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Poesia de Fernando Pessoa O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. Fernando Pessoa AUTOPSICOGRAFIA O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas da roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama o coração. Fernando Pessoa Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Fernando Pessoa Não sei quantas almas tenho Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

Poesia de Fernando Pessoa

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POESIA DE FERNANDO PESSOA

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Poesia de Fernando PessoaO poeta um fingidor.Finge to completamenteQue chega a fingir que dorA dor que deveras sente.Fernando Pessoa AUTOPS!O"#AFAO poeta um fingidor.Finge to completamenteQue chega a fingir que dorA dor que deveras sente.$ os que l%em o que escreve&'a dor lida sentem (em&'o as duas que ele teve&)as s* a que eles no t%m.$ assim nas calhas da roda"ira& a entreter a ra+o&$sse com(oio de cordaQue se chama o cora,o.Fernando Pessoa Quero para mim o esp-rito desta frase&transformada a forma para a casar com o que eu sou./iver no necess0rio1 o que necess0rio criar.Fernando Pessoa 'o sei quantas almas tenho'o sei quantas almas tenho. !ada momento mudei. !ontinuamente me estranho. 'unca me vi nem aca(ei. 2e tanto ser& s* tenho alma. Quem tem alma no tem calma. Quem v% s* o que v%& Quem sente no quem &Atento ao que sou e ve3o& Torno4me eles e no eu. !ada meu sonho ou dese3o 5 do que nasce e no meu. Sou minha pr*pria paisagem1 Assisto 6 minha passagem& 2iverso& m*(il e s*& 'o sei sentir4me onde estou.Por isso& alheio& vou lendo !omo p0ginas& meu ser. O que segue no prevendo& O que passou a esquecer. 'oto 6 margem do que li O que 3ulguei que senti.#eleio e digo. 7Fui eu 872eus sa(e& porque o escreveu.Fernando Pessoa Quero ignorado& e calmo Por ignorado& e pr*prio Por calmo& encher meus dias 2e no querer mais deles. Aos que a rique+a toca O ouro irrita a pele. Aos que a fama (afe3a $m(acia4se a vida. Aos que a felicidade 5 sol& vir0 a noite. )as ao que nada espera Tudo que vem grato.Fernando Pessoa )A# PO#TU"U9S: mar salgado& quanto do teu salSo l0grimas de Portugal;Por te cru+armos& quantas mes choraram&Quantos filhos em vo re+aram;Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso& * mar;/aleu a pena8 Tudo vale a penaSe a alma no pequena.Quem quere passar alm do ltimo dia da minha vida. Saudei o sol& levantando a mo direita& )as no o saudei& di+endo4lhe adeus& Fi+ sinal de gostar de o ver antes. mais nada.Alberto Caeiro ( Fernando Pessoa) 'o se acostume com o que no o fa+ feli+& revolte4se quando 3ulgar necess0rio. Alague seu cora,o de esperan,as& mas no dei?e que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar& volte; Se perce(er que precisa seguir& siga; Se estiver tudo errado& comece novamente. Se estiver tudo certo& continue.Se sentir saudades& mate4a. Se perder um amor& no se perca; Se o achar& segure4o;Fernando Pessoa $u amo tudo o que foiTudo o que 30 no A dor que 30 no me d*iA antiga e err@nea fO ontem que a dor dei?ouO que dei?ou alegriaS* porque foi& e voou$ ho3e 30 outro dia.Fernando Pessoa ...Porque quem ama nunca sa(e o que ama'em sa(e porque ama& nem o que amarAmar a eterna inoc%ncia&$ a >nica inoc%ncia& no pensar...Fernando Pessoa 75 f0cil trocar as palavras&2if-cil interpretar os sil%ncios;5 f0cil caminhar lado a lado&2if-cil sa(er como se encontrar;5 f0cil (ei3ar o rosto&2if-cil chegar ao cora,o;5 f0cil apertar as mos&2if-cil reter o calor;5 f0cil sentir o amor&2if-cil conter sua torrente;!omo por dentro outra pessoa8Quem que o sa(er0 sonhar8A alma de outrem outro universo!om que no h0 comunica,o poss-vel&!om que no h0 verdadeiro entendimento.'ada sa(emos da almaSeno da nossa1As dos outros so olhares&So gestos& so palavras&!om a suposi,o2e qualquer semelhan,a no fundo.7Fernando Pessoa A0 duas formas para viver a sua vida. Uma acreditar que no e?iste milagre. A outra acreditar que todas as coisas so um milagre.Fernando Pessoa A0 um tempo em que preciso a(andonar as roupas usadas ...Que 30 t%m a forma do nosso corpo ...$ esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aosmesmos lugares ...5 o tempo da travessia ...$ se no ousarmos fa+%4la ...Teremos ficado ... para sempre ...B margem de n*s mesmos...Fernando Pessoa !omo por dentro outra pessoaQuem que o sa(er0 sonhar8A alma de outrem outro universo!om que no h0 comunica,o poss-vel&!om que no h0 verdadeiro entendimento. 'ada sa(emos da almaSeno da nossa1As dos outros so olhares&So gestos& so palavras&!om a suposi,o de qualquer semelhan,a'o fundo.Fernando Pessoa 'o sei quem sou& que alma tenho.Quando falo com sinceridade no sei com que sinceridade falo.Sou variamente outro do que um eu que no sei se e?iste Cse esses outrosD...Sinto cren,as que no tenho.$nlevam4me Ensias que repudio.A minha perptua aten,o so(re mim perpetuamente me pontatrai,Fes de alma a um car0cter que talve+ eu no tenha&nem ela 3ulga que eu tenho.Sinto4me m>ltiplo.Sou como um quarto com in>meros espelhos fant0sticosque torcem para refle?Fes falsasuma >nica anterior realidade que no est0 em nenhuma e est0 em todas.!omo o pante-sta se sente 0rvore C8D e at a flor&eu sinto4me v0rios seres.Sinto4me viver vidas alheias& em mim& incompletamente&como se o meu ser participasse de todos os homens&incompletamente de cada C8D&por uma suma de no4eus sinteti+ados num eu posti,o.7Fernando Pessoa O AmorO amor& quando se revela& 'o se sa(e revelar. Sa(e (em olhar pGra ela& )as no lhe sa(e falar. Quem quer di+er o que sente 'o sa(e o que h0 de Hdi+er. Fala. parece que mente !ala. parece esquecer Ah& mas se ela adivinhasse& Se pudesse ouvir o olhar& $ se um olhar lhe (astasse PrGa sa(er que a esto a amar; )as quem sente muito& cala1Quem quer di+er quanto sente Fica sem alma nem fala& Fica s*& inteiramente; )as se isto puder contar4lhe O que no lhe ouso contar& I0 no terei que falar4lhe Porque lhe estou a falar..Fernando Pessoa Quero tudo novo de novo. Quero no sentir medo. Quero me entregar mais& me 3ogar mais& amar mais./ia3ar at cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e a(ra,04los mais. Quero ver mais filmes e comer mais pipoca& ler mais. Sair mais. Quero um tra(alho novo. Quero no me atrasar tanto& nem me preocupar tanto. Quero morar so+inha& quero ter momentos de pa+. Quero dan,ar mais. !omer mais (rigadeiro de panela& acordar mais cedo e economi+ar mais. Sorrir mais& chorar menos e a3udar mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de (icicleta. r mais ve+es ao parque. Quero ser feli+& quero sossego& quero outra tatuagem. Quero me olhar mais. !ortar mais os ca(elos. Tomar mais sol e mais (anho de chuva. Preciso me concentrar mais& delirar mais.'o quero esperar mais& quero fa+er mais& suar mais& cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e s* o necess0rio para tr0s. Quero olhar nos olhos do que fe+ sofrer e sorrir e a(ra,ar& sem m0goa. Quero pedir menos desculpas& sentir menos culpa. Quero mais cho& pouco vo e mais (olinhas de sa(o. Quero aceitar menos& indagar mais& ousar mais. $?perimentar mais. Quero menos JmasK. Quero no sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. J$ o resto que venha se vier& ou tiver que vir& ou no venha7.Fernando Pessoa $nquanto no atravessarmosa dor de nossa pr*pria solido&continuaremosa nos (uscar em outras metades.Para viver a dois& antes& necess0rio ser um.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LMM )ais nforma,o7Segue o teu destino...#ega as tuas plantas1 Ama as tuas rosas. O resto a som(ra de 0rvores alheias7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LNO )ais nforma,o!reio no mundo como num malmequer&Porque o ve3o. )as no penso nelePorque pensar no compreender... O )undo no se fe+ para pensarmos neleCPensar estar doente dos olhosD)as para olharmos para ele e estarmos de acordo... $u no tenho filosofia1 tenho sentidos...Se falo na 'ature+a no porque sai(a o que ela &)as porque a amo& e amo4a por issoPorque quem ama nunca sa(e o que ama'em sa(e por que ama& nem o que amar...Fernando Pessoa!erca de PON poesia de fernando pessoa2ever de Sonhar $u tenho uma espcie de dever& dever de sonhar& de sonhar sempre& pois sendo mais do que um espet0culo de mim mesmo& eu tenho que ter o melhor espet0culo que posso. $& assim& me construo a ouro e sedas& em salas supostas& invento palco& cen0rio para viver o meu sonho entre lu+es (randas e m>sicas invis-veis.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QNR )ais nforma,oTenho tanto sentimentoTenho tanto sentimentoQue freqSente persuadir4me2e que sou sentimental&)as reconhe,o& ao medir4me&Que tudo isso pensamento&Que no senti afinal.Temos& todos que vivemos&Uma vida que vivida$ outra vida que pensada&$ a >nica vida que temos5 essa que dividida$ntre a verdadeira e a errada.Qual porm a verdadeira$ qual errada& ningum'os sa(er0 e?plicar1$ vivemos de maneiraQue a vida que a gente tem5 a que tem que pensar.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QTN )ais nforma,oSe perder um amor... no se perca;Se o achar... segure4o;!ircunda4te de rosas& ama& (e(e e cala.O mais... nada.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QTR )ais nforma,o'o importa se a esta,o do ano muda...Se o sculo vira& se o mil%nio outro.Se a idade aumenta...!onserva a vontade de viver&'o se chega a parte alguma sem ela.7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QOR )ais nforma,o'unca amamos algum. Amamos& to4somente& a idia que fa+emos de algum. 5 a um conceito nosso 4em suma& n*s mesmos4 que amamos.sto verdade em toda a escala do amor. 'o amor se?ual (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de um corpo estranho. 'o amor diferente do se?ual& (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de uma idia nossa.C...DAs rela,Fes entre uma alma e outra& atravs de coisas to incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem& so matria de estranha comple?idade. 'o pr*prio ato em que nos conhecemos& nos desconhecemos. 2i+em os dois Gamo4teG ou pensam4no e sentem4no por troca& e cada uma quer di+er uma idia diferente& uma vida diferente& at& porventura& uma cor ou um aroma diferente& na soma a(stracta de impressFes que constiui a atividade da alma. C...DFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QOO )ais nforma,oSossega& cora,o; 'o desesperes;Talve+ um dia& para alm dos dias&$ncontres o que queres porque o queres.$nto& livre de falsas nostalgias&Atingir0s a perfei,o de seres. )as po(re sonho o que s* quer no t%4lo;Po(re esperen,a a de e?istir somente;!omo quem passa a mo pelo ca(elo$ em si mesmo se sente diferente&!omo fa+ mal ao sonho o conce(%4lo; Sossega& cora,o& contudo; 2orme;O sossego no quer ra+o nem causa.Quer s* a noite pl0cida e enorme&A grande& universal& solente pausaAntes que tudo em tudo se transforme.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QOL )ais nforma,oSentir tudo de todas as maneiras&/iver tudo de todos os lados&Ser a mesma coisa de todos os modos poss-veis ao mesmo tempoeali+ar em si toda a humanidade de todos os momentos'um s* momento difuso& profuso& completo e long-nquo.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QQR )ais nforma,oSegue o teu destinoega as tuas plantas&Ama as tuas rosas.O resto a som(ra2e 0rvores alheias.A realidadeSempre maios ou menos2o que n*s queremos.S* n*s somos sempreguais a n*s pr*pios.Suave viver s*"rande e no(re sempre/iver simplesmente.2ei?a a dor nas aras!omo e?4voto aos deuses.#icardo #eisFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QUN )ais nforma,oSou um guardador de re(anhos&O re(anho os meus pensamentos$ os meus pensamentos so todos sensa,Fes.Penso com os olhos e com os ouvidos$ com as mos e os ps$ com o nari+ e a (oca.Pensar uma flor v%4la e cheir04la$ comer um fruto sa(er4lhe o sentido.Por isso quando num dia de calor)e sinto triste de go+04lo tanto&$ me deito ao comprido na erva&$ fecho os olhos quentes&Sinto todo o meu corpo deitado na realidade&Sei a verdade e sou feli+.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de MO )ais nforma,oPassado7Antes o v@o da ave& que passa e no dei?a rasto& Que a passagem do animal& que fica lem(rada no cho. A ave passa e esquece& e assim deve ser. O animal& onde 30 no est0 e por isso de nada serve& )ostra que 30 esteve& o que no serve para nada. A recorda,o uma trai,o 6 nature+a& Porque a nature+a de ontem no nature+a. O que foi no nada& e lem(rar no ver. Passa& ave& passa& e ensina4me a passar;7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de NR )ais nforma,o/aleu a pena8 Tudo vale a penaSe a alma no pequena.Quem quer passar alm do nica vida que temos5 essa que dividida$ntre a verdadeira e a errada.Qual porm a verdadeira$ qual errada& ningum'os sa(er0 e?plicar1$ vivemos de maneiraQue a vida que a gente tem5 a que tem que pensar.Fernando Pessoa!erca de PON poesia de fernando pessoa2ever de Sonhar $u tenho uma espcie de dever& dever de sonhar& de sonhar sempre& pois sendo mais do que um espet0culo de mim mesmo& eu tenho que ter o melhor espet0culo que posso. $& assim& me construo a ouro e sedas& em salas supostas& invento palco& cen0rio para viver o meu sonho entre lu+es (randas e m>sicas invis-veis.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QNR )ais nforma,oTenho tanto sentimentoTenho tanto sentimentoQue freqSente persuadir4me2e que sou sentimental&)as reconhe,o& ao medir4me&Que tudo isso pensamento&Que no senti afinal.Temos& todos que vivemos&Uma vida que vivida$ outra vida que pensada&$ a >nica vida que temos5 essa que dividida$ntre a verdadeira e a errada.Qual porm a verdadeira$ qual errada& ningum'os sa(er0 e?plicar1$ vivemos de maneiraQue a vida que a gente tem5 a que tem que pensar.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QTN )ais nforma,oSe perder um amor... no se perca;Se o achar... segure4o;!ircunda4te de rosas& ama& (e(e e cala.O mais... nada.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QTR )ais nforma,o'o importa se a esta,o do ano muda...Se o sculo vira& se o mil%nio outro.Se a idade aumenta...!onserva a vontade de viver&'o se chega a parte alguma sem ela.7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QOR )ais nforma,o'unca amamos algum. Amamos& to4somente& a idia que fa+emos de algum. 5 a um conceito nosso 4em suma& n*s mesmos4 que amamos.sto verdade em toda a escala do amor. 'o amor se?ual (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de um corpo estranho. 'o amor diferente do se?ual& (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de uma idia nossa.C...DAs rela,Fes entre uma alma e outra& atravs de coisas to incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem& so matria de estranha comple?idade. 'o pr*prio ato em que nos conhecemos& nos desconhecemos. 2i+em os dois Gamo4teG ou pensam4no e sentem4no por troca& e cada uma quer di+er uma idia diferente& uma vida diferente& at& porventura& uma cor ou um aroma diferente& na soma a(stracta de impressFes que constiui a atividade da alma. C...DFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QOO )ais nforma,oSossega& cora,o; 'o desesperes;Talve+ um dia& para alm dos dias&$ncontres o que queres porque o queres.$nto& livre de falsas nostalgias&Atingir0s a perfei,o de seres. )as po(re sonho o que s* quer no t%4lo;Po(re esperen,a a de e?istir somente;!omo quem passa a mo pelo ca(elo$ em si mesmo se sente diferente&!omo fa+ mal ao sonho o conce(%4lo; Sossega& cora,o& contudo; 2orme;O sossego no quer ra+o nem causa.Quer s* a noite pl0cida e enorme&A grande& universal& solente pausaAntes que tudo em tudo se transforme.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QOL )ais nforma,oSentir tudo de todas as maneiras&/iver tudo de todos os lados&Ser a mesma coisa de todos os modos poss-veis ao mesmo tempoeali+ar em si toda a humanidade de todos os momentos'um s* momento difuso& profuso& completo e long-nquo.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QQR )ais nforma,oSegue o teu destinoega as tuas plantas&Ama as tuas rosas.O resto a som(ra2e 0rvores alheias.A realidadeSempre maios ou menos2o que n*s queremos.S* n*s somos sempreguais a n*s pr*pios.Suave viver s*"rande e no(re sempre/iver simplesmente.2ei?a a dor nas aras!omo e?4voto aos deuses.#icardo #eisFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QUN )ais nforma,oSou um guardador de re(anhos&O re(anho os meus pensamentos$ os meus pensamentos so todos sensa,Fes.Penso com os olhos e com os ouvidos$ com as mos e os ps$ com o nari+ e a (oca.Pensar uma flor v%4la e cheir04la$ comer um fruto sa(er4lhe o sentido.Por isso quando num dia de calor)e sinto triste de go+04lo tanto&$ me deito ao comprido na erva&$ fecho os olhos quentes&Sinto todo o meu corpo deitado na realidade&Sei a verdade e sou feli+.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de MO )ais nforma,oPassado7Antes o v@o da ave& que passa e no dei?a rasto& Que a passagem do animal& que fica lem(rada no cho. A ave passa e esquece& e assim deve ser. O animal& onde 30 no est0 e por isso de nada serve& )ostra que 30 esteve& o que no serve para nada. A recorda,o uma trai,o 6 nature+a& Porque a nature+a de ontem no nature+a. O que foi no nada& e lem(rar no ver. Passa& ave& passa& e ensina4me a passar;7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de NR )ais nforma,o/aleu a pena8 Tudo vale a penaSe a alma no pequena.Quem quer passar alm do nica vida que temos5 essa que dividida$ntre a verdadeira e a errada.Qual porm a verdadeira$ qual errada& ningum'os sa(er0 e?plicar1$ vivemos de maneiraQue a vida que a gente tem5 a que tem que pensar.Fernando Pessoa!erca de PON poesia de fernando pessoaPorque quem ama nunca sa(e o que ama'em sa(e porque ama& nem o que amarAmar a eterna inoc%ncia&$ a >nica inoc%ncia& no pensar...Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de OO )ais nforma,o$u& eu mesmo...$u& cheio de todos os cansa,osQuantos o mundo pode dar. [$u...Afinal tudo& porque tudo eu&$ at as estrelas& ao que parece&)e sa-ram da algi(eira para deslum(rar crian,as...Que crian,as no sei...$u...mperfeito8 nc*gnito8 2ivino8'o sei...$u...Tive um passado8 Sem d>vida...Tenho um presente8 Sem d>vida...Terei um futuro8 Sem d>vida...A vida que pare de aqui a pouco...)as eu& eu...$u sou eu&$u fico eu&$u...Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de OP )ais nforma,oO A)O#& quando se revela&'o se sa(e revelar.Sa(e (em olhar pGra ela&)as no lhe sa(e falar.Quem quer di+er o que sente'o sa(e o que h04de di+er.Fala. parece que mente...!ala. parece esquecer...Ah& mas se ela adivinhasse&Se pudesse ouvir o olhar& $ se um olhar lhe (astassePGra sa(er que a esto a amar;)as quem sente muito& cala1Quem quer di+er quanto senteFica sem alma nem fala&Fica s*& inteiramente;)as se isto puder contar4lhe&O que no lhe ouso contar&I0 no terei que falar4lhePorque lhe estou a falar...Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de PN )ais nforma,o'o sou nada.'unca serei nada.'o posso querer ser nada.B parte isso& tenho em mim todos os sonhos do mundo.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de PT )ais nforma,o'oite: noite onde as estrelas mentem lu+& * noite& >nica coisa do tamanho do universo& torna4me& corpo e alma& parte do teu corpo& que eu me perca em ser mera treva e me torne noite tam(m& sem sonhos que se3am estrelas em mim& nem sol esperado que ilumine do futuro.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de PP )ais nforma,o7A0 um tempo em que preciso a(andonar as roupas usadas ...Que 30 t%m a forma do nosso corpo ...$ esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aosmesmos lugares ...5 o tempo da travessia ...$ se no ousarmos fa+%4la ...Teremos ficado ... para sempre ...B margem de n*s mesmos...7Quanto a mim & estou com um guarda4roupa novo.$ voc% 8 se& 30 despiu4se da antiga roupa& pode vir& mesmo que este3as n>...;;;;;;T$ A)O...T$ A)O...T$ A)O...T$ A)O...T$ A)O...;;;;;;;;;C PP )WW) De senteFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \M )ais nforma,oA misria do meu serA misria do meu ser&2o ser que tenho a viver&Tornou4se uma coisa vista.Sou nesta vida um qualquerQue roda fora da pista.'ingum conhece quem sou'em eu mesmo me conhe,o$& se me conhe,o& esque,o&Porque no vivo onde estou.#odo& e o meu rodar apresso.5 uma carreira invis-vel&Salvo onde caio e sou visto&Porque cair sens-velPelo ru-do imprevisto...Sou assim. )as isto cr-vel8Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \R )ais nforma,oSorriso aud-vel das folhas&'o s mais que a (risa ali.Se eu te olho e tu me olhas&Quem primeiro que sorri8O primeiro a sorrir ri.#i& e olha de repente&Para fins de no olhar&Para onde nas folhas senteO som do vento passar.Tudo vento e disfar,ar.)as o olhar& de estar olhandoOnde no olha& voltou1$ estamos os dois falandoO que se no conversou.sto aca(a ou come,ouFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \T )ais nforma,oI0 no me importoI0 no me importoAt com o que amo ou creio amar.Sou um navio que chegou a um porto$ cu3o movimento ali estar.'ada me resta2o que quis ou achei.!heguei da festa!omo fui para l0 ou ainda ireindiferenteA quem sou ou suponho que mal sou&Fito a genteQue me rodeia e sempre rodeou&!om um olharQue& sem o poder ver&Sei que sem ar2e olhar a valer.$ s* me no cansaO que a (risa me tra+2e s>(ita mudan,a'o que nada me fa+.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \O )ais nforma,oOutras ve+es oi,o passar o vento& $ acho que s* para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \Q )ais nforma,oTeus olhos entristecem.Teus olhos entristecem 'em ouves o que digo. 2ormem& sonham esquecem... 'o me ouves& e prossigo. 2igo o que 30& de triste& Te disse tanta ve+... !reio que nunca o ouviste 2e to tua que s. Olhas4me de repente 2e um distante impreciso !om um olhar ausente. !ome,as um sorriso. !ontinuo a falar. !ontinuas ouvindo O que est0s a pensar& I0 quase no sorrindo. At que neste ocioso Sumir da tarde f>til& Se esfolha silencioso O teu sorriso in>til.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \Q )ais nforma,o!hove. que fi+ eu da vida8Fi+ o que ela fe+ de mim...2e pensada & mal vivida ...Triste de quem assim ;Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LN )ais nforma,o7 $ncontro de dois.Olho no olho.!ara a cara.$ quando estiveres perto eu arrancarei os seus olhos e os colocarei no lugar dos meus.$ tu arrancara os meus olhose os colocara no lugar dos teus.$nto& eu te olharei com teus olhos e tu me olharas com os meus.7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LN )ais nforma,o7Se achar que precisa voltar& volte;Se perce(er que precisa seguir& siga;Se estiver tudo errado& comece novamente;Se estiver tudo certo& continue.Se sentir saudades& mate4as.Se perder um amor& no se perca;...Se o achar& segure4o;!ircunde4se de rosas e ame...O mais nada7.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LO )ais nforma,oTenho tanto sentimento Que freqSente persuadir4me 2e que sou sentimental& )as reconhe,o& ao medir4me& Que tudo isso pensamento& Que no senti afinal. Temos& todos que vivemos& Uma vida que vivida $ outra vida que pensada& $ a >nica vida que temos 5 essa que dividida $ntre a verdadeira e a errada. Qual porm a verdadeira $ qual errada& ningum 'os sa(er0 e?plicar1 $ vivemos de maneira Que a vida que a gente tem 5 a que tem que pensar.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LP )ais nforma,o7'ada me prende& a nada me ligo& a nada perten,o.Todas as sensa,Fes me tomam e nenhuma fica.Sou mais variado que uma multido de acaso&Sou mais diverso que o universo espontEneo&Todas as pocas me pertencem um momento&Todas as almas um momento tiveram seu lugar em mim.Flu-do de intui,Fes& rio de supor 4 mas&Sempre ondas sucessivas&Sempre o mar 4 agora desconhecendo4seSempre separando4se de mim& indefinidamente.7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L\ )ais nforma,o$ncerrando ciclos. 'o por causa do orgulho& por incapacidade& ou por so(er(a& mas porque simplesmente aquilo 30 no se encai?a mais na sua vida.Feche a porta& mude o disco& limpe a casa& sacuda a poeira. 2ei?e de ser quem era& e se transforme em quem . Torna4te uma pessoa melhor e assegura4te de que sa(es (em quem s tu pr*prio& antes de conheceres algum e de esperares que ele ve3a quem tu s..$ lem(ra4te .JTudo o que chega& chega sempre por alguma ra+oKFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L\ )ais nforma,o$u no sei seno amar4te&'asci para te querer.: quem me dera (ei3ar4te&$ (ei3ar4te at morrer.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LQ )ais nforma,o7Tenho amigos para sa(er quem eu sou&pois vendo4os loucos e santos& (o(os e srios& crian,as e velhos&nunca me esquecerei de que a normalidade uma iluso im(ecil e estril.7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LQ )ais nforma,oQuando te vi amei4te 30 muito antesTornei a achar4te quando te encontrei.'asci pra ti antes de haver o mundoFernando Pessoa!erca de PON poesia de fernando pessoa'unca amamos ningum. Amamos& to4somente& a idia que fa+emos de algum. 5 a um conceito nosso 4 em suma& a n*s mesmos 4 que amamos. sso verdade em toda a escala do amor. 'o amor se?ual (uscamos um pra+er nosso& dado por intermdio de um corpo estranho. 'o amor diferente do se?ual& (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de uma idia nossa.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QM )ais nforma,o$ros e Psique!onta a lenda que dormiaUma Princesa encantadaA quem s* despertariaUm nfante& que viria2e alm do muro da estrada.$le tinha que& tentado&/encer o mal e o (em&Antes que& 30 li(ertado&2ei?asse o caminho erradoPor o que 6 Princesa vem.A Princesa adormecida&Se espera& dormindo espera&Sonha em morte a sua vida&$ orna4lhe a fronte esquecida&/erde& uma grinalda de hera.Wonge o nfante& esfor,ado&Sem sa(er que intuito temompe o caminho fadado&$le dela ignorado&$la para ele ningum.)as cada um cumpre o destino$la dormindo encantada&$le (uscando4a sem tinoPelo processo divinoQue fa+ e?istir a estrada.$& se (em que se3a o(scuroTudo pela estrada fora&$ falso& ele vem seguro&$ vencendo estrada e muro&!hega onde em sono ela mora&$& inda tonto do que houvera&B ca(e,a& em maresia&$rgue a mo& e encontra hera&$ v% que ele mesmo eraA Princesa que dormia.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QM )ais nforma,oQuando te vi amei4te 30 muito antes.Tornei a achar4te quando te encontrei.'asci pra ti antes de haver o mundo.'o h0 cousa feli+ ou hora alegreQue eu tenha tido pela vida fora&Que o no fosse porque te previa&Porque dormias nela tu futuro.C...DFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QM )ais nforma,oSempre preciso sa(er quando uma etapa chega ao final.Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necess0rio& perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.$ncerrando ciclos& fechando portas& terminando cap-tulos. 'o importa o nome que damos& o que importa dei?ar no passado os momentos que 30 se aca(aram.As coisas passam& e o melhor que fa+emos dei?ar que elas possam ir em(ora. 2ei?ar ir em(ora. Soltar. 2esprender4se. 'ingum est0 3ogando nesta vida com cartas marcadas& portanto 6s ve+es ganhamos& e 6s ve+es perdemos.Antes de come,ar um cap-tulo novo& preciso terminar o antigo. diga a si mesmo que o que passou& 3amais voltar0.Wem(re4se de que houve uma poca em que podia viver sem aquilo 4 nada insu(stitu-vel& um h0(ito no uma necessidade.$ncerrando ciclos. 'o por causa do orgulho& por incapacidade& ou por so(er(a& mas porque simplesmente aquilo 30 no se encai?a mais na sua vida.Feche a porta& mude o disco& limpe a casa& sacuda a poeira.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QM )ais nforma,o7'o se acostume com o que no o fa+ feli+& revolte4se quando 3ulgar necess0rio. Alague seu cora,o de esperan,as& mas no dei?e que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar& volte; Se perce(er que precisa seguir& siga; Se estiver tudo errado& comece novamente. Se estiver tudo certo& continue.Se sentir saudades& mate4a. Se perder um amor& no se perca; Se o achar& segure4o;7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QM )ais nforma,oTenho tanto sentimentoQue freqSente persuadir4me2e que sou sentimental&)as reconhe,o& ao medir4me&Que tudo isso pensamento&Que no senti afinal. Temos& todos que vivemos&Uma vida que vivida$ outra vida que pensada&$ a >nica vida que temos5 essa que dividida$ntre a verdadeira e a errada. Qual porm a verdadeira$ qual errada& ningum'os sa(er0 e?plicar1$ vivemos de maneiraQue a vida que a gente tem5 a que tem que pensar.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QN )ais nforma,o$'T#$ SO'O $ SO'AOS$ntre mim e o que em mim 5 o quem eu me suponho !orre um rio sem fim. Passou por outras margens& 2iversas mais alm& 'aquelas v0rias viagens Que todo o rio tem. !hegou onde ho3e ha(ito A casa que ho3e sou. Passa& se eu me medito1 Se desperto& passou. $ quem me sinto e morre 'o que me liga a mim 2orme onde o rio corre ] $sse rio sem fim.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QR )ais nforma,o!ontemplo o lago mudoque a (risa estremece'o sei se penso em tudoou se o tudo me esqueceO lago nada me di+&no sinto a (risa me?e4lo'o sei se sou feli+nem se dese3o se4loTremulos rincos risonhosna agua adormecidaporque fi+ eu dos sonhosa minha >nica vida8Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QR )ais nforma,oA OUT#AAmamos sempre no que temosO que no temos quando amamos.O (arco p0ra& largo os remos$& um a outro&as mos nos damos.A quem dou as mos8B Outra.Teus (ei3os so de mel de (oca&So os que sempre pensei dar&$ agora a minha (oca tocaA (oca que eu sonhei (ei3ar.2e quem a (oca82a Outra.O remos 30 ca-ram na 0gua&O (arco fa+ o que a 0gua quer.)eus (ra,os vingam minha m0goa'o a(ra,o quie enfim podem ter.Quem a(ra,o8A Outra.nicaS% a Outra.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QT )ais nforma,osica que em(ala. $u ou,o& ignoro& e sou feli+. 'em h0 felicidade falsa& $nquanto dura verdadeira. Que importa o que a verdade e?al,a Se sou feli+ desta maneira8 7Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QQ )ais nforma,oAmo como ama o amor. 'o conhe,o nenhuma outra ra+o para amar seno amar. Que queres que te diga& alm de que te amo& se o que quero di+er4te que te amo8Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de MNOL )ais nforma,oA0 um tempo em que preciso a(andonar as roupas usadas& que 30 tem a forma do nosso corpo& e esquecer os nossos caminhos& que nos levam sempre aos mesmos lugares. 5 o tempo da travessia. e& se no ousarmos fa+%4la& teremos ficado& para sempre& 6 margem de n*s mesmos.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LTTO )ais nforma,oTenho pensamentos que& se pudesse revel04los e fa+%4los viver& acrescentariam nova luminosidade 6s estrelas& nova (ele+a ao mundo e maior amor ao cora,o dos homens.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de Q\RN )ais nforma,o'unca amamos ningum. Amamos& to4somente& a ideia que fa+emos de algum. 5 a um conceito nosso4 em suma& a n*s mesmos 4 que amamos. sso verdade em toda a escala do amor. 'o amor se?ual (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de um corpo estranho. 'o amor diferente do se?ual& (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de uma ideia nossa.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QL\Q )ais nforma,oAdoramos a perfei,o& porque no a podemos ter1 repugna4la4-amos& se a tivssemos. O perfeito desumano& porque o humano imperfeito.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QUPU )ais nforma,oO amor romEntico como um tra3e& que& como no eterno& dura tanto quanto dura1 e& em (reve& so( a veste do ideal que form0mos& que se esfacela& surge o corpo real da pessoa humana& em que o vestimos. O amor romEntico& portanto& um caminho de desiluso. S* o no quando a desiluso& aceite desde o pr-ncipio& decide variar de ideal constantemente& tecer constantemente& nas oficinas da alma& novos tra3es& com que constantemente se renove o aspecto da criatura& por eles vestida.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QU\O )ais nforma,oO meu passado tudo quanto no consegui ser. 'em as sensa,Fes de momentos idos me so saudosas. oque se sente e?ige o momento1 passado este& h0 um virar de p0gina e a hist*ria continua& mas no o te?to.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de NTN )ais nforma,oO pr*prio viver morrer& porque no temos um dia a mais na nossa vida que no tenhamos& nisso& um dia a menos nela.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de NTN )ais nforma,o)atar o sonho matarmo4nos. 5 mutilar a nossa alma. O sonho o que temos de realmente nosso& de impenetravelmente e ine?pugnavelmente nosso.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de RMT )ais nforma,o$screver esquecer. A literatura a maneira mais agrad0vel de ignorar a vida. A m>sica em(ala& as artesvisuais animam& as artes vivas Ccomo a dan,a e a arte de representarD entret%m. A primeira& porm& afasta4se da vida por fa+er dela um sono1 as segundas& contudo& no se afastam da vida 4 umas porque usam de f*rmulas vis-veis e portanto vitais& outras porque vivem da mesma vida humana. 'o o caso da literatura. $ssa simula a vida. Um romance uma hist*ria do que nunca foi e um drama um romance dado sem narrativa. Um poema a e?presso de ideias ou de sentimentos em linguagem que ningum emprega& pois que ningum fala em verso.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de RON )ais nforma,oA maioria pensa com a sensi(ilidade& eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar& sentir viver e pensar sa(er viver. Para mim& pensar viver e sentir no mais que o alimento de pensar.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de RQQ )ais nforma,oQuerer no poder. Quem p@de& quis antes de poder s* depois de poder. Quem quer nunca h04de poder& porque se perde em querer.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de RQQ )ais nforma,oAgir& eis a intelig%ncia verdadeira. Serei o que quiser. )as tenho que querer o que for. O %?ito est0 em ter %?ito& e no em ter condi,Fes de %?ito. !ondi,Fes de pal0cio tem qualquer terra larga& mas onde estar0 o pal0cio se no o fi+erem ali8Fernando Pessoa Sentir criar. Sentir pensar sem ideias& e por isso sentir compreender& visto que o universo no tem ideias.Fernando Pessoa Amar cansar4se de estar s*. uma covardia portanto& e uma trai,o a n*s pr*prios Cimporta so(eranamente que no amemosD.Fernando Pessoa !onsiderar a nossa maior ang>stia como um incidente sem importEncia& no s* na vida do universo& mas da nossa mesma alma& o princ-pio da sa(edoria.Fernando Pessoa!erca de POR poesia de fernando pessoaTudo o que dorme crian,a de novo. Talve+ porque no sono no se possa fa+er mal& e se no d0 conta da vida& o maior criminoso& o mais fechado ego-sta sagrado& por uma magia natural& enquanto dorme. $ntre matar quem dorme e matar uma crian,a no conhe,o diferen,a que se sinta.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \TO )ais nforma,oToda a poesia 4 e a can,o uma poesia a3udada 4 reflete o que a alma no tem. Por isso a can,o dos povos tristes alegre e a can,o dos povos alegres triste.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \OM )ais nforma,o!onformar4se su(meter4se e vencer conformar4se& ser vencido. Por isso toda a vit*ria uma grosseria. Os vencedores perdem sempre todas as qualidades de desalento com o presente que os levaram 6 luta que lhes deu a vit*ria. Ficam satisfeitos& e satisfeito s* pode estar aquele que se conforma& que no tem a mentalidade do vencedor. /ence s* quem nunca consegue.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \LP )ais nforma,o'unca sa(emos quando somos sinceros. Talve+ nunca o se3amos. $ mesmo que se3amos sinceros ho3e& amanh podemos s%4lo por coisa contr0ria.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de \QP )ais nforma,o/er muito lucidamente pre3udica o sentir demasiado. $ os gregos viam muito lucidamente& por isso pouco sentiam. 2e a- a sua perfeita e?ecu,o da o(ra de arte.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LMQ )ais nforma,oA vida para n*s o que conce(emos dela. Para o r>stico cu3o campo lhe tudo& esse campo um imprio. Para o !sar cu3o imprio lhe ainda pouco& esse imprio um campo. O po(re possui um imprio1 o grande possui um campo. 'a verdade& no possu-mos mais que as nossas pr*prias sensa,Fes1nelas& pois& que no no que elas v%em& temos que fundamentar a realidade da nossa vida.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LNT )ais nforma,o/iver ser outro. 'em sentir poss-vel se ho3e se sente como ontem se sentiu. sentir ho3e o mesmo que ontem no sentir 4 lem(rar ho3e o que se sentiu ontem& ser ho3e o cad0ver vivo do que ontem foi a vida perdida.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LRQ )ais nforma,oO mundo de quem no sente. A condi,o essencial para se ser um homem pr0tico a aus%ncia de sensi(ilidade.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LTL )ais nforma,oPara reali+ar um sonho preciso esquec%4lo& distrair dele a aten,o. Por isso reali+ar no reali+ar..Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LOT )ais nforma,o2espre+a tudo& mas de modo que o despre+ar te no incomode. 'o te 3ulgues superior ao despre+ares. A arte do despre+o no(re est0 nisso.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L\P )ais nforma,o2e sonhar ningum se cansa& porque sonhar esquecer& e esquecer no pesa e um sono sem sonhos emque estamos despertos.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LLR )ais nforma,oAlguns t%m na vida um grande sonho e faltam a esse sonho. Outros no t%m na vida nenhum sonho& e faltam a esse tam(m.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LQR )ais nforma,oO verdadeiro s0(io aquele que assim se dispFe que os acontecimentos e?teriores o alterem minimamente. Para isso precisa coura,ar4se cercando4se de realidades mais pr*?imas de si do que os fatos& e atravs das quais os fatos& alterados para de acordo com elas& lhe chegam.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LUQ )ais nforma,oTudo quanto vive& vive porque muda1 muda porque passa1 e& porque passa& morre. Tudo quanto vive perpetuamente se torna outra coisa& constantemente se nega& se furta 6 vida.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de LUQ )ais nforma,oTodos temos por onde sermos despre+-veis. !ada um de n*s tra+ consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fa+er.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QML )ais nforma,oTer opiniFes estar vendido a si mesmo. 'o ter opiniFes e?istir. Ter todas as opiniFes ser poeta.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QTP )ais nforma,oTudo em n*s est0 em nosso conceito do mundo1 modificar o nosso conceito do mundo modificar o mundo para n*s& isto & modificar o mundo& pois ele nunca ser0& para n*s& seno o que para n*s..Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QTL )ais nforma,oTudo que e?iste e?iste talve+ porque outra coisa e?iste. 'ada & tudo coe?iste. talve+ assim se3a certo..Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QOU )ais nforma,oO g%nio& o crime e a loucura& prov%m& por igual& de uma anormalidade1 representam& de diferentes maneiras& uma inadapta(ilidade ao meio.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de QPM )ais nforma,o/er e ouvir so as >nicas coisas no(res que a vida contm. Os outros sentidos so ple(eus e carnais. A >nica aristocracia nunca tocar.Fernando Pessoa!erca de POR poesia de fernando pessoa/er e ouvir so as >nicas coisas no(res que a vida contm. Os outros sentidos so ple(eus e carnais. A >nica aristocracia nunca tocar.Fernando Pessoa Wer sonhar pela mo de outrem. Wer mal e por alto li(ertarmo4nos da mo que nos condu+. A superficialidade na erudi,o o melhor modo de ler (em e ser profundo.Fernando Pessoa O pensamento pode ter eleva,o sem ter elegEncia& e& na propor,o em que no tiver elegEncia& perder0 a a,o so(re os outros. A for,a sem a destre+a uma simples massa.Fernando Pessoa A >nica atitude intelectual digna de uma criatura superior a de uma calma e fria compai?o por tudo quanto no ele pr*prio. 'o que essa atitude tenha o m-nimo cunho de 3usta e verdadeira1 mas to inve30vel que preciso t%4la.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de MR )ais nforma,oTodo o pra+er um v-cio& porque (uscar o pra+er o que todos fa+em na vida& e o >nico v-cio negro fa+er o que toda a gente fa+.Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de NP )ais nforma,oA arte consiste em fa+er os outros sentir o que n*s sentimos& em os li(ertar deles mesmos& propondo4lhes a nossa personalidade para especial li(erta,o.Fernando Pessoa Tudo quanto fa+emos& na arte ou na vida& a c*pia imperfeita do que pens0mos em fa+er. 2esdi+ no s* da perfei,o e?terna& seno da perfei,o interna1 falha no s* 6 regra do que deveria ser& seno 6 regra do que 3ulg0vamos que poderia ser. Somos ocos no s* por dentro& seno tam(m por fora& p0rias da antecipa,o e da promessa.Fernando Pessoa S0(io quem monotoni+a a e?ist%ncia& pois ento cada pequeno incidente tem um privilgio de maravilha. O ca,ador de leFes no tem aventura para alm do terceiro leo. Para o meu co+inheiro mon*tono uma cena de (ofetadas na rua tem sempre qualquer coisa de apocalipse modesto. Quem nunca saiu de Wis(oa via3a no infinito no carro at gio& ou o esconderi3o& daqueles que so desprovidos de imagina,o. Os homens de a,o so os escravos dos homens de entendimento. As coisas no valem seno na interpreta,o delas. Uns& pois& criam coisas para que os outros& transmudando4as em significa,o& as tornem vidas. 'arrar criar& pois viver apenas ser vivido.Fernando Pessoa Ser imoral no vale a pena& porque diminui& aos olhos dos outros& a vossa personalidade& ou a (anali+a. Ser imoral dentro de si& cercada do m0?imo respeito alheio.Fernando Pessoa Um homem de gnio produ+ido por um con3unto comple?o de circunstEncias& come,ando pelas heredit0rias& passando pelas do am(iente e aca(ando em epis*dios m-nimos de sorte.Fernando Pessoa 'enhuma ideia (rilhante consegue entrar em circula,o se no agregando a si qualquer elemento de estupide+. O pensamento colectivo est>pido porque colectivo. nada passa as (arreiras do colectivo sem dei?ar nelas& como real de 0gua& a maior parte da intelig%ncia que traga consigo.Fernando Pessoa O provincianismo consiste em pertencer a uma civili+a,o sem tomar parte do desenvolvimento superior dela 4 em segui4la pois mimeticamente com uma insu(ordina,o inconsciente e feli+.Fernando Pessoa A cele(ridade uma contradi,o. Parecendo que d0 valor e for,a 6s criaturas& apenas as desvalori+a e enfraquece.Fernando Pessoa!erca de POR poesia de fernando pessoaA consci%ncia da inconsci%ncia da vida o mais antigo imposto 6 intelig%ncia. A0 intelig%ncias inconscientes 4 (rilhos do esp-rito& correntes do entendimento& mistrios e filosofias 4 que t%m o mesmo automatismo que os refle?os corp*reos& que a gesto que o f-gado e os rins fa+em de suas secre,Fes.Fernando Pessoa 'ada h0 que to notavelmente determine o auge de uma civili+a,o& como o conhecimento& nos que a vivem& da esterilidade de todo o esfor,o& porque nos regem leis implac0veis& que nada revoga nem o(strui. Somos& porventura& servos algemados ao capricho de deuses& mais fortes porm no melhores que n*s& su(ordinados& n*s como eles& 6 reg%ncia frrea de um 2estino a(stracto& superior 6 3usti,a e 6 (ondade& alheio ao (em e ao mal.Fernando Pessoa Os cr-ticos podem di+er que determinado poema& longamente ritmado& no quer& afinal& di+er seno que o dia est0 (om. )as di+er que o dia est0 (om dif-cil& e o dia (om& ele mesmo& passa. Temos pois que conservar o dia (om em mem*ria florida e proli?a& e assim constelar de novas flores ou de novos astros os campos ou os cus da e?terioridade va+ia e passageira.Fernando Pessoa Ser feli+ encontrar for,a no perdo& esperan,as nas (atalhas& seguran,a no palco do medo& amor nos desencontros. 5 agradecer a 2eus a cada minuto pelo milagre da vida.Fernando Pessoa 7)eus amigos so todos assim. metade loucura& outra metade santidade. $scolho4os no pela pele& mas pela pupila& que tem que ter (rilho questionador e tonalidade inquietante. $scolho meus amigos pela cara lavada e pela alma e?posta. 'o quero s* o om(ro ou o colo& quero tam(m sua maior alegria. Amigo que no ri 3unto& no sa(e sofrer 3unto. )eus amigos so todos assim. metade (o(eira& metade seriedade. 'o quero risos previs-veis& nem choros piedosos. Quero amigos srios& daqueles que fa+em da realidade sua fonte de aprendi+agem& mas lutam para que a fantasia no desapare,a. 'o quero amigos adultos& nem chatos. Quero4os metade infEncia e outra metade velhice. !rian,as& para que no esque,am o valor do vento no rosto& e velhos& para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para sa(er quem eu sou& pois vendo4os loucos e santos& (o(os e srios& crian,as e velhos& nunca me esquecerei de que a normalidade uma iluso im(ecil e estril7Fernando Pessoa Para s%r grande& s%r inteiro1 nada teu e?agera ou e?clui1 s%r todo em cada coisa1 pFe quanto s no m-nimo que fa+es1 assim em cada lago& a lua toda (rilha porque alta vive.Fernando Pessoa Se escrevo o que sinto porque assim diminuo a fe(re de sentir. O que confesso no tem importEncia& pois nada tem importEncia. Fa,o paisagens com o que sinto.Fernando Pessoa $u sei que no sou nada e que talve+ nunca tenha tudo. Aparte isso& eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.Fernando Pessoa Ser feli+ dei?ar de ser vitima dos pro(lemas e se tornar um autor da propia hist*rie. 5 sa(er falar de si mesmo. 5 no ter medo dos propios sentimento^Fernando Pessoa 7$nquanto no encerramos um cap-tulo& no podemos partir para o pr*?imo. Por isso to importante dei?ar certas coisas irem em(ora& soltar& desprender4se. As pessoas precisam entender que ningum est0 3ogando com cartas marcadas& 6s ve+es ganhamos e 6s ve+es perdemos. 'o espere que devolvam algo& no espere que reconhe,am seu esfor,o& que descu(ram seu g%nio& que entendam seu amor. $ncerrando ciclos. 'o por causa do orgulho& por incapacidade ou por so(er(a& mas porque simplesmente aquilo 30 no se encai?a mais na sua vida. Feche a porta& mude o disco& limpe a casa& sacuda a poeira. 2ei?e de ser quem era& e se transforme em quem .7Fernando Pessoa 7$ a minha alma alegra4se com seu sorriso& um sorriso amplo e humano& como o aplauso de uma multido7Fernando Pessoa 7Iamais desista de ser feli+& pois a vida um espet0culo imperd-vel& ainda que se apresentem de+enas defatores a demonstrarem o contr0rio.7Fernando Pessoa 'o o tdio a doen,a do a(orrecimento de nada ter que fa+er& mas a doen,a maior de se sentir que no vale a pena fa+er nada.Fernando Pessoa Afinal& se coisas (oas se vo para que coisas melhores possam vir. $sque,a o passado& desapego o segredo;Fernando Pessoa 7Tenho pensamentos que& pudesse eu tra+%4los 6 lu+ e dar4lhes vida& emprestariam nova leve+a 6s estrelas& nova (ele+a ao mundo& e maior amor ao cora,o dos homens7Fernando Pessoa Se depois de eu morrer. qui+erem escrever a minha (iografia& no h0 nada mais simples.Tenho s* duas datas . a de minha nascen,a e a de minha morte. $ntre uma e outra todos os dias so meus.......Fernando Pessoa A0 um tempo em que preciso a(andonar as roupas usadas& que 30 tem a forma do nosso corpo& e esquecer os nossos caminhos& que nos levam sempre aos mesmos lugares.Fernando Pessoa 7O valor das coisas no est0 no tempo que elas duram& mas na intensidade com que acontecem. Por isso e?istem momentos inesquec-veis& coisas ine?plic0veis e pessoas incompar0veis7Fernando Pessoa Feche a porta& mude o disco& limpe a casa& sacuda a poeira. 2ei?e de ser quem era& e se transforme em quem .Fernando Pessoa A espantosa realidade das coisas a minha desco(erta de todos os dias. !ada coisa o que . $ dif-cil e?plicar a algum quanto isso me alegra& e quanto isso me (asta. til me d*i8Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,oAcho to natural que no se pense Que me ponho a rir 6s ve+es& so+inho& 'o sei (em de qu%& mas de qualquer cousa Que tem que ver com haver gente que pensa... Que pensar0 o meu muro da minha som(ra8 Pergunto4me 6s ve+es isto at dar por mim A perguntar4me cousas... $ ento desagrado4me& e incomodo4me !omo se desse por mim com um p dormente... Que pensar0 isto de aquilo8 'ada pensa nada. Ter0 a terra consci%ncia das pedras e plantas que tem8 Se ela a tiver& que a tenha... Que me importa isso a mim8 Se eu pensasse nessas cousas& 2ei?aria de ver as 0rvores e as plantas $ dei?ava de ver a Terra& Para ver s* os meus pensamentos... $ntristecia e ficava 6s escuras. $ assim& sem pensar tenho a Terra e o !u. CAcho to 'atural que no se PenseDFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,oOs meus pensamentos so contentes.S* tenho pena de sa(er que eles so contentes&Porque& se o no sou(esse&$m ve+ de serem contentes e tristes&Seriam alegres e contentesFernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,oO grande sol na eira Talve+ se3a o remdio... 'o quero quem me queria& Amarem4me fa+ tdio. nica vida que temos5 essa que dividida$ntre a verdadeira e a errada.Qual porm a verdadeira$ qual errada& ningum'os sa(er0 e?plicar1$ vivemos de maneiraQue a vida que a gente tem5 a que tem que pensar.Fernando Pessoa Sei que nunca terei o que procuro$ que nem sei (uscar o que dese3o&)as (usco& insciente& no sil%ncio escuro$ pasmo do que sei que no alme3o.Fernando Pessoa O Universo no uma idia minha. A minha idia do Universo que uma idia minha. A noite no anoitece pelos meus olhos& A minha idia da noite que anoitece por meus olhos. Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos A noite anoitece concretamente $ o fulgor das estrelas e?iste como se tivesse pesoFernando Pessoa A recorda,o uma trai,o 6 nature+a& Porque a nature+a de ontem no nature+a. O que foi no nada& e lem(rar no ver.Fernando Pessoa A0 tanta coisa que& sem e?istir&$?iste& e?iste demoradamente&$ demoradamente nossa e n*s...Por so(re o verde turvo do amplo rioOs circunfle?os (rancos das gaivotas...Por so(re a alma o ade3ar in>til2o que no foi& nem p@de ser& e tudo.204me mais vinho& porque a vida nada.Fernando Pessoa $u amo tudo o que foiTudo o que 30 no A dor que 30 no me d*iA antiga e err@nea fO ontem que a dor dei?ou...O que dei?ou alegriaS* porque foi& e voou$ ho3e 30 outro dia.44$u amo tudo o que foiTudo o que 30 no A dor que 30 no me d*iA antiga e err@nea fO ontem que a dor dei?ou...O que dei?ou alegriaS* porque foi& e voou$ ho3e 30 outro dia.Fernando Pessoa "astei tudo que no tinha.Sou mais velho do que sou.A iluso& que me mantinha&S* no palco era rainha.2espiu4se& e o reino aca(ou.C...DQue fi+ de mim8 $ncontrei4meQuando estava 30 perdido.mpaciente dei?ei4me!omo a um louco que teime'o que lhe foi desmentido.Fernando Pessoa Sonho. 'o sei quem sou neste momento. 2urmo sentindo4me. 'a hora calma )eu pensamento esquece o pensamento& )inha alma no tem alma.Fernando Pessoa!erca de PON poesia de fernando pessoa!omo nuvens pelo cuPassam os sonhos por mim.'enhum dos sonhos meu$m(ora eu os sonhe assim. So coisas no alto que so$nquanto a vista as conhece&2epois so som(ras que voPelo campo que arrefece. S-m(olos8 Sonhos8 Quem torna)eu cora,o ao que foi8Que dor de mim me transtorna8Que coisa in>til me d*i8Fernando Pessoa Acho to natural que no se pense Que me ponho a rir 6s ve+es& so+inho& 'o sei (em de qu%& mas de qualquer cousa Que tem que ver com haver gente que pensa... Que pensar0 o meu muro da minha som(ra8 Pergunto4me 6s ve+es isto at dar por mim A perguntar4me cousas... $ ento desagrado4me& e incomodo4me !omo se desse por mim com um p dormente... Que pensar0 isto de aquilo8 'ada pensa nada. Ter0 a terra consci%ncia das pedras e plantas que tem8 Se ela a tiver& que a tenha... Que me importa isso a mim8 Se eu pensasse nessas cousas& 2ei?aria de ver as 0rvores e as plantas $ dei?ava de ver a Terra& Para ver s* os meus pensamentos... $ntristecia e ficava 6s escuras. $ assim& sem pensar tenho a Terra e o !u. CAcho to 'atural que no se PenseDFernando Pessoa Os meus pensamentos so contentes.S* tenho pena de sa(er que eles so contentes&Porque& se o no sou(esse&$m ve+ de serem contentes e tristes&Seriam alegres e contentesFernando Pessoa O grande sol na eira Talve+ se3a o remdio... 'o quero quem me queria& Amarem4me fa+ tdio. nica concluso morrer.'o me tragam estticas;'o me falem em moral;...Se t%m a verdade& guardem4a;Sou um tcnico& mas tenho tcnica s* dentro da tcnica.Fora disso sou doido& com todo o direito a s%4lo.!om todo o direito a s%4lo& ouviram8Fernando Pessoa Assim& como sou& tenham paci%ncia;/o para o dia(o sem mim&Ou dei?em4me ir so+inho para o dia(o;Para que havermos de ir 3untos8'o me peguem no (ra,o;'o gosto que me peguem no (ra,o. Quero ser so+inho.I0 disse que sou so+inho;Ah& que ma,ada quererem que eu se3a da companhia;Fernando Pessoa Tenho tanto sentimentoQue frequente persuadir4me2e que sou sentimental&)as reconhe,o& ao medir4me&Que tudo isso pensamento&Que no senti afinal.Temos& todos que vivemos&Uma vida que vivida$ outra vida que pensada&$ a >nica vida que temos5 essa que dividida$ntre a verdadeira e a errada.Qual porm a verdadeira$ qual errada& ningum'os sa(er0 e?plicar1$ vivemos de maneiraQue a vida que a gente tem5 a que tem que pensar.Fernando Pessoa Sei que nunca terei o que procuro$ que nem sei (uscar o que dese3o&)as (usco& insciente& no sil%ncio escuro$ pasmo do que sei que no alme3o.Fernando Pessoa O Universo no uma idia minha. A minha idia do Universo que uma idia minha. A noite no anoitece pelos meus olhos& A minha idia da noite que anoitece por meus olhos. Fora de eu pensar e de haver quaisquer pensamentos A noite anoitece concretamente $ o fulgor das estrelas e?iste como se tivesse pesoFernando Pessoa A recorda,o uma trai,o 6 nature+a& Porque a nature+a de ontem no nature+a. O que foi no nada& e lem(rar no ver.Fernando Pessoa A0 tanta coisa que& sem e?istir&$?iste& e?iste demoradamente&$ demoradamente nossa e n*s...Por so(re o verde turvo do amplo rioOs circunfle?os (rancos das gaivotas...Por so(re a alma o ade3ar in>til2o que no foi& nem p@de ser& e tudo.204me mais vinho& porque a vida nada.Fernando Pessoa $u amo tudo o que foiTudo o que 30 no A dor que 30 no me d*iA antiga e err@nea fO ontem que a dor dei?ou...O que dei?ou alegriaS* porque foi& e voou$ ho3e 30 outro dia.44$u amo tudo o que foiTudo o que 30 no A dor que 30 no me d*iA antiga e err@nea fO ontem que a dor dei?ou...O que dei?ou alegriaS* porque foi& e voou$ ho3e 30 outro dia.Fernando Pessoa "astei tudo que no tinha.Sou mais velho do que sou.A iluso& que me mantinha&S* no palco era rainha.2espiu4se& e o reino aca(ou.C...DQue fi+ de mim8 $ncontrei4meQuando estava 30 perdido.mpaciente dei?ei4me!omo a um louco que teime'o que lhe foi desmentido.Fernando Pessoa Sonho. 'o sei quem sou neste momento. 2urmo sentindo4me. 'a hora calma )eu pensamento esquece o pensamento& )inha alma no tem alma.Fernando Pessoa!erca de PON poesia de fernando pessoaTenho 2* das $strelasTenho d* das estrelasWu+indo h0 tanto tempo&A0 tanto tempo^Tenho d* delas.'o haver0 um cansa,o2as coisas&2e todas as coisas!omo das pernas ou de um (ra,o8Um cansa,o de e?istir&2e ser&S* de ser&O ser triste (rilhar ou sorrir^'o haver0& enfim&Para as coisas que so&'o morte& mas simUma outra espcie de fim&Ou uma grande ra+o [Qualquer coisa assim!omo um perdo8Fernando Pessoa 2. S$mulo do mundoO morto sonho& como a estrelaQue h04de surgir no cu profundo.Fernando Pessoa O que me d*i no O que h0 no cora,o)as essas coisas lindasQue nunca e?istiro^So as formas sem formaQue passam sem que a dorAs possa conhecerOu as sonhar o amor.So como se a triste+aFosse 0rvore e& uma a uma&!a-ssem suas folhas$ntre o vest-gio e a (ruma.Fernando Pessoa Atravessa esta paisagem o meu sonho dum porto infinito$ a cor das flores transparente de as velas de grandes naviosQue largam do cais arrastando nas 0guas por som(raOs vultos ao sol daquelas 0rvores antigas^O porto que sonho som(rio e p0lido$ esta paisagem cheia de sol deste lado^)as no meu esp-rito o sol deste dia porto som(rio$ os navios que saem do porto so estas 0rvores ao sol^Wi(erto em duplo& a(andonei4me da paisagem a(ai?o^O vulto do cais a estrada n-tida e calmaQue se levanta e se ergue como um muro&$ os navios passam por dentro dos troncos das 0rvores!om uma hori+ontalidade vertical&$ dei?am cair amarras na 0gua pelas folhas uma a uma dentro^'o sei quem me sonho^S>(ito toda a 0gua do mar do porto transparente$ ve3o no fundo& como uma estampa enorme que l0 estivessedesdo(rada&$sta paisagem toda& renque de 0rvore& estrada a arder em aqueleporto&$ a som(ra duma nau mais antiga que o porto que passa$ntre o meu sonho do porto e o meu ver esta paisagem$ chega ao p de mim& e entra por mim dentro&$ passa para o outro lado da minha alma^Fernando Pessoa Se eu morrer novo&sem poder pu(licar livro nenhumSem ver a cara que t%m os meus versos em letra impressa&Pe,o que& se se quiserem ralar por minha causa&Que no se ralem.Se assim aconteceu& assim est0 certo.)esmo que os meus versos nunca se3am impressos&$les l0 tero a sua (ele+a& se forem (elos.)as eles no podem ser (elos e ficar por imprimir&Porque as ra-+es podem estar de(ai?o da terra)as as flores florescem ao ar livre e 6 vista.Tem que ser assim por for,a. 'ada o pode impedir. Se eu morrer muito novo& oi,am isto.'unca fui seno uma crian,a que (rincava.Fui gentio como o sol e a 0gua&2e uma religio universal que s* os homens no t%m.Fui feli+ porque no pedi cousa nenhuma&'em procurei achar nada&'em achei que houvesse mais e?plica,oQue a palavra e?plica,o no ter sentido nenhum.'o dese3ei seno estar ao sol ou 6 chuva 4Ao sol quando havia sol$ 6 chuva quando estava chovendoC$ nunca a outra cousaD&Sentir calor e frio e vento&$ no ir mais longe. Uma ve+ amei& 3ulguei que me amariam&)as no fui amado.'o fui amado pela >nica grande ra+o 4Porque no tinha que ser. !onsolei4me voltando ao sol e a chuva&$ sentando4me outra ve+ a porta de casa.Os campos& afinal& no so to verdes para os que so amados!omo para os que o no so.Sentir estar distra-do.Fernando Pessoa 72e tudo& ficaram tr%s coisas.A certe+a de que estamos sempre come,ando...A certe+a de que precisamos continuar...A certe+a de que seremos interrompidos antes de terminar....Portanto devemos.Fa+er da interrup,o um caminho novo ...2a queda um passo de dan,a...2o medo& uma escada...2o sonho& uma ponte...2a procura& um encontro...7Fernando Pessoa GSou minha pr*pria paisagem1 Assisto 6 minha passagem& diverso& m*(il e s*& no sei sentir4me onde estou. Por isso& alheio& vou lendo como p0ginas& meu ser. O que segue no prevendo& o que passou a esquecer. 'oto 6 margem do que li o que 3ulguei que senti.#eleio e digo . 7Fui eu 87 2eus sa(e& porque o escreveu.GFernando Pessoa!erca de PON poesia de fernando pessoaAqui est04se sossegadoAqui est04se sossegado&Wonge do mundo e da vida&!heio de no ter passado&At o futuro se olvida.Aqui est04se sossegado.Tinha os gestos inocentes&Seus olhos riam no fundo.)as invis-veis serpentesFa+iam4a ser do mundo.Tinha os gestos inocentes.Aqui tudo pa+ e mar.Que longe a vista se perde'a solido a tornar$m som(ra o a+ul que verde;Aqui tudo pa+ e mar.Sim& poderia ter sido...)as vontade nem ra+oO mundo t%m condu+idoA pra+er ou concluso.Sim& poderia ter sido...Agora no esque,o e sonho.Fecho os olhos& oi,o o mar$ de ouvi4lo (em& suponhoQue veio a+ul a esverdear.Agora no esque,o e sonho.'o foi prop*sito& no.Os seus gestos inocentesTocavam no cora,o!omo invis-veis serpentes.'o foi prop*sito& no.2urmo& desperto e so+inho.Que tem sido a minha vida8/elas de in>til moinho ]Um movimento sem lida...2urmo& desperto e so+inho.'ada e?plica nem consola.Tudo est0 certo depois.)as a dor que nos desola&A m0goa de um no ser dois'ada e?plica nem consola.Fernando Pessoa 7Segue o teu destino...#ega as tuas plantas1Ama as tuas rosas.O resto a som(rade 0rvores alheias7Fernando Pessoa !ai chuva. 5 noite. Uma pequena (risa!ai chuva. 5 noite. Uma pequena (risa&Su(stitui o calor.PGra ser feli+ tanta coisa precisa.$ste lu+ir melhor.O que a vida8 O espa,o algum pra mim.Sonhando sou eu s*.A lu+ir& em quem no tem fim$& sem querer& tem d*.$?tensa& leve& in>til passageira&Ao ro,ar por mim tra+Uma iluso de sonho& em cu3a esteiraA minha vida 3a+.til (em.Que& se quer& e& se veio& se desconheceQue& se for& seriaO tdio de o haver... $ a chuva cresce'a noite agora fria.Fernando Pessoa 2orme& que a /ida 'ada; 2orme& que a vida nada; 2orme& que tudo vo; Se algum achou a estrada& Achou4a em confuso& !om a alma enganada. 'o h0 lugar nem dia Para quem quer achar& 'em pa+ nem alegria Para quem& por amar& $m quem ama confia. )elhor entre onde os ramos Tecem docis sem ser Ficar como ficamos& Sem pensar nem querer& 2ando o que nunca damos.Fernando Pessoa 'otas para uma #egra de /ida Q. !ada um de n*s no tem de seu nem de real seno a sua pr*pria individualidade. L. Aumentar aumentar4se. \. nvadir a individualidade alheia & alm de contr0rio ao princ-pio fundamental& contr0rio Cpor isso mesmo tam(mD a n*s mesmos& pois invadir sair de si& e ficamos sempre onde ganhamos CPor isso o criminoso um d(il& e o chefe um escravo.D CO verdadeiro forte um despertador& nos outros& de energias deles. O verdadeiro mestre um mestre de o no acompanharem.D P. Atrair os outros a si & ainda assim& o sinal da individualidade.Fernando Pessoa /AIA#; P$#2$# PAfS$S; /ia3ar; Perder pa-ses; Ser outro constantemente& Por a alma no ter ra-+es 2e viver de ver somente; 'o pertencer nem a mim; r em frente& ir a seguir A aus%ncia de ter um fim& $ a Ensia de o conseguir; /ia3ar assim viagem. )as fa,o4o sem ter de meu )ais que o sonho da passagem. O resto s* terra e cu.Fernando Pessoa Flui& indeciso na (rumaFlui& indeciso na (ruma&)ais do que a (ruma indeciso&Um ser que coisa a achar$ a quem nada preciso.Quer somente consistir'o nada que o cerca ao ser&Um come,o de e?istirQue aca(ou antes de o Ter.5 o sentido que e?iste'a aragem que mal se sente$ cu3a ess%ncia consiste$m passar incertamente.Fernando Pessoa Ah& verdadeiramente a deusa^Ah& verdadeiramente a deusa;A que ningum viu sem amar$ que 30 o cora,o endeusaS* com somente a adivinhar.Por fim magnEnima aparece'aquela perfei,o que Uma est0tua que a vida aquece$ fa+ da mesma vida f.Ah& verdadeiramente aquela!om que no t>mulo do mundoO morto sonho& como a estrelaQue h04de surgir no cu profundo.Fernando Pessoa 72e tudo& ficaram tr%s coisas.A certe+a de que estamos sempre come,ando...A certe+a de que precisamos continuar...A certe+a de que seremos interrompidos antes de terminar....Portanto devemos.Fa+er da interrup,o um caminho novo ...2a queda um passo de dan,a...2o medo& uma escada...2o sonho& uma ponte...2a procura& um encontro...7Fernando Pessoa 'o tenhas nada nas mos 'em uma mem*ria na alma& Que quando te puserem 'as mos o *(olo >ltimo& Ao a(rirem4te as mos 'ada te cair0. Que trono te querem dar Que Vtropos to no tire8 Que louros que no fanem 'os ar(-trios de )inos8 Que horas que te no tornem 2a estatura da som(ra Que ser0s quando fores 'a noite e ao fim da estrada. !olhe as flores mas larga4as& 2as mos mal as olhaste. Senta4te ao sol. A(dica $ s% rei de ti pr*prio.Fernando Pessoa ghNLUT17'o se acostume com o que no o fa+ feli+&revolte4se se for preciso...Alague seu cora,o de esperan,as&mas no dei?e que ele se afogue nelas.Se achar que precisa voltar& volte;Se perce(er que precisa seguir& siga;Se estiver tudo errado& comece novamente.Se estiver tudo certo& continue.Se sentir saudades& mate4a.Se perder um amor& no se perca;Se ach04lo& segure4o;!ircunda4te de rosas...Ame...stia de fuga do tempo e uma doen,a do mistrio da vida. !aras que via ha(itualmente nas minhas ruas ha(ituais 4 se dei?o de v%4las entriste,o1 e no me foram nada& a no ser o s-m(olo de toda a vida.Fernando Pessoa - %ivro do Desassosse&o Uma inquieta,o enorme fa+ia4me estremecer os gestos m-nimos. Tive receio de endoidecer& no de loucura& mas de ali mesmo. O meu corpo era um grito latente. O meu cora,o (atia como se falasse.Fernando Pessoa - %ivro do Desassosse&o e no sei oque sinto& no sei o que quero sentir& no sei o que penso nem o que sou. /erifico que& tantas ve+es alegre& tantas ve+es contente& estou sempre triste.Fernando Pessoa O %ivro do Desassosse&o 7)eus amigos so todos assim. metade loucura& outra metade santidade. $scolho4os no pela pele& mas pela pupila& que tem que ter (rilho questionador e tonalidade inquietante. $scolho meus amigos pela cara lavada e pela alma e?posta. 'o quero s* o om(ro ou o colo& quero tam(m sua maior alegria. Amigo que no ri 3unto& no sa(e sofrer 3unto...7Fernando pessoa #epudiei sempre que me compreendessem. Ser compreendido prostituir4se. Prefiro ser tomado a srio como o que no sou& ignorado humanamente& com dec%ncia e naturalidadeKFernando Pessoa in O %ivro do Desassosse&o . Assim como lavamos o corpo dever-amos lavar o destino& mudar de vida como mudamos de roupa ] no para salvar a vida& como comemos e dormimos& mas por aquele respeito alheio por n*s mesmos& a que propriamente chamamos asseio.Fernando Pessoa - %ivro do Desassosse&o Quanto mais alta a sensi(ilidade& e mais sutil a capacidade de sentir& tanto mais a(surdamente vi(ra e estremece com as pequenas coisas. 5 preciso uma prodigiosa intelig%ncia para ter ang>stia ante um dia escuro. A humanidade& que pouco sens-vel& no se angustia com o tempo& porque fa+ sempre tempo1 no sente a chuva seno quando lhe cai em cima.Fernando Pessoa - %ivro do Desassosse&o A solido desola4me1 a companhia oprime4me. A presen,a de outra pessoa descaminha4me os pensamentos&Fernando Pessoa - Bernardo Soares 7Para reali+ar um sonho preciso esquec%4lo& distrair dele a aten,o. Por isso reali+ar no reali+ar. A vida est0 cheia de parado?os como as rosas de espinhos.7%ivro do Desassosse&o - Fernando Pessoa SOSS$"A !O#A`eOSossega& cora,o; 'o desesperes; Talve+ um dia& para alm dos dias& $ncontres o que queres porque o queres. $nto& livre de falsas nostalgias& Atingir0s a perfei,o de seres. )as po(re sonho o que s* quer no t%4lo; Po(re esperan,a a de e?istir somente; !omo quem passa a mo pelo ca(elo $ em si mesmo se sente diferente& !omo fa+ mal ao sonho o conce(%4lo;Sossega& cora,o& contudo; 2orme; O sossego no quer ra+o nem causa.Quer s* a noite pl0cida e enorme.A grande& universal& solene pausa Antes que tudo em tudo se transforme. Sossega cora,o e adorme,a ;( Fernando Pessoa) Envida por Diana Brenman) O dia em que eu como pass0ro&dei?ar4me escapulir num v@ou&npenetrarei em teu cora,o e tua presen,a me possuir0 para sempreSua imagem pecorre meus sonhos como uma som(ra&sua vo+ me invade meus sentidos como um sonho.Os grandes momentos da vida v%em por si mesmos......no fa+ sentido esperar por eles.seu carinho me companha.O valor das coisas no estar no tempo que elas dura& mas na intensidade que acontecem.Por isso $?istem momentos inesquec-veis e pessoas incompar0veis .Fernando pessoa!erca de PON poesia de fernando pessoaPara qu% olhar para os crep>sculos se tenho em mim milhares decrep>sculos diversos 4 alguns dos quais que o no so 4 e se& alm deos olhar dentro de mim& eu pr*prio os sou& por dentro8Fernando Pessoa. Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,o2atilografia Tra,o& so+inho& no meu cu(-culo de engenheiro& o plano&Formo o pro3eto& aqui isoladoemoto at de quem eu sou.Ao lado& acompanhamento (analmente sin-stro&O tic4tac estalado das m0quinas de escrever.Que n0usea da vida;Que a(3e,o esta regularidade;Que sono este ser assim;Outrora& quando fui outro& eram castelos e cavalarias Clustra,Fes& talve+& de qualquer livro de infEnciaD&Outrora& quando fui verdadeiro ao meu sonho&$ram grandes passagens do 'orte& a?pl-citas de neve&$ram grandes palmares do sul& opulentos de verdes.Outrora...Ao lado& acompanhamento (analmente sin-stro&O tic4tac estalado das m0quinas de escrever.Temos todos duas vidas. A verdadeira& que a que sonhamos na infEncia&$ que continuamos sonhando& adultos& num su(strato de nvoa1A falsa& que a que vivemos em conviv%ncia com outros&Que a pr0tica& a >til&Aquela em que aca(am por nos meter num cai?o.'a outra no h0 cai?Fes& nem mortes.A0 s* ilustra,Fes de infEncia."randes livros coloridosm& para ver mas no ler1"randes p0ginas de cores para recordar mais tarde.'a outra somos n*s&'a outra no vivemos1'esta morremos& que o que viver quer di+er. 'este momento& pela n0usea& vivo s* na outra...)as ao lado& acompanhamento (analmente sin-stro&Se& desmeditando& escuto&$rgue a vo+ o tic4tac estalado das m0quinas de escrever.Fernando Pessoa ( lvaro de Campos) Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,oToda a gente que eu conhe,o e que fala comigo'unca teve um ato rid-culo& nunca sofreu en?ovalho&'unca foi seno pr-ncipe 4 todos eles pr-ncipes 4 na vida...Quem me dera ouvir de algum a vo+ humanaQue confessasse no um pecado& mas uma infEmia1Que contasse& no uma viol%ncia& mas uma co(ardia;'o& so todos o deal& se os oi,o e me falam.Quem h0 neste largo mundo que me confesse que uma ve+ foi vil8: pr-ncipes& meus irmos&Arre& estou farto de semideuses;Onde que h0 gente no mundo8$nto sou s* eu que vil e err@neo nesta terra8Fernando Pessoa (lvaro de Campos) Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,oo sino da minha aldeia O sino da minha aldeia&2olente na tarde calma&!ada tua (adaladaSoa dentro de minha alma.$ to lento o teu soar&To como triste da vida&Que 30 a primeira pancadaTem o som de repetida.Por mais que me tan3as pertoQuando passo& sempre errante&5s para mim como um sonho.Soas4me na alma distante.A cada pancada tua&/i(rante no cu a(erto&Sinto mais longe o passado&Sinto a saudade mais perto.Fernando pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,o'unca amamos ningum. Amamos& to4somente& a ideia que fa+emos de algum. 5 a um conceito nosso4 em suma& a n*s mesmos 4 que amamos. sso verdade em toda a escala do amor. 'o amor se?ual (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de um corpo estranho. 'o amor diferente do se?ual& (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de uma ideia nossa.Fernando PessoaFernando Pessoa (inserido por Ednin"a) Adicionar 6 minha cole,o nserida por edninhaU )ais nforma,o!oroai4me de rosas&!oroai4me em verdade&2e rosas ]#osas que se apagam$m fronte a apagar4seTo cedo;!oroai4me de rosas$ de folhas (reves.$ (asta.!i'ardo !eis - Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o nserida por soeduarda )ais nforma,oSento4me 6 porta e em(e(o meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem& e canto lento& para mim s*& vagos cantos que componho enquanto espero. Para todos n*s descer0 a noite e chegar0 a dilig%ncia. "o+o a (risa que me do e a alma que me deram para go+04la& e no interrogo mais nem procuro. Se o que dei?ar escrito no livro dos via3antes puder& relido um dia por outros& entret%4los tam(m na passagem& ser0 (em. Se no o lerem& nem se entretiverem& ser0 (em tam(m.Fernando Pessoa - Bernardo Soares Adicionar 6 minha cole,o nserida por ga(ipinho )ais nforma,oAtendo a tudo sonhando sempre1fi?o os m-nimos gestos faciais de com quem falo& recolho as entoa,Fes milimtricas dos seus di+eres e?pressos1mas ao ouvi4lo& no o escuto& estou pensando noutra coisa& e o que menos colhi da conversa foi a no,o do que nela se disse& da minha parte ou da parte de com quem falei.Assim& muitas ve+es& repito a algum o que 30 lhe repeti& pergunto4lhe de novo aquilo a que ele 30 me respondeu1 mas posso descrever& em quatro palavras fotogr0ficas& o sem(lante muscular com que ele disse o que meno lem(ra...Fernando Pessoa - Bernardo Soares Adicionar 6 minha cole,o nserida por ga(ipinho )ais nforma,oSe eu pudesse trincar a terra toda$ sentir4lhe um paladar&$ se a terra fosse uma cousa para trincarSeria mais feli+ um momento...)as eu nem sempre quero ser feli+.5 preciso ser de ve+ em quando infeli+Para se poder ser natural...'em tudo dias de sol&$ a chuva& quando falta muito& pede4se&Por isso tomo a infelicidade com a felicidade'aturalmente& como quem no estranhaQue ha3a montanhas e plan-cies$ que ha3a rochedos e erva...O que preciso ser4se natural e calmo'a felicidade ou na infelicidade&Sentir como quem olha&pensar como quem anda&$ quando se vai morrer& lem(rar4se de que o dia morre&$ que o poente (elo e (ela a noite que fica...Assim e assim se3a...Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) Adicionar 6 minha cole,o nserida por !ircus )ais nforma,oghNLUT17O valor das coisas no est0 no tempo que elas duram&mas na intensidade com que elas acontecem.Por isso &e?istem )omentos nesquec-veis&!oisas ine?plic0veis e Pessoas ncompar0veis7.CFernando PessoaD$nto neste fim de semana tenham cerquem4se de pessoas am0veis&fa,a coisas diferentes que te enchamde felicidade .Um *timo fim de semana 6 todos!os(lia Pin"eiro ('ita)*o de Fernando Pessoa) Adicionar 6 minha cole,o nserida por UQQUN\gildo )ais nforma,oAfinal& a melhor maneira de via3ar sentir. Sentir tudo de todas as maneiras. Sentir tudo e?cessivamente& Porque todas as coisas so& em verdade& e?cessivas $ toda a realidade um e?cesso& uma viol%ncia& Uma alucina,o e?traordinariamente n-tida Que vivemos todos em comum com a f>ria das almas& O centro para onde tendem as estranhas for,as centr-fugas Que so as psiques humanas no seu acordo de sentidos. Quanto mais eu sinta& quanto mais eu sinta como v0rias pessoas& Quanto mais personalidade eu tiver& Quanto mais intensamente& estridentemente as tiver& Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas& ...Fernando Pessoa "eter - lvaro de Campos+ in ,Poemas, Adicionar 6 minha cole,o nserida por ameliapedrosa )ais nforma,oA0 um tempo em que preciso a(andonar as roupas usadas& que 30 tem a forma do nosso corpo& e esquecer os nossos caminhos& que nos levam sempre aos mesmos lugares. 5 o tempo da travessia. e& se no ousarmos fa+%4la& teremos ficado& para sempre& 6 margem de n*s mesmos.A0 um tempo em que preciso a(andonar as roupas usadas& que 30 tem a forma do nosso corpo& e esquecer os nossos caminhos& que nos levam sempre aos mesmos lugares. 5 o tempo da travessia. e& se no ousarmos fa+%4la& teremos ficado& para sempre& 6 margem de n*s mesmos.-./01 Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o nserida por #osemmarkAlves )ais nforma,o7'o me indigno& porque a indigna,o para os fortes1 no me resigno& porque a resigna,o para os no(res1 no me calo& porque o sil%ncio para os grandes. $ eu no sou forte& nem no(re& nem grande. Sofro e sonho. Quei?o4me porque sou fraco e& porque sou artista& entretenho4me a tecer musicais as minhas quei?as e a arran3ar meus sonhos conforme me parece melhor a minha ideia de os achar (elos.S* lamento o no ser crian,a& para que pudesse crer nos meus sonhos.7 7$u no sou pessimista& sou triste.Fernando pessoa Adicionar 6 minha cole,o nserida por Amanda)artucelli )ais nforma,oTive grandes am(i,Fes e sonhos dilatados ] mas esses tam(m os teve o mo,o de fretes ou a costureira& porque sonhos tem toda a gente. o que nos diferen,a a for,a de conseguir ou o destino de se conseguir conosco.Fernando Pessoa - %ivro do Desassosse&o Adicionar 6 minha cole,o nserida por caleromed )ais nforma,o7Adoramos a perfei,o& porque no a podemos ter1 repugna4la4-amos& se a tivssemos. O perfeito desumano& porque o humano imperfeito.7Fernando Pessoa. Adicionar 6 minha cole,o nserida por stephaniea )ais nforma,o)as talve+ no chegar queira di+er que h0 outra estrada que achar&certa estrada que est0&como quando da festa se esquece quem l0 est0Fernando pessoa Adicionar 6 minha cole,o nserida por 2anilomatara++o )ais nforma,oJ5 o tempo da travessia. e& se no ousarmos fa+%4la& teremos ficado& para sempre& 6 margem de n*s mesmos.Fernando Pessoa. Adicionar 6 minha cole,o nserida por )aria)ilena )ais nforma,oVlvaro de !amposA Fernando PessoaC2epois de ler seu drama est0tico 7O marinheiro7 em 7Orfeu 7D 2epois de do+e minutos 2o seu drama O )arinheiro& $m que os mais 0geis e astutos Se sentem com sono e (rutos& $ de sentido nem cheiro& 2i+ rima das veladoras !om langorosa magia 2e eterno e (elo h0 apenas o sonho. Por que estamos n*s falando ainda8 Ora isso mesmo que eu ia Perguntar a essas senhoras...2lvaro de Campos Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,o7A literatura a melhor prova de que a vida no chega.7 nos di+ Fernando Pessoa. Ser0 que poder-amos di+er mais alguma coisa8 Seria fingidor o poeta que se vale da literatura para se eterni+ar& 30 que a pr*pria vida no o suficiente8Quem dera f@ssemos to fingidores quanto poetasque dissimul0ssemos dores e alcan,0ssemos leitores. O homem perene& fa+ parte do tempo 4 temporala o(ra ultrapassa o tempo 4 atemporal.Fernando Pessoa sempre presentepoeta fingidor nosso presente.3na4( Martins de Almeida Adicionar 6 minha cole,o nserida por na3a)artins )ais nforma,oSomos um pouco menores do que 2eus!omo di+ Fernando Pessoa&7eu sou do tamanho do que ve3o& $ no& do tamanho da minha altura7o homem atravessou o mar desco(riu continentes& sonhou um dia em voar& e voou como um p0ssaro& foia Wua e dela voltou. $u poderia ficar horas suscitando so(re feitos hist*ricos e fatos )agn-ficos. 'o importa que posi,o voc% se encontra na vida& no importa o que voc% tem& e sim onde quer chegar& mais do que certo que ser0 capa+ de concluir esse dese3o que 2eus plantou em seu cora,o& voc% nasceucom um dom para ousar& criar& fa+er hist*ria."%nesis Q&LTLTJ2eus disse. cFa,amos o homem 6 nossa imagem& como nossa semelhan,a& e que eles dominem so(reos pei?es do mar& as aves do cu& os animais domsticos& todas as feras e todos os rpteis que raste3am so(re a terra_.Por isso no 3ogue fora a maravilhosa oportunidade que 2eus lhe deu que a vida& a oportunidade de tra,ar o seu caminho e no ficar nas mos do destino para sermos coad3uvantes da vida& somos ator principal o mocinho o her*i o sonhador.A maior aposta que um homem pode fa+er apostar todas suas fichas em si pr*prio& voc% pode tudo e nem o cu o limite. 7Somos um pouco menores do que 2eus7.CWui+ Iivago !arriel QL.UP.LUUNDli5 6iva&o Oliveira Carriel!erca de PON poesia de fernando pessoaPara qu% olhar para os crep>sculos se tenho em mim milhares decrep>sculos diversos 4 alguns dos quais que o no so 4 e se& alm deos olhar dentro de mim& eu pr*prio os sou& por dentro8Fernando Pessoa. Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,o2atilografia Tra,o& so+inho& no meu cu(-culo de engenheiro& o plano&Formo o pro3eto& aqui isoladoemoto at de quem eu sou.Ao lado& acompanhamento (analmente sin-stro&O tic4tac estalado das m0quinas de escrever.Que n0usea da vida;Que a(3e,o esta regularidade;Que sono este ser assim;Outrora& quando fui outro& eram castelos e cavalarias Clustra,Fes& talve+& de qualquer livro de infEnciaD&Outrora& quando fui verdadeiro ao meu sonho&$ram grandes passagens do 'orte& a?pl-citas de neve&$ram grandes palmares do sul& opulentos de verdes.Outrora...Ao lado& acompanhamento (analmente sin-stro&O tic4tac estalado das m0quinas de escrever.Temos todos duas vidas. A verdadeira& que a que sonhamos na infEncia&$ que continuamos sonhando& adultos& num su(strato de nvoa1A falsa& que a que vivemos em conviv%ncia com outros&Que a pr0tica& a >til&Aquela em que aca(am por nos meter num cai?o.'a outra no h0 cai?Fes& nem mortes.A0 s* ilustra,Fes de infEncia."randes livros coloridosm& para ver mas no ler1"randes p0ginas de cores para recordar mais tarde.'a outra somos n*s&'a outra no vivemos1'esta morremos& que o que viver quer di+er. 'este momento& pela n0usea& vivo s* na outra...)as ao lado& acompanhamento (analmente sin-stro&Se& desmeditando& escuto&$rgue a vo+ o tic4tac estalado das m0quinas de escrever.Fernando Pessoa ( lvaro de Campos) Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,oToda a gente que eu conhe,o e que fala comigo'unca teve um ato rid-culo& nunca sofreu en?ovalho&'unca foi seno pr-ncipe 4 todos eles pr-ncipes 4 na vida...Quem me dera ouvir de algum a vo+ humanaQue confessasse no um pecado& mas uma infEmia1Que contasse& no uma viol%ncia& mas uma co(ardia;'o& so todos o deal& se os oi,o e me falam.Quem h0 neste largo mundo que me confesse que uma ve+ foi vil8: pr-ncipes& meus irmos&Arre& estou farto de semideuses;Onde que h0 gente no mundo8$nto sou s* eu que vil e err@neo nesta terra8Fernando Pessoa (lvaro de Campos) Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,oo sino da minha aldeia O sino da minha aldeia&2olente na tarde calma&!ada tua (adaladaSoa dentro de minha alma.$ to lento o teu soar&To como triste da vida&Que 30 a primeira pancadaTem o som de repetida.Por mais que me tan3as pertoQuando passo& sempre errante&5s para mim como um sonho.Soas4me na alma distante.A cada pancada tua&/i(rante no cu a(erto&Sinto mais longe o passado&Sinto a saudade mais perto.Fernando pessoa Adicionar 6 minha cole,o 'a cole,o de L )ais nforma,o'unca amamos ningum. Amamos& to4somente& a ideia que fa+emos de algum. 5 a um conceito nosso4 em suma& a n*s mesmos 4 que amamos. sso verdade em toda a escala do amor. 'o amor se?ual (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de um corpo estranho. 'o amor diferente do se?ual& (uscamos um pra+er nosso dado por intermdio de uma ideia nossa.Fernando PessoaFernando Pessoa (inserido por Ednin"a) Adicionar 6 minha cole,o nserida por edninhaU )ais nforma,o!oroai4me de rosas&!oroai4me em verdade&2e rosas ]#osas que se apagam$m fronte a apagar4seTo cedo;!oroai4me de rosas$ de folhas (reves.$ (asta.!i'ardo !eis - Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o nserida por soeduarda )ais nforma,oSento4me 6 porta e em(e(o meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem& e canto lento& para mim s*& vagos cantos que componho enquanto espero. Para todos n*s descer0 a noite e chegar0 a dilig%ncia. "o+o a (risa que me do e a alma que me deram para go+04la& e no interrogo mais nem procuro. Se o que dei?ar escrito no livro dos via3antes puder& relido um dia por outros& entret%4los tam(m na passagem& ser0 (em. Se no o lerem& nem se entretiverem& ser0 (em tam(m.Fernando Pessoa - Bernardo Soares Adicionar 6 minha cole,o nserida por ga(ipinho )ais nforma,oAtendo a tudo sonhando sempre1fi?o os m-nimos gestos faciais de com quem falo& recolho as entoa,Fes milimtricas dos seus di+eres e?pressos1mas ao ouvi4lo& no o escuto& estou pensando noutra coisa& e o que menos colhi da conversa foi a no,o do que nela se disse& da minha parte ou da parte de com quem falei.Assim& muitas ve+es& repito a algum o que 30 lhe repeti& pergunto4lhe de novo aquilo a que ele 30 me respondeu1 mas posso descrever& em quatro palavras fotogr0ficas& o sem(lante muscular com que ele disse o que meno lem(ra...Fernando Pessoa - Bernardo Soares Adicionar 6 minha cole,o nserida por ga(ipinho )ais nforma,oSe eu pudesse trincar a terra toda$ sentir4lhe um paladar&$ se a terra fosse uma cousa para trincarSeria mais feli+ um momento...)as eu nem sempre quero ser feli+.5 preciso ser de ve+ em quando infeli+Para se poder ser natural...'em tudo dias de sol&$ a chuva& quando falta muito& pede4se&Por isso tomo a infelicidade com a felicidade'aturalmente& como quem no estranhaQue ha3a montanhas e plan-cies$ que ha3a rochedos e erva...O que preciso ser4se natural e calmo'a felicidade ou na infelicidade&Sentir como quem olha&pensar como quem anda&$ quando se vai morrer& lem(rar4se de que o dia morre&$ que o poente (elo e (ela a noite que fica...Assim e assim se3a...Alberto Caeiro (Fernando Pessoa) Adicionar 6 minha cole,o nserida por !ircus )ais nforma,oghNLUT17O valor das coisas no est0 no tempo que elas duram&mas na intensidade com que elas acontecem.Por isso &e?istem )omentos nesquec-veis&!oisas ine?plic0veis e Pessoas ncompar0veis7.CFernando PessoaD$nto neste fim de semana tenham cerquem4se de pessoas am0veis&fa,a coisas diferentes que te enchamde felicidade .Um *timo fim de semana 6 todos!os(lia Pin"eiro ('ita)*o de Fernando Pessoa) Adicionar 6 minha cole,o nserida por UQQUN\gildo )ais nforma,oAfinal& a melhor maneira de via3ar sentir. Sentir tudo de todas as maneiras. Sentir tudo e?cessivamente& Porque todas as coisas so& em verdade& e?cessivas $ toda a realidade um e?cesso& uma viol%ncia& Uma alucina,o e?traordinariamente n-tida Que vivemos todos em comum com a f>ria das almas& O centro para onde tendem as estranhas for,as centr-fugas Que so as psiques humanas no seu acordo de sentidos. Quanto mais eu sinta& quanto mais eu sinta como v0rias pessoas& Quanto mais personalidade eu tiver& Quanto mais intensamente& estridentemente as tiver& Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas& ...Fernando Pessoa "eter - lvaro de Campos+ in ,Poemas, Adicionar 6 minha cole,o nserida por ameliapedrosa )ais nforma,oA0 um tempo em que preciso a(andonar as roupas usadas& que 30 tem a forma do nosso corpo& e esquecer os nossos caminhos& que nos levam sempre aos mesmos lugares. 5 o tempo da travessia. e& se no ousarmos fa+%4la& teremos ficado& para sempre& 6 margem de n*s mesmos.A0 um tempo em que preciso a(andonar as roupas usadas& que 30 tem a forma do nosso corpo& e esquecer os nossos caminhos& que nos levam sempre aos mesmos lugares. 5 o tempo da travessia. e& se no ousarmos fa+%4la& teremos ficado& para sempre& 6 margem de n*s mesmos.-./01 Fernando Pessoa Adicionar 6 minha cole,o nserida por #osemmarkAlves )ais nforma,o7'o me indigno& porque a indigna,o para os fortes1 no me resigno& porque a resigna,o para os no(res1 no me calo& porque o sil%ncio para os grandes. $ eu no sou forte& nem no(re& nem grande. Sofro e sonho. Quei?o4me porque sou fraco e& porque sou artista& entretenho4me a tecer musicais as minhas quei?as e a arran3ar meus sonhos conforme me parece melhor a minha ideia de os achar (elos.S* lamento o no