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Sequência didática 3 Componente curricular: Língua Portuguesa Ano: 8º Bimestre: 2º Título: Crase Objetivos de aprendizagem Desenvolver o conceito de crase. Identificar o emprego adequado do acento grave. Identificar, em textos variados, a língua operando de acordo com a norma culta no que diz respeito a esse conceito. Competências Competências gerais: 2 – Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 4 – Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. Competências específicas da área de Linguagens: 1 – Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais. 3 – Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação. Competência específica da área de Língua Portuguesa: 2 – Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social. Este material está em Licença Aberta — CC BY NC 3.0BR ou 4.0 International (permite a edição ou a criação de obras derivadas sobre a obra com fins não comerciais, contanto que atribuam crédito e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros da Licença Aberta). 1

PNLD - Moderna · Web view2019/07/14  · Após concluir a definição, retome o primeiro parágrafo do texto e questione os alunos acerca do emprego da palavra atrapalhou . É esperado

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Sequência didática 3

Componente curricular: Língua Portuguesa

Ano: 8º

Bimestre: 2º

Título: Crase

Objetivos de aprendizagem

Desenvolver o conceito de crase.

Identificar o emprego adequado do acento grave.

Identificar, em textos variados, a língua operando de acordo com a norma culta no que diz respeito a esse conceito.

Competências

Competências gerais:

2 – Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

4 – Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Competências específicas da área de Linguagens:

1 – Compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais.

3 – Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos e à cooperação.

Competência específica da área de Língua Portuguesa:

2 – Apropriar-se da linguagem escrita, reconhecendo-a como forma de interação nos diferentes campos de atuação da vida social e utilizando-a para ampliar suas possibilidades de participar da cultura letrada, de construir conhecimentos (inclusive escolares) e de se envolver com maior autonomia e protagonismo na vida social.

Objeto de conhecimento:

Variação linguística.

Habilidade trabalhada: (EF69LP55) Reconhecer as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico.

Objetos de conhecimento:

Efeitos de sentido.

Curadoria de informação.

Habilidade trabalhada: (EF67LP20) Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidos previamente, usando fontes indicadas e abertas.

Objetos de conhecimento:

Procedimentos de apoio à compreensão.

Tomada de nota.

Habilidade trabalhada: (EF67LP24) Tomar nota de aulas, apresentações orais, entrevistas (ao vivo, áudio, TV, vídeo), identificando e hierarquizando as informações principais, tendo em vista apoiar o estudo e a produção de sínteses e reflexões pessoais ou outros objetivos em questão.

Objeto de conhecimento:

Fono-ortografia.

Habilidade trabalhada: (EF67LP32) Escrever palavras com correção ortográfica, obedecendo às convenções da língua escrita.

Tempo previsto: 6 aulas

Materiais necessários

Impressões de textos, projetor ou transparências, jornais e tesouras.

Desenvolvimento da sequência didática

Etapa 1 (3 aulas)

No estudo da crase, é importante que os alunos entendam, no decorrer da sequência, que não se trata de um caso de regra de acentuação. Para isso, é necessário que os estudos sejam voltados para o entendimento do fenômeno crase, demonstrando, por meio de exemplos, que se trata de uma fusão.

Inicie a aula com a análise da notícia “Novo acordo ortográfico explica que ‘e aí, sumido?’ não precisa vir seguido de um pedido de favor”, do site de humor Sensacionalista. O texto pode ser encontrado no endereço oficial da página, o qual fornece um serviço de busca por manchetes.

Se possível, projete o conteúdo para os alunos; caso contrário, leve-o impresso para que a discussão seja acompanhada. Comente, antes da leitura, que o Sensacionalista é um noticiário eletrônico de informações fictícias, com um viés humorístico. Apresente o título da página e seu slogan, “isento de verdade”, evidenciando que o modelo emula importantes jornais eletrônicos brasileiros. Indague aos alunos qual seria a ambiguidade de sentido presente na frase e por qual motivo ela ocorre. Espera-se que eles apontem a pluralidade de sentido do adjetivo isento, que abre possibilidade de o site ser de fato imparcial ou de ser desprovido de verdade. Deixe claro que não se trata de um site que publica fake news (notícias falsas),tão disseminadas na atualidade, as quais devemos combater. Em seguida, peça que algum aluno se ofereça para fazer a leitura integral da notícia.

Certifique-se de que a classe compreende o que é um acordo ortográfico. Caso a resposta seja negativa, construa a resposta a partir do sentido das palavras acordo e ortográfico e contextualize a questão apresentando o Novo Acordo Ortográfico e seu propósito.

Após concluir a definição, retome o primeiro parágrafo do texto e questione os alunos acerca do emprego da palavra atrapalhou. É esperado que eles percebam a imparcialidade da notícia ao apresentar o acordo e, inclusive, a incoerência entre a postura adotada pelo texto e o slogan da página. Auxilie-os a construir esse raciocínio e sugira que, nesse exemplo, a contradição pode ser lida como um recurso humorístico explorado pela página. Se achar pertinente, nesse momento pode ser desenvolvida uma breve discussão acerca da possibilidade de imparcialidade no uso da língua, levando a turma a refletir sobre quanto as escolhas lexicais revelam do posicionamento do autor. Nesse caso, assegure-se de que os alunos respeitem os turnos de fala, assim como a opinião dos colegas. Por ser uma temática polêmica, ela não necessita de um fechamento; apenas instigue os alunos a refletir acerca do funcionamento da língua e conclua evidenciando a complexa relação entre discurso e intencionalidade, quando todos os posicionamentos tiverem sido expostos.

Na sequência, retome o mesmo trecho e peça aos alunos que indiquem qual é o sujeito do verbo atrapalhou. Copie na lousa a resposta adequada (“o prazo para adaptação às mudanças”) e pergunte qual é a função do termo para. É provável que a classe note a relação estabelecida entre o prazo e adaptações; no entanto,não associe o termo ao conceito de preposição. Sendo assim, rememore a forma como essa classe de palavras atua na língua e registre no quadro as definições construídas.

Questione, em seguida, se o mesmo processo ocorre com o termo às. Aqui, é esperado que os alunos compreendam a relação estabelecida, porém não reconheçam a presença do artigo as.

Nesse momento, o conceito de crase será introduzido. Apresente a regência exigida pelo termo adaptação e o artigo aceito pelo termo mudanças e conclua revelando que o à é uma contração da preposição com o artigo (a + a = à).

Faça um quadro explicitando o processo na lousa e peça aos alunos que tomem nota. Após a cópia, comande uma busca por outros exemplos no texto. É esperado que o levantamento apresente os seguintes trechos: “outros profissionais ligados à área” e “pretende adequar a nossa língua à língua falada”.

Transcreva-os e indague acerca das semelhanças sintáticas entre as duas construções, direcionando os alunos a mencionar a presença de um termo que pede uma regência, seguido de uma palavra feminina. Enfatize que, pelo fato de a crase derivar da presença do artigo a, ela nunca poderá existir antes de uma palavra masculina, nem antes de um verbo ou de um pronome que não admita um artigo, tampouco antes de um artigo indefinido, uma vez que ocorreria uma duplicação de artigos.

O registro em lousa desse conteúdo é mais produtivo se for listado em itens, para que seja copiado pela classe de forma organizada e sirva de material de consulta.

Por fim, apresente uma dica prática sobre o uso da crase. Sugira que no exemplo “outros profissionaisligados à área” a palavra área seja trocada por campo, a fim de que seja observada a equivalênciado à ao ao.Após essa percepção, indique que o mecanismo pode ser repetido toda vez que uma dúvida acerca do uso da crase surgir. Para comprovar a funcionalidade do processo, retome outros trechos do texto em que a crase não é permitida, como em “modificou muito a forma”, e troque a palavra forma por modo, o que resultará apenas em uma mudança de artigo. Por fim, faça um registro como o anterior para esse conteúdo.

Etapa 2 (2 aulas)

Nesta etapa, os casos especiais do uso da crase serão apresentados. Para isso, projete o art-door “Primeiro passo, conquistar espaços…”, do coletivo Manga Rosa. A imagem pode ser encontrada no Flickr da instituição Sesc SP, disponível em: , acesso em: 23 set. 2018. Caso a projeção ou o uso de uma transparência não seja possível, prepare o material impresso. Aproveite para comentar com os alunos o suporte pouco usual (já que se trata de um outdoor recebendo uma expressão artística, e não uma propaganda) escolhido pelo coletivo para expor a obra. Pergunte qual relação esse veículo tem com o sentido do poema de Torquato Neto. Espera-se que a classe desenvolva uma reflexão sobre a intervenção poética em espaços públicos, como é sugerido de forma imperativa pelo texto verbal da obra.

Na sequência, recorte o trecho “tem espaço à bessa” para análise, registrando-o na lousa. A princípio, mencione que de acordo com a norma-padrão a grafia da palavra beça se dá com ç, e não com ss, como o coletivo emprega como forma de transgressão. Pergunte aos alunos qual é a relação entre a variante linguística escolhida pelo grupo e a atuação em espaços não canônicos. Nesse momento, permita que os alunos levantem hipóteses, interferindo caso a análise seja incoerente ou não leve em consideração o texto abordado. Ademais, uma discussão interessante acerca das variantes linguísticas pode ser aprofundada. Posteriormente, retome o conceito de crase elaborado em classe pelos alunos na Etapa 1. É provável que a classe se recorde da crase como junção da preposição a com o artigo feminino a. Indague se esse seria o caso do exemplo em questão, a fim de que eles identifiquem a inexistência de um termo que exija preposição.

A partir dessa concepção, explique aos alunos que a crase também se dá em alguns casos excepcionais a serem trabalhados e indique que, no trecho do poema, aplica-se esta regra: a crase se apresenta em locuções formadas por palavras femininas. Cite outros exemplos, como “Vire à direita”. Em seguida,registre em itens os demais casos, visando ao aprimoramento do material de consulta registrado no caderno pelos alunos.

Certifique-se de que as seguintes regras foram mencionadas:

a presença da crase em locuções femininas;

a presença da crase quando se utiliza o artigo as precedendo palavras femininas no plural;

a presença da crase quando se soma a preposição a ao a inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo.

Comente também sobre as ocorrências facultativas da crase quando antecedida a pronomes possessivos femininos e nomes próprios femininos e quando posterior à preposição até.

É importante que o registro em lousa seja acompanhado de exemplos. Para isso, instigue os alunos a partirem de seus conhecimentos de língua para que possam auxiliar na construção do conteúdo.

Etapa 3 (1 aula)

O jogo

Para esta etapa, os alunos serão separados em grupos de quatro ou cinco integrantes com o propósito de consolidar os conceitos desenvolvidos pela sequência didática em uma atividade lúdica. Anuncie que o conteúdo registrado no caderno ao longo das etapas anteriores será de grande utilidade no exercício.Quando a turma estiver organizada, distribua um total de três jornais e uma caneta marca-texto para cada grupo e apresente a dinâmica do jogo:

uma regra acerca do uso da crase será escrita na lousa pelo professor;

após esse movimento, cada grupo deverá procurar em jornais um exemplo referente à regra em questão, destacá-lo e apresentá-lo ao professor;

a cada frase apresentada, a procura é pausada, o professor transcreve na lousa o trecho localizado e a turma o analisa, decidindo se ele é válido ou não e contabilizando um ponto no caso de acerto;

caso o trecho não esteja de acordo com a regra determinada pelo professor, o grupo será excluído da rodada e os demais terão a oportunidade de apresentar um novo exemplo até que o acerto ocorra e a pontuação seja atribuída a um dos grupos participantes;

ao final, o grupo com mais pontos será o vencedor.

As questões a seguir foram elaboradas para que os alunos possam refletir e discutir a respeito do que aprenderam sobre a crase e o acento grave indicativo de crase.

1) O que é a crase? A crase faz parte das normas de acentuação da língua portuguesa? Explique.

Espera-se que os alunos respondam que a crase é a fusão entre a preposição a, pedida por verbo ou nome no enunciado, e o artigo a(as) ou os pronomes demonstrativos aquele(a), aqueles(as), aquilo. Sendo um caso de fusão, a crase não segue as normas de acentuação. Sua ocorrência faz parte da análise sintática dos termos na oração.

2) Qual é a importância do domínio das normas de uso do acento grave indicativo de crase para um falante da língua portuguesa? Elas norteiam todo ato comunicativo, seja ele formal ou informal?

Espera-se que os alunos percebam que as normas que regem a língua preservam suas características e indicam a competência linguística por parte dos falantes da língua. Há situações em que o domínio das normas da língua deve ser aplicado adequadamente, como em situações de comunicação formal. Portanto,é necessário preparo, principalmente para essas situações em particular.

Avaliação

A avaliação deverá ser contínua e levar em consideração os seguintes aspectos:

empenho do aluno ao participar das análises dos textos apresentados em sala;

capacidade de colaboração e apreensão do conteúdo nos conceitos desenvolvidos coletivamente;

organização dos registros no caderno;

empenho do aluno ao realizar os comandos propostos, assim como sua capacidade de diferenciar os direcionamentos;

respeito, dedicação e contribuição com o grupo durante a realização do jogo.

O desenvolvimento desta sequência também deverá ser avaliado de acordo com o questionário a seguir.

AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

SIM

NÃO

As inferências e percepções do aluno em relação aos textos abordados foram expostas?

A exposição se deu de forma coerente?

O aluno registrou todas as etapas da construção dos conceitos no caderno?

Os registros são funcionais e estão de acordo com as discussões desenvolvidas em sala?

O aluno participou da atividade em grupo de forma empenhada e respeitosa?

Após o trabalho com a sequência didática, proponha aos alunos a autoavaliação a seguir. Se preferir, reproduza as questões na lousa e peça a eles que as copiem e respondam.

AUTOAVALIAÇÃO

SIM

NÃO

Participei ativamente em sala, contribuindo para o desenvolvimento da análise dos textos abordados?

Compreendi os conceitos construídos em sala?

Houve empenho e atenção de minha parte na organização dos meus registros?

Colaborei de forma efetiva e respeitosa com os colegas durante o jogo?

Este material está em Licença Aberta — CC BY NC 3.0BR ou 4.0 International (permite a edição ou a criação de obras derivadas sobre a obracom fins não comerciais, contanto que atribuam crédito e que licenciem as criações sob os mesmos parâmetros da Licença Aberta).

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