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ano quatro | nº 26 | novembro / dezembro 2011 | R$ 10,00 www.plurale.com.br AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE PATAGÔNIA, AMAZÔNIA E MARANHÃO ARTIGOS INÉDITOS POLÍTICA DE RESÍDUOS: QUEM PAGA A CONTA? FOTO DE LUCIANA TANCREDO/ PINGUIM DE MAGALHÃES EM USHUAIA - PATAGÔNIA, ARGENTINA

plurale em revista ed.26

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ano quatro | nº 26 | novembro / dezembro 2011 | R$ 10,00

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AÇÃO | CIDADANIA | AMBIENTE

PATAGÔNIA, AMAZÔNIA EMARANHÃO

ARTIGOS INÉDITOS

POLÍTICA DE RESÍDUOS: QUEM PAGA A CONTA?

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16.CONEXÕES PLURALE: O GESTOR SUSTENTÁVEL, POR NÁDIA REBOUÇAS

|

Conte xto

PELO BRASIL

24

CINEMA VERDE

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VIDA SAUDÁVEL

43PELO MUNDO

47

30.

A LUTA DAS QUEBRADEIRAS DE BABAÇU NO

MARANHÃO

BAZAR ÉTICO

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48.PATAGÔNIA:RICA BIODIVERSIDADE

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Luciana Tancredo/ Ushuaia, Patagônia Argentina

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PATAGÔNIA:RICA BIODIVERSIDADE

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PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 20116

O Grupo Boticário tem uma história de empreendedorismo.

Tudo começou com O Boticário, que, em 34 anos, se tornou

a maior rede de franquias de cosméticos do mundo e continua

se expandindo rapidamente. E a história do Grupo Boticário ganhou

um novo capítulo: Eudora. A primeira empresa de cosméticos

no Brasil que já nasce no sistema multicanal, com venda direta,

lojas-conceito e comércio eletrônico integrado às redes sociais.

É assim que o Grupo Boticário segue realizando cada vez mais.

Empresas do Grupo Boticário

www.grupoboticario.com.br

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Amazônia, Maranhão, Amazônia, Maranhão, Amazônia, Maranhão, Patagônia e muito mais Patagônia e muito maisAmazônia, Maranhão, Patagônia e muito maisAmazônia, Maranhão,

Editorial

Ao longo de quatro anos, temos procurado apresentar aos leitores de Plurale um mundo em transformação. Assuntos e pautas não nos faltam. Nesta edição de número 26 trazemos um leque de reportagens, artigos e estudos

plurais como é nossa abordagem.Luciana Tancredo, nossa editora de Fotografia, sempre

aventureira, esteve na Patagônia argentina e se encantou com a rica biodiversidade. Pinguins (como o simpático que ilustra a capa desta edição), lobos marinhos, condor, gambás e tantos outros animais despertaram os olhares curiosos e dão a certeza de que apenas protegendo a biodiversidade será possível asse-gurar a sobrevivência num planeta cada vez mais em perigo.

De Buenos Aires, a correspondente Aline Gatto Boueri, revela, com exclusividade, detalhes da formação do novo Partido de Los Verdes, inspirado no similar brasileiro e no histórico precursor, da Alemanha. Monica Pinho, da Aus-trália, mostra como funcionam as praias especiais para ca-chorros e Elisabeth Cattapan Reuter conta o que mudou na vida de quem mora em Hamburgo por ter sido escolhida a Capital Verde da Europa.

A também correspondente Vivian Simonato deixou a fria Irlanda para se embrenhar pelo coração quente do Maranhão como parte de sua pesquisa de Mestrado para a Trinnity College, em Dublin. Passou com louvor, muito orgulhando toda a equipe Plurale. Não é para menos: Vivian, sempre en-

tusiasmada, focou comunidade de mulheres quebradeiras de babaçu na pequena Pedreiras, no Médio Mearim (MA). Em emocionante relato, Vivian nos descortina a dura realidade destas mulheres maranhenses, seus anseios, medos e, acima de tudo, esperança. Cid do Nascimento Silva apresenta aos leitores, um encontro regado à poesia que marcou recen-te viagem aos Lençóis Maranhenses.

Do Maranhão para o Amazonas, Isabel Capaverde conhe-ceu projetos de Desenvolvimento Local que estão mudando a realidade de quem vive na Grande Manaus ou na Floresta Amazônica. Flamínio Araripe traz a história incrível de um cearense que tem feito sucesso em terras globais. Estivemos e participamos ativamente também em importantes seminários e fóruns sobre sustentabilidade, como o da Fundação Getúlio Var-fóruns sobre sustentabilidade, como o da Fundação Getúlio Var-fóruns sobre sustentabilidade, como o da Fundação Getúlio Vargas, sobre Política Nacional de Resíduos Sólidos, em São Paulo; sobre Redes, organizado pelo SESC-Rio e ainda o emocionante IV Congresso sobre Jornalismo Ambiental, ambos no Rio.

Artigos inéditos de Malu Nunes, da Fundação O Boticá-rio, de Rudolf Höhn, presidente da ONG Ação Comunitária e Nádia Rebouças, que trabalha com comunicação para trans-formação, abordam temas ligados à Sustentabilidade. Tudo isso além das tradicionais Colunas: Bazar Ético, Carbono Neutro, Cinema Verde, Pelas Empresas, Vida Saudável, etc.Cinema Verde, Pelas Empresas, Vida Saudável, etc.Cinema Verde, Pelas Empresas, Vida Saudável, etc.

Aproveitamos para desejar um 2012 de muita paz e Aproveitamos para desejar um 2012 de muita paz e Aproveitamos para desejar um 2012 de muita paz e Aproveitamos para desejar um 2012 de muita paz e energias positivas renovadas. Obrigado pela audiência tão energias positivas renovadas. Obrigado pela audiência tão energias positivas renovadas. Obrigado pela audiência tão energias positivas renovadas. Obrigado pela audiência tão energias positivas renovadas. Obrigado pela audiência tão energias positivas renovadas. Obrigado pela audiência tão energias positivas renovadas. Obrigado pela audiência tão prestigiada. Vamos juntos! prestigiada. Vamos juntos! prestigiada. Vamos juntos! prestigiada. Vamos juntos!

Sônia Araripe e Carlos FrancoEditores de Plurale em revista Editores de Plurale em revista

e Plurale em site

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Para quem tem espírito

empreendedor, a vida

está cheia de oportunidades

para realizar mais.

O Grupo Boticário tem uma história de empreendedorismo.

Tudo começou com O Boticário, que, em 34 anos, se tornou

a maior rede de franquias de cosméticos do mundo e continua

se expandindo rapidamente. E a história do Grupo Boticário ganhou

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no Brasil que já nasce no sistema multicanal, com venda direta,

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É assim que o Grupo Boticário segue realizando cada vez mais.

Empresas do Grupo Boticário

www.grupoboticario.com.br

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Diretores

Carlos [email protected]

Sônia Araripe [email protected]

Plurale em site:www.plurale.com.br

Plurale em site no twitter:http://twitter.com/pluraleemsite

Comercial

[email protected]

ArteSeeDesign Marcos Gomes e Marcelo Tristão

FotografiaLuciana Tancredo e Eny Miranda (Cia da Foto);

Agência Brasil e Divulgação

Colaboradores nacionaisAna Cecília Vidaurre, Geraldo Samor,

Isabel Capaverde, Isabella Araripe

(estagiária), Nícia Ribas, Paulo Lima e Sérgio Lutz

Colaboradores internacionaisAline Gatto Boueri (Buenos Aires),Ivna Maluly (Bruxelas), Vivian Simonato (Dublin), Wilberto Lima Jr.(Boston)

Colaboraram nesta ediçãoAntoninho Marmo Trevisan, Fábio de Castro (Agência FAPESP), Flamínio Araripe, Letícia Koeler, Luiz Antônio Gaulia, Marcello Casal Jr (Agência Brasil), Maria Augusta Carvalho, Mônica Pinho, Nélson Tucci, Paulo Lima, Pedro Freiria, Pieter Zalis, Roberto Saturnino Braga e Rodney Vergili.

Plurale é a uma publicaçãoda SA Comunicação Ltda(CNPJ 04980792/0001-69)Impressão: WalPrint

Plurale em Revista foi impressa em papel certificado, proveniente de reflorestamentos certificados pelo FSC de acordo com rigorosos padrões sociais e ambientais.

Rio de Janeiro | Rua Etelvino dos Santos 216/202CEP 21940-500 | Tel.: 0xx21-3904 0932

São Paulo | Alameda Barros, 122/152CEP 01232-000 | Tel.: 0xx11-9231 0947

Os artigos só poderão ser reproduzidoscom autorização dos editores

© Copyright Plurale em Revista

c a r t a s @ p l u r a l e . c o m . b r

CartasQuem faz

Plurale em revista, Edição 25

“Os quatro anos de Plurale significam imensa contribuição da imprensa para a formação de uma nova consciência sobre a interação do homem com o ambiente e consigo próprio, na busca de um futuro digno e sustentável.”Antoninho Trevisan, Presidente da Trevisan Escola de Negócios e membro do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República), São Paulo, SP

“Parabéns à antenada equipe de Plurale em Revista pelos quatro anos de caminhada editorial focados no meio ambiente, cidadania e educação. Eu, que tive a oportunidade de participar recentemente da edição 24 da revista, em uma reportagem sobre a Fábrica Cultural, projeto que mantenho aqui em Salvador, aproveito também para agradecer. Desejo ainda mais assunto e notícia, foco de trabalho de todo jornalista, com o tratamento sustentável e inovador, que é marca da publicação.”Margareth Menezes, cantora, Salvador, BA

“Em primeiro lugar, agradeço pela atenção e carinho dedicados na entrevista publicada na Edição 25 de Plurale em revista, realizada pelo jornalista Paulo Lima. A revista em si impressiona muito, tanto em design quanto no material em que ela é feita. Como estudante de Relações Internacionais, adorei que houve um cuidado com a seção de Pelo Mundo, trazendo informações com um enfoque bastante diferente do que aparece na mídia de alta circulação. Gostei muito do artigo sobre vinhos orgânicos, acho o tema bastante relevante. Aliás, a proposta da Plurale é bastante pioneira. Meu artigo favorito foi o a respeito do meio ambiente espacial. O tema se mostrou muito novo, e a abordagem foi bastante interessante. Em suma: adorei. Achei uma matéria ali no meio com uma escritora meio besta um pouco irrelevante, a menina me pareceu meio cabeça-vazia, sei lá... Não pareceu? Se eu fosse editora, não teria chamado aquela Luisa não, viu.”Luisa Geisler, estudante e escritora, Porto Alegre, RS

Nota da Redação: Prezada Luisa, foi um imenso prazer tê-la em nossas páginas. Suas letras tão relevantes fizeram grande sucesso. Esperamos tê-la outras vezes aqui.

“Ao ler a matéria sobre a origem e as atividades da Náutica Ambiental ficamos muito felizes. Nosso objetivo além de cuidar do meio ambiente

é divulgar essa ideia, e através da vivencia ocorrida nos recifes de Tamandaré, essa ideia irá chegar muito mais longe. Esperamos que outros grupos tomem iniciativas de cuidar e compartilhar a educação ambiental para todos. Trabalhar com amor e por amor faz bem a todos e a natureza agradece!Larissa Vila Nova, Bióloga da Náutica Ambiental, Tamandaré PE

“Gostaria de parabenizar a jornalista Sônia Araripe pela excelente reportagem “Hidreletricidade rima com Sustentabilidade?” (edição 24). Diante de um tema controverso, quase sempre tratado de maneira enviesada pela grande mídia, merece especial destaque um texto como este, que pondera as diferentes visões dos atores envolvidos de forma ampla e democrática, sem partidarismos ou meias informações. Parabéns a toda equipe da Plurale”.Oldon Machado, Assessor de Imprensa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Rio de Janeiro, RJ

“Sônia, que revista bonita! Parabéns pelos quatro anos e pela Isabella. Um abraço pro Franco.”Orivaldo Perin, jornalista, Rio de Janeiro, RJ

“Recebi a revista. Como sempre, muito legal. Que as comemorações sigam pelos próximos 40 anos, pelo menos”Regina Eleutério, jornalista, Rio de Janeiro, RJ

“Sônia, obrigada pelas edições que recebi da Plurale. Fiquei muito feliz de ver lindas fotos da Isabella. Muito talentosa! Parabéns!” Maria Teresa Carneiro, Jornalista, Assessoria de Comunicação do Sebrae- RJ, Rio de Janeiro, RJ

“Sônia e Equipe Plurale, parabéns pelo quarto aniversário de Plurale! Gostamos demais das reportagens da Edição 25. As fotos tiradas por Isabella em Alagoas e Pernambuco são ótimas! Gostamos muito da reportagem.”Richard Woodhull Jr., consultor, Brevard, Carolina do Norte, EUA

“Parabéns pelos quatro anos da Plurale, esse desafio que vocês abraçaram e que, com tanta competência e qualidade, têm levado adiante. Que vários outros anos venham à frente”Cid do Nascimento Silva, engenheiro, Rio de Janeiro, RJ

Correção:

- Na Edição 25, na matéria “Preservação de corais e peixes-boi” o nome da bióloga Larissa Vila Nova foi incorretamente apresentado como Letícia. E o ano de criação da APA dos Corais foi em 1997 e não 1977, por erro de digitação.

é divulgar essa ideia, e através da vivencia ocorrida nos recifes de Tamandaré, essa ideia irá chegar muito mais longe. Esperamos que outros grupos tomem iniciativas de cuidar e compartilhar a educação ambiental para todos. Trabalhar com amor e por amor faz bem a todos e a natureza agradece!Larissa Vila Nova, Bióloga da Náutica Ambiental, Tamandaré PE

“Gostaria de parabenizar a jornalista Sônia Araripe

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Novidades

Aniversário de quatro anos é destaque na imprensa

Os quatro anos de Plurale em revista e Plurale em site foram destaque na mídia nacional. A prestigiada coluna do jornalista Ancelmo Góis, de O Globo, registrou a data e vários outros veículos também. Na Rádio CBN, o jornalista André Trigueiro, em seu comentário sobre meio ambiente, aproveitou a avaliação que fez sobre as palestras e temas do IV Congresso

de Jornalismo Ambiental, realizado no Rio de Janeiro, para destacar o trabalho de Plurale. Vários blogueiros e jornalistas também registraram a data em posts nas redes sociais.

Agradecemos, emocionados aos colegas. Estamos certos que sem a generosidade de parceiros como estes e tantos outros, Plurale não existiria.

Acreditamos que estas são algumas amostras de que estamos na direção certa. Parte de uma caminhada, claro, ainda com muitos passos por serem dados. Mas o público tem reconhecido nosso esforço pela democratização de informações relevantes sobre sustentabilidade.

Não é só. Leitores de diferentes cidades e regiões deste Brasil continental acompa-nham as notícias e artigos de Plurale pelo portal, com atualização diária. As mensagens e comentários que nos chegam também são indicador relevante sobre a opinião de nosso público.

A presença dos jornalistas de Plurale também em importantes eventos – pa-lestrando ou moderando – é outra amostra. Em 2012 pretendemos continuar avan-çando. O novo lay-out do portal tem agradado e as redes sociais – twitter, facebook e blog – conquistam a cada dia novos seguidores. Estamos lançando a versão para Ipad de Plurale em revista. Acompanhe e confira as novidades diariamente em www.plurale.com.br e @pluraleemsite.

PLURALEPLURALEPLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA ||| Novembro / Dezembro 2011Novembro / Dezembro 2011Novembro / Dezembro 2011101010

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...como a história de Seu Luiz Gonzaga, na Reserva de

Uatumã, na Floresta Amazônica (AM),

que está aprendendo que está aprendendo a escrever graças à a escrever graças à

Fundação Amazonas Fundação Amazonas Sustentável e tem Sustentável e tem

como objetivo como objetivo defender as defender as

necessidades necessidades de sua pequena de sua pequena

comunidade...comunidade...

Com Plurale é assim: vamos onde a notícia está. Para que cada um apresente sua história, capaz de inspirar tantas outras transformações.

Plurale: plural até no nome.

...ou do jovem Tião Santos, que cresceu no lixão de Jardim Gramacho (Baixada Fluminense), lutou para mudar não só a sua vida, mas a dos catadores: virou estrela da obra do artista plástico de Vik Muniz e de filme com direito a tapete vermelho de Hollywood...

...distâncias percorridas de

barco, de carros fora de estrada e

pequenos aviões. Foi assim para mostrar

a exuberância do Pantanal em projeto

de preservação da ararinha azul e várias outras

espécies, trabalho de profissionais zelosos

como a bióloga Luciana PinheiroFerreira, na RPPN SESC Pantanal...

...neste período ...neste período também também também conhecemos conhecemos conhecemos diversos projetos diversos projetos diversos projetos inovadores,inovadores,inovadores,como o de como o de como o de educação e educação e educação e geração de renda geração de renda geração de renda para crianças para crianças para crianças de comunidade de comunidade de comunidade de Serrinha, no de Serrinha, no de Serrinha, no sertão baiano, sertão baiano, sertão baiano, como como como Itairan CardosoCardosoCardoso.

Nos últimos quatro anos, repórteres e fotógrafos de Plurale em revista cruzaram o Brasil de norte a sul para descobrir boas histórias de transformação. De gente simples e aguerrida, protagonista de mudanças que estão apenas começando...

comunidade...comunidade...

SESC Pantanal...

Seu Luiz GonzagaReserva do Uatumã, AM

Luciana PinheiroPoconé, RPPN SESC Pantanal, MT

Itairan CardosoSerrinha, BA

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Gramacho (Baixada Fluminense), lutou para mudar não só a sua vida, mas a dos catadores: virou estrela da obra do artista plástico de Vik Muniz e de filme com direito a tapete vermelho de Hollywood...

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Tião SantosJardim Gramacho,RJ

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PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 201112

O compromisso político firmado entre os paí-ses que participaram da 17ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (ou COP-17), em Durban (África do Sul), demonstra

que “ainda existe uma esperança em relação a esse espaço multilateral de discussão”, avalia Maureen Santos.

A assessora do Núcleo Justiça Ambiental e Direitos da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo – FASE parti-cipou da COP-17 e quando voltou concedeu a entrevista a seguir à IHU On-Line. Em sua avaliação, “do ponto de vis-ta concreto em relação ao problema das mudanças climá-ticas, os compromissos assumidos ficaram muito aquém das reais necessidades”.

Entre as novidades, Maureen destaca a postura da presi-dente da COP-17, Maite Nkoana-Mashabane, que incluiu nos relatórios as demandas dos países pobres e mais impactados pelas mudanças climáticas. “Do ponto de vista da organiza-ção africana, a conferência foi muito positiva e bastante di-ferente do que estávamos acostumados a ver nos demais encontros. (...) A presidente da COP-17 escreveu um texto paralelo, incluindo essas propostas para que elas sejam dis-cutidas no ano que vem, ou para que, de alguma forma, os países se envolvam com essas temáticas”, relata.

A próxima conferência do clima acontecerá no próximo ano, em Catar, mas, na avaliação de Maureen, a escolha pelo país árabe é preocupante, “não só pela questão do petróleo que existe no país, que vai contra toda essa questão climáti-ca, mas porque lá há sérios problemas em relação à demo-cracia, à organização social, sindicatos. Isso demonstra uma dificuldade de transparência nas negociações”, conclui.

Maureen Santos é formada em Relações Internacionais, pela Faculdade Estácio de Sá, e mestre em Ciência Política, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

IHU On-Line – Quais são as principais decisões e resultados da COP-17?

Maureen Santos – Os países conseguiram elaborar Maureen Santos – Os países conseguiram elaborar Maureen Santos –um documento, uma plataforma de compromisso político denominada Plataforma de Durban, mas isso não quer di-zer que tomaram medidas vinculantes ou legais. De todo modo, o compromisso político demonstra, de alguma for-ma, que os países têm interesse em continuar neste espaço multilateral de negociação e isso fortalece a conferência. Se eles não tivessem elaborado nenhum documento final, demonstrariam claramente que não veem a conferência do clima como útil para a governança internacional das mu-danças climáticas.

Se podemos dizer que há algum aspecto positivo re-sultante da COP-17, diria que é essa demonstração de que ainda existe uma esperança em relação a esse espaço multi-lateral de discussão. No entanto, do ponto de vista concreto em relação ao problema das mudanças climáticas, os com-promissos assumidos ficaram muito aquém das reais neces-sidades. Por um lado, saiu um adendo para poder continuar o segundo período de compromissos do Protocolo de Kyo-to, mas esse adendo não é assinado por todos os países do Anexo 1. O objetivo deste compromisso foi poder segurar

Por Graziela Wolfart e Patrícia Fachin, da IHU On-Line

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Maureen Santos,ASSESSORA

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COP-17: “ainda existe uma

esperança”Na avaliação da assessora do Núcleo

Justiça Ambiental e Direitos da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE),

a conferência em Durban, “demonstrou o compromisso político”

Entrevista

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Por Graziela Wolfart e Patrícia Fachin, da IHU On-Line

o Protocolo de Kyoto, ou seja, manter um instrumento vin-culante por mais tempo, enquanto os países não conseguem estabelecer outro acordo.

Os países também discutiram a implementação do Fun-do Verde, mas ainda não decidiram como será feita a gestão desse fundo e, portanto, não chegaram a um acordo sobre este tema, apesar de haver um compromisso político de im-plementação desse fundo.

Também saiu a abertura da discussão sobre o novo regime global de clima, que seria um novo acordo ou um novo proto-colo, com negociações para começar no próximo ano, 2012, e terminar em 2015, para que esse novo regime possa começar a ser estabelecido a partir de 2020. Isso em termos de eficácia para a questão do clima é muito complicado. Se formos pegar os dados do Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC, por exemplo, 2020 é um prazo muito extremo para se tomar qualquer medida concreta de enfrentamento à crise climática. Isso demonstra que os países não estão tão preocupados, ou estão mais preocupados com as questões domésticas do que propriamente em pensar num mecanismo multilateral de en-fretamento do problema climático. O que vimos na conferência é que os países mais pobres, mais impactados, são os que real-mente estão preocupados com as causas das mudanças climáti-cas e defendiam a implantação de um compromisso coletivo.

Dentro dessa plataforma de Durban saiu também um do-cumento sobre o Long-term Cooperation Agreement – LCA, que é o acordo de cooperação de longo prazo, que terminava inicialmente este ano e foi estendida até a COP-18 no ano que vem. As negociações até agora eram feitas em dois trilhos: o Protocolo de Kyoto, no intuito de renovar o segundo período, e o outro sobre o LCA, que é, como dito, o acordo cooperação de longo prazo, e a implementação da convenção como um todo. Esse LCA continua funcionando no próximo ano e acaba no final do ano que vem.

Um aspecto positivo foi o fato de não ter saído nenhum me-canismo de financiamento ligado ao mercado ou mercado de carbono para REDD+, nem ter saído um programa de trabalho para agricultura, que esteve presente nas negociações, porém não sendo aprovada sua proposta.

Ficou decido que a próxima COP será realizada em Catar, de 26 de novembro a 8 de dezembro de 2012. Vimos essa de-cisão com muita preocupação, não só pela questão dos com-

bustíveis fósseis e que vai contra toda essa questão climática, mas porque lá há sérios problemas em relação à democracia que cria sérios problemas para a organização social, para sindi-catos. Isso pode significar problemas na participação e trans-parência nas negociações.

IHU On-Line – Como os africanos se posicionaram durante a conferência, considerando que a África é um dos continentes mais atingidos pelas mudanças climá-ticas? E como você avalia a postura da presidente da COP-17, Maite Nkoana-Mashabane, durante o encontro?

Maureen Santos – Várias organizações africanas partici-param do processo da conferência. Entre a primeira e a se-gunda semana de negociação, aconteceu um fórum chamado Espaço dos Povos C-17. Foi também organizado o Toxic Tour pelos movimentos de justiça ambiental local para que nós visi-tássemos regiões que estão sendo impactadas pelas refinarias de petróleo e de metais pesados. Nós visitamos estas regiões e, em uma escola, conversamos com professores, ficamos sa-bendo dos impacto e percebemos a diferença da qualidade do ar de uma região para a outra.

Aconteceram também algumas manifestações na conferên-cia e outras manifestações do lado de fora, como a marcha do dia 3, que reuniu 10 mil pessoas. Na sexta-feira passada, ocorreu uma manifestação impactante do lado de dentro na hora em que os ministros estavam negociando o acordo. O clima estava tenso e esta manifestação deu apoio para que os países em de-senvolvimento não aceitassem as pressões dos países desenvol-vidos, que não queriam aceitar nenhuma negociação.

OrganizaçãO africana

Do ponto de vista da organização africana, a conferência foi muito positiva e bastante diferente do que estávamos acostuma-dos a ver nos demais encontros. A presidente da COP-17 teve uma atitude muito mais transparente, envolvendo e escutando os países africanos e incluindo a demanda deles e dos países pobres nos relatórios. Inclusive, no sábado pela manhã, quan-do foram apresentados os dois novos documentos, um deles, que dizia respeito a acordos futuros, incluiu diversas demandas, como a questão de propriedade intelectual que a Índia trouxe para o debate, os direitos da mãe-terra, que a Bolívia apresentou, a questão dos refugiados, e uma série de questões que já vinham sendo discutidas por alguns países, mas que não eram incluí-

“Um aspecto positivo foi o fato de não ter saído nenhum mecanismo de financiamento ligado ao mercado ou mercado de carbono para REDD+, nem ter saído um programa de trabalho para agricultura ”

Foto: Divulgação/ COP-17

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PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 201114

das nos textos da conferência. A presidente da COP-17 escreveu um texto paralelo, incluindo essas propostas para que elas sejam discutidas no ano que vem, ou para que, de alguma forma, os países se envolvam com essas temáticas.

Alguns países da União Europeia, como a França, tentaram criticar o evento e disseram que a metodologia utilizada pela presidente da COP-17 era muito ruim e que isso estava impe-dindo os países de chegarem a um acordo. Eles estavam querendo encontrar uma desculpa para mostrar que o fato de não se chegar a um acordo era culpa da presidente da COP-17.

IHU On-Line – Como você avalia a prorrogação do Protocolo de Kyoto e a expectativa de os países assumirem metas apenas em 2020? Os países não levaram em conta os últimos relatórios do IPCC?

Maureen Santos – De fato, os países não Maureen Santos – De fato, os países não Maureen Santos –levaram em conta o relatório. Mas a justificativa é de que um acordo para 2015 é mais interes-sante porque os países terão mais tempo de analisar o novo relatório do IPCC sobre even-tos extremos. Mas, na verdade, isso parece muito mais uma desculpa para adiar um acor-do, porque eles não levaram em consideração o relatório de 2007.

Por outro lado, um acordo para todas as par-tes com metas vinculantes e sem diferenciação neste momento seria injusto porque os países historicamente emissores de gases ainda não cumpriram sua parte. Pensar em um acordo vin-culante para a China, Brasil e demais países em desenvolvimento em 2020 é importante. Mas, neste momento, era necessário que os países do Anexo 1 assumissem suas dívidas históricas.

As conferências têm mostrado que, ao longo dos 20 anos, os países estão protelando acordos efetivos, então, não há como saber se em 2020 será assinado, de fato, algum acordo. O Brasil está disposto a assinar esse acordo, até porque o país está em uma situação confortá-vel porque já aprovou metas voluntárias em lei e, provavelmente, aprovará outras metas em uma negociação formal.

IHU On-Line – Como a política am-biental brasileira repercutiu em Durban? A aprovação do novo texto do Código Flo-restal teve repercussão?

Maureen Santos – O Itamaraty sempre Maureen Santos – O Itamaraty sempre Maureen Santos –tem um papel importante nesses encontros e foi visível o apoio que eles deram para a presi-dente africana da COP-17. A aprovação do novo texto do Código Florestal foi uma vergonha e, no dia anterior à aprovação do novo texto, o Brasil havia apresentado um relatório na COP-17, mostrando que o desmatamento havia sido

Entrevista

“A próxima Conferência será no Catar. A escolha pelo país árabe é preocupante, não só pela questão do petróleo que existe no país, que vai contra toda essa questão climática, mas porque lá há sérios problemas em relação à democracia, à organização social, sindicatos. Isso demonstra uma dificuldade de transparência nas negociações”

reduzido em 11%. No dia seguinte, a aprovação do texto caiu como uma “bomba” na conferên-cia e o país foi muito cobrado. Os demais paí-ses quiseram saber como o Brasil iria cumprir as metas, e se o novo Código irá favorecer o desmatamento e anistia de desmatadores.

Marina Silva participou de uma conferência de imprensa e disse que achava que o Brasil não conseguiria cumprir as metas. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, respon-deu a várias perguntas e disse que, como o Brasil já cumpriu grande parte das metas, não teria tanto impacto até 2020. De todo modo, isso está na contramão do que o Brasil está demonstrando no exterior: a criação de leis internas, criando medidas de enfrentamento nacional, mas, por outro lado, o Congresso aprova uma lei que é uma aberração total em qualquer política ambiental que possa ser algo progressista no enfrentamento dos problemas ambientais do país.

IHU On-Line – Qual a mensagem polí-tica e ambiental da COP-17?

Maureen Santos – A conferência mostrou Maureen Santos – A conferência mostrou Maureen Santos –que estamos diante de uma cilada: são vinte anos de negociações e esse é um período lon-go para os países não fazerem praticamente nada. A conferência demonstra a dificuldade que os países têm de transcenderem seus in-teresses nacionais e pensar de que forma eles podem enfrentar o problema das mudanças climáticas, o qual envolve todas as nações. Ao mesmo tempo, o encontro demonstra que, ainda é possível, através da diplomacia não jogar todas as negociações no lixo. A cúpula teria sido ainda pior se os países não tivessem conseguido elaborar um texto comum. A con-ferência mostra que ainda há chances de dar continuidade às negociações de espaços mul-tilaterais, mas ao mesmo tempo demonstra que essa não é a saída, porque os países não conseguiram criar nenhum mecanismo que possa enfrentar concretamente o problema das mudanças climáticas.

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NÁDIAREBOUÇAS

O título deste artigo não seria entendido há 20 anos. A palavra sus-tentabilidade causaria surpresa para a maioria

e mesmo o conceito de gestor, não ti-nha a popularidade que alcançou. Nos últimos anos o papel da liderança, do gestor ganhou grande destaque den-tro das empresas, do governo, organi-zações socioambientais e em todas as áreas de ação da sociedade civil.

Um pOUcO de história

Em 1992, quando aconteceu a Eco 92, no Rio de Janeiro, o conhecimento sobre as ONGs, as questões ambientais e os desafios climáticos ficavam restritos a círculos de especialistas. As ONGs chega-ram ao Brasil pelas mãos de intelectuais que sofreram a diáspora provocada pela ditadura. Foram líderes que estimularam o caminho para a democracia e que, de-pois da anistia, voltaram trazendo um novo conceito de trabalho: trabalhar causas sociais, ambientais e políticas com o apoio financeiro de ONGs internacio-nais. Uma geração de instituições, nasci-da nos anos 80, começou a ocupar um importante espaço de pesquisa, análise e denúncia. O sociólogo Betinho, criador do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) há 30 anos foi um deles. Chegou ao Brasil com Carlos Afon-so trazendo um microcomputador debai-xo do braço, o que acabou conferindo ao Ibase o pioneirismo ao lançar o primeiro provedor de internet: o Alternex. Nas-ceram aí lideranças muito importantes, preocupadas com justiça social.

Com a Eco 92 surgiram as ONGs mais voltadas para as ações diretas na sociedade. Com o aparecimento da Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e

pela Vida (1993), campanha que levou os brasileiros a tomarem consciência da fome que atingia parte significativa da nossa população, houve um estímu-lo definitivo ao voluntariado, expan-dindo também o conceito de ONG. A formação de líderes na ação social e ambiental foi intensificada. As chama-das organizações não governamentais começaram inclusive a ser financiadas por empresas públicas.

nesse período: Renascer, os Douto-res Alegria, o CDI, só para citar alguns exemplos. Descobriram o potencial das mulheres como líderes comuni-tárias e em muitos projetos sociais investiram na capacidade feminina de geração de renda.

A mudança da sociedade fez com que a velha filantropia já não respon-desse mais à necessidade de uma par-desse mais à necessidade de uma par-desse mais à necessidade de uma participação ativa das empresas. Nasceu o

O gestor sustentável do século XXI

Apesar da resistência às empresas, Betinho assumiu a convocação de to-das elas a agir contra a fome. Foi a pri-meira vez que empresários e gestores foram convocados a agir socialmente. O anúncio onde aparecia uma avestruz, publicado gratuitamente em jornais e revistas, foi o primeiro passo para trazer as empresas para a campanha Ação da Cidadania, que mais tarde originou o Comitê da Ação da Cidadania de Empre-sas Públicas (Coep), Pouco tempo de-pois, o IBASE lançou o Balanço Social, um modelo de indicadores sociais que conferia às empresas um selo de adesão e compromisso. Para tanto, Betinho perguntava aos empresários qual era a “razão social” da sua empresa? E, a partir de então, surgiram as lideranças empre-sariais que começaram a influenciar a responsabilidade social empresarial.

O empreendedorismo foi e conti-nua sendo um foco importante. Não é possível construir uma nova forma de viver sem líderes. Avina, Ashoka, orga-nizações internacionais, investiram em empreendedores sociais que nasceram

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marketing social. Betinho conseguiu envolver as mídias no apoio à sua cam-panha. Na TV, de 1993 a 1997, foram veiculados cerca de 35 filmes alguns com depoimentos de Gil, Caetano e Tom Jobim. As empresas investiram em promoções e voluntariado, A propagan-da começou a construir a imagem de “empresa cidadã”. Ainda não se falava em responsabilidade social, conceito incorporado ao dia a dia das empresas e da sociedade no final da década.

Em 1998, surge o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade So-cial (Ethos), criando pela primeira vez um trabalho estruturado que educa as empresas a refletir sobre o compro-misso que deveriam desempenhar na sociedade. Os problemas históricos do Brasil, como a desigualdade e a injustiça social, não eram apenas problemas da esfera governamental, o papel das em-presas não compreendia apenas o paga-mento de impostos. O Instituto Ethos (que reúne empresas) e o Gife (que re-úne institutos e fundações) investiram na educação para os novos tempos.

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denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador denúncia. O sociólogo Betinho, criador

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As empresas começaram a estruturar seus próprios institutos e fundações, a escolher temas de atuação, a investir em tecnologias sociais, a lançar editais de apoio a ações culturais, sociais e, mais tarde, esportivas e ambientais. De lá para cá vivemos claramente a conquista de um aprimoramento do conceito de responsabilidade socio-ambiental, mas muitas vezes convi-vendo com intenções, nem sempre nobres, dessas atividades.

O gestOr

Os líderes empresariais, estimula-dos pelos profissionais de marketing e comunicação, começaram a perceber que “ser” responsável, ou “parecer”, podia significar uma estratégia diferen-ciada e ajudar a construção da imagem da empresa. Muitas começam a fazer o Balanço Social e vão aos poucos enten-dendo que ele não era o espaço para confirmar seu índice de “bondade”, mas, de fato, para gerar indicadores para sua própria transformação. Ou seja, pela primeira vez fala-se em ges-tão, já que conhecer a situação atual é o primeiro passo para poder planejar com consciência o futuro. Quantas mulheres na empresa, quantos ne-gros, quais as diferenças salariais, os investimentos em treinamento, saúde e alimentação. Os líderes dos RH co-

apresentavam, não pediam licença para entrar. Então surgiram os processos de licenciamento e audiência pública, que iniciaram uma mudança da conversa com as comunidades, mesmo que até hoje muitos entendam a função do re-lacionamento com comunidades como a ação para “blindar a empresa”.

O desafiO de Operar cOm gestOres em fOrmaçãO

Nosso planeta gritando por so-corro despertou a reflexão dos que atuavam no ambiental e no social e que começavam a construir um novo caminho. Popularizou-se o Triple Bot-ton Line e a percepção de que sem uma nova economia não nascerá uma nova civilização. O conceito sustenta-bilidade ganhou enorme popularida-de, quase afetando a sua credibilidade. Peter Senge adota o termo “desenvol-vimento sistêmico” referindo-se ao conceito de sustentabilidade. Conse-guir pensar no todo. Desde os meus primeiros artigos sobre o tema, lá na década de 90, afirmo que se não cons-truirmos pontes entre as áreas, entre os setores, entre as pessoas, não con-seguiremos construir o novo mundo. Há uma enorme diferença entre ser gestor da sua própria área ou ser um gestor com visão sistêmica.

A gestação da economia verde e in-clusiva não se cumprirá sem uma nova liderança, sem gestores comprometi-dos e competentes, nas empresas, no governo e na sociedade civil. Aí estão muitos livros que discutem essa ques-tão. Muitas metodologias de diálogos, de encontros, têm se concretizado na tentativa de formar profissionais que as universidades não produziram na última década. Faltam gestores nas em-presas, nas organizações sociais e am-bientais e, especialmente, na educação: um profissional preparado para enfren-tar problemas, sensível para o que tem vida, que sabe conversar, tem paciência e habilidade de articulação, humildade, que valorize efetivamente as pessoas, li-vre de preconceitos e que consiga ope-rar a partir de uma visão sistêmica.

As empresas assumiram compro-misso com a sustentabilidade. Difícil ler

Muitas começam a fazer o Balanço Social e vão aos poucos entendendo que ele não era o espaço para confirmar seu índice de “bondade”, mas, de fato, para gerar indicadores para sua própria transformação.

meçam a se ver como área de desenvol-vimento humano nas empresas e pas-sam a ter um papel mais estratégico. A área de comunicação interna descobre que precisa mudar a consciência dos empregados. São eles que constroem relacionamentos nas comunidades. No início ainda falavam em “comunidades do entorno”, o que claramente demons-trava o egocentrismo do setor. Não se

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a missão ou a visão de grande empresa e não encontrar referências quanto à responsabilidade socioambiental ou sus-tentabilidade. Até as médias e pequenas empresas já estão mobilizadas para essas questões. Mas ainda é difícil, conhecendo as empresas por dentro, ver isso de fato acontecendo. Presidentes de grandes em-presas e alguns líderes perceberam nos últimos anos que não há mais condição de permanecer no mercado sem mudar paradigmas. Não são poucas as mudan-ças: Coca-Cola e McDonald’s adaptam seu portfólio de produtos para atender à sociedade, que começa a fazer novas escolhas. No entanto, ainda há resistên-cias das empresas, pois manter a fórmula tradicional dos produtos afeta menos o lucro do que investir em novas tecnolo-gias. Para uma geração de executivos que mede suas metas em dinheiro no bolso no final de cada ano a decisão não deixa dúvidas. Muitos “cases” de transformação empresarial nasceram após denúncias. Como na nossa vida pessoal a crise gera mudança. O desastre tem um papel na construção do futuro. Aconteceu com a Petrobras e o vazamento na Baía de Gua-Petrobras e o vazamento na Baía de Gua-Petrobras e o vazamento na Baía de Guanabara, com a Nike e está acontecendo nesse momento com a Chevron. Uma nova liderança possibilita a mudança de inúmeras empresas, e algumas pequenas já nascem sustentáveis. Investem em no-vas tecnologias e no sonho, na visão de novos comportamentos. Isso tem sido muito estimulante. Da mesma forma, me impressiona o número de e-mails que recebo de profissionais insatisfeitos com seus gestores e com o “discurso” das empresas sem “fatos” na realidade. An-damos, mas temos muito para caminhar. Colaboradores começam a escolher empresas para trabalhar considerando o ambiente interno e as possibilidades de fazer seu trabalho ser efetivamente uma oportunidade para mudar o mundo.

Aos poucos, o consumidor passa a ser o gestor de seu corpo e de sua men-te. Escolhe. Os jovens através das redes sociais têm realmente formas de interferir na sociedade, como tem sido provado ao longo deste ano. Há novas lideranças nas ruas, nas praças e nas redes sociais. A TV já não pauta suas mentes, fogem dela e ocupam a internet. Cada vez temos mais

interlocutores e menos consumidores, coisa que observo há anos. Aparece uma nova geração de mães que questiona os produtos e a publicidade para seus filhos. O Instituto Alana, que começou há três anos essa luta e se destaca com profissio-nais jovens, altamente preparados, que poderiam estar em qualquer empresa, mas escolheram trabalhar naquilo em que acreditam. Tudo ficará muito difícil para as empresas que não perceberem que a sociedade mudou e continua a mudar, já que jornalistas e publicitários

sem diploma ou emprego multiplicam-se exponencialmente. Fazem por pai-xão, por acreditar, voluntariamente. Aí encontramos a profunda diferença entre esses grupos ativos da sociedade civil e os empregados das empresas. Um dia me vi perguntando numa palestra: Como conquistar nos nossos empregados o espírito do voluntariado? Não adianta o presidente querer, o diretor ordenar, as missões escritas nos sites se, e especial-mente, a liderança das empresas não per-mente, a liderança das empresas não per-mente, a liderança das empresas não perceber o seu papel de gestora, animadora, inspiradora e educadora.

A comunicação interna tem conquis-tado importância estratégica nos últimos anos, exatamente porque saiu do en-

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domarketing para mergulhar na educo-municação. Dra. Ana Luiza Almeida, do Instituto de Reputação, declara com toda razão nas suas palestras: “As empresas hoje só são donas de sua imagem, não mais donas de sua reputação de marca”. A reputação da marca fugiu para a mão dos interlocutores. Quantos gestores têm consciência disso? Muitos CEOs e novos líderes já perceberam. Mas eu es-cuto afirmações de gestores que às vezes me surpreendem. Ao ver uma frase de Ricardo Voltolini no Facebook e percebo que não sou só eu que me surpreendo: “Quando o principal dirigente diz - entre os mais próximos, claro - que sustenta-bilidade “custa caro” e que só vai inves-tir em produtos sustentáveis quando o consumidor estiver disposto a “pagar o preço” ou quando o governo oferecer algum tipo de “incentivo”. Bem, ao que tudo indica, essa empresa poderá pagar alto preço pela miopia.

Definitivamente estamos longe de estruturas empresarias que contemplam a visão holística na sua gestão. Conse-guir somar pode representar uma gran-de oportunidade para posicionar uma empresa para o futuro. Sustentabilidade é um conceito que fala do todo. Como podemos gerir o todo pelas partes? Cons-truímos um mundo em cima do modelo da dominação, como nos desvenda Riane Eisler no livro O poder da parceria: “No modelo de dominação alguém tem que estar por cima e alguém por baixo (...) o modelo de dominação é desagradável, dolorido e contraprodutivo. No entanto, convivemos diariamente com ele e com suas consequências”. A estrutura das empresas hoje produz dor, desafio, e ra-empresas hoje produz dor, desafio, e ra-empresas hoje produz dor, desafio, e raramente prazer e realização no trabalho. Quando cada um está lutando pelo seu ganha-pão, pelo seu reconhecimento, como vamos construir uma empresa sus-tentável? Quando o tercerizado ou o for-tentável? Quando o tercerizado ou o for-tentável? Quando o tercerizado ou o fornecedor, a comunidade é uma coisa e o colaborador é outra? Quando as relações de trabalho são baseadas na desconfiança e não no diálogo ou na parceria?

A maioria dos nossos gestores ainda cumpre tabela. “Agora é assim que que-rem que eu faça e assim vou levando”. Não vai adiantar. Cada um de nós preci-sa se modificar, enfrentar seus “bichos”.

As empresas assumiram compromisso com a sustentabilidade. Difícil ler a missão ou a visão de grande empresa e não encontrar referências quanto à responsabilidade socioambiental ou sustentabilidade.

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Fomos treinados para sermos competi-tivos. Engenheiros não estudam gente, mas hoje devem ser gestores de pessoas. Temos hoje uma quantidade enorme de trabalhadores do PAC que atravessam o país em busca de oportunidades profis-sionais, sem qualquer preparo. Como vão respeitar o meio ambiente, a popula-vão respeitar o meio ambiente, a popula-vão respeitar o meio ambiente, a população local e evitar a proliferação de bebês, prostituição, drogas e violência? Conhe-cem história do Brasil, geografia, biomas, aprendem ao longo da vida a valorizar es-pécies animais ou vegetais? O que sabem de geografia humana, sociologia ou de psicologia? E estão lá tratando com índios e quilombolas. Pior, médicos não estudam gente, só máquina. Seres humanos são a mistura de pensares, sentires, quereres. Enquanto não afetarmos nossos profis-sionais inteiros, no triângulo básico que-reres, pensares e sentires, não nos enxer-reres, pensares e sentires, não nos enxer-reres, pensares e sentires, não nos enxergaremos no “outro”. Como podemos sair de São Paulo para trabalhar no Maranhão ou na África e entendermos essas popula-ou na África e entendermos essas popula-ou na África e entendermos essas populações que vivem no limite da idade média? Consideramos essas pessoas como iguais, realmente? Nem com as comunidades ao lado de nossas casas muitas vezes coloca-mos atenção e amorosidade.

A empresa contrata um diretor de sustentabilidade, outro diretor de meio ambiente, outro para dirigir o instituto e a fundação, outro para cuidar do relaciona-mento com comunidades, outro para cui-dar da comunicação com colaboradores e outro ainda para desenvolver os colabora-dores. Eles quase nunca conseguem tra-dores. Eles quase nunca conseguem tra-dores. Eles quase nunca conseguem trabalhar sistemicamente. O entendimento do conceito de sustentabilidade se perde nos cargos e egos. Onde está a área de sustentabilidade nas empresas? Como ter uma área para um conceito que envolve tudo? Um diretor de Sustentabilidade que não consegue falar com o diretor Fi-nanceiro? Egos e pouca compreensão do conceito atrapalham o caminho.

Temos desafios diversos para cons-truir as empresas do futuro e todos eles passam pelas lideranças. São os gestores que podem transformar as empresas, as ONGS e o governo. São os empreende-dores de si mesmo e que por isso serão capazes de empreender os novos tem-pos. Multiplicam-se na sociedade civil os interlocutores do futuro, eles estarão

pressionando para que mudanças efe-tivas ocorram na próxima década. Pre-cisamos de novos líderes que acordem colaboradores nas nossas organizações. As universidades não conseguem formá-los na proporção da necessidade. Muitas empresas investem na educação de seus colaboradores para compensar a ausên-cia de profissionais capacitados. Faltam soldadores e até pedreiros em algumas regiões. Lutamos contra o analfabetis-

mo quando a tecnologia invade todos os processos, e temos ainda o maior desafio: alfabetizar para o futuro, para o mundo que estamos gerando.

O desafio do líder gestor hoje é con-seguir ter uma visão sistêmica, que seja capaz de se reeducar e educar seu cola-capaz de se reeducar e educar seu cola-capaz de se reeducar e educar seu colaborador em justiça social, cidadania e pro-fundo respeito pela natureza. Sabemos fa-fundo respeito pela natureza. Sabemos fa-fundo respeito pela natureza. Sabemos fazer crescimento, estamos longe de saber fazer desenvolvimento sustentável. Numa praça no interior do Maranhão, onde muitas empresas estão investindo, sentei numa cadeira em volta de uma árvore, ao lado de um típico maranhense. Alguém comentou que eu já voltava para o Rio no dia seguinte quando ele comentou: “Por que todo mundo que é legal, boa gente, vai embora?” E eu rapidamente disse: Ué, como você sabe que eu sou legal? “Ah! Porque a senhora olhou para mim. Todo mundo que chega aqui, só reclama, pare-ce que não sabem que vieram para o es-tado mais pobre do Brasil. Reclamam de tudo, da estrada, da comida, da nossa falta

de educação. É tudo verdade, mas a gente não gosta que fiquem falando, falando... Porque não ajudam a gente? Por que olham para a gente como olham?”

Fui embora pensando numa palavra que as empresas não falam e que poderá fazer toda a diferença para o nosso futuro: amor. Comecei com um pouco de história, não por acaso. É muito importante per-não por acaso. É muito importante per-não por acaso. É muito importante perceber o que conseguimos andar em vinte anos. Tenho hoje o prazer de conhecer

alguns gestores que perderam o medo de amar gente, natureza, tudo que tem vida. Gerente que é capaz de sentar ao lado de colaboradores para assistir uma aula de res-ponsabilidade social. Engenheiros que tem ideias incríveis de projetos sociais, para di-minuir o impacto de seu negócio. Direto-res que são capazes de planejar e gerir não só números, mas colaboradores e comu-nidades. São poucos ainda, mas existem. Perceberam que o nosso planeta pulsa, respira, é vivo. Tentam aprender todo dia a equilibrar seus egos, conseguem estimular parcerias, enfrentam a dificuldade diária da convivência nas grandes corporações com paciência. Sabem, como eu, que não sabe-mos nada, porque nesse momento pre-cisamos fazer coisas que nunca fizemos. Esses gestores, embriões dos gestores do século XXI, me fazem trabalhar cada vez com mais amor.

(*) Nádia Rebouças, sócia da Rebouças & Associados, trabalha com comunicação para transformação

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ColunistasMaluNunes

PProteger a biodiversidade é responsabilida-de dos líderes do Brasil, mas o governo, sozinho, dificilmente será capaz de criar em curto e médio prazos tantas unidades em curto e médio prazos tantas unidades de conservação (UCs) quanto o país preci-

sa para manter íntegras parcelas significativas de seus principais ecossistemas e biomas. A participação da iniciativa privada é, portanto, fundamental para refor-çar as ações públicas, e isso pode ser feito por meio do estabelecimento de UCs privadas, as chamadas Re-servas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

Essas reservas, que ainda são pouco conhecidas pela população, carecem ser mais valorizadas, princi-palmente porque poderão ter sua importância dupli-cada. As RPPNs se tornarão um dos poucos redutos de natureza conservada se os prejuízos das já frequen-tes permissões (ou liberações) de uso direto em UCs de proteção integral forem somados à aprovação das mudanças no Código Florestal que flexibilizam a lei e possibilitam mais desmatamentos.

Existem no Brasil 1.062 reservas particulares reco-nhecidas pelos órgãos federal, estaduais e municipais. Elas estão distribuídas por todos os biomas brasileiros e protegem mais de 690 mil hectares. As RPPNs, em área, representam 0,5% dos 136,8 milhões de hectares das demais 846 UCs (310 federais, 503 estaduais e 81 municipais) e 1,34% das UCs de proteção integral.

A comparação mostra que as RPPNs são muitas, mas que têm tamanho reduzido. Por isso, elas ganham mais relevância no contexto nacional quando estão es-trategicamente localizadas nas imediações de outras UCs, pois, assim, contribuem na formação de corredo-res de vegetação que mantêm ciclos e fluxos naturais dos ecossistemas – por exemplo, servem de abrigo e pontos de passagem de animais silvestres.

Esse corredor será ainda mais efetivo se as diver-sas UCs não estiverem separadas por imensas áreas desprovidas de vegetação ou por fragmentos flores-tais isolados, mas sim se as áreas protegidas estabe-lecidas pelo Código Florestal – a área de preservação permanente (APP) e a reserva legal (RL) – formarem um elo entre elas. No melhor dos cenários, em que a lei é cumprida e há um planejamento da paisagem, cada propriedade tem sua APP conectada com a reserva

Reservas particulares: Reservas particulares: aliadas da biodiversidade

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legal; e, essa reserva é limítrofe às das propriedades vi-zinhas. Forma-se, então, uma grande área de vegetação nativa que se conecta às UCs. Esta é a complementa-ridade almejada para o sistema nacional de áreas proridade almejada para o sistema nacional de áreas pro-tegidas: os esforços públicos e privados integrados na proteção dos ciclos naturais.

No entanto, a colocação em prática dessa agregação entre UCs públicas, RPPNs e áreas protegidas (APP e RL) depende de empenho para superar os problemas exis-tentes. Uma lacuna é a deficiência de gestão das UCs públicas. Por mais que alguns órgãos ambientais se es-forcem, a criação e manutenção dessas unidades ainda deixa a desejar, pois, há anos, o governo federal care-ce de uma estratégia integrada de conservação. Além disso, se aprovada da forma como está, a flexibilização do Código Florestal permitirá novos desmatamen-tos de APP e RL. Esses pontos críticos somente serão

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superados se houver priorização das políticas públi-cas ambientais sobre as políticas econômicas que vi-sam ao desenvolvimento a qualquer custo.

A Câmara dos Deputados elaborou um projeto de lei para estabelecer o dia 31 de janeiro como o mar-co legal de comemoração das reservas privadas. Mais que celebrar o Dia Nacional das RPPNs, espera-se que a data e o próprio projeto de lei sejam pontos de par-tida para a ampla divulgação dos benefícios dessas UCs e também para discussão sobre incentivos que estimulem a criação dessas áreas e que possibilitem a qualidade na sua implementação.

Por exemplo, os proprietários de RPPN poderiam receber mais do que a atual isenção do Imposto Ter-ritorial Rural (ITR) e ser priorizados em outras políti-cas públicas de concessão de crédito; de incentivo à infraestrutura, educação e turismo; e, de estímulo a negócios verdes. Outra alternativa é a aplicação dos mecanismos de pagamento por serviços ambientais (PSA), que recompensam quem conserva a natureza, direta ou indiretamente. Já existem modelos de PSA bem-sucedidos sendo adotados no Brasil, mas eles ainda podem ter uma atuação mais estratégica com vistas a resultados de longo prazo, com a criação de modelos de PSA que recompensem os proprietários que já mantêm reservas privadas no entorno de ou-tras UCs, ou, ainda, modelos que tenham o PSA como

propulsor para criação de RPPNs. Além disso, mais estados, além dos 14 atuais, poderiam aderir ao ICMS Ecológico para beneficiar os municípios que abrigam RPPNs.

É preciso sim que as RPPNs ganhem importância no cenário nacional. Contudo, a expectativa é que essa conquista ocorra porque há estímulos para isso e porque a sociedade está conscientizada de que vale a pena conservar, e não meramente pela perda de ou-tras áreas protegidas em propriedades particulares, proporcionada pela falta de cumprimento da legisla-ção ambiental.

Nunca é demais ressaltar que somos dependen-tes de diversos serviços derivados do bom funciona-mento dos ecossistemas, como a provisão de água e alimentos. Além disso, as áreas protegidas contri-buem de forma efetiva para enfrentar um dos grandes desafios contemporâneos: as mudanças climáticas, que são decorrentes também da emissão de gases de efeito estufa provenientes da degradação de ecossis-temas naturais.

(*) Malu Nunes é Colunista de Plurale, colabo-rando com artigos sobre sustentabilidade. É engenheira florestal, mestre em Conservação da Natureza e diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

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O equilíbrio

ColunistasRudolfHöhn

Da mesma forma que para uma empresa ser saudável é fundamental que haja um equilíbrio entre seu ativo e seu passivo, penso que, em relação à Humanidade, é fundamental que haja equilíbrio entre os direitos e deveres de cada cidadão para que se possa pretender um futuro mais saudável para o nosso planeta.

Se por um lado pretendemos o direito à nossa liberdade, está, no meu entender, implícito que a contrapartida seria o dever do respeito à liberdade alheia, ou seja, para que haja o equilíbrio social é

mandatório que o comportamento humano seja orientado pela educação, pelas leis e sua aplicação efetiva, pelas regras escritas ou não, para que se consiga satisfazer esta equação.

Tomemos como exemplo o mendigo que vive nas ruas pedindo esmolas às pessoas que passam. Ele tem este direito? Certamente não, pois está com isto constrangendo as pessoas e portanto afetando o direito delas de ir e vir sem serem incomodadas. É claro que este é um exemplo de um problema de difícil solução, mas que certamente está incluído no direito do governo de arrecadar impostos e obviamente no dever de prestar os serviços correspondentes

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à sociedade, onde o problema citado está inserido. Se a sociedade paga impostos para obter do governo a con-trapartida do respeito à sua liberdade, saúde, educação e paz, é obrigação dele priorizar estas áreas antes daquelas que envolvem apenas as pretensões políticas daqueles que deveriam se dedicar prioritariamente àqueles que os elegeram e pagam os seus salários.Exemplos como este infelizmente temos demais: • Por que as pessoas não são atendidas como deveriam quando têm problemas de saúde? • Por que o nível de qualidade do nosso ensino é pior do que em países que têm condição econômica inferior à nossa?• Por que a nossa segurança pessoal deixa tanto a desejar?• Por que as nossas estradas são esburacadas?• Por que os nossos túneis são sujos e mal sinalizados?• Etc., etc., etc.

Seria por falta de recursos fi nanceiros, de prioridade adequada ou por falta de gestão? Creio que, se a nossa atenção fosse dirigida para as duas últimas questões, cer-tamente a primeira tenderia a ser melhor solucionada e o equilíbrio entre direitos e deveres mais ajustado.

A questão da gestão nos transporta para o nosso siste-ma político, a democracia, que pressupõe o equilíbrio entre os três poderes e a eleição direta daqueles que ocupam o poder executivo e o legislativo. A sociedade, única respon-sável pela escolha daqueles que receberão dela a delegação de gerir os recursos que lhe são colocados à disposição, deve ser capaz de valorizar aqueles que realmente agem em seu favor, e não os que estão em busca das suas prioridades e realizações pessoais. Meu pai dizia que o boi não sabe a força que tem, pois do contrário não puxaria a carroça. Assim é a sociedade que, embora não tendo os seus direitos atendidos, não se mobiliza para, com as ferramentas de que dispõe, reivindicá-los.

Tomemos como exemplo a questão da saúde. Existe al-guma dúvida de que sem ela nada mais é importante? Pois bem, a prioridade dada pelo governo foi por uma melhor distribuição de renda através de programas assistencialistas. Nada contra os programas de assistência à pobreza mas não antes da saúde. De que me vale comprar uma televisão se estou moribundo e não tenho a quem recorrer?

O problema que enfrentamos é que uma grande parte da sociedade está mais ligada aos benefícios pessoais de curtíssimo prazo de que possa usufruir do que naqueles estruturais como a saúde, a educação, a segurança, etc. que são as pedras fundamentais para o futuro do nosso país e que, infelizmente, somente se tornam importantes para ela quando delas necessita.

É como se o cachorro estivesse correndo atrás do seu próprio rabo. A sociedade acaba elegendo aqueles que lhes satisfaçam os desejos pessoais de curtíssimo prazo em de-trimento daqueles que se preocupam em procurar resol-ver os problemas estruturais do país. Um bom exemplo

é o que está ocorrendo hoje em alguns países da Europa, onde as benesses dadas à sociedade em geral superaram a capacidade desta mesma sociedade de gerar os recursos necessários par atende-los. E hoje quem estaria disposto a sacrifi car parte dessas benesses em prol do futuro do país?

A sociedade parece esquecer que o dinheiro público pertence a ela e não aos governos. E assim também as es-tradas, as ruas, as calçadas e toda a infraestrutura do País. Portanto, se queremos um dia que os direitos da sociedade em geral sejam respeitados, é necessário que exijamos dos governantes o foco prioritário nos direitos fundamentais de quem os elegeu. Reclamamos muito e infelizmente agi-mos pouco.

Sendo assim, a pergunta que fi ca é: - Porque a socieda-de não se mobiliza para exigir que os seus direitos sejam respeitados? Principalmente naquelas áreas onde o dever do Estado de prover serviços decentes é inquestionável:

• O nível da nossa educação - Existe alguma duvida de que não existe desenvolvimento, cultura, respeito, cidadania, preservação e a própria democracia, sem este ingrediente fundamental? Ou será que isto não interessa a todos?• O atendimento aos que necessitam na área da saúde. Saneamento básico - É claro que esta é uma área desafi ante para qualquer Pais, mesmo para o mais desenvolvido, o que não é desculpa para não estarmos muito mais avançados nesta área. Principalmente na prevenção onde os recursos são despendidos de forma mais efi caz.• Segurança pública - Esta é outra área onde, havendo vontade política e a devida prioridade assegurada muita coisa pode ser feita com os recursos disponíveis.• A infraestrutura, para que o País possa almejar melhor nível de competitividade.• Políticas públicas que visem um tratamento adequado das áreas sociais e ambientais.

Não creio ser necessário me expandir mais para fazer o ponto de que está claro que a sociedade tem por um lado cumprido com o seu dever pagando impostos elevados e por outro não sendo contemplada com o equilíbrio no atendimento aos seus direitos. Falta por parte da sociedade como um todo a cobrança destes direitos daqueles que por sua delegação são os gestores de seus recursos.

Numa empresa, o desequilíbrio entre os ativos e passi-vos causa problemas sérios, podendo levar à sua falência. Precisamos lutar para que o equilíbrio entre os direitos e deveres da sociedade sejam respeitados dando-nos chan-ce de atingirmos um dia uma vida socialmente mais justa e ambientalmente mais aceitável.

(*) Rudolf Höhn é Colunista de Plurale, colaboran-do com artigos sobre Sustentabilidade. É Presidente da Ação Comunitária e Sócio-Diretor da E-Hunter. Foi presidente da IBM no Brasil.

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PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 201124

Nícia Ribas, de Plurale em revista De São Paulo (*)

No burburinho dos intervalos do se-minário A Sociedade em Rede e a Comu-nicação, promovido pela Telefônica/Vivo, em São Paulo, dias 5 e 6 de dezembro, misturavam-se sotaques de todos os rin-cões brasileiros. O público era formado por jornalistas dos estados onde a mega empre-sa está presente, ou seja, o Brasil todo. Há pouco mais de 13 anos, pelo programa de privatização das telecomunicações, a espa-nhola arrematou a Telesp, de telefonia fixa em São Paulo, e a Tele Sudeste Celular(Rio, Espírito Santo e Bahia). O campo era tão fértil, que levou à criação de uma nova mar-ca: Vivo, para a operadora celular. Líder de mercado, ela teve grande participação no processo de expansão do número de ce-lulares, que hoje ultrapassa o número de brasileiros, sempre em linha com o eston-teante desenvolvimento tecnológico.

Agora, o Grupo Telefônica reuniu numa só organização as operadoras fixa e celular, adotando apenas um nome no Brasil: Vivo. Essa integração das empresas e a unifica-ção da marca são consideradas, pelo pre-sidente do Grupo, Antonio Carlos Valente, os fatos mais relevantes de 2011.

Como novidades para os já 85 milhões de clientes, o presidente da Vivo, Paulo Ce-sar Teixeira anunciou a maior cobertura 3G, chegando a dois mil municípios ainda em 2011; os lançamentos do Vivo Fixo e Vivo Box, no mercado da telefonia fixa e banda larga; a construção do Data Center de Tam-

Um balanço das redes e do socialboré, chamado de data center verde por ter certificado TIER III do Uptime Institute; e uma nova faixa de freqüência, a 1.800 MHz, que duplica a capacidade da rede e permite que o chip da Vivo funcione em qualquer aparelho de qualquer empresa.

No quesito inovação, carro-chefe da empresa, o destaque do ano foi o Wayra, que identifica novos talentos entre os jo-vens brasileiros. Marcelo Alonso, diretor de Comunicação, orgulha-se: “Tivemos 518 projetos inscritos, selecionamos 10, que em fevereiro de 2012 serão alocados num mesmo espaço, que já estamos chamando de Vale do Silício”.

açãO sOcial

Na mesma linha de unificação, o Ins-tituto Vivo e a Fundação Telefônica foram integrados, mantendo o empenho em melhorar a vida das pessoas. As priorida-des são o combate ao trabalho infantil, educação e aprendizagem, voluntariado e desenvolvimento local. “Nesta nova fase, estamos ampliando nossa área de atuação, com projetos que beneficiam mais de cinco mil crianças nos estados de Pernambuco e Alagoas”, disse a presidente da Fundação Telefônica, Françoise Trapenard.

No Estado de São Paulo, eles se orgu-lham de terem erradicado o trabalho infan-til em Várzea Paulista, beneficiando 10 mil crianças e adolescentes. Outra ação que consideram bem sucedida é a do Volunta-riado: “Em 2011 tivemos mais de três mil colaboradores em 12 cidades, trabalhando

para melhorar a vida das pessoas, no Dia do Voluntariado, sete de outubro.”

cOnectividade para tOdOs

Ao abrir o Seminário, Valente contou que acabara de voltar do interior de To-cantins, a 130 km de Palmas, onde lançou os projetos Telinha no Cinema e Telinha na Escola, que formam jovens para a pro-dução de conteúdos audiovisuais em mí-dias não convencionais. Era uma comuni-dade de 3.700 brasileiros desconectados do mundo.

Ele lembrou que até 1995, a Internet estava muito distante das pessoas e que só em meados de 2000 surgiu a conectivida-de móvel. Em 2010, o tablet chegou para transformar a relação das pessoas com a tecnologia: “o problema é que com a atual política tributária, o acesso ainda é muito restrito porque custa caro; temos como desafio a inclusão das pessoas, principal-mente no que se refere aos aplicativos educacionais”. Hoje, 48% dos brasileiros têm computador em casa e 75 milhões são usuários da Internet.

Um dos participantes do Seminário, o médico Eugenio Scannavino Netto, apre-sentou o trabalho desenvolvido pela sua ONG Saúde Alegria, no interior do Pará, com apoio da Vivo: “Levamos telefones celulares para o meio da floresta, onde as comunidades ribeirinhas se mantinham isoladas do mundo; vocês não imaginam a transformação que a chegada da comuni-cação proporcionou na vida das pessoas!” São 150 comunidades e 30 mil habitantes, que vivem do extrativismo e da pesca.

Dr. Eugênio contou que a Rede Moco-ronga de Comunicação, com jornais, rádios e emissoras de TV, é tocada pelos jovens das comunidades, utilizando a tecnologia disponibilizada pela operadora, em Belter-ra. Cada comunidade tem sua rádio e eles já conquistaram espaço numa rádio AM da Região, que retransmite seus programas. Telecentros culturais também foram mon-tados, permitindo o acesso à Internet.

(*) A repórter viajou a convite da organização do evento.

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O Comitê Interdisciplinar Diálogos Sociais teve a sua reunião inaugural no fim de novembro, no Rio de Janeiro. A reunião contou com a presença de nomes de peso no estudo e na prática da Respon-sabilidade Social Corporativa como, entre outros, os professores Patricia Almeida Ashley, Eduardo Rodrigues Gomes, Ana

Luana LourençoRepórter da Agência Brasil

O Brasil é o 84° colocado no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011, divulgado em novembro pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A lista tem 187 países e o índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 o resultado, melhor o desempenho. O IDH 2011 do Brasil é 0,718, colocando o país no grupo de nações com desenvolvimento hu-mano elevado. O índice brasileiro está acima da média global (0,682).

Na comparação com 2010, o Brasil su-biu uma posição. A Noruega manteve a li-derança no ranking, com IDH de 0,943. Em seguida estão a Austrália (0,929) e os Países Baixos (0,910) no grupo de países com de-senvolvimento muito elevado. Nas últimas posições, com os piores índices, estão o Burundi (0,316), Níger (0,295) e a Repúbli-ca Democrática do Congo (0,286), todos na África Subsaariana.

O IDH considera três dimensões funda-mentais para o desenvolvimento humano: o conhecimento, medido por indicadores de educação; a saúde, medida pela longevidade; e o padrão de vida digno, medido pela renda.

Em 2011, para o Brasil, foram registrados 73,5 anos de expectativa de vida, 13,8 anos es-perados de escolaridade (para crianças no iní-

Brasil é o 84º do ranking de desenvolvimento humano da ONU

cio da vida escolar) e 7,2 anos de escolaridade média (considerando adultos com mais de 25 anos). A Renda Nacional Bruta (RNB) per ca-pita dos brasileiros em 2011 considerada no cálculo do Pnud foi US$ 10.162.

Desde a criação do IDH, em 1980, o Brasil registra evolução no índice. Em três décadas, a expectativa de vida do brasileiro aumentou em 11 anos, a média de escolari-dade subiu 4,6 anos, mas a expectativa de

anos de escolaridade caiu 0,4 ano. No perío-do, a RNB per capita subiu cerca de 40%.

“As dimensões sociais, de educação e saúde foram as que mais causaram impacto no IDH do Brasil e fizeram com que o país ganhasse posições”, avaliou o economista do Relatório de Desenvolvimento Humano brasileiro, Rogério Borges de Oliveira. Entre 2006 e 2011, o Brasil subiu três posições no ranking do IDH, segundo o Pnud.

Maria Kirshner, Cláudia Jenon e Cid Alledi.

O grupo se reuniu a convite da sócia do escri-tório de advocacia Martinelli Fabiane Turisco, do coor-denador de RSC

da ABRH Luiz Fer-nando Rodrigues, do Secretário Exe-cutivo e membro

fundador do CIEDS Vandré Brilhante e da sócia-fundadora da Makemake Ta-tiana Maia Lins. A ideia é que o comitê interdisciplinar dialogue, de modo in-dependente, a respeito de pontos sen-síveis para a compreensão do terceiro setor. Alguns dos temas propostos para análise são:

•Qual o papel do terceiro setor no Brasil?•Qual o peso do terceiro setor na nossa economia?•O que é uma ong séria? •Precisamos de ongs fazendo o que os outros setores da economia não fazem?•Como desenvolver o país de modo sustentável?•Como identificar entidades honestas no terceiro setor?•Quem se beneficia dos repasses de verbas públicas?•Por que há tão pouco uso de incentivos fiscais?

O comitê pretende realizar uma série de encontros ao longo de 2012. O primeiro even-to está previsto para o dia 06 de março, com o tema: “Qual o papel de cada ator social na nos-sa economia? Eles estão sendo cumpridos?”.

Os participantes saíram do encontro mui-to animados e pretendem lançar um blog com as discussões.

Comitê Interdisciplinar Diálogos Sociais é lançado no Rio

FONTE: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)

IDH 2011: O Brasil e os extremos

Noruega

Brasil

RepúblicaDemocráticado Congo

73,5 anos

48,4 anos

81,1 anos

13,8

8,2

17,3

7,2

3,5

12,6

US$ 10.162

US$ 280

US$ 47.557

0,718

0,286

0,943

IDH Expectativade vida

Expectativade vida

Expectativade vida

Anos esperadosde escolaridade

Anos esperadosde escolaridade

Anos esperadosde escolaridade

Anos médiosde escolaridade

Anos médiosde escolaridade

Anos médiosde escolaridade

Renda NacionaBruta per capita

Renda NacionaBruta per capita

Renda NacionaBruta per capita

Noruega

IDH

IDH

84º

187º

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| Novembro / Dezembro 2011PLURALE EM REVISTA | Julho/Agosto 2010PLURALEPLURALE EM REVISTA | Julho/Agosto 2010PLURALE EM REVISTAPLURALE EM REVISTA | Julho/Agosto 2010 EM REVISTA PLURALE EM REVISTA | Julho/Agosto 2010 EM REVISTA EM REVISTAPLURALE EM REVISTA | Julho/Agosto 2010 EM REVISTA EM REVISTA |PLURALE EM REVISTA | Julho/Agosto 2010| PLURALE EM REVISTA | Julho/Agosto 2010 Novembro / Dezembro 2011PLURALE EM REVISTA | Julho/Agosto 2010Novembro / Dezembro 2011262626

Jornalista Claudia Cataldi recebe prêmio

O Grupo IBOPE lançou, no fim de outubro, o IBOPE Ambiental, que atua com serviços voltados aos aspectos am-bientais da sustentabilidade. A empresa trabalha de forma sinérgica com o Grupo em duas linhas de negócios distintas. A primeira, de consultoria, desenvolve projetos em segmen-tos como estratégias de sustentabilidade, gerenciamento e reporte de emissões de gases de efeito estufa para governos, autarquias e setor privado. A outra área de atuação abrange certificações e inicialmente trabalhará nos mercados de car-bono, regulados e voluntários, validando e verificando proje-tos de redução de emissões.

Para marcar o lançamento da nova unidade do Grupo, o IBOPE Inteligência realizou uma pesquisa com 400 médias

IBOPE Ambiental chega ao mercado e divulga pesquisaDe São Paulo

Isabel Capaverde, de Plurale em revista

e grandes empresas brasileiras e multinacionais atuantes no Brasil, dos ramos da indústria, comércio e serviços, para saber como o empresariado vê e trata a questão ambiental. O estudo mostra que 94% dos entrevistados dizem ter conhecimento sobre o assunto. Porém, apenas 48% das empresas ouvidas têm políticas de sustentabilidade com metas e ações planeja-das. Outras 45% praticam ações pontuais e 7% afirmam não ter qualquer medida para um modelo de gestão sustentável.

Em 52% das entrevistas, as áreas que elaboram e exe-cutam as ações são distintas. Das áreas responsáveis pela execução, em mais de 40% das empresas são as equipes de marketing e comercial que geram as ações. “Talvez isso indique que o peso das ações ainda se volte para a imagem da empresa ou de seus produtos, mais do que um compro-metimento com o médio e longo prazo”, explica o diretor executivo do IBOPE Ambiental, Shigueo Watanabe. Quan-do existe um conselho ou comitê de sustentabilidade, qua-se 20% dos membros não pertencem aos quadros da cor-poração. “Isso demonstra que começa a existir a percepção de que a amplitude e dinâmica do tema exigem opiniões de pessoas de fora da empresa”, explica.

Baseado na fábula do beija-flor, que diante de um grande incêndio na floresta carregava água no bico, não deixando de dar sua contribuição para o bem comum, a ONG Rio Voluntário entrega anual-mente o Troféu Beija-Flor. Em sua 15ª edição, a ceri-mônia aconteceu na tarde no dia 30 de novembro, no Teatro SESI, no Rio de Ja-neiro, com a apresentação da atriz Elke Maravilha.

A jornalista Claudia Ca-taldi - colunista de Plurale em site- foi homenageada na categoria Mídia, pelo programa Responsa Habi-lidade, o qual idealizou e está no comando há cinco anos e recebeu o troféu de Marlon Brum, editor do Jornal Extra.

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IV Congresso de Jornalismo Ambiental: reflexão e inspiraçãoDa Equipe Plurale em revista

Isabel Capaverde, de Plurale em revista

O local não poderia ser mais inspirador e acolhedor: o verde que cerca a Pontifícia Universitária Católica (PUC-Rio), na Gávea, Zona Sul do Rio. Ali, por três dias de novembro (de 17 a 19), cerca de 500 jornalistas profissionais, estudantes, executivos e representantes do Terceiro Setor estiveram reunidos para refletir e dialogar sobre os rumos do Jornalismo Ambiental.

Organizado pela Envolverde e Rede Brasileira de Jornalismo Am-biental (Rebia), o IV Congresso de Jornalismo Ambiental (CBJA) reu-niu gente de norte a sul do país. Patrocinado pela Caixa, Fundação Banco do Brasil, Fundo Vale, Itaú, Petrobras e Tetrapak, o evento tratou de temas relevantes como o papel da imprensa na cobertura da Rio + 20, a relevância das mídias sociais e como acompanhar a migração para a Economia verde. Vários veículos especializados na co-bertura sobre Sustentabilidade apoiaram também o Congresso, como Plurale, Ideia Sustentável, Mercado ético e Portal Carbono Brasil.

Logo na abertura, o economista e professor da PUC- SP Ladislau Dowbor deu o tom de urgência e relevância do encontro.lembrando sobre a crise que o Planeta atravessa, dando sinais claros de esgota-mento. Ele destacou o papel importante da mídia neste cenário.” O mundo precisa de melhor governança e acesso à informação”.

Em outra palestra, desta vez sobre Cidades Sustentáveis, o jorna-lista André Trigueiro, editor do programa que leva este nome no Ca-nal Globonews e comentarista da Rádio CBN, destacou a importância do profissional que cobre os temas socioambientais não ser ingênuo e ter sempre um olhar crítico sobre a realidade. “Não podemos fazer um ‘jornalismo poliana’. É preciso revelar o que está errado”, afirma. A outra é formada pelo rumo e pela perspectiva. “Também é preciso mostrar caminhos para a solução do que não está certo. Temos essa missão, especialmente em tempos de crise”, avalia.

No painel sobre rádio e televisão, Sér-gio Abranches, editor do site Ecopolítica e comentarista da CBN, destacou que será preciso conquistar cada vez mais e mais público.“Quero falar com os que ainda não estão convertidos, que ainda não entendem o caso. O desafio é mostrar que a grande chance do Brasil está na economia verde, e não nas tecnologias ultrapassadas”.

Outro tema debatido foi a cobertura da migração para a Economia Verde. Na ava-liação do Diretor da Ideia Sustentável, o jornalista Ricardo Voltolini, várias empresas melhoraram bastante, passando realmen-te a incorporar a sustentabilidade em seus planejamentos estratégicos, mas esta ainda não é regra geral. “Infelizmente, ainda ve-mos muito greenwashing”. Voltolini falou sobre o papel de líderes sustentáveis neste contexto, ajudando a inspirar outros empre-sários. Ele acaba de lançar a Plataforma Lide-ranças Sustentáveis e livro sobre o mesmo tema pela Editora SENAC.

A editora do Caderno Razão Social, de O Globo, a também jornalista Amélia Gonza-lez, contou como foi começar há muitos anos a cobertura socioambiental. “Pensavam que estávamos ali para abraçar árvores”, brinca. E destacou que “sustentabilidade não cabe em manchete”.

Ao contar sobre os quatro anos da re-vista e portal, a jornalista Sônia Araripe,

Diretora de Plurale em revista e Plurale em site, destacou o trabalho desenvolvi-do em diferentes cantos do Brasil e até em viagens internacionais. “Temos procurado mostrar casos de transformação, de prota-gonismo”, disse. E aconselhou jovens co-municadores a terem mais o hábito de estar nos lugares presencialmente, conversando, entrevistando. “Jornalista tem que gostar de pessoas. Somos do tempo em que a gente ia busca na rua as notícias”.

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Um em cada quatro brasileiros com mais de 16 anos, cerca de 35 milhões de pessoas, faz ou já fez algum trabalho voluntário, é o que aponta pesquisa da Rede Brasil Voluntário, realizada pelo Ibope Inteligência. Destes,

11%, cerca de 15 milhões de pessoas, exercem alguma atividade voluntária no momento e 14% (cerca de 20 milhões) não.

A pesquisa foi encomendada pela Rede Brasil Volun-tário com o objetivo de analisar o atual cenário do volun-tariado no Brasil, após 10 anos da mobilização do Ano Internacional do Voluntário (2001). Em 2011, em todo o mundo, por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), se comemora a Década do Voluntariado.

“Esta pesquisa nos mostra a evolução do movimento do voluntariado no Brasil”, afirma Maria Elena Pereira Johannpeter, presidente da Parceiros Voluntários (RS). “Há alguns anos, o voluntariado era visto como uma ação apenas de pessoas com boas condições financeiras.

Social

perfil dO vOlUntariadO brasileirO

Dos que atualmente realizam alguma ação de voluntariado, 53% são mulheres e 47% homens, com uma média de idade de 39 anos. Dividem-se entre casados (47%) e solteiros (42%).

Segundo a pesquisa, a maioria dos voluntários tem filhos (62%) e, em média, 2,5 filhos. Em relação à classe social, a maio-ria deles é da classe C (43%), seguida pela classe A (40%) e pelas classes DE (17%).

Dentre os voluntários, 38% têm Ensino Médio completo ou su-perior incompleto e outros 20% têm Ensino Superior completo. A pesquisa também aponta que, dos que exercem ou já exerceram o voluntariado, 67% trabalham fora, sendo que 51% destes em tem-po integral e 16% meio período.

De acordo com Maria Lucia Meirelles Reis, diretora do Centro de Voluntariado de São Paulo, “estes dados mostram que, além dos mais jovens e dos mais velhos, que costumam dispor de mais tem-po para atividades de voluntariado, as pessoas mais ocupadas têm se destacado no voluntariado e enxergam cada vez mais os benefí-cios e a importância de doarem um pouco de seu tempo livre”.

Atualmente, tanto no Brasil quanto no mundo, as ações vo-luntárias são entendidas como exercício da cidadania. São cidadãos preocupados com as necessidades de sua comuni-dade e que compreendem que é preciso haver a união entre governo, empresas e sociedade civil para a solução dos pro-blemas sociais”, completa.

A pesquisa foi realizada em duas etapas. O Ibope Inteligên-cia realizou em junho de 2011 a 1ª fase da pesquisa para co-nhecer a participação da população em ações de voluntariado e para contribuir nos critérios de seleção dos respondentes da etapa seguinte da pesquisa. Nesta etapa, foram entrevistadas 2 mil pessoas. Já a 2ª fase, realizada em novembro de 2011, ape-nas com voluntários que atualmente nas com voluntários que atualmente realizam alguma ação de voluntariado (um total de 1.550 pessoas), teve como objetivo principal conhecer o perfil do voluntariado brasileiro.

Um em cada quatro brasileiros faz ou já fez trabalho voluntárioTexto: Da Assessoria de Imprensa da Rede Brasil Voluntário

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freqUência

Segundo a pesquisa, o serviço vo-luntário é exercido, em média, há 5 anos. Os mais jovens, de 16 a 29 anos, exercem o voluntariado há menos tempo, 3,2 anos, e os de 30 a 49 anos há mais tempo, 5,4 anos.

Dos voluntários que atualmente exercem alguma atividade, 54% fazem com uma frequência definida e 46% fazem sem uma frequência definida. Em média, os voluntários dedicam 4,6 horas ao serviço voluntário.

satisfeitOs e mOtivadOs

A maioria dos voluntários (77%) declarou estar totalmente satisfeita com o serviço voluntário que faz, com destaque para os resultados dos vo-luntários com mais de 50 anos (83% totalmente satisfeitos) e da classe so-cial DE (86%).

Em relação à motivação para o exercício do trabalho voluntário, 67% apontam que o fazem para “ser solidá-rio e ajudar os outros”, 32% para “fazer a diferença e melhorar o mundo” e 32% por motivações religiosas.

Dos voluntários entrevistados, 87% declararam que estão totalmente motivados em continuar a exercer o trabalho voluntário.

cOnectadOs

A pesquisa também mostra que os voluntários são conectados. Do total, 87% dos voluntários têm celular, 64% têm computador, 62% usam a internet

e 53% usam as redes sociais. Do total, 2% declararam que realizam o serviço voluntário à distância.

“É muito positivo que os voluntá-rios sejam pessoas conectadas. O que temos assistido é que a capacidade de disseminação das informações de voluntariado e também de mobiliza-ção pelas causas têm se multiplicado exponencialmente por meio do uso das mídias sociais”, afirma Fernanda Bornhausen Sá, do Instituto Voluntá-rios em Ação.

sObre a rede brasil vOlUntáriO

A Rede Brasil Voluntário, criada pelos centros de voluntariado de Curitiba, Florianópolis, Rio de Janei-ro, Rio Grande do Sul e São Paulo, tem como objetivo reconhecer e expandir o voluntariado no Brasil, apoiar os cerca de 50 centros de vo-luntariado já existentes e incentivar a criação de movimentos organizados e novos centros.

“Há alguns anos, o voluntariado era visto como uma ação apenas de

pessoas com boas condições financeiras. Atualmente, tanto no Brasil quanto

no mundo, as ações voluntárias são entendidas como exercício da cidadania.

São cidadãos preocupados com as necessidades de sua comunidade e

que compreendem que é preciso haver a união entre governo, empresas e sociedade civil para a solução dos

problemas sociais.”Maria Elena Johannpeter

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PLURALE30

Maranhão

Texto e Fotos: Vivian Simonato, Vivian Simonato, Texto e Fotos: Vivian Simonato,

De Pedreiras, Médio Mearim (MA)De Pedreiras, Médio Mearim (MA)

PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2011 EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2011

SONHARJUNTO

A luta e as conquistas das mulheres

quebradeiras de babaçu no coração do Maranhão

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mulheres trabalhadoras rurais que fizeram da extração do babaçu não mulheres trabalhadoras rurais que fizeram da extração do babaçu não só a atividade econômica, mas também a bandeira de luta para melhosó a atividade econômica, mas também a bandeira de luta para melho-rar suas vidas e a vida de suas comunidades. E, mesmo que essa seja rar suas vidas e a vida de suas comunidades. E, mesmo que essa seja a primeira vez que esteja ouvindo sobre essas mulheres, garanto que a primeira vez que esteja ouvindo sobre essas mulheres, garanto que não será a última, porque as quebradeiras de coco babaçu, como são não será a última, porque as quebradeiras de coco babaçu, como são conhecidas, estão reescrevendo e redefinindo o papel da mulher rural conhecidas, estão reescrevendo e redefinindo o papel da mulher rural no Maranhão e demais estados brasileiros, por onde o tapete verde da no Maranhão e demais estados brasileiros, por onde o tapete verde da palmeira de babaçu se espalha. palmeira de babaçu se espalha.

pROTAgONiSmO femiNiNOA luta pelo acesso ao babaçu e pela terra se misturam com a hisA luta pelo acesso ao babaçu e pela terra se misturam com a his-

tória de vida dessas mulheres. Com o olhar perdido no tempo e catória de vida dessas mulheres. Com o olhar perdido no tempo e ca-beça baixa, dona Sandra nunca esquecbeça baixa, dona Sandra nunca esquecerá as marcas profundas que a resistência e determinação para ter uma vida melhor lhe deixaram. “Aresistência e determinação para ter uma vida melhor lhe deixaram. “Agente não tinha terra nenhuma e o sustento todo era tirado do babaçu, gente não tinha terra nenhuma e o sustento todo era tirado do babaçu, mas, os fazendeiros faziam de tudo para a gente não entrar nas fazendas mas, os fazendeiros faziam de tudo para a gente não entrar nas fazendas para catar o coco. Um dia mataram meu filho para a gente desistir, ir para catar o coco. Um dia mataram meu filho para a gente desistir, ir embora, mas eu nunca fui”. A incerteza de um dia ter acesso à terra, a embora, mas eu nunca fui”. A incerteza de um dia ter acesso à terra, a submissão aos grandes latifundiários - que quando permitiam o acessubmissão aos grandes latifundiários - que quando permitiam o aces-so as fazendas estabeleciam regras onde parte das amêndoas ficavam so as fazendas estabeleciam regras onde parte das amêndoas ficavam como “pagamento”-, a pobreza, a falta de informação, o preconceito como “pagamento”-, a pobreza, a falta de informação, o preconceito por serem mulheres, trabalhadoras rurais e, na maioria das vezes, analpor serem mulheres, trabalhadoras rurais e, na maioria das vezes, anal-fabetas, poderiam todos terem sido motivos de sobra para desistir. No fabetas, poderiam todos terem sido motivos de sobra para desistir. No entanto, a luta individual virou uma luta coletiva, com a mulher como entanto, a luta individual virou uma luta coletiva, com a mulher como principal protagonista, porque assim como a palmeira-mãe, a mãe queprincipal protagonista, porque assim como a palmeira-mãe, a mãe que-bradeira de babaçu não quer desamparar os filhos. O resultado foi que deira de babaçu não quer desamparar os filhos. O resultado foi que os obstáculos que podiam ter calado essas trabalhadoras rurais, servios obstáculos que podiam ter calado essas trabalhadoras rurais, servi-ram como combustível para a luta por mais justiça, pela igualdade de ram como combustível para a luta por mais justiça, pela igualdade de direitos e pela obstinação de ter uma vida melhor. “Os filhos da gente direitos e pela obstinação de ter uma vida melhor. “Os filhos da gente quando nasciam já era para morrer porque já vinham desnutridos da quando nasciam já era para morrer porque já vinham desnutridos da barriga de tanto que a gente sofria pra sobreviver. Mãe nenhuma quer barriga de tanto que a gente sofria pra sobreviver. Mãe nenhuma quer ver um filho morrer e daí nós fomos lutando, com orientação da Pastover um filho morrer e daí nós fomos lutando, com orientação da Pasto-ral da Criança fomos nos unindo para ter mais força e hoje nós temos ral da Criança fomos nos unindo para ter mais força e hoje nós temos mesmo”, conta dona Diana, respeitada líder comunitária que também mesmo”, conta dona Diana, respeitada líder comunitária que também é sócia-fundadora da Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Lago do Junco e Lago dos Rodrigues (AMTR). Nas várias comunidades tradicionais quilombolas cada família tem sua história de luta, retaliação e muita persistência percorrida até chegar na situação em que algu-mas se encontram hoje, a conquista de um pedaço de terra própria ou

estendendo a mão calejada dona Maria* dizia: “Isso é mão de quem lutou muito a vida in-teira, minha filha!”. Assim como muitas ou-tras mulheres brasileiras que vivem na área rural do Maranhão, dona Maria começa o dia cedinho, quando a silhueta da palmeira de

babaçu ainda é um recorte no horizonte, esperando o sol nascer. Casa arrumada e comida pronta, dona Maria pega o machado, os filhos mais novos e segue para o “mato”, para um dia inteiro trabalhando na quebra do fruto. A tarefa é árdua. Depois de juntar o coco babaçu em uma pilha, o barulho que vem da tenda improvi-sada, coberta com as folhas da palmeira, é um som seco e ritmado, que se estenderá até o pôr do sol. Muitas vezes, meio que sem perceber, dona Maria começa a cantar, e agora o barulho desse trabalho que separa a casca do babaçu de um lado e amênque separa a casca do babaçu de um lado e amênque separa a casca do babaçu de um lado e amên-

doa do outro, é acompanhado de uma das muitas canções que homenageiam e pedem a preservação da palmeira-mãe, como a palmeira de babaçu é cari-nhosamente chamada. E esse é um carinho coletivo, que parte não só de dona Maria, mas sim de todas as outras mulheres que conseguem garantir boa parte do sustento de suas famílias com a venda da amêndoa do babaçu. Perguntada por que o apelido palmeira-mãe, a resposta é rápida e certeira. “É mãe porque dá tudo para gente. A comida, o carvão, o óleo, a condição para a escola das crianças, o sapa-to, a roupa... tudo vem da quebra do babaçu. É nossa segurança”. Ao final de um dia inteiro de trabalho, generosa que é, os frutos da palmeira-mãe rendem cerca de 12 quilos de amêndoa, “bem limpinha, sem pedaço de casca”, como dona Maria faz questão de ressaltar, que se transformarão em aproximadamente R$ 12,00. Dona Maria faz parte de uma categoria de

Babaçu (Orbignya phalera-ta, Mart.) é uma planta da família das palmáceas Arecaceae, dotada de frutos drupáceos com sementes oleaginosas e comestíveis das quais se extrai um óleo, empregado sobretudo na alimentação, remédios, além de ser alvo de pesquisas avançadas para a fabricação de biocombustíveis

SONHARJUNTO

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PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 201132

coletiva para agricultura. Mas, junto com as conquis-tas vieram as responsabilidades e a necessidade de planejamento para fazer o melhor uso possível não só planejamento para fazer o melhor uso possível não só do babaçu, mas também da terra e demais recursos do babaçu, mas também da terra e demais recursos naturais. Como conta dona Diana, “quando a gente luta e tem uma conquista que é um pedaço de chão pra gente trabalhar, a gente precisa lembrar que vai ter outros passos. Quando conquistamos a terra nós éramos todos semi-analfabetos ou analfabetos e, co-letivamente, nossa ideia foi montar um grupo técnico para assessorar a gente”.

ASSemA, UmA ASSOciA O de “RAiz”

Na Igreja do povoado de São José dos Mouras, Linalva finaliza os últimos detalhes para dar início a mais um en-contro do Grupo de Estudos das Quebradeiras de Coco Babaçu, que acontece duas vezes ao ano. Contando Babaçu, que acontece duas vezes ao ano. Contando com uma dose infinita de muito bom humor e esbancom uma dose infinita de muito bom humor e esban-jando simpatia, ela dá boas-vindas a todos os participanjando simpatia, ela dá boas-vindas a todos os participan-tes que vão chegando. Dentro do salão as cadeiras dis-postas em meio círculo vão sendo ocupadas, no centro está estendida a bandeira da Associação em Áreas de As-sentamento do Estado do Maranhão (ASSEMA) e, sobre ela, estão espalhadas diversas revistas que falam de meio-ambiente, sustentabilidade, direitos da mulher, e muitos outros assuntos que serão discutidos nos próximos dois dias de evento. Linalva é uma das assessoras técnicas da ASSEMA, que trabalha no Programa de Organização

de Mulheres e Juventude Rural (POMJUR). O POMJUR, juntamente com suas atividades, é um dos muitos programas desenvolvidos pela ASSEMA, popular entre as quebradeiras de coco babaçu e suas famílias. “Eu não sei ler ou escre-ver, mas adoro esses encontros porque a gente aprende muita coisa”, ressalta dona Benedita, que encanta ao recitar suas rimas entre uma atividade e outra. Tamanha inclusão representa parte importante da concretização dos objetivos da ASSEMA, cuja missão desde que foi fundada, em 1989, é construir coleti-vamente ações sustentáveis de utilização dos recursos naturais, promovendo qualidade de vida no campo por meio de produção familiar, relações justas de gênero e o respeito às etnias e à diversidade cultural. Inicialmente, a ASSEMA atuava em cinco municípios da região do Médio Mearim (São Luiz Gonzaatuava em cinco municípios da região do Médio Mearim (São Luiz Gonza-ga, Lima Campos, Esperantinópolis, Lago do Junco e Lago dos Rodrigues). ga, Lima Campos, Esperantinópolis, Lago do Junco e Lago dos Rodrigues). Hoje, essa “associação de raiz” (ou como as agências de desenvolvimento Hoje, essa “associação de raiz” (ou como as agências de desenvolvimento gostam de falar “grassroots association”), também presta assessoria técnica, gostam de falar “grassroots association”), também presta assessoria técnica, gostam de falar “grassroots association”), também presta assessoria técnica, jurídica, econômica e política a membros de mais três municípios dessa porjurídica, econômica e política a membros de mais três municípios dessa por-ção central do Estado, sendo Peritoró, Capinzal do Norte e Pedreiras, o que ção central do Estado, sendo Peritoró, Capinzal do Norte e Pedreiras, o que somente confirma o sucesso e aceitação dos programas. Além do POMJUR, somente confirma o sucesso e aceitação dos programas. Além do POMJUR, a ASSEMA também tem diferentes linhas de atuação para incentivar a prática a ASSEMA também tem diferentes linhas de atuação para incentivar a prática de agricultura orgânica, dar suporte à comercialização solidária, fortalecer a de agricultura orgânica, dar suporte à comercialização solidária, fortalecer a participação das organizações locais em novas Políticas Públicas e intensifiparticipação das organizações locais em novas Políticas Públicas e intensifi-car a comunicação, tornando o trabalho da associação mais conhecido tanto car a comunicação, tornando o trabalho da associação mais conhecido tanto car a comunicação, tornando o trabalho da associação mais conhecido tanto

no cenário nacional quanto internacional. Os frutos dessa empreitada já estão no cenário nacional quanto internacional. Os frutos dessa empreitada já estão no cenário nacional quanto internacional. Os frutos dessa empreitada já estão sendo colhidos pelas quebradeiras de babaçu e suas famílias. Graças ao apoio técnico e assessoria da ASSEMA o floco do babaçu (ou mesocarpo), extraído na Cooperativa de Pequenos Produtores Agroextrativistas de Esperantinópo-lis (COPPAESP), está sendo comercializado com a gigante brasileira NATURA, para ser usado como base das maquiagens. Transcendendo os limites nacio-nais, o óleo de babaçu, extraído pela Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas do Lago do Junco (COOPALJ), vem ganhando o mundo. Como parte de uma iniciativa de comercialização solidária, o óleo do babaçu é componente importante dos produtos da britânica The Body Shop, garantindo

Maranhão

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33333333333333

também melhores retornos financeiros para os associados e ampla projeção da luta pela defesa dos babaçuais. No entanto, outras pessoas em diferentes regiões do Maranhão que ainda sofrem condições de exploração ou pobreza extrema, pode-riam também ser beneficiadas por tais iniciativas. Mas, hoje, a expansão dos programas realizados pela ASSEMA dependem de novos apoios financeiros, uma vez que a contribuição de empresas e instituições brasileiras remanesce pequena e ain-da 51% dos recursos dessa organização não-governamental (NGO) parte de doadores internacionais, que reconhecem a relevância dos programas em andamento.

“HOJe eU SOU UmA mUlHeR”

As conquistas das quebradeiras de babaçu, por meio da ação coletiva são indiscutíveis, principalmente quando consideramos os benefícios que podem ser medidos, como melhoria da condição financeira, moradia e a certeza de comelhoria da condição financeira, moradia e a certeza de co-mida na mesa. No entanto, como dona Ana fala, “babaçu é mida na mesa. No entanto, como dona Ana fala, “babaçu é dinheiro na mão e muito mais”. Nesse caso, mais do que dinheiro na mão e muito mais”. Nesse caso, mais do que melhores condições financeiras, acompanhando a luta veio melhores condições financeiras, acompanhando a luta veio também o senso de cidadania, de direitos, de respeito pela também o senso de cidadania, de direitos, de respeito pela mulher, igualdade e maior poder de decisão, começando em mulher, igualdade e maior poder de decisão, começando em casa. “Do jeito que eu fui criada, mulher não resolvia nada, eu não achava que tinha o direito de dar minha opinião, de falar”, conta Joana. Assim como muitas outras mulheres que-bradeiras de babaçu, o direito de comercializar e decidir so-bre o dinheiro da venda das amêndoas também veio tarde. Se antes de casar era o pai quem vendia a amêndoa e gastava o dinheiro, depois do casamento essa era uma “função” só do marido. Num relato emocionado, Aurora, que já atuou na coordenação da associação de seu povoado, da ASSEMA e do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), relembra um tempo que a mulher quebradeira de babaçu tinha sua voz calada: “Hoje eu sou uma mulher. Eu me tornei uma mulher depois que começamos a nos orga-nizar para lutar pelo babaçu, pela terra, que foi quando ouvi que mesmo sendo mulher eu tinha meus direitos. Antes eu era uma fêmea... podia ser uma jumenta, uma vaca, uma égua, que só servia para reproduzir e trabalhar, porque eu não decidia nada, eu não escolhia nada, nem a roupa que eu usava ou o corte de cabelo que queria”. Hoje, mulheres como Aurora, Joana, Maria e muitas outras não ficam con-finadas mais no lar. Elas sabem que tem o direito de expressar suas opiniões para seus maridos, membros das comunidades e políticos; aprenderam a ler e escrever, ou são incluídas em iniciativas em que tem acesso à informação; desenvolveram ha-bilidades de negociação e gerenciamento do dinheiro que ga-nham e estão muito mais atentas a questões de planejamento familiar e educação, fazendo escolhas que vão muito além de suas casas. Essas mulheres, que hoje tem agendas concorridas, estão desempenhando papel fundamental também na preser-vação do meio-ambiente, impedindo não só a derrubada das palmeiras de babaçu, mas também ajudam muito na transição para novas práticas de preparo da terra, evitando queimadas e lutando pela eliminação do uso de agrotóxico em suas comu-nidades. E foi justamente o papel fundamental que a mulher desempenha para proporcionar melhor qualidade de vida a suas famílias, sua condição como cidadã, que me fez chegar até as quebradeiras de coco babaçu. A paixão pelo assunto

me impulsionou a escolher esse tema para minha pesquisa de mes-trado em Meio-Ambiente e Desenvolvimento Humano. Mas, sem privilegiar homens ou mulheres, e, sim, promovendo igualdade de gênero, descobri que esse é um assunto muito atual, chamado de “empoderamento feminino” e amplamente defendido por gover-nos e grandes agências de desenvolvimento, uma vez que os be-nefícios gerados por mulheres são muitos. Nas cinco horas dentro do ônibus pequeno, a caminho do aeroporto de São Luís, lembro e relembro o tempo precioso que passei com as quebradeiras de coco babaçu do Médio Mearim. Gostei do que vi e sei que ainda vamos ouvir falar muito dessas mulheres de fibra. Agora, as muitas palmeiras que me acompanham no meu caminho de volta têm um valor muito mais especial. Entendi a importância da palmeira-mãe na vida dessas mulheres que, sonhando juntas, estão construindo um novo futuro, sólido, com mais igualdade, como deve ser, par-um novo futuro, sólido, com mais igualdade, como deve ser, par-um novo futuro, sólido, com mais igualdade, como deve ser, partindo da raiz.

*Os nomes de algumas entrevistadas foram modificados para preservar suas identidades.

Licor e Sabonete:alguns dos produtos derivados Babacú

AgRAdecimeNTOSMinha profunda gratidão a todas as quebradeiras de

Minha profunda gratidão a todas as quebradeiras de coco babaçu que dividiram comigo suas experiências e

coco babaçu que dividiram comigo suas experiências e contarão, para sempre, com todo meu respeito. A todos

contarão, para sempre, com todo meu respeito. A todos que apoiaram a realização desse trabalho, cujo produto

que apoiaram a realização desse trabalho, cujo produto final é a tese de mestrado em Meio-Ambiente e Desenvol

final é a tese de mestrado em Meio-Ambiente e Desenvol-vimento Humano, na Trinity College Dublin, Irlanda. Em

vimento Humano, na Trinity College Dublin, Irlanda. Em especial, sou grata aos membros da ASSEMA pela ajuda

especial, sou grata aos membros da ASSEMA pela ajuda incondicional, especialmente à Linalva Cunha (que além

incondicional, especialmente à Linalva Cunha (que além do extremo profissionalismo me lembrou o que é sentir-

do extremo profissionalismo me lembrou o que é sentir-se em casa após anos estando fora do Brasil), aos amigos

se em casa após anos estando fora do Brasil), aos amigos Àurea Alves, Silvianete Matos, Dalva, Agenor, Maria Alaí

Àurea Alves, Silvianete Matos, Dalva, Agenor, Maria Alaí-des e, ao senhor Ildo, pela acolhida durante a estadia em

des e, ao senhor Ildo, pela acolhida durante a estadia em Lago do Junco.

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Ecoturismo

A A noite já ia longe, e eu estava inquieto, com a mente dando reviravoltas, pensamentos acemente dando reviravoltas, pensamentos ace-lerados, revoluções, convulsões, confusões.lerados, revoluções, convulsões, confusões.

Não estava preparado para encontrar aqui-lo tudo no Maranhão. Tolo, quão tolinho era

eu. A pensar que o Maranhão era pobre. Surpresa. Mara-nhão é rico. A pensar que o Maranhão tinha seca. Surpresa. Maranhão tem água o ano todo. A pensar que o Maranhão não tinha agricultura. Surpresa. Maranhão tem hortas, ver-duras e frutas em abundância. A pensar que o Maranhão não tinha combustível. Surpresa. O Maranhão possui gran-des reservas de gás nos seus limites com o Piauí.

Tudo isso chacoalhava na minha cabeça naquela noi-te. Fui para a janela e fiquei recebendo aquela baforada

Noite de Primavera

programa uma descida de lancha pelo Rio Preguiças, indo até programa uma descida de lancha pelo Rio Preguiças, indo até sua foz no Oceano Atlântico. sua foz no Oceano Atlântico.

Após um dia sem novidades e recheado de críticas rela Após um dia sem novidades e recheado de críticas rela-tivas aos Lençóis Maranhenses, entramos na lancha que nos tivas aos Lençóis Maranhenses, entramos na lancha que nos tivas aos Lençóis Maranhenses, entramos na lancha que nos tivas aos Lençóis Maranhenses, entramos na lancha que nos conduziria pelo Rio Preguiças. Era uma voadeira, veloz, coraconduziria pelo Rio Preguiças. Era uma voadeira, veloz, coraconduziria pelo Rio Preguiças. Era uma voadeira, veloz, coraconduziria pelo Rio Preguiças. Era uma voadeira, veloz, cora-josa e segura. Durante o trajeto o guia foi nos apresentando josa e segura. Durante o trajeto o guia foi nos apresentando josa e segura. Durante o trajeto o guia foi nos apresentando josa e segura. Durante o trajeto o guia foi nos apresentando aquele maravilhoso novo protagonista – o Rio Preguiças. aquele maravilhoso novo protagonista – o Rio Preguiças. aquele maravilhoso novo protagonista – o Rio Preguiças. aquele maravilhoso novo protagonista – o Rio Preguiças. Piscoso em todo o seu percurso, de aproximadamente 50 Piscoso em todo o seu percurso, de aproximadamente 50 Piscoso em todo o seu percurso, de aproximadamente 50 Piscoso em todo o seu percurso, de aproximadamente 50 a 60 kms, o que explicava a razão das crianças locais terem a 60 kms, o que explicava a razão das crianças locais terem a 60 kms, o que explicava a razão das crianças locais terem a 60 kms, o que explicava a razão das crianças locais terem elevado nível de saúde e proteínas, dentes alvos e sadios. elevado nível de saúde e proteínas, dentes alvos e sadios. elevado nível de saúde e proteínas, dentes alvos e sadios. elevado nível de saúde e proteínas, dentes alvos e sadios. Crianças fortes e alegres. Rio sem poluição. Para mim, moCrianças fortes e alegres. Rio sem poluição. Para mim, moCrianças fortes e alegres. Rio sem poluição. Para mim, moCrianças fortes e alegres. Rio sem poluição. Para mim, mo-rador do Rio de Janeiro, onde apesar de tudo se conhecer rador do Rio de Janeiro, onde apesar de tudo se conhecer rador do Rio de Janeiro, onde apesar de tudo se conhecer rador do Rio de Janeiro, onde apesar de tudo se conhecer sobre ecossistemas e ecologia e sustentabilidade, e nada sobre ecossistemas e ecologia e sustentabilidade, e nada sobre ecossistemas e ecologia e sustentabilidade, e nada sobre ecossistemas e ecologia e sustentabilidade, e nada se aplicar, tudo ali era de uma beleza paradisíaca.se aplicar, tudo ali era de uma beleza paradisíaca.se aplicar, tudo ali era de uma beleza paradisíaca.se aplicar, tudo ali era de uma beleza paradisíaca.

Chegamos a Mandacaru, onde teria a visita ao Farol da Chegamos a Mandacaru, onde teria a visita ao Farol da Chegamos a Mandacaru, onde teria a visita ao Farol da Chegamos a Mandacaru, onde teria a visita ao Farol da Marinha do Brasil, o Farol do Rio Preguiças localizado próMarinha do Brasil, o Farol do Rio Preguiças localizado próMarinha do Brasil, o Farol do Rio Preguiças localizado próMarinha do Brasil, o Farol do Rio Preguiças localizado pró-

ximo à foz do rio. Vários jovens se aproximaram das lanchas, ximo à foz do rio. Vários jovens se aproximaram das lanchas, ximo à foz do rio. Vários jovens se aproximaram das lanchas, ximo à foz do rio. Vários jovens se aproximaram das lanchas, oferecendo-se como guias. Cada um com sua fala preparada e oferecendo-se como guias. Cada um com sua fala preparada e oferecendo-se como guias. Cada um com sua fala preparada e

seu marketing individualizado. Até que o Bruno me chamou a seu marketing individualizado. Até que o Bruno me chamou a seu marketing individualizado. Até que o Bruno me chamou a seu marketing individualizado. Até que o Bruno me chamou a seu marketing individualizado. Até que o Bruno me chamou a seu marketing individualizado. Até que o Bruno me chamou a atenção. Ele repetia: “mostro o farol, conto as histórias dos diveratenção. Ele repetia: “mostro o farol, conto as histórias dos diver-

sos naufrágios e declamo poesia!”.sos naufrágios e declamo poesia!”. Cuméquié? Em Mandacaru, um quase adolescente de 10 anos, Em Mandacaru, um quase adolescente de 10 anos, Cuméquié? Em Mandacaru, um quase adolescente de 10 anos, Cuméquié?

declama poesia? Vou conferir. A um sinal com a mão, Bruno e seu amideclama poesia? Vou conferir. A um sinal com a mão, Bruno e seu ami-go João já estavam ao nosso lado. Ao darmos os primeiros passos, eles go João já estavam ao nosso lado. Ao darmos os primeiros passos, eles começaram a declamar a poesia que lhes foi ensinada. Gonçalves Dias. Canção do Exílio.

Texto e fotos:Texto e fotos:Texto e fotos: Cid do Nascimento Silva, Cid do Nascimento Silva, Cid do Nascimento Silva, Especial para Plurale em revistaDe Mandacaru (MA)

Eu fiquei paralisado. Extasiado. Que pedaço de mundo era esse? Que pedaço de Brasil era esse? Quem é a professora desses jovens? Quem é a orientadora educacional desses jovens? Que pedaço de

O grupo que se dirigia para a visita ao Farol do Rio Preguiças era grande, e já ia lá na frente. Meu anjo da guarda, sempre de plantão, também estava arrepiado com aquela surpresa. E, rapidamente, me apresentou o roteiro. Entreguei nossa máquina para um casal gaú-cho que subiria o Farol, e levei o Bruno e João para um quiosque. Pedi um refrigerante para eles, e uma cervejinha para mim e para Denise. Eu

Noite de PrimaveraNoite de PrimaveraNoite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de Noite de PrimaveraNoite de Noite de Primavera Primavera Primavera Primavera

Eu fiquei paralisado. Extasiado. Que pedaço de mundo era esse? Que pedaço de Brasil era esse? Quem é a professora desses jovens? Quem é a orientadora educacional desses jovens? Que pedaço de

O grupo que se dirigia para a visita ao Farol do Rio Preguiças era grande, e já ia lá na frente. Meu anjo da guarda, sempre de plantão, também estava arrepiado com aquela surpresa. E, rapidamente, me apresentou o roteiro. Entreguei nossa máquina para um casal gaúcho que subiria o Farol, e levei o Bruno e João para um quiosque. Pedi um refrigerante para eles, e uma cervejinha para mim e para Denise. Eu

te. Fui para a janela e fiquei recebendo aquela baforada de vento constante vindo do Oceano

Atlântico. A noite linda, calma e sere-na contrastava com os turbilhões que inundavam meus pensamentos.

As surpresas tinham sido muitas mas, em especial, a realidade que me

foi apresentada pelo Bruno e pelo João. Sim, jovens de não mais

do que 10 anos foram os responsáveis por me introduzir na-quele mundo mara-vilhoso de um novo Maranhão. A partir

do abraço que nos demos na despedida

foi aceso o estopim de avaliação de todas as novida-

des a mim apresentadas.Eu e minha esposa, Denise, fomos

conhecer Barreirinhas e os Lençóis Ma-ranhenses. No dia seguinte, constava do

Eu fiquei paralisado. Extasiado. Que pedaço de mundo era esse? Que pedaço de Brasil era esse? Quem é a professora desses jovens? Quem é a orientadora educacional desses jovens? Que pedaço de Brasil é esse?

O grupo que se dirigia para a visita ao Farol do Rio Preguiças era grande, e já ia lá na frente. Meu anjo da guarda, sempre de plantão, também estava arrepiado com aquela surpresa. E, rapidamente, me apresentou o roteiro. Entreguei nossa máquina para um casal gaúcho que subiria o Farol, e levei o Bruno e João para um quiosque. Pedi um refrigerante para eles, e uma cervejinha para mim e para Denise. Eu

O surpreendente encontro de turistas com o “poetinha” de Mandacaru, nos Lençóis Maranhenses

“Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá;As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá;Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá;Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá;Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.”

PLURALE EM REVISTA | Novembro /Dezembro 201134

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precisava de coragem e velocidade. Expliquei precisava de coragem e velocidade. Expliquei precisava de coragem e velocidade. Expliquei a eles que eu iria apresentar um novo poema para eles, eles facilmente decorariam, e quan-do os turistas retornassem, eu os pararia na frente do quiosque, e explicaria que a dupla Bruno e João, declamaria um novo poema. Ao final, eles utilizariam o grande chapéu de Denise, para recolher as contribuições. Eles toparam.

Então, mãos à obra. Poeta maranhen-se: José Ribamar Ferreira Gullar. A Poesia: Uma Voz.

Expliquei que o poeta havia feito aquela poesia em homenagem a Nara Leão, ar-tista, cantora, jovem, linda que, na época da ditadura, mobilizou-se em favor da classe artística.classe artística.

Eles foram para Eles foram para Eles foram para Eles foram para Eles foram para Eles foram para um cantinho e deum cantinho e de-coraram o texto. coraram o texto. Chamei-os para um Chamei-os para um treino. Eles erraram treino. Eles erraram o verso final. Retoro verso final. Retor-naram. Decoraram. naram. Decoraram. Os anjos da guarda Os anjos da guarda deles ajudaram. deles ajudaram. Vieram e declamaVieram e declama-ram certinho.ram certinho.

Os turistas viOs turistas vi-nham chegando. nham chegando. Eu com medo se Eu com medo se tudo daria certo. Já tudo daria certo. Já possuía um Plano B. possuía um Plano B. Se eles errassem ou gaguejassem, eu completaria, e começaria a bater Se eles errassem ou gaguejassem, eu completaria, e começaria a bater Se eles errassem ou gaguejassem, eu completaria, e começaria a bater Se eles errassem ou gaguejassem, eu completaria, e começaria a bater palmas. Claro que todos seguiriam e me considerariam um louco. Meu palmas. Claro que todos seguiriam e me considerariam um louco. Meu Deus me ajudou!Deus me ajudou!

Parei naquela viela, abri os braços e os convidei a ouvir o que o BruParei naquela viela, abri os braços e os convidei a ouvir o que o Bru-no e João teriam a declamar. Todos pararam. Uma pequena multidão no e João teriam a declamar. Todos pararam. Uma pequena multidão se empertigava para enxergar os dois jovens. Coloquei-os em pé sobre se empertigava para enxergar os dois jovens. Coloquei-os em pé sobre as cadeiras do quiosque. E eles me surpreenderam.as cadeiras do quiosque. E eles me surpreenderam.

Explicaram que o poeta era maranhense, José Ribamar Ferreira Explicaram que o poeta era maranhense, José Ribamar Ferreira Gullar, e também mencionaram que a homenageada com aqueles verGullar, e também mencionaram que a homenageada com aqueles verGullar, e também mencionaram que a homenageada com aqueles verGullar, e também mencionaram que a homenageada com aqueles ver-sos era Nara Leão, pois ela tinha se oposto ao regime duro daquela sos era Nara Leão, pois ela tinha se oposto ao regime duro daquela sos era Nara Leão, pois ela tinha se oposto ao regime duro daquela sos era Nara Leão, pois ela tinha se oposto ao regime duro daquela época. Época que eles não viveram e nem conhecem suas agruras, mas época. Época que eles não viveram e nem conhecem suas agruras, mas época. Época que eles não viveram e nem conhecem suas agruras, mas época. Época que eles não viveram e nem conhecem suas agruras, mas que dramáticamente citaram em suas falas.que dramáticamente citaram em suas falas.que dramáticamente citaram em suas falas.que dramáticamente citaram em suas falas.

Seguiram declamando o poema.Seguiram declamando o poema.Palmas, palmas e palmas.Palmas, palmas e palmas.Eles ficaram super-felizes com o sucesso, que iam se esquecendo Eles ficaram super-felizes com o sucesso, que iam se esquecendo

do chapéu de Denise. Quando me olharam, sinalizei para o chapéu, e do chapéu de Denise. Quando me olharam, sinalizei para o chapéu, e do chapéu de Denise. Quando me olharam, sinalizei para o chapéu, e do chapéu de Denise. Quando me olharam, sinalizei para o chapéu, e eles foram correndo passar o chapéu, que se mostrou pequeno para a eles foram correndo passar o chapéu, que se mostrou pequeno para a eles foram correndo passar o chapéu, que se mostrou pequeno para a eles foram correndo passar o chapéu, que se mostrou pequeno para a generosa arrecadação, certamente produzida pela emoção e surpresa generosa arrecadação, certamente produzida pela emoção e surpresa generosa arrecadação, certamente produzida pela emoção e surpresa generosa arrecadação, certamente produzida pela emoção e surpresa de em Mandacaru, encontrar-se jovens tão soltos, alegres, felizes, e de em Mandacaru, encontrar-se jovens tão soltos, alegres, felizes, e de em Mandacaru, encontrar-se jovens tão soltos, alegres, felizes, e de em Mandacaru, encontrar-se jovens tão soltos, alegres, felizes, e que declamam poesia.que declamam poesia.que declamam poesia.que declamam poesia.

A noite já ia longe, e eu ainda tonto com as surpresas e novidades A noite já ia longe, e eu ainda tonto com as surpresas e novidades A noite já ia longe, e eu ainda tonto com as surpresas e novidades vividas em Mandacaru.vividas em Mandacaru.vividas em Mandacaru.vividas em Mandacaru.

Que pedaço de Brasil é esse?Que pedaço de Brasil é esse?Quem é a professora desses jovens?

Que pedaço de Brasil é esse? Que Mandacaru mágico é esse? Que Mandacaru mágico é esse? Que Mandacaru mágico é esse? Que Mandacaru mágico é esse?

Expliquei que o poeta havia feito aque-Expliquei que o poeta havia feito aque

“Sua voz quando ela cantame lembra um pássaro masnão um pássaro cantando:lembra um pássaro voando.”

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Embalada pelo anúncio da Presidente Dilma Roussef mbalada pelo anúncio da Presidente Dilma Roussef de que os incentivos à Zona Franca de Manaus serão de que os incentivos à Zona Franca de Manaus serão ampliados e prorrogados por mais 50 anos e pela ampliados e prorrogados por mais 50 anos e pela inauguração da Ponte Rio Negro – a maior ponte inauguração da Ponte Rio Negro – a maior ponte estaiada do Brasil em águas fluviais e a segunda do estaiada do Brasil em águas fluviais e a segunda do mundo, com 3.595 metros de comprimento sendo mundo, com 3.595 metros de comprimento sendo

400 deles suspensos por cabos – integrando a capital a outros 400 deles suspensos por cabos – integrando a capital a outros municípios da região metropolitana, aconteceu no final do mês municípios da região metropolitana, aconteceu no final do mês de outubro em Manaus, a FIAM 2011, a Feira Internacional da de outubro em Manaus, a FIAM 2011, a Feira Internacional da

Desenvolvimento Local

Texto e Fotos: Isabel Capaverde, de Plurale em Revista (*)

De Manaus e da Comunidade de Bela Vista, no Rio Negro (AM)

As várias faces da

Texto e Fotos: Isabel Capaverde,

A Feira Internacional da Amazônia (FIAM 2011)

promoveu o encontro da indústria de eletroeletrônicos,

microempresas, povos da floresta e de países vizinhos.

Amazônia batendo recorde na geração de negócios: cerca de Amazônia batendo recorde na geração de negócios: cerca de US$ 13 bilhões. Promovida pelo Ministério do DesenvolviUS$ 13 bilhões. Promovida pelo Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) através da Sumento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) através da Su-perintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), a feira perintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), a feira com o tema “Amazônia e você – o encontro é aqui” reuniu com o tema “Amazônia e você – o encontro é aqui” reuniu 400 expositores divididos em dois pavilhões, sendo que em 400 expositores divididos em dois pavilhões, sendo que em paralelo foram realizados seminários sobre assuntos relevanparalelo foram realizados seminários sobre assuntos relevan-tes para a região como economia verde, limpa e inclusiva, a tes para a região como economia verde, limpa e inclusiva, a produção orgânica, o turismo como fator de sustentabilidade produção orgânica, o turismo como fator de sustentabilidade

PLURALE EM REVISTA | Novembro / Dezembro 201136

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e até mesmo como a Amazônia é vista internacionalmene até mesmo como a Amazônia é vista internacionalmen-te através da cobertura jornalística.te através da cobertura jornalística.

No Pavilhão Principal podiam ser encontrados os No Pavilhão Principal podiam ser encontrados os produtos das grandes empresas do Polo Industrial de produtos das grandes empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), a área internacional com estandes dos Manaus (PIM), a área internacional com estandes dos países vizinhos lado a lado com um setor reservado para países vizinhos lado a lado com um setor reservado para os negócios regionais e criativos como os orgânicos, as os negócios regionais e criativos como os orgânicos, as microempresas, as cooperativas, as empresas familiares microempresas, as cooperativas, as empresas familiares apoiadas pelo Sebrae e pela Agência de Desenvolvimento apoiadas pelo Sebrae e pela Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas - ADS. Negócios como a de FáSustentável do Amazonas - ADS. Negócios como a de Fá-tima Barreto Sales que com o marido, a filha e mais dez tima Barreto Sales que com o marido, a filha e mais dez funcionários mantém uma microempresa, a Cupuama funcionários mantém uma microempresa, a Cupuama localizada em Careiro (AM), que desenvolveu um prolocalizada em Careiro (AM), que desenvolveu um pro-duto com gosto e cor de chocolate, mas sem cacau. “Já duto com gosto e cor de chocolate, mas sem cacau. “Já trabalhamos com polpas de frutas da Amazônia há muitos trabalhamos com polpas de frutas da Amazônia há muitos anos. Somos fornecedores de polpa para o Preme, o Proanos. Somos fornecedores de polpa para o Preme, o Pro-grama de Regionalização da Merenda Escolar. Meu marigrama de Regionalização da Merenda Escolar. Meu mari-do foi testando o cupuaçu e depois de três anos chegou a do foi testando o cupuaçu e depois de três anos chegou a um produto feito da semente que tem cor e gosto de choum produto feito da semente que tem cor e gosto de cho-colate, mas que não tem cacau em sua composição. Baticolate, mas que não tem cacau em sua composição. Bati-zamos de Cupulate e breve pretendemos comercializá-lo. zamos de Cupulate e breve pretendemos comercializá-lo.

Na feira já fomos procurados por empresas brasileiras e Na feira já fomos procurados por empresas brasileiras e do Canadá, Estados Unidos e Angola”, contava, enquanto do Canadá, Estados Unidos e Angola”, contava, enquanto servia copinhos do produto que gelado aplacava o calor servia copinhos do produto que gelado aplacava o calor e despertava curiosidade de quem bebia e perguntava ine despertava curiosidade de quem bebia e perguntava in-crédulo: “mas não tem cacau mesmo?”. crédulo: “mas não tem cacau mesmo?”.

Perto da Cupuama estava a Coomapem – Cooperativa Perto da Cupuama estava a Coomapem – Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru – que trabalha com fiMista Agropecuária de Manacapuru – que trabalha com fi-bra de juta e malva. A cooperativa foi a primeira a receber bra de juta e malva. A cooperativa foi a primeira a receber a certificação orgânica de fibras vegetais no país. Sacolas a certificação orgânica de fibras vegetais no país. Sacolas ecológicas, bolsas e mochilas feitas a partir de fibras culecológicas, bolsas e mochilas feitas a partir de fibras cul-tivadas no município de Manacapuru e redondezas eram tivadas no município de Manacapuru e redondezas eram a atração do estande e para tristeza do público feminino a atração do estande e para tristeza do público feminino não estavam à venda. Também chamavam a atenção os não estavam à venda. Também chamavam a atenção os alimentos produzidos sem agrotóxico ou fertilizantes, os alimentos produzidos sem agrotóxico ou fertilizantes, os

orgânicos, como os licores de jenipapo, açaí, café, taperebá, orgânicos, como os licores de jenipapo, açaí, café, taperebá, chichuá e os óleos essenciais de espécies nativas da Amazôchichuá e os óleos essenciais de espécies nativas da Amazô-nia, tudo produzido pela Sohervas, outra das expositoras. nia, tudo produzido pela Sohervas, outra das expositoras.

Para dar cada vez mais visibilidade e credibilidade a toda Para dar cada vez mais visibilidade e credibilidade a toda essa produção regional, o Selo Amazônico estava presente essa produção regional, o Selo Amazônico estava presente num estande onde a equipe se empenhava na distribuição num estande onde a equipe se empenhava na distribuição de folders e na exibição de um vídeo institucional. Justifide folders e na exibição de um vídeo institucional. Justifi-cável, pois a fase é de divulgação. Idealizado pela SUFRAcável, pois a fase é de divulgação. Idealizado pela SUFRA-cável, pois a fase é de divulgação. Idealizado pela SUFRA-cável, pois a fase é de divulgação. Idealizado pela SUFRAMA, o programa de certificação discutido desde 2009, será MA, o programa de certificação discutido desde 2009, será um referencial de qualidade, segurança, desenvolvimento um referencial de qualidade, segurança, desenvolvimento econômico sustentável e da procedência da matéria-prima econômico sustentável e da procedência da matéria-prima dos produtos da Amazônia Brasileira, executado pela Fundos produtos da Amazônia Brasileira, executado pela Fun-dação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica dação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), em parceria com o Instituto Nacional de Metrolo(Fucapi), em parceria com o Instituto Nacional de Metrolo-gia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Num primeiro mogia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Num primeiro mo-mento, serão certificados produtos do gênero alimentício e mento, serão certificados produtos do gênero alimentício e embalagens. Também estão em estudo as biojóias, produtos embalagens. Também estão em estudo as biojóias, produtos do pescado como acessórios produzidos com couro de peido pescado como acessórios produzidos com couro de pei-xe, fitoterápicos, fitofármacos, biocosméticos, entre outros. xe, fitoterápicos, fitofármacos, biocosméticos, entre outros. A certificação será voluntária, ou seja, os interessados terão A certificação será voluntária, ou seja, os interessados terão que procurá-la e a meta é que tenha início em 2013.que procurá-la e a meta é que tenha início em 2013.

ObjetOs carregam a história dO pOvO da flOresta

No Pavilhão Amazônia, uma enorme tenda onde nove No Pavilhão Amazônia, uma enorme tenda onde nove estados da região expunham produtos feitos com insumos estados da região expunham produtos feitos com insumos da floresta, o estande do projeto Artesanato Sustentável do da floresta, o estande do projeto Artesanato Sustentável do Amazonas se destacava. Por iniciativa do governo do estado Amazonas se destacava. Por iniciativa do governo do estado intermediado pela Empresa Estadual de Turismo (AMAZOintermediado pela Empresa Estadual de Turismo (AMAZO-NASTUR) em parceria com o Ministério do Turismo, o proNASTUR) em parceria com o Ministério do Turismo, o pro-jeto tem como objetivo promover e valorizar os artesãos e a jeto tem como objetivo promover e valorizar os artesãos e a cultura locais, criando oportunidades de negócios e geração cultura locais, criando oportunidades de negócios e geração de renda, divulgando a riqueza e as belezas do estado. de renda, divulgando a riqueza e as belezas do estado.

Em meio a colares, bolsas, anéis, pulseiras, roupas, cesEm meio a colares, bolsas, anéis, pulseiras, roupas, ces-tos e carteiras estava João Alfredo Tolentino dos Santos, mitos e carteiras estava João Alfredo Tolentino dos Santos, mi-neiro de nascimento e que depois de muito rodar por esse neiro de nascimento e que depois de muito rodar por esse

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presenta os artesãos de Barreirinha – os outros mupresenta os artesãos de Barreirinha – os outros mu-nicípios atingidos pelo projeto são Manaus, Parintins, nicípios atingidos pelo projeto são Manaus, Parintins, Tefé, Novo Airão, Iranduba, São Gabriel da Cachoeira Tefé, Novo Airão, Iranduba, São Gabriel da Cachoeira - e disse que o projeto mudou totalmente a vida dos - e disse que o projeto mudou totalmente a vida dos moradores da localidade. “Em dois anos de projeto moradores da localidade. “Em dois anos de projeto eles tiveram um aumento de renda de 50% a 70%. A eles tiveram um aumento de renda de 50% a 70%. A maioria vivia do que plantava, pescava ou caçava. Na maioria vivia do que plantava, pescava ou caçava. Na verdade, eles praticamente não tinham renda. O proverdade, eles praticamente não tinham renda. O pro-jeto funcionou como um estímulo para as famílias. jeto funcionou como um estímulo para as famílias.

Elas conseguiram crescer e melhorar sua qualidade Elas conseguiram crescer e melhorar sua qualidade de vida. Compraram geladeira, televisão, telefone e de vida. Compraram geladeira, televisão, telefone e até antena parabólica. Colocaram os filhos na escola e até antena parabólica. Colocaram os filhos na escola e tem outra perspectiva de vida”.

Tendo a preocupação de garantir a perenidade Tendo a preocupação de garantir a perenidade dos recursos naturais, o projeto aproximou artesãos dos recursos naturais, o projeto aproximou artesãos

e profissionais de diversas áreas – design, educação ambiental, e profissionais de diversas áreas – design, educação ambiental, empreendedorismo, turismo - para troca de conhecimentos empreendedorismo, turismo - para troca de conhecimentos através de cursos de qualificação. Assim eles passaram a agregar através de cursos de qualificação. Assim eles passaram a agregar valor aos objetos que produzem, aprendendo novas técnicas valor aos objetos que produzem, aprendendo novas técnicas para manuseio das matérias-primas e também a contabilizar o para manuseio das matérias-primas e também a contabilizar o custo das peças para comercializar sem a intervenção de atravescusto das peças para comercializar sem a intervenção de atraves-sadores. Hoje os objetos produzidos estão presentes em lojas sadores. Hoje os objetos produzidos estão presentes em lojas por todo Brasil e no exterior.

tUrismO cOmO sOlUçãO para preservar

Convidados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Convidados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, profissionais da imprensa foram Desenvolvimento Sustentável, profissionais da imprensa foram conhecer o Parque Estadual do Rio Negro Setor Sul, distante conhecer o Parque Estadual do Rio Negro Setor Sul, distante duas horas de barco de Manaus. Uma viagem agradável por um duas horas de barco de Manaus. Uma viagem agradável por um rio largo e de águas calmas, deixando ver pequenas praias nas rio largo e de águas calmas, deixando ver pequenas praias nas

margens. O parque, localizado na margem esquerda do Rio Nemargens. O parque, localizado na margem esquerda do Rio Ne-gro, é uma das 41 áreas protegidas do Amazonas. Áreas onde gro, é uma das 41 áreas protegidas do Amazonas. Áreas onde vivem cerca de 11 mil famílias (formadas em média por cinco vivem cerca de 11 mil famílias (formadas em média por cinco pessoas) e que são chamadas de Unidades de Conservação Espessoas) e que são chamadas de Unidades de Conservação Es-taduais e classificadas como de Uso Sustentável (33) e Proteção taduais e classificadas como de Uso Sustentável (33) e Proteção Integral (oito).

Desenvolvimento Local

tribo Sateré-mawá, no município de Barreirinha, por tribo Sateré-mawá, no município de Barreirinha, por quem se apaixonou e com quem casou. Hoje ele requem se apaixonou e com quem casou. Hoje ele re-presenta os artesãos de Barreirinha – os outros mupresenta os artesãos de Barreirinha – os outros mu

e profissionais de diversas áreas – design, educação ambiental, empreendedorismo, turismo - para troca de conhecimentos através de cursos de qualificação. Assim eles passaram a agregar valor aos objetos que produzem, aprendendo novas técnicas para manuseio das matérias-primas e também a contabilizar o custo das peças para comercializar sem a intervenção de atravessadores. Hoje os objetos produzidos estão presentes em lojas

Brasil, chegou ao Amazonas, conheceu uma moça da Brasil, chegou ao Amazonas, conheceu uma moça da tribo Sateré-mawá, no município de Barreirinha, por tribo Sateré-mawá, no município de Barreirinha, por

através de cursos de qualificação. Assim eles passaram a agregar valor aos objetos que produzem, aprendendo novas técnicas para manuseio das matérias-primas e também a contabilizar o

Brasil, chegou ao Amazonas, conheceu uma moça da

PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2011Novembro / Dezembro 201138

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O parque visitado, que abrange nove comunidades, é de proteção integral. Signifi ca que para garantir a sobrevivência dos moradores e conse-quentemente, a preservação do meio ambiente, o turismo de base comuni-tária é a solução. Alcilene de A. Paula, chefe da unidade, falou sobre o po-tencial turístico da região com trilhas simples, cachoeiras, campinas, cam-pinarana e igapós. Associado a esses atrativos, as comunidades também es-tão se capacitando para o artesanato – colares, brincos, pulseiras – confec-cionado com diversas sementes. Há um modelo de gestão organizacional que está sendo implantado nas Unida-des de Conservação através do Centro Estadual de Unidades de Conservação

(Ceuc) e que tem algumas premissas como a gestão de pessoas (os mo-radores precisam ter suas necessi-dades saciadas, como por exemplo, educação), fi scalização (apesar da logística complicada, fi scalizar a con-servação ambiental é preciso) e gera-ção de rendas (criação de conselhos gestores nas próprias comunidades, planejando as ações).

Chegando na comunidade de Bela Vista, localizada no Igarapé do Jaraqui, somos recebidos por alguns moradores. Arrumadas debaixo de uma lona de plástico para proteger do sol e do calor que castigava, al-guns acessórios e balas de castanha e cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. Mas antes de ver os objetos, somos levados por guias a uma caminhada numa trilha de cerca de 30 minutos. Na volta, Jiovania de Souza Correa, uma das artesãs contou sobre o tra-balho. “Aqui estamos trabalhando em dois grupos, de seis e quatro pessoas. A maioria são mulheres. Só há um ho-mem que é o que colhe as sementes para a gente. São sementes de açaí, tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma ofi cina de turismo sustentável. Ainda é tudo muito simples e em pequena escala, porque vocês são o segundo grupo que nos visita”.

Observando de perto, Francisco Peba, um senhor de pele curtida pelo sol e olhos verdes, que é o presidente da comunidade de Bela Vista, tomou a palavra e começou agradecendo a visita. Depois disse que tudo ainda está em fase embrionária, mas que estão se organizando e agora com a ponte a chegada do turista fi cará mais fácil e rápida, já que eles estão loca-lizados em frente à praia de Araçatu-ba. “Pegando uma voadeira (espécie de lancha) em 15 minutos o turista estará aqui”. Como bom líder, ele vai acompanhando o grupo da imprensa no retorno ao barco para a viagem de volta a Manaus e contando da luta por melhorias para a comunidade. Está es-perançoso. “Sabemos da importância de preservar e queremos preservar, mas precisamos garantir a sobrevivên-cia das famílias que vivem aqui”.

(*) A repórter viajou a convite da Organização da Fiam/ através da Suframa.

(Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas como a gestão de pessoas (os mo-como a gestão de pessoas (os mo-como a gestão de pessoas (os mo-como a gestão de pessoas (os mo-radores precisam ter suas necessi-como a gestão de pessoas (os mo-como a gestão de pessoas (os mo-radores precisam ter suas necessi-dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, educação), fi scalização (apesar da dades saciadas, como por exemplo, educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da logística complicada, fi scalizar a con-educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da logística complicada, fi scalizar a con-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos gestores nas próprias comunidades, gestores nas próprias comunidades, gestores nas próprias comunidades, gestores nas próprias comunidades, gestores nas próprias comunidades, planejando as ações).

Chegando na comunidade de

Jaraqui, somos recebidos por alguns

balho. “Aqui estamos trabalhando em dois grupos, de seis e quatro pessoas.

tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma

é tudo muito simples e em pequena

grupo que nos visita”.grupo que nos visita”.Observando de perto, Francisco Observando de perto, Francisco

Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente da comunidade de Bela Vista, tomou a palavra e começou agradecendo a visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda está em fase embrionária, mas que visita. Depois disse que tudo ainda está em fase embrionária, mas que estão se organizando e agora com a estão se organizando e agora com a ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais fácil e rápida, já que eles estão loca-fácil e rápida, já que eles estão loca-fácil e rápida, já que eles estão loca-fácil e rápida, já que eles estão loca-lizados em frente à praia de Araçatu-fácil e rápida, já que eles estão loca-fácil e rápida, já que eles estão loca-lizados em frente à praia de Araçatu-ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista

acompanhando o grupo da imprensa estará aqui”. Como bom líder, ele vai acompanhando o grupo da imprensa no retorno ao barco para a viagem de acompanhando o grupo da imprensa no retorno ao barco para a viagem de volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância de preservar e queremos preservar, de preservar e queremos preservar, mas precisamos garantir a sobrevivên-de preservar e queremos preservar, de preservar e queremos preservar, mas precisamos garantir a sobrevivên-cia das famílias que vivem aqui”. cia das famílias que vivem aqui”.

(*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Suframa.

planejando as ações).planejando as ações).Chegando na comunidade de

Bela Vista, localizada no Igarapé do Jaraqui, somos recebidos por alguns moradores. Arrumadas debaixo de uma lona de plástico para proteger do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. Mas antes de ver os objetos, somos cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. Mas antes de ver os objetos, somos levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada numa trilha de cerca de 30 minutos. levados por guias a uma caminhada numa trilha de cerca de 30 minutos. Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, uma das artesãs contou sobre o tra-balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. A maioria são mulheres. Só há um ho-mem que é o que colhe as sementes para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma

é tudo muito simples e em pequena

(Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas como a gestão de pessoas (os mo-(Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas como a gestão de pessoas (os mo-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-

educação), fi scalização (apesar da dades saciadas, como por exemplo, educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da logística complicada, fi scalizar a con-educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-servação ambiental é preciso) e gera-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-ção de rendas (criação de conselhos servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-ção de rendas (criação de conselhos gestores nas próprias comunidades, ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos gestores nas próprias comunidades, gestores nas próprias comunidades, planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).

Chegando na comunidade de

Jaraqui, somos recebidos por alguns moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de uma lona de plástico para proteger

dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. A maioria são mulheres. Só há um ho-mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma

é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena escala, porque vocês são o segundo escala, porque vocês são o segundo

Observando de perto, Francisco grupo que nos visita”.grupo que nos visita”.

Observando de perto, Francisco Observando de perto, Francisco Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo sol e olhos verdes, que é o presidente Peba, um senhor de pele curtida pelo sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente da comunidade de Bela Vista, tomou sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda está em fase embrionária, mas que estão se organizando e agora com a está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que estão se organizando e agora com a estão se organizando e agora com a estão se organizando e agora com a ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais fácil e rápida, já que eles estão loca-ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais fácil e rápida, já que eles estão loca-

ba. “Pegando uma voadeira (espécie lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie de lancha) em 15 minutos o turista ba. “Pegando uma voadeira (espécie de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de volta a Manaus e contando da luta por melhorias para a comunidade. Está es-volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância de preservar e queremos preservar, de preservar e queremos preservar,

cia das famílias que vivem aqui”. mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-cia das famílias que vivem aqui”.

(*) A repórter viajou a convite cia das famílias que vivem aqui”.

(*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite da Organização da Fiam/ através

(*) A repórter viajou a convite da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Suframa.da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Suframa.da Suframa.

Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns

do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e cupuaçu, feitos pelas mulheres locais.

levados por guias a uma caminhada Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada numa trilha de cerca de 30 minutos. levados por guias a uma caminhada numa trilha de cerca de 30 minutos. numa trilha de cerca de 30 minutos. Na volta, Jiovania de Souza Correa, numa trilha de cerca de 30 minutos. Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, uma das artesãs contou sobre o tra-Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, uma das artesãs contou sobre o tra-uma das artesãs contou sobre o tra-uma das artesãs contou sobre o tra-balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas.

mem que é o que colhe as sementes para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma

(Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas como a gestão de pessoas (os mo-(Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas (Ceuc) e que tem algumas premissas como a gestão de pessoas (os mo-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-radores precisam ter suas necessi-dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, educação), fi scalização (apesar da dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, educação), fi scalização (apesar da dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, dades saciadas, como por exemplo, educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da logística complicada, fi scalizar a con-educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da logística complicada, fi scalizar a con-educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da educação), fi scalização (apesar da logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-logística complicada, fi scalizar a con-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-ção de rendas (criação de conselhos servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-ção de rendas (criação de conselhos servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-servação ambiental é preciso) e gera-ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos gestores nas próprias comunidades, ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos gestores nas próprias comunidades, ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos ção de rendas (criação de conselhos gestores nas próprias comunidades, gestores nas próprias comunidades, gestores nas próprias comunidades, gestores nas próprias comunidades, planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).planejando as ações).

Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Jaraqui, somos recebidos por alguns Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do

moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger

dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena escala, porque vocês são o segundo escala, porque vocês são o segundo escala, porque vocês são o segundo escala, porque vocês são o segundo escala, porque vocês são o segundo grupo que nos visita”.grupo que nos visita”.grupo que nos visita”.

Observando de perto, Francisco grupo que nos visita”.grupo que nos visita”.grupo que nos visita”.grupo que nos visita”.grupo que nos visita”.grupo que nos visita”.

Observando de perto, Francisco Observando de perto, Francisco Observando de perto, Francisco Observando de perto, Francisco Observando de perto, Francisco Peba, um senhor de pele curtida pelo

Observando de perto, Francisco Observando de perto, Francisco Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo Peba, um senhor de pele curtida pelo sol e olhos verdes, que é o presidente Peba, um senhor de pele curtida pelo sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente Peba, um senhor de pele curtida pelo sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente da comunidade de Bela Vista, tomou sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente sol e olhos verdes, que é o presidente da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou da comunidade de Bela Vista, tomou a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a a palavra e começou agradecendo a visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda visita. Depois disse que tudo ainda está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que estão se organizando e agora com a está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que está em fase embrionária, mas que estão se organizando e agora com a estão se organizando e agora com a estão se organizando e agora com a estão se organizando e agora com a estão se organizando e agora com a estão se organizando e agora com a estão se organizando e agora com a ponte a chegada do turista fi cará mais estão se organizando e agora com a ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais fácil e rápida, já que eles estão loca-ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais fácil e rápida, já que eles estão loca-ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais ponte a chegada do turista fi cará mais fácil e rápida, já que eles estão loca-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-ba. “Pegando uma voadeira (espécie lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-lizados em frente à praia de Araçatu-ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie ba. “Pegando uma voadeira (espécie de lancha) em 15 minutos o turista ba. “Pegando uma voadeira (espécie de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista de lancha) em 15 minutos o turista estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai de lancha) em 15 minutos o turista estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai estará aqui”. Como bom líder, ele vai acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa acompanhando o grupo da imprensa no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de no retorno ao barco para a viagem de volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por melhorias para a comunidade. Está es-volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por volta a Manaus e contando da luta por melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-melhorias para a comunidade. Está es-perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância de preservar e queremos preservar, perançoso. “Sabemos da importância perançoso. “Sabemos da importância de preservar e queremos preservar, de preservar e queremos preservar, de preservar e queremos preservar, de preservar e queremos preservar, de preservar e queremos preservar, mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-cia das famílias que vivem aqui”. mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-mas precisamos garantir a sobrevivên-cia das famílias que vivem aqui”. cia das famílias que vivem aqui”. cia das famílias que vivem aqui”. cia das famílias que vivem aqui”. cia das famílias que vivem aqui”.

(*) A repórter viajou a convite cia das famílias que vivem aqui”. cia das famílias que vivem aqui”.

(*) A repórter viajou a convite cia das famílias que vivem aqui”. cia das famílias que vivem aqui”. cia das famílias que vivem aqui”.

(*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite da Organização da Fiam/ através

(*) A repórter viajou a convite da Organização da Fiam/ através

(*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite (*) A repórter viajou a convite da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Suframa.da Suframa.da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Organização da Fiam/ através da Suframa.da Suframa.da Suframa.da Suframa.da Suframa.

Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do

Chegando na comunidade de Bela Vista, localizada no Igarapé do

Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Chegando na comunidade de Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do

Chegando na comunidade de Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Bela Vista, localizada no Igarapé do Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns Jaraqui, somos recebidos por alguns moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de moradores. Arrumadas debaixo de uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger do sol e do calor que castigava, al-uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger uma lona de plástico para proteger do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-do sol e do calor que castigava, al-guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. guns acessórios e balas de castanha e guns acessórios e balas de castanha e cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. guns acessórios e balas de castanha e cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. guns acessórios e balas de castanha e cupuaçu, feitos pelas mulheres locais. Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos levados por guias a uma caminhada Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos levados por guias a uma caminhada Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos Mas antes de ver os objetos, somos levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada numa trilha de cerca de 30 minutos. levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada levados por guias a uma caminhada numa trilha de cerca de 30 minutos. numa trilha de cerca de 30 minutos. numa trilha de cerca de 30 minutos. numa trilha de cerca de 30 minutos. numa trilha de cerca de 30 minutos. numa trilha de cerca de 30 minutos. Na volta, Jiovania de Souza Correa, numa trilha de cerca de 30 minutos. Na volta, Jiovania de Souza Correa, numa trilha de cerca de 30 minutos. numa trilha de cerca de 30 minutos. numa trilha de cerca de 30 minutos. numa trilha de cerca de 30 minutos. Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, uma das artesãs contou sobre o tra-uma das artesãs contou sobre o tra-Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, uma das artesãs contou sobre o tra-Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, Na volta, Jiovania de Souza Correa, uma das artesãs contou sobre o tra-uma das artesãs contou sobre o tra-uma das artesãs contou sobre o tra-uma das artesãs contou sobre o tra-uma das artesãs contou sobre o tra-balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em balho. “Aqui estamos trabalhando em dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. dois grupos, de seis e quatro pessoas. A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-A maioria são mulheres. Só há um ho-mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes para a gente. São sementes de açaí, mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes para a gente. São sementes de açaí, mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes mem que é o que colhe as sementes para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, para a gente. São sementes de açaí, tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma para a gente. São sementes de açaí, tucum, buriti, paxiuba. Fizemos uma ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda ofi cina de turismo sustentável. Ainda é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena escala, porque vocês são o segundo é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena escala, porque vocês são o segundo é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena é tudo muito simples e em pequena

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Moradores do Unidade de Conservação Bela Vista (AM)

A artesã Jiovania de Souza Correa

O líder comunitário Francisco Peba

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Lixo

A pergunta feita pelo deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), relator do projeto de lei que se transformou – após muito debate ao longo de 21 anos - na tão aguardada Política Nacional de Resí-duos Sólidos dá bem o tom de polêmica que ainda

envolve o tema. “Quem irá recolher o papel de bala no igarapé lá no interior da Floresta Amazônica?”, questionou o deputado.

A resposta é tão complicada quanto os meandros da implementa-ção da Lei. “Colocar tudo em prática não será fácil. Apenas realmente com muito diálogo”, reforçou Arnaldo Jardim, um dos palestrantes da 1ª Mesa Redonda: Resíduos Sólidos no Brasil – Perspectivas e Desa-fios, organizada no fim de outubro pelo Instituto Brasileiro de Econo-mia da Fundação Getúlio Vargas, como parte das comemorações de 60 anos da Revista Conjuntura Econômica. Tive o imenso prazer de ser moderadora do evento, a convite dos organizadores.

Logística reversa - A questão do papel de bala passa pela logísti-ca reversa (quando os fabricantes terão que recolher seus produtos já consumidos), um dos pontos ainda a ser melhor definido nos próxi-mos passos da implementação da PNRS. Não é a única. Os fabricantes de vários produtos mostraram que alguém precisará pagar a conta pela coleta dos produtos já utilizados, como lâmpadas por exemplo.

Um ano e meio após a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos ainda há muitas questões para serem melhor definidas. Seminário realizado pelo Ibre - FGV abordou vários destes pontos

Texto: Sônia Araripe, Editora de Plurale em revistaFotos: Divulgação/ Ibre-FGV

Nabil Bonduki, do MMA (esq) e o Deputado Arnaldo Jardim (dir) abordaram os desafios da implementação da PNRS

Quem pagará a conta?

“Esta conta será, de alguma forma, incorporada pelos fabricantes”, explicou André Saraiva, dire-

tor da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que falou sobre o esforço para

cumprir e contribui com o que foi acordado, mas tam-bém questionou qual é a cobrança sobre os produtos contrabandeados. “Quem irá cuidar do recolhimento de muitos produtos que entram pirateados no Brasil, como pen drives chineses?”

Participantes da mesa-redonda deixaram bem claro que este será, sem dúvida, um assunto que passará pelo bolso de todos de alguma forma. “Os brasileiros

tiveram o péssimo hábito por muitos anos apenas de abrir uma porta e deixar o lixo do lado de fora ou abrir a lixeira do apartamento e jogar os resíduos por ali. Este mo-delo não funcionará mais”, advertiu Fernanda Belizário, do Instituto Estre, braço de educação ambiental da Estre, uma das gigantes em reciclagem. O coordenador sênior de Co-municação do Instituto Akatu, Estanislau Maria, advertiu para o consumo desenfreado por parte de brasileiros. “As pessoas compram cada vez mais sem avaliar se realmente precisam disso. O que nos preocupa é que desperdiçam muito e poucos contribuem para o descarte correto do que não querem mais”, advertiu Estanislau.

Prefeituras - Algumas prefeituras já estão cobrando taxas pela coleta de lixo e a tendência é que este movi-mento venha a crescer. Em 2010, os brasileiros jogaram no lixo 61 milhões de toneladas de resíduos sólidos, das quais cerca de 50% ainda tem destinação inadequada. E de acordo com dados da Associação Brasileira de Empre-sas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 57,6% dos 5.565 municípios possuem algum tipo de coleta

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seletiva. Mas não há garantias que a cobertura seja ampla e que o engajamento de todos esteja garantido. Os números assus-tam e mostram a urgência do tema: apenas 37% das cidades brasileiras contam com aterro sanitário, com os lixões assumin-do, infelizmente, a liderança.

Será preciso avançar muito e em tempo bem curto. Nabil Bonduki, titular da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), lembrou que a partir de 2014 será proibido colocar em aterros qualquer tipo de resíduo que seja passível de reciclagem ou reutilização. “Pre-cisamos de uma gestão sustentável. E temos programas para os municípios se adaptarem até lá”, explicou o secretário.

De acordo com depoimentos de prefeitos presentes ao en-contro, não será fácil achar a melhor solução para se adequar à lei. “Temos sido procurados por fabricantes de incineradores e várias outras tecnologias. Mas cada município precisa saber exatamente a sua realidade e decidir em cima dela”, destacou o prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), também presidente do Consórcio Intermunicipal da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Ele contou que a conta do lixo é a maior de sua extensa lista, chegando a R$ 2 milhões mensais.

Pesquisa da FGV Projetos para a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos (Abetre), os custos de um aterro sanitário grande, com capacidade de recebimento de duas mil toneladas de lixo por dia, é de cerca de R$ 525 milhões, o que resultaria um custo anual entre R$ 14 e R$ 18 por habitante.

A Política prevê esta atenção especial para os catadores. De acordo com dados do MNCR, existem hoje no Brasil en-tre 600 mil a 1 milhão de pessoas envolvidas nesta atividade. O caso do jovem Pedro Luiz Grandi – que participou ativa-mente na fase das perguntas da Mesa Redonda – é um bom exemplo. Desempregado, encontrou posição como empre-endedor individual. Arregaçou as mangas e foi propor a reci-clagem em condomínios da Zona Leste de São Paulo. Já im-plantou o sistema em dois conjuntos habitacionais – com 2,5 mil habitantes cada um- e sonha com mais. Para completar seu engajamento na ação, também faz teatro sobre educação ambiental para as crianças. “São meus grandes aliados. Espe-ro um dia ver todos engajados nesta causa”, diz.

Empresas - O diretor do Departamento de Ambiente Ur-bano do MMA, Silvano Costa, mostrou os desdobramentos de ações em curso para colocar a PNRS em prática. Várias empre-sas também apresentaram suas soluções e participações para que a PNRS aconteça para valer. Jorge Soto, diretor de susten-tabilidade da Braskem, falou sobre o plástico verde e mostrou cases internos como a troca de pallets de madeira por material mais sustentável. Também diretores da Alcoa, Walmart, Souza Cruz, Sabesp e Johnson & Johnson apresentaram cases.

Vários atacadistas e varejistas, assim como cadeias de pro-dutos já começam a ter ações no sentido da logística reversa. Em alguns supermercados estão em funcionamento os chama-dos PEVs, pontos de entregas voluntárias e alguns segmentos, como de fabricantes de pilhas, também há um movimento es-truturado de recolhimento. Mas será preciso também envolver cada vez mais os consumidores. Os especialistas deixaram claro que, sem o envolvimento de todas as partes, não será possível viabilizar estas questões tão complexas. O trabalho de “corpo-a-corpo” junto a consumidores também tem sido feito com afinco. Institutos e ONGs, como o Akatu, Idec e outros, tem se empenhado nesta tarefa árdua. “O consumidor brasileiro gosta de participar e terá um papel essencial”, concluiu Adriana Cha-roux, técnica em Consumo Sustentável do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC).

Roberto Laureano

(dir) e Silvano

Costa, do MMA, falaram

sobre reciclagem

Espaço para todos - A questão da tecnologia foi muito de-batida no evento. Ficou bem claro que há espaço tanto para o desenvolvimento de soluções de ponta – seja através de usinas de reciclagem, de incineradores, aterros sanitários, etc -, como também viabilizar a inclusão social através de cooperativas de catadores. Roberto Laureano Rocha, presidente do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), defen-deu maior participação dos catadores no processo e lembrou que não se trata apenas de uma questão social e sim de business e geração de renda. “Os catadores podem se tornar empreen-dedores , colaborando com a cadeia da reciclagem e assim não haverá uma crise social após o fim dos lixões”, frisou.

Estanislau Maria (esq), do Instiuto Akatu; Adriana Charoux (Idec), Sônia

Araripe e Jorge Soto (Braskem)

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ArtigoVictorBicca Neto

O Brasil mais uma vez conquistou o título de CamBrasil mais uma vez conquistou o título de Cam-peão Mundial de reciclagem de latas de alumípeão Mundial de reciclagem de latas de alumí-nio. Cerca de 97% das latas foram recicladas. nio. Cerca de 97% das latas foram recicladas. Mais uma vez, o grande responsável por esse Mais uma vez, o grande responsável por esse feito foram os chamados “catadores”, que comfeito foram os chamados “catadores”, que com-

põem esse grande modelo informal da reciclagem no Brasil.põem esse grande modelo informal da reciclagem no Brasil.O grande desafio que temos é transformar esse modelo O grande desafio que temos é transformar esse modelo

informal em formal, garantindo a base da chamada economia informal em formal, garantindo a base da chamada economia verde: redução da pobreza, sustentabilidade ambiental e cresciverde: redução da pobreza, sustentabilidade ambiental e cresci-mento econômico.

O primeiro passo foi dado no ano passado, quando o ConO primeiro passo foi dado no ano passado, quando o Con-gresso Nacional aprovou a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Agora, a próxima etapa será a aprovação dos chamados acordos setoriais, que terão o desafio de estabelecer os sistemas de logísti-ca reversa de diversos produtos definidos na referida Política. Dos cinco acordos setoriais que estão em discussão, o mais complexo é o das embalagens, que envolve o compromisso da destinação adequada de todas as embalagens de alimentos, bebidas, cosméti-cos, material de limpeza e higiene, dentre outros produtos.

Nesse sentido, o Compromisso Empresarial para a Reciclagem - CEMPRE tomou a liderança e apresentou uma proposta de acor-do setorial, no qual o objeto do acordo será a fração seca do lixo urbano e cujo fluxo de logística reversa das diversas embalagens será feito através da coleta seletiva urbana. Para a implementação do acordo setorial das embalagens, o setor empresarial constituiu a Coalizão Empresarial da Cadeia de Valor das Embalagens Pós-Consumo, que contempla de forma inédita 16 grandes asso-ciações nacionais, representando os produtores, usuários e comerciantes de embalagens.

A meta propos-ta pela Coalizão é apoiar a implan-tação da coleta seletiva urbana no País, que hoje encontra-se implantada em menos de 10% dos municípios do Brasil, e aumentar em 70% a reciclagem da fraem 70% a reciclagem da fra-ção seca nos próximos 25 anos.

Trata-se de um grande desafio, visto que demandará a forma-lização de todas as cooperativas de catadores, o fim dos lixões e o aperfeiçoamento da estrutura de catadores hoje existente. Além disso, será necessário triplicar o número de cooperativas, para a incorporação dos catadores hoje trabalhando nos lixões, e aumentar significativamente os chamados pontos de entrega voluntária - PEVs.

Até o final do ano, será lançado o edital de convocação do acordo setorial de embalagens, que definirá os parâmetros da discussão do acordo e as metas a serem alcançadas. Enquanto a discussão do acordo setorial, propriamente dita, ocorrerá no primeiro semestre de 2012 .

Assim, se tudo correr bem e tivermos um acordo, teremos dado mais um passo em prol da consolidação do modelo de cooperativas de reciclagem.

O Brasil, então, terá, durante a discussão da Rio+20, promovido a maior discussão mundial sobre modelos de economia verde e terá dado um exemplo de como, a par-tir de seus problemas sociais e de resíduos sólidos, trans-formar vidas, incrementar a economia e promover a pro-teção ambiental.

(*) Victor Bicca Neto é Presidente do Compromisso Empresarial para a Reciclagem – CEMPRE

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VIDA Saudável Apoio:

O Grupo Havas, um dos cinco maiores grupos de comunicação do mundo, divulgou os resultados da sua pesquisa Meaningful Brands for a Sustainable Future referentes ao comportamento do consumidor brasi-leiro. Realizado desde 2008, pela primeira vez o estudo avaliou o impac-to pessoal das marcas, ou seja, quanto as marcas impactam na qualidade de vida dos consumidores.

No estudo global, foram abordados consumidores de 14 países. Em geral, para os entrevistados, somente 20% das marcas fazem uma contri-buição positiva para a qualidade de vida dos consumidores. Esse percen-tual sobe para 33% no Brasil. No Brasil, foi investigada a percepção dos consumidores em relação a 31 marcas de empresas de diferentes setores da economia: automóveis, finanças, bens de consumo, farmacêuticas, varejo, entre outros. A pesquisa avaliou como os brasileiros percebem o grau de responsabilidade social/ ambiental das grandes companhias, como temas sociais e ambientais afetam sua vida pessoal, os diferentes perfis dos consumidores (devotos, céticos, reféns, críticos, desengaja-perfis dos consumidores (devotos, céticos, reféns, críticos, desengaja-perfis dos consumidores (devotos, céticos, reféns, críticos, desengajados), a disponibilidade de se pagar mais por “produtos éticos” e as cinco marcas mais bem avaliadas entre os brasileiros que deram notas para as companhias em 26 atributos referentes à sustentabilidade.

Brasileiros estão dispostos a pagar mais por produtos éticos

Água: um bem precioso

Esta coluna tem procurado apresentar as novidades que costumam fa-zer sucesso nas prateleiras das lojas de produ-tos naturais. Já apresentamos o chá verde, o pólen, o noni, o óleo de côco e tantos outros. Desta vez, a

estrela é a chia. Não conhece ainda? Originária do México, a chia é uma semen-te que foi muito consumida por civilizações antigas. Segundo especialistas, tem muito Omega 3, feito a linhaça, além de fi-bras, potássio, cálcio, magnésio e proteína. Nutricionistas ex-plicam que a chia tem principalmente três funções: desintoxica e ajuda a dar sensação de saciedade, ajudando em dietas de emagrecimento e ainda combate inflamação. É encontrada em grãos, farinha e óleo. O ideal é tomar junto com iogurte ou vitaminas de frutas.

Chia, a novidade da hora

Em dezembro, a história em quadrinhos Vegana foi lançada em São Paulo. A proposta é levar a mensagem sobre a importân-cia do consumo consciente e da relação harmônica entre todos os seres vivos. A linguagem é bastante didática e educativa, fazendo com que Vegana dialo-gue, principalmente, com crian-ças, adolescentes e jovens.

Vegana é uma iniciativa do Instituto Nina Rosa, organização independente e sem fins lu-crativos, que atua na valorização da vida animal. A ilustração foi feita pelo cartunista brasileiro Airon Barreto, diretor do estúdio Cosmic. O argumento e o roteiro foram escritos por Nina Rosa, fundadora do Instituto, Alexandra Lima G. Pinto, professora do Curso de Imagem e Som da UFSCar, e Sonia Felipe, professora de filosofia e ética da UFSC.

Consumo consciente em quadrinhos

quadrinhos Vegana foi lançada em São Paulo. A proposta é levar a mensagem sobre a importância do consumo consciente e da relação harmônica entre todos os seres vivos. A linguagem é bastante didática e educativa, fazendo com que Vegana dialogue, principalmente, com crianças, adolescentes e jovens.

Instituto Nina Rosa, organização independente e sem fins lu

Consumo consciente em quadrinhos

quadrinhos Vegana foi lançada em São Paulo. A proposta é levar a mensagem sobre a importância do consumo consciente e da relação harmônica entre todos os seres vivos. A linguagem é bastante didática e educativa, fazendo com que Vegana dialogue, principalmente, com crianças, adolescentes e jovens.

Instituto Nina Rosa, organização independente e sem fins lu

Consumo consciente em quadrinhos

A preservação ambiental está diretamente alinhada com a qualidade de vida do ser humano, e não somente com o cuidado pelo meio ambiente. A água, por ex-emplo, é o mais precioso recurso provido pela na-tureza: todas as formas de vida necessitam dela para transportar nutrientes e re-síduos, assim como diluir as substâncias absorvidas pelo organismo. No Brasil, cerca de 70% das internações hospitalares pediátricas são oriundas de doenças de veiculação hídrica, como hepatite, leptospirose etc. “As gerações das últimas décadas foram, di-ariamente, bombardeadas com informações sobre como cuidar do meio ambiente, mas ainda é perceptível que as pessoas de gerações anteriores, e até as mais novas, possuem dificuldade de perceber como suas ações de consumismo, uso irracional da água e o descaso com outras questões ambientais podem influenciar em sua própria vida”, alerta Carlos Eduardo Cassaú, analista de Sustentabilidade da Unimed-Rio.

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Social

O entusiasmo de líderes comunitários – a maioria mulheres, várias na melhor idade - não deixa dúvidas. O programa ReO várias na melhor idade - não deixa dúvidas. O programa ReO -des Comunitárias - lançado pelo Sesc Rio há dez anos – está atingindo seus objetivos, tornando estas lideranças protago-nistas não apenas de suas próprias vidas, mas porta-vozes de

comunidades inteiras. Lugares tão distintos quanto semelhantes: a iniciativa tem mostrado que, em rede, dialogando muito, é possível sim multiplicar e se fazer ouvido.

Mais de 300 destas lideranças estiveram reunidas no Seminário realizado no fim de novembro, na sede do SESC-Tijuca, num local, que por si só, já esti-mulava a rodada de diálogos. Em meio a muitas árvores e um clima juvenil de quem sabe fazer a sua parte pelo todo, mulheres e homens ouviram palestras, participaram de oficinas e mais do que tudo, compartilharam experiências.

O programa Redes Comunitárias, explicou a gerente de Responsabilidade Social Corporativa do Sesc Rio, Helen Pedroso, tem uma proposta básica e eficiente: reunir mensalmente moradores de comunidades em situação de vulnerabilidade social, dar voz a todos, identificar o que estão procurando e o que têm a oferecer, juntando forças e buscando soluções, levantando ofertas e demandas e oferecendo mediação técnica para a efetivação de parcerias.

O balanço é positivo, tendo beneficiado 14.500 participantes de 400 co-munidades de todo o estado com mais de 1.500 organizações envolvidas e reuniões mensais em 11 unidades do Sesc Rio em todo o estado (Madureira, Tijuca, Santa Luzia, Niterói, Nova Iguaçu, Barra Mansa, Duque de Caxias, São João de Meriti, Ramos, Teresópolis e Nova Friburgo).

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Iniciativa do SESC-Rio já beneficiou 14.500 participantes de 400

comunidades de todo o estado. Seminário

realizado no Rio debateu os principais desafios para ampliar

integração

Texto: Equipe Plurale em revista. Fotos: Divulgação/SESC-Rio

completa 10 anos completa 10 anos

Feira com produtos das artesãs

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O evento reuniu lideranças, vo-luntários e organizações sociais que se articulam através das Redes Comu-nitárias. Além de oficinas e rodadas de diálogo, a programação também incluiu palestras com vários convida-dos como o consultor especializado em Redes, Augusto Franco; o econo-mista Sérgio Besserman; a empreen-dedora social Alice Freitas, criadora da Rede Asta e o jovem líder comu-nitário, Renê Silva, da Comunidade do Alemão, criador do jornal Voz da Comunidade. A mediação foi da jor-nalista Sônia Araripe, editora de Plura-le em revista e Plurale em site.

– O seminário celebra os dez anos do Programa Redes Comunitá-rias, com o objetivo de trazer visibili-dade e reforçar a identidade do Sesc Rio como o principal contribuinte para desenvolvimento comunitário do estado. Além de servir de refe-rência para o terceiro setor, o pro-grama foi objeto de estudo de uma pesquisa da Coppe/UFRJ baseada na ergonomia cognitiva, na Teoria das Redes Sociais e da Cooperação e no método de análise argumenta-tiva. Queremos, agora, dar um passo à frente e disponibilizar o programa como uma excelente ferramenta de mediação entre as necessidades das comunidades e o investimento social privado – comentou a gerente de Responsabilidade Social Corporativa do Sesc Rio, Helen Pedroso.

Augusto Franco, considerado um dos maiores experts no país em Redes, atuando como consultor de várias empresas, mostrou em sua pa-lestra que este é o caminho da trans-formação da sociedade. E defendeu um modelo menos engessado do que o atual para viabilizar que infor-mações e diálogos possam fluir. “Se quiser fazer integração, faça uma festa e não uma reunião formal”, brincou o consultor, provocando a plateia que não o deixava pegar o voo de retorno para São Paulo.

O economista e ecologista Sérgio Besserman falou sobre a urgência do processo de mudanças no meio ambiente, mas mostrou-se otimista. “Os chineses sempre dizem que há oportunidades em meio a desafios”, lembrou. Ex-presidente do IBGE e do Instituto Pereira Passos (área de es-

tatísticas e planejamento da Prefeitura do tatísticas e planejamento da Prefeitura do tatísticas e planejamento da Prefeitura do tatísticas e planejamento da Prefeitura do Rio), o economista conhece muito bem a Rio), o economista conhece muito bem a realidade das comunidades do Rio. E ficou realidade das comunidades do Rio. E ficou entusiasmado com o processo de construentusiasmado com o processo de constru-ção em rede de um novo desenho para o ção em rede de um novo desenho para o Rio capital e outros municípios. “O que Rio capital e outros municípios. “O que está emergindo é muito positivo”, frisou.está emergindo é muito positivo”, frisou.

Criadora da Rede Asta (veja matéria aqui nesta edição em Bazar Ético), Alice aqui nesta edição em Bazar Ético), Alice Freitas, contou como tem sido a mobiliFreitas, contou como tem sido a mobili-zação via artesãs de produtos sustentázação via artesãs de produtos sustentá-veis. “É incrível ver a transformação de veis. “É incrível ver a transformação de comunidades a partir do trabalho e dedicomunidades a partir do trabalho e dedi-cação das mulheres”, disse Alice. A meta, cação das mulheres”, disse Alice. A meta, contou, é expandir o projeto também contou, é expandir o projeto também para São Paulo em 2012. para São Paulo em 2012.

Ao longo dos dois dias de encontros, o Redes Comunitárias reuniu represeno Redes Comunitárias reuniu represen-tantes de comunidades como Maré, Vila tantes de comunidades como Maré, Vila Cruzeiro, Alemão, Piscinão de Ramos e Cruzeiro, Alemão, Piscinão de Ramos e

Manguinhos, entre outras, com atuação, Manguinhos, entre outras, com atuação, também, na Baixada Fluminense, São Gon-çalo, Niterói e interior. Durante o evento, foram realizadas várias oficinas para in-centivar ainda mais rodas de diálogos. Gil-berto Fugimoto, da Assessoria de Projetos Comunitários do SESC-Rio, falou para as lideranças. “Todos têm oportunidade de falar e de ouvir. E, quando cada um sabe quem é quem, o espaço se abre para apro-fundamentos de relações e formação de parcerias”, explicou Gilberto. Também foi realizada uma feira solidária com produtos de instituições que freqüentam as reuniões das Redes Comunitárias Sesc Rio. As metas do programa Redes Comunitárias para os próximos anos são aumentar a capilaridade de atuação no estado, fortalecer iniciativas sociais e comunitárias e contribuir para a sustentabilidade das iniciativas sociais.

Gilberto Fugimoto, do SESC-Rio, participa de oficina com lideranGilberto Fugimoto, do SESC-Rio, participa de oficina com lideranGilberto Fugimoto, do SESC-Rio, participa de oficina com lideranGilberto Fugimoto, do SESC-Rio, participa de oficina com lideranGilberto Fugimoto, do SESC-Rio, participa de oficina com lideranGilberto Fugimoto, do SESC-Rio, participa de oficina com lideranças comunitáriasças comunitáriasças comunitárias

O economista Sérgio Besserman e Alice Freitas, criadora da Rede Asta, falaram sobre redes e sustentabilidade, com moderação da Editora de Plurale, Sônia Araripe

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P elo MundoBazar éticoTexto: SÔNIA ARARIPE

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Este espaço é destinado à divulgação voluntária de produtos étnicos e de comércio solidário de empresas, cooperativas, instituições e ONGs.Este espaço é destinado à divulgação voluntária de produtos étnicos e de comércio solidário de empresas, cooperativas, instituições e ONGs.

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Asta: tecendo a rede do comércio justo

Um belo dia, a jovem protagonista Alice Freitas teve a ideia de empreender fazendo ponte: ajudaria artesãs de cooperativas de comércio justo e solidário a vende-rem suas produções. Itens que lidassem com recicla-gem, criativos e de muito bom gosto. Surgia, então, a

Asta, com o sonho de transformar o consumo em uma ferramenta de inclusão social e econômica. Mas como frutifi car a rede? A grande ideia surgiu quase por acaso. Em 2007, Alice e suas parceiras já não sabiam de onde iam tirar di-nheiro para pagar as contas, acabaram, quase por compulsão – algo que só as mulheres entendem - comprando alguns itens oferecidos pela manicure, que também vendia produtos de beleza como autôno-ma. Pronto. Surgia a ideia da Rede Asta com suas conselheiras, que vendem os produtos para amigas. Exatamente como as vendedoras de itens de beleza. As conselheiras são tratadas como “embaixado-ras” da marca, aquelas que fazem a roda girar, se tornam porta voz dos grupos produtivos para a sociedade. E pode esquecer o conceito de produtos sem graça e bom acabamento. Tudo que é oferecido pela Asta tem gosto, marca, charme. Basta conferir as fotos de al-guns itens nesta página para ter certeza. Bijuterias, itens para casa, papelaria e outras novidades são consumidas por jovens e senhoras da sociedade, antenadas que produtos éticos estão super na moda: no Brasil e no mundo. “Vendemos moda e temos uma marca, porque não?”, disse Alice em recente palestra no Rio de Janeiro. falando para plateia atenta, formada principalmente por artesãs. Foi aplaudida com entusiasmo. A Asta também produz brindes corporativos para empre-sas sempre reaproveitando os resíduos sólidos da própria empresa. O interessante no modelo é que as artesãs defi nem o valor de cada item e aí a Asta joga um percentual em cima. Mas cada grupo produtivo precisa saber calcular exatamente o valor de seu trabalho. Paternalis-mo ou instinto maternal, neste caso, não funciona. É preto no branco mesmo. Business de uma forma mais justa. Só há mulheres? Quase todas são artesãs, mas há alguns homens também trabalhando com as peças. Novo site já está no ar e os planos não param por aí. “Pre-tendemos expandir também para São Paulo, provavelmente ainda em 2012”, conta a fundadora. A julgar pelo fôlego e disposição de Alice, a equipe Asta e as artesãs, ainda vem muita novidade por aí.

Contatos:Site com loja virtual: www.asta.org.br

Loja: Rua Mário Portela, 253 - Laranjeiras Rio de Janeiro. Aberta de 10h as 18h de 2ª a 6ª-feira,

e no 2º sábado do mês.

Fotos: Divulgação/ Rede AstaEste espaço é destinado à divulgação voluntária de produtos étnicos e de comércio solidário de empresas, cooperativas, instituições e ONGs.

as peças. Novo site já está no ar e os planos não param por aí. “Pre-tendemos expandir também para São Paulo, provavelmente ainda em 2012”, conta a fundadora. A julgar pelo fôlego e disposição de Alice, a equipe Asta e as artesãs, ainda vem muita novidade por aí.

Rio de Janeiro. Aberta de 10h as 18h de 2ª a 6ª-feira,

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P elo Mundoque alguns projetos tidos como “simbó-licos” foram engavetados. Foi o caso no campo da mobilidade a reinstalação de bondes na cidade. O custo da reinstala-ção de trilhos, fios, mudança de mãos, garagens e formação de condutores foi julgado excessivo em comparação com o ganho ecológico. Outro tema sim-bólico foi a expansão das ciclovias em detrimento do tráfico automobilístico. As ciclovias que estavam sendo cons-truídas foram terminadas, mas outras não virão nos próximos três anos.

A área da energia e de proteção climática gerou novos empregos em Hamburgo. Quem visita a cidade é in-formado sobre as transformações ocor-ridas graças ao uso da energia eólica a administração pública faz questão de salientar que prefere esse tipo de ener-gia à gerada pelas usinas atômicas.

Sempre achei Hamburgo muito verde, agora mais ainda. No final des-te ano como capital ecológica nossa cidade está respirando melhor, o trânsito ficou ainda mais silencioso, as usinas poluentes ganharam filtro, as águas do Rio Elba estão quase aptas a um bom banho de rio. Só que são muito frias…

O título de capital ecológica vai em 2013 para Vitória-Gaeteiz no Pais Bas-co espanhol. Lá tambem vai honrar o esforço feito pela prefeitura para au-mentar a sustentabiidade da economia local. Hamburgo aproveitou bem o seu tempo de Capital Ecológica da Europa.

Hamburgo: Capital Ecológica da Europa

também que um projeto arquitetônico de retomada de construções industriais e moradias é possível e bem recebido pela população. Um exemplo a ilha de Wilhelmsburg. Esquecida, abandonada e mal amada tanto tempo ela tinha se tornado uma quase favela, moradia para os que tinham sido esquecidos pelo progresso. Pois bem essa ilha situada no meio do porto ganhou nos últimos cin-co anos um tratamento de rainha . Ela foi escolhida para abrigar uma famosa exposição de jardins na Alemanha em 2013 e Wilhelmsburg depois de passar por um ano como canteiro de obras está se transformando num imenso canteiro de flores e frutas, com prédios residenciais de baixo custo. Ali onde antigamente os estivadores e outros desempregados se frustravam vendo o tempo passar agora vemos carrinhos de crianças, escolas, playgrounds, casas da cultura, terrenos de esporte.

Hamburgo está refazendo seu perfil pondo em valor o que tem de tradição ambientando seus bairros dentro de uma economia revitalizada. Entre os temas básicos do renascer ecológico estão alem da revitalização do espaço imobiliário, a mobilidade, a natureza, os espaços verdes, clima e energia.

Esse “pacote” fazia parte do progra-ma de governo da última legislatura e embora as eleições estaduais do prin-cípio do ano tenham trazido uma nova equipe e um novo partido ao poder a política ecológica não foi alterada. Só

Texto e foto de Elisabeth Cattapan Reuter, Especial para Plurale em revista,De Hamburgo, Alemanha

Hamburgo – cidade em que vivo desde 1970 - foi escolhida em 2009 para ser a se-gunda capital ecológica da Europa, honra que antes dela só Estocolmo conseguiu. A cidade alemã é a segunda em tamanho e população de seu país e seus 1,8 milhões acreditam que seu torrão natal é o mais belo da Alemanha.

Realmente Hamburgo é uma cidade bela, limpa, rica, bem tratada. Seu porto no Rio Elba é fator de riqueza, mas também de preocupa-ção. Nas últimas décadas o esforço feito pela cidade-estado para melhorar a qualidade eco-lógica de seu porto tem sido recompensado. E Hamburgo teve a honra de ser a capital ecoló-gica da Europa no ano de 2011.

De fato, em volta do porto ficou compro-vado que é possível despoluir, foi comprovado

Desde que cheguei em Perth, me chamou muito a atenção a quantidade de cachorros que

tem na cidade. Sempre que dava asminhas caminhadas pela orla, podia observar as facilities pra turma canina: existe até praias para os cachorros.

Na verdade existe uma enorme sele-ção de parques e praias em Perth onde os cachorros podem se exercitar. São Dog Points, onde tudo foi pensado pra facilitar a vida dos cães. São inúmeros locais espalhados por toda a cidade. Os detalhes vocês podem encontrar no sitehttp://www.vetwest.com.au/ em “dog friendly parks and beaches in Perth”.

Confesso que me impressionou o respeito que existe pelos bichinhos. E sem atrapalhar a vida das pessoas que

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Texto e foto: Mônica Pinho - Especial para Plurale em revista, De Perth, Austrália

Praias para cachorros

não gostam de ser incomodadas pelos cães. Se você está caminhando pela orla, pode observar que existem placas dizen-do para você sempre manter o seu cão na coleira, afinal, ali, naquele local, vocês está num espaço público, mas dividindo a pista com bebês, idosos e todo tipo de pessoas - uns gostam de bichos, outros não. O mais bacana desses locais é a pre-ocupação com o bem-estar dessa turma: há sempre um local para você banhar o seu cão depois da praia, há uma bacia com água potável para os que têm sede, além de saquinhos para que os donos dos cães recolham as necessidades de seus respectivos cachorros.

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E n s a i o

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Carcará

Pinguins

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Pinguins, lobos marinhos, focas e uma infi-nidade de espécies que encantam os olhos. Sem falar no condor, gambá, ema, carcará e tantos outros. Foi esta grande biodiversidade ainda preservada que encantou nossa fotó-

grafa aventureira, Luciana Tancredo, na recente viagem à Patagônia, na Argentina. “A impressão que fica é que chegamos a local abençoado, onde o homem ainda não conseguiu devastar e deixar sua marca de destruição”, conta Luciana. Dias inesquecíveis, percorrendo o gelo e também a vegetação rasteira, de estepe, em grupos de ecoturistas amantes da natureza. Luciana apreciou cada detalhe e clicou para os leitores de Plurale em re-vista um leque de aquecer a alma: como o rosado dos

AS CORES E ESPÉCIES DA PATAGÔNIA: NATUREZA PRESERVADA

Fotos:

Luciana Tancredo

Carcará

Gambá

Ema

Lobos Marinhos

Curicaca

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flamingos quebrando a imensidão da paisagem de tom sobre tom, quase como se fosse uma tela de pintor naturalista. Também árvores retorci-das pela ação do forte vento são chamadas pelos nativos desta região de árvores bandeiras. Em Ushuaia encantou-se com o irresistível charme dos Pinguins de Magalhães, como o que enfeita a capa desta Edição 26. Paredões de gelo, ice-bergs flutuantes, geleiras se derretendo como resultado do aquecimento global. Luciana co-nheceu também os “homos de Darwin”, fungo diferente - com cara de maracujá - descoberto por Darwin em suas expedições por estas ban-das. Nossa fotógrafa perdeu a conta das variadas cores e formas das flores escondidas em meio à paisagem. “Vale mesmo visitar a região”, reco-menda Luciana. Confira as fotos para confirmar como a Patagônia é deslumbrante.

Homos de Darwin

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Flamingos

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PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 201152

Com uma proposta energética sus-

tentável e o questionamen-to ao modelo extrativista

e à expansão da fronteira agrícola, o Partido Verde

argentino começa a dar sinais de vida.

Em maio de 2011 recebi um e-mail da as-sessoria de imprensa do Greenpeace Ar-gentina no qual anunciava que Juan Car-los Villalonga se desligava da organização. Seis meses depois, ele me conta qual é a

agenda de Los Verdes/Fórum de Ecologia Política – do qual é presidente do Conselho Diretor -, um mo-vimento político que quer se transformar no primeiro Partido Verde da Argentina.

O desafio dos Verdes argentinos é fazer com que a dinâmica de atividades, que ainda se assemelha muito à de organizações não-governamentais de caráter am-biental, derive em uma força política capaz de angariar votos e disputar cargos eleitorais. “Estamos gerando uma massa crítica que esperamos fazer crescer em 2012 e chegar à estrutura partidária”, projeta Villalonga.

Texto: Aline Gatto BoueriCorrespondente de Plurale na ArgentinaDe Buenos Aires

inspiraçãO verde

A principal inspiração para os Verdes argentinos vem da Ale-manha. Quando este país ainda estava dividido, o PV ganhou 1,5% dos votos na primeira eleição parlamentar que disputou na parte Ocidental, em 1980 – chegando a 5,6% três anos mais tarde.

Com a reunificação, os Verdes do lado Ocidental se uniram a um tímido Partido Verde do lado Oriental, a antiga RDA. Quan-do chegaram ao governo federal, por meio de uma coalizão com o Partido Social-Democrata (SPD), em 1998, os Verdes ficaram aquém das expectativas. Com o PV no governo, a Alemanha par-ticipou da guerra em Kosovo e enviou tropas ao Afeganistão. Com o PV no controle do Ministério de Meio Ambiente, as cen-trais nucleares não deixaram de operar no país, mas houve uma gradual substituição desse tipo de energia por energias renová-veis, pela primeira vez.

A projeção de Marina Silva como terceira força política nas últimas eleições brasileiras – quando ainda estava filiada ao PV -,

Texto: Aline Gatto BoueriTexto: Aline Gatto Boueri

proposta energética sustentável e o questionamento ao modelo extrativista

e à expansão da fronteira agrícola, o Partido Verde

argentino começa a dar sinais de vida.

tentável e o questionamento ao modelo extrativista

e à expansão da fronteira agrícola, o Partido Verde

argentino começa a dar sinais de vida.

Política

O partido que O partido que começa a brotar começa a brotar

O partido que começa a brotar

O partido que O partido que começa a brotar

O partido que

na Argentinana Argentina

partidos verdes

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também serve de exemplo para Los também serve de exemplo para Los Verdes da Argentina, ainda que este Verdes da Argentina, ainda que este país tenha uma tímida história no que país tenha uma tímida história no que diz respeito a partidos com inclinações diz respeito a partidos com inclinações ambientalistas. ambientalistas.

Imediatamente depois da ditadura militar, houve uma tentativa de formamilitar, houve uma tentativa de forma-ção de um Partido Verde, que durou ção de um Partido Verde, que durou meses. No fim da década de 1980, o meses. No fim da década de 1980, o Partido Verde Ecologista, com inspiraPartido Verde Ecologista, com inspira-ções religiosas também foi uma expeções religiosas também foi uma expe-riência efêmera. Durou alguns anos, riência efêmera. Durou alguns anos, mas nunca ganhou expressão eleitoral. mas nunca ganhou expressão eleitoral. Se transformou rapidamente em PartiSe transformou rapidamente em Parti-do Humanista, que hoje integra a base do Humanista, que hoje integra a base aliada do governo de Cristina Fernánaliada do governo de Cristina Fernán-dez de Kirchner.dez de Kirchner.

Villalonga me recebeu na bela ca-feteria do Hotel Savoy, a dois quarteifeteria do Hotel Savoy, a dois quartei-rões do Congresso argentino, no corões do Congresso argentino, no co-ração de Buenos Aires. Com o olhar ração de Buenos Aires. Com o olhar tranquilo e fala mansa, ele me esperatranquilo e fala mansa, ele me espera-va tomando um café com integrantes do Greenpeace Argentina.

Cali, apelido pelo qual Villalonga é conhecido por aqui, é um ambienta-lista militante de longa data. Logo no início da conversa, fez questão de mar-car sua postura. “O ambientalismo foi uma opção claramente política. Minha crítica ao capitalismo, ao industrialis-mo, é ideologicamente ambientalista.”

Juan Carlos Villalonga, Presidente do Conselho Diretordo Partido Los Verdes

Quando questionado sobre por que Quando questionado sobre por que Quando questionado sobre por que a Argentina ainda não tem um Partido Verde, retorna lentamente ao período de abertura democrática sem deixar de citar o PV brasileiro e Fernando Gabei-ra, “um bom exemplo de militantes im-portantes que se renovaram e tomaram um novo rumo ideológico.” Segundo Cali, na Argentina isso não aconteceu. “Nossa esquerda não se renovou no pe-ríodo pós-ditadura e isso não facilitou a convergência dos novos movimentos sociais na política partidária”, lamenta.

O próprio Cali – que foi parte do Greenpeace Argentina por 16 anos e

chegou a Diretor de Campanhas orchegou a Diretor de Campanhas orchegou a Diretor de Campanhas or-ganização – reconhece que, apesar de ter iniciado sua militância ambiental no período de abertura democrática da Argentina, pensou durante muito tempo que o país não teria necessida-de de um Partido Verde. “Achei que os partidos tradicionais sofreriam um processo de decadência e que com isso assumiriam certas reivindicações. Não o fizeram. Com exceção da ques-tão de direitos humanos vinculada às violações que ocorreram durante a última ditadura militar, houve retro-cesso na agenda.”

ditadurana argentina, militares envrgentina, militares envOlvidOs na ditadUra sãOO jUlgadOs

Enquanto o Brasil discute a validaEnquanto o Brasil discute a validade da Comissão da Verdade, a Argentina tomou a dianteira - e caminha a pasVerdade, a Argentina tomou a dianteira - e caminha a pas-sos largos - quando o assunto são as políticas de memória sos largos - quando o assunto são as políticas de memória e o julgamento dos crimes cometidos durante a última e o julgamento dos crimes cometidos durante a última ditadura militar (1976-1983).ditadura militar (1976-1983).

Em 1985, o país julgou as Juntas Militares que governaEm 1985, o país julgou as Juntas Militares que governa-ram durante os anos de chumbo, condenando os chefes ram durante os anos de chumbo, condenando os chefes militares a severas penas. Com isso, a Argentina entrou militares a severas penas. Com isso, a Argentina entrou para a história como o primeiro país a julgar militares em para a história como o primeiro país a julgar militares em um tribunal civil dentro de seu próprio território.um tribunal civil dentro de seu próprio território.

Em 1990, o presidente Carlos Menem anulou o julgaEm 1990, o presidente Carlos Menem anulou o julga-mento e anistiou os militares. Em 2006, sob o comando de mento e anistiou os militares. Em 2006, sob o comando de Néstor Kirchner, a anistia foi considerada inconstitucional Néstor Kirchner, a anistia foi considerada inconstitucional e os julgamentos foram ampliados a todos que tiveram e os julgamentos foram ampliados a todos que tiveram participação no regime. participação no regime.

Até hoje a Argentina julga repressores – e faz cumprir Até hoje a Argentina julga repressores – e faz cumprir as sentenças – por crimes de violação aos direitos humaas sentenças – por crimes de violação aos direitos huma-nos, como a desaparição forçada, sequestro e supressão nos, como a desaparição forçada, sequestro e supressão de identidade de bebês (muitos filhos de militantes desa-parecidos, alguns nascidos em centros de detenção, foram adotados ilegalmente, muitas vezes pelo próprio assassino, torturador ou sequestrador de seus pais).

O governo de Cristina Fernández de Kirchner, que em outubro se reelegeu no primeiro turno com mais de 54% dos votos, é duramente criticado por organizações ambientalistas. Apesar de ter aprovado leis importantes, como a dos Glaciares (Plurale edição 20) e de Proteção aos Bosques, militantes – entre eles Cali – acusam o lo-bby das empresas de mineração de pressionar para que a primeira não seja aplicada; e o de grandes ruralistas da soja de pressionar para que a segunda não seja aplicada, forçando assim a expansão da fronteira agrícola sobre os bosques nativos da Argentina.

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PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 201154 Novembro / Dezembro 2011PLURALE EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2011Novembro / Dezembro 2011

Curiosamente, a combativa opo-sição argentina também ficou de fora nesse debate. Durante a última campa-nha eleitoral – que correu no clima de “já ganhou” antecipado pelas eleições primárias no país (um test drive pelo qual os candidatos passaram em julho) qual os candidatos passaram em julho) – a questão ambiental, o modelo extra-tivista e a dependência da soja brilha-ram por sua ausência.

E é nessa brecha que Los Verdes querem entrar na briga por um lugar no sistema político institucional. Cali afirma que esses temas, ausentes na última campanha eleitoral, são parte da agenda pública. “Há uma percepção comum de que o glifosato, usado nos cultivos de soja, faz mal. As pessoas apoiam a preservação aos glaciares, ameaçada pela mineração. A maioria ameaçada pela mineração. A maioria dos argentinos é contra a opção nucle-ar para a resolução do problema ener-gético. Mas se repararmos bem, o voto não reflete isso. E não é que essas per-cepções sejam falsas, é que não há ma-neira de traduzi-las em voto. O que se apresentou como opção eleitoral não representa em absoluto essa opinião.”

A questão energética, que não só no Brasil dá pano pra manga, é o calca-nhar de Aquiles também da presiden-ta argentina hoje. O fim do ano está marcado pela campanha de renuncia marcado pela campanha de renuncia voluntária aos subsídios que todos voluntária aos subsídios que todos voluntária aos subsídios que todos voluntária aos subsídios que todos que moramos na Argentina recebeque moramos na Argentina recebe-mos pelo gás, pela luz e pela água. A mos pelo gás, pela luz e pela água. A ajuda governamental barateia a conta ajuda governamental barateia a conta de cada usuário, mas está gerando um de cada usuário, mas está gerando um desequilíbrio no orçamento do país, desequilíbrio no orçamento do país, que deixou de ser autosuficiente em que deixou de ser autosuficiente em matéria energética ao longo do períomatéria energética ao longo do perío-do Kirchnerista.

Cali, que não é nenhum principianCali, que não é nenhum principian-te, sabe que na hora do vamos ver das te, sabe que na hora do vamos ver das urnas, de nada serve contestar sem urnas, de nada serve contestar sem apresentar um projeto viável. “Tecnoapresentar um projeto viável. “Tecno-logicamente, estamos em condições de logicamente, estamos em condições de produzir uma transformação total na produzir uma transformação total na matriz energética sem que se apague matriz energética sem que se apague a luz”, afirma. “Obviamente, isso só é a luz”, afirma. “Obviamente, isso só é possível se algumas coisas mudam em possível se algumas coisas mudam em termos de produção e consumo. Netermos de produção e consumo. Ne-cessitamos um sistema produtivo com cessitamos um sistema produtivo com outra racionalidade.”

A proposta dos Verdes hermanos é um consumo sus-tentável de bens que permita o uso consciente de energia e a viabilidade dos projetos de renováveis. É também uma aposta em um modelo de distribuição mais equitativo. aposta em um modelo de distribuição mais equitativo. “Em um mundo baseado em energias renováveis não há propriedade de recursos, é uma questão de tecnologia. E não há possibilidade de monopólio de tecnologia, mas sim de recursos energéticos, que é o que passa hoje e fortalece o lobby das empresas petrolíferas, por exemplo. Jamais uma empresa de tecnologia pode chegar a ter o poder de uma petrolífera. O mapa de poder se modifica totalmente em uma sociedade baseada em energias reno-váveis, que é uma sociedade economica e politicamente mais democrática.”

Quanto ao alto custo das energias renováveis, Cali apela a um argumento que tem bastante sentido. “Desde 1908, quando descobriram petróleo na Argentina, essa 1908, quando descobriram petróleo na Argentina, essa 1908, quando descobriram petróleo na Argentina, essa fonte está sendo subsidiada. Desde então, o Estado fez fonte está sendo subsidiada. Desde então, o Estado fez tudo: explorou, fez refinarias, oleodutos, gasodutos, pri-vatizou. A energia nuclear é financiada desde 1953. Tudo isso faz com que hoje esse tipo de energia seja mais ba-rato, mas é uma conta falsa. O moinho não pode ter o mesmo custo de um tipo de energia que recebeu investi-mento durante 100 ou 50 anos. Ainda assim, a energia eó-lica está em condições de competir com as convencionais, isso sem mencionar os custos ambientais.”

De fato, a Patagônia argentina é o cenário ideal para a produção desse tipo de energia. Em 2008, o país con-tava com 13 Parques Eólicos que na média, segundo a Secretaria de Energia, chegavam a um fator de capaci-dade de 30% (o fator de Belo Monte, por exemplo, é de 40% no projeto).

Resta saber se os argumentos de Cali podem ser tra-duzidos em um apoio eleitoral como o que teve Cristina Fernández de Kirchner nas eleições de 2011. Para isso, vamos ter que esperar mais quatro anos.

Política

Revista RI no iPad!Agora você já pode ler a mais importante

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Estante Por Carlos Franco, Editor de Plurale em Revista

A FUGA DAS MINHOCASPor Raquel Ribeiro, com Projeto gráfico de Jean Pierre Verdaguer e Ilustrações de Orlando Pedroso, Editora Nova Alexandria, 40 págs, R$ 30, encomendas pelo email: [email protected]

Ana Beatriz de Sousa e Sousa, uma minhoca atrevida, incentiva as companheiras a deixar o mi-nhocário onde vivem e se aventurar pela terra árida da cidade de São Paulo. Eis o ponto de partida deA fuga das minhocas, uma história que tem como A fuga das minhocas, uma história que tem como A fuga das minhocaspersonagens principais minhocas, baratas e ratos; ou seja, uma turma que entende de lixo. Ao contrário das estrelas do filme A fuga das galinhas, nossas minhocas fogem com facilidade, mas levam um sus-to atrás do outro ao se darem conta da dura, literal-mente, realidade do asfalto. O que mais as espanta é um lixão, mas é ali também onde elas vão ter sua grande aula sobre lixo orgânico.

PROCURA-SE UM MILAGREPor Celina Côrtes, Editora Nova Era, 208 págs, R$ 24,90

Procura-se um milagre conProcura-se um milagre conProcura-se um milagre -ta da jornada de três mulheres que percorreram os 250 quilô-metros do Caminho Português, que sai da Cidade do Porto e vai até Santiago da Composte-la. Trata-se da própria autora e

de duas Isabéis; uma rainha santa e outra, uma francesa que busca reencontrar um antigo amor após ter um câncer no intestino. A jornalista Celina Côrtes, ao contar os percursos das três mulheCôrtes, ao contar os percursos das três mulheCôrtes -res, fala também de todas aquelas que sofrem por amor, superam doenças, lutam para serem espe-ciais no mundo. Em um relato envolvente sobre fé, superação e história, a autora entrelaça passado e presente para exteriorizar uma experiência mar-cante - que atravessou os séculos e que motiva milhares de peregrinos a percorrerem os caminhos que levam a Santiago da Compostela.

A TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DE WILSON FIGUEIREDOPor Wilson Figueiredo, Editora Ouro sobre Azul, 220 págs, R$ 85,00

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jornalista Wilson Figueiredo, 87 anos, é personagem e protagonista da biografia E a vida continua –A trajetória profissional de Wilson Figueiredo(Editora Ouro sobre Azul). Wilson acompanhou o fim do Estado Novo, registrou a esperança da Constituinte de 1946, relatou a tragédia de Vargas, o surgimento de um novo Brasil no período Juscelino, as loucuras de Jânio, o momento da instabilidade política, os anos de chumbo da ditadura, o renascimento da democracia, as agruras da década perdida e a consolidação do re-gime democrático. O lançamento do livro marca os 30 anos da FSB Comunicações, onde Wilson Figueiredo se tornou colaborador diário há sete anos.

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56 PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2011

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Homenageamos, nesta edição, pensadores, escritores e artistas de todos os tempos que se debruçaram sobre os desafios. Em 2012, diante dos imensos desafios locais e globais que se aproximam, desejamos a todos que estas barreiras possam ser superadas para prosseguirmos em busca de consenso por um planeta melhor para as próximas gerações.

A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.

MARTIN LUTHER KING JR.

Frases“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”CHARLES CHAPLIN

O maior desafio tanto no nosso século quanto nos próximos é salvar o planeta da destruição. Isso vai exigir uma mudança nos próprios fundamentos da civilização moderna – o relacionamento dos seres humanos com a natureza.

MIKHAIL GORBACHEV

O maior desafio de uma mãe é ficar cada vez menor.

CLARICE LISPECTOR

“Depois de termos conseguido subir a uma grande montanha, só descobrimos que existem ainda mais grandes montanhas para subir.”

NELSON MANDELA

O desafio da modernidade é viver sem ilusões, sem se tornar desiludido “.

ANTONIO GRAMSCI

“Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida.”SÓCRATES

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Parceria: Patrocinadores diamante: Patrocinadores ouro: Apoio:

Água oluntária do Planetaoooooooolu

E você, o que tem feito pela vida?

inspiração em ação

E você, vai ficar aí nesse chove não molha?

Foto: Banco de imagens Shutter Stock

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Foto: Marcos Hermes

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CINEMA Verde ISABEL CAPAVERDE

Vídeos ambientais para educarCriado pela Imagine Filmes - produtora carioca que desen-

volve soluções audiovisuais e tecnologias sociais utilizando a comunicação multimídia – com parceiros e apoiadores, o Ví-deo Ambiental é um projeto de educação ambiental que utili-za a linguagem audiovisual como ferramenta para elaboração de um mapa socioambiental da região pesquisada. Pesquisas que durante oficinas se transformam em vídeos disponibiliza-dos no site www.videoambiental.org. Há várias formas de participar dependendo do perfil do interessado: pode ser alu-no, professor, Prefeitura/Estado, orientador ou voluntário. Os filmes são muito criativos como, por exemplo, Não destrua a natureza, a história de amigos que se mobilizam para mudar a cabeça de Mateus que planeja incendiar a floresta, uma ficção feita por alunos de uma escola pública de Campo Grande, bairro do Rio de Janeiro.

Atenção cineastas: festival tem prêmio de sustentabilidade

As inscrições para o 5º Los Angeles Brazilian Festival – LA-As inscrições para o 5º Los Angeles Brazilian Festival – LA-As inscrições para o 5º Los Angeles Brazilian Festival – LABRFF, que ocorre de 25 a 29 de Abril de 2012, em Los Angeles (EUA), já estão abertas para longas, curtas e documentários e vão até o dia 31 de janeiro. Os filmes inscritos - que devem ter sido produzidos a partir de 2009, serem inéditos na Califórnia, conter legenda em inglês, estar encodados e seu trailer disponível em redes sociais para apreciação do público – concorrem em 18 cate-gorias, entre elas, a de Prêmio Especial Sustentabilidade. Formu-lário e regras para inscrição devem ser solicitados através do [email protected]. O LABRFF tem como principal obje-tivo divulgar o talento dos cineastas brasileiros em Los Angeles e facilitar a distribuição e divulgação da produção audiovisual brasi-leira nos Estados Unidos.

Em novembro último, o Rio de Janeiro foi palco do 1º FilmAmbiente – Festival Internacional do Audiovisual Am-biental que levou para quatro salas de exibição da cidade a mais recente produção internacional de cinema ambiental, com direito a uma estreia mundial e debates com direto-res, produtores e ambientalistas. Os vencedores receberam o Troféu Tainá e prêmios em dinheiro. Entre os curtas, o melhor filme ficou com Taba e o prêmio especial com Água; entre os longas, o prêmio de melhor filme foi dividido entre A Caminho da Eternidade (Into Eternity) e Comprar, Trocar, Comprar (The Light Bulb Conspiracy) e o prêmio especial do júri ficou com Vamos Brincar Novamente (Play Again). Já o prêmio do júri popular foi ganho por Ensacola! (Bag It!).

O pregador da sociedade alternativa nas telas

Alguém que preferia ser uma “metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo” e que pregava “viva a sociedade alternativa” certamente seria um defensor da causa ver-de se ainda estivesse vivo. Mas mesmo tendo saído de cena cedo, em 1989, Raul Seixas, cantor e compositor considerado o “pai do rock brasileiro” - em 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado co-locou Raul figurando na 19ª posição – ainda desperta atenções de milhares de fãs. Tanto que ganhou um documentário: Raul Seixas: o Início, o Fim e o Meio, de Walter Carvalho, Evaldo Mocarzel e Le-onardo Gudel, com estreia prevista para março de 2012 nas princi-pais capitais. O filme, reúne entrevistas de familiares como o irmão Plínio Seixas e d e amigos como Paulo Coelho, parceiro em várias canções, e Waldir Serrão, fundador do Elvis Rock Clube do qual Raul fez parte. As filmagens ocorreram na Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Estados Unidos e Genebra. Quem quiser assistir ao trailer do documentário basta acessar o link: http://www.paramountpic-tures.com.br/upload/extranet/Raul.zip

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Rio é palco do 1º FilmAmbiente

Parceria: Patrocinadores diamante: Patrocinadores ouro: Apoio:

Água oluntária do Planetaoooooooolu

E você, o que tem feito pela vida?

inspiração em ação

E você, vai ficar aí nesse chove não molha?

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Itaú Unibanco: Sustentabilidade no mapaO ultimo dia 9 de dezembro foi emblemático para o Itaú Uni-

banco. Pela manhã se reuniram cerca de 60 especialistas em sus-tentabilidade para realizar um diálogo sobre a nova estratégia do tema para o banco. Representantes do sistema de defesa do consumidor, ONGs, mercado financeiro, academia entre outros analisaram em primeira mão o novo posicionamento do Itaú, apresentado pela superintendente de Sustentabilidade, Deni-se Hills, calcado em três pilares: educação financeira, diálogo e transparência e riscos e oportunidades socioambientais. Na semana seguinte, o CEO Roberto Setubal e o comitê executivo do banco aprovaram essa nova estratégia, que foi construída ao longo do ano, com participação de cerca de 150 colaboradores de diferentes áreas de negócio em uma série de workshops co-

laborativos. A sustentabilidade é mais do que nunca algo transversal no Itaú Unibanco. Está na visão do banco, baseada em performance sustentável: gerar valor compartilhado para os acionistas, colaboradores, clientes e sociedade, garantindo a perenidade do negócio.

Tetra Pak patrocina projeto de proteção ao peixe-boi amazônicoA Tetra Pak inicia em dezembro uma expedição de educação ambiental

pelo Rio Uatumã, afluente da margem norte do Rio Amazonas (AM). O projeto “Protegendo a vida na Amazônia” tem o objetivo de levar informações sobre a preservação da fauna regional, principalmente dos peixes-bois, para cerca de 26 comunidades ribeirinhas, onde vivem mais de oito mil pessoas.

Segundo Fernando von Zuben, Diretor de Meio Ambiente da Tetra Pak, mais duas expedições devem ser realizadas em 2012, mas as datas ainda não estão definidas por conta das épocas de seca do rio. “Com o lançamento do projeto ainda em 2011, no ano Internacional das florestas, nossa missão é levar o conceito de proteção da biodiversidade em uma das regiões com a fauna mais rica do planeta”, completa Fernando.

Coca-Cola Brasil lança Eco, embalagem que estimula a reciclagem de PET

Aliar hidratação e bem estar a sustentabilidade. Foi pensando assim que a Crystal, marca de águas da Coca-Cola Brasil, decidiu lançar no festival SWU, que acontece em novembro, em Paulínia (SP), a garrafa Crystal Eco, que utiliza 20% menos PET que as versões anteriores e até 30% do PET feito a partir da cana de açúcar. Para o restante do mercado, a garrafa chegará a partir de janeiro de 2012.

A garrafa Eco, também chamada de crushable, é produzida através do processo de sopro convencional, mas com pré-formas com base diferenciada, de modo que a distribuição e estrutura da garrafa garantam performance mecânica. Para simbolizar mais este avanço tecnológico na sustentabilidade das embalagens, a Crystal convida os consumidores a torcerem as embalagens após o consumo, o que reduz em 37% o volume das garrafas e facilita transporte e armazenagem das garrafas 100% recicláveis. Ao mesmo tempo, a nova garrafa de Crystal também utiliza a tecnologia PlantBottle, na qual até 30% da matéria tem origem no etanol da cana de açúcar, e não no petróleo, reduzindo em cerca de 20% as emissões de dióxido de carbono.

Denise Hills

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Formatura de jovens no projeto Arredores, apoiado

pela Unimed-RioAo final de novembro de 2011, um grupo de 280 jovens, crianças

e adultos participou de uma formatura especial. Eles receberam os certificados de conclusão de cursos promovidos por três núcleos de educação do Arredores, um projeto apoiado pela Unimed-Rio econduzido em parceria com a ONG Terrazul. Os participantes doNúcleo Audiovisual, Núcleo de Educação Digital e do Arredores na Escola, que abrangeu três escolas públicas e três colégios particu-

lares, foram as estrelas do evento, realizado no Auditório do Campus Barra da Universidade Veiga de Almeida.

A General Water, maior concessionária independente de água para gran-des consumidores, aposta na Gestão Integrada de Recursos Hídricos para cuidar desde a captação e tratamento da água para fins potáveis e nobres até o tratamento do esgoto para geração de água de reúso qualificada ou descarte nos coletores públicos para grandes clientes como o Centro Admi-nistrativo Raposo Itaú Unibanco, Shopping Center Iguatemi, World Trade Center São Paulo, Shoppings Tamboré e Granja Vianna, Grand Plaza Shop-ping e Faria Lima Financial.

Neste novo conceito, ganha destaque o reúso qualificado de recursos hídricos, com o qual é possível gerar economia de até 50% nos custos de

água esgoto e transformar o líquido utilizado, novamente, em água limpa. Essa área contribuiu para um crescimento da ordem de 30% no volume de água fornecido pela empresa no último ano.

General Water aposta em reuso

Estado, Prefeitura e BVRio assinaram no dia 20 de dezembro, em cerimô-nia no Palácio Guanabara, um acordo de cooperação para desenvolver um mercado de ativos ambientais, com o objetivo de promover a economia verde no estado. O convênio sela a criação da primeira Bolsa Verde do país, com sede no município do Rio de Janeiro e início de operação previsto para abril de 2012. À frente da empreitada estão a Secretaria de Estado do Ambiente, a Secretaria de Fazenda do Município do Rio e a BVRio (associação civil sem fins lucrativos). Será implantada uma plataforma de negociação destinada a se tornar referência no país para a comercialização de ativos ambientais. Esses ativos vão abranger os bens existentes, como energia renovável ou biomassa, mas também os direitos de natureza regulatória relacionados ao cumprimen-

to de obrigações ambientais, como recuperação de áreas florestais, tratamento de resíduos, entre outras ações. “O Rio tem tudo para ser a capital verde do mundo. Essa parceria será de muito sucesso, pois seremos referência internacional econômica e am-biental”, afirmou a secretária Municipal de Fazenda, Eduarda La Rocque,

Lançada no Rio a primeira Bolsa Verde do país

O secretário estadual de Ambiente do Rio, Carlos Minc, fala sobre a Bolsa ao lado da secretária Eduard La Rocque (esq.)

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PLURALE EM REVISTA EM REVISTA EM REVISTA | Novembro / Dezembro 2011

Texto: Flamínio Araripe, Especial para Plurale em Revista de Fortaleza (CE) / Fotos: Divulgação

O Complexo Industrial do Pecém (CIP), no Ceará, na Região Metropolitana da Fortaleza, com 13.300 hectares nos municípios de São Gonçalo do Ama-hectares nos municípios de São Gonçalo do Ama-hectares nos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, tem como desafio o controle da poluição, que pode constituir ameaça ao turismo

nas praias da costa Oeste. A área vai receber termoelétricas, side-rúrgica, refinaria, Zona de Processamento de Exportações (ZPE), polo petroquímico e polo eletrometalmecânico.

Antes da entrada em operação dos empreendimentos previs-tos, a Secretaria da Infraestrutura já discute como monitorar em tempo real as emissões de poluentes, enquanto tramita na Assem-bleia Legislativa o projeto do governo do Estado para definir o mo-delo de gestão do CIP. O tema foi abordado em workshop nos dias 1 e 3 de novembro, em Fortaleza, com a empresa canadense Lakes Environmental Software, com sede em Waterloo e escritório em Dallas (EUA), capital das empresas de petróleo de capital aberto, que monitora com o Sistema de Gestão de Emissões Industriais (FETS View) a poluição em Houston, Texas, considerado o maior complexo industrial do mundo.

A apresentação foi feita pelo presidente da empresa, Jesse Thé, professor adjunto de Sistema de Gestão Ambiental na Uni-versidade de Waterloo, Canadá, cearense há 25 anos no país, na-turalizado canadense, com dupla nacionalidade. A Lakes, segundo ele, domina mais de 98% do mercado da Alemanha com o sistema para o cálculo de dispersão de poluentes na atmosfera, necessário para o licenciamento de unidades emissoras. No Canadá, a empre-sa detém 100% do mercado, mais de 65% nos Estados Unidos e tem clientes nos cinco continentes, informa.

A maioria dos clientes da empresa é da indústria petroleira, química e petroquímica, mas também indústrias de papel, minera-química e petroquímica, mas também indústrias de papel, minera-química e petroquímica, mas também indústrias de papel, mineração, farmacêutica e plantas nucleares. Todos os reatores da Coréia do Sul são monitorados 24 horas por dia com a tecnologia cana-do Sul são monitorados 24 horas por dia com a tecnologia cana-do Sul são monitorados 24 horas por dia com a tecnologia canadense. A China, que vai construir 50 usinas nucleares, optou por usar o sistema de padrão alemão para modelagem dos reatores. Mas na Alemanha recebeu a indicação da Lakes, que foi contratada pelos chineses e já iniciou o trabalho com o treinamento de técni-cos na China, no ano passado, assinala Jesse Thé.

O trabalho na China consiste na previsão do espalhamento da radiação em caso de acidentes nucleares, e mesmo dos pequenos eventos que não são considerados acidentes, mas em que houver liberação da radiação. O sistema aponta toda a trajetória, a difusão

Tecnologia canadense domina 98% do mercado da Alemanha, 100% no Canadá e 60% nos EUA

Ceará quer controle da poluição em tempo real no Complexo Industrial do Pecém

Tecnologiade solução da concentração radioativa considerando o decaimento de partículas por dias ou milhares de anos e a definição da redução.

A implantação do FETS View pode ser feita em todo um comple-xo industrial ou em cada indústria. O sistema requer servidores pos-santes na empresa ou “na nuvem” da Lakes, que rodam modelagem matemática em escala de terabits e fazem a convergência das infor-matemática em escala de terabits e fazem a convergência das infor-matemática em escala de terabits e fazem a convergência das informações. Quem for dono do sistema controla os dados. Thé observa que o FETS View tem capacidade de analisar simultaneamente 180 poluentes incluindo gases do efeito estufa e pode identificar mais de 10 mil processos que emitem para a atmosfera - poeira, vapores, odores, ácidos e produtos orgânicos -, até fritura de hambúrguer ou ovo, observa.

De acordo com Thé, o software tem capacidade de prever mes-mo sem ter uma torre de medição ou estação meteorológica. Os dados são coletados dos satélites, assimilados e processados no computador para a definição de qual a máxima concentração e o que causou a emissão.

Com estação meteorológica e monitor de qualidade do ar, toda-Com estação meteorológica e monitor de qualidade do ar, toda-Com estação meteorológica e monitor de qualidade do ar, todavia, a qualidade da previsão melhora, e também se incluir monitores sistêmicos em chaminés, tanques ou outros pontos estratégicos. Os medidores são caixas que sugam o ar na atmosfera e analisam a con-centração de poluente. O escopo do trabalho – que tipos de dados quer receber - é definido pelo cliente. “Controlamos fonte a fonte a quantidade de todos os produtos que estão sendo emitidos. Pode ser só refinaria, só termoelétrica e só siderúrgica”, detalha Thé.

O diferencial do software da Lakes é a modelagem de matemáti-ca e o grau de precisão da informação on line atualizada a cada cinco minutos e a capacidade de previsão com cinco dias de antecedência, detalha Thé. O pesquisador e empresário acentua que o sistema é de fácil operação, baseado na web, pode ser instalado em laptop, tablet ou smartphone.

O presidente da Lakes explica que 95% de toda previsão atmosférica vem de satélites. A Lakes tem convênio com a agência federal dos Estados Unidos, a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), que lhe permite obter os dados de satélites e modelos da atmosfera para processá-los com mais detalhes. “Hoje, podemos fazer a previsão mesmo sem que estejam instaladas estações meteorológicas ou torres de monitoramento”, ele afirma. Como exemplo, cita um trabalho que realizou para a Esso no Saara e outro para a Petro Canadá no sul da Líbia.

Jesse Thé escreveu as normas técnicas de como fazer os cálculos da poluição na Califórnia e em Seattle (EUA) e nas províncias de On-tário e Oregon, no Canadá, que incluem cálculo de risco, impacto na saúde, agricultura e água potável, entre outros parâmetros. Embora haja consciência ambiental por parte da indústria, ele calcula que, em 80% de todos os casos de implantação de medidas de controle, só se toma cuidado se o governo exigir através de regulamentações. Agem por consciência 10% das indústrias, estima.

Em Fortaleza, Thé apresentou o FATS View também numa reunião do Pacto pelo Pecém, no Conselho de Altos Estudos da Assembleia Legislativa. O secretário executivo do Conselho, Eudoro Santana, alerta para a possibilidade de eventos extremos em alguns dos empreendimentos do Complexo Industrial que, mesmo com EIA-Rima, tem de ser constantemente monitorado. Para ele, os em-preendimentos a serem instaladas no Pecém vão dobrar o PIB do estado, mas é necessário estabelecer limites da emissão de gases para todas empresas.

O diretor de Licenciamento da Superintendência de Li-cenciamento do Ceará, Ivan Botão, disse que a Semace tem

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interesse no FETS View, que para ele é de grande importância no monitoramen-to das indústrias que emitem poluentes e contaminam a atmosfera. “Este sistema é interessante por ter online o nível da poluição atmosférica, para poder ser to-mada atitude em relação à indústria que estiver em desacordo com o padrão acei-tável para a população”, assinalou.

Botão avalia que o sistema também vai ajudar no licenciamento das indústrias, quando futuramente implantado pelo ór-quando futuramente implantado pelo ór-quando futuramente implantado pelo órgão ambiental. “A Semace já tem uma carga muito grande de trabalho da sua equipe de licenciamento ambiental, e não tem como fazer monitoramento inteligente. O FETS View é fantástico para o órgão ambiental e para o conjunto da população”, ele afirma.

Para Felipe Monteiro, gestor ambien-tal da Superintendência, por sua vez, avalia que o FETS View é interessante porque, assim, o órgão ambiental po-deria ter, em tempo real, como está se dando a dispersão de poluentes. Hoje, as próprias empresas fornecem em papel os relatórios relacionados à dispersão de poluentes a cada período de três meses. “Para o Complexo Industrial Portuário de Pecém, ter esses dados online é mui-to importante”, assinala.

A esposa de Jesse, Cristiane Thé, arquiteta com mestrado em construção civil na área de matemática, coordena a equipe de implanta-matemática, coordena a equipe de implanta-matemática, coordena a equipe de implantação com equipe de programadores na Lakes. Também cearense, ela foi a primeira mulher a ganhar medalha de ouro na Universidade de Waterloo pelo desempenho no mestrado, e desenvolveu o FETS View. Engenheiro mecâ-nico na Universidade Federal de Santa Catari-na, onde fez o mestrado e tornou-se professor no curso de engenharia da produção, ele con-cluiu o doutorado na Universidade de Water-cluiu o doutorado na Universidade de Water-cluiu o doutorado na Universidade de Waterloo em mecânica de fluidos e transferência de calor, uma ferramenta matemática aplicada à resolução de problemas complexos na emis-são de poluentes.

No workshop, Thé relatou o caso de uma indústria de níquel no Canadá que, ao atingir o padrão de poluição, era obrigada a parar a produção, com prejuízo diário de US$ 10 mi-lhões. Em média, por ano, ocorriam quatro paralisações, uma perda de R$ 40 milhões. O sistema, disse ele, possibilitou detectar com três dias de antecedência quan-do vai atingir o limite e, assim, a empresa reduz em 85% a operação quando a natureza não tem condições de dispersar as

emissões e economiza R$ 40 milhões por ano. Em comparação, o sistema custou R$ 200 mil.

Em outro caso, uma siderúrgica da ArcelorMittalm do Canadá, foi obrigada pelo governo a trocar o forno de coque. Com base nas previsões feitas pela Lakes, a indústria passou a operar de acordo com a capacidade da atmosfera de diluir os poluentes. Assim, economizou US$ 1 bilhão que custaria a substituição do for-bilhão que custaria a substituição do for-bilhão que custaria a substituição do forno de coque.

Após a apresentação no Ceará com o parceiro brasileiro, Sílvio Oliveira, da Sistema Estudos Climáticos e Ambientais (Seca), Thé fez uma apresentação em Pernambuco para gestores do Porto de Suape e ministrou um seminário de mo-delagem matemática em São Paulo. Caso a empresa venha a ser contratada no Ce-ará, ele disse que pretende instalar uma

Jesse Thé, professor adjunto de Sistema de Gestão Ambiental na Universidade de Waterloo, Canadá

base de desenvol-vimento em Forta-

leza, onde, acredita, encontrará os melho-

res programadores. Em-bora o estado não tenha

recursos minerais, possui a maior riqueza que é o talento

do cearense, avalia.

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Na movimentada Cobal do Humaitá (Zona Sul do Rio), um dos points cariocas que não saem da moda há anos, os

clientes do Galeto Mania, sentiram a mudança no ar. O delicioso aro-ma dos assados na brasa perdeu sua antiga e permanente companhia – a fumaça. Restaurantes vizinhos e seus freqüentadores também comemo-raram a novidade. Responsável? Um novo tipo de carvão, o único apro-vado pelo Ibama, que além de não agredir o meio ambiente oferece a proeza de maior durabilidade e mui-to menos poluição do ar.

Fabricado no Paraná, a partir de matéria-prima procedente de áreas de reflorestamento ou manejo flo-restal, o produto é um briquete de carvão compactado com aglutinantes naturais, composto de resíduos de carvão vegetal à base de Eucalipto, Pinus ou Bracatinga.

Mais de 80% da produção se desti-na hoje ao mercado internacional, principalmente Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Japão. No Estado do Rio de Janeiro, a representante exclusiva é a West Agropecuária, de Gilson Bittencourt.

“Nosso país começa a seguir a tendência mundial que é abolir o carvão que destrói madeiras nobres. O mercado está se abrindo ao novo porque, além de ser 100% natural e ecologicamente correto, o Car-vonet tem vantagens operacionais reais. Quem usa, não volta atrás” – diz o empresário fluminense.

Irreverente, como denuncia o próprio nome de seu estabelecimento, McGato, maior e mais bem freqüentado restaurante da cidade serrana Miguel Pereira – RJ, Luciano Antônio concorda: “Fizemos pequena adaptação em nossa churrasqueira, mas a durabilidade maior da combustão compensa e mui-to. Fora não ter as mulheres reclamando de cheiro de carne nos cabelos”.

Um dos primeiros supermercados a aderir ao Carvonet, o Crismar, no Jardim Botânico, testemu-nhou a rápida modificação no padrão de consumo. Conta seu proprietário Marcio Vilachã: “Nossa clien-tela aqui no bairro é muito exigente e formada por pessoas de bom nível social e bastante bem infor-madas. Foi só o Carvonet estar na prateleira, com a informação de ser não poluente, que a preferência por ele em detrimento do carvão antigo foi pratica-mente imediata”.

Carvonet é vendido em pacotes de 4kg. Para o atacado, vem em fardos com seis pacotes cada.

Contato: West AgropecuáriaPelo Site www.westpecuaria.com.br ou pelos telefones (24) 98161468 ou (24) 81440437

Carvão ecológico conquista clientelaCarvão ecológico conquista clientelaCarvão ecológico

Produto

Texto: Tereza QuindereEspecial para Plurale em revistaFotos: Divulgação

Novo tipo de carvão ecologicamente correto é composto de resíduos de carvão vegetal à base de Eucalipto, Pinus ou Bracatinga

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CARBONO NEUTRO SÔNIA ARARIPE

ENERGIA SOLAR PARA NORONHA

O Grupo Neoenergia, por meio da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), implantará os primeiros painéis de geração de energia solar fotovoltaica conectados à rede elétrica da Ilha de Fer-conectados à rede elétrica da Ilha de Fer-conectados à rede elétrica da Ilha de Fernando de Noronha. A concessionária irá instalar as placas solares no arquipélago, em 2012, em parceria com o Comando da Aeronáutica. No total serão investidos cerca de R$ 5 milhões no projeto de ener-cerca de R$ 5 milhões no projeto de ener-cerca de R$ 5 milhões no projeto de energia renovável. A ação integra o Programa de Eficiência Energética, aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Ane-el). A assinatura do convênio aconteceu no fim de dezembro, no Rio de Janeiro. “Queremos estimular o desenvolvimento e aplicação dessa nova tecnologia na Ilha e contribuir para a preservação do meio ambiente”, afirma o presidente do Grupo Neoenergia, Marcelo Corrêa.

Fabiano Ávila, do Instituto CarbonoBrasil, com

informações da Comissão Europeia

Um dos debates mais persistentes das rodadas de negociações climáticas das Nações Unidas é o de como aprimorar o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que permite que companhias e países industrializados comprem crédi-tos de carbono gerados por projetos de redução de emissões de gases do efeito estufa em nações em desenvolvimento.

Brasília – Sem acordo sobre o texto do novo Código Florestal, parlamenta-res sinalizaram que o assunto só entrará na pauta da Câmara em 2012. O novo Código Florestal retornou à Câmara no dia 6 de dezembro, depois de aprova-do pelo Senado. A Câmara deverá analisar as alterações feitas pelos senadores, podendo, inclusive, suprimir as alterações e mandar para sanção presidencial o texto originalmente aprovado pelos deputados.

O primeiro tremor foi o acidente da BP, em abril do ano passado, que fez com que o mercado de seguros e resseguros tivesse que arcar com US$ 1 bilhão de despesas, que podem chegar a US$ 3 bilhões dependendo do desenrolar da história. Agora o va-zamento da Chevron, no Campo de Frade, na Bacia de Campos (RJ), pode ser mais um agravante para o aumento dos preços e do rigor na hora em que as operadoras forem renovar seus seguros. O coordenador da área de óleo e gás do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-Brasil Re), Carlos Vinicius Simonini contou ao site Petronotícias o que acha que deve acontecer no mercado. Leia mais em www.petronocias.com.br

ACIDENTE DA CHEVRON DEVE ENCARECER SEGUROS

SEM CONSENSO NA CÂMARA, VOTAÇÃO DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL FICA PARA 2012

ESTUDO AVALIA MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO

Da esquerda para a direita: Luiz Antonio Ciarlini, presidente da Celpe; o Coronel-

Aviador João Batista Oliveira Xavier e Marcelo Corrêa, presidente da Neoenergia.

Tentando facilitar as discussões futuras, a Co-missão Europeia (CE) apresentou no dia 16 de dezembro os resultados de um abrangente estudo sobre o mecanismo, reconhecendo seus benefícios e apontando suas falhas. O estudo pede que sejam estabelecidos critérios mais rígidos de sustentabi-lidade e que os créditos provenientes de grandes projetos hidroelétricos em países fora do grupo dos menos desenvolvidos (LDCs) sofram restrições.

Agência Brasil

Por Daniel Fraiha, do Portal Petronotícias

Foto: José Cruz/ ABr

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I m a g e m

Como disse um dia o poeta Manoel de Barros, “Um fim de mar colore os horizontes”. Nesta virada de ano, a Equipe Plurale agradece a sua leitura atenta e esta caminhada juntos por quatro anos, rumando para o quinto ano. Que venham muitos outros e que possamos estar sempre juntos, dialogando sobre sustentabilidade! Um Feliz 2012, com

muita paz e só energias positivas. Esta bela foto é da jovem Isabella Araripe, clicada em Búzios (RJ), onde a natureza mostra todo o seu capricho em cores e formas. .

Foto: Isabella Araripe- Búzios (RJ)

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