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Política pública de educação de jovens e adultos do estado do Mato Grosso

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Política pública de educação de jovens e adultos do estado do Mato Grosso

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Consultoras:Jane Paiva Inês Barbosa de OliveiraLuiz Augusto Passos

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Objetivo geral

cumprir o dever do Estado com a educação, pela oferta de EJA como direito de todos os cidadãos (Art. 208 CF);

enraizar no sistema educativo de Mato Grosso a Educação de Jovens e Adultos como política pública, garantindo sua permanência;

conformar uma política de Estado não sujeita a oscilações políticas.

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Objetivos específicos

promover a reorientação curricular sistematizar produções existentes e

ampliar a contribuição teórica repensar práticas e concepções mais

do que formular propostas ajustar princípios e diretrizes criar unidade de compreensão e de

propósitos para a EJA

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Princípios fundantes

EJA como direito de todos, independente da idade

Sujeitos da EJA como sujeitos de direito Sucesso na experiência educativa Direito à escolarização Professor como mediador de saberes e

novos aprendizados

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PRINCÍPIOS DA POLÍTICA PÚBLICA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

inclusão educacional de todos, estimulando a permanência e o sucesso na escola;

ação educativa pautada em desafios éticos, políticos, tecnológicos e sociais, relacionados à vivência cidadã e aos sentidos possíveis do mundo do trabalho;

autonomia de sujeitos jovens e adultos nos processos de aprender e de se apropriar do mundo, do fazer, do conhecer e do agir;

participação coletiva e autônoma na produção do projeto pedagógico e na organização e gestão do tempo escolar.

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Fundamentos Origem da EJA: desconstruir a concepção

de ensino supletivo Concepção de escolarização e de aprender

por toda a vida (V CONFINTEA) Funções de reparação, equalização,

qualificação (Parecer CNE no. 11/2000) Unidade de princípios X uniformidade da

ação sistêmica

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Diretrizes da política pública de educação de jovens e adultos

incremento de matrículas e reestruturação de políticas específicas (presencial e a distância), da alfabetização ao ensino médio (integrado ou não à educação profissional);

estruturação da oferta de programas e de modos de atendimento específicos - acolher sujeitos da diversidade;

reestruturação da oferta de ensino noturno regular com organização adequada (trabalhadores menores afastados da escola por motivo de trabalho);

oferta permanente de programas e projetos na rede de ensino, independentemente do nível de ensino ou da idade;

implantação de criterioso sistema de certificação de conhecimentos: saberes do trabalhador, de autodidatas; rever oferta de exames supletivos e seus modos de realização.

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Concepções a serem superadas

sobre a diversidade de conhecimentos do que é a EJA: de ação compensatória a ensino supletivo

sobre variações de sentidos de inclusão; fragilidade do saber sobre o atendimento

à diversidade de sujeitos; sujeitos de EJA aprendem como crianças e

adolescentes da escola regular subalternidade do lugar dos sujeitos:

silenciamento e exclusão da ação pedagógica;

aligeiramento e supletivazação da EJA na prática pedagógica;

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Concepções a serem superadas... continuação

equívocos e estigmas sobre os sentidos de evasão e desistência;

concepções de formação continuada: variedade de significados, sentidos e práticas;

práticas pedagógicas com baixa criticidade, criatividade e solidariedade;

mais valor para a informação do que para a formação;

ressignificações e práticas de exames supletivos;

“EJA é apenas escolarização”: como assumir o aprender por toda a vida?

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ORGANIZAÇÃO DA OFERTA NO ESTADO DO MATO GROSSO: DO DIAGNÓSTICO ÀS

POSSIBILIDADES

Diagnóstico e avaliação da educação em Mato Grosso: desafios aos “modos de fazer” a EJA;

repensar a EJA no estado do Mato Grosso; projetos e organização da educação básica de

jovens e adultos; organização administrativa; formulação do projeto / proposta pedagógica; avaliação do ensino-aprendizagem; critérios de oferta; acompanhamento e avaliação dos programas /

projetos pelo sistema público; acompanhamento e avaliação da política pública de

EJA.

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ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA A EJA: POSSIBILIDADES E

ESPECIFICIDADES LOCAIS

Os problemas cotidianos na EJA Evasão escolar, desinteresse. Inadequação das práticas ao perfil dos

estudantes: infantilização. Currículos fragmentados e cientificistas. Os critérios de seleção e organização dos

“conteúdos significativos”.

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O desafio da coerênciaComo aproximar reflexão/ação?

Diagnosticando os problemas: fragmentação curricular e conhecimento em rede; infantilização e a significação dos conteúdos; as escolas para além das normas; pensando a potencialização do que tem sido bom.

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A questão da fragmentação curricular: dissociação dos saberes, hierarquização e

formalismo

“A teoria é mais saber do que a prática” e a organização do currículo.

Negligência dos saberes cotidianos em benefício dos saberes formais: o que é “não saber nada”?

O cientificismo tecnicista e disciplinarista: a

árvore do conhecimento e a hierarquia no currículo.

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A tessitura do conhecimento em rede e as propostas curriculares

A imagem da árvore pressupõe linearidade, sucessão e seqüenciamento obrigatório.

A idéia da tessitura do conhecimento em rede pressupõe, ao contrário, que as informações às quais são submetidos os sujeitos sociais só passam a constituir conhecimento para eles quando podem se enredar a outros fios já presentes nas redes de saberes de cada um.

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A tessitura do conhecimento em rede e as propostas curriculares

As redes de conhecimentos se tecem a partir de todas as experiências que vivemos, de todos os modos como nos inserimos no mundo à nossa volta.

Não têm previsibilidade nem obrigatoriedade, nem quebras.

Não podem ser controladas por processos formais de ensino/aprendizagem.

Assim: processos de aprendizagem não são nem cumulativos nem adquiridos.

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Enfrentando os problemas e pensando soluções

Centrar o trabalho pedagógico na “utilidade concreta” dos conhecimentos acumulados pela humanidade.

Buscar contemplar o interesse dos alunos, partir da realidade vivida,como contributos fundamentais para a aprendizagem.

A importância da compreensão do significado social dos conteúdos para a potencialização da aprendizagem.

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A questão das necessidades e interesses, da utilidade e do significado social

Os limites do desejo perante a necessidade educativa: a consciência do aprendiz e do educador.

O que são conteúdos significativos? Úteis? Politicamente engajados? Potencialmente transformadores? Portadores de potencial de ampliação da auto-estima?

Os significados e as culturas locais: A lógica: o machado e o frio; a água para o refugiado em Israel.

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A vida cotidiana para além das regras

Apesar de todas essas dificuldades e entraves, a vida real nas escolas não é só isso. Incorporam no seu cotidiano, pelo diálogo, as experiências, saberes e possibilidade dos sujeitos envolvidos na prática cotidiana do ensinar/aprender.

Ou seja, apesar da estruturação desfavorável, muitos saberes e aprendizagens circulam por nossas escolas e pelos nossos alunos.

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Uma nova compreensão de currículo

Não é um produto construído seguindo modelos e normas do que deve ser o processo ensino-aprendizagem.

É um processo por meio do qual os praticantes ressignificam suas experiências a partir das redes de poderes, saberes e fazeres das quais participam.

É tessitura cotidiana, mas não desvinculada das estruturas e circunstâncias.

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Institucionalizando o real: para além do formalismo, outras possibilidades de organização curricular

Superar o entendimento formalista e cientificista do currículo, buscando entendê-lo como produzido por múltiplos e singulares processos locais de tessitura e de criação curricular, requer o estudo e o interesse em fazer aparecer as alternativas curriculares efetivas tecidas cotidianamente pelos sujeitos das práticas pedagógicas.

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Partindo das realidades e das determinações políticas para chegar à formulação da proposta: os eixos norteadores

Eixo 1: O trabalho como princípio educativo: o Projeto da SEDUC e a escola para o trabalhador

Eixo 2: o direito de aprender por toda a vida: seguindo objetivos locais e determinações internacionais

Eixo 3: Ampliando práticas de cidadania: determinações legais e objetivos “consensuais”

Eixo 4: Educação dialógica: articulação e reconhecimento dos múltiplos saberes

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O papel das escolas

EIXO 1: a escola deve propor e efetivar algo mais do que o treinamento

destinado ao trabalho material, desenvolvendo, também, a consciência crítica.

Eixo 2: possibilitar aos estudantes a apropriação efetiva de

conhecimentos estruturados necessários para um engajamento social mais efetivo, para o exercício crítico da liberdade de escolha e para sua inserção no debate social.

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O papel das escolas

Eixo 3 estabelecer objetivos e definir conteúdos e, sobretudo, formas

de abordá-lo que permitam aos educandos apropriar-se de seus significados sociais, de sua possível operacionalidade para a reflexão e ação sobre o mundo. Essa idéia está voltada para o compromisso que a educação formal precisa assumir com a formação das classes subalternas para a luta pelos direitos cidadãos e para a inserção na vida política e social do país.

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O papel das escolas

Eixo 4: A questão da interculturalidade Reconhecer a validade e importância de práticas culturais, de

valores e modos de interação social que vigoram nas diferentes comunidades, considerando-os como ponto de partida do trabalho pedagógico e da proposta curricular é elemento fundamental, não só para o sucesso da escolarização como também para o desenvolvimento das capacidades de exercício da cidadania.

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Metodologia de trabalho do documento final

diálogo entre os diversos textos produzidos em programas e projetos e variados atores sociais e gestores que desenvolvem atuações profissionais em torno da EJA

focos: nos interesses e necessidades dos sujeitos atendidos; nos fundamentos, nos sentidos e significados da EJA como política pública e nas construções históricas desse campo; na reorientação curricular

redimensionamento da oferta na rede estadual Implementar uma nova organização pedagógica para

escolas-EJA implantação de Centros de EJA implementação dos exames supletivos implantação do Ensino Médio com mediação

tecnológica e Proeja questões operacionais da prática das escolas