Política Ambiental.pdf

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  • APRESENTAO 1. PRINCPIOS 1.1. Viabilidade ambiental dos sistemas de transportes 1.2. Respeito s necessidades de preservao do meio ambiente 1.3. Sustentabilidade ambiental dos transportes 2. DIRETRIZES AMBIENTAIS 2.1. Diretrizes Ambientais para a Atuao Ministerial 2.1.1. Agenda 21 Brasileira, Polticas Pblicas e Planejamento Supra-setorial 2.1.2. Planejamento do Transporte Multimodal 2.1.3. Planejamento, Projeto, Implantao e Gesto da Infra-estrutura e dos Servios de Transportes 2.1.4. Recuperao do Passivo Ambiental 2.2. Requisitos para a Implantao da Poltica Ambiental 2.2.1. Gesto Ambiental 2.2.2. Recursos Financeiros e Oramento 2.2.3. Recursos Humanos 2.2.4. Relaes Pblicas 2.2.5. Assessoria Jurdica 3. AGENDA DE TRABALHO 3.1. Atuao Intersetorial 3.1.1. Introduo 3.1.2. Proposta de Modelo Institucional para a Gesto Ambiental 3.1.3. Procedimentos para a Implementao da Gesto Ambiental 3.1.4. Aes Programadas 3.2. Planejamento Multimodal 3.2.1. Introduo 3.2.2. Proposta de Modelo Institucional para a Gesto Ambiental 3.2.3. Procedimentos para a Implementao da Gesto Ambiental 3.2.4. Aes Programadas 3.3. Gesto Ambiental de Ferrovias 3.3.1. Introduo 3.3.2. Proposta de Modelo Institucional para a Gesto Ambiental 3.3.3. Procedimentos para a Implementao da Gesto Ambiental 3.3.4. Aes Programadas 3.4. Gesto Ambiental de Hidrovias 3.4.1. Introduo 3.4.2. Proposta de Modelo Institucional para a Gesto Ambiental

  • 3.4.3. Procedimentos para a Implementao da Gesto Ambiental 3.4.4. Aes Programadas 3.5. Gesto Ambiental de Rodovias 3.5.1. Introduo 3.5.2. Proposta de Modelo Institucional para a Gesto Ambiental 3.5.3. Procedimentos para a Implementao da Gesto Ambiental 3.5.4. Aes Programadas 3.6. Gesto Ambiental Porturia 3.6.1. Introduo 3.6.2. Procedimentos para a Implementao da Gesto Ambiental 3.6.3. Proposta de Modelo Institucional para a Gesto Ambiental 3.6.4. Aes Programadas 4. DIRETRIZES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL 4.1. Diretriz ANEXO I - Legislao Ambiental Federal aplicvel ao Setor Transportes ANEXO II - Nota sobre Marinha Mercante e Meio Ambiente

  • APRESENTAO A Poltica Ambiental do Ministrio dos Transportes tem como referncia trs princpios: a viabilidade ambiental dos empreendimentos de transportes, o respeito s necessidades de preservao ambiental e a sustentabilidade ambiental dos transportes. Estes princpios gerais adotados esto desdobrados em diretrizes ambientais que servem de orientao para o programa de gesto ambiental do Ministrio dos Transportes. A internalizao das diretrizes ambientais aqui apresentadas dar-se- com a implantao de um Sistema de Gesto Ambiental que, oportunamente, coincide com a implantao de uma nova estrutura organizacional do Ministrio dos Transportes. O Sistema de Gesto Ambiental dever tornar as consideraes ambientais parte da rotina de trabalho, de forma coordenada e continuada, envolvendo desde a fase de planejamento at a recuperao de passivos ambientais, passando pelo licenciamento ambiental de obras e a implantao e gesto dos empreendimentos de transportes. O que se espera um tratamento ambiental, com bases srias, profissionais e tcnicas, voltado para a melhoria contnua do desempenho das funes e responsabilidades do Ministrio dos Transportes. A gesto participativa e continuada permitir a aplicao desta Poltica Ambiental, que certamente evoluir atravs do intercmbio de idias, experincias e informaes com os rgos de meio ambiente, os demais setores de promoo do desenvolvimento e a sociedade em geral.

    1. Princpios A Poltica Ambiental do Ministrio dos Transportes est fundamentada em trs princpios bsicos: - da viabilidade ambiental dos sistemas de transportes; - do respeito s necessidades de preservao do meio ambiente; - do desenvolvimento sustentvel. 1.1. Viabilidade ambiental dos sistemas de transportes Num mundo globalizado, em que as trocas comerciais esto intensificadas e exigem contnua melhoria da disponibilidade e da qualidade dos servios de transportes, a demanda de infra-estrutura de transportes alta e crescente. No Brasil, com a reduo da disponibilidade de investimentos na manuteno e expanso da infra-estrutura de transportes, ocorrida principalmente a partir de 1988, devido promulgao da Constituio Federal que extinguiu o fundo de recursos para o setor, alm da demanda pela expanso da oferta, h a necessidade de recuperao e adequadas manuteno e conservao da infra-estrutura existente. Nesse sentido, a varivel ambiental veio acrescentar ao processo de gesto da infra-estrutura um novo componente, com o qual se pretende, justamente, completar o crculo de interfaces do Setor Transportes, que j trabalhava em funo de aspectos sociais, tcnicos e econmicos associados aos empreendimentos setoriais. A viabilidade ambiental passa a ser critrio de tomada de deciso sobre os sistemas de transportes, de forma conjunta com os critrios de viabilidade econmica, tcnica e social. As variveis ambientais sero consideradas em todas as fases de desenvolvimento do sistema de transportes: planejamento, projeto, implantao e operao. A importncia da viabilidade ambiental da infra-estrutura de transportes reside exatamente no fato de ser

  • considerada na fase de planejamento, quando so exploradas diferentes alternativas para o atendimento da demanda de transportes. Assim, definem-se as alternativas viveis do ponto de vista ambiental, bem como as condicionantes dessa viabilidade. As decises tomadas com base nesse critrio e em associao com os demais critrios supracitados iro desencadear um processo de anlise ambiental nas fases subseqentes de projeto, implantao e operao dos sistemas de transportes. Este princpio est diretamente relacionado com os outros dois princpios apresentados a seguir, pois a viabilidade ambiental de um empreendimento de transportes implica a adoo de consideraes ambientais e o cumprimento da legislao ambiental de forma que os empreendimentos transportes tero o compromisso do respeito s necessidades de preservao ambiental e reduo de seus impactos negativos sobre a qualidade ambiental. Por outro lado, a evoluo das polticas de desenvolvimento sustentvel e seus desdobramentos na prtica iro definir melhor o critrio de viabilidade ambiental para o setor. 1.2. Respeito s necessidades de preservao do meio ambiente Na forma como consta da Lei N 10233, de 5 de junho de 2001, o gerenciamento da infra-estrutura e a operao dos transportes terrestres e aquavirios sero regidos, entre outros, pelo princpio da compatibilizao dos transportes com a preservao do meio ambiente, reduzindo os nveis de poluio sonora e de contaminao atmosfrica, do solo e dos recursos hdricos. A preservao da qualidade ambiental torna-se objetivo das aes de transportes, determinando o desenvolvimento de solues de transportes que promovam a

    referida compatibilizao com a preservao do meio ambiente. A relao entre transportes e meio ambiente mltipla e envolve a infra-estrutura de transportes, os veculos e os fatores associados de acessibilidade e mobilidade; os usurios do sistema de transportes e as populaes afetadas positiva e negativamente, pela implantao e operao da infra-estrutura e dos servios de transportes; as caractersticas e condies do meio ambiente sob influncia direta e indireta dos transportes. O alcance do equilbrio dessa relao se inicia pelo compromisso que todas as partes devem ter de respeito s necessidades de preservao do meio ambiente, assim como pelo reconhecimento de que as demandas de transporte merecem uma resposta do Setor Transportes. Atualmente, a legislao ambiental brasileira contempla basicamente todas as possibilidades de preservao da qualidade ambiental, prevendo instrumentos preventivos, corretivos e compensatrios relativos a conseqncias decorrentes de intervenes na base de recursos naturais e ambientais do pas. Programas de controle de emisso de veculos e de racionalizao do uso de derivados de petrleo e gs natural constituem exemplos de iniciativas bem sucedidas para a compatibilizao dos transportes com a preservao da qualidade do ar. O sistema de licenciamento ambiental tem evoludo e apresentado resultados positivos, no apenas na efetivao de medidas de controle ambiental dos empreendimentos de transportes, mas tambm na mudana de cultura dentro do Setor Transportes, de forma a introduzir maior conscientizao da necessidade de internalizao das variveis ambientais nos estudos e atividades de transportes. As prticas e normas referentes a cada modalidade de transporte passam a ser adaptadas e aperfeioadas, de forma a incorporar a considerao ambiental em detalhe. Conseqentemente, as anlises de investimentos de transportes tambm passam por

  • reviso, com o objetivo de quantificar e contabilizar os custos ambientais associados aos empreendimentos. Assim, percebe-se uma rede de novas relaes e novas oportunidades, alm de restries e condicionantes, para o desenvolvimento setorial compatibilizado com preservao da qualidade ambiental. Essa intricada rede conduz necessidade de estruturao dessas relaes e de seu tratamento, por meio de um sistema de gesto ambiental que funcione de forma coordenada e continuada no mbito do Ministrio dos Transportes. 1.3. Sustentabilidade ambiental dos transportes O Ministrio dos Transportes tem como referncia para orientao e evoluo de sua poltica ambiental os preceitos de desenvolvimento sustentvel, contribuindo para que as geraes futuras possam desfrutar da base de recursos naturais disponvel em nosso pas. Tendo como referncia inicial os conceitos bsicos de sustentabilidade, apresentados no documento Agenda 21 Brasileira - Bases para Discusso, e os resultados de estudos realizados no mbito da Organizao para Cooperao e Desenvolvimento Econmico - OCDE, que concluram por uma conceituao de transporte ambientalmente sustentvel, ser caracterizada a sustentabilidade dos transportes no caso brasileiro. Essa caracterizao constituir referencial para uma atuao setorial harmonizada com o desenvolvimento sustentvel, visando inclusive integrao das polticas pblicas de transportes com as de outros setores e com o planejamento e ordenamento do territrio com bases no paradigma do desenvolvimento sustentvel. Segue abaixo a descrio dos referenciais conceituais relacionados aos diferentes aspectos da sustentabilidade e ao transporte ambientalmente sustentvel. Conceitos bsicos de sustentabilidade - Sustentabilidade ambiental: refere-se manuteno da capacidade de sustentao dos ecossistemas, o que implica a capacidade de absoro e recomposio dos ecossistemas em face das interferncias antrpicas. - Sustentabilidade ecolgica: refere-se base fsica do processo de crescimento e tem como objetivo a manuteno de estoques de capital natural incorporados s atividades produtivas. - Sustentabilidade social: tem como referncia o desenvolvimento e como objeto a melhoria da qualidade de vida da populao. Em pases com desigualdades, implica a adoo de polticas distributivas e/ou redistributivas e a universalizao do atendimento na rea social, principalmente na sade, educao, habitao e seguridade social. - Sustentabilidade poltica: refere-se ao processo de construo da cidadania, em seus vrios ngulos e visa garantir a plena incorporao dos indivduos ao processo de desenvolvimento. - Sustentabilidade econmica: implica uma gesto eficiente dos recursos em geral e caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento pblico e privado - o que quer dizer que a eficincia pode e deve ser avaliada por processos macrossociais. - Sustentabilidade demogrfica: revela os limites da capacidade de suporte de determinado territrio e de sua base de recursos; implica cotejar os cenrios ou tendncias de crescimento econmico com as taxas demogrficas, sua composio etria e contingentes de populao

  • economicamente ativa. - Sustentabilidade cultural: relaciona-se com a capacidade de manter a diversidade de culturas, valores e prticas no planeta, no pas e/ou numa regio, que compem ao longo do tempo a identidade dos povos. - Sustentabilidade institucional: trata de criar e fortalecer engenharias institucionais e/ou instituies que considerem critrios de sustentabilidade. - Sustentabilidade espacial: norteada pela busca de maior eqidade nas relaes inter-

    regionais. Transporte ambientalmente sustentvel A discusso sobre transporte ambientalmente sustentvel envolveu as ligaes entre objetivos de proteo ambiental nos nveis local, regional e global que poderiam ser expressos em inmeros parmetros de qualidade ambiental. O projeto da OECD tem duas premissas de referncia: (a) que as estratgias para o transporte ambientalmente sustentvel, para serem bem sucedidas exigem um conceito qualitativo e um conjunto de metas passveis de quantificao; e (b) que as metas quantificadas sejam em nmero reduzido e que reflitam valores e tendncias crticas de qualidade ambiental. O projeto da OECD acolheu a seguinte definio para transporte ambientalmente sustentvel: "transporte que no coloque em risco a sade pblica ou ecossistemas e que atenda s necessidades de mobilidade de forma consistente com (a) o uso de recursos renovveis em nveis abaixo de suas taxas de regenerao e (b) o uso de recursos no-renovveis em nveis abaixo do desenvolvimento de substitutos renovveis". No mbito desse projeto, os tipos de impacto dos transportes sobre o meio ambiente foram classificados em trs categorias: impactos locais e regionais das emisses atmosfricas, impactos globais das emisses atmosfricas e impactos locais e regionais no decorrentes das emisses atmosfricas. A seguir, foram estabelecidos seis critrios de sustentabilidade ambiental para os transportes: - reduo das emisses de xidos de nitrognio de fontes de transporte, de forma a permitir o alcance de padres de qualidade do ar para dixido de nitrognio, oznio e deposio de nitrognio; - reduo das emisses dos compostos orgnicos volteis (COV) a tal nvel de forma a evitar nveis excessivos de oznio; reduo das emisses de compostos orgnicos volteis carcinognicos a um nvel de risco aceitvel; - reduo das emisses de material particulado a nveis que evitem a contaminao do ar; - controle das emisses de dixido de carbono, de forma a atender valores per capita consistentes com as metas estabelecidas internacionalmente; - controle do rudo veicular e do trfego de forma que os nveis resultantes de exposio no representem risco sade nem causem incmodos graves; - uso adequado do solo, de forma que a rea de influncia dos sistemas de transportes

  • atenda aos objetivos e restries de proteo de ecossistemas. Na continuidade desses estudos sobre transporte sustentvel, chegou-se a consenso quanto questo de que somente se alcanar o transporte sustentvel por meio de um conjunto de medidas que inclua tanto contribuies decorrentes de desenvolvimento tecnolgico como alteraes significativas na atividade de transporte. Restringir-se a apenas um desses aspectos significa alcanar avanos apenas parciais. O desenvolvimento sustentvel tambm uma aspirao do Brasil, e prev que o atual uso dos recursos naturais no comprometa as necessidades desses recursos pelas geraes futuras. O processo de mudana de paradigma de desenvolvimento deve ser conduzido pela adoo de polticas pblicas decorrentes das diretrizes que iro constituir a Agenda 21 Brasileira. O Ministrio dos Transportes participar efetivamente da definio dessa Agenda e da formulao de polticas pblicas intersetoriais que visem aplicao dos conceitos de sustentabilidade ao Setor Transportes.

    2. Diretrizes Ambientais reas Temticas Foram definidas reas temticas que renem, cada uma, uma srie de objetivos que tm ligao entre si e de caractersticas que exigem tratamento similar. Por sua vez, as reas temticas tambm so interligadas e complementares umas s outras, pois a atuao do Ministrio dos Transportes se inicia com a formulao das polticas setoriais e alcana, na ponta, a gesto dos servios e da infra-estrutura de transporte. E a questo ambiental deve ser considerada em cada uma dessas reas. Os trs primeiros temas abrangem as reas de atuao ministerial: formulao de polticas; planejamento multimodal dos transportes; e, em nvel modal, planejamento, projeto, implantao e gesto da infra-estrutura e de servios de transporte. A quarta rea temtica diz respeito ao passivo ambiental existente em decorrncia de uma atuao desprovida das consideraes ambientais que apenas recentemente vm sendo incorporadas aos empreendimentos e atividades de transportes. O licenciamento ambiental constitui a quinta rea temtica. A atividade de licenciamento ambiental est embutida na rea de atuao do Ministrio dos Transportes e, portanto, inserida nas reas temticas anteriores, especialmente nas de planejamento, projeto, implantao e gesto da infra-estrutura e dos servios de transportes. No entanto, como sua prtica no est consolidada e sua aplicao necessita de especificao regulamentar para o Setor Transportes, considera-se oportuno destac-lo como rea temtica em separado. As reas temticas seguintes se referem prpria implantao dos princpios e diretrizes ambientais, constituindo, portanto, diretrizes para a gesto ambiental. A gesto ambiental constitui forma e mtodo de sistematizao das consideraes ambientais e perpassa todas as demais reas temticas, sendo que as anteriores se referem rea de atuao da gesto, enquanto as posteriores se referem aos apoios necessrios sua efetivao na prtica. Esses apoios cobrem as reas de alocao de recursos financeiros e oramentrios; alocao e capacitao de recursos humanos; comunicao externa e assessoria jurdica para subsidiar a tomada de deciso sobre questes relacionadas

  • aplicao da legislao ambiental. As reas temticas selecionadas so as seguintes: - Agenda 21 Brasileira, Polticas Pblicas e Planejamento Supra-setorial - Planejamento do Transporte Multimodal - Planejamento, Projeto, Implantao e Gesto da Infra-estrutura e dos Servios de Transportes - Recuperao do Passivo Ambiental - Licenciamento Ambiental - Gesto Ambiental - Recursos Financeiros e Oramento - Recursos Humanos - Relaes Pblicas - Assessoria Jurdica 2.1. Diretrizes Ambientais para a Atuao Ministerial 2.1.1. Agenda 21 Brasileira, Polticas Pblicas e Planejamento Supra-setorial Diretriz Participar da formulao da Agenda 21 Brasileira e de polticas pblicas intersetoriais relacionadas a transportes e meio ambiente; apoiar e participar de iniciativas de planejamento supra-setorial. Apresentao At a realizao, em 1992, da Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tambm chamada Rio '92, as discusses sobre as questes ambientais eram conduzidas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, geralmente visando especificar a Poltica Nacional de Meio Ambiente. Com os Acordos firmados na Rio '92 e a concordncia com um programa de ao voltado para o desenvolvimento sustentvel, intitulado Agenda 21, houve considervel ampliao do escopo das discusses sobre meio ambiente e desenvolvimento. Com isso, foram se diversificando os fruns de debate e sendo aumentados os Grupos de Trabalho e Comisses Interministeriais para tratar das vrias relaes entre meio ambiente e desenvolvimento. Esse trabalho pode ser constatado pela aprovao de leis sobre os seguintes temas: Poltica Nacional de Recursos Hdricos (1997), Crimes Ambientais (1998), Poluio por leo (2000), Sistema Nacional de Unidades de Conservao (2000). Encontram-se em discusso, atualmente, propostas de reviso do Cdigo Florestal e de uma Poltica Nacional de

  • Resduos. Em janeiro de 1997 foi criada por Decreto Presidencial a Comisso de Polticas de Desenvolvimento Sustentvel e da Agenda 21 Nacional, presidida pelo Ministrio do Meio Ambiente e formada por representantes do Governo Federal e da sociedade civil. Por meio de um processo participativo de oficinas de trabalho e seminrios realizados em todas as regies do pas, a Comisso consubstanciou propostas para a sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro no documento Agenda 21 Brasileira - Bases para Discusso, publicado em 2000. Esse documento apresenta seis temas de referncia: agricultura sustentvel, cidades sustentveis, infra-estrutura e integrao regional, gesto dos recursos naturais, reduo das desigualdades sociais e cincia e tecnologia para o desenvolvimento sustentvel. O documento Agenda 21 Brasileira - Bases para Discusso, na discusso sobre transportes, no mbito do tema "infra-estrutura e integrao regional", apresenta afirmaes e propostas que contrariam a poltica do Ministrio dos Transportes. Entre elas, sobressaem: a condenao da Hidrovia do Araguaia-Tocantins, a proposta de reviso dos eixos de desenvolvimento na Amaznia e no Cerrado e a condenao do rodoviarismo. Considerando-se que a Agenda 21 Brasileira dever se constituir em documento de referncia para as aes de desenvolvimento do pas, cabe um posicionamento do Ministrio dos Transportes e o desenvolvimento de amplo dilogo sobre as propostas apresentadas pelo documento que est, oportunamente, aberto para discusso. Assim, constata-se que a discusso sobre polticas pblicas e sobre a Agenda 21 Brasileira merece efetiva participao do Ministrio dos Transportes, no apenas para contrapor posies contrrias a sua poltica, mas para contribuir com propostas e sugestes que, certamente, enriquecero o dilogo e aperfeioaro os resultados finais. So inmeros os fruns que tratam de polticas pblicas voltadas para o tratamento de questes que afetam diversos setores. Especialmente a questo ambiental envolve inmeras disciplinas inter-relacionadas e a coordenao de esforos dos vrios agentes envolvidos, de forma a viabilizar solues satisfatrias do ponto de vista da preservao da qualidade de vida da populao e da qualidade ambiental. A participao ministerial ser efetiva no desenvolvimento dessas polticas pblicas intersetoriais, especialmente junto ao Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA e ao Legislativo. A discusso de paradigmas de desenvolvimento, de integrao regional e de ocupao e uso do solo, deve ser efetivada previamente s decises sobre investimentos setoriais, com a participao de todos os agentes envolvidos. As responsabilidades do Setor Transportes so restritas e no podem ser extrapoladas de forma a incorporar medidas de controle sobre o uso e a ocupao do solo, ou a preservao de ecossistemas e de comunidades indgenas, ou ainda medidas compensatrias que dizem respeito falta desse controle por parte de outras instituies do prprio governo. Apenas uma anlise supra-setorial pode determinar com propriedade o tratamento e as respostas s questes abaixo: - Como garantir melhoria para as condies de vida da populao tradicional de determinada regio, reduzindo as reas de extrativismo, ou implantando grandes reas de produo de gros e outras de pecuria, que tipicamente no carecem de muita mo-de-obra? - Como controlar fluxos de migrao e como absorver novos contingentes populacionais, nem aptos nem habituados ao manejo dos recursos da regio receptora?

  • - Como evitar processos de desmatamento irregulares? - Como evitar a invaso de terras indgenas? - Como evitar a perda de biodiversidade? - Como evitar, controlar e resolver conflitos fundirios? - Como dar condies de ao aos rgos de governo responsveis por todos esses controles? - Quais so os custos associados a todas essas questes? Como contabiliz-los nos projetos dos eixos de desenvolvimento? Cabe, portanto, o estabelecimento de um frum interministerial, que defina diretrizes especficas para o desenvolvimento regional, e que tenha efetiva capacidade de implementao das decises tomadas sob consenso.

    rea Temtica: Agenda 21 Brasileira, Polticas Pblicas e Planejamento Supra-setorial Diretriz: Participar da formulao da Agenda 21 Brasileira e de polticas pblicas intersetoriais relacionadas a transportes e meio ambiente; apoiar e participar de iniciativas de planejamento supra-setorial do desenvolvimento. Objetivos: - Apresentar e defender posies do Ministrio dos Transportes na discusso sobre propostas da Agenda 21 Brasileira e de polticas pblicas intersetoriais relacionadas a transportes e meio ambiente; tomar a iniciativa de apresentar proposies prprias do Ministrio dos Transportes; - Assegurar a compatibilidade da poltica de transportes com as polticas pblicas de iniciativa de outros Ministrios ou do Congresso Nacional e vice-versa; - Promover a aplicao do critrio de viabilidade ambiental, social, tcnica e econmica s estratgias de desenvolvimento sustentvel relacionadas a transportes; estabelecer o conceito de transporte ambientalmente sustentvel apropriado s condies do pas; - Assegurar desempenho de alto nvel na Cmara Tcnica de Transportes do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, a ser instalada; - Ampliar a participao do Ministrio dos Transportes nos fruns intersetoriais, assegurando respaldo poltico e argumentao tcnica, econmica, social, ambiental e jurdica na defesa de suas posies;

  • - Participar de iniciativas de planejamento supra-setorial do desenvolvimento. Aes: - Formar equipe multidisciplinar com mandato e responsabilidades especficas para efetivar a participao supracitada; - Levantar todas as proposies em discusso, no mbito da Agenda 21 Brasileira e de polticas pblicas intersetoriais; ateno especfica deve ser dirigida ao CONAMA; - Efetuar ampla consulta internamente ao Ministrio dos Transportes sobre as questes levantadas, abrangendo seus aspectos tcnicos, econmicos, sociais, ambientais e jurdicos; - Definir uma posio ministerial a ser defendida; - Prever e avaliar as provveis conseqncias relativas tomada de deciso sobre todas as propostas apresentadas; - Participar das discusses para formulao da Agenda 21 Brasileira e de polticas pblicas intersetoriais, mantendo um canal de intercmbio de informaes, tanto internamente ao Ministrio dos Transportes, como entre o Ministrio dos Transportes e entidades participantes do processo; - Uma vez aprovada oficialmente alguma proposta, efetuar ampla divulgao no Ministrio dos Transportes, especialmente das reas em que ser efetivada sua aplicao; elaborar orientao para sua internalizao; - Participar de iniciativas de planejamento supra-setorial do desenvolvimento, promovendo a integrao das avaliaes setoriais s alternativas de desenvolvimento integrado regional.Instrumento de implementao; - Assessoria ambiental diretamente ligada s reas de formulao das polticas e de planejamento do Ministrio dos Transportes. Requisitos: - Formar equipe multidisciplinar de assessoria ambiental com mandato e responsabilidades especficas; - Assegurar respaldo poltico e canal interno de consulta aos especialistas do Ministrio dos Transportes, nas reas tcnica, econmica, social, ambiental e jurdica; - Definir a implantao da diretriz no mbito do Sistema de Gesto Ambiental do Ministrio dos Transportes. 2.1.2. Planejamento do Transporte Multimodal

  • Diretriz Implantar e manter um processo permanente de planejamento do transporte multimodal que assegure a viabilidade ambiental de suas proposies. Apresentao A dinmica de transportes exige atualmente no apenas a adequao de infra-estrutura viria e dos servios porturios, mas tambm o aproveitamento das conexes intermodais e o desenvolvimento da logstica. Nesse sentido, o Ministrio dos Transportes tem desenvolvido esforos no sentido de facilitao da intermodalidade, bem como atravs do estudo integrado da rede de transportes com as avaliaes peridicas dos corredores de transportes. Por si s, a integrao modal traz benefcios ambientais, pois reduzem-se as presses sobre o transporte rodovirio de carga, reconhecidamente mais poluente, devido ao nmero de veculos circulando e emitindo poluentes atmosfricos decorrentes do consumo de diesel. No Brasil, o diesel contm alto teor de enxofre, o que contribui ainda mais para a poluio atmosfrica. Por outro lado, o uso timo da rede viria reduz tambm a presso pela expanso da malha de um nico modal. Mas h campo para aperfeioamento no sentido de assegurar a viabilidade ambiental da infra-estrutura de transportes. O estudo de corredores de transportes importante instrumento de planejamento, ao resultar na identificao das necessidades e oportunidades de melhoria do sistema existente, assim como ao apresentar alternativas que visam melhoria de desempenho do conjunto do corredor e no apenas de uma ou outra ligao isolada. A anlise ambiental dos corredores e das alternativas de expanso e melhoria do sistema de transportes deve ser realizada nessa ocasio, pelos motivos seguintes: - constitui critrio ambiental para subsidiar a tomada de deciso sobre alternativas de interveno nos corredores de transportes; - permite a antecipao do conhecimento das questes ambientais principais que sero objeto de apreciao em nvel de projeto, facilitando, assim, a conduo de estudos para o licenciamento ambiental dos empreendimentos; - permite a identificao de eventual circunstncia que inviabilize, do ponto de vista ambiental, determinada alternativa; - permite a estimativa comparativa dos custos ambientais das alternativas propostas previamente a uma tomada de deciso; - resulta em um plano de gesto ambiental para os corredores de transportes, que constitui instrumento de planejamento do tratamento ambiental das intervenes nos corredores. Essa anlise ambiental em nvel de planos de transportes denominada avaliao ambiental estratgica e sua metodologia j foi testada no mbito do Ministrio dos Transportes.

    rea Temtica:

  • Planejamento do Transporte Multimodal Diretriz: Implantar e manter um processo permanente de planejamento do transporte multimodal que assegure a viabilidade ambiental de suas proposies. Objetivos: - Assegurar a considerao de alternativas de desenvolvimento setorial previamente deciso sobre aes no mbito de cada modal de transporte; - Inserir a varivel ambiental no processo de planejamento do transporte multimodal; - Otimizar a infra-estrutura de transportes, permitindo melhor equilbrio entre modais e reduo de impactos ambientais negativos; - Levar as proposies setoriais consulta pblica e de grupos interessados; - Obter indicao sobre impactos ambientais para orientao prvia das decises em nvel de cada modal de transporte, inclusive as relacionadas ao licenciamento ambiental e alocao de recursos financeiros para os empreendimentos previstos. Aes: - Introduzir na metodologia de planejamento do transporte multimodal a avaliao ambiental estratgica e a compatibilizao do critrio de viabilidade ambiental aos critrios de viabilidade social, econmica, tcnica; - Introduzir a avaliao ambiental na anlise de investimentos do setor; - Especificar formas de internalizao de fatores ambientais na avaliao econmica de alternativas de projetos; - Definir, no mbito de um Plano de Ao do Ministrio dos Transportes voltado para o desenvolvimento do sistema de transportes, aquelas aes referentes ao tratamento da varivel ambiental dos empreendimentos propostos. Instrumentos de implementao: - Avaliao estratgica de impacto ambiental; - Consulta pblica; - Avaliao econmica e ambiental de projetos; anlise de investimentos. Requisitos: - Formar equipe multidisciplinar de avaliao ambiental estratgica e de avaliao econmica

  • do meio ambiente, com mandato e responsabilidades especficas; - Definir a implantao da diretriz no mbito do Sistema de Gesto Ambiental do Ministrio dos Transportes. 2.1.3. Planejamento, Projeto, Implantao e Gesto da Infra-estrutura e dos Servios de Transportes Diretriz Inserir a varivel ambiental nas fases de planejamento, projeto, implantao e gesto da infra-estrutura e dos servios de transportes. Apresentao Existe atualmente uma dificuldade para que empreendimentos de transportes sejam implementados dentro do perodo de mandato de determinado governante: eles esto sujeitos ao licenciamento ambiental e o processo de licenciamento pode consumir considervel tempo do empreendedor. Torna-se cada vez mais importante o planejamento setorial/modal, para assegurar as seguintes condies: - que sejam estudadas e analisadas do ponto de vista tcnico, econmico, social e ambiental as alternativas de interveno no sistema de transportes para cada regio, de forma que esses critrios definam as melhores alternativas de interveno, deixando para o critrio poltico apenas a definio de prioridades de investimento; - a sistematizao dos estudos da rede viria como decorrncia dos estudos de corredores de transporte permite a continuidade e o detalhamento das avaliaes, bem como, no caso de meio ambiente, a antecipao de estudos prprios do processo de licenciamento ambiental; - o conhecimento prvio das condies ambientais relacionadas s alternativas de interveno no sistema de transportes permite ao empreendedor melhores condies de dilogo na discusso sobre as exigncias para o licenciamento ambiental; - o planejamento das intervenes permite a definio de recursos financeiros e a prvia alocao oramentria que garantam a possibilidade de execuo dos condicionantes do licenciamento ambiental dos empreendimentos ou, em casos no sujeitos ao licenciamento, de implantao do empreendimento (caso, por exemplo, de implantao de equipamentos de preveno e controle da poluio em reas porturias). Assim como na fase de planejamento, a varivel ambiental deve receber tratamento adequado nas fases de projeto, implantao e gesto da infra-estrutura e dos servios de transportes. A sistematizao das consideraes ambientais na rotina das atividades do Ministrio dos Transportes, suas agncias e rgos vinculados, visa reduzir as dificuldades existentes, especialmente as referentes aos processos de licenciamento ambiental e alocao de recursos financeiros especficos para o tratamento ambiental de empreendimentos. No caso de delegao da infra-estrutura de transportes para os Estados, cabe a fiscalizao de contratos e convnios quanto ao cumprimento da legislao ambiental.

  • rea Temtica: Planejamento, Projeto, Implantao e Gesto da Infra-estrutura e dos Servios de Transportes Diretriz: Inserir a varivel ambiental nas fases de planejamento, projeto, implantao e gesto da infra-estrutura e dos servios de transportes. Objetivos: - Assegurar a viabilidade ambiental dos planos e projetos de transportes e a adequada considerao ambiental nas fases de implantao e gesto da infra-estrutura e dos servios de transportes; - Assegurar, na fase de planejamento modal, a considerao na varivel ambiental, na avaliao de alternativas e na anlise de investimentos das propostas, de forma que resulte na previso e realizao dos necessrios estudos ambientais, assim como na respectiva alocao de recursos financeiros e humanos; - Tornar a aplicao dos procedimentos de avaliao de impactos ambientais uma rotina entre as atividades do Ministrio dos Transportes, suas Agncias e rgos vinculados; - Facilitar os processos de licenciamento ambiental dos empreendimentos e servios do Ministrio dos Transportes. Aes: - Introduzir a avaliao de impactos ambientais na metodologia de planejamento e elaborao de projetos de vias, portos e terminais de transporte; - Elaborar instrues para o licenciamento ambiental (ver rea temtica especfica); - Promover a interao da equipe de anlise ambiental com as equipes de anlise econmico-social e de desenvolvimento de projetos, bem como de todas essas com a equipe do rgo responsvel pelo licenciamento ambiental; - Elaborar e executar uma Agenda Ambiental para curto, mdio e longo prazos; - Fiscalizar a execuo de contratos e convnios quanto ao cumprimento das exigncias legais relacionadas questo ambiental. Instrumentos de implementao: - Metodologia de avaliao de impactos ambientais; - Grupos de Trabalho e consultas internas;

  • - Consultas e audincias pblicas; - Plano Estratgico de Ao por cada modal (por exemplo, Plano Estratgico Rodovirio, Plano Estratgico do Porto de Santos, entre outros), incluindo a varivel ambiental em seu escopo; alternativamente, pode-se ter, por exemplo, um Plano Ambiental Estratgico por modal; - Programa de Gesto Ambiental. Requisitos: - Formar equipe multidisciplinar de avaliao de impactos ambientais, com mandato e responsabilidades especficas; - Definir a implantao da diretriz no mbito do Sistema de Gesto Ambiental do Ministrio dos Transportes. 2.1.4. Recuperao do Passivo Ambiental Diretriz Promover a recuperao do passivo ambiental dos sistemas de transportes. Apresentao Ao longo de anos, a prtica de transportes esteve estritamente estruturada em funo de parmetros tcnicos e scio-econmicos. A partir dos anos 80, foram disseminados conhecimentos sobre qualidade ambiental e iniciou-se a adoo de requisitos de atendimento a padres de qualidade e de preservao ambiental. Em funo desse novo quadro de referncia, tambm passou-se a se proceder uma avaliao dos efeitos resultantes das prticas anteriores, levando constatao de que h degradao dos componentes ambientais (solo, cobertura vegetal, gua e ar) e de ecossistemas, acumulada h anos. Esse resultado de degradao denomina-se passivo ambiental. H, no entanto, necessidade de uma conceituao uniforme de passivo ambiental, de forma a contemplar as diversas fontes de degradao ambiental existentes nas reas rodoviria, ferroviria e porturia. E, a partir dessa conceituao, seguem-se as aes de levantamento, quantificao e qualificao do passivo ambiental, para a definio de um Programa de Recuperao do Passivo Ambiental, com respectiva definio de cronograma e alocao de recursos financeiros para sua execuo.

    rea Temtica: Recuperao do Passivo Ambiental Diretriz: Promover a recuperao do passivo ambiental dos sistemas de transportes.

  • Objetivo: - Estabelecer e implementar um Programa de Recuperao do Passivo Ambiental nas reas rodoviria, ferroviria e porturia. Aes: - Estabelecer uma conceituao formal de passivo ambiental aplicvel a transportes; - Efetuar o levantamento e caracterizao do passivo ambiental por modal; - Definir quantitativos do passivo ambiental e mtodos e custos para sua recuperao; - Estabelecer, para cada modalidade de transportes, um Programa de Recuperao do Passivo Ambiental, com cronograma e recursos financeiros para sua execuo. Instrumentos de implementao: - Estudos ambientais; avaliao econmica; instrumentos de financiamento; dotao oramentria. Requisito: - Estabelecer responsabilidades especficas para os setores rodovirio, ferrovirio e porturio. 2.2. Requisitos para a Implantao da Poltica Ambiental 2.2.1. Gesto Ambiental Diretriz Estabelecer, implantar e manter um Sistema de Gesto Ambiental no Ministrio dos Transportes e agncias e rgos vinculados. Apresentao A gesto ambiental uma abordagem sistemtica dos aspectos ambientais relacionados s atividades de uma instituio. O Sistema de Gesto Ambiental parte integrante do sistema geral de gesto da instituio e inclui a estrutura organizacional, o planejamento de atividades e a designao de responsabilidades, prticas, procedimentos, processos e recursos para implementao e manuteno da gesto ambiental. O escopo da gesto ambiental a aplicao da poltica ambiental da instituio. Um Sistema de Gesto Ambiental projetado para auxiliar a instituio a alcanar os seguintes objetivos: - identificar e controlar os aspectos ambientais, impactos e riscos relevantes para a instituio; - concretizar sua poltica, objetivos e metas ambientais, inclusive o atendimento legislao ambiental;

  • - estabelecer metas de desempenho ambiental de curto, mdio e longo prazos para assegurar o equilbrio entre custos e benefcios ambientais e totais; - determinar quais so os recursos humanos e financeiros necessrios para atingir essas metas, atribuir responsabilidades por elas e alocar os recursos necessrios; - estabelecer procedimentos, tarefas e responsabilidades para o tratamento ambiental em cada rea de atuao da instituio; - disseminar as informaes pertinentes ao Sistema de Gesto Ambiental e treinar as equipes para o cumprimento de suas funes e responsabilidades; - medir o desempenho em relao a metas e padres previamente acordados; modificar a abordagem conforme necessrio.

    rea Temtica: Gesto Ambiental Diretriz: Estabelecer, implantar e manter um Sistema de Gesto Ambiental no Ministrio dos Transportes e agncias e rgos vinculados. Objetivos: - Estruturar a aplicao da Poltica Ambiental do Ministrio dos Transportes, adotando um processo de planejamento, controle, monitoramento, ao corretiva, auditoria e anlise crtica; - Estimular a melhoria contnua do desempenho ambiental do Ministrio dos Transportes e agncias e rgos vinculados; - Facilitar a execuo de procedimentos administrativos, tcnicos e jurdicos relacionados (a) proviso de viabilidade ambiental de polticas, planos, programas e projetos de transportes, (b) adequao ambiental de obras, servios e atividades de transportes e (c) ao cumprimento da legislao ambiental. Aes: - Aplicar os preceitos da Norma Brasileira NBR ISO 14.0001, atendendo aos requisitos ali apresentados para o estabelecimento e manuteno de um Sistema de Gesto Ambiental; - Efetivar o adequado desdobramento da Poltica Ambiental do Ministrio dos Transportes em metas relacionadas a cada atividade em cada rea de atuao ministerial e de suas agncias e rgos vinculados; - Estabelecer os Planos de Ao para o alcance das metas estabelecidas, nos horizontes de

  • curto e mdio prazo; - Estabelecer a integrao da gesto ambiental nas atividades do Ministrio dos Transportes, suas agncias e rgos vinculados; - Estabelecer procedimentos para execuo dos Planos de Ao; - Estabelecer procedimentos para o monitoramento, registro e documentao dos resultados dos Planos de Ao; - Estabelecer procedimentos para auditoria do Sistema de Gesto Ambiental; - Estabelecer procedimentos para anlise crtica e melhoria do Sistema de Gesto Ambiental; - Estabelecer procedimentos de comunicao interna e capacitao; - Estabelecer procedimentos de comunicao externa. Instrumentos de implementao: - Norma Brasileira NBR ISO 14.001 (Sistemas de Gesto Ambiental - Especificao e diretrizes para uso); Norma Brasileira NBR ISO 14.004 (Sistemas de Gesto Ambiental - Diretrizes gerais sobre princpios, sistemas e tcnicas de apoio); - Norma Brasileira NBR ISO 14.010 (Diretrizes para auditoria ambiental - Princpios gerais); - Norma Brasileira NBR ISO 14.011 (Diretrizes para auditoria ambiental - Procedimentos de auditoria - Auditoria de sistemas de gesto ambiental); - Norma Brasileira NBR ISO 14.012 (Diretrizes para auditoria ambiental - Critrios de qualificao para auditores ambientais); - Assessoria ambiental e coordenao inter e intra-setorial/modal; - Grupos de Trabalho e consultas internas; - Consultoria externa; - Sistema informatizado e georeferenciado de apoio ao Sistema de Gesto Ambiental. Requisito: - Formar equipe multidisciplinar para o Sistema de Gesto Ambiental, com mandato e responsabilidades especficas. Observao: - O DNER, instituio em extino, tem formulado um Sistema de Gesto Ambiental, incluindo

  • um sistema informatizado de apoio gesto; este Sistema deve servir de modelo para os demais modais. 2.2.2. Recursos Financeiros e Oramento Diretriz Implantar e manter um processo sistemtico de captao de recursos financeiros e de insero dos custos ambientais no oramento. Apresentao O tratamento da questo ambiental no pode ser feito sem adequaes de ordem institucional, organizacional e operacional, envolvendo a implantao de um Sistema de Gesto Ambiental e alocando recursos humanos capacitados para seu funcionamento. Tem-se aqui um custo pontual fixo relacionado adequao institucional e alocao de equipes multidisciplinares para o desempenho das funes de gesto ambiental. Esse custo deve estar previsto na implantao da nova estrutura organizacional do Ministrio dos Transportes, incluindo as agncias e rgos vinculados. Os custos ambientais relacionados a um empreendimento, variveis em funo das caractersticas do empreendimento e do meio ambiente afetado, compreendem: - custos de estudos ambientais; - custos de licenciamento ambiental e de implantao de medidas preventivas e mitigadoras de impactos; - custos de medidas compensatrias; - custos de recuperao de passivos ambientais; - custos de auditorias ambientais; - custos de monitoramento ambiental; - custos de fiscalizao. A evoluo do tratamento da questo ambiental requer permanente atualizao por parte dos tcnicos por ele responsveis, o que envolve a adoo de um Programa de Capacitao, cujos custos devem ser apropriados para incluso na alocao oramentria. No setor porturio, h custos ambientais especficos, relacionados formulao e operacionalizao de Plano de Emergncia e disponibilidade de equipamentos coletores e de tratamento de resduos, alm dos custos relacionados ao Sistema de Gesto Ambiental e capacitao de pessoal. Atualmente h crescente interesse pela internalizao dos custos de externalidades econmicas, entre as quais se inserem os aspectos ambientais. Nesse sentido, cabe pesquisa sobre os custos ambientais e sua repercusso nos custos totais de empreendimentos, bem como sobre formas de internalizao desses custos e sua

  • repercusso para os usurios do sistema de transportes. Observa-se, assim, que h amplo campo de trabalho em duas reas: clculo dos custos ambientais e alocao dos recursos financeiros e oramentrios para a adequada gesto ambiental. Essas funes devem ser incorporadas s atividades de planejamento, avaliao de projetos, captao de recursos financeiros e alocao oramentria.

    rea Temtica: Recursos Financeiros e Oramento Diretriz: Implantar e manter um processo sistemtico de captao de recursos financeiros e de insero dos custos ambientais no oramento. Objetivos: - Assegurar a execuo dos servios ambientais, incluindo-se estudos ambientais; implantao do Sistema de Gesto Ambiental; medidas preventivas, corretivas e compensatrias de obras; despesas processuais de licenciamento; auditoria ambiental; fiscalizao, entre outros; - Viabilizar o planejamento modal com internalizao da varivel ambiental; - Permitir o cumprimento de prazos e atendimento de exigncias de rgos ambientais; - Vincular as despesas ambientais s despesas dos empreendimentos a que esto associadas, de forma que se impea, por exemplo, a finalizao de uma obra sem que tenha havido a alocao ou liberao de recursos para o respectivo tratamento ambiental. Aes: - Estabelecer procedimentos de avaliao dos custos ambientais relacionados formulao e implantao de polticas, planos, programas e projetos de transportes; - Estabelecer procedimentos para captao de recursos financeiros, via emprstimos e oramento de modo a cobrir os custos ambientais estimados; - Integrar a captao, a alocao e o desembolso dos recursos financeiros para a questo ambiental captao, alocao e ao desembolso dos recursos financeiros destinados aos empreendimentos a que se reporta o tratamento ambiental. Instrumentos de implementao: - Avaliao de custos ambientais e anlise de investimentos;

  • - Captao de recursos financeiros e alocao oramentria. Requisito: - Integrar a varivel ambiental aos procedimentos de captao e alocao de recursos financeiros e oramentrios. 2.2.3. Recursos Humanos Diretriz Alocar e capacitar recursos humanos para o tratamento da questo ambiental. Apresentao Um dos requisitos para o tratamento da questo ambiental a disponibilidade de equipes multidisciplinares. As variveis ambientais so inmeras e correspondem a reas especializadas de conhecimento. Mesmo que o tcnico de transportes seja capacitado em determinados aspectos ambientais, no se deve prescindir da equipe multidisciplinar para garantir o necessrio aprofundamento das questes e o adequado embasamento de avaliaes ambientais. No setor virio, alm da engenharia civil e da economia, as especialidades podem abranger: biologia e ecologia (fauna, flora e ecossistemas), sociologia (meio antrpico), antropologia (comunidades indgenas), geologia (solos), hidrologia (gua), engenharia mecnica (emisses de equipamentos). J no setor porturio, sobressaem biologia e ecologia, hidrogeologia, engenharia qumica (resduos) e engenharia mecnica (emisses de equipamentos). Em termos de funes a serem executadas pela equipe ambiental, incluem-se: - assessoria: para fornecer subsdios tomada de deciso; para exercer a representao ministerial em fruns ambientais externos; - coordenao: para promover a integrao de pessoal, intra e intersetorial; para ordenar o andamento de projetos e atividades; - gesto: para implementar, manter e fazer funcionar o Sistema de Gesto Ambiental; - execuo tcnica: para executar as atividades de carter tcnico relacionadas s questes ambientais de projetos e atividades; - apoio tcnico: para apoiar as demais funes, operando mtodos e sistemas informatizados de apoio gesto. A restrio de contratao de pessoal no servio pblico federal tem levado os rgos pblicos a contratar terceiros para a execuo dos estudos ambientais, mas essa alternativa traz algumas desvantagens: os rgos nem sempre possuem pessoal capacitado para avaliar os servios; a terceirizao no agrega necessariamente conhecimento equipe responsvel pelo empreendimento; no permite a automtica continuidade dos servios ambientais, por conta dos prazos contratuais; no responde pela gesto ambiental, que continua sendo responsabilidade do rgo empreendedor. Sua validade, portanto, cabe melhor para rgos

  • que, internamente, possuem uma equipe fixa multidisciplinar de gesto ambiental, responsvel pelos termos de referncia dos servios, sua avaliao e fiscalizao. Como essencial tem-se, portanto, a formao e capacitao de equipe multidisciplinar para implementar e fazer funcionar um Sistema de Gesto Ambiental dentro da nova estrutura ministerial e de suas agncias e rgos vinculados. Como parte da formulao do Sistema de Gesto Ambiental para o DNER, foi dimensionada a equipe necessria para sua implantao; este trabalho merece ser aproveitado na nova estrutura, podendo ser diretamente transferido ao modal rodovirio e adaptado aos demais modais.

    rea Temtica: Recursos Humanos Diretriz: Alocar e capacitar recursos humanos para o tratamento da questo ambiental. Objetivos: - Permitir o adequado tratamento da questo ambiental no Ministrio dos Transportes; - Assegurar a formao das equipes responsveis pela implantao da Poltica Ambiental do Ministrio dos Transportes, tanto no mbito das Secretarias ministeriais, como das agncias e dos rgos vinculados; - Disseminar conhecimentos necessrios para o tratamento da questo ambiental. Aes: - Alocar equipes multidisciplinares para atuar nas seguintes reas: assessoria, coordenao e gesto, cobrindo as demais reas temticas referentes s diretrizes ambientais do Ministrio dos Transportes; - Definir o perfil das equipes conforme as especialidades necessrias para cada funo, rea de atuao e modalidade de transporte; - Definir o quantitativo para cada rea de atuao e por modalidade de transporte. Instrumentos de implementao: - Gerenciamento de recursos humanos; - Programa de Capacitao Profissional e Institucional. Requisitos: - Na atual reestruturao do Ministrio dos Transportes, em que se inserem a reformulao das Secretarias ministeriais e a criao das agncias ANTT e ANTAQ, assim como do DNIT,

  • imprescindvel a definio de funes e equipes destinadas ao tratamento da questo ambiental; - Nos portos, a qualificao e a quantificao de pessoal para o tratamento ambiental dependem das caractersticas prprias (porte, tipo e volume de cargas movimentadas, condies de acesso, impactos ambientais provveis etc.) de cada rea porturia; - Como parte da formulao do Sistema de Gesto Ambiental para o DNER foi dimensionada a equipe necessria para sua implantao; este trabalho merece ser aproveitado na nova estrutura, podendo ser diretamente transferido ao modal rodovirio e adaptado aos demais modais. 2.2.4. Relaes Pblicas Diretriz Promover, junto ao pblico e a grupos de interesse, a divulgao e discusso da poltica e dos planos, programas e projetos do Ministrio dos Transportes, agncias e rgos vinculados. Apresentao Tem-se constatado ao longo dos diferentes processos de licenciamento ambiental de projetos e obras do mbito do Ministrio dos Transportes que h significativo desconhecimento sobre o setor, tanto por parte da comunidade em geral, como por parte de representantes de outros rgos de governo (em nvel federal e estadual) e de representantes do Legislativo, do Judicirio e do Ministrio Pblico. Tal desconhecimento tem prejudicado o dilogo sobre a viabilidade ambiental dos empreendimentos, assim como tem favorecido posies contrrias a sua implantao e sugestes de alterao sem fundamentao tcnica. Torna-se, portanto, necessria, a formulao de um programa de divulgao dos empreendimentos do setor. Parece oportuno tambm o estabelecimento de procedimentos de consultas pblicas para esclarecimentos e recebimento de sugestes sobre os empreendimentos, em funo de seus impactos sobre as comunidades e das percepes que as comunidades tm em relao aos empreendimentos e queles impactos. A consulta pblica um instrumento de democratizao da tomada de deciso. Por outro lado, internamente ao Ministrio dos Transportes e seus rgos vinculados, ser estimulado um maior intercmbio de informaes, para conhecimento sobre diferentes formas de tratamento da questo ambiental por diferentes rgos ambientais no pas.

    rea Temtica: Relaes Pblicas Diretriz: Promover, junto ao pblico e a grupos de interesse, a divulgao e discusso da poltica e dos planos, programas e projetos do Ministrio dos Transportes, agncias e rgos

  • vinculados. Objetivos: - Divulgar os empreendimentos do Ministrio dos Transportes; - Divulgar a Poltica Ambiental do Ministrio dos Transportes; - Discutir as questes ambientais dos empreendimentos propostos pelo Ministrio dos Transportes; - Esclarecer dvidas sobre o sistema de transportes e sua interface ambiental; - Colher subsdios para o aperfeioamento dos projetos dos empreendimentos propostos; - Manter um canal de comunicao e consulta pblica. Aes: - Estabelecer um Programa de Divulgao e Consulta relacionado aos empreendimentos setoriais; - Estabelecer canais de comunicao com outros Ministrios e rgos vinculados; com o Legislativo, o Judicirio e o Ministrio Pblico; com entidades representativas da sociedade e ONGs; com rgos estaduais de transportes e de meio ambiente; e com instituies de financiamento; - Estabelecer canais de comunicao internos estrutura do Ministrio dos Transportes, suas Secretarias, agncias e rgos vinculados, para intercmbio de conhecimento e experincia. Instrumentos de implementao: - Assessoria de relaes pblicas; - Sistema de gerenciamento da informao. Requisitos: - Formar equipe com mandato e responsabilidades especficas; - Coordenar o gerenciamento da informao com o Sistema de Gesto Ambiental. 2.2.5. Assessoria Jurdica Diretriz Prover assessoria jurdica ao tratamento da questo ambiental. Apresentao A aplicao da legislao ambiental tem gerado controvrsia em muitos casos, como, por

  • exemplo, o da competncia para o licenciamento ambiental. Tambm muitos processos de licenciamento ambiental tm sido interrompidos em decorrncia da interveno do Ministrio Pblico, cujo ponto focal, naturalmente, o cumprimento da legislao. As Administraes Hidrovirias, por sua vez, questionam se cabe o licenciamento ambiental de hidrovias, uma vez que sua funo apenas preservar a navegabilidade dos rios, sendo o livre acesso uma garantia constitucional. Ainda em relao ao licenciamento ambiental, a Resoluo do CONAMA n 237/97 inclui o transporte de produtos perigosos como sujeito ao licenciamento prvio. Considerando que a matria regulada por outros documentos legais especficos, cabe argir a legitimidade desse licenciamento. A necessidade de esclarecimento das dvidas existentes, a orientao formulao de regulamentao especfica para o licenciamento ambiental de empreendimentos de transportes e o acompanhamento de processos legais apontam para a necessidade de se prover uma assessoria jurdica para o tratamento da questo ambiental. rea Temtica: Assessoria Jurdica Diretriz: Prover assessoria jurdica ao tratamento da questo ambiental. Objetivos: - Fornecer esclarecimentos sobre a aplicao da legislao ambiental; - Dar suporte participao ministerial em fruns externos, subsidiando juridicamente argumentos que traduzem a posio do Ministrio dos Transportes. Aes: - Estabelecer canal de consulta sobre as questes jurdicas; - Estabelecer procedimentos para abertura de contraditrio frente a decises judiciais. Instrumentos de implementao: - Assessoria jurdica; - Consulta interna. Requisito: - Disponibilidade de assessoria jurdica prpria ou contratada.

  • 3. Agenda de Trabalho 3.1. Atuao Intersetorial 3.1.1. Introduo Os transportes constituem meio de viabilizao da ocupao do territrio, do deslocamento de bens e pessoas e, portanto, tm objetivos diretamente ligados s polticas de desenvolvimento. As polticas pblicas atualmente, ao tentar alcanar objetivos sociais, econmicos e ambientais se caracterizam cada vez mais por seu carter multidisciplinar, envolvendo em seu escopo a participao de inmeros agentes governamentais. Nesse contexto, a proviso de infra-estrutura tem um papel essencial na aplicao dessas polticas. E isso ocorre em todo o territrio nacional, desde as regies mais concentradoras de populao s regies de ocupao rarefeita. Assim como as orientaes estratgicas de desenvolvimento tm como suporte a disponibilidade de transportes, estes, por sua vez, tm caractersticas prprias que influenciam a definio daquelas polticas. Por isso, torna-se essencial a participao conjunta dos diversos setores e agentes de transformao (social, econmica e ambiental) no processo de formulao das polticas pblicas voltadas para o desenvolvimento. Considerando-se o compromisso do Pas em atender aos acordos efetivados na Conferncia Rio'92, a formulao da Agenda 21 Brasileira se reveste de grande importncia, pois esse documento ser referncia para a adoo de estratgias de desenvolvimento sustentvel, incluindo linhas de ao para o desenvolvimento do Setor Transportes. Tambm nesse caso, o dilogo entre as partes envolvidas e o insumo de informaes, condicionantes, possibilidades e estratgias setoriais tornam-se imprescindveis para a definio de linhas de ao que harmonizem as diversas estratgias setoriais para alcance dos objetivos de desenvolvimento sustentvel. Como o desenvolvimento sustentvel exige uma abordagem multidisciplinar e integrada da ocupao territorial e do uso dos recursos naturais e construdos, de se esperar que aumentem as iniciativas de programas de desenvolvimento que tenham por base um planejamento scio-econmico e ambiental que adote tal abordagem. Um processo de planejamento fundamentado nessas bases tem carter supra-setorial, devendo ser coordenado pelas reas de planejamento e meio ambiente, com a participao dos agentes de governo, da iniciativa privada e da sociedade. Dessa forma, pode-se esperar como resultado um programa de aes acordado, no qual devem estar previamente estabelecidas responsabilidades e atribuies, assim como respectivas linhas de recursos financeiros, de acordo com a competncia legal de cada rgo de governo, a vocao dos agentes econmicos privados, as necessidades e aspiraes sociais e as condicionantes ambientais. Nesse contexto, a adequada distribuio de responsabilidades certamente corrigir distores sentidas hoje em dia, como o caso de imputar-se ao Setor Transportes responsabilidades sobre a ocupao e a transformao do uso do solo e respectivos impactos sociais e ambientais. Ainda no mbito da participao intersetorial, prevem-se representaes ministeriais junto a fruns ou instituies nacionais e internacionais, para discusso de questes sobre transportes e meio ambiente. Este o cenrio em que se insere esta agenda especificamente voltada para o tratamento

  • ambiental em nvel intersetorial. 3.1.2. Proposta de Modelo Institucional para a Gesto Ambiental A gesto ambiental em nvel intersetorial ser desenvolvida por um ncleo gerencial de articulao institucional e assessoria tcnica, voltado para o tratamento das diversas interfaces dos transportes com outros setores de desenvolvimento e com o meio ambiente, e visando promoo de aes integradas e avaliadas sob os critrios scio-econmico, tcnico e ambiental. Considerado o nvel de deciso estratgico e cujos resultados tero reflexos diretos e significativos sobre o programa de ao do Ministrio dos Transportes, includas todas as modalidades de transporte e as atividades porturias e de logstica, deve-se instalar uma Assessoria de alto nvel juntamente ao Secretariado do Ministrio. Dessa forma, as implicaes decorrentes de decises sobre polticas pblicas, Agenda 21 Brasileira ou planos de desenvolvimento integrado, tero avaliao direta dos dirigentes responsveis pela poltica do Ministrio dos Transportes. Avaliao esta que subsidiar e respaldar a posio ministerial defendida nesses fruns externos. Para a gesto ambiental nesse nvel, prev-se uma unidade ambiental com equipe de coordenador e assessores devidamente capacitados. 3.1.3. Procedimentos para Implementao da Gesto Ambiental A implementao da gesto ambiental dever atender s seguintes orientaes: - a Poltica Ambiental do Ministrio dos Transportes; - a observncia de Acordos, Convenes e Resolues Internacionais com desdobramentos para o tratamento ambiental dos transportes; - a observncia dos princpios de desenvolvimento sustentvel norteadores da Agenda 21 e da Agenda 21 Brasileira; - a observncia da legislao ambiental e a necessidade de sua harmonizao com as polticas setoriais, em especial a poltica que define o Sistema Nacional de Viao; - a observncia da legislao de transporte; - a compatibilizao das propostas intersetoriais aos interesses, necessidades e potencialidades setoriais; - a harmonizao da insero dos sistemas de transportes nos programas supra-setoriais de desenvolvimento integrado. A prtica da gesto segue as seguintes etapas: definio de metas de realizao e estabelecimento de programa de estudos, articulao e discusso de proposies que constituam o apoio tcnico para o alcance das metas previstas. Algumas aes e metas j podem ser adotadas, em funo do andamento de propostas de polticas pblicas e de estratgias para o desenvolvimento sustentvel:

  • - enquadramento setorial na Agenda 21 Brasileira; - enquadramento setorial na Poltica Nacional de Resduos e em outras proposies de polticas pblicas; - enquadramento ambiental nas diretrizes do Sistema Nacional de Viao; - participao no Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, com proposio para o licenciamento ambiental de empreendimentos de transportes; - participao no CONAMA em sua atuao rotineira; - participao de programas supra-setoriais com as reas de planejamento e meio ambiente. Prev-se que o apoio tcnico para subsidiar a participao ministerial no alcance das metas previstas se desenvolva conforme o programa abaixo. Enquadramento setorial na Agenda 21 Brasileira Tendo em vista o documento Agenda 21 Brasileira - Bases para Discusso, no qual existem proposies especficas j delineadas para o Setor Transportes, cabem a promoo de discusses e consultas internas sobre tais proposies e a definio de posicionamento setorial que estabelea os limites de concordncia e de discordncia, assim como, neste ltimo caso, inclua proposies setoriais alternativas. E, externamente, deve-se abrir um canal de comunicao com a Comisso de Polticas de Desenvolvimento Sustentvel e da Agenda 21 Nacional, para dilogo permanente at a definio acordada de diretrizes setoriais para consolidao do documento definitivo que compor a Agenda 21 Brasileira. No mbito desse trabalho, devem-se promover as seguintes iniciativas: definio do conceito de "transporte sustentvel" para o caso brasileiro; discusso da poltica de multimodalidade e das polticas modais, assim como de suas relaes e impactos ambientais; reviso da abordagem de avaliao de impacto ambiental em relao aos impactos indiretos decorrentes da proviso de acessibilidade; restries setoriais para atuao intersetorial; estudo de abordagem de planejamento estratgico e avaliao estratgica de impacto ambiental para a definio de programas integrados de desenvolvimento; avaliao do conjunto das proposies do documento Agenda 21 Brasileira - Bases para Discusso, assim como de cada proposio para transportes em separado; formulao de proposies alternativas que reflitam a poltica e a realidade setorial; avaliao dessas proposies e preparao de argumentao para sua incluso no referido documento. Enquadramento setorial na Poltica Nacional de Resduos e em outras proposies de polticas pblicas Assim como em outras propostas de polticas pblicas, o Ministrio dos Transportes definir posicionamento sobre as implicaes setoriais da proposta em curso de Poltica Nacional de Resduos, a ser encaminhada como projeto de lei ao Congresso Nacional. Devem ser analisadas as implicaes setoriais e as formas e conseqncias de internalizao das medidas propostas, especialmente aquelas que impliquem controles e taxas. Em funo dessa anlise, devem ser encaminhadas, se couberem, proposies alternativas. Especial ateno ser dada movimentao de resduos em reas e terminais porturios. O mesmo ser aplicado a outras proposies de polticas pblicas que

  • apresentem interfaces com transportes. Enquadramento ambiental nas diretrizes do Sistema Nacional de Viao Esta meta se refere possibilidade de complementar o texto das diretrizes do Sistema Nacional de Viao, cujas referncias legais esto sendo consolidadas no Congresso Nacional (Projeto de Lei n1.494/99), para que seja inserida a necessidade de sua harmonizao com os requisitos de preservao ambiental. Participao no Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, com proposio para o licenciamento ambiental de empreendimentos de transportes Visando atender s necessidades de particularizao do licenciamento ambiental para o Setor Transportes, cabe ao Ministrio dos Transportes a iniciativa de encaminhar ao CONAMA proposies nesse sentido. As proposies formuladas, discutidas e aprovadas internamente, devem ser apresentadas aos rgos estaduais de transportes e de meio ambiente, ampliando-se a consulta direta, para que as discusses no mbito do CONAMA atinjam o maior nmero possvel de participantes diretamente envolvidos com a prtica do licenciamento. Essa ampla consulta visa disseminao de diferentes experincias e abordagens de licenciamento de empreendimentos de transportes, em nvel estadual e em nvel federal. Uma vez que a posterior aplicao de Resolues do CONAMA especficas para o Setor Transportes promover a uniformidade de tratamento desse tipo de licenciamento, importante que o que se adote tenha o maior respaldo poltico possvel. Participao no CONAMA em sua atuao rotineira O Ministrio dos Transportes, como membro do CONAMA, tem a responsabilidade de participar ativamente desse frum, subsidiando decises sobre aspectos setoriais e defendendo a coerncia das proposies com as polticas do Governo Federal. O representante do Setor Transportes tem a responsabilidade de encaminhar e defender proposies de interesse do Setor, como as acima referidas (licenciamento ambiental) e outras que surjam oportunamente. Participao de programas supra-setoriais com os Ministrios de Planejamento e de Meio Ambiente Em funo da complexidade de implantao de determinadas iniciativas de desenvolvimento, seja em funo de suas caractersticas impactantes do ponto de vista ambiental ou da vulnerabilidade ambiental, torna-se cada vez mais difcil que alguns programas de apoio ao desenvolvimento sejam implementados isoladamente. O caso de transportes se insere nesse contexto, especialmente quando se trata de projeto virio em reas da Amaznia. No cabe ao Setor Transportes o controle sobre movimentos migratrios, sobre aspectos fundirios, sobre a vulnerabilidade de comunidades indgenas, sobre projetos agropecurios, sobre o controle de reas protegidas. Portanto, ou se fazem iniciativas conjuntas que constituam um programa de desenvolvimento em nvel regional, de forma integrada e coordenada, dentro do qual o transporte seja apenas o meio de acessibilidade e movimentao para os insumos sociais e econmicos, e os controles supracitados sejam devidamente imputados aos rgos competentes, ou se inviabiliza a expanso do Setor Transportes ao dar-lhe responsabilidades que no lhe so devidas. Afinal, o Setor Transportes define sua prioridade de expanso em funo de demandas estabelecidas pela poltica econmica do governo.

  • A abordagem supra-setorial, de planejamento estratgico, deve prevalecer como nica alternativa capaz de considerar mltiplos aspectos de desenvolvimento e meio ambiente, bem como de reunir todos os agentes envolvidos. queles que se contrapem a essa abordagem, pela dificuldade que implica uma negociao to ampla, cabe constatar as perdas, em tempo e custos, relacionadas a processos de licenciamento ambiental aos quais se interpem posicionamentos contrrios, exatamente porque as iniciativas no esto baseadas em planejamento estratgico prvio. Cabe ao Ministrio dos Transportes subsidiar o planejamento estratgico supra-setorial com estudos e anlises estratgicas de corredores de transporte, considerados os aspectos da multimodalidade e das especificidades modais e a avaliao ambiental estratgica aplicada a esses corredores. 3.1.4. Aes Programadas apresentado a seguir um conjunto de aes que visam implementar a gesto ambiental na atuao intersetorial do Ministrio dos Transportes. As metas temporais devero ser estabelecidas pelo ncleo de gerenciamento ambiental responsvel por essas aes, assim como as parcerias institucionais desejveis ou necessrias para sua execuo. Objetivo Geral Participar das iniciativas intersetoriais relacionadas a transportes e meio ambiente. Objetivos especficos e Aes/Metas I - Enquadramento setorial na Agenda 21 Brasileira 1 - Discusso do documento Agenda 21 Brasileira - Bases para Discusso Meta: Propor o adequado enquadramento das proposies de transportes no documento final da Agenda 21 Brasileira. II - Inserir a observncia do critrio ambiental entre as diretrizes do SNV 1 - Enquadramento ambiental do Sistema Nacional de Viao - SNV Meta: Inserir a observncia do critrio de viabilidade ambiental para os empreendimentos de transportes entre as diretrizes do Sistema Nacional de Viao. III - Promover o controle ambiental de empreendimentos de transportes 1 - Promover a regulamentao do licenciamento ambiental de empreendimentos de transportes Meta: Aprovao de Resoluo do CONAMA especfica para o setor. IV - Promover a adequada interao dos transportes com o meio ambiente nas regulamentaes e polticas pblicas 1 - Participar de fruns intersetoriais (CONAMA, Congresso Nacional, entre outros)

  • Meta: Contribuir para o adequado enquadramento setorial nas regulamentaes e polticas pblicas com reflexos sobre a interface de transportes com o meio ambiente. V - Promover a adequada interao dos transportes com o meio ambiente no planejamento do desenvolvimento 1 - Participar de iniciativas de planejamento supra-setorial Meta: Assegurar o adequado enquadramento dos sistemas de transportes nos programas supra-setoriais de desenvolvimento. VI - Implementar ncleo de gerenciamento ambiental para a atuao intersetorial 1 - Implantar o ncleo de gerenciamento ambiental VII - Capacitar recursos humanos para a gesto ambiental intersetorial 1 - Elaborar e implementar Programa de Capacitao para a Gesto Ambiental 3.2. PLANEJAMENTO MULTIMODAL 3.2.1. Introduo Em um mundo de crescentes intercmbios comerciais e deslocamentos pessoais, a abordagem de corredores de transportes facilita a anlise da distribuio de fluxos de cargas e de pessoas, hierarquizando-se vias e volumes de trfego, e estabelecendo-se oportunidades e carncias para a otimizao da multimodalidade, bem como prioridades de investimentos na infra-estrutura de transportes. Inicialmente, a abordagem de corredores de transportes visava s necessidades de escoamento da produo agrcola para exportao, mas hoje em dia se aplica s mltiplas funes de deslocamento, como a distribuio interna de insumos produo industrial e agropecuria, a distribuio de seus produtos finais para o consumo, a proviso de servios, o turismo, entre outros. A viso de corredores de transportes engloba significativa rea territorial de influncia, em geral envolvendo mais de um estado, e tendo como foco um conjunto da malha viria e de terminais de transporte, que constituem a oferta de transportes, e os fluxos atuais e previstos para cenrios futuros. , portanto, uma viso estratgica, voltada tanto para (1) a imediata superao de limitaes, estrangulamentos, reduo de custos de transportes e proviso de ligaes ainda inexistentes ou incompletas (chamadas de missing links), como para (2) o planejamento estratgico, que determina prioridades de investimentos para a melhoria de desempenho do corredor em mdio ou longo prazo. No contexto dessa anlise de corredores de transportes, em que tm historicamente predominado as anlises de viabilidade scio-econmica e tcnica, cabe a insero da anlise de viabilidade ambiental. O instrumento metodolgico mais utilizado para esse fim, j testado no Ministrio dos Transportes, a avaliao ambiental estratgica, que tem por finalidade: - avaliar impactos do sistema de transportes numa rea mais abrangente que a rea de influncia direta de determinado projeto;

  • - avaliar impactos ambientais de ocorrncia regional e global, como efeitos na biodiversidade, movimentos migratrios, entre outros; - avaliar impactos decorrentes de polticas pblicas; - antecipar conhecimento sobre os impactos ambientais, de forma que eles sejam considerados desde o incio da formulao de polticas e programas de transporte. interessante frisar que a avaliao estratgica de corredores de transportes visa antes integrao e no competio modal, o que implica estudos de alternativas para a otimizao dos sistemas de transportes, reduzindo duplicidades de esforos feitos isoladamente e oferecendo solues integradas que reduzem, ou melhor, orientam as presses para expanso da oferta de transportes. Naturalmente, essa perspectiva bem-vinda sob o ponto de vista ambiental, pois tem como conseqncia a racionalizao do uso da infra-estrutura de transportes e a reduo das presses de consumo de territrio para a construo viria. O balano modal otimizado tambm permite o incremento dos transportes ferrovirio e hidrovirio de cargas, reduzindo o aumento de emisses veiculares rodovirias. 3.2.2. Proposta de Modelo Institucional para a Gesto Ambiental A anlise ambiental estratgica aplicada em nvel multimodal para corredores de transportes funo tpica da rea de planejamento do Ministrio dos Transportes e dever estar ligada diretamente s reas de anlise scio-econmica e tcnica dos corredores, uma vez que se trata da integrao de critrios para a tomada de deciso sobre o planejamento setorial. O ncleo ambiental deve ser gerenciado por uma coordenao intra-setorial e por uma assessoria tcnica para executar a aplicao de metodologia especfica (avaliao ambiental estratgica - AAE). Como apoio tcnico, deve-se dispor de equipe treinada para a utilizao de softwares de Sistemas de Informaes Geogrficas - SIG. Estima-se uma unidade de gerenciamento ambiental junto Secretaria de Planejamento do Ministrio dos Transportes, formada por equipe de coordenador, assessores e tcnicos treinados em SIG. Equipe avulsa dever ser contratada em funo do andamento dos trabalhos, e para fins de consultoria em reas de conhecimento muito especficas, como ecologia, hidrogeologia, entre outros 3.2.3. Procedimentos para a Implementao da Gesto Ambiental A insero da varivel ambiental no planejamento multimodal tem como referncias bsicas: - a Poltica Ambiental do Ministrio dos Transportes; - as polticas de desenvolvimento do Governo Federal, especialmente as relacionadas ao desenvolvimento sustentvel; - a legislao ambiental em vigor;

  • - a complementaridade modal e a otimizao de uso dos sistemas de transportes; - eventuais planos integrados de desenvolvimento, formulados em nvel supra-setorial. A seguir, a gesto ambiental tem continuidade no estabelecimento de metas e aes para a sua execuo. Entre essas, sobressaem-se: - estabelecimento de um programa de avaliao ambiental estratgica dos corredores de transportes, em funo de prioridade a ser definida; - estabelecimento de um programa de gesto ambiental dos corredores de transportes, visando coleta, ao processamento, ao monitoramento, atualizao e reviso da base de dados e informaes georeferenciadas que alimentaro o Sistema de Informaes Geogrficas e avaliao ambiental estratgica; - estabelecimento de procedimentos de integrao dos critrios scio-econmico, tcnico e ambiental na anlise dos corredores de transportes e no processo de tomada de deciso sobre os mesmos; - execuo da avaliao ambiental estratgica por corredor de transportes, sob a perspectiva de um processo permanente e continuado de planejamento. 3.2.4. Aes Programadas apresentado a seguir um conjunto de aes que visam implementar a gesto ambiental no processo de planejamento multimodal do Ministrio dos Transportes. As metas temporais devero ser estabelecidas pelo ncleo de gerenciamento ambiental responsvel por essas aes, assim como as parcerias institucionais desejveis ou necessrias para sua execuo. Objetivo Geral Promover a viabilidade ambiental das propostas de empreendimentos de transportes em nvel multimodal. Objetivos especficos e Aes/Metas I - Inserir a varivel ambiental no processo de planejamento multimodal 1 - Introduzir na metodologia de planejamento do transporte multimodal a avaliao ambiental estratgica e a compatibilizao do critrio de viabilidade ambiental aos critrios de viabilidade social, econmica e tcnica Meta: Introduzir o critrio ambiental na tomada de deciso em nvel de planejamento multimodal. 2 - Introduzir a avaliao ambiental na anlise de investimentos de transportes Meta: Introduzir o critrio ambiental na tomada de deciso sobre investimentos de transportes. 3 - Especificar formas de internalizao de fatores ambientais na avaliao econmica de

  • alternativas de projetos Meta: Contabilizar os fatores ambientais de projetos e internalizar tais custos. II - Promover a participao pblica no planejamento multimodal 1 - Realizar consultas pblicas sobre as alternativas de desenvolvimento setorial Meta: Incorporar os subsdios da sociedade ao planejamento setorial. III - Implementar ncleo de gerenciamento ambiental para o planejamento multimodal 1 - Implantar o ncleo de gerenciamento ambiental IV - Capacitar recursos humanos para a gesto ambiental 1 - Elaborar e implementar Programa de Capacitao para a Gesto Ambiental 3.3. GESTO AMBIENTAL DE FERROVIAS 3.3.1. Introduo A grande parte das ferrovias brasileiras foi construda e instalada h muitos anos e sua operao e manuteno adotavam procedimentos estabelecidos em uma poca em que as variveis ambientais no eram consideradas na forma como o so hoje em dia. H, portanto, necessidade de se contemplar hoje a questo ambiental ferroviria sob dois aspectos: (1) a reviso de instalaes, procedimentos e operaes, de forma a inserir adequadamente as variveis ambientais; e (2) a recuperao do passivo ambiental acumulado ao longo desse perodo. As comparaes modais feitas por ambientalistas tendem, em muitos casos, como ocorre no documento Agenda 21 Brasileira - Bases para Discusso, a privilegiar a ferrovia em relao rodovia, especialmente pelos fatores, associados entre si, relacionados ao consumo de energia e reduo de emisses veiculares atmosfricas e transferncia modal de cargas, da rodovia para a ferrovia, com reduo das presses sobre o consumo de terrenos para a abertura de novas rodovias e das presses por movimentos migratrios facilitados pela maior acessibilidade provida pelas rodovias. No entanto, os estudos de alternativas modais para vias troncais devem, tambm pelo aspecto ambiental, comparar as respectivas demandas por movimentao de terra, visto que a ferrovia exige caractersticas geomtricas especficas que, via de regra, implicam movimentao significativa de terra, com cortes e aterros, e conseqente desmatamento ou desobstruo do leito da estrada, para manter as exigncias de rampas e raios de curvatura. Por outro lado, os critrios ambiental, tcnico e scio-econmico devem ser adequadamente considerados, visto que a viabilidade sob um aspecto pode no prevalecer sob os demais. O certo que cada modal deve ser otimizado em seus aspectos benficos e deve se responsabilizar pelo tratamento dos aspectos negativos, visando neutraliz-los, reduzi-los e control-los. Por ser uma via segregada, com estrito controle de trfego, a ferrovia tem grandes vantagens no que diz respeito aos controles ambientais na operao. Enquanto as instalaes fixas, como postos de abastecimento, tm licenciamento ambiental especfico previsto na Resoluo do CONAMA N 273, de 29 de novembro de 2000, o instrumento mais

  • apropriado avaliao ambiental na operao parece ser a anlise de risco, que constitui requisito para a definio de um Plano de Atendimento a Emergncias. A partir do levantamento das atividades da ferrovia, das exigncias legais e da anlise de risco do transporte ferrovirio, devem ser delineados procedimentos especficos para cada rea, atribuindo-se responsabilidades e competncias internas ferrovia. J o Plano de Atendimento a Emergncias envolve a parceria de diversos rgos, como a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, o rgo ambiental competente, entre outros. Complementarmente, considerando a recente privatizao das ferrovias brasileiras, devem-se estudar, em particular, formas de financiamento para a recuperao do passivo ambiental acumulado desde antes dessa privatizao, caso o contrato de concesso j no o tenha feito. 3.3.2. Proposta de Modelo Institucional para a Gesto Ambiental O modelo de gesto ambiental interno a cada ferrovia deve ser por ela definido. Por parte do Ministrio dos Transportes, cabe a estruturao das funes de acompanhamento e fiscalizao do cumprimento das clusulas do contrato de concesso sobre as questes ambientais. Estas, por conta da dinmica da legislao ambiental, referem-se, de forma genrica, ao cumprimento da legislao aplicvel. Na rotina diria, no entanto, devem ser relacionados os aspectos, atividades e procedimentos a serem fiscalizados. Outra forma de controle sobre a gesto das ferrovias que o Ministrio dos Transportes deve contemplar a exigncia de implantao da certificao pelas ferrovias de um Sistema de Gesto Ambiental, seguindo a srie de Normas da ABNT/ISO 14001. Em alguns casos, como no do transporte ferrovirio de produtos perigosos, legislao de transporte tm sido adicionadas exigncias dos rgos ambientais estaduais e municipais. Esta , alis, uma rea em que se pode estudar a volta da Polcia Ferroviria, visando a uma fiscalizao sistemtica dos regulamentos de segurana, alm da preveno ao vandalismo. O Ministrio dos Transportes estabelecer na Agncia Nacional de Transportes Terrestres um ncleo especificamente voltado para a gesto ambiental ferroviria. Caber a este ncleo a fiscalizao, junto s concessionrias, das clusulas contratuais sobre meio ambiente, assim como o encaminhamento do programa de recuperao do passivo ambiental que tenha ficado sob a responsabilidade da Rede Ferroviria Federal S.A. O ncleo ambiental, em nvel de gerncia, ser formado por coordenador e tcnicos de nvel superior. 3.3.3. Procedimentos para a Implementao da Gesto Ambiental das Ferrovias A gesto ambiental ferroviria se orienta pela Poltica Ambiental do Ministrio dos Transportes e pelo cumprimento da legislao em vigor. As aes para a gesto ambiental das ferrovias incluem trs prioridades: a programao da recuperao do passivo ambiental; a adequao das ferrovias legislao ambiental, por meio de um processo de licenciamento corretivo; e o estabelecimento do Plano de Atendimento Emergencial. Recuperao do Passivo Ambiental

  • Em primeiro lugar necessrio estabelecer o que se considera como passivo ambiental e ento proceder a um levantamento desse passivo, caracterizando-o em termos de fonte, impactos e situao atual. Devem ser analisados levantamentos j efetuados pela Rede Ferroviria Federal S.A. - RFFSA - e pelas atuais concessionrias. Na consolidao desse levantamento, cabe a definio de responsabilidades pela recuperao do passivo ambiental, observados os contratos de concesso. A partir do pleno conhecimento do passivo ambiental, o Ministrio dos Transportes- em nome da RFFSA- e as ferrovias estabelecero programa para sua recuperao, quantificando e qualificando os servios necessrios e estimando o respectivo custo. interessante o estabelecimento de linhas de financiamento especficas para esse fim, de forma a garantir sua execuo, com base em cronograma fsico-financeiro a ser acordado entre as partes envolvidas. Licenciamento Ambiental corretivo A adequao de todas as fontes geradoras de potenciais impactos ambientais ao longo da ferrovia pode ser mais bem conduzida no mbito de um conjunto de levantamentos, avaliaes e programas de tratamento no mbito de um processo de licenciamento que se pode denominar de corretivo, pois objetiva corrigir a inexistncia ou inadequao de tratamentos ambientais na atividade ferroviria. O escopo do licenciamento corretivo abranger as aes e procedimentos da ferrovia relacionados a dormentes (horto florestal; tratamento da madeira); instalaes de apoio e postos de abastecimento de combustveis; oficinas e tratamento e disposio de resduos; manuteno e conservao da faixa de domnio; construo e ampliao de ramais e ptios; e interface urbano-ferroviria. Embora seja em geral solicitado pelo rgo ambiental licenciador a definio de um Plano de Atendimento a Emergncias inserido no escopo do Estudo de Impacto Ambiental, o instrumento adequado, no caso, uma Anlise de Risco. E enquanto o licenciamento ambiental das ferrovias ser em grande parte competncia do rgo ambiental federal, uma vez que as ferrovias em geral abrangem rea geogrfica extensiva a mais de um Estado, apresentando impactos conjuntos em nvel regional, o Plano de Atendimento Emergencial ser definido por trechos e envolver a participao do rgo ambiental estadual e de rgos ambientais municipais, de rgos locais como a defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, devendo naturalmente ser analisado em nvel estadual. Parece, portanto, que se deva aprovar o Plano de Atendimento Emergencial junto ao rgo estadual de meio ambiente e ser acrescentado ao processo de licenciamento em nvel federal apenas em carter informativo. Plano de Atendimento a Emergncias A dinmica do comrcio e a otimizao da multimodalidade estimulam uma crescente demanda para o transporte ferrovirio de cargas. Considerando os volumes tpicos dos carregamentos ferrovirios, as condies de trfego e as caractersticas das cargas, medidas preventivas e de atendimento emergencial devem ser previstas visando reduo dos riscos e controle sobre efeitos de acidentes. Com base em uma anlise de risco, devem ser definidos os controles necessrios e os meios para sua efetivao. Um amplo levantamento dos recursos disponveis nos municpios localizados ao longo da ferrovia serve de base para a efetivao de medidas conjuntas e parcerias para procedimentos especficos. Um eficiente sistema de comunicaes permite a rpida mobilizao de recursos para a execuo dos procedimentos de ao de emergncia. Essa ao conjunta deve ser estabelecida por compromisso acordado entre as partes e o Plano deve conter responsabilidades assumidas por cada instituio, inclusive a responsabilidade pelos custos de recuperao dos danos

  • ambientais. 3.3.4. Aes Programadas apresentado a seguir um conjunto de aes que visam implementar a gesto ambiental ferroviria no mbito do Ministrio dos Transportes. As metas temporais devero ser estabelecidas pelo ncleo de gerenciamento ambiental responsvel por essas aes, assim como as parcerias institucionais desejveis ou necessrias para sua execuo. Objetivo Geral Implantao da Gesto Ambiental das Ferrovias Objetivos especficos e Aes I - Recuperao do passivo ambiental 1 - Levantamento e caracterizao do passivo ambiental das ferrovias 2 - Estimativa dos custos de recuperao do passivo ambiental 3 - Elaborao e implantao de um Programa de Recuperao do Passivo Ambiental Ferrovirio II - Adequar a atividade ferroviria legislao ambiental 1 - Introduzir a avaliao de impactos ambientais na metodologia de planejamento e elaborao de projetos de ferrovias e instalaes de apoio (como postos de abastecimento) (Concessionrias) 2 -