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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO MARANHÃO · PDF fileou solidária pelo ato de gestão inquinado; II ­ se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo de quinze

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO MARANHÃOTRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃOConsulta realizada em: 29/01/2016 11:53:16Processo de 1° Grau

Numeração Única: 444­53.2008.8.10.0081

Número: 4442008 ( JULGADO )

Classe CNJ: PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO | Processo de Conhecimento | Procedimento de Conhecimento | Procedimento Ordinário

Data de Abertura: 12/06/2008 10:25:26

Comarca: CAROLINA

Competência: Cível ­ Competência Genérica

Partes

REQUERENTE: UBIRATAN DA COSTA JUCÁ

Advogado(a): UBIRATAN DA COSTA JUCÁ

REQUERIDO: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO MARANHÃO

Distribuíção

Juiz: MAZURKIÉVICZ SARAIVA DE SOUSA CRUZ

Data: 12/06/2008

Vara: VARA ÚNICA

Cartório: SECRETARIA JUDICIAL DE VARA ÚNICA

Oficial de Justiça: Iolete Coelho Cunha

Tipo: Sorteio

Todas as Movimentações

Quinta­feira, 28 de Janeiro de 2016

ÀS 14:06:28 ­ OUTRAS DECISõES

D E C I S Ã O Vistos em correição/2016. Em sede de Reexame Necessário, o Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão anulou a decisão de fls.131/135, determinando a intimação do embargado para apresentar resposta. A intimação foi devidamente realizada (fl. 177). A parte quedou­se inerte(178­v). Eis a síntese do necessário. Tratam­se de embargos de declaração opostos em face da sentença de fls. 113/120, pelo requerente UBIRATANDA COSTA JUCÁ, o qual alega que este Juízo não teria apreciado, quando da feitura do referido édito, e, tampouco decidido acerca de dois pontoslevantados ainda na exordial, quais sejam: a inexistência da intimação da decisão do TCE ­ impossibilidade de apresentação de recurso, e; a existênciade processo licitatório, já que os embargos declaratórios, que ora contemplo, vergasta uma decisão que já descreveu todo o trâmite da presentedemanda. Fora isso, não há nada mais para relatar! Passo a decidir... No que tange à segunda omissão levantada pelo Requerente, às fls. 125/126,de que a sentença de fls. 113/120 fora silente quanto ao fato de o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão ter fundamentado a sua decisão derejeição de contas nos autos do processo administrativo n° 9.132/2003, na ausência de licitação para aquisição de combustível pela Câmara Municipalnos idos de 2002, reitero o posicionamento esposado alhures, transcrevendo­o ipsis litteris: (...) há que se consignar sobre a impossibilidade de o PoderJudiciário rever as decisões do Tribunal de Contas dos Estados, no que diz respeito ao exame da regularidade de contas dos Estados, no que dizrespeito ao exame da regularidade de contas dos administradores públicos, não competindo ao Juiz analisar o mérito do julgamento realizado, salvo sehouver irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade aparente (...). (...) Note­se que essa competência excepcional ­ para julgar contas ­ foiestabelecida pela própria Constituição Federal (art. 71, inciso II), sendo incabível a invocação do disposto no inciso XXXV, do art. 5º dela, comoobstáculo à referida competência, porquanto esse dispositivo proíbe a lei e não a própria Constituição de fazer exceção ao princípio da universalidadeda jurisdição. Lado outro, observo a pertinência de se modificar a sentença de fls. 113/120, tendo em vista que, de fato, deixei de apreciar o item 02 dapetição inicial (fls. 07) ­ Inexistência de Intimação da Decisão do TCE/MA. Desse modo, tem­se que merece prosperar a primeira alegação dosEmbargos Declaratórios (fls. 123/125), pelos motivos que a seguir serão elencados. Antes, contudo, cabe trazer à colação, a preleção do professorTalden Queiroz Farias sobre embargos declaratórios com efeitos modificativos para suprimento de possíveis omissões em sede decisões judiciais. Ocotidiano forense acabou por acrescentar aos embargos declaratórios um alcance além do de simplesmente afastar obscuridade, suprir omissão oueliminar contradição, de maneira que a prática alargou o papel determinado pela lei. O instrumento passou a ter efeitos modificativos, podendo reformarou invalidar a decisão embargada e modificar o seu teor ou as suas disposições. A relutância em se aceitar a modificação das decisões através dosembargos declaratórios é praticamente inexistente na atualidade, em face da vasta doutrina e jurisprudência sobre o tema. Trata­se efetivamente deuma prática diária. A discordância que houver será apenas a respeito dos limites de modificabilidade nas decisões com a utilização dos embargosdeclaratórios, assunto sobre o qual Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery discorreram com profundidade. Para eles os embargosdeclaratórios podem provocar o efeito modificativo nos seguintes casos: suprimento de omissão, esclarecimento de contradição e correção de erro.Esses juristas entendem que a modificação do julgado normalmente é uma decorrência natural da apreciação dos embargos declaratórios quando emcaso de suprimento de omissão ou eliminação de contradição. (grifei) Em se tratando de embargos declaratórios com efeitos modificativos para supriromissão em sentença, como o do caso sub oculi, é tecnicamente incorreto dizer que o apreciamento do recurso importará em novo exame da matéria,posto que a mesma não foi sequer analisada. Trata­se na verdade de um primeiro exame de determinada questão, o qual não exatamente modificou ojulgado, mas apenas o tornou aquilo que ele já seria se tivesse sido examinado num primeiro momento. Afinal, não há dúvida de que em certos casos oexame de um único tópico, seja de direito material ou de direito processual, pode alterar toda a decisão do juiz. Com os efeitos modificativos, osembargos declaratórios passam a ser um instrumento a mais na luta para se atingir o ideal de justiça, conservando suas características e ampliando oalcance de seu papel inicial. Assim como a apelação e o agravo de instrumento, o recurso em questão também passa a ter juízo de retratação, que é acapacidade de modificar o julgado, o qual acaba de uma vez por todas com a estéril discussão para saber se este é ou não é um recurso realmente.Trata­se de uma nova chance para os demandantes terem ainda maior certeza acerca de seus interesses jurídicos, ao poderem pleitear a alteração dojulgado ou da parte dele que lhes for contrária. Pois bem... Utilizarei do juízo de retratação apenas e tão somente para discorrer sobre a ausência deintimação/comunicação do Requerente para manifestar­se e/ou recorrer das decisões do Tribunal de Contas, prolatadas nos processos administrativosde n° 8.526/2002 e 9.132/2003, porquanto já ficara decidido na sentença fustigada, com arrimo no conjunto probatório carreado aos autos pelo órgãoRequerido, sobre a ocorrência de citação quando da instauração dos referidos procedimentos naquela Corte. O Regimento Interno do Tribunal deContas do Estado do Maranhão, objeto da Resolução Administrativa n° 001, de 21/01/2000, em seus arts. 192 e 196, na Seção de Execução dasDecisões, prescreve, de modo categórico, que o interessado, no caso o ora Requerente, deverá ser citado para apresentar defesa, razões dejustificativa ou até mesmo pagar a quantia devida, quando o Tribunal emitir decisão que julgue as contas prestadas como irregulares. É o que se infereda leitura de tais dispositivos, in verbis: Art. 192. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal: I ­ definirá a responsabilidade individual

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ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II ­ se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo de quinze dias, apresentar defesaou recolher a quantia devida; III ­ se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo de quinze dias, apresentar razões dejustificativa; IV ­ adotará outras medidas cabíveis. (...) Art. 196. A citação, a audiência ou a notificação previstas respectivamente nos incisos II e III doart. 192 e no art. 199, deste Regimento, bem como a comunicação de diligência, far­se­á: I ­ mediante ciência do responsável ou do interessado,efetivada por intermédio de servidor designado, quando assim determinar o Plenário, qualquer das Câmaras ou o Relator; II ­ pelo correio, mediantecarta registrada, com aviso de recebimento; III ­ por edital publicado no Diário Oficial, na parte destinada às publicações da justiça, quando o seudestinatário não for localizado. (Nova Redação dada pela Resolução N.º 071, de 14 de abril de 2004.) § 1º A comunicação de rejeição da defesa oudas razões de justificativa será transmitida ao responsável ou interessado, na forma prevista neste artigo. (...) Verifica­se, nesse quadro, que oRegimento Interno do TCE/MA, no § 1°, do art. 196 supra, determina, inclusive, que até a rejeição da defesa ou das razões de justificativa impetradosem face dos acórdãos do TCE/MA ­ em processos administrativos iguais aos que aqui se discute, isto é, que culminam no julgamento de contasirregulares ­ deverá ser comunicada às partes interessadas. Entrementes, após detida análise destes autos, não se vislumbra quaisquer elementoprobatório apto a formar a convicção de que o Requerente fora intimado dos acórdãos proferidos nos dois processos administrativos que tramitaram naCorte de Contas Maranhense em face do mesmo, referentes à prestação de contas do Poder Legislativo Municipal de Carolina/MA dos exercícios de2001 e 2002. Nesta senda, clarividente está que, o Requerido não logrou comprovar que o Requerente fora citado para responder, em um grau derecurso, fazendo uso da analogia, aos termos dos julgados que finalizaram os procedimentos n° 8.526/2002 e 9.132/2003 (reitere­se!). Compulsandoos autos, conclui­se que o Requerente tinha plena ciência dos procedimentos administrativos questionados nos autos, haja vista a latentecomprovação da existência de citação válida quando da instauração dos mesmos, já reconhecida na sentença de fls. 113/120. No entanto, não hácomo negar que o Requerente ficou impossibilitado de exercer o devido processo legal na esfera administrativa, conforme determina o artigo 5º , incisoLV , da Constituição Federal , tendo em vista a ausência de comunicação do próprio, para que rebatesse os já tão falados acórdãos do TCE/MA. Assimsendo, com base nas razões expendidas até aqui, e; por constatar vício de forma na tramitação dos processos administrativos n° 8.526/2002 e9.132/2003; JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os embargos declaratórios que ora analiso, para adicionar à sentença de fls. 113/120,conteúdo decisório que ficou lhe faltando, declarando, por conseguinte: a) a VALIDADE dos acórdãos do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão,prolatadas nos referidos processos, e de outra banda; b) a INVALIDADE de todos os efeitos que delas advierem, considerando a falta de provas deque fora concedido, ao Requerente, lapso para que este recorresse dos tais acórdãos, o que configura cerceamento de defesa. Deve o Tribunal deContas ser intimado, a fim de que proceda o desarquivamento dos processos já mencionados e, assim, cite o ora Requerente para apresentar defesaou razões de justificativa, em cumprimento ao que dispõe o art. 192, inciso II e III, de seu Regimento Interno. Diante disso, hei por bem manter ostermos da tutela antecipada deferida por intermédio da decisão de fls. 59/60, a fim SUSPENDER os efeitos das decisões da Corte de Contas doEstado do Maranhão, ora guerreadas, referentes aos processos administrativos sobreditos. Publique­se. Registre­se. Intimem­se. Dê­se ciência aoParquet. Carolina/MA, 22 de janeiro de 2016. Juiz Mazurkiévicz Saraiva de Sousa Cruz Titular da Vara Única da Comarca de Carolina/MA Resp: 163113

135 dia(s) após a movimentação anterior

Terça­feira, 15 de Setembro de 2015

ÀS 10:29:40 ­ CONCLUSOS PARA DESPACHO / DECISãO.

para despacho Resp: 163113

ÀS 09:29:00 ­ CERTIDãO

certifico para os devidos fins, que no decorrer do prazo não houve manifestação da precatoria de fls 177. Resp: 1504240

60 dia(s) após a movimentação anterior

Sexta­feira, 17 de Julho de 2015

ÀS 10:54:40 ­ PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE

DESPACHO Vistos, etc. Certifique­se o decurso do prazo assinalado pela intimação informada à fl. 177. Feito, façam conclusos para decisão.Cumpra­se. Carolina/MA, 10 de julho de 2015. Juiz MAZURKIÉVICZ SARAIVA DE SOUSA CRUZ ­Titular da Vara Única da Comarca de Carolina­ Resp:663329

11 dia(s) após a movimentação anterior

Segunda­feira, 06 de Julho de 2015

ÀS 15:14:03 ­ CONCLUSOS PARA DESPACHO / DECISãO.

para despacho Resp: 163113

118 dia(s) após a movimentação anterior

Terça­feira, 10 de Março de 2015

ÀS 10:09:42 ­ JUNTADA DE CARTA PRECATÓRIA

CARTA PRECATÓRIA COM FINALIDADE ATINGIDA Resp: 1504240

54 dia(s) após a movimentação anterior

Quinta­feira, 15 de Janeiro de 2015

ÀS 12:22:01 ­ PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE

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Vistos em Correição/2015. Compulsando os autos verifico a regularidade do feito. Retornem os autos à Secretaria Judicial para cumprimentointegral. Carolina/MA, 07 de janeiro de 2015. MAZURKIÉVICZ SARAIVA DE SOUSA CRUZ Juiz ­ Intermediaria Vara Única de Carolina Matrícula 65185Documento Resp: 117044

ÀS 12:13:47 ­ CONCLUSOS PARA DESPACHO / DECISãO.

conclusos para correição 2015. Resp: 117044

126 dia(s) após a movimentação anterior

Quinta­feira, 11 de Setembro de 2014

ÀS 14:25:54 ­ CERTIDãO

CERTIDÃO Certifico nesta data, que encaminhei via email, a carta precatória de intimação de fls. 172. O referido é verdade e dou fé. Carolina, 11de setembro de 2014 Davi Rocha Resende Auxiliar Judiciário Matrícula 162677 Resp: 162677

ÀS 10:05:11 ­ EXPEDIçãO DE CARTA PRECATÓRIA

Carta Precatória de Intimação. Intimando o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão para apresentar Contrarrazões. Usuario: 162677 Id:994Resp: 162677

ÀS 10:03:57 ­ EXPEDIçãO DE OFÍCIO

Ofício n.° 636/2014 ­ SJ. Encaminhado Carta Precatória de Intimação para a Comarca de São Luís/MA. Usuario: 162677 Id:994 Resp: 162677

30 dia(s) após a movimentação anterior

Terça­feira, 12 de Agosto de 2014

ÀS 09:59:56 ­ PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE

R. H. Diante do que consta na decisão de reexame necessário, chamo o feito à ordem e determino a intimação do embargado p/ contrarrazões.Carolina/MA, 12/08/14. Juiz MAZURKIÉVICZ SARAIVA DE SOUSA CRUZ ­Titular da Vara Única da Comarca de Carolina­ Resp: 060682

ÀS 09:59:53 ­ CLASSE PROCESSUAL ALTERADA PARA PROCEDIMENTO ORDINáRIO

Mudança de Classe Processual. Motivo da alteração: AINDA NÃO POSSUI CLASSE Resp: 987

1 dia(s) após a movimentação anterior

Segunda­feira, 11 de Agosto de 2014

ÀS 17:58:29 ­ CONCLUSOS PARA DESPACHO / DECISãO.

para decisão Resp: 163113

ÀS 17:57:34 ­ RECEBIDOS OS AUTOS DE TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

recebidos so autos do TJ Resp: 163113

529 dia(s) após a movimentação anterior

Quinta­feira, 28 de Fevereiro de 2013

ÀS 14:46:37 ­ REMETIDOS OS AUTOS PARA TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

Autos remetidos para o Tribunal de Justiça do Maranhão. Resp: 162677

77 dia(s) após a movimentação anterior

Quinta­feira, 13 de Dezembro de 2012

ÀS 16:31:23 ­ PROTOCOLIZADA PETIçãO DE MANIFESTAÇÃO

AGRAVO REGIMENTAL N 43.119/12 NA SUSPENSÃO DE LIMINAR Resp: 1504240

77 dia(s) após a movimentação anterior

Quinta­feira, 27 de Setembro de 2012

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ÀS 13:03:44 ­ RECEBIDOS OS AUTOS DE MINISTéRIO PúBLICO.

Autos devolvidos pelo MPE Resp: 060682

17 dia(s) após a movimentação anterior

Segunda­feira, 10 de Setembro de 2012

ÀS 14:06:09 ­ AUTOS ENTREGUES EM CARGA AO MINISTéRIO PúBLICO.

Ciência do MP. Resp: 060682

11 dia(s) após a movimentação anterior

Quinta­feira, 30 de Agosto de 2012

ÀS 17:23:42 ­ EXPEDIçãO DE EDITAIS DE INTIMAÇÃO

Intimar o advogado para tomar conhecimento da Decisão, que foi referida nos autos. Usuario: 162677 Id:30 Resp: 162677

ÀS 16:08:26 ­ EMBARGOS DE DECLARAçãO ACOLHIDOS EM PARTE

Processo n.º 444/2008 Ação: AÇÃO ORDINÁRIA ­ ANULATÓRIA Autor: UBIRATAN DA COSTA JUCÁ Acusado: TRIBUNAL DE CONTAS DOESTADO DO MARANHÃO D E C I S Ã O Tratam­se de embargos de declaração opostos em face da sentença de fls. 113/120, pelo requerenteUBIRATAN DA COSTA JUCÁ, o qual alega que este Juízo não teria apreciado, quando da feitura do referido édito, e, tampouco decidido acerca dedois pontos levantados ainda na exordial, quais sejam: a inexistência da intimação da decisão do TCE ­ impossibilidade de apresentação de recurso, e;a existência de processo licitatório. Eis a síntese do necessário, já que os embargos declaratórios, que ora contemplo, vergasta uma decisão que jádescreveu todo o trâmite da presente demanda. Fora isso, não há nada mais para relatar! Passo a decidir... No que tange à segunda omissãolevantada pelo Requerente, às fls. 125/126, de que a sentença de fls. 113/120 fora silente quanto ao fato de o Tribunal de Contas do Estado doMaranhão ter fundamentado a sua decisão de rejeição de contas nos autos do processo administrativo n° 9.132/2003, na ausência de licitação paraaquisição de combustível pela Câmara Municipal nos idos de 2002, reitero o posicionamento esposado alhures, transcrevendo­o ipsis litteris: (...) há quese consignar sobre a impossibilidade de o Poder Judiciário rever as decisões do Tribunal de Contas dos Estados, no que diz respeito ao exame daregularidade de contas dos Estados, no que diz respeito ao exame da regularidade de contas dos administradores públicos, não competindo ao Juizanalisar o mérito do julgamento realizado, salvo se houver irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade aparente (...). (...) Note­se que essacompetência excepcional ­ para julgar contas ­ foi estabelecida pela própria Constituição Federal (art. 71, inciso II), sendo incabível a invocação dodisposto no inciso XXXV, do art. 5º dela, como obstáculo à referida competência, porquanto esse dispositivo proíbe a lei e não a própria Constituiçãode fazer exceção ao princípio da universalidade da jurisdição. Lado outro, observo a pertinência de se modificar a sentença de fls. 113/120, tendo emvista que, de fato, deixei de apreciar o item 02 da petição inicial (fls. 07) ­ Inexistência de Intimação da Decisão do TCE/MA. Desse modo, tem­se quemerece prosperar a primeira alegação dos Embargos Declaratórios (fls. 123/125), pelos motivos que a seguir serão elencados. Antes, contudo, cabetrazer à colação, a preleção do professor Talden Queiroz Farias## sobre embargos declaratórios com efeitos modificativos para suprimento de possíveisomissões em sede decisões judiciais. O cotidiano forense acabou por acrescentar aos embargos declaratórios um alcance além do de simplesmenteafastar obscuridade, suprir omissão ou eliminar contradição, de maneira que a prática alargou o papel determinado pela lei. O instrumento passou a terefeitos modificativos, podendo reformar ou invalidar a decisão embargada e modificar o seu teor ou as suas disposições. A relutância em se aceitar amodificação das decisões através dos embargos declaratórios é praticamente inexistente na atualidade, em face da vasta doutrina e jurisprudênciasobre o tema. Trata­se efetivamente de uma prática diária. A discordância que houver será apenas a respeito dos limites de modificabilidade nasdecisões com a utilização dos embargos declaratórios, assunto sobre o qual Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery discorreram comprofundidade. Para eles os embargos declaratórios podem provocar o efeito modificativo nos seguintes casos: suprimento de omissão, esclarecimentode contradição e correção de erro. Esses juristas entendem que a modificação do julgado normalmente é uma decorrência natural da apreciação dosembargos declaratórios quando em caso de suprimento de omissão ou eliminação de contradição. (grifei) Em se tratando de embargos declaratórioscom efeitos modificativos para suprir omissão em sentença, como o do caso sub oculi, é tecnicamente incorreto dizer que o apreciamento do recursoimportará em novo exame da matéria, posto que a mesma não foi sequer analisada. Trata­se na verdade de um primeiro exame de determinadaquestão, o qual não exatamente modificou o julgado, mas apenas o tornou aquilo que ele já seria se tivesse sido examinado num primeiro momento.Afinal, não há dúvida de que em certos casos o exame de um único tópico, seja de direito material ou de direito processual, pode alterar toda a decisãodo juiz. Com os efeitos modificativos, os embargos declaratórios passam a ser um instrumento a mais na luta para se atingir o ideal de justiça,conservando suas características e ampliando o alcance de seu papel inicial. Assim como a apelação e o agravo de instrumento, o recurso em questãotambém passa a ter juízo de retratação, que é a capacidade de modificar o julgado, o qual acaba de uma vez por todas com a estéril discussão parasaber se este é ou não é um recurso realmente. Trata­se de uma nova chance para os demandantes terem ainda maior certeza acerca de seusinteresses jurídicos, ao poderem pleitear a alteração do julgado ou da parte dele que lhes for contrária. Pois bem... Utilizarei do juízo de retrataçãoapenas e tão somente para discorrer sobre a ausência de intimação/comunicação do Requerente para manifestar­se e/ou recorrer das decisões doTribunal de Contas, prolatadas nos processos administrativos de n° 8.526/2002 e 9.132/2003, porquanto já ficara decidido na sentença fustigada, comarrimo no conjunto probatório carreado aos autos pelo órgão Requerido, sobre a ocorrência de citação quando da instauração dos referidosprocedimentos naquela Corte. O Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, objeto da Resolução Administrativa n° 001, de21/01/2000, em seus arts. 192 e 196, na Seção de Execução das Decisões, prescreve, de modo categórico, que o interessado, no caso o oraRequerente, deverá ser citado para apresentar defesa, razões de justificativa ou até mesmo pagar a quantia devida, quando o Tribunal emitir decisãoque julgue as contas prestadas como irregulares. É o que se infere da leitura de tais dispositivos, in verbis: Art. 192. Verificada irregularidade nascontas, o Relator ou o Tribunal: I ­ definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado; II ­ se houver débito, ordenará acitação do responsável para, no prazo de quinze dias, apresentar defesa ou recolher a quantia devida; III ­ se não houver débito, determinará aaudiência do responsável para, no prazo de quinze dias, apresentar razões de justificativa; IV ­ adotará outras medidas cabíveis. (...) Art. 196. Acitação, a audiência ou a notificação previstas respectivamente nos incisos II e III do art. 192 e no art. 199, deste Regimento, bem como acomunicação de diligência, far­se­á: I ­ mediante ciência do responsável ou do interessado, efetivada por intermédio de servidor designado, quandoassim determinar o Plenário, qualquer das Câmaras ou o Relator; II ­ pelo correio, mediante carta registrada, com aviso de recebimento; III ­ por editalpublicado no Diário Oficial, na parte destinada às publicações da justiça, quando o seu destinatário não for localizado. (Nova Redação dada pelaResolução N.º 071, de 14 de abril de 2004.) § 1º A comunicação de rejeição da defesa ou das razões de justificativa será transmitida ao responsávelou interessado, na forma prevista neste artigo. (...) Verifica­se, nesse quadro, que o Regimento Interno do TCE/MA, no § 1°, do art. 196 supra,determina, inclusive, que até a rejeição da defesa ou das razões de justificativa impetrados em face dos acórdãos do TCE/MA ­ em processosadministrativos iguais aos que aqui se discute, isto é, que culminam no julgamento de contas irregulares ­ deverá ser comunicada às partesinteressadas. Entrementes, após detida análise destes autos, não se vislumbra quaisquer elemento probatório apto a formar a convicção de que oRequerente fora intimado dos acórdãos proferidos nos dois processos administrativos que tramitaram na Corte de Contas Maranhense em face domesmo, referentes à prestação de contas do Poder Legislativo Municipal de Carolina/MA dos exercícios de 2001 e 2002. Nesta senda, clarividente estáque, o Requerido não logrou comprovar que o Requerente fora citado para responder, em um grau de recurso, fazendo uso da analogia, aos termosdos julgados que finalizaram os procedimentos n° 8.526/2002 e 9.132/2003 (reitere­se!). Compulsando os autos, conclui­se que o Requerente tinhaplena ciência dos procedimentos administrativos questionados nos autos, haja vista a latente comprovação da existência de citação válida quando dainstauração dos mesmos, já reconhecida na sentença de fls. 113/120. No entanto, não há como negar que o Requerente ficou impossibilitado deexercer o devido processo legal na esfera administrativa, conforme determina o artigo 5º , inciso LV , da Constituição Federal , tendo em vista aausência de comunicação do próprio, para que rebatesse os já tão falados acórdãos do TCE/MA. Assim sendo, com base nas razões expendidas atéaqui, e; por constatar vício de forma na tramitação dos processos administrativos n° 8.526/2002 e 9.132/2003; JULGO PARCIALMENTE

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PROCEDENTES os embargos declaratórios que ora analiso, para adicionar à sentença de fls. 113/120, conteúdo decisório que ficou lhe faltando,declarando, por conseguinte: a) a VALIDADE dos acórdãos do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, prolatadas nos referidos processos, e deoutra banda; b) a INVALIDADE de todos os efeitos que delas advierem, considerando a falta de provas de que fora concedido, ao Requerente, lapsopara que este recorresse dos tais acórdãos, o que configura cerceamento de defesa. Deve o Tribunal de Contas ser intimado, a fim de que proceda odesarquivamento dos processos já mencionados e, assim, cite o ora Requerente para apresentar defesa ou razões de justificativa, em cumprimento aoque dispõe o art. 192, inciso II e III, de seu Regimento Interno. Diante disso, hei por bem manter os termos da tutela antecipada deferida por intermédioda decisão de fls. 59/60, a fim SUSPENDER os efeitos das decisões da Corte de Contas do Estado do Maranhão, ora guerreadas, referentes aosprocessos administrativos sobreditos. Publique­se. Registre­se. Intimem­se. Dê­se ciência ao Parquet. Carolina/MA, 30 de agosto de 2012. JuizMazurkiévicz Saraiva de Sousa Cruz Titular da Vara Única da Comarca de Carolina/MA Resp: 162933

2 dia(s) após a movimentação anterior

Terça­feira, 28 de Agosto de 2012

ÀS 14:17:49 ­ CONCLUSOS PARA DESPACHO / DECISãO.

Para despacho. Resp: 36507

ÀS 08:51:16 ­ OUTRAS DECISõES

R. hoje. Extraiam­se dos autos a manifestação de fls. 129/36, por manifestamente intempestiva. Cert.­se e, após, cls. Carolina, 27/08/2012. JuizMazurkiévicz Saiva de Sousa Cruz Resp: 143008

8 dia(s) após a movimentação anterior

Segunda­feira, 20 de Agosto de 2012

ÀS 15:29:46 ­ CONCLUSOS PARA DESPACHO / DECISãO.

Para Despacho. Resp: 36507

4 dia(s) após a movimentação anterior

Quinta­feira, 16 de Agosto de 2012

ÀS 10:09:07 ­ JUNTADA DE OUTROS DOCUMENTOS

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO A DECISAÃO AS FLS 113 A 120 Resp: 1504240

ÀS 10:07:36 ­ RECEBIDOS OS AUTOS DE ADVOGADO. UBIRATAN DA COSTA JUCÁ / OAB: 4595

DEVOLVIDO PELO ADVOGADO Resp: 1504240

ÀS 10:03:57 ­ PROTOCOLIZADA PETIçãO DE EMBARGOS DE DECLARACAO

Resp: 1504240

1 dia(s) após a movimentação anterior

Quarta­feira, 15 de Agosto de 2012

ÀS 09:18:10 ­ AUTOS ENTREGUES EM CARGA AO ADVOGADO. UBIRATAN DA COSTA JUCÁ / OAB: 4595

AUTOS ENTREGUE EM CARGA. Resp: 143008

ÀS 09:16:34 ­ EXPEDIçãO DE EDITAIS DE INTIMAÇÃO

Intimando os advogados Ubiratan da Costa Jucá e Paulo Cruz Pereira, para tomarem conhecimento da sentença judicial. Usuario: 162677 Id:30Resp: 162677

2 dia(s) após a movimentação anterior

Segunda­feira, 13 de Agosto de 2012

ÀS 10:09:12 ­ JULGADA IMPROCEDENTE A AçãO

Processo n.º 444/2008 Ação: AÇÃO ORDINÁRIA ­ ANULATÓRIA Autor: UBIRATAN DA COSTA JUCÁ Acusado: TRIBUNAL DE CONTAS DOESTADO DO MARANHÃO S E N T E N Ç A Trata­se de ação anulatória com pedido de tutela antecipada proposta por UBIRATAN DA COSTA JUCÁ emface do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO MARANHÃO (TCE/MA). Aduz, o requerente, em suma, que suas contas, referentes aos exercícios2001/2, biênio em que presidiu a Casa Legislativa deste município, foram encaminhadas ao requerido, dando origem aos processos de n° 8.526/2002e 9.132/2003, respectivamente. Diz, ademais, que esses processos foram julgados, equivocadamente, posto que decididos em procedimento maculadode nulidade e violação aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, vez que não teria sido, devidamente, citado e, até mesmo porvia de consequencia, intimado para os demais atos do processo, inclusive para realizar sua defesa em plenário. Outrossim, alegou que os documentosapresentados com as respectivas prestações de contas não foram regularmente apreciados, pugnando, com base nesses fatos, a antecipação dos

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efeitos da tutela, a fim de que fosse suspensa a eficácia das decisões da Corte de Contas ora guerreadas, já que se assim não ocorresse, sofreriaprejuízos irreparáveis, na medida em que não poderia concorrer para o cargo de vereador no pleito de 2008. A tutela antecipada fora deferida por esteJuízo, consoante se denota do teor da decisão de fls. 59/60. O Tribunal de Contas do Estado do Maranhão apresentou a contestação que orna osautos em epígrafe às fls. 71/77, na qual refuta, pormenorizadamente, todas as alegações constantes da exordial. Ao impugnar a sobreditacontestação, o requerente, às fls. 96/102, ratificou, integralmente, os termos da inicial. Às fls. 106/109 consta o parecer do Ministério Público, no qualeste se manifesta pela total improcedência da presente ação. Eis a síntese do necessário... Passo a decidir! 1. Antes de adentrar no méritopropriamente dito da presente causa, que é análise acerca do respeito ao princípio do devido processo legal pela Corte de Contas quando doprocessamento dos procedimentos administrativos vergastados, há que se consignar sobre a impossibilidade de o Poder Judiciário rever as decisões doTribunal de Contas dos Estados, no que diz respeito ao exame da regularidade de contas dos administradores públicos, não competindo ao Juizanalisar o mérito do julgamento realizado, salvo se houver irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade aparente, conforme se depreende doaresto abaixo transcrito: Administrativo e Processual Civil ­ Anulatória ­ Decisão do Tribunal de Contas ­ Preliminares de Nulidade da Sentença porCerceamento de Defesa e Julgamento Citra Petita ­ Rejeitadas ­ Análise de Contas de Prefeito Municipal ­ Competência do Tribunal de Contas Estadual­ Art. 71 , II da CF ­ Apreciação do Poder Judiciário ­ Limitada ao Aspecto Formal ­ Sentença Mantida. I ­ Tendo o autor sido intimado para se manifestarsobre a contestação apresentada e verificando que a réplica apresentada foi devidamente juntada pelo Cartório, não há que se falar em nulidade dasentença por cerceamento de defesa; II ­ Manifestando­se a sentença recorrida sobre todos os pontos necessários ao deslinde da demanda econstatando­se a intimação do apelante, em duas oportunidades , sobre o entendimento do Juízo a quo pela desnecessidade de produção de outrasprovas, com o consequente anúncio do julgamento antecipado da lide, resta afastada a alegação de julgamento citra petita em razão da nãoapreciação de questões imprescindíveis à solução da lide, sobretudo o pedido de produção de prova pericial; III ­ Segundo dispõe o art. 71 , II daConstituição Federal , o Tribunal de Contas é competente para julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens evalores públicos da Administração Direta e Indireta, ainda que as mesmas tenham sido aprovadas pela Câmara Municipal; IV ­ O Poder Judiciário nãodetêm competência para rever as decisões do Tribunal de Contas dos Estados, no que diz respeito ao exame da regularidade de contas dosadministradores públicos, não competindo a esta Corte analisar o mérito do julgamento realizado; V ­ Recurso conhecido e desprovido. (TJSE ­ AC n°2010211665/SE, Relator: Desa. Marilza Maynard Salgado de Carvalho, Julgamento: 28/02/2011, 2ª Câmara Cível) ­ (grifos no original) Vale afundamentação supra para a alegação do requerente, de que o TCE/MA não analisou determinados documentos juntados pelo mesmo aos autos doprocesso de tomada de contas n° 9.132/2003, já que a aferição da regularidade de contas está inserida no âmbito da competência do Tribunal deContas. Com efeito, quer se entenda que as decisões dos Tribunais de Contas ­ ao julgarem contas de administradores e demais responsáveis pordinheiros, bens e valores públicos ­ constituem ato administrativo; quer se entenda que se trata de especial jurisdição conferida pela Constituição, ocerto é que a rejeição das contas, por dizer respeito ao mérito administrativo ­ na primeira hipótese ­, está fora do âmbito da revisão judicial, como éassente na doutrina e na jurisprudência; enquanto que, na segunda hipótese, estar­se­ia diante de decisão insusceptível de revisão judicial, a não ser,em ambas as hipóteses, no caso de violação aos princípios constitucionais da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal, que é apróxima matéria a ser examinada, bem como no caso de a Corte de Contas ser incompetente para julgar as contas do administrador ou incorrer emilegalidade manifesta. Nesse quadro, cabe colacionar a preleção de "PONTES DE MIRANDA, o qual diz que 'não se pode interpretar que o Tribunal deContas julgue (as contas) e outro juiz as rejulgue depois', porquanto nessa duplicidade ter­se­ia 'absurdo bis in idem'". Ao final, conclui que ao "PoderJudiciário não compete rever as manifestações das Cortes de Contas, nesse particular, senão acolhê­las como elemento válido, já assente, parafavorecer ou comprometer aquele que vá ser chamado em Juízo, em torno de dinheiros ou valores públicos em geral, confiados à sua gestão ouguarda." Note­se que essa competência excepcional ­ para julgar contas ­ foi estabelecida pela própria Constituição Federal (art. 71, II), sendo incabívela invocação do disposto no inciso XXXV do artigo 5º dela, como obstáculo à referida competência, porquanto esse dispositivo proíbe a lei e não aprópria Constituição de fazer exceção ao princípio da universalidade da jurisdição. 2. No que concerne à argüição de nulidade da citação, levantadapelo requerente, para que se manifestasse sobre o relatório de julgamento nos autos dos processos administrativos n° 8.526/2002 e 9.132/2003 ­ nosquais o TCE/MA analisava a regularidade das contas da Câmara Municipal de Carolina nos exercícios financeiros de 2001 e 2002, respectivamente,período no qual o requerente chefiava o Legislativo Municipal ­ verifica­se que esta não merece prosperar, pelas provas carreadas aos autos tanto peloRequerido quanto pelo Ministério Público, na função de custus legis. Senão vejamos: 2.1. Quanto à citação nos autos do procedimento administrativo n° 8.526/2002, o requerente alegou a nulidade da citação, lastreado no fato de que o Aviso de Recebimento (AR) da correspondência, através da qualfora encaminhada a citação, teria sido assinado por uma pessoa desconhecida, a Sra. Carmosina. Utilizando­se de seus poderes investigatórios, quelhe foram outorgados pela Magna Carta, quando da instituição do Estado Democrático de Direito, o Parquet carreou aos autos prova nítida (certidão defls. 110) de que a sobredita Sra. Carmosina reside exatamente do lado da casa do Sr. Ubiratan, ora requerente, tendo a mesma reconhecido como suaa assinatura aposta no AR e declarado, inclusive, que recebeu os documentos e os entregou para a esposa ou sogra do requerente, que tambémmora ali na vizinhança. Insta ressaltar que consta destes inclusos autos (fls. 22/23), cópia das páginas 80 e 81 do Diário Oficial do Poder Judiciário doEstado do Maranhão, de 14/03/2005, acostada pelo próprio requerente, nas quais fora publicado o Edital de Citação, emitido no processo de n°8.526/2002. Verifica­se, por conseguinte, que o requerente fora citado de duas formas (via correios com aviso de recebimento e por edital). Não hácomo negar a ciência inequívoca do requerente para responder aos termos do que lhe era imputado no procedimento administrativo n° 8.526/2002 quetramitou no TCE/MA, tampouco que se falar em violação aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa, tendo o mesmo, entretanto,permanecido inerte. Bem andou, o Órgão Ministerial, quando expôs às fls. 107 dos autos, arrimado no art. 127 e seus parágrafos da Lei Orgânica doTCE/MA (Lei n° 8.258/2005), que "ainda que vício houvesse no envio do AR, o mesmo foi suprido com a citação por edital do requerente, (...)." 2.2.Lado outro, no que tange ao processo n° 9.132/2003, que o requerente também afirma nada ter recebido de comunicação a respeito do mesmo,vislumbra­se pela análise das fls. 79, que o AR da correspondência que carregava o ofício de citação do requerente, para apresentar alegações dedefesa ou razões de justificativa, fora assinado pela Sra. Aline Silva Santos, e entregue no endereço profissional do requerente. Fato público e notórionesta comarca, já que o requerente é advogado que aqui milita, que o a Sra. Aline Silva Santos é secretária de seu escritório profissional, localizadoexatamente no endereço constante do AR de fls. 79. Latente, destarte, é a constatação de que o requerente fora efetivamente citado tanto em umcomo em outro processo que tramitou na Corte de Contas Maranhense, não pairando dúvidas sobre o fato de ter­lhe sido oportunizado, pelo referidoórgão, lapsos para que pudesse exercer o contraditório e a ampla defesa, quedando­se, igualmente, inerte. Neste momento, merecem especialdestaque, os seguintes julgados de alguns dos nossos Pretórios Nacionais: AÇÃO ANULATÓRIA DE ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DAUNIÃO. AUSÊNCIA DE REGULAR PRESTAÇÃO DE CONTAS. NULIDADE NÃO COMPROVADA. 1. Improcedência da preliminar de cerceamento dedefesa, uma vez que intimado para especificar provas, o autor não se manifestou, inexistindo, pois, ofensa à ampla defesa (Carta Magna, art. 5º, LV).2. Inexistência de nulidade do acórdão do Tribunal de Contas da União, uma vez que a prestação incompleta e intempestiva das contas equivale àausência de regular prestação delas. 3. Apelação a que se nega provimento. (TRF1 ­ 1531 AC 1998.01.00.001531­9, Relator: Juiz Federal LeãoAparecido Alves (conv.), Data de Julgamento: 27/11/2003, 3ª Turma Suplementar, Data de Publicação: 29/01/2004 DJ p.101) ­ (grifos no original)CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. GARANTIAS DO CONTRADITÓRIO EDA AMPLA DEFESA. VULNERAÇÃO. INEXISTÊNCIA. APELAÇÃO IMPROVIDA. 1. Cuida­se de apelação ajuizada em face de sentença que julgouimprocedente o pedido de ação anulatória. O apelante busca a anulação de acórdão do Tribunal de Contas da União sob o fundamento de que nãoteria sido ofertado o contraditório e a ampla defesa por não ter sido efetivada a devida citação.2. Impende consignar que o artigo 5º, incisos LIV e LVda Carta Federal de 1988 é exatamente o nascedouro da regra geral aplicável ao processo administrativo, inserindo­se no rol dos direitos e garantiasfundamentais. O contraditório e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes qualificam o agir estatal no âmbito da processualidade. Eisque, o contraditório imprime bilateralidade ao instrumento processual, trazendo então a contraposição dinâmica entre as partes envolvidas. Assim, ocontraditório visa equilibrar as forças presentes em cada pólo da relação, buscando evitar que o desequilíbrio conduza ao arbítrio ordenado legalmente.Por sua vez, o princípio da ampla defesa está ligado diretamente ao contraditório, já que dele nasce, cabendo­lhe garanti­lo (art. 5º, LIV e LV, CartaFederal). 3. Da análise do processo em tela, infere­se a presença do devido processo legal, tendo sido garantido ao apelante as formas necessárias dedefesa. 4. Deveras, o feito que tramitou no TCU foi finalizado com o Acórdão 570­2003 da Segunda Câmara. Os documentos acostados à petiçãoinicial demonstram que o apelante teve acesso aos autos e fez a sua defesa através de procurador constituído. Chegou mesmo a fazer a defesa emTomada de Contas Especial que tratou do mesmo assunto e que foi apensado ao feito principal. 5. Não se cogita, portanto, de infringência aospostulados do contraditório e da ampla defesa. 6. Apelação improvida. (TRF5 ­ 425114 SE 2004.85.00.003893­1, Relator: Desembargador FederalFrederico Pinto de Azevedo (Substituto), Data de Julgamento: 23/01/2008, Primeira Turma, Data de Publicação: Fonte: Diário da Justiça ­ Data:28/03/2008 ­ Página: 1379 ­ Nº: 0 ­ Ano: 2008) ­ (grifos no original) PROCESSUAL CIVIL ­ TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO ­REJEIÇÃO DE CONTAS DO MUNICÍPIO CUMPRIMENTO DO MÚNUS PÚBLICO ­ PRELIMINAR DE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO ­REJEITADA ­ PROCESSO ADMINISTRATIVO ­ OPORTUNIZADO A AMPLA DEFESA E O CONTRADITÓRIO ­ PROVIMENTO DO AGRAVO. 1. É funçãotípica do Tribunal de Contas a fiscalização e o julgamento das contas de gestão dos municípios. Não cabe ao poder judiciário rever suas decisões demérito, salvo se houver irregularidade formal grave ou manifesta ilegalidade aparente. 2. Durante o processo administrativo foram respeitados ocontraditório e a ampla defesa. 3. Inexiste do caso em tela, o perigo de dano em favor da agravada. 4. Agravo de Instrumento provido. 5. Decisãounânime. ( TJPE ­ Agravo de Instrumento, N° do Acórdão 0011138­38.2008.8.17.0000 (174630­7), N° de Origem 00243060720088170001. Rel.:Fernando Cerqueira. 1ª Câmara de Direito Público. Data de Julgamento 17/3/2009 14:00:00) ­ (grifos no original) Nesta senda, tem­se que não épossível formar, diante das provas coligidas aos autos, convicção acerca do cerceamento de defesa que o requerente alega ter sofrido nos processosadministrativos referentes à prestação de contas do Poder Legislativo de Carolina/MA nos exercícios financeiros de 2001 e 2002. Deve se ter em conta,no caso, a presunção de legitimidade dos atos administrativos, para concluir que fora oportunizado ao Recorrente o exercício do contraditório e daampla defesa na esfera administrativa, permitindo­se concluir, com isso, que o Recorrente tinha plena ciência dos procedimentos administrativosquestionado nos autos. Não foi negado ao requerente a possibilidade de exercer o devido processo legal na esfera administrativa, conforme determina

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o artigo 5º , inciso LV , da Constituição Federal (repise­se!). Calha mencionar, consoante se infere do teor da certidão de fls. 112, que o requerentequedou­se inerte até mesmo quando lhe fora concedida oportunidade para que este desse a conhecer a este Juízo, opinião sobre o parecer ministerialde fls. 106/109, levantasse outra questão qualquer apta a influenciar no deslinde da causa sub oculi, pleiteando, pela última vez, o que lheaprouvesse. Ante o exposto, com base nas razões expendidas até aqui e sob o agasalho do parecer ministerial de fls. 106/109, JULGO TOTALMENTEIMPROCEDENTE a presente demanda, para declarar a validade das decisões do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, prolatadas nosprocessos de n° 8.526/2002 e 9.132/2003, bem como de todos os efeitos que delas advierem, condenando, outrossim, a parte requerente nas custase honorários advocatícios, que ARBITRO no importe de R$ 1.000,00 (hum mil reais), considerando a dedicação, o embate e a complexidade da causa,nos termos do art. 20, § 4°, do Código de Processo Civil. Carolina/MA, 13 de agosto de 2012. Juiz Mazurkiévicz Saraiva de Sousa Cruz Titular da VaraÚnica da Comarca de Carolina/MA Resp: 162933

ÀS 09:44:39 ­ PROTOCOLIZADA PETIçãO DE MANIFESTAÇÃO

REF DESPACHO DE FLS. 110V Resp: 1504240

6 dia(s) após a movimentação anterior

Terça­feira, 07 de Agosto de 2012

ÀS 14:33:24 ­ CONCLUSOS PARA DESPACHO / DECISãO.

Para Despacho. Resp: 36507

6 dia(s) após a movimentação anterior

Quarta­feira, 01 de Agosto de 2012

ÀS 16:52:32 ­ RECEBIDOS OS AUTOS DE ADVOGADO. UBIRATAN DA COSTA JUCÁ / OAB: 4595

DEVOLVIDO Resp: 50559

13 dia(s) após a movimentação anterior

Quinta­feira, 19 de Julho de 2012

ÀS 11:52:32 ­ AUTOS ENTREGUES EM CARGA AO ADVOGADO. UBIRATAN DA COSTA JUCÁ / OAB: 4595

AUTOS EM CARGA AO Dr. Ubiratan da Costa Juca Resp: 143008

ÀS 11:50:44 ­ ORDENADA A ENTREGA DOS AUTOS à PARTE

autos entregue em carga Resp: 143008

ÀS 11:48:32 ­ OUTRAS DECISõES

R. hoje. Tendo em vista a juntada de doc. novo fe fls.110, determino vistas ao autor p/ manifestação sobre o mesmo, no prazo de 05 dias.Carolina, 19/07/2012. Juiz Mazurkiévicz Saraiva de Sousa Cruz Resp: 143008

1 dia(s) após a movimentação anterior

Quarta­feira, 18 de Julho de 2012

ÀS 14:58:42 ­ RECEBIDOS OS AUTOS DE MINISTéRIO PúBLICO.

RECEBIDOS DO MP. RAFAEL BARROS Resp: 03597

23 dia(s) após a movimentação anterior

Segunda­feira, 25 de Junho de 2012

ÀS 09:40:36 ­ AUTOS ENTREGUES EM CARGA AO MINISTéRIO PúBLICO.

para manifestação. Resp: 1504463

ÀS 09:13:51 ­ PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE

Vistos em correição. Dê­se vista ao Ministério Público. Carolina, 18 de junho de 2012. Mazurkiévicz Saraiva de Sousa Cruz Juiz de Direito Titularda Comarca de Carolina Resp: 1504463

19 dia(s) após a movimentação anterior

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Quarta­feira, 06 de Junho de 2012

ÀS 09:24:02 ­ PROTOCOLIZADA PETIçãO DE DIVERSOS

manifestação sobre a contestação. Resp: 1504463

ÀS 09:22:56 ­ RECEBIDOS OS AUTOS DE ADVOGADO. UBIRATAN DA COSTA JUCÁ / OAB: 4595

Recebido do Dr. Ubiratan da Costa Jucá. Resp: 1504463

1 dia(s) após a movimentação anterior

Terça­feira, 05 de Junho de 2012

ÀS 14:34:25 ­ AUTOS ENTREGUES EM CARGA AO ADVOGADO. UBIRATAN DA COSTA JUCÁ / OAB: 4595

autos em carga UBIRATAN DA COSTA JUCÁ Resp: 060682

1 dia(s) após a movimentação anterior

Segunda­feira, 04 de Junho de 2012

ÀS 11:03:11 ­ PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE

R. hoje. Cumpra­se o desp. de fls.89. Após, ao MPE e. por últiomo, cls. Carolina, 04 de junho de 2012. Juiz Mazurkiévicz Saraiva de Sousa CruzResp: 143008

390 dia(s) após a movimentação anterior

Quarta­feira, 11 de Maio de 2011

ÀS 11:57:57 ­ PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE

VISTO EM CORREIÇÃO. Cumpra­se o despacho de fls. 89. Carolina­Ma, 11 de maio de 2011. Juiz, Mazurkiévicz Saraiva de Sousa.

308 dia(s) após a movimentação anterior

Quarta­feira, 07 de Julho de 2010

ÀS 16:41:08 ­ PROFERIDO DESPACHO DE MERO EXPEDIENTE

Vistos em Correição. Intime­se o autor para réplica. Carolina, 29/06/2010. Mazurkiévicz Saraiva de Sousa Juiz de Direito.

483 dia(s) após a movimentação anterior

Quarta­feira, 11 de Março de 2009

ÀS 12:10:09 ­ DEVOLVIDO PARA SECRETáRIA JUDICIAL MáRCIA

sem informações adicionais

ÀS 12:09:52 ­ OFICIO EXPEDIDO

Encaminhando Carta Precatória para a Comarca de São Luis/MA.

ÀS 12:08:01 ­ CARTA PRECATORIA EXPEDIDA

Citando o Tribunal de Contas do Estado do Maranhão para tomar conhecimento da ação, bem como para contestar, querendo.

239 dia(s) após a movimentação anterior

Terça­feira, 15 de Julho de 2008

ÀS 17:20:56 ­ ENCAMINHADO AO TEC. JUD. FRANCISCO P CUMPRIMENTO DE DESP/DEC

sem informações adicionais

1 dia(s) após a movimentação anterior

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Segunda­feira, 14 de Julho de 2008

ÀS 09:38:12 ­ REGISTRAR SENTENÇA

sem informações adicionais

ÀS 09:37:37 ­ RECEBIMENTO JUíZ

sem informações adicionais

ÀS 09:35:50 ­ SENTENCA

sem informações adicionais

32 dia(s) após a movimentação anterior

Quinta­feira, 12 de Junho de 2008

ÀS 11:09:02 ­ CONCLUSOS

sem informações adicionais

ÀS 10:25:29 ­ RECEBIDOS OS AUTOS

Movimentação automática de recebimento do CNJ

ÀS 10:25:27 ­ DISTRIBUICAO AUTOMATICA POR SORTEIO

Distribuição

Petições Intermediárias

Data: 13/12/2012 16:31:23

Descrição: MANIFESTAÇÃO

Observação: AGRAVO REGIMENTAL N 43.119/12 NA SUSPENSÃO DE LIMINAR Resp: 1504240 Data: 16/08/2012 10:03:57

Descrição: EMBARGOS DE DECLARACAO

Observação: Resp: 1504240 Data: 13/08/2012 09:44:39

Descrição: MANIFESTAÇÃO

Observação: REF DESPACHO DE FLS. 110V Resp: 1504240 Data: 06/06/2012 09:24:02

Descrição: DIVERSOS

Observação: manifestação sobre a contestação. Resp: 1504463