Plantas Tóxicas 01

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  • V e t e r i n a r i a n D o c s

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    Plantas Txicas e Toxicologia

    Introduo

    Diviso:

    -Botnica;

    -Pelo princpio ativo;

    -Por regio;

    -Por ao;

    Diagnstico:

    -Anamnese e Histria Clnica;

    -Sinais clnicos;

    -Leses;

    -Experimentao;

    Tratamento:

    -Teraputico;

    -Profiltico.

    Crenas:

    Oxipetalum spp. (Timb): Cip leitoso (planta lactente) que se acredita que

    txico. Na verdade no .

    Aclepia curassalvica (Oficial sala): No Paran chamada de erva de rato (na

    verdade no erva de rato). Geralmente quanto h intoxicao e essa planta dita como

    culpada na verdade no , pois tem baixa palatabilidade.

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    01-Plantas de Ao Hepatotxica Aguda

    Plantas do sul e do sudeste.

    Aspectos Clnicos e Lesionais

    -Os sinais clnicos so agudos, aparecem cerca de 12h aps a ingesto e a morte

    ocorre at 12 a 48h aps.

    -A maioria das intoxicaes por plantas causam anorexia (no ser citado);

    -Manifestaes nervosas:

    -Pressionar a cabea contra obstculos;

    -Agressividade (no so todos);

    -Tremores musculares (principalmente coxa ou escpula);

    -Fezes secas com cogulos de muco e as vezes com cogulos de sangue;

    -Esclera e conjuntiva congestas

    -Olho no fundo (enoftalmia).

    Dose letal

    Geralmente 30g/kg de PV. (cerca de 30% da capacidade de ingesto)

    Necropsia/Macroscopia (leso fundamental*)

    -Fgado com padro lobular evidente* (Insuficincia cardaca tem outros sinais,

    ento deve-se diferenciar);

    -Edema de vescula biliar;

    -Fgado pode apresentar reas mais amarelas ou hemorragias;

    -Ressecamento do contedo do abomaso (aderido): ocorre em outras doenas

    tambm;

    -Ressecamento do contedo intestinal (pode ter estrias de muco);

    -Hemorragias.

    Microscopia

    -Fgado congesto e geralmente com leses uniformes (algumas podem ser

    massivas).

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    Plantas

    Cestrum corymbosum;

    Cestrum intermedium (mata boi; coerana; dama da noite);

    Hanovenia dulcis (uva do japo; tripa de galinha);

    Trema micrantha (grandiuva);

    Xanthium sp. (carrapicho; carrapicho);

    Dodonea viscosa;

    Perreia ou ruga (Perreia flavipes).

    01.1-Cestrum corymbosum

    -Apresenta baixa palatabilidade;

    -Presente no Paran (Curitiba Castro), leste de Santa Catarina e Minas Gerais.

    01.2-Cestrum intermedium (mata boi; coerana; dama da noite):

    -Baixa palatabilidade;

    -Segunda planta mais importante do oeste catarinense;

    -Arvore alta fruto ingerido pelos pssaros, os quais a espalham.

    01.3-Hanovenia dulcis (uva do japo; tripa de galinha):

    -Ovinos: sinal neurolgico?

    -Bovinos;

    -Ms de maio a junho o fruto amadurece;

    -Com o vento forte o fruto cai (perodo crtico) e os bovinos comem;

    -Precisa ingerir pelo menos 30g/kg de PV.

    01.4-Trema micrantha (grandiuva):

    No atinge bovinos, pois precisam ingerir 50g/kg para intoxicar (menos

    importante);

    Ovinos e caprinos ocorre morre com quantidade menor (10g/kg), mais

    importante;

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    01.5-Xanthium sp. (carrapicho; carrapicho):

    -O fruto e a folha (jovem, recm nascida) so txicos;

    -Importante tambm para sunos (gro);

    -Silagem de gro mido: colheita mecnica colhe junto com milho, sorgo e

    outros gros;

    -Planta adulta o bovino no come (no palatvel);

    -Planta jovem muito palatvel (a partir da quarta folha no mais);

    01.6-Dodonea viscosa:

    -No importante.

    01.7-Perreyia flavipes (ruga)

    -Lagarta preta que se rene no cho, so larvas de uma espcie de vespa;

    -Bovino, ovelha e porco ingerem;

    -Aparece de maio a julho;

    -Quadro clnico e lesional idntico as plantas hepatotxicas agudas, sendo

    assim um diferencial importante.

    02-Plantas de Ao Hepatotxica Crnica

    Plantas

    Senecio brasiliensis (maria mole; flor das almas): existem outras espcies

    principalmente no Rio Grande do Sul.

    Echium plantagineum.

    02.1-Senecio brasiliensis (maria mole; flor das almas)

    02.1.1-Bovinos

    Caractersticas

    -Planta daninha que atinge principalmente pastos cultivados;

    -Aps a ingesto os sinais clnicos aparecem 6 meses 12 meses depois;

    -So de palatabilidade muito baixa;

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    uma das piores doenas com 100% letalidade. Difcil ocorrer, mas quando

    ocorre fatal;

    Dose txica

    Entre 0,3 a 0,5g/kg por alguns dias ou 5g/kg de uma s vez.

    10g/kg leva a sintomatologia aguda (no ocorre);

    Formas de ingesto

    1-Juntamente com pastagens cultivadas. No Rio Grande do Sul ocorre na poca

    de seca pois os bovinos no tem o que comer (se tiver pastagem no comem o senecio).

    Os bovinos comem somente quando esto com fome e quando um animal come os

    outros comem tambm;

    2-Quando a planta jovem. A planta muito pequena e quando o bovino apanha

    o pasto no consegue selecionar;

    3-Junto com o feno. A planta no perde a toxicidade mesmo aps estar seca.

    4-Ingesto de silagem contaminada;

    5-Atravs do uso de limpeza de resduos de cereais. H a entrada da folha de

    senecio junto com os gros na hora da colheita mecnica;

    A forma de ingesto varia com a regio, no Rio Grande do Sul principalmente pela

    fome na poca de seca e no Paran e Santa Catarina com silagem e feno.

    Sinais clnicos

    -Anorexia, apatia, alguns animais (aqueles que duram mais) podem ter ictercia e

    deve-se diferenciar com tristeza parasitria;

    -Diarreia (agudas fezes secas);

    -Ascite*;

    -Tenesmo*;

    -Abaulamento do reto (pode ter prolapso de reto)

    -Agressividade;

    -Edema de barbela;

    -Fotossensibilizao rara, e ocorre geralmente em animais com pelagem clara,

    holandesa nas regies brancas e charols no espelho nasal

    Necropsia/Macroscopia

    -Ascite;

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    -Edema de abomaso (aspecto gelatinoso que ocorre tambm no omento e clon);

    -Cirrose: no existe outra que causa cirrose em ruminantes. Fgado de

    consistncia dura e de colorao amarelada ou escura com estriaes brancas;

    -Aumento de volume da vescula biliar, e as vezes com nodulaes (quando

    aberta pode observar nodulaes);

    Leses microscpicas

    -Megalocitose (aumento de volume do hepatcito que ainda resta);

    -Fibrose;

    -Proliferao de canais biliares;

    -Espongiose;

    Diagnstico

    -Histrico (quadro clnico): ocorre entre 1 a 2 semanas 3 meses e no

    reversvel;

    -Sinais clnicos;

    -Necropsia e microscopia;

    -Bipsia heptica: pode fazer diagnstico antecipado (v as leses antes

    do aparecimento dos sinais clnicos). Se observar um animal com sinais no

    rebanho deve-se fazer biopsia;

    Tcnica: Fazer anteriormente a tricotomia e assepsia da regio.

    Deve-se entrar com agulha e mandril no penltimo espao intercostal, na

    altura da linha do squio. Usa o mandril at passar o msculo, tira-se o

    mandril e faz-se movimentos giratrios. No final fecha-se com o polegar

    (vcuo) e puxa para fora a agulha. Colocar fragmento em um frasco com

    formol e enviar para laboratrio de patologia.

    *Deve-se saber que vrios animais vo morrer (orientar o proprietrio).

    **Ver histrico para se terr qual a forma de ingesto (pode no haver senecio no campo

    e proprietrio no vai acreditar no diagnstico). Pode ser que nem ingeriu a dose toxica

    na propriedade (se o lote foi comprado a pouco tempo).

    Tratamento

    Profiltico;

    Consiste em:

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    -Erradicar a planta (orientar produtor). Qualquer secante mata, o

    problema que seca a pastagem tambm. A realizao de roadas deve ser na

    poca de florao (se no estiver com flor no acaba) e os animais devem ser

    retirados para no comerem a planta no cho. Queimadas diminuem bastante

    (mas proibido);

    -Evitar a contaminao do feno ou silagem;

    -Biolgico;

    -Boa alimentao, se tiver boa alimentao o animal no come (baixa

    palatabilidade)

    02.1.2-Equinos

    -Tambm sensvel ao senecio (mesma dose que o bovino);

    -Geralmente come atravs do feno de alfafa;

    -Nmero de casos menor porque tem menos;

    -No mostra to bem clinicamente:

    -Fase inicial h edema na regio abdominal (aparece e desaparece);

    -Pressiona a cabea contra objetos;

    -Anorexia;

    -Diarreia;

    -Agrassividade antes de morrer (hiperamonemia);

    -ltimo dia ante da morte anda a esmo (anda a toa) e cai por exausto.

    02.1.3-Ovinos

    Muito mais resistente que bovinos e equinos, necessita de dose entre 20 e

    30g/kg/dia.

    02.1.4-Galinhas

    So extremamente sensveis;

    02.1.5-Homem

    -Houveram 19 casos na Venezuela;

    -Forma de intoxicao: ch.

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    03-Plantas de Ao Radiomimtica

    Plantas com ao semelhante radiao;

    Plantas

    03.1-Pteridium aquilinum (Samambaia);

    Introduo

    -Maior causa de morte em bovinos em Santa Catarina e regio sul do Brasil;

    -Em regio onde h desenvolvimento da agricultura diminui um pouco os casos;

    -Resiste ao frio mas seca com a geada e volta no vero;

    -A planta jovem muito palatvel;

    -Geralmente os animais ingerem a planta devido a fome;

    -Quando a pastagem est tenra os animais ingerem devido a falta de fibra;

    Manifestaes clnicas

    -Intoxicao aguda;

    -Hematria enzotica;

    -Carcinomas de trato digestivo;

    03.1.1-Intoxicao aguda

    Introduo

    -Ocorre em animais de qualquer idade;

    -Associada a ingesto da planta jovem, pois quando ingerem a planta adulta os

    sinais so mais brandos;

    -Nmero maior de surtos;

    -O corre a partir do vero at as primeiras geadas;

    -Maior problema no outono quando diminuem os pastagens (quando ocorre

    geadas mais tarde no inverno ocorre carncia de pasto e a samambaia brota e animais

    com fome ingerem o broto);

    Dose txica

    10g/kg por 1 ou 2 semanas;

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    Princpio Ativo

    Glicosdeo noserquiterpeno o qual causa aplasia grave de medula ssea e

    provoca sndrome hemorrgica.

    Sinais clnicos

    -Hemorragias;

    -Sangramento na narina (quando unilateral suspeitar de CE);

    -Palidez nas mucosas com hemorragias associadas (esclera, gengiva e vagina);

    -Sangue incoagulvel;

    -Pode ter gotas de sangue (pelos e espelho nasal);

    -Fezes com sangue (vermelhas escuras ou com sangue vivo);

    -nica planta que produz aumento na temperatura (pode chegar a 42 C);

    -Curso clnico: cerca de uma semana, mas se tiver leso no fgado haver morte

    em 24 h;

    Exames complementares

    Hemograma: verifica-se anemia, neutropenia e trombocitopenia;

    Necropsia/Macroscopia

    -Fundamental para o diagnstico;

    -Hemorragias em todos os rgos;

    -Apresenta cogulos de sangue na luz do intestino;

    -Bao retrado;

    -Fgado pode ser mais plido com infartos e hemorragias;

    -Rim com palidez e hemorragias;

    -Peritonite e hemorragias fibrinosas;

    -Corte do fgado: apresenta colnias bacterianas (bactrias oriundas do intestino,

    as quais sobem pelo ducto coldoco). Quando h Clostridium associado observa-se

    necrose.

    -Os infartos e os focos de necrose ocorrem devido a embolia bacteriana. Com a

    leso na medula ssea ocorre incapacidade de produo de clulas de defesa

    (leuccitos), isso diminui a capacidade de defesa do organismo, ocorrendo a

    proliferao de bactrias (as quais no so fagocitadas).

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    Diagnstico

    -Anamnese e Histria Clnica;

    -Sinais Clnicos: febre, anemia, hemorragias e fezes com sangue;

    -Necropsia: leses hepticas

    -Histolopatolgico: verifica-se necrose de medula ssea vermelha.

    Diagnstico diferencial

    Tristeza parasitria:

    -Febre e anemia;

    -Produz hemoglobinria e ictercia (samambaia no tem);

    -Esplenomegalia, hemorragias no so expressivas e bile grumosa

    (quando samambaia o bao fica retrado e a bile fluida);

    Pithomices;

    Intoxicao por poupa ctrica causa hemorragias, mas tem leses

    cutneas;

    *A intoxicao aguda por samambaia e a tristeza parasitria podem ocorrer ao mesmo

    tempo. Ocorre em bovinos vindos de propriedades onde no h carrapato e samambaia.

    Quando o bovino chega na nova propriedade, chega com fome (viagem longa) e assim

    ingere a planta, e tambm entra em contato com o carrapato, o qual vetor biolgico de

    babesiose e anaplasmose (animal no era premunido contra essas doenas). O perodo

    de incubao o mesmo (8 a 10 dias para Babesia).

    03.1.2-Hematria enzotica

    Caractersticas

    -Ocorre em bovinos de 4 anos acima (adultos)

    -Dose toxica: ingesto de 5 a 7kg/kg durante longos perodos (meses ou anos);

    -Produz tumores na regio da bexiga, os quais apresentam hemorragia;

    -Todo ano se repete, pois animais ingerem constantemente (depois que aprende a

    comer vicia);

    Sinais Clnicos

    -Hematria (intermitente ou contnua)

    -Emagrecimento;

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    -Diminuio na produo;

    -Anemia;

    -Boi carreiro muito acometido devido ao trabalho forte, o qual aumenta a fome

    do animal;

    -Pode levar meses ou anos para se manifestar (irreversvel);

    Necropsia/Macroscopia

    -Leso na bexiga (neoplasmas);

    -Bexiga repleta de sangue;

    -Presena de ndulos;

    -Parede espessa (4 a 5 cm de espessura);

    -Palidez dos rgos;

    Microscopia

    -No h necessidade;

    -Se houver deve-se coletar bexiga e verifica-se metaplasia escamosa, cistite,

    tumor;

    Tratamento

    -No h tratamento, deve-se trabalhar com a profilaxia;

    -Oferecer alimentao de boa qualidade;

    -Se retirar do local pode desaparecer (hematria);

    -Pode-se consumir a carne do animal e o leite no deve ser consumido pois h

    eliminao do princpio ativo.

    03.1.3-Carcinomas do Trato Digestivo

    Caractersticas

    - a pior de todas as manifestaes;

    -Ocorre em bovinos de acima de 5 anos (pico entre 7 e 8 anos), comeam ingerir

    quando jovens e viciam;

    Os tumores aparecem no trato digestivo superior;

    Dose txica: abaixo de 5g/kg continuamente;

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    Sinais Clnicos

    -Dependem da localizao do tumor (carcinoma escamoso);

    Localizao: base da lngua, esfago, esfncter esofgico (quando no

    esfago ou no esfncter produz timpanismo gasoso).

    -Tosse, regurgitao, estica o pescoo;

    -Odor caracterstico (hlito ptrido);

    -Mal estado corporal;

    -Comea a tossir e 4 meses aps pode-se ocorrer morte por inanio;

    -Pode ter diarreia;

    -Pode ter rouquido ao respirar (quando atinge a entrada da laringe);

    Necropsia/Macroscopia

    -Observao de tumores nos locais caractersticos;

    -Sempre associados a papilomas;

    -O ndulo pode ser pequeno;

    -Observar tambm a bexiga (pode ser associado a hematria enzotica);

    -Pode ter metstase (pulmo e linfonodos);

    -Quando h metstase para o pulmo impossvel diferenciar

    macroscopicamente de tuberculose (deve-se encaminhar para histopatologia);

    Microscopia

    Corte histolgico e leses com formato de cebola;

    Diagnstico Diferencial

    Hematria (diferenciar de clculo renal), carcinoma de trato digestivo

    (diferenciar de tuberculose e corpo estranho esofgico).

    Tratamento

    -No h tratamento, apenas profilaxia.

    Profilaxia

    -Utilizao de calcrio para correo do pH e a correo ocorre lentamente (1 a

    2 anos depois comea a desaparecer a samambaia);

    -Solos em declive a correo complicada;

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    -Roadas quando feitas uma vez ao ano h perigo de intoxicao aguda devido

    ao broto (no devem ser feitas). Devem ser feitas pelo menos trs vezes no vero

    (poucos fazem).

    -Herbicidas funciona mas o risco grande;

    Outras Consideraes

    -Para fazer o diagnstico tem que caminhar na propriedade para procurar a

    planta;

    -A planta tambm txica para equinos, porm no importante para esta

    espcie;

    -Para monogstricos a samambaia possui enzimas que inativam a vitamina B1;

    -Australia: associada a tumores em intestino de ovelha;

    -Sunos: quando vivem soltos comem a raiz e se intoxicam.

    04-Plantas que Causam Distrbios Digestivos

    Plantas

    Baccharis coridifolia (mio-mio);

    Baccharis megapotamica var. megapotamica (mio-mio do banhado);

    Baccharis megapotamica var. weirii (mio-mio do banhado);

    Baccharidastrum triplinervium;

    Eupatorium tremulum;

    Trifolium pretense (trevo vermelho) e Trifolium repens (trevo branco)

    Vicia villosa (ervilhaca);

    04.1-Baccharis spp.

    Caractersticas

    -So as principais plantas que causam distrbios no tubo digestivo;

    -As intoxicaes ocorrem principalmente em bezerros recm comprados (no

    conhecem a planta);

    Princpio ativo

    Tricotecenos macrocclicos. Produzido por fungos que vivem no solo, sendo

    absorvida pela planta;

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    04.1.1-Baccharis coridifolia

    Caractersticas

    -Ocorre no sul do Brasil (Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

    -O animal s come se no conhecer a planta;

    -Animal deve passar fome para ingerir;

    -Intoxicao associada ao transporte, onde o animal com fome e vem de uma

    propriedade que no tinha a planta e ento h ingesto e intoxicao;

    -Ocorre em pocas de seca tambm, devido a falta de alimento, superlotao das

    pastagens e animais com sede tem mais predisposio;

    Dose txica

    Bovinos: outubro/ novembro 2g/kg (poca de brotao) e em maro 0,25 a

    0,5g/kg (poca de florao);

    Ovinos: outubro/novembro 3 a 4g/kg em maro 1 a 2g/kg;

    Equinos (mais sensveis): poca de florao/frutificao 0,125g/kg;

    04.1.2-Baccharis megapotamica

    Caractersticas

    -Ocorre nos banhados, beira de crregos e audes, e tem mais folhas

    (diferenciao);

    -Animal s come se no conhece e quando est com fome;

    Dose txica

    Ovinos:

    B. megapotamica var. megapotamica: 10 a 15g/kg;

    B. megapotamica var. weirii: 2 a 3g/kg;

    Bovinos:

    B. megapotamica var. weirii: 1g/kg;

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    04.1.3-Baccharidastrum triplinervium

    Caractersticas

    -Planta de forma arbustiva, com folhas maiores e mais arredondadas;

    -No se conhece o princpio ativo real (no foi isolado);

    -Intoxicaes ocorrem em perodos de estiagem, e s ocorrem se tiver grande

    quantidade da planta;

    Dose txica

    Bovinos: 20g/kg;

    04.2-Eupatorium tremulum

    Caractersticas

    -Intoxicao ocorre quando h falta de forragem (fome);

    -Houve um surto em Lages;

    Dose txica

    Bovino: 30g/kg;

    Sinais Clnicos (geral de plantas que causam distrbios digestivos)

    -Anorexia (primeiro sinal que aparece);

    -Queda na produo leiteira (vaca de leite);

    -Sialorria;

    -Inquietao (desconforto abdominal);

    -Corrimento mucoso (nasal e ocular);

    -Clica (equinos);

    -Diarreia;

    -Cabea baixa;

    -Febre: 39,5 C;

    -Atonia ruminal;

    -No h leso muscular;

    -Decbito esternal passando para decbito lateral e morte em poucos minutos;

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    Necropsia/Macroscopia

    -Desidratao

    -Enoftalmia;

    -Mucosa pode estar congesta;

    -Hemorragia e congesto da serosa do rmen;

    -Quando a dose alta h leso no intestino (hemorragia de serosa e mucosa);

    -Leses no trato gastrointestinal como o rmen, retculo, omaso e abomaso;

    -Dependendo da dose o intestino delgado est amarelado;

    -Quando raspa a mucosa do rmen fica avermelhado;

    -Mucosa comea a desprender a camada crnea;

    -Pilares do rmen o local mais acometido por edema da parede;

    -Edema das pregas rumino-reticulares e sulcos;

    -Pode ter leso de choque (linfoadenomegalia);

    -Vasos evidentes no rmen, abomaso;

    -Leso bsica: congesto, hemorragia e edema;

    Microscopia

    -Necrose do epitlio com degenerao balanosa;

    -Degenerao rompe e forma uma fenda;

    -Diferenciar de acidose (se o material estiver bem conservado);

    -Todos os rgos linfoides possuem leso;

    Diagnstico

    -Histrico (compra recente de animais);

    -Observar se existe a planta na propriedade;

    -Sinais clnicos;

    -Leses (macro e micro);

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    Profilaxia

    -Esfregar a planta no focinho do animal (animal no come mais);

    -Observar animal no piquete e quando comear a querer comer retira-se o animal

    deste piquete (durante 1 ms) trabalhoso;

    04.3-Timpanismo espumoso

    Plantas

    Trifolium pretense (trevo vermelho);

    Trifolium repens (trevo branco);

    Caractersticas

    -Ingesto de grande quantidade de qualquer tipo de leguminosa;

    -Trevo branco e vermelho so os principais;

    -Intoxicao ocorre quando h mais de 50% de leguminosas em relao s

    gramneas;

    -Intoxicao ocorre especialmente quando a forragem est molhada (orvalho);

    -Novilhas so mais resistentes;

    Patogenia

    H a ingesto de leguminosas com grande velocidade de digesto ento tem-se a

    formao de espuma (mucoprotenas e cloroplastos). A espumas de gs no coalescem

    (no h separao do lquido, levando a distenso da cavidade ruminorreticular com

    inibio da eructao, pois no h estimulao dos receptores do crdia), verifica-se

    ento distenso e morte por asfixia.

    Sinais Clnicos

    -Desenvolvimento rpido, cerca de 15 minutos e morte sbita;

    -Distenso abdominal em quadrante superior esquerdo mais pronunciada;

    -Em casos graves o abdmen apresenta distenso em ambos os lados;

    -Perda da estratificao ruminal, na palpao no possvel distinguir gs,

    lquido e ingesta grosseira;

    -Hipomotilidade ruminal, diminuio dos ciclos ou ciclos incompletos;

    -Sondagem orogstrica verifica-se presena de espuma;

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    -Timpanismo moderado a severo: tratar primeiro os animais com timpanismo

    severo em caso de acometimento de vrios animais;

    -Taquicardia (devido dor);

    -Taquipnia;

    -Sopros sistlicos devido ao deslocamento do corao;

    -Angstia respiratria, dispneia e mucosa ciantica;

    -Desconforto abdominal: animal deita rola escoiceia o flanco;

    Diagnstico

    -Anamnese e Histria Clnica

    -Sinais Clnicos: contorno abdominal superior esquerdo;

    04.4-Vicia villosa (ervilhaca)

    Caractersticas

    -Causa timpanismo (acima de 50% da pastagem);

    -Causa dermatite (leses granulomatosas);

    Profilaxia (timpanismo espumoso):

    -Fazer adaptao dos animais;

    -No soltar em trevo orvalhado (planta absorve mais aucares);

    -Superlotao: animal come toda a planta (diminui a seletividade). Outras partes

    da planta so menos txicas;

    -Ps ordenha: tratar para no chegar no piquete com fome;

    05-Plantas que Causam Morte Sbita

    Plantas

    Palicourea marcgravii (erva de rato, cafezinho);

    Palicourea grandiflora;

    Palicourea juruana;

    Mascagnia rgida (tingu, timb);

    Mascagnia pubiflora (cip preto, corona);

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    Mascagnia exotropica;

    Pseudocalyma elegans;

    Definio

    Morte sbita: morte repentina sem qualquer leso macroscpica cardaca.

    05.1-Palicourea marcgravii (erva de rato, cafezinho)

    Caractersticas

    -Tem apenas no estado de So Paulo (norte do estado);

    -Planta presente apenas na mata, no tem em regies abertas;

    05.2-Mascagnia exotropica

    Caractersticas

    -Tem na regio sul (litoral Rio Grande do Sul e Santa Catarina);

    -A planta adulta um cip com tubrculos na raiz;

    -Planta de matas, rios;

    -Animal em regio litornea cm histrico de morte sbita deve-se suspeitar dessa

    planta;

    -Antigamente as mortes por essa planta eram atribudas a carbnculo;

    -Morte ocorre por insuficincia cardaca devido ao princpio ativo, o flor

    acetato de sdio, o qual impede a repolarizao da membrana, levando a parada

    cardaca;

    Aspectos Cnicos

    Morte repentina, animal comea a tremer, cai e morre;

    Necropsia/Macroscopia

    No h leses.

    Leses Microscpicas

    Degenerao hidrpica (rins);

    Diagnstico

    -Histrico (morte sbita);

    -Animal no tem leso macro;

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    -Leso micro: degenerao hidrpica;

    Profilaxia

    Tentar cercar beiras de rios e matas, impedindo o acesso dos animais;

    06-Intoxicao por Nitrato e Nitrito

    Fontes de nitratos

    -gua com muita matria orgnica;

    -Fonte vegetal (gramneas que acumulam nitrato);

    -Antes de 2005 no se ouvia falar;

    -Regies de alta tecnologia com muita adubao;

    Patogenia

    O nitrato ao entrar no rmen e convertido em nitrito. O nitrito absorvido e

    juntamente com a hemoglobina se transforma em metahemoglobina a qual no faz

    captao de O2 levando hipxia do animal e assim sua morte.

    Plantas

    Avena sativa (aveia);

    Bromus sp.;

    Helianthus sp. (girassol);

    Lolium spp. (azevm);

    Pennisetum clandestinum (quicuio);

    Capim sudo;

    Milheto;

    Fatores que favorecem a concentrao de nitratos

    -Uso excessivo de adubos nitrogenados;

    -Muita matria orgnica;

    -Fertilizantes ricos em nitratos (uria);

    -Associado a perodos de sol seguidos de chuva;

    -Baixos teores de molibdnio, enxofre, fsforo e em temperaturas baixas;

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    -Uso de montesina na rao;

    -gua com teor elevado de nitrato;

    Sinais Clnicos

    -Salivao e dor abdominal;

    -Diarreia e vmito;

    -Taquipnia;

    -Tremores musculares e andar cambaleante;

    -Mico frequente e aborto;

    -Casos graves verifica-se mucosas de cor marrom;

    -Sangue escuro;

    -Convulses clnicas;

    -Quando maior a concentrao ingerida, mais rpida a morte (cerca de 30

    min.);

    Necropsia/Macroscopai

    -Colorao vermelho achocolatado das mucosas;

    -Sangue com cor escuro-chocolate e baixa coagulao;

    -Congesto e hemorragias;

    -Msculo torna-se vermelho mais vivo;

    -Pulmo marrom;

    -Corao mais vermelho;

    -Mucosa abomasal vermelha;

    -Crebro fica marrom;

    Microscopia

    No h leso;

    Diagnstico

    -Teste da definilalamina: pegar folha da planta suspeita tirar uma gota de extrato

    e pingar definilamina e se ficar azul positivo.

    -Histrico;

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    -Sinais clnicos;

    -Leses macroscpicas;

    -Bromatologia: amostra de 100 a 200g do pasto suspeito.

    Tratamento

    -Administrao de azul de metileno a 1% na dose de 2 a 5mg/kg EV;

    -Pode ser repetido se necessrio a cada 6 horas;

    Profiltico

    Adubao no excessiva (no mais que 60 a 75kg de uria/ha);

    07-Plantas Cianognicas

    Plantas

    Prunus spp. (pessegueiro bravo);

    Manihot spp. (mandioca);

    Sorghum vulgare (sorgo);

    Cynodon spp. (tifton);

    Caractersticas

    -Plantas que contem cido ciandrico (HCN), o qual causa leso nas

    mitocndrias e no sistema nervoso (neurnios);

    -As hemcias se carregam de O2 mas as clulas no conseguem captar (sangue

    fica bem vermelho);

    -A morte celular ocorre por asfixia;

    -Os sinais ocorrem 10 a 15 min. aps a ingesto;

    -Ocorre um aumento na frequncia cardaca e morte;

    -Todas as plantas so palatveis (cultivadas) exceto Prunus spp.

    Sinais Clnicos (comum para todas):

    -Taquicardia;

    -Timpanismo;

    -Movimentos respiratrios no se alteram, porm respira com a boca aberta;

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    -Animal caminha cambaleando e deita;

    -Sinais duram no mximo 30 min. a 1:30h (morte);

    -Apresenta alta letalidade;

    Necropsia/Macroscopia

    -No h leses;

    -Observa-se o sangue mais vermelho que o normal;

    -Rmen: sem ruminao e encontra-se a planta (folha) ou raiz;

    -Plantas tem cheiro caracterstico de amndoa;

    Epidemiologia

    07.1-Pessegueiro Bravo

    -Arvore;

    -Sempre tem galho quebrado o qual cai no cho e animal ingere;

    -Animal tambm come quando arvores so derrubadas;

    07.2-Tifton 68

    -Gramnea introduzida no Brasil em 1994;

    -Somente essa variedade tem HCN;

    -Confunde com o tifton 85 que no tem HCN;

    -Atualmente o tifton 68 no mais cultivado;

    -Intoxicao ocorre no ms de fevereiro (solo bem adubado);

    -Atualmente quase no ocorre mais;

    07.3-Manihot sp (mandioca);

    -O aipim no tem HCN;

    -Mandioca tem HCN (mandioca brava), tanto na folha quanto na raiz;

    - muito palatvel e a intoxicao ocorre de forma acidental, quando animais

    entram na lavoura ou quando introduz na alimentao;

    -HCN muito voltil e a planta seca no txica (serve para todas as outras

    plantas tambm);

    -Pode ser cortada a raiz, picada e colocada ao ar livre por 24 horas;

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    Bovinos adquirem resistncia ao HCN, deve-se oferecer aos poucos iniciando

    com quantidades pequenas e ir aumentando gradativamente;

    07.4-Sorgo

    -Existe uma variedade que tem HCN na folha quando a planta atinge 40 a 50 cm

    de altura (a partir disso no tem mais);

    Teste

    Teste do cido pcrico: macerar a folha ou a raiz com a mo e colocar em um

    frasco com cido pcrico, aps isto, deve-se colocar uma folha de papel amarela. Se

    mudar a cor para tijolo h HCN suficiente para levar a morte;

    Tratamento

    -Nitrato de sdio 20g;

    -Hipossulfito de sdio 30g;

    -gua destilada 500ml;

    -Aplicar 40ml/100kg de peso vivo EV;

    08-Plantas Fotossensibilizantes

    Caractersticas

    -Plantas que causam leses de pele;

    -Pode confundir com outras doenas (dermatite solar);

    -Dermatite solar:

    -Superfcies lisas;

    -No tem tantas crostas;

    Raios solares podem interferir no DNA e levar ao desenvolvimento de

    carcimoma epidermide;

    -Forossensibilizao: tem formao de crostas que se desprendem e local fica

    avermelhado;

    Tipos de fotossensibilizao

    Primria: planta j possui o princpio ativo que causa a fotossensibilizao. mais

    aguda

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    Secundria: planta metabolizada e tem comprometimento do fgado. Ingerem por

    longos perodos (diminui a condio corporal).

    Ex.: Lantana, Brachiaria, etc.

    Patogenia - Fotossensibilizao Secundria

    Normalmente o consumo de plantas (verdes clorofila) e no rmen so

    transformadas em filoeritrina a qual eliminada pela bile e intestino.

    Leses hepticas (que estas plantas causam) mpossibilita a excreo de

    filoeritrina que retorna para a corrente sangunea e levada at os capilares na pele a

    qual reage com a luz e causa fotossensibilizao;

    Sinais Clnicos (primria e secundria)

    -Leses ocorrem em locais menos pigmentados do animal;

    -Eritema;

    -Edema;

    -Exsudao serosa;

    -Formao de crostas que desprendem do animal;

    -Leses evoluem para necrose, gangrena, desprendimento;

    -Somente ocorrem em reas claras do animal;

    -Animais ficam inquietos;

    -Procuram sombra;

    -Agressividade (secundria);

    Plantas

    Fotossensibilizao Primria

    08.1-Fagopyrum escutelatum (trigo mourisco)

    -Pode acometer sunos e bovinos;

    -Aps 12 horas aparecem os sinais;

    -Ocorre no Rio Grande do Sul;

    -Princpio Ativo: fagopirina a qual atinge a circulao e nos capilares entra em

    contato com os raios solares e fluoresce;

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    08.2-Ammi majus

    -Princpio Ativo: fluorcumarinas (mecanismo idntico ao anterior);

    -Ocorre no sul do Rio Grande do Sul;

    -Acomete bovinos e ovinos;

    Fotossensibilizao Secundria (Hepatgena)

    08.3-Lantana spp. (L. camara; L. tiliaefolea; L. glutinosa)

    -Frutos em forma de amora;

    -Flores podem ser amarelas, brancas com roxo, laranja;

    -Nem todas so toxicas;

    -Condies para que ocorra: animal tem que estar com fome e animais que no

    conhecem a planta;

    -Dose: 30 a 40g/kg (tem que ter muito no piquete) e sinais aps 5 a 7 dias.

    -Tem em todo o Brasil (cada regio tem toxicidade diferente);

    -Tambm tem ictercia aps fotossensibilizao;

    Necropsia/Macroscopia

    -Pode ter ictercia generalizada, edema, fgado alaranjado e rim pode ter nefrose;

    08.4-Brachiaria decumbens

    -Pastagem de vero (litoral de Santa Catarina e norte do pas);

    -Princpio Ativo: saponina a qual entra em contato com a bile e transforma a bile

    em cristais que obstruem e impedem a passagem;

    -Leva a ictercia e fotossensibilizao;

    08.5-Brachiaria hibrida (capim mulato)

    -Importante para ovinos;

    -Causa tambm edema de face e ceratite alm de formao de crostas;

    Obs. Para as Brachiarias as mes lactantes que ingerem pequenas pores no

    desenvolvem fotossensibilizao. O princpio ativo passado para o leite e causa

    fotossensibilizao no bezerro;

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    08.6-Sencio spp.

    -Causa cirrose heptica (difcil reverter);

    -Apresenta tenesmo e leva a prolapso de reto;

    08.7-Pythomyces chartarum

    -Micotoxina (Esporodesmina);

    -Acredita-se que as leses pela Brachiaria ocorram devido a esse fungo;

    -Fungo cresce na palhada em rea mais quente e mais mida;

    -Outro achado alm da fotossensibilizao a hemlise intravascular, levando a

    apresentar urina escura e mucosa plidas;

    *Em alguns casos (conforme a planta), se tirar o animal do sol e da planta as leses

    evoluem para cicatrizao;

    Microscopia

    Lantana: proliferao de ductos biliares;

    Senecio: cirrose com fibrose perilobular com proliferao de ductos alm de

    megalocitose e bile retida;

    Brachiaria: macrfagos espumosos e cristais no interior dos ductos;

    Diagnstico

    -Primeiro tem que diferenciar se primria ou secundria;

    -Primria no tem ictercia e animal est comendo;

    -Ver se tem planta no piquete;

    Tratamento

    -Colocar os animais a sombra;

    -Tirar do piquete que apresenta a planta;

    -Oferecer gua;

    -Antibiticos;

    -Unguentos e sprays;

    -Anti-histamnicos;

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    -Glicose;

    09-Sndrome Hemorrgica/Dermatite Granulomatosa

    Plantas/Produtos

    -Poupa ctrica (bagao de laranja);

    -Vicia vilosa (ervilhaca, vica);

    09.1-Poupa Ctrica

    Caractersticas

    -Diagnosticada a intoxicao a 1 vez em 1994 na regio de Castro no Para;

    -Deixou de ser usada no sul para bovinos (frete muito caro);

    -Bagao de laranja mido (in-natura) no causa intoxicao;

    -Bagao de laranja peletizado (desidratado) o que causa doena;

    -Dose: 3 kg/vaca/dia a indicao de uso. A partir disso pode reproduzir a

    doena;

    Sinais Clnicos

    -Produz doena febril, hemorrgica com queda de peso;

    -Acomete vacas de alta produo leiteira;

    -Incio: animais se coam;

    -Queda de pelo na insero da orelha. Atinge a cabea, pescoo, bere;

    -Partes brancas ficam com colorao avermelhada;

    -Ocorre muita hemorragiaem vulva, reto...

    -No tem coagulao;

    -Fezes e urina podem ser escuras;

    -Alguns animais podem ter palidez e ictercia;

    -Alguns podem ter temperatura (40 C) e podem ter tristeza parasitria

    associada;

    -Animais com hemorragia morrem em 2 dias;

    -Se tiver somente leses de pele vivem mais

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    Necropsia/Macroscopia

    -Hemorragias no abomaso e intestino

    Microscopia

    -Clulas gigantes no rim e fgado, devido a estmulo na produo de macrfagos;

    -Medula ssea com clulas gigantes

    -Acredita-se que hemorragias se devam a isso;

    *Animais podem se recuperar;

    09.2-Vicia Vilosa

    Caractersticas

    -Brasil: em bovinos de alta produo;

    -Vicia sativa no txica;

    -Produz massa verde para plantio direto;

    -Passaram a usar para pastejo e ocorreu contaminao das sementes de V. sativa

    por V. vilosa;

    Sinais Clnicos

    -Igual a poupa ctrica;

    -Animais doentes dificilmente se recuperam (poupa ctrica podem se recuperar);

    -Diminuio na produo de leite (as duas);

    Diagnstico Diferencial

    Fotossensibilizao e enfermidades fngicas (dermatofitose).

    Necropsia/Macroscopia

    Presena de pontos brancos no rim e corao;

    Microscopia

    -Clulas gigantes nos linfonodos, rins, etc.

    -Circovirose renal no se diferencia na macroscopia.

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    10-Plantas de Ao Abortiva e Cardiotxicas

    Plantas

    Ateleia glazioviana (timb, cinamomo bravo, maria preta);

    Tretrapterys spp. (cip ruo) ocorre no sudeste e nordeste do Brasil;

    *Causam morte sbita com leses cardacas e aborto.

    10.1-Ateleia glazioviana

    Caractersticas

    -Ocorre no oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul.

    - uma rvore;

    -No inverno perde as folhas (caracterstica);

    -Em algumas regies a vegetao dominante;

    - muito palatvel e bovino ingere fcil;

    -Animal pode comer folha (planta adulta) ou quando cortada pode ingerir os

    brotos do tronco;

    -Ocorre em abril, maio e junho (depois desaparece);

    -Dose txica

    -Ingesto acima de 20g/kg da planta verde em qualquer fase da gestao

    causa aborto. Quando ocorre no final da gestao o bezerro nasce vivo, no consegue

    mamar e morre.

    -Ingesto entre 50 e 70g/kg da planta pode-se ter doena nervosa e sem

    leso cardaca.

    -Ingesto entre 5 e 10g/kg da planta jovem durante vrios dias tem-se

    leses cardacas.

    Diagnstico Diferencial

    Leptospirose: por volta do sexto ms. Pode-se ter feto mumificado retido ou

    eliminado, coagulao tardia, vaca com pelo arrepiado e infertilidade.

    Brucelose: infertilidade;

    BVD;

    IBR: quando comearam os surtos de aborto pela planta comearam a vacinar

    para IBR (vacina viva leva a doena clnica problema).

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    -Neospora: deve-se coletar feto.

    Leses Cardacas

    -Ingesto entre 5 a 10g/kg da planta jovem (nascida da semente) durante vrios

    dias;

    - to grave que por qualquer movimentao cai e morre;

    -Em casos no to graves produz edema (ICC);

    -Animais ficam na gua durante dias (no se sabe o motivo);

    Necropsia/Macroscopia

    -reas brancas (fibrose) na regio do sulco coronariano;

    -Pode ter hipertrofia ou dilatao;

    -Animais que tem edema e jugular distendida tem fgado em ns moscada ou

    azulado (congesto);

    -Animais que morrem de repente geralmente no tem edema (fibrose atinge o n

    sinusal levando a parada cardaca);

    Leses Microscpicas

    -Fibras mortas com macrfagos fagocitando e fibrose;

    -Animais na fase aguda verifica-se edema cerebral;

    Diagnstico

    -Histrico Clnico (morte sbita);

    -Sinais Clnicos (distenso jugular, edema, entre outros);

    -Necropsia (leso cardaca);

    -Diferencial de outras doenas cardacas: reticulopericardite traumtica,

    endocardite (segunda), ionforo (primeira), leucose e doena do peito inchado (no tem

    etiologia comprovada e sabe-se que vegetal - restrita a regio da serra).