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Pódio [email protected] 3090-1075 E1 MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015 O LEGADO DO M1TO Rogério Ceni se despede do futebol, mas deixa legado de que goleiro também joga com os pés. Ídolo do São Paulo, deixou “discípulos” no Tricolor paulista e revela que começou a bater falta por influência de Neto. Pódio E5 DIVULGAÇÃO PAIXÃO Professor cria fanpage para o Tufão Pódio E4 DIVULGAÇÃO Veja outras imagens deste evento aqui Patrocínio GALERIA

Pódio - 13 de dezembro de 2015

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Pódio - Caderno de esportes do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015

O LEGADO DO

M1TOM1TO

Rogério Ceni se despede do futebol, mas deixa legado de que goleiro também joga com os pés. Ídolo do São Paulo, deixou “discípulos” no Tricolor paulista e revela que começou a bater falta por infl uência de Neto. Pódio E5

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Professor cria fanpage para o Tufão

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MANAUS, DOMINGO, 13 DE DEZEMBRO DE 2015E2 PódioPódio

PÓDIO - Como você defi ne a sua nova fase no Nacional, desta vez como gerente de futebol?

Lima - A gente defi ne como uma nova aventura. Com cer-teza para mim, como ex-jo-gador de futebol, é mais fácil jogar do que dirigir jogadores e estar do lado deles. Porque quando se é jogador, você entra no campo, faz o que tem que fazer e resolve. Hoje, diante do nosso futebol, a gente vai precisar olhar com mais atenção e ver o que está acontecendo, ver o que a comissão técnica precisa, prin-cipalmente dentro de campo, e ser a ponte com os atletas. Para mim, vai ser uma nova fase na minha vida, uma nova fase, e vamos fazer de tudo para dar continuidade a um trabalho junto com a diretoria do clube, que realmente me deu a oportunidade. Agradeço muito a Deus por tudo isso. Se hoje estou aqui foi porque Deus foi fundamental para minha

vida. Aprendendo uma nova função tanto como jogador quanto gerente de futebol.

PÓDIO - Você já passou por diversos clubes durante sua carreira, inclusive na Europa. Como vai passar essa experiência para os atletas do Amazonas?

Lima - Tentarei passar tudo o que aprendi lá fora. Na his-tória dos clubes europeus, a grande maioria vive, até hoje, a origem do próprio futebol. Lá fora as competições são corri-das, pegadas, e na Itália, onde passei mais tempo jogando pela Roma, os caras são mui-to compromissados. Então, na maioria das vezes os jogadores são muito cobrados por um trabalho bem feito. Pretendo trazer toda essa experiência que tive com seriedade, afi nal, foram 16 anos que passei na Europa. O Nacional tem um elenco muito bom, então, nada melhor que fazer um bom tra-balho com a comissão técnica em meio às competições do ano que vem.

PÓDIO - Quais são as metas do clube, o Leão da Vila Municipal já defi niu algo para 2016?

Lima - Nosso maior “en-frentamento” é conseguir a Série D, é subir de divisão, ser o campeão ou fi car entre os quatros, e com certeza em 2016 é o ano de muitas competições para o Naça. Tem Copa Verde, Copa do Brasil, Campeonato Amazonense... O time está bem focado em arrastar tudo o que disputar. Isso é o pensamento de to-dos da diretoria. Esso vai ser nosso objetivo maior. Fazer esse papel aqui no Nacional vai ser muito bom. Agora é buscar aprender nessa nova função, ir junto nessa nova caminhada.

PÓDIO - Como avalia o ce-nário atual do futebol ama-zonense, você acredita em um resgate da era de ouro?

Lima - Só depende da gente. A melhor forma é mostrar den-tro de campo o trabalho, isso a gente vê depois que estamos

dentro de campo. Acho que o Nacional tem capacidade para isso, o clube tem uma boa equipe, está montando um bom time para 2016 e espero conquistar os mesmos frutos que outros clubes da-qui do Norte conquistaram, como o São Raimundo. Isso aí depende dos jogadores, comissão técnica e diretoria. Nossa intenção é que dê tudo muito certo.

PÓDIO - Será o maior de-safi o de sua carreira ajudar a montar um time ideal para as competições em 2016?

Lima - Sabemos que é difícil, mas nada é impossível para gente. O time tem capacida-de para isso. Cada atleta foi escolhido pelo treinador para fazer o melhor nas disputas e com certeza é um trabalho que vai dar certo, tem o apoio de toda a diretoria e juntos va-mos conseguir chegar fortes contra os adversários durante as competições. O time vem aguerrido e vai em busca dos títulos em 2016.

PÓDIO - O Nacional é a grande aposta para o fu-tebol amazonense voltar a ser forte?

Lima - Todos nós temos objetivo de conseguir as vi-tórias, mas não depende só da diretoria, e sim de todos os jogadores do elenco que assinaram e se compromete-ram durante a nossa reunião. Acho que chegar no patamar do “auge” depende de muito empenho e talento deles e do nosso apoio fora de campo. Nossos atletas têm resul-tados nesse sentido. Temos jogadores que já jogaram em Série B e sabem do peso tanto como as chances de subir de divisão. Então, carregar essa responsabili-dade vai ser mais que um peso, será uma satisfação para esses jogadores. Tenho a certeza que preparados eles estão, se conseguir as vitórias, consequentemente, conquistarão a torcida. Vie-mos aqui para fazer um bom trabalho com a mentalidade de campeão, sempre.

Francisco Govinho Lima, mais conhecido como Lima, está de volta ao Nacional. Não mais como um excelente volante que foi nos tempos de jogador. Agora, o amazonense que jogou por 5 anos na Roma-ITA reforçará o Leão da Vila na temporada de 2016 em uma nova função. Aposentado e com 44 anos, Lima vai encarar o desafio de assumir a gerência de futebol do Azulino da capital. Ele será a ponte entre o elenco e a diretoria, papel importante dentro do ambiente conturbado que vive a equipe nos últimos anos.Lima jogou durante 16 anos

em times estrangeiros. Passou por seis países, e só na Itália atuou em cinco clubes, onde esteve ao lado de nomes como Cafu, Totti e Batistuta. Foi campeão e ainda teve a honra de ser treinado pelo lendário Fabio Capello. De volta ao Amazonas, o ex-jogador está ansioso para passar a experiência para os novos contratados do Nacional, clube que vai disputar a Série D do Campeonato Brasileiro em 2016, Copa Verde, Copa do Brasil e Amazonense.

‘VAI SER UMA NOVA fase na MINHA VIDA’

Francisco GOVINHO LIMA

LINDIVAN VILAÇA

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É mais fácil jogar do que dirigir jogadores e estar do lado deles. Porque quando se é jogador, você entra no campo, faz o que tem que fazer e resol-ve. Hoje, diante do nosso futebol, a gente vai pre-cisar olhar com mais atenção e ver o que está acontecendo, ver o que a comissão técnica precisa, principalmente dentro de cam-po e ser a ponto com os atletas.

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Flamengo buscará

‘incontestáveis’reforços Rubro-Negro vai atrás de atletas que cheguem para serem titulares, a fi m de fazer de 2016 um ano melhor

Rio de Janeiro (RJ) - O Flamengo tem duas prioridades absolutas no que

diz respeito aos reforços para 2016. A diretoria busca um meia-atacante e um zagueiro. No entanto, os jogadores não serão para compor o elenco. A exigência de quem par-ticipa das negociações é a de que sejam nomes “incontestáveis”, daqueles que chegam, agradam a torcida e tomam conta da posição sem difi culdades.

Como busca dois titula-res absolutos, o Rubro-Ne-gro sabe que a atuação no mercado será complicada e paciência surge como re-quisito fundamental. O clube da Gávea já acertou com o zagueiro Juan – que volta ao clube que o revelou após anos na Europa e no Inter-nacional - além dos laterais Rodinei e Chiquinho. Apesar

da representatividade e ex-periência de Juan, a diretoria quer um companheiro de nível para atuar ao lado do ídolo da torcida.

Já o grande nome para a função de meia-atacante é garimpado de todas as formas por comissão técni-ca e diretoria. Um jogador para o setor será a principal contratação do Flamengo para 2016 e o objetivo é o de causar impacto seme-lhante ao de quando Paolo Guerrero foi anunciado.

“Há setores em que fal-tam mais jogadores, outros não. No meio de campo, queremos um pensador do time, um defensor também é importante. Mas falamos de reforços nível A. Caso contrário, não adianta tra-zer. Está difícil para todo mundo. Tem muito jogador no mercado, mas não com essa qualidade”, explicou o técnico Muricy Ramalho, re-

cém-contratado pelo clube.Se for inviável cumprir

o objetivo no Brasil e na Europa, o Flamengo poderá olhar para o mercado su-lamericano. Independente dos casos, os valores são altos para jogadores do nível pretendido. O Rubro-Negro se diz preparado e em condições de investir.

“Não citarei nomes X ou Y. Prefi ro citar o conceito que temos no Flamengo. Precisamos de um zagueiro e de um jogador para a parte pensante do time, que sempre é o meio de campo. Esses dois jogadores, no mínimo, precisam ser in-contestáveis, que cheguem para resolver o problema. Isso é o que estamos bus-cando. Se precisar olhar para o mercado sul-ameri-cano, vamos olhar. Estamos garimpando as possibilida-des”, encerrou o vice de futebol Flávio Godinho.

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Técnico Muricy Ramalho vai aju-

dar a diretoria na busca de contra-

tações de peso

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TufaoEo Página inicialSão Raimundo Esporte Clube- momentos marcantes Time esportivo

Linha do Tempo Sobre Fotos Curtidas Vídeos

Torcedor apaixonado pelo Tufão está relembrando na internet as grandes vitórias do clube amazonense

Resgate dos tempos de glóriaTorcedor apaixonado pelo São Raimundo tem separado boa parte de seu tempo para colocar em uma fanpage vídeos históricos do time

A paixão do professor de inglês Cícero Júnior pelo São Raimundo Esporte Clube nasceu há alguns

anos, antes da fase de ouro do clube, que chegou a conquistar o tricampeonato do Norte e passou 7 anos na Série B do Campeonato Brasileiro. Tentando buscar nas glórias do passado a esperança de dias melhores, Cícero tem gastado boa parte de seu tem-po recuperando vídeos em VHS e postando em uma página no Facebook. Em sua maioria, as postagens são de jogos épicos, como a fi nal da Copa Norte contra o Paysandu, em 2001.

“De todos os jogos, o que real-mente me emociona para valer é o da Copa Norte em 2001, contra o Paysandu, onde os paraenses já soltavam o grito de “é campeão”, no entanto, o atacante Alberto, aos 46 minutos do segundo tempo, es-tava bem posicionado e empurrou a bola para o gol. Dali em diante foi só alegria, como é até hoje para mim”, relembra.

Todas as vezes que lembra des-se momento, Cícero se emociona. Essa e mais outras séries de his-tórias marcantes infl uenciaram o torcedor alviceleste a criar um

“altar” para exaltar o time nas redes sociais.

“Nós buscávamos muito mate-rial na internet e pouco acháva-mos, isso foi até mais bonito, por-que o time passou pouco tempo na série B. Entretanto, um certo dia comecei a entrar em contato com alguns jogadores. Daí em diante a ideia de criar a Fanpage “São Raimundo em momentos marcantes” vingou”, explica.

Há três meses nas redes sociais, a fanpage TufaoEo tem mais de 700 seguidores e 30 vídeos pos-tados, entre eles a goleada de 4 a 0 do tufão contra o Sport Boys (time peruano, com mais de 42 mil pessoas assistindo no antigo Vivaldão, hoje a Arena da Amazô-nia), além de momentos marcantes como a participação do time na copa Conmebol em 1999, e até mesmo de outros vídeos em pre-to em branco no estádio Ismael Benigno, a Colina.

“São histórias que comecei a reviver quando torcedor olho para esse passado e penso nesse pre-sente que o São Raimundo está vivendo, sonhando para um futuro melhor para a equipe. Isso sur-giu no contato com ex-jogadores que vi jogar, me aproximei deles

juntando um com outros criei até um grupo no WhatsApp e até hoje eles me ajudam na divulgação desses vídeos”, conta.

Fotografias e recortes de jornal também faz parte dessa galeria de ouro do São Raimundo. É um prato cheio para os torcedores mais fanáticos e até mesmo para os curiosos do futebol. “Tem uns vídeos que o internauta pede para a gente colocar. Fazemos o pos-sível para encontrar e postamos como muito sacrifício e suor, para a alegria dos torcedores e admiradores”, diz.

A ideia que começou como pas-satempo começou a ganhar mais importância. “É um baú de memó-rias de um time que me inspira, e para quem sente falta daquela equipe geração de ouro”, completa.

IncentivoO apaixonado torcedor criou o

mecanismo na tentativa de resga-tar um pouco da história vencedora do clube alviceleste. Cícero Júnior diz que a página surgiu de uma inquietação de um torcedor acos-tumado a ver um São Raimundo valente, aguerrido, crescendo, den-tro de campo e batendo adversário difíceis de vencer.

Para Cícero, o futebol no Ama-zonas só vai crescer quando o próprio amazonense se envolver.

“A partir do momento que dei-xarmos a TV de lado e voltarmos para o estádio é que vai ser resgatado o amor pela história do nosso futebol. Minha ideia é gerar essa esperança”, diz.

De acordo com Cícero, os torce-dores do Tufão da Colina acharam a ideia fenomenal, já que mostra o time vencendo equipes grandes e de primeira divisão. O idealizador

da fanpage adianta que tem muita coisa boa “saindo do forno”. “Para as pessoas que curtem nossa fanpage pode aguardar que tem muita coisa boa vindo por aí”, destaca.

Mesmo diante da crise, Cícero crê que o São Raimundo ainda é a gran-de esperança de reerguer o futebol amazonense. “É o clube que ainda está na lembrança do torcedor. O Tufão foi além das fronteiras e por isso eu acho que é a única equipe que pode tirar o futebol daqui do fundo do poço”, fi naliza.

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São Paulo (SP) – A pas-sagem de José Ferreira Neto pelo São Paulo foi curta e sem muito brilho. Antes de se consagrar como o “xodó da Fiel” no rival Corinthians, Neto vestiu a camisa Tricolor e integrou o grupo campeão paulista em 1987. Mas a maior contribuição do ex-jo-gador para o clube foi ajudar um jovem goleiro a treinar cobranças de falta. Alguns anos após o término de seu contrato com a equipe, ele voltou ao CT da Barra Funda para se recuperar de uma le-são no tornozelo. Lá, auxiliou Rogério Ceni a trabalhar os fundamentos da bola parada e serviu de inspiração para o arqueiro buscar o primeiro dos 131 gols que faria ao

longo da carreira.“Estilo de bater faltas de

Rogério nasceu do aprendiza-do com o meia do Corinthians, que durante treinamentos no São Paulo ensinou ao golei-ro alguns segredos da bola”, reportou o jornal “A Gazeta Esportiva” em 17 de fevereiro de 1997, dois dias após o primeiro gol do arqueiro pelo Tricolor, na vitória por 2 a 0 sobre o União de Araras. “Uma das pessoas que eu mais admiro batendo falta é o Neto. Esse é um grande batedor do futebol brasileiro. A gente bateu faltas juntos muitas vezes no CCT. Se você observar bem ele bater, nem precisa de muita comunica-ção”, disse Ceni à publicação.

Rogério Ceni havia assu-

mido em 1997 a titularidade são-paulina devido à saída de Zetti, que se transferiu para o Santos. Após o primeiro gol anotado pelo time, as comparações com goleiro pa-raguaio José Luis Chilavert foram inevitáveis. Ceni, no entanto, não via méritos em ter seus feitos igualados ao do arqueiro sul-americano.

“É um goleiro que faz gols de falta, mas talvez não te-nha a mesma personalida-de que tenho. Não tenho muita inspiração nele. Não acho uma grande pessoa, um grande profi ssional. Mas é um goleiro que faz gols e se destaca”, afi rmou Ceni, que viria a se tornar o maior goleiro-artilheiro da história ao superar a marca de 63

gols de Chilavert em 2006.Na mesma entrevista,

Ceni dizia que passou a le-var a sério as cobranças de falta após notar a ausência de batedores de qualidade no São Paulo. “Nunca vi go-leiro bater falta quando era pequeno, também não foi pequeno que visualizei esse negócio. Faz seis ou sete meses que estou treinando por ter facilidade para bater na bola. Além disso, a equipe carece de batedores”, decla-rou o goleiro, à época com 24 anos e ainda surpreso por ter se fi rmado como substituto de Zetti. “Sem-pre joguei na linha. Aos 15 anos fui para o gol. Nunca pensei em ser profi ssional. Aconteceu naturalmente”.

Neto inspirou Ceni a bater faltas

Jogar com pé é legado deixado pelo ‘M1to’Rogério Ceni inspirou muitos goleiros a utilizarem os pés e tanto Denis quanto Renan Ribeiro receberam a herança

O legado de Rogério Ceni não está restrito aos gols e títulos que o ex-goleiro ajudou o

São Paulo a conquistar. Parti-cipativo nos vestiários, o ídolo tricolor também deixou a sua marca na carreira dos arquei-ros que serão responsáveis por substituí-lo em 2016. Tanto Denis quanto Renan Ribeiro va-lorizaram as lições aprendidas no período de convivência com Ceni e se mostraram gratos pe-los conselhos que ouviram do ex-jogador nos últimos anos.

Denis trabalha junto de Ceni desde o início de 2009. Contratado da Ponte Preta, o jogador começou a carreira como terceira opção para a meta tricolor, mas se fi rmou como suplente imediato após Bosco deixar o clube em 2011. Nos seis anos em que dividiu o vestiário com Ceni, Denis diz que as dicas do ídolo relativas à reposição de bola com os

pés foram primordiais para sua evolução como arqueiro.

“Goleiro do São Paulo tem que primeiro saber jogar com os pés. O Rogério me ensinou isso nesses anos. Ele é o pioneiro, é o goleiro que me-lhor sai jogando com os pés. Procurei pegar esses toques dele”, declarou Denis, que per-deu boa parte da temporada de 2015 por ter sofrido uma grave contusão no ombro di-reito em fevereiro.

Diante do Cruzeiro, no dia 8 de novembro, Denis teve a sua melhor atuação com a cami-sa tricolor ao praticar quatro grandes defesas e até arriscar uma cobrança de falta no pri-meiro tempo. Mesmo sem gos-tar de abordar o tema, o goleiro admite que tem o interesse de assumir as cobranças de bola parada do São Paulo com a aposentadoria de Ceni. “Se ti-ver um aproveitamento melhor a cada dia nos treinos e sentir

que minha batida na bola está em um nível bom para testar no jogo, por que não ajudar o São Paulo batendo falta como o Rogério fez durante toda a carreira dele?”, questiona.

Denis, no entanto, não terá vida fácil para assegurar a titularidade em 2016. O go-leiro Renan Ribeiro terminou 2015 como a terceira opção no Tricolor, mas mostrou du-rante o ano que tem capa-cidade de assumir a meta. Segundo Renan, trabalhar ao lado de Ceni reforçou a percepção de que o compro-metimento nos treinamentos é obrigatório para o desen-volvimento das habilidades técnicas de um goleiro.

“Uma lição que levarei para minha a história é que treina-mento foi feito para você des-cobrir seu próprio talento. Se você treinar, repetir e insistir, você consegue evoluir qualquer movimento e técnica”, disse.

É TRICOLOR

Nascido em Pato Branco-PR, Rogério Ceni começou sua carreira no São Paulo em 1997 e se tornou o jogador mais fi el a um clube na história do futebol mundial. O ‘M1to’ tem 1237 com a camisa do Tricolor

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Rogério fazia papel de líbero pela facilidade de jogar com os pés

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Correndo das ‘gorduras’ das festas de fi m de anoEquipe de 50 pessoas vai passar as festas de fi m de ano encarando um desafi o de correr 160 quilômetros em 18 dias

O mês de dezembro é um dos mais espe-rados do ano. Para alguns, é momento

de reunir a família em torno da celebração do nascimento de Jesus Cristo em um tempo de confraternização. Para os mais gulosos, a época ser-ve para se empanturrar nas guloseimas de Natal, como: chester, nozes, rabanada e panetone.

Essa realidade é totalmente inversa a de um grupo de mais de 50 pessoas em Manaus. Eles encararam um desafi o que, além de exigir esforço físico, a força de vontade e a determinação serão elemen-tos primordiais para conquis-tar a meta estabelecida, que é de correr 160 quilômetros no período de 18 dias.

O projeto Desafi o 100 Milhas foi idealizado pelos educadores físicos Jonathan Alberto e Jhamerson Costa, que também coordenam o grupo de corrida Pé Urbano. O desafi o, que está na sua terceira edição, consiste em um treinamento de corridas diárias, com percursos que variam de 8 quilômetros a 15 quilômetros e apenas um dia “em off ” (sem atividade

física) por semana. O desafi o iniciou no último

dia 7 de segue até o dia 27, sem pausa nas vésperas do Natal, uma vez que, de acordo com a planilha de treinamento, no dia 24 de dezembro o percurso defi nido é de 12 quilômetros. De acordo com Jonathan, o Desafi o 100 Milhas não foi lançado nesta época do ano por acaso.

Proposital“Quando resolvemos fazer o

projeto utilizamos de diversas estratégias. A primeira delas, por ser um período de muitas festas, o desafi o seria uma maneira de manter o treino, a manutenção do condicio-namento físico e peso dos atletas, já que nesta época acontecem muitas festas e a alimentação, de certa forma, acaba saindo da rotina. Outra estratégia é dar um maior volume de treinos aos parti-cipantes que, na sua grande maioria, defi niu como meta para 2016 as maratonas do Rio de Janeiro e São Paulo”, explica o educador físico.

Para controlar mais de 50 alunos inscritos no Desafi o 100 Milhas, os professores recorrem à ferramenta da in-

ternet. Ao fi nal de cada treino, o atleta deve tirar uma foto ou fazer o print do aplicativo utilizado na corrida e postar nas redes sociais com a hastag #desafi o100milhasparte3 e a marcação dos professores.

SuperaçãoO grupo que aceitou encarar

“a loucura de fi m de ano” e percorrer os 160 quilômetros é formado por integrantes de diversas idades e, apesar da planilha com as metas de percurso estabelecidas, o ritmo deve ser imposto por cada um. Os treinos aconte-cem em diversos pontos de Manaus, incluindo Ponta Ne-gra, Parque Jeff erson Peres, avenida das Torres e até na esteira de uma academia. “O importante é cumprir a meta do dia. Além do esforço físico e a fadiga muscular, que é inevitável, o treino de base é muito mais mental que físico”, acrescenta Jonathan.

Edições anterioresO primeiro Desafi o 100 Mi-

lhas foi em dezembro de 2013 e teve como objetivo iniciar a temporada de treinos de 2014. Na primeira edição, a maioria dos participantes corria de 5

a 10 quilômetros, por isso, o volume de treino imposto pelo desafi o seria uma preparação para as meias maratonas que aconteceriam ao logo do ano. Com a quilometragem fracio-nada em dois períodos do dia, a planilha de treinamento teve a duração de 15 dias. Mais de 40 atletas participaram e todos conseguiram concluir a meta de 100 Milhas sem nenhum tipo de lesão articular.

O segundo desafi o aconte-ceu em setembro de 2014 e contou também com grande adesão do grupo. O objetivo traçado foi a preparação para a Meia Maratona do Amazonas e do Rio de Janeiro. Nesta edição, a planilha foi reestruturada: percursos diários de 10 quilô-metros. Às sextas-feiras não havia treinos, em contraparti-da, aos sábados a meta era de 15 quilômetros e aos domingos 5, para ganhar velocidade.

Nesta terceira parte do De-safi o 100 Millhas mais de 50 pessoas acreditaram na proposta dos dois educadores físicos e seguem para mais uma semana de treinos com postagens diárias vistas nas redes sociais e que carregam histórias de superação por meio de esporte. Além das corridas de rua, equipes fazem os exercícios na esteira

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Willian D’Ângelo

Colunista do PÓDIO

O Campeonato Amazonense de Futebol de 1964 foi o primei-ro campeonato profi ssional do esporte no Estado. O certame realizado entre os dias 17 de Junho de 1964 e 21 de Abril de 1965 foi disputado em três turnos e conquistado pelo Na-cional Futebol Clube, que hoje é o maior campeão local.

Na época do amadorismo o futebol de Manaus tinha bons públicos e excelentes rendas, mas os bons jogadores aca-bavam por desistir da carreira ou ir para outros centros pela falta de apoio, e mesmo depois do profi ssionalismo, a maioria dos pequenos clubes do Estado contratava o jogador em troca de empregos extra esportivos em alguma empresa parceira.

Com o profi ssionalismo, o futebol do Amazonas cres-ceu gradualmente. Era um dos mais organizados das regiões Norte e Nordeste e sempre alternadamente com o Pará tinha as melhores médias de público do Norte e Meio Norte (região que compreende aos Estados do Maranhão e Piauí). Na época, Manaus e Belém tinham o mesmo contingente populacional. Os clubes co-meçavam a se sustentar de rendas e criar patrimônios, pois as rendas aumentaram e por este motivo foi construído o Estádio Vivaldo Lima que fora o maior palco de grandes

Primeiro campeonato profissional no [email protected]

Túnel do tempo

Na época do amadorismo o futebol de Manaus tinha bons públicos e excelentes rendas, mas os bons jo-gadores aca-bavam por desistir da car-reira ou ir para outros centros pela falta de apoio, e mes-mo depois do profi ssionalis-mo, a maioria dos pequenos clubes do Estado contra-tava o jogador em troca de empregos extra esporti-vos em algu-ma empresa parceira”

glórias do futebol “Baré”.O ano de 1964 fi cou marcado

também com os Jogos Olímpicos que foram disputados pela pri-meira vez no continente asiático. Tóquio tinha sido eleita como a sede olímpica de 1940, mas a capital japonesa desistiu em 1937, por causa do início da guerra contra a China. Em 1959, a cidade voltou a vencer a eleição do Comitê Olímpico Internacio-nal, para os Jogos de 1964.

Tóquio-1964 também mar-cou o ressurgimento olímpico dos EUA. Após duas derrotas no quadro geral de medalhas

para a União Soviética, os nor-te-americanos não pouparam esforços e terminaram à frente dos soviéticos em medalhas de ouro (36 a 30). A URSS, entretanto, conquistou mais medalhas (1996 a 1990).

Para os Jogos Olímpicos de Tóquio-1964 o Brasil enviou uma delegação menor do que na Olimpíada anterior, mas com alguns nomes importan-tes do esporte nacional.

A única medalha veio com o time de Wlamir Marques e Amaury Pasos, no basquete. Bicampeã mundial (venceu o

Mundial em 1959 e em 1963), seleção brasileira fi cou com o bronze pela segunda vez seguida (e a terceira na his-tória das Olimpíadas).

O campeonato amazonense de 1964 contou com as partici-pações de Nacional, Rio Negro, Fast, São Raimundo, Sul Améri-ca, América e Olímpico. O Leão da Vila Municipal tinha como base Vasconcelos, Boanerges, Jonas, Jayme Basílio, Vivaldo, Sula, Dermilson, Fredoca, Laci-nha, Pretinho e Hugo. Também participaram da campanha na-cionalina o goleiro Zé Maria, Ri-

bas, Vanderlan, Pepeta, Eládio, Quisso, Paulista, Tony, Aderbal, Pratinha, Maneca e Marcos.

Depois que o campeonato che-gou ao fi m, a Associação dos Cronistas e Locutores Esportivos do Amazonas (Aclea) elegeu a seleção do ano com Clovis (Rio Negro), Borges (América), Jonas (Nacional), Jaime Basílio (Nacio-nal) e Wanderlann (Nacional); Nonato (Rio Negro) e Almir (São Raimundo); Hugo (Nacional), Ed-son Piola (Fast), Santarém (São Raimundo) e Euklinger (Sul Amé-rica). Hugo, do Nacional foi eleito O Craque do Ano.

Nacional Futebol Clube foi o campeão do primeiro Campeonato Amazonense de Futebol, torneio em 1964 disputado por seis times

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