Poemas de Claudio Manuel Da Costa

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  • 7/25/2019 Poemas de Claudio Manuel Da Costa

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    Poemas

    Cludio Manoel daCosta

  • 7/25/2019 Poemas de Claudio Manuel Da Costa

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    Sonetos

    I

    Para cantar de amor tenros cuidados,Tomo entre vs, montes, o instrumento;Ouvi pois o meu fnebre lamento;Se , que de compaixo sois animados:

    ! vs vistes, que aos ecos ma"oados#o tr!cio Orfeu parava o mesmo vento;#a lira de $nfio ao doce acentoSe viram os roc%edos abalados&

    'em sei, que de outros "(nios o #estino,Para cin"ir de $polo a verde rama,)%es influiu na lira estro divino:

    O canto, pois, que a min%a vo* derrama,Porque ao menos o entoa um pere"rino,Se fa* di"no entre vs tambm de fama&

    II)eia a posteridade, p!trio +io,m meus versos teu nome celebrado;

    Por que ve-as uma %ora despertadoO sono vil do esquecimento frio:

    .o v(s nas tuas mar"ens o sombrio,/resco assento de um !lamo copado;.o v(s ninfa cantar, pastar o "ado.a tarde clara do calmoso estio&

    Turvo ban%ando as p!lidas areias.as por01es do riqu2ssimo tesouroO vasto campo da ambi0o recreias&

    3ue de seus raios o planeta louronriquecendo o influxo em tuas veias,3uanto em c%amas fecunda, brota em ouro&

    IIIPastores, que levais ao monte o "ado,4(de l! como andais por essa serra;3ue para dar cont!"io a toda a terra,'asta ver se o meu rosto ma"oado:

    u ando 5vs me v(des6 to pesado; a pastora infiel, que me fa* "uerra,7 a mesma, que em seu semblante encerra$ causa de um mart2rio to cansado&

    Se a quereis con%ecer, vinde comi"o,4ereis a formosura, que eu adoro;8as no; tanto no sou vosso inimi"o:

    #eixai, no a ve-ais; eu vo9lo imploro;3ue se se"uir quiserdes, o que eu si"o,%orareis, pastores, o que eu c%oro&

    IVSou pastor; no te ne"o; os meus montadosSo esses, que a2 v(s; vivo contente$o tra*er entre a relva florescente$ doce compan%ia dos meus "ados;

    $li me ouvem os troncos namorados,m que se transformou a anti"a "ente;3ualquer deles o seu estra"o sente;omo eu sinto tambm os meus cuidados&

    4s, troncos, 5l%es di"o6 que al"um dia/irmes vos contemplastes, e se"uros.os bra0os de uma bela compan%ia;

    onsolai9vos comi"o, troncos duros;3ue eu ale"re al"um tempo assim me via; %o-e os tratos de $mor c%oro per-uros&

  • 7/25/2019 Poemas de Claudio Manuel Da Costa

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    VSe sou pobre pastor, se no "overno+einos, na01es, prov2ncias, mundo, e "entes;Se em frio, calma, e c%uvas inclementesPasso o vero, outono, estio, inverno;

    .em por isso trocara o abri"o terno#esta c%o0a, em que vivo, coas enc%entes#essa "rande fortuna: assa* presentesTen%o as paix1es desse tormento eterno&

    $dorar as trai01es, amar o en"ano,Ouvir dos lastimosos o "emido,Passar aflito o dia, o m(s, e o ano;

    Se-a embora pra*er; que a meu ouvidoSoa mel%or a vo* do desen"ano,3ue da torpe lison-a o infame ru2do&

    VI

    'randas ribeiras, quanto estou contente#e ver nos outra ve*, se isto verdade3uanto me ale"ra ouvir a suavidade,om que /2lis entoa a vo* cadente

    Os reban%os, o "ado, o campo, a "ente,Tudo me est! causando novidade:O% como certo, que a cruel saudade/a* tudo, do que foi, mui diferente

    +ecebei 5eu vos peco6 um des"ra0ado,

    3ue andou t a"ora por incerto "iroorrendo sempre atr!s do seu cuidado:

    ste pranto, estes ais, com que respiro,Podendo comover o vosso a"rado,/a0am di"no de vs o meu suspiro&

    VII

    Onde estou< ste s2tio descon%e0o:3uem fe* to diferente aquele pradocis& 4em ouvir9me um instante;3ue em mim tudo ternurao b!rbaro Bi"ante

    .o temas, no a p!lida fi"ura:3ue o tem seu triste fado,

    Tanto como infeli*, desen"anado&4em, .infa ditosa,4em, vem;

    3ue em ti $mor "uardaTodo o meu bem&Gal. O% /iram teus ouvidos8eus saudosos clamores;8ere0am meus "emidos8over a sem9ra*o dos teus ri"ores;! que to docemente

    Sempre ao meu cora0o est!s presente&4em, Pastor querido,4em, vem;3ue em ti $mor "uardaTodo o meu bem&

    )de: A ,lton

    1onti"o me entreten%o,onti"o passo a noite, e passo o dia, c%eia a fantasia

    #as ima"ens, 8ilton, do teu canto,onti"o des0o As +e"i1es do espanto,onti"o me remonto a imensa altura,3ue ban%a de seu rosto a formosura&

    2Tamisa, que nos deste#entro do seio teu alto en"en%o,

    3ue o sa"rado desen%o#o divino Poema l%e inspiraste,omo o cofre dos males derramasteSobre a sua fortuna< omo ao /ado

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    O tra*es desde o ber0o abandonado