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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Plataforma Logística Multimodal – Metodologia de Locação de uma Plataforma
Logística Multimodal
Renato França e Silva
GOIÂNIA
2015
Renato França e Silva
Plataforma Logística Multimodal – Metodologia de Locação de uma Plataforma Logística
Multimodal
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás para obtenção do título de Engenheiro Civil.
Orientador: Prof. Dr. Cristiano Farias Almeida
GOIÂNIA
2015
Resumo
A economia brasileira ao longo de sua história teve ênfase em determinados pontos do
território que concentram a maior parte do produto nacional enquanto uma área vasta
mantém uma produção de baixa produtividade e de baixa capacidade de atração de
recursos financeiros e humanos (FURTADO, 1967). Atualmente o estado de São Paulo
concentra cerca de 1/3 da produção nacional (PORTAL BRASIL, 2013). Muitos
economistas ao longo do século XX se debruçaram sobre esse problema e
apresentaram um arcabouço teórico para a elaboração de políticas que visem o estímulo
ao crescimento econômico, chamadas Politicas Desenvolvimentistas (FURTADO,
1967). Muitas dessas políticas pregam o papel dos investimentos públicos em
infraestrutura como um pilar para o desenvolvimento (DE SOUZA, 1981). Com base
nesta linha esse trabalho busca nas teorias locacionais da Geografia Econômica sua
base teórica para propor uma metodologia para a implantação de plataformas logísticas
ordenando o transporte de carga e reduzindo os custos de transporte podendo assim
romper o isolamento e promover o desenvolvimento econômico em regiões deprimidas.
Lista de Figuras
Figura 1 Concentração Industrial no Brasil 16
Figura 2 Concentração Populacional 17
Figura 3 Distribuição Tecnológica da Produção 18
Figura 4 Organograma do Trabalho 21
Figura 5 Diferenças em Estruturas de Transporte 30
Figura 6 Matriz de Conectividade 31
Figura 7 Matriz de Acessibilidade Geográfica 33
Figura 8 Acessibilidade Potencial 34
Figura 9 Esquema do Conceito de Plataforma Logística 39
Figura 10 Ponto Critico de Weber 51
Figura 11 Teoria do Lugar Central 53
Figura 12 Fluxograma da Metodologia 55
Figura 13 População Goiana em 2010 72
Figura 14 População Goiana detalhe dos Municípios Populosos 73
Figura 15 Distribuição espacial da produção de soja 75
Figura 16 Distribuição do Rebanho Bovino no Estado de Goiás 76
Figura 17 Participação dos Setores nas Exportações de Goiás 2011 82
Figura 18 Logística de Transportes em Goiás 85
Figura 19 Malha Rodoviária Goiana 2012 86
Figura 20 Malha Ferroviária Goiana 2012 87
Figura 21 Locação da Produção de Soja 88
Figura 22 Locação Ótima segundo Rebanho Bovino 89
Figura 23 Locação Segundo Mineração de Ouro 90
Figura 24 Locação Segundo Critério de População 91
Figura 25 Locação Segundo Combinação de Fatores 92
Figura 26 Nós mais Acessíveis de Goiás 93
Figura 27 Detalhe nós mais acessíveis da malha 94
Figura 28 Acreúna- Anápolis 95
Figura 29 Acreúna- Senador Canedo 96
Figura 30 Acreúna -Goianápolis 97
Figura 31 Itaberaí - Senador Canedo 98
Figura 32 Itaberaí-Goianápolis 99
Figura 33 Itaberaí-Anápolis 100
Figura 34 Goiânia - Senador Canedo 101
Figura 35 Goiânia - Goianápolis 102
Figura 36 Goiânia - Anápolis 103
Figura 37 Crixás-Senador Canedo 104
Figura 38 Crixás-Goianápolis 105
Figura 39 Crixás - Anápolis 106
Figura 40 Avelinópolis - Senador Canedo 107
Figura 41 Avelinópolis - Goianápolis 108
Figura 42 Avelinópolis - Anápolis 109
Lista de Tabelas
Tabela 1- Etapas para a Construção de uma Plataforma Logística .......... 40
Tabela 2 - Principais Teorias Locacionais ................................................. 50
Tabela 3 Exemplo de padrão de dados georreferenciados ....................... 67
Tabela 4 Culturas Agrícolas de Goiás 2000-11 ......................................... 75
Tabela 5 Goiás no Ranking Nacional e Participação na Pecuária 2000-2010
................................................................................................................................... 76
Tabela 6 Divisão Setorial da Indústria de Goiás ....................................... 78
Tabela 7 Comércio Exterior de Goiás 1990-2011 ..................................... 79
Tabela 8 Principais Exportações Goianas 1996-2011 ............................... 81
Tabela 9 Cotações para Combinação de Fatores ..................................... 92
Tabela 10 Matriz OD Locação Produtiva/Acessibilidade ......................... 110
Lista de Equações
Equação 1 Grau do Nó ............................................................................. 31
Equação 2 Acessibilidade geográfica ....................................................... 32
Equação 3 Combinação de atributos ........................................................ 61
Equação 4 Distancia entre P1(ϕ;λ) e P2(ϕ;λ) ........................................... 66
Equação 5 Diferença de Latitude .............................................................. 66
Equação 6 Diferençã de Longitude ........................................................... 66
Equação 7 Latitude Média ........................................................................ 66
Equação 8 Longitude Média ..................................................................... 66
Equação 9 Colatitude (graus) ................................................................... 66
Equação 10 Raio do Grande Circulo ........................................................ 66
Equação 11 Algoritmo Locacional ............................................................. 67
Lista de Siglas
PIB – Produto Interno Bruto
PL – Plataforma Logística
PLM – Plataforma Logística Multimodal
MOPTC – Ministério de Obras Públicas, Transportes e Comunicação de Portugal
CSCMP - Conselho dos Profissionais de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres
ZAL - Zonas de Atividade Logística Portuária
GEIE - Groupement Européan D’intérêt Economique
SIG-T – Sistema de Informações Geográficas para Transportes
Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................. 14
1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .......................................................... 14
1.2. JUSTIFICATIVA............................................................................... 15
1.3. HIPÓTESE ....................................................................................... 19
1.4. OBJETIVOS ..................................................................................... 19
1.5. METODOLOGIA .............................................................................. 20
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 23
2.1. TRANSPORTES E LOGÍSTICA ...................................................... 23
2.1.1. IMPORTÂNCIA DOS TRANSPORTES NA ECONOMIA ................ 23
2.1.2. LOGÍSTICA ...................................................................................... 24
2.1.3. EFICIÊNCIA NOS TRANSPORTES ................................................ 25
2.1.4. CONCEITO DE ACESSIBILIDADE ................................................. 28
2.1.5. TRANSPORTE MULTIMODAL X INTERMODAL ........................... 35
2.1.6. PLATAFORMA LOGÍSTICA MULTIMODAL ................................... 36
2.2. POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO SOB A ÓTICA DA
GEOGRAFIA ECONÔMICA ............................................................................ 41
2.2.1. POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO .............................................. 41
2.2.2. TEORIA ECONÔMICA REGIONAL ................................................. 45
3. METODOLOGIA PARA A LOCAÇÃO DE UMA PLATAFORMA
LOGÍSTICA MULTIMODAL (PLM) .................................................................. 54
3.1. APRESENTAÇÃO ........................................................................... 54
3.2. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA .................................................. 54
4. DEFINIÇÃO DE LOCALIZAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE
PLATAFORMA LOGÍSTICA MULTIMODAL NO ESTADO DE GOIÁS:
ESTUDO DE CASO ......................................................................................... 63
4.1. O ESTADO DE GOIÁS .................................................................... 63
4.1.1. ÁREA DE ESTUDO ........................................................................ 63
4.2. DEFINIÇÕES DOS OBJETOS DE ESTUDO ................................... 63
4.2.1. ASPECTOS FÍSICO-POLÍTICOS DO ESTADO DE GOIÁS ........... 63
4.2.2. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS ....................................................... 63
4.2.3. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ................................................ 64
4.2.4. ASPECTOS ECONÔMICOS ............................................................ 64
4.2.5. ASPECTOS DE INFRAESTRUTURA .............................................. 64
4.3. DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS
LUGARES ÓTIMOS PARA A INSTALAÇÃO DE UMA PLM .......................... 65
4.3.1. MODELO DE CALCULO ................................................................. 65
4.4 COLETA DE DADOS ....................................................................... 69
4.5. CRIAÇÃO DO BANCO DE DADOS GEORREFERENCIADO ........ 70
4.6. DIAGNOSTICO DA ÁREA DE ESTUDO ......................................... 71
4.6.1. DEMOGRAFIA ................................................................................. 71
4.6.2. ECONOMIA DO ESTADO DE GOIÁS ............................................. 73
4.7. ANÁLISE DE DADOS ...................................................................... 88
4.7.1. CONSIDERANDO A PRODUÇÃO AGRÍCOLA DE SOJA .............. 88
4.7.2. CONSIDERANDO O TOTAL DO REBANHO BOVINO ................... 89
4.7.3. LOCAÇÃO SEGUNDO PRODUÇÃO DE OURO ............................. 89
4.7.4. LOCAÇÃO SEGUNDO CRITÉRIOS POPULACIONAIS ................. 90
4.7.5. LOCAÇÃO SEGUNDO UMA COMBINAÇÃO DOS ELEMENTOS
ACIMA LEVANTADOS .................................................................................... 91
4.7.6. CONSIDERAÇÃO DE CRITÉRIOS DE ACESSIBILIDADE DA
MALHA VIÁRIA DE GOIÁS ............................................................................. 93
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS. .................................................... 111
6. CONCLUSÕES .............................................................................. 113
BIBLIOGRAFIA ............................................................................. 115
ANEXO 1 PRODUÇÃO MUNICÍPIOS 2013 ................................................... 117
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 14
R. F. Silva
1. INTRODUÇÃO
Um dos pilares de qualquer modelo econômico é admitir que os fatores de
produção são escassos e limitados frente aos desejos de consumo. Segundo essa
lógica a escolha por um bem implica na privação de outro. Assim, para que uma dada
sociedade realize seus principais desejos ela deve fazer escolhas (LIPSEY e CHYSTAL,
2011)
Dentro dos desejos de “consumo de uma sociedade” estão inseridos uma
série de instalações como hospitais, estradas, portos, armazéns entre outros. A escolha
por uma quantidade de um bem implica na privação de uma quantidade de outro bem,
logo esse processo de decisão deve buscar atingir o maior benefício com o menor
recurso (LIPSEY e CHYSTAL, 2011).
Essa relação de custo e benefício pode ser colocada como eficiência do
investimento. Uma série de fatores influenciam na eficiência do investimento sendo os
fatores espaciais uma variável de grande importância (DE SOUZA, 1981).
Uma série de autores discorrem sobre os fatores locacionais importantes
para a melhor instalação de uma indústria ou serviço, fatores como custo de transporte
dos produtos, custos de transporte das matérias primas, custo da mão de obra,
benefícios obtidos com a aglomeração além das relações do lugar com seu entorno são
fatores relevantes nessa definição. Um fator indutor do investimento é a antecipação do
lucro, ou seja, o lucro obtido com o investimento se as condições apresentadas no dia
da análise se mantivessem constantes, dessa forma os pontos no espaço que
apresentam o melhor retorno seriam os preferidos à realização de um investimento (DE
SOUZA, 1981).
Logo, esse trabalho tem como objetivo definir metodologia para identificar
localizações eficientes para implantação de plataformas logísticas multimodais segundo
os Conceitos da Ciência Geografia Econômica.
1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Tendo em vista a importância de plataformas logísticas para o
desenvolvimento da economia pela ótica da viabilidade econômica e pela análise das
teorias locacionais, um grande problema de cunho estratégico é a determinação dos
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 15
R. F. Silva
pontos que abrigarão essas instalações. Para se determinar esses pontos, deve-se levar
em conta as características do empreendimento, se é mais sensível às matérias primas
ou mercado consumidor ou se depende de aglomeração para manter a sua viabilidade
(DONDA JÚNIOR, 2002).
A escolha de locais para a implantação de Plataformas Logísticas
Multimodais no interior de uma determinada região é hoje um fator de grande
importância para o desenvolvimento nacional. Com isso a definição de um plano de
investimento passará pela análise dos fatores locacionais que apresente a sua melhor
utilização (DELOITTE TOUCHE TOHMATSU, 2013).
Sendo assim esse trabalho partirá do seguinte problema:
“Como identificar locais para a implantação de Plataformas Logísticas
Multimodais em uma região de forma a promover o desenvolvimento econômico regional
com a oferta de serviços de transporte eficiente que reduza os custos logísticos
discipline os fluxos de carga e, dessa forma, traga o desenvolvimento de regiões
deprimidas reduzindo as desigualdades regionais? ”
1.2. JUSTIFICATIVA
Segundo o Portal Brasil (2013) a participação da região sul e sudeste na
formação do PIB nacional no ano de 2013 era de 65,2%, no qual quase a metade é
representada pelo estado de São Paulo. Esse panorama é uma construção histórica de
concentração de investimentos em uma só região criando disparidades nacionais e
baixa integração produtiva nacional.
A figura 1 mostra a concentração industrial no Brasil
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 16
R. F. Silva
Figura 1 Concentração Industrial no Brasil
Fonte: IBGE (2001)
A figura 2 correlaciona concentração populacional aos indicadores de
desenvolvimento
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 17
R. F. Silva
Figura 2 Concentração Populacional
Fonte: IBGE (2013)
A figura 3 apresenta a distribuição tecnológica da produção no Brasil. Nela
observa-se que existe uma correlação entre a concentração de atividades com maior
intensidade tecnológica e a concentração da população. Embora o inverso não seja
necessariamente verdadeiro essa relação vai de encontro à teoria de Walter Christaller
da hierarquia de cidades. O lugar central possui uma população grande o suficiente para
viabilizar empreendimentos que demandam maior intensidade de capital e ofertam
maior especialidade e tecnologia e esses empreendimentos por sua vez definem a área
de influência desse lugar.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 18
R. F. Silva
Figura 3 Distribuição Tecnológica da Produção
Fonte: IBGE (2001)
Diversos governos no país buscaram implementar um programa de
desenvolvimento e integração regional. Esses planos buscavam o desenvolvimento da
economia nacional por incentivos à indústria e expansão da fronteira agrícola. Os mais
audaciosos planos de desenvolvimento nacional ocorreram nas décadas de 1950 a
1970 com forte endividamento externo e condição de dependência tecnológica (Leite,
2009).
No período de 2006 aos dias de hoje o país vivência uma experiência de
desenvolvimento baseada em recursos próprios, tanto financeiros como tecnológicos,
que convencionou se chamar de neodesenvolvimentista. Essa política, no entanto, se
assemelha às suas antecessoras pois se baseiam em maciços investimentos públicos
em setores considerados como multiplicadores da economia. (DANTAS, 2013).
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 19
R. F. Silva
Um desses setores é o setor de transportes. Rodovias, ferrovias, portos e
aeroportos vem sendo construídos com o intuito de acelerar a economia em regiões
deprimidas atraindo investimentos privados para essas regiões.
Sendo conhecidas as limitações de recursos disponíveis ao investimento no
país e a grande quantidade de demandas suprimidas da sociedade brasileira, para que
esses pesados investimentos estatais sejam bem-aceitos deve se buscar a ampliação
do seu efeito multiplicador do desenvolvimento bem como a redução da quantidade de
capital necessária para a sua implementação. (FURTADO, 1967)
Por um lado, a capacidade de plataformas multimodais de criar em seu
entorno polos de desenvolvimento comercial, industrial e de fomentar a agricultura na
sua área de influência. Por outro, ela demanda um investimento considerável tanto de
capital financeiro quanto político na definição da cidade que abrigará uma instalação
deste tipo (MOPTC, 2006).
Dessa forma uma plataforma Logística multimodal no interior de um território
é uma ferramenta importante para o desenvolvimento regional e integração nacional. O
efeito multiplicador de investimentos visando redução dos custos de transporte e
armazenagem são a pedra angular para uma política de desconcentração produtiva.
Para que esse investimento atinja seus objetivos da melhor forma é necessário definir
metodologia para identificar os locais onde essa instalação cumpre de forma eficiente a
sua função de servir de apoio à tomada de decisão do planejador público ou privado
(MOPTC, 2006)
1.3. HIPÓTESE
Esse estudo partirá da seguinte hipótese:
É possível identificar locais para a implantação de plataformas logísticas em
determinadas regiões utilizando a Teoria da Locação Industrial de Weber e a Teoria de
Lugares Centrais de Christaller.
1.4. OBJETIVOS
Objetivo geral desse trabalho é definir uma metodologia para identificar
locais a serem implantadas infraestruturas de transporte como Plataformas Logísticas
multimodais segundo os Conceitos da Ciência Geografia Econômica.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 20
R. F. Silva
Objetivos Específicos Metas
Conceituar Plataforma Logística Identificar as características e a
importância de uma PLM para o sua área
de influência
Identificar as principais variáveis que
afetam a locação de uma plataforma
logística.
Identificar dentre as varia teorias
espaciais a que melhor representa esse
tipo de instalação.
Elaborar uma metodologia que
possibilite identificar áreas propicias a
construção de uma plataforma
logística.
Identificar equações que relacione as
diversas variáveis locacionais
Validar metodologia definidas para a
locação de plataforma logística.
Identificar locais no Estado de Goiás
onde poderiam ser implantadas
plataformas logísticas.
1.5. METODOLOGIA
A figura 4 apresenta estrutura deste documento apresentado as etapas
necessárias à elaboração da Metodologia de Locação da PLM. Esta metodologia não
pode ser confundida com a metodologia produto do trabalho sendo esta representativa
das etapas necessárias a elaboração da segunda.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 21
R. F. Silva
Figura 4 Organograma do Trabalho
Fonte: Própria 2015
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 22
R. F. Silva
O projeto se iniciou pela revisão da literatura acerca de dois grandes temas,
a questão dos Transportes e Logística e Política de Desenvolvimento sobre a Ótica da
Geografia Econômica.
No campo dos Transporte e Logística, a abordagem se deu pela análise dos
temas pertinentes à relação com a economia, a busca pela eficiência nos transportes
de carga, pelo uso da multimodalidade bem como o uso de Plataformas Logísticas
Multimodais.
O próximo tema trata dos assuntos pertinentes à teoria econômica
neoclássica com seu papel na fundamentação teórica das Políticas de Desenvolvimento
Econômico; dando destaque em especial da teoria de Big Push.
A abordagem dada à Geografia Econômica se dá pelo uso das Teorias
Locacionais, com destaque às Teorias da Locação Industrial de Weber e a Teoria do
Lugar Central de Christaller que servem de base para atingir os objetivos do projeto que
é determinar locais para a instalação de uma Plataforma Logística Multimodal buscando
acelerar o desenvolvimento da produção econômica no Estado de Goiás.
Terminado a Revisão Bibliográfica o próximo passo é a determinação da
Metodologia da Pesquisa, que consiste em um conjunto de 9 etapas que visam a
determinação de pontos propícios à locação desta facilidade. Estas etapas são
apresentadas de forma mais detalhada no capitulo específico da metodologia da
pesquisa.
Após a definição da metodologia, a mesma deve ser aplicada ao Estado de
Goiás no Estudo de Caso.
Com os dados obtidos no Estudo de Caso será feita uma análise na etapa
Análise de Resultados. A análise dos resultados busca avaliar dentre as soluções
obtidas no quais são as mais adequadas e definir o lugar ótimo para a locação da PLM
Após a definição da solução na Análise dos Resultados o Trabalho
caminhará a sua conclusão onde serão discutidos os resultados obtidos, se eles
confirmam a hipótese inicial, se os objetivos propostos foram alcançados, as limitações
da pesquisa e os próximos passos que devem ser seguidos em futuras pesquisas.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 23
R. F. Silva
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. TRANSPORTES E LOGÍSTICA
2.1.1. Importância dos Transportes na Economia
A eficiência da economia é fortemente afetada pela oferta de infraestrutura,
a disponibilidade de infraestrutura adequada potencializa os ganhos de eficiência do
sistema produtivo na escala global resultando em aumento do produto das empresas
devido aos ganhos de produtividade e redução dos custos unitários dos insumos
(DUMIT, 2006).
Uma série de autores correlacionam investimentos em infraestrutura com
crescimento econômico, em especial os investimentos públicos sobre produto e
produtividade global. Eles estimam que, na economia americana, investimentos
públicos de 1% em formação de capital implique em um incremento de 0,35% a 0,49%
na produtividade dos fatores enquanto a elasticidade do produto encontra-se entre
0,35% e 0,39% (DUMIT, 2006).
Easterly e Rebelo (1993) consideram os investimentos em transportes e
comunicação fortemente relacionados ao crescimento econômico das nações. Ballou
(1993) considera o transporte como o principal componente do custo logístico das
empresas correspondendo a dois terços do gasto logístico e que um sistema eficiente
de transporte é fundamental para a expansão de mercados (DUMIT, 2006)
Para Castro (1995), que coloca ênfase na questão logística, a orientação do
processo produtivo para atender às necessidades do mercado consumidor quanto à
qualidade dos produtos e insumos, prazos de entrega, inovação tecnológica e pós-
venda, faz com que a eficiência logística seja uma condição básica para a
competitividade da economia como um todo (DUMIT, 2006)
O transporte mais barato incentiva tanto a concorrência direta, por reduzir
custos de produção, quanto uma forma indireta de competição por permitir que bens
cuja oferta era escassa, devido a sua sensibilidade aos custos de transporte, se tornem
mais comuns e com preços mais acessíveis. Um exemplo são frutas e verduras que em
períodos de entressafra em uma região possam ter a sua demanda atendida pela
produção em outras localidades, aumentado a disponibilidade de produtos e
possibilitando um certo equilíbrio nos preços de outras mercadorias (DUMIT, 2006).
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 24
R. F. Silva
Segundo Fair e Willians (1969) apud Dumit (2006), um sistema de transporte
mais eficiente permite a produção em larga escala para grandes mercados. Isso
possibilita a maior racionalidade produtiva da produção em escala, mais eficiente
economicamente, que não seria possível sem grande demanda. Ao produzir em escala
os custos fixos da produção são divididos com um número maior de unidades
possibilitando um custo unitário mais baixo.
Dessa forma se observa o importante papel dos transportes em importantes
elementos de uma política de desenvolvimento, como a melhor exploração dos
recursos, maior divisão do trabalho e economia de escala. (DUMIT, 2006)
2.1.2. Logística
A palavra logística tem suas raízes léxicas grega, “Logitikos”, e romana
“Logisticus”. Ambas significam cálculo ou raciocínio matemático. (BIASO, 2006)
A logística nasce para o uso militar, o primeiro exército a se valer desses
conhecimentos foi o de Xerxes da Pérsia, filho de Dario, quando foi ao encontro dos
gregos em 481 a.C. Utilizando mais de 3000 navios de transporte para dar suporte a um
exército de mais de 300 mil homens. (BIASO, 2006)
Outra grande lenda da logística foram as grandes conquistas de Alexandre
da Macedônia cujo império se estendia dos Balcãs até a Índia passando pelo Egito e o
atual Afeganistão (BIASO, 2006)
Alexandre foi o primeiro a empregar uma equipe especialmente treinada de
Engenheiros e Contramestres além da cavalaria e infantaria. Esses engenheiros
primitivos desempenharam um importante papel nas suas conquistas pois tinham o
papel de identificar como as cidades que seriam atacadas poderiam ser enfraquecidas
(BIASO, 2006)
. Os contramestres operacionalizavam o melhor sistema logístico conhecido
até a época, eles seguiam a frente dos exércitos com a missão de comprar todos os
suprimentos necessários e montar armazéns de estoque avançados no trajeto (BIASO,
2006)
O exército de 35 mil homens de Alexandre não podia carregar mais do que
10 dias de suprimento, mas mesmo com essa restrição eles marcharam milhares de
quilômetros com uma média de 32 km por dia sendo a média dos outros exércitos de 16
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 25
R. F. Silva
km. A razão disso é um sistema logístico que dispensava o uso de carros de boi para o
transporte de suprimentos. (BIASO, 2006)
Já no século XVIII o rei Luiz XIV criou a posição de “Marechal General de
Logis”, responsável pelo transporte de material bélico das tropas francesas (BIASO,
2006).
O termo “logistique” foi traduzido para o inglês como “Logistics” e passou a
ser usado nos anos 50 por empresas visando atender às necessidades de seus clientes
através da redução do prazo de entrega e dos custos finais dos produtos (BIASO, 2006).
Na compreensão moderna logística pode ser considerada como a gestão
dos fluxos financeiros e de informação do cliente final à origem e do fluxo de produtos e
serviços da origem ao cliente final (BIASO, 2006).
A logística tem por seu principal objetivo disponibilizar a mercadoria ou o
serviço solicitado no tempo correto no lugar correto e nas condições desejadas e ao
mesmo tempo oferecer o maior ganho a empresa (BIASO, 2006).
Segundo Bowersox (2001) apud BIASO (2006), a logística é a melhor forma
da empresa atingir um nível desejado de atendimento ao cliente pelo menor custo total,
que é o somatório dos custos de cada etapa do processo logístico.
Dessa forma as empresas passaram a utilizar da logística para determinar
o ponto ótimo considerando as diversas compensações existentes nas decisões
tomadas (Trade OFF) entre os processos de compra, de transporte, de armazenagem
de insumos e de produtos acabados e distribuição ao cliente final, e posteriormente a
coleta, reciclo e disposição dos resíduos (logística reversa) (BIASO, 2006)
2.1.3. Eficiência nos Transportes
Segundo a CSCMP (Conselho dos Profissionais de Gerenciamento da
Cadeia de Suprimentos) a logística é a atividade que controla e gerência os fluxos
diretos e reversos entres os pontos de origem e consumo, a armazenagem de
mercadorias, os serviços e as informações (CAMPOS, 2014).
De todas essas variáveis essa etapa vai se ater exclusivamente ao que se
refere aos transportes.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 26
R. F. Silva
A necessidade do transporte é o fiel da balança na divisão modal e na
possibilidade de serviços a serem utilizados, seus termos são quantidade, nível de
serviço, prazo e custo. (CAMPOS, 2014).
A exemplo, grandes quantidades transportadas a grandes distâncias com
prazo na grandeza de meses, tem como possível solução modal por uma análise
simplória e algum planejamento logístico, o modal marítimo. Esse é o caso das
exportações brasileiras de matérias primas como soja e celulose (CAMPOS, 2014).
Pensando na distribuição de papel para o mercado interno, a cabotagem e
o modal ferroviário seriam soluções possíveis de se trabalhar. Se considerarmos a
localização das fábricas suficientemente longe dos mercados consumidores a utilização
de um transporte intermodal um pouco mais complexo pode se mostrar mais adequada.
(CAMPOS, 2014)
Para o caso de operações de pequena distância ou para movimentação de
cargas de pequenos volumes e valor, o uso do modal rodoviário é o mais comum sem
considerar limitações de frota e disponibilidade de serviços no mercado. Nesse caso
deve se pensar no transporte de cargas completas ou fracionadas bem como buscar
carga de retorno e soluções intermodais (CAMPOS, 2014).
Considerando uma malha viária adequada e estoques e centros de
distribuição bem localizados o transporte deve ser feito considerando o modal adequado
e programando o carregamento de forma eficiente (CAMPOS, 2014)
Segundo Campos (2014) os carregamentos podem ser planejados
independentemente do modal levando em conta algumas técnicas de otimização:
a) Seleção Modal: Pelo cruzamento de dados sobre disponibilidade do
serviço e restrições de prazos, pode-se selecionar o modal considerando o custo do
frete envolvido na operação. Tomando por exemplo o transporte de cargas do centro-
oeste do Brasil até a região sul, os modais ferroviários e rodoviários seriam escolhas
possíveis. Se o tempo de trânsito maior pela ferrovia não representar uma restrição e o
valor da Tonelagem-Quilometro compensar esse modal pode ser o escolhido. Essa
escolha não pode ser feita de modo isolado para cada embarque e sim considerando o
ganho global da operação (CAMPOS, 2014)
b) Seleção da Frota: Mesmo que não seja no modal rodoviário deve se
tomar a decisão levando em conta os equipamentos a serem usados em outros modais.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 27
R. F. Silva
Por exemplo a escolha do número de contêineres a serem usados de 20 ou 40 pés deve
ser realizada levando em conta quais armadores serão utilizados. Essa tomada de
decisão é paralela a escolha do modal (CAMPOS, 2014).
c) Roteirização: Mais comum no transporte rodoviário, a roteirização é muito
utilizada pelo varejo. Na indústria apresenta a importância de definir qual a frota ideal
para o abastecimento e distribuição e como essa frota irá satisfazer as necessidades
referentes à sequência de carregamentos e entregas a seres feitas. Roteirizar não pode
ser confundido com encontrar o melhor caminho a percorrer um conjunto de pontos para
fazer entregas, isso corresponde a uma parte da atividade, mas não ao todo. A
roteirização deve agrupar as ordens de transportes em veículos simultaneamente a
escolha da melhor rota. Esse programa de Cargas deve buscar o menor custo de frete
considerando as restrições de disponibilidade de veículos, capacidade de expedição,
horários de atendimento, e recebimento de mercadorias de cada cliente (CAMPOS,
2014)
d) Estufamento ou arranjo de carga: A exemplo de cargas como
embalagens de papelão ondulado e bobinas de papel, precisam ser acomodadas nos
veículos de forma eficiente. O chamado “frete morto” aumenta o uso de veículos
aumentando o custo fixo ao transportador que o repassa ao embarcador. O olhar
tridimensional da carga em relação à frota disponível é fundamental para o planejamento
otimizado de carga (CAMPOS, 2014).
e) Movimento Continuo: A programação global dos embarques além da
escolha dos veículos permite o aproveitamento de oportunidades de conjugação de
trechos que isoladamente seriam eficientes. Se tomarmos o exemplo de uma
transportadora que deve levar um carregamento do interior de São Paulo ao ABC e
trazer um carregamento do Porto de Santos no mesmo período. Ela poderia programar-
se para realizar as entregas no ABC, percorrer um trecho vazio até Santos, fazer o
carregamento e retornar com o veículo carregado mantendo assim o veículo em
movimento produtivo. Essa operação poderia ser realizada por dois veículos
percorrendo a metade do percurso vazio, ou seja, sem gerar valor com a viagem.
(CAMPOS, 2014)
f) Sincronização de Operações Intermodais: Da mesma forma como o
Movimento Continuo sincroniza os recursos, o planejamento intermodal deve
sincronizar os recursos de distintos modais. Sabendo que para evitar multas de atraso
no carregamento dos navios as cargas devem chegar em tempo hábil para a operação.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 28
R. F. Silva
Porém para não incorrer em custos de armazenagem desnecessários não é
aconselhável que a carga chegue no porto muito antes do necessário. Dessa forma o
planejamento logístico deve atuar no sentido de minimizar os riscos e custos das
operações de movimentação de cargas (CAMPOS, 2014)
2.1.4. Conceito de Acessibilidade
Acessibilidade é um conceito central na geografia de transportes e na
geografia em geral, ela é uma medida que expressa a capacidade de mobilidade tanto
de pessoas quanto cargas e informação. Sistemas de transportes bem desenvolvidos e
eficientes oferecem alto nível de acessibilidade (excluindo impactos de
congestionamento) enquanto os mais atrasados apresentam baixo nível de
acessibilidade. Acessibilidade é diretamente ligada a uma série de oportunidades
econômicas e sociais (RODRIGUE, COMTOIS e SLACK, 2006).
Segundo Rodrigue, Comtois e Slack (2006) acessibilidade é definida como
a capacidade de um local de ser alcançado ou de alcançar outros lugares.
Consequentemente a capacidade e a estrutura da infraestrutura de transportes são
peças centrais na definição da acessibilidade. Os lugares não são iguais pois uns são
mais acessíveis que outros o que implica em desigualdades. A noção de acessibilidade
se assenta em dois conceitos-chave:
a) Locação: Onde a relação do espaço com o lugar é estimada em
decorrência da infraestrutura de transporte, já que ele oferece os meios
que permitem a movimentação
b) Distancia: É derivada da conectividade entre as locações. Conectividade
só existe se existir a possibilidade de ligação entre duas locações por
meios de transporte. Ela expressa o atrito do espaço com a locação onde
a locação que apresenta o menor atrito é a mais acessível comumente
distância é expressa em termos de quilômetros ou tempo, porém pode
ser expressa também em termos de custo, ou gasto de energia
Existem duas categorias espaciais aplicáveis aos problemas de
acessibilidade.
1) Acessibilidade topológica: É relacionada à medida da acessibilidade em
um sistema de nós e arcos, de uma rede de transporte. Ela assume que
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 29
R. F. Silva
a medida da acessibilidade só é importante para elementos específicos
de um sistema de transporte como terminais
2) Acessibilidade contínua: Considera a medida da acessibilidade sobre
uma superfície. Nessa condição acessibilidade é um atributo, que pode
ser medido, de cada localidade e o espaço é considerado de forma
contínua. (RODRIGUE, COMTOIS e SLACK, 2006)
Acessibilidade é um bom indicador da estrutura espacial implícita, tendo em
vista que ela toma em consideração as locações bem como as desigualdades impostas
pela distância. Devido as diferenças entre as estruturas espaciais duas diferentes
locações apresentarão diferentes acessibilidades (RODRIGUE, COMTOIS e SLACK,
2006)
No exemplo A da figura abaixo é representado uma estrutura espacial com
locações uniformemente distribuídas. A locação 1 e a 2 possuem diferentes
acessibilidades sendo a locação 1 mais acessível que a locação 2, com o aumento da
distância a locação 1 tem acesso a um maior número de locações que a 2. Para atingir
todas as locações a locação 2 deveria percorrer uma distância muito maior que a
locação 1; grosseiramente o dobro. No exemplo B se observa uma estrutura espacial
onde as locações estão concentradas próximas da locação 1 nesse caso o número de
locações que podem ser alçadas pela locação 1 sobe rapidamente e atinge o seu pico.
No exemplo c temos uma estrutura espacial com aproximadamente dois focos. Embora
o número de conexões realizada pela locação 2 cresça rapidamente a locação 1 à
alcança e termina com acessibilidade ligeiramente maior (RODRIGUE, COMTOIS e
SLACK, 2006).
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 30
R. F. Silva
Figura 5 Diferenças em Estruturas de Transporte
Fonte: Rodrigue 2006
Conectividade
A forma mais básica de se medir acessibilidade é pela conectividade da rede
na qual a rede é representada como uma matriz de acessibilidade (C1), que expressa a
conectividade de cada nó com seu nó adjacente. O número de colunas e linhas da matriz
é igual ao número de nós na rede e é dada para cada célula o valor de 1 se há
conectividade entre os nós ou 0 se não há. O somatório desta matriz apresenta uma
medida básica de acessibilidade conhecida como grau do nó (RODRIGUE, COMTOIS
e SLACK, 2006)
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 31
R. F. Silva
A equação 1 representa esse conceito (RODRIGUE, COMTOIS e SLACK,
2006).
Equação 1 Grau do Nó
𝐶1 = ∑ 𝑐𝑖𝑗
𝑛
𝑗
C1=Grau do Nó
Cij=conectividade entre os nós i e j
n= número de nós
A rede representada na figura 6 pode ser representada por uma matriz de
conectividade que é simples de ser construída. O tamanho da matriz de conectividade
é dado pelo número de linhas e colunas equivalentes ao número de nós na rede, como
a rede dada na figura apresenta 5 nós a matriz será 5X5. Cada célula representando a
conexão entre um par de nós recebe o valor de 1 e as que não representam uma
conexão recebem o valor de 0. O somatório de uma linha ou coluna apresenta o grau
do nó. No exemplo da figura 6 o nó C é o mais conectável por apresentar o maior
somatório de conectividades que os outros nós. Todavia essa consideração pode não
ser válida para redes mais complexas devido há um grande nível de curvas indiretas
que não são consideradas na matriz de conectividade. A matriz de conectividade não
leva em conta todos as curvas indiretas entre os nós e sobre certas circunstâncias dois
nós podem apresentar o mesmo Grau, mas ter diferentes acessibilidades. (RODRIGUE,
COMTOIS e SLACK, 2006)
Figura 6 Matriz de Conectividade
Fonte: Rodrigue 2006
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 32
R. F. Silva
Acessibilidade Potencial e Geográfica
Pela medida da acessibilidade já desenvolvida, pode se derivar em duas
simples e práticas medidas definidas como acessibilidade potencial e geográfica.
Acessibilidade geográfica é definida, na equação 2, como a soma de todas as distâncias
entre as locações dividida pelo número de locações.
Equação 2 Acessibilidade geográfica
𝐴(𝑔) = ∑ (∑ 𝑑𝑖𝑗
𝑛
𝑗
) ×1
𝑛
𝑛
𝑖
A(g)= matriz de acessibilidade geográfica
dij= distância entre os nós i e j
n= número de nós
Nessa medida de acessibilidade o nó mais acessível é o que apresentar o
menor somatório de distância. A figura 7 mostra uma forma simples de construção de
uma matriz de acessibilidade geográfica. O primeiro passo é a construção de uma matriz
da menor distância entre os nós, Matriz L. Segundo passo, construir uma matriz de
acessibilidade geográfica A(g) pelo somatório das linhas e colunas divididas pelo
número de nós o valor das linhas é o mesmo da coluna. O nó C é o mais acessível já
que apresenta o menor somatório de distâncias.
Embora a elaboração de uma matriz de acessibilidade geográfica seja
simples de ser realizada por uma planilha eletrônica ou até mesmo manualmente,
Sistemas de Informação Geográfica tem se mostrado muito mais úteis para se elaborar
uma matriz de acessibilidade, ainda mais sobre uma superfície espacial simplificada
como uma matriz; representação raster.
A Figura 7 apresenta um exemplo de matriz de acessibilidade geográfica.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 33
R. F. Silva
Figura 7 Matriz de Acessibilidade Geográfica
Fonte: Rodrigue, 2006
Acessibilidade potencial é uma medida um pouco mais complexa que a
matriz de acessibilidade geográfica uma vez que ela inclui o conceito de distância com
o peso de um dos atributos da locação na análise. As locações não são iguais e umas
são mais importantes que outras. (RODRIGUE, COMTOIS e SLACK, 2006)
A acessibilidade potencial pode ser medida pela formula abaixo
𝐴(𝑝) = ∑ 𝑃𝑖
𝑛
𝑖
+ ∑ 𝑃𝑗/𝑑𝑖𝑗
𝑛
𝑗
A(p)= Matriz de acessibilidade
Pj= Atributo do lugar J como população, área de estacionamento etc
Dij = distância entre os nós i e j
n= número de locações
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 34
R. F. Silva
A matriz de acessibilidade potencial não é transposta o que traz o conceito
implícito de atratividade e emissão
Atratividade: É a capacidade de “acesso” a uma locação e é dada pela soma dos
valores em uma coluna da matriz A(p)
Emissão: É a capacidade de sair de uma região e é dada pela soma dos valores
em uma linha da matriz A(p)
A matriz de distância é a mesma utilizada pela acessibilidade geográfica e
considerando uma matriz de população, a acessibilidade potencial pode ser calculada,
o valor das células correspondentes (i=j) é igual ao valor de seu peso o valor das células
não correspondentes (i≠j) é igual ao seu peso (Pi) dividido pela distância entre as
localidades. Quanto maior for esse valor mais acessível é uma locação, como a matriz
não é mais transposta o somatório das linhas é diferente do somatório das colunas, o
que trazendo consigo uma gradação entre atratividade e emissão (RODRIGUE,
COMTOIS e SLACK, 2006).
O nó C agora apresenta mais atratividade que emissão já o nó B apresenta
maior emissão que atratividade no exemplo da figura 8
Figura 8 Acessibilidade Potencial
Fonte: Rodrigue 2006
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 35
R. F. Silva
2.1.5. Transporte Multimodal x Intermodal
Segundo Aguiar (2011), existe na literatura nacional e internacional uma
certa indefinição nas diferenças entre essas duas terminações, transporte multimodal e
intermodal, sendo comum o seu uso como sinônimos, porém uma série de
pesquisadores consideram a existência de uma grande diferença entre os termos. O
único consenso entre os estudiosos do tema é de que o transporte intermodal e
multimodal utiliza mais de um modo de transporte para movimentar cargas da origem
ao destino.
Segundo a ANTT (2011), o conceito de transporte multimodal no Brasil é o
oferecido pela Lei 9.611/98 que está em ressonância com o estabelecido em acordos
internacionais firmados pelo Brasil e os demais países a América Latina em 1994.
Transporte multimodal de Cargas é aquele que, é regido por um único contrato e se vale
de duas ou mais modalidades de transporte para levar uma carga da sua origem ao seu
destino e é executado por um único operador de transporte multimodal. Ele compreende
não somente o transporte, mas as operações de coleta, unitização, desunitização,
movimentação e entrega da carga até o destinatário bem como os serviços contratados
entre a origem e o destino como consolidação e desconsolidação documental da carga.
O termo Transporte Intermodal já não possui mais base jurídica pois a
legislação que o definiu, Lei 6.288/75 foi revogada, porém o conceito de transporte
intermodal não foi substituído pelo multimodal pois segundo a ANTT existem diferenças
conceituais entre os dois termos.
Segundo o relatório da ANTT de 2011, a operação intermodal tem por
característica o compartilhamento de responsabilidades entre os operadores dos
diversos modos havendo a necessidade de emissão de documentos para cada trecho
já o multimodal apresenta a particularidade de apresentar um agente único que possui
a responsabilidade sobre a carga em todo o percurso independentemente do modo a
ser utilizado e da emissão de um único conhecimento de transporte, que acompanhará
a carga até o seu destino final.
Aguiar (2011) apud Novaes (2007) conceitua transporte intermodal como a
utilização de dois ou mais modais em simples integração física e operacional. E o
conceito de transporte multimodal se refere não somente a inter-relação física como
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 36
R. F. Silva
também a integração de várias outras atividades do processo como frete, programação
e responsabilidade sobre a carga.
Carvalho (2004) conceitua transporte intermodal como o transporte de uma
carga por mais de um modal se valendo de conhecimentos de carga diferentes para
cada modal, já o multimodal como possuinte de um único conhecimento para realizar o
transporte da origem ao destino, sendo essa atividade realizada por um único agente
responsável. A diferença entre a intermodalidade e a multimodalidade se encontra na
necessidade de emissão individual de um documento para cada modal e a divisão de
responsabilidades entre os transportadores (AGUIAR, 2011).
Segundo Yang et al (2011) intermodalidade descreve o movimento de
mercadorias por diversos modos de transporte sem que haja manipulação das
mercadorias durante a transferência de modos.
Meng e Wang (2011) consideram o transporte intermodal como uma
ferramenta para o transporte de forma eficiente a longas distâncias se valendo de
diversos tipos de transporte como: rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial, aéreo e
dutoviário.
Hanaoka e Refni (2011) classificam o transporte multimodal e intermodal da
mesma forma, ou seja, utilizam mais de um modo de transporte para a entrega de
produtos da origem ao destino. Eles ressaltam ainda o grande estudo do tema por
políticos e planejadores a fim de promover o transporte intermodal/multimodal.
Este trabalho seguirá a recomendação de Aguiar (2011) e irá considerar a
definição de transporte multimodal apresentada pela legislação vigente.
2.1.6. Plataforma Logística Multimodal
As Plataformas Logísticas surgiram na França nos anos de 1960 com o
avanço dos estudos sobre gerenciamento de operações. O objetivo inicial das
plataformas logísticas era o de reduzir o fluxo desordenado de materiais pelos terminais
de carga dos subúrbios das grandes cidades de forma a concentrar e aperfeiçoar a
distribuição e eventualmente reduzir os custos (SPRICIGO e DA SILVA, 2010)
Na Europa as Plataformas estão associadas aos portos marítimos, por sua
importância nos fluxos de comércio exterior elas são responsáveis por uma redução nos
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 37
R. F. Silva
custos logísticos de 12% e em um acréscimo de 40% na produtividade em relação às
empresas que não realizam suas operações pela plataforma (SPRICIGO e DA SILVA,
2010)
Spricigo e da Silva (2010) apud Bourdoin (1996) conceitua Plataformas
logísticas como o lugar no espaço onde se reúne tudo o que diz respeito à eficiência
logística. Acolhem zonas logísticas de empreendimentos e infraestruturas de transporte,
importantes por sua dinamização da economia por melhorar a produtividade das
empresas além de gerar empregos e viabilizar as atividades logísticas devido à
necessidade de se organizarem as instalações para atender melhor aos clientes que
podem ser indústrias ou distribuidores. A armazenagem e as outras instalações
importantes para o transporte marcam o lugar sendo necessário agrupar os diferentes
tipos de clientes.
De acordo com a Associação Europeia de Plataformas Logísticas, existem
dois tipos de plataformas logísticas as unimodais e as multimodais. As Plataformas
Logísticas Unimodais como o próprio nome indica são aquelas onde o transporte é
realizado por um único modo de transporte e as multimodais aquelas que disponibilizam
uma maior variedade de modos de transportes cabe ressaltar para que não se faça
confusão essas plataformas multimodais podem possuir ou não operadores logísticos
que ofereçam serviços de transporte multimodal, mas necessariamente tem a sua
disposição mais de um modo de transporte (SPRICIGO e DA SILVA, 2010)
A Classificação das Plataformas Logísticas Unimodais são os Centros ou
Terminais Rodoviários, os Centros de Distribuição Urbanos, os Parques de Distribuição
e os Centros de Transporte. Já as Plataformas Logísticas Multimodais são, segundo os
conceitos da Europlatforms, as Zonas de Atividades Logísticas Portuárias (ZAL), os
Centros de Carga Aérea e os Portos Secos (SPRICIGO e DA SILVA, 2010)
Essas estruturas serão classificadas abaixo:
a) Zonas de Atividade Logística Portuária (ZAL): São Plataformas
Logísticas agregadas a portos e situadas adjacentemente aos terminais marítimos de
contêineres. O desenvolvimento dessas plataformas permite a expansão da área de
influência e atração de portos a exemplo do porto de Roterdã de Barcelona, Valência,
Algeciras e Sines.
b) Centros ou Terminais de Carga Aérea: Centros especializados na
movimentação de carga no intercambio terra/ar no que diz respeito ao tratamento de
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 38
R. F. Silva
mercadorias. A prestação de serviço Logístico nesse tipo de plataforma ocorre de forma
sequencial: primeiro se trata da carga geral e depois é feito a prestação dos serviços
relacionados ao despacho da carga. São exemplos na Europa a Paris-Orly, Frankfurt-
Amsterdã-Shinpholl e Madri-Barajas.
c) Portos Secos (Dry Ports): É um terminal multimodal situado no interior de
um país (Zona Secundaria) e que permite efetuar a ligação de um porto e a respectiva
Origem e ou Destino. Esses portos possuem zona multimodais e incluem no seu interior
outras atividades funcionais como serviços aduaneiros conhecidos também por EADI –
Estação Aduaneira do Interior.
Estas zonas e plataformas se desenvolveram para abrigar plataformas de
embarque de mercadorias de alguns atores da economia, chamados de atores
logísticos, em particular os industriais, distribuidores, transportadores e prestadores de
serviço (SPRICIGO e DA SILVA, 2010)
Spricigo e da Silva (2010) apud Bastos (2006) define os objetivos dessas
plataformas como sendo:
a) A Organização Espacial: Tem por objetivo disciplinar a localização de
atividades que consomem muito espaço, tais como áreas de estocagem de produtos,
estacionamento e manobras de transporte de cargas. Evitar a degradação do tecido
urbano, em especial as periferias de centros urbanos por impactos negativos causados
por infraestruturas de má qualidade estética bem como externalidades negativas como
poluição do meio ambiente
b) Gerar empregos especializados a nível local: As atividades logísticas são
consideradas de nível médio e alto de especialização e contribuem para a geração de
empregos especializados em especial na área de gestão em todos os níveis
Uma plataforma logística é formada por três subzonas com funções
especiais (Duarte, 1996).
a) Subzona de serviços gerais: está zona atende aos interesses de três
níveis que geram demanda; o homem, a máquina e a empresa. Ao homem são
destinadas as áreas de recepção, serviços de informação, acomodação e alimentação;
às máquinas são destinadas áreas para estacionamento, reparos e abastecimento; e ás
empresas são oferecidos serviços de alfândega áreas para administração e
comunicação.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 39
R. F. Silva
b) Subzona de transporte: Abriga infraestruturas de transporte. É muito
importante que uma plataforma logística seja multimodal e possua terminais
multimodais, integrando diversos modos de transporte como marítimo, rodoviário,
ferroviário e aéreo, possuindo pelo menos dois tipos de modais de transporte.
c) Subzona destinada aos Operadores Logísticos: Zona destinada a
instalação de facilidade que permitam aos operadores logísticos prestar serviços de
fretamento, corretagem, assessoria comercial e aduaneira, aluguel de equipamentos,
armazenagem, transporte e distribuição.
O conceito de Plataforma Multimodal surge na França, desenvolvido pelo
Groupement Européan D’intérêt Economique (GEIE) com a finalidade de substituir os
ineficientes terminais de carga. O GEIE delimitou o conceito como sendo de uma zona
delimitada onde são ofertados por diversos agentes logísticos, atividades relacionadas
a logística regional, nacional e internacional. Sua localização deve estar relacionada
com diversos modais de transporte de carga disponíveis. Sua definição é feita através
dos estudos dos fluxos dos insumos, mercadorias e serviços, associados a uma
avaliação de seus nós de suprimento e distribuição buscando a otimização dos ganhos.
(SPRICIGO e DA SILVA, 2010).
A figura 9 foi retirada do trabalho de Spricigo e Da Silva (2010) e retrata na
visão de Boudoin (1996) a organização de uma PL em sua divisão em três unidades
espaciais.
Figura 9 Esquema do Conceito de Plataforma Logística
Fonte: Spricigo e Da Silva (2010).
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 40
R. F. Silva
As plataformas logísticas unimodais e multimodais foram, também,
conceituadas pelo Ministério de Fomento da Espanha (1999) apud Duarte (2004) como
sendo pontos ou áreas de ligação das redes logísticas, inclusive a logística de
transporte, nas quais se concentram atividades e funções técnicas de alto valor
agregado. O conceito adotado pela associação europeia de Plataformas –
EUROPLATFORMS – é o de zona delimitada na qual se desenvolvem por diferentes
operadores logísticos, todos os processos referentes a logística tanto de suprimento
quanto de distribuição física de produtos, atendendo às relações locais, regionais e
internacionais e globais. Esses operadores logísticos podem ser proprietários,
arrendatários das edificações, equipamentos, instalações (armazéns, áreas de
estocagem, oficinas de manutenção) que fazem parte da plataforma logística
(SPRICIGO e DA SILVA, 2010)
Boudoin (1996) divide as etapas para construir uma plataforma logística em
um modelo semelhante ao apresentado na tabela 1.
Tabela 1- Etapas para a Construção de uma Plataforma Logística
Etapa 1 Analisar a Localização Geográfica da PL pretendida
Etapa 2 Definir Suprimento
Etapa 3 Determinar o Transporte
Etapa 4 Definir Armazenagem
Etapa 5 Determinar Subzonas da Plataforma
Etapa 6 Definir Transporte Multimodais
Etapa 7 Definir Serviços Logísticos
Etapa 8 Definir Serviços Alfandegários
Etapa 9 Definir Sistema de Informação
Etapa 10 Definir Critérios de Segurança
Etapa 11 Definir Distribuição
Etapa 12 Determinar Critérios de Proteção Ambiental
Fonte: Adaptado Spricigo e da Silva (2010).
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 41
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2.2. POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO SOB A ÓTICA DA GEOGRAFIA
ECONÔMICA
2.2.1. Política de Desenvolvimento
Ao se observar no mundo a existência de dois grupos de países, países
ricos e países pobres, e até mesmo dentro de um país regiões mais prosperas e de
economias mais dinâmicas em contraste com economias deprimidas, um grande
número de pesquisadores da área econômica buscaram explicar a causa dessa
dicotomia e a propor ações para a mitigação desses cenários (FURTADO, 1967)
Teorias que explicam o comportamento econômico da sociedade,
construídas pela contribuição dos clássicos David Ricardo, Adam Smith, Karl Marx entre
outros e das contribuições dos economistas neoclássicos possibilitaram deslumbrar
estratégias para vencer o subdesenvolvimento e as crises cíclicas (FURTADO, 1967).
Entre os fatores que influem o desenvolvimento, segundo essas leituras,
pode se destacar a formação primaria de capital, elasticidade da oferta de mão de obra,
flexibilidade da oferta e demanda além da tendência às taxas declinantes dos lucros na
economia, do progresso tecnológico e da liberdade dos capitais de migrarem para áreas
onde as taxas de lucro sejam mais elevadas. (FURTADO, 1967).
Segundo algumas leituras a tendência da economia seria de conforme o
capitalismo avança sobre sociedades tradicionais de economias de subsistência,
ocorreria um processo de sucessão econômica para agricultura de alta produtividade
abastecendo mercados consumidores urbanos e industriais, passando a uma estrutura
industrial de beneficiamento, consolidação de centros urbanos locais e diversificação da
indústria. Porém o que se observa é a manutenção da dependência destas regiões mais
atrasadas de grandes mercados consumidores industriais além da inversão dos termos
de troca, razão ente o preço de matérias primas exportadas por países
subdesenvolvidos e produtos industrializados importados de países desenvolvidos, que
amplifica esse cenário (FURTADO, 1967).
Observa-se a necessidade do planejamento do Estado para mudar esse
cenário seja por política cambial, fiscal ou um conjunto de políticas visando o
desenvolvimento como grandes investimentos públicos em infraestrutura ou insumos
básicos para a indústria (FURTADO, 1967).
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 42
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Tanto na União Soviética nos anos 30 com sua política de desenvolvimento
da Sibéria quanto a política dos Estados Unidos de investimentos na Bacia do Vale do
rio Tennessee objetivaram grandes investimentos públicos em construção de
infraestrutura em regiões periféricas para fornecer condições de instalação de outras
indústrias em regiões de economia deprimida servido tanto no lado da oferta de insumos
a atividade da indústria, transportes e energia elétrica, quanto criando demandas para
serem atendidas pela economia local alavancando o seu desenvolvimento. O sucesso
em partes dessa politicas influenciaram uma grande geração de economistas que
passara m a estudar os efeitos e estratégias dessas políticas (FURTADO, 1967).
Teoria do Big Push
Grande parte dos estudos sobre crescimento econômico miram em relações
lineares causadas por uma série de fatores como educação, tributação,
desenvolvimento do setor financeiro, abertura econômica e outros porém a
complexidade do tema crescimento econômico e a dificuldade na determinação de seus
determinantes sugere a existência de fatores não lineares. Rossenstein-Rodan
apontaram essas não linearidades em seu trabalho seminal de 1943. (Lopes, 2006).
Segundo Lopes (2006) apud Murphy, Shleifer & Vishny (1989) é explorada
a ideia de que a industrialização simultânea de diversos setores da economia ao mesmo
tempo pode ser lucrativa a todos eles ainda que se a mesma ocorresse isoladamente a
cada um desses setores apresentaria um prejuízo. Essa análise leva em conta
concorrência imperfeita e com “spillover de demanda agregada” e o Big Push na
industrialização é encarado como um movimento de mau para bom equilíbrio (Lopes,
2006).
As causas para o baixo crescimento e de restrição de industrialização
poderiam ser explicadas pelo tamanho reduzido dos mercados domésticos atrelados a
um comércio internacional que não é livre e tem custos desta forma as firmas não seriam
capazes de vender o suficiente para adotar tecnologias com retornos crescentes e
promover um Big Push industrial. Segundo o trabalho de Rossenstein-Rodan (1943) se
vários setores da economia adotassem essas tecnologias simultaneamente cada um
criaria renda que se tornaria fonte de demanda por bens de outros setores, ampliando
assim os mercados e tornando lucrativa a industrialização para todos os setores (Lopes,
2006).
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 43
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Lopes (2006) admite que uma economia pode assumir um estado pré-
industrial e um estado de industrialização moderna sendo o último estado superior ao
primeiro.
As externalidades Pecuniárias geradas pela competição imperfeita com
grandes custos fixos são a fonte dessa multiplicidade de equilíbrios. Não são
necessários aprimoramentos exógenos nas dotações ou nas oportunidades
tecnológicas para que a economia mova-se para um equilíbrio de
industrialização. É necessário apenas o investimento coordenado de todos os
setores. Essa multiplicidade de equilíbrios, porém, não é automática, pois,
mesmo quando as externalidades pecuniárias são importantes, o equilíbrio
pode ser único (Lopes, 2006).
Lopes (2006) considera a análise de Murphy, Shleifer & Vishny (1989), tendo
uma base no papel dos mercados domésticos na industrialização e assume a hipótese
de que spillovers de demanda agregada são fortes o suficiente para provocar um Big
Push mesmo em mercados domésticos pequenos. A existência de externalidades
positivas de crescimento entre os setores evidencia a relevância dos mercados
domésticos, constituem condição necessária, mas não o suficiente para provocar um
Big Push. Os autores considerando a importância crucial dos mercados domésticos
apresentam três mecanismos para a geração de spillovers de demanda agregada,
capazes de desencadear um Big Push em países menos desenvolvidos.
i. Mecanismo 1: Big Push com Premio Salarial na Industria
Esse primeiro modelo tem suas origens na obra de Rossenstein-Rodan
(1943), ele considera que para uma indústria traga trabalhadores do campo para a
cidade deva-se pagar um prêmio salarial para compensar a movimentação
desnecessária. A firma, porém, não conseguiria pagar salários maiores a princípio pois
suas vendas seriam demasiadamente baixas porém se todas as firmas expandissem no
mesmo momento todas venderiam seus produtos para os trabalhadores das demais
firmas, podendo pagar um prêmio salarial e promovendo a industrialização. (LOPES,
2006).
Este primeiro mecanismo de geração de Big Push se baseia no pagamento
de prêmios de salário na produção em massa. A industrialização aumenta a demanda
por bens manufaturados porque os trabalhadores recebem maiores salários para
trabalhar nas plantas industriais com retornos crescentes de escala, do que em outras
atividades. Logo, mesmo apresentando prejuízos uma firma pode beneficiar firmas em
outros setores pois está aumentado a renda do trabalho e a demanda por produtos
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diversos. Neste contexto pode se obter dois equilíbrios um com industrialização e um
sem industrialização devido à falta de coordenação (LOPES, 2006).
ii. Mecanismo 2: Big Push por investimentos privados
O segundo modelo se baseia no aspecto intertemporal da industrialização.
A industrialização tem o efeito de reduzir a renda corrente e elevar a futura. Os
benefícios dos investimentos correntes na redução dos custos só serão percebidos após
um longo período de tempo. Quanto mais setores se industrializarem hoje, maior será o
nível da renda e da demanda futura. Desse modo, a rentabilidade dos investimentos
depende da existência de um número suficiente de setores investindo, de modo que
uma alta demanda agregada no futuro possa justificar a instalação de uma planta em
larga escala hoje. Se uma planta gerar um fluxo de caixa positivo no futuro isso gerará
uma demanda por produtos em outros setores mesmo se o seu próprio investimento
tiver um valor presente líquido negativo. Como resultado o investimento realizado por
uma empresa torna o interessante o investimento por outras empresas. (LOPES, 2006).
O efeito do o investimento de uma firma sobre o mercado de outros setores
não é a única externalidade pecuniária relevante. Um importante componente da
industrialização para o qual externalidades pecuniárias podem ser cruciais é o
investimento conjunto em bens intermediários, como por exemplo infraestrutura. Este
tipo de custo é fixo de tal forma que quanto mais usuários se beneficiarem dele ajudaram
a pagá-lo cada usuário ajudará os outros usuários impulsionando a industrialização.
Como resultado, a infraestrutura só será produzida quando muitos setores se
industrializarem e se tornarem seus usuários.
Neste modelo dinâmico de investimentos e no modelo de prêmios de
salários apresentado no mecanismo 1 a coordenação dos investimentos entre setores
leva à expansão dos mercados para todos os bens industriais e pode ser
autossustentável mesmo que uma firma não consiga realizar os investimentos sem ter
prejuízo. Nesse modelo de investimento, as expectativas positivas e o entusiasmo dos
empreendedores promoveriam um Big Push. Empresas tendem a investir quando
acreditam que outras empresas investirão a chamada profecia auto realizada. O efeito
da não coordenação e as expectativas negativas quanto aos investimentos em outros
setores produziriam um equilíbrio de não-industrialização (LOPES, 2006).
iii. Mecanismo 3: Big Push com investimentos públicos
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A realização de grandes obras de infraestrutura pelo setor privado pode
chocar com problemas de coordenação. Basicamente há duas razões pelas quais um
grande investimento privado em infraestrutura pode não ser realizado mesmo sendo
socialmente eficiente realiza-lo. Em primeiro lugar é difícil discriminar preços entre
usuários. Se fosse viável cobrar de cada firma de forma proporcional a seus lucros
obtidos em decorrência do uso da infraestrutura não haveria esse problema. O projeto
não será realizado caso não se observe o impulso industrial a ser gerado no momento
seguinte. Falhas de coordenação e incertezas fazem emergir o papel do estado na
promoção do desenvolvimento industrial e do crescimento econômico. Os investimentos
estatais e a coordenação dos investimentos privados pelo estado compõem, portanto,
o terceiro mecanismo gerados de Big Push industrial (LOPES, 2006).
O trabalho desses autores propõe mecanismos para que uma economia
atrasada possa desenvolver um Big Push industrial por meio da coordenação de
investimentos entre setores. Todos os mecanismos têm em comum a necessidade de
complementaridades entre setores industriais trabalham por meio dos efeitos gerados
pelo tamanho do mercado. Os dois primeiros modelos têm em comum o problema de
coordenação entre os agentes o que pode dificultar o crescimento. Nesse último modelo
as falhas de coordenação são superadas pela ação estatal (LOPES, 2006).
2.2.2. Teoria Econômica Regional
O elemento espaço não encontra local nas teorias econômicas clássicas e
neoclássicas, essa análise estática considera como variável essencial o fator tempo.
Somente na análise das trocas internacionais que o fator espaço aparece apoiado,
contudo na hipótese irrealista de custo de transporte nulo. No interior das economias
nacionais, em verdade, poderia não haver motivos para análises espacial uma vez
considerado a perfeita mobilidade dos fatores de produção, dos bens e serviços e das
pessoas. Ela conduziria o sistema econômico ao equilíbrio uma vez que se observasse
as desigualdades marginais e transitórias nos custos de produção, nos salários e nos
preços dos bens. Havendo uma diferença nesses elementos os fatores de produção se
deslocariam instantaneamente em resposta a ganhos marginais, restaurando o
equilíbrio entre as regiões (DE SOUZA, 1981).
Dessa forma as forças do mercado seriam suficientes para levar a economia
para a condição de equilíbrio e a ação do estado não seria necessária. Os elementos
vitais para a análise econômica regional, localização da atividade econômica custos de
transporte e localização, quando não considerados nulos, eram medidos pelo ganho ou
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perda de tempo. Mais uma vez o elemento tempo toma o lugar do espaço na análise
(DE SOUZA, 1981).
As condições dinâmicas e o papel do tempo na economia tornada a variável
importante na economia em parte pelo desenvolvimento da escola histórica alemã,
proporcionavam bom elementos para a análise econômica em especial pela sua
facilidade de se inserir em análises matemáticas mais precisas delegando ao espaço
uma segunda categoria, uma variável não econômica (DE SOUZA, 1981).
A Análise Neoclássica
Segundo de Souza (1981) as condições para o equilíbrio neoclássico são as
seguintes:
a) Igualdade dos preços dos fatores em todas as regiões
b) Igualdade da produtividade marginal dos fatores em todo o espaço
nacional (mesma tecnologia e mesma produtividade da mão de obra em toda a região)
c) Igualdade do preço de produtos idênticos em todo o espaço (inexistência
do custo de transporte e de todos os custos relacionados a distância)
d) No equilíbrio supõe se a igualdade entre produtividade marginal de um
dado fator e o seu preço, em cada região
Tendo em vista que os preços e a produtividade marginal são os mesmos
em todas as regiões. O equilíbrio dos inter-regional então é tido como o conjunto dos
equilíbrios regionais (somatório das quantidades de equilíbrio de um dado bem a um
mesmo preço) (DE SOUZA, 1981).
Essas condições implicam que a variação do equilíbrio é dada
exclusivamente por mudanças tecnológicas e por alterações de demanda. Existe
convergência inter-regional de preços dos fatores e de renda instantânea e sem custos
de tal forma que toda mobilidade de fatores cessaria uma vez atingido o equilíbrio, ou
seja, convergência dos preços de bens e fatores em todas as regiões dessa forma não
haveria motivos para mobilidade de recursos (DE SOUZA, 1981).
Nesse sentido a alocação ótima de recursos de uma região coincidiria com
o ótimo do sistema nacional de regiões. Essa maximização da renda regional com a
renda nacional implica da hipótese de concorrência perfeita e de continuidades
espaciais. Entretanto, havendo custos de transporte significativos, os preços dos fatores
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e dos bens serão diferentes entre as regiões uma vez que as zonas de produção não
serão necessariamente as mesmas de consumo (DE SOUZA, 1981).
A presença de economias de escala nas empresas e economias externas
nas indústrias haveria indução a movimentos dos fatores de produção em sentido
oposto aos do equilíbrio. Com isso aumentariam as diferenças regionais nos preços dos
fatores, em vez de diminuir. Igualmente o grau de urbanização e as diferenças na
produtividade do trabalho acarretam divergências nas taxas de salário, implicando
desigualdades regionais nas condições de equilíbrio entre regiões (DE SOUZA, 1981).
Por outro lado, as distâncias e preferências, limitam a migração da mão de
obra de uma região para outra em respostas ás variações marginais nas taxas de
salário. Esse imobilismo natural verificasse em relação aos demais fatores de produção.
Tendo em vista a dotação inicial dos recursos naturais diferentes entre regiões, a regra
do desequilíbrio é mais aceitável que a do equilíbrio (DE SOUZA, 1981).
Abordagens da Economia Regional
A volta do enfoque a economia regional se dá ao observar as crescentes
desigualdades regionais provando que os postulados da teoria neoclássica estavam
errados e de que o fator espaço é importante e deve ser levado em consideração nas
teorias econômicas (DE SOUZA, 1981).
Ao lado das deficiências teóricas da abordagem neoclássica da existência
de custos de transporte significativos, do fator distancia que concede proteção
monopolística às empresas, constata-se a urbanização e industrialização ocorrendo de
maneira desigual no espaço isso acentuou o abismo entre regiões ricas e regiões pobres
num mesmo país (DE SOUZA, 1981).
A economia regional compõe o estudo da diferenciação espacial, das inter-
relações entre as áreas dentro de um sistema nacional de regiões, enfrentando um
universo de recurso escassos, desigualmente distribuídos no espaço e imperfeitamente
moveis. Há separação espacial entre os mercados de consumo, fontes de recurso e
locais de produção; esses fatores não se distribuem igualmente no espaço não só pela
imperfeita mobilidade, mas também devido a dotação de recursos e estoques iniciais
desiguais. Nem todas as áreas são exploradas na mesma intensidade e ao mesmo
tempo, as que são valorizadas primeiro terão vantagem adicional sobre as demais (DE
SOUZA, 1981).
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A Economia Regional compreende: a introdução do elemento espaço na
análise econômica; o estudo de problemas localizados e que envolvem
separação espacial como a estrutura dos parques industriais locais e
regionais os meios de comunicação entre dois ou mais centros urbanos o
problema do emprego rural e urbano, as finanças municipais e regionais , o
aproveitamento racional dos recursos naturais locais, os impactos dos
investimentos em determinadas industrias sobre os empregos , as demais
indústrias e as finanças públicas (De Souza, 1981).
Segundo Walter Isard citado por de Souza (1981) a economia regional se
depara com cinco problemas básicos:
a) Identificar as indústrias a implantar com prioridade em cada região, para
maximizar o crescimento regional e assegurar a viabilidade financeira do
empreendimento
b) Aumentar a renda per capita e os níveis de emprego regionais
c) Proporcionar a integração interna do parque industrial regional, bem
como a sua diversificação
d) Proporcionar o planejamento nacional com base na agregação dos
planejamentos regionais buscando a alocação racional dos recursos escassos
e) Ocupar mais racionalmente o espaço nacional repartindo da melhor
forma possível as pessoas e as atividades econômicas
Existem três maneiras de se analisar o efeito da dimensão espaço no
comportamento da economia
i. Abordagem linear: Consiste em tomar como fixos os sistemas de
transporte, e a localização das atividades econômicas e dos recursos
produtivos. Por essa abordagem considera-se o espaço como fator
de atrito no fluxo de bens, serviços e fatores entre dois pontos fixos.
Esse atrito espacial é medido pelo custo de transporte, que limita a
interação espacial reduzindo os fluxos. Dentro dessa abordagem o
problema da Economia Regional é minimizar o atrito entre dois
pontos, que são medidos pelos custos de transporte, este se
apresenta como função linear da distância
ii. Abordagem locacional: Esta abordagem estuda os fatores de
locação dos agentes econômicos e maximizar os lucros no espaço
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ela procura estudar o porquê das atividades econômicas de se
localizarem em determinados pontos e não em outros. O espaço e
descontinuo formado por uma matriz de localizações possíveis para
a atividade econômica
iii. Macroeconomia Regional: Estuda a inter-relação entre as regiões e
a economia nacional. As regiões integram-se no sistema nacional,
desagregam se modelos nacionais para o nível regional. Nessa
abordagem a região torna-se um ponto e não se considera
efetivamente o elemento espaço na análise
Principais Teorias Econômicas Regionais
O conteúdo da economia regional segundo de Souza (1981) enriqueceu
muito devido a revisão de Meyer em 1963. Meyer (1973) arrola como conteúdo somente
quatro itens
a) Teoria locacional (Lösh)
b) Teoria do Multiplicador (Base econômica)
c) Análise Interindustrial de insumo-produto (Leontief)
d) E programação matemática
Foram acrescentados de 1960 para cá (DE SOUZA, 1981);
a) Teoria do Crescimento Regional (Richardson)
b) Teoria dos Polos de Crescimento (Perroux)
c) Contabilidade Regional (Stone)
d) Modelos Gravitacionais
e) Análise Espacial dos Preços (microeconomia espacial)
f) Teoria da difusão espacial de inovação, de tecnologia, de bens e serviços
e fatores de produção
Além desses itens a economia espacial pode se diversificar ainda mais
enfatizando-se a estrutura de mercado, organização financeira, capacidade
empresarial, decisão de investimento, política fiscal, além do tema “efeitos da separação
espacial” (DE SOUZA, 1981).
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Teoria Locacional
Dente os itens apresentados para a análise do espaço na economia este
trabalho irá focar na teoria locacional.
Essa teoria é a rama mais velhas da teoria economia regional, ela enfatiza
o papel dos custos de transporte. Muitos trabalhos buscam a construção de uma teoria
geral de localização tentando agregar a análise os efeitos da aglomeração e a
maximização dos lucros, a minimização dos custos totais (embora os custos de
transporte não sejam mínimos). O problema da localização ótima é da incerteza da
manutenção, no futuro, dos padrões de custo do presente. Por outro lado, tem-se um
conflito entre a maximização de lucros e a utilidade daquele que toma a decisão de
localizar-se em uma determinada área. A escolha da localização com base na satisfação
tende a ocorrer em uma grande cidade, com alto grau de acessibilidade rodoviária e, se
possível perto das fontes de matérias primas, onde a firma mesmo não maximizando os
lucros maximiza a satisfação dos proprietários por lazer e minimiza os riscos (DE
SOUZA, 1981)
A concentração tende-se a efetuar em uma mesma indústria, na forma de
complexos industriais. A teoria da localização tende a esbarrar nas dificuldades
decorrente da análise simplificada de suposições de concorrência perfeita (coeficientes
de produção constantes, ou preço fixo, padrões de consumo constantes. Economias de
escala, externalidades, indivisibilidades, são exemplos de que o equilíbrio competitivo
não será atingido (DE SOUZA, 1981)
Uma série de estudiosos da teoria locacional se debruçaram a compreender
aos motivos determinantes para a locação da atividade econômica no espaço, dentre
eles podemos destacar, na tabela 2 adaptada de Alves 2011 os principais expoentes e
o cerne de suas contribuições
Tabela 2 - Principais Teorias Locacionais
Autor Ano da
Teoria
Teoria Atividade
Econômica
Conceitos Desenvolvimento
Regional
Von
Thünen
1826 Estado Isolado Agropecuária Anéis
Concêntricos
Base Local -
Regional;
Relação Campo
/Cidade
Weber 1909 Custos de
Transporte
Industrial Ponto Ótimo Base Local;
Proximidade
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entre Matéria
Prima e
Consumidor
Christaller 1933 Lugares
Centrais
Comércio e
Serviços
Rede
Urbana
Base Local –
Regional
Lösh 1939 Áreas de
Mercado
Industrial Paisagens
econômicas
Base Local –
Regional
Isard 1956 Equilíbrio
Regional
Industrial Região
Econômica
Base Regional -
Nacional –
Internacional
Porter 1998 Competitividade
e Cooperação
Agropecuária
e Industrial
Cluster –
Arranjos
produtivos
Locais
Valorização do
Regional
Buscando o
mercado Global
Fonte: Alves 2011
Teoria da Locação Industrial de Weber
A Teoria da localização da atividade industrial de Alfred Weber (1909), busca
por luz as causas da localização industrial levando em conta os custos do transporte de
matérias primas e produtos acabados em função da localização dos mercados
consumidores e da localização próxima à da mão de obra das empresas (ALVES, 2011).
A figura 10 ilustra essa teoria.
Figura 10 Ponto Critico de Weber
Fonte: Maccan e Phillip (2001)
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A teoria de Weber busca a otimização dos custos de transporte, ou seja, a
localização da atividade industrial deve buscar os pontos no espaço que apresente o
menor custo de transporte de uma combinação de fatores como fontes de matérias
primas, mercados consumidores e mão de obra e que seja compatível com essas três
variáveis. Do ponto de vista da produção Weber busca o local no espaço onde o custo
de produção seja o mínimo possível (ALVES, 2011)
Por se tratar de uma localização ótima, à perspectiva de desenvolvimento
econômico, essa teoria tem efeito local ou regional haja vista que os custos de
transporte são função linear do espaço e ao buscar a minimização destes custos tem
se uma limitação do seu efeito de influência (ALVES, 2011).
Teoria do Lugar Central de Christaller
Essa teoria tem grande influência dos trabalhos de Von Thünen, pois, ambas
trabalham com a ideia de distribuição espacial da atividade econômica que organiza a
população no espaço. O geografo Walter Christaller propõe a teoria do Lugar central
que ilustra a relação do espaço geográfico visto de suas funções econômicas com a
organização da população (ALVES, 2011).
A teoria do Lugar Central, ou Teoria da Centralidade de Christaller (1933) se
baseia num modelo de rede urbana e seu dinamismo. Considerando o espaço
geográfico como um sistema hierarquizado, e buscando o suporte teórico-metodológico
de Von Thünen (1826) na espacialização da atividade agrícola, de Weber (1922) para a
localização da atividade industrial e de Engländer (1924), que inter-relaciona as partes
da teoria econômica com a relação espacial (ALVES, 2011).
Segundo Duarte (1976) apud Alves, 2011, Christaller se preocupava, na sua
teoria, em demonstrar que a distribuição espacial da população poderia afetar o
desenvolvimento da localidade central, em áreas onde a população é dispersa o
desenvolvimento da localidade central é menor que áreas onde a população está
concentrada. Nelas o consumo de bens e serviços originados na localidade central é
menor do que nas regiões densamente povoadas.
Seu enfoque populacional e de planejamento urbano, permite destacar
alguns elementos importantes para a questão do espaço rural e urbano, como a divisão
do espaço em setores de influência das atividades econômicas das cidades, suprimindo
as atividades agrícolas (ALVES, 2011). A figura 11 apresenta uma rede hierárquica de
cidades pela ótica de Christaller.
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Figura 11 Teoria do Lugar Central
Fonte: Alves 2011
A teoria dos Lugares Centrais mostra a organização espacial da população
de acordo com a importância e o dinamismo das atividades econômicas, principalmente
comércio e indústria. A proximidade de centros industriais e comerciais faz com que a
distribuição da população se dê no entorno desses polos agregadores, ou seja, uma
polarização de centros urbanos que se inter-relacionando criam redes (ALVES, 2011)
A questão do espaço urbano é bem definida no modelo de Christaller, no
qual é representada na hierarquia urbana; vilas, centro, cidades e conturbação; porém
o espaço rural é definido como um espaço pouco habitado e com atividades pouco
dinâmicas, dispersas e com baixa polarização (ALVES, 2011).
Para Christaller (1933) o espaço urbano é aquele local densamente
povoado, com presença de atividades comerciais e industriais, na qual existe hierarquia
entre esses diferentes espaços. O espaço rural, em contraste, seria a inexistência de
uma concentração, baixa atividade econômica não gerando nenhum atrativo para a
população, não formando redes hierárquicas entre esse espaço (ALVES, 2011).
O ponto fundamental da teoria de Christaller nas análises da relação campo
e cidade está na elaboração de um modelo que posiciona a cidade como lugar central
para onde o controle de toda a relação com o campo sendo subordinadas as decisões
socioeconômicas oriundas do mundo urbano. A relação Campo-Cidade é totalmente
assimétrica sendo o campo um mero reflexo das relações da cidade (ALVES, 2011).
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3. METODOLOGIA PARA A LOCAÇÃO DE UMA PLATAFORMA
LOGÍSTICA MULTIMODAL (PLM)
3.1. APRESENTAÇÃO
As teorias locacionais abordadas, enfatizam os custos de transporte na
escolha do local ótimo para uma determinada atividade econômica. Cada instalação tem
suas demandas naturais e a sua localização ótima é aquela que minimiza os custos de
acesso aos seus “fornecedores” ou aos seus “clientes”.
Para equacionar essa problemática deve-se em primeira instância conhecer
as necessidades da instalação e as características da área onde ela será inserida. Pela
teoria de Weber o local ótimo para a instalação de uma atividade industrial é aquele
onde se obtém os menores custos de transporte para uma combinação de fatores.
A metodologia para a determinação de um lugar ótimo para a instalação de
uma PLM deve buscar o local que atenda a maior área possível de uma região levando
em conta a diversidade da distribuição espacial e setorial da economia.
O local que irá abrigar a PLM será beneficiado diretamente pela sua
instalação promovendo o desenvolvimento da sua economia. Porém o objetivo da
instalação é o de provocar uma queda nos custos de transporte de toda a sua área de
influência bem como disciplinar seus fluxos de carga além de ter sua viabilidade
econômica garantida pela proximidade relativa à polos dinâmicos locais
3.2. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa é dividida em 9 etapas, a figura 12 apresenta um
fluxograma representativo da metodologia.
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Figura 12 Fluxograma da Metodologia
Fonte: Própria
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Etapa 1. Definição da Área de Estudo
A definição da área de estudo tem por função delimitar o espaço onde as
análises serão realizadas limitando o espaço onde serão realizadas as coletas de dados
necessárias para essas análises
O espaço geográfico delimitador da área de estudo geralmente se inter-
relaciona com outros espaços geográficos em decorrência da permeabilidade de suas
fronteiras essas interações são intensas e difíceis de mensurar tornando complexa a
análise da área de estudo.
Se faz conveniente considerar a área de estudo como um sistema fechado,
desconsiderando as possíveis interações da área de estudo com a sua vizinhança
podendo assim concentrar a análise dos fenômenos.
Etapa 2 Definição dos Objetos de Estudo
A definição dos Objetos de Estudo tem por objetivo determinar quais
aspectos da área de estudo que são relevantes para a identificação da locação ótima
da PLM
Os aspectos analisados são importantes para a caracterização do tipo da
PLM bem como para maximizar o benefício pretendido com essa instalação.
Entre os objetos de estudo cabe-se destaque aos apresentados nas sub-
etapas seguintes
Sub-etapa 2.1. Aspectos Físico-Políticos da área de estudo
Nesta sub-etapa deve-se avaliar os aspectos físicos da área de estudo, bem
como as possíveis divisões políticas. Essa sub-etapa tem por finalidade conhecer os
possíveis obstáculos do relevo ou de legislação à implantação de uma PLM além é claro
de identificar os principais atores da análise que são os municípios e/ou regiões.
Sub-etapa 2.2. Aspectos Econômicos
Esta sub-etapa tem por finalidade definir, para os objetivos pretendidos, os
parâmetros econômicos a serem levantados para a identificação da locação da PLM
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Entre estes parâmetros se encontra a produção de riqueza na área de
estudo, bem como a sua divisão setorial além das dinâmicas internas e externas das
trocas comerciais da área de estudo.
Sub-etapa 2.3. Aspectos Demográficos
Esta sub-etapa tem por finalidade definir os aspectos demográficos
relevantes para a locação. Estes aspectos variam desde o volume populacional, à
divisão etária, por sexo ou etnia.
Sub-etapa 2.4. Aspectos Socioeconômicos
Esta sub-etapa tem por finalidade a determinação dos aspectos
socioeconômicos relevantes à locação da PLM. Dentro desta análise se encontram
produto interno bruto, renda per capita, índice de Gini, Índice de desenvolvimento
humano entre outros
Sub-etapa 2.5. Aspectos de Infraestrutura
Nesta sub-etapa deve se identificar os aspectos de infraestrutura relevantes
à locação da PLM. Dentro destes aspectos encontram-se oferta de energia elétrica,
oferta de saneamento, oferta de infraestrutura de transportes tanto em abundância
quanto em ofertas de modais. A definição da cesta de infraestrutura relevante ao
processo de locação é o objetivo final desta etapa
Etapa 3. Definição dos critérios de identificação de lugares potenciais
à criação de PLM
Os critérios para a identificação de lugares com potencial de abrigar uma
PLM serão definidos nessa etapa com base na teoria da locação da atividade Industrial
de Weber.
Sub-etapa 3.1. Definição de Materiais e Métodos
Nessa etapa serão definidas as ferramentas e as teorias que serão utilizadas
para a coleta, análise e tratamento dos dados.
.
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Sub-etapa 3.2. Levantamento de indicadores buscando atender às
necessidades dos clientes
Nessa fase serão levantados os indicadores que atendam as demandas dos
clientes. Como demandas ou necessidades subentende-se atrativos que a PLM deva
apresentar para atender aos seus clientes-alvo.
Esses atrativos podem ser a otimização do custo de transporte, a otimização
do tempo de transporte, acessibilidade entre outros. Cada um desses “atrativos”
incorrem também no aumento ou diminuição dos estoques, que possuem um impacto
significativo no custo total do transporte e dessa forma no custo de produção dos
produtos. Algumas atividades são mais impactadas por uns e menos outros desta forma
o atributo a ser escolhido impacta diretamente no desempenho da PLM.
Dessa forma cada um dos cenários trabalhará com indicadores que
representem o atrativo mais crítico a dada atividade.
Etapa 4. Coleta de Dados
Nessa etapa serão levantados os dados para a realização dos diagnósticos
da área de estudo, para os aspectos representativos da área de estudo definida na
Etapa 1.
A coleta de dados será realizada em duas frentes. Dados consolidados
buscado via institutos de pesquisa responsáveis e dados de campo levantados pelo
pesquisador junto-a empresa de logística, indústrias e comércio
Sub-Etapa 4.1. Levantamento de bases georreferenciadas
Nessa sub-etapa será levantado junto a institutos de pesquisa bases de
dados georreferenciados sobre população e uso do solo da área de estudo;
Sub-Etapa 4.2. Levantamentos de dados em campo
Nesta sub-etapa será levantado dados em campo para compor um banco de
dados georreferenciado quanto aos custos de Transporte e/ou tempo de viagem entre
pontos de interesse compondo uma matriz OD que permita a criação de isodapanas.
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Etapa 5. Criação de um banco de dados Georreferenciados
A partir dos dados coletados na pesquisa de campo e no levantamento de
dados consolidados será alimentado um banco de dados no software GIS-T para a
realização das análises quanto aos critérios apresentados na Etapa 3.
Etapa 6. Diagnostico da Área de Estudo
O diagnóstico da área de estudo é o levantamento das características e/ou
comportamento de elementos e eventos que ocorrem dentro da área de estudo. O
diagnóstico da área de estudo é compreendido pelas seguintes atividades
i) Descrição dos aspectos do evento ou elemento pertinentes a
análise do pesquisador
ii) Avaliação sobre as características, composição, comportamento ou
natureza do elemento ou evento com base nos dados coletados.
Sub-etapa 6.1. Caracterização Socioeconômica da Região
Esta etapa busca o levantamento dos aspectos socioeconômicos da área
de estudo para caracterizar a distribuição da produção e da população ao longo do
espaço a fim de quantificar distâncias e custos de transporte para a oferta de serviços
de transporte. Esses dados serão levantados via institutos de pesquisa, bibliografia e
pesquisa de campo e usados para compor uma base de dados georreferenciada.
Sub-etapa 6.2. Caracterização da Infraestrutura de Transporte
Essa etapa busca o diagnóstico da oferta de meios de transporte na área de
estudo podendo a partir de uma malha de transportes preexistente ou de projetos
futuros. Esse levantamento possibilita a identificação das principais combinações de
modais que a PL deverá atender.
Sub-etapa 6.3. Avaliação dos custos de transporte na área de
estudo
Nesta sub-etapa deve-se caracterizar a divisão modal do transporte de
cargas na área de estudo bem como os custos médios por região de cada modal em
direção aos principais polos receptores de cargas originadas na área de estudo.
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Etapa 7. Definição dos Lugares Potenciais
Nesta Etapa segundo os resultados obtidos no diagnóstico da área de estudo
serão levantados lugares em potencial para abrigar a PLM segundo as necessidades
dos agentes econômicos à serem atendidos
Sub-etapa 7.1. Definição dos potenciais Clientes e demandas
Nessa etapa a partir do levantamento dos dados socioeconômicos da área
de estudo será avaliado os principais atores econômicos da região nas diversas
atividades econômicas desenvolvidas.
Sub-etapa 7.2. Caracterizar o tipo de plataforma em função de seus
clientes
Após caracterizar os principais clientes alvo da PLM será proposto suas
possíveis configurações para o melhor atendimento de cada um deles. Nesse trabalho
a única configuração abordada será as tocantes a locação da plataforma visando o
atendimento de um conjunto de atores econômicos com o menor custo de transporte,
porém nesta etapa só será levantado as possíveis combinações de interesses sem que
se realize análise locacional.
Sub-etapa 7.3. Análise para a produção Agrícola
Realizará a análise visando atender à produção agrícola segundo o seu
indicador critico, tempo ou custo, produzindo “isodapanas” partindo dos centroides das
microrregiões componentes da área de estudo. O resultado desta análise é uma matriz
de “momentos” para a produção agrícola bem como a locação da PLM para o setor
segundo os critérios definidos na etapa 2
Sub-etapa 7.4. Análise para a produção Mineral
Realizará a análise visando atender à indústria extrativa mineral segundo o
seu indicador critico, produzindo “isodapanas” partindo dos centroides das
microrregiões componentes da área de estudo. O resultado desta análise é uma matriz
de “momentos” para a indústria extrativa mineral bem como a locação da PLM para o
setor segundo os critérios definidos na etapa 2
Sub-etapa 7.5. Análise para a produção Industrial
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Realizará a análise visando atender à produção da indústria segundo o seu
indicador critico produzindo “isodapanas” partindo dos centroides das microrregiões
componentes da área de estudo. O resultado desta análise é uma matriz de “momentos”
para a produção industrial bem como a locação da PLM para o setor segundo os critérios
definidos na etapa 2
Sub-etapa 7.6. Análise para as demandas do Comércio
Realizará a análise visando atender às necessidades do comércio segundo
o seu indicador critico, tempo ou custo, produzindo “isodapanas” partindo dos centroides
das microrregiões componentes da área de estudo. O resultado desta análise é uma
matriz de “momentos” para o comércio bem como a locação da PLM para o setor
segundo os critérios definidos na etapa 2
Etapa 8. Definição da Localização Ótima para a Implantação da PLM
Partindo das soluções temáticas obtidas na Etapa 6, será analisado a
locação ótima pela combinação das soluções setoriais bem como pelo atendimento de
alguma demanda
Para isso será considerado a criação de um atributo genérico obtido pela
equação 3
Equação 3 Combinação de atributos
𝑃𝑔 = ∑ 𝑃𝑖𝑗 × 𝐶𝑖
𝑛
𝑖
Pij=Valor do Atributo por Microrregião
Ci=Cotação do Atributo
n= Atributo (produção de soja, rebanho bovino etc.)
j= Identificação do município
A análise desse atributo produzirá uma locação que represente o lugar ótimo
para a locação da PLM para o conjunto dos itens abordados.
A próxima análise será a análise da acessibilidade geográfica. Por essa
análise será considerada a rede básica de transporte rodoviária e deverá escolher 10
dos nós de maior acessibilidade.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 62
R. F. Silva
A locação ótima será aquela que atender simultaneamente aos fatores,
econômico espacial, e de acessibilidade.
Sub-etapa 8.1 Avaliação da redução dos custos de Transporte ou
Tempo de viagem
Nesta sub-etapa deverá ser avaliado a redução dos custos de transporte na
área de estudo com a implantação da PLM
Etapa 9 Análise dos resultados
Partindo dos resultados obtidos na Etapa 7, sobre a locação das atividades
econômicas pertinentes à área de estudo, será apresentado a locação ótima da PLM.
Nesta etapa deverá ser apresentado os fatores que comprovem a validade dessa
locação como o atendimento aos critérios de locação segundo análise econômica
espacial e análise de acessibilidade.
Nesta etapa cabe também a avaliação da redução dos custos de transporte
ou tempo de viagem na área de influência
Nesta etapa será analisado segundo o referencial bibliográfico a
consistência da locação proposta e, portanto, a validade da metodologia
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 63
R. F. Silva
4. DEFINIÇÃO DE LOCALIZAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DE
PLATAFORMA LOGÍSTICA MULTIMODAL NO ESTADO DE
GOIÁS: ESTUDO DE CASO
4.1. O ESTADO DE GOIÁS
4.1.1. Área de Estudo
O Estado de Goiás é uma das 27 unidades federativas brasileiras. Está
localizado no leste da região Centro-Oeste. A sua extensão territorial é de 340.086 km²
e é delimitado a oeste pelo estado do Mato Grosso, ao sudoeste pelo estado do Mato
Grosso do Sul, ao sul, sudeste e leste pelo estado de Minas Gerais, ao nordeste pelo
estado da Bahia e pelo Distrito Federal e ao norte pelo estado do Tocantins.
A população do Estado segundo projeção do IBGE (2015) é de 6.601.138
habitantes divididos em 246 municípios. Goiânia é a sua capital e maior cidade com
1302.001 habitantes e também abriga a única região metropolitana do Estado. Fora da
RM os principais municípios são Anápolis, Rio Verde, Itumbiara, Catalão, Luziânia,
Formosa, Jataí, Porangatu, Caldas Novas, Quirinópolis e Niquelândia.
4.2. DEFINIÇÕES DOS OBJETOS DE ESTUDO
4.2.1. Aspectos Físico-Políticos do Estado de Goiás
Dos aspectos Físico-Políticos do Estado de Goiás que são relevantes para
a locação da PLM estão a divisão do estado nos 246 municípios e as fronteiras do
estado. Os 246 municípios irão servir como clientes e também como candidatos a
abrigar a PLM
4.2.2. Aspectos Demográficos
Para a análise simplificada que foi proposta o único aspecto demográfico
relevante é o total da população levantado pelo senso mais recente, 2010. A população
tem importância na locação uma vez que é utilizada como indicador indireto para a
atividade industrial e demandas ao comércio.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 64
R. F. Silva
4.2.3. Aspectos Socioeconômicos
Pela análise simplificada que se propõe os aspectos socioeconômicos que
são relevantes para locação é o PIB per capita.
4.2.4. Aspectos Econômicos
Os aspectos econômicos relevantes para a análise são a produção da
Agricultura, a produção da Pecuária, e a produção Mineral. Como a base do modelo que
se pretendeu aplicar à análise é a teoria da locação da atividade industrial de Weber os
aspectos econômicos têm um peso maior que os indicadores sociais na locação da PLM
Esses aspectos devem representar a produção dos municípios que foi
definido como a menor parcela do estado onde a análise considera a possibilidade de
locação da PLM.
4.2.5. Aspectos de Infraestrutura
A infraestrutura necessária para a análise é a infraestrutura de transportes
em especial a malha rodoviária. Para a análise simplificada só é relevante a existência
da ligação rodoviária, dados sobre estado da via, capacidade da via ou velocidade
média dos trechos serão desconsiderados.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 65
R. F. Silva
4.3. DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS LUGARES
ÓTIMOS PARA A INSTALAÇÃO DE UMA PLM
Os clientes em potencial para a plataforma logística multimodal de Goiás
foram definidos como limite o Estado de Goiás. Dessa forma os 246 municípios são
clientes em potencial do empreendimento.
O modelo de cálculo utilizado, considera a acessibilidade geográfica
modificada por um peso logo ele contempla a plataforma somente como um centro de
atração de cargas. Essa consideração não limita muito o modelo tendo em vista o
potencial do comércio goiano como exportador externo (outros países) e interno (outros
estados) do que um grande importador.
As cargas escolhidas para a análise são as principais pautas de exportação
do Estado de Goiás, complexo soja, rebanho bovino e ouro. A despeito das
especificidades do transporte de metais preciosos, o ouro foi considerado na análise por
ser um produto mineral de grande importância para Goiás e que poderia se beneficiar
de uma PLM próxima à área de produção por utilizar infraestrutura de transporte aéreo
disponível.
4.3.1. MODELO DE CALCULO
Para definir os lugares possíveis para abrigar a PLM, será utilizado os
conceitos de “custo de transporte” da teoria de Weber considerando o espaço continuo
e os custos unitários de transporte iguais em todo o espaço do município.
Foi considerado na análise uma rede de transportes implícita, conexão direta
entre todos os municípios em linha reta para efeito de cálculo, mas não representada
graficamente. Essa rede é modelada pelo sistema de grafos, os centroides dos
municípios onde estão embarcadas suas informações, representam os nós e a distância
euclidiana entre municípios representa os arcos
Como a pauta de exportações goianas tem por principal grupo de produtos
commodities agropecuárias que demandam do sistema de transporte capacidade e
baixo custo de transporte. O principal indicativo considerando as hipóteses
simplificadoras, a distância euclidiana do município de origem da carga à possível PLM.
A despeito de a Teoria de Weber considerar isodapanas para a locação da
atividade industrial a utilização de software de GIS-T (Sistema de Informações
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 66
R. F. Silva
Geográficas de Transportes) permitiu o cálculo por um método iterativo que busca
minimizar o custo máximo
O software utilizado para a análise dos dados, GIS-T, tem embarcado
ferramentas para o cálculo de uma matriz de distância euclidiana, bem como a avaliação
locacional
O primeiro passo na análise é a elaboração de uma matriz de
deslocamentos partindo das coordenadas de longitude e latitude dos pontos, dada pela
equação 4,5,6,7,
Equação 4 Distancia entre P1(ϕ;λ) e P2(ϕ;λ)
𝐷 = 𝑅√∆𝜙2 + (cos(𝜙𝑚) ∙ ∆𝜆)2
Equação 5 Diferença de Latitude
∆𝜙 = 𝜙1 − ϕ2
Equação 6 Diferença de Longitude
∆𝜆 = 𝜆1 − 𝜆2
Equação 7 Latitude Média
𝜙𝑚 =𝜙1 + 𝜙2
2
Equação 8 Longitude Média
𝜆𝑚 =𝜆1 + 𝜆2
2
Equação 9 Colatitude (graus)
𝜃 =𝜋
2− 𝜙
Equação 10 Raio do Grande Circulo
𝑅 = 6371009 𝐾𝑚
Nas quais
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 67
R. F. Silva
𝜙𝑖 Latitude do ponto i
𝜆𝑖 Longitude do Ponto i
A matriz elaborada D(i;j) terá 246 linhas e 246 colunas , representando cada
município
Em seguida foi associado a cada nó representando os municípios goianos
os dados coletados construindo assim uma base de dados georreferenciada.
O formato típico destes dados é dado na tabela 3
Tabela 3 Exemplo de padrão de dados georreferenciados
ID Nome do Município Atributo
Número inteiro Caractere Número Real
Fonte: Própria
Com a matriz de deslocamentos e os dados georreferenciados dos atributos
foi calculado a locação ótima pela minimização do “momento” máximo, esse processo
é iterativo e é representado pelo algoritmo genérico mostrado na “equação 11”
Equação 11 Algoritmo Locacional
𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑜
𝑖 = 1
𝑗 = 1
‖𝐷𝑖,𝑗‖ = ‖𝐷𝑖,𝑗‖ Matriz Distância/ Dado de Entrada
𝑃𝑗 = 𝑃𝑗 Vetor dos Atributos/ Dado de Entrada
𝑀𝑎𝑥𝑖𝑚𝑜′ 𝐶 = 10^100
𝐸𝑛𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑖 < 246 𝑓𝑎ç𝑎
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑗 𝑑𝑒 1 𝑎𝑡é 246 𝑓𝑎ç𝑎
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 68
R. F. Silva
𝐶𝑖(𝑗) = 𝐷(𝑖; 𝑗) ∙ 𝑃𝑗
𝑠𝑒 𝑀𝑎𝑥𝑖𝑚𝑜 𝐶(𝑖, 𝑗) < 𝑀𝑎𝑥𝑖𝑚𝑜′𝐶
𝑀𝑎𝑥𝑖𝑚𝑜′𝐶 = 𝑀𝑎𝑥𝑖𝑚𝑜 𝐶(𝑖, 𝑗)
𝐼𝐷 𝑙𝑜𝑐𝑎çã𝑜 = 𝑖
𝑖 = 𝑖 + 1
𝐸𝑠𝑐𝑟𝑒𝑣𝑎 𝑃_(𝐼𝐷 𝑙𝑜𝑐𝑎çã𝑜)
𝐸𝑠𝑐𝑟𝑒𝑣𝑎 𝑀𝑎𝑥𝑖𝑚𝑜′𝐶
𝐸𝑠𝑐𝑟𝑒𝑣𝑎 𝐼𝐷 𝑙𝑜𝑐𝑎çã𝑜
𝐹𝑖𝑚
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 69
R. F. Silva
4.4 COLETA DE DADOS
As bases de dados georreferenciadas foram levantadas junto ao Banco de
Dados e Informações do Instituto Mauro Borges, foram coletados para análise e
elaboração de mapas de produção, renda, IDH e índice de GINI, bem como bases
cartográficas e de infraestrutura
A lista de Dados utilizados no Trabalho está apresentada abaixo:
a) População de Goiás pelo senso de 2010
b) Índice de desenvolvimento humano do Município de 2013
c) Renda Per capita por Município 2013
d) Produção de Soja por Município 2013
e) Rebanho Bovino por Município 2013
f) Produção de Ouro Por município 2013
g) Poligonal dos Municípios Goianos
h) Malha Rodoviária Estadual e Federal
i) Malha Ferroviária que cruza Goiás Valec construídas e planejadas
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 70
R. F. Silva
4.5. CRIAÇÃO DO BANCO DE DADOS GEORREFERENCIADO
Tendo por base as principais exportações goianas, complexo soja, carnes,
complexo minérios bem como o efeito da população sobre as atividades comerciais e
industriais. Foram criados bancos de dados georreferenciados, no SIG-T utilizado esse
procedimento foi facilitado. Ao importar no programa os arquivos referentes à forma do
Estado e de seus municípios as informações apresentadas estão no formato dado na
tabela 8.
Dessa forma com o uso de uma planilha eletrônica, os dados de produção
e do senso coletados no Instituto Mauro Borges foram formatados para os ID
equivalentes aos dos respectivos municípios e importados pelo programa. Essas
coleções de planilhas com os dados alfanuméricos formam junto aos arquivos das
poligonais, das linhas, e dos pontos da base cartográfica georreferenciada, o banco de
dados georreferenciado
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 71
R. F. Silva
4.6. DIAGNOSTICO DA ÁREA DE ESTUDO
4.6.1. Demografia
O Estado de Goiás é o mais populoso da região Centro-Oeste, no
levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Censo
Demográfico de 2010 a população do Estado era de 6.003.788 habitantes, a densidade
demográfica é de 17,65 habitantes/Km² (SEGPLAN, 2011).
Nas décadas de 2000/2010 o estado apresentou taxa de crescimento
populacional de 1,84 %, maior que a média nacional de 1,17%. Um dos fenômenos que
explica esse crescimento é o crescente número de imigrantes que Goiás vem
recebendo, em 2009 o saldo migratório foi positivo de 129.056 habitantes. O Estado de
Goiás se caracterizou por receber imigrantes de outros estados com destaque ao
Distrito Federal, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Tocantins e Maranhão, sendo
classificado como um estado de media absorção migratória (SEGPLAN, 2011).
Em termo de gênero, a população feminina é predominante segundo o
Censo de 2010 excedendo a população masculina em 40.534 habitantes com uma
população de 3.022.161 mulheres contra 2.981.627 homens resultando numa proporção
de 98 homens para cada 100 mulheres. No Brasil a proporção é de 96 homens para 100
mulheres.
Os Dados do Censo de 2010 mostram ainda a tendência contínua do
processo de diminuição da população rural em Goiás. Em 2000 a população rural era
de 606.583 passando para 583.074 com queda de 3,9% ante a redução de 21,3% no
período 1991/2000 revelando uma redução no êxodo rural. A população urbana em
2000 era de 4.396.645 passando para 5.420.714 habitantes com um acréscimo de
1.024.069 habitantes (SEGPLAN, 2011).
O Senso de 2010 constatou também um envelhecimento da população
goiana. Em 2000 a população com mais de 40 anos era de 1.265.260 habitantes
passando a 1912.004 habitantes em 2010 acréscimo de 51,1%. Essa tendência ao
envelhecimento na última década se deu especialmente devido à queda na fecundidade
da população e nas melhorias nas condições de vida. Por outro lado, houve uma
redução na população entre 0 e 19 anos passando de 1.987.583 em 2000, para
1.975.139 habitantes, com uma redução de 0,6%. Em 2010 a população nessa faixa, 0
a 19 anos representava 32,9% da população, a população de 20 a 39 anos 35,3%, de
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 72
R. F. Silva
40 a 59anos, 22,5% e a população acima de 60 anos era de 9,3%. A população idosa
subiu 56,5% na última década saindo de 358.816 habitantes para 561.625, sendo hoje
superior a faixa de 0 a 4 anos com população de 438 mil crianças (SEGPLAN, 2011).
Goiás possui 246 municípios sendo 63% com população de até 10 mil
habitantes, 29% com população de 10 mil a 50 mil habitantes e 8% com mais de 50 mil
habitantes, esse grupo reunia e 2010 3,7 milhões de pessoas correspondendo a 63%
da população do Estado. Os municípios mais populosos continuam sendo Goiânia
(1.302.001 hab.), Aparecida de Goiânia (455.657 hab.) e Anápolis (334.613 hab.). Entre
os 20 municípios com mais de 50 mil habitantes os que apresentaram os maiores
crescimentos foram Senador Canedo (84.443 hab.) que com uma taxa de 4,7% ao ano
passou de 15° para 10° município mais populoso e Rio Verde (176.424 hab.) que passou
da 5° colocação para 4° com um crescimento médio de 4,2% ao ano. O município que
menos cresceu foi Planaltina (81.649 hab.)
O Mapa da figura 13 elaborado com a ajuda do GIS-T com dados
georreferenciados da SEGPLAN com base no Censo de 2010 representa a distribuição
da população goiana no estado.
Figura 13 População Goiana em 2010
Fonte: Própria (2015)
A figura 14 mostra a concentração demográfica goiana em destaque.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 73
R. F. Silva
Figura 14 População Goiana detalhe dos Municípios Populosos
Fonte: Própria (2015)
4.6.2. Economia do Estado de Goiás
No sec. XX o Estado de Goiás passou por profundas mudanças econômicas
principalmente a partir dos anos 1930 com a estruturação da política do governo Federal
de ocupação e desenvolvimento do Centro e Oeste do país, política conhecida como
“Marcha para o Oeste” que implicava em investimentos em infraestrutura de transporte,
energia e desenvolvimento de colônias agrícolas, dentro dessa política também se
encontra a mudança da Capital do Estado para Goiânia (Silva,2002).
Nos anos 50 com os planos de mudança do Distrito Federal para o Brasil
Central se amplificaram os investimentos em infraestrutura de transporte e energia em
especial na região centro sul de Goiás onde convergiram recursos do estado e da união
para a realização do projeto. Para viabilizar a estratégia de desenvolvimento do Estado
de Goiás nos anos de 1960 se iniciou o emprego de planos Inter setoriais de
desenvolvimento (Silva,2002)
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 74
R. F. Silva
Outro fator de grande importância para o desenvolvimento da economia de
Goiás foi a instituição do Sistema Nacional de Credito Rural em 1965 que, sem dúvida,
ajudou a modernizar e a fomentar o agronegócio no estado, nos anos 70 os diversos
governadores do estado buscaram conciliar suas administrações com as políticas do
Plano Nacional de Desenvolvimento das quais o Centro-Oeste se beneficiou bastante.
(Silva, 2002).
A partir dos anos 90 o Estado de Goiás teve uma maior e diversificada
participação da indústria na composição dos PIB, desde agroindústrias a indústrias
farmacêuticas e Montadoras de Veículos. No período as exportações goianas
aumentaram em decorrência da abertura comercial do Brasil.
O PIB de Goiás no ano de 2009 chegou a R$ 85,6 bilhões e a estimativa da
SEGPLAN é de chegue aos 121,6 bilhões em 2015. A expectativa é de que no triênio
2012-2015 o PIB goiano componha 3% do PIB nacional
Desde o Final dos anos 1990 o PIB de Goiás cresceu 4,7% enquanto o
nacional avançou 3,4% isso mostra o crescimento da participação goiana na economia
nacional.
Agropecuária
O Agronegócio goiano vem se consolidando nas últimas décadas como um
dos mais dinâmicos do país englobando desde o produtor até o beneficiamento e venda
dos produtos
Nos anos 1990, Goiás se consolidou como grande produtor de grãos em
grande parte devido a pesquisa agronômica nacional. Hoje apesar de o setor não ser o
principal componente do PIB goiano, devido à grande urbanização e industrialização,
continua sendo um motor para o desenvolvimento de Goiás. O Estado é o 4° maior
produtor de grãos do país produzindo em 2011 14,8 milhões de toneladas
representando 9% da produção nacional. A soja se destaca com produção de 7,7
milhões de toneladas 10,3% da produção nacional. O milho é outra cultura importante
para Goiás com produção em 2011 de 5,7 milhões de toneladas que representa 10,1%
da produção nacional. O estado é o quarto na produção de cana de açúcar e feijão,
terceiro na produção de algodão e primeiro na produção de sorgo (SEGPLAN, 2012).
A tabela 4 apresenta as principais culturas agrícolas de Goiás
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 75
R. F. Silva
Tabela 4 Culturas Agrícolas de Goiás 2000-11
Fonte: SEGPLAN 2012
Tomando a soja por exemplo a sua distribuição espacial é a dada pela figura
15
Figura 15 Distribuição espacial da produção de soja
Fonte: Própria 2015
A Produção pecuária goiana também se enquadra entre as maiores do País.
O rebanho goiano é o 4° do país com participação de 10,2% no efetivo brasileiro. Nos
últimos anos com a instalação de importantes agroindústrias em Goiás, a avicultura
vivenciou franca expansão com um crescimento de 109% na última década
representando 4% do total nacional.
2011(1)
Ton. Part
(%)
Rank Ton. Part
(%)
Rank
Goiás
Grãos 8.704.841,00 9,93 4º 13.312.250,00 8,75 4º 52,93 15.061.936,00
Algodão 254.476,00 12,68 2º 180.404,00 6,12 7º -29,11 423.358,00
Arroz 294.629,00 2,65 7º 221.419,00 1,97 7º -24,85 205.938,00
Cana-de-açúcar 10.162.959,00 3,12 6º 48.000.163,00 6,69 4º 372,30 55.161.209,00
Feijão 200.415,00 6,56 6º 288.816,00 9,14 4º 44,11 309.359,00
Milho 3.659.475,00 11,32 4º 4.707.013,00 8,50 5º 28,63 5.684.423,00
Soja 4.092.934,00 12,47 4º 7.252.926,00 10,55 4º 77,21 7.684.757,00
Sorgo 287.502,00 36,27 1º 611.665,00 39,92 1º 112,75 836.767,00
Trigo 8.509,00 0,49 7º 79.776,00 1,29 6º 837,55 48.158,00
2000 2010 Variação
(%)2000/
2010
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 76
R. F. Silva
A tabela 5 apresenta os dados referentes ao rebanho goiano
Tabela 5 Goiás no Ranking Nacional e Participação na Pecuária 2000-2010
Fonte: SEGPLAN ,2012
A figura 16 apresenta a distribuição do rebanho bovino pelo Estado de Goiás
Figura 16 Distribuição do Rebanho Bovino no Estado de Goiás
Fonte: Própria
As previsões do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento para os
próximos 10 anos é de aumento da produção agropecuária em geral para Goiás. Porém
alguns produtos terão esse crescimento de forma mais acelerada, no caso da produção
de cana-de-açúcar e produção de frangos (SEGPLAN,2012)
O Plano Plurianual do período atual, 2012-15, prevê aumentos expressivos
para a produção de alguns produtos como: Cana-de-açúcar 24,3%, soja em grão 18,4%,
Bovino (cab) Part
(%)
Ranking Bovino (cab) Part
(%)
Ranking
Goiás
Rebanho Bovino (cab) 18.399.222,00 10,83 4º 21.347.881,00 10,19 4º 16,03
Rebanho Suíno (Cab) 1.174.360,00 3,72 10º 2.046.727,00 5,25 6º 74,28
Produção de leite (mil litros) 2.193.799,00 11,10 2º 3.193.731,00 10,40 4º 45,58
Produção de ovos ( mil dz) 11.191,00 4,30 7º 176.451,00 5,07 7º 57,67
Abate de bovinos (cab) 2.046.046,00 11,98 3º 2.612.313,00 8,92 4º 27,68
Abate de suínos (cab) 95.803,00 0,58 9º 1.905.008,00 5,86 6º 1.888,46
Abate de aves (cab) 50.342.749,00 1,91 7º 301.327.384,00 6,04 6º 498,55
2000 2010 Variação
(%)
2000/2010
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 77
R. F. Silva
milho 9,9%, efetivo de aves 28,1%, de bovinos 10,0% de suínos 10,8%. A produção de
grãos (soja, milho, trigo, arroz e feijão) deverá passar de 13,6 milhões de toneladas em
2010 para 16 milhões de toneladas em 2015, ou seja, um aumento de 2,4 milhões de
toneladas. O aumento da produção de carnes para o abate (bovino, suíno e aves)
deverá ser de 108,7 milhões de cabeças, um acréscimo de 35,5% em relação ao abate
de cabeças no biênio 2009-10 (SEGPLAN, 2012).
O crescimento da agropecuária em Goiás está ligado ao aumento de
produtividade, a estimativa de aumento da produção é maior que a decorrente da
simples incorporação de áreas. A expansão da área de soja e da cana-de-açúcar
ocorrerá pela incorporação de área de outras culturas e de novas áreas, o milho deverá
ter um crescimento de área devido a seu alto potencial de produtividade (SEGPLAN)
Embora as expectativas de aumento das exportações goianas do
agronegócio sejam de crescimento para os próximos anos, o mercado interno
continuará sendo importante para o aumento da produção, grande parte da produção
de soja, cana-de-açúcar, milho e carne deverá ser destinada ao abastecimento interno
(SEGPLAN, 2012)
Indústria
O crescimento elevado da indústria goiana foi acompanhado de forte
mudança no seu perfil setorial. De uma indústria essencialmente baseada em setores
de uso intensivo de recursos naturais, baseados na exploração de matérias primas
agropecuárias e minerais do Estado, que ainda mantém grande importância, a uma
indústria com forte participação de setores intensivos em escala como o setor metal-
mecânico e químico-farmacêutico.
O setor de alimentos e bebidas apresentou crescimento, modernização e
maior integração com a agropecuária e ainda é o principal setor da indústria goiana,
porém perdeu espaço na composição do valor da produção industrial (VPI) em 17,2%
entre o final da década de 1990 e 2009
A indústria tradicional, ligada a atividades como fabricação de móveis entre
outros, vivenciou nesse mesmo período uma forte perda na participação relativa da
produção Industrial, com uma redução de 30%, entretanto tem um papel importante na
geração de empregos respondendo por quase 20% dos postos de trabalho da indústria
goiana
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 78
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A tabela 6 apresenta a divisão setorial da produção industrial goiana
Tabela 6 Divisão Setorial da Indústria de Goiás
Fonte: SEGPLAN, 2012
Observa-se que alguns setores novos despontaram na participação na
indústria goiana decorrente de uma política de incentivos fiscais implementada com
maior agressividade no início dos anos 2000. A participação da indústria metal mecânica
salta de quase inexistente nos anos 1990 para 14% do Valor da Produção Industrial em
2009. Esse resultado é decorrente do crescimento do setor automotivo que representa
individualmente a mais da metade dessa participação. A indústria química e
farmacêutica saltou de um setor pouco expressivo para cerca de 10% do valor da
produção em decorrência da instalação de grandes laboratórios de medicamentos
genéricos bem como a produção dos laboratórios estatais.
A indústria de base mineral também apresentou forte crescimento
decorrente de grandes blocos de investimentos que permitiu sua expansão e um avanço
em sua verticalização
A base industrial já instalada e os investimentos planejados e em curso
apontam para uma nova etapa de expansão industrial que necessitará de melhorias na
qualidade das políticas públicas o PPA previa crescimento de 50% no VPI até o ano de
2015 sobre o ano de 2009 cujo valor era de R$ 15,2 bilhões.
Atividades 2002 2009
Indústria Extrativa 7,90 8,47
Indústria de Transformação 92,10 91,53
• Indústria alimentícia e de bebidas 45,07 35,26
• Indústria de vestuário e calçados 13,37 10,79
• Indústria química (adubos e fertilizantes) 2,37 4,64
• Indústria farmacêutica 3,30 4,22
• Indústria automotiva e de máquinas agrícolas 0,92 10,57
• Indústria alcooleira 2,88 4,26
• Indústria da mineração (beneficiamento minérios) 19,51 17,95
• Outras 12,59 12,32
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 79
R. F. Silva
Comércio Exterior
No ano de 2011 o comércio exterior goiano bateu diversos recordes. As
exportações goianas atingiram a marca de R$ 5,6 bilhões, resultado importante se
comparado aos 544,86 milhões obtidos no início da década de 2000, crescimento de
mais de 10 vezes. Em contrapartida nesse mesmo período as importações goianas
atingiram 5,7 bilhões ocasionando o segundo déficit desde 2000, o principal componente
destas importações são representando quase 50% do total são produtos destinados às
montadoras de veículos oriundos do Japão e da Coréia do Sul e tratores com origem
nos Estados Unidos, a desvalorização do real e o crescimento do mercado doméstico
no período ajudaram no estabelecimento desse cenário.
A tabela 7 apresenta a evolução do comércio Exterior de Goiás
Tabela 7 Comércio Exterior de Goiás 1990-2011
Fonte: SEGPLAN (2015)
Mesmo com esses resultados o comércio externo apresenta ainda muitas
incertezas para os próximos meses e anos, a recuperação das principais economias
SaldoCorrente de
Comércio
US$ FOBPeso Líquido
(Kg)US$ FOB
Peso Líquido
(Kg)US$ FOB US$ FOB
1990 202.198.862 681.886.065 73.704.700 53.091.768 128.494.162 275.903.562
1991 237.795.877 791.117.823 74.512.267 92.592.417 163.283.610 312.308.144
1992 217.664.222 668.503.894 86.766.669 90.009.436 130.897.553 304.430.891
1993 248.606.490 776.914.070 100.985.225 112.575.685 147.621.265 349.591.715
1994 353.051.979 1.184.287.397 149.867.783 173.037.879 203.184.196 502.919.762
1995 248.654.708 682.664.546 205.153.956 190.315.866 43.500.752 453.808.664
1996 387.007.494 923.225.712 241.379.017 262.154.693 145.628.477 628.386.511
1997 475.659.109 1.099.444.118 258.868.369 320.946.248 216.790.740 734.527.478
1998 381.669.033 1.095.998.575 311.886.802 469.821.043 69.782.231 693.555.835
1999 325.890.630 1.036.595.802 318.556.948 416.067.373 7.333.682 644.447.578
2000 544.863.873 1.942.144.568 374.288.570 707.943.763 170.575.303 919.152.443
2001 595.270.896 1.844.157.966 389.760.466 784.183.110 205.510.430 985.031.362
2002 649.313.998 2.064.196.044 326.740.402 1.636.076.273 322.573.596 976.054.400
2003 1.103.187.151 3.654.511.549 376.772.050 832.868.687 726.415.101 1.479.959.201
2004 1.413.115.385 3.815.256.419 625.712.420 1.318.114.904 787.402.965 2.038.827.805
2005 1.817.392.930 5.260.700.084 724.008.810 1.051.736.701 1.093.384.120 2.541.401.740
2006 2.093.110.708 4.798.340.456 992.574.349 983.813.368 1.100.536.359 3.085.685.057
2007 3.184.780.418 5.430.256.348 1.701.925.252 1.469.665.254 1.482.855.166 4.886.705.670
2008 4.090.520.375 5.439.986.877 3.050.197.095 1.614.553.062 1.040.323.280 7.140.717.470
2009 3.614.963.748 5.372.521.799 2.852.730.347 1.154.340.469 762.233.401 6.467.694.095
2010 4.044.660.617 5.861.541.670 4.175.264.616 1.631.556.779 -130.603.999 8.219.925.233
2011 5.605.193.073 6.398.751.358 5.728.398.653 2.159.267.669 -123.205.580 11.333.591.726
ExportaçãoAno
Importação
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 80
R. F. Silva
parceiras comercial do Brasil bem como uma recuperação econômica mais forte da
economia nos países centrais e do comportamento do crescimento da China. A
SEGPLAN tem expectativa de manutenção das taxas de crescimento das exportações
goianas nas taxas vivenciadas nos anos 2000 de 20% ao ano. Esse comportamento se
deu pelo aumento das exportações de produtos básicos impulsionada pelo aquecimento
da demanda global por produtos agrícolas e minerais em especial para a China e do
aumento no preço das commodities agrícolas. Nesse período o destaque foi a
exportação de carne soja e minérios com pesos nas exportações de 32%, 22% e 22,5%,
relativos à 2011
A tabela 8 apresenta a evolução do comércio exterior goiano bem como a
participação setorial
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 81
R. F. Silva
Volume
(t)
% US$ FOB
(Mil)
% Volume
(t)
% US$ FOB (Mil) % Volume
(t)
% US$ FOB (Mil) % Volume
(t)
% US$ FOB (Mil) % Volume
(t)
% US$ FOB (Mil) %
Complexo Carne 5 0,50 14,87 3,80 58 3,20 98,49 16,5 222 4,2 380,85 21 390 6,7 1.015.571,00 25,1 388 6,1 1.207.102,00 21,5
Carne bovina 5 14,87 46 83,36 113 248,03 133 537,06 132 662,84
Carne avícola - - 5 5,42 89 93,49 203 349,13 207 405,93
Carne suína - - 7 9,67 21 39,32 47 110,12 43 120,30
Outras carnes - - 7 38,00 0 4,00 7 19,26 6 18,04
Complexo soja 765 82,8 183,41 47,4 1.572.619 85,3 287,62 48,3 4.509.454 85,7 1.025.285,00 56 3.830.214 65,3 1.374.629,00 34 3.769.770 58,9 1.774.338,00 31,7
Complexo minério 89 9,7 126,98 32,8 61 3,3 124,62 20,9 153 2,9 157,53 9 388 6,6 939,53 23,2 456 7,1 1.260.535,00 22,5
Ouro 4 44,65 6 54,01 3 45,92 5 191,49 23 259,88
Amianto 78 34,79 54 21,22 144 43,41 143 77,90 134 79,79
Sulfetos demin. de cobre - - - - - - 239 519,16 264 708,52
Ferro ligas 11 47,53 8 49,40 10 68,20 6 150,98 4 199,93
Couros 6 0,6 14,53 3,8 6 0,3 18,72 3,1 17 0,3 49,33 3 20 0,3 61,00 1,5 42 0,7 191,82 3,4
Açúcares 27 2,9 9,74 2,5 69 3,7 14,52 2,4 129 2,4 29,59 2 429 7,3 195,41 4,8 552 8,6 343,18 6,1
Algodão 100 0 148,00 0 11 0,6 11,43 1,9 39 0,7 43,45 2 39 0,7 62,65 1,5 41 0,6 87,90 1,6
Milho 511 0,1 363,00 0,1 178 0 171,00 0 8 0,2 6,84 0 556 9,5 130,10 3,2 1.006.118 15,7 319,35 5,7
Leite e derivados 2 0,2 3,97 1 721 0 1,23 0,2 8 0,1 16,26 1 978 0 4,45 0,1 421 0 1,41 0
Café e especiarias 8 0 48,00 0 389 0 556,00 0,1 5 0,1 8,12 0 5 0,1 16,91 0,4 4 0,1 18,50 0,3
Demais produtos 30 3,2 32,96 8,5 65 3,5 37,91 6,4 170 3,3 100,13 5 195 3,3 242,34 6 138 2,2 372,08 7,2
TOTAL 923 100 387,01 100 1.844.158 100 595,27 100 5.260.700 100 1.817.393,00 100 5.861.542 100 4.044.661,00 100 6.398.751 100 5.605.193,00 100
1996 2001 2005 2010 2011
Produtos
Tabela 8 Principais Exportações Goianas 1996-2011
' Fonte: SEGPLAN 2012
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 82
R. F. Silva
A figura 17 apresenta a distribuição setorial das exportações goianas
Figura 17 Participação dos Setores nas Exportações de Goiás 2011
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio 2012
As expectativas na manutenção do crescimento da balança comercial
goiana é embasada no crescimento econômico apresentado pelo estado nos últimos
anos superior à média nacional e na expectativa de recuperação das economias
centrais. Contudo o novo momento da economia demandará de Goiás uma
diversificação de sua pauta de exportações, investimentos em aumento de
produtividade, em infraestrutura, em capital humano bem como em qualificação
profissional e incentivos à inovação. (SEGPLAN, 2012)
Comércio interestadual
Quanto às relações de comércio interestadual, Goiás tem boa integração à
economia nacional em especial com os estados do Centro-Sul. Em 2009 as compras de
Goiás proveniente dos estados desta região representam 39,8% das compras do
estado, já as vendas para estes estados representam 43,8% do total. Também deve ser
destacado a integração econômica com os 6 estados fronteiriços. Para esses estados
são realizadas 23% das compras e são destinados 36% das vendas de Goiás indicando
grande volume comercial entre esses estados.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 83
R. F. Silva
Do total da circulação de mercadorias em Goiás 39,8 % das compras são
feitas em outros estados e 53,3% são adquiridas internamente. Nesta mesma
comparação 43,6% das vendas do estado se destinam a outros estados e 50,4% se
destina ao mercado interno
No mesmo sentido do comércio exterior a diversificação da pauta de
exportações melhorias na infraestrutura, qualificação de mão de obra e inovação são
necessárias para tornar mais positiva a balança comercial com outros estados e em
parte superar a dependência de aquisições de produtos em outros estados aumentando
a competitividade e o Volume do Produto Interno Bruto de Goiás (SEGPLAN, 2012)
Infraestrutura de Transporte
O principal gargalo para um desenvolvimento econômico com aumento de
competitividade que possa permitir um desenvolvimento regional mais equilibrado e
fortalecimento da produção é a infraestrutura de transportes, energia, comunicação e
saneamento. Em Goiás um estado de grandes dimensões e distante dos portos, os
investimentos em infraestrutura de transporte são os mais sensíveis. Nesse setor os
investimentos de todas as esferas do setor público e do setor privado devem convergir
para superar os desafios logísticos de redução de tempo de viagem, redução de custo
de transporte aproximando lugares distantes e facilitando o deslocamento das pessoas
e de cargas. Em goiás um dos principais desafios é a manutenção reconstrução,
duplicação e pavimentação de todos os trechos da grande malha rodoviária do Estado
composta por 24,9 mil Km dos quais só 13,2% são pavimentados.
A principal rodovia do Estado de Goiás é a BR-153 que corta o estado de
norte a Sul sendo um importante corredor para o escoamento da produção, mas que só
apresentam duplicados 204 Km no trecho Goiânia-Itumbiara. A duplicação do trecho
norte com 474 km é um desafio a ser perseguido por se tratar de um trecho de grande
movimento. Outro desafio é a duplicação da BR-060 que liga Brasília à Cuiabá passando
pelo sudoeste goiano o trecho Goiânia Jataí já se encontra em processo de duplicação
sendo esse um dos maiores projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)
em Goiás. Os principais produtos escoados por esse corredor são soja, sorgo, carnes,
etanol, milho e leite.
Outro grande desafio é a melhorar os demais corredores agrícolas e a
pavimentação asfáltica das ligações a todas as sedes municipais.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 84
R. F. Silva
O transporte ferroviário também vem recebendo vultuosos investimentos em
Goiás nos últimos anos. O grande desafio é a manutenção destes investimentos por
parte do governo federal, A Ferrovia Centro-Atlântica possui 685 km em Goiás
atendendo o Sudeste e ao Distrito Federal. A Ferrovia Norte Sul já se apresenta bem
avançada com a conclusão do trecho norte e início do trecho sul, quando terminada a
ferrovia terá 3100 km de extensão interligando o norte e nordeste ao sul e sudeste do
País representando a integração nacional por trilhos dos quais 991 km estarão dentro
do Estado de Goiás.
Goiás devido à sua posição Central também será contemplado com um
trecho da Ferrovia de Integração Centro-Oeste que faz parte de um projeto grandioso a
Ferrovia Transcontinental que a originalmente teria 4400 km de extensão ligando os
portos Fluminenses à fronteira do Brasil com o Peru, projetos de prolongamento desse
empreendimento estão sendo realizados visando sua ligação aos portos do Peru.
A figura 18 apresenta os empreendimentos de infraestrutura de transportes
concluídos em implantação e em fase de projeto para o Estado de Goiás
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 85
R. F. Silva
Figura 18 Logística de Transportes em Goiás
Fonte: SEGPLAN (2012)
Por critérios práticos esse trabalho concentrará esforços na acessibilidade
oferecida pelo modal rodoviário tendo em vista que esse é o modal predominante na
ligação dos municípios de Goiás. Na consideração do software a rede de transporte
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 86
R. F. Silva
rodoviária pode ser convertida em uma rede vetorial composta por nós e arcos onde os
arcos representam as rodovias federais e estaduais.
A figura 19 apresenta a malha rodoviária goiana
Figura 19 Malha Rodoviária Goiana 2012
Fonte: Própria 2015
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 87
R. F. Silva
A figura 20 apresenta a malha ferroviária da VALEC, concluídas e em
planejamento para o Estado de Goiás.
Figura 20 Malha Ferroviária Goiana 2012
Fonte: Própria 2015
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 88
R. F. Silva
4.7. ANÁLISE DE DADOS
Pelo uso das bases matemáticas apresentadas no item 5.4 e do banco de
dados criado no item 5.5 foram produzidos os mapas apresentados nas Figuras 20 a
42. Para cada um dos casos são considerados a mesma base cartográfica com a
mesma Matriz de distância, mas alterando o atributo a ser considerado.
4.7.1. Considerando a Produção agrícola de Soja
Pelo uso do algoritmo da equação 11, com a Matriz de Distancia
desenvolvida e considerando o Atributo produção de soja em 2013 foi elaborado o Mapa
da figura 20 com a ajuda do SIG-T.
Figura 21 Locação da Produção de Soja
Fonte: Própria 2015
Por esse mapa o município que apresenta o menor Momento de produção
é Acreúna
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 89
R. F. Silva
4.7.2. Considerando o total do rebanho bovino
Usando a Matriz de Distância e o Atributo total do rebanho bovino em 2013
pelo algoritmo da figura 11 foi produzido o mapa da figura 21 com a ajuda do SIG-T
Figura 22 Locação Ótima segundo Rebanho Bovino
Fonte: Própria 2015
Por essa análise o município ótimo para atender à produção da pecuária é
o município de Itaberaí
4.7.3. Locação segundo produção de Ouro
Pelo uso do algoritmo da equação 11, com a Matriz de Distancia
desenvolvida e considerando o Atributo produção de ouro em 2013 foi elaborado o Mapa
da figura 23 com a ajuda do SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 90
R. F. Silva
Figura 23 Locação Segundo Mineração de Ouro
Fonte: Própria 2015
Por essa análise o município ótimo para atender à produção de ouro é o
município de Crixás
4.7.4. Locação segundo critérios Populacionais
Pelo uso do algoritmo da equação 11, com a Matriz de Distancia
desenvolvida e considerando o Atributo população censitária de 2010 foi elaborado o
Mapa da figura 23 com a ajuda do SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 91
R. F. Silva
Figura 24 Locação Segundo Critério de População
Fonte: Própria 2015
Por essa análise o município ótimo para atender, indiretamente, ao comércio
e à indústria é o município de Goiânia
4.7.5. Locação segundo uma combinação dos elementos acima
levantados
Para elaborar a combinação foi utilizado o critério econômico, onde cada
município tem por atrativo a soma das suas produções multiplicadas por uma cotação
em valores atuais dos produtos considerados, e para a população foi considerado uma
renda média de 40% do PIB do Estado que representaria a parcela da produção que
remunera o trabalho.
Desta forma essa composição de Atributos se torna um novo atributo
“Combinação de Fatores Econômicos” no qual é feita a análise segundo a mesma matriz
de distância, pelo algoritmo da equação 11 e pelo uso do SIG-T foi elaborado o mapa
da figura 24
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 92
R. F. Silva
Figura 25 Locação Segundo Combinação de Fatores
Fonte Própria
Por essa análise observa-se agora um possível candidato a hospedar a
PLM. O município de Avelinópolis localizado no centro goiano é o que melhor atende a
essa congregação de fatores.
As cotações utilizadas para essa análise estão na Tabela 9
Tabela 9 Cotações para Combinação de Fatores
Participação média da renda por habitante, 60%PIB de Goiás/habitante 858
Ouro Bovespa 16/06/2015 750
Boi Gordo Bovespa 16/06/2015 2244
Soja ton. Bovespa 16/06/2015 916,6667
Fonte: Bovespa 16/06/2015
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 93
R. F. Silva
4.7.6. Consideração de critérios de acessibilidade da Malha Viária de
Goiás
A malha viária goiana foi avaliada pelo uso da matriz de distância entre os
seus nós produzida pelo SIG-T. Foi utilizado o critério de Acessibilidade Geográfica
como apresentado na revisão bibliográfica.
Nesta análise verificou se que os pontos mais acessíveis se encontram entre
Goiânia e Anápolis.
O resultado é apresentado na figura 25.
Figura 26 Nós mais Acessíveis de Goiás
Fonte: Própria 2015
Na figura 26, é apresentado um detalhe dos nós mais acessíveis da malha
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 94
R. F. Silva
Figura 27 Detalhe nós mais acessíveis da malha
Fonte: Própria 2015
Os pontos de boa acessibilidade escolhidos para a análise foram os nós:
Senador Canedo BR 457 / GO 415, Goianápolis BR 153/GO 415, Anápolis BR060/BR
153. Por mais que alguns nós com boa acessibilidade se encontrem em Goiânia por
critérios de urbanização a Capital será excluída da análise.
Nas Figuras 27 a 38 são apresentados os resultados de possíveis rotas
entre os pontos ótimos para a locação segundo a produção com os pontos ótimos
segundo acessibilidade geográfica.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 95
R. F. Silva
Figura 28 Acreúna- Anápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Acreúna, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
a produção de soja e o nó mais acessível de Anápolis gerada pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 96
R. F. Silva
Figura 29 Acreúna- Senador Canedo
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Acreúna, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
a produção de soja e o nó mais acessível de Anápolis gerada pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 97
R. F. Silva
Figura 30 Acreúna -Goianápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Acreúna, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
a produção de soja e o nó mais acessível de Anápolis gerada pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 98
R. F. Silva
Figura 31 Itaberaí - Senador Canedo
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Itaberaí, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
o critério de rebanho de gado bovino e o nó mais acessível de Senador Canedo gerada
pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 99
R. F. Silva
Figura 32 Itaberaí-Goianápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Itaberaí, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
o critério de rebanho de gado bovino e o nó mais acessível de Goianápolis gerada pelo
SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 100
R. F. Silva
Figura 33 Itaberaí-Anápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Itaberaí, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
o critério de rebanho de gado bovino e o nó mais acessível de Anápolis gerada pelo
SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 101
R. F. Silva
Figura 34 Goiânia - Senador Canedo
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Goiânia, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
o critério de população total em 2010 e o nó mais acessível de Senador Canedo gerada
pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 102
R. F. Silva
Figura 35 Goiânia - Goianápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Goiânia, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
o critério de população total em 2010 e o nó mais acessível de Goianápolis gerada pelo
SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 103
R. F. Silva
Figura 36 Goiânia - Anápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Goiânia, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
o critério de população total em 2010 e o nó mais acessível de Anápolis gerada pelo
SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 104
R. F. Silva
Figura 37 Crixás-Senador Canedo
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Crixás, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
a produção de ouro e o nó mais acessível de Senador Canedo gerada pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 105
R. F. Silva
Figura 38 Crixás-Goianápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Crixás, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
a produção de ouro e o nó mais acessível de Goianápolis gerada pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 106
R. F. Silva
Figura 39 Crixás - Anápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Crixás, lugar ótimo para a locação da PLM considerando
a produção de ouro e o nó mais acessível de Anápolis gerada pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 107
R. F. Silva
Figura 40 Avelinópolis - Senador Canedo
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Avelinópolis, lugar ótimo para a locação da PLM
considerando a combinação de atributos e o nó mais acessível de Senador Canedo
gerada pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 108
R. F. Silva
Figura 41 Avelinópolis - Goianápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Avelinópolis, lugar ótimo para a locação da PLM
considerando a combinação de atributos e o nó mais acessível de Goianápolis gerada
pelo SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 109
R. F. Silva
Figura 42 Avelinópolis - Anápolis
Fonte: Própria 2015
Melhor rota entre Avelinópolis, lugar ótimo para a locação da PLM
considerando a combinação de atributos e o nó mais acessível de Anápolis gerada pelo
SIG-T.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 110
R. F. Silva
A tabela 10 apresenta uma matriz origem/destino relacionando o lugar ótimo
para a locação segundo critérios de produção com os pontos de maior acessibilidade
geográfica.
Tabela 10 Matriz OD Locação Produtiva/Acessibilidade
Origem Destino Senador Canedo Goianápolis Anápolis
Acreúna 236,76 13,98 223,56
Itaberaí 55,97 33,2 129,85
Crixas 327,64 294,87 279,7
Goiânia 16,87 39,64 48,9
Avelinópolis 108,33 131,1 131,57
Soma 845,57 812,79 813,58
Fonte: Própria 2015
Analisando a tabela 10 pode-se observar que os três pontos de
acessibilidade ótima apresentam somatória de distâncias às locações produtivas bem
semelhantes sendo que Goianápolis e Anápolis obtiveram resultados bem próximos
com ligeira vantagem à Goianápolis.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 111
R. F. Silva
5. ANÁLISE DOS RESULTADOS.
Os resultados obtidos na análise mostram que segundo a distribuição da
produção econômica de Goiás pode-se obter diferentes resultados para a locação ótima
de uma plataforma logística multimodal.
Considerando a produção agrícola, representada aqui pela produção de soja
o lugar ótimo para a locação de uma PLM foi o município de Acreúna por se tratar de
um grande produtor do grão e estar localizado em uma importante região produtora.
Observa se um ligeiro deslocamento no sentido sudoeste – nordeste em decorrência da
produção do sudeste e em partes do norte goiano, mas com predominância na região
sudoeste onde está a maior parcela da produção de soja de Goiás.
Considerando a Pecuária, representada aqui pela pecuária bovina, o lugar
ótimo para a locação foi o município de Itaberaí. O município é um importante produtor
bovino más a sua locação foi fortemente influenciada pela distribuição um pouco mais
dispersa da produção pecuária, mas com um peso maior na região noroeste.
Considerando a Produção mineral, representada aqui pelo ouro o lugar
ótimo foi Crixás, nesse caso se observa uma peculiaridade deste item pois o município
é o maior produtor do minério e está localizado em uma região que abriga outros
municípios importantes para a produção do mineral, porém por sua produção ser muito
superior o seu peso foi mais significativo indicando a natureza deste tipo de produção
que se dá de forma concentrada em torno das jazidas.
Considerando a População, Goiânia por se tratar da cidade mais populosa
e com uma posição central no estado foi o lugar escolhido para a locação segundo esse
critério. O critério população foi escolhido por se tratar de um indicador indireto às
demandas comerciais e ou industriais. A desconsideração do Distrito Federal foi
importante para que esse resultado fosse obtido uma vez que sua consideração geraria
um acréscimo de momento na análise que deslocaria a locação populacional em sua
direção.
Na análise da combinação dos fatores econômicos foi utilizado como
“atributo” a soma dos atributos multiplicados por suas cotações na bolsa e no caso do
atributo população uma contribuição de 60% do PIB do estado por pessoa. Por essa
análise representar um pouco melhor a situação ideal de considerar toda a produção
econômica, observa-se uma certa convergência para o centro no município de
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 112
R. F. Silva
Avelinópolis que como observado nas questões de acessibilidade os pontos mais
centrais apresentam maior acessibilidade em uma rede.
Quando se observa os critérios de acessibilidade, os pontos mais centrais e
próximos à capital e ao distrito federal demonstram maior acessibilidade em decorrência
da maior oferta de infraestrutura rodoviária; alta concentração de nós, e posição
centralizada.
Sendo esses os principais critérios de locação da plataforma buscaram-se
unir os dois resultados produzindo uma matriz de origem e destino das quatro locações
econômico-geográficas e entre três dos nós mais acessíveis da malha rodoviária goiana.
Por essa análise o município mais acessível foi Goianápolis que apresenta
uma posição centralizada e próxima às principais regiões produtoras dos itens avaliados
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 113
R. F. Silva
6. CONCLUSÕES
A locação da Plataforma Logística Multimodal proposta, pode ser locada se
valendo dos princípios das teorias locacionais de Weber diretamente, e de Christaller
indiretamente.
A consideração da teoria de Weber possibilitou a determinação de possíveis
locações ótimas para determinados produtos goianos considerando critérios de
minimização de custos máximos considerando a produção dispersa pelo espaço e
concentrada de forma desigual em regiões. Desta forma a localidade ótima é aquela
que apresenta o menor custo máximo de transporte, a metodologia de Weber se vale
de métodos gráficos para essa determinação, isodapanas, mas com o auxílio de um
SIG-T pode-se modelar um espaço vetorial que representasse o Estado com os
centroides dos municípios como nós interligados por linhas retas.
Desta forma pode se definir a localidade ótima para atender à produção de
soja em Acreúna, a localidade ótima para atender à produção pecuária de gado em
Itaberaí, a localidade ótima para atender à mineração de ouro em Crixás e a localidade
ótima para atender às demandas diversas da população em Goiânia.
Considerando uma combinação desses fatores já pode-se deslumbrar um
resultado melhor para uma facilidade voltada a tenção de demandas logísticas variadas.
Considerando a combinação dos atributos multiplicada pelo seu valor unitário em R$.
Com essa análise o Município de Avelinópolis foi o que apresentou o melhor resultado.
Quando se considera o efeito da acessibilidade às teorias do lugar central
de Christaller se tornam claras, os nós da malha viária mais acessíveis têm posição
central geográfica e econômica. Desta forma foram escolhidos como pontos ótimos para
a análise os nós no município de Anápolis, Goianápolis e Senador Canedo. Pela análise
combinada da locação Geoeconômica com a de Acessibilidade Geográfica o Município
de Goianápolis foi o escolhido para abrigar a PLM.
De forma simplificada o Município de Goianápolis foi o mais apto a abrigar
uma PLM, esse munícipio fica na região de Anápolis onde está em curso a implantação
da PLMG. Essa constatação para uma cesta limitada de produtos pode de forma indireta
confirmar a posição de Anápolis como importante centro logístico do Estado.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 114
R. F. Silva
Este trabalho não consegui avaliar os custos de transporte na área de
estudo e nem avaliar os custos de transporte com a implantação da PLM. Dessa forma
o potencial de desenvolver a economia da área de estudo não pode ser avaliado.
Como limitações este trabalho apresenta o uso de hipóteses simplificadoras
como a desconsideração das distâncias entre municípios devido a malha viária para
usar a distância euclidiana entre os pontos. A desconsideração dos custos de transporte
e tempos de viagem diferentes em diferentes regiões do Estado, a consideração do
acesso ao sistema ocorrendo no centroide do município e a desconsideração de uma
cesta de transportes mais variada. Outro fator de impacto na análise foi a
desconsideração dos possíveis cenários de rotas para a produção segundo uma
combinação de modais e uma combinação de destinos em comparação com o praticado
atualmente.
A metodologia proposta é razoavelmente adequada e simples para a
determinação primaria de pontos de interesse para a implantação de uma PLM, porém
de limitada aplicação na definição deste lugar ótimo ficando para próximos trabalhos o
refinamento da Análise.
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 115
R. F. Silva
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Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 117
R. F. Silva
ANEXO 1 PRODUÇÃO MUNICÍPIOS 2013
Município Soja 2013 (ton.)
Rebanho Bovino 2013 (cab.)
Ouro 2013 (cab.)
População 2010 (hab.)
Lagoa Santa - 47.100 6.876
São Simão - 22.600 15.757
Itaja - 183.000 20.279
Paranaiguara 5040,00 80.000 2.477
Aporé 8250,00 182.000 5.090
Itarumã 12992,00 293.000 2.013
Mineiros 297000,00 159.378
Cachoeira Dourada 21000,00 28.500 23.814
Inaciolândia 28500,00 41.000 2.051
Gouvelândia 12040,00 43.000 4.505
Três Ranchos 900,00 18.000 6.885
Cachoeira Alta 660,00 162.000 8.084
Caçu 4860,00 182.000 3.434
Anhanguera - 5.100 5.508
Cumarí 1105,00 66.000 3.609
Quirinópolis 55890,00 275.000 334.613
Ouvidor 4200,00 30.000 1.020
Itumbiara 84680,00 143.800 20.239
Aparecida do Rio Doce 2145,00 52.200 455.657
Panamá 16675,00 26.900 2.427
Chapadão do Céu 282900,00 19.900 3.803
Castelândia 18600,00 13.000 3.802
Bom Jesus de Goiás 154020,00 55.100 18.305
Davinópolis 2910,00 36.900 8.365
Goiandira 4573,00 54.000 7.510
Buriti Alegre 26390,00 87.800 3.277
Marilândia 31900,00 28.500 7.496
Nova Aurora 720,00 33.500 3.650
Aguas Lindas 840,00 61.000 2.450
Mazagão 2100,00 23.000 3.714
Corumbaíba 15810,00 165.200 8.716
Serranópolis 120750,00 18.500 24.554
Goiatuba 196000,00 110.100 8.423
Porteirão 31500,00 26.500 20.727
Rio Quente 1050,00 22.500 7.536
Jovânia 60480,00 31.750 3.503
Aloândia 5735,00 16.100 3.232
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 118
R. F. Silva
Santa Helena de Goiás 138600,00 71.000 5.509
Vicentinópolis 52900,00 33.100 9.054
Turvelândia 90000,00 40.000 2.560
Morrinhos 102000,00 302.000 3.321
Caldas Novas 72500,00 97.000 7.354
Catalão 250560,00 182.000 10.553 Santo Antônio da Barra 15500,00 28.000 1.417
Perolândia 165000,00 28.000 8.254
Pontalina 69600,00 143.000 13.283
Urutaí 9300,00 53.500 16.757
Jatai 873600,00 309.700 70.473
Palmelo 450,00 3.400 3.325
Edeia 98000,00 69.500 3.387
Portelândia 70950,00 24.500 3.656
Santa Cruz de Goiás 47275,00 75.500 11.111
Edealina 61600,00 62.600 6.060
Acreúna 112800,00 82.000 6.241 Campo Alegre de Goiás 187200,00 76.000 18.410
Mairipotaba 5500,00 47.500 5.020
Cromínia 1460,00 39.500 8.928
Cristinópolis 7800,00 16.500 3.638
Rio Verde 870000,00 340.000 86.647
Professor Jamil 580,00 43.500 4.686
Piracanjuba 159500,00 235.000 9.392
Pires do Rio 11700,00 101.500 20.722
Montividiu 396000,00 43.000 7.545
Indiara 30000,00 76.300 7.001
Varjão 900,00 53.400 55.915
Cezarina 3600,00 52.200 17.407
Ipameri 216000,00 219.000 3.523
Jandaia 24000,00 88.100 2.632
Hidrolândia 2100,00 80.800 10.361 São Miguel do Passa Quatro 26660,00 586.210 8.181
Santa Rita do Araguaia 26400,00 63.300 46.580
Aragoiânia - 24.200 2.932
Guapo 1680,00 69.100 15.760
Mineiros 297000,00 340.000 3.555
Bela Vista de Goiás 36000,00 145.000 2.964
Orizona 70500,00 184.000 3.292
Aparecida de Goiânia - 10.800 2.747
Abadia de Goiás 1624,00 16.300 2.056
São Joao da Paraúna 68380,00 2.479
Palminópolis 3600,00 51.900
Paraúna 290000,00 165.000 4.962
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 119
R. F. Silva
Campestre de Goiás 730,00 28.725 7.892
Caldazinha - 25.000 3.733
Vianópolis 95465,00 62.000 11.266
Senador Canedo 900,00 29.900 3.320
Palmeiras de Goiás 71300,00 156.500 6.983
Cachoeira de Goiás - 29.800 6.322
Bonfinópolis 1160,00 8.950 12.066 Santa Barbara de Goiás - 22.164 12.066
Nazário 1600,00 40.000 4.883
Doverlândia 30690,00 282.000 4.883
Aurilândia 880,00 69.500 3.275
Amorinópolis 4233,00 51.200 10.695
Trindade 5000,00 80.000 5.265
Palestina de Goiás 19140,00 108.500 59.549
Caiapônia 291200,00 425.500 1.302.001
Goiânia - 32.000 34.060
Turvania 12000,00 79.000 24.727
Firminópolis 13320,00 54.000 32.492
Ivolândia 2700,00 105.000 4.949
Goianápolis 2980,00 14.152 13.976
Goianira - 24.000 2.376
Leopoldo de Bulhões 16120,00 46.000 4.258 Santo Antônio de Goiás 3500,00 17.900 2.299
Caturrai 280,00 24.870 3.571
Avelinópolis 1110,00 30.100 17.398
Moiporá - 53.000 4.029
Teresópolis de Goiás 650,00 9.570 12.427
Nerópolis 454,00 29.259 5.699
Adelândia - 15.989 13.687
Brazabrantes - 17.015 48.246 São Luís de Montes Belos 900,00 27.100 24.735
Silvania 198400,00 201.100 2.844
Gameleira de Goiás 66000,00 24.000 31.274
Nova Veneza 480,00 22.100 2.887
Iporá 5468,00 106.000 35.371
Aracu 1500,00 21.993 4.513
Anicuns 3700,00 120.000 5.437 Campo Limpo de Goiás 945,00 16.056 5.062
Americano do Brasil 300,00 23.270 18.458
Córrego do Ouro - 70.000 7.835
Israelândia - 46.300 26.125
Damolândia - 15.960 6.300
Inhumas 5000,00 77.200 8.575
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 120
R. F. Silva
Ouro Verde de Goiás - 35.666 92.883
Sanclerlândia - 70.000 2.663
Anápolis 13440,00 75.567 6.164
Luziânia 156000,00 190.000 41.870
Itauçu 1150,00 52.300 88.006
Baliza 22400,00 73.500 3.000
Piranhas 19346,00 206.200 2.300
Buriti de Goiás - 26.500 7.118
Diorama 3750,00 69.000 19.153
Novo Gama 720,00 3.520 1.254
Valparaiso de Goiás - 411 7.882
Cidade Ocidental 6600,00 20.895 174.531
Cristalina 513000,00 148.893 2.374
Arenópolis 20697,00 90.000 6.871
Mossamedes 312,00 87.500 10.649
Jaupaci - 43.500 2.072
Petrolina de Goiás 672,00 78.200 4.414
Abadiânia 32100,00 52.556 11.521
Santa Rosa de Goiás 1258,00 24.900 2.685
Taquaral de Goiás 1300,00 32.065 31.154
Fazenda Nova - 128.500 52.935
Bom Jardim de Goiás 7578,00 150.600 52.935
Alexânia 18900,00 50.468 1.763
Jesupolis - 13.800 7.730
Novo Brasil - 90.000 7.987
Itaguari - 21.945 10.572 Santo Antônio do Descoberto 2100,00 24.292 4.122
São Francisco de Goiás 2784,00 41.500 41.460
Aragarças - 25.800 2.356
Itaberaí 37000,00 159.015 5.007
Corumbá de Goiás 9044,00 72.935 13.404
Aguas Lindas de Goiás 1000,00 6.106 6.438
Heitoraí 224,00 31.115 3.849
Itaguaçu - 29.000 7.874
Guaraita - 22.400 24.210
Goiás 10800,00 278.000 42.361
Cabeceiras 94800,00 34.085 2.259
Pirenópolis 4537,00 146.936 2.062
Distrito Federal - 11.927 Montes Claros de Goiás 63360,00 250.500 8.508
Jaraguá 1500,00 173.300 2.826
Itapirapuã - 240.000 3.471
Rianápolis 224,00 15.800 8.129
Santa Fe de Goiás 864,00 115.000 3.519
Uruana 1080,00 62.400 95.018
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 121
R. F. Silva
Cocalzinho de Goiás 27270,00 87.155 3.956
Itapuranga - 134.000 14.300
Carmo do Rio Verde - 38.500 4.034
São Patrício - 41.000 5.467
Faina - 160.000 27.671
Morro Agudo de Goiás - 35.800 3.371
Ceres 288,00 23.700 23.338
Rialma 1440,00 18.700 2.335
Padre Bernardo 141000,00 135.000 3.557
Rubiataba - 84.200 2.682
Ipiranga de Goiás - 42.300 9.100
Matrinchã 3108,00 105.000 10.863
Planaltina 33480,00 50.121 2.950
Jussara 18360,00 340.000 10.283
Goianésia 4650,00 122.300 2.773
Santa Isabel 1890,00 60.600 24.026
Nova Gloria - 25.250 11.266
Nova América - 25.000 23.006
Britânia 2286,00 162.000 28.762
Araguapaz - 160.700 81.649
Vila Propicio 54400,00 89.200 17.121
Mimoso de Goiás 36000,00 56.254 42.355
Sitio D'Abadia 13298,00 24.000 3.347
São Luiz do Norte 5376,00 127.600 3.839
Itapaci 1260,00 88.000 31.419
Vila Boa 1350,00 35.258 3.239
Barro Alto 8580,00 41.000 43.220
Agua Fria de Goiás 81000,00 51.640 10.523
Mozarlândia 360,00 170.000 4.566
Hidrolina 8960,00 47.000 3.312 Santa Rita do Novo Destino 14400,00 47.000 176.424
Formosa 31680,00 251.933 18.915
Guarinos - 34.400 7.550
Sitio D'Abadia 13298,00 35.000 5.751
Damianópolis - 27.200 3.142
Simolândia - 120.000 4.762
Alvorada do Norte 4857,00 42.000 36.469
Buritinópolis - 19.500 3.686
Mambai 291,00 8.500 6.924
Pilar de Goiás - 83.500 3.173
Crixas - 228.000 4918,00 2.909
Aruanã - 250.000 3.995
Nova Iguaçu de Goiás - 42.000 10.302
Flores de Goiás 12150,00 167.371 4.423
Alto Horizonte - 43.000 1361,00 4.703
Plataforma Logística Multimodal: Metodologia de Locação da (...) 122
R. F. Silva
Campos Verdes - 38.200 63.248
São Joao D'Aliança 6000,00 68.954 11.272
Posse 8850,00 103.000 6.120 Santa Terezinha de Goiás 1088,00 96.000 1.689
Niquelândia 115200,00 255.000 10.257
Uirapuru - 75.000 30.034
Uruaçu 48000,00 105.000 4.617
Alto Paraiso de Goiás 12480,00 34.673 22.283
Mara Rosa 6400,00 155.000 3.757
Iaciara - 134.000 1.991
Guarani de Goiás 204,00 54.000 17.088
Amaralina 3840,00 95.000 84.443
Estrela do Norte 3321,00 23.560 7.481
Campinorte 27280,00 38.000 19.089
Colinas do Sul - 32.000 6.514
Campinaçu 2340,00 73.590 2.825
Mutunópolis - 79.310 2.825
Mundo Novo 4824,00 196.000 3.541
Formoso - 55.440 3.016
Nova Roma - 77.000 6.561
Teresina de Goiás - 8.756 2.819
Bonópolis 14820,00 127.400 104.488
Santa Tereza de Goiás 552,00 53.130 3.452
Nova Crixas 12600,00 700.000 4.839
Trombas 1500,00 43.800 4.399
Minaçu - 104.074 2.933
Cavalcante - 59.609 1,00 36.929
São Domingos - 150.000 13.826
Divinópolis de Goiás - 57.000 3.074 Monte Alegre de Goiás - 129.000 132.982
Novo Planalto 10830,00 92.763 3.659
Campos Belos - 62.000 12.548
Montividiu do Norte 2700,00 83.084 7.371
Porangatu 21717,00 353.570 4.735 São Miguel do Araguaia 10110,00 22.000 5.145