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POLIS (do grego) = CIDADE-ESTADO Designa a atividade humana que se refere à cidade.

POLIS (do grego) = CIDADE-ESTADO Designa a atividade ... · refere à cidade. Questões 1. O que é a filosofia política? ... O QUE DEVE SER O ESTADO X A função do Estado é agir

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POLIS (do grego) = CIDADE-ESTADO

Designa a atividade humana que se

refere à cidade.

Questões1. O que é a filosofia política? Quais as principais formas

de governo ao longo da história?

2. O que é democracia e qual é o princípio do diálogo no

espaço democrático?

3. Como se dá a lógica de fundamentos fortificantes de um

grupo democrático?

4. Qual a avaliação norteadora de uma reflexão ética

democrática?

5. Comente a frase: “diferir o público do privado é um

valor democrático.”

6. Política é ou não questão de poder?

7. Qual é a teoria platônica sobre política e o que ela diz?

8. O que problematiza Aristóteles sobre política?

A obra de Aristóteles, intitulada Política, é considerada

um dos primeiros tratados sobre a arte e a ciência de

governar a Polis.

O conceito grego de Política se refere à realização do bem comum. No

entanto, o conceito moderno de política está estreitamente ligado ao de

poder.

POTERE (do latim) = POSSE; SER CAPAZ DE.

Poder é a posse dos meios que levam à produção de

efeitos desejados. Aquele que detém esses meios

exerce determinada influência ou domínio e, por seu

intermédio, alcança os efeitos que desejar.

O fenômeno do poder costuma ser dividido em duas categorias: poder do

homem sobre a natureza e o poder do homem sobre o homem.

Enquanto estudantes de filosofia daremos uma atenção maior ao poder do

homem sobre o homem, isto é, ao poder social.

bem comum

poder

X

Poder Econômico utiliza a posse

dos bens socialmente necessários para

induzir quem não os possuem.

Poder Ideológico utiliza a posse

de certas idéias, valores e doutrinas

para influenciar a doutrina alheia.

Poder Político utiliza a posse dos

meios de coerção social (uso da força

física legal) para alcançar seus fins.

PODER

SOCIAL

STATUS (do latim) = ESTAR FIRME

Refere-se a permanência de uma situação de

convivência humana ligada à sociedade política.

O Estado é a instituição política que, dirigida por um governosoberano, reivindica o monopólio do uso legítimo da força física emdeterminado território, subordinando os membros da sociedade quenele vivem.

Max Weber (1864-1920)

ORIGEM DO ESTADO

Muitas sociedades se desenvolveram sem que tivessem o Estado instituído.

No entanto, com o aprofundamento da divisão social do trabalho, certas

funções político-administrativas e militares acabaram sendo assumidas por

um grupo específico de pessoas. Este grupo passou a deter o poder e a

impor normas à vida coletiva. Surge o governo. Nasce o Estado.

FUNÇÃO DO ESTADO

Não existe consenso sobre esta questão. Muitas respostas foram dadas,

mas destacamos duas, defendidas por correntes opostas: a liberal e a

marxista.

liberal

marxista

XO QUE DEVE SER O ESTADO

A função do Estado é agir como

mediador dos conflitos entre os

diversos grupos sociais,

promovendo a conciliação,

amortecendo choques entre

setores divergentes e, enfim,

harmonizando os grupos rivais,

preservando o interesse do bem

comum.

John Locke

Jean-jacques Rousseau

O QUE É O ESTADO

O Estado não é um simples

mediador de grupos rivais, mas

uma instituição que interfere de

modo parcial, quase sempre

tomando partido das classes

sociais dominantes. Assim, a

função social do Estado é

garantir o domínio de uma

classe sobre a outra

Karl Marx

Friedrich Engels

ESTADO X SOCIEDADE CIVIL

Costuma ser definida como o largo campo das relações sociais que se

desenvolve fora do poder institucional do Estado.

Sindicatos, Empresas, Escolas, Clubes, Movimentos, Associações, etc.

O relacionamento entre os membros da sociedade civil provoca o

surgimento das mais diversas questões:

Econômicas, Sociais, Culturais, Trabalhistas, etc.

Os partidos políticos surgem para atuar como ponte entre a sociedade

civil e o Estado, pois não pertencem, por inteiro, nem ao Estado nem a

sociedade civil

Ao partidos deveriam captar os desejos da sociedade e encaminhá-los

para o campo da decisão política do Estado.

REGIMES POLÍTICOS

É o modo característico pelo qual o Estado se relaciona com a

sociedade civil. Na linguagem política contemporânea, os regimes

políticos são classificados em dois tipos fundamentais:

DEMOCRACIA e DITADURA

Palavra de origem grega

que significa poder do povo

Palavra de origem latina que

significa ditar, imputar.

DEMOCRACIA DIRETA

X

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

Participação política do povo

Divisão funcional do poder

político

Vigência do estado de direito

Eliminação da participação

popular.

Concentração do poder político

Inexistência do Estado de

direito

Fortalecimento da repressão

Controle dos meios de

comunicação

PlatãoAristótelesRousseauMontesquieu

HegelEngelsMarx

MaquiavelLockeHobbesBodin

PRINCIPAIS

TEÓRICOS DO

PENSAMENTO

POLÍTICO

PlatãoAristóteles

Idade Antiga

Filosofia

Política Grega

Razão

Coragem

Apetites

Para Platão, cada indivíduo tem em sua alma três

princípios fundamentais que a constitui:

Alma Desejante - que busca a satisfação dos

instintos, impulsos, desejos e paixões.

Alma irascível - que é o seu princípio de defesa;

Alma racional - que busca o conhecimento e deve

reger a vida humana;

Através da educação, o indivíduo deve alcançar o

equilíbrio entre essas três partes, no entanto, a alma

racional deve preponderar.

PLATÃO:

o Rei-Filósofo para a justiça

428-347 a.C.

Depois, fazendo uma analogia entre o indivíduo e a cidade (polis),

Platão também dividiu esta em três grupos sociais

Produtores – responsáveis pela produção econômica: agricultores, pastores,

artesãos, etc. Este grupo corresponderia à Alma Desejante.

Guardiões – responsáveis pela defesa da cidade, como os soldados. Este

grupo corresponderia a Alma Irascível.

Governantes – responsáveis pelo governo da cidade. Este grupo corresponderia à

Alma Racional.

A justiça na cidade dependeria do equilíbrio entre esses três grupos sociais,

ou seja cada qual cumprindo sua função, uma vez que se trata de aspectos

necessários à vida da cidade.

A razão está para o corpo na mesma proporção que o governante

está para cidade.

Mas quem deve ser o governante?

Platão propõe um modelo de educação que possibilite iguais

condições de acesso a todos os indivíduos, independente do

grupo social a que pertença.

Ao mais aptos continuariam até o ponto mais alto deste

processo: a FILOSOFIA.

Os mais sábios seriam os habilitados a administrarem a cidade.

Dizemos, por isso, que a concepção política de Platão é Aristocrática, pois

supões que a grande massa de pessoas é incapaz de dirigir a cidade e que

apenas uma pequena parcela de sábios está apta a exercer o poder político.

Para Platão o filósofo é aquele que, saindo do mundo das trevas, da ilusão,

alcança a verdade, o mundo das idéias. O rei-filósofo é aquele que pela

contemplação das idéias, conheceu a essência da justiça, por isso deve

governar a cidade.

384-322 a.C.

ARISTÓTELES:

o homem como animal político

Na filosofia aristotélica a política é o

desdobramento natural da ética.

Ambas, na verdade, compõem a

unidade do que Aristóteles chamava

de filosofia prática.

Por virtude, Aristóteles entende o hábito

de praticar ações que estejam no meio

entre os dois excessos.

VÍCIO POR

FALTA

VIRTUDE VÍCIO POR

EXCESSO

Covardia Coragem Temeridade

Avareza Liberdade Prodigalidade

Irascibilidade Gentileza Indiferença

Modéstia Magnificência Vaidade

Vulgaridade Respeito

próprio

Vileza

Se a ética está preocupada com a felicidade individual do homem, a

política se preocupa com a felicidade coletiva da polis. Logo, o papel da política é investigar e descobrir as

formas de governo e de instituições capazes de assegurar a felicidade

coletiva.

É de Aristóteles a afirmativa de que ”o homem

é um animal político”, isto é, que o homem é

por natureza um ser social, pois, para

sobreviver, não pode ficar completamente

isolado de seus semelhantes.

A polis grega, portanto, é vista por Aristóteles

como um fenômeno natural para o homem.

Logo, a sociedade deve ser organizada

conforme esta mesma natureza humana.

Buscando como bens sociais aquelas coisas

que correspondem aos anseios dos homens

que a organizam.

Aristóteles entende ainda que a cidade tem precedência sobre cada um dos

indivíduos, uma vez que cada indivíduo isoladamente não é auto-suficiente,

pois a falta de um indivíduo não destrói a cidade. Logo, “o todo deve

necessariamente ter precedência sobre as partes”.

Aristóteles distinguia duas

espécie de seres humanos:

1. os que vegetam em tribos amorfas e

selvagens ou formam imensos reba-

nhos em monarquias monstruosas

2. Os que se encontram harmoniosa-

mente associados em cidades (polis).

Os primeiros nasceram para ser escra-

vos, para que os últimos pudessem

dar-se ao luxo de gozar de um modo

mais nobre de vida.

Como se vê, Aristóteles defendia que os homens não são naturalmente iguais, pois

uns nascem para escravidão e outros para o domínio. Seu pensamento era reflexo

da realidade social da Atenas clássica: onde a sociedade estava dividida em três

grupos sociais:

CIDADÃOS – homens maiores de 21 anos filhos de pai e mãe atenienses.

METECOS – estrangeiros que moravam em Atenas. Não tinham direitos políticos.

ESCRAVOS – a grande maioria da população. Considerados propriedade de seus

senhores. Havia leis que impediam maus tratos contra escravos.

PlatãoAristótelesRousseauMontesquieu

HegelEngelsMarx

MaquiavelLockeHobbesBodin

Agostinho

Patrística

Tomás de Aquino

Escolástica

Filosofia

Política

Medieval

AGOSTINHO: O ser humano

é um todo, ela deve ser

esforçar para proporcionar

aos cidadãos da pátria

terrena condições para a

prática do culto ao Deus

verdadeiro. Do contrário

nunca atingirá com

autenticidade a concórdia

social.

A cidade dos homens

precisa ser reflexo da

Cidade de Deus –

perspectiva de continuidade

do idealismo platônico

encontrado na teoria do

Mundo das Ideias.

O Estado (poder temporal) é concebido

como instituição natural, cuja finalidade

consistiria em promover e assegurar o bem

comum.

Por outro lado, a Igreja seria uma instituição

dotada fundamentalmente de fins

sobrenaturais. Assim, o Estado não

precisaria se subordinar à Igreja, como se

ela fosse um Estado superior. A

subordinação do Estado à Igreja deveria

limitar-se aos vínculos de subordinação

existentes entre a ordem natural e a ordem

sobrenatural, na medida em que esta

aperfeiçoaria a primeira.

A harmonização, no plano social e político,

entre poder temporal e poder espiritual

seria, portanto, análoga à que Santo Tomás

procura estabelecer entre filosofia e

teologia, entre razão e fé.

Tomás de Aquino

Escolástica

HOMEM: um ser social e precisa de orientações para viver em sociedade.

DIREITO POSITIVO: as normas existem para que os que são propensos aos vícios sejam persuadidos, a bem da ordem pública, a evitar desvios.

CONVIVÊNCIA PACÍFICA: as leis humanas não podem contradizer a lei natural.

» Para Tomás de Aquino:

GOVERNO: a bondade de um governo, sua eficiência, não dependem de sua forma, mas da honestidade, da competência com que se dedica ao bem comum, ao bem estar dos cidadãos.

ESTADO: uma necessidade natural.

Seja monarquia, república ou outra forma qualquer, melhor será,

concretamente, a que mais se ajustar às necessidades do povo.

PlatãoAristótelesRousseauMontesquieu

HegelEngelsMarx

MaquiavelLockeHobbesBodin

Filosofia

Política

Moderna

MAQUIAVEL:

os fins justificam os meios(1469-1527)

Concebeu o pensamento político moderno desvinculado dos conceitos éticos

do pensamento antigo e dos valores cristãos do período medieval.

Para Maquiavel havia uma distância entre a

teoria e a prática política.

Quando escreve o Príncipe (1513-15), trata

a política como ela realmente se dá, sem

nenhum arranjo teórico.

Muitos afirmam que o papel da política seria o

de regular as lutas e tenções entre o povo e os

poderosos. As tenções entre classes existirão

sempre, logo, segundo Maquiavel, buscar este

apaziguamento é uma ilusão. Itália na época de Maquiavel

O que Maquiavel se questiona incessantemente é: como

fazer reinar a ordem – como instaurar um estado estável

– como resolver o ciclo de estabilidade e caos. Ele chega

a algumas conclusões interessantes – A ordem deve ser

construída para evitar a barbárie. Uma vez alcançada,

não é definitiva.

O foco para Maquiavel sempre foi o Estado, não aquele

imaginário e que nunca existiu; mas aquele que é capaz de

impor a ordem! O ponto de partida e de chegada é a

realidade corrente, ou seja: ver e examinar a realidade

como ela é e não como se gostaria que fosse.

Em O Príncipe, Maquiavel faz uma análise não-moral dos atos de diversos

governantes, procurando mostrar em que momentos suas opções foram

interessantes para manutenção do poder.

O grande mérito de Maquiavel foi o de ter separado a reflexão política do âmbito

da moral e da religião, constituindo-se numa esfera autônoma.

Assim, no campo da política, os fins justificam os meios. Já no campo da moral,

não seria correto separa meios e fins, pois toda conduta deve ser julgada pelo

todo de suas ações e conseqüências, o que engloba caminhos e metas.

Maquiavel inaugura o pensamento político moderno. Seculariza a política, rejeitando

o legado ético-cristão. Maquiavel tem uma visão do homem e da política como elas

são e não como deveriam ser. A política deve ater-se ao real, deve preocupar-se com

a eficiência da ação e não teorizar, como fazia Platão, sobre a forma ideal de

governo.

Maquiavel redefine as relações entre ética e política, não julga mais as ações

políticas em função de uma hierarquia de valores dada de antemão, mas em função

da necessidade dos resultados que as ações políticas devem alcançar.

Na concepção política de Maquiavel, não há uma exclusão entre ética e política,

todavia a primeira deve ser entendida a partir da segunda. Para ele, as exigências da

ação política implicam uma ética cujo caráter é diferente da ética praticada pelos

indivíduos na vida privada.

Para Maquiavel, a sociedade é dividida entre os grandes, isto é, os que possuem o

poder político e econômico, e o povo oprimido. A sociedade é cindida por lutas

sociais, não pode, portanto, ser vista como uma comunidade homogênea voltada

para o bem comum.

BODIN:

A defesa do governo nas mão de um só

(1530-1596)

Bodin, em sua obra A República, defendeu o conceito de soberano perpétuo e

absoluto, cuja autoridade representa a imagem de “Deus na Terra” (teoria do

direito divino dos reis).

Bodin afirmava ser a monarquia o regime mais adequado à

natureza das coisas. Afirmava que a família tem um só chefe, o

pai; o céu tem apenas um sol; o universo, só um Deus criador.

Assim, a soberania (força de coesão social) do Estado só podia

se realizar plenamente na monarquia.

A idéia de poder absoluto de Bodin está ligada à sua crença na necessidade de

concentrar o poder totalmente nas mãos do governante; o poder soberano só

existe quando o povo se despoja do seu poder soberano e o transfere

inteiramente ao governante. Para esse autor, o poder conferido ao soberano é o

reflexo do poder divino, e, assim, os súditos devem obediência ao seu soberano.

HOBBES:

a necessidade do Estado soberano

(1588-1679)

Hobbes foi o primeiro dos filósofos chamados contratualistas.

Afirmava a necessidade de um contrato ou pacto social para garantir

a vida coletiva.

Por que um contrato?

- Porque em seu estado natural, todo homem é

livre e igual, logo, a relação entre iguais

precisaria ser arbitrada por alguém ou alguma

instância, daí a necessidade desse acordo.

Hobbes descordava de Aristóteles no que diz respeito a sociabilidade

natural do homem e de sua natural vocação para vida social.

A conseqüência óbvia desta disputa infindável entre homens

em estado de natureza foi a geração de um estado de guerra e

de matança permanente nas comunidades primitivas.

Nas palavras de Hobbes:

“o homem é o lobo do próprio homem”

Só havia uma forma para dar fim a brutalidade social

primitiva: a criação social da sociedade política,

administrada pelo Estado. Para isso os homens tiveram

que firmar um contrato entre si, pelo qual cada um

transferiria o se poder de governo sobre si próprio para

um terceiro – o Estado – para que este governasse a

todos, impondo ordem, segurança e direção à

conturbada vida social

Para Hobbes, cada homem sempre encara seu semelhante como um

concorrente que precisa ser dominado. Onde não houver domínio de um

homem sobre o outro, haverá uma competição intensa até que esse domínio

seja alcançado.

A questão da defesa de um Estado

absoluto, forte marca em todo o corpo

do Leviatã, se historiizada - e esta

contextualização histórica passa

principalmente pela compreensão do

impacto que um clima de instabilidade

política, experimentado pela sociedade

inglesa da época, causara nas

investigações e reflexões de Hobbes –

é atenuada diante da rica diversidade

teórico-filosófica desenvolvida pelo

autor sobre o homem, o Estado e a

sociedade.

No Leviatã, compara o Estado a uma criação monstruosa do homem, destinada a por

fim à anarquia e ao caos da comunidade primitiva. O nome Leviatã refere-se ao

monstro bíblico citado no livro de Jó da seguinte maneira: “seu corpo é como

escudos de bronze fundidos (...) em volta de seus dentes está o terror (...) seu

coração é duro como a pedra e apertado como a bigorna do ferreiro. No seu pescoço

está a força, e diante dele vai a fome (...) não há poder sobre a terra que se lhe

compare, pois foi feito para não ter medo de nada”

(Jó 40-41).

LOCKE: a concepção do Estado liberal

(1632-1704)Assim como Hobbes, John Locke também refletiu sobre a

origem do poder político e sobre sua necessidade para

congregar os homens, que, em estado de natureza,

viviam isolados.

Ao contrário de Hobbes, que via no estado de natureza um estado de

violência humana, Locke faz uma reflexão mais moderada.

No estado de natureza todos seriam iguais, livres e juízes de suas próprias

causas, o que traria problemas de relacionamento entre os indivíduos.

É neste contexto que nasceria o Estado, com a função de garantir a

segurança dos indivíduos e de seus direitos naturais, como a liberdade, a

igualdade e a propriedade, conforme expõe Locke em sua obra Segundo

tratado sobre o governo.

Diferentemente de Hobbes, portanto, Locke concebe

a sociedade política como um meio de assegurar os

direitos naturais do indivíduos e não como o

resultado de uma transferência dos direitos do

indivíduo ao governante.

LOCKE X HOBBES

Assim nasce a concepção de ESTADO LIBERAL, segundo a qual o

Estado deve regular as relações entre os homens e atuar como juiz

nos conflitos sociais. Mas deve fazer isso garantindo as liberdades

e direitos individuais, tanto no que se refere ao pensamento e

expressão quanto à propriedade e atividade econômica.

Locke, assim como Hobbes, acredita no ser humano no

seu estado de natureza e são CONTRATUALISTAS. No

entanto, o pensamento lockiano acredita que o homem é

anterior a sociedade e o Estado, ou seja, o estado de

natureza é algo real e que a maioria do seres humanos

passou por ela. Essa ideia é, segundo o autor, é

comprovada na existência das tribos americanas. Ao

contrário de Hobbes; em que o estado de natureza é um

estado de guerra (homem lobo do próprio homem),

insegurança e violência; o estado de natureza lockiano é

um estado de paz e harmonia com homens dotados de

razão e consumidores da liberdade e dos direitos

naturais. Locke = o Estado deve ser forte para garantir as

liberdades individuais e assegurar a propriedade.

Hobbes = o Estado - Leviatã, deve ser forte para

gerenciar as liberdade e limitá-las para que uns não

destruam os outros .

MONTESQUIEU: a divisão de poderes

(1689-1755)

Montesquieu é o autor de uma

das teorias políticas mais

interessantes do Estado

moderno: a divisão funcional

dos três poderes.Judiciário Legislativo

Executivo

Ao refletir sobre as possibilidades de abuso do poder nas monarquias,

Montesquieu propôs que se estabelecesse a divisão do poder político em

três instâncias:

PODER EXECUTIVO (que executa as normas e decisões relativas à

administração pública),

PODER LEGISLATIVO (que elabora e aprova as leis) e

PODER JUDICIÁRIO (que aplica as leis)

ROUSSEAU:

a legitimação do Estado pela vontade geral

(1712-1778)

Rousseau, assim como Hobbes e Locke, é outro dos

pensadores modernos que formulou uma teoria contratualista

sobre a relação Estado-sociedade.

Características do Discurso sobre a origem das desigualdades:

• Valorização da vida natural;

• Ataque à corrupção, a avareza e os vícios da sociedade,

• Exaltação à liberdade que o homem selvagem teria desfrutado

na pureza de seu estado natural,

• Denunciando a falsidade e ao artificialismo da vida civilizada.

No contrato social, Rousseau defende a tese de que o único fundamento legítimo do

poder político é o pacto social pelo qual cada cidadão, como membro de um povo,

concorda em submeter sua vontade particular à vontade geral.

Rousseau dizia que cada homem, como cidadão, somente deve

obediência ao poder político se esse puder representar a vontade geral do

povo ao qual pertence. O compromisso de cada cidadão é com o seu

povo. Somente o povo é a fonte legítima da soberania do Estado.

Assim cada cidadão passa a assumir obrigações em relação à

comunidade política sem estar submetido à vontade particular de uma só

pessoa. Unindo-se a todos, cada cidadão só deve obedecer às leis – que,

por sua vez, devem exprimir a vontade geral. Logo,

REPEITAR AS LEIS

=

OBEDECER À VONTADE GERAL

=

RESPEITAR A SI MESMO

=

CIDADANIA

=

BEM COMUM

Contratualist

asHobbes Locke Rousseau

Base

metodológica

e teórica

Absolutista Liberalista Democrata – cidadã

Natureza

humana

O homem é um

selvagem egoísta.

“Lobo do próprio

homem.”

O homem só faz

guerra para

defender sua

liberdade

O bom selvagem é

corrompido pela

propriedade –

sociedade

Objetivo da

criação do

Estado

Preservação da vida

Preservação das

propriedades

(liberdades

individuais)

Preservação do

estado de natureza

livre – civil

Delegação do

poderimposta Espontânea

PlatãoAristótelesRousseauMontesquieu

HegelEngelsMarx

MaquiavelLockeHobbesBodin

Filosofia

Política

Contemporânea

HEGEL (1770-1831): CONTRA A CONCEPÇÃO LIBERAL DE

ESTADO

O ESTADO NÃO É:

Uma simples soma de vários

indivíduos;

Formado a partir da vontade dos

indivíduos;

Fruto de um contrato.

Dentro da concepção hegeliana a realidade é a manifestação da razão ou Espírito. O estado seria então:

A manifestação do Espírito Objetivo em seu desenvolvimento, uma esfera que concilia a universalidade humana com os interesses

particulares dos indivíduos da sociedade civil.

MARX e ENGELS:

o Estado como instrumento de

dominação de classe.(1818-18863) (1820-1895)

Marx e Engels compreendem que a comunidade humana primitiva era uma

sociedade sem classes e sem Estado. Nela, as funções administrativas eram

exercidas pelo conjunto dos membros da comunidade

No momento do desenvolvimento econômico em que surgiram as

desigualdades de classe e os conflitos entre explorados e exploradores.

Assim, o papel do Estado teria sido o de amortecer o choque desses conflitos,

evitando o confronto direto entre as classes.

Até aqui não estamos longe da teoria liberal, contudo, segundo

Engels, o Estado nasce no meio do conflito, e desde sempre, foi

representado pela classe mais poderosa, com o intuito de reprimir

a classe dominada: os escravos na antiguidade, os servos no

feudalismo e os assalariados no capitalismo.

Isso significa que o Estado só existe para administrar os problemas causados

pela forma anti-social (desigual, excludente) da sociedade civil. E ele só

poderia deixar de existir quando a sociedade não fosse mais dividida em

classes antagônicas.

O Estado atua como instrumento do

domínio de classe. Ele é determinado

pela estrutura social de modo a atender

as demandas específicas de uma dada

forma de sociabilidade, garantindo que

essa forma se mantenha.

Assim, Marx e Engels diferenciaram-se de todos os outros

autores anteriores, porque sua crítica ao Estado não visava

atingir uma ou outra forma de Estado, mas a essência

mesma do Estado, de qualquer Estado: o Estado se origina

exatamente das insuficiências de uma sociedade realizar em

si mesma, de forma concreta, os idéias universalistas, ou

seja, em garantir em sua dinâmica a igualdade de condições

sociais. Portanto, o Estado nasce da desigualdade para

manter a desigualdade.

Política Antiga - Grega: a vida política é concebida como

uma forma de manter a ordem social, o bem estar social para

a felicidade. (Platão e Aristóteles)

Para Aristóteles, o homem é por natureza um animal político,

justamente por ser um SER SOCIAL , SER DE RELAÇÕES

que não pode viver no isolamento.

Política Medieval - cristã: as decisões sobre a vida social é

influenciada e determinada pela relação do homem com o

transcendental, com o divino. A aplicação ordem social

deve ser reflexo da ordem metafísica. (Sto. Agostinho)

Política Moderna: elaborada para manter o poder nas mãos

de quem já tem o poder, manutenção do poder. (Maquiavel)

Política Contemporânea: a vida política é determinada pelas

forças econômicas que determinam o status social. (Karl

Marx).

Questões de fixação – FILOSOFIA POLÍTICA:

1. O que é Filosofia Política?

2. Levante os pensamentos e pensadores na filosofia política da:

2.1 – antiguidade grega

2.2 – medievalidade cristã

2.3 – modernidade renascentista

2.4 – modernidade iluminista

2.5 – modernidade materialista

3. Comente as máximas:

3.1 – “o homem é um animal político.”

3.2 – “os fins justificam os meios.”

3.3 – “o homem é lobo do próprio homem.”

3.4 - “o homem é bom por natureza.”

4. Quais os princípios da democracia e como a temos hoje?

5. Comente as filosofias fontes da ideia de Estado Moderno.

6. Quais são os fundamentos de semelhança e de discordância

entre a filosofia política de Hobbes e Locke e como elas são

presença no Estado Moderno.

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Prof: Antonio Soares Geraldo

Belo Horizonte – MG

Adaptação Professor Ítalo Silva