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Polícia Judiciária Militar

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Aula sobre Policia Judiciaria Militar

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Atividades de polícia conferidas às instituições militaresA doutrina concebe a existência de duas atividades de

polícia:

a) Polícia administrativa

b) Polícia judiciária

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“A polícia administrativa possui um caráter preventivo e atua na manutenção da ordem pública e na prevenção da prática de delitos. Dessa forma, ela busca limitar os direitos individuais dos cidadãos, tendo em vista a manutenção do equilíbrio social. Assim, a polícia administrativa visa justamente coibir atividades nocivas aos interesses sociais ou que violem disposições legais ou regulamentares estranhas à seara criminal. Já a polícia judiciária, tem caráter repressivo por natureza e atua primordialmente, após a prática do crime, por meio do procedimento administrativo destinado a apurar a autoria e a materialidade das infrações penais denominado “inquérito policial”.

Bruno Cabral e Rafael Souza (Manual Prático de Polícia Judiciária, 2013)

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“A Polícia Administrativa atua de forma preventiva, a fim de evitar a prática de infrações lesivas à sociedade, e a Polícia Judiciária, repressiva, age após o cometimento do ilícito visando a colheita de provas e informações que possibilitem a repressão pelo Poder Judiciário, funcionando como seu auxiliar.”

Anderson Daura (Inquérito Policial: Competência e Nulidades de Atos de Polícia Judiciária, 2009)

“A fase de investigação, portanto, em regra promovida pela polícia judiciária, tem natureza administrativa, sendo realizada anteriormente à provocação da jurisdição penal.“

Eugênio Pacelli (Curso de Processo Penal, 2008)

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A polícia administrativa está ligada a um dos Poderes da Administração Pública, o Poder de Polícia, assim, esta é predominantemente de cunho preventivo e pode ser desenvolvida por todos os agentes públicos com poder de polícia, militares ou civis, dentro dos limites impostos por lei ao cargo respectivo, nos três níveis federativos. A polícia judiciária, trata-se de uma atividade pré-processual, que tem por escopo descortinar a verdade diante da ocorrência de um fato criminoso, traduzindo-se na apuração desse fato e consequente condensação de documentos diversos, com o objetivo de que seja adotada a persecução criminal.

Coimbra Neves (Manual de Direito Processual Penal Militar, 2014)

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Assim, o exercício da polícia judiciária inicia-se após a ocorrência do fato criminoso, buscando, pois, investigar as circunstâncias do crime, com o escopo de indicar a verdade dos fatos, de esclarecer se ele ocorreu (materialidade) e, nesse caso, quem o praticou (autoria), facilitando, se essa for a circunstância, o exercício do jus puniendi.

A polícia judiciária não é indispensável ao exercício do direito de punir do Estado.

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CF/88 - Art. 144 § 4º - Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.

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Atribuição para o exercício da polícia judiciária militarVinculação.Âmbito federal (Forças Armadas): Exercido

pelas autoridades elencadas no art. 7º do CPPM

Âmbito estadual (Polícias e Corpos de Bombeiros Militares): Comandante Geral, Subcomandante Geral, Corregedor Chefe, Diretores e Chefes de repartições; Comandantes de Batalhão e Comandantes de CIPM

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Delegação do exercício2º Em se tratando de delegação para

instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de posto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado.

3º Não sendo possível a designação de oficial de posto superior ao do indiciado, poderá ser feita a de oficial do mesmo posto, desde que mais antigo.

4º Se o indiciado é oficial da reserva ou reformado, não prevalece, para a delegação, a antiguidade de posto.

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        Designação de delegado e avocamento de inquérito pelo ministro

        5º Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá ao ministro competente a designação de oficial da reserva de posto mais elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se este estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência.

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Transmissão do poder de polícia judiciária aos oficiais da ativa, subordinados ao comandante, para conduzirem o IPM.

Proibição: Praças especiais e praças.

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Atuação de polícia judiciária militar por autoridades militares atuantes na Força Nacional de SegurançaAutoridades em desempenho na Força

Nacional (FN) X Autoridade do art. 7º do CPPM;

Amparo constitucional da FN;A FN tem instaurado IPM, como o IPM n.

23.IPM.2009/DFNSP que, após concluso, foi encaminhado à Justiça Militar do Estado de SP, conforme súmula n. 78 do STJ;

Hodiernamente o Estado em que a FN está atuando, fica responsável em instaurar o IPM.

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Conflitos de atribuição de polícia judiciária militarConflito positivoConflito negativoNão acarreta nulidade, pois é mera peça

informativaArt. 85 do CPPM. A competência do fôro

militar será determinada:         I - de modo geral:         a) pelo lugar da infração;         b) pela residência ou domicílio do

acusado;         c) pela prevenção;

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Entre autoridades pertencentes a mesma instituição:

1)Aderência ao território; 2)Atuação decorrente do exercício do poder

hierárquico;3)Aderência à especialidade da atividade

desenvolvida;4)PrevençãoArt. 94 CPPM

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Entre autoridades pertencentes a instituições diferentes:

1)Aderência ao território; 2)Aderência ao bem jurídico aviltado;3)Aderência à natureza especial da atividade

desenvolvida;4)Prevenção

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Competência da Polícia judiciária Militar

Art. 8º do CPPM – Rol exemplificativo e não taxativoAlínea “a” – apurar os crimes militares, bem como

os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;

Admissibilidade de qualquer prova, desde que não seja ilícita ou atente contra a moral, saúde ou a segurança individual ou coletiva, ou contra a hierarquia ou a disciplina militares;

Demonstração da materialidade da infração penal militar, ou de sua inocorrência;

Apuração da autoria do fato.

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Alínea “b” – prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas

Informações e diligências de qualquer ordem como, remessa de documentos, encontro de uma testemunha, auxiliar na reprodução simulada dos fatos, acompanhar oficial de justiça para a intimação, condução coercitiva de pessoa ao juízo militar etc;

Fatos na fase pré-processual e processualO não acatamento da requisição, pode acarretar

na prática dos crimes tipificados nos arts. 319 ou 349 do CPM

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Alínea “c” – cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;

Aplicável ao indiciado, ao réu e até mesmo, como medida coercitiva, à testemunha, nos termos do § 2º do art. 347 e o art. 420 do CPPM

Alínea “d” – representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado

Alínea “e” – cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código, nesse sentido

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Alínea “f” – solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo

INSS, hospitais etcO não acatamento da autoridade civil não configura

crime de desobediência, pois não há ordem legal, mas sim, uma solicitação

Alínea “g – requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar

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Alínea “h” - atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido

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Exercício de polícia judiciária militar em crimes que não sejam da competência da Justiça MilitarCrimes dolosos contra a vida, praticado

contra civil, cometido por militar em serviço.Lei 9.299/96 - § 2º do art. 82 do CPPMEC n. 45/2004 - § 4º do art. 125 da CF/88A Justiça Militar Federal

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Atribuições atípicas de polícia judiciária militar1) Representar pela interceptação das

comunicações telefônicas do indiciadoInciso XII do art. 5 da CFLei n. 9.296/962) Representação pela prisão temporáriaLei n. 7.960/89Fase de inquéritoAplicação ou não nos crimes militares? Inciso III, art. 1º da Lei 7.960/89Não se aplica

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3) Medidas da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06)Concepção do dolus malus:a)Elemento cognitivo: o agente conhece as circunstâncias;b)Elemento volitivo: o agente quer o resultado partindo desse

conhecimentoAtribuição da polícia judiciária militar contida no art. 11 da Lei

Maria da PenhaI - garantir proteção policial, quando necessário,

comunicando de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;

IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio familiar;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

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Art. 12III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito)

horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;

Exemplos: a) militar agride mulher militar, com quem é casado, dentro da Instituição militar. (ofensa a bem jurídico militar – Aplica-se o CPM)

b) militar agride á namorada militar, no âmbito doméstico. (aplicação da Lei 11.340/06)

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4) Medidas da Lei do crime organizadoLei n. 12.850/2013Não há rol taxativo, apenas enumera característicasII - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;III - ação controlada;IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica;VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica;VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11;