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Brasília 2014 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO 2014-2024 Câmara dos Deputados Série Legislação

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Plano Nacional de Educação

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    PLANO NACIONAL DE EDUCAO 2014-2024

    Cmara dosDeputados

    Srie Legislao

    A srie Legislao rene textos legais sobre temas especficos, com o objetivo de facilitar o acesso da sociedade s normas em vigor no Brasil.

    Por meio de publicaes como esta, a Cmara dos Deputados cumpre a misso de favorecer a prtica da cidadania e a consolidao da democracia no pas.

    Conhea outros ttulos da Edies Cmara no portal da Cmara dos Deputados: www.camara.leg.br/editora

    capa_pne_1a-ed.indd 1 28/01/2015 19:21:28

  • PLANO NACIONAL DE EDUCAO 2014-2024

  • Mesa da Cmara dos Deputados54 Legislatura | 2011-2015 4 Sesso Legislativa

    PresidenteHenrique Eduardo Alves1 Vice-PresidenteArlindo Chinaglia2 Vice-PresidenteFbio Faria1 SecretrioMrcio Bittar2 SecretrioSimo Sessim3 SecretrioMaurcio Quintella Lessa4 SecretrioBiffi

    Suplentes de Secretrio

    1 SuplenteGonzaga Patriota2 SuplenteWolney Queiroz3 SuplenteVitor Penido4 SuplenteTakayama

    Diretor-GeralSrgio Sampaio Contreiras de AlmeidaSecretrio-Geral da MesaMozart Vianna de Paiva

  • Cmara dos Deputados

    PLANO NACIONAL DE EDUCAO

    2014-2024

    Lei n 13.005, de 25 de junho de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e

    d outras providncias.

    Atualizada em 1/12/2014.

    Centro de Documentao e Informao Coordenao Edies Cmara

    Braslia 2014

  • CMARA DOS DEPUTADOSDiretoria LegislativaDiretor: Afrsio Vieira Lima FilhoCentro de Documentao e InformaoDiretor: Adolfo C. A. R. FurtadoCoordenao Edies CmaraDiretora: Helosa Helena S. C. AntunesCoordenao de Organizao da Informao LegislativaDiretor: Ricardo Lopes Vilarins

    Projeto grfico de capa e miolo: Patrcia WeissDiagramao: Alessandra Castro KonigFoto da capa: Jack Hollingsworth ThinkstockPesquisa e reviso: Seo de Reviso

    Cmara dos DeputadosCentro de Documentao e Informao Cedi

    Coordenao Edies Cmara CoediAnexo II Praa dos Trs Poderes

    Braslia (DF) CEP 70160-900Telefone: (61) 3216-5809; fax: (61) 3216-5810

    [email protected]

    SRIELegislao

    n. 125

    Dados Internacionais de Catalogao-na-publicao (CIP)Coordenao de Biblioteca. Seo de Catalogao.

    Brasil. [Plano Nacional de Educao (PNE)].Plano Nacional de Educao 2014-2024 [recurso eletrnico] : Lei n 13.005, de 25 de junho

    de 2014, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias. Braslia : Cmara dos Deputados, Edies Cmara, 2014.

    86 p. (Srie legislao ; n. 125)

    Atualizada em: 1/12/2014.ISBN 978-85-402-0245-0

    1. Educao, legislao, Brasil. 2. Planejamento educacional, Brasil. 3. Poltica educacional, Brasil. I. Ttulo. II. Srie.

    CDU 37(81)(094)

    ISBN 978-85-402-0244-3 (brochura) ISBN 978-85-402-0245-0 (e-book)

  • SUMRIO

    Apresentao..........................................................................................................................7A histria do PNE e os desafios da nova lei ....................................................................9LEI N 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 2014Aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias. .............................. 43

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    APRESENTAO

    O Plano Nacional de Educao (PNE), Lei n 13.005/2014, um instrumento de planejamento do nosso Estado democrtico de direito que orienta a exe-cuo e o aprimoramento de polticas pblicas do setor. Neste novo texto, fruto de amplos debates entre diversos atores sociais e o poder pblico, esto definidos os objetivos e metas para o ensino em todos os nveis infantil, bsico e superior a serem executados nos prximos dez anos. O PNE 2014-2024 traz dez diretrizes, entre elas a erradicao do analfa-betismo, a melhoria da qualidade da educao, alm da valorizao dos profissionais de educao, um dos maiores desafios das polticas educacio-nais. De acordo com o art. 7 dessa nova lei, a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios atuaro em regime de colaborao para atingir as metas e implementar as estratgias previstas no texto.O Plano Nacional de Educao uma lei viva, a ser lida, revisitada e, prin-cipalmente, observada. O seu cumprimento objeto de monitoramento contnuo e de avaliaes peridicas realizadas pelo Ministrio da Educao (MEC), pelas comisses de educao da Cmara e do Senado, pelo Conse-lho Nacional de Educao (CNE) e pelo Frum Nacional de Educao.Com a publicao do texto desta lei, a Cmara dos Deputados tambm con-tribui para garantir que a educao seja um direito de todos os brasileiros, desde a infncia e ao longo de toda a vida.

    Deputado Henrique Eduardo AlvesPresidente da Cmara dos Deputados

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    A HISTRIA DO PNE E OS DESAFIOS DA NOVA LEI

    Paulo Sena1

    1. INTRODUOAo ser sancionada, sem vetos, a Lei n 13.005, de 25 de junho de 2014, fez entrar em vigor o Plano Nacional de Educao (PNE) 2014-2024 o segun-do PNE aprovado por lei.Na redao dada pelo constituinte, o art. 214 da Carta Magna previu a im-plantao legal do Plano Nacional de Educao. Ao alterar tal artigo, contu-do, a Emenda Constitucional (EC) n 59/2009 melhor qualificou o papel do PNE, ao estabelecer sua durao como decenal no texto anterior, o plano era plurianual e aperfeioar seu objetivo: articular o sistema nacional de educao em regime de colaborao e definir diretrizes, objetivos, metas e estratgias de implementao para assegurar a manuteno e desenvolvi-mento do ensino, em seus diversos nveis, etapas e modalidades, por meio de aes integradas das diferentes esferas federativas.Essas so as aes que devero conduzir aos propsitos expressos nos incisos do art. 214 da Constituio, quais sejam: erradicao do analfa-betismo; universalizao do atendimento escolar; melhoria da qualidade do ensino; formao para o trabalho; promoo humanstica, cientfica e tecnolgica do pas; e estabelecimento de meta de aplicao de recursos pblicos em educao como proporo do produto interno bruto.Para melhor orientar o estudo do PNE 2014-2024, ao final desse texto fo-ram sistematizados nos Quadros 1 e 2 as diretrizes e os principais temas, determinados pela Lei n 13.005/2014, para consecuo e avaliao do pla-no. Tambm foram disponibilizados, nos Anexos 1 e 2, quadros-resumo das audincias pblicas que sustentaram o debate legislativo da matria na Cmara dos Deputados e no Senado Federal.

    1 Consultor legislativo da Cmara dos Deputados rea XV (Educao, Cultura e Desporto).

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    2. PLANEJAMENTO, PLANO E PNEAs diferentes definies de planejamento, em geral, coincidem no reconheci-mento de seu objetivo: direcionar a ao do Estado de forma a torn-la racional.Como modelo terico para a ao, ou mtodo para sua racionalizao, o planejamento envolve um esforo metdico e consciente ao selecionar e orientar os meios e as estratgias para atingir os fins previamente defini-dos, com o objetivo de aproximar a realidade do ideal expresso pelo mode-lo. Devem ser estabelecidas prioridades e procedimentos bsicos de ao, a fim de promover a interao e coordenao entre os diversos setores da administrao para um coerente processo de interveno na realidade, de sorte a fugir da imponderabilidade e evitar situaes crticas2.Segundo a Unesco (CONFERNCIA..., 1971), o planejamento um proces-so que deve ser contnuo, englobar operaes interdependentes e estar su-jeito a revises e modificaes, uma vez que as condies podem ser altera-das, obstculos revelados e interpretaes modificadas (MARTINS, 2010). Ademais, o planejamento um processo poltico, pois envolve decises e negociaes acerca de escolhas de objetivos e caminhos para concretiz-los.Com ele, no se confunde o plano, o meio que instrumentaliza o processo. Enquanto aquele coordena, racionaliza e d unidade de fins atuao do Estado, este garante a coerncia entre meios e fins. Produto de deciso pol-tica, o plano tambm uma pea tcnica que passa a ser a referncia para a ao pblica3. Essa a natureza do Plano Nacional de Educao.O PNE no vinculado, a no ser por analogia, ao planejamento da ordem econmica. Trata-se de referncia para o planejamento de um setor da ordem social o setor educacional , para o qual assume carter de norma supraor-denadora, em consonncia, mas no subordinada, a planos plurianuais. Esse parece ser o entendimento compatvel com a EC n 59/2009, uma vez que o PNE, plano decenal, conviver com trs PPAs (MARTINS, 2010).A viso processual do planejamento reflete no entendimento de sua execu-o, j que no pode ser visto como um produto que congela a realidade. Da a previso, na Lei n 13.005/2014, art. 5, de que a execuo do PNE e o

    2 Cf. NIZARD, 1973; MINDLIN, 2001; GANDIN, 2001; SILVA, 2001; CURY, 1998; POLO, 2001.3 Cf. COMPARATO, 1985; SILVA, 2009; NIZARD, 1973; BUCCI, 1997; BERCOVICI, 2005.

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    cumprimento de suas metas sero objeto de monitoramento contnuo e de avaliaes peridicas, realizados por quatro instncias:I Ministrio da Educao (MEC);II Comisses de Educao da Cmara dos Deputados e Comisso de Edu-cao, Cultura e Esporte do Senado Federal;III Conselho Nacional de Educao (CNE);IV Frum Nacional de Educao.A essas instncias cabe analisar e propor polticas pblicas para assegurar a implementao das estratgias e o cumprimento das metas, assim como a reviso do percentual de investimento pblico em educao.Ainda no art. 5, 3, h a previso expressa de que a meta progressiva do investimento pblico em educao (Meta 20) ser avaliada no quarto ano de vigncia do PNE e poder ser ampliada por meio de lei para atender s necessidades financeiras do cumprimento das demais metas. Assim, a partir de avaliaes e do monitoramento, o PNE pode ser atualizado para enfrentar desafios que surjam durante o percurso de sua execuo.A sustentao do plano, considerando a natureza poltica do processo de planejamento, d-se a partir do apoio dos atores envolvidos.

    3. O PNE NA HISTRIAEmbora, em 1931, o recm-institudo Conselho Nacional de Educao te-nha iniciado um debate acerca da redao de um plano nacional de educa-o (CURY, 2009), a ideia cresceu no seio do movimento dos Pioneiros da Educao Nova, que, reunido em torno da Associao Brasileira de Edu-cao (ABE), lanou um manifesto, em maro de 1932, propugnando pela adoo de um plano geral de educao, de estrutura orgnica, que tornasse a escola acessvel. O ponto de partida desse manifesto foi o diagnstico de uma realidade educacional sem unidade de plano e sem esprito de conti-nuidade, enfim tudo fragmentrio e desarticulado.

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    Com a realizao da V Conferncia da ABE, o grupo dos Pioneiros, que permaneceu na associao4 aps a polmica criada com o lanamento do manifesto, designou a comisso dos 10, presidida por Ansio Teixeira, para elaborar o anteprojeto de captulo referente educao nacional para a Constituio de 1934. Nesse estudo, que deveria ser referendado pela co-misso dos 32, composta pelos delegados da ABE em cada estado e presi-dida por Fernando de Azevedo5, propunha-se que a Unio fixasse um PNE, com o objetivo de oferecer oportunidades iguais, segundo as capacidades de cada um. Assim, a Constituio de 1934 atribuiu Unio a competncia para fixar o plano nacional de educao, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados; e coordenar e fiscalizar a sua execuo, em todo o territrio do pas (art. 150, a). O art. 152 estabelecia que o Con-selho Nacional de Educao deveria elaborar o Plano Nacional de Educao para aprovao do Poder Legislativo.A natureza processual do planejamento, entretanto, nem sempre foi reconhe-cida. A proposta da ABE previa que o PNE, uma vez promulgado, no poderia sofrer qualquer alterao seno aps seis anos de sua execuo e, se modifi-cado, nova alterao s ocorreria aps igual perodo. (O PROBLEMA..., 1934; MARTINS e PINTO, 2013). A Constituio de 1934 continha termos mais atenuados, mas, ainda assim, previa que o PNE s poderia se renovar em prazos determinados (art. 150, pargrafo nico).Sob essas regras foi elaborado um projeto pelo Conselho Nacional de Edu-cao, em maio de 1937, que dispunha que o plano somente poderia ser revisto aps vigncia de dez anos. Essa pea, convertida em projeto de lei, passou a ser analisada pela Cmara dos Deputados, processo que foi abor-tado pelo golpe de Estado que dissolveu o Congresso em novembro daquele ano (Estado Novo). As duas constituies posteriores de 1934 (1937 e 1946) no previram o Plano Nacional de Educao, mas a Lei n 4.024/1961, antiga Lei de Diretri-

    4 O grupo catlico, que esteve presente na ABE desde sua fundao em 1924, retirou-se aps o racha na IV Conferncia da entidade e o advento do manifesto, e fundou, em 1933, a Confederao Catlica Brasileira de Educao.

    5 Fernando Azevedo foi o redator do Manifesto dos Pioneiros da Educao Nova, lanado em maro de 1932, e um dos mais destacados pioneiros desse movimento. Foi tambm o responsvel pela reforma educacional do Distrito Federal (Rio de Janeiro), em 1927.

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    zes e Bases, incumbiu o ento Conselho Federal de Educao de elabor-lo. Assim, em 1962, surgiu o primeiro PNE, no sob a forma de lei, mas como uma iniciativa do Ministrio da Educao e Cultura, aprovada pelo Conse-lho Federal de Educao.Nessa verso, o plano, em vez de cdigo que a tudo engloba, passou a ser um esquema distributivo de fundos (AZANHA, 1995), ou seja, a ideia de planejamento integral foi substituda pela de um plano de distribuio de recursos (HORTA, 1982).Esse plano foi objeto de revises, conforme assinalaria mais tarde a Lei n 10.172/2001, primeiro PNE aprovado por lei:

    Era basicamente um conjunto de metas quantitativas e qualitativas a serem alcanadas num prazo de oito anos. Em 1965, sofreu uma reviso, quando foram introduzidas normas descentralizadoras e estimuladoras da elaborao de planos estaduais. Em 1966, uma nova reviso, que se chamou Plano Complementar de Educao, introduziu importantes alteraes na distribuio dos recursos federais, beneficiando a implantao de ginsios orientados para o trabalho e o atendimento de analfabetos com mais de dez anos.

    Posteriormente, a Constituio de 1967 retomou a obrigatoriedade do Pla-no Nacional de Educao, e a competncia para sua elaborao deixou de ser do rgo normativo da educao: o planejamento da educao foi inse-rido, como parte do planejamento global, nos planos nacionais de desenvol-vimento (HORTA, 1982).A Constituio seguinte, de 1988, previu expressamente o estabelecimento do PNE por lei. E, alguns anos depois, a LDB (Lei n 9.394/1996) disps que a Unio deveria elaborar o PNE, em colaborao com os estados, o Distrito Federal e os municpios (art. 9, I) e, no prazo de um ano, encaminh-lo ao Congresso Nacional, com suas diretrizes e metas para os dez anos seguin-tes, em sintonia com a Declarao Mundial sobre Educao para Todos (art. 87, 1).Assim, valendo-se de suas prerrogativas de parlamentar, o deputado Ivan Va-lente apresentou o PL n 4.155/1998, com as propostas aprovadas pelo Congres-so Nacional de Educao (Coned). Imediatamente depois, o Poder Executivo enviou ao Congresso o PL n 4.173/1998, o qual foi a base do parecer do relator,

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    deputado Nelson Marchezan, que tambm lhe incorporou algumas propostas do projeto primeiramente apresentado. Pela primeira vez, o Plano Nacional de Educao era institudo por lei a Lei n 10.172, de 9 de janeiro de 2001, que vigorou de 2001 a 2010. Com isso, responsabilidade jurdica foi gerada e as aes para o alcance das metas passaram a ser exigveis. O plano aprovado por lei deixa de ser uma mera carta de intenes para ser um rol de obrigaes, passando a ser imperativo para o setor pblico (SILVA, 2001 e 2009).A lei do PNE 2001-2010 foi sancionada com nove vetos, que procuravam evitar que se gerassem algumas obrigaes jurdicas, principalmente re-lacionadas garantia de instrumentos de financiamento. certo que eles enfraqueceram o plano, entretanto, o que se retirou foram (importantes) instrumentos, mas no as obrigaes e sua validade jurdica.Dessa forma, discordo da viso segundo a qual o PNE 2001-2010 foi reduzi-do a uma carta de intenes (SGUISSARDI, 2006; VALENTE e ROMANO, 2002). Uma lei, ainda que falha, est mais prxima de atingir a eficcia que uma mera carta de intenes, porque, ao contrrio desta, j rompeu a bar-reira da validade, j est em vigor. Seu cumprimento pode ser reivindicado judicialmente. Sua existncia polariza a ao do movimento social, que tem como aliada a defesa da legalidade. A Exposio de Motivos (EM) n 33, de 2010, que acompanhou a proposta do Executivo para o PNE 2014-2024, reconheceu que o PNE 2001-2010

    contribuiu para a construo de polticas e programas voltados melhoria da educao, muito embora tenha vindo desacompa-nhado dos instrumentos executivos para consecuo das metas por ele estabelecidas.

    4. O PROJETO QUE TRAMITOU NO CONGRESSO NACIONALEm 20 de dezembro de 2010, a presidente da Repblica, por meio da Men-sagem n 701, acompanhada da EM n 33, encaminhou ao Congresso Na-

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    cional o projeto de lei que aprova o Plano Nacional de Educao para o decnio 2011-2020 e d outras providncias6.A exposio de motivos indicava:

    [...] para que alcancemos os nveis desejados e necessrios para o desenvolvimento do pas, h ainda muito que fazer. O tratamento da educao como poltica de Estado, com planejamento sistem-tico e de longo prazo de fundamental importncia para vencer esta batalha. Por isso, a aprovao de um novo Plano Nacional de Educao para o decnio 2011-2020 deve ser encarada como estratgica para o pas.

    A EM n 33/2010 criticou o PNE 2001-2010 por sua estrutura baseada no trip diagnstico-diretrizes-metas, na medida em que as metas vinham desacompanhadas das estratgias necessrias para seu cumprimento. Alm disso, explicou a opo pela reduo a vinte metas, acompanhadas pelas estratgias, como forma de favorecer o engajamento da sociedade civil e o controle social na execuo do plano, fundamentais para seu sucesso.A opo, aparentemente correta, foi incompleta, por abandonar uma das bases do trip o diagnstico , que tambm era fundamental para que a sociedade pudesse compreender as metas e estratgias, debat-las e, even-tualmente, apontar lacunas do projeto.Assim, por meio do Requerimento n 287, de 14 de maro de 2011, a depu tada professora Dorinha Seabra Rezende solicitou o envio pelo Minis-trio da Educao Cmara dos Deputados do diagnstico da realidade educacional brasileira que fundamenta a proposta encaminhada. A parla-mentar argumentava que a divulgao desse documento sociedade e ao Congresso Nacional por parte do Poder Executivo tornaria o debate educa-cional mais concreto e proveitoso, permitindo a todos os atores a avaliao que embasava a proposta do segundo PNE e da adequao das metas e es-tratgias formuladas. Alm disso, acrescentava, o diagnstico da realidade

    6 O projeto de lei do Executivo, enviado em dezembro de 2010, previa a aprovao do PNE para o decnio 2011-2020 o que era, francamente, muito improvvel, a no ser que a tramitao nas duas Casas do Parlamento fosse concluda ainda em 2011. Aps o trmino da tramitao, o texto final fez o ajuste, estabelecendo o PNE 2014-2024. Assim, quando a referncia for ao projeto do Executivo, ser mantida a data do documento oficial, 2011-2010. Quando for Lei n 13.005/2014, a referncia ser 2014-2024.

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    educacional elaborado para o PNE serviria de orientao elaborao dos planos dos estados, Distrito Federal e municpios. Em resposta, o MEC encaminhou notas tcnicas, com dados estatsticos e anlises referentes a cada meta, o que possibilitou o debate mais franco e a crtica como, por exemplo, a feita Campanha Nacional pelo Direito Educao, ao apontar, em nota tcnica de 17 de agosto de 2011, que no ha-via estimativa de custos da alfabetizao de 14 milhes de jovens e adultos (POR..., 2011).A proposio do segundo PNE passou a tramitar na Cmara dos Deputados como Projeto de Lei n 8.035/2010. O processo legislativo manteve curso normal para matria da complexidade do PNE, que teve um amplo debate, com participao dos atores sociais, por meio de audincias pblicas e se-minrios, e requereu a construo de consensos7.Inicialmente, em 20 de dezembro de 2010, a proposio foi distribuda s comisses de Educao e Cultura (CEC), Finanas e Tributao (CFT) e Constituio e Justia e de Cidadania (CCJC), mesmo caminho regimental da tramitao do PNE 2001-2010. Entretanto, atendendo a requerimento formulado em 22 de maro de 2011, a proposio tomou um rumo distinto do processo anterior: em 6 de abril de 2011, Ato da Presidncia da Cmara dos Deputados constituiu uma comisso especial para a matria.Em 13 de abril de 2011, o deputado ngelo Vanhoni foi indicado como rela-tor da proposio na comisso especial. Foram apresentadas, inicialmente,

    7 A tramitao do PNE 2001-2010 foi de dois anos e meio: dois anos na Cmara dos Deputados e seis meses no Senado Federal, sendo que, na fase da Cmara, a ento Comisso de Educao, Cultura e Desporto, por determinao de sua presidente, deputada Maria Elvira, deu priori-dade total ao PNE, cujas audincias ocuparam o horrio nobre da quarta-feira. Alm disso, a proposta no foi alterada no Senado, o que tornaria seu tempo de tramitao mais alongado se retornasse Cmara. J a tramitao do PNE 2014-2024 consumiu trs anos e meio, mas o projeto foi enviado no ltimo ms da legislatura. Qualquer analista bem informado sabe que, no ano de 2011, ao voltar a seu funcionamento, a Cmara teria ainda que consumir tempo e realizar negociaes para eleger o novo presidente e os membros da Mesa, depois constituir as comisses permanentes, definir a tramitao do PNE se pelas comisses permanentes ou por comisso especial e organizar o debate, atendendo a cronograma de audincias pblicas capazes de garantir a qualidade do debate e o confronto de ideias, e seminrios regionais, para favorecer a necessria capilaridade e legitimidade ao futuro mecanismo legal de planejamento da educao brasileira, conforme reivindicou a Campanha Nacional pelo Direito Educao, em Nota Sociedade Brasileira, de 16 de maro de 2011. Isto , atribuiu-se um atraso que no houve, ou, se ocorreu, teve incio no Executivo e continuou porque preferiu sacrificar o aligeiramento em favor do debate mais qualificado (com dezenove audincias pblicas, dois seminrios nacionais, catorze seminrios estaduais na Cmara e oito audincias pblicas no Senado). Realizar um processo transparente e democrtico toma tempo.

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    2.916 emendas, das quais 2.906 foram objetos de anlise (aps a verificao de duplicidade ou retirada pelo autor). Ao substitutivo do relator, foram apresentadas 449 emendas.Em 16 de outubro de 2012, foi aprovada a redao final, remetida ao Se-nado em 25 de outubro do mesmo ano. Naquela Casa, a matria (PLC n 103/2012) tramitou pelas comisses de Assuntos Econmicos (CAE), de Constituio, Justia e Cidadania (CCJ) e pela Comisso de Educao (CE), onde recebeu pareceres dos senadores Jos Pimentel, Vital do Rgo e lva-ro Dias, respectivamente.Um substitutivo foi elaborado pela Casa revisora e o PL voltou para a Cmara em 2 de janeiro de 2014. A comisso especial reuniu-se, em 22 de abril de 2014, e aprovou o parecer com complementao de voto proferido pelo relator em face do substitutivo apresentado pelo Senado Federal. Em 6 de maio de 2014, em razo da aprovao de seis destaques pela comisso, foi concludo o parecer reformulado. Em 28 de maio de 2014, iniciou-se a discus-so no Plenrio, concluda em 3 de junho de 2014, com a aprovao do PNE.

    5. ATORES NO DEBATE DO PNE (2014-2024)O debate do segundo PNE aprovado por lei assemelhou-se menos ao do primeiro PNE e mais ao processo de discusso do Fundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao (Fundeb).Durante a elaborao do primeiro PNE, as discusses envolveram o go-verno federal, os parlamentares e os interlocutores prioritrios Unio Nacional dos Dirigentes Municipais de Educao (Undime), Conselho Na-cional de Secretrios de Educao (Consed) e Confederao Nacional dos Trabalhadores em Educao (CNTE). J a discusso do Fundeb contou com o movimento social reestruturado, a partir dos Congressos Nacionais de Educao (Coneds), organizados pelas entidades da comunidade educacional e de um novo ator que se firmou como importante catalisador: a Campanha Nacional pelo Direito Edu-cao, rede de mobilizao e advocacy, fundada em 1999, que teve intensa participao no processo do Fundeb, inclusive com submovimentos, como o Fundeb pra Valer! e Fraldas Pintadas (MARTINS, 2011).

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    O processo do segundo PNE seguiu esse padro de discusso e mobiliza-o. A Campanha Nacional pelo Direito Educao, mais uma vez, consti-tuiu um submovimento o PNE pra Valer!. Outros atores ocuparam esse cenrio, como o movimento Todos pela Educao, fundado em 20068, e a Fineduca, Associao Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educa-o, fundada em 2011.O segmento privado tambm constituiu suas redes: em 2008, Abmes, Anup, Abrafi, Anaceu e Semesp criaram o Frum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular. E os interesses privados na rea da educao relacionados a grupos de educao de capital aberto fundaram sua prpria associao, a Abraes.Em dezembro de 2010, em decorrncia de deliberao da Conferncia Nacional de Educao (Conae), foi criado o Frum Nacional de Educao (FNE), espao de interlocuo entre a sociedade civil e o Estado brasileiro, institudo pela Lei do PNE e composto por 35 entidades, muitas das quais aqui mencionadas.Em suma, diversos segmentos, com velhos e novos atores, frequentemente com vises, interesses e propostas distintas e conflitantes, passaram a se preocupar com uma participao mais qualificada nos debates e na propo-sio de polticas educacionais.Pode-se indicar que a mirade de atores do setor educacional que partici-pou da construo do PNE 2014-2024 foi assim constituda:

    Atores governamentaisa) Poder Executivo no plano federal: Presidncia da Repblica, Casa

    Civil, Secretaria de Relaes Institucionais (SRI), Ministrio da Educao (MEC), Ministrio da Fazenda (MF);

    b) Congresso Nacional: Cmara dos Deputados e Senado Federal.

    8 O movimento Todos pela Educao rene como mantenedores institutos e fundaes privadas em-presariais que se preocupam com a escolaridade da populao e a melhoria da qualidade da mo de obra, insatisfatria para as necessidades do mercado. So seus mantenedores: Fundao Ita Social, Fundao Bradesco, Fundao Telefnica, Gerdau, Instituto Camargo Correa, Instituto Unibanco, Ita BBA, Santander, Suzano, Fundao Lemann, Instituto Pennsula, DPachoal. Entre seus par-ceiros figuram Fundao Santillana, Instituto Ayrton Senna, Fundao Victor Civita, McKinsey & Company, Instituto Natura, Saraiva, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

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    Conselhos e fruns de educao institucionais: CNE, FNCE, Uncme, FNE.Movimentos sociais

    a) Entidades representativas dos segmentos da comunidade educacional: CNTE, UNE, Ubes, Andes, Fasubra, Andifes, Crub, Proifes, Contee;

    b) Entidades cientficas: Anped, Anpae, Anfope, FCC, SBPC, Cedes, Fineduca;

    c) Redes de movimentos: Mieib, Campanha Nacional pelo Direito Educao, Apaes/Fenapaes, Frum Nacional de Educao Inclusiva, Feneis, Todos pela Educao.

    Sociedade civil (gestores)a) Entidades representativas de gestores dos entes federados na esfera

    educacional: Consed, Undime;b) Entidades representativas de gestores dos entes federados em outros

    setores: CNM, Confaz, Abrasf.

    Sociedade civil vinculada ao setor privado na rea educacionala) Segmento privado empresarial da educao: Anup, Anaceu, Abmes,

    Confenen, Fenep, Sistema S, Grupo Positivo;b) Interesses privados na rea da educao relacionados a grupos de

    educao de capital aberto: Abraes.

    Organizaes da sociedade civil e think thanks voltadas formulao de polticas pblicas: Cenpec, Instituto Alfa e Beto, Centro de Polticas Pblicas do Insper.Os atores no governamentais formularam suas propostas, que foram encaminhadas aos parlamentares inicialmente na forma de sugestes de emendas e, ao longo da tramitao, por meio de anlise dos substitutivos apresentados pelos relatores em ambas as Casas. Nos anais da comisso especial da Cmara constam: sugestes de emendas da Campanha Nacional pelo Direito Educao,

    na fase inicial; sugestes de emendas da Uncme; manifestao da CNM, favorvel ao substitutivo do Senado.O Poder Executivo acompanhou a proposio no Congresso e exerceu me-diao e presso sobretudo em relao s bancadas da base de apoio e aos

  • SrieLegislao20

    relatores na Cmara e no Senado para manter os aspectos centrais de sua proposta. Ao final do processo, sancionou o PNE sem vetos.Os deputados e senadores envolvidos na tramitao, em sua maioria, vie-ram de trajetria ligada educao, muitos foram gestores (secretrios de educao, reitores, prefeitos) ou dirigentes de entidades educacionais. As-sim, alm de dialogar com o Executivo, movimentos e atores da sociedade civil apresentavam suas prprias proposies.Da a dimenso do processo legislativo comparvel, em alguns aspec-tos, ao da Constituinte , com mais de trs mil emendas s na Cmara, se consideradas as dirigidas ao projeto original e ao primeiro substitutivo da comisso especial.Diante desse conjunto de atores e respectivas propostas, presses e contra-presses, coube aos relatores, sobretudo ao deputado ngelo Vanhoni, que primeiro teve que lidar com a pea legislativa do Executivo, promover os ajustes e consensos a partir das mediaes chanceladas pelas comisses e pelo Plenrio da Cmara dos Deputados.

    6. POLMICAS EM DESTAQUEApesar do volume de emendas, apresentadas a quase todos os itens do PNE, possvel, a partir dos destaques feitos nos momentos decisivos das vota-es, pr em relevo algumas polmicas.Em primeiro lugar, a questo do financiamento, que inclui dois importan-tes aspectos, o investimento em educao em relao ao percentual do PIB e a adoo do custo-aluno-qualidade inicial (CAQi) e do custo-aluno-qua-lidade (CAQ), com complementao da Unio.O projeto original previa que o investimento pblico em educao fosse ampliado progressivamente at atingir, no mnimo, o patamar de 7% do produto interno bruto do pas, ao final do decnio. A redao ampla reme-tia ao investimento total. Em 2010, segundo dados do Inep, o investimento total era de 5,8% e o investimento direto, de 5,1% do PIB. Isto , o esforo proposto seria de pouco mais de 1% do PIB, em dez anos.Em 17 de agosto de 2011, a Campanha Nacional pelo Direito Educao lanou a nota tcnica Por que 7% do PIB para a educao pouco?.

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    Em 5 de dezembro de 2011, um primeiro substitutivo do relator propunha o mnimo de 8% do PIB, ao final do decnio. Aps a anlise das emendas ao substitutivo, em 24 de abril de 2012, a redao foi alterada de forma a pre-ver 7,5% do PIB, considerando o investimento direto, e 8%, considerando o investimento total.Na reunio do dia 26 de junho de 2012, foram apreciados os destaques, sen-do aprovados os 10% do PIB na Meta 20, nos seguintes termos:

    Meta 20: ampliar o investimento pblico em educao pblica de forma a atingir, no mnimo, o patamar de sete por cento do produto Interno Bruto (PIB) do pas no quinto ano de vigncia desta lei e, no mnimo, o equivalente a dez por cento do PIB ao final do decnio.

    Essa redao foi modificada pelo Senado, cujo substitutivo retirava a ex-presso pblica e acrescentava remisso ao art. 5, 5, que previa:

    5 O investimento pblico em educao a que se refere o art. 214, inciso VI, da Constituio Federal, e a Meta 20 do anexo desta lei, engloba os recursos aplicados na forma do art. 212 da Constitui-o Federal e do art. 60 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, bem como os recursos aplicados nos programas de expanso da educao profissional e superior, inclusive na forma de incentivo e iseno fiscal, as bolsas de estudos concedidas no Brasil e no exterior, os subsdios concedidos em programas de fi-nanciamento estudantil e o financiamento de creches, pr-escolas e de educao especial na forma do art. 213 da Constituio Federal.

    Ao final do processo, prevaleceu a redao da Cmara para a Meta 20, mas com o 5 do art. 5 proposto pelo Senado (art. 5, 4, na lei aprovada). Houve destaque supressivo em relao ao novo pargrafo, mas, ao final, a votao foi por sua permanncia. Assim, tornou-se possvel contabilizar os recursos de isenes fiscais que financiam programas como o Prouni e o Pronatec, ou os emprstimos que compem o Fies na meta de investimento pblico em educao.Ainda sobre financiamento, o Senado havia retirado do projeto a estratgia 20.10 da Cmara, que previa a complementao da Unio ao CAQi e ao CAQ. Em 2013, a Fineduca lanou a nota Por que a Unio deve comple-mentar o CAQi no PNE?. Com isso, foi mantida a redao da Cmara.

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    Outra polmica ocorreu na discusso da Meta 4 (educao especial), em re-lao ao atendimento educacional especializado preferencialmente na rede pblica (expresso adotada na LDB). No debate entre atores que defendiam a educao inclusiva na rede pblica e os que reivindicavam um atendi-mento educacional especializado complementar, foram bem-sucedidas as Apaes, que, ao apoiarem o ltimo grupo, conseguiu que fosse mantida a expresso preferencialmente.A mais ruidosa polmica diz respeito alterao da diretriz que previa a superao das desigualdades educacionais (inciso III do art. 2 do substitu-tivo da Cmara). O Senado alterou esse dispositivo, retirando a nfase na promoo da igualdade racial, regional, de gnero e de orientao sexual, expresso substituda por cidadania e na erradicao de todas as formas de discriminao. A contenda terminou favorvel ao Senado, com a aprova-o do destaque para manter seu texto.A substituio da expresso expectativas de aprendizagem contida na proposta original do Executivo , por direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento foi mais um momento polmico, com a insero pelo Senado de referncia base nacional comum curricular, a configurar os mencionados direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Re-jeitada pelo relator na Cmara, a proposta foi, no entanto, vitoriosa, e pas-sou a constar das estratgias 2.2 e 3.3 da Lei n 13.005/2014.Em relao ao Ideb (ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica), a for-mulao da proposta encaminhada pelo Executivo erigia este ndice con-dio de centro da avaliao, tanto no caput do art. 11, como na Meta 7, em que a mdia do ndice se transformou na meta de avaliao da qualidade. Desde o primeiro substitutivo na Cmara, o art. 11 foi elaborado de ma-neira mais abrangente, constituindo um sistema nacional de avaliao da qualidade da educao bsica, com indicadores de avaliao institucional, que incluem o perfil do alunado o que abre espao para suprir uma das lacunas do Ideb (SOARES e XAVIER, 2013). A estratgia 7.36, acrescentada pelo Senado, referia-se a polticas de est-mulo para as escolas que melhorassem seu desempenho no Ideb. Apesar de ter sido retirada pelo relator na Cmara, foi aprovado destaque para mant--la. H o temor de que essa estratgia seja interpretada como forma de criar condies para repasses ou fatores que interfiram na remunerao dos do-

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    centes, como bonificaes para professores dependentes do desempenho dos alunos no Ideb. Isso, entretanto, no est escrito na lei.

    7. CONSIDERAES FINAIS: DESAFIOSO segundo Plano Nacional de Educao aprovado por lei representa uma vitria da sociedade brasileira, porque legitimou o investimento de 10% do PIB em educao e adotou o custo-aluno-qualidade. Afinal, a Meta 20 exis-te para garantir todas as outras metas que trazem as perspectivas de avano para a educao brasileira, nas dimenses da universalizao e ampliao do acesso, qualidade e equidade em todos os nveis e etapas da educao b-sica, e luz de diretrizes como a superao das desigualdades, valorizao dos profissionais da educao e gesto democrtica.O desafio a execuo, para que sejam cumpridas as vinte metas, a partir de suas 254 estratgias. preciso completar o processo de planejamento tendo em vista a organi-zao federativa do Estado brasileiro, com a elaborao e o alinhamento dos planos de educao decenais dos estados e municpios. Da mesma for-ma, cabe ateno para alinhar e harmonizar os planos plurianuais (PPAs) e demais peas do ciclo oramentrio com o PNE, de forma a garantir que aqueles assegurem a consignao de dotaes oramentrias compatveis com as diretrizes, metas e estratgias que dispe o art.10 do PNE.O maior desafio refere-se ao papel que a Constituio atribuiu ao PNE: ar-ticular o sistema nacional de educao. A Lei n 13.005/2014 traz importantes instrumentos para viabilizar as aes conjuntas em regime de colaborao e o monitoramento contnuo do processo de execuo do PNE. Assim, o art. 5 define as instncias respon-sveis pelo monitoramento contnuo e pelas avaliaes peridicas da exe-cuo do PNE: Ministrio da Educao, Comisso de Educao da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, Conselho Nacional de Educao e F-rum Nacional de Educao. O art. 7, em seu 5, prev a criao de uma instncia permanente de nego-ciao e cooperao entre a Unio, os estados, o Distrito Federal e os muni-cpios. necessrio que os atores institucionais e sociais que contriburam para a construo do PNE acompanhem sua execuo.

  • SrieLegislao24

    H algumas iniciativas importantes em curso: a Campanha Nacional pelo Direito Educao explicitou as demandas

    institucionais do PNE (CARA, 2014); o site De Olho nos Planos9 (http://www.deolhonosplanos.org.br) disponi-

    biliza documentos de referncia (coleo De Olho nos Planos) e materiais sobre processos participativos na elaborao dos planos de educao de estados e municpios;

    o Observatrio do PNE, plataforma on line (www.observatoriodopne.org.br), coordenada pelo movimento Todos pela Educao, tem como obje-tivo monitorar os indicadores referentes s vinte metas do PNE e res-pectivas estratgias, alm de oferecer anlises sobre as polticas pblicas educacionais10;

    o portal , lanado pelo MEC, por meio da Secreta-ria de Articulao com os Sistemas de Ensino (Sase), tem como fim apoiar os diferentes entes federativos no desafio de alinhar os planos dos estados e municpios ao PNE, com orientao das aes a serem realizadas no planejamento da prxima dcada.

    H ainda uma tarefa a ser coordenada pela Unio a partir, entendo, de ini-ciativa dos poderes executivos das trs esferas, sem prejuzo das prerrogati-vas dos legislativos , que a construo do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica.Para o Congresso Nacional, h uma importante agenda a ser enfrentada, a comear pela aprovao de lei complementar regulamentando o art. 23, pargrafo nico, da Constituio Federal, de forma a definir normas para a cooperao entre a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios no setor educacional.

    9 O projeto foi organizado por um conjunto de entidades: Ao Educativa, Campanha Nacional pelo Direito Educao, Unio dos Conselhos Municipais de Educao (Uncme), Unio Nacional dos Dirigentes Municipais de Educao (Undime), com apoio do Instituto C&A e da Unicef.

    10 Conforme esclarece o site da plataforma: A iniciativa de vinte organizaes ligadas educao especializadas nas diferentes etapas e modalidades de ensino que, juntas, vo realizar o acompa-nhamento permanente das metas e estratgias do PNE. So elas: Capes, Cenpec, Comunidade Educativa Cedac, Fundao Ita Social, Fundao Lemann, Fundao Maria Cecilia Souto Vi-digal, Fundao Roberto Marinho/Canal Futura, Fundao Santillana, Fundao Victor Civita, Instituto Avisa L, Instituto Natura, Instituto Paulo Montenegro, Instituto Rodrigo Mendes, Instituto Unibanco, Ipea, Mais Diferenas, SBPC, Todos Pela Educao, Unesco e Unicef. O desenvolvimento da plataforma contou com o apoio do BID.

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 25

    O art. 3 da Lei do PNE prev que, na ausncia de indicao contrria, a meta deve ser cumprida at o final da vigncia do plano. H, entretanto, prazos intermedirios para vrias metas e estratgias, que devem ser acom-panhados pelo Congresso11.Enfim, cabe assinalar que o Congresso Nacional teve na tramitao do PNE um momento de afirmao como um dos poderes do Estado. Em primeiro lugar, a lei foi sancionada sem vetos. Alm disso, entre os dispositivos, foi aprovado procedimento que procura sanar vrios inconvenientes:

    Art. 12.At o final do primeiro semestre do nono ano de vign-cia deste PNE, o Poder Executivo encaminhar ao Congresso Nacional, sem prejuzo das prerrogativas deste Poder, o projeto de lei referente ao Plano Nacional de Educao a vigorar no pe-rodo subsequente, que incluir diagnstico, diretrizes, metas e estratgias para o prximo decnio.

    Dessa forma, permite-se um debate com tempo para maturao, partici-pao da sociedade civil e construo de consensos descolado do ano elei-toral, sem impedir a apresentao de projeto por parlamentar, como foi o caso do primeiro PNE aprovado por lei, em que tramitaram conjuntamente as propostas do deputado Ivan Valente e do Poder Executivo.Partiu da Cmara dos Deputados a provocao para que o Executivo en-caminhasse as notas tcnicas que fundamentavam suas propostas de me-tas e estratgias, uma vez que a proposio no viera acompanhada de diagnstico.Finalmente, uma questo incidental na tramitao permitiu que o Congresso recuperasse seu poder de agenda. A partir da ameaa de ser o PNE objeto de trancamento por medidas provisrias (MPs) o que transferiria sua apre-ciao final para depois das eleies de 2014 , o deputado Glauber Braga, presidente da Comisso de Educao, formulou questo de ordem alegando que o PNE, plano decenal expressamente previsto na Constituio Federal, um plano plurianual e, portanto, protegido de trancamento por MPs, nos termos do art. 62, 1, d, da Carta Magna. Esse entendimento consolidou-se com o parecer favorvel da deputada Maria do Rosrio, relatora na CCJC

    11 Ver nota tcnica Plano Nacional de Educao atribuies e prazos intermedirios da Lei n 13.005, de 2014. Disponvel em: .

  • SrieLegislao26

    do recurso contra deciso que negava a questo de ordem formulada pelo deputado Glauber Braga. Com o julgamento favorvel a esta proposio pela CCJC, o PNE pde ser votado, o Legislativo no ficou impedido de legislar por ao do Executivo (edio de MP), e o PNE no ser emendvel por MP no futuro.O PNE est em vigor foi aprovada a pea de planejamento. Entretanto, cons-titui apenas o marco inicial de um processo que se desenvolver por dez anos, com o potencial de trazer significativos avanos para a educao brasileira.

    LISTA DE SIGLAS

    ABE Associao Brasileira de Educao

    Abmes Associao Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior

    Abraes Associao Brasileira para o Desenvolvimento da Educao Superior

    Abrafi Associao Brasileira das Mantenedoras das Faculdades Isoladas e Integradas

    Abrasf Associao Brasileira das Secretarias de Finanas das Capitais

    Abrat Associao Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informao

    Abruc Associao Brasileira das Universidades Comunitrias

    Anaceu Associao Nacional dos Centros Universitrios

    Andes Sindicato Nacional dos Docentes das Instituies de Ensino Superior

    Andifes Associao Nacional dos Dirigentes das Instituies Federais de Ensino Superior

    Anec Associao Nacional de Educao Catlica do Brasil

    Anfope Associao Nacional pela Formao dos Profissionais da Educao

    Anpae Associao Nacional de Poltica e Administrao da Educao

    Anped Associao Nacional de Ps-Graduao e Pesquisa em Educao

    Anup Associao Nacional das Universidades Particulares

    Apae Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais

    Capes Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 27

    CAQ Custo-aluno-qualidade

    CAQi Custo-aluno-qualidade inicial

    CCJC Comisso de Constituio e Justia e de Cidadania

    CE Comisso de Educao

    CEE/SP Conselho Estadual de Educao de So Paulo

    CEC Comisso de Educao e Cultura

    Cedac Centro de Educao e Documentao para Ao Comunitria

    Cenpec Centro de Estudos e Pesquisas em Educao, Cultura e Ao Comunitria

    CFT Comisso de Finanas e Tributao

    CNE Conselho Nacional de Educao

    CNM Confederao Nacional dos Municpios

    CNTE Confederao Nacional dos Trabalhadores em Educao

    Conae Conferncia Nacional de Educao

    Confaz Conselho Nacional de Poltica Fazendria

    Confenen Confederao Nacional dos Estabelecimentos de Ensino

    Confetam Confederao dos Trabalhadores no Servio Pblico Municipal

    Consed Conselho Nacional de Secretrios de Educao

    Contee Confederao Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino

    Crub Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras

    CSP-Conlutas Central Sindical e Popular

    EM Exposio de motivos

    FasubraFederao de Sindicato de Trabalhadores Tcnico-Administrativos das Instituies de Ensino Superior Pblicas

    Fenapaes Federao Nacional das Apaes

    Feneis Federao Nacional de Educao e Integrao dosSurdos

    Fenep Federao Nacional das Escolas Particulares

  • SrieLegislao28

    Fineduca Associao Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educao

    FNCE Frum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educao

    FNE Frum Nacional de Educao

    FundebFundo de Manuteno e Desenvolvimento da Educao Bsica e de Valorizao dos Profissionais da Educao

    Ideb ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica

    Inep Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira

    Ipea Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada

    Insper Instituto de Ensino e Pesquisa

    LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional

    MEC Ministrio da Educao

    Mieib Movimento Interfruns de Educao Infantil do Brasil

    MP Medida provisria

    PIB Produto interno bruto

    PisaProgramme for International Student Assessment (Programa Internacional de Avaliao de Alunos)

    PL Projeto de lei

    PLCProjeto de lei da Cmara dos Deputados (tal como identificado no sistema do Senado Federal)

    PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios

    Proifes Federao de Sindicatos de Professores de Instituies Federais de Ensino Superior

    Pronatec Programa Nacional de Acesso ao Ensino Tcnico e Emprego

    Prouni Programa Universidade para Todos

    Sase Secretaria de Articulao com os Sistemas de Ensino

    SBPC Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia

    Secadi Secretaria de Educao Continuada, Alfabetizao, Diversidade e Incluso

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 29

    SemespSindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de So Paulo

    Senac Servio Nacional de Aprendizagem Comercial

    Senai Servio Nacional de Aprendizagem Industrial

    Setec Secretaria de Educao Profissional e Tecnolgica

    Ubes Unio Brasileira dos Estudantes Secundaristas

    UFG Universidade Federal de Gois

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    UFPR Universidade Federal do Paran

    Uncme Unio Nacional dos Conselhos Municipais de Educao

    Undime Unio Nacional dos Dirigentes Municipais de Educao

    UNE Unio Nacional dos Estudantes

    Unesco Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura

    Unicamp Universidade Estadual de Campinas

    Unicef Fundo das Naes Unidas para a Infncia

    USP Universidade de So Paulo

    REFERNCIAS

    AZANHA, Jos Mrio P. Poltica e planos de educao no Brasil: alguns pontos para reflexo. In: ________. Educao: temas polmicos. So Paulo: Martins Fontes, 1995.BERCOVICI, Gilberto. Constituio econmica e desenvolvimento: uma leitura a partir da constituio de 1988. So Paulo: Malheiros, 2005.BUCCI, Maria Paula Dallari. Polticas pblicas e direito administrativo. Rev. Informao Legislativa, Braslia, v. 34, n. 133, p. 89-98, jan./mar. 1997.CARA, Daniel. As dez demandas institucionais do PNE. 10 jun. 2014. Disponvel em: . Acesso em: 21 out. 2014.

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    Quadro 1 Temas da Lei n 13.005/2014 (Lei do PNE) por artigo

    Artigo Tema

    1 Aprovao do PNE, com vigncia por dez anos.

    2

    Fixa as dez diretrizes do PNE:I erradicao do analfabetismo;II universalizao do atendimento escolar;III superao das desigualdades educacionais, com nfase na promoo da cidadania e na erradicao de todas as formas de discriminao;IV melhoria da qualidade da educao;V formao para o trabalho e para a cidadania, com nfase nos valores morais e ticos em que se funda-menta a sociedade;VI promoo do princpio da gesto democrtica da educao pblica;VII promoo humanstica, cientfica, cultural e tecnolgica do pas;VIII estabelecimento de meta de aplicao de recursos pblicos em educao como proporo do Produ-to Interno Bruto (PIB), que assegure atendimento s necessidades de expanso, com padro de qualidade e equidade;IX valorizao dos(as) profissionais da educao;X promoo dos princpios do respeito aos direitos humanos, diversidade e sustentabilidade socioambiental.

    3 Prazo de cumprimento das metas: vigncia do PNE, desde que no haja prazo inferior definido.

    4Metas baseadas em dados estatsticos: PNAD, censo demogrfico e censo escolar.O poder pblico incluir informao sobre o perfil da populao de 4 a 17 anos com deficincia.

    5Monitoramento contnuo e avaliaes peridicas da execuo do PNE em quatro instncias: Ministrio da Educao (MEC), Comisses de Educao da Cmara e Senado, Conselho Nacional de Educao (CNE) e Frum Nacional de Educao (FNE).

    6Realizao de pelo menos duas conferncias nacionais de educao no decnio, precedidas de conferncias subnacionais, coordenadas pelo FNE.

    7 Regime de colaborao entre Unio, estados, Distrito Federal e municpios.

    8Elaborao ou ajuste dos planos de educao nas esferas subnacionais em consonncia com o PNE, no prazo de um ano.

    9 Leis especficas para a gesto democrtica da educao pblica.

    10Planos Plurianuais (PPAs), Leis de Diretrizes Oramentrias (LDOs) e Leis Oramentrias Anuais (LOAs) dos en-tes federados, formulados de maneira a assegurar a consignao de dotaes oramentrias compatveis com as diretrizes, metas e estratgias dos respectivos planos de educao.

    11O Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica, coordenado pela Unio, em colaborao com os estados, o Distrito Federal e os municpios ser fonte de informao para a avaliao da qualidade da educao bsica e para a orientao das polticas pblicas desse nvel da educao escolar.

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 33

    12Encaminhamento pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional, sem prejuzo das prerrogativas do Poder Legislativo, de projeto de lei referente ao PNE a vigorar no perodo subsequente, que incluir diagnstico, diretrizes, metas e estratgias para o prximo decnio.

    13O Sistema Nacional de Educao dever ser institudo pelo poder pblico, em lei especfica, no prazo de dois anos.

    14 Vigncia do PNE a partir de sua publicao.

    Quadro 2 Metas da Lei n 13.005/2014 (Lei do PNE)

    Tema Meta

    1 Educao infantil

    universalizar, at 2016, a educao infantil na pr-escola para as crian-as de quatro a cinco anos de idade e ampliar a oferta de educao in-fantil em creches de forma a atender, no mnimo, cinquenta por cento das crianas de at trs anos at o final da vigncia deste PNE.

    2 Ensino fundamental

    universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a popula-o de seis a quatorze anos e garantir que pelo menos noventa e cinco por cento dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, at o ltimo ano de vigncia deste PNE.

    3 Ensino mdio

    universalizar, at 2016, o atendimento escolar para toda a populao de quinze a dezessete anos e elevar, at o final do perodo de vigncia deste PNE, a taxa lquida de matrculas no ensino mdio para oitenta e cinco por cento.

    4 Educao especial

    universalizar, para a populao de quatro a dezessete anos com de-ficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotao, o acesso educao bsica e ao atendimento edu-cacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou servios especializados, pblicos ou conveniados.

    5 Alfabetizao das crianasalfabetizar todas as crianas, no mximo, at o final do terceiro ano do ensino fundamental.

    6 Tempo integraloferecer educao em tempo integral em, no mnimo, cinquenta por cento das escolas pblicas, de forma a atender, pelo menos, vinte e cinco por cento dos(as) alunos(as) da educao bsica.

  • SrieLegislao34

    Tema Meta

    7Qualidade da educao bsica / Ideb

    fomentar a qualidade da educao bsica em todas as etapas e moda-lidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes mdias nacionais para o Ideb:

    Ideb 2015 2017 2019 2021

    EF iniciais 5,2 5,5 5,7 6,0EF finais 4,7 5,0 5,2 5,5EM 4,3 4,7 5,0 5,2

    8Escolaridade mdia da populao de 18 a 29 anos

    elevar a escolaridade mdia da populao de dezoito a vinte e nove anos, de modo a alcanar, no mnimo, doze anos de estudo no ltimo ano de vigncia deste Plano, para as populaes do campo, da regio de menor escolaridade no pas e dos vinte e cinco por cento mais po-bres, e igualar a escolaridade mdia entre negros e no negros decla-rados Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE).

    9Alfabetizao da populao com 15 anos ou mais / Erradicao do analfa-betismo absoluto

    elevar a taxa de alfabetizao da populao com quinze anos ou mais para noventa e trs inteiros e cinco dcimos por cento at 2015 e, at o final da vigncia deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e redu-zir em cinquenta por cento a taxa de analfabetismo funcional.

    10Educao de jovens e adultos, nos en-sinos fundamental e mdio, na forma integrada educao profissional

    oferecer, no mnimo, vinte e cinco por cento das matrculas de educa-o de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e mdio, na forma integrada educao profissional.

    11Educao profissional tcnica de nvel mdio

    triplicar as matrculas da educao profissional tcnica de nvel mdio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos cinquenta por cento da expanso no segmento pblico.

    12 Acesso educao superior

    elevar a taxa bruta de matrcula na educao superior para cinquenta por cento e a taxa lquida para trinta e trs por cento da populao de dezoito a vinte e quatro anos, assegurada a qualidade da oferta e expanso para, pelo menos, quarenta por cento das novas matrculas, no segmento pblico.

    13Qualidade da educao superior / Titu-lao do corpo docente

    elevar a qualidade da educao superior e ampliar a proporo de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exerccio no conjunto do sistema de educao superior para setenta e cinco por cento, sendo, do total, no mnimo, trinta e cinco por cento doutores.

    14Acesso ps-graduao stricto sensu / Ampliao do nmero de titulados

    elevar gradualmente o nmero de matrculas na ps-graduao stricto sensu, de modo a atingir a titulao anual de sessenta mil mestres e vinte e cinco mil doutores.

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 35

    Tema Meta

    15

    Formao dos profissionais da educa-o/professores da educao bsica com formao especfica de nvel su-perior (licenciatura na rea de conhe-cimento em que atuam)

    garantir, em regime de colaborao entre a Unio, os estados, o Dis-trito Federal e os municpios, no prazo de um ano de vigncia deste PNE, poltica nacional de formao dos profissionais da educao de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61 da Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os professores e as professoras da educao bsica possuam formao especfica de nvel superior, obtida em curso de licenciatura na rea de conhecimento em que atuam.

    16Formao, em nvel de ps-graduao, dos professores da educao bsica / For-mao continuada na rea de atuao

    formar, em nvel de ps-graduao, cinquenta por cento dos profes-sores da educao bsica, at o ltimo ano de vigncia deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) profissionais da educao bsica formao continuada em sua rea de atuao, considerando as necessidades, demandas e contextualizaes dos sistemas de ensino.

    17

    Equiparao, at o final de 2019, do rendimento mdio dos profissionais do magistrio das redes pblicas de educao bsica ao dos demais profis-sionais com escolaridade equivalente

    valorizar os(as) profissionais do magistrio das redes pblicas de edu-cao bsica de forma a equiparar seu rendimento mdio ao dos(as) demais profissionais com escolaridade equivalente, at o final do sex-to ano de vigncia deste PNE.

    18

    Planos de carreira para os profissionais da educao bsica e superior pblica de todos os sistemas de ensino / Piso salarial nacional para profissionais da educao bsica pblica referencia-dos na Lei do Piso

    assegurar, no prazo de dois anos, a existncia de planos de carreira para os(as) profissionais da educao bsica e superior pblica de to-dos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos(as) profissio-nais da educao bsica pblica, tomar como referncia o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituio Federal.

    19 Gesto democrtica da educao

    assegurar condies, no prazo de dois anos, para a efetivao da gesto democrtica da educao, associada a critrios tcnicos de mrito e desempenho e consulta pblica comunidade escolar, no mbito das escolas pblicas, prevendo recursos e apoio tcnico da Unio para tanto.

    20Investimento pblico em educao pblica

    ampliar o investimento pblico em educao pblica de forma a atin-gir, no mnimo, o patamar de sete por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do pas no quinto ano de vigncia desta lei e, no mnimo, o equi-valente a dez por cento do PIB ao final do decnio.

  • SrieLegislao36

    Anexo 1

    Audincias pblicas realizadas na Cmara dos Deputados referentes discusso do PNE 2014-2024

    TEMA / DATA PARTICIPANTE ENTIDADADE / QUALIFICAO

    Qualidade da Educao11/5/2011

    Cleuza Rodrigues Repulho Undime

    Thiago Peixoto Consed

    Roberto Franklin Leo CNTE

    Daniel Cara Campanha Nacional pelo Direito Educao

    Mozart Neves Ramos Movimento Todos pela Educao

    A Educao Brasileira e seus Desafios18/5/2011

    Jos Francisco SoaresPesquisador do Grupo de Avaliao e Medidas Educacionais da Faculdade de Educao da UFMG

    Simon SchwartzmanPesquisador do Instituto de Estudos do Traba-lho e Sociedade do Rio de Janeiro

    Financiamento da Educao25/5/2011

    Thiago Peixoto Consed

    Jorge Abraho de Castro Pesquisador do Ipea

    Nelson Cardoso Amaral Pesquisador da UFG

    Jos Marcelino Rezende Pinto Pesquisador da USP

    Cleuza Rodrigues Repulho Undime

    Propostas para a Educao Espe-cial no mbito do II PNE, Decnio 2011-202031/5/2011

    Flvio Arns Consed

    Cludia Dutra Secadi/MEC

    Cleuza Rodrigues Repulho Undime

    Propostas para a Promoo da Igualdade Racial e de Polticas para Mulheres no mbito do II PNE, Decnio 2011-20201/6/2011

    Luiza Helena de Bairros Ministra da Secretaria Especial de Promoo da Igualdade Racial

    Iriny LopesMinistra da Secretaria de Polticas para as Mulheres

    Programa de Alfabetizao na Idade Certa e as Escolas Integradas de Ensino Mdio e Profissional8/6/2011

    Cid Ferreira Gomes Governador do estado do Cear

    Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretria de Educao do estado do Cear

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 37

    TEMA / DATA PARTICIPANTE ENTIDADADE / QUALIFICAO

    Educao Profissional14/6/2011

    Accia Zeneida Kuenzer Pesquisadora da UFPR

    Regina Maria de Ftima TorresDiretora Associada de Educao Profissional do Senai

    Simone V. dos Santos Setec/MEC

    Anna Beatriz de Almeida Waehneldt Senac Nacional

    Plano Nacional de Educao15/6/2011

    Fernando Haddad Ministro da Educao

    Ensino Superior29/6/2011

    Celso Frauches Anaceu

    Luiz Cludio Costa Secretrio da Sesu/MEC

    Gesto e Fontes de Recursos para o Financiamento da Educao6/7/2011

    Walfrido dos Mares Guia Conselho Administrativo da Kroton Educacional

    Mrcio Pochmann Presidente do Ipea

    Jos Roberto Afonso Economista/especialista em finanas pblicas

    Paulo Csar Ribeiro Lima Consultor legislativo da Cmara dos Deputados

    Plano Nacional de Educao13/7/2011

    Cludia Costin Secretria de Educao do Rio de Janeiro

    Claudio de Moura Castro Grupo Positivo

    Joo Batista Arajo e Oliveira Instituto Alfa e Beto (IAB)

    Educao Infantil17/8/2011

    Rita de Cssia Coelho Coordenadora Geral de Educao Infantil do MEC

    Gizele de SouzaNcleo de Estudos e Pesquisas em Infncia e Edu-cao Infantil (Nepie/UFPR)

    Maria Luiza Rodrigues FloresMovimento Interfruns de Educao Infantil no Brasil (Mieib)

    Valorizao dos Profissionais da Educao31/8/2011

    Sandra Bernadete Moreira Andes

    Heleno de Arajo Filho CNTE

    Helder Machado Passos Proifes

    Lia de Souza Oliveira Fasubra

    Dalila Andrade Oliveira Anped

    Iria Brzezinski Anfope

    Leocdia Maria da Hora Neta Undime

  • SrieLegislao38

    TEMA / DATA PARTICIPANTE ENTIDADADE / QUALIFICAO

    Regulamentao do Ensino Privado5/10/2011

    Lus Fernando MassonettoSecretrio de Regulao e Superviso da Edu-cao Superior do MEC

    Antnio Carbonari NetoFrum das Entidades Representantes do Ensino Superior Particular

    Marcelo Ferreira Loureno Abruc

    Andr Luiz Vitral Costa UNE

    Madalena Guasco Peixoto Contee

    Joo Luiz Cesarino da Rosa Confenen

    Os Impactos na Qualidade da Educao Oriundos da Apro-vao de 1/3 da Jornada de Trabalho dos Professores para Atividades Extrassala19/10/2011

    Heleno Arajo Filho CNTE

    Luiz Fernandes Dourado Anped

    Madalena Guasco Peixoto Contee

    Malvina Tuttman Presidente do Inep

    O Relatrio do Programa In-ternacional de Avaliao de Alunos (Pisa)9/11/2011

    Jos Francisco Soares Especialista em avaliao da UFMG

    Priscila Cruz Movimento Todos pela Educao

    Alexandre Pinto Carvalho Braga Diretor da Produtora Cinevdeo

    Maria Helena Guimares de Castro Professora da Unicamp e membro do CEE/SP

    Reynaldo FernandesProfessor da Faculdade de Economia, Adminis-trao e Contabilidade da USP de Ribeiro Preto e membro do CNE

    Metas e objetivos do Minist-rio da Educao e perspecti-vas com a implementao do Plano Nacional de educao 2011-2020 (audincia pblica conjunta da Comisso de Edu-cao e da Comisso Especial do PL n 8.035/2010)14/3/2012

    Aloizio Mercadante Oliva Ministro da Educao

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 39

    TEMA / DATA PARTICIPANTE ENTIDADADE / QUALIFICAO

    Debate preliminar sobre a meta 20, especificamente so-bre Recursos e Investimentos Educacionais e Custo-Aluno--Qualidade 20/3/2012

    Mauro Puerro Conlutas

    Daniel Cara Campanha Nacional pelo Direito Educao

    Nelson Cardoso Amaral Professor da UFG

    Jos Marcelino Rezende Pinto Professor da USP

    Mozart Neves Ramos Movimento Todos pela Educao

    Debate sobre o Plano Nacional de Educao PNE (Substituti-vo do Senado Federal ao Proje-to de Lei n 8.035-B, de 2010)25/2/2014

    Luiz Cludio Costa Secretrio-Executivo do MEC

    Eduardo Rolim de Oliveira Proifes

    Alssio Costa Lima Undime

    Maria Nilene Badeca da Costa Consed

    Raulino Tramontin Anup

    Celso da Costa Frauches Anaceu

    Carmem Luiza da Silva Abmes

    Daniel Cara Campanha Nacional pelo Direito Educao

    Frederico Unterberger Anec

    Virgnia Barros UNE

    Roberto Franklin de Leo CNTE

    Julio Cesar da Silva Crub

    Vilani de Souza Oliveira Confetam

    Ambile Pacios Fenep

    Arnaldo Cardoso Freire Abrat

    Andra Barbosa Gouveia Anpae

    Jesualdo Pereira Farias Andifes

    Paulo Ziulkoski CNM

    Madalena Guasco Peixoto Contee

    Priscila Cruz Observatrio do PNE Todos pela Educao

    Alexandre Mello Abraes

  • SrieLegislao40

    Anexo 2

    Audincias pblicas realizadas no Senado Federal referentes discusso do PNE 2014-2024

    TEMA / DATA COMISSO PARTICIPANTE ENTIDADE / QUALIFICAO

    Audincia pblica destinada instruo do Projeto de Lei da Cmara n 103, de 2012, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias,29/11/2012.

    CAE

    Aloizio Mercadante Ministro da Educao

    Clia Maria Vilela Tavares Undime

    Daniel CaraCampanha Nacional pelo

    Direito Educao

    1 audincia pblica de instru-o do Projeto de Lei da Cmara n 103, de 2012, de autoria da Presidncia da Repblica, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias,8/10/2013.

    CE

    Jos Marcelino de Rezende Pinto Fineduca

    Daniel CaraCampanha Nacional pelo

    Direito Educao

    Sergei Suarez Dillon Soares Ipea

    Priscila Cruz Movimento Todos pela Educao

    2 audincia pblica de instru-o do Projeto de Lei da Cmara n 103, de 2012, de autoria da Presidncia da Repblica, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias,15/10/2013.

    CE

    Leuzinete Pereira da Silva Consed

    Jos Henrique Paim Fernandes Secretrio executivo do MEC

    Luiz Dourado Conselheiro do CNE

    Cleuza Rodrigues Repulho Undime

    3 audincia pblica de instru-o do Projeto de Lei da Cmara n 103, de 2012, de autoria da Presidncia da Repblica, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias,22/10/2013.

    CE

    Maria Alice Setubal Cenpec

    Cristina Helena Almeida de Carvalho

    Professora da Faculdade de Educao da UnB

    Claudio de Moura CastroEspecialista em educao

    do Grupo Positivo

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 41

    TEMA / DATA COMISSO PARTICIPANTE ENTIDADE / QUALIFICAO

    4 audincia pblica de instru-o do Projeto de Lei da Cmara n 103, de 2012, de autoria da Presidncia da Repblica, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias,29/10/2013.

    CE

    Mauricio Fernandes Pereira FNCE

    Virgnia Barros UNE

    Marta Vanelli CNTE

    Ricardo HolzFrum das Entidades Estudantis do Brasil

    Rivanildo Cadete FidelisOrganizao dos Professores

    Indgenas de Roraima

    5 audincia pblica de instru-o do Projeto de Lei da Cmara n 103, de 2012, de autoria da Presidncia da Repblica, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias,31/10/2013.

    CE

    Luciano Sathler Rosa GuimareAssociao Brasileira de

    Educao a Distncia

    Edgar Flexa RibeiroFederao Nacional das

    Escolas Particulares

    Wilson de Matos Silva Anaceu

    Hlio Laranjeira Associao de Escolas Tcnicas

    6 audincia pblica de instru-o do Projeto de Lei da Cmara n 103, de 2012, de autoria da Presidncia da Repblica, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias,5/11/2013.

    CE

    Flvio ArnsVice-governador e secretrio de Educao do estado do Paran

    Patrcia Luiza Ferreira RezendeFederao Nacional de Educao

    e Integrao dos Surdos

    Jos Turozi Federao Nacional das Apaes

    Eugnia Augusta GonzagaProcuradora Regional da Repblica da 3 Regio

    Rosngela MachadoGerente de Educao Inclusiva

    da Secretaria Municipal de Florianpolis/SC

    Ana Cristina Correia e SilvaCentro de Ensino Especial

    01 de Braslia

    Maca Maria Evaristo dos Santos Secadi/MEC

  • SrieLegislao42

    TEMA / DATA COMISSO PARTICIPANTE ENTIDADE / QUALIFICAO

    7 audincia pblica de instru-o do Projeto de Lei da Cmara n 103, de 2012, de autoria da Presidncia da Repblica, que aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras pro-vidncias, 7/11/2013.

    CE

    Naercio Menezes FilhoCentro de Polticas Pblicas do Insper

    Guiomar Namo de Mello Educadora

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 43

    LEI N 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 201412

    Aprova o Plano Nacional de Educao (PNE) e d outras providncias.

    A presidenta da RepblicaFao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:Art. 1 aprovado o Plano Nacional de Educao (PNE), com vigncia por dez anos, a contar da publicao desta lei, na forma do anexo, com vistas ao cumprimento do disposto no art. 214 da Constituio Federal.Art. 2 So diretrizes do PNE:I erradicao do analfabetismo;II universalizao do atendimento escolar;III superao das desigualdades educacionais, com nfase na promoo da cidadania e na erradicao de todas as formas de discriminao;IV melhoria da qualidade da educao;V formao para o trabalho e para a cidadania, com nfase nos valores morais e ticos em que se fundamenta a sociedade;VI promoo do princpio da gesto democrtica da educao pblica;VII promoo humanstica, cientfica, cultural e tecnolgica do pas;VIII estabelecimento de meta de aplicao de recursos pblicos em educao como proporo do Produto Interno Bruto (PIB), que assegure atendimento s necessidades de expanso, com padro de qualidade e equidade;IX valorizao dos(as) profissionais da educao;X promoo dos princpios do respeito aos direitos humanos, diversidade e sustentabilidade socioambiental.Art. 3 As metas previstas no anexo desta lei sero cumpridas no prazo de vigncia deste PNE, desde que no haja prazo inferior definido para metas e estratgias especficas.Art. 4 As metas previstas no anexo desta lei devero ter como referncia a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (Pnad), o censo demogrfico

    12 Publicada no Dirio Oficial da Unio, Seo 1 (Ed. extra), de 26 de junho de 2014, p. 1-7.

  • SrieLegislao44

    e os censos nacionais da educao bsica e superior mais atualizados, dis-ponveis na data da publicao desta lei.Pargrafo nico. O poder pblico buscar ampliar o escopo das pesquisas com fins estatsticos de forma a incluir informao detalhada sobre o perfil das populaes de quatro a dezessete anos com deficincia.Art. 5 A execuo do PNE e o cumprimento de suas metas sero objeto de monitoramento contnuo e de avaliaes peridicas, realizados pelas se-guintes instncias:I Ministrio da Educao (MEC);II Comisso de Educao da Cmara dos Deputados e Comisso de Edu-cao, Cultura e Esporte do Senado Federal;III Conselho Nacional de Educao (CNE);IV Frum Nacional de Educao. 1 Compete, ainda, s instncias referidas no caput:I divulgar os resultados do monitoramento e das avaliaes nos respectivos stios institucionais da internet;II analisar e propor polticas pblicas para assegurar a implementao das estratgias e o cumprimento das metas;III analisar e propor a reviso do percentual de investimento pblico em educao. 2 A cada dois anos, ao longo do perodo de vigncia deste PNE, o Insti-tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira (Inep) publicar estudos para aferir a evoluo no cumprimento das metas estabe-lecidas no anexo desta lei, com informaes organizadas por ente federado e consolidadas em mbito nacional, tendo como referncia os estudos e as pesquisas de que trata o art. 4, sem prejuzo de outras fontes e infor-maes relevantes. 3 A meta progressiva do investimento pblico em educao ser avaliada no quarto ano de vigncia do PNE e poder ser ampliada por meio de lei para atender s necessidades financeiras do cumprimento das demais metas. 4 O investimento pblico em educao a que se referem o inciso VI do art. 214 da Constituio Federal e a meta 20 do anexo desta lei engloba os recursos aplicados na forma do art. 212 da Constituio Federal e do art. 60 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias, bem como os recursos aplicados nos programas de expanso da educao profissional e superior, inclusive na forma de incentivo e iseno fiscal, as bolsas de estudos con-cedidas no Brasil e no exterior, os subsdios concedidos em programas de

  • Plano Nacional de Educao 2014-2024 45

    financiamento estudantil e o financiamento de creches, pr-escolas e de educao especial na forma do art. 213 da Constituio Federal. 5 Ser destinada manuteno e ao desenvolvimento do ensino, em acrscimo aos recursos vinculados nos termos do art. 212 da Constituio Federal, alm de outros recursos previstos em lei, a parcela da participao no resultado ou da compensao financeira pela explorao de petrleo e de gs natural, na forma de lei especfica, com a finalidade de assegurar o cumprimento da meta prevista no inciso VI do art. 214 da Constituio Federal.Art. 6 A Unio promover a realizao de pelo menos duas conferncias na-cionais de educao at o final do decnio, precedidas de conferncias distrital, municipais e estaduais, articuladas e coordenadas pelo Frum Nacional de Educao, institudo nesta lei, no mbito do Ministrio da Educao. 1 O Frum Nacional de Educao, alm da atribuio referida no caput:I acompanhar a execuo do PNE e o cumprimento de suas metas;II promover a articulao das conferncias nacionais de educao com as conferncias regionais, estaduais e municipais que as precederem. 2 As conferncias nacionais de educao realizar-se-o com intervalo de at quatro anos entre elas, com o objetivo de avaliar a execuo deste PNE e subsidiar a elaborao do plano nacional de educao para o decnio subsequente.Art. 7 A Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios atuaro em regime de colaborao, visando ao alcance das metas e implementao das estratgias objeto deste Plano. 1 Caber aos gestores federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal a adoo das medidas governamentais necessrias ao alcance das metas previstas neste PNE. 2 As estratgias definidas no anexo desta lei no elidem a adoo de me-didas adicionais em mbito local ou de instrumentos jurdicos que forma-lizem a cooperao entre os entes federados, podendo ser complementadas por mecanismos nacionais e locais de coordenao e colaborao recproca. 3 Os sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e dos municpios criaro mecanismos para o acompanhamento local da consecuo das metas deste PNE e dos planos previstos no art. 8. 4 Haver regime de colaborao especfico para a implementao de mo-dalidades de educao escolar que necessitem considerar territrios tnico--educacionais e a utilizao de estratgias que levem em conta as identidades

  • SrieLegislao46

    e especificidades socioculturais e lingusticas de cada comunidade envolvida, assegurada a consulta prvia e informada a essa comunidade. 5 Ser criada uma instncia permanente de negociao e cooperao entre a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios. 6 O fortalecimento do regime de colaborao entre os estados e respectivos municpios incluir a instituio de instncias permanentes de negociao, cooperao e pactuao em cada estado. 7 O fortalecimento do regime de colaborao entre os municpios dar-se-, inclusive, mediante a adoo de arranjos de desenvolvimento da educao.Art. 8 Os estados, o Distrito Federal e os municpios devero elaborar seus correspondentes planos de educao, ou adequar os planos j aprovados em lei, em consonncia com as diretrizes, metas e estratgias previstas neste PNE, no prazo de um ano contado da publicao desta lei. 1 Os entes federados estabelecero nos respectivos planos de educao estratgias que:I assegurem a articulao das polticas educacionais com as demais polticas sociais, particularmente as culturais;II considerem as necessidades especficas das populaes do campo e das comunidades indgenas e quilombolas, asseguradas a equidade educacional e a diversidade cultural;III garantam o atendimento das necessidades especficas na educao es-pecial, assegurado o sistema educacional inclusivo em todos os nveis, etapas e modalidades;IV promovam a articulao interfederativa na implementao das polticas educacionais. 2 Os processos de elaborao e adequao dos planos de educao dos es-tados, do Distrito Federal e dos municpios, de que trata o caput deste artigo, sero realizados com ampla participao de representantes da comunidade educacional e da sociedade civil.Art. 9 Os estados, o Distrito Federal e os municpios devero aprovar leis especficas para os seus sistemas de ensino, disciplinando a gesto demo-crtica da educao pblica nos respectivos mbitos de atuao, no prazo de dois anos contado da publicao desta lei, adequando, quando for o caso, a legislao local j adotada com essa finalidade.Art. 10. O plano plurianual, as diretrizes oramentrias e os oramentos anuais da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios sero

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    formulados de maneira a assegurar a consignao de dotaes oramen-trias compatveis com as diretrizes, metas e estratgias deste PNE e com os respectivos planos de educao, a fim de viabilizar sua plena execuo.Art. 11. O Sistema Nacional de Avaliao da Educao Bsica, coordenado pela Unio, em colaborao com os estados, o Distrito Federal e os municpios, constituir fonte de informao para a avaliao da qualidade da educao bsica e para a orientao das polticas pblicas desse nvel de ensino. 1 O sistema de avaliao a que se refere o caput produzir, no mximo a cada dois anos:I indicadores de rendimento escolar, referentes ao desempenho dos(as) estudantes apurado em exames nacionais de avaliao, com participao de pelo menos oitenta por cento dos(as) alunos(as) de cada ano escolar perio-dicamente avaliado em cada escola, e aos dados pertinentes apurados pelo censo escolar da educao bsica;II indicadores de avaliao institucional, relativos a caractersticas como o perfil do alunado e do corpo dos(as) profissionais da educao, as relaes entre dimenso do corpo docente, do corpo tcnico e do corpo discente, a infraestrutura das escolas, os recursos pedaggicos disponveis e os processos da gesto, entre outras relevantes. 2 A elaborao e a divulgao de ndices para avaliao da qualidade, como o ndice de Desenvolvimento da Educao Bsica (Ideb), que agreguem os indicadores mencionados no inciso I do 1 no elidem a obrigatoriedade de divulgao, em separado, de cada um deles. 3 Os indicadores mencionados no 1 sero estimados por etapa, estabe-lecimento de ensino, rede escolar, unidade da federao e em nvel agregado nacional, sendo amplamente divulgados, ressalvada a publicao de resulta-dos individuais e indicadores por turma, que fica admitida exclusivamente para a comunidade do respectivo estabelecimento e para o rgo gestor da respectiva rede. 4 Cabem ao Inep a elaborao e o clculo do Ideb e dos indicadores re-feridos no 1. 5 A avaliao de desempenho dos(as) estudantes em exames, referida no inciso I do 1, poder ser diretamente realizada pela Unio ou, mediante acordo de cooperao, pelos estados e pelo Distrito Federal, nos respec-tivos sistemas de ensino e de seus municpios, caso mantenham sistemas prprios de avaliao do rendimento escolar, assegurada a compatibilidade

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    metodolgica entre esses sistemas e o nacional, especialmente no que se refere s escalas de proficincia e ao calendrio de aplicao.Art. 12. At o final do primeiro semestre do nono ano de vigncia deste PNE, o Poder Executivo encaminhar ao Congresso Nacional, sem prejuzo das prerrogativas deste Poder, o projeto de lei referente ao Plano Nacional de Educao a vigorar no perodo subsequente, que incluir diagnstico, diretrizes, metas e estratgias para o prximo decnio.Art. 13. O poder pblico dever instituir, em lei especfica, contados dois anos da publicao desta lei, o Sistema Nacional de Educao, responsvel pela articulao entre os sistemas de ensino, em regime de colaborao, para efetivao das diretrizes, metas e estratgias do Plano Nacional de Educao.Art. 14. Esta lei entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 25 de junho de 2014; 193 da Independncia e 126 da Repblica.

    DILMA ROUSSEFFGuido Mantega

    Jos Henrique Paim FernandesMiriam Belchior

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    Anexo

    METAS E ESTRATGIAS

    Meta 1: universalizar, at 2016, a educao infantil na pr-escola para as crianas de quatro a cinco anos de idade e ampliar a oferta de educao infantil em creches de forma a atender, no mnimo, cinquenta por cento das crianas de at trs anos at o final da vigncia deste PNE.

    Estratgias:1.1. definir, em regime de colaborao entre a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios, metas de expanso das respectivas redes pblicas de educao infantil segundo padro nacional de qualidade, considerando as peculiaridades locais;1.2. garantir que, ao final da vigncia deste PNE, seja inferior a dez por cen-to a diferena entre as taxas de frequncia educao infantil das crianas de at trs anos oriundas do quinto de renda familiar per capita mais eleva-do e as do quinto de renda familiar per capita mais baixo;1.3. realizar, periodicamente, em regime de colaborao, levantamento da demanda por creche para a populao de at trs anos, como forma de pla-nejar a oferta e verificar o atendimento da demanda manifesta;1.4. estabelecer, no primeiro ano de vigncia do PNE, normas, procedimen-tos e prazos para definio de mecanismos de consulta pblica da demanda das famlias por creches;1.5. manter e ampliar, em regime de colaborao e respeitadas as normas de acessibilidade, programa nacional de construo e reestruturao de es-colas, bem como de aquisio de equipamentos, visando expanso e melhoria da rede fsica de escolas pblicas de educao infantil;1.6. implantar, at o segundo ano de vigncia deste PNE, avaliao da edu-cao infantil, a ser realizada a cada dois anos, com base em parmetros nacionais de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura fsica, o quadro de pessoal, as condies de gesto, os recursos pedaggicos, a situao de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes;

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    1.7. articular a oferta de matrculas gratuitas em creches certificadas como entidades beneficentes de assistncia social na rea de educao com a ex-panso da oferta na rede escolar pblica;1.8. promover a formao inicial e continuada dos(as) profissionais da edu-cao infantil, garantindo, progressivamente, o atendimento por profissio-nais com formao superior;1.9. estimular a articulao entre ps-graduao, ncleos de pesquisa e cursos de formao para profissionais da educao, de modo a garantir a elaborao de currculos e propostas pedaggicas que incorporem os avan-os de pesquisas ligadas ao processo de ensino-aprendizagem e s teorias educacionais no atendimento da populao de zero a cinco anos;1.10. fomentar o atendimento das populaes do campo e das comunidades indgenas e quilombolas na educao infantil nas respectivas comunida-des, por meio do redimensionamento da distribuio territorial da oferta, limitando a nucleao de escolas e o deslocamento de crianas, de forma a atender s especificidades dessas comunidades, garantido consulta prvia e informada;1.11. priorizar o acesso educao infantil e fomentar a oferta do aten-dimento educacional especializado complementar e suplementar aos(s) alunos(as) com deficincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotao, assegurando a educao bilngue para crian-as surdas e a transversalidade da educao especial nessa etapa da educa-o bsica;1.12. implementar, em carter complementar, programas de orientao e apoio s famlias, por meio da articulao das reas de educao, sade e assistncia social, com foco no desenvolvimento integral das crianas de at trs anos de idade;1.13. preservar as especificidades da educao infantil na organizao das redes escolares, garantindo o atendimento da criana de zero a cinco anos em estabelecimentos que atendam a parmetros nacionais de qualidade, e a articulao com a etapa escolar seguinte, visando ao ingresso do(a) aluno(a) de seis anos de idade no ensino fundamental;1.14. fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso e da per-manncia das crianas na educao infantil, em especial dos beneficirios

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    de programas de transferncia de renda, em colaborao com as famlias e com os rgos pblicos de assistncia social, sade e proteo infncia;1.15. promover a busca ativa de crianas em idade correspondente educa-o infantil, em parceria com rgos pblicos de assistncia social, sade e proteo infncia, preservando o direito de opo da famlia em relao s crianas de at trs anos;1.16. o Distrito Federal e os municpios, com a colaborao da Unio e dos estados, realizaro e publicaro, a cada ano, levantamento da demanda ma-nifesta por educao infantil em creches e pr-escolas, como forma de pla-nejar e verificar o atendimento;1.17. estimular o acesso educao infantil em tempo integral, para todas as crianas de zero a cinco anos, conforme estabelecido nas Diretrizes Cur-riculares Nacionais para a Educao Infantil.

    Meta 2: universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a po-pulao de seis a quatorze anos e garantir que pelo menos noventa e cinco por cento dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, at o l-timo ano de vigncia deste PNE.

    Estratgias:2.1. o Ministrio da Educao, em articulao e colaborao com os es-tados, o Distrito Federal e os municpios, dever, at o final do segundo ano de vigncia deste PNE, elaborar e encaminhar ao Conselho Nacional de Educao, precedida de consulta pblica nacional, proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os(as) alunos(as) do ensino fundamental;2.2. pactuar entre Unio, estados, Distrito Federal e municpios, no mbito da instncia permanente de que trata o 5 do art. 7 desta lei, a implanta-o dos direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento que confi-guraro a base nacional comum curricular do ensino fundamental;2.3. criar mecanismos para o acompanhamento individualizado dos(as) alunos(as) do ensino fundamental;2.4. fortalecer o acompanhamento e o monitoramento do acesso, da per-manncia e do aproveitamento esc