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Politicas publicas de_saude_e_redes_de_atencao_a_saude_e_nutricao

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Governador

Vice Governador

Secretária da Educação

Secretário Adjunto

Secretário Executivo

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC

Cid Ferreira Gomes

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Maurício Holanda Maia

Antônio Idilvan de Lima Alencar

Cristiane Carvalho Holanda

Andréa Araújo Rocha

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

1

Políticas Públicas de Saúde

e Redes de Atenção à Saúde

e Nutrição

DISCIPLINA 3

MANUAL DO (A) PROFESSOR (A)

JANEIRO 2012

FORTALEZA - CEARÁ

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

2

Governador

Cid Ferreira Gomes

Vice-governador

Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária de Educação

Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto

Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo

Antonio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete

Cristiane Holanda

Coordenadora da Educação Profissional

Andréa Araújo Rocha

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3

EQUIPE DE ELABORAÇÃO

Anna Margarida Vicente Santiago

Fabiane da Silva Severino Lima

Luisilda Maria Dernier Pinto Martins

ELABORAÇÃO

Luisilda Maria Dernier Pinto Martins

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Sumário

1. Apresentação ..................................................................................... 05

2. Objetivos de Aprendizagem ............................................................. 06

4. Conteúdo Programático ................................................................... 07

3. Atividades sócio afetivas ................................................................... 08

4. Atividades Cognitivas ......................................................................... 16

5. Avaliação parcial da disciplina......................................................... 38

6. Referências bibliográficas sugeridas para o(a) professor(a)......... 42

7. Referências bibliográficas do Manual ............................................. 43

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Apresentação

Este é um Manual Pedagógico que integra uma série e aborda temas

específicos da formação do técnico de Nutrição e Dietética integrado ao Ensino Médio.

Cada Manual corresponde a uma Disciplina, sendo este referente à disciplina 3 do

modulo básico do curso – Políticas Públicas de Saúde e Redes de Atenção à Saúde e

Nutrição, com carga horária de 60 horas/aula.

Este Manual contém os objetivos de aprendizagem referentes ao tema

acompanhado do conteúdo no intuito de deixar claro à(o) professor(a) o que é esperado

do aluno ao final da disciplina. Propõe atividades pedagógicas que focam o eixo

cognitivo e sócio afetivo do processo de aprendizagem. Disponibilizamos uma

bibliografia para o(a) professor(a), subsidiando-o(a) para aprofundar os debates em sala

de aula, bem como, uma bibliografia de referência do Manual.

Elaborado no intuito de qualificar o processo de ensino-aprendizagem, este

Manual é um instrumento pedagógico que se constitui como um mediador para facilitar

o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula embasado em um método

problematizador e dialógico que aborda os conteúdos de forma lúdica, participativa

tornando o aluno protagonista do seu aprendizado facilitando a apropriação dos

conceitos de forma crítica e responsável.

É importante que o(a) professor(a) compreenda o propósito do método do

curso, e assim, se aproprie do conteúdo e da metodologia proposta por meio das

atividades pedagógicas, fazendo um estudo cuidadoso deste Manual e buscando

aperfeiçoar sua didática para conduzir com sucesso as atividades propostas.

Esperamos contribuir para a consolidação do compromisso e envolvimento de

todos (professores e alunos) na formação desse profissional tão importante para o

quadro da saúde do Ceará.

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Objetivos de Aprendizagem

Ao final da disciplina os alunos devem ser capazes de...

1. Descrever a história das políticas de saúde no Brasil Colônia a Constituição

1988;

2. Entender o papel da sociedade para a construção do Sistema Único de Saúde;

3. Reconhecer as ações relacionadas à Nutrição na estruturação das Políticas

Públicas do país;

4. Identificar a Rede de Atenção à Saúde no Brasil

5. Descrever os serviços de atenção nutricional na rede de atenção à saúde e os

fluxos organizacionais do cuidado nos diversos pontos de atenção;

6. Entender a importância do trabalho em equipe para o desenvolvimento do

sistema de redes de atenção

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Conteúdo Programático

1. Políticas Públicas de Saúde no Brasil;

2. Princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde;

3. Controle Social;

4. Ações de Nutrição e sua contribuição para reestruturação das Políticas Públicas de

Saúde;

5. Rede de Atenção à Saúde no Brasil: atenção primária, secundária e terciária.

6. Serviços de Nutrição que fazem parte da Rede de Atenção à Saúde no Brasil;

7. Núcleo de Apoio à Saúde da Família: legislação e contribuição para a Atenção

Primaria à Saúde.

8. O Trabalho em equipe

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Atividades sócio afetivas

1. CORDEL

Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia.

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

1. Convidar a turma para ler o cordel: O dia em que o SUS visitou o Cidadão (o cordel

também está disponível em forma de vídeo no Youtube1 e cartilha no site da

internet2, podendo ser apresentado em vídeo).

2. Ao final perguntar a turma:

Que experiências vocês têm com os serviços de saúde do SUS que gostariam

de compartilhar?

Qual a principal mensagem trazida pelo autor do Cordel?

O DIA QUE O SUS VISITOU O CIDADÃO (Lincoln Macário Maia)

Esta é uma boa história

Digna de um cordel

Trata de quando o SUS

E um usuário fiel

Resolveram discutir:

Cada um o seu papel

João sempre reclamou

Da fila e do atendimento

Sempre que precisou

Sentia um ressentimento

De nunca ser recebido

Conforme o merecimento

Mas João nunca fez nada

Só sabia reclamar

Não sabia que ele mesmo

Poderia ajudar

Tinha vários elementos

Pra situação mudar

Um dia em profundo sono

O SUS lhe apareceu

Foi logo se apresentando

E explicações lhe deu

Que o SUS não é do governo

Que o SUS também era seu

E ainda disse ao dormente:

Você vai me auxiliar

A ficar mais atraente

A mais pessoas curar

1 Disponível em: <http://cap31.blogspot.com/2011/04/video-sobre-sus-contado-em-cordel.html>.

Acesso em: 01 de dezembro de 2011. 2 Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cordel2.pdf>. Acesso em: 01 de

dezembro de 2011.

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E nas decisões que tomo

Você vai me ajudar

Mas João lhe perguntou

Por que justamente eu

Não sou doutor nem político

Dinheiro só sei do meu

E missão igual a essa

Nunca me apareceu

Mas o SUS lhe disse logo:

Melhor que você não há

Você me conhece bem

Quando precisa esta lá

Consulta ou emergência

Sabe onde o furo está

Tem um jeito muito fácil

De todo mundo ajudar

Através da Ouvidoria

Você vai me procurar

E se ela não existe

Vai pedir para criar

Mas só isso não resolve

Respondeu João na hora

É preciso muito mais

E essa solução demora

É melhor procurar outro

Vou ter que ficar de fora

Não tenha medo João

Foi o que disse o SUS

Não queira fugir agora

Da missão que lhe propus

Se você não ajudar

Solução não se produz

É no grupo de trabalho

Que você tem que entrar

E a sua opinião

Lá você vai mostrar

E quando ver um problema

A solução vai buscar

E os problemas são muitos

Emendou o SUS dizendo

Mas sei que com sua ajuda

Eles vão se resolvendo

Por que não é só você

Tem muita gente querendo

Mas antes de me ajudar

você precisa saber

São vários os seus direitos

Você deve apreender

Se alguém não respeitar

Você vai se defender

Vou lhe mostrar um exemplo:

Quando você se internar

Tem direito de escolher

Quem vai lhe acompanhar

Se parente ou se amigo

Ninguém pode reclamar

E se estiver na fila

Uma outra novidade

No atendimento do SUS

Vale a solidariedade

E quem estiver mais doente

Tem a prioridade

João então respondeu

Eu tô gostando de ver

E o SUS lhe disse: tem mais

Melhor ainda vai ser

Se equipes e usuários

Tentarem se conhecer

Pra findar essa conversa

Agora preste atenção

Todas essas mudanças

E as outras que virão

Tem um nome bem bonito

É a humanização.

Então João acordou

Meio sem acreditar

Mas estava decidido

Não custa nada tentar

Se o SUS pediu ajuda

Todo mundo tem que dar.

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2. MUDANÇAS

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Solicitar aos alunos que peguem as suas “bagagens” (bolsas, pastas, cadernos, etc.).

Orientar para que eles observem e gravem quem é a pessoa que está à sua direita e

à esquerda;

2. Informar que ao final de uma contagem regressiva (5, 4, 3, 2, 1) todos deverão

trocar de lugar, de modo que ninguém fique ao lado de quem estava antes;

3. Realizar o fechamento conduzindo um debate com as perguntas:

O que sentimos com o exercício?

Que sentimentos nos mobilizam para mudanças?

3. Até Quando?

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Solicitar aos alunos que escutam e/ou assistam ao vídeo “Até Quando?”;

2. Discutir a mensagem do vídeo a partir dos questionamentos abaixo:

a) Qual a mensagem trazida pela música?

b) Como podemos relacionar a letra da música ao papel da sociedade na construção do

Sistema Único de Saúde?

Até Quando?3

Gabriel O Pensador

3 http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=M15RA-O3K9s#!

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Não adianta olhar pro céu

Com muita fé e pouca luta

Levanta aí que você tem muito protesto

pra fazer

E muita greve, você pode, você deve,

pode crer

Não adianta olhar pro chão

Virar a cara pra não ver

Se liga aí que te botaram numa cruz e só

porque Jesus

Sofreu não quer dizer que você tenha

que sofrer!

Até quando você vai ficar usando

rédea?!

Rindo da própria tragédia

Até quando você vai ficar usando

rédea?!

Pobre, rico ou classe média

Até quando você vai levar cascudo

mudo?

Muda, muda essa postura

Até quando você vai ficando mudo?

muda que o medo é um modo de fazer

censura

Até quando você vai levando? (Porrada!

Porrada!!)

Até quando vai ficar sem fazer nada?

Até quando você vai levando? (Porrada!

Porrada!!)

Até quando vai ser saco de pancada?

Você tenta ser feliz, não vê que é

deprimente

O seu filho sem escola, seu velho tá sem

dente

Cê tenta ser contente e não vê que é

revoltante

Você tá sem emprego e a sua filha tá

gestante

Você se faz de surdo, não vê que é

absurdo

Você que é inocente foi preso em

flagrante!

É tudo flagrante! É tudo flagrante!!

A polícia

Matou o estudante

Falou que era bandido

Chamou de traficante!

A justiça

Prendeu o pé-rapado

Soltou o deputado

E absolveu os PMs de Vigário!

A polícia só existe pra manter você na

lei

Lei do silêncio, lei do mais fraco

Ou aceita ser um saco de pancada ou vai

pro saco

A programação existe pra manter você

na frente

Na frente da TV, que é pra te entreter

Que é pra você não ver que o

programado é você!

Acordo, não tenho trabalho, procuro

trabalho, quero trabalhar

O cara me pede o diploma, não tenho

diploma, não pude estudar

E querem que eu seja educado, que eu

ande arrumado, que eu saiba falar

Aquilo que o mundo me pede não é o

que o mundo me dá

Consigo um emprego, começa o

emprego, me mato de tanto ralar

Acordo bem cedo, não tenho sossego

nem tempo pra raciocinar

Não peço arrego, mas onde que eu

chego se eu fico no mesmo lugar?

Brinquedo que o filho me pede, não

tenho dinheiro pra dar!

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Escola! Esmola!

Favela, cadeia!

Sem terra, enterra!

Sem renda, se renda! Não! Não!!

Muda que quando a gente muda o

mundo muda com a gente

A gente muda o mundo na mudança da

mente

E quando a mente muda a gente anda

pra frente

E quando a gente manda ninguém

manda na gente!

Na mudança de atitude não há mal que

não se mude nem doença sem cura

Na mudança de postura a gente fica

mais seguro

Na mudança do presente a gente molda

o futuro!

Até quando você vai ficar levando

porrada,

até quando vai ficar sem fazer nada

4. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Entregar a cada aluno uma tarjeta previamente confeccionada contendo o nome de

um dos equipamentos sociais abaixo:

UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE

IGREJA SISTEMA DE VIGILÂNCIA

ALIMENTAR E

NUTRICIONAL

CRECHE ESCOLAR ABRIGO DE IDOSOS UNIDADE DE

PRONTOATENDIMENTO

ESCOLA HOSPITAL TERCIÁRIO MATERNIDADE

NUCLEO DE APOIO À

SAÚDE DA FAMÍLIA

POLICLÍNICA HOSPITAL SECUNDÁRIO

LABORATÓRIOS DE

CERTIFICAÇÃO DA

QUALIDADE DE

ALIMENTOS.

CENTRO COMUNITÁRIO RESTAURANTE

UNIVERSITÁRIO

COPA HOSPITALAR ACADEMIAS ORGANIZAÇÕES NÃO-

GOVERNAMENTAIS ONG

UNIVERSIDADE VIGILÂNCIA

EPIDEMIOLÓGICA

CENTROS DE APOIO

PSICOLÓGICO E SOCIAL -

CAPS

SERVIÇO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA RESTAURANTES

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ATENDIMENTO MÓVEL DE

URGÊNCIA

POPULARES

2. Solicitar que os alunos fiquem de pé e procurem se agrupar de mãos dadas com os

colegas que possuam instituições contidas nas tarjetas que tenham relação entre si;

3. Após formação dos grupos, questionar a turma com as seguintes indagações:

a) Quantos grupos foram formados?

b) Quais relações identificadas para a formação dos grupos?

c) Que outras relações ainda podem ser percebidas? Os grupos formados possuem

alguma relação entre si?

OBSERVAÇÃO: A atividade tem como objetivo fazer com que os alunos percebam a

relação que existe entre todos esses equipamentos sociais e de saúde colocados nas

tarjetas. Ao final da atividade, espera-se que todos formem um grande círculo de mãos

dadas, mostrando que todas as instituições e serviços apresentam relação entre si,

formando uma grande Rede de Atenção à Saúde do SUS.

5. Assumindo Responsabilidades

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Orientar que os alunos assistam ao vídeo: Trabalho em Equipe4;

2. Discutir o vídeo a partir dos questionamentos abaixo:

a) Qual a mensagem trazida pelo vídeo?

b) Qual a relação da mensagem do vídeo com a prática do trabalho em saúde?

c) Qual a nossa responsabilidade como trabalhadores da saúde?

6. A Ratoeira

Coordenar a atividade a partir de uma das sugestões abaixo:

4 http://www.youtube.com/watch?v=jgLsITgYnOU&feature=related

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Sugestão 1 – convidar um dos alunos para ler a mensagem abaixo e ao final convidar

todos para refletir que lições podemos aprender a partir dela para o exercício do trabalho

nos serviços de saúde.

Sugestão 2 – Distribui uma cópia para cada aluno e solicitar que leiam a mensagem e

escrevam no papel uma reflexão para o exercício de sua profissão. Depois perguntar

quem gostaria de compartilhar sua reflexão com a turma.

A ratoeira5

Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa

abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que poderia haver ali. Ao descobrir

que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos –

Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa! A galinha, então, disse:

- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para

o senhor, mas não me incomoda.

O rato foi até o porco e lhe disse:

- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!

- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer,

a não ser rezar. Fique tranquilo que o senhor será lembrado nas minhas preces.

O rato dirigiu-se então à vaca. Ela lhe disse:

- O que Sr. Rato? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!

Então o rato voltou para a casa, cabisbaixo e abatido, para encarar a ratoeira

do fazendeiro.

Naquela noite ouviu-se um barulho, como o de uma ratoeira pegando sua

vítima. A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia caído na ratoeira. No

escuro, ela não viu que a ratoeira havia prendido a cauda de uma cobra venenosa. E a

cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com

febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma

canja de galinha.

O fazendeiro pegou seu cutelo (pequeno facão) e foi providenciar o

ingrediente principal. Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos

vieram visitá-la. Para alimentá-los o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente veio para o

funeral.

O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.

7. Dinâmica do Trabalho em Equipe

5 Dinâmica adaptada do endereço eletrônico: <http://www.slideshare.net/weltonmatos/trabalho-em-

equipe-1703196 >. Acessado em: 10/05/2012

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Observação: Para execução dessa atividade, o professor deverá preparar previamente 06

envelopes, sendo que cada um deverá conter peças que possam formar um quadrado

perfeito. As peças devem seguir o recorte das figuras abaixo:

Os envelopes deverão seguir a seguinte orientação:

• Envelope 1: três peças que unidas formam um quadrado perfeito;

• Envelopes de 2 a 6: cada envelope com três peças aleatórias que não formam um

quadrado perfeito.

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

2. Dividir a turma em 6 grupos e entregar os envelopes aleatoriamente.

3. Os grupos deverão estar dispostos em círculos e suficientemente afastados dos

demais para que um grupo não possa observar a atividade do outro.

4. Informar aos grupos que o desafio é formar um quadrado perfeito com as peças

contidas no envelope. E que não podem utilizar a linguagem verbal para a comunicação.

A turma que primeiro terminar deverá levantar a mão para informar aos demais.

5. O professor, então, deverá aguardar até que sejam formados os 06 quadrados

perfeitos;

6. Ao final da dinâmica, discutir com a turma acerca das seguintes questões:

a. Qual a importância da equipe para a realização de um bom trabalho?

b. O que essa atividade pode revelar para a profissão do técnico em nutrição e

dietética?

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Atividades Cognitivas

1. HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

Material necessário: som e CD ou projeção em multimídia.

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

1. Dividir a turma em 5 grupos e orientar que respondam às perguntas referente ao

período indicado para seu grupo:

Grupo 1 – período 1900 a 1930

Grupo 2 – período 1930 a 1945

Grupo 3 – período 1945 a 1964

Grupo 4 – período 1964 a 1988

Grupo 5 – período 1988 a 2006

PERGUNTAS

a) Como se caracteriza esse período histórico em termos da relação Estado

Sociedade?

b) O que chamou mais atenção sobre as políticas de saúde no Brasil durante esse

período?

c) Como se deu a atuação do governo neste período?

d) Como se deu a atuação da sociedade civil neste período?

e) Quais os principais desafios e conquistas que marcaram esse período em

relação às políticas de saúde no Brasil?

2. Convidar a turma para assistir ao filme: "Políticas de Saúde no Brasil: Um século

de luta pelo direito à saúde6" para responder ás perguntas referentes ao seu grupo;

Documentário: "POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL: Um século de luta pelo direito à saúde"

6 Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=cSwIL_JW8X8>. Acesso em: 01 de

dezembro de 2011.

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Filme realizado por iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do Ministério da

Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e a Universidade Federal

Fluminense/UFF.

Duração: 1 hora

Sinopse

O documentário conta a história das políticas de saúde em nosso país, mostrando como ela se

articulou com a história política brasileira, destacando os mecanismos que foram criados para sua

implementação, desde as Caixas de Aposentadorias e Pensões até a implantação do SUS. Sua

narrativa central mostra como a saúde era considerada, no início do século XX, um dever da

população, com as práticas sanitárias implantadas autoritariamente pelo Estado, de modo articulado

aos interesses do capital, e como, no decorrer do século, através da luta popular, essa relação se

inverteu, passando a ser considerada, a partir da Constituição de 1988, um direito do cidadão e um

dever do Estado. Toda essa trajetória é contada através de uma narrativa ficcional, vivida por atores,

com reconstrução de época, apoiada por material de arquivo.Para tornar a narrativa mais leve e

atraente, o filme se vale da linguagem dos meios de comunicação dominantes em cada época, como

o jornal, o rádio, a TV Preto e branco, a TV colorida e, por fim, a internet.

O documentário é composto por 5 capítulos, que podem ser assistidos em sequência, com 60

minutos de duração, ou separadamente; cobrindo os seguintes períodos: 1900 a 1930; 1930 a 1945;

1945 a 1964; 1964 a 1988; e 1988 a 2006

3. Orientar aos grupos que sistematizem suas respostas por escrito para apresentação;

4. Apresentação dos grupos por ordem cronológica;

5. Conduzir um debate a partir da pergunta:

Quais as principais diferenças que percebemos no papel do governo e da

sociedade em relação às políticas de saúde em cada um dos períodos

históricos?

6. Fazer uma exposição abordando os seguintes tópicos:

Uma síntese cronológica dos principais acontecimentos históricos

relacionados às políticas de saúde no Brasil, relacionando com os debates em

sala de aula.

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

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Sugestão de referência bibliográfica: Livro7 Capítulo 1 – O Sistema Único de Saúde, itens 1.1

a 1.3.

Os aspectos básicos do SUS

Sugestões de referências:

Brasil. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z : garantindo saúde nos municípios / Ministério

da Saúde, Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde. – 3. ed. – Brasília :

Editora do Ministério da Saúde, 2009. 480 p. – (Série F. Comunicação e Educação em Saúde)

Lei 8.080/90 e a Lei 8.142/90 da Constituição Federal. Livro: Brasil. Conselho Nacional de

Secretários de Saúde. Legislação Estruturante do SUS / Conselho Nacional de Secretários de

Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 534 p. (Coleção Para entender a gestão do SUS 2011, 13).

2. A PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA CONSTRUÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

1. Dividir a turma em 5 grupos, orienta que escolham um coordenador e um relator

que deverão assumir o seguinte papel:

Coordenador do momento: controla o tempo e não deixa o grupo fugir do

assunto;

Relator: sistematiza as respostas do grupo registrando por escrito.

2. Solicitar aos grupos que conversem e respondam as perguntas:

a) Que contribuições a participação da sociedade pode trazer para construção de

uma sociedade mais igualitária, democrática e justa?

b) Quais as formas de participação que sua comunidade tem assumido no

tocante as decisões referentes à saúde, ao ambiente, ao trabalho, à religião, à

educação, à habitação e à cultura?

c) O que vocês destacam como importante que abre espaço para participação

dos cidadãos nas políticas de saúde no Brasil?

7 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Sistema Único de Saúde /

Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Brasília: CONASS, 2011, 291p. (Coleção

Para Entender a Gestão do SUS, 2011. v.1.)

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

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3. Informar aos grupos que as apresentações serão no formato de “Mesa Redonda de

Debate”. Serão convidados para Mesa os Coordenadores e Relatores dos grupos

que assumirão a seguinte tarefa:

Coordenadores: apresentam como foi o trabalho do grupo em termos de

debate, concentração dos participantes, dificuldades e facilidades em relação

ao debate do tema, adequação do tempo, novos interesses surgidos sobre o

tema;

Relatores: fazer a leitura das respostas do grupo;

Professor(a): coordenação da Mesa (controle do tempo e da escuta atenciosa

e respeitosa de todos)

4. Desfazer a Mesa Redonda e perguntar a turma:

Como se sentiram em participar de um debate em forma de Mesa Redonda?

5. Convidar para leitura do texto: Participando no SUS, de Lana Bleicher. Ao final

perguntar:

O que acharam do Texto?

Que dúvidas ainda existem sobre o tema?

PARTICIPANDO DO SUS8

Ao longo de nossa vida participamos dos vários âmbitos que nos constroem

enquanto seres humanos e cidadãos, na família, comunidade, escola, trabalho, espaços

institucionalizados ou não. Participar segundo Bordenave9 (1994), é o caminho natural

para o homem exprimir sua tendência inata de realizar, fazer coisas, afirmar-se a si

mesmo, dominar a natureza e o mundo. Na efetivação dessa participação, favorecemos

nossa condição de saúde ou doença e, consequentemente, de uma boa qualidade de vida.

Ações de saúde não se realizam no vazio ou em objetos inanimados: ações de

saúde sempre se realizam com e em seres humanos. Tradicionalmente, entendia-se que

a ação de saúde seria realizada pelo profissional de saúde sobre um paciente – aliás, não

8Texto adaptado do texto de:

BLEICHER, Lana. Saúde para todos já! Fortaleza: Expressão gráfica, 2004. 110p. Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Participasus%20%20Politica%20Nacional%20de%

20GP%20para%20o%20SUS.pdf>. Acesso em: 01 de novembro 2011. 9 BORDENAVE, J. D. O que é participação. São Paulo: editora Brasiliense,1986.

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é a toa que ele é chamado paciente! Mas, por mais passiva que seja a situação do

paciente, e por mais dono do poder que queira ser o profissional de saúde, nunca se

pode retirar uma característica fundamental da ação de saúde: ela é uma relação

humana, entre seres humanos. E, exatamente, por ser humano, o paciente nunca é

inteiramente passivo: a ação de saúde também depende dele para acontecer.

A produção de ações e serviços de saúde é imprescindível à interação entre

prestadores e usuários de tais ações. Os serviços de saúde não podem ser produzidos na

ausência do “consumidor” desses, ao contrário de mesas ou sapatos, que podem ser

fabricados e estocados sem um consumidor, o qual, só passa a ser necessário ao se fazer

a comercialização destas mercadorias. Os usuários, então, são mais que meros

“consumidores” são também co-produtores destes serviços e ações. Disto resulta que a

definição de necessidades e diretrizes no setor não pode ser monopólio dos

“especialistas”, mas devem ser partilhadas com os co-produtores dos serviços: os

usuários.

Por melhor e mais competente que seja o médico, o tratamento não terá sucesso

se o paciente não cooperar em seguir as prescrições recomendadas. Ou seja, até mesmo

na situação individual é necessário existir um mínimo de “participação” por quem

“recebe” a ação de saúde.

Disso decorre que as primeiras vezes em que se começou a falar em participação

nos serviços de saúde, o que se estava querendo dizer é que a população deveria aceitar

mais docilmente as orientações que os profissionais de saúde faziam. Antônio Ivo de

Carvalho (1995) nos conta que havia um entendimento de que as pessoas ficavam

doentes por falta de informação de como tratar a água, de como escovar os dentes, de

que alimentos consumir.

Houve um tempo em que a participação assumiu um caráter bem mais

politizado, principalmente, durante a ditadura. A participação popular tinha o objetivo

de denunciar que a grave situação de saúde da população estava relacionada à forma

injusta, exploradora e nada democrática de como se organizava a sociedade. Participar

implicava em lutar por coisas bem mais amplas do que aquelas com as quais a

participação comunitária se ocupava, como liberdade de expressão, autonomia, poder

para os trabalhadores. A participação social geralmente se refere à institucionalização da

participação.

E a participação pode ser Institucionalizada? Como isto acontece?

É quando a participação passa a ser regulamentada pelas leis, pelas instituições,

pelos regimentos, por normas explicitadas, próprias de uma sociedade democrática.

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Enquanto na visão anterior a questão era atacar o sistema, nesta, o sistema passa a

aceitar que ocorra participação dentro dele.

Usa-se muito o termo controle social como sinônimo de participação, uma vez

que esta consistiria no controle que a sociedade faz sobre o Estado e os serviços que ela

presta. Nenhum problema quanto a isso, desde que se faça uma ressalva, essa expressão

também é bastante usada querendo dizer exatamente o contrário: o controle exercido

pelo Estado sobre a sociedade, através de diversos instrumentos. Feita esta advertência,

podemos falar em controle social sem o risco de sermos mal compreendidos. Para

facilitar, usaremos o termo participação social.

Existem diversas formas da sociedade participar da gestão do SUS. Porém, por

serem previstas em lei, as duas mais conhecidas são: as conferências de saúde e os

conselhos de saúde. Inicialmente as disposições sobre os conselhos e conferências de

saúde deveriam fazer parte da lei 8.080/90. Entretanto, os artigos que falavam tanto da

participação social quanto do financiamento do sistema foram vetados pelo então

presidente Fernando Collor. É por isso que estes dois assuntos se encontram na lei

8.142/90, que afinal conseguiu ser aprovada alguns meses depois da lei 8.080/90.

Já ouvi falar nos Conselhos de Saúde, mas ainda não compreendi o que de fato são.

Os Conselhos de Saúde são formas de exercício da democracia participativa que

objetivam garantir os direitos de cidadania e saúde. Não substituem, mas interagem com

os poderes instituídos, ou seja, com o Executivo, Legislativo e Judiciário.

É obrigatória a existência de conselhos de saúde em cada uma das três esferas de

governo: municipal, estadual e federal. Mas nada impede que também se criem

conselhos para um conjunto de municípios (microrregião), um distrito sanitário ou para

uma unidade específica de saúde, o que seria um conselho local.

Aliás, a organização de conselhos locais de saúde pode funcionar como um bom

catalisador da participação social, porque é no debate do cotidiano de uma unidade de

saúde que se aprende e se exercita a aventura de tentar práticas mais democráticas de

organização dos serviços de saúde.

Os conselhos de saúde são órgãos em que um conjunto de representantes toma

parte na gestão do SUS. Portanto, o gestor em saúde (que é o secretário ou ministro da

Saúde, dependendo da esfera de governo considerada) não é o único a decidir sobre o

que será feito em questões de saúde. Esses representantes são de segmentos diferentes:

do governo e dos prestadores de serviço, de profissionais de saúde e de usuários. O

conselho deve ser permanente, ou seja, deve se reunir com regularidade.

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A lei também diz que os Conselhos de Saúde devem ser paritários. Isto

significa que metade dos conselheiros deve ser de representantes dos usuários. Quanto

às demais representações, a Lei 8.142 não esclarece seus percentuais, mas existe uma

recomendação do Conselho Nacional de Saúde (resolução 33. de 23/12/92) onde

possam ser compostos em 25% de prestadores de serviços, tanto públicos (governo)

quanto privados.

Nesta mesma resolução, faz-se a sugestão de que o número de conselheiros não

seja inferior a 10 nem superior a 20 membros. Evidentemente isso se trata apenas de

uma recomendação. O fundamental – e obrigatório – é manter a paridade.

O documento ainda enumera algumas entidades, que podem ser consideradas no

momento de definir a composição do conselho, dentro do segmento de usuários:

Representante(s) de movimentos comunitários organizados na área da saúde;

Representante(s) de conselhos comunitários, associações de moradores ou

entidades equivalentes;

Representante(s) de associações de portadores de deficiência;

Representante(s) de associações de portadores de patologias;

Representante(s) de entidades de defesa do consumidor.

Mas é bom lembrar que essas sugestões foram dadas pelos membros do

Conselho Nacional de Saúde com base em uma certa experiência acumulada. Nada

impede que, em um dado município, existam outras entidades bem mais representativas

da sociedade ou que tenham um histórico no debate e enfrentamento das questões de

saúde.

Uma advertência feita no documento é a de que os representantes dos usuários

sejam indicados pelas suas entidades. Isto é de vital importância para que o conselho

seja representativo de verdade. Infelizmente algumas vezes isto não acontece. Há

prefeitos que “elegem” quem deve ser o representante de cada entidade de usuários. Às

vezes, os “representados” nem sabem quem é que os representa. Tudo isso compromete

a participação social.

Raquel Dodge (2003) classifica as funções do conselho de saúde em três

naturezas: deliberativa, consultiva e fiscalizatória.

O dicionário define deliberar como resolver depois de exame ou discussão,

decidir. De fato, quando a Lei 8142/90 art.1º parágrafo 2º afirma que o conselho de

saúde atua na formulação de estratégias da política de saúde, o que se está expondo é

uma função deliberativa do conselho de saúde.

Além disso, o Conselho de Saúde pode convocar uma conferência de saúde

extraordinária.

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As funções consultivas de um Conselho de Saúde também são importantes,

ainda que um Conselho não deva se contentar em desempenhar apenas este papel.

Exemplos:

Propor adoção de critérios que definam qualidade e melhor resolutividade;

Propor medidas para o aperfeiçoamento da organização do funcionamento

do Sistema Único de Saúde - SUS (Resolução 33 de 23/12/92).

Quanto às funções fiscalizatórias, cabe ao conselho de saúde estar vigilante

no que se refere a:

o Recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) (Lei

8.080/90 art.33);

o Desenvolvimento das ações e serviços de saúde (Resolução 33 de

23/12/92).

Agora está mais claro o que é e como funciona um Conselho de Saúde. Fale mais

um pouco sobre outra instância de participação, as Conferências de Saúde!

Enquanto os conselhos são órgãos permanentes, as conferências são eventos

realizados a cada 4 anos ou, extraordinariamente, quando convocadas pelo poder

executivo ou pelo conselho de saúde. Em função da periodicidade com que acontecem,

sua finalidade é avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação

da política de saúde (Lei 8.142/90 art.1º parágrafo 1º).

As conferências, tal como os conselhos de saúde, devem ser paritárias. A

representação nas conferências costuma ser ascendente: nas municipais são eleitos os

representantes para as estaduais e nessas são tirados os delegados para a nacional. Um

município muito grande pode ter, antes da conferência municipal, conferências distritais

e locais. O fato é que as conferências permitem que um número de pessoas muito maior

que o de conselheiros possa discutir e decidir sobre saúde. Apenas para ter uma idéia: da

8ª Conferência Nacional de Saúde participaram mais de quatro mil pessoas, das quais

mil eram delegados (ou seja, com direito a voto).

Além dos dispositivos acima citados, para concretizarmos a participação na

gestão pública, fazem-se necessários à adoção de outras práticas e mecanismos

inovadores que podem ser agrupados de acordo com as instâncias, atores e segmentos

sociais envolvidos:

Mecanismos Instâncias Atores e segmentos

sociais envolvidos

Controle social Conselhos de Saúde e Governo e sociedade.

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Conferências de Saúde.

Escuta permanente das

opiniões e demandas

da população

Atualmente identificados,

principalmente, pelas ouvidorias

do SUS.

Opiniões de usuários e

consultas públicas.

Processos

participativos de gestão

Integrando a dinâmica de cada

instituição e órgão do SUS, nas

três esferas de governo.

Conselhos gestores,

mesas de negociação,

direção colegiada,

câmaras setoriais e

comitês técnicos, entre

outros.

Intersetorialidade

Relações entre diferentes setores

de governo, nas quais fica

caracterizado o compartilhamento

de decisões entre diferentes

instituições e setores que atuam

na produção social da saúde.

Diferentes setores de

governo.

Mobilização social

Voltada à ampliação da

consciência sanitária, do direito à

saúde e à cidadania, com impacto

sobre os poderes instituídos no

Estado.

Governo e sociedade.

Quantos espaços de participação! Mas afinal de contas se é tão fácil participar do

SUS porque escutamos tantas críticas sobre a efetivação do controle social?

Vimos como devem ser os conselhos e conferências de saúde. Criar ou não um

Conselho de Saúde não é uma opção do gestor: é uma obrigação. Recomenda-se que os

conselhos sejam criados por uma Lei própria, discutida e aprovada pelo poder

legislativo da respectiva esfera de governo. Também é desejável que o conselho se

reúna com periodicidade, que conte com uma estrutura apropriada, tais como: sala de

reunião e funcionários. Isso porque, além das reuniões gerais do conselho, existem

também comissões internas que se propõem a estudar assuntos específicos, como

orçamento e recursos humanos, por exemplo.

Gostaríamos de advertir que nem sempre o cumprimento de todas as exigências

legais garante uma participação social efetiva. Muitas vezes o conselho atende a todas

as obrigações e recomendações, mas não toma para si, de fato, as funções deliberativas

e fiscalizatórias. Não são raros os Conselhos de Saúde que se limitam a aprovar

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passivamente todos os projetos que o gestor encaminha (e que só os submete à votação

quando obrigado). É comum não só conselheiros desconhecerem seu papel, como

também gestores dificultarem a ação do Conselho, não disponibilizando as informações

necessárias; não efetivando os cronogramas que permitam tempo para análise e debate

das propostas; não efetivando as deliberações tomadas pelo Conselho. Também é

comum o uso dos Conselhos somente como forma de legitimar e dar uma aparência

“democrática” à gestão.

Inúmeros Conselhos de Saúde cumprem apenas a formalidade da aprovação

automática de planos de saúde, relatórios de gestão e projetos que se destinem à

captação de verbas federais. Não é rara a indicação de conselheiros, que deveriam

representar usuários, ser feita por prefeitos. São abundantes os casos em que gestores e

profissionais de saúde monopolizam o controle da pauta. Tudo isso porque a mera

institucionalização de mecanismos de participação social – conselhos e conferências de

saúde – não garantem por si só a existência de uma participação social efetiva. O

desafio, portanto, é muito maior que o de cumprir ou o de fazer cumprir a lei: trata-se de

tirá-la da frieza dos compêndios jurídicos e insuflá-la de vida, trazendo-a para o meio

das pessoas.

Sinto-me desafiada! Como tornar isso realidade?

Para tal não existe receita, mas alguns princípios podem ser levados em conta.

Um deles poderia ser resumido da seguinte forma: se você quer que as pessoas

participem, valorize o que elas têm a dizer. É muito comum os profissionais de saúde,

do alto de seus conhecimentos técnico-científicos, desqualificarem as falas, as

preocupações, as proposições dos usuários, perdendo assim a oportunidade de

estabelecer um diálogo entre saberes que são diferentes, mas que se complementam.

Também é extremamente fácil a acusação de que as pessoas são desinteressadas,

que não participam das reuniões. Minha pouca experiência na área me leva a pensar que

as pessoas que tendem a abandonar espaços de “participação” tão cedo percebem que

suas decisões não são encaminhadas; que as informações necessárias à tomada de

decisão não se encontram disponíveis; que a participação se restringe a dizer sim ou não

a propostas que chegam prontas. Outro ponto a salientar, é a necessidade de que exista

um efetivo vínculo entre o “representante” e os “representados”, e que as posições

defendidas no conselho por aquele sejam discutidas com estes, a fim de que seja

garantida a legitimidade da representação.

Por outro lado, há experiências riquíssimas de participação social verdadeira e

com resultados. Há também gestores comprometidos com a qualidade do serviço, aos

quais interessa que a população seja co-autora do processo.

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E você? Conhece ou já ouviu falar do Conselho Municipal de Saúde de sua

cidade? Pense nas unidades de saúde que você já conheceu e na que você trabalha: elas

têm conselho local de saúde? Quem são os conselheiros? Que tal tentar conhecê-los?

3. PESQUISA EM CAMPO

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Dividir a turma e orientar uma atividade:

Pesquisa em campo (em trios):

a) Fazer um levantamento sobre os espaços de participação que existem em seu

bairro/comunidade nos diversos setores: educação, saúde, esporte e lazer,

geração de renda, meio ambiente, etc.

b) Escolher um dos movimentos sociais e entrevistar algum membro que

participa desse movimento social:

- Qual a sua representação nesse movimento?

- O que lhe motiva a participar?

- Em sua opinião, quais as questões mais importantes que são debatidas nas

reuniões?

- Quem pode participar desse movimento?

c) Fazer um Relatório da entrevista.

4. MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE NO MUNDO

Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

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1. Convidar a turma para assistir ao filme: "Sicko: SOS Saúde" de Michael Moore10

.

Orientar para que os alunos assistam ao filme anotando as principais características

dos sistemas de saúde dos países apresentados no filme;

Título original: Sicko

Lançamento: 2007 (EUA)

Direção: Michael Moore

Duração: 113 min

Documentário: Um painel do deficiente sistema de saúde americano. A partir do perfil de cidadãos

comuns, somos levados a entender como milhões de vidas são destruídas por um sistema que, no fim

das contas, só beneficia a poucos endinheirados. Ali vale a lógica de que, se você quer permanecer

saudável nos Estados Unidos, é bom não ficar doente. E, depois de examinar como o país chegou a

esse estado, o filme visita uma série de países com sistema de saúde público e eficiente, como Cuba e

Canadá.

2. Conduzir um debate a partir das perguntas:

Quais os sentimentos e impressões provocadas pelo filme?

A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde dos

Estados Unidos?

A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde do

Canadá?

A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde da

Inglaterra?

A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde da

França?

A partir das anotações de vocês, como se caracteriza o sistema de saúde de

Cuba?

Que semelhanças e diferenças existem entre os sistemas de saúde desses

países e o Sistema Único de Saúde do Brasil?

5. MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE NO BRASIL

10 Disponível em: <http://filmescomlegenda.net/fcl/filmes/sicko-s-o-s-saude-sicko-2007-

dvd-r-dvd-rip/>. Acesso em: 01 de novembro 2011.

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Coordenar a atividade a partir da seguinte orientação:

1. Fazer uma exposição do tema Modelo de Atenção à Saúde do Brasil, abordando os

itens:

O papel da Atenção Primária no SUS

- Sugestão de referência – Livro: Atenção Primária e Promoção de Saúde11

, Capítulo

1, itens 1.1 a 1.3.

A relação entre APS e a média e alta complexidade

- Sugestão de referência: Livro: Assistência de Média e alta complexidade no SUS12

.

Capítulo 1, itens 1.1 a 1.2 e Capítulo 3, item 3.9.1 a 3.9.3.

2. Pergunta a turma:

Que dúvidas a exposição suscitou sobre o tema?

6. HISTÓRIAS DA VIDA COTIDIANA

Material necessário: barbantes e tarjetas.

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Dividir a turma em 5 grupos, e solicitar que cada grupo escolha uma cor;

2. Distribuir os casos e orientar a seguinte tarefa:

Ler o caso com atenção identificando os pontos de atenção a saúde que o

protagonista da história percorreu devido o seu problema de saúde;

Escrever em tarjetas todos os pontos de atenção à saúde;

11

Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e Promoção da Saúde /

Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 197 p. (Coleção Para

Entender a Gestão do SUS 2011, 3). 12 Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta Complexidade

no SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2011. 223 p. (Coleção

Para Entender a Gestão do SUS 2011, 4).

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Cada grupo deve construir um mapa vivo representativo dos pontos de

atenção identificado na rede;

3. Solicitar aos grupos que apresentem seus mapas;

4. Coordenar um debate com as seguintes perguntas:

O que cada mapa trouxe de diferente em relação aos pontos de atenção?

O que os mapas trazem em comum em relação aos pontos de atenção?

5. Coordenar um trabalho coletivo desafiando a turma a retratar toda a rede de atenção

à saúde por meio de um mapa vivo único que represente todos os pontos de atenção

que todos os protagonistas das histórias percorreram;

6. Após finalizar a construção do mapa vivo esclarecer para turma os principais

aspectos da organização e funcionamento de todos pontos representados no mapa;

7. Realizar uma exposição com o tema: “Redes de Atenção à Saúde”, abordando os

seguintes tópicos:

* Conceito e elementos constitutivos das Redes de Atenção à Saúde;

* Modelo de Atenção à Saúde para condições agudas e crônicas;

SUGESTÃO DE REFERÊNCIA:

Livro: As Redes de Atenção à Saúde. Autor: Eugênio Vilaça Mendes. Disponível online no site

da Organização Panamericana de Saúde (OPAS).

Caso1 – Daniel e Tiago

Daniel e Tiago foram convidados para passar um fim de semana em uma casa de

praia dos pais de uma amiga. Então, resolveram pedir a moto do tio Valdir emprestada

para viajar. O tio Valdir conversou com os pais dos garotos e resolveu emprestar porque

considera seus sobrinhos rapazes responsáveis, sendo que Tiago o mais velho com 19

anos já tem carteira e dirige moto a 2 anos.

Tiago e Daniel curtiram o fim de semana e no retorno para casa, dirigindo na

estrada, um carro fez uma ultrapassagem em local perigoso e colidiu com a moto que

Tiago dirigia. Os dois garotos ficaram muito mal. Em seguida, pessoas próximas

socorreram chamando o SAMU que chegou depois de algum tempo levando os rapazes

para o hospital terciário mais próximo.

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Caso 2 – Rui

Rui tem 52 anos, casado pai de 5 filhos e trabalha como Vigia Noturno torcedor

do time Palmeiras. Por conta do seu trabalho Rui foi se afastando dos amigos porque se

sentia cansado e dormir durante o dia. Aos finais de semana sempre saía com os amigos

para beber e falar de futebol. Com o passar dos anos, Rui foi apresentando problemas de

saúde e não conseguia parar de beber. A ACS Joana marcou uma consulta na Unidade

de Saúde da Família onde começou a ser acompanhado por conta do alcoolismo. Após,

várias consultas sempre com a mesma queixa como falta de apetite, perda de peso,

tremor, o médico resolveu encaminhá-lo para o CAPS, mas Rui não compareceu à

consulta.

Após um episódio que ficou muito violento em casa, bateu na sua esposa e

quebrou muitos objetos, Rui recebeu a visita do psicólogo que atua no Núcleo de Apoio

ao Saúde da família (NASF) para fazer uma visita e ajudar a convencer a família a

continuar o tratamento no CAPS.

Após alguns meses, novamente Rui começa a beber e continua a ser violento com

a mulher que resolve ir embora com os filhos para casa da mãe. Rui passa muitos meses

entregue a bebida até que precisa ser internado com urgência. Após receber alta do

hospital, Rui vai para uma residência Terapêutica, pois não tinha para onde ir.

Caso 3 – Mariana

Na comunidade Barra Funda mora Mariana que tem 09 meses, seus pais e seus

dois irmãos de 3 anos e outro de 10. Durante uma visita de um Agente Comunitário de

Saúde, a mãe relatou que a filha há dias estava percebendo que a filha estava perdendo

peso, bastante sonolenta. O ACS suspeitou que não somente Marianna, mas as demais

crianças também estavam abaixo do peso e comunicou à enfermeira responsável pela

área onde morava Mariana e sua família.

O ACS orientou que a mãe marcasse uma consulta com a enfermeira para

avaliação das crianças. Durante a consulta, a enfermeira confirmou o baixo peso das

criança, a alimentação inadequada que estava interferindo no crescimento e

desenvolvimento das crianças e, então, conversou com o médico e a nutricionista do

Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para que pudessem planejar uma

intervenção de apoio àquela família.

Caso 4 - Sr Baltazar

Sr Baltazar tem 54 anos, casado pai de 8 filhos, trabalha como agricultor na

comunidade de Lagoa Funda. Durante uns festejos na comunidade, a equipe da Saúde

da Família estava verificando a pressão dos moradores. Sr Baltazar resolveu verificar a

sua pressão e descobriu que estava muito alta e foi orientado a procurar a unidade de

saúde que iniciou um acompanhamento.

O médico solicitou exames de sangue, urina e fezes e ainda encaminhou Sr

Baltazar ao cardiologista. Na unidade, Sr Baltazar foi orientado para ir ao laboratório

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

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público fazer seus exames. Para marcar a consulta com o especialista, foi enviado

solicitação à Central de Marcação de Consulta. Sr Baltazar recebeu medicação para

pressão alta na Unidade de saúde. Durante a consulta com o cardiologista na Policlínica,

o médico passou remédios que não é disponibilizado na rede básica, solicitou mais

exames, orientou-o que procurasse um serviço nutricional no NASF e recomendou

repouso e afastamento do trabalho na roça.

Sr Baltazar ficou muito triste, pois o trabalho na roça é tudo que sabe e gosta de

fazer. Sr Baltazar já disse que queria morrer mesmo, pois não servia mais para nada e

está muito triste em casa. A agente de saúde que acompanha o caso conversou com a

enfermeira que resolveu entrar em contato com a equipe do Centro de Referência em

Saúde do Trabalhador (CEREST) para colaborar com o caso do Sr Baltazar.

Caso 5 – Sra. Helena

Dona Helena, que possui três filhos estudando na mesma escola, notou certo dia

que eles se apresentaram com sintomas parecidos de febre, vômitos e dor de barriga. Os

meninos começaram a sentir estes sintomas após chegar da escola. Ela imediatamente

os levou ao posto de saúde do bairro e pôde constatar que vários colegas da escola

estavam lá também com os mesmo sintomas, inclusive com casos graves que

precisaram ser internados no hospital mais próximo.

Ela não hesitou e ligou para a Vigilância sanitária para fazer uma denúncia de

contaminação de alimentos, tendo em vista que não apenas seus filhos, mas várias

crianças e professores sentiram sintomas parecidos após se alimentarem na escola. Os

fiscais foram à escola e recolheram amostras da merenda escolar e entrevistaram alguns

alunos que adoeceram.

De acordo com o Lacen, os exames no alimento misturado, ou seja, na amostra da

merenda escolar, apontaram a presença da bactéria estafilococos, o que confirmou a

hipótese de que a contaminação do alimento ocorreu num intervalo entre o preparo e o

momento em que foi servido. Ele ainda ressaltou que se o alimento tivesse sido

contaminado após preparo e fosse armazenado em refrigeração e manuseado

corretamente, a formação de toxina, resultante da alta reprodução bacteriana não teria

ocorrido. A toxina produzida pelo estafilococos resultante de sua reprodução provoca

vômitos e diarreia entre uma a seis horas. Quanto maior a sua concentração, menor o de

período de incubação.

Graças a denúncia da Sra. Helena a Vigilância sanitária conseguiu realizar todo o

processo de estudo e determinação da contaminação alimentar, ou seja, vários casos de

contaminações de alimentos podem não ser notificados, pois várias pessoas ainda não

tem consciência da importância da higiene do alimento para a manutenção da saúde e

prevenção de doenças de origem alimentar.

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7. REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Convidar os alunos para completar a seguinte frase com sua opinião escrevendo em

seu caderno:

Eu acho que a Unidade de Saúde serve para: ________________

Eu acho que na Unidade de Saúde cuida de: ________________

Eu acho que a Equipe de Saúde da Família da minha área serve

para:________

2. Solicitar que os alunos leiam suas respostas para os colegas;

3. Realizar uma exposição com o tema: “Atenção à Saúde e Atenção Primária no

SUS” com base na Política de Atenção Básica;

4. Perguntar a turma:

Que perguntas podem ser feitas sobre o tema apresentado para esclarecer

dúvidas?

8. REDES DE ASSISTÊNCIA À ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO SUS

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Os alunos irão conhecer a Rede de Nutrição do SUS - REDENUTRI, site:

http://ecos-redenutri.bvs.br/tiki-view_articles.php com os objetivos:

Analisar seus subtópicos (apresentações, notícias, artigos)

Assistir aos vídeos disponíveis no site

Vídeo 1: Falando de direitos - Alimentação e Saúde no SUS

O vídeo é resultado da parceria entre a Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos

Humanos (ABRANDH) e a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição

(CGAN/DAB/SAS/MS) com apoio da Organização Panamericana da Saúde (OPAS) e

tem o objetivo de motivar a discussão sobre a agenda de nutrição no SUS; o papel das

ações de nutrição na atenção básica, a importância de fortalecer esta agenda nas

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discussões do controle social e gestores locais. Experiências concretas de atenção

nutricional são apresentadas e comentadas com o olhar de especialistas, pesquisadores e

conselheiros, no contexto da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e da

Segurança Alimentar e Nutricional.

Vídeo 2: O veneno está nas mesas

Documentário do produzido pelo cineasta Sílvio Tendler, mostra como o país facilita o

consumo dos agrotóxicos e como movimentos sociais e setores do próprio governo

como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz

(Fiocruz) e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) têm tentado, de formas distintas,

alertar sobre o problema. Com entrevistas de trabalhadores rurais, pesquisadores da área

da saúde e diversos dados e informações inéditas, o documentário denuncia casos de

contaminação pelo uso de agrotóxicos, inclusive com a morte de um trabalhador, e

mostra como é possível estabelecer outro modelo de produção sem o uso de venenos,

baseado na agroecologia.

Vídeo 3: Peraí, é nosso direito!

Vídeo produzido pela Ação Brasileira para a Nutrição e Direitos Humanos

(ABRANDH), com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação - FAO,

dirigido por Renato Barbieri e produzido pela Videografia. Trata da história de duas

comunidades que se organizaram para lutar por seus direitos. Entre 2004 e 2006 a

Abrandh, com o apoio da FA, desenvolveu dois projetos-piloto junto às comunidades de

Sururu de Capote (Maceió-AL) e Vila Santo Afonso (Teresina-PI). O objetivo foi

contribuir com o apoderamento das comunidades e apoiar ações para exigir e monitoras

a realização de seus Direitos Humanos, em especial o Direito Humano à Alimentação

Adequada – DHAA.

9. ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL NA REDE DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE DO

SUS

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Leitura do Protocolo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional –

SISVAN – na assistência à saúde

2. Debate sobre o texto abordando os seguintes tópicos:

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Quais os marcos legais (arcabouços teóricos) da vigilância nutricional e

alimentar?

Quais portarias e decretos são referentes à Alimentação e Nutrição no país?

Qual o objetivo dos protocolos do SISVAN?

Quais as fases de vida que possuem protocolos?

10. NUCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Indagar aos alunos o que conhecem acerca do NASF e/ou se já foram assistidos por

algum profissional da equipe;

2. Discutir com base nas respostas dos alunos;

3. Realizar uma explanação dialógica acerca do Núcleo de Apoio à Saúde da Família:

missão, objetivos, aspectos normativos, como foi criado, princípios e diretrizes,

processo de trabalho, contribuição para a Atenção Primária e atribuições;

4. Dividir a turma em 05 grupos, ficando cada um responsável pela leitura de um tópico

contido no capítulo Alimentação e Nutrição no NASF contido no documento “Diretrizes

do NASF” do Ministério da Saúde:

GRUPO 1: Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e Segurança alimentar

e nutricional e direito humano à alimentação adequada;

GRUPO 2: Perfil epidemiológico e nutricional da população brasileira;

Grupo 3: Ações de alimentação e nutrição na atenção primária à saúde;

Grupo 4: Indicadores Básicos da Nutrição.

Grupo 5: Possibilidades de atuação do nutricionista da equipe do NASF

4. Solicitar que cada equipe realize uma explanação sobre o seu tema para a turma e

escreva duas perguntas sobre seu tema para que possa ser utilizado na atividade

seguinte;

5. Juntar todas as perguntas feitas pelas equipes e fazê-las para a turma, tendo o cuidado

para que as respostas não sejam dadas pelos membros do grupo responsável por aquela

temática;

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

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6. Realizar uma discussão final acerca do tema, respondendo aos questionamentos que

forem surgindo ao longo da atividade.

11. O NASF NA MINHA COMUNIDADE

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Solicitar que os alunos se agrupem de acordo a Unidade de Saúde ou equipe de Saúde

da Família responsável por sua área;

2. Orientar que os grupos façam uma visita à unidade e realizem os questionamentos

abaixo a algum profissional de saúde da unidade:

a. Sua Unidade possui uma equipe do NASF?

b. Se sim, quais profissionais compreendidos e quais atividades são desenvolvidas?

3. Orientar que se a unidade de sua área não possuir uma equipe do NASF, realizar a

atividade em uma outra unidade que possua;

4. Organizar uma roda de discussão acerca das experiências observadas pelos grupos

durante a visita à unidade e as atividades desenvolvidas pelo NASF na área, segundo

informação recebida.

12. O TRABALHO EM EQUIPE DE SAÚDE

Coordenar a atividade a partir das seguintes orientações:

1. Dividir a turma em 5 grupos e orientar o estudo do texto: “O Trabalho em Equipe”

e responder as seguintes perguntas:

Que características diferenciam grupo de equipe?

Que atitudes devem assumir os profissionais de saúde para funcionar em

equipe?

Para direcionamento da atividade, é recomendável que o professor faça a leitura do

material abaixo:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Cadernos de Atenção

Básica. Brasília: Ministério da Saúde, n.27, 2009.160 p.

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

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Que elementos devem ser considerados para a organização de uma equipe

de saúde?

2. Coordenar uma Plenária de discussão do texto com base nas perguntas e esclarecer

dúvidas sobre a leitura;

3. Orientar aos grupos o seguinte trabalho em equipe a partir da seguinte orientação:

Na comunidade de Barra Funda foi implantada uma unidade de saúde há um mês. A

equipe tem uma médica, uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, 5 Agentes

Comunitários de Saúde (ACS), uma nutricionista, um educador físico e uma assistente

social do NASF, recepcionista e o vigia. A comunidade tem 1500 famílias, sendo que

400 ainda não tem a visita do ACS em sua área.

Durante esse primeiro mês a equipe funcionou somente atendendo a demanda e houve

muita reclamação da demora no atendimento. A técnica de enfermagem não conseguiu

aferir a pressão das pessoas porque estava o tempo inteiro na sala de vacina para atender

a demanda. A médica afirmou que não iria ver a pressão dos pacientes, pois a demanda

é grande e a recepcionista só sabe ver o peso. A enfermeira reclamou que ela atendeu

todas as crianças menores de 5 anos, distribuiu a medicação e ainda fez os curativos e

aerosol que seria função da técnica de enfermagem. A técnica de nutrição informou que

os ACS estavam fazendo visitas e mandando todos para ser atendidos na unidade e que

não poderia ajudar a nutricionista.

Os profissionais do NASF realizavam atividades isoladas numa praça da comunidade,

sem interligação com a unidade básica de saúde. O vigia e a recepcionista ficaram

penalizados com a situação porque profissionais não tinham tempo para almoçar

tentando dar conta de atender a demanda e ainda estavam sendo xingados pela

população que estavam dizendo que iriam denunciar os profissionais.

Além disso, a equipe ainda estava sendo chamada atenção por parte da secretaria porque

não havia enviado as fichas e protocolos dos atendimentos.

Após esse mês a equipe concluiu que precisava organizar o serviço e gostaria de iniciar

implantando o Acolhimento.

a) Com base nessa situação o grupo deve sistematizar uma lista de conselhos e dicas

para a equipe de saúde da comunidade de Barra Funda considerando o trabalho em

equipe, a necessidade de planejamento das ações contextualizadas a realidade da equipe

e da comunidade, e a demanda da população.

b) Elaborar Cartazes com seus Conselhos e dicas para Equipe de Saúde

4. Plenária com apresentação dos grupos;

5. Após as apresentações convidar os grupos para análise sobre a adequação dos

conselhos com base nas seguintes perguntas:

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

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Que dificuldades precisam ser superadas pela equipe para seguir esse

conselho?

Que mudanças nos profissionais, no funcionamento da equipe e na

comunidade precisa acontecer para haver sucesso no acolhimento?

Dentre todos os conselhos das equipes existe algum que não seria

aplicável a realidade vivenciada pela equipe de Barra Funda?

O TRABALHO EM EQUIPE13

Este texto tem como objetivo discutir o conceito de trabalho em equipe e

apresentar alguns elementos fundamentais para a consolidação de uma equipe de

trabalho.

A concepção de equipe está vinculada à de processo de trabalho e sujeita-se às

transformações pelas quais este vem passando ao longo do tempo. Neste sentido, sem

querermos apontar todos os motivos que justificam a existência desta forma de exercer

o trabalho, diríamos que a ideia de equipe advém:

Da necessidade histórica do homem de somar esforços para alcançar

objetivos que, isoladamente, não seriam alcançados ou seriam de forma

mais trabalhosa ou inadequada;

Da imposição que o desenvolvimento e a complexidade do mundo

moderno têm imposto ao processo de produção, gerando relações.

O trabalho em equipe, portanto, pode ser entendido como uma estratégia,

concebida pelo homem, para melhorar a afetividade do trabalho e elevar o grau de

satisfação do trabalhador.

Hoje, mais do que nunca, o trabalho em equipe tem sido incentivado em

praticamente todas as áreas da atividade humana. Vários autores têm destacado

vantagens do trabalho em equipe sobre o trabalho individual. Apesar deste

reconhecimento, constatamos, na prática, muitas dificuldades em realizar o trabalho em

equipe. Em parte, isto se deve às diferentes percepções do que seja uma equipe de

trabalho. Vejamos algumas definições de equipe:

a) "Conjunto ou grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho."

13 BRASIL, OPAS. O trabalho em equipe. In: BRASIL. Organização do Cuidado a partir de

Problemas: Uma Alternativa Metodológica para a Atuação da Equipe de Saúde da Família.

Brasília, DF, p.45 – 49, 2000.

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

38

De acordo com esse conceito, para ser uma equipe basta que as pessoas

trabalhem numa mesma tarefa. Não importa, neste caso, o significado/objetivo que o

trabalho tem para cada um, nem como as pessoas se relacionam neste trabalho. Na

medida em que os componentes do grupo não compartilham dos mesmos objetivos,

podendo até ter objetivos conflitantes, pode-se encontrar situações nas quais o

"fracasso" de membro do grupo seja intencional - o "boicote".

b) "Conjunto ou grupo de pessoas que partilham de um mesmo objetivo."

Nesse conceito, o fundamental é que as pessoas tenham o mesmo objetivo, não

importando como cada um pretende alcançá-lo. É como uma equipe de futebol amador

em que os jogadores têm o mesmo objetivo (ganhar o jogo), mas não têm um "esquema

tático" para vencê-lo.

c) "Conjunto ou grupo de pessoas que ao desenvolver uma tarefa ou trabalho,

almejam um objetivo único, obtido pelo consenso/negociação."

Esse conceito amplia o anterior na medida em que o objetivo do trabalho não é

definido externamente ao grupo ou por parte dos seus componentes. O objetivo é

resultante da discussão/negociação entre todos os membros da equipe.

d) "Conjunto ou grupo de pessoas que tem objetivos comuns e está engajado em

alcançá-los de forma compartilhada."

Esse conceito avança um pouco mais, na medida em que as pessoas têm o mesmo

objetivo e querem alcançá-lo de forma compartilhada. Provavelmente, neste caso, a

equipe tem um plano para atingir o seu objetivo.

e) "Conjunto ou grupo de pessoas com habilidades complementares,

comprometidas umas com as outras pela missão e objetivos comuns (obtidos pela

negociação entre os atores sociais envolvidos) e um plano de trabalho bem

definido"

Nesse conceito, reconhece-se a diversidade de' conhecimentos e habilidades entre

os membros da equipe, que se complementam e enriquecem o trabalho como um todo,

contribuindo desta maneira para que a equipe tenha mais chances de atingir seu

objetivo. E mais, o grupo tem um projeto de como alcançá-lo.

Atualmente, tem-se agregado, ainda, a ideia de que, no desenvolvimento do

processo de trabalho e na busca de seus objetivos, os componentes da equipe deverão

criar as condições necessárias ao crescimento individual e do grupo.

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

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O funcionamento da equipe

Quando nos referimos a um determinado tipo de trabalho como sendo de equipe,

é necessário que tenhamos claro que não há como conceber equipe como algo que se

passa à margem do processo de trabalho.

O funcionamento das equipes pode apresentar diferenças significativas em função

do tipo de trabalho que está sendo executado. Este, por sua vez, determina os

conhecimentos e habilidades essenciais para o seu desenvolvimento, e a necessidade de

uma coordenação e de um plano de trabalho ora mais, ora menos flexíveis. Tomemos, a

título de exemplo, dois tipos de equipe: o time de futebol e uma orquestra sinfônica.

O time de futebol: os componentes desta equipe têm objetivos comuns - marcar gols,

vencer jogos e ganhar campeonatos - habilidades diferentes (o goleiro, o beque, o

atacante), uma coordenação (o técnico) e um plano de trabalho (o esquema tático).

Quando observamos atentamente o seu funcionamento, percebemos alguns detalhes que

a fazem um tipo de equipe bastante singular, senão vejamos:

Embora as habilidades e até as características físicas de um beque sejam

diferentes, se comparadas às de um, atacante, nada impede que o beque marque

gols, nem que o atacante ajude no trabalho de defesa, ou que ambos substituam

o goleiro. Podemos dizer que existe certa inespecificidade no trabalho dos

jogadores.

A atuação do técnico (coordenação), no momento de uma partida, pode ser

prescindido, sem que isto signifique necessariamente o fracasso da equipe.

Temos vários exemplos nos quais o técnico não estava presente (tinha sido

expulso) e o time ganhou a partida. Observamos ainda que, no decorrer de uma

partida, alguns jogadores podem assumir a coordenação da equipe na execução

de uma tarefa específica, por exemplo: organizar a defesa quando' o time está

sendo atacado, comandar o ataque, preparar uma jogada etc.

Plano de trabalho é bastante flexível e pode mudar de acordo com as

circunstâncias, sem que isto implique na derrota da equipe. Aliás, é justamente

esta flexibilidade que permite ao time adaptar-se a uma nova realidade, no

transcorrer de uma partida, como por exemplo, quando da expulsão de um dos

seus jogadores ou quando se faz necessário assegurar um resultado que seja

considerado satisfatório.

A orquestra sinfônica: os componentes desta equipe têm um objetivo comum -

executar uma sinfonia -, conhecimentos e habilidades diferentes (o pianista, o

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

40

violinista, o clarinetista), uma coordenação (o maestro) e um plano de trabalho (as

partituras).

Diferentemente do time de futebol, na execução de uma sinfonia, o pianista

jamais fará o trabalho do violinista ou vice-versa. Podemos dizer que existe uma alta

especificidade no trabalho dos músicos, ou seja, o pianista sempre tocará piano e o

violinista sempre tocará violino.

O trabalho do maestro é fundamental. Por mais competentes que sejam os

músicos, individualmente, sem a coordenação do maestro a equipe não conseguirá

alcançar o objetivo de executar uma sinfonia.

O plano de trabalho é rígido. Um músico jamais poderá substituir sua partitura

durante a execução de uma sinfonia. '

Estes quatro elementos - objetivos, conhecimentos e habilidades dos membros da

equipe, coordenação do trabalho e plano de trabalho - sempre estarão presentes e

determinarão o funcionamento de uma equipe.

Como um grupo se torna uma equipe?

Uma das mudanças mais significativas de nossa época é a passagem da ação

individual para o trabalho em grupo. No mundo de hoje podemos identificar vários

tipos de grupos trabalhando nas mais diferentes situações. Alguns conseguem

tornarem-se equipes e outros permanecem apenas como grupos. Uma questão surge

desta constatação: quais são os elementos fundamentais que marcam esta diferença e o

que devemos considerar para construirmos uma equipe de trabalho?

Podemos identificar alguns elementos para a transformação de um grupo de

trabalhadores em equipe de trabalho:

O Grupo consegue vislumbrar vantagens do trabalho em equipe

complementaridade, interdependência e sinergismo das ações - em relação ao

trabalho isolado, individual;

A disposição de compartilhar objetivos, decisões, responsabilidades e também

resultados;

A necessidade de definir com clareza os objetivos e resultados - individuais e

do grupo - a serem alcançados;

A importância de construir, em conjunto, um plano de trabalho e definir a

responsabilização de cada membro do grupo, para alcançar os objetivos;

A necessidade da avaliação constante dos processos e dos resultados;

A percepção de que o fracasso de um pode significar o fracasso de todos e que

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41

o sucesso de um é fundamental para o sucesso da equipe;

A importância de se garantir a educação permanente de todos os membros da

equipe;

A necessidade de aprimorar as relações interpessoais e de valorizar a

comunicação entre os membros da equipe;

A disposição das pessoas em ouvir e considerar as experiências e saberes de

cada membro do grupo. O trabalho em equipe não implica em eliminar as

diferenças existentes entre seus membros (sociais, culturais, etc.) e sim trabalhar

estas diferenças - os conflitos; e,'

Finalmente, é fundamental que os objetivos e resultados definidos se

constituam em desafios constantes para o grupo, algo que instigue cada

integrante.

Como pode ser percebido, fazer de um grupo de trabalhadores uma equipe de

trabalho é realmente um grande desafio. Desafio que passa pelo aprendizado coletivo

da necessidade de uma comunicação aberta, de uma prática democrática que permita o

exercício pleno das capacidades individuais e uma atuação mais criativa e saudável de

cada sujeito; evitando, assim, a cristalização de posições, a rotulação e a deterioração

das relações interpessoais. Desta forma, o grupo poderá buscar seus objetivos,

responsabilizando-se, solidariamente, pelos sucessos e fracassos.

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42

Referências bibliográficas sugeridas

para o professor

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 8.080/ 19-09-1990. Brasília- Brasil D.O.U 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Lei 8.142/ 28-12-1990. Brasília- Brasil D.O.U 1990.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Cadernos

de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, n.27, 2009.160 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

Atenção Básica. Protocolos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional –

SISVAN na assistência à saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à

Saúde. Departamento de Atenção Básica.– Brasília : Ministério da Saúde, 2008. 61 p.

: il. – (Série B. Textos Básicos de Saúde)

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Manual operacional para profissionais de saúde e educação: promoção da

alimentação saudável nas escolas / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à

Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 152 p.

: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)

FAUSTO, M.C.R.; MATTA, G. C. . Atenção Primária à Saúde: Histórico e

perspectivas. In: Marcia Valeria G. C. Morosini; Anamaria D'Andrea Corbo. (Org.).

Modelos de Atenção e a Saúde da Família. Rio de Janeiro: ESPJV/FIOCRUZ, 2007,

v. 4, p. 43-67.

FIGUEIREDO,N. M. A. Ensinado a Cuidar em Saúde Pública 1ª Ed. São Paulo:

Yendis 2005.

GARCIA, M. et al. Política e Gestão em Saúde 1ªed. Rio de Janeiro:Esc 2000.

CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA DISCIPLINA 3

43

Referências bibliográficas do

manual

MATTA, G. C. Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde In: Políticas de

Saúde: Organização e operacionalização do Sistema Único de Saúde.1 ed.Rio de

Janeiro: EPSJV/FIOCRUZ, 2007, v.3, p. 61-80.

MERHY, Emerson Elias. Um dos grandes desafios para os gestores do SUS: apostar

em novos modos de fabricar os modelos de atenção. In: O trabalho em saúde:

olhando e experienciando o SUS no cotidiano. Emerson Elias Merhy et al. São

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MINAYO, M. C. S. et al. Tratado de Saúde Coletiva 2ª ed. São Paulo: Hucitec

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PAIM, J. S. e ALMEIDA FILHO N. Novos Sujeitos, Novos Paradigmas. In: Paim,

J.S. e Almeida Filho N. A crise da Saúde Pública e a utopia da Saúde Coletiva.

Salvador: Casa da Qualidade, 2000.

SILVA JÚNIOR, A G. Modelos tecnoassistenciais em saúde: o debate no campo

da saúde coletiva. São Paulo: Hucitec, 1998, p.19-70.

Hino do Estado do Ceará

Poesia de Thomaz LopesMúsica de Alberto NepomucenoTerra do sol, do amor, terra da luz!Soa o clarim que tua glória conta!Terra, o teu nome a fama aos céus remontaEm clarão que seduz!Nome que brilha esplêndido luzeiroNos fulvos braços de ouro do cruzeiro!

Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!Chuvas de prata rolem das estrelas...E despertando, deslumbrada, ao vê-lasRessoa a voz dos ninhos...Há de florar nas rosas e nos cravosRubros o sangue ardente dos escravos.Seja teu verbo a voz do coração,Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!Ruja teu peito em luta contra a morte,Acordando a amplidão.Peito que deu alívio a quem sofriaE foi o sol iluminando o dia!

Tua jangada afoita enfune o pano!Vento feliz conduza a vela ousada!Que importa que no seu barco seja um nadaNa vastidão do oceano,Se à proa vão heróis e marinheirosE vão no peito corações guerreiros?

Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!Porque esse chão que embebe a água dos riosHá de florar em meses, nos estiosE bosques, pelas águas!Selvas e rios, serras e florestasBrotem no solo em rumorosas festas!Abra-se ao vento o teu pendão natalSobre as revoltas águas dos teus mares!E desfraldado diga aos céus e aos maresA vitória imortal!Que foi de sangue, em guerras leais e francas,E foi na paz da cor das hóstias brancas!

Hino Nacional

Ouviram do Ipiranga as margens plácidasDe um povo heróico o brado retumbante,E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,Em teu seio, ó liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívidoDe amor e de esperança à terra desce,Se em teu formoso céu, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,És belo, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,Brasil!

Deitado eternamente em berço esplêndido,Ao som do mar e à luz do céu profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da América,Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,Idolatrada,Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símboloO lábaro que ostentas estrelado,E diga o verde-louro dessa flâmula- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge à luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,Entre outras mil,És tu, Brasil,Ó Pátria amada!Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada, Brasil!