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Das savanas tropicaisDo cerrado brasileiroCarnes, leites e cereais
Viajam ao mundo inteiroOs olhos famintos do mundo
Voltam-se ao continenteOs frutos daqui oriundos
Chegam ao longínquo Oriente
Geovane Alves de Andrade
Se lá do céu a fina chuva a nós vier
Devolverá coloração aos vegetaisVem como bênção às
savanas tropicaisSe a ambição da humanidade
assim quiser.Mineração, desmatamento,
o que houverTudo que vai talvez não volte
nunca maisNão se destroem ecossistemas
tão globaisEm prol do lucro queo agronegócio quer.
Geovane Alves de Andrade
Mudanças ambientaisÉ preocupação crescente
Secar podem os mananciaisSe o clima ficar tão quente.Plantas, homens e animais
Poderão ficar doentesE alguns biomas globais
Terão hostis seus ambientes.
Geovane Alves de Andrade
Uma lavoura perfeitaDá paz e sossego ao rostoVendo o trigal que ondeiaAo vento do mês de agostoA espiga que forma cheiaGarante a boa colheita
Capaz de encher o celeiroQue honrará custo e impostoAlém do lucro em dinheiro.
Geovane Alves de Andrade
Sabedoria e sucessoNunca andam separadosE este audaz progresso
Ocorre aqui nos Cerrados.Na estação de sequiaNão há precipitaçãoEntão se faz poesiaGraças à irrigação.
Geovane Alves de Andrade
Na condição de humildepecador converso
Vou semeando letra e grãos ao som do vento
Talvez a letra se converta em rima ou verso
Quem sabe os grãos possam gerar o meu sustento.
Serei capaz de me livrarda fúria insana
Ou aprender as muitas leis do universo
Farei nevar em todatropical savanaOu emergir um
continente submerso.
Geovane Alves de Andrade
Ao criar o mundo, mares, continentesDeus só não criou a confusão urbanaPara fauna e flora, habitats diferentes
Manguezais, florestas, prados e savana.
Mamíferos migram na terra africana
Por longas distânciasconforme a estaçãoLibertos da fúria e da ação humana
Que em vez de equilíbrio traz devastação.
Geovane Alves de Andrade
Toda riqueza existenteVegetal ou mineral
Não é moeda correnteÉ tesouro ambiental.
Não pertence a qualquer genteMas com o uso racionalE exploração conscienteTodos ganham por igual.
Geovane Alves de Andrade
No Bioma Cerrado, tanta vida existe
Na força incomum de uma formiga atleta
No pio agoureiro da pombinha tristeNo salto elegante do macaco esteta.
Deste chão queimado a brotação insisteTrazer esperanças
ao cinéreo póE nas belas tardes,
sem que o avisteCanta em sinfonia o nhambu chororó.
Geovane Alves de Andrade
Embora sei que a ciênciaDita a severa razão
O Cerrado, como penso,É, pois, mais casto e propenso
Às coisas do coraçãoPorque minha consciência
Prefere a conservaçãoDeste bioma imensoÀ vil globalização.
Geovane Alves de Andrade
Ao proteger um biomaMuito se faz, na verdadeNão se congela em redoma
Sua biodiversidade.Frutos, sementes ou goma
Dali se pode extrairCom o cuidado que se toma
Para nada destruir.
Geovane Alves de Andrade
Quando o vento entoa a estação das chuvasAs cigarras cantam procurando amoresLá no poço fundo
que tem águas turvasNadam em cardume os peixes saltadores.Pirilampos vagam ao breu orvalhado
Voando parece um cintilante véuConclui um poeta,dizendo: o Cerrado
É como se fosse um pedaço do céu.
Geovane Alves de Andrade
No arco-íris da regaDe um grande pivot central
Cada gota ali carregaUm recurso natural.A superfície molhadaPor chuva artificial
Costuma ser cultivadaCom fruta ou cereal.
Geovane Alves de Andrade
Sendo impossível compreender o Todo e o Complexo
como partículas integrantes e infinitamente
minúsculas que somos,cabe-nos apenas fazer
a nossa parte na harmonia estabelecida
pelos elementos da Natureza.Dimas Vital Siqueira Resck
Eloiza Aparecida Belleza FerreiraJoão de Deus Gomes dos Santos Júnior
Marcos Aurélio Carolino de SáCícero Célio de Figueiredo
Nesta terra hospitaleiraMuitas histórias levanto
Mais por paixão que doutrinaTem a história do amaranto
Que desceu a cordilheiraPara crescer na colina.
Grãos, frutas, fibras, sementesChegaram ao nosso agro
Com mais vigor, rendimentoPor isto aqui consagro
Expertos, sábios, valentes“Papas do melhoramento”.
Geovane Alves de Andrade
Quem já cobriu o solo com o verde manto
Imita o criador; faz da planta uma filha.
Mas doa à natureza um duradouro encanto
E ao planeta Terra, uma verde ilha.
Quem planta floresta eterniza o canto
De pássaro, abelhas, toda fauna alada.
Desconhece o bem que pratica,no entanto,
Por realizar uma missão sagrada.Geovane Alves de Andrade
Oh trilhas de rumo erranteOnde pasta o manso gadoRiscando o verde pujante
Dos campos do meu Cerrado.É lá do alto da serra
Donde o sol pinta o mundoE doa aos filhos da terraEste lar rico e fecundo.
Geovane Alves de Andrade
Costumes tupiniquinsRoça de toco queimadoEra feita mesmo assimEm terreno inclinado.Tudo isso para mim
Já faz parte do passadoMas está longe do fim
Plantar em chão preservado.
Geovane Alves de Andrade
As geraçõesque sucedermos no futuro
Não viverão sobameaças ambientais
Respirarão um ar saudável e mais puro
Se preservarmos os recursos naturais.
A produção de alimentos do amanhã
Requer respostas imediatas da ciência
De uma política ambiental e guardiã
Que esqueça lucros em prol da sobrevivência.
Geovane Alves de Andrade
Toda marca tem no nomeO que lhe agrega valores
Mas quem vende o que se comeMelhor ter bons compradores.
Mesmo se a fruta tiverAspecto, forma e sabores
Faça o que o mercado querTenha certificadores.
Geovane Alves de Andrade
Se lá do céu a fina chuvaa nós vier
Quanta beleza brotaráda nossa terra
A verde relva inundará baixada ou serra
E o passaredo cantará de onde estive.
Ninguém fará à natureza um mal sequer
Se desprezarmos a ganância de quem erra
Poluição será um passadoque ora encerra
E o paraíso, um lugarcomo qualquer.
Geovane Alves de Andrade
O velho engenho ao relentoSuas três moendas movia
Lançando ao ar um lamentoComo se fosse poesia.Era como se nós dois
Tivéssemos sina insanaAo subjugar os bois
E roubar o mel da cana.
Geovane Alves de Andrade
O homem não é o mesmoMuito além ousou chegarO mundo evolui a esmoNa arte de investigar.
Com biotecnologiaLonge se pode chegarUsando a engenhariaGenética e molecular.
Fábio Gelape FaleiroGeovane Alves de Andrade
Transgenia é ciênciaNão é preocupação
Para a nossa existênciaPode ser a soluçãoOGM é salutar,
Sem riscos à raça humanaAjuda a pesquisa andar,
Traz o progresso à savana.
Geovane Alves de Andrade
A engenharia genéticaNão é ficção ou utopiaÉ evolução da pesquisaÉ ciência e tecnologia.
Não é preciso temorTransgenia não faz malExiste a biossegurançaAlimentar e ambiental.
Geovane Alves de Andrade
As gerações que sucedermosno futuro
Lançarão mão da ciência e tecnologia.
Só viverão num ambientelimpo e puro
usando fonte alternativa de energia.
Se for capaz de aprisionar o que emana
Da onda do mar que espumante vem e vai
Plantar deserto, onde a chuva nunca caiSem prejuízo adicional
à vida humana.
Geovane Alves de Andrade
Hoje, décadas adianteDurante os versos que faço
Ouço um ruído distanteQue faz da cana um bagaço.
Não há mais senhor de engenho
O patrão é o usineiroNem na poeira, o desenho
do rastro de um boi carreiro.
Geovane Alves de Andrade
Por este Brasil tão vastoDo campo vejo sinaisO Cerrado virou pastoE o pasto, canaviais.
O progresso é sempre assimAlguém sai prejudicadoAté mesmo esse jardim
Das planícies do Cerrado.
Geovane Alves de Andrade
A agressão ambientalÉ causa e não sintomaDe um problema social
Que afeta qualquer bioma.A agroecologia
Tem amplo potencialDe agregar sabedoria
Com equilíbrio ambiental.
Geovane Alves de Andrade
Quando a criação donovo está em jogo
resignar-se ao provávele ao exeqüível
é condenar-se ao passadoe à repetição.
Eduardo Giannetti
Entre todas as formas de exploração
Eleja o sistema de agrofloresta
Saberás que escolhera a melhor opção
Pois não há rendimento melhor do que nesta.
Pragas e doenças não farão a festa
Em um ambiente tão equilibrado
A dificuldade que talvez lhe resta
É vender produto diversificado.
Geovane Alves de Andrade
Prezado Agricultor,Sua importância é tanta
Que um velho sábio dizia:Quem cuida,
semeia ou planta,Aos céus faz uma poesia.Meu caro e bom inventor,
Desde a hóstia sacrossantaAo pão que
o ancestral comiaVem do teu labor
que encantaCom frutos que nos sacia.
Geovane Alves de Andrade
Audácias são como floresAno a ano brotarão
Nos corações sonhadoresDe quem cria
ou planta grãos.Para o agricultor familiar
A extensão tem valiaNo seu papel de levar
Ao campo a tecnologia.
Geovane Alves de Andrade
Companheiro benfeitorA sua fé se abrilhantaNo suor do dia a dia
Sois herói na guerra santaContra a fome tão bravia.
Bravo heróico defensorQue o seu querer se agiganta
Em prol da ecologiaE Deus lá do céu garantaSua imortal companhia.
Geovane Alves de Andrade
Modernidade só se fazcom precisão
Na proporção quantificada no instrumentoMedir se pode
uma eólica erosãoOcasionada pela rapidez
do vento.Temos robôs aparelhados
com sensoresVoando sobre uma lavoura
em andamentoPara informar se há organismos invasoresE iniciar a operação
de salvamento.
Geovane Alves de Andrade
O agricultor conscienteFaz zoneamento ambiental
Planta o que for coerenteAo arranjo espacial.
Seu negócio é diferenteDaqueles que, em geral
Pensam em lucrar somenteE no fim, sempre vão mal.
Geovane Alves de Andrade
Há quem vê na matemáticaUma audaz ciência récia.
Porém é saída práticaPara muita peripécia.Registra com precisãoOs dados primordiais
É o poder da informaçãoCom lucros adicionais.
Geovane Alves de Andrade
Com a poeira do chãoAndam bois enfileiradosE, ao longe, na amplidãoDesnuda o solo um arado.
A flor do ipê balançaMesmo que a chuva não molhe
Igual, penso, é a esperançaDe quem planta, mas não colhe.
Geovane Alves de Andrade
A nossa sociedadePercorre um caminho errante
Em busca de acolhimentoDo campo, foi pra cidade
Mas sem emprego o bastanteVoltou para o assentamento.
Agora, organizadosMostram firmeza e vontadeOs seus direitos defendemNunca estão acomodadosSó não têm mais liberdadePois do governo dependem.
Geovane Alves de Andrade
O Cerrado é nosso chãoPorém, as suas riquezasNão podem ficar na mãomercantilista de empresas
Que degradam em prol do grãoOu do pastoreio extensoDeste patrimônio imenso
Roubam da mata o carvãoE extinguem outras surpresas
Pérolas da evolução.
Geovane Alves de Andrade