frequentemente cultivado em canteiros elevados ou vasos. As folhas encerram óleo essencial, muito fragrante, para perfumaria e de propriedades estimulantes em banhos e fricções. Na Índia as sementes são comestíveis e na Arábia fazem com elas uma bebida refrigerante bastante apreciada.

Originária da Ásia e África tropicais. Alfavaca, na Amazonia; Alfavaca Cheirosa, na Bahia.

MANJERICÃO CRESPO – Ocimum Basilicum Linn.,

var. crispum (Ocimum crispum Thunb), da família das Labiadas.

Natural do Japão. Com as mesmas propriedades da espécie.

MANJERICÃO DA FOLHA MIÚDA – Manjericão

Miúdo. MANJERICÃO DE VAQUEIRO – Alfazema do

Campo. MANJERICÃO DO MATO – Majerona (Ocimum sp.). MANJERICÃO MIÚDO – Ocimum Basilicum Linn.

var. minimum (Ocimum minimum Linn.), da família das Labiadas.

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É o mais apreciado e cultivado dos manjericões. Trata-se de erva pequena, de folhas opostas, ovais e flores em cimos curtos.

MANJERICÃO ROXO – Ocimum Basilicum Linn. var.

purpurascens (Ocimum Basilicum purpureum Hort.), da família das Labiadas.

Com as propriedades da espécie. MANJERICÃO SANTA CRUZ – Manjericão Miúdo. MANJERIOBA – Nome das seguintes plantas: 1 – Cassia occidentalis Linn., da família das Leguminosas

Cesalpinióideas. – Arbusto 1-2 m. de altura, herbáceo ou ligeiramente lenhoso. Folhas com 4-6 jugos de folíolos oval-lanceolados, agudo ou acuminados, glabros. Flores amarelas, dispostas em racemos axilares e curtos. Legumes lineares, chatos, glabros, com muitas sementes pardo-escuras.

Raízes e sementes empregadas como tônico geral, desobstruente, diurético e em todas as pertubações mestruais. As sementes torradas substituem, às vezes, o café.

Cosmopolita tropical. Fedegoso, na Bahia e no Rio Grande do Sul, e, às vezes, nos sertões nordestinos.

2 – Sesbania exasperata H.B.K., da família das Leguminosas Papilionóideas. – Erva 1-2 m. de altura. Folhas pinadas, de 25-50 jugos de folíolos de 1-2 cm. Flores grandes de um amarelo intenso, em racemos. Vagem comprida, delgada, linear, com 12-22 cm. de comprimento.

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América tropical e meridional subtropical. Vive nas águas rasas das lagoas.

MANJERIOBA DO PARÁ – Manjerioba Grande. MANJERIOBA GRANDE – Cassia alata Linn. (Cassia

bracteata Linn,. f., Cassia herpetica Jacq.), da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Arbusto de 1-3 m. de altura, ereto, inerme, glabro, de ramificação robusta, com a folhagem jovem pulverulenta. Folhas pinadas, grandes, de 9-13 pares de folíolos oblongo-elíticos, obtusos, marginados, curtamente peciolados. Flores grandes, amarelo-citrinas, dispostas em racemos nas axilas superiores ou no ápice dos ramos. Vagem reta ou quase reta, bivalva, deiscente, mais ou menos preta, com cerca de 15 cm. de comprimento. longitudinalmente 4-alada, com sementes achatadas, pardas, de 5 mm. de comprimento.

O chá das raízes é poderoso emanagogo, reputado antifebril e laxativo.

Cosmopolita tropical. Vive nos sítios paludosos. Matapasto, na Amazônia; Matapastão, na Bahia; Maria Preta, em Minas Gerais.

MANJERONA – Origanum Majorana Linn., da família

das Labiadas. Erva ramosa, com hastes avermelhadas. Folhas oblongo-

ovadas, inteiras, obtusas e tomentosas. Flores brancas ou

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purpurinas, de dentes calicinos desiguais, em curtos pseudo-verticilios de 3-5 espiguetas oblongas.

Aromática, carminativa e tônica. Tempero culinário em muitos lugares. As folhas e sumidades florais produzem óleo essencial cristalizável.

Da Europa. Cultivada nas hortas e jardins.

NOTA – Há outra Manjerona (Ocimum sp.) encontrada nos campos, de flores miúdas, alvas, com pequena mancha roxa, de propriedades estomacais e sudorificas, conhecida também por Manjericão do Mato.

MANJOGOME – Talinum paniculatum Gaertn. (Portulaca paniculata Jacq., Portulaca racemosa Linn., Talinum patens Willd., Talinum roseum Klotzsch.), da família das Portulacáceas.

Erva suculenta, ereta, 30-70 cm. de altura. Folhas carnosas, glabras, elíticas, de 4-8 cm. de comprimento por 2-4 de largura. Flores pequenas, abrindo-se só à luz do sol, em panículas róseas ou amarelas. Cápsula globosa, com sementes lenticulares, de superfície áspera.

As folhas cozidas ou em saladas são comíveis, constituindo uma das raras verduras usadas pelos sertanejos, na época das chuvas, quando cresce nos roçados, espontaneamente.

Originária da América tropical. Naturalizou-se na costa ocidental africana, nos pontos onde outrora se fazia o escambo de escravos, o que levou alguns botânicos a considerá-la africana. Vulgar nos roçados, nas capoeiras, nos terrenos recém-queimados.

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Caruru, no Pará; Benção de Deus, no Maranhão; Bredo Major Gomes, em Pernambuco; Língua de Vaca, na Bahia, Serjipe e norte do Espírito Santo; Maria Gomes e Maria Gorda, no Rio e em S. Paulo. Manjongome é uma evidente corrutela de Major Gomes.

MÃO ABERTA – Caladium poecile Schott., da família

das Aráceas. Planta herbácea. Folhas radicais, peltadas, triangulares,

verde-escuras, com a nervura dorsal esbranquiçada e o pecíolo riscado de pardo-avermelhado.

Rizomas oblongos ou arredondados, pardo-acinzentados por fora, de carne branca e suculenta, comíveis cozidos com sal. As folhas aquecidas e untadas de azeite servem para apressar a maturação dos tumores.

MÃO DE CALANGO – Bignonia unguis-cati Linn.

(Batocydia unguis Mart.), da família das Bignoniáceas. Planta trepadeira, até 15 m. de comprimento, lenhosa, com

ramos cilíndricos, por vezes com algumas raízes aéreas. Folhas opostas, curto-pecioladas, com 2 folíolos oblongos e 1 gavinha trífida, cujas divisões terminam em garras duras e agudíssimas. Flores vivamente amarelas, solitárias, axilares, de corola campanulado-infundibiliforme. Cápsula comprida, 30-40 cm., estreito-linear, subcomprimida, lisa, roxo-escura.

Muito ornamental e bastante cultivada nos jardins. Usada como antídoto contra o veneno das cobras.

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Do México, Antilhas até a América do Sul. Cipó Unha de Gato, em quase todo o Brasil.

MÃO DE SAPO – Denominação comum às Enoteráceas:

Jussiaea fluctuans Fr. All., Jussiaea leptocarpa Nutt., Jussiaea linifolia Vahl., Jussiaea natans H.B.K., Jussiaea octonervia Lam., Jussiaea suffruticosa Linn.

São plantas aquáticas ou palustres, herbáceas ou arbustivas, de folhas inteiras e alternas, com flores axilares vistosas, amarelas ou brancas. Cápsula cilíndrica ou prismática, 4-6 locular, com sementes numerosas e pequenas.

Folhas vulnerárias. MAPIRUNGA – Eugenia sp., da família das Mirtáceas. Arbusto de folhas opostas, coriáceas e flores alvas,

axilares. Baga pequenina, preta, doce e comestível. Comum nos tabuleiros litorâneos. Chamam-na também de

Mapurunga. MARACUJÁ – Passiflora adulis Sims., da família das

Passifloráceas. Trepadeira sublenhosa e de grande vigor vegetativo.

Folhas pecioladas, estipuladas, profundamente 3-lobadas, serreadas e glabras. Flores axilares e solitárias, brancas com franja roxa, medindo 5 cm. de diâmetro. Baga globoide, 5-7 cm. de diâmetro, amarelo, densamente salpicada de púrpura enegrecida quando madura. Sementes numerosas, pretas,

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cobertas por um arilo amarelado,translúcido, polposo, suculento, ligeiramente ácido e perfumado.

Há uma variedade ou espécie distinta de casca sempre amarela (Passiflora edulis flavicarpa), talvez de natureza híbrida. A planta é mais vigorosa, com flores maiores e mais fragrantes. Pelas qualidades do fruto é a preferida para o cultivo.

Polpa comível e ótima para refrescos e sovertes. A presença da passiflorina em toda a planta, principalmente nas folhas, empresta-lhe propriedades sedativas e hipnóticas.

Originário do Brasil e naturalizado nos trópicos. É ainda conhecido por Maracujá Peroba, Maracujá

Comum, Maracajú de Ponche, Maracajú Doce, Maracajú de Comer, Maracujá Mirim.

Corrutela de maraú-yá, fruto do maraú, que por sua vez provém de ma-rã-u, a coisa de sorver ou que se toma de sorvo (10, 310).

MARACUJÁ AÇU – Passiflora quadrangularis Linn.,

da família das Passifloráceas. Trepadeira vigorosa cujas hastes são quadrangularis e

aladas. Folhas de 25-35 cm., alternas, inteiras, ovadas, cordadas, glabras, de pecíolos com 2 ou 3 pares de glândulas avermelhadas e 2 estípulas ovais. Flores grandes, axilares, azul-lilases, havendo uma variedade de cor vermelho-sombria. Baga oval, alongada, até 25 cm. de comprimento, dividida, longitudinalmente, por 3 sulcos profundos, de casca verde-clara, fina, mas resistente, e pericarpo geralmente espesso de 4-5 cm.,

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com numerosas sementes pretas cercadas de um arilo mucilaginoso, esbranquiçado, translúcido, doce-acidulado.

Mesmas aplicações da espécie anterior, com o pericarpo comestível ao natural ou em compostas e doces.

Originário da América tropical. MARACUJÁ DE CHEIRO – Maracujá Fedorento. MARACUJÁ DE RAPOSA – Maracujá Fedorento. MARACUJÁ DE VAQUEIRO – Maracujá do Mato. MARACUJÁ DO MATO – Comum às duas

Passifloraceas: 1 – Passiflora cincinnata Mart. – Trepadeira alta, de

flores axilares, grandes, violáceas, com a coroa filamentosa extremamente desenvolvida.

Brasil oriental. Maracujá Mochila, em Pernambuco. 2 – Passiflora serrata Linn. – Tropadeira de folhas 5 -

lobadas e levemente serreadas. Flores roxas. Baga globosa, amarelada, muito ácida.

MARACUJÁ DO PARÁ – Passiflora macrocarpa

Mart., da família das Passifloráceas. Trepadeira bem desenvolvidas. Folhas alternas, coriáceas,

ovais, de 12-15 cm. de comprimento por 10-12 cm. de largura. Flores grandes, solitárias, com 5 sépalas e 5 pétalas, manchadas

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de encarnado. Baga oblonga, chegando a pesar até 3 kg., de pericarpo espesso, sementes reniformes, cobertas por um arilo acinzentado, ácido-adocicado.

No gênero, não há outras espécies em que o fruto seja maior. Comestível cru e mais frequentemente em doces. Muito pouco cultivado.

América tropical. Conhecido ainda por Maracujá Açu e Maracujá Melão.

MARACUJÁ FEDORENTO – Passiflora foetida Linn.

(Passiflora hirsuta Lodd., Passiflora polyaden Vell.), da família das Passifloráceas.

Planta escandente ou prostrada, de caule pubescente. Folhas glabras ou pubescentes, mais ou menos 3-lobadas, inteiras ou denteadas. Flores axilares, grandes, quase brancas com franja azulada, de cheiro desagradável. Baga pequena, viscosa ao tato.

Folhas antiblenorrágicas e tônicas. Do México ao Brasil. Maracujá de Estalo, em

Pernambuco; Maracujá Fedorento e Maracujá Catinga, no Rio de Janeiro.

MARACUJÁ MELÃO – Maracujá Açu. MARACUJÁ PERÓBA – Maracujá.

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MARACUJÁ SUSPIRO – Passiflora rubra Linn. (Passiflora capsularis Lam.), da família das Passifloráceas.

Trepadeira sublenhosa, ligeirmente pubescente, delgadas, mais largas do que compridas, profundamente cordadas na base, largamente 2-lobadas. Flores axilares, solitárias, 3-5 cm. de diâmetro, branco-verdosas com franja purpurescente. Baga oval ou subglobosas, com muitas sementes, pubescentes, com 6 saliências longitudinais, 2-4 cm. de diâmetro, avermelhada. Sementes planas, cobertas de arilo polposo.

As mesmas propriedades do Maracujá. América tropical continental e insular. MARACUJÁ VERMELHO – Passiflora incarnata

Linn., da família das Passifloráceas. Trepadeira cujos frutos possuem o arilo avermelhado. Comestível MARAVILHA – Bonina. MARCELA – Macela. MARGARIDA – Leucanthemum vulgare Lam.,

(Chrysanthemum Leucanthemum Linn), da família das Compostas.

Erva de alto valor decorativo, da qual existem diversas formas, distinguindo-se pelo variado do colorido.

Originária da parte montanhosa da Europa Central.

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MARGARIDINHA – Bellis perennis Linn., da família

das Compostas. Erva perene, acaule, de folha radicais, com capítulos

pequenos, solitários, de flores brancas, róseas, vermelhas, ou variegadas, consoante a forma cultivada.

Ornamental. MARI – Marizeira, Umari. MARIA – Quebra-Pedra. MARIA DA COSTA – Schubertia multiflora Mart., da

família das Asclepiadáceas. Arbusto lactescente, de folhas cordiformes e flores

odorantes, em umbelas. Planta considerada tóxica. Angélica de Rama, na Bahia. MARIA MOLE – Commelina virginica Ait.

(Commelina elegans H.B.K.), da família das Comelináceas. Planta herbácea, anual, rasteira. Folhas sésseis ou

curtamente pecioladas, lanceoladas ou oblongo-lanceoladas, agudas ou acuminadas no ápice. Flores irregulares de pétalas azuis ou branco-pálidas, cimosas, defendidas por espata.

Toda a planta se usa na medicina caseira como diurético e emoliente. Forraginosa.

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Sudeste dos Estado Unidos e América tropical. Andacá e Erva de Santa Luzia, em Pernambuco.

MARIANINHA – Commelina nudiflora Linn.

(Commelina agraria Kunth., Commelina communis Vell.), da família das Comelináceas.

Erva de caule radicante, ascendente, suculento. Folhas oblongo-lanceoladas. Flores azuladas, pequenas, defendidas por espata alongada.

Toda a planta emoliente, anti-reumática, anti-blenorrágica, anti-hemorroidal e principalmente diurética, empregada com vantagens nos casos de retenção espasmódica de urina. Fornece forragem tenra, suculenta, tida como galactagoga.

Cosmopolita tropical. Prados úmidos. Do Ceará ao Paraná. Trapoeraba Azul, Trapoerabana, Didi de Porteira, Rio de Janeiro e Minas Gerais; Trapoeraba, S. Paulo.

MARIANINHA DA FLOR GRANDE – Erva Mijona. MARIANINHA ROXA – Phoesphoerium

persicariaefolium Clarke var. rufipes Seub. (Commelina rufipes Seub.), da família das Comelináceas.

As mesmas propriedades das anteriores. América tropical. Amazônia, Ceará e S. Paulo. Cresce nos

sítio úmidos, especialmente nas serras frescas.

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MARIA PRETA – Cordia Salzmanni DC., da família das Borragináceas.

Arbusto ou arvoreta comum nos terrenos abandonados da Serra de Baturité, perto de Guaramiraga, constituindo um dos elementos formadores da vegetação secundária desta Serra.

MARIA PRETA VERDADEIRA – Eupatorium

ballotaefolium H.B.K., da família das Compostas. Subarbustiva, de folhas opostas, oblongo-lanceoladas,

deneadas, com capítulos medíocres. Medicinal. Do Ceará à Bahia. MARIA, TEU PAI MORREU – Sensitiva. MARICÁ – Mimosa sepiaria Benth., da família das

Leguminosas Mimosóideas. Arbusto grande, as vezes arvoreta, armado de espessos

espinhos, com ramos compridos e extremamente flexíveis. Folhas duplo-pinadas, levemente pubérulas, com 4-8 jugos de pinas e muitos folíolos oblongos, de 1 cm. de comprimento, no máximo. Flores de coloração branca, em capítulos esféricos, dispostas em inflorescências ramificadas terminais ou na axila das últimas folhas. Legume estipitado, reto, pequeno, contendo de 6-8 sementes achatadas.

Pela flexibilidade presta-se muito bem para cercas vivas rurais, qualidade expressa no seu adjetivo específico. O lenho,

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rijo e arroxeado, proporciona lenha de bom poder calorífico. Reproduzi-se por estacas e rebenta logo depois de cortada, dando novo corte dentro de 2-3 anos.

Habita os lugares pantanosos. Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas, Rio de Janeiro, S. Paulo. No Ceará existe cultivada, na Serra de Baturité. Tem também os nomes de Espinheiro, Espinho de Maricá e espinho Roxo, nos estados meridionais.

MARITACACA – Roupala cearensis. Sleumer, da

família das Proteáceas. Árvore pequena de folhas coriáceas. Flores miúdas,

amarelo-esbranquiçadas, em espigas. Fruto capsular, com sementes compridas, munidas duma asa.

Madeira para pequenos trabalhos de carpintaria. Encontra-se nas partes altas das serras de Baturité e

Maranguepe. MARIZEIRA – Umari. MARMELADA DE CAVALO – Desmodium discolor

Vog., da família das Leguminosas Papilionóideas. Planta subarbustiva, perene, ereta, de caules cilíndricos e

pilosos. Folhas pecioladas, glabras, com 3 foliolos oblongos ou ovais. Flores roxas, em panículas terminais. Vagem com 4-7 artículos.

Produtora de excelente feno, rico em proteina, com a relação nutritiva de 1: 2,06.

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MARMELEIRO – Croton heminargyreus Muell. Arg., da

família das Euforbiáceas. Arbusto ou arvoreta pequena. Folhas alternas,

cordiformes-alongadas, tomentosa por baixo. Flores cheirosas, amarelas espigas. Cápsula pequena, trigona, com 3 sementes.

Madeira pra cercas e produção de palitos. A infusão da casca e raiz é aplicada contra as hemorragias uterinas e goza de propriedades herpeticas. Entrecasca estomáquica.

Invade as pastagens, tornando-se praga de difícil erradicação.

Cresce em todos os terrenos, mesmo nos paupérrimos. MARMELEIRO BRANCO – Croton sincorensis Mart.,

da família das Euforbiáceas. Muito parecido com o precedente, do qual se distingue

pela cor da casca, que é mais clara, sendo a daquele cinzento-escura.

As mesmas propriedades do anterior. O Prof. João Ramos encontrou na casca desta espécie uma substância creistalizável, termolábil, dotada de atividade antibiótica.

MARMELEIRO DO MATO – José Luiz assinala com

este nome a Casearia ulmifolia Vahl., da família das Flacurtiáceas, que, por engano, incluiu entre as Euforbiáceas. (12,87).

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MARMELEIRO PRETO – Marmeleiro. MASTRUÇO – Chenopodium ambrosioides Linn., da

família das Quenopodiáceas. Erva anual, com odor forte e peculiar, de 1-2 m. de altura.

Folhas alternas, pecioladas, oblongas ou oblongo-lanceoladas, estreitando-se para o pecíolo, repando-denteadas ou onduladas, com as superiores inteiras e menores. Flores pequenas, verdes, em espigas axilares densas.

A var. integrifolia possui as folhas sem denteações. Toda a planta é antelmíntica e inseticida. O óleo extraído

das sementes tem grande poder vermífugo. As folhas são peitorais e estomáquicas.

MASTRUZ – Mastruço. MATA CABRA – Canudo. MATA-FOME – Nome das Sapindáceas: 1 – Paullinia elegans Camb. – Trepadeira lenhosa, glabra,

atingindo até 10 m de comprimento. Folhas 3-foliadas, glabras, serreadas. Flores numerosas, brancas, agrupadas em panículas solitárias. Cápsula piriforme, 3-valver, vermelha, com 3 sementes cobertas de arilo furfuráceo, branco, doce, comestível.

Ceará até o Rio Grande do Sul, inclusive Minas Gerais e Mato Grosso. Timbó e Cipó Timbó, em diversos Estados.

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2 – Paullinia pinnata Linn – Trepadeira lenhosa, grande, até mais de 10 m. de comprimento. Folhas pinadas, 5 foliolos ovado-oblongos ou lanceolados, agudos, coriáceos, ligeiramente serreado-denteados. Flores brancacentas, solitárias, em racemos longo-pedunculados, pubescentes. Cápsula piriforme, 3-valvar, glabra, vermelha, com 3 sementes cobertas de arilo comestível.

América tropical continental e insular. África. Timbó, na Amazônia; Cipó Cururu, na Bahia; Timbó, em outros Estados.

Ambas crescem à sombra das matas. São ictiotóxicas, em razão da presença de um princípio ativo nas plantas verdes, muito solúvel n’água. Fornecem fibras regulares para amarilhos, chapéus, balaios e outras obras trançadas. Raízes emenagogas.

NOTA – Não sei qual o motivo que levou José Luis de Castro a incluir um dos camapuns (Physalis angulata Linn.) neste verbete e na família das Sapindáceas (12, 87).

MATAPASTO – Cassia sericea Swartz, da família das

Leguminosas Cesalpinióideas. Arbusto de 1-2 m. de altura, revestido de pelos sedosos

avermelhados ou amarelos. Folhas compostas de 3-5 pares de folíolos obovados, tendo uma glândula entre cada par. Flores pequenas, amarelo-ouro, com brácteas da mesma cor, dispostas em racemos axilares. Vagem curta, linear, quase tetrágona, constristada entre as sementes, densamente hirsuta.

Invasora dos campos abertos e pastagens, crescendo logo com as primeiras chuvas. Desprezada pelo gado enquanto verde, dado o sabor amargo e ao cheiro desagradável que possui,

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fenada, porém, constitui alimento rico em proteina, o mesmo acontecendo com as vagens, muito procuradas pelos ovinos, quando secam. Folhas purgativas. O suco das folhas e flores aplica-se nas moléstias impetiginosas, em banhos gerais e no combate à asma. Com as sementes torradas fazem café, usado no tratamento da hidropisia.

América tropical. Ainda conhecido por Matapasto Barbado ou Matapasto Peludo, Matapasto Cabeludo.

NOTA – Com este nome ainda se designam em Pernambuco a Cassia diphyllia Linn., a Cassia pilifera Vog. E a Cassia rotundifolia Pers., Leguminosas que também possuímos.

MATAPASTO BARBADO – Matapasto. MATAPASTO CABELUDO – Matapasto. MATAPASTO LISO – Cassia Tora Linn., da família das

Leguminosas Cesalpinióideas. Arbusto anual, glabro, trifoliado, de grandes flores

amarelas, em racemos axilares. As mesmas propriedades de espécie anterior. Cosmopolita tropical e subtropical. MATAPASTO PELUDO – Matapasto. MATA PULGA – Paraíba.

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MATARANA – Renealmia silvestris Horan, da família das Zingiberáceas.

Erva rizomatosa, grande e glabra. Folhas invaginantes, lanceoladas ou lanceolado-elíticas, pontudas. Flores amarelas em haste ereta, defendidas por brácteas rígidas. cápsula globosa.

Rizoma com fécula comestível. A infusão dos mesmos combate o reumatismo e serve de tônico, na farmacopéia sertaneja.

Do Ceará ao Rio de Janeiro. MATO RATO – Dona Joana. MATA VELHA – Peireskia aculeata Mill. (Cactus

Peireskia Linn.), da família das Cactáceas. Arbusto de base ereta, com ramos trepadores de 3-10 m. de

comprimento. Folhas alternas, curto-pecioladas, carnudas, lanceolado-oblongas ou ovadas, com 2 espinhos axilares, grandes e curvos. Flores pequenas, brancas, amarelo-pálidas o róseas, dispostas em panículas terminais ou corimbos. Baga esférica, achatada, amarelo-vivo, areolada com folíolos pequenos e caducos, contendo sementes chatas e negras.

Frutos comestíveis. Folhas emolientes. Planta excelente para cercas vivas.

América intertropical. Ora-Pro-Nobis, de Pernambuco para o Sul.

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MATA ZOMBANDO – Schultesia guianensis Malme (Shultesia stenophylla Mart., Exacum guianense Aubl.), da família das Gencianáceas.

Erva até 30 cm. de altura. Folhas opostas, sésseis, oblongo-lanceoladas, glabras. Flores amarelas e róseas, em cimeiras ramosas.

Considerada violentamente tóxica, donde o expressivo nome vulgar. Porém esperimentos realizados por Tomás Pompeu Filho, quando à frente da Inspetoria Veterinária, em Fortaleza, revelaram não ser exata a crença popular sobre a nocividade desta planta. Em Costa Rica e outros paises da América Central, passa por bom depurativo mormente para as mulheres.

Há a var. latifólia Progl. O apelido inda se aplica à Schultesia tenufolia Don, de flores alvas, abrindo-se à tarde. Ambas são chamadas ainda de Tingui. A denominação Mata-Zombando abrange igualmente os Zabumbas.

América e África tropicais. Fel da Terra, na Bahia. MATICO – Aperta-Ruão. MAXIXE – Cucumis Anguria Linn., da família das

Cucurbitáceas. Erva anual, ramosa, prostrada, híspida, até mais de 2 m. de

comprimento, com caule e ramos quadrangulares. Folhas palmadas, com 3 lobos arredondados, por sua vez 3-lobadas, híspidas nas duas faces. Flores amarelas, axilares e monóicas.

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Baga elipsiode, do tamanho de um ovo, eriçada de espinhos moles, amarela quando madura.

Cultivada nas hortas e roçados, sendo um dos legumes mais usados pela cozinha cearense, especialmente no período das chuvas.

Antilhas e América continental tropical. Maxixe Bravo, na Bahia.

MAXIXE DO PARÁ – Luffa acutangula Roxb. (Luffa

foetida Cav.), da família das Cucurbitáceas. Planta herbácea, escandente, de caule 5-angular. Folhas

longo-pecioladas, arredondadas quase nada lobadas, grosseiramente denteadas, ásperas, verde-escuras. Flores grandes, amarelas. Baga oblongo-cordiformes, com 10 gomos salientes longitudinalmente. Sementes desprovidas de asas.

Fruto comestível. Provavelmente asiático. MELA PINTO – Pega-Pinto. MELANCIA – Citrillus vulgaris Schrad., da família das

Cucurbitáceas. Planta anual, herbácea, de caule prostrado e tomentoso, 2-

3 m., e mais de comprimento. Folhas pecioladas, pilosas, alternas, triangulares, 3-5 lobos profundos, por sua vez lobulados ou inciso-arredondados. Flores pequenas, solitárias e axilares, amarelo-esverdeadas. Grande baga esférica ou ovóide, de epicarpo liso e lustroso, de cor verde-escura, verde-clara e

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verde-escura manchada de branco, contendo um polpa que varia do branco-róseo ao vermelho-arroxeado, muito aquosa, doce, com sementes geralmente chatas, lisas, luzentes e negras.

Bastante cultivada, atingindo os frutos ovóides até 30-40 cm. de diâmetro e os oblongos 60 cm. de comprimento por 30 de diâmetro. A polpa é refrigerante e diurética. A infusão dos brotos, sudorífera e tônica.

Originária da África. MELANCIA DA PRAIA – Solanum ambrosiacum

Vell., da família das Solanáceas. Planta herbácea, de caule e folhas armados de espinhos. O

fruto é uma baga esférica, achatada, do tamanho de um tomate, com polpa aquosa amarelada, agradável ao paladar, procurada pelas crianças.

Raiz desobstruiente. Do Ceará até o Rio de Janeiro e Minas Gerais. MELANCIA VERMELHA DA PRAIA – Solanum

ciliatum Lam. (Solanum aculeatissimum Jacq., Solanum Arrebenta Vell.), da família das Solanáceas.

Planta herbácea ou subarbustiva, de 30-70 cm. de altura, densamente coberta de acúleos amarelos. Folhas pecioladas cordado-ovadas ou cordado-arredondadas, repandas, sinuado-angulosas, 5-fendidas ou 5-lobadas, as divisões integras ou sinuado-angulosas. Flores de corola branca, raramente branco-violáceas, em inflorescência umbeliformes. Baga globosa, lisa,

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acompanhada do cálice, 2-3 cm. de diâmetro, vermelha ou amarelo-suja quando madura.

A polpa branca, mole e insípida das bagas é comestível. As folhas passam por venenosas ao gado, provocadoras de timpanite, vindo daí a denominação popular de Arrebenta Boi ou de Arrebenta Cavalo, que o nosso grande Veloso adotou como específico.

Cosmopolita tropical. Todo o Brasil, Gogoia, em Pernambuco; Arrebenta-Cavalo ou Arrebenta-Boi, em S. Paulo e Rio de Janeiro. Neste último Estado e no Distrito Federal é ainda conhecido por Juá Arrebenta Cavalo e Juá Bravo.

MELÃO – Cucumis Melo Linn. da família das

Cucurbitáceas. Planta anual, herbácea, prostrada, hirsuta, de hastes

trepadoras. Folhas pecioladas, grandes, aveluladas ou sub-hirsutas, cordiformes na base, suborbiculares, 5-fendidas ou tendo de 3-7 lobos geralmente pequenos, arredondados e denticulados. Flores amarelas. Frutos grandes bagas polimorfas, pubescentes ou glabras, costadas, de cores variadas, consoante a forma, agrupadas em 10 raças principais, por Naudin.

Cultivada nas hortas, vazantes de rios e açudes, pelos belíssimos frutos, muito aquosos, emolientes, refrigerantes e laxantes, quando bem maduros. A composição química da polpa, segundo análises feitas em melões norte-amarecanos, é a seguinte (1,220):

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Água ................................................................................... 93,72% Proteínas .............................................................................. 0,62% Matéria graxa ....................................................................... 0,08% Açúcar invertido .................................................................. 2,45% Sacarose ............................................................................... 0,90% Fibras ................................................................................... 0,36% Cinza .................................................................................... 0,57%

Originária da Ásia tropical. MELÃO DE CABOCLO – Crua. MELÃO DE SÃO CAETANO – Momordica Charantia

Linn., da família das Cucurpbitáceas. Planta trepadeira, herbácea, anual, de hastes fibrosas que

alcançam mais de 2 m de comprimento. Folhas pecioladas, profundamente 5-7 lobadas. Flores pequenas, solitárias, amarelas, sobre longos pedúnculos. Cápsula carnosa, oblonga, estreitando-se nas extremidades, de 10-15 cm. de comprimento, coberta de espinhos moles, ao principio verde, amarelo-ouro ou amarelo-rubro na maturidade, quando se abre por 3 valvas irregulares, sobre as quais se acham as sementes, envolvidas por um arilo vermelho-vivo.

Sementes ávidamente procuradas pelos pássaros e comidas pelas crianças. Na China e na India, os frutos verdes, depois de cozidos, entram na constituição de saladas. As hastes dão fibra

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macia para colchões e mantas de animais. As ramas verdes são comumente deste na lavagem de roupa e utensílios domésticos. Ainda as utilizam, no meio rural, para afugentar as pulgas. As folhas e raízes encontram emprego na medicina caseira com anti-reumáticas, resolutivas e no combate às diarréias. Excelente para revestir cercas e grades.

Ásia e África tropicais. Aclimado no Brasil. MELINDRE – Asparagus plumosus Baker, da família

das Liliáceas. Trepadeira de folhagem finíssima, reduzida a filocládios

delgados. Flores pequenas, brancas, na extremidade dos ramos. Fruto pequena baga.

Ornamental pelas folhas. A sua pátria é a África do Sul. Bambu de Salão, em

Pernambuco; Bambuzinho, no Rio de Janeiro. MELOSA – Apelido das plantas: 1 – Cassia hispidula Vahl., da família das Leguminosas

Cesalpinióideas – Subarbusto rasteiro, ramificado, com caule e ramos mais ou menos viscosos e híspidos. Folhas paripinadas. Flores amarelo-vivo, de uns 2 cm. de comprimento, reunidas em racemos.

América tropical. 2 – Ruellia asperula Lindau (Stephanophysum asperula

Mart), da famillia das Acantáceas – Planta herbácea até mais de

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1 m de altura, pubescente, um tanto viscosa. Folhas opostas, inteiras e flores reunidas em inflorescência cimosa.

Do Ceará, Bahia e Minas Gerais. MENSAGEIRA DA NOITE –Calonyction aculeatum

House (Convolvulus aculeata Linn., Ipomoea alba Linn., Ipomoea bona-nox Linn.), da famillia das Convolvuláceas.

Trepadeira de vários metros de comprimento, às vezes com espinhos recurvados. Folhas longo-pecioladas, cordiformes, inteiras, 3 ou 5-lobadas, glabras. Flores axilares, solitárias ou em pequenas cimeiras, brancas, de 15 cm. de diâmetro e tubo estreito esverdeado, de 8 cm. de comprimento. Cápsula ovóide-acuminada, com 4 sementes luzidias, cinzento-escuras ou quase pretas.

Planta vigorosa, de densa folhagem e crescimento rápido. Recomenda-se para revestir caramanchões e grades de jardins, como também pelas suas flores alvíssimas e aromadas, que se abrem ao anoitecer, com ruído característico, e fenecem pela manhã do dia seguinte. As sementes servem para falsificar o café.

Possui as variedades gigantea, muricata e vulgaris. Comum aos trópicos. Tem ainda os apelidos de

Mensageira da Tarde e Boa Noite. MENSAGEIRA DA TARDE –Mensageira da Noite.

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MENTRASTO – Ageratum conyzoides Linn. (Cacalia Mentrasto Vell.), da família das Compostas.

Erva anual, aromática, ramosa, pilosa até 1 m de altura. Folhas opostas, longo-pecioladas, ovadas ou deltoides. Flores lilases, 30-50 m em capítulos corimboso-paniculados, densos. Aquênio preto com 5-angulos, glabro e pequeníssimo.

Toda a planta, em infusão, é tônica, estimulante e emenagoga. Às vezes a empregam, seca, para aromatizar a roupa branca. Em Java, a sua cultura se faz como forrageira para bovino e cavalares.

Cosmopolita tropical. Todo o Brasil. Catinga de Barrão, Maria Preta, Erva de São João, no Maranhão; Erva de São João e Catinga de Bode, no Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul; Erva de São João, em São Paulo.

MERCÚRIO – Hortênsia (Calotropis sps). MILHÃ – Capim Milhã. MILHO – Zea Mays Linn., da família das Gramíneas. Planta anula, herbácea, ereta, de raízes fibrosas e grosas,

colmos cilíndricos, articulados, cheios, 1,50-5 m de comprimento por 2-4 cm. de grossura. Folhas invaginantes, alternas, ensiformes, 30-50 cm. de extensão por 5-10 de largura, com as extremidades comumentes dobradas, verde-escuras, ásperas, fortes e um tanto pilosas na parte que abraça o colmo. Flores masculinas ou estaminadas na parte superior da planta,

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em uma panícula terminal, ereta, pardacenta ou amarelada (pendão) e as femininas ou pistiladas na axila das folhas, dispostas em torno de um eixo (sabugo), cobertas por muitas brácteas (palha de milho), representadas externamente pelos pistilos, finos, compridos, reunidos à guisa de cabeleira (cabelo de milho, barba de milho), brilhantes e esverdeados antes de fecundados, para se tornarem, depois da fecundação, sem brilho, vermelhos, e, finalmente, escuros ou pardacentos. Espiga de 15-30 cm. de comprimento, protegida por brácteas papiráceas, tendo os grãos dispostos em 8-20 fileiras longitudinais.

Única representante do gênero, esta espécie apresenta um sem número de variedades, alimentares e forrageiras, aquelas ricas de amido (70%), de grão variáveis na forma, no tamanho, na cor etc.

Os estigmas constituem diurético poderoso, principalmente verdes.

Natural do Novo Mundo. Levado à Europa depois do descobrimento, logo se espalhou pelas regiões cálidas e temperadas do globo. Era o cereal básico das grandes civilizações indígenas da América do Norte e do Sul, além de ser cultivado por inúmeras tribos espalhadas por todo o continente.

MILHO ALPISTE OU ALPISTA – Alpiste. MILHO D’ANGOLA – Sorgo.

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MILHO DE COBRA – Dracontium asperum C. Koch (Amorphophalus nivosus Lem., Chersydrium Jararaca Schott), da família das Aráceas.

Erva até 2 m de altura, terminando por 1-2 folhas profundamente lobadas e invaginantes. Espádice cilíndrica, pequena, protegida por espata arroxeada, de 10-20 cm. de comprimento. Baga arredondada, vermelho-escura quando madura.

Folhas e hastes contusas no tratamento das feridas de mau caráter. O banho das folhas alivia os gotosos. A raiz, seca e reduzida a pó, aplicam contra a mordedura das cobras e no combate à sarna.

O nome popular vem de sua coloração branco-esverdinhada, manchada de preto, parecida com uma cobra.

Quase todo o Brasil. MILOME – Angélico. MIMO DO CÉU – Antigonon leptopus Hook. & Arn.,

da família das Poligonáceas. Trepadeira robusta e gavinhosa. Folhas pecioladas,

cordadas e acuminadas. Flores róseas, vistosas, em cachos. Há a var. albus Hort., de flores mais o menos brancas. Pelo grande desenvolvimento, presta-se para caramanchões e revestimento de cercas. Flores melíferas.

Originária do México. Coral, no Rio de Janeiro e S. Paulo.

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MIOSOTE – Myosotis palustris Linn., da família das Borragináceas.

Erva de caule ereto, com folhas delicadas e lindas flores de pétalas azul-claras, em cachos pequenos.

Frequente nos jardins. Natural da Europa. Não Me Esqueças, Não Me Olvides,

Não Te Esqueças de Mim, são outras tantas denominações populares muito comuns.

MIUM – Ficus sp., da família das Moráceas. Piauí, Ceará e Goiás. MIXIÓ – Pseudibatia ganglinosa Malme (Cynanchum

ganglinosum Vell., Gonolobus ganglinosus Dcne.), da família das Asclepiadáceas.

Planta herbácea, um tanto lactescente, com ramos ligeiramente tomentosos. Folhas sésseis, inteiras, ovóides ou ovado-arredondadas, agudas, algo aveludadas de ambos os lados. Flores regulares, hermafroditas, 5-meras, pequenas e subsésseis, de sépalos ovais e corolas laciniadas, dispostas em inflorescência. Folículo curtamente estipado, guarnecido de espinhos dispersos, glabros e inócuos.

Havida por planta tóxica, principalmente para o gado vacum.

Cresce de preferência sobre os solos pedregosos ou nas próprias rochas, formando touças isoladas e esparramadas.

Conhecido também por Muxió.

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MOFUMBO –Cobretum leprosum Mart., da família das

Combretáceas. Arbusto lenhoso, muito ramificado, semi-sarmentoso.

Folhas opostas, pecioladas, inteiras, ovadas ou oblongas, agudas na base, membranosas, escabrosas. Flores diposta em panículas terminais, pequenas e amarelas. Sámara aveludada, pequena.

Folhas e entrecasca hemostática, sudorificas e calmantes. Do Piauí à Bahia. Cresce nos baixios, beira de rios e

quebradas de serras. MOFUMBO DE TABULEIRO – Mofumbo. MOFUMBO DO RIO – Combretum lancolatum Pohl.,

da família das Combretáceas. Arbusto de galhos comprindos e volúveis. Folhas opostas,

pecioladas, inteiras e lanceoladas. Flores roxas, em espigas. Sámara.

Cascas adstringentes. Cresce à margem dos rios e lagoas. MONDUBIM – Amendoim. MORORÓ – Bauhinia forficata Link. (Bauhinia

aculeata Vell.), da família das Leguminosas Cesalpinióideas. Arbusto alto ou árvore pequena. Folhas resumidamente

bilobadas, pecioladas, glabras em cima e algo pubescente por

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baixo com 9 nervuras salientes. Flores em cachos, branco-cremes. Vagem chata, comprida e escura, contendo muitas sementes, tomentosa quando nova e glabra quando adulta.

Madeira para estaca e lenha. Casca adstringente e peitoral. Ramas forraginosas. Certamente a esta espécie se refere a análise feita no Instituto de Química Agrícola do Ministério da Agricultura, que revelou para o seu feno a composição seguinte:

Umidade ............................................................................ 13,68% Proteína bruta .................................................................... 19,69% Extrato etéreo ...................................................................... 5,89% Extrativos não nitrogenados ............................................. 36,47% Fibra bruta ......................................................................... 17,62% Residuo mineral .................................................................. 6,65%

100,00% Fósforo em P2O5 ................................................................. 0,73% Cálcio em CaO .................................................................... 2,09%

Guianas, Amazônia, Nordeste e Mato Grosso. Unha de Boi, Unha de Vaca, por causa dos lobos agudos

e acuminados, lembrando casco de boi. De moró, nutrir, alimentar, e rô, produzir, alusivo às

folhas que são alimentícias (4, 350). MORORÓ DE ESPINHO – Mororó.

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MORORÓ DE FLOR VERMELHA – Bauhinia Galpinii N. E. Br., da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Arbusto de pequenas folhas bilobadas, 7-nervadas. Flores vermelhas, com 5 pétalas iguais, dispostas em cachos.

Ornamental. Exótica. MOSTARDA – Brassica integrifolia O. E. Schulz.

(Sinapís integrifólia West., Sinapis lanceolata D.C.), da família das Crucíferas.

Erva ereta, ramificada, de uns 8 cm. de altura. Folhas basais e caulinares mais baixas obovadas ou elítico-obovadas, grosseiramente denteadas, obtusas, pecioladas; folhas superiores curtamente pecioladas, sésseis, às vezes, oblongas, inteiras ou levemente denteadas. Flores amarelas, vistosas, em racemos. Siliqua de 3-4 cm. de comprimento por 2 mm. de largura, cilíndrica ou tetrágona, terminando em comprido bico cônico, indeiscente, comumente com 1 semente.

As sementes moídas fazem às vezes de Mostarda Negra, Brassica nigra Kock., que é a mostarda oficial das farmacopéias, em sinapismos e cataplasmas irritantes.

Nativa da Ásia. MUCUNA –Stizolobium Doeringianum Bort., da família

das Leguminosas Papilionóideas. Trepadeira anual, de grande desenvolvimento, algo

pubescente, com caules grossos e ramificados. Folhas trifoliadas, de folíolos grandes e curtos. Flores violáceo-escuras,

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dispostas 3-12 em racemos axilares, tendo o estandarte muito curto, a quilha e asas duplamente mais compridas. Vagem reta de 5-7 cm., com nervuras longitudinais pouco definadas. Sementes globosas com marmoreação cinzentas ou cor de café, que saem de um extremo do hilo e se reúnem no outro.

Folhas forraginosas, bem como os frutos e sementes. MUCUNÃ – Dioclea grandiflora Mart., da família das

Leguminosas Papilionóideas. Planta volúvel, muito robusta, alçando-se sobre as grandes

árvores. Folhas trofoliadas, com folíolos largo-ovado-oblongos, obtusos, pubescentes ou vilosos. Flores violáceo-claras, vistosas, dispostas em racemos. Legume grande.

Das sementes faz-se farinha comestível nos períodos de penúria.

Certamente em todo o Nordeste. Frequente nas serras secas. Tem ainda o nome de Mucunã de Caroço.

Mucunã, corr, mô-co-n-ã, faz arrimo alto, a trepadeira (10,319). Para Paulino Nogueira: moçu, amarrar, corda, e nã, semelhante, parecido com corda – trepadeira (4,351).

MUCUNÃ BRAVA – Mucunã Cabeluda. MUCUNÃ CABELUDA – Mucuna Sloanei Fawc. &

Randle, da família das Leguminosas Papilionóideas. Trepadeira robusta. Folhas trifoliadas, com folíolos

obliquamente ovados ou rômbicos, densamente sericeos por

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baixo. Flores amarelas, grandes, cerca de 6 cm. de comprimento, dispostas em racemos. Legumes grandes com pelos urentes.

África ocidental. Antilhas e Norte da América tropical até Bahia e Goiás. Também conhecida por Olho de Boi.

MUCUNÃ DE BATATA – Mucunã Mansa. MUCUNÃ DE CAROÇO – Mucunã. MUCUNÃ MANSA – Rodolfo Teófilo, na Monografia

da Mucunã, aparecida em 1888, afirma que se trata de espécie nova, por ele estudada e classificada de Mucunã glabra (108,16).

Dela e não dasoutras mucunãs, afirma este autor, os sertanejos extraiam as enormes raízes, algumas com 2 m. de comprimento e 500 quilos de peso, das quais obtinham uma fécula grosseira que, lavada em nove águas, para eminar-lhe a toxidez, era e é ainda consumida nos anos famintos. O uso continuado desta farinha produz graves distúrbios fisiológicos, inclusive a morte. No século passado, depois dos estudo de R. Teófilo, o Ministério da Agricultura mandou examina-la pelo professor Michler, que atribuiu os seus efeitos nocivos à presença do ácido gálico (109, XI).

Esta espécie parece que se confunde com Dioclea sclerocarpa Ducke., conhecida como Mucunã de Batata.

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MUCUNÃ VERDE – Cratylia floribunda Benth. (Dioclea argentea Desv.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Planta volúvel de grande porte. Folhas largas, trifoliadas, com folíolos pálidos e glabros na página superior e sericeo-prateados na inferior. Flores róseo-lilases, em lindos cachos compridos.

Boa forragem, transmitindo ao leite o cheiro das folhas. Com o nome de Feijão Bravo, o Insituto de Química

Agrícola do Ministério da Agricultura dá ao feno desta planta a seguinte composição:

Umidade ............................................................................ 16,49% Proteína bruta .................................................................... 20,34% Extrato etéreo ...................................................................... 2,44% Extrativos não nitrogenados ............................................. 29,37% Fibra bruta (Celulose) ....................................................... 24,24% Resíduo mineral .................................................................. 7,12%

100,00%

Fósforo em P2O5 ................................................................. 0,51% Cálcio em CaO .................................................................... 0,93%

MUCUNÃ VERMELHA – Mucuna urens DC. (Dolichos urens Linn.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

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Planta volúvel, de caule acinzentado, forte, altíssimas. Folhas trifoliadas, com os folíolos glabros ou quase assim. Flores cremes ou esverdinhadas, em racemos imbeliformes. Vagem lenhosa, 8-20 cm. de comprimento e 5 cm. de largura, grossa, linear ou oblonga, 2-valva, híspida, com pelos ferrugineos, urticantes e finamente pubescente, ou quase glabra, quando velha. Sementes globoso-comprimidas, 3-4 cm. de diâmetro, poucas, de testa grossa e hilo linear, pretas.

As hastes, pelo comprimento e resistência, encontram diversas aplicações no ambiente rural. Batidas, dão estopa utilizada no calafeto de embarcações. As sementes, entre os negro, passam por amuleto contra o quebranto ou mau olhado.

América e África tropicais. Olho de Boi, no Pará; Coroa de Frade, ao lado de Mucunã, em Pernambuco; Olho de Boi e Olho de Burro, em Alagoas e no Rio de Janeiro, sendo neste último ainda chamado de Mucunã; Fava de Pó de Mico e Mucunã, em São Paulo.

MULUNGU – A deniminação abrange as seguintes

Leguminosas Papilionóideas do gênero Erythrina: 1 – Erythrina aurantiaca Ridl. – Árvore de porte regular,

com poucos acúleos cônicos. Folhas trifoliadas. Flores amarelas, em racemos. Vagem pequena, com sementes manchadas de vermelho ou quase negras.

2 – Erythrina glauca Willd – Árvore excelsa, com o tronco e ramos aculeados. Folhas trifoliadas, com grandes

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folíolos ovais e coriáceos. Flores cor de laranja, variando para o vermelho, em racemos axilares.

Da Hiléia à América Central. Introduzida no Ceará, com o nome de Búcare, por Alfredo Dutra (110, 372), tornou-se subespontâneo na Serra de Baturité. A sua divulgação, entre nós, fez-se a titulo de prestar-se ao sombreamento dos cafezais, aliás sem resultados práticos.

3 – Erythrina velutina Willd. – Árvore alta, com o tronco e ramos pouco aculeados. Folhas trifoliadas, com folíolos romboédrico-arredondados. Flores vermelhas, em racemos. Vagem pequena, um tanto curva, com 1-2 sementes vermelhas.

Já foi cultivada como árvore de sombra para os cafezais. América Central até Minas Gerais. A infusão da casca dos mulungus passsa por poderoso

calmante e peitoral, sendo o cozimento da mesma aplicação em apressar a maturação dos abcesos das gengivas, consoante Dias da Rocha. A madeira, leve, branca e porosa, quase não tem aplicação. Dela se servem os sertanejos para fazer cavaletes, com os quais atravessam os rios por ocasião das cheias.

Para Barbosa Rodrigues mulungu é adulteração do africano mulúngu (3, 123). Gonçalves Dias o tem na conta de tupi-murungu (4,353).

MUNGUBA – Bombax aquaticum Schum. (Pachira

aquatica Aubl., Pachira grandiflora Tussac.), da família da Bombacáceas.

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Árvore pequena ou grande, frondosa. Folhas pecioladas, digitadas, 5-9 foliolos oblongos o elíticos, inteiros, verde-escuros. Flores solitários de 5 pétalas muito grandes, castanho-avermelhadas e estames brancos de extremidades também avermelhadas. Cápsula lenhosa, ovóide ou ferruginea, profundamente sulcata no sentido longitudinal, deiscente, com sementes grandes, 1,5 cm. de diâmetro, ferrugineas, angulosas pela compressão.

Esta planta pelo seu crescimento rápido e sombra abundante, empregou-se bastante na arborização urbana, porém, foi posta de lado pelas inconveniências de uma floração e frutificação demasiadas. Madeira mole, porosa, branca, para caixotaria e papel. As sementes, cozidas ou assadas, são saborosas. Folhas emolientes. A casca produz estopa para cordoaria e calafetagem de embarcações.

Prefere os lugares úmidos e brejosos. América tropical, inclusive Antilhas. Mamorana, na Amazônia e Maranhão; Castanhola, em Pernambuco; Castanha do Maranhão e Paineira de Cuba, no Rio de Janeiro.

Provém do tupi mong-yba, árvore de visgo, na interpretação de Barbosa Rodrigues (3, 39). Para Teodoro Sampaio origina-se de mó-guba, a que atura, a duradoura (10, 316).

MURICÍ – Bysonima crassifolia H.B.K. (Malpighia

crassifolia Linn), da família das Malpiguiáceas.

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Arbusto ou árvore pequena. Folhas opostas, oblongas, redondo-obovadas, verde-escuras e luzentes por cima e cobertas por pelo sedoso, acinzentado ou avermelhado, por baixo. Flores amarelas, sem racemos. Drupa 3-locular, carnosa, amarela, com cerca de 1 cm. de diâmetro.

O fruto, amassado em água, desprende facilmente a sua massa carnosa, que, dissolvida, misturada com farinha, adoçada ou não, constitui um dos recursos alimentares mais importantes para a pobreza dos tabuleiros praieiros. É a conhecida cambica de murici, rica em gordura e de alto teor nutritivo. Mas diluída e sem farinha é um apreciado refrigerante. Com a massa se faz excelente sorvete e doce de boa qualidade. Pela abundância e propriedades alimentícias, o murici recebe a antonomásia de mantimento do pobre. A casca cencerra 20% de tanino. A madeira serve para diversos trabalhos e dá lenha de regular qualidade.

Cresce nos tabuleiros arenosos do litoral. América tropical. Murici provém do tupi mboricí, faz resinar (10, 317). MURICÍ DA PRAIA – Murici. MURICÍ DE TABULEIRO – Byrsonima verbascifolia

Rich. (Malpighia verbascifolia Linn.), da família das Malpiguiáceas.

Arbusto ou arvoreta de caule grosso e tortuoso, com casca lisa nos tronco novos, áspera, fendida, nos mais adultos. Folhas

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opostas, inteiras, pecioladas, elíticas o lanceolado-ovadas, agudas na base, pouco pubescentes no dorso e viloso-aveludadas no ventre. Flores amarelas, em racemos alongados. Drupa pequena, amarela.

Frutos comestíveis do mesmo modo que os da B. crassifólia. Madeira para lenha, construção civil e tinturaria. A casca encerra de 15 a 20% de tanino.

Nos tabuleiros do litoral e nas chapadas arenosas do interior. América tropical. Todo o Brasil. Murici Rasteiro, na Amazônia; Douradinha Falsa, em S. Paulo.

MURICÍ PITANGA – Byrsonima lancifolia Juss., da

família das Malpiguiáceas. No Pará é conhecido por Murici das Capoeiras. MURTA – Eugenia insipida St. Hil, da família das

Mirtáceas. Arbusto. Flores alvas, dispostas em cachos. Baga

vermelha, oblonga, coroada pelo cálice, com um caroço grande envolto por uma polpa comestível, acídula.

MUSSAMBÊ – Cleome spinosa Jacq. (Capparis

pungens Willd. ), da família das Caparidáceas. Arbusto de 1-3 m. de altura, de caule pubescente. Folhas

alternas, 5-7 foliolos oblongo-lanceolados, pubescentes, com 2 aguilhões na base dos pecíolos. Flores róseo-purpúreas, variando para o branco, com base dos estames lilacina. Cápsula comprida.

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As folhas, machucadas e aplicadas sobre a pele, agem como rubefacientes. As raízes, em cozimento, empregam no tratamento da bronquite e da asma.

Frequente nos sítio úmidos. América tropical. Do Amazonas até S. Paulo. Sete Marias,

em São Paulo.

NOTA – Engana-se mais uma vez, o autor da Contribuição para o dicionário da flora do Nordeste brasileiro, quando dá para o mussambê a classificação de Terminalia aff. brasiliensis Eichl, e inclui esta espécie nas Caparidáceas, em vez das Combretáceas.

MUSSAMBÊ BRANCO – Mussambê. MUSSAMBÊ DE ESPINHOS – Mussambê. MUSSAMBÊ FEDORENTO – Cleome aculeata Linn., da

família das Caparidáceas. Erva de caule espinhoso e cheiro enjoativo. Folhas alternas, 3-

foliadas, sendo algumas pequenas, simples e de forma alongada. Flores alvas, miúdas. Cápsula com muitas sementes.

Folhas revulsivas. MUSSAMBÊ MIÚDO – Mussambê Fedorento. MUSSAMBÊ ROXO – Cleome gynandra Linn. (Cleome

pentaphylla Linn), da família das Caparidáceas.

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Arbusto pequeno, de caule pubescente. Folhas alternas, compostas de 5 foliolos arroxeados. Folhas miúdas, brancas.

As mesmas propriedades do Mussambê. Natural da África e da Ásia tropicais. Mussambê de Cinco

Folhas, na Bahia. MUTAMBA – Guazuma ulmifolia Lam., da família das

Esterculáceas. Árvore de porte mediano, de ramagem densa e larga. Folhas

ovais, denteadas, desiguais na base. Flores pequenas, amarelo-pálidas ou brancacentas, em cimos axilares. Cápsula oval, 2-4 cm. de comprimento, lenhosa, eriçada de protuberâncias agudas, com numerosas sementes cobertas por substância viscosa e doce.

A madeira, de coloração branco-rosada, presta-se a obras internas, carpintaria, tanoaria e caixotaria. Os frutos maduro, apesar de comestíveis, são pouco procurados, dado o tamanho das sementes, salvo pelo gado, que também come os rebentos e as folhas novas da planta. A casca produz liber fibroso, resistente, para cordoaria e tecidos. Na medicina doméstica, a entrecasca da mutamba usa-se como adstringente, antiblenorrágico, peitoral e mormente em loções para impedir a queda do cabelo e destruir as afecções parasitárias do couro cabeludo. Árvore para arborização de ruas, avenidas, parques e jardins.

América tropical. Guaxima Macho, em São Paulo.

NOTA –Dias da Rocha (11, 122 e 27, 245) cita outra Mutamba. Guazuma sp., semelhante a descrita, com a qual geralmente é confundida. Talvez se trate de Guazuma

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tomentosa H.B.K. = Guazuma ulmifolia var. tomentosa K. Schum, levada, hoje, para a sinonímia de G. ulmifolia Lam.

MUXIÓ – Mixió.

N

NABO – Brassica Napus Linn., da família das Crucíferas. Planta herbácea, de haste mais fina que a da couve, com

raízes chatas ou grossas, roxas ou brancas, conforme a variedade. Folhas glaucas, glabras, cortadas até a nervura mediana, com as superiores auriculadas e envolventes. Flores em cachos frouxos antes da florescência.

Com numerosas variedades, horticolamente divididas em nabos duros e nabos tenros.

De valor nutritivo minino, entretanto, é hortaliça de grande consumo, pelas folhas e principalmente pelas raízes, nas regiões temperadas do mundo ocidental. Miuto pouco cultivada entre nós, apesar de bem se desenvolverem, inclusive no sertão, algumas variedades, como a chamada Monstruoso Japonês (89, 29).

NOGUEIRA – Nogueira do Iguape. NOGUEIRA DO IGUAPE –Aleurites moluccana Willd.

(Aleurites triloba Forst.), da família das Euforbiáceas.

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Árvore de altura um pouco acima da média, de copa bem desenvolvida. Folhas grandes, pecioladas, ovado-acuminadas, curto-lobadas, ferrugineo-pubescentes por baixo. Flores brancas, insignificantes, em cimos paniculados. Cápsulas ovóide, grossa, 5-6 cm. de comprimento, com sementes grandes, oleosas, ásperas.

As sementes encerram até 60% de óleo de boa qualidade para diversos fins industriais. A torta, proveniente da extração do óleo, apesar de rica em elementos nutritivos, para alguns é drástica e tóxica, não devendo ser dada ao gado e, sim, empregada como adubo. As sementes frescas ou secas produzem perturbações em quem as come, entretanto, nas ilhas Havaí são consumidas assadas. No Cariri, especialmente no município do Crato, existem pequenas plantações desta utilíssima oleaginosa.

Nativa na Malásia e Polinésia. Cultivada nas regiões tropicais e subtropicais do globo.

O mesmo nome engloba a Aleurites Fordii Hemsl., que é menos frequente. Parecida com a anterior, tem as folhas ovado-cordadas e as flores branco-avermelhadas, dispostas em panículas. Cápsula lisa, com sementes igualmente oleaginosas.

Originária da Ásia Central.

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O

OITI – Moquilea tomentosa Benth., da família das Rosáceas.

Árvore até 10 m. de altura, com bela e frondosa copa. Folhas simples, alternas, elíticas, lanceoladas, tomentosas em ambas as secas. Flores pequenas, brancas, em espigas ramosas. Fruto drupáceo, fusiforme ou oval, de 12-16 cm. de comprimento, com 1 semente (caroço) grande, envolta em massa amarela, pegajosa e fibrosa, de chiero um tanto desagradável, com casca amarela quando maduro.

Frutos comestíveis e amêndoas bastante ricas em óleo. Árvore excelente para arborização de ruas e jardins. Madeira para construção civil e mormente obras hidráulicas. Peso específico de 0,652 a 0,792; resistência ao esmagamento: carga perpendicular 299, carga paralela 494 e sem determinação de posição, 536 kg por cm.².

Piauí até Pernambuco. Oiti-Cagão, em Alagoas; Oiti-Mirim, na Bahia; Oiti da Praia, na sua zona de incidência e em diversos Estados.

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Para T. Sampaio, oiti vem do tupi ui-ti, a massa apertada ou comprimida, alusiva à polpa do fruto (10, 383). Batista Caetano fê-lo derivar de iti (ib. árvore e tir, erguida) (8, 211).

OITI CORÓ –Couepia rufa Ducke (Pleuragina rufa Ar.

Cam.), da família das Rosáceas. Desta planta Joaquim de Almeida Pinto (13, 334), baseado

nos manuscritos de Arruda Câmara, traçou a seguinte descrição:

Árvore do Brasil, de casca regoada. Folhas alternas, um tanto grandes, de cor verde escura por cima, louras por baixo, elíticas, agudas e duras. Flores, em cachos, brancas com algum cheiro. O fruto é de meio a um palmo de comprimento, oval, tendo uma depressão na base, cicatriz da inserção do pedúnculo. O pericarpo é pardo esverdinhado, verrucoso e pouco espesso; une-se a uma massa granulosa, espessa, doce-ácida, adstringente, de cor amarela e mui saborosa, no centro existe um caroço grande, oval, eriçado de fivras que estão em continuidade com a massa.

O seu centro de dispersão esta no Estado de Pernambuco. As mesmas propriedades da anterior. OITICICA – Licania rigida Benth (Pleuragina

umbrosissima Ar. Cam), da família das Rosáceas.

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A oiticica pode atingir até 15 m. de altura e o seu tronco grosso ramifica-se a pouca distância do solo, formando aprazível copa de 15-20 m. de circunferência. Folhas alternas, pecioladas, oblongo-lanceoladas, ásperas, quebradiças, tomentosas nas faces e com nervuras bem pronunciadas, medindo 12 cm. de comprimento por 6 de largura. Flores de 3 mm. de diâmetro, amarelas, dispsotas em espigas ramosas. Fruto drupáceo, fusiforme o ovalado, de 2,5-7,5 cm. de comprimento com caroço envolto em massa amarelada, rala, de chiero pouco agradável e fibrosa. A casca do fruto é verde, mesmo quando maduro, mas se torna amarelo-escuro quando seca.

Árvore majestosa no porte, a oiticica cresce nos aluviões profundos dos rios e riachos, formando longas e estreitas alamedas à ourela dos barrancos ou manchando as várzeas com o verde-escuro de sua densa e larga ramagem. A sombra permanente que projeta na nudez ensolarada do sertão é um ameno refrigério para o homem e para os bichos. Com os seus ramos flexíveis e de folhas marcescentes, cobrem-se as hostitaleiras latadas à frente das casas e servem ainda para construir rústicos abrigos. A madeira, branca, de fibras entrelaçadas, muito resistente ao esmagamento, usa-se na confecção de rodas de carros de boi e pilões. As folhas, extremamente rígidas e coriáceas, prestam-se para polir artefatos de chifre. Nas épocas calamitosas, quando o pasto desaparece por completo, o gado aproveita as mais tenras. O seu valor, entretanto, advém das sementes, ricas em óleo (60%), próprio para tintas e vernizes de alto teor secativo. A sua exploração fez

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nascer, principalmente no Ceará, uma indústria de expressivo valor econômico.

Em média, uma oiticica produz 75 kg de frutos secos, por ano, mas, excepcionalmente, já foram registrados exemplares com uma safra de 1.500 quilogramas.

Desde o Piauí até a Bahia. De uiti-icica, o oiti resinoso ou grudento (10, 326). OLHO DE CABRA – Ormosia fastigiata Tul., da

família das Leguminosas Papilionóideas. Árvore pequena. Folhas imparipinadas, 7-9 foliolos ovais,

pubescentes, de 10-12 x 5-6 cm. Flores roxas, em panículas. Vagem comprimida, com sementes duras, meio vermelhas, meio pretas.

Venezuela até S. Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. OLHO DE PORCO – Miconia albicans Triana

(Melastoma albicans Swartz), da família das Melastomáceas. Arbusto de ramos brancacento-tomentosos, de 1-3 m. de

altura. Folhas curto-pecioladas, ovais, de base arredondada ou cordiforme, inteiras, tomentosas e depois glabras por cima, brancas por baixo. Flores pequenas, pálidas, em panículas tirsiformes. Baga azulada, de 4 mm. de diâmetro.

A infusão das folhas recomenda-se como eupéptica. América tropical. Do Amazonas a S. Paulo. Canela de

Velha, na Bahia.

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OLIVEIRA – Olea europaea Linn., da família das Oleáceas.

Árvore. Folhas opostas, inteiras, glabras, oblongas, sem estípulas. Flores brancas, campanuladas. Drupa com 1 semente.

O fruto, a azeitona, encerra polpa muito rica em óleo, empregado na alimentação humana há milhares de anos. folhas forraginosas. Madeira para ebanisteria.

Oriunda da bacia do Mediterrâneo, talvez da Ásia Menor. A sua cultura foi há tempos tentada no Horto Florestal de Quixadá, sem resultados satisfatórios.

ONZE HORAS – Amor Crescido. ORELHA DE ONÇA – Nome da seguintes

Menispermáceas, do gênero Cissampelos: 1 – Cissampelos ovalifolia DC. – Arbusto ereto, até 1 m.

de altura. Folhas ovais, alternas, quase sésseis, pubescentes, de 7 x 5 cm. Flores pequenas em racemos. Drupa vermelha, pequena, em forma de crescente.

América do Sul tropical. Da Amazônia até S. Paulo. 2 – Cissampelos Pareira Linn – Arbusto sarmentoso, até

7 m. de comprimento. Folhas cordiformes, 3-10 cm. de diâmetro. Flores pequeníssimas verde-brancacentas, em racemos. Drupa vermelha o cor de laranja.

Comum aos trópicos de ambos os hemisférios. Parreira Brava, na Bahia e outros Estados.

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3 – Cissampelos sympodialis Eichl – Arbusto trepador. Folhas variáveis, entre suborbiculares e cordiformes. Flores verdoengas, muito miúdas, em cachos axilares.

As raízes das espécies citadas em decoto, são tônico-amargas, diuréticas, desobstruentes e ainda aplicadas nas leucorréias e suspensão de regras.

ORELHA DE ONÇA RASTEIRA – Hydrocotyle

leucocephala Cham. & Schlecht., da família das Umbelíferas. Erva humilde, de caule rasteiro. Folhas pecioladas,

reniformes, crenadas, pubescentes na página superior, lisas na inferior, com alguns pelos sobre as nervuras. Flores pequeninas, alvas, em pequenas umbelas. Aquênio composto, pequeno.

Folhas vulnerarias. Ceará ao Rio Grande do Sul. No Ceará, encontra-se nos

lulgares úmidos e sombrios das serras frecas. Acariçoba, em Pernambuco; Erva Capitão da Miúda, na Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

ORELHA DE PAU – “Denominação geral de cogumelos

rígidos e que se fixam a paus pobres ou troncos velhos”. ORÓ – Phaseolus panduratus Mart., da família das

Leguminosas Papilionóideas. Leguminosas rasteira, de caules finos, longos, flexiveis e

pubescentes. Rizomas perenes. Folhas longamente-pedunculadas e trifoliadas, seríceo-vilosas, macias, aveludadas

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quando secas. flores arroxeadas. Vagem linear, foliada, tomentosa, com 3-6 sementes.

Excelente forragem cuja composição química supera a da alfada, com 18,80% de proteína digestível no feno. É também usada na fixação de dunas. Em S. Paulo, Navarro de Andrade realizou experiências sobre o seu valor como adubo verde.

Encostas e planícies arenosas dos Estados nordestinos, inclusive na bacia do Rio S. Francisco.

ORQUÍDEA – Denominação comum aos representantes

da curiosa família das Orquidáceas, às vezes, erroneamente, chamados de parasitas.

OURICURI – Uricuri.

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P

PACAVIRA – Bananeira Brava e Bananeirinha do Mato. PACAVIRA GRANDE –Bananeira Brava (Heliconia

pendula Wawra). PACO-PACO – Nome das seguintes Malváceas: 1 – Wissadula amplissima R. E. Fries (Sida ampluissima

Linn.) – Arbusto de 1-2 m. de altura. Folhas longo-cordadas, 5-15 cm. de comprimento, acuminadas e estrelado-tomentosas no dorso. Flores amarelas, axilares ou paniculadas.

Dos Estados Unidos à América do Sul. África. 2 – Wissadula hernandioides Guercke. (Sida

hernandioides L’Hér.) – Subarbusto de 0,60-1 m. de altura, com flores flavas.

3 – Wissadula periplocifolia Presl. (Sida periplocifolia Linn.) – Subarbusto. Folhas longo-pecioladas, inteiras, esbranquiçado-tomentosas no dorso, estrelado-tomentosas na superficie ventral. Flores amarelo-pálidas, em panículas terminais.

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Todas produzem fibras alvas, macias, resistentes, para cordoaria, sacaria e roupas grosseiras.

PACO-PACO VERDADEIRO – Pseudabutilon

spicatum R. E. Fries (Abutilon spicatum H.B.K., Wissadula spicata Presl.), da família das Malváceas.

Arbusto até 2 m. de altura. Folhas redondo-cordadas ou reniforme-cordadas, acuminadas, inteiras, verdes na face ventral e densamente pubescentes no dorso. Flores pequenas, amarelas, em longas panículas terminais, parecidas com espigas.

Fornece fibras fortes, macias, brilhantes para sacaria e cordoaria.

América Central e do Sul. Chamada também Malva de Pendão.

PACOTÊ – Cochlosperum insigne St. Hil., da família

das Coclospermáceas. Arbusto ou arvoreta. Folhas alternas, longo-pecioladas,

digitadas. Flores grandes, vistosas, amarelas, solitárias. Cápsula ovóide, deiscente, com sementes cobertas de fibras sedosas e brancas.

As cerdas à dora das sementes substituem a paina no enchimento de estofados. Cascas anti-reumáticas e emolientes. A casca das raízes substitui o ruibarbo. As sementes dão óleo irritante.

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Originária do Brasil. Periquiteira, na Amazônia; Algodoeira do Campo, na Paraíba e São Paulo; Butua de Corvo, na Bahia.

PAINEIRA – Chorisia speciosa St. Hil. (Bombax

aculeatum Vell), da família das Bombacáceas. Árvore alta, espinhosa, de tronco grosso, às vezes um tanto

barrigudo, bastante frondosa. Folhas alternas, digitadas, de 4-7 folíolos glabros, denteados, lanceolados, de 10-15 x 4-5 m., com pecíolo de 5-15 cm. de comprimento. Flores grandes, semi-aveluadadas, vermelhas, maculadas de verde e pardo. Cápsula 3-valva, com paina branca e lustrosa envolvendo as sementes, dispostas em 5 fileiras.

Ornamental. A paina serve para estofaria e enchimento de salva-vidas.

Estados meridionais do Brasil. A sua introdução no Ceará é relativamente recente.

PAINEIRA DE SEDA – Paineira. PAJAÚ – Triplaris baturitensis Hub. (Triplaris

gardneriana Willd.), da família das Poligonáceas. Árvore de caule fistuloso, com 5-9 m. de altura. Folhas

oval-oblongas ou oblongo-agudas, glabras, com a nervura mediana tomentosa. Flores amareladas, sedosas, em grandes panículas terminais.

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Ceará. Comum às margens dos riachos da Serra de Baturité.

Conhecida também por Coaçu. PAJEÚ – Pajaú. Corrutela de pa-je-ú, o feiticeiro come

ou vive (10,328). PALMA – Denominação popular das Cactáceas de talos

articulados, pertencentes aos gêneros Nopalea e Opuntia, mais conhecidas pelo menos no Ceará, por Palmatória.

PALMA DE SANTA RITA – Gladiolus communis

Linn., da família das Iridáceas. Erva bolbosa, de folhas estreitas. Flores roxas ou brancas,

dispostas em longas cimeiras. Ornamental pelas flores. Veio da Europa. PALMA DOCE – Nopalea cochenillifera Salm-Dick.

(Nopalea coccinellifera in Mart. Flor. Brasil, Cactus cochenillifer Linn., Opuntia cochinellifera Mill.), da família das Cactáceas.

Cacto ereto, arborescente quando velho, com o tronco geralmente inerme, de articulações oblongas, sem espinhos ou com muito poucos e as aréolas trazendo gloquídeos e pequeníssimas folhas decíduas. Flores escarlates. Baga roxa, comestível.

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Boa forragem para os sertões nordestinos, pela riqueza d’água e substâncias mucilaginosas contidas em seus cladódios.

Natural do México. Introduzida no Brasil no período colonial, quando se fomentou a criação da cochonilha, que é feita em suas palmas. Também Palmatória Doce.

PALMA FORRAGEIRA – Palmatória sem Espinhos. PALMATÓRIA DE ESPINHO – Opuntia monacantha

Haw., da família das Cactáceas. Planta muito ramificada, de artículos obovais ou oblongos,

com aréolas de 1-2 espinhos grandes e duros. Flores amarelas. Baga elipsiode para piriforme, vermelha, um tanto aculeada, comestível.

Brasil e Argentina. PALMATÓRIA MIÚDA – Quipá. PALMATÓRIA SEM ESPINHOS – Opuntia Ficus-

indica Mill. (Cactus Ficus-indicus Linn.), da família das Cactáceas.

Cacto ramosíssimo, de porte bem desenvolvido, com as articulações muito grossas e carnoso-suculentas, oblongas ou elíticas, planas, inermes ou com raros espinhos, alcançando até 50 cm. de comprimento. Aréolas pequenas, com gloquídeos amarelos e caducos às vezes com 1-2 espinhos brancos. Flores de tamanho médio, amarelas, brilhantes. Baga ovóide, grande,

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amarela ou roxa quando madura, com pequenos e numerosos espinhos no pericarpo.

Preciosa forrageira para o gado na zona semiárida nordestina, pela abundância de água e vitaminas encontradas em suas articulações. Os frutos são bastante apreciados pelo homem e muito procurados pelos animais domésticos. Há variedades de frutos inermes, que merecem ser cultivadas em grande escala, como se faz na bacia mediterrânea, principalmente no trecho africano. É assaz elevado o valor nutritivo da baga, que tem contra si os espículos externos em certas variedades e um grande número de sementes duras em todas elas.

Natural do México. Figo da Índia, Figueira da Barbaria, nos Estados meridionais.

PALMEIRA – Babaçu. PALMEIRA BAMBU – Chrysalidocarpus lutescens

Wendl. (Areca lutescens Bory.), da família das Palmáceas. Palmeira de pouca altura, cujos estimpes inermes,

cilíndricos, anelados formam densam touceiras. Folhas regulares, pinadas, bifidas no ápice, com folíolos verde-escuros, estreitos e lanceolados, de raques amarelas, pontuadas de preto.

Cultivada como decorativa em jardins e interiores. Natural do sul da Ásia ou de Madagascar. PALMEIRA CHILENA – Brahea.

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PALMEIRA DE SALÃO – Dictyosperma album Wendl. (Areca Alba Bory), da família das Palmáceas.

Palmeira elegante, cuja altura pouco excede de 3 m. quando cultivada em vasos, podendo atingir até 10 anos sítios úmidos e sombreados. Espique inerme, engrossado na base e cilíndrico na parte superior, com anéis pouco destintos. Folhas dispostas em linda fronde, com 2,50m.-3,50m. de comprimento, pinadas, de folíolos compridos, até 1 m., de lanceolado-acuminados.

Das ilhas Mascarenhas (Oceano Índico). PALMEIRA IMPERIAL – O nome abrange as duas

Palmáceas. 1 – Oreodoxa regia H.B.K. – Palmeira de aspecto

soberbo, cujo estipe linheiro, quase cilíndrico ou ligeiramente fusiforme, pode atingir até 40 m de altura, com 50-60 cm. de diâmetro. Folhas grandes, pinadas, regulares, verticuladas e pendentes, coroam a extremidade do caule. Bainha com escamas castanhas. Espádice paniculada. Baga ovóide, quase tão larga quanto comprida, purpúrea, com um único caroço.

2 – Oreodoxa oleracea Mart. – Parecida com a precedente, da qual se destaca pelos frutos obovóide-oblongos, mais compridos que largos, bainhas sem escamas e folhas horizontais.

A primeira é nativa em Cuba e Antigua. A segunda tem como solar a ilha de Barbados. Talvez sejam as mais lindas palmeiras ornamentais do mundo. Coube a D. João VI, em 1809,

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plantar, no Jardim Botânico, o primeiro exemplar da Oreodoxa oleracea vindo ao Brasil, trazido da Ilha de França, que de Palmeira Real se passou a chamar Palmeira Imperial, acompanhando a evolução politica do nosso país, de Reino para Império.

Ainda hoje existe a “Palma Mater”, da qual provieram todos os exemplares de palmeiras imperiais que embelezam ruas, avenidas e outros logradouros públicos e particulares de nossa terra.

PALMEIRA SAGU – Sagu. PALMEIRA TITARA – Titara. PALMINHA DAS PEDRAS – Selaginella erythropus

Spring., da família das Selagineláceas. Planta herbácea, de caule radicante e muito delgado.

Folhas pequenas, imbricadas, lanceoladas ou elíticas, verde-claras com a base avermelhada ou encarnado-vivo.

Planta diurética. Sobre pedras de regatos e sítios sombrios de nossas serras

frescas. América do Sul. Do Amazonas e Minas Gerais. PANASCO – Capim Panasco.

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PÂNDANO – Pandanus utilis Bory., da família das Pandanáceas.

Planta arborescente, de caule ramificado. Folhas estreitas, compridas, rijas, com as margens armadas de pequenos e acerados espinhos vermelhos, agrupados em coroa terminal. Do caule emergem raízes adventícias que se fixam ao solo dando à planta feição característica.

Ornamental, porém pouquíssimo cultivada nos jardins. Originária de Madagascar. Pândano, de pandang, nome da

planta na língua malaiala. PANGO – Maconha. PAPACONHA – Ipepacuanha. PAPO DE PERU –Aplica-se às Aristoloquiáceas

conhecidas por Angelicó, Jarrinha, Mil-Homens e especialmente as duas que se seguem:

1 – Aristolochia brasiliensis Mart. & Zucc. (Aristolochia ringens Link., Howardia galeata Klotz.) – Trepadeira. Folhas cordado-orbiculares, glaucas, de 6-10 x 8-15 cm. Flores longo-penduculadas, grandes, axilares, solitárias de base ventricosa, amarelo-claras, com máculas e veias vermelhas.

Ceará até Santa Catarina, inclusive Minas Gerais. Angélico, em Pernambuco; Milhomem, na Bahia; Camará-açu, Cipó Milhomem, Cipó Paratudo, Crista de Galo, em Minas Gerais.

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2 – Aristolochia cymbifera Mart. & Zucc. (Howardia brasiliensis Klotz) – Trepadeira como a precedente, mas de flores amarelo-sujas, com maculas vermelho-castanhas.

Do Ceará ao Rio Grande do Sul. As raízes de ambas são tônico-amargas, febrífugas,

diuréticas, anti-sifilíticas. PAPOULA – Hibiscus Rosa-sinensis Linn. (Hibiscus

sinensis Hort.), da família das Malváceas. Arbusto de 4-7 m. de altura. Folhas ovais, glabras,

denteadas, 8-10 x 5-7 cm.. Flores grandes sobre pedúnculos finos, simples ou dobrados, de ordinário vermelhas com o androceu projetado livremente do fundo da corola.

Floresce quase todo o ano. Muito comum nos jardins e ótima para cercas vivas. Produz fibras de boa qualidade. As flores contusas servem para as mulheres chinesas tingirem o cabelo e as sobrancelhas.

Originária provavelmente do sul da China. Graxa, Guela de Leão, na Bahia; Mimo de Venus, no Rio de Janeiro, S. Paulo e Rio Grande do Sul. O nome Graxa decorre do fato de as flores servirem para engraxar sapatos, costume hoje quase esquecido e que parece ser asiático.

PAQUIVIRI – Thalia Geniculata Linn., da família das

Marantáceas. Planta herbácea até 2 m de altura, flores pequenas,

purpúreas.

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Cresce nas águas rasas e nos terrenos baixos marginais. América tropical. Amazônia até o Rio de Janeiro, Minas

Gerais e Mato Grosso. Arumãrana, na Amazônia. PARACI – Aguapé da Flor Roxa. PARAÍBA – Simaruba versicolor St. Hil., da família das

Simarubáceas. Árvore de porte regular e elegante, de casca esbranquiçada

e meio esponjosa. Folhas alternas, compostas, com os folíolos luzentes na página superior. Flores verdoengas, em cachos pequenos.

Madeira branca, porosa e leve, para forro, caixotaria e tamancos. O líber fornece fibras pra cordoaria, estopa e pasta para papel. Casca venenosa. Frutos e cascas amargo-tônicos, febrífugos, antelmínticos e inserticidas.

Quase todo o Brasil. Pau Paraíba, na Bahia. PARASITAS – Nome Comum às plantas que vivem à

custa de outras e errnoneamente aplicado às epífitas, isto é, aquelas que apenas se fixam aos vegetais que lhes servem de suporte.

PARASITA ROXA –Catléia (Cattleya labiata Lindl.). PARA-TUDO – Corongo.

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PARECE-MAS-NÃO-É – Euphorbia heterophylla Linn., da família das Euforbiáceas.

Planta herbácea, lactescente e anual. Folhas alternas, glabras, variadas, comumente denteadas ou lobadas, sendo as superiores ou florais encernadas na porção justa-peciolar. Flores verdes, pequenas, em fascículos terminais.

Dos Estados Unidos ao Brasil. Ornamental. Ainda é conhecida por Flor de Poeta.

PARREIRA – Vitis vinifera Linn. (incl. varietas), da

família das Vitáceas. Trepadeira lenhosa com gavinhas e cachos de bagas

comestíveis. Há inúmeras subespécies e variedades, cultivadas nas re-

giões temperadas e intertropicais. A sua cultura, entre nós, é pequena.

Originária da bacia do Mediterrâneo. PARREIRA BRAVA – Orelha de Onça (Cissampelos

Pareira Linn.) PASTA – Pistia Stratiotes Linn. (Pistia occidentalis

Blume), da família das Aráceas. Erva pequena, acaule, de raízes fasciculadas. Folhas

sésseis, ovais, espessas e radicantes, de 10 x 10 cm. Flores alvas, miúdas, em espiga.

Passa por emética e purgativa.

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Pertence ao único gênero flutuante das Aráceas. Vive nas águas tranquilas. Cosmopolita das regiões tropicais e subtropicais. Mururé, no Pará; Lentilha d’Água, na Bahia; Flor d’Água, no Rio Grande do Sul.

PASTA MIÚDA – Capa-Rosa. PASTA ORELHA DE ONÇA – Aguapé de Flor Roxa. PASTO RASTEIRO – Cassia rotundifolia Pers., da

família das Leguminosas Cesalpinióideas. Erva perene, rasteira, de caules cilíndricos e ramificados.

Folhas pinadas, com folíolos mais ou menos arredondados, porém bastante variáveis na forma e na cor. Flores amarelas, pequenas, solitárias e axilares. Vagem estreita e comprida.

Boa forragem, propagando-se com facilidade, graças à abundante frutificação.

Cresce nos terrenos arenosos e se encontra desde o Piauí até o Rio Grande do Sul. Matapasto, em Pernambuco; Acácia Rasteira, no Rio Grande do Sul.

PATI – Syagrus botryiophora Mart., da família das

Palmáceas. Palmeira de 15-30 m de altura por 20-30 cm. de diâmetro.

Folhas pinatífidas, verde-escuras, lustrosas, medindo 3 m de extensão. Espádice ereta, de 50 cm., com flores monóicas. Fruto

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drupáceo, oval-arredondado, de mesocarpo fibroso, com 1 semente branca e oleosa.

Semente comível e produtora de óleo de boa qualidade. Com as folhas fabricam-se obras trançadas e o estipe dá ripas e calhas.

Do Ceará ao Rio de Janeiro. PATURAL DA PRAIA – Eragrostis Bahiensis Roem. &

Schult. (Poa brasiliensis Raddi, Poa Bahiensis Schrad., Eragrostis brasiliensis Nees, em parte, Eragrostis microstachya Link.), da família das Gramíneas.

Erva perene, resistente, colmos simples, comprimidos, nodosos, lisos, até 1 m de altura. Folhas com bainha e lígula, lineares, delgadas e agudas, estriadas, verde-escuras, escabrosas e com alguns pelos na página superior e lisas na inferior, medindo até 20 cm. de comprimento. inflorescência em amplas panículas eretas, ligeiramente pilosas, tendo as espiguetas 8-20 flores. Cariopse globosa, pardo-escura, finamente estriada.

É uma das forrageiras da zona das praias oceânicas. Dura e de pouco valor nutritivo.

Espécie muito polimorfa, cresce nos sítios úmidos e mesmo pantanosos das vizinhanças do mar, especialmente atrás das dunas.

Do Ceará ao Rio Grande do Sul. Capim Açu, na Bahia.

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PAU AMARELO –Ou simplesmente Amarelo, na região cearense do Cariri, como em Pernambuco, é a Plathymenia reticulata Benth., conhecida geralmente por Acende-Candeia.

NOTA – Em Contribuição para o dicionário da flora do Nordeste brasileiro (12, 90) com o nome de Pau Amarelo vem consignada a Euxylophora paraensis Hub., bela árvore amazônica, da família das Rutáceas, desconhecida no Nordeste, e ali apelidada por este nome.

PAU BRANCO – Auxemma oncocalyx Taub. (Cordia oncocalyx Fr. All), da família das Borragináceas.

Árvore e porte regular, ramificada comumente a partir da base, de casca um tanto suberosa, claro-acinzentada. Folhas alternas, elíticas, de 20-35 cm. de comprimento, serreadas do meio para o vértice, caducas. Flores pequenas, brancas, perfumadas, tomentosas, dispostas em racemos corimbiformes. Drupa foliácea, angulosa, glabra, envolvendo uma única semente de superfície áspera e forma elítica.

Madeira de cerne roxo-escuro, dura, para tabuados, vigamentos, carpintaria e marcenaria, caixões para cereais, estacas e moirões. É a árvore cearense, depois da carnaúba, que talvez mais contribua para as construções civis. Cascas adstringentes e, como tais, usadas em banhos no tratamento de feridas e golpes. As suas ramas constituem uma das preciosas forragens sertanejas, muito procuradas pelo gado, com 17,15% e 15,27% de substância azotadas na matéria seca e úmida,

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respectivamente, e uma relação nutritiva de 1:4,3, conforme análises realizadas no Museu Nacional (Rio de Janeiro), que transcrevemos a seguir (63, 31 a 101, 10):

Água – 10,90 Matéria seca – 89,10

A matéria seca contém: Substâncias gordurosas (extrato etéreo) ............................... 3,000 Substâncias azotadas (proteína bruta) ................................. 17,150 Celulose isenta de pentosa .................................................. 23,681 Hidratos de carbono (extrativo não azotado) ...................... 42,432 Sais minerais fixos (cinzas) ................................................ 13,737

100,000

Anidrido fosfórico (P2O5) ..................................................... 0,200 Oxido de Cálcio (Cal-CaO) .................................................. 4,467 Nitrogênio total (Azoto) ....................................................... 2,745 Unidades nutritivas (Kellner) .................................. ......... 55,67 Valor nutritivo em amido (Kellner) ................................... 55,3 Valor nutritivo em calorias (Wolff) ................................. 229,3 Relação nutritiva (Wolff) .................................................. 1:4,3

Constituição da matéria úmida Água .................................................................................... 10,900 Substância azotadas (proteína bruta) .................................. 15,275 Substância gordurosas (extrato etéreo) ................................. 2,670 Celulose isenta de pentose .................................................. 21,100 Hidratos de carbono (extrativo não azotado) ...................... 37,815

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Sais minerais fixos (cinzas) ................................................ 12,240 100,000

Anidrido fosfórico (P205) ...................................................... 0,182 Óxido de cálcio (Cal-CaO) ................................................... 3,980 Nitrogênio total (Azoto) ....................................................... 2,444 Unidades nutritivas (Kellner) ............................................ 45,6 Valor nutritivo em amido (Kellner) ................................... 49,2 Valor nutritivo em calorias (Wolff) ................................. 204,0 Relação nutritiva (Wolff) .................................................. 1:4,3

Cresce nos sertões, nas chapadas profundas, coroas de rios e riachos, pés de serras. Para Lofgren o centro vegetativo desta planta parecia circunscrever-se ao Ceará. Pio Corrêa (111, 56) registra a sua presença em Minas Gerais e Mato Grosso.

PAU BRANCO LOURO – Cordia sp., da família das

Borragináceas. Parecida com a precedente. Cresce nos pés de serras.

Produtora de madeira com diversas aplicações tanto na construção civil como na carpintaria e marcenaria. Folhas forrageiras.

PAU BRASIL – Caesalpinia echinata Lam.

(Caesalpinia vesicaria Vell., Caesalpinia obliqua Vog.), da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Árvore de belo porte, frondosa, revestida por uma casca acinzentada e aculeada. Folhas bipinadas, com 8-10 jugos de

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folíolos ovais, obtusos, verde-luzentes. Flores amarelas, com mancha encarnada, em racemos eretos. Vagem pequena e espinhosa.

É a planta histórica por excelência de nossa fribra. O cerne de um vermelho-vivo maculado de escuro, rico em matéria corante, o ibirapiranga dos índios e Brasil dos portugueses, foi o primeiro produto que atraiu e fixou o homem europeu a estas plagas do Novo Mundo. A sua importância no amanhecer de nossa vida avultou a ponto de fazer esquecidos os nomes de Vera Cruz e Santa Cruz, substituídos em definitivo pelo seu, imposto pelos cartógrafos e mercadores.

Por ocasião do descobrimento abundava na região litorânea que medeia entre o cabo Frio e a Paraíba, rareando fora desses limites. Pela exploração intensiva a que foi submetido, extraindo-se-lhes até as raízes, ricas de matéria tintorial, o Pau Brasil quase que desapareceu do nosso panorama florístico, estando reduzido hoje à planta ornamental.

PAU CAIXÃO – Bredemeyera floribunda Willd., da

família das Poligaláceas. Trepadeira lenhosa. Folhas simples, inteiras, lânceo-

oblongadas, glabras, porém com o dorso das nervuras centrais levemente pubescente. Flores perfumadas, alvo-amareladas, com a asa amarela e às vezes vermelha, dispostas em panículas terminais. Cápsula achatada, truncada, com 2-5 cm. de comprimento, contendo 2 sementes providas de longos pelos castanhos e sedosos, pendentes do ápice interno da loja.

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Do Piauí até S. Paulo. PAU CARDOSO – Alsophila armata Presl.

(Polypodium armatum Swartz.), da família das Ciateáceas. Feto arborescente, com o aspecto de uma palmeira, cuja

haste guarnecida de acúleos atinge alguns metros de altura. Frondes tripinadas, de 1-1,50 m. de comprimento por 0,50-1 m. de largura, tendo a face inferior ligeiramente coberta de pelos tenros e os pecíolos espinhosos.

A medula da haste e as frondes novas são peitorais. Cresce à sombra das matas úmidas e, no Ceará, é

encontrado apenas nas serras frescas, à beira dos cursos d´água, juntamente com a Alsophila compta Mart. e Alsophila procera Desv.

América tropical. Do Amazonas até Santa Catarina, Rabo de Bugio, nos Estados meridionais.

PAU D’ALHO – Gallesia Gorazema Moq. (Crataeva

Gorazema Vell., Gallesia scorododendron Casar), da família das Fitolacáceas.

Árvore de grande corte, de casca rica em glândulas produtoras de essência aliácea. Folhas pecioladas, simples, inteiras, ovais, glabras, de 5-12 cm. de comprimento por 3-6 cm. de largura, cheias de rafidios. Flores pequenas, pálidas, em panículas terminais e afilas. Cápsula loculícida, com sementes orbiculares e comprimidas.

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Madeira leve, para forro. As cinzas, ricas em potassa, são usadas no fabrico doméstico de sabão. O descocto das raízes, cascas e folhas aplica-se contra o reumatismo, úlceras e dartros. O chá das cascas, no combate à gripe. Como cresce com certa rapidez e dá ótima sombra, presta-se para parques, alamedas e pequenos maciços. Nos Estados meridionais é padrão de terra de boa qualidade.

No Ceará, só se encontra nas serras frescas. Pau d’Álho e Guararema, no Rio, S. Paulo e Minas Gerais.

PAU D’ALHO DO CAMPO – Agonandra brasiliensis

Miers., da família das Opiliáceas. Árvore de casca espessa e suberosa. Folhas opostas,

simples, impregnadas de rafidios ou células silificadas. Flores pequenas, actinomorfas, de gineceu unilocular. Drupa esférica, verde-azulada, com uma semente (caroço) olaginosa.

Madeira branca, com a densidade de 0,88, para ebanisteria e obras de forro. As folhas, em banhos, são anti-reumáticas. A semente produz cerca de 53% de óleo amarelo-claro, grosso e viscoso, incongelável mesmo à temperatura de 20° abaixo de 0. (112, 369).

Norte do Brasil. Pau Marfim Verdadeiro, na Amazônia. Em Fortaleza, com o nome de Pau d’Alho do Campo, é conhecido o Pau Marfim (Melochia umbellata).

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PAU D’ARCO AMARELO – Tabebuia serratifolia Nicholson (Bignonia serratifolia Vahl., Tecoma serratifolia G. Don.), da família das Bignoniáceas.

Árvore até 15 m de altura, de casca pardacenta e copa alongada, irregular. Folhas opostas, digitadas, com 5-foliolos com tendência a uma forma ovada, amiúde cumeados na base, algumas vezes crenado-serreados, variáveis no tamanho, coriáceos, glabros na superficie superior. Flores afunilado-campanuladas, de 5-6 cm., amarelo-áureas, poucas, em panículas terminais. Cápsula deiscente, até 20 cm. de comprimento, quase cilíndrica coberta de pelo, cor de ocre.

Madeira dura, de cerne cinza-claro, porém flexível, tanto que o selvagem dela se servia para a confecção de arcos. Peso especifico: 0,785 a 0,880. Resistência ao esmagamento: carga perpendicular, 361 e carga paralela 711 quilogramas por cm. quadrado. É uma das melhores madeiras que possuímos para construção civil e obras expostas, dormentes, esteios, vigamentos. Presta-se para ornamentar parques e jardins, sendo de grande efeito decorativo por ocasião da floração, que pode ser antecipada ou simultânea com a brotação das folhas.

Cresce no alto e nas quebradas frescas das serras, especialmente litorâneas. No Nordeste até S. Paulo. Ipê Tabaco, na Bahia e no Rio; Pau D’Arco, Ipê, Ipê Amarelo, em S. Paulo.

PAU D’ARCO ROSA – Tecoma impetiginosa Mart., da

família das Bignoniáceas.

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Árvore de porte desenvolvido. Folhas opostas, digitadas, grandes, com 5 folíolos oblongos, de margens inteiras, pubescentes. Flores irregulares, campanuladas, róseas, em panículas. Cápsula comprida.

Empregada como madeira de lei nas construções civis, obras hidráulicas e expostas, peças de resistência, rodas de carro, dormentes, moirões, esteios. Peso especifico: 1,083. Resistência ao esmagamento: 728 kgs. por cm.².

A infusão das cascas tem aplicação no combate à sarna e daí veio o seu especifico – impetiginosa, isto é, contra o impetigo.

Do Piauí até S. Paulo e Minas Gerais. No Ceará é encontrada na região do Cariri. Ipê Roxo, em diversos Estados.

PAU D’ARCO ROXO – Tabebuia Avelhanedae Lor.

(Tecoma Ipe Mart., Tecoma violacea Hub.), da família das Bignoniáceas.

Árvore com o aspecto das precedentes, porém de flores arroxeadas.

Madeira muito elástico. Largamente distribuída pela América Tropical. Brasil Oriental até Rio Grande do Sul, inclusive Brasil

Central. Ipê Preto, no Rio Grande do Sul. Como este mesmo nome ainda se conhece a Tecoma

violacea Hub., encontrada nas serras frescas, especialmente na de Baturité, pelo sertão às vezes, e na formação chamada

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“lacre”, na Serra do Araripe. As flores parecem roxas, vistas de longe.

Amazônia. Ceará. PAU DE BÁLSAMO – Bálsamo. PAU DE JANGADA – Apeiba tibourbou Aubl.

(?Apeiba cimbalanea Arr. Cam.), da família das Tiliáceas. Bonita árvore, de tronco linheiro, até 7 m de altura,

ramificando-se em ampla copa no alto. Folhas longo-pecioladas, estipuladas, oblongas ou lanceoladas, penta-nervadas, crenuladas, ferrugíneo-tomentosas na face superior. Flores grandes, amarelas, em panículas opostas às folhas. Cápsula globosa-achatada, coriácea, eriçada de espinhos flexuosos, cheia de centenas de sementes miúdas.

Madeira branca ou branco-pardacenta, muito leve e esponjosa, tendo a densidade de 0,18 a 0,26, empregada na construção das jangadas, com as quais se pescam em todo o litoral nordestino. Boa pasta para papel. O Córtex fornece fibras, embiras, na linguagem popular, para cordoalha. Sementes ricas em óleo amarelo.

Antilhas, América Central e do Sul, até S. Paulo.

NOTA – Com este nome é conhecida em Fortaleza (Ce) Cordia telandra Aubl., da família das Borragináceas.

PAU DE LACRE – Lacre.

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PAU DE LAGARTO – Língua de Tiú. PAU DE LEITE – Euphorbia phosphorea Mart., da

família das Euforbiáceas. Arbusto áfilo, cactiforme, de caule e ramos numersos,

eretos, agudo-angulosos, com articulações espessas e estreitas, revestidas de uma substância ceráceo-resinosa amarela-cinzentada, que se destaca facilmente quando seca.

Látex brancacento, iritante, fosforescente, vindo daí o específico. A camada cerácio-resinosa, queima bem a dá luz regular, às vezes usada pelos sertanejos. Os ramos novos se aplicam topicamente contra as úlceras atônicas e verrugas. A planta, pelo látex e entrelaçamento dos ramos, presta-se para cercas vivas.

Típica dos sertões xerófilos do Nordeste. Mandacaru de Leite e Cunanã, na Bahia.

PAU D’ÓLEO – Denominação de Leguminosas

Cesalpinióideas, do gênero Copaifera Linn., hoje Copaíba Marcg.

1 – Copaiba cearensis Hub. (Copaiba Duckei Hub.) – Árvore de grande porte e cerne vermelho-claro, usado em construção civil, principalmente em nossas serras frescas. Esta planta, como as outras que se seguem, produz o conhecido óleo de copaíba, extraído por meio de incisões ou perfurações feitas em seu tronco. O óleo é um poderoso cicatrizante de úlceras e feridas. Goza de propriedades emolientes, entra no tratamento

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de cistides, blenorragias, reumatismo e, em pequenas doses, é tônico. Dos índios, veio o costume sertanejo de aplicá-lo no corte do umbigo dos recém-nascidos, para evitar as afecções tetânicas, conhecidas do povo por mal dos sete dias.

Encontrada nas serras, especialmente litorâneas. 2 – Copaíba Langsdorfii Desf. – Bela árvore, baixa mas

de copa longa, de quase todo o Brasil, crescendo, no Ceará, nas caatingas do sul do Estado e sobre a serra do Araripe. Típica dos cerrados. Bálsamos e Copaíba da Várzea, no Amazonas; Copaibeira de Minas, Cupiuba, Cupaúba, Óleo Vermelho, Pau d’Óleo, em Minas Gerais; Copaibeira, nos demais Estados sulinos.

3 – Copaiba Luetzelbugii Harms – Vive no Sul do Ceará, sendo também assinalada no Piauí.

4 – Copaiba nitida Mart. – Esta espécie, no Ceará, só é encontrada no planalto da Serra do Araripe.

5 – Copaíba coriacea Mart. (Copaiba rigida Benth) – Encontrada no noroeste do Estado.

PAU VASSOURA – Cauaçu. PAU FERRO – Caesalpinia leiostachya Ducke

(Caesalpinia ferrea Mart. var. leiostachya Benth.), da família das leguminosas Cesalpinióideas.

“Árvore grande (até 30 m.), de tronco direito, cilíndrico, alto e robusto e com casca lisa, com grandes manchas brancas sobre fundo escuro; número de pinas e folíolos maior que em

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férrea, folíolos menores que nesta e glabros ou escassamente revestidos; inflorescências glabras; frutos em geral maiores e direitos” (45, 439).

Madeira de cerne duro, de fibras revessas, vermelho-escura, quase preta, maculada de manchas amarelas, difícil de ser desdobrada. Para vigas, esteios, estacas e lenha. Peso especifico: 1,086 a 1,270. Resistência ao esmagamento: 951 kgs. por cm.². Folhas forrageiras. Cascas adstringentes, peitorais e vulnerarias.

Matas litorâneas e serras. Do Piauí até S. Paulo. PAU LACRE – Lacre. PAU MARFIM – Melochia umbelata, da família das

Esterculiáceas. Árvore de tamanho médio, encontrada nas serras frescas, cuja

madeira, mais ou menos alva, presta-se para obras de torno e cabo de ferramentas agrícolas. A casca raspa usam como desobstruente.

Em Fortaleza é conhecida por Pau d’Alho do Campo. PAU MOCÓ – Luetzalburgia auriculata Ducke.

(Machaerium auriculatum Fr. All., Luetzeburgia pterocarpoides Harms.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

Árvore até 4 m de altura, tortuosa, de folhagem verde-escura mesmo nas mais rigorosas secas.

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Tem raízes tuberosas, feculentas, aproveitadas nos anos famintos. Dizem que a fumaça de seus galhos provoca a cegueira, acidente também verificável nos animais que lhe comem as folhas.

Cresce de preferência nas quebradas pedregosas das serras e serrotes sertanejos do Piauí e Ceará. Conhecido ainda por Pau de Mocó.

NOTA – Dias da Rocha (27,242) dá para esta planta a classificação de Tipuana speciosa Benth. Esta espécie, com efeito, em certos lugares tem o nome vulgar de Pau Mocó, em outros, como na Bahia, o de Acacia Argentina e, no sul do Brasil e Argentina, os de Tipu ou Tipuana. Trata-se de uma espécie meridional, muito vulgarizada na arborização de ruas e parques, pelo seu crescimento rápido, galharia ampla e belas flores amarelas. Não é, por conseguinte, o nosso Pau Mocó.

PAU PARAÍBA – Paraíba. PAU PEREIRA – Geissospermum Vellosi Fr. All.

(Tabernaemontana laevis Vell.), da família das Apocináceas. Árvore de porte regular, com ramos tortuosos, cobertos de

um pelo macio, pardacento, tendo a casca grossa, amarela, fendida irregular e profundamente. Folhas alternas, ovais, lanceoladas, acuminadas. Flores escuras, pequenas, inodoras, reunidas em inflorescências cimosas. Cápsula oval, carnosa, amarela e glabra quando madura.

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Cascas amargas, febrífugas e tônicas. Encerram os alcalóides pereirina e geissospermim, isolados por Ezequiel dos Santos e Hesses, respectivamente.

Tóxica para o gado. Do Nordeste ao Paraná. PAU PODRE – Bordão de Velho (Pithecolobium Saman

Jacq. var. acutifolium Benth.). PAU POMBO – Tapirira guianensis Aubl., da família

das Anacardiáceas. Árvore de porte elegante. Folhas vermelhas quando novas,

muito variáveis em tamanho, na forma e no número dos folíolos. Folíolos em 2-6 jugos, membranáceos, oblongos, elítico-oblongos ou obovado-lanceolados, acuminados. Inflorescência em panícula lateral e terminal mais curta do que as folhas. Flores pequenas e alvaventas. Fruto drupáceo, pequeno. As folhas novas e as inflorescência são cobertas de pubescência ferruginosa.

Madeira para carpintaria. Cascas taníferas. Das Guianas até S. Paulo e Minas Gerais. PAU PRATUDO – Romã Brava. PAU SANGUE – Pterocarpus violaceus Vog., da família

das Leguminosas Papilionóideas.

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Árvore de porte mediano, com flores amarelas, maculadas de violáceo e vagem redonda, espessa e suberosa.

Madeira de cerne brancacento e mole. Cascas adstringentes.

PAU SANTO – Zollernia ilicifolia Vog., da família das

Leguminosas Cesalpinióideas. Árvore elegante, de tamanho médio, mas de copa bem

desenvolvida. Folhas simples, coriáceas, oblongas, oval-oblongadas, ovais ou obovais, obtuso-acuminadas ou agudas, nas margens um tanto onduladas e providas de dentes que terminam em espinho, raro inteiras, brilhantes e glabras. Flores róseas, em racemos. Vagem pequena, ovóide.

Madeira dura, de coloração variável, para marcenaria, vigas, esteios, postes. Cascas taníferas. As raízes dão tinta vermelha. Frutos comíveis.

Paraíba, Pernambuco, Bahia, Rio, S. Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

Moçutaiba ou Mocitaíba, da Bahia para o Sul.

NOTA – O Pau Santo do Ceará parece ser a Zollernia paraensis Hub., árvore de porte regular e lenho escuro, quase preto, assinalado no Pará, Maranhão, Paraíba e Pernambuco.

PAU TERRA – Qualea grandiflora Mart., da família das Voquisiáceas.

Árvore alta. Folhas opostas, pecioladas, rígidas, oblongas, de base arredondada ou cordiforme, tomentosas na página

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inferior. Flores grandes, irregulares, com 1 pétala de 4 cm. e 1 lábio branco, com fundo amarelo. Cápsula 3-locular.

Produtora de excelente madeira. As raízes dão tinta amarela.

Piaui até S. Paulo. Na região do Cariri cearense, com o mesmo nome,

encontra-se a Qualea parvuflora Mart,. planta de tronco linheiro, tanifera e de boa madeira para construção.

PAULISTA – Cabacinha. PAU VELHO – Pau Pobre. PAVOA – Heteranthera reniformis Ruiz & Pav., da

família das Pontederiáceas. Erva de caule rasteiro ou flutuante. Folhas longamente

pecioladas, cordiformes ou reniformes. Flores pálidas, pequenas, dispostas 3-5 em espigas, protegidas por espata. Cápsula com muitas sementes.

Todo o Brasil. Cultivada em tanques e lagos artificiais. O nome Pavoa abrange, no Ceará, outras Pontederiáceas,

assinaladas em seguida ou já registrada como Aguapé da Flor Roxa.

PAVOA AZUL – Eichhornia paniculata Solms. (Ei-

chhornia tricolor Seub.), da família das Pontederiáceas.

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Erva das águas rasas e lamaçais inundáveis. Folhas radicais, arredondadas. Flores variegadas, em amplas espigas.

Antilhas. Ceará até a Bahia. PAVOA MIÚDA – Eichhornia natans Solms. var.

pauciflora Solms. (Eichhornia pauciflora Seub.), da família das Pontederiáceas.

Erva de folhas linear-oblongas, com as nervuras violáceas. Flores curto-pecioladas, azuis, em espigas defendidas por espata obovada, mucronada.

África, Antilhas, Guianas e Brasil setentrional. Cresce nas águas rasas ou nos terrenos alagadiços. Violeta d’Água, na Amazônia.

PÉ DE GALINHA – Capim Pé de Galinha. PÉ DE PAPAGAIO – Jericó. PÉ DE RÔLA –Jericó. PEGA-PEGA – Mentzelia fragilis Hub., da família das

Loasáceas. Arbusto até 2 m. de altura, coberto de pelos que fazem as

folhas, frutos e galhos aderirem à roupa das pessoas e à pele dos animais, donde se destacam em pedaços pequenos.

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PEGA-PINTO – Boerhaavia coccinea Mill. (Boerhaavia hirsuta Willd.), da família das Nictagináceas.

Planta herbácea, rasteira, de caule decumbente, cilíndrico, hirsuto. Folhas pecioladas, opostas, ovais, agudas e sinuosas, subcoriáceas, de base redonda, verde-escuras na página superior e mais claras na inferior, revestidas de pelos glandulares. Flores apétalas, de cálice purpúreo, em panícula ampla. Aquênio pequeno, com 1 semente.

As raízes são poderoso desobstruente do fígado, rins e bexiga. Com elas se faz conhecido refrigerante, o famoso Pega-Pinto, muito usado no Nordeste.

América tropical. Do Amazonas ao Paraná. Erva Tostão, na Bahia e nos demais Estados para o Sul. Entre nós, tem ainda o apelido de Batata de Porco, no sertão.

PEITO DE VACA – Jurubeba do Pará. PENTE DE MACACO – Pithecoctenium echinatum

Schum. (Bignonia echinata Jacq.), da família das Bignoniáceas. Trepadeira robusta, grande, de ramos angulosos. Folhas

opostas, longo-pecioladas, 3-2 folíolos, sendo o terminal muitas vezes substituído por uma gavinha tripartida. Flores de corola coriácea e curva, ao principio brancas, depois róseas, dispostas em linhas panículas pendentes. Cápsula de 20 cm. de comprimento com 10 de largura, elítica, bastante grossa, um

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pouco aplanada e denso-verrucoso-quinada, com sementes aladas.

Do México ao Brasil. Com este nome é também conhecida em Fortaleza a

Bignoniácea escandente – Clytostoma binatum Sandw. PEPINO – Cucumis sativus Linn., da família das

Cucurbitáceas. Planta anual, como hastes ramosas, rasteiras, angulosas.

Folhas palmadas, 3-5 lobos triangulares, acuminados, denteados. Baga oblonga, ligeiramente trigona ou cilíndrica, verde-amarelada, amarela, amarelo-bruna ou branca, de tamanho va-riável, lisa ou com eminências espiniformes.

Legume refrescante, consumido quase sempre cru, bem verde, em saladas. Não se recomenda às pessoas de estômago delicado, às crianças e aos convalescentes. Praticamente é sem valor nutritivo, como se depreende da análise abaixo: Água .................................................................................. 95,36% Proteínas ............................................................................. 1,10% Matérias graxas ................................................................... 0,10% Carboidratos ........................................................................ 2,21% Fibras .................................................................................. 0,78% Cinzas ................................................................................. 0,45%

Originário da Ásia tropical.

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PEPINO BRAVO – Bucha. PEREIRO – Aspidosperma pirifolium Mart., da família

das Apocináceas. Árvore de porte regular, de casca lisa e acinzentada. O

cerne, amarelo e um pouco elástico, presta-se a trabalhos de marcenaria e carpintaria, principalmente para a confecção de cadeiras.

É encontrado no Nordeste. Em “Solo e Água no Polígono das Secas” (90, 217) sob este nome vem assinalado o Aspidosperma macrocarpum Mart., conhecido em S. Paulo até Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso, pelo nome de Guatambu. Parece não ser do Nordeste, pois Luetzelburg., foi achá-lo no oeste da Bahia, em Santa Rita do Rio Preto (24, III, 99). Este mesmo botânico assinala ainda com o nome de Pereiro, no Pi-auí, o Aspidospermum guaraniticum Malm. (24,III,270).

PEROBA – Denominação das Apocináceas do gênero

Aspibosperma: 1 – Aspidoesperma dasycarpon A. DC. – Árvore com

mais ou menos 10 m. de altura. Folhas alternas, oblongas, inteiras, branco-tomentosas na face inferior. Flores pequenas, brancas, agrupadas em umbelas.

O cerne vermelho presta-se para tabuados, esteios, linhas, dormentes, e trabalhos de marcenaria.

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É do sul do Brasil. Não sei o que levou Dias da Rocha a incluí-la entre as plantas cearenses (27, 249).

2 – Aspidosperma Gardneri Muell. Arg. – Árvore até 14 m. de altura, cujo cerne encontra variadas aplicações em obras civis e hidráulicas, de carpintaria e marcenaria.

Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco. A sua variedade ellipticum Muell. Arg. é encontrada na

Serra do Araripe, fazendo parte da formação conhecida pelo nome de “Lacre”.

PERPÉTUA – Gomphrena globosa Linn., da família das

Amarantáceas. Planta herbácea. Folhas quase sésseis, oblongas,

pubescentes. Flores em capítulos globosos, de longa raque, foliáceos, roxos (Perpétua Roxa), brancos (P. Branca), amarelos (P. Amarela), brancos estriados de roxo, ou cor de carne, consoante a forma cultivada.

Ornamental. Com os capítulos secos, que duram indefinidamente se isentos de umidade, fazem-se coroas e palma mortuárias. Dão ainda um corante violeta, para licores e doces.

Originária da China e do Japão, aclimada em todo o Brasil. Suspiro, na Bahia.

PERPÉTUA DO MATO – Nome comum às seguintes

Rubiáceas do gênero Borreria:

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Borreria cupularia DC., B. latifolia Schum., B. ocymoides DC., B poaya DC., B. scabiosoides Schlecht. & Cham., B. verticillata G.F.W. Mayer.

Sao ervas anuais, ou perenes, eretas, às vezes decumbentes, com flores minúsculas, brancas, dispostas em densas inflorescências capituliformes.

A Borreria verticillata é conhecida em Pernambuco pelo nome de Vassourinha de Botão.

PERPÉTUA ROXA – Perpétua. PERPÉTUA ROXA DO MATO – Centratherum

punctatum Cass., da família das Compostas. Erva ereta, anual, mais ou menos vilosa. Folha alternas,

pecioladas, lanceoladas, serreadas ou inteiras. Flores vermelhas em capítulos simples sobre pedúnculos longos, com brácteas envolucrais externas grandes, verdes, foliáceas. Aquênio 8-10-aristas, de cerdas caducas.

No Brasil, a partir do Nordeste para o Sul. PETÚNIA BRANCA – Petunia axillaris Britt.

(Nicotiana axillaris Lam., Petunia nyctaginiflora Juss.), da família das Solanáceas.

Planta herbácea, esgalhada, pilosa. Folhas alternas ou opostas, oblongas, pubescentes. Flores solitárias, grandes e brancas, com o tubo corolino cilíndrico e quatro vezes mais comprido do que o cálice. As flores abrem-se ao entardecer.

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Nativa da América tropical. PETÚNIA VERMELHA – Petunia violacea Lindl., da

família das Solanáceas. O mesmo tipo da precedente, tendo as corolas um matiz

que vai do róseo ao púrpuro-violáceo. Tanto esta como a outra são ornamentais e encontradas nos

jardins, bem como o híbrido delas resultante – Petúnia hibrida Hort.

Nativa da América do Sul. PIMENTA – O botânico A. J. de Sampaio, em seu livro

NOMES VULGARES DE PLANTAS DO DISTRITO FEDERAL e do ESTADO DO RIO DE JANEIRO, escreveu sobre as pimentas do gênero Capsicum, da família das Solanáceas, o elucidativo verbete que transpaginamos para o corpo deste trabalho:

“Pimenta: nome de diversas plantas usadas como

condimentos picantes, a cujo propósito reina confusão na Sistemática, quanto ao gênero Capsicum, o que não é de admirar, sempre que se trata de plantas cultivadas, sujeitas a variações e cruzamentos que tornam difícil a classificação, principalmente em relação a pimentas malagueta, cumarim ou cumari, pimentão e respectivas variantes, quase todas subordinadas à grande espécie (Capsicum annuum por Vilmorin-Andrieux, em seu

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livro Les Plantes Potageres, em 1891, onde dizem: ‘Uma grande parte das raças cultivadas de pimentas, se não todas, parece derivar desta espécie’; e incluem Capsisum cerasiforme (pimenta cereja ou redonda), os pimentões e a pimenta longa do Chile (cujo fácies é o da nossa malagueta, mas atinge 4 a 5 centimetros de comprimento, com variedades de frutos menores). Veloso, na Flora Fluminense, classificou a pimenta malagueta como Capsicum pendulum e a comarim como C. comarim (hoje na sinonímia de C. frutescens) e os pimentões como Capsicum axi (hoje na sinonímia de C. annuum var. cordiforme); e distinguiu um pimentão-maçã (C. umbilicatum Vell), hoje considerado var. grossum de C. annuum. Há no caso uma confusão irremediavel, a menos que se prefira ficar de acordo com Vilmorin-Andrieux”. (91,125).

Com efeito, o cultivo das pimentas gerou grande número

de formas, muitas elevadas à categoria de espécie, graças a uma análise ligeira. Com a revisão de gênero Capsicum, feita por Irish, firmou-se o principio, já defendido por Asa Gray, de consiferar-se somente as duas espécies insituidas por Linneu, em 1742: Capsicum annuum e Capsicum frutescens. Assim, cerca de 90 espécies, pois tantas eram as existentes, passaram a variedades ou formas dos dois binômios lineanos, caracterizados, de modo geral, pelo ciclo vegetativo, ocorrência

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que lhes valeu os qualificativos específicos. A primeira é anual ou bianual. A segunda perene.

Quanto às nossas pimentas, continuam duvidosamente situadas na sistemática. Ainda hoje, na ausência de melhor indicação, os tratadistas patrícios seguem o que a respeito escreveram Veloso e principalmente Caminhoá. Este procurou sistematizar o assunto, agrupando-se em quatro espécies distintas, em sua famosa Botânica (31, 2750 e 2751).

As pimentas, principalmente a malagueta, são deveras estimadas para condimentar certas comidas e excitar o apetite. Entre os aborigenes, faz às vezes de sal.

Por causa da capsicina, substância encontrada nas placentadas, são muito acres, excitantes e provocam, localmente, um estímulo rápido e enérgico, porém de curta duração. Diz ainda Caminhoá que a pimenta malagueta é de uma eficácia admirável nos casos de congestão cerebral, no começo principalmente, e até mesmo nas apoplexias em seu 1° período e no começo do 2°, nas meningites e meningo-encefalites, etc., em clisteres e sinapismos. As folhas, passadas ligeiramente ao fogo e untadas de azeite, servem para apressar a maturação dos tumores.

São amereicanas, talvez do Brasil. PIMENTA D’ÁGUA – Polygonum acre H.B.K.

(Polygonum punctatum Elliot., Polygonum anti-haemorrhoidale Mart.), da família das Poligonáceas.

Erva perene, de mais de 1 m. de altura. Folhas acuminadas, subsésseis, lenceoladas, glandulares, glabras, simples, inteiras,

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de margens revolutas na nervação. Flores muito pequenas, brancacentas ou róseas, em espigas erectas e filiforme. O fruto é um aquênio pequeno.

A planta encerra um suco muito acre e picante, que lhe confere propriedades adstringentes, estimulares, diuréticas, vermicidas, anti-hemorroidais, cicatrizentes, emenagogas, abortivas.

América do Norte e do Sul. Todo o Brasil. Erva de Bicho, em diversos Estados; Capiçoba, na Bahia; Persicaria do Brasil, Cataia, ao lado de Erva de Bicho, no Rio Grande do Sul.

PIMENTA DE LAGOA –Pimenta d’Água. PIMENTA DE MACACO – Pimenta Longa. PIMENTA DO REINO – Piper nigrum Linn., da família

das Piperáceas. Planta sarmentosa, com hastes lisas, flexíveis, articuladas,

providas de raízes adventícias, com 8-10 m de comprimento. Folhas pecioladas, espessas, ovado-oblongas, ou aproximadamente obiculares, com a base comumente arredondado-obliqua, 5-9-nervadas. Flores miúdas, numerosas, em espigas alongadas, geralmente simples, algumas vezes ramificadas, opostas às folhas. Baga globosa, quase do tamanho de uma ervilha, ostentando coloração vermelho-vivo quando madura.

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Os frutos colhidos antes da maturidade completa e postos a seca, dão a pimenta do reino ou pimenta da Índia. Os frutos maduros, livres da camada exterior e carnosa do pericarpo, dão a pimenta branca, mais apreciada do que a primeira, tanto pelo perfume como pelo sabor. A cultura e o comércio desta planta condimentar vêm de longe, ocupando lugar destacado na história econômica da humanidade.

Originária do arquipélago indo-malaio. Introduzida no Brasil ao tempo de D. João VI. A sua cultura, no Ceará, faz-se de preferência no municipio de Viçosa, na Serra da Ibiapaba.

PIMENTA LONGA – Piper tuberculatum Jacq.

(Artanthe tuberculata Miq.), da família das Piperáceas. Trepadeira de caule nodoso. Folhas oval-alongadas de base

desigual. Flores miúdas, em espigas roliças. Pequenina baga angulosa.

A infusão das espigas é estimulante e carminativa. Por Pimenta Longa também se conhece Piper frutescens

Mart., que é um arbusto com as mesmas propriedades de seu homônimo e, como ele, crescendo nas quebradas das serras frescas.

A espécie Piper tuberculatum é conhecida em Pernambuco por Pimenta darta.

PIMENTÃO – Capsicum annuum Linn. (Capsicum

silvestre Vell.), da família das Solanáceas.

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Planta herbácea, quase sempre lenhosa na base, até 1 m. de altura, ramos eretos, angulosos, frequentemente pubescentes, anual ou bianual. Folhas pecioladas, ovadas, acuminadas ou oblongo-eliticas, glabras, de dimensões variáveis. Flores solitárias, de corola branca. Baga de forma, tamanho e cor variável.

Caminhoá (31, 2751) admitiu as seguintes variedades:

“a) – grossum (? Capsicum umbilicatum Vell.), é o pimentão-maçã, que tem a forma subglobosa e o ápice reentrante;

b) – longum (Capsicum longum DC.), é o pimentão chifre de cabra, dos horticultores portugueses, ou propriamente o quyiá-açu, de Pison;

c) – cordiforme (Capsicum cordiforme Mill., Capsicum Axi Vell), é a pimenta axi, pimenta de cheiro comprida, ou pimenta da terra”.

Vulgarmente os pimentões são divididos pela forma e

sabor; Pimentão Redondo, Pimentão Comprido, Pimentão Miúdo ou Anão, Pimentão Doce, Pimentão Ardoso, etc.

São usados como legumes, verdes ou maduros, crus, cozidos ou recheados. Dão a matéria prima para o colorau. Muito ricos em vitamina C. Deles foi isolado, pela primeira vez, o ácido ascórbico, pelo húngaro Syorgyi.

Originário da América tropical. PINHA – Ata.

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PINHA BRAVA –Araticum Cagão. PINHÃO – Jatropha Curcas Linn. (Curcas purgans

Engl., Curcas Curcas Britt.), da família das Euforbiáceas. Arbusto grande, de suco leitoso e acre. Folhas

cordiformes-angulosas, ligeiramente 3-5-lobadas, longo-pecioladas. Flores pequenas, amarelo-esverdeadas, em cimos muito floridos, corimbiformes. Cápsula drupácea, de 3-4 cm. de comprimento, 3-locular, contendo comumente 3 sementes pretas.

As sementes encerram 25-40% de óleo inodoro, fácil de extrair por pressão, empregado no fabrico de tintas e sabões, na iluminação e lubrificação. A sua principla aplicação é como purgativa violento, na medicina caseira. Látex cicatrizante e hemostático. Raízes diuréticas. Planta para cercas vivas e fixação de dunas.

América tropical. Naturalizado nos trópicos do Velho Mundo. Também conhecido pelos apelidos de Pinhão de Purga e Pinhão Manso.

PINHÃO BRAVO – Jatropha Pohliana Muell. Arg., da

família das Euforbiáceas. Arbusto leitoso. Folhas longo-pecioladas, palmatilobadas,

de bordas espinhosas. Flores amarelo-esverdeadas, com raias vermelhas, em cimos. Cápsula 3-locular, com 3 sementes brunáceas, oleaginosas.

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Há três variedades: mollissima Muell. Arg., subglabra Muell. Arg., velutina Pax & Hoffm.

Os mesmos usos do Pinhão. Em todo o Nordeste. Pinhão Branco, em Pernambuco. PINHÃO DE PURGA – Pinhão. PINHÃO MANSO – Pinhão. PINHÃO ROXO – Jatropha gossypiifolia Linn., da

família das Euforbiáceas. Arbusto leitoso. Folhas pecioladas, de margens ciliadas ou

glanduliferas, glabras ou pubescentes na página inferior, 3-5-partidas ou 3-5-lobadas, com os segmentos ovados, ponteagudos, denticulados ou inteiros. Flores vermelho-escuras, em cimos. Cápsula ovóide e subglobosa, truncuda nos extremos, 3-locular, com 3 sementes oleaginosas.

Propriedades equivalentes às do pinhão, porém mais enérgicas.

Antilhas e América tropical continental. PINHEIRINHO – Lycopodium cernuum Linn., da

família das Licopodiáceas. Planta subarbustiva, de haste alongada, com folhas um

pouco arqueadas, lanceoladas, alternando as superiores com as inferiores, verde-claras.

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Ornamental. O nome deriva-se de lembrar um pequeno pinheiro.

Cosmopolita tropical. Todo o Brasil. PINHEIRO – Pinus sps., da família das Pináceas. Nos jardins e parques públicos ou particulares se

encontram algumas espécies de pinheiros, vegetando acanhadamente.

PIPI – Tipí. PIQUI – Caryocar coriaceum Wittm., da família das

Cariocaráceas (Rizoboláceas). Árvore de tronco grosso, até 2 m. de circunferência, com

12-15 cm. de altura, revestido de casca escura e gretada, com galhos grossos, compridos e um tanto inclinados, cuja ramificação começa perto da base, formando longa e aprazivel copa. Folhas opostas, ternadas, de folíolos ovais, glabros, verde-luzentes, mais ou menos coriáceos. Flores grandes, amarelo-vivo, com estames vermelhos, reunidas em cachos terminais. Fruto drupáceo, globoso, do tamanho de uma laranja, de casca verde-amarelada, mesocarpo, butiroso e brancacento, geralmente com 1. às vezes até 4 sementes volumosas, protegidas por endocarpo lenhoso, eriçado de espinhos delgados e agudos, com embrião (amêndoa) grande e carnoso.

A polpa e a amêndoa são altamente nutritivas. Constituem precioso recurso alimentar para a gente pobre do Cariri e sertões

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vizinhos de Pernambuco e Piauí. Ao tempo da safra, entre dezembro e abril, centenas de pessoas sobem à chapada da Serra do Araripe e, abrigadas à sombra dos piquizeiros carregados de frutos, passam a viver dos mesmos e, em pouco tempo, ficam fortes, robustas e coradas, atestando desse modo o valor dietético do piqui.

A colheita acarreta animado comércio entre o chapadão e as planícies circunvizinhas, apreciadoras do fruto como alimento e tempero. Come-se a polpa crua, cozida ou assada. Substitui perfeitamente a banha ou o toucinho e dá aos alimentos sabor e cheiro especiais. As amêndoas são consumidas da mesma maneira.

O óleo extraído da polpa e da amêndoa, especialmente este último, equipara-se ao de fígado de bacalhau, substituindo-o no tratamento das infecções bronco-pulmonares e tomando parte em diversos preparados farmacêuticos. Os fazendeiros o aplicam nos cortes, contusões, peladuras e inchaços dos animais.

Madeira, castanho-amarelada, excessivamente fibrosa, de grande resistência, própria para berços de moendas, prensas de casas de farinha, esteios, portais, moirões, estacas, gamelas. Sendo muito revessa, resiste de tal modo aos choques que a empregam como calço dos martelos dos bate-estacas. Densidade: 1,185.

A área de incidência desta espécie é bastante extensa, vai desde a Bahia, inclusive Goiás, até Piauí, concentrando-se nos chpadões areníticos deste trecho brasileiro.

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O nome vem de py-qui. py. Pele, casca e qui, espinho – casca espinhenta –, decorrente dos espinhos do endocarpo. (10, 337).

PIROÁ – Basiloxylon brasiliensis Schum. (Pterygota

brasiliensis Fr. All., Sterculia rex Mart.), da família das Esterculiáceas.

Árvore das mais imponentes da nossa flora, atingindo cerca de 30 m., ramificando-se a grande altura em copa ralativamente pequena. Folhas longo-pecioladas, ovadas, agudas, grandes, cordiformes na base, reticulando-nervadas, simples ou repandas, coriáceas, glabras. Flores em racemos axilares, ferrugineas por fora e vermelho-escuras por dentro. Cápsula lenhosa, deiscente, com cerca de 11 cm. de comprimento por 6 de largura, com sementes ovóides ou elíticas.

Madeira branca, compacta, resistente, própria para caixotaria. Com ela fabricavam-se as caixas em que outrora se exportavam laranjas das Serras de Maranguape e Aratanha para a Inglaterra. Mergulhada na água por alguns meses torna-se imune ao ataque dos cupins e presta-se para forros e outras obras leves.

Cresce nas partes mais altas e nos vales superiores e úmidos das nossas serras frescas. Vai se tornando raro. Parece que vegeta até o Rio de Janeiro. Pau Rei, Farinha Seca, no Espírito Santo e Rio de Janeiro.

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Corrutela de pyr-çã, a epiderme que se levanta, alusiva ao aspecto da casca da planta (10, 341).

PIRRIXIO – Hydrothrix Gardneri, da família das

Pontederiáceas. Pequena planta submersa que circunda a maioria dos

açudes nordestinos. PITA – Piteira. PITANGA – Stenocalyx Michelli Berg. (plinia rubra

Vell., Eugenia uniflora Linn., Eugenia Michelli Lam.), da família das Mirtáceas.

Arbusto esgalhado e forte, às vezes com o aspecto de arvoreta. Folhas opostas, perenes, pequenas, verde-escuras, lustrosas, glabras, aromáticas. Flores miúdas, brancas, solitárias, na axila das folhas. Baga até 3 cm. de diâmetro, esférica, achatada nas extremidades, canelada de alto a baixo, em gomos mais ou menos salientes, coroada pelo cálice. O fino tegumento que a envolve, de cor verde-amarelada no princípio, torna-se, no período da maturação, vermelho-lustroso e, quando esta se adianta, adquire uma tonalidade roxa. A polpa é escarlate, sumarenta, agridoce ou doce, ligeiramente adstringente, aromática, sabendo bem ao paladar, cobrindo um caroço redondo-achatado.

O fruto que, no sabor, beleza e colorido, rivaliza com a cereia européia, come-se cru, em geléia ou em doce de calda,

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passando por estomacal. O refresco e o sorvete são bem agradáveis, considerando-se o primeiro como calmante. O fruto ainda dá licor, vinagre e vinho. O chá das folhas combate as febres e adstringente.

Pouco cultivada pelos frutos, mais como cerca viva, para o que se presta admiravelmente.

Originária do Brasil. Pitanga é palavra tupi e quer dizer vermelho-rubro, aqui empregada em alusão à cor do fruto.

PITEIRA IMPERIAL – Furcraea (Fourcroya) flavo-

virides Hook., da família das Amarilidáceas. Pelo porte grande e esbelto e pelas longas folhas

ensiformes, listradas longitudinalmente de verde e amarelo, é a mais bela das piteiras ornamentais.

Originária da América Central. PITIÁ – Aspidosperma Ulei Mgf., da família das

Apocináceas. Árvore com casca áspera e acinzentada. Folhas alternas,

pecioladas, lanceoladas, glabras. Flores alvacentas, pequenas, agrupadas em panículas multifloras terminais. Frutos capsulares, coriáceos, com sementes achatadas e aladas.

Madeira para tabuado e carpintaria. Cresce nos tabuleiros litorâneos. Pitiá é alteração de Piquiá, nome de algumas espécies de

aspidosperma nos Estados meridionais. Vem de pi-quiá, a pele ou casca cuja (10, 337).

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PITOMBA – Talisia esculenta Radlk. (Sapindus

esculentus St. Hil.), da família das Sapindáceas. Árvore de belo porte, de casca lisa e cinzenta. Folhas

alternas, paripinadas, 2-4-jugas de folíolos glabros, oblongos. Flores cheirosas, brancas, em cachos terminais, inseridos ao longo de um pedúnculo central, simulando uma espiga. Fruto drupáceo, glabro, globoso, indeiscente, de casca amarelo-cinzenta e dura, com um caroço oblongo, coberto de arilo carnoso, branco, transparente.

Consome-se o fruto pelo arilo agridoce, agradável ao paladar, muito apreciado pelas crianças. Cascas e folhas taníferas. Seiva inctiotóxica. Madeira muito pouco empregada na construção civil. Cresce rapidamente. Pouco cultivada.

PITOMBA DE LEITE – Meleagrinex pernambucana

Arr. Cam., da família as Sapindáceas. Distingue-se da precedente por possuir os frutos maiores,

com arilo menos espesso. É espécie duvidosa. Pitomba do Mato ou Pitomba-Açu, em Pernambuco. PITOMBEIRO – Lonchocarpus campestris Mart., da

família das Leguminosas Papilonóideas. Árvore de altura regular, até 6 m. Folhas imparipinadas,

compostas de 6-7 foliolos oblongos, glabros, de 4 cm. de comprimento por 2 de largura. Flores alvas com Carina e

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estandarte escuro-estriados. Vagem oblonga com estrangulações transversais.

Madeira para carpintaria e marcenaria. Ceará até Minas Gerais. Grínfio, na Bahia.

NOTA – Equivoca-se José Luiz de Castro quando inclui esta espécie entre as Sapindáceas. (12, 91).

PIÚBA – Pau de Jangada. PLUMA – Nome comum às seguintes plantas: 1 – Tanacetum vulgare Linn., da família das Compostas,

– Planta herbácea, ereta, de folhas e capítulos em cachos terminais.

Folhas tônicas, amargas, aromáticas, emenagogas, abortivas e vermífugas.

Européia. Caatinga de Mulata, na Bahia. 2 – Ceropteris calomelanos Und. (Gymnogramma

calomelanos Klf.), da família das Polipodiáceas. – América tropical. África ocidental. Todo o Brasil.

3 – Polypodium brasiliense Poir., da família das Polipodiáceas. – América tropical. Todo o Brasil. Também conhecida por Pluma Parasita.

4 – Pteridium aquilinum Kuhn., da família das Polipodiáceas – Cosmopolita das regiçoes tropicais e temperadas. Também Pluma Grande, pelo espique cuja altura chega até 2 metros.

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As três últimos, amantes dos sítios sombrios e úmidos, além de ornamentais pela elegância das frondes, que lembram plumas, tem essas mesmas frondes, em infusão ou xarope, empregadas como béquicas na medicina doméstica.

PODOI – Pau d’Óleo. POMELO – Grape-Fruit. POTUMUJU – Centrolobium robustum Mart. (Nissolia

robusta Vell), da família das Leguminosas Papilionóideas. Árvore excelsa. Folhas grandes, imparipinadas, com 13-17

folíolos oval-oblongos, obliquamente arredondados na base, pubescentes na face superior e marcados com pontos resinosos na inferior. Flores pequenas, em panículas ferrugineo-tomentosas. Vagem quase séssil, grande, grossa, lenhosa, indeiscente, eriçada de longos e delgados espinhos, com uma asa grande e afoiçada, tendo lateralmente o estilete prolongado em espinho.

Madeira ótima, de cerne muito duro, com veios róseos, roxos e amarelos, para construção civil, hidráulica, marcenaria de luxo e torno. Peso especifico de 0,764 a 1,116. Resistência: à flexão 1,322 e ao esmagamento: carga perpendicular de 199 a 299, carga paralela de 307 a 626 e sem determinação de posição 718 kg. por cm.². Raízes tintoriais.

Do Nordeste ao Paraná. Araribá, Araribá Rosa, Araribá Amarelo, em diversos Estados.

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O nome é uma corrutela de pontumu-yú, o sustentáculo ou esteio amarelo, alusivo à cor do lenho (10, 344).

PRATUDO – Simaba sp., da família das Simarubáceas. Arbusto com folhas alternas, paripinadas ou imparipinadas

e folíolos oblíquos e obcordiformes. Flores esbranquiçadas, em cachos axilares. Drupa oblonga de uns 4 cm. de comprimento, escura-avermelhada, coberta por tomento curto e macio, contendo uma semente grande.

Assim o descrevo Dias da Rocha (11, 194), acrescentando que a casca da raiz ou do caule é tônica, estomacal, desobstruente e antifebril.

NOTA – Ducke verificou que em Fortaleza o Pratudo é a Simaba Moiana Casar.

PRIMAVERA – Nome das seguintes Convolvuláceas: 1 – Quamoclit coccinea Moench. (Ipomoea coccinea

Linn.) – Trepadeira herbácea, de hastes avermelhadas. Folhas com pecíolos delicados, cordiformes, inteiras ou lobadas, acuminadas. Flores axilares, hipocrateriformes, vermelho-brilhantes, com a garganta amarela, medindo a corola 2-3 cm., sobre pedúnculos que atingem até 15 cm. de comprimento.

2 – Quamoclit pinnata Boj. (Ipomoea Quamoclit Linn.) – Trepadeira herbácea, de caule com longos internódios. Folhas curto-pecioladas ou sésseis, pinatifidas. Flores axilares, com corolas de 3-4 cm. de comprimento, tubulosas, vermelhas.

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Ambas são ornamentais e originarias da América tropical. Tem ainda o nome de Cardeal.

PRIMAVERA GRANDE – Primavera (Quamoclit

pinnata Boj.). PUÇÁ – Mandapuçá. PUPUNHA – Guilelma speciosa Mart., da família das

Palmáceas. Palmeira amazônica, cujos frutos, vermelhos ou amarelos

quando maduros, às vezes sem sementes, constituem excelente manjar, cozidos ou simplesmente embebidos no mel, de alto valor nutritivo e gosto agradável.

Há raros exemplares nas serras frescas, introduzidos a titulo de curiosidade.

PURGA DE LEITE – Sebastiania macrocarpa Muell.

Arg., da família das Euforbiáceas. Árvore pequena, com folhas opostas, lanceoladas ou

elíticas, cuminadas. Flores amarelas, miúdas, em pequenas espigas axilares. Fruto capsular.

Madeira de segunda ordem. O látex obtido por incisões feitas no tronco e nos galhos, bem como a casca, são medicinais. Esta, em infusão, empregam nas erupções da pele, eczema, leucorreia, desarranjos menstruais. O látex, dissolvido na água

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morna açucarada, na hidropsia, afecções sifilíticas, conforme registro de dias da Rocha (11, 195). É um purgativo violento.

É ainda conhecida por Brandão.

Q

QUATRO PATACAS – Nome comum às seguintes Apocináceas ornamentais:

1 – Allamanda cathartica Linn. – Trepadeira arbustiva, grande, de hastes glabras ou plosas, lactescentes. Folhas verticiladas, brevipecioladas, obovado-oblongas, acuminadas, verde-escuras e lustrosas em cima e verde-pálidas no dorso. Flores grandes, amarelo-ouro, campanuladas, de corola irregular, com 5 lobos, medindo de 6 a 7 cm. de comprimento. Cápsula espinhosa, orbicular, comprimida, bivalvar e deiscente, com numerosas sementes marginadas por uma membrana.

Planta ornamental muito frequente nos jardins. O látex resinoso que exsuda é tóxico. Folhas e raízes catárticas, purgativas em doses maiores, devendo ser usadas com cuidado.

Nativa da América tropical e subtropical. Quatro Patacas Amarela e Dedal de Dama são outros apelidos vulgares na região nordestina. Alamanda, em S. Paulo e no Rio Grande do Sul.

2 – Allamanda Hendersonii Bull – Por diversos autores considerada simples variedades da precedente, caracterizando-se pelas flores maiores de uma amarelo-laranja, com 5 manchas

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brancas, na parte tubular. Quando em botão, a corola é púrpura exteriormente.

Oriunda das Guianas. Conhecida também por Dedal de Dama e quatro Patacas Amarela.

3 – Allamanda Blancheti Muell Arg. (Allamanda violacea Gardn.) – Parecida com as precedentes, porém de flores violáceas ou vermelho-violáceas, aos pares, nas extremidades de cada ramo do cimo.

É a Quatro Patacas Roxa. QUATRO PATACAS AMARELA – Quatro Patacas. QUATRO PATACAS ROXA – Quatro Patacas. QUEBRA MACHADO – Cassia trachypus Mart., da

família das Leguminosas Casalpinióideas. Arvoreta até 4 m. de altura, com grandes flores amarelas. O nome decorre da dureza de seu lenho. Piauí, Ceará, Minas e S. Paulo. QUEBRA PANELA – Denominação de Amarantáceas do

gênero Gomphrena (G. demissa Mart., G. Gardneri Moq.), e do gênero Telanthera, hoje Altenanthera (A. brasiliana Moq., A. dentata Moq., A. polygonoides Moq.).

São plantas herbáceas que entram na composição das pastagens, por ocasião da época das chuvas.

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QUEBRA PEDRA – Phyllanthus lathyroides H.B.K., da família das Euforbiaceas.

Erva anual, de caules rasteiros. Folhas alternas, elíticas, glabras, pequenas, de 1 cm. de comprimento. Flores miudinhas, verdes ou pálidas. Cápsula muito pequena, com 6 sementes que são lançadas à distancia na deiscência do fruto.

As raízes são afamadas contra os cálculos biliares e renais. América tropical. Erva Pombinha, no Rio de Janeiro.

QUEIMADEIRA – Louco. QUIABO – Hibiscus esculentus Linn. (Abelmoschus

esculentus Moench.), da família das Malváceas. Arbusto anual, ereto, pouco ramificado, quase glabro, até 2 m.

de altura. Folhas longamente pecioladas, de contorno quase orbicular, largas, profundamente 3-5-lobadas ou divididas em lobos lanceolados ou obovados, irregularmente serreados, agudos e obtusos. Flores grandes sobre pedúnculos robustos, solitárias, axilares, amarelas, maculadas de carmim escuro na base. Cápsula angulosa, 5-valva, de comprimento variável, às vezes arredondada, pilosa, terminando em ponta comprida.

Os frutos verdes, ricos em mucilagem, constituem um dos nossos legumes corriqueiros, especialmente na cozinha baiana. De fácil digestão, exercem sobre o intestino suave ação refrescante e laxativa.

A composição química, segundo Atwater e Bryant (1, 256), é a seguinte:

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Água .................................................................................... 90,2% Proteínas ............................................................................... 1,6% Matérias graxas ..................................................................... 0,2% Carbo-hidratos ...................................................................... 4,0% Fibras¨ ................................................................................... 3,4% Cinza ..................................................................................... 0,6%

As folhas contusas e o emplastro do fruto apressam a maturação dos tumores. O caule produz fibras claras, resistentes, mas ásperas.

Natural da África. Aclimada em todas as regiões tropicais. Introduzido no Brasil talvez com os primeiros escravos africanos.

QUIABO DO CHIFRE DE VEADO – hibiscus

esculentus Linn. var. longus, da família das Malváceas. Simples variedade da precedente, caracterizada pelos

frutos compridos e curvos. QUINA – Quina-Quina. QUINA-QUINA – Denominação comum às Rubiáceas: 1 – Cinchona sps. – Em 1943 o Ministério da Agricultura

introduziu, a titulo experimental, a sua cultura na Serra de Baturité, perto de Guaramiranga, no sítio Batalha, com mudas selecionadas, de alto teor em quinina, vindas do Oriente.

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Originárias dos pendores andinos, entre 10° de latitude norte e 19° de latitude sul. É o Quina do Peru ou Quina Verdadeira.

2 – Coutarea hexandra Schum. (portlandia hexandra Jacq.) – Arbusto ou pequenas arvoreta, de 3-6 m. de altura. Folhas opostas, pecioladas, membranáceas, ovadas ou ovado-elíticas, acuminadas, 5-12 cm. de comprimento, glabras ou levemente pilosas na página inferior. Flores grandes, de 5 cm., axilares, campanuladas, geralmente de 6 lobos, de corola branco-avermelhada ou amarelada, dispostas em inflorescências cimosa. Cápsula muito comprimida, obovada, de 2,5-4,5 cm. de comprimento, pontuada de branco.

As cascas substituem as da quina no combate às febres intermitentes.

Do México à América do Sul. Do Amazonas até S. Paulo. Quina do Brasil, na Bahia; Quina de Pernambuco ou do Piauí, no Rio de Janeiro e em S. Paulo.

QUINA-QUINA BRANCA – Quina-Quina (Coutarea

hexandra Schum.). QUINA-QUINA VERMELHA – Remijia ferruginea

DC. (Cinchona ferruginea St. Hil.), da família das Rubiáceas. Arbusto ou arvoreta. Folhas opostas, 3-verticiladas,

oblongas, tomentosas. Flores pálidas ou róseas, hipocrateriformes, em cimos axilares. Cápsula com 2 lobos no ápice.

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As cascas substituem as da quina verdadeira. Do Piauí até S. Paulo. Quina da Serra, na Bahia, Rio, São

Paulo e Minas Gerais. Chamam-na às vezes de Quina do Remígio.

QUIPÁ – Opuntia inamoena K. Schum., da família das Cactáceas.

Cacto ramoso, articulado, às vezes em moita densas que atingem até 1,50 m. de altura. Artículos planos, pequenos, elíticos ou oblongos, verdes, revestidos por tomento espinhoso. Flores sésseis, laterais, encarnado-alaranjadas. Baga pequena, globosa, coberta de espinhos.

O gado, na falta de outra pastagem, o procura, apesar de seu efeito traumatizante, bem descrito por José Noberto Macedo, em Fazenda de Gado no Vale do São Francisco (113, 15):

“No que respeita à ação dos cactos, o quipá,

pequenina palma do tabuleiro ou da caatinga, é o que maiores danos causa às criações. Revestido de espinhos, como se fora uma penugem macia, o quipá esconde, no seu aspecto de vegetal tenro e verde, a mais cruciante das armadilhas. Mastigadas e ingeridos por reses famintas, os espinhos penetram nas mucosas da boca e do esôfago, deixando os pobres animais torturados pela incômoda e dolorosa presença daqueles acúleos.

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Quando, em Alagoas, afirmaram-nos que algumas reses se habituam a comer o quipá, ficamos relamente admirados. Explicaram-nos, porém, que no fim de um ano o animal morre, apresentando inúmeros nóbulos no estômago e nos intestinos”.

Nas caatingas mais secas do Piauí ao N. de Minas Gerais,

tendo o seu principal raio de ação na Paraiba, consoante observação de Luetzelburg (24, III, 69). Palmatória Miúda, apelido comum na sua área de incidência; Guipá, na Bahia.

QUITOCO – Madre-Cravo. QUIXABA – Bumelia sertorum Mart., da família das

Sapotáceas. Árvore de 10-15 m. de altura, armada de fortes espinhos,

ramosíssimas, tendo a ponta dos galhos pendentes e espinhosos. Folhas alternas, simples, inteiras, coriáceas. Flores perfumadas, pequenas. Baga e coloração roxo-escura, quase negra, quando madura, adocicada, com uma semente.

Frutos comestíveis. Folhas e frutos forraginosos. Madeira para construção civil, marcenaria e torno. Cascas adstringentes, tônicas e antidiabéticas.

Cresce nas várzeas e baixios frescos. Do Piauí até o N. de Minas Gerais. Conhecida ainda por Rompe-Gibão, em diversos Estados.

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R

RABANETE – Raphanus sativus Linn., da família das Crucíferas.

Planta herbácea, de folhas ásperas e espatuladas, com flores grandes, roxas ou pálidas, em racemos. Silíqua alongada, cilíndrica, terminada em bico longo e cônico.

Os rabanetes, pelas suas raízes tuberosas, grandes e encarnadas, foram classificados horticolamente, por Mell. Trouard-Riolle, do seguinte modo:

Rabanetes compridos, quando a raiz é 8 a 10 vezes

mais longa que grossa; Rabanetes meio-compridos, de raízes 2 a 5 vezes

mais compridas; Rabanetes mais ou menos redondos, cujas raízes

são tão longas quanto grossas.

Pertecem à classe das verduras aquosas, sendo consumidos crus e em saladas, como aperitivo, graças ao seu sabor picante. São anti-escorbúticos e calmantes.

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Natural da Europa e da Ásia. RÁBANO – Mesmo que Rabanete de raízes compridas. RABO DE RAPOSA – Nome das Cactáceas – Cereus

bahiensis Britt. & Rose, típica das caatingas do Ceará, Bahia, Alagoas e Sergipe; Cereus melanurus k. Schum., conhecida por Flor de Baile e Sabugo, em Minas Gerais. Esta última, aculeadissima, encontra-se sobre as pedras das nossas serras litorâneas.

O nome também se aplica a uma gramínea (Capim Rabo de Raposa).

RABO DE TATU – A denominaçao abrange as seguintes

plantas: 1 – Sansevieria cylindrica Boj., da família das Liliáceas.

– Erva perene. Folhas 8-10 inseridas em torno do rizoma, cilíndrico, com 1-1,30 m. de comprimento, robusta, um tanto inclinadas, verde-escuras, algumas vezes palidamente listradas, acuminadas, ocasionalmente estriadas. Flores em racemos de 30 cm. de comprimento, branco-creme, tingidas de vermelho.

Decorativa, recomendando-se para interiores pela sua resistência à secura e à obscuridade.

Originária da África tropical. Espada de Ogum e Espada de São Jorge, na Bahia; Rabo de Lagarto, Zebrina, no Rio de Janeiro.

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2 – As Orquidáceas: Catasetum macrocarpum L. C. Rich., com flores amarelo-verdoengas, em cachos axilares; Crytipedium Andersonii R. Br., com flores verde-amarelas, cheirando a fumo, em longos cachos; Oncidium cebolleta Swartz, com flores amarelas, pequenas, maculadas, em panículas.

O nome lhes decorre dos pseudo-bulbos, que, envelhecendo, perdem as folhas, cobrem-se de cicatrizes, tornam-se amarelados, lembrando, pela forma aguçada, a cauda de um tatu.

3 – A Bignoniácea: Adenocalymma Aparicianum J. C. Gomes, cipó com vistosas flores amarelas. Da faixa litorânea e serras frescas.

RABUGEM – Platymiscium piliferum Taub., da família

das Leguminosas Papilionóideas. Árvore de tamanho médio. Folhas opostas e pinadas.

Flores amarelas, vistosas, em racemos. Vagem oblonga e comprimida.

O lenho, bonito e rígido, presta-se para marcenaria e construção.

Ocorre na zona litorânea, nos solos argilosos, nunca nos tabuleiros arenosos.

A Rabugem assinalada por Huber (114, 188), no Ceará, parece não ser Platymiscium Blancheti Benth., mas provavelmente Platymiscium floribundum Vog., frequente nos

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Estados da Paraíba e Pernambuco, da zona da mata ao sertão, sobretudo em margens de rios (45, 444).

Conhecida ainda por Rabugeira. RAINHA MARGARIDA – Callistephus hortensis Cass.

(Aster chinensis Linn., Callistephus chinensis Nees.), da família das Compostas.

Planta herbacea, anual, ereta, de hastes ramificadas e híspidas. Folhas alternas, ovadas ou triangulares ovadas, irregularmente denteadas. Inflorescência em capítulos grandes, bonitos, diversamente coloridos.

Planta do mais alto valor decorativo, da qual existem diversas formas, com matizes variados da série ciânica.

Natural da China. Foi introduzida na Europa pelo jesuíta R. P. d’Incarville, em 1731.

RAMA DE VAQUEIRO – Cipó Pratudo. RAPADURA DE CAVALO – Marmelada de Cavalo. REBENTA BOI – Arrebenta Boi. RECORDAÇÃO – Duranta Plumieri Jacq., da família

das Verbenáceas. Arbusto o arvoreta de ramos tetrágonos, inerme ou

aculeados, pubescente ou glabro. Folhas opostas, oblongas, ovadas ou elíticas, inteiras quase sempre, com pecíolo curto.

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Flores irregulares, lilacinas, reunidas em panícula frouxa. Fruto drupáceo, com 4 divisões e 8 sementes.

Ornamental. Possui variedades cultivadas de flores alvas e de flores variegadas.

Originária da América tropical. RELÓGIO – Sida rhombifolia Linn., da família das

Malváceas. Planta anual, ereta, 80 cm. de altura, ramosa e pubescente.

Folhas alternas, curtamente pecioladas, robóideo-ovais ou lanceoladas, pilosas por cima e tomentosas no dorso. Flores solitárias, axilares, pálido-tomentosas. Cápsula pequena e angulosa.

Produz fibras resistentes, bastante sedosas. Forragem sofrível. As folhas, no México, às vezes substituem as do chá da Índia. Na medicina caseira passam por emolientes.

Cosmopolita tropical. Malva Preta, no Pará; Vassoura de Relógio, na Bahia; Vassourinha, em S. Paulo; Alteia Bastarda, Guaxuma Tupitixa, Vassourinha, no Rio G. do Sul.

O nome de Relógio lhe vem da pontualidade com que abre e fecha as flores.

RELÓGIO BRANCO – Variedade da precedente que,

segundo Dias Rocha (11,198), tem “os galhos eretos e ligeiramente pilosos e as folhas de cor verde-clara, com a página inferior um pouco tomentosas”.

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RELÓGIO VASSOURA – Sida acuta Burm. (Sida carpinifolia Linn.), da família das Malváceas.

Erva ou arbusto até 1,50 m. de altura, de caule muito ramificado, ligeiramente pubescente ou glabro. Folhas alternas, curto-pecioladas, estpuladas, elíticas ou oval-acuminadas, serreadas, verdes e comumente glabras. Flores amarelas, quase brancas, solitárias ou grupadas em pequenos cachos terminais e axilares. Cápsula pequena, com 5 sementes angulosas, escuras.

Folhas emolientes. Os ramos e caules dão fibras grosseiras para cordoaria. Forrageira apreciada pelos equinos e ovinos. Os galhos desta e de outras Sidas servem de vassouras grosseiras nos centros rurais, hábito herdado dos índios, que por isso mesmo as denominavam de tupixa (3, 34).

Cosmopolita das regiçoes tropicais e subtropicais. Relógio, em Pernambuco; Vassoura, no Rio de Janeiro; Tupitixá e Vassourinha, no Rio Grande do Sul.

REMÉDIO DE VAQUEIRO – Alfavaca do Campo. REPOLHO – Brassica oleracea Linn. var. capitata

Linn., da família das Crucíferas. Variedades de couve caracterizada pelo embricamento das

folhas, formando uma espécie de cabeça sobre um eixo curto e grosso.

Há diversas formas hortícolas, agrupadas por H. L. Bailey (115, 542) do seguinte modo:

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A. Folhas planas. B. Cabeça oblonga ou cônica.

C. Verde. CC. Vermelha.

BB. Cabeça achatada, inclusive C e CC, como acima.

AA. Folhas crespas. A Couve do Milão (Brassica oleracea var. bullata DC., ou var. sabauda Linn.), sendo dividida como em A.

Informa Bastos Tigre (89,30) que no sertão, durante o es-

tio, os repolhos custam a fechar as cabeças e muitos não as fecham, sendo preciso amarrar as folhas primárias para forçar essa formação.

RESEDÁ – Lawsonia inermis Linn., da família das

Litráceas. Arbusto elegante, glabro, muito ramificado, alcançando

mais de 3 m. de altura, de ramos arredondados, às vezes espinescentes. Folhas opostas, inteiras, oblongas, de ápice agudo e base estreitada, com pecíolos de 1-2 mm. de comprimento. Flores pequenas, fragrantíssimas, em panículas subcorimbosas, comumente multiflora. Cápsula globosa, de 5-7 mm. de diâmetro, coriácea, rompendo-se irregularmente.

A variedade mais comum é a de flores branco-amareladas (var. alba Hassk.). Há outras de flores róseas, de flores listradas e de flores cinábrio-vermelhas (var. miniata Hassk.).

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Pelas flores perfumadissimas e abundantes, tornou-se uma das plantas decorativas mais comuns, encontrada tanto nos jardins citadinos como nas mais modestas residências do interior. Com o pó das suas folhas preperam, no Oriente, uma pasta conhecida por henné, com a qual as mulheres pintam de amarelo as unhas dos pés e das mãos e douram os cabelos. O suco da planta passa por antileprótico, na Índia. As flores são aproveitadas na indústria de perfumes.

Originária do N. da África e do S. e O. da Ásia, hoje, porém, subespontânea e ruderal nos trópicos.

RETIRANTE – Acanthospermum hispidum DC., da

família das Compostas. Erva anual, de caule ascendente, híspido, até mais de 1 m de

altura. Folhas opostas, sésseis, oblongas, inciso-crenadas acima da base, membranosas, pilosas. Flores pequeninas e amarelas, em capítulos curto-penduculados, solitários, axilares. Aquênio bicorne, densamente espinhoso, terminando por um espinho maior que os outros.

Planta béquica e antifertil. Os espinhos aderem às roupas e ao pelo dos animais, provocando dolorosas picadas.

América Central e Meridional. Todo o Brasil, a partir do Piauí. Espinho de Cigano o Federação, em Pernambuco; Carrapicho Rasteiro, na Bahia; Amor de Negro, em Minas Gerais. No Ceará apresenta ainda os apelidos de Comboeiro e Cabeça de Boi.

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RISO DO PRADO – Denominação comum às duas Nictagináceas.

1 – Bougainvillea glabra Choisy (Bougainvillea rubicunda Schott.) – Planta arbustiva, esgalhada, semi-escandente e glabra. Folhas alternas, pecioladas, inteiras, ovadas, e acuminadas, glabras, verde-luzentes. Flores pequenas, envoltas por 3 brácteas (donde Três Marias) róseo-vermelho-brilhantes.

2 – Bougainvillea spectabilis Willd. (B. speciosa Lindl., B. splendens Hort., B. peruviana Nees & Mart., Josepha Augusta Vell.) – Robusta trepadeira, provida de numerosos espinhos fortes e ganchosos. Folhas grandes, espessas e pilosas. Flores em gradens panículas, envoltas por brácteas de coloração róseo-carregado, cambiando para o púrpuro e o esverdeado.

Ambas são altamente ornamentais, pela beleza e duração das brácteas que servem de invólucro às inflorescências.

Originárias da América do Sul. Resistencia à seca, pompeiam nos sertões, embelezando-os no auge do estio, quando as demais plantas se despem de folhas e flores, com o colorido e a densidade de sua floração, decorreendo-lhes desse feito decorativo o sugestivo nome de Riso do Prado. Unha de Gato. Pataquinha, no Estado do Rio; Sempre-Viçosa, em Minas Gerais; Três Marias, na Bahia e em diversos Estados sulinos, bem como Primavera, nesses últimos. Em Fortaleza é conhecida por Buganvília.

ROMÃ – Punica Granatum Linn., da família das

Punicáceas.

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Arbusto ramoso, de 1-3 m. de altura. Folhas opostas, alternas ou fasciculadas, elíticas ou oblongas, inteiras, glabras, verde-luzentes, avermelhadas quando novas. Flores axilares, solitárias ou 2-3 agrupadas, de um encarnado vivo. Baga esférica do tamanho de um punho, coroada pelo limbo do cálice, com casca coriácea, amarela ou avermelhada manchada de escuro, multilocular, com inúmeras sementes angulosas, cobertas por tegumento espesso, polposo, róseo ou avermelhado, de um doce ligeiramente ácido.

A polpa que envolve as sementes é comestível e refrigerante. As cascas das raízes são tenífugas e as dos frutos usadas em gargarejos contra as feridas da garganta, boca e hemorragias bucais.

Natural da Pérsia e regiões adjacentes.

NOTA – Na região do Cariri (Ce), a Lafoensia replicata Pohl., da família das Litráceas, é conhecida pelo nome de Romã. Trata-se de árvore de folhas opostas, pecioladas, coriáceas, elíticas e obtusas. Flores alvas, grandes. Cápsula lenhosa, cônica e grande. Planta ornamental, própria para jardins. Candeia de Caju, em S. Paulo. Os autores dão os Estados de S. Paulo e Minas Gerais como sendo a área desta planta, o que parece não ser exato, visto que Luetzelburg a encontrou naquele trecho do Ceará (70,67).

ROMÃ BRAVA – Sweetia dasycarpa Benth. (Leptolobium

dasycarpum Vog.), da família das Leguminosas Papilionóideas. Pequena árvore, bastante copada, de casca suberosa e fedida.

Folhas 3-7 foliolos, pubescentes na página inferior, até 10 cm. de comprimento por 5 de largura. Flores brancas ou amareladas, de

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anteras avermelhadas, fragrantes, aglomeradas em panículas terminais.

Piauí até S. Paulo, inclusive Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Perobinha e Unha de Anta, em Goiás; Perobinha de Chapada, em Mato Grosso. No Ceará ainda a chamam de Pau-Pratudo.

ROMPE GIBÃO – Calumbi.

O autor da Contrubuição para o dicionário da flora do Nordeste brasileiro (12, 91) arrolou o Ery-throxylon microphyllum St. Hil. com este apelido, que talvez seja baiano.

ROSA – O nome abrange as diversas espécies e as inúmeras

variedades e híbridos do gênero Rosa, da família das Rosáceas, cultivadas em todos os recantos do mundo, pela beleza e perfume de suas flores, solitárias ou corimbosas, simples ou dobradas, com todos os matizes, exceto o azul.

Comumente nos jardins são encontradas as seguintes rosas: Amarela, Amélia, Chá de Cacho, de Todo o Ano, La-France, Menina, Paul Neyron, Sangue de Cristo.

ROSA DA TURQUIA –Turco. ROSA DE DEFUNTO – Cravo de Defunto.

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ROSA MADEIRA – Pereskia Bleo DC. (Cactus Bleo H.B.K., Pereskia panamensis Weber), da família das Cactaceas.

Arbusto muito ramificado, de caule armado com fascículos de acúleos pretos, grandes e duros. Folhas oblongo-agudas, pecioladas, inteiras, carnosas. Flores grandes e vistosas, com o12-17 pétalas róseas, em número de 2-4 no ápice dos ramos. Baga com a forma de cone invertido, lisa e amarelo-brilhante na maturidade.

Folhas emolientes. Cultivada em cercas vivas. Nativa na Colômbia e no Panamá. Ora-Pro-Nobis, Rosa

Mole, Sem Vergonha, em Pernambuco; Cacto Rosa, Ora-Pro-Nobis, no Rio de Janeiro.

NOTA – Com este nome é conhecido em Fortaleza (Ce) uma trepadeira perene, muito ornamental, de crescimento rápido, atingindo grandes proporções, do gênero Ipomoea (Concolvuláceas).

ROSA MOLE – Rosa Madeira. RÔSCA – Jericó.

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S

SABIÁ – Mimosa caesalpiniaefolia Benht., da família das Leguminosas Mimosóideas.

Árvore até 7 m. de altura, com o caule pouco espinhoso, revestido de casca grossa e pardacenta, fendida longitudinalmente. Folhas bipinadas, com folíolos elíticos e ovais, um tanto curvos. Flores brancas, pequenas, em capítulos. Legume pequeno. Sementes miúdas e leves, tanto que são necessários mais de doze mil para pesar um quilograma.

Comum em todo o Ceará, porém cresce de preferência nos terrenos profundos, nos coluviais especialmente. Pelo seu rápido desenvolvimento, recomenda-se como essência indispensável a qualquer trabalho de reflorestamente do Nordeste seco. Multiplica-se por sementes e estacas. Três anos depois, nos solos bons, já fornece madeira pesada, de cerne roxo-escuro, resistente à umidade, excelente para estacas, lenha e carvão, forquilhas e esteios.

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Um sabiazal praticamente não se acaba. De três ou de quatro em quatro anos, pode-se realizar um corte, dando madeira da grossura de garrafa, graças às vergônteas que brotam das raízes.

Cascas peitorais. As folhas, maduras ou secas, são forraginosas.

Análise recente do feno do sabiá, feita no Ministério da Agricultura, revelou a seguinte composição:

% Umidade ................................................................................ 13,91 Proteína bruta ........................................................................ 17,06 Extrato etéreo .......................................................................... 6,35 Extrativos não nitrogenados ................................................. 44,00 Fibra bruta (Celulose) ........................................................... 14,78 Resíduo mineral ...................................................................... 3,90

100,00

Fósforo em P2O5 ................................................................. 0,28% Cálcio em CaO .................................................................... 1,61%

Há outra análise efetuada há cerca de 40 anos, no Laboratório do Museu Nacional (100, 104).

Parece que o nome de sabiá lhe decorre da cor da casca, parecida com a da plumagem do conhecido cantor de nossas matas.

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Maranhão, Piauí e Ceará. SABONETE – Sapindus saponaria Linn.,(Sapindus

marginatus Willd.), da família das Sapindáceas. Árvore de porte mediano, com bonita copa, densa e larga.

Folhas pinadas, com 5-7 folíolos, lanceolados, oblongos, pubescentes ou glabros, luzentes. Flores em grandes panículas terminais, brancacentas, quase inodoras, unissexuadas ou polígamas. Baga redonda 1-1,5 cm. de diâmetro, com polpa amarela translúcida. Semente preta, lustrosa, redonda.

Os frutos encerram 30 % de saponina e, marcerados na água, produzem espuma, sendo às vezes empregados na lavagem de roupas, em lugar de sabão, donde o seu nome popular. Das sementes fazem-se botões e tira-se óleo aproveitável na iluminação. Servem ainda para tinguijar as águas paradas. A madeira, com a densidade de 0,825, tem aplicação na carpintaria e contrução civil.

Cosmopolita dos trópicos do hemisfério ocidental. Saboneteiro, em Pernambuco.

SABUGUEIRO – Sambucus australis Cham &

Schlecht., da família das Caprifoliáceas. Arbusto lenhoso. Folhas opostas, imparipinadas, de 7-9

folíolos denteados, glabros, elíticos ou lenceolados. Flores pequenas, brancas, aromáticas, em corimbos terminais.

Flores sudoríferas e diuréticas. Folhas drásticas, emenagogas, eméticas em alta dose e inseticidas quando em

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infusão concentrada. A medula celulósica e branca dos renovos é usada em microscópia.

Originária do sul do Brasil. SACA ESTREPE – Chanana. SACA-ROLHA – Nome de Esterculiáceas do gênero

Helicteres: H. baruensis Jacq., H. corylifolia Nees & Mart., H. Eichleri K. Schum., H. guazumaefolia H. B. K., H. heptandra L. B. Smith., H. muscosa Mart., H. ovata Lam.

São Plantas arbustivas, de flores vermelhas, tendo os frutos capsulares torcidos em espiral, como um saca-rolha, vindo-lhes daí a denominação vulgar pela qual são conhecidas.

SACATINGA – Licania aff. Turiuva Cham. & Schlecht.,

da família das Rosáceas. Árvore de tamanho regular, porém ramosa e de basta

fronde. Folhas oblongo-elíticas ou oblongo-lanceoladas. Flores alvas, pequenas, fasciculadas, em panículas terminais.

Foi registrada no Cariri (Ce) por Luetzelburg (70,66). SAGU – Denominação popular de Cycas circinalis Linn.

e Cycas revoluta Thunb., da família das Cicadáceas. São plantas de tronco indiviso, áspero, cilíndrico e grosso,

revestido de cicatrizes, coroado de folhas grandes, verde-escuras, pinadas, coriáceas e perenes, dispostas no sentido de

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uma perfeita espiral, lembrando no conjunto certas palmeiras, com as quais aparentemente se confundem.

Cultivadas como ornamentais nos jardins, onde raramente ultrapassam a altura de 4 m.. As folhas prestam-se à confecção de palmas e coroas. O emplastro da substância gomosa do caule apressa a supuração das ulceras malígnas. As sementes são tóxicas. Na Ásia, extraem do parênquima cortical dessas plantas uma fécula, com a qual se adultera a dos verdadeiros sagüeiros, palmeiras do gênero Metroxylon.

A primeira é originária da Índia e das Molucas e a segunda do Japão. Sagu é termo da língua malaiala.

SALSA – Ipomoea asarifolia Roem & Schult., da família das Convolvuláceas.

Planta herbácea, prostrada. Folhas alternas, inteiras, de base cordada e ápice redondo, às vezes agudo. Flores campanuladas, de 5 cm. de comprimento, brancas ou purpúreo-róseas. O fruto é uma cápsula.

Nas águas rasas, margens de lagoas e praias marítimas, arenosas e estéreis.

SALSA BRANCA – Ipomoea stolonifera Poir.

(Ipomoea littoralis Boiss., Ipomoea acetosaefolia Roem & Schult., Convolvulus littoralis Linn.), da família das Convolvuláceas.

Planta herbácea, de caule reptante, as mais das vezes subterrânea, estolonífero, glabro, ramoso, de cor clara. Folhas pecioladas, alternas, glabras, bilobadas, cordiformes. Flores

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axiliares, solitárias, coloridas de creme. Cápsula com 4 sementes escuras.

Raízes e sementes diuréticas, emenagogas e desobstruentes. A planta recomenda-se como fixadora de dunas.

América tropical. Da Amazônia até S. Paulo. Sobre as praias arenosas do litoral. Salsa da Praia, em diversos Estados, com S. Paulo; Cipó da Praia, no Rio Grande do Sul.

SALSA DA PRAIA – Ipomoea Pes-caprae Roth.

(Convolvulus Pes-caprae Linn., Ipomoea maritima R. Br., Ipomoea brasiliensis G. F. W. Meyer), da família das Convolvuláceas.

Planta glabra, suculenta, reptante, de hastes vermelho-arroxeado-escuras, com 10-20 m. de comprimento. Folhas pecioladas, alternas, sub-orbiculares, fendindas na base, lembrando um pé de cabra, donde o especifico Pes-caprae. Flores infundibuliformes, axilares, solitárias, purpúreas, quase violáceas, 4-5 cm. de comprimento. Cápsula com 4 sementes negras, muito resistentes à ação das águas marinhas, o que grandemente favorece a sua disseminação através das praias tropicais.

Raízes diuréticas, emenagogas e depurativas. As folhas verdes, de vez em quando, são procuradas pelo gado praieiro, porém murchas provocam o meteorismo. Acidentalmente são usadas pelas lavadeiras para clarear a roupa. A planta é excelente fixadora de dunas.

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Cosmopolita tropical. Característica das praias arenosas e marítimas. Ainda conhecida por Salsa e Salsa Roxa. Jitirana ou Salsa, em Pernambuco.

SALSA DAS HORTAS – Petroselinum sativum Hoffm.

(Apium Petroselinum Linn.), da família das Umbelíferas. Erva ramosa. Folhas pinadas, delgadas e finas. Flores em

umbela, esverdeadas. Diaquênio achatado, ovóide, com 5 costelas em cada carpelo e entremeadas de pequenos tuobos de óleo.

Espécie aromática pouco cultivada. Folhas comíveis em saladas e de propriedades carminativas, diuréticas e emenagogas.

Oriunda da Europra meridional. SALSA DE ESPINHO – Jitirana (Ipomoea horrida

Hub.). SALSA ROXA – Salsa. SALSIFIS – Tragopogon porrifolius Linn., da família

das Compostas. Erva anual, ereta, glabra, com raiz fusiforme, de folhas

estreitas, carenadas e pedúnculos intumescidos, com capítulos de flores violeta-avermelhados.

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Raízes comestíveis. Submetido à cultura experimental, em Condado (PB), pouco se desenvolveu e deu raízes de tamanho insignificante, (89, 30).

Da bacia do Mediterrâneo, do Centro do Sul da Ásia. SALVA – Salvia officinalis Linn., da família das

Labiadas. Erva de caule quadrangular e tomentoso. Folhas inteiras,

pecioladas, oblongo-lanceoladas, às vezes auriculadas na base, de 8-12 cm. de comprimento, verde-esbranquiçadas, tomentosas principalmente na face inferior. Flores azuis, aglomeradas em espigas, racemos ou panículas.

Há variedades de flores brancas e vermelhas. Decorativa pelas flores. As folhas e sumidades floridas, de

perfume agradável, característico, e de sabor aromático e amargo, se empregam, em infusão, como estimulante, tônico e digestivo.

Originária da bacia do Mediterrâneo. SAMAMBAIA – Apelido comum às seguintes plantas: 1 – Tillandsia usneoides Linn., da família das

Bromeliáceas – Epífita completamente desprovida de raiz, com caule pêndulo, filiforme, branco-esverdinhado-acinzentado, de 1 ou mais metros de comprimento, revestido de pelos curtos, branco-brilhantes. Folhas dispersas, estreito-lineares, de pontas compridas e finíssimas. Flores axilares, pequeninas, desprovidas

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de beleza, com pétalas recurvadas e amarelas. Cápsula linear, 2-3 cm. de comprimento.

Presa aos galhos das árvores, parece, no todo, uma barba comprida, intonsa e acinzentada, donde os expressivos nomes de Barba de Velho ou Barba de Pau, pelos quais é muito conhecida. O próprio especifico usneoides, relembra a Usnea barbata Linn., que é a verdadeira Samambaia ou Barba de Velho, líquen encontrado nas matas serranas do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, cujos talos suspensos o confundem facilmente com a nossa Samambaia.

Planta anti-reumática e poderosa desobstruente do fígado, pela sua resina e ácido resinoso aromático, isolados por Peckolt. Os talos secos, conhecidos no comércio por crina vegetal, prestam-se para suadores de cangalhas, estofados e embalagem de objetos delicados. No Ceará se empregam os mesmos para enchimento de travesseiros e colchões só depois de fervidos, pois a crença vulgar os considera nocivos à saúde sem esse prévio tratamento.

América tropical e subtropical. Todo o Brasil, exceto a Amazônia.

Samambaia vem do tupi çama-mbai, o trançado de cordas, alusivo aos seus filamentos entrelaçados (10, 350).

2 – O nome Samambaia abrange igualmente a quase todas as Polipodiáceas, salvo as do gênero Adiantum, conhecidas por Avenca.

Ornamental em sua grande maioria, destacam-se cultivadas em interiores ou nos sítios sombreandos dos jardins e

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parques, as seguintes espécies: Aspelium viviparum Presl., Blechnum brasiliense Desv., Davaillia bulbata Wall,. Davallia canariensis Smith., Gymnogramma calomelanos Kif., Gymnogramma chrysophylla Klf., Nephrolepis exaltata Schott., Platycerium alcicorne Desv., Polypodium subauriculatum Blume., Pteris argyrae Moore, Pteris cretica Linn., Pteris serrulata Linn.

Além dessas samambaias, introduzidas no ambiente nordestino, há muitas outras nativas, tendo algumas delas logrado aproveitamento nos jardins locais. Quanto às do Ceará, encontradas quase sempre nas serras úmidas, estão relacionadas no meu trabalho Pteridófitas Cearenses (116).

SAMBACUIM – Didymopanax sp., da família das

Araliáceas. Árvore encontrada nas partes altas da Serra de Baturité. O seu lenho dá madeira para caixotaria. Talvez o nosso sambacuim seja o mesmo de Pernambuco –

Didymopanax morototoni Decne & Planch., bastante comum nas matas desse Estado e conhecido na Bahia por Mandiocaí.

SAMBACUITÉ – Hyptis mutabilis Briq. (Nepeta

mutabilis Rich.), da família das Labiadas. Subarbusto aromático. Folhas cordiformes, oval-

alongadas, denteadas. Flores pequeninas, esbranquiçadas, com uma pequena mancha arroxeada, disposta em espigas, formando cachos terminais.

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Folhas tônicas, carminativas e estomacais, em infusão. O suco das mesmas é aplicado no tratamento das belides e, contusas, nas miases nasais e auriculares.

América tropical e intertropical. Manjericão, em Pernmabuco. No Ceará ainda tem os nomes Alfavaca de Caboclo, Sambaité e Bamburral.

SAMBAÍBA – Curatella americana Linn. (Curatella

Cambaiba St. Hil), da família das Dilenáceas. Árvore tortuosa, pequena, de ramos novos tomentosos.

Folhas simples, alternas, glabras, ásperas, pilosas na superfície superior e tomentosas na inferior. Flores pálidas, em cachos. Cápsula globosa, com espinhos, contendo 2 sementes cobertas de uma substância polposa.

Madeira de cerne amarelo-esverdeado, duro e compacto, para marcenaria e carpintaria. As folhas secas, pela sílica que encerram na epiderme, servem de lixa. Os frutos dão tinta escura.

Da Amazônia até Minas Gerais. Caimbé, na Amazônia; Lixeira, em quase todos os Estados. No Ceará e em Pernambuco é também conhecida por Cajueiro Bravo.

Para T. Sampaio é corrutela de cama-yba, a árvore da corda (10, 351). Parece-me que a interpretação do ilustre tupinólogo baiano não corresponde à realidade da cousa denominada, que não produz cordas, porém folhas tão duras que são usadas à guisa de lixa. Por isso, achamos mais razoável a

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sugerida por Batista Caetano – hobaibib – árvore de folha áspera (4, 165).

SAMBAITÉ – Sambacuité. SAMBAMBAIA – Samambaia. SANGUE DE CRISTO – Sabiea cana Hook. f., da

família das Rubiáceas. Arbusto 1-2 m de altura. Folhas opostas, pecioladas,

inteiras, oblongas, tomentosas, medindo 6 cm. de comprimento por 3 de largura. Flores 12 ou menos nas axilas, pálidas, hipocrateriforma.

Do Piauí até S. Paulo. SANSEVIERIA – Nome científico vulgarizado de

Liliáceas africanas, cultivadas como decorativa, em vasos ou nos jardins, pelas folhas gladiformes, diversamente matizadas e barradas, como a Sansevieria zeylanica Willd.

Este nome confunde-se com Linho-Africano. SAPATINHO DE JUDEU – Dois Amores. SAPATINHO DE NOSSA SENHORA – Dois Amores. SAPÉ – Capim Sapé.

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SÃO JOÃO – Cassia bicapsularis Linn. (Cassia ovalifolia Mart. & Gal., Cassia manzaniloana Rose), da família das Leguminosas Cesalpinióideas.

Arbusto grande, inerme, glabro ou pubescente, de ramos fistulosos. Folhas pinadas, compostas de 3-5 pares de folíolos ovais. Flores muito vsitosas, amarelo-ouro, em panículas e racemos axilares. Vagem quase cilíndrica, lisa, de 11 cm. de coprimento e cerca de 1 cm. de diâmetro.

Folhas purgativas. Planta de grande beleza ornamental. América tropical e subtropical meridional. Quase todo o

Brasil. Caaquera, em S. Paulo e Rio de Janeiro. SAPOTA – Sapoti. SAPOTI – Achras Sapota Linn. (Achras Zapota Jacq.,

Sapota Achras Mill., Sapota Zapotilla Coville), da família das Sapotáceas.

Árvore até 15 m. de altura, de seiva leitosa, com numerosos ramos fortes, dispostos quase verticalmente, formando frondosa copa, mais ou menos oval. Folhas alternas, pecioladas, coriáceas, inteiras, elítico-oblongas ou elíticas, de 5-14 cm. de comprimento por 5-7 cm. de largura, verde-brilhante, agrupadas principalmente nas extremidades dos ramos novos. Flores solitárias, axilares, pequenas, brancacentas ou ligeiramente rosadas. “O fruto varia no tamanho, na coloraçaõ da casca, na forma que se apresenta, ora cônica, ora oval, ora

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arredondada. A forma cônica é comum ao tipo sapoti. A sapota apresenta a forma oval ou arredondada. A casca do fruto é muito fina, possui uma coloração marrom-escuro, tendo a superfície coberta de algo parecido com pó de serra que larga facilmente ao se esfregar as mãos no fruto. A polpa muito apreciada pelos povos americanos é, algumas vezes, cor de chocolate, sendo o mais comum uma coloração amarelo-esbranquiçada, transparente, bem tenra; sem fibras; doce. Os de polpa de cor de chocolate possuem um sabor um tanto enjoativo. Quando ainda não se encontra no estado de perfeita maturidade, o fruto apresenta um látex leitoso e certa percentagem de tanino, tornando-o impróprio ao paladar. Quando maduro, além de ser suculento é muito agradável aos paladares amigos de frutas bem adocicadas. As sementes, no fruto, variam de 1 a 2. São de coloração escura, bem duras, possuem poder germinativo bem longo, achatadas ou ovóides, com 0,5 cm. x 1,0 cm. x 2,5 cm., em média. As das sapotas são menos achatadas e menores, com 0,7 x 1,2 x 2,0 cm. Elas se largam facilmente da polpa se o fruto estiver maduro. Em caso contrário deixam um resíduo de látex leitoso, junto à polpa, dando um sabor esquisito à mesma”. (117, 91).

“A denominação que o vulgo dá ao sapoti ou à sapota é devida somente à forma do fruto, não havendo ainda nenhum valor pomológico em tal denominação. O fruto apiculado, tendo geralmente o diâmetro vertical maior do que o diâmetro horizontal, é denominado de sapoti. O fruto ovalado, com o

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diâmetro do eixo vertical igual ou menor do que o diâmetro do eixo horizontal, é conhecido como sapota.

O peso, quer da sapota, quer da sapoti, varia de 70 a 190 gramas por unidade.

Em observações procedidas em seedlings existentes na Estação Experimental “Itapirema”, Goiana, do Ministério da Agricultura, constatou-se a existência de sapotis e sapotas no mesmo indivíduo, isto é, a forma ovalada e a apiculada. E também os tipos grande e pequeno destas formas de frutos acima citadas”. (117, 94).

Miquel, ao tratar das Sapotáceas na Flora Brasiliensis, dividiu esta espécie, consoante o formato do fruto, em duas variedades:

sphaerica (sapota) depressa (sapoti)

Poucas frutas tropicais excedem o sapoti em sabor e

delicadeza, quando tem maduro, o que motivou a sua expansão pelas regiões quentes do globo. A sua composição química, segundo Martina (30,76), é a seguinte: Água .................................................................................. 74,50% Cinzas ................................................................................. 0,50% Galactose ............................................................................. 6,62% Pentaglicose ........................................................................ 6,63% Gutapercha .......................................................................... 0,60% Celulose .............................................................................. 7,00%

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Pectina e Ac. Gálico ........................................................... 4,13%

Colhem do seu tronco, no México e na América Central, a seiva leitosa, que, devidamente preparada, constitui o chicle. A madeira é compacta, de grã fina, cor roxo-clara, com raias escuras, de peso específico 1,02, própria para carpintaria. As sementes, pisadas e dissolvidas na água, gozam de grande reputação como solventes dos cálculos nefríticos e hepáticos.

Nativo no sul do México e na América Central. Tzapotl, termo asteca, deu sapota e zapota, ambos usados por Linneu ao classificar a planta, generalizando-se o último por toda a América espanhola e o primeiro no Brasil. Na América espanhola dão ao sapoti a denominação de zapotilla ou zapota chico, diminutivo que corresponde ao nosso sapoti, de evidente formação típica, pela posposição da partícula i, pequeno. O nosso Paulino Nogueira (4, 392), que percebeu perfeitamente a formação de sapoti, dá, entretanto, para sapota uma etimologia esdrúxula, por desconhecer a origem asteca desta palavra, fazendo-a derivar de sapó, raiz a, fruta interposto o t por eufonia – fruto de raiz. Interpretação absurda por atentar contra o hábito frutífero da planta e o espírito da língua geral, cujas palavras retratam sempre profunda observação em torno da cousa nomeada.

SAPUCAIA – Lecythis Pisonis Cam., da família das

Lecitidáceas.

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Árvore frondosa, de casca grossa e profundamente gretada. Folhas alternas, curtamente pecioladas, grandes, ovado-oblongas, um tanto coriáceas e de cor de chocolate quando novas. Flores de tamanho regular, branco-arroxeadas, dispostas em racemos. Pixídio grande, lenhoso, oval, com resalto anelar ou cintado quase na abertura, permanecendo nos ramos por muito tempo, com 12-16 sementes reniformes, escuras e envolvidas em arilo polposo e oleaginoso, abrindo-se na parte superior.

Madeia para construção, marcenaria, carpintaria, postes, dormentes, carvão. Da casca retira-se estopa par calafeto e, em decocto, é tônica e diurética. Folhas forraginosas. Sementes comestíveis, oleaginosas e tidas por afrodisíacas. A água, posta a ferver dentro do fruto vazio, chamado pelo povo de combuca, e usada 12 horas depois, é muito apreciada contra as doenças do aparelho urinário e, em lavagem, para livrar o rosto de manchas e empigens.

Contração de iaçapucay, de iá, fruto de árvore, e eçá-pucá-y, que tem saltamento de olho, donde “fruto que faz saltar o olho”, como bem interpretou Batista Caetano (8, 183), certamente devido ao opérculo do pixídio: só que ele salta, isto é, cai, é que se podem aproveitar as sementes.

SAUDADES – Scabiosa atropurpurea Linn., da família

das Dipascáceas. Planta herbácea de 50 cm. de altura. Folhas radicais

lanceolado-ovadas, liradas, grosseiramente denteadas e as

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caulinares muito divididas, com os lobos oblongos, denteados ou partidos. Flores em capítulos grandes, longo-pedunculados, roxas, róseas ou brancas.

Com diversas varieades, é bastante cultivada nos jardins. As flores entram na confecção de coroas mortuárias, preferindo-se as roxas para os adultos e as brancas para as crianças e donzelas. Há lugares em que se emprega o xarope das flores como peitoral. Já passou por planta antileprótica, como indica o nome genérico, do latim scabies, lepra.

Asiática. Gaforinha e Flor de Viúva, no Rio de Janeiro. SEMPRE VIVA – Helichrysum bracteatum Andr. ,da

família das Compostas. Erva robusta, de 50 cm. a 1 m de altura. Folhas oblongo-

lanceoladas, inteiras, verdes, curto-pecioladas. Capítulos no ápice dos ramos, amarelos ou laranhas, com invólucros de brácteas imbricadas, curtas e obtusas.

Há variedades de capítulos brancos, pintalgados, escarlate-escuros e vermelho-escuro-saguíneos. A forma de capítulos maiores se conhece também por Helichrysum macranthum Hort.

Cultiva nos jardins pelos capítulos paleáceos, muito duradouros, que não murcham, donde o apelativo sempre viva. Postos na água, contraem-se, e reabrem-se logo, se expostos ao calor. São freqüentemente aplicados no feitio de coroas e ramilhetes.

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Natural da Austrália. Perfeitamente aclimada entre nós, de tal modo que parece espontânea.

SENSITIVA – Malicia (Mimosa sensitiva Linn.) SERINGUEIRA – Hevea brasiliensis Muell. Arg., da

família das Euforbiáceas. Árvore alta, elegante, tendo o tronco às vezes mais de 1 m.

de diâmetro, revestido de casca branca ou preta, conforme vegeta às margens dos rios ou nas terras firmes do interior. Folhas alternas, digitadas, 3-foliadas, verde-escuras na face superior e cinzentas na inferior, com pecíolos longos, providos de 1-5 glândulas salientes. Fruto capsular, de endocarpo lenhoso, dividido em 3 cocas bivalvas, com sementes de 2-3 cm. de comprimento, arredondadas na parte dorsal e ligeiramente achatadas de cada lado da parte ventral.

Do látex desta seringueira é que se obtem, por coagulação, o melhor tipo de borracha, conhecida no comércio por borracha fina do Pará.

Sementes desta valiosa espécie foram levadas pelo inglês H. A. Wickham (1.876-1.877) para as Índias Orientais e serviram de matrizes às grandes plantações da Malásia, que praticamente expulsaram dos mercados internacionais a borracha silvestre do Brasil. A influência da seringueira na vida nordestina, por quase meio século, foi enorme. Em busca de seu precioso leite daqui partiram inúmeros emigrandes, que se engolfaram na planície amazônica, desbravando-a à custa de

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milhares de vidas e plantando padrões de conquista que persistem na toponímia transplantada dos sertões resseguidos para os barrancos, várzeas e matas daquele mundo de aluviões e águas.

Não se encontra esta espécie em toda a Amazônia. A área de incidência, conforme Le Cointe (112, 435), é a seguinte: – “Estuário do Amazonas e Rios Araguari e Amapá – B. Jari – R. Tocantins e rios vizinhos até o pé das primeiras cachoeiras – Região florestal meridional do Amazonas (do alto Xingu ao alto Juruá e alto Javari)”. No Ceará, há algumas pequenas plantações, principalmente na Serra de Baturité. Seringueira Verdadeira, na Amazônia.

SETE SANGRIAS – Heliotropium lanceolatum Lofgr.,

da famílias das Borragináceas. Erva rasteira, revestida de um indumento áspero. Folhas

opostas, lanceoladas, estipuladas e pequenas. Flores miúdas, brancas, dispostas em cimos escorpióides. Fruto drupáceo, pequeno.

O cozimento da raiz é tônico, emenagogo, antifebril e diurético.

SETE SANGRIAS AMARELA – Heliotropium

Claussenii DC., da família das Borragináceas. Com o aspecto da espécie anterior, da qual se distingue

pelas flores, de coloração amarelo-vivo.

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SIPAÚBA – Thiloa glaucocarpa Eichl., da família das Combretáceas.

Árvore de madeira excelente, encontrada tanto nas catingas sertanejas como na região do Cariri.

O seu sistema radicular apresenta uma série de tubérculos sólidos e ricos em fécula branca.

SISAL – Agave (Agave sisalana Perr.). SOJA – Glycine hispida Maxim. (Dolichos Soja Linn.,

Soja Japocica savi., Soja hispida Moench., Glycine Max Mer-ril., da família das Leguminosas Papilionóideas.

Planta anual, herbacea, de caule ramoso e pubescente. Folhas longo-pecioladas, com 3 folíolos cordifomes, bem desenvolvidos e híspidos na parte inferior. Flores axilares, sésseis, brancas, amarelas, violáceas, conforme a variedade, reunidas em cachos curtos. Vagem ligeiramente arqueada, subcomprimida, híspida, com 1-5 sementes. Estas as são lisas, ovais ou ligeiramente comprimidas, de hilo quase sempre castanho, mas de coloração diferindo consoante a variedade.

Legumiminosa do mais alto padrão nutritivo. Supera o trigo e a carne em substâncias protéicas e graxas, sendo ainda alimento remineralizador de primeira ordem. Infelizmente, até agora, não logrou entrar no rol das nossas culturas econômicas, estando ainda em pleno domínio experimental.

Originária da China e sul do Japão.

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SONHOS DE OURO – Psychotria Gardneriana Muell. Arg., da família das Rubiáceas.

Arbusto ornamental. Folhas opostas e glabras. Flores pequenas, de cálice vermelho e corola cor de ouro, dispostas em panículas ovóides.

Cultivadas nos jardins. Natural do Brasil. “O nome de Sonhos de Ouro foi-lhe dado pelo romancista

José de Alencar, no seu romance desse titulo”. (3, 265). SORGO – Sorghum vulgare Pers. (Holcus Sorghum

Linn., Andropogen Sorghum Brot.), da família das Gramíneas. Parecido com o milho, o sorgo é planta anual, de colmos

grossos, simples e nodosos, atingindo até 4 m de altura. Folhas grandes, de 20-30 cm. de comprimento sobre 3-4 cm. de largura, glabras, planas, lanceolado-agudas. Inflorescência em panícula terminal, ramosa, aberta, ereta ou curva, de 20-30 cm. de comprimento. Cariopses em grande número, oblongas ou quase esféricas, com 4-5 mm. de diâmetro, recobertas inteiramente ou em parte 2 glumas, brancas, amarelas ou vermelhas, conforme a variedade.

Conta-se por mais de 100 as variedades de sorgo, porém dessas plantamos somente as seguintes, como forrageiras e industriais, visto esta gramínea tão útil quase nada participar da alimentação brasileira: Sorghum vulgare Pers. var. saccharatus Koern. (Sorgo Doce), de colmos adocicados; S. vulgare Pers. var. sudanensis Piper (Capim de Sudão), boa forragem verde, fenada ou ensilada, de relação nutritiva 1:6,2,

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consoante análise feita no Instituto Agronômico de Campinas; S. vulgare Pers. var. technicus Koern. (Sorgo Vassoura), produtor de excelente palha para vassoura.

Muito cultivada no mundo tropical, onde alimenta milhões de pessoas e assegura o sustento de grandes rebanhos, o sorgo é o cereal por excelência do continente negro, onde nenhuma outra cultura o sobrepuja em extensão e importância.

A composição média de seus grãos é a seguinte:

Amido ............................................................................... 74,50% Matérias azotadas ................................................................ 9,18% Matérias graxas ................................................................... 1,93% Matérias minerais ................................................................ 1,69% Água .................................................................................. 12,70%

Apesar de introduzido no Brasil pelos escravos africanos, afeitos ao seu cultivo e consumo, o sorgo não logrou desenvolver-se entre nós, em razão da presença do milho, o cereal por excelência do continente americano.

Resistente aos verões, produzindo grande massa forraginosa e sementes ricas em hidratos de carbono, o sorgo merece melhor atenção da parte dos lavradores do Nordeste, para que se torne, pelas suas boas qualidades, um dos esteios da nossa produção vegetal.

Todas as espécies de sorgos, em certas condições de vegetação, podem ocasionar transtornos mais ou menos graves e até mesmo a morte dos animais que as comem, não sendo

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possível indicar variedade alguma isenta dessa nocividade. O uso do sorgo como forragem é mais perigoso e suas primeiras fases de vegetação, quando é mais tenro, perigo que vai diminuindo à medida que se aproxima da maturidade completa, em cujo estado é inofensivo. Decrece, por conseguinte, a possibilidade de envenenamento, com o crescimento da planta. É muito inconveniente quando rebrota com as chuvas, depois de haver sofrido uma seca prolongada ou o ataque de insetos. Murcho, por hipótese alguma, deve ser ministrado ao gado. Afora estes casos, o sorgo produz forragem verde muito boa, feno e uma das melhores ensilagens.

Natural da África. SORRISO DE MARIA – Aster sp., da família das

Compostas. Erva perene, de haste hirsuta. Folhas sesseis,

amplexicaules, oblongo-lanceoladas, pilosas. Flores numerosas, 40-50, pequenas, belas, alvas, reunidas em capítulos corimbosos, ramificados, perenes, de 1-1,50 m. de altura.

Pela duração e beleza dos capítulos encontra largo emprego em buquês e, principalmente, na decoração de altares.

Originária da América do Norte. SUCUPIRA – Bowdichia Virgilioides H.B.K.

(Bowdichia pubescens Benth., Bowdichia major Mart.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

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Árvore de porte variável, mediana ou pequena, segundo a natureza do terreno, com tronco reto ou contorcido, coberto de casca grossa, rugosa, áspera, fendilhada e cinzenta. Folhas pinadas. Flores de 2-3 cm. de comprimento, azul-escuras, dispostas em panículas. Vagem de uns 5 cm. de comprimento, polispérmica.

No verão, perdem as folhas e se revestem de um lindo manto de flores arroxeadas.

Madeira pardo-escura, pesada, muito fibrosa, fácil de rachar, para esteios, dormentes, postes, linhas, tabuadas, torno e fuso de prensas, trabalhos, postes, linhas, tabuados, torno e fuso de prensas, trabalhos de marcenaria e carpintaria. Peso especifico de 0,837 a 1,116. Resistência ao esmagamento: 824 a 930 kgs. por cm.². Cascas amargas e adstringentes, empregadas com proveito nas diarréias crônicas e como depurativo. As das raízes passam por mais enérgicas, talvez pela presença da sicupirina, substância cristalizável isolada por Peckolt e analizada por Geuther, professor de Química Orgânica da Universidade de Iena, que lhe deu a seguinte formula: C16H15O5. Da casca, fendida pelos insetos, mana uma seiva castanho-clara, consistente, que seca ao contato do ar em fios ou pedaços irregulares. É resina ou goma de sucupira, aplicada nos mesmos casos da casca. Folhas forraginosas. Com os frutos prepara-se o café de sucupira, de efeitos medicinais. Às vezes, brotam das suas raízes formas tuberosas, a que o vulgo denomina batata de sucupira.

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Venezuela, Guianas, Amazônia, Nordeste, Centro do Brasil até S. Paulo. Sapupira do Campo, Cutiuba, Paricarana, na Amazônia; Sucupira e Sucurpira Mirim, em Pernambuco; Sucupira do Cerrado, em S. Paulo.

Para Paulino Nogueira sucupira vem de sapo, raiz, pi ou pira, crua, pela semelhança que tem a casca da raiz com a cor da carne crua (4, 400). Por sua vez, T. Sampaio (10, 354) deriva o nome de cibepyra, a alisada, a esfregada, alulsivo às qualidades do lenho.

NOTA – Na Paraíba, O Pterodon polygaliflorus Benth., das Leguminosas Papilionóideas, é conhecido pelo nome de Sicupira Branca.

SUÊ – Erva Moura. SURUCUCU – Piptadenia biuncifera Benth., da família

das Leguminosas Mimosóideas. Arvoreta ou árvore espinhosa, com folhagem espessa e

permanente, de folhas esverdeadas. Madeira para carpintaria, marcenaria, estacas, lenha e

carvão. Do Piauí até Bahia. Jiquiri, Juquiá, Jucurutu, em Pernambuco. O nome da cobra aplica-se à planta por causa da picada

dolorosa de seus espinhos.

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T

TABOCA – Bambu (Guadua tagoara Kunth.). De ta-bóca, a haste furada, o tronco oco (10,360).

NOTA – Parece haver engano da parte do autor da Contribuição para o dicionário da flora do Nordeste brasileiro (12,62), quando alinha neste verbete a Guadua macrostachya Rup. é a Guadua angustifolia Kunth.

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(Bambusa Guadua H.B.K), que são amazônicas e não me consta que tenham sido assinaladas na região nordestina.

TABOQUINHA – Panicum latifolium Linn. (Panicum

lanatum Swartz., Panicum glutinosum Lam., Panicum fruticosum Salzm., Panicum maculatum Aubl.), da família das Gramíneas.

Planta ereta ou inclinada, de colmo fistuloso, ramoso, glabro ou ligeiramente pubescente na parte inferior, até 4 m. de altura. Folhas oblongo-lanceoladas, agudas, rígidas, lisas ou levemente pilosas, com as margens escabrosas e as bainhas ciliadas. Inflorescências em panículas amplas, um pouco ramosas, com espiguetas obovadas, vilosas, aglomeradas.

Os colmos servem para gaiolas, cestas, esteiras e outras obras trançadas.

América tropical. Da Amazônia até S. Paulo e Estados centrais. No Ceará é encontrada apenas nas serras úmidas. Bambuzinho, Taquarinha, Andrequicé, em Minas Gerais.

TABUA – Nome das Tifáceas: 1 – Typia domingensis Kunth. (Typha angustifolia

Aubl.). Desde as Antilhas e sul dos Estados Unidos até a Patagonia, Europa e Ásia. Todo o Brasil. Partasana, na Amazonia; Palineira de Flecha e Paineira de Brejo, em S. Paulo.

2 – Typha latifolia Linn. – América, Europa e Ásia. 3 – Typha trouxillensis H.B.K. – Peru, Equador, Brasil.

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As tabuas são plantas perenes, rizomatosas, de caules mais ou menos cilíndricos, esponjosos. As folhas ensiformes, coriáceas, lineares, sem nervura central, podem alcançar até 4 m. de comprimento. Inflorescência em espigas compridas, com flores numerosas, separadas, na parte superior as masculinas e na inferior as femininas.

Vivem nos brejos, riachos, canais de irrigação em densas formações quase monoespecificas.

As folhas e hastes dão excelente celulose e entram no feitio de esteiras, enchimento de cangalhas, camisas de garrafas, assento de cadeiras e outras obras trançadas. Os rizomas, grandes e carnosos, ricos de amido (46%) e de sabor agradável, são comestíveis. O pólen, além de inflamável, passa como sucedâneo do licopódio. A paina das sementes é material de segunda categoria para estofamentos e travesseiros. Nos sítios agricultáveis torna-se praga de difícil erradicação, afogando as outras plantas e embaraçando a circulação da água.

TAIOBA – Colocasia antiquorum Schott. var. esculenta

Schott. (Arum esculentum Linn), da família das Aráceas. Planta acaule, bem desenvolvida, de raiz tuberosa. Folhas

invaginantes, longo-pecioladas, peltadas, ovóides, inteiras, emarginadas na base, grandes, glabras, macias e verde-escuras. Inflorescência em espadice protegida por espata oblonga e tubulosa. Baga pequena, com muitas sementes.

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Parece ser da Índia. Cultiva-se pouco. Encontra-se subespontaneamente nos sítios úmidos e margens de cursos d’água.

As folhas servem de verdura e os rizomas, com 5% de amidos, são comíveis.

De tayá, tajá e oba, folha, a folha de tajá (10, 370).

NOTA – Taioba também se aplica a Xanthosoma violaccum Schott, e a Xanthosoma sagittifolium Schott., registrada neste livro com a denominação de Mangarito. Rocha (11, 207) assinala a Taioba Brava, Alocasia sp, cujas folhas são adstringentes e usadas em cozimento no tratamento de feridas.

TAIUIÁ – Guardião (Trianosperma Tayuya Mart.). Corrutela de ta-yá-ó-yá, igual à taioba (10, 370). Igual ao

tajá, talvez seja melhor. TAJÁ – Caladium bicolor Vent. (Arum bicolor Ait.,

Arum vermitoxicum Vell.), da família das Aráceas. Esta espécie, herbácea e rizomatosa, de folhas pecioladas,

cordiformes, venuladas e maculadas de vermelho, cruzada com Caladium picturatum C. Koch., deu origem a cerca de quarenta variedades que, além de lindamente ornamentais, gozam, na crendice popular, de virtudes propiciatórias, como portadoras de felicidades.

Folhas vulnerarias e produtoras de suco acre, purgativo, vermicida. O rizoma, bulboso e achatado, é tóxico.

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Sul-americana. Tajá é nome coletivo para muitas Aráceas de folhas longamente pecioladas, cordi ou sagitiformes, incolores às vezes, quase sempre diversamente pintadas de vermelho, amarelo, escuro ou pintalgadas destas cores sobre fundo verde. Vem do tupi tay-yá, igual à pimenta (10, 369), por causa do sabor picante das espádices. Caladio, na Bahia; Ará ou Mangará, no Rio de Janeiro. Tinhorão é comum nos Estados meridionais.

TAMANCA – Jaramataia. TAMANQUEIRA – Jaramataia. TAMAREIRA – Phoenix dactylifera Linn., da família

das Palmáceas. Palmeira elegante, até 20 m. de altura, coroada por um

penacho de grandes folhas glaucas, pinadas, com folíolos linear-lanceolados, acuminados, que lhe conferem magnífico efeito decorativo. Bagas cilíndro-elíticas, saborosas e muito nutritivas.

Natural da Ásia, tornou-se a planta providencial das populações árabes e norte-orientais da África. Nela se resume a vida e a beleza dos oásis. Maomé, nos desertos, predicava à sua sombra e ordenava aos ouvintes que a venerassem como pessoa da família: “Honra tua tia a palmeira, pois ela foi criada com resto do barro empregado na criação de Adão”.

Diz o árabe que a tamareira deve ter os pés na umidade e a cabeça no sol ardente. Estas condições se encontram, mais ou

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menos, no Nordeste, na área da carnaúba e foram evidenciadas, pela primeira vez, em 1912, por Lofgren, quando aconselhou a cultura desta palmeira frutífera, como um dos sustentáculos para a economia da zona das secas, a exemplo do que sucedera em zonas semiáridas dos Estados Unidos (118, 7).

Quase 30 anos depois, culturas experimentais realizadas pela Comissão de Serviços Complementares da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas confirmaram a previsão daquele ilustre botânico, conforme se verifica nas páginas da monografia do engenheiro-agrônomo Paulo de Brito Guerra – A Tamareira no Nordeste –, da qual prazerosamente transcrevemos a parte final:

Concluindo esta exposição de observação sobre a

Tamareira, desejamos explicar que, entre outros, foi nosso intuito argumentar que esta cultura poderá constituir um dos muitos esteios que o Nordeste há de procurar para se apoiar, quando, movido por molas estranhas que funcionarão como o advento e aplicação do processo de educação e instrução de que este povo carece, e com a marcha ininterrupta das obras de combate às secas, por parte dos Governos, resolver ele – o Nordeste – avançar no século de atraso agrícola em que se acha, em relação com regiões semelhantes da terra. (119, 172).

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Em pequenas culturas experimentais. Como planta ornamental se encontram exemplares nos parques e jardins.

TAMARINDO – Tamarindus indica Linn., da família

das Leguminosas Cesalpinióideas. Árvore de porte magestoso, cuja ramificação se inicia

perto do solo, e alcança até 30 m. de altura e mais de 4 m. de circunferência, com tronco áspero e cinzento-escuro, quase enegrecido. Folhas persistentes, alternas, pinadas, com 10-20 pares de folíolos oblongos, obtusos no vértice, glabros, coriáceos, verde-escuros. Flores irregulares, amarelo-pálidas, rajadas de vermelho, em cachos. Vagem indeiscente, chata, oblonga nas extremidades, reta ou curva, contraída ao nivel das sementes, com epicarpo crustáceo, frágil, castanho e mesocarpo polposo e espesso em torno das sementes, amarelo-escuro e de sabor ácido-adocicado. Sementes achatadas, castanho-lustrosas, oboval-orbiculares, lisas no centro, pontuadas na circunferência.

De acordo com a oponião de Masters, caracteriza-se o tipo específico do Tamarindus indica Linn, pela vagem comprida, de 6-12 sementes, ao passo que o de vagem curta, de 1-4 sementes, que também possuímos, é o Tamarindus occidentalis Gaertn.

A polpa encerra 11,32% da ácidos (tartárico, cítrico, málico) e 21,32% de açucares. É consumida crua, em sorvetes, refrescos e doces, bastante esmitados pelas propriedades refrigerantes e laxativas, sendo aconselhados na prisão de ventre e hemorróidas. Garcia da Orta xaropava os seus clientes com

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infusão de tamarindo, obtendo ótimos resultados, “porque digere e evacua alguma parte do humor colérico e incide e corta o freimático”, como escrevia o erudito esculápio português quinhetista. Não faz muito tempo que se purgava o povo com tamarindo e azeite de coco. Na Índia comem-se as folhas, flores e sementes novas em saladas. As folhas são forraginosas. A madeira presta-se para móveis e dá excelente carvão. O tamarindo possui qualidades ornamentais dignas de aproveitamento em parques e jardins e pode ser empregado vantajosamente na arborização de avenidas e estradas.

O tamarindo é natural da região tropical do Velho Mundo. Os árabes introduziram-no na Europa e a eles se deve o étimo tamar-úl-Hind, tâmara da Índia, que se generalizou por todas as línguas.

Como Gabriel Soares, ao escrever o seu livro Tratado Descritivo do Brasil em 1587, não o mencionou, somos obrigados, dado o espírito analítico desde autor, a convir em que o tamarindo ainda não existia no Brasil. Mas 35 anos mais tarde vem citado como árvore pomareira da nossa terra, no livro Diálogos da Grandeza do Brasil.

TAMARINDO – Tamarindo. TAMIARANA – Nome das Euforbiáceas: 1 – Tragia volubilis Linn – Trepadeira herbácea e pilosa.

Folhas pecioladas, um pouco cordiformes, pubescentes. Flores pálidas, apétalas, em racemos axilares. Cápsula com diversas sementes.

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Do México ao sul do Brasil. Urtiguinha de Cipó, na Bahia. 2 – Dalechampia filicifolia Lam. – Trepadeira coberta de

pelos curtos. Folhas alternas, estipuladas, trilobadas e ligeiramente serreadas. Flores miúdas, em ciáticos envoltos por brácteas grandes e 3-lobadas. Cápsula pequena.

Quase todo o Brasil. Cipó Tripa de Galinha, na Bahia; Caapuçara, no Rio de Janeiro.

Ambas são armadas de pelos urentes e picantes. As raízes da segunda passam por emenagogas e tônicas.

TAMIARANA DE CIPÓ – Tamiarana. TAMIARANA TREPADEIRA – Tamiarana. TANCHAGEM – Plantago major Linn., da família das

Plantagináceas. Erva rasteira, acaule. Folhas radicais, longo-pecioladas, quase

glabras, ovais ou cordiformes. Flores insignificantes, brancas, em espigas cilíndricas, comprimidas, que nascem no centro da planta. Pixídio co m5-16 sementes.

Cultivada nas hortas e jardins. Folhas adstringentes, usadas em gargarejos e bochechos nas anginas e doenças da garganta.

Eurasiática. Subespontânea no Brasil. TANGERINA – Citrus nobilis Lour. (Citrus deliciosa

Risso), da família das Rutáceas. Árvore pequena, espinhosa. Folhas pequenas, lanceoladas,

acuminadas, com pecíolo desprovido de asas. Os frutos são

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pequenos, achatados e comprimidos inferiormente, com casca muito oleosa e de cheiro ativo e penetrante. A polpa doce, avermelhadas, é agradavelmente perfumada.

Há duas variedades: uma de casca mais grossa, enrugada e avermelhada, fofa, destacando-se facilmente do fruto. A outra tem a casca lisa, mais fina, amarelada e não se destaca com a facilidade da primeira.

Originária da China meridional e ocidental. Laranja Cravo, em Pernambuco e Bahia; Tangerina e Mexiriqueira, no Rio; Laranja Cravo e Mexirica, e S. Paulo; Bergamoteira, no Rio Grande do Sul.

TAPETE DE SÃO JOSÉ – Jericó. TAQUARA – Nome das Gramíneas: 1 – Guadua panículata Munro – Planta de colmos eretos,

às vezes inclinados, fistulosos, ramificados, com entrenós um pouco espinhosos, de 4-10 m. de altura por 2,5-3,5 cm. de diâmetro. Folhas lineares, lanceoladas-agudas, verde-escuras, ásperas, de pecíolos curtos, caniculados e pilosos. Inflorescência em panículas com espiquetes subcilíndricas, lanceoladas, lisas e agudas.

Comos usados na confecção de balaios, jacas, cestas, etc. Rebentos comíveis e diuréticos.

Do Piauí à Paraíba e Goiás. 2 – Merostachys Riedeliana Rupr – Tem o colmo

cilíndrico, fistuloso, atingindo até 6 m. de altura, com ramos

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roliços e oblongos. Folhas um tanto ovais, verdes, mais ou menos pilosas na face superior e ásperas na inferior, curtamente pecioladas e de bainha lisa. Inflorescência terminal com espiguetas singelas.

As mesmas aplicações da anterior. Pará, Ceará, S. Paulo e Minas Gerais. Taquara provém de ta-quara, a haste furada, ou ôca (10,

367). TAQUARI – Lasiacis divaricata Hitche. (Panicum

divaricatum Linn., Panicum bambusioides Desv., Panicum Chauvinii Steud.), da família das Gramíneas.

Planta arbustiva e trepadora, de 3-4 m. de altura, completamente glabra, exceto as margens das folhas. Colmo central forte, com uns 6 mm. de diâmetro, de ramos principais freqüentemente fasciculados e os secundários emitindo rebentos estéreis, divaricados ou em ziguezagues. Folhas estreito-lanceoladas, 5-20 cm. de comprimento e 5-15 mm. de largura. Panículas de 5-20 cm. de comprimento, tendo os ramos deflexos na maturidade. Espiquetas ovóides e pretas quando maduras.

Material para cestas, gaiolas, peneiras, etc. Do Sul da Flórida à Argentina. Taquari é o diminutivo de taquara, pela posposição da

particula i, pequeno. TAQUARI DE FRUTA ENCARNADA – Stromanthe

sp., da família das Marantáceas.

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Erva que cresce à sombra das matas da Serra de Baturité. TATAJUBA – Nome das seguintes Moráceas: 1 – Chloroflora tinctora Gaud. (Broussonetia tinctoria

Mart.) – Árvore de porte elevado, tronco grosso, armado de espinhos, ramos pardo-amarelados, atingindo até 15 m. de altura. folha alternas, ovais ou oval-oblongas, um tanto agudas, serreadas até ao meio, verde-escuras na página superior e mais pálidas na inferior, acompanhadas de 1 grande espinho axilar. Flores pequenas, esbranquiçadas, em amentilhos, axilares. Fruto pequena sorose, adocicada.

Madeira de lenho amarelo-claro, tintorial, com o peso especifico de 0,827, para construção civis e navais. É o famoso “Pau de Cores”, outrora procurado pelos corsários franceses que visitavam o litoral cearense, pelas alturas do século XVII. O suco lactoso da casca empregam como cicatrizante de golpes e feridas e contra as dores de dentes.

Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Rio, Minas, Goiás e Mato Grosso.

2 – Maclura affinis Miq. (Morus Tatagiba Vell.) – Árvore de porte inferior ao da precedente, muito copada, distinguindo-se dela por não possuir espinhos na axila das folhas.

As propriedades são as mesmas. Do Ceará ao Rio de Janeiro. 3 – Maclura xanthoxylon Endl. (Broussonetia

xanthoxylon Mart.) – Arbusto pequeno, espinhoso. Folhas

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curtamente pecioladas, oval-oblongas ou oblongo-agudas, de base desigualmente cordiformes e serreadas. Fruto globoso, pequeno na axila das folhas.

Madeira mais escura do que as precedentes, fornecendo substância tinctória de maior valor.

Do Ceará até a Bahia. Tatajuba, de tatá-yba, a árvore de fogo, o pau amarelo

(10, 368). Ou de ita, pedra e também pau duro, e juba, amarelo (4, 413).

NOTA – Estas duas últimas espécies são consideradas sinônimas da primeira pelo Index Kewensis.

TEAJU – Cipó de Leite. TEJUAÇU – Cipó Tejuaçu. TENTO – Carolina. TEOSINTO – Euchlaena mexicana Schrad., da família

das Gramineas. Gramineas anual, cresce em densas touças de 2-4 m. de

altura, com folhas ensiformes, flores em espigas, sendo muito parecida com o milho.

Boa forragem verde, ensilaba ou fenada, dando 2 corte durante o ano, às vezes 4, nas terras úmidas da zona litorânea,

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com uma produção de 30 toneladas por corte e a relação nutritiva de 1: 6,1, antes da floração. Pouco cultivada.

Orginária do México e da América Central. Introduzida no Ceará pela antiga Inspetoria Agrícola Federal, quando sob a diração do agrônomo Humberto Rodrigues de Andrade, que fez interessantes observações sobre o seu comportamento em nosso meio.

TIMBAÚBA – Enterolobium contorsiliquum Morong.

(enterolobium Timbouva Mart., Mimosa contortisiliqua Vell.), das leguminosas Mimosóideas.

Árvore de aspecto soberbo. O tronco é curto, porém chega a medir 2-3 m., de circunferência e a copa se alastra por uma largura de 57 m., como observou Luetzelburg nas matas dos tabuleiros do Grangeiro, próximas do Crato. Folhas bipinadas, 2-5-jugas de pinas ou mais, com os folíolos dispostos em 10-20 jugos, pequenos. Flores esbranquiçadas, miúdas, de 4 mm., em capítulos globosos, reunidos em cachos terminais ou axilares. Vagem coriácea, dura e lenhosa, indeiscente, preta, incurvo-reniforme, lembrando uma orelha.

Madeira mole, esponjosa, para caixotaria, gamelas, cochos. Peso especifico: 0,349. As raízes, longas e grossas, servem para jangadas. O fruto é amargo e tem bastante saponia, tanto que o povo dele se serve como sabão. O fruto é as folhas secas são forrageiras.

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Do Pará ao Uruguai e Argentina. Tamboril, Tambori são apelidos usados em muitos Estados. Orelha de Negro, por parecer o fruto com uma orelha.

Timbaúba vem de timbó-yba, a árvore de espuma, alusivo à espuma que produz o fruto (10, 372).

TIMBÓ – Denominação pouco comum de plantas

ictiotóxicas, também conhecidas por Mata-Fome, dos gêneros Paulínia e Serjania, das Sapindáceas.

TINGUI – Magonia glabrata Se. Hill., da família das

Sapindáceas. Arvoreta ou quase árvore de flores amarelo-esverdeadas,

odorantes, dispostas em grandes panículas. Os frutos são cápsulas secas, tringulares, castanho-avermelhadas, com diversas sementes largas e chatas.

Planta tóxica. A infusão da casca da raiz emprega-se para tinguijar o peixe das lagoas e poços dos rios. Com o decocto das casca do caule lavam as feridas de meu caráter e as ulceras. As flores, de perfume agradabilíssimo, atraem as abelhas, mas o mel passa por venenoso. Amêndoas oleaginosas, que servem para sabão de qualidade inferior, fabricado principalmente no Cariri, entre a gente rural.

Corrutela de ty-gui ou tyghi, o sumo, a espuma (10, 373). Ou então tí, branco, ig, água, água branca ou espumosa (8, 519). Ou ainda tinga, fétida, ig, água, por causa do mau cheiro do sumo (4, 418).

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NOTA – Com este nome se conhece na Serra da Biapaba a Tephrosia toxicaria Pers., da família das Leguminosas Papilionóideas. Arbustinho de flores róseas, nas plantas cearenses; branco-esverdeadas com algum lilás, nas amazônicas. É uma das plantas ictiotóxicas de cultura precolombiana, conhecida na Amazônia brasileira como Timbó (junto a outras Leguminosas). A área geográfica atualmente conhecida vai do Ceará à América Central, segundo A. Ducke, a quem devo os elementos desta achega.

TINGUI CAPETA – Tingui. TINGUI DA PRAIA – Buddleia brasiliensis Jacq.

(Buddleia connata Mart.), da família das Loganiáceas. Arbusto até 1,50 m., de caule quadrangular, contonoso-

tomentoso, amarelado-ferrugineo ou avermelhado. Folhas sésseis, amplexicaules, grandes, lanceoladas, denteadas, albo-contonoso-pubescente. Flores pequenas, campanuladas, amarelas, 3-4 em cimeiras capituliformes.

Planta ictiotóxica. Das Guianas até S. Paulo, inclusive Minas Gerais.

Verbasco do Brasil e Calção de Velho, na Bahia; Barbasco ou Verbasco, em quase todos os outros Estados.

TENGUI DE BOIA – Tingui. TINGUI VERDADEIRO – Mascagnia cartacea Loefg.,

da família das Malpiguiáceas.

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Arbusto baixo de galhos valuveis. Folhas simples, persistentes, inteiras, opostas, estipuladas, de um verde intenso. Flores dispostas em cachos.

Não há na flora cearense outra planta que se lhe compare quanto aos seus efeitos tóxicos no setor pastoril. Anualmente ocasiona a morte de centenas de bovinos. Conserva as folhas sempre verdes em qualquer época do ano, açulando, no período estival, o apetite das reses, que as procuram e chegam a engordar com esse pasto perigoso. Porém nada lhes acontece se não forem submetidas a um esforço físico. Sobrevindo este, a res cai imediatamente morta. Parece que o princípio tóxico do tingui age sobre os nervos reguladores do ritmo cardíaco. “É possível que se trate de um caso de ação fotodinâmica do tingui; o animal em repouso, naturalmente na sombra, resiste ao tóxico; andando, certamente exposto aos raios solares diretos, é vitimado. Uma hipótese! Pode-se admitir também uma ação hemolítica”. (64, 7). Os vaqueiros ao pressentirem que o bovino esta tinguijado, sangram-no ou lhe cortam as orelhas, tratamento de vez em quando coroado de exito. A carne do animal tinguijado é aproveitada na alimentação, depois de salgada e exposta ao sol.

O tingui cresce no sertão, nas chapadas e várzeas. Nas encostas frescas das serras e serrotes encontra-se outro

tingui – Mascagnia rigida Griseb. –, com as mesmas propriedades tóxicas da espécie anterior.

TINHORÃO – Tajá.

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TIPI – Petiveria alliacea Linn. (Petiveria tetrandra

Gomes), da família das Fitolacáceas. Planta herbácea, perene, sublenhosa, delgada, ereta, de

cerca de 1 m. de altura, com característico odor de alho, de ramos delgados, compridos, quase eretos ou ascendentes. Folhas curtamente pecioladas, alternas, membranosas, inteiras, elíticas, oblongas ou obovais, agudas ou acuminadas no ápice, estreitadas na base, escassamente pubescentes ou glabras, de 3-12 cm. de comprimento por 2,5-5 cm. de largura. Flores sésseis, pequenas, verdoengas, em delgados espigas bracteadas. Fruto capsular, pequeno, cuneiforme.

As raízes, em decocto ou pó, são antiespasmódicas e abortivas. Devem ser usadas parcimoniosamente, em doses intervaladas, sob pena de produzirem envenenamento que pode levar à imbecilidade, à afasia e até à morte. Os escravos conheciam os seus efeitos tóxicos e davam-lhe o significativo nome de remédio de amansar senhor. São reputadas ainda como sudorificas, diuréticas, anti-reumáticas e anti-venéreas.

Naturalda África e América tropical. Tipi ou Tipi Verdadeiro, na Bahia; Pipi, no Rio de Janeiro; Raiz de Guiné, Erva Pipi, em Pernambuco e S. Paulo.

Há ainda outro tipi – Petiveria hexaglochin Fisch & Mey, – em quase todo o Brasil, conhecido na Amazônia por Macuracaá e em S. Paulo por Guiné, com as propriedades do precedente, porém muito acentuadas.

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TIRIRICA – Nome comum às Sclerias e outras Ciperáceas possuidoras de folhas mais ou menos cortantes.

O vocábulo é de proveniência tupi e, segundo T. Sampaio, significa a vibrante, a cortante (10, 374).

Por tiririca se conhece uma terrível praga, Cyperus sp., introduzida no Ceará, vinda do sul do pais, especiamente do Rio de Janeiro, com “mudas e enxertos” de plantas frutíferas ou ornamentais. A princípio invadiu os jardins públicos e os campos agrícolas oficiais, espalhando-se, em seguinda, por outros lugares, sendo já bastante frequente no município de Fortaleza. Propaga-se tanto por sementes como por tubérculos, tornando-se praticamente impossível erradicá-la quando chega a dominar um sítio qualquer.

TITARA – Desmoncus macroacanthus Mart., da família

das Palmáceas. Palmeira trepadeira, de caule delgado como um caniço. Folhas

até 80 cm. de comprimento, cheias de acúleos finos e fortes. Inflorescência em espádice ramosa, protegida por espata cuja face interna apresenta pelos rígidos e curtos. Fruto drupáceo, pequeno, um pouco maior que uma ervilha, alaranjado quando maduro, com a polpa macia e amarelada.

Frutos comestíveis. Com o caule fabricam-se cestas, jacás, e outras obras trançadas. Na Amazônia fazem com ele os sacos chamados de tipiti, nos quais se espreme a mandioca para o fabrico da farinha.

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Palmeira Jacitara Tipiti, no Amzonas; Palmeira Cipó, no Pará. Esta espécie e as demais do gênero Desmoncus, palmáceas trepadeiras e aculeadas, são conhecidas em quase todo o Brasil por jacitara. Marcgrave escreveu atitara, quando se referiu ao Desmoncus polyacanthus Mart., forma gráfica da qual a nossa é uma simplificação. Além das duas espécies citadas, também se encontra o Desmoncus setosus Mart., no Nordeste.

TOMATE – Lycopersicum esculentum Mill. (Solanum

Lycopersicum Linn.), da família das Solanáceas. Planta anual, herbácea, viscido-pubescente, semiprostrada e

muito ramificada. Folhas pecioladas, pinatífidas, com as primeiras divisões ovadas, ou ovado-lanceoladas, agudas em sua maioria, denteadas, lobadas, pubescentes. Flores de 10-16 mm. de comprimento, amarelas, irregulares, laterais, opostas às folhas, em cimos racemiformes. Baga geralmente vermelha ou amarela, globosa ou piriforme nas plantas silvestres, muito modificadas nas cultivadas, de cálice persistente na base.

A cultura do tomate, que só veio a desenvolvier-se do fim do seculo XVIII em diante, deu-lhe grande número de variedades hortícolas, distintas pelo tamanho e forma dos frutos.

Há uma variedade de baga pequena, redonda, lembrando uma cereja (Lycopersicum cerasiforme Dun.), de grandes rusticidade, crescendo espontaneamente pelos quintais, nas roças e nos campos, por ocasião das chuvas, conhecidas por Tomate do Mato ou Tomate Bravo, que parece ser a forma selvagem da espécie.

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É um dos mais apreciados legumes, quer como tempero, quer como alimento profilático, por ser fonte abundante de vitaminas A, B e C, tanto cru como em conserva.

A composição química média, consoante diversas análises, para o fruto, excluídas as sementes, e para a massa, é a seguinte (1, 245):

FRUTO MASSA % % Água 94,50 81,78 Proteínas 0,73 3,25 Matérias graxas 0,40 1,67 Açúcar total 2,76 17,50 Ácidos (como análico) 0,42 1,88 Amido 0,15 traços Fibras 0,39 1,20 Cinza 0,50 8,85

Originária da América tropical, talvez do Peru. Cultivado e

utilizado pelos astecas, que o chamavam de tomatl, nome generalizado em muitos paises.

TORANJA – Citrus máxima Merr. (Citrus grandis

Osbeck, Citrus decumana Linn.), da família das Rutáceas. Tem o mesmo tipo que as espécies congêneres. Produz o

maior dos frutos cítricos, de casca grossa e espessa, amarelada,

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de sabor ácido, variando a forma, o volume, bem como a cor da polpa, consoante, e variedade.

Originária da Insulindia. Pouco cultivada. TORÉM – Denominação das seguintes Moráceas, do

genero Cecropia: 1 – Cecropia adenopus Mart. (Cecropia peltata Vell.) –

Árvore de 5-10 m. de altura, 15,25 cm. de diâmetro, ereta ou um tanto inclinada, pouco ramificada, com ramos alternos, sendo estes e o caule cheios de cicatrizes anelares, fistulosas, mas divididos em largas câmaras, onde vivem belicosas formigas do gênero. Azteca, sempre dispostas a atacar quem se aproxima de sua morada. Folhas alternas, longamente pecioladas, 8-9 palmati-lobadas, de 30 cm. de comprido sobre 10 de largura, verde-escuras e ásperas na página superior, esbranquiçadas e levemente tomentosas na inferior, com nervuras amarelo-pardacentas. Flores dióicas, agrupadas em densas espigas no ápice do pedúnculo axilar, dentro de uma grande bráctea caduca em forma de espata. Frutos drupáceos, pequenos, comíveis.

Norte e Nordeste do Brasil. 2 – Cecropia carbonaria Mart. & Miq – Parecida com a

precedente, tendo as folhas 9-11-lobos. Ceará e Estados centrais. 3 – Cecropia palmata Willd. – Árvore como as

anteriores, tendo porém as folhas lisas na página superior e cobertas de uma pubescência branca na inferior, donde lhe veio a denominação de Imbaúba Branca, como é conhecida no Pará.

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Norte e Nordeste do Brasil. A madeira destas plantas é branca, leve, facilmente

bichavel porém se presta para carvão. As hastes cortadas ao meio servem de bicas. As folhas, principalmente quando novas, são estimulantes, tônicas e diuréticas. O dr. Alfredo Augusto da Matta, na Flora Médica Brasiliense (120, 132), recomendando o emprego do líquido da raiz (seiva), da Cecropia palmata, escreveu o seguinte:

A ação fisioterapêutica foi estudada por P. Carnot e

A. Gilbert, evidenciando a pouca toxidez desse vegetal. O largo emprego que dele tenho feito me autoriza a dizer que ele não é tóxico, porquanto prescrevi por várias vezes a seiva, que é muito mais rica em princípio ativo do que o extrato fluido, que serviu nas experiências daqueles profissionais. A imbaúba possui a propriedade de aumentar a energia do músculo cardíaco, mas não triplicando os batimentos do coração; sobre os rins a tua de tal forma que pode ser obtida no quadrúpulo a quantidade da urina emitida. A dose do extrato fluido foi a seguinte: 10 a 20 gramas em 24 horas durante 4 a 5 dias nos cardíacos asistólicos: a diurese, do terceiro dia em diante, de 500 gramas que era, chegou a 2,900, ao passo que o estado geral foi modificado com a melhoria dos fenômenos dispnéicos, a regularização das pulsações. A eliminação da cecropina é lenta por ter ação cumulativa, de sorte

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que os efeitos persistem durante um prazo relativamente longo. Tenho empregado com muita vantagem o extrato flúido, não excedendo 20 gramas pro die, na febre hemoglobinúrica, obtendo a regularização da função cardíaca e aumento sensível da diuresce, com a particularidade notável de fazer desaparecer a albumina e pseudo-albumoses.

São também conhecidas por Imbaúba, Umbaúba,

Gargaúba. Árvore da Preguiça. Este último apelido encontra o seu motivo no fato de alimentar-se a preguiça (Bradypus e Choloepus sps.) das folhas e frutos destas plantas. Torém é uma alteração de toré, a flauta (10, 375), mas aqui, como muito bem acentuou Paulino Nogueira, se refere ao maracá chamado torém, feito com o caule oco destas árvores, que tomaram o nome do instrumento musical indígena, acontecendo o mesmo à dança, celebrada ao toque desse instrumento (4, 422).

TRAPIÁ – Crataeva Tapia Linn. (Cleomene arborea

Schrad.), da família das Caparidáceas. Árvore de porte regular, com caule glabro e pardacento.

Folhas pecioladas, alternas, compostas de 8 foliolos oblongo-elíticos e glabros. Flores verdes ou avermelhadas, dispostas em racemos corimbosos. Baga globosa ou ovóide, cerca de 2-5 cm. de diâmetro, amarela quando madura, polispérmica.

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A casca tem cheiro aliáceo e é cáustica. Na medicina caseira a empregam em emplastros nos panarícios e unheiros. O fruto encerra uma massa mole, branca, desagradável. Madeira para caixotaria.

América tropical. Quase todo o Brasil. Tapiá, na Bahia; Pau d’Alho e Tapiá, em S. Paulo.

Corrutela de tapiá ou tapyá, a glande, o grão, o testículo (10, 375). Paulino Nogueira (4, 423) dá uma etimologia evidentemente forçada, fazendo a palavra derivar de tarabé, espécie de papagaio, e á, fruta, a fruta de papagaio.

TRÊS BABADOS – Mata-Zombando. TUCUM – Pyrenoglyphis Maraja Burret (Bactris Maraja

Mart.), da família das Palmáceas. Estipe delgado, com 3-5 cm. de diâmetro, até 8 m. de altura, de

nós espaçados cobertos de espinhos pretos, agudíssimos e flexíveis. Folhas pinatífidas, de 2 m. de comprimento, dispostas em número de 8, no ápice do caule. Fruto drupáceo, do tamanho de uma uva, preto-arroxeado, de polpa branca, mucilaginosa, com um caroço duro, amêndoa branca e córnea.

Os frutos, dispostos em pequenos cachos, são comestíveis e refrigerantes, dando as suas amêndoas óleo para condimento e iluminação. As folhas produzem fibras pardo-escuras, resistentes e duráveis, aproveitadas em linhas e redes de pescar, tecidos grosseiros e confecção de macias e frescas maqueiras. Para dar mais durabilidade às linhas, costumam os pescadores, a exemplo do que faziam os índios, tratá-las com a resina de certas plantas que as

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envernizam contra os efeitos d’água. O estipe dá boas bengalas e os índios com eles fabricavam armas.

Do Amazonas à Bahia. No Ceará, encontra-se nos municípios litorâneos, principalmente no de Camocim. Marajá, em diversos Estados; Marajá-Açu, no Pará.

De tu-cu, o espinho alongado, a pua (10, 377). TUCUM BRAVO – Astrocaryum vulgare Mart., da família

das Palmáceas. Estipe de 10-15 m. sobre 15,20 cm. de diâmetro, com os anéis

armados de espinhos compridos. Folhas pinatífidas, espinhosas, com 2 m. de comprido. Inflorescência em espádice, com 1 m. de comprimento, no centro das folhas. Frutos drupáceo, globoso, pequeno, com 1 caroço de amêndoa branca e oleosa.

As folhas dão fibras resistentes para confecção de cordas e redes de pescar e de dormir.

Das guianas até S. Paulo. Cumari, na Bahia. TUÍ – Cipó Tuí. TURCO – Parkinsonia aculeata Linn., da família das

Leguminosas Cesalpinióideas. Arbusto ou arvoreta espinhosa, ereta, até 5 m. de altura, de

ramos flexíveis e pendentes dispostos em elegante umbela. Folhas pinadas, com muitos folíolos pequenos, oblongos e glabros, armados de dois espinhos agudos na base. Flores amarelo-pálidas, com o estandarte listrado de vermelho, odorantes, em racemos pequenos e

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axilares. Vagem linear, estrangulada entre as sementes, com a extremidade muito fina, contendo sementes de hilo curto perto do ápice.

Folhagem e ramos novos forrageiros. As vagens são muito procuradas pelo gado e conforme análise procedida pelo Instituto Agronômico de Pernambuco tem a seguinte composição (121, 358):

Umidade ........................................................................................ 12,19% Amido............................................................................................ 29,12% Proteína1 ......................................................................................... 6,62% Óleo ................................................................................................. 1,75% Cinzas .............................................................................................. 1,95% Celulose e não dosados................................................................ 38,41%

Flores melíferas. Além de ornamental, o Turco presta-se para sombrear pastagens, dando abrigo e contribuindo com os seus frutos ricos em proteina para a alimentação dos rabenhos. Serve ainda para cercas vivas, que se tornam impenetráveis quando os ramos são trançados e partir de um ano. Madeira de cerne vermelho, com o peso específico de 0,610 para lenha e carvão.

Espécie americana, cresce desde o México até a Argentina, preferindo as margens dos cursos d’água e às várzeas. Há uma espécie sul-africana. Parkinsonia africana Sond., inexistente entre nós. Elas duas compõem o gênero em questão.

Rosa da Turquia, no Amazonas e às vezes no Ceará; Turco no Nordeste; Turco e Espinho de Jerusalém, em S. Paulo.

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U

UBAIA – Eugenia Uvalha Camb., da família das Mirtáceas.

Arbusto. Folhas opostas, lanceoladas, glabras, de 2-4 cm. de comprimento por 1 de largura. Flores alvas, 4 pétalas, solitárias. Baga pequena, piriforme, de casca amarelo-avermelhada ou alaranjada, com 1-2 sementes grandes, cobertas por polpa aquosa, doce e um tanto ácida, comestível.

Nos tabuleiros da região litorânea. Quase todo o Brasil. Conhecida ainda por Uvaia. Uvalha.

Corr. de ybá-aia, fruto azedo, na lição de Batista Caetano (8, 184).

UBIM – Geonoma Schottiana Mart. (Geonoma

Aricanga Barb. Rodr), da família das Palmaceas. Palmeira baixa, com 3-5 metros de altura sobre 3 cm. de

diâmetro. Folhas longamente pecioladas, 1 m. de comprimento pinadas, com 30 pares de foiolos. Inflorescência em espadice ramosa de 40-60 cm. de comprimento. Fruto carnoso, pequeno, preto, com 1 semente.

Serve para cestos e peneiras, com o caule depois de fendido.

Abundante nas matas da Serra de Baturité. Do Piauí até S. Paulo e Goiás.

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UMARI – Geoffraea spinosa Jacq., da família das Leguminosas Papilionóideas.

Árvore grande, frondosa, com caule e ramos cheios de pequenos espinhos. Folhas alternas, imparipinadas, com 5-9 foliolos oblongos. Flores amarelas, cheirosas, em cachos axilares. Drupa ovóide, verde-amarela, pendente de longo pedúnculo, com mesocarpo carnoso e sementes fusiforme-naviculares.

Os frutos, embora um pouco amargos, se comem cozidos ou em mingaus, por ocasião das secas e mesmo nos tempos normais. Deles se retira uma massa (mesocarpa), tida como peitoral e vermífuga. As folhas constituem substancial ração para o gado e o chá das mesmas, misturadas com os brotos, passa por emenagogo e antidiarreico.

Cresce nas várzeas. Tem ainda os apelidos de Mari e Marizeira, evidentes alterações de Umarí. Corrução de y-mory, por uba-mo-ri-y, árvore que verte água (10, 383). O nome alude ao fenômeno desta planta verter tanta água pelos brotos, no princípio da estação pluvial, que chega a molhar a terra. Os sertanejos consideram o fato como excelente sinal de chuvas abundantes.

NOTA – É sem fundamento a classificação dada em Contribuição para o dicionário da flora do Nordeste brasileiro (12, 93). O gonero Poraqueiba pertence à família das Icacináceas.

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UMARI BRAVO – Calliandra spinosa Ducke, da família das Leguminosas Mimosóideas.

Ducke em Exploração e Entomológicas no Estado do Ceará (122, 33), descreve do seguinte modo esta planta: – “… arbusto de aspecto singularíssimo, de galhos tortuosos excessivamente ramificados, com folhinhas miúdas, muitas vezes inteiramente cobertos de perfumadas de perfumadas flores com estames brancos muito compridos. Estas flores passam, ao murchar, para o encarnado e dão ao carrasco impenetrável, formado por estes arbustos, magníficos aspecto”.

Folhas forraginosas. Madeira para lenha. Prefere os terrenos impermeáveis e pobres do sertão. UMBU – Imbu. UMIRI – Humiria floribunda Mart., da família das

Humiriáceas. Planta de porte variável. Folhas alternas, simples,

coriáceas, estipuladas. Flores amarelas ou esverdeadas, cheirosas, em corimbos. Fruto drupáceo, pequeno, resinoso, doce, comestível.

A casca exsuda seiva amarelo-avermelhada, cheirosa, que na terapêutica doméstica substitui os óleos de bálsamo e copaíba. Madeira vermelho-escura, dura, muito boa para fachos, queimando com facilidade e desprendendo cheiro agradável. A sua densidade é de 0,818 e as peças maiores prestam-se para trabalhos de carpintaria e marcenaria.

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Brasil tropical. Nos tabuleiros arenosos do litoral assume o aspecto arbustivo. De y-miri, forma contrata de ybá-miri, a arvorezinha, o arbusto (10, 383).

UNHA DE BOI – Nome que se costuma dar às espécies eretas e aculeadas do gênero Bauhinia, conhecidas no Sul por Unha de Vaca.

UNHA DE GATO – V. Malicia (Mimosa sensitiva

Linn.). URICURI – Cocos coronata Mart., da família das

Palmáceas. Estipe de 6-10 cm. de altura, bojudo no centro, coberto

com a base das folhas velhas. Folhas pinatifidas, até 3,50 m. de comprimento, de folíolos azulados e dispostas nos dois sentidos. Fruto drupáceo, com escamas na base, amarelo quando maduro, pequeno ovóide, com polpa carnosa e mucilaginosa e 1 caroço com amêndoa branca, oleaginosa.

Nos tempos de fome extraem de seu tecido medular uma farinha amarga e pouco nutritiva, chamado bró, na Bahia. as folhas fornecem fibras para chapéus, abanos, esteiras e outros trabalhos trançados. Na parte externa de seus folíolos se encontra cera, com as mesmas aplicações da de carnaúba. Folhas, flores e frutos forraginosos. Drupa comestível e a amêndoa contém de 55 a 60% de óleo alimentar, análogo ao do coqueiro. A torta, resultante da extração de óleo, contém 19% de proteina, recomenda-se como alimento concentrado para o gado.

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Do Piauí até Minas Gerais. Nicurí, Licuri, na Bahia; Aricuri, em outros lugares.

URINÁNA – Nome de Leguminosas Papilionóideas do

gênero Zornia (Z. brasiliensis Vog., Z. cearensis Hub. Z. diphylla Pers. Z. Gardneriana Moric. Z. tenuifolia Moric). São plantas herbáceas, eretas ou decumbentes, bifoliadas ou tetrafoliadas, com flores amarelas e vagens articuladas, aderentes como as dos carrapichos.

Preferem os terrenos baixos, úmidos e são forrageiras de boa qualidade. A infusão do caule e das folhas destas espécies é diurática e laxativa.

São conhecidas por Urinária, em Pernambuco e na Bahia: Carrapicha, em Pernambuco e no Rio de Janeiro.

URTIGA – Nome comum a plantas providas de pelos

glandulosos que secretam líquido urticante. URTIGA CANSANÇÃO – Cansanção. URTIGA MAMÃO – Dalechampia scandens Linn., da

família das Euforbiáceas. Planta herbácea, trepadeira, com pelos curtos e irritantes.

Folhas alternas, estipuladas lobadas. Flores miúdas, em ciátios precedidos de bráctea vistosas. Fruto capsular.

Os pelos provocam erupções pruriginosas, às vezes inchaços na parte da pele mesmos atingida.

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Quase todo o Brasil. Tamiarana e Urtiga Cipó, em Pernambuco. No Ceará é ainda conhecida por Tamiarana.

URTIGA TAMIARANA – Tamiarana. URTIGA VERMELHA – Urera baccifera Gaud.

(Urtica baccifera Linn.), da família das Urticáceas. Pequeno arbusto de caule aculeado, com ramos robustos e

pardacentes. Folhas com pecíolos de 2-20 cm. de comprimento, alternas, ovado-oblongas ou ovado-arredondadas, agudas no ápice, arredondadas e às vezes subcordadas na base, denteadas e até grosseiramente sinuado-denteadas, com a face inferior cobertas de pelos sedosos, muito urticante e caducos, enquanto que a superior se mostra glabra ou com pelos duros, ponteagudos e esparsos. Flores em cimeiras ramificadas, avermelhadas ou róseas. Aquênio branco ou rosado, de 4-5 mm. de comprimento, envolto num perianto suculento e persistente.

“Das urtigas mencionadas esta é uma das que mais queima, produzindo pelo seu contacto com a epiderme uma sensação de calor e um prurido especial, acompanhado duma ardência insuportável e grande irritação muito semelhante à produzida pela picadas das abelhas e maribondo, assim como pelos cabelos de algumas larvas ou lagartas de certas borboletas” (123, 910).

América tropical. No Ceará, com o nome de Urtiga Vermelha, também se conhece a Fleurya aestuans Gaud. (Cansanção).

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URU DE POBRE – Rhoeo discolor Hance

(Tradescantia discolor L’Hér), da família das Comelináceas. Planta herbácea, de caule nodoso, formando densas touças.

Folhas invaginantes, escassas, quase retas, lanceolado-oblongo, rijas, carnosas, roxas dorsalmente e verdes na parte ventral. Flores umbeladas, miúdas, alvas, quase ocultas por duas grandes espatas.

Ornamental. Toda a planta é emoliente, peitoral e diurética. Originária da América Central. Cordoban, em Pernambuco;

Trapoeiraba-Açu, na Bahia. URUBÁ – Calathea tuberosa Koch. (Thalia tuberosa Vell),

da família das Marantáceas. Planta acaule ou acaulesente, de rizoma horizontal e raízes

tuberosas. Folhas longo-pecioladas, lanceoladas, fasciculadas duas a duas. Flores vermelhas, dispostas em inflorescências terminal, fasciculada.

Raizes tuberosas e amiláceas. Do Ceará ao Rio de Janeiro. URUCU – Bixa Orellana Linn., da família das Bixáceas. Arbusto ou árvore pequena, até 9 m. de altura, revestida de

casca parda, com tronco mais ou menos linheiro e copa bem desenvolvida. Folhas longamente pecioladas, alternas, cordiforme-acuminadas, de 8-20 cm. de comprimento por 4-15 cm. de largura, às vezes maiores, emarginadas ou truncadas na base, glabras quando adultas. Flores róseas ou branco-róseas, cobertas na face inferior de

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escamas filiformes e vermelhas, dispostas em panículas terminais de 4-5,5 cm. de diâmetro. Cápsula ovóide ou ovóide-globosa, de 3-4 cm. de comprimento por 3-4,5 de diâmetro, às vezes inerme, geralmente coberta de espinhos compridos, delgados e suaves, abrindo-se por 2 valvas. Sementes numerosas, pequenas, de 5-6 mm. de comprimento, cobertas por um arilo polposo, avermelhado ou cor de laranja.

A polpa das sementes, além da matéria oleosa, encerra orelina ou bixina, substância corante completamente inofensiva empregada na tinturaria e culinária, vindo daí a industrialização da polpa, que é apresentada ao comércio sob a forma de pães ou em pó. No arilo encontra-se igualmente regular percentagem de vitamina C, que o recomenda, em xaropes, nas faringites e bronquites. As sementes contusas, pelo mesmo motivo, em infusão, servem para combater as afecções catarrais. As raízes passam por diurético.

Os índios costumavam e ainda usam passar urucu por todo o corpo, como adorno e defesa contra as picadas dos insetos e os efeitos causticantes dos raios actínicos.

Endêmica na América tropical, porém hoje comum no Velho Mundo. Açafroa, em Pernambuco e Bahia, ao lado de Urucu. Este nome no tupi significa o vermelhão, dado à planta pela cor do arilo. (10, 386).

Há duas variedades caracterizadas pela cor das cápsulas, verde e vermelha.

UVA – Parreira.

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UVAIA – Ubaia. UVALHA – Ubaia.

V VASSOURA – Nome comum às plantas: 1 – Corchorus hirtus Linn. (Corchorus pilolobus Link.,

Corchorus tortipes St. Hil), da família das Tiliáceas – Arbusto de 25-30 cm. de altura, quase sempre lenhoso. Folhas obtusas, serreadas, crenadas, pubescentes. Flores amarelas, pequenas, axilares. Cápsula linear-acuminada, hirsuta, bivalva.

Antilhas, América Central e do Sul. 2 – Sida angustissima St. Hil., da família das Malváceas.

– Planta herbácea que, como o específico indica, tem as folhas estreitissimas.

3 – Sida linifolia Cav. (Sida longiolia Brandegee), da família das Malváceas – Erva ereta, esparsamente pilosa, de folhas inteiras, lineares, lanceoladas, pilosas ou glabras. Flores alvas ou amareladas, com fundo negro-bruno, em pequnas racemos terminais.

África, Antilhas e do México à América do Sul. Guaxima Miúda, na Bahia.

As duas últimas produzem fibras regulares e todas, no campo, são usadas como vassouras.

VASSOURINHA – Denominação vulgar das seguintes

plantas:

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1 – Stylosanthes angustifolia Vog., da família das Leguminosas Papilionóideas – Erva até 1 m. de altura. Folhas trifoliadas. Flores amarelas, em espigas. Vagem pequena e curta.

Forrageira. Prefere os lugares secos e arenosos. Guianas. Da Amazônia até Pernambuco.

2 – Stylosanthes guianensis Swartz, da família das anterior. – Erva anual, de hastes pubescentes, formando densas touceiras até 1,5 m. de altura. Folhas 3-foliadas, tendo na base dos pecíolos 2 estipulas concrescentes, avermelhadas, pubescentes. Flores sulfuras com o estandarte alaranjado e riscado de marrom, dispostas em capítulos compactos. Vagem marrom-clara, ovóide, com um pequeno bico recurvado.

Forrageira de excepcional valor, verde ou fenada. A composição química do feno apresenta a relação nutritiva de 1:2,55, rivalizando com a alfafa, conforme a análise realizada pelo dr. Alfredo de Andrade, no Museu Nacional:

Substância azotadas .......................................................... 17,62% Extrativos não azotados .................................................... 36,11% Matéria gorda ...................................................................... 3,63% Celulose pura .................................................................... 21,76%

Planta rústica, resistente à seca, pouco exigente de cal, esta espécie e as demais do gênero Stylosanthes, que pelas suas reais qualidades forrageiras já lograram o qualificativo de alfafas amarelas ou de alfafas brasileiras, deveriam ser cultivadas

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com carinho em todo o Nordeste, como valioso recurso alimentar para os rebanhos.

Há, a respeito desta preciosa forrageira, batisada com o nome de Alfafa do Nordeste por D. Bento Pickel, excelente trabalho do mesmo, feito à base de observações realizadas na extinta Escola Superior de Agricultura São Bento, em Pernambuco. (15, 47).

América tropical. Do Pará ao Rio Grande do Sul. Vassoura, no Ceará; Saca-Estrepe e Trifólio, em Pernambuco; Trifólio no Rio G. do Sul.

3 – Stylosanthes viscosa Swartz (Stylosanthes glutinosa H.B.K.), da mesma família da anterior. Herbácea ou de porte arbustivo, pubescente. Folhas com 3 foliolos eliticos, pequenos, de 6-8 mm. Flores amarelas, miúdas, em espigas ovóides. Vagem pequena, um pouco larga e curva.

Os folíolos e as inflorescências têm numerosas pelos glandulares, secretores de uma substância viscosa que torna este vegetal, como forragem, pouco procurado dos animais.

América tropical e meridional subtropical. Todo o brasil. Meladinha de Cavalo, na Bahia; Meladinha, no Rio Grande do Sul.

4 – Scoparia dulcis Linn. (Scoparia ternata Forsk.), da família das Escrofulariáceas – Erva ramosa, glabra, até 1 de altura. Folhas verticiladas ou opostas, pecioladas, ovadas ou lanceoladas, denteadas do meio para cima. Flores miúdas solitárias ou geminadas, axilares e de corola branca. Pequena cápsula esferóide, bivalvar, com muitas sementes.

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Toda a planta é mucilaginosa, emoliente e béquica. América tropical. Todo o Brasil. Vassourinha Mofina, na

Bahia; Tapixava ou Vassourinha, em S. Paulo; Vassourinha Tupiçaba, no Rio G. do Sul. De vez em quando, entre nós, é também chamada de Vassourinha de Botão.

VASSOURINHA DE BOTÃO – Perpétua do Mato. VASSOURINHA ROXA – Pleurophora anomala

Koehne, da família das Litráceas. Planta herbácea, com flores arroxeadas. VELA DA PUREZA – Círio de Nossa Senhora. VELAME – Croton campestris St. Hil., da família das

Euforbiáceas. Arbusto de 1-2 m. de altura, ramificado no alto. Folhas

alternas, eliticas, quase sésseis, tomentosas. Flores em espigas na extremidade dos ramos, brancas, aromáticas, tomentosas. Fruto capsular, pequeníssimo.

A raiz e o seu polvilho (goma de velame) são depurativos enérgicos, dos mais conceituados entre a gente campesina. O polvilho também se aplica nas úlceras e feridas de mau caráter, como secativo e curativo. Folhas aromáticas e diaforéricas. Flores melíferas.

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Quase todo Brasil. Velame Verdadeiro, na Paraíba, Pernambuco e Alagoas; Velame do Campo, em S. Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

VELAME BRANCO – Velame. VELAME DE CHEIRO – Croton floribundus Spreg.

(Croton asper Desv.), da família das Euforbiaceas. Arbusto lenhoso, alcançando, frequentemente o porte de

arvoreta. Folhas alternas, oblongo-ovadas, de 5-12 cm. de comprimento, com pelos ásperos e brancos no dorso. Flores alvas, cheirosas, dispostas em espigas compridas.

Pompeu (25, 188), baseado nos informes prestados pelo dr. Freire Alemão Sobrinho, escrevia sobre, este velame, em 1863, o seguinte:

O velame de cheiro só existe, que o saibamos, nos Cariris; é erva alcanforada, cujo cheiro semelha um tanto o de mentruz ou Erva de Santa Maria: carminativo, antiscorbútico, nervino e vulnerário.

Muito posteriormente Luetzelburg confirmaria esta distribuição do Velame de Cheiro, no Ceará, assinalando-o no oeste da Serra do Araripe (24, II, 77).

Do Piauí ao Paraná, inclusive Minas Gerais. Capixingui, em S. Paulo.

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VELAME PRETO – Croton moritibensis Bail., da família das Euforbiáceas.

Planta arbustiva. Folhas pubescentes, cordiformes, denteadas e alternas. Flores alvas, aromáticas, dispostas em espigas. Cápsula angulosa, contendo 3 sementes.

As mesmas propriedades dos anteriores. VELUDO – Nome dado a certas plantas com indumento

aveluadado, principalmente nas folhas (Gesneriáceas), ou nas inflorescências (Amarantáceas).

VERBENA – Nome de algumas Verbenáceas

ornamentais, herbáceas, quase rasteiras, anuais, com flores mais ou menos irregulares, hipocrateriformes, dispostas em espigas, cuja coloração varia tanto em relaçao às espécies (Verbena Encarnada – Verbena chamaedryfolia Juss. e Verbena Roxa – Verbena pinnatisecta Schau), como no tocante aos híbridos, que são em grande número, anões ou gigantes, unicolores ou diversamente variegados.

América Meridional. Formosa Sem Dote, na Bahia; Verbena e Jurujuba, no Rio de Janeiro; Camaradinha, em S. Paulo.

VIDEIRA – Parreira. VINAGREIRA – Hibiscus Sabdariffa Linn. (Hibiscus

digitatus Cav., Hibiscus gossypiifolius Mill,. Hibiscus

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sanguineus Griff., Sabdariffa rubra Kostel), da família das Malváceas.

Arbusto anual ou bianual, herbáceo, atingindo até 3 m. de altura, de caule ramificado, glabro e vermelho. Folhas suculentas e de sabor ácido, ligeiramente adstringentes, arroxeadas, alternas, simples, sendo as inferiores inteiras e ovadas e as superiores 3-5-lobadas aceradamente, denteadas, longamente pecioladas. Flores sésseis, axilares, róseas ou purpúreas, com pedúnculos vermelhos. Cápsula vermelha, oval, com 5-lóculos, revestida de pelos finos e picantes, encerrando umas 20 sementes negras e reniformes.

O conjunto do cálice e da corola forma a parte mais importante da planta, a que o povo dá o nome de fruto. De cor vermelho-escura, ou branca (var. alba), entra na confecção de geléia, marmeladas, xaropes e vinhos fracos. O caule fornece fibras, sobretudo na variedade altissima, cultivada nas Filipinas. As folhas encontram emprego tanto na arte culinária como na medicina caseira.

Originária da África oriental tropical. Certamente nos veio com os escravos, como pensava Barbosa Rodrigues, já pelo nome popular em diversos locais (Caruru da Guiné, Quiabo da Angola), já pelo seu grande emprego na culinária negra.

Na Bahia, ao lado de Vinagreira, há também o apelido Rosela.

VIOLETA – Viola odorata Linn., da família das

Violáceas.

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Planta herbácea, rasteira, estolhosa, de caule quase todo subterrâneo, com numerosas raízes rígidas e filiformes. Folhas longo-pecioladas, estipuladas, cordado-ovadas, reniformes de quando em quando, obtusamente serreadas. Flores pequenas, violáceo-escuras, raramente róseas ou brancas. Cápsula pequena, oblongo-oval, unilocular, com sementes lisas, loculícida.

Frequente nos jardins e interiores de habitações. As flores, delicadas e deliciosamente perfumadas, ocultam-se entre as folhas, particularidade que a tornou símbolo da modéstia, da candura e mesmo da castidade. Na mitologia, Cloé tece uma grinalda de violetas e oferece à Dáfne como presente virginal.

Folhas peitorais e ligeiramente purgativa. Das flores retira-se magnífica essência. As raízes encerram veneno violento, a violina, que além de emético provoca graves distúrbios nervosos e circulatórios.

Natural do Velho Mundo. Ainda por Violeta se conhece a Angelonia pubescens

Benth., da família das Escrofulariáceas. É uma erva de folhas alternas, oval-acuminadas,

ligeiramente serreadas, com flores axilares, solitárias e roxas. A beleza de suas flores a recomenda como planta de alto

valor decorativo, tanto que o botânico Gardner, quando de sua visita ao Brasil, em meados do século passado, procurou propaga-la nos jardins ingleses, enviando sementes daqui.

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Com as mesmas características ornamentais ainda possuimos a Angelonia arguta Benth., Angelonia biflora Benth., Angelonia bracteata Benth.

A infusão destas Angelonias é sudorífera é calmante. VIOLÊTE – Dalbergia cearensis Ducke, da família das

Leguminosas Papilionóideas. Arbusto ou arbúsculo cujos ramos superiores são mais ou

menos escandentes. Encontrado no sertão e sopé de serras. VIOLÊTE BORDADO – Platymiscium sp. e

Machaerium centifolium Vog., Leguminosas Papilionóideas, são os violêtes arbóreos da região Cariri (Crato), sendo que o último é também conhecido por Coração de Negro.

VIOLÊTE CIPÓ – Violête. VISGUEIRO – Nome comum às seguintes Leguminosas

Mimosóideas: 1 – Parkia pendula Benth. (Inga pendula Willd.,

Mimosa pendula Poir.) – Pelo porte, é uma das árvores mais significantes da nossa flora. O tronco, revestido de casca espessa, escura e sulcada, alcança notável desenvolvimento e ramifica-se, mais ou menos horizontalmente, a certa altura do solo, emitindo galhos grossos, longos, cobertos de uma folhagem miúda e verde-escura, formando o conjunto uma

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grande copa umbeliforme, magnífico abrigo contra as soalheiras sertanejas, exceto no período da antese, quando as flores exsudam uma substância viscosa, grudenta, que se alastra pelo chão. Flores em capítulos esféricos, vermelho-escuros, de cheiro desagradável, pendendo de longos pedúnculos filiformes, até 1,50 m. de comprimento. Vagem grande, ondulada, com sementes arredondadas e que exsuda goma-resina visguenta.

Da mata pluvial da Amazônia, da de Pernambuco e Alagoas. Falta desde o Maranhão à Paraiba (45, 431).

2 – Parkia platycephala Benth – Parecida com a precedente, porém de porte menor. Os galhos, alguns com 2,50 m. de circunferência, rompem próximos ao solo, de modo que a copa quase toca o chão. Flores em capítulos purpúreos, suspensos em pedúnculos filiformes.

Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e norte da Bahia. Comum no sul do Ceará e no agreste da Serra do Araripe, onde chega a constituir 10% da vegetação.

A madeira da primeira espécie, pardo-amarelada, fibrosa, com o peso específico de 0,85, presta-se para caixotaria. A da segunda, é mole e quebradiça. Os frutos dão visgo com que se pegam passarinhos e maduros constituem boa forragem, bastante usada pelos criadores de Cariri (CE). Recomenda-se para parques e logradouros públicos que ofereçam possibilidades ao seu grande desenvolvimento.

NOTA – Com o nome de Visgueiro é conhecida nas matas da Serra de Baturité uma árvore do gênero Sapium, da família das Euforbiáceas.

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VIUVINHA – Petraea aspera Turcz (Petraea volubilis

Schauer.), da família das Verbenáceas. Trepadeira lenhosa e ramosa. Folhas coriáceas, verde-

escuras. Flores bonitas, azuladas ou violáceas, em grandes racemos eretos. Fruto capsular.

Planta ornamental, cultivada nos jardins. O seu valor decorativo mais se realça pela particularidade que tem o cálice de conservar, depois da floração, por muitos dias, o seu colorido azulado, ensejando que as outras flores da mesma inflorescência se tornem mais vistosas.

Nativa em alguns Estados, porém não no Ceará. Tem uma sinonímia popular bastante grande: Capela de Viúva, Chorão de Viúva, Coroa de Viúva, Toucado de Viúva, Cipó Azul, Flor Azul, F. de S. Miguel, F. de Viúva, Grinalda de Viúva, Toucado.

NOTA – No Ceará, por Viuvinha, também é conhecido o Cinamomo.

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X

XIQUE-XIQUE – Cereus Gounellei K. Schum. (Pilocereus Gounellei Weber., Pilocereus setosus Guerke., Cephalocereus Gounellei Britt. & Rose.), da família das Cactáceas.

“Esta cactácea é caracterizada pelo seu tronco ereto de 3 m. de altura, com galhos laterais afastados e descrevendo suavemente uma curva ampla em direção ao solo, atingindo-o nesse prolongamento, donde novamente se levantam para tornarem-se eretos e paralelos ao tronco”. O caule e os ramos com 10 arestas, perfeitamente distintas, munidas de aréolas acinzentadas, valentemente armadas de espinhos fortes, têm uma coloração verde-opaca. Flores tabulosas, grandes, medindo perto de 8 cm. de comprimento, brancas, abrindo-se à noite, com sépalas verde-pálido-amareladas. Baga arredondada, achatada em ambos os pólos, avermelhadas, coroadas com os restos dessecados e pretos da flor, tendo polpa purpúrea e pequenas sementes pretas e luzidas.

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Luetzelburg (124, 5 a 17), concluiu, baseado no exame dos espinhos de Cereus Gounellei, que além da forma típica, que deve ser a de espinhos curtos, por ele denominado de subsp. brachyaculeatus, há mais quatro subespécies: heteroaculeatus, longiaculeatus, elegans e horridus.

Os caules e galhos do xique-xique constituem preciosa alimentação para o gado nos anos de seca. Como são terrivelmente armados, entram no arraçoamento das reses depois de cortados e submetidos ao fogo, que devora os espinhos. Deve-se ter o cuidado de deixa-los esfriar, sob pena de provocarem crises agudas de meteorismo.

Há criadores que em vez de cotarem o xique-xique lançam fogo às touceiras, prática condenável por provocar a morte de tão útil planta.

A composição química das hastes secas, segundo o Boletim de Análise n. 27,465, do Instituto de Quimica Agrícola, do Ministério da Agricultura, é a seguinte:

Umidade ............................................................................ 16,66% Proteína bruta ...................................................................... 2,63% Extrato etéreo ...................................................................... 0,22% Extrativos não nitrogenados ............................................. 70,72% Fibra bruta (Celulose) ......................................................... 6,39% Resíduo mineral .................................................................. 3,38% Fósforo em P2O5 ................................................................. 0,18% Cálcio em CaO .................................................................... 0,87%

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O sertanejo, nos tempos escassos, recorre ao xique-xique,

cujas hastes mais novas têm a medula comestível, depois de assada, e, no estado natural, aplaca a sede.

É uma das plantas características dos sertões mais secos do Nordeste. “O Xique-Xique vegeta na caatinga e no carrasco, ali, porém, com menos freguencia; é raro nos agrestes e constutui um dos elementos característicos do Seridó. nas regiões mais pobres de vegetação, no sertão, esta cactácea forma tapetes extensose densos, impedindo qualquer trânsito ou passagem. Com as bromeliáceas (Caruás, Gravatás, etc.), as moitas de Xique-Xique constituem a parte mais ingrata do sertão (Região de Canudos, Jeremoabo, Serra do Xuquê, Paraiba central, Ceará central e Piauí Sul)” (24, III, 68).

Xique-Xique talvez seja voz Cariri, intraduzível no estado atual dos nossos conhecimentos em relação a essa língua indígena.

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Z

ZABUMBA – Nome das Solanáceas: 1 – Datura Stramonium Linn. (Stramonium foetidum

Scop., Stramonium vulgatum Gaertn., Stramonium spinosum Lam.) – Herbácea, anal, de caule ereto, ramoso, dicótomo, 1m.50 de altura. Folhas longo-pecioladas, alternas, amplas, ovadas, acuminadas, irregularmente sinuado-denteadas, lisas, de cheiro desagradável e de sabor acre e amargo. Flores tubuliformes, grandes, brancas ou lavadas de azul, solitárias, curto-pedunculadas. Cápsula oval ou arredondada, eriçada de grossos espinhos, com muitas sementes reniformes, pretas quando maduras.

Espécie universalmente conhecida como midriática, estupefaciente e relaxodora dos músculos. Nas folhas e sementes existem a scopolamina e a hiosciamina, alcaloides que a tornam a mais venenosa das Solanáceas. Sob a forma de cigarros ou fumigações, as folhas e flores são indicadas na dispnéa asmática,

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desde que o paciente não seja cardíaco. O óleo e a pomada, em fomentações, agem como calmante local. É um dos componentes do conhecido Bálsamo tranquilo. A ingestão das folhas e especialmente das sementes ocasiona, conforme a dose, uma intoxicação que pode ir da simples vertigem até a morte. Por causa de suas enérgicas propriedades nóxias é conhecida também por Mata Zombando.

A maioria dos autores afirma ser natural da Ásia e naturalizada de há muito na Europa e na América. Outros sustentam a sua origem americana, tanto que era conhecida dos antigos mexicanos. Estramônio, na Bahia e S. Paulo; Figueira do Inferno, no Rio, em S. Paulo e outros Estados.

2 – Datura Metel Linn. (Datura Guayaquilensis H.B.K.) – Subarbustiva, anual, de folhas pubescentes e flores alvas.

Planta narcótica, medicinal ou venenosa, consoante a dose e o modo de aplicação.

Espontânea no Brasil, entretanto parece ser da Ásia meridional. Trombeta, em Pernambuco.

ZABUMBA BRANCA – Datura arborea Linn. (Datura

suaveolens Willd., Brugmansia candida Pers., Datura alba Nees), da família das Solanáceas.

Arbusto desenvolvido e bem esgalhado. Folhas pecioladas, alternas, pubescentes, oblongas ou oval-lanceoladas, inteiras ou reviradas. Flores solitárias, grandes, pendentes, trombetiformes, brancas, um pouco verdosas para a base, de 20 cm. de

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comprimento, com 5 estames livres. Cápsula glabra, subglobosa, pendente.

Ornamental. Sedativa pela presença da atropina nas flores e demais partes da planta. Flores usadas em cigarros pelos asmáticos.

Originária da América do Sul, certamente nativa no Brasil. Possui hábitos ruderais. Trombeta Branca, Bahia, Rio; Trombeteiro, em S. Paulo.

ZABUMBA ROXA – Datura fastuosa Linn., da família

das Solanáceas. Subarbustica, 1-2 m de altura, esgalhada, de caule roxo-

negro. Folhas glabras, semi-cordiformes, sinousas ou lobadas. Flores grandes, trombetiformes, corolas às vezes dobradas e até quadruplicadas, roxo-brancas. Cápsula oval ou arredondada, eriçada de acúleos roxos, com muitas sementes.

Folhas e flores calmantes, usadas pelos asmáticos, em cigarros. Venenosa em alta dose.

Originária da Índia oriental e da África tropical. Trombeta Roxa, na Amazônia e na Bahia; Zabumba Roxo, em Pernambuco; Manto de Cristo, em S. Paulo. Ainda no Ceará, na região do Riacho do Sangue, costumam chama-la de Anágua de Viúva.

ZABRANDIM – Piper corcovadense C. DC., da família

das Piperáceas.

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Arbusto até 2 m de altura. folhas curtamente pecioladas, alternas, elíticas, alongado-agudas, medindo 7-10 cm. de comprimento por 3,5-2,5 de largura. Inflorescência em espigas axilares, 8-10 cm. de comprimento.

Espigas carminativas e estomáquicas. Encontrado no alto da Serra de Baturité. Também

conhecido pelos apelidos de Chá Bravo e Jaborandi. ZÍNIA – Cecília.

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47 – SAMPAIO, A. J. DE, 1927, Atuais dificuldades da

Sistemática do Gen. Coffea, L. Boletim do Museu Nacional, Vol. III, Nº 4, 1927, Rio de Janeiro.

48 – LINHARES, MANUEL DO N. ALVES, 1901, Traços

Biográficos do Capitão-Mor José de Xerez Furna

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Uchôa. O Introdutor do Café no Ceará, Revista Trimensal do Instituto do Ceará, Tomo XV. 1º e 2º Trimestre de 1901, Tip. Studart, Fortaleza.

49 – LIMA, DÁRDANO DE A., 1951, Lista dos nomes

vulgares de espécies do Herbário Pickel, Boletim da Secretaria de Agricultura, Indústria Comércio, Vol. XVIII, Ns. 1 e 2. Janeiro e Junho de 1951, Editado pelo Serviço de Divulgação Agrícola do Estado de Pernambuco.

50 – FURTADO, JOAQUIM JUAREZ, 1946, Do óleo de

Caju e do Possível Enzimia Secretado pelo Mycobacterium Leprae, Secretaria da Agricultura, Ceará.

51 – PARAHYM, DR. ORLANDO, 1941, A Vitamina C na

Alimentação Sertaneja, Departamento de Saúde Pública, Publicação N° 12, Imprensa Oficial, Recife.

52 – MAGALHÃES, DR. EDUARDO, 1908, Higiene

Alimentar, Rio de Janeiro. 53 – OLIVEIRA, DR. FRANCISCO M. DE MELO, 1905,

Estudos de Matéria Médica Brasileira de Origem Vegetal, Escola Tipográfica Salesiana, S. Paulo.

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54 – SALVADOR, FREI VICENTE DO, s/d, História do Brasil, 1500-1627, Terceira edição revista por Capistrano de Abreu e Rodolfo Garcia, Editora-Proprietária Companhia Melhoramento de S. Paulo.

55 – VASCONCELOS, SIMÃO DE, 1864, Crônica da

Companhia de Jesus do Estado do Brasil, e do que obraram seus Filhos nesta Parte do Novo Mundo, Segunda edição, acrescentada com uma introdução e notas históricas e geográficas pelo Cônego Dr. Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro, Tipografia de João Inácio da Silva, Rio de Janeiro.

56 – FREYRE, GILBERTO, 1939, Açúcar, Algumas receitas de doces e bolos dos engenhos do Nordeste, Livraria José Olimpio Editora, Rio de Janeiro.

57 – FURTADO, JOAQUIM JUAREZ, 1949, O Óleo de Caju

e a Lepra, Anais do Instituto do Nordeste, 1949, Editora Instituo do Ceará, Fortaleza.

58 – PISO, GUILHERME, 1948, História Natural do Brasil Ilustrada, Tradução do Professor Alexandre Correia, seguida do texto original, da biografia do autor e de comentário sobre a sua obra, Edição comemorativa do primeiro cinqüentenário do Museu Paulista, Companhia Editora Nacional, S. Paulo.

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59 – BARBOSO, GUSTAVO, 1948, Guerras de Corso e de Morte, O Cruzeiro, edição de 18-XII-1948, Rio de Janeiro.

60 – MARCGRAVE, JORGE, 1942, História Natural do

Brasil, Tradução do Mons. Dr. José Procópio de Magalhães, Edição do Museu Paulista Comemorativa do Cinquentenário da Fundação da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo.

61 – NETO, JOSÉ ANTONIO GONÇALVES DE MELO,

1947, Tempo dos Flamengos, Influência da Ocupação Holandesa na Vida e na Cultura do Norte do Brasil, Coleção Documentos Brasileiros, 54, Livraria José Olimpio Editora, Rio.

62 – NEIVA, ARTUR, 1940, Estudos da Língua Nacional,

Biblioteca Pedagógica Brasileira, Série 5ª, Brasiliana, Vol. 178, Companhia Editora Nacional, S. Paulo.

63 – SOBRINHO. T. POMPEU, 1918, A Questão da

Alimentação do Gado no Ceará, Editores Eugenio Gadelha & Filho, Ceará.

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64 – COSTA, OSVALDO DE ALMEIDA, 1948, Plantas Tóxicas Para o Gado, Resenha Veterinária, Ano II, Ns. 5-6 Setembro-Dezembro, 1948, Rio de Janeiro.

65 – NEIVA, ARTHUR & BELISÁRIO PENA, 1916,

Viagem científica pelo norte da Bahia, sudoeste de Pernambuco, sul do Piauí e norte e sul de Goiás, Memórias do Instituto Osvaldo Cruz, Vol. VII, Fasc. 3, 1916, Rio de Janeiro.

66 – ANÔNIMO, 1937, Informações Sobre Algumas Plantas

Forrageiras, Publicações da Secção de Agrostologia e Alimentação dos Animais, Nº 1, 4ª edição. Diretoria de Estatística da Produção, Rio de janeiro.

67 – LOEFGREN, ALBERTO, 1923, Notas Botânicas

(Ceará), 2ª edição, Publicação Nº 2, Série I – A, Ministério da Viação e Obras Públicas, Inpestoria de Obras Contra as Secas, Imprensa Inglesa, Rio de Janeiro.

68 – HITCHCOCK, A. S., 1930, The Grasses of Central Amer-

ica, Contributions from the United States National Herbarium, Vol. 24, Part. 9, Governamental Printing Office, Washington.

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69 – HITCHCOCK, A. S., 1935, Manual of the Grasses of the United States, Department of Agriculture, Miscel-laneous Publication, Nº 200, Government Printing Of-fice, Washington.

70 – LUETZELBURG. DR. PH. VON. 1938, Dados básicos

para o reflorestamento no Nordeste brasileiro, Boletim Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas, Vol. 9, Nº 1, Janeiro a Março, 1938, Rio de Janeiro.

71 – BRITO, DR. E. C. DE SOUZA, 1918, Apontamentos

sobre as nossas principais forragens nativas e cultivadas, Serviço de Informações, Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro.

72 – CORRÊA, M. PIO, 1931, Dicionário das Plantas Úteis

do Brasil e das Exóticas Cultivadas, Vol. II, Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro.

73 – PECKOLT, TEODORO & GUSTAVO PECKOLT,

1889, História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil, Família das Palmáceas, Tipografia Laemmert & C., Rio de Janeiro.

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74 – STUDART, DR. GUILHERME, 1896, Datas e Fatos Para a História do Ceará, 1º Vol., Tipografia Studart, Fortaleza.

75 – ANONIMO, 1893, Exposição de Chicago, 1892-1893,

Catálogo dos Produtos do Ceará, remetidos à Exposição preparatória do Rio de Janeiro pela Comissão Central do Ceará, Tipografia Econômica, Ceará, Obs.; Este Catálogo vem apenso ao livro – Estado do Ceará, Catálogo da Exposição de Chicago, pelo Dr. Tomás Pompeu de Souza Brasil, Tipografia Econômica, Ceará, 1893, cuja página de rosto traz o seguinte titulo; Estado do Ceará Na Exposição de Chicago, por Tomás Pompeu de Souza Brasil, Tip. d’A República, Fortaleza, 1893.

76 – CARVALHO, JOAQUIM BERTINO DE MORAES, E. A., 1942, Ensaio sobre a Carnaubeira, Ministério da Agricultura, Serviço de Informação Agrícola, Rio de Janeiro.

77 – FURTADA, JOAQUIM JUAREZ, 1945, Contribuição

ao Estudo da Cera de Carnaúba, Departamento de Economia Agrícola, Tip. Moraes, Fortaleza, Ceará.

78 – MACEDO, M. A. DE, 1867, Notice Sur le Palmier

Carnauba, Typographie de Henri Plon, Paris.

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79 – BRASIL, DR. TOMAS POMPEU DE SOUZA, 1926, O Ceará no Centenário da Independência do Brasil, Vol. II, Tip. Minerva, Fortaleza, Ceará.

80 – ABREU, SILVIO FROIS DE, 1929, O Nordeste do

Brasil, tese de concurso, Papelaria Melo, Rio. 81 – GEHLSER, CONRAD A., 1937, O Caroá, Boletim da

Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio, Estado de Pernambuco, Vol. II, Nº 2, Junho de 1937, Imprensa Oficial, Recife.

82 – PARENTE, ESMERINO GOMES, 1939, Plantas

Têxteis do Ceará, Separata do livro “O Ceará”, Editora Fortaleza.

83 – XAVIER, LAURO P., 1942, O Caroá, História, Cultura e Distribuição Geográfica, Ministério da Agricultura, Serviço de Informação Agrícola, Rio de Janeiro.

84 – GARDNER, GEORGE, 1942, Viagens no Brasil,

Principalmente nas Províncias do Norte e nos Distritos do Ouro e do Diamante durante os anos de 1836-1841, Tradução de Albertino Pinheiro, Biblioteca Pedagógica Brasileira, Série 5ª, Brasiliana, Vol. 223, Companhia Editora, Nacional, S. Paulo.

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85 – MENDES, J. E. TEIXEIRA, 1941, O Jocote, Revista de Agricultura, Vol. XVI, Nº 7-8 Julho-Agosto de 1941, Piracicaba (SP.).

86 – MENEZES, A. INÁCIO DE, 1949, Flora da Bahia,

Biblioteca Pedagógica Brasileira, Série 5ª, Brasiliana, Vol. 264, Companhia Editora Nacional, S. Paulo.

87 – DALGADO, MONSENHOR SEBASTIÃO RODOLFO,

1910, Glossário Luso-Asiático, Volume I, Imprensa da Universidade, Coimbra.

88 – LOEFGREN, ALBERTO & H. L. EVERETT, 1919,

Sistema Analítico de Plantas, S. Paulo. 89 – TIGRE, CARLOS BASTOS, 1947, A Horticultura nas

Bacias de Irrigação dos Postos Agrícolas, Ministério da Viação e Obras Públicas, Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, Publicação Nº 147, Série I, A. Indústria Gráficas Urânia, Fortaleza, Ceará.

90 – DUQUE, J. G., 1951, Solo e Água no Polígono das

Secas, Segunda Edição Revista e Aumentada, Ministério da Viação e Obras Públicas. Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, Publicação Nº 147, Série I-A, Indústria, Gráfica “Urânia”, Fortaleza, Ceará.

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91 – SAMPAIO, A. J. DE, 1946, Nomes Vulgares de Plantas

do Distrito Federal e do Estado do Rio de Janeiro, Boletim do Museu Nacional, Nova Série, Botânica, Nº 4, 15 de Janeiro de 1946, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro.

92 – HOEHNE, F. C., 1939, Plantas e Substâncias Vegetais

Tóxicas e Medicinais, Coletânea de 114 aulas, primeiramente publicadas no “O Estado de São Paulo”, de 1934-38, sem ilustração e agora revista e ilustradas, Departamento de Botânica do Estado de S. Paulo, Graphicares, São Paulo-Rio.

93 – ANDRADE, EDMUNDO NAVARRO DE, 1911,

Manual do Plantador de Eucaliptos, 2ª Edição, Tipografia Brasil de Rothschild & Comp., S. Paulo.

94 – CORREA, M. PIO, 1952, Dicionário das Plantas Úteis

do Brasil e das Exóticas Cultivadas, Vol. III, Ministério da Agricultura, Serviço de Informação Agrícola, Rio de Janeiro.

95 – ARAÚJO, A. A. DE, 1935, Dicionário Brasileiro de

Forrageiras para Corte, Edição da “Chácaras e Quintais”, S. Paulo.

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96 – HOEHNE, F. C., 1937, Botânica e Agricultura no Brasil (Século XVI), Companhia Editora Nacional, Biblioteca Pedagógica Brasileira, Série V. Brasiliana, Vol 71, S. Paulo.

97 – CUNHA, EUCLIDES DA, 1929, Os Sertões, 11ª, Edição

Corrigida, Livraria Francisco Alves, Rio de Janeiro. 98 – RIBEIRO, JOÃO, 1910, O Fabordão, Crônica de vários

assuntos, H. Garnier, Livreiro-Editor, Rio de Janeiro e Paris.

99 – DUCKE, ADOLFO, 1935, As Espécies Brasileiras de

Jataí, Jutai ou Jatobá (Gênero Hymenaea L., Leguminosas cesalpiniáceas), Anais da Academia Brasileira de Ciências T. VII, Nº 3 (30 de Setembro de 1935), Rio de Janeiro.

100 – SOBRINHO, TOMAS POMPEU, 1917, A Indústria

Pastoril no Ceará, Tipc-Litografia Gadelha, Ceará. 101 – SOUZA, AGUINALDO JOSÉ DE, 1944, Contribuição

ao estudo das ramas forrageiras do Estado do Ceará, Separata do Boletim do Ministério da Agricultura, Agosto de 1943 Ministério da Agricultura, Serviço de Informação Agrícola, Rio de Janeiro.

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102 – BESSA, MANUEL NEGREIROS, A Macambira

(manuscrito). 103 – DOMINGUES, PROF. OCTÁVIO, 1941, A Pecuária

Cearense e seu Melhoramento, Oficinas Gráficas Alba, Rio de Janeiro.

104 – DUCKE, ADOLFO, 1950, As maçarandubas

amazônicas, Anuário Brasileiro de Economia Florestal, Ano 3º, V. 3°, Rio de Janeiro.

105 – ZEHNTNER, L., 1919, Estudo Sobre Algumas

Variedades de Mandiocas Brasileiras, Sociedade Nacional de Agricultura, Imprensa Inglesa, Rio de Janeiro.

106 – CAIRE, DR. F. ARISTIDES, 1916, Cultura da Mandioca, Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, Serviço de Informações, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro.

107 – SOBRINHO, VASCONCELOS, 1937, Vegetação dos

mangues da foz do Capibaribe, Boletim da Secretária da Agricultura, Indústria e Comércio, Vol. II, Nº 3, Setembro de 1937, Estado de Pernambuco.

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108 – TEÓFILO, RODOLFO, 1888, Monografia da Mucunã, Tip. Universal, Ceará.

109 – TEÓFILO, RODOLFO, 1922, A Seca de 1915,

Imprensa Inglesa, Rio de Janeiro. 110 – GIRÃO, RAIMUNDO, 1947, História Econômica do

Ceará, Coleção Instituto do Ceará, História do Ceará, Monografia Nº 12, Editora “Instituto do Ceará”.

111 – CORRÊA, M. PIO, 1909, Flora do Brasil, Algumas

plantas úteis, suas aplicações e distribuições geográficas, Diretoria Geral de Estatísticas, Tipografia da Estatística, Rio de Janeiro.

112 – LE COINTE, PAUL, 1947, Amazônia Brasileira III,

Árvores e Plantas Úteis, 2ª edição ilustrada, Biblioteca Pedagógica Brasileira, Série 5ª, Brasiliana, Vol. 251, Companhia Editora Nacional, Imprensa Nacional, Rio de Janeiro.

113 – MACEDO, JOSÉ NOBERTO, 1952, Fazendas de

Gado no Vale do São Francisco, Documentário da Vida Rural, Nº 3, Ministério de Agricultura, Serviço de Informação Agrícola, Rio de Janeiro.

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114 – HUBER, J., 1908, Plantas do Ceará, Revista d Instituto do Ceará, Tomo XXII (1908), Tip. Minerva Fortaleza.

115 – BAILEY, L. H., 1937, The Standard Cyclopedia of

Horticulture, Vol. I, II, III, The Macmillan Company New York.

116 – BRAGA, RENATO, 1951, Pteridófitas Cearenses,

Boletim da Secretaria da Agricultura e Obras Públicas Nº 2, Junho de 1951, Serviço de Divulgação Agrícola, Editora Instituto do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil.

117 – RÊGO, ALBERTO SILVA, 1946, O Sapoti e a Sapota,

Boletim da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio, Vol. XIII, Nº 2, Abril a Junho de 1946, Recife.

118 – LOEFGREN, ALBERTO, 1912, A tamareira e seu Cultivo, Publicação N° 13, Série I-A, Inspetoria de Obras Contra as Secas, Ministério da Viação e Obras Públicas, Rio de Janeiro.

119 – GUERRA, PAULO DE BRITO, 1939, A Tamareira no

Nordeste, Boletim, Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas, Vol. II, Nº 2 (Abril e Junho de 1939), Rio de Janeiro.

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120 – MATTA, DR. ALFREDO AUGUSTO DA, 1913, Flora Médica Braziliense, Secção de Obras da Imprensa Oficial, Manaus.

121 – CESAR, GETULIO, 1956, Curiosidade da Nossa

Flora, Imprensa Oficial, Recife. 122 – DUCKE, ADOLPHO, 1910, Explorações Botânicas e

Entomológicas no Estado do Ceará, Revista Trimensal do Instituto do Ceará, T. XXIV, Ano XXIV (1910), Tip. Minerva, Fortaleza.

123 – PECKOLT, THEODORO e GUSTAVO PECKOLT,

1893, História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil, 5º Fascículo, Companhia Tipográfica do Brasil, Rio de Janeiro.

124 – LUETZELBURG, DR. PH., 1936, Ligeira contribuição

para o conhecimento dos Xique-Xique das várzeas entre a barragem de São Gonçalo e a cidade de Souza, no Estado da Paraíba. Boletim da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas, Vol. 5, Nº 1, Janeiro a Março de 1936, Rio de Janeiro.

NOTA – Além da FLORA BRASILIENSIS (Martins, Eichler e Urban), frequentemente compulsada, deixaram de figurar na relação acima outros trabalhos, devidamente citados no texto.

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AUTORES DOS NOMES BOTÂNICOS CITADOS

A

ADANS, Michel Adanson, 1727-1806, França. AIT. William Aiton, 1731-1793, Grâ-Bretanha. A. CUNN. Vide Cunn. ALL, Carlo Allioni, 1725-1804, Itália.

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A. DC. Alphonse De Candolle, 1806-1893, Suiça, Colaborou na Flora Brasiliensis.

ANDERSS. Nils Johan Andersson. 1821-1880, Sucécia. ANDR. Henry, C. Andrews, morreu em 1830, Grã-Bretanha. ARN, George, Arnold Walker Arnott, 1799-1868, Grã-

Bretanha. ARR. CAM. Manuel de Arruda Câmara, grande conhecedor das

plantas do Nordeste brasileiro, 1752-1810, Brasil. A. GRAY, Vide Gray. AUBL. Jean Baptiste, Christophe Fusée Aublet, 1720-1778,

França.

B BAILL, Henry Ernest Baillon 1827-1895. França, Colaborou na

Flora Brasiliensis. BAK, ou BAKER, John Gilbert Baker, 1834-1920, Grã-

Bretanha, Colaborou na Flora Brasiliensis. BALBIS, BALB, Giovanni Battista Balbis, 1765-1831, Itália.

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BARB, RODR. João Barbosa Rodrigues, eminente botânico,

especialista em Orquidáceas e Palmáceas, 1841-1909, Brasil (MG).

BEAUV. Ambroise Marie François Joseph Palisot de Beauvais,

1755-1820. França. BECC, Odoardo Beccari, 1843-1920. Itália. BEER, Joseph Georg Beer, 1803-1873. Áustria. BENTH, George Bentham, 1800-1884, Grã-Bretanha,

Colaborou na Flora Brasiliensis. BERG. Otto Karl Berg. 1815-1866, Alemanha, Colaborou na

Flora Brasiliensis. BERT, Antonio Berteloni, 1775-1896. Itália. BLUME, Karl Ludwing Blume, 1796-1862, Holanda. BOJ, ou BOJER, Wengel Bojer, 1797-1856, Áustria. BONPL, Aimé Jacques Alexandre Bonpland, 1753-1858,

França.

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BORT. Katherine Steohens Bort, 1870, Estados Unidos. BORY, Jean Baptiste Geneviève Marcelin Bory de St. Vicent.

1778-1846, França. BRANDEGEE, Towsend S. Brandegee, 1843-1925, Estados U.

da América. BRITT. Nathaniel Lord Britton, 1859-1934, Estados U. da

América. BRONGN, Adolphe Théodore Brong-niart, 1801-1876, França. BROT. Felix de Avellar Brotero, 1744-1828, Portugal. BULL, William Bull, 1828-1902, Grã-Bretanea. BURM, Johannes Burman, 1706-1779, Holanda.

C

CAMARG, Felisberto C. Camargo, agrônomo contemporâneo, especialista em Bromeliáceas, Brasil.

CAMB ou CAMBES, Jacques Cambessédes, 1799-1863,

França.

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CASS, Conde Alexandre Henri Gabriel Cassini, 1781-1832, França.

CAV, Antonio José Cavanilles, 1745-1804, Espanha. CHAM, Adalbert von Chamisso, 1781-1838, Alemanha. CHASE, Agnes Chase, botânico conteporânea, E. U. da

América. CHEV. Augusto J. B. Chevaller, botânico francês

contemporâneo. CHOISY, Jacques Denys Choisy, 1799-1859, Suíça. C. CHR, Carl Christensen, 1872-1942. Dinamarca. C. B. CLARKE ou CLARKE, Charles Baron Clarke, 1832-

1906, Grã-Bretanha. C. DC. Casimir De Candolle, 1836-1916, Suiça. Colaborou na

Flora Brasiliensis. COCKERELL, Theodore Dru Alison Cockerell, 1866-1948. E.

U. da América. COGN. Célestin Alfred Congniaux, 1841-1916, França.

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CRANTZ, Heinrich Johan Nepomuk von Crantz, 1722-1797.

Áustria. CUNN, Allan Cunningham, 1791-1839. Austrália.

D

DC, Augustin Pyramus De Candolle, 1778-1841, Suíça. DCNE, Joseph Decaisne, 1809-1882, França. DESV, Augustin Nicaise Desvaux, 1784-1856, França. DE VRIESE, W. H. de Vriese, 1806-1862, Holanda. DIETR, Friedrich Gottlieb Dietrich, 1768-1850, Alemanha. DOELL, J. Christoph Doell, 1808-1885, Alemanha. Colaborou

na Flora Brasiliensis. DON, George Don, 1798-1852. Inglaterra. DUCH, Pierre Etienne Simon Duchartre, 1811-1894, França. DUCKE, Adolfo Ducke 1876-1959, nasceu em Trieste, mas se

naturalizou brasileiro. Grande conhecedor da flora

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amazônica e realizou interessantes estudos sobre a botânica nordestina.

DUNAL, DUN, Michel Felix Dunal, 1789-1856, França. DUNN. Stephen Troyte Dunn, 1868-1938, Grã-Bretanha.

E

EICHL. A. C. Eichler, Alemanha. Foi um dos diretores da Flora Brasiliensis.

EKMAN, Erik Leonard Ekman, 1883-1931, Suécia. ELLIOT, George Francis Scott Elliot, 1862-1934, Grã-

Bretanha. ENDL, Stephan Ladislaus Endlicher, 1804-1849, Áustria. ENGL, ou ENGLER, Heinrich Gustav Adolph Engler, 1844-

1930, Alemanha, Colaborou na Flora Brasiliensis.

F

FENZL. Eduard Fenzl, 1808-1879, Áustria. Colaborou na Flora Brasiliensis.

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FERN., FERNALD, Merriti Lyndon Fernald contemporâneo. EE. UU.

F. V. M. ou F.. MUELL, Ferdinand von Mueller, 1825-1896. FLUEGGE, Johan Fluegge, 1775-1816, Alemanha. FORSK, Pehr Forskal, 1736-1768. Suécia. FORST. Johann Reinhoid Forster, 1729-1798. A abreviatura

também abrange o seu filho Georg Forster, 1754-1794, Alemanha.

FR, ALL. Francisco Freire Alemão, 1797-1874. Brasil (RJ).

Notável botânico. Como chefe da Comissão Científica esteve no Ceará estudando a sua flora.

G

GAERTN, Joseph Gaertner, 1732-1791, Alemanha. GARDN, ou GARDNER, George Gardner, 1812-1849.

Inglaterra, Percorreu o vale do Jaguaribe e demorou-se bastante tempo no Cariri.

GAUD, Charles Gaudichaud-Beaupré, 1789-1864, França.

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GAWL, Vide Kerr. G. F. W. MEY. Georg Friedrich Wilhelm Meyer, 1782-1856.

Alemanha. GMEL, Samuel Gottich Gmelin, 1743-1774, Russia. GOMES, Bernadino Antonio Gomes, 1768-1823. Portugal. GRAY, Asa Gray, 1810-1888, E. U. Da América. GRISEB, August Heinrich Rudolph Grisebach, 1814-1879.

Alemanha. Colaborou na Flora Brasiliensis. GUERKE, Robert Louis August Max Guerke, 1854-1911,

Alemanha. Colaborou na Flora Brasiliensis.

H

HACKE, Eduard Hackel, 1850-1926. Áustria. Colaborou na Flora Brasiliensis.

HARMS. Hermann Harms, botânico contemporâneo.

Alemanha. HASSK, Justus Karl Hasskarl, 1811-1894, Alemanha.

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805

HAW, Adrian Hardy Haworth, 1768-1883, Grã-Bretanha. H. B. K. ou HBK, Friedrich Alexander von Humboldt, 1769-

1859. Alemanha, Aimé Bonpland, França, Carl Sigismund Kunth, Alemanha.

HEMSL. W. Botting Hemsley, 1843-1924, Grã-Bretanha. HERB, William Herbert, 1778-1847, Grã-Bretanha. HITCHC, Albert Spear Hitchocock, 1865-1935, Estados Un-

idos. HOCHST, Christian Friedrich Hochstetter, 1787-1860, Ale-

manha. HOEHNE, F. C. Hoehne, botânico brasileiro contemporâneo,

especialista em Leguminosas e Orquidáceas. HOOK, William Jackson Hooker, 1785-1865, Grã-Bretanha. HOOK, f. Joseph Dalton Hooker, filho do anterior, 1817-1911,

Grã-Bretanha. Colaborou na Flora Brasiliensis. HORAN, Pavel Fedorovich Horaninow, 1796-1866, Rússia. HORT. Hortorum, para certos nomes correntes entre os

horticultores dos quais se desconhece a origem.

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HOUSE. Homer Doliver House, 1878. Estados Unidos. HUB. Jacques Huber, 1867-1914, Suiça. Estudou a flora

amazônica e a Cearense.

I

IRISH, Henry Clay Irish, hoticultor norte-americano.

J

JACQ, Nicolaus Joseph Jacquin, 1727-1817, Áustria. JUSS, Antoine Laurent Jussieu, 1748-1836. França.

K

K. SCHUM, Vide Schum. KARST. Gustav Karl Wilhelm Hermann Karsten, 1817-1908.

Alemanha. KARW. Baron von Karwinsk, 1780-1855, Alemanha. KAULF, Georg FriedrichKaulfuss, 1786-1830.

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KER, (Ker-Gawl) John Belleden Ker, antes Johan Gawler,

1765-1842, Grâ-Bretanha. KILLIP, E. P. Killip, Estados Unidos. KLATT, Friedrich Wilhelm Klatt, 1825-1897. Alemanha

Colaborou na Flora Brasiliensis. KLOTZSCH., KLOTZ, Johann, Friedrich Klotzsch, 1805-

1860, Alemanha. KOCH, Karl Heinrich Koch, 1809-1879, Alemanha. KOEHNE, Emil Koehne, 1848-1918, Alemanha. Colabarou na

Flora Brasiliensis. KOENIG, Johann Herhard Koenig, 1728-1757. Índia. KOERN, Friedrich Koernicke, 1828-1908, Rússia. KUNTH. Carl Sigismund Kunth, 1788-1850, Alemanha.

Colaborou com a Flora Brasiliensis. KUNTZE. Otto Kuntze, 1843-1907, Alemanha. KURTZ, Fritz Kurtz, 1854-1920, Áustria.

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L

LABILL, Jacques Julien Houtton de La Billardière, 1755-1834, França.

LAG, Mariano Lagasca y Segura, 1776-1839, Espanha. LAM, Jean Baptiste Antoine Pierre Monnet Lamarck, 1744-

1829. França. LAMB, Aylmer Bourke Lambert, 1761-1842. Grã-Bretanha. LANGSD, Georg Heinrich von Langsdorff, 1774-1852,

Alemanha. LEM, Charles Lemaire, 1800-1871. Por mais de doze anos

estudou a flora brasileira. Bélgica. LESS, Christian Friedrich Lessing, 1810-1862, Alemanha. L’HER, Charles Louis L’Héritter de Brutelles, 1748-1800.

França. LIEBM, Fr. M. Liebmann, 1813-1856, Dinamarca. LINDAU, G. Lindau, 1866-1923, Alemanha.

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LINDEN ou LIND, J. Linden, 1817-1898, Bélgica. LINDL, Johan Lindley, 1799-1865. Grã-Bretanha. LINK, Johann Heinrich Friedrich Link, 1767-1851. Alemanha. LINN, ou L. Carolus Linnaeus (Carl von Linné), 1707-1778,

Suécia. LINN. f. ou L. f. Carl Von Linné, filho do precedente, 1741-

1783. Suécia. LODD, Conrad Loddiges, 1732-1826, e George, seu filho,

1784-1846. Inglaterra. LOEFGR. Alberto Loefgren, 1854-1918, Suécia e Brasil. Foi

um dos maiores conhecedores da flora nordestina. L. C. RICH. ou RICH, Louis Claude Marie Richard, 1754-

1821, França. LOUR, João Loureiro, 1715-1796. Portugal.

M

MACF, James Macfadyen, 1800-1850, Grã-Bretanha.

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MACBR. J. Francis Macbride, 1892, Estados Unidos. MANETTI, Giuseppe Manetti, 1831-1858, Itália. MARCH, Elie Marchal, 1839-1923, Bélgica. Colaborou na

Flora Brasiliensis. MART. M. Karl Friedrich Phillip von Martius, 1794-1868.

Alemanha. É o fundador da monumental Flora Brasiliensis.

MEDIC. Friederich Casimir Medicus, 1736-1800. Alemanha. MEISN., MEISSN, Carl Friedrich Meisner ou Meissner, 1800-

1874, Suíça. Colaborou na Flora Brasiliensis. MERRIL, Elmer Drew Merril, 1876. Estados Unidos. MEZ. Karl Christian Mez, 1864-1944. Alemanha. Colaborou na

Flora Brasiliensis. MICHELI, Marc Michell, 1844-1902. Suíça. Colaborou na

Flora Brasiliensis. MICHX. André Michaux, 1746-1802. França.

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MIERS, John Miers, 1789-1879. Grâ-Bretanha. Colaborou na Flora Brasiliensis.

MIKAN. Johann Christian Mikan, 1769-1844. Checoslováquia. MILL. Philip Miller, 1691-1771. Grã-Bretanha. MIQ. Friedrich Anton Wilhelm Miquel, 1811-1871. Holanda.

Colaborou na Flora Brasiliensis. MOC. Joseph Marian Mociño, 1757-1820. Espanha. MOENCH, Konrad Moench, 1744-1805, Alemanha. MOLDENKE, Harold N. Moldenke, 1909. Estados Unidos. MOORE. Thomas Moore, 1821-1887. Grã-Bretanha. MOQ. Alfred Moquin-Tendon, 1804-1863. França. MORIC. Moise Etienne Moricand, 1780-1854. Suíça. MORR. Alexander Moritsi, 1806-1850. Suíça. MUELL, ARG. Joan Mueller of Aargau, 1828-1896. Suíça.

Colaborou na Flora Brasiliensis.

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MUHL. Henry Ludwing Muhlenberg, 1756-1817. Estados Unidos.

MUNRO. William Munro, 1816-1880. Grã-Bretanha. MURR. Johann Andreas Murray, 1740-1795. Alemanha.

N

NAUD. Charles Naudin, 1815-1899. França. NÉE, Luis Née, naturalista espanhol do século XVIII. NEES. Christian Gottfried Nees von Esenbeck. 1776-1858.

Alemanha. Colaborou na Flora Brasiliensis. N. E. BROWN., N. E. BR. Nicholas Edward Brown, 1849-

1934, Inglaterra. NUTT. Thomas Nutall, 1786-1859. Estados Unidos.

O

OSBECK. Pehr Osbeck, 1723-1805. Suécia. OTTO. Friedrich Otto, 1782-1856, Alemanha.

P

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813

PAV. José Antonio Pavon, falecido em 1844. Espanha. PAX. Ferdinand Pax, 1882-1942. Alemanha. PERR. George Samuel Perrottet, 1703-1870. Suíça. PERS. Christian Hendrik Persoon, 1755-1837. Alemanha. PEYR., PEYRITS, Johann Joseph Peyritsch, 1835-1889.

Áustria. Foi um dos colaboradores da Flora Brasiliensis. PFEIFFER, PFEIFF. Ludwig Pfeiffer,1805-1877. Alemanha. PISON, Williem Pies, 1611-1678. Holanda. PLANCH., PL. Jules Emile Planchon, 1833-1900. França. POHL. Johann Baptiste Emanuel Pohl, 1782-1834. Áustria. POIR. Jean Louis Marie Poiret, 1755-1834. França. POIT. Antoine Poiteau, 1766-1854. França. PRESL. Karel Boriwog Presl, 1794-1852. Checoeslováquia.

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PROG. August Progel, 1829-1889. Alemanha. Colaborou na Flora Brasiliensis.

R

RADDI. Giuseppe Raddi, 1770-1829, Itália. RADLK. Ludwig Adolph Timotheus Radikkofer, 1829-1927.

Alemanha. Colaborou na Flora Brasiliensis. RAF. Constantino Samuel Rafinisque-Schmaltz, 1784-1842.

EE. UU. REGEL, Eduard von Regel, 1815-1892. Alemanha e Rússia. REICHENB., REICHB, Heinrich Gottlieb Ludwig

Reichenbach, 1793-1879, e seu filho Heinrich Gustav Reichenbach, 1823-1889. Alemanha.

REISS, Sigofred Reissk, 1819-1871. Alemanha. Colaborou na

Flora Brasiliensis. RETZ. Andress Johan Retzius, 1742-1821. Suécia. RICH, Vide L. C. Rich. RISSO, J. Antoine Risso, 1777-1845. França.

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R. BR. Robert Brown, 1773-1858, Grã-Bretanha. R. TH. Rodolpho Theophilo, 1853-1932. Brasil (CE). ROEM. Johann Jacob Roemer, 1763-1819, Suíça. ROEM. Max J. Roemer, Alemanha. ROSCOE, ROSC. William Roscoe, 1753-1831. Grã-Bretanha. ROSE. Joseph Nelson Rose, 1862-1928. Estados Unidos. ROXB. William Roxburg, 1759-1815. Índia. RUDGE. Edward Rudg. 1763-1846. Grã-Bretanha. RUIZ, Hipólito Ruiz Lopez. 1764-1815. Espanha. RUPR. Franz Josef Ruprecht, 1814-1870, Checoeslováquia.

S

SAGOT. Paul Sagot, 1821-1888. França. SALISB. Richard Anthony Salisbury, 1761-1829. Grã-

Bretanha.

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SALM-DYCK, Joseph, Príncipe e Grão-Conde de Salm-

Reifferscheidt-Dyck, 1773-1861. Alemanha. SALZM. Phillipp Salzmann, 1781-1853. França. SANDER, Henry Frederick Conrad Sander, 1847-1820, Grã-

Bretanha. SCHAUER. Johan Konrad Schauer, 1813-1848. Alemanha.

Colaborou na Flora Brasiliensis. SCHK. Christian Schkuhr, 1741-1811. Alemanha. SCHLECHT. Diedrich Franz Leonhard von Schlechtendahi,

1749-1866. Alemanha. SCHNIZl. A. Schnizlein, 1814-1868. Alemanha. Colaborou na

Flora Brasiliensis. SCHOTT. Heinrich Wilhelm Schott, 1794-1865. Áustria. SCHOUSB. Peder Kolof Anker Schousboe, 1766-1832. Dina-

marca. SCHRAD. Heinrich Adolph Schrader, 1767-1836. Alemanha.

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SCHREB, Johann Christian Daniel von Schreber. 1739-1810. Alemanha.

SCHULT. Joseph August Schultes, 1773-1831. Alemanha. SCHUM. Karl Moritz Schumann, 1851-1904. Alemanha.

Colaborou na Flora Brasiliensis. SCHW. Lewis David de Schweinitz, 1780-1834. Estados Un-

idos. SCOP. Giovanni Antonio Scopoli, 1723-1788, Itália. SCRIBN, Frank Lamson – Scribner, 1851-1938, Estados Un-

idos. SEEM. Berthold Carl Seemann, 1825-1871. Alemanha. SELLOW, Friedrich Sello, depois Sellow, 1789-1831.

Alemanha. SER. Nicolas Charles Seringe, 1776-1858, França. SEUB. Mauritius Seubert. 1818-1878. Alemanha. Colaborou na

Flora Brasiliensis. SESSÊ. Martino Sessé, falecido em 1809, México.

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SIMS. John Sims, 1792-1838. Grã-Bretanha. SMALL. John Kunkel Small, 1869-1938. Estados Unidos. SMITH. Sir James Edward Smith, 1759-1828. Grã-Bretanha. SOLAND., Daniel Carl Solander, 1733-1782. Grã-Bretanha. SOLMS. Herman Graf zu Solms Laubach, 1842-1915.

Alemanha. Colaborou na Flora Brasiliensis. SONN. Pierre Sonnerat, 1749-1814. França. SPRENG, Kurt. Sprengel, 1766-1833. Alemanha. STANDL., STANDLEY, Paul Carpenter Standley, 1844.

Estados Unidos. STAPF. Otto Stapf, 1857-1933. Grã-Bretanha. STEUD. Ernst Gottlieb Steudel, 1783-1856. Alemanha. ST. HIL. Augusto de Saint Hilaire, 1779-1853. França. Um dos

maiores conhecedores da flora brasileira. Em sua longa permanencia no país coligiu perto de 7.600 exemplares de plantas.

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STOKES. Jonathan Stokes, 1755-1831. Grã-Bretanha. SWARTZ., SW, Olaf Swartz, 1760-1818. Suécia. SWEET, Robert Sweet, 1783-1835. Grã-Bretanha. SWINGLE. Walter Tennyson Swingle, 1871. Estados Unidos.

T

TAUB, Paul Hermann Wilhelm Taubert, 1862-1897. Alemanha. Chegou ao Brasil em 1895. Percorreu Pernambuco, Ceará. Maranhão, Amazonas, falecendo em Manaus.

THUNB. Carl Petter Thunberg, 1743-1822. Suécia. TORR. John Torrey, 1796-1873. Estados Unidos. TRIANA. José Triana, 1828-1890. Colómbia. TRIN. Carl Bernhard Trinius, 1778-1844, Rússia. TUL., Louis René Tulasne, 1815-1885, França. Colaborou na

Flora Brasiliensis. . TURCZ. Nikolai Stepanovich Turczaninow, 1796-1864, Rússia.

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TUSSAC., TUSS. F. Richard, Chevalier de Tussac, 1751-1837, França.

U

ULE, Ernst Heinrich Georg. 1854-1915. Alemanha. Trabalhou no Museu Nacional.

URBAN. Ignatius Urban, 1848-1931. Alemanha. Foi o último

diretor da Flora Brasiliensis.

V

VAHL., Martin Vahl, 1749-1804. Dinamarca. VAUPEL. VAUPL. Friedrich Johann Caupel. 1876-1927.

Alemanha. VEITCH. John Gould Veitch, 1839-1870. Grã-Bretanha. VELL. José Maria da Conceição Velloso, 1742-1811. Brasil

(MG). Entre seus trabalhos destaca-se a Flora Brasiliensis.

VENT. Etenne Pierre. Ventnat, 1757-1808. França.

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VILM. Vilmorin, notável família francesa de horticultores e

autores botânicos. VOG. Julius Rudolph Theodor Vogel, 1812-1841. Alemanha.

W

WALL, Nathaniel Wallich, 1786-1854. Dinamarca. WARB. Otto Warburg, 1859-1938. Alemanha. WAWRA, Heinrich Rotter von Wawra, 1831-1887. Áustria.

Colaborou na Flora Brasiliensis. WEBER. George Heinrich Weber, 1752-1828. Alemanha. WEDD. Hugh Algernon Weddell, 1819-1887. WENDL. Herman Wendland, 1823-1903. WERD., WERDERM. Erich Werdermann, contemporâneo.

Alemanha. WEST. Richard Weston, 1733-1806. Grã-Bretanha. WIGHT, Robert Wight, 1796-1872. Grã-Bretanha.

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WILLD. Karl Ludwig Willdenow, 1765-1812. Alemanha. WITTM. Max Carl Wittmack. 1839-1929. Alemanha.

Colaborou na Flora Brasiliensis.

Z

ZUCC. Josph Gerhard Zuccarini, 1797-1848. Alemanha.

ÍNDICE DOS NOMES E SINÔNIMOS CIENTÍFICOS

(RETIFICADOS OS ENGANOS DE GRAFIA

DE ESPÉCIES E DE AUTORES)

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A

ABELMOSCHUS Esculentus Moench .................................................................. 670 ABRUS precatorius Linn. ...................................................................... 486 ABUTILON crispum Medic. ........................................................................ 533 ramiflorum St. Hil. ................................................................... 537 spicatum H.B.K. ...................................................................... 615 ACÁCIA angustifolia Wendl ..................................................................... 16 Farnesiana Willd ...................................................................... 346 glomerosa Benth ...................................................................... 382 grata Willd ................................................................................. 72 mutiflora H.B.K. ...................................................................... 198 odorata Desv. ............................................................................. 16 piauhyensis Benth. ................................................................... 381 suaveolens Willd. ....................................................................... 16 sp .......................................................................................... 17

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ACALYPHA comunis Muell. Arg. .................................................................. 20 grandis Benth. ............................................................................ 20 Hispida Burm. ............................................................................ 20 illustrata Hort. .......................................................................... 354 marginata Spreg. ...................................................................... 354 Poiretti Spreg. .......................................................................... 311 tricolor Seem. ............................................................................. 20 ACANTHOSPERMUM hispidum DC. ........................................................................... 682 ACHRAS Caimito Ruiz & Pav .................................................................. .14 Sapota Linn. ............................................................................. 699 Zapota Jacq. ............................................................................. 699 ACHYRANTHES altissima Jacq. .......................................................................... 425 ACROCOMIA aculeata Lodd. .......................................................................... 524 sclerocarpa Mart. ..................................................................... 524 ACROSTICHUM aureum Linn. .............................................................................. 97 ADANSONIA

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digitata Linn. ............................................................................ 123 ADENANTHERA Pavonina Linn. ......................................................................... 278 ADENOCALYMMA Aparicianum J. C. Gomes. ....................................................... 677 marginatum P.DC. ................................................................... 322 scabriusculum Mart. ................................................................ 322 splendens Burm. & Schum. ..................................................... 322 ADIANTUM Capillus-Veneris Linn. ............................................................... 95 cuneatum Langsd. & Fisch. ....................................................... 97 lunulatum Burm. ................................................................... 95,97 radiatum Linn. ............................................................................ 96 trapeziforme Linn. ..................................................................... 97 AECHMEA bromeliaefolia Bak. .................................................................. 442 AESCHYNOMENE Americana Linn. ...................................................................... 282 falcata DC. ............................................................................... 282 filosa Mart. ............................................................................... 282 hispida Willd. ........................................................................... 282 hispidula H.B.K. ...................................................................... 282

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histrix Poir. .............................................................................. 282 marginata Benth. ...................................................................... 283 sensitiva Swartz. ...................................................................... 346 viscidula Michx. ...................................................................... 283 AGALLOSTACHYS laciniosa C. Koch. .................................................................... 517 variegata Beer. ......................................................................... 273 AGAPANTHUS umbellatus L’Hér. ...................................................................... 23 AGAVE atrovirens Karw. ........................................................................ 24 fourcroydes Lem. ....................................................................... 23 sisalana Perr. ....................................................................... 23,706 AGERATUM conizoydes Linn. ...................................................................... 588 AGLAIA odorata Lour. .............................................................................. 25 AGONANDRA brasiliensis Miers. .................................................................... 634 AGROSTIS

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stolonifera Linn. ....................................................................... 245 virginica Linn. .......................................................................... 217 AJOUEA meissneri Mez. ......................................................................... 516 ALEURITES Fordii Hemsl. ........................................................................... 607 moluccana Willd. ..................................................................... 606 Triloba Forst. ........................................................................... 606 ALKEKENGE fissum Moench. ........................................................................ 186 procumbens Moench. ............................................................... 186 pubescens Moench. .................................................................. 186 ALLAMANDA Blanchetii Muell Arg. .............................................................. 669 cathartica Linn. ........................................................................ 668 Hendersonii Bull. ..................................................................... 668 violacea Gardn. ........................................................................ 669 ALLIUM Ascalonicum Linn. ................................................................... 301 Cepa Linn. ................................................................................ 299 Porrum Linn. .............................................................................. 56

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sativum Linn. ............................................................................. 54 Schoenoprasum Linn. .............................................................. 301 Scorodoprasum Linn. ................................................................. 55 ALOE barbadensis Mill. ...................................................................... 102 fasciata Salm-Dyck. ................................................................. 103 perfoliata Linn. ........................................................................ 103 succotrina Lam. ........................................................................ 103 vera Linn. ................................................................................. 102 vera Mill. .................................................................................. 103 vulgaris Lam. ........................................................................... 102 ALOPECURUS Pratensis Linn. ......................................................................... 250 ALPINIA Nutans Rosc. ............................................................................ 336 Speciosa Schum. ...................................................................... 336 ALSOPHILA Armata Presl. ........................................................................... 632 compta Mart. ............................................................................ 633 procera Desv. ........................................................................... 633 ALTERNANTHERA brasiliana Moq. ........................................................................ 669

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dentata Moq. ............................................................................ 669 polygonoides Moq. .................................................................. 669 ALTHAEA officinalis Linn. .......................................................................... 57 rosea Cav. ................................................................................ 536 AMARANTHUS cruentus Linn. .......................................................................... 353 gracilis Desf. ............................................................................ 155 melanchlicus Linn. ................................................................... 157 sanguineus Linn. ...................................................................... 353 spinosus Linn. .......................................................................... 155 viridis Linn. .............................................................................. 155 AMARYLLIS aulica Ker-Gawl. ........................................................................ 22 Belladonna Linn. ...................................................................... 300 procera Duch. ............................................................................. 22 vittata L’Hér. .............................................................................. 22 AMASONIA punicea Vahl. ........................................................................... 163 AMBURANA cearensis A. C. Smith. .............................................................. 358 Claudii Schw. & Taub. ............................................................ 358

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AMOMUM Curcuma Jacq. ............................................................................ 18 Zingiber Linn. .......................................................................... 429 AMORPHOPHALLUS nivosus Lem. ............................................................................ 590 AMPHILOPHIUM glanduliferum Mart. ................................................................. 316 Vauthieri P.DC. ....................................................................... 316 ANACARDIUM humile St. Hil. .......................................................................... 182 humile Mart. ............................................................................ 183 occidentale Linn. ...................................................................... 169 occidentale Linn. var. nanum. .................................................. 182 pumilum St. Hil. ...................................................................... 183 subterraneum Liais. .................................................................. 182 ANACHYRIS paspaloides Nees. ..................................................................... 237 ANANAS pyramidalis Mill. ........................................................................ 11 sativus Schult. f. ......................................................................... 67 sativus Schult. f. var. pyramidalis Bert. ..................................... 11

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ANATHERUM bicorne Beauv. ........................................................................... 49 virginicum Spreng. .................................................................. 215 ANCHIETEA salutaris St. Hill. ...................................................................... 136 ANDIRA anthelmintica Benth. .................................................................. 71 retusa H.B.K. ............................................................................. 72 surinamensis Splitg. ................................................................... 72 vermfuga Mart. .......................................................................... 71 ANDROPOGON adustus Trin. ............................................................................ 212 barbatum Linn. ......................................................................... 240 bicornis Linn. ........................................................................... 249 ceriferus Hack. ......................................................................... 212 citratus DC. .............................................................................. 233 condensatus H.B.K. ................................................................. 249 condensatus H.B.K. var. paniculatus Hack. ............................... 89 fastigiatus Swartz. .................................................................... 212 insularis Linn. .......................................................................... 213 latiflorus Nees. ......................................................................... 213 plumosus H. & B. .................................................................... 214 rufus Kunth .............................................................................. 231

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Shoenanthus Linn. Linn. .......................................................... 252 Sorghum Brot........................................................................... 707 virginicus Linn. ................................................................. 215,227 ANEIMIA Phyllitidis Swartz. ...................................................................... 96 ANEMOPAEGMA album Mart. .............................................................................. 296 glaucum Mart. .......................................................................... 296 Mirandum A. DC. .................................................................... 296 scabriusculum Mart. ................................................................ 296 ANETHUM Foeniculum Linn. ..................................................................... 370 ANGELONIA arguta Benth. ............................................................................ 754 biflora Benth. ........................................................................... 754 bracteata Benth. ....................................................................... 754 pubescens Benth. ..................................................................... 754 ANISOLOBUS cururu Muell. Arg. ................................................................... 315 ANNONA

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coriacea Mart. ............................................................................ 82 crassiflora Mart. ......................................................................... 81 furfuracea St. Hill. ..................................................................... 82 glabra Linn. ................................................................................ 81 longifolia Sessé & Moc. .......................................................... 338 Marcgravil Mart. ........................................................................ 82 muricata Linn. ............................................................................ 81 muricata Vell. ............................................................................ 82 palustris Linn. ............................................................................ 81 reticulata Linn. ......................................................................... 338 spinescens Mart. ........................................................................ 83 squamosa Linn. .......................................................................... 92 squamosa Linn. var. apyrena Braga. .......................................... 94 silvestris Vell. ............................................................................ 83 ANTHELMINTHIA quadrifolia Brown. ................................................................... 514 ANTHEPHORA Elegans Schreb. ........................................................................ 238 Hermaphrodita Kuntze. ............................................................ 238 ANTHURIUM Andraeanum Linden. ................................................................. 77 Bellum Schott. ........................................................................... 77 Harrisil Don. .............................................................................. 77

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Pedato-radiatum Schott. ............................................................. 77 Radicana Koch. .......................................................................... 77 Scandens Engl. ........................................................................... 77 ANTIGONON leptopus Hook & Arn. .............................................................. 591 ANTIRRHINUM majus Linn. .............................................................................. 147 APEIBA cimbalanea Arr. Cam. .............................................................. 636 Tibourbou Aubl. ...................................................................... 636 APIUM graveolens Linn. ........................................................................ 31 petroselinum Linn. ................................................................... 692 APULEIA leiocarpa Macbr. ...................................................................... 501 praecox Mart. ........................................................................... 501 ARACHIS hypogaea Linn. ..................................................................... 61,62 Hypogaea Linn. var. nambiquarae Burk. ................................... 62 Nambyquarae Hoehne. .............................................................. 62

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Prostrata Benth. .......................................................................... 63 Pusilla Benth. ............................................................................. 62 Silvestres Cheval. ...................................................................... 63 ARAUCARIA excelsa R. Br. ............................................................................. 84 ARECA alba Bory. ................................................................................. 620 Catechu Linn. ............................................................................. 84 lutescens Bory. ......................................................................... 620 triandra Roxb. ............................................................................ 85 ARGEMONE mexicana Linn. ........................................................................ 260 ARISTIDA adscensionis Linn. .................................................................... 243 americana Linn. ....................................................................... 251 arenaria Trin. ............................................................................ 242 bromoides Salzm. .................................................................... 254 capillacea Lam. ........................................................................ 254 elegans Rudge. ......................................................................... 254 humilis H.B.K. ......................................................................... 243 longifolia Trin. ......................................................................... 254 marítima Steud. ........................................................................ 243 pallens Cav. .............................................................................. 215

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setifolia H.B.K. ........................................................................ 242 ARISTOLOCHIA allemanii Hoehne. ...................................................................... 71 appendiculata Vell. .................................................................. 474 birostris Duch. ............................................................................ 71 brasiliensis Mart. & Zucc. ....................................................... 623 cordigera Willd. ......................................................................... 71 cymbifera Mart. & Zucc. ......................................................... 623 elegans Mart. ............................................................................ 474 macroura Gomes. ..................................................................... 474 papillaris Mart. ........................................................................... 71 rigens Link. .............................................................................. 623 trilobata Lindl. ........................................................................... 71 ARRABIDAEA dispar Burm. ............................................................................ 315 prviflora Burm. & Schum. ....................................................... 315 platyphylla Burm. & Schum. ................................................... 315 rhodantha Burm. & Schum. ..................................................... 315 rotundata Burm. ....................................................................... 315 subverticillata Burm. & Schum. .............................................. 315 trichoclada Burm. & Schum. ................................................... 315 ARTANTHE tuberculata Miq. ....................................................................... 654 ARTEMISIA

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absinthium Miq. ....................................................................... 514 vulgaris Linn. ............................................................................. 90 ARTOCARPUS communis Forst. ...................................................................... 423 communis Forst. var. apyrena. ................................................. 423 incisa Linn. .............................................................................. 423 integrifolia Linn. f. ................................................................... 469 ARUM bicolor Ait. ............................................................................... 715 esculentum Linn. ...................................................................... 715 liniferum Arr. Cam. ................................................................... 76 nigrum Vell. ............................................................................. 554 pinnatifidum Vell. .................................................................... 420 sagittifolium Linn. ................................................................... 553 saguine Jacq. ............................................................................ 118 seguinum Linn. ........................................................................ 118 vermitoxicum Vell. .................................................................. 715 ARUNDO Donax Linn. ............................................................................. 194 ASCLEPIAS carnosa Linn. f. ........................................................................ 418 curassavica Linn. ..................................................................... 365 gigantea Linn. .......................................................................... 450

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procera Ait. .............................................................................. 451 ASPARAGUS plumosus Baker. ...................................................................... 587 Sprengeri Regel. ...................................................................... 108 ASPIDOSPERMA dasycarpon A.DC. .................................................................... 648 Gardneri Muell. Arg. ............................................................... 648 guaraniticum Malme. ............................................................... 647 macrocarpum Mart. .................................................................. 647 pirifolium Mart. ....................................................................... 647 Ulei Mgf. .................................................................................. 662 ASPLENIUM Brasilienses Raddi. .................................................................... 97 Lunulatum Swartz. ..................................................................... 97 Viviparum Presl. ...................................................................... 695 ASTER chinensis Linn. ......................................................................... 677 sp. ........................................................................................ 709 ASTRAPAEA Wallichii Lindl. .......................................................................... 92 ASTROCARYUM

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vulgare Mart. ............................................................................ 737 ASTRONIUM fraxinifolium Schott. ................................................................ 438 graveolens Jacq. ....................................................................... 439 Urundeuva Engl. ........................................................................ 85 ATROPA Belladonna Linn. ...................................................................... 143 AUXEMMA Oncocalyx Taub. ...................................................................... 629 AVERRHOA Carambola Linn. ...................................................................... 255 AVICENNIA nitida Jacq. ............................................................................... 555 tomentosa Jacq. ........................................................................ 555 AXONOPUS compresus Beauv. .................................................................... 221 scoparius Hitchc. ...................................................................... 253 AYDENDRON tenellum Meissn. ...................................................................... 516

B

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BACOPA angulata Edwall. ........................................................................ 34 BACTRIS globosa Gaertn. ........................................................................ 524 Maraja Mart. ............................................................................ 736 BALSAMINA hortensis DC. ........................................................................... 140 BALLOTA suaveolens Linn. ...................................................................... 109 BAMBUSA arundinacea Alt. ....................................................................... 106 arundinacea Retz. ..................................................................... 106 Guadua H.B.K. ........................................................................ 713 mitis A. & C. Riviere. .............................................................. 107 mitis Hort., não Poir. ................................................................ 107 Tagora Nees. ............................................................................ 107 vulgaris Schrad. ....................................................................... 106 vulgaris Schrad. var. striata Gamble. ....................................... 108 BANISTERIA eglandulosa Juss. ...................................................................... 321 BASANACANTHA

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spinosa K. Schum. ................................................................... 382 BASELLA rubra Linn. ............................................................................... 144 BASILOXYLON brasiliensis Schum. .................................................................. 660 BATATAS crassicaulis Benth. ................................................................... 206 edulis Choisy. .......................................................................... 130 BATOCYDIA unguis Mart. ............................................................................. 567 BAUHINIA aculeata Vell. ........................................................................... 593 aff. Forficate Link. ................................................................... 208 forficate Link. .......................................................................... 593 Galpinii N. E. Br. ..................................................................... 594 heterandra Benth. ..................................................................... 209 radiata Vell. .............................................................................. 318 rubiginosa Bong. ..................................................................... 318 BEGONIA coccinea Hook. ........................................................................ 137 decora Stapf. ............................................................................ 137 diadema Lindl. ......................................................................... 137

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discolor R. Br. .......................................................................... 138 Dregei Otto & Dietr. ................................................................ 138 Evansiana Andr. ....................................................................... 138 fuchsioides Hook. .................................................................... 138 grandis Dry. ............................................................................. 138 guianensis A.DC. var. cearensis C.DC. ................................... 140 Huberi C.DC. ........................................................................... 140 hydrocotylifolia Otto. .............................................................. 138 imperialis Lem. ........................................................................ 139 metalica C. Smith. .................................................................... 139 maculata var. corallina Hort. ................................................... 137 pilderifolia C.DC. .................................................................... 140 rex Putz. ................................................................................... 139 rubra Hort. ................................................................................ 137 sanguinea Raddi. ...................................................................... 139 semperflorens Link. & Otto. .................................................... 140 socotrana Hook. ....................................................................... 138 unialata C.DC. ......................................................................... 140 BELLIS perennis Linn. .......................................................................... 572 BERTHOLLETIA excelsa H.B.K. ......................................................................... 308 BETA

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vulgaris Linn. var. Cicla Linn. ................................................... 20 vulgaris Linn. var. esculenta Linn. .......................................... 145 BIDENS adhorens Vell. .......................................................................... 285 bipinnata West. St. Croix. ........................................................ 284 cynaplifolia H. B. K. ................................................................ 284 pilosus Linn. ............................................................................ 285 BIGNONIA antisyphilitica Mart. ................................................................. 277 arvensis Vell. ........................................................................... 296 brachypoda DC. ....................................................................... 324 brasiliana Lam. ........................................................................ 275 Caroba Vell. ............................................................................. 276 echinata Jacq. ........................................................................... 646 ignea Vell. ................................................................................ 319 Miranda Cham. ........................................................................ 296 platyphylla Chama. .................................................................. 324 populifolia DC. ........................................................................ 317 quinquefolia Vell. .................................................................... 277 serratifolia Vanl. ...................................................................... 634 unguiculata Vell. ...................................................................... 317 ungüis-cati Linn. ...................................................................... 567 BILLBERGIA tinctoria Mart. .......................................................................... 442

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variegata Schult. ...................................................................... 273 BIXA Orellana Linn. .......................................................................... 745 BLECHNUM brasiliense Desv. ...................................................................... 695 BOERHAAVIA coccinea Mill. .......................................................................... 645 hirsuta Willd. ........................................................................... 645 BOMBAX aquaticum Schum. ............................................................. 290,600 aculeatum Vell. ........................................................................ 616 cearense Duck. ......................................................................... 396 coriaceum Mart. ....................................................................... 396 insigne Schum. ......................................................................... 278 pentrandrum Linn. ................................................................... 126 vitifolium Willd. ........................................................................ 52 sp. ........................................................................................ 396 BORRERIA cupularia DC. ........................................................................... 649 latifolia Schum. ........................................................................ 649 ocymoides DC. ........................................................................ 649

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poaya DC. ................................................................................ 649 scabiosoides Schlecht. & Cham. .............................................. 649 verticillata G. F. W. Mayer. ..................................................... 649 BOUGAINVILLEA glabra Choisy. .......................................................................... 682 peruviana Nees. & Mart. .......................................................... 683 rubicunda Schott. ..................................................................... 682 speciosa Lindl. ......................................................................... 683 spectabilis Willd. ..................................................................... 683 splendens Hort. ........................................................................ 683 BOUTELOA americana Scribn. .................................................................... 251 BOWDICHIA major Mart. .............................................................................. 710 pubescens Benth. ..................................................................... 710 virgilioides H.B.K. ................................................................... 710 BRACHIARIA plantaginea Hitchc. .................................................................. 235 BRASSICA integrifolia O. E. Schultz. ........................................................ 595 oleracea Linn. .......................................................................... 347 oleracea Lin. var. botrytis. ....................................................... 348

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oleracea Linn. var. bullata DC. ................................................ 681 oleracea Linn. var. capitata Linn. ............................................ 680 oleracea Linn. var. sabauda Linn. ............................................ 681 Napus Linn. .............................................................................. 606 nigra Koch. .............................................................................. 595 BREDEMEYERA floribunda Willd. ...................................................................... 632 BROMELIA ananas Linn. ............................................................................... 67 Ananás Linn. var. pyramidalis Arr. Cam. .................................. 11 fastuosa Lindl. .......................................................................... 522 Karatas Linn. ............................................................................ 355 laciniosa Hort. ex Beer. ........................................................... 273 sagenaria Arr. Cam. ................................................................. 441 variegata Arr. Cam. .................................................................. 273 BROSIMUM Conduru Fr. All. ....................................................................... 339 Gaudichudii Trec. .................................................................... 339 refractum Mart. ........................................................................ 339 BROUSSONETIA tinctoria Mart. .......................................................................... 723 xanthoxylon Mart. .................................................................... 724

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BRUGMANSIA candida Pers. ............................................................................ 762 BRUNFELSIA uniflora Benth. ......................................................................... 543 BRYONIA Tayuya Vell. ............................................................................ 446 BRYOPHYLLUM calycinum Salisb. ..................................................................... 333 pinnatum Kurz. ........................................................................ 333 BUCHENAVIA capitata Eichl. ............................................................................ 58 BUCIDA buceras Vell. ............................................................................ 556 BUDDLEIA brasiliensis Jacq. ...................................................................... 727 connata Mart. ........................................................................... 727 BULBOSTYLIS capillaris C. B. Clarke. ............................................................... 33 BUMELIA

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sertorum Mart. ......................................................................... 674 BURSERA leptophloeos Engl. ................................................................... 458 BYRSONIMA crassifolia H.B.K. .................................................................... 601 lancifolia Juss. .......................................................................... 603 verbascifolia Rich. ................................................................... 602

C

CACALIA cordifolia Linn. f. ..................................................................... 374 Mentrasto Vell. ........................................................................ 588 Porophylium Linn. ................................................................... 352 CACONAPEA angulata Benth. .......................................................................... 34 CACTUS Bleo H.B.K. ............................................................................. 685 cochenillifer Linn ..................................................................... 618 Ficus-indicus Linn. .................................................................. 619 grandiflorus Linn. .................................................................... 260 lyratus Vell. .............................................................................. 146 Preskia Linn. ............................................................................ 581

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senilis Haw. .............................................................................. 162 triangularis Linn. ...................................................................... 260 CAESALPINIA Bonducella Roxb. .................................................................... 273 echinata Lam. ........................................................................... 631 ferrea Mart. ex. Tul. ................................................................. 493 ferrea Mart. var. Cearensis Hub. .............................................. 493 ferrea Mart. var. leiostachya Benth. ......................................... 639 Gardneriana Benth. .................................................................. 293 leiostachya Ducke. ................................................................... 639 obliqua Vog. ............................................................................ 631 pulcherrima Swartz. ................................................................. 124 pyramidalis Tul. ....................................................................... 293 vesicaria Vell. .......................................................................... 631 CAINITO pomiferum Tuss. ...................................................................... 165 CAJANUS bicolor DC. .............................................................................. 404 flavus DC. ................................................................................ 404 indicus Spreng. ........................................................................ 404 CALADIUM bicolor Vent. ............................................................................ 715 picturatum C. Koch. ................................................................. 715 poecile Schott. .......................................................................... 566

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Seguinum Vent. ....................................................................... 118 striatipes Schott. ....................................................................... 121 CALAMINTHA officinalis Moench. .................................................................. 261 CALATHEA tuberosa Koch. ......................................................................... 745 CALLA aethiopica Linn. ....................................................................... 340 CALLIANDRA dasycantha Benth. .................................................................... 417 myriophylia Benth. .................................................................. 417 spinosa Ducke. ......................................................................... 740 umbelliflora Benth. .................................................................. 417 CALLICOCCA Ipecacuanha Brot. .................................................................... 465 CALLISTEPHUS chinesis Nees. .......................................................................... 677 hortensis Cass. ......................................................................... 677 CALLISTHENE major Mart. .............................................................................. 288

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CALONYCTION aculeatum House. ..................................................................... 588 CALOPOGONIUM coeruleum Desv. ...................................................................... 321 muconoides Desv. .................................................................... 487 CALOTROPIS gigantea R. Br. ......................................................................... 450 procera R. Br. ........................................................................... 451 CAMELLIA japonica Linn. .......................................................................... 190 CANAVALIA ensiformis DC. ......................................................................... 410 gladiata DC. ............................................................................. 411 obtusifolia DC. ......................................................................... 397 CANNA cearensis Hub. .......................................................................... 121 edulis Ker-Gawl. ...................................................................... 122 glauca Linn. ............................................................................. 121 indica Ruiz & Pav. ................................................................... 122 indica Linn. .............................................................................. 192 paniculata Ruiz & Pav. ............................................................ 122

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CANNABIS chinensis Del. ........................................................................... 527 erratica Siev. ............................................................................ 527 foetida Gilib. ............................................................................ 527 indica Lam. .............................................................................. 527 lupulus Scop............................................................................. 527 macrosperma Stokes. ............................................................... 527 sativa Linn. .............................................................................. 527 CAPPARIS cynophallophora Linn. ............................................................. 408 jacobinae Moric. ...................................................................... 452 pungens Willd. ......................................................................... 603 speciosa Moric. ........................................................................ 450 yco Eichl. ................................................................................. 452 CAPRARIA biflora Linn. ............................................................................. 304 CAPSELLA bursa-pastoris Moench. ............................................................ 149 CAPSICUM annuum Linn .................................................................... .655,651 annuum Linn. var. cordiforme. ................................................ 651 annuum Lin. var. grossum. ...................................................... 651

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annuum Linn. var. longum....................................................... 651 Axi Vell. .................................................................................. 651 Comarim Vell. ......................................................................... 651 Cordiforme Mill. ...................................................................... 655 frutescens Linn. ........................................................................ 651 longum DC............................................................................... 655 pendulum Vell. ........................................................................ 651 silvestre Vell. ........................................................................... 655 umbilicatum Vell. ............................................................. 651,655 CARAPA guianensis Aubl. ........................................................................ 68 latifolia Willd. ............................................................................ 68 CARDIOSPERMUM grandiflorum Swartz ................................................................ 312 Halicacabum Linn. ................................................................... 312 microcarpum H.B.K. ................................................................ 312 CARICA dodecaphylla Vell. ................................................................... 473 Papaya Linn. ............................................................................ 538 quinqueloba Sessé & Moc. ...................................................... 538 CARISSA grandiflora DC. .......................................................................... 60 CARLUDOVICA

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palmata Ruiz & Pav. ................................................................ 149 CARYOCAR coriaceum Wittm. .................................................................... 658 CARYOCHLOA brasiliensis Nees. ..................................................................... 214 CARYOPHYLLUS aromaticus Linn. ...................................................................... 349 CASEARIA aculeata Jacq. ............................................................................. 91 brasiliensis Eichl. ..................................................................... 370 dentata Swartz. ......................................................................... 370 guianensis Urb. ........................................................................ 165 parviflora Willd. ...................................................................... 511 ramiflora Vahl. ......................................................................... 165 silvestris Swartz. ...................................................................... 511 ulmifolia Vahl. ......................................................................... 577 CASSIA acapulensis H.B.K. .................................................................. 206 aff. ferruginea Schrad. ............................................................. 198 alata Linn. ................................................................................ 564 bicapsularis Linn. ..................................................................... 698 biflora Linn. ............................................................................. 206

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bijuga Vog. .............................................................................. 148 bracteata Linn. f. ...................................................................... 564 brasiliana Lam. ........................................................................ 196 chamaecrista Linn. ................................................................... 366 curvifolia Vog. ......................................................................... 287 diffusa dc. ................................................................................ 366 diphylla Linn. ........................................................................... 580 excelsa Schrad. ........................................................................ 195 ferruginea Schrad. ............................................................. 195,199 Fistula Linn. ........................................................................ 17,196 geminiflora Moc. & Sessé. ...................................................... 206 grandis Linn. ............................................................................ 196 herpetica Jacq. .......................................................................... 564 hispidula Vahl. ......................................................................... 587 Hoffmannseggii Mart. .............................................................. 417 javanica Ried. ............................................................................ 17 magnifica Mart. ........................................................................ 197 manzanilloana Rose. ................................................................ 698 micans Nees. ............................................................................ 148 multijuga Rich. ........................................................................ 197 occidentalis Linn. ..................................................................... 564 ovalifolia Mart. & Gal. ............................................................ 698 pilifera Vog. ............................................................................. 580 quinqueangulata L. C. Rich. .................................................... 507 rotundifolia Pers. ...................................................................... 580 semifalcata Vell. ...................................................................... 197 sericea Swartz. ......................................................................... 579

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speciosa Schrad. ....................................................................... 148 staminea Vog. .......................................................................... 195 Tora Linn. ................................................................................ 580 trachypus Mart ......................................................................... 669 CASSYTHA americana Nees. ....................................................................... 317 CASTILLOA Ulel Warb. ................................................................................ 299 CASUARINA equisetifolia Linn. .................................................................... 291 stricta Dry. ............................................................................... 291 CATASETUM macrocarpum L. C. Rich. ......................................................... 676 CATTLEYA labiata Lindl. ..................................................................... 294,625 CAVANILLESIA arborea K. Schum. ................................................................... 127 CECROPIA adenopus Mart. ........................................................................ 733 carbonaria Mart. & Miq. .......................................................... 733 palmata Willd. .......................................................................... 733

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peltata Vell. .............................................................................. 733 CEDRELA brasiliensis Juss. ....................................................................... 302 fissilis Vell. .............................................................................. 302 odorata Linn. ............................................................................ 302 CEIBA pentandra Gaertn. ..................................................................... 126 CELOSIA argêntea Linn. .......................................................................... 354 cristata Linn. ............................................................................ 354 CELTIS mollis H. & B. ex Willd. .......................................................... 447 CENCHRUS echinatus Linn. ......................................................................... 281 pugens H.B.K. ......................................................................... 281 tribuloides Linn. ....................................................................... 281 viridis Spreng. .......................................................................... 281 CENTRANTHUS ruber DC. ................................................................................... 39 CENTRATHERUM

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punctatum Cass. ....................................................................... 649 CENTROLOBIUM robustum Mart. ........................................................................ 665 CENTROPOGON Surinamensis Presl. .................................................................. 146 CENTROSEMA angustifolium Benth. ................................................................ 360 brasilianum Benth. ................................................................... 360 pascuorum Mart. var. prostratum Hub. .................................... 360 Plumieri Benth. ........................................................................ 360 CEPHALOCEREUS Gounellei Britt. & Rose. .......................................................... 758 senillis Pfeiff. ........................................................................... 162 CEPHAELIS Ipecacuanha Rich. .................................................................... 465 CERATONIA siliqua Linn. .......................................................................... 39,43 CERDENA alliodora Ruiz & Pav. .............................................................. 422 CEREUS

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adscendens Guerke. ................................................................. 257 bahiensis Britt. & Rose. ........................................................... 676 catingicola Guerke. .................................................................. 257 chrysostele Vaupl. .................................................................... 257 formosus Salm-Dyck. .............................................................. 258 Gounellei K. Schum. ................................................................ 758 grandiflorus Mill. ..................................................................... 260 Jamacaru P.DC. ....................................................................... 544 macrogonus Salm-Dyck. .......................................................... 259 melanurus K. Schum. ............................................................... 676 pernambucensis Lem. .............................................................. 258 peruvianus Haw. ...................................................................... 259 plauhyensis Guerke. ................................................................. 258 Pitajaya DC. ............................................................................. 258 rhodantus Guerke. .................................................................... 258 squamosus Guerke. .................................................................. 396 triangularis Haw. ...................................................................... 260 Ulei Guerke. ............................................................................. 258 variabilis Pfeiff. ....................................................................... 258 CEROPTERIS calomelanos Und. .................................................................... 664 CESTRUM Laevigatum Schlecht. .............................................................. 365 CHAETARIA

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divaricata Nees. ........................................................................ 254 pallens Beauv. .......................................................................... 215 CHAMAEFISTULA antillana Britt. & Rose. ............................................................ 507 speciosa Don. ........................................................................... 148 CHAMISSOA altissima H.B.K. ....................................................................... 425 macrocarpa H.B.K. .................................................................. 425 CHAPTALIA integriolia Bak. ........................................................................ 511 nutans Memsl. .......................................................................... 512 CHAYOTA edulis Jacq. ............................................................................... 311 CHEILANTHES radiata R. Br. .............................................................................. 96 CHENOPODIUM ambrosioides Linn. .................................................................. 578 CHERSYDRIUM Jararaca Schott. ........................................................................ 590 CHIOCOCCA

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alba Hitchc. .............................................................................. 166 anguifuga Mart. ........................................................................ 166 brachiata Ruiz & Pav. .............................................................. 166 coriacea Mart. & Gal. .............................................................. 166 macrocarpa Mart. & Gal. ......................................................... 166 parviflora Willd. ...................................................................... 166 racemosa H.B.K. ...................................................................... 166 racemosa Jacq. ......................................................................... 166 CHLORIS barbata Swartz. ........................................................................ 240 compressa DC. ......................................................................... 241 gayana Kunth. .......................................................................... 251 inflata Link. .............................................................................. 240 orthonoton Doell. ..................................................................... 241 pubecens Lag. .......................................................................... 241 virgata Swartz. .................................................................. 241,248 CHLOROFLORA tinctoria Gaud. ......................................................................... 723 CHORISIA speciosa St. Hil. ....................................................................... 616 CHRYSALIDOCARPUS lutescens Wendl. ...................................................................... 620 CHRYSANTHEMUM

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carinatum Schousb. .................................................................. 532 indicum Linn. ........................................................................... 353 Leucanthenmum Linn. ............................................................. 572 morifolium Ram. ...................................................................... 353 segetum Linn. .......................................................................... 386 sinense Sab. .............................................................................. 353 CHRYSOBALANUS Icaco Linn. ............................................................................... 445 CHRYSOPHYLLUH Cainito Linn. ............................................................................ 165 Sp. ........................................................................................ 524 CHUSQUEA capituliflora Trin. ..................................................................... 109 CICCA disticha Linn. ........................................................................... 443 CICHORIUM Endivia Linn. ........................................................................... 309 CINCHONA ferruginea St. Hil. .................................................................... 672 sps. ........................................................................................ 671

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CINNAMOMUM zeylanicum Blume ................................................................... 203 CIPURA paludosa Aubl. ........................................................................... 55 CISSAMPELUS ovalifolia DC. .......................................................................... 612 Pareira Linn. ..................................................................... 612,626 sympodialis Eichl. .................................................................... 612 CISSUS erosa L. C. Rich. ............................................................... 319,322 ovata Lam. ................................................................................. 75 sicyoides Linn. ........................................................................... 75 CITRILLUS vulgaris Schrad. ....................................................................... 583 CITRUS aurantifolia Swingle. ................................................................ 510 Aurantium Linn. ...................................................................... 503 Aurantium Linn. var. decumana Linn. ..................................... 441 Aurantium Linn. var. grandis Linn. ......................................... 441 Aurantium Linn. var. sinenses Linn. ....................................... 505 Bigaradia Risso. ....................................................................... 503 decumana Linn. ................................................................. 441,732

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deliciosa Risso. ........................................................................ 721 grandis Osbek ................................................................... 441,732 limetta Risso ? .......................................................................... 507 Limonia Osbeck. ............................................................... 508,510 Limonium Risso....................................................................... 508 máxima Merr. .......................................................................... 732 Medica Linn. ............................................................................ 313 Medica Linn. var. acida. .......................................................... 509 nobilis Lour. ............................................................................. 721 sinensis Osbeck. ....................................................................... 505 vulgaris Risso........................................................................... 503 CLEOME aculeata Linn. ........................................................................... 604 arborea Schrad. ........................................................................ 735 gynandra Linn. ......................................................................... 604 pentaphylla Linn. ..................................................................... 604 spinosa Jacq. ............................................................................ 603 CLERODENDRON fragrans R. Br. var. pleniflorum Schauer. ................................ 141 Thomsonae Baif. ...................................................................... 105 CLIDEMIA hirta Don. ................................................................................. 167 CLINOPODIUM

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chamaedrys Vahl. .................................................................... 145 imbricatum Vell. ...................................................................... 145 repens Vell. .............................................................................. 449 CLITORIA cearensis Hub. .......................................................................... 398 Ternatea Linn. .......................................................................... 381 CLUSIA insignis Mart. ........................................................................... 300 CNIDOSCOLOS phyliacanthus Pax & K.Hoffm. ............................................... 400 COBAEA scandens Cav. .......................................................................... 384 COCCOLOBA Cordifolia Meissn. ................................................................... 297 Grandis Benth. ......................................................................... 181 Latifólia Lam. ................................................................... 181,298 Paniculata Meissn. ................................................................... 298 Polystachya Wedd. .................................................................. 298 Uvifera Salzm. ......................................................................... 297 Sp. ........................................................................................ 322 COCHLOSPERMUM

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isigne St. Hill. ................................................................... 370,616 vitifolium Spreng. ...................................................................... 52 COCOS comosa Mart. ........................................................................... 294 coronata Mart. .......................................................................... 742 fusiformis Swartz. .................................................................... 524 nucifera Linn. ........................................................................... 327 picrophylla Barb. Rodr. ........................................................... 294 plumosa Lodd. ......................................................................... 294 CODIAEUM variegatum Blume. ................................................................... 356 COFFEA arabica Linn. ............................................................................ 163 COIX Lacryma Linn. .......................................................................... 220 Lacryma-Jobi Linn. ............................................................. 32,220 COLEUS Blumei Benth. .......................................................................... 156 scutellarioides Benth. ........................................................ 156,335 Sp. ........................................................................................ 537 COLIDODENDRON

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Yco Mart. ................................................................................. 452 COLOCASIA Antiquorum Schott. var. esculenta Schott. .............................. 715 COMBRETUM Jacquinii Griseb. ...................................................................... 160 lanceolatum Pohl. .................................................................... 593 laxum Jacq. .............................................................................. 160 leprosum Mart. ......................................................................... 592 COMMELINA agraria Kunth. .......................................................................... 573 communis Vell. ........................................................................ 573 deficien Kunth. ........................................................................ 378 elegans H.B.K. ......................................................................... 573 nudiflora Linn. ......................................................................... 573 rufipes Seub. ............................................................................ 574 virginica Ait. ............................................................................ 573 CONDYLOCARPON Rauwolfiae Muell. Arg. ........................................................... 320 CONOCARPUS erecta Linn. .............................................................................. 556 racemosa Linn. ......................................................................... 556

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CONVOLVULUS aculeata Linn. ........................................................................... 588 Batatas Linn. ............................................................................ 130 littoralis Boiss. ......................................................................... 691 macrocarpa Linn. ..................................................................... 128 operculata Gomes. ................................................................... 128 Pes-caprea Linn. ...................................................................... 691 Sp. ........................................................................................ 128 COPAIBA cearensis Hub. .......................................................................... 638 coriacea Mart. .......................................................................... 639 Duckei Hub. ............................................................................. 638 Langsdorfil Desf. ..................................................................... 638 Luetzelburgil Harms. ............................................................... 638 nitida Mart. .............................................................................. 639 rígida Benth. ............................................................................ 639 COPERNICIA cerifera Mart. ........................................................................... 261 CORCHORUS capsulareis Linn. ...................................................................... 500 hirtus Linn. ............................................................................... 747 pilolobus Link. ......................................................................... 747 tortipes St. Hil. ......................................................................... 747

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CORDIA alliodora Cham. ........................................................................ 422 oncocalyx Fr. All. .................................................................... 629 platyphylla Steud. .................................................................... 440 Salzmanni DC. ......................................................................... 574 Sp. ........................................................................................ 631 tetrandra Aubl. ......................................................................... 472 CORDYLINE terminalis Kunth. .............................................................. 341,367 CORIANDRUM sativum Linn. ........................................................................... 332 CORYPHA cerifera Arr. Cam. .................................................................... 261 COSMUS caudatus H.B.K. ....................................................................... 285 COSTUS aff. Discolor Rosc. ................................................................... 193 COTYLEDON pinnata Lam. ............................................................................ 333 COUEPIA

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rufa Ducke. .............................................................................. 608 COUMAROUNA odorata Aubl. ........................................................................... 359 COUTAREA hexandra Schum. ...................................................................... 672 CRATAEVA Gorazema Vell. ........................................................................ 633 Tapia Vell. ............................................................................... 735 CRATYLIA floribunda Benth. ..................................................................... 598 CRESCENTIA acuminata H.B.K. .................................................................... 334 Cujete Linn. ............................................................................. 334 fasciculata Miers. ..................................................................... 334 CROCUS officinalis Martyn. ..................................................................... 18 sativus Linn. ............................................................................... 18 vernus All. .................................................................................. 18 CROTALARIA Anagyroides H.B.K. ................................................................ 432

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Hostamanni Steud. ................................................................... 434 incana Linn. ............................................................................. 406 juncea Linn. ............................................................................. 433 mucronata Desv. ...................................................................... 434 retusa Linn. .............................................................................. 434 saltiana Andr. ........................................................................... 434 stipularia Desv. ........................................................................ 434 striata DC. ................................................................................ 434 vitellina Kerr. ........................................................................... 435 CROTON asper Desv. ............................................................................... 751 campestris St. Hil. .................................................................... 750 floribundus Spreng. .................................................................. 751 hemiargyreus Muell. Arg. ........................................................ 576 moritibensis Baill. .................................................................... 751 sincorensis Mart. ...................................................................... 577 variegatus Linn. ....................................................................... 356 Zehntneri Pax & Hoffm. .......................................................... 292 CRYPTOCARYA hirsuta Schott. .......................................................................... 202 CUCUMIS Anguria Linn. ........................................................................... 582 Melo Linn. ............................................................................... 585 sativus Linn. ............................................................................. 646

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CUCURBITA odorifera Vell. .......................................................................... 357 Pepo Linn. ................................................................................ 485 CUMINUM Cyminum Linn. ........................................................................ 337 CUPRESSUS glauca Lam. .............................................................................. 324 lusitanica Mill. ......................................................................... 324 sempervirens Linn. .................................................................. 324 CURATELLA americana Linn. ....................................................................... 696 Cambaiba St. Hil. ..................................................................... 696 CURCAS Curcas Britt. ............................................................................. 656 pugens Engl. ............................................................................ 656 CURCUMA longa Linn. ................................................................................. 18 CUSCUTA americana Linn. ....................................................................... 317 iIncurvata Prog. ........................................................................ 317 racemosa Mart. ........................................................................ 318

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tinctoria Mart. .......................................................................... 318 umbellata H.B.K. ..................................................................... 318 CUSPARIA macrophylla Engl. .................................................................... 152 CYBISTAX antisyphilitica Mart. ................................................................. 277 CYCAS circinalis Linn. ......................................................................... 690 revoluta Thunb. ........................................................................ 690 CYMBOPOGON citratus Stapf. ........................................................................... 233 CYNANCHUM ganglinosum Vell. .................................................................... 592 CINARA Scolymus Linn. .......................................................................... 31 CYNODON dactylon Pers. ........................................................................... 219 CYNOSURUS

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aegyptius Linn. ........................................................................ 247 indicus Linn. ............................................................................ 246 CYPELLA caerulea Seub. ............................................................................ 55 Herberti Sweet. ........................................................................ 134 CYPERUS amabilis Vahl. .......................................................................... 232 aristatus Rottb. ......................................................................... 232 articulatus Linn. ....................................................................... 495 auriculatus Linn. ...................................................................... 232 comosus Poir. ........................................................................... 232 compressus Linn. ..................................................................... 217 distans Linn. f. ......................................................................... 232 elegans Linn. ............................................................................ 232 ferax L. C. Rich. ...................................................................... 232 giganteus Vahl. ........................................................................ 495 haspan Linn. ............................................................................. 232 hermaphroditus Standley. ........................................................ 211 ligularis Linn. ........................................................................... 211 Luzulae Retz. ........................................................................... 232 sesquiflorus Mattf. & Kuek. .................................................... 232 CYRTOPODIUM Andersonii R. Br. ..................................................................... 676

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DACTYLOCTENIUM aegyptium Richt. ...................................................................... 247 mucronatum Willd. .................................................................. 247 DAHLIA bidentifolia Salisb. ................................................................... 362 Cervantesil Lag. ....................................................................... 362 coccinea Cav. .................................................................... 353,362 crocea Poir. .............................................................................. 362 frustranea DC. .......................................................................... 362 gracilis Hort. ............................................................................ 362 mexicana Hort. ......................................................................... 362 pinnata Cav. ............................................................................. 362 purpúrea Poir. .......................................................................... 363 rosea Cav. ................................................................................ 362 sambucifolia Salisb. ................................................................. 363 superflua Ait. ........................................................................... 363 variabilis Desf. .................................................................. 353,363 DALBERGIA cearensis Ducke. ...................................................................... 754 DALECHAMPIA filicifolia Lam. ......................................................................... 720 scandens Linn. ......................................................................... 743

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DATURA alba Nees. ................................................................................. 762 arborea Linn. ............................................................................ 762 fastuosa Linn. ........................................................................... 763 Guayaquilensis H.B.K. ............................................................ 762 Metel Linn. .............................................................................. 762 Stramonium Linn. .................................................................... 761 suaveolens Willd. ..................................................................... 762 DAUCUS Carota Linn. ............................................................................. 303 DAVALLIA bulbata Wall. ............................................................................ 695 canariensis Smith. .................................................................... 695 DAVILLA rugosa Poir. .............................................................................. 315 DELONIX regia Raf. .................................................................................. 416 DELPHINIUM ajacis Linn. ............................................................................... 384 Grandiflorum Linn. .................................................................. 384

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DENDROCALAMUS giganteus Munro. ..................................................................... 108 DERRIS araripensis Benth. ...................................................................... 72 DESMANTHUS virgatus Willd. ........................................................................... 76 DESMODIUM adscendens DC. ........................................................................ 284 asperum Desv. .......................................................................... 371 barbatum Benth ........................................................................ 283 discolor Vog. ............................................................................ 576 incanum DC. .............................................................................. 64 molle DC. ................................................................................. 371 pabulare Hoehne. ..................................................................... 407 spirale DC. ............................................................................... 283 supinum DC. ............................................................................ 284 DESMONCUS macroacanthus Mart. ................................................................ 730 polyacanthus Linn. ................................................................... 731 setosus Mart. ............................................................................ 731 DIANTHUS barbatus Linn. .......................................................................... 349

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Caryophyllus Linn. .................................................................. 349 plumarius Linn. ........................................................................ 349 sinensis Linn. ........................................................................... 349 DICHONDRA repens Forst. ............................................................................. 364 DICTYOSPERMA album Wendl. ........................................................................... 620 DIDYMOPANAX morototoni Decne & Planch. ................................................... 696 Sp. ........................................................................................ 695 DIECTOMIS fastiglata H.B.K. ...................................................................... 212 DIEFFENBACHIA Seguine Schott. ........................................................................ 118 DIGITARIA argillacea Fernald. .................................................................... 222 appressa Pers. ........................................................................... 200 horizontalis Willd. ................................................................... 223 sanguinalis Scop. ..................................................................... 222 DIMORPHANDRA

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Gardneriana Tul. ...................................................................... 400 DIOCLEA argentea Desv. .......................................................................... 598 grandiflora Mart. ...................................................................... 596 lasiocarpa Mart. ....................................................................... 406 lasiophylla Mart. ...................................................................... 407 sclerocarpa Ducke. ................................................................... 597 virgata Amshoff. ...................................................................... 406 DIOSCOREA alata Linn. ................................................................................ 464 amazonum Griseb. ................................................................... 255 brasiliensis Willd. .................................................................... 463 bulbifera Linn. ......................................................................... 463 campestris Griseb. .................................................................... 255 dodecaneura Vell. .................................................................... 462 hebantha Mart. ......................................................................... 462 illustrata Hort. .......................................................................... 463 laxiflora Mart. .......................................................................... 289 purpúrea Roxb. ........................................................................ 465 quinquelobata Vell. .................................................................. 463 synandra Klatt. ......................................................................... 463 trifida Linn. .............................................................................. 463 DIOSPYROS kaki Linn. f. .............................................................................. 255

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DIPLADENIA polymorpha Muell. Arg. .......................................................... 299 DIPTERYX odorata Willd. .......................................................................... 359 DODONAEA viscosa Jacq. ............................................................................ 554 DOLICHOS ensiformis Linn. ....................................................................... 410 sesquipedalis Linn. .................................................................. 410 sinensis Linn. ........................................................................... 409 soja Linn. ................................................................................. 706 urens Linn. ............................................................................... 598 DOMBEYA Wallichil Benth. ......................................................................... 92 DONAX arundinaceus Beauv. ................................................................ 194 DORSTENIA brasiliensis Lam. ...................................................................... 339 Cayapia Vell. var. opifera Mart. .............................................. 340

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DRACAENA angustifolia Roxb. .................................................................... 366 brasiliensis Hort. ...................................................................... 367 deremensis Engler. ................................................................... 367 fragrans Ker-Gawl. .................................................................. 367 Godseffiana Sander. ................................................................. 367 Goldieana Sander . ................................................................... 367 Sanderiana Sander. .................................................................. 367 terminalis Linn. ........................................................................ 367 DRACONTIUM asperum C. Koch. .................................................................... 590 DURANTA Plumieri Jacq. .......................................................................... 678 DYCKIA Glaziovil Bak. .......................................................................... 273 spectabilis Bak. ........................................................................ 522

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ECHINOCHLOA colonum Link. .......................................................................... 218

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Crus-galli Beauv. ..................................................................... 245 Crus-pavonia Schult. ................................................................ 246 polystachya Hitchc. .................................................................. 233 ECHITES Cururu Mart. ............................................................................ 315 tenuifolia Mikan. ...................................................................... 299 ECLIPTA alba Hassk. ................................................................................. 26 AGLETES viscosa Cass. ............................................................................ 527 EICHHORNIA azurea Kunth. ............................................................................. 29 crassipes Solms. ......................................................................... 30 natans Solms. var. pauciflora Seub. (não Solms.). ................. 644 paniculata Solms. ..................................................................... 644 pauciflora Seub. ....................................................................... 644 tricolor Seub. ............................................................................ 644 ELAEIS guineensis Linn. ....................................................................... 363 ELEOCHARIS

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capitata R. Br. .......................................................................... 495 caribae Blake. .......................................................................... 495 ELEOGENUS capitatus Nees. ......................................................................... 495 ELEPHANTOPUS hirtiflorus DC. .......................................................................... 425 mollis H.B.K. ........................................................................... 425 scaber Linn. .............................................................................. 425 ELEUSINE indica Gaertn. ........................................................................... 246 ELIONURUS adustus Ekaman. ...................................................................... 212 latiflorus Nees. ......................................................................... 212 ENDLICHERIA hHirsuta Nees. .......................................................................... 202 ENHYDRA integrifólia Gardn. .................................................................... 125 ENTERROLOBIUM Beiladona Linn. ........................................................................ 143 Timbouva Mart. ....................................................................... 725

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EPALTES brasiliensis SC. ........................................................................ 385 ERAGROSTIS amabilis Wight. & Arn. ........................................................... 228 articulata Nees. ........................................................................ 227 Bahiensis Roem & Schult. ....................................................... 627 brasiliensis Nees. ..................................................................... 628 ciliaris Link. ............................................................................. 228 microstachya Link. .................................................................. 628 maypurensis Steud. .................................................................. 228 pilosa Beauv. ............................................................................ 242 Vahlii Nees. ............................................................................. 228 ERECHITES valerianaefolia DC. .................................................................. 288 ERIOBOTRYA japonica Lindl. ........................................................................... 60 ERIOCHLOA annulata Kunth. ........................................................................ 227 ERIODENDRON anfractuosum DC. .................................................................... 126 ERYNGIUM

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foetidum Linn. ......................................................................... 332 ERYTHRAEA Centaurium Pers. ........................................................................ 39 ERYTHRINA aurantiaca Ridl. ........................................................................ 599 glauca Willd. ..................................................................... 159,599 velutina Willd. ......................................................................... 600 ERYTHROXYLON microphyllum St. Hil. .............................................................. 685 testaceum Peyr. ........................................................................ 279 ESENBECKIA macrocarpa Hub. ...................................................................... 327 EUCALYPTUS acmenioides Schau. .................................................................. 388 amygdalina Labill. ................................................................... 387 annulata Benth. ........................................................................ 390 bicolor A. Cunn. ...................................................................... 389 calophylla R. Br. ...................................................................... 389 citriodora Hook. ....................................................................... 389 cladocalyx F.v.M. .................................................................... 390 colossea F.v.M. ........................................................................ 389 cornea Baker. ........................................................................... 388

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cornuta Labill. .......................................................................... 390 corymbosa Smith. .................................................................... 392 corynocalyx F.v.M. .................................................................. 390 cosmophylla F.v.M. ................................................................. 391 crebra F.v.M. ............................................................................ 391 decipiens Endl. ......................................................................... 391 diversicolor F.v.M. .................................................................. 389 eximia Schau. ........................................................................... 391 ficifolia F.v.M. ......................................................................... 391 globulus Labill. ........................................................................ 391 gomphocephala DC. ................................................................ 392 goniocalyx F.v.M. .................................................................... 392 gracillis Sieb. ........................................................................... 391 gummifera Hochr. .................................................................... 392 Gunnil Hook. ........................................................................... 392 largiflorens F.v.M. ................................................................... 389 ligustrina Miq. .......................................................................... 392 longirostria F.v.M. ................................................................... 394 macrocera Turcz. ..................................................................... 390 maculat Hook. .......................................................................... 392 marginata Smith. ...................................................................... 393 melliodora A. Cunn. ................................................................ 393 mellissiodora Lindl. ................................................................. 389 obliqua L’Hér. .......................................................................... 393 pendula A. Cunn. ..................................................................... 389 pilularis Smith. ......................................................................... 393 piperita Smith. .......................................................................... 393

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polyanthemos Schau. ............................................................... 394 pulverulenta Sims. ................................................................... 394 resinifera Smith. ....................................................................... 391 robusta Smith. .......................................................................... 394 rostrata Cav. ............................................................................. 394 rostrata Schlecht. ...................................................................... 394 splachnicarpa Hook. ................................................................ 389 tereticornis Smith. .................................................................... 394 Trabutii Vilm. .......................................................................... 394 triantha Link. ............................................................................ 388 variegata F.v.M. ....................................................................... 392 viminalis Labill. ....................................................................... 395 EUCHARIS amazonica Linden. ................................................................... 385 grandiflora Planch. ................................................................... 385 EUCHOLAENA mexicana Schrad. ..................................................................... 724 EUCHOLIRION spectabile Mart. ........................................................................ 522 EUGENIA aromatica Baill. ........................................................................ 349 brasiliensis Lam. ...................................................................... 444 cauliflora DC. .......................................................................... 468

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crenata Vell. ............................................................................. 190 Dombeyi Skeels. ...................................................................... 444 eurisepala Kiaersk. ................................................................... 103 insipida St. Hil. ........................................................................ 603 Jambolana Lam. ......................................................................... 98 Jambos Linn. ............................................................................ 470 Malaccensis Linn. .................................................................... 471 Michelii Lam. .......................................................................... 661 prasina Berg. ............................................................................ 134 uniflora Linn. ........................................................................... 661 Uvalha Camb. .......................................................................... 739 vaga Berg. ................................................................................ 134 Velloziana Berg. ...................................................................... 190 Sp. ................................................................................. 444,568 EUPATORIUM balliotaefolium H.B.K. ............................................................ 575 laeve DC. ................................................................................... 74 EUPHORBIA brasiliensis Lam. ...................................................................... 375 fulgens Karw. ........................................................................... 418 gymnoclada Boiss. ................................................................... 422 heterophylia Linn. .................................................................... 625 hyssopifolia Linn. .................................................................... 375 phosphorea Mart. .............................................................. 319,637 pulcherrima Willd. ................................................................... 419

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splendens Bojer. ....................................................................... 143 Ticucalli Linn. .......................................................................... 344 Sp. ........................................................................................ 373 EUTERPE oleracea Mart. ............................................................................ 19 EUXILOPHORA paraensis Hub. .......................................................................... 628 EVOLVULUS pussilus Choisy. ....................................................................... 364 EXACUM guianense Aubl. ....................................................................... 581

F FAGARA rhoifolia Engl. .......................................................................... 506 FICUS anthelmintica Mart. .................................................................. 428 benjamina Linn. ....................................................................... 144 Carica Linn. ............................................................................. 415 doliaria Mart. ........................................................................... 427 eximia Schott. .......................................................................... 428

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glabra Vell. .............................................................................. 428 pumila Linn. ............................................................................. 448 radula Willd. ............................................................................ 429 retusa Linn. var. nitida Thunb. ................................................. 143 vermifuga Engl. ....................................................................... 428 FLEURYA aestuans Gaud. .................................................................. 205,744 FOENICULUM Foeniculum Linn. ..................................................................... 370 vulgare Gaertn. ........................................................................ 370 FOURCROYA (FURCRAEA) flavo-viridis Hook. ................................................................... 662 gigantea Vent. .......................................................................... 356 FRANCISCEA uniflora Pohl. ........................................................................... 543 FRIEDERICIA Guilielma Mart. ........................................................................ 323 speciosa Mart. .......................................................................... 323 FROELICHIA Humboldtiana Seub. ................................................................ 379 lanata Moq. .............................................................................. 379

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FUCHSIA integrifolia Cham. .................................................................... 158 FUNKIA subcordata Spreng. ..................................................................... 69

G GALEGA cinera Linn. ................................................................................ 74 GALLESIA Gorazema Moq. ....................................................................... 633 scorododendron Casar. ............................................................ 633 GARDENIA florida Linn. ............................................................................. 475 jasminoides Ellis. ..................................................................... 475 Randia Swartz. ......................................................................... 386 GEISSOSPERMUM Vellossi Fr. All......................................................................... 641 GENIPA americana Linn. ....................................................................... 483

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GEOFFRAEA spinosa Jacq. ............................................................................ 740 GEONOMA Aricanga Barb. Rodr. ............................................................... 739 schottiana Mart. ....................................................................... 739 GEOPPERTIA hirsuta Nees. ............................................................................ 202 GERANIUM peltratum Linn. ........................................................................ 430 zonale Linn. ............................................................................. 431 GLADIOLUS communis Linn. ....................................................................... 618 GLYCINE hispida Maxm. ......................................................................... 706 Max Merrill. ............................................................................. 706 phaseoloides Swartz. ................................................................ 487 GLYCYRRHIZA glabra Linn. ................................................................................ 32 GNAPHALIUM suaveolens Vell. ....................................................................... 530

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GOMPHIA Jabotapita Swartz. .................................................................... 135 parviflora DC. .......................................................................... 135 GOMPHRENA cearensis Moq. ......................................................................... 379 demissa Mart. .................................................................... 379,669 Gardneri Moq. ................................................................... 379,669 globosa Linn. ........................................................................... 648 jubata Moq. .............................................................................. 526 leucocephala Mart. ................................................................... 345 GONGORA nigrita Lindl. ............................................................................ 256 GONOLOBUS ganglinosus Dcne. .................................................................... 592 GOSSYPIUM barbadense Linn. ................................................................... 45,48 brasiliensis Macf. ....................................................................... 48 herbaceum Linn. ................................................................... 42,46 herbaceum Linn. var. vitifolium. ............................................... 49 hirsutum Linn. ....................................................................... 47,45 hirsutum Linn. var. Marie-Galante. ........................................... 49 mustelinum Miers. ..................................................................... 54 purpurascens Poir. ...................................................................... 48

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vitifolium Lam. .......................................................................... 49 GREVILLEA Robusta A. Cunn. ..................................................................... 443 GUADUA angustifolia Kunth. .................................................................. 713 macrostachya Rup. ................................................................... 713 paniculata Munro. .................................................................... 721 superba Hub. ............................................................................ 107 Tagora Kunth. ................................................................... 107,713 GUAGNEBINA ingnita Vell. ............................................................................. 343 GUAREA tuberculata Vell. ....................................................................... 489 GUATTERIA vilosissima St. Hil. ................................................................... 368 Sp. ............................................................................................ 370 GUAZUMA tomentosa H.B.K. .................................................................... 605 ulmiflora Lam. ......................................................................... 605 ulmiflora Lam. var. tomentosa Schum. ................................... 605

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GUETTARDA Angelica Mart. ........................................................................... 70 GUILANDINA Bunducella Linn. ...................................................................... 273 GUILIELMA speciosa Mart. .......................................................................... 667 GYMNOGRAMMA calomelanos Klf. ...................................................................... 664 chrysophylla Klf. ..................................................................... 695 GYMNOPOGON mollis Nees. ............................................................................. 239 GYNERIUM parviflorum Nees. .................................................................... 191 sagittatum Beauv. .................................................................... 191

H

HANCORNIA speciosa Muell. Arg. ................................................................ 552 speciosa Muell. Arg. var. minor Muell. Arg. ........................... 553 HARIOTA

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salicornioides DC. .................................................................... 146 HEDYCHIUM coronarium Koenig. ................................................................. 151 flavescens Carey. ..................................................................... 151 flavum Roxb. ........................................................................... 151 HEDYSARUM barbatum Linn. ......................................................................... 283 spirale Swartz. .......................................................................... 283 supinum Swartz. ...................................................................... 284 HELIANTHUS annuus Linn. ............................................................................ 435 HELICHRYSUM bracteatum Andr. ..................................................................... 703 HELICONIA angustifólia Hook. .................................................................... 122 bicolor Benth. .......................................................................... 122 Bihal Auth. ............................................................................... 117 caribaea Linn. .......................................................................... 117 pendula Wawra. ................................................................ 118,615 psittacorum Linn. f. .................................................................. 122

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HELICTERES baruensis Jacq. ......................................................................... 689 corylifolia Nees & Mart. .......................................................... 689 Eichleri K. Schum. ................................................................... 689 guazumaefolia H.B.K. ............................................................. 689 heptandra L. B. Smith. ............................................................. 689 muscosa Mart. .......................................................................... 689 ovata Lam. ............................................................................... 689 HELIOTROPIUM angiospermum Murr. ............................................................... 403 Claussenii DC. ......................................................................... 706 elongatum Willd. ..................................................................... 403 indicum Linn. ........................................................................... 402 lanceolatum Loefgr. ................................................................. 705 HEMEROCALLIS flava Linn. ................................................................................ 513 fulva Linn. ................................................................................ 513 HETERANTHERA reniformis Ruiz & Pav. ............................................................ 643 HEVEA brasiliensis Muell. Arg. ............................................................ 704 HIBISCUS bifurcatus Cav. ........................................................................... 53

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digitatus Cav. ........................................................................... 752 esculentus Linn. ....................................................................... 670 esculentus Linn. var. Longus. .................................................. 671 gossypiifolius Mill. .................................................................. 752 molieoides Linn.? .................................................................... 158 mutabilis Linn. ........................................................................... 64 Rosa sinensis Linn. .................................................................. 623 Rosa sinensis var. schizopetalus Mart. .................................... 201 Sabdariffa Linn. ....................................................................... 752 sanguineus Griff. ...................................................................... 752 schizopetalus Hook. f. .............................................................. 201 sinensis Hort. ........................................................................... 623 tiliaceus Linn. ............................................................................ 52 HIPPEASTRUM aulicum Herb. ............................................................................ 22 procerum Lem. ........................................................................... 22 vittatum Herb. ............................................................................ 22 HIRTELLA americana Aubl. ......................................................................... 99 Martiana Hook. f. ....................................................................... 31 HOLCUS Sorghum Linn. ......................................................................... 707 HOWARDIA brasiliensis Klotz. .................................................................... 623

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galeata Klotz. ........................................................................... 623 HOYA carnosa R. Br. .......................................................................... 418 HUMIRIA floribunda Mart. ....................................................................... 741 HYBANTHUS Ipepacuanha Taub. (não é Baill.). ............................................ 466 HYDRANGEA Hortensia DC. .......................................................................... 450 HIDROCOTYLE leucocephala Cham. & Schlecht. ............................................. 613 HYDROLEA spinosa Linn. ............................................................................ 423 HYDROTHRIX Gardneri. .................................................................................. 661 HYLOCEREUS triangularis Britt. & Rose. ........................................................ 260 HYMENACHNE amplexicaulis Nees. ................................................................. 200

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fluviatilis Nees. ........................................................................ 250 HYMENAEA Correana Barb. Rodr. ............................................................... 481 Courbaril Linn. ........................................................................ 479 chapadensis Barb. Rodr. .......................................................... 481 eriogyne Benth. ........................................................................ 482 Martiniana Hayne. ................................................................... 481 stigonocarpa Mart. ................................................................... 481 stilbocarpa Hayne. ................................................................... 482 HYPARRHENIA rufa Stapf. ................................................................................ 231 HYPTIS atrorubens Poit. ........................................................................ 449 graveolens Mart. ...................................................................... 109 multiflora Pohl. ........................................................................ 145 mutabilis Briq. ......................................................................... 696 pactinata Poit. .......................................................................... 145 suaveolens Poit. ....................................................................... 109 umbrosa Salzm. ........................................................................ 109 sp. ............................................................................................... 38

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ICHNANTHUS bambusiflorus Doell. ................................................................ 213 candicans Doell. ....................................................................... 245 ICICA heptaphylia Aubl. ....................................................................... 56 IMPATIENS Balsamina Linn. ....................................................................... 140 IMPERATA brasiliensis Trin ...................................................................... .252 Sape Anderss. .......................................................................... 252 INDIGOFERA Anil. Linn. .................................................................................. 73 campestris Brong. ...................................................................... 90 microcarpa Desv. ....................................................................... 74 suffruticosa Mill. ........................................................................ 73 INGA alba Willd. ................................................................................ 459 bahiensis Benth. ................................................................ 459,460 ciliata Presl. ....................................................................... 460,462 edulis Mart. .............................................................................. 460 fagifolia Willd. .................................................................. 460,461 heterophylla Willd. .................................................................. 460

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ingoides Willd. .................................................................. 460,461 leptantha Benth. ................................................................ 461,462 marginata Willd. ...................................................................... 461 pendula Willd. .......................................................................... 755 IPOMOEA acetasaefolia Roem & Schult. .................................................. 691 alba Linn. ................................................................................. 588 aff. Pentaphylla Jacq. ............................................................... 488 asarifolia Roem. & Schult........................................................ 691 Batatas Poir. ............................................................................. 130 bona-nox Linn. ......................................................................... 588 brasiliensis G. F. W. Meyer. .................................................... 691 coccinea Linn. .......................................................................... 666 crassicaulis Robinson. .............................................................. 206 fistulosa Mart. .......................................................................... 206 glabra Choisy. .......................................................................... 488 horrida Hub. ...................................................................... 488,693 littoralis Boiss. ......................................................................... 691 maritima R. Br. ........................................................................ 691 operculata Mart. ....................................................................... 128 Pes-caprae Roth. ...................................................................... 691 Quamoclit Linn. ....................................................................... 666 stolonifera Poir. ........................................................................ 691 IRESINE polymorpha Mart. .................................................................... 154

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portulacoides Moq. .................................................................. 154 vermicularis Moq. .................................................................... 154 IRIARTEA exorrhiza Mart. ........................................................................ 291 IRIS florentina Linn. ........................................................................ 513 germanica Linn. ....................................................................... 514 IROUCANA guianensis Aubl. ...................................................................... 165 ISCHAEMUM secundatum Walt. .................................................................... 440 IXORA coccinea Linn. .......................................................................... 479 finlaysoniana Wall. .................................................................. 160

J JACARANDA arvensis Steud. ......................................................................... 296 brasiliana Pers. ......................................................................... 275 Caroba P. DC. .......................................................................... 276 elegans Mart. ............................................................................ 277

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heterophylla Bur & Pet. ........................................................... 276 oxyphylla Cham. ...................................................................... 277 JACQUEMONTIA asarifolia L. B. Smith. .............................................................. 489 cearensis Hub. .......................................................................... 489 nodiflora Don. var. congesta Hub. ........................................... 489 saxicola L. B. Smith. ................................................................ 489 JAMBOS Malaccensis DC. ...................................................................... 471 JAMBOSA vulgaris DC. ............................................................................. 470 JARACATIA dodecaphylla A. DC. ................................................................ 473 JASMINUM azoricum Linn. ......................................................................... 477 fluminense Vell. ....................................................................... 477 grandiflorum Linn. ................................................................... 478 pubescens Willd. ...................................................................... 474 Sambac Soland. ........................................................................ 148 JATROPHA Curcas Linn. ............................................................................. 656 dulcis Gmel. ............................................................................. 525

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gossypiifolia Linn. ................................................................... 657 Manihot Linn. .......................................................................... 546 multifida Linn. ......................................................................... 418 phyllacantha Mart. ................................................................... 400 Pohllana Muell. Arg. ................................................................ 656 urens Linn. ............................................................................... 204 JOANNESIA princeps Vell. ............................................................................. 67 JOSEPHA Augusta Vell. ........................................................................... 683 JUSSIAEA Fluctuans Fr. All. ..................................................................... 567 Leptocarpa Nutt. ...................................................................... 567 Linifolia Vahl. .......................................................................... 567 Natans H.B.K. .......................................................................... 567 Octonervia Lam. ...................................................................... 567 Suffruticosa Linn. .................................................................... 567

K KALANCHOE brasiliensis Camb. .................................................................... 334 pinnata Pers. ............................................................................. 333

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KARATAS Plumieri Morr. ......................................................................... 355 KEINA ruderale Jaqc. ........................................................................... 352 KRAMERIA argentea Mart. .......................................................................... 286 tomentosa St. Hil. .................................................................... 287 KYLLINGA brevifolia Rottb. ....................................................................... 217 odorata Vahl. ............................................................................ 217

L

LACTUCA sativa Linn. ................................................................................ 35 LAFOENSIA replicata Pohl. .......................................................................... 684 LAGUNCULARIA racemosa Gaertn. f. .................................................................. 556 LANGSDORFFIA hypogca Mart. .......................................................................... 414

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LANGUAS speiciosa Small. ....................................................................... 336 LANTANA alba Mill. .................................................................................. 305 aculeate Linn. ........................................................................... 187 Camara Linn. ........................................................................... 187 hirsuta Mart. & Gal. ................................................................. 187 horrida H.B.K. ......................................................................... 187 microphylla Mart. ...................................................................... 34 Radula Swartz. ......................................................................... 189 rugosa Willd. ............................................................................ 189 salviaefolia Spreng. .................................................................. 187 spinosa Linn. ............................................................................ 189 LAPPAGO aliena Spreng. .......................................................................... 286 LASIACIS divaricata Hitchc. ..................................................................... 722 LAURUS Cinnamomum Linn. ................................................................. 203 exaltata Spreg. .......................................................................... 202 Persea Linn. ................................................................................. 8

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LAVANDULA Spica Linn. ................................................................................. 38 vera Linn. ................................................................................... 38 LAWSONIA inermis Linn. ............................................................................ 681 LECYTHIS luschnathi Berg. ....................................................................... 370 Pisonis Cam. ............................................................................ 702 LEERSIA hexandra Swartz. ........................................................................ 89 LEMNA minor Linn. .............................................................................. 209 LEONOTIS nepetaefolia R. Br. ................................................................... 343 LEPTOLOBIUM dasycarpum vog. ...................................................................... 684 LEUCANTHEMUM vulgare Lam. ............................................................................ 572 LICANIA Aff. Turiuva Cham. & Schlecht rigida Bonth. ......................... 690

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LILIUM candidum Linn. ................................................................... 22,513 longiflorum Thunb. .................................................................. 513 LIMNANTHENUM Humbolditianum Griseb. ........................................................... 29 LINHAREA aromatica Arr. Cam. ................................................................ 203 tinctoria Arr. Cam. ................................................................... 292 LIPPIA alba N. E. Brown. .................................................................... 305 citriodora H.BK. ...................................................................... 373 geminata H.B.K. ...................................................................... 305 LOASA rupestris Gardn. ........................................................................ 205 LOBELIA Surinamensis Linn. .................................................................. 146 LOCHNERA rosea Reichenb. ........................................................................ 146 LONCHOCARPUS araripensis Benth. ...................................................................... 72

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campestris Mart. ...................................................................... 663 LONICERA alba Linn. ................................................................................. 166 Caprofolium Linn. ............................................................ 530,531 japonica Thunb. ....................................................................... 531 LOPIMIA malacophylla Nees. & Mart. .................................................... 536 LORENTEA brevipedunculata Gardn. .......................................................... 337 polycephalla Gardin. ................................................................ 337 LUCUMA Caimito Roem. & Schult............................................................ 14 LUEHEA candicans Mart. & Zucc. ............................................................ 21 grandiflora Mart. ........................................................................ 21 paniculata Mart. ......................................................................... 21 speciosa Willd. ........................................................................... 21 uniflora St. Hil. .......................................................................... 21 LUETZELBURGIA auriculata Ducke. ..................................................................... 640 pterocarpoides Harms. ............................................................. 640

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LUFFA acutangula Roxb. ..................................................................... 583 aegyptica Mill. ......................................................................... 159 cyllindrica Roem. ..................................................................... 159 foetida Cav. .............................................................................. 583 LUXOPTERYGIUM Gardneri Engl. .......................................................................... 439 LUZIOLA micrantha Benth. ...................................................................... 214 peruviana Gmel. ....................................................................... 214 LYCOPERSICUM cerasiforme Dun. ...................................................................... 731 esculentum Mill. ...................................................................... 731 LYCOPODIUM cernuum Linn. .......................................................................... 657 convolutum Walk. .................................................................... 484

M

MACHAERIUM aculeatum Raddi. ..................................................................... 310

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angustifolium Vog. .................................................................. 310 angustifolium Vog. .................................................................. 342 auriculatum Fr. All. .................................................................. 640 centifolium Vog. ...................................................................... 755 isadelphum Amsh. ................................................................... 310 MACLURA affinis Miq. .............................................................................. 723 xanthoxylon Endl. .................................................................... 724 MAGONIA glabrata St. Hil. ........................................................................ 726 MALACHE malacophylla Standl. ................................................................ 536 MALACHRA fasciata Jacq. ............................................................................ 535 MALPIGHIA crassifolia Linn. ....................................................................... 601 verbascifolia Linn. ................................................................... 602 MALVA sivestris Linn. ........................................................................... 533

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MAMMEA americana Linn. ......................................................................... 15 MANETTIA curiosa Vell. ............................................................................. 307 ignita Schum. ........................................................................... 343 robusta Vell. ............................................................................. 307 MANGIFERA amba Forsk. .............................................................................. 558 domestica Gaertn. .................................................................... 558 indica Linn. .............................................................................. 558 MANIHOT Aipi Pohl. ................................................................................. 525 dulcis Pax. ................................................................................ 525 esculenta Crantz. ...................................................................... 546 Glaziovii Muell. Arg. ............................................................... 560 Manihot Karst. ......................................................................... 546 microdendron Ule. ................................................................... 561 piauhyensis Ule. ....................................................................... 561 utilissima Pohl. ........................................................................ 546 MANILKARA Dardanol Ducke. ...................................................................... 524 rufuta Lam. ....................................................................... 523,524 salzmanni Lam. ........................................................................ 524

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triflora Chev. ............................................................................ 524 MARANTHA arundinacea Linn. ...................................................................... 80 MARISCUS flavus Vahl. .............................................................................. 212 jacquinii H. B. K. ..................................................................... 211 rufus H. B. K. ........................................................................... 211 MARSYPIANTHES chamaedrys Kuntze. ................................................................. 145 hyptoides Mart. ........................................................................ 145 MARTYNIA lutea Lindl. ............................................................................... 310 MASCAGNIA cartacea Loefgr. ....................................................................... 728 rigida Griseb. ........................................................................... 729 MATEATIA robusta Vell. ............................................................................. 307 MAURITIA vinifera Linn. ........................................................................... 161 MAYTENUS

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obtusifolia Mart. ...................................................................... 279 rigida Mart. .............................................................................. 150 MELEAGRINEX pernambucana Arr. Cam. ......................................................... 663 MEDICAGO sativa Linn. ................................................................................ 35 MEIBOMIA adscendens DC. ........................................................................ 284 aspera Poir. .............................................................................. 371 barbata Kuntzer. ....................................................................... 283 mollis Vahl. .............................................................................. 371 pabularis Hoehne. .................................................................... 407 supina Britt. .............................................................................. 284 terminalis Kuntze. .................................................................... 371 MELANOXYLON Brauna Schott. .......................................................................... 154 MELASTOMA albicans Swartz. ................................................................ 503,611 hirta Linn. ................................................................................ 161 prasinum Swartz. .............................................................. 503,546 MELIA

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Azedarach Linn. ....................................................................... 314 MELINIS minutiflora Beauv. ................................................................... 229 MELISSA calamintha Linn. ...................................................................... 261 officinalis Linn. ................................................................. 261,373 MELLOA populifolia Burm. ..................................................................... 317 MELOCACTUS bahiensis Wederm. ................................................................... 344 depressus Hook. ....................................................................... 344 depressus Lem. ........................................................................ 345 Ernestii Vaupel. ....................................................................... 345 gonidodacanthus Lem. ............................................................. 345 violaceus Pfeiff. ....................................................................... 345 MELOCHIA umbeleta. .................................................................................. 634 MELOTHRIA fliminensis Gadn ..................................................................... .446 pendula Vell. ............................................................................ 446

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MENTHA crispa Linn. .............................................................................. 449 piperita Linn. ............................................................................ 448 MENTZELIA fnagilis Hub ............................................................................ .645 MEROSTACHYS Riedeliana Ruper. .................................................................... 722 MICONIA albicans Triana. ................................................................. 503,611 cecidophora Naud. ................................................................... 503 prasina DC. ....................................................................... 503,546 MICROPHOLIS sp. ............................................................................................. 297 MILIUM compressum Beauv. ................................................................. 221 digitatum Swartz. ..................................................................... 223 MIKANIA cordifolia Willd. ....................................................................... 374 scandens Willd. ........................................................................ 374

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MIMOSA acutistipula Benth. ................................................................... 497 asperata Linn. ........................................................................... 184 bracaatinga Hoehne. ................................................................ 153 caesalpiniaefolia Benth. ........................................................... 687 camporum Benth. ..................................................................... 531 contortisliqua Vell. .................................................................. 725 Farnesiana Linn. ...................................................................... 346 hostilis Mart. ............................................................................ 382 litigiosa Mart. ........................................................................... 531 malacocentra Mart. .................................................................. 183 nigra Hub. ................................................................................ 497 pendula Poir. ............................................................................ 755 peregrina Linn. ........................................................................... 73 pogra Linn. ............................................................................... 184 polidactyla H. B. K. ................................................................. 184 sensitiva Linn. ............................................................ 551,704,742 sepiaria Benth. ......................................................................... 575 somnians H. & B...................................................................... 532 vaga Vell. ................................................................................. 152 verrucosa Benth. ...................................................................... 496 MINUSOPS cearensis Hub. .......................................................................... 524 coriacea Miq. ............................................................................. 16 Elengi Linn. ............................................................................... 16

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rufula Miq. ............................................................................... 523 Salzmanni Miq. ........................................................................ 524 triflora Fr. All. .......................................................................... 524 MIRABILIS Jalapa Linn. .............................................................................. 150 MOMORDICA charantia Linn. ......................................................................... 586 cylindrica Linn. ........................................................................ 159 MONNIERIA trifollia Linn. .............................................................................. 37 MONSTERA deliciosa Liebm. ....................................................................... 110 dilacerata Koch. ....................................................................... 452 Friedrichsthalli Schott. ............................................................. 452 pertusa DeVriese. ..................................................................... 452 MONTRICHARDIA linifera Schott. ............................................................................ 76 MOQUILEA tomentosa Benth. ..................................................................... 608 MORONOBEA

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esculenta Arr. Cam. ................................................................. 104 MORINGA pterygosperma Gaertn. ............................................................. 303 MORUS alba Linn. ................................................................................... 65 nigra Linn. .................................................................................. 66 Tatagiba Vell. .......................................................................... 723 MOURIRIA guianensis Aubl. ...................................................................... 358 Pusa Gardn. .............................................................................. 546 MUCUNA glabra R. Th. ............................................................................ 597 Slonaei Fawc. Randle. ............................................................. 596 urens DC. ................................................................................. 598 MUEHLENBECKIA platiclata Meissn ...................................................................... 416 MURRAYA exotica Linn. ............................................................................ 477 MUSA

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Arnoldiana De Willd. ............................................................... 119 Bihai Linn. ............................................................................... 117 Cavendishii Lamb. ................................................................... 110 chinensis Sweet. ....................................................................... 110 corniculata Lour. ...................................................................... 112 Ensete Gmel. ............................................................................ 119 paradisiaca Linn. ............................................................... 111,115 paradisiaca Linn. subsp. normailis Kuntze. ............................. 111 paradisiaca Linn. subsp. sapientum Linn. ................................ 112 paradisiaca Linn. subsp. seminifera Bak. ................................ 117 paradisiaca Linn. subsp. troglodytarum Bak. .......................... 117 sapientum Linn. ....................................................................... 112 sinenses Sagot. ......................................................................... 110 textilis Nee. .............................................................................. 120 MYOSOTIS palustris Linn. .......................................................................... 591 MYRACRODRUON Urundeuva Fr. All. ..................................................................... 85 MYRCIARIA cauliflora Berg. ........................................................................ 468 MYROSPERMUM aff. Toluiferum DC. ................................................................. 106 erythoroxylon Fr. All. .............................................................. 105

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MYROXYLON peruiferum Linn. f. ................................................................... 105

N NAMA spinosa Kuntze. ........................................................................ 423 NASTURTIUM officinale R. Br. ......................................................................... 26 NAZIA aliena Scribn. ........................................................................... 286 NECTANDRA leucantha Nees. ........................................................................ 202 spicata Meissn. ......................................................................... 202 NEOGLAZIOVIA variegata Mez. .......................................................................... 273 NEPETA mutabilis Rich. ......................................................................... 696 pectinata Linn. ......................................................................... 145 NEPHROLEPIS exaltata Schott. ......................................................................... 695

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NERIUM oleander Linn. .......................................................................... 383 NICOTIANA axillaries Linn. ......................................................................... 650 Tabacum Linn. ......................................................................... 424 NOPALEA coccinellifera Mart. .................................................................. 618 cochenillifera Salm-Dyck. ....................................................... 618 NISSOLIA robusta Vell. ............................................................................. 665 NOTHOSCORDUM puchelium Kunth. ...................................................................... 55 NYCTANTHES pubescens Retz. ........................................................................ 474 Sambac Linn. ........................................................................... 148 NYMPHAEA amazonum Mart. & Zucc. .......................................................... 28 ampla DC. var. pulchella Casp. Pulchella DC. .......................... 27 rudgeana G. F. W. Mey. ............................................................ 28

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NYMPHOIDES Humboldtiana Kuntze. ............................................................... 29

O

OCHNA jabotapita Linn. ........................................................................ 135 OCIMUM Basilicum Linn. ........................................................................ 562 Basilicum Linn. var. crispum................................................... 563 Basilicum Linn. var. minimum. ............................................... 563 Basilicum Linn. var. purpurascens. ......................................... 563 Basilicum purpureum Hort. ..................................................... 563 crispum Thunb. ........................................................................ 563 fluminense Vell. ......................................................................... 36 gratissimum Linn. ...................................................................... 36 incanescens Mart. ...................................................................... 38 minmum Linn. ......................................................................... 563 pilosum Willd. ......................................................................... 562 OLEA europaea Linn. ......................................................................... 611 fragrans Thunb. ........................................................................ 476 ONCIDIUM cebolleta Swartz. ...................................................................... 676

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OPERCULINA alata Urban. .............................................................................. 129 convolvulus Manso. ................................................................. 128 macrocarpa Urban. ................................................................... 128 pterodes Meissn. ...................................................................... 129 OPLISMENUS crus-pavonis H. B. K. .............................................................. 246 polystachius H. B. K. ............................................................... 233 OPUNTIA cochinellifera Mill. .................................................................. 618 Ficus-indica Mill. ..................................................................... 619 inamoena K. Schum. ................................................................ 673 monacantha Haw. .................................................................... 619 ORBIGNYA Martiana Barb. Rodr. ............................................................... 100 OREODOXA oleracea Mart. .......................................................................... 621 regia H. B. K. ........................................................................... 621 ORIGANUM Majorana Linn. ........................................................................ 565

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ORMOSIA fastiglata Tul. ........................................................................... 611 ORYZA sativa Linn. ................................................................................ 87 OSMANTHUS fragrans Lour. .......................................................................... 476 OSMUNDA Phyllitidis Linn. ......................................................................... 96 OURATEA Fieldingiana Engl. var cearensis Hub. ..................................... 135 Japotapita Engl. ........................................................................ 135 parviflora Baill. ........................................................................ 135 salicifolia St. Hil. & Tul var. ................................................... 181 latifolia Engl. ........................................................................... 181 OVIDEA fragrans Hitche. ........................................................................ 141 OXALIS bahiensis Prog. ........................................................................... 98 Barrelieri Linn. .......................................................................... 98 corniculata Linn. ........................................................................ 98 divaricata Mart. & Zucc. ............................................................ 98

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Gardneriana Brongn. .................................................................. 98

P

PACHIRA aquatica Aubl. .......................................................................... 600 grandiflora Tussac. .................................................................. 600 PAEPALANTHUS cearensis Ruhl. ........................................................................... 39 PALICOUREA Marcgravii. St. Hil. .................................................................. 376 noxia Mart. ............................................................................... 376 rigida H. B. K. .......................................................................... 376 PANDANUS utilis Bory. ............................................................................... 622 PANICUM amplexicaule Rudge. ................................................................ 200 Aparinae Steud. ........................................................................ 236 appressum Lam. ....................................................................... 200 aquaticum Poir. ........................................................................ 199 bambusiflorus Trin. .................................................................. 213 bambusioides Desv. ................................................................. 722 barbinode Trin. ................................................................. 220,221

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brevifolium Linn. ..................................................................... 218 candicans Nees. ........................................................................ 245 capillaceum Lam. ..................................................................... 218 chauvinii Steud. ....................................................................... 722 colonum Linn. ................................................................... 218,235 Crus-galli Linn. ........................................................................ 245 Crus-pavonis Nees. .................................................................. 246 dactylon Linn. .......................................................................... 219 divaricatum Linn. ..................................................................... 722 equinum Salzm. ....................................................................... 220 fasciculatum Swartz. ................................................................ 237 fruticosum Salzm. .................................................................... 713 fuscum Swartz. ........................................................................ 237 fusco-rubens Linn. ................................................................... 237 geminatum Forsk. .................................................................... 200 geniculatum Lam. .................................................................... 243 glutinosum Lam. ...................................................................... 713 grandiflorum Trin. ................................................................... 201 horizontale G. F. W. Mey. ....................................................... 223 jumentorum Pers. ..................................................................... 230 laeve Lam. ................................................................................ 230 lanatum Swartz. ....................................................................... 713 latifolium Linn. ................................................................. 214,713 maculatum Aubl. ...................................................................... 713 maximum Jacq. .......................................................... 219,220,234 maximum Jacq. var. gongylodes Doell. ............................ 231,253 megiston Schult. ...................................................................... 211

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melinis Trin. ............................................................................. 229 numidianum Lam. .................................................................... 220 oryzoides Swartz. ..................................................................... 201 parvifolium Lam. ..................................................................... 252 penicillatum Willd. .................................................... 213,243,250 plantagineum Link. .................................................................. 235 polygamum Swartz. ................................................................. 230 praticola Salzm. ....................................................................... 234 purpurascens Raddi. ................................................................. 220 sanguinale Linn. ....................................................................... 222 sanguinale Linn. var. Digitatum Hack. .................................... 223 sanguinale subsp. Horizontale Hack. ....................................... 223 scandens Steud. ........................................................................ 240 spectabile Nees. ....................................................................... 233 Tenerifae R. Br. ....................................................................... 226 trichoides Swartz. .................................................................... 218 velutinosum Nees. .................................................................... 236 velutinum Kunth. ..................................................................... 236 verticillatum Kunth. ................................................................. 234 vilvoides Trin. ................................................................... 236,250 zizaniodes H. B. K. .................................................................. 201 PAPAYA Carica Gaertn. .......................................................................... 538 sativa Tuss. .............................................................................. 538 vulgaris DC. ............................................................................. 538

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PARIETARIA microphylla Linn. .................................................................... 158 PARKIA pendula Benth. ......................................................................... 755 platycenphala Benth. ................................................................ 756 PARKINSONIA africana Sond. .......................................................................... 738 aculeata Linn. ........................................................................... 737 PASPALIDIUM geminatum Stapf. ..................................................................... 200 PASPALUM appreseum Lam. ....................................................................... 200 brachiatum Trin. ...................................................................... 219 conjugatu Berg. ........................................................................ 234 conspersum Schrad. ................................................................. 227 didactylum Salzm. ................................................................... 219 fimbriatum H. B. K. ................................................................. 248 foliosum Kunth. ....................................................................... 219 gracile Rudge. .......................................................................... 199 latifolium Spreng. .................................................................... 227 lentiginosum Presl. .................................................................. 211 malacophylium Trin. ................................................................ 237 maritimum Trin. ....................................................................... 229

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millegrana Schrad. ................................................................... 211 mucronatum Muhl. .................................................................. 199 plantagineum Nees. .................................................................. 236 platicaulo Poir. ......................................................................... 221 pyramidale Nees. ..................................................................... 199 repens Berg. ............................................................................. 199 scoparius Flugge. ..................................................................... 253 Underwoodii Nash. .................................................................. 211 vaginatum Swartz. ................................................................... 219 virgatum Linn. .................................................................. 211,227 vulnerans Salzm. ...................................................................... 211 PASSIFLORA capsularis Lam. ........................................................................ 571 cincinnata Mart. ....................................................................... 570 edulis Sims. .............................................................................. 568 foetida Linn. ............................................................................. 571 hirsuta Lodd. ............................................................................ 571 incarnata Linn. ......................................................................... 572 macrocarpa Mart. ..................................................................... 570 polyaden Vell. .......................................................................... 571 quadrangularis Linn. ................................................................ 569 rubra Linn. ............................................................................... 571 PAULLINIA elegans Camb. .......................................................................... 578 pinnata Linn. ............................................................................ 578

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PAVONIA cancellata Cav. ......................................................................... 536 malacophylla Guerke. .............................................................. 536 varians Moric. .......................................................................... 535 PECTIS apodocephala Baker. ................................................................ 337 elongata H. B. K. ..................................................................... 337 PEDILANTHUS tithymaloides Poit. ................................................................... 364 PELARGONIUM grandiflorum Linn. ................................................................... 430 peltatum Ait. ............................................................................ 430 zonale Willd. ............................................................................ 431 PELTODON radicans Pohl. ........................................................................... 449 PELTOPHORUM dubium Taub. ........................................................................... 402 Vogelianum Benth. .................................................................. 402 PENNISETUM

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clandestinum Hochst. ............................................................... 249 longistylum var. clandestinum. ................................................ 249 leeke. ........................................................................................ 249 purpureum Schum. ................................................................... 224 PEPEROMIA pellucida H. B. K. ...................................................................... 37 transparens Miq. ...................................................................... 510 PEIRENSKIA aculeta Mill. ............................................................................. 581 Bleo DC. .................................................................................. 685 panamensis Weber. .................................................................. 685 PERIANDRA dulcis Mart. ................................................................................ 32 mediterránea Taub. .................................................................... 32 PERSEA americana Mill. ............................................................................ 8 gratisima Gaertn. .......................................................................... 8 leucantha Mart. ........................................................................ 202 Persea Cockerell. ......................................................................... 8 PETALOMA Mouriri Swartz. ........................................................................ 358

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PETASTOMA platyphyilum Miers. ................................................................. 324 PETIVERIA alliacea Linn. ............................................................................ 729 hexaglochin Fisch. & Mey. ...................................................... 730 tetrandra Gomes. ...................................................................... 729 PETRAEA aspera Turcz. ............................................................................ 756 volubilis Schuaer. .................................................................... 756 PETROSELINUM sativum Hoffm. ........................................................................ 692 PETUNIA axillaris Britt. ........................................................................... 650 hybrida Nort. ............................................................................ 650 nyctaginiflora Juss. .................................................................. 650 violacea Lindl. ......................................................................... 650 PHALARIS canariensis Linn. ........................................................................ 57 PHARMACOSYCEA anthelmintica Miq. ................................................................... 428 radula Miq. ............................................................................... 428

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vermifuga Miq. ........................................................................ 428 PHARUS latifoluis Linn. .......................................................................... 248 scaber H. B. K. ......................................................................... 248 PHASEOLUS bracteolatus Nees et. Mart. ...................................................... 413 firmulus Mart. .......................................................................... 413 lathyroides Linn. var. semierectus Hassl. ................................ 411 longipedunculatus Mart. .......................................................... 412 lunatus Linn. ............................................................................ 396 Martii Benth. ............................................................................ 412 multiflorus Willd. .................................................................... 397 nanus Linn. .............................................................................. 405 panduratus Mart. ...................................................................... 613 semierectus Linn. ..................................................................... 411 vulgaris Linn. ........................................................................... 405 PHILODENDRON bipinnatifidium Schott. ............................................................ 420 guttiferum Kunth. .................................................................... 453 striatipes Kunth. ....................................................................... 121 PHILOXERUS vermicularis Mart. .................................................................... 154

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PHLOMIS nepetaefolia Linn. .................................................................... 343 PHLOX Drummondii Hook. .................................................................. 417 PHOENIX dactylifera Linn. ....................................................................... 716 PHOESPHOERIUM persicariaefolium Clarke var. rufipes Seub. ............................ 574 PHORADENDRON bathyoryctuym Eichl. ............................................................... 375 coriaceum Mart. ....................................................................... 375 crassifolium Eichl. ................................................................... 375 emarginatum Mart. .................................................................. 375 latifolium Griseb. ..................................................................... 375 quadrangulare Krug. & Urb. .................................................... 375 tuaeforme Eichl. ....................................................................... 375 PHOTINIA japonica Gray. ............................................................................ 60 PHTHIRUSA obdita Moore. ........................................................................... 375 pyrifolia Eichl. ......................................................................... 375

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PHYLLANTHUS acidus Skeels. ........................................................................... 443 distichus Muell. Arg. ............................................................... 443 lathyrodes H. B. K. .................................................................. 669 PHYSALIS angulata Linn. ................................................................... 185,579 edulis Sims. .............................................................................. 186 Linkiana Nees. ......................................................................... 185 peruviana Linn. ........................................................................ 186 peruviana Roxb. ....................................................................... 186 pubescens Linn. ....................................................................... 186 viscosa Linn. ............................................................................ 186 PHYTOLACCA icosandra Linn. ........................................................................ 156 octandra Linn. .......................................................................... 156 PICRODENDRON Calunga Mart. .......................................................................... 184 PILEA hyalina Fenzl. ........................................................................... 158 microphylia Liebm. .................................................................. 158 PILOCARPUS

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pinnatifolius Lem. .................................................................... 468 pinnatus Mart. .......................................................................... 468 PILOCEREUS Gounellei Weber. ..................................................................... 758 senilis Lem. .............................................................................. 162 setosus Guerke. ........................................................................ 758 PIMPINELLA Anisum Linn. ........................................................................... 377 PINUS sps. ........................................................................................... 658 PIPER angustifolium Ruiz & Pav. ........................................................ 77 corcovadense C. DC. ............................................................... 763 decumanum Aubl. .................................................................... 209 elongatum Vahl. ......................................................................... 77 frutescens Mart. ....................................................................... 654 gigantifolium C. DC. ............................................................... 341 marginatum Jacq. ..................................................................... 209 nigrum Linn. ............................................................................ 653 peltatum Linn. .......................................................................... 209 sidaefolium Link. ..................................................................... 210 subpeltatum Willd. ................................................................... 210 umbellatum Vell. ..................................................................... 210

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tuberculatum Jacq. ................................................................... 654 PIPTADENIA biuncifera Benth. ...................................................................... 711 communis Benth. ................................................................ 80,470 macrocarpa Benth. ..................................................................... 72 microphylla Benth. .................................................................... 72 moniliformis Benth. ................................................................. 292 peregrina Benth. ......................................................................... 73 PISTIA occidentalis Blume. .................................................................. 626 Stratiotes Linn. ......................................................................... 626 PISUM sativum Linn. ........................................................................... 386 PITHECOCTENIUM echinatum Schum. .................................................................... 646 PITHECOLOBIUM acacioides Ducke. ...................................................................... 79 Averemotemo Mart. ................................................................. 152 cauliflorum Benth. ................................................................... 198 diversifolium Benth. .................................................................. 77 dumosum Benth. ...................................................................... 497 foliolosum Benth. ...................................................................... 79 multiflorum Benth. .................................................................. 198

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pedicellare Benth. .................................................................... 470 polycephalum Benth. ............................................................... 641 Saman Jacq. ............................................................................. 152 trapezifolium Benth. ................................................................ 462 PLANTAGO major Linn. .............................................................................. 720 PLATHYMENIA foliosa Benth. ............................................................................. 20 reticulata Benth. .................................................................. 20,628 PLATONIA isingnis Mart. ........................................................................... 104 PLATYCERIUM alcicorne Desv. ........................................................................ 695 PLATYMISCIUM Blanchetii Benth. ..................................................................... 677 floribundum Vog. var. latifolium. ............................................ 677 pilliferum Taub. ....................................................................... 677 sp. ............................................................................................. 755 PLEURAGINA rufa Arr. Cam. .......................................................................... 608

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umbrosissma Arr. Cam. ........................................................... 609 PLEUROPHORA anomala Koehne ...................................................................... 750 PLINIA rubra Vell. ................................................................................ 661 PLUCHEA Quitoc DC. ............................................................................... 530 PLUMBAGO capensis Thunb. ....................................................................... 475 scandens Linn. ......................................................................... 515 PLUMERIA alba Linn. ................................................................................. 476 bracteata A. DC. ...................................................................... 472 rubra Linn. ............................................................................... 476 Sucuuba Spruce. ...................................................................... 471 POA amabilis Linn. .......................................................................... 228 Bahiensis Schrad. ..................................................................... 627 brasiliensis Raddi. .................................................................... 627 cillaris Linn. ............................................................................. 228 maypurensis H. B. K. ............................................................... 228

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pilosa Linn. .............................................................................. 242 POECILANTHE falcata Ducke. .......................................................................... 311 grandiflora Benth. .................................................................... 311 POINCIANA pulcherrima Linn. .................................................................... 124 regia Boj. .................................................................................. 416 POINSETTIA pulcherrima Graham. ............................................................... 419 POLYANTHES tuberosa Linn. ............................................................................ 69 POLYGONUM acre H. B. K. ............................................................................ 653 anti-haemorrhoidale Mart. ....................................................... 653 punctatium Elliot. .................................................................... 653 viridiflorum Poir. ..................................................................... 527 POLYPODIUM Aureum Linn. ............................................................................. 96 Armatum Swartz. ..................................................................... 632 brasiliense Poir. ........................................................................ 664 incanum Swartz. ........................................................................ 97

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subauriculatum Blume. ............................................................ 695 vaechinifolium Langsd. & Fisch.............................................. 323 PONTEDERIA azurea Swartz. ............................................................................ 29 crassipes Mart. ........................................................................... 30 POPULUS nigra Linn. .................................................................................. 31 POROPHYLLUM ruderale Cass. ........................................................................... 352 PORTLANDIA hexandra Jacq. .......................................................................... 672 PORTULACA grandiflora Hook. ....................................................................... 63 oleracea Linn. .......................................................................... 141 paniculata Jacq. ........................................................................ 566 pilosa Linn. ........................................................................... 33,64 racemosa Linn. ......................................................................... 566 POTHOMORPHE peltata Miq. .............................................................................. 209 sidaefolia Miq. ......................................................................... 210 umbellata Miq. ......................................................................... 210

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POUROUMA aspera Trec. .............................................................................. 514 POURRETIA tuberculata Mart. & Zucc. ........................................................ 217 PROSOPIS Hassleri Harms. .......................................................................... 41 juliflora DC. ............................................................................... 41 ruscifolia Griseb. ...................................................................... 496 POUTERIA Calmito Radkl. ........................................................................... 14 PROTIUM aromaticum Engl. ....................................................................... 56 brasilienses Engl. ....................................................................... 57 elegans Engl. .............................................................................. 57 heptaphyllum March. ................................................................. 56 icicariba March. ......................................................................... 57 PSEUDABUTILON spicatum R. E. Fries. ................................................................ 615 PSEUDANANAS sagenarium Camarg. ................................................................ 441

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PSEUDIBATIA ganglinosa Camarg. ................................................................. 592 PSIDIUM albidum Camb. ......................................................................... 360 Araça Raddi. .............................................................................. 78 Guava Griseb. .......................................................................... 436 Guajava Linn. .......................................................................... 436 Guajava Linn. var. pomifera Lin. ............................................ 436 Guajava. Linn. var. pyrifera Linn. ........................................... 437 Guayaba Raddi. ........................................................................ 436 littorale Raddi. ........................................................................... 79 pomiferum Linn. ...................................................................... 436 pubescens Mart. ......................................................................... 78 pyriferum Linn. ........................................................................ 436 variable Berg. ............................................................................. 79 PSITTACANTHUS robustus Mart. .......................................................................... 375 PSYCHOTRICA chlorotica Muell Arg. ............................................................... 375 crocea Swart. ............................................................................ 377 Gardneriana Muell. Arg. .......................................................... 707 Marcgravil Spreng. .................................................................. 376

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rigida Willd. ............................................................................. 376 PTEREDON polygaliflorus Benth. ............................................................... 711 pubescens Benth. ..................................................................... 399 PTERIDIUM aquilinum Kuhn. ...................................................................... 664 PTERIS Argyraea Moore. ...................................................................... 695 cretica Linn. ............................................................................. 695 serrulata Linn. .......................................................................... 695 PTEROCARPUS violaceus Vog. ......................................................................... 642 PTEROGYNE nitens Tul. ................................................................................ 529 PTERYGOTA brasiliensis Fr. All. ................................................................... 660 PUNICA Granatum Linn. ........................................................................ 683 PYRENOGLYPHIS Maraja Burret. .......................................................................... 736

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PYRETHRUM indicum Cass. ........................................................................... 353 PYROSTEGIA ignea Presi. ............................................................................... 319 venusta Baill. ........................................................................... 319

Q QUALEA grandiflora Mart. ...................................................................... 643 parviflora Mart. ........................................................................ 643 QUAMOCLIT coccinea Moench. .................................................................... 666 pinnata Boj. ....................................................................... 666,667 Rochae Hoehne. ....................................................................... 489 QUISQUALIS indica Lin. ................................................................................ 529

R

RANDIA aculeata Linn. ........................................................................... 386 latifolia Lam. ............................................................................ 386 mitis Linn. ................................................................................ 386

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RAPANEA guianensis Aubl. ...................................................................... 181 RAPHANUS sativus Linn. ............................................................................. 675 RAUWOLFIA ternifolia H. B. K. ...................................................................... 87 RAVENALA madagascariensis Gmel. .......................................................... 120 REISSEKIA smilacina Endl. ........................................................................ 320 REMIJIA ferruginea DC. ......................................................................... 672 REMIREA maritima Aubl. .................................................................. 217,316 RENEALMIA silvestris Horan. ....................................................................... 580 RHAMNUS micranthus Linn. ...................................................................... 447

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RHEEDIA gardneriana Planch. & Triana. ................................................. 103 RHIPSALIS cassutha Gaertn. ....................................................................... 372 salicornioides Haw. .................................................................. 146 sarmentacea Otto. .................................................................... 372 RHIZOPHORA mangle Linn. ............................................................................ 555 RHODODENDRON indicum Sweet. .......................................................................... 98 RHOEO discolor Hance. ........................................................................ 744 RHYNCHOSIA minima DC. .............................................................................. 414 phaseoloides DC. ..................................................................... 487 RHYNCHOSPORA caracasana Boeck. .................................................................... 252 RHYTIGLOSSA leucophoea Nees. ....................................................................... 34

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RIBEIREA sorbilis Arr. Cam. .................................................................... 552 RICHARDIA africana Kunth. ........................................................................ 340 RICHARDSONIA grandiflora Cham & Schiecht. ................................................. 466 RICINUS communis Linn. ....................................................................... 379 inermes Jacq. ............................................................................ 380 sanguineus Hort. ...................................................................... 280 viridis Willd. ............................................................................ 280 vulgaris Mill. ............................................................................ 279 zanzibarensis Nichols. ............................................................. 280 ROLLINIA silvatica Mart. ............................................................................ 83 ROSA sps. ........................................................................................... 685 ROSMARINUS officinalis Linn. .......................................................................... 32 ROUPALA

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cearensis Sleumes. ................................................................... 576 RUELLIA asperula Lindau. ....................................................................... 587 RUMEX Acetosa Linn. ............................................................................. 98 Acetosella Linn. ......................................................................... 98 brasiliense Link. ......................................................................... 98 RUTA graveolens Linn. ........................................................................ 89

S

SABDARIFFA rubra Kostel. ............................................................................ 752 SABICEA cana Hook. f. ............................................................................ 697 cinerea Aubl. ............................................................................ 204 SACCHARUM officinarum Linn. ..................................................................... 192 sagittatum Aubl. ....................................................................... 191 Sape. St. Hill. ........................................................................... 252 spontaneum Linn. .................................................................... 194

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SACCIOLEPIS vilvoides Chase. ....................................................................... 250 SALIX Babylonica Linn. ...................................................................... 311 SALVIA brasiliensis Spreng. .................................................................. 257 officinalis Linn. ........................................................................ 693 splendens Sellow. .................................................................... 257 SAMBUCUS australis Cham. & Schlecht...................................................... 689 SAMYDA parviflora Linn. ........................................................................ 511 SANCHEZIA nobilis Hook............................................................................. 420 SANSEVIERIA cylindrica Boj. .......................................................................... 676 guineensis Willd. ..................................................................... 512 latifolia Boj. ............................................................................. 512 thyrisfolia Thunb. .................................................................... 512 zeylanica Willd. ....................................................................... 698

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SAPINDUS esculentus St. Hil. .................................................................... 662 marginatus Willd. .................................................................... 688 saponaria Linn. ........................................................................ 688 SAPOTA Achras Mill. ............................................................................. 699 Zapotilla Coville. ..................................................................... 699 SCABIOSA atropurpurea Linn. ................................................................... 703 SCHINOPSIS brasiliensis Engl. ...................................................................... 153 SCHINUS Aroeira Vell. .............................................................................. 86 terebinthifolius Raddi. ............................................................... 86 SCHIZACHYRIUM condensatus Nees. .................................................................... 249 SCHRANKIA leptocarpa DC. ......................................................................... 532 SCHUBERTIA multiflora Mart. ........................................................................ 573

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SCHULTESIA guianenses Malme. .................................................................. 581 stenophylia Mart. ..................................................................... 582 SCIRPUS caribeus Rottb. ......................................................................... 495 SCLEROLOBIUM densiflorum Benth. .................................................................. 461 SCOPARIA dulcis Linn. .............................................................................. 749 ternata Forsk. ........................................................................... 749 SEBASTIANIA macrocarpa Muell. Arg. ........................................................... 667 SECHIUM edule Swartz. ............................................................................ 311 SECURIDACA lanceolata St. Hill. .................................................................... 204 SELAGINELLA convoluta Spring. ..................................................................... 484 erythropus Spring. .................................................................... 622

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SELENICEREUS grandiflorus Britt. & Rose. ...................................................... 260 SENECIO crassus Vell. ............................................................................. 288 valerianaefolius Wolf. .............................................................. 288 SESAMUM indicum Linn. ........................................................................... 431 orientale Linn. .......................................................................... 431 SESBANIA aegyptiaca Pers. ....................................................................... 104 exasperata H. B. K. .................................................................. 104 SESUVIUM Portulacastrum Linn. ................................................................ 142 SETARIA geniculata Beauv. ..................................................................... 243 scandens Schrad. ...................................................................... 240 verticillata Beauv. .................................................................... 236 SICANA odorifera Naud. ........................................................................ 357 SIDA acuta Burm. .............................................................................. 679

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altheaefolia Swartz. .................................................................. 534 amplissima Linn. ...................................................................... 615 angustifolia Lam. ..................................................................... 534 angustissima St. Hil. ................................................................ 747 Berteriana Balb. ....................................................................... 533 carpinifolia Linn. ..................................................................... 679 cordifolia Linn. ................................................................. 534,535 crispa Linn. .............................................................................. 533 Endlicheriana Presl. ................................................................. 533 glomerata Cav. ......................................................................... 533 glutinosa Commers. ................................................................. 533 hernandioides L’Her. ............................................................... 615 linifolia Cav. ............................................................................ 747 longifolia Brandegee. ............................................................... 747 micans Cav. .............................................................................. 534 micrantha St. Hill. .................................................................... 535 nervosa DC. ............................................................................. 533 periplocifolia Linn. .................................................................. 615 rhombifolia Linn. ..................................................................... 679 silvestris Linn. .......................................................................... 533 spinosa Linn. ............................................................................ 534 truncata Cav. ............................................................................ 534 SIDEROXYLON vastum Fr. All. ......................................................................... 103 SIMABA

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ferruginea St. Hill. ................................................................... 184 moiana Casar. .......................................................................... 666 sp. ............................................................................................. 666 SIMARUBA versicolor St. Hil. ..................................................................... 624 SINAPIS integrivolia West. ..................................................................... 595 lanceolata DC. .......................................................................... 595 SMILAX campestris Griseb. .................................................................... 473 Japicanga Griseb. ..................................................................... 472 SOJA hispida Moench. ....................................................................... 706 japonica Savi. ........................................................................... 706 SOLANUM albidum Dun. ........................................................................... 498 ambrosiacum Vell. ................................................................... 584 aculeatissimum Jacq. ............................................................... 584 Arrebenta Vell. ........................................................................ 584 ciliatum H. N. K. ...................................................................... 584 juripeba Rich. ........................................................................... 499 Lycopersicum Linn. ................................................................. 731

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mammosum Linn. .................................................................... 499 Melongena Linn. ...................................................................... 159 nigrum Linn. ............................................................................ 379 nudiflorum Dun. ...................................................................... 379 ovigerum Dun. ......................................................................... 486 paniculatum Linn. .................................................................... 498 tabascifolium Salzm. ................................................................ 500 tuberosum Linn. ....................................................................... 133 SOLIDAGO microglossa DC. ...................................................................... 378 SOPHORA tomentosa Linn. ....................................................................... 336 SORGHUM bicorne Kuntze. ........................................................................ 249 fastigiatum Kuntze. .................................................................. 212 vulgare Pers. ..................................................................... 707,708 SPIGELIA anthelmia Linn. ........................................................................ 514 SPILANTHES Acmella Murr. ............................................................................ 25 Acmelia Murr. var. oleracea Linn. ............................................. 27 Acmelia Mur. var. uliginosa Swartz. ......................................... 26

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ocytmifolia A. H. Moore. .......................................................... 26 SPINACIA oleracea Linn. .......................................................................... 381 SPIRAEA chamaedrifolia Linn. ................................................................ 160 SPONDIAS brasiliensis Mart. ...................................................................... 168 cytherea Sonn. .......................................................................... 167 dulcis Forst............................................................................... 167 lutea Linn. ................................................................................ 168 lutea Linn. var. maxima Engl. ................................................. 168 macrocarpa Engl. ..................................................................... 167 mangifera Bello. ...................................................................... 167 Mombin Jacq. .......................................................................... 168 Mombin Descourt. ................................................................... 325 myrobalanus Jacq. .................................................................... 325 purpurea Linn. .......................................................................... 325 tuberosa Arr. Cam. ................................................................... 453 SPOROLOBUS aeneus Kunth. .......................................................................... 216 argutus Kunth. .......................................................................... 216 virginicus Kunth. ..................................................................... 217

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STACHYS mediterranea Vell. .................................................................... 343 STACHYTARPHETA cayennensis Cham. .................................................................. 431 STENOCALYX Michelii Berg. .......................................................................... 661 STENOLOBIUM brachycarpum Benth. ............................................................... 487 coeruleum Benth. ..................................................................... 321 tomentosum Benth. .................................................................. 321 STENOPHANOPHYSUM asperula Mart. .......................................................................... 587 STEPHANOTIS floribunda Brong. ..................................................................... 385 STERCULIA Chicha St. Hil. .......................................................................... 307 foetida Linn. ............................................................................. 308 rex Mart. .................................................................................. 660 striata St. Hil. ........................................................................... 308 STERIGMANTHE

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splendens Klotzsch & Garke. .................................................. 143 STIZOLOBIUM Deeringianum Bort. ................................................................. 595 STRAMONIUM foetidum Scop. ......................................................................... 761 spinosum Lam. ......................................................................... 761 vulgatum Gaertn. ..................................................................... 761 STROMANTHE sp. ............................................................................................. 723 STRUTHANTHUS flexicaulis Mart. ....................................................................... 375 polyrhizus Mart. ....................................................................... 375 syringifolius Mart. ..................................................................... 37 STRYCHNOS sp. ............................................................................................. 124 STRAPHNODENDRON coriaceum Benth. ..................................................................... 125 rotundifolium Mart. ................................................................. 126 STYLOSANTHES angustifolia Vog. ...................................................................... 747 guianensis Swartz. .............................................................. 36,748

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glutinosa H. B. K. .................................................................... 749 viscosa Swartz. ........................................................................ 749 SWARTZIA mollis Benth. ............................................................................ 197 Pickell Killip. ........................................................................... 469 psilonema Harms. .................................................................... 123 SWEETIA dasycarpa Benth. ...................................................................... 684 SYAGRUS botryyophoro Mart. .................................................................. 627 comosa Mart. ........................................................................... 294 picrophylla Barb. Rodr. .................................................... 294,331 SYNTHERISMA argillacea Hitche. & Chase. ..................................................... 222 SYZIGIUM aromaticum Merr. & L. M. Perry. ........................................... 349 Jambolana DC. ........................................................................... 98

T

TABEBUIA

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Avellanedae Lor. ...................................................................... 636 Caraiba Bur. ............................................................................. 256 serratifolia Nicholson. .............................................................. 634 TABERNAEMONTANA laeta Mart. ................................................................................ 440 laevis Vell. ............................................................................... 641 TAGETES erecta Linn. .............................................................................. 350 major Gaertn. ........................................................................... 350 minuta Linn. ............................................................................. 351 patula Linn. .............................................................................. 351 porophlium Vell. ...................................................................... 351 TALINUM paniculatum Gaertn. ................................................................. 566 patens Willd. ............................................................................ 566 roseum klotzsch. ...................................................................... 566 TALISIA esculenta Radik. ....................................................................... 662 TAMARINDUS indica Linn. .............................................................................. 718 occidentalis Gaertn. ................................................................. 718

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TAPIRIRA guianensis Aubl. ...................................................................... 641 TECOMA Caraiba Mart. ........................................................................... 256 serratifolia G. Don. .................................................................. 634 impetiginosa Mart. ................................................................... 635 Ipe Mart. .................................................................................. 636 violacea Hub. ........................................................................... 636 TELANTHERA brasiliana Moq. ................................................................. 379,669 dentala Moq. ............................................................................ 669 polygnoides Moq. .................................................................... 669 TENACETUM vulgare Linn. ............................................................................ 664 TEPHROSIA cinera Pers. ................................................................................. 74 toxicaria Pers. .......................................................................... 727 TERAMNUS volubilis Swartz. ...................................................................... 399 TERMINALIA aff. Brasiliensis Eichl. .............................................................. 604 brasiliensis Eichl. ..................................................................... 502

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Catappa Linn. ........................................................................... 289 fagifolia Mart. .......................................................................... 185 TETRAULACIUM veronicaeforme Turcz. ............................................................... 58 THALIA geniculata Linn. ....................................................................... 624 tuberosa Vell. ........................................................................... 745 THEOBROMA Cacao Linn. .............................................................................. 162 grandiflorum Schum. ............................................................... 361 THEVETIA nerifolia Juss. ........................................................................... 307 peruviana Schum. .................................................................... 307 THILOA glaucocarpa Eichl. .................................................................... 706 THUNBERGIA alata Bojer. ............................................................................... 478 coccinea Wall. ............................................................................ 58 TIARIDIUM filiforme H. B. K. ..................................................................... 403

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TILLANDSIA usneoides Linn. ........................................................................ 694 TIPUANA amazonica Duck. ...................................................................... 400 speciosa Benth. ........................................................................ 640 TOCOYENA formosa Schum ........................................................................ 482 guianensis Schum .................................................................... 484 TORENIA Fournieri Linden ........................................................................ 65 TORRESEA cearensis Fr. All. ...................................................................... 358 TRACHYPOGON plumosus Nees. ........................................................................ 214 polymorphus var. plomosus Hack. .......................................... 214 rufus Nees. ............................................................................... 231 TRADESCANTIA discolor L’Hér. ......................................................................... 744 TRAGANUM acariosum Fr. All. .................................................................... 447

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TRAGIA volubilis Linn. .......................................................................... 720 TRAGOPOGON porrifolius Linn. ....................................................................... 693 TREMA mictrantha Blume. .................................................................... 447 mollis Blume. ........................................................................... 447 TRIANOSPERMA Tayuya Mart. ..................................................................... 446,715 TRICHACHNE insularis Nees. .......................................................................... 213 TRICHOLAENA rosea Nees. ............................................................................... 226 TRIPLARIS baturiensis Hub. ....................................................................... 617 gardneriana Willd. ................................................................... 617 TRIPSACUM hermaphroditum Linn. ............................................................. 238

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TRIUMFETTA bogotensis DC. ......................................................................... 286 pilosa H. B. K. ......................................................................... 286 rhomboidea Jacq. ..................................................................... 286 semitriloba Jacq. ...................................................................... 285 TROPAEOLUM majus Linn. .............................................................................. 306 TURNERA guianensis Aubl. ...................................................................... 306 melochioides Camb. ................................................................ 306 ulmifolia Linn. ......................................................................... 306 TUSSILAGO vaccina Vell. ............................................................................ 512 TYPHA angustifolia Aubl. .................................................................... 714 domingensis Kunth. ................................................................. 714 latifolia Linn. ........................................................................... 714 truxllensis H. B. K. .................................................................. 714

U

ULVA lactua Linn. ................................................................................ 35

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URENA americana Linn. ....................................................................... 537 lobata Linn. .............................................................................. 537 reticulata Cav. .......................................................................... 537 UREBA baccifera Gaud. ........................................................................ 744 UROSTIGMA doliarium Miq. ......................................................................... 427 eximium Miq. .......................................................................... 428 URTICA aestuans Linn. .......................................................................... 205 baccifera Linn. ......................................................................... 744 latifolia Rich. ........................................................................... 205

V

VANILIA planifolia Andr. ........................................................................ 137 Pompona Schied. ..................................................................... 137 VAITAREA macrocarpa Ducke. .................................................................. 400 VERBENA

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chamaedryfolia Juss. ................................................................ 752 jamaicensis Vell. ...................................................................... 431 pinnatisecta Schau. .................................................................. 752 VERBESINA membranifolia Poir. ................................................................. 352 VERNONIA ferruginea Less. .......................................................................... 91 Japicanga Griseb. ..................................................................... 472 membranacea Gard. ................................................................... 91 scaber Pers. ........................................................................... 91,92 scorpioides Pers. ........................................................................ 91 VICIA Faba Linn. ................................................................................ 398 VIGNA Catjang Walp. .......................................................................... 410 sesquipedalis Winght. .............................................................. 410 sinensis Endl. ........................................................................... 409 Sinensis Linn. var. sesquipedalis Koern. ................................. 410 VILFA aenea Trin. ............................................................................... 216 arguta Nees. ............................................................................. 216

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VILLARSIA Humboldtiana H. B. K. .............................................................. 29 VINCA rosea Linn. ............................................................................... 146 rosea Linn. var. alba. ................................................................ 147 VIOLA Ipepacuanha Linn. .................................................................... 466 odorata Linn. ............................................................................ 753 tricolor Linn. .............................................................................. 64 VISMIA cearensis Hub. .......................................................................... 502 guaramirangae Hub. ................................................................. 502 guianensis Pers. ........................................................................ 502 martiana Richb. ........................................................................ 502 VITEX flavens H. B. K. ....................................................................... 538 Gardneriana Schau. .................................................................. 474 Panshiniana Moldenke. ............................................................ 538 VITIS erosa Baker. ............................................................................. 319 vinifera Linn. ........................................................................... 626

W

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WALTHERIA americana Linn. ....................................................................... 534 detonsa A. Gray. ...................................................................... 534 indica Linn. .............................................................................. 534 WEDELIA scaberrima Benth. .................................................................... 189 WISSADULA amplissima R. E. Fries. ............................................................ 615 hernandioides L’Her. ............................................................... 615 periplocifolia Presl. ........................................................... 537,615 spicata Presl. ............................................................................ 615 WULFFIA stenoglossa DC. ....................................................................... 352

X

XANTHOSOMA auriculatum Regel. ................................................................... 419 sagittifolium Schott. .......................................................... 553,715 violaceum Schott. ............................................................. 554,715 XANTHOXYLUM rhoifolium Lam. ....................................................................... 506

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XIMENIA americana Linn. ......................................................................... 59 coriacea Engl. ............................................................................ 59 sp. ............................................................................................... 59 XUARESIA biflora Ruiz & Pav. .................................................................. 304 XYLOCARPUS Carapa Spreng. ........................................................................... 68 XYLOPIA frutescens Aubl. ....................................................................... 369 grandiflora St. Hil. ................................................................... 368 XYLOSMA ciliatifolium Eichl. ................................................................... 382 salzmannio Eichl. ..................................................................... 383

Y YUCCA filamentosa Linn. ..................................................................... 326 gloriosa Linn. ........................................................................... 326

Z

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ZANTEDENSCHIA aethiopica Spreng. .................................................................... 340 ZEA Mays Linn. ............................................................................... 589 ZEBRINA pendula Schnizl. ....................................................................... 421 ZERUMBET speciosum Wendl. .................................................................... 336 ZEYHERIA montana Mart. .......................................................................... 306 ZINGIBER officinalis Rosc. ....................................................................... 429 ZINNIA elegans Jacq. ............................................................................ 301 ZIZYPHUS Joazeiro Mart. .......................................................................... 490 undulata Reiss. ......................................................................... 490 ZOLLERNIA ilicifolia Vog. ........................................................................... 642 paraensis Hub. .......................................................................... 643

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Uilei Harms. ............................................................................. 342 ZORNIA brasiliensis Vog. ...................................................................... 743 cearensis Hub. .......................................................................... 743 diphylla Pers. ........................................................................... 743 Gardneriana Moric. .................................................................. 743 tenuifolia Moric. ...................................................................... 743