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POEMAS Volume III Bernardino Teixeira Maio de 2020

POEMAS · 2020. 5. 30. · Olho para seus olhos, estremeço Sua boca perfeita, tão vermelha De tudo, de todos, esqueço Prêmio valoroso, sem parelha O que seria sem você, amor?

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POEMAS

Volume III

Bernardino Teixeira

Maio de 2020

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POEMAS

Volume III

Bernardino Teixeira

Maio de 2020

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201

Não se deve morrer por amor

Pois ele gera qualquer vida

Ainda que cause terrível dor

É uma sensação tão querida

Viver sem amor? Impossível

O corpo e a mente o exigem

Mesmo a estátua impassível

E o louco com sua vertigem

Amor será sempre soberano

Serás complacente. Ou tirano

202

Cumpri o meu tolo dever

Disto está tranquila a mente

Mas, ela não fez por merecer

Tola, banal e inconsequente

Fiz certo. Ganhei indiferença

Olhar gélido, a palavra amara

A desconfiança, a descrença

Chega-se ao fim. Tudo pára

Contudo, bem maior fez Jesus

E ainda assim, morreu na cruz!

Mera Miragem

I

O coração olha, os olhos pulsam

E todos os sentidos se confundem

O ouvido sente, o olfato escuta

E as palavras nos iludem

II

O medo do que há de vir

Parece paralisar e sufocar

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Uma nova direção a seguir

Pode tudo fazer desabar

III

Um cheiro familiar

Um gosto tão sutil

Um dèja-vu tão peculiar

Um certo sentimento senil

IV

Tudo inebria, tudo pode turvar

Qual canto de sereia

Um abismo a ocultar

Mera miragem no deserto

Ilusão a nos enganar

204

Amor terminado, sigamos

A vida é longa, vamos

Somente a cicatriz ficará

A dor, aos poucos, atenua

Logo virão o sol e a lua

Restará pouco; por fim, acabará

Só ficará a lembrança

Agora, findo o triste poema

A desilusão foi o tema

Levada ao extremo

Sendo assim, termina

Recordo, pesaroso, a sina

Introspecto. Tremo

Subsiste, no entanto, a esperança!

205

Às vezes, devemos nos livrar

De pesados fardos

Daquilo que tolhe o movimento

E nos afasta do objetivo

É doloroso, mas é necessário

Toda mudança traz incerteza

O que acontecerá?

Todavia é preciso fazê-la

Para continuarmos, seguirmos

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A vida, dia após dia

Contudo não pretenda inaugurar

Nova era, nova época. Soterrar o passado

Pois ele existe e está vivo!

Mesmo com novas roupagens

O carregamos, onde quer que vamos

206

Flor tão almejada e querida

Ilumina minha escura vida

Me encanta, qual um sonho...

Alegra meu dia tristonho

Ser que tanto padece

Seu olhar meigo e mágico

Alivia meu destino trágico

Que me assola e atormenta

Seu colo me abriga e acalenta

Meu gélido coração aquece!

207

A noite é povoada

Por toda sorte de vivente

Gente sóbria e embriagada

Verdadeira ou que mente

Toda espécie de criatura!

Vago, ando e observo

A suprema variedade

Quem é senhor, quem é servo

Defeitos e qualidades

Igualados pela sepultura

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208

Olho para seus olhos, estremeço

Sua boca perfeita, tão vermelha

De tudo, de todos, esqueço

Prêmio valoroso, sem parelha

O que seria sem você, amor?

Poço de sofrimento e de dor

Sem esperança. Se não volta

Sem carinho que alimenta

Um coração aflito em revolta

Desejo que cresce, aumenta!

209

E você, minha cara

Iludida. Veja o que aconteceu

Suas roupas, sua tiara

Mais o que já vendeu?

Amante já tem nova amada

Na noite, na madrugada

O coração em disparada

Sabe o quanto sofreu

Inventaste fantasias do nada

Veja o tanto que padeceu

Sigo bem na caminhada

Caminho florido na estrada

210

Um amor que é eterno

Não morre numa estação

Mesmo no frio do inverno

E uma dorosa decepção

Parece morto e acabado

Contudo, logo reaparece

Apenas ao ver o amado

Surge sensação que aquece

Assim, quem sempre amou

Nobre sentimento cultivou!

211

O ser amado é algo perfeito

A beleza é a sua essência

Em harmonia, sem defeito

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Grande deleite sua aparência

Além de ser belo e galante

É uma alma boa e gentil

Precioso qual diamante

Se afasta de situação vil

Feliz de quem o encontrou

Sua vida, Deus, abençoou!

212

Se o caminho se faz escuro

Não tema. Siga em frente

Se existe um grande apuro

Que inebria, turva a mente

Confia em sua capacidade

E nos desígnios do Criador

Demonstra a sua tenacidade

A sua vontade e o seu valor

Pois não há noite triste, fria

Que não termine em claro dia

213

Como estava linda!

Bela imagem d`amor

Prazer que não finda

Traz vida, ânimo, calor

Em meus braços, adormece

Depois de tanto folguedo

Pele clara; marfim parece

Confia em mim, sem medo

Pois dei provas de devoção

Me instalei em seu coração

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214

Se quem te amava, já partiu

Nunca foi digno de te amar

Pois nem de ti, se despediu

Só desejava contigo, brincar

Entretanto supera este fato

Recomeça de onde parou

Esqueça o vivente ingrato

Este que tanto te zombou

Outro amor irá encontrar

E disto tudo, irá olvidar!

215

Um amor tão complicado

Deixa a mente embaralhada

Preço de estar apaixonado

Uma triste, penosa jornada

O juízo parece ter sumido

Foi-se todo discernimento

Nada parece fazer sentido

Acabou-se o entendimento

É a regra: se o coração fala

A razão emudece, se cala!

216

Ainda que amar seja custoso

Não se pode perder esperança

Chegará este dia muito ditoso

Ficará alegre qual uma criança

E todo o sofrimento olvidará

Estará num passado distante

Com sua amada, caminhará

Sendo o fiel e terno amante

Por isso, aguarda a tua hora

Que vem célere, sem mora!

217

Quem possui a quem amar

É um ser muito afortunado

Poderá em espinhos pisar

Mas irá sarar o machucado

Pois, tem aquela que cuida

Oferta terno, suave carinho

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Momento algum, descuida

Não o deixa ficar sozinho

Vale mais do que o ouro

Grande e desejado tesouro!

218

Quando sofro, gemo

Peço a Deus, o alívio

Fico pálido e tremo

Pelo constante suplício

Mas Deus me escuta

E minha sorte comuta

Logo tenho ânimo

Já posso me reerguer

Foi-se o desânimo

Quero andar, correr

O Senhor me guarda da maldade

Manancial de toda bondade!

219

Nos momentos de dificuldade

Pode-se pensar em esquecimento

Diante de tanta crueldade

Perante incontável lamento

Perde-se a confiança

Chora-se como uma criança

Mas aquele que persevera

Deus dará tudo dobrado

Aguarda, firme na espera

Seja o fiel devotado

Pois o Senhor tem a Sua Hora

Que pode ser amanhã ou agora

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220

A natureza obra de Deus

Quem pode disto duvidar?

Os agnósticos e os ateus

Que a isto querem questionar

Poderá ser arranjo matemático?

Como afirma algum catedrático?

Todavia quem no Senhor crê

Nada se deixa persuadir

Aquilo que sente e vê

Não há como fingir

Universo, criado por mão inteligente

Tudo em ordem, corretamente

221

Deus manda lutar. Não vencer

Escuta este ensinamento

Poderá muito aprender

Evitar grande lamento

Não se pode tudo ganhar

Existem derrotas a encarar

Mas, se for ao chão

Não te encha de sofrer

Não macere o coração

Ainda há muito que fazer

E se agora, é derrotado

Logo será vencedor realizado!

222

A ti me entrego, Meu Deus

Não te olvide de mim!

Me conte entre os seus

Te serei fiel até o fim

Pois terei a recompensa

Que será eterna e imensa

Mesmo diante de desafios

Que surgem a toda hora

Caminhos estreitos e esguios

Porém sua graça me revigora

E posso seguir, confiante

Pois me guarda todo instante

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223

Não me abandone, Senhor!

Ainda que tenha merecido

Já provei toda a dor

Corpo já está combalido

Este sofrer sem cessar

Minha vida parece terminar

Volve para mim seu rosto

Ergue-me do frio chão!

Acabe com este desgosto

Finde com esta solidão

Pois quem crê, está seguro

Deus determina o seu futuro!

224

Mesmo que tudo desabe

Não fugirei. Ficarei

Por mais que tudo se acabe

No Senhor, confiarei

Deus está sempre perto

Oásis no deserto

Aquele que é fiel

Não perde coisa alguma

Ergue os olhos ao céu

Graça desce, uma a uma

E seu cálice fica cheio

Foi-se o medo e o receio

Agonia e Glória

I

Descortina-se esta duríssima lida

Cerne de toda humana existência

Meandros da custosa, dorosa vida

Caminhos, trilhas da fatal vivência

Cotidianamente, se luta, se empenha

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Mesmo sabendo que pode ser em vão

Existe aquele que vitupera, desdenha

Joga, lança os planos todos ao chão

Entretanto, todos os dias, continua

A disputa crudelíssima, nua e crua!

II

Este terrível, temível, insano ludo

Que a muitíssimos faz enlouquecer

Nasce, assoma o sofrimento mudo

Poderá, no fim, tudo fazer perder

Pensava ser valoroso, importante

Todos seus esforços são olvidados

Resigna-se: esta é sua sorte mutante

Não gostavam de ti! Eram educados!

A ingratidão que no peito, corroi, arde

Lutou! Sofreu! E és chamado de covarde!

Novembro

Esta batalha tão custosa

Que deixou o peito ferido

Antes não tivesse ido

Mas algo me fez partir

Viajei ao estrangeiro

Me entreguei por inteiro

Veja esta cicatriz

A erva amargosa

E o corpo destruído

O homem combalido

Não consegue dormir

Nada é passageiro

Cada cor e cada cheiro

Lhe remete àquele país

Esta lição dorosa

Deixa o ser decaído

Mas, assim foi escrito

Sem fingir, sem mentir

Foste o fiel cavaleiro

O destemido armeiro

Fizeste o que não fiz

Assim é a saga amorosa

Amar e ser esquecido

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Ser parado, ser detido

Querer de tudo fugir

Mas, banha-te no ribeiro

Faz-te belo e faceiro

Olvida quem nunca te quis!

227

Oferta-me o seu belo olhar

Abraça-me com todo fervor

Beija-me a face, sem cessar

Diga-me palavras de amor

Sou seu eterno enamorado

Pelo Cupido, fui flechado!

Seu lindo rosto, meu prazer

Que tanto me anima, encanta

Ver’alegria que posso querer

Motivo dest’alma que canta

Pela sua magia, fui encantado

Tenho o prêmio tão desejado!

228

A lua que ilumina a mata

Tão brilhante como um sol

Mas, não é d’oiro; é de prata

Seu brilho cobre como lençol

Toda a selva que já descansa

Mas, vem a manhã tão mansa...

E o astro rei já começa a reinar

É terminado o reinado da treva

Nova jornada que vai começar

O orvalho, agora molha a relva

É o dia novo que, lento, avança

Mas, vívido, qual uma criança!

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O Andarilho

I

Caminha mais um andarilho

Peregrino na rota da vida

Sem pai, sem mãe, sem filho

Aflora a sua testa franzida

Loucura, perda e sofrimento!

II

Grito que atravessa a noite

Que corta, mutila, lancinante

Não existe casa; só pernoite

Descanso, apenas por um instante

Frio, solidão, desalento!

III

Corte profundo e o machucado

Que brotam na face tão ferida

De dignidade está despojado

Sem o beijo da mulher querida

Escuro, solitário, veneno lento!

IV

O coração em chaga aberta

Que expõe dor tão pungente

Vem forte, febril, já desperta

Arrasa o corpo, destrói a mente

Ilusão, partida e esquecimento!

230

Não rias da desgraça

Que acontece ao seu lado

Dia do caçador, outro da caça

Hoje alegre, amanhã emburrado

É a roda da vida que gira

Tudo que é ruim, passa

Benefício não dura também

Entendimento que embaça

Disso se salva ninguém

Logo põe onde se tira

231

Cair. E depois se levantar

Esta é a maior grande lição

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Que precisamos guardar

Haverá alguma decepção

Entretanto, deve-se seguir

Todo dia, avançar e avançar

Sem ter medo da escuridão

Pois, o sol voltará a brilhar

E nada se pratica em vão

Não se aprende sem se ferir!

232

Possuo meu sincero sorriso

Mesmo pisando no cardo

Somente dele agora preciso

Para levar este pesado fardo

Que parece me fraquejar

Todas as forças roubar!

Não me abandonou o siso

Ferido fui por temível dardo

Mas, soube manter o juízo

E do destino negro, pardo

Fiz uma nova vida vicejar

Novíssima estrada a trilhar!

233

É amaro este caminho

Mas deve ser trilhado

Ainda que siga sozinho

Com peito despedaçado

Existe, tímida, esperança!

Não existe mais carinho

Prazer que foi olvidado

Ave deixada fora do ninho

Panorama tétrico, desolado

Fica esta dorosa lembrança!

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234

Para que chorar?

Lágrimas perdidas

O tempo não irá retornar

Promessas são esquecidas

Ditas no calor da hora

Não adianta xingar

As flores caídas

Nunca mais irão perfumar

Surgem algumas feridas

Cicatriz que aflora

235

Se amarei, me farei eterno

Viverei na lembrança d`álguém

Sorriso, simples carinho terno

Nobre sentimento, sumo bem

Existem os bons momentos

Ainda que tenha dissabores

Foram dificuldades, tormentos

Mas, houve mais amores!

Vida sem amor. Loucura!

Cela de prisão, fria, escura!

236

Não existe mais tristeza

Possuo o que sempre quis

Tenho a candura, a beleza

Posso dizer que sou feliz

Apareceste tão formosa e bela

Encantou este amargurado

Cessou-se a terrível procela

Coração foi limpo, restaurado

Sua presença mágica e especial

Curou-me deste grande mal

237

Teu olhar tão singelo e singular

Me fitas de maneira envolvente

Contigo desejaria conversar

Falar o que tenho em mente

Já sofreste por paixão desmedida

Somos dois nesta triste condição

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Caminhos tortuosos desta vida

Nos deixaram patéticos, sem ação

Se quiseres um ombro para plorar

Achaste um amigo para te consolar

238

Se sua alma tão singela

Achou a quem ela completa

Outr`alma ainda mais bela

Tão reluzente e dileta

Cessou a grande procura

A alegria agora assomou

Preencheu esta lacuna

Amor que agora se revelou

Vida nova, sempre radiante

Satisfação a cada instante!

239

Se amou quem não te mereceu

Se dedicou toda tola atenção

quem nunca te ajudou, valeu

Te negou auxílio, cooperação

Não apoquente sua alma

Mantenha-a firme e serena

Jamais olvide a sua calma

Não te perca por coisa pequena

Quem faz isto, terá retribuição

Será lançado ao pó, ao chão!

240

A beleza do ser amado

Enche os olhos, coração

Sentimento puro, devotado

Nobre e perene admiração

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Tudo que é feito, é notado

Não existe uma imperfeição

Escuta-se esta voz, calado

Parecendo ser uma canção

É grande o contentamento

É para as dores, o unguento!

241

Fonte de toda satisfação

Beleza ímpar, sem igual

Alegria do singelo coração

Oferta o bem. Jamais o mal

Manancial de grand`alegria

Me faz forte e confiante

Me livra do cansaço, apatia

Prêmio maior do fiel amante!

Tão dedicada, amor sem preço

Dá-me mais que mereço!

242

Se existem os espinhos

Nesta rosa tão querida

Se há pedra no caminho

Dificuldades nesta vida

Foste, então, esquecido

O carinho desperdiçado

Todo bem-querer perdido

Coração ferido, dilacerado

O amar nunca foi seguro

Ame agora, olvide o futuro!

243

Quando se ama em demasia

Nada parece ser o suficiente

Sensação que sufoca, asfixia

Exaustos, o corpo e a mente

Pois se exige deles, deveras

Vivente algum pode suportar

Habitar entre as terríveis feras

Espada que tudo pode cortar

Pondere! Assim viverá em paz

Sem as dores que o excesso traz

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244

Coração pode ser machucado

Muitas vezes. Perde-se conta

Partido, ferido e despedaçado

Fruto de uma terrível afronta

Faz parte da natureza humana

Sempre se superar, surpreender

Mesmo diante duma ação insana

Há sempre o triunfar e o vencer

Assim, mesmo provando agonia

Virá sempre o sol, a luz do dia!

245

Amar pode ser desejo?

Desejo pode ser amor?

Que se ganha no beijo

Será prêmio de valor?

Carinhos na madrugada

Perdem-se no outro dia

Onde estará a amada?

É tola paixão fugidia

Desejo pode ser atração

Amor fica no coração!

246

Se me confessa que nunca amou

Respondo: não sabe o que perdeu!

Alguma desilusão jamais provou

Por alguém nunca chorou, sofreu

Fez a sua escolha, o seu caminho

E nele palmilhou, sempre seguiu

Percorreste esta estrada, sozinho

Mas é certo que se, um dia, já caiu

Ninguém te ergueu do gélido chão

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Não existiu uma suave, terna mão!

247

O amor é algo nobre, divino

Palavras não podem explicar

Pode ser forte, violento, ferino

Leve, calmo, qual brisa no mar

Tão contrário é este sentimento

A certas pessoas faz enlouquecer

Manancial de ledícia e de lamento

Fonte de tanto dor e tanto prazer!

Amor. O sublime carrasco, tirano

Imperador do coração humano!

248

Todos os dias, penso

E me pergunto: valeu a dor?

Interrogo-me. Repenso

Inconstante é o amor

Levarei ainda alguns anos

Com a cura dos desenganos

A ferida irá sarar

Assim, poderei sonhar

Livre. Fim do padecer

Tod`alegria que se possa esperar

Não mais pensar em perder

Tenho este firme pensamento

Será o supremo contentamento

Ter alguém a quem amar!

249

Amar, amar sempre amar!

Verbo de difícil conjugação

Fica-se, angustiado, a esperar

Uma tola, singela retribuição

Que poderá fazer mais feliz

Quem sabe ainda mais valoroso

Mestre querendo ser aprendiz

Dominar o sentimento custoso

Sensação que faz viver e arrebata

Vivifica, mas que também mata!

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250

Amor que se julga forte

Termina em uma estação

Faz parte da vida, da sorte

Ser retirado dum coração

A amizade não é o bastante

Mero prêmio de consolação

É manter algo claudicante

Então fica esta constatação

Amar é comandar um navio

Deseja-se o mar. Não um rio!

251

Amor! Como te entender?

Paixão! Tens algum sentido?

Tanta dor, tamanho sofrer

Torna o são, mero combalido

Tão exigentes e tão gananciosas

A que obrigam o coração humano

Histórias tristes e desastrosas

Coleção de pensamento insano

Mesmo assim, ainda te buscam

O entendimento, o saber, ofuscam!

252

Hoje, a idade te alcançou

Bela tez já não é mais igual

Muita coisa já experimentou

Fizeste o bem e fizeste o mal

Lembrança dos dias d`outrora

Estão bem vivos na memória

Contudo, vives o hoje, o agora

E edifica a sua bela história

Este encanto não termina

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Sempre aumenta e fascina!

253

Lindo cenário. Formos’imagem

De um ser belo, sem igual

Qual no deserto, uma miragem

Sublime, forte e sensacional

Como poderei disto olvidar?

Dentro do pensamento, habita

Só me resta, humilde, aceitar

Esta dádiva deveras bendita

Deixa-me tocar-te, levemente

Sacia o desejo cálido, quente!

254

Dá-me este seu carinho

Que tanto, tanto anelo

Não me deixe sozinho

Carente de teu desvelo

Só peço a tola atenção

Somente alguns instantes

Tocar corpo, suave mão

Admirar os olhos brilhantes

Assim, serei ser afortunado

Prêmio do amante devotado!

255

Seu doce, singelo olhar

Que tanto me acaricia

Que mais posso anelar?

Se tenho sua companhia?

Atende aos meus desejos

E me oferta tod`atenção

Ah! Os demorados beijos

E a nossa sublime união!

Abasteço-me no manancial

Torno-me homem sem igual!

256

Se já não me amas, confesse

Não precisas fazer artimanha

Para que tanto sofre e padece

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Se sou motivo desta vil sanha

Parta! Te imploro dest`agora

Não se importe mais comigo

Adiante a sua, a nossa hora

Deixa-me fora deste abrigo

Isto é pura teima, sofrimento

Aviltar o nobre sentimento!

257

És vivido, tens sabedoria

Algo que parece ser valor

Não se atentam para a valia

Te causam severa dolor

Ah! Se te dessem atenção

Quanto mal evitariam!

Seriam doirada geração

Mas, vivem no escuro

E pensam ter um futuro!

258

O tempo que passa ligeiro

Tudo é constante mudança

Rápido termina ano inteiro

Já é adulta aquela criança

O dia que parece ser hora

Um ano fica sendo um mês

Se de amor, agora chora

Ou pelo bem que não fez

Avance, siga, aproveite

Pois é efêmero o deleite!

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259

Vida que passa num instante

Quando menos espera, se vai

Parte para um local distante

Deste plano terreno, já sai

Todos os atos, realizações

Ficam gravados na memória

Todas as boas e más ações

Momentos de queda e glória

Assim, é a humana existência

Muita vaidade, pouca essência!

260

O poeta arma seus versos

Faz da palavra, uma rima

Une o variado, os diversos

Rebusca frase com uma lima

Elabora uma singela poesia

Que poderá uma alma tocar

Tecendo com grande maestria

Obra-prima para se declamar

Mesmo que não seja valorizado

Seu ofício sempre será lembrado

261

Com que você se parece?

Poderia fazer comparação

Seria o sol que me aquece

Luz que brilha na escuridão

Farol em mar tormentoso

Guia o navio na tempestade

Prêmio do amante cuidoso

A fonte de minha felicidade

Todavia, és única, sem par

Não existe outra a se desejar

262

Tudo muda, esta é constante

Se está em cima. E amanhã?

Se modifica num instante

Faz-se louca a mente sã

Rico, poderoso de outrora

Já não é mais tão forte

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Tempo que muda toda hora

Acabou-se a sua sorte!

Contudo, assim é vida

Bela, vera e cruel lida

263

Se preocupa em demasia

Com roupas, a aparência

E ocupa inteiro o seu dia

E perde a sua paciência

Nada lhe serve ou agrada

Se sente gorda, aborrecida

Mas, segue conselho, amada

E já aplique-o em sua vida

És mui bonita, sem adereço

Merece toda atenção e apreço!

264

Amor, peço, me guardai

Não permita que acabe

Em seu peito, me deixai

Que este castelo não desabe

Erguido com consideração

Alicerces de bem querer

Muralhas de pura paixão

Torres de vário prazer

Obra de amor verdadeiro

Entrega total, por inteiro!

265

Se amar fosse fácil, seguro

Não seria vero sentimento

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É tatear por entre o escuro

Ter a alegria e o sofrimento

Amor é pura síntese da vida

Seus encontros e separações

A companhia d`alma querida

E as intermináveis decepções

Amar é sentir-se vivo, humano

Mesmo com todo erro, engano!

266

Leia estes singelos versos

Elaborados com devoção

São sentimentos diversos

Que habitam este coração

Raiva, dor, toda descrença

Mas, esperança que aquece

Sofre-se por esta doença

Sofrimento que enfraquece

Mas, o amor é porto seguro

Uma luz brilhante no escuro!

267

Mesmo que montes desapareçam

E os oceanos não mais existirem

Os belos rios, nascentes feneçam

Países e cidades se extinguirem

Ainda que todo o mundo desabe

Todo o meu amor permanecerá

Pois quem ama, conhece e sabe

Disto nunca, jamais se olvidará

Nobre sentimento é algo infinito

Grande dádiva de valor bendito!

268

Senhor! Não se esqueça de mim

Pois, prometo ser fiel até o fim!

Mesmo encontrando dificuldade

Com toda certeza, tudo vencerei

Num mundo de tanta barbaridade

Obstáculos, problemas superarei!

Terei a completa, desejada vitória

Conquistarei todo o meu objetivo

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E serei por muita gente, admirado

Estarei sempre alerta, sempre ativo

Pois serei um homem abendiçoado

Em muitos, guardado na memória

Assim, Meu Deus, lembra-te do fiel

Que ora e volve os olhos para o céu!

Janeiro de 2016

269

O fardo é tão pesado!

O corpo fica fatigado

A dureza destes dias

Destroi as esperanças

Perdem-se as alegrias

Esvai-se em andanças

E nada parece medrar

Deus parece distante

Mas, nota-se presença

Para cristão confiante

Passa logo a descrença

Tempestade vai passar

Se a cruz se faz pesada

Jesus auxilia na jornada

Janeiro de 2016

270

Esta luta que é diária

Abate muita fortaleza

Álacre manhã, hilária

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Vira tarde de tristeza

A mente que domina

O corpo que obedece

Este é o fardo, a sina

Que logo se esquece

Mas quem sabe, sabido

Vê que tudo tem sentido!

Janeiro de 2016

271

Abre a sua boca em um sorriso

Mostre-o, sem medo, ao mundo

Ainda que possas perder o siso

Transformar-se num vagabundo

Adorna a triste terra com alegria

Que grandíssima, imensa falta faz

Afaste do peito esta sever`agonia

E transborde-o com sagrada paz

Assim sendo, se tornarás mui forte

Nada o abalará! Nem mesmo a morte!

Janeiro de 2016

272

Lutaste como um leão

E caístes, fulminado

Atingido no coração

Guerreiro derrotado

Amar, luta nebulosa

Pode não ter vencedor

Só a raiz amargosa

Deixa na boca, o sabor

Ainda que fique o corte

Tornou-se grande e forte!

Janeiro de 2016

273

Vagando por vazias ruas

Sem pouso, sem parada

A mente e as mãos, nuas

A alma está dilacerada

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Buscando lugar na vida

Ocupar-me de coisas sãs

Encontrar esta paz perdida

Na juventude; antes das cãs

Continuo, firme, a procura

Se for mal, que tenha cura!

Fevereiro de 2016

274

Tudo fica escuro

Não existe futuro

É esta luta bravia

Muitos faz perecer

Perde-se toda alegria

Pode-se enlouquecer

Nada tem, faz sentido

Quem confia no Senhor

No fim, sairá vitorioso

Apesar de toda a dor

Mostrará ser valoroso

Deverá ser reconhecido

Seu nome será lembrado

Por Deus, será abençoado

Fevereiro de 2016

275

Como és bom, Criador!

Obra de divino primor

O Pai que fez o mundo

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Filho que todos protege

Espírito Santo, profundo

Trindade que tudo rege

Mas, o tolo não entende

A beleza desta criação

Faz ficar maravilhado

Inunda, aquece coração

Intelecto é desafiado

Crente sabe, compreende

Mistério que é o Universo

Tudo simples, mas diverso

Fevereiro de 2016

276

O homem justo vencerá

O mal jamais o dobrará

Mesmo diante do perigo

Segue firme seu caminho

Faz de Deus o seu abrigo

Portanto, não está sozinho

Espera, calmo, a decisão

Não desvia do combate

E permanece decidido

Inimigo não vence, abate

Fica sempre fortalecido

Exemplo para seu irmão

Pois, o Senhor o auxilia

Seja na noite ou no dia

Fevereiro de 2016

277

Mesmo com este sofrimento

De nada adianta o lamento!

Sofrimento dói e perfura

Faz a vitalidade se perder

Doença parece sem cura

O corpo parece fenecer

Tudo parece ficar escuro

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Faz parte dessa vivência

Este viver tão complicado

Alguns têm a sapiência

Entendimento é iluminado

Novo porvir, novo futuro

Aprenda! Carregue sua cruz

Assim também fez Jesus!

Fevereiro de 2016

O SOL SELVAGEM

O calor que aquece; mas mata

Poderá ser assim com o amor

Sugando para si a força vital

Deseja ter tudo, nada a dividir

Prova de loucura e desvairo

Já que o sol perto demais

Tudo incinera, tudo destroi.

Campo Belo – MG, 27/03/2016

ESTRELAS

Como as estrelas cintilantes

Povoam o firmamento, o céu

Obra de incomparável beleza

Também povoam os meus dias

Todas as horas, todos os minutos

Os seus carinhos e seus cuidados

Numa incomensurável satisfação

Inaquilatável, grandíssimo valor

Que alumia, qual sol, meu destino

Campo Belo – MG, 27/03/2016

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O UNIVERSO

A suprema, a definitiva criação

Astros, aos milhões, em marcha

Pelo Cosmos, imenso, grandioso

Que falar deste sublime arranjo?

Que abisma pobre mente humana!

Ajustando, aferindo o instrumento

O estudioso, frio, com as medições

É encantado com tamanha beleza

Universo, onde tudo existe, habita

Cria-se, destrói, se recria, reconstrói

Reunidos pela inefável mão divina

Campo Belo – MG, 27/03/2016

ECLIPSE

Esconde-se o astro fulgurante

É-lhe ocultado o sublime lume

Mas, qual um ato que deseja ser

Revelado. Logo aparece, surge

Uma paixão escondida, oculta

Algum tempo pode ser guardada

Mas, em pouco tempo, assoma

E o que era tão secreto, velado

Faz sua importante aparição!

Campo Belo – MG, 27/03/2016

A LUA

Astro que vagueia pelo céu noturno

Alvíssima forma, belíssima imagem

Sol da noite; iluminando os amantes

Sob sua luz, se entregam, se oferecem

Mas, quem ama e não é correspondido

Só conta com su`aquilatada companhia

Que sempre aguça, fervilha imaginação

Faz calar, por algum tempo, a dor aguda

Campo Belo – MG, 08/04/2016

O COMETA

Quisera ser um cometa

Na escuridão do Cosmos

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Viajar a grande velocidade

Iluminar a tenebra infinita

Ser admirado por todos

Há! Mas é anelo impossível

Me consumiria por inteiro

Somente a lembrança ficaria

Campo Belo – MG, 08/04/2016

PRESSÁGIO

Tive a súbita sensação

De que tudo teria fim

Qual presságio nos céus

Ou um déjà vu imperfeito

Mas tudo era uma falsa

Impressão. Pois seu amor

Era só meu. E toda dúvida

Se desfez

Se esvaiu

Campo Belo – MG, 08/04/2016

ARTILHARIA

Poder de fogo da paixão

Grosso calibre. Metralha

Abate, isola e destroi

Qual poderoso petardo

Implode o bom senso

Arrasa, sem dó, a razão

Detona qualquer juízo

Bombardeia o coração

Sentimento que angustia

Contudo, como escapar

Desta ruidosa artilharia?

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Campo Belo – MG, 08/04/2016

VERDADE

O que seria a Verdade?

Tolo! Jamais saberás

A Verdade se esconde

Onde menos s`imagina

E lá estará a resposta

Dos mistérios. De tudo

Algo que não se entende

Mas existe, pois pulsa

Não se explica, se vive

Não se sabe, mas se sente!

Campo Belo – MG, 08/04/2016

ASTRÔNOMO

Astrônomo que admira astros errantes

Qual céleres carruagens no céu noturno

Extasia-se com tal movimento gracioso

De uma beleza ímpar, incomparável

Calcula, dedus, a imensa velocidade

Que planetas, cometas e asteróides

Deslocam-se na universal tenebra

Ah! Quem me dera se pudesse

Quantificar o valor desta paixão

Que inflama, queima por dentro

Ela é maior do que mil galáxias

Maior do que milhões de estrelas

Campo Belo – MG, 25 de abril de 2016

A ESTRELA

Estrela, astro brilhante, refulgente

Pode ser uma imagem do passado

Que viaja na longínqua distância

A uma velocidade assombrosa

Será retrato de um`esquecid’era

Que será olvidada pela manhã

Assim, também é o bem-querer

Que se transmuta em perdição

Nalgum tempo se cai, se perde

Com`ocorre com astro fulgurante

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Se consume, se queima, se condena

Campo Belo – MG, 25 de abril de 2016

OS DIAS

1

Viver: tarefa complicada

A muitos faz ficar tristes

A existência conturbada

Mas, é assim, todos os dias

Como degraus duma escada

Se sobe; também se desce

2

Perde-se na longa estrada

Quem porém compreende

O objetivo desta jornada

Não se desespera, desiste

Pois sabe, que a chegada

Há. Novo plano, dimensão

Onde habita a alma sarada

3

Portanto, não se apoquente

Com esta sorte embaralhada

Porque tudo tem um sentido

Não se permite conta errada

O aprendizado é constante

Evolução que é tão desejada

Se faz aos poucos, sem cessar

4

Entenda esta lição aplicada:

Vivendo e buscando o bem

Se torna pessoa abençoada

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MEU SOL

Amada, você tornou-se meu sol

Guia-me neste mundo terrível

Nunca me deixa na escuridão

Me acompanha na caminhada

Contigo, vivo um bel`idílio

Calor que aquece e vivifica

Luz que me banha e renova

Campo Belo – MG, 27 de abril de 2016

SINAL

Oferta-me um sinal

Somente aceno, gesto

Se for sim; ficarei feliz

Se for não; resigno-me

Mas ponha termo, final

Nest`amorosa questão!

Campo Belo – MG, 27 de abril de 2016

MIRÍADE DE SÓIS

Seu amor, seu zelo

Seu terno cuidado

Seu corpo, seu beijo

Sua dedicação, vigília

Seu rosto, seus olhos

São para mim

Mais iluminados

Que uma miríade de sóis

Campo Belo – MG, 30 de abril de 2016

COMANDO

Estou às suas ordens, amada!

Dá-me apenas o sinal, aviso

Que farei tudo o que quiser

Irei buscar a mais bela flor

Em uma nação longínqua

Somente para te agradar

Subirei a alta montanha

Onde porei o seu retrato

Pois este amor me domina

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Merece todo o meu empenho

Campo Belo – MG, 06 de maio de 2016

294

Reparo em seu olhar triste

Já conheço bem o motivo

Desilusão. Dor que resiste

Apenas respiro; sobrevivo

Enganado por quem zelei

Prometeu; nada cumpriu

Desta maneira, só, fiquei

Só conhece quem sentiu

Portanto, sei o seu sofrer

Contudo, é preciso viver!

JOVEM

Como era belíssima!

Jovem, flor da idade

Linda num vestido

Um rosto angelical

Desejo que surgiu

Logo teve refreio

Era foto centenária

Instante petrificado

Que resiste, persiste

Ao látego do tempo

Campo Belo – MG, 06 de maio de 2016

CONHECIMENTO

Aumentará a sabedoria

Aumentará também dor

Já afirmam as Escrituras

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É este preço que se paga

Anelo antigo de entender

Algo que muitos ignoram

Simplesmente não veem

Ao sábio resta dorida sina

Enxergar o que está claro

Possuir visão num mundo

De quem não compreende

Campo Belo – MG, 06 de maio de 2016

ESCADA

Galguei degraus

D`escada da dor

Cada um deles

Pacientemente

Até que ao fim

Dest`exercício

Tornei-me forte

Pois admirei

Linda paisagem

Que pouquíssimos

Já puderam ver

Campo Belo – MG, 14 de maio de 2016

ESPÍRITO

Algum dia este corpo

Será devolvido à terra

Sua origem, seu futuro

Minh`alma será liberta

Quaisquer vicissitudes

Deste mundo tão cruel

Levada a outros planos

Espírito terá seu ensino

Aprendizado imemorial

Tantas viagens, périplos

Ao longo de muitas eras

Campo Belo – MG, 22 de maio de 2016

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MISTÉRIO

Este seu ar tão misterioso

Misto de encanto, segredo

Cativa, deixa aprisionado

Qual fosse poção mágica

Todo charme e meiguice

De fato, você é mistério

Que não quero desvendar

Campo Belo – MG, 22 de maio de 2016

300

O medo tornou-se espanto

Percebi que não me queria

Jogado ao chão, desfalecido

Recebi a chibata nas costas

O bem-querer que se oferta

Paixão que não se completa

Tudo passa. Não se entende

No fim, somente dor ensina

Campo Belo – MG, 29 de maio de 2016

Campo Belo – MG, Maio de 2020