37
POLÍTICAS PÚBLICAS POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009 2º.SEMESTRE 2009

POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

POLÍTICAS PÚBLICAS POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONALEDUCACIONAL

POLÍTICAS PÚBLICAS POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONALEDUCACIONAL

GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIAGRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA2º.SEMESTRE 20092º.SEMESTRE 2009

Page 2: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

• Discutir as políticas públicas brasileiras para a educação básica, profissional e de formação docente na virada do milênio, suas articulações com o cenário internacional, e sua apropriação nos sistemas de ensino e unidades escolares.

• Analisar, de forma crítica e contextualizada, as questões propostas e práticas dos diferentes níveis e modalidades de educação básica, a decorrente organização dos sistemas e unidades escolares, bem como das ações alternativas e/ou de segunda oportunidade ao sistema educacional regular.

• Refletir, com profundidade, sobre tendências gerais e especificidades de modelos sugeridos para a gestão e financiamento de políticas educacionais e seus desdobramentos na organização e funcionamento das unidades escolares e modalidades alternativas.

Page 3: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

A. CONTEXTOS, FUNDAMENTOS E MOVIMENTOS DA POLÍTICA EDUCACIONAL BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA.

Page 4: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

A paisagem marinha oferecida pela maré vazante, com a emergência de pedras e rochas recobertas de musgos, algas e pequenos animais sugere uma idéia de eterna permanência no tempo e no espaço, numa tímida tranqüilidade e segurança. Se, porém, essas pedras forem reviradas, um novo mundo será revelado. Um mundo insuspeitado de turbulências fervilhantes de vida, feitas de coexistências, partilhas, conflitos, de luta pelo domínio de espaços, de sobrevivência, de poder. O sobressalto será maior para alguém que construiu, para si próprio, a déia de que a pedra não pode, não deve, ser mais do que revela na superfície musgosa ou coberta de algas, à luz do dia...

(Stöer e Cortesão, 1999)

Page 5: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

Pensar a política educacional através de uma imagem como essa pode parecer, para alguns,

potencialmente ambigua e até perigosa... Se, de um lado, oferece a idéia da complexidade do insuspeitado que se oculta sob as rotinas e imagens oficialmente construídas, de outro a

leitura poética (ou ideológica) pode convidar a análises menos profundas e rigorosas dessa mesma

situação. É sempre necessário, para a compreensão de realidades múltiplas, desocultar os processos que sob ela se tecem, sem temer a

convivência com a subjetividade, com a polissemia, com a dubiedade, com o

hibridismo....

(BUENO, 2005)

Page 6: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009
Page 7: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009
Page 8: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

POLÍTICAS PÚBLICAS• AS PROPOSTAS DE POLÍTICAS

PÚBLICAS EM SOCIEDADES COMPLEXAS TRANSITAM ENTRE O QUE PODE SER MOSTRADO E AFIRMADO E O QUE O PODER CONSTITUÍDO É OBRIGADO A PERMITIR – E MESMO ESTIMULAR – POIS TÊM A FUNÇÃO DE GARANTIR SUA SOBREVIVÊNCIA E, AO MESMO TEMPO, OCULTAR SUAS MOTIVAÇÕES MAIS PROFUNDAS.

• AS POLÍTICAS PÚBLICAS TÊM, ASSIM, DUAS FACES E ESTUDÁ-LAS IMPLICA EM DESVELÁ-LAS, EXPLICITÁ-LAS, ENTENDER SUAS RAZÕES, PORQUE “FUNCIONAM” OU “NÃO FUNCIONAM” E OS SEUS POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS NÃO PROGRAMADOS.

Page 9: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

• INOVAÇÃO, REFORMA E MUDANÇA

• REFORMAS GLOBAIS (mudanças em larga escala, instituídas)

• REFORMAS CIRCUNSCRITAS(renovação, melhoria ou re-direcionamento)

• Classificação de Carnoy e Levin: microtécnicas, macrotécnicas, micropolíticas, macropolíticas

• ENGUITA: reforma = nível macro; inovação = nível micro (outros autores usam os termos como sinônimos)

• POPKEWITZ:mudança quantidade; reforma conceito normativo de implicações simbólicas

CONCEITOS, FUNÇÕES E LIMITES DAS REFORMAS EDUCATIVAS

Page 10: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

Limites das reformas educativas:

• Viabilidade:realismo e “modelo coimbrão”

• Alcance:amplitude, profundidade• Objetivação: • Apropriação• Representações sociais

Page 11: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

Funções das reformas educacionais

LatentesSimbólicas

Manifestas Estratégicas

Legitimadoras

Pragmáticas

As reformas podem ter mais a ver com crises econômicas ou de legitimação do Estado do que com a solução de problemas educacionais

Page 12: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

FINAL DO SÉCULO XX

• crise econômica mundial• desintegração do socialismo real• falência do “welfare state” no primeiro mundo• crise do modelo estatal desenvolvimentista no

terceiro mundo• “fim” das ideologias e crise dos paradigmas• rumos inexoráveis do mundo contemporâneo• novos requisitos da sociedade pós-moderna

emergente (sociedade do conhecimento)• revolução tecnológica e reestruturação produtiva• alinhamento lógico “universal”

Page 13: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

GLOBALIZAÇÃO(natureza das mudanças atuais)

“apresenta-se associada à agudização dos desencontros entre expectativas que são colocadas sobre os sistemas de ensino e formação e demandas divergentes, senão contraditórias, da economia e das empresas: os sistemas educativos devem educar para horizontes de tempo cada vez mais longos e profundos (no sentido de que as mudanças são mais vincadas e amplas), enquanto as empresas decidem e actuam em lapsos de tempo cada vez mais curtos.” (Antunes, 2006)

Page 14: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

NEOLIBERALISMO O GRANDE CONSENSO

Liberalismo reinventado: mercado aberto; livre comércio; redução do setor público; diminuição da intervenção do Estado na economia e desregulamentação dos mercados

Programas de estabilização e ajuste Conservadorismo político e cultural (aliança contraditória)Endemonização do setor público e santificação do setor privadoNovas formas de intervencionismo estatalDarwinismo socialPrincípios do liberalismo social: discurso da igualdade de

oportunidades e mito da função equalizadora da educação

Elementos originários de outros ideários: renda mínima (focalização) descentralização (financeira) participação (pragmática) autonomia (individual)

Page 15: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

nova subjetividade

valores recriados, inspirados no liberalismo e nos negócios bases reconfiguradas para as instituições sociais: individualismo, competitividade, competência, eficiência, produtividade, qualidade...maior diversificação e flexibilidade, inovação, maior integração e parceria com a sociedade, adaptabilidade ao mercado, construção de autonomia financeira, controle e melhoria do desempenho.

Page 16: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

CENÁRIO DE DESTERRITORIALIZAÇÃO

• O ESTADO pelo MERCADO?• Fim da história? • RECUO DO ESTADO:• Enfraquecimento e desaparecimento?• Redução de importância e

protagonismo?• Globalização = desestatização e

privatização?• Re-fortalecimento via sub-nacional?

Page 17: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

O MITO DO LIVRE - MERCADO

• REDEFINIÇÃO DO PAPEL DO ESTADO E REVALORIZAÇÃO DA IDEOLOGIA DE MERCADO (PARADOXO)

• Liberalismo mitigado (sistemas mistos estado/mercado)

• Mecanismos de quase-mercado (competição x nova perspectiva do cliente)

• Privatização e mercadorização

Page 18: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

ENTRE O LOCAL E O GLOBAL

COMPLEXIDADE DO TEMA: natureza multifacetada e qualificada

• pelo entrecruzamento de determinações econômico-sociais, políticas e culturais,

• pela repercussão de fatos nacionais, “locais”, regionais e internacionais,

• pelo choque das pressões, interesses e expectativas de diferentes grupos, segmentos e organizações sociais,

• pela reposição contínua da dialética Estado/mercado sociedade,

• Crise dos paradigmas.

Page 19: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

CENÁRIO GLOBAL E ESPAÇO DE INTERVENÇÃO DOS GOVERNOS LOCAIS

• Globalização Econômica acirramento da competição econômica e

tecnológica intensificação das assimetrias entre desenvolvidos/

em desenvolvimento tendência à integração dos espaços econômicos• integração regional: preocupação das políticas

macroeconômicas novos padrões de capacitação global de países, regiões e cidades.

• Elementos constitutivos do poder nacional: credibilidade e confiabilidade do governo no plano internacional, estabilidade política, indicadores econômicos, sociais e educacionais, volume de investimento em pesquisa, ciência e tecnologia, custos de produção, coesão cultural e social e identidade nacional.

• Critérios para a classificação dos países: estabilidade

política com democracia e estabilidade econômica conjugada com liberdade de mercado e perspectiva de crescimento.

Page 20: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

A GESTÃO DESAFIADA • POR UM NOVO MODELO DE GESTÃO• PACTO FEDERATIVO?• FIM DO HOMEM PÚBLICO & PROJETOS DE MUNDO• PERSPECTIVA DA POLITIZAÇÃO• ADAPTAÇÃO E FLEXIBILIDADE & AÇÃO POLÍTICA

PROATIVA E CRÍTICA • QUAL O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA AUTONOMIA?• O GLOBAL COMO ARTICULAÇÃO DOS DIVERSOS

NACIONAIS• COMUNIDADE NACIONAL AUTÔNOMA E SOBERANA:

POR UM NOVO NACIONALISMO?• AINDA É POSSÍVEL A AUTÊNTICA UNIFICAÇÃO DO

GÊNERO HUMANO?

Page 21: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

O CASO BRASILEIRO

ENTRAVE FEDERATIVO necessidade de revisão dos modelos frente aos novos requisitos de

autonomia e de maior poder de intervenção. necessidade de reaproximação do conceito original de federalismo. estabelecimento de novas formas de associação entre desenvolvimento,

democracia e questão social. novo tipo de legitimidade fundado em um esforço maior de construção de

consensos e cooperação.

PRINCIPAL DESAFIO DO ESTADO estabelecer o equilíbrio necessário entre as forças envolvidas, de forma a

garantir a qualidade dos processos de descentralização e de sua inserção competitiva na sociedade e na economia mundiais.

OS MUNICÍPIOS BRASILEIROS*Integração: vulnerabilidade e sensibilidade

*Necessidade de constituição de estruturas formais específicas para lidar com as novas situações

Page 22: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

INTEGRAÇÃO REGIONAL

• Melhor performance político-administrativa sub-regional;

• Governabilidade democrática progressiva, com participação ativa da sociedade civil;

• Espaços políticos articulados; explicitação de caminhos e perspectivas de atuação;

• Facilitação do equacionamento na solução de problemas locais e sub-regionais;

• Integração de povos e sociedades (aspectos sócio-políticos e culturais)

• Encontro de territórios e sociedade civil global

Page 23: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

A INTEGRAÇÃO COMO PROJETO EDUCACIONAL

• Construção de uma cultura comum• Eixos educacionais:• Dimensão cívica e política• Integração como valor e como política em ação na

escola• Educação gerencial para a formação de protagonistas

ativos da integração• Pré-requisitos indispensáveis:1. Reposição da política como espaço e atividade

fundamental2. Plena autonomização dos governos em relação aos

mercados3. Valorização radical da escola republicana

Page 24: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

EM RITMO DE GLOBALIZAÇÃO

• Fortalecimento do local• As cidades globais• Fragilização do Estado nacional• Fragmentação social & fragmentação

governamental e territorial• Monitoração do espaço público• Descentralização de encargos =

descentralização participativa?• Sociedade civil recurso adicional de ajuste

e afastamento do Estado

Page 25: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

O texto abaixo favorece a reflexão sobre as relações entre o eu e o outro, os sentidos e limites dessas concepções que podem servir de modelo e/ou referência, legitimar ações, impor silêncios, estabelecer consciências de si hegemônicas ou subordinadas, colonizar e até promover epistemicídios.

Em “Os limites da interpretação” (1992), Umberto Eco refere-se a uma obra de John Wilkins, publicada no séc. XVII, onde se fala da surpresa dos americanos descobertos recentemente, atônitos de ver os homens conversando com os livros, e tendendo a acreditar que o papel possa falar...

“Há sobre esse assunto um bom texto, a propósito de um escravo indígena, encarregado por seu senhor de levar uma carta e um cesto de figos, comeu pelo caminho uma grande parte de sua carga e entregou o restante à pessoa a quem estava endereçada. Essa, após ter lido a carta, não encontrando a quantidade de figos anunciada, acusou o escravo de tê-los comido, informando o que a carta dizia contra ele. Mas o indígena ( a despeito dessa prova), negou candidamente o feito, injuriando o papel, o tratando como testemunho falso e mentiroso. Em seguida, tendo novamente sido enviado com uma carga idêntica acompanhada de uma carta indicando o número exato de figos a entregar, ele repetiu sua prática precedente, devorando durante o caminho uma boa parte das frutas. Mas antes de as tocar ( a fim de prevenir qualquer acusação), ele pegou a carta e a escondeu sob uma enorme pedra, assegurando-se assim, pensando que se ela não o visse

comer os figos, ela não poderia jamais o denunciar; mas, encontrando-se dessa vez acusado mais fortemente do que antes, ele confessou sua falta, admirando a divindade do papel, e prometeu para o futuro a maior fidelidade em toda missão.”

Page 26: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

• “ O Banco Mundial conta em seu staff com as melhores pessoas do mundo. Se você está convencido de que está fazendo a coisa certa, mesmo assim êles dirão a você como fazê-la melhor”(Angel Gurria, Mx, 1991)

• “Nós estamos vindo de Washington, que nós vemos como centro da civilização e nós temos dinheiro e isso nos faz brilhantes!” (Economista do Banco Mundial)

Page 27: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

TORRES(2003)

“ A problemática da reforma educacional deve ser situada no contexto das relações de disputa entre o Estado e os movimentos sociais no processo total de reprodução e mudança cultural. ”

Page 28: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

CONDENSAÇÃO DO PODER

• AÇÕES DE PODER E DE COAÇÃO SOBRE A SOCIEDADE CIVIL

• PODER AUTÔNOMO DO ESTADO• HEGEMONIA• COALIZAÇÃO DE INTERESSES• PACTO DE DOMINAÇÃO

Page 29: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

MOVIMENTOS SOCIAIS

• Sociedade civil: arena de debates e mudança• Movimentos sociais: atores dinâmicos da

sociedade civil• Outros atores significativos:ONGs• Foco: políticas de identidade e qualidade de vida• Novo sentido ideológico, nova sustentação,

novas motivações para a participação, nova estrutura organizacional, novo estilo político.

Page 30: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

MOVIMENTOS MOVIMENTOS SOCIAISSOCIAIS

Pouca atenção tem sido dada ä interação entre movimentos sociais e Estado

Grupos de interesse x Movimentos sociais

“Um movimento social é um ato coletivo, constituído por indivíduos que se percebem possuidores de interesses comuns e, pelo menos numa parte significativa da sua existência social, de uma identidade comum.”

Envolve: mobilização de massas e defesa/ mudança da sociedade ou da posição relativa de um grupo na sociedade.

Page 31: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

Problematização da articulação existente entre as estruturas de poder próprias da

realidade brasileira, o nosso universo cultural e simbólico e o padrão que historicamente

vem sendo assumido pela política educacional

• AS POLÍTICAS PÚBLICAS SÃO CONSTRUÇÕES INFORMADAS PELOS VALORES, SÍMBOLOS, NORMAS, ENFIM, PELAS REPRESENTAÇÕS SOCIAIS QUE INTEGRAM O UNIVERSO CULTURAL E SIMBÓLICO DE UMA DETERMINADA

• REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SÃO UMA FORMA DE SABER PRÁTICO QUE PERMITE AO HOMEM A APREENSÃO, A APROPRIAÇÃO E A ATRIBUIÇÃO DE SIGNIFICADOS A OBJETOS DO REAL

• A REPRESENTAÇÃO É DETERMINADA AO MESMO TEMPO PELO PRÓPRIO SUJEITO ( SUA HISTÓRIA, SEU VIVIDO), PELO SISTEMA IDEOLÓGICO NO QUAL SE INSERE E PELOS VÍNCULOS QUE O SUJEITO MANTÉM COM ESSE SISTEMA SOCIAL”.

Page 32: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

DIMENSÕES DO REFERENCIAL NORMATIVO DA POLÍTICA

PÚBLICA

• COGNITIVA – conhecimento técnico-científico + representações sociais dos fazedores de política (esquema causal)

• INSTRUMENTAL – instrumentos pelos quais as políticas devem ser implementadas (medidas: instituições princípios, normas critérios)

• NORMATIVA – exprime a relação entre as políticas, os valores e as práticas culturais e sociais prevalecentes (preservação de valores dominantes)

Page 33: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

Caráter autoritário das relações sociais no Brasil

• Raiz e tipo de colonização empreendida pelo Estado Patrimonialista Português valores antidemocráticos

• Gatopardismo, mandonismo, clientelismo e práticas populistas atravessam as relações políticas e sociais

• Cidadania consentida

• Políticas públicas definidas e implementadas sem considerar espaços de representação popular

Page 34: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

ESPAÇO PÚBLICO E EDUCAÇÃO

Page 35: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

HISTÓRIA DO CONCEITO DE PÚBLICO

• SEPARAÇÃO DA FAMÍLIA (ESPAÇO PRIVADO) DO ESTADO (LUGAR DO POLÍTICO E ... DO PÚBLICO)

• PENETRAÇÃO DO ESTATAL PELO PRIVADO E DO ESTADO NA VIDA PRIVADA

• BRASIL: DO ESTADO COMO PROTAGONISTA PRINCIPAL AO MERCADO COMO PROTAGONISTA PRINCIPAL

• REFORMA DO ESTADO: DA AMPLIAÇÃO AO ENXUGAMENTO?

• ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL: SUPERAÇÃO DO PATRIMONIAL E DO BUROCRÁTICO

• MARE – PLANO DE REFORMA DO ESTADO – Núcleo estratégico– Atividades exclusivas– Serviços não-exclusivos (Ongs..., parcerias...)– Produção de bens e serviços para o mercado (área das

empresas)

Page 36: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

ATRIBUTOS FUNDAMENTAIS DO

PÚBLICO – universalidade– visibilidade social– controle social– representação de interesses

coletivos– democratização– cultura pública– autonomia

Page 37: POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO EDUCACIONAL GRADUAÇÃO – 2º. ANO DE PEDAGOGIA 2º.SEMESTRE 2009

PRIVATIZAÇÃO DO PÚBLICO

• RES PÚBLICA = NEGÓCIO PARTICULAR (TEORIA DA COISA NOSSA – Ferreira)

• PUBLICIZAÇÃO DO PRIVADO: PRESTADOR DE SERVIÇOS

• PRIVATIZAÇÃO DO PÚBLICO: PRESTADOR DE SERVIÇOS