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POLÍTICAS VOLTADAS À INFÂNCIA DÃO TÍTULO DE PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA A PORTO ALEGRE. O PRÊMIO O Programa Prefeito Amigo da Criança, criado em 1996 pela Fundação Abrinq, pretende contribuir para fortalecer os mecanismos preconizados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O programa estimula os municípios a se mobilizarem para avançar no cumprimento das Metas do Milênio, fortalecendo o compromisso que o Brasil assumiu em 2002, na Sessão Especial pela Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), resultando no documento “Um mundo para a criança”. Para reconhecer o compromisso firmado pelos municí- pios e o esforço de melhorar as condições de vida de suas crianças e adolescentes, o programa criou o Selo Prefeito Amigo da Criança, concedido a partir do retorno e avaliação dos Mapas da Criança e do Adolescente. A análise dos dados, bem como a elaboração de parecer técnico, ficou a cargo de especialistas dessas áreas. A avaliação se deu, principalmente, sobre os eixos da Saúde, Educação, Pro- teção Social e Orçamento Criança e Adolescente. A cidade tem políticas públicas reconhecidas e articuladas entre os diversos órgãos mu- nicipais e as demais esferas de governo e sociedade, que através de entidades como o Con- selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente planejam e executam com o poder público ações voltadas a crianças e adolescentes. Buscando garantir a participação da popu- lação para a formulação das políticas públicas, o município fomenta o Orçamento Participa- tivo, a ação das redes de atendimento, redes sociais, Conselhos Tutelares e fóruns municipais e promove a transversalidade das ações. N o dia 27 de junho Porto Alegre recebe o título de Prefeito Amigo da Criança, concedido pela Fundação Abrinq. O reconhecimento é concedido a municípios que realizam programas de proteção e defesa a crianças e adolescentes. Das 1.556 cidades inscritas, a capital gaúcha está entre as 182 que receberam a premiação na categoria Reconhecimento Pleno, entregue na Câmara dos Deputados, em Brasília.

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POLÍTICAS VOLTADAS À INFÂNCIA DÃO TÍTULO DE PREFEITO AMIGO DA CRIANÇA A PORTO ALEGRE.

O PRÊMIO

O Programa Prefeito Amigo da Criança, criado em 1996 pela Fundação Abrinq, pretende contribuir para fortalecer os mecanismos preconizados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. O programa estimula os municípios a se mobilizarem para avançar no cumprimento das Metas do Milênio, fortalecendo o compromisso que o Brasil assumiu em 2002, na Sessão Especial pela Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), resultando no documento “Um mundo para a criança”.

Para reconhecer o compromisso fi rmado pelos municí-pios e o esforço de melhorar as condições de vida de suas crianças e adolescentes, o programa criou o Selo Prefeito Amigo da Criança, concedido a partir do retorno e avaliação dos Mapas da Criança e do Adolescente. A análise dos dados, bem como a elaboração de parecer técnico, fi cou a cargo de especialistas dessas áreas. A avaliação se deu, principalmente, sobre os eixos da Saúde, Educação, Pro-teção Social e Orçamento Criança e Adolescente.

A cidade tem políticas públicas reconhecidas e articuladas entre os diversos órgãos mu-nicipais e as demais esferas de governo e sociedade, que através de entidades como o Con-selho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente planejam e executam com o poder público ações voltadas a crianças e adolescentes. Buscando garantir a participação da popu-lação para a formulação das políticas públicas, o município fomenta o Orçamento Participa-tivo, a ação das redes de atendimento, redes sociais, Conselhos Tutelares e fóruns municipais e promove a transversalidade das ações.

No dia 27 de junho Porto Alegre recebe o título de

Prefeito Amigo da Criança, concedido pela Fundação Abrinq. O reconhecimento é concedido a municípios que realizam programas de proteção e defesa a crianças e adolescentes. Das 1.556 cidades inscritas, a capital gaúcha está entre as 182 que receberam a premiação na categoria Reconhecimento Pleno, entregue na Câmara dos Deputados, em Brasília.

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ATENÇÃO ESPECIAL A CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Porto Alegre executa desde 2005 o OCA – Orçamento Criança e Adolescente, que vem garantindo cada vez mais a visualização dos investimentos nesta área. Hoje, cerca de 1/4 da receita anual do Tesouro é destinada a esta área, incluindo recursos dos orçamentos de saúde, educação, assistência social, esporte e cultura e direitos humanos. É uma das poucas cidades do Brasil que dispõe de previsão orçamentária específica, inclusive com valores nos orçamentos das secretarias, autarquias, fundações e departamentos. Além dos recursos públicos, o Funcriança busca doações de pessoas físicas e jurídicas para as entidades de atendimento.

Esse conjunto de recursos têm gerado resultados importantes, como a construção de mais de 50 escolas de Ensino Infantil com recursos do Tesouro e parceiros desde 2005, com o Orçamento Participativo. Ações articuladas como o Programa Ação Rua vêm auxiliando a reduzir os casos de jovens e adolescentes em situação de rua. Com aplicação de recursos do SUS e do município, há importantes avanços na saúde, com construção e ampliação de unidades. A mortalidade infantil indígena foi erradicada nos últimos 5 anos e foram ampliados e qualificados os convênios com as áreas da educação infantil e assistência social.

Com efetividade, transparência e cuidando da cidade, Prefeitura e comunidade vêm trabalhando no presente e preparando o futuro para garantir um legado às crianças e aos adolescentes.

PRIORIDADE DA GESTÃO: PROTEÇÃO À INFÂNCIA E REESTRUTURAÇÃO FAMILIAR

A proteção integral a crianças, adolescentes e jovens, com políticas e ações que garantam o acesso à educação, à saúde, a práticas esportivas, culturais e de lazer, à as-sistência e ao estímulo ao empreendedorismo, somados às medidas para o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, são políticas prioritárias do município que integram o programa estratégico Lugar de Criança é na Família e na Escola.

O programa envolve diversas secretarias que atuam de forma integrada para atender de acordo com as pecu-liaridades e necessidades de cada região. Essa visão de complementariedade é parte de um trabalho de gestão moderno, focado em áreas prioritárias e com sistema de gerenciamento e monitoramento dos programas voltado a resultados.

EDUCAÇÃO

O acesso à educação para crianças, adolescentes e jovens é garantido por meio da ampliação da oferta de va-gas em todos os níveis de educação, do infantil ao médio, passando pelo fundamental e incluindo a educação espe-

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cial, que atende cerca de 55 mil alunos em Porto Alegre. Em 2011, a meta estabelecida para matrículas na rede de edu-cação infantil, que era de 19.100 crianças, foi ultrapassada. Em seis anos, a oferta de vagas na educação infantil saiu de 15.102 e atingiu o número de 19.333. Algumas ações na área da educação são:

Cidade Escola – Projeto de ampliação do atendi-mento de estudantes, em tempo integral, por meio de ativi-dades complementares, com professores municipais e de instituições conveniadas, realizando o atendimento nas próprias escolas ou nas sedes recreativas. São ministradas oficinas de atividades culturais, ambientais e esportivas para crianças de seis a 16 anos, com a finalidade de pro-mover uma formação mais ampla. Atualmente, todas as 54 escolas municipais de ensino fundamental desenvolvem atividades no turno inverso.

Escola Aberta – Criado a partir de acordo de coope-ração técnica entre o Ministério da Educação e a Unesco, contribui para a melhoria da qualidade da educação, a inclusão social e a construção de uma cultura de paz, por meio da ampliação das relações entre escola e comuni-dade e do aumento das oportunidades de acesso à for-mação para a cidadania. O programa oferece oficinas varia-das e ações abertas à comunidade nos finais de semana, a fim de valorizar o espaço escolar e ampliar sua utilização e importância para a comunidade. Depois de implantado, foi responsável por mudanças na relação comunidade-escola, reduzindo casos de violência e danos contra o patrimônio público.

Gincana Solidária – Promovida desde 2009, pro-move a interação solidária entre as escolas da Rede Mu-nicipal. Também busca promover ações que signifiquem ir além dos saberes trabalhados em sala de aula, constituindo momentos de aproximação entre a comunidade escolar, por meio de interação afetiva e fraterna; despertar a escola para o uso efetivo dos recursos tecnológicos associados ao fazer pedagógico-social, colocando alunos e profes-sores em contato com a tecnologia, além de estabelecer, no dia a dia, o enfoque solidário que deve permear a vida escolar e a cidade.

Adote um Escritor – Resultante de parceria com a Câmara Rio-Grandense do Livro, busca potencializar a formação de novos leitores e escritores. Durante o ano, as escolas adquirem obras literárias de autores do Rio Grande do Sul e do Brasil e trabalham-nas durante o ano em sala de aula. Convidado, o autor visita a instituição que o adotou e interage com a comunidade escolar. Em 2012, serão des-tinados R$ 825 mil pela prefeitura para o Programa.

Centros Musicais – Constitui-se na organização das atividades musicais em 8 núcleos, considerando-se as es-pecificidades musicais das escolas, sendo eles: Orquestral, Banda Escolar, Percussão, Violão, Canto Coral, Hip Hop, Música e Tecnologia e Música na Educação Infantil, com contratação e formação de professores especializados na área. A política está fundamentada na Ordem de Serviço nº 002/2008, que determina o atendimento pedagógico-musical a todas as escolas e Lei Federal 11.769/2008, que dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de música na educação básica.

Robótica Escolar – As ações aproximam os alunos dos desafios de criação e resolução de problemas, bem como propõem a reflexão sobre a utilização dos diferentes tipos de tecnologia de forma racional, eficiente e significativa. Com seus robôs, as equipes participam de campeonatos locais, nacionais e até mundiais.

Alunos em Rede – Atua em formação de linguagem das mídias e sua interatividade e provê as escolas com equipamentos para a viabilização da Rede de Alunos. São desenvolvidas mídias escolares com caráter de assesso-ria a professores, execução e coordenação de formações a professores e alunos e execução da rádio do projeto, dentro do blog do projeto. Os alunos criam intimidade com ferramentas digitais nas quais utilizam galerias de fotos, áudios e vídeos, expressando conteúdo e dando voz e ima-gem ao universo cultural da escola e da comunidade.

PIM PIA – O programa acompanha quase 3 mil famí-lias em Porto Alegre, assistindo a mais de 4 mil crianças. Atende a famílias com gestantes e crianças de zero a seis anos em situação de vulnerabilidade e não atendidas por instituições de educação infantil, buscando oferecer às famílias condições para que acessem os serviços da Pre-feitura quando necessário. Desta forma, os atendimentos, além das visitas domiciliares semanais, são acompanhados em rede com as demais secretarias, para que técnicos encontrem os melhores encaminhamentos de educação, saúde, assistência, moradia e saneamento, entre outros. O programa é realizado por equipes de atendimento comu-nitário com assessoria dos professores e supervisão das Secretarias Municipais de Educação e da Saúde.

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Jogos Escolares – Já em sua quarta edição, integram as Escolas Municipais de Ensino Fundamental e as Escolas Municipais de Ensino Infantil, incluindo as participações do EJA/EM e Projeto Escola Aberta, com jogos competitivos e recreativos. Para alunos menores de 12 anos e/ou de es-colas especiais são realizados os Jogos Recreativos, com desafios esportivos, vivências de atletismo, lutas, xadrez e muitas outras. Em 2012, serão aproximadamente 10 mil alunos inscritos.

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR

Todas as escolas têm cardápios balanceados desen-volvidos por nutricionistas. Os pratos passam por testes para avaliar a aceitação pelos alunos. Entre os alimentos, há prioridade por produtos orgânicos, oriundos de agri-cultura familiar e locais. Nos últimos anos chegaram aos refeitórios das escolas alimentos orgânicos como arroz, feijão, suco de tangerina, bergamota, aipim, abacate, la-ranja, banana, cenoura e beterraba. Em 2011 foi lançado o Projeto Amamentar é Tri, que teve cinco escolas municipais com projeto piloto e será expandido em 2013.

SAÚDE

Outro aspecto indispensável da política de atenção in-tegral a crianças, adolescentes a jovens é o atendimento em saúde, seja na prevenção da doença ou na promoção da saúde. Os Núcleos de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente (Nasca) atuam nas especialidades de pedia-tria, neurologia, psiquiatria, psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. O Programa Saúde na Escola articula o trabalho de equipes da saúde e educação que vão até as escolas para realizar, periodicamente, avaliações antro-pométrica (peso e medida), oftalmológica, auditiva, bucal

e psicossocial, além da atualização do calendário vacinal. O projeto Porto Olhar Alegre disponibiliza anualmente 2 mil óculos/lentes para crianças e adolescentes que já tenham receita de oftalmologista.

– São realizadas, ainda, atividades de promoção à saúde e prevenção à doença, com a utilização da Cader-neta do Adolescente e a distribuição de 45 mil agendas temáticas (prevenção às drogas, DSTs, Direitos da Criança e do Adolescente) para os alunos das escolas municipais do 1º ao 9º ano.

– Porto Alegre desenvolve uma experiência inédita no mundo com o Projeto Telegenética. Criada nos últimos dois anos pela Procempa, atendendo a uma demanda do Ambulatório de Genética Médica do Centro de Saúde Vila dos Comerciários, a inovação centraliza e torna disponível aos profissionais da medicina e ao público em geral infor-mações, diagnósticos precisos e tratamentos para recém-nascidos com doenças congênitas. Também possibilita o contato das equipes das maternidades com os poucos médicos especializados em Genética no Rio Grande do Sul e no Brasil. Entre os objetivos do projeto estão aproximar as maternidades (consulentes) dos médicos geneticistas, identificar causas da malformação congênita e estabelecer o tratamento adequado o mais precocemente possível.

– Através da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana são coordenadas ações voltadas às crianças indígenas, cuidando das tribos Mbyá-Guarani, Caingangue e Charrua, proporcionando sustentabilidade alimentícia e cuidados médicos. Isso se reflete no registro dos últimos cinco anos, com índice zero de mortalidade infantil nas aldeias. Paralelamente há o reconhecimento da prática do Poraró, que significa estender a mão, na ativi-dade de comércio de artesanatos, com a qual as indígenas guaranis e suas crianças relacionam-se com a sociedade. Antes interpretado como práticas de esmola, o emba-samento em laudos antropológicos garante essa ação da cultura indígena: a mãe não se separa dos filhos pequenos.

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– O Centro de Referência no Atendimento Infanto-Juve-nil (CRAI), do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, presta atendimento a crianças e adolescentes vítimas de violência, recebendo em média 14 casos ao mês. Com-posto por uma equipe formada por assistentes sociais, psicólogos, peritos, pediatras e policiais civis, o serviço fornece acompanhamento integral, desde o registro da ocorrência policial, a preparação para a perícia médica, a notificação ao conselho tutelar e a avaliação clínica até o encaminhamento para tratamento terapêutico na rede de saúde. Pode ser acionado por qualquer instância que preste atendimento a crianças e adolescentes (conse-lhos tutelares, promotorias, estabelecimentos de saúde e educação, delegacias de polícia e procura espontânea).

SITUAÇÃO DE RUA

O projeto Ação Rua tem desenvolvido uma estratégia de atendimento de forma a contemplar as complexidades que o tema exige. Criado em 2007, aborda e identifica crianças e adolescentes em situação de rua em todas as regiões. Conta hoje com 13 equipes que somam 91 profis-sionais envolvidos. O Ação Rua registrou, em 2012, 70 ado-lescentes e jovens morando nas ruas da Capital. Um es-tudo da UFRGS apontou que 637 crianças e adolescentes viviam nas ruas em 2004. Os dados refletem a qualidade das políticas públicas e a articulação entre diversos órgãos e a comunidade, que tem atuado pela administração de creches e monitoramento dos Conselhos Tutelares, além da ação da rede de atendimento. Porto Alegre tem mais de 400 entidades dedicadas a crianças e adolescentes e à er-radicação do trabalho infantil e da exploração sexual. Hoje cerca de 50 mil crianças, adolescentes e jovens são atendi-dos por serviços de proteção social da Prefeitura.

– Porto Alegre trabalha com os conceitos do Sistema Único de Assistência Social (Suas). A Fundação de As-sistência Social recebe constantemente crianças e ado-lescentes encaminhados pelos Conselhos Tutelares para abrigos residenciais e casas lares, objetivando prestar assistência ao indivíduo que necessite de amparo e pre-venindo situações de vulnerabilidade social e conflitos nos âmbitos familiar e psicológico. Com o Reordenamento da Rede de Abrigagem, houve um acréscimo de 77,5% no número de unidades de acolhimento e 37,1% nas vagas.

CIDADANIA

– Crianças e adolescentes que necessitam do espaço protetivo e de um modelo de relações que possibilite o res-gate da autoestima e a construção de um projeto de vida contam com os abrigos residenciais e as Casas Lares, con-cebidos de modo a proporcionar a possibilidade de uma

vivência que se aproxima do modelo familiar e doméstico. São abrigos de pequeno porte com capacidade para até 8 crianças ou adolescentes, atendidos por mãe social, com rotinas e características de unidade familiar e garantia de acesso à escola, atividades socioeducativas, atendimento em saúde, profissionalização, esporte e lazer. De 2005 para 2011, as Casas Lares tiveram seu número ampliado de 8 para 37, que se somam aos abrigos residenciais, totalizando 59 serviços. O acolhimento institucional de crianças e ado-lescentes em toda a cidade ampliou em 43% o número de abrigagens, de 2009 para 2011.

– Campanhas como o Natal Bem Legal e do Agasalho movimentam a cidade em benefício de crianças carentes. No Natal de 2011 houve recorde de arrecadação de brinquedos novos e usados, com 98.982 doações de pessoas físicas e jurídicas. Os brinquedos foram entregues para 143 entidades cadastradas junto ao Gabinete da Primeira Dama, com 20 voluntários. Em 2012 a Campanha do Agasalho teve início em maio, para que possam ser doados itens de vestuário às entidades cadastradas. Em 2011, arrecadou 83.958 itens, entregues a 75 entidades da Capital, como na Escola Mu-nicipal Passarinho Dourado (foto). O número superou o total arrecadado no ano anterior (52.706 itens).

Telecentros – São equipamentos de inclusão digital que atendem uma média de 700 crianças por mês, em enti-dades conveniadas, ministrando atividades de iniciação à informática. Porto Alegre tem 40 telecentros, cada um com 11 computadores, distribuídos em todas as regiões da Capital.

Turismo – Com palestras educativas e atividades lúdi-cas e interativas, o Programa Turismo Fazendo Escola leva para dentro das salas de aula um processo de sensibili-zação para os benefícios que o turismo sustentável pode trazer à qualidade de vida das pessoas, criando nos futuros cidadãos um vínculo maior com Porto Alegre. Criado pelas Secretarias Municipais de Turismo e Educação (SME), é desenvolvido pela Escola Social do Turismo desde março de 2010 e já envolveu diretamente mais de 4,9 mil alunos de 6 a 18 anos.

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PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA

– A oferta de práticas de esporte, cultura e lazer a jovens e adolescentes, assim como o estímulo à integração social e o debate sobre políticas públicas para a juventude, reduz o acesso desse público à violência e às drogas e previne a exploração sexual e a gravidez precoce, além de promover o fortalecimento de vínculos afetivos com a família e a so-ciedade.

– São oferecidos ainda, por meio de diversas secre-tarias, eventos que abrem espaço para manifestações como a música, atividades culturais, de esporte e lazer, agregando conhecimento por meio de oficinas de capaci-tação e prestação de serviços e integrando ações de edu-cação básica, contato com o mundo do trabalho e atuação comunitária, atendendo jovens em situação de vulnerabili-dade social que tenham sido alfabetizados e não completa-ram o ensino fundamental. Entre as atividades de destaque de 2011 estão a parceria para a concretização do Centro Esportivo e Cultural Bom Jesus, que beneficiará 100 mil pessoas na região, e a realização do 1º Festival de Música da Juventude, que contou com a participação de mais de 3 mil pessoas.

– O Núcleo de Ações Preventivas da Guarda Municipal desenvolve o projeto “Dois Caminhos, Uma Escolha”, com conscientização para a prevenção da violência através de palestras de conhecimento da cidadania, atividades com os pais e difusão da Justiça restaurativa. Promove valores positivos, fortalecendo a autoestima de crianças e adolescentes junto às 93 escolas municipais da Capital.

– O Brincalhão é um ônibus com brinquedos, jogos e outros equipamentos, que funciona como brinquedoteca itinerante. Nos eventos, são montados cinco espaços de brincar: interior do ônibus, jogos de mesa, brinquedos de rua, expressão plástica e equipamentos lúdico-esportivos, nos quais atuam seis profissionais com o acompanha-mento de lideranças locais. O objetivo é proporcionar um espaço qualificado de lazer para o público infantil.

– O Bonde da Cidadania é o nome de um ônibus que leva crianças, adolescentes e jovens em vulnerabilidade social a diversos espaços da Secretaria Municipal de Es-portes, Recreação e Lazer (centros comunitários, praças e

parques), ou fora deles, para desenvolver atividades. Esse programa social tem como meta estimular a prática espor-tiva, a participação e o convívio social, além de reduzir os danos provocados pela ausência de cuidados e proteção básica comuns à vivência na rua.

– O Em Cada Campo uma Escolinha (ECCE) pos-sibilita que mais de 2 mil crianças da periferia da cidade pratiquem o futebol em escolinhas supervisionadas pela Secretaria de Esportes, nas perspectivas do futebol- participação. Uma vez constatado o interesse de uma es-colinha no ECCE, os professores da Gerência de Futebol visitam a comunidade e verificam se a escolinha a ser con-veniada satisfaz alguns pré-requisitos: orientador voluntário responsável pela escolinha, gratuidade etc.

– O programa social de Ginástica Artística foi ideali-zado para gerar e democratizar o acesso à prática des-sa modalidade esportiva. Está dirigido ao público infantil dos 6 aos 12 anos e seu programa contém exercícios de complexidade crescente, de acordo com a evolução do aprendiz. A Ginástica Artística atende cerca de 300 crian-ças em oito unidades da SME.

– O Torcida Solidária pela Paz é um programa que oportuniza que crianças e adolescentes carentes, partici-pantes de programas de inclusão social por meio do es-porte desenvolvidos pela SME em suas unidades recrea-tivas, assistam aos jogos do Campeonato Brasileiro de futebol das séries A e B. São 40 crianças, acompanhadas por professores da SME e lideranças comunitárias. Re-cebem lanche, transporte, uniforme personalizado e des-filam antes do jogo, levando mensagens de paz aos está-dios de futebol.

– O Esporte Dá Samba proporciona a participação de mais de 3 mil crianças e adolescentes no carnaval de rua de Porto Alegre. Durante o ano são realizadas oficinas, preparando-os para a noite do desfile.

– Além desses, a SME ainda oferece eventos como o Brinquesporte no Ginásio Municipal Tesourinha, o Brin-cando e Jogando Cecopam (Centro de Comunidade Parque Madepinho) o Multiesportivo e o Brincadança no Parque Ramiro Souto, o Dia de Brincar no Parque Alim Pedro e campeonatos esportivos em vários parques, cen-tros e ginásios.

– No Esporte, ainda se destacam os Jogos de Surdos, com participação de 600 crianças, os Jogos Municipais de Porto Alegre (JAPA), com aproximadamente 60 mil partici-pantes, a festa do Dia das Crianças com 18 mil menores e o Verão Esportivo do Lami, com cerca de 9 mil crianças e adolescentes durante os meses de janeiro e fevereiro.

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– A Empresa Pública de Transporte e Circulação organi-za ações de educação para o trânsito, com a distribuição de material educativo em escolas e associações de bair-ros, realização de peças teatrais, palestras e formação de multiplicadores para o trânsito seguro. Somente neste ano já foram atingidas cerca de 30 mil crianças com essas ini-ciativas.

APRENDENDO A CUIDAR DA CIDADE

– O projeto Coletivos Verdes é uma iniciativa da Secretaria do Meio Ambiente que visa à recuperação e ao bom uso das praças a partir da sensibilização das comu-nidades sobre a importância da ocupação sustentável, da promoção de ações direcionadas de educação ambiental e da manutenção compartilhada dos espaços por meio da ajuda de parceiros locais. A meta é resgatar o espírito de coletividade no entorno das praças e, consequentemente, reduzir gastos com depredação e melhorar a qualidade de vida das pessoas, em função do maior convívio e cuidado com a natureza.

– O Programa de Educação Ambiental do Dmae visa incentivar a população a desenvolver hábitos que vão ao encontro de uma política estruturada de desenvolvimento sustentável, tornando o cidadão um multiplicador. A Equipe de Educação Ambiental, por meio de ofi cinas, visitas orien-tadas, palestras e apresentações de teatro, tem como prin-cipal enfoque o público infantil da rede de ensino pública e privada. Em 2011, foram realizadas visitas orientadas com um público de 8.169 crianças, estiveram presentes nas ofi cinas de educação ambiental 2.570 crianças e assistiram às apresentações do teatro de bonecos 14.710 crianças.

– “A Incrível Descoberta da Natureza” trabalha de for-ma lúdica, por meio da representação com bonecos, a re-fl exão e a inclusão em relação ao meio ambiente e também a transformação social. Em 2011, um total de 1776 crianças assistiram às apresentações do Centro de Educação e In-formação Ambiental da Smam.

– O Serviço de Assessoria Socioambiental do De-partamento Municipal de Limpeza Urbana procura tra-balhar na formação de multiplicadores, com ações envol-vendo crianças e supervisionadas por professores que já participaram dos cursos de formação “Chega de Lixo: trilhando os caminhos da preservação”. Um exemplo é a Aldeia Ambiental, em parceria com a Brigada Militar e a empresa Braskem, que atende cerca de 200 alunos de es-colas próximas a um parque e passam a tarde realizando atividades lúdicas. Em 2012, a Aldeia está sendo promovida em parques do Território da Paz (zonas de altos índices de criminalidade e miséria, onde a BM tem incidência direta). Também há apresentações da esquete teatral “Chega de Lixo” e as atividades do Hallowlixo, realizadas há nove anos.

FUNCRIANÇA

O Fundo da Criança de Porto Alegre foi o primeiro fundo deste tipo instituído no Brasil. É um dos que mais recebem destinações via Imposto de Renda e que disponibiliza a cada ano um edital. Existe em Porto Alegre como órgão au-tônomo, desde 1991, a partir da implantação do Cmdca. O Conselho é composto por 21 representantes, sete do poder público municipal e 14 da sociedade civil.

www.portoalegre.rs.gov.br