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PMDFCI – Município do Bombarral CADERNO II – Informação Base 1 CONSIDERAÇÕES GERAIS O Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, é realizado com base na estrutura definida pela Portaria do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas, n.º 1139/2006 de 25 de Outubro, onde são estabelecidos os capítulos de suma importância para a elaboração deste plano. Este Plano é constituído por duas partes: PMDFCI: Caderno I – Plano de Acção Enquadramento do plano no âmbito do sistema de gestão territorial e no Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios Análise do risco, da vulnerabilidade aos incêndios e zonagem do território Eixos estratégicos Anexo – Cartografia de Pormenor PMDFCI: Caderno II – Informação Base Caracterização Física Caracterização Climática Caracterização da população e caracterização do uso do solo e zonas especiais Análise do histórico e da causalidade dos incêndios Anexo – Cartografia de enquadramento

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 1

CONSIDERAÇÕES GERAIS

O Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios, é realizado com base na estrutura

definida pela Portaria do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas, n.º

1139/2006 de 25 de Outubro, onde são estabelecidos os capítulos de suma importância para a

elaboração deste plano.

Este Plano é constituído por duas partes:

PMDFCI: Caderno I – Plano de Acção

� Enquadramento do plano no âmbito do sistema de gestão territorial e no Sistema Nacional de

Defesa da Floresta Contra Incêndios

� Análise do risco, da vulnerabilidade aos incêndios e zonagem do território

� Eixos estratégicos

Anexo – Cartografia de Pormenor

PMDFCI: Caderno II – Informação Base

� Caracterização Física

� Caracterização Climática

� Caracterização da população e caracterização do uso do solo e zonas especiais

� Análise do histórico e da causalidade dos incêndios

Anexo – Cartografia de enquadramento

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CADERNO II – Informação Base 2

ÍNDICE

ÍNDICE DE FIGURAS....................................................................................................................3

ÍNDICE DE QUADROS..................................................................................................................4

ÍNDICE DE GRÁFICOS .................................................................................................................4

I. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA......................................................................................................6

1.1 ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO E ADMINISTRATIVO .................................................................6

1.2 ENQUADRAMENTO HIPSOMÉTRICO ...........................................................................................7

1.3 DECLIVE NO CONCELHO DO BOMBARRAL .................................................................................8

1.4 EXPOSIÇÕES ..........................................................................................................................9

1.5 HIDROGRAFIA (OROGRAFIA, GEOLOGIA E HIDROLOGIA)...........................................................10

II. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA...........................................................................................13

2.1. TEMPERATURA ....................................................................................................................14

2.2. PRECIPITAÇÃO ....................................................................................................................15

2.3. HUMIDADE ..........................................................................................................................17

2.4. VELOCIDADE E DIRECÇÃO DOS VENTOS.................................................................................18

III. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO.................................................................................19

3.1 DENSIDADE POPULACIONAL ...................................................................................................19

3.2 ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO .................................................................................................25

3.3. POPULAÇÃO ACTIVA POR SECTOR DE ACTIVIDADE..................................................................26

3.4. TAXA DE ANALFABETISMO ....................................................................................................28

IV. CARACTERIZAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS................29

4.1 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ..................................................................................................29

4.2 POVOAMENTOS FLORESTAIS..................................................................................................30

4.3 INFLUÊNCIA DOS COMBUSTÍVEIS FLORESTAIS NO COMPORTAMENTO DOS FOGOS ........................31

4.4 ÁREAS PROTEGIDAS, REDE NATURA 2000 (ZEP+ZEC) E REGIME FLORESTAL .........................32

4.5 INSTRUMENTOS DE GESTÃO FLORESTAL.................................................................................33

4.6 ZONAS DE RECREIO FLORESTAL, CAÇA E PESCA.....................................................................34

4.7 ROMARIAS E FESTAS ............................................................................................................34

V. ANÁLISE DO HISTÓRICO E CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS ..................37

5.1 ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS – DISTRIBUIÇÃO ANUAL......................................................37

5.2 ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS – DISTRIBUIÇÃO MENSAL ...................................................40

5.3 ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS – DISTRIBUIÇÃO SEMANAL .................................................41

5.2 ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS – DISTRIBUIÇÃO DIÁRIA.......................................................41

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CADERNO II – Informação Base 3

5.5 ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS – DISTRIBUIÇÃO HORÁRIA ..................................................43

5.6 ÁREA ARDIDA EM ESPAÇOS FLORESTAIS ................................................................................43

5.7 ÁREA ARDIDA E N.º OCORRÊNCIAS POR CLASSES DE EXTENSÃO ..............................................44

5.8 PONTOS DE INICIO DE CAUSAS...............................................................................................45

5.9 FONTES DE ALERTA ..............................................................................................................45

5.10 GRANDES INCÊNDIOS (ÁREA> 100HA)..................................................................................47

VI. REFERÊNCIAS ......................................................................................................................47

VII. LEGISLAÇÃO .......................................................................................................................47

VIII. ANEXOS – CARTOGRAFIA DE ENQUADRAMENTO........................................................48

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1– Enquadramento nacional do concelho do Bombarral.....................................................6

Figura 2 – Enquadramento do concelho do Bombarral (Anexo I)...................................................7

Figura 3 - Hipsometria do Concelho do Bombarral ........................................................................8

Figura 4 - Relevo do Concelho, perspectiva tridimensional. (PDM do Bombarral).........................9

Figura 5 – Mapa dos declives do concelho do Bombarral..............................................................9

Figura 6 – Mapa de exposições do concelho do Bombarral.........................................................10

Figura 7 – Mapa hidrográfico do concelho do Bombarral (Anexo V) ............................................12

Figura 8 – Quantidade de Precipitação do Concelho do Bombarral (Fonte:Atlas do Ambiente) ..16

Figura 9 – % de Humidade do Concelho do Bombarral (Fonte: Atlas do Ambiente)....................18

Figura 100- Variação da População na Região Oeste, por Freguesia, entre 1991 e 2001 (Fonte:

INE, Censos 1991, 2001) .............................................................................................................21

Figura 111 – Mapa da população residente e densidade populacional do concelho do Bombarral

(Fonte: Censos, 2001) (Anexo VI)................................................................................................23

Figura 12 - Lugares com Mais de 100 habitantes no Concelho do Bombarral, em 1991 24

Figura 13 - Variação da População no Concelho do Bombarral (Fonte: Plano de

Desenvolvimento Estratégico, 2002)......................................................................................24

Figura 14 – Mapa de Índice de Envelhecimento e sua evolução do concelho do Bombarral.......26

Figura 15 – Mapa da população por sector de actividade do concelho do Bombarral (Anexo VIII).26

Figura 16 – Mapa da taxa de analfabetismo do concelho do Bombarral......................................28

Figura 17 – Mapa de Uso e Ocupação do solo do Concelho do Bombarral (GTF, 2007) ............29

Figura 18 – Carta de Ocupação dos Povoamentos Florestais do Concelho do Bombarral (2007) 31

Figura 19 – Mapa de Instrumentos de Gestão Florestal do concelho do Bombarral (Anexo XII) .33

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CADERNO II – Informação Base 4

Figura 20 – Mapa das Zonas de Caça e Pesca do Concelho do Bombarral................................34

Figura 21 – Mapa das áreas ardidas no concelho do Bombarral e nos concelhos limítrofes. ......38

Figura 22 – Mapa dos Pontos de Inicio de Incêndios do concelho do Bombarral ........................45

Figura 23 – Mapa das grandes áreas ardidas nos concelhos limítrofes ao concelho do Bombarral .......47

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1- Área das Freguesias do concelho do Bombarral ..........................................................7

Quadro 2 - Lista dos Marcos geodésicos (localização e altitude) do concelho do Bombarral ........8

Quadro 3 – População Residente no concelho do Bombarral (Fonte: INE, Censos 2001) ..........22

Quadro 4 – Densidade Populacional em 2001 (Hab/Km2) (Fonte: INE, Censos 2001)................23

Quadro 5 - Variação da população entre 1999 e 2001.................................................................25

Quadro 6 – Taxa de Desemprego no Bombarral e no Oeste (H= homem; M= Mulher; HM=

Homem e Mulher).........................................................................................................................28

Quadro 7 – Uso e Ocupação do solo no concelho do Bombarral ................................................30

Quadro 8 – Espécies Florestais do concelho do Bombarral.........................................................31

Quadro 9 - Lista de Zonas de Caça Associativa existente no concelho do Bombarral ................34

Quadro 10 – Romarias e Festas do concelho do Bombarral........................................................35

Quadro 11 – N.º total de Incêndios e Causas por freguesia (1996-2006) ....................................45

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos no

concelho do Bombarral (1958-1988)............................................................................................15

Gráfico 2 – Valores Médios anual da Precipitação no concelho do Bombarral (1958-1988)........17

Gráfico 3 – Médias das Velocidades do vento no concelho do Bombarral (1958-1988) ..............19

Gráfico 4 - Evolução da População Residente no Concelho do Bombarral (Fonte: Plano de

Desnvolvimento Estratégico do Bombarral, 2002) .......................................................................21

Gráfico 5 – Distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências (1980 – 2006)..................38

Gráfico 6 – Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio

2001 – 2005, por freguesia. .........................................................................................................39

Gráfico 7 – Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio

2001 – 2005, por espaços florestais em cada 100 ha. .................................................................40

Gráfico 8 – Distribuição mensal da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média de 1996

– 2005. .........................................................................................................................................40

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CADERNO II – Informação Base 5

Gráfico 9 – Distribuição semanal da área ardida e do número de ocorrências em 2006 e média

de 1996 – 2005. ...........................................................................................................................41

Gráfico 10 – Distribuição dos valores diários acumulados e do número de ocorrências (1996 –

2006). ...........................................................................................................................................42

Gráfico 11 – Distribuição dos valores diários acumulados e do número de ocorrências (1996 –

2006). ...........................................................................................................................................43

Gráfico 12 - Distribuição dos valores diários acumulados e do número de ocorrências (1996 –

2006). ...........................................................................................................................................44

Gráfico 13 – Distribuição da área ardida e do número de ocorrências por classes de extensão

(1996 – 2006)...............................................................................................................................44

Gráfico 14 – Distribuição do número de ocorrências por fonte de alerta (1996 – 2006). .............46

Gráfico 15 – Distribuição do número de ocorrências por fonte de alerta e hora de alerta (1996 –

2006). ...........................................................................................................................................46

ANEXOS

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CADERNO II – Informação Base 6

I. CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

1.1 Enquadramento Geográfico e Administrativo

O Bombarral é um concelho de natureza rural, com área florestal de pequena dimensão mas

com áreas de matos mais significativas, devido a algum abandono da actividade agrícola.

Este concelho, pertence ao distrito de Leiria, e está integrado em termos europeus na NUT III,

Região de Lisboa e Vale do Tejo, Direcção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste,

(DRARO), Circunscrição Florestal do Sul, Núcleo Florestal do Ribatejo, Oeste e Área

Metropolitana de Lisboa.

O concelho do Bombarral tem nos seus limites as seguintes coordenadas geográficas:

Limite a Norte: 36º 11’ 3,7’’ N/09º 08’ 31,7 W

Limite a Sul: 50º 18´6,8’’N/09º 02’ 48,6’’ W

Limite a Este: 40º 98’ 3,9’’N/09º 20’ 99’’W

Limite a Oeste: 39º 63’ 7,2’’N/09º 53’ 53,6’’W

O Bombarral situa-se na região Oeste do País e é limitado a Norte pelo concelho de Óbidos, a

Noroeste, a Oeste e Sudoeste pelo concelho da Lourinhã, a Este e Sudeste pelo concelho de

Cadaval, e a Nordeste pelo concelho de Caldas da Rainha.

Figura 1– Enquadramento nacional do concelho do Bombarral

Bombarral Área do PROF

Oeste

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CADERNO II – Informação Base 7

Figura 2 – Enquadramento do concelho do Bombarral (Anexo I)

O concelho do Bombarral está representado nas cartas militares do Serviço Cartográfico do

Exército, folhas nº 338, 350 e 362, na escala 1/25.000.

O concelho do Bombarral encontra-se inserido na Região Oeste, pertence ao distrito de Leiria e

divide-se em cinco freguesias: Bombarral Carvalhal, Pó, Roliça a Vale Covo (figura 2). Possui

uma área total de 9 128ha. (Anexo I)

Quadro 1- Área das Freguesias do concelho do Bombarral

Área Freguesia

Ha %

Pó 676,9 7,4

Roliça 2263,4 24,8

Carvalhal 3233,4 35,4

Bombarral 1835,4 20,1

Vale Covo 1119,2 12,3

1.2 Enquadramento Hipsométrico

O mapa hipsométrico do concelho do Bombarral apresenta a repartição espacial das classes de

altitude. A divisão das altitudes em 9 classes (0-25 a 200-225 metros) reflecte-se na existência

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CADERNO II – Informação Base 8

de uma freguesia com elevação acima dos 200 metros (Carvalhal) sendo que zona centro do

concelho com altitudes abaixo dos 75 metros, caracterizadas por suaves declives.

Figura 3 - Hipsometria do Concelho do Bombarral

As altitudes no concelho do Bombarral não são elevadas, registando-se no Quadro 2, a

identificação do único marco geodésico existente no concelho e a sua altitude.

Quadro 2 - Lista dos Marcos geodésicos (localização e altitude) do concelho do Bombarral

Localidade Altitude (m)

Tracalaia 172,83

1.3 Declive no concelho do Bombarral

O relevo de um concelho, é sem dúvida, um factor que por si só, influência a propagação de um

incêndio florestal. Afecta também, o vento, a temperatura e a humidade do ar,

consequentemente a propagação de um incêndio florestal.

Uma encosta com maior ou menor inclinação é um factor determinante na propagação de um

incêndio, pois, quanto maior a inclinação, maior o efeito das colunas de convecção que aquecem

a vegetação acima do incêndio, aumentando a velocidade de propagação no sentido

ascendente.

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CADERNO II – Informação Base 9

Figura 4 - Relevo do Concelho, perspectiva tridimensional. (PDM do Bombarral)

Assim, os declives são moderadamente acentuados, conforme se pode observar no Anexo III.

Figura 5 – Mapa dos declives do concelho do Bombarral

1.4 Exposições

A exposição de uma encosta em relação a sol, afecta a sua temperatura e humidade. Por

exemplo, as encostas expostas a Sul, apresentam temperaturas mais elevadas nas maiores

horas de calor, do que encostas viradas a Norte (Anexo IV).

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CADERNO II – Informação Base 10

Figura 6 – Mapa de exposições do concelho do Bombarral

1.5 Hidrografia (Orografia, Geologia e Hidrologia)

O concelho do Bombarral insere-se numa área onde a influência da Serra de Montejunto se

revela dominante, com a Serra de Aire e Candeeiros a Nordeste e grosso modo, pertence ao

vale tifónico das Caldas da Rainha, estando inserido na bacia hidrográfica do lago de Óbidos,

sendo percorrido no sentido Sul/Norte, pelo rio Real e seus afluentes.

Na parte Norte e Noroeste do concelho existem pequenas manchas do Pliocénio, constituídas

por areia com seixos sobrepostos ao grés do Jurássico Superior, constituindo zonas de grande

permeabilidade e máxima infiltração.

Geologicamente, no concelho, estamos em presença de formações do Jurássico superior, sendo

característica a reduzida permeabilidade, excepto nos complexos margosos e grés argiloso,

onde a permeabilidade é média, tendo como consequência natural caudais fracos nos cursos de

água existentes.

Predominam no concelho as formações conglomeráticas, areníticas, calcários margosos e

margas, merecendo destaque os aluviões, areias, arenites e argilas do vale tifónico. Em

consequência, assume particular acuidade neste concelho o risco potencial de erosão, em

particular na zona Norte do concelho, nas vertentes mais abruptas de encaixe do rio real, onde

há até, probabilidade de erosão elevada. Este facto assume particular destaque, considerando o

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CADERNO II – Informação Base 11

facto de os terrenos de grande aptidão agrícola se situarem junto às principais linhas de água do

concelho, com relevo para o Rio Real, perda de solo, deslizamentos ou quebra de blocos, sendo

este facto potenciador de riscos. Assim, serve de factor agravante deste risco, quer a prática

agrícola, quer a desflorestação que estes declives têm conhecido.

O concelho do Bombarral está inserido na bacia hidrográfica da Lagoa de Óbidos, e é

atravessado pelo Rio Real, pelo Rio Bogota e pelo Rio Corga e seus afluentes.

O Rio Real, de extensão total de 31,20 km, nasce na Serra de Montejunto e atravessa

longitudinalmente o centro do Concelho no sentido Sudeste/Norte, percorrendo-o durante 13,7

Km. Atravessa as freguesias do Bombarral, Carvalhal e Roliça, junto aos aglomerados da

Portela, Famões, Sanguinhal, Bombarral, Baraçais, Delgada, Roliça e São Mamede.

O Rio Bogota (17,9 km) nasce no concelho do Cadaval e atravessa transversalmente o Sul da

freguesia do Carvalhal no sentido Nascente/Poente, passando junto dos aglomerados de A-dos-

Ruivos, Sobral do Parelhão e Bombarral, indo desaguar no Rio Real, próximo do aglomerado do

Bombarral.

O Rio Corga (9 km) corre paralelamente à EN8 e via-férrea, atravessando longitudinalmente o

Sul do Concelho no sentido Sul/Norte numa extensão de seis mil metros. Serve a freguesia do

Bombarral e passa junto aos aglomerados de Cintrão e Bombarral, desaguando também junto ao

aglomerado do Bombarral. Pode ser considerado uma ribeira dado que o seu leito, na época

estival, está seco ou sem caudal contínuo.

O regime hidrológico da região está estreitamente dependente do regime pluviométrico e da

geomorfologia do Concelho.

A intensificação da agricultura, está na origem da formação de lagoas artificiais, situadas no

limite Norte do concelho, a Norte da povoação do Pó e Roliça.

A exploração de recursos naturais (argila, calcário e gesso) é também efectuada e as ravinas

declivosas que esta actividade origina, são geradoras de riscos, merecedores de referência, pois

a intervenção de socorro nestes locais, exige equipamento específico e instrução técnica de

momento não existentes.

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CADERNO II – Informação Base 12

Figura 7 – Mapa hidrográfico do concelho do Bombarral (ANEXO V)

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CADERNO II – Informação Base 13

II. CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA

O clima é um elemento do meio natural sobre o qual o homem não tem controle, sobretudo

quando estão em causa áreas grandes e extensivas. Assim funciona como uma imposição, uma

variável exógena relativamente aos sistemas florestais.

A floresta é composta por plantas vivas, que, tal como todos os seres vivos estão adaptadas a

determinadas condições climáticas para se desenvolverem e subsistirem. Assim, terá de existir

um equilíbrio entre a gama de variação de elementos climáticos suportada por cada espécie, e

as condições que esta encontra no ambiente que a rodeia, para que o seu desenvolvimento se

processe com o mínimo de sobressaltos e se possam atingir os melhores desempenhos

produtivos.

Sendo que, não se pode alterar o clima para adaptá-lo à floresta pretendida, resta-nos a opção

que envolve conhecer bem o clima e escolher as espécies/variedades, operações e tratamentos

culturais que a ele melhor se adeqúem, de maneira a que se atinja o equilíbrio “exigências

climáticas da floresta – clima existente”.

Por um lado deveremos considerar uma acção directa do clima sobre a floresta – a acção do

clima sobre os processos vitais das plantas. Mas, por outro lado, também deveremos considerar

a sua acção indirecta sobre a floresta, que resulta da sua influência sobre: os processos de

erosão do solo, a ocorrência de incêndios e também o regime hidrológico das áreas florestadas,

três aspectos fortemente relacionados com as funções dos sistemas florestais.

A influência das características climáticas nos incêndios florestais, pode ser vista em termos

indirectos, na medida em que afecta o crescimento e acumulação de carga combustível, e

também em termos de influência directa no início e propagação dum incêndio. Temos assim que

o clima afecta duas arestas do célebre “triângulo de comportamento do fogo” o qual é composto

por três arestas: meteorologia, topografia e combustível.

Os factores meteorológicos a ter em conta neste âmbito são: temperatura, humidade,

precipitação, velocidade e direcção dos ventos.

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CADERNO II – Informação Base 14

O aumento da temperatura atmosférica tende a elevar a probabilidade de ignição. Ao subir a

temperatura do ar, os combustíveis, especialmente os finos e mortos, tendem a perder humidade

para alcançar o equilíbrio higroscópio com o ar que os rodeia, o que os deixa em condições mais

favoráveis para que se inicie e se propague um incêndio.

Quanto à humidade relativa, o seu aumento faz diminuir a possibilidade de início de incêndio, e

dificulta a sua propagação, já que a atmosfera cede humidade aos combustíveis dificultando

assim a sua combustão.

A precipitação é fundamental para recarregar a reserva hídrica do solo e assim possibilitar o

crescimento das plantas. Mas se essa precipitação se verificar com uma intensidade superior à

capacidade de infiltração, verifica-se o escorrimento superficial, e surge a erosão hídrica do solo.

Por último, o vento aumenta a velocidade de propagação dos incêndios, já que fornece oxigénio

para a combustão, transporta o ar quente, seca os combustíveis e dispersa as partículas em

ignição. Por outro lado, os ventos fortes limitam a produtividade florestal; ou por diminuírem a

taxa de crescimento anual, ou por poderem provocar o derrube das plantas.

2.1. Temperatura

O concelho do Bombarral, à semelhança da zona do Oeste, possuiu um clima nitidamente

mediterrânico, caracterizado por verões secos e quentes e Invernos amenos e húmidos, A

precipitação apresenta grande irregularidade inter anual, pois a Invernos chuvosos, sucedem-se

Invernos secos, facto derivado da situação do território de Portugal, na região de transição entre

as altas pressões subtropicais e as baixas pressões polares.

A presença do Oceano Atlântico, influi no ritmo climático da região Oeste. Num primeiro

momento destacaremos como resultado dessa influência a humidade relativa, pois as massas de

ar marítimas, provenientes do Oeste (factor predominante dos ventos), influenciam fortemente

esta Zona. Num segundo momento, referiremos a inércia térmica dos oceanos, tornando o clima

mais ameno, com um Inverno pouco rigoroso e um verão menos quente.

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CADERNO II – Informação Base 15

A caracterização climática do concelho do Bombarral, foi realizada com base nos valores

climatológicos disponibilizados pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA), relativos aos anos de

1958-1988.

Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos no concelho do Bombarral (1958-1988)

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

ºC

Média Mensal 11.1 11.3 12.0 13.0 14.3 16.1 17.2 17.3 17.2 16.0 13.5 11.5

Média das Máximas 14.2 14.4 14.8 14.8 16.4 18.9 20.1 20.4 20.6 19.3 16.8 14.7

Valores Máximos 16.7 17.2 19.4 21.1 21.2 24.8 24.5 25.2 25.6 23.2 20.7 17.1

JaneiroFevereiro

Março Abril M aio Junho JulhoAgosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Gráfico 1 – Valores mensais da temperatura média, média das máximas e valores máximos no concelho do

Bombarral (1958-1988)

Os valores de temperatura no gráfico apresentado acima, traduzem um padrão semelhante ao

restante território nacional, ou seja, temperaturas elevadas a verificarem-se durante o período

estival, ocorrendo as menores durante a época invernal.

2.2. Precipitação

A análise da termopluvimetria da estação de Caldas da Rainha, permite-nos distinguir 3

estações. Três meses de Verão (Junho, Julho, Agosto) com temperaturas elevadas (Agosto

19.8ºC) e precipitações quase nulas. Climatologicamente são meses secos, pois a precipitação é

inferior a metade do dobro da temperatura, com elevados valores de evapotranspiração.

Os meses de Inverno, de Novembro a Março, apresentam precipitações mais elevadas, sendo

as temperaturas mais baixas, observando-se que os restantes meses fazem partes das Estações

intermédias da Primavera e Outono, porém o mês de Setembro é seco e relativamente quente,

tornando assim mais brusca a transição Verão/Inverno.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 16

Os nevoeiros de adversão litoral, cuja influência também aqui se faz sentir, embora de forma

atenuada, são mais frequentes no verão e, sobretudo, de madrugada, avançando para o interior

mais ou menos ao nível do solo, fazendo-se sentir a sua influência no concelho ao originar

manhãs frescas. Apesar do quadrante de ventos dominante ser o NW, durante o Verão e no

período da tarde, é de realçar a existência de Nortada (vento forte do Norte). Os ventos dos

restantes quadrantes são pouco significativos.

A precipitação anual varia entre os 500 e 800mm, que se reparte de forma desigual ao longo do

ano, como se pode observar no Gráfico 2, onde os valores mais elevados de precipitação

decorrem durante o período Outonal e Invernal.

Figura 8 – Quantidade de Precipitação do Concelho do Bombarral (Fonte:Atlas do Ambiente)

Os valores analisados para o concelho do Bombarral, encontram-se expressos no gráfico abaixo

apresentado.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 17

Valores Médios anual da Precipitação no concelho do Bombarral (1958-1988)

0,010,020,030,040,050,060,070,080,090,0100,0

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Precipitação (mm)

Gráfico 2 – Valores Médios anual da Precipitação no concelho do Bombarral (1958-1988)

Em termos mensais, Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro são os meses mais chuvosos,

com precipitações médias acima dos 80mm.

Contrariamente, Julho e Agosto apresentam os valores de precipitação mais baixos, sendo o

mês de Julho a apresentar o menor valor, abaixo dos 5mm.

Em termos de geadas o concelho do Bombarral, relativamente ao enquadramento no território

nacional, localiza-se numa zona pouco propensa a geadas, com um valor de 5-10 dias por ano

com geada, na metade Norte do concelho e de 1-5 dias por ano na metade Sul. Este valor

relativamente baixo explica-se pela significativa influência marítima que se faz sentir no

concelho.

2.3. Humidade

A humidade relativa anual no concelho situa-se entre os 75% e 85 % (medida ás 9 T.M.G.), com

humidades mais elevadas a zona a NO do concelho.

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CADERNO II – Informação Base 18

Figura 9 – % de Humidade do Concelho do Bombarral (Fonte: Atlas do Ambiente).

2.4. Velocidade e Direcção dos Ventos

A existência de temperaturas elevadas e valores de precipitação baixos, fazem com que

aumentem as condições propícias aos incêndios florestais, devido à situação de secura que é

proporcionada, aumentando a temperatura dos combustíveis vegetais existentes, facilitando,

consequentemente, as condições de ignição e propagação dos fogos florestais.

A velocidade do vento, é um factor que sem dúvida, poderá potenciar a propagação dos fogos

florestais.

A velocidade dos ventos, dados recolhidos no Instituto Superior de Agronomia, está apresentada

no gráfico seguinte.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 19

Médias das Velocidades do vento no concelho do Bombarral (1958-1988)

0,02,04,06,08,010,012,014,016,018,020,0

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Junho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembro

Dezembro

Velocidad

e (km/h)

Gráfico 3 – Médias das Velocidades do vento no concelho do Bombarral (1958-1988)

Da análise gráfica observamos que é nos meses de verão que as velocidades dos ventos

verificadas no concelho do Bombarral são mais baixas.

III. CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

A caracterização demográfica do concelho do Bombarral, baseou-se em dados obtidos no

Instituto Nacional de Estatística (INE), sendo os parâmetros utilizados: População Residente por

Freguesia, Densidade Populacional, Índices de Envelhecimento, Taxa de analfabetismo, e

População Activa por Sector de Actividade, com o intuito de avaliar o peso do sector agrícola e

silvícola neste concelho nos dias de hoje.

3.1 Densidade populacional

O estudo da análise populacional, definida pelo INE como “intensidade do povoamento expressa

pela relação entre o número de habitantes de uma área territorial determinada e a superfície

desse território”, revela-se fundamental, pois permite os antagonismos da ocupação, existentes

dentro desse território.

A evolução da população residente no Concelho do Bombarral manteve um ritmo de crescimento

constante durante a primeira metade do Século XX.

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CADERNO II – Informação Base 20

As décadas de 50 e 60, marcadas por diversos fenómenos político-sociais (Êxodo rural,

emigrações para a Europa e África, Guerra Colonial...) e pelo rápido crescimento populacional

das áreas urbanas de Lisboa e Porto, tiveram fortes impactes sobre as áreas rurais verificando-

se um decréscimo significativo no efectivo demográfico do Bombarral.

Os anos 70, à semelhança da generalidade do país, foram novamente marcados por taxas de

crescimento positivas resultantes da diminuição da emigração, do retorno de portugueses das

ex-colónias que estimularam a economia local, e do aumento significativo das taxas de

natalidade. Ainda assim, os ritmos de crescimento verificados foram inferiores aos dos principais

concelhos da Sub-Região Oeste, como as Caldas da Rainha ou Torres Vedras, com vantagens

locativas e áreas urbanas e oportunidades empresariais mais atractivas.

O acentuar do processo de metropolização acompanhado da afirmação das Cidades Médias,

verificado em Portugal, na década de 80, teve importantes impactes sobre as dinâmicas

demográficas dos concelhos com estruturas económico-sociais mais ruralizadas. Por este facto,

o Concelho do Bombarral registou neste período uma diminuição de -7,5% no efectivo

populacional.

Embora esta tendência nacional tenha permanecido nos anos 90, a melhoria das acessibilidades

rodoviárias contribuiu para uma melhor integração do Bombarral no sub-sistema urbano Torres

Vedras-Caldas da Rainha e para o fortalecimento das relações com a Área Metropolitana de

Lisboa, incutindo um novo impulso à vila do Bombarral, com reflexos no crescimento da

população do concelho. A melhoria das acessibilidades estimulou também a procura de

habitação de segunda residência na região, um fenómeno que, no Bombarral, tem tido mais

expressão nos lugares do Carvalhal, Azambujeira dos Carros e Delgada (os dois últimos na

Freguesia da Roliça).

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CADERNO II – Informação Base 21

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

População Residente

1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001

Anos

Gráfico 4 - Evolução da População Residente no Concelho do Bombarral (Fonte: Plano de Desnvolvimento Estratégico do Bombarral, 2002)

Em 2001, no Concelho do Bombarral, residiam 13.325 habitantes (resultados preliminares), o

que traduz um crescimento populacional nos anos 90 de 4,7%. Este valor, que contraria as

tendências negativas estimadas ao longo da década pelo INE, deve-se sobretudo ao saldo

migratório positivo, responsável por um crescimento de 8,3% (Os dados relativos aos saldos natural

e migratório referem-se aos Resultados Preliminares dos Censos 2001). O saldo natural manteve-se

negativo (-3,7%) e inferior à média da Sub-região (-1,2%), o que reflecte o relativo

envelhecimento da população.

Figura 10- Variação da População na Região Oeste, por Freguesia, entre 1991 e 2001 (Fonte: INE, Censos 1991,

2001)

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CADERNO II – Informação Base 22

Os factores que sustentam o crescimento populacional recente do Bombarral são semelhantes

aos do Oeste, em particular, a existência de um saldo migratório positivo, na ordem dos 10%.

Impulsionada por processos de urbanização e periurbanização, relacionados com a integração

deste território nas dinâmicas metropolitanas e com a fixação de imigrantes, a sub-região

apresenta um desempenho demográfico positivo.

No concelho do Bombarral, e particularmente nas freguesias da Roliça e do Pó, têm-se instalado

nos últimos anos imigrantes oriundos de países da Europa de Leste, que encontram aqui

trabalho essencialmente na agricultura e no sector da construção civil e obras públicas. O

acolhimento e os incentivos à fixação destes imigrantes e das suas famílias no concelho poderão

representar uma oportunidade de suprir algumas das principais debilidades estruturais do

Bombarral, mais precisamente em termos da disponibilidade e qualificação dos recursos

humanos.

O grosso do efectivo populacional do concelho está essencialmente concentrado nos povoados

que formam as sedes de freguesia, de entre as quais se destaca, a vila do Bombarral.

A freguesia do Bombarral, com um efectivo populacional de 5.514 habitantes, representando

cerca de 41% da população concelhia, foi a única que registou um aumento do número de

residentes entre 1991 e 2001, com uma variação de 20,1% (mais 922 habitantes). Ao invés, a

Freguesia do Carvalhal, com características de grande ruralidade, foi a que registou maiores

perdas nos efectivos demográficos. Estas variações diferenciadas reflectem precisamente a

dicotomia existente no concelho, nomeadamente entre o núcleo urbano do Bombarral e as áreas

rurais periféricas, o que, por sua vez, está relacionado com a maior acessibilidade à sede de

concelho e o seu maior dinamismo económico.

Quadro 3 – População Residente no concelho do Bombarral (Fonte: INE, Censos 2001)

ANO Freguesia

1991 2001 Variação (%)

Freguesia do Bombarral 4592 5514 20,1%

Freguesia do Carvalhal 3164 2934 -7,3%

Freguesia da Roliça 2794 2744 -1,8%

Freguesia do Vale Covo 1216 1193 -1,9%

Freguesia do Pó 961 940 -2,2%

Concelho do Bombarral 12727 13325 4,7%

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 23

Com uma densidade populacional de 147,4 hab/km2, o Concelho do Bombarral apresenta um

valor muito próximo da densidade média da Sub-Região Oeste (157 hab/km2).

A freguesia do Bombarral, com maior dimensão urbana e populacional, destaca-se no contexto

do concelho com 320,6 hab/km2, seguida da freguesia do Pó, criada em 1984, com uma área de

apenas 5,5 km2 e uma densidade de 170,9 hab/km2. A densidade mais baixa verifica-se na

Freguesia do Carvalhal (91,4 hab/km2) que sendo a segunda mais populosa é contudo a mais

vasta, com uma área de 32,1 km2.

Quadro 4 – Densidade Populacional em 2001 (Hab/Km2) (Fonte: INE, Censos 2001)

Freguesia Densidade

Populacional

Freguesia do Bombarral 320,6

Freguesia do Carvalhal 91,4

Freguesia da Roliça 118,3

Freguesia do Vale Covo 99,4

Freguesia do Pó 170,9

Concelho do Bombarral 147,4

Figura 11 – Mapa da população residente e densidade populacional do concelho do Bombarral (Fonte: Censos, 2001) (Anexo VI)

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CADERNO II – Informação Base 24

Figura 12 - Lugares com Mais de 100 habitantes no Concelho do Bombarral, em 1991

Figura 13 - Variação da População no Concelho do Bombarral (Fonte: Plano de Desenvolvimento Estratégico, 2002)

No Anexo VI, apresenta a densidade populacional nas diversas freguesias que compõem o

concelho do Bombarral, com indicação da população residente em cada freguesia (dados

obtidos pelos Censos de 1991 e 2001, INE).

Do ponto de vista demográfico, o concelho do Bombarral contabiliza 13 324 habitantes (INE,

2001). Desde 1991 existiu um crescimento muito pequeno da população residente, em cerca de

597 habitantes (+4,48%).

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CADERNO II – Informação Base 25

No que respeita à densidade populacional, Bombarral é o concelho menos densamente povoado

da região Oeste ao apresentar 150,2 Hab/Km2. É da região do Oeste o 8º concelho mais

habitado.

3.2 Índice de Envelhecimento

Como é possível analisar nos indicadores demográficos recolhidos, no concelho do Bombarral, a

taxa de envelhecimento é muito elevada, rondando os 155% (Anexo VII, INE, 2001), em parte

em virtude da diminuição acentuada da natalidade ao longo dos últimos anos, onde a taxa actual

é diminuta, 8,6%. Esta diminuição na Taxa de Natalidade, conduz à quebra da população mais

jovem e ao progressivo aumento da idade da População Residente, cada vez apresentando

idades mais avançadas. Os dados obtidos dizem respeito aos Censos de 2001; não existindo

dados anteriores para comparação. Todas as freguesias apresentam índices acima dos 100%, 3

das quais com índices superiores aos 150%: Roliça, Carvalhal e Vale Covo.

Quadro 5 - Variação da população entre 1999 e 2001

Intervalos de Idade %

0-14 Anos -15,4

15-24 Anos -6,3

25-64 Anos 8,5

≥ 65 Anos 22,5

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CADERNO II – Informação Base 26

Figura 14 – Mapa de Índice de Envelhecimento e sua evolução do concelho do Bombarral

3.3. População Activa por Sector de Actividade

Procedeu-se à análise dos sectores de actividade no concelho do Bombarral, dividindo-se estes

em três sectores de actividade: Primário, Secundário e Terceário.

Figura 15 – Mapa da população por sector de actividade do concelho do Bombarral (Anexo VIII)

Como ponto prévio à melhor caracterização da população e actividade do concelho, não

poderemos deixar de referir a inexistência de estatísticas recentes e actuais, que permitam um

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 27

rigor de caracterização dos diferentes sectores de actividade económica, pois em algumas das

actividades exercidas não há dados oficiais.

É de referir que o sector primário foi até há bem pouco o predominante no concelho. A sua

dimensão e importância, está todavia ainda sujeita a várias condicionantes: a estrutura fundiária

assente na pequena propriedade (47% a variar de 1-4ha), e apenas 0,2% das explorações

possuírem áreas superiores a 100ha. A superfície média das explorações ronda os 3,5ha, inferir

à média nacional.

O sector secundário e até mesmo o terciário, têm absorvido ao longo dos anos, excedentes do

sector primário e consequentemente a actividade está muito relacionada com a transformação e

comercialização de produtos agrícolas. Contudo, dados não actuais, apontavam para um valor

inferior a 25% da população a ele afecto, demonstrando que ainda se trata de um sector

incipiente neste concelho, contrariando a tendência do distrito onde este município se insere.

Este sector, secundário, no Bombarral, assenta numa malha industrial que tem por base

indústrias tradicionais: alimentação, bebidas e tabacos, indústrias de minerais não metálicas,

construção civil e obras públicas, máquinas e equipamentos e material de transporte, madeira e

cortiça. As freguesias do Carvalhal, Pó e vale Covo não possuem indústria, estando as

existentes concentradas na freguesia do Bombarral (serralharia civil, metalomecânica, mobiliário

e cerâmica), e na freguesia de Roliça (serralharia civil e mecânica).

Até há poucos anos o sector terciário tinha a ele afecto cerca de 42% da sua população e será o

sector de maior crescimento no futuro. Grande parte da actividade deste sector encontrasse nas

povoações de menores dimensões, sob a forma de locais de venda de produtos alimentares e

bebidas, e pequenas lojas e mercearias, que procuram satisfazer a procura natural de produtos

quotidianos necessários às populações da povoação, freguesia ou povoados vizinhos. Estes

estabelecimentos revelam-se a de menor dimensão, face ao desejável e necessário, mas certo é

que a pulverização dos aglomerados populacionais é razão directa desta situação.

Diremos em síntese que a oferta corresponde a níveis essenciais de obtenção de serviços em

que o consumidor não está disposto a procurar uma situação de melhor resposta e qualidade,

exigindo qualquer outra situação, a deslocação para fora da zona.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 28

Esta situação mantém-se ao nível da oferta turística, com recurso a pólos urbanos vizinhos:

Caldas da Rainha, Óbidos e Torres Vedras, não se verificando fluxo turístico que possa alterar

esta situação.

Quadro 6 – Taxa de Desemprego no Bombarral e no Oeste (H= homem; M= Mulher; HM= Homem e Mulher)

H M HM

Bombarral 3,0 13,6 6,8 1991

Oeste 2,7 8,4 4,8

Bombarral 3,4 13,8 7,5 2001

Oeste 3,4 8,4 5,6

De salientar, que são as mulheres as mais afectadas com o fenómeno do desemprego

apresentado valores cerca de quatro vezes superiores ao desemprego masculino.

3.4. Taxa de Analfabetismo

Como podemos observar por análise no Anexo IX, a Taxa de Analfabetismo no concelho do

Bombarral sofreu uma redução de cerca de 3.4% segundo os Censos de 1991 e 2001, sendo a

redução mais acentuada nas freguesias do Carvalhal (de 17,65% para 15,55%), da Roliça (de

14,68% para 12,16%) e Vale Covo (19,64% e 15,55%).

Figura 16 – Mapa da taxa de analfabetismo do concelho do Bombarral

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 29

IV. CARACTERIZAÇÃO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO E ZONAS ESPECIAIS

O estudo do uso e ocupação do solo tem relação directa com a problemática do risco de

incêndio. A sua caracterização permite avaliar tanto as áreas de risco de incêndio, devido à

carga de combustível, como identificar as áreas de perigo devido à presença humana.

4.1 Uso e Ocupação do solo

Tal como já tinha sido mencionado no PMDFCI anterior, a carta de uso e ocupação do solo foi

actualizada. Esta actualização foi efectuada em duas fases: trabalho de gabinete e trabalho de

campo. O trabalho de gabinete consistiu em digitalizar parcelas com mancha de ocupação do

solo homogéneas, tendo por base ortofotomapas datados de 2004. Posteriormente houve uma

validação dessas manchas no campo, onde se procedeu à classificação de cada uma dessas

manchas de acordo com a sua ocupação, bem como ao modelo de combustível presente (Anexo

X).

Figura 17 – Mapa de Uso e Ocupação do solo do Concelho do Bombarral (GTF, 2007)

Com a metodologia utilizada, obteve-se a Carta de Uso e Ocupação do Solo do concelho do

Bombarral actualizada.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 30

Quadro 7 – Uso e Ocupação do solo no concelho do Bombarral

Uso e ocupação

do solo (ha)

Freguesias

Áreas

Sociais

Áreas

Industriais Agricultura Floresta Pousio Matos

Pontos de

água

Bombarral 218,8 49,7 878,4 251,3 213,6 219,1 5,3

Carvalhal 193,5 10,3 1957,6 251,5 481,7 334,1 5,3

Pó 68,7 3,4 365,1 12,7 52,3 168,7 5,6

Roliça 169,4 17,5 1199,2 214,6 275,5 380,2 7,3

Vale Covo 84,5 8,6 668,6 160,6 94,2 101,6 1,3

TOTAL 734,9 89,5 5068,9 890,7 1117,2 1203,7 24,8

Pela observação do Quadro 5, podemos concluir que mais de 50% do território do Bombarral é

ocupado por áreas agrícolas, 25% do concelho divide-se entre áreas de pousio e matos, sendo

10% ocupado por floresta, localizada essencialmente pelas freguesias do Bombarral, Carvalhal e

Roliça.

Dos dados estatísticos anteriores, concluiu-se que a área florestal do concelho do Bombarral tem

vindo a aumentar, bem como as áreas de pousio e matos resultantes do abandono de grande

parte das pequenas explorações agrícolas, agora votadas ao abandono, tendendo a sua

reconversão para áreas florestais.

De salientar ainda, a presença nas encostas mais declivosas do concelho, um coberto arbustivo

de grande importância em termos ecológicos, pela abundância de biodiversidade arbustiva, que

é de todo o interesse conservar, evitando a passagem sucessiva dos incêndios, que destroem

toda a vegetação, aumentando os riscos de erosão e perda de solo, provocando, a jusante, o

assoreamento da lagoa de Óbidos.

4.2 Povoamentos Florestais

A área florestal presente neste concelho é constituída maioritariamente por eucalipto (Eucalyptus

globulus) seguindo-se o pinheiro bravo (Pinus pinaster), este último tem registado um aumento

significativo dos seus povoamentos nesta região nos últimos anos, bem como área constituídas

por uma diversidade mista de folhosas, Anexo XI).

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 31

Figura 18 – Mapa de Ocupação dos Povoamentos Florestais do Concelho do Bombarral (2007)

Quadro 8 – Espécies Florestais do concelho do Bombarral

Freguesias Eucalipto

Pinheiro

bravo

Pinheiro

manso Sobreiro

Outras

resinosas

Outras

Folhosas Carvalhos

Sobreiro/

Pinheiro

bravo

Área

florestal

total (ha)

Bombarral 197,0 34,1 4,0 3,6 3,4 2,9 6,2 0,0 251,3

Carvalhal 158,5 7,5 3,1 13,6 3,4 57,7 0,0 7,7 251,5

Pó 12,6 0,0 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 12,7

Roliça 67,8 24,7 52,6 23,3 24,0 21,0 1,2 0,0 214,6

Vale Covo 129,4 25,0 2,6 1,0 0,8 1,8 0,0 0,0 160,6

TOTAL 565,4 91,3 62,4 41,5 31,6 83,3 7,4 7,7 890,7

4.3 Influência dos combustíveis florestais no comportamento dos fogos

Quando falamos em combustíveis florestais, incluímos todos aqueles materiais vegetais

provenientes das plantas que existem na floresta.

Quando o objectivo visa a prevenção dos incêndios florestais, é importante perceber que

formações vegetais constituem uma floresta de determinada região, bem como estão distribuídas

no espaço, e por que espécies são constituídas. A maior ou menor facilidade de combustão de

determinado combustível, isto é a sua combustibilidade, é determinada pelas suas

características físicas e químicas, e pela quantidade por hectare.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 32

Os combustíveis vegetais podem ainda se dividir em combustíveis vivos ou mortos,

diferenciando essencialmente no teor de humidade que estes apresentam.

A forma como os combustíveis se distribuem no espaço é bastante variável, e influência o

comportamento de um incêndio florestal, pois encontra-se dependente de diversos factores

como: solo, quantidade de água disponível, luz, exposição, declive, forma de exploração

florestal, entre outros. Estes distribuem-se ainda de forma vertical e horizontal, por isso a

importância que a promoção das descontinuidades verticais e horizontais nos combustíveis na

prevenção de um incêndio florestal, essencialmente no que diz respeito à capacidade de

propagação deste.

A carga de combustível existente numa determinada área, ou seja, a quantidade de combustível,

por exemplo: a folhada, ramos e troncos mortos, a vegetação herbácea e arbustiva, influência

igualmente o comportamento de um incêndio.

4.4 Áreas Protegidas, Rede Natura 2000 (ZEP+ZEC) e Regime Florestal

No concelho do Bombarral não existem áreas pertencentes à Rede de Áreas Protegidas, Rede

Natura 2000 (ZEP+ZEC), ou áreas sujeitas a regime florestal.

Podemos encontrar neste concelho, parte do Planalto das Cesaredas, uma área que se estende

aos concelhos vizinhos: Óbidos, Lourinhã e Peniche. Trata-se de um local de grande interesse,

pela sua riqueza natural, caracterizado pelos seus afloramentos de calcário compactos e de

grande extensão.

Nesta zona, encontramos grandes manchas de carrasco, pinheiros mansos e bravos, carvalhos,

sobreiros e medronheiros, que formam um ecossistema cuja prioridade será a sua preservação.

Para além da sua fauna e flora características, o Planalto das Cesaredas, possui ainda uma

riqueza de património de grande interesse, com as suas grutas, castros, moinhos de vento,

azenhas, casario rural, palácios, fontanários, mães de água, pontes, igrejas, capelas e árvores

monumentais.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 33

A predominância de matos, no Planalto das Cesaredas, representa uma preocupação, pela

elevada carga de combustível que comporta e a grande inflamabilidade das espécies presentes,

resultando num elevado risco de incêndio. Aliás nos últimos anos tem sido no Planalto das

Cesaredas que tem ocorrido o maior número de incêndios florestais do concelho de Óbidos,

provando o elevado risco que esta área representa.

4.5 Instrumentos de Gestão Florestal

Actualmente existe a decorrer o processo de constituição da Zona de Intervenção Florestal da

Linha do Oeste (Z.I.F. 126/2007) que abrange parte da freguesia do Bombarral, nomeadamente

a área florestal aí existente, uma mancha florestal contínua à mancha existente nos concelhos

do Cadaval, Torres Vedras e Lourinhã. As zonas de intervenção florestal, não são mais que

manchas territoriais maioritariamente ocupadas os espaços florestais, tendo por objectivos a

promoção do ordenamento e gestão florestal. Com a constituição desta Z.I.F., os proprietários

aderentes e não aderentes da mesma, terão de possuir um Plano de Gestão Florestal e cumpri-

lo.

Figura 19 – Mapa de Instrumentos de Gestão Florestal do concelho do Bombarral (Anexo XII)

No mapa apresentado no Anexo XII também é possível observar o enquadramento da área

projectada para a Zona Industrial do Oeste, que abrange parte de 4 concelhos do Oeste

(Bombarral, Cadaval, Lourinhã e Torres Vedras), estando já prevista no PDM do Bombarral.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 34

4.6 Zonas de Recreio Florestal, Caça e Pesca

No concelho do Bombarral, existem 3 Zonas de Caça Associativa num total de 6253,31ha, cerca

de 73% do território (Anexo XIII).

Figura 20 – Mapa das Zonas de Caça e Pesca do Concelho do Bombarral

Quadro 9 - Lista de Zonas de Caça Associativa existente no concelho do Bombarral

Zona de Caça Freguesias Hectares

ZCA Carvalhal Carvalhal 2439,858

ZCA Bombarral e Vale Covo Bombarral e Vale Covo 1949,18

ZCA Roliça e Pó Roliça e Pó 1864,276

4.7 Romarias e Festas

A realização de festas e romarias em espaços rurais, é uma prática típica da região do Oeste

onde se insere o concelho do Bombarral. Contudo, associados a estes festejos estão

comportamentos que podem influenciar o risco de incêndio florestal.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 35

Com a identificação destes festejos, será possível planear de forma estratégica, a organização

de mecanismos de prevenção.

Quadro 10 – Romarias e Festas do concelho do Bombarral

Mês de Realização

Dia de Inicio/ Fim

Freguesia Lugar Designação Observações

Janeiro 17/17 Roliça Baraçais Festa ao Orago S. Braz

Lançamento de foguetes

Fevereiro 2/2 Carvalhal Famões Festa Popular Lançamento de foguetes

Março 19/19 Carvalhal Carvalhal Festa e Luminárias ao orago S. Joaé

Lançamento de foguetes

24/25 Bombarral Bombarral Comemorações do 25 de Abril

Lançamento de foguetes

Abril A definir Carvalhal Barrocalvo Festa ao orago Nª Sª

dos Prazeres Lançamento de foguetes

3/3 Carvalhal Casal do Avenal Festa ao orago Stª Cruz

Lançamento de foguetes

13/13 Carvalhal Santuário do Bom Jesus

Dia de Nª Sª de Fátima

Lançamento de foguetes

Maio

Todos os Sábados

Carvalhal Sobral do Parelhão

Maio com Musica Lançamento de foguetes

1/1 Bombarral Bombarral Dia Mundial da Criança

Lançamento de foguetes

A definir Carvalhal Carvalhal Corpo de Deus Lançamento de foguetes

23/25 Bairro do Olival Festa ao orago S. Antóni

Lançamento de foguetes

24/24 Carvalhal Salgueiro Festa ao orago S. João Baptista

Lançamento de foguetes

29/29 Bombarral Bombarral Comemorações do dia do Concelho

Lançamento de foguetes

28/30 Bombarral Bombarral Festas da Vila Lançamento de foguetes

29/29 Carvalhal Santuário do Bom Jesus

Celebrações a S Pedro

Lançamento de foguetes

Junho

3º Fim-de- Carvalhal Sobral do Festa ao orago Sr. Lançamento

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CADERNO II – Informação Base 36

semana Parelhão Jesus de foguetes

Julho 3º Fim-de-semana

Roliça S. Mamede Festa ao orago S. Mamede

Lançamento de foguetes

2º Fim-de-semana

Carvalhal A – dos – Ruivos Tradicional festa Lançamento de foguetes

15 Bombarral Cintrão Festa ao orago Sto. António

Lançamento de foguetes

15 Roliça Azambujeira Festa ao orago Nª Sª da Oliveira

Lançamento de foguetes

Agosto

3º Fim-de-semana

Carvalhal Sanguinhal

Festa ao orago Mártir S. Sebastião

Lançamento de foguetes

1º Domingo Carvalhal Santuário do Bom Jesus

Círio de Adão Lobo Lançamento de foguetes

2º Fim-de-semana

Carvalhal Carvalhal Festa ao orago Sr. Jesus

Lançamento de foguetes

Setembro

4º Fim-de-semana

Carvalhal Santuário do Bom Jesus

Círio de Ferrel Lançamento de foguetes

Outubro 1º Domingo Carvalhal Santuário do Bom Jesus do Carvalhal

Círio dos Campelos ao Bom Jesus do

Carvalhal

Lançamento de foguetes

Outubro/ Novembro

A definir Bombarral Bombarral XIV Festival da Musica do Bombarral

Lançamento de foguetes

1/1 Carvalhal

Santuário do Bom Jesus do Carvalhal

Festa de Todos os Santos

Lançamento de foguetes

2/2 Carvalhal

Santuário do Bom Jesus do Carvalhal

Dia de Finados Lançamento de foguetes

11/11 Roliça Delgada Festa ao orago de S. Martinho

Lançamento de foguetes

Novembro

3º Domingo Carvalhal

Santuário do Bom Jesus

Círio da Atouguia da Baleia

Lançamento de foguetes

1º Fim-de-semana

Pó Pó Festa ao orago Santa Catarina

Lançamento de foguetes

1º Fim-de-semana

Carvalhal Salgueiro Festa ao orago Nª Sª do Livramento

Lançamento de foguetes

Dezembro

A definir Bombarral Bombarral Concerto de Natal Lançamento

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 37

de foguetes

V. ANÁLISE DO HISTÓRICO E CAUSALIDADE DOS INCÊNDIOS FLORESTAIS

5.1 Área Ardida e N.º Ocorrências – Distribuição Anual

Os incêndios florestais, na actualidade, são o principal problema com que se debate a floresta na

Região Oeste e como tal o concelho do Bombarral não é excepção, como o confirma a área

devastada em 2005.

Apesar da reduzida área florestal do concelho, os incêndios verificam-se com alguma frequência.

A causa mais comum para esta situação é a realização de trabalhos agrícolas e de queimas para

eliminação dos resíduos de exploração agrícola, que são totalmente proibidas nos meses de

Verão, mas que mesmo assim se praticam. A causa menos comum, mas mesmo assim muito

importante, é o facto de se deixar nas áreas florestais do concelho os desperdícios do abate de

árvores, que rapidamente se transformam em matéria altamente combustível.

A análise detalhada das ocorrências permite uma visão pormenorizada das condições em que os

incêndios decorreram e deflagraram. O histórico das ocorrências de um determinado período de

tempo poderá ajudar-nos também a planear melhor as acções de vigilância para se atingir um

objectivo comum – a redução do número de ocorrências e da área ardida.

Na Figura 21, Anexo XIV, podemos verificar as áreas em que ocorreram incêndios nos últimos

anos.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 38

Distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências (1996 - 2006)

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Área Ardida (ha)

0

10

20

30

40

50

60

70

N.º de Oco

rrên

cias

Área Ardida (1996-2006) 18,78 36,37 19,41 32,90 22,66 32,80 6,73 17,35 34,27 97,50 2,91

N.º de Ocorrências (1996-2006) 46 64 30 48 55 59 29 35 14 29 24

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Figura 21 – Mapa das áreas ardidas no concelho do Bombarral e nos concelhos limítrofes.

As freguesias situadas a Noroeste, são as mais afectadas pelos incêndios florestais,

apresentando maiores áreas ardidas para o período referido.

No Gráfico 5, podemos verificar que na última década o registo do número de ocorrências é

elevado, embora a área ardida seja relativamente baixa. Desde 1996 a área ardida total é de 322

hectares com 433 ocorrências.

Gráfico 5 – Distribuição anual da área ardida e do n.º de ocorrências (1980 – 2006).

Devido ás condições climatéricas que se fizeram sentir, o ano de 2005 foi o ano com mais área

ardida, embora o número de ocorrências seja bastante aproximado do número do verificado em

2006, ano em que a área ardida é bastante inferior, apenas 2,91 hectares.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 39

Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001 - 2005

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

Área Ardida (ha)

0

2

4

6

8

10

12

14

16

N.º de Oco

rrên

cias

Área ardida 2006 1,38 1,27 0,00 0,25 0,01

Média da área ardida (2001 - 2005) 0,80 2,24 27,39 5,92 1,38

N.º Ocorrências 2006 10 6 0 7 1

Média de ocorrências (2001 - 2005) 4 6 5 14 3

BOMBARRAL CARVALHAL PÓ ROLIÇA VALE COVO

Ao compararmos a área ardida e o número de ocorrências em 2006 com os valores médios do

quinquénio 2001 – 2005 por freguesia do concelho (Gráfico2), verificamos que é a freguesia do

Pó a mais fustigada no período e 2001 a 2005, embora no ano de 2006 não se tenham registado

quaisquer ocorrências nessa freguesia. As freguesias do Bombarral e da Roliça são as

freguesias onde se verificam mais ocorrências no ano de 2006, e no período analisado (2001 –

2005), as freguesias da Roliça e do Carvalhal.

Gráfico 6 – Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001 – 2005, por freguesia.

Em função da área florestal de cada freguesia, podemos verificar a percentagem de área ardida

e de ocorrências em área florestal. Desta análise, considerando que as ocorrências têm início no

espaço com a mesa classificação, isto é, dentro do espaço florestal, que dentro destas áreas há

comportamentos por parte da população ou de visitantes que terão que mudar, por não

considerarem a perigosidade dos espaços.

No Gráfico 7 observa-se que em percentagem, a maior área ardida de floresta é nas freguesias

do Carvalhal e Roliça e a maior percentagem de ocorrências nas freguesias da Roliça e do

Bombarral.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 40

Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001-2005 por espaços florestais em cada 100ha

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

Área ardida (ha)

0

1

2

3

N.º de oco

rrên

cias

Área Ardida 2006/100ha 0,39 0,25 0,00 0,04 0,00

Média da Área Ardida 2001-2005/100ha

0,23 0,44 5,42 0,90 0,34

N.º Ocorrências 2006/100ha 3 1 0 1 0

Média do N.º Ocorrências 2001-2005/100ha

1 1 1 2 1

Bombarral CARVALHAL Pó Roliça VALE COVO

Distribuição mensal da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média 1996 - 2005

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

Área ardida (ha)

0

2

4

6

8

10

12

14

N.º O

corrên

cias

Média da área ardida 1996-2005 0,01 0,10 0,86 0,09 1,12 1,70 2,50 14,38 5,10 5,74 0,26 0,25

Área ardida 2006 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2,14 0,72 0,05 0,00 0,00 0,00

N.ºOcorrêrncias 2006 1 0 0 0 0 1 7 7 3 5 0 0

Média do n.º ocorrências 1996-2005 0 1 2 1 2 3 7 13 9 4 0 1

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Gráfico 7 – Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média no quinquénio 2001 – 2005, por espaços florestais em cada 100 ha.

Em 2006 a percentagem de ocorrências na freguesia do Bombarral é bastante superior á média

dos anos anteriores, embora a área ardida seja inferior á área ardida nos últimos 5 anos.

5.2 Área Ardida e N.º Ocorrências – Distribuição Mensal

Gráfico 8 – Distribuição mensal da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média de 1996 – 2005.

No Gráfico 8, verificamos que a maior área ardida no quinquénio analisado, é no mês de Agosto

e Outubro, resultado do elevado número de ocorrências. Podemos ainda observar que no

período analisado (1996 – 2005) que no ano de 2006 o máximo número de ocorrências está

distribuído pelos meses de Julho e Agosto.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 41

Distribuição semanal da área ardida e do n.º de ocorrências em 2006 e média 1996-2005

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

Área ardida (ha)

0

2

4

6

8

10

N.º de Ocorrências

Média da área ardida (1996 - 2005) 3,43 3,57 1,01 2,74 3,39 11,75 6,34

Área ardida 2006 0,11 0,27 0,04 0,00 2,00 0,22 0,27

N.º Ocorrências 2006 2 3 3 2 3 6 5

Média de ocorrências (1996 - 2005) 8 7 4 5 6 7 6

Sábado Domingo 2ª Feira 3ª Feira 4ª Feira 5ª Feira 6ª Feira

5.3 Área Ardida e N.º Ocorrências – Distribuição Semanal

Ao analisarmos a distribuição semanal da área ardida e do número de ocorrências, em 2006 e

no período 2001 – 2005 (Gráfico 8), observamos que no período analisado (1996 – 2005), a 5ª

feira é o dia da semana com maior área ardida e o sábado o dia com maior número de

ocorrências. No ano de 2006 a 4ª feira é o dia com maior área ardida e a 5ª feira o dia com mais

ocorrências.

Gráfico 9 – Distribuição semanal da área ardida e do número de ocorrências em 2006 e média de 1996 – 2005.

5.2 Área Ardida e N.º Ocorrências – distribuição diária

O Gráfico 9 representa as áreas ardidas e o número de ocorrências acumuladas, no período de

1996 a 2005, onde podemos observar qual o dia ou dias do ano, com mais ocorrências e área

ardida, encontrando deste modo um “período crítico”. Esta análise, poderá fazer sentido se a

este gráfico juntarmos os dias das festas populares, por exemplo, para analisar a existência de

coincidências com os dias em que são lançados foguetes.

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PMDFC

I – M

unicípio do Bo

mba

rral

CAD

ERNO II – In

form

ação

Base

42

Distrib

uiçã

o do

s va

lores diárioa acum

ulad

os da área

ardida e do

n.º de

oco

rrên

cias

(199

6-2005

)

0102030405060708090100

1-Jan

8-Jan

15-Jan

22-Jan

29-Jan

5-Fev

12-Fev

19-Fev

26-Fev

5-Mar

12-Mar

19-Mar

26-Mar

2-Abr

9-Abr

16-Abr

23-Abr

30-Abr

7-Mai

14-Mai

21-Mai

28-Mai

4-Jun

11-Jun

18-Jun

25-Jun

2-Jul

9-Jul

16-Jul

23-Jul

30-Jul

6-Ago

13-Ago

20-Ago

27-Ago

3-Set

10-Set

17-Set

24-Set

1-Out

8-Out

15-Out

22-Out

29-Out

5-Nov

12-Nov

19-Nov

26-Nov

3-Dez

10-Dez

17-Dez

24-Dez

31-Dez

Área ardida

Gráfico 10

– Distribu

ição

dos valores diário

s acum

ulad

os e do nú

mero de

ocorrê

ncias (199

6 – 20

06).

4 de

Agosto

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 43

Distribuição horária da área ardidda e do n.º de ocorrências (1996-2006)

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

Área ardida (h

a)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

N.º de Oco

rrên

cias

Área Ardida 1996-2006 3,69 4,27 1,91 0,02 2,07 0,06 0,00 1,33 0,55 3,65 4,44 7,66 18,27 116,32 43,42 30,11 12,65 10,36 12,93 23,31 11,27 3,83 9,57

N.º Ocorrências 1996-2006 13 7 5 1 4 2 1 5 6 13 13 19 24 33 31 40 40 29 36 43 34 19 15

00h00-00h59

01h00-1h59

02h00-2h59

04h00-4h59

05h00-5h59

06h00-6h59

07h00-7h59

08h00-8h59

09h00-9h59

10h00-10h59

11h00-11h59

12h00-12h59

13h00-13h59

14h00-14h59

15h00-15-59

16h00-16h59

17h00-17h59

18h00-18h59

19h00-19h59

20h00-20h59

21h00-21h59

22h00-22h59

23h00-23h59

5.5 Área Ardida e N.º Ocorrências – Distribuição Horária

No Gráfico 11 verificamos qual o período dia em que ocorrem mais ocorrências e a maior área

ardida.

Gráfico 11 – Distribuição dos valores diários acumulados e do número de ocorrências (1996 – 2006).

Verifica-se que a partir das 10horas da manhã há um aumento significativo do número de

ocorrências, embora a área ardida só seja significativa a partir do período da tarde (13horas).

No período da tarde, as ocorrências mantém-se elevadas e a área ardida sofre um decréscimo,

embora por volta das 20horas se observe um ligeiro aumento.

5.6 Área Ardida em Espaços Florestais

No Gráfico 12, observamos a distribuição da área ardida e do número de ocorrências em áreas

de matos e povoamentos florestais.

Verifica-se que a maior área ardida é em áreas de matos, á excepção do ano de 2003 e que

ardeu mais área em povoamentos florestais.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 44

Distribuição da área ardida por espaços florestais (1996-2006)

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

Área ardida (ha)

Área ardida - Matos 10,89 21,01 17,35 23,62 13,28 23,92 3,72 4,68 30,53 69,90 2,64

Área ardida - Povoamentos 7,90 15,36 2,06 9,29 9,38 8,88 3,01 12,67 3,74 27,61 0,27

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Distribuição da área ardida e do n.º de ocorrências por classes de extensão (1996 - 2006)

0,00

50,00

100,00

150,00

Área ardida (ha)

0

100

200

300

400

500

B.º de Ocorrências

Área ardida 77,01 129,67 30,00 85,00

N.º de Ocorrências 382 49 1 1

0 - 1 1 - 10 10 - 50 50 - 100

ardeu mais área em povoamentos florestais.

Gráfico 12 - Distribuição dos valores diários acumulados e do número de ocorrências (1996 – 2006).

5.7 Área Ardida e N.º Ocorrências por Classes de Extensão

Agrupando as ocorrências por classes de extensão de área ardida, observamos no Gráfico 13,

que as ocorrências no concelho do Bombarral são caracterizadas por baixas áreas ardidas, nas

classes de 0 – 1 hectares e de 1 – 10 hectares.

Gráfico 13 – Distribuição da área ardida e do número de ocorrências por classes de extensão (1996 – 2006).

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 45

5.8 Pontos de Inicio de Causas

O mapa que se segue (Anexo XV), apresenta os pontos de início dos incêndios florestais, ou

seja, os pontos correspondentes ao início de deflagração dos incêndios para o período de 2001 -

2006.

Figura 22 – Mapa dos Pontos de Inicio de Incêndios do concelho do Bombarral

Quadro 11 – N.º total de Incêndios e Causas por freguesia (1996-2006)

Freguesia Causas Total Incêndios N.º Incêndios Investigados

Bombarral Desconhecida/ Indeterminada 30 0

Carvalhal Desconhecida/ Indeterminada 32 0

Pó Indeterminada/ Negligência 23 0

Roliça Desconhecida/ Indeterminada 87 0

Vale Covo Desconhecida/ Indeterminada 14 0

TOTAL 186 0

5.9 Fontes de Alerta

A detecção precoce de um fogo florestal é fundamental e decisiva para uma eficaz primeira

intervenção. Qualquer cidadão tem o dever e a obrigação de avisar as entidades componentes

sempre que detectar um fogo florestal. Assim urge a necessidade de analisar as fontes de alerta

verificadas para o concelho do Bombarral, no período de 2001-2006.

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 46

Distribuição do n.º de ocorrências por fonte de alerta (2001 - 2006)

1179%

CDOS31%

Outros25%

Populares32%

PV3%

Distribuição do n.º de ocorrências por fonte e hora de alerta (2001 - 2006)

0

5

10

15

20

25

00h00-00h59

01h00-1h59

02h00-2h59

05h00-5h59

06h00-6h59

07h00-7h59

09h00-9h59

10h00-10h59

11h00-11h59

12h00-12h59

13h00-13h59

14h00-14h59

15h00-15-59

16h00-16h59

17h00-17h59

18h00-18h59

19h00-19h59

20h00-20h59

21h00-21h59

22h00-22h59

23h00-23h59

N.º de Ocorrências

117 CDOS Outros Populares PV

No Gráfico 14, observamos a distribuição por fonte de alerta das ocorrências registadas no

período entre 2001 e 2006. No entanto, as fontes “CDOS”, “117” e “Populares” poderão

considerar-se a mesma fonte, na medida em que os populares alertam os bombeiros através do

117. Por outro lado, permite-nos concluir ainda que, os alertas a partir do Posto de Vigia são

muito pouco significativos.

Gráfico 14 – Distribuição do número de ocorrências por fonte de alerta (1996 – 2006).

Mesmo no período da noite a população é a maior fonte de alerta, já o posto de vigia apenas

emite alertas no período da tarde, podendo coincidir esta informação apenas com o seu horário

de funcionamento.

Gráfico 15 – Distribuição do número de ocorrências por fonte de alerta e hora de alerta (1996 – 2006).

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 47

5.10 Grandes Incêndios (Área> 100ha)

No concelho do Bombarral não se verificaram grandes incêndios florestais, ou seja, incêndios

com áreas superiores a 100ha. Contudo na Figura 24 (Anexo XVI), apresentamos uma das

grandes áreas ardidas localizada perto de uma das extremas do concelho.

Figura 23 – Mapa das grandes áreas ardidas nos concelhos limítrofes ao concelho do Bombarral

VI. REFERÊNCIAS

DGRF, 2007 – Guia Técnico para a elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra

Incêndios, Lisboa

CMB, 2007 - Plano Operacional Municipal, Bombarral

Instituto Superior de Agronomia, Dados climatológico

Plano de Desenvolvimento Estratégico do Bombarral

VII. LEGISLAÇÃO

Resolução do Conselho de Ministros n.º 65/2006 de 26 de Maio – Aprova o Plano Nacional de

Defesa da Floresta contra Incêndios

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PMDFCI – Município do Bombarral

CADERNO II – Informação Base 48

Decreto-lei 124/2006 de 28 de Junho – Estabelece as Medidas e Acções no âmbito do Sistema

Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios

Decreto-Lei n.º 5/2004 de 21 de Abril – Estabelece a criação da Agência de Prevenção de

Incêndios Florestais

Portaria n.º 1185/2005 de 15 de Setembro – Estabelece a Estrutura Tipo do Plano de Defesa da

Floresta

Lei n.º 14/2004 de 5 de Agosto – Cria as Comissões Municipais de Defesa da Floresta contra

Incêndios

VIII. ANEXOS – CARTOGRAFIA DE ENQUADRAMENTO

ANEXO I – MAPA DE ENQUADRAMENTO GEOGRÁFICO DO CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO II – MAPA DA HIPSOMETRIA DO CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO III – MAPA DE DECLIVES DO CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO IV – MAPA DE EXPOSIÇÕES DO CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO V – MAPA DA REDE HIDROGRÁFICA CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO VI – MAPA DA POPULAÇÃO RESIDENTE E DENSIDADE POPULACIONAL DO

CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO VII – MAPA DO ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO DO CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO VIII – MAPA DA POPULAÇÃO POR SECTOR DE ACTIVIDADE DO CONCELHO DO

BOMBARRAL

ANEXO VIII – MAPA DA TAXA DE ANALFABETISMO DO CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO IX – MAPA DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO X – MAPA DOS POVOAMENTOS FLORESTAIS DO CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO XI – MAPA DE INSTRUMENTOS DE GESTÃO FLORESTAL DO CONCELHO DO

BOMBARRAL

ANEXO XII – MAPA DAS ZONAS DE CAÇA DO CONCELHO DO BOMBARRAL

ANEXO XII – MAPA DAS ÁREAS ARDIDAS DO CONCELHO DO BOMBARRAL E

CONCELHOS LIMITROFES

ANEXO XII – MAPA DOS PONTOS DE ÍNICIO DE INCÊNDIOS DO CONCELHO DO

BOMBARRAL

ANEXO XII – MAPA DAS ÁREAS ARDIDAS DE GRANDES INCÊNDIOS DO CONCELHO DO

BOMBARRAL